Tribuna Cidade Nova Ed101

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Ano X - Edição N. 101 - Belo Horizonte, 28 de setembro a 27 de outubro de 2017 issuu.com/tribucity •

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Via 710, agora vai Trincheira na interseção da Via 710 com a Avenida José Cândido da Silveira, entre os bairros União e Cidade Nova

As obras da Via 710, que tem como meta estabelecer o acesso entre as regiões Leste e Nordeste da capital sem passar pelo centro, acontecem por soluços. Iniciada timidamente em 2014, apenas a interseção da Via com a Avenida José Cândido da Silveira está sendo liberada, bem como o acesso do viaduto da avenida. A PBH promete entregar este ano a finalização do trecho entre as avenidas Cristiano Machado e José Cândido da Silveira. A ligação do restante da Via 710, até a Avenida dos Andradas, certamente ficará para o ano de 2018. Detalhes na página 3

Os ciclistas participantes do projeto “Pedalando pelos Muros de BH” recebem informações sobre os grafites instalados nos muros da cidade e a importância do transporte alternativo para a mobilidade urbana

Pedalando pelos muros de Belo Horizonte Ciclistas pedalam, sem pressa, por cerca de 14 quilômetros, visitando dezenas de painéis espalhados pela cidade, produzidos por

artistas locais, nacionais e internacionais. O roteiro proporciona aos participantes reflexão sobre a mobilidade urbana, com destaque

para a importância de ciclovias na capital mineira. Veja na página 8

OPINIÃO

• A certeza da impunidade e conivência • Pés de barro • Drogas: um problema de saúde pública

Leia na página 2


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A certeza da impunidade e conivência O “menor” assaltou, matou, foi detido. É menor! Direitos humanos, conselhos, um advogado. Aguarda alguma pena em liberdade, e pronto. Está solto, pronto para outra. A culpa é nossa, as vítimas. O “de maior”, assaltou, matou, foi detido. Basta sair do flagrante, apresentar um advogado, jogar a culpa ou passar a arma ou produto do crime para algum menor. Agora pode pagar fiança, aguardar em liberdade, e pronto. Está solto, pronto para outra. A culpa também é nossa, as vítimas. O político, seja em qual for a esfera, roubou descaradamente, em flagrante, sob as câmeras de vídeo, para todo mundo ver. Um deboche. As polícias fazem sua parte, se esforçam e aí vem o judiciário, Ministério Público, cumpridores de seus deveres, mas limitados à legislação que foi elaborada por alguns oportunistas, os principais beneficiários de atos e ações repugnantes, absurdas. A culpa também é nossa, as vítimas, maus eleitores. O cidadão comum e a mídia também estão acomodados. Na verdade, está tudo muito cômodo e já

virou regra, pois temos a mania e a cultura de delegar muitas de nossas ações aos outros. Acompanhamos tudo em tempo real. Aconteceu o delito, a mídia toma conhecimento ou é avisada, chega ao local dos acontecimentos, grava-se alguma cena, entrevistas, corre para o estúdio, não se esquecem de colocar “exclusivo” na telinha e pronto. Amanhã serão novos fatos. A culpa também é nossa, as vítimas, quase alienados. Pois bem, estão aí algumas situações que já se tornaram rotina e perduram há vários anos. Algo tem que ser feito para coibir tais situações. O corporativismo também é danoso. Pouco adianta esperar por alguma ação mais enfática por parte de nossas autoridades e até mesmo da mídia, de real importância, mas que ainda não consegue ou não se interessa sobreviver com a devida independência, sem o grande apoio do governo e do Poder Público. Temos que ficar vigilantes, atentos, denunciando e cobrando atitudes. A grande opção que temos no momento são as Redes Sociais para tentarmos mudar alguma coisa e enquadrar os malfeitores.

Drogas: um problema de saúde pública

Professor Wendel

Constantemente lemos nos jornais relatos de familiares desesperados por causa dos problemas gerados por parentes usuários de drogas. Narrativas comoventes como da mãe que aprisionou o filho para coibí-lo de usar droga, de pais que denunciaram o próprio filho, porque não conseguem conviver com sua violência. Sob o domínio das drogas, muitos usuários arrastam seus dramas para dentro de casa e acabam levando familiares a uma dependência emocional. Esta questão ficou ainda mais evidente para mim, com uma reportagem na TV, que me deixou muito comovido. Mostrou o drama TRIBUNA DA CIDADE NOVA EDIÇÃO N. 101 Editores: Luiz Lucas Martins Reg. Prof. MG 02485 JP Eugênio Oliveira Reg. Prof. MG 03478 JP Fotografia: Santos Filho Colaboradores: Cid Pitombo, Guilherme

POLÍTICA & OPINIÃO

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de algumas famílias ao lidarem com parentes usuários de drogas e o quanto é importante o envolvimento familiar na busca de recuperação para os dependentes. Mas o fato que mais me chamou a atenção é que o maior envolvimento familiar ocorre por parte da mãe. Segundo estatísticas do IBGE, de cerca de 28 milhões de pessoas vivem hoje no Brasil com um usuário de droga em casa e entre os familiares que buscam ajuda, 80% são as mães. Na matéria, uma das mães confessou que chegou a procurar o traficante e acertava a dívida com ele para não repassar a droga para o filho. Também se comentou que muitas mães abandonam as atividades, são demitidas ou têm a produtividade reduzida em função de atrasos constantes ou de problemas de saúde. Problemas acarretados pela extrema dedicação aos filhos dependentes. Com relação ao envolvimento dos pais e demais familiares na busca de solução, os impactos financeiros também são grandes, porque muitas famílias têm que arcar inteiramente com o tratamento dos dependentes. Mas mi-

lhares de famílias não têm a menor condição de bancar os tratamentos, que são muito caros. Segundo especialistas, o uso abusivo de drogas pode ser considerado um problema de saúde pública, por acarretar ônus ao sujeito, à família e à sociedade, na forma de repetência na escola, perda de emprego, rupturas familiares e violência, crimes, acidentes e encarceramentos. Por isso, o poder público precisa se mobilizar. Minha contribuição vem por meio da Lei 10.089/15, de 28 de agosto de 2015, originária do meu Projeto de Lei 975/14, que institui em todas as Regionais de Belo Horizonte o Núcleo de Apoio e Prevenção ao Crack e outras drogas - Mães contra o Crack. Mas ela não está sendo ainda cumprida. Precisamos reivindicar sua aplicabilidade urgente, porque a prevenção e recuperação de dependentes deve ser um trabalho integrado entre os órgãos públicos, a sociedade e a família. *Wendel é formado em Comunicação Social e Artes Cênicas e professor universitário. Vereador em Belo Horizonte pelo PSB. Colunista do jornal Hoje em Dia - Link: http://hoje.vc/193s2

Nunes Avelar e Professor Wendel Redação: Rua Irmãos Kennedy, 114/06 Cidade Nova - Belo Horizonte Minas Gerais CEP: 31170-130 Telefax: (31) 3484 0480 e (31) 99955 8447. E-mail Redação: tribunabh@gmail.com Site: www.tribunabh.com Twitter: @tribunabh Facebook: Tribuna-Cidade-Nova113812482411367/ Edição Digital: www.issuu.com/tribucity - O jornal Tribuna da Cidade Nova é uma

Pés de barro Por Guilherme Nunes Avelar – Advogado

No ano que vem, 2018, comemoraremos 30 anos da promulgação da Constituição Federal. Em uma democracia, isso é um momento importante, ainda mais no nosso caso histórico, tão repleto de solavancos e interrupções por golpes diversos. Pois bem, estamos às vésperas desse momento angular, e não há, em nosso horizonte, ameaça típica de algum movimento efetivo capaz de embaraçar a democracia entre nós. Realmente, apesar da fala infeliz de um general recentemente, com menção velada a um hipotético golpe, não parece haver nem sombra de que isso possa de fato ocorrer. Apesar de tudo isso, não há muito o que festejar. Não basta termos uma democracia formalmente estabelecida; para que de fato sejamos uma democracia, uma série de fatores tem de estar presentes em nosso cotidiano, e nem de longe podemos crer que isso esteja efetivado. Não farei, aqui, um arrolamento de todas essas falhas; isso é tema vasto, mais próprio para uma obra acadêmica. Limitarei-me, apenas, a apontar uma enorme e constrangedora fragilidade: a tormenta inigualável entre as instituições republicanas. Em uma democracia real, essas instituições se respeitam e respeitam a seus limites legais. Nenhuma instituição pode se pretender bedel de outra, e nem pode extrapolar os limites lógicos de seu poder, com o intuito de alcançar resultados, por mais desejáveis que estes sejam. Neste momento, a instituição superior do Poder Judiciário praticou ato infeliz, alar-

publicação da Logos Editora Ltda. – Registrado no Cartório Jero Oliva, documentação arquivada naquela Serventia em 12/09/2007, no Registro nº 1.143, no Livro A. Logos Editora Ltda. Reg. na JUCEMG sob o nº 3120431497 CNPJ 25.712.977/0001-62 Inscrição Estadual nº 62.881.449.00-81 Circulação: O jornal é distribuído de casa em casa, na Paróquia de Santa Luzia, na Feira dos Produtores da Cidade Nova, bancas de revistas, padarias, lojas e empresas dos bairros Ci-

gando conceitualmente o seu campo de ação, a pretexto de garantir uma investigação criminal. Creio, muito pessoalmente, que a explicação dada pelo senador Aécio Neves para os dois milhões de reais que recebeu da JBS é mais furada do que peneira de minerador. Por isso, torço para que ele tenha, sim, que prestar contas à Justiça. Temos, como cidadãos, direito a ver qualquer um, por mais poderoso que seja, responder efetivamente por seus crimes e pagar por eles. No entanto, não podemos, por mais que nos agrade ao fígado, agradecer por uma decisão que não se estribe em reais necessidades processuais e conforme as reais amplitudes da lei. Se o Supremo deve cuidar de ser cauteloso e prudente, da mesma forma há de agir o Senado, a quem não cabe decidir se cumpre ou não a decisão judicial, só pelo fato de que a vítima do excesso atual é um parlamentar: para se contrapor a tal medida equívoca, se equivocada de fato for, o remédio é o recurso processual previsto em lei e não o “dar de beicinho”. O que se vê, pois, é o excesso de ambas as partes (neste caso e em tantos outros nos últimos anos) e, diante disso, só cabe uma conclusão: os pés da República, essa República governada pela Constituição de 1988, esses pés são de barro, e de barro muito poroso...

dade Nova, Silveira, Nova Floresta, partes da Renascença, Ipiranga, União e adjacências. Periodicidade: 28, setembro a 27, outubro de 2017. è è è Os artigos assinados publicados nesta edição não espelham, necessariamente, a opinião deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.


MOBILIDADE URBANA

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NOVELA ANTIGA

PBH acelera obras da Via 710

A

Prefeitura de Belo Horizonte começa a acelerar as obras da Via 710, que vai facilitar o acesso entre as regiões Nordeste e Leste da capital – entre a Avenida Cristiano Machado e Avenida dos Andradas. As obras estão em ritmo de trabalho mais intenso. A Via é um sistema viário que tem como meta estabelecer o acesso entre as regiões Leste e Nordeste da capital, sem passar pelo centro. A Via 710 tem seu início na Avenida dos Andradas, principal corredor radial da região Leste, e final na Avenida Cristiano Machado, principal corredor da região Nordeste, próximo ao Minas Shopping, cujo viaduto de acesso foi construído junto com as obras da Linha Verde. A Via foi pensada para ser utilizada no esquema de mobilidade urbana da

Antônio Rodrigues/PBH

A interseção da Via 710, até o limite da Avenida Cristiano Machado, tem previsão final para ser entregue ainda em 2017

Copa do Mundo, pois Belo Horizonte foi uma das sedes da FIFA. Projeto e estudos preliminares foram concluídos no ano de 1996; a liberação dos recursos pela Caixa Econômica Federal, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aconteceu em 2010. Em 2014, a Via 710 foi iniciada timidamente. Os atrasos se acumularam e foram justificados: “impasse nas de-

sapropriações de 286 moradias ao longo da Via 710”. Resultado: prevista inicialmente para custar R$ 84 milhões, custo final já ultrapassa a casa dos R$ 170 milhões, sendo parte desses recursos contrapartida da Prefeitura. O serviço é executado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Essa obra, importante para a mobilidade urbana

da capital, acontece por soluços. As administrações anteriores foram incompetentes para a sua conclusão. O primeiro semestre de 2017 foi a última previsão de entrega da Via pela PBH, que não aconteceu. Agora, depende de o novo prefeito enfrentar o serviço. A previsão é de que apenas a finalização do trecho entre as avenidas Cristiano Machado e José Cândido da Silveira acon-

teça em 2017. A segunda etapa, que compreende o trecho entre as avenidas dos Andradas e José Cândido da Silveira, que tinha a previsão de término para 2017, certamente será protelada para 2018. Acelerando – As obras de todo o complexo da Ave-nida José Cândido da Silveira com a interseção da Via 710, até o limite da Avenida Cristiano Machado, tem pre-

visão para ser entregue no fim de 2017. Segundo a PBH, várias frentes da Via 710 estão sendo executadas simultaneamente, como a estrutura do viaduto Bolívar; terraplenagem, pavimentação e obras com- plementares (passeio, meio-fio e sarjetas), no trecho compreendido entre a Avenida Itaituba e Rua Elísio de Brito; execução de rede de esgoto, tratamento de subleito, pintura dos gradis, plantio de gramas e limpeza da pista oeste. O trânsito foi temporariamente interditado na pista da Avenida José Cândido da Silveira, sentido Centro/bairro Boa Vista, entre as ruas Elísio de Brito e Itaituba. Este desvio foi necessário para a execução de redes de drenagem e da trincheira e dos viadutos de intercessão entre a Via 710 e a Avenida José Cândido da Silveira.


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EDUCAÇÃO

SINEP-MG é homenageado na Câmara e lança o selo Escola Legal 2018

O

Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SINEPMG) foi homenageado pela Câmara Municipal de Belo Horizonte. A cerimônia, conduzida pelo vereador Wendel Mesquita, celebrou os 70 anos do SINEP-MG. O presidente do SINEP-MG, Professor Emiro Barbini, e membros da diretoria estiveram presentes e receberam as homenagens e cumprimentos pelas décadas de trabalhos educacionais e sindicais. Diretores e representantes das escolas associadas também acompanha- ram as homenagens, que incluiu o lançamento do selo “Escola Legal 2018”. Criado pelo SINEP-MG como um dos instrumentos de luta, defesa e aprimoramento da escola particular, a principal função do selo é combater a existência de escolas ilegais (não autorizadas pelos órgãos públicos, nem reconhecidas, descumpridoras das determinações decor-

rentes das Convenções Coletivas de Trabalho firmadas com os sindicatos profissionais etc.), para que sua existência não contamine as instituições sérias. Desde 2011, as escolas particulares de Minas Gerais recebem o selo Escola Legal. Para ter direito a recebê-lo, as instituições devem se sindicalizar ao SINEPMG e apresentar os documentos que garantem a legalidade da instituição: Contrato Social ou Estatuto, CNPJ, Alvará de Funcionamento, Ficha Cadastral, Autorização da Entidade Fiscalizadora; além de um termo em que a escola se compromete com a ética, a qualidade de ensino, as obrigações decorrentes da lei e das Convenções Coletivas de Trabalho – CCTs. O objetivo do SINEP-MG, através do selo, é que os pais, alunos e a sociedade em geral tenham um instrumento de segurança que garanta que a instituição de ensino escolhida tem seu funcionamento regularizado.

Thiers Theófilo do Bom Conselho Neto, Renata Gazzinelli, Zuleica Reis Ávila, Emiro Barbini, Wendel Mesquita, Dinis Pinheiro, Winder Almeida de Souza, Ronaldo Antonio de Angelis e Mário Lúcio França de Oliveira Fotos: Bráulio Mendonça e José Márcio Cruz/Portento Imagens

FATOS & FOTOS Diretores e representantes das escolas associadas ao Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (SINEP- MG) acompanharam as homenagens dos 70 anos do Sindicato, que também incluiu o lançamento do selo “Escola Legal 2018”. Aqui, alguns flagrantes desta comemoração na Câmara Municipal de Belo Horizonte.



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SAÚDE

Obesidade: educar ou chocar? O cirurgião Cid Pitombo questiona a forma como a obesidade vem sendo abordada hoje e apresenta um caminho para vencermos essa epidemia Divulgação

Por Dr. Cid Pitombo* Há 20 anos me dedico a cuidar e entender o que acontece aos pacientes com obesidade. Operei no mundo todo, escrevi livro e artigos, fiz mestrado e doutorado e, principalmente, vivenciei e vivencio a vida deles. Aprendi muito. O Brasil é um dos países com uma das maiores epidemias de obesidade, mas será que nós e o governo sabemos realmente quais as reais consequências dessa doença? Será que a população sabe que a infiltração gordurosa no fígado, conhecida como esteatose hepática, pode levar a uma hepatite por gordura e cirrose hepática? Hoje, essa já é a segunda causa de transplante de fígado. E quantas das mortes anotadas como infarto decorreram de uma barriga volumosa, que sabidamente inibe uma enzima protetora das coronárias e facilita o acúmulo de gorduras nela? Diversos estudos demonstram que, em alguns anos, nenhum sistema de saúde terá capacidade financeira de arcar com os custos de pacientes infartados, hipertensos, diabéticos e com outras tantas doenças causada pela obesidade. Estamos lidando com uma epidemia de ramificações descontroladas, potencializada por uma população mal informada. Campanhas para enfrentar a AIDS, o tabagismo e mesmo para estimular o uso do cinto de segu-

Cirurgia bariátrica e uma das soluções contra a obesidade, que afeta milhões de brasileiros

rança inicialmente chocaram a população, mas pouco a pouco todos entenderam que, às vezes, o impacto de uma má notícia serve como aprendizado. É dever nosso, e principalmente do governo, demonstrar a trágica história de saúde que acompanha a obesidade — assim como fizemos com o fumante. É a partir daí que cada um deve decidir se é esse o caminho que planejava trilhar. Era isso que você imaginava quando criança?

O excesso de peso pode dificultar o caminhar e as atividades cotidianas mais simples, como tomar banho ou se higienizar. Não se trata de discriminar o obeso. Pelo contrário. Estamos falando de uma doença, e não de preguiça ou gula. Existem milhões de indivíduos com obesidade em filas para tratarem problemas associados a ela. O Sistema Único de Saúde incorporou às suas diretrizes medidas como a disponibilização da cirurgia

bariátrica por acesso videolaparoscópico, sabidamente muito mais seguro e menos invasivo. No entanto, essa ainda não é uma realidade na maioria dos serviços espalhados pelo país afora. O acesso ao procedimento ainda está limitado, e não cresce na mesma progressão que a quantidade de obesos em situação de morbidade. O tempo de espera nas filas para a cirurgia bariátrica, dependendo do Estado, pode chegar a sete anos. Alguns, como Rondônia, Paraíba, Acre, Roraima e Piauí, sequer disponibilizam o procedimento. O Rio de Janeiro, no entanto, tem dado o exemplo e está garantindo vida a essa população. Em pouco mais de seis anos, saímos de uma realidade de 20 cirurgias por ano para cerca de 500 em 12 meses. Ressalte-se: todas por acesso videolaparoscópico, o que inspirou o Ministério da Saúde a recomendar o mesmo para todo o país. O tempo de espera médio para atendimento no Rio de Janeiro não chega a 12 meses e a chamada fila está totalmente equilibrada. Estamos chegando a dois mil pacientes operados, que juntos perderam quase 100 toneladas de peso. Provamos que é possível ter dignidade no tratamento de uma doença que é grave e está matando. *Dr. Cid Pitombo é cirurgião e coordenador do Programa Estadual de Cirurgia Bariátrica do Rio de Janeiro


SUA CIDADE

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Prefeitura de BH fecha financiamento de R$ 120 milhões para obras na cidade Santos Filho

O prefeito Alexandre Kalil anunciou no dia 27/9 o financiamento de R$ 120 milhões, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) jun- to à Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo o prefeito, o financiamento será destinado a um pacote de obras na capital, nas áreas de mobilidade urbana, infraestrutura e saneamento. Kalil afirma que até o fim de 2020 Belo Horizonte deve contar com o investimento de quase R$ 3 bilhões em obras públicas. “Esse anúncio é muito importante porque não prometemos obras, mas estamos buscando os recursos

para podermos fazê-las. Como exemplo, também anunciamos que, em dezembro deste ano, entregaremos à população o Hos- pital do Barreiro funcionando em sua totalidade. Estamos caminhando bem, com calma, e aprendendo fazer de Belo Horizonte uma cidade melhor, mais agradável e mais humana”, afirmou o prefeito. De acordo com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi; presente na solenidade, o contrato entre a PBH e a CEF deve ser assinado em meados de outubro. “A Prefeitura de Belo Horizonte agora terá re-

cursos para retomar obras essenciais à população, que vão gerar empregos e fomentar a economia”, afirmou Gilberto Occhi. Os secretários municipais Josué Valadão, Infraestrutura; e Fuad Noman, Fazenda, lembraram que a PBH tem um conjunto de empréstimos já contratados junto à Caixa, na ordem de R$ 1,6 bilhão. Para a execução das obras até 2020, a Prefeitura apresentará contrapartidas à CEF. “Para dar início a essas obras, fomos à Caixa e obtivemos empréstimo de 120 milhões, dos quais R$ 58 milhões serão aportados como

contrapartida para a conclusão das obras que já estão em andamento. Ainda dentro deste montante emprestado pela Caixa, R$ 40 milhões serão utilizados para recapeamento de vias públicas. E também vamos aplicar R$ 22 milhões na elaboração de projetos executivos voltados às áreas de saneamento e mobilidade urba- na. Com esses projetos executivos apresentados até o fim de 2018, teremos condições de alavancar novos empréstimos na ordem de R$ 1,2 bilhão, a partir de 2019”, explicou Fuad Noman.

Diretor-geral da Rede Batista de Educação recebe título de cidadão honorário de Belo Horizonte

Solidariedade

Rotary Club de Belo Horizonte, em parceria com o SetraBH, realiza doação para a Associação Mineira de Reabilitação Fotos Divulgação/AMR

No dia 18 de setembro, o presidente do Rotary Club BH Novas Gerações, Humberto Alves Pereira Filho, formalizou a doação de R$ 8.300,00 para a Associação Mineira de Reabilitação – AMR (foto). A ajuda foi possível graças a realização da feijoada anual do Rotary Club, e da doação oferecida pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte - SetraBH, resultado de um projeto liderado pelo seu presidente, Joel Jorge Paschoalin. Na ocasião, rotarianos e familiares, voluntários e funcionários da AMR, além de crianças atendidas pela instituição, visitaram as fábricas de órteses e de fraldas da AMR – esta última montada com ajuda do Rotary Club BH. Além dos rotarianos de B. Horizonte, também esteve presente o australiano Frank Climaco, do Rotary de Kurri Kurri, parceiro da AMR na doação de equipamentos de produção de fraldas. Para o presidente do Rotary BH, Humberto Alves

Comunidade da Cidade Nova espera que parte desses recursos sejam para recapear as ruas do bairro, que há 15 anos, com raras exceções, não recebem asfalto novo

Pereira Filho, é sempre uma honra poder contribuir com uma instituição tão respeitada e com grande credibilidade, como a AMR, que desde 1964 vem reabilitando crianças e adolescentes carentes com deficiência física. Humberto Filho fez um agradecimento especial à SetraBH pela doação e aos amigos rotarianos pelo apoio.

Há nove anos à frente da Rede Batista de Educação, da qual faz parte o quase centenário Colégio Batista Mineiro, o diretor geral da instituição, Valseni Braga (centro da foto) recebeu o Título de Cidadão Honorário de Belo Horizonte. Natural da cidade de Nanuque (MG), o executivo vive desde a infância na capital mineira, onde construiu uma carreira profissional de sucesso e de grande contribuição para a cidade. Mestre em Administração e especialista em gestão educacional, empresarial, gestão de pessoas e psicanálise, Valseni Braga, que atualmente é presidente do ChildFund Brasil – Fundo para Crianças, ONG que beneficia mais de 100 mil pessoas carentes no Brasil; membro da diretoria da ACMinas atuou anteriormente como Superintendente da Infraero. No setor aéreo participou de projetos, construções e administração de diversos aeroportos no país, inclusive os de Belo Horizonte.


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ARTE URBANA

Pedalando em busca da arte de rua de BH Projeto da PBH, “Pedalando Pelos Muros”, visa incentivar ciclistas a fazerem tour visitando painéis artísticos instalados pela cidade

Fotos: Raul Sampaio

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ezenas de pessoas se reúnem periodicamente em Belo Horizonte para pedalar pela cidade visitando painéis instalados em muros e fachadas de prédios. Uma vez por mês, a Praça Floriano Peixoto, no bairro Santa Efigênia, é o ponto de encontro dos participantes do projeto. Há até piquenique na grama da praça antes da largada. Após o café da manhã vegano os ciclistas vão pedalar, sem pressa, por cerca de 14 quilômetros, visitando 50 painéis espalhados pela cidade, produzidos por artistas lo- cais, nacionais e internacionais. O roteiro proporciona reflexão sobre a mobilidade urbana, com destaque para a importância de ciclovias na capital mineira – a capital mineira possui cerca de 83 quilômetros de ciclovias e a previsão da PBH é alcançar cerca de 400 quilômetros até 2020. Jornalista e idealizador do roteiro, Bernardo Biagioni explica que a ideia é compartilhar informações com os participantes sobre os artistas, as técnicas usadas, o ano da pintura, o significado da arte expressa nos muros. “A ideia desse roteiro partiu de duas paixões: a bicicleta e a arte urbana. Ao mesmo tem-po, proporcionamos ou- tro tipo de interação dos participantes com Belo Horizonte, sugerindo novos olhares para o espaço público e maneiras alternativas de viver a cidade”, comenta. Da Praça Floriano Peixoto os ciclistas exploram ruas dos bairros Santa Efigênia, Serra e Funcionários, param para um almoço na região da Savassi e seguem para o bairro Floresta, até che-

Os ciclistas fazem paradas para conhecer a história de cada painel grafitado nos muros da cidade

garem à Rua Sapucaí, cujo mirante dá vista para quatro imensos painéis recentemente pintados em laterais cegas de prédios do centro da cidade, que fazem parte do Circuito Urbano de Arte (CURA), implantados durante o Segundo Festival de Arte Urbana no Brasil, criado há dois anos pelas amigas Ju Flores, Priscila Amoni e Jana Macruz. O tamanho das imagens realmente impressiona. As quatro empenas (paredes externas) pintadas nos prédios têm até 50 metros de altura por 37 de largura, o que contribui para que sejam vistas de vários pontos da cidade. O CURA contou com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Para Marcos Barreto, diretor de Marketing e Promoção Turística da Belotur, projetos como

esse do roteiro ciclístico revelam aspectos surpreendentes de Belo Horizonte. “De um lado, artistas que fazem dos muros da cidade seu espaço de expressão. De outro, pessoas que garimpam essas manifestações artísticas e não se contentam em guardar para si essas descobertas; resolvem compartilhar esses momentos de fruição com outras pessoas”. A Prefeitura, por meio da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), vem implementando ações de incentivo ao uso da bicicleta na capital. O projeto “Pedala BH”, por exemplo, prevê ainda implantação de paraciclos e bi- cicletários, que são equipamentos para estacionamento de bicicletas distri- buídos pela cidade. – Material compilado do texto de Bruno Sales, Assessor de Imprensa da Belotur.

Antes do tour os participantes se reúnem para um café na Praça Floriano Peixoto


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