#14 NOVEMBRO 2018
VOLVO CAR PORTUGAL NUNO SILVA
HÍBRIDOS ACELERAM VENDAS
2,50€ (CONT.)
6 A I D U A
! L E V Í C E T APE
40 TDI AVANT
GICA TR A TECNOLÓ N O M // M K 0 L /10 204 CV // 4,5
FORD FOCUS 1.0 ECOBOOST TITANIUM
XEQUE AO DIESEL!
MARCAS E LOCADORAS REAGEM GOVERNO ATACA DE NOVO O AUTOMÓVEL TUDO O QUE PRECISA DE SABER
NOVO
BMW SÉRIE 3 • • •
CHEGA EM MARÇO JÁ RESPONDE AO “HEI BMW” MOTORES DIESEL DE 150 A 265 CV
SUMÁRIO
#14
DEZEMBRO 2018
NOVOS MODELOS
CARRO DO MÊS
6 BMW Série 3 17 Ford Focus Active 18 Mercedes Classe A Limousine 20 Volvo S60
30 Audi A6 40 TDI Avant
DESTAQUE
22 Orçamento de Estado 2019 CLIENTE
60 Vasp PERSPETIVA
63 Novas soluções da Mopar 56 Volvo
COMERCIAIS
72 Peugeot Partner e Citroën Berlingo 74 Opel Combo 76 Renault Master Z.E. 78 Hyundai H350
66 Release My Car
ENSAIO
42 Hyundai Kauai Electric
GUIÁMOS NESTA EDIÇÃO
30 Audi A6 40 TDI Avant / 36 Volvo S90 / 40 Mercedes C 200 d Station / 42 Hyundai Kauai Electric / 46 Kia Ceed SW / 50 Ford Focus 1.0 Ecoboost / 54 Mercedes A 180 d / 74 Opel Combo / 76 Renault Master Z.E. / 78 Hyundai H350 / 79 Toyota Hilux 4x4 Invincible DEZEMBRO 2018 TURBO FROTAS
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EDITORIAL
E O MERCADO SUSPIROU DE ALÍVIO!
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À última hora, uma invulgar maioria parlamentar – PSD e CDS/PP associados a Bloco de Esquerda e PCP – chumbou a proposta do Governo que geraria uma receita de 40 milhões de euros… vinda das empresas. Que aplaudiram, enquanto o mercado respirou de profundo alívio!
oi “in extremis” como num bom filme de “suspense” mas, no caso do mercado automóvel, é daquelas emoções que não fazem falta nenhuma, pelo clima de incerteza e até de desnorte que introduz numa atividade que vale milhares de milhões de euros anualmente e de que dependem milhares de postos de trabalho… O aumento da Tributação Autónoma proposto pelo Governo foi chumbado pelas restantes bancadas parlamentares na discussão em especialidade do Orçamento de Estado para 2019! Ao olharem para a proposta de Orçamento, em particular para as medidas referentes ao automóvel, responsáveis de algumas marcas como que… “congelaram”! Porque viram ali sinais potenciais de forte arrefecimento do mercado no próximo ano, por via de aumentos de preços causados pela adoção da norma WLTP de medição de emissões mas, sobretudo, pelo aumento da Tributação Autónoma sobre os automóveis das empresas, em especial no escalão mais baixo (até 25.000 €) que passava de 10 para 15% Relativamente ao aumento de preços em janeiro, pouco haverá a fazer. É verdade que o OE-2019 prevê, de uma forma algo complicada, um “desconto de emissões”, procurando a prometida neutralidade fiscal. Mas como foi feito sobre um estudo – o único oficial, diga-se, mas feito com uma amostragem muito reduzida de modelos – que apontava para um aumento de 21% das emissões no ciclo WLTP e a realidade parece apontar para um aumento de 29%, esse diferencial acabará por ser refletir num acréscimo de ISV a pagar. O pior era mesmo a Tributação Autónoma que poderia levar muitas empresas, em especial as PME que constituem a maior parte do tecido empresarial português, a desistir da atribuição dos chamados “carros de serviço”, com o “terramoto” que isso significaria para muitas marcas que têm na componente empresarial dois terços das suas vendas! À última hora, uma invulgar maioria parlamentar – PSD e CDS/PP associados a Bloco de Esquerda e PCP – chumbou a proposta do Governo que geraria uma receita de 40 milhões de euros… vinda das empresas. Que terão aplaudido este “bloqueio” parlamentar, enquanto o mercado (marcas e locadoras) respirou de profundo alívio! PS – Este Editorial foi reescrito já esta edição estava na máquina para ser impressa, no dia em que se soube do chumbo da proposta do Governo no Orçamento de Estado. Foi a “marcha atrás” possível, quando pouco o fazia prever e já várias marcas e locadoras se preparavam para os aumentos da Tributação Autónoma. Um cenário deveras preocupante (poderá ler nesta edição), felizmente agora afastado.
SÉRGIO VEIGA EDITOR CHEFE
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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2018
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO LDA NPC 508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000€ CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/ FAX 211 919 874 E-MAIL: TURBO@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE SÉRGIO VEIGA sergioveiga@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO
ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt EDITOR DE ENSAIOS
MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO NUNO FATELA nunofatela@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt COORDENADORA COMERCIAL
ALEXANDRA LI CHING alexandraliching@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO secretariado@turbo.pt PARCERIAS
4FLEET; FLEET DATA IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt TIRAGEM 4500 EXEMPLARES ISENTA DE REGISTO NA ERC AO ABRIGO DO DECRETO REGULAMENTAR 8/99 DE 9/6 ART.O 12.º N.º 1 A. DEPÓSITO LEGAL N.º 415871/16 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
NOVOS MODELOS
BMW SÉRIE 3
ARTE MODERNA O Série 3 da BMW cresceu em todas as dimensões e aprimorou o desenho, mas foi na tecnologia que deu o maior salto. Aderiu ao painel de instrumentos digital e até mantém pequenos diálogos. Só lhe falta… ter preços definidos para quando chegar, em março de 2019 TEXTO RICARDO MACHADO
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UNIDO A grelha mantém o rim caraterístico, que agora se apresenta unido pela moldura cromada. As óticas LED são de série, com o sistema BMW Laserlight como opção
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eferência dinâmica entre as berlinas do segmento C desde 1975, o Série 3 da BMW há algum tempo que vinha a acusar o peso da idade. Não por perder a garra, antes por se ter atrasado a apanhar o comboio digital. Os painéis de instrumentos analógicos são bonitos, e vão continuar a sê-lo nas versões de equipamento mais básicas, parecidos com os do Série 5, disseram-nos, mas os tempos modernos pedem interação digital. Ecrãs personalizáveis, muita cor, muito movimento e mais informação do que nos parece seguro consultar durante a condução. A Audi tinha, a Mercedes não tardou a ter e, agora, chegou a vez de a BMW aderir ao painel de instrumentos digital, complementado pelo ecrã tátil ao centro da consola. O tamanho máximo do Control Display da geração atual, 8,8’’, é agora a diagonal mínima do ecrã que pode chegar às 10,25’’. Atualizações automáticas de software garantem o perfeito funcionamento de toda a eletrónica que, entre equipamentos
de série e opcionais, satisfaz as necessidades básicas do condutor moderno. E nem lhe falta falar. Basta chamar “hei BMW” ou outro nome, porque se pode personalizar – KITT pode ser uma escolha para quem for contemporâneo das primeiras gerações do Série 3! –, e o sistema responde. Dos contactos do telemóvel à morada da pizzaria mais próxima e consequente início de navegação, há todo um admirável mundo novo à distância de pequenas conversas com o automóvel. Quem não tiver alma de Michael Knight pode utilizar o bom e fiável iDrive. LINHAS CONSERVADORAS Em contraste com o salto tecnológico do interior, a evolução das linhas exteriores parece conservadora. O responsável pelo design não concordou connosco, exclamando que o desenho da carroçaria era completamente diferente. Para reforçar a ideia, apontou como óbvio o crescimento em todas as dimensões. Mais 76 mm em comprimento (4709 mm), 16 mm em largura (1827 mm), 1 mm em altura
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NOVOS MODELOS
BMW SÉRIE 3
(1442 mm) e 41 mm na distância entre eixos (2851 mm). As vias também alargaram, 43 mm à frente e 21 mm atrás, reforçando o posicionamento desportivo. De todas estas alterações, a mais importante para o utilizador de empresa será o aumento da distância entre eixos, por libertar mais espaço para as pernas dos ocupantes dos bancos traseiros. Não chega para ser referência, mas deixa de ficar atrás dos concorrentes diretos. Por ter interferência direta nos consumos, a aerodinâmica e o cx de 0,23 podem interessar aos utilizadores que esperem fazer muitos quilómetros ao volante do novo Série 3.
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Já os condutores mais empenhados gostarão de saber que a resistência à torção aumentou em 50%, ao mesmo tempo que o Série 3 emagreceu 55 kg. O peso distribui-se equitativamente pelos dois eixos, que receberam amortecedores com batentes hidráulicos. Se a nova tecnologia de amortecimento é de série, o diferencial traseiro desportivo M Sport será opção, tal como a suspensão adaptativa M ou os travões M Sport. No horizonte do novo Série 3 não podia faltar uma versão híbrida de carregar na tomada ou o sempre apetecido M3. Para suavizar a espera pelas versões especiais, a BMW lançará o Série 3 em março de 2019 com
seis motorizações. Com dois litros e quatro cilindros, a gasolina temos o 320i (184 cv e 5,7 l/100 km) e o 330i (258 cv e 5,8 l/100 km). A gasóleo, o bloco de dois litros e quatro cilindros será proposto com 150 cv e consumos de 4,2 l/100 km (318d) ou 190 cv e 4,4 l/100 km (320d). A variante 320d xDrive associa o mesmo motor ao conhecido sistema de tração integral da BMW. O único bloco de seis cilindros disponível de início será o 330d, com três litros, 265 cv e média de 4,8 l/100 km. Com exceção das versões 318d e 320d, onde são opção para as transmissões manuais de seis velocidades, todas as motorizações estão associadas à caixa Steptronic de oito velocidades. /
NOVOS MODELOS
NISSAN QASHQAI 1.3 DIG-T
ALTERNATIVA EQUILIBRADA Mil euros. É esta a diferença entre ter o novo motor 1.3 a gasolina da Nissan com 140 cv ou com 160 cv. Uma escolha difícil, apresentada pela primeira vez ao Qashqai TEXTO RICARDO MACHADO
A
o fim de muitos anos a queimar quase exclusivamente gasóleo, o mercado está a mudar. Vítima de má publicidade e de uma perseguição cerrada um pouco por toda parte, o diesel tem vindo paulatinamente a perder terreno para a gasolina. Uma tendência global que se estende, de forma transversal, a todos os segmentos. Nem os “crossover” compactos escapam. Se há meia dúzia de anos as vendas do Nissan Qashqai a gasolina eram pouco mais do que residuais, agora espera-se que venham a dividir o seu “mix” com as do tradicional dCi. O grande responsável por esta recuperação será o novo bloco 1.3 de quatro cilindros, desenvolvido em parceria pela Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e a Daimler. Tem 1332 cc – embora a Mercedes tenha optado pela denominação 1.4 –, com a potência a variar entre os 140 cv e os 160 cv. A caixa manual de seis velocidades é a transmissão de refe-
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rência para o Qashqai que, na variante de 160 cv, pode estrear uma nova caixa de dupla embraiagem. Será a primeira DCT disponibilizada para um Nissan de grande volume. O GT-R já tem uma, mas… No Qashqai, a nova motorização 1.3 DIG-T vem substituir as anteriores 1.2 de 115 cv e 1.6 de 163 cv. Embora sejam mais evidentes no caso da versão menos potente, os ganhos são imediatos em ambos os casos. Independentemente dos cavalos debitados, o novo motor 1.3 DIG-T gasta 5,3 l/100 km. São menos 0,3 l que o motor 1.2 de 115 cv e menos meio litro que o motor 1.6 de 163 cv. Como há mais binário, mais 50 Nm na versão de 140 cv e 20 Nm na de 160 cv, a condução torna-se mais agradável. MENOS CUSTOS DE UTILIZAÇÃO Às vantagens fiscais decorrentes da diminuição dos consumos e da cilindrada, no caso do 1.6, o novo motor 1.3 DIG-T soma uma redução nos custos de utilização. As novas tecnologias
utilizadas na construção do bloco permitem alargar os intervalos de revisão dos 20.000 km para os 30.000 km. Para além de durável, o bloco está mais compacto, contribuindo para o emagrecimento geral do Qashqai. O coletor de escape passa a estar parcialmente integrado na cabeça do motor, para uma maior eficiência térmica, enquanto a cabeça de cilindros Delta otimiza a combustão alojando os injetores ao centro. Estes contam com seis orifícios, para melhor atomização do combustível, e são alimentados por uma rampa comum com 250 bares de pressão, 25% mais que o anterior 1.2. Temporização variável da abertura das válvulas, revestimento de baixo atrito nos cilindros, filtro de partículas e válvula “wastegate” elétrica para o turbo completam a ficha tecnológica do novo bloco 1.3 DIG-T. Tudo somado resulta num motor suave e agradável de conduzir. Naturalmente mais desenvolta, a versão de 160 cv ultrapassa com
mais facilidade que a de 140 cv. Esta, embora não perca terreno para a mais potente, acompanha-a com evidente esforço. Conduzido com tranquilidade, porque o Qashqai não é “crossover” para aventuras, o motor mal se ouve. Em autoestrada o único ruído exterior provém dos espelhos retrovisores. Com o reforço de binário, qualquer das motorizações consegue circular em sexta velocidade com o regime na casa das 1500 rpm, sem engasgos e até com possibilidade de recuperar alguma velocidade. Ultrapassagens ou recuperações rápidas de velocidade só acima das 3000 rpm. Acabado de chegar ao mercado nacional, o novo Nissan Qashqai 1.3 DIG-T de 140 cv custa 26.900 €, mais 600 € que o anterior 1.2 de 115 cv. Por mais 1000 € é possível adquirir a versão de 160 cv. Por mais 1500 € pode trocar a transmissão manual pela caixa de dupla embraiagem com sete velocidades. Um exclusivo da motorização mais potente, que eleva o conforto e a facilidade de condução a um patamar superior. /
SEMPRE O MESMO Tenha 140 ou 160 cv, o motor 1.3 DIG-T gasta sempre 5,3 l/100 km. A diferença de preço é de mil euros
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NOVOS MODELOS
OFENSIVA ELÉTRICA DA PEUGEOT A Peugeot tem em marcha uma ofensiva de eletrificação da sua gama: já em 2019 chegam as versões híbridas plug-in do 508 e do 3008, estando prevista para dois anos mais tarde a chegada do primeiro modelo 100% elétrico TEXTO JÚLIO SANTOS
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s híbridos plug-in passam a ter uma papel central na estratégia da Peugeot e prova disso é o lançamento, já em 2019, de dois modelos com essa tecnologia: o 508, que estará disponível nas versões Berlina e SW, e o 3008. São os primeiros passos rumo à eletrificação plena que, em 2021, conhecerá a primeira proposta. Gilles Le Borgne, vice-presidente da Peugeot para as áreas da Qualidade e Engenharia, justifica a aposta nos híbridos porque “os motores a gasolina continuarão a ter um papel importante no futuro” e porque, nesse contexto, a marca francesa quer proporcionar “as soluções de mobilidade mais eficazes aos seus clientes, das diferentes regiões do Globo”. Por outras palavras, a tecnologia híbrida plug-in é fundamental para que os motores de combustão
alcancem os níveis de emissões que os novos regulamentos irão impor, ao mesmo tempo que têm a vantagem de, naqueles que são os percursos quotidianos da maioria das pessoas, conseguir oferecer todas as vantagens da locomoção elétrica, nomeadamente a isenção total de emissões. Peugeot 508 e 3008 serão, então, os primeiros a dispor, na segunda metade de 2019, da tecnologia híbrida plug in, estando previstos dois tipos de soluções, de acordo com a vocação de cada modelo, podendo a potência combinada ultrapassar os 300 cv. No caso das versões de tração integral, contam com o bloco a gasolina de 1,6 litros, de 200 cv que assegura a tração dianteira, enquanto dois motores elétricos de 80 kW acionam o eixo traseiro. A energia é fornecida por uma bateria de 13 kWh, que pode ser carregada em duas horas e meia. A
transmissão estará a cargo de uma nova caixa automática de oito velocidades que equipará, também, as versões de tração exclusivamente dianteira, que contarão com o mesmo bloco 1.6 PureTech, mas com 180 cv., associado a um motor elétrico de 80 kW, alimentado por uma bateria de 12 kWh. A propulsão 100% elétrica pode, em ambos os casos, funcionar até aos 135 km/h, devendo a autonomia alcançar os 50 km. Quanto às emissões de CO2 serão inferiores a 49 g/km, de acordo com o ciclo WLTP, ou seja, levando já em conta os 50 km de funcionamento do motor PureTech, de 1,6 litros, a gasolina, que ganhou, pelo quarto ano consecutivo, o título de melhor motor do ano 2018. Quanto aos futuros modelos 100% elétricos, que começarão a chegar em 2021, os motores começarão por ser produzidos pela Continental, terão uma potência de 100 kW (136 cv) e serão
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NOVOS MODELOS
ELETRIFICAÇÃO NA PEUGEOT
FOI COM O FASCINANTE PROTÓTIPO E-LEGEND CONCEPT QUE A PEUGEOT NOS DEIXOU “ESPREITAR” O SEU FUTURO “MODO” ELÉTRICO!
alimentados por uma bateria de iões de lítio com 50 kWh de capacidade, capaz de assegurar uma autonomia entre 300 km e 350 km (ciclo WLPT). O tempo de carga varia entre oito horas (numa “wallbox”, em casa) e 30 minutos (80% da carga) nos supercarregadores de 100 kW. A partir de 2022, segundo Le Borgne, os motores elétricos serão produzidos pelo próprio Grupo PSA, em parceria com a empresa japonesa Nidec. NOVA PLATAFORMA A estratégia de eletrificação desencadeada pelo Grupo PSA tem na nova política de plataformas um pilar fundamental. Esta contará, apenas, com duas arquiteturas: a EMP2, estreada em 2013 e a nova CMP (Common Modular Platform). “Esta oferta simplificada será capaz de responder a todas as necessidades do Grupo, em todo o Mundo. Os modelos da gama média e alta, como o 508, por exem-
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plo, utilizarão a EMP2 que preenche todos os requisitos tecnológicos inerentes aos motores diesel e gasolina de alta capacidade, bem como as versões híbridas plug-in. Quanto à plataforma CMP será utilizada pelos modelos citadinos e médios (segmento C), incluindo os SUV desses segmentos e terá uma versão e-CMP vocacionada para os modelos elétricos”. Estará disponível com três versões de distância entre eixos e duas possibilidades de largura de vias, precisamente para dar resposta à vocação específica dos diferentes modelos que a utilizarão. De salientar que, no caso da versão destinada aos veículos elétricos, as alterações levam em conta a colocação da bateria no piso, debaixo dos bancos traseiros e dianteiros, com o propósito de otimizar a distribuição do peso e otimizar o espaço para os ocupantes. O responsável pela Engenharia no Grupo PSA destaca que a nova estratégia de plataformas permite reduzir os custos de desenvolvimento
e produção, sendo igualmente caracterizada pela grande flexibilidade traduzida no facto de veículos com diferentes soluções de propulsão poderem ser produzidos na mesma linha. No caso da nova plataforma CMP, ela foi desenvolvida em parceria com a Dongfeng, a empresa chinesa acionista de referência da Peugeot, levando em conta a forte aposta na eletrificação que a Peugeot e a Dongfeng têm definida para a China. Le Borgne afirma que a nova plataforma CMP foi concebida “tendo em vista a redução das emissões de CO2. Por isso é mais leve cerca de 30 quilos do que as plataformas equivalentes, graças à utilização de aços de alta resistência e elasticidade, alumínio e materiais compostos. Além disso também os aspetos relacionados com a aerodinâmica foram melhorados, assegurando uma redução de 1,5 g de CO2/km, o mesmo acontecendo com a resistência ao rolamento (até menos 2,5 g de CO2/km)”. /
NOVIDADES
OPEL MOKKA X
SEGUNDA VIDA
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empre foi uma situação algo bizarra como é que o SUV mais vendido em toda a Europa era, em Portugal, um modelo pouco mais que secreto… Não havia nenhum segredo por trás dessa situação, afinal o Opel Mokka X era apenas vítima da singular regulamentação ainda em vigor nas portagens das autoestradas nacionais que o colocam como Classe 2, penalizando-o de forma injusta até face a SUV de muitíssimo maior porte e cortando-lhe qualquer hipótese de uma normal carreira comercial. A alteração das regras das portagens, prevista para janeiro, veio dar uma segunda vida ao SUV compacto da Opel que passará a poder entrar no jogo do mais competitivo segmento do mercado. Contando com motores que cumprem a norma antipoluição Euro 6, apenas nas versões de tração dianteira e desde que esteja equipado com Via Verde, o Mokka X passa a ser considerado veículo de Classe 1
nas nossas autoestradas, recuperando assim a competitividade comercial que, justiça seja feita, nunca lhe deveria ter sido retirada. Daí que a Opel esteja a relançar um dos seus mais importantes modelos, com uma campanha e preços que poderão ser bastante interessantes para frotas. Até porque há versões (ver tabela) que, com os habituais descontos frotistas, ficarão abaixo da barreira dos 25.000 € que viu a Tributação Autónoma ser muito penalizada no Orçamento de Estado para o próximo ano. O Opel Mokka X é um SUV compacto de 4,28 m de comprimentos, “design” atraente e interior muito bem equipado, incluindo de série a versão de topo do IntelliLink (Navi 900) com navegação integrada e ecrã tátil de oito polegadas, com a capacidade de integrar os “smartphones” com as aplicações Apple CarPlay ou Android Auto. A nível de motores, estará disponível com o 1.4 Turbo a gasolina de 140 cv – que serve também a variante FlexFuel que funciona a gasolina e GPL – e
TODA A GAMA OPEL MOKKA X
1.4 TURBO “120” 1.4 TURBO FLEXFUEL “120” 1.4 TURBO INNOVATION 1.4 TURBO FLEXFUEL INNOVATION 1.4 TURBO INNOVATION 4X4 1.4 TURBO BLACK EDITION 1.4 TURBO INNOVATION (CX. AUT.) 1.6 CDTI “120” 1.6 CDTI INNOVATION 1.6 CDTI INNOVATION 4X4 1.6 CDTI BLACK EDITION 1.6 CDTI INNOVATION (CX. AUT.)
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CV P.V.P. 140 24.030 € 140 25.330 € 140 26.030 € 140 27.330 € 140 28.730 € 140 27.730 € 140 27.630 € 136 27.230 € 136 29.230 € 136 31.880 € 136 30.930 € 136 31.370 €
com o diesel 1.6 CDTI de 136 cv. Qualquer dos motores pode receber caixa automática de seis velocidades. Neste relançamento do Mokka X, a Opel avança com as séries especiais “120” – antecipando os 120 anos de produção automóvel que se comemoram em 2019 – que serão as versões de entrada na gama, mas já com ar condicionado, vidros traseiros escurecidos, rádio IntelliLink com navegação e ecrã tátil de oito polegadas, sensores de estacionamento à frente e atrás, e espelhos retrovisores elétricos aquecidos e rebatíveis. Em opção, e por apenas 900 €, pode receber ar condicionado automático bizona, sensores de luz e chuva, faróis automáticos, apoio de braço no banco do condutor, gaveta de arrumação sob o banco do passageiro, luzes traseiras em LED e sistema “keyless”. Mas, até 31 de dezembro, a Opel está com uma campanha de “upgrade”, vendendo o nível Innovation pelo preço da série especial “120”, ou seja, uma oferta de 2000 euros de equipamento! /
FORD FOCUS ACTIVE
O FOCO NA EVASÃO RELANÇAMENTO COM PROMOÇÃO A Opel renova a aposta no Mokka X que passará a ser Classe 1 nas portagens, com oferta de 2000 € de equipamento até final de dezembro
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e a Ford já tinha criado versões mais viradas para a evasão, para suaves passeios fora do asfalto, dos mais pequenos Ka e Fiesta, mais sentido faria alargar o conceito Active ao novo Focus. E aí estão os Focus Active, declinados nas carroçarias Wagon e 5 portas, com visual destemido e pronto a enfrentar estradões em terra para fugir à monotonia do asfalto. É claro que estas versões “piscam o olho” à grande popularidade que SUV e “crossovers” vêm conhecendo no mercado europeu, mas não deixam, na sua génese, de ser veículos de passageiros que receberam algumas adaptações para poderem ir mais longe que as versões de que partiram. Em especial em termos de altura ao solo que cresceu graças às molas, amortecedores e barras estabilizadoras específicos, tendo agora mais 30 mm à frente e 34 mm atrás, face aos Focus “normais”. Antecipando a possibilidade da utilização em maus pisos, as rodas são agora de 17’’ em vez de 18’’, com pneus de perfil mais alto (215/55 R17). E a seleção de modos de condução recebeu dois novos que se juntam aos Normal, Sport e Eco: modos Slippery e Trail que tornam a resposta ao acelerador menos incisiva, com o primeiro a ajustar o ESP e controlo
de tração para reduzir a patinagem das rodas, enquanto o segundo afina o ABS e controlo de tração para permitir maior deslizamento das rodas, retirando areia, neve ou lama dos pneus. Claro que estas versões Active do Focus também recebem detalhes estéticos específicos, nomeadamente a grelha e respetiva moldura em tons escuros, tal como restantes proteções da carroçaria que vão do pára-choques dianteiro aos guarda-lamas, à lateral e até à traseira. Os Ford Focus Active já estão disponíveis para encomenda (entregas previstas para Janeiro), com o motor a gasolina 1.0 Ecoboost de 125 cv e os dois diesel, 1.5 EcoBlue de 120 cv e 2.0 EcoBlue de 150 cv. Qualquer dos motores pode estar associado a caixa manual de seis velocidades ou a caixa automática de oito velocidades. A versão a gasolina terá o mesmo preço do Focus “normal” no nível Titanium, enquanto a variante a gasóleo de 120 cv será 1300 € mais cara que o nível Business do Focus “baixinho”. /
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NOVIDADES
MERCEDES CLASSE A LIMOUSINE
UM “A” EM CLÁSSICO
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Mercedes já colocou à venda no mercado nacional – para já em encomendas no seu configurador, entregas a partir de Fevereiro de 2019 – a mais recente carroçaria da “família A”, apelidada de Limousine. É a primeira vez que a gama mais pequena da marca de Estugarda recebe uma berlina clássica que se destaca do CLA por ser 8 cm mais curta, mas 2 cm mais larga e 1,4 cm mais alta. Além, claro, da forma mais tradicional que a Mercedes anuncia como sendo a mais aerodinâmica das berlinas do mercado. Ou seja, em termos de medidas exteriores, o Mercedes Classe A Limousine fica-se nos 4,559 m de comprimento, 1,796 m de largura e 1,446 m de altura. Apesar de ser mais curta que a berlina-coupé, a “limousine” tem maior distância entre-eixos (mais 3 cm, para 2,729 m), garantindo um bom espaço para pernas para os passageiros dos lugares traseiros. Que beneficiam também, pelo formato da carroçaria, de mais espaço em altura para a cabeça, com 944 mm. A bagageira tem capacidade para 420 litros, destacando-se a ampla “boca” de carga que lhe aumenta a funcionalidade. Mas como os carros não “esticam”, apesar de os vãos dianteiro e traseiro estarem reduzidos ao mínimo,
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o menor comprimento do A Limousine face ao CLA nota-se na capacidade da mala, com menos 50 litros. No mercado nacional, o Classe A Limousine é lançado com duas motorizações, uma a gasolina e outra diesel. A versão A 200 conta com o novíssimo motor 1.4 (na verdade tem 1333 cc), desenvolvido numa alargada parceria entre a Daimler e a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, associado a caixa manual de seis velocidades. Motor evoluído, com turbocompressor e injeção direta, a debitar 163 cv e com 250 Nm de binário máximo que faz este A Limousine atingir os 230 km/h e chegar aos 100 km/h em 8,3 s. O consumo médio anunciado é de 5,9 l/100 km. O A 180 d está equipado com caixa automática de sete velocidades 7G-DCT, contando com o já comprovado motor de 1,5 litros, 116 cv e 260 Nm, para um consumo médio de 4,2 l/100 km (206 km/h, 10,6 s de 0 a 100 km/h). O Classe A Limousine já vem equipado de série com itens como acesso sem chave (“KeylessGo”), bancos conforto em pele e tecido, câmara de marcha-atrás, volante multifunções em pele e, claro, o já popular sistema interativo MBUX estreado na nova geração do Classe A. Os preços começam nos 32.350 € para o A 200, ficando o A180 d nos 33.800 €, ou seja, ambos abaixo da fasquia dos 35.000 €. /
NOVIDADES
VOLVO S60
SEM DIESEL MAS BEM APETRECHADO Produzido nos EUA, o novo Volvo S60 não terá motores diesel. Espaço, conforto e muita tecnologia são outros dos traços distintivos deste modelo sueco que chega a Portugal em junho, contando com uma versão híbrida plug-in TEXTO JÚLIO SANTOS
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ara a Volvo é claro que a tecnologia diesel “não fará parte da equação de mobilidade do futuro”, como nos referiu Ragnar Crona, responsável pelo desenvolvimento do novo Volvo S60. Por isso mesmo a marca sueca preferiu otimizar a já conhecida gama de motores a gasolina de quatro cilindros, em que se incluem duas versões híbridas plug-in (Twin engine). “Para nós o caminho é a eletrificação e, por isso, já em 2019 lançaremos o primeiro modelo 100% elétrico” – refere-nos Ragnar Crona. Das duas versões plug-in, apenas a mais potente estará à venda em Portugal, com chegada em junho do próximo ano. O ponto de partida é o bloco a gasolina de quatro cilindros e 2,0 litros de cilindrada que anun-
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QUALIDADE E TECNOLOGIA O S60 prossegue a grande evolução da Volvo, com um habitáculo pleno de qualidade, requinte e conforto, com a tecnologia na ponta dos dedos, em particular no grande ecrã tátil
cia 405 cv (318 cv do motor de combustão e 87 cv do propulsor elétrico), com o motor a combustão a transmitir a potência às rodas dianteiras e o elétrico ao eixo posterior. A velocidade máxima é de 250 km/h. A tração é integral e o fornecimento de energia está a cargo de uma bateria de 10,4 kWh que pode ser carregada nos carregadores da via pública (lentos e rápidos), bem como nas tomadas das nossas casas, assegurando uma autonomia de até 46 km em modo elétrico. Mas o responsável da Volvo com quem falámos disse-nos que está a ser desenvolvida uma bateria de maior capacidade, capaz de garantir uma autonomia acima dos 50 km. Além desta versão T8 vai estar disponível uma variante T5 (com base no mesmo motor de combustão), com 250 cv, sabendo-se igualmente, que o início da comercialização vai ser assegurado pelas versões R-Design que se diferenciam pela aparência desportiva, em que se destacam as jantes de 19 polegadas específicas e, principalmente, a grelha frontal. MUITA TECNOLOGIA Face aos XC 60 e V60 de que recebe a plataforma, o S60 evidencia uma clara preocupação com a dinâmica e com o conforto. Por isso mesmo a suspensão foi significativamente alterada. Tal como acontece nos topos de gama S e V90, todas as principais informações surgem num ecrã central policromático de alta definição, a partir do qual podemos selecionar as principais funções. As principais, porém podem ser operadas a partir dos comandos no volante e algumas (caso do telemóvel) possuem mesmo reconhecimento vocal. É também a partir do ecrã central que podemos selecionar os diferentes modos de condução (Eco, Confort, Dynamic e Individual) que interagem com a suspensão, a resposta do acelerador, a direção e a capacidade de regeneração de energia (no caso das versões híbridas). Os preços do novo Volvo S60 não estão ainda definidos. /
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FISCALIDADE AUTOMÓVEL
ORÇAMENTO VOLTA A ATACAR! Entre aumentos de preços aparentemente incontornáveis a partir de janeiro, pela entrada em pleno da norma WLTP, e empresas em dificuldades pelo brutal incremento da Tributação Autónoma, o mercado automóvel estuda formas de resistir ao Orçamento de Estado de 2019 TEXTO SÉRGIO VEIGA
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Orçamento de Estado para 2019 não é propriamente amigo para o automóvel, voltando a ir buscar mais uns largos milhões de euros ao setor que mais contribui para o equilíbrio das contas do Estado. A proposta para o próximo ano prevê uma receita de 803 milhões de euros em ISV (mais 18 milhões ou 2,3% que em 2017) e de 395 milhões de euros em IUC (mais 33 milhões ou 9,1% que em 2017). Além do que será cobrado a mais em IVA e no ISP. A entrada em vigor da norma WLTP de medição de emissões de CO2 veio criar uma situação de quase “pandemónio” fiscal, com o cálculo do ISV a ser agora um autêntico quebra-cabeças. Não só porque a própria norma implica que um mesmo modelo possa ter muitos níveis de emissões, em função até dos próprios equipamentos, mas também porque, sem saber exatamente os efeitos do WLTP no aumento das emissões, o Governo arranjou uma fórmula de cálculo do ISV que passa por uma tabela de “desconto” de emissões por patamares, antes da aplicação das normais tabelas da componente ambiental. Um expediente válido, para já, para 2019, não se sabendo, por isso, o que sucederá em 2020. Mas é de esperar que já seja possível arranjar uma tabela, digamos, “normal” de cálculo direto… Este é um dos pontos que está a preocupar bastante o mercado, pois a entrada em vigor da nova fiscalidade, em janeiro de 2019, poderá levar a um aumento generalizado do preço final dos automóveis, mais elevado nos que tiverem maiores níveis de emissões. Mas há um outro ponto que inquieta o setor pois poderá levar a grandes transformações e até, ao extremo, a um arrefecimento preocupante das vendas:
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o aumento da Tributação Autónoma, em especial a que recai nos automóveis do escalão mais baixo (preços até 25.000 €) que sobe 50% (de 10 para 15%) poderá levar muitas empresas a reconsiderar a figura de “carro de serviço”. Em tese, e levando esta análise até um ponto extremo, as empresas poderão vir a concluir que a atribuição de um carro a um funcionário deixa de compensar pelos elevados custos fiscais inerentes podendo, ou negociar a passagem desse “peso fiscal” para o funcionário, ou pura e simplesmente abandonar ou reduzir drasticamente a compra de automóveis. E esse é um temor que atravessa, ainda que em surdina, todo um setor que depende em quase dois terços destas vendas empresariais! AS MARCAS E O BRUTAL AUMENTO DA TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA Por enquanto, contudo, o discurso das principais marcas ainda é de (aparente) tranquilidade, nomeadamente no que aos aumentos da Tributação Autónoma diz respeito. “Os atuais escalões estão ‘congelados’ desde 2014 e nunca foi tida, por exemplo, em consideração, a inflação para a atualização destes escalões”, recorda Ricardo Oliveira, diretor de comunicação da Renault Portugal. “Não nos cabe discutir o aumento do valor do imposto, mas
pensamos que os patamares de acesso a cada escalão deveriam ser revistos tendo em conta a inflação dos preços dos últimos 5 anos. A Renault e a Dacia terão sempre a oferta possível para cada tipo de cliente e para responder às suas exigências e necessidades. É provável que essa oferta seja adaptada devido ao inevitável aumento do ISV, mas manteremos uma oferta que será certamente competitiva”. “A Tributação Autónoma devia assentar numa fórmula progressiva, sem escalões, assim evitar-se-iam distorções no mercado”, opina Armando Carneiro Gomes, Country Manager da Opel Portugal que deixa o alerta: “O aumento proposto para o escalão mais baixo vem agravar ainda mais o peso dos impostos que recai sobre um setor já demasiado sobrecarregado”. O responsável da Opel promete, contudo, que a marca dará resposta a mais este “obstáculo”. “Teremos de adaptar as nossas soluções para garantir que continuamos competitivos num mercado importante como é o das frotas de empresas. Já em janeiro teremos o reforço de dois modelos decisivos, o Combo, do lado dos comerciais, e o Grandland X, do lado dos SUV”. Ricardo Tomaz, diretor de comunicação da SIVA (VW, Audi e Skoda, entre outras), diz mesmo que “a alteração dos escalões da tributação autónoma é a surpresa desagradável
AS EMPRESAS PODERÃO VIR A CONCLUIR QUE A ATRIBUIÇÃO DE UM CARRO A UM FUNCIONÁRIO DEIXA DE COMPENSAR PELOS ELEVADOS CUSTOS FISCAIS INERENTES. E ESSE É UM TEMOR QUE ATRAVESSA, AINDA QUE EM SURDINA, TODO O SETOR AUTOMÓVEL QUE DEPENDE EM QUASE DOIS TERÇOS DESTAS VENDAS EMPRESARIAIS!
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deste orçamento”, explicando que “ao aumentar fortemente a taxa do escalão menor, tem impacto no custo dos fatores de produção das PME que são a grande maioria do tecido empresarial”. Quanto à forma como a SIVA irá reagir, explica: “A abordagem às empresas faz-se sempre com base em propostas de valor adaptadas ao mercado. Os efeitos fiscais são realidades exógenas que temos que integrar e minimizar. No nosso caso, as marcas da SIVA têm um portfólio muito completo que permite adaptar a nossa oferta a várias realidades: se a tendência é o ‘downsizing’, temos pequenos motores a gasolina bem adaptados às necessidades de utilização de empresas e particulares. Se os consumos e o CO2 se tornam mais prementes em termos de TCO, temos motores muito otimizados – com o sistema ‘mild hybrid’ nomeadamente. Mas tudo isto pressupõe um enquadramento fiscal justo e estável”. Incomodado com a continuação da “procura de receita fiscal sobre um dos setores de atividade mais tributados, o setor automóvel”, Eduardo Mendes Antunes, diretor de Fleet & Business da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), elucida quanto à opção pelo aumento da Tributação Autónoma: “Existe uma procura do legislador em acentuar a tributação em sede de IRC
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dos chamados ‘fringe benefits’, como são encaradas as viaturas de serviço da maioria das frotas empresariais, por forma a compensar o que não é tributado em sede de IRS aos colaboradores das empresas, o que se comprova com o aumento de 50% verificado no 1.º escalão de TA, veículos até 25.000 €, precisamente o que tem maior expressão no parque circulante de frotas, incidindo maioritariamente sobre viaturas dos segmentos B e C”. A Fiat, em concreto, mas também as outras marcas da FCA têm apostas com que procurarão manter-se competitivos no mercado: “Temos uma evolução natural da gama já no final deste ano e em 2019, no que respeita ao lançamento de motorizações diesel e gasolina tecnologicamente evoluídas e mais adaptadas ao novo enquadramento do normativo WLTP. Temos assim a continuidade da aposta no motor 1.3 Diesel de 95 cv, uma das motorizações mais versáteis, com um TCO de referência e que equipa diferentes viaturas das nossas Marcas, bem como o lançamento de duas motorizações gasolina – 1.0 de 120 cv e 1.3 de 150 cv –dinamicamente evoluídas e com reduzidas emissões de CO2, bem como a entrada do Grupo nas motorizações alternativas 100% elétricas, no final de 2019”.
Apesar o brutal aumento da TA no primeiro escalão não preocupar diretamente uma marca como a BMW, não deixa de causar inquietações por via indireta, como fez questão de nos frisar João Trincheiras, diretor de comunicação do BMW Group: “O maior impacto é no 1.º escalão que não tem expressão no total de vendas a empresas realizadas pela BMW. Ainda assim, é expectável que as empresas comecem a pensar de uma forma transversal passar a responsabilidade fiscal para a esfera do colaborador (IRS)”, alerta. Quanto a estratégias para enfrentar esta nova situação, João Trincheiras divide o BMW Group em duas vertentes bem distintas: “Para a BMW estar no 1º patamar dos 25 mil euros nunca foi o foco, pelo que não haverá qualquer esforço nesse sentido. Já na Mini, naturalmente que existem modelos que se enquadram nestes limites”. NEUTRALIDADE FISCAL PROMETIDA MAS NÃO CUMPRIDA Voltando à questão da adoção da norma WLTP da medição de emissões de CO2 que levará a um aumento dos valores a considerar para efeito do cálculo da componente fiscal do ISV. É verdade que o Governo prometeu garantir a neutralidade fiscal, de forma a que os automó-
O GOVERNO TRABALHOU SOBRE UM ESTUDO DA UE DE AGOSTO DE 2017, QUE APONTAVA PARA UM AUMENTO DAS EMISSÕES EM 21% PELA NORMA WLTP, QUANDO OS ESTUDOS DAS MARCAS ALERTAVAM PARA QUE ESSE AUMENTO PODERIA CHEGAR AOS 29%. ESSA DIFERENÇA SERÁ “PAGA” AGORA NO AUMENTO DO ISV...
veis não pagassem mais ISV em 2019 porque, no fundo, trata-se sempre do mesmo carro, apenas com as emissões medidas de forma diferente… Para isso arranjou a tal tabela de “desconto” de emissões que, no entanto, parece ficar aquém do que irá realmente acontecer, o que poderá mesmo levar a aumentos de preços em Janeiro de 2019. “Assumindo o princípio da neutralidade fiscal que está refletido na proposta do Orçamento do Estado para 2019, não esperamos impacte relevante nos preços”, diz Armando Carneiro Gomes (Opel). “Do nosso lado, fizemos uma transição atempada e temos a nossa gama de produtos preparada e homologada de acordo com o WLTP, sem que isso tivesse afetado preços, de uma forma geral”. João Trincheiras (BMW) ainda preferia esperar pela “aprovação das tabelas definitivas de forma a calcular os devidos impactos”. Há, contudo, quem não esteja nada convencido da prometida neutralidade fiscal e anteveja inevitáveis aumentos de preços. A razão é simples e já aqui tínhamos alertado em Agosto: o Governo trabalhou sobre um estudo da União Europeia de Agosto de 2017, feito com uma reduzida amostragem e que apontava para um aumento das emis-
sões em 21% por via da entrada em vigor da norma WLTP, quando os estudos das marcas alertavam para que esse aumento poderia chegar aos 29%. Ou seja, a tabela agora feita de “desconto de emissões” serve para neutralizar os tais 21%, mas como o aumento dos valores das emissões é superior, há uma parte que será penalizada em ISV… “O esforço de desagravamento do ISV através dos fatores de redução de CO2 propostos no Orçamento de Estado não é ainda suficiente”, declara Ricardo Tomaz (SIVA). “Nos escalões mais baixos, nomeadamente nos motores a gasolina, os cálculos apontam para um efeito relativamente neutro. Mas nos escalões mais altos – sobretudo no diesel acima de 160 g/ km, para o qual vários modelos ‘saltam’ com a medição WLTP – o fator de 5% está longe de minimizar o impacto e deve ser revisto, o mesmo acontecendo com o fator de 17% do escalão logo abaixo. Agravamentos fiscais decorrentes do WLTP são injustos porque o veículo não emite mais CO2 do que emitia antes, apenas é medido de forma diferente”. Ricardo Oliveira (Renault) consegue mesmo quantificar os riscos da entrada em vigor da nova norma: “Os aumentos, em alguns casos, podem ser superiores a 1500 € num modelo de gama média, aumentos que poderão ter um impacto muito negativo no mercado em 2019”. E não tem dúvidas quanto à falha do objetivo da neutralidade fiscal: “É seguro dizer que o fator de correção introduzido no OE-2019 para neutralizar a passagem ao ciclo de homologação WLTP é manifestamente insuficiente face ao que será a realidade que conheceremos no início do próximo ano. Estudos já realizados em Portugal demonstram uma diferença significativa entre o incremento médio real das emissões e o que foi tido em conta para o documento do OE, pelo que esperamos um agravamento praticamente generalizado do ISV, mais acentuado nas motorizações diesel”. Eduardo Mendes Antunes (FCA), mesmo sem quantificar, concorda que virão aí aumentos a nível da carga fiscal, apesar das tentativas do Governo de “controlar os danos” do WLTP: “Continua a ser uma promessa vincada pelo Secretário de Estado das Finanças que não é objetivo do Governo que os automóveis aumentem o preço final ao cliente por via de impostos. Contudo, o que é conhecido atualmente é o facto que, se tudo se confirmar como proposto, existirá em 2019 um aumento médio da carga fiscal no preço final das viaturas na ordem dos 28%, segundo o estudo conduzido pela ACAP”. O mercado de ligeiros desacelerou em setembro e outubro, depois de um agosto muito forte a antecipar uma subida de preços que se antecipava para o mês seguinte e que acabou por não suceder. Será que iremos ter um mês de dezembro de muitos carros novos no “sapatinho”? /
VENDAS EMPRESARIAIS SÃO SUSTENTO DAS MARCAS
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e o agravamento do ISV e do IUC afetará transversalmente todo o mercado automóvel, o aumento previsto da Tributação Autónoma recairá exclusivamente nas vendas profissionais. Que, desde há longos anos, são as que “alimentam” as maiores marcas a operar em Portugal, sendo a maior fatia do bolo das suas vendas. “É sobejamente conhecido o significativo peso que as frotas têm no mercado automóvel português e na Renault, enquanto marca líder, o peso das vendas profissionais é proporcional ao do mercado”, resume Ricardo Oliveira. Há, contudo, quem seja mais específico e quantifique claramente o peso do setor profissional nas vendas da sua marca. “As vendas da Opel a clientes profissionais, de pequenas a grandes frotas, rondam os 60% do total anual. E cerca de um terço desta fatia é rent-a-car”, explica Armando Carneiro Lopes. Já no BMW Group (BMW e Mini), segundo João Trincheiras, “o peso das vendas a profissionais é cerca de 60 %, com os rent-a-car na ordem dos 10% e as empresas nos 50%”. Também Ricardo Tomaz, da SIVA, quantificou o peso das vendas empresariais: “No caso das nossas marcas, cerca de dois terços das vendas são referentes a clientes ‘empresa’, incluindo o rent-a-car. Trata-se de um valor médio da Volkswagen, Audi e Skoda, que varia segundo as marcas”. Por fim, também a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) tem uma forte exposição ao mercado empresarial, segundo nos explicou Eduardo Mendes Antunes: “As vendas a clientes profissionais, entre ligeiros de passageiros e de mercadorias, têm atualmente um peso superior a 65% do volume de vendas de viaturas novas da FCA Portugal, através dos canais Fleet e RAC, com a primeira a conquistar cada vez mais peso e importância no Grupo FCA, em geral e na FCA Portugal, em particular”. /
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GESTORAS DE FROTAS ANTECIPAM MUDANÇAS Entre subida da Tributação Autónoma e incentivos a motorizações alternativas previstos no Orçamento de Estado de 2019, as gestoras de frotas preparam-se para o movimento de mudança progressiva do parque automóvel das empresas TEXTO SÉRGIO VEIGA
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ma óbvia má notícia e uma certa forma de procurar forçar o mercado a dirigir-se para as motorizações alternativas, seja as elétricas ou híbridas. Assim encararam as empresas gestoras de frotas o Orçamento de Estado para 2019, em especial o incremento em cinco pontos percentuais mas que, na prática, corresponde a um aumento de 50% (de 10 para 15%) da Tributação Autónoma nas viaturas do primeiro escalão, ou seja, as que custam até 25.000 €. Um esforço consideravelmente maior para as empresas nos veículos de preço mais reduzido, quando comparado com o aumento da Tributação Autónoma no escalão dos veículos a partir dos 35.000 euros, cuja taxa passou de 35 para 37,5%, ou seja, um aumento de 7,1 %. Sendo que, no caso de a empresa apresentar prejuízo, se manter o acrescento de mais dez pontos percentuais às taxas de Tributação Autónoma a pagar… “Este cenário irá refletir-se num aumento da carga fiscal sobre os carros das empresas, sobretudo nos veículos de segmentos mais baixos, mas também é natural que haja um reposicionamento dos preços por parte das marcas automóveis”, diz-nos Pedro Pessoa, diretor comercial da LeasePlan. “Contudo, o renting vai continuar a ter vantagens fiscais, uma vez que a Tributação Autónoma [TA] incide sobre os custos decorrentes da utilização com o veículo. Como a amortização é menor, a base sobre a qual incide o cálculo da TA é inferior”. Já Gonçalo Cruz, “Head of Arval Consulting and Corporate Vehicle Observatory”, vê este agravamento da TA como um fardo adicional com um peso importante para as pequenas e médias empresas: “Esta medida implica um esforço financeiro substancial, não só para as grandes empresas mas, principalmente, para o tecido das pequenas e médias empresas, parte essencial da economia nacional”, avisa. “Quando vemos um aumento de impostos tão significativo num instrumento de mobilidade de pessoas e bens tão importante para as empresas, cumpre-nos alertar que isso irá afetar não só o mercado automóvel, como a atividade das empre-
sas e, consequentemente, a sua competitividade, promovendo-se a importação”. Já Nuno Jacinto, diretor comercial da ALD Automotive, opta por fazer a ligação do aumento da carga fiscal a uma tentativa de direcionamento do próprio mercado: “Este agravamento da carga fiscal associada à frota tradicional com motores a combustão, irá apresentar às empresas desafios acrescidos no ‘trade off’ da escolha da tipologia de viatura e na sua atribuição a colaboradores. Ainda que seja percetível a intenção do Estado em aumentar a competitividade fiscal das viaturas elétricas e híbridas plug-in, é necessário que estas medidas sejam acompanhadas por outras ações, como o desenvolvimento da rede nacional de carregamentos ou a compatibilização da estratégia das marcas, disponibilizando viaturas adequadas às condições de mercado, com prazos de entrega atempados e enquadramento na eficiência de custos e fiscal das empresas”. PROBLEMAS CRIADOS PELO WLTP Já no que respeita aos novos valores do Imposto Sobre Veículos (ISV) ou até do Imposto Único de Circulação (IUC), derivados da adoção das normas WLTP de medição das emissões de CO2 – que resultarão em valores superiores –, estas três gestoras de frotas têm entendimentos algo distintos. “A implementação da nova metodologia de cálculo das emissões de CO2, com base no novo ciclo WLTP, terá como consequência agravamentos do ISV e IUC. Estima-se que as taxas de ISV subam um pouco mais de 1% em 2019, mas desçam nos automóveis menos poluentes”, opina Pedro Pessoa. O diretor comercial, da LeasePlan mostra-se, no entanto, bastante otimista: “É de salientar que o Governo já veio propor ajustamentos à norma transitória das emissões de CO2, pelo que o impacto será previsivelmente menor”. Do lado da Arval, Gonçalo Cruz mostra um cenário um pouco mais complexo: “A receita fiscal do Estado irá aumentar, não por força da
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fiscalidade, ligeira alteração das taxas de ISV que sofrem um aumento genérico de cerca de 1,47% mas, essencialmente, pelo consequente aumento do valor do ISV e do IUC, cujas formulas de cálculo estão indexadas aos valores de emissões de CO2”. Mas Gonçalo Cruz alerta que o maior problema nem vem propriamente do aumento dos valores das emissões: “Com os novos procedimentos de medição de CO2 decorrentes do WLTP, com mais procedimentos de medição de que resultam milhares de combinações e resultados de emissões de CO2, não é possível conhecermos em tempo útil qual será o valor de emissões de cada viatura. Assim, o OE2019 inclui uma medida de correção transitória, tendo por base um estudo oficial elaborado pelo Joint Research Center da Comissão Europeia, que reduz os efeitos do apuramento do imposto em percentagens que variam entre 5% e 24%, estimando um aumento médio de 20% nos valores de emissões de CO2 com o WLTP… quando a indústria automóvel estima um aumento médio de cerca de 29%. Presume-se que esta diferença será paga na forma de mais imposto”. Preocupação semelhante refere Nuno Jacinto, da ALD Automotive: “A inclusão do WLTP trouxe constrangimentos ao mercado de frotas, com a necessidade de testar individualmente as diversas combinações de motor, caixa de velocidades, carroçaria e equipamentos, gerando milhares de resultados possíveis em termos de CO2. A gestão das soluções automóveis existentes, através de modelos descontinuados, modelos por homologar e uma base de dados de produto infindável em termos de CO2 provocou algumas dificuldades na apresentação de soluções aos nossos clientes”. Esta gestora de frotas lançou mesmo a plataforma digital Energy (https://energy.aldautomo-
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adaptarem modelos de gestão mais económicos, eficientes e que passam também por avaliar a tipologia de viaturas”. Pedro Pessoa (LeasePlan) também vislumbra a possibilidade de os veículos elétricos continuarem a sua lenta progressão: “Para quem prefere manter as motorizações tradicionais, existirá pressão ao nível do equipamento dos veículos e segmentos escolhidos. No entanto, acredito que possa estimular a transição para os veículos elétricos, tendo em conta os incentivos que estão previstos na proposta do OEVÁRIAS SOLUÇÕES NA MESMA FROTA 2019, em que os veículos elétricos se mantêm É assumido que o próprio Orçamento de Estado isentos da tributação, além de continuarem os de 2019 força um pouco um direcionamento do incentivos à sua adoção, com o financiamento mercado para as motorizações alternativas, mas do Fundo Ambiental”. “Está em curso uma alteração ainda será uma movimentação significativa no panorama auténue certamente. “Quando tomóvel e é essencial implese fala em redução de custos, mentar frotas alinhadas com procura-se primeiro manter necessidades reais, de acordo o mesmo tipo de viaturas a um É ASSUMIDO com alterações fiscais, condicusto mais baixo. Ainda pensaQUE O PRÓPRIO cionalismos de circulação nas mos assim na maioria das emORÇAMENTO DE cidades, alterações nas prepresas e o Estado agradece”, ESTADO FORÇA ferências das novas gerações, refere Gonçalo Cruz (Arval). UM POUCO A UM novas restrições às emissões “Mas a tendência para mais DIRECCIONAMENTO poluentes impostas pela EU, empresas avaliarem tipologias DO MERCADO PARA aumento do custo da tecnolodiferentes, particularmente AS MOTORIZAÇÕES gia para cumprimento da nova com recurso às novas tecnoALTERNATIVAS regulamentação, introdução logias, é evidente. É por este de motorizações alternativas, motivo que a Arval tem hoje etc.”, defende Nuno Jacinto uma abordagem cada vez mais (ALD Automotive). “As polícompleta junto dos seus clientes, promovendo uma verdadeira análise TCO. ticas de viaturas terão de se ajustar a este novo Não seremos honestos, se mostramos aos clien- paradigma, em função do comportamento de tes apenas uma componente do TCO, como utilização. A análise do Total Cost Mobility asseja, o consumo de combustível ou até o valor sume importância vital numa escolha racional e de um aluguer mensal. Sabemos que desta for- eficiente, sendo que nas frotas poderão coexistir ma, estamos a apoiar as empresas a reverem e diferentes soluções de propulsão”. / tive.pt/) para ajudar os seus clientes a perceber qual a motorização mais indicada para o seu caso pessoal. Porque, explica Nuno Jacinto, “apesar do Total Cost Onwership (TCO) de um veículo diesel ser normalmente mais vantajoso que o de um veículo elétrico, com a adição dos sistemas de despoluição, imposto sobre veículos e AdBlue, poderemos ter, num futuro próximo, um cenário em que o TCO de um veículo a gasóleo possa estar ao nível do TCO de um veículo elétrico, híbrido ou a gasolina”.
CARRO DO MÊS
4 CIL.
8,3 S
4,5
119 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
L/100 KM
CLASSE C
204 CV
221,70 € IUC
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AUDI A6 40 TDI AVANT
UMA BOA REFERÊNCIA A quinta geração do Audi A6 Avant é uma carrinha totalmente nova que reúne conteúdos inovadores e um dos melhores pacotes tecnológicos da sua classe. A versão 40 TDI tem 204 cv é a mais acessível de toda a gama e aquela que mais pode interessar também a nível de frotas TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOGRAFIA LUIS VIEGAS
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CARRO DO MÊS
AUDI A6 40 TDI AVANT
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ançado em simultâneo com a berlina, o novo Audi A6 Avant rompe com o estilo mais conservador do seu antecessor, numa clara resposta aos que anteriormente criticavam a marca alemã de manter sempre o mesmo estilo, de uma geração para a outra. Em Portugal, o importador quer aproveitar essa mudança para equilibrar o “mix” de vendas entre a carrinha e a berlina porque se, até aqui, a versão Avant representava 80 por cento das vendas, no futuro o objetivo é atingir uma relação 50/50, em linha com os seus concorrentes da BMW e da Mercedes. O mesmo se pretende com o “mix” entre vendas a frotas e a particulares que, na anterior geração, tinha uma relação 79/21, ainda que esta seja uma tendência mais difícil de alterar, face à diversidade de meios de financiamento existentes para as empresas e particulares. Independentemente das condicionantes, a nova geração do A6 tem tudo para vencer, num mercado cada vez mais disputado, nomeadamente na faixa de uma clientela mais familiar que vê na versão Avant a resposta para as suas necessidades.
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CAIXA S TRONIC A caixa automática S Tronic de sete velocidades, além de tornar a condução mais agradável e suavizar o funcionamento do motor contribui para reduzir o consumo. O custo do combustível ao fim de 80 000 km é de 5234 €
ASPETO DESPORTIVO O aumento das dimensões exteriores, não sendo muito grande (o comprimento tem a mesma medida do da berlina, em relação à qual só tem mais um centímetro de altura) não impediu que o “design”, para além de diferente, tenha o mesmo impacto que a limousine do ponto de vista emocional e desportivo. Para essa perceção contribui a enorme grelha “single frame” inserida numa frente mais poderosa graças a traços que realçam
uma aparência mais musculada. O “spoiler” colocado na parte traseira sobre a mala faz aumentar visualmente a silhueta, ao mesmo tempo que destaca o perfil mais desportivo que propositadamente o departamento de “design” quis acentuar. O capot mais longo e o habitáculo mais recuado, juntamente com a parte da mala mais curvilínea, garantem entretanto uma fluidez aerodinâmica marcada por um dos Cx (0,27) mais baixos da sua classe, apontamento que reduz
AUDI A6 40 TDI AVANT
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 1123,79 € 4 anos/80 000 km INCLUI Manutenção preventiva e correctiva; Seguro de Danos Próprios e Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC; IPO; Despesas e Burocracias de Abertura do Processo. Valor inclui IVA Contrato Leaseplan
Barras de tejadilho em alumínio; Faróis LED; Luzes de circulação diurna em LED; Sensores de luz e chuva; Sensores de estacionamento (F/T); MMI de navegação com touch response; Audi connect navigation & infotainment; Start-Stop com recuperação de energia; Audi Drive Select; Assistente de máximos; Bluetooth; Ecrã central duplo tátil; Audi Pre Sense Front; Suspensão dinâmica; Garantia de 4 anos ou 80 000 km
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
62 542€ 33 147€ 29 395€ 1 865€ 5234 € 36 494€ (45,62)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 59.950 € (versão ensaiada) // MOTOR Gasóleo; 4 cil.; 1968 c.c.; 204 CV; 3750-4200 rpm // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 8,75 KG/CV // TRANSMISSÃO Auto. de 7 velocidades // PESO 1785 KG // COMP./LARG./ALT. 4,93/1,88/1,49 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,92 M // MALA 565-1680 L // DESEMPENHO 8,3 S 0-100 KM/H; 241 KM/H VEL. MÁX.; // CONSUMO 4,5 (5,8*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 119 G/KM (Classe C) // IUC 221,70 €
CONSUMOS/ EMISSÕES/ CONFORTO EQUIPAMENTO DE SÉRIE / CAPACIDADE DA MALA
*As nossas medições
PAINEL DIGITAL Parte da informação e a maioria dos comandos divide-se por dois painéis centrais digitais
AUDI DRIVE SELECT O modo mais ecológico permite uma poupança de combustível significativa
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AUDI A6 40 TDI AVANT
DESIGN MODERNO O novo Audi A6 Avant rompe com o estilo mais conservador do seu antecessor. Para essa mudança contribuem várias mudanças como a grelha “single frame” e um conjunto de traços que reforçam o aspeto desportivo
os ruídos aerodinâmicos, ao mesmo tempo que contribui para diminuir os consumos nas velocidades mais elevadas. É todo este exercício cirúrgico que dá à forma do novo Audi A6 Avant uma relação proporcional diferente das anteriores receitas, ao mesmo tempo que mantém um compartimento de carga espaçoso, ainda que a sua capacidade de 565 litros, que pode aumentar até 1680 litros, esteja aquém da de algumas carrinhas mais pequenas e “fora do baralho” das marcas premium. NOVOS CONTEÚDOS Estão nessa situação, o VW Passat Variant (650 litros), o Skoda Otavia Break (610 litros) ou até o novo Ford Focus Sportbreak (608 litros). No clube das marcas premium o novo A6 está à frente do Série 5 Touring, mas tem uma mala menos generosa que a do Classe E da Mercedes. Para compensar tem um acesso mais baixo e um conjunto de funcionalidades que ajudam a arrumar melhor os objetos, como o kit de fixação de carga com barra telescópica, opção que permite uma divisão mais individualizada da bagageira. O facto de a abertura da mala e da chapeleira ser elétrica facilita o acesso a esse espaço, com mais 35 litros que na berlina. Um acesso ajudado pelo sensor de abertura com o movimento do pé, solução que começa a ser banal nas carrinhas. A habitabilidade também cresceu, notando-se que, atrás, o espaço para as pernas aumentou em relação ao modelo an-
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terior. Ao ser mais alto e mais largo, o interior torna-se mais espaçoso e confortável. Um conforto que resulta de outros fatores como um aumento significativo da qualidade e novos conteúdos como o aumento dos comandos digitais divididos pelos dois ecrãs, um superior de 10,1 polegadas e um inferior de 8,6 polegadas como suporte do sistema MMI, agora com feedback háptico e acústico, duas novidades que tornam a sua utilização mais intuitiva. A instrumentação é toda digital e assume várias configurações, enquanto a rede Wi-Fi permite colocar todos os ocupantes em rede. BAIXOS CUSTOS DE UTILIZAÇÃO Outra novidade é a tecnologia “Mild-hybrid”, ajuda elétrica que reduz os consumos e as emissões. Se nos motores de 6 cilindros é aplicado um sistema elétrico primário de 48 Volts para suportar essa ajuda, nesta versão 2.0 TDI de 204 cv, a rede elétrica é de 12 Volts. Nos dois casos o alternador funciona em conjunto com uma bateria de iões de lítio pelo que, em condições reais, reduz o consumo para médias da ordem dos 5 l/100 km e diminui os custos totais de utilização (45,62 €/100 km) Esta pequena ajuda elétrica nada tem a ver com os sistemas híbridos convencionais, pois o A6 Avant nunca funciona em modo elétrico. Isso não invalida que, em determinadas circunstâncias e num intervalo de velocidades entre os 55 e os 160 km/h, o motor 2 litros
possa ser desligado (roda livre). Com tração dianteira, esta versão 40 TDI vem equipada com uma caixa S tronic de sete velocidades de dupla embraiagem, cujo escalonamento e funcionamento bastante suave contribuem para uma condução descontraída e económica. Comparativamente às rivais, esta carrinha é uma das mais equilibradas na relação dinâmica/conforto. Relação que pode ser valorizada se optarmos pela tração quattro que, nesta versão Diesel menos potente, tem a designação “ultra” por ser constituída por uma embraiagem multidiscos, que gere a distribuição da potência entre os dois eixos, podendo inclusivamente desligar o eixo traseiro quando as circunstâncias não exigem uma ligação ao solo tão exigente. O Audi drive select permite que o A6 Avant assuma várias atitudes, desde um comportamento mais económico e ecológico até uma reação mais desportiva, passando por uma postura mais confortável. De acordo com cada programa assim o controlo dinâmico da direção, a suspensão com controlo de amortecimento e a caixa de velocidades assumem afinações diferentes. Em resumo, o novo A6 Avant volta a ser uma das referências do seu segmento. Referência com posicionamento de preço em linha com o do Série 5 Touring da BMW e o do Classe E Station da Mercedes, bem como rendas e custos de manutenção e utilização interessantes. /
ENSAIO
VOLVO S90 2.0 D4 GEARTRONIC
SIM, IMPRESSIONA Originalidade, qualidade convincente, tecnologia e uma mecânica evoluída asseguram ao Volvo S90 2.0 D4 uma dinâmica competente e baixos custos de utilização. Mas tem muito mais para impressionar as empresas graças a um valor residual em evolução TEXTO JÚLIO SANTOS
P
oderíamos dizer que na Volvo já nada nos impressiona, tal a evolução que a marca registou nos últimos anos. Porém, ao fim de alguns quilómetros ao volante do Volvo S90 D4 Momentum reparámos em algo que não é um detalhe e que nos causou espanto: a unidade que estávamos a ensaiar tinha mais de 20 mil quilómetros. Mais do que a ousadia da Volvo de submeter para apreciação um carro já com “alguma estrada”, demostração de confiança que não será gratuita, impressionou-nos o estado impecável de todos os componentes. Aos que sorriem e dizem que
“20 mil quilómetros não é nada” respondemos com o tratamento “intensivo” (não poucas vezes abusivo) a que são submetidos os carros de teste. Aos que, percebendo isso, partilham agora dessa nossa admiração remetemos (como fizemos) para os estudos de fiabilidade que colocam sistematicamente a Volvo no topo das preferência ou apreciações positivas por parte dos utilizadores. As coisas começam a fazer sentido! Poucas terão sido as vezes em que ficámos tão convencidos da qualidade de um modelo como ao cabo desta experiência. Afinal, a Volvo continua a surpreender-nos! Já o tinha feito quando, há três anos, apresen-
4 CIL.
8,2 S
4,6 L
121 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE D
190 CV
255,71 € IUC
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tou a Série 90 (XC, V e S) que se propunha desafiar as referências alemãs, com um estilo próprio, com linhas ao mesmo tempo clássicas mas plenas de personalidade. Foi muito bem-sucedida. Até porque a essa aparência elegante juntou, no interior, detalhes cativantes. Qualidade, funcionalidade e sobriedade são os pilares essenciais desse requinte nórdico que os Volvo têm vindo a aprofundar, e que complementa com a introdução das tecnologias mais avançadas de apoio à condução, segurança e conectividade, merecendo destaque especial, neste caso, o “display” central de grande dimensões “onde tudo acontece”. Embora algumas funções possam ser operadas a partir dos comandos no volante, ou mesmo mediante instrução vocal, é a partir do ecrã central de alta resolução que acedemos a um “fabuloso mundo novo”, tão diverso quanto as mil e uma possibilidades que nos abre a ligação à Internet. Um compêndio de tecnologia que cumpre com as expetativas de todos, variando entre o Pilot Assist, que nos aproxima da experiência de condução autónoma, e a panóplia de dispositivos de segurança, como a travagem de emergência, sem intervenção do condutor, confirmando-nos que esta continua a ser uma matéria especialmente grata à Volvo. Tão grata quanto a qualidade de vida a bordo, com o S90 a brindar-nos com bastante espaço
(principalmente na traseira), com uma insonorização perfeita e, portanto, com níveis de conforto que encaixam naquilo que imaginamos num automóvel de luxo. Se a solidez da plataforma SPA é muito importante, o papel determinante cabe aos bancos que foram desenhados por especialistas em ergonomia. O que explica que, mesmo após bastantes horas ao volante não sintamos o mínimo sinal de fadiga. E se aquilo que mais nos apetece é continuar é, também, porque dinamicamente o S90 D4 Momentum é uma boa surpresa. As dimensões, com um comprimento que não fica longe dos cinco metros (4,96 metros), asseguram uma disponibilidade de espaço que a família aplaude (a bagageira aloja 500 litros) mas causam natural desconfiança no que à agilidade diz respeito. Porém, não sendo um Mini nem um GTI, apesar da pose e da tração dianteira que, na Volvo, significou sempre alguns centímetros de penalização no diâmetro de viragem, a verdade é que o S90 está muito longe de ser preguiçoso. Mérito de uma plataforma “bem-nascida” e de um acerto equilibrado da suspensão entre conforto e dinâmica, mais do que do “feeling” da direção, filtrada e, por vezes, algo imprecisa. Para a dinâmica, de que gostámos bastante, o principal contributo é dado pelo motor de quatro cilindros de 2,0 litros de cilindrada que
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ENSAIO
VOLVO S90 2.0 D4 GEARTRONIC
EM PRIMEIRA CLASSE! Materiais de primeira, qualidade de construção em alta, ergonomia a roçar a perfeição fazem do habitáculo do S90 um... “apartamento” de luxo!
utiliza um conjunto de tecnologias avançadas que explicam o seu desempenho muito semelhante à nobreza de um V6, quer em termos de disponibilidade, quer no que à suavidade de funcionamento diz respeito. A sobrealimentação, com um turbo sequencial de entrada dupla e o avançado sistema de alimentação, com até nove injeções por ciclo, permitem uma resposta pronta desde os regimes mais baixos e uma eficiência energética que se traduz em consumos bastante comedidos, enquanto nos regimes altos a resposta dos 190 cv é convincente. Bem posicionado em termos de preço face aos rivais alemães, o Volvo S90 2.0 D4 Momentum tem a vantagem de conseguir “escapar” à vulgaridade. Às qualidades que referimos junta custos de manutenção que rondam os 560 €/ /ano (em linha com os concorrentes principais) e um valor residual que, não estando entre os melhores, tem evoluído de forma muito positiva em resultado do reconhecimento que o modelo vem tendo junto do público: 38% ao fim de 48 meses, de acordo com a nossa consultora FleetData. Por fim, e em resultado de tudo isto, também as rendas são de molde a suscitar o interesse daqueles que procuram um automóvel premium de elevado estatuto: 684€ para um contrato de 80 mil km e 48 meses (IVA não incluído). /
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VOLVO S90 2.0 D4 GEARTRONIC MOMENTUM
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 684 € 4 anos/80.000km INCLUI: Seguro de Danos Próprios e Assistência em Viagem; Substituição de Pneus; IUC; IPO; Despesas e Burocracias de Abertura do Processo. Valor não inclui IVA
Aviso de mudança de faixa; Airbag de joelho do condutor; Sensores de estacionamento (F/T); Cruise Control adaptativo; Monitorização da pressão dos pneus; Reconhecimento de sinais de trânsito; AC automático bizona; Painel de instrumentos digital; Ecrã tátil de 9”; Controlo de voz; OPÇÕES: Chassis Four-C; Park Assist; Câmara 360º; Head up display; Sistema de navegação
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
53 587€ 20 363€ 33 224€ 2260€ 4900€ 40 384€ (50,58)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 56.521 € // MOTOR Gasóleo; 4 cil.; 1969 c.c.; 190 CV; 4250 rpm // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 9 KG/CV // TRANSMISSÃO Automática de 8 velocidades // PESO 1725 KG // COMP./LARG./ALT. 4,96/1,87/1,44 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,94 M // MALA 500 L // DESEMPENHO 8,2 S 0-100 KM/H; 230 KM/H VEL. MÁX.; // CONSUMO 4,6 (6,4*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 121 G/KM (Classe D) // IUC 255,71 € *As nossas medições
CONFORTO / DINÂMICA / TECNOLOGIA VALOR RESIDUAL MELHORÁVEL
ENSAIO
4 CIL.
8,2 S
4,3 L
114 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
160 CV
145,05 € IUC
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MERCEDES C 200 D STATION
REFORÇO DIESEL O novo motor 1.6 Diesel de 160 cv é um reforço importante para a Mercedes manter a liderança no cada vez mais disputado mercado das empresas TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS LUIS VIEGAS
A
Mercedes abandonou definitivamente a utilização do motor diesel de 1,6 litros da Renault, para usar uma motorização sua com a mesma cilindrada, mas muito mais potente. Esta é uma opção destinada, não só aos clientes particulares que pretendem tirar partido de uma combinação mais económica e simultaneamente estimulante do ponto de vista das prestações, como às empresas que procuram, acima de tudo, custos operacionais mais baixos, ainda que do portfólio do Classe C faça parte uma versão mais acessível com a mesma motorização (122 cv). As potencialidades desta solução são a prova das reais capacidades do motor Diesel que, depois de tanta polémica, parece não estar totalmente descartado. E se há marcas que pura e simples-
mente baniram o Diesel de alguns modelos, a Mercedes continua a acreditar nele, daí multiplicar esta solução energética, nomeadamente nos híbridos plug-in. Com um consumo que raramente ultrapassa os 6,2 l/100 km esta motorização é uma das partes visíveis de um modelo que tem 6500 novidades! As mudanças mais significativas em relação ao anterior estão nos equipamentos de assistência à condução e nalguns detalhes exteriores que lhe dão uma silhueta mais atualizada. Exteriormente, as diferenças passam sobretudo pelos para-choques, pela grelha dianteira e pelos grupos óticos. Como já tínhamos constatado é consensual que as alterações introduzidas na carroçaria valorizam a silhueta de uma das carrinhas mais bonitas do seu segmento, enquanto a mala mantém as funcionalidades anteriores e os mesmos 490 litros.
MERCEDES C 200 D STATION
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
46 445 € 26 474 € 19 971 € 2932 € 4677 € 27 580 € (34,48)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 721,24 € 4 anos/ 80 000 km
Série: Windowbags; Sidebag; Volante multifunções; Depósito SCR grande capacidade; Dynamic Select; Suspensão Agility Control; Monitorização da pressão dos pneus; Cruise Control; Pré-instalação para navegação; Sensor de chuva Opções: Caixa aut. de 9 vel. (2113 €); Linha Avantgarde (2560 €); Pack Advantage (2195 €)
Manutenção, Seguro danos próprios, Assistência em viagem, Pneus (ilimitados), Veiculo de substituição, IUC, IPO, Valor inclui IVA. Contrato LeasePlan
TÉCNICA PREÇO 47.075 € (versão ensaiada) // MOTOR Gasóleo; 4 cil.; 1598 c.c.; 160 CV; 3800 rpm // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 10 KG/CV // TRANSMISSÃO automática de 9 velocidades // PESO 1615 KG COMP./LARG./ALT. 4,70/1,81/1,45 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,84 M // MALA 460-1480 L // DESEMPENHO 8,2 S 0-100 KM/H; 220 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,3 (5,5*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 114 G/KM (Classe C) // IUC 145,05 €
CONSUMOS/ EMISSÕES/ CONFORTO RUÍDO/ EQUIPAMENTO DE SÉRIE
Uma evolução relevante é a qualidade, com a utilização de materiais novos e elementos que o anterior modelo não tinha, como o painel de instrumentos digital e um ecrã multimédia colocado no topo da consola central, maior e com nova configuração. Que pode ser alterada a partir dos botões de controlo táteis integrados no novo volante, a partir do qual podemos operar manualmente a caixa automática de 9 velocidades, uma opção a considerar quando procuramos uma condução mais estimulante. A habitabilidade não sofreu alterações, mas o conforto melhorou graças a uma suspensão que, mesmo no modo mais desportivo mantém um bom amortecimento. A transmissão automática também contribui para o aumento do conforto devido ao efeito suavizador no funcionamento do motor Diesel. Uma caixa que tem reações diferentes conforme o programa escolhido pelo sistema Agility Control. As prestações evoluíram, fruto da maior capacidade de resposta do motor, facto que estimula o prazer ao volante, seja qual for o modo de condução escolhido. Como no anterior modelo, a escolha de um andamento mais acelerado não sacrifica muito o conforto, sempre num nível elevado. Esta caraterística faz parte do ADN do Classe C frente aos seus adversários mais diretos nomeadamente o Série 3 Touring da BMW, o Audi A4 Avant ou o novo Volvo V60. Outro aspeto importante são os baixos custos de utilização, quer por via dos consumos, quer pelos períodos alargados das revisões que continuam a ter custos mais reduzidos dos que os praticados por muitas marcas generalistas. Numa altura em que o gasóleo atinge valores elevados, o baixo consumo deste motor não deixa de ser um bom argumento quando comparado com a generalidade dos motores a gasolina e de certos híbridos que, sendo igualmente económicos na cidade, não o são tanto em autoestrada. Na economia o Mercedes destaca-se também nos valores de retoma e por custos médios de utilização de 34,48 €/100 km. Para o cálculo desse valor entra os custos de combustível que para o mesmo período de tempo (4 anos) é de 4677 euros. /
*As nossas medições
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ENSAIO
HYUNDAI KAUAI ELECTRIC
NOVOS NEGÓCIOS O Kauai Electric inaugura nova geração de veículos elétricos compactos com grande autonomia, capaz de atrair o interesse de empresas que vêm na mobilidade elétrica um valor acrescentado TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
S
e até há bem pouco tempo ter uma autonomia da ordem dos 500 km era um exclusivo de marcas como a Tesla, hoje existem opções bem mais baratas com esse fôlego, como o Kauai totalmente eletrificado. A versão elétrica do Kauai vem na sequência de outras realizações como o Ioniq (híbrido, híbrido plug-in e elétrico). Numa altura em que o mercado está dominado pelos SUV e em que os clientes começam a tomar a eletrificação como uma opção interessante, capaz de reduzir significativamente os custos de utilização, não podia haver estratégia mais inteligente por parte da Hyundai. Uma estratégia que vem reforçar a liderança da marca no segmento dos carros ecológicos, ao juntar os pontos fortes dos SUV às zero emissões das motorizações elétricas. APOSTA GANHA A prova de que esta é uma aposta ganha é o forte desempenho em matéria de autonomia e de prestações. Com a bateria totalmente carregada a autonomia é de 482 km! Esta novidade é tanto ou mais estimulante como a impulsividade dos 204 cv, capaz de empurrar o Kauai dos 0 aos 100 km/h em apenas 7,6 segundos. Com mais de 100 unidades vendidas, acreditamos que este é um modelo que atrairá o interesse quer de clientes particulares, quer de empresas. Para além desta versão com maior autonomia graças à capacidade de 64 kWh da sua bateria, haverá uma outra no futuro de 136 cv alimentada por uma bateria de 39,2 kWh. Embora mantenha as mesmas proporções das versões convencionais há elementos que diferenciam esta versão ecológica como a ausência da grelha tradicional, os faróis dianteiros e as jantes específicas. Na parte frontal encontramos à esquerda do logotipo da marca o ponto de carregamento que, numa tomada de 100 kW (DC) recebe 80 por cento da carga total em 54 minutos. A maior altura ao solo que resulta da colocação
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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2018
da bateria sob o piso não afeta a habitabilidade, nem sequer a capacidade da mala que, com 322 litros, é a mesma das versões 4x4 (menos 29 litros que as versões 4x2). Outro argumento muito forte é um conjunto completo de equipamento de segurança integrado num dos mais ricos pacotes de equipamento de série, a par de uma carroçaria personalizada por 21 combinações de cores diferentes, num esquema muito em moda neste segmento de mercado. FÁCIL DE CONDUZIR O interior também muda com destaque para a digitalização da informação ou para a consola central elevada, graças ao desaparecimento do seletor da caixa de velocidades, aqui substituído pelos botões P,R,N e D do sistema “shift-by-wire”. Esta consola tipo ponte permitiu criar um espaço extra de arrumação para depositar pequenos objetos. Entretanto, atrás do volante as duas patilhas permitem-nos, não controlar a transmissão, mas adaptar a capacidade de regeneração de energia durante as desacelerações e travagens (três níveis), repor alguma carga na bateria e manter durante mais tempo a autonomia elétrica. No ecrã central de 8 polegadas a cores podemos ter acesso às informações exclusivas do funcionamento do sistema elétrico como o fluxo de energia ou a autonomia e ainda aos programas específicos compatíveis com os sistemas Android Auto ou Apple Car Play. Os telemóveis podem ser carregados por indução, numa superfície específica colocada no espaço criado sob a consola central. A condução não foge daquilo que conhecemos de outros veículos elétricos. A intensidade e a forma imediata como o motor elétrico responde confere-lhe uma grande agilidade, independentemente do programa selecionado pelo sistema Drive Mode (Eco, Comfort ou Sport). Se na cidade o modo Eco – que tem dois estágios de funcionamento conforme a limitação da velocidade (90 ou 110 km/h) – é a maneira mais económica e racional de utilizar este SUV elétrico,
MOTOR ELÉTRICO 204 CV
7,6 S 0-100 KM/H
13,3 KWH 100 KM
0 G/KM CLASSE A
0€ IUC
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ENSAIO
HYUNDAI KAUAI ELECTRIC
DIFERENTE A carroçaria é personalizada por 21 combinações de cores diferentes num esquema muito em moda neste segmento de mercado, em que o Kauai Electric não tem concorrentes, pois é o primeiro SUV compacto eletrificado. Com a força de 204 cv, acelera dos 0 aos 100 km/h em 7,6 segundos
HYUNDAI KAUAI ELECTRIC
TCO
o modo Comfort imprime maior suavidade e o Sport uma resposta mais desportiva.
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 786,84 € 4 anos/80 000 km INCLUI: Manutenção, Pneus, Linha de Apoio ao Condutor e Assistência em Viagem, IUC, Seguro Manutenção, Danos Próprios, Responsabilidade Civil e Ocupantes.
Carregador Wallbox (7,2 kW) ; ecrã “Supervision Cluster” de 7”; Ecrã touchscreen; Patilhas de travagem regenerativa; Sistema de navegação; Som Krell; Carregamento AC/DC; Barras no tejadilho; Controlo de arranque na subida; Controlo de descida; Câmara traseira; Sensor de chuva; Sensor de luz; Alerta de fadiga do condutor
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € ENERGIA UTILIZ
43 350 € 19 074 € 24 276 € 1 702 € —€ 25 978€ (32,47)
PVP – Preço de venda ao público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor Residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos de manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil quilómetros)
TÉCNICA PREÇO 44.316 € (versão ensaiada) // MOTOR Elétrico; 204 CV // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 8,6 kg/cv // TRANSMISSÃO Automática de 1 velocidades // PESO 1760 KG // COMP./ LARG./ALT. 4,18/1,80/1,57 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,6 M // MALA 332-1114 L // DESEMPENHO 7,6 (7,7*) S 0-100 KM/H; 167 KM/H VEL. MÁX.; // CONSUMO 14,3 (15,1*) KWH/100 KM // EMISSÕES CO2 0 G/KM (Classe A) // IUC 0 € *As nossas medições
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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2018
CUSTOS DE UTILIZAÇÃO/ PRESTAÇÕES/ TECNOLOGIA TEMPO DE RECARGA/ ACESSIBILIDADE/ PNEUS
UTILIZAÇÃO ECONÓMICA A simplicidade da solução elétrica reduz os custos de manutenção que, aos 15 mil quilómetros ou 12 meses, ficam reduzidos ao preço do filtro de pólen, enquanto o óleo dos travões só é substituído aos 30 mil quilómetros! Este é um dos grandes argumentos dos carros elétricos, juntamente com os reduzidos custos de utilização indexados ao preço da eletricidade. Considerando a tarifa bi-horária, e de acordo com um consumo médio oficial de 14,3 kWh, o custo de energia ao fim de 15 mil quilómetros é de apenas 253,28 €, valor muito inferior ao melhor Diesel com uma potência muito inferior. Durante este ensaio o consumo variou entre os 12,8 kWh (na cidade, com maior grau de regeneração e no modo Eco limitado aos 90 km/h) e os 17,9 kWh no modo Sport. Esta variação mostra que é possível estender a autonomia no modo mais económico. A superior capacidade da bateria exige que façamos cargas parciais se não tivermos garagem para montar a “wallbox” que a Hyundai fornece de série com a respetiva montagem. Nesse caso, o tempo de carga total ultrapassa as 9 horas. Com uma depreciação de 56 % ao fim de 4 anos, o custo médios de utilização situa-se nos 32,47 €/100 km. /
ENSAIO
4 CIL.
10,2 S
4,3 L
111 G/KM
DIESEL
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE C
136 CV
145.05 € IUC
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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2018
KIA CEED SW 1.6 CRDI
EVOLUÇÃO NOTÁVEL A Kia volta a surpreender. A nova geração do Ceed SW tem a maior mala do segmento com 625 litros, custos de utilização reduzidos, uma garantia geral que se estende até aos sete anos e uma qualidade ao nível da dos modelos alemães TEXTO MARCO ANTÓNIO
N
ão é a primeira vez, nem será com certeza a última que ficamos surpreendidos positivamente com os novos modelos da marca coreana. A evolução tem sido grande em todos os domínios, sem que isso corresponda a uma inflação do preço proposto, pois continua a ser competitivo, com a vantagem de os valores corresponderem a níveis de equipamento normalmente elevados. Neste caso, a versão 1.6 CRDI de 136 cv é um bom negócio para particulares e empresas que encontram neste motor Diesel razões para baixarem significativamente alguns custos de utilização, a começar pelo consumo real que raramente foge, em média, da casa dos 5 l/100 km. Também a garantia valoriza os custos de utilização, ao mesmo tempo que aumenta significativamente o grau de confiança dos clientes e valida uma evolução da qualidade e da fiabilidade, hoje indiscutíveis. ALTERNATIVA AOS SUV Com uma gama de SUV que acompanha a moda e a tendência do mercado, a Kia vem com esta carrinha completar e modernizar a oferta da marca, para quem não aprecia as alternativas mais radicais ou não vê na concorrência as mesmas vantagens. Uma concorrência que tem vindo a renovar-se como prova o novo Ford Focus SW e onde pontificam outros modelos importantes como o VW Golf Variant, o Hyundai i30 SW, o Peugeot 308 SW, entre outras ofertas. A bagageira com 625 litros (contabilizando os alçapões escondidos sob o fundo da mala) estabelece um novo recorde neste segmento familiar mais compacto, em que a Kia se prepara para apresentar uma outra surpresa, o ProCeed. Um espaço de fácil acesso e com funcionalida-
des interessantes, como aquela que permite arrumar a chapeleira num local que não afeta a zona de carga aquando do rebatimento (60/40) do banco traseiro para ampliar a capacidade da mala até quase aos 1700 litros! Mas se a mala cresceu muito em relação ao anterior modelo, a habitabilidade já não tanto, por isso o espaço atrás recebe à justa três passageiros, uma desvantagem quando comparamos com o VW Golf Variant ou o Peugeot 308 SW, em relação aos quais a luminosidade é também mais fraca. Em compensação, a qualidade e a sensação de robustez são grandes e o conteúdo recheado. A qualidade de construção contribui decisivamente para uma excelente insonorização, pois mal se sente o funcionamento do motor 1.6 CRDi, seja ao ralenti ou quando aceleramos, quer ainda nos regimes transitórios nas passagens de caixas em regimes mais baixos. As vibrações no comando da caixa e no volante simplesmente desapareceram e a reação do motor ao toque no acelerador é mais rápida. Esta é ainda mais rápida e suave se optarmos (1500 euros) pela caixa automática de sete velocidades que explora melhor o facto de o binário máximo de 280 Nm se manter constante entre as 1500 e as 3000 rpm, fator que contribui para um aumento do prazer de condução. Tudo isto sem que a transmissão automática inflacione o consumo, antes pelo contrário, pode até ser mais baixo em determinadas circunstâncias. CAMPANHA REDUZ PREÇO O Kia Ceed SW mantém a mesma arquitetura da suspensão do modelo anterior (Mac Pherson à frente e multilink atrás) mas mudou as molas e os amortecedores com o objetivo de melhorar simultaneamente o conforto e o comportamen-
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ENSAIO
KIA CEED SW 1.6 CRDI
BEM EQUIPADO O novo Kia Ceed SW está muito diferente, ao mesmo tempo que mantém uma política de preços competitiva e um conjunto de incentivos interessante, como uma redução direta de 3500 euros na compra de um Diesel à qual podemos juntar mais 1250 euros, com o financiamento
KIA CEED SW 1.6 CRDI
TCO
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 306,80 € 4 anos/80 000 km INCLUI: Manutenção, Assistência em viagem, IUC Contrato Arval
Série: Airbags de cortina; Sistema de navegação; Alarme; Sensores de estacionamento traseiro; Sensor de luz e de chuva; Controlo da pressão dos pneus; Assistente de faixa de rodagem; Aviso de colisão; AC aut.; Bluetooth; Cruise Control; Opções: Teto de abrir panorâmico (950 €); Pintura metalizada (390 €); Cx. aut (1500 €); Faróis de LED (600 €); Pack ADAS (800 €)
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
to dinâmico com destaque para a direção que ganhou precisão na definição das trajetórias. A maior capacidade de carga da carrinha obrigou a aumentar a firmeza da suspensão atrás. Que não tem qualquer assistência pneumática, à semelhança do que acontece com todas as outras carrinhas deste segmento. O equipamento proposto não podia ser mais completo, uma regra transversal a todos os modelos da marca coreana. Nesta fase de lançamento o desconto direto de 3500 euros para as versões Diesel, ao qual podemos somar mais 1250 euros se optarmos pelo financiamento proposto pela marca, reduz o preço da versão ensaiada (TX) para valores da ordem dos 27 mil euros. A acrescentar a essa campanha temos um custo total de utilização (inclui manutenção, combustível e pneus) de 29,02 €/100 km e uma desvalorização de 40 por cento após 4 anos. /
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TURBO FROTAS DEZEMBRO 2018
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
28 380 € 11 352 € 18 875 € 1 847 € 4 343 € 23 218 € (29,02)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
TÉCNICA PREÇO 31 640 € (versão ensaiada) // MOTOR Gasóleo; 4 cil.; 1582 c.c.; 136 CV; 4000 rpm // RELAÇÃO PESO/POTÊNCIA 10,5 KG/CV // TRANSMISSÃO Man. 6 vel. // PESO 1425 KG COMP./LARG./ALT. 4,60/1,80/1,46 M // DIST. ENTRE EIXOS 2,65 M // MALA 625-1694 L // DESEMPENHO 10,2 S 0-100 KM/H; 200 KM/H VEL. MÁX. // CONSUMO 4,3 (5,6*) L/100 KM // EMISSÕES CO2 111 G/KM (Classe C) // IUC 145,05 € *As nossas medições
MALA / CONFORTO / EQUIPAMENTO
KIT DE REPARAÇÃO/ ESPAÇO JUSTO ATRÁS
ENSAIO
FORD FOCUS 1.0 ECOBOOST TITANIUM
REFORÇO TECNOLÓGICO Dinâmica como sempre, a quarta geração do Focus coloca o compacto da Ford entre os mais seguros e sofisticados do segmento. O motor 1.0 EcoBoost de 125 cv é uma excelente alternativa ao diesel TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS LUÍS VIEGAS
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H
á duas décadas a democratizar o prazer de condução, graças a uma dinâmica de referência entre os modelos compactos não premium, o Ford Focus abraça agora o admirável mundo da tecnologia. Sem prescindir do rigor mecânico, a quarta geração do Focus estreia uma arquitetura (C2) à qual estão associados conteúdos como o modem FordPass Connect, que cria um hotspot wifi móvel para um máximo de dez aparelhos, ou a aplicação FordPass que permite arrancar o motor e trancar ou destrancar as portas à distância. Para além das habituais verificações dos níveis de óleo, combustível, etc. Olhando a aspetos mais práticos, o Focus está maior e mais arredondado. A mala oferece um plano de carga baixo e linhas aproveitáveis, ainda que não vá além dos 375 litros de capacidade.
FORD FOCUS 1.0 ECOBOOST TITANIUM
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
21 820 € 8946 € 12 874 € 1759€ 5685€ 20 318 € (25,40)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILIZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO
EQUIPAMENTO
RENDA - 338,59 € 4 anos/80.000km INCLUI: Manutenção; Seguro de Danos Próprios e Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC; IPO; Despesas e Burocracias de Abertura do Processo. Valor inclui IVA Contrato LeasePlan
Retrovisores elétricos rebatíveis Jantes de 16’’ Ar condicionado Sistema de navegação Cruise control Travão de estacionamento elétrico Assistente de manutenção na faixa de rodagem
TÉCNICA PREÇO 21.820 € // MOTOR 125 CV // BINÁRIO 470 NM // TRANSMISSÃO Dianteira 6 vel. // PESO 1322 KG // COMP./ LARG./ALT 4,38/1,83/1,45 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,70 M // MALA 375/1354 L // DESEMPENHO 10 S 0-100 KM/H; 200 KM/H VEL MAX // CONSUMO 4,8 l/100 KM // EMISSÕES 108 G/KM // IUC 101,49 €
CONFORTO/ HABITABILIDADE/ PREÇO
CAIXA LONGA/ PRESTAÇÕES
*As nossas medições
Um valor em linha com a média do segmento, tal como os 1354 litros que “engole” depois de rebater as costas dos bancos da segunda fila na proporção 60:40. O acentuar da curva descendente do tejadilho faz com que o acesso aos lugares posteriores não seja tão fácil como na geração anterior. Sem ser apertado, porque a amplitude da abertura das portas é generosa, exige atenção para evitar cabeçadas. Transposta esta fronteira, torna-se evidente o aumento da distância entre eixos. Os passageiros da fila traseira dispõem de mais 4 cm de espaço para as pernas. O túnel central baixo e espalmado facilita as movimentações nesta fila, sem tornar o lugar do meio confortável. AJUSTES ELÉTRICOS Se o Focus alargou 8 cm atrás, à frente ficou-se pela metade. Há mais espaço e este está
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ENSAIO
FORD FOCUS 1.0 ECOBOOST TITANIUM
SENSIBILIDADE A direção é mais rápida, mas perde sensibilidade na comunicação dos níveis de aderência dos pneus. A distância entre eixos aumentou cinco centímetros
3 CIL.
10,0 S
4,8 L
108 G/KM
GASOLINA
0-100 KM/H
100 KM
CLASSE B
125 CV
101,49 € IUC
muito bem aproveitado. Não faltam locais de arrumação e a utilização de um travão de estacionamento elétrico permite criar um porta-copos triplo entre os dois bancos. Estes são novos e oferecem as regulações habituais, com ajustes elétricos para o condutor, cortesia do pack parcial couro (762 €). Com apenas três cilindros e 125 cv, não há muito a acrescentar ao que se conhece do bloco 1.0 EcoBoost. Start/stop, desativação de um cilindro quando não há exigência máxima do binário ou filtro de partículas há muito que entraram para o léxico comum. O que é novidade no Focus é o botão que seleciona os três modos de condução: Eco, Normal e Sport são as opções ao dispor do condutor. Atuando na gestão do motor e no peso da nova direção com assistência elétrica, estes
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terão uma utilização mais entusiasmante e diferenciada em motores mais potentes. Ao lado, a caixa manual de seis velocidades é longa, tanto em escalonamento como em curso do seletor. Com um tempo de dez segundos no arranque até aos 100 km/h, este Focus não é para quem tem pressa. É para quem sabe esperar. Embora o binário de 170 Nm, 200 Nm em “overboost”, esteja disponível desde as 1400 rpm, é preciso esperar pelas 3000 rpm para que o motor respire em pleno. Só então os três cilindros conseguem imprimir o ritmo que se espera de um Focus. Até lá é para conduzir sem grande entusiasmo. Deixar-se levar pelo embalo de uma carroçaria aerodinâmica e bem isolada, onde nem o vento exterior se sobrepõe ao tom natural de uma conversa.
Muito influenciados pelos 8,1 l/100 km registados em circuito urbano, os consumos não impressionaram. Importa lembrar que a média ponderada de 6,8 l/100 km foi apurada com um Ford Focus que nos chegou à mão com 17 km… Olhando aos valores oficiais, o custo de combustível no final de 48 meses ou 80 000 km de utilização deverá rondar os 5685 €, aos quais será necessário somar 1759 € de manutenções regulares. Como todos os motores a gasolina, o 1.0 EcoBoost sofre uma grande depreciação ao longo do tempo de contrato (12.874 €) fazendo com que o custo total de utilização (20.318 €) seja praticamente igual aos 21.820 € do preço de compra. Mas esta é uma versão crucial na progressiva mudança de paradigma entre o diesel e a gasolina, a que já se vai assistindo! /
E D I Ç Ã O
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JÁ NAS BANCAS
ENSAIO
MERCEDES A 180 D
TECNOLOGIA SEM RIVAL Uma opção plena de elegância para quem procura uma frota moderna, o Diesel mais frugal da gama do Classe A destaca-se também pelo conforto, qualidade e tecnologias TEXTO NUNO FATELA
A
Mercedes tem conhecido grande sucesso com os seus compactos, sendo o Classe A o farol que ilumina esse crescimento. E a nova geração, introduzida já este ano, veio reforçar ainda mais os pergaminhos do modelo, combinando uma evolução no “design” com uma revolução tecnológica que o tornou numa das viaturas mais avançadas neste campo. E não falamos apenas do seu segmento, mas verdadeiramente numa das propostas mais evoluídas de todo o mercado automóvel, graças às diversas capacidades introduzidas com o sistema MBUX. Esse perfil elitista e tecnológico do Classe A, em combinação com a eficiência do seu motor 1.5 diesel de 116 cv e dos TCO avaliados em 25,59 €/100km, fazem dele uma escolha de eleição para
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as frotas. Além de estar carregado de assistências à segurança, ajudando a evitar embates e outros percalços que causem desvalorização, o valor residual após 48 meses e 80.000km percorridos situa-se nos 49%, o equivalente a 15.900 €. Tudo motivos que ajudam a fazer deste A 180 d um bom negócio para quem procura uma imagem moderna e exclusiva para a sua frota. Além disso, o Classe A tem muitas qualidades que o beneficiam na análise a outro vetor importante: a satisfação do condutor. CLASSE À PARTE O mais pequeno dos Mercedes é um automóvel muito bem construído, com materiais de excelente qualidade e acabamentos equiparáveis aos do Classe C e outras propostas de patamares superiores. E consegue mesmo
superá-los nos conteúdos digitais, podendo juntar ecrãs de 10,25’’ para o “infotainment” e instrumentação. O recurso aos painéis digitais, em combinação com os botões táteis embutidos no volante e os evoluídos comandos vocais, torna muito fácil navegar pelas inúmeras capacidades de inteligência artificial. É o admirável mundo novo do MBUX (Mercedes-Benz User Experience), uma experiência totalmente diferente a bordo do automóvel, com informações como navegação, dados de consumos e performance ecológica a surgirem no painel de instrumentos de forma intuitiva. Isso ajuda a cumprir os trajetos com maior eficácia e até a educar os condutores, para que melhorem o comportamento ao volante e, consequentemente, reduzam os custos e desgaste da viatura.
MERCEDES A 180 D
TCO
CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE
PVP VR DEP MAN € COMB. UTILIZ
32445 € 15 898 € (49%) 16602 € 2560 € 4566 € 23673 € (25.59)
PVP – Preço de Venda ao Público. Não inclui negociação da marca / VR – Valor residual / DEP – Depreciação / MAN – Custos com manutenção programada (exclui pneus) / COM – Custos com combustível / UTILZ – Custo total de utilização para a totalidade do contrato (entre parêntesis, custo por 100 km). Todos os valores em Euros para a duração considerada (4 anos / 80 mil km)
FINANCIAMENTO RENDA - 472,81 € 4 anos/80.000km INCLUI: Manutenção Preventiva e correctiva; Seguro de Danos Próprios e Assistência em Viagem; Substituição de Pneus ilimitada; Veículo de Substituição; IUC; IPO; Despesas e Burocracias de Abertura do Processo. Valor inclui IVA Contrato Leaseplan
EQUIPAMENTO Patilhas no volante; Touchpad; Sistema Multimédia; Cam. marcha atrás; Assistente de Faixa de Rodagem Ativo; Active Brake Assist; Assistente de Limite de Velocidade; Cruise Control; TireFit
TÉCNICA PREÇO 32.500 € // MOTOR 4 CIL / 1461CC/ 116 CV // BINÁRIO 260 NM // TRANSMISSÃO DIANTEIRA, 7 VEL. AUTO // PESO 1445 KG // COMP./LARG./ALT 4,42/1,80/1,44 M // DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,73 M // MALA 370-1200 L / DESEMPENHO 10,5 S 0-100 KM/H; 202 KM/H VEL. MÁX // CONSUMO 4,1 L/100 KM // EMISSÕES CO2 108 G/KM // IUC 145,05 €
*As nossas medições
TECNOLOGIA/ QUALIDADE
PATILHAS DO VOLANTE/ EQUIPAMENTO BASE
O DIESEL CERTO Com boas áreas interiores e uma atmosfera de requinte, o Mercedes Classe A convida a passar momentos animados ao volante. Mas essa não é, no entanto, a única finalidade deste A 180 d. O motor responde bem e não compromete nas ultrapassagens, mas o seu foco está nos consumos, com a marca a anunciar média de 4,1l/100km, possíveis rolando a velocidade constante. Entusiasmados pelo “pack” AMG incluído no modelo testado, com bancos desportivos e outros “mimos” que conferem um visual mais dinâmico, assinámos 5,5l/100km num percurso dominado pela autoestrada, o que acaba por ser um registo aceitável para quem tenha de cumprir longas distâncias nas suas tarefas laborais. Até porque a boa insonorização do habitáculo e a estabilidade com que o A 180 d segue caminho, em combinação com o elevado conforto proporcionado a bordo, tornam estas viagens mais agradáveis. A conclusão é que o A 180 d tem tudo para ser um êxito nas frotas, combinando um visual moderno e muito conforto com qualidade nos materiais e fabrico. A isso alia um conjunto de tecnologias que oferecem informações úteis e até atraentes para o condutor. E se, por acaso, não dá muita atenção a estes ecrãs, não se preocupe e fale com o Mercedes Classe A. Vai ver que ele lhe responde… /
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FOTOS CARLOS PEDROSA
FROTA
NUNO SILVA, VENDAS A FROTAS VOLVO CAR PORTUGAL
HÍBRIDOS ACELERAM VENDAS DA VOLVO A Volvo tem aumentado, de forma progressiva mas sustentada, a sua presença no canal empresarial, como resultado de uma oferta cada vez mais bem posicionada para responder às preocupações ambientais que são hoje muito valorizadas por aqueles clientes. Nuno Silva, responsável pelas Vendas a Frotas na Volvo Car Portugal, destaca a este respeito o sucesso do Volvo XC60 T8 Plug In Hybrid
C
om uma ofensiva de produto inédita, a Volvo vive momentos de quase euforia. Essa é, porém, apenas uma das faces do sucesso que a marca regista, também, nas vendas. Nuno Silva, responsável pelas Vendas para Frotas, destaca o facto de os novos modelos responderem às preocupações das empresas, nomeadamente no plano da eficiência energética. A Volvo está a viver um momento intenso no que refere à ofensiva de produto. Esse frenesim faz-se sentir nas vendas a profissionais? Sem dúvida. O ritmo tem sido único na história da marca – nove modelos em quatro anos – e os
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produtos apresentados têm tido uma aceitação muito positiva por parte do canal empresas, o que nos deixa confiantes no futuro. Qual o peso das vendas a profissionais no total das vendas Volvo? Quando a Volvo Car Portugal iniciou a sua atividade, em 2008, tivemos clara consciência do potencial pouco explorado do canal frotas. Com novos produtos à altura de uma concorrência aguerrida, conseguimos aumentar, ano após ano e de uma forma consistente, o peso das vendas profissionais que representam, atualmente, 65% das nossas vendas totais. Um dos principais pontos que também con-
tribuiu para este aumento foi a enorme evolução positiva que os nossos valores residuais registaram neste período, o que faz com que a marca Volvo seja cada vez mais reconhecida pelo consumidor em Portugal. Já no que toca a rent-a-car as vendas representam entre 8% e 10 %, uma percentagem bastante abaixo do registo médio da maioria das marcas. Como tem evoluído o perfil dos vossos clientes? Durante muitos anos, o facto de a Volvo estar sedeada no Norte determinou que uma percentagem substancial dos vossos clientes (empresas) estivesse nessa zona do país. Como tem corrido a “conquista do Sul”? Tem sido uma feliz realidade. É claro que a proximidade física dos nossos “clientes empresas” em muito ajuda à criação de uma relação mais intensa, estreita e consistente que, naturalmente, gera frutos. Apesar da importância de Lisboa, acreditamos que todas as regiões são extremamente relevantes e, por isso, a nossa aposta passa por explorar as diferentes oportunidades, sobretudo aquelas que se encontram nas pequenas e médias empresas que estão espalhadas por todo o País.
“ESTAMOS A VIVER UM ‘MOMENTO DE MARCA’ MUITO POSITIVO, A CRESCER NO MUNDO INTEIRO, AS NOTÍCIAS SURGEM NOS MEDIA E AS PESSOAS GOSTAM DE SE ALIAR AOS ‘VENCEDORES’”
Quais os fatores que destaca para o crescimento das vendas que se tem verificado? A já referida ofensiva de produto tem sido devidamente percecionada pelos clientes? Costumamos dizer que a Volvo está a entrar, cada vez mais, no “radar dos clientes”, sejam eles particulares ou empresariais. Para além de um ritmo de lançamento impressionante, as características dos nossos novos automóveis têm sido largamente apreciadas. Para além da componente da segurança, tradicionalmente associada à Volvo (o Volvo XC60 foi considerado o modelo mais seguro do ano para a Euro NCAP em 2017,) os novos modelos têm vindo a conquistar vários prémios internacionais. Em Março passado, recordo que o novo XC40 foi considerado o “Carro Europeu do Ano” e o novo XC60 o “Carro Mundial do Ano”, distinções que a Volvo nunca havia conquistado no passado. Estamos a viver um “momento de marca” muito positivo, a crescer no mundo inteiro, as notícias surgem nos media e naturalmente, as pessoas gostam de se aliar aos “vencedores”.
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FROTA
VOLVO CAR PORTUGAL
Os valores residuais estão em linha com aquilo que pretendem? Onde está a maior dificuldade: nas gestoras de frotas ou mesmo junto dos clientes/empresa? Os valores residuais são uma parte muito importante da equação, e podemos afirmar que, de 2014 até à data, os VR’s dos modelos da Volvo têm evoluído de uma forma muito positiva e são uma das principais razões do nosso crescimento. Os custos de manutenção preconizados pela marca e realizados na Rede Oficial Volvo são claramente um ponto forte, a crescente procura por parte dos clientes, as “safety features”, a nossa oferta dos propulsores 2.0 diesel e a vasta oferta de modelos plug-in, são claramente as nossas mais-valias. Como trabalham o canal empresarial? O canal empresarial é uma aposta clara da Volvo Car Portugal. Temos vindo a trabalhar, no terreno, em conjunto com a nossa rede de concessionários, a qual está devidamente preparada e sensibilizada para a sua importância possuindo profissionais especializados para o acompanhamento às empresas. A Volvo está a fazer uma aposta na eletrificação da mobilidade. Foi mesmo uma das primeiras marcas a disponibilizar híbridos plug-in. Como foi a aceitação? A Volvo foi a primeira, de entre os fabricantes automóveis tradicionais, a assumir um compromisso total com a eletrificação tendo-o colocado mesmo no centro das suas operações. Essa estratégia valeu à marca sueca um reconhecimento ao nível das Nações Unidas. No que toca à oferta da gama ela tem vindo a ficar cada vez mais alargada nos produtos com motorizações eletrificadas. Os nossos plug-in têm tido uma enorme recetividade por parte do mercado e os clientes que têm optado por estes novos produtos têm visto os seus níveis de exigência serem satisfeitos. Como exemplo, o Volvo XC60 T8 Plug In Hybrid representa já mais de 40% das vendas do modelo e quase a totalidade no mercado empresas. A migração do diesel para a gasolina, que é já uma tendência na Europa, é algo que preocupe a Volvo em Portugal? É também uma aposta vossa? É uma tendência da Volvo, dado que foi o primeiro construtor a declarar o fim dos motores diesel em cada novo modelo a lançar já a partir de 2019 (novo Volvo S60). No entanto, não preocupa a Volvo em Portugal. Temos de momento uma gama de motorizações equilibrada, com várias alternativas a diesel, a gasolina e híbridas. A entrada em vigor do ciclo WLTP não é prejudicial para nós,
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“A VOLVO FOI A PRIMEIRA, DE ENTRE OS FABRICANTES AUTOMÓVEIS TRADICIONAIS, A ASSUMIR UM COMPROMISSO TOTAL COM A ELETRIFICAÇÃO TENDO-O COLOCADO MESMO NO CENTRO DAS SUAS OPERAÇÕES. ESSA ESTRATÉGIA VALEU À MARCA SUECA UM RECONHECIMENTO AO NÍVEL DAS NAÇÕES UNIDAS”
acreditamos que, natural e gradualmente, o “shift” do diesel para outras opções acontecerá e estamos preparados para isso. De qualquer forma, é um facto que esta migração já está a ocorrer em Portugal e acreditamos que se vai intensificar em 2019. Numa fase posterior como vê a migração para a eletrificação? A Volvo já anunciou para o próximo ano o seu primeiro carro elétrico. Que expetativas tem em relação à aceitação por parte do mercado? Nos próximos anos a Volvo irá continuar a alargar a sua oferta de motorizações eletrificadas prevendo-se a chegada de cinco
novos modelos totalmente elétricos entre 2019 e 2021. Acreditamos, pelo que temos visto em relação aos modelos eletrificados que temos atualmente, que a aceitação venha a ser excelente. Este ano, por exemplo, as vendas dos nossos plug-in em Portugal triplicaram com amplo destaque, como mencionei anteriormente, para o sucesso do novo Volvo XC60 T8. Destaco, também, os excelentes resultados de toda a gama 90 (V90 T8 PHEV, S90 PHEV e XC90 PHEV). Tendo como horizonte 2025, a Volvo ambiciona, nessa altura, ter já vendido a nível mundial um milhão de viaturas eletrificadas em todo o Mundo.
x3 65% 2025
VENDAS DE PLUG-IN DA VOLVO TRIPLICARAM EM PORTUGAL
PESO DAS VENDAS PROFISSIONAIS
UM MILHÃO DE VOLVO ELETRIFICADOS
Como vê o quadro que resultará da entrada em vigor do Orçamento de Estado para 2019? As alterações nos escalões das Tributações Autónomas que consequências terão? Existem algumas alterações que poderão ser potencialmente penalizadoras para as empresas, obrigando a uma análise de cada situação sobre o tipo de viatura a adquirir. No que toca à Volvo, acreditamos estar munidos de uma oferta que cobre a maioria das necessidades das empresas. Por outro lado, pretendemos que os nossos profissionais estejam aptos para apresentar soluções competitivas e a aconselhar os clientes na melhor solução, tendo em conta a sua utilização. /
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CLIENTE
VASP
LUÍS MIGUEL CASADO - CFO DO GRUPO VASP
RENTING CONTROLA CUSTOS DA FROTA A entrada em vigor do regime da Tributação Autónoma obrigou a Vasp a rever a sua política de frota, com a diminuição do número de escalões. Em termos de financiamento, a empresa considera que o “renting” é a melhor solução porque permite controlar custos TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS CARLOS PEDROSA
L
íder de mercado na distri- de uma frota própria para esta atividade, tenbuição de publicações em do optado pela subcontratação. “A nossa área Portugal, o Grupo Vasp tem de atuação não abrange as viaturas dos disvindo a diversificar a sua ati- tribuidores, apesar de termos uma função de vidade. Mantendo sempre o facilitação e negociação através da nossa censeu ‘core business’, o seu universo já integra tral de compras”, refere Luís Miguel Casado, cinco empresas. A principal continua a ser a CFO do Grupo Vasp, com responsabilidades Vasp, que assegura a gestão da ligação com pelas áreas financeira, recursos humanos e os pontos de venda, quer na lógica de produ- compras. “Procuramos estabelecer protocotos editoriais – publicações e livros – quer não los genéricos com as marcas e empresas de editoriais. Para complementar combustível e passamos os a sua atividade, o Grupo VASP descontos obtidos aos nossos “NORMALMENTE lançou, em 2006, uma nova distribuidores para se tentar COMEÇAMOS POR unidade de negócio especialiter um custo de distribuição DEFINIR UM VALOR zada na gestão de assinaturas mais baixo”, explica. E, DEPOIS, VAMOS Excluindo a frota subcontrae ações de marketing direto, PROCURAR VER a Vasp Premium, que rapidatada de distribuição, o Grupo O QUE SE PODE mente atingiu a liderança do Vasp tem ao seu serviço cerca ENQUADRAR mercado na prestação destes de 80 viaturas ligeiras que se NESSE VALOR” serviços. Uma outra área de destinam, sobretudo, às equinegócio que está em franco pas operacionais, comerciais e desenvolvimento é a do transadministração. “A Vasp inseporte expresso, cuja operação re-se num negócio logístico é assegurada pela Vasp Expresso. O universo do de venda de publicações que implica a necesGrupo Vasp inclui ainda duas empresas mais sidade de mobilidade de um conjunto signifipequenas, a TMK - Soluções de Trademarketing cativo de pessoas, que necessitam de viaturas – especializada no desenvolvimento de proje- para as suas deslocações,” refere o responsátos de promoção de desenvolvimento de ven- vel. “A maioria dos veículos da frota está afeta das nos canais de vendas de publicações – e a à operação da Vasp”. DPS-Digital Printing Services, vocacionada CONTRATOS DE QUATRO ANOS para a impressão de livros. Apesar de ser a principal distribuidora de pu- Em termos de tipologia, a percentagem mais blicações do nosso país e de ter ao seu serviço significativa na frota refere-se a viaturas coentre 700 a 800 viaturas, a Vasp não dispõe merciais de dois lugares, com a preferência da
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CLIENTE
VASP
empresa a recair no Renault Clio Societé ou no Opel Corsa Van, seguindo-se veículos do segmento C para quadros intermédios. Neste caso, as aquisições mais recentes foram os Peugeot 3008, Peugeot 308 e Opel Astra. No que se refere ao financiamento da frota, a Vasp considera que o “renting” é a melhor opção. “O nosso negócio é a logística, não a compra e venda de viaturas. Sempre encarámos o ‘renting’ como a melhor solução para ter custos controlados e não nos termos de preocupar com manutenções nem com retomas”. Os contratos têm, em regra, uma duração de quatro anos e cerca de 120 mil quilómetros. “É a solução mais económica e a que gera menos problemas. O processo de negociação e renovação de frota demora sempre algum tempo. Por outro lado, os carros em fim de contrato apresentam sempre pequenas mazelas decorrentes da utilização que são perfeitamente naturais. Quanto mais se renova, mais se tem de pagar este tipo de custos, que normalmente estão fora do pacote de ‘renting’”. Para não ter surpresas inesperadas a este nível, a Vasp optou por fixar o custo total através da integração na renda do seguro de recondicionamento. Em média, a quilometragem média por viatura situa-se entre os 100 mil quilómetros e os 120 mil quilómetros em quatro anos. “Temos casos de pessoas que, devido às suas funções profissionais, ultrapassam claramente esses números e os contratos com as gestoras de frotas são ajustados em função desses perfis de utilização”. Nesse sentido, a Vasp tem procurado implementar junto das gestoras de frotas uma grelha que, ao longo do período do contrato, estabeleça um valor variável da renda em função do número de quilómetros. “Esta solução permite um ajustamento anual de todos os contratos de uma forma simples e sem necessidade de novas negociações mais profundas, evitando que se chegue ao final com desvios significativos em relação ao custo fixo estabelecido inicialmente”, refere Luís Miguel Casado. O CFO do Grupo Vasp adianta que as gestoras de frotas não têm sido recetivas a esta solução, com uma única exceção. AJUSTAMENTOS FISCAIS A introdução do atual regime fiscal relacionado com a Tributação Autónoma levou o Grupo Vasp a rever a sua política de viaturas e a adaptar-se ao novo enquadramento. “Antigamente tínhamos um conjunto mais alargado de escalões e, com a introdução dessas Tributações Autónomas mais gravosas, acabámos por criar três grupos na empresa: indiferenciados – viaturas de função de trabalho (a maioria) para as equipas comerciais e operacionais, que são normalmente viaturas de dois lugares por questões de dedução do IVA, e nesta categoria não há ‘plafonds’; o segundo grupo é de pessoas que têm funções de coordenação e, aí, já têm um veículo de pas-
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120 MIL QUILOMETRAGEM MÉDIA FEITA EM QUATRO ANOS PELOS VEÍCULOS ATRIBUÍDOS ÀS EQUIPAS COMERCIAIS E OPERACIONAIS DA VASP
800
VIATURAS PARA DISTRIBUIÇÃO DE PUBLICAÇÕES POR TODO O PAÍS, MAS QUE OPERAM NUM REGIME DE SUBCONTRATAÇÃO
80
VIATURAS PRÓPRIAS EM “RENTING”, DIVIDIDAS POR TRÊS ESCALÕES
sageiros de quatro / cinco lugares, assim como um “plafond” – um custo anual definido e um limite de 25 mil euros que não pode ser ultrapassado; o terceiro grupo corresponde aos veículos de direção, onde também há “plafond”, mas já não se coloca a questão do limite fiscal. Além disso, temos duas viaturas de 3500 quilos que servem para responder a algumas necessidades pontuais, designadamente da Vasp Premium, assim como alguns transportes entre gráficas ou recolhas. Para os serviços gerais também podemos dispor de uma viatura que permite carregar uma palete. De vez em quando vamos tendo viaturas maiores para responder a algumas necessidades”. No que se refere aos critérios de renovação de frota, o CFO do Grupo Vasp refere que o mais importante é o preço: “Normalmente começamos por definir um valor e depois vamos procurar ver o que se pode enquadrar nesse valor. Cada categoria tem um perfil bem determinado e um conjunto de equipamentos que estão contemplados. Com as gestoras de frotas tentamos encontrar viaturas que se enquadrem no perfil. Normalmente temos um carro de referência em cada segmento e depois tentamos encontrar mais uma alternativa.” Em média, a Vasp renova entre 15 a 20 viaturas por ano, devendo continuar a comprar, no curto prazo, viaturas diesel. Para cargos de direção admite apostar em viaturas híbridas plug-in, que têm vantagens a nível de Tributação Autónoma mas, por outro lado, a carga fiscal sobre a gasolina é superior à do gasóleo. O CFO da Vasp acredita que o aumento da atividade de algumas das empresas do Grupo tenha como reflexo um aumento do número de veículos, estando prevista a introdução de mais duas a três unidades na frota em 2019. /
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PERSPETIVA
MOPAR
NUNO LOPES, DIRETOR DA MOPAR
NOVAS SOLUÇÕES DE CONECTIVIDADE Lançada no início de novembro, a Mopar Connect Fleet apresenta um conjunto de serviços do setor automóvel dedicados à gestão de frotas e à segurança dos veículos do Grupo FCA, destacando-se, segundo Nuno Lopes, diretor da marca Mopar, pela “flexibilidade da aplicação” TEXTO DAVID ESPANCA FOTO CARLOS PEDROSA
A
Mopar representa, atualmente, todo o serviço pós-venda dos veículos do Grupo FCA – Fiat Chrysler Automobiles, que abarca o negócio das peças e, desde há cinco anos, as componentes de serviço, tais como extensões de garantia ou contratos de manutenção. E é também responsável pela área da conectividade, ou seja, “com a ligação digital dos clientes à marca e serviços digitais de suporte à atividade dos mesmos, sejam particulares ou empresas”, explica-nos Nuno Lopes, diretor da Mopar.
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Integrada no Grupo FCA, a Mopar tem outras linhas de ação complementares, por si geridas, como se fossem produtos próprios. “Suportamos os nossos concessionários com o fornecimento de peças e de outros tipos de equipamentos que vão além do perímetro das marcas do Grupo FCA. Na nossa atividade contratual, com a rede de concessionários, não vendemos só peças originais, mas também outro tipo de componentes de aplicação transversal para outras marcas automóveis”, adianta. O objetivo principal da Mopar, garante Nuno Lopes, “é transmitir aos clientes finais o conceito Mopar, já que não é
comum, no âmbito do consumidor europeu, termos uma marca pós-venda que seja original”. Na sua atividade de suporte ao Grupo FCA, são ainda responsáveis pela formação técnica, marketing e CRM (Customer Relationship Management).
Ou seja, uma “rent-a-car” gere um conjunto de marcas automóveis e dispõe de um “software” para fazer “booking” e toda a gestão operacional dessa frota. Acontece que, nestes casos, “consegue-se a emissão de dados com um ‘layout’ específico, que vai encaixar nas necessidades desse cliente”. GESTÃO OPERACIONAL E DE CUSTOS Desta forma, prossegue, “terá uma aplicação transversal a Entretanto, em abril deste ano, foi incorporado no serviço todas as marcas, que permite a georreferenciação e tudo o Uconnect o conceito da Internet das Coisas, passando a poder que daí advém. Quer dizer que, enquanto Mopar, consigo equipar as viaturas do Grupo com a Mopar Connect Box. Nuno que os meus veículos cedam dados para serem utilizados Lopes explica no que consiste: “Enquanto cliente individual aqui- nas aplicações das ‘rent-a-cars’, as quais são multimarca, lo que tenho é o automóvel conectado a um telemóvel. Quando enquanto ‘softwares’ de gestão de uma frota. O equipamenfalamos na gestão de frotas vai mais além, já que se pode ligar to original, que emite os dados, tem vantagens ao nível da um conjunto de automóveis a uma gestão centralizada de fro- telemetria, ao entrar noutros parâmetros”. tas, com outro tipo de funcionalidades inerenTodos os modelos do Grupo vendidos a partir tes à gestão de custos e gestão operacional”. E de abril deste ano podem ser equipados com foi assim que, no início de novembro, a marca esta nova solução, mas no caso de veículos “COM O MOPAR passou a disponibilizar novas ferramentas de comerciais pode chegar mesmo a 2014 (Fiat CONNECT FLEET conectividade para os veículos do Grupo, o Ducato) ou a 2016 (Fiat Doblò). O serviço CONSEGUE MEDIRMopar Connect, para o cliente individual, e o tem duas opções: quando o cliente compra o -SE QUEM FAZ UMA Mopar Connect Fleet, para a gestão de frotas. veículo, pode encomendar a sua instalação, TAREFA OU AINDA No caso da gestão de custos, a georreferenciasendo um opcional; ou quando o veículo cheSE UMA VIATURA ção permite, por exemplo, tratar de multas, asga, o cliente decide na altura e é instalado na SE AFASTA DO sim como da gestão antecipada e estatísticas dos rede de concessionários. Neste momento, a PERÍMETRO” custos de manutenção. Por outro lado, aquele FCA já instalou cerca de 100 unidades e, daresponsável explica que “é possível efetuar uma qui para a frente, poderão começar a medir os seus indicadores de progressão. gestão operacional no sentido mais prático da distribuição, por exemplo um conjunto de veículos a É de salientar que o conceito Uconnect é efetuar a distribuição de bens numa área geográfica definida, em utilizado por 24 por cento dos clientes, de uma forma próque cada um tem determinada tarefa a cumprir, num certo tem- -ativa. Daí, segundo Nuno Lopes, “estabelecermos esse po”. “Com o Mopar Connect Fleet consegue medir-se quem faz valor como meta para o Mopar Connect, apesar de ser um essa tarefa, logo é determinada a respetiva taxa de cumprimen- pouco ambicioso, porque a utilização é diferente, mas poto, ou ainda se uma viatura se afasta do perímetro delimitado. demos considerar os vinte por cento, até ao final de 2019, Nesse caso, são criados alertas e o gestor de frotas pode intervir”. como um alvo razoável”. Com os diversos serviços realizados através da georreferen- No âmbito da conectividade, a Mopar pretende também que ciação, juntamente com o facto de estar ligada à unidade do a marcação online de serviço passe a ser completamente aucomando motor, é possível perceber outras variáveis em si- tónoma, sem necessidade de ser assistida. Por outro lado, multâneo. Daí que a flexibilidade seja uma das características há cerca de três meses foi criada uma garantia contratual mais interessantes desta ferramenta. dos veículos usados associada à marca. Ou seja, todos os que forem vendidos pela rede de concessionários passam DADOS AVULSOS PARA “RENT-A-CARS” a ter garantia de marca, que no caso da Fiat é de dois anos, Além disso, Nuno Lopes realça que “existe uma outra so- enquanto na Alfa Romeo e Jeep é de três anos, sem limite lução para ‘rent-a-car’, o fornecimento de dados avulsos”. de quilometragem. /
MOPAR CONNECT FLEET PARA GESTÃO DE FROTAS
C
oube à Targa Telematics, fornecedora de serviços na área da tecnologia, assegurar o incremento de uma solução IoC (aqui, Internet of Cars), destinada ao segmento de frotas: a Mopar Connect Fleet. Combinando dispositivos de telemática com ecrãs táteis, “apps” e plataformas “web”, este conjunto de serviços conectados permite aos gestores de frota monitorizar todos os seus veículos, alugar veículos em tempo real, receber alertas sobre possíveis furtos ou manipulações ilícitas e melhorar a ges-
tão de veículos, a experiência de condução e a segurança dos condutores. Existem duas versões, Basic e Full, atualmente disponíveis em cinco idiomas, prevendo-se uma expansão da base de utilizadores. Os serviços oferecidos incluem assistência em viagem, suporte em caso de acidente e localização de veículos na sequência de furto. Tal como acontece com a versão individual, o Mopar Connect Fleet realiza imediatamente uma chamada e fornece ajuda para ativar os serviços de emergência. Procedimento similar é implementado em caso de furto.
O dispositivo deteta que o veículo está em movimento sem chave na ignição, ativa o sistema de assistência e envia uma mensagem ao centro de operações da Targa Telematics, que contacta o cliente. É ainda possível controlar de forma remota inúmeras funções úteis ao gestor de frotas, que recebe em tempo real dados e informação sobre os parâmetros de utilização dos veículos, como nível de combustível, estado de carga da bateria ou pressão dos pneus, sendo notificado sempre que seja necessário proceder a alguma manutenção, prevista ou não.
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REPORTAGEM
RELEASE MY CAR
OTIMIZAR O “RENTING” O setor automóvel tem já um “marketplace” para empresas e particulares, de cedência de contratos de “renting” ou, simplesmente, para quem deseja trocar de viatura, iniciativa inédita no mercado europeu, com chancela da FleetData TEXTO DAVID ESPANCA
C
hama-se Release My Car, é uma plataforma que já está online numa versão beta e visa a criação de uma solução para os clientes de “renting” que pretendam ceder os seus contratos antecipadamente ou, no futuro, para quem se habituar a ter “rentings” em segunda mão, trocar com maior regularidade a viatura com que circula habitualmente. Neste processo, as gestoras de frotas terão sempre de aprovar a cedência de posição contratual. Luís Ribeirinho, “country manager” do Release My Car, adianta que o projeto “vai ao encontro de uma necessidade que não estava coberta no mercado, pelo menos no europeu”. A ideia, segundo o interlocutor, passa pelo facto de “uma empresa que, por algum motivo, deixe de ter interesse em continuar com um contrato de ‘renting’, só ter duas alternativas: ou conhece alguém próximo que fique com o contrato ou, então, terá de o rescindir, o que custará em média entre três e cinco mil euros”. Através desta ferramenta, o cliente tem a possibilidade de encontrar um novo interessado em prosseguir com o contrato de “renting”. Para tal, o utilizador terá de se registar e, depois, criar um anúncio, com a informação do automóvel, fotografia e os elementos e serviços incluídos no contrato de “renting”. Neste momento, com a plataforma a funcionar em fase beta, os anúncios são gratuitos. Depois, terão um custo, assim como os serviços conexos que estarão disponíveis, nomeadamente, documentação, peritagens, recondicionamento e transporte de viaturas. Estarão disponíveis três tipos de anúncios, com duração prevista de três meses: Standard, Premium e Gold. As diferenças de tipologias têm a ver, sobretudo, com o destaque que os anúncios terão na plataforma, além de o Premium incluir alguns dos serviços conexos, como a peritagem.
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MAIS OPÇÕES PARA FROTISTAS Para as empresas, existem situações em que o “marketplace” poderá ser útil, “como a rotatividade de colaboradores, promoção de colaboradores, situações de reestruturação e ‘downsizing’ das frotas ou contratos que estejam desajustados das necessidades ou real utilização”, afirma Luís Ribeirinho. Para as gestoras de frotas, prossegue, “é uma forma de aumentarem o leque de clientes com quem trabalham, porque uma das suas estratégias é tentar entrar nos segmentos ainda por explorar, como os particulares ou profissionais liberais. Além disso, penso ser mais interessante analisar a possibilidade de aceitar a cedência de um contrato do que rescindi-lo”. Há ainda uma outra vantagem, revela o interlocutor: “Quando uma empresa pensa em gerir e adquirir a sua frota através da modalidade de ‘renting’, um dos pontos que poderá ser mais sensível é não haver tanta flexibilidade quando há necessidade de devolver uma viatura, porque temos os tais custos de rescisão. A própria plataforma pode ser um argumento para otimizar o produto de ‘renting’ ou aluguer operacional, pois assim o gestor de frota já tem uma solução para disponibilizar esse contrato.” No limite, apesar de não ser esse o objetivo, as gestoras de frota “podem utilizar este ‘marketplace’ para tentar re-alugar viaturas de ‘renting’, cujos contratos já tenham terminado e que considerem não ser o momento oportuno para vender a viatura para o mercado de usados”, remata Luís Ribeirinho que considera existir já um mercado com alguma dimensão para situações de necessidade ou interesse de cedência de contratos de “renting”: “Segundo apurámos, de um universo de 120 ou 130 mil viaturas em ‘renting’ que circulam normalmente em Portugal, diria que pelo menos cinco por cento são rescindidos anualmente ou então que há interesse na rescisão, mas os custos elevados são um entrave”. Em termos de potencial de mercado, Luís Ribeirinho avança que a empresa “pretende, em 2019, atingir uma percentagem elevada do universo de rescisões, de forma a comprovar a utilidade do conceito e, em seguida, replicar a ideia noutros mercados onde o renting conta com milhões de contratos”. O lançamento em grande escala do Release My Car deverá acontecer em janeiro, altura em que será também lançada uma “app”. Está prevista no início do próximo ano a internacionalização do projeto para o mercado espanhol, existindo também a possibilidade de expansão para França, Itália, Brasil, entre outros países, seja diretamente ou através do estabelecimento de parcerias. /
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RENT-A-CAR
MAIS COMPRAS EM 2019 Se 2018 foi um bom ano para o rent-a-car, 2019 poderá ser ainda melhor. Para responder ao aumento da procura, as empresas irão investir em mais aquisições e diminuir a expressão dos diesel nas suas frotas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
crescimento do turismo em Portugal está a impulsionar o aluguer de veículos e, para responder ao aumento da procura, os operadores de rent-a-car têm vindo a reforçar as suas frotas. Segundo a ARAC, associação do setor que representa 96% das empresas de aluguer de curta duração, o turismo é atualmente o maior mercado das rent-a-car, “representando cerca de 60% do seu volume de negócios”. Aquela associação refere que o setor continua a ser o maior comprador de veículos em Portugal. No ano passado, foi responsável
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pela aquisição de 53.089 veículos ligeiros de passageiros e 4343 comerciais ligeiros, o que correspondeu, respetivamente, a 23,8% e 11,2% do total de veículos novos vendidos. Na composição das aquisições referidas prevalecem (à semelhança do mercado nacional) os segmentos B e C, que representaram, respetivamente, 43% e 30% das compras efetuadas pelas empresas de rent-a-car. O crescimento da frota disponível para aluguer no ano passado foi de aproximadamente dez por cento, totalizando, em período de pico, 88 mil ligeiros de passageiros e cinco mil comerciais ligeiros. A tendência para o crescimento
das aquisições de veículos para as suas frotas pela empresas de rent-a-car continuou a verificar-se ao longo de 2018, sendo de prever que o número total ultrapasse o registado em 2017. A evolução favorável do setor é confirmada por alguns responsáveis de empresas contactados pela TURBO FROTAS. Nuno Barjona, Head of Marketing and New Mobility da Europcar em Portugal, refere que o ano de 2018 chega ao fim “com excelentes resultados, o que não vem contrariar o desfecho dos anos anteriores”. O quadro da empresa de rent-a-car com maior número de balcões em Portugal considera que os resultados obtidos em 2018 “são
consequência da forte presença no setor turístico, que está em constante crescimento, com o qual a Europcar mantém importantes parcerias e o aumento da procura por parte do setor empresarial de soluções de mobilidade mais flexíveis e atrativas”. Nuno Barjona sublinha que a “Europcar Portugal cresceu em número de clientes e, por consequência, em número de alugueres”. “Mas o sucesso do negócio não é apenas resultado do setor empresarial e turístico, o nosso produto de média duração, o fit rent, tem apresentado um crescimento acima do previsto e o lançamento do produto de longa duração é um investimento que já está a demostrar grandes resultados”. Por sua vez, Duarte Guedes, administrador da Hipogest, que detém o “franchise” da Hertz em Portugal, também refere que o balanço do ano de 2018 “tem sido positivo, mais uma vez, apesar dos preços no mercado português continuarem extremamente baixos, e alguns dos nossos custos principais terem aumentado”. Adianta que as receitas estão 13% acima do ano anterior, sublinhando que o crescimento é superior ao aumento de passageiros nos aeroportos. “Isto significa que estamos a ganhar
quota, não só no segmento ‘corporate’, que foi uma aposta nossa desde há muitos anos, antes do aumento do turismo, mas também estamos a consegui-lo no segmento de ‘leisure’”. Noutras empresas o balanço da atividade durante o ano de 2018 é diferente de acordo com a área de ação, segundo afirma Honório Teixeira, responsável da Visacar. “Na área de aluguer de automóveis sem condutor sofreu um ligeiro abrandamento, já na área de aluguer de automóveis com condutor e venda de automóveis tivemos uma evolução positiva”, que se deveu à “expansão do negócio em termos geográficos”. NO ANO PASSADO, O SETOR DO RENT-A-CAR FOI RESPONSÁVEL PELA AQUISIÇÃO DE 53.089 VEÍCULOS LIGEIROS DE PASSAGEIROS E 4343 COMERCIAIS LIGEIROS, O QUE CORRESPONDEU, RESPETIVAMENTE, A 23,8% E 11,2% DO TOTAL DE VEÍCULOS NOVOS VENDIDOS EM PORTUGAL
AUMENTO DE FROTA Para responder ao aumento da procura do turismo/lazer, as empresas de rent-a-car prevêem continuar a investir em nova frota e na aquisição de mais viaturas. A Visacar, por exemplo, refere que irá comprar mais viaturas em 2019 e Honório Teixeira adianta que a “maioria do investimento irá acontecer no segmento de pequenos citadinos”. Todavia, além de veículos dos segmentos A, B, C, os operadores do setor também irão apostar noutras tipologias.
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RENT-A-CAR
“A Europcar tem vindo a crescer e a frota cresce com a necessidade”, explica Nuno Barjona, Head of Marketing and New Mobility da Europcar em Portugal. “Prevemos que 2019 seja um ano ainda melhor que 2018. Além do aumento do Turismo/Lazer, temos apostado na aquisição e diversificação da nossa frota comercial. Os nossos veículos de transporte de mercadorias estão preparados para todo o tipo de necessidades desde o transporte de mercadorias perecíveis, através da frota de frio, furgões com plataforma elevatória, pick-up 4x4, veículos de caixa aberta e pequenos furgões”. APOSTA TAMBÉM EM HÍBRIDOS Para a Europcar, o setor empresarial é fundamental, uma vez que mais de 70% das empresas não considera investir numa frota própria. Para aproveitar essa oportunidade, a Europcar prevê um aumento de frota para a oferta de média e longa duração”. Por outro lado, a Europcar também irá investir em frota premium “sempre que se justifique mas, sobretudo, na diversificação para dar resposta tanto em frota como em serviços que o mercado procure”, salienta Nuno Barjona. A Hertz também irá continuar o crescimento de frota dos últimos anos e o Grupo Hipogest prevê aumentar as compras em cerca de 6%, o que significa alcançar uma frota superior a 8500 veículos na época alta. “A nossa oferta é muito variada”, refere Duarte Guedes, admi-
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EM TERMOS DE ALTERAÇÃO DE ‘MIX’ DE VEÍCULOS DIESEL PARA GASOLINA OU HÍBRIDOS/ /ELÉTRICOS, AS EMPRESAS DE RENT-A-CAR ADMITEM APOSTAR NUMA MAIOR DIVERSIFICAÇÃO
nistrador da Hipogest. “Em 2019, por exemplo, vamos dar especial enfoque ao segmento de SUV e de veículos comerciais”. Em termos de alteração de ‘mix’ de veículos diesel para gasolina ou híbridos/elétricos, as empresas de rent-a-car admitem apostar numa maior diversificação. “Iremos fazer mais aquisições de veículos a gasolina”, afirma Honório Teixeira, da Visacar, adiantando que a empresa também irá apostar em veículos híbridos para o mercado empresarial. A Europcar, que tem vindo a apostar na diversificação de soluções de mobilidade que também passam por veículos híbridos e elétricos, já iniciou o movimento de alteração do mix de viaturas de diesel para gasolina. No entanto, Duarte Guedes, da Hertz, reconhece que a diminuição do diesel tem sido menos acentuada em Portugal do que em outros mercados europeus. “Acreditamos que continuará a baixar gradualmente dando espaço a mais veículos a gasolina e híbridos”, afirma. “Dado que a maioria da nossa frota é contratada em regime de buy-back, a mesma acaba por ser um reflexo do mercado geral, ou seja, com um perfil semelhante ao das vendas das próprias marcas no mercado nacional. Há dois anos que fizemos uma aposta nos elétricos com a abertura do primeiro sistema de car sharing 100% elétrico em Lisboa, o Hertz 24/7 City. Esta aposta é para continuar”, acrescenta. /
COMERCIAIS
PEUGEOT PARTNER E CITROËN BERLINGO
FORTE APOSTA O Grupo PSA pretende manter a liderança nos comerciais ligeiros e, com esse objetivo em mente, introduziu mais de 20 novidades tecnológicas nas totalmente novas gerações do Peugeot Partner e Citroën Berlingo TEXTO NUNO FATELA
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á chegaram a solo nacional os novos Peugeot Partner e Citroën Berlingo, que mostram bem a forte aposta do Grupo PSA em manter-se no topo de vendas nacional e europeu do segmento. Para tal, esta nova geração evoluiu no “design” exterior e interior e no comportamento em estrada, a que junta a introdução
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de 20 assistências à condução, algumas delas em estreia nos comerciais ligeiros. Este concentrado garante capacidade para lutar pela manjtenção dos lugares cimeiros que os dois modelos ocupam nas vendas. DE OUTRO MUNDO… Basta abrir as portas do Berlingo ou do Partner para se perceber que estão num nível similar
aos ligeiros de passageiros. Tanto no conforto proporcionado pelos bancos agradáveis e boa posição de condução, como na estética moderna. Papel central nisso tem o ecrã central de 8’’, que concentra os recursos de conetividade e infoentretenimento, bem como a opção no Peugeot pelo i-Cockpit, idêntico a modelos como o 208 ou o 308. Mas este é também um habitáculo pensado para profissionais, um escritório sobre rodas, com inúmeros espaços de arrumação cuja capacidade total alcança os 113 litros. Nos vinte novos apoios ao condutor introduzidos encontramos sistemas como o Cruise Control Adaptativo, reconhecimento de sinais, Active City Brake, câmara traseira a 180º e vigilância do ângulo morto. Mas também o alerta de excesso de peso, com benefícios ao nível de segurança (mais estabilidade) e custos de utilização (previne desgaste excessivo dos componentes). Mas a novidade principal é o retrovisor digital, que usa um ecrã de 5’’ para apresentar as imagens cap-
4 CIL. DIESEL
100 CV
4,0 L
AOS 100 KM
109
G/KM CO2
tadas numa câmara. Estreia no segmento, rapidamente a sua utilização se torna natural e intuitiva, garantindo maior confiança durante a condução. AGRADÁVEL A oferta mecânica está a cargo dos motores a gasóleo 1.6 BlueHDi de 75 cv (230Nm) e de 100 cv (254Nm). Este último deve representar mais de 85% das vendas, e surge com a caixa manual de cinco velocidades (se prefere transmissões automáticas, a EAT8 chega no próximo ano, tal como o motor Diesel 1.5 BlueHDi de 130 cv). São anunciados consumos desde 4,0 l/100km. Mas, numa primeira análise, num percurso com sucessivas passagens entre limites de 30 km/h e 50 km/h, ficámos perto dos 6,5 l/100km. O motor de 100 cv mostrou-se rápido a responder ao pressionar o acelerador, mesmo tendo em conta os 200 kg de lastro colocados (1/4 da carga máxima das versões longas que chegam em 2019). Além da boa resposta
CITROËN
CONTROL CLUB
PEUGEOT
PRO
PREMIUM ASPHALT
1.6 BLUEHDI 75 CV CVM5 1.6 BLUEHDI 100 CV CVM5
20.200€ 21.000€
22.250€ 23.050€
do motor, destaque para a estabilidade demonstrada mesmo nas zonas mais sinuosas, com facilidade em manter as trajetórias, e também a agilidade, algo comprovável no diâmetro de viragem de apenas 10,82 m. LIGEIRAMENTE MAIS CAR0 Surpreendendo pela positiva, os novos Berlingo e Partner já chegaram a solo nacional, com uma lista de preços idêntica. Que começa nos 21.000 €, da entrada de gama no BlueHDi 100. Mas, comparando o aumento no preço e nos equipamentos, as vendas de-
DRIVER
23.500€
vem concentrar-se nos dois níveis superiores. Além da diversidade de configurações no interior, com versões de dois ou três lugares, alçapões e outras soluções, há ainda que referir a modularidade, por exemplo com o “pack” preparado para as tarefas de construção civil. Este é outro dos pontos fortes nestes modelos que lideram as vendas nacionais. E essa versatilidade, aliada à competência em estrada, conforto e muitas novas tecnologias, assegura que quem queira destronar o Partner e o Berlingo das primeiras posições de vendas vai ter uma tarefa bem difícil… /
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COMERCIAIS
OPEL COMBO
TRABALHADOR NATO A Opel bem precisava de renovar o Combo e a integração no Grupo PSA veio mesmo a tempo para a criação de uma oferta moderna, funcional, com motores evoluídos, cheia de tecnologia e uma gama bem posicionada TEXTO SÉRGIO VEIGA
A
integração da Opel no Grupo PSA pode ser analisada por inúmeros pontos de vista, mas se há um sob o qual não poderia ter sido melhor notícia foi no que respeita à construção de um comercial ligeiro, para o segmento de mercado mais importante e logo aquele em que a oferta da marca alemã já estava demasiado “datada” para ser concorrencial. O Combo estava mesmo a precisar de ser profundamente renovado para poder competir com os seus concorrentes e dar à Opel uma oferta sólida na parte crucial dos veículos comerciais. Quis o destino que, a aproximação a nível de parcerias, primeiro, e a integração, depois,
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no Grupo PSA tornasse tudo muito mais fácil, com o projeto do novo Combo a coincidir com a renovação dos Peugeot Partner e Citroën Berlingo. Não só a conceção dos três modelos ficou mais barata a cada uma das marcas (sempre se dividiu por três o investimento…), como foi possível cruzar o “know how” de todas elas, não só ao nível da funcionalidade exigível a um furgão moderno, como em termos de motorizações eficientes ou das mais recentes ajudas eletrónicas à condução. O novo Opel Combo pôde, assim, beneficiar de tudo isso. Estará disponível em dois comprimentos diferentes, se bem que vá chegar ao mercado já agora – as entregas começarão durante o mês de dezembro – apenas na versão mais curta,
com 4,40 m. A variante longa, de 4,75 m, chegará dentro de poucos meses, ainda na fase inicial de 2019. Este primeiro Combo, de 4,40 m, tem um compartimento de carga com 3,3 m3 de volume, comprimento de 1,781 m, largura entre cavas de rodas de 1,129 m (permite o transporte de duas europaletes) e capacidade de carga de 650 kg. Na versão longa, o volume do compartimento de carga aumenta para 4,4 m3 e a capacidade para 1000 kg. Mas a funcionalidade do Opel Combo não se fica pelas generosas dimensões do compartimento de carga. Também o acesso é facilitado, seja pela possibilidade de ter duas portas laterais deslizantes, pelas duas portas traseiras assimétricas, pelo baixo plano de carga que fica a
DOIS MUNDOS... Um posto de trabalho que junta a ergonomia e o conforto dos modelos de passageiros com o sentido funcional dos comerciais, com muitos espaços de arrumação e, no nível Enjoy, três lugares. Mesmo a versão curta pode transportar duas europaletes
GAMA OPEL COMBO JÁ À VENDA VERSÃO
CV PREÇO
1.6 TURBO D ESSENTIA 1.6 TURBO D ENJOY 1.6 TURBO D ESSENTIA 1.6 TURBO D ENJOY 1.5 TURBO D ENJOY 1.5 TURBO D ENJOY CX. AUT. AT8
75 75 100 100 130 130
apenas 580 mm do solo ou pela escotilha no tejadilho que se pode abrir para transportar objetos mais longos. Estando disponível em dois níveis de equipamento (Essentia e Enjoy), o mais elevado disponibiliza não só três lugares como uma escotilha na antepara da separação entre habitáculo e espaço de carga que, aberta, permite transportar objetos com um comprimento máximo de 3,09 m. Abundam ainda os espaços para arrumação de pequenos objetos, de forma a tornar a utilização do Combo o mais prática possível, sempre com tudo à mão. MUITA TECNOLOGIA Nesta fase de lançamento, a Opel disponibiliza o Combo com duas motorizações turbo-
20.310 € 22.260 € 21.110 € 22.060 € 24.460 € 26.760 €
diesel e três potências: o 1.6 Turbo D com 75 e 100 cv e o 1.5 Turbo D de 130 cv, este com opção de caixa automática de 8 velocidades. M ais tarde, as duas versões 1.6 serão substituídas também pelo mais moderno e eficaz motor 1.5, igualmente com 75 e 100 cv, mas com menores consumos e emissões. No entanto, os motores agora lançados revelam-se bastante económicos, com consumos médios de 4,3 (75 cv), 4,2 (100 cv) e 4,4 l/100 km (130 cv), significando baixos custos operacionais. Já tivemos oportunidade de guiar a versão mais potente, com caixa manual de 6 velocidades, e ficámos bem impressionados com o seu desempenho – mesmo com uma carga de 250 kg –, pela genica e pela agradabilidade da sua condução,
com um eixo dianteiro de enorme eficácia e a dar grande confiança. O Opel Combo recebe um equipamento bastante completo, em especial no nível Enjoy que, além dos três lugares, conta com ar condicionado, travão de estacionamento elétrico, sensores de estacionamento e sistema de infoentretenimento com ecrã tátil de 8’’ e compatibilidade com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. Mas há ainda um elevado número de tecnologia de auxílio à condução, com dispositivos pouco vulgares em veículos comerciais como é este Opel Combo. Claro que vários deles serão opcionais, mas falamos de sistemas como o de manutenção na faixa de rodagem, o de alerta de fadiga do condutor, o “head-up display”, o de alerta de colisão dianteira com deteção de peões e travagem autónoma (funciona acima dos 5 km/h), o de reconhecimento de sinais de velocidade, sensores de flanco (abaixo de 10 km/h), alerta de ângulo cego (acima de 17 km/h) ou o controlo de tração IntelliGrip. E, no próximo ano, chegarão o Surround Rear Vision (para melhor visão traseira), um prático indicador de excesso de carga e o “cruise control” automático. Oferta imbatível a nível tecnológico, a juntar à funcionalidade ímpar deste furgão. /
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COMERCIAIS
RENAULT MASTER Z.E. L2H2
QUARTO ELEMENTO Para distribuição urbana com emissões zero, a Renault propõe a versão elétrica da Master, com autonomia real de 150 km e custo energético de 3,57 €/100 km TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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ioneira na produção em série de veículos elétricos com os modelos Twizy, ZOE e Kangoo Z.E., a Renault reforçou a sua oferta neste domínio com a disponibilização da Master Z.E., passando a ser a única marca que já tem à venda dois veículos comerciais ligeiros elétricos. Desenvolvida com base na versão de tração dianteira da Master, esta nova variante está vocacionada para operações de distribuição urbana e suburbana, designadamente nas chamadas “entregas de última milha”. Este modelo recebeu uma bateria de iões de lítio com uma capacidade de 33 kWh (Z.E. 33) – a mesma que está disponível no Kangoo Z.E. – que oferece uma autonomia real mínima de 120 quilómetros. Em condições reais no ensaio, com um
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derivativo de chassis médio e teto alto (L2H2), conseguimos uma autonomia superior real de 150 quilómetros. O motor elétrico R75 desenvolve uma potência máxima de 57 kW (76 cv), que já foi testado e comprovado nos modelos ZOE e Kangoo Z.E..Como se destina a uma utilização em ambiente urbano, a velocidade máxima está limitada a 100 km/h. A Master Z.E. disponibiliza ainda um modo Eco, que limita a velocidade máxima a 80 km/h, assim como a aceleração, para otimizar a autonomia. O consumo registado pelo computador de bordo no ensaio foi de 25,1 kWh/100 km, o que se traduz num custo de 3,57 €/100 km, segundo a tarifa de baixa tensão da EDP. A operação de carregamento da bateria varia entre as seis horas numa “wallbox” de 7,6 kW, onze horas num ponto de carregamento de 3,7 kW ou as
76 CV
POTÊNCIA MÁXIMA
150 KM
AUTONOMIA MEDIDA
856 KG CAPACIDADE DE CARGA
QUASE NADA DIFERENCIA A Z.E. DE UMA QUALQUER OUTRA MASTER Com as baterias sob o piso, o volume de carga mantém-se nos 10,8 m3
17 horas numa tomada doméstica de 2,3 kW. Em termos de imagem, a versão elétrica da Master é rigorosamente igual à da variante de motor de combustão interna, assim como o compartimento de carga, uma vez que as baterias foram instaladas por baixo da carroçaria. O furgão de mercadorias com chassis médio e teto alto (L2H2) disponibiliza um volume útil de 10,8 m3 e uma capacidade de carga de 856 kg. No caso da unidade ensaiada, o piso estava revestido em borracha e as paredes laterais em folha de madeira. A cabina da Master Z.E. também é semelhante à da versão de combustão interna, com exceção do painel de instrumentos que é específico. A Master Z.E. é proposta num único nível de equipamento e com aquisição de bateria, estando disponível a versão L2H2 do furgão de mercadorias a partir de 62 mil euros. /
RENAULT MASTER MASTER Z.E. L2H2
TÉCNICA PREÇO 62.000 € // MOTOR Elet.; 75 KW // BINÁRIO 225 NM // TRANSMISSÃO DIAN; 1 VEL Aut // PESO 2244 KG // COMP./ LARG./ALT. 5,54/2,07/2,49 M // CONSUMO ND (25,1* KWH) // EMISSÕES 0 G/KM // IUC 00,00€
AGRADABILIDADE UTILIZAÇÃO / EQUIPAMENTO AUTONOMIA / PREÇO
*As nossas medições
EQUIPAMENTO Ar condicionado, airbag do condutor, auxiliar de arranque em subida, computador de bordo, fecho centralizado com telecomando, modo Eco, vidros e espelhos elétricos, prateleira superior, R-Link com câmara traseira e sensores de estacionamento traseiros, autorrádio Bluetooth com comandos satélite no volante, ligação USB e entrada cartão memória
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25 Anos de Excelência na Gestão
30 Anos de Excelência na Gestão
35 Anos de Excelência na Gestão
40 Anos de Excelência na Gestão
45 Anos de Excelência na Gestão
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Av. Barbosa Du Bocage, 113 – 1º - 1050-031 LISBOA / +351 213 852 270 / info@tcagest.com
COMERCIAIS HYUNDAI H350 SWB VAN 2.5 EVGT
TÉCNICA PREÇO 34 368€ // MOTOR 4 CIL; 2497 CC; 150 CV; 3600 RPM // BINÁRIO 373 NM // TRANSMISSÃO TRAS; 6 VEL MAN // PESO 2235 KG // COMP./LARG./ALT. 5,51/2,03/2,68 M // CONSUMO 8,2 (9,3*) // EMISSÕES 214 G/KM // IUC 53,00€ *As nossas medições
EQUIPAMENTO HYUNDAI H350 SWB VAN 2.5 EVGT
DE VOLTA AOS COMERCIAIS COM UM GRANDE FURGÃO A versão ‘curta’ do primeiro furgão de grandes dimensões comercializado pela Hyundai na Europa oferece um volume útil de carga de 10,5 m3 e um motor diesel de 2,5 litros com 150 cv TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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pós um interregno de alguns anos no mercado nacional, a Hyundai está de volta ao segmento dos comerciais ligeiros. Regresso que coincidiu com a introdução do primeiro furgão de grandes dimensões da marca coreana na Europa. Disponível em duas distâncias entre-eixos, como furgão ou chassis-cabina, e equipado com motor diesel de 2,5 litros, o Hyundai H350 foi desenvolvido para oferecer um elevado espaço de carga, um “design” ergonómico e prestações robustas, associadas aos padrões de qualidade e segurança que se devem a uma carroçaria rígida fabricada em aço de elevada elasticidade. Uma das opções da gama consiste no furgão de mercadorias com paredes laterais em cha-
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pa, distância entre eixos de 3,43 metros, comprimento exterior de 5,51 metros e altura de 2,68 metros. A combinação do comprimento interno de 3,78 metros, com a largura interna de 1,79 metros e a altura de 1,95 metros permite disponibilizar um volume útil de carga de 10,5 m3 ou até quatro europaletes. A porta deslizante no lado direito é de série, assim como as portas traseiras de batente duplo e abertura até 270º. Como já é habitual nos veículos da Hyundai, o equipamento de conforto é bastante completo, não faltando o ar condicionado, o computador de bordo, o rádio com entrada USB, ecrã tátil e Bluetooth, o fecho centralizado ou os vidros e espelhos elétricos, entre outros. O interior da cabina apresenta um aspeto simples, sem gran-
Ar condicionado com refrigeração, airbag do condutor, auxiliar de arranque em subida, computador de bordo, controlo de tração, fecho centralizado com telecomando, luzes diurnas, vidros e espelhos elétricos, prateleira superior, degrau traseiro, ecrã tátil de oito polegadas, compartimento arrumações debaixo do banco do passageiro, entradas USB e AUX, comandos satélite no volante
EQUIPAMENTO CAIXA CARGA CONSUMOS MOTOR BAIXOS REGIMES
des luxos ou requintes, como seria expectável numa viatura de trabalho. A nível mecânico, o Hyundai H350 recebe um motor diesel de 2,5 litros que, no caso da unidade ensaiada, desenvolve uma potência de 150 cv e um binário de 373 Nm às 2500 rpm. Este propulsor revelou-se rápido a subir de rotação, mas carece de alguma falta de disponibilidade de binário a baixos regimes, obrigando a um recurso mais frequente à caixa manual de seis velocidades. Em vazio, a combinação da elevada potência e da tração traseira originam algumas intervenções do sistema de controlo de tração. Por sua vez, o consumo registado pelo computador de bordo durante o ensaio foi de 9,3 l/100 km. No que se refere ao preço, esta versão é proposta por 34.368 euros. /
TOYOTA HILUX 4X4 INVINCIBLE 50
JOVEM CINQUENTENÁRIA Marca de referência no segmento das pick-up, a Toyota lançou uma nova edição especial da Hilux de cabina dupla, denominada Invincible 50, para assinalar meio século deste modelo TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
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om base na versão mais equipada da Hilux com cabina dupla e tração integral, a Toyota lançou uma nova série especial para assinalar o 50.º aniversário deste modelo e da presença da marca em Portugal. Denominada Invincible 50 carateriza-se por apresentar um ‘badge’ alusivo ao meio século do modelo e por um conjunto de acessórios exclusivos em preto: proteção frontal, roll-bar, revestimento interior da caixa de carga, alargadores e degraus laterais. A caixa de carga da unidade ensaiada conta com uma cobertura ‘full-box’ com fechadura
independente, que permite transportar quase todo o tipo de bagagens em segurança e ao abrigo de olhares indiscretos. O único problema desta solução consiste na acessibilidade, especialmente se o objeto for de reduzidas dimensões e estiver encostado à parede da cabina... O habitáculo oferece espaço generoso para cinco ocupantes, enquanto a qualidade de construção é irrepreensível. O equipamento também é bastante completo nesta edição especial, baseada verão Tracker. A dotação de série inclui, entre outros, ar condicionado manual, sistema multimedia Toyota Touch, câmara traseira, volante multifunções, cruise control.
No que se refere ao capítulo mecânico, a Hilux 4x4 Invincible 50 conta um um motor turbodiesel de 2,4 litros de 150 cv, que se revelou bastante agradável de utilizar, não só em termos da entrega de potência, mas também pela disponibilidade de binário a baixos regimes. O consumo registado pelo computador de bordo em condições normais foi de 8,7 l/100 km. O sistema de tração permite circular em 4x2, 4x4 e 4x4 ‘baixas’, bastando, para o efeito, rodar um manípulo para alterar os modos. Além disso, também é possível bloquear o diferencial. Esta versão de aniversário da Hilux tem um preço de venda ao público de 44.179 euros. / TOYOTA HILUX 4X4 INVINCIBLE 50
TÉCNICA PREÇO 44.179€ // MOTOR 4 CIL.; 2.393; 150 CV; 3400 RPM // TRANSMISSÃO 4WD; 6 VEL MAN // PESO 2200 KG // COMP./ LARG./ALT. 5,33/1,85/1,81 // CONSUMO 7,0 (8,7*) L/100 KM // EMISSÕES 185 G/KM // IUC 53,00 € *As nossas medições
EQUIPAMENTO Ar condicionado manual, faróis automáticos, fecho centralizado portas com comando, vidros elétricos dianteiros e traseiros, faróis de nevoeiro, banco do condutor aquecido, cruise-control, ar condicionado manual, sistema multimedia Toyota Touch 2, sistema de navegação, câmara auxiliar traseira, proteção frontal, roll-bar, proteção interior da caixa de carga, alargadores e degraus laterais
EQUIPAMENTO QUALIDADE CONSTRUÇÃO ACESSIBILIDADE BAGAGEIRA/PREÇO
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS
ESTUDO LEASEPLAN
ECOLÓGICO BAIXA CUSTOS M
ais de 50% das frotas geridas pela LeasePlan Portugal teriam redução de custos se transitassem para veículos elétricos, referem as conclusões do estudo “Motorizações: qual a mais eficiente?”, efetuado pela maior gestora de frotas a operar no mercado nacional. Em função do segmento, da quilometragem média, do nível de emissões de dióxido de carbono que se pretende atingir e da ambição da empresa para a sua de frota, o estudo indica que, considerando uma quilometragem média de 30 mil quilómetros, a maioria das frotas geridas pela LeasePlan reduziriam os seus custos ao substituírem veículos de com-
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bustão tradicional por viaturas elétricas ou híbridas plug-in. Neste estudo foi realizada uma análise às diferentes motorizações por segmento e quilometragem. Os dados indicam que existem alternativas economicamente viáveis aos motores de combustão. Os veículos elétricos são particularmente competitivos nos segmentos Pequeno Familiar Generalista e Pequeno Familiar Premium para quilometragens anuais superiores a 20.000 km e 35.000 km. Os híbridos plug-in são competitivos nos segmentos Médio Familiar Generalista, Médio Familiar Premium e Grande Familiar, para quilometragens anuais acima de 20.000 km no primeiro caso e de apenas 10.000 km nos dois últimos.
Com base neste estudo, a LeasePlan refere que a opção por veículos elétricos e híbridos plug-in nas frotas deverá ser analisada pelos gestores de frota de acordo com a estratégia de negócio, o perfil de utilização e as necessidades de infraestrutura de carregamento. Os veículos elétricos oferecem maiores vantagens quando a utilização é mais citadina e com um perfil quilométrico baixo entre carregamentos. A gestora de frotas adianta que a reduzida necessidade de manutenção e reparação, os benefícios fiscais e o custo da eletricidade têm incrementado a competitividade do TCO (Total Cost of Ownership) dos veículos elétricos face aos veículos a combustão. /
HYUNDAI, KIA E VODAFONE
PARCEIROS CONECTADOS
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Hyundai, a Kia e a Vodafone estabeleceram uma parceria estratégica para o mercado europeu, com o objetivo de criar uma conectividade para os condutores dos veículos das marcas coreanas, lançados a partir de 2019. A Hyundai e a Kia irão usar a rede de IoT da Vodafone para implementar este serviço, permitindo que os clientes usufruam das novidades da nova tecnologia telemática. O sistema utiliza a conectividade integrada fornecida pela operadora de telecomunicações para facilitar a vida dos proprietários dos veículos. Os serviços vão incluir informações de trânsito atualizadas, serviços de estacionamento e localização, diagnóstico do veículo e comando de voz. O sistema é compatível com o Android Auto e o Apple CarPlay, permitindo uma integração com o smartphone e o acesso às aplicações.
SCANIA
MARCA DE CAMIÕES MAIS VENDIDA EM PORTUGAL
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pós mais de três anos de liderança, a Scania continua a ser a marca de camiões mais vendida em Portugal no segmento acima das 16 toneladas de peso bruto, com uma taxa de penetração de 21,6% entre janeiro e setembro de 2018. Este resultado está claramente acima da tendência do mercado nacional no período em questão, que registou uma quebra de 0,4%, enquanto a Scania obteve um crescimento de 48,8%. Além de ter sido a marca que mais cresceu, manteve a trajetória dos últimos três anos até à conquista da liderança do mercado. Nos tratores de mercadorias, a marca sueca também lidera, com uma quota de 24,7%. A nova gama de construção, lançada no ano passado, também está a ter um bom acolhimento no mercado, graças à sua robustez e à adaptação às necessidades dos clientes. A marca irá ainda continuar a apostar na disponibilização de soluções de transporte sustentáveis, designadamente camiões movidos a gás natural, comprimido (GNC) ou liquefeito (GNL).
É FAZER AS CONTAS... A adoção de veículos elétricos ou híbridos plug-in pode ser um excelente negócio para a frota da sua empresa
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EM MOVIMENTO
NOTÍCIAS
ALD AUTOMOTIVE
SOLIDARIEDADE E... BOAS ENERGIAS
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ALD Automotive Portugal voltou a envolver os seus colaboradores e uma instituição de solidariedade num evento que teve como objetivo fortalecer as diversas ações de solidariedade e cidadania. A edição de 2018 teve a preocupação de sensibilizar a consciência ambiental para o acompanhamento de clientes internos e externos na transição energética. O evento começou por reunir todos os colaboradores da ALD Automotive Portugal numa formação de eco-condução, seguida de um rally paper de veículos híbridos e elétricos, possibilitando um contacto com a ampla oferta existente no mercado de energias alternativas. Com esta ação, a empresa reforçou a experiência e conhecimento interno sobre o futuro da mobilidade elétrica, permitindo impulsionar o esclarecimento e o serviço de consultadoria efetuado junto dos clientes para que possam tomar decisões bem informadas sobre as motorizações mais adequadas à sua tipologia e necessidades. No âmbito da sua política de responsabilidade social, a ALD Automotive aproveitou o evento para fazer a doação de uma viatura elétrica ao CECD – Centro de Educação para o Cidadão com Deficiência de Mira Sintra. “Ajudar a fazer mais feliz faz parte da nossa cultura, onde ano após ano, utilizando o sentido de partilha dos nossos colaboradores, contribuímos para uma nova causa, habitualmente na comunidade e área social onde nos encontramos”, refere
VW FINANCIAL SERVICES COM FROTA ELÉTRICA A equipa responsável pela gestão de frotas da Volkswagen Financial Services Portugal passou a utilizar apenas viaturas elétricas nas deslocações, procurando
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Carla Carvalho, diretora de Recursos Humanos da ALD Automotive. “Este ano desafiámos o grupo de Inovação da ALD Automotive a desenvolver uma atividade de Responsabilidade Social que desse também especial atenção ao meio ambiente. Assim promovemos uma
dar o exemplo aos clientes, acelerando a eletrificação e a descarbonização da sua frota automóvel em Portugal. No âmbito desta estratégia, mais de 20% da frota da Volkswagen Financial Services já é elétrica. Além das vantagens ambientais e de sustentabilidade existem outros benefícios para as empresas como a redução dos custos relacionados com a energia e a manutenção, assim como um tratamento fiscal mais favorável.
experiência e partilha de conhecimento em energias alternativas, incentivando o uso de veículos elétricos pelos nossos colaboradores, bem como pela instituição, e que culminou da melhor forma com a doação de uma viatura 100% elétrica”, acrescentou. /
PORTAL VIA VERDE PARA EMPRESAS A Via Verde lançou um novo portal para clientes empresariais, denominado Via Verde Empresas, que possibilita a gestão de grandes volumes de transações (portagens e outros serviços) para frotas de dimensões variáveis. Com um único login é possível gerir várias empresas e fazer o upload de ficheiros para alterações de matrícula. A informação de suporte
à gestão tem um enfoque especial na facilitação de relatórios sobre a frota de cada cliente, em quantidade e com informação relevante dirigida a clientes empresariais, como a exportação de dados como contratos e identificadores.