Turbo Oficina 014

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N.º 14 | JUNHO 2013 | 2,2€

Autopromotec as últimas novidades da Feira de Bolonha Pace Awards Os óscares do aftermarket já foram entregues. Saiba quem são os vencedores Sogefi Pro A nova marca para o segmento dos pesados

DOSSIER

PUBLICAÇÃO MENSAL

software oficinal

Hoje nenhuma oficina sobrevive sem um bom software. Saiba quais as últimas novidades do mercado, o que podemos esperar do futuro, mas não facilite: a pirataria não é solução

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sumário N.º 14 | junho 2013

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt

dossier Software oficinal P.44

DIRETOR ADJUNTO ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt

Uma oficina sem um software adequado está hoje em maus lençóis. Explicamos-lhe porquê mas mostramos-lhe também as soluções no mercado e aceite um conselho: não vá em piratarias!

EDITOR-CHEFE CLÁUDIO DELICADO claudiodelicado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES andrerodrigues@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt PAULO HOMEM paulohomem@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt DIRETORA COMERCIAL ANABELA MACHADO anabelamachado@turbo.pt

6 PROTAGONISTA

REPARAÇÃO

Manuel Silva - Grupo Autoflex. P.6

Gestão da cor. P.66 Manutenção Dacia Duster. P.70

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REVISÃO

Novidades do mercado. P.12

AMBIENTE

EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO GUILLERMO DE LLERA JOÃO ALMEIDA JORGE LIZARDO NEVES MANUEL GAMEIRO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 13 500 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

Normas anti-poluição. P.72

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ESPECIALISTA

Liqui Moly no WTCC. P.22 Rede GFI. P.26 Leirilis. P.28 Convenção ARAN. P.30 Strema. P.32 Reportagem Autopromotec. P.33

PNEUS

Euro-tyre. P.74 Aguesport. P.76 Barum. P.78

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PESADOS

Sogefi Pro. P.79

RAIO X

Comercial do mês: VW Crafter. P.52 Pace Awards 2013. P.54 Fornecedores Volvo V40. P.58

O OPINIÃO

Consultório jurídico. P.82

5 Radar

Um dia com... CARF. P.59 Gestão dos tempos na oficina. P.62 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES

Onedrive selo de capa gates rodapé de capa Continental Página 2 Swag Página 5 LiquiMoly Página 11

Dupont Página 13 TRW Página 15 Japopeças Página 17 Spieshecker Página 19 Metelli Página 21

Castrol Página 25 RPL Página 31 Fuchs Página 35 Autodelta Página 37 Pneuport Página 39

Valvoline Página 42-43 Inforap Página 49 Infinity Página 52-53 TTT Página 69 Provmec Página 77

Carf Página 81 Cesvimap Página 83 Fimag Página 84

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EDITORIAL As feiras ainda fazem sentido?

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oje contam-se pelos dedos de uma mão as atividades que não sofreram uma profunda alteração no seu funcionamento graças à internet. Nas oficinas e no aftermarket não foi diferente e a evolução tecnológica é um comboio que anda cada vez mais rápido e quem não conseguir entrar está completamente fora do mercado. Algumas empresas têm fechado portas por continuarem a negar essa evidência. Mas esta profunda alteração obrigou também a uma adaptação dos salões e feiras do aftermarket. Até há coisa de uma década era nestas feiras que eram feitos os grandes lançamentos de novos produtos, novidades absolutas e tudo acontecia durante aquela semana de feira a um ritmo alucinante. Hoje, a maior parte das marcas são unânimes em garantir que o principal motivo da sua participação não está na apresentação de novos produtos, porque os lançamentos vão sendo feitos à medida do calendário e da conveniência de cada empresa, através de ações próprias e de divulgação dos produtos nas suas páginas de internet, nas redes sociais e através de marketing digital. Hoje a flexibilidade é maior e a comunicação de massas permite que a mesma informação seja vista em todo o mundo ao mesmo tempo por milhões de pessoas. Isso leva-nos a questionar se a presença em feiras ainda faz sentido. A resposta é claramente sim. Os objetivos mudaram mas a eficácia não diminuiu. Hoje as feiras servem para aprofundar o contacto direto com o cliente, muitas vezes o único local onde isso acontece, mas também para aumentar a notoriedade da marca. E todos sabemos como o negócio do aftermarket se faz do contacto direto entre os players do mercado e da partilha de experiências. A presença nas feiras é vista pelas marcas como um investimento que, muitas vezes, pode não trazer um retorno comercial imediato, mas é uma semente que dará frutos no futuro. E não tenhamos ilusões: ainda se fazem muitos e bons negócios nas feiras internacionais. Hoje as próprias ações são diferentes e muitos são os stands onde as marcas convidam os visitantes a experimentarem os produtos, deixando-lhes uma sede de formação sem a qual ninguém sobreviverá. As feiras continuam a fazer muito sentido, mas é preciso olhar para elas de uma forma moderna e adaptada aos dias de hoje. É também por isso que a Turbo Oficina não deixará de estar presente nas principais feiras do aftermarket, o que voltou a acontecer em Bolonha, onde fomos a única publicação do aftermarket a estar presente.

Também as feiras tiveram que se adaptar aos novos tempos mas, para as empresas, estar presente continua a ser um investimento seguro.

A partir desta edição estreamos também a nova secção “Um dia com...”, onde vamos acompanhar um profissional do setor por mês e mostrar o seu trabalho diário. A secção de pneus ganha também maior importância e mais espaço a partir deste número. Mas não vamos ficar por aqui e em breve surgirão mais novidades.

Cláudio Delicado Editor-CHEFE claudiodelicado@turbo.pt

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PROTAGONISTA

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Manuel Silva. “A repintura só é rentável se for feita à primeira”

A qualidade e a gestão são hoje duas regras de ouro para vingar na repintura automóvel e desperdiçar tinta ou ter que repetir um serviço podem deitar um negócio por terra. Esta é a convicção do experiente Manuel Silva, do Grupo Autoflex. TEXTO Cláudio delicado FOTOS José bispo

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Zona Insdustrial de Fiães serve de sede ao Grupo Autoflex, um dos mais antigos e sólidos na área da repintura automóvel em Portugal. Percebe-se porquê depois de falar com um dos seus sócios, Manuel Silva, que faz da sua vasta experiência na área uma grande mais-valia. Começou sozinho em 1981 e depois em 1984 fez uma sociedade com o irmão. À hora marcada subimos ao gabinete de um homem simples que conhece bem os segredos para o sucesso. Foi isso e muito mais que partilhou com a Turbo Oficina, numa conversa informal que fez com que nos esquececemos do relógio. Manuel Silva não tem dúvidas de que a crise ainda vai durar mais um par de anos e que não há espaço para todos no mercado. Tudo começou a sério em 1981. Quando hoje olha para trás o que mais recorda desses tempos? Há uma coisa que acontecia e hoje não: quem quisesse trabalhar vingava. Hoje há muita gente com muitas capacidades e vocação, mas

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as oportunidades não existem. Naquele tempo o país estava num desenvolvimento muito acelerado, ainda que o início tenha sido difícil porque não havia financiamento e os juros iam até aos 40% e subiam constantemente. Não era fácil gerir os aumentos, mas o país tinha outras condições e com muito trabalho era possível vingar. No automóvel nunca vi uma crise como esta. Hoje vivemos uma crise financeira e de desenvolvimento e não se vê a luz ao fundo do túnel. Havia menos concorrência? Não havia menos concorrência porque qualquer drogaria vendia tintas para a reparação automóvel. Havia era pouca gente a trabalhar exclusivamente nessa área. A nossa principal mais-valia foi termos começado com essa especialização. Existiam três grandes fabricantes de tintas em Portugal, mas nenhum era especialista em nada. Por isso foi mais fácil. Hoje a concorrência é menor em termos de empresas mas é muito mais especializada e feroz. Vivemos um pouco numa selva.

Como é que uma empresa sobrevive a estes constantes “ataques” exteriores? Como gestores procurámos sempre ter uma empresa sólida e assim é mais fácil gerir estes obstáculos externos. Não sou melhor do que outros mas conseguimos alguma riqueza que nos permite ter algum poder negocial na banca, nos fornecedores e também nos clientes porque como não estamos asfixiados não temos que estar a aguentar aqueles clientes que não têm qualquer hipótese de pagar. Certo é que daqui a três anos não estão cá todos. Provavelmente 30 ou 40% não estão no mercado. Vê o desparecimento de empresas como um aspeto negativo? Quando vivemos em conflito poucos são os que ganham e é isso que está a acontecer. As empresas que seguem o caminho do esmagamento das margens podem fazer com que boas empresas sejam arrastadas para o buraco por tentarem acompanhar a concorrência. Há também o problema da falta de crédito. Mas a grande questão é

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que há menos serviço, reparam-se menos automóveis, há menos acidentes e repara-se só o essencial. Os serviços são cada vez mais baratos por pressão do mercado e também das seguradoras. Qualquer empresário tem que se confrontar com estas questões. E por isso é provável que os bons não fiquem todos, mas acredito que é mais fácil sobreviverem 80% dos bons do que 15% dos maus. E tudo isto vai obrigar a uma limpeza do mercado. O mercado nunca vai voltar a ser o que era mas quem sobreviver mais dois ou três anos vai ter muito negócio. No final da crise vamos ter um mercado mais profissional? Teremos que ser todos mais profissionais e isso começa cada vez mais nas equipas. As oficinas vão ter que fazer reparações cada vez mais competitivas e bem feitas porque o mercado é cada vez mais exigente e não só no preço como também na qualidade. Hoje há bons profissionais na pintura, bons produtos e bons equipamentos que ajudam a fazer bons serviços. Ainda assim o mercado continua a cair. O mercado das tintas em Portugal teve quedas muito acentuadas. Em 2011 caiu cerca de 16% e, em 2012, 21%. No primeiro trimestre deste ano desceu 20,3%. Temos assistido auma queda significativa no consumo das tintas em Portugal, no geral. O Grupo Autoflex não está só nas tintas automóveis, a nossa fábrica produz tintas industriais e vernizes, apesar de 95% da Autoflex estar ligada ao setor automóvel, que caiu bastante. FORMAR PARA VINGAR Em 2002 abriram um centro de formação próprio. Foi uma aposta arriscada? Alguém tem que ser pioneiro nas coisas. Sempre preferi ter ideias e aproveitá-las do que andar sempre atrás dos outros. Foi uma grande aposta que fizemos. Para darmos um passo em frente tínhamos que ter a nossa equipa interna e termos os clientes bem informados. Gastámos 150 mil euros na altura no centro de formação e muita gente dizia que era uma loucura quando havia alguns centros de formação em Portugal. Isto numa empresa que é distribuidora e não um

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importador. Mas quisemos fazê-lo e sabia que era uma aposta ganhadora. Os custos da formação reduziram-se, podemos fazer pequenas formações específicas localmente e temos uma estrutura muito mais flexível. Fazemos formação de novos produtos para a nossa equipa interna, para os nossos clientes e para os seus clientes e também formamos os profissionais da área nas novas tecnologias e fazemos também formações de reciclagem. Continua a fazer sentido trabalhar apenas com a Spies Hecker? Continuamos a manter uma parceria séria

Há conflitos entre as oficinas e as companhias de seguros porque, por vezes, estas são um pouco cegas.

e forte. Não tem que ser um casamento para toda a vida, mas enquanto for útil para as duas partes vai ser uma parceria que vai durar muitos anos. Quando não for bom para uma das partes deixa de fazer sentido. Todos têm honrado os compromissos, dos dois lados e trabalhamos muito juntos, tanto nos produtos, como na formação ou na parte da gestão oficinal. Estamos bem assim porque entendo que quem tudo vende são os supermercados. Nós vendemos um serviço e não apenas tintas. Hoje somos uma empresa muito forte do norte à Grande Lisboa, mas temos também presença no Alentejo e Algarve. Hoje é muito difícil crescer em Portugal? O mercado não cresce há muito tempo e neste momento nem há lugar para todos os que cá estão. A estratégia, depois de 2002, foi crescer, depois de atingirmos a notoriedade que queríamos. Adquirimos algumas empresas do setor e agora estamos

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PERFIL Foi aos 13 anos que Manuel Silva, hoje com 57, começou a trabalhar numa empresa que vendia tintas para automóveis. Desde então juntou a experiência da escola da vida com uma formação académica em gestão e contabilidade. As duas vertentes foram fundamentais para implantar no mercado português o Grupo Autoflex, um dos mais sólidos na área da repintura automóvel. Nasceu, vive e trabalha em Fiães, em Santa Maria da Feira, é casado e tem duas filhas. Uma delas está a seguir as pisadas do pai na empresa.

numa fase de consolidação. Mas a Autoflex está sempre aberta a negócios, de compra ou associação. Hoje, só se aumenta a quota de mercado comprando outras empresas, é a única hipótese em Portugal. Em 2010 internacionalizaram-se. Foi um passo importante? Em 2010 tornámo-nos sócios da empresa espanhola Refinish Car, que tem a marca CaarQ que é importante para estarmos mais perto dos consumíveis do mercado e alargarmos a gama do grupo. Mas antes disso já exportávamos algumas coisas para Angola, Moçambique, Espanha e Polónia. Mas diretamente este foi o primeiro passo. É um caminho que vão seguir? Já equacionámos a internacionalização muitas vezes, mas é preciso escolher muito bem o sítio para onde queremos ir. Nos mercados maduros como os da Europa não vale a pena investir porque não há crescimento. Noutros mercados, como no africano, torna-se muito mais apetecível, mas a gestão dos ativos é muito difícil. Neste momento estamos a estudar a internacionalização para África, sozinhos ou acompanhados, mas não é uma prioridade. O mercado brasileiro é otimo mas só para quem produz lá. PALAVRA DE ORDEM: AMBIENTE Na repintura, quais as grandes mudanças nos últimos anos? A introduçao dos produtos base água vieram mexer com o mercado, assim como as regras ambientais, que tiraram muitos operadores do mercado, reduzindo o número de operadores que produzem tintas. É preciso estar perto da linha de montagem, com uma grande capaciade de desenvolvimento. O segredo está no domínio da formulação da cor e em ter o produto disponível rapidamente no mercado para repintura. Mas foi essencial o início de uma nova mentalidade: a de que a repintura só é rentável se for feito à primeira. Se for preciso repetir perde-se dinheiro. Por isso, as oficinas devem estar mais preocupadas em escolher um produto que lhes garanta um bom serviço à primeira do que discutir uns euros no preço. Basta

terem que repetir uma ou duas operações por mês para perder dinheiro. E essa consciência existe cada vez mais. As normas ambientais são demasiado pesadas? As normas ambientais vieram obrigar as oficinas a adaptarem-se a novas tecnologias e a deixarem o passado. A legislação atual em termos de resíduos, reciclagem e gestão de efluentes obriga a gastar muito dinheiro. Mas há uma forte consciencialização da maior parte dos empresários. A fiscalização a isso obriga e já lá vai o tempo em que os resíduos eram despejados numa vala. Mas a fiscalização tem sido intesiva e, muitas vezes, exagerada. A fiscalização devia ser mais formativa e preventiva e não tão repressiva. Infelizmente em Portugal qualquer fiscalização que existe é sempre repressiva. Muitas vezes não vêm que uma oficina cumpre 99,9% das normas, mas por um pequeno pormenor passam multas altísimas.

Isso revolta os empresários e não traz nada de bom para o setor. Não tem havido muito bom senso nesse aspeto. Regra geral são questões que não prejudicam o ambiente, são meros formalismos. Esse rigor deve ser para quem põe em causa o ambiente. Hoje temos um setor mais limpo? Só o tempo dirá se todo este rigor na Europa é benéfico, mas melhorou significativamente a poluição e gestão dos resíduos na reparação automóvel. A maior parte dos efluentes são tratados, os resíduos são encaminhados para as entidades gestoras e isso levou a que os produtos também mudassem. Hoje garantem muito menos desperdício. São tintas mais caras e acaba-se o desperdício. Antigamente os restos iam para o lixo e pronto, hoje é preciso reciclar e isso é caro. Explicamos nas nossas formações aos gestores oficinais que para ganharem dinheiro têm que evitar o lixo e o desperdício de tintas e consumíveis. A quantidade de lixo na repintura há 15 anos era JUNHO 2013

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três vezes superior ao que é hoje. Temos dos melhores profissionais e 80% dos pintores em Portugal são muito bons. As marcas automóveis apostam cada vez mais na personalização da cor. Isso dificulta o negócio? Complica sobretudo a gestão na oficina automóvel. Hoje os sistemas de peritagem das seguradoras são quase todos automáticos e as tabelas deles não são sensíveis para uma cor que custa 1000 euros o litro. E hoje começam a aparecer muitas cores de efeitos especiais. Quem compra o carro não tem essa perceção, só quando precisa de pintar. Quando percebe que para pintar um guarda-lamas a seguradora paga 50 euros e só para a tinta gastam-se 150 ou 200 euros. Tem sido uma batalha entre as oficinas e as companhias de seguros. O bom senso deve imperar e não é possível um carro com cor de efeito especial ser pintado com uma tinta normal. São conflitos que existem porque as companhias de seguros, por vezes, são um pouco cegas. Também é um facto que os construtores automóveis deviam ter mais bom senso. Quando se fala de um utilitário que custa 15 mil euros com tintas a custar 1000 euros o litro porque tem efeitos especiais não faz sentido. Faz sentido que essas cores se usem em carros topo de gama. Que tendências vamos encontrar no futuro na repintura automóvel? Aí os designers e os fabricantes de automovis é que vão ditar as leis. Não acredito que surjam muitos novos pigmentos. O leque de pigmentos e de cores que existem hoje

Infelizmente em Portugal qualquer fiscalização que existe é sempre repressiva. Falta algum bom-senso.

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já é muito vasto. Julgo que temos sistema montado para mais 20 ou 25 anos sem grandes mudanças. O que é essencial para que uma oficina esteja bem preparada para a repintura automóvel? Hoje se não tem cabina de pintura não pinta em condições. É essencial e é a ferramenta mais essencial, mas é fundamental ter um conjunto de pistolas de qualidade e selecionar uma marca de tintas que dê garantias que faz o serviço bem à primeira. Estes três fatores são essenciais. Com tanta experiência nunca lhe passou pela cabeça ter as suas próprias oficinas de repintura automóvel? Está completamente fora de questão. Somos uma empresa que presta serviços e faz parcerias com oficinas automóveis. Não queremos ser concorrência dos nossos parceiros. Já fui aliciado para muitas coisas desse género, mas há regras que não quebro. As redes de oficinas apostam pouco em pintura. Há espaço em Portugal para haver uma rede especializada em repintura automóvel? Poderá surgir, mas não acredito que seja fácil ganhar dinheiro com isso. As redes existem para prestar serviços fáceis e rápidos de fazer. A pintura é uma coisa que exisge espaço, as questões ambientais são muito pesadas e é preciso uma equipa muito especializada. Por isso não veja que seja um casamento fácil com as atuais redes de oficinas. O investimento é grande. Na Europa já existiram algumas tentativas, mas redes apenas de pintura. O que falta ao mercado da repintura? O que falta é trabalho. A quantidade de trabalho é francamente baixa hoje. Há muito menos dinheiro, menos carros, e menos acidentes, que é uma das coisas que traz trabalho às oficinas. Prevê-se que se vendam 85 mil carros este ano em Portugal, cinco vezes menos do que há poucos anos. Sem carros a circular nas estradas não há reparação.

DE CORPO INTEIRO

De onde vem a sua ligação aos automóveis? Andava a estudar e como não tinha dinheiro aos 13 anos, nos tempos livres, trabalhava numa empresa que vendia tintas para reparação automóvel. Depois datropa, comecei uma atividade com o meu irmão, em 78. Apareço nos automóveis porque iniciei a minha atividade numa empresa de tintas para automóvel. Gosta de ir às oficinas? Gosto, mas vou muito menos do que gostava. Estou a olhar muito para os novos negócios e para a gestão do grupo e falta-me tempo para andar de cliente em cliente. O Excel é um bom amigo? É uma ferramenta fundamental para a gestão. É uma pessoa intuitiva? Não sou um gestor de decisão imediata. Tomo as decisões quando sei que são extremamente seguras. Sou muito ponderado. Se há coisa que não gosto é de perder nem à sueca. Decide sozinho ou gosta de ouvir? Decido sozinho quando são coisas mais fáceis. As que me deixam mais dúvidas consulto os meus colaboradores. É uma pessoa viciada no trabalho? Posso trabalhar uma semana inteira 16 horas por dia quando é necessário mas desligo-me com alguma facilidade do trabalho. Como é um dia normal de trabalho? Gosto de entrar cedo na empresa. Costumo dizer que se não ganhar o dia até ao meio-dia, é um dia perdido. Prefiro que sejam os meus funcionários a dizerem-me bom dia do que o contrário. O que gosta de fazer nos tempos livres? Jogar sueca, gosto muito de dançar, de ler livros técnicos e ver o Benfica. O que mais aprecia num colaborador? Desde que sejam responsáveis comigo está tudo bem. De resto, são todos iguais na empresa. O que não tolera? Falta de responsabilidade e desleixo. Quando vai na rua repara na pintura dos carros? Se não o fizesse era mau sinal. Eu faço aquilo que gosto e por isso quero sempre conhecer o que está ao meu redor. Custa-me ver cada vez mais carros batidos que ninguém repara. Qual o seu lema de vida? O meu lema de vida é a família. O que se vê a fazer daqui a 20 anos? Continuar esta atividade que adoro. Não quero abandonar, apenas abrandar para me libertar da forte pressão que a empresa tem em mim.

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Eneos. Primeiros passos nos lubrificantes em Portugal A Eneos é uma marca de lubrificantes de origem nipónica que acaba de chegar a Portugal. A Eneos Portugal está a desenvolver uma rede de vendas em Portugal para a comercialização dos seus produtos.

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hegaram a Portugal os lubrificantes japoneses da Eneos, marca que agora dá os primeiros passos ao estabelecer uma rede de vendas no nosso país. As razões desta entrada no mercado português prendem-se com o sucesso da JX Nippon Oil, empresa-mãe da marca Eneos, no seu mercado doméstico. De facto, a Eneos detem 45% do mercado japonês, ou seja, além de fazer prospeção, extrair, refinar e distribuir gasolina, lubrificantes e gás natural, uma em cada duas bombas de gasolina no Japão é Eneos, razão por que o seu crescimento no país de origem atingiu

o limite, impondo a procura de novos mercados. A gama que inclui as graduações mais populares nos automóveis modernos como 5W30 e 10W40, é constituída na sua maioria por sintéticos, oferecendo mesmo um avançado 0W15, além de lubrificantes próprios para pesados e transmissões. Em termos de preços, os produtos Eneos são muito competitivos, constituindo uma opção premium económica para quem exige o melhor em termos de lubrificantes. Para mais informação ou tabela de preços, contacte eneosportugal@gmail.com.

Delphi. Novidades para reparação de injetores

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Delphi Product & Service Solutions acaba de lançar o primeiro Kit de Testes para Injetores Eletrónicos. Mas as novidades não ficam por aqui. O Kit de Testes para Injetores Eletrónicos (pendente de patente) e o Limpador de Solventes para Injetores, que proporcionam aos mecânicos uma forma rápida e simples de diagnosticar os elementos elétricos dos injetores common rail com válvula solenoide, são as mais recentes novidades da Delphi Product & Service Solutions. Este Kit de Testes, combinado com o Limpador de Solventes para Injetores – que limpa os componentes internos da válvula sem necessidade de desmontar o injetor – permite oferecer uma solução de diagnóstico rápida e resolver um problema específico das primeiras fases da formação de lascas.

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ProfitAward. Nova loja em Ourém

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empresa de Ourém ProfitAward acaba de abrir novas instalações naquela cidade. Trata-se da primeira instalação aberta aos profissionas por esta empresa que tem nas oficinas auto o foco da sua atividade. Contudo, a missão principal da empresa continua a ser a manutenção e reparação de elevadores, tendo a ProfitAward um vasto leque de peças de substituição para esse efeito.

Krautli. Aumenta gama de compressores Delphi

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Krautli Portugal, distribuidor oficial da marca Delphi para a área do Ar Condicionado Auto, acaba de incorporar no seu vasto portefólio de componentes de Ar Condicionado a extensão de novos modelos de Compressores A/C Delphi Inside. Esta gama é composta por 32 modelos de Compressores A/C com uma

excelente racionalização de stock e com um preço muito competitivo, permitindo uma excelente rentabilidade e vantagens para todos os operadores. Está também já disponível para os especialistas, o novo catálogo Delphi Ar Condicionado com toda a vasta gama de componentes OE e Aftermarket.

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FOI NOTÍCIA... ... a RPL Clima passou a ser fornecedor preferencial da rede de oficinas RINO. A empresa algarvia tem vindo a investir em novas parcerias bem como na comunicação direta, fazendo cursos, apresentando novidades regularmente e estando presente nas oficinas de uma forma indireta e não presencial. ... a Leirilis realizou em Leiria e Coimbra, respetivamente, um evento focado nas novidades de equipamento oficinal, nomeadamente equipamento de ar condicionado e equipamento de diagnóstico – KTS Truck. ... a Civiparts criou um Call Center nacional, a operar desde abril, com postos de atendimento distribuídos pela rede de lojas. Este Call Center disponibiliza um serviço de identificação de peças, orçamentos e encomendas. As equipas de atendimento são compostas por técnicos especializados, formados para prestar um atendimento de excelência colmatando as necessidades atuais do mercado. ... a Fafe Diesel Group celebrou o seu 27º aniversário. Num certame recheado de novidades, cerca de 100 pessoas marcaram presença em mais um aniversário do Fafe Diesel Group. Na ocasião foram anunciadas duas novidades de peso: o Ecoparts, um portal de venda de peças reconstruídas online de marca própria e o projeto e-mob, uma parceria com a Prio.e na mobilidade elétrica. ... a Ecotechnics / Lusilectra anunciaram a aprovação oficial por parte da Renault das máquinas de A/C para o refrigerante R134a e também para o novo refrigerante HFO-1234yf. No seguimento desta importante parceria com a empresa automóvel francesa, a Ecotechnics/ Lusilectra informa também que, pela primeira vez, foi também aprovada uma máquina de duplo gás A/C, a ECK TWIN. ... a HELLA, fornecedor global para a industria automóvel, e os especialistas em componentes de travagem, TMD Friction, acabam de confirmar a criação de uma joint venture a 50%, denominada HELLA PAGID BRAKE SYSTEMS, destinada ao desenvolvimento e distribuição de sistemas de travagem, após a aprovação das autoridades para a concorrência. ... a ONEDRIVE reforçou o número de referências de kit’s de distribuição de corrente SWAG. A abrangência de referências nesta gama da marca SWAG chega aos 95% dos veículos ligeiros do parque automóvel nacional. ... a DuPont Refinish foi nomeada Fornecedor Técnico Oficial da Equipa Caterham F1, pelo quarto ano consecutivo. A marca de repintura fornece os seus sistemas de pintura de alta tecnologia para os carros de corrida e de demonstração da equipa, assim como proporciona formação interna aos seus repintores.

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Japopeças. Galardoada pela Aisin Europe

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elo quinto ano consecutivo, a Japopeças foi convidada pela Aisin Europe para participar na entrega do prémio de melhor “Distribuidor Aisin em Portugal” referente ao ano 2012, em reconhecimento do excelente desempenho e pelos objetivos alcançados na distribuição e representação da marca Aisin em Portugal. O evento denominado “Aisin Family Association 2013” ocorreu de 6 a 8 de Maio em Nice, no Sul de França, onde visitaram as instalações da

marca Nipónica no IMRA Europe, líder mundial em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para a indústria automóvel. Na companhia de quase uma dezena de outros distribuidores europeus, Luis Costa, gerente da Japopeças, destacou que “apesar da difícil conjuntura que o nosso país atravessa, a preferência dos nossos clientes demonstra o reconhecimento do nosso esforço num mercado global cada vez mais exigente e competitivo”.

PBS. Nova gama de baterias para pesados

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Portugal Bateria Serviço completou a sua gama de baterias para pesados com a introdução de uma bateria da nova geração da marca Energia. Esta nova geração, caracteriza-se por apresentar tampa selada com respirador central, valores elétricos reforçados e “olho mágico” para verificação visual do estado de carga da bateria. As macas que a PBS distribui (Steco e Energia) são reconhecidas pela sua qualidade e fiabilidade pois garantem os valores eléctricos e dimensões de origem. Pode saber mais informações através do www.portugalbateriaservico.pt, onde

poderá consultar as fichas técnicas de cada referência.

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... a Reta passou a ser Service Partner da WABCO, através de uma parceria de serviços que garante a certificação de serviços de diagnóstico e reparação do sistema da marca que engloba travões e suspensão, no Centro de Assistência Técnica do Carregado. Esta certificação de parceira de serviços inclui ainda um plano de formação para os colaboradores, ministrado de forma regular, com o objetivo de desenvolver áreas de conhecimento específicas, por exemplo, utilização de novos softwares e sistemas WABCO. ... a Texa recebeu um importante reconhecimento da sua linha de estações de manutenção e carga de ar condicionado por parte da Renault. A marca francesa aprovou o uso do Konfort 760R para todos os seus veículos, tanto para o tradicional gás R134a como para o mais recente R1234yf, obrigatório para todas as novas homologações de veículos. ... a TRW Automotive Aftermarket acabou de lançar uma aplicação do seu catálogo de peças para Android, a plataforma de smartphones mais utilizada a nível mundial. Graças a este desenvolvimento, 95 % dos utilizadores globais de smartphones podem usufruir do acesso imediato às peças e sistemas ‘Corner Module’ da TRW – travagem, direção e suspensão. A nova App para Android está disponível para download gratuito a partir da Google Play Store. ... o comité ambiental do Parlamento Europeu acaba de propor uma lei que obrigue os veículos comerciais ligeiros a uma velocidade máxima eletronicamente limitada aos 120 km/h dentro da União Europeia. A proposta pretende que os diversos construtores de veículos comerciais ligeiros equipem com um dispositivo limitador de velocidade todos os modelos novos vendidos a partir de 1 de janeiro de 2014. ... depois do lançamento de uma aplicação pensada para os dispositivos IOS como o iPad ou o iPhone, a Brembo volta a inovar, desta feita na compatibilidade com sistemas operativos Android, sendo agora possível aceder a todo o seu catálogo de peças a partir de qualquer dispositivo móvel que utilize esta tecnologia. ... a eticadata software, empresa de tecnologias de informação que actua no desenvolvimento de soluções de software de gestão, acaba de nomear para a direcção Comercial Anthony Rodrugues, para fazer face às expectativas de crescimento da empresa nas diversas áreas de negócio. ... a Bosch apresentou um carregador caseiro mais económico para automóveis. Batizado de PowerMax, tem 16 amperes e conta com um cabo de três metros de comprimento. Para evitar o aumento de custos, não é possível acionar à distância, como outras soluções que os construtores automóveis disponibilizam. Tem apenas uma luz de ligado/desligado que indica se o veículo está a carregar. A grande vantagem é o preço, que deverá rondar os 350 euros.

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Motul. Acordo com a FIVA

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Motul e a Fédération Internationale des Anciens Véhicules (FIVA), assinaram uma parceria à escala mundial. A FIVA encontra-se agora representada nos cinco continentes e em mais de 62 países, através dos seus 86 clubes e associações que representam 1,5 milhões de entusiastas de veículos históricos. No marco desta cooperação com visão de futuro, a Motul e a FIVA têm a firme intenção de continuar a desenvolver as suas relações de parceria. Além das questões meramente técnicas, cooperam agora também na área de marketing. Tudo isto envolve não só atos conjuntos, como também estudos de mercado sobre os temas eleitos referentes ao tema dos veículos

históricos. Nos países em questão, esta nova conexão como “parceiro” trará muitas vantagens para os amantes de veículos históricos. No futuro, por exemplo, a Motul dará o seu contributo fornecendo informação e formação no âmbito da tecnologia de lubrificantes, através de cursos dirigidos aos coordenadores técnicos, bem como mediante o apoio para a solução de problemas técnicos complexos relacionados com lubrificantes. A título de exemplo, a Motul poderá fornecer dados no sentido de que cada veículo possa utilizar o lubrificante correto, evitando assim diversos problemas associados a uma escolha errada do lubrificante.

Eco-Oficina. Lança serviço de limpeza de filtro de partículas

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rede oficinal Eco-Oficinas acaba de lançar um serviço de limpeza de filtro de partículas. Este serviço está disponível na maioria dos aderentes a esta rede, sendo prestado por um agente oficial que se encontra habilitado tecnicamente para a realização do mesmo, sendo o preço variável em função do veículo.

TIPS 4Y. Novo website

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empresa TIPS 4Y acaba de fazer o lançamento do seu website www. tips4y.pt que, para além da importante vertente corporativa, se destaca pelo carácter inovador e dinâmico da sua plataforma de comércio online. Como agentes em Portugal das marcas que comercializam, nomeadamente TecDoc e Vivid/HaynesPro, disponibilizam agora online toda a informação correspondente: características, detalhes técnicos, principais vantagens, folhetos comerciais e vídeos tutoriais. Para além do portfolio geral de produtos, organizado por marca, o utilizador pode também pesquisar quais as soluções disponíveis para a sua área de negócio, ou ainda por categoria de produto. Os clientes do catálogo TecDoc online podem também efectuar agora o seu login na homepage da TIPS 4Y, aproveitando para verificar novidades e promoções.

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Fuchs. Lança Tecnologia XTL para pesados

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pós o lançamento para automóveis de passageiros, a Fuchs apresenta agora os novos óleos de tecnologia XTL para motores de veículos pesados. Economia de combustível, menor consumo de óleo, melhor desempenho de arranque a frio e menos depósitos no turbocompressor são as vantagens imediatas de que os

veículos pesados podem agora beneficiar com a mais recente tecnologia XTL de óleo de motor FUCHS. Refira-se que a XTL (Xtreme Temperature Lubrication) é uma tecnologia exclusiva da Fuchs que permite obter um óleo de motor com um índice de viscosidade muito elevado.

Blue Print. Equipa portuguesa participa na Automec Brasil

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unidade do bilstein group no Brasil, a FebiAutoLinea, uma joint-venture com o Hübner Group sedeada em Curitiba, teve presença no maior certame do sector do Pós-Venda na América Latina, a Automec, que teve lugar de 16 a 20 de abril de 2013 no Salão de Feiras Anhembi, em São Paulo, com um stand de 100 m2, onde apresentaram as ofertas completas de produtos e serviços de duas das marcas do grupo, a febi e a Blue Print, para assim iniciar novos contactos comerciais e ainda reforçar parcerias existentes. O stand contou com a presença de mais de 2.200 visitantes de 24 diferentes países. Joaquim Candeias e João Ramos,

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respetivamente Managing Director e Brand Development Manager da unidade em Curitiba e agora responsáveis pelo mercado brasileiro, apresentaram a marca Blue Print na feira em S. Paulo pela primeira vez. O saldo da feira foi extremamente positivo, tendo existido um altíssimo interesse pelo conceito da Blue Print e a sua oferta de gamas, tendo deixado os responsáveis muito confiantes e com excelentes perspetivas de negócios no futuro. Esta é a estratégia do bilstein group que quer ter cada vez mais ter uma presença internacional com todas as suas 3 marcas, desenvolvendo devidamente mercados como o brasileiro e a América Latina.

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TRW. Reforça aposta no “corner module”

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TRW está a levar a sua mensagem sobre a segurança dos componentes dos veículos a um público global, com a campanha publicitária sobre o “Corner Module”. Vocacionada para os sistemas de direção e de suspensão, esta campanha apresentará imagens de veículos a circular por vários locais do mundo, bem conhecidos. Simultaneamente, a TRW está a realizar uma promoção de componentes de direção e suspensão com o TRW Diamonds, o programa de fidelização para oficinas. “A mensagem central da campanha é que compensa, a todos os níveis, utilizar peças de substituição da mais elevada qualidade”, explica o diretor europeu dos serviços de marketing da TRW, Soeren Kristensen.

AB International. Presente em Feira no Quénia

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Alves Bandeira International FZE, empresa do Grupo Alves Bandeira com sede nos Emirados Árabes Unidos, continua a dar seguimento à sua estratégia de apresentação dos seus produtos e serviços, nos mais diversos países e continentes, alargando assim a sua posição apostando em novos mercados. Neste sentido, bem recentemente, a empresa esteve presente numa Feira de componentes para Automóvel, Petróleo e Gás, que se realizou no Quénia, - país africano onde a marca AB se quer instalar, através da distribuição de pneus, das mais diversas marcas que representa, bem como, na comercialização dos lubrificantes da marca Alves Bandeira.

Onedrive. Reforço da gama de carroçaria

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Onedrive reforçou a sua gama de Carroçaria, alargando o número de referências em material de chapa e de plásticos, em marcas como a Phira, Oran e Isam. O reforço de gama tem em perspetiva o aumento de competitividade da empresa e consequentemente o aumento de penetração no mercado. A oferta destes produtos aumentou em cerca

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de 800 referências que abrangem diversas aplicações do parque automóvel de ligeiros. Estas referências já estão disponíveis em stock, e poderão ser consultadas em qualquer uma das lojas da marca ou em www.onedrive.pt.

Hella. Nova temporada de climatização

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ob o slogan “O clima nas mãos de especialistas”, a Hella, especialista em Termocontrolo, com os produtos Behr Hella Service, convida as oficinas e os distribuidores a aderir a esta campanha para aumentar o seu negócio. A Hella ampliou sua oferta de produtos a preços especiais, mais competitivos, incluindo condensadores, compressores, filtros, válvulas, evaporadores, interruptores de pressão, ventiladores elétricos ou viscos, tanto para ligeiros como para veículos comerciais. No total, a Hella acrescentou à sua gama específica para veículos comerciais 71 novas referências. Para responder à grande procura que existe todos os anos entre a primavera e o verão, a Hella tem à disposição um elevado stock na sua central ao dispor dos distribuidores e das oficinas.


DuPont. Introduz três novos corantes

Garland. Relança marca Nokian

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ruto de uma estratégia de alargamento da gama de marcas e produtos na área dos pneus, a Garland Pneus passou a ser responsável pela comercialização da marca Nokian no nosso país. Para além das marcas de pneus que já disponha na sua gama de ligeiros (Uniroyal e Runway), a Garland lançou uma gama de ligeiros da marca Primewell (muito forte em pesados) em finais de 2012 e já este ano integrou na sua oferta a marca Continental. Já em maio a novidade foi a integração da Nokian, o que permite a este grossista disponibilizar uma extensa oferta de pneus para veículos ligeiros, comerciais, 4x4 e SUV, nos segmentos budget, quality e premium. A marca foi pioneira no uso de químicos seguros e desenvolve os seus pneus de forma a garantirem a maior rentabilidade possível, garantindo uma duração mais longa e um menor impacto ambiental.

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DuPont Refinish introduziu três novos corantes de alumínio, desenvolvidos especificamente para a tinta aquosa de próxima geração da DuPont Refinish, a Base Bicamada Cromax Pro: WB1096 Cromax Pro Alumínio Brilhante Especial Fino, WB1097 Cromax Pro Alumínio Brilhante Extra Fino e WB1098 Cromax Pro Alumínio Brilhante Médio Fino. Estes três corantes, de alumínio fino, ampliam a oferta de cor já de por si abrangente da marca. Os três corantes contêm leves partículas que proporcionam um máximo brilho e luminosidade sob a luz solar. Cada um deles demonstra um melhor desempenho comparado com outros alumínios brilhantes. Atualmente está a decorrer o lançamento destes três corantes por toda a Europa, numa prática lata de um litro.

Metelli. Aposta forte na bomba de água

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Metelli Co. continua a fortalecer a sua posição no mercado com uma nova estratégia de negócios, uma vasta gama atualizada e um poster técnico para ajudar os mecânicos durante a montagem do seu produto principal, a bomba de água, que representa um ponto de referência no mercado de pós-venda através das três marcas: Metelli, Graf e KWP. A Metelli aumentou a sua gama de bombas de água com a introdução de 66 referências novas de kits de correias com bomba de água que incluem bomba de água, correia dentada e tensor, e ajudam o mecânico a identificar os componentes relacionados com a substituição de todo o sistema de distribuição. Com o kit é necessário encontrar apenas um código, em vez de três itens separadamente, evitando possíveis erros durante a busca.

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REVISÃO

OPINIÃO

Joaquim Lavos Gerente da Sodicor

Na atualidade são raríssimas as empresas que conhecem o sabor do sucesso. Pelo contrário, a maioria debate-se diariamente com enormes dificuldades, lutando pela sobrevivência. A repintura automóvel não foge à fatalidade desta famigerada crise que tem vindo a reduzir as baixíssimas taxas de ocupação oficinal. Consequentemente, muitos vão ficando cada vez mais enfraquecidos porque são levados a limitar dramaticamente as suas já débeis margens para conseguirem algumas ordens de reparação mal pagas. E, para compor o ramalhete, vamos ouvindo por aí alguns “entendidos” apregoando que a repintura é um mal necessário… Como sempre temos defendido, a repintura é uma das especialidades da reparação automóvel que, tal como as restantes, exige investimento adequado, profissionais competentes, formação de bom nível e produtos que proporcionem bons acabamentos e boas taxas de eficiência. Com isto e, sobretudo, com uma organização irrepreensível, será sempre uma atividade rentável. É necessário dar umas injeções de ânimo aos reparadores da “colisão” ou da “chapa e pintura”, como queiram chamar-lhes. Trazer uma lufada de ar fresco para este ambiente cinzento, com cheiro a bafio, doentio. Fazer sentir que as lamentações, as maledicências e outras moléstias que poluem os nossos dias não nos conduzem a nada de bom. Estou certo de que para vencer é necessário ter esperança, ser positivo e inovador, ser capaz de tomar as decisões que têm de ser tomadas, em tempo útil. Em três palavras: pensar, planear e agir!

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Star Extras Line. Novamente PME Líder 2013

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Star Extras Line, através das suas marcas Linextras, Kayzen e LKA Design, foi mais uma vez reconhecida como PME LÍDER 2013, devido à qualidade do seu desempenho e perfil de risco, no âmbito do programa FINCRESCE, em parcerias com grupos bancários a operar em Portugal. Esta renovação efetivou-se sobretudo devido aos seus elevados indicadores de excelência na gestão, em termos de eficiência

e competitividade, à sua forte presença na exportação e à grande aposta em inovação na melhoria dos seus produtos/serviços. Tais condições revelam-se de extrema importância para o desenvolvimento da estratégia de crescimento de uma empresa. Neste contexto, a Star Extras Line foi distinguida novamente pelo seu forte contributo no mercado português e especialmente no setor automóvel aftermarket.

Grupo MCoutinho. Acordo Gates. Novo catálogo de para Gestão Operacional sistemas de transmissão da CETRA Gates anunciou a publicação do seu

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oi assinado recentemente um acordo entre o Grupo Caixa Seguros e o Grupo MCoutinho, estabelecendo um contrato de parceria entre ambas as instituições para a gestão operacional daquele centro de reparação de chapa e pintura por parte da unidade de negócio MCoutinho Colisão durante os próximos anos. Esta parceria, além de permitir reforçar a presença do Grupo MCoutinho em Lisboa, complementando a operação da unidade de negócio peças, permitirá melhorias significativas na operação do atual Centro de Colisão com ganhos significativos na qualidade do serviço e celeridade das reparações, bem como o crescimento sustentado do negócio Colisão para o Grupo MCoutinho.

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catálogo de aplicações de sistemas de transmissão, disponível em versão impressa e online. Com uma extensão de 245 componentes de metal DriveAlign, incluíndo tensores, polias, amortecedores de vibração de torção e polias livres do alternador, bem como 1689 kits Micro-V, a Gates fornece sistemas completos de componentes de transmissão por correia de qualidade OE. Além disso, a Gates adicionou 27 referências novas de correias (PowerGrip e Micro-V Horizon), 13 kits PowerGrip, 46 kits de bombas de água PowerGrip e 9 kits de ferramentas de regulação. O catálogo impresso oferece ainda informações adicionais úteis, enquanto o catálogo para dispositivos móveis (www.gatesautocat. com) oferece os mesmos dados online.

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ESPECIALISTA

Os dois BMW Série 3 da equipa Engstler têm bem visível a imagem da Liqui Moly, que transportam por todo o mundo

Liqui Moly. Competir para crescer O objetivo de patrocinar uma prova de automóveis como o WTCC é ganhar visibilidade por todo o mundo, mas também estar mais perto dos clientes, proporcionando-lhes experiências inesquecíveis nos bastidores das corridas. TEXTO Cláudio Delicado em budapeste

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Liqui Moly convidou a Turbo Oficina para ir ver por dentro uma corrida do WTCC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo, prova que a marca patrocina, além de ser também patrocinadora principal da equipa Liqui Moly Engstler. No conhecido circuito de Hungaroring, em Budapeste, Hungria, as duas corridas não correram de feição para os dois pilotos da equipa, mas em termos de imagem de marca, a Liqui Moly saiu mais forte e esse é o grande objetivo, mais do que os resultados

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desportivos. Esta parceria no WTCC já leva seis anos e um dos objetivos da marca alemã de lubrificantes e aditivos é proporcionar momentos de diversão, de partilha e recompensar os melhores clientes, que são convidados a ver por dentro as diferentes provas do campeonato que passa por todo o mundo, inclusive por Portugal, com a prova no Porto a 29 e 30 de junho. Basta estar no paddock de uma competição deste nível para se perceber que a imagem é tudo. E aí a Liqui Moly tem ganho pontos. “As meninas da Liqui Moly”, com quem todos os fanáticos dos carros querem tirar fotos, os bonés, todo o merchandising e a

Nos bastidores O BMW 320 TC usado pela equipa é uma evolução do BMW 320 si, usada a partir de 2011. É alimentado por um motor 1.6 turbo de injeção direta e quatro cilindros e conta com uma caixa sequencial de 6 velocidades. Face ao Série 3 normal recebe alterações para facilitar a vida na competição e permitir afinações, como o caster ou o camber. Os discos de travões são perfurados e ventilados e o peso deste BMW é de 1170 kg, contando com um depósito de combustível de 45 litros (a mistura inclui 10% de biocombustíveis). O preço estimado é de 220 mil euros e a potência é de cerca de 310 CV e o binário vai ao 420 Nm.

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mecânicos em cada corrida

é o número de membros fixos da equipa

toneladas de equipamento e material são transportadas para cada corrida

1000 km

de testes por época apenas (devido às curtas pausas entre corridas e limitações impostas pelos regulamentos)

370

litros de lubrificantes são consumidos por época (250 litros de oleo de motor e 120 litros de óleo de caixa de velocidades)

400

pneus são usados ao longo de toda a época do WTCC

possibilidade de estar perto dos pilotos faz com que exista um grande envolvimento durante cada fim-de-semana de competição. Depois, todo o programa preparado para os clientes que todos os dias vendem Liqui Moly faz com que a motivação perante a marca seja maior. E isso é o mais importante para a marca alemã. A equipa Engstler gasta todo o tipo de produtos da Liqui Moly, desde o fundamental óleo de motor até aos produtos de car care durante a prova. Respira-se Liqui Moly na box da equipa, além dos dois BMW 320 TC terem o logotipo da marca em grande destaque, tal como o fato dos dois pilotos, Franz Engstler e Charles Kaki Ng. A Liqui Moly esteve sempre muito envolvida na competição automóvel, “porque isso faz sentido com o tipo de produto que temos. Estamos muito ligados à competição e tem sido uma ferramenta muito útil para aumentar a notoriedade e imagem da marca, mas também um laboratório para testar os nossos produtos”, explica Peter Baumann, diretor de marketing da Liqui Moly. “A primeira vez que patrocinamos a equipa de Engstler foi em 1986, na Fórmula 3. É uma parceria de longa data e passámos por diferentes categorias com eles. Depois começou o projeto WTCC e decidimos patrocinar também. Não é uma relação normal, é muito mais do que isso. Este é quase um departamento dentro da própria Liqui Moly”, explica o responsável de marketing, depois de uma visita guiada à box da equipa. Mas então o que ganha a Liqui Moly com este patrocínio? “Quisemos patrocinar uma competição que passa por todo o mundo e que nos dá uma grande visibilidade”, explica Peter Baumann.

A Turbo Oficina teve ainda oportunidade de fazer um co-drive com o piloto e dono da equipa, Franz Engstler. A adrenalina sobe a cada curva, a cada travagem tardia e a cada vez que o piloto “atira” o carro para cima do corretor. Uma experiência para recordar.

TRÊS PERGUNTAS Peter Baumann diretor de marketing da Liqui Moly O que ganham os óleos normais com esta experiência na competição? É uma ferramenta importante para o desenvolvimento de futuros produtos, mas muito mais para manter a qualidade dos produtos atuais a um nível muito elevado. A grande vantagem é que neste tipo de competições conseguimos testar em situação real condições extremas que são muito exigentes, por serem motores muito potentes, com um aquecimento muito acima da média ou travagens muito fortes. A equipa usa os nossos óleos e depois analisamo-los, o que é especialmente importante para aferir o desgaste e as propriedades depois deste tipo de utilização. Retiramos várias amostras que analisamos depois em laboratório. Até porque cada vez que o carro sai para a pista, seja nas sessões de treinos, sejas nas corridas, o óleo é sempre mudado. Isto vai fazer com que os óleos da Liqui Moly sejam melhores no futuro? Ajuda a que tenhamos mais informação disponível para trabalhar. Mas o que é realmente importante é termos os “approvals” dos construtores automóveis para uso dos nossos lubrificantes e nesse aspeto estamos muito bem. Cumprir essas normas acaba por ser mais importante do que o que desenvolvemos realmente nas corridas. Até porque, por exemplo,apesar de ter sido desenvolvido para a competição, o Synthoil Race Tech GT1 10 W-60 que usamos no WTCC é um óleo que pode ser usado num carro normal. Os resultados da equipa não têm sido brilhantes. Ainda assim, sentem que o investimento tem retorno? Para o retorno que queremos fazemos o investimento ideal no WTCC. Nunca olhámos apenas para o lado desportivo desta parceria. Para estarmos numa equipa que ganha sempre temos que gastar 20 vezes mais do que gastamos. Esta é uma plataforma para aumentar a imagem mas também para fazermos este tipo de eventos, com os nossos clientes. Eles fazem competições de vendas para estar aqui. Os que têm mais vendas são convidados a vir à corrida. E isso é que é fundamental para nós, envolver os nossos clientes.

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Filtro de partículas. Limpar em vez de substituir A Liqui Moly apresentou um produto de limpeza do filtro de partículas que vai ajudar as oficinas a poupar dinheiro aos seus clientes, ganhando assim a sua lealdade. A Turbo Oficina viu como funciona. TEXTO Cláudio Delicado em budapeste

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Liqui Moly aproveitou a corrida do WTCC e mostrou aos jornalistas um novo produto que chega para ajudar as oficinas. Trata-se de um produto de limpeza de filtros de partículas diesel, que se mostra uma alternativa bem mais económica do que substituir o filtro quando este está entupido. Os filtros de partículas ajudam a reduzir as emissões de escape e agora são comuns em praticamente todos os modelos com motor diesel. Depois de serem filtradas, as partículas de fuligem são queimadas pelo filtro em intervalos regulares para prevenir que este entupa. Porém, isso requer uma determinada temperatura para que se dê essa regeneração. Mas essa temperatura dificilmente é atingida por carros que fazem apenas pequenos trajetos todos os dias. O resultado são filtros de partículas que entopem com mais facilidade e reduzem a performance do motor. No limite, o motor pode mesmo deixar de funcionar, obrigando à montagem de um novo filtro de partículas. Isto pode acontecer depois de percorrer tão-somente 20 mil quilómetros. Normalmente o ciclo de vida de um filtro de partículas é bastante superior a 100 mil quilómetros. A acrescentar à quilometragem, a qualidade do combustível também tem um papel importante: quanto menos for a qualidade, mais depressa o filtro de partículas entope. Um novo filtro tem um preço muito elevado, acima dos 1000 euros, valendo bem a pena a sua limpeza. É por isso que a Liqui Moly desenvolveu um novo produto de limpeza de filtros de partículas. A sua utilização não requer a desmontagem do filtro, bastando apenas remover a pressão ou o sensor de temperatura no sistema de escape. Depois, a sonda pode ser introduzida pela abertura e o líquido de limpeza é pulverizado diretamente para o filtro de partículas. Os ingredientes ativos dissolvem a fuligem depositada. O passo seguinte, após o uso do líquido de limpeza, é pulverizar com um agente de purga. Este fluído “espalha” a fuligem dissolvida no filtro para facilitar depois a sua queima. Incluíndo já o tempo de reação dos produtos, todo este processo

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demora, no máximo, meia-hora, explica Reiner Schönfelder, engenheiro da Liqui Moly. Depois de tirar o carro do elevador o motor precisa de uma utilização de alguns quilómetros para ativar o ciclo de limpeza. Isto faz com que a fuligem dissolvida pelo agente de limpeza seja queimada e o filtro fique limpo. “As oficinas vão conseguir marcar pontos junto dos seus clientes oferecendo este serviço de limpeza, ajudando-os a poupar nos custos”, explica o responsável. “Isto faz com que a oficina mostre a sua competência e ajuda a garantir a lealdade dos clientes”. Os clientes mais frequentes deste tipo de serviços são os condutores que usam os carros para pequenas deslocações, como boa parte dos taxistas ou

“condutores de domingo”. Para esse tipo de condutores a Liqui Moly recomenda que o filtro de partículas seja limpo em cada maior revisão ao carro. Essa atitude de manutenção preventiva ajuda a manter o filtro de partículas longe do entupimento no futuro. Este produto de limpeza do filtro de partículas da Liqui Moly é um solucionador de problemas reais para as oficinas, em contraste com a “limpeza” disponível de outros produtos na forma de aditivos para combustíveis. “Tais produtos podem reduzir a formação de fuligem, na melhor das hipóteses, e atrasar o entupimento do filtro, mas não têm qualquer efeito de limpeza verdadeira para o filtro de partículas”.

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Rede GFI. Fuselcar cria rede nacional de instaladores de gpl A Fuselcar apresentou recentemente, em Aveiro, a primeira rede nacional de instaladores de GPL nos veículos automóveis, designada por Rede GFI. Saiba os pormenores. TEXTO E FOTOS PAULO HOMEM

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primeira presença pública da Fuselcar aconteceu na passada edição da Mecânica, na Batalha, onde a empresa de Aveiro mostrou as primeiras linhas de orientação da Rede GFI. Daí para cá o projeto amadureceu o suficiente para estar já estabelecida, como também para negociar um conjunto alargado de parceiros que apoiam o projeto. Quer os responsáveis pelo desenvolvimento da rede, quer os parceiros, estiveram presentes perante os aderentes e potenciais aderentes desta rede, naquela que foi também a “1ª Ação de Formação GFI”.

empresa italiana altamente especializada (que faz 25.000 transformações em Auto Gás por mês ao nível do primeiro equipamento), a GFI é representada em Portugal pela Fuselcar. “O objetivo de

criação desta rede passa, acima de tudo, por nos diferenciarmos dos restantes instaladores, por via da qualidade do equipamento e da instalação”, afirma convicto Mário Reis.

OS EQUIPAMENTOS DE GPL DA GFI, QUE DÁ NOME À REDE, SÃO CONSTRUÍDOS E DESENVOLVIDOS PELA EMPRESA ITALIANA MTM, LÍDER MUNDIAL EM SOLUÇÕES GPL Mário Reis, técnico e responsável da Fuselcar, trabalha em Auto Gás há mais de 18 anos, sendo uma das pessoas mais críticas relativamente à grande maioria das instalações de GPL que se fazem em Portugal. “A nível nacional são poucos os que trabalham em Auto Gás como deve ser”, refere Mário Reis, que revela que só no início deste ano é que se conseguiu fazer um curso nesta área no CEPRA. O problema nem são as homologações do equipamento, mas sim a forma como os mesmos são montados nos automóveis, de modo a que se consiga garantir a segurança. Rede GFI O nome GFI derivada da marca de equipamentos que são instalados nos veículos transformados para Auto Gás. Atualmente propriedade da MTM, uma

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A apresentação da Rede GFI permitiu também ficar a conhecer os principais parceiros


Parcerias Rede GFI Um dos pilares da Rede GFI são as parcerias já estabelecidas com diversos operadores, que aliás tiveram também presentes nesta “1ª Ação de Formação”. Eni (Lubrificantes), JLM (Aditivos), ANIA (Associação Ambiental), Autodata (Dados técnicos), Neocom (Peças recondicionadas), Feiramq (Equipamentos) e Autopeças (Peças para automóveis), são para já os principais parceiros da Rede GFI. Contudo, outras parcerias estão a ser desenvolvidas, como exemplo, com a Rede Rino. Neste caso, onde não houver um instalador GFI, possa ser uma oficina Rino a dar o serviço de Auto Gás e vice-versa. Noutro plano, também com o Grupo AD está a ser estabelecida uma parceria ibérica.

A formação em Auto Gás para os instaladores aderentes é fornecida pela Fuselcar, que assim certifica (com um certificado oficial da MTM) que utilizam os procedimentos e equipamentos corretos

para instalar Auto Gás nos automóveis. No fundo, não é apenas uma mas sim três formações, sendo a primeira destinada à apresentação dos equipamentos e software, a segunda à qualidade de montagem

(técnicas) e a terceira é fornecida pela própria MTM. Neste momento a Rede GFI conta com cerca de 14 aderentes, tendo Mário Reis a intenção de “ter uma boa cobertura geográfica do país, para que um cliente, quando tiver algum problema com o seu carro, possa em qualquer parte do país recorrer a um instalador certificado”. A ideia não é massificar a rede GFI, tendo o responsável por este rede a intenção de nomear cerca de 20 instaladores em Portugal (pelo menos um, em média, por cada distrito). Ao contrário do que é normal em redes oficinais, na Rede GFI existem apenas obrigatoriedades mínimas em termos de imagem, embora no plano técnico seja obrigatório ter um aparelho de diagnóstico multimarca e um analisador de gases.

a rede gfi já conta neste momento com 14 aderentes. embora a ideia não seja massificar, a fuselcar quer ter um instalador por distrito Sobre a evolução da instalação de GPL em veículos automóveis em Portugal, Mário Reis diz que “é um mercado interessante e continua a haver muitos clientes interessados nestas transformações. Contudo, tal como outros mercados, também na instalação do GPL se tem notado alguma retração”. No futuro serão dados mais alguns detalhes sobre a evolução da Rede GFI, apostando a Fuselcar numa presença com mais destaque na próxima Mecânica, na Batalha, em novembro próximo. junho 2013

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Leirilis. Crescimento geográfico é apenas uma das estratégias No início de 2013 a Leirilis abriu novas instalações em Coimbra e agora está pronta para ir para Lisboa. Contudo, a estratégia de crescimento assenta também na gama de produtos e na formação. TEXTO E FOTOS PAULO HOMEM

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esde a sua fundação em meados da década de 80, que a Leirilis concentrou a sua atividade na região de Leiria, sendo na altura uma empresa especializada em material eléctrico. Os últimos anos têm sido de profundo crescimento de negócio, assente numa dinâmica aposta na diversificação de produtos e de marcas (com a introdução também de algumas marcas de relevo como a TRW, INA, Sachs, Luk, etc), mas também de uma aposta muito bem sucedida na formação profissional (ver caixa). “O cliente não está disposto, atualmente, a recorrer a vários fornecedores. Quer apenas fazer um contacto através do telefone ou do portal e ser fornecido o mais rapidamente possível”, afirma Salou Saco, explicando desta

forma a forte aposta que a empresa tem feito ao nível do produto. Coimbra e... Lisboa Porém, uma das decisões mais recentes do operador de Leiria foi o seu crescimento geográfico, neste caso com a abertura muito recente de instalações em Coimbra. “Tudo o que não seja entregas bidiárias muitas vezes não satisfaz as necessidades dos clientes. Se não conseguirmos associar o serviço às peças, neste caso com entregas bidárias, sentimos que o cliente se poderá afastar um pouco”, começa por explicar Salou Saco, responsável da Leirilis. Como ainda não existe uma logística muito forte para norte de Leiria que pudesse dar à Leirilis esse serviço bidário, e como a

empresa de Leiria já começava a ter uma importante carteira de clientes no interior centro do país, a abertura de um armazém em Coimbra acabou por fazer todo o sentido, segundo os responsáveis da empresa. “Em Coimbra existem muitas transportadoras que nos permitem potenciar as entregas na zona centro como até ao Porto, com as tais entregas bidárias”, diz Salou Saco, explicando ainda: “Tínhamos também uma estratégia de expansão já em mente há algum tempo que coincidiu com o fecho de um operador que trabalhava a Bosch há vários anos. Como nós também somos muito fortes em Bosch, e sentimos que esta marca passava por algumas dificuldades naquela zona do país, ainda mais sentido fez o nosso investimento”.

Disponibilidade e rapidez na entrega, sem esquecer um preço competitivo são apostas fortes da Leirilis

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A leirilis tornou-se um dos mais importantes operadores de peças para o aftermarket em portugal, tendo agora presença alargada no nosso país.

Formação em alta Mais do que as palavras a Leirilis passou mesmo aos atos, quando em 2011 investiu de forma decidida num centro de formação. É atualmente um dos melhores e mais bem equipados centros de formação que um operador com estas características possui. Todos os planos de formação, bastante completos e diversificados ao longo do ano, têm vindo a ser cumpridos com muita adesão por parte dos mecânicos. Um dos trunfos da Leirilis é que as formações têm uma forte componente técnica tendo em vista as necessidades dos clientes. É de tal maneira bem sucedida a aposta na formação técnica, que leva Salou Saco a dizer que “é pena o centro de formação não ter umas rodas, para que possamos ir de encontro ao cliente”. Apesar de muito bem equipado tecnicamente, o investimento em novos equipamentos tem sido uma constante para que a formação seja o mais aproximada possível da realidade. “Tem sido um investimento grande e constante, mas tem sido também uma aposta muito válida e compensadora”, assegura o mesmo responsável, que pretende que a formação chegue ainda a mais clientes.

O armazém com 560 m2 que a Leirilis tem em Coimbra irá progressivamente ter um stock muito semelhante ao que a empresa tem na sede, já que as necessidades dos clientes são sensivelmente as mesmas, mas vai também compensar a sobrelotação dos armazéns de Leiria. Para além de Coimbra, a Leirilis tem como objetivo estratégico chegar também fisicamente a Lisboa, num projeto que já está a decorrer. Na capital, onde tem três comerciais no terreno, a Leirilis vai apostar numa estrutura física mais pequena e mais operacional. “Temos vindo a crescer em Lisboa, mas este é um mercado onde a entrega bidiária já é curta para alguns clientes. Por isso, numa primeira fase poderemos apostar num balcão que possa servir esses clientes, mas também ter uma presença mais ativa a sul de Lisboa”, explica Salou Saco. Para terminar refira-se que a Leirilis renovou recentemente o seu portal de vendas online (www.leirilis.com), numa altura em que as vendas por esse canal têm crescido de forma exponencial.

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ESPECIALISTA

Convenção ARAN. Aguentar a crise e diversificar serviços A XI Convenção da ARAN reuniu profissionais da área da reparação automóvel e apresentou-lhes soluções práticas para conseguirem continuar a trabalhar num sector cada vez mais desleal. TEXTO paulo homem

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os últimos cinco anos terão fechado em Portugal mais de 5.000 oficinas. Fechado nem é bem o termo correto. Deveria dizer-se que muitas delas apenas fecharam as portas, mas continuam a fazer o seu trabalho, aparentemente de forma desleal, já que não respeitam as questões ambientais e muito menos as legais e fiscais. Por exemplo, ao não cobrar IVA pelas intervenções que continuam a fazer à porta fechada nos carros dos seus clientes, terão uma potencial vantagem de 23% face às oficinas cumpridoras. Esta é uma das muitas conclusões que se retiraram da XI Convenção da ARAN Associação Nacional do Ramo Automóvel, que

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se realizou no passado dia 18 de maio em Santa Maria da Feira, na qual estiveram presentes mais de 200 pessoas e importantes oradores que apresentaram diversos temas que dizem diretamente respeito ao setor da reparação automóvel. A convenção deste ano foi pensada para o dia-

O PRESIDENTE DA ARAN GARANTE QUE existe uma grande desmotivação nas oficinas, pois cada vez têm menos dinheiro.

a-dia das oficinas, com o objetivo de apresentar soluções práticas de gestão. Dessa forma, um dos temas alertou as oficinas para algumas “máximas da satisfação do cliente” muitas vezes descuradas pela própria oficina. Nesta convenção foi apresentado um estudo sobre o franchising em Portugal associado ao setor oficinal. Neste momento existe uma oferta superior a 50 franchisings para o setor, nas áreas oficinais, pintura, pneus, vidros e lavagens. O destaque foi para o franchisng Oficina Certa, que a própria ARAN tem vindo a desenvolver para os seus associados. O tema dos seguros e a relação com as seguradoras também foi abordado, assim como as vantagens do GPL e da sua instalação bem

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Evolução do mercado

A convenção da ARAN apostou em temas que pudessem ajudar as oficinas a diverisificar serviços

Cerca de 200 pessoas estiveram presentes neste evento da ARAN

como a sua crescente importância. O crédito à reparação, a escolha do equipamento oficinal, a formação profissional, lubrificantes e pneus, na óptica do serviço oficinal foram também temas importantes. Para António Teixeira Lopes, Presidente da ARAN, esta convenção foi importante “pois foram focados temas importantes para as oficinas, como a fidelização dos clientes, a aposta em nichos de negócio, nomeadamente na diversificação de serviços e como devemos ir

ao encontro de uma expectativa que o cliente já não tem por via da crise”. Sobre o setor oficinal, o Presidente da ARAN não foi muito animador, afirmando que “existe uma grande desmotivação nas oficinas e já não se interessam por nada, pois cada vez têm menos dinheiro. Foi por isso que fomos muito incisivos nos temas desta convenção, onde procurámos diversificar os temas como forma de ajudar a compensar a perda de serviços que essas oficinas têm registado”.

Uma das apresentações seguidas com mais interesse foi a de Guillermo de Llera da GIPA Portugal, que trouxe alguns dados interessantes sobre o setor automóvel e das oficinas. No entender deste especialista, os fatores que influenciam o mercado estão em queda, isto é, contínua quebra de vendas automóveis, queda contínua da quilometragem média anual e queda do investimento na reparaçãoo que se agravou em 2012. Para reflexão, da sua intervenção destacamos o seguinte: As oficinas autorizadas perdem quota (mais de 1% ao ano, nos últimos 5 anos), em consequência do envelhecimento do parque e da não fidelização de clientes, embora em 2012 tivessem recuperado fidelização. As oficinas independentes multimarca ajustaram a sua oferta e mantêm a sua quota (apesar de existir menos oficinas) Os especialistas em pneus mantêm elevada quota, mas com alguma regressão; A nova distribuição (Auto-centros e Serviços Rápidos) são o circuito com crescimento, ganhando quota de mercado pela adequação da sua oferta; Cerca da metade dos acidentes não são declarados às seguradoras e quase um em cada quatro carros não são reparados. Mercado eventualmente a recuperar mediante ações de Marketing; As oficinas autorizadas reparam metade dos acidentes dos condutores com seguros contra todos os riscos, mas unicamente um de cada oito carros com seguros contra terceiros; Três em cada quatro euros das reparações por acidentes são pagos pelas seguradoras.

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Strema. Novo serviço técnico para a reparação A Tips 4Y e a Mecatrónica Online associaram as suas valências técnicas para desenvolver um novo serviço, designado por STREMA, que já se encontra disponível para o mercado da reparação e pós-venda automóvel. TEXTO paulo homem

Pedro Barros, Tips 4Y e Sérgio Pinto, Mecatrónica Online

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STREMA – Suporte Técnico à Reparação e Manutenção Automóvel é um novo serviço que se destina a disponibilizar uma solução técnica de apoio à manutenção e reparação automóvel através da combinação de um programa de dados técnicos online associado a uma linha telefónica de apoio técnico. Desde o passado dia 30 de abril que este serviço está disponível, tendo como empresas promotoras a Tips 4Y, agente Vivid, TecDoc e Alldata para Portugal e a Mecatrónica Online, uma empresa com vasta experiência

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e conhecimento técnico no que diz respeito a sistemas de auto-diagnóstico para o setor do pós-venda automóvel. A Tips 4Y fornece ao mercado do pós venda independente automóvel sistemas de identificação de peças e dados técnicos de manutenção e reparação, como também soluções para automatizar e otimizar processos entre fabricantes, distribuidores e oficinas através de plataformas B2B/B2C. No caso da Mecatrónica Online, a sua existência deriva das empresas fundadoras (Auto Diag, Cifra e Jp Tools), proporcionando

aos profissionais da reparação automóvel soluções de apoio e formação técnica em mecatrónica. Este serviço está disponível em duas versões, STREMA e STREMA Plus, sendo que a primeira é constituída pelo “módulo técnico” do Vivid e por um pack de 40 consultas técnicas mensais, enquanto a versão mais completa é constituída pelo módulo “pacote de negócio” do Vivid e por um pack de 200 consultas técnicas. Qualquer oficina terá agora acesso a uma linha de apoio técnico com serviços especializados, bastando para tal ligar para a Mecatrónica Online.

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Autopromotec Antecipar o futuro O Salão de Bolonha foi maior do que nunca e as marcas procuram contornar a crise e mostrar confiança no futuro, numa feira onde ainda se faz muito negócio. A Turbo Oficina esteve lá e mostra-lhe as principais novidades. TEXTO Cláudio Delicado em Bolonha

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Autopromotec cumpriu este ano as bodas de prata. O objetivo é tornar-se uma feira cada vez mais internacional, sem descurar uma forte vertente para o mercado italiano. A edição número 25 deixou para trás a crise e bateu recordes no número de expositores (1512, de 52 países) e também em espaço (156 mil metros quadrados, 20 mil dos quais no exterior, entre pavilhões). Este ano o número de expositores internacionais cresceu 7,5% face a 2011. Com base na bem-sucedida edição de 2011, este ano a AutopromotecEDU contou com 26 eventos, que cobriram todas as áreas de interesse para o mundo da reparação, com opções para todos os atores da estrutura de negócio. A feira deste ano virou-se completamente para o futuro, o que se prova também com a conferência de abertura, intitulada “A evolução tecnológica da manutenção automóvel: efeitos nas oficinas do futuro”. Durante a feira, a Autopromotec organizou

uma série de conferências sobre o estado da indústria de aftermarket em vários paíseschave - confirmando a natureza global da exposição. Estas conferências são parte do AutopromotecEDU, o espaço dedicado à análise das questões atuais do mercado de reposição automóvel. A conferência mais importante em Bolonha foi a 4ª edição do Encontro Internacional do Aftermarket Automóvel (IAAM13), um evento que junta as principais associações do setor, como a ANFIA, a Clepa ou a Figiefa, em nome dos profissionais de todo o mundo, que representam os fabricantes de veículos, bem como de peças, equipamentos e fabricantes de pneus, distribuidores independentes e redes de aftermarket. O IAMM13 concentrou-se em fornecer às empresas e aos profissionais do pós-venda automóvel uma antecipação das tendências e desenvolvimentos da indústria do aftermarket na Europa e em países estratégicos como os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Aliás, o Brasil, o sexto mercado mundial, teve este ano uma grande delegação e uma conferência dedicada ao aftermarket do país. De facto, a conferência procurou mostrar as interessantes oportunidades que existem hoje nos BRIC, em mercados que estão em expansão, ao contrário do que acontece na Europa, onde o mercado está maduro e sem grandes possibilidades de crescimento. A experiência europeia, juntamente com o alto valor tecnológico dos seus produtos podem representar uma grande mais-valia nesses países. Uma das vantagens deste encontro é colocar os profissionais a falar diretamente em reuniões próprias com os principais atores do setor. Pela dimensão desta feira, não é possível visitar todos os stands de todas as marcas. Como tal, publicamos um resumo das principais novidades e estratégias que conseguimos apurar durante a nossa visita. Para saber mais sobre a Autopromotec aceda a http://oficina.turbo.pt/tag/autopromotec junho 2013

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Empresas na Feira

NTN – SNR

Bruno Gauthier A NTN-SNR aproveitou a Autopromotec para apresentar dois novos produtos. Um deles é a nova gama de correias de acessórios, completando assim a sua gama com mais 400 referências. A empresa francesa é agora mais apetecível para

Icer

Ruben Llander A Icer esteve presente no certame italiano mais para estar perto dos seus clientes, tanto os do mercado italiano como também do europeu, do que para mostrar novos produtos. No que diz respeito ao mercado português, a marca de travagem trabalha com vários distribuidores e Ruben Llander,

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os seus clientes uma vez que tem uma gama completa de tensores, kits, amortecedores e polias. “Era por isso óbvia a introdução desta nova gama de correias de acessórios na nossa gama”, explica Bruno Gauthier, responsável de exportações da empresa. Para Portugal a base de operação da empresa é Espanha, “mas temos dois bons clientes em Portugal que têm tratado de nos ajudar ao crescimento da marca”. A opção de operar a partir de Espanha passa pela questão do investimento em espaços. “Não queremos ter muitos armazéns, porque temos um catálogo de produtos muito grande e isso faz com que os custos de instalações e de stocks aumentem consideravelmente. Hoje com a facilidade da logística é praticamente igual enviar os artigos de Espanha ou de Portugal”, explica. Por isso não preveem mudar esta estratégia, ao mesmo tempo que este responsável afirma: “Não queremos muitos distribuidores, porque alguns procuram só o preço e o que nós oferecemos é um serviço completo. É esse o nosso caminho”. A NTN-SNR está também a delinear um plano de formação para aplicar em Portugal.

diretor comercial, admite que “o mercado português não está no melhor momento. Mas os nossos distribuidores estão a trabalhar muito bem e, felizmente, estamos a conseguir crescer”. O objetivo passa por continuar a crescer, mas de uma forma sustentada. “Não vamos entrar em loucuras e queremos crescer com os pagamentos dos nossos clientes e não com uma procura sem critério de novos clientes”, explica.

Champion

Marc Lombardi “Não nos podemos queixar do mercado em Portugal, onde temos trabalhado muito com o nosso distribuidor, a Fimag, e onde estamos também a planear uma campanha de comunicação forte com o mercado e novas ações para que a marca cresça nos próximos anos em Portugal”, explica Marc Lombardi, responsável de vendas da Champion para Portugal. A marca belga lançou recentemente novos produtos e aproveitou o certame italiano para os mostrar aos clientes e potenciais clientes. A nova gama de lubrificantes baseia-se na evolução do mercado cada vez mais direcionado para a poupança de combustível, redução das emissões de CO2 e para a durabilidade. “Acreditamos que os novos lubrificantes Champion constituem uma adição de grande valor à nossa gama de produtos e que vão de encontro às necessidades dos clientes”, explica Marc. Mas há mais novidades, que abrilhantaram a presença da Champion na Autopromotec deste ano, ligadas a uma área que hoje nenhuma marca se pode dar ao luxo de ignorar: as nopvas tecnologias. “Temos uma ferramenta online que é inédita. Basta entrar na página de entrada do site (www. championlubes.com), disponível em português, introduzir um produto de qualquer outra marca de lubrificantes e procurar o produto Champion equivalente. Por aqui é possível escolher exatamente a referência de óleo que um carro usa e ver, com total segurança, em menos de um minuto, o equivalente da nossa marca”, explica o responsável.

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SKF

Carlo Covini

Rubbervulk

Bruno de Carvalho A Rubber Vulk, empresa especializada em consumíveis e acessórios para casas de pneus, foi à Autopromotec procurar manter o forte crescimento que tem tido desde a sua fundação. “Temos sempre clientes novos neste salão e no de Essen, ambos muito virados para a exportação. Temos uma linha de produtos muito vasta e soluções para todos. É isso que os clientes procuram cada vez mais, soluções”, explica Bruno de Carvalho. Um dos desafios para os próximos tempos, explica este responsável, é o TPMS, algo a que a Rubbervulk está muito atenta.

“Estamos a trabalhar sobretudo em kits de distribuição com bombas de água que é um produto que tem um enorme futuro pela frente. O nosso objetivo aqui é, além de mostrar toda a gama de produtos, ter um enfoque especial nestes kits”, explica Carlo Covini, responsável de vendas e marketing para a Europa do Sul. Sobre o mercado português refere que o importante é “continuar a manter a cadeia de distribuição, onde o nosso cliente é o distribuidor. Uma segunda fase do nosso trabalho continua a ser a visita a clientes e oficinas dos nossos próprios clientes. E aí apostamos cada vez mais na formação, no apoio às vendas e também no suporte necessário que a nossa equipa em Portugal presta a todos os clientes”. Para Carlo Covini o sucesso também se faz através de relações duradouras de parceria. “Conseguimos manter a nossa quota de mercado e estamos a sofrer menos do que os concorrentes com esta crise, mas a verdade é que

o consumo no mercado português está em níveis muito baixos”. É por isso que, nesta altura, “é fundamental apoiarmos todos os clientes com formação técnica, porque sem ela torna-se muito difícil sobreviver num mercado cada vez mais complicado”.

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Empresas na Feira

Dayco

Franca Pierobon “Ao constante e quotidiano aperfeiçoamento das linhas de produto já existentes, a Dayco desenvolveu uma nova gama de inovação: as molas pneumáticas, produzidas pela Vibracoustic/Aircruise, marca premium alemã e líder de mercado na produção deste tipo de componentes”, explica Franca Pierobon, responsável de comunicação da divisão aftermarket da empresa. A gama, apresentada em exclusivo na Autopromotec 2013, é composta por 400 referências, comercializados com a marca “Aircruise powered by Dayco”, e garante a

cobertura das principais aplicações europeias e asiáticas (Iveco, Man, Volvo, Byd, Samro, etc), disponíveis para o segmento dos produtos heavy duty: camiões, autocarros e reboques. “A estrutura de base do novo catálogo Dayco Air Spring 2013 é semelhante aos restantes catálogos Dayco. Em Portugal “estamos a ganhar novos clientes, a melhorar a relação com alguns distribuidores e a crescer em volume de negócio, apesar das dificuldades atuais do mercado”, explica Franca Pierobon. A estratégia passa também por uma aposta na formação, garantida pela equipa técnica que tem base em Barcelona.

UFI Filters

Eduardo Martí/Illenia Vicentini A UFI Filters levou até à Autopromotec a sua mais recente tencologia para comerciais ligeiros e pesados, uma aposta forte do grupo para os próximos meses. O grupo garante neste momento uma cobertura de 90% do parque de comerciais ligeiros. Nas novidades, tanto para este segmento como para os pesados, destaque para novas aplicações para a Iveco Daily, mas também para os camiões Iveco Stralis e Trakker. Os filtros estão disponíveis sob ambas as marcas: UFI Filters e Sofima. As duas marcas de filtração mostraram também um novo filtro de óleo para o poderoso motor 3.6 FSI de 300 CV da Volkswagen. Quanto ao mercado português,

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Eduardo Martí, responsável da divisão aftermarket automóvel, explica que “é um mercado estratégico mas trabalhamos Portugal e Espanha como um mercado só e isso faz com que ganhe muita importância dentro do grupo. A economia em qualquer um dos países não está muito saudável, mas acredito que isso vai mudar em breve. Estamos otimistas”. Em exclusivo à Turbo Oficina Eduardo Martí anunciou que o plano de formação que a UFI estabeleceu para Portugal vai ter início já no próximo mês, tanto para os distribuidores como para as oficinas. “O nosso objetivo é que os nossos clientes, através da presença do nosso responsável Pedro Proença no mercado, percebam que prestamos um serviço completo que os ajuda no dia-a-dia”.

Meyle-HD Lars Peters

A Meyle levou a Bolonha a sua gama de peças para o aftermarket mas, acima de tudo, um conceito de formação no qual a marca da Wulf Gaertner Autoparts está a apostar forte. “Queremos estar mais perto dos clientes e apostar em mais treino, mais formação para os profissionais do setor”, explica Lars Peters, diretor de vendas da Meyle. E explica-nos a estratégia da marca para Portugal. “Existem dois mercados, o das peças baratas e o da qualidade. É neste último que estamos e queremos explicar aos nossos clientes que ao comprarem muito barato vão pagar a dobrar porque depois têm que refazer o trabalho que foi mal feito. Esta ideia já está a chegar às oficinas e em Portugal há muito essa consciência. O nosso principal distribuidor, a Auto Delta, está a fazer um ótimo trabalho”, explica o responsável. As previsões são de manter o crescimento nas vendas, até pela introdução de muitos produtos novos no catálogo. “A nossa linha asiática também está a crescer muito”, conclui.

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Festool

Federica Gussoni

Fiamm

Davide Mancini A Fiamm levou até Bolonha os produtos mais recentes que passaram do primeiro equipamento para o aftermarket. Sobre o mercado português, Davide Mancini, Reponsável de Vendas e Exportação garante que “é um mercado muito interessante, com um grande potencial, não só pelo mercado interno como também por ser uma plataforma importante para chegar aos PALOP. O mercado português atravessa até um melhor momento do que o mercado espanhol”. Davide Mancini elogia o trabalho feito pela Polibaterias, o seu principal distribuidor em Portugal, que tem garantido uma boa visibilidade à marca mas também “um crescimento na ordem dos dois dígitos”. “O mercado das baterias tem algumas particularidades, nomeadamente porque é um negócio em que é preciso ter todas as referências disponíveis porque há duas coisas pelas quais os clientes não esperam e sem elas o carro não anda: combustível e bateria. Se não houver a bateria que o cliente precisa vai logo de seguida a outro sítio comprar”, explica o responsável. A estratégia passa por continuar a alargar a gama de produtos e apostar também em ações de marketing.

A grande aposta da Festool no Salão de Bolonha foi mostrar não só os seus produtos como também o conceito defendido pela marca. “Isso passa muito por mostrar às oficinas onde podem agir para não perder rentabilidade. O nosso objetivo passa por lhes mostrar onde podem ter margens maiores”, explica Federica Gussoni, responsável de desenvolvimento de negócio. Uma das mais eficazes ferramentas para isso é o roadshow Profit Zone que teve lugar também em Portugal e onde a Turbo Oficina já fez uma reportagem numa das edições anteriores. Tudo passa por um plano de trabalho. “Quando chegamos a uma oficina a primeira coisa que fazemos é uma auditoria simples para perceber como trabalha e saber se existe algum espaço para crescer ou para fazer outras coisas. Depois, consoante os resultados mostramos soluções para reduzir os tempos de todos os processos de trabalho porque tempo é cada vez mais dinheiro”, sublinha a responsável. Mas uma das grandes apostas deste roadshow e de todos os equipamentos vendidos pela Festool prende-se com a proteção e segurança dos mecânicos. “Os novos equipamentos garantem não só uma redução de 30% nos custos de eletricidade, como maior proteção aos seus utilizadores que ficam também expostos a menos doenças laborais, fruto de um trabalho de quatro de desenvolvimento para, por exemplo, reduzir ao máximo a vibração de equipamentos como a Lex 3. Mas a redução geral do ruído dos equipamentos tem mostrado ótimos resultados”, exemplifica Federica Gussoni. De Portugal esta responsável elogia “o muito interesse que todos

mostraram no roadshow, porque as pessoas percebem que podem realmente ter benefícios para o diaa-dia, especialmente importante em situações de crise”. A aposta passa por disponibilizar máquinas mais pequenas, com todo o material incluído, para que o tempo de cada operação se reduza. Além disso, as máquinas têm uma garantia de 36 meses e se avariar o cliente não tem que pagar nada pelo arranjo.

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Empresas na Feira

Counteract

James LeBlanc/Jorge Ferreira A Counteract, empresa portuguesa com fábrica em Aveiro, foi à Autopromotec mostrar o produto que vende um pouco por todo o mundo. “As microesferas da Counteract não só são amigas do meio ambiente como ainda calibram todo o conjunto do rodado pela vida útil do pneu. Reduzem, cientificamente comprovado o consumo de combustível, reduzem o desgaste do pneu e eliminam praticamente as vibrações. São a melhor opção para calibrar veículos de meia tonelada ou superior”, explica Jorge Ferreira, diretor de vendas. Sobre Portugal, Jorge Ferreira, explica que “o principal problema é que a redução da despesa do consumidor final afeta muito a oficina, que depois procura sempre comprar mais barato. Por outro lado, as empresas são pouco associativas e isso não ajuda a que todos puxem para o mesmo lado”.

Bilstein group Joaquim Candeias

Depois da apresentação oficial da marca bilstein group na Automechanika de Frankfurt, no ano passado, que junta as marcas Blue Print, Febi e SWAG, o objetivo do grupo é mostrar a nova identidade nos diferentes salões internacionais, como aconteceu também na Motortec, em Madrid. O mesmo aconteceu agora na Autopromotec. Ainda assim, foi o local ideal para ficarmos a saber mais sobre a nova aposta do grupo no mercado brasileiro que será liderado por Joaquim Candeias, administrador da ADL. “No Brasil a Febi tem muita força e estamos a trabalhar em parceria com o Grupo Hübner e a Autolínea. Temos quatro divisões: a Febi Car Division, A Febi Trucks, os lubrificantes Febi e a Blue Print, ao mesmo tempo que está praticamente concluído o registo Ferdinand Bilstein no país”, explica Joaquim Candeias. O objetivo agora passa por “desenvolver um plano total até ao final do ano para depois ser discutido na sede na Alemanha”. Quanto ao funcionamento do mercado brasileiro, o responsável do bilstein group esteve recentemente no salão Automec, no Brasil, para tomar pulso ao mercado. “Estamos na fase de desenvolver um business plan para

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as quatro vertentes atuais do nosso negócio, onde temos que definir com que custos de pessoal e de operações o vamos fazer. Temos que construir um plano rigoroso para definir questões como o tipo de distribuição, mas também estabelecer um prazo para o break-even. Quero apresentar à direção um documento estratégico que explica tudo isto e coloca objetivos em cima da mesa. Foi assim que me habituei a trabalhar e foi assim que transformámos a sucursal portuguesa num case study dentro do grupo. É esse know-how que vamos agora levar para o Brasil”, explica Joaquim Candeias. Até ao final do ano tem que estar tudo definido. O

primeiro passo deste projeto passa por abastecer o mercado brasileiro através da Europa, seja Alemanha, Inglaterra e mesmo Portugal. Depois, numa segunda fase, é colocar os próprios fabricantes a enviarem os produtos diretamente para o Brasil. O terceiro passo, o que terá mais impacto, é começar a produzir localmente. Por isso, refere Joaquim Candeias, “é um processo tão complicado que deve ser o meu último projeto profissional, porque estou a apontar para um prazo de 10 a 12 anos para implantar as coisas como quero”. O Brasil é hoje um país com muitas oportunidades, com muito menos veículos por habitante do que na Europa.

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Vipal

Eduardo Sacco

OCAP

Marika Tagliabue A OCAP aproveitou a Autopromotec para apresentar a sua nova imagem, mais moderna e que deixa de ter como mascote o panda. No que diz respeito ao mercado nacional “a situação geral não é fácil”, lamenta Marika Tagliabue, diretora de vendas. Acrescenta que não é fácil desenvolver a marca no mercado nacional. “Por isso, estamos à procura de novos parceiros. Trabalhamos com três empresas neste momento, mas queremos chegar às cinco”.

Durante a Autopromotec, a Vipal levou à feira, além da sua ampla linha de produtos e serviços para o segmento automóvel, duas novidades especiais para o mercado internacional. Um dos lançamentos é a banda de rodagem VT160, especialmente desenvolvida para otimizar a tração de veículos pesados na neve. Produzida para ter maior durabilidade em condições severas, a banda destaca-se pelo potencial de aderência em vias com neve e/ou gelo. Além disso, é projetada para permitir a autolimpeza. Outra novidade é o VT520, próprio para aplicação em condições severas de uso em estradas pavimentadas ou não. O desenho permite a autolimpeza da banda, dando mais proteção à carcaça contra danos. Ideal para uso em curtas e médias distâncias, possui duplo sentido de rotação, com alto poder de tração. Além dos produtos apresentados na Autopromotec, a Vipal anunciou aos seus clientes que uma de suas três fábricas no Brasil será destinada exclusivamente à produção de

produtos para exportação, numa aposta forte na internacionalização. “O objetivo é ter também uma resposta mais rápida para os clientes internacionais, junto dos quais queremos crescer”, explica Eduardo Sacco, diretor de marketing, durante a conferência de imprensa de apresentação das novidades, entre muitos convidados nacionais.

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Empresas na Feira Autodata

Franck Roger A Autodata apresentou as mais recentes atualizações adicionadas no Autodata Online na Autopromotec. Este ano, o certame coincide com uma série de novas atualizações no Autodata Online, incluindo: instruções passoa-passo sobre correias auxiliares, com informação sobre os tensores manuais e automáticos; exame geral do veículo inverno/férias e verão/ferias; códigos de avaria para AC; informação para carros equipados com o sistema de start-stop. Em exclusivo para o mercado da informação técnica automóvel, a Autodata alarga a sua cobertura de modelos com a marca Porsche. A

cobertura inclui: Códigos de avaria, ligar e desligar a bateria, programação de chaves, intervalos de revisão, sistema de gestão do motor, esquemas elétricos. Franck Roger explica que “a presença da Autodata serve para mostrar às oficinas as potencialidades do nosso serviço. É mais fácil perceberem as vantagens quando usam”. Em Portugal “a questão financeira dificulta o negócio, mas leva também a que as oficinas procurem um negócio mais eficiente e hoje sem um bom diagnóstico, informação técnica e sem o nosso software uma oficina pode ficar completamente fora do negócio”. Franck Roger acrescenta ainda que “em Portugal as pessoas estão muito abertas à utilização de ferramentas online e isso é uma vantagem para nós”.

Meat&Doria Walter Raimondi

A Meat&Doria está apostada num trabalho cada vez mais próximo com o seu distribuidor de há 20 anos, a Vieira&Freitas. “Temos uma grande confiança no trabalho deles e estamos agora a tentar aprofundar ainda mais o trabalho, nomeadamente ao nível da formação”, explica Walter Raimondi, responsável de exportações da marca. O plano passa pela marca dar todo o apoio necessário ao distribuidor para que este garanta a formação dos seus clientes. Para Walter Raimondi “trata-se de um bom mercado, com muita concorrência e os players procuram cada vez mais novos produtos. Isso deixa-nos satisfeitos porque nos garante que conseguimos chegar a mais pessoas”. À Autopromotec a Meat&Doria levou toda a sua gama e apostou em preparar algumas apresentações para envolver mais os retalhistas com a marca.

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Texa

Alberto Rigato A grande novidade que a Texa levou até Bolonha foi o novo Axone 4 Mini, o que a marca considera ser o futuro do diagnóstico. É uma derivação do Axone 4, mas de uma forma bem mais compacta e chega mais poderoso do que nunc. Como se trata de um pequeno tablet permite receber aplicações personalizadas para o diagnóstico. Tem um ecrã tátil de sete polegadas e um processador muito rápido que garante que não há atrasos no diagnóstico. A ligação Bluetooth permite ainda que este tablet possa comunicar com todos os interfaces da Texa. “Uma das grandes vantagens, além de ser muito prático e funcional de usar, pode chegar mais facilmente aos mecânicos e às oficinas que não podem comprar algo mais caro, explica Alberto Rigato, responsável de comunicação, que nos demonstrou como um diagnóstico, com este equipamento, é feito em 20 segundos.

Euro-tyre Manuel Félix

A presença da Euro-tyre na Autopromotec inseriu-se numa das zonas mais concorridas da feira, a área dos pneus. A grande novidade foi a apresentação do pneu de marca própria Euro-tyre, fabricado pela Continental, explica Manuel Félix, responsável pelos mercados de Portugal e Espanha. Ainda assim, este é um pneu que, por compromissos comerciais, não vai, para já, ser vendido no mercado nacional. Porém, o mercado italiano é um dos alvos deste novo pneu. Mas preparámos um trabalho mais alargado sobre a Euro-tyre que pode ler nesta edição na página 74.

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EMPREGO

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A Turbo Oficina quer ser cada vez mais um parceiro no setor do aftermarket em Portugal. Por isso, a partir de agora, se está à procura de emprego ou de um novo desafio na área automóvel, envie-nos o seu currículo, para publicação GRATUITA na revista, aumentando substancialmente as possibilidades de uma nova colocação. O texto não pode ter mais de 10 linhas e tem de incluir nome, idade, cidade de residência, formação profissional, experiência profissional relevante e lugar a que se candidata (mecânico, rececionista, etc…). Não perca mais tempo e dê o primeiro passo para arranjar emprego no setor, através de uma publicação distribuída para cerca de 10.000 contatos todos os meses. Envie o seu currículo ou oferta de trabalho para oficina@turbo.pt

Emprego OFERTA Nome Anibal Manuel Lourenço Nogueira Data de Nascimento 06/04/1960 Morada Porto Nacionalidade Portuguesa Contactos 225029972/ 917522491 Carta de Condução N/Disponível Formação 12.º ano, Curso de “ Gestão de PME, S Comerciais” (GP02), Participei em 2 certificações de qualidade ISO 9002, Gestão e Criação de Empresas, Gestão do Tempo, Iniciação e Sales Training Experiência profissional Consultor Comercial/ Remax, Consultor Comercial/ Maznona S.A, /Filinto Mota S.A, Chefe de Vendas de automóveis /Batista Russo S.A; /Iberica,S.A, /Garagem Da Arrifana S.A,/ Garagem Central de Penafiel S.A., Adjunto da Administração/ Real Co. Velha, Companhia Velha & Distillers, Tecnico de Vendas /Emplás Lda, Técnico de Vendas / Euro Acessórios Lda, Novidauto Nome Artur Manuel Martins Data de Nascimento 19-10-1978 Morada Almada Nacionalidade Portuguesa Contatos 96 524 75 55 – 21 276 67 56 Carta de Condução não tem Formação 9º ano Experiência Profissional Repositor/Operador De Loja, Reposição de produto nos lineares Controlo de Stocks no Grupo Auchan (Jumbo De Almada) / Reposição Do Produto Nos Lineares Controlo de Stocks / Pedidos De Produto em Sociprime-Field Merchandising , S.A. NOME Miguel Jorge dos Santos Peixoto DATA DE NASCIMENTO 15 de Março de 1971 MORADA Vila Nova de Gaia NACIONALIDADE Portuguesa CONTATOS 917 097 774 CARTA DE CONDUÇÃO Categoria A e B FORMAÇÃO 12º ano de escolaridade; ACAP - Formação de atendimento ao publico EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Baviera, S. A- Departamento de Peças – Vendas; Suma – Serviços Urbanos e Meio Ambiente, S. A- Departamento de peças automóvel; Ferrai – Ferramentas Industriais, S. A.Comercial /Comercialização de ferramentas; Regina Costa – Máquinas e Equipamentos Lda.- Comercial; Drogaria Fidalgo – Comercial; Jotaplas Unipessoal,lda – Comercial Conhecimentos de informática na óptica do utilizador; Inglês elementar; Francês elementar Nome Daniel Fonseca Pereira Data de nascimento 20/10/1992 Morada Vila Franca de Xira Nacionalidade Portuguesa Contactos 913708271 - daniel_s_cp@hotmail.com Carta de condução Ligeiros Formação Curso de Mecatrónica Automóvel com equivalência ao 12º ano (Abril 2009 a Novembro 2012)

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Experiência Profissional Estágio de dois meses, seguido de estágio de quatro meses e por estágio de seis meses. Todos na Peugeot-Pedro Lamy (Vila Franca de Xira). Experiência na utilização de máquinas de diagnóstico, revisões, substituição de embraiagens, entre outros. Nome João André Gouveia Pereira Data de Nascimento 27/12/1993 Morada Redondos-Fernão Ferro Nacionalidade Portuguesa Contatos 912428049 Carta de Condução B, B1 Formação 12º ano curso de técnico de comércio Experiencia Profissional Estagiário na empresa TRW – Reposição; Betty Fardas - Entrega de mercadoria, Gestão de armazém, Faturação Informática na ótica do utilizador; domínio em navegação software Office (word, excel, powerpoint, acess) Nome Daniel António Grou Carreto Data de Nascimento 24/03/1983 Morada Sintra Nacionalidade portuguesa Contatos 912192833 email danicarreto_23@hotmail.com carta de condução ligeiros viatura propria Formação curso de mecatronica auto Mercedes-Benz Portugal Nota final 16; frequencia universitaria em engenharia mecânica em IPA Experiencia mecanico auto, tecnico 24 horas, responsavel após venda na empresa AUTOMAR (concessioário Mercedes-Benz) muito contacto com diagnóstico assistido. Funcões de tecnico de diagnóstico de ligeiros de passageiros e mercadorias , responsavel após venda, garantias, recepção etc C.SANTOS V.P (Concessionário Mercedes) Nome Luis António de Matos Espadinha Carranca Feijão Data de Nascimento 15/06/1979 Nacionalidade Portuguesa Morada Casal da Serra, Póvoa de Santa Iria Contatos 214095713 / 936592497 CARTA DE CONDUÇÃO A e B Formação 12º Ano Curso Tecnológico de Mecânica. Corresponde ao grau de Técnico de Mecânica. Experiencia Profissional Em 1994 entre 02 de Agosto e 15 de Setembro, estágio na Empresa Rodoviária da Estremadura (Hoje designada Barraqueiro Transportes) como Auxiliar Administrativo. Em 1998/1999 exerci a função de Praticante de Armazém na Firma Civipartes e Europa Equipamentos Em 2000/2001 exerci a função de Praticante de Armazém na Firma Euroaro. Em 2001/2009 exerci a função de Prospector de Vendas na Empresa Cimpomóvel Em 2011/2012/2013 exerci a função de Promotor de peças na Empresa Hydraplan(Representante da marca de pesados MAN Truck & Bus Services e VW Comerciais).

Nome Luís Mário Brito Freire Santos Data de Nascimento 08/07/1963 Morada Cacem-Lisboa Nacionalidade Portuguesa Contacto 962934684 luismariobfs@hotmail.com Carta de Condução Ligeiros Experiência Profissional -No ramo automóvel (peças auto) desde 1992 , começando como separador/arrumador de material, passando a dar apoio no balcão,aprender a consultar catalogos. 1996 Fiel de armazem responsavel pelo armazem central com função de reposição de materail para as 4 lojas, fazer equivalencias das diversas marcas,reposição de material importado. 1998 Caixeiro de uma das lojas da empresa com conhecimento multimarcas na parte mecanica . 2008 Caixeiro/aprendiz na parte electrica, Motores de arranque Alternadores e suas peças ( regulador, placas, bobines, carretos bendix , escovas...). conhecimentos de sites como Tecdoc, AS.pl Mobiletron. Cargo. NOME Ricardo Manuel Carneiro Santos DATA DE NASCIMENTO 9 Abr 83 MORADA ALFENA CONTATO 918788451 CARTA DE CONDUÇÃO A1, C, C1, B, B1 FORMAÇÃO Técnico de Mecatrónica Automóvel S3 Tipo A EXPERIENCIA PROFISSIONAL Motorista de pesados / Motorista de Ligeiros / Vendedor atendimento ao publico / Empregado balcão e de armazém / Operador de máquina NOME Duarte Silva DATA DE NASCIMENTO 23 de Maio 1989 MORADA Rio Tinto CONTATO 917311938 CARTA DE CONDUÇÃO B FORMAÇÃO Técnico de instalações elétricas / Técnico de mecatrónica automóvel EXPERIENCIA PROFISSIONAL Ao balcão - Atendimento ao publico / Assistente - Resolver avarias remotamente NOME Mota dos Santos, Tomás Carlos DATA DE NASCIMENTO 24 – 11 - 1994 MORADA Porto Salvo CONTATO 91 7165557 CARTA DE CONDUÇÃO N/D FORMAÇÃO Curso Profissional de Técnico de Mecatrónica EXPERIENCIA PROFISSIONAL Fatrónica Engenharia e Sistemas Eletrónicos, S.A Estágio Curricular- Principais atividades desenvolvidas foram a manutenção e reparação de Barreiras, Placas CPU e Displays de Via.


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Software de gestão oficinal. O fiel companheiro das oficinas A internet veio revolucionar as soluções de gestão das empresas, trazendo mais controlo da atividade por menos investimento e mais serviços associados. O “Cloud Computing” é agora o futuro a... curto prazo.

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TEXTOS paulo homem

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á se questionou porque razão uma oficina que até tem muitas folhas de obra abertas por dia não é rentável? Sabe quais são os seus serviços mais lucrativos? E os menos rentáveis? Qual é o funcionário que lhe traz maiores lucros? Estas e muitas outras questões, que mexem diretamente com o dinheiro gerado pela oficina, podem ser respondidas com facilidade, tendo acesso a um computador e apenas ao alcance de um “click”. Todos sabemos que um dos grandes problemas das oficinas em Portugal não é a capacidade técnica demonstrada pelos seus recursos humanos (e até materiais), mas sim em muitos casos a (in)capacidade de gestão do negócio. Existem no mercado dezenas de softwares de gestão, adaptáveis a qualquer negócio, e que podem ser uma solução para as oficinas. Mas em muitos casos também podem ser uma dor de cabeça. Não é por acaso que existem outras soluções adaptadas especificamente ao negócio oficinal, desenvolvidas por empresas que, na sua maioria, estão neste negócio há muitos anos e têm milhares de instalações feitas e, por isso, um know-how acumulado enorme. Nestes casos, o software de gestão oficinal é apenas um componente de um serviço global que essas empresas podem prestar às oficinas, numa altura em que se caminha a passos largos para o “Cloud Computing”. Futuro Cada vez mais deixa de fazer sentido falar em software de gestão oficinal. Na realidade, praticamente em todas as soluções propostas existe a possibilidade de o cliente trabalhar em ambiente web, isto é, ter acesso ao software via internet. Os ambientes em “nuvem” trazem inúmeras facilidades quer para os operadores de soluções de gestão quer para os seus destinatários, neste caso as oficinas. “O futuro do software de gestão de oficinas passa pela internet e soluções móveis, com interfaces com outros subsistemas e equipamentos de diagnóstico”, refere Aloíso Cruz da Inforap, numa ideia partilhada por Miguel Anastácio, da Sisgarbe, que comenta: “A tendência é a web por causa

da acessibilidade, tecnologia e poupança de recursos/custos em infraestruturas informáticas. O futuro é o software na cloud”. Antero Gama, da Eticadata, aponta também como futuro a muito curto prazo o “cloud computing” ou computação na nuvem, afirmando ainda que “cada vez mais os serviços de tecnologias de informação na nuvem estão a tentar responder às necessidades das empresas e as oficinas não vão fugir a essa tendência”. No entender de Ana Teresa Ribeiro, da Sage Portugal “o futuro de qualquer software de gestão é ser eficiente para os seus operadores e útil ao empresário que o consulta e, por isso, o desafio é acompanhar a evolução dos profissionais do setor. Três destacados drivers serão certamente a segurança, simplicidade e a mobilidade”. Sobre a análise do que será o futuro das soluções de gestão, Arlindo Gonçalves da Enterprisesnap aborda também outros aspetos. “Cada vez mais o software de gestão deve ser um meio de ligação entre o cliente e a empresa prestadora do serviço. Nesse sentido, por exemplo, estamos a desenvolver as nossas ferramentas de CRM para poder complementar a componente oficinal com uma vertente de gestão comercial e marketing, com a capacidade de medir a satisfação dos clientes, notificando em caso de alguma anomalia, seja técnica ou comercial”. O futuro passa, portanto, pela massificação da mobilidade e da informação sempre disponível e em tempo real que permita uma rápida análise, embora isto seja já uma realidade atual em muitas empresas. A mobilidade total dos colaboradores, dentro ou fora da oficina através de equipamentos móveis para registo de serviços, tempos,

o software de gestão oficinal vai seguir as tendências das novas tecnologias de informação e permitir mais informação e melhor controlo.

materiais mas também de identificação e localização de viaturas e peças; a informação disponível para o cliente sem este ter que a solicitar, acedendo a portais web, onde pode, sempre em tempo real a qualquer hora fazer marcações, aprovar e consultar orçamentos, consultar ordens de reparação em execução ou já executadas, ver todo o histórico da(s) sua(s) viatura(s), bem como todo a situação de extrato e conta corrente, entre outras. Carla Manuel, da Alidata, diz a este respeito que “ter informação em tempo real e a qualquer hora é hoje em dia fator crítico de sucesso de qualquer negócio, não só no das oficinas, pois fornece instrumentos de suporte à tomada de decisão que permitem antecipar potenciais problemas, planear e tomar decisões sobre ações futuras”. Informação Só com esta capacidade analítica, que lhes pode ser proporcionada pelo software de gestão, os empresários agilizam a tomada de decisão e ampliam oportunidades de negócio. Ao ter informações chave da empresa como a faturação, vendas, execução de obras, dados financeiros, compras ou o estado dos negócios em tempo real, permite tomar medidas no imediato e aumentar a produtividade da empresa e dos colaboradores. Hoje não basta ter os dados centralizados, é preciso transformá-los em informação de apoio à gestão e estratégia da empresa de forma transversal. O presente mostra que os empresários começaram já a entender o valor da análise de indicadores de performance e dashboards, claramente uma mais valia, pois integram e cruzam informação, sempre atualizada, sem necessidade de recorrer a relatórios complexos, folhas de cálculo ou outras tarefas demoradas e de interpretação mais difícil. No futuro, afirma ainda Carla Manuel, “vamos continuar a ter a capacidade de ter uma visão mais clara, e alinhá-la com necessidades diárias que planeiem o futuro do negócio de cada cliente, tendo sempre presente as expectativas dos clientes e dos utilizadores. Só assim podemos implementar processos mais eficientes e mais eficazes e assumir o compromisso com os resultados”.

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Razões para escolher o software principais operadores ENTERPRISESNAP - ES OFICINAS

SISGARBE – PHC / OFICINAS E CASAS DE PNEUS

EnterpriseSnap é uma marca registada da empresa Guisoft que comercializa o software ES Oficinas. Segundo a empresa, um dos principais destaques da solução de gestão para oficinas é a sua simplicidade de utilização bem como o elevado número de funcionalidades que disponibiliza aos seus usuários. Das diversas funcionalidades, o destaque vai para os lembretes de inspecções periódicas e outros, o histórico de atividades por viatura e os planos de manutenção futuros. A empresa destaca ainda a relação qualidade/preço relativamente a outras soluções similares. Um das mais recentes novidades introduzidas nesta solução e a gestão de tempos, que permite saber quanto tempo cada mecânico gasta em cada viatura e qual o custo associado. Outras novidades disponibilizadas são o acesso à ficha de obra e registo de tempos por PDA Android e a possibilidade de possibilidade de notificar automaticamente clientes por SMS. Para acompanhar os clientes em termos de apoio técnico a EnterpriseSnap disponibiliza o suporte on-line com helpdesk, a formação (em acesso remoto) e disponibiliza ainda informativas gratuitas sobre a solução através da mailing lists. A comercialização do ES Oficinas é feita pelos revendedores, no entanto a implementação pode ser feita diretamente pelo fabricante, mediante o acordado com o revendedor.

A solução da Sisgarbe assenta no conhecido PHC o que é por si só uma reconhecida ferramenta de gestão, que pode abranger todas as áreas funcionais da empresa. Este software PHC está representado em todo o país, podendo por isso os interessados recorrerem a qualquer parceiro na sua área de negócio. Sendo um software muito flexível, é uma grande mais valia e pode ser adaptado com novas funcionalidade sem grandes custos de desenvolvimento. O cliente pode ir evoluindo com requisitos específicos que possa querer em função da especificidade do seu negócio. Fácil e intuitivo de usar, este software disponibilizado pela Sisgarbe acompanha a evolução fiscal sem problemas. A Sisgarbe preparou um pacote de personalização da sua instalação Base PHC para suporte das principais necessidades de operação na gestão de stocks e no processo de comercialização de Pneus. Foi implementado um conjunto de funcionalidades que visam facilitar a operação, permitindo maior agilidade na consulta e rapidez na emissão de documentos no que toca à informação relativa às viaturas e à comercialização de pneus. Em termos de apoio técnico, a Sisgarbe possui clientes (revendedores) em todo o país, que fazem todas as intervenções (de software) remotamente. Este software pode ser comercializado e implementado por qualquer agente PHC do país com o apoio da Sisgarbe.

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SAGE – SAGE COMERCIAL / SAGE RETAIL

O Autogest Oficinas é o nome da solução comercializada pela Eticadata. Um das vantagens desta solução é que todos os módulos do ERP eticadata estão integrados numa única aplicação facilitando o acesso às funcionalidades de diversas áreas (cada utilizador vê apenas as opções a que tem permissão). É também uma solução altamente personalizável, o que permite ter uma solução à medida de cada negócio e das necessidades de cada oficina. Outra funcionalidade é o interface fácil e intuitivo que facilita a introdução e consulta de informação, minimizando assim os erros (estrutura de menus orientada à tarefa). Como novidade, refira-se que o Autogest é uma solução web based, existindo assim a possibilidade de acesso a muitas das suas funcionalidades do ERP em qualquer computador e em qualquer parte do mundo que disponha de ligação à internet e um browser. O ERP eticadata foi desenvolvido com recurso às mais recentes tecnologias existentes no mercado. Esta aposta na tecnologia não só permite a constante e rápida evolução do produto como também é garantia de segurança e fiabilidade dos dados. Refira-se que a comercialização das soluções da eticadata é feita através de uma vasta rede especializada, de parceiros espalhada por todo o território nacional.

As soluções Sage, destacam-se, de forma genérica, pela sua segurança e flexibilidade/escalabilidade de funcionalidades. Nesta solução Sage, destaque também para facilidade na gestão de todas as tarefas, com principal ênfase na pesquisa de todas as intervenções das viaturas (individual ou por cliente) e para rápida identificação do histórico. Gestão e faturação de contratos ou avenças, ferramentas de fidelização de clientes, personalização de várias opções de acordo com as necessidades de cada gestor, para a classificação das viaturas, tipo de faturação, folhas de obra e respetivas operações, são ainda outros pontos fortes da solução da Sage. Trata-se pois de uma solução escalável e modular, com um preço competitivo para micro-empresas, com possibilidade de evolução acompanhando o negócio do cliente. A solução da Sage está a par das recentes alterações de adequação às novas regras de faturação, em que o setor das oficinas também se viu envolvido. A mais recente novidade especial para este segmento de clientes é a gestão do sistema de contratos, para faturação de acordos de assistência técnica. A implementação de uma solução Sage tem subjacente um acompanhamento local pelo parceiro Sage Certificado. Enquadrado no negócio da oficina e a sua abrangência local, o parceiro Sage proporciona formação de acompanhamento, apoio técnico de implementação e desenvolvimento da solução e muitas vezes também consultoria (processos/negócio). Complementarmente e à semelhança de todos os clientes Sage, está também disponível formação anual online e um serviço de assistência técnica via web, chat ou telefone providenciado pela Sage Portugal. A comercialização e implementação das soluções de gestão são efetuadas por parceiros certificados Sage a nível nacional.

ALIDATA - S2 GESTÃO DE OFICINAS A Alidata disponibiliza um software que se adapta ao cliente e não o contrário, ou seja, a empresa vai ao encontro das necessidades do cliente e apoia-o na utilização do software na satisfação das mesmas. A Alidata é produtora de software, ou seja, não há intermediários, o que facilita todo o processo. Desta forma, os clientes podem usufruir de um acompanhamento muito próximo e de funcionalidades que sejam desenvolvidas à sua medida, de acordo com as suas necessidades. A Alidata é uma das softwarehouses nacionais mais antigas, e o setor das oficinas foi um dos que elegeu desde início para se especializar. O know-how adquirido neste setor ao longo de quase três décadas coloca a Alidata numa posição de destaque. Dessa forma, considera a Alidata que o cliente, ao adquirir uma solução de gestão de oficinas, está também a adquirir um serviço de consultoria e melhoria dos processos internos, executado por uma equipa com elevado expertise e experiência no sector e no terreno. É também escalável tanto no preço como nas funcionalidades, ou seja, o cliente que está a abrir agora a sua oficina, pode começar com uma versão mais simples e, ao longo

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do tempo, com o crescimento da empresa, permite que sem alteração do seu software base, este acompanhe a evolução da empresa e das suas necessidades. É um software que responde tanto às necessidades de oficinas que trabalhem várias marcas de automóveis (independentes e/ou multi-marcas), como a concessionários e oficinas de marca própria (que têm requisitos próprios). As mais recentes novidades estão focadas na orçamentação, acompanhamento da ordem de reparação em tempo real (custos versus proveitos) e no acompanhamento/ personalização do contacto com o cliente. Destaca-se assim a possibilidade de envio de sms e e-mails automáticos para os clientes

(datas importantes, eventos, manutenções preventivas, ordens de reparação terminadas, entre outros), possibilidade de atualização de preços a partir de ligações diretas a catálogos eletrónicos e/ou aos catálogos dos próprios fornecedores, importação de orçamentos a partir de excel ou de outras ferramentas, possibilidade de lançamento de despesas/rubricas (mãode-obra, material, custos com deslocações, serviços externos) a partir de dispositivos móveis, possibilidade do cliente aceder à sua área reservada e ver as suas viaturas, efetuar marcações para a oficina, aprovar orçamentos, ver histórico de intervenções na sua viatura, entre muitas outras. A Alidata tem a grande vantagem de ser produtora e simultaneamente comercializar e implementar a solução. Isto permite uma grande capacidade de adaptação do software aos processos de negócio específicos de cada empresa e um acompanhamento muito mais próximo e célere. Para projetos menos exigentes do ponto de vista da complexidade da implementação, a empresa possui também uma experiente rede de parceiros, com um relacionamento muito próximo da Alidata, que comercializa e implementa esta solução de Gestão de Oficinas.


INFORAP - DMS VisualSGIX A solução de gestão de oficinas da Inforap, assenta numa experiência acumulada de duas décadas no setor oficinal. São soluções que estão certificadas pela Microsoft, tendo a Inforap a certificação ISV, para além do estatuto de Gold Partner. O DMS VisualSGIX é escalável e incremental. Acompanha o crescimento da empresa e as novas necessidades funcionais. O cliente pode adquirir inicialmente a gestão de oficinas (orçamentação, agenda, ordens de reparação, gestão de tempos, gestão de peças e contas correntes) e mais

tarde implementar a gestão contabilísticofinanceira, gestão de imobilizado, gestão de pessoal, CRM, comercial auto. Tudo no mesmo ambiente e do mesmo fornecedor. O VisualSGIX dispõe de interfaces com ferramentas de aumento de produtividade, tais como TecDoc e GTEstimate. O DMS VisualSGIX está disponível na “cloud”, em regime de subscrição. Aliás, a principal novidade da Inforap é precisamente a disponibilidade da solução em formato de subscrição (cloud), ou seja o cliente não necessita de investir na aquisição do software nem em infraestrutura. O cliente adquire o serviço de utilização do software (SaaS-Software as a Service), com possibilidade de alojamento no exterior, ou servidor local. Atualizações de software (por imperativos legais ou funcionais), helpdesk, suporte remoto através de rede privada de comunicações, área reservada do cliente no site da Inforap, consultoria local e programas específicos são alguns dos apoios técnicos fornecidos pela empresa. A comercialização e a implementação do DMS VisualSGIX é feita diretamente pela Inforap ou pelo parceiro de negócio (sedeado em Lisboa).

ACOMPANHAR A LEI As oficinas foram uns dos setores evidenciados nas recentes alterações às regras de faturação. De forma generalizada estão sujeitas ao quadro legal vigente desde o dia 1 de janeiro de 2013, que obriga à emissão de faturas para todas as entidades, independentemente do valor de emissão, eliminando-se todos os documentos equivalentes a fatura, tais como vendas a dinheiro, talões de venda, fatura-recibo, surgindo a fatura simplificada. Além disso, passou a ser obrigatório comunicar à Autoridade Tributária (AT) todos os documentos de faturação emitidos, até ao dia 25 do mês seguinte à emissão do documento. Desde 1 de janeiro de 2013, a Portaria 22-A 2012 definiu ainda como obrigatória a Certificação de software para empresas com volume de faturação superior a €100.000. Setorialmente, foram ainda definidas novas regras relativamente a pneus, que tiveram algum impacto no software de oficinas.

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Software ilegal. O crime não compensa Penas de prisão até três anos, sanções pecuniárias e processos cíveis que podem conduzir ao encerramento da sua empresa são algumas das consequências de se ser apanhado a utilizar software ilegal, afirma a Associação Portuguesa de Software (ASSOFT). TEXTO André Bettencourt Rodrigues FOTOS josé bispo

“Direi que o crime não compensa, tendo em conta que uma empresa gasta 1500 euros só nos três primeiros meses com um advogado no caso de ser apanhada”, refere Nélson Lopes

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om a missão de promover e defender a indústria de software portuguesa, a ASSOFT recebe com frequência queixas de empresas dos mais diversos quadrantes acerca da utilização indevida de propriedade intelectual por elas desenvolvida, distribuída ou comercializada. Cada vez mais transversal, foi com natural interesse que a Turbo Oficina procurou saber que efeitos a utilização ilegal de software pode ter nas empresas e oficinas que operam no setor. Na sede da associação, em Algés, a entrevista começa de forma alarmante. O caso não é para menos: em parceria com a Universidade Católica, um estudo da Associação Portuguesa de Software concluiu que uma redução de dez por cento nos níveis de pirataria em Portugal teria um impacto de 320 milhões de euros em impostos para o país e resultaria num aumento de 0,6 por cento do PIB capaz de impulsionar cerca de 4300 novos postos de trabalho. Dados impressionantes que revelam bem a importância económica deste tipo de crime, explica Nélson Lopes, responsável pelos serviços técnicos do organismo.

RENTABILIZAR NEGÓCIO Com o propósito de “facilitar a vida de quem o utiliza”, o software é, nesse sentido, cada vez mais utilizado pelas oficinas que procuram rentabilizar o seu negócio, seja através de “programas de gestão de encomendas ou de faturação”, seja por intermédio de equipamentos que facilitem o diagnóstico ou a partilha de informações. Tudo junto permite-lhes “otimizar processos, reduzir custos e dotá-las de maior eficiência”, refere Nélson Lopes. Apesar de não ser um especialista na matéria, o contacto deste responsável com algumas associações e empresas do aftermarket e do ramo automóvel permitiu-lhe perceber como o software é importante para este mercado e de que forma é consumido: “As empresas que aqui operam são grandes consumidoras de tecnologias de informação, adquirindo não só o software base, composto por sistemas operativos e de apoio como o Windows e o Office, mas também ferramentas de diagnóstico, reporting, gestão de serviço e faturação”, adianta. Apesar de não haver estudos que quantifiquem com exatidão o número de empresas que utilizam software ilegal, o porta-voz da ASSOFT conta que “as taxas de pirataria chegam a ultrapassar os 90% no que diz respeito ao diagnóstico”, de acordo com “o feedback” obtido pelos associados que operam diretamente nesta indústria: “No software de gestão e de faturação isso não se verifica, pelo menos de forma denunciada, mas em aplicações semelhantes à Autodata e seus concorrentes, as taxas são de facto muito elevadas”, conta. Quando questionado sobre se esta tendência se devia a um custo mais elevado do software de diagnóstico ou

“Se os pedidos de indemnização cível forem muito altos e a empresa não tiver rentabilidade suficiente, estes processos acabaRÃO, quase sempre, por LEVAR ao encerramento da empresa” Nélson Lopes ASSOFT

de respeito brutal perante aquele que nem sequer é o seu concorrente e sim o seu parceiro de negócio”, alerta.

apenas pela sua relevância para o negócio das oficinas, Nélson Lopes salientou que “os custos do software não são mensuráveis do ponto de vista do custo da licença”, devendo ser medidos pela “rentabilidade” que trazem para o negócio: “As empresas devem perguntar qual o seu retorno sobre o investimento efetuado”, até porque “o software licenciado tem atualizações incluídas e dura muito mais do que três anos, quando, por exemplo, comparado com uma viatura de serviço”. Sobre as razões que levam as empresas a praticarem a pirataria, o responsável refere que tal acontece por se tratar de um crime “fácil”, apesar de haver fiscalização: “O software está acessível na internet e em fóruns de discussão, ao alcance de todos. Mas esta prática deriva da falta de formação das pessoas, num total desrespeito pelo cumprimento de padrões de ética no negócio. É também fruto de um mau acompanhamento da indústria, isto é, dos próprios parceiros e dos representantes das marcas.” Nélson explica que a concorrência gerada entre as empresas também provoca este tipo de situações, depois de receber queixas de comerciantes que vendiam equipamentos de diagnóstico com software ilegal instalado para aliciar o negócio. “Estamos a falar de uma falta

Quanto custa um equipamento Nélson Lopes refere que uma pequena oficina terá um investimento mínimo de 1500 euros na instalação de um posto informático. “Esse valor inclui um computador, o sistema operativo (cerca de 150 euros), um Office Professional que lhe custará entre 300 a 400 euros, um ERP que lhe custará mais 500 ou 600 euros e o software de diagnóstico que lhe ficará em 500 euros.”

MULTAS E SANÇÕES Além das sanções pecuniárias, custas judiciais e outros entraves legais que danificam a imagem da empresa e podem levar ao seu encerramento ou à pena de prisão de um ou mais sócios, os riscos da pirataria afetam todo o mercado, já que a não receita fiscal impede que os produtores de software possam investir nos seus produtos: “Se as empresas não tiverem retorno, não investem, o que significa que a qualidade do produto tende a cair com o tempo”, refere Nélson Lopes, antes de adiantar que “o crime de usurpação de licença de software é punível com pena de prisao até 3 anos” e que uma empresa que seja apanhada nestes meandros não se livra de um processo a correr junto das autoridades competentes. Além das inspeções que irão avaliar os benefícios que a empresa colheu por ter utilizado software ilegal, os empresários devem lembrar-se de toda a “carga burocrática” que vem com o processo e dos custos que terão de pagar a advogados, correndo ainda o risco de, no final, serem condenados. “Há sanções diretas para os sócios-gerentes, que vão da pena suspensa à pena de prisão, multas, despesas judiciais a pagar e eventualmente indemnizações a pagar aos lesados”. Estas podem “chegar aos 25 mil euros” se a empresa for apanhada a gerar “cinco mil euros para a indústria” à conta do software que utiliza. “O cálculo das perdas é feito de uma forma muito semelhante ao património, baseando-se no custo do produto e depois em todo o trabalho desenvolvido a partir dele”, acrescenta. De acordo com a lei do ciber-crime, a investigação é da responsabilidade da Polícia Judiciária, enquanto as inspeções periódicas de fiscalização económica são conduzidas pela ASAE. A investigação pode depois resultar na “apreensão de máquinas” ou na instauração de processos-crime. Ainda tem dúvidas de que o crime não compensa?

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Volkswagen Crafter 35 Extra. Parceria de sucesso O interior é sólido e o posto de condução desafogado e confortável, mas é sobretudo no espaço e na versatilidade do portão traseiro que esta Crafter impressiona. TEXTO André Bettencourt Rodrigues FOTOS JOSÉ BISPO

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Volkswagen já nos habitou a veículos de grande qualidade e a Crafter não é exceção. Construído com base em elevados padrões de qualidade, nota-se que tudo foi feito para durar no furgão da Volkswagen, desde os painéis mais duros do

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tablier à mecânica competente. A versão ensaiada trazia um motor de 2.0 litros Diesel com 136 CV de potência e tecnologia Bluemotion, com o binário máximo de 340 Nm a estar disponível entre as 1575 e as 2250 rpm. Apesar do peso bruto do veículo (3500 kg) – e fazendo a ressalva de o termos conduzido sem carga –, a verdade é que esta unidade pareceu-nos mais do

que apta para as empresas que precisam de transportar cargas consideráveis num curto espaço de tempo. E por falar em transporte, importa reter que a variante média de mercadorias consegue suportar 1437 kg de carga útil num compartimento com 1,94 m de altura e 3,25 m de comprimento. Como se pode ver, objetos altos e compridos estão longe de ser um problema para a Crafter, até

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O diâmetro de viragem é de 13,6 metros. Duas portas individuais facilitam o acesso ao compartimento de carga.

Quatro carroçarias (curta, média, longa e super longa) fazem parte da gama Crafter nas versões comercial e de passageiros. A oferta de motores varia entre os 109 e os 164 CV, sempre com recurso à tecnologia Bluemotion e com base numa unidade de 2.0 litros TDI a gasóleo.

porque pode prendê-los facilmente num dos vários ganchos de fixação instalados lá atrás. MUITA ARRUMAÇÃO Ao volante, notámos também que a boa articulação da suspensão (independente à frente com direito a barra estabilizadora) elimina as habituais vibrações do eixo traseiro (rígido, com molas parabólicas longitudinais) e que a insonorização bem conseguida permitiu reduzir os ruídos no interior do habitáculo. A visibilidade dianteira é excelente e a direção muito comunicativa, enquanto a caixa manual de seis velocidades revela bom escalonamento. Os materiais, compostos por plásticos duros, foram feitos para durar, mas apresentam boa ergonomia num interior onde não faltam muitos compartimentos de arrumação. Pode encontrá-los nas portas, mas também junto ao rádio (porta-copos incluído), no porta-luvas, tablier e na prateleira superior, que contém também um espaço para guardar óculos

ou outros objetos. A pensar no conforto de quem guia, o banco do condutor é regulável em altura e o equipamento de série desta versão inclui ainda cruise control, start&stop e sistema de regeneração da travagem, mas também ESC, ABS, direção assistida e luzes de halogéneo com regulação em altura. Na segurança, destaque para o airbag do condutor e a inclusão de frisos laterais de proteção contra impactos, que melhora a rigidez dinâmica da carroçaria em aço. As portas em chapa com duplo revestimento metálico com barras reforçadas e absorvedoras de choque são outro auxiliar em caso de embate. Pneu suplente, rádio com leitor de CD e duas tomadas de 12 V completam a lista de equipamentos mais importantes. Quanto à fatura do combustível, a Volkswagen anuncia para esta versão uma média de 8,0 l/km e emissões de CO2 de 210 g/km, com o modelo a incluir um novo diferencial traseiro que reduz os consumos em 0,2 l/100 km. Os travões são

compostos por discos ventilados à frente e discos atrás, enquanto os pneus 235/65 R são montados em jantes de 16 polegadas. Porque a despesa de rodagem é importante, a Volkswagen indica que a primeira manutenção da Crafter deve ser feita nos dois primeiros anos ou até 40.000 km, seguindose a partir daí intervalos maiores de 80.000 km/dois anos. O valor do Imposto Único de Circulação (IUC) para este modelo é de €35,06, o qual a marca afirma ser o mais baixo do segmento, enquanto a garantia geral do veículo se cifra nos três anos ou 250.000 km. A Volkswagen assegura ainda uma garantia de três anos para a pintura e de 12 anos para a corrosão do veículo. Já o reboque é gratuito em caso de acidente ou avaria. A versão ensaiada custa 36.520 euros.

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RAIO X

PACE Awards 2013. E os vencedores são… A redução de custos está na ordem do dia e isso nota-se em alguns dos galardoados deste ano com o prémio PACE Award, atribuído anualmente pela revista especializada “Automotive News”. Procedimentos mais céleres e ecológicos, equipamentos inovadores compatíveis com sistemas já instalados são alguns exemplos. TEXTO antónio amorim

Categoria Produto Brose North America, Inc.

Abertura “mãos-livres” da bagageira Chegar ao carro com as mãos cheias de sacos das compras sempre foi um problema para quem queria abrir a mala. Até que a Brose resolveu tudo, criando um sistema fiável mas que funciona apenas quando se deseja: um movimento com o pé sob a traseira do carro e… Abre-te Sésamo! Utilizando sensores de aproximação, a Brose criou um perfil eletrónico que apenas reconhece o movimento típico de um pontapé e que, por isso, não reage a outros movimentos, como por exemplo à passagem de um animal debaixo do carro. Pode ser instalado em qualquer veículo com sistema de acesso mãos-livres e uma fechadura eletrónica na mala. Foi lançado pela primeira vez no BMW Série 5 de 2011 e já se espalhou por mais modelos.

BorgWarner Turbo Systems

Continental Automotive, Chassis & Safety Division, ADAS Business Unit

Sistema triturbo (R3S) Surgiu pela primeira vez nos BMW M das séries X6, X5 e 550d. O sistema de três turbos R3S da BorgWarner definiu um novo nível de rendimento para os motores a gasóleo, com a maior potência e binário específicos num veículo diesel de produção em massa (381 CV e 740 Nm por litro). O trabalho conjunto da BorgWarner com a BMW foi muito mais além da simples adição de mais um turbo. Toda a abordagem teve como objetivo a redução dos habituais

Radar de curto alcance da banda 24GHZ ISM

atrasos na resposta e perdas na admissão que sempre constituíram obstáculos naturais às aplicações de turbos em série ou em paralelo.

Dana Holding Corp.

Veios de transmissão da Série Diamond

A Continental Automotive desenvolveu um sistema de aviso de ângulo morto e de trânsito na traseira que ultrapassa as performances dos sistemas conhecidos até hoje, tanto em termos de velocidade como de ângulo e distância de deteção. Tanto a Ford como a Toyota declararam zero avisos falhados e zero falsos alarmes nos seus testes com este equipamento. Este produto foi selecionado para o Lexus ES, RX e LS, Toyota RAV4, Avalon e Sienna, Jeep Grand Cherokee, Ford F-150, Ford Mustang e Ford Explorer. Para perceber a sua utilizade, a imagem vale por mil palavras.

Trata-se do primeiro veio de transmissão de alumínio de uma só peça para camiões que permite uma poupança de até 45 quilos por veículo. A Dana adaptou tecnologia espacial de soldadura de tubos de alumínio de baixo peso, reduzindo cerca de 36 por cento do peso dos tradicionais veios de duas peças utilizados nos camiões, facilitando também o processo de montagem.

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Halla Visteon Climate Control Corp.

Junta de vedação metálica estanque

À medida que as exigencias em relação às emissões de gases refrigerantes vão aumentando, as marcas de automóveis vão tendo maior necessidade de assegurar sistemas de ar condicionado completamente livres de fugas. A nova junta de vedação metálica zero-fugas da Halla Visteon constitui

um grande passo nessa direção. A grande vantagem é que este tipo de junta mantém a sua capacidade de vedação total mesmo no ambiente real das linhas de montagem, onde os contaminantes, os desalinhamentos e os erros de fixação e aperto são causa frequente de fugas com outro tipo de juntas. Outra vantagem é que qualquer mecânico pode reapertar este tipo de junta sem perder a carga refrigerante na totalidade, pois não precisa de a substituir, reduzindo assim os custos para o consumidor e o impacto ambiental. A junta de vedação metálica da Halla Visteon foi inicialmente lançada no Ford Taurus e no Lincoln MKS/MKZ e será standard nos veículos Ford a partir de agora.

Federal- Mogul Corp. – Powertrain, Bearings and Ignition

IROX – Revestimento altamente eficiente para rolamentos da cambota

Na busca incessante pela redução de consumos e de emissões poluentes, os construtores de automóveis voltam-se para os turbos, redução de cilindrada, tecnologia híbrida e sistemas automáticos de pára-arranca dos motores. Todas estas soluções implicam o aumento de esforços

Continental Automotive Systems, Interior Division, Body and Security

Sistema de monitorização da pressão dos pneus: Localização por Emissões Sincronizadas (LocSync) Até agora a monitorização da pressão dos pneus implicava sensores adicionais, o que era um equipamento caro. Utilizando um software inteligente, o sistema Continental LocSync permite a localização da roda com menos pressão recorrendo às informações emitidas pelos sensores já existentes no veículo, como os sensores de velocidade, controlo de estabilidade e ABS, poupando custos e peso.

mecânicos e novos desafios na área da lubrificação para os rolamentos do motor. A Federal-Mogul responde com um inovador polímero de revestimento, chamado IROX. Reduz a fricção e suporta os referidos esforços mecânicos, protegendo melhor os rolamentos e a própria cambota do desgaste provocado pelo contacto metal-metal que ocorreria sem esta solução. Estima-se que esta tecnologia aumente a vida útil dos rolamentos em mais de cinco vezes. O IROX tem também aplicação em rolamentos de alumínio ou cobre e aumenta as margens de resistência das cambotas de custos mais reduzidos, como as de ferro fundido.

Delphi Automotive

Bomba F2E para sistemas Common Rail O grande mérito da bomba F2E para sistemas de injeção por rampa comum está na introdução desta tecnologia com uma pressão referencial de 3000 bar, com a vantagem adicional de se aplicar a unidades eletrónicas de injeção existentes, com o mínimo de modificações. Esta combinação de uma pressão de injeção tão elevada com um design hidráulico altamente eficiente permite à Delphi reivindicar uma redução de fumos de 50% e até idêntica percentagem de redução dos consumos, cumprindo as exigências no que diz respeito às emissões de NOx. O sistema F2E fica escondido debaixo da tampa da cabeça do motor e é acionado pela árvore de cames. A sua instalação interna permite uma redução de 2dB(A) no nível de ruído.

GPM GmbH

Bomba de Água Eletro-Hidráulica de Fluxo Controlado (ECF) Os motores de combustão interna apresentam altos níveis de consumo e emissões no arranque a frio. O objetivo é atingir a temperatura ótima o mais depressa possível. As atuais bombas de água acionadas mecanicamente provocam a circulação constante do líquido de refrigeração, mesmo durante o período de aquecimento do motor, o que prolonga este período. A GPM GmbH resolve o problema com a sua bomba de água eletro-hidráulica de caudal

controlado, ECF. Trata-se da primeira bomba de água de acionamento mecânico de caudal permanentemente controlável. Um êmbolo axial único “bomba dentro da bomba” utiliza o líquido de refrigeração para gerar pressão hidráulica e assim operar um controlador de fluxo. No caso do motor TDi da Volkswagen esta bomba contribui com uma redução de consumo e de emissões poluentes de dois por cento. junho 2013

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RAIO X PPG Industries Inc.

Dispersão de tinta Andaro da PPG Com a dispersão de tinta Andaro a PPG consegue níveis de brilho e claridade na pintura automóvel que até agora apenas se conseguiam com as frágeis bases orgânicas, utilizadas em concepts de salão e protótipos. O Andaro consiste em pigmentos desenvolvidos até à escala das

Categoria

Valeo

Módulo do coletor de admissão com permutador de calor refrigerado a ar com carga de água (para redução de emissões Diesel)

Com o nome de código WCAC, o novo coletor de admissão refrigerado a ar com carga de água da Valeo tem várias evoluções em relação aos tradicionais intercoolers ar-ar, incluindo maior eficiência de arrefecimento num corpo mais compacto, já que ele próprio constitui uma parte estrutural do módulo do coletor

de admissão. O sistema WCAC também integra o corpo do acelerador, uma válvula EGR de alta pressão e um canal de distribuição EGR dentro do coletor. A válvula EGR integrada envia os gases de escape misturados com ar arrefecido para dentro das camaras de combustão. O módulo está montado diretamente na cabeça dos cilindros para reduzir o percurso do ar admitido, reduzindo assim o atraso de resposta do turbo durante a aceleração. As placas de arrefecimento do WCAC são compostas por uma liga de alumínio especial, resistente à corrosão provocada pela recirculação dos gases de escape. Foi pela primeira vez introduzido nos motores TDi de 4 cilindros de 1,6 e 2,0 litros da Volkswagen.

Categoria Processos de fabrico e Equipamento Federal-Mogul Corp. Powertrain - Sealing – Southfield

Moldagem por injeção dos êmbolos usados nas transmissões de alta pressão O aumento das pressões hidráulicas e a redução do espaço disponível nas novas caixas de velocidades automáticas de dupla embraiagem fizeram disparar a procura por peças mais resistentes à deformação e desgaste. Mas os materiais que garantem esses requisitos também apresentam maior viscosidade, o que dificulta a sua utilização no processo de moldagem por injeção. Para além de ter criado uma nova fórmula de materiais, a Federal Mogul desenvolveu ferramentas e procedimentos específicos para ultrapassar esta dificuldade, produzindo com sucesso pistons que garantem os referidos requisitos.

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nano-partículas, combinados com uma tecnologia própria que evita a aglomeração. É aplicável pelos processos conhecidos de pintura, o que dispensa investimentos adicionais. A Ford e a Chrysler foram os primeiros construtores a adotar a pintura Andaro.

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Schuler Inc. Hydroforming Division

Hidroformação e processo de standardização da fundição A Schuler criou um processo de hidroformação que permite uma abordagem mais económica a um processo global standardizado para produção de componentes hidroformados. O novo processo permite a produção das mesmas peças, segundo o mesmo processo, com as mesmas ligas metálicas, em qualquer parte do mundo. Este melhoramento de procedimentos, simples mas revolucionário, torna a hidroformação mais económica que nunca. Para tornar esta solução realidade a Schuler colaborou com a Ford Motor Company, treinando 200 colaboradores da marca americana.

Tecnologia de informação Hughes Telematics, Inc.

Tecnologia de atualização remota de software automóvel

Nos carros de hoje correm mais de 100 milhões de linhas de código de software em 70 a 100 unidades de controlo eletrónico, ou UCEs. À medida que os códigos dos veículos se tornam mais avançados, os construtores têm de suportar custos de centenas de milhões de euros em recolhas que envolvem o software. A Automotive Software Remote Update Technology (ASRUT) desenvolvida pela Hughes Telematics Inc. (HTI) permite uma significativa redução de custos através da atualização remota do software do veículo. Em vez de fazer uma reparação carro a carro, a ASRUT permite reparações de milhares de carros de uma só vez e sem a intervenção do condutor. Em vez de visitar uma oficina para fazer o upload do software, as atualizações são feitas através de sistemas telemáticos por rede celular de dados, em meros minutos.

Sobre os PACE Awards Os PACE Awards são atribuídos todos os anos pela publicação “Automotive News” e distinguem as maiores inovações tecnológicas e de procedimentos de fabrico para a indústria dos componentes para automóveis. O prémio foi instituído em 1995 e constitui hoje uma das distinções mais prestigiadas a nível internacional nesta indústria.

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Categoria PARCERIAS Mercedes-Benz EUA, pela parceria com a Hughes Telematics Inc.

Tecnologia de atualização remota de software automóvel A Mercedes-Benz USA trabalhou lado a lado com a Hughes Telematics Inc. no desenvolvimento dos processos necessários à criação de controlos para a atualização remota do software dos automóveis, permitindo o envio de informação informática por via aérea sem a necessidade de uma deslocação ao concessionário.

Volkswagen AG, pela parceria com a Valeo

Módulo do coletor de admissão com permutador de calor refrigerado a ar com carga de água (para redução de emissões Diesel) Trabalhando com a Valeo, a Volkswagen conseguiu reduzir imenso o seu tempo de desenvolvimento de motores diesel, o que lhe permitiu assegurar os prazos de lançamento dos seus modelos de 2012.

Toyota Motor Corporation, pela colaboração com a Continental Automotive

Radar de curto alcance da banda 24GHZ ISM A Toyota colaborou em diversas fases com a divisão de chassis e segurança da Continental Automotive para conceber e comercializar um novo radar traseiro que não tem qualquer falha de deteção nem qualquer falso alerta, para ambos os ângulos mortos do veículo e tráfego de cruzamento pela traseira.

BMW Manufacturing Co., LLC pela sua parceria com a BorgWarner Turbo Systems

Sistema triturbo (R3S) O apoio inicial da BMW e os esforços da Borg Warner no desenvolvimento do sistema de três turbos foi a base de uma profunda colaboração que resultou num sistema mais avançado, tanto na performance como na gestão e na redução de emissões poluentes. Este sistema de sobrealimentação, compatível com a norma de emissões Euro 6, foi estreado no BMW M com motor diesel. General Motors, pela parceria com a Takata

Airbag frontal central OS “PACE AWARDS” PREMEIAM TANTO AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS MAIS SIGNIFICATIVAS COMO AS PARCERIAS MAIS FRUTÍFERAS ENTRE MARCAS DE AUTOMÓVEIS E FABRICANTES DE COMPONENTES

A GM e a Takata patentearam em conjunto novas formas de reduzir os ferimentos em ocupantes de automóveis durante os impactos laterais, desenvolvendo um sistema de airbag central. A GM trabalhou com os engenheiros da Yakata durante cinco anos consecutivos para chegar à comercialização deste sistema de airbag único. junho 2013

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A nova Volvo V40 ficou conhecida como uma das propostas mais seguras do mercado, graças aos vários sistemas, como o primeiro airbag para peões. Outros sistemas dizem respeito ao sistema de deteção de impactos laterias e traseiros e ao sistema de mitigação

Nota: Se é um fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nestas radiografias, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

FEDERAL-MOGUL

PASTILHAS DOS TRAVÕES DIANTEIROS

MAGNA

CONSOLAS SUPERIORES (DO TETO)

BROSE

SISTEMA COMPLETO DAS PORTAS

das colisões, da autoria da Delphi. Destaque ainda para o radar feito pela mesma empresa que serve para o sensor de ângulo morto, alerta de transposiçãp involuntária de faixa e alerta de tráfego cruzado.

BORGWARNER

TURBOCOMPRESSOR (1.6L/2.0L A GASOLINA)

VISTEON

TUBAGENS DO AR CONDICIONADO

COOPER-STANDARD

APOIOS DO BERÇO DO MOTOR

ELRINGKLINGER

JUNTAS DE TRANSMISSÃO

FECHADURAS

HUF HÜLSBECK & FÜRST

MITSUBISHI ELECTRIC

TELEVISÃO DIGITAL

ZF FRIEDRICHSHAFEN

APOIOS DO CHASSIS

MAHLE

FILTROS DO HABITÁCULO

TRW FASTENERS

FIXAÇÕES DAS CABLAGENS

JOHNSON CONTROLS

ASSENTOS

AUTONEUM

TAPETES

THYSSENKRUPP

DENSO

AGC AUTOMOTIVE

IAC

VELAS DE IGNIÇÃO

VIDROS DAS PORTAS

CAMBOTA (62/42)

MAHLE

PILARES

ÁRVORES DE CAMES

ZANINI AUTO GRUP

GKN DRIVELINE

CAIXA DE TRANSFERÊNCIA

DENSO

SENSOR DE TEMPERATURA DO MOTOR

KONGSBERG

SELETOR DE VELOCIDADES (MANUAL E AUTO)

BORGWARNER

ACOPLAMENTO DA TRAÇÃO INTEGRAL (HALDEX GENV)

GETRAG

CAIXA DE VELOCIDADES MANUAL (6MTT250 E 6MTT450)

TAMPÕES DAS RODAS

EDSCHA

LIMITADORES DAS PORTAS

TENNECO

AMORTECEDORES TRASEIROS

BENECKE-KALIKO

ESPUMA DAS PORTAS TEPEO 2

STABILUS

AMORTECEDOR DO PORTÃO TRASEIRO

BROSE

COSTAS DOS BANCOS (MANUAIS E ELÉTRICOS)

VOLVO V40 QUem faz o quê?

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CARF. Onde toda a concorrência das peças se encontra Numa altura em que caminha a passos largos para os 10 anos de existência, fomos passar um dia na CARF com Paulo Carvalho e perceber o que esta empresa tem de invulgar. TEXTO E FOTOS PAULO HOMEM

A

extraordinária evolução do processo logístico permitiu que as empresas do aftermarket, nomeadamente os grossistas e retalhistas de peças e de pneus, tenham hoje uma forma de trabalhar bem diferente daquela a que estavam habituados até há uma década atrás. Se as oficinas praticamente já não fazem stocks de peças, pois o retalhista faz entregas diárias de material nas oficinas, muitos retalhistas também já começaram a reduzir os seus stocks e até mesmo os seus meios logísticos, pois também eles recebem dos

seus fornecedores (os grossistas) o material em entregas de duas, três e até quatro vezes ao dia. Na zona da grande Lisboa (de Leiria a Setúbal) uma das empresas responsáveis por essa alteração no aftermarket chama-se CARF. Com um pouco mais de atenção ao trânsito da Grande Lisboa é fácil encontrar uma das muitas carrinhas da CARF, atualmente todas elas pintadas com a nova imagem e as novas cores da empresa. “Aqui não se anda, aqui corre-se”. É desta forma que o mentor de todo o negócio

da CARF, Paulo Carvalho, caracteriza a atividade da empresa. E faz todo o sentido, quando se sabe que entregar bem e rápido é um dos factores de sucesso desta empresa e das empresas suas clientes. Mas esta expressão é bem mais profunda do que parece e tem muito a ver com os momentos diários que este operador atravessa. É vulgar na CARF uma galera descarregar 500 pneus pelas 6 horas da manhã, e pouco tempo depois já lá não ter nenhum pneu. Não é magia... é logística!!! Os números são muito interessantes de JUNHO 2013

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radar

em breve a carf vai reforçar a sua capacidade logística com o reforço de meios estrategicamente localizados no centro do país

analisar e dizem um pouco mais sobre o stress da atividade. Diariamente a CARF tem 100 pontos de recolha obrigatória e faz 75 recolhas volante diárias. Quer dizer que só num mês a CARF faz 62.000 despachos, o que quer dizer que por dia faz mais de 3.000 entregas de peças. A empresa tem ativas 31 rotas logísticas definidas, tendo ainda outras rotas de apoio, sem esquecer que tem as entregas urgentes. Um furgão apenas no serviço diário pelas rotas programadas (que são percorridas duas vezes por dia), em média, abre e fecha as suas portas cerca de 150 vezes por dia. Desta forma compreende-se bem o stress, mas há mais. Neste momento o tempo médio de entrega de uma peça no local contratado está em 2h30m (lembre-se que são mais de 3.000 entregas por dia). É certo que em mais de 60% dos clientes o tempo médio de entrega é de apenas uma hora, mas Paulo Carvalho tem como objectivo chegar a um tempo médio, para todos os clientes, de apenas 2 horas. Para o fazer conta com uma equipa de 49 pessoas, a maioria das quais se senta ao volante dos 36 furgões disponíveis (alguns deles são apenas usados no serviço de entregas urgentes e não programadas). Se no início não havia nem tantos furgões nem tantas pessoas, também não existia a componente informática que veio facilitar o dia-a-dia da empresa. Mesmo assim só 60% dos clientes estão informatizados com o software da CARF (o que facilita todo o processo logístico), sendo que a migração para um sistema informático mais atual vai simplificar um pouco mais a actividade da empresa e a operacionalidade da mesma, bem como permitir que todos os clientes estejam informatizados. Momentos de tensão Um dia “normal” da CARF começa pelas 7 horas da manhã, quando todos os motoristas carregam os seus carros com as peças, já separadas no dia anterior, e seguem para as rotas definidas. Tirando algumas peripécias normais na atividade de um operador logístico com tantas carros na rua, na base da CARF impera o sossego, decorrente de um necessário mas mais rotineiro trabalho de escritório. Mas tudo muda de figura (e de que maneira) no período de almoço... durante o qual ninguém almoça. Feitas as entregas e as recolhas de peças, é o momento dos furgões regressarem à base. Nem todos chegam ao mesmo tempo, sendo que alguns atrasos são ditados pela demora no levantamento das peças nos armazéns dos clientes. Um ou outro caso preocupa mesmo Paulo Carvalho, pois o atraso de um furgão pode ditar o atraso nas entregas da tarde com prejuízo para a qualidade de serviço da CARF bem como de todos os outros clientes cumpridores. A partir das 13h a azáfama é grande, pois os

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furgões têm que ser todos descarregados (na zona central do armazém) e as encomendas colocadas por zonas geográficas dentro de carrinhos construídos para o efeito e encaminhados para outras áreas do armazém divididas por regiões geográficas e por rotas. Aí são novamente carregados os furgões e estão prontos para arrancar e repetir a rota da manhã. Das milhares de peças que por ali circularam naquelas duas horas, não restou uma única no chão. Chega a ser inacreditável como nada falha neste “relógio suíço” com tantas peças. Logicamente que existem processos para que nada falhe, nomeadamente três triagens da mercadoria, para que se evite que uma peça que tenha que ir para Torres Vedras, siga para dentro do furgão que vai para Setúbal. O mais curioso é que essas três triagens são visuais e sem recurso a meios informáticos, uma situação que se irá alterar com o uso de PDA que irá praticamente acabar com qualquer falha. Lá por volta das 18h (até mais ou menos às 21h) começam novamente a chegar os furgões e voltam novamente a ser descarregados, sendo depois carregados novamente no dia seguinte. Sem parar Para se ter uma ideia desta atividade logística, um furgão em média faz 450 quilómetros/dia, mas uma boa parte dos furgões chega a fazer mais de 850

paulo carvalho, responsável da carf, está à frente de um negócio que tem conhecido um grande crescimento devido à especialização nas peças

quilómetros/dia. “A gestão da frota é uma parte crítica do negócio”, assegura Paulo Carvalho, que conta com um Gaspar na empresa para gerir operacionalmente a frota. Tendo os furgões em renting, a verdade é que a gestão operacional (por exemplo os pneus) é feita internamente. Um carro fazer 20.000 quilómetros num mês é normal na CARF, mas o que trazia mais custos para a empresa

é a forma de conduzir os furgões por parte dos motoristas. “Um mesmo carro pode consumir 10 litros nas mãos de um motorista e 18 litros noutro”, observa Paulo Carvalho, o que trazia custos acrescidos na atividade. A implementação de medidas internas de incentivo à utilização racional dos furgões (os motoristas passaram a ser avaliados em 5 critérios podendo ganhar mais dinheiro em função do cumprimento dos mesmos), permitiu à CARF poupar 90.000 euros em gasóleo só num ano. “As pessoas que trabalham na CARF têm que saber gerir o stress”, diz Paulo Carvalho com um sorriso nos lábios, pessoa que gosta de estar na empresa às 7h30m da manhã para acompanhar o nascer da mesma. “Quando chego por volta das 9 da manhã fico nervoso a tentar perceber o que se passou antes. Gosto de ver as coisas a começarem a acontecer” revela o mesmo responsável, que explica que um dos momentos de stress do dia “são as recolhas”, pois nada pode falhar nesse momento para que as entregas decorram sempre a horas. A CARF é sem dúvida um negócio de sucesso fruto da insistência e da avaliação atempada das necessidades das empresas do sector das peças que Paulo Carvalho (também com um passado nas peças) fez e continua a fazer constantemente. Não é por acaso que o crescimento que a empresa registou em 2012 foi superior a 10% e, pelas novidades que se avizinham, o futuro promete. JUNHO 2013

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radar

Gestão. Os tempos no processo de reparação O custo ou a qualidade, conceitos extremamente importantes na oficina de reparação, não são suficientes em si mesmos. O tempo, objetivamente, é dinheiro. Fazer as coisas de forma rápida converte-se em algo tão importante como realizá-las melhor e mais baratas. O tempo, cada vez mais, transformou-se numa medida chave do êxito nos negócios. Inclusive, algumas oficinas incluem um conceito de velocidade no seu próprio nome, introduzindo palavras como “rápido”, “express” ou “minuto”.

TEXTO Francisco Alfonso Peña

PARCERIA

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N

as oficinas de carroçaria e pintura a carga de trabalho resulta dos acidentes e dos imprevistos, pelo que a previsão e a programação parece ser a antítese de um dia típico neste negócio. Apesar disso, todas as oficinas conhecem bem a cada vez mais previsível exigência dos clientes por prazos de entrega rápidos. Desenvolvemos uma sociedade

impaciente e gostamos cada vez menos de esperar. Um sistema eficaz do passado era aquele em que os técnicos da oficina dispunham sempre de carros para reparar, saltando de veículo para veículo. O que antes se via como eficiência agora parece próprio de uma reparação pouco estruturada e planificada, em que os processos não estão

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O funil na oficina

trabalho em curso (carros) Tempo = = (dias) do ciclo Capacidade de produção (carros/dia)

Para otimizar os nossos tempos de processo temos que controlaR as entradas de veículos

Tempo = do ciclo

O tempo do ciclo Diferentes estudos mostram que a fidelização do cliente aumenta quando se devolve o veículo reparado no menor tempo possível. Fazer mais rápido resulta de analisar o processo de reparação e o tempo associado a ele, denominando-se tempo de ciclo. Este pode ser medido entre duas operações, eventos ou atividades, que têm lugar em qualquer negócio. Consta de diversas perspetivas: financeira, de gestão, de administração, de processamento de pedido, de produção, etc. Do nosso ponto de vista, interessa-nos esta última; o tempo que decorre para originar uma unidade do início ao fim, utilizando um processo definido – ou o tempo que leva a reparar um veículo e devolvê-lo ao cliente. Não se pode confundir com tempo que se passa a trabalhar num veículo (tempo produtivo), já que arranca quando o veículo chega à oficina (as chaves passam para as nossas mãos) e termina quando se devolve o veículo reparado ao cliente (as chaves passam para as suas mãos).

= 6 dias

Capacidade de produção: 10 carros/dia

Trabalho em curso: 60 carros

suficientemente ajustados para trabalhar de forma contínua do princípio ao fim num carro. Esta forma de proceder, interrompendo uma reparação para tratar de outro veículo, é sinónimo de aumento dos custos de reparação. E é uma razão suficiente para adotar um enfoque centrado no ciclo de reparação para trabalhar de forma contínua num mesmo veículo ao longo de todas as fases do processo, desde que se calcula o orçamento até estar pronto para entrega.

60 carros 10 carros/dia

Inclui, portanto, a pré-produção, produção e pós-produção, assim como o trabalho administrativo associado. Toda a reparação contém diferentes processos pelos quais passa o veículo: preparação do orçamento, peritagem ou diagnóstico, gestão de peças, carroçaria, pintura, mecânica de apoio, preparação para a entrega; cada um deles com o seu correspondente tempo de processo associado. O tempo total do ciclo é um indicador da rapidez, mostra quanto tempo se demora em entregar um veículo reparado. Está diretamente relacionado com a capacidade do processo (volume de produção da nossa oficina) utilizando os recursos ao máximo; ou seja, quantos carros podem ser reparados num intervalo de tempo determinado (por exemplo, um dia). O tempo de ciclo é essencialmente uma relação matemática entre o trabalho em curso – quantos veículos estão em processo na oficina – e a capacidade do processo – quantos veículos se podem reparar por dia. Por isso, cada vez que aumenta o número de veículos no processo, aumenta o tempo do ciclo médio. Assim, para otimizar os nossos tempos de ciclo, temos que controlar as nossas entradas. A necessidade de ser rápidos Dado que reparações mais rápidas garantem clientes mais satisfeitos, o objetivo de todas as oficinas será reparar os veículos no período de tempo mais curto possível, já que isso traz importantes benefícios: Otimizar a utilização de todos os

recursos disponíveis, simplificando as intervenções; Aumentar a capacidade da oficina; Reduzir os gastos internos e externos; Diminuir as ineficiências e os pontos de estrangulamento; Aumentar a rentabilidade; Melhorar os rácios de crescimento e a capacidade de aproveitar as oportunidades do mercado; Ampliar o retorno sobre os ativos; Otimizar o fluxo de caixa; Desenvolver a moral e o nível de compromisso dos empregados; Minimizar a possibilidade de danos no produto; Continuar a ser competitivos. Quanto mais rápido for realizada uma reparação, mais cedo a oficina está pronta para começar a seguinte. No entanto, para se ser ágil é preciso planificação e uma integração completa no negócio e nos processos de gestão. Como reduzir o tempo do ciclo Reduzir o tempo do ciclo não consiste em pressionar as equipas – isso pode conduzir à busca de atalhos pouco desejáveis -; é melhor trabalhar a fiabilidade e solidez dos processos, reduzindo assim o risco de desperdício. Um dos pontos-chave é procurar fluxos de trabalho na oficina, antes de analisar a eficiência individual de cada técnico. Não se trata de reparar mais rápido, mas de criar procedimentos que possibilitem trabalhar de forma contínua em cada veículo, eliminando

ciclo de reparação Processo

Processo

Processo

Processo

Processo

Processo

Processo

Processo

Processo

Processo

Receber o cliente, identificar o veículo

Receber o cliente, Fazer identificar o orçamento o veículo

Receber o cliente, Peritagem identificar o veículo

Receber o cliente, Gestão identificar de peças o veículo

Receber o cliente, Reparação identificar da carroçaria o veículo

Receber o cliente, Reparação identificar de pintura o veículo

Receber o cliente, Mecânica identificar de apoio o veículo

Receber o cliente, Pré-entrega identificar o veículo

Receber o cliente, Entrega identificar o veículo

Faturação

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radar

Trabalhar a fiabilidade e solidez dos processos reduz o risco de perdas.

passos desnecessários. Para isso, como o tempo do ciclo é afetado pelos seus diferentes passos – tem início à porta da oficina – temos que analisá-lo como uma série de operações interrelacionadas que é necessário completar em cada ponto para passar ao passo seguinte. Uma vez identificado o ciclo, comprovam-se os diferentes processos indo mais além, analisando as diversas operações de cada processo e quais as tarefas que fazem parte. Conhecendo e medindo os detalhes do nosso ciclo de produção, é mais fácil identificar as limitações e melhorá-las. Expomos algumas considerações para decidir por onde começar: Eliminar os desperdícios. Centramo-nos em prescindir dos processos de produção e de administração de tudo o que é desnecessário e que consuma tempo e não aporte valor. Faz parte de qualquer ciclo o movimento de qualquer documento, peça ou trabalho. Por exemplo, quando um documento está numa bandeja à espera que alguém faça alguma coisa com ele, uma peça aguarda que alguém comprove a sua referência e lhe dê o devido destino ou um veículo espera para entrar na cabina de pintura. Isso também faz parte do ciclo. É importante evitar que os carros estejam parados na oficina, ainda que estejamos a trabalhar noutros.

Carro porta-peças

Disponibilidade e acessibilidade dos recursos. Quantas vezes um trabalho importante ou tarefa se atrasou porque os recursos não estavam no local adequado no momento oportuno? Deve estar disponível, com todos os componentes prontos para serem usados e acessível, sem impedimentos nas proximidades da área de trabalho. Fluxo contínuo. Num fluxo contínuo, as peças, os materiais, a informação, as pessoas e tudo o que é necessário movem-se continuamente no processo; só param se se acrescenta valor. Para alcançar esta situação ideal, os atrasos e passos que não acrescentam valor têm que ser identificados e eliminados. Receção do veículo

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Utilizar a tecnologia. O uso dos mais recentes avanços tecnológicos nos processos de produção e administração é um verdadeiro aliado para reduzir os tempos do processo. Ferramentas informáticas para a avaliação de danos, programas para a gestão da oficina, etc, possibilitam que, fazendo o trabalho de uma só vez, se ganhe muito em todo o processo. Permite combinar processos, eliminar passos, minimizar tempos, etc. Mas procedimentos mal desenhados e implementados vão continuar a ser procedimentos fracos, com ou sem ajuda da tecnologia. Aproximação ao trabalho em equipa. Muitas oficinas estão estruturadas em trabalhos individuais. Como resultado, um técnico ou departamento individual frequentemente tem que esperar que outro técnico ou departamento termine as suas tarefas. O trabalho em equipa implica um grupo de indivíduos com diferentes disciplinas e capacidades, centrados num único objetivo: completar uma tarefa eficientemente. Não são válidas desculpas: “cada caso é um caso”, “como vou fazê-lo mais rápido do que já faço? Não é possível”… Melhorar o processo beneficia todos os envolvidos na reparação. Por exemplo, nenhum

Ser ágil requer planificação e uma incorporação completa no negócio e nos processos de gestão.

rececionista gosta de ter que atender sempre 10 clientes à primeira hora da manhã de segunda-feira. É importante analisar quantos dias passam os carros nas nossas instalações, por cada dia de reparação. O metro quadrado da oficina é muito caro para ser usado como parque de estacionamento…

A organização do posto de trabalho é fundamental

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reparação

REPARAÇÃO

Gestão da cor. A eletrónica ao serviço do pintor Já lá vai o tempo das microfichas que se usavam para a preparação da cor. A box de pintura modernizou-se e conta já com a ajuda dos programas informáticos de gestão de cor das diferentes marcas de pintura.

PARCERIA

E

stes programas de gestão da cor não só facilitam a informação e o processo de formulação da cor, mas também permitem levar a cabo a gestão de stocks, dos pedidos aos distribuidores, o controlo de custos da pintura, encontrar informação dos produtos (fichas técnicas e de segurança), etc. Uma grande ajuda que se complementa com as restantes ferramentas de cor colocadas à disposição do técnico aplicador, como as cartas de cor, o espectrofotómetro ou os posters com informação das cores. Um dos aspetos que mais valoriza um técnico aplicador de uma marca de tintas são as suas ferramentas de cor, de forma a que lhe facilitem uma procura de cor exata e permitam um bom ajuste do mesmo. As

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marcas de pintura realizam um importante e constante trabalho para disponibilizar aos seus clientes toda a informação possível, mantê-la atualizada e facilitar-lhes as ferramentas mais adequadas, já que os fabricantes de automóveis lançam continuamente novas cores ou pequenas modificações das que já existem (alternativas). Toda esta informação é refletida nos programas de gestão de cor, os quais podem ser considerados o “coração” da sala de preparações e misturas. Programas de gestão de cor Cada marca de pintura dispõe de um ou vários programas de gestão de cor com diferentes funções, instalados em computadores comuns ou específicos de cada

marca, os quais se ligam a uma balança para a pesagem de produtos. O software e a base de dados podem ser atualizados periodicamente mediante um CD ou diretamente através de uma ligação à internet, o que permite uma atualização diária. Perante estes programas fica facilitada a procura e preparação de uma cor com a linha de pintura selecionada, além da preparação dos diferentes primários e

Um dos aspetos que mais valoriza um técnico aplicador de uma marca de tintas são as suas ferramentas de cor

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reparação Todas estas ferramentas constituem uma grande ajuda na localização e preparação da cor e proporcionam um grande apoio no trabalho de pintura

Informação do fundo adequado. O programa indica os diferentes aparelhos e primários que a marca recomenda, segundo a tonalidade para a máxima cobertura da tinta de acabamento selecionada. Recomendação de quantidades a preparar. Uma vez configurado pelo técnico aplicador e segundo o programa usado, recomenda-se para cada trabalho a quantidade de tinta necessária. Elaboração de relatório. A partir da informação recolhida nas ordens de trabalho, o programa é capaz de elaborar diferentes relatórios para posterior análise de dados. Impressão de etiquetas. O sistema liga-se a uma impressora e é possível imprimir etiquetas com a identificação da fórmula da cor. Informação das cores relacionadas (molduras, pára-choques, jantes, etc) a partir do código de cor da carroçaria. Consulta de documentação: fichas técnicas (TDS) e fichas de segurança (MSDS) dos produtos.

vernizes, com os diferente endurecedores e diluentes para cada aplicação. Mas além desta função, dependendo da marca de tintas e do programa disponível, é possível realizar outras funções específicas como: Gestão de ordens de trabalho. Para um maior controlo dos trabalhos de pintura, criam-se ordens de trabalho que podem atribuir-se a um operário concreto, incluir dados de clientes, a seguradora, veículos e danos e na qual se vão introduzindo as quantidades que se preparam de cada um dos produtos. Criação de fórmulas personalizadas. Permite modificar fórmulas de cor originais para ajustá-las a uma aplicação concreta,

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como o veículo de um cliente e guardá-las para posteriores repinturas. Gestão de stocks. Para evitar problemas por falta de algum básico ou produto que possa atrasar o trabalho. O programa contabiliza o consumo de cada produto e notifica quando se atingiu a quantidade mínima definida. Em alguns casos, o programa pode gerir diretamente o pedido ao distribuidor da marca de tintas, poupando tempo. Gestão de preços. A partir da lista de preços dos produtos carregadas no programa, calcula-se o custo das quantidades preparadas das tintas incluídas na ordem de trabalho.

Visualização em ecrã da tonalidade aproximada do código de cor selecionado. Além disso, estes programas podem conectar-se com o sistema de gestão da oficina, o qual facilita a análise e o controlo de todos os trabalhos da oficina. Apesar disso, este “coração”da sala de preparação não trabalha sozinho, e complementam outras ferramentas de cor como as cartas de cor, o espectrofotómetro e os posters com informação da cor. Cartas de cor As cartas de cor são uma ferramenta muito útil na busca da cor exata. Hoje em dia a maioria das marcas de tintas dispõem de cartas pintadas com a tinta original do fabricante e a pistola correspondente. Por isso, sempre que a aplicação se realize segundo a recomendação do fabricante (sobretudo para cores metalizadas ou perladas), a cor obtida ajusta-se à carta da cor, facilitando muito a correta identificação do código de cor e variante.

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tabela de códigos de alternativas código + B MAIS AZUL + R MAIS ENCARNADO + Y MAIS AMARELO + V MAIS ROXO + O MAIS LARANJA + G MAIS VERDE + D MAIS ESCURO + L MAIS CLARO + W MAIS BRANCO + DI MAIS sujo + VI MAIS VIVO

Junto com o código de cor do fabricante do automóvel as cartas podem incluir, além disso, outra informação, como o código de cor do fabricante de tintas, o nome da cor, o número de alternativa e a sua tendência (ver tabela) e inclusive, pode ter impresso um código de barras que, mediante um leitor ligado ao sistema, permite ir diretamente à sua formulação no programa de gestão. Espectrofotómetro As marcas de tintas estão a apostar no desenvolvimento desta ferramenta e são muitas as que dispõem dela para a medição “eletrónica” da cor do veículo se bem que, neste momento, ainda não são muitas as

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oficinas que contam com esta função. O seu funcionamento é muito simples, facilitando e agilizando a tarefa de busca da cor. Depois de calibrar o equipamento e confirmar as leituras sobre o veículo ou veículos a repintar, conecta-se o espectrofotómetro ao programa e descarrega-se a informação guardada. Além da tecnologia do equipamento de medição, a base de datos do programa é fundamental. Com os dados guardados o programa mostra uma lista dos códigos de cor que mais se aproximam da cor procurada, quantificando a proximidade e, sempre que possível, reformula para um maior ajuste segundo indicação do programa. Informação colorista Como guia na formulação e retoque de cores, as marcas de tintas proporcionam informação colorista acerca das características de cada básico, geralmente mediante posters, nos quais se mostra a posição de cada básico num círuclo cromático para determinar a tonalidade e pureza de cada um. Noutros posters dispõem-se os diferentes básicos da linha de pintura com uma ou duas amostras de cor correspondentes a cada básico (geralmente com a adição de outro básico, branco,

prata ou outro, para ajudar a uma melhor compreensão da cor), juntamente com um pictograma em que se indica a que grupo de cor pertence, tendência da cor, brilho ou vista frontal e oblíqua e pureza ou saturação. Todas estas ferramentas constituem uma grande ajuda na localização e preparação da cor exata e proporcionam um grande apoio na gestão do trabalho diário de pintura.

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reparação

Manutenção. Dacia Duster Os custos de aquisição e de combustível são baixos para este SUV, mas a manutenção já não é tão low cost. Ainda assim, comparado com os concorrentes, tem valores muito apetecíveis.

PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA Marca, Modelo e Versão Prazo/ Quilometragem Características Veículo

DACDUS0019A: Dacia Duster 1.5 dCi 110 SL Delsey 4x2 5p 48/120000

Potência (cv)

110

Cilindrada (cc)

1461

EuroNCap CO2 130 Transmissão Manual Caixa de Velocidades

6 Velocidades

Carroçaria Todo-o-Terreno

Valor N.º Substituições

Revisões

1.001,84 €

Mão-de-Obra

369,38 €

[11,2]

Óleo

395,46 €

[4]

Capacidade do carter (litros)

4,5

Tipo de óleo Sintético

PARCERIA

É

conhecido já como o SUV do povo e oferece muito por pouco dinheiro. Daí o sucesso de vendas em Portugal. Além do baixo preço, uma das grandes vantagens do SUV da marca romena da Renault é o baixo custo de utilização no que diz respeito a gasóleo, com consumos muito baixos, garantidos por um dos motores mais conhecidos do mercado português: o 1.5 dCi de 110 CV. A maior fatia da manutenção está relacionada com as peças de desgaste, num total de 1838,70 euros. Por parcelas, são as pastilhas de trás, com 453,52 euros, que têm um valor mais alto, sendo que as pastilhas montadas à frente têm um custo de 430,73 euros. Logo a seguir vem a substituição da embraiagem, que tem um valor de 408,70 euros. Os discos da frente têm um custo de 302,77 euros. Os discos de trás “aguentam” pelo menos os 48 meses ou 120 mil quilómetros deste plano de manutenção. Os pneus são responsáveis pela segunda maior fatia de custos de manutenção. São

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10 unidades 215/65 R16H ao longo dos 120 mil quilómetros, que têm um custo de 1583,02 euros. Os alinhamentos de direção representam 60 euros, enquanto as equilibragens têm um custo de 85,20 euros e as válvulas somam mais 29,30 euros. As revisões têm um custo de 1001,84 euros, sendo que as quatro trocas de óleo sintético representam 395,46 euros, um pouco mais do que as 11,2 horas de mão-de-obra, que custam 395,46 euros. A capacidade do carter no Duster é de 4,5 litros. O total dos quatro filtros tem um custo de 237 euros (93 euros para o filtro de combustível, 64 euros para os pólen, 52 euros para os de óleo e 28 euros para os de ar). No total, a manutenção programada do Dacia Duster tem um custo de 5161,57 euros, o que representa um valor de 4,30 euros por cada 100 km dedicados à manutenção. É o primeiro SUV que analisamos e é também o modelo que tem a manutenção mais cara dos modelos já publicados. Os preços são para a versão de tração dianteira.

Filtro de Óleo

52,00 €

Filtro de Ar

28,00 €

[4] [2]

Filtro de Pólen

64,00 €

[4]

Filtro de Combustível

93,00 €

[2]

Velas

- €

[0]

Desgaste

1.838,70 €

Escovas Limpa Para Brisas Frente

118,38 €

Escovas Limpa Para Brisas Tras

24,60 €

[2]

Pastilhas Frente

430,73 €

[6]

Pastilhas Tras

453,52 €

[3]

Discos Frente

302,77 €

[2]

Discos Tras

- €

[0]

Liquido de Travão

- €

[0]

Correia Distribuição

- €

[0]

Embraiagem

408,70 €

[1]

Carga Ar Condicionado

100,00 €

[1]

Escape

- €

[0]

Bateria

- €

[0]

Amortecedor Frente

- €

[0]

Amortecedor Tras

- €

[0]

Bomba Agua

- €

[0]

Filtro Particulas

- €

[0]

Tarefas Extra

- €

Avarias

- €

Eléctricas

- €

Total

- €

[4]

Pneus

1.757,52 €

Pneus Frente

215/65R16H

Pneus Trás

215/65R16H

Pneus

1.583,02 €

Alinhamento de Direcção

60,00 €

[3]

Equilibragem

85,20 €

[10] [10]

Válvula

29,30 €

Outros

563,51 €

IPO

27,00 €

Inflação

536,51 €

Ajustes

- €

[10]

Custos de Manutenção Total

5.161,57 €

/100 kms

4,30 €

Combustível

- €

* Valores sem iva

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ambiente

AMBIENTE

Normas anti-poluição. Abaixo as emissões A redução das emissões é hoje em dia um dos principais objetivos das marcas que assim conseguem reduzir o impacto no ambiente e também no peso que tem sobre os impostos… TEXTO marco antónio

I

ndependentemente da metodologia utilizada e uniformizada ser sempre polémica, uma vez que não retrata bem a realidade, a verdade é que a bitola é sempre a mesma. A nossa experiência mostra que os valores indicados andam sempre longe da realidade, uma vez que as emissões (seja dióxido ou monóxido de carbono, e óxidos de nitrogénio)

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dependem diretamente dos consumos e estes dependem do tipo de condução de cada um e das circunstâncias de utilização do automóvel. Normas mais exigentes As normas “Euro 5” e Euro 6” são uma das medidas que visam a redução das emissões de partículas mas também dos precursores

do ozono, como sejam o óxido de nitrogénio ou azoto, os hidrocarbonetos, o monóxido de carbono e o dióxido de carbono. De realçar que o regulamento estabelece exigências para a homologação de veículos mas também de peças de substituição, tais como dispositivos de controlo de poluição ou sistemas de diagnóstico a bordo (OBD) entre outros sistemas.

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se a norma euro 5 já é muito rigorosa, o Euro 6, que entra em vigor já em 2014, será ainda mais, colocando novos desafios aos construtores.

O que sai pelo escape Óxidos de carbono. Há dois tipos de óxido de carbono, o monóxido e o dióxido. O primeiro, é um gás incolor, inodoro e insipido e, por conseguinte, é especialmente perigoso dada a sua alta toxicidade e difícil deteção, enquanto o segundo responsável pelo efeito de estufa é um gás inócuo! Nos motores diesel, e dado que funcionam com excesso de ar, a concentração de CO2 e a formação de CO2 é menos que nos motores a gasolina.

A norma Euro 5 atualmente em vigor rege-se por critérios de sustentabilidade energética e ambiental que exigiram dos construtores um esforço de adaptação das suas frotas que, atualmente, têm um portfólio vasto de soluções técnicas que vão desde a otimização dos ciclos termodinâmicos com especial ênfase para o ciclo de Carnot que regula o funcionamento da generalidade dos motores de combustão interna até à procura de outras alternativas como a eletrificação parcial ou total do automóvel. Como o que interessa é a média das emissões, especialmente de CO2, há marcas que conseguem cumprir sem problemas as metas estabelecidas pelas referidas normas. Neste momento, a linha vermelha situa-se nas 120g/km de CO2 que as marcas generalistas têm mais facilidade de alcançar devido à sua vocação em construir carros mais pequenos. Não é por acaso que a Fiat é a marca que detém a média de CO2 mais baixa. Todos reduzem Quando vemos marcas como a Porsche, a BMW ou até a Ferrari interessadas em

Normas europeias de emissões g/Km diesel

CO

NOx

HC + NOx

Euro 5

0,50

0,180

0,230

partículas 0,005

Euro 6

0,50

0.080

0,170

0,0025

Gasolina

CO

NOx

HC + NOx

partículas

Euro 5

1,0

0,060

-

0,005

Euro 6

1,0

0.060

0,170

0,005

desenvolver e comercializar modelos híbridos ou mesmo até elétricos tem a ver com este objetivo tão simples de reduzir as emissões, caso contrário serão penalizadas do ponto de vista fiscal, prevendo-se que num futuro próximo paguem multas por essas externalidades. Mas se o Euro 5 já é uma norma rigorosa, o Euro 6, que entra em vigor em 2014, será ainda mais. Por exemplo, para todos os veículos equipados com motor diesel, é obrigatória uma redução de 50 por cento de óxidos de azoto em relação ao Euro 5. O mesmo acontece em relação às emissões combinadas de hidrocarbonetos e de óxidos de azoto. Para além do respeito dos limites de emissão estabelecidos, os fabricantes devem garantir a durabilidade dos dispositivos de controlo da poluição para uma distância de 160 mil quilómetros. Além disso, a conformidade em circulação deve ser passível de verificação durante 5 anos ou 100 mil quilómetros. À semelhança do que já acontecia com a entrada em vigor com o Euro 5, a Euro 6 vem contribuir também para o desenvolvimento de soluções que envolvam os biocombustíveis, como o bietanol, o biodiesel e o biogás, prevendo-se por isso que o seu mercado aumente mais, não só na Europa como nos EUA, no Japão e também nalguns mercado emergentes preocupados com o impacto que os transportes estão a ter sobre os ambientes locais. Um caso paradigmático são algumas cidades chinesas como Pequim onde há dias onde simplesmente não se vê a luz do sol!

Óxidos de nitrogénio. O monóxido de nitrogénio (NOx) também é incolor, inodoro e insípido mas na presença do oxigénio do ar transforma-se rapidamente em dióxido de nitrogénio. Nos motores diesel, os óxidos de nitrogénio aparecem em menor quantidade do que nos de gasolina, dado que a relação ar/ combustível é sempre pobre em combustível. Porém, se compararmos os valores numa igualdade de riqueza da mistura, a sua importância é maior, devido às elevadas temperaturas e pressões do ciclo de Carnot. Partículas sólidas. A combustão incompleta produz partículas em forma de cinzas e fuligem. Nos veículos equipados com motor a gasolina, estas emissões de partículas são praticamente nulas, pelo que a Euro 5 e a Euro 6 só limitam este tipo de contaminação nos automóveis equipados com motores diesel. Hidrocarbonetos não queimados. Como hidrocarbonetos não queimados, entendem-se os parcialmente queimados e os derivados do cracking térmico. Tanto quando a mistura se enriquece, como quando se empobrece, o nível de emissões de hidrocarbonetos aumenta, devido ao facto de o processo de combustão não se realizar em condições ótimas, produzindo-se o apagamento da chama antes do que seria desejável. O valor mínimo de emissões de HC obtém-se em misturas ligeiramente pobres, onde existe oxigénio suficiente para a combustão e a sua temperatura é alta.

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8 PNEUS

Euro-Tyre. Provavelmente o maior grossista de pneus em Portugal Tem sido notável o crescimento que a Euro-Tyre tem tido nesta década. O grossista de pneus de Cantanhede apresentou novas marcas de pneus, numa altura em que o negócio cresce a dois dígitos. TEXTO e fotos PAULO HOMEM

Saiba mais WWW.EUROTYRE.PT

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Novas marcas na Euro-Tyre Uma das apostas da Euro-Tyre em 2013 é na marca Viking com distribuição exclusiva. De origem norueguesa e de construção Continental (alguma das referências são mesmo produzidas em Portugal na fábrica de Lousado), a Euro-Tyre apostou de pronto num stock de 7.000 pneus e as vendas do primeiro mês de comercialização foram significativas. A gama é muito abrangente, vai da jante 13 à jante 18 em ligeiros, tendo ainda uma forte componente nos pneus para comerciais. Outra das apostas deste ano é na marca Interstate. Sendo uma empresa com sede na Holanda, os pneus são de fabrico asiático. O seu espectro dimensional em ligeiros é enorme (para jantes entre 13 e 20 polegadas), possuindo uma oferta muito abrangente e muito adaptada aos SUV´s. Não sendo uma novidade, a Euro-Tyre vai também focar a sua atenção na marca Coopertires, que é a 7ª marca mais vendida em todo o mundo. A grande mais valia desta marca, com fábricas na América e em Inglaterra, são os pneus 4x4 embora a oferta seja muito grande nos ligeiros e nos comerciais. Só com as marcas Cooper, Infinity, Viking, Interstate, Kumho e Achillis (super budget), a Euro-Tyre abarca só nas marcas quality e budget mais de 90% das necessidades do mercado.

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s três últimos anos da EuroTyre não têm dado aos seus responsáveis um momento de descanso. Nomeadamente por causa do processo de internacionalização da empresa para Espanha, com a abertura de uma empresa e de escritórios em Madrid e Barcelona (também com armazém). Nesse mercado, quatro vezes maior que o português, a Euro-Tyre não tem parado de crescer e atualmente as suas vendas totais quase se dividem pelos dois mercados. As razões do sucesso, semelhantes em ambos os mercados, já que a fórmula aplicada foi sensivelmente a mesma, são várias, como nos explica Marco Maia, diretor comercial da Euro-Tyre: “disponibilidade de produto, serviço, competitividade, aposta em clientes que compram regularmente, não cobrar portes nem exigir quantidades mínimas e uma política de recebimentos bem definida”. Stock Mas existem ainda outras razões para o crescimento da empresa, como se percebe claramente quando se visitam as atuais instalações da Eurotyre. São cerca de 120.000 pneus em stock, com uma taxa de rotação média de dois meses. Ao todo a Euro-Tyre disponibiliza aos seus clientes mais 4.000 referências distintas com cerca de duas dezenas de marcas de pneus, que vão desde o produto premium até ao low cost. No fundo, existe oferta para todas as necessidades dos clientes, qualquer que seja a dimensão e preço.

“Sempre tivemos como estratégia dar aos nossos clientes, em cada dimensão de pneu, diversas opções de marca e preço. A diferença está também na disponibilidade de produto que temos e no serviço que proporcionamos ao cliente com entregas, pelo menos, de duas vezes ao dia” refere Marco Maia. Infinity Numa visita ao site da Euro-Tyre (www. eurotyre.pt) percebe-se o imenso portefólio de marcas que a empresa disponibiliza. Nem todas têm o mesmo peso, mas todas elas desempenham o seu papel específico na estrutura de produto e preço da empresa. Porém, uma delas destaca-se das restantes até pela forte visibilidade que a Euro-Tyre lhe tem vindo a dar, como pela representatividade que tem no stock. Estamos a falar da marca Infinity, que é uma representação exclusiva da empresa de Cantanhede. Sendo uma marca “preço”, mas que tem vindo a subir gradualmente os seus padrões de qualidade, para Marco Maia a sua importância é relevante pois “a gama vai dos pneus ligeiros e 4x4 até aos pesados, passando pelos comerciais. O retalhista valoriza muito este facto”.

HOJE, Cerca de 70% das encomendas na eURO-TYRE chegam via online, através do site de vendas B2B.

Uma nova gama de pisos “Eco” da Infinity está também a ser lançada, o que vai permitir à Euro-Tyre reforçar a sua aposta nesta marca. Neste momento 15% do stock da Euro-Tyre é representado pela Infinity, o que diz bem da sua importância. Cerca de 70% das encomendas na empresa chegam via online, através do site de vendas B2B. Para a empresa é uma ferramenta fundamental para a operacionalização do negócio como para a diminuição do erro. Contudo, afirma Marco Maia que “temos tido o cuidado de continuar a falar com o cliente e entender quais as suas necessidades, pois o risco de nos distanciarmos cliente por via do online é grande. Por isso temos vindo a organizar reuniões regulares com os nossos clientes para ouvir as suas necessidades”. Num mercado que passa por algumas dificuldades comerciais, no qual a EuroTyre cresceu, em 2012, quase 12%, uma das principais dificuldades tem sido com o processo logístico. “Não é um problema da Euro-Tyre mas sim de todos os operadores como nós. Não existe nenhum operador logístico especializado nos pneus e a sub-contratação entre operadores não nos permite acompanhar como queríamos a entrega dos pneus” refere Marco Maia. Apesar dessas e de outras dificuldades, a Euro-Tyre vai apresentar mais novidades em breve, pois segundo Marco Maia “temos que nos adaptar constantemente ao que o mercado procura”. junho 2013

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Aguesport. Chegar ao mercado no momento exacto Em apenas cinco anos a Aguesport tornou-se por mérito próprio um dos principais grossistas de pneus em Portugal. As razões do sucesso são diversas como nos conta Pedro Conceição, gerente da empresa.

TEXTO E FOTOS PAULO HOMEM

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omeçou em 1997 com os componentes para bicicletas. Em 2007 decidiu diversificar o negócio e lançou-se nos pneus para automóveis, devido ao relacionamento que tinha com um fornecedor de pneus para bicicleta. Continuando a apostar no seu negócio original, a partir de 2008, altura em que iniciou a importação de pneus para automóveis, “tudo mudou nos últimos cinco anos” como nos conta Pedro Conceição, gerente da empresa de Águeda. A aposta inicial da Aguesport quando se lançou neste negócio do pneus é bem diferente da que tem atualmente? Não é possível para um distribuidor de pneus ter um negócio assente numa só marca e em

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produtos de baixo preço. Tivemos que mudar rapidamente a nossa estratégia até porque o mercado também estava, e está ainda, a mudar a uma velocidade incrível. O facto de termos iniciado a nossa atividade já num contexto de crise, permitiu-nos acompanhar melhor todas estas mudanças. Hoje somos um player com importância no mercado, conseguindo superar muitos outros que já cá estavam há muitos anos. Que mudanças foram essas no mercado dos pneus? Foram várias. Os grupos de compra, como a Pneuport e a Mega Mundi não compravam a grossistas independentes e hoje já compram. Outra alteração foram as oficinas de automóveis que começaram a diversificar cada vez mais o seu negócio e a fazer também pneus. A evolução da logística foi também um

factor decisivo para quem o soube aproveitar rapidamente. Hoje em dia fazem-se coisas na logística que até há bem pouco tempo atrás eram impossíveis, como fazer entregas bidárias de Águeda para o Porto. Outro dado importante, para a Aguesport, foi o apoio que tivemos da Continental. A estratégia que eles adotaram e a forma como gostaram da maneira de nós trabalharmos foi potenciador do crescimento da Aguesport como para que outras marcas tivessem vindo ter connosco. Quais são as cifras do crescimento? Devo dizer que o crescimento até a nós nos surpreendeu. No início da década tínhamos 8.000 pneus em stock, hoje temos 40.000. Passamos de vendas anuais, em pouco mais de três anos, de 30.000 para 150.000 pneus. Obviamente que isto exigiu sempre um grande esforço financeiro, mas sempre foi nossa

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Saiba mais www.AGUESPORT.com

Informatização total

Pedro Conceição destaca a aplicação iPad desenvolvida para utilização dos vendedores

política vender com rentabilidade para investir no negócio e ter agora quotas de crescimento em época de crise, mesmo enfrentando a grande evolução de preços que se registou no produto asiático em 2012. No começo o produto asiático era a base do vosso negócio. Com os novos acordos essa política de produto mudou muito? Neste momento a Continental e a Godyear/ Dunlop têm muita importância no nosso negócio, mas em volume as marcas chinesas ainda são as mais representativas. Queremos continuar a apostar em mais marcas, mas temos que ser muito cautelosos nas nossas decisões pois os tempos estão muito perigosos. Vamos continuar a apostar em produtos para veículos ligeiros, 4x4 e comerciais, focando sempre na maior diversidade possível (só em Continental temos mais de 450 referências distintas) deixando os restantes tipos de pneus para os especialistas que já os trabalham. Vão continuar a apostar na marca Federal? Trata-se de uma aposta de futuro. Com os novos modelos e medidas que a marca vai lançar em 2013, muito mais adaptados ao mercado europeu. Vamos conseguir ter um bom produto com preços muito competitivos. A marca vai lançar 37 novas medidas e existem modelos sobre os quais temos grande expectativas.

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Mantemos a marca Rottala, que sempre foi uma das nossas bandeiras, como iremos lançar também uma nova marca budget de origem chinesa, a Unigrip, mas com mais qualidade. Que outros problemas estão a condicionar este negócio dos pneus? Começo por dizer que ainda bem que existem inspeções periódicas em Portugal aos automóveis. Caso contrário seria arrasador ver o estado dos pneus dos carros que circulam nas nossas estradas. O pneu usado é um grande problema. É uma questão de segurança rodoviária e uma questão de defender as empresas cumpridoras. Julgo que as empresas que apostaram no usado estão a dar um tiro no próprio pé. Quando vejo alguém a fazer novos rasgos nos pneus usados é porque chegamos ao fim da linha! Os países de leste e Espanha, por exemplo, também já consomem muitos pneus usados, o que quer dizer que o produto usado que tem chegado a Portugal tem cada vez menos qualidade. Como é que se explica que existam pontos de recolha de pneus usados certificados pela Valorpneu, e logo ao lado exista uma casa a montar esses pneus? Todos sabemos que 80% dos pneus que entram em Portugal não pagam impostos. Não sei porque razão ninguém fala nisto. Era bom para toda a gente que este problema fosse resolvido rapidamente.

Se existe um aspeto diferenciador na atividade na Aguesport face aos restantes operadores é o da informatização do seu negócio. Numa altura em que já pensa em agregar todo o negócio de pneus num único espaço (atualmente está disperso por diversos armazéns), implementando novos processos de armazenagem, a Aguesport já se encontra totalmente informatizada. “Desenvolvemos uma aplicação especifica para iPad que todos os nossos comerciais usam, que está ligada a todo o nosso sistema informático. Assim, quando estão com o cliente, os vendedores têm acesso a todo o histórico do mesmo, como pagamentos, compras, data de aniversário, perfil do cliente, visitas anteriores, entre muitas outras informações”, refere Pedro Conceição, acrescentando que “podemos criar rotas de clientes, ter o stock disponível e mostrar fotos dos pneus, entre muitas outras coisas. Tudo isto com uma incrível funcionalidade”. A Aguesport investiu também na operacionalidade do seu site B2B que, tudo junto, “nos deu um grande dinamismo neste setor. Damos uma grande importância às novas tecnologias, que consideramos fundamental para a nossa evolução”, assegura o mesmo responsável. Apesar de a maior parte dos clientes ser do B2B, a Aguesport vai também reforçar a sua equipa de Call Center, como aumentar o seu esforço junto mercado lisboeta.

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Barum. Forte aposta da Continental O desenvolvimento de uma nova estratégia europeia por parte da Continental permite fazer com que a Barum se torne na segunda marca mais importante na Europa dentro deste gigante da indústria automóvel. TEXTO Paulo Homem

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produto Barum não é totalmente desconhecido em Portugal. A marca checa, já existente desde 1945, resultante da fusão dos três construtores de pneus mais importantes daquele país, passou a integrar a Continental em 1992. Em 2001 a Barum vendia 30 milhões de pneus e em 2004 expandiu-se para fora da Europa. A filosofia da marca sempre foi a durabilidade do pneu, alicerçando a estratégia de produto também no equilíbrio de condução, no preço atrativo e no construtor, a Continental. O lema agora da Barum é “Bons Pneus. Bom Negócio”, muito virado para o mercado profissional, mas também para uma clientela final mais racional que procura qualidade e economia. A Barum é uma marca Budget com uma gama muito abrangente de produto em ligeiros (dispõe também de pesados e industriais) que disponibiliza um alargado espectro

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dimensional que vai desde a jante 13 até à jante 20. O Vanis e Vanis 2 compõem a oferta da marca para o mercado dos comerciais, com elevado rendimento quilométrico e uma gama de dimensões (19) que cobrem 90% das necessidades do mercado (jante 14 a 16 e índices de velocidade T-Q-R). Nos 4x4 a Barum disponibiliza uma oferta mais vocacionada para a utilização SUV (80% estrada/20% fora de estrada), com o produto Bravuris, onde mais uma vez a longevidade do produto é realçada bem como o campo dimensional (19 dimensões em jante de 15 a 18 e índice de velocidade T-H-V). A oferta mais alargada é em ligeiros com os modelos Brillantis2 e Bravuris2 para jantes 13 a 20 polegadas (índices de velocidade S a Y) em 134 medidas diferentes. O destaque vai para o Bravuris2, um pneu com novos pisos com bom desempenho em piso molhado e com grande autonomia. Com este novo

pneu a Barum disponibiliza também pneus para um segmento em forte expansão como é o dos pneus para carros de altas prestações. Diga-se que a Barum está já a preparar lançamento do Bravirus3HM (alta quilometragem), que chegará ao mercado em setembro próximo. O produto Barum será comercializado pela própria Continental que irá privilegiar o canal retalho, defendendo dessa forma a marca de uma forte concorrência que existe no segmento Budget, com um produto que também é construído orgulhosamente em Portugal (em algumas dimensões) na fábrica de Lousado.

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Sogefi Pro. Aposta forte nos pesados A marca de filtração decidiu reestruturar toda a sua oferta, apostando numa só marca para o segmento dos pesados. O objetivo é claro: crescer. TEXTO Cláudio Delicado em Madrid

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Sogefi decidiu reorganizar toda a sua gama de filtros dirigida ao mercado de pós-venda no segmento dos pesados. O objetivo é simplificar a oferta e agrupar todas as referências da gama de filtros para veículo pesados debaixo de um único nome. Essa nova marca agora criada e já disponível no mercado nacional chama-se Sogefi Pro. Esta aposta no aftermarket vem no seguimento de uma liderança que já tem no primeiro equipamento deste tipo de veículos, explicam os responsáveis presentes na conferência de imprensa que teve lugar em Madrid, para apresentar as novidades da marca aos jornalistas ibéricos. “A nossa presença no pós-venda dos pesados ainda estava um pouco desorganizada, mas agora com esta operação apostamos forte no aftermarket”, explica Andrea Taschini, diretor-geral de aftermarket da Sogefi. A aposta faz todo o sentido, até porque basta fazer algumas contas de cabeça ao que vale um negócio em que este tipo de veículos anda todos os dias na estrada e faz jornadas de centenas e, muitas vezes, milhares de quilómetros. Um veículo pesado pode ter

ENTREVISTA Andrea Taschini diretor-geral de aftermarket da Sogefi

“Temos muito para crescer nos pesados em Portugal” Qual é neste momento o interesse da Sogefi em Portugal? Fomos sempre líderes de mercado em Portugal. Já assim era há três anos e meio quando entrei na empresa. A Sogefi sempre foi muito bem recebida em Portugal. O nosso trabalho passou por “limpar” o nosso mercado em Portugal nos últimos anos. Tínhamos distribuidores a mais e também marcas a mais. Reduzimos o número de marcas, numa política europeia. Tínhamos sete marcas e agora temos apenas três. Fizemos o mesmo em Portugal

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mais de dez filtros diferentes sendo o seu intervalo de substituição de seis vezes ao ano. Isto pressupõe, explicam os responsáveis da Sogefi, um mercado de pós-venda a nível europeu de mais de 150 milhões de euros, já que mais de 20% dos veículos profissionais no Velho Continente são pesados. Ao agrupar todas as referências para o mercado de pós-venda de veículos pesados debaixo do mesmo “guarda-chuva”, a Sogefi Pro consegue disponibilizar 520 referências

e selecionámos os nossos 10 melhores distribuidores. Estamos muito focados em Portugal, como em Espanha, Itália e Grécia, que estão a sofrer mais do que outros por causa da crise, mas é nesta altura que há uma maior necessidade de investimento e estamos a conseguir chegar a mais clientes no aftermarket. A Sogefi Pro é também uma grande aposta nos pesados. Tínhamos três marcas, e isso dificultava as coisas. É melhor trabalhar apenas uma. Porquê Sogefi Pro? Porque não era correto ter três marcas para pesados e não era correto escolher uma delas. Por isso lançamos um novo nome, que é o início de um projeto que vai envolver também as máquinas agrícolas. Esta é a nossa marca para os pesados. Mas esse é um segmento em que Portugal está a viver alguma asfixia. Isso não o assusta? É verdade, mas nós tínhamos uma situação de alguma desordem neste segmento e, por isso, temos muitas hipóteses de vender mais, mesmo com o mercado a cair. Podemos crescer em quota de mercado. Estamos a crescer nos ligeiros e essa é uma grande oportunidade que temos também nos pesados. Acreditamos que um produtor de primeiro equipamento como nós, precisa de mais espaço no mercado de pesados. E como vai ser a distribuição em Portugal? Temos 10 distribuidores para ligeiros, mas para pesados serão naturalmente menos. São três os grandes distribuidores especialistas em pesados em Portugal. Vamos ter um de certeza e talvez dois. Se trabalharmos com as pessoas certas, é o número suficiente para esse segmento. A Sogefi é cada vez uma empresa de aftermarket?

específicas para este segmento que cobrem 90% do mercado europeu. O novo catálogo está disponível em versão impressa e também online. A Sogefi Pro inaugura também uma nova embalagem mais artesanal, robusta e amiga do ambiente, com uma etiqueta clara e precisa. Na embalagem não há qualquer uso de tinta para que seja mais amiga do ambiente e torne o processo de reciclagem mais fácil. Além dos tradicionais filtros de óleo, de ar, de combustível e de habitáculo, a Sogefi Pro dispõe de outros quatro específicos para o mercado de pesados. São eles os filtros hidráulicos, dessecadores, filtros para refrigeração e filtros de ureia. Filtros hidráulicos O fluido hidráulico ajuda a transmitir energia de um sistema mecânico para outro. Os filtros são necessários para proteger os componentes muito caros de um sistema hidráulico. A falta deste filtro pode causar: Quebra do sistema Filtros dessecadores do ar Os dessecadores de ar, conhecidos como cartucho secador de ar, mantém uma

A Sogefi é uma empresa de primeiro equipamento que também está no aftermarket, uma divisão que representa cerca de 25% do negócio mas está em crescimento. Investimos cada vez mais no aftermarket e quando temos um novo produto no primeiro equipamento, cerca de seis meses depois está disponível no aftermarket. O primeiro equipamento é fundamental porque garante que temos melhores produtos no aftermarket no que diz respeito a pesquisa e desenvolvimento. Quem não é um fornecer OE nunca terá capacidade para lidar com aftermarket por causa da tecnologia, do capital e da massa crítica. Todos os anos introduzimos novas referências e novas tecnologias. Estamos sempre a tentar ajudar os nossos distribuidores a terem melhor negócio e os mecânicos a terem melhores produtos. O preço é hoje mais importante do que era há uma década? Pensemos em carros, telemóveis ou qualquer produto. Hoje o mercado divide-se em dois: quem quer comprar barato e os que conseguem gastar mais dinheiro. É socialmente injusto mas é a realidade. O mercado de componentes hoje divide-se em dois: barato e caro. Não há meio-termo. Esta realidade vai crescer nos próximos tempos. Era bom que pudesse haver um maior equilíbrio mas estes extremos levam a que se uma empresa não tem uma estratégia muito bem definida morre. A Ryanair sobrevive a vender bilhetes baratos e a Ferrari só sobrevive a vender carros caros. O importante é que a empresa decida exatamente onde se quer posicionar e tenha uma estratégia. As empresas falham e vão à falência quando tentam ficar no meio. Nós decidimos ser uma empresa premium e seguimos esta política.

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Simplificar para crescer também nos ligeiros Nos ligeiros também há novidades. Durante a apresentação, Andrea Taschini, diretor-geral da divisão aftermarket da Sogefi, explicou que passam a trabalhar com três marcas para o segmento de ligeiros: Purflux, Coopersfiaam e Fram, com um reforço das características premium dos produtos destas marcas (leia entrevista à parte). O objetivo é simplificar a oferta e facilitar o trabalho também dos distribuidores e das oficinas. As três marcas posicionam-se no segmento premium com qualidade equivalente ao primeiro

Saiba mais www.sogefipro.com fiabilidade operacional ótima no sistema de ar dos travões dos veículos profissionais. Além de removerem a humidade nos sistemas de ar comprimido, ajudam também a prevenir a corrosão e o congelamento. Além da função de secagem, estes filtros também separam sujidade e partículas do ar comprimido. E a vantagem é que podem ser instalados em todos os sistemas atuais de travões de ar comprimido.

equipamento, onde a Sogefi está em força. Para estas três marcas a aposta recai também num forte apoio de marketing e um ampla cobertura do mercado automóvel europeu. Por exemplo, no mercado nacional, sete dos 10 ligeiros mais vendidos têm pelo menos um filtro da Sogefi. De acordo com os dados fornecidos pela marca, a quota de mercado da Sogefi em Portugal foi de 23% em 2012. Isto apesar do mercado dos filtros ter caído no ano passado. Ainda assim, a Sogefi está a ganhar vendas nos filtros de habitáculo.

A falta deste filtro pode causar: Corrosão e mau funcionamento do sistema pneumático de travagem Filtros de refrigeração A função do sistema de refrigeração é eliminar o excesso de calor do motor. O arrefecimento do motor ocorre graças à circulação contínua de água nos tubos localizados em redor da câmara de combustão. Alguns veículos pesados de mercadorias têm motores diesel equipados com um filtro de água dentro deste sistema de arrefecimento para remover todas as impurezas. A falta deste filtro pode causar: Deterioração mais rápida do motor

Filtros de ureia O filtro de ureia limpa a solução aquosa de ureia e mantém o sistema anti-poluição SCR (Conversor Catalítico Seletivo), presente nos veículos pesados, a funcionar em pleno para a redução de emissões de NOx (óxido de azoto). A unidade de controlo da mistura do SCR fornece o fluxo de gás do catalisador com um agente de redução chamado AdBlue (uma solução de 32,5% de ureia com água desmineralizada), convertendo o óxido de azoto em água e em azoto inofensivo. A falta deste filtro pode causar: Aumento da poluição.

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O opinião

Novas regras para o regime de IVA em caixa O Conselho de Ministros aprovou no início de Maio, e no uso de autorização legislativa, o regime de contabilidade de caixa em sede de IVA e a alteração do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, vulgarmente designado por IVA de Caixa.

miguel ramos ascenção advogado

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Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica.

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sta medida que se prevê possa vigorar a partir do próximo mês de Outubro, responde a um anseio antigo de diversas associações empresariais, no sentido de dar uma certa folga à tesouraria das empresas que se debatem frequentemente com a obrigação de entregar ao estado IVA que, embora já tendo sido faturado, ainda não foi efetivamente cobrado. Tendo como objetivo promover o crescimento da economia portuguesa e a melhoria das condições de tesouraria do tecido empresarial, este novo sistema, um regime de contabilidade de caixa em sede de IVA, terá caráter facultativo e será estruturado de forma simplificada. O Governo optou por introduzir esta medida de forma gradual, pelo que o regime abrangerá, nesta fase, os sujeitos passivos de IVA com um volume de negócios anual até 500 000 euros e que não beneficiem de isenção do imposto. Este limite corresponde ao limite máximo que os Estados-Membros, à luz das regras comunitárias, podem adotar unilateralmente, sem intervenção das instituições europeias, tal como o referiu o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Do que se trata? O IVA em Caixa é um regime que permitirá aos sujeitos passivos a entrega do IVA cobrado apenas após o seu efetivo recebimento, prevendo-se, no entanto que esse recebimento deva ocorrer em qualquer circunstância dentro de um ano contado da data de emissão da fatura, data limite para a sua entrega ao estado. Este regime será facultativo, cabendo ao sujeito passivo, se assim o entender, submeter-se ao mesmo através do Portal das Finanças, algo terá de ocorrer até ao próximo dia 30 de Setembro, ficando a partir desse momento obrigado a manter-se neste regime por um período mínimo de 2 anos. Embora possa constituir uma ferramenta importante para a vida das PME e de profissionais liberais, há que ter em atenção que este regime, além de também pressupor o levantamento do sigilo bancário, obriga a um controlo apertado sobre os recebimentos de faturas emitidas, estando previsto um regime sancionatório pesado para as empresas que se socorrem deste regime para fugir à entrega do imposto e defraudar o estado.

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