10 Escolas do Pensamento Estratégico

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Imagens Coloridas por Kram666 Agradecimentos Especiais para Vitor Baravelli Fonte: Mintzberg, Safari EstratĂŠgico e Amana Key


1. Escola do DESIGN ESTRATÉGICO 2. Escola do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 3. Escola do POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO 4. Escola COGNITIVA 5. Escola do EMPREENDEDORISMO 6. Escola do PODER 7. Escola AMBIENTAL 8. Escola CULTURAL 9. Escola da CONFIGURAÇÃO 10. Escola da APRENDIZAGEM



Escola do

DESIGN ESTRATÉGICO Esta escola, que tem seus primórdios nos anos 50, foi pioneira na organização e sistematização do Pensamento Estratégico. Suas contribuições ainda têm forte presença nas organizações, apesar dos grandes avanços ocorridos nas últimas décadas. Para ela, Estratégia é a adaptação das capacidades internas da organização às características do mercado. Para isso é necessário identificar as forças e fraquezas internas e as oportunidades e ameaças externas (SWOT). As estratégias são formuladas pelo principal executivo, num processo deliberado de pensamento consciente. Elas devem ser simples, claras e individuais para cada segmento em que a organização atua, para que todos possam compreendê-las e implementá-las sem desvios. Premissas >>>


Escola do

DESIGN ESTRATÉGICO I. A formulação da estratégia não é um processo natural nem intuitivo. É um processo a ser formalmente aprendido. II. O estrategista da organização é o presidente, que deve ter controle de todo o processo de formulação. III. O processo de formulação da estratégia deve ser simples para garantir o controle. IV. Cada estratégia deve ser tratada individualmente. V. Depois de formuladas as estratégias, há pouco espaço para mudanças. VI. A estratégia determina a estrutura da organização. VII. A estratégia deve ser compreendida por todas as pessoas dentro da organização.



Escola do

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Uma variação da escola do design que privilegia procedimentos formais e análises quantitativas. Estas análises devem ser feitas por planejadores qualificados que utilizam ferramentas específicas, como diferentes tipos de checklists e análises de cenários, e levam à formulação de objetivos, orçamentos, programas e planos para cada atividade da organização. Na prática, os especialistas em planejamento substituem o principal executivo na formulação da estratégia. À alta administração cabe o papel de decidir sobre alternativas apresentadas.

Premissas >>>


Escola do

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO I. As estratégias resultam de um processo controlado de planejamento formal, decomposto em várias fases. II. A responsabilidade quanto ao controle do processo e às decisões cabe ao presidente; a execução das etapas do planejamento cabe aos executivos de planejamento. III. As estratégias aprovadas devem ser explicitadas para que possam ser implementadas através da atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais.



Escola do

POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO Esta escola tem suas origens no clássico “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu. Foi bastante disseminada na década de 80 (BCG) e teve um impulso renovado a partir da publicação do livro “Estratégia Competitiva”, de Michael Porter. É uma escola prescritiva que utiliza instrumentos de análise sofisticados: matriz de crescimento e participação no mercado, curva de experiência, forças competitivas (novos entrantes, fornecedores, clientes, substitutos, intensidadeda rivalidade entre concorrentes). A partir dessas análises recomenda a escolha de um posicionamento: liderança de custos ou diferenciação. As análises são conduzidas por especialistas e as decisões são tomadas pelos principais executivos. Os gestores operacionais devem entender as decisões e implementá-las. Premissas >>>


Escola do

POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO I. Existem ramos de negócios claramente definidos e estruturados dentro dos quais cada empresa deve buscar seu posicionamento. II. O processo de criação da estratégia é a seleção de uma posição genérica, baseada em cálculos analíticos. III. Os cálculos (análises quantitativas) são essenciais para se atingir o fim: a superioridade em relação à concorrência.



Escola

COGNITIVA Esta escola nos diz que precisamos compreender como a mente humana funciona para que possamos entender como as estratégias são formuladas. Uma das linhas deste pensamento diz que a mente processa dados da realidade objetiva e procura entender o mundo como ele é. De certa forma, a mente formula mapas da realidade para que a organização possa situar-se nela. A formulação de estratégias, portanto, é um exercício de ajustamento da organização ao ambiente, a partir das percepções dos estrategistas. Outra linha diz que não existe uma realidade objetiva, mas interpretações subjetivas dos fenômenos. A mente humana cria o mundo a partir de suas crenças. Como decorrência, as estratégias são declarações de “como o mundo deve ser” e qual o papel que a organização tem nele. Premissas >>>


Escola

COGNITIVA I. A concepção da estratégia é um processo cognitivo que acontece na mente do estrategista. II. Estratégias são perspectivas que emergem a partir de conceitos, mapas, molduras e esquemas que definem como as pessoas lidam com as informações vindas do ambiente. III. As informações fluem através de diversos filtros que podem deturpar a percepção. IV. O mundo percebido pode ser modelado, emoldurado ou construído na mente dos estrategistas.



Escola do

EMPREENDEDORISMO A estratégia da organização depende exclusivamente da visão de futuro do empreendedor: o proprietário do negócio (como ocorre na grande maioria dos casos), mas também pode ser um executivo que, apaixonadamente, busca a realização de sua visão. Esta visão se baseia fortemente nas intuições do líder visionário, deixando de lado as análises formais e os instrumentos estruturados. Para comunicar sua visão para os demais integrantes da organização, o líder visionário faz uso intensivo de metáforas fortes, que tocam as emoções das pessoas. Neste sentido, ele precisa ter grande competência de comunicação. A visão, em geral, é clara o suficiente para mobilizar as pessoas e difusa o necessário para permitir ajustes rápidos a mudanças no ambiente. A implementação eficaz das estratégias requer obsessão e presença constante do líder visionário. Premissas >>>


Escola do

EMPREENDEDORISMO I. Na mente do líder, a estratégia existe como uma orientação voltada para o longo prazo. II. O processo de concepção da estratégia é baseado na experiência e na intuição. III. O líder promove a visão de forma decidida, controlando todos os detalhes da implementação. IV. A organização deve ser flexível e sua estrutura o mais simples possível para responder instantaneamente aos novos direcionamentos do líder.



Escola do

PODER

Caracteriza-se pela formação da estratégia como um processo aberto de influências, enfatizando o uso de poder e política para negociar posições favoráveis a determinados interesses. Isto inclui movimentos clandestinos para subverter a concorrência (cartéis) e também arranjos cooperativos, como a formação de parcerias, alianças estratégicas, terceirização, joint ventures, fusões e aquisições. Há dois ramos nesta escola. O ramo do poder micro lida com o jogo da política interna (agentes internos em conflito com seus colegas, em geral por interesses próprios). O ramo do poder macro vê a organização agindo em seu próprio interesse, em cooperação ou conflito com outras organizações (organização à beira da falência pressionando o governo por garantias para empréstimos). Premissas >>>


Escola do

PODER

I. As organizações são compostas por indivíduos com sonhos, esperanças, ciúmes, interesses e temores. II. Não é possível formular ou implementar estratégias ótimas: as metas concorrentes de indivíduos e coalizões perturbam e distorcem qualquer estratégia pretendida. III. As estratégias são definidas muito mais por negociação política do que por forças do mercado. IV. As estratégias definidas por este processo tendem a ser emergentes e assumem mais a forma de posições e meios de iludir do que de perspectivas.

Premissas >>>



Escola

AMBIENTAL Posiciona o ambiente como uma das três forças centrais, ao lado de liderança e organização. Estratégia é um processo reativo às exigências do ambiente. O ponto de partida é a “teoria da contingência”, que analisa as respostas esperadas de organizações confrontadas com as condições ambientais em que operam. Outra referência é a “ecologia da população”: cada ambiente tem um volume finito de recursos, disputados por todas as organizaçõesque nele atuam, o que leva à sobrevivência das mais fortes (darwinismo social). Um terceiro referencial é a “teoria institucional”, que vê o ambiente como repositório de recursos econômicos e recursos simbólicos. A estratégia, assim, é o processo de adquirir recursos econômicos e transformá-los em simbólicos e vice-versa, para proteger a organização das incertezas do ambiente. Premissas >>>


Escola

AMBIENTAL I. O ambiente, um conjunto de forças gerais, é o agente centra no processo de geração de estratégia. II. A organização deve responder eficazmente às forças externas ou será eliminada. III. A liderança deve garantir uma adaptação apropriada da estratégia ao ambiente. IV. As organizações acabam se agrupando em “nichos ecológicos” e permanecem neles até que os recursos se tornem escassos ou as condições demasiado hostis. Então elas morrem.

Premissas >>>



Escola

CULTURAL A cultura é, essencialmente, composta de interpretações do mundo e das atividades e artefatos que refletem essas interpretações. A cultura organizacional é a mente da organização, as crenças comuns que se refletem nas tradições, nos hábitos e em manifestações mais tangíveis como histórias, símbolos, edifícios, produtos, estilo de vestimenta, linguagem usada, formas de tratamento entre as pessoas. Uma cultura organizacional rica pode se transformar em ideologia. É este conjunto de crenças que determina as escolhas e a formulação das Estratégias. A cultura pode ser o maior diferencial estratégico de uma organização, pois jamais pode ser imitada. Mas, também pode impedir os executivos de perceberem as mudanças que ocorrem no ambiente. Premissas >>>


Escola

CULTURAL I. A concepção da estratégia é um processo de interação social baseado nas crenças compartilhadas na organização. II. Os executivos incorporam estas crenças através de um processo de aculturação ou socialização, que é tácito e não-verbal. III. A estratégia está enraizada em intenções coletivas (não necessariamente explicadas) e refletida nos padrões pelos quais os recursos ou capacidades da organização são protegidos e usados para sua vantagem competitiva. IV. A cultura não encoraja as mudanças estratégicas, mas a perpetuação da estratégia existente.

Premissas >>>



Escola da

CONFIGURAÇÃO A partir da descrição do estado atual, a concepção da estratégia é o processo de transição de um estado para outro. Embora o processo de geração de estratégia possa se dispor a mudar a direção na qual a organização está indo, as estratégias resultantes estabilizam essa direção. Dependendo do estado da organização e do contexto em que atua, as prescrições podem variar. Uma organização mecanicista que atue em ambiente estável pode se valer de estratégias planejadas; mas um negócio que se inicia ou uma organização que necessite de uma “virada” pode se valer de estratégias empreendedoras/visionárias.

Premissas >>>


Escola da

CONFIGURAÇÃO I. Uma organização pode ser descrita como uma configuração estável de características. Em determinado período de tempo, ela adota uma determinada estrutura adequada a um determinado contexto. II. Períodos de estabilidade são ocasionalmente interrompidos por um processo de transformação – um salto quântico para outra configuração. III. A chave para a administração estratégica é sustentar a estabilidade, prover mudanças estratégicas adaptáveis a maior parte do tempo e, periodicamente, reconhecer a necessidade de transformação.

Premissas >>>



Escola da

APRENDIZAGEM A organização aprende com os sucessos e os fracassos. Quanto mais iniciativas houver dentro da organização, mais aprendizagem ocorrerá e as estratégias irão se refinando. Iniciativas estratégicas ocorrem e devem ser estimuladas em toda a organização. As iniciativas podem ser de pessoas ou de grupos. A formulação de estratégias não é atribuição exclusiva de determinada área ou posição hierárquica. Ela é como “erva daninha, nasce em qualquer lugar e lança raízes em qualquer terreno”. Quando se tornam coletivas, viram estratégias organizacionais. O papel dos executivos principais é reconhecer sua emergência e intervir para direcionar os esforços. A escola da aprendizagem reconhece o valor do conhecimento tácito (aquele “conhecimento visceral” que as pessoas têm e muitas vezes não sabem que têm) na formulação de estratégias. Premissas >>>


Escola da

APRENDIZAGEM I. A natureza complexa do mercado exige que a formulação de estratégias se fundamente na criação constante de conhecimento e na aprendizagem organizacional. II. O papel do líder é gerir o processo de aprendizagem, de onde poderão emergir novas estratégias. III. As estratégias emergem a partir do pensamento retrospectivo (que busca compreender o passado e aprender com ele), depois evoluem para definir planos para o futuro.



Fim


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