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N.º 18 | NOVEMbro 2013 | 2,2€
PUBLICAÇÃO MENSAL
ESPECIAL
BATERIAS Equip Auto 2013
Os grandes prémios de inovação reportagem completa em Paris
Protagonista » Primeira entrevista de Hélder Pereira, novo Area Manager da Mann-Filter em Portugal Contrafação Radiografia a um dos maiores problemas mundiais do aftermarket e como combatê-lo MyAuto A primeira oficina self-service em Portugal
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sumário N.º 18 | NOVEMBRO 2013
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt DIRETOR ADJUNTO ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt
dossier Baterias P.36 É um dos componentes sem o qual os carros não andam. Por isso, a concorrência é feroz e a tecnologia tem evoluído nos últimos anos. Ouvimos o mercado português de baterias.
EDITOR-CHEFE CLÁUDIO DELICADO claudiodelicado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES andrerodrigues@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt PAULO HOMEM paulohomem@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt DIRETORA COMERCIAL ANABELA MACHADO anabelamachado@turbo.pt EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO GUILLERMO DE LLERA JOÃO ALMEIDA JORGE LIZARDO NEVES MANUEL GAMEIRO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM
5 Radar
PROTAGONISTA
Reportagem Equip Auto. P.50 Contrafação. P.58 Estudo Turbo/Turbo Oficina. P.62 Estudo ANECRA. P.64
Hélder Pereira - Mann-Filter. P.6
REVISÃO
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Novidades do mercado. P.12
REPARAÇÃO
Filtros de Partículas. P.66 Carroçarias avançadas. P.70 Manutenção BMW 320d Touring. P.73
ESPECIALISTA
Create Business. P.22 Concurso Pintor R-M. P.24 C.Santos VP. P.28 My Auto. P.30 Expo Salão. P.32 ATE. P.33 Auto Clássico. P.34
7 ambiente
Valorcar. P.74 Valorpneu. P.76
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PNEUS
RAIO X
Euromaster. P.78 Justino Gomes Bessa. P.80
Comercial do mês: Renault Kangoo Maxi. P.46 Fornecedores do Skoda Octavia. P.48
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IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA
OPINIÃO
DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
Consultório jurídico. P.82
ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES SWP SELO CAPA
TRW PÁGINA 15
DAVASA PÁGINA 35
BMW PÁGINA 49
TIRESUR PÁGINA 65
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JAPOPEÇAS PÁGINA 17
POLIBATERIAS PÁGINA 37
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CONTINENTAL PÁGINA 2
SPIESHECKER PÁGINA 19
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PETRONAS PÁGINA 53
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SOFIMA PÁGINA 5
LIQUIMOLY PÁGINA 21
EXIDE PÁG. 41
CARF PÁGINA 55
BOSCH PÁGINA 84
BLUEPRINT PÁGINA 11
TO PESADOS PÁGINA 27
VALORCAR PÁG. 45
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FUCHS PÁGINA 13
AUTODELTA PÁGINA 29
VALORPNEU PÁG. 61
OSRAM PÁGINA 59
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EDITORIAL Papel estratégico de Portugal
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epois de várias conversas durante a Equip Auto deste ano voltamos com a certeza de que o mercado português, apesar de ser pequeno e atravessar uma situação de fraqueza financeira, continua a ser muito importante para as multinacionais. E não são apenas discursos de simpatia, porque todos os responsáveis com quem falámos, sem exceção, mostraram conhecimento sobre o mercado nacional, sobre as dificuldades mas, sobretudo, sobre as oportunidades para crescer. E uma delas é o facto de Portugal ser a melhor porta de entrada em Angola para as empresas de aftermarket. As que ainda não o perceberam estão a chegar lá. Mas Portugal está também a ganhar o seu espaço no mercado ibérico, numa altura em que já se percebeu que comandar as operações a partir de Espanha não resulta. É curiosa a nova organização que as multinacionais, aos poucos, estão a adotar. Criam uma empresa e uma estrutura ibérica, mas depois espalham equipas pequenas (muitas vezes uma só pessoa) para trabalhar o mercado região a região em Espanha e Portugal como um todo. São mercados bem diferentes e quem não tem uma presença local e física no mercado tem maiores dificuldades em crescer. A Mann-Filter, à semelhança de outras empresas que já o fizeram, é um bom exemplo disso, como pode ler na entrevista exclusiva que o novo líder da marca em Portugal, Hélder Pereira, deu à TURBO OFICINA. Esta é a forma mais equilibrada de o mercado nacional manter a sua autonomia, beneficiando depois de serviços que estão centralizados em Espanha, como marketing, apoio técnico ou logística, que têm maior capacidade de ação por responderem a um mercado maior. Por tudo isto, é importante acreditar no nosso mercado e na importância que tem, não só como plataforma de entrada noutros mercados (também em Moçambique e no Brasil), mas também como um dos braços mais importantes do mercado ibérico, que assim ganha dimensão. Nesta edição damos mais um passo no nosso trajeto sólido e sustentado, estreando um novo papel, com maior qualidade e que vem ao encontro dos padrões de excelência que lhe queremos oferecer. Juntamos a isso o facto de sermos a publicação independente de aftermarket com maior distribuição nacional. Obrigado por nos acompanhar.
É importante acreditar no nosso mercado e na importância que tem, não só como plataforma de entrada noutros mercados, mas também como um dos braços mais importantes do mercado ibérico, que assim ganha dimensão.
Cláudio Delicado Editor-CHEFE claudiodelicado@turbo.pt
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Hélder Pereira. “A rapidez de resposta é a nossa aposta ” É a primeira entrevista do novo responsável da Mann-Filter em Portugal. Bem conhecido no mercado, abraça agora um novo desafio com objetivos bem definidos. Hélder Pereira dá mais um passo na sua carreira e a marca alemã quer ser líder de mercado. TEXTO CLÁUDIO DELICADO FOTOS JOSÉ BISPO
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pesar dos 37 anos é já um homem do aftermarket em Portugal, com uma experiência de mais de 14 anos. Agora abraça um novo desafio e torna-se Area Manager da Mann-Filter em Portugal. Será ele a ligação da filial ibérica da marca alemã de filtros com o mercado nacional. Esta aposta tem um objetivo claro: uma maior rapidez na resposta aos clientes para crescer de forma sustentada no mercado nacional, em especial nos ligeiros, já que nos pesados a Mann-Filter é muito forte. Esta é a primeira entrevista de Hélder Pereira depois de assumir o novo cargo, em Setembro, onde explica os seus objetivos e a estratégia da marca para o mercado português. Num novo desafio saiu da Valeo para a Mann-Filter. O que representa esta mudança para si?
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Estive nove anos na Valeo e a oferta da Mann representa mais um passo na carreira, ficando como responsável da marca em Portugal. É também uma forma de especialização, uma vez que passo de uma marca multiproduto para uma marca monoproduto. Na Valeo tive o desafio de reestruturar a marca no mercado português e isso faz com que conheça muito bem o mercado. Agora é começar um projeto do zero e acaba por ser algo muito meu também, onde o objetivo é adequar a marca ao mercado português. Esse é um dos objetivos que a Mann-Filter lhe impôs neste desafio? A Mann-Filter tem uma presença muito forte em Espanha e, em Portugal, tem uma posição consolidada nos pesados, mas nos ligeiros é preciso fazer mais para igualar a posição que temos em Espanha. O objetivo é desenvolver a marca, de forma sustentada, mas queremos crescer com calma e não de
forma descontrolada. Somos uma marca premium, com muita experiência no primeiro equipamento e precisamos de dar a conhecêla mais ao mercado nos ligeiros. O reconhecimento é o principal problema da marca em Portugal? Na parte dos ligeiros sim. Mas nos pesados o reconhecimento de marca é muito grande, por ser uma marca de primeiro equipamento. Os mecânicos têm já uma noção do que é a Mann e a sua qualidade. Nos ligeiros alargouse muito a distribuição e passámos de apenas um distribuidor para quatro. É nessa base que vamos trabalhar porque vamos conseguir ter os nossos produtos mais presentes. Estão à procura de mais distribuidores? O nosso posicionamento, enquanto marca, é trabalhar com os nossos distribuidores, tanto nos ligeiros, como nos pesados e na indústria. Estão escolhidos e não estamos à procura de mais. Os nossos distribuidores estão no top20
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dos distribuidores em Portugal. Trabalhamos o distribuidor e depois ele trabalha a marca. São eles que nos ajudam a desenvolver a marca e o negócio. Sozinho não consigo fazer nada, vou trabalhar com os distribuidores. Há muitas marcas multinacionais que estão a criar uma pequena estrutura em Portugal, tal como a Mann-Filter. É a única forma de trabalhar bem o mercado? A presença local é sempre necessária pelo conhecimento do mercado. As estruturas estão a tornar-se ibéricas, desenvolvendo o negócio para os dois países. Mas no desenvolvimento de negócio é preciso dar um foco local. Em Espanha existe uma divisão por regiões e em Portugal as marcas tentam adequar a realidade do país à marca e não importar toda a estratégia a partir de outro país. Estamos perto geograficamente mas os mercados são diferentes. São assim tão diferentes? Em termos de concorrência, que é quem manda no mercado, as marcas líderes em Espanha não são as mesmas do que em Portugal. Em Espanha dá-se muito valor aos produtos com tradição no primeiro equipamento e em Portugal não tanto. Aqui vemos que quem mais comanda é o dinheiro que os clientes têm. O nivelamento das marcas tem muito a ver com a situação financeira do país. Isso ajuda as marcas com menos qualidade... O que manda é a situação económica do país e a disponibiliade das pessoas. Existe sempre a questão do preço. Mas nos últimos anos está a diminuir o seu impacto. Na importação da Ásia os custos logísticos não são como antigamente e os riscos dessas importações são maiores. Há uns anos tentou-se a diferenciação através da importação dessas marcas, mas hoje a disponibilidade financeira dos clientes para assumirem esse custo pesado da importação é um risco muito maior. Os clientes estão hoje mais focados na qualidade em Portugal? Se pensarmos que os tempos de manutenção são maiores, os produtos têm que ter maior qualidade para aguentar e as pessoas já não querem arriscar. E no caso dos filtros nem sequer estamos a falar de um custo demasiado elevado. Hoje as pessoas têm mais atenção a isso, preferem gastar um pouco mais por um poduto com qualidade, garantia e fiabilidade, para que tudo corra bem. Antes o carro fazia manutenção de 5 ou de 10 em 10 mil quilómetros, hoje é de 30 em 30 mil quilómetros. Quando apostam na qualidade original aumenta a fiablidade. O aumento dos intervalos de manutenção é uma vantagem para as marcas de qualidade? É, porque as pessoas acabam por ter esse receio com produtos que não inspiram confiança. Apostam, por isso, num produto de qualidade com maior durabilidade.
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A mann-filter vê no mercado português uma grande Oportunidade e aposta forte numa presença mais próxima.
Quando falamos de filtros falamos sempre de problemas potenciais no motor e o receio das pessoas é maior. Como vê o negócio da marca em Portugal no próximo ano? 2014 será um ano com algumas alterações e queremos estar mais focados na realidade nacional. O que vamos procurar é ser uma marca pró-ativa e não reativa, não reagirmos ao mercado mas sermos próativos e sermos nós a dar dinâmica ao mercado. Esse é o grande objetivo, a par da aposta forte na resposta rápida ao cliente. A rapidez na resposta é o segredo e quando há uma pessoa que os clientes conhecem a trabalhar no mercado as coisas ficam mais fáceis, porque conseguimos resolver qualquer questão do dia-a-dia de forma muito rápida. Essa resposta é uma exigência do mercado? Sem dúvida. E além disso vamos manter o nosso programa de formação, com visitas de
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SOMOS MUITO FORTES NO SEGMENTO DOS PESADOS EM PORTUGAL, MAS TEMOS ALGUM CAMINHO PARA FAZER NOS LIGEIROS
PERFIL Hélder Pereira tem 37 anos, é casado e tem um filho. Começou cedo a sua vida desportiva, entrando aos 7 anos para o Belenenses onde jogou futebol até aos 15, quando se transferiu para o Casa Pia. Aos 19 anos teve que tomar uma decisão importante para a sua vida e optou pela Universidade. Licenciou-se em Marketing e Publicidade na Universidade Autónoma de Lisboa, onde fez também uma especialização em Relações Públicas. No final de 1999 começou a trabalhar como gestor de produto na Lucas Automotive (agora TRW). Dois anos depois foi para a Europeças como responsável de marketing, exatamente o mesmo cargo que foi ocupar, em 2004, na Valeo. Aqui ficou até aceitar o convite da Mann-Filter para ser Area Manager da marca alemã em Portugal.
clientes ao nosso centro técnico em Saragoça, mas vamos também reforçar a presença de comunicação e da imagem de marketing da empresa, que é muito forte. Como carateriza o mercado de filtros em Portugal? Os próprios distribuidores estão cada vez mais a segmentar as marcas. Há uns anos os distribuidores tinham mais marcas. Antigamente, a distribuição segmentava muito dentro das marcas: tinham uma marca de filtros para carros italianos, uma para alemães, outra para franceses, etc. Mas como já não há tanta disponibilidade financeira de trabalhar 5/6 marcas do mesmo produto, os nossos distribuidores, por exemplo, não têm mais de duas marcas de filtros além da nossa. Além disso, hoje as marcas de filtros têm uma oferta global para todos os construtores e, na Mann, tanto fazemos primeiro equipamento para franceses, como para alemães ou japoneses.
É nessa lógica que a vossa comunicação passa também por mostrar que têm uma linha de filtros forte para carros asiáticos? Cada vez mais as marcas têm uma oferta global. Por ser uma marca alemã não produz apenas para carros alemães. Hoje 15% do mercado europeu pertence aos asiáticos e nós temos uma oferta muito forte nesse segmento. Um dos objetivos é ser líder em Portugal nos ligeiros? O objetivo é sempre crescer e estabilizar. Em Espanha somos líderes e aqui existe esse desejo. Mas a principal preocupação é termos um crescimento sustentável para termos mais relevo dentro das marcas de primeiro equipamento. O negócio de pesados é muito forte? Portugal é um mercado maduro nos pesados e mesmo em termos de marcas é mais pequeno. Temos crescido sempre e queremos continuar esse trajeto.
Como reagiu o mercado português à crise? Se olharmos para 2012, que foi o grande impacto da crise, fecharam algumas empresas mas não houve grandes quebras no volume de negócios das empresas melhor estruturadas. Como o mercado não cresceu isso levou a que algumas empresas fechassem. Há empesas que se estruturaram para a crise e aumentaram a rentabilidade mesmo tendo vendido menos, não correndo riscos de vender por vender. É preciso vender e receber. A crise serviu um pouco de filtro ao mercado. Temos um mercado mais profissional? Já tínhamos, tanto na distribuição como nos profissionais das oficinas. Agora há um conhecimento cada vez mais técnico do negócio e há cada vez mais gestores profissionais à frente das empresas. Os grandes grupos de fabricantes na área automóvel meteram-se no mercado da manutenção e o aftermarket teve que se ajustar rapidamente. novembro 2013
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DE CORPO INTEIRO
É um apaixonado por automóveis? Sou, especialmete quando comecei a trabalhar na área. A minha paixão foi sempre o desporto e o automóvel foi entrando na minha vida. Como é um dia de trabalho normal para si? O facto de trabalhar em casa implica uma autodisciplina muito grande, mas rentabilizo muito mais o tempo. Boa parte do meu trabalho é estar perto dos clientes. Passa mais tempo no escritório ou no carro? O carro é o meu segundo escritório. Faço muitos quilómetros. É intuitivo nas suas decisões? Nunca fui uma pessoa de respostas fáceis para perguntas difíceis. Prefiro dar uma certeza do que uma possibilidade. Gosta de ouvir quem o rodeia? Procuro partilhar um pouco as ideias e soluções com os clientes porque são eles que encaram o mercado. Eles têm que acreditar no que vão apresentar ao mercado. Considera-se viciado no trabalho? Gosto do que faço e vivo o dia-a-dia no trabalho para cumprir as minhas funções. Mas tenho um filho com três anos e gosto de me desligar das coisas para ter um equilíbrio. Tudo tem o seu momento. É claro que o telefone está sempre ligado e quando alguém me liga fora de horas é porque há alguma necessidade urgente. Segue a política ou já se divorciou dela? Há duas coisas que não discuto: politica e religião. Na política vejo e oiço, tenho opinião mas não entro em discussão sobre esse assunto. E de futebol, gosta? Aí é diferente. Vou ao estádio ver o Benfica, sou um adepto assíduo mas sofro mais por dentro do que exteriorizo. O que faz nos tempos livres? Quem tem uma criança de três anos o tempo é praticamente todo dele. Joguei futebol durante 14 anos, atividade que abandonei quando entrei para a Universidade. O que mais aprecia num colaborador? Confiança, nas decisões, nas opiniões e no trabalho. Segue algum lema de vida? Procuro apenas viver um dia de cada vez.
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No aftermarket em Portugal era bom que as empresas se associassem mais? Nos últimos dois anos foram criadas comissões de retalhistas e fabricantes na ACAP. Isso faz com que exista um maior agrupamento de empresas para passar mensagens ao mercado. Estas empresas não se juntam para retirar um benefício próprio, mas sim para todo o mercado. Mas não era também importante partilhar estatísticas de vendas e volumes de negócio? Os números são sempre perigosos. As pessoas vêm o negócio como muito seu e não querem passar informação para fora. O primeiro impacto dos números quando são mais baixos é que o cliente caiu, mesmo se aumentou a rentabilidade. E a empresa fica com o rótulo de estar em crise. Mas a verdade é que pode ter preferido ter menos clientes, com maior rentabilidade e menor risco. A interpretação dos números pode ser problemática, se estes não forem analisados com detalhe. A contrafação é um problema para a vossa empresa? É e existe também nesta área dos filtros. Temos que defender o nosso produto e não permitir que haja produto contrafeito no mercado. Descaracteriza a marca, a qualidade e o preço. Em momentos de crise esses produtos são vistos como oportunidades. Mas o produto contrafeito só existe porque há quem o compre.
em portugal vamos procurar ser uma marca pró-ativa e não reativa. queremos ser nós a dar dinâmica ao mercado.
Como se gere uma situação de contrafação com um cliente? A primeira questão é explicar à pessoa que o prdouto não é Mann-Filter e que é contrafeito. As pessoas correm um risco imenso ao comprarem um filtro que custa 10 euros por apenas dois. Qual o papel que a vossa logística pode ter no negócio dos vossos clientes? Pensamos numa lógica ibérica. Logisticamente as entregas são iguais em Espanha e Portugal. Cada vez se faz menos stock e pensar numa lógica de pedidos semanais facilita-lhes muito a vida. Foram os fabricantes que permitiram isso aos clientes com uma rede logísitica muito forte. Hoje pensa-se no negócio semana a semana, com maior flexibilidade. É fácil gerir uma oferta com tantas referências? Neste momento temos cerca de 3400 referências, segmentadas por ligeiros, pesados e indústria. Nos ligeiros as referências tendem a diminuir. O filtro que dá para um carro dá para mais. Hoje temos uma grande ajuda das plataformas digitais, que permitem uma maior facilidade na identificação, como acontece no TecDoc, identificando através do modelo. Mas há sempre o cliente de retalho que gosta do catálogo em papel e isso vai sempre existir. Como é que a Mann-Filter internacional olha para o mercado português? Oportunidade e aposta. Sendo o mercado espanhol muito maduro, com uma quota muito alta, em Portugal é um mercado para crescer e é aqui que vai fazer crescer a divisão ibérica. O crescimento em Espanha é mais complicado porque a quota já é grande e o país também passa por dificuldades financeiras. A TURBO OFICINA agradece a colaboração do Hotel Mercure Avenida José Malhoa pela cedência do espaço.
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CEPRA. Organiza “Dias Abertos CEPRA” O CEPRA – Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel, vai realizar nas instalações do Prior Velho, de 13 a 15 de novembro, a iniciativa “Dias Abertos CEPRA”.
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ma das mais importantes entidades formadoras portuguesas para o setor automóvel, o CEPRA, vai organizar o “Dias Abertos CEPRA”. Esta excelente iniciativa do CEPRA vai incluir um conjunto de atividades de grande interesse para quem está ligado de diferentes formas ao setor automóvel e das oficinas. Ao longo dos três dias deste evento, os participantes que se inscrevam terão acesso a workshops, em temas como Recursos Humanos, Formação e Competitividade, sendo essencialmente dirigidos a empresários do setor e responsáveis de recursos humanos / formação. Ao longo deste evento decorrerá o concurso “Melhor Mecatrónico Automóvel”, no qual se pretende selecionar o representante do CEPRA nas diversas fases dos Campeonatos das Profissões. Também haverá ainda espaço para uma exposição de equipamento/material para o setor oficinal, com a presença de uma série de fornecedores desta área de negócio. Se pretender estar presente, pode contactar o CEPRA pelo e-mail: diasabertos@cepra.pt, ou efetuar um contacto direto para 219 427 877.
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WORSHOP’S Os Worshop´s serão realizados no dia 13 de novembro entre as 14 e as 17 horas, sendo realizados no CEPRA nas instalações do Prior Velho. A Agenda contempla os seguintes cinco temas:
1 Formação no setor automóvel Caraterização do setor Automóvel; Adequação da oferta formativa às necessidades do setor; Tipologias de intervenção do CEPRA;
2 Inf luência da formação profissional na competitividade, sustentabilidade e inovação Competências, competitividade e inovação; Identificação de necessidades e organização de planos de formação; Cumprimento de obrigações legais Avaliação do processo formativo Return on Investment (ROI) da formação;
3 Formação para Profissionais / Certificação Profissional Formação para profissionais de Curta Duração; Formação Modular Certificada / Referenciais de Formação; Certificação Escolar e Profissional / Caderneta de Competências; 4 Formação em contexto de trabalho 5 Apoios à contratação Incentivo Emprego / Medida Estímulo 2013; Medida de Apoio à Contratação via reembolso TSU; Apoio à Contratação de Trabalhadores por empresas Startups; Medida Estágios Emprego / Contrato EmpregoInserção / Contrato Emprego-Inserção+.
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Liqui Moly. Satisfeita com os resultados em Portugal
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ntre o mês de julho e setembro a Liqui Moly duplicou o seu volume de negócios em Portugal face a igual período do ano anterior. No entender de Matthias Bleicher, diretor da Liqui Moly Portugal, a alteração da estrutura de distribuição foi uma das chaves para estes resultados. Em vez de vender diretamente às oficinas, como era habitual, a Liqui Moly Portugal colabora hoje com os principais grossistas do mercado pós-venda. Outra particularidade é que a Liqui Moly apoia o negócio dos seus parceiros através de uma equipa de vendas própria, segundo Matthias Bleicher. Esta equipa faz visitas aos clientes dos grossistas, organiza formações sobre os produtos, aconselha em matéria de vendas e responde a questões técnicas, o que se traduz no aumento dos volumes de vendas dos distribuidores. Em relação a 2013, a Liqui Moly contabiliza já um aumento do volume de negócios de cerca de 25%. Portugal é um dos mercados em mais rápido crescimento da Liqui Moly.
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Spies Hecker. Lançou o novo Permasolid Aparelho HS Performance 5320
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Spies Hecker acaba de lançar para o mercado o novo Permasolid Aparelho HS Performance 5320, um Aparelho flexível para todos os tipos de reparação, com alto rendimento e adaptado ao inovador Permahyd Hi-TEC 480 . Com o objectivo de atingir elevados padrões e exigências mas com aplicação simples, este novo Aparelho proporciona uma boa e rápida secagem, boa lixabilidade e excelente estabilidade vertical. Esta é mais uma solução que as oficinas têm para trabalhar com um sistema integrado e completo Spies Hecker – HiTEC Performance Sistema – o Permasolid Aparelho HS Performance 5320, juntamente com Permahyd Hi-TEC 480 e os três Vernizes HS 8055, 8650 e 8034.
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Osram. A luz automóvel mais brilhante do mundo
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Automechanika. Setor dos veículos elétricos é novidade
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mais importante Feira Internacional de peças, componentes e acessórios para automóveis, a Automechanika, que se realiza em Frankfurt de 16 a 20 de Setembro de 2014, tem como novidade principal um setor exclusivo para veículos elétricos. Pela primeira vez, a Automechanika vai apresentar um sector para veículos eléctricos. O Hall 10.0 – ‘Mobilidade do Futuro’ terá uma área dedicada a este tipo de veículos, apresentando fornecedores, tecnologia de ponta e acessórios. Na área exterior ao pavilhão, os visitantes têm a possibilidade de fazer experimentar equipamentos e de realizar test-drives. Refira-se que a organização elaborou um pacote especial com um custo de 250 euros por metro quadrado (válido apenas para alguns grupos de produto) e que inclui a estrutura do stand, a eletricidade, o tapete e 50 vouchers para visitantes, para quem marcar presença pela primeira vez neste evento.
Osram disponibilzia agora as lâmpadas automóvel de halogéneo e de xénon mais brilhantes do mundo. A gama de halogéneo das Night Breaker foi uma vez mais melhorada e emite agora 110% mais luz na estrada comparativamente à versões standard de halogéneo. A versão de xénon, a Xenarc Night Breaker Unlimited, alcança até 70% mais luz que os produtos standard. Adicionalmente à luz na estrada, as lâmpadas também manifestam outras características ligadas ao desempenho. A Night Breaker Unlimited de halogéneo proporciona um feixe de luz com até 40 metros maior alcance e com 20% luz mais branca que os produtos standard. As Xenarc Night Breaker Unlimited
iluminam até mais 20 metros e têm 5% luz mais branca que as lâmpadas de xénon standard.
Hella. Celebra 50 anos em Espanha
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Hella Espanha celebrou o seu 50º aniversário com uma cerimónia especial em Madrid. A marca fornecedora global de produtos para a indústria automóvel lembrou o passado mas apontou ao futuro e homenageou os seus distribuidores. A Hella lembrou ainda que, apesar de pioneira nessa área, não é só iluminação. Basta ver a diversificação com várias joint-ventures Behr Hella Service no termocontrol, a Hella Gutmann Solutions no diagnóstico e a Hella Pagid Brake Systems nos travões. Ismael Carmena, diretor da Hella Espanha deixou claro que “o futuro não é uma prenda, é uma conquista e a Hella aposta em conquistar
os seus clientes com uma gama de produtos e serviços adequados às suas necessidades atuais. Soluções comerciais flexíveis e que aportem valor acrescentado ao negócio”. Recorde-se que o mercado português, apesar de uma estrutura local, responde diretamente à Hella Espanha.
Ronal Group. Revolução nas jantes com a chegada do carbono
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m dos mais importantes construtores de jantes para veículos automóveis, a Ronal Group, em parceria com a companhia australiana Carbon Revolution, acabam de anunciar a tecnologia de carbono nas jantes. As jantes em carbono, que irão se lançadas comercialmente pela primeira vez no mercado europeu em dezembro próximo em veículos de estrada, trazem novos “standard´s” em termos de peso, performance e conforto. A CR-9 (nome da jante agora apresentada)
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é o culminar de uma década de investigação e desenvolvimento. Pesa entre 6,9 e 8,1 Kg, menos 14 Kg que uma jante convencional e 40% menos que uma jante em alumínio. Numa primeira fase estas jantes apenas serão comercializadas em dois mercados (Suiça e Alemanha), em duas medidas de 19 polegadas que poderão equipar veículos como Audi R8, Lamborghini Gallardo, McLaren MP4-12C, Corvette Z06, Porsche 911, Porsche Cayman 981 e 987, BMW 135M e BMW M3. Em 2014 a Ronal alargará o número de medidas, como iniciará a comercialização noutros mercados.
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FOI NOTÍCIA QUE... ... a Auto Sesimbra, oficina que pertence à rede TopCar, lançou-se num novo desafio e abriu uma nova oficina dedicada ao setor das autocaravanas, num espaço amplo, com 500 m2. “Não queremos fazer só manutenção de óleos e filtros, mas também no fogão, eletricidade, para lavar colchões e toda a célula. O cliente deixa a autocaravana antes ou depois das férias e quando vem busca-la está tudo feito”, explica o dono José Miguel Patrício, que fez uma parceria com a Intercaravanas. … A Soulima abriu mais uma unidade de retalho na zona da grande Lisboa. A nova abertura desta vez incidiu na zona de Sintra, na Abrunheira. … a Continental, empresa líder na produção de pneus, e o Instituto Fraunhofer estão à beira de um importante avanço no desenvolvimento conjunto de um projeto que visa a produção industrial de borracha feita a partir da planta de dente de leão a ser utilizada no fabrico de pneus. … AKYB Corporation iniciou o apoio técnico e patrocínio à Equipa Land Cruiser da Toyota Auto Body, que participará no próximo Dakar 2014. Engenheiros KYB tem vindo a trabalhar em estreita colaboração com o Team Land Cruiser para testar os amortecedores e o carro em condições extremas, de modo a garantir o sucesso deste enorme desafio. … com o objetivo de dar resposta às contínuas solicitações do mercado, a Beta (representa pela Bolas em Portugal) acaba de lançar uma linha de ferramentas em Aço Inox, que oferecem uma elevada resistência à corrosão e podem ser submetidas a esterilização. … o catálogo da Purflux, uma das marcas do universo Sogefi, acaba de ser renovado, contendo os filtros dos mais recentes carros de automóveis lançados na Europa. A edição de 2014 do catálogo Purflux contém 118 novos peças, que correspondem aos mais recentes veículos lançados no mercado no último ano. Passam a estar ncluídas referências para veículos como o Volkswagen Golf VII, o Mercedes CLA (C117), o Opel Adam, O Renault Clio IV e Captur, bem como o novíssimo Peugeot 308.
Stand Asla. Visitou com clientes a fábrica da Mannol
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Stand Asla, distribuidor exclusivo para Portugal dos lubrificantes Mannol/SCT, desde 2011, tem desenvolvido esforços de dinamização e promoção desta marca. Para melhor consolidar este trabalho, o Stand Asla convidou um grupo de 20 distribuidores seus clientes para visitar a fábrica e armazém de lubrificantes Mannol. Acompanharam-se todos os passos do processo de produção e de embalagem dos lubrificantes. O trabalho de I&D é constante na Mannol, permitindo o lançamento de uma nova gama de lubrificantes certificada pelas marcas. Para esta gama vários são os esforços aplicados para uma contínua adequação dos lubrificantes aos novos modelos automóveis. Concretamente, até ao momento, inclui as aplicações Opel/Chevrolet 5W30; GM/ Daewoo 5W40; Kia/Hyundai 5W30; VW TDI
5W30 e Peugeot/Citroen 5W30. A marca desenvolve produtos (de acordo com especificações OEM, ACEA e API e às suas constantes atualizações) que permitam maior controlo de emissões gasosas, maior durabilidade dos componentes e menor consumo de combustível. A empresa SCT/Mannol localiza-se em Hamburgo (Alemanha) e Klaipeda (Lituânia), conta com a colaboração de 220 funcionário.
Leirilis. novo espaço em Lisboa
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omo o objetivo de servir melhor os seus clientes, procurando uma maior proximidade com estes, a Leirilis abriu no dia 14 de outubro uma nova loja em Lisboa (Rua Vasco da Gama n.º 36 – Sacavém – Portela). Este novo espaço permitirá ao cliente encontrar uma vasta gama de produtos, com grande foco em marcas de equipamento original, capazes de satisfazer todas as necessidades de uma oficina multimarcas, podendo ainda usufruir de um serviço de 4 entregas diárias na área da Grande Lisboa.
ASB. Spies Hecker e clientes em confraternização
… a Cromax (ex-DuPont Refinish) apresentou para o mercado da repintura um novo corante, o PowerTint – PT156 Clean Orange – adicionado à sua oferta da linha Imron Fleet Line. O corante PT156 Clean Orange oferece a possibilidade aos repintores de realizar uma correspondência perfeita nas cores laranja brilhante, enquanto simultaneamente alcançam uma cobertura e durabilidade optimas. .... a ON Truck passou a designar-se TOP Truck. A TOP Truck é a rede de oficinas multimarca para pesados, especialista em manutenção e reparação de Camiões, Autocarros, SemiReboques e Comerciais Ligeiros, entre outros. A Civiparts é o representante exclusivo para Portugal da Marca TOP Truck.
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oi no passado Sábado, dia 19 de Outubro em Mafra, que se realizou o Convívio de Pintores Lisboa 2013 com convidados da Álvaro de Sousa Borrego e da Spies Hecker. Desta vez o desafio lançado foi: “espalhar tinta de uma forma divertida
numa manhã de paintball”. O objectivo deste tipo de eventos é proporcionar a interacção entre os diferentes clientes e estar mais perto do cliente, como representa o slogan da marca Spies Hecker “mais perto de si”.
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ContiTech. Mais vídeos sobre Belt Wear Tester
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grupo ContiTech Power Transmission ampliou a sua oferta de vídeos de produtos para um filme sobre o Belt Wear Tester. Além disso, existem já vídeos disponíveis numa versão em Inglês. Nos filmes de produtos, os especialistas da ContiTech mostram como lidar corretamente com ferramentas especiais. Os vídeos estão disponíveis online, na página da empresa em www. contitech.de/aam na área “Service &
Zubehör” (serviços e acessórios). No portal YouTube, os filmes podem ser procurados no canal da ContiTech em www.youtube.com/ user/contitechptgaam . Com o Belt Wear Tester, pode ser verificado o estado das correias trapezoidais nervuradas. O vídeo explica como a ferramenta é usada, e como pode ser detetado um desgaste. Também estão disponíveis vídeos para os seguintes produtos: Laser Tool, Tool Box Oap, Tool Vox v01 e Uni Tool Elast.
Sogefi. Revela embalagem pioneira
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Sogefi, reconhecido especialista em filtragem, acaba de desvendar um sistema de embalagem otimizado, desenvolvido para reduzir o impacto ambiental e simultaneamente facilitar o processo logístico. A primeira fase do projeto está prestes a ser implementada e abrange as embalagens de filtros de ar de habitáculo para o aftermarket. O principal objetivo do projeto passa por criar um produto ambientalmente correto que otimize o trabalho logístico para todas as partes envolvidas. A inovadora embalagem da Sogefi para filtros de ar de habitáculo é totalmente
transparente, 100 % reciclável sendo feita em plástico polipropileno de 50 micron. O mesmo material é utilizado para a etiqueta que permite a reciclagem mais rápido e mais eficiente.
Bolas. Novo aparelho de soldadura Telwin
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Telwin, representada pela empresa Bolas, acaba de apresentar uma novo aparelho de soldar por pontos inverter, o Inverspotter 13500Smart, equipado com tecnologia Smart Autoset que reconhece automaticamente o material e espessura a soldar. O novo modelo, disponível também na versão refrigera da a água junta-se assim aos restantes aparelhos de soldar por pontos Inverspotter
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10000, 12000, 13000 e 14000. A tecnologia avançada Smart Autoset elimina o tempo dispendido na configuração e aumenta a produtividade, já que o operador pode trabalhar em diversos componentes do veículo e materiais tais como aço, aço de elevada resistência, chapa galvanizada, boron, etc., sem ajustes, sem esquecimentos das tabelas de referência dos fabricantes e sem testes preliminares de soldadura por pontos.
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REVISÃO
… uma nova gama de betumes em lata acaba de ser lançada pela 3M. Trata-se de um produto especificamente desenvolvido tendo em conta as necessidades de cada oficina. Este produto é betume com grande capacidade de enchimento, fácil de lixar e sem perder adesão. A nova gama de betumes pode ser aplicada com menos capas e existe uma grande redução no risco de repetir a aplicação devido à criação de poros, ideal para aplicação em aço, alumínio, chapa galvanizada e fibra de vidro. … A Atwoo Car Cosmetics já tem disponível aquele que apelida como o melhor multiusos do mercado nacional, conhecido por MPL 20. Trata-se de um produto que repele a humildade, eliminando a mesma de todas as superfícies metálicas, sintéticas e componentes de sistemas elétricos evitando a sua deterioração, possuindo uma excelente aderência. … a Reta continua a ampliar a gama de serviços de oficina, com a implementação do serviço especializado em sistemas elétricos de veículos pesados, no Centro de Assistência Técnica do Carregado. Este novo serviço de eletricista, surgiu da necessidade crescente em prestar um serviço de qualidade superior a nível da manutenção e reparação de tratores, atividade recente na Reta que tem vindo a verificar um agradável crescimento.
Davasa. Centraliza instalações em Lisboa
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Diesel Technic Iberia. Hernán Marqués regressa
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epois de um período de formação na Inglaterra e apos ter participado num projeto nacasa mãe em Alemanha, Hernán Marqués reincorporase a Diesel Technic Iberia assumindo a responsabilidade comercial em Portugal e Espanha. Na sua nova etapa, o trabalho de Hernán Marqués vai centrar-se na coordenação e gestão da carteira de clientes de Diesel Technic Iberia e reforçará de maneira essencial a presença da marca visitando regularmente os sócios distribuidores DT Spare Parts.
… a Autopeças CAB é um operador de peças multimarcas que tem a sua sede em Paio Pires, tendo agora aberto instalações no Algarve, situadas na Avenida Calouste de Gulbenkian N.16, em Faro.
TRW. Novos vídeos “Corner Module”
… entre as várias novidades de produto que a Europeças lançou para o mercado recentemente, destaque para a oferta de peças para veículos UMM. A Europeças passou a ter disponível peças e acessórios (pastilhas, discos, retentores, juntas, rolamento, cabos, etc) para este mítico todo-o-terreno nacional. Para além desta novidade, a Europeças tem agora disponível uma gama completa de filtros da marca Clean Filters. ... O Grupo Alves Bandeira, devido à sua presença a nível internacional e sabendo da importância que assume hoje o acesso global à informação das suas empresas e dos seus produtos, decidiu renovar todos os websites das suas empresas (www.grupoalvesbandeira.pt). ... a Newcar continua a sua estratégia de expansão com a abertura de novos centros. Recentemente foram abertos os centros de Valença, Alverca e Alcobaça permitindo desta forma melhorar a cobertura e a oferta de todos os serviços nessas zonas do país. Os serviços prestados por estes centros não se restringem apenas a estas localidades, mas sim a todas as zonas circundantes através de uma cobertura personalizada em que unidades móveis especializadas se deslocam a casa ou ao local de trabalho do cliente, para a realização do serviço pretendido.
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Davasa – Sucursal em Portugal com vista à melhoria dos seus serviços e capacidade logistica encontra-se neste momento numa fase de reestruturação dos seus pontos de venda, sendo o seu principal objetivo adaptar se cada vez mais às exigências do mercado e às necessidades dos nossos clientes. Pretende sobretudo, ampliar a oferta de produtos e serviços, assim como melhorar a eficácia de serviço que hoje presta. Como tal, desde o passado dia 1 de Outubro está centralizada nas instalações do Prior Velho (Rua da Guiné, 23 A) – LISBOA, as quais foram largamente ampliadas, e consequentemente encerrando as instalações de Massamá, mantendo os mesmos serviços e ofertas prestadas anteriormente.
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Cromax. Novas embalagens dos corantes da Base Bicamada
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Cromax introduziu recentemente as novas embalagens de 250ml para 11 corantes com efeitos especiais da Base Bicamada Cromax Pro. Disponíveis para todas as oficinas Cromax Pro da EMEA desde o início de Outubro de 2013, as latas de 250ml serão fornecidas juntamente com as já existentes latas de 500ml. As latas de 250ml serão fornecidas em caixas de 4 unidades, e esta embalagem permitirá às oficinas a redução do seu stock em alguns dos corantes cujo uso é mais limitado, ajudando deste modo a um maior controlo do stock e do desperdício.
TRW Automotive Aftermarket produziu uma série de vídeos de suporte à sua campanha de comunicação “Corner Module” de 2013. O conceito “Corner Module” descreve a forma como as competências da TRW nas peças de travagem, direção e suspensão para o equipamento original (EO), estão aplicadas em cada “canto” do veículo. Vocacionados para os sistemas de direção e de suspensão, os vídeos curtos examinam todos os aspetos dos componentes da TRW essenciais para a segurança, desde os elementos básicos que constituem a oferta ‘Corner Module’, até uma visão sobre a posição privilegiada da companhia por ter como casa mãe a TRW Automotive, que desenvolve e produz, para o equipamento original, as tecnologias e sistemas que estão por trás das peças. As ligações para os vídeos, com um minuto de duração, serão enviadas para os distribuidores e oficinas e também estarão disponíveis para partilhar em www.trwaftermarket.com/cornermodule
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Uniroyal. Um pneu com “pele de tubarão”
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o segmento dos pneus UHP, onde todos os construtores quem estar presentes (saiba as razões na caixa em anexo) a Uniroyal dá cartas quando o objetivo é conduzir em psio molhado. Neste novo RainSport 3, os engenheiros da Uniroyal criaram uma nova geração de perfis assimétricos, que combinam as vantagens dos conceitos de perfis direcionais com as dos assimétricos. O Rainsport 3, com o seu perfil assimétrico e de circulação otimizada, oferece elevada proteção contra a aquaplanagem, desempenho com precisão, tanto em piso molhado como seco, bem como desgaste uniforme e comportamento de condução confortável. Quanto à tecnologia inspirada na “pele do tubarão” (conhecida por diminuir significativamente a resistência ao deslocamento deste predador marinho), a Uniroyal desenvolveu uma estrutura baseada nas designadas escamas placoides da pele do tubarão, que agora foi colocada nos sulcos do RainSport 3. A Shark Skin Technology (SST) diminui a resistência ao deslocamento e acelera o desvio da água da superfície de contacto do pneu. No balanço de eficiência, o novo Uniroyal RainSport 3 ultrapassa claramente os seus antecessores comprovados. Desta forma, as distâncias de travagem em piso molhado diminuíram cerca de oito por cento, o desempenho melhorou até quatro por cento e a resistência ao rolamento baixou 14 pontos percentuais. Quanto à gama, ela inclui 106 artigos, dos quais 13 são específicos para SUV. A Uniroyal desenvolveu 14 novos tamanhos na gama de produtos, o Uniroyal RainSport 3 foi fabricado nas séries 55 a 30 e é adequado para jantes entre 14 e 21 polegadas. Os índices de velocidade vão até aos 300 km/h (SI Y). Na rotulagem de pneus da UE, todos os pneus do novo modelo são classificados com a classe de travagem em piso molhado mais elevada – “A” – e na resistência ao rolamento quase todos os tamanhos atingem a classe “C”.
UHP em alta Diz a Uniroyal que é cada vez maior a tendência para pneus maiores com índices de velocidade mais elevados. Até 2017 este segmento vai crescer na Europa, para os tamanhos de pneus a partir das 18 polegadas. Contudo, também na área das 16 polegadas esperam-se aumentos na procura. Iguamente no mercado de reposição, a procura aumenta nos formatos maiores com maior índice de velocidade. A Uniroyal espera obter aumentos significativos na procura de pneus mesmo no índice acima dos 210 km/h. Assim, calcula-se um crescimento de cerca de quatro por cento nos pneus das classes de velocidades V, W, Y e Z (com índices entre 240 e 300 km/h) por toda a Europa, entre 2008 e 2017. De acordo com a opinião dos especialistas, o segmento de pneus com índice de 210 km/h (índice de velocidade “H”) demonstra ser estável, ao mesmo tempo que a procura por pneus com índices de velocidade mais baixos (índices de velocidade “R, S e T”) deverá baixar.
JS Capote. Mais uma oficina AutoCrew
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empresa João Santos Capote Lda., sediada em Ílhavo desde 1978, é a mais recente Oficina da rede oficinal AutoCrew em Portugal. Ao integrar a Rede AutoCrew, a empresa João Santos Capote irá fornecer uma gama de serviço completo para veículos para todas as marcas e modelos, desde a inspeção e manutenção, eletricidade / eletrónica, diagnóstico, injeção a gasolina, serviços diesel, sistemas de travagem, gestão de motor, pneus e suspensão.
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SWAG. Atualização de catálogos por marcas
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s catálogos por marcas da SWAG fornecem informações sobre as gamas de produto exclusivas para um determinado fabricante de veículos, e são a forma mais simples de pequisar toda a oferta SWAG para uma marca específica. Estes catálogos foram recentemente atualizados, de forma a refletir todas as novidades quer ao nível dos produtos disponibilizados pela SWAG, quer ao nível da introdução dos novos modelos lançados pelas marcas automóveis. Na secção de Downloads do site www.swag.de poderá encontrar as versões atualizadas de todos os catálogos por marca para a Audi, BMW, Ford, Mercedes-Benz, Opel, Porsche, Seat, Skoda, Smart e VW. Existem ainda as versões compiladas para veículos Franceses, Italianos e Escandinavos e também um catálogo direccionado para os Veículos Comerciais, onde porderá obter todas as informações sobre a vasta gama da SWAG. Para além dos catálogos por marca, a SWAG disponibiliza ainda os catálogos por gama de produto, e ainda o seu catálogo online (www. swag-parts.de) que assegura uma simples e rápida identificação das peças. Todos os catálogos por marca e gama estão disponíveis em formato pdf e podem ser descarregados gratuitamente no site www. swag.de.
Domingos & Morgado. Apresenta Perfect Equipment em Portugal
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presentado na passada Autopromotec, a Wegmann Automotive – líder mundial do mercado de pesos de equilíbrio – introduziu no mercado europeu, pela primeira vez, a sua marca Perfect Equipment, que agora chega a Portugal pelas mãos da Domingos & Morgado e que será apresentada na Mecânica na Batalha, entre 7 e 10 de novembro. A Perfect Equipment é uma marca com mais de 75 anos de experiência no mercado americano e é reconhecida como o mais importante fabricante mundial de pesos de equilibragem. Para o mercado Europeu, a Perfect Equipment está representada num catálogo de produtos adaptados para o mercado e oferece uma garantia de qualidade para a obtenção dos melhores resultados.
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Create Business. Novo ciclo, novas dinâmicas Transformar ameaças em oportunidades foi o que a Create Business fez ao longo do último ano. A dinâmica é grande e os novos projetos não param de acontecer, numa altura em que comemora 10 anos. TEXTO Paulo Homem
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Create Business atravessou nos últimos meses importantes desafios. Reestruturou totalmente a sua atividade na região da Grande Lisboa, lançou a TechLine e relançou o programa +Valor, dinamizou a rede “A Oficina” e lançou ainda uma nova rede, denominada ACC (Auto Check Center). Pelo meio, a Create Bussiness ministrou formação a quase 300 mecânicos e os retalhistas aderentes inauguraram novos balcões de peças e ajudaram ao aparecimento de novas oficinas.
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Redes “O que nós temos que fazer ao nosso cliente é ajudá-lo no seu negócio” diz Carlos Nascimento General Manager da Create Business, acrescentando que “o negócio dele não é reparar carros é ganhar dinheiro a reparar carros, agradando ao cliente final”. Foi com esta lógica que a Create Business trabalhou nos dois últimos anos intensamente, reformulando totalmente a área de formação, com incidência não só na componente técnica (ajudar a reparar melhor os carros), mas
também na componente de gestão e marketing (ajuda na gestão do negócio) e ainda uma componente comercial (ajudar a vender os serviços ao cliente final). “O objetivo é claro. Queremos que a oficina fidelize o seu cliente, e se isso acontecer com a nossa ajuda, essa oficina vai adquirir as peças à Create Business que é o nosso negócio”, refere convicto Carlos Nascimento. Para além de redimensionar o Instituto Create Business, a empresa construiu um portal (+Valor) para as oficinas bastante desenvolvido
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que integra um completo catálogo de peças eletrónico, uma forte componente técnica (Autodata, Vivid e hotline) e ainda software de orçamentação. “Com esta ferramenta uma oficina tem acesso a muita informação, podendo prestar ao cliente final um serviço completo desde a orçamentação da operação até à reparação e entrega do veículo”, refere o mesmo responsável. Com esta ferramenta a Create Business fecha o ciclo, tendo as peças, a logística, a formação e a informação, pelo que “agora estão reunidas todas as condições para apostarmos fortemente nas oficinas e no desenvolvimento das redes, porque de facto temos conteúdos sólidos para as desenvolver”, assegura Carlos Nascimento, adiantando que “hoje existe uma estratégia que passa por potenciar o negócio dos nossos clientes. Se não o fizermos, não só estaremos a enganar o nosso cliente como nos estamos a enganar a nós próprios”. Redes Uma das recentes novidades da Create Business foi o desenvolvimento de mais uma rede oficinal, que dá pelo nome de ACC (Auto Check Center). Esta rede pertence ao grupo ATR International AG, está presente em 6 países na Europa, tendo sido desenvolvida e licenciada em Portugal pela Create Business. A razão do aparecimento desta rede é simples. Tendo a create Business a rede “A Oficina”, posicionada para competir com concessionários e com a nova distribuição, e o programa Visão, destinada a oficinas independentes (as compras valem pontos que são trocados por peças, serviços ou formação), faltava algo que estivesse a meio termo entre estes dois conceitos. “Em vez de desenvolvermos mais uma rede de raiz, utilizamos a imagem da rede ACC e adaptamos o conceito às necessidades das oficinas portuguesas”, refere Carlos Nascimento, que recusa a ideia de que esta será uma rede de segunda e também não será uma segunda rede. “Será uma rede que pretende abranger um leque de oficinas maior, que não é tão exigente do ponto de vista das instalações e dos equipamentos, mas tem a vantagem de cumprir os standard´s da Create Bunisess”, afirma. Quer isto dizer que haverá algumas exigências para integrar esta rede, por exemplo ao nível da formação, mas “se estamos a exigir qualquer coisa aos nossos clientes eles também poderão ser mais exigentes connosco e isso é importante também para nós melhorarmos”, afirma o General Manager da Create Business. Reconhecendo que a rede “A Oficina” não tem crescido muito em número de estabelecimentos, neste momento já são 46, Carlos Nascimento sabe que a evolução tem sido essencialmente feita “em termos de qualidade de serviço. Considero que temos das melhores oficinais que existem em Portugal. Mas agora é o momento de fazer crescer a rede”. Os objetivos da Create Business passam por atingir as 70 “A Oficina” e 50 ACC a médio prazo.
Carlos Nascimento, General Manager da Create Business
Lisboa O fecho da PAP na região de Lisboa, fez com que a Create Business entrasse num “ano louco”. Desde julho a dezembro de 2012 a Create Business desenvolveu uma nova estrutura, alicerçada na Norparts, que permitiu que, à data de hoje, “a empresa fature nesta região 70% do que a PAP faturava com cinco lojas. Considero, contudo, que temos potencial para fazermos muito mais” explica Carlos Nascimento. Assim, na região de Lisboa o negócio é feito pela Norparts (empresa que pertence a 100% à Create Business e que está presente em Braga, Porto e agora em Lisboa), que possui um armazém, tendo sido montado um novo esquema logístico, em que o segredo “é a equipa comercial que está no terreno que sabe exatamente aquilo que queremos deste negócio” refere o mesmo responsável, queixando-se apenas da “enorme concorrência desleal devido à fuga ao fisco. Uma empresa como a Create
Bussiness, que não faz fuga ao fisco, tem desde logo uma enorme desvantagem”. Para finalizar, o tema são os 10 anos da Create Business, num momento em que a empresa está também em Angola e muito recentemente em Moçambique (abriu em outubro). A melhor forma de comemorar, no entender de Carlos Nascimento, é invocar os 20 milhões de euros de faturação atingidos em 2012, “algo que era impensável atingir, mas que conseguimos, pelo que agora a meta é chegar aos 25 milhões de euros, mantendo os nossos principais lemas: peças de qualidade original, diferenciação e inovação e serviços de valor acrescentado”.
Contactos Responsável Carlos Nascimento Telefone 214 821 550 Website www.createbusiness.pt
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R-M. “Foi uma experiência única” Ao longo de mais de um ano a R-M desenvolveu o concurso “Best Painter”, que teve agora a sua final internacional em França, nas moderníssimas instalações de formação em Clermont de l’Oise. Joel Rodrigues, o representante português, diz que: “Foi uma experiência única”. TEXTO Paulo Homem
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á na sua 11ª edição, o concurso “Best Painter” é uma referência no setor da repintura a nível internacional. Mas esta edição não foi apenas mais uma, pois marcou claramente uma nova fase, de acordo com uma estratégia de formação e informação que vai muito para além da tinta. A própria mecânica do concurso (ver caixa) é disso um reflexo, bem como o facto de o mesmo se ter realizado no ultra moderno, flexível, tecnológico e dinâmico centro de formação que a R-M remodelou recentemente, junto a uma das suas fábricas, neste caso em Clermont de l’Oise (a 30 km de Paris), França. A tinta continua a ser, obviamente, importante, mas os fornecedores premium desta indústria têm cada vez mais dificuldade em diferenciar-
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se neste parâmetro, pelo que o caminho está agora muito mais virado para a rentabilidade da operação, onde tudo conta para se ser mais rápido e mais económico a efetuar a operação de repintura, entrando na equação fatores como a organização das oficinas, as ferramentas de identificação de cor ultra eficazes, produtos que eliminam etapas no processo, entre outros. Os 18 jovens que competiram pelo título de melhor pintor tiveram por isso “apenas” duas provas eminentemente práticas, já que as restantes quatro incidiam muito mais no processo, na organização e na identificação, sendo por isso mais teóricas e de análise. Ficou por isso bem claro neste evento que para ser pintor não basta ter uma boa técnica
de pintura (que ainda é fundamental). Este tem que estar muito melhor preparado para aspetos a que até há bem pouco tempo não dava importância, mas que influenciam muito a rentabilidade de toda a operação de repintura. Também os “Premium Partner” que se associaram a este evento da R-M, na sua generalidade, passaram a jogar neste mesmo “tabuleiro” da rentabilidade, tendo apresentado novidades de produto que visam adequar os equipamentos e processos às necessidades específicas de cada operação. Joel Rodrigues No momento da divulgação dos resultados finais, a organização do concurso apenas deu a conhecer os três primeiros classificados
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O CONCORRENTE PORTUGUÊS JOEL RODRIGUES TEVE DE ENFRENTAR SEIS DESAFIOS NUM DETERMINADO LIMITE DE TEMPO
(dos 18 participantes). Por curiosidade, até ao momento das duas provas finais (que contavam 50 por cento para a classificação), Joel Rodrigues estava no terceiro lugar, num concurso que acabou por ter Ole Kristian Fureid da Noruega como vencedor. O segundo lugar foi para Elvis Husic de Eslovénia e o terceiro lugar para Steve Poiret da Bélgica. “Foi uma experiência única”, começou por dizer Joel Rodrigues, o concorrente português que, no seu dia-a-dia, trabalha na Filinto Mota no Porto, adiantando que “foi uma enorme mais-valia para a minha profissão. Os ensinamentos que retiro deste concurso são muito importantes, pois face ao trabalho na oficina diariamente, verifico que existe outra maneira de fazer as coisas, para ser mais rápido, mais organizado e ser melhor a executar a minha profissão”. Relativamente ao concurso em si, Joel Rodrigues confessa ter algum nervosismo no momento de executar as provas, mas que no geral “o balanço é muito positivo. Penso que os seis desafios refletem de uma forma geral aquilo que temos que fazer na nossa profissão”. Refira-se que Joel Rodrigues trabalha com a marca R-M há oito anos (desde que foi para a Filinto Mota), sendo pintor profissional há 10 anos. Refinish Competence Center (RCC) O renovado centro de formação da R-M em Clermont de l’Oise, junto a uma das principais unidades fabris da BASF, é algo digno de se ver. Foi neste Refinish Competence Center (RCC) que decorreu a fase final do concurso “Best Painter”, local ideal para todos os concorrentes poderem desenvolver as suas competências. Trata-se de um ultra moderno centro de formação, com condições logísticas impressionantes, quer ao nível de meios técnicos quer humanos, que ocupa uma área de 1145 metros quadrados. Logo no hall de entrada aparece o “Cubo R-M” destinado especificamente a mostrar as últimas tendências de cor e do design associado à cor. Dispõe de diversas salas de formação, com os mais modernos meios tecnológicos (com
Mecânica do concurso “Best Painter” 18 jovens pintores, incluindo o português Joel Rodrigues, que a Turbo Oficina entrevistou na passada edição, estiveram presentes no concurso “Best Painter” da R-M. Todos tiveram que enfrentar seis “desafios”, dentro de um limite de tempo, tendo cada um deles uma determinada ponderação, sendo depois encontrado o vencedor pelo somatório dos seis desafios. Estes desafios abrangeram a mais recente tecnologia de repintura de alta eficiência com recurso à linha de tintas à base de água da R-M, a ONYX H.D, bem como técnicas de aplicação e reparação, testes de cores, uma tarefa de consultoria e a utilização correta de consumíveis. Pedimos a Joel Rodrigues que nos comentasse cada um dos seis desafios que teve de enfrentar. Plastic Repair (20%) “Era uma das duas provas práticas. Trata-se de uma prova de reparação de plástico, isto é, pintar da forma mais eficiente e com o processo adequado (com o menor tempo e consumo) uma zona de um pára-choques”. Colour Reading (15%) “É uma prova em que tinha que identificar o desvio de cor. Nesta prova obtive o máximo de pontos. Sendo uma prova teórica, exigia uma avaliação correta da cor em função da informação disponível”. Colour Retrival (15%) “Tínhamos que identificar a cor correta. Era uma prova teórica e prática, em que através das ferramentas de pesquisa de cor disponíveis, tinha que
identificar a cor, com recurso a um conjunto de informação muito limitada”. Paint related task (10%) “Neste desafio fui avaliado em função de diversas tarefas relacionadas com a pintura, equipamentos, material de proteção e segurança, até aos consumíveis da pintura e pequenas ferramentas, em função de determinada tipologia de operação. Apesar de não conseguir o melhor resultado possível nesta prova, obtive a pontuação mais elevada entre todos os países participantes”. Consultancy task (10%) “Estava relacionado com a eficiência da oficina e melhorias de processo. Identificavam-se boas e más práticas, bem como áreas de melhoria e Lay-out ideal. Tinha muito a ver com o processo de gestão e da eficiência de processos”. Efficient Application (30%) “Foi uma prova prática e era a que mais contava para a classificação. Numa aplicação de tinta tinha que ser o mais eficiente possível, utilizando o processo mais eficaz, que me permitisse gastar o mínimo de tinta possível e o menor tempo possível, obtendo um acabamento com elevados padrões de qualidade. Era a prova que tinha mais a ver com o dia-a-dia na oficina”. Uma desafio de cor adicional, em que os concorrentes conceberam e pintaram modelos à escala 1:8, foi avaliada por profissionais da área do design que trabalham na R-M. Este desafio, executado por cada pintor no seu país, não influenciava a classificação do concurso.
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ESPECIALISTA FICOU COMPROVADO NESTE EVENTO QUE PARA SE SER UM BOM PINTOR NÃO BASTA TER UMA BOA TÉCNICA DE PINTURA
automóvel, que chegam a utilizar estas instalações para formações internas. A R-M não deixou passar a oportunidade de estar com jornalistas, para dar a conhecer o novo Directfiller Black & White, lançado em setembro passado.
Joel Rodrigues (concorrente português) e Victor Guerra- Videira, Manager da R-M em Portugal
quadro inteligentes interativos), para ministrar formação em diversas áreas. Na área de preparação foi definido o “circuito”, isto é, tudo foi pensado para facilitar o fluxo de trabalho e minimizar a circulação dos veículos em reparação. Foram instaladas duas grandes cabinas, com grandes janelas de observação, para uma melhor visibilidade da ação de formação e das demonstrações. Outra funcionalidade é o MLP (Multi Lugar de
Premium Partner´s 3M, DeVilbiss, Rupes, emm, Sata, Festool, Horn & Bauer, Mettler Toledo, Norton, Sia e Teroson foram os parceiros da R-M no âmbito do concurso “Best Painter”, mas apenas os cinco primeiros eram Premium Partner´s, tendo a possibilidade de divulgar as suas empresas e os seus serviços no decorrer deste evento. Quase todos eles apresentaram novidades.
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A reconhecida marca de consumíveis para a repintura apresentou dois novos abrasivos. O Typifying é um disco abrasivo da gama de 150 mm azul multifuros, que oferece um corte rápido e uma longa duração. Está disponível em 13 graduações, desde P80 a P600. Também novo é o Flexible Abrasive Hookit Ahnd Sheets. Ideal para lixar em diferentes fases do processo, este produto providencia um excelente corte e uma excelente performance de acabamento sendo muito flexível. Deve ser utilizado em zonas complicadas de trabalhar (com vincos), estando disponível em diversas medidas, de P400 a P1600.
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Trabalho), onde existe um elevador de carros e uma estação de mistura, para preparar cores junto às cabinas de pintura. Rommy Raeymaekers, chefe do centro de formação e júri do concurso “Best Painter”, fez uma visita guiada ao RCC, explicando que este centro recebe cerca de 800 formandos por ano, destinando-se, acima de tudo, a formadores da R-M espalhados por todo o mundo (que depois dão localmente formação aos clientes R-M), a clientes VIP e a profissionais da indústria
DeVilbiss
A DeVilbiss dava destaque à sua revolucionária pistola GTi Pro Lite Digital, desenvolvida de acordo com o conceito de Atomização Inteligente.
Sata
Os alemães da Sata fizeram questão de lançar uma novidade absoluta, mesmo que tenha sido ainda mostrada em versão protótipo. Chamada SATAminijet 4400B, esta nova pistola destaca-se pela sua dimensão compacta (mais pequena que a pistola Satajet 4000B), tendo a responsabilidade de substituir a SATAminijet 3000B. Ao novo desenho desta pistola junta-se ainda o facto de estar disponível nas variantes HVLP e RP. Esta “mini” pistola destina-se a trabalhar superfícies pequenas.
Rupes
O Rupes Big Foot Random Orbital Polishing System consiste numa linha de polidoras elétricas e pneumáticas, desenhada especificamente para os profissionais que procuram o melhor acabamento possível. Este recente produto da empresa italiana,
Directfiller Black & White A versão inicial apenas continha o cinzento (Directfiller Grey), passando agora a estar disponível também em preto e branco, isto é, o enchimento primário multiuso Directfiller permite agora criar todos os tons de cinzento. Para além de poder ser aplicado diretamente a todos os substratos padrão (aço nu ou galvanizado, alumínio, E-Coart, entre outros), o Directfiller pode também ser aplicado usando o processo “molhado no molhado”, eliminando o dispêndio de tempo nas etapas de secagem e lixagem. Quer isto dizer que se elimina mais uma etapa do processo, precisando o pintor de menos tempo e menos produto para fazer o seu trabalho. desenvolvido com base na informação que a Rupes recolheu durante cinco anos junto de clientes, tem o seu “coração” na polidora LHR21ES, que assegura um polimento perfeito com o seu movimento orbital aleatório. Um dos grandes desenvolvimentos desta polidora é o facto de não deixar hologramas nem “swirl´s” na pintura.
Emm
A emm é uma empresa que reúne em quatro nomes (Colad, Hamach, Ronin Tools e TanDer), todo o tipo de produtos e equipamentos de que uma oficina de repintura necessita, à exceção da tinta. A mais conhecida das quatro marcas em Portugal é a Colad, representada diretamente de Espanha. A principal novidade era uma linha de três protetores para repintura designada por Film4 series, precisamente da Colad. Film4Crash (para cobrir o carro sempre que ele está sem portas ou sem vidros, protegendo o mesmo das condições atmosféricas), Film4Booth (para proteger o interior das cabinas de pintura) e Film4Floor (para proteger o chão das cabinas ou das zonas de preparação).
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ESPECIALISTA
C. Santos VP. As peças também são negócio A propósito da inauguração da nova concessão na Madeira, falámos com Filipe Baptista da Silva sobre o setor das peças, que representa 22% do negócio total da empresa. TEXTO Cláudio Delicado
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C. Santos VP é a mais antiga e mais representativa concessão MercedesBenz do país, a funcionar desde 1936. Os serviços incluem oficinas de ligeiros, comerciais ligeiros e smart, pesados, Unimog, autocarros e carroçaria. Além da comercialização de veículos novos, o C. Santos VP é muito forte também em acessórios e peças, tanto para consumo interno como para fora, para o público e oficinas independentes. Depois de estarem em vários locais de Lisboa e Porto e ainda em Cascais, Palmela e Feijó (Almada), o C. Santos VP abriu uma nova concessão na Madeira (ver caixa). É um passo importante, também para o negócio das peças. “A Unidade de Peças é constituída atualmente por cerca de 50 colaboradores distribuídos por 10 Localizações, cada localização é gerida
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diretamente por uma Chefia de Loja que reporta à Direção de Peças. Em simultâneo, o Responsável de Compras e Procedimentos de Peças garante a uniformização dos procedimentos em todo o C.Santos VP assim como a centralização e gestão das compras de Peças”, explica Filipe Baptista da Silva, diretor comercial do C. Santos VP. PARCERIA COM OFICINAS INDEPEDENTES A área de peças vale, neste momento, cerca de 20.000.000 de euros por ano, representando 22% do total do negócio da empresa, com vendas sobretudo no mercado nacional, mas algumas também para a Comunidade Europeia e países da EFTA. Ao ser o maior concessionário Mercedes em Portugal é natural que essa liderança seja acompanhada também
pela área de peças. Neste momento, como explica o responsável, o negócio de peças ao público (oficinas independentes, frotistas e particulares) representa cerca de 35% da faturação total de Peças. As oficinas independentes acabam por ser também um bom cliente. Sobre a relação da concessão oficial e das oficinas independentes Filipe Baptista da Silva é claro: “Somos parceiros e estas oficinas têm o seu próprio mercado”. Quanto à questão das peças originais e equivalentes este responsável do C. Santos VP acrescenta: “Na maior parte das situações é reconhecida a qualidade inquestionável das peças originais. Mesmo em situações em que o diferencial de preços é significativo estas oficinas preferem o material original Mercedes- Benz”.
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Nova concessão na Madeira
“A nossa oferta é bastante diversificada quer em termos de stock, quer na distribuição sem custos para o cliente, como no acompanhamento pela nossa equipa de Gestores de Cliente. Medimos regularmente o nosso nível de serviço e continuamos a garantir uma resposta rápida e eficaz. Julgo que temos tudo para garantir a satisfação dos nossos Clientes e consequentemente aumentar o nosso volume de negócios”, sublinha o diretor comercial do C. Santos VP. Para tornar o serviço ainda mais eficaz e chegar facilmente aos clientes, o C. Santos VP tem um Serviço de Telepeças permanente com uma linha direta (21 424 58 28) e um serviço de entrega de peças em qualquer ponto do país com condições preferenciais. No próximo ano o diretor comercial do C. Santos VP espera um crescimento do negócio,
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mas também das peças. A grande prioridade neste momento é “consolidar o C.Santos Madeira, garantindo o nível de serviço a que os nossos clientes estão já habituados no Continente”, conclui. Em 2012, o C. Santos faturou 81.965.149 euros vendendo 1.714 viaturas e tendo recebido diariamente uma média de 164 viaturas nas suas oficinas. No total, são 365 os colaboradores que trabalham na empresa.
Contactos Diretor Unidade de Peças Engº Jorge Martins Telefone 21 424 58 58 e-mail csantosvp@csantosvp.pt Site www.csantosvp.pt
A convite da Mercedes-Benz Portugal, o C. Santos VP inaugurou no mês passado no Funchal um novo espaço de vendas automóveis e oficinas autorizadas, para as marcas MercedesBenz, smart e Evobus, tornando-se o único concessionário oficial a prestar os seus serviços para estas marcas em todo o arquipélago. Com um investimento inicial de 1.500.000€, as novas instalações de C. Santos VP Madeira, com aproximadamente 4.000 m2, albergam um amplo salão de vendas mas também uma Oficina de Ligeiros de Passageiros, smart e Comerciais Ligeiros, Oficina de Carroçaria e Chapa bem como Oficina de Veículos Pesados e Autocarros e ainda Venda de Peças e Acessórios. “O C. Santos VP Madeira dispõe dos equipamentos mais atualizados e eficientes apostando fortemente na formação dos seus 30 colaboradores, recrutados exclusivamente na Madeira, para dar continuidade, ao serviço técnico de qualidade fortemente reconhecido pelos seus clientes e parceiros. De realçar o facto que todos os seus fornecimentos serem assegurados exclusivamente por parceiros na RAM”, explica Filipe Baptista da Silva.
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ESPECIALISTA
My Auto. Conceito “Self Service” chega a Portugal Nasceu em Lisboa o primeiro conceito oficinal português seguindo a lógica do faça você mesmo. Aberto tanto a profissionais como a particulares, esta oficina abre novas perspetivas no negócio oficinal. TEXTO Paulo Homem
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ideia de ter uma oficina Self Service já estava na cabeça de Fernando Cabrera e José Martins há alguns anos. Qualquer deles tem tido percursos profissionais noutras áreas que nada têm a ver com automóveis e muito menos com oficinas. “A ideia esteve a amadurecer durante há algum tempo, e como vimos que nos últimos dois anos têm vindo a aparecer conceitos semelhantes um pouco por toda a Europa, decidimos também nós avançar com este projeto inédito em Portugal, que é um conceito de self-service oficinal” afirma Fernando Cabrera, Managing Partner da My Auto, apresentando de pronto a ideia que passa por proporcionar a todos os interessados da mecânica e da manutenção
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automóvel, com muito ou pouco conhecimento técnico, uma oficina completamente equipada e sempre preparada para fazerem aquilo que entendam em termos de reparação ou manutenção, seja por necessidade, por prazer ou para poupar dinheiro. Clientes alvo Por certo que neste momento já se encontra a pensar qual é o cliente alvo desta oficina. Numa altura em que poupar dinheiro está na ordem do dia, Fernando Cabrera diz que “esta oficina serve a particulares, que gostem de mecânica e de manutenção e que tenham alguns conceitos a esse nível que aqui os podem colocar em prática. Mas serve também a alguns nichos de
Ambientalmente consciente Um dos impedimentos à realização de intervenções como trocas de óleos ou mudanças de baterias fora de uma oficina tradicional é não se saber o que fazer com os óleos ou com as peças usadas. Na My Auto é possível ao utilizador realizar qualquer dessas intervenções na sua viatura, sem ter de se preocupar com o que fazer aos óleos ou baterias usadas. Sem encargos e sem preocupações, a My Auto dá o encaminhamento correto a todos os desperdícios gerados nas intervenções realizadas nas suas instalações.
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A MY AUTO INTRODUZ UM NOVO CONCEITO OFICINAL, QUE ABRE A POSSIBILIDADE DE PARTICULARES E PROFISSIONAIS TRABALHAREM LADO A LADO
profissionais, como responsáveis de pequenas frotas, que têm manutenção própria mas não têm instalações para a fazer, como a mecânicos que tenham a sua carteira e que podem aqui fazer a manutenção do carro dos seus clientes com todas as condições de segurança, de higiene e ambientais, sem se preocuparem com a preparação, manutenção ou com o custo das instalações, onde se incluem as ferramentas e os equipamentos”. Aliás, no entender dos responsáveis da My Auto, esta oficina self service poderá potenciar a criação de uma nova categoria profissional, que é a do mecânico freelancer. Não menos curioso é o horário de funcionamento. A My Auto abre pelas 13 horas e fecha às 21 horas nos dias úteis (ao fim-desemana a diferença é que abre às 9 horas), apenas fechando dois dias por ano!!!. Esperam os responsáveis da empresa que estes horários vão ao encontro dos clientes, mas “caso se torne necessário alargar o horário, iremos de encontro à necessidade dos clientes”, revela José Martins. Serviço Não existe na My Auto nenhuma tipologia de serviço, apesar de não incluir a colsião. “Sabemos que a maioria dos clientes fará operações de manutenção mais simples, mas no nosso projeto estão contemplados serviços mais técnicos e que tenham uma exigência maior”, diz Fernando Cabrera. Basta verificar o investimento que foi feito em todo o tipo de equipamentos e ferramentas, incluindo o de diagnóstico, bem como a disponibilidade de consulta do Autodata. Nesta fase de arranque a My Auto terá também um mecânico residente (para além de uma pessoas para atendimento), que permitirá desenvolver, em simultâneo, outros serviços, já que a oficina está acessível a utilizadores com diferentes níveis de conhecimentos técnicos. Assim, a My Auto dispõe de três modos de funcionamento, o self Service, Self Service com
Três modos de funcionamento Se o conceito da My Auto é o Self Service oficinal, a empresa quer ir mais além, pois muito clientes poderão não ter conhecimentos técnicos suficientes para mexer nas suas viaturas. Desta forma a My Auto oferece três modos de funcionamento: Faça você mesmo – Totalmente em regime Self Service. Faça com ajuda – O utilizador faz o que quiser ou souber e o mecânico da My Auto faz o resto. Fazemos nós – Serviço tradicional de mecânica. A My Auto vai disponibilizar também workshops de mecânica para pessoas com diferentes níveis de conhecimentos, que vai dos conceitos básicos até diagnósticos avançados.
ajuda técnica e serviço tradicional de mecânica. Diversas parcerias foram ainda celebradas pela My Auto com alguns fornecedores de peças, que permite a qualquer cliente solicitar aquilo que necessite para a manutenção do seu automóvel. Desenvolvimento Qualquer dos responsáveis da My Auto sabe bem que este conceito só funciona em grandes centros populacionais. “Este conceito funciona onde as pessoas tenham falta de espaço para executar estas operações, como é o caso de centros urbanos, e onde a densidade populacional é maior”, revela José Martins, acrescentando que não coloca de lado a hipótese de ver este conceito crescer noutros meios urbanos em Portugal. As instalações da My Auto estão convenientemente situadas na Avenida Infante D. Henrique, próximo da Fábrica do Braço de Prata, a meio caminho entre Santa Apolónia e o Parque das Nações em Lisboa.
Preços O preço a pagar pela utilização da My Auto é muito variável em função do tempo necessário, da utilização dos equipamentos e da natureza da operação. Assim, desde 15 Euros/hora (sem elevador) ou 20 Euros/hora (com elevador) o utilizador dispõe de uma tabela que pode chegar aos 120 Euros por 8 horas de utilização do elevador. A utilização pontual do elevador (inferior a 15 min) fica por 10 Euros, enquanto o aluguer de ferramentas especiais terá um preço sob consulta. De qualquer maneira os alugueres incluem (sem custos adicionais): Acesso a carrinhos de ferramentas profissionais de 491 peças Acesso gratuito a manuais de mecânica online (Autodata) Ar Comprimido com acessórios Gambiarras e rolos de papel Macacos de oficina e preguiças Acesso a bancada de trabalho com torno Lavadora de peças Reciclagem de óleos, líquidos e peças Wi-Fi Refira-se ainda que na My Ayto poderá também fazer a manutenção a motas e mesmo a bicicletas.
Contactos MANAGING PARTNER: Fernando Cabrera / José
Martins Telefone 218 680 718 Website www.myauto.pt
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ESPECIALISTA
Mecânica. Resistir à crise
Pela 3ª vez consecutiva vai decorrer nos pavilhões da Exposalão, na Batalha, a Mecânica. Mais uma excelente oportunidade para medir o pulso do aftermarket e do sector oficinal em Portugal. FICHA TÉCNICA DATA
7 a 10 de Novembro 2013 HORÁRIO
Dias 7 e 8 de Novembro ( 5.ª e 6.ª feira): 10h-20h Dia 9 de Novembro (Sábado): 14h-23h Dia 10 de Novembro (Domingo): 14h-20h LOCAL
EXPOSALÃO - Centro de Exposições, S.A. Batalha - Portugal Telefone: 244 769 480 E.mail: info@exposalao.pt Homepage: www.exposalao.pt ÁREA DE OCUPAÇÃO
16.000 m2 EVENTOS PARALELOS
9 de Novembro (Sábado) Auditório Exposalão 18h30 - SEEPMODE - “Como reduzir em 80% as infracções cometidas” 10 de Novembro // Domingo Auditório Exposalão 10h00 – 13h00 - “Como rentabilizar a sua empresa” – ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel Nota: a organização da Exposalão não TEXTO Paulo Homem
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Mecânica é o único Salão dedicado ao pós-venda e aftermarket que existe em Portugal. Cerca de meia centena de empresas têm estado presentes regularmente neste evento, o que se espera que venha a acontecer novamente em 2013, segundo fonte da organização, embora na altura de fecho desta edição a Exposalão não tenha nos facultado qualquer listagem de participantes, lesando os nossos interesses e os interesses dos expositores, que investem neste salão e gostariam de ter mais visibilidade. Se muitas são as empresas que continuam de costas voltadas para este certame, outros insistem em todos os anos (ou de forma intercalada) marcar presença neste evento. Não se sabe bem o que poderá ser a edição de 2013, num ano fortemente marcado pela cise económica que tem condicionado bastante
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os investimentos das empresas neste tipo de eventos. Mesmo assim, os responsáveis da Exposalão continuam a acreditar que é possível dinamizar um evento deste género, e muitas empresas continuam também elas teimosamente a dar sinais de que vale a pena estar presente. DOIS em um A 3.ª edição da Mecânica – Salão de Equipamento Oficinal, Peças, Mecânica, Componentes e Acessórios para Veículos Ligeiros e Pesados, estará a decorrer em simultâneo com Expotransporte - Salão Nacional de Veículos Pesados e Ligeiros de Mercadorias e Logística, evento que se realiza de dois em dois anos. Sendo eventos eminentemente comerciais e profissionais, em que as sinergias de ambos
facultou à Turbo Oficina qualquer informação (apesar de várias solicitações) sobre as empresas que terão stand’s de exposição neste certame, numa atitude incompreensível que lesa os interesses da nossa publicação e das entidades presentes
poderão vir a potenciar a presença de mais público, espera-se por isso mais adesão de todos aqueles que trabalham no sector do pósvenda e do aftermarket em Portugal. Por isso, marque já a sua visita a este certame entre os dias 7 a 10 de novembro, com a certeza de que não dará por mal empregue o seu tempo. A Turbo Oficina vai lá estar, apresentando como grande novidade a Turbo Oficina Pesados, uma nova publicação que nos permite liderar editorialmente todo o pósvenda e aftermarket de ligeiros e pesados em Portugal.
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ATE. De Palmela para a Europa A AZ Auto juntou alguns dos seus clientes ATE numa visita à fábrica da marca em Palmela. O encontro permitiu ver in loco algum do material que é usado pelas oficinas. TEXTO Cláudio Delicado
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á passaram 20 anos desde que foi inaugurada a fábrica da Continental Teves em Palmela, que ocupa 30 mil m2 de área, onde são produzidos suportes e carcaças de travão para o primeiro equipamento e também para o aftermarket, com o carimbo da ATE. O representante da marca em Portugal, a AZ Auto, convidou alguns dos Centros de Travões ATE para uma visita à linha de montagem e a TURBO OFICINA também esteve lá. A fábrica, que trabalha 24 horas por dia nos sete dias da semana, foi localizada em Palmela graças á proximidade da Autoeuropa, no arranque do projeto tripartido Volkswagen Sharan/Seat Alhambra/Ford Galaxy. Mas o que é certo é que o Grupo Volkswagen continua a ser um dos principais clientes da fábrica (cerca de 60% da produção total), mas praticamente tudo para exportar. Para a Autoeuropa segue apenas 1% da produção
atual. No entanto, são vários os clientes, com a PSA a crescer bastante nos últimos anos, além de produzir para a Ford, GM, Fiat ou Honda. Existem duas áreas, a de maquinação e a de montagem. Existe ainda o armazém de fundição. Além disso, na fábrica existe um laboratório de testes, onde através do olho humano, mas também de tecnologias 3D é possível ir monitorizando o trabalho que é feito e corrigir pequenos defeitos que possam surgir durante a fase de produção. Em Palmela produzem-se apenas máximas para discos dianteiros, numa capacidade instalada de cerca de 5 milhões de peças por ano, sendo que a produção atingiu, em 2012, as 4 milhões de peças por ano. Este ano é esperado um crescimento da produção. Neste momento, como explicou João Costa, diretor de qualidade da fábrica, assiste-se a uma readaptação das seis linhas de montagem para que seja possível tornar o processo mais eficiente,
já que a partilha da mesma linha de montagem para fazer referências diferentes obriga a que existam muitas paragens para trocar as ferramentas. Na montagem há uma peça pronta em alguma das linhas a cada 2 segundos. Para o mercado de aftermarket o volume é mais pequeno, sendo que uma parte sai com a própria embalagem do cliente para o mercado de reposição e outra com a imagem ATE. A produção aftermarket representa cerca de 2% do total, sendo que o produto cumpre exatamente os mesmos requisitos de qualidade. E em Palmela há uma coisa de que todos se orgulham: esta unidade está entre as melhores do Grupo Continental no que diz respeito à qualidade. Algo que enche de orgulho quem produz os componentes para os travões, mas também, no “fim da linha” as oficinas que montam o material ATE nos seus Centros de Travões. novEMBRO 2013
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Auto Clássico. Já é uma referência Todos os anos se repete. É uma enchente de público que olha para o automóvel de uma forma apaixonada mas também profissional. É por isso que cada vez mais empresas de peças e componentes marcam presença. TEXTO Paulo Homem
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Auto Clássico (que inclui o MotorShow) é o salão automóvel que concentra mais público em Portugal. Em 2013 foram mais de 30.000, segundo as contas da organização. Apesar de grande parte das iniciativas serem vocacionadas para o sector dos veículos clássicos, regista-se a presença de muitos expositores que se dedicam à venda de peças, componentes, acessórios, lubrificantes, entre outro material que vai muito para além dos veículos clássicos. Atendendo a que foram apresentadas algumas novidades de produto e novas representações, a Turbo Oficina esteve presente e conta-lhe o que viu. SóPeliculas – Especialista em aplicação, venda e distribuição de películas auto, a SóPeliculas mostrava a sua nova representação, as películas da prestigiada empresa americana Johnson Window Films. Eurocofema – A empresa de equipamento para oficina dava a conhecer as duas novas representações que introduziu este ano, a OMCN e a Sice. Qualquer destas marcas possui uma gama muito alargada de equipamentos oficinais (para pneus e mecânica) Norbat – Especialista em combustíveis, lubrificantes e baterias, o destaque eram as baterias de marca própria Norbat. Fonseca, Matos & Ferreira – O representante da Millers Oil em Portugal, mostrava um novo produto. Da sua nova representa Evans, destaque para o líquido para radiadores sem água, um produto que supera em todos os aspetos (segundo a marca) os tradicionais sistemas de refrigeração com água. Interescape – O elevado custo do filtro de partículas para o automobilista levou a Interescape a apresentar um serviço de limpeza deste componente, utilizando para o efeito equipamentos próprios. Distrilube – Empresa especialista em consumíveis para as oficinas, dava a conhecer os produtos da marca Faren, uma completa linha de sprays para todo o tipo de utilizações. Ofiturbo – É uma moderna oficina de automóveis, da zona do Porto, que dava a conhecer o seu novo serviço; reparações de chapa e pintura. Outras empresas deste sector também
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Distrilube
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A ELEVADA PRESENÇA DE PÚBLICO, MUITO DELE PROFISSIONAL, É UM DOS MOTIVOS QUE LEVA MUITAS EMPRESAS A MARCAR PRESENÇA NESTE EVENTO
marcaram presença, como o CEPRA (Formação automóvel), Dispnal (Pneus), RSF (equipamentos oficinais), Virtual Peças (venda de peças recondicionadas), ARAN (Associação setorial), Lumel (Escapes), Lino Rodrigues (oficina especializada em clássicos), Valvoline (Lubrificantes), Bom Piso (Oficina de pneus), Auto Comércio (Peças usadas), Artur & Mesquita (Peças para clássicos), Battery No Problem (Solução rápida para desligar baterias) e Minipeças (especialista em peças para Mini antigos).
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Baterias. Mercado eletrizante A bateria tornou-se um produto eminentemente comercial, que levou a uma grande desinformação sobre o mesmo. Grande parte da oferta possui qualidade duvidosa, mas existe também produto de muita qualidade e com forte pendor técnico. TEXTO paulo homem
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ada melhor do que perguntar aos principais players do mercado sobre o estado em que o mesmo se encontra, para se saber o caminho que o mesmo vai seguir. E as conclusões até são animadoras por um lado, atendendo até que o mercado tem potencial de crescimento, mas por outro sabe-se que a guerra de preços é desenfreada e por vezes vende-se gato por lebre. A Portugal chegam baterias de todos os continentes e de todo o tipo de fabricantes, com distribuidores com experiência no negócio, o que faz com que exista muita dinâmica e competitividade mas também “uma tendência para se esquecer os fundamentos técnicos deste produto e a noção de produto de origem relacionado com
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os valores elétricos de origem da bateria e não dos rótulos”, afirma Daniel Monteiro da Portugal Bateria Serviço, explicando que é possível “responder às exigências comerciais do mercado com preços competitivos. Hoje é compatível comprar qualidade a preço competitivo para as oficinas”. Mesmo assim, diz Cláudia Oliveira da Davasa, em Portugal “proliferam, pelas circunstâncias sociais e económicas do país, marcas que se posicionam pelo preço e onde a qualidade ficou relegada para um segundo plano”, opinião que Nuno Guerra da Polibaterias subscreve, acrescentando que “existe uma oferta ao nível das marcas brancas muito elevada, que obriga esse mesmo mercado a orientar-se num nível de produto, por vezes de qualidade muito inferior à proporcionada por fabricantes OE, com os resultados negativos que isso acarreta para o consumidor final”.
Para Álvaro Cardoso, da Santogal “muitos operadores, infelizmente, apostam no preço como fator diferenciador o que em muitos casos leva a que marcas e empresas tenham uma passagem efémera neste mercado. No entanto, enquanto cá estão, estas empresas deterioram e desregulam o mercado”. Com a mesma opinião, Edite Teixeira da TRW acrescenta que “é um mercado com muitas marcas próprias e marcas de primeiro preço, que se posicionam apenas pelo preço e não pela qualidade, o que faz com que apareçam e desapareçam rapidamente, subsistindo outras marcas que preferem fidelizar os clientes através da qualidade”. Com este problema da concorrência bem identificado, Ana Rita da Leirilis alerta para o facto de existirem “inúmeras marcas próprias, existindo também a tendência para a comparação de preços, o que não é
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correto, pois as caraterísticas podem não ser as mesmas”. Sobre este aspeto, João Filipe da Sonicel, releva que constatou que “ao comparar baterias com a mesma amperagem, detetam-se diferenças significativas de peso. Logo, menos peso, menos chumbo”. Amilcar Nascimento, da Exide, garante que “grande parte dos players não olha a meios para atingir os fins”, enquanto Nuno Martins da Krautli explica que “devido às suas caraterísticas este produto torna-se muito sensível ao nível das garantias o que, juntando às margens de comercialização reduzidas, torna imperioso saber trabalhar este produto, de maneira a garantir a sua rentabilidade”. Uma derradeira opinião sobre o mercado, de Rocío Palomar da Varta que afirma que “se notou no mercado uma queda muito grande das importações de baterias asiáticas, o que levou a um crescimento da quota de mercado dos fabricantes europeus, pelo menos na região ibérica”. Quanto vale o mercado Se existe mercado onde é mais ou menos consensual o seu volume, sem dúvida que o das baterias assume relevância. De uma forma geral, a maioria dos operadores refere que a venda de baterias ascende a um milhão de unidades (apenas para veículos ligeiros de passageiros), mas o mesmo poderá ser maior em 100 ou 200 mil unidades, já que o mercado de exportação é também muito significativo. Se nestes números foram ainda incluídos os veículos ligeiros comerciais e veículos pesados, então teremos ainda que somar pelo menos mais 200 ou 300 mil unidades. Curiosamente, dois dos mais importantes construtores mundiais de baterias apontam que o mercado em Portugal tem um volume de um milhão e quatrocentas mil baterias. As expetativas são também positivas. De uma forma geral, a tendência, diz Daniel Monteiro “é que o mercado cresça 0,3% em volume e 0,8% em valor nos próximos cinco anos”. Álvaro Cardoso da Santogal explica que “o aumento do período de vida útil do automóvel, a cada vez maior incorporação de componentes elétricos e eletrónicos nos novos modelos e as novas funcionalidades que exigem uma maior intervenção da bateria,
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como é exemplo o sistema Start & Stop, são os principais motivos que sustentam esta tendência”. A considerar… A bateria é um produto de urgência e na maioria dos casos, só se vende na oficina se esta a tiver em stock. Por isso, hoje é fundamental, para a oficina, segundo Daniel Monteiro “ter um parceiro fornecedor eficaz que possa dar respostas em toda a gama de 35Ah a 220Ah no dia-a-dia, no sentido de nunca perder uma venda por falta de material pois a verdadeira resposta está na aposta de um stock mínimo acertado na oficina e/ou num serviço fiável do fornecedor 365 dias por ano”. No entender de Nuno Guerra “era importante criar uma sinergia ou colaboração entre os diversos operadores / importadores do mercado por forma a combater o crédito mal parado e as empresas incumpridoras ao nível financeiro, uma vez que algumas delas vão “saltando” de fornecedor em fornecedor, deixando para trás o prejuízo do anterior”. No entender de Edite Teixeira, é importante ter em conta um outro aspeto relevante que ainda não foi mencionado que é “a conservação e transporte das baterias, que dado ser um produto muito específico, requer cuidados especiais muitas vezes negligenciados. A correta conservação das baterias previne muitas supostas garantias”. Para Raúl Martins, do Grupo MCoutinho “este é um setor onde é muito importante a formação, pois é fundamental que a oficina saiba escolher a bateria certa para cada veículo, e ainda existe muita falta de conhecimento sobre as caraterísticas deste produto”. Não menos importante é “servir bem os seus clientes fornecendo-lhes produtos de qualidade garantida, defendendo assim o seu negócio em termos futuros”, afirma Amilcar Nascimento. Já Rocío Palomar adverte para o “valor das matérias primas no futuro, nomeadamente do chumbo. A incerteza quanto ao valor do chumbo e a crise económica por certo que não irão beneficiar nenhum ator deste mercado”. Para terminar, Nuno Martins deixa uma questão “qual a quota de mercado da OE neste produto?”.
Operadores indicam os principais critérios de escolha das baterias O critério mais importante é identificar a referência indicada para o veículo com caraterísticas dimensionais e elétricas idênticas ao produto de origem (PBS); Garantia de um produto de origem num fabricante certificado a todos os niveis, e de preferência presente no mercado original do primeiro equipamento (Polibaterias); Com a pressão da concorrência, surge muitas vezes a tendência de falsear as amperagens para conseguir oferecer uma bateria, supostamente mais potente a um preço mais acessível o que, no curto prazo, acaba por trazer problemas ao consumidor (Santogal); Estamos a falar de um produto com um preço unitário elevado para o cliente, e que por isso o cliente final exigirá que seja de qualidade. As baterias se não tiverem qualidade irão trazer problemas aos seus utilizadores, aumentando a insatisfação e os rácios de garantias (TRW); Respeitar os requisitos indicados pelo fabricante, pois hoje, e cada vez mais, os automóveis trazem grande quantidade de tecnologia e de sistemas que usam a bateria, logo necessitam de baterias indicadas (Leirilis); O comportamento do consumidor, que compra por urgência, quando a sua bateria “morre” (Grupo MCoutinho); Arranjar uma marca que forneça alta qualidade, última tecnologia e uma adequada gama de produtos. Que tenha um bom nível de serviço, experiência e aconselhamento comercial profissional e também experiência no primeiro equipamento (Varta); Preocupar-se em trabalhar com um fornecedor credível que lhe dê garantias de que o produto que está a instalar no carro do seu cliente cumpra rigorosamente com as caraterísticas elétricas que menciona. No fundo, servir bem os seus clientes (Exide); Preço versus qualidade. Existem vários níveis de preços no mercado para o mesmo tipo de bateria, cada nível de preço corresponde a um nível de qualidade, a oficina tem que ter a consciência de que nível de qualidade está a pagar (Krautli);
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Principais operadores PORTUGAL BATERIA SERVIÇO (PBS) Energia, Steco, Tudor, Varta, Global, Fulbat, Poweroad e Powersonic são as marcas de baterias comercializadas em Portugal pela Portugal Bateria Serviço. As principais novidades deste operador são as baterias com tecnologia AGM para carros com Stop&Start e as baterias de 110 Ah, 74Ah e 62Ah reforçadas nos valores elétricos de arranque com respetivamente 920A, 680A e 640A para responder às exigências de primeiro equipamento de vários motores turbodiesel, como os TDi do grupo VW, JTD do grupo Fiat, ou HDi do grupo PSA por exemplo. Destaque também para a bateria de 100 Ah com tecnologia de descarga lenta para auto-caravanas e barcos. Nos pesados a PBS dispõe de baterias de 180Ah e 220Ah com tampa selada, produto obrigatório nalguns países da união europeia (e possivelmente em Portugal), para determinados veículos de transporte de líquidos inflamáveis. Informação: www.portugalbateriaservico.pt
DAVASA A Davasa disoponibiliza para o mercado português as baterias Bosch, Femsa, Yuasa, Centro e Autopro. A principal novidade deste operador de aftermarket foi a introdução (em setembro) da nova marca. Designada por Autopro, esta nova marca da Davasa apresenta uma gama muito completa de baterias (50 referências) que cobrem cerca de 95% do mercado. A gama inclui baterias de Cálcio/Cálcio, com visor de carga e que estão de acordo com a normativa “roll over”. Estão disponíveis as gamas Standard (Pure Energy), superior (Evolution), asiáticos (Pure Energy) e pesados (Pure Energy). Informação: www.davasa.es
da Yuasa, que podem equipar, por exemplo, o Toyota Prius 1 e Prius 2. Informação: www.krautli.pt, www. yuasaiberia.com BOSCH Para o mercado nacional a Bosch comercializa baterias de marca própria, mas também as marcas APS, Femsa e Óptima. A mais recente novidade da Bosch são as baterias com a tecnologia AGM (Absorvent Glass Mat), desenvolvidas especificamente para veículos micro-híbridos (com sistema Start-Stop). A nova tecnologia de baterias AGM da Bosch é totalmente livre de
KRAUTLI A Krautli Portugal disponibiliza as baterias da Yuasa, Synkra, Unibat e Optima. Entre os diversas marcas e gamas, a novidade são as baterias AGM para veículos híbridos
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manutenção, 100% à prova de fugas em qualquer posição e bastante resistente a vibrações. A Bosch chega a recomendar a bateria S6 para carros de classe média com potência a começar nos 3,500 watts e para veículos com carga de ciclos extrema, como táxis. Para além da tecnológica S6, a Bosch dispõe na gama das bateriais S3 - S4 - S5, que resulta de um programa de baterias feito à medida para as necessidades individuais de cada carro. Trata-se de uma gama de baterias que cumpre sempre com os requisitos de elevada qualidade do equipamento relativamente aos valores elétricos para os arranques e capacidade a frio. Informação: www.bosch-pecasautomovel.pt POLIBATERIAS Especialista em baterias, a empresa de Almada comercializa no nosso país as marcas FIAMM e Eurocell para a área de arranque, mas também Ultracell na área estacionária. A partir de outubro, e por encomenda, a
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Polibetarias está a disponibilizar as baterias da gama FIAMM Sonick para substituição da bateria original de apoio ao motor elétrico para os veículos híbridos existentes no nosso mercado. Informação: www.polibaterias.com SANTOGAL Desde 2012 que a Santogal Peças passou a disponibilizar a gama de baterias da marca Diamant. A mais recente novidade de produto são as baterias Diamant com NANO tecnologia, que apresenta as seguintes vantagens:
Reduz a possibilidade da bateria se incendiar devido a possuir eletrodos menos inflamáveis; Aumento da energia disponível e diminuição do tempo necessário para o seu recarregamento. Estes benefícios são alcançados através do revestimento da superfície do eléctrodo com nano-partículas, o que provoca o aumento da área de superfície do eléctrodo,
permitindo assim que mais corrente flua entre o eléctrodo e os produtos químicos no interior da bateria. Esta técnica pode aumentar a eficiência dos veículos híbridos, reduzindo significativamente o peso das baterias necessárias para fornecer a energia adequada. O aumento da vida da bateria em stock. Os nanomateriais separam o líquido dos eléctrodos sólidos quando não há utilização da bateria. Esta separação leva a um nível de descarga muito inferior ao que ocorre numa bateria convencional, o que aumenta substancialmente a vida útil da bateria. Informação: www.santogal.pt TRW AUTOMOTIVE PORTUGAL A Lucas é a marca de baterias comercializada pela TRW Automotive Portugal. A marca Lucas é desenvolvida em parceria com um dos maiores fabricantes mundiais de baterias. As baterias Lucas para os veículos ligeiros possuem a tampa selada,
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d dossier oferecendo maior segurança, pois torna-se impossível aceder ao eletrólito. A tampa selada das baterias Lucas possui um labirinto de desgasificação com saídas centralizadas de gases, permitindo a recuperação do eletrólito. Incorpora ainda um filtro antichamas que evita a explosão por chama externa. Todas estas caraterísticas fazem com que as baterias Lucas sejam das mais seguras do mercado. Informações: www.trwaftermarket.com AD LOGISTICS Para o aftermarket português a AD Logistics dispõe das marcas de baterias ADplus e Elite. A ADplus e Elite são fabricadas com a nova tecnologia de cálcio. Entre as suas caraterísticas destaca-se a excelente relação qualidade preço. A gama destas marcas está disponível para a maioria dos automóveis ligeiros, comercias e veículos pesados. Informações: n.d.
LEIRILIS A empresa de Leira disponibiliza as marcas APS, Sacorge, Westa e Bosch ao nível das baterias. A principal novidade é que a Leirilis introduziu um sistema integrado de recolha de baterias usadas, permitindo às oficinas comprar baterias a um preço certo, não estando expostas à oscilação do preço do chumbo. Este sistema vai permitir ainda um sistema de reciclagem adequado a este tipo de material. Informações: www.leirilis.com
SONICEL As marcas Sportcar, Powercell e Varta são as apostas da Sonicel ao nível das baterias. As marcas Sportcar e Powercell são fabricadas com a nova tecnologia de cálcio. A Varta, para além de baterias para veículos ligeiros, comerciais, pesados, motos, tratores e diversa maquinaria agrícola, apresenta baterias especiais para veículos equipados
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com sistema Start & Stop e ainda para painéis solares e veículos marítimos. Informações: www.pecas-sonicel.com
GRUPO MCOUTINHO O Grupo MCoutinho disponibiliza no mercado as baterias da Porlite, Bosch e Lucas. No final de março passado, a empresa iniciou a distribuição de baterias Prolite no mercado nacional, um exclusivo do Grupo MCoutinho. Assim, a distribuição das baterias Prolite é assegurada pela MCoutinho Peças e pela AZ Auto. Informações: www.azauto.pt
VARTA A Johnson Controls comercializa em Portugal através dos seus distribuidores as baterias Varta, Energizer, AFA, Autopower e Optima. A mais recente novidade lançada no mercado para veículos de turismo foi a Varta StartStop. Para além de todas as vantagens desta tecnologia, a Johnson Controls é líder no primeiro equipamento de veículos com Start-Stop (www.varta-startstop.com). Com as baterias VARTA Start-Stop Plus (tecnologia AGM) e VARTA Start-Stop (tecnologia EFB), a Johnson Controls dispõe de uma solução para veículos convencionais com Start-Stop ou para veículos com StartStop mais avançado e com outras exigências, como é o caso dos veículos que recuperam a energia da travagem para recarregar a própria bateria. Informações: www.varta-automotive.com, www.optima-batterien.eu/en/home.html
Mais marcas Não se pode saber ao certo quantas marcas de baterias existem em Portugal. Contudo, estima-se que esse valor se possa aproximar das 300, sendo que 90 a 95% são marcas branas e segundas linhas. Aqui ficam mais algumas empresas e as respecrtivas baterias que comercializa: 3ª Rota - Eco A.Vieira - Sonnenshein AS Parts – AFA Atlantic Parts – Motorcell Auto Delta – Delta Baterias Autozitânia – Nonstop Bragalis – KBK Soulima – Energy Norbat – Norbat
mercado foram as da tecnologia AGM e ECM para aplicações nos veículos mais modernos com tecnologia Micro-Hybrid (Travões Regenerativos e Stop & Start) no que respeita a veículo ligeiros. Relativamente a baterias para pesados a empresa lança a nova gama de baterias Expert HVR, preparadas para a resistência às altas vibrações (devido à nova localização das baterias nos camiões mais modernos com tanque de ADBlue). Informações: www.exide.com
STAND ASLA O Stand Asla possui uma extensa oferta de baterias para o mercado português. Ao todo comercializa 10 marcas: Autopower; Automotive Parts; Banner; Mac; Maff; Magneti Marelli; Massiv Thunder; Sznajder; Varta; Zap. Par além das gamas standard, o Stand Asla comercializa ainda baterias com tecnologia AGM e AGM EFB (Enhanced Flooded Battery). Ambas estão presentes em baterias destinadas a veículos com Start/ Stop. No entanto, a tecnologia AGM é a indicada para veículos com elevado número de “consumidores” de energia, enquanto a EFB será mais específica para veículos Start/ Stop, com menor exigência em termos de consumo de energia adicional. Informações: encomendas.stand-asla.pt
EXIDE Atualamente o Grupo Exide comercializa em Portugal as marcas Tudor, Exide, Fulmen, para além de muitas outras segundas marcas. As baterias mais recentes lançadas no
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Mecânica e eletrónica. A bateria no automóvel PARCERIA
TEXTO Departamento de mecânica e eletrónica
A bateria pode considerar-se uma pilha recarregável, ou seja, um acumulador de energia elétrica. Em geral, o funcionamento da bateria consiste em tomar energia elétrica de uma fonte externa para a converter em energia química e armazená-la, até que seja consumida. É nessa fase que a bateria transforma a energia armazenada em energia elétrica. A bateria é hoje um componente imprescindível no automóvel, já que dela depende o arranque do motor térmico. Isto porque as unidades de controlo eletrónico (UCE) necessitam de uma tensão de 10 Volt para começarem a funcionar e para poderem operar os atuadores.
A
s funções confiadas à bateria consistem em fornecer corrente elétrica ao motor de arranque, com o objetivo de movimentar o motor térmico e colocá-lo em funcionamento, assim como fornecer tensão a todos os sistemas do automóvel que dela necessitam, até à colocação em funcionamento do sistema de carga.
Tampa com válvulas de segurança Caixa exterior Grupo de placas positivas
Bloco de placas Grupo de placas negativas Placa negativa Grelha negativa Placa positiva com separador de fibra de vidro Placa positiva Grelha positiva
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Componentes da bateria A bateria consta de um recipiente plástico cujo interior se encontra dividido em diversos espaços isolados entre si, os quais se designam por elementos. Estes contêm um líquido composto por água destilada (H2O) e ácido sulfúrico (H2SO4), chamado eletrólito. Neste eletrólito são submergidas as placas positivas e negativas intercaladas entre si e separadas por um elemento isolante. As placas são feitas de chumbo e antimónio, formando uma rede de matéria ativa, ou seja, nas placas positivas obtém-se dióxido de chumbo (PbO2) e nas negativas chumbo esponjoso. Este agrupamento de placas descansa sobre suportes já que, ao funcionar, a bateria liberta uma substância ativa que poderia provocar curto-circuito entre as placas, deteriorando o elemento.
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Cada compartimento acaba por ser constituído como um só elemento, ao ligar as placas positivas com as positivas e as negativas com as negativas, formando um sistema paralelo. Destes elementos sobressaem os terminais, que se unem com os dos elementos contíguos mediante um circuito em série, obtendo-se dois terminais no exterior encapsulado da bateria, designando-se um deles por polo ou borne positivo e o outro por polo ou borne negativo. Mediante estas ligações obtêm-se tensões totais de 13,2V, já que o mais comum é dispor de seis elementos em que cada um pode alcançar voltagens de 2,2 V. No interior da bateria produzem-se duas situações claramente diferenciadas: a carga e a descarga. Carga da bateria Entende-se por carga da bateria a ação de aplicar energia elétrica à bateria por intermédio de uma fonte externa. Enquanto se lhe aplica corrente elétrica produzem-se reções químicas no seu interior. Entre outros produz-se a eletrólise da água, em que a água se decompõe em hidrogénio e oxigénio. A seguir descrevem-se as diversas reações que se produzem: Reação na água destilada: H2O 2H+ + O Reação do sulfato de chumbo nas placas positivas: Pb SO4 Pb2 + SO4 Reação do sulfato de chumbo II nas placas negativas: Pb (SO+)2 Pb4+ + SO4 Por outro lado, no eletrólito forma-se ácido sulfúrico: 2H+ + SO4 H2SO4 Nas placas positivas: Pb2 + O2 PbO2 Nas placas negativas: PB4+ Descarga da bateria Entende-se por descarga da bateria o processo de utilizar energia elétrica da bateria num circuito externo. Enquanto a bateria está a fornecer energia elétrica ao circuito externo produzem-se reações químicas no seu interior. Entre outros produz-se a eletrólise da água, ou seja, a água decompõe-se em hidrogénio e oxigénio. A seguir explicam-se as diversas reações que se produzem. No eletrólito o ácido sulfúrico decompõe-se H2SO4 2H+ + SO4 Nas placas positivas o dióxido de chumbo decompõe-se PbO2 Pb2+ + O2 Por outro lado, no eletrólito e nas placas produzem-se reações.
Água no eletrólito H2O 2H+ + O Sulfato de chumbo nas placas Placa positiva Pb2+ + SO4 Pb SO4 Placa negativa Pb4+ + SO4 Pb (SO4)2 Assim que se submete a bateria a um processo de carga, o processo de descarga começa automaticamente. Toda a bateria que iniciou as suas reações internas acaba por descarregar-se ao fim de algum tempo, mesmo que não esteja ligada a nenhum consumidor.
Placa com malha de fibras microporosas
Placa negativa
Placa positiva
Baterias livres de manutenção Este tipo de baterias criam-se principalmente com o objetivo de evitar a
A bateria pode considerar-se uma pilha recarregável, ou seja, um acumulador de energia elétrica
manipulação dos componentes internos da bateria e assim evitar ferimentos que se podem produzir devido ao contacto com o ácido do eletrólito. As placas internas destas baterias constroem-se com uma liga de chumbocálcio-prata. A aplicação de uma liga de prata garante à placa uma alta resistência à corrosão, o que aumenta a durabilidade da bateria, assim como a sua resistência às sobrecargas, incluindo às altas temperaturas. novembro 2013
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se encontra sob pressão e selado. Dispõem de válvulas especiais que desempenham o papel de respiradores e não devem abrir-se em nenhuma circunstância, sob pena de se destruir a bateria. As qualidades fundamentais desta bateria são o emprego de eletrólito tixotrópico frio e a utilização do princípio da recombinação, que consiste na reação química do hidrogénio criado na placa negativa com o oxigénio gerado na placa positiva para formar água, voltando a humedecer o acumulador e dispensando a necessidade de manutenção. 2H2 + 02
As baterias de cálcio-cálcio e cálcio-prata não têm partículas de antimónio. O consumo de água fica reduzido e assim não é necessário repor o eletrólito durante a vida útil das mesmas. As baterias da marca Bosch livres de manutenção dispõem de placas mais finas e estáveis, o que permite aumentar a quantidade de placas e melhorar o débito de energia. Na maior parte dos casos a cobertura destas baterias inclui um labirinto, uma ventilação central de gás e um interruptor. Estas medidas de segurança impedem a saída de eletrólito quando a bateria se inclina momentaneamente e previne a ignição em caso de geração de faíscas. Uma bateria de chumbo-cálcio-prata dispõe de uma potência de arranque maior que as baterias convencionais, essencialmente devido à utilização de placas mais finas de fortes, à inserção de um maior número de placas, ao aumento da superfície das placas pela eliminação de compartimentos de sedimentação e a manutenção da potência de arranque inalterada até quase ao final da bateria. As caraterísticas de uma bateria livre de manutenção podem resumir-se da seguinte forma: A manutenção reduz-se à limpeza dos bornes O processo de carga e descarga permanece invariável ao longo do tempo
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Se se verifica uma grande descarga ou um grande período de repouso pode voltar a carregar-se com o próprio sistema de carga do veículo A voltagem de gaseificação só ocorre a altas temperaturas Elimina-se a necessidade da adição de água Tem maior durabilidade em trajetos curtos Reduzem-se drasticamente os riscos inerentes à manipulação do ácido A instalação é possível em locais de acesso difícil porque não se verte eletrólito quando se vira a bateria Baterias de gel Estas baterias estão incluídas no tipo de baterias livres de manutenção, já que a única manutenção necessária é a limpeza dos terminais. Como nas baterias convencionais, as baterias de gel são acumuladores de chumboácido, com a particularidade de que este
A função principal da bateria é fornecer corrente elétrica a todos os sistemas do automóvel
2H2O
Por outro lado, as válvulas-respiradouros são um elemento importantíssimo da bateria. Graças à precisão da sua calibração mantêm uma pressão positiva no seu interior, permitindo a recombinação entre o hidrogénio e o oxigénio, evitando desta maneira a secura da bateria. Sem esta recombinação a bateria perderia a água existente no seu interior e deixaria de funcionar. As baterias de gel podem instalar-se em qualquer posição dando a possibilidade de ser arrumadas praticamente em qualquer espaço do veículo, embora não seja aconselhável a sua inversão. Um dos condicionantes deste tipo de baterias é a tensão à qual devem ser carregadas, já que para serem totalmente eficientes devem estar entre os 13,8 e os 14,1 Volt. Para obter grande durabilidade da bateria com um funcionamento perfeito é necessária a adequação dos reguladores dos automóveis, devido a que, geralmente, a tensão gerada é superior à recomendada. Os ciclos de carga e descarga podem ser muito mais amplos, o que permite ministrar energia num período de tempo prolongado sem reduzir significativamente as suas propriedades. Assim, dispõe-se de uma potência de arranque superior à das baterias convencionais, proporcionando a intensidade necessária para dispor de um arranque à primeira tentativa. Devido à sua grande capacidade e progressiva redução de preço, as baterias de gel estão a aumentar progressivamente a sua disseminação no mercado.
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Renault Kangoo Maxi Business. O dobro dos argumentos É espaçosa, confortável e tem dois argumentos de peso no motor e no portão traseiro. Trazemos-lhe um novo olhar sobre a referência Kangoo TEXTO André Bettencourt Rodrigues FOTOS JOSÉ BISPO
É
o maior modelo da família Kangoo Express e apresenta-se, por esse motivo, com um preço mais elevado – superior a 20 000 euros na versão ensaiada. É verdade que assusta ao início, mas este é um valor que sai plenamente justificado quando se olha para o conforto, o espaço que oferece e as valências do motor, o reputado 1.5 dCi de 90 CV (148 Nm de binário máximo), cuja média anunciada é
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de 4,7 litros. Sem esquecer que ainda pode ir buscar o IVA e recuperar, assim, parte do investimento.« SÓLIDO E EFICAZ Exclusivamente equipada com motores Diesel Energy dCi de 75 e 90 CV, esta Kangoo traz também tecnologias como o Start&Stop e a recuperação da energia durante a travagem para reduzir o consumo e as emissões de CO2. Bom para quem quer reduzir custos de frotas, bom para quem pretende poupar a
carteira e simultaneamente o ambiente. A nossa média cifrou-se em 5,5 litros sem estarmos minimamente preocupados com o andamento, mas convém lembrar que andámos em vazio e portanto em condições muito específicas. No entanto, não temos dúvidas de que, mesmo completamente entupida, esta Kangoo será capaz de oferecer mais por menos, ou seja, agilidade para toda a obra sem que ela se reflita em grandes despesismos quanto ao combustível. Porque ele não é o único fator importante, vai ainda gostar de saber que a comercial
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A estrutura e os painéis transmitem robustez. Várias anilhas ajudam a prender a carga e as duas portas traseiras revelam grande amplitude.
da Renault traz outros equipamentos tecnológicos como o controlo de estabilidade, a ajuda ao arranque em subida, o sistema Extended Grip e uma solução multimédia que integra o Renault R-Link a câmara de marcha-atrás, decisiva nas manobras mais importantes, até pela envergadura deste modelo de 4,66 m de comprimento. AMPLA VISIBLIDADE Lá dentro os materiais não são propriamente de luxo, mas aparentam a solidez de quem será capaz de resistir muitos anos à passagem do tempo. O tablier é que podia ser um pouco mais ergonómico, já que a postura inclinada do retângulo que serve de portaobjetos acaba, muitas vezes, por se tornar numa espécie de “buraco negro” ao qual é difícil dar a volta. Em tudo o resto pouco há a apontar. A visibilidade dianteira é ampla
e por cima do condutor há outro grande compartimento de arrumação onde estão montadas as palas que nos protegem do sol. Além da tomada de 12 volts, esta Kangoo traz também uma entrada USB junto ao rádio. A pensar nos consumos, a marca apostou no escalonamento longo de uma caixa manual de cinco velocidades e em jantes de 15 polegadas na medida 195/65, igualmente importantes nas contas da manutenção. Neste campo, a Renault indica um programa de 40.000 km/2 anos. Já os custos anuais de IUC cifram-se em 36 euros. Com 1,83 m de altura e um volume útil de carga de 4,0 m3, a Kangoo Maxi Business apresenta um peso em vazio de 1357 kg e uma carga útil máxima de 800 kg. O peso máximo rolante corresponde a 3250 kg e o peso bruto é de 2200 kg. O depósito de combustível leva 60 litros de gasóleo e a velocidade máxima é de 160 km/h. A versão que conduzimos tinha
capacidade para transportar três passageiros à frente – o condutor e duas pessoas no lado direito. Para este modelo em concreto, o ISV é de 478,97 euros e o IVA de 3,769,76 euros. O preço final do veículo nesta configuração é de 20.160 euros, com tudo o que pode ver nas imagens. Pode consultar as restantes em www.renault.pt. Os preços para a Kangoo Maxi começam nos 18.980 euros e congregam dois níveis de equipamento: Comfort e Business.
Ficha técnica Renault kangoo maxi L2H1 Volume de carga: 4,0 m3 Motor 1.5 dCi de 75 e 90 CV Preço: desde 18.980€
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O novo Skoda Octavia usa a mesma base do Grupo Volkswagen estreada no Golf. Os fornecedores são vários, com destaque para o bom isolamento do capot a cargo da Contitech, mas também a silenciosa unidade de climatização da
Nota: Se é um fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nestas radiografias, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com
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Equip Auto. Inovações premiadas Depois de uma pré-selecção de inovações ainda antes do verão, o júri composto por 80 jornalistas de 20 países diferentes, onde a TURBO OFICINA se inclui, juntou-se na véspera da inauguração da Equip Auto deste ano para a votação final. Eram quatro as categorias e em cada uma delas havia um prémio Ouro (Gold) e outro Prata (Silver). Na sua 15ª edição o Grand Prix para as inovações automóveis deliberou entre 27 concorrentes. TEXTO Cláudio Delicado, em Paris
Categoria Primeiro Equipamento e Novas Tecnologias Ouro Empresa: Monopol Peinture Produto: Verniz Solar Monopol É um verniz transparente que contém um pigmento translúcido que consegue refletir uma parte invisível do espectro da luz do sol, como a radiação infravermelha, enquanto deixa passar a maioria da luz visível. Porque os pigmentos refletem mais do que absorvem a radiação infravermelha, a energia desta radiação não é convertida
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em calor na superfície ou debaixo dela. Resultado da nanotecnologia, garante uma diferença de temperatura de mais de 13ºC numa situação de luz forte (menos calor), em comparação com um verniz sem este pigmento. Este químico pode também ser aplicado em vidro, como nos tetos panorâmicos dos carros. Prata Empresa: Hutchinson Produto: Active Mass Damper (amortecimento ativo) O downsizing dos motores e a redução do número de cilindros, juntamente com
o aumento do binário dos motores tende a aumentar as vibrações, prejudicando o conforto. Ao mesmo tempo, a procura por mais conforto é cada vez mais forte. Para resolver este problema, a Hutchinson tem um novo sistema ativo de compensação antivibração com três componentes: um sensor, uma unidade de controlo e um atuador. O sensor identifica as vibrações no habitáculo, enquanto a unidade de controlo dá a ordem para o atuador enviar uma contra-vibração para atenuar ou absorver por completo a vibração inicial. O sistema também funciona no pára-arranca na cidade e para compensar as vibrações do stop&start.
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Categoria Aftermarket e Reposição Ouro Empresa: Federal Mogul (Ferodo) Produto: Eco-Friction As pastilhas de travão da Federal Mogul reduzem as emissões do cobre e de outras partículas no ambiente, enquanto garantem uma melhor travagem, mais suave e silenciosa. O cobre é um componente flexível, como tal substitui-lo é complexo. A formulação de uma alternativa inclui cerca de 25 componentes diferentes. Estas pastilhas Eco-Friction já estão à venda, depois de um extenso programa de testes. A Ferodo está já a preparar a introdução no mercado aftermarket de pastilhas de travão sem cobre já no próximo ano. Prata Empresa: BV Corporation - Recore Produto: Sistema de Substituição de Válvula TPMS O kit Recore consegue de forma rápida e eficaz substituir uma válvula TPMS (válvula de pressão dos pneus) quando esta está danificada pela corrosão, sem ser necessário substituir todo o sensor e sem sequer ser necessário tirar a roda. Além de permitir poupar dinheiro na compra de outro sensor,
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evita a necessidade de nova equilibragem das rodas e reprogramação da TPMS. Se a agulha instalada não for substituível o kit inclui uma pequena ‘broca’ que permite furar a válvula e colocar uma nova. Todo o processo pode ser feito em apenas 10 a 15 minutos.
Categoria Serviços Online e de pós-Venda Ouro Empresa: Bosch Produto: Fun2Drive O Fun2Drive é uma aplicação ligada à ficha OBD que permite a um utilizador ver as suas estatísticas de condução no smartphone, mas também uma série de parâmetros do carro como códigos de falha do motor ou valores reais de utilização. No caso de uma avaria ou de luzes de aviso no painel de instrumentos,
o serviço permite ao condutor estabelecer diálogo imediatamente com um técnico num call-center e fica em contacto também com o Bosch Car Service mais perto do local. Assim, o mecânico pode preparar antecipadamente a operação necessária. Prata (ex-aequo) Empresa: FEDA (Federação dos Sindicatos da Distribuição Automóvel Francês) Produto: Eco-Entretien Trata-se de uma proposta que usa um processo inovador de análise de emissões de veículos para identificar carros que estejam a poluir de forma anormal (5 tipos de gases) e diagnosticar avarias de motor e as suas causas prováveis, permitindo aos mecânicos agir da forma mais acertada e sem erros. Este processo foi feito em parceria com o fornecedor Spheretec. O diagnóstico leva apenas 4 minutos e devolve um relatório ao utilizador. Prata (ex-aequo) Empresa: SNA Europe Produto: Sistema de Gestão de Ferramentas Bahco Com um século de experiência e um catálogo com mais de 1200 páginas, a Bahco também produz uma variedade de mobiliário de oficina e carros de ferramentas, além de
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uma vasta gama de ferramentas especiais. Mas para responder às necessidades individuais de cada oficina este novo sistema de gestão de ferramentas permite configurar no site da empresa os carros de ferramentas de acordo com diversos parâmetros: design, cor, estrutura e composição, configurações de deslizamento das prateleiras, revestimentos, tipos de rodas, pegas ou sistemas de bloqueios. Tudo feito online e encomendado diretamente à fábrica. Categoria Equipamento de Oficina Ouro Empresa: Fillon Technologies Produto: Daisy Wheel
A Fillon Technologies é uma empresa especializada em design, construção e marketing de equipamento para oficinas de pintura. A Daisy Wheel é uma inovadora máquina para preparar cores. É uma roda compacta (1 m3) que contém mais de 160 garrafas de tinta de 0,5l de diferentes cores. Todos os produtos são mantidos nas condições ideais uma vez que não têm contacto com o ar e um movimento circular permite que todos os pigmentos se mantenham em constante suspensão. A base de dados das cores usadas em cada modelo é depois usada para uma mistura perfeita de cores, sem intervenção humana. Este novo produto garante uma mistura perfeita até de pequenas quantidades.
Prata Empresa: SAM Outillage Produto: A.P.E. (Autonomous Power and Energy)
O A.P.E. é um sistema que consegue substituir o ar comprimido tradicional por um sistema móvel, oferecendo ao utilizador a energia, a eficiência e um sistema portátil e autónomo. O sistema tem um cartucho de ar comprimido a alta pressão (2 a 9 litros de ar a 300 bar) e uma válvula flexível de alta performance para qualquer ferramenta pneumática. Com um único cartucho consegue soltar mais de 800 porcas ou apertar 900 parafusos.
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Marca a marca. Um salão de negócios
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om aproximadamente 100 mil visitantes, 25% dos quais internacionais, e com a presença de mais de 1300 expositores, a Equip Auto 2013 foi um sucesso e um palco de encontros entre empresas que vai permitir gerar grandes volumes de negócios nos próximos meses. A Equip Auto deste ano foi forte em eventos, mas também em contactos e em negócios. Foram muitas as empresas presentes e, por isso mesmo, é impossível falarmos com todas. Selecionamos algumas com quem falamos de novos produtos, estratégia e novidades para o futuro.
Empresas Autodata Franck Roger, gestor de vendas para a Europa O principal objetivo da presença da fornecedora de informação técnica é uma aposta clara no business to business e em marcar presença junto dos seus clientes de sempre mas também mostrar-se a novos
clientes, numa plataforma que está em constante atualização. “Somos líderes na Europa, mas continuamos a crescer”, explica Franck Roger, responsável europeu da Autodata. Portugal é um mercado pequeno mas importante: “Em Portugal ainda há pouca associação em grandes grupos e tudo funciona de forma muito independente e isso tem sido bom para nós, com um crescimento de 25% no último ano. O segredo é estar próximo dos clientes e mostrar-lhes todas as potencialidades da nossa plataforma” explica o responsável. Neste momento a Autodata acaba de ser aceite como um dos fornecedores aprovados pela rede de oficinas Euromaster, ganhando assim mercado também nos grandes grupos onde, por vezes, é mais difícil entrar. Mas a Autodata quer apostar também mais no mercado das seguradoras e da indústria. Quanto às oficinas, Franck Roger lembra: “sem diagnóstico e sem informação técnica uma oficina não sobrevive”. A Autodata promete continuar a desenvolver a sua tecnologia para criar uma plataforma ainda mais moderna. Diesel Technic Carlos Gomes, diretor de vendas para a Europa A DT Spare Sparts foca toda a sua atividade no mercado de pesados, com o mercado português a mostrar-se muito importante para a marca. E o nosso mercado tem até uma particularidade curiosa: “O cliente português é um dos mais favorecidos no Grupo DT,
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com a introdução de novas gamas e novas referências.
já que em termos logísticos usufrui da possibilidade de encomendar diretamente à Alemanha ou, para situações mais urgentes e peças de maior rotação encomendar a Espanha, com um prazo de entrega de apenas 24 horas”, explica Carlos Gomes. A central de Madrid permite também dar um apoio maior aos clientes portugueses. “Nós estamos satisfeitos com o mercado português e os clientes também estão satisfeitos connosco e isso permite-nos ser otimistas para o futuro”, acrescenta o responsável que, sem entrar em euforismos, acredita que o pior já passou, no que diz respeito à crise. Em Paris, a DT mostrou um novo catálogo de autocarros Mercedes e Setra, mas apresentou toda a sua oferta, uma vez que as novidades vão acontecendo ao longo do ano
Eurol Vincent Sanders, diretor de exportações “O mercado português vai muito bem para nós. Não é um mercado fácil mas estamos contentes com os resultados que temos alcançado com os nossos clientes, graças à gama completa que oferecemos”. É com esta mensagem de confiança que Vincent Sanders nos recebe no stand da marca na Equip Auto. O responsável admite que uma das principais dificuldades do mercado português é a forte concorrência que existe. Mas o objetivo é também alargar o negócio, tanto aos pesados como à indústria. Uma das apostas para aumentar o reconhecimento da marca é o patrocínio de uma equipa no Dakar que, além da visibilidade que dá à marca, é um autêntico teste à qualidade dos lubrificantes.
Facom Jean-François Noireau (diretor Facom Ibérica) e Guilhaume Bonafe (diretor de marketing) A Facom fez um grande investimento nesta feira com um dos maiores stands do certame. Além desta presença forte a marca aproveitou para lançar 30 novos produtos. Tivemos oportunidade de entrevistar JeanFeançois Noireu (profundo conhecedor do mercado nacional) e Guilhaume Bonafe, diretor de marketing, que nos falaram da marca e da estratégia para Portugal. “Na Europa do Sul ainda vivemos na turbulência da crise, com uma primeira metade do ano complicada, mas que aliviou e permitiu alguma recuperação no segundo semestre”, explica Guilhaume Bonafe. Todo o desenvolvimento e investigação da Facom assenta em três princípios que
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radar online. “Isto vai também permitir que todos os intervenientes no processo saibam exatamente o que se passa a cada momento, seja a seguradora, a oficina ou o cliente final. Isto reduz o tempo de intervenção e vai permitir ao consumidor ser mais ativo podendo, por exemplo, fazer upload de fotos de um sinistro”, explica o responsável.
têm que estar presentes no lançamento de cada produto: segurança, produtividade e ergonomia. O responsável de marketing explica melhor o conceito: “O melhor dos nossos produtos é os nossos clientes não se preocuparem, porque fazemos os nossos produtos para evitar acidentes, quer na oficina, quer no próprio carro dos clientes na oficina. A produtividade é fundamental e as nossas ferramentas são pensadas para poupar tempo em cada operação, logo, poupa-se dinheiro e recupera-se rapidamente o investimento. O último ponto é a ergonomia para que não existam acidentes ou ferimentos nos trabalhadores. Estamos muito satisfeitos com o mercado português. A Facom é número um em Portugal e tem um preço mais elevado mas as pessoas querem os nossos produtos. Estamos presentes no mercado há mais de 60 anos e temos 30 distribuidores em Portugal, de norte a sul do país. Lançámos o primeiro catálogo de ferramentas em português há muitos anos”, recorda Jean-François Noireau. E agora, a marca tem um novo catálogo que já está a enviar para o mercado. Em português, a cores e com todos os produtos, mas também quais os seus pontos fortes e como usá-los. É por isso que as pessoas chamam o nosso catálogo de bíblia” orgulha-se este responsável. Para esta forte presença de mercado contribuem também as duas pessoas da marca que correm o nosso país em carrinhas a dar formação. Mas há uma realidade dura em Portugal neste momento: “As pessoas não têm dinheiro e, apesar de quererem comprar as nossas ferramentas, têm que adiar. Isso faz com que muitas oficinas tenham que trabalhar com ferramentas muito velhas”, constata o responsável da Facom Ibérica. “Quando somos líderes temos que trabalhar muito para manter o lugar e as pessoas esperam mais de nós. É por isso que
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apostamos na inovação e na oferta de mais e melhores serviços, além da grande qualidade e garantias dos nossos produtos”, explica o diretor de marketing. É também por isso que não apostam numa política de baixar preços, porque “há muita investigação e desenvolvimento para termos produtos com tanta qualidade”, acrescenta. Depois, a marca oferece também serviços importantes como apoio técnico, formação e manutenção dos equipamentos. “Preferimos ser nós a preocuparmo-nos pelos clientes”. A Facom está sempre na linha da frente e, por isso, apesar da ainda tímida mudança do petróleo para os carros híbridos e elétricos, a marca tem já ferramentas para este tipo de manutenção muito diferente. Os desafios para o futuro, além da inovação e novos produtos, passa muito por “pensarmos como podemos ajudar as oficinas a terem maior rentabilidade. Há muita gente a fazer ferramentas e o nosso desafio é muito mais do que isso. Somos parceiros e queremos oferecer cada vez mais soluções”, explica Guilhaume Bonafe. GT Motive Miguel Sanchez, diretor de marketing “O mercado português é complicado para crescer rapidamente, mas aos poucos estamos a alcançar os nossos objetivos” garante Miguel Sanchez, responsável da marca para o nosso país, que acrescenta: “O nosso grande objetivo agora é chegar às seguradoras e às empresas de renting, num segmento que está ainda muito fechado em Portugal”. Porém, a prioridade continua a ser alargar o leque de oficinas que usam a plataforma que tem a vantagem de poder integrar outros serviços, como um de gestão na mesma aplicação. Uma das novidades que Miguel Sanchez acredita ajudar ao crescimento é a nova plataforma que funciona na “nuvem” com todos os serviços
Hutchinson Olivier Berlioz, diretor de marketing Para Olivier Berlioz, diretor de marketing da Hutchinson, Portugal é um mercado muito importante para a marca. “Foi um ano difícil em Portugal mas existem boas oportunidades para crescer”, garante. A presença nesta feira visa também afirmar o novo logotipo, modernizado em setembro. A Hutchinson aproveitou a Equip Auto também para lançar o novo catálogo de transmissões, com mais de 300 novas referências e reforçar a gama relacionada com as correias, que ganham também uma nova embalagem.
Japanparts Veronica Finetto, administradora A Japanparts trouxe duas grandes novidades à feira de Paris. Uma é a introdução de um novo catálogo de distribuição que não existia. “Totalmente a cores, vamos começar a enviálo aos clientes logo após a feira”, explica Veronica Finetto, que fala sobre Portugal: “Estamos muito bem em Portugal, com uma boa distribuição que cobre toda a gama e através do vosso mercado estamos também a vender muito para Angola e Moçambique, onde o pagamento na transação faz com que a operação seja rentável no imediato”. O crescimento, garante, é de 20 a 25% em Portugal. A Japanparts está também a apostar numa newsletter de dois em dois
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meses onde passa informação técnica aos seus clientes. O objetivo para 2014 é claro: “Vamos apostar forte na comunicação”. E para reforçar a equipa, a irmã Sofia Finetto (à direita na foto e ambas filhas do fundador Luca Finetto) entrou para a empresa para estar mais atenta a este departamento. Midac Alessandro de Rossi, diretor de vendas aftermarket A Midac levou toda a sua gama de baterias a Paris, numa altura em que “o mercado português está a crescer depois de ter passado por algumas dificuldades”, analisa Alessandro de Rossi. Com uma presença forte nos ligeiros, agora a Midac quer crescer também nos pesados, com uma oferta de baterias muito sofisticada para camiões. “O objetivo é fechar, em breve, um acordo com um especialista de pesados em Portugal para a disfribuição dos nossos produtos”, explica o responsável. E aí sim, garante, podem pensar em dar mais um passo importante no crescimento da marca no nossos país. NTN-SNR José Hernandez, diretor de vendas aftermarket ibérico A NTN-SNR aproveitou a feira de Paris para lançar uma nova gama de correias de acessórios, uma família de produto em
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franco crescimento graças às exigências tecnológicas cada vez maiores dos automóveis. O lançamento desta gama foi feito no ano passado na Automechanika, mas agora o número de referências passa de 300 para 700. Jose Hernandez sublinha também o importante investimento na logística, que vai estar operacional já em janeiro. “Até aqui a expedição era feita
para todos os produtos e todo o grupo a partir do mesmo local, mas agora tudo o que é aftermarket vai funcionar de forma independente em Lyon, passando de um serviço subcontratado para um serviço próprio. Isso vai tornar o processo mais eficiente e rápido, permitindo uma melhor taxa de serviço”. Para o próximo ano a NTNSNR está também a delinear um programa
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de formação por módulos “para dar resposta aos muitos pedidos que temos do mercado”, explica o responsável. Ruville Alfredo Vallejo, responsável de contas internacionais A Ruville não trouxe produtos novos a Paris, mas aproveitou o certame para divulgar o alargamento das gamas que já tem. “Destaque para a nova gama de kits de correias, um mercado que está a crescer consideravelmente também graças às novas tecnologias e à quantidade cada vez maior de acessórios que os carros (mesmo os mais pequenos) têm”, explica Alfredo Vallejo, da Ruville. A marca está a crescer com todos os clientes e, em Portugal, “temos um mercado muito interessante porque, apesar de ser pequeno, a faturação é muito boa”, sublinha. Isto também porque “existe muita confiança nos nossos produtos e os clientes com quem trabalhamos beneficiam também de programas de formação muito completos. Este é um dos segredos para responder à forte concorrência que existe no mercado”, explica o responsável pelas contas internacionais da empresa. Sogefi Damien Martin, diretor de vendas para Portugal Uma das grandes inovações da Sogefi na Equip Auto foi a apresentação da nova embalagem para os filtros de ar que garante 15% menos volume, algo muito importante se pensarmos em grandes stocks. A inovadora embalagem da Sogefi é totalmente transparente, 100 % reciclável sendo feita em plástico polipropileno de 50 micron. O
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mesmo material é utilizado para a etiqueta que permite a reciclagem mais rápida e mais eficiente. “É uma embalagem mais fácil de usar também e acaba com os enganos uma vez que é possível ver o produto lá dentro. O nosso objetivo é também a inovação e fazer diferente dos nossos concorrentes”, explica o novo responsável de vendas para Portugal. A marca continua a sua estratégia de crescimento e de organização do negócio, agora com um novo responsável para Portugal: Damien Martin. “O objetivo é desenhar uma forte estratégia de mercado para Portugal, que é muito interessante para nós por ser muito organizado e tocar todos os canais de distribuição”, explica Damien Martin, que não esconde que toda esta aposta em Portugal é para que a Sogefi seja líder em todas as frentes, desde os ligeiros até aos pesados, com a Sogefi Pro, aplicando todos os conhecimentos que tem do primeiro equipamento. A Sogefi vai também continuar a apostar forte nas formações e no marketing. Wolf Jesse Claessens, gestor de marca A Wolf, que partilha o stand com a Champion (ambas do mesmo grupo), foi à Equip Auto não para mostrar nenhum produto novo em particular (são vários os que a empresa de lubrificantes vai lançando no mercado ao longo do ano), mas para mostrar a sua imagem e procurar novos mercados. Em Portugal a Wolf é distribuída pela Civiparts, um parceiro que tem ajudado a fazer crescer a marca belga no nosso país. “No ano passado crescemos 20% e este ano estamos a crescer 15%”, sublinha Jesse
Claessens, gestor da marca. “A Wolf mudou recentemente de imagem e agora estamos na fase de consolidar a marca num mercado difícil, onde há muita concorrência”, acrescenta. E agora a marca vende já também em Angola e segue-se o Brasil, com o apoio do Grupo Auto Sueco, muito forte em ambos os países. Mas Jesse Claessens tem números curiosos sobre o mercado nacional: “Se pensarmos que Portugal tem 10 milhões de habitantes e analisarmos o consumo de óleo por habitante, Portugal é um dos nossos principais mercados”. ZF Carla Mir, diretora de marketing ibérica A ZF apostou forte na Equip Auto, com a presença das suas quatro marcas: ZF, Sachs, Boge e Lemförder. Carla Mir, responsável de marketing para o mercado ibérico admite que “o mercado português está complicado, mas montámos uma boa estratégia que nos permitiu, ainda assim, crescer este ano. Temos o negócio muito bem definido com as nossas marcas”. É o caso da Sachs, muito forte nas embraiagens ou da Boge nos amortecedores. Já nos pesados as vendas da ZF estão mais estagnadas. A estratégia passa por “sermos cautelosos e pensarmos bem nos passos que vamos dar e onde vamos gastar o nosso dinheiro. Na situação atual a nossa aposta está na ajuda à distribuição, mas também a comunicação e a mensagem que queremos passar é a da qualidade comprovada dos nossos produtos. Isso hoje é mais importante do que o preço que, também nas nossas marcas, tem baixado”, acrescenta Carla Mir.
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Processo HP. Pinte mais carros, use menos energia Quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam na mesma. O HP PROCESS™ com Tecnologia AIR-DRY da SherwinWilliams Automotive Finishes combina a simplicidade da pintura automóvel de antigamente com as tecnologias inovadoras do futuro. O HP Process™ seca a temperaturas ambiente (20-25º C). Isto reduz, de forma significativa, as necessidades energéticas ao eliminar a necessidade de ciclos de cozedura a altas temperaturas para atingir um tempo de secagem rápido. É agora possível ir ao encontro dos objectivos dos ciclos de tempo de hoje e reduzir a utilização dos preciosos combustíveis fósseis.
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HP Process™ é um processo de pintura automóvel patenteada que recebeu inúmeras certificações de fabricantes de automóveis OEM. O HP Process™ foi criado para produzir um acabamento que esteja preparado para lixar e polir em 1 hora ou menos. Estes são os tempos de secagem mais rápidos na indústria. Através de um grande investimento em pesquisa e desenvolvimento, a Sherwin Williams foi capaz de alcançar estes resultados inovadores, dispensando a utilização de equipamentos UV, estufas e combustível. Os resultados são a flexibilidade, rapidez e conforto associado aos produtos do passado combinados com a durabilidade e a qualidade intransigente dos produtos do futuro. O HP Process™ não tem apenas impacto no ambiente reduzindo as pegadas de carbono, mas tem também impacto nos resultados finais ao ajudá-lo a pintar mais carros. Visto que o Verniz HPC15 apenas necessita de temperatura ambiente para chegar a um tempo de secagem de 15-20 minutos, não há necessidade de tempo de paralisação associado com a elevação gradual ou diminuição de temperatura.
De que modo a eliminação dos ciclos de cozedura afecta a sua conta de electricidade? O HP PROCESS™ usa a Tecnologia de AIR-DRY da Sherrwin-Williams o que permite desligar o aquecimento e reparar os automóveis mais rápido do que nunca antes visto! Como as contas de electricidade continuam a subir, o HP Process™ baixa drasticamente o consumo e é dinheiro que poupa.
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Como transformar uma oficina de pequenos arranjos em algo de lucrativo? O HP Process permite arranjos no mesmo dia. Visto o HP Process não necessitar de cozedura a altas temperaturas, qualquer espaço da oficina poderá ser convertido num centro de pequenas reparações.
pressão para distribuir igualitariamente as cores metálicas /mica e para homogeneização. Deixar que a última demão seque até se conseguir passar o dedo sem remover a camada de tinta. O tempo deve ser de 10-15 minutos a 25º C.
HP Process: Da primeira demão ao brilho em 1 hora ou menos! Como realizar:
Aplicar uma camada húmida dupla de Verniz HPC15 sem intervalo entre demãos. O HPC15 fica preparado em 25 minutos a 25º C. Lixar e polir com suavidade, se necessário.
Passo 1 Uma reparação bem sucedida requer um trabalho preparatório de qualidade - Não poupe em tempo para fazer bem!
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Passo 5 Adicione os seus toques finais e está pronto a ser entregue ao cliente
Aplicar 2-3 camadas de Primário de Alto Desempenho usando o Redutor de Velocidade SR15, sem intervalos entre demãos Esperar 15 minutos a 20°C antes de lixar.
Passo 3 AWX® À Base de Água Aplicar 1-3 camadas medianamente húmidas até atingir a opacidade desejada, deixando que cada demão seque até que a mão deslize. Um secador de ar venturi pode ser usado para ajudar a acelerar os tempos de secagem das demãos. Uma vez atingida a opacidade desejada, use uma camada de acabamento a baixa
Rua da Argila 282-286 4445-027 Alfena Tel. +351229689139 Fax. +351229684225
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Contrafação. Um grande problema do aftermarket A contrafação de peças e componentes é um grave problema que afeta sobretudo os construtores de peças para automóveis e, por inerência, toda a cadeia de distribuição. TEXTO Paulo Homem
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problema da contrafação não é novo mas nem por isso é um tema que esteja sempre em cima da mesa. Em Portugal não existem registos de que seja um problema para os operadores de aftermarket, mas todos eles sabem bem que os seus fornecedores enfrentam uma forte ameaça dos produtos contrafeitos, originários não só dos países asiáticos, mas também da própria Europa. Com as vendas online o risco de comprar peças falsas ou contrafeitas é grande, e os próprios construtores argumentam que é muito difícil pela simples observação da caixa e da peça concluir que estamos em presença de uma falsificação. Para se ter um pouco a noção deste problema, a Schaeffler, reconhecido construtor na área dos rolamentos, destruiu recentemente 26 toneladas deste componente que era falso ou contrafeito. “A pirataria de produtos e marcas não é só um fenómeno asiático ou do sudoeste da Europa”, diz Ingrid Bichelmeir-Böhn, responsável da equipa de proteção de marca global na Schaeffler, que explica ainda que “nos mercados europeus existe um incremento de falsificações de produtos industriais relevantes para a segurança, como são os rolamentos”. De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), segundo informação da TRW, os produtos falsificados representam entre 5 e 7 % do comércio global total. As estimativas sugerem que os custos da contrafação na indústria automóvel global ascendem a valores entre os 5 e os 10 mil milhões de euros por ano. Para combater este tremendo problema foram tomadas diversas medidas. Por exemplo, as principais marcas mundiais de rolamentos têm uma Associação Mundial de Rolamentos, que disponibiliza um site com muita informação sobre este tema das falsificações, e que poderá consultar em www. stopfakebearings.com. Código bi-dimensional Em finais de 2012, a TRW Automotive Aftermarket anunciou (a exemplo do que muitos outros construtores de peças fizeram) que cerca de 85 por cento dos produtos que forneceu em 2011, têm agora um código matriz bi-dimensional (2D) nas etiquetas das embalagens, o que representa só por si um enorme avanço na luta da indústria contra a contrafação de produtos.
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Uma peça de contrafação não beneficia sequer das primeiras fases de I&D e só é testada no mercado, pela primeira vez, num verdadeiro acidente Através de um simples ato de leitura das etiquetas, este processo permite a rastreabilidade da peça, assegurando que os clientes da TRW podem ter a inteira confiança na peça que se encontra no interior da embalagem selada. Cada etiqueta de produto 2D é única e contém tanto o lote como o número de série. Isto significa que através da etiqueta, a embalagem pode ser rastreada até à pessoa que imprimiu a etiqueta, bem como a hora e o local da impressão. Todas as etiquetas respeitam a atual legislação relativamente à informação sobre a compra. Os códigos nas etiquetas são digitalizados com um PC e scanner ligados à Internet, ou através de telemóvel. Se o código, quando lido, corresponder à informação guardada no centro de processamento central “TecIdentify”, alojado pelo TecCom – é porque é genuíno. Caso contrário, é feita uma advertência.
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TecIdentify A TecCom e a TecDoc têm tido um papel relevante no combate à pirataria de peças. Preocupados com este tema os fabricantes de peças uniram-se numa campanha de combate à contrafação e lançaram a MAPP, Manufacturers Against Product Piracy (fabricantes contra a pirataria de produtos). Trata-se de um código DataMatrix que atribui a cada produto um número de identificação exclusivo a nível mundial. A plataforma da Internet TecIdentify compara o código MAPP no artigo com as informações guardadas numa base de dados protegida que identifica imediatamente as peças originais. Como autenticar um código MAPP? O Código MAPP já está disponível no Catálogo TecDoc. Desde a versão 03-2012 que a TecDoc disponibiliza no seu catálogo electrónico de peças (versão DVD ou WEB) um novo critério de informação adicional sobre o artigo pesquisado.
Diversos construtores líderes da indústria iniciaram este processo em 2008 para combaterem a contrafação de peças, de acordo com o código de prática dos Fabricantes Contra a Pirataria de Produtos (MAPP) e em consonância com as recomendações efectuadas pela CLEPA.
Trata-se da indicação “Código MAPP existente”. Sempre que surja esta indicação na ficha da peça pesquisada, tal significa que a autenticidade dessa peça pode ser verificada após a sua aquisição na página da Internet www.tecidentify.com Os fabricantes seguidamente indicados já marcam toda a sua gama de produtos, ou linhas de produtos selecionados, com o código MAPP: ATE/Continental, Bosch, Federal-Mogul, GKN, MAHLE, MANN+HUMMEL, Schaeffler e TRW. Nos próximos meses o código MAPP irá passar a ser utilizado por muitos outros fabricantes de peças e componentes.
Perigos da contrafação Existem muitos riscos e perigos associados à contrafação, com consequências que afectam todo o espectro económico: o consumidor, os profissionais do sector automóvel (distribuidores de peças e oficinas de reparações), a indústria automóvel, a sociedade e os governos.
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O risco para os consumidores é, de longe, maior do que estes têm noção. Tendo em consideração que as peças para automóveis contrafeitas não são produzidas em condições que garantam a sua segurança, não são sujeitas a testes e não seguem os rigorosos processos dos fabricantes, muitas destas peças têm um impacto direto na segurança, como é o caso dos travões, amortecedores, direção e pneus. Uma só peça contrafeita poderá causar um acidente que, por sua vez, pode custar vidas. No entanto, e deixando de parte as considerações sobre segurança, os consumidores pagam frequentemente o preço de comprar peças contrafeitas através do consumo excessivo de combustível, da redução dos níveis de desempenho e da redução do tempo de vida útil da peça. Um exemplo simples, consideremos que a mão-de-obra de uma reparação equivale a 50% do seu custo total; assim, mesmo que a peça contrafeita custe metade do preço de uma peça autêntica, o consumidor continua a perder, pois a peça contrafeita tem uma vida útil reduzida. Além disso, as peças produzidas por grandes fabricantes de peças para automóveis são o resultado de um grande investimento na investigação e desenvolvimento (I&D), com vista à optimização do desempenho e do consumo de combustível, em linha com as regras de segurança e de proteção ambiental. Uma peça de contrafação não beneficia sequer das primeiras fases de I&D e só é testada no mercado, pela primeira vez, num verdadeiro acidente. O consumidor não tem conhecimentos suficientes para poder avaliar a qualidade de uma peça. Para garantir a segurança do consumidor, é essencial que este esteja protegido por um ambiente regulamentado pelas autoridades legislativas. Existem muitas situações em que o consumidor pode agir com total confiança. A medicina é apenas um exemplo: os médicos e farmacêuticos garantem, eles próprios, que cada consumidor recebe a medicação correta. A indústria alimentar também está regulamentada para evitar quaisquer
acidentes. Mas as peças para automóveis ainda não possuem a regulamentação adequada para proteger o consumidor dos abusos. A contrafação também é um elemento prejudicial para o crescimento económico da indústria automóvel, pois esta perde quota de mercado para o mercado paralelo e o mercado negro. A nível económico, os resultados são a perda de postos de trabalho, a redução da produtividade e a perda de receitas nos países afectados.
Para além dos aspectos económicos e de segurança deste problema, as peças de baixa qualidade podem aumentar a poluição. A Europa está a lutar por uma redução de um por cento das emissões de dióxido de carbono nos 15 milhões de veículos novos vendidos todos os anos, enquanto, simultaneamente, corre o risco de aumentar o consumo de combustível numa frota de 200 milhões de veículos, entre um e dois por cento, devido à aplicação nos veículos de peças de substituição contrafeitas.
O exemplo da MS – Motor Service A MS – Motor Service desenvolveu também a sua forma de combater a pirataria. O facto de ser uma marca que fabrica produtos elétricos, logo mais técnicos e como tal mais sujeitos a cópias, torna esta empresa bastante sensibilizada para este tema. Assim, a marca que comercializa as peças da Pierburg e da Kolbenschmidt, introduziu a lógica dos seis elementos de segurança. O primeiro é a cor da nova embalagem em azul
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escuro profundo, o segundo é a embalagem específica para cada uma das marcas, o terceiro é a Etiqueta com selo de fecho, a quarta é um Holospot (de quatro dígitos) com código de matriz 2D, o quinto é o código de segurança da MS (legível apenas com uma lupa) e, por fim, o sexto, que é o código de matriz 2D completo. Ver mais informações aqui: brandprotection.msmotor-service.com/pt/
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Estudo. As marcas mais reconhecidas pelos consumidores Na edição passada mostramos-lhe os resultados do segundo estudo TURBO/TURBO OFICINA relativo aos hábitos dos consumidores finais na sua relação com a manutenção automóvel. Foram 200 os inquiridos e deixamos para esta edição a divulgação das marcas mais reconhecidas dos consumidores finais que responderam ao inquérito online. A metodologia foi simples: uma pergunta aberta “Qual é a primeira marca de que se lembra quando se fala de redes de oficinas, baterias, lubrificantes e pneus?”. Conheça os resultados e as reações dos vencedores. Perguntas 1 Qual a importância de ser a marca mais reconhecida pelos consumidores? 2 Quais acredita terem sido as principais causas da escolha dos consumidores? 3 Qual a estratégia que a sua marca segue para chegar ao consumidor final? 4 Qual o papel da comunicação para este resultado? 5 Que estratégia vão seguir para se manterem no “top of mind” dos consumidores?
Ricardo Kendall Respostas 1 É muito gratificante após 12 anos de trabalho chegarmos a esta posição. A importância prende-se com o reconhecimento dos consumidores, o que é um espelho do grande esforço que fizemos no recrutamento de pessoas especiais e com um potencial de crescimento acima da média, na formação das nossas fantásticas equipas, no controlo de gestão, etc… 2 Acima de tudo acredito que está relacionado com a qualidade do nosso serviço, das nossas pessoas, acredito também
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que as localizações/conveniência sejam um fator importante. Por fim, a transparência é também importante num setor que é atualmente pouco transparente. 3 Temos vindo a comunicar bastante com os nossos clientes com várias acções de CRM e bastante ao nível da rádio, com atuais e futuros clientes. 4 Investimos muito em rádio, que é um canal importante para nós e já fizemos uma vez televisão para o lançamento da Revisão Oficial. Vamos manter a mesma orientação, mas mais atentos à internet, que vai crescer. 5 Vamos continuar a fazer o nosso trabalho profissionalmente com grande transparência e vamos continuar a apostar no nosso mais importante recurso, que são as pessoas.
Amilcar Nascimento Respostas 1 É sempre com grande satisfação que se recebe uma notícia deste tipo, pois é a confirmação de que todas as ações foram bem aceites e compreendidas por todos os intervenientes e que se conseguiu passar essas mensagens para o cliente final, com excelentes resultados para todos. Esta é uma situação reconfortante mas ao mesmo tempo de uma grande responsabilização em termos
futuros para manter a marca nos mesmos níveis de aceitação. 2 A marca TUDOR está presente no mercado português desde Julho de 1920 e uma das regras base da empresa foi de que todos se deviam concentrar na melhor forma de servir os consumidores. Esta é uma regra que tem passado ao longo de gerações e que temos sempre presente. O facto de ser um produto que sempre apresentou e continuará a apresentar os mais altos padrões de qualidade e, ao mesmo tempo, a acompanhar e a participar ativamente no desenvolvimento de novas tecnologias de forma a satisfazer as necessidades de energia dos veículos automóveis, também tem um forte contributo, além de ser uma marca com uma forte presença junto dos consumidores, e por fim do empenho de todos os que partilham da cultura TUDOR e procuram sempre o melhor para os seus clientes. 3 Como digo na pergunta anterior não é uma questão de estratégia mas sim uma forma de estar, ou seja, procurar sempre encontrar a melhor forma de responder corretamente às necessidades dos consumidores e oferecer sempre as melhores opções. Eles irão darnos o reconhecimento que merecemos. Logicamente que o facto de termos uma rede de distribuição muito forte e muito próxima do cliente final ajuda nesta missão. 4 A comunicação é sempre importante e ajuda-nos a manter a marca ativa junto dos distribuidores e ao mesmo tempo a informar o cliente final das opções que existem para as diferentes necessidades de energia dos seus veículos. 5 Conforme já referi, não é uma questão de estratégia mas sim de forma de estar no mercado pelo que iremos continuar com a máxima concentração na melhor forma de servir os consumidores, continuando a desenvolver ações que possam proporcionar aos nossos distribuidores ter sempre a melhor resposta para todas as necessidades de energia apresentadas pelo consumidor final, dando-lhes a melhor formação e disponibilizando-lhes os melhores
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produtos e as mais recentes tecnologias acompanhando assim o que de melhor se faz a nível de equipamento original.
Ricardo Martins Respostas 1 A estratégia de comunicação da Continental segue o objetivo de qualquer marca, independentemente do setor de atividade, que é estar no “top of mind” dos consumidores. É uma luta constante trabalhar neste sentido, dado que a notoriedade junto dos consumidores é um grande facilitador da transmissão da nossa mensagem e permite estabelecer uma relação próxima com os nossos clientes. 2 Uma comunicação coerente e consistente, sustentada em três caraterísticas do produto que permitem posicionar a Continental como uma marca com boa reputação: a Segurança a Qualidade e o Desempenho dos pneus Continental. Estas são caraterísticas que os Consumidores tendem a valorizar cada vez mais. Para além de toda a componente tecnológica, transversal a todo o processo de investigação, desenvolvimento e fabrico, bem como a componente ecológica e o respeito pelo meio ambiente. Todos estes atributos têm sido sustentados e comunicados. A integração de todos estes factores contribui para o resultado deste estudo. 3 No que se refere à estratégia de Marketing a Continental aposta numa comunicação nos meios tradicionais aliada a uma forte componente de E-business, aliada a uma cada vez mais forte presença no ponto de venda, temos como foco de acção criar valor acrescentado. Todas estas áreas de comunicação têm de estar integradas para produzir no consumidor final um efeito de memória. Comunicar os valores e os produtos de forma coerente ajuda a reforçar o processo de fidelização. Em termos de
patrocínios, a Continental tem estado sobretudo associada aos campeonatos Europeus e Mundiais de Futebol, algo que nos permite criar fortes ligações com o consumidor final por ser uma plataforma de comunicação transversal e abrangente. Por outro lado, temos seguido uma política de promoção de ações nos pontos de venda, campanhas publicitárias, comunicação com os media e acções de relações públicas. 4 Tudo começa por acreditarmos no que comunicamos. De nada serve termos um bom produto se as pessoas não o souberem. Na Continental sabemos que temos produtos com ótimo desempenho, mas é preciso dá-los a conhecer aos potenciais clientes/ consumidores para que estes possam usufruir deles. Esse é o papel fundamental da comunicação: dar visibilidade ao produto Continental associado a um conjunto de atributos e caraterísticas que lhe são inerentes e que permitem que a marca se posicione no topo da cadeia: a qualidade, a segurança e o elevado desempenho. 5 O desafio da Continental é manter a liderança da marca junto dos consumidores. E tendo por base a estratégia atual, continuaremos a trabalhar para manter os níveis de reconhecimento da marca, o que nos permitirá sem dúvida continuar a crescer ao nível das vendas, rentabilidade e notoriedade no mercado nacional. Sabemos que temos que continuar a ser inovadores, a aprimorar as nossas apostas e sempre atentos às necessidades e desejos dos consumidores.
Margarida Santos Respostas 1 Temos como missão ser a melhor marca de lubrificantes do mundo. Para tal, a Castrol tem pautado a sua atividade pelo desenvolvimento dos produtos tecnologicamente mais avançados, respondendo às crescentes necessidades dos novos motores dos automóveis. É
para nós muito gratificante receber este reconhecimento e esperamos, com isto, envolver cada vez mais consumidores na escolha do lubrificante correto para cada motor. 2 A marca Castrol tem uma experiência de mais de 100 anos na área dos lubrificantes, desenvolvendo produtos que proporcionam a mais elevada performance e proteção para veículos automóveis. O reconhecimento desta mais-valia materializa-se nas alianças estratégicas que a Castrol estabeleceu e mantém com alguns dos principais construtores automóveis que recomendam Castrol, como a Audi, BMW, Ford, Honda, Jaguar, Lamborghini, Land Rover, Volkswagen, Volvo, entre outras. Estes veículos recomendam ou utilizam no seu primeiro enchimento de fábrica a marca Castrol Edge. É esta reputação e confiança nos produtos Castrol que está na base da escolha dos consumidores. 3 Os nossos produtos ultrapassam os desafios mais exigentes do desporto automóvel e são testados nas condições mais extremas para proporcionar o melhor desempenho do motor. Este desenvolvimento tecnológico é feito em coengenharia com as marcas referidas. São estes valores de performance, rigor, excelência e paixão que continuamente colocamos em todos os momentos de comunicação com os nossos consumidores, quer diretamente através de campanhas de meios ou divulgação de promoções e passatempos, quer através dos profissionias das oficinas, elementos cruciais de comunicação junto dos consumidores. 4 O plano de comunicação delineado pela marca tem, obviamente, um papel crucial para chegar ao consumidor final, reforçando continuamente os nossos valores e as recomendações dos construtores de automóveis e conferindo credibilidade e confiança. Também reforçamos a notoriedade através do Futebol, sendo um patrocinador habitual dos Campeonatos Europeus da UEFA e Campeonatos Mundias da FIFA. Foi neste âmbito que tivemos Cristiano Ronaldo como embaixador da marca até ao ano passado. 5 A escolha do lubrificante correto para cada motor é crucial para o adequado funcionamento do veículo e é aí que a Castrol consegue diferenciar-se, valendo-se da reputação da sua marca, do contínuo investimento em pesquisa e desenvolvimento e das recomendações dos fabricantes automóveis. É essa a estratégia que continuaremos a seguir. Para isso, continuaremos a investir em comunicação que envolva o consumidor nesta categoria de produtos e que o faça sentir, cada vez mais, a confiança que os fabricantes automóveis têm na marca Castrol. novembro 2013
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ANECRA. Conheça o mapa da reparação automóvel em 2012 A Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel divulgou os resultados do “Inquérito de conjuntura 2012” – um estudo que carateriza o mapa da reparação automóvel portuguesa no ano transato. Foram validadas 158 respostas, todas diretamente recolhidas no site da ANECRA, por fax e através de RSF, após distribuição por correio. O documento indica um crescimento do número de empresas com ligação a uma rede e revela também que a maior parte delas tem mais de dez trabalhadores. Pode conferir todos os resultados nos gráficos que seguem. FONTE ANECRA
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oi perguntado às empresas em que categorias se situariam: Reparador Autorizado de Marca, Independente ou Independente com Ligação a uma Rede. Aqui, são considerados reparadores autorizados de marca de automóveis ligeiros, motociclos, viaturas pesadas e máquinas agrícolas ou industriais. Os resultados indicam que 73% dos respondentes são reparadores independentes
e que, destes, 17% (um valor que tem vindo a subir ao longo dos anos) estão ligados a uma rede. Em 2004, ano em que se iniciou este inquérito no formato atual, estas empresas representavam apenas 5%. É ainda possível observar que 27% dos respondentes são reparadores autorizados de pelo menos uma marca. Estes dados revelam, assim, que o número de empresas com ligação a rede está a subir.
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estas tabelas pode analisar a distribuição de empresas de acordo com os valores de preço/hora praticados, no final de 2012, IVA não incluído. As empresas foram divididas nos seguintes grupos: até 20€; entre 20 e 25€; entre 25 e 30€; e mais de 30€. O gráfico demonstra que, em 2012, houve ainda um número significativo de empresas independentes a praticar um preço/ hora inferior a 20€. As empresas independentes dividem-se mais ou menos equitativamente pelos três primeiros intervalos, ao passo que os reparadores de marca se encontram maioritariamente no último intervalo (61%). Nas empresas inquiridas, foi também possível encontrar os valores médios do preço/hora.
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ace a 2011 os reparadores independentes subiram no grupo intermédio (empresas entre 6 a 10 trabalhadores) e baixaram nos restantes. Os reparadores de marca diminuíram no último grupo (mais de 10 trabalhadores) e aumentaram no grupo intermédio. Os resultados apontam para valores médios de 6 trabalhadores nos reparadores independentes (7 em 2011) e de 23 trabalhadores nos reparadores de marca (24 em 2011).
E Deste inquérito foi também possível apurar que 22% dos reparadores de marca inquiridos tinham já aumentado, ou mostravam intenções de aumentar, o preço/hora durante o ano de 2013. Estas empresas apontaram um aumento médio de 2,4%. Relativamente aos reparadores independentes, 20% das empresas aumentaram ou mostraram intenção de aumentar o preço – hora em 2013, num valor médio de 7,7%.
sta é a distribuição de empresas de acordo com a faturação mensal média de 2012. Também aqui os valores não incluem IVA. As empresas foram divididas em 5 intervalos, de acordo com a sua faturação mensal média: até 5000€; entre 5000 e 10 000€; entre 10 000 e 25 000€; entre 25 000 e 50 000€; e mais de 50 000€. Ao contrário do ano anterior, onde os reparadores independentes se encontravam com maior incidência no 3.º grupo (entre os 10 000 e os 25 000€), em 2012 encontram-se na sua maioria no 2.º e 3.º grupos. Os reparadores de marca ocupam na quase totalidade os dois últimos intervalos, o que se mantém desde 2007.
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is a distribuição de empresas de acordo com o número médio de obras abertas por semana, em 2012. Foram divididas em quatro grupos, por número de obras abertas semanalmente. Os independentes ocupam principalmente os dois primeiros intervalos, ao passo que os reparadores de marca ocupam predominantemente o terceiro. Ambas as situações acontecem já desde 2008. No entanto, assistiu-se a um aumento de empresas nos primeiros grupos. Os reparadores independentes baixaram no terceiro grupo e aumentaram no primeiro. Os de marca aumentaram nos dois primeiros grupos e baixaram nos dois últimos. Os reparadores independentes apresentaram uma média global de 1120 obras em 2012 (menos 8% em relação ao ano anterior). Os reparadores de marca apresentaram uma média global de 3707 obras em
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2012 (também menos 8% em relação ao ano anterior). Pode também ver a distribuição de empresas de acordo com a taxa média de ocupação da oficina, em 2012. Também aqui as empresas foram divididas em 4 grupos, conforme o valor percentual de taxa de ocupação da oficina. Os independentes situam-se tipicamente no 2.º e no 3.º intervalo. Os de marca estão em maior número no 3.º e subiram nos dois primeiros grupos de uma forma muito significativa, baixando nos dois últimos, isto em relação a 2011. Os reparadores independentes subiram no 3.º grupo, em prejuízo do último. De assinalar que 51% dos reparadores independentes e 45% dos reparadores de marca, têm taxas de ocupação inferiores a 50%. Quando o ideal seria ter taxas de ocupação próximas dos 100%, estes valores são extremamente baixos e preocupantes.
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ais de metade dos reparadores de marca e dos reparadores independentes assinalaram os atrasos nos recebimentos e a reparação clandestina como as duas maiores dificuldades. Os reparadores de marca assinalam também muito a falta de clientes, ao passo que os reparadores independentes demonstram preocupação com os custos da gestão ambiental. Desde que este inquérito é feito nos moldes atuais (a partir de 2004), a dificuldade “reparação clandestina” ocupa pela primeira vez os lugares cimeiros para reparadores de marca e reparadores independentes. A ANECRA agradece a colaboração de todos os que contribuíram no preenchimento deste inquérito e lembra que este artigo é apenas uma síntese dos resultados obtidos.
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Filtros de partículas. Tudo o que precisa de saber
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TEXTO Miguel Antunes* * Formador TTT – Tecnhical Training Team
É um dos elementos mais importantes nos carros a gasóleo, com uma redução drástica do impacto ambiental dos motores. É importante conhecer bem o seu funcionamento e problemas mais comuns para evitar surpresas desagradáveis. O que são? Os filtros de partículas têm o objetivo de remover partículas de gasóleo ou fuligem dos gases de escape, resultado de uma combustão a diesel. Estes dispositivos são parte integrante das linhas de escape de todos os veículos a diesel fabricados aos dias de hoje. É estrategicamente construído com um núcleo sólido em cerâmica, composto por inúmeros canais com a configuração de favo de mel ou outros semelhantes. Este labirinto de canais perfurados microscopicamente permite à retensão dos elementos nocivos que serão posteriormente incinerados por um processo de regeneração. É um sistema controverso. Veio por um lado acarretar uma despesa por parte do comprador devido à sua manutenção mas
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por outro lado ajudar na diminuição de gases poluentes para a atmosfera. História Os filtros de partículas, também conhecidos como DFP (Diesel Particulate Filter) ou FAP (Filtre à Particules) têm sido utilizados em veículos industriais desde 1980 e em automóveis desde 1985. Em Portugal, os veículos comercializados começaram a equipar DFP/FAP a partir do ano 2000. Historicamente, ligeiros e pesados com emissões de motores a diesel não foram regulamentados até 1987, até ao lançamento na Califórnia, USA, do primeiro camião pesado com DFP/FAP para limitar as emissões de partículas a 0,60 g/hora BHP.
Desde então, foram introduzidas normas progressivamente mais rígidas para os veículos pesados e motores todo-o-terreno movidos a diesel. Regulamentações semelhantes foram adotadas pela União Europeia, por alguns países europeus, a maioria dos países asiáticos, e o resto da América do Norte e do Sul . Os veículos novos movidos a gasóleo têm, obrigatoriamente, de ser dotados de filtro de partículas desde 2009, de acordo com uma deliberação da Comissão Europeia. Uma obrigatoriedade decorrente da entrada em vigor da norma “Euro 5”, em Setembro de 2009, obrigou a que todas as novas versões diesel de modelos já existentes no mercado tivessem de integrar DFP/FAP a partir de Janeiro de 2011 e a todas as versões
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homologadas a partir de 2010, embora fosse já usado por alguns construtores, principalmente pelo grupo PSA, desde o ano 2000. A partir de 2014 entrará em vigor a norma Euro 6, ainda mais restritiva. A comissão sublinha que a informação relativamente a reparações deverá ser facultada pelos construtores às oficinas independentes, isto porque considera que, só deste modo, será possível manter as performances ambientais dos veículos. Objetivo Os motores movidos a diesel têm vindo a melhorar substancialmente em termos de poluição atmosférica e sonora. Comparativamente ao motor a gasolina, o diesel beneficia do seu elevado rendimento assim como da emissão de menos dióxido de carbono (CO2), monóxidos de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC) não queimados. Todavia este motor de compressão de ar/óleo diesel tem a enorme desvantagem de produzir partículas de combustível não queimadas, assim como de fuligem resultante do efeito “swirl” dos gases de escape. Um filtro de partículas diesel é um elemento que surge na linha de escape, a jusante do filtro de oxidação (catalisador) e a montante do silenciador (panela de escape). Estes DFP/FAP têm como objetivo reter as emissões de fuligem entre os 85% e os 100% e só podem estar montados nos motores diesel de injeção direta, Common rail. Elementos O sensor da pressão diferencial permite à unidade de comando do motor conhecer a taxa de enchimento (estado de carga) do Filtro de Partículas, de forma a determinar as fases de regeneração do filtro. A medição deste componente, situa-se entre a entrada e a saída do filtro de partículas. O sensor de temperatura a montante é montado à entrada do catalisador, medindo a temperatura dos gases de escape antes do tratamento catalítico (este sensor não é utilizado em todas as marcas). O sensor de temperatura a jusante é montado à saída do catalisador e ainda antes do Filtro de Partículas. Mede a temperatura dos gases de escape após o tratamento catalítico. A análise da temperatura permite à unidade de comando do motor saber se o catalisador está a funcionar corretamente. Esta informação é primordial na gestão da regeneração do DFP/FAP. Além das funções clássicas da gestão do sistema de injeção Common rail, a unidade de controlo do motor também gere a regeneração do filtro de partículas. Este, determina a estratégia, o início, o fim da regeneração e comanda todas as ajudas necessárias ao correto funcionamento. A unidade de aditivação (se existente),
Em muitos casos, tem de haver intervenção antes dos prazos mínimos definidos pelas marcas, o que pode atingir custos elevados gere a injeção de aditivo no reservatório de combustível, a quantidade de aditivo restante no reservatório de aditivo e a quantidade de aditivo presente no FAP (Filtro de Partículas). Para assegurar a regeneração do Filtro de Partículas, o aditivo contém hidrocarbonetos que permitem baixar a temperatura de combustão das partículas. Contudo, nem todos os sistemas utilizam aditivo injetado no combustível. Funcionamento O catalisador é o primeiro componente da linha série de escape. Transforma por oxidação os HC em H2O + CO2 e o CO em CO2. Estes elementos não estão considerados como poluentes. O catalisador, montado a
montante do DFP/FAP (Filtro de Partículas) permite também um aumento da temperatura dos gases de escape que será indispensável à fase de regeneração do DFP/FAP. O filtro de partículas Diesel é formado por um núcleo sólido de cerâmica com a configuração de favo de mel, perfurado com canais de dimensões microscópicas. Os gases de escape passam através destes canais, em cujas paredes ficam depositadas as partículas. O Filtro de Partículas tem então a função de diminuir a poluição dos veículos diesel filtrando os elementos sólidos (as partículas) dos gases de escape. As partículas emitidas pelo escape são constituídas por átomos de carbono, nas quais estão fixos e condensados os hidrocarbonetos provenientes do combustível e do lubrificante/óleo de motor. Também podemos encontrar à superfície água e sulfatos. Generalizadamente, estas dão origem a fumos, fuligem e névoas e são provocadas por uma combustão incompleta do gasóleo. Cabe ao filtro de partículas reter através de filtragem, as partículas produzidas pelo novemBRO 2013
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motor, até à sua destruição. Regeneração A acumulação de partículas no filtro iria eventualmente levar ao seu entupimento. Como tal, em todos os filtros, assegura-se a limpeza das partículas retidas através de uma regeneração. Esta, pode-se dar em 2 modos:
Regeneração passiva As partículas são queimadas em contínuo sem intervenção da gestão eletrónica do motor. Quando um veículo circula em autoestrada, a temperatura dos gases de escape atinge uma temperatura na casa dos 350°C - 500°C. As partículas do DPF/FAP são transformadas em CO2 por reação química, num processo lento e contínuo. Regeneração ativa Neste modo, a combustão das partículas é feita graças a uma elevação controlada da temperatura dos gases de escape (600°C-650°C), provocada pela gestão eletrónica do motor. Esta elevação de temperatura permitirá a ‘transformação’ das partículas em CO2. A queima durará o tempo necessário até que as partículas existentes no DPF/FAP sejam eliminadas (geralmente cerca de 10 minutos). Regenerações assistidas por aditivo Existem sistemas que com a ajuda de um aditivo misturado proporcionalmente a cada reabastecimento do depósito de gasóleo, permitem ao DFP/FAP incinerar mais facilmente as partículas retidas nas suas paredes filtrantes. Num funcionamento normal de um motor que circule em condução
urbana, a linha de escape atinge apenas cerca de 150 ° C. Para que um filtro de partículas atinja uma temperatura ideal de incineração acima de 550 ° C são necessários um conjunto de processos. Para aumentar a temperatura dos gases de escape, são utilizadas uma ou duas pósinjeções e, se necessário, o sistema eleva a carga de motor colocando em funcionamento consumidores elétricos. Com esta ação elevamos a temperatura em cerca de 300 ° C, conseguindo assim chegar aos 450° C. Para que a regeneração seja bem-sucedida, é então necessário a utilização de um aditivo por exemplo óxido de cério, CeO2, que permite a colocação do DFP/FAP a uma temperatura superior a 550° C num curto espaço de tempo. A duração média destes filtros de partículas oscila entre os 100.000 kms dos primeiros modelos e 240.000 kms nos últimos modelos. Estas regenerações têm um tempo médio entre os 3 e 10 minutos e são realizadas mais ou menos a cada 400 kms (dependendo do perfil de circulação). São normalmente realizadas a velocidades acima dos 70km/h. Regenerações sem assistência de aditivo Os sistemas que funcionam sem a ajuda de aditivo irão elevar a temperatura de escape com pós injeções. Nestes casos, poderemos ter até 5 pós-injeções. A contrapartida do aumento do número de pós-injeções em detrimento da utilização de aditivo de gasóleo está na demora de finalização da regeneração. Um utilizador que circule habitualmente em circuitos urbanos,
é um utilizador que estará permanentemente a abortar regenerações, levando ao acendimento da luz avisadora de anomalia de motor. O elevado número de pós injeções pode ainda levar ao excesso de gasóleo não queimado na câmara de combustão que poderá, por conseguinte, passar para o cárter de óleo de motor. O resultado é por vezes o acendimento de avisadores de anomalias, o pedido antecipado de manutenção e subida de consumos. Este conjunto de anomalias poderá levar à falência de elementos do sistema de injeção. Para os utilizadores de veículos com DFP/ FAP sem assistência de aditivo existe ainda o contratempo de não poderem desligar o motor antes do término da regeneração, podendo correr o risco de somar um número máximo de ciclos abortados obrigando a uma intervenção técnica com ferramenta de diagnóstico. Regenerações por vaporização de combustível diesel (T.R.U.E. CLEAN – Thermal Regeneration Unit for Exhaust) Por fim, existem também sistemas de DFP/ FAP que utilizam uma injeção de gasóleo suplementar no escape. Esta injeção é feita no coletor de escape, a montante do catalisador de oxidação e do filtro de partículas. O objetivo de todos os sistemas é o de elevar a temperatura da linha de escape, com o intuito de efetuar as regenerações com a maior brevidade possível. Tem também como objetivo elevar substancialmente a temperatura do filtro de modo a que se atinja o ponto ideal de inceneração das partículas. Este tipo de regeneração tem algumas vantagens relativamente aos sistemas comuns: O calor necessário para a regeneração produzse perto do filtro de partículas. Reduzem-se assim as perdas de temperatura por dissipação e por conseguinte o consumo. Este sistema não utiliza aditivos na regeneração. Como produz menos cinzas nas regenerações, aumenta a vida útil do filtro de partículas e, por conseguinte, baixa os custos de manutenção. Esta tecnologia, é essencialmente utilizada em motores que trabalham em condições que implicam baixa temperatura de gases de escape como camiões, máquinas agrícolas, autocarros e maquinaria industrial. No entanto, também é utilizada em veículos ligeiros. Estão ainda preparados para as novas normativas de despoluição Euro 6. Manutenção O benefício ambiental destes sistemas pode ter o dispendioso reverso da medalha da sua manutenção. Em muitos casos, tem de haver intervenção antes dos prazos mínimos definidos pelas marcas. Principalmente quando os utilizadores têm hábitos de condução mais urbana. Estas intervenções poderão atingir custos elevados para o utilizador.
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Carroçarias avançadas. Novos materiais e métodos de fabrico de automóveis As carroçarias são alvo de investigação constante, tanto no que diz respeito ao desenho como aos materiais, com o objetivo de reduzir o peso global do veículo e, em consequência disso, os consumos de combustível e as emissões de CO2. Ainda assim, no seu fabrico são levadas em conta medidas que contribuem para aumentar a segurança dos ocupantes.
TEXTO Noé Rodriguez Gómez
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objetivo prioritário das investigações que os fabricantes levam a cabo para incrementar a segurança dos passageiros perante possíveis colisões é preservar o espaço vital destes. Isso consegue-se assegurando que o habitáculo do automóvel se mantenha indeformável, na medida possível, perante qualquer impacto. Alguns dos critérios mais importantes, para além dos mencionados, na hora de desenhar as carroçarias são a estabilidade aerodinâmica, o conforto, a estética e a redução de emissões poluentes para a atmosfera.
Dentro da complexa tarefa do desenho das carroçarias, existem vários fatores que contribuem para o êxito final, entre os principais o tipo de material utilizado e a sua espessura, o desenho de cada uma das peças, o seu método de fabrico e, por último, as técnicas de união empregues. Todos estes fatores estão relacionados, de modo que o desenho da carroçaria deve considerá-los no seu conjunto. Novos materiais utilizados no fabrico de automóveis A resistência e capacidade de absorção de energia de uma carroçaria autoportante
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Segurança, estabilidade, aerodinâmica, conforto, compromisso ambiental e estética são os critérios de desenho fundamentais dependem, principalmente, do material empregue, da espessura e da forma de cada uma das peças que a compõem. Estes parâmetros definirão o comportamento do veículo perante cargas estáticas e dinâmicas. Cada material tem determinadas propriedades físicas, químicas e mecânicas que o tornam mais ou menos indicado para uma determinada função, dependendo do tipo de solicitações a que vai ser submetido. A variedade de materiais de uma carroçaria é enorme. Os mais representativos são:
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PLÁSTICO Entre as qualidades que o tornam especialmente adequado para a construção da carroçaria está a grande facilidade para a moldagem, a leveza, a grande flexibilidade e a não oxidação. Neste grupo, a tendência mais recente é o plástico reforçado com
100 MPa 300 MPa 430 MPa 1000 MPa Aço de ultra alta resistencia (mais de 1000 MPa)
Diferentes aços da carroçaria do VW Golf VII
fibra de carbono (CFRP), que tem cada vez mais presença. Em alguns casos fabrica-se a carroçaria totalmente neste material. Atualmente está reservado quase só aos veículos de alta gama, mas as suas caraterísticas (elevada resistência e baixo peso) fazem prever que venha a ser um dos grandes protagonistas no futuro próximo. MAGNÉSIO Carateriza-se pela sua extraordinária leveza em relação ao volume (1,74g/cm3), cerca
Os métodos de união melhoram as caraterísticas mecânicas dos materiais
de 33% mais leve que o alumínio e 75% mais leve que o aço, assim como pela sua elevada capacidade para absorver vibrações. As peças de magnésio podem obter-se por fusão ou por forja. Este material já se incorporou na indústria automóvel, em diversos componentes dos motores, na direção e jantes, mas o seu aparecimento na carroçaria é mais recente e constitui um problema devido às elevadas exigências quanto à rigidez. Novos métodos de fabrico de automóveis Dentro do processo de evolução contínua no desenho das carroçarias, os métodos de fabrico desempenham um papel muito importante, elevando as caraterísticas mecânicas dos materiais a níveis que, por si só, não poderiam alcançar. É o caso dos tratamentos térmicos a que se submetem
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Plataforma modular transversal (MQB) do grupo Volkswagen
AÇO É o material por excelência para a construção das carroçarias dos automóveis, mas sob esta designação há várias qualidades, com caraterísticas muito particulares, que propiciam a sua utilização segundo a aplicação. Empregam-se em diversas ligas e com diversos graus de resistência, sendo os aços de alto e muito alto limite elástico os mais recentes e os que estão a ganhar mais protagonismo nas carroçarias. O aço apresenta excelentes caraterísticas mecânicas, rigidez, resistência, aptidão para a mecanização e formatação. A sua obtenção e transformação são também relativamente baratas. ALUMÍNIO Graças à sua relação resistência/peso, é um dos materiais mais indicados para o fabrico total e completo da carroçaria. Consegue-se assim uma redução de peso de até 40% em relação a uma carroçaria em aço, sem perdas da resistência. Outra das suas numerosas vantagens é que, durante o processo de oxidação sofrida pelo alumínio, gera-se quase de forma instantânea uma fina camada impermeável, que não só evita que a oxidação seja um problema, como até oferece autoproteção ao próprio material. Por outro lado, esta opção supõe um grande esforço no desenho, já que os processos de união tradicionais para o aço nem sempre são os mais apropriados para o alumínio e exigem uma nova perspetiva, tanto no fabrico como na reparação.
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reparação Segundo as solicitações, assim se utilizam materiais como o aço, alumínio, plástico e magnésio
espessura distinta para depois se lhes dar a forma pretendida na estampagem. Assim se conseguem peças de diferente grossura e tamanho, poupando peso nas zonas não sujeitas a grandes esforços. Esta técnica melhorou graças aos trens de laminação de espessura variável, com os quais se obtêm peças de diferente espessura, segundo as necessidades, mas sem uniões. Uma das evoluções que cada vez mais fabricantes estão a adotar é o uso de “crash box”, ou caixas de colisão hidroformadas, arrumadas principalmente na zona dianteira. Desempenham a função de absorção, mas com maior eficácia graças ao seu maior comprimento e às zonas de deformação programada que apresentam. Outra novidade no fabrico que a Volkswagen já pôs em marcha em 2012 é a Plataforma Modular Transversal (MQB). Trata-se de uma plataforma flexível dividida em 5 secções básicas, nas quais só uma é invariável (a que vai dos pedais ao centro da roda dianteira). Esta plataforma será comum a todos os modelos pertencentes aos segmentos B, C e D. Esta estratégia busca a standardização como chave para o êxito, reduzindo o tempo e custos de fabrico, aumentando a flexibilidade produtiva e aproveitando as sinergias entre modelos e, inclusive, entre marcas distintas.
Formação a quente
As zonas de deformação implicam aços de diferente grau de dureza e peças de diferentes espessuras
Substituição de peças por intermédio de colagem-encaixe
Tailor rolled blanks ou laminação por medida
os materiais, com o fim de obter estruturas de maior dureza. Por tratamento térmico entende-se o conjunto de operações de aquecimento e arrefecimento, sob condições controladas de temperatura, tempo, pressão, etc. dos materiais ou ligas em estado sólido, para melhorar as suas propriedades mecânicas, especialmente a dureza, a resistência e a elasticidade. Estes tratamentos podem dar-se antes, durante ou
depois do processo de moldagem. Podemos encontrar numa carroçaria peças formadas mediante diversos métodos como a fundição, a extrusão, a estampagem, etc, cada um deles resultando em propriedades diferentes. No caso da estampagem, uma técnica já conhecida é a “tailored blanks” ou estampagem por medida, que consiste em unir, por soldadura laser, chapas de
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Novas técnicas de união de peças As uniões mediante soldadura, nas suas diversas versões, são o principal método de união das peças da carroçaria, sendo a soldadura de pontos por resistência a técnica mais comum. Nos últimos anos outras técnicas ganham terreno, como as uniões coladas, tão ou mais resistentes que as soldaduras, mas com a vantagem de melhorarem o comportamento da estrutura perante ruídos e vibrações, para além de contribuírem para evitar problemas de corrosão. Estas uniões coladas chegaram por via das carroçarias de alumínio, embora seja cada vez mais comum o seu uso como método de união entre peças de aço, como na BMW ou Mercedes-Benz. O elevado nível de investigação a que está submetido o mundo automóvel leva a que todas estas áreas estejam em contínua evolução, dotando os veículos de um nível tecnológico cada vez mais elevado, embora este nível seja proporcional ao valor do carro.
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PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA Marca, Modelo e Versão Prazo/ Quilometragem Características Veículo
BMW3SE1050A: BMW 3 Series F31 Touring 320d 184 5p 48/120000
Potência (cv)
184
Cilindrada (cc)
1995
EuroNCap CO2 124 Transmissão Manual Caixa de Velocidades
6 Velocidades
Carroçaria Carrinha
Manutenção. BMW 320d Touring É cada vez mais comum as marcas oferecerem manutenção programada. Neste caso são cinco anos. Mesmo assim, veja quanto custa a manutenção de desgaste. PARCERIA
E
ste mês trazemos-lhe um exemplo de uma realidade que acontece cada vez mais: a oferta da manutenção programada por parte das marcas. No caso da BMW, com esta Série 3 Touring, a oferta é de cinco anos de manutenção ou 100 mil quilómetros. Por isso, a tabela que lhe apresentamos é ligeiramente diferente das habituais, uma vez que, neste caso, o cliente paga apenas as peças de desgaste. No entanto, para que tenha ideia dos valores, apresentamos os custos do programa de manutenção. Como tal, a fatia maior vai para os pneus, com 2265,77 euros. Os 10 pneus têm um custo de 2119,17 euros, para pneus nas medidas 205/60R16W. A este valor é preciso acrescentar 76,60 euros para as equilibragens, 45 euros para os alinhamentos de direção e 25 euros para as válvulas. As peças de desgaste representam 1867,37 euros. A maior fatia vai para as pastilhas da frente (4), por 636,44 euros. Seguem-se
os discos de trás (363,94 euros), os discos da frente (302,64 euros) e as escovas limpa para-brisas da frente, e 193,78 euros. As pastilhas de trás somam 177,24 euros, enquanto carga do ar condicionado tem um custo de 100 euros. No capítulo das revisões o utilizador ou a empresa não pagam nada (devido à oferta da manutenção programada), mas para que tenha ideia são quatro as trocas de óleo (um cárter de 5,2 litros), com um valor de 26,83 euros por litro, uma vez que é um óleo especial. O filtro de óleo é trocado a cada 25 mil km (15,42 euros cada), a mesma quilometragem de troca do filtro de habitáculo (27,52 euros). Já os filtros ar e combustível são trocados a cada 50 mil km, por 35,49 e 39,70 euros cada, respetivamente. Contas feitas, o valor total imputado ao cliente pela manutenção é de 4642,72 euros num contrato de 48 meses ou 120 mil quilómetros. Isto representa um custo de 3,87 euros por cada 100 km percorridos.
Valor N.º Substituições
Revisões
- €
Mão-de-Obra
- €
[4,36]
Óleo
- €
[4]
Capacidade do carter (litros)
5,2
Tipo de óleo
Especial
Filtro de Óleo
- €
Filtro de Ar
- €
[2]
Filtro de Pólen
- €
[4]
Filtro de Combustível
- €
[2]
Velas
- €
[0]
Desgaste
1.867,37 €
Escovas Limpa Para Brisas Frente
193,78 €
Escovas Limpa Para Brisas Tras
50,01 €
[2]
Pastilhas Frente
636,44 €
[4]
Pastilhas Tras
177,24 €
[2]
Discos Frente
302,64 €
[1]
Discos Tras
363,94 €
[1]
Liquido de Travão
43,32 €
[2]
Correia Distribuição
- €
[0]
Embraiagem
- €
[0]
Carga Ar Condicionado
100,00 €
[1]
Escape
- €
[0]
Bateria
- €
[0]
Amortecedor Frente
- €
[0]
Amortecedor Tras
- €
[0]
Bomba Agua
- €
[0]
Filtro Particulas
- €
[0]
Tarefas Extra
- €
Avarias
- €
Eléctricas
- €
Total
- €
[4]
Pneus
2.265,77 €
Pneus Frente
205/60R16W
Pneus Trás
205/60R16W
Pneus
2.119,17 €
Alinhamento de Direcção
45,00 €
[3]
Equilibragem
76,60 €
[10]
Válvula
25,00 €
[10]
Outros
509,58 €
IPO
27,00 €
Inflação
482,58 €
Ajustes
- €
Custos de Manutenção
Total
4.642,72 €
/100 kms
3,87 €
Combustível
- €
[10]
* Valores sem iva
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ambiente
AMBIENTE
Ricardo Furtado. “As oficinas devem comprar peças usadas aos centros de abate” Em entrevista à TURBO OFICINA, o diretor-geral da Valorcar faz um balanço da criação da rede que gere o desmantelamento de peças e baterias de automóveis e o impacto que a sua atividade teve no setor da reparação automóvel. TEXTO andré bettencourt rodrigues
C
omeçaram por ser quatro, hoje são 80 os centros dedicados ao desmantelamento de automóveis e baterias. Dez anos após a sua criação, é indisfarçável o impacto que a rede Valorcar teve na organização do setor automóvel. Tempo, por isso, para fazer um balanço do que aconteceu e saber mais sobre as novidades que vêm aí, como uma campanha de sensibilização quanto à certificação das baterias e a extensão da atividade da gestora na reciclagem de óleos usados.
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Qual o balanço que faz após a criação da Valor Car? O que ganhou o setor com a ValorCar? Ganhou sobretudo uma estruturação. Começamos a nossa atividade com os VFV e posteriormente alargámos para as baterias. Ao nível dos primeiros havia sobretudo muita informalidade no encaminhamento dos veículos e estes têm uma particularidade em relação aos outros resíduos, que é o facto de terem um registo e uma matrícula associada. Situação que se agravou com o facto de termos
o IUC preso ao registo e não à circulação. Portanto é algo que tem de se ter muito cuidado, quer ao nível do ambiente, quer ao nível administrativo. Com o surgimento da rede Valorcar e com o aparecimento deste subsector, o que se garantiu aqui é que também há uma profissionalização quer do tratamento, quer das garantias que nós oferecemos ao nível do procedimento administrativo no que diz respeito ao cancelamento da matrícula e certificado de destruição. Tudo isso é novo ou era novo face
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ao que nós tínhamos e agora conseguimos dar garantias a quem entrega o carro que na altura não existiam. O setor da reciclagem sempre existiu, sempre se trabalhou com carros, mas o que se procurava era aproveitar os materiais que tinham efetivamente mais-valias financeiras. Nós vamos muito mais longe do que isso, preocupando-nos com peças e o metal, mas garantindo também a reciclagem de outros materiais que não eram de todo reciclados, como vidros, pára-choques e baterias. A introdução da valorcar obrigou a que as oficinas se tornassem mais profissionais? Sim, porque ao estruturar-se o setor de fim de linha, digamos assim, acaba-se por afetar os elos que estavam a montante. Estamos a falar não só dos produtores que colocam os veículos no mercado mas também das oficinas, já que não nos podemos esquecer que grande parte dos VFV que aparecem na rede provém do setor oficinal. São as pessoas que aconselham o cliente no sentido de dizer que o carro A pode ou não pode ser reparado ou se essa reparação se justifica, indicando depois onde o podem entregar e até quais os documentos necessários. Mas nem sempre foi assim. Todos nos lembramos que era prática corrente nas oficinas ter um stock de carros já não circuláveis cujas peças eram depois potencialmente utilizáveis nas reparações de outros carros dos seus clientes. Este é um aspeto que tende a acabar, porque o desmantelamento só pode de facto ser feito nos centros de abate licenciados. Quais as consequências em caso de incumprimento? Podem ser alvo de um auto de fiscalização levantado pelas autoridades competentes, como já aconteceu no passado. A mensagem importante que queremos passar é que as oficinas devem comprar peças usadas nos centros de abate ao invés de manterem um stock de carros usados que poderá resultar em sanções pecuniárias graves. Na sua opinião, qual é a perceção que as oficinas têm da Valorcar? E o consumidor final – percebe a sua importância? A entrega do veículo é inteiramente sem custos e pode eventualmente ser remunerada dependendo do estado do carro. Não há custos para o proprietário do carro e há uma garantia de que todo o processo administrativo de cancelamento da matrícula e do IUC vai acontecer, portanto ele vê benefícios claros, até porque muitos centros fazem também a recolha do carro. No caso das oficinas, admito que possa haver uma interpretação de penalização do setor, no sentido de estar a fechar a porta a algumas margens, mas o espaço físico também é dinheiro e o facto de este setor estar estruturado permite mais facilmente às oficinas encontrarem uma peça que eventualmente não encontrariam, beneficiando de uma rede com todos os contactos associados disponíveis.
E no caso das penalizações? Será que as sanções não são por vezes disparatadas em função da ocorrência? Uma bateria no chão pode resultar numa coima de 15 mil euros… Eu partilho dessa opinião. De que as contraordenações previstas para o setor de ambiente são exageradas. Mas esta situação não se reflete apenas na ação das oficinas. Os centros de abate também são fiscalizados e também são alvo de contra-ordenações quando as coisas não estão bem. Agora, admito que as penalizações são extremamente elevadas para as situações potenciais. Deveria haver mais fiscalização? Nunca é demais, porque ainda continuamos a encontrar situações que não deviam ocorrer, não só no setor das oficinas mas também no próprio abate, em centros licenciados fora da esfera da Valorcar. Temos já dez anos de legislação neste setor e portanto houve mais do que tempo para nos adaptarmos. Quem não o fez revela uma manifesta despreocupação e uma vontade assumida de não fazer as coisas como deve ser. Que impacto teve o fim do Incentivo ao Abate no vosso negócio? Foi um programa que durou dez anos e chegou a representar 30 por cento do número de abates na rede Valorcar, portanto teve um impacto muito grande. Chegamos a abater perto de 90 mil VFV por ano e quando acabou o incentivo descemos para 40/50 mil por ano. No ano passado abatemos 46 mil veículos e este ano estamos já muito perto disso, estimando uma subida de cerca de cinco por cento em relação ao 2012 no final de Dezembro. A média de veículos abatidos por dia deve rondar os 200 veículos. Este é um sinal de que o mercado de usados está a ganhar uma nova importância em Portugal? O que nos sentimos é que nos centros de abate é que, ao contrário do que acontecia há dois/três anos, quando os consumidores mandavam abater o carro porque queriam
comprar um novo ou um usado, hoje as pessoas entregam o carro para não ter mais despesas a nível de impostos, seguros, reparações. Portanto, passamos da lógica da substituição para a lógica de reduzir o número de carros que as famílias tinham, portanto é mesmo entregar o carro para não ter mais despesas, o que se nota é que a pessoa não esta interessada em comprar mais, esta interessada em diminuir as despesas que o automóvel tem. Há novidades a nível legislativo? Não há, mas há uma mensagem que gostava de passar para as oficinas e prende-se com as baterias. Verificamos que há muitas marcas de baterias a serem comercializadas sem estarem registadas na Valorcar. Um importador de baterias que as importe e revenda no território nacional sem ter aderido a um sistema integrado é sujeito a multa mínima de 60 mil euros. E o que nos verificámos num estudo realizado o ano passado nos nossos centros de abate é que 40% das marcas que estão a chegar aos centros não estão ainda registadas. Essa situação foi comunicada à ASAE e estamos já preparar campanhas de sensibilização a esse nível. E na vossa estrutura? Existem mudanças pela frente? Estamos precisamente a licenciar-nos neste momento como gestores de óleos usados com o objetivo de dar uma oferta global aos produtores. Na maior parte dos casos, quem importa um carro está também a importar uma bateria e um óleo, e em vez de ter um contrato para cada uma destas situações, quisemos simplificar a parte administrativa e oferecer um serviço completo: um único contrato, uma única declaração e uma única fatura. Esta é uma decisão que acaba por ser vantajosa para os produtores e para as oficinas porque passam a ter um gestor único onde entregam os carros, as baterias e os óleos usados.
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Valorpneu. Uma década sustentável para o pneu Os dados que dispomos atualmente permitem concluir que a Valorpneu teve um papel meritório na gestão dos pneus em fim de vida. O problema é que são gerados pneus usados a mais do que aqueles que o sistema financia!!! TEXTO Paulo Homem
Números associados à Valorpneu (2003 – 2012) 893.000 toneladas de pneus recolhidos e tratados 50% dos pneus usados foram para reciclagem 23% dos pneus usados foram para recauchutagem 1% dos pneus usados foram para reutilização 25% dos pneus usados foram para valorização energética 1% dos pneus usados foram para aterro Prolongou a vida útil a 7 milhões de pneus 65% (em peso) corresponde a pneus de camião Evitou-se o consumo de matérias-primas e de energia (em 2.000 TJ) 450.000 Euros investidos em I&D 1.600 é o número de produtores aderentes ao SGPU 90 milhões é o total do ecovalor faturado
A
Valorpneu realizou recentemente o seu 11º encontro anual. Um evento que permite fazer o balanço da atividade desta entidade gestora de pneus do SGPU (Sistema de Gestão de Pneus Usados), mas também premiar o desempenho de alguns operadores e atribuir o Prémio Inovação, que tem como objetivo desenvolver novas ideias e soluções para o destino sustentável dos pneus usados em Portugal. Em 10 anos de atividade a Valorpneu recolheu e tratou 893.000 toneladas de pneus usados. Para se ter uma ideia, este valor representa que esta entidade gestora está 12% acima do objetivo legal. A previsão para 2013 é que essa percentagem seja de 13% (já esteve nos 20%), isto é, em vez dos 69.000 pneus usados gerados (66.000 foram colocados no mercado e pagaram ecovalor) vão ser na realidade ser recolhidos mais de 78.000 pneus (nos pontos de recolha). O que para muitas entidades e empresas poderia ser positivo, para o sistema desenvolvido pela Valorpneu pode ser um
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problema. Quer dizer que existe uma falha no sistema (a que a Valorpneu é alheia, pois não é uma entidade fiscalizadora embora possa relatar a falha às entidades competentes) e que muitos pneus que entram no mercado ainda não pagam ecovalor. Desta forma o equilíbrio do sistema está em causa, pois o mesmo devia financiar apenas 100% (nem mais nem menos) do sistema da recolha e tratamento de pneus, pois só tem meios financeiros para tal. Problema A taxa de pneus que entraram em Portugal à margem do SGPU, isto é, que não pagaram ecovalor, é grande. Um ponto de recolha de pneus usados (dos 40 que existem em Portugal licenciados) acaba por receber mais pneus do que aqueles que deveria. Como a Valorpneu só financia os que pagaram ecovalor, os pontos de recolha começam a ficar com pneus em excesso cada vez mais (os tais 13% antes falados). É esta a situação que pode colocar em causa todo o equilíbrio do sistema. Se já não existem pneus abandonados
nas matas há muito tempo em Portugal, o problema deve ser encarado de frente. Os pneus que chegam nos carros em fim-de-vida (do estrangeiro) para serem desmantelados devem pagar ecovalor (e continuam a não pagar na maioria dos casos), mas o problema mais grave são as importações ilegais de pneus (novos e usados), não só porque não pagam ecovalor com não pagam IVA. Para se combater este problema existem já dados concretos. Como a avaliação do volume dos pneus usados é feito em toneladas, sabendo-se o peso específico de cada tipo de pneu e a percentagem que corresponde também a cada tipo de pneu, torna-se fácil em termos de fiscalização saber o que cada retalhista de pneus comercializou de forma legal ou ilegal durante um ano. Com o cruzamento de informação entre as diversas entidades fiscalizadoras do Estado (juntamente com os dados disponíveis também na Valorpneu), pode-se saber atualmente, com alguma facilidade, quais são os operadores que não estão a cumprir as suas obrigações legais.
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Aproximar os clientes dos centros da marca dando-lhes conselhos e partilhando informação de forma gratuita nas redes sociais foi o grande objetivo da campanha da Euromaster, que decorreu de 9 de Setembro a 13 de Outubro. O vídeo teve mais de 50 mil visualizações no “Youtube” e o número de seguidores no “Facebook” aumentou em cerca de 5000 seguidores.
Filipe Marques. “Queremos continuar a crescer” Em Portugal há pouco mais de um ano, a Euromaster conta já com 63 centros espalhados pelo país. Em entrevista à TURBO OFICINA, Filipe Marques, diretor de comunicação ibérico, assume que o objetivo é continuar a crescer de forma sustentada e seduzir novos aderentes pelo conjunto de vantagens decorrentes da dimensão europeia da rede TEXTO André Bettencourt Rodrigues em MADRID
O
convite incluía uma visita rápida a Espanha para conhecer os resultados da mais recente campanha de comunicação ibérica da Euromaster. E acabou por ser a melhor forma de juntarmos o útil ao agradável, uma vez que tivemos a oportunidade única de viver cinco minutos de grande emoção ao lado de “Kiko” Buenafonte, o piloto espanhol
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que tem participado no Campeonato Nacional de TT com um Dacia Duster pintado com as cores da rede. Uma das paixões da Euromaster (quem não se lembra dos anos de patrocínio ao Dakar), assim se vê que o todo-o-terreno esteve em destaque em Bercimuel, nos arredores de Madrid, localidade onde a TURBO OFICINA falou com Filipe Marques, diretor de comunicação ibérico, sobre o momento atual da afiliada do Grupo Michelin.
Começar tão forte, com 48 centros, foi determinante para a implementação da Euromaster em Portugal? Houve vários fatores para podermos arrancar desta forma, sendo que um deles é a confiança depositada no Grupo Michelin. Todos estes centros tinham já uma relação com a marca e a confiança das pessoas que a representavam. E houve também deslocação de pessoal da Michelin para a Euromaster, o que prova
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o empenho da empresa na sua subsidiária. No entanto, no lançamento de uma rede necessitamos de ter alguma proteção geográfica. Por isso, foi importante para nós garantir que não teríamos centros muito próximos uns do outros e dar prioridade àqueles que já eram nossos parceiros, como os que pertenciam à extinta Via Líder. Com a introdução da Euromaster, a relação entre os centros passou a ser de franquiado. Mas a nível europeu aplicam mais um modelo: a criação de centros próprios. Também consideraram essa hipótese? Ponderamos três cenários possíveis: entrar em Portugal montando centros de origem e não fazer franquia; aproveitar o que já estava montado, fazer franquia e ao mesmo tempo montar centros próprios que servissem de modelo ou que completassem a cobertura geográfica e entrar com cem por cento de franquiados, que acabou por ser a modalidade escolhida para arrancar. Pareceu-nos ser a mais lógica, tendo em conta que a dimensão do grupo e os 48 centros – hoje 63 – davamnos já uma boa cobertura geográfica. De qualquer modo, com o plano de expansão que temos, pensamos nos próximos quatro anos atingir os 100 pontos de venda, apesar de o objetivo quantitativo não ser o que nos move. Move-nos mais o objetivo qualitativo de ter pessoas determinadas que queiram cada dia fazer melhor, porque a Euromaster afirma-se como especialista de pneus e manutenção de veículos e orgulha-se de ter um posicionamento diferenciador no mercado. Por esse motivo, não afastamos a hipótese de ter centros próprios se considerarmos que há essa necessidade no futuro. Que benefícios é que estes centros ganharam ao aderir à rede? Começam logo pelo facto de a Euromaster se assumir como líder europeu em número de pneus, em leasing e renting, em camião. É uma marca forte e por isso os centros ganham no investimento de comunicação que fazemos, no serviço de consultoria que está por trás e nas vantagens de terem um departamento de marketing a trabalhar para eles. Convém lembrar que, ao contrário de outros concorrentes, nós somos centros de pneus como eles, portanto, pomos em prática toda a nossa experiência e as vantagens de uma rede de dimensão europeia, o que faz com que hoje comercializem um conjunto de serviços que antes não podiam oferecer ao cliente. Quais? A garantia total de pneus “Master Assistência”, por exemplo. Não é uma garantia do pneu em si quanto a defeitos, tendo em conta que essa é uma responsabilidade do fabricante, mas é uma garantia em que, em caso de furo, rebentamento ou vandalismo, este é substituído sem quaisquer custos adicionais para o cliente final. A pensar nos pesados, lançámos ainda o “Ok 24 horas”, um serviço de desempanagem na estrada e temos ainda o “Euromaster Financia”, de
A Euromaster conta com 2300 centros espalhados por 17 países na Europa. 525 concentram-se em Portugal e Espanha.
financiamento de pneus. Iremos também lançar em breve a “Revisão Oficial”, que permitirá aos nossos centros começar a fazer revisões oficiais a manutenção programada dos veículos. Sabendo que as redes estão a crescer fortemente em Portugal, o que distingue a Euromaster dos seus concorrentes? Como já referi, distingue-nos sobretudo o facto de sermos casas de pneus como eles e não apenas um parceiro do nosso franquiado, por assim dizer. Nós temos as nossas casas também. Nós sentimos o mercado como eles sentem e temos uma oferta que estimamos ser a mais completa, uma vez que trabalhamos todo o tipo de pneus, de ligeiros a camião agrícola, da engenharia civil aos motociclos, e ainda todas as áreas de reparação e manutenção automóvel – óleos, travões, amortecedores e tudo o que é manutenção programada. Temos ainda um leque de pessoas focado em fazer crescer os pontos de venda locais e apostamos numa diferenciação de serviços que traz vantagens a todos os aderentes da rede, já que são partilhados entre eles. Porquê tanto tempo para se instalarem em Portugal? É uma questão de maturidade de mercados. Chegamos a um ponto em que a Euromaster já estava presente em vários países e o grupo Michelin pensou que não podia deixar Portugal para trás. Por outro lado, verificamos que a oferta que o Grupo tinha através da parceria com a Via Líder já não era suficiente para que os nossos distribuidores pudessem competir. Quais as diferenças entre o mercado português e espanhol? Em Portugal ainda temos centros de pneus muito especialistas em pneus e pouco especialistas em serviços de manutenção. São menos polivalentes. Penso que o nível das instalações e da formação é muito semelhante em ambos os países, mas podíamos aprender muito com eles no atendimento, preocupandonos em proporcionar uma boa experiência de compra ao cliente final.
Ele sente esses benefícios? Sim, quer o cliente final, quer o cliente de transporte de mercadorias, porque sabem que em qualquer ponto da Europa irão encontrar centros Euromaster com o mesmo nível e a mesma qualidade de trabalho do seu centro habitual. E que os serviços que contratou são válidos em qualquer país em que estejamos presentes. Quais as obrigações do franquiado? Há manuais de procedimentos aos quais tem de obedecer e que fazem parte de um caderno de encargos. Necessitamos de garantir que, entre estes 2300 centros a nível europeu, a mudança de um pneu ou o alinhamento de um carro é feita da mesma forma em todos os países. E o mesmo se passa com o atendimento ao cliente. Quando um centro pretende aderir à rede, é feita uma pré-auditoria que analisa as suas condições de trabalho, além do filtro geográfico. O pacote de roupa, papelaria, envelopes, faturas e a decoração do ponto de venda é inteiramente assumido por nós. Só não assumimos obras estruturais, porque o edifício nunca vai ser nosso. Depois de aceite, o franquiado efetua então o pagamento de um valor de entrada, passando depois a entregar-nos uma prestação anual. Qual a mensagem que pretendem passar com esta campanha de comunicação 4x4? Que somos uma marca inovadora e especialista nesta área. Que não fazemos as coisas por fazer e que não nos importamos de transmitir e explicar os nossos conhecimentos. Queremos que o cliente final saiba que tipos de pneus existem, que influência a pressão incorreta tem no rendimento do carro e o que ele pode fazer para conservá-lo o melhor possível. É uma ação inédita que diz aos proprietários de veículos SUV que o 4x4 nem sempre é “off-road” e basta analisar os novos lançamentos das marcas de automóveis para perceber a importância deste segmento. Em Portugal, estimamos que os pneus SUV e 4x4 representem cinco por cento do mercado.
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JGBF. Investir para rentabilizar Depois de uma série de investimentos ao nível das instalações, o momento agora é de olhar para outros negócios e dinamizar o setor grossista dentro da empresa. TEXTO PAULO HOMEM
A
s novas e modernas instalações da Justino Gomes Bessa & Filhos (JGBF) em Lisboa, representam a nova fase da vida da empresa. A ideia foi investir para reduzir custos e tornar todas as suas operações (no retalho e na revenda) mais rentáveis e mais operacionais. Nelas estão centrados todos os serviços centrais da empresa, mas também um moderno posto de retalho de pneus da Euromaster, uma oficina de mecânica de automóveis e ainda um armazém de pneus. Tratam-se de instalações modelo, mais amigas do cliente, totalmente equipadas e viradas para a moderna distribuição, sem que se coloque em causa a especialização da empresa no negócio dos pneus. Com estas novas instalações a
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empresa encerrou as instalações onde antes funcionava a sede e um dos seus postos principais, como também encerrou o posto da Charneca. “Com esta alteração não se perdeu nem clientes nem vendas, antes pelo contrário, conseguimos potenciar ainda mais o negócio, oferecendo aos clientes melhores condições”, revela João Neves. Já há dois anos a Justino Gomes Bessa & Filhos tinha alargado a sua área de influência na região de Lisboa, com a aquisição de novas instalações. Neste momento, a empresa vai ampliar a gama de serviços em Cascais, passando também a fazer, para além de pneus, uma série de serviços de mecânica. “Esta é a tendência do mercado. Em apenas
dois anos três novos concorrentes, empresas credenciadas, abriram oficinas nessa região. Por isso, este é o caminho que nós temos que seguir também”, refere João Neves, Diretor Comercial da Justino Gomes Bessa & Filhos. Da rede de postos que possui (Lisboa, Aveiras, Carregado, Benavente, Loures, Malveira, Vale de Santarém, Santo Estevão e Cascais) praticamente todos passaram a ter a imagem a Euromaster. No entender de João Neves, a transição de Vialíder para Euromaster acabou por ser muito positiva para a Justino Gomes Bessa & Filhos, já que trouxe “tudo o que de bom tinha a Vialíder, juntando-lhe uma maior agressividade comercial, com campanhas constantes não só nos pneus mas também noutras aréas”, refere João Neves,
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A JUSTINO GOMES BESSA & FILHOS INVESTIU NO RETALHO NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS, MAS EM 2014 VÃO TAMBÉM SURGIR NOVIDADES AO NÍVEL DA ATIVIDADE GROSSISTA
acrescentando que “o cliente já nos pede mais informação e mais orçamentos para áreas que não têm a ver com os pneus”. Vestindo a camisola da Euromaster, a Justino Gomes Bessa & Filhos, espera com expetativa sobre os novos projetos que a rede irá lançar (o da Revisão Oficial, por exemplo) e que já está a desenvolver, pois “são oportunidades muito importantes que queremos explorar, sabendo que é este o caminho que queremos seguir”. Grossista O mercado grossista na área dos pneus teve um desenvolvimento enorme nos últimos anos, gerando uma enorme concorrência no mercado de Lisboa, onde a Justino Gomes Bessa & Filhos sempre desenvolveu a sua atividade, levando a empresa a repensar esta área de negócio. Por isso, as novas instalações integram um novo armazém para a atividade grossista, bastante mais centralizado e mais operacional, estando neste momento a ser desenvolvido um website B2B (direcionado para os retalhistas). “Sabemos bem que muitas das vendas de pneus na atividade grossista são geradas atualmente por via online, pelo que no início de 2014 teremos em funcionamento o nosso website”, assegura João Neves, Diretor Comercial da Justino Gomes Bessa & Filhos. Reconhecendo as vantagens de vir a ter esta importante ferramenta comercial, o mesmo responsável da Justino Gomes Bessa & Filhos diz que mesmo assim a empresa não perdeu a sua competitividade pois “a empresa ainda consegue comprar muito bem, devido ao crédito que tem no mercado junto dos fornecedores, pelo que agora teremos capacidade de vender também melhor e assim acompanharmos a concorrência”. Tal como todos os restantes grossistas também na Justino Gomes Bessa & Filhos se vende cada vez mais pneus budget aos retalhistas. “Até estamos com vendas superiores ao ano passado, mas as nossas margens são um pouco mais reduzidas, pois os pneus de baixo valor são cada vez mais representativos”, refere o mesmo responsável. Neste momento a empresa tem uma capacidade logística para cerca de 7.000 pneus,
apostando numa série de marcas que sempre foram bandeira da Justino Gomes Bessa & Filhos como é o caso do Grupo Michelin e Bridgestone. “Queremos manter esta boa relação com os nossos fornecedores, pois também eles nos têm apoiado bastante”, afirma João Neves. Ao nível da distribuição a Justino Gomes Bessa & Filhos vai continuar a apostar nas entregas bidiárias, que servem, no entender dos responsáveis da empresa, as necessidades dos seus clientes. “É evidente que tendo o armazém em Lisboa qualquer cliente também poderá vir diretamente às nossas instalações, incluindo ao Sábado de manhã e dessa forma ver as suas necessidades satisfeitas”, refere o Diretor Comercial.
Uma das mais valias da empresa é ter distribuição própria, controlando dessa forma todo o processo de entrega de pneus aos seus clientes. Num mercado que não estica, a Justino Gomes Bessa & Filhos ainda não sente que o cliente da oficina de mecânica seja muito representativo nas vendas, mas João Neves admite que “a sua importância é cada vez maior, atendendo a que qualquer oficina caminha para fazer todos os serviços. Nós também, no retalho, temos caminhado dos pneus para os serviços”. O momento agora é de consolidar a atividade, dinamizar serviços e reduzir custos, pelo que novos investimentos não estão previstos para breve. novembro 2013
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O opinião
O fundo de garantia automóvel O Fundo de Garantia Automóvel é um fundo autónomo que funciona junto do Instituto de Seguros de Portugal. Este fundo garante o pagamento das indemnizações devidas por danos corporais ou materiais devidas pelo sujeito da obrigação de segurar mas que não tenha cumprido essa obrigação.
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Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica.
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os casos mais comuns o Fundo de Garantia Automóvel substitui-se, enquanto entidade responsável pelo ressarcimento de danos quando estes resultem de um acidente em que esteve envolvido um veículo que, estando obrigado a ter seguro de responsabilidade civil, circulava sem o mesmo. Ao Fundo de Garantia Automóvel compete ainda satisfazer as indemnizações devidas por morte ou lesões corporais resultantes de sinistros cobertos por empresas de seguros declaradas em estado de falência. Assim, o Fundo de Garantia Automóvel pagará, até ao limite do capital mínimo do seguro obrigatório de responsabilidade civil, as indemnizações devidas por danos corporais e/ou danos materiais, quando o responsável, sendo conhecido, não beneficie de seguro válido. Também indemniza pelos mesmos danos quando o responsável é desconhecido ou quando o veículo causador do acidente é abandonado no local. Nestes casos, sempre que o Fundo processe pagamentos de indemnizações dentro do que são as suas atribuições, fica com direito de regresso sobre o responsável pela produção do acidente, podendo reclamar daquele todos os valores que haja dispendido em virtude desse acidente, seja para indemnização de lesados seja com os custos inerentes ao processo. Verificando-se os requisitos para accionar o Fundo de Garantia Automóvel, deve o lesado do acidente de viação ou o seu mandatário apresentar o requerimento respectivo perante o Fundo, podendo fazê-lo através da internet (www.isp.pt) por meio de e-mail, por fax ou por correio postal, usando-se em qualquer caso os formulários disponíveis no site do Instituto de Seguros de Portugal para o efeito.
Para que possa atingir os objectivos em tempo útil, o pedido deve ser apresentado no mais curto espaço de tempo possível desde a verificação do acidente. Mesmo que não seja possível apresentar de imediato o requerimento perante o Fundo de Garantia Automóvel, convém ter presente que há prazos de prescrição de três anos para danos materiais e de cinco anos para danos corporais ou morte. Para apresentar o requerimento junto do FGA, deve o interessado juntar obrigatoriamente ao requerimento (1.) Cópia do Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade e NIF do Condutor e/ou do Proprietário do Veículo Lesado; (2.) Cópia da Carta de Condução do Condutor do Veículo Lesado; (3) Cópia do Livrete e Título de Registo de Propriedade do Veículo Lesado ou do respectivo Documento Único Automóvel. Além destes elementos que são obrigatórios, deve o requerente entregar Certidão da Participação elaborada pela autoridade policial, se a ocorrência tiver sido registada; Declaração Amigável de Acidente Automóvel, se existir; Certificado de seguro do veículo, de quem faz a participação; Comprovativos dos pagamentos das despesas efectuadas em consequência do acidente. Além destes, e variando consoante as circunstâncias, podem ainda ser pedidos outros documentos tais como declarações da entidade patronal, da segurança social ou de outras entidades, certidões de óbito e de registo civil, entre outros. Em princípio, os prazos de resposta do Fundo de Garantia Automóvel não devem exceder os 60 dias contados da apresentação do requerimento. Para mais informações poderá consultar o site do Instituto de Seguros de Portugal.
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