Turbo Comerciais 19

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PROFISSIONAL

#19

NOVIDADES

NOVEMBRO / DEZEMBRO

2016

APÓS-VENDA

SERVIÇOS

RENAULT T520 ENSAIO COMPLETO AO MAIS PODEROSO E ESPAÇOSO T

TODAS AS NOVIDADES DO SALÃO

SCANIA SÉRIE S

CAMIÃO DO ANO FUSO ECANTER Camião produzido em Portugal chega em 2017

AO PORMENOR Redes de assistência à escala ibérica

AFTERMARKET Lançamentos visam maior eficiência

MERCEDES-BENZ "O NOSSO SUCESSO É O SUCESSO DOS CLIENTES" PUBLICIDADE



SUMÁRIO

PROFISSIONAL

APÓS-VENDA

TRANSPORTES E LOGÍSTICA

#19

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES DRIVELINE RODAPÉ DE CAPA EXIDE TUDOR VC FEBI – PÁG.5 DRIVELINE – PÁG.9 VALEO – PÁG.25 RETA – PÁG.31 FUCHS – PÁG.37 SPINERG - PÁG.41 TOP TRUCK – PÁG.43 DUNBELT – PÁG.53 MECÂNICA – PÁG.55 MOTORBUS – PÁG.57 JABA – PÁG.63 CARF - VCC PETRONAS – CC

MARCAS NESTA EDIÇÃO ASCENDUM 46 ATLAS BUS 52 AUTO SUECO 7, 46 AUTOMOTIVE SIEGEL 60 AXA 49 BOSCH 52 BP 10 BRIDGESTONE 48, 62 CAETANOBUS 8 CIFAM 51 CITROËN 8 CONTINENTAL 62 DAF 20, 30, 44, 50, 52, 62 DAIMLER BUSES 10 DELPHI 54 DT SPARE PARTS 53, 60 DUNLOP 49 EUROMASTER 48, 63 EUROP ASSISTANCE 40 EUROPART 50 FEBI TRUCK 51 FORD 20, 21, 53 FRI.TECH. 51 FUSO 20, 28 GALIUS 46 GOODYEAR 49, 62 HERTH+BUSS 52 HYUNDAI 21, 40 IVECO 54 KAMAZ 11 KÄSSBOHRER 21 KÖGEL 11 MAN 6, 10, 18, 21, 52 MERCEDES-BENZ 7, 8, 10, 12, 18, 20 METELLI 51 MICHELIN 48 NISSAN 38 OTTO 24 PETRONAS 54 PEUGEOT 8, 20, 38 PFG 52 PRICEWATERHOUSECOOPERS 22 RENAULT 20, 21, 32, 46, 47 SCANIA 19, 26, 46, 47 SPEEDLINE TRUCK 54 SUNSUNDEGUI 52 TOP TRUCK 47 TRANSPORTES PAULO DUARTE 8 TRUSTING 51 UBER 24 VOLKSWAGEN 19, 21, 42 VOLVO 7, 46, 47 VULCO 49

12 ENTREVISTA António Cabrita Martins, Mercedes-Benz Comerciais Pesados

NOTÍCIAS

06 As novidades do setor RADAR

16Salão de Hanover 22 Tendências do transporte PESADOS

26 Scania Série S 28 Fuso eCanter 30 Novidades DAF 32 Ensaio ao Renault T520

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DESTAQUE Redes de assistência ibérica

LIGEIROS

38 Peugeot Boxer 40 Hyundai H350 42 Volkswagen e-Crafter MANUTENÇÃO

50 Notícias 56 Automechanika 58 Wabco/ProVia 60 DT Spare Parts 62 Pneus TÉCNICA

64 Condução 66 Opinião NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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EDITORIAL PROFISSIONAL

NOVIDADES

APÓS-VENDA

SERVIÇOS

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS

TURBO OFICINA PESADOS AGORA É COMERCIAIS

E

voluir é próprio das espécies. Também da comunicação e das revistas. E tal como por diversas vezes advogámos que as empresas devem analisar o mercado, adaptar-se e inovar, também nós devemos fazê-lo. Assim, a pensar nos novos desafios que se colocam ao setor dos veículos profissionais, fizemos evoluir a Turbo Oficina Pesados.

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR Júlio Santos juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt

Esta não é uma mera mudança de logótipo ou de designação; trata-se antes de assumir um novo posicionamento, mais abrangente, que contemple e releve algumas áreas fundamentais que até agora escapavam ao âmbito da Turbo Oficina Pesados. A designação 'Comerciais' identifica, desde logo, o foco num mercado em forte expansão, mas vai mais longe, ao traduzir a nova estratégia editorial, que contempla, por igual, todas as vertentes que definem as diferentes atividades do setor. O após-venda continuará a merecer o tratamento especializado e detalhado em que nos distinguimos, contudo, estaremos agora ainda mais atentos ao lançamento de novos produtos, à análise dos modelos de referência (para o que contamos com a colaboração da revista Truck, líder em Espanha), aos serviços e a tudo aquilo que preocupa os profissionais do transporte. Na Comerciais, trataremos, de forma igual, e ao longo de todo o seu ciclo de vida, as áreas dos veículos comerciais pesados e ligeiros, assumindo-nos como um canal de comunicação profissional e capaz de dar respostas realmente úteis a quem compra, a quem utiliza, mas também a quem vende e repara. A Comerciais assenta na experiência de comunicação que tem permitido à Turbo uma liderança de 35 anos entre as publicações nacionais do setor automóvel. É este know-how que queremos trazer para o segmento dos veículos comerciais e colocar ao serviço dos diferentes agentes.

COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt CONSULTOR EDITORIAL JOÃO ALMEIDA COLABORADORES PEDRO MONTENEGRO PARCERIAS APVGN CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt

ANDREIA AMARAL EDITORA CHEFE

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TIRAGEM 5000 EXEMPLARES Isenta de registo na erc ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 Art.o 12º nº 1 A. INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS

TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016



NOTÍCIAS

PESADOS

MAN

EM MODO ELÉTRICO Com o eTruck, a MAN deixa patente a sua aposta na eletromobilidade. O camião, agora apresentado, está vocacionado para operações de distribuição pesada com semirreboque em centros urbanos

A

MAN Truck & Bus está a desenvolver um programa ao nível da eletromobilidade, que inclui não só autocarros, como também camiões. O primeiro projeto na área dos pesados de mercadorias foi apresentado em 2012, com o MAN Metropolis, que permitia uma operação diária de aproximadamente 150 quilómetros. Quatro

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TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

anos depois, a MAN revelou o protótipo de um trator elétrico, baseado no modelo MAN TGS 4x2 BLS-TS, que está vocacionado para operações de distribuição pesada com semirreboques nos centros urbanos, em especial para o fornecimento a supermercados ou cadeias de lojas alimentares em período noturno. O MAN eTruck conta com um motor elétrico que oferece uma potência de 250 kW e um binário máximo de 2700 Nm. As unidades auxiliares são operadas eletricamente – direção assistida, compres-

sor pneumático e sistema de ar condicionado, entre outros – sendo controladas pelo sistema de gestão de energia, que procura assegurar a otimização do consumo energético. Como em todos os veículos elétricos, este camião dispõe de um sistema de recuperação de energia que, na fase de aceleração, transforma a energia cinética do veículo em eletricidade, utilizando-a para recarregar a bateria de iões de lítio, que tem uma capacidade de 35,3 kWh. Um mostrador no painel de instrumentos transmite ao motorista a informação referente ao


AUTO SUECO PORTUGAL DISTRIBUIÇÃO URBANA

WHATSAPP PARA CAMIÕES USADOS

O MAN eTruck oferece uma autonomia entre os 50 e os 150 quilómetros. Está equipado com um motor elétrico que tem uma potência de 250 kW e um binário máximo de 2700 Nm

A

Auto Sueco Portugal junta aos seus canais de comunicação o serviço de mensagens instantâneas WhatsApp, com o objetivo de disponibilizar aos seus parceiros um contacto ainda mais rápido e direto para qualquer esclarecimento relacionado com camiões usados Volvo. O serviço WhatsApp da Auto Sueco Portugal para camiões usados Volvo permitirá aos parceiros da marca colocar questões, consultar e interagir em tempo real com a equipa comercial, representando mais uma oportunidade de contacto com a empresa. Após o lançamento do portal de usados Volvo Trucks em Portugal, www.usadosvolvotrucks.com, o serviço WhatsApp é mais um passo para facilitar a procura por camiões usados da Volvo.

nível de carga da bateria, à recuperação de energia e o modo de carga. A bateria está localizada por baixo da cabina e sobre o eixo dianteiro, permitindo assim aproveitar toda a capacidade de carga sobre o eixo traseiro. O peso adicional do sistema de propulsão elétrico é compensado pela eliminação do motor diesel convencional. Segundo a MAN, a tara do MAN eTruck é semelhante à de um trator equivalente com motor de combustão da gama TGS. O MAN eTruck oferece uma autonomia entre os 50 e os 150 quilómetros, variando em função do tipo de utilização e do número de módulos de baterias. O chassis do camião permite a instalação de um máximo de quatro módulos de 35,3 kWh nos lados do chassis. O construtor também previu a possibilidade de instalação de um extensor de autonomia ou de uma célula de combustível, possibilitando o aumento da autonomia para satisfazer as diferentes necessidades dos operadores. O construtor alemão pretende que as soluções elétricas integrem a sua gama de produtos a partir de 2021. /

MERCEDES-BENZ CAMIÕES NO FACEBOOK

A

Mercedes-Benz Portugal Camiões lançou no Facebbok uma nova página dedicada aos seus fãs. Sob a assinatura “Trucks you can Trust”, os fãs dos camiões da marca da estrela têm agora um espaço dedicado em www.facebook.com/ MercedesBenzPortugalCamioes/, onde podem conhecer as mais recentes novidades sobre a gama e serviços Mercedes-Benz Camiões, encontrar conteúdos e informações úteis, interagir com a marca e seguir o mundo dos camiões Mercedes-Benz em primeira mão.

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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NOTÍCIAS

PESADOS

CAETANOBUS

E.CITY GOLD EM TESTES NA CARRIS

A

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL Com o intuito de reduzir as emissões no transporte, a Carris terá em teste, até ao final do ano, um e.CityGold com 80 km de autonomia

CaetanoBus e a Carris assinaram um protocolo de cooperação para testar, em condições reais e em ambiente urbano, o autocarro elétrico desenvolvido por esta empresa da Salvador Caetano Indústria. O Caetano e. City Gold estará ao serviço da Carris entre outubro e dezembro. O acordo foi formalizado no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade. Este protótipo tem uma autonomia de 80 km e um tempo de carregamento de 30 minutos. Ainda assim, de acordo com as necessidades do cliente, a autonomia do e.City Gold pode chegar aos 200 km. Para consegui-lo, o veículo terá, no entanto, de receber um conjunto de baterias adicionais. Esta iniciativa visa a promoção de uma mobilidade urbana mais sustentável em Lisboa e o incentivo à política de emissões zero. /

NOVOS MOTORES BLUEHDI PARA FURGÕES

PAULO DUARTE ADQUIRE 80 MERCEDES

As gamas de veículos comerciais ligeiros Citroën Jumper e Peugeot Boxer receberam novos motores BlueHDi, que cumprem a norma Euro 6. Desenvolvidos pelo Grupo PSA, têm uma capacidade de 2,0 litros e estão disponíveis com 110, 130 e 160 cv. Estes motores

A Mercedes-Benz Portugal entregou 80 veículos à Transportes Paulo Duarte, incluindo 60 camiões e 20 veículos comerciais Mercedes-Benz Sprinter. O investimento ascendeu a seis milhões de euros e destinou-se a reforço da frota para permitir uma maior diversidade ao serviço de transporte disponibilizado ao mercado, que vai desde as matérias perigosas (combustíveis, asfaltos, fuel, químicos, lubrificantes, gás), a líquidos alimentares, frigoríficos, passando por

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possuem um catalisador SCR e um filtro de partículas que permitem reduzir as emissões de NOx até 90% e as emissões de CO2 até 4%. O consumo de combustível diminui cerca de um litro por cada cem quilómetros percorridos relativamente à geração anterior.

TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

carga geral ou distribuição. Na mais recente renovação da frota de pesados, a transportadora voltou a eleger a Mercedes-Benz, com base em critérios como uma boa assistência pós-venda, os consumos de combustíveis reduzidos e todos os serviços associados.



NOTÍCIAS

PESADOS BP

POSTO DE VILAR FORMOSO REABERTO

C

om o arranque experimental do novo regime de gasóleo profissional, a BP Portugal reabriu o posto de abastecimento de Vilar Formoso, que agora oferece melhores condições para responder ao aumento de tráfego de veículos pesados. A BP Portugal reabriu o posto de abastecimento de Vilar Formoso, que passa a integrar o projeto piloto do Governo para o novo regime do gasóleo profissional, que entrou em vigor a 15 de setembro, com o objetivo de incentivar o aumento do consumo de combustível a nível interno e travar a opção pelo abastecimento em Espanha. Segundo a BP, a renovação deste posto assume uma particular importância porque, além de constituir mais um passo no crescimento da companhia em Portugal, ajudou a manter e a consolidar 28 postos de trabalho no concelho de Almeida. Com o arranque experimental do novo regime de gasóleo profissional serão também implementados e testados todos os processos preparados pela BP Portugal nos últimos meses em colaboração com a Autoridade Tributária. Estes processos visam permitir o reembolso parcial do imposto sobre produtos petrolíferos aos clientes abrangidos por este regime e que utilizem nas suas transações o cartão de frota BP PLUS. O posto de abastecimento de Vilar Formoso foi totalmente remodelado, elevando os padrões de segurança para responder ao aumento de tráfego. Mais de metade do tráfego de pesados que entra e sai de Portugal passa por esta fronteira, pelo que o trabalho

TGE ESTREIA “VANS TO GO” A MAN desenvolveu o programa ”Vans to Go” para a gama de veículos comerciais TGE, que inclui viaturas personalizadas e carroçarias certificadas pela marca para entrega imediata. Se o veículo pretendido estiver disponível, será fornecido

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de renovação levou em conta o aumento previsível do número de veículos, não só na parte de combustíveis, mas também na oferta de loja através de um novo espaço ‘gourmet”. Após ter atingido a meta dos 400 postos em Portugal, no início de 2016, antecipando em um ano a concretização deste objetivo, a remodelação do Posto de Vilar Formoso vem reforçar a estratégia de in-

num período de 48 horas após a receção do pedido. Os veículos possuem todos os equipamentos necessários para uma utilização imediata, não sendo necessárias configurações demoradas para opções adicionais. Os veículos “Vans to Go” vão ser vendidos em quase toda a Europa através de uma plataforma na Internet. Outra vantagem é que a MAN também irá disponibilizar serviços de Após-Venda para os veículos, e soluções financeiras.

TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

vestimento da BP Portugal em ativos premium no mercado português. O novo regime legislativo passará pelo reembolso parcial do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) suportado pelas empresas de transporte de mercadorias, com sede ou estabelecimento estável num Estado membro, e com uma tonelagem superior a 35 toneladas, relativamente ao Gasóleo quan-

NOVA GERAÇÃO DO CONECTO A Daimler Buses lançou uma nova geração do autocarro urbano Mercedes-Benz Conecto, que será comercializada na Europa Oriental e no Médio Oriente. O novo modelo utiliza uma tecnologia implementada no Citaro, em termos de chassis, cadeia cinemática, segurança e conforto, mas com um custo de investimento inferior. O Conecto estará disponível nas versões standard, com três portas e 12,13 metros, e

articulad, com 18,12 metros e quatro portas. A marca propõe uma solução diesel Euro 6, baseada no bloco OM 470 na variante standard, enquanto a articulada usa o sistema ATC (Articulation Turntable Controler).


PREÇO DO GASÓLEO NA UNIÃO EUROPEIA

GASÓLEO PROFISSIONAL O posto de Vilar Formoso é um dos quatro em que será aplicado o reembolso de parte do ISP. O objetivo é que os transportadores abasteçam em Portugal

E

m cada edição informamo-lo dos mais recentes preços praticados para o gasóleo em cada um dos países da União Europeia, para que possa mais facilmente planear as deslocações da sua frota pela Europa. Os preços apresentados referem-se a cada 1000 litros de combustível e contemplam já os impostos aplicados em cada um dos países. No final apresentamos-lhe a média ponderada de preço na UE. PAÍS

do abastecido em veículos devidamente licenciados e destinados exclusivamente aquela atividade. Numa primeira fase piloto o Governo vai testar o novo regime em quatro zonas fronteiriças/concelhos, nomeadamente em Quintanilha (Bragança e Macedo de Cavaleiros); Vilar Formoso (Almeida e Guarda); Elvas/Caia (Elvas e Estremoz) e Vila Verde de Ficalho (Serpa e Beja). /

KÖGEL COOPERA COM KAMAZ A Kögel e a Kamaz, a maior fabricante russa de camiões, reboques, tratores, chassis e motores, assinaram, durante a realização do Salão de Hannover, um acordo de cooperação. Este acordo contempla a entrega de componentes da Kögel à Kamaz e o desenvolvimento de reboques e semirreboques em solo russo. A Kögel está presente na Rússia há 35 anos. A empresa alemã fornece

PREÇO (€/1000 L)

ÁUSTRIA

1.087,00

BÉLGICA

1.195,70

BULGÁRIA

976,38

CROÁCIA

1.145,80

CHIPRE

1.185,27

REPÚBLICA CHECA

1.054,51

DINAMARCA

1.244,72

ESTÓNIA

1.049,00

FINLÂNDIA

1.268,00

FRANÇA

1.165,32

ALEMANHA

1.134,00

GRÉCIA

1.133,00

HUNGRIA

1.168,68

IRLANDA

1.189,00

ITÁLIA

1.335,48

LETÓNIA

1.015,44

LITUÂNIA

1.017,55

LUXEMBURGO

978,00

MALTA

1.140,00

HOLANDA

1.206,00

POLÓNIA

1.025,32

PORTUGAL veículos para aquele país, que depois são transformados de acordo com as necessidades do mercado russo. Além do stock local de peças de substituição e da sua rede de mais de cem oficinas, a Kögel oferece ainda uma gama alargada de semirreboques.

1.187,00

ROMÉNIA

1.130,16

ESLOVÁQUIA

1.106,00

ESLOVÉNIA

1.124,00

ESPANHA

1.073,49

SUÉCIA

1.397,11

REINO UNIDO

1.322,24

MÉDIA PONDERADA

1.175,80

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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PERSPETIVA

GRANDE ENTREVISTA

ANTÓNIO CABRITA MARTINS, MERCEDES-BENZ

“O NOSSO SUCESSO É O SUCESSO DOS CLIENTES” Empenhada na disponibilização de soluções que permitam às empresas ganhar competitividade, a unidade de Veículos Comerciais Pesados da Mercedes-Benz Portugal está focada na apresentação de produtos inovadores e de serviços de após-venda com valor acrescentado. Nesse sentido, António Cabrita Martins, Diretor Geral da unidade, afirma que a marca está preparada para satisfazer todas as necessidades dos clientes TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

A

Mercedes-Benz Portugal procedeu a uma reorganização interna, agregando todos os serviços ligados aos camiões e separando-os dos restantes. Qual o objetivo desta mudança? É um processo que o grupo está a realizar a nível global e que, este ano, iniciámos em Portugal. Temos em curso a implementação de uma estrutura mais verticalizada em tudo aquilo que diz respeito à interface com o mercado e com os clientes, o que engloba as áreas de vendas de novos, marketing, após-venda e usados. O objetivo é a sua integração na mesma estrutura da nossa empresa, de forma a poderemos dar uma resposta mais direta e especializada aos nossos clientes, sem prejuízo do excelente trabalho que foi feito em Portugal com foco operacional, nomeadamente, no após-venda. Mas queremos estar mais orientados para trabalhar numa lógica de “business to business”, porque quase todos os nossos clientes são empresas e, como tal, precisam de ter excelentes condições para poderem ser competitivos nos respetivos mercados. Que diferenças irá o cliente sentir? Esperamos que o cliente sinta melhorias no serviço global prestado. O cliente passa a ter interlocutores vocacionados diretamente para a área dos camiões e isso só por si é uma vantagem, dado que não há interferências e estamos claramente focados na atividade dos nossos clientes e nos desafios que nos colocam. A estrutura também será alterada? A estrutura de retalho mantém-se, com quatro concessionários para venda de camiões, que garantem a cobertura de todo o território nacional e com 19 ofi-

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TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

cinas autorizadas, localizadas nos grandes centros económicos do país e nas zonas de maior tráfego, tanto a nível de rotas nacionais, como de internacionais. Que serviços disponibilizam atualmente? A nossa marca está preparada para dar satisfação e inovar naqueles que são os interesses dos nossos clientes. No processo de venda, temos todas as valências necessárias para dar resposta às mais exigentes necessidades do mercado e disponibilizamos soluções do grupo para financiamento, leasing, aluguer operacional e para gestão de acordos de retoma, seja venda de usados ou buy-backs. Através da nossa marca CharterWay, temos soluções integradas em que proporcionamos contratos de serviços completos e válidos em toda a Europa. Temos ainda serviços como o FleetBoard, que demonstram bem a nossa compreensão do mercado, porque hoje fala-se muito da conetividade, mas já temos este sistema nos nossos camiões desde o princípio dos anos 2000. O equipamento pode vir de série ou não, de acordo com aquilo que o cliente pretende. Mas, em Portugal, a maioria dos nossos clientes utiliza o serviço FleetBoard, porque percebe que é uma mais-valia clara do ponto de vista da informação fidedigna que o sistema reporta. A recolha de dados é feita com elevada eficiência e permite que o cliente tenha uma noção muito exata sobre a performance do camião e da frota. Por outro lado, permite monitorizar todas as funções do camião, e não apenas o posicionamento geográfico, e saber em tempo real o que está a acontecer com a viatura – desde a performance ao consumo do combustível, passando pela adequação da dinâmica – e efetuar com alguma antecipação o diagnóstico do funcionamento geral do camião. É uma ferramenta que, conjugada com uma formação adequada, permite uma otimização dos custos e um aumento da eficiência das frotas,

Apostamos fortemente numa liderança tecnológica e procuramos incessantemente melhores soluções para os nossos clientes”


o que os nossos clientes têm reconhecido como uma forte mais-valia das nossas ofertas.

de prestação do serviço a nível europeu. Tem sido um sucesso.

Que ganhos podem ser obtidos com o diagnóstico remoto? A possibilidade de diagnóstico em termos de manutenção e reparação permite, naturalmente, trabalhar de uma forma mais preventiva do que corretiva, o que comporta vantagens para a programação da própria atividade das viaturas e dos tempos de paragem e imobilização, permitindo, de facto, ir buscar muita eficiência na gestão das frotas.

Qual o objetivo global traçado para Portugal? O nosso objetivo é muito simples. Resume-se ao facto de que o nosso sucesso é o sucesso dos nossos clientes, e vice-versa. Apostamos fortemente numa liderança tecnológica e procuramos incessantemente melhores soluções para os nossos clientes. Essa é, e será sempre, a nossa meta. O sucesso resulta desse objetivo. A nossa gama, do Actros ao Arocs, passando pelo Antos e pelo Atego, está completamente atualizada. Por isso, neste último ciclo de 5 anos, que foi marcado pelo lançamento da nova gama e pela enorme procura dos nossos motores a nível global, tivemos em Portugal a nossa mais alta performance de sempre.

Como tem sido a aceitação do FleetBoard em Portugal? Temos uma elevada taxa de utilização em Portugal, que nos colocou nos primeiros lugares em termos

Atingimos uma quota média no mercado global de camiões superior a 16% e, no segmento mais importante, o de camiões de longo curso de mercadorias – utilizados no tráfego internacional, que é neste momento o motor da indústria de transportes de mercadorias em Portugal –, alcançámos uma quota média de mercado superior a 18%. LIDERANÇA TECNOLÓGICA A Mercedes-Benz Trucks apresentou no IAA 2016 a sua visão do camião do futuro. Em que medida este conceito incorpora soluções a serem disponibilizadas pela marca a curto prazo? Em 2014, no salão IAA de Hannover, apresentámos visões do camião do futuro, numa perspetiva de longo curso. Agora, na edição de 2016, também mostrámos um veículo com uma lógica mais urba-

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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PERSPETIVA

GRANDE ENTREVISTA

na. São conceitos relacionados com as principais orientações para duas tipologias de utilização: uma direcionada para a condução autónoma e para a automatização da logística, procurando a otimização e o aumento da eficiência através da conetividade; a outra focada na questão mais crítica no contexto urbano, que se prende com o ambiente, pelo que a visão do futuro passará por uma motorização elétrica. São soluções ainda em desenvolvimento, mas com a perspetiva de entrarem em funcionamento na próxima década. Que outros combustíveis alternativos poderão vingar e para que utilizações? O que propõe a Mercedes-Benz neste campo? Sentimos que no nosso mercado existe uma grande preocupação ambiental, que até aqui tem sido satisfeita com soluções entre os combustíveis convencionais e o biodiesel. Ao nível do gás natural, na Mercedes-Benz temos soluções específicas para determinados tipos de atividades. A marca investe constantemente em Investigação e Desenvolvimento, e certamente teremos também a liderança tecnológica nesta área dos combustíveis alternativos. Esta prática constante da nossa marca tem como exemplo – já na Expo 98 – a apresentação do autocarro com “célula de combustível” com emissões zero, que efetuou o transporte de visitantes durante os vários meses em que decorreu o evento. Também no que diz respeito à conetividade e à telemática, a Mercedes-Benz tem sido pioneira na investigação e teste das potencialidades da indústria 4.0. Em que medida está a digitalização a alterar o paradigma da indústria dos pesados? Nos últimos anos, tivemos grandes desenvolvimentos e inovações na nossa marca. A principal foi a tecnologia telemática e a conetividade aos camiões. Este trabalho foi feito em parceria com os nossos clientes, identificando as necessidades e monitorizando a evolução. Por via da conjugação da evolução tecnológica com as nossas motorizações, constantemente adaptáveis, e com a diminuição do consumo de combustíveis, houve uma otimização fortíssima dos indicadores de atividade. Se compararmos esta gama com a anterior, temos ganhos acumulados no consumo de combustível na ordem dos 16%. São ganhos significativos, que, na essência, se traduzem numa maior competitividade das empresas que possuem as nossas viaturas. Por outro lado, na componente de após-venda, e no âmbito da manutenção e reparação das viaturas, estas tecnologias permitirão ter tempos de imobilização muito menores e programar a maioria das deslocações à oficina. Os clientes querem fazer quilómetros, mas sem preocupações. Esta gestão eficiente de todas as necessidades de manutenção das viaturas traduz-se em grandes valias para a operação, eliminando alguns problemas na atividade logística. Também garantimos já a conetividade entre camiões e, neste momento, temos disponível o sistema PPC – Predictive Powertrain Control, que permite o con-

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TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

CICLO RECORDE De acordo com António Cabrita Martins, a Mercedes-Benz atingiu no último ciclo a mais alta performance de sempre em Portugal, alcançando uma quota no mercado global de camiões superior a 16% e no longo curso superior a 18%


trolo do camião, naquele que é um exemplo real para a condução autónoma. Refiro-me à automatização da viatura e da cadeia cinemática, através de funções de definição de percurso e de antecipação das caraterísticas da estrada por onde circula a viatura, otimizando todas as funções mecânicas de acordo com aquilo que se vai apresentar nos próximos dois quilómetros. Isto permite também otimizar os consumos e tem um peso enorme na eficiência energética das viaturas. Em geral, é algo que já é real e que pode trazer enormes vantagens ao nível da eficiência, dos consumos e da sinistralidade. E a condução autónoma, quando poderá concretizar-se nos camiões? Do ponto de vista da nossa marca, podemos dizer que as tecnologias necessárias para implementar o conceito já existem. Portanto, neste momento, a questão passa por uma conjugação de vontades, que vai para além da nossa marca e que passa também pelas caraterísticas do ambiente em que as viaturas circulam. É necessário adequar um conjunto de elementos, desde a legislação à infraestrutura rodoviária.

dado que grande parte da atividade económica relacionada com o transporte de mercadorias é feita a nível internacional. O serviço funciona através de uma linha de apoio, onde existem profissionais disponíveis para ajudar a indicar qual a melhor opção para cada um dos casos. Esta linha é gratuita. A este respeito é importante referir que, em Portugal, os contratos de serviços completos, que cobrem estas intervenções, têm uma aceitação muito grande. Neste tipo de contratos, temos uma taxa de penetração superior a 60%, o que é uma quota muito forte, mesmo a nível europeu. Isto significa que a maioria dos nossos clientes tem este tipo de serviços incluídos em Portugal e em muitos casos em grande parte da Europa.

Quais as perspetivas em termos de resultados em Portugal para este ano? Este ano ainda estamos a enfrentar alguns condicionalismos, derivados da disponibilidade de produto, nomeadamente de motorizações transversais a vários modelos, face à grande procura que os nossos produtos têm tido a nível global. Está a ser um ano de SERVIÇO EFETIVO E FLEXÍVEL conquista de novos clientes, ou seja, Que peso tem o após-venda na atiOs nossos clientes há cada vez mais empresas a trabavidade da marca em Portugal? lhar com camiões Mercedes-Benz, estão muito O peso do após-venda é enorme. pelo que estamos a assistir ao asconscientes de Há muitos anos, dizia-se, em recendente significativo da penetraque o custo de lação aos veículos profissionais e ção da marca, em resultado de uma aos camiões, que a primeira viaconjugação de fatores. Tem que ver utilização é mais tura era comercializada pela área importante do que essencialmente, com o reconhecide vendas e a segunda viatura pela mento da qualidade dos nossos proo custo inicial” área de após-venda. Perante as nedutos e serviços, mas também com cessidades do mercado e o nível de o empenho de todas as pessoas que exigência de um setor tão profistrabalham na nossa organização, sional como é o dos transportes, pode dizer-se que, na Mercedes-Benz Portugal, nos concessionários hoje, até a primeira viatura é vendida pelo após- e nas oficinas autorizadas. -venda. Os nossos clientes estão muito conscientes de que o custo de utilização é mais importante O que poderemos esperar de novidades da do que o custo inicial. É necessário fazer as contas Mercedes-Benz a curto prazo? ao longo da vida útil da viatura e é nesse balanço Fechamos recentemente o ciclo de renovação de toda que está a decisão de compra. Temos como pilar a gama, da primeira à última peça. Temos produtos do nosso negócio disponibilizar soluções interes- excelentes, que estão a ser atualizados constantesantes e isso passa pelo veículo em si, mas também mente e em linha com o conceito do novo camião, pelos serviços. O cliente quer um camião para fa- continuaremos a apostar muito em tudo que se reflizer quilómetros, pelo que precisa de uma viatura ta no aumento de eficiência e segurança. Ao nível da com altos padrões de qualidade e fiabilidade, mas, segurança, foram lançados no IAA 2016 dois novos mais importante ainda, de ter um serviço efetivo sistemas – o Active Break Assist 4 com deteção de e flexível, disponível a qualquer hora do dia e em peões e o Sideguard Assist, o assistente de mudanqualquer lugar. É nesse sentido que a Mercedes ça de direção, que permitem um aumento do nível de proteção aos peões e ciclistas. Este é um target trabalha o após-venda. claro da Mercedes-Benz. Vamos também apostar Na prática, como funciona este serviço? fortemente nos serviços de após-venda e de acomÉ um serviço prestado por oficinas que têm um ho- panhamento das frotas dos nossos clientes. Já em rário alargado e flexível para prestar assistência ao 2017, vamos ter lançamentos nesta área e viabilizar cliente, complementado pelo Mercedes-Benz S24H o desenvolvimento adicional da telemática, permipara situações de assistência em estrada e em todo tindo aos nossos clientes uma redução significativa o país. Temos uma rede com mais de 1800 oficinas dos tempos de paragem. Queremos que as viaturas no espaço europeu, capazes de resolver todas as ne- Mercedes-Benz se traduzam em baixos tempos de cessidades de manutenção e reparação que possam imobilização e numa gestão ainda mais eficiente em surgir. Isto é fundamental para os nossos clientes, termos de manutenção e reparação. /

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322 ESTREIAS MUNDIAIS

CONETIVIDADE E DIGITALIZAÇÃO EM DESTAQUE A mobilidade elétrica, a digitalização e a logística urbana estiveram em destaque na 66.ª edição do Salão de Veículos Comerciais de Hannover (IAA), subordinada ao tema “Conduzido por ideias”. Novidades não faltaram no certame, incluindo 322 estreias mundiais e mais de cem europeias, nem o público, com mais de 245 mil visitantes

C

ontando com a participação de 2013 expositores de 52 países, o Salão de Veículos Comerciais de Hannover (IAA) consolidou a sua posição como um dos mais importantes certames mundiais na indústria dos transportes, da logística e da mobilidade. O caráter internacional deste salão foi reforçado com o aumento da percentagem de expositores não alemães, que já representam 61% do total. Entre os países estrangeiros com maior número de expositores destaque para a China (229), seguindo-se a Itália (145), a Holanda (121), a Turquia (92) e a França (85). Cerca de um terço dos participantes veio da Europa (não incluindo a Alemanha) e um quinto da Ásia. No que se refere à afluência de público, a 66.ª edição do Salão de Hannover voltou a estabelecer um novo recorde, com um total de 245 mil visitantes, um valor ainda mais significativo porque a edição deste ano teve uma duração de nove dias, menos um do que em 2014. Do total de visitantes, 86% eram profissionais, que tiveram a oportunidade de tomarem contacto com as 322 estreias mundiais e a mais de cem europeias.

Nesta edição, subordinada ao tema “Conduzido por ideias”, estiveram em destaque algumas das principais tendências do futuro dos transportes e que passam pela mobilidade elétrica, pela digitalização e pela logística urbana. No campo da mobilidade elétrica, quase todos os fabricantes de autocarros e veículos comerciais ligeiros apresentaram soluções totalmente elétricas ou híbridas. Alguns modelos já se encontram em comercialização e muitos outros deverão surgir num futuro próximo. Isto significa que cada vez mais as cidades e as vilas irão contar com veículos emissões zero, designadamente autocarros e furgões, mas, a médio prazo, isto também se irá estender aos veículos pesados de distribuição local. Imparável parece também ser o caminho para a digitalização, que se assume como o fator mais forte e abrangente para a inovação. A conetividade e a automatização nos veículos comerciais irá bastante além dos sistemas de assistência à condução que, hoje em dia, já estão disponíveis comercialmente. Os camiões, que estiverem em rede e ligados digitalmente nas autoestradas ou em vias rápidas – em ‘platooning’ – poderão reduzir significativamente o consumo de combustível e as emissões de dióxido de carbono. Ao mesmo

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tempo, o ‘platooning’ aumenta a segurança e os sistemas eletrónicos conectados reagem imediatamente. No transporte de longo curso, a conetividade oferece uma vantagem adicional que é a possibilidade de ‘reservar’ digitalmente um lugar gratuito de estacionamento. No domínio da logística urbana, a digitalização proporciona um grande passo em frente no ambiente das cidades e vilas: mais segurança, maior eficiência e uma melhor qualidade de vida. As câmaras e os sensores dos veículos serão utilizados para eliminar os ângulos mortos e aumentar a segurança rodoviária. Por outro lado, as mercadorias serão entregues com base na procura, individualmente e atempadamente. Para as cidades, isto ainda é uma visão, mas já é uma realidade para destinos em zonas rurais ou de montanha: o furgão é apoiado por um ‘drone de entregas’ que efetua o percurso final até ao destino do cliente.

MERCEDES URBAN ETRUCK Uma das principais estrelas do certame foi o protótipo Mercedes-Benz Urban eTruck, que inclui algumas das soluções para o novo mundo do transporte futuro. Segundo a marca alemã, este será baseado em veículos conetados, eletrificados e digitalizados

CAMIÕES DO FUTURO Uma das marcas que mais se empenhou no desenvolvimento de soluções para o novo mundo “conectado” e digitalizado foi a Mercedes-Benz, que apresentou nesta edição do Salão de Hannover a sua visão do transporte do futuro na área dos camiões, dos furgões e dos autocarros. A principal novidade da marca e uma das mais relevantes do salão foi o Mercedes-Benz Urban eTruck. Trata-se de um camião de três eixos e peso bruto de 26 toneladas para distribuição pesada, equipado com motor elétrico, que tem uma autonomia de aproximadamente 200 quilómetros. O lançamento no mercado está previsto para o início da próxima década. Um pouco mais cedo, em 2018, surgirá um furgão elétrico, produzido em série. As principais tendências do veículo comercial ligeiro do futuro, conectado e elétrico, foram reveladas no protótipo Mercedes-Benz Vision Van. Por sua vez, a visão da nova geração de autocarros urbanos foi apresentada no protótipo Mercedes-Benz Future Bus com CityPilot, isto é, condução semi-autónoma, que já esteve em testes em condições reais numa carreira de autocarros na Holanda. A Mercedes-Benz anunciou ainda que irá fabricar um autocarro urbano elétrico, com base no modelo Citaro. Para tornar o transporte rodoviário de pessoas e mercadorias mais económico, a Daimler irá introduzir soluções de conetividade na sua gama de veículos comerciais ligeiros e pesados e oferecer um leque alargado de serviços digitais a todas as partes envolvidas no transporte. A antevisão de um sistema de transporte de longo curso mais sustentável foi igualmente apresentada pela Iveco através do protótipo Z Truck. O veículo permite uma operação com emissões zero, uma vez que utiliza uma tecnologia otimizada de Gás Natural Liquefeito, alimentada por biometano. O protótipo baseia-se num camião de gama alta,

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equipado com depósitos de Bio-GNL, uma aerodinâmica otimizada, um sistema de recuperação de calor, que oferece uma autonomia de 2200 quilómetros e emissões de dióxido de carbono quase nulas. Além disso, a utilização de avançadas tecnologias de condução autónoma permite reduzir os acidentes e altera o papel do motorista, que passa a ser um operador logístico de bordo. Por outro lado, o próprio interior da cabina foi totalmente revisto. O espaço está orientado para o motorista e foi libertado dos constrangimentos tradicionais, podendo ser reconfigurada em função de diferentes utilizações (condução, condução autónoma, escritório, descanso). Enquanto a Mercedes-Benz e a Iveco apostaram nas suas visões dos camiões do futuro, a Volvo Trucks optou por ter como atração principal no seu stand o “Iron Knight”, que é considerado o veículo pesado mais rápido do mundo, tendo batido, por duas vezes, o recorde mundial de velocidade, dos 0 aos 500 metros, em 13,71 segundos, a uma velocidade média de 131,71 km/h, e dos 0 aos 1000 metros, em 21,29 segundos. Este camião

vem equipado com o motor D13 da Volvo, que foi modificado para desenvolver uma potência máxima de 2400 cv e montado em posição central no chassis. A Volvo Trucks adianta que, exceto o motor, o software de gestão eletrónica e a cabina, que foi otimizada a nível aerodinâmico e de peso, a esmagadora maioria dos componentes são de série do Volvo FH, incluindo a caixa de velocidades I-Shift Dual Clutch.

ELETROMOBILIDADE A MAN aproveitou o certame para apresentar várias novidades nos modelos TGL, TGM, TGS e TGX, quer ao nível de design exterior (onde se dá mais ênfase ao leão da marca), quer de motores, designadamente os D26 e D36, que agora oferecem mais binário, um melhor desempenho e consumos mais baixos. O construtor alemão revelou ainda o seu programa de eletromobilidade, que também inclui a área dos camiões de distribuição urbana. Neste domínio, a marca tinha em exposição no seu stand o MAN eTruck, um trator 4x2 baseado no modelo MAN TGS, equipado com motor elétrico


SCANIA S ELEITO “CAMIÃO DO ANO 2017” O prémio de “Camião Internacional do Ano 2017” foi entregue numa cerimónia realizada no Salão de Veículos Comerciais de Hannover. Os jurados levaram em conta o trabalho realizado pela Scania na nova geração de camiões de longo curso da Série S, em domínios como o conforto do motorista, a segurança e o seu impacto positivo nos custos operacionais das empresas de transportes. “Com esta nova gama, a Scania apresentou um camião que representa o estado da arte no segmento de longo curso, que é capaz de satisfazer não só as necessidades de transporte atuais como as futuras”, afirma o presidente do júri, Gianenrico Griffini. “A cabina S, que tem piso plano, oferece uma experiência de condução semelhante a um automóvel”, acrescenta o italiano. “Além de proporcionar um conforto e espaço excecionais, as cabinas S da Scania também podem vir equipadas com airbags de cortinas duplos, uma caraterística de segurança estreada pela Scania no universo dos camiões.”

VW REVALIDA TÍTULO DE “COMERCIAL DO ANO”

P

elo segundo ano consecutivo, a Volkswagen Veículos Comerciais conquistou o prémio de “Veículo Comercial do Ano”. Se, em 2015, o júri do troféu deliberou entregar o prémio à sexta geração da Transporter, este ano decidiu atribuí-lo à nova geração da Crafter. Na eleição realizada pelo painel de 24 jornalistas da imprensa especializada europeia, a nova Crafter obteve 101 pontos, mais 12 do que o segundo classificado - o produto resultante do acordo industrial entre o Grupo PSA e a Toyota: Citroen Jumpy, Peugeot Expert e Toyota ProAce. No terceiro lugar ficou o Iveco Daily (Euro 6). A nova gama Volkswagen Crafter passa a ser constituída por quatro modelos base, estando disponível em três comprimentos e três alturas. Em função das

necessidades, a marca propõe variantes com tração dianteira, traseira ou integral, assim como transmissões manuais ou automáticas. Na cerimónia de entrega do prémio, o presidente da Volkswagen Veículos Comerciais, Eckhard Scholz, afirmou: “Após a conquista do troféu pela Transporter no ano passado, estamos encantados por receber agora este prémio especial para o novo Crafter, que representa a fusão do foco do produto e do cliente. Por outras palavras, desenvolvemos este veículo a partir da perspetiva do cliente. Temos orgulho no nosso produto mais recente e da nossa equipa, cujo trabalho árduo tornou o Crafter o melhor furgão de grandes dimensões para transporte. Iremos utilizar este prémio como mote da nossa campanha de lançamento.”

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COMERCIAIS LIGEIROS EURO 6 A introdução da norma Euro 6 para veículos comerciais ligeiros levou os fabricantes a apresentarem novas motorizações diesel que cumprem as normas europeias, caso, por exemplo, do EcoBlue pela Ford, do BlueHDi pela Peugeot ou do Energy dCi pela Renault, que está disponível no Trafic

de 250 kW, bateria de iões de 35,3 kWh. Em função do tipo de utilização e do número de módulos de baterias (até quatro), a autonomia situa-se entre os 50 e os 150 quilómetros. A MAN adiantou que este tipo de solução de transporte para os centros urbanos deverá fazer parte da sua gama de produtos, a partir de 2021. A Fuso também irá apostar na eletromobilidade, estando previsto o lançamento do modelo eCanter no próximo ano, que será produzido em Portugal, na fábrica do Tramagal. Este chassis-cabina contará com um motor elétrico de 185 kW, baterias de iões de lítio com capacidade de 70 kWh. A autonomia anunciada é de aproximadamente cem quilómetros. A DAF apresentou um inovador sistema de gestão de frotas, que oferece ao frotista informação em tempo real sobre o rendimento dos veículos e dos condutores. Os dados relativos à localização do

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veículo, ao consumo de combustível, à quilometragem, ao nível de utilização da frota e ao tempo de inatividade são acedidos através de uma plataforma online, podendo ser adaptados em função das necessidades do cliente. O sistema pode ser configurado para disponibilizar relatórios completos de consumo com dados atuais e históricos para comparar veículos e condutores. Em destaque no stand da DAF encontrava-se o XF Innovation Truck, que foi desenvolvido em colaboração com a ZF, incluindo algumas das mais avançadas tecnologias concebidas por aquele fabricante, caso de uma cadeia cinemática elétrica-diesel e o sistema de condução automatizado Highway Driver Assist, que permite ao veículo circular em autoestrada sem intervenção humana, utilizando a direção, o acelerador e os travões. O sistema híbrido permite ao camião rolar exclusivamente em modo elétrico a uma velocidade até 48 km/h. No ‘stand’

da marca holandesa encontrava-se igualmente um camião da gama XF que estava equipado com a mais recente geração de pneus Super Fuelmax da Goodyear. Estes pneumáticos foram concebidos para reduzir o consumo de combustível, estando disponíveis para eixos de tração e direção. No espaço da Scania, a grande novidade era a nova de gama de camiões de longo curso Série S, que ganhou o prestigiado prémio de “Camião Internacional do Ano 2017”, na sequência de uma eleição efetuada por um júri constituído por jornalistas da imprensa especializada europeia.

COMERCIAIS LIGEIROS Em termos de comerciais ligeiros, o certame ficou assinalado pela estreia do protótipo Vision Van da Mercedes-Benz, que revela a visão da marca para os veículos de distribuição e de logística urbana. Segundo a marca, o futuro passará pela conetivi-


KÄSSBOHRER COM CONTROLO DIGITAL PARA TRAILERS

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Kässbohrer desenvolveu uma unidade de controlo digital (DTC) de semirreboques que foi concebida para maximizar a segurança dos motoristas e dos operadores, ao centralizar os comandos mecânicos dos diferentes equipamentos dos semirreboques numa única unidade de comando digital, que funciona como comando remoto. O DTC pode ser utilizado em dispositivos iOS e Android. A interface do DTC possui dois ecrãs principais: comando e informação. Através do Ecrã de Comando, o utilizador pode controlar as diversas funções a uma distância de segurança, caso das luzes de serviço, das válvulas de respiração, da bomba, da báscula, do eixo elevatório, da altura de condução e do auxílio de tração. Ao verificar estas funções através de um só ecrã, o utilizador poupa

tempo, pois já não tem de subir ao veículo para abrir ou fechas as válvulas, correndo o risco de cair e de se lesionar. Por outro lado, o ecrã de informação apresenta todos os dados relativos ao semirreboque num único local, como por exemplo, a carga da quinta roda e do eixo, a pressão do depósito, a distância percorrida, a pressão pneumática, a voltagem do sistema, o desgaste dos travões e o ângulo de inclinação do semirreboque. O sistema alerta o utilizador quando a carga sobre a quinta roda ultrapassa os limites de segurança autorizados, indica a necessidade de substituição dos calços de travões e impede o basculamento se o ângulo de inclinação ultrapassar os limites de segurança. O DTC foi concebido para ser utilizado em todos os tipos de semirreboques, sem necessidade de qualquer equipamento adicional.

INTERFACE DTC PARA REBOQUES A Kässbohrer apresentou um interface digital para semirreboques e reboques, que está disponível para dispositivos iOS e Android e permite verificar funções por via remota

dade, a digitalização e a propulsão elétrica.Com base nesse novo paradigma, a Mercedes-Benz Vans definiu uma estratégia que assenta numa evolução de fabricante de veículos comerciais para fornecedor de soluções completas de transporte. A 66ª edição do Salão de Hannover marca a estreia da MAN no segmento dos veículos com peso bruto entre as 3,5 e as 5,5 toneladas, com o TGE. Este modelo, assim como o seu irmão gémeo Volkswagen Crafter, é proposto com duas distâncias entre-eixos, três comprimentos de carroçaria e de alturas de teto, motores 2.0 TDi, que oferecem níveis de potência entre 102 cv e 177 cv. Este veículo também terá uma versão elétrica, que já foi apresentada pela Volkswagen e recebe a designação e-Crafter. A Nissan, por sua vez, também escolheu este certame para proceder à estreia mundial da nova gama de veículos comerciais médios NV300, que vem substituir a anterior Primastar. A gama será

comercializada em quatro versões de carroçaria: chassis curto, com teto normal, chassis curto com teto alto, chassis longo com teto normal e chassis longo com teto alto), duas versões na variante de seis lugares (chassis curto, com teto normal e chassis longo com teto normal) e uma variante de chassis-plataforma (chassis longo e teto normal). A Hyundai lançou a gama de veículos comerciais H350 no mercado europeu na edição de 2014 do Salão de Hannover e dois anos depois introduz os motores Euro 6, que oferecem uma redução no consumo de combustível, assim como uma garantia que, em função das especificações dos clientes, é de três anos sem limite de quilómetros ou de cinco anos e 200 mil quilómetros. Pela primeira vez, a marca apresentou três soluções baseadas na nova H350: versão com caixa basculante, versão plataforma e furgão de passageiros com sete lugares. A Hyundai estreou ainda uma versão

‘fuel cell’ deste modelo, com a tecnologia estreada no modelo ix35 Fuel Cell. A Ford, por sua vez, apresentou o motor diesel Ford EcoBlue que passou a estar disponível nas gamas Transit e Transit Custom. A marca adianta que este propulsor Euro 6 proporciona uma redução de custos de utilização e aumento de performance, com uma eficiência melhorada até 13%. O Salão de Hannover também marcou a estreia da caixa automática de seis velocidades SelectShift para estes modelos, do sistema de tração integral (AWD) e do sistema de comunicações SYNC 3 no modelo Transit. Na Renault, a principal novidade era a estreia europeia da nova pickup Alaskan, que foi desenvolvida em conjunto com a Nissan, com base na NP300. Este modelo estará disponível em versões 4x2 e 4x4, devendo ser comercializada em variantes de cabina simples, longa e dupla. /

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TENDÊNCIAS

O TRANSPORTE EM 2030

PLANEAR A MUDANÇA A crescente automação, a coopetição, o crescimento físico dos meios de transporte e as motorizações alternativas impor-se-ão numa cadeia de abastecimento tendencialmente regional, naquele que é um desafio, mas também uma oportunidade para o setor TEXTO JOSÉ MACÁRIO

A

s leis ambientais impõem limites cada vez menores para a emissão de gases. Ao mesmo tempo, os preços dos combustíveis crescem e a procura por energia atinge, semanalmente, novos picos, potenciada pelos mercados emergentes. Perante este novo paradigma, surge a questão: como irão as cadeias de fornecimento evoluir e adaptar-se à nova realidade? Foi para responder a esta pergunta que a PriceWaterhouseCoopers (PWC) levou a cabo um estudo onde se projeta o estado da indústria de transportes e logística em 2030, identificando os desafios e oportunidades que se colocam no caminho das empresas do setor nos próximos 14 anos. Antecipando o mais que provável cenário do endurecimento das leis de emissões de gases poluentes, a PWC espera que, em 2030, os custos das emissões sejam dos fatores mais constrangedores para o trabalho diário das empresas do setor. Assim, e beneficiando das inovações tecnológicas que permitirão um controlo em tempo real de todos os elementos da cadeia, não será de estranhar que as empresas façam deslocar os custos das emissões para quem beneficia do transporte, ou seja, os consumidores, que também terão uma palavra a dizer nesta mudança de paradigma. De facto, ainda que as regulações atuais e futuras tenham um impacto significativo nesta indústria, serão os consumidores a impulsionar a mudança

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ambiental das empresas. À medida que as sociedades ocidentais alteram os seus padrões de mobilidade, na sequência de uma crescente consciência ambiental, os consumidores destes países tenderão a procurar produtos produzidos localmente e de forma mais sustentável. Esta alteração poderá abrir caminho a novos negócios, com empresas a focarem-se no fornecimento de serviços apenas a nível regional, suportando o crescimento, a que se deverá assistir daqui a 14 anos, de produtos produzidos localmente. Da mesma forma, o aumento do regionalismo das trocas comerciais e o maior congestionamento das áreas urbanas – que limitará cada vez mais o acesso ao centro das cidades – constituir-se-á como um terreno fértil para as empresas que sejam capazes de oferecer uma panóplia de soluções inteligentes para transporte em ambiente urbano, ocupando o lugar de especialistas em entregas ao domicílio.

MÁXIMA EFICIÊNCIA As evoluções tecnológicas levarão a uma complexificação dos processos logísticos, tornando essencial uma infraestrutura tecnológica extremamente sofisticada e uma força de trabalho altamente especializada, sob pena de prejudicar a eficiência. Surge, neste âmbito, uma nova oportunidade para as empresas de transportes e logística orientadas para o mundo digital. Estas poderão ocupar o lugar de fornecedores de tecnologia de ponta para a interação e manipulação de bens, garantindo aos consumidores o poder de controlar, de forma mais ativa e em tempo real, os bens que acabem


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TENDÊNCIAS

por encomendar. A título de exemplo, em 2030, os consumidores serão capazes de rastrear com facilidade a localização atual da sua encomenda e alterar o seu local e hora de entrega através de um dispositivo móvel. Por outro lado, e se bem que a volatilidade dos preços dos combustíveis continuará a ser um fator de risco para o setor, que se agravará com a diminuição das reservas de petróleo, não deverá ser ela a impulsionar a mudança de paradigma no setor da logística e dos transportes. Até porque as energias alternativas poderão oferecer uma resposta à escassez do petróleo, e deverão ser, de acordo com as conclusões deste estudo, a força motriz necessária para levar a cabo alterações tecnológicas significativas no domínio do transporte, levando a uma maior prevalência de modelos alimentados por energias alternativas, como o gás, a eletricidade e até o hidrogénio. Por esta via, as cadeias logísticas verão, nos próximos anos, um aumento da eficiência, que também será acompanhado, e, em parte, impulsionado, pelas novas tecnologias, que se tornarão centrais nas próximas décadas. Além de um maior controlo por parte do cliente, os próprios gestores poderão, à distância de um clique e através dos seus dispositivos móveis, intervir na cadeia de fornecimento. Da mesma forma, é de esperar que os meios de transporte mantenham a tendência de crescimento físico. Historicamente, tem-se assistido a este fenómeno, como forma de reduzir o impacto dos maiores custos de transporte. Os camiões cresceram e agora os gigaliners estão na ordem do dia, com capacidades de 70 toneladas. O mesmo deverá acontecer, no futuro, com os navios porta-contentores, que os responsáveis por este estudo projetam, em 2030, conseguir carregar até 22 mil toneladas de produtos, e com os aviões, que deverão ser capazes de deslocar 150 toneladas de bens, tudo como forma de rentabilizar os custos do transporte. As alterações trazem também desafios para as operadoras de transporte e logística, obrigando-as a lidar com diferentes arquiteturas, à medida que as redes de transporte terão de mudar para dar resposta a este crescimento. Em 2030, é também expetável que a quota de uso dos diferentes modos de transporte se altere.

NOVOS NEGÓCIOS Para ultrapassar estes desafios as empresas terão de considerar diferentes modelos de gestão, lançando mão do conceito da coopetição. No decorrer dos próximos anos, a cooperação entre concorrentes em vários processos ganhará cada vez maior aceitação no mercado, contribuindo assim para a diminuição dos custos e como forma de conseguir vantagens competitivas sobre outras empresas. Este conceito não é novo e já há algum tempo que, por exemplo, construtores de

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automóveis partilham plataformas, componentes e mesmo unidades de produção. Nos próximos anos, é de esperar que as empresas de logística e transportes passem a cooperar com os seus concorrentes para conseguirem oferecer os seus serviços de forma mais eficiente, partilhando o transporte ou os espaços de armazém. Além do espaço físico, as empresas concorrentes podem também partilhar o serviço. Por exemplo, e assumindo novamente o exemplo das áreas urbanas, cada vez mais congestionadas, sete empresas de transporte podem acordar um esquema de distribuição diário, em que cada uma se desloca ao centro da cidade uma vez por semana, transportando os seus produtos, mas também os das restantes. Desta forma seria possível reduzir os custos do transporte, mantendo ao mesmo tempo o nível de eficiência do serviço. Outra opção para aumentar a eficiência, ao mesmo tempo que se reduzem custos, é a automação dos sistemas. A tecnologia para a condução autónoma já existe e está a ser posta em prática por várias empresas, sejam os sistemas de platooning de vários construtores, o camião autónomo da Mercedes -Benz, ou mesmo a experiência recentemente realizada pela Uber, que usou um camião da empresa Otto para realizar a primeira entrega totalmente autónoma. O potencial de poupança destas soluções é enorme e os peritos acham que, assim que as barreiras legais sejam transpostas, assistiremos a uma “corrida ao ouro” no uso destas tecnologias aplicadas aos serviços de logística, acreditando que, em 2030, os

sistemas automatizados terão uma aplicação massiva na cadeia de fornecimento. Perante o crescente uso da tecnologia, algumas empresas poderão querer seguir uma outra oportunidade de negócio, que passa por fornecer um serviço de logística low-cost, ou modular, que permitirá aos clientes criar soluções à medida das suas necessidades particulares, elegendo apenas deixar a cargo da empresa o transporte dos bens e encarregando-se de todos os procedimentos administrativos. Deste modo, as empresas do setor devem ter em mente que as redes logísticas se alterarão nos anos vindouros, por vezes de forma dramática. O crescente aumento do preço dos combustíveis, as alterações climáticas e a redução das emissões continuarão a ser temas importantes, e os consumidores tenderão a fazer compras mais sustentáveis. Os novos modelos de negócio que emergirão até 2030 permitirão um aumento de eficiência da rede e oferecerão novas oportunidades para empresas que estejam atentas às mudanças do paradigma e sejam flexíveis o suficiente para se poderem adaptar a elas. No entanto, os players devem preparar-se já hoje, antecipando os vários cenários possíveis. É sempre mais fácil implementar um projeto existente do que reagir a uma situação de crise e o planeamento antecipado é uma forma segura de as empresas se manterem um passo à frente da concorrência à medida que o mundo, e as empresas de transporte e logística, encaram os desafios do futuro. /


BENEFÍCIO AUTÓNOMO A Uber foi pioneira nas entregas 100% autónomas, ao usar um camião da Otto para transportar, sem intervenção humana, um carregamento de cerveja. A tecnologia já está à disposição das empresas que a queiram usar e beneficiar da maior eficiência e dos menores custos

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NOVIDADES

SCANIA SÉRIE S

CAMIÃO DO ANO 2017 Com uma imagem revista e atualizada, mais espaço interior, melhor experiência de condução e redução no consumo e nas emissões, a nova gama de camiões da Scania conquistou o prémio de “Camião do Ano 2017” TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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Scania iniciou o programa de renovação da sua gama de camiões, que resultou de um investimento superior a dois mil milhões de euros e dez anos de desenvolvimento, tendo sido efetuados mais de dez milhões de quilómetros de testes antes do lançamento no mercado. O construtor sueco vai proceder a uma renovação faseada de toda a sua gama e, quando este processo estiver concluído, serão disponibilizados 24 modelos básicos de cabina, que se irão ajustar aos diferentes tipos de aplicações e operações dos clientes. O desenho básico das cabinas foi realizado em colaboração com a Porsche Engineering e, segundo a

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Scania, a nova gama não possui qualquer peça em comum com a geração anterior das cabinas da marca. No trabalho de desenvolvimento, os engenheiros levaram em conta um conjunto de requisitos gerais, como o ambiente do condutor, a economia de combustível, a otimização do espaço interior, a segurança e a máxima fiabilidade. No que se refere às linhas exteriores, a Scania deu a máxima prioridade a aspetos relacionados com a aerodinâmica e, portanto, com o consumo de combustível. Todas as superfícies, tanto na zona frontal, como nas laterais e mesmo na parte inferior, foram otimizadas para diminuir a resistência. Todos os componentes, como os limpa para-brisas, os espelhos retrovisores e as diferentes luzes, foram desenhados com esse propósito. Por outro lado, a tradicional pala-solar deixou de fazer parte do equipamento de

série. Segundo a Scania, a otimização do fluxo aerodinâmico em volta do camião permite melhorar o consumo de combustível em aproximadamente 2%.

ESPAÇO MAXIMIZADO O primeiro elemento da nova família a chegar ao mercado é a nova Série S, que vem substituir a anterior cabina Topline, e carateriza-se pelo piso totalmente plano no habitáculo. Para disponibilizar um espaço interior ainda mais generoso do que na geração anterior, o comprimento da cabina aumentou cinco centímetros, enquanto a altura também cresceu, em média, dez centímetros, sendo que nos modelos de teto mais alto, como a Série S, a diferença é de 16 centímetros. A posição de condução também foi revista em todas as novas cabinas, tendo sido deslocada 65 mm


UM LUXO POR DENTRO O posto de condução do Série S é totalmente novo, oferecendo mais conforto ao utilizador e também uma melhor experiência atrás do volante

para o para-brisas e 20 mm lateralmente. Estas melhorias devem-se a aspetos como a segurança, a visibilidade e o espaço interior. A maior superfície vidrada, o tablier colocado numa posição mais baixa, os painéis das portas mais estreitos e os pilares A otimizados são os principais fatores que contribuíram para melhorar a visibilidade. A experiência ao volante foi melhorada, com um centro de gravidade mais baixo, proporcionando uma maior estabilidade nas curvas em caso de travagens fortes, sem sacrificar o conforto. A capacidade de travagem melhorou e a Scania reivindica que um conjunto articulado 4x2 com peso bruto de 40 toneladas consegue travar desde uma velocidade de 80 km/h numa distância inferior em 5%. A nova posição do eixo dianteiro também contribui para a melhoria do rendimento de travagem. Além de avançado 50 mm, oferece uma melhor distância até ao solo do que antes.

INOVAÇÕES NA CADEIA CINEMÁTICA A nova gama recebeu diversas inovações na cadeia cinemática, que permitem reduzir o consumo de combustível em até 3% em comparação com a ge-

2000

MILHÕES DE INVESTIMENTO

5 CM

AUMENTO COMPRIMENTO CABINA

730 CV MOTOR V8

5%

MENOS CONSUMO

ração anterior, aumentando para 5% graças às funções inteligentes e a uma aerodinâmica melhorada. No capítulo mecânico, a Scania disponibiliza motores de 13 litros e 16 litros, com níveis de potência entre 410 e 730 cv, incluindo uma nova versão do propulsor de seis cilindros em linha com 500 cv. Os motores de 13 litros cumprem os limites da norma Euro 6 recorrendo apenas à tecnologia SCR (redução catalítica seletiva) para pós-tratamento dos gases de escape e a um turbocompressor de geometria fixa. As alterações introduzidas nos motores incluem a renovação da câmara de combustão e novos injetores, que possibilitam uma redução no consumo decombustível entre 0,2 e 0,5%. Em comparação com o Scania Streamline, os novos camiões de longo curso Euro 6 permitem obter uma redução de aproximadamente 5% no consumo de combustível. Para uma média de 150 mil quilómetros percorridos por ano, isto proporciona uma diminuição de 2000 litros no consumo de gásoleo. As inovações da Scania para a nova gama de camiões Série S foram reconhecidas por um júri internacional, que lhe atribuiu o prestigiado prémio de “Camião Internacional do Ano 2017”. /

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NOVIDADES

FUSO ECANTER

PRODUÇÃO NACIONAL A terceira geração da Fuso Canter elétrica foi apresentada no Salão de Veículos Comerciais de Hanover. Com produção portuguesa, as primeiras unidades chegarão em 2017 TEXTO JOSÉ MACÁRIO

D

epois da apresentação da primeira geração, em 2010, e da Canter E-Cell, em 2014, o Salão de Veículos Comerciais de Hanover (IAA) foi o palco escolhido pela Fuso para revelar a terceira geração da variante elétrica da Canter, que passa a chamar-se eCanter. Face à antecessora, a Canter E-Cell, a nova geração apresenta diferenças visuais e tecnológicas, resultantes dos testes realizados em Portugal e na Alemanha, bem como do feedback dos parceiros deste projeto em ambos os países. Com base nesses dados, os engenheiros da Fuso deram à eCanter um novo design, com faróis LED, grelha e para-choques dianteiros revistos e ainda um habitáculo totalmen-

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te novo, onde merece destaque o tablet amovível localizado no tablier. Os mesmos dados permitiram ao construtor perceber que deveria potenciar a polivalência desta proposta elétrica, com provas dadas na utilização intraurbana, e que faz uso de um motor elétrico de síncrono permanente, capaz de oferecer 185 kW de potência (250 cv) e um binário máximo de 380 Nm, transmitidos ao eixo traseiro através de uma transmissão de uma velocidade. A grande novidade para esta nova geração está na possibilidade de personalizar a quantidade de baterias utilizadas, que se encontram distribuídas por três locais: debaixo da cabina e em ambos os lados do chassis. Aqui podem ser montadas entre três e seis baterias de 14 kWh, que viabilizam um maior controlo sobre a utilização da eCanter, permitindo optar por mais autonomia, capacidade de carga ou

preço. A título de exemplo, o veículo apresentado no IAA montava um conjunto de cinco unidades, com uma capacidade total de 70 kWh e uma autonomia superior a 100 km, mantendo, no entanto, uma capacidade de 4,63 toneladas de carga útil. As baterias utilizadas pela eCanter são de iões de lítio e refrigeradas a água, oferecendo um longo ciclo de vida. A sua carga pode se efetuada utilizando um carregador rápido, que garante 80% de carga numa hora, ou uma tomada normal, demorando sete horas a atingir os 100% de carga.

PEQUENAS SÉRIES PORTUGUESAS Tal como acontece atualmente com a variante com motor de combustão e híbrida, também a eCanter será produzida, a partir de 2017, na unidade industrial da Mitsubishi Fuso em Portugal, localizada no Tramagal, sendo daqui exportada


TECNOLOGIA DE PONTA A eCanter foi dotada de tecnologia de ponta, como se pode ver pelos faróis LED e pelo tablet amovível que domina o tablier

para os mercados do resto da Europa, do Japão e dos Estados Unidos da América. Jorge Rosa, Presidente e CEO da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE), declara à TURBO COMERCIAIS que a unidade portuguesa levará a cabo as adaptações necessárias à produção deste modelo, uma vez que “apresenta caraterísticas muito particulares”, bem como apostará na qualificação dos trabalhadores envolvidos no processo, pois tal será “um fator importante”. No entanto, o gestor não quis revelar qual o montante que será envolvido nesta requalificação, nem se a adição de um novo produto implicará um aumento no número de colaboradores da fábrica. No entender de Jorge Rosa, a eleição da MFTE para a produção da eCanter é um sinal de reconhecimento por parte da casa-mãe (Daimler Trucks Ásia), ao mesmo tempo que tal também se revelará uma nova valência fundamental para a fábrica e que a alinha com as tendências de mobilidade do futuro. A partir do próximo ano, serão produzidas na unidade portuguesa "apenas algumas dezenas de unidades", diz Jorge Rosa, o que se prende

com o facto de este ser apenas mais um passo no desenvolvimento do camião ligeiro elétrico da Mitsubishi Fuso, conforme afirma o responsável máximo da unidade do Tramagal, que revela ainda que a produção em massa está prevista acontecer em 2019. Sem confirmar se será a unidade portuguesa a encarregar-se da produção em massa deste modelo, o CEO da MFTE avança apenas que o volume de produção dependerá de um conjunto de fatores, “maioritariamente conduzidos pela apetência dos mercados e pelas políticas públicas e autárquicas a adotar por cada mercado”. Para cativar este e outros públicos, a Fuso aponta à eCanter alguns trunfos, como a eliminação das emissões de CO2 e a diminuição do ruído nas cidades. Mas também vantagens mais palpáveis, como uma poupança de cerca de mil euros por cada 100 mil km e custos de manutenção 30% inferiores, quando comparada com um modelo com motor diesel. Com base nestes dados, o construtor promete ainda que bastarão três anos para amortizar o custo adicional da aquisição, um argumento de peso na hora da decisão. /

100 km AUTONOMIA

7H

CARREGAMENTO COMPLETO

250 CV

MOTOR ELÉTRICO

-30%

CUSTOS DE MANUTENÇÃO

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NOVIDADES

DAF TRUCKS

EM BUSCA DA EFICIÊNCIA A DAF Trucks tem vindo a desenvolver novas soluções para tornar o transporte rodoviário mais eficiente e com menos custos. A marca apresentou novidades ao nível dos motores, da gestão de frotas, da hibridação e da eletrificação

C

om o objetivo de disponibilizar as soluções de transporte mais eficientes, com o menor custo por quilómetro, e de diminuir as emissões de dióxido de carbono, a DAF Trucks continua a trabalhar em avançadas tecnologias, em áreas tão diferentes como os motores, a aerodinâmica e sistemas de gestão frotas. Os engenheiros da marca holandesa procuram otimizar os motores da família Paccar PX, que estão disponíveis nas gamas de distribuição ligeira e pesada DAF LF e DAF CF. Com um binário mais elevado a baixas rotações, os novos motores aumentam a sua elasticidade, contribuindo para um maior conforto do condutor e, simultaneamente, melhoram o consumo em cerca de 4%. Segundo a marca, em combinação com as novas transmissões, que oferecem um tempo de resposta menor, o regime do motor diminui em 300 rpm a uma velocidade de cruzeiro de 85 km/h. O novo software de gestão dos motores Paccar PX-5 de 4,5 litros e PX-7 de 6,7 litros aumentou o binário máximo até 12%, que passa a ser de 850 Nm entre as 1200 e as 1500 rpm no bloco de

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quatro cilindros do LF, enquanto o propulsor de seis cilindros do LF e CF disponibiliza 1200 Nm entre as 1100 e as 1700 rpm. O construtor está ainda a trabalhar no domínio de soluções híbridas e elétricas em colaboração com diversos parceiros, tendo apresentado o DAF XF Innovation Truck. “Continuamos a apostar no desenvolvimento de soluções para reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO2, para manter a nossa vantagem competitiva no custo de operação e na liderança do meio ambiente”, afirma Ron Borsboom, diretor de Desenvolvimento de Produto da DAF Trucks. "O XF Innovation Truck inclui as mais recentes tecnologias que temos vindo a desenvolver, tais como a hibridação, a eletrificação ou a recuperação de calor juntamente com uma condução preditiva, ligada e digitalizada, como foi demonstrado com sucesso, no início deste ano, durante o European Truck Platooning Challenge." O responsável adianta que, durante a última década, o consumo médio de combustível de um camião de longo curso, e consequentemente das emissões, diminuiu cerca de 14%. “Os próximos passos podem incluir o novo regulamento de pesos e dimensões, que foi aprovado pelo Parlamento Europeu. A melhoria na aerodinâmica vai permitir diminuir

o consumo de combustível e as emissões. Em simultâneo, poderemos aproveitar a oportunidade para melhorar o campo de visão do motorista. Tal como no platooning estamos à espera das decisões de Bruxelas”, acrescenta.

DAF CONNECT Com o objetivo de auxiliar a atividade do operador de transportes, a DAF criou um sistema de gestão de frotas, o Connect, que transmite informação em tempo real sobre o desempenho dos veículos e dos motoristas. O operador pode visualizar numa plataforma online as informações relativas à localização dos veículos, ao consumo de combustível, à quilometragem, ao nível de utilização da frota e aos tempos de paragem. Os dados mais relevantes para o gestor de frota são especificados na plataforma, que é de fácil utilização e pode ser configurada para elaborar relatórios completos sobre o consumo de combustível, com dados recentes e antigos, e também comparar veículos e condutores. A função ‘Live Fleet View’ disponibiliza todas as informações necessárias sobre a localização da frota, de modo a possibilitar um melhor planeamento, incluindo as distâncias percorridas, os tempos de condução do motorista e do veículo. /


14%

REDUÇÃO DE CONSUMOS NA ÚLTIMA DÉCADA

4%

MELHORIA NOS CONSUMOS NA GAMA ATUAL

12%

AUMENTO DO BINÁRIO

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ENSAIO

RENAULT T520 MAXISPACE

EVOLUÇÃO DO PISO PLANO

Ensaiamos o modelo de referência da marca francesa Renault, o T520 Maxispace, que tem uma cabina desenvolvida para o longo curso e oferece uma quantidade infinita de detalhes

TEXTO JOSE A. MAROTTO FOTOS JUAN CARABALLO

P

assou a era do Magnum para dar lugar à dos novos Renault T, que são os dignos sucessores das míticas “AE”. Apesar de termos a consciência de estarmos perante um camião de nova geração, o ambiente geral não esconde as origens deste novo trator. Um exemplo claro é o piso totalmente plano que nos oferece a cabina, uma vez que, depois de ter sido a pioneira, a Renault não poderia abandonar este conceito, que foi melhorado com a Maxispace. Trata-se de um habitáculo pensado para o longo curso e está repleto de detalhes no seu interior que tornam a vida do condutor bastante mais confortável, sobretudo naquelas alturas em que o camião é utilizado como sala de estar, algo que é excessi-

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vamente habitual para quem está muito tempo na estrada em viagens de longo curso. A motorização deste camião está à altura da sua cabina. O DTI 13 é uma fábrica de potência que já passou em várias ocasiões pelas nossas mãos desde que entrou em vigor a norma Euro 6, mas esta será uma das poucas vezes que assumimos os comandos da versão deste grupo propulsor que nos oferece mais potência, nem mais nem menos do que 520 cv. Por outro lado, por se tratar de um camião que foi lançado há pouco tempo no mercado, consideramos que estão em falta alguns dos automatismos que se vêm impondo, pelos seus bons resultados, nos restantes fabricantes. Relativamente à transmissão, a unidade de ensaio conta com a conhecida caixa Optidriver, na sua versão AT 2612 F, que prima pela economia, se a deixarmos trabalhar no modo “automatizado”.

O seu comando está localizado no lado direito da coluna da direção, num lugar onde existem demasiadas alavancas para o nosso gosto. Também é verdade que numa viagem normal não seja habitual utilizá-la de uma forma continuada, nem sequer o ralentizador, que também pode ser acionado automaticamente com o comando da velocidade de cruzeiro.

QUESTÃO DE ESPAÇO Se algo chama a atenção ao entrarmos neste camião é o seu espaço interior e em grande parte isto deve-se ao seu piso totalmente plano. O posto de condução regula-se na perfeição graças às múltiplas possibilidades de ajuste dos bancos, que, além disso, se apresentam com revestimento em pele. O tabliê, por sua vez, foi montado de forma envolvente para que o condutor possa alcançar todos os comandos sem ti-


AVALIAÇÃO MOTOR AVALIAÇÃO Elasticidade / aceleração 8 Área de trabalho 8 Trabalho a baixo regime 8 Travão motor 8 Manutenção diária 7 Retardador 8 Ruído 8 Total motor 55 TRANSMISSÃO Caixa de velocidades 8 Embraiagem 8 Escalonamento 7 Relação do grupo 7 Total transmissão 30 CHASSIS Suspensão 8 Travões 8 Direção 8 Total chassis 24 CABINA Equipamento de série 8 Visibilidade 8 Habitabilidade 9 Conforto condutor 8 Conforto acompanhante 8 Armários 8 Acesso 7 Mobilidade interior 9 Camas 8 Painel de instrumentos 7 Equipamento 8 Retrovisores 8 Materiais 7 Volante 7 Ruído interior 8 Abatimento 8 Total cabina 126 AVALIAÇÃO TOTAL 235

rar os olhos da estrada. Todavia, seria de agradecer um pouco mais de simplicidade no seu manuseamento, já que a lógica de alguns automatismos nos parece algo complicada, uma situação que se resolve com uma leitura atenta do livro de instruções. É no interior que encontramos mais detalhes que nos chamam a atenção. O facto de contarmos com apenas uma cama – a inferior – permitiu a instalação de uma fila de armários na parte de baixo do teto, num estilo que nos recorda muito o do grupo sueco Volvo, do qual a Renault Trucks faz parte, com portas do tipo persiana e que possibilitam a montagem de alguns eletrodomésticos, como uma máquina de café e inclusivamente uma caixa-forte. Na zona frontal, sobre a para-sol existem mais armários, de dimensões generosas e com portas basculantes na horizontal que não impedem deslocamentos de objetos no seu interior. Uma des-

tas portas até está disponível com fechadura, para objetos de maior valor. A marca francesa aproveitou o espaço disponível com apenas uma cama para criar uma área com uma mesa rebatível e extensível que, em conjunto com o banco da direita, pode girar até 120 graus, transformando-o numa zona onde o motorista pode ter um escritório ou simplesmente um lugar onde pode comer comodamente. Para facilitar ainda mais as coisas, por baixo da mesa existe uma simples mas muito útil gaveta, que conta com divisões à medida dos talheres, que impedem movimentos descontrolados dos mesmos. A cama também é extensível de forma a que, ao puxarmos, ganhamos uns centímetros que melhoram o descanso quando não estamos a dormir; ao recolhê-la ganhamos um pouco de espaço na cabina. Trata-se de um colchão firme que consti-

tui um simples mas útil complemento, com o qual podemos estar recostados, sem chegarmos a estar deitados, numa posição muito cómoda para, por exemplo, ver televisão. Existem mais armários, como os roupeiros ao pé da cama, que são ideais para pendurar roupa que não queremos que se amarrote, ou um gavetão por baixo do banco do condutor, que é novo nesta cabina “Maxispace”. Outro dos detalhes que encontramos é a possibilidade de trocar os blocos de botões do tabliê, uma vez que, com uma manobra simples, é possível extraí-los e colocá-los em qualquer das posições que estão previstas para o efeito.

O TREZE LITROS MAIS PODEROSO O nosso camião de teste recebeu o motor mais potente disponibilizado pela marca francesa,

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ENSAIO

RENAULT T520 MAXISPACE

CURVA DE POTÊNCIA E BINÁRIO Este motor rende 520 cv a um regime de 1800 rotações e um binário máximo de 2550 Nm a partir das 1100 rpm. Além disso, dispõe de uma versão atualizada da caixa de velocidades, em concreto a Optidriver AT 2612 F, com a economia a sobrepor-se aos outros parâmetros. Tudo o que foi referido anteriormente conferiu a esta série T um fôlego que nos permitiu vencer a serra na décima velocidade a 62 km/h e a pouco mais de 1420 rpm, que é o limite a partir do qual se sai da curva do binário para entrar na da potência máxima. Quem sabe se esta linha estreita se transformará na protagonista, uma vez que acima ganharemos um pouco em velocidade à custa do consumo, enquanto abaixo estaremos seguramente na zona de binário máximo, penalizando algum quilómetro por hora na velocidade de ponta, mas, controlando sempre que possível o consumo.

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CURVAS CURVA DE POTÊNCIA 1000 rpm 1200 rpm 1400 rpm 1432 rpm 1600 rpm 1900 rpm CURVA DE BINÁRIO 800 rpm 1000 rpm 1432 rpm 1600 rpm 1800 rpm

342 cv 422 cv 490 cv 520 cv 520 cv 520 cv

175 mkg 260 mkg 260 mkg 232 mkg 207 mkg

Regime de trabalho: entre 1000 e 1500 rpm (segundo tacógrafo)

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o DTI 13 520. Trata-se de um bloco de seis cilindros em linha e quase 13 litros de capacidade, que desenvolve até 520 cv às 1800 rotações, e um binário máximo de 2550 Nm a partir das 1100 rpm e se mantém até pouco ultrapassar as 1400 rpm. Com esta potência, subir o Guadarrama tornou-se um agradável passeio e não só graças ao camião, mas também a um dia espetacular, quase primaveril. Logicamente, a velocidade média melhora com um camião mais potente, algo que sucedeu durante o nosso percurso e, como também seria lógico pensar, esse aumento da velocidade média será à base do consumo de combustível, mas neste caso esse incremento razoável do consumo não foi muito por aí além. Este série T conduz-se com facilidade, ainda que ao não instalar um sistema de controlo de velocidade ativo, já disponibilizado pela Renault Trucks


EQUIPAMENTO Ar condicionado Série Banco do acompanhante pneumático Série Banco do condutor pneumático Série Bancos aquecidos Série Basculamento elétrico da cabina Série Buzina de ar Opção Cabina com cama Série Cabina sobreelevada Série Caixa de velocidades automatizada Série Calefação autónoma Série Cama dupla Série Climatizador Serie Controlo da velocidade cruzeiro Série Depósito de aluminio Série Espelhos aquecidos Série Espelhos elétricos Série Faróis de nevoeiro Série Fecho centralizado Série Lava-faróis Opção Ligações elétricas / pneumáticas Série Lubrificação centralizada Não disponível Luz de trabalho exterior Série Pack aerodinâmico Série Para-sol Série Pré-instalação de CB Série Programa eletrónico de estabilidade (ESP) Série Radio / CD Série Ralentizador (hidráulico) Opção Sistema antibloqueio dos travões (ABS) Série Sistema controlo de tração (ASR) Série Suspensão pneumática da cabina Série Tomada de corrente 24 / 12 V. Série Tomadas de reboque Série Vidros elétricos acompanhante Série Vidros elétricos condutor Série

ESPAÇO PARA TUDO E PARA TODOS A Renault aproveitou o piso plano Maxispace para transformar a cabina deste Série T numa autêntica casa, com armário, mesa rebatível, cama, um assento giratório do lado direito e espaço ainda para instalar eletrodomésticos, como, por exemplo, uma máquina de café

nesta gama, nos obrigue a trabalhar um pouco mais, já que temos de ser nós a decidir quando se tem de utilizar a eletrónica para que o consumo seja otimizado. Na verdade, o motorista deve ser parte muito ativa para evitar perdas excessivas de velocidade e obter um melhor aproveitamento da orografia. Nesta ordem das coisas, os automatismos pareceram-nos algo complexos e não são excessivamente intuitivos, já que para conhecer bem a fundo o sistema temos de deitar mão ao livro de instruções para utilizar na sua justa medida cada um dos parâmetros, mas depois de se fazerem estes ajustes, o sistema eletrónico encarrega-se do resto. Existem até três opções para programar o controlo de velocidade em função de uma maior importância à velocidade comercial ou ao consumo. O controlo de velocidade “Eco Cruise Control”

trabalha em conjunto com o “Optiroll”, o sistema de roda livre, semelhante a circular em ponto morto. Apesar de se ter verificado um salto qualitativo em comparação com modelos anteriores, apercebemo-nos de que, em algumas situações, a sua ativação em descidas pronunciadas faz com que o camião atinja a velocidade máxima muito rapidamente, obrigando a que seja necessário fazer antes uma retenção automática. Com o regulador da velocidade de cruzeiro ativado, a Renault conta com um sistema, muito acertado do nosso ponto de vista, que cerca de 40 segundos após ter sido ultrapassada a velocidade máxima, retém o camião para que regresse à velocidade legal. Com isto, há que ter em conta que se ligarmos o “Eco Cruise Control” depois de termos superado a velocidade, o sistema só irá iniciar a contagem no momento da sua ativação.

E, para terminar, quando mais se sente a ausência de cabinas como esta Maxispace, que acabamos de ensaiar, é naquelas situações em que o motorista está longe de casa durante muito tempo e não tem ao seu dispor o conforto suficiente para que as longas horas de espera se tornem menos penosas. O Renault T520 Maxispace possui um habitáculo concebido especialmente para o longo curso e inclui um elevado número de detalhes que melhoram o nosso dia-a-dia, em particular quando o camião se transforma na nossa casa. Por último, queremos salientar que a Renault optou por uma renovação completa da sua gama e, ainda que vamos vendo os seus míticos Magnum como parte do passado, não há dúvida de que continuam a existir reminiscências nos novos camiões que vão sendo apresentados por este fabricante. /

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ENSAIO

RENAULT T520 MAXISPACE FICHA TÉCNICA Renault T 520 Maxispace MOTOR Modelo DTI 13 Tipo Turbocompressor e intercooler, quatro válvulas por cilindro e tecnología SCR mais filtro de partículas, Euro 6 Injeção Alta pressão alimentada por injetores bomba Cabeça do motor Monobloco Árvore de cames À cabeça, distribuição traseira N.º de cilindros 6 em linha Diâmetro x curso 131 x 158 mm Cilindrada 12,7 litros Relação de compressão 16,8:1 Potência 520 cv (382 kW) entre as 1432 e as 1800 rpm Binário do motor 260 mkg (2550 Nm) entre as 1100 e as 1432 rpm TRANSMISSÃO Embraiagem Monodisco a seco, 430 mm Caixa de velocidades Optidriver AT 2612 F Número de velocidades 12 automatizadas EIXOS Eixo dianteiro Capacidade 8 toneladas Ponte traseira P 13170 D capacidade 13 ton. Relação do grupo 2,64:1 TRAVÕES Sistema de travagem Discos ventilados. EBS Acionamento Pneumático. Dois circuitos independentes Travão-motor Optibrake (potência de 382 kw às 2300 rpm) Retarder SI, Ralentizador Hidráulico Voith 450 kw. SUSPENSÃO Dianteira Molas parabólicas e barra estabilizadora Traseira Pneumática DIREÇÃO Acionamento Hidráulico, com assistência pneumática Diâmetro de viragem 7550 mm (total) RODAS Pneus 315/70R22,5 Jantes 22,5 x 9 EQUIPAMENTO ELÉTRICO Tensão 24 V Bateria 2 x 225 Ah Alternador 150 A Motor de arranque 6,2 kw DEPÓSITOS Gasóleo 490 l alumínio AdBlue 64 l Óleo 40 l PESOS Tara trator (camião) 7762 kg Tara conjunto Informação não disponibilizada pela marca M.M.A. em teste 39 960 kg

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CONSUMOS Quilómetros totais 365 Litros totais de AdBlue 10,40 Consumo médio AdBlue l/100 km 2,849 Consumo médio gasóleo l/100 km 32,529 Custo de gasóleo a cada 100 km (a 1,3 €/ litro) 42,29 € Custo AdBlue a cada 100 km (a 0,55 €/litro) 1,57 € Preço total a cada 100 km de gasóleo mais AdBlue 43,86 €

DIMENSÕES A "Maxispace" é uma cabina pensada para passar muitas horas no interior. Mantém o piso plano dos Magnum e as suas dimensões são generosas. Além disso, tem pormenores exclusivos, que facilitarão muito a vida do motorista, como a disposição da mesa, um assento giratório do tipo poltrona no lado direito e um bom número de armários, que ocupam o espaço onde anteriormente estava a cama superior. INTERIORES A. 422 mm B. 1671 mm C. 2104 mm D. 1700 mm E. 1494 mm F. 1270 mm G. 380 mm H. 570-670 mm I. 2050 mm J. 2000 mm K. 2240 mm L. --

EXTERIORES A. B. C. D. E. F. G. H. I.

3800 mm 5990 mm 825 mm 1365 mm 3000 mm 2028 mm 2600 mm 2920 mm 3881 mm


ESTILO E ARRUMAÇÃO O Renault T520 Maxispace beneficia de uma carroçaria aerodinâmica e com pormenores de estilo, como as luzes diurnas LED. Do exterior é possível aceder a uma zona de arrumos na lateral esquerda da cabina, que também pode ser acedida pelo interior

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ENSAIO

PEUGEOT BOXER CD CLIM L1H1 2.2 HDI

ESPAÇO PARA TUDO

Num veículo comercial, um dos aspetos mais relevantes é o espaço. No caso do Peugeot Boxer, esse é um dos trunfos mais importantes, com espaço de sobra para carga, mas também para os ocupantes e para rechear este veículo de equipamento TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

uem procura um veículo comercial atenta, em larga medida, no espaço disponível para a carga que será transportada, bem como na facilidade em colocá-la e retirá-la do compartimento que lhe é destinado. Ciente desta realidade, a Peugeot dotou a gama Boxer de uma capacidade bastante interessante, que oscila entre os 17 m3 de volume útil da variante L4H3 e os 8 m3 da variante L1H1, a mais pequena e que se analisa nestas linhas. Num bom patamar entre os concorrentes do segmento, o Peugeot Boxer mais pequeno da gama ofe-

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rece uma capacidade de carga de 1265 kg e um total de peso admissível de três toneladas. As áreas amplas são muito bem-vindas. O modelo gaulês apresenta uma altura útil de 1662 mm, para uma largura de 1870 mm, merecendo, neste particular, nota os 1420 mm de distância entre as cavas das rodas, o que permite que seja carregada uma Europalete sem dificuldade. Para o mesmo fim concorrem também os 493 mm de altura ao solo, uma das mais baixas do segmento, a abertura das portas traseiras até 180º e a porta lateral deslizante, também de tamanho generoso. Tudo isto num invólucro com uma imagem moderna e robusta, onde sobressai o para-choques de novo desenho e que ocupa grande parte da secção dian-

teira, para garantir maior proteção. Integrados nele estão os faróis de nevoeiro, um opcional que obriga ao dispêndio de 185 euros e que se encontrava montado na unidade ensaiada. Opcionais são também as luzes diurnas por LED (250€), incorporadas nos grupos óticos, sendo oferecida de série a variante que utiliza lâmpadas. A traseira alberga, no topo, um opcional altamente recomendado para ajudar a manobrar os 4963 mm de comprimento deste furgão. Falamos da câmara de visão traseira com sensores de ajuda ao estacionamento, parte do pack City (680€), opcional montado neste modelo que oferece ainda a bateria reforçada, o cinzeiro e isqueiro e uma tomada de 12V no compartimento de carga.


CONFORTÁVEL E BEM EQUIPADO O interior deste furgão é, também ele, espaçoso e alberga com conforto três ocupantes. As costas do banco central podem ser rebatidas para conseguir uma “mesa de trabalho” e oferecem até um clip para segurar os documentos mais importantes durante a viagem. Os locais de arrumação podiam ser em maior número, mas não comprometem. Tomando o lugar atrás do volante, achamos com facilidade uma boa posição de condução, graças às amplas regulações do banco e do volante e aos comandos elétricos para regulação dos espelhos retrovisores. Em termos de performance, o motor 2.2 HDi de 150 cv que equipa este Boxer cumpre os seus requisitos sem deslumbrar nem comprometer. Ajudado pela caixa manual de seis relações – bem escalonada e com um posicionamento que não compromete o conforto do passageiro do lugar central – o Boxer apresenta um consumo médio de 6,8 l/ 100 km, um valor que, cremos, é muito difícil de conseguir, mesmo atendendo ao que nos diz o indicador de mudança ideal, uma das caraterísticas que a Peugeot incorporou no novo Boxer com o intuito de diminuir os consumos. O mesmo acontece com os pneus montados de série em jantes de aço de 15”. Além de consumos reduzidos, a Peugeot procurou que o Boxer oferecesse custos de operação diminutos, tendo para tal tomado algumas medidas. A primeira delas foi dotar os motores da gama de uma corrente de distribuição que não requer qualquer substituição, tendo a segunda sido o aumento do prazo para a primeira manutenção, que passa a ocorrer apenas aos 48 000 km ou dois anos, mais

8000 km do que anteriormente. Também o sistema de travagem cresceu em tamanho, garantindo assim melhores desempenhos e um desgaste menor. Além destas alterações que baixam os custos de operação, o furgão francês apresenta um custo de manutenção extremamente diminuto, de apenas 0,83 euros por cada cem quilómetros, assumindo o limite de cem mil quilómetros preconizado pelo fabricante. Ao mesmo tempo, o construtor francês propõe um leque de equipamento de série muito alargado, onde merecem destaque, na variante CD Clim, aqui em análise, o ar condicionado manual, o sistema mãos-livres por Bluetooth e o touch screen de 5”, a partir do qual se controlam diversas funções e onde se veem as imagens da câmara traseira. Ajuda à travagem de emergência e ESP com Hill Assist e Load Adaptative Control (adapta a intervenção do ESP em função da carga e sua distribuição) são duas adições a esta lista de equipamento de série, tal como o pack Renforcé, que acrescenta uma suspensão reforçada e sobre-elevada ao Boxer e um reservatório para 125 litros de combustível. O airbag para o condutor também é oferecido de série, mas, infelizmente, é o único no presente no habitáculo, ficando os de passageiro e cortina para a lista de opcionais, onde marcam também presença o sistema de alerta para a transposição involuntária da faixa e os sensores de luz e chuva. Os 27 386 euros (sem IVA) pedidos por este Peugeot Boxer não são um preço demasiado elevado a pagar por este furgão, atendendo à boa relação entre custo, equipamento, capacidade de carga e custos de manutenção. /

MODULAR E CAPAZ Espaçoso e com um bom nível de equipamento, o Boxer permite que as costas do banco central sejam rebatidas para se criar uma “mesa de trabalho”. Além do mais, oferece uma excelente acessibilidade e espaço para carregar sem dificuldade uma Europalete. Mesmo na variante mais pequena, a L1H1, tem uma capacidade de carga de 1265 kg

150

CV

POTÊNCIA MÁXIMA

8

M3

VOLUME ÚTIL DE CARGA

0,83

€/100 KM

CUSTO DE MANUTENÇÃO

6,8

L /100 KM

CONSUMO MÉDIO

PEUGEOT BOXER CD CLIM L1H1 2.2 HDI 150 CV PREÇO 33 685€ MOTOR 4 CIL; 2198 CC; 150 CV; 3500 RPM BINÁRIO 350 Nm; 2000 RPM TRANSMISSÃO Dianteira; 6 Vel. Manual PESO 3000 KG COMP./LARG./ALT. 4,96/2,05/2,25 M MALA 8 m3 CONSUMO 6,8 l/100 KM EMISSÕES CO2 180 G/KM ESPAÇOSO PARA TRÊS, SISTEMA DE ESTACIONAMENTO COM CÂMARA REGULAÇÕES CONFUSAS NO BANCO DO CONDUTOR, TOUCHSCREEN POUCO REATIVO

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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NOVIDADES

HYUNDAI H350

NOVOS MOTORES EURO 6 A Hyundai introduziu novos motores Euro 6 na gama H350 e alargou a comercialização deste modelo a 14 países. Chega no final do ano a Portugal TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

E

streado no Salão de Veículos Comerciais de Hannover de 2014, o Hyundai H350 é o primeiro veículo comercial ligeiro de grandes dimensões da marca sul-coreana a ser comercializado na Europa. Produzido na Turquia, numa linha de montagem dedicada da fábrica da Karsan Automotive, este veículo começou por ser exportado inicialmente para nove países europeus: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Itália, Polónia, República Checa, Suíça e Turquia. Dois anos depois, a marca anunciou a comercialização em mais cinco mercados – Bulgária, na Dinamarca, na Hungria, Portugal e Roménia – adiantando que, a partir de 2017, o H350 estará disponível numa rede de 500 concessionários. Além do grande espaço de carga, do design ergonómico e das prestações robustas associadas com os elevados padrões de qualidade e segurança, que se devem a uma carroçaria rígida fabricada em aço de elevada elasticidade, este modelo recebeu agora uma nova versão do motor turbodiesel de 2,5 litros, com 150 ou 170 cv, que cumpre a norma de emissões Euro 6. Aquele propulsor foi otimizado para oferecer uma maior eficiência e uma redução de combustível até 4,4%, graças à utiliza-

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TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

6,0 M

COMPRIMENTO

8,1 L/100 km CONSUMO

150 CV POTÊNCIA

12,9 M

3

VOLUME UTIL

ção da tecnologia de Redução Catalítica Seletiva (SCR) e a uma bomba de óleo de comando variável. A transmissão está a cargo de uma caixa manual de seis velocidades, sendo a tração assegurada pelas rodas traseiras. O sistema Active Eco Drive passa a integrar o equipamento de série e permite reduzir o consumo de combustível ao adaptar a gestão eletrónica do motor ao estilo de condução. O derivativo furgão do Hyundai H350 está disponível em comprimentos de 5,2 ou 6,0 metros e oferece uma capacidade de carga até 1350 quilogramas. Com um volume útil de até 12,9 m3, o compartimento de carga permite transportar até cinco europaletes. O derivativo chassis-cabina tem um comprimento carroçável da caixa de carga até quatro metros e uma largura de 2,32 metros. A gama inclui ainda as variantes furgão de passageiros e minibus, com lotação até 13 passageiros e condutor. “Dois anos após a estreia do H350 no Salão de Hannover, lançámos o nosso novo veículo em 14 mercados europeus e agora estamos a reforçar a oferta na Europa com melhorias de produto e uma garantia única feita à medida. Os clientes podem escolher a nossa garantia de três anos sem limite de quilómetros ou um pacote de garantia de cinco anos e 200 mil quilómetros para satisfazer as diferentes necessidades dos seus negócios”, afirma o CEO da Hyundai Motor Europe, Thomas A. Schmid. /



NOVIDADES

VOLKSWAGEN E-CRAFTER

TAMBÉM ELÉTRICA A Volkswagen apresentou o protótipo de um veículo comercial elétrico baseado na nova geração do Crafter. Denominado e-Crafter, terá uma autonomia de 200 km e uma capacidade de carga de 1,7 toneladas TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

pós o lançamento d0 Crafter, a Volkswagen Veículos Comerciais anunciou que esta gama vai contar com uma versão totalmente elétrica. O modelo vai receber a designação e-Crafter, estando previsto que as primeiras unidades comecem a ser entregues aos clientes em 2017. O compartimento de carga do e-Crafter terá as mesmas caraterísticas da versão equivalente de combustão do Crafter, incluindo um comprimento interno de 4855 mm, uma largura entre as cavas das rodas de 1380 mm e uma altura de 1961 mm. Estas dimensões permitem disponibilizar um volume útil de carga de 11,3 m3 , sendo a capacidade de carga de 1,7 toneladas. O peso bruto do veículo é de 4,25 toneladas. O motor elétrico desenvolve uma potência de 100 kW (136 cv) e um binário máximo de 290 Nm. Para não penalizar o consumo de energia, a velocidade máxima está limitada eletronicamente a 80 km/h, um valor justificado pela marca pelo tipo de utilização em ambiente urbano. Este comercial ligeiro elétrico de grandes dimensões dispõe de uma bateria de iões de lítio de 312 células, com uma capacidade 43 kWh. Para não prejudicar a capacidade de carga, as baterias foram instaladas por baixo deste compartimento. Em função do tipo de utilização, a marca anuncia uma autonomia superior a 200 quilómetros. O recarregamento pode

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11,3 M

3

VOLUME ÚTIL DE CARGA

200 KM AUTONOMIA

136 CV POTÊNCIA

80 KM/H

VELOCIDADE MÁXIMA LIMITADA

ser feito numa tomada normal ou com um sistema de carga rápida, operação que demora 45 minutos a carregar 80% da capacidade. A conceção do e-Crafter já levou em conta futuros desenvolvimentos nas baterias, que, em função das necessidades dos clientes, permitirão configurar autonomias de até 400 quilómetros. Este protótipo distingue-se da versão diesel pela pintura em azul metalizado, pelos para-choques na cor da carroçaria, pelos frisos de proteção lateral e pela barra azul na grelha. O e-Crafter também podem ser identificado pela assinatura em C das luzes de circulação diurna, caraterística típica dos veículos elétricos da Volkswagen. O habitáculo também se diferencia da versão diesel pelo “power meter” em lugar do conta-rotações, enquanto o volante em pele recebe aplicações decorativas em tom azul. /



DESTAQUE

REDES DE ASSISTÊNCIA IBÉRICA

APOIO NA ESTRADA

À ESCALA IBÉRICA

C

om o objetivo de solucionar avarias nos veículos pesados existe uma rede bastante completa a nível ibérico para os voltar a colocar em circulação TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

Na União Europeia, ocorrem anualmente cerca de dois milhões de avarias em veículos pesados de mercadorias ou passageiros. Cerca de 50% das viaturas não dispõem de qualquer serviço de assistência especializada na organização dos serviços de reparação, o que se pode traduzir numa despesa considerável para o operador de transportes, até porque os custos de reparação podem ser até dez vezes mais elevados se esta não for efetuada por um especialista na assistência a pesados. E, neste domínio, o mercado disponibiliza as mais diversas soluções, através de uma rede de assistência bastante completa na Península Ibérica, quer por parte dos fabricantes de veículos e pneus, quer por parte das oficinas independentes. Se os veículos estiverem abrangidos pela garantia de fábrica ou por contratos de manutenção e reparação (uma situação bastante comum em contratos de aluguer operacional), a assistência será assegurada prioritariamente pela rede oficial do construtor, que dispõe de uma estrutura adequada para responder às necessidades e solicitações dos clientes, incluindo centrais de atendimento telefónico. Todas as marcas possuem uma cobertura bastante alargada do espaço ibérico. Regra geral, os pontos de assistência encontram-se estrategicamente localizados para cobrir os principais eixos rodoviários que são utilizados no transporte rodoviário, sendo que a rede de assistência assegura a totalidade dos

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serviços de manutenção e reparação numa determinada zona geográfica. A título de exemplo, a DAF Trucks disponibiliza uma rede com aproximadamente mil pontos na Europa, que abrangem os DAF Dealers e os DAF Service Partners. Na Península Ibérica, a cobertura é assegurada por oito pontos em Portugal e 60 em Espanha. Pedro Inácio, Service Area Manager da DAF Trucks, explica: “Os pontos de assistência estão localizados preferencialmente nas principais rotas do tráfego internacional, mas nas periferias das cidades, onde existem os grandes armazéns de logística, esforçamo-nos para ter a nossa representação presente.” A rede de assistência está organizada por “DAF Full Dealer” – com todos os serviços da marca –, DAF Service Dealer – concessionário de serviço de após-venda, peças e serviço, serviço de assistência de emergência (NTS e ITS) e outros serviços específicos do concessionário (frio, fibra, semirreboques, autocarros) –, e DAF Service Support Point – só serviço de após-venda e assistência. Em caso de imobilização, a DAF disponibiliza um serviço específico que gere todo o processo de assistência, nacional e internacional. O concessionário designado tem todas as competências para o caso apresentado, sendo os serviços válidos para tratores e reboques. O serviço de assistência de emergência tem custos associados, sendo o pagamento efetuado


CERCA DE 50% DAS VIATURAS NÃO DISPÕEM DE SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA, o que se pode traduzir numa despesa considerável para o operador de transportes, até porque os custos podem ser até 10 vezes maiores se a reparação não for feita por um especialista

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DESTAQUE

REDES DE ASSISTÊNCIA IBÉRICA

MARCAS E INDEPENDENTES Além dos serviços oficinais das marcas, o transportador pode também contar com os serviços de oficinas independentes especializadas em veículos pesados

pelo concessionário onde a empresa de transportes tem conta associada (designado Home Dealer) e posteriormente gerido entre este e o cliente. Com uma rede de 99 pontos de assistência após-venda em Espanha e nove em Portugal, também a Renault Trucks disponibiliza todos os recursos necessários à realização de serviços de manutenção e reparação em camiões da marca, para além de possuir em cada estabelecimento um serviço de venda de peças ao balcão, um centro de atendimento telefónico para vendas de serviços de peças e serviço de intervenção na estrada. “O leque de soluções de após-venda disponível visa cobrir as necessidades específicas identificadas pelos clientes Renault Trucks, permitindo minimizar os períodos de imobilização associados às intervenções técnicas em veículos da marca, assim como otimizar a curva de custos real que está associada à exploração do referido veículo ao longo da sua vida útil”, afirma Luís Jervell, gestor de marketing da Galius, distribuidor / importador da Renault Trucks para o mercado nacional. Já a rede oficial da Scania é constituída por 70 oficinas na Península Ibérica. O responsável da Scania

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Assistance, Afonso Guimarães, salienta que “não existem pontos principais e todas as nossas oficinas estão preparadas para dar assistência dentro da sua área de cobertura. Isto porque todas as oficinas da Scania – e não só na Península Ibérica – são auditadas pelo sistema interno de qualidade da Scania, que nos permite que os nossos clientes tenham o mesmo grau de profissionalismo, competências e meios técnicos, estejam onde estiverem”. Todos os pontos de assistência oficiais da marca possuem o serviço de 24 horas e um furgão para o serviço Scania Assistance. “O Scania Assistance trabalha com todos os serviços existentes nas oficinas da rede Scania e não se limita à tradicional assistência rodoviária de 24 horas”, refere Afonso Guimarães. O portefólio de serviços inclui a assistência a reboques, marcações nas oficinas, indicação da oficina mais próxima e pagamento de multas no estrangeiro. “Uma das vantagens do Scania Assistance é o facto de estar tão perto da realidade e idiossincrasia dos clientes, com diversas centrais de atendimento espalhadas por zonas geográficas”, defende o responsável. “Portugal, por exemplo, insere-se na região Sul da

Europa, que tem uma central sediada em Madrid, nas mesmas instalações da Scania Ibérica e com portugueses na equipa de coordenação do serviço. Além disso, o serviço não é subcontratado, sendo coordenado por pessoal da Scania, com profundo conhecimento do negócio e das necessidades dos nossos clientes”, adianta. Outra referência no segmento dos pesados é a Volvo Trucks, uma das marcas que mais cedo apostou numa ampla cobertura da sua rede de assistência para veículos pesados, incluindo o serviço de assistência em viagem Volvo Action Service. A rede de assistência em Portugal é constituída por oito concessionários da Auto Sueco, quatro da Ascendum e outros tantos independentes (Arouca, Faro, Ponta Delgada e Funchal). “Todos os concessionários possuem os meios e recursos adequados às necessidades dos seus clientes e aplicam os mesmos procedimentos definidos pela marca no atendimento, na qualidade de serviço e no follow-up junto do cliente”, afirma Ana Gago, gestora de marketing da Auto Sueco. “Para além disso, as condições comerciais do cliente são idênticas em toda a rede após-venda e o sistema


LINHA ABERTA

C

informático permite visualizar o histórico das viaturas em qualquer concessionário, o que permite ao cliente sentir que está na Volvo, independentemente do local onde a sua viatura é assistida”, acrescenta.

INDEPENDENTES ESPECIALIZADOS Para além dos serviços oficiais das marcas, o transportador pode também contar com a ajuda das oficinas independentes especializadas em pesados. Entre aquelas com maior dimensão encontra-se a Top Truck, que está representada com 17 oficinas aderentes em Portugal e 135 pontos de assistência em Espanha. No nosso país, a rede está “distribuída com homogeneidade desde Ponte de Lima até Olhão, apesar de haver – como é compreensível – uma maior densidade oficinal nos principais centros urbanos, como Lisboa e Porto”, refere Miguel Ribeiro, gestor da rede Top Truck. O responsável adianta que a assistência apresenta algumas diferenças em Portugal, caracterizando o procedimento como “mais simples e direto”. “Fruto do excelente relacionamento que as oficinas aderentes construíram ao longo dos últimos quatro anos, basta um simples telefonema

om o objetivo de prestar um apoio mais rápido em caso de imobilização do veículo na estrada, os principais fabricantes criaram serviços de assistência 24 horas, que são acionados através de contacto telefónico para uma central de atendimento, que depois faz deslocar uma equipa de assistência a partir da oficina autorizada mais próxima. “Se o motorista não se conseguir expressar de forma a ser compreendido, o coordenador poderá agir como tradutor entre o motorista e a polícia ou um técnico de reparação local, sendo esta opção válida tanto nas deslocações à oficina, como nas imobilizações na estrada”, explica Ana Gago, gestora de marketing da Auto Sueco. O mesmo princípio se aplica à Scania: “O lema da Scania Assistance é one call away, o que significa que para ativar o serviço basta ligar para o nosso número e o atendimento será efetuado sempre pela equipa da Scania Assistance do Sul da Europa em Português”, refere Afonso Guimarães, da Scania Ibérica. O serviço não tem custo de ativação, sendo apenas cobrado o que seja necessário realizar posteriormente. Se o veículo não estiver abrangido por contrato de manutenção e reparação, que inclui serviço

Scania Assistance com cobertura internacional, e se a intervenção implicar custos para o cliente, este pode optar por diferentes meios de pagamento, sendo o mais comum um crédito do concessionário habitual. “Na Scania Assistance trabalhamos também com pagamento por cartão de crédito através da Internet, que é bastante cómodo e conveniente”, refere Afonso Guimarães. No caso da Renault Trucks, a assistência é realizada gratuitamente, caso o veículo se encontre dentro do período de garantia do construtor. Em todas as outras situações, o serviço tem um “custo de abertura e custos administrativos, para além do custo da deslocação e reparação efetuada pelo ponto da rede de assistência”, afirma Luís Jervell. “O assistente tratará de gerir todo o processo de obtenção de garantia de pagamento junto do concessionário e chamada do ponto de rede de assistência mais próximo do local da avaria”, acrescenta. A ativação do serviço Volvo Action Service, que está disponível para qualquer cliente da marca, tem um custo associado de 50 euros para os casos nacionais e de cem euros para os internacionais, para além do pagamento do valor da reparação.

ASSISTÊNCIA TELEFÓNICA Os principais fabricantes criaram serviços de assistência 24 horas, que são acionados através de contacto telefónico

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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DESTAQUE

REDES DE ASSISTÊNCIA IBÉRICA

para que um parceiro Top Truck arranque para o local de imobilização do veículo. Aqui, a Top Truck faz-se valer desta forte relação entre oficinas e apresenta uma maior agilidade neste processo, já que não é necessário aguardar por aprovações de crédito nem transferências bancárias que garantam a operação”, acrescenta. Os clientes Top Truck têm disponíveis serviços específicos e exclusivos, destacando-se a “Assistência Europeia 24 Horas”, que funciona com base numa plataforma ibérica mas abrange a esmagadora maioria dos países europeus e oferece um serviço completo, desde a deslocação de um técnico ao local até à gestão do repatriamento da viatura, caso a avaria não possa ser resolvida na estrada. Além disso, todas as intervenções efetuadas pelas oficinas aderentes estão abrangidas pela Garantia de Reparação Top Truck, sendo válida em Portugal e Espanha, durante um período e quilometragem definidas. Para ativar o serviço, o cliente deverá contactar a sua oficina Top Truck habitual e comunicar a avaria, que numa primeira fase é imediatamente diagnosticada pelo técnico que normalmente trabalha e conhece o veículo. “Estas informações prévias serão importantes na medida que ajudarão a plataforma de Assistência 24 Horas a definir a melhor estratégia para resolver o problema o mais rapida-

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mente possível”, explica Miguel Ribeiro. Ao ativar o serviço, o cliente Top Truck beneficia de uma garantia de pagamento que poderá chegar aos três mil euros, incluindo o serviço de reboque caso a avaria não seja passível de ser resolvida no local. “Como entendemos que a prioridade é voltar a colocar o veículo na estrada assim que a reparação estiver concluída, o motorista poderá arrancar imediatamente e prosseguir a sua viagem”, adianta o gestor da rede Top Truck.

ASSISTÊNCIA A PNEUS A necessidade de substituir um pneu é um dos motivos mais comuns para a paragem de um pesado. Nesse sentido, os fabricantes de pneus disponibilizam serviços especializados. A Michelin, por exemplo, conta com a Rede OK24, constituída por 409 oficinas da Rede Euromaster. “A OK24, com entidade organizadora e coordenadora, põe em contacto o cliente, que necessita do serviço ou de uma assistência, através do nosso centro de atendimento telefónico, e a oficina prestadora do serviço”, afirma Antoine Sanches, responsável de Marketing Camião e Autocarro Espanha e Portugal da Michelin, indicando ainda: “Fazemos um acompanhamento exaustivo.” Atualmente, o Serviço OK24 presta apenas assistência a pneus, mas, a curto prazo, será alargado a intervenções de

mecânica rápida, designadamente travões ou sistemas de suspensão pneumática. O serviço pode ser ativado através do centro de atendimento telefónico, que gere e coordena a assistência, desde a chamada inicial até que o motorista possa retomar a sua viagem. “O nosso serviço é para clientes da rede Euromaster e tem custo transparente para o cliente. Esta é uma das nossas grandes vantagens: conhecer o custo antecipadamente, podendo transformar-se um custo variável num fixo”, explica Antoine Sanches, avançando que as faturas são emitidas pela oficina a que pertence o cliente. A Bridgestone, por seu lado, possui a rede de assistência europeia Service Europe, que, na Península Ibérica, é constituída por 30 postos de assistência em Portugal e 120 em Espanha. Para usufruir do serviço, a frota tem de estar inscrita no Service Europe, sendo atribuído um cartão por viatura. A inscrição é efetuada gratuitamente através da rede de agentes Bridgestone Partner. “Existe uma tabela de preços dos serviços previamente definida”, explica Ludgero Pinheiro, gestor de produto TBR na Bridgestone Portugal. “Caso a frota necessite de assistência na estrada, contacta a central telefónica, localizada na Bélgica, que verifica qual o ponto de assistência mais próximo, de forma a poder atribuir-lhe o serviço. A prioridade é resolver o problema o mais rápido pos-


ASSISTÊNCIA TOTAL Os fabricantes de pneus também colocam à disposição dos transportadores redes de assistência específicas para os seus produtos, que garantem curtos tempos de imobilização

sível para que o veículo volte a circular, pois só assim é rentável”, acrescenta. O pagamento do serviço será efetuado através de uma fatura enviada à empresa de transportes pelo agente que a inscreveu na rede. Na Goodyear, a rede de assistência recebeu a designação TruckForce, sendo o serviço assegurado na Península Ibérica por 280 fornecedores. “A rede TruckForce é constituída, principalmente, por oficinas especializadas em pneus da rede Goodyear, a Vulco, mas também contamos com oficinas independentes nas áreas em que necessitamos de reforçar o nosso serviço às frotas”, afirma Paulo Coutinho, responsável de Fleet & Services da Goodyear Dunlop Portugal. Com o objetivo de assegurar assistência em viagem de emergência para incidentes relacionados com pneus, a Goodyear desenvolveu o ServiceLine24. Os pedidos são tratados por uma equipa de profissionais, capaz de responder às chamadas na sua própria língua, relatando o incidente e colocando em contacto a frota com o prestador de serviço mais próximo. “O acesso ao serviço não tem qualquer custo para o utilizador, mas necessita da aprovação da Goodyear”, esclarece Paulo Coutinho. “Está já disponível a aplicação deste serviço para iOS e Android (a ‘app’ Goodyear SL24), onde é possível efetuar o pedido de assistência de forma direta”, adianta. /

ASSISTÊNCIA SEGURA

A

s companhias de seguros também têm soluções próprias que permitem prestar assistência em viagem a veículos pesados. O Grupo Axa Assistance tem uma área de negócio específica que está presente no mercado através da marca Truck Assistance International. Criada em 1997, esta entidade disponibiliza uma solução de assistência global para imobilizações na estrada. Uma das suas missões é fazer poupar dinheiro aos clientes. Em caso de avaria, a TAI solicita a um dos seus prestadores que proceda à reparação no local ou, caso não seja possível, efetue o reboque do veículo até à oficina mais próxima. Face a um acidente, a empresa disponibiliza um veículo de substituição caso o tempo de reparação seja superior a 24 horas, assim como a recuperação das mercadorias que ficarem espalhadas na estrada na altura do sinistro. A Europ Assistance, por sua vez, desenvolveu um programa de garantias específico, destinado a distribuidores e fabricantes.

O programa inclui os principais componentes da cadeia cinemática – motor, injeção, caixa de velocidades e transmissão – disponibilizando duas opções de garantia, para veículos de até 300 cv ou de até 600 cv. O seguro tem uma cobertura de até 24 meses. Com este produto, a Europ Assistance assume o pagamento das reparações efetuadas nas oficinas da rede oficial do fabricante em qualquer ponto do país e por conta do cliente. Em caso de avaria, a empresa dispõe de uma equipa de atendimento dedicada que se encarrega da gestão regularização de todo o processo de reparação do veículo. A empresa disponibiliza ainda serviços que incluem desempanagem e reboque do veículo, alojamento e transporte dos ocupantes, envio de motorista profissional, envio de peças de substituição, pagamento de despesas de comunicação, adiantamento de cauções penais no estrangeiro. Para usufruir destas coberturas, a empresa de transportes tem de incluí-las na sua apólice.

SEGURADORAS TAMBÉM MARCAM PRESENÇA As companhias de seguros também têm soluções próprias, incluídas nas apólices de seguros contratadas pelas empresas, que permitem prestar assistência em viagem a veículos pesados

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NOTÍCIAS

AFTERMARKET

EUROPART

CATÁLOGO DAF A Europart revelou o novo catálogo de peças para DAF. Este lançamento surge no âmbito da estratégia da empresa de apresentar um catálogo próprio para o grupo “Big Seven” das marcas de fabricantes

O

novo catálogo DAF da Europart, com 320 páginas, abrange mais de 1500 artigos adequados às séries DAF XF, CF e LF dos anos de construção entre 1997 e 2016. O manual está organizado por séries, de modo funcional, dividindo-se nas famílias de produtos Motor, Transmissão, Sistema de suspensão

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TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

e amortecimento, Eixos e direção, Sistema de travões, Ar comprimido, Luzes e Sistemas elétricos, Carroçaria e Cabine do condutor. O catálogo fica completo com um abrangente capítulo de acessórios, com artigos de equipamento universais para camiões DAF, como, por exemplo, diversos aparelhos de diagnóstico, manutenção e reparação, ferramentas especiais e produtos adequados para a oficina. Além disso, colaborações adicionais oferecem aos leitores preciosas indicações

e conselhos, por exemplo, relativos ao local de trabalho no poço ou uma nova diretiva sobre os bancos de ensaio para travões. A par de peças de substituição de fabricantes de renome, como Hella, Mekra, Wabco, ZF, Dinex, Hengst, Knorr-Bremse, Reinz, Schaeffler, TRW, Dayco, Jost, ContiTech, Johnson Controls, Robert Bosch, Federal-Mogul, Meritor, Mahle ou SKF, o novo catálogo DAF também inclui inúmeras peças da marca própria Europart.


FEBI TRUCK MARCA PRÓPRIA

DISCOS À PROVA

No novo catálogo DAF, a Europart inclui diversas referências da marca própria, alargando a sua linha a mais de 6500 produtos. Todos os anos a marca própria recebe cerca de 500 referências novas

A

febi truck colocou à prova os seus discos de travão febi 12731 para veículos pesados. O teste foi realizado pela equipa do Schwabentruck durante o processo de desenvolvimento do veículo para a FIA European Truck Racing Championship, tendo os discos sido montados no camião do tricampeão europeu de pesados, Gerd Körber. Durante o teste, os discos foram levados ao limite da sua resistência, tendo sido alcançadas temperaturas superiores a 800º C, um valor muito acima dos cerca de 400º C usualmente registados em competição. Os discos de travão da febi truck suportaram as condições extremas às quais foram submetidos, inclusivamente mais exigentes do que as condições normais de utilização em estrada, confirmando assim, de acordo com a marca, a qualidade deste produto. /

GRUPO METELLI CATÁLOGO NOVO Quanto à gama de produtos Europart, Pierre Fleck, CEO da marca, afirma: “A procura de alternativas de primeira qualidade às peças originais, ou seja, peças correspondentes com o mesmo nível de funcionalidade e qualidade, continua a aumentar constantemente. É precisamente nesta base que definimos a nossa estratégia de duas marcas, uma abordagem de sucesso a nível europeu: no total, a nossa vasta gama abrange 400 mil peças, pelo que podemos dar uma resposta a todas as necessidades e requisitos com uma solução individualizada.” Esta gama abrange, atualmente, mais de 6500 peças, às quais são anualmente adicionadas 500 novas referências. Desta forma, já no final de 2016, o catálogo da marca própria da Europart incluirá cerca de 7000 artigos. /

J

á se encontra disponível a edição de 2017 do catálogo de discos e pastilhas de travão do Grupo Metelli para as marcas Metelli, Cifam, Trusting e Fri.Tech., que também pode ser descarregado no website www.metelligroup.it. O catálogo exibe mais de 1600 páginas destinadas a veículos automóveis, comerciais ligeiros, autocarros e camiões de mais de 140 construtores de todo o mundo. As grandes novidades são a atualização dos códigos disponíveis para as 1500 pastilhas e 1300 discos, os indicadores de desgaste para as pastilhas e a presença das novas pastilhas com tecnologia HybriX, que permite desempenhos excecionais em termos de travagem e conforto, em plena conformidade com as normas já em vigor nos Estados Unidos relativamente à presença limitada de cobre, legislação que entrará em breve em vigor também na Europa. /

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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NOTÍCIAS

AFTERMARKET MAN

SISTEMA OPERATIVO MULTIMARCA RIO

C

om base numa cloud aberta para toda a indústria dos transportes, a MAN apresenta o sistema RIO, que dá nome a uma nova marca, dirigida pela MAN Digital Solutions. Trata-se de um sistema operativo de informações e aplicações uniforme, que inclui ainda possibilidade de previsão, fruto de algoritmos inteligentes. O RIO combina, assim, informação de tratores, reboques, carroçarias, motoristas e encomendas, para, com a ajuda da interligação com informações de trânsito, meteorologia ou dados de navegação, fornecer aos utilizadores recomendações de ações concretas em tempo real. O RIO é o primeiro sistema a oferecer uma plataforma comum, que pode ser utilizada independentemente da marca do veículo ou do sistema de telemática, podendo também os veículos ser equipados posteriormente com este sistema sem quaisquer dificuldades. A partir da primavera de 2017, os novos camiões MAN estarão equipados de série com o RIO. Andreas Renschler, Diretor Executivo da Volkswagen Truck & Bus, afirmou: “O RIO vai alterar profundamente o mundo dos transportes tal como o conhecemos. Pela primeira vez, a nossa plataforma unificada permite o registo, gestão e uso integrado de toda a informação disponível no sistema de transportes. Isto traz vantagens para os nossos clientes porque torna os seus negócios mais lucrativos. Também é bom para o ambiente, pois vão circular menos

camiões vazios nas estradas. O RIO estará disponível dentro de alguns meses. O futuro da indústria dos transportes não começa em 2025, começa aqui e agora.” Tal como os sistemas operacionais dos smartphones, podem ser utilizadas várias aplicações

com o RIO que são intuitivas e que funcionam em qualquer browser de Internet. Existirão serviços específicos para veículos, por exemplo da MAN e da Scania, mas também existe um mercado para fornecedores de aplicações ou para fornecedores externos. /

ATLAS BUS EM PORTUGAL

FAROLINS PARA DAF

A marca espanhola Atlas Bus, especializada na comercialização e distribuição de peças e acessórios para autocarros, passou a ser representada no mercado nacional pela empresa PFG – Comércio, Assistência e Manutenção de Autocarros. Com esta representação aumenta a oferta de peças originais para as mais variadas carroçarias de autocarros em circulação em Portugal. Recorde-se que a PFG também é o

A Herth+Buss está a comercializar grupos óticos traseiros em LED para camiões DAF. Disponíveis na gama Elparts, estes farolins utilizam refletores duplos para prevenir o encandeamento dos restantes utilizadores da via. Além disso, o sistema recorre ao sistema HDSCS (Heavy Duty Sealed Connectors System), que é considerado atualmente o mais fiável na ligação entre trator e reboque. Simples

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agente comercial da marca espanhola de carroçarias de autocarros Sunsundegui no nosso país.

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de instalar, a Herth+Buss diz que estes grupos óticos permitem a substituição parcial da luz, e a lente exterior pode ser trocada separadamente. Estes novos grupos óticos LED são compatíveis com as séries LF, CF e XF da DAF, não sendo necessárias unidades de controlo adicionais para os modelos com grupos óticos traseiros LC8.


BOSCH “VISIONX” ANTECIPA FUTURO O estudo “VisionX” da Bosch antecipa algumas das funcionalidades que estarão presentes nos veículos comerciais do futuro. Totalmente conetados e, em alguns casos, oferecendo condução autónoma, serão movidos a diesel altamente eficiente ou mesmo a eletricidade, conforme a situação exigir. A conetividade inteligente e a automação irão permitir a circulação nas autoestradas sem a intervenção do motorista, libertando-o para outras tarefas. O aumento da eficiência continuará a ser a aposta no futuro e é por isso que o estudo Bosch “VisionX” conta com um motor diesel – que é particularmente económico no mundo dos transportes pesados de mercadorias – em combinação com motores elétricos para sistemas auxiliares, como a bomba hidráulica. Os camiões do futuro irão beneficiar não só desta tecnologia híbrida, mas também das vantagens dos pelotões, que incluem a melhoria da segurança graças à travagem coordenada, aceleração e direção, bem como uma vantagem económica significativa. O Bosch “VisionX” demonstra que existe espaço para minimizar também as imobilizações do veículo e as perdas de faturação que lhes sucedem. Por exemplo, a manutenção que é previsível pode monitorizar a condição técnica de um camião em tempo real e informar de cargas de qualquer trabalho de manutenção ou reparos que devem ser realizados. Esta é a melhor maneira de planear pausas na programação de um camião, mantendo, assim, o tempo de inatividade no mínimo e aumentando ainda mais a eficiência dos transportes. /

PRODUTOS PARA FORD TRANSIT A DT Spare Parts alargou a sua oferta de produtos com a disponibilização de um novo programa de peças de substituição para a gama Ford Transit. A marca inclui 700 novos produtos na sua gama de peças de reposição para furgões, que vêm substituir mais de 3400

números de referência do fabricante norte-americano. Uma particularidade do programa são os kits especiais de reparação (”Special DT Kits“), que contêm todas as peças de reposição necessárias para determinada reparação e estão identificados com “S“. Todas as peças de substituição para a gama Ford Transit podem ser encontradas no site da DT Spare Parts, TecDoc, Inforicambi e em outros catálogos eletrónicos de peças de substituição.


NOTÍCIAS

AFTERMARKET DELPHI

NOVOS CONTROLADORES MULTI-CORE PARA CAMIÕES

A

Delphi deu a conhecer os seus novos controladores multi-core para camiões. Estes dispositivos são significativamente mais rápidos e mais poderosos que as unidades da geração anterior, mas menos complexos ao nível de placa. Os controladores possuem um processador multi-core e a Aplicação Específica de Circuitos Integrados (ASICs) da Delphi, fornecendo a energia necessária para tirar o máximo partido das mais recentes tecnologias de injeção de combustível e transmissão, e proporcionam uma integração total do controlo dos propulsores onde for necessário. “Para permitir o máximo desempenho e flexibilidade de calibração, a próxima geração de sistemas de veículos requer um sistema de controlo avançado semelhante”, explica o vice-presidente da Delphi Powertrain e diretor geral de Sistemas de Injeção de Combustível, Kerem Erman. “A nossa nova família de controladores proporciona velocidade e flexibilidade, tornando-se um parceiro perfeito para o novo sistema de injeção de combustível em circuito fechado da Delphi e para qualquer outra aplicação exigente do motor e transmissão.” Este avanço substancial foi alcançado através da integração de grande parte da funcionalidade do controlador ASICs, concebido pela Delphi, que liberta a capacidade de processamento para outras tarefas. Combinando um pino de contagem até 300 e com um processamento de alta velocidade de até 10 MB de memória flash, permite níveis mais elevados de controlo do propulsor e integração, alavancando melhorias na eficiência de combustível e emissões. /

JANTES PARA REBOQUES A Speedline Truck apresentou a sua gama de jantes em alumínio para reboques e semirreboques. O mais recente modelo no portefólio é o SLT

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3774 (22.5×11.75”). Para aplicações em megatrailers, com altura máxima de três metros, o fabricante italiano propõe o modelo SLT 3598 (19.5×14.00”). A Speedline Truck revelou ainda a sua gama de design de jantes para veículos comerciais, que dispõem de furações especiais feitas à mão e estão também disponíveis como equipamento original para camião. As capacidades de carga cumprem ou excedem os requisitos da indústria.

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CONTROLADOR A placa da Delphi permite maior controlo do propulsor e alavanca uma eficiência de combustível superior

PETRONAS LUBRIFICA IVECO Durante a IAA em Hannover, na Alemanha, a Iveco apresentou o Z, um protótipo movido a gás natural liquefeito e de aspeto futurista. Ao mesmo tempo, a Petronas revelou o Concept Ultra Low-Viscosity 0W-16, lubrificante desenvolvido em conjunto com a marca nórdica e desenhado para o seu protótipo. Atualmente, a proposta da Petronas para

responder às exigências específicas de GNL é o óleo para motor Petronas Urania FE LS 5W-30, um lubrificante 100% sintético com elevada estabilidade à oxidação e excelente tolerância à água.



REPORTAGEM

AUTOMECHANIKA FRANKFURT

EFICIÊNCIA EM TODA A LINHA A Automechanika Frankfurt 2016 deixou patente que o aftermarket está alinhado com os construtores na criação de um futuro onde os dados e a eficiência são protagonistas TEXTO ANDREIA AMARAL

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ntecipando o futuro da manutenção e reparação, a 24ª edição da Automechanika Frankfurt mostrou que nem só os construtores estão focados na procura por uma maior eficiência e sustentabilidade. Realizado sob o mote “Os Serviços e a Mobilidade de Amanhã”, o certame foi palco para inúmeros lançamentos, conferências e workshops, dando conta da transformação que o setor está a sofrer, rumo ao veículo autónomo e aos serviços conectados. Aquele que é o principal, e maior, salão do aftermarket na Europa Frankfurt recebeu mais de 136 mil visitantes, provenientes de 170 países, e bateu o recorde ao nível dos expositores, com 4820 empresas de 76 países a mostrarem a sua oferta de produtos e serviços e a deixarem claro que este é um setor dinâmico e competitivo. Representando cerca de 1350 biliões de euros de volume de negócios, os quase cinco milhares de empresas ocuparam 305 mil metros quadrados de exposição. Neste particular, destaque para o facto de mais de mil empresas terem exposto as suas soluções para veículos pesados, sob o mote “Truck Competence”.

DADOS TRANSVERSAIS Para aqueles que percorreram os onze pavilhões do salão, se há algo que ficou evidente é que a digitalização e os dados estão a alterar profundamente os procedimentos na oficina, abrindo novas oportunidades, mas comportando enormes desafios ao nível da gestão e disponibilização da informação. Na base das preocupações está não só a pesquisa, processamento e passagem de informação diretamente ao mecânico para que possa efetuar a reparação, mas também questões sobre qual a forma mais rápida e eficiente para encomendar

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e fornecer peças, ou sobre como fornecer serviços de diagnóstico e manutanção preventiva. Foi precisamente na área da telemática que empresas como a Autocon Diagnostic Partners, a Meta Systems e a Contact2Car GmbH apresentaram as suas principais soluções. A Continental revelou um produto inovador que permite reunir informações de veículos de todas as marcas e passá-las para as oficinas através de uma plataforma de diagnóstico remoto, tendo, entretanto, anunciado também o lançamento de um sistema de informação e gestão de pneus para frotas comerciais, denominado “ContiConnect”. E porque a digitalização abre novas possibilidades técnicas, a especialista em dados DAT apresentou uma tecnologia para analisar com precisão a distorção no exterior do veículo causada por uma chuva de granizo, e para realizar um cálculo abrangente do dano através de um simples toque num botão, baseando-se apenas nos dados previamente armazenados e numa fotografia digital. A organização dedicou, na verdade, todo um pavilhão à descoberta de soluções inovadoras, que pretendem moldar o curso da mobilidade e da manutenção do veículo no futuro. Entre sistemas telemáticos, soluções para veículos ligados e software de controlo de veículos inteligentes, a mobilidade elétrica esteve também em destaque. No centro das atenções estiveram as soluções de conversão de veículos com sistema de combustão para acionamento elétrico, apresentados por marcas como a Orten. Houve ainda demonstrações de sistemas inovadores para a geração, armazenamento e utilização de energia elétrica para carregamento de veículos por expositores como a Berghof Automation, a Bauer Solartechnik, a ECOTAP ou a Bombardier, que apresentou um novo sistema com o qual poderá ser possível carregar, sem cabos, baterias de veículos em qualquer fonte, usando um processo de indução.

REDUZIR CONSUMOS E EMISSÕES E porque a sustentabilidade e as questões ambientais estão na ordem do dia, é ainda de sublinhar que muitos são os fabricantes de componentes empenhados na missão de reduzir as emissões e a pegada de carbono. Marcas há que o fazem pela diminuição do peso dos componentes, como a Knorr-Bremse, que anunciou uma redução de 10% no seu novo sistema de travagem de reboque ST7, a CarbonTT, que pretende alcançar uma redução global do peso de 50%, ou a CTCT, focada na produção industrial de peças em carbono para pesados. Já outras insígnias consideram que a remanufactura é uma solução não só mais amiga do ambiente, pela menor utilização de matérias-primas e energia, como uma garantia de qualidade a custos inferiores, naquela que é uma das principais preocupações das empresas. Foi esse o caso da ZF, que através da TRW Aftermarket, nomeadamente do programa Proequip, expandiu a sua oferta de caixas de direção e pinças de travão reconstruídas para pesados. Paralelamente à exposição, a Automechanika foi palco para a discussão das principais problemáticas com que o setor do após-venda se depara. Para além dos desafios relacionados com os sistemas de propulsão alternativos, um dos temas mais quentes foi a digitalização, sendo que o acesso aos dados gerados pelos veículos, num regime que mantenha o mercado aberto e concorrencial, constitui-se como a principal preocupação dos diferentes players do aftermarket independente. /


COMPETÊNCIA EM CAMIÕES Mais de mil empresas tiveram em exposição produtos e soluções para camiões. Sob o mote "Truck Competence", anteciparam serviços telemáticos, equipamentos e componentes inovadores

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REPORTAGEM

WABCO

PREVER E POUPAR Com o intuito de mitigar os impactos financeiros das manutenções e reparações, a Wabco apresentou uma ferramenta de diagnóstico remoto multimarca. Além disso, ampliou a sua família de produtos comercializada sob a insígnia ProVia, que carateriza como "qualidade a preço budget" TEXTO ANDREIA AMARAL

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eterminada em ajudar os seus clientes empresariais a pouparem recursos financeiros e tempo, a Wabco lançou, durante a Automechanika Frankfurt 2016, um novo sistema de diagnóstico remoto, que evitará imobilizações dos veículos não programadas. A ferramenta desenvolvida monitoriza a performance técnica dos veículos comerciais da frota, permitindo aos gestores detetar falhas e otimizar as marcações de intervenções de reparação e manutenção dos mesmos. De acordo com a Wabco, esta é a primeira solução do género a oferecer aos operadores uma plataforma de diagnóstico remoto que suporta várias marcas de veículos comerciais e as integra com um sistema de gestão de frotas, simplificando, assim, a gestão, ao eliminar a necessidade de conhecer, operar e su-

portar os vários sistemas de diagnóstico remoto existentes em cada um dos fabricantes de veículos. A solução apresentada no certame alemão utiliza as sinergias existentes entre a Wabco e a Wabcowürth Workshop Services and Transics International, empresa do Grupo e uma das maiores fornecedoras de soluções de gestão de frotas da Europa. O sistema liga dados dos sistemas Wabco existentes no veículo (travagem, controlo de estabilidade e da dinâmica do chassis e do reboque) com a plataforma de gestão de frotas da Transics e ainda com a tecnologia de diagnóstico multimarca da Wabcowürth. "A Wabco e os seus parceiros estão a simplificar o diagnóstico remoto para os operadores de frotas comerciais, permitindo-lhes utilizar perfeitamente o mesmo sistema para várias marcas de veículos", sublinhou Didier Nulens, responsável de marketing da Transics International. "Estamos


DETEÇÃO ATIVA Além das novidades reveladas na Automechanika, a Wabco apresentou no IAA um conjunto de tecnologias que pavimentam o caminho para a condução autónoma. Destaque para o OnCity, baseado na tecnologia LiDAR e concebido para alertar o condutor sobre a presença de peões e ciclistas; e para o OnGuard, um sistema de segurança anticolisão com travagem ativa

entusiasmados por apresentar esta última inovação para melhorar a conetividade e ajudar as frotas comerciais a maximizar a utilização de ativos e melhorar a eficiência operacional." Já Christian Loidolt, Diretor Geral da Wabcowürth afirmou que o sistema “leva a conetividade do veículo ao próximo nível, tornando possível resolver problemas e aplicar soluções em tempo real". Segundo a marca, este é também um passo muito importante para o desenvolvimento de um modelo de manutenção preditiva, reduzindo o tempo de inatividade dos veículos ao identificar problemas antes que ocorram falhas e permitindo o agendamento eficiente de serviços.

PROVIA: QUALIDADE A PREÇO BUDGET Paralelamente, e no que diz diretamente respeito às operações de manutenção e reparação, a Wabco apresentou ainda três novas linhas de produtos

da marca Provia - cartuchos, válvulas de limitação de pressão e sensores de velocidade das rodas – que se vieram juntar à oferta inicial, lançada em janeiro de 2016 e que era, até ao momento, constituída por pastilhas de travões, cabeçotes de ligação, tubos enrolados e válvulas de relé. Agora, com mais de 150 distribuidores espalhados por mais de duas dezenas de países, a ProVia quase que duplicou o seu portefólio de produto em apenas oito meses. Além disso, a marca passou a disponibilizar mais do dobro das variantes de válvulas de relé e aumentou a linha de produto de pastilhas de travão em mais de 45%. Desenvolvidaos por especialistas em aftermarket do grupo, os componentes da ProVia foram concebidos para proporcionar um rendimento altamente fiável e, segundo a marca, são produzidos de acordo com padrões precisos, sem comprometer a qualidade e a segurança.

A ProVia apresenta-se no mercado com o intuito de ajudar os distribuidores, as oficinas e os operadores de frotas a preencherem o fosso entre as peças de baixo custo, que frequentemente apresentam problemas de qualidade e fiabilidade, e o investimento necessário para aquisição de peças de substituição premium. “Os operadores tinham de escolher entre as peças que lhes ofereciam confiança ou aquelas que mais se adequavam aos seus orçamentos”, afirma Philippe Colpron, Vice President da Wabco para o Aftermarket. “A ProVia oferece uma solução de compromisso. Estamos satisfeitos por responder às necessidades dos distribuidores, das oficinas e dos frotistas, trazendo produtos adicionais ao mercado com grande rapidez e com a garantia de uma qualidade superior de engenharia e produção”, reivindicou ainda o responsável sobre o posicionamento da marca no mercado. /


REPORTAGEM

DIESEL TECHNIC

AFTERMARKET 4.0 Apostada em dotar o mercado do após-venda com alternativas de qualidade, a Diesel Technic ampliou o seu portefólio com novos produtos para comerciais ligeiros e lançou uma nova marca: a Automotive Siegel. Ambas estão já em força nos canais digitais TEXTO ANDREIA AMARAL

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mpenhada no crescimento sustentado, a Diesel Technic acaba de lançar um conjunto de novidades que pretendem reforçar a sua notoriedade e quota de vendas no mercado. Foi nesse âmbito que os engenheiros do grupo alemão desenvolveram, para a sua insígnia DT Spare Parts, cinco catálogos de produtos. Com oferta de peças e componentes para 13 modelos distintos, a marca consegue, por via desta expansão, cobrir as necessidades de um grupo alargado de best-sellers na Europa, destacando-se as mais recentes novidades para os Renault Master / Mascott, Opel Movano e Nissan Interstar / NV400; Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citroen Jumper; e Ford Transit. Graças às mais recentes adições à gama, a DT Spare Parts atinge a fasquia das 35 mil referências, das quais cerca de seis mil pertencem à divisão de comerciais ligeiros, inaugurada há pouco mais de um ano e que, assim, ganha um crescente protagonismo como uma ‘One-Stop Shop’ para este tipo de veículos. A par do alargamento da oferta da DT Spare Parts, posicionada como marca premium, a Diesel Technic apresentou também uma nova insígnia, a Automotive SIEGEL. O mais recente membro da família Diesel Technic nasce para ocupar um segmento de mercado particularmente sensível à questão do preço. A marca pretende ser um complemento à DT Spare Parts, oferecendo uma resposta adequada a clientes que procuram reduzir os seus custos com produtos funcionais, mas sem perder o serviço sólido e rápido a que estão habituados. Com preços atrativos, a gama disponibilizada vai ao encontro da procura, facto que motiva o foco em produtos de elevada rotatividade. Inicialmente, a Automotive SIEGEL irá comercializar cerca de mil referências, pertencentes a grupos de produtos como carroçaria e cabina ou iluminação e equipamentos elétricos. Não obstante, a marca está já a desenvolver outras famílias de

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produtos, sendo expetável o alargamento do portefólio a curto-prazo. Para alavancar a notoriedade e reconhecimento por parte do mercado da nova insígnia, a Diesel Technic disponibiliza já um site específico, que pode ser acedido através de www. siegel-automotive.com. De resto, esta é uma área a que a Diesel Technic está particularmente atenta. Depois de, no ano passado, ter implementado a sua plataforma online de compra e informação para distribuidores – área que disponibiliza, por exemplo, milhares de instruções de instalação, por forma a evitar erros de montagem –, o fabricante de peças lança agora uma versão desta plataforma para dispositivos móveis. Denominada Mobile Partner Portal, trata-se de uma ferramenta concebida para apoiar, a qualquer momento e em qualquer local, os comerciais das empresas nas rotas que fazem pelos distribuidores. Assim, torna-se mais fácil para estes profissionais procurarem e identificarem as peças que os seus clientes pretendem, podendo inclusivamente fazer a encomenda por entre um total de mais de 35 mil peças de reposição da DT Spare Parts e das mil recém-lançadas referências SIEGEL Automotive. Adicionalmente, no momento da encomenda, o comercial pode indicar se as peças serão entregues no seu armazém ou diretamente nas instalações do cliente. Recentemente, a Diesel Technic também expandiu os serviços digitais direcionados para o cliente final, disponibilizando, de forma gratuita, mais informações que lhe permitam identificar as peças de que necessita. O objetivo é tornar o processo mais rápido para os clientes e para a oficina, mas também aumentar a transparência e a confiança entre todos os intervenientes, sendo que as versões interativas de todos os seus catálogos estão disponíveis em http://dcat.dt-spareparts. com. Além do mais, a Diesel Technic disponibiliza ainda uma newsletter digital, que pretende manter informados os clientes, profissionais e finais, sobre as mais de cem peças novas que lança todos os meses. /

COMERCIAIS LIGEIROS Volvido um ano após o lançamento da sua divisão de comerciais ligeiros, a DT Spare Parts já disponibiliza cerca de seis mil referências de produto para aplicar em 13 modelos distintos. O objetivo é tornar a marca uma 'One-Stop Shop' para a aquisição de peças destinadas a este tipo veículos


NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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NOTÍCIAS

PESADOS

BRIDGESTONE

SISTEMA TIREMATICS PARA FROTAS

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IAA foi o palco para a apresentação do Tirematics, o novo sistema de gestão de pneus para frotas que combina todas as soluções da Bridgestone num só produto Foi no Salão de Veículos Comerciais de Hanover (IAA) que a Bridgestone apresentou o Tirematics, um programa de sistema de monitorização de pneus que combina todas as soluções de pneus da Bridgestone: sistemas de IT que usam sensores para monitorizar, transmitir e analisar a informação, em tempo real e remotamente, bem como a pressão e a temperatura de pneus de camiões comerciais e autocarros. Enquanto solução para frotas, o Tirematics apresenta uma abordagem proativa para a manutenção dos pneus, antes do aparecimento de problemas graves, ajudando assim a reduzir o período inativo e as avarias, otimizando, ao mesmo tempo, o período de vida dos pneus e a poupança de combustível. “O Tirematics da Bridgestone é uma solução prática e económica para frotas, com enorme impacto no desempenho dos pneus, economia do combustível e prevenção de avarias”, refere Neil Purves, Senior Manager Solution Business Systems, na Bridgestone Europe. A Bridgestone acredita que o Tirematics resultará também em poupanças significativas na vertente da manutenção dos pneus, visto que a informação remota resultante da monitorização elimina a necessidade de verificar a pressão manualmente. Uma manutenção mais eficiente permitirá, por sua vez, que os pneus sejam utilizados por mais tempo e com maior segurança, reduzindo o número de pneus dispensados prematuramente e o número total de pneus consumidos. /

CONTINENTAL GAMA ITYRE EM 22 DIMENSÕES Depois de, em 2013, o sistema ContiPressureCheck ter aberto o caminho para os “pneus inteligentes”, a Continental apresenta agora a gama iTyre, com uma solução digital de verificação de pneus ainda mais amiga do utilizador. A gama iTyre conta com sensores ContiPressureCheck

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para medição da pressão e temperatura dos pneus pré-instalados na fábrica, o que, acreditam os seus responsáveis, não apenas poupa às empresas transportadoras o tempo gasto na instalação, mas também os custos de montagem, realizada pela Continental. O fabricante garante que os sensores são corretamente instalados e posicionados dentro dos pneus. Atualmente, 22 das principais dimensões de pneus – especialmente os das linhas Conti Hybrid e Conti EcoPlus – estão também disponíveis como pneus iTyre.

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GOODYEAR SUPER FUELMAX REDUZ CONSUMO A Goodyear apresentou no IAA um protótipo de pneu de camião, o Super Fuelmax. Os responsáveis da marca acreditam que este pneumático permite reduzir o consumo de combustível, fruto de um baixo índice de resistência ao rolamento, que lhe valeu a classificação A na Etiqueta de Pneus da UE em economia de combustível. Em exposição no stand da DAF no certame e montados num dos camiões da gama XF em exposição, estes pneus podem ser instalados nos eixos de tração e direção.

O pneu de direção Super Fuelmax S está disponível na medida 385/55R22.5, ao passo que o pneu de tração Super Fuelmax D existe na medida 315/70R22.5. Para além da baixa resistência ao rolamento, o Super Fuelmax possui a certificação de pneus de inverno 3PMSF (Peak, Mountain and Snow Flake).


EUROMASTER EM OLIVEIRA DE FRADES Coerente com a política de expansão anunciada há uns meses, a Euromaster chegou a Oliveira de Frades. O centro recém-inaugurado, da empresa Costa Barros, oferece uma panóplia de serviços em pneus e mecânica rápida a clientes particulares e empresas e disponibiliza um serviço de assistência em estrada 24 horas. A empresa Costa Barros vê agora a sua oferta complementada com os produtos e serviços exclusivos da Euromaster.


TÉCNICA

CONDUÇÃO

NOVAS TECNOLOGIAS A segurança essencial na condução de um veículo pesado encontra-se, acima de tudo, no seu Motorista ou Condutor, na sua experiência, no seu conhecimento e na sua vontade de melhorar a sua forma de conduzir

PARCERIA

TEXTO PEDRO MONTENEGRO*

O

automóvel tem evoluído muito em termos de segurança, mas permanecemos com limites que diariamente se ultrapassam, assim como com fatores de risco que, num futuro, continuarão a ter de ser resolvidos. Será que daqui a dez anos continuaremos a ter acidentes provocados por veículos pesados? Infelizmente, e com base nas últimas décadas, custa-me dizer que sim, apesar de falarmos tanto em acidentes zero. Vamos, então, analisar os sistemas de segurança que equipam os nossos veículos pesados, tanto ao nível da segurança ativa, como da segurança passiva. Acima de tudo, pretende-se, com estes

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sistemas, minimizar a ocorrência e diminuir as consequências dos acidentes rodoviários. Obviamente que temos verificado a sua diminuição significativa, devido à evolução da infraestrutura rodoviária e da sua sinalização. Mas iremos continuar a ter estradas pouco seguras durante mais algumas décadas! Por isso, a segurança conseguida hoje não é a que se pretende. Apesar do conhecimento sobre os acidentes rodoviários e dos avanços tecnológicos, na Europa e nos Estados Unidos temos cerca de 60 mil mortes por ano nas vias rodoviárias. Nos EUA, até 2013, os acidentes com vítimas mortais, com veículos pesados de transporte de mercadorias, aumentaram, desde os quatro anos anteriores, cerca de quatro mil vítimas ano, segundo a Highway Traffic Safety Administration National (NHTSA). Os

fabricantes deste tipo de veículos não se cansam de evoluir para pouparem vidas humanas, para diminuírem os acidentes rodoviários e para melhorarem a imagem das suas marcas e utilizadores junto do grande público. Mas os sistemas de segurança dos veículos pesados continuam com limites de segurança dinâmica – nem sempre bem reconhecidos e geridos por parte das empresas de transportes, dos seus Condutores e Motoristas –, derivados da incorreta imobilização das mercadorias que transportam, assim como de alguns outros fatores externos. Os sistemas a implementar, hoje e nos próximos anos, têm muito que ver com as causas mais importantes e frequentes da sinistralidade rodoviária, de forma a ajudarem os Motoristas a aperceberem-se mais cedo de algo que não viram ou a


TECNOLOGIA Nos próximos anos, teremos todos os veículos novos ligados entre si, de forma a partilharem informação por antecipação, sobre a presença de ciclistas, peões e outros obstáculos nas vias rodoviárias

terem de analisar, mais cedo, a decisão a tomar. Os sistemas de alerta ao Motorista, sistemas de controlo do chassis, sistemas de deteção do ângulo morto, sistemas de segurança integrados, ligando vários outros sistemas, não param de evoluir. Nos próximos anos, teremos todos os veículos automóveis novos ligados entre si, de forma a partilharem informação por antecipação, sobre a presença de ciclistas, peões e outros obstáculos nas vias rodoviárias. Aqui, estamos a trabalhar a primeira causa mais frequente dos acidentes rodoviários: a má observação do cenário rodoviário. Segurança ativa – tecnologia presente no veículo que permite evitar o acidente, tais como Pneus, Suspensão, Travões, Visibilidade, Controlo Eletrónico de Estabilidade, Direção, Leitor da sinalização, Detetor de peões e obstáculos, Sistemas de deteção do cansaço do condutor, Sistema de assistência na manutenção da trajetória (Lane Assist), entre outros. Segurança passiva – componentes do veículo que minimizam as consequências duma colisão contra outros veículos ou obstáculos, tais como

cintos de segurança, pré-tensores dos cintos de segurança, airbags, zonas de absorção da energia das colisões, encosto de cabeça, entre outros. Sistema de Segurança pró-ativa – sistema que reconhece antecipadamente situações de condução complexas, implementando medidas de proteção dos passageiros, como o fecho dos vidros, a regulação do banco e cinto de segurança, entre outros. Os sistemas de segurança ativos e passivos presentes nos veículos continuarão a ser importantes, pois conseguem efetivamente diminuir o risco, apesar de não totalmente, porque nem sempre é possível evitar uma colisão, devido às ações de outros Motoristas. Estes sistemas não podem substituir a atenção do condutor, apesar de o ajudarem. Um nível de atenção mais elevado, uma correta definição das distâncias mínimas de segurança, uma correta adaptação às condições de visibilidade e intensidade do trânsito continuam a ser bastante importantes na diminuição do risco rodoviário. A condução autónoma dum veículo pesado é uma realidade há mais de um ano, ainda que para veí-

culos em desenvolvimento. Estão a ser percorridos diariamente milhares de quilómetros para que a possamos usar, dentro de poucos anos, tanto no transporte de mercadorias, como no de passageiros. Estes sistemas irão permitir uma diminuição da sonolência do Motorista e, mais tarde, uma rentabilidade distinta, no transporte de mercadorias e passageiros. Há mais de 80 anos que os fabricantes de automóveis possuem barreiras para testes de embate dos automóveis, de forma a perceber-se melhor os danos, nos ocupantes na carga e no veículo, em consequência dos embates. O cinto de segurança nos pesados, colocação ainda com poucas décadas de obrigatoriedade, permite uma mais reduzida desaceleração em caso de colisão ou mesmo travagem mais acentuada. Só nos Estados Unidos, este sistema evita e morte de dez mil pessoas por ano, segundo a NHTSA. / * Formador de Técnicas Avançadas de Condução de Veículos Pesados e membro da Associação Portuguesa de Centros de Formação de Condução Avançada ampadrive@gmail.com

NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016 TURBO COMERCIAIS

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OPINIÃO

ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

EVOLUÇÃO

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sta é a primeira edição da revista Turbo Comerciais e, nas palavras dos seus responsáveis editoriais, trata-se de uma Evolução da Turbo Oficina Pesados. Achei muito curiosa esta definição, até pela coragem de lançar novos projetos em contraciclo com o que o mercado das Comunicações e Revistas tem vivido, e fui pesquisar as possíveis definições para o termo Evolução. E vou partilhar convosco a que mais me agradou: Evolução é o processo através do qual ocorrem as mudanças ou transformações nos seres vivos ao longo do tempo, dando origem a espécies novas.

Ora, nem mais, a definição ajusta-se na perfeição ao novo projeto. A revista é um ser vivo, que em cada edição se renova, ganhando novas valências, abordando novos temas, incorporando novos conhecimentos e noticiando novas opiniões dos protagonistas do sector dos transportes. Ao assumir esta nova estratégia, a revista vai evoluir para novos segmentos dos Veículos Comerciais que antes não comtemplava, mas que estão igualmente ligados ao setor dos transportes, numa escala de maior abrangência, porque também representam um muito maior numero de atividades profissionais. Faz todo o sentido sinceramente, porque em muitos casos os protagonistas do segmento dos comerciais ligeiros são os mesmos dos do segmento dos pesados e ouvi-los relativamente aos dois segmentos será seguramente ter mais e melhor informação e ter mais e melhor conhecimento. É por isso gratificante colaborar numa revista que tem uma lógica empresarial, como é o caso do universo Turbo. De facto, nas empresas, ou melhor, nas empresas que crescem, não podemos estagnar, temos de nos questionar continuamente onde estamos, como estamos e como vamos estar num futuro próximo. Atualmente, as mudanças de necessidades dos clientes, de tecnologia e de formas de atuar são constantes e é necessário estarmos preparados para dar resposta. Pessoalmente, não tenho nada contra a tradição, mas não me venham pedir para andar de táxi, velho e malcheiroso, a ouvir fados em altos berros, se outras soluções mais confortáveis, e até mais baratas, me forem oferecidas. Ao prepararmos um novo ano, temos de nos apetrechar de informação. Quais as perspetivas económicas para 2017? O Orçamento do Estado é credível? Baseado em quê? Os pressupostos são credíveis?

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TURBO COMERCIAIS NOVEMBRO/DEZEMBRO 2016

JOÃO ALMEIDA CONSULTOR EDITORIAL

Se sim, o cenário pode ser mais ou menos positivo, mas dê o que der, nós já conseguimos prever as suas consequências. Mas, senão, também devemos ter isso em conta e estar preparados para que o cenário mude e seja possível adequá-lo à realidade em cada momento. O que a Turbo Comerciais irá fazer a partir desta primeira edição tem esta lógica na minha opinião. Aumenta o seu mercado de atuação, logo torna-se mais abrangente, porque tem muito mais produtos para analisar, avaliar e opinar, tem muito maior número de protagonistas que podem dar os seus contributos, desde entrevistas a dados reais ou estimativos com credibilidade. Com esta estratégia, acaba por ir ao encontro dos interesses e da curiosidade de um público-alvo muito maior em número, não perdendo o que já trazia de trás. Em resumo, se quisermos fazer uma comparação com uma empresa que produza e comercialize bens, como, por exemplo, sapatos, o que a Turbo Comerciais fez foi analisar o mercado dos conteúdos (o equivalente aos sapatos) existentes no mercado, verificar que existem segmentos onde não estava presente, mas para os quais tem todas as ferramentas. Na verdade, se para fazer sapatos com qualidade e design atraente são necessárias máquinas, tecnologia e conhecimentos, no caso dos conteúdos são necessários equipamentos, tecnologia e jornalistas que estão aptos para produzir excelentes produtos, digo conteúdos, para este segmento. Cá para mim, vamos ter nas revistas de comerciais o equivalente aos Louboutin nos sapatos. Com a vantagem de que a Turbo Comerciais é gratuita, ao contrário dos citados sapatos, que, de acordo com as minhas informações, só estão ao alcance de bolsas chorudas, tipo de ordenados de gestores de bancos públicos...




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