N.º 7 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014 | WWW.OFICINA.TURBO.PT | 2,2€
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SEMIRREBOQUES REPARAÇÃO DE CHASSIS E ESTRUTURAS EM ALUMÍNIO
CONGRESSO TRANSPORTADORES COMEÇAM A APOSTAR NO GÁS NATURAL
HANNOVER AS GRANDES NOVIDADES QUE VÃO CHEGAR AO MERCADO
sumário PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR CLÁUDIO DELICADO claudiodelicado@turbo.pt REDAÇÃO PAULO HOMEM paulohomem@turbo.pt JOÃO CERQUEIRA ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES andrerodrigues@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt DIRETORA COMERCIAL ANABELA MACHADO anabelamachado@turbo.pt
N.º 7 | NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014
Editorial.............................................................................................. P.4 Grande Entrevista Luís Cabaço Martins. ANTROP .......................................................... P.6 Notícias............................................................................................... P.10
Empresa
ABMN ............................................................................................................. P.16 HS Peças .................................................................................................... P.18 Correias II ................................................................................................. P.20 Tardes Civiparts ...................................................................................... P.22
Empresa em destaque
Recambios Barreiro .............................................................................. P.24
Estratégia
Irizar ............................................................................................................. P.28
Oficina
Prime Trucks ............................................................................................. P.32
Congresso
EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt
APVGN. O gás natural nos transportes ....................................... P.34 ANTRAM ....................................................................................................... P.38
PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt
Pastilhas de travão ............................................................................... P.42
FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt CONSULTOR EDITORIAL JOÃO ALMEIDA COLABORADORES PEDRO MONTENEGRO PARCERIAS APVGN CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 5000 EXEMPLARES Isenta de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 Art.o 12º nº 1 A. INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
Especial Frotas
Machado & Brites .................................................................................. P.48
Salão
IAA Hannover - 2ª. parte ..................................................................... P.52 Os pesados na Expomecânica e na Mecânica......................... P.62
Autocarros
King Long..................................................................................................... P.66
Técnica
Semirreboques de alumínio ............................................................. P.68 Passo a passo: rotulação com tinta ........................................... P.70 Condução Avançada de camiões ................................................... P.72 Lusilectra ................................................................................................... P.74
Legislação
Pesos e dimensões em Espanha ................................................... P.75
Pneus
Garland ........................................................................................................ P.76 DonTyre ...................................................................................................... P.78 Tiresur ........................................................................................................ P.80
Ambiente
Opinião APVGN ........................................................................................ P.81 Opinião João Almeida.................................................................. P.82 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014
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editorial
O desafio da novidade
O
recente Congresso organizado pela Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural (APVGN), de que a TURBO OFICINA PESADOS foi media partner, mostrou que este é um combustível que já entra nas contas dos principais transportadores em Portugal. Será sempre uma alternativa de nicho nos próximos anos e depende do próprio mercado definir o ritmo de crescimento para que seja um segmento com escala que permita uma generalização como vai acontecendo já noutros países. Se no transporte de passageiros e na recolha de resíduos é uma realidade há mais de uma década, no transporte de mercadorias está a dar os primeiros passos. Pode ler o que os principais players do setor acham desta alternativa na página 34 desta edição. A questão está em saber como é que as oficinas e o setor da reparação olham para esta realidade. O gás natural não é um futuro longínquo, vai sendo já o presente. As oficinas que se prepararem desde já serão as primeiras a conseguir um negócio que tem QUASE TODAS AS MARCAS APRESENTARAM NOVIDADES muito potencial. A reparação e manutenção deste AO NÍVEL DO GÁS NATURAL. A TODOS OS REPARADORES, tipo de veículos tem especificidades próprias e requer formação e conhecimento. A reparação independente NÃO DEIXEM ESCAPAR A OPORTUNIDADE tem que se preparar desde já para estar em pé de DE ENTRAR NESTE COMBOIO NO INÍCIO DA VIAGEM igualdade com os reparadores oficiais que, por inerência, são obrigados a dar resposta mais cedo. Até porque a legislação europeia é clara em não distinguir oficinas independentes com oficiais na hora da reparação e manutenção, mesmo dentro do período de garantia do veículo, desde que seguidas todas as recomendações do programa de manutenção oficial. A vantagem desta legislação é dar hipótese de escolha para que o cliente decida qual é a oficina mais capaz para tratar da manutenção e reparação da sua frota ou de determinados veículos da sua frota. Esta equiparação vai também ajudar a profissionalizar cada vez mais o setor e a nivelá-lo por cima. Deve promover-se a concorrência saudável. Todos ganham. Basta olhar para as novidades de produto que foram apresentadas recentemente no Salão IAA de Hannover (e que pode ler a partir da página 52 desta edição) para ver que praticamente todas as marcas apresentaram novidades ao nível do gás natural. A todos os reparadores, não deixem escapar a oportunidade de entrar neste comboio no início da viagem.
Cláudio Delicado DIRETOR claudiodelicado@turbo.pt
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grande ENTREVISTA
Luís Cabaço Martins. “Fiscalidade Verde agrava custos de exploração” Nesta entrevista, o Presidente do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), Luís Cabaço Martins, no seu quarto mandato, fala-nos dos trabalhos em desenvolvimento e de alguns dos principais constrangimentos com que as empresas de transporte público se debatem. TEXTO JOÃO CERQUEIRA
A
ANTROP é uma associação de âmbito nacional, com sede na cidade do Porto e delegação na cidade de Lisboa. Congrega, de norte a sul do País, a maioria das empresas de transportes coletivos rodoviários de passageiros, concessionárias de serviço público. Integra um total de 88 associados, responsáveis por 12.000 postos de trabalho diretos, sendo detentores de uma frota de cerca de 7.200 autocarros, os quais percorrem por ano cerca 380.000.000 km e transportam aproximadamente 1.500 milhões de passageiros. Estas empresas exploram linhas regulares nacionais e internacionais, prestam serviços de transporte urbanos, suburbanos e interurbanos concessionados pelo Estado e serviços expresso e de alta qualidade também autorizados pelo Estado, bem como serviços ocasionais e regulares especializados, nacionais e internacionais. A nível de assistência, trata-se de um setor com especificidades muito próprias, a começar desde logo pelo facto da frota ser sujeita a uma duplicação do número de imobilizações para manutenção e reparação, com necessidades de especializações dos serviços de assistência do chassis e da carroçaria. Todos os grandes frotistas de autocarros têm oficinas próprias, mas persiste no setor alguma necessidade de uma maior proximidade a esses locais de assistência, uma vez que, não raras vezes, são obrigados a percorrer grandes distâncias para poder reparar os veículos. A ANTROP participou no Grupo de Trabalho “Portugal Porta-a-Porta” para a definição do serviço público de transporte de passageiros flexível a nível nacional. Quais foram as principais propostas da Associação? Consideramos que, pela sua natureza, o operador de transporte público é um
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parceiro chave na oferta de transportes a nível local, daí que, no entender da ANTROP, os serviços flexíveis deverão ser criados de forma complementar e articulada com a oferta de transporte regular existente, sendo o operador de transporte público um parceiro de referência na coordenação operacional desses mesmos serviços. Cada município deverá, caso a caso, avaliar a carência de serviços de transporte existentes, identificando a forma mais eficiente para suprir as necessidades, devendo contar, para esse efeito, prioritariamente, com os recursos dos operadores de transportes públicos, nomeadamente em transportes coletivos e táxis, e também, em caso de necessidade, com os recursos das redes de apoio social aí existentes. Qual é o ponto da situação do processo legislativo em curso? De acordo com o anteprojecto de Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros, lançado a consulta pública pelo IMT em Junho passado, o serviço público de transporte de passageiros flexível será regulado neste diploma, que ainda não foi aprovado em Conselho de Ministros, desconhecendo a ANTROP se já entrou em circuito legislativo. A ANTROP é a favor ou contra o processo de subconcessões em curso do serviço de transportes públicos de Lisboa e do Porto? A ANTROP defende a concessão, ao setor privado, dos serviços de transporte rodoviário das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, retirando o Estado desta gestão, reservando-lhe o papel de organizador e regulador do sistema. A nossa posição relativamente a esta matéria é do conhecimento público, mas convém assinalar, no entanto, que jamais aceitaremos que a implementação desse processo provoque a
destruição do tecido empresarial existente, responsável pela prestação, há décadas, do serviço de transporte público às populações das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Sendo a ANTROP a favor dessa concessão ao setor privado, o que é que vos levou a impugnar o concurso público de subconcessão da operação da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP)? No que toca ao concurso público relativo à subconcessão da operação da STCP, a ANTROP decidiu impugná-lo junto do Tribunal Administrativo do Porto e requerer medidas cautelares para a sua suspensão, por vários motivos. Desde logo, porque o concurso agora lançado implica a entrada em vigor de um novo regime legal para o setor dos transportes que daria à STCP um inaceitável tratamento privilegiado face àquele de que dispõem, atualmente, os operadores privados que a ANTROP representa, susceptível até de pôr em causa a subsistência de muitas dessas empresas. Acresce que, neste momento, ainda não existe sequer base legal que permita à STCP adjudicar o concurso que lançou. E relativamente ao caderno de encargos? O caderno de encargos contém também incorreções de diversa ordem, já reconhecidas pelo Governo - designadamente ao nível do mecanismo de remuneração do subconcessionário - e pelo Conselho do Metropolitano do Porto, ao nível do leque de serviços a subconcessionar. Estas incorreções põem em causa, de forma clara, a viabilidade do contrato de subconcessão a celebrar, o que, para além de ser inexplicável e absurdo, contraria as orientações da União Europeia a que Portugal se encontra vinculado. Mas há mais, porque existe também um desfasamento, já reconhecido e recentemente reafirmado pelo Conselho Metropolitano do
“A PREVISÍVEL SUBIDA DE 5,3 CÊNTIMOS/LITRO DO GASÓLEO REPRESENTARÁ UM SOBRECUSTO DE 11,7 MILHÕES DE EUROS EM 2015. TRATA-SE DE UM CUSTO INSUPORTÁVEL PARA AS EMPRESAS”
Porto, entre as necessidades de mobilidade da população e a solução de transporte objeto do concurso, a qual não assenta, pelo menos que a ANTROP tenha conhecimento, em qualquer estudo técnico credível. Há uns meses, o Tribunal de Contas teve o cuidado de recomendar que esse estudo fosse realizado antes do lançamento do concurso.
Quais são as expectativas da Associação relativamente ao desfecho desta questão? Para já, em face das ilegalidades e dos erros detetados no processo concursal da STCP, entende a ANTROP que é imperioso que a justiça administrativa se possa pronunciar o mais cedo possível. A ANTROP será sempre intransigente na defesa dos seus associados, do serviço público de transporte e das populações que diariamente utilizam estes serviços nas suas deslocações, pelo que levará até às últimas instâncias este processo caso tal se mostre necessário. Porém, estamos otimistas quanto ao seu desfecho. A ANTROP criticou também publicamente o aumento do preço dos combustíveis prevista no OE 2015, decorrente da “fiscalidade verde”. Quais são as implicações no setor? O aumento do preço do gasóleo agravará em 4,8% os custos com os combustíveis dos transportadores privados de pesados de passageiros, colocando em risco a sua sustentabilidade. Pelos cálculos da ANTROP, a previsível subida de 5,3 cêntimos/litro do gasóleo representará um sobrecusto de 11,7 milhões de euros em 2015. Trata-se de um custo insuportável para as empresas associadas. Existem alternativas? Para já, a ANTROP apela a todos os partidos com assento parlamentar para que apresentem propostas de alteração do OE 2015 que permitam criar um regime de exceção para o transporte público rodoviário de passageiros, à semelhança, aliás, do que já está previsto para as empresas de transporte aéreo. Queremos acreditar que o bom senso acabará por imperar e será ainda possível corrigir os excessos propostos, sob pena de às empresas de transporte público rodoviário se abrirem apenas duas opções em 2015: aumentar as tarifas abruptamente, de forma a compensar o acréscimo de custos com o aumento de receitas; e reduzir drasticamente a prestação do serviço público através do corte de carreiras e reduzindo o número de trabalhadores, deixando assim milhões de cidadãos sem transporte ou com o recurso único ao transporte privado que, em tese, o Governo desejaria limitar, com os enormes custos financeiros e ambientais que isso representaria. Encontra-se em anteprojeto um novo regime de contratualização do serviço público de passageiros que irá produzir profundas alterações ao “velhinho” Regulamento de Transportes em Automóveis (RTA). O que é que vem alterar? O novo regime de contratualização do serviço público de transporte de passageiros, que deverá ser instituído pelo diploma a que vier dar origem o já referido anteprojeto de Regime Jurídico do Serviço Público de
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grande ENTREVISTA
Conselho Diretivo da ANTROP
Transporte de Passageiros, estabelecerá um novo enquadramento legal, assente no Regulamento (CE) n.º 1370/2007, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo ao serviço público de transporte ferroviário e rodoviário de passageiros, que impõe a obrigatoriedade de celebração de contratos de serviço público entre as autoridades competentes e os operadores de serviço público de passageiros, sempre que haja lugar à atribuição de direitos exclusivos e à atribuição de compensação financeira, em razão de obrigações de serviço público por estes suportadas. E na prática o que é que consagra? Este regulamento consagra um regime de “concorrência regulada”, impondo a abertura progressiva dos mercados do transporte público de passageiros a nível europeu, e estabelece como principal mecanismo para atribuição de contratos de serviço público nesses mercados o procedimento concursal, sendo irrelevante, na ótica do direito comunitário, se os serviços públicos de transporte de passageiros são operados por empresas públicas ou privadas. Até ao final do período transitório previsto no Regulamento que decorrerá até 2019, Portugal deverá tomar as medidas necessárias para dar cumprimento gradual ao disposto no Regulamento, em especial no que concerne à exploração do serviço público de transporte de passageiros atribuída após 3 de Dezembro de 2009, data de início do período transitório, com base em procedimento distinto de concurso. O RTA vai ser revogado? Exatamente. Com a entrada em vigor do novo Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros, será revogado o atual regime estabelecido pelo Regulamento de Transportes em Automóveis
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(RTA) subjacente à atribuição das atuais “concessões” do transporte rodoviário regular de passageiros, embora se preveja um período transitório para as concessões em regime de exploração à data da entrada em vigor desse diploma, findo o qual os serviços públicos de transporte de passageiros passarão a ser atribuídos por contratos adjudicados na sequência de concurso público. Quais são as principais linhas programáticas da ANTROP para este novo mandato (triénio 2014/16)? A ANTROP neste novo mandato continuará a propor soluções e a promover consensos à volta da visão da mobilidade que deseja e que considera fundamental para um futuro melhor, mais saudável, mais justo, mais livre e com mais oportunidades para todos. Continuará também a dar o seu contributo no que respeita às formas de financiamento do transporte público, disponibilizando-se para intervir nesta matéria sempre que considerar oportuno, intervindo em diversas frentes, consciente do seu papel enquanto organização que congrega e representa a esmagadora maioria dos Operadores de Transporte Público Rodoviário Pesado de Passageiros. Em que áreas é expectável essa intervenção? Na área da regulamentação setorial a ANTROP pretende colaborar ativamente com o Governo na concepção e elaboração da nova legislação reguladora do setor, considerando que esta é uma oportunidade a não perder para a implementação de um quadro jurídico moderno, funcional e favorecedor do serviço público de transporte. Na área do direito do trabalho vai continuar a dinamizar o debate destes temas com o Governo com o objetivo de promover a adequação da legislação às especificidades do setor e vai também continuar a promover o diálogo
social com as organizações representativas dos trabalhadores, na certeza de que o instrumento de contratação coletiva deverá evoluir de forma a adaptar-se à realidade atual e futura do setor. Vai igualmente defender com determinação a regulação e fiscalização do exercício da atividade, em defesa da segurança dos passageiros e da sã e justa concorrência entre operadores. E no capítulo da mobilidade? Por ser a estrutura que congrega e representa a maioria das empresas de Transporte Público Rodoviário Pesado de Portugal, a ANTROP tem um conhecimento profundo do país e das necessidades de mobilidade da população, pelo que pretende colaborar ativamente com o Governo e outras entidades competentes na busca de soluções modernas, eficazes e sustentáveis para este problema. Por outro lado, vamos defender o aumento e o alargamento da subsidiação direta como forma mais eficaz de aumentar a procura do transporte público. A nível da mobilidade urbana, continuaremos a propor e a pugnar por medidas que favoreçam a transferência gradual do transporte individual para o transporte público, privilegiando aquelas que a incentivam, mas não rejeitando as medidas que, restringindo o uso do transporte individual, promovam essa transferência. Quanto à mobilidade interurbana, a ANTROP pugnará para que os mecanismos de Compensação por Serviço Público sejam desde já generalizados ao transporte interurbano no âmbito de Contratos de Serviço Público a estabelecer com os Operadores que já realizam esses serviços. Finalmente, no domínio da mobilidade rural, a ANTROP vai criar uma comissão técnica constituída por representantes dos operadores seus associados cuja atividade seja relevante em regiões de baixa densidade populacional, à qual será atribuída a missão de elaborar propostas de soluções para o problema da mobilidade nessas regiões. Há novidades na oferta de formação da ANTROP? A ANTROP celebrou com a Logistel, que já era sua parceira, um novo acordo de cooperação por via do qual esta passa a coordenar e dinamizar toda a atividade formativa e de avaliação psicológica desenvolvida no âmbito do acordo, nomeadamente a formação para obtenção ou renovação do Certificado de Aptidão de Motorista (CAM) e a formação para obtenção ou renovação do Certificado de Motorista para Transporte Colectivo de Crianças (TCC), garantindo a organização, planeamento, execução e avaliação de todas as ações de formação e a organização, planeamento e execução das ações de avaliação psicológica.
notícias
ZF. Adquire TRW por 13,5 milhões A
ZF Friedrichshafen AG assinou um acordo com a TRW Automotive Holdings Corporation para adquirir esta empresa por um montante global de cerca de 13,5 milhões de dólares. A ZF oferece 105,6 dólares por acção, o que representa um prémio de cerca de 16% sobre a cotação das acções da TRW, que eram de 91,4 dólares, aquando desta proposta de compra. A TRW irá integrar uma divisão de negócio independente dentro do Grupo ZF. Segundo Stefen Sommer, diretor geral da ZF, “a aquisição da TRW encaixa-se perfeitamente na nossa estratégia de longo prazo. Por outro lado, junta duas empresas de grande sucesso que têm notáveis antecedentes a nível de inovação e crescimento e posições financeiras sólidas. Estamos a fortalecer as perspetivas de futuro, ampliando o nosso portfolio de produtos com tecnologias reconhecidas nos segmentos de mercado mais atrativos.” Esta aquisição irá criar um gigante mundial no negócio de fornecimento de primeiro equipamento e de pós-venda automóvel
(ligeiros e pesados), com um volume de vendas anual na casa dos 30.000 milhões de euros. A ZF ficará também bem posicionada para capitalizar novas tendências na indústria automóvel e lançar produtos
complementares, inovadores do ponto de vista tecnológico, sobretudo em áreas em crescimento, como as da eficiência combustível, da segurança e da condução autónoma.
NINE. NANOTECNOLOGIA USADA EM ADITIVO INOVADOR DE PROTEÇÃO DO MOTOR
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mundo da nanotecnologia está a revolucionar a nossa década. Depois de estar presente nos componentes eletrónicos, computadores, aparelhos de medicina entre outras áreas está já presente em Portugal com o produto nine Protection Motor Renew. A empresa garante que mais do que um aditivo, é uma proteção para o motor, caixa de velocidades e diferenciais com o objetivo de diminuir o atrito na cadeia cinemática para automóveis pesados e ligeiros, assim como geradores de energia elétrica e até motores de grandes barcos cargueiros, alguns com capacidades de 5.000 litros de óleo. Diminuindo o atrito conseguem-se resultados ótimos: diminuição do consumo de combustível até 15% e uma grande proteção adicional do motor. Além disso, a temperatura de funcionamento desce, as emissões poluentes são drasticamente reduzidas, a potência surge a uma rotação mais baixa, a vibração produzida é distinta assim como tem lugar um muito menor desgaste das principais características do óleo lubrificante. Tal como já aconteceu
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com a eletricidade ou com os computadores, a nanotecnologia melhorará, em grande medida, quase todas as facetas da vida diária. O produto nine Protection Motor Renew é uma proteção para o motor, que cria uma
película de baixo coeficiente de atrito, que aumenta a vida útil do motor e reduz o consumo de combustível. O nine Protection Motor Renew é uma proteção das partes metálicas com películas 500 vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo. Os testes em motores mostraram melhorias significativas no desempenho e a obtenção da potência máxima a mais baixas rotações. Além disso, é simples de usar, pode ser acrescentado em qualquer óleo lubrificante e continua a atuar mesmo depois das trocas do óleo, não tendo qualquer influência na formulação dos lubrificantes. Além disso, não forma uma camada rígida, não possui enxofre, fósforo ou zinco na sua constituição e é usado numa concentração de 10ppm (partes por milhão). Este aditivo limpa ainda as superfícies sujeitas ao atrito, melhora significativamente os perfis de emissão, reduz o ruído e as vibrações. Este aditivo é uma proteção ativa que se “alimenta” da energia do atrito. Quanto maior o atrito, mais a proteção atua. Saiba mais em www.nin9.net/pt/products ou através do telefone 214 144 221.
SAVA. LANÇA CARGO 4
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Sava Tires, marca do Grupo Goodyear, lançou no mercado o pneu Sava Cargo 4, destinado a reboques que apresenta características chave melhoradas. Na prática, o pneu Cargo 4 substitui o pneu Cargo C3 Plus, complementando a oferta constituída pelo pneu direcional Avant 4 e pelo pneu de tração Orjak 4. O pneu para reboque está disponível na medida 385/65R22.5, a mais popular do mercado e faz mais do que completar a gama de pneus para camiões da Sava. O Cargo 4 apresenta-se aos operadores de frota com quatro grandes melhorias - oferece uma maior versatilidade, um melhor desempenho em termos de aderência ao piso molhado (que se traduz numa maior segurança), uma maior durabilidade e um nível superior de capacidade de recauchutagem, a preços competitivos. Tal é possível graças ao novo composto da banda de rodagem do pneu e à nova carcaça. Tal como todos os pneus para camião da gama Sava existente, o novo pneu Cargo 4 com 385/65R22.5 é reesculturável e graças ao novo composto da banda de rodagem e às novas características da carcaça, oferece uma maior capacidade de recauchutagem.
VISOPARTS. REPRESENTA ESCOVAS DOGA
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Doga é uma das novas representações da empresa Visoparts. Igualmente novas são as escovas limpa para-brisas Doga Optima Pro para veículos industriais que apresentam diversas características únicas. São escovas construídas com borracha 100% natural, sendo uma fórmula exclusiva da Doga que permite uma maior duração das mesmas e uma maior suavidade no deslizamento. Refira-se que estas escovas incluem adaptadores que permitem uma cobertura de 98% do parque circulante de veículos pesados. Outra novidade da empresa de Viseu é a nova gama de baterias sem manutenção Vesna Magic Truck. Esta bateria oferece um grande rendimento no arranque a frio e uma potência mais viável. A sua cobertura SMF proporciona uma proteção completa contra possíveis derrames, não sendo necessária qualquer manutenção ao longo da vida útil da bateria.
notícias
FOI NOTÍCIA QUE... … a Rede TOP TRUCK conta agora com dois novos pontos de assistência a sul, reforçando áreas que a Gestão de Rede considera muito importantes ao nível estratégico. Em Grândola, a oficina Lança & Fonseca recorre à sua larga experiência em veículos Renault para fornecer um serviço com qualidade e rapidez. Em Olhão, a Rede TOP TRUCK conta agora com uma oficina credenciada e experiente com especialização e representação oficial de duas marcas. Ao aderir à TOP TRUCK, a oficina Sultruck reforça-se assim com um apoio completo e exclusivo, dando melhor e mais rápida resposta aos veículos das restantes marcas e integrando uma rede de parceiros a nível nacional e europeu. … fruto do seu contínuo empenho na satisfação dos seus clientes, a BPN - Comércio de Peças para Camiões - foi distinguida novamente com o estatuto de PME Líder 2014. Ano após ano, a BPN procura superar os seus objetivos, afirmando a empresa que este reconhecimento foi mais uma prova disso, não deixando também de agradecer a todos os parceiros de negócio pela confiança. … a Renault Trucks é o nome mais recente a juntarse à lista de fabricantes de pesados líderes a escolher os novos pneus KMAX e FUELMAX da Goodyear como equipamento de série para os seus modelos mais avançados. … a MAN e a Scania vão iniciar uma cooperação nas caixas de velocidades dos veículos. Como parte desta colaboração, a partir de 2016 o material das caixas de velocidades da Scania será gradualmente implementado nas séries TGS e TGX dos veículos MAN, marca que irá desenvolver o software para a otimização das caixas de velocidades. Os testes ao primeiro protótipo já começaram. O objetivo é também desenvolver em conjunto a próxima geração do atual portfólio de caixas de velocidades da Scania. Os detalhes desta cooperação estão ainda a ser definidos. A ZF Friedrichshafen vai continuar a ser o fornecedor para os camiões e autocarros MAN. ... a Luís Simões está a efetuar uma operação de renovação de frota, com a aquisição de 83 novos tratores MAN TGS Euro 6. O esforço de investimento ascende aos 2,3 milhões de euros e os veículos serão todos entregues até ao final do ano em curso. … a Hankook acaba de apresentar os pneus AH11 e DH05 + especialmente desenvolvidos para os veículos pesados de distribuição. Qualquer destas novidades foram desenvolvidas tendo em conta uma maior eficiência de combustível, combinada com excelente durabilidade e maneabilidade. Estes pneus fazem parte do equipamento original do novo Mercedes-Benz Atego.
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Grupo Nors. Assume operação da Renault Trucks
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omo forma de melhor a eficiência da sua operação, o Grupo Volvo assinou um Memorando de Entendimento que permitirá ao Grupo Nors assumir a operação da importação e retalho da Renault Trucks Portugal, Lda. A presença da Renault Trucks em Portugal é atualmente gerida pela Renault Trucks Portugal, Lda, uma empresa que inclui também operações próprias de retalho e emprega cerca de 90 pessoas. A rede portuguesa de venda e assistência é constituída por um total de 9 pontos de venda e pós-venda, dos quais dois são instalações próprias no Porto e em Lisboa. A intenção conjunta do Grupo Nors e da Renault Trucks Portugal Lda. é transferir o negócio, incluindo colaboradores, as instalações no Porto e em Lisboa, outros ativos e a relação com a rede privada de serviços da Renault Trucks Portugal Lda. para o Grupo Nors. A operação de venda e assistência Renault Trucks continuará a ser gerida como uma rede separada, mas dentro do Grupo Nors. A entidade jurídica Renault Trucks Portugal, Lda. permanecerá dentro do Grupo Volvo.
“Estamos entusiasmados com a expansão da nossa colaboração com o Grupo Nors em Portugal. Já provaram o seu excelente desempenho em vendas e pós –venda de camiões e estamos confiantes que é também o parceiro certo para incluir a marca Renault Trucks como parte dos seus negócios”, afirma Bruno Blin, Presidente da Renault Trucks. “O Grupo Nors vê com grande entusiasmo esta nova jornada com a Renault Trucks. Esta operação é uma consequência da longa e ampla parceria que temos com o Grupo Volvo há mais de 80 anos e é um sinal claro de confiança no mercado português e na Renault Trucks”, diz Tomás Jervell, CEO do Grupo Nors. “Para nós, o compromisso mais importante será para com os clientes, com o foco no desenvolvimento dos seus negócios com a Renault Trucks.” Refira-se que a transferência do negócio Renault Trucks vai processar-se assegurando que a qualidade e serviço ao cliente serão mantidos durante o processo. O objetivo é fechar o acordo e transferir o negócio antes do final de 2014. A conclusão da transação está sujeita a algumas condições, incluindo a aprovação das autoridades competentes.
MS MOTORSERVICE. RENOVAÇÃO DE WEBSITES E NOVOS CATÁLOGOS
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o decorrer de alteração do nome da empresa de Motor Service International para MS Motorservice International, foi alterado o endereço do website. Esta e outras novidades foram divulgadas pela representante da Pierburg e Kolbenschmidt. O novo endereço da MS Motorservice International passa a estar disponível em www.ms-motorservice.com, aproveitando a empresa para renovar o endereço da “OnlineShop” para shop.ms-motorservice. com. Aliás, o website da “OnlineShop” foi
redesenhado, tal como a documentação técnica que a empresa regularmente edita. Através deste endereço (http://www.msmotorservice.com/index.php?id=294&L=1) podem ser consultas as novidades de produto introduzidas nos últimos dois meses pela MS Motorservice Internacional na marca Kolbenschmidt e Pierburg. Estão também disponíveis os novos catálogos de pistões e componentes, segmentos, válvulas, cabeças de motor, filtros, bombas e peças.
Texa. Novo software IDC4 Truck 33
O
novo software IDC4 TRUCK 33 da Texa inclui um grande número de desenvolvimentos de diagnóstico relativos ao mundo dos veículos industriais, veículos comerciais ligeiros e autocarros. É uma extensão maior e massiva da grande cobertura de diagnóstico da TEXA, que permite aos técnicos trabalharem com mais eficácia e competência em veículos pesados. Além das novas funções de diagnóstico importantes, a atualização oferece, pela primeira vez, uma nova e maior base de dados TecRMI. Graças a uma importante parceria com a TecRMI, líder europeu no fornecimento de dados técnicos para diagnóstico e reparação de veículos, a partir desta versão de software os mecânicos que utilizam instrumentos TEXA dedicados ao diagnóstico TRUCK, têm PUBLICIDADE
agora acesso a outra base de dados maior, chamada dados mecânicos – TecRMI, rica em informação técnica essencial para reparar veículos, como os valores de controlo dos gases de escape, os dados do chassis, o sistema
de travagem, os binários de aperto do motor, as luzes, os pneus e muito mais. O novo dados mecânicos - TecRMI estará disponível no AXONE 4 e em computadores com sistemas operativos superiores ao Windows XP.
notícias
DT SPARE PARTS. QUALIDADE EM MOTORES DE ARRANQUE
A
RETA. APRESENTA NOVO SERVIÇO DE PINTURA
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Reta estabeleceu uma nova parceria para o serviço de pintura de pesados, no Centro de Assistência Técnica do Carregado. “Esta parceria conta com uma equipa com mais de 20 anos de experiência na pintura de viaturas industriais e veículos pesados e vem reforçar a oferta global de serviços a pesados prestados pela Reta, numa unidade de negócio que representa cerca de 15% do negócio total de oficina”, explica Paulo Caires, diretor de marketing e vendas da Reta. A Reta dispõe, no Centro de Assistência Técnica do Carregado, de duas estufas de pintura preparadas para a prestação deste serviço a todos os tipos de viaturas pesadas, em estrito cumprimento das normas ambientais e com a garantia de qualidade e durabilidade, permitindo às empresas uma imagem institucional cuidada na circulação das suas viaturas nas estradas nacionais e internacionais.
CONTITECH. SERVIÇO GLOBAL EM MOLAS PNEUMÁTICAS
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ContiTech oferece um serviço global em molas pneumáticas, sendo a primeira empresa a oferecer sistemas de montagem completa que foram adaptadas a cada sistema de amortecimento. Conhecido por Screwkits, são indicados para os molas pneumáticas ContiTech e PHOENIX, abrangendo cerca de 300 aplicações em camiões, semirreboques e autocarros. Todos os materiais de montagem contidos nos kits possuem os mais elevados padrões de qualidade e foram testados de acordo com os padrões ISO.Como tal, oferecem a maior segurança.
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Diesel Technic, através da marca DT Spare Parts, aposta muito na qualidade dos seus produtos para o aftermarket de veículos pesados. É o caso dos motores de arranque, um componente essencial para ligar o motor de qualquer veículo. Para garantir a fiabilidade dos veículos comerciais, o motor deve arrancar de maneira segura sob todas as condições de funcionamento e ambientais. Em questão de poucos décimas de segundo, o motor de arranque deve fazer girar o motor a uma velocidade suficiente. Os motores de arranque da marca DT Spare Parts cumprem com os mais altos padrões de qualidade e segurança da indústria automobilística. Os motores de arranque resistem às condições climáticas extremas e temperaturas ambiente que oscilam entre –30°C até + 60°C. Para assegurar uma longa vida útil e um correto funcionamento, todos os componentes dos motores de arranque são fabricados em materiais de alta qualidade. As placas da carcaça possibilitam uma clara identificação e rastreabilidade. Os pinhões dos motores de arranque da marca DT Spare Parts são fabricados com aço especial endurecido com uma superfície de elevada qualidade.
Para as engrenagens planetárias da marca DT Spare Parts são utilizadas somente rodas dentadas de alta resistência. Desse modo, fica garantido um funcionamento duradouro do motor de arranque. Os interruptores magnéticos possuem roscas de conexão de cobre, que garantem uma resistência de contacto muito baixa. Esta baixa resistência permite uma transmissão de energia sem perdas e evita o aquecimento dos pontos de contato. As escovas do motor de arranque são fabricadas em carbono especial e garantem uma longa vida útil mesmo com várias tentativas de arranque. Além de motores de arranque, a gama completa da marca DT Spare Parts oferece também outras peças de reposição para motores.
FULDA. NOVO ECOTONN 2 PARA REBOQUE
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cotonn 2 é o nome do novo pneu para reboque da Fulda, que vem substituir o Ecotonn +, complementando, dessa forma, a oferta pneus para camiões da Fulda. Disponível na medida mais popular do mercado, 385/65R22, o Ecotonn 2 da Fulda conta com um novo composto de banda que aumenta a quilometragem enquanto reduz o consumo de combustível. Em comparação com o Ecotonn +, o novo pneu para reboque oferece até 10% mais de quilometragem e uma redução de 7% da resistência ao rolamento, resultando num menor custo por quilómetro. O desenho da banda de rodagem do novo pneu é igual ao do seu antecessor, respeitando as avaliações internas e os comentários dos clientes que corroboram o bom desempenho do pneu, o desgaste uniforme e a baixa resistência ao rolamento. A construção otimizada da carcaça do Ecotonn 2 melhora a durabilidade
do pneu a longo prazo. Além disso, a nova construção da carcaça tem uma subcamada que possibilita um maior arrefecimento e uma melhor proteção contra a oxidação, aumentando a durabilidade. Estas novas características da carcaça constituem a principal vantagem do Ecotonn 2. O novo pneu Fulda Ecotonn 2 demonstra uma vez mais que os pneus Fulda para camião disponibilizam soluções mais rentáveis aos clientes que ambicionam um bom desempenho a um preço razoável, algo que se reflete também nas classificações da Etiqueta Europeia do pneu. Em comparação com o seu antecessor, a classificação do pneu Ecotonn 2 está um grau acima em termos de eficiência do consumo de combustível tendo agora uma classificação B. As restantes classificações permanecem iguais: B para aderência ao piso molhado e 70 dB e uma onda para o ruído externo.
TNT. NOVA IDENTIDADE INSTITUCIONAL COM CAMIÃO HUMANO
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VOLVO. VEM AÍ O 7900 HYBRID ELECTRIC
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Volvo acaba de apresentar um novo modelo de autocarro 7900 Híbrido elétrico, cuja tecnologia reduz o consumo energético até 60% e as emissões de dióxido de carbono até 75%, a par de uma assinalável redução dos níveis de ruído. Uma das grandes novidades deste novo modelo é que opera no modo exclusivamente elétrico, em média, cerca de 70% do percurso, tornando-se assim muito útil para circular em zonas de emissões zero. O 7900 Híbrido Elétrico foi testado o ano passado na cidade sueca de Gotemburgo e a Volvo Buses já tem em carteira encomendas de várias cidades europeias, nomeadamente Hamburgo, Estocolmo e cidade do Luxemburgo. A produção em série arranca no início de 2016. PUBLICIDADE
TNT Express está a lançar uma campanha internacional de reposicionamento da sua imagem institucional, que aposta nos colaboradores da empresa e na sua extensa rede rodoviária europeia para entrar em novos mercados e reforçar-se junto das PME. Baseado no lema “The People Network”, este reposicionamento tem início com uma campanha de publicidade e marketing a decorrer durante dez semanas em oito países da Europa, incluindo Portugal, bem como no desenvolvimento de ações promocionais em 26 países. A mensagem é a de uma empresa feita por colaboradores apostados em ajudar os
seus clientes a fazer crescer os seus negócios. Ainda no âmbito desta campanha, todas as PME que não sejam clientes da TNT podem enviar uma encomenda até 100 kg, a ser entregue gratuitamente em 24 países europeus.
TOP TRUCK. FORMAÇÃO EM AUTOCARROS
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Rede TOP TRUCK promoveu recentemente duas ações de formação que visaram familiarizar os técnicos de assistência com as necessidades e exigências dos autocarros. Para este efeito, a Rede contou com o apoio importante de Alfredo Caetano, conhecido construtor de carroçarias para autocarros, que partilhou com a TOP TRUCK a sua
larga experiência na construção e reparação de carroçarias. Em ambas as ações de formação estiveram disponíveis carroçarias que serviram como exemplo não só dos produtos que normalmente equipam (e, consequentemente, avariam) como também dos danos externos por corrosão que qualquer carroçaria sofre durante a sua vida útil.
empresa
ABMN. Gestão controlada A ABMN criou o aTrans, um novo software que permite às transportadoras gerir e controlar todos os custos inerentes à sua atividade de negócio. Permite também o planeamento de rotas, por forma a maximizar a rentabilização dos veículos através da redução do número de quilómetros em vazio. TEXTO E FOTOS JOÃO CERQUEIRA
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ABMN – Business Solution desenvolveu e certificou o aTrans logistic software system, uma nova ferramenta de apoio à gestão assente numa plataforma tecnológica de características funcionais. Trata-se de um produto direcionado exclusivamente para o transporte rodoviário de mercadorias. Esta ferramenta vai ao encontro de necessidades básicas da gestão das empresas, tais como a gestão eficiente
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de rotas e cargas, facilidade de acesso a informação relevante para a tomada de decisões na gestão de rotas e na afetação de cargas, controlo de custos, gestão e planeamento de manutenção de viaturas, gestão de equipamentos, de seguros, controlo de custos relacionados com combustível, taxas, portagens e comunicações móveis, controlo de processos relacionados com faturação e gestão de fornecedores e clientes.
“O nosso principal objetivo é dotar as empresas transportadoras de capacidade de controlo, quer no processo de venda, para tomarem a melhor decisão ao melhor preço, quer no processo de custos. O nosso sistema, aquilo que permite é que as empresas possam fazer toda a gestão do serviço de transporte, desde solicitar a carga, registar a carga, controlar a origem e a operação da mesma e o respetivo transporte até ao ponto de descarga. Inclusivamente, através da ligação aos diversos sistemas GPS, podem ficar a saber se a carga está atrasada ou não”, sublinha Rui Novais, administrador da ABMN. UM PRODUTO VERSÁTIL O aTrans foi desenvolvido para empresas com um “mínimo de 50 viaturas”, encontrando-se também disponível uma versão aTrans Simple, direcionada para “pequenos transportadores que têm até 30 viaturas” , explica Rui Novais. O aTrans Simple assenta na mesma plataforma mas integra apenas as funcionalidades mais importantes do produto, nomeadamente a gestão de viagens, gestão de ordens de carga, registo de CMRs, configuração de itinerários, timeline, faturação de ordens de carga, registo de folhas de serviço, receção de CMRs, registo de despesas e configuração de notificações.
SOBRE A ABMN A ABMN – Business Solutions foi fundada há cerca de 14 anos, encontrando-se sediada em Guimarães, com filiais em Viana do Castelo e no Funchal. Desenvolve soluções e presta serviços de apoio às empresas no controlo dos processos de gestão e no tratamento da informação empresarial. Dispõe de um interessante portfólio de produtos para diversas áreas de atividade, incluindo o transporte rodoviário de mercadorias e as oficinas auto. Distingue-se sobretudo como empresa produtora de software “por medida”, podendo realizar todo o tipo de integrações com o ERP Primavera. “Nós dedicamo-nos ao desenvolvimento de software há cerca de 10 anos e sempre estivemos ligados à Primavera Software naquilo que diz respeito ao software de gestão. É a única empresa com a qual nós temos uma parceria direta”, explica Rui Novais. O ERP Primavera conta já com mais de 40.000 empresas utilizadoras. A nível de recursos humanos, a ABMN integra uma equipa de 11 profissionais, a maioria dos quais “especializados nas áreas do levantamento de processos, desenvolvimento de softwares específicos e consultoria.”
A versão completa acrescenta vários módulos e funcionalidades importantes como a gestão de ocorrências, trocas de reboque, transferência de cargas, despesas com portagens, combustíveis, de parqueamento de viaturas, comunicações, integração aTrack com sistemas de acompanhamento por GPS, Font End para oficina, planeamento gráfico de oficina, controlo de reparações, comunicação entre a empresa e os motoristas por SMS, entre outras. “O software é 100% da nossa autoria, o que nos permite adaptá-lo à realidade de cada empresa. Uma das particularidades do sistema é que nós fazemos um levantamento de processos à organização e depois vemos as adaptações que são necessárias fazer ao sistema base, para que vá ao encontro da realidade da própria organização” , esclarece o responsável da empresa. A área da regulamentação social dos motoristas ainda não se encontra disponível, mas já está a ser trabalhada pela empresa, segundo revela Rui Nabais: “Neste momento ainda não integramos com a área de tacógrafos mas irá ficar pronta no decurso do próximo ano, com informação sobre os tempos de trabalho e repouso dos motoristas.” A plataforma também está preparada para que o utilizador possa selecionar
diferentes idiomas. Trata-se de um “sistema multilingue que permite trabalhar em português, inglês, francês e espanhol. Por isso, planeamos começar a trabalhar o mercado europeu e estendermo-nos a outros países, nomeadamente à nossa vizinha Espanha, no sentido de criar uma melhor ligação entre os nossos clientes portugueses e os seus parceiros.” ASSOCIADOS DA ANTRAM TÊM 10% DE DESCONTO No decurso do 14º Congresso da ANTRAM foi subscrito um protocolo entre a Associação e a ABMN, o qual tem como principal benefício para os transportadores associados poderem adquirir o aTrans com 10% de desconto sobre o preço de mercado. Este valor será entregue aos associados sob a forma de voucher para ser utilizado em produtos e serviços da ANTRAM. “Este setor tem tido graves deceções na área do software de gestão e aquilo que nós queremos demonstrar e transmitir aos potenciais interessados é que a ANTRAM acredita nas mais valias que o nosso produto pode trazer aos seus associados. O setor tem um défice muito grande nesta área. Nós olhámos para o sistema como agregador de informação para tomada de decisão. É uma perspetiva diferente do que é habitual neste
CONTACTOS ABMN – Business Solution Administrador: Rui Novais Telefone: 253 431 752 E-mail: geral@abmn.pt Website: www.abmn.pt
tipo de produtos. Acreditamos que temos um potencial muito interessante.” Relativamente às empresas transportadoras que já trabalham com o aTrans destacamos a João Pires – Internacional Transportes. Segundo Sílvia Pires, da empresa transportadora, “o aTrans constitui um excelente auxiliar de negócio permitindo, não só a centralização de toda a informação, mas também o acesso à análise da mesma de forma rápida e simples.” NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014
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EMPRESA
HS Peças. Qualidade como orientação estratégica A qualidade é uma aposta estratégica da empresa, seja no material recondicionado, seja nas peças novas de carroçaria para camiões. Recentemente introduziu na sua gama os produtos de iluminação da Depo. TEXTO PAULO HOMEM
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esde o início da década de 90 que o empresário Horácio Susano se dedica ao negócio das peças para camiões. Primeiro foram as peças usadas mas com a evolução da empresa e do negócio o material usado deu lugar também ao recondicionado, nomeadamente ao nível das caixas de velocidades, motores e diferenciais. Em 2003, por via da aquisição de uma empresa de moldes, a HS Peças inicia também a produção de componentes de carroçaria para camiões, o que ia ao encontro de uma ambiciosa estratégia de diversificação de produto e que marcou decididamente o futuro da empresa, não só em Portugal mas também no estrangeiro.
RECONDICIONADOS Mantendo ainda alguma oferta em peças usadas para veículos pesados, a HS Peças, por questões estratégicas, opta sempre por vender
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motores, caixas de velocidades e diferenciais recondicionados. Asseguram os responsáveis da HS Peças que o objetivo é trabalhar num patamar de qualidade que a diferencie no mercado, até como forma de poder dar garantia nesses componentes, o que se não fossem recondicionados não era possível. Recondicionar de “A a Z” estes componentes é, pois, uma aposta da HS Peças e, alguns dos quais, a empresa não disponibiliza sequer oferta em usado. Todos estes componentes são recondicionados com peças de origem, uma opção que a HS Peças diz, mais uma vez, que vai ao encontro da sua aposta na qualidade e na oferta da garantia ao cliente. O stock de motores, caixas de velocidades e diferenciais recondicionados é enorme na empresa, tendo a HS Peças uma oferta essencialmente concentrada nas marcas DAF, Volvo e Renault.
PEÇAS NOVAS Atualmente, a HS Peças é muito conhecida em Portugal e a nível internacional pelas peças que produz e comercializa com a marca própria. A empresa de Martingança tem uma unidade produtiva ao nível dos moldes, que deu origem na década passada aos componentes de carroçaria para veículos pesados especificamente das marcas DAF, Renault e Volvo. A HS Peças desenvolve o molde de alta precisão dessas peças de carroçaria , tendo como base as peças originais, recorrendo a tecnologia de topo (que permite fazer, entre outras coisas, a comparação em termos de qualidade entre a peça original e a peça fabricada), sendo depois a produção feita em série. Embora ainda que com uma produção muito reduzida, a HS Peças desenvolve também alguns moldes para outro tipo de peças,
nomeadamente peças da parte mecânica, como cloches, suporte da bomba de água e carters. Todos os componentes que são produzidos na HS Peças têm marca própria, sendo que o logotipo é feito no próprio molde, sendo a peça comercializa dentro de uma caixa também ela com a marca HS Peças. As peças construídas pela HS Peças estão, segundo os responsáveis da empresa, num elevado patamar de qualidade em termos de posicionamento, seguindo assim a estratégia global da empresa, depois dos elevados
CONTACTOS HS Peças Responsável: Horácio Susano Telefone: 244 585 060 E.mail: geral@hspecas.com Website: www.hspecas.com
investimentos feitos em máquinas e software da alta tecnologia. Todas as peças são controladas dimensionalmente e são testadas, sendo utilizados materiais de alta qualidade na produção dessas peças que garantem, segundo a HS Peças, a sua correta montagem e utilização nos veículos para os quais são produzidas. Outro detalhe importante da HS Peças é a atualidade das suas peças de carroçaria, propondo a empresa uma oferta ampla, mesmo para camiões mais recentes, especialmente nas marcas Volvo, DAF e Renault. NEGÓCIO A HS Peças aposta muito na revenda dos seus produtos, sendo que também comercializa diretamente, mas apenas através do seu balcão na Azoia (Leiria). No fundo, a empresa assume um papel de produtor, sendo que mais de 90% da produção das peças novas é para exportação, com representantes diretos na Polónia e em Marrocos, estando também a entrar no mercado brasileiro. Porém, a HS Peças comercializa também as suas peças na maioria dos mercados europeus e em muitos outros a nível mundial. A presença regular da HS Peças em grandes feiras internacionais de peças e componentes (como é o caso da Automechanika, em Frankfurt), tem vindo a catapultar a empresa e os seus produtos um pouco por todo o mundo.
NOVA REPRESENTAÇÃO EM FARÓIS Uma das mais recentes novidades da HS Peças é a representação da marca de faróis da Depo, apenas na gama para veículos pesados. Trata-se de um marca de Taiwan, que funciona como um complemento importante às peças de chapa que a empresa produz e comercializa. Foi condição fundamental da HS Peças que a marca de faróis tivesse os níveis de qualidade que a empresa preconizava, tendo a opção pela Depo correspondido ao caderno de encargos que existia. Trata-se de uma oferta multimarca para veículos pesados, que é um complemento muito importante face às peças de carroçaria que a empresa produz e comercializa.
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EMPRESA
Correias II. Tradição em peças para pesados Numa altura em que prepara as bodas de prata, a Correias II não perde o foco nas peças para veículos pesados, apostando muito na relação que tem com a Federal Mogul. TEXTO PAULO HOMEM
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á foi um operador quase exclusivo de peças para veículos pesados e galeras, numa altura em que em Torres Vedras não existia quem estivesse nesta área de negócio. Hoje tudo mudou, nomeadamente o mercado dos transportes, o que ditou que a empresa, desde o início da década passada, tivesse progressivamente introduzido as peças para veículos ligeiros, que hoje representam o grosso da atividade. Mesmo assim, a empresa não desinvestiu nas peças de pesados, que continuam a representar uma fatia muito considerável
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do seu negócio, só que percentualmente não são tão expressivas dentro da empresa como foram no passado. Historicamente a Correias II tem pelas peças DAF originais um especial carinho, já que esta representação atravessou grande parte da história da empresa. Atualmente a Correias II abastece-se através do armazém em Espanha, conseguindo com isso uma maior competitividade no mercado. “Temos uma boa oferta em peças DAF, que sempre foi uma das marcas em que nos especializamos”, revela Carlos Batista. Não menos histórica é a representação das
pastilhas Ferodo, marca da Federal Mogul, que a Correias II comercializou inicialmente em pesados, mas que passou a ter também oferta em ligeiros. Para além desta marca, a Correias II comercializa ainda outras marcas da Federal Mogul, como a Moog (direção e suspensão), Goetze (material de motor), Champion (Vela, filtros etc), Payen (juntas), entre outras, tanto em ligeiro como em pesados. “Esta é mesmo uma das nossas vantagens. Trabalhando material de pesados e ligeiros, consegue-se obter algumas mais-valias na aquisição que depois refletimos para os novos
“QUEM COMERCIALIZA PEÇAS PARA VEÍCULOS PESADOS SABE QUE NÃO PODE FALHAR COM A QUALIDADE, POIS UM CAMIÃO É UM VEÍCULO DE TRABALHO QUE NÃO PODE PARAR”
clientes, o que nos torna muito competitivo”, refere Carlos Batista, sócio gerente da Correias II, acrescentando mesmo que “somos das empresas com melhores preços do mercado nas peças que comercializamos quer em pesados quer em ligeiros”. Se a Federal Mogul assume natural importância na Correias II, existem muitas outras marcas que são bandeira desta empresa. É o caso da espanhola Air Fren, em material de travagem, e da muito bem sucedida aposta na Amolux, uma marca de lâmpadas que a empresa representa para o setor dos pesados e que tem muita saída quer
em Portugal quer noutras mercados (África) para o qual a empresa vende. CLIENTES Com uma carteira de clientes cada vez mais reduzida no setor dos pesados “pois as pequenas empresas deixaram de existir aqui na região”, Carlos Batista considera que mais vale ter poucos mas bons, do que muitos a crédito, assegurando que “temos vindo a reduzir muito o crédito. Os clientes sabem que nós temos bons preços e é nisso que apostamos. Não queremos correr riscos”. A maioria das vendas da Correias II são feitas diretamente aos clientes (oficinas de pesados e oficinas de manutenção das frotas) tendo, contudo, muita dinâmica também na revenda, na qual “temos uma política de descontos muito bem definida”, refere o mesmo responsável. Para além das vendas em balcão, diretamente aos clientes, a Correias II possui também dois vendedores no terreno a visitar diretamente oficinas e casas de peças. A distribuição das peças é feita de manhã para a tarde, sobretudo por um operador espanhol que está localmente em Torres Vedras (e noutras partes do país), embora também recorra aos CTT e a alguma distribuição própria. Em termos de capacidade logística, a Correias
II possui um pequeno armazém de 100 m2 que abastece o balcão, existindo noutras instalações com 500 m2 a maior parte do stock de peças. Com uma forte presença no mercado de exportação, sobretudo para alguns mercados de África, a Correias II vai continuar a apostar nas suas representações tradicionais e numa política de compra às fábricas, onde “a qualidade das peças é muito importante assim como as condições obtidas. Quem comercializa peças para veículos pesados sabe que não pode falhar com a qualidade, pois um camião é um veículo de trabalho que não pode parar”, refere Carlos Batista, acrescentando também “esta é um forma de evitarmos os problemas com as garantias”. Para o futuro, a Correias II quer manter a sua especialização em peças de pesados. “Penso que encontramos o ponto de equilíbrio entre peças de pesados e peças para ligeiro”, refere Carlos Batista.
CONTACTOS Correias II Sócio Gerente: Carlos Batista Telefone: 261 321 539 Email: comercial@correias.pt Site: www.correias.pt
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EMPRESA
Civiparts. Clientes e fornecedores mais próximos Juntar a marca, clientes e fornecedores no mesmo espaço deu bons frutos ao longo do ano. A relação de proximidade da Civiparts com os clientes é cada vez maior e esse é um dos pontos destacados pelo diretor executivo, João Jervell, no balanço do ano. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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Civiparts organizou, ao longo do ano, quatro tardes de clientes para promover o convívio e também o contacto com os fornecedores. Depois de Lisboa (junho), Leça (julho) e Leiria (setembro) foi a vez de encerrar estes eventos no Seixal, onde esteve presente mais de
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uma centena de clientes. Nas instalações da Civiparts na margem sul do Tejo estiveram também presentes cinco fornecedores e a rede de oficinas multimarca TopTruck. Os clientes aproveitaram para tirar dúvidas mais técnicas com os responsáveis de cada uma das marcas.
A TURBO OFICINA PESADOS aproveitou o evento para fazer um balanço do ano com o diretor executivo da Civiparts, João Jervell. “Nota-se uma retoma ao nível dos quilómetros feitos pelas principais frotas. Temos aproveitado as oportunidades que têm surgido e temos crescido nos grandes
clientes”, explica o responsável. A Civiparts gere, em Portugal, uma carteira de 4000 clientes ativos, sendo que 500 representam cerca de 80% da faturação. No entanto, a empresa do Grupo Nors não esquece os clientes pequenos, em especial numa altura ainda difícil em termos financeiros. “Temos criado incentivos para que estes clientes voltem às nossas lojas. Damos descontos especiais que dificilmente teriam noutras empresas porque não têm capacidade negocial. Vemos quem está com quebra e ajudamos com descontos ao nível do que fazemos a grandes transportadores”, explica João Jervell. Uma outra mudança de paradigma que a Civiparts ajudou a mudar em Portugal foi a gestão “in house” dos clientes. “Substituímonos aos nossos clientes na gestão, na compra e gestão de peças, quer sejam originais ou aftermarket. Estamos a disponibilizar a nossa competência e isso é uma aproximação muito forte aos clientes”, explica João Jervell. Uma das apostas em Portugal tem sido também a rede de oficinas multimarca TopTruck, que tem crescido. A rede vai fechar o ano com 15 oficinas, com uma cobertura geográfica completa do país. “Esta é uma rede inovadora e não há nenhuma semelhante em Portugal. A capacidade técnica destas oficinas é muito grande, com
vantagens no acesso a preços competitivos e acesso a contratos europeus de assistência”. No entanto, este é ainda um mercado muito de marcas na assistência a pesados. Por isso, o maior volume de assistência nas oficinas TopTruck são a veículos a partir dos quatro anos. “Há ainda muita falta de informação e o aftermarket ainda não teve a capacidade de esclarecer o mercado sobre a regulamentação europeia e a possibilidade de ser feita manutenção em período de garantia em oficinas multimarca”, explica o diretor executivo da Civiparts. Além disso, a legislação não defende ainda efetivamente os direitos do aftermarket “uma vez que a solução, em caso de haver algum problema, passa sempre por um litígio moroso”. No próximo ano, João Jervell acredita que a Civiparts vai continuar a crescer. “Em termos de portfólio dificilmente vamos alargar, a não ser produtos muito específicos, mas vamos reforçar as mais-valias que damos aos nossos clientes”, nomeadamente ao nível dos serviços, mas também do diagnóstico e dos equipamentos oficinais. A cadeia logística da Civiparts foi também recentemente reforçada com um novo ponto logístico em Vigo, na Galiza. “O mercado para nós é hoje ibérico e este foi o reforço de uma zona importante para nós já que é uma área onde existem grandes transportadores
espanhóis. Como temos uma loja em Braga fazia todo o sentido dar o salto para lá para completar a rede de lojas em Espanha”, conclui João Jervell. FORNECEDORES MARCAM PRESENÇA Um dos objetivos destes eventos é aproximar também os clientes dos fornecedores, servindo a Civiparts de intermediário. Muitos dos clientes aproveitam para tirar algumas dúvidas e os fornecedores mostram alguns produtos específicos diretamente a quem os consome. Desta vez, no Seixal, estiveram presentes Blue Print, Mann-Filter, Monroe, Valeo e Wabco, além da rede de oficinas multimarca do grupo, a TopTruck.
CONTACTOS CIVIPARTS Telefone: 218 612 000 Website: www.civiparts.pt
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EMPRESA EM DESTAQUE
Recambios A Barreiro. Parceiro responsável e profissional É uma das mais importantes empresas que comercializam peças para veículos pesados em Portugal, tendo inaugurado recentemente uma nova filial em Leiria, que serviu de mote a esta reportagem. TEXTO PAULO HOMEM
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o conhecer um pouco da história da Recambios Barreiro (ver destaque) ficamos com a certeza que estamos em presença de operador com uma longa experiência no negócio das peças. Se em Espanha esta empresa comercializa também peças para veículos ligeiros, em Portugal a Recambios Barreiros dedicase exclusivamente às peças para veículos pesados, tendo também uma oferta ao nível das peças para veículos comerciais numa lógica de apoio ao cliente. Em Portugal, a Recambios Barreiro desenvolve a sua atividade a partir de três armazéns, situados estrategicamente em Matosinhos, Albergaria-a-Velha e Leiria, com uma equipa de vendas que é composta por oito comerciais internos e três comerciais externos. Os principais clientes da Recambios Barreiro são os retalhistas de peças, frotas de pesados, empresas autónomas com frotas de pesados e comerciais e oficinas de pesados, sem esquecer o pós-venda oficial das marcas de pesados.
PRODUTO A Recambios Barreiro trabalha toda a gama de produto que esteja ligado com o camião e o semirreboque, nomeadamente nas áreas da travagem, suspensão, caixas de velocidades, motor, direção, filtros, lubrificantes, ar condicionado, refrigeração, eletricidade e embraiagem. “A aposta na qualidade das marcas que comercializamos é a nossa principal bandeira. Nestes 67 anos de existência da Recambios Barreiro, sempre trabalhamos marcas premium, o que consideramos ser uma das razões que nos distingue no mercado, pois defendemos que a qualidade do produto é fundamental”, refere Paulo Castro, responsável da Recambios Barreiro pelo mercado português. Entre as principais marcas Premium com que a Recambios Barreiro trabalha destacam-se a Wabco, Knorr, Sachs, Valeo, Mann-Filter, Behr Hella, Jurid, Ferodo, Tinmken, SKF, Fag, ZF, Saf, BPW, Meritor, Covind, Gates, FTE, Federal
PAULO CASTRO, RECAMBIOS BARREIRO
“MERCADO COM OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO” Profundo conhecedor do mercado de peças para veículos pesados e movido por uma estratégia muito bem definida e em linha com a empresa que representa, Paulo Castro diz que o “é um mercado altamente competitivo, com elevado nível de profissionalismo e com oportunidades de negócio. Tudo isto leva-nos a uma exigência constante de sermos cada vez mais competentes e profissionais, no desempenho e desenvolvimento da nossa atividade”. Num negócio em que está entre os melhores operadores de mercado, quais serão então as mais valias da Recambios Barreiro para os clientes? No entender de Paulo Castro, “os clientes que trabalham com a Recambios Barreiro têm ao seu dispor um serviço de elevada qualidade, disponibilidade de stocks, qualidade de produto e uma equipa de excelentes profissionais, prontos para dar uma boa resposta às solicitações dos clientes.” Acrescenta ainda que, na Recambios Barreiro, “trabalhamos para resolver problemas, não para os criar. Esta tem sido, ao longo dos anos, a base do nosso sucesso. Isso só é possível trabalhando com os principais fornecedores do aftermarket, que também fabricam para o equipamento de origem. O mercado conhece-nos como um parceiro fiável, responsável e profissional, o que só é possível fugindo às tendências atuais do mercado, que é trabalhar produto barato e sem qualidade”.
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empresa EM DESTAQUE
“A LONGO PRAZO, PREVEMOS A ABERTURA DE MAIS DELEGAÇÕES EM PORTUGAL, EM ZONAS QUE CONSIDERAMOS ESTRATÉGICAS PARA O NOSSO CRESCIMENTO” Mogul, Jost, Shell, Iada, Diesel Technic, Febi, Goodyear, Varta, entre outras. “Na atualidade dispomos na Recambio Barreiros de mais de 60.000 referências en stock, repartidas en diferentes atividades: ligeiros, veículo comercial, autocarros, camiões, reboques e semirreboques”, esclarece Paulo Castro que, no entanto, afirma que “em Portugal não trabalhamos as peças para veículos ligeiros. Concentramos unicamente nas peças para veículos pesados”. Há por parte da Recambios Barreiro uma constante preocupação em manter sempre o seu stock de peças atualizado para veículos novos que vão sendo lançados no mercado. Para responder a esta necessidade, a empresa faz periodicamente estudos de mercado para incluir e implementar novos produtos no seu stock. “Incorporámos recentemente no nosso portfólio a marca Ajusa (Juntas de motor), Contitech (correias), Fleetguard (filtros) e
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Axcar, marca do nosso grupo (pastilhas de travão e discos de travão), produto fabricado por uma marca Premium”. Estas são, revela Paulo Castro, as principais e mais recentes novidades da Recambios Barreiro ao nível do produto, explicando ainda que “anualmente, a Recambios Barreiro introduz na sua base de dados, em média, 3.500 novas referências”. A estratégia de posicionamento da Recambios Barreiro sobre o preço é muito clara. “Para o nosso parceiro comercial tomar a decisão de comprar à Recambios Barreiro, procura três fatores fundamentais: o serviço, a qualidade do seu produto e o preço. Os dois primeiros, os clientes sabem que encontram na Recambios Barreiro. Em relação ao preço, tentamos ser o mais competitivos possível, não fugindo aos nossos princípios de trabalhar com marcas Premium”, refere Paulo Castro, explicando que “não caímos na tentação de trabalhar produtos de baixa ou nenhuma qualidade, só para sermos competitivos no preço. O nosso constante esforço é tentar obter o melhor preço possível nas marcas Premium”. DISTRIBUIÇÃO A Recambios Barreiro dispõe de uma frota de mais de 50 veículos comerciais e dois camiões, que operam entre Portugal e Espanha, o que permite “um serviço de excelente qualidade,
tanto a nível das nossas delegações, como no serviço de entregas aos nossos parceiros comerciais”, diz o responsável da Recambios Barreiro. Refira-se que todas as delegações são abastecidas diariamente, fazendo a empresa entregas bi-diárias aos seus clientes, complementando este serviço com recurso também a operadores logísticos. Em Portugal a empresa dispõe de aproximadamente 3.500m2 de área de armazém, onde comercializa 9000 artigos diferentes para servir uma carteira de 1500 clientes. APOIO TÉCNICO “O acompanhamento técnico e o apoio na identificação das peças é fundamental e uma mais-valia por parte da Recambios Barreiro, o que lhe permite um correto fornecimento das peças aos seus clientes, resultando daí uma taxa de devolução de material muito baixa”, realça Paulo Castro. O responsável considera ser este também “mais um fator de distinção junto dos nossos parceiros comerciais, conseguido graças, não só aos recursos técnicos de que dispomos, mas acima de tudo, à excelente equipa de profissionais que temos a colaborar connosco”. Existe por parte dos comerciais externos da Recambios Barreiros um acompanhamento diário aos clientes, procurando saber junto
UM POUCO DE HISTÓRIA…
Recambios Barreiro Matosinhos
deles, quais as suas necessidades de produto mas também as suas dúvidas técnicas, segundo explica Paulo Castro, que refere a este propósito que “para possibilitar uma resposta imediata, os nossos comerciais estão munidos de um iPad, com o nosso sistema informático, catálogos de produtos, informação técnica e ofertas”. As ações de formação técnica são realizadas mensalmente à equipa de trabalho da Recambios Barreiro, sendo facultadas também aos seus clientes formação técnica, duas a três vezes ao ano. “Estamos a trabalhar no sentido de aumentar a frequência desta formação, pois consideramos que a formaçao técnica dos nossos parceiros é muito importante”, afirma Paulo Castro. Em termos de marketing, a Recambios Barreiro promove mensalmente os produtos de maior rotação, através de uma política comercial que se rege por objetivos muito bem definidos: “vender sim, mas respeitando regras e critérios rigorosos”, afirma Paulo Castro enfatizando que “temos uma postura comercial junto do nosso cliente, não apenas de presente, mas acima de tudo na consolidação de uma relação comercial forte e de futuro. Somos assim em Espanha há 67 anos e há 14 anos em Portugal”. MERCADO E NOVIDADES O responsável da Recambios Barreiro em Portugal revela que a empresa está muito
satisfeita com o seu desempenho e pelo trabalho que tem sido desenvolvido em Portugal, “tudo isto graças ao excelente apoio da nossa Central em Espanha e à excelente equipa de profissionais que trabalham connosco em Portugal”. Quanto ao futuro e às previsões de crescimento da empresa em Portugal, Paulo Castro diz que “a mais recente aposta de crescimento para o mercado português aconteceu com a abertura da sua terceira delegação, em Portugal, situada em Leiria, visando assim o crescimento e alargamento do mercado, a curto e a médio prazo, até ao norte de Lisboa”. Diz ainda o mesmo responsável que “a longo prazo, prevemos a abertura de mais delegações em Portugal, em zonas que consideramos estratégicas para o nosso crescimento”. Como novidades refira-se que, brevemente, a Recambios Barreiro vai também dispor de um serviço personalizado de atendimento ao cliente e “vamos também implantar o serviço para frotas de pesados designando por Fleet Master. Vamos também alargar a formação técnica aos nossos clientes. Tudo isto com o principal objetivo de estarmos próximos dos nossos clientes”, conclui Paulo Castro.
A Recambios Barreiro é uma empresa familiar que foi fundada em 1947. Atualmente a direção da empresa cabe a D. Juan Rojano Martinez , que representa a segunda geração presente na empresa. A Recambios Barreiro é especialista em peças para autocarros, camiões e semirreboques. Como complemento de serviço aos seus clientes, também trabalha o segmento de peças para veículos comerciais. Diga-se que as suas delegações em Espanha trabalham também o mercado de peças para veículos ligeiros. A partir do ano de 1988 começou a expansão pela Galiza, onde conta atualmente com nove delegações. O ano de 2000 marcou o início da expansão no território português. Portugal conta já com três delegações: Matosinhos, Albergaria-a-Velha e, recentemente, Leiria. A nível de recursos humanos, a empresa dispõe neste momento de mais de 100 colaboradores, 15 dos quais em Portugal. A central, que está situada em Bergondo (La Coruna), conta com uma superfície total de 7.000m², onde se encontram todos os serviços da empresa, nomeadamente a direção, administração, contabilidade, recursos humanos, departamento de compras, call center, formação e a logística. Desde 1991, a Recambios Barreiro passou a ser sócia do Group Auto Union Ibérica (atualmente Groupauto Union Ibérica). “Implantámos, juntamente com os nossos clientes da Galiza, uma rede de oficinas multimarcas para veículos pesados, com o nome de Top Truck. Estamos neste momento a trabalhar um novo projeto direcionado a transportadores, que vai ter o nome de Fleet Master. Este novo projeto será também direcionado para frotas de pesados em Portugal”, afirma Paulo Castro, não adiantando para já mais detalhes sobre este projeto.
CONTACTOS Recambios Barreiro Gestor: Paulo Crasto Telefone: 229 999 271 E.mail: barreiroportugal@recambiosbarreiro.com Web: www.recambiosbarreiro.com
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ESTRATÉGIA
Irizar. “Temos 26 pontos de assistência em Portugal” A Irizar detém perto de 40% do mercado português de carroçarias para autocarros da classe turismo. Agora, segundo revela João Lopes, responsável no nosso país do construtor basco, prepara-se para atacar o mercado de urbanos com o modelo i3. A marca privilegia também o serviço pós-venda, com uma rede de 26 pontos de assistência e peças espalhados pelo território de Portugal Continental, Madeira e Açores. TEXTO CLÁUDIO DELICADO E JOÃO CERQUEIRA
A
oferta da Irizar em Portugal é composta por uma gama completa de modelos de carroçaria de autocarros da classe turismo, nomeadamente os autocarros de luxo pb, e os turismo normais i6, New Century e i4. Este último tem também vocação para a operação urbana e suburbana. Todos estes modelos encontramse disponíveis com vários comprimentos e opções de configuração e equipamento. “Embora o i6 tenha sido desenvolvido para substituir o New Century, este modelo ainda pesa cerca de 20% na nossa produção na Europa e 80% em Marrocos. A procura continua a ser elevada. Só deixámos de produzir o New Century nas versões até 10 metros de comprimento com motores Euro 6. Os i6 e i4 também já têm versões Midi abaixo dos 10 metros”, esclarece João Lopes. Na classe urbana, o modelo i3, lançado o ano passado, e o autocarro elétrico completo i2e, a mais recente novidade da marca, apresentado oficialmente em finais de Outubro na FIAA de Madrid, também vão ser comercializados em Portugal. O responsável da Irizar no mercado nacional sublinha que o i2e “é um produto com tecnologia 100% do Grupo Irizar. Já temos carros a circular em Barcelona e San Sebastián e temos mais encomendas em carteira. Foi desenvolvido em conjunto com os operadores para se adequar às características próprias da operação em cada cidade.” MERCADO CONTINUA ANÉMICO Com uma quota próxima dos 40% no mercado nacional de carroçarias, o ano passado a Irizar
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matriculou 42 veículos e este ano já vendeu 31 unidades, tendo em carteira 11 encomendas. A expectativa passa por fechar o ano de 2014 com o mesmo número de unidades de 2013. “Estamos a falar de um mercado muito reduzido e ainda em crise. No ano passado foram vendidas 109 unidades e este ano até finais de Setembro foram matriculados 107 autocarros.“ O parque circulante da Irizar em Portugal é de cerca de 1.200 autocarros, mas só metade destes foram adquiridos novos diretamente à marca, sendo a outra metade proveniente do mercado de usados importados. DE CARROÇADOR A FABRICANTE DE AUTOCARROS COMPLETOS O Grupo Irizar decidiu passar de carroçador a fabricante de autocarros completos. Apesar de ser um passo gigantesco, neste momento já oferece uma gama completa de produtos fornecidos com carroçaria e chassis. “Assistimos à tendência nos mercados do centro e do norte da Europa de procurarem cada vez mais autocarros completos. Com o fim da nossa relação de exclusividade com a Scania nesses mercados, onde o produto completo para turismo era Scania Irizar, decidimos avançar para uma gama de autocarros completos”, sublinha João Lopes. Os chassis da Irizar integram motores PACCAR Euro 6, caixas de velocidades eixos e direção da ZF e sistemas elétricos e eletrónica VDO. Neste momento, a produção de autocarros completos anda na casa das 200 unidades por ano, mas, conforme explica o responsável, “onde as relações com as marcas
IRIZAR CELEBRA 125 ANOS DE VIDA A Irizar, fundada em 1889 por José Antonio Irizar, na província de Guipúscoa do País Basco. Inicialmente, dedicava-se ao fabrico de acessórios para carruagens. No final do século XIX começou a produzir integralmente elegantes carruagens e diligências. O primeiro autocarro com tração mecânica saiu das linhas de produção de Ormaiztegi em 1927. Um ano depois passou a utilizar o metal na produção, lançando o primeiro autocarro semi-metálico do mercado fabricado artesanalmente. Em 1963 passou de empresa familiar a sociedade cooperativa. Em 1995 a Irizar deu início ao processo de internacionalização, em consequência de uma nova estratégia de transferência de tecnologia de carroçarias. Constrói fábricas na China (mercado que entretanto abandonou), Marrocos, Brasil, México, Índia e África do Sul. A partir de 2009 redefine completamente a sua estratégia, decidindo passar de fabricante de carroçarias a fabricante de autocarros completos, apostando também na diversificação industrial como fator chave para o fortalecimento do Grupo. Como consequência dessa nova estratégia, incorpora no Grupo as empresas Jema Energy (eletrónica e carregadores eléctricos), Datik (soluções ITS para gestão de frotas) e Alconza (maquinaria elétrica rotativa). A partir de 2011 lança no mercado uma gama completa de autocarros integrais e, no ano seguinte, funda a Creatio, o Centro de I&D do Grupo Irizar. Em 2014, no âmbito das celebrações do 125º aniversário, apresenta o i2e, o primeiro autocarro elétrico completo com tecnologia totalmente desenvolvida pelo Grupo Irizar, inaugura novas instalações em Ormaiztegi e faz uma mega-apresentação com 800 convidados na FIAA de Madrid.
eSTRATÉGIA continuam a ser excelentes continuamos a oferecer apenas carroçarias” encontrando-se nesta situação países como Portugal, Espanha, Inglaterra ou Israel.
“VAMOS LANÇAR O i3 EM PORTUGAL” “A grande novidade no próximo ano em Portugal vai ser a nossa aposta na comercialização do autocarro urbano i3”, revela João Lopes. “Trata-se de um autocarro de entrada rebaixada (LE) que acreditamos irá ter uma boa aceitação no nosso país. Ainda vamos ver como é que nos posicionamos em termos de preços.” O mercado nacional de autocarros urbanos novos atravessa uma crise muito profunda, mas tem boas perspetivas de crescimento, uma vez que a esmagadora maioria das frotas se encontra muito envelhecida. A principal condicionante, neste momento, prende-se com a enorme indecisão política relativamente ao processo de concessões que não avançam (Lisboa, Porto e Funchal). “O ano passado houve 10 matrículas de urbanos. Quatro anos antes tinham sido 74. Nos anos em que a Carris e a STCP renovavam frotas tínhamos 200 matrículas de urbanos. Agora, as empresas praticamente só estão a comprar usados importados.”
CONTACTOS IRIZAR Responsável Equipa Comercial Portugal: João Lopes E-mail: joaolopes.irizarl@iol.pt Website: www.irizar.com
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IRIZAR JÁ ESTÁ EM 90 PAÍSES Com presença comercial em cerca de 90 países dos 5 continentes e 5 fábricas espalhadas pelo mundo, o Grupo Irizar tem por objetivo chegar ainda a novos mercados. A internacionalização da empresa arrancou em 1995 e pode-se dizer que tem sido um projeto de grande sucesso, com as vendas globais a atingirem uma média anual de 5.000 unidades, dos quais cerca de 3.300 são autocarros de luxo da classe turismo, “mais 3.000 a 4.000 unidades na Índia” , comenta João Lopes. “Nesse mercado estamos com um parceiro local e cujos números nós não gostamos de misturar porque é um conceito de produto um pouco diferente, mais adaptado ao mercado indiano.” Já em Marrocos “passámos a ter uma capacidade de produção anual de 1.000 unidades. Já estamos a utilizar também a fábrica de Marrocos para fornecer a Europa em negócios concretos. O nosso objetivo é transferir para Marrocos, a prazo, toda a produção de autocarros urbanos para fornecer a Europa e deixar em Ormaiztegi só a produção de autocarros completos e das carroçarias pb, i6 e i4”. BOA COBERTURA TERRITORIAL A NÍVEL DE ASSISTÊNCIA A Irizar tem 26 pontos de assistência pósvenda em Portugal. João Lopes explica que a rede integra 5 oficinas oficiais em Lisboa (Loures e Frielas), no Porto (Vila do Conde), na Ilha da Madeira (Funchal) e no Arquipélago dos Açores (Ponta Delgada), e mais 21 pontos especializados. “Por exemplo, aqui englobamos a rede da Projectiva, que nos dá assistência aos sistemas de climatização da Hispacold e às portas e sistemas de elevação da Massat. Para além disso, fruto da boa relação que temos com as marcas (chassis) também trabalhamos com eles em situações pontuais”, adianta João Lopes. A nível europeu a rede de assistência da Irizar é composta por 350 pontos de serviço, e essa é “uma das grandes mais valias que os clientes nos atribuem, uma vez que em qualquer local que tenham um problema têm um ponto de assistência perto. Creio que essa também é uma das razões do seu sucesso.” Outra é a sua enorme adaptabilidade em cada mercado em que entra, onde encara como missão ir ao encontro das necessidades e apetências de cada cliente. “Por exemplo, na região do Algarve, pela preferência de um cliente a uma determinada marca, verificámos que havia necessidade de termos um serviço mais próximo a esse cliente e, neste momento, já temos um acordo com essa marca que além do chassis também dá assistência à carroçaria.”
Fruto também do acordo de exclusividade que a Irizar teve com a Scania até há bem pouco tempo na Europa, ambas as empresas mantêm ainda uma relação muito forte a nível de pósvenda. “A Scania continua a dar assistência às nossas carroçarias em qualquer ponto da Europa. As oficinas deles têm, inclusivamente, disponibilidade de peças para clientes Irizar. Um autocarro não pode estar parado. Se está parado mais de dois dias é um drama para quem opera e nós temos de dar sempre a melhor resposta.” Não obstante uma boa cobertura territorial, a Irizar continua sempre a procurar melhorar a oferta de pós-venda, tendo em vista a otimização do serviço prestado aos seus clientes. “Recentemente, a Tecniamper passou a ser nosso serviço oficial. Já nos dava assistência anteriormente porque pertencia à rede da Projectiva, mas se um carro se desloca à Tecniamper para reparar um ar condicionado ou fazer uma revisão, não faz sentido estar a deslocar o veículo para outro lado quando pode resolver aí o resto dos problemas.” A Irizar não comercializa carroçarias associadas a contratos de manutenção e reparação, por um lado porque não existe procura, mas sobretudo, afirma João Lopes, “porque as nossas carroçarias têm 5 anos de garantia, é um período de cobertura muito extenso e deixa de fazer sentido ter esse tipo de contratos.” DISPONIBILIDADE DE PEÇAS Todos os serviços oficiais da Irizar em Portugal têm stock de peças, sendo disponibilizadas tanto para a oficina como nas vendas em balcão. A marca também efetua venda de peças pela internet. Para além disso, por exemplo, “a rede da Projectiva também tem stock de peças, em termos de ar condicionado e de portas,” bem como acontece com a rede de serviço Scania no que respeita a peças de carroçaria. “Tudo o que não seja material de consumo corrente vem da nossa central de distribuição para a Europa, em Madrid, com entregas efetuadas entre 24 e 48 horas. A não ser que seja alguma peça muito específica que tenhamos de mandar fabricar, o que não é normal nos nossos carros porque é um produto totalmente industrializado”, de construção modular.
OFICINA
Prime Trucks. Adaptada à realidade
A Prime Truck é uma moderna oficina independente de veículos pesados desenvolvida por pessoas com largos anos de experiência no pós-venda oficial. TEXTO PAULO HOMEM
D
esde janeiro deste ano que a Prime Trucks abriu as suas portas. Situada na região de Alenquer, bem às portas de Cheganças, na Estrada Nacional 1, numa zona de forte presença (e passagem) de veículos pesados, esta jovem oficina ocupa umas enormes instalações, nas quais são prestados uma infinidade de serviços técnicos. Depois de anos a fio ligado à Evicar e após o fecho desta empresa, Eduardo Laginha trouxe um imenso know-how na área do pós-venda bem como uma equipa que sempre o acompanhou para fundar a Prime Trucks. “Tinha uma equipa muito competente, encontrei as instalações que pretendia e na localização que queria, pelo que reunidas as condições pretendidas foi decidido avançar com uma oficina, assumidamente multimarca, para pesados”, revela o responsável por esta oficina. O objetivo inicial foi “organizar e relacionar toda a parte administrativa com a gestão e com a intervenção dentro da oficina, facilitando a comunicação entre todos e reduzindo ao máximo a burocracia
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que é sempre um entrave grande em qualquer organização”. Atendendo ao difícil contexto económico, a Prime Trucks arrancou apenas com seis profissionais, cinco deles vieram da Evicar, o que fez com que houvesse na fase de arranque alguma concentração na marca DAF (muito dos clientes estavam na Evicar), mas atualmente a oficina já trabalha com outras marcas, desenvolvendo o seu conceito multimarca. “Havia muitos clientes, com quem nos relacionámos durante muitos anos, a solicitar para que abrisse um espaço oficinal, que têm DAF na sua frota mas também outras marcas”, revela Eduardo Laginha, adiantando que “a boa relação com os clientes e que tínhamos com os fornecedores fizeram com que a Prime Trucks tivesse desde logo uma excelente aceitação”. SERVIÇOS A Prime Trucks faz praticamente todo o tipo de serviços (reparações de caixas e
motores, mecânica geral, diagnóstico, etc), exceptuando a parte de colisão e pintura que é subcontratada, não operando também nos pneus e nos vidros onde existem parcerias que prestam esse serviços nas instalações da própria oficina. “Um serviço em que vamos apostar muito é na assistência 24 horas. Já temos uma carrinha oficina preparada para o fazer que é uma maisvalia para os nossos clientes”, refere Eduardo Laginha. Para além destes serviços, a Prime Trucks dá também assistência a outros veículos, através da representação da Cobo (marca espanhola que fabrica cisternas) e da Schmitz (reboques), tendo ainda um acordo de partilha de informação com a GSVI (pós-venda DAF em Leiria). PEÇAS A localização da Prime Trucks foi também escolhida em função da localização de alguns dos principais fornecedores de peças do mercado. Quase todos os grandes
distribuidores de peças estão num raio de cinco quilómetros desta oficina, mas “para nós também foi fundamental ter desde logo uma boa relação com todos eles”, revela Eduardo Laginha, dizendo que com esta estratégia “até hoje nenhum pesado teve o seu serviço atrasado por causa das peças”. Mesmo assim, a Prime Trucks fez um investimento em stock muito considerável, seguindo uma política que decorre da longa experiência dos seus profissionais no ramo do pós-venda. “Conhecemos muito bem a qualidade das peças e sabemos que um pesado é um veículo de trabalho que não pode parar. Por essa via só trabalhamos com material que nos dê totais garantias a nós e ao cliente”, assegura Eduardo Laginha. Uma das componentes desta oficina é a ação comercial junto de clientes e potenciais clientes. Existe uma pessoas dedicada a essa área, que está no terreno a visitar clientes e a angariar serviço para a oficina, como gere ainda o negócio de venda de veículos pesados (nomeadamente os que são provenientes de retomas, sendo a manutenção e recondicionamento feito nesta oficina). CLIENTES Eduardo Laginha realça por diversas vezes o respeito que tem pelos seus clientes e a vontade de saber quais são as suas necessidades e expectativas. Atendendo a isso não deixa de ser interessante também a segmentação que a Prime Trucks faz dos seus
clientes. Existem quatro tipos de clientes nesta oficina: o Prime, o Prime Silver, o Prime Gold e Prime Platinium. Cada cliente tem condições diferentes e características distintas, revelando Eduardo Laginha que um cliente Prime Platinium pode ter um desconto de 30% relativamente a um cliente Prime. “Nós não damos descontos por dar, existem planos que vão ao encontro das necessidades das empresas, independentemente da dimensão da frota, seguindo tabelas muito bem definidas de descontos e de prazos de pagamento”, refere o mesmo responsável, dizendo que “qualquer cliente, do mais pequeno ao maior independentemente de ter um pesado ou ter 100, pode escolher qualquer destes planos, pois a nossa intenção é também ajudar todo o tipo de cliente. Para nós o volume de serviço só se faz com a satisfação do cliente”. Com uma carteira já superior a 100 clientes, Eduardo Laginha considera que é muito bom para uma empresa que ainda nem um ano tem de mercado. Muito importante, no entender deste responsável, é a postura da empresa relativamente ao negócio em si, dizendo para concluir que “para nós é ponto de honra cumprir com as obrigações perante o estado a todos os níveis, por outro lado, ter uma equipa a olhar num sentido e que tem um objetivo comum, que é corresponder às expectativas do cliente em qualidade de serviço e rapidez no atendimento”.
REPRESENTAR UMA MARCA Não sendo um dos objetivos da Prime Trucks a curto prazo, Eduardo Laginha, fez questão de frisar que esta oficina está preparada para futuros desafios. “As nossas instalações foram pensadas para no futuro podermos vir a encarar alguma marca. Elas estão preparadas para receber qualquer tipo de marca, pois com as condições e com a estrutura que temos, sem esquecer o fluxo de trabalho que dinamizamos, penso que temos todas as condições para representar uma marca”, refere Eduardo Laginha, dizendo que “neste momento somos multimarca e é nisso que vamos continuar a apostar”.
CONTACTOS Prime Trucks Gestor: Eduardo Laginha Telefone: 263 733 230 E.mail: geral@primetrucks.pt
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CONGRESSO
Gás natural. Portugal acorda para esta solução A Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural (APVGN) juntou os principais players do mercado em torno do gás natural, um tema do presente que antecipa um futuro promissor para os transportadores, fornecedores e construtores. A TURBO OFICINA PESADOS foi media partner. TEXTO CLÁUDIO DELICADO E JOÃO CERQUEIRA
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Conferência da APVGN sobre o gás natural nos transportes juntou as principais empresas deste combustível que começa a ganhar terreno. Dos transportadores até aos fornecedores todos contribuíram para chegar a uma conclusão: o gás natural nos pesados pode ser rentável e tem um peso forte na proteção ambiental. Falta apenas que a escala aumente e que o governo entenda a importância de apoiar este combustível alternativo no transporte profissional. Do lado do GNC existe já experiência com mais de uma década em Portugal. Em especial ao nível do transporte de passageiros. Os STCP são um exemplo de uma empresa pioneira nesta área em Portugal. Uma experiência de 13 anos no Porto mostra que a empresa poupou 21,9 milhões de euros com os veículos a gás natural. Rocha Teixeira, dos STCP, explica também
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que o gás natural é mais vantajoso em termos de CO2 e mesmo com um consumo superior ao gasóleo e com um custo de aqusição de veículos cerca de 20% superior, a operação a gás natural é economicamente sustentável. Até porque, acrescenta, “o tempo de amortização desse investimento adicional é de pouco mais de 3 anos uma vez que o custo por quilometro chega a ser 40% inferior, o que compensa o sobrecusto da aquisição, do consumo e da manutenção”. Se assim é no Porto, em Lisboa a Carris também tem uma frota de autocarros a GNC, ainda que mais pequena (60 unidades). Ao contrário das contas feitas pelos STCP o retorno do investimento é calculado na operadora da capital em sete anos. Neste momento “estão suspensas as aquisições de veículos por questões financeiras”, explica Jorge Nabais, da Carris. Mas a vontade de aumentar a frota de autocarros a gás natural
leva a outra questão: “Se continuarmos a apostar em carros a gás natural, mais cedo ou mais tarde teremos que avançar para uma nova infra-estrutura de abastecimento. Se apontarmos para uma frota de 100 autocarros, estamos a falar num investimento a rondar um milhão de euros. É um aspeto que não é fácil de ultrapassar porque quando este projeto começou o fornecedor assumiu o investimento, mas neste momento, fruto da contratualização pública, os contratos duram entre 1 e 3 anos e não há nenhuma empresa que queria assumir um investimento desta dimensão sem garantia de ter tempo de o rentabilizar”. Jorge Nabais explica que em Lisboa, pelo tipo de percurso, o gasto de GNC acaba por ser 35% superior ao diesel. Porém, a redução de ISV deste combustível compensa essa situação. A Carris assinou um protocolo para receber veículos ligeiros no seu posto
FROTAS TERÃO APOIOS PARA CONVERSÃO PARA GÁS NATURAL As frotas irão beneficiar de fundos comunitários reembolsáveis para conversão para gás natural, anunciou o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, na sessão de abertura do seminário ‘O Gás Natural nos Transportes’. “Está previsto financiamento reembolsável para conversão de frotas”, afirmou perante uma plateia constituída por 300 pessoas. O governante referiu que o Gás Natural Veicular é um dos vetores para acelerar o processo de descarbonização, que assenta em três pilares: melhoria da eficiência dos motores de combustão tradicionais, dinamização do gás natural e mobilidade elétrica.
de abastecimento (o único em Lisboa, para já) e Jorge Nabais afirma que a empresa “está disponível para que se possa fazer um posto público, disponibilizando uma parcela do terreno na Estação de Cabo Ruivo. Porém, este posto levanta algumas questões práticas para empresas exteriores à Carris que ali queiram abastecer. Disso mesmo falou Carlos Nunes, da empresa Táxis Paula, Nela & Luz. Na sua frota de 10 veículos, dois são movidos a gás natural. Um dos grandes problemas que encontra é o abastecimento, por só haver o da Carris em Lisboa e ter vários constrangimentos de horários, tanto à noite como ao fim-de-semana. “Acontecem casos de não conseguir abastecer os carros e ter que os parar ao fim-de-semana”. Jorge Nabais, da Carris, prontificou-se a resolver a situação, mas a culpa não é da Carris, explica o empresário dos táxis. “A questão está em que tem que existir mais do que um posto e têm que ter uma utilização pública”. A outra queixa de Carlos Nunes vai para algumas dificuldades de resolução de problemas de manutenção e de acesso a peças de substituição. “Não tenho
“NESTE MOMENTO ESTAMOS A FALAR DE UMA QUESTÃO DE ESCALA QUE AINDA NÃO EXISTE E NÃO PERMITE CUMPRIR MAIS DO QUE O OBJETIVO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL”, DIZ DALILA TAVARES, DA LUÍS SIMÕES
grande apoio da Volkswagen na manutenção e, por isso, são as oficinas especialistas em GPL que acabam por me ajudar e garantir a manutenção, muitas vezes, com peças encomendadas diretamente a Itália”. Quanto ao consumo, é uma vantagem face ao diesel. Esse é um ponto muito importante, em especial quando falamos de empresas privadas que visam, naturalmente, o lucro. A Auto Viação Feirense, empresa de transporte de passageiros sublinha esse ponto. Gabriel Couto, da AV Feirense, diz que a empresa decidiu abrir-se à mudança por questões de poupança. “O gás natural é cerca de 30% mais barato por quilómetros do que o gasóleo”, refere. Atualmente a empresa tem 14 autocarros a gás natural (numa frota total de 80 veículos), mas quer aumentar esse número para 40. Para já, usam o posto público dos STCP para abastecer, mas essas restrições vão acabar em breve. “O nosso fornecedor de gás natural disponibilizou-se a instalar um posto junto às nossas instalações. Estamos numa localização ótima, no entroncamento de auto-estradas em torno do Porto. Esperamos que em janeiro o posto esteja operacional. Só assim conseguiremos ter uma operação mais rentável”. E essa rentabilidade vem também de uma melhor alocação de verbas para combustível. “A média de consumo a gasóleo varia muito com a temperatura, passageiros, com os trajetos, etc. O gás natural tem um consumo mais regular, com um gasto médio na nossa frota de 48 a 52 m3 , além do preço ser mais reduzido. Assim, sabemos quanto é que vamos gastar ficando menos expostos ao preço muito variável do gasóleo”. Porém, este
responsável exsplica que uma das grandes vantagens é o não pagamento de ISV por serem transportadores públicos, mas deixa o alerta: “Se isso acabar, é provável que acabe o gás natural para nós também”. RECOLHA DE RESÍDUOS Dos passageiros passamos para a recolha de resíduos, num projeto cada vez maior no seio da Câmara Municipal de Lisboa. “Estamos a apostar muito numa frota de veículos de recolha de resíduos urbanos a gás natural”, sublinha Carlos Pereira, da edilidade lisboeta, que refere sempre a questão ambiental e da qualidade de vida na cidade como motivos fortes para esta aposta. Os primeiros veículos a gás natural foram comprados em 2006 e, atualmente, o município de Lisboa conta com 54 viaturas de nove toneladas para a recolha de resíduos urbanos, com uma idade média de 5 anos. Neste segmento representa 50% da frota total da câmara. O objetivo é continuar a reforçar a frota de veículos a gás natural, mas os constrangimentos financeiros das câmaras são bem conhecidos, o que tem atrasado o processo. Para atenuar os custos de aquisição mais elevados destas viaturas a câmara implementou uma solução engenhosa: “Para diminuirmos esse custo inicial, como os equipamentos, se tiverem alguma reparação, têm uma durabilidade maior do que o chassis, em viaturas antigas retiramos o equipamento de recolha e colocamo-lo em chassis que adquirimos novos. No somatório, conseguimos poupar algum valor.” Também Carlos Pereira lamenta os constrangimentos no abastecimento.
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CONGRESSO “Fazemos o abastecimento total na Valorsul. Fazemos a remoção de resíduos na cidade, depositamos os resíduos na estação e fazemos o abastecimento. Mas não temos só resíduos urbanos que vão para incineração, temos outros como papel, embalagens, orgânicos e vão para outras unidades da Valorsul. Nesses casos, depois cada veículo tem que fazer mais 10 ou 15 km por dia.” AS MERCADORIAS E O GNL Já do lado dos transportadores pesados de mercadorias, que usam o GNL, o projeto está mais no início. Jorge Figueiredo, vicepresidente da APVGN sublinha, na abertura da mesa redonda, que “a Península Ibérica é a região do mundo que tem melhores condições de abastecimento de GNL. Já existem os corredores azuis, já há empresa nacionais que desenvolvem camiões a GNL e vários fornecedores de gás natural. Espero que não aconteça o mesmo que aconteceu com o GNC, que estagnou”. O especialista deixa ainda o repto: “Este impulso cabe também às empresas e aos empresários portugueses”. Carlos Mendonça, da Havi Logistics, lembra que foram “a primeira empresa de logística alimentar a entrar neste projeto do GNL e tivemos alguns dos primeiros camiões a circular no nosso país. O GN no setor onde estamos, na logística, é ainda um nicho de mercado. E vai continuar a ser assim nos próximos 5 anos”. O responsável continua para dizer que “tem que ser um esforço comum. Os construtores de veículos têm que fazer uma abordagem a este nicho de exclusividade, ajudando a baixar o diferencial dos valores de aquisição. Os distribuidores
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têm que promover uma rede estruturada de abastecimento de gás natural e oferecer um preço mais atrativo do combustível e a nós cabe-nos ajudar neste paradigma da mudança.” Um ponto comum a todos os intervenientes é a importância da responsabilidade social. “Queremos trabalhar muito no sentido de sermos parceiros mais ambientais. Mas se os nossos parceiros não forem competitivos nos preços, é difícil usar uma frota mais sustentável”, sublinha Ricardo Pereira, diretor de logística do Lidl. João Santos, diretor de transportes da Sonae, acrescenta à sustentabilidade também a questão económica. “Somos muito curiosos nestas matérias e desafiamos os nossos transportadores para encontrarem soluções alternativas. Testámos várias soluções, mas o gás natural surgiu este ano e tem sido uma experiência muito interessante. Conseguiuse reunir um triângulo de atores: fabricantes das viaturas que já existiam, transportadores que procuraram outras soluções, e agora as empresas instaladoras e fornecedoras que garantem que podemos começar a trabalhar e testar. A ideia nasceu durante o primeiro semestre, estamos a testar a tecnologia, mas ainda temos algumas dúvidas na área técnica”. Dalila Tavares, do Grupo Luís Simões, procura sempre cumprir três pontos: “A sustentabilidade é fundamental para todas as organizações numa vertente económica, social e ambiental. Trabalhamos nesse triângulo. Há momentos em que a conjugação dos vários atores faz com que os projetos avancem mais depressa. Mas neste momento estamos a falar de uma questão de escala
“A CÂMARA DE LISBOA, PARA DIMINUIR O CUSTO DE AQUISIÇÃO DOS VEÍCULOS EM VIATURAS ANTIGAS RETIRAMOS O EQUIPAMENTO DE RECOLHA E COLOCAMO-LO EM CHASSIS QUE ADQUIRIMOS NOVOS”
que ainda não existe e não permite cumprir mais do que o objetivo da sustentabilidade ambiental. Faltam os outros dois”. Dalila Tavares apresenta os seus números: Entre 3,5 e 12 toneladas os veículos a gás natural custam 15/20% mais do que um veículo convencional. Entre 19 e 40 toneladas custam até 40% mais. “Ainda temos um custo de manutenção superior face aos veículos diesel e não há histórico neste campo”. Um dos pontos que dificulta o acesso aos veículos é também a não existência de um mercado de segunda mão, refere. Fernando Torres, da Torrestir, não valoriza tanto o aspeto económico nesta fase inicial do projeto, com apenas um camião a gás natural. “O importante é criarmos uma rede de abastecimento para que as empresas invistam mais e surjam mais marcas com esta oferta para baixar os custos do equipamento”, explica. Gustavo Paulo Duarte, dos Transportes Paulo Duarte, explica que é preciso suportar o “custo da inovação”. Por isso, as empresas devem ser apoiadas, com um aligeiramento
da carga fiscal e uma estratégia de futuro, porque “os empresários olham a longo prazo”. Uma das medidas que Paulo Duarte, através da ANTRAM (associação a que preside), pediu à secretaria de estado da energia e assuntos fiscais, foi uma mudança de paradigma. “Sempre nos batemos pelo gasóleo profissional, mas agora abandonámos esse conceito e o que queremos é o combustível profissional. O gás natural faz todo o sentido nesse conceito. O impacto no orçamento de estado é pequeno e valia a pena tomar essa medida para ajudar as empresas. O que pedimos são medidas a 10 anos para apoiar o investimento.” Isto porque, garante, há empresas disponíveis para investir, até ao nível da energia. INTERESSE DOS DISTRIBUIDORES DE ENERGIA O painel “Comercializadores de GNC e GNL” reuniu as principais companhias que operam no ramo do comércio de gás natural em Portugal, “numa altura em que a rede de abastecimento público para o setor dos transportes ainda se encontra numa fase muito inicial”, segundo revelou o moderador Ricardo Félix, da Logistema. Subsiste também algum “risco fiscal”, uma vez que se desconhece também “o nível de taxação que o governo vai seguir” no futuro. A Dourogás, uma empresa que está “focada há 20 anos no gás natural”, segundo o seu presidente Nuno Moreira, arrancou em 2012 com o primeiro projeto de rede de postos de abastecimento, tendo, presentemente, já em funcionamento um posto GNV em Mirandela e outro no Carregado, este último em operação desde Julho de 2014.
Nuno Moreira anunciou que se encontram em construção mais dois postos de GNV, um em Loures, que deverá entrar em funcionamento “já em Novembro de 2014”, e outro no Porto, com inauguração prevista “para o primeiro trimestre de 2015.” Encontram-se também em exploração pela Dourogás dois postos de enchimento nas instalações da Carris de Lisboa e dos STCP do Porto. Quanto à rede de abastecimento para veículos ligeiros a nível nacional, este responsável considera que “100 a 150 postos seria o número ideal.” A Galp Energia é outra das empresas que está a desenvolver um projeto de postos de enchimento para veículos a gás natural veicular, prevendo, segundo José Costa Pereira, instalar ainda em 2014, postos GNV tanto nas áreas de serviço da Galp na Azambuja (N3), como de Matosinhos (A4 –Sul). A companhia conta com 12 anos de experiência em postos de enchimento ligados à rede de distribuição, fruto duma solução GN para GNC “abastecido à pressão de 200 bar”, destinado a servir atividades como o transporte de passageiros em autocarros urbanos e a recolha de resíduos sólidos. A Molgás Energia é uma empresa que oferece soluções integrais de gás natural transportado aos seus clientes, operando uma frota própria de mais de 100 cisternas. “Nós neste momento já não compramos nenhum veículo que não seja a gás, temos 20% da nossa frota de tração a gás natural”, garante o responsável da empresa, Fernando Breda. “Neste momento estamos a iniciar a construção do nosso próprio posto de abastecimento. A Molgás também constrói postos de abastecimento GNV nas instalações dos seus clientes, sendo
responsável pela logística de fornecimento a esses clientes e, por vezes, até mesmo pela manutenção.” SOLUÇÕES DE EQUIPAMENTO David Carlos, Diretor Comercial da Iveco Portugal, no arranque do painel “postos, veículos e equipamentos”, referiu que “a curva de binário dos veículos a gás natural não é comparável ao diesel”. Neste momento, no gás natural, veículos com “330 CV é o máximo que nós temos.” Os conferencistas ficaram também a saber que a Iveco é pioneira e líder na oferta de veículos comerciais de passageiros e de mercadorias a gás natural, e “no que diz respeito à manutenção e reparação” a empresa tem vindo a acompanhar o desenvolvimento de novos produtos com energias alternativas, encontrando-se preparada para dar uma boa resposta a nível da rede de serviços pósvenda.” Luís Mateus, Diretor da Volkswagen Veículos Comerciais (Grupo SIVA), sublinhou que a estratégia da Volkswagen até 2010 assentou em três pilares estratégicos, nomeadamente “continuar a trabalhar nos veículos convencionais, desenvolver veículos elétricos e veículos a gás natural”, por forma a, em 2020, “ter uma emissão média de 95 g/km de dióxido de carbono em toda a gama.” “Nas nossas linhas de montagem temos soluções ‘indoor’ a gás natural”, figurando entre estas o comercial ligeiro Caddy EcoFuel em versões de furgão Standard e Maxi e também de passageiros, e os automóveis turismo Eco Up, Golf TGI BlueMotion e Touran TGI BlueMotion.
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CONGRESSO
ANTRAM. Preparar o futuro Pelo segundo ano consecutivo, a TURBO OFICINA PESADOS e a TURBO OFICINA foram media partner do maior evento de transportadores em Portugal, num momento em que o setor começa a dar alguns sinais de retoma, após um longo período de crise, aproveitando a ANTRAM para debater a sua reengenharia e estudar as oportunidades do quadro de apoios Portugal 2020. TEXTO E FOTOS JOÃO CERQUEIRA
O
14º Congresso da ANTRAM, realizado no Algarve, reuniu mias uma vez os principais players do setor do transporte profissional rodoviário de mercadorias e alguns convidados mediáticos de “luxo”, que abrilhantaram este evento com as suas intervenções. Tendo como tema de fundo “A reengenharia do setor rumo à excelência”, os trabalhos arrancaram com a intervenção do Presidente da ANTRAM, Gustavo Paulo Duarte, que falou de dos principais constrangimentos com que o setor se debate, alguns deles novos, como é o caso da proibição em França e na Bélgica do descanso semanal dos motoristas a bordo dos camiões. Mas também da taxa rodoviária de 13 cêntimos por quilómetro que a França se preparava para aplicar já a partir de Janeiro de 2015, em cerca de 40.000 km da sua rede viária nacional, uma medida que entretanto já foi suspensa por tempo indeterminado. Abordou também a questão do diploma aprovado pelo governo que vem alterar a legislação sobre Pesos e Dimensões, introduzindo as 60 toneladas de PMA em
certas condições e transportes. A ANTRAM considera que o diploma precisa de ser melhorado e é discriminatório, “uma vez que apenas se aplica a setores, matérias e condições específicas, restrições que poderão vir a ser consideradas como protecionistas e violadoras da concorrência,” defendendo a generalização das normas a toda a atividade setorial e geografia comunitária. “Entendemos que a norma das 60 toneladas deveria ser aplicada em toda a UE”, afirmou Gustavo Paulo Duarte. O líder associativo defendeu ainda que a fixação dos preços dos combustíveis deveria passar “de segunda para quarta-feira,” referiu que “seria importante que as empresas pudessem fazer o controlo de alcoolémia” dos seus motoristas, sublinhou que a “ANTRAM gostaria de ter sido ouvida” na elaboração da ‘fiscalidade verde’ e saudou “a disponibilidade do governo para apoiar veículos a gás natural.” REFORÇO DO PROTOCOLO COM O IEFP A ANTRAM e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) subscreveram um novo protocolo, que vem reforçar o do
PROTOCOLOS COMERCIAIS E DE COLABORAÇÃO No decurso do 14º Congresso foram subscritos dois protocolos comerciais. O primeiro, entre a ANTRAM e a ABMN – Business Solution, uma empresa que atua na área das tecnologias de informação, nomeadamente na produção de software e desenvolvimento de soluções de gestão para o setor dos transportes. Criou recentemente o aTrans, uma nova ferramenta de gestão e controlo de processos, configurada para o setor dos transportes rodoviários de mercadorias. Ao abrigo deste protocolo, os associados da ANTRAM beneficiam de um desconto de 10% em produtos e serviços comercializados pela associação. O segundo na área da saúde, com a Atlas Seguros Correctores de Seguros SA, resulta na criação do “Cartão de Saúde ANTRAM Solidária”, o qual pode ser pedido pelos associados nas respetivas delegações regionais. Este cartão tem como principais benefícios descontos imediatos em consultas de clínica geral e de especialidade, análises clínicas, exames médicos, farmácias, oculistas, etc. Foi também subscrito um protocolo de cooperação entre a ANTRAM e a sua congénere marroquina.
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ano passado, criado no âmbito da Portaria n.º 203/2013, de 17 de Junho, com vista à colaboração na formação de desempregados. As ações de formação estarão a cargo da ANTRAM, com um teto máximo de 820 formandos, enquanto o IEFP vai investir até 600 mil euros, e fica também encarregue da divulgação do programa junto dos desempregados inscritos naquele organismo. Para o Secretário de Estado do Emprego, Octávio de Oliveira, “este é um setor de grande relevância para a economia nacional, muito importante também pelo elevado nível de emprego que gera,” esperando, por isso, “que deste protocolo possam ser produzidos resultados”, e realçando, de igual modo, “que nem todos os sectores têm este tratamento diferenciado.” Por seu turno, o Presidente do IEFP, Jorge Gaspar, sublinhou a importância do contributo que o protocolo pretende dar “para a criação de emprego e de qualificação em contexto de trabalho.” Finalmente, Gustavo Paulo Duarte, considera vital este “projeto de apoio aos desempregados e às empresas no sector dos transportes,” sobretudo ao nível “da formação de motoristas.” HORIZONTE 2020 – UMA JANELA DE OPORTUNIDADES No segundo dia de trabalhos, num painel de debate onde se procurou fazer o diagnóstico e as oportunidades de apoio à competitividade do Transporte Rodoviário de Mercadorias –
Portugal 2020 e Horizonte 2020 -, Ricardo Félix, da Logistema, desenvolveu a temática da reengenharia do setor. A atividade do transporte rodoviário de mercadorias em Portugal foi afetada pela conjuntura económica, encontrando-se em crise desde 2008. O fenómeno é sobretudo sentido no transporte internacional, com uma quebra de 8% nas mercadorias importadas (toneladas/km) nos últimos 5 anos, com as importações de Espanha, nosso principal parceiro comercial, a refletir um valor negativo de 16%. Contrariamente, no sentido da exportação, a atividade do transporte rodoviário profissional registou uma ligeira melhoria de 3%, mas as cargas para Espanha, que representam 62% das nossas mercadorias exportadas por estrada, caíram 3%. Em termos globais, o transporte rodoviário de mercadorias sofreu uma quebra acentuada PUBLICIDADE
nos últimos anos na península ibérica (-33% em Portugal e -43% em Espanha), assinalando-se, no entanto, pela positiva, um crescimento de 14% na atividade em Portugal no ano de 2013, relativamente ao ano anterior. No âmbito do quadro de apoios Portugal 2020, poderão existir boas oportunidades no campo dos investimentos no domínio do ambiente, energia e formação, “mas a ANTRAM tem de desenvolver trabalho político de posicionamento do sector, como foi feito com o SIMIAT, devendo começar já a trabalhar nos apoios para os VGN e o gasóleo profissional, procurando contemplar também a renovação de frotas e o estímulo ao abate de viaturas.” “O programa de trabalhos para 2014/2015 do Horizonte 2020 valoriza os transportes inteligentes, verdes e integrados. Na vertente rodoviária também engloba a segurança no
transporte.” Até ao fim da década, encontramse igualmente previstos apoios financiados pela EU a 70% “para investigação em inovação para pequenos negócios nos transportes.” No decurso deste painel foi também sublinhado que Portugal continua a ter excesso de transportadores e serviços pouco diferenciados, colocando-se importantes desafios “como baixar o custo para os clientes sem baixar o preço”. Paralelamente, abre-se um novo campo de oportunidades de redução de custos com os megacamiões, veículos a gás natural e elétricos, e com as auditorias energéticas. Os desafios do associativismo e a missão da ANTRAM foi outro dos temas debatidos no 14º Congresso, que contou também com uma intervenção especial sobre “Coaching Motivacional”, e outra subordinada à temática “Portugal é viável!”, desenvolvida pelo jornalista José Gomes Ferreira.
CONGRESSO
MAIS DE DUAS DEZENAS DE EXPOSITORES Associaram-se ao 14º Congresso mais de duas dezenas de empresas, aproveitando para apresentar as suas principais novidades de produtos e serviços. Todas as marcas de camiões estiveram de novo presentes, exibindo no parque de exposições, junto à entrada principal do hotel, um trator Euro 6 da gama pesada, com excepção da Volvo e da Iveco, principal patrocinador do congresso, que participou no evento com quatro viaturas, incluindo um comercial ligeiro. A Iveco continua a demonstrar a sua aposta no gás natural, expondo duas cabeças tratoras do modelo Stralis GNC, um Ecostralis 460 vocacionado para o longo curso e um furgão do novo Daily. A Volvo expôs um FH 500 com cabina Globetrotter para o longo curso e um FH 420 (longo curso e distribuição regional). A Mercedes apostou na gama pesada Actros com um 1845 LS com motor de 450 CV. A Renault exibiu o T, “Camião do Ano 2014”, na variante de 480 CV. A MAN apresentou um TGX EfficientLine 18.440, uma variante otimizada para a eficiência de combustível. Já a Scania mostrou uma cabina R Streamline equipada com um motor V8 de 520 CV, enquanto a ACRV expôs um DAF XF 460 FT vocacionado para o longo curso e a distribuição pesada. As marcas de camiões também estiveram presentes com stands próprios no interior do hotel, bem como as marcas de semirreboques Schmitz, e Lecitrailer, representada em Portugal pela Reta. No segmento dos combustíveis a BP apresentou o cartão BP PLus, e a Galp um portfólio de produtos para o setor dos pesados, incluindo o GNV. Também a Dourogás, que está a introduzir em Portugal a primeira rede de postos públicos GNC+GNL, quis mostrar aos transportadores as vantagens das soluções GNV. A Prio divulgou a sua rede nacional de postos de abastecimento combustível low cost e a gama de lubrifucantes. Nos pneus a Michelin exibiu a nova gama X Multi para camião. Estiverem igualmente presentes empresas como a Wtransnet (bolsas de cargas), Bluechem (aditivos AdBlue), ABMN (software de gestão e controlo), Ritchie Bros. (leilões), Corbroker, Atlas e AXA (seguros).
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ESPECIAL
Pastilhas de travão. Oferta abrangente Os sistemas de travagem e, mais concretamente, as pastilhas de travão são um dos componentes fundamentais em qualquer veículo pesado. Neste especial reunimos a oferta de mercado ao nível do aftermarket em pastilhas de travão na maioria dos grossistas do setor. TEXTO PAULO HOMEM
A
exigência de qualidade nos travões de veículos de transporte pesados é um dado adquirido, pois os acidentes, paralisações, reparações evitáveis e atrasos nas entregas têm custos incalculáveis na gestão de frotas, incluindo a perda de clientela. Resistência ao uso intensivo, desgaste, vibrações e ruídos são aspetos comuns a que são submetidas as pastilhas de travão, para comprovar a sua qualidade e o seu nível de segurança. Pastilhas “baratas” colocam os veículos e as cargas em risco constante, desgastam prematuramente os discos, e desgastamse elas próprias rapidamente, anulando completamente a vantagem do menor custo inicial. Operadores de transporte profissionais concluíram que o custo das suas pastilhas representa 1.700 euros por cada milhão de quilómetros. Nos mesmos quilómetros, uma pastilha de baixo preço fica ao transportador por 3.200 euros, devido às substituições frequentes, não contando com prováveis acidentes, avarias e clientes descontentes. MERCADO Para além da oferta das marcas de pesados representadas em Portugal, pois todas elas comercializam peças originais para as oficinas independentes e para as oficinas de manutenção das frotas, existe uma vasta oferta de marcas de pastilhas de travão para pesados à venda em Portugal. A principal oferta é constituída por marcas premium, isto é, são as mesmas marcas de peças que fabricam tanto para o primeiro equipamento como para o aftermarket. Estas têm um posicionamento de preço e de qualidade mais alto, mas a sua rentabilidade é normalmente maior do que as restantes pastilhas de travão. Para quem faz médio ou longo curso, poucos são os operadores de transportes rodoviários que não apostam neste tipo de pastilhas de travão. Depois existe sempre uma segunda linha de pastilhas de travão, algumas construídas
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também pelas mesmas marcas premium, mas com um posicionamento mais baixo, nomeadamente ao nível do preço, embora a qualidade não seja também a mesma. Muitos operadores dizem que é neste segmento que se encontra a melhor relação preço / qualidade, onde existem ainda muitas marcas próprias. Na base de oferta existem as “outras marcas”, normalmente muito orientadas para o preço, que equipam sobretudo os veículos pesados com mais idade e que fazem percursos mais curtos. Não existem dados sobre as vendas destes componentes, mas está seguramente entre os de maior rotação nas peças, por ser um dos componentes de maior desgaste. EUROPART (Europart, Knorr, SAF, Textar, Beral e DON) www.europart.net
Presentemente a Europart Portugal comercializa pastilhas de travão da marca própria EUROPART (em exclusividade no mercado português) assim como as principais marcas de primeiro equipamento mais populares no aftermarket nacional, nomeadamente Knorr, SAF, Textar, Beral ou DON. Esta amplitude de oferta, marca própria mais equipamento original permite à Europart a cobertura integral do parque automóvel português de pesados de passageiros e de mercadorias, com especial enfoque na Mercedes e MAN. Tal como todos os outros produtos da marca Europart, as pastilhas cumprem a totalidade das diretivas da União Europeia aplicadas a esta família de artigos - nomeadamente a
certificação R90, o que se encontra marcado nas próprias pastilhas. Refira-se ainda que, em 2014, as pastilhas Europart estão a equipar o camião da equipa Team 14 / Europart Racing que participa no campeonato Europeu de Pesados. Em condições de corrida, as pastilhas têm por vezes de suportar temperaturas superiores a 600º C, o que atesta bem, segundo a empresa, a qualidade das mesmas. CIVIPARTS (Textar, Ferodo, Knorr-Bremse e Fras-le) www.civiparts.com
A Civiparts é o distribuidor exclusivo das marcas de pastilhas de travão da Textar e Knorr-Bremse, comercializando ainda as marcas Ferodo e Fras-le. No portefólio do grupo TMD Friction, a Textar é a marca líder em pastilhas de travões para veículos comerciais. Independentemente de se tratar de veículos pesados, atrelados, autocarros de cidade ou longo curso a Textar oferece a solução para cada aplicação. A Textar oferece praticamente 100% cobertura de mercado, sendo fabricante OE em cerca de 40 fabricantes europeus e asiáticos em camiões, autocarros e atrelados. A Ferodo é uma marca de equipamento original em vários fabricantes que, por exemplo, com base na tecnologia ProTec S, está homologada pela Mercedes no Actros MP4. As pastilhas utilizam materiais de fricção inovadores, especialmente concebidos para cumprirem os diferentes requisitos de equipamento original (OE) dos eixos dianteiro e traseiro do veículo.
Incluem também diversas características que melhoram o desempenho e a vida útil e que permitem reduzir os níveis de ruído. Para além disso, um novo revestimento verde ajuda a criar um desempenho equilibrado ao longo da vida útil das pastilhas, tal como na primeira travagem, e tanto as pastilhas de travão dianteiras como traseiras excedem os requisitos do equipamento original (OE), com especial atenção na prevenção de fendas nos discos. A Knorr-Bremse é um fabricante reconhecido pelos sistemas de segurança em componentes de travão, líder no mercado de pastilhas de travão com alto nível de segurança e qualidade. A Knorr-Bremse tem um programa de testes para pastilhas de travão, com a colaboração de clientes OE, que consiste em expor as pastilhas de travão a exigentes provas de segurança, melhorando a sua qualidade. Este programa atualiza-se periodicamente, suportado pela experiência como fabricantes
de mais de 24 milhões de pastilhas de travão, assim como no know-how dos clientes Knorr-Bremse. Apenas as pastilhas de travão que tiverem superado todas as provas deste programa são aprovadas pela Knorr-Bremse. A marca Fras-le está disponível nas gamas CV Advanced e HDPRO. Na gama CV Advanced destaque para a boa relação custo-benefício, para o elevado desempenho e estabilidade, para a excelente recuperação ao desgaste de travagem, como para a elevada integridade estrutural, sendo adequada para utilização em camiões, reboques e autocarros. A gama HDPRO está posicionada como material equivalente à qualidade original OE, possuindo uma elevada eficiência de travagem e baixo nível de ruído, um elevado rendimento numa amplitude de temperaturas de utilização, sendo especialmente desenvolvido para aplicações exigentes do tipo “stop and go”. A sua utilização é adequada para camiões (incluindo utilização fora de estrada), reboques e autocarros.
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TECNOLOGIAS Recorremos à informação que algumas marcas e representantes de pastilhas de travão nos cederam, para editar este espaço sobre tecnologia (algumas delas novas tecnologias).
TEXTAR Componentes mais leves ajudam a reduzir o peso total do veículo – que por sua vez traduz-se em economia de combustível e redução de emissões de CO2. A TMD é pioneira neste setor e lançará brevemente na sua gama de pastilhas de travão Textar, a nova tecnologia “Lightweight Technology Program”, mais leves que as tradicionais pastilhas de travão e sem comprometer a segurança. Qual é a vantagem para os operadores de frotas? Pastilhas de travão mais leves e que, utilizando a mesma geometria que as pastilhas “standard,” permitem a substituição direta na altura da sua troca. FERODO A tecnologia ProTec S oferece melhorias significativas em relação ao sistema mais antigo - tipo braçadeira. A ligação direta entre a mola e a pastilha do travão aumenta a força da aplicação em toda a área de atuação. Isto otimiza a orientação da pastilha do travão e concede-lhe um posicionamento mais seguro, reduzindo o contacto do disco após a aplicação da travagem e assim, o desgaste ocioso – especialmente em condições de condução agressivas. Igualmente um controlo de ruído melhorado em que minimiza o risco de movimento entre a área da mola e o suporte da pastilha, o que permite assim diminuir a vibração e garantir uma aplicação de travagem mais silenciosa. A tecnologia ProTec S foi introduzida pela Ferodo em todos os tipos de pinças SN7 utilizando as seguintes referências de peças: aplicações para camiões Ferodo FCV4296PTS; aplicações para reboques Ferodo FCV4344PTS. A tecnologia patenteada ProTecS para além de permitir uma montagem otimizada das pastilhas, como uma calibração precisa da força do fixador e a redução da deformação da mola fixadora da pastilha, permite outras vantagens como a emissão mínima de ruído e aplicação em veículos mais antigos. FRAS-LE A nova placa Matrix é uma das mais recentes novidades da Fras-Le. Os benefícios desta tecnologia são os seguintes: Redução de 25% de peso na pastilha de travão que, na totalidade do sistema de travagem, se reflete num jogo a menos. Permite poupança de combustível e menor custo por quilómetro; menor temperatura com consequente maior durabilidade de todo o sistema de travagem; aumento de conforto, redução de ruido; e uma superior resistência mecânca.
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Os travões do tipo disco tiveram a sua origem em Inglaterra nos anos de 1890 e os primeiros travões de disco para automóveis foram patenteados em Birmingham em 1902. Passou meio século para que esta inovação fosse adotada em larga escala e cerca de 80 anos até que o travão de disco fosse montado num veículo comercial, quando a Renault o introduziu, por volta de 1983, como equipamento original. Pouco depois, o produto ficou disponível no mercado de pós-venda. Isto constituiu um avanço substancial no mundo dos veículos comerciais dado que, pela primeira vez, existia uma alternativa ao sistema tradicional de travão de tambor e maxila, abrindo toda uma série de oportunidades, tanto para os fabricantes de veículos como para os de peças. Os seus benefícios são: Resistência à fadiga dos travões provocada pelo sobreaquecimento de componentes de travagem; Capacidade de recuperarem rapidamente após imersão (travões molhados são menos eficazes); O travão de disco não apresenta efeito de realimentação positiva (auto-assistência) e a força de travagem é sempre proporcional à pressão aplicada ao pedal ou alavanca de travagem. Veículos que usam esta combinação podem utilizar a tecnologia pioneira de anti bloqueio. As pastilhas de travão são concebidas para uma fricção elevada, sendo o material da pastilha incorporado no disco no processo de acamamento, enquanto se desgasta uniformemente. As pastilhas trabalham com uma camada muito fina do seu próprio material e produzem uma zona de fricção semilíquida que cria a força de travagem propriamente dita. Logo, a qualidade e a composição do composto usado são essenciais. Um dos custos mais significativos associados ao funcionamento de uma frota é o período de inatividade, e, quando se trata de pastilhas de travão, a parte mais importante é o material de fricção. Por conseguinte, compensa usar uma pastilha de qualidade de um fabricante de equipamento original, como a TRW. A marca recorreu à sua experiência como fabricante de equipamento original e anos de investigação e desenvolvimento para encontrar a mistura perfeita para o seu material de fricção para veículos comerciais pesados, excedendo as expectativas de elevada qualidade para veículos comerciais. Todos os materiais de fricção para veículos comerciais pesados são fabricados em instalações próprias.
VISOPARTS (Breakve, TRW, Textar e BPW) http://visoparts.com
A empresa de Viseu possui uma oferta ao nível das pastilhas de travão que inclui as marcas TRW, Textar, BPW e Breakve. Desta forma, consegue ter uma gama abrangente de pastilhas de travão, com diferentes níveis de preços e para diferentes segmentos de clientes. Com a marca Breakve, a Visoparts acaba por ter uma oferta diferenciadora ao nível das pastilhas de travão, onde o preço é mais competitivo. Construídas por uma empresa alemã de referência, as pastilhas Breave apresentam, segundo a empresa, interessantes níveis de qualidade, cumprindo com todas as normas europeias. IVEPEÇAS (Ferodo, Jurid, Peters e Tecnobrake) www.ivepecas.com
A Ivepeças disponibiliza para o mercado quatro marcas de pastilhas de travão conseguindo, dessa forma, dar resposta a praticamente todo o parque circulante de veículos pesados em Portugal. Para além das marcas de referência, Ferodo e Jurid, a Ivepeças apresenta as marcas Peters e Tecnobrak, segmentadas ao nível do preço. Refira-se que a marca Tecnobrake está somente a ser distribuída pela Ivepeças no nosso mercado. MOTORBUS (Textar, Valeo e Meritor) www.motorbus.pt
A Motorbus comercializa as marcas Textar, Valeo e também a Meritor. A aposta deste operador de peças para veículos pesados concentra-se muito na qualidade, daí a aposta na Textar. Segundo a empresa, praticamente todos os equipamentos de fábrica (primeiro equipamento), vêm equipados com a marca Textar. Num outro patamar, a Valeo é um produto com qualidade, mas com uma relação qualidade / preço mais competitiva. A empresa é também representante das pastilhas de travão da Meritor, sendo contudo uma marca com expressão de mercado muito reduzida.
Uma das principais apostas da HBC II é nas pastilhas de travão da TTP. A TTP (Truck Trailer Parts) resulta de uma joint-venture da HBC II com duas empresas estrangeiras (uma em Itália e outra em Espanha) que, por via do seu volume negocial junto de fornecedores, comercializam em cada um dos respetivos países esta marca própria.
Para além da Jurid, Valeo, Knorr-Bremse e Ferodo, a Recambios Barreiro aposta também numa marca própria, a Axcar. Os produtos Axcar (pastilhas de travão neste caso) são construídas por uma marca premium, conforme política da empresa, que comercializa apenas produtos de fabricantes de primeiro equipamento.
RECAMBIOS BARREIRO (Jurid, Valeo, Knorr-Bremse, Ferodo e Axcar) www.recambiosbarreiro.com
BPN (TRW e Truckparts) www.bpn.com.pt
HBC II (Jurid, Brembo e TTP) http://hbcpecas.com/pt
É extensa a oferta de produtos de travagem da Recambios Barreiro. No que a pastilhas de travão diz respeito, a empresa disponibiliza diferentes marcas que lhe permitem ter uma oferta muito completa para todos os segmentos de preço. PUBLICIDADE
A BPN aposta, acima de tudo, em duas marcas de pastilhas de travão para comercializar no mercado português. Ao nível das marcas premium o destaque vai para a marca TRW, o que só por si é a garantia de um produto de qualidade que cumpre todas as normas e exigências técnicas dos atuais veículos pesados, sendo uma marca com importante peso na distribuição no mercado nacional.
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PARA ALÉM DAS PASTILHAS DE TRAVÃO ORIGINAIS É muito comum as marcas de veículos pesados terem uma oferta de peças recondicionadas, com garantia original. Porém, no material recondicionado não se encontram propriamente as pastilhas de travão, mas existem algumas marcas que têm uma segunda oferta de peças, normalmente com um melhor posicionamento preço, como é o caso da Iveco e da Renault. Naturalmente, essa gama de peças inclui também a oferta ao nível das pastilhas de travão. IVECO (Iveco) www.iveco.com/portugal/Pages/homepage. aspx
Interstar, Renault Trafic, etc. Estas linhas de produtos têm um posicionamento de preço bem definido, isto é, custam menos 30% que as peças originais similares. As linhas Value Line e All Makes, são linhas de peças sobresselentes estudadas para garantir qualidade, fiabilidade e elevado desempenho. Foram criadas na sequência da colaboração entre duas empresas líderes, Iveco e Magneti Marelli, pelo que a sua qualidade, segundo este construtor, é de um nível bastante elevado.
cumprindo todas as normais internacionais de qualidade e segurança. CORREIAS II (Ferodo) www.correias.pt
RENAULT TRUCKS (Renault e Okelia) www.renault-trucks.pt/
O operador de Torres Vedras possui uma oferta muito consolidada ao nível das marcas da Federal Mogul. Para além de comercializar peças DAF, é nas pastilhas de de travão da Ferodo que a Correias II aposta há vários anos. Para além das pastilhas de travão originais para veículos pesados, a Iveco comercializa duas linhas de peças distintas, onde estão incluídas pastilhas de travão. Por um lado a “Value Line”, para o Daily S2000 e versões anteriores, por outro, a “All Makes” para veículos comerciais ligeiros de outros construtores, por exemplo: Citroën Jumper, Ford transit, Mercedes Sprinter, Nissan
A Truckparts é uma marca própria e exclusiva de componentes de travagem (nomeadamente pastilhas de travão) da BPN, que vai de encontro aos critérios definidos por este grossista de peças em termos de qualidade, embora com um posicionamento de preços mais competitivo.
As pastilhas de travão da Renault Trucks são a oferta principal da marca francesa ao nível deste componente. A exemplo do que acontece no pós-venda de veículos ligeiros da Renault, também no pósvenda de pesados existe uma segunda marca de produto. Trata-se da gama de peças com a marca Okelia, que inclui diversas gamas de produto, incluindo as pastilhas de travão.
RECAMBIOS RAF (Evo Parts) www.evoparts.es/
RETA (DAF Aftermarket e TRP) www.reta.pt
A Reta comercializaa peças e acessórios das marcas DAF, DAF Aftermarket (multimarca) e TRP, nos Centros de Assistência técnica do Carregado, Perafita e Vila Nova de Gaia. Os clientes têm agora diretamente à sua disposição mais de 2.000 referências de peças para todas as marcas de tratores e semirreboques e ainda, num prazo de um dia útil, todas as referências de peças DAF e TRP.
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COPEROL (Coperol) www.coperol.pt
Praticamente todas as peças para veículos pesados que a Recambios RAF comercializa em Portugal têm a marca Evo Parts. Estes produtos, entre os quais se incluem as pastilhas de travão, estão desenhados e fabricados segundo os mais avançados processos de fabricação, medição e ensaio,
A Coperol comercializa pastilhas de travão de marca própria. Trata-se, segundo a empresa, de um produto de altíssima qualidade fabricado segundo as normas E2-ECE R90 pela mesma empresa que fornece algumas das grandes marcas de renome nacional e internacional. As pastilhas Coperol destinam-se a camiões, autocarros e reboques de alta performance. A intenção da Coperol ao desenvolver a marca própria foi a de promover o nome da empresa e de criar um “curto circuito” na cadeia de fornecimento, atribuindo ao cliente o benefício direto pelo acentuado abaixamento do preço, garantindo ao mesmo tempo uma qualidade irrepreensível. A Coperol sublinha que as pastilhas de marca própria possuem uma excelente relação qualidade / preço.
FROTAS
Transportes Machado & Brites. “Oficinas próprias nos transportes são fundamentais” A Transportes Machado & Brites, uma transportadora de grande referência no setor a nível nacional, criou uma empresa para gerir toda a atividade relacionada com os serviços de assistência à frota, operando oficinas próprias em Leiria e Vilar Formoso. TEXTO E FOTOS JOÃO CERQUEIRA
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Transportes Machado & Brites é uma empresa familiar fundada em 1980. Presentemente, integra uma frota de cerca de 300 veículos, entre tratores e rígidos das 3,5 às 40 toneladas, aos quais acrescem mais de 200 reboques e semirreboques. Emprega cerca de 340 funcionários. Para além da empresa mãe, o Grupo integra também uma empresa do ramo imobiliário e uma outra para toda a gestão do serviço de manutenção do parque de viaturas. O capital social de todas as empresas é controlado por uma SGPS. A Machado & Brites tem instalações próprias em Leiria, com cerca de 40.000 m2, onde se encontram os escritórios centrais da sede, uma oficina, armazéns e vastas áreas de parqueamento. Possui também um centro de distribuição no Porto e instalações em Vilar Formoso com oficina para apoio à atividade internacional. Neste momento, prepara-se para inaugurar novas instalações de apoio à atividade em Lisboa, com armazéns, parque e escritórios. “Inicialmente, começámos no transporte nacional”, recorda Armindo Brites, sóciogerente da empresa. “Depois fomos solicitados pelas Águas do Luso, cujos transportes eram geridos pelos Transportes Machado e dessa relação comercial nasceu a Transportes Machado & Brites. Licenciámos os primeiros 5 camiões e começamos a trabalhar no internacional. O Sr. Machado foi sócio da empresa durante alguns anos, mas como estava mais vocacionado para o nacional acabámos por lhe comprar todas as quotas.”
ESPECIALIZAÇÃO É O SEGREDO DO SUCESSO A empresa sempre apostou na especialização e chegou a ser um dos maiores transportadores nacionais em viaturas porta fatos. A partir de meados dos anos 90 alargou a sua estratégia de serviço ao transporte sob temperatura controlada com veículos frigoríficos.
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“60 T. SIM, MAS NÃO EM VEÍCULOS DE 40 T.” Armindo Brites concorda com as 60 toneladas em Portugal, mas “desde que os equipamentos sejam adequados a esse transporte. Não concordo com aquilo que se está a fazer em Portugal que é pôr as 60 toneladas em carros de 40 toneladas”, porque os riscos em termos de segurança e do desgaste dos equipamentos são enormes. “A capacidade de travagem não é a mesma, nem a de tração ou de motorização. As velocidades médias diminuem e temo que a sinistralidade aumente com esse tipo de equipamentos.” O transportador considera que as 60 toneladas, “em determinados tipos de tráfego e no transporte de longo curso seria uma solução interessante”, mas com um conjunto articulados de 25,25 metros de comprimento, camiões com 3 eixos e reboques com 5 eixos, como aquilo que é proposto no chamado Sistema Modular Europeu.
“UTILIZAÇÃO DAS AUTO-ESTRADAS DEVIA SER INCENTIVADA” O empresário defende uma política de utilização de auto-estradas e de vias portajadas por sistema de pórticos diferenciada em termos de preços para os transportadores profissionais. “Devia-se incentivar a utilização das auto-estradas. Aqui em Leiria, por exemplo, há muitas vias portajadas onde não passam carros. Nós estamos a pagar essas infra-estruturas e quase ninguém as utiliza. Se houvesse uma política definida para a utilização dessas infra-estruturas que fosse estudada com as associações setoriais, podíamos poluir muito menos e rentabilizar mais o nosso parque.”
“Até 1998, nós eramos uma empresa exclusivamente de transporte internacional. Nessa altura entendemos que era importante diversificarmos um pouco e termos também a área do nacional. A partir de 2010, com o aumento de restrições e de taxas na Europa, optámos por desenvolver mais intensamente a operação no nacional. Presentemente, o transporte nacional já pesa 40% no volume de faturação e o nosso objetivo é chegar aos 50%, a curto prazo, na área da grande distribuição alimentar em que trabalhamos”, afirma Armindo Brites. No internacional, o principal destino da empresa é a Suíça, operando no segmento altamente especializado do transporte de medicamentos com a utilização de viaturas de frio. “Os nossos veículos encontram-se dotados com um certificado próprio de transporte farmacêutico e têm sistemas de geolocalização de frotas, controlo de temperatura online com alarmes, controlo de abertura de portas, etc. Fazemos muitos transportes intra-comunitários. O camião quando sai, normalmente, passa 15 dias fora e faz sempre duas a três viagens na Europa.” BRITES & FILHOS GERE ATIVIDADE OFICINAL A Transportes Machado & Brites possui oficina própria desde a sua fundação. Em meados dos anos noventa criou a Brites & Filhos, uma empresa exclusivamente afeta à atividade de manutenção e reparação de veículos da frota da empresa mãe. Armindo Brites esclarece que a Brites & Filhos foi criada “porque sentimos necessidade de ter uma empresa própria na área da assistência, com gestão própria, precisamente para controlar recursos. Assim, nós sabemos o que é que temos em cada área de negócio. Considero que as oficinas próprias hoje nos transportes são fundamentais. Pela agilidade, pelas necessidades operacionais do just-intime, dá-nos essa mobilidade de termos quase um serviço 24 horas de assistência dentro de portas, podendo agilizar e fazer com que os equipamentos saiam quando são precisos.” A Brites & Filhos passou por períodos de maior e menor atividade, em função da estratégia de gestão de assistência ao parque de viaturas que a Machado & Brites, a cada momento, considerou mais adequada. A nível de instalações, a oficina propriamente dita dispõe de dimensões bastantes generosas, dotada de cerca de meia dúzia de amplas baias para entrada e saída de viaturas, armazém e balcão de peças, estação de serviço, armazém de pneus, oficina de pintura e escritórios. Emprega cerca de 15 pessoas, entre mecânicos, pintores, serralheiros, carpinteiros, gestor de oficina, gestor de peças e outras especializações. “Para o transporte internacional também temos um ponto de assistência nas nossas instalações de Vilar Formoso, onde temos um mecânico a trabalhar. Temos lá permanentemente um trator disponível. Se vier um carro nosso do
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VEÍCULOS DO NACIONAL TÊM CONTRATO DE MANUTENÇÃO DE PNEUS
estrangeiro com alguma dificuldade maior dá entrada nessa oficina e o trator que lá está é engatado ao semirreboque para levar a carga ao destino final”, explica o empresário. CONTRATOS DE MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DEIXARAM DE SER ATRATIVOS Nos anos noventa a Machado & Brites foi uma das primeiras empresas do setor no nosso país a apostar na aquisição de novos veículos com contratos associados de manutenção e reparação, mas, a partir de determinada altura, “toda a gente começou a fazer contratos de assistência e manutenção e as marcas começaram a praticar preços que, para nós, deixaram de ser apetecíveis”, salienta Armindo Brites. Todos os equipamentos de transporte são propriedade da própria empresa e esta aposta num modelo de gestão de negócio que não tem por objetivo fazer muitos quilómetros, mas antes rentabilizar quilómetros, com médias anuais entre os 110.000 e os 120.000 km. Isso permite alargar ligeiramente os anos de vida útil dos equipamentos, mas “em termos de contratos de assistência e manutenção, quantos menos quilómetros o carro fizer mais penalizados nós somos.” No entanto, a empresa optou por fazer as manutenções programadas sempre nas marcas. “Conseguimos negociar valores que são apetecíveis. Hoje cada modelo de camião usa tipos específicos de lubrificantes. Um Euro 5 não usa o mesmo óleo de um Euro 6. E isso ia-nos obrigar a que tivéssemos aqui uma gama enorme de lubrificantes.” INTERVENÇÕES DE FUNDO INTERCALARES A Brites & Filhos, ao fim de 700.000 a 800.000 km, efetua intervenções de fundo em todos
CONTACTOS Transportes Machado & Brites Sócio-Gerente: Armindo Brites Telefone: 244816800 E-mail: brites@tmbrites.pt Website: www.tmbrites.pt
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os veículos da frota, tanto no nacional como no internacional, sendo feito um check list das revisões de cada viatura. Nessa altura, “é feita uma revisão completa ao equipamento, desde folgas dos rolamentos, substituição de discos de embraiagem, lavagem dos refrigeradores, dos radiadores, dos intercoolers, verificação dos motores, dos turbos, etc. Temos sempre um camião do internacional e outro do nacional parados a efetuar esse serviço. Normalmente, ficam pelo menos uma semana na oficina.” Concluída a intervenção de fundo, os carros voltam à estrada preparados para fazer mais 400.000 a 500.000 km, antes de serem substituídos por novos veículos e a empresa fica com a garantia de que correm riscos muito baixos de avariar. No nacional, este trabalho é ainda mais complexo, porque “os camiões andam muito dentro das localidades e são sujeitos a maior desgaste em determinados órgãos e as caixas de carga e os motores de frio têm de ter uma atenção muito especial, por causa da manutenção das isotermias.” Relativamente aos semirreboques, a empresa também alarga o prazo da sua utilização. “Normalmente, utilizamos esses equipamentos durante 7 ou 8 anos e depois levamo-los às oficinas especializadas das marcas de semirreboques e eles recondicionam o equipamento todo.” TELEMÁTICA É FUNDAMENTAL Há alguns anos a Machado & Brites adoptou uma estratégia que passa por adquirir todos os novos veículos equipados com sistemas telemáticos de gestão de frotas. “Hoje, esse tipo de equipamentos são muito evoluídos e permitem-nos, inclusivamente, controlar online tudo o que tem a ver com os planos de manutenções dos próprios veículos”, garante Armindo Brites, que acrescenta: “Hoje, os custos de manutenção pesam bastante na gestão das frotas e esses sistemas informáticos nas viaturas oferecem-nos condições de utilização e de assistência muito competitivas.” A empresa utiliza também muito este tipo de
Todos os veículos da empresa que operam no transporte nacional têm contrato de manutenção de pneus. “Fizemos um acordo com a Bandague que faz toda a manutenção de pneus dessa frota, desde substituição, recauchutagens, etc. Trimestralmente fornecem-nos um relatório do estado dos pneus da frota do nacional. Estamos a falar de um universo de cerca de 140 veículos.” Tem sido uma experiência muito positiva para a Machado & Brites, que está a estudar, neste momento, a viabilidade de fazer no futuro um contrato idêntico para a frota do internacional. “A nível de pneus, a frota do internacional é assistida na nossa oficina, mas estamos a ponderar a possibilidade de vir a ter alguém que nos faça a gestão deste equipamento, porque, atualmente, ou temos muito cuidado na forma como se utilizam os pneus ou podemos ter custos muito elevados. A gestão é fundamental e deve ser dada a especialistas.”
equipamento para otimizar a condução dos próprios motoristas, ajudando-os a adoptar tipos de condução preventiva e económica, contribuindo para aumentar a segurança nas estradas, proteger o meio ambiente e minimizar o desgaste de alguns componentes do veículo. “Temos uma pessoa que faz esse controlo e todas as semanas enviamos uma mensagem a todos os motoristas sobre o seu desempenho a nível de condução. Se houver pontos a melhorar nós informamos.” Isto é fundamental até mesmo ao nível do desgaste dos equipamentos, provocado por uma utilização inadequada ou por um tipo de condução mais agressiva, porque “hoje, cada tipo de camião tem uma forma de ser conduzido e temos quase de criar motoristas especializados para cada marca e tipo de camião.” REPARAÇÕES MAIS COMPLEXAS NAS MARCAS A Machado & Brites conta com total apoio das marcas de camiões a nível de diagnóstico. “Essa é uma das grandes vantagens que nós temos em fazermos as manutenções nas marcas”, sublinha Armindo Brites. A empresa também faz dentro de portas intervenções mais complexas, “por exemplo, se tivermos uma caixa de velocidades que parte, nós normalmente desmontamo-la aqui, levamo-la à marca, onde é reparada, e depois volta novamente aqui para ser montada.”
SALÃO
IAA 2014. Febre chinesa A 65ª edição do Salão de Veículos Comerciais fechou portas no dia 2 de Outubro, com um balanço muito positivo feito por Matthias Wissmann, Presidente da Associação da Indústria Automóvel alemã (VDA). Wissmann revelou que o certame acolheu cerca de 250.000 visitantes profissionais e anunciou também a realização da 66ª edição entre 22 e 29 de Setembro de 2016. Leia a segunda parte da nossa reportagem. TEXTO E FOTOS JOÃO CERQUEIRA EM HANNOVER
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65ª edição do IAA, realizada na cidade alemã de Hannover, entre 25 de Setembro e 2 de Outubro, reuniu um total de 2.066 expositores provenientes de 45 países. No certame foram apresentadas 322 estreias mundiais distribuídas pelos sub-setores dos camiões, autocarros, reboques e carroçarias, veículos comerciais ligeiros, indústria de equipamentos, peças, componentes, acessórios e serviços. Um dos dados mais relevantes da presente edição prende-se com a presença de cerca de 200 expositores chineses, pesando aproximadamente 10% do número total e de 20% dos expositores internacionais, com stands nos 12 pavilhões do evento e igualmente presentes em todas as áreas de exposição
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a céu aberto. Esta presença também se estendeu ao número de visitantes profissionais internacionais, com os chineses a ocupar a terceira posição com 6,3%, bem perto dos vizinhos polacos que lideraram este ranking com 8,3%. A jogar em casa, a Daimler e o Grupo Volkswagen fizeram mais uma vez uma demonstração de força, alugando pavilhões completos para apresentar as suas marcas. A Daimler exibiu 63 veículos das marcas Mercedes-Benz, Mitsubishi Fuso, Setra, BharatBenz (Índia) e um camião Western Star (EUA), protagonista do filme “Transformers: Age of Extinction”; enquanto o Grupo VW mostrou veículos das marcas MAN, Neoplan, Volkswagen e Volksbus (América Latina).
CAMIÕES DAF MOSTRA SOLUÇÕES MAIS EFICIENTES E SILENCIOSAS Sob o lema “Uma Solução Infalível”, marcando presença num stand com 2.500 m2 onde exibiu toda a gama de camiões Euro 6, a DAF Trucks deu também grande destaque às marcas de peças Paccar Parts e TRP (multimarca), bem como à ampla gama de contratos de reparação e manutenção MultiSupport. A nível de novidades de produto camião, as séries CF e XF do segmento pesado são propostas em versões Low Deck, caracterizadas por uma altura de quinta roda com 91 cm, podendo as mesmas equipar, num veículo com uma altura máxima de 4 metros, semirreboques com 3 metros de altura interna, o que permite
carregar volumes com mais de 100 m3 para maximizar a eficiência do transporte. O CF Silent, uma nova versão mais silenciosa para operações de distribuição urbana em zonas com limitações de ruído, é outra das novas propostas da marca holandesa. Graças a um mecanismo que limita o binário do motor e a velocidade do veículo, o nível de ruído não ultrapassa os 72 decibéis. É disponibilizado em versões 4x2 (rígidos e tractores) com três opções de cabina e recebe o motor Euro 6 PACCAR MX11 de 10,8 litros, com duas variantes de potência. IVECO RECLAMA LIDERANÇA TECNOLÓGICA COM HI-SCR A marca italiana focou a sua presença no salão na redução do Custo Total de Propriedade (TCO), reclamando o estatuto de líder tecnológico com a nova solução HI-SCR desenvolvida para os motores Tector e Cursor Euro 6, uma tecnologia que, combinada com a otimização da cadeia cinemática e da aerodinâmica do próprio veículo, contribui para uma poupança de combustível até 4,5%. Um dos melhores exemplos do potencial desta tecnologia é encarnada pela nova versão Stralis “Efficiency Package” que, para além de consumir menos, também tem menores custos de manutenção, podendo mesmo, segundo estimativas da marca, atingir uma poupança de 4.500 euros em 3 anos (em veículos que
façam uma média de 150.000 km/ano). Outra novidade apresentada pela Iveco foi o Stralis Natural Power Euro 6 para o transporte de médio e longo curso, com uma autonomia até 750 km. Este modelo também pode ser especificado para trabalhar a CNG. No que toca ao pós-venda, a Iveco estreou a nova embalagem e identidade corporativa de peças, que a partir de agora tem estampado o logo “Genuine Parts CNH Industrial”, com o objetivo de reforçar a marca CNH a nível mundial e alavancar a força de cada uma das 12 marcas que integram o grupo italiano, bem como padronizar e otimizar a gestão de mais de 5 milhões de peças de reposição. MAN APRESENTA TGX D38 A MAN apresentou em estreia mundial o TGX D38 Euro 6, equipado com o novo motor de 15,2 litros e 6 cilindros em linha, proposto em variantes de potência de 520, 560 e 640 cv. O novo D38 integra um conjunto de novas funções incorporadas na caixa de velocidades automatizada de última geração TipMatic 2, que efetua mudanças mais rápidas nas engrenagens de topo. A gama pesada de camiões TGS e TGX é enriquecida, a partir de agora, com novas tecnologias de redução de custos operacionais, como o MAN EfficientCruise que economiza até 6% de combustível, o TopTorque que
acrescenta mais 200 Nm de binário em todos os motores D26 e o MAN TipMatic 3, que introduz novas funções na caixa de velocidades. No domínio das energias alternativas a MAN revelou o TGX Hybrid, um veículo de longo curso acionado através de um sistema híbrido paralelo, equipado com um motor diesel de 440 CV e com um motor elétrico de 130 kW. No pós-venda a principal novidade é o novo pacote de serviços ServiceCare, através do qual o ponto de assistência MAN do cliente obtém acesso aos dados de manutenção do veículo, podendo assim controlar a gestão de manutenção, com a oficina a agendar a data de manutenção e organizar os trabalhos a efetuar, incluindo a encomenda de peças sobressalentes, de forma a que a permanência na oficina seja o mais curta possível. MERCEDES ANTECIPA FUTURO A principal vedeta do stand da Mercedes-Benz foi o protótipo “Future Trucks 2025”, um concept onde a marca alemã antevê algumas das principais tendências dos veículos pesados de mercadorias do futuro, como a condução autónoma nas autoestradas, a redução do consumo e das emissões, o aumento da segurança, as tecnologias avançadas de comunicação e a melhoria da eficiência da operação de transportes.
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O IAA DESTE ANO REUNIU UM TOTAL DE 2.066 EXPOSITORES PROVENIENTES DE 45 PAÍSES. FORAM APRESENTADAS 322 ESTREIAS MUNDIAIS
los a fundo periodicamente. A Mercedes desenvolveu e patenteou um processo que combina a limpeza completa com os intervalos mais longos de manutenção e tempos de substituição muito curtos, tendo como resultado final um filtro de partículas diesel limpo com a qualidade dum componente novo (99,98% de eficiência).
aerodinâmicos, nomeadamente defletores de teto e laterais, defletores integrados nos faróis, extensões de portas, carenagens laterais, etc. Paralelemente, recebe um conjunto de tecnologias inteligentes como o modo power inibido, o eco cruise control com modo de roda livre controlada Optiroll, entre outras, todas elas agrupadas no pacote Fuel eco.
O novo Mercedes Econic NGT (Natural Gas Technology) Euro 6 foi outra das surpresas da marca, tendo como principal novidade o motor M 936 G, um bloco de nova geração de 7,7 litros BlueEfficiency. Funciona com gás natural comprimido (GNC) e desenvolve 302 CV de potência. Encontra-se associado a um turbocompressor com geometria variável que garante uma resposta imediata do motor. Estabelece novos limites de emissões poluentes na gama Econic, com menos 20% de emissões de CO2 e níveis de ruído abaixo dos 80 decibéis. A gama de camiões do segmento Econic é uma das propostas da Mercedes para a recolha de resíduos e a distribuição urbana. A Mercedes-Benz Remanufacturing apresentou novidades como os filtros de partículas diesel recondicionados para camiões e autocarros Euro 6 da marca alemã. Trata-se de um equipamento imprescindível para cumprir as exigências da norma Euro 6. Apesar da regeneração automática, a longo prazo é impossível evitar que se formem resíduos de cinza nos filtros, sendo necessário limpá-
RENAULT ESTREIA NOVOS K E T OPTIFUEL A Renault Trucks estreou uma nova versão da gama K 8x6 para o setor da construção pesada, uma configuração que dá resposta, sobretudo, às expectativas dos clientes cuja frota tem de operar fora de estrada em terrenos muito acidentados, nomeadamente em estaleiros, zonas montanhosas e zonas húmidas com terrenos barrentos, onde um 8x4 não lhes permite desenvolver a sua atividade nas condições ideais. Com uma ponte suplementar situada no eixo dianteiro e uma distância ao solo acrescida em 70mm em comparação com um 8x4, a configuração 8x6 permite ultrapassar obstáculos difíceis quase com a mesma facilidade de um 8x8, embora com um veículo mais leve e económico. Outra das novidades da marca francesa é o T Optifuel, um veículo concebido para uma redução global de consumo que associa as melhores tecnologias com uma oferta de serviços específica, disponível em motorizações de 410 e 430 CV, a partir do bloco DTI 11. Integra também de série todos os equipamentos
SCANIA COMPLETA FAMÍLIA EURO 6 Com o novo motor de 13 litros e 6 cilindros, com 450 CV a Scania completa a sua família Euro 6 e parece direcionar a aposta para o sistema de pós-tratamento de gases de escape SCR. No IAA foi exibido a bordo dum Streamline R 450 4x2, com chassis extrarebaixado, cabina cama Topline e depósito de AdBlue oculto no interior da estrutura. Uma versão exclusiva Blue Stream R 730 4x2 lançado com edição limitada fez as delícias dos visitantes. A Scania é a única marca do mercado a oferecer motores V8 Euro 6, e este 730 CV com interiores e exteriores exclusivos dirige-se sobretudo àquela franja de clientes que gostam de ter um camião único. No capítulo das tecnologias avançadas, a marca sueca lançou no certame uma nova versão de Retarder, o R4100D, que tem como principal característica desligar mecanicamente o sistema quando não está ativo, o que permite poupar combustível e aumentar o tempo operacional. Uma nova versão do Eco-roll é outra das novidades. Este sistema permite
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ao veículo calcular quando deve utilizar a gravidade para descer declives em ponto morto, tendo como resultado 0,5% de poupança combustível nos veículos pesados da marca com motores Euro 6. VOLVO SURPREENDE COM CAIXA DE DUPLA EMBRAIAGEM A Volvo Trucks mostrou em primeira mão a I-Shift Dual Clutch, um sistema de transmissão com dupla embraiagem estreado na gama de camiões pesados FH, em combinação com o novo motor D13 Euro 6, nas ordens de potência de 460, 500 e 540 CV. A I-Shift Dual Clutch dispõe de duas embraiagens ligadas em paralelo, o que significa que o camião não perde velocidade em estrada nem binário nas passagens de caixa. Quando uma mudança está ativa, a mudança seguinte está pré-selecionada na outra caixa de velocidades. Durante a mudança de velocidade propriamente dita, a primeira embraiagem é desativada exatamente no mesmo instante em que a segunda é ativada, pelo que as mudanças ocorrem sem qualquer quebra de potência. O Volvo FE GNC (Gás Natural Comprimido), foi a principal novidade da marca sueca no campo das energias limpas, com uma nova versão desenvolvida para operar na recolha de resíduos e na distribuição urbana, alimentada por um novo motor Euro 6 de 9 litros com tecnologia de velas (ignição comandada), que desenvolve uma potência máxima de 320 CV, acoplado a uma transmissão automática. No stand da marca sueca foi possível também admirar um portentoso FH 16 com 750 CV, o mais potente do mercado, um veículo de cor dourada, alusivo ao Contrato Volvo Gold que inclui a manutenção preventiva e todas as reparações do veículo. OUTRAS MARCAS Os chineses da Dongfeng Trucks foram uma das principais vedetas do certame, onde se estrearam com o lançamento da gama de camiões pesados KX, uma nova geração desenvolvida para o transporte de longo curso no mercado global, em regiões como a Europa de Leste, África, Ásia Pacífico e América do Sul. Mais discretos, mas também com um stand numa área privilegiada do salão, os chineses da CAMC exibiram dois camiões da série de longo curso Xingkaima, lado a lado com um camião para o setor da construção e outro para o da distribuição. A Hyundai também fez um brilharete, levando a Hannover um magnífico exemplar da cabeça tratora para o longo curso Xcient, um veículo vendido em várias regiões do mundo, mas não na Europa.
RENAULT T ELEITO “CAMIÃO DO ANO 2015” O título de “Camião Internacional do Ano 2015” foi atribuído ao Renault T por um júri de 25 jornalistas especializados da imprensa europeia. O troféu foi entregue no IAA por Gianenrico Griffini, presidente do júri, a Bruno Blin, presidente da Renault Trucks. O Renault T obteve um total de 129 pontos, com uma confortável margem de 48 pontos sobre o segundo classificado. No decurso da cerimónia de entrega do prémio, Bruno declarou sentir-se “muito feliz em receber estre troféu em nome da Renault Trucks. Quero compartilhá-lo com todos os nossos empregados e toda a nossa rede em todo o mundo. Este prémio faz com que nos sintamos orgulhosos e esperamos transmitir este orgulho aos que compram os nossos camiões e a quem os conduz”. Acrescentou ainda estar “convencido que será um argumento de grande importância para ganharmos novos clientes.”
“Bus of the Year 2015”, cujo troféu foi entregue no IAA, foi a principal novidade da MAN. Esta nova versão do Lion’s City integra um motor CNG Euro 6, sendo virtualmente neutro em matéria de emissões de carbono quando abastecido com biogás ou gás natural, uma vez que oferece níveis de emissão semelhantes aos dos veículos 100% elétricos. Mesmo sem o uso de biogás, as emissões de CO2 são reduzidas em cerca de 17%, comparativamente com os veículos a gasóleo. A versão articulada de 18,75 do Lion’ s City GL para BRT (Bus Rapid Transit), foi outra das surpresas exibidas pela MAN.
AUTOCARROS
NEOPLAN TEM NOVO TOPO DE GAMA A Neoplan, outra marca de autocarros controlada pela MAN, apresentou um novo modelo do topo de gama Skyliner, um veículo de dois andares com capacidade até 83 passageiros. O modelo premium da Neoplan vocacionado para o transporte de longo curso em exposição, dispõe de dois lugares para pessoas de mobilidade reduzida. A partir de Junho do próximo ano, o Skyliner recebe novos motores Euro 6, tornando-se no autocarro com as taxas de emissão de dióxido de carbono mais baixas por passageiro na sua classe.
MAN EXIBE AUTOCARRO DO ANO O Lion’s City GL CNG, um autocarro articulado com 18,75 metros de comprimento movido a gás natural que conquistou o título
MERCEDES COM NOVIDADES EM TODA A GAMA A vasta gama de modelos de autocarros Mercedes-Benz foi objeto de algumas
renovações, a começar pelo urbano Citaro G (versão articulada), equipado agora com o novo motor OM 936 h, um bloco Euro 6 de 7,7 litros de cilindrada que debita 354 CV de potência. Este motor integra o novo sistema Power Boost System (PBS) que recorre à injeção de ar comprimido para incrementar o binário a baixas velocidades. O modelo Intouro, para a operação suburbana, recebe novas versões de comprimento, sendo exibido com as de 12,14 e 13,32 metros, ao mesmo tempo que alarga a oferta de variantes de motores Euro 6. Na classe turismo, o modelo Tourismo, (recordista de vendas da gama de autocarros da marca alemã), reforça a segurança com um novo sistema de alerta de saída de faixa de rodagem que utiliza tecnologia de câmaras vídeo, enquanto o Travego anuncia uma nova geração do sistema de travagem Active Brake Assist (ABA 3). SETRA COM QUATRO ESTREIAS MUNDIAIS A Setra, outra marca da Daimler Buses, ampliou a gama MultiClass 400, com o novo LE business, um autocarro para o serviço suburbano, exibindo variantes de 12,33 e 13,04 metros de comprimento. O modelo combina uma plataforma de entrada rebaixada com um teto alto, especialmente desenhado para o embarque e desembarque rápido de passageiros. A nova série de autocarros de média altura
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IVECO DAILY CONQUISTA “VAN DO ANO 2015” O Iveco Daily conquistou o troféu de “Van do Ano 2015”, atribuído por um painel de jurados, composto por 23 jornalistas de publicações europeias de veículos comerciais. A vitória foi garantida por uma margem de 17 pontos relativamente ao segundo classificado. Pierre Lahutte, Presidente da Iveco, recebeu o troféu das mãos de Jarlath Sweeney, Chairman do “International Van of the Year”, tendo na ocasião afirmado o seguinte: “estamos encantados com a atribuição do prestigiado galardão de ´Van do Ano` ao nosso novo Daily. O novo Daily representa um grande passo em frente na melhoria de aspetos como o TCO, o Conforto, a Condução, Produtividade e Sustentabilidade. Gostaríamos de dedicar este prémio a todos os nossos clientes que todos os dias contam com este companheiro de trabalho fiável e seguro.”
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ComfortClass 500 MD (3,5 metros de altura), estreou duma assentada os novos S 515 MD de 12,3 metros de comprimento e S 516 MD de 13,1 metros, enquanto a série ConfortClass 500 HD (tecto elevado) exibiu as novas variantes S 511 HD e S 519 HD. SCANIA REVELA CITYWIDE HÍBRIDO A nova versão híbrida do Scania Citywide tem como principal particularidade ser o único autocarro híbrido certificado para trabalhar com biodiesel. Trata-se de um veículo de 10,9 metros destinado a operações urbanas e suburbanas, com velocidades comerciais até 100 km/h. A marca sueca também desenvolveu uma versão articulada do Citywide com 18,1 metros a gás natural. A gama Citywide disponibiliza igualmente motorizações de 320 e 360 CV Euro 6, preparadas para biodiesel, e motores a gás natural nas variantes de 280 e 320 cv. SOLARIS LANÇA NOVO URBINO O novo Solaris Urbino foi apresentado em estreia mundial, tanto na versão convencional de 12 metros como na articulada de 18 metros. O Urbino foi completamente redesenhado e tornou-se mais leve para reduzir o consumo de combustível. Recebe uma nova família de motores Euro 6, tendo a acessibilidade ao compartimento do bloco sido melhorada para facilitar os trabalhos de manutenção e reparação. Também pode ser equipado com motores a gás natural, híbridos diesel-elétricos e propulsão 100% elétrica.
O reforço dos padrões de conforto foi outra aposta da Solaris, que se traduz numa área livre mais ampla no interior, em portas mais largas e altas para melhorar os fluxos de passageiros, num elevado número de assentos sem pedestal, e na iluminação suave proporcionada por lâmpadas LED. VOLVO ESTREIA 7900 HYBRID ELECTRIC A Volvo Buses exibiu, em estreia mundial, o novo 7900 Hybrid Electric, tendo como principal novidade o facto de poder operar no modo exclusivamente elétrico, em média, cerca de 70% do percurso, tornando-se assim muito útil para circular em zonas de emissões zero. A marca garante que o 7900 Hybrid Electric reduz o consumo energético até 60% e as emissões de dióxido de carbono até 75%, comparativamente com o autocarro urbano 7900 equipado com motor diesel. A produção em série arranca no início de 2016. A marca sueca apresentou também uma nova tecnologia de travagem automática para autocarros, com funcionalidades de aviso de colisão eminente e sistema de travagem de emergência, capaz de efetuar uma travagem a fundo a velocidades normais, imobilizando o veículo antes de embate. OUTRAS MARCAS Em estreia mundial, a Van Hool exibiu a sua nova gama de autocarros de turismo EX, um veículo com um design inédito tanto no exterior como no interior, proposto nesta fase
de lançamento em duas versões de dois eixos (EX15 e EX16). A VDL exibiu os novos autocarros urbanos Citea Electric e Citea Hybrid. O primeiro é de propulsão 100% eléctrica, equipado com um motor da Siemens de 160 kW. O segundo adiciona a este motor um bloco diesel Euro 6 da Cummins com 180 CV. A Isuzu foi outra marca a exibir uma vasta gama de autocarros com novos motores Euro 6, nomeadamente nos modelos da classe urbana Citiport e Citibus, no classe turismo Visigo, e nos midi Novociti e Turquoise. Os turcos da Temsa apresentaram 5 modelos com a nova geração de motores Euro 6, e os eslovenos da TAM, com uma mão cheia de novidades, também não quiseram ficar atrás, incluindo o seu novo autocarro para operar nos aeroportos, enquanto os chineses da King Long mostraram 3 novos modelos com Euro 6 para o mercado europeu. Assinala-se também a presença dos turcos da Otokar e da Karsan. Entre os carroçadores, saúda-se a presença da CaetanoBus, equipando a versão compacta do autocarro de turismo MAN Lion’s Coach e o MAN Lion’ s City Midi.
UTILITÁRIOS FIAT MOSTRA NOVO DOBLÒ A Fiat Professional fez a estreia mundial do novo furgão Doblò, que surge agora com um PUBLICIDADE
visual renovado e um estilo mais moderno e distintivo. No compartimento de carga a marca italiana apostou na funcionalidade, com uma abertura das portas traseiras de 180 graus e cintas ergonómicas de fixação de carga. O veículo pode transportar mais de uma tonelada de carga e a caixa tem uma volumetria superior a 5 m3. A nível de motorizações recebe os blocos 1.3 e 1.6 Multijet II, e ainda uma versão híbrida 1.4 Turbojet. O 1.3 Multijet de segunda geração é oferecido com ordens de potência de 75 e 90 CV, enquanto o 1.6 é oferecido em versões de 100 e 105 cv. A marca propõe também uma variante de 90 cv com caixa automática, e outra mais económica Ecojet, com consumo misto de 4,4l/100 km. FORD DIVULGA NOVOS SERVIÇOS TRANSIT24 A Ford completou a renovação da gama de veículos comerciais iniciada há apenas 24 meses. A vasta gama Transit passa a incluir também, a partir de agora, versões chassis cabina dupla e extralonga “Super Jumbo”, cabina dupla van, kombi e kombi van. Em paralelo, a marca lançou o conjunto de serviços Transit24 através da sua rede de assistência composta por 750 oficinas em toda a Europa, estabelecendo assim novos níveis de serviço nos concessionários que permitirão aos utilizadores de furgões reduzir os tempos de
paragens dos veículos e minimizar os custos operacionais. HYUNDAI AVENTURA-SE NOS FURGÕES PESADOS Assinalando a entrada no mercado europeu de furgões pesados, a Hyundai lançou o H350, um novo modelo inserido no segmento entre as 3,5 e as 5 toneladas de peso bruto. Vai estar disponível na Europa em variantes furgão, chassis-cabina e kombi. O furgão oferece uma capacidade de carga útil até 1,4 toneladas e 2,5 toneladas de capacidade de reboque. O compartimento de carga permite transportar duas europaletes e apresenta um volume útil de 12,9 m3. É proposto com um bloco turbodiesel de 2,5 litros com níveis de potência de 150 e 170 CV. A produção em série arranca ainda este ano, e é fruto dum acordo entre a marca coreana e os turcos da Karsan. IVECO REVOLUCIONA COM VISION CONCEPT A Iveco revelou o Vision Concept, um protótipo de veículo comercial com base no modelo Daily, que explora soluções para a gestão de carga e baixo impacto ambiental, projectado para serviços porta-a-porta. O design exterior foi desenvolvido assente na filosofia “total visibilidade”, apresentando grandes superfícies envidraçadas onde
SALÃO se destaca um tejadilho panorâmico e a visibilidade através dos pilares frontais. Integra um sistema de gestão de carga baseado numa série de sensores que identificam os produtos e indica o seu posicionamento mais correto no interior da caixa, acionando dispositivos de contenção que impedem deslocações de carga. Este sistema também agiliza as operações de carga e descarga. O motor, um Dual Energy System, tanto pode recorrer a propulsão totalmente elétrica em áreas urbanas sensíveis, como a um sistema híbrido termoeléctrico para missões extraurbanas. A Iveco contou com mais de 20 conceituados parceiros da indústria de componentes auto no desenvolvimento deste projeto (Bosch, Dainese, Brembo, Streparava, Arcelor Mittal, CRF, Denso, FPT, Sole, Trucklite, Xperion, ZF, Comftech, Essence, ST Microelectronics, entre outros). MERCEDES BATIZA NOVO VITO Com a primeira aparição pública do novo Vito, um modelo da Mercedes-Benz que integra a gama de furgões intermédios entre as 2,5 e as 3,2 toneladas, a marca germânica continua a modernizar a sua oferta nos comerciais ligeiros. O Vito é proposto em três comprimentos de carroçaria e três tipos de tração. Recebe o novo motor OM 622 de 1,6 litros da marca alemã Mercedes-Benz, disponível nas variantes Vito 109 CDI com 88 CV de potência e no 111 CDI com 114 CV. Passa a incorporar de série o ESP, o TPM e o sistema de alerta de cansaço do condutor (Attention Assist), um dispositivo que analisa diversos parâmetros para avaliar a atenção do condutor, emitindo sinais de alerta quando deteta sintomas de perda de concentração ou de sonolência. Entre os opcionais, destaca-se o Collision Prevention Assist, um dispositivo que ajuda a prevenir o risco de colisão, testado com sucesso nos camiões e, mais recentemente, também na gama Sprinter. OPEL ENRIQUECE GAMA COM VIVARO COMBI A gama de comerciais ligeiros da Opel foi enriquecida com a estreia mundial da variante Vivaro Combi, um veículo com uma lotação de 8 lugares, e assentos de três lugares tanto na segunda como na terceira fila, podendo este último ser reclinado ou mesmo retirado do veículo. Destina-se a serviços de passageiros para hotéis, empresas de animação turística,
O ENFOQUE DA PRIMEIRA APARIÇÃO DA DT SPARE PARTS NO IAA RECAIU NA APRESENTAÇÃO DA OFERTA DE MAIS 30.000 PEÇAS DE REPOSIÇÃO PARA CAMIÕES, REBOQUES E AUTOCARROS
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serviço táxi, transporte de crianças e outros. O Vívaro Combi recebe uma nova gama de motores turbodiesel. A saber: um 1.6 CDTI com ordens de potência de 90 e 115 CV, e um sofisticado bloco 1.6 BiTurbo CDTI, proposto com 120 e 140 CV, dotado de sobrealimentação sequencial e um sistema duplo de refrigeração do ar de admissão. VOLKSWAGEN DESVENDA TRISTAR CONCEPT A Volkswagen Veículos Comerciais apresentou em primeira mão o protótipo Tristar, um veículo com configuração de pick-up que combina as características actuais da gama T e antecipa as linhas das futuras gerações, dotada de extraordinárias capacidades todo-o-terreno (incorpora um sistema de tracção integral permanente com bloqueio do diferencial do eixo posterior e 30mm adicionais de distância ao solo), a par duma grande flexibilidade em matéria de transporte e acondicionamento de cargas.
Debaixo do capot recebeu um motor 2.0 TDI de 204 CV de potência, acoplado a uma caixa de 7 velocidades. Integra o sistema de tração total 4Motion permanente da VW. Assinala também o 30º aniversário do protótipo Syncro.
REBOQUES E CARROÇARIAS SCHMITZ CRIA CHASSIS REVOLUCIONÁRIO O novo chassis modular da Schmitz Cargobull foi a principal novidade lançada no IAA por este fabricante germânico de reboques. Trata-se de um chassis que graças a um novo processo de produção não possui qualquer tipo de soldaduras, sendo as longarinas fabricadas como uma única peça, produzida na renovada fábrica de Altenberg através de um processo de dobragem a frio. A Schmitz afirma que o novo chassis modular mantém o mesmo peso do anterior, aumenta a durabilidade e facilita as intervenções de manutenção. O Genios, uma nova geração de semirreboque de lonas equipada com piso anti-derrapante,
foi outra das estreias mundiais da marca, a par do novo semi-reboque basculante S.KI LIGHT, onde a aposta foi direcionada para o reforço da segurança, com a introdução de um sistema de alarme sonoro no início da operação de basculamento e quando o veículo atinge um ângulo de inclinação perigoso. KÖGEL TEM SOLUÇÃO DE FRIO MAIS SILENCIOSA A Kögel exibiu o novo semirreboque frigorífico Cool-PurFerro, um veículo otimizado para o transporte de produtos alimentares congelados e refrigerados e também de produtos farmacêuticos. Um dos pontos fortes deste modelo é a construção do piso em alumínio, o que reduz os níveis de ruído durante as operações de carga e descarga (menos 10 decibéis do que o modelo anterior). A marca alemã fez também a estreia mundial do seu novo eixo de reboque, o qual apresenta um inovador e sofisticado conceito, com uma
ligação positiva do suporte da pinça de travão e do garfo que proporciona uma transferência da força de travagem inteligente diretamente sobre o chassis, sem que a mesma seja feita com o desvio habitual através do tubo do próprio eixo. FLIEGL INOVA COM MEGARUNNER Focada na inovação, a Fliegl apresentou o MegaRunner, um semirreboque de lonas com 3 metros de altura interior e uma altura total de 4 metros, graças a um revolucionário chassis de apenas 30 mm, desenvolvido e patenteado pela marca alemã. As medidas do MegaRunner estão dentro dos limites máximos legais, e a tara de apenas 6.400 kg do veículo garante um volume de carga sem paralelo noutros semirreboques de lonas em comercialização no mercado. Também pode ser equipado com o sistema de fecho rápido Quick Lock System da Fliegl que o tornam ainda mais eficiente e competitivo do ponto de vista económico. CHEREAU DESENVOLVE SOLUÇÃO MULTIMODAL Fortemente apostada na oferta para nichos específicos de mercado, a Chereau desenvolveu uma solução inovadora para o transporte combinado rodo-marítimo não acompanhado. Trata-se do novo semirreboque frigorífico Ferry-C, cujo chassis e carroçaria foram adaptados para que possa ser transportado tanto por terra como por mar. Encontrase conforme à norma ISO 9367, graças a dois dispositivos de amarração de veículos rodoviários em transporte marítimo ro-ro. Outra novidade da marca é o QuietCity Concept, um protótipo de carroçaria frigorífica para camiões rígidos de distribuição urbana equipados com motor de frio híbrido (térmicoeléctrico), podendo funcionar de forma totalmente silenciosa em modo elétrico na aproximação ao “último quilómetro”. MEILLER INVENTA CAIXA BASCULANTE TERMO-ISOLANTE A Meiller, líder europeu do mercado de carroçarias para o setor da construção, apresentou-se em força com um total de 27 produtos. A principal novidade da marca são as novas caixas basculantes termo-isolantes para o transporte de asfalto no setor da construção rodoviária, revestidas com um material especial que evita o arrefecimento do asfalto durante o transporte. Os engenheiros da Meiller desenvolveram também, nos reboques de vazamento traseiro para veículos tratores, um novo sistema hidráulico comutável que permite ao trator ser combinado com quase todas as tipologias de reboques basculantes. DOLL LANÇA SEMIRREBOQUE DE 6 EIXOS A Doll exibiu um semirreboque de 6 eixos para transportes excecionais, com uma capacidade de carga útil de aproximadamente 70 toneladas, um veículo de conceção modular
KNORR-BREMSE GANHA “PRÉMIO INOVAÇÃO 2015” O sistema de controlo remoto para semirreboques desenvolvido pela KnorrBremse e pela TIP Trailer Services, ganhou o “Prémio de Inovação 2015” na categoria de reboques inteligentes. Os jurados ficaram impressionados com o sistema iTAP com funcionalidade FleetRemote. O iTAP é um sistema de controlo remoto para as funções do semirreboque. Permite que estas funções possam ser controladas remotamente por um telemóvel ou tablet. Em combinação com a tecnologia FleetRemote também pode controlar funções específicas de telemática. “Em 2014, foram apresentadas mais de 80 inovações no setor dos reboques para este prémio. Estamos muito orgulhosos do iTAP ter vencido”, afirmou Hinrich J. Woebcken, membro do conselho diretivo da Knorr-Bremse.
que impressionou o público e a imprensa especializada. A marca alemã estreou também um semirreboque de 2 eixos da série LOGO para o transporte de madeira, caracterizado por apenas 6,7 toneladas de peso, o que lhe permite transportar mais de 25 toneladas de carga útil. MAX TRAILER AFIRMA-SE NO MERCADO EUROPEU A Max Trailer, uma jovem empresa alemã especializada no desenvolvimento de semirreboques de plataforma rebaixada com rampas de acesso e de zorras,para o transporte de maquinaria de construção e de equipamentos pesados, depois de ter feito a sua estreia na edição anterior do IAA, apresentouse agora em Hannover com uma família completa de produtos simples e padronizados, a principal base do enorme sucesso que está a ter no mercado europeu.
COMPONENTES AEOLUS PARTE À CONQUISTA DA EUROPA Na sua terceira presença no IAA, os chineses da Aeolus Tyre associaram-se aos compatriotas da Dongfeng. Entre as principais novidades, a marca deu particular destaque ao novo pneu de camião 435 /50R19.5 TL, bem como aos pneumáticos profissionais para neve. A Aeolus é líder em pneumáticos para camiões na China e lança-se agora em força à conquista da Europa, onde quer aumentar o volume de vendas, ao mesmo tempo que pretende consolidar o seu estatuto de principal fornecedor de pneus de primeiro equipamento para a Dongfeng.
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SALÃO ALCOA PROPÕE JANTE MAIS LEVE DO MUNDO A Alcoa, líder mundial em jantes de alumínio forjado para veículos pesados, anunciou no IAA que está à procura de transportadores que queiram testar nas suas frotas a UltraONE, a jante de alumínio mais leve da história fabricada em liga MagnaForce. A nova jante vai estar disponível no mercado europeu no segundo semestre de 2015. Numa altura em que os frotistas começam a optar por jantes de liga leve em detrimento das jantes de aço, para aumentar a capacidade de carga útil e melhorar a eficiência de consumo combustível, a Alcoa aposta forte na UltraONE, lançada no mercado norte-americano com enorme sucesso em Março de 2014. A marca garante que esta nova jante é a mais leve do mercado e cinco vezes mais resistente do que as jantes de alumínio. A gama destinada ao mercado europeu irá receber um tratamento de superfície Alcoa Dura-BrightEvo, o que lhes permitirá manter o brilho sem necessidade de polimento. DHOLLANDIA ALARGA GAMA COM REVESTIMENTO DE ZINCO A Dhollandia foi o primeiro fabricante mundial a oferecer um sistema de zincagem em banho quente no acabamento das suas gamas mais populares de plataformas elevatórias para combater de forma mais eficaz a corrosão. Recentemente, este tipo de tratamento foi estendido às plataformas dobráveis (deslizantes e elevadores rebatíveis). Agora, a marca alemã também passa a oferecer esta solução de revestimento nas plataformas de aço, cuja procura tem vindo a aumentar no setor do transporte de distribuição alimentar, uma vez que são mais seguras e apresentam maior durabilidade. DINEX DESVENDA TECNOLOGIA DE PRÓXIMA GERAÇÃO A Dinex, líder global em engenharias de escape e de controlo de emissões para pesados, exibiu um produto da próxima geração de tecnologias de controlo de emissões, o Eminizer, o qual reduz o tamanho, peso e custos do sistema de emissão de gases. A nova tecnologia é uma combinação de elevada porosidade do substrato de carboneto de silício (DiSiC-HP), com um revestimento multifuncional que garante substanciais benefícios no processo de fabrico de sistemas de escape e excelentes capacidades de retenção de partículas em massa e número, bem como na redução de NOx, numa mesma unidade de pequeno porte. Esta funcionalidade é vital para manter os futuros motores compatíveis com a legislação de emissões. DT SPARE PARTS EM ESTREIA ABSOLUTA NO IAA A DT Spare Parts assinalou a sua estreia no IAA com a apresentação de uma gama completa de peças para veículos comerciais. O enfoque desta sua primeira aparição neste grande certame foi colocado pela DT Spare Parts no
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desenvolvimento dinâmico da marca em todas as áreas, com a oferta de mais 30.000 peças de reposição para camiões, reboques e autocarros. Foi igualmente dado um grande destaque pela DT Spare Parts à expansão da gama de peças de reposição para autocarros, cuja oferta abrange atualmente mais de 13.000 produtos, e apresentado um novo catálogo para reboques com mais de 1.700 peças de reposição. A marca revelou igualmente que a oferta de peças de reposição para camiões da MAN e da Volvo foi totalmente revista e muito ampliada. EUROPART EXPANDE OFERTA PARA AUTOCARROS A Europart, líder europeu no aftermarket de peças multimarca e equipamentos oficinais para pesados, anunciou no IAA que expandiu a sua linha de produtos para todas as classes de autocarros e aproveitou o certame para apresentar o seu novo catálogo de peças de reposição, acessórios e equipamentos de oficina exclusivamente para autocarros. O novo catálogo autocarros STI tem 784 páginas, incluindo uma ampla gama de mais de 5.000 artigos para todos os tipos mais comuns de autocarros urbanos e da classe turismo, das marcas Heuliez, Irisbus, Iveco, MAN, Mercedes-Benz, Neoplan, Scania, Solaris, Temsa, Van Hool, VDL e Volvo.
A empresa focalizou também a atenção dos visitantes do stand na extensa gama de produtos de “linha branca” Europart, especialmente dirigida aos clientes que procuram uma alternativa mais económica e de qualidade às peças de reposição originais, sobretudo no segmento de peças de desgaste rápido. A oferta desta linha de produtos com a marca Europart é constituída por cerca de 6.000 peças, equipamentos e consumíveis de oficina. FEBI APOSTA EM PRODUTOS DE QUALIDADE EXTRA Fortemente empenhada em expandir a sua vasta gama de peças de reposição de grande qualidade “Made in Germany” para veículos pesados, a Divisão de Camiões da Febi divulgou as suas famílias de produtos nas áreas das tecnologias de direção, sistemas de travagem, componentes elétricos, sistemas de suspensão, componentes de cabina, motor, sistemas pneumáticos, lubrificantes, etc. A Febi faz parte do Bilstein Group, onde figuram também marcas como a Blue Print e a SWAG, com uma oferta conjunta de cerca de 47.000 peças para automóveis e veículos comerciais, gerando 450 milhões de euros de volume de negócios anual. O grupo emprega 1.650 pessoas.
provocadas pela passagem de ar na parte traseira do veículo. A Jost apresentou pela primeira vez num certame os sistemas hidráulicos da marca Edbro, adquirida pelo grupo norte-americano em 2012, exibindo as novas séries CS 17 e 18 de cilindros de elevação dianteira para a classe de pesos até 60 toneladas. Exibiu igualmente os novos sistemas de engate de reboque da marca Rockinger e sistemas de direcção de eixo de reboque da Tridec. MAHLE REVELA SOLUÇÃO MODULAR A cobertura da cabeça do motor continua a ser um elemento muito importante, até mesmo em termos de design. Em função disso, a Mahle desenvolveu novos módulos de cobertura com separação de óleo integrada para uma plataforma de motor de veículo comercial. Para além de permitir níveis de separação extremamente elevados, também oferece um conceito modular para motores de quatro e seis cilindros. Esta é a segunda geração de separadores de óleo Mahle com uma avançada abordagem de sistema modular, com a vantagem das funções adicionais como a regulação da pressão, a admissão de ar, e uma parte da compressão terem sido diretamente integrados nos módulos de cobertura da cabeça do motor.
HENGST MOSTRA BLUE.TRON Com uma gama completa de filtros de óleo, combustível, ar e habitáculo para veículos pesados, tendo como lema a “máxima performance como standard”, a Hengst mostrou o seu novo Blue.Tron, um sistema de separação de névoa de óleo que faz parte integrante do Blue Engine Car System da marca, um sistema modular para motor ativo e proteção ambiental. O Blue.Tron encontra-se em conformidade com as rigorosas exigências das normas ambientais Euro 6, EPA 2013 e Tier 4 final, atingindo níveis de limpeza altamente eficientes, com benefícios tanto ao nível do ambiente como da proteção do motor. JOST CONTINUA A INOVAR Empenhado em reforçar a sua presença no mercado europeu, o Grupo Jost fez a estreia mundial da nova quinta roda ultra leve JSK 34, que ajuda a maximizar a capacidade de carga útil dos conjuntos articulados. O grupo norte-americano é líder mundial neste tipo de equipamento de acoplamento entre tratores e semirreboques. A Jost também quis destacar as suas inovações em matéria de sistemas de segurança, mostrando o novo sistema de acoplamento totalmente automatizado KKS II, e o difusor de tecto SRD, que reduz as turbulências
PHILLIPS FIRMA PARCERIA PARA AMPLIAR REDE DE DISTRIBUIÇÃO A Philips Industries subscreveu um acordo de cooperação com a Winkler, para ampliar a sua rede de distribuição na Europa. Desde que entrou no mercado europeu de componentes elétricos para pesados em 2011, a Phillips já estabeleceu uma rede de distribuição e de serviço no Reino Unido, na Escandinávia, e nos principais centros de veículos comerciais do continente europeu. SAF-HOLLAND DÁ 10 ANOS DE GARANTIA A SAF-Holland apresentou um novo eixo especialmente galvanizado para aumentar a resistência à corrosão e passa a ser o primeiro fabricante mundial a dar 10 anos de garantia em perfurações causadas pela ferrugem. Este eixo é particularmente indicado para camiões cisterna, sobretudo graneleiros, garantindo a marca que mesmo neste tipo de operação os eixos não são afetados pela corrosão. Estreou também o novo travão de tambor ultraleve SAF-Direct, o qual permite poupar cerca de 20 kg por eixo, aumentando a capacidade de carga útil dos veículos e contribuindo para a poupança de combustível. A utilização de alumínio e cerâmica e de novos e avançados processos de produção permitiram desenvolver o SAF-Direct compatível com toda a gama de produtos deste fabricante e indicado para pesos por eixo entre as 7,5 e as 12 toneladas. TRW DIVULGA NOVAS TECNOLOGIAS DE DIREÇÃO A TRW Automotive Corp divulgou duas novas tecnologias de direção. A primeira,
NEGÓCIOS MILIONÁRIOS O IAA de Hannover foi mais uma vez palco da conclusão de alguns grandes negócios. Neste capítulo a DAF foi a campeã de vendas, com a consumação de dois contratos de encomendas que totalizaram 1700 camiões. A Waberer’s International Pte. Co., a maior empresa de transportes rodoviários húngara e também uma das mais importantes da Europa, encomendou 1.000 camiões DAF das gamas XF e CF para renovação de frota. O contrato foi firmado entre o CEO da transportadora, György Wáberer e o membro da direção e responsável de Marketing e Vendas da DAF, Ron Bonsen. Os veículos serão entregues até ao final do próximo ano. Por seu turno, a Monopoly, uma das maiores empresas russas especializada no transporte de produtos alimentares refrigerados, adquiriu 700 camiões DAF XF para ampliação de frota. A entrega dos veículos será concluída até ao final do próximo ano. Como consequência desta encomenda, a frota da Monopoly vai ultrapassar as 1.000 unidades. Também a Iveco Bus assinou um contrato com a Deutsche Bahn (DB), a maior empresa alemã de transporte público rodoviário de passageiros, para o fornecimento de 400 autocarros suburbanos dos modelos Crossway e Crossway LE (entrada rebaixada). Os veículos serão entregues em 2015 e 2016. O acordo prevê ainda uma opção de aquisição por parte da DB de mais 310 autocarros, a serem entregues em 2017 e 2018, o que pode elevar o âmbito deste contrato para um total de 710 veículos.
denominada ReAX, funde dois dos sistemas de direção da marca, nomeadamente a direção hidráulica TRW-HPS (Hydraulic Power Steering) para veículos comerciais, e a direção de acionamento elétrico por correia (EPS) para automóveis de turismo. O sistema HPS fornece o binário necessário para dirigir veículos comerciais de maiores dimensões enquanto o EPS garante precisão e controlo. Em combinação, o esforço a baixas velocidades é reduzido com um consequentemente aumento da produtividade, enquanto a altas velocidades se constata uma melhoria da estabilidade. A segunda novidade trata-se da bomba de combustível ActiveMode STI, que pode fornecer até 50% de redução no consumo de energia em comparação com as bombas tradicionais. O ReAX deverá entrar nas linhas de produção em 2017, e o ActiveMode em 2016. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014
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King Long. Três novos modelos para a Europa A King Long, um dos maiores construtores chineses de autocarros, aventurou-se no mercado europeu há onze anos, tendo entrado também no mercado ibérico em 2012. Agora, presente já em mais de 10 países do “velho continente” lança, de uma assentada, três novos modelos com Euro 6 desenvolvidos especificamente para a Europa, onde pretende continuar a sua estratégia de expansão. TEXTO JOÃO CERQUEIRA
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King Long é um fabricante chinês de autocarros. Exporta presentemente para mais de 102 países e regiões e nos últimos três anos manteve o volume de faturação sempre acima dos 2 biliões de yuans. A marca chegou à Europa em Agosto de 2003, fruto de uma encomenda de 82 autocarros para Malta. Em 2005 obteve a certificação britânica para autocarros VCA, o que constituiu um verdadeiro passaporte para o mercado europeu. Nesse mesmo ano começou a exportar também para a Grã-Bretanha. Em 2010, começou a explorar o segmento dos autocarros de turismo de médio porte, tendo dois dos seus modelos sido calorosamente acolhidos pelo mercado do Reino Unido. Em 2012 colocou mais de 100 autocarros no serviço de transporte para os Jogos Olímpicos de Londres, entre os quais 10 “Eurostar” fretados à Samsung, patrocinador oficial do evento. Nesse mesmo ano a King Long apresentou-se na FIAA (Feira Internacional de Autocarros de Madrid), um marco que
tecnologias para maximizar a segurança e o conforto de bordo. Este modelo tem capacidade para 55 lugares + 2 e vocação para viagens de médio e longo curso. A King Long rebaixou a plataforma para facilitar a subida e descida de passageiros, melhorando também, graças a um centro de gravidade mais baixo, a estabilidade do veículo. Desenvolveu um novo painel de bordo, totalmente em conformidade com os padrões europeus e a cabina do motorista possui um novo design de baixo perfil, alterações que permitiram aumentar o número de lugares e, consequentemente, a rentabilidade operacional das empresas. Também o compartimento exterior para bagagens foi expandido, aumentado a sua capacidade. O C12 recebe um novo motor Euro 6 a partir do bloco de 9 litros Cursor 9 da Iveco, na variante de potência de 400cv, acoplado a uma caixa de velocidades ZF AS Tronic ou, opcionalmente, ZF Ecolife, bem como retarder e eixos ZF, sistema de suspensão ECAS (Wabco), sistema de travagem de disco e EBS+ESP da Wabco. Vem equipado de fábrica com pneus Michelin 295/80R22.5.
assinalou a sua entrada oficial no mercado ibérico através de um distribuidor local. Presentemente, esta marca chinesa já detém cerca de 70% de quota do mercado em Malta, na Itália tem também uma quota assinalável no mercado de autocarros de turismo e as vendas para o Reino Unido têm vindo a crescer ano após ano. Comercializa uma variedade de modelos entre os 8 e os 13 metros de comprimento, para aplicações em transportes urbanos, interurbanos e de turismo para mais de 10 países europeus. A King Long foi também o único construtor chinês de autocarros que esteve presente nas últimas quatro edições do IAA e apresentou os seus três novos modelos com Euro 6 na edição da FIAA 2014, dando um sinal claro que pretende reforçar as vendas no mercado ibérico. Em última análise, a marca está a conseguir provar que o “Made in China” na indústria de veículos pesados também tem capacidade para competir com marcas de renome mundial no palco europeu.
C9 EURO 6 REVISTO A PENSAR NOS MERCADOS EUROPEUS A versão C9 do autocarro ligeiro de turismo para viagens e passeios de curto e médio curso das populares séries Jieguan foi profundamente revisto e personalizado para o mercado europeu. Trata-se de um midi-autocarro de 9 metros de 31 a 35 lugares (consoante a configuração). Possui um estilo moderno e incorpora elementos dinâmicos ao nível do design. A marca chinesa concebeu novas soluções para alguns equipamentos por forma a poder aumentar o espaço para assentos de passageiros. O painel de bordo é totalmente novo e o painel de instrumentos passa a integrar todos os comandos com fácil acesso para o motorista. Incorpora também um novo sistema de segurança de dupla ação para a abertura e fecho de portas que impede o seu funcionamento acidental. Os níveis de conforto foram melhorados muito substantivamente e, para facilitar os trabalhos de manutenção e reparação, todos os painéis de cobertura foram concebidos por forma a poderem ser rapidamente removidos, agilizando assim o acesso directo aos órgãos internos. A grande novidade é mesmo o novo motor Euro 6 a partir do bloco de 6,7 litros de cilindrada ISB6.7E6 da Cummins, oferecido com ordens de potência de 280 e 310 CV. O C9 integra sistema de travagem Wabco EBS/ESC, transmissão ZF e embraiagem Sachs, eixos Dong Feng Dana e pneus Michelin. C12 EURO 6 COM DESIGN RENOVADO A versão europeia do autocarro de turismo de 12 metros foi profundamente renovada a nível de design e recebeu um conjunto de novas
NOVO E12 HÍBRIDO PLUG-IN A King Long pretende atacar o mercado europeu de autocarros urbanos com o novo E12 híbrido plug-in (motor elétrico + motor diesel), podendo ser utilizado exclusivamente em modo elétrico nas áreas mais sensíveis das cidades onde existam restrições de emissões poluentes. A marca chinesa refere que foram certificados testes que garantem uma poupança no consumo de gasóleo até 40%, comparativamente com um modelo convencional equipado com o mesmo motor Euro 6 Cummins de 6,7 litros na motorização de 225 cv. Segundo Xie Weiguo, diretor de marketing da King Long para os mercados internacionais, “a Europa é um bom exemplo para alcançar um equilíbrio entre o desenvolvimento industrial e a protecção ambiental. A nossa empresa está a aprender com a experiência dos principais fabricantes de veículos comerciais europeus, de modo a que o seu nível tecnológico, técnicas de produção e qualidade de produto possam melhorar continuamente, dando o seu contributo para a protecção do meio ambiente.Com base na nossa experiência na Europa, temos todos os motivos para acreditar que 2014 será um novo marco para a expansão contínua da King Long no mercado europeu.”
CONTACTOS King Long Telefone: +34967592263 E-mail: info@kinglong.es Website: www.kinglong.es
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TÉCNICA
Semirreboques. Tipologia e fabricação de chassis e carroçarias de alumínio Os semirreboques, veículos de uso intensivo, estão sujeitos às inclemências do tempo, pelo que um fator chave para a sua deterioração é a oxidação. A sua capacidade de carga é limitada pelo próprio peso do veículo. Por isso, quanto menor seja o peso do material de fabricação, mais peso se poderá usar para a carga. Atualmente, são produzidos semirreboques de alumínio, chassis e carroçaria, com menor peso específico face aos construídos em aço. Com resistência à corrosão e bom aspeto estético. PARCERIA
Chassis de um semirreboque basculante de alumínio
Travessas e suporte King pin
N
os chassis de semirreboques o alumínio está a ser utilizado, principalmente, para plataformas e basculantes. Para conseguir propriedades mecânicas semelhantes aos fabricados em aço (em resistência e flexibilidade), os momentos de inércia e espessura das secções transversais das suas vigas devem ser maiores, pelo que os chassis serão também de maiores dimensões, especialmente na altura das longarinas.
TEXTOS FRANCISCO J. DIEZ CONDE
Interior de um basculante cónico (Froilan)
Basculante cónico (Tisvol)
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Piso com estrutura de travessas Rodapé de reforço
Fecho superior de uma lateral
Encaixe e soldadura de réguas para a lateral (Zamarbú)
LONGARINAS As longarinas costumam fabricar-se em três perfis, dois deles extrudidos, que formam as alas e o central de alumínio, laminado, que constitui a alma. As alas devem ter a forma, especialmente a inferior, para conseguir a forma característica de uma longarina. Na zona dianteira são de menor altura para compor o “pescoço” do semirreboque e, na traseira, mais alta para ancorar os eixos e suportar a maior parte do peso da carga do semirreboque. Une-se mediante um cordão de soldadura, principalmente MIG. O resto dos elementos, como travessas, suporte do king pin, etc. são fabricados com perfis de alumínio. Os métodos de união podem ser diversos: cordão de soldadura para o suporte do king pin, ferragens para as travessas, etc. Os chassis de alumínio são reparados da mesma forma do que os de aço no que diz respeito à eliminação de deformações (desvios laterais, perdas de nível, torsões, etc). Mas é imperativo, para evitar fissuras, garantir uma zona de deformação temperada, evitando que se ultrapassem temperaturas entre 250 e 300ºC. Nestas reparações, as deformações que é necessário aplicar para ultrapassar o limite elástico do alumínio são muito maiores do que em reparações sobre o aço; deve-se ter em conta ao calcular os trajetos dos cilindros hidráulicos. CARROÇARIAS São produzidos basculantes de alumínio de vários tipos: com estrutura de travessas,
cónicos, de réguas para basculantes ou para pisos móveis, etc. Também se usa alumínio nas cisternas para transporte de inertes, combustíveis e, além disso, em elementos auxiliares, como carroçarias do tipo semilonas. As carroçarias do tipo basculante com estrutura de travessas são fabricadas com uma soldadura por pontos. Parte-se de um piso com chapa de alumínio laminado, de 5 a 8 mm de espessura (depende do uso do semirreboque) reforçado com travessas (perfil em U). No piso utiliza-se a maior espessura da caixa, ainda que na ancoragem do cilindro hidráulico se possa usar chapa de 10 mm. As laterais compõe-se de uma chapa de alumínio laminado, de 3 a 4 mm de espessura, reforçada exteriormente por perfis em U (travessas), que são soldadas mediante um cordão de soldadura tanto lateral como no piso. Na zona superior, solda-se um reforço ou fecho. A união do piso e da lateral costuma realizarse mediante “rodapés” e esquadrias de reforço. A frente e a porta traseira são fabricadas mediante uma chapa de alumínio laminado e reforços tipo travessas; na frente, estes reforços têm forma em V invertido, com o alojamento para o cilindro hidráulico de basculamento. Nas portas e travessas os reforços são horizontais ou verticais, dependente do tipo de porta, única ou dividida em duas partes. A principal diferença construtiva das caixas do tipo réguas em relação às caixas tipo travessas
são as laterais. Fazem-se com réguas, painéis de alumínio com câmara de ar, unidas umas às outras mediante encaixe e posterior cordão de soldadura no interior. Costumam ser de 30 mm de largura, com paredes de 2-2,5 mm de espessura. As banheiras cónicas ou de secção curva usam-se principalmente para o transporte de inertes; a sua forma característica facilita a descarga por basculamento do material transportado. Fabricam-se partindo de um piso plano de chapa de alumínio com reforços tipo travessa, semelhante ao que acontece nas laterais, do mesmo material, formando curvatura. A frente é de chapa de alumínio e a porta ou portas traseiras, idênticas às descritas nos semirreboques de secção retangular com estrutura de travessas. Também existem modelos com secção cónica, nos quais o piso é igualmente curvo. Há fabricantes, como a Granalu que utilizam na produção painéis laterais curvos com câmara de ar, já que diminuem a perda de calor da carga e evitam que as deformações que a carga pode provocar sobre a lateral sejam visíveis no exterior. A reparação de qualquer destas carroçarias baseia-se em identificar as medidas da caixa, principalmente as diagonais e substituir as partes danificadas por perfilaria nova. Os métodos de reparação requerem corte e soldadura, trabalhando sobre peças de alumínio com espessuras de 2 mm até 12 mm. A soldadura MIG é a mais usada com fios de 1-1,2 mm. NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014
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TÉCNICA
Passo a passo. Rotulação com tinta A rotulação com tinta consiste em reproduzir cartazes, posters, letras ou logotipos mediante a aplicação de tinta com a ajuda de moldes ou padrões realizados com folhas adesivas, chamadas máscaras. Os desenhos podem realizar-se manualmente (à vista ou com réguas) ou mediante uma plotter de corte, o método mais habitual hoje. Esta plotter recorta de forma automática os desenhos realizados no computador. Neste passo a passo pode ver-se a aplicação de uma rotulação com esmalte monocamada na lateral de um autocarro. TEXTOS PILAR SANTOS ESPÍ PARCERIA
1 - PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE. LIMPEZA E DESENGORDURAMENTO.
2- POSICIONAMENTO PRÉVIO DA MÁSCARA PARA COLOCÁ-LO NO LOCAL DESEJADO.
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3- RETIRADA DO PAPEL PROTETOR DA MÁSCARA.
4- ADESÃO DA MÁSCARA. PRESSIONAR COM UMA ESPÁTULA FLEXÍVEL PARA SE ASSEGURAR DA ADESÃO, EVITANDO POSSÍVEIS FILTRAÇÕES DA TINTA NAS MARGENS.
5- RETIRADA DO SUPORTE DA MÁSCARA.
8- PREPARAÇÃO DA TINTA A APLICAR (ESMALTE MONOCAMADA). GERALMENTE UTILIZA-SE UM ACELERADOR DE SECAGEM.
6- MATIZADO DA SUPERFÍCIE QUE VAI RECEBER A TINTA. SE AS LETRAS FOREM DEMASIADO FINAS PODE USAR-SE UM PROMOTOR DE ADERÊNCIA (SELANTE TRANSPARENTE).
9- APLICAÇÃO DA TINTA E SECAGEM.
7- MÁSCARA PARA PROTEGER A SUPERFÍCIE QUE NÃO DEVE RECEBER TINTA.
10- RETIRADA DA MÁSCARA.
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técnica
Condução. Consequências sociais e económicas da sinistralidade PARCERIA
TEXTO PEDRO MONTENEGRO* * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Portuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com
A
condução de um automóvel pesado não deve implicar somente emoções fortes e ânsia de liberdade. Comporta e implica uma série de obrigações, responsabilidades e riscos que não devem ser ignorados. Em 2013 morreram, em consequência de sinistros nas vias portuguesas, mais de 800 pessoas, tendo ocorrido mais de 700.000 acidentes rodoviários, segundo a Sociedade Portuguesa
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de Seguros. Ou seja, por dia ocorrem cerca de 2.000 acidentes rodoviários em que, mais de 300, envolvem veículos pesados. Durante as últimas décadas, os veículos automóveis têm evoluído bastante, assim como a infraestrutura na sua segurança. O condutor tem evoluído menos, pois não tem havido o cuidado necessário na sua atualização, face à evolução técnica das viaturas e sistemas ativos e passivos de segurança. A
segurança da condução tem que começar antes de o condutor se instalar no veículo. Tomar contacto com situações de acidente simulado para saber o que deve fazer nessas ocasiões é uma das formas de obter mais experiência para reagir bem. A segurança na estrada, assim como dos passageiros ou carga que transporta, deve preocupá-lo mais do que qualquer outra prioridade. Os veículos atuais são cada vez mais seguros, mas o motorista ou condutor continua a ser o principal responsável de uma condução mais segura. Conduzimos da mesma forma do que há 30 anos, mas a técnica, a mecânica e a eletrónica das viaturas não é a mesma. A visão e os movimentos do volante podem e devem ser melhorados. O nosso instinto deve ser treinado, para momentos de emergência. O pneu é o órgão de segurança mais importante do veículo e, por isso mesmo, deverá ser um dos órgãos sobre o qual deve haver mais controlo sobre o seu estado e pressão interior assim como a importância da sua idade, da carcaça e da banda de rolamento. Uma Condução Segura assenta sobretudo na aptidão para fazer face aos perigos com que nos deparamos: a previsão, a antecipação e o saber agir (conhecimentos técnicos, aptidão e experiência) são fundamentais. Saber determinar e por em prática a distância de segurança correta é essencial para termos espaço e tempo suficiente para reagir, mas não podemos esquecer o reforço da atenção na condução. Para irmos mais atentos, a nossa vista não se pode concentrar num ponto só, mas sim, varrer com mais frequência uma vasta área da via à nossa frente, dos lados e também para trás,
OS CONCEITOS CHAVE PARA UMA CONDUÇÃO MAIS SEGURA, SÃO: ESTADO FÍSICO E PSÍQUICO | ATENÇÃO | CONHECIMENTO, TREINO E EXPERIÊNCIA | ANTECIPAÇÃO APTIDÃO | ATITUDE DEFENSIVA E COMPREENSIVA usando mais frequentemente os espelhos retrovisores. A sinistralidade rodoviária tem números impressionantes, relativos a perdas de vidas humanas, lesões graves e custos brutais, para a sociedade. Em Portugal os números têm diminuído significativamente, mas de uma forma algo ilusória, quando comparados com outros países vizinhos. Temos há poucos anos uma rede brutal de autoestradas, tivemos um grande acesso a crédito fácil nos últimos 20 anos em que pudemos renovar as nossas frotas automóveis, mas as melhorias duma condução mais segura, praticamente não existem. Foram ministradas algumas centenas de cursos de condução defensiva com componentes dinâmicas para veículos pesados, mas com a obrigatoriedade da certificação da aptidão do motorista (CAM)
CONDUZIMOS DA MESMA FORMA DO QUE HÁ 30 ANOS, MAS A TÉCNICA, A MECÂNICA E A ELETRÓNICA DAS VIATURAS NÃO É A MESMA. A VISÃO E OS MOVIMENTOS DO VOLANTE PODEM E DEVEM SER MELHORADOS
com ações somente teóricas (apesar da diretiva comunitária 2003/59/CE exigir 10 horas de prática de condução), estas ações foram praticamente ignoradas pelas principais frotas de automóveis pesados, com a ilusão que a abordagem dos temas eram coincidentes, o que não se verifica. A diminuição do risco rodoviário passa essencialmente pela melhoria do procedimento técnico de condução em que o formando adquire mais aptidão para a melhor execução da condução do seu veículo. Lembro-me sempre que alguns automóveis dos anos 70 tinham os comandos dos indicadores de mudança de direção e limpa para-brisas na posição equivalente aos ponteiros dum relógio nas 10 e 10 horas. Hoje nenhum fabricante, mesmo de pesados, coloca os mesmos comandos nessa posição, mas sim nas 9 e 15 pelo facto de ergonomicamente ser mais eficiente. Esta é uma falha de motoristas e outros condutores que desprezam o correto manuseio do volante, algo essencial para antecipar e efetuar mais eficazmente manobras de risco elevado, assim como sentirem melhor a trajetória que estão a impor ao seu veículo automóvel. A correta observação do cenário rodoviário é muito pouco trabalhada na maior parte dos cursos ministrados. O motorista de um veículo pesado preocupa-
se essencialmente com o apontar bem o seu veículo mas despreza bastante a sua envolvente, pois, em muitos casos, passa vários minutos sem observar o conjunto de espelhos retrovisores que tem no seu lado direito, traduzindo-se num erro de condução devido à pouca recolha de informação importante para a condução. Economicamente a sinistralidade rodoviária é um grande problema, apesar de ser uma realidade demasiado assumida. Os custos, principalmente os indiretos, são muito elevados, ascendendo a vários milhares de milhões de euros em Portugal por ano, para além das vítimas humanas em termos de mortos e feridos graves. Os dados comparativos apresentados pela Organização Mundial de Saúde colocam Portugal ainda com o dobro das mortes por 100.000 habitantes do que a média da Comunidade Europeia. A Suécia tem menos de um terço dos mortos do que Portugal, a Espanha metade... Pode e tem que ser feito muito mais, pois hoje temos vários métodos e técnicas que permitem reduzir eficazmente esta tragédia pouco assumida pelas frotas de automóveis pesados. Colocar um plano em prática é bastante rentável com um retorno do investimento bem superior a 10%, desde que estejam incluídas ações dinâmicas de melhoria de condução.
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TÉCNICA
STONERIDGE ELECTRONICS
Lusilectra. Muito mais que um programador de tacógrafos A Optimo é uma nova ferramenta oficinal da Stoneridge Electronics que, segundo os seus responsáveis, coloca a programação dos tacógrafos no futuro. Saiba porquê.
D
esenvolvida especificamente para as oficinas de tacógrafos, a ferramenta Optimo pretende melhorar a eficiência da oficina por ser de fácil utilização e incluir muitas aplicações úteis de software, tornando-o em muito mais do que um programador de tacógrafos. Este robusto PC não ajudará apenas no dia-adia das oficinas, como poderá ser facilmente atualizado com novas funções de software no futuro. O seu ecrã tátil de 8” permite uma navegação simples e os utilizadores poderão facilmente aumentar/diminuir os dados selecionados para uma melhor visualização. Construído com base no sucesso do programador de tacógrafos MKII da Stoneridge, o novo Optimo foca-se na velocidade e facilidade de utilização,
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permitindo uma programação e calibração remota para todos os tacógrafos tipo rádio. A aplicação Tacho Swap poupa tempo aquando da substituição dos tacógrafos. Elimina também a necessidade de registar manualmente parâmetros importantes do tacógrafo, já que o Optimo irá ler, guardar e enviar os dados automaticamente. Adicionalmente, como os dados do último tacógrafo ligado são automaticamente guardados e mantidos mesmo após o Optimo ser desligado, a oficina não perderá, dessa forma, o seu trabalho. Com base nas opiniões recebidas dos clientes, a Stoneridge incluiu o Sistema de Configuração do SE5000 no Optimo, permitindo ao utilizador configurar um tacógrafo normal SE5000 para um determinado tipo de veículo
A Stoneridge Electronics é parte do Grupo Stoneridge, um fabricante líder em componentes elétricos e eletrónicos, módulos e sistemas altamente desenvolvidos. A Stoneridge possui uma forte e reconhecida reputação no desenvolvimento produtos inovadores e fiáveis, incluindo painéis de instrumentos, tacógrafos, sistemas telemáticos e sistemas de segurança para a indústria automóvel. O grupo Stoneridge tem um volume de negócios anual de mais de 700 milhões de dólares e mais de 6.000 funcionários, dos quais 550 trabalham na Stoneridge Electronics. A Stoneridge é representada em Portugal pela Lusilectra - Veículos e Equipamentos SA, empresa que pertence ao universo do grupo Salvador Caetano, sendo líder de mercado em alguns dos produtos que comercializa. A Lusilectra suporta uma rede de distribuição para os produtos Stoneridge (tacógrafos, limitadores de velocidade, soluções para descarregamento e análise dados do tacógrafo, ferramentas de calibração e diagnóstico, entre outros) num total de 57 agentes.
CONTACTOS Lusilectra Telefone: 226 198 750 E.mail: equip.oficina@lusilectra.pt Website: www.lusilectra.com www.stoneridgeelectronics.info
sem ter necessidade de ferramentas ou equipamento adicionais. A seleção do tacógrafo e sensor corretos nunca foi fácil, mas o Optimo inclui também uma lista de referências. E para todos os que necessitem de ajuda na instalação, podem poupar tempo acedendo a mais de 270 folhas de aplicação do produto simples e atualizadas com um toque no ecrã. Além do mais, a ferramenta “tudo em um” inclui também uma função para testar os sensores, permitindo ao instalador do tacógrafo verificar se o sensor está a funcionar através do Optimo sem ter que o mudar para outro dispositivo para o testar. O Optimo possui também espaço de armazenamento para documentos em PDF, permitindo aos utilizadores criar uma biblioteca de material importante e de referência. Refira-se que o uso constante do Optimo também não causará problema às baterias, existindo várias soluções diferentes de carga que garantem que esta é a ferramenta está sempre pronta a funcionar.
legislação
Espanha. Processo legislativo das 60 toneladas em marcha A Dirección General de Tráfico espanhola já deu início ao processo para modificar a legislação sobre Pesos e Dimensões, no sentido de autorizar a circulação de megacamiões de 25,25 metros com 60 toneladas de peso bruto naquele território. TEXTO JOÃO CERQUEIRA
A
DGT (Dirección General de Tráfico espanhola) já confirmou que iniciou no mês de novembro de 2014 o processo legislativo para modificar o atual regulamento sobre Pesos e Dimensões dos veículos pesados de transporte de mercadorias. A notícia foi avançada em primeira mão pela Fenadismer (Federación Nacional de Associaiciones de Transporte em España), que também participou no processo negocial. Segundo esta federação, vai passar a ser autorizada a circulação de megacamiões com 25,25 metros e 60 toneladas conformes ao Sistema Modular Europeu (eurocombis) em determinadas vias do território espanhol. Para a circulação deste tipo de veículos será exigido aos operadores uma autorização especial emitida pela DGT ou pelos departamentos de tráfego da Catalunha e País Basco, onde serão estabelecidas as vias em que podem circular, preferencialmente auto-estradas e autovias, uma vez que só será autorizada a circulação nas estradas nacionais e regionais em percursos que não superem os 50 km, no início e no final das viagens.
Estas autorizações também só serão concedidas para percursos de transporte superiores a 150 km. Vão ser estabelecidas regras de circulação específicas para estes transportes no que respeita à sua velocidade máxima, sinalização do veículo e outras. Vai ser alargada igualmente a autorização de circulação de veículos com 4,5 metros de altura a novas tipologias. Atualmente, os 4,5 metros só são autorizados em Espanha a porta-veículos, veículos grua de assistência na estrada e contentores em operação de transporte intermodal, sendo proposto agora acrescentar camiões rígidos com mais de 18 toneladas de peso bruto, veículos articulados e conjuntos rodoviários, desde que as carroçarias sejam adaptáveis e homologadas para os 4,5 metros. De fora ficam os veículos frigoríficos, as cisternas e outros veículos com caixa fechada. O transporte internacional, à luz da atual Diretiva Europeia que regula os Pesos e Dimensões, também não vai ser permitida. É rejeitada em definitivo a possibilidade de aumentar o peso bruto dos veículos
articulados e conjuntos rodoviários das 40 para as 44 toneladas. VEÍCULOS ESPANHÓIS NÃO VÃO PODER CIRCULAR EM PORTUGAL E VICEVERSA A legislação sobre as 60 toneladas que vai ser introduzida em Espanha não é compatível com o Decreto-Lei 133/2014, de 5 de Setembro, que autoriza as 60 toneladas em Portugal, no que respeita à configuração e ao comprimento dos veículos. A lei portuguesa permite apenas o transporte de 60 toneladas em veículos articulados ou conjuntos rodoviários com um máximo de 18,75 metros de comprimento em veículos com 5 ou mais eixos. Na prática, o tão desejado transporte transfronteiriço inter-peninsular em veículos de 60 toneladas não vai ser possível. De assinalar também que as principais associações espanholas participaram ativamente na negociação deste projeto legislativo, que já tem o aval dos ministérios da Indústria, Fomento e Interior, enquanto em Portugal não foram sequer consultadas.
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pneus
Garland Pneus. Orientação também para os pesados Parte de uma grande empresa logística, a Garland Pneus comercializa sete marcas de pneus, sendo que na maioria delas existe uma oferta estrategicamente definida de pneus para veículos pesados, onde sobressaem as novidades da Primewell. TEXTO PAULO HOMEM
O
s pneus para camiões fazem parte da história da Garland Pneus. Desde que a empresa iniciou a sua atividade, há quase uma década, que foi estratégico para esta empresa disponibilizar desde logo uma oferta orientada neste segmento dos veículos pesados. Neste momento a Garland Pneus comercializa as marcas de pesados Continental, Uniroyal e Primewell em pneus radiais e Mitas em pneus diagonais. “Estas marcas têm pneus para todo o tipo de veículos pesados e para todos os serviços”, refere Jorge Sousa, Diretor Geral da Garland Pneus, explicando que “a marca com mais representatividade em vendas é a Primewell”. A oferta é pois constituída por marcas Premium (Continental), marcas Quality (Uniroyal e Mitas) e a Primewell como marca Budget, disponibilizando a Garland Pneus uma oferta estruturada em termos de qualidade e preço. A este respeito, Jorge Sousa diz que “as marcas comercializadas pela Garland Pneus não têm como único objetivo o preço, contudo têm que ser vendidas aos preços que o mercado pratica em cada segmento. A qualidade, fiabilidade, rentabilidade, visibilidade entre outros fatores são muito importantes para que as nossas marcas proporcionem bons negócios no retalho e o reconhecimento da qualidade/ preço do transportador”.
STOCK Do elevado número de referências que a Garland Pneus tem em stock, uma parte representativa diz respeito aos pneus para
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veículos pesados. Atualmente a oferta da empresa é de cerca de 1.500 pneus em stock, levando Jorge Sousa a comentar que “devido ao elevado impacto financeiro deste segmento de pneus, temos um elevado stock disponível e um rápido sistema de distribuição”. Por isso, a estratégia da Garland Pneus ao nível dos pneus de pesados passa por “solidificar e aumentar as vendas no retalho e reforçar a visibilidade / notoriedade das marcas que comercializamos no mercado”, explica Jorge Sousa. O modelo de distribuição está assente sobretudo na relação com o retalho de pneus,
embora a especificidade de negócio dos pneus de pesados “tenha imposto alguns clientes mais dedicados a este segmento do mercado”, refere o mesmo responsável, que acrescenta que “apesar de apenas vendermos pneus aos nossos clientes, ou seja, ao retalho, fazemos também ações de promoção e divulgação de produto nas frotas de pesados. Sempre que necessário a frota é acompanhada tecnicamente”. Ações de informação, formação, campanhas de preços e promocionais para divulgação dos produtos, fazem parte do plano comercial da Garland Pneus.
PRIMEWELL: O 4.º MAIOR PRODUTOR DE PNEUS DE CAMIÃO A marca Primewell é fabricada pela GITI, atualmente no top 10 dos maiores fabricantes mundiais. Com presença global e fábricas na Ásia, a Primewell é uma marca global com produção de pneus ligeiros, 4x4, SUV, van e, naturalmente, pesados. Criada em 1993, começou pela produção de pneus de bicicleta e, como resultado de constantes investimentos no desenvolvimento tecnológico, tornou-se num fabricante de pneus de sucesso reconhecido mundialmente. O acordo de comercialização e produção estabelecido com a Michelin em 2004 possibilitou novos desenvolvimentos com participações acionistas. Fabricante de diversas marcas de pneus radiais e diagonais, de vários segmentos, com oito unidades de produção em vários países, com grandes preocupações ambientais, exporta pneus para mais de 100 países, com mais de 400 investigadores em R&D, ocupa o 9º lugar no Ranking Mundial Global de fabricantes de pneus e em 4º lugar em produção de pneus para camião. Os pneus Primewell são produzidos segundo as diretivas legais da União Europeia. Os testes para obtenção dos certificados de E–mark, Segurança e Ruído, foram auditados e confirmados pela “TUV NORD”. Atualmente todas as suas unidades de produção estão certificadas de acordo com as normas ISO9001:2000 e ISSO/TS 16949:2002. Adicionalmente, todas as unidades obtiveram ou estão em fase de obter o Certificado de Sistema de Administração Ambiental ISO14001.
NOVIDADES Não menos importante para a Garland Pneus são as vendas online (B2B), que representam vendas globais superiores a 42%. “Este valor tem aumentado nos pneus pesados mas a um ritmo inferior aos outros segmentos de pneus” diz o Diretor Geral da Garland Pneus, anunciando que “brevemente vamos lançar uma nova página de internet mais apelativa e que vai potenciar a eficiência, rigor, qualidade de informação e redução de tempo para consultas e efetivação de encomendas”. Por falar em novidades, também ao nível do produto a Garland Pneus tem vindo a aumentar o seu portfólio. “Recentemente introduzimos o novo pneu de reboque regional da Primewell PTR721, que tem obtido excelentes resultados, aos quais o mercado está a reagir positivamente”, afirma Jorge Sousa. Diga-se que ainda este ano a Garland Pneus vai lançar o novo piso direcional Primewell PSR125 “combi road”, para utilização regional e internacional. Brevemente vai lançar também o novo pneu de reboque internacional PTL719 e um novo pneu de tração internacional PDL317.
A GARLAND E A GARLAND PNEUS A Garland Pneus Lda iniciou a sua atividade em 2005, distribui pneus no território nacional, através de dois armazéns, com entregas bidiárias em Lisboa e Porto, em 24 horas em qualquer ponto do país. Suportado por uma plataforma B2B, equipa de atendimento telefónico permanente e uma equipa de vendas que cobre todo o território nacional, tem um elevado stock de pneus, das marcas Continental, Nokian, Uniroyal, Kenda, Runway, Primewell e Mitas, nos segmentos de pneus ligeiros, comerciais, SUV, 4x4, pesados, industrias, agrícolas e florestais. A Garland Pneus é uma empresa do Grupo Garland Laidley, que está presente em Portugal desde 1776 e através da sua história criou uma reputação em Portugal e no estrangeiro pela qualidade do seu acompanhamento ao cliente em muitas áreas de negócio. O Grupo Garland negoceia sob a marca corporativa - GARLAND – com o lema “ALL IN ONE WORLD”. O Grupo é agora composto pelas seguintes companhias subsidiárias da companhia mãe a Garland Laidley SGPS: Garland Trânsitos, Garland Navegação, Garland Pneus, Garland Logística, Garland Transportes, Garland Paletes Expresso, Garland Gestão Imobiliária e Ocidenave. Refira-se que o Grupo tem também grandes investimentos na K-Line Portugal, PSL Freight Ltd (Reino Unido) e Anacondaweb (Chile).
CONTACTOS Garland Pneus Diretor Geral: Jorge Sousa Telefone: 229 478 387 Email: jorge.sousa@garland.pt Site: www.garland.pt
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PNEUS
Dontyre. 50 marcas de pneus disponíveis Há pouco mais de um ano em Portugal, a Dontyre possui uma experiência de 35 anos no mercado espanhol. Um dos argumentos da sua oferta são as 50 marcas de pneus que representa para veículos ligeiros e pesados. TEXTO PAULO HOMEM
C
om uma presença muito forte no mercado espanhol, a Dontyre está apostada em trabalhar o mercado português de uma forma cautelosa. Porém, ao nível do produto, a Dontyre tem como argumento a sua extensa oferta de pneus, com o portfólio de 50 marcas em todos os segmentos de mercado. Quer no segmento dos veículos ligeiros quer no segmento dos veículos pesados a bandeira da Dontyre é a marca Falken, da qual a empresa é representante em exclusivo para o mercado espanhol. É também através desta marca que a Dontyre tem vindo a trabalhar de perto com as casas de pneus, apostando num relação de proximidade mas também num conjunto de ações diferenciadoras para a dinamizar no nosso país, até porque se trata de uma marca que não é desconhecida pelo comércio de pneus no nosso país. Para além da Falken, a Dontyre disponibiliza marcas Premium, Quality e Budget, numa oferta muito alargada de medidas, dizendo António Grilo, responsável da empresa espanhola em Portugal que “somos obrigados a ter o que o mercado nos pede e atualmente
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os clientes pedem-nos o mais barato. A nossa oferta inclui diversas opções de preço em diferentes medidas, indo de encontro aquilo que o cliente, seja em ligeiros seja em pesados, procura”. A oferta da Dontyre contempla ainda outros segmentos, como é o caso dos pneus agrícolas onde a Dontyre vende em Portugal a sua representada Cultor, sem esquecer os pneus industriais e também os pneus de moto. Igualmente associado ao negócio dos pneus, a Dontyre tem disponívis alguns consumíveis para casas de pneus (pesos, colas, barras de colar, etc), numa oferta não muito extensa mas que se baseia nas necessidades dos retalhistas. GRÃO A GRÃO A partir do momento em que entrou no mercado português, a Dontyre optou por uma estratégia clara em termos de área geográfica de ação, até porque não tinha como objetivo estar presente de norte a sul de Portugal nesta primeira fase. “A aposta da Dontyre passa por crescer regionalmente. Primeiro tenta implementarse numa determinada região e só depois de consolidar a sua atividade nessa região é que
investe noutra”, refere António Grilo, explicando que “neste momento estamos concentrados em trabalhar toda a zona sul de Portugal com grande implementação no Alentejo, embora existam clientes pontuais noutras regiões até porque temos também o online”. LOGÍSTICA Não se pode comparar a presença da empresa em Portugal e em Espanha, onde a realidade é bem distinta embora o conceito de negócio não o seja assim tanto. A Dontyre possui 11 armazéns, mas o conceito de negócio é semelhante, já que a empesa possui uma forte presença nas regiões em que opera. O stock permanente em Espanha está avaliado em termos médios nos 10 milhões de euros em pneus, sendo que o mercado português é normalmente abastecido através de Zafra, em Espanha, onde está o armazém principal e a sede da empresa (por sinal bem perto de Portugal). Um recente acordo com uma empresa portuguesa na área da distribuição logística, permite que a todas as encomendas sejam entregues aos clientes num prazo máximo de 24 horas.
CONTACTOS Dontyre Responsável: António Grilo Telefone: 913 654 462 E.mail: antonio.grilo@dontyre.com Website: www.dontyre.com ONLINE Outra forma de estar próximo do universo Dontyre é através do website de vendas online disponível em www.dontyre.com. Porém, atendendo à política traçada de acompanhamento aos clientes, e como forma de os contactar diretamente, existe um processo que passa sempre “por ter uma primeira abordagem ao cliente de modo a conhecê-lo melhor. Nesta fase, o nosso objetivo não é abrir clientes de qualquer forma, mas sim ter uma relação de proximidade com eles, pois julgamos que isso é importante tendo em conta a forma como queremos trabalhar com eles”, refere António Grilo, reforçando que “proximidade e parceria constante com nosso cliente são valores em que apostamos muito na Dontyre”. Não tendo para já qualquer armazém em Portugal, António Grilo explica que isso é uma consequência da estratégia seguida pela empresa, afirmando que “queremos consolidar a nossa presença em cada região e só depois abrir um armazém. Por isso, acredito que no futuro a Dontyre possa vir a abrir vários armazéns, a exemplo do que tem em Espanha, onde em 90 minutos consegue fornecer os seus clientes”.
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Tiresur. Evolução consistente Tem sido consistente o crescimento da Tiresur em Portugal. Os resultados da sua estratégia estão visíveis com a inauguração de um novo centro logístico em Alverca. TEXTO PAULO HOMEM
A
Tiresur trabalha em Portugal a marca GT Radial para todo o tipo de veículos ligeiros, bem como distribuiu a marca Ovation em todos os segmentos de mercado, incluindo o dos veículos pesados. Até há cerca de quatro meses dispunha de uma base logística, que rapidamente ficou sobrelotada, não permitindo gerir mais que 20.000 pneus. Atualmente, com o novo armazém logístico em Alverca, a capacidade máxima é de 60.000 pneus, embora nesta fase tenho um stock com cerca de 40.000 unidades (a maioria de pneus para ligeiros). Com uma área de 3.200 m2 , Aldo Machado, Country Manager da Tiresur, diz que “esta é uma nova etapa da empresa em Portugal. Devido às condições que tínhamos anteriormente já não era possível prestar um serviço consonante com os pergaminhos da Tiresur. É claramente uma nova etapa na vida da empresa em Portugal”. No entender do mesmo responsável, com este novo armazém a Tiresur “consegue prestar um serviço muito melhor do que fazia antes” até porque foram feitos em simultâneo outros investimentos. Um desses investimentos foi
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um sistema totalmente informatizado de picking que “reduz praticamente a zero os erros de envio, mas que também nos leva a sentir muito mais confiança no trabalho que fazemos e a ter uma confiança acrescida na informação que damos ao cliente”, revela Aldo Machado, acrescentado que “o cliente também sente muito mais confiança no stock que visualiza no B2B, pois tem acesso ao mesmo em tempo real, sabe o que está disponível na realidade e acaba por receber aquilo que de facto encomendou”. Face à anterior fase da Tiresur, atualmente todos os recursos humanos são da própria empresa, tendo a mesma alargado também o quadro administrativo, estando neste momento com uma equipa de 16 pessoas, dos quais quatro são comerciais no terreno. Neste processo de melhoria continua “onde o crescimento é feito de forma sustentada e não desmesurada, sentimos que o mercado já não pedia mas exigia todas estas alterações”, refere Aldo Machado. Maioritariamente a Tiresur trabalha com a CARF em termos logísticos, existindo também acordos com a Seur (Espanha),
Rangel e Transportes Serejo (acordo local), que permitem que este grossista de pneus tenha entregas em Lisboa quatro vezes ao dia. A recente expansão da atividade da CARF no Algarve e mais recentemente no Porto, foram também excelentes notícias para a Tiresur que dessa forma poderá geograficamente expandir-se ainda mais no nosso país. Para além dos 40.000 pneus que tem em stock, a Tiresur tem ainda o apoio do armazém sede em Granada com 100.000 pneus e um novo armazém em Madrid com mais 70.000 pneus, que garantem todo o apoio ao negócio em Portugal. “A excelente localização das novas instalações também é muito importante para o desenvolvimento do negócio da Tiresur”, conclui Aldo Machado.
CONTACTOS Tiresur Country Manager: Aldo Machado Telefone: 219 938 120 E.mail: amachado@tiresur.com Website: www.tiresur.com
ambiente
O despertar dos VGNs em Portugal Há alguma coisa no ar. Tudo indica que Portugal acordou – finalmente! – para os veículos a gás natural. De repente, multiplicam-se as iniciativas. Parece que agora toda a gente está interessada nos VGNs. A recente conferência “O gás natural nos transportes”, em 30 de Setembro, reuniu quase 300 pessoas. A própria APVGN, sua organizadora, não esperava uma tal afluência. O evento mereceu até a cobertura da Platts, que publica uma das mais importantes newsletters do mundo no domínio do gás natural, a International Gas Report. O anúncio de “um montante significativo de fundos para a conversão de frotas”, feito ali pelo secretário de Estado da Energia, Dr. Artur Trindade, injetou um novo ânimo entre os transportadores.
PARCERIA
TEXTO JORGE FIGUEIREDO*
T
ambém no encontro anual da Associação Portuguesa das Empresas de Gás (AGN), o programa conteve uma intervenção acerca da “Mobilidade a gás natural” (de Javier Lebrato, da NGVA Europe) e uma mesa redonda sobre VGNs (c/ Celso Pereira da FERROVIAL; David Carlos da IVECO Portugal; Gustavo Duarte da ANTRAM e Juan Ramón Arraibi da NATURGAS Energía). Deve-se destacar que até ao ano passado a AGN demonstrava pouco ou nenhum entusiasmo pela utilização do gás natural nos transportes – uma saudável mudança de atitude. Mas a mudança não está só nos discursos – ela já se manifesta em factos concretos. A inauguração em 27 de Outubro do posto de abastecimento GNL no Carregado, da Dourogás, vem trazer um novo alento para o transporte de carga. Já há vários grandes transportadores da região com camiões GNL, como a Havi Logistics, Paulo Duarte, Torrestir, Luís Simões e outros que se seguirão. Isto é o começo de uma mudança profunda no sistema português de transportes de carga – o monopólio do gasóleo está em vias de ser rompido e os Corredores Azuis europeus avançam! O mapa português dos postos de abastecimento GNC e GNL, imutável durante tanto tempo, também está a ganhar uma nova dinâmica. Ao novo posto do Carregado virá somar-se ainda este ano outro em Loures (GNC) e em 2015 ainda outros na Azambuja, Matosinhos e Santa Maria da Feira. Também já há projectos de postos em Caia/Elvas, Vilar Formoso, Sines e Península de Setúbal. Assim, a breve trecho Portugal disporá de cerca de uma dúzia de postos de abastecimento de
VGNs (ver mapa). É um grande progresso, mas ainda estamos muito longe da Espanha que já tem pelo menos 78 postos de VGNs (Setembro/2014). Assim, com a instalação destes novos postos em regime de serviço público, é de prever um boom dos VGNs no transporte português de mercadorias. Os caminhos para isso provavelmente serão duplos: as grandes empresas de logística é natural que adquiram camiões a gás natural novos, que já vêem de fábrica com reservatórios GNL e/ ou GNC (como o Iveco Stralis, por exemplo). Já os pequenos e médios transportadores, menos propensos a um investimento pesado ab initio, provavelmente recorrerão à transformação dos camiões convertendo os motores para dual fuel. Poderão assim reduzir drasticamente os custos de iniciação aos VGNs e ganharão em flexibilidade, pois os dual fuel podem correr tanto com a mistura gás natural+gasóleo como apenas com gasóleo. Em Portugal já há empresas aptas a fazer esta transformação, algumas delas associadas à APVGN.
*Vice-Presidente da Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural (www.apvgn.pt). As opiniões aqui expressas são do autor e não vinculam necessariamente a APVGN.
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opinião
Travagem ou aceleração? João Almeida
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aros leitores, O tema em destaque desta edição da Turbo Oficina Pesados é a travagem, o que me veio trazer alguma dificuldade na redacção deste texto, porque o tema de que eu gostaria mesmo de escrever e opinar era sobre a aceleração. De modo que, vou tentar conciliar os dois conceitos, para chegar ao objectivo final, que é o de transmitir a minha visão sobre a estrutura das empresas de transporte em Portugal, que provavelmente terá alguma semelhança com os restantes países europeus, com que maioritariamente mantemos relações comerciais, e por via disso, com quem teremos maior número de transacções de bens e pessoas transportáveis por rede viária. Da minha experiência da realidade nacional, tenho de memória que a maioria das empresas portuguesas dedicadas ao transporte de mercadorias são de cariz familiar, ou seja, têm como referência um empresário empreendedor que, em determinado momento, se dedicou a essa actividade, nalguns casos começando por ser ele próprio, condutor de um dos seus camiões. Dizem as más-línguas que a segunda ou terceira gerações posteriores a esses empresários exemplares, são muitas vezes danosas para a gestão das suas empresas, conseguindo em pouco tempo destruir verdadeiros impérios. As razões serão variadas, mas em geral resultantes da tentativa de imposição das suas ideias inovadoras ou demasiado ambiciosas, por vezes com tal aceleração nos seus negócios que acabam por não se conseguir aguentar na “estrada”. Este fenómeno é transversal a todo o sector empresarial, embora deva dizer que no caso das nossas maiores empresas de transportes de mercadorias e também de passageiros, ele não se tem verificado com tanta acuidade, pelo menos nas empresas com quem tive mais oportunidades de contactar e negociar. É um facto que as grandes empresas nacionais de transporte de mercadorias, sólidas ou líquidas, que estão nesta fase da sua existência a ser geridas pela segunda geração, estão a atravessar os A PRINCIPAL RAZÃO DA SOLIDEZ DAS GRANDES últimos anos de grandes dificuldades com TRANSPORTADORAS NACIONAIS FOI, SEGURAMENTE, TEREM grande capacidade de resiliência, até porque estão habituadas a não dependerem de SABIDO APLICAR O PRINCÍPIO DA REACÇÃO. NÃO BASTA TER ajudas estatais. Quanto muito, são ajudadas UM BOM SISTEMA DE TRAVAGEM, TEMOS DE TER EM ATENÇÃO por omissão, isto é, quando os governantes se limitam a legislar o que devem e não A ACELERAÇÃO QUE DAMOS AO NEGÓCIO E A VELOCIDADE A QUE criam obstáculos à actuação dos privados, A CADA MOMENTO O ESTAMOS A CONDUZIR. prejudicando com regras ou obrigações absurdas, a sua competitividade face aos países vizinhos, principalmente a Espanha. E porque é que nas empresas de transporte nacionais essa transição de gerações tem sido bem-sucedida? Bom, na minha opinião a crise ajuda, salvo seja, porque obriga a um cuidado acrescido na gestão das empresas que em tempos de maior crescimento ou abundância de recursos, tende a ser mais permissiva. Por outro lado, a existência em simultâneo das duas gerações, permite optimizar a ambição e a garra da juventude, com a experiência e a ponderação dos mais “antigos”. Mas a principal razão da solidez das grandes transportadoras nacionais que, até ver, reforçaram as suas posições de liderança nacional e com as suas estratégias de internacionalização ganharam inclusivamente competitividade e quota nos mercados internacionais, foi seguramente o facto de terem sabido aplicar nas suas empresas o princípio da reacção. E o que é que eu quero dizer com isto? Simplesmente que não basta ter um bom sistema de travagem, temos de ter em atenção a aceleração que damos ao negócio e a velocidade a que a cada momento o estamos a conduzir. É que, o tempo de travagem é a soma do tempo de reacção mais o tempo efectivo necessário para fisicamente a travagem se consumar. Recordo com enorme respeito e reconhecimento, uma conversa que mantive com um desses empresários, de elevada estatura ética e credibilidade pessoal, com quem aprendi nesse dia que, para além dos nossos interesses e ambições de crescimento, existem centenas de pessoas, entre colaboradores e respectivos familiares, que não podem ser sujeitos a riscos pouco ponderados e por vezes caprichosos. Creio que foi a partir desse dia que passei a conduzir mais devagar.
João Almeida assina, todos os meses, um artigo de opinião e tem as funções de Consultor Editorial da Turbo Oficina Pesados. O autor não adota o novo acordo ortográfico nos seus artigos.
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