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sumário N.º 25 | JUNHO 2014
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt
dossier Portais de oficinas P.36
DIRETOR ADJUNTO ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt
É uma das novidades mais recentes do setor e estes portais pretendem agregar as oficinas num só local, facilitando a vida ao consumidor final e garantindo mais notoriedade e negócio para as oficinas. Saiba quais as opções em Portugal e pense a sério no assunto.
EDITOR-CHEFE CLÁUDIO DELICADO claudiodelicado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt REDAÇÃO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES andrerodrigues@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt PAULO HOMEM paulohomem@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt DIRETORA COMERCIAL ANABELA MACHADO anabelamachado@turbo.pt
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Radar
António Nunes - Newcar. P.6
Conferência World Shopper. P.52 Um dia com... CEPRA. P.56
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REVISÃO
REPARAÇÃO
Novidades do mercado. P.12
Pinturas mate. P.60 Turbocompressores. P.64 Direção assistida. P.66 Manutenção Honda Civic Tourer. P.70 Teste de fiabilidade BMW 116d. P.72
EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO GUILLERMO DE LLERA JOÃO ALMEIDA JORGE LIZARDO NEVES MANUEL GAMEIRO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA
ESPECIALISTA
Karterlub. P.22 Conversa de Mãos. P.24 CaarQ. P.26 Roberlo. P.28 Sandia Stand. P.30 Equiauto. P.32 Delphi. P.34
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GfK. P.74 Aveiropneus. P.76 Galusal/Grupo Salco. P.78 Notícias. P.80
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RAIO X
Comercial do Mês - Citroën Berlingo. P.44 Catalisadores. P.46 Ensaio de Longa Duração. P.48 Fornecedores do Peugeot 308. P.50
OPINIÃO
Consultório jurídico. P.82
DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES
GATES – CAPA EVENTO – SELO CAPA CONTINENTAL – VERSO DE CAPA JAPANPARTS – PÁG. 5 TRW – PÁG. 11 KRIOS – PÁG. 13
PETRONAS – PÁG. 15 MS MOTOR – PÁG. 17 FEBI – PÁG. 19 BLUE PRINT – PÁG. 21 FUCHS – PÁG. 25 CONTITECH – PÁG. 27
RPL – PÁG. 31 AUTODELTA – PÁG. 33 FEDERAL MOGUL – PÁG. 49 DIA DO AFTERMARKET – PÁG. 51 CHAVECA & JANEIRA – PÁG. 53 CARF – PÁG. 57
TEXA – PÁG. 59 VALVOLINE – PÁG. 65 SITE TURBO OFICINA – PÁG. 71 AMBIMOTORS – PÁG. 73 CENTRO ZARAGOZA – PÁG. 81 CESVIMAP – PÁG. 83
LIQUIMOLY – PÁG. 84
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EDITORIAL A responsabilidade da Internet
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esta edição mostramos-lhe as vantagens de ter a sua oficina presente nos novos portais de oficinas, sendo que alguns deles vão mais longe e permitem pedir orçamentos, que o cliente faça marcações diretamente online mas, acima de tudo, permite maior notoriedade com a certeza de mais negócio. Mas não é uma certeza absoluta e também podem existir desvantagens destes portais, mas aí está nas mãos das oficinas transformarem os potenciais problemas em virtudes. Neste tipo de agregadores há espaço para que os clientes avaliem e comentem os serviços prestados pela sua oficina. Ou seja, se o cliente sempre teve o poder de passar palavra (para o bem e para o mal), hoje esse poder multiplica-se ilimitadamente através da Internet. Se hoje os utilizadores estão mais predispostos para dizer bem na Internet, é verdade que quando há queixas os efeitos são mais rápidos e nefastos. Basta pensarmos na nossa própria experiência na marcação de um hotel. Quando vamos ao booking.com, além do preço, olhamos para as avaliações e gostamos de ler os comentários onde descobrimos muitas coisas sobre esse mesmo hotel. Com as oficinas vai passar-se exatamente o mesmo e esse é um passo que está agora a ser dado com estes portais. E pode ter a certeza que se a sua oficina tiver boas avaliações dos clientes, será escolhida por quem procura uma oficina. É certo que é possível estar por conta própria na Internet, com um site independente, mas isso envolve gastar verbas cada vez mais elevadas para aparecer nos primeiros lugares das pesquisas. Se as oficinas se associarem nestes portais garantem, através de um maior poder de investimento, que esse portal aparece sempre nas primeiras posições. Quem não aparece nos primeiros resultados tem uma forte probabilidade de perder negócio. É um erro não olhar para este novo canal de vendas, mas maior erro é não apostar forte na qualidade do serviço prestado.
Quem não aparece nos primeiros resultados de uma pesquisa online tem uma forte probabilidade de perder negócio. É um erro não olhar para este novo canal de vendas
O Dia do Aftermarket que a TURBO OFICINA vai organizar em Outubro está já em velocidade de cruzeiro e deixa-nos muito confiantes a boa aceitação que tem tido no mercado. Isso mesmo vemos já pelo número de inscritos e pelas empresas que vão ter presença no evento do ano para o setor. Não perca tempo e inscreva-se já em www.oficina.turbo.pt/diadoaftermarket .
Cláudio Delicado EDITOR-CHEFE claudiodelicado@turbo.pt
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António Nunes. “As seguradoras têm um peso cada vez maior” António Nunes, diretor-geral da Newcar, não tem dúvidas que só os players que olham para o mercado do vidro auto de forma séria podem sobreviver, especialmente num setor onde a especialização é fundamental. TEXTO CLÁUDIO DELICADO FOTOS JOSÉ BISPO
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ntónio Nunes é um dos profissionais que melhor conhece o setor do vidro auto em Portugal. Começou há 15 anos nesta área e passou por três redes, vendo a sua evolução. Acredita que vai havendo mercado para todos, mas não acredita que possam vingar mais redes, numa altura em que o próprio preço dos serviços está a atingir o limite mínimo. O negócio está cada vez mais dependente das seguradoras e aí é preciso ter uma grande capacidade negocial e boas relações. Foi uma das pessoas que ajudou a criar as redes de vidro auto em Portugal. Qual a grande necessidade do mercado que havia nessa atura? O que se viu foi uma necessidade específica nesta área do vidro automóvel. Começou a perceber-se que não se trata apenas de uma peça. É um serviço que é prestado, que inclui a disponibilidade de stock, dar resposta ao cliente e à sua urgência quando tem um vidro partido. E notava-se que o vidro automóvel era trabalhado, na maior parte dos sítios, como se fosse apenas mais uma peça do automóvel. Já existia alguma presença em Portugal de centros específicos de vidro, mas pouco e verificou-se essa necessidade. As seguradoras também apostaram bastante em incluir a cobertura dos vidros, conhecida como QIV (Quebra Isolada de Vidros), nas próprias apólices e começou a haver um dinamismo
bastante maior que levou a uma especialização na forma de trabalhar esta área específica. Esses pressupostos mantêm-se ainda hoje ou as condições foram-se alterando? Ainda está presente. O vidro é uma peça do automóvel e faz parte da própria estrutura e implica sempre uma necessidade urgente. Se há um pequeno triângulo de vidro partido no carro, a necessidade de circular com a viatura implica sempre uma resposta rápida. É uma situação que se torna urgente e é preciso recorrer a alguém que possa dar uma resposta rápida, seja num dos centros ou através do serviço móvel. A especialização foi o caminho o certo? Sim, a especialização responde à questão de não tratar o vidro apenas como mais uma peça do carro, mas sim ter pessoas com formação adequada, colocam os produtos adequados ao nível de cola e primários, com uma resposta rápida e com um serviço feito de forma correta e segura. O stock e a rapidez do serviço são os elementos fundamentais do negócio? Naturalmente. A existência ou não de stock é importante. Mas mesmo aí, o vidro hoje existe em várias fontes, seja em distribuidores em Portugal ou noutros países e a logística hoje é um fator importante porque é possível colocar um vidro da Europa de um dia para o outro em Portugal. Hoje é possível e isso veio ajudar bastante a capacidade de resposta. Mas é importante pensar que um carro tem imensos
vidros. Se olharmos para alguns modelos podem ter 22 pára-brisas diferentes e alguns automóveis podem ir até 117 vidros diferentes, dependendo do modelo. Isso implica um grande investimento na área de stock, mas é também a prova de que a especialização é o único caminho. Que evolução existiu no mercado do vidro ao longo dos anos? O mercado do vidro acompanha um pouco a própria evolução do mercado automóvel, nomeadamente ao nível de parque automóvel e da circulação automóvel. Enquanto antigamente havia uma vertente de particulares e a vertente seguradoras não era tão significativa, hoje esta tem um peso muito grande. E também houve uma inversão passando-se de oficinas de concessionários, que tratavam o automóvel no seu todo, para redes de especialização. Isso fez com que a oferta aumentasse e surgissem as redes que estão no mercado. Existem hoje mais de 300 centros de vidro auto em Portugal. É um número exagerado? Quando comparamos com outros países europeus, como a Espanha, vemos que aí existem mais centros por número médio de viaturas. Em Portugal, com as redes que existem, julgo que o mercado está perfeitamente equilibrado e não necessita de mais redes. Se são a mais ou não é o próprio mercado que vai ditar essa questão.
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Mas chegou recentemente um novo player ao mercado. Há espaço para 5 redes especializadas em vidro? O mercado existe e os players têm é que trabalhar de forma correta, honesta e saudável. Desde que assim seja existe espaço, porque há nichos de mercado que uns trabalham melhor do que outros, e depois há mercados mais generalistas. Mas desde que as coisas funcionem dessa forma acredito que exista espaço para todos. O próprio mercado e as seguradoras têm noção de quem trabalha bem. É um setor que não tem muitos players pequenos. Isso deve-se à forte necessidade de especialização? Os players pequenos são aqueles que não estão associados a uma rede, ou seja, uma pequena oficina que faz alguns serviços. Esses estão essencialmente mais no mercado dos clientes particulares porque no mercado das seguradoras é cada vez mais complicado, pelo controlo, pelas parcerias que são feitas com redes, o que torna cada vez mais difícil efectuar serviços fora deste âmbito. Com a normal evolução do mercado e o crescimento da concorrência, como foi a evolução dos preços? Houve uma diminuição do preço e isso é o próprio mercado a funcionar. Sem concorrência as regras dos preços eram impostas por esse player único, mas com a chegada de novos concorrentes o mercado foi-se adequando às alternativas e o preço foi baixando. Mas neste momento estamos a atingir um ponto em que é difícil baixar mais o preço sob risco de colocar em causa a rentabilidade das empresas. DIFERENCIAÇÃO A concorrência é grande. Como é que a Newcar se diferencia das outras redes? A Newcar é uma rede que já existe há alguns anos. É uma rede que além do vidro automóvel faz outros pequenos serviços, como polimento de faróis, películas, pequenas reparações de tabliers, lavagens interiores e exteriores específicas. Nos últimos três anos temos-nos vindo a especializar na reparação e substituição de vidro. Somos uma rede e temos menos centros em comparações com alguns concorrentes e não pretendemos ter muitos mais centros. Hoje temos 40 centros e temos um objetivo de chegar aos 50/55 e com isso cobrir Portugal Continental de forma correta. Não prendemos instalar centros de forma desordenada em tudo quanto e sítio. Preferimos que os nossos centros tenham um espaço maior de abrangência para que isso aconteça, beneficiando também do serviço
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móvel que permite alargar a zona geográfica de influência. A assistência móvel é um fator essencial neste negócio. Que peso tem? O serviço móvel é uma forma de dar resposta a uma comodidade do cliente. Ou ele não tem possibilidade de ir ao centro mais próximo ou não quer lá ir. Isto permite irmos ao local fazer um serviço, desde que existam as condições, como se fosse na oficina. Neste momento representa entre 10 e 15% do nosso negócio. Mas é uma vantagem especialmente onde não temos presença física. Todos os nossos centros tem serviço móvel. Não dependem de nenhum grupo. Isso é uma vantagem? Somos uma empresa independente. Não temos interesses noutras áreas do setor automóvel, nem ligação à reparação automóvel ou às peças. Somos certificados com a ISO 9001, o que nos obriga a critérios de qualidade muito apertados. Temos uma estrutura pequena, o que permite e tudo funcione de forma horizontal, com mais agilidade e flexibilidade e isso leva-nos a tomar decisões de forma muito rápida.
Em termos de volume de negócio, o que vale mais: a reparação ou a substituição do vidro? A substituição é superior à reparação. Esta última representa entre 15 a 20% porque a reparação só pode ser feita em vidros laminados, normalmente só pára-brisas. Mais de 90% dos vidros laterais e o óculo traseiro são ainda temperados e estes vidros partem, obrigando à substituição. Mas os pára-brisas também só são possíveis de reparar numa quebra até 2 cm no máximo. Está é uma área em que é mais difícil fidelizar clientes? Normalmente são serviços que vivem da emergência e não de algo programado. Isso tem a ver com duas vertentes. A primeira tem a ver com a existência anterior de uma experiência. Se o cliente está satisfeito, à partida, vai recorrer novamente a essa rede, a não ser que esta não lhe consiga dar resposta, por algum motivo, no momento. Aí procura alternativas, apesar de haver situações em que os clientes esperam por confiarem no serviço. Temos um retorno bastante positivo nos clientes. Em média um vidro parte-se a cada 4
PERFIL António Nunes tem 47 anos, é casado e pai de dois filhos: um rapaz de 16 anos e uma rapariga de 11. A sua área de formação é a gestão e passou pelo Instituto Superior da Maia, pelo Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, Universidade Portucalense, mas também pela Universidade Católica do Porto, onde tirou o MBA, e pela Universidade da Beira Interior, onde está neste momento a escrever a tese do doutoramento na área das redes sociais aplicadas às PME. É professor universitário no ISMAI, o que gosta muito de fazer e o obriga a fazer pesquisa constante. O percurso profissional começou na Shell portuguesa, passando depois pela Carglass, pela Expressglass e, há três anos, integrou a Newcar.
últimos anos. Essencialmente porque houve pessoas que por questões económicas decidiram retirar a apólice de quebra de vidros, que é um extra em muitos casos. E depois o próprio mercado de particulares onde se adia ao máximo a substituição do vidro. Só quando o carro vai à inspeção se vêem obrigadas a fazê-lo. Depois, a quebra de vidros é inferior porque as pessoas andam menos com os carros e também porque a velocidade de circulação é inferior e quanto mais devagar se circula menos probabilidade há de o vidro de partir.
anos, por isso, falamos de um cliente com um ciclo grande de rotação. O importante é ganhar a primeira experiência do cliente. O processo de angariar novos centros é difícil? Há um conjunto de procedimentos que é preciso obedecer. A pessoa não precisa de ter experiência porque nós damos formação técnica, administrativa e comercial, mas tem que ver o negócio numa vertente futura e ter um perfil de gestão e empreendedorismo, além de estar com seriedade no negócio. É necessário também algum poder de investimento para arrancar com o negócio. Juntando tudo isto será o candidato ideal para avançar connosco. Mas isto não é tão fácil e em determinadas zonas ainda não avançamos porque não conseguimos encontrar ainda o candidato ideal. Onde vos falta estar geograficamente no país? Estamos presentes no eixo entre Viana e Setúbal, onde está 70% da população. Mas para termos cobertura nacional temos que estar na Beira, no Algarve, Trás-os-Montes ou Alentejo. Há apenas três ou quatro sítios
onde precisamos de estar mais presentes no interior. E aqui o serviço móvel tem também um papel muito importante porque alarga a área geográfica de cada centro. Para crescermos precisamos de estar mais no Grande Porto, Alentejo, na zona de Beja, mas queremos também mais dois ou três centros entre a Figueira da Foz e Leiria. Aí teremos Portugal Continental bem coberto e antes disso não pensamos na Madeira e nos Açores. Qual a vossa relação com os fornecedores de vidro? Temos fabricantes de vidros que estão associados a uma rede e aí tem havido alguma dificuldade por questões de receio e de protecionismo, mas de forma geral, todos os fabricantes de vidros tem necessidade de vender vidros. E estamos a trabalhar com quase todos e não temos dificuldades no geral, apenas ao nível de condições há melhores ou piores mas há sempre alternativas. Só trabalhamos com fábricas que trabalham para primeiro equipamento. Este é um subsetor da reparação automóvel que sofreu menos com a crise? O mercado diminuiu entre 10 a 15% nos
RELAÇÃO COM AS SEGURADORAS Para este negócio a relação com as seguradoras é fundamental. Quanto é que isso representa no negócio em geral? As seguradoras representam 65 a 70% do negócio do vidro. As seguradoras são parceiros fundamentais do negócio e tenho um grande respeito por elas. Os clientes normalmente só se lembram das seguradoras quando têm um problema. Protestam quando têm que pagar a apólice, mas as seguradoras evitam que muitas famílias tenham problemas graves ao nível do orçamento familiar quando há um problema. Mas a relação com as segurados nem sempre é fácil... Depende do interlocutor do outro lado. As seguradoras também têm tido necessidade de redução de custos, porque o setor automóvel é um mercado onde não há crescimento, mas sim uma transferência de uma seguradoras para outras. Os prémios dos seguros estão mais baixos e isso faz com que tentem reduzir custos, também nos concursos que fazem anualmente ou de dois em dois anos aos quais concorremos. Temos que nos adaptar a essas necessidades e as negociações são complicadas. No próprio processo desde que um carro chega a um centro e é preciso reparar ou substituir um vidro, o processo tem sido agilizado ao longo do tempo? Hoje em dia com as novas tecnologias e a informática e com seguradoras onde estamos
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na sua própria plataforma conseguimos obter a autorização, em muitos casos, de forma quase imediata. Outras poderão demorar mais quando há necessidade de averiguar. De uma forma geral o processo tem sido muito agilizado e há uma proximidade muito grande com as seguradoras. As seguradoras tem também um papel importante na sugestão de um centro aos seus segurados. Naturalmente. A maior parte delas trabalha com os parceiros todos e dizem que na zona x tem o centro A, B ou C e a pessoa escolhe. Há outras, por questões de preços e serviço, poderão recomendar uma ou outra em primeiro lugar. Mas isso tem a ver com a proximidade, o serviço e o confiar. É essa relação que se vai construindo ao longo dos anos. A maior parte delas deixam, desde que as condições sejam semelhantes, a opção ao próprio segurado. Que peso tem o negócio dos pesados na vossa estrutura? Também fazemos pesados, autocarros e camiões, mas também autocaravanas ou máquinas de construção e, apesar de ser um negocio mais técnico, tem um volume mais baixo face aos ligeiros. As oficinas já percebem a mais-valia da parceria com um centro de vidro auto? Há situações em que são feitas parcerias localmente. As oficinas funcionam como mediador também. Alguma oficinas já percebem mas outras ainda querem fazer esse serviço, mas têm cada vez mais dificuldade em cumprir todos os requisitos. É mais fácil e estabelecer uma acordo com as redes de oficinas? Já há algumas parcerias com redes de oficinas mas não é fácil porque muitas ainda olham para o negócio do vidro e julgam que podem ser eles a fazê-lo. Dizem que têm as pessoas, as instalações e as peças e perguntam porque não fazem eles o serviço. Não o devem fazer porque é um serviço que requer muita formação e pela sua falta de vocação para a especialização neste serviço. Como analisa o próprio mercado oficinal em Portugal?
Noto que tem havido uma evolução muito grande, com as redes a ajudarem muito. Na própria logística de peças há empresas a funcionar muito bem e os gestores estão melhor preparados, na teoria e também na prática. Há uma visão diferente do que existia há 10 anos. Em que medida a tecnologia ajudou o vosso trabalho? Ajudou a todos. Desde as ferramentas e a forma como se substitui um vidro hoje, tudo é diferente em relação há 15 anos. Hoje existem ferramentas que permitem que um técnico substitua um vidro sozinho. As próprias colas evoluíram e os tempos de colagem são mais curtos, mas também as ferramentas para retirar o vidro do automóvel e as plataformas informáticas para identificação do vidro. Tudo isto tem ajudado muito a evoluir. Essa tecnologia permitiu o quê? Essencialmente reduzir o tempo. Há colas que permitem que ao fim de 30 minutos o carro possa circular em segurança. Ferramentas que permitem retirar o vidro de forma mais rápida e segura para não danificar a viatura. E permitiu também maior produtividade, porque antes eram precisas duas pessoas e agora basta uma para substituir um vidro. Isso implica muita formação. Temos a nossa própria estrutura mas aliada aos nossos fornecedores, tanto no vidro, como nas colas e ferramentas. Que projetos tem para o futuro da Newcar? Vamos passo a passo. Primeiro queremos consolidar a Newcar com uma cobertura eficaz a nível nacional. Segunda questão é termos notoriedade no mercado. Já começamos a ter mas precisamos de crescer nessa área. Temos que ser também mais reconhecidos por mediadores e seguradoras. Estamos a caminhar nesse sentido. Depois também melhorarmos gradualmente toda a parte de gestão dos nossos centros. O negócio vai começar a crescer? Notam-se alguns sinais mas ainda muito irregulares. O ano de 2014 é muito importante mas está tudo muito dependente da capacidade de consumo das pessoas.
DE CORPO INTEIRO
É um apaixonado por automóveis? Já trabalho nos automóveis desde 1990, quando comecei na Shell e sempre gostei muito. Não sou fanático mas acompanho os ralis. Visita com regularidade os vossos centros? Sim, mas não com tanta frequência como os meus colegas. É intuitivo nas decisões ou estuda a fundo os dossiês? Depende muito do assunto. Quando há implicações mais profundas analiso a fundo. Costuma decidir sozinho? Nem sempre, em especial em decisões mais estratégicas para toda a empresa. É viciado no trabalho? Sou viciado o suficiente, mas giro bem as coisas. Como é um dia normal para si? Normalmente levanto-me 6h45, levo os meus filhos ao colégio e vou para Braga onde é a empresa. Depois varia muito, dependendo dos dias em que dou aulas, reuniões, visitas, viagens. Mas muito do meu trabalho hoje é negociar com seguradoras e fornecedores. O que gosta de fazer nos tempos livres? Gosto de futebol e sou adepto do Futebol Clube do Porto, gosto de passear, cinema e gosto muito de avição e de seguir os lançamentos de aviões e as notícias desse setor. O que mais aprecia num colaborador? A honestidade, o reconhecer que o processo de aprendizagem é evolutivo, aliado à competência e à iniciativa. Tem alguma lema de vida que siga? Penso sempre que hoje estamos aqui e amanhã temos que estar outra vez, mas numa situação melhor.
NESTE MOMENTO ESTAMOS A ATINGIR UM PONTO EM QUE É DIFÍCIL BAIXAR MAIS O PREÇO SOB RISCO DE COLOCAR EM CAUSA A RENTABILIDADE DAS EMPRESAS
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Apetro. Alerta sobre a contrafação de lubrificantes A Apetro (Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas) veio alertar para o enorme problema da falsificação dos lubrificantes que afeta tanto os produtores, os grossistas / retalhistas, as oficinas e, naturalmente, o automobilista.
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iz a Apetro na sua comunicação que, em 2013, estima-se que o mercado de produtos contrafeitos tenha rondado os 652 mil milhões de dólares, representando o de peças de automóveis (45 mil milhões de dólares), onde se inclui a contrafação e venda de lubrificantes. A Organização Mundial do Comércio (WTO) estima a perda de 250.000 postos de trabalho no mundo, devido à contrafação de peças para veículos automóveis, liderando a India e a Arábia Saudita o ranking de países com maiores problemas dentro das suas fronteiras. Na realidade, neste último país, metade dos acidentes rodoviários, dos quais resultaram vítimas mortais, são atribuídos à utilização de peças falsificadas. Em Novembro decorreu, em Alicante, uma conferência que juntou representantes do setor automóvel, da Comissão Europeia, da Europol, da Interpol, da Organização Mundial das Alfândegas (WCO), do Instituto de Harmonização do Mercado
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Interno (OHIM) e do Organismo Europeu da Luta Antifraude (OLAF), no sentido de se encontrarem soluções que minimizem os danos e impactos da contrafação de peças de veículos automóveis, para consumidores, intermediários e fabricantes que, segundo os responsáveis, podem atingir cerca de 7 mil milhões de euros, todos os anos, só na Europa. Não existem estatísticas de contrafação de lubrificantes no mundo mas, diferentes fontes, representando empresas multinacionais do setor, têm referido em diversos fóruns que o problema de falsificação e venda de lubrificantes contrafeitos tem crescido nos últimos anos, estando muito concentrado no leste europeu, mas com impactos que se sentem já no ocidente. Estas empresas mostram-se preocupadas com a crescente tendência de infrações na Europa e apostam em medidas de combate à contrafação, nomeadamente através de alterações nas embalagens, nos
rótulos e nos próprios produtos. Apostar na informação e na divulgação dos impactos e da legislação em vigor, têm sido outros fatores de combate à contrafação. SITUAÇÃO EM PORTUGAL Refere a Apetro que, apesar de não existirem dados estatísticos precisos, referentes à contrafação de lubrificantes em Portugal, nos últimos anos, os responsáveis das empresas representadas por esta associação, têm sido confrontados com eventuais casos de falsificação de produtos, quer em lojas de retalho, quer em oficinas de reparação automóvel. O crescimento deste fenómeno no leste europeu – sobretudo Hungria, Rússia e Polónia – obriga as companhias a promoverem a divulgação dos impactos económicos e das consequências legais inerentes à contrafação, bem como a implementar processos que permitam o seu combate eficaz. Após o registo de propriedade industrial,
os direitos encontram-se protegidos e os seus titulares podem desencadear um processo-crime, apresentando uma queixa junto das entidades competentes (site da ASAE, Brigada Fiscal da GNR, Ministério Público e tribunais). A instrução destes processos de contraordenação é da competência da ASAE, sendo a coima aplicada pelo INPI. No entanto, é de reforçar que é ao ofendido que cabe a manifestação do interesse de instaurar um processo-crime. A violação dos direitos de propriedade industrial é um crime semipúblico: no caso de o ofendido não apresentar queixa, as autoridades competentes não atuarão. Os operadores no mercado – retalho, oficinas de marca, oficinas independentes, distribuidores e intermediários – têm a responsabilidade de conhecer a origem dos lubrificantes que adquirem. A lei portuguesa aplicável nesta matéria e o número de organismos envolvidos, são os suficientes para combater este crime. O que se torna urgente, na opinião da Apetro, é dotar as entidades fiscalizadoras de mecanismos e meios eficazes de combate à contrafação, aplicar a lei e sensibilizar os agentes económicos para a necessidade de erradicarem práticas ilegais de comércio em Portugal. PUBLICIDADE
Bolas. Novos equipamentos para baterias Telwin
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Bolas terá disponível a partir de meados de junho no mercado português dois novos equipamentos destinados a “gerir” e a “carregar” baterias da sua representada Telwin, que apresentam uma performance até 50% superior comparativamente com outros equipamentos com tecnologia de carga tradicional. O Doctor Charge é um dispositivo de gestão de baterias com tecnologia Power Stream para manutenção total de baterias , GEL, AGM:MF, Spiral, Start&St op a 6, 12 ou 24V, especialmente vocacionado para o apoio durante intervenções de manutenção e reparação em veículos, estando disponível nos modelos 30 e 50. O Doctor Charge é um dispositivo multifunções: carga automática e manutenção PULSE TRONIC; teste de baterias, arranque e alternador; regeneração e recuperação de baterias; fonte de alimentação estável para troca de baterias (proteção dos componentes electrónicos de bordo), para atividades de diagnóstico e salas de exposição; e arranque (apenas no modelo 50). O segundo equipamento é o Pulse, que mais
não é do que um carregador de baterias eletrónico multifunções a 6, 12 e 24V com tecnologia Power Stream (baterias WET, GEL, AGM:MF, Spiral, Start&Stop), para carga/ manutenção PULSE-TRONIC automática e arranque de veículos (esta funcionalidade está apenas disponível no modelo 50). O Pulse (que também está disponível no modelo 30), inclui também uma função de manutenção avançada para recuperação de baterias sulfatadas. Uma das características deste equipamento é que apresenta um funcionamento muito simples graças ao reconhecimento automático do tipo de bateria e ao um teclado de fácil utilização.
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INFORAP. INTERFACE COM O EUROTAX
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Inforap passou a ter um interface que tem como objetivo recolher o cálculo do orçamento feito no Eurotax e lançar o mesmo na folha de obra aberta do Visual SGix. A recolha do orçamento elaborado no Eurotax pode ser feita diretamente para a folha de obra aberta do Visual SGix ou para “pdf” para efeitos de impressão ou cópia. O processo de funcionamento é bastante fácil para o utilizador. Sem sair da aplicação Visual SGix, é estabelecida a ligação com o Eurotax a partir do menu de interfaces. Depois de elaborado o orçamento no Eurotax, basta regressar ao Visual SGix e escolher a opção “recolher”, ficando de pronto com o roçamento na folha de obra. Aumento da produtividade, fiabilidade na produção de orçamentos, anulação de erros e a possibilidade de fazer orçamentos com base em preços e tempos de acordo com indicação das marcas, são algumas das vantagens deste interface.
ALPINE. CARPLAY REFORÇA CONETIVIDADE
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Alpine passou a oferecer produtos compatíveis com o CarPlay da Apple, que passam a estar disponíveis para o mercado de aftermarket, reforçando ainda mais a conetividade entre o iPhone e os produtos Alpine nos veículos. Os produtos de áudio/vídeo da Alpine incorporarão o CarPlay de forma contínua para alargarem a experiência iPhone aos veículos. Os utilizadores podem controlar o CarPlay a partir do ecrã plano da Alpine colocado no painel de instrumentos, ou simplesmente activar o Siri para desfrutarem do CarPlay sem distracções. O CarPlay permite que o condutor faça chamadas, utilize os mapas, aceda à música ou receba/envie mensagens em simultâneo. Utilizando um conetor Lighting, o CarPlay funciona com o iPhone 5s, 5c e 5 com a última versão do IOS 7.
Febi. Catálogos Febi-Bilstein para Mercedes
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Febi-Bilstein lançou recentemente dois novos catálogos respeitantes a peças de substituição para veículos Mercedes e outro para acessórios de transmissão. O novo catálogo de peças de sustituição para Mercedes da Febi-Bilstein tem 400 novas referências incluindo já peças para os novos modelos Classe A, Classe CLA, Classe GLA, Classe C, Classe S e LCV Citan. Também já está disponível o novo catálogo de acessórios de transmissão. Neste novo catálogo estão adicionadas 120 novas referências das quais 60 são apoios de transmissão. O número de páginas deste catálogo aumentou significativamente de 183 para 332 páginas.
BILSTEIN GROUP. DINAMIZA WORKSHOP NO IPL
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o passado mês de abril, o Bilstein Group em Portugal realizou um workshop para os alunos do curso superior de Engenharia Automóvel da Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Leiria. A formação subordinada ao tema “bilstein group – Identificação e Catalogação de Peças”, foi ministrada por Ruben Teles Product Research Manager, responsável pelo departamento de pesquisa de produto que o grupo tem em Portugal. O intuito deste workshop foi o de apresentar aos estudantes de Engenharia Automóvel desta
universidade como é desenvolvido todo o processo de pesquisa e catalogação que a equipa em Portugal efetua para as três marcas do bilstein group (febi, SWAG e Blue Print), um trabalho de rigor e excelência que é reconhecido no setor pela sua qualidade e precisão. O workshop foi considerado um sucesso, contando com a presença de mais de 60 alunos do IPL, que tiveram oportunidade de questionar os intervenientes sobre vários pontos relacionados com os produtos, e também questões relativas à pesquisa e catálogos das várias marcas do grupo.
ESCAPE FORTE. GARANTIA DO FILTRO DE PARTÍCULAS PARA O COMÉRCIO AUTOMÓVEL
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Escape Forte está a desenvolver um sistema de garantias vocacionadas para o comércio automóvel. Trata-se de um certificado que acompanha a viatura vendida e que serve de garantia para a manutenção do filtro de partículas. Num mercado onde se propõem soluções ilegais de eliminação do filtro de partículas, a empresa nortenha apresenta uma solução onde a responsabilidade é partilhada entre o comerciante e a própria Escape Forte.
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Através de um investimento residual, o comerciante passa a ter um trunfo para as suas vendas e a garantia que o custo com o filtro de partículas está devidamente acautelado. A Escape Forte e a sua rede de parceiros espalhada pelo país (Vila do Conde, Maia, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Torres Vedras, Lisboa e Faro), disponibilizam-se para informar e formar todos os comerciantes e respetivas oficinas com as quais trabalham.
INDASA. FINALIZA INVESTIMENTO DE 14 MILHÕES DE EUROS
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o âmbito do “Roteiro para uma Economia Dinâmica”, a Indasa recebeu no final do mês de abril a visita de Cavaco Silva, Presidente da Republica Portuguesa, na sua sede e instalações fabris, em Aveiro. Foi o perfil exportador, o forte investimento em curso e a solidez do projeto da Indasa que permitiram que a empresa fosse selecionada pela Presidência da República. Neste momento a Indasa tem 90% da sua produção alocada à exportação, garantindo o fornecimento das suas filiais, entre Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Brasil, Polónia e Estados Unidos da América, e ainda para a sua vasta rede superior a 100 importadores distribuídos pelos cinco continentes. O Presidente da República ficou a conhecer os projetos para o futuro, uma vez que a Indasa está neste momento a finalizar um investimento, de cerca 14 milhões de euros, com o objetivo de reforçar a sua capacidade produtiva e a pensar no forte potencial de crescimento de mercados como os EUA, Brasil, Índia, China e Médio Oriente. As perspectivas de crescimento são satisfatórias, sendo que o crescimento no primeiro trimestre de 2014 é de 18%, em relação ao ano anterior, e que o plano de negócios que sustente a execução deste investimento aponta para que, a empresa venda mais 49% do que atualmente, adicionando até 2017 aproximadamente 16 milhões de euros à sua faturação anual.
POLIBATERIAS. DISTRIBIU PRODUTOS ELECTROMEM
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Polibaterias iniciou a distribuição para o mercado nacional dos carregadores, estabilizadores, boosters, aparelhos de teste, entre outros produtos, da marca Electromem. Este fabricante italiano é também parceiro da FIAMM pelo que aproveitando essas mesmas sinergias a Polibaterias passa a representar a marca em Portugal. Com uma gama completa ao nível dos mais evoluídos carregadores de alta frequência (HF) a Electromem possui diversas soluções para as modernas oficinas de automóveis, pesados e motos, com bancos de carregadores, carregadores portáteis com e sem arranque-booster, bem como aparelhos de teste a baterias de ligeiros, comerciais e pesados. Completa ainda a gama de produtos com carregadores automáticos (linha não profissional) e vários acessórios, como sejam, cabos SOS, garras, terminais e fichas específicas para os carregadores das gamas HF. Mais informações em www.polibaterias. com ou www.electromem.com.
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Carservice, oficina localizada na zona de Faro, abriu oficialmente ao público. Esta os de manutenção automóvel.
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BESA apresentou a nova massa BesaSilver, de baixa densidade à base de pigmento metálico de alumínio. Trata-se agora de uma versão produtos Car, dirigidos ao setor de carroçaria.
22 REVISÃO FOI NOTÍCIA QUE... … a Alpine acaba de apresentar os novos amplificadores da série PDR, nomeadamente as versões PDR-M65, PDR-F50 e PDR-V75. Os novos amplificadores da série PDR oferecem tudo o que é necessário num amplificador fora de série: graves intensos e profundos, uma grande dinâmica, rendimento incessante e uma instalação simples, tudo isto graças à sua conceção 100% digital e com preços muitos competitivos, segundo a marca. … a DDS Auto passou a integrar o painel de distribuidores da marca francesa de peças para automóvel da Hutchinson. Desta forma a empresa portuguesa passa a comercializar as correias de transmissão e componentes antivibração da Hutchinson. … abriu recentemente em Ermesinde uma nova oficina, que dá pelo nome de RPM Soluções Auto. Este novo espaço oficinal com 550m2 de área coberta, dá resposta a todos os serviços gerais de reparação/manutenção automóvel, lavagens manuais e ainda diagnóstico eletrónico. … a Gates foi reconhecida com o prémio ADI “Fornecedor do Ano 2013” pelo seu desempenho, no decorrer da primeira Cimeira da AD International, no dia 10 de abril, recebendo o prémio das mãos do Presidente da ADI, Olivier Roux. … a Toyota Racing Development (TRD) desenvolveu para os modelos Auris e GT86 um conjunto de acessórios (para incrementar as performances e a aerodinâmica) que agora passam a estar disponíveis na rede Toyota em Portugal. … o Grupo MANN+HUMMEL foi nomeado Fornecedor do Ano Exclusivo da General Motors e recebeu também o prémio Overdrive da marca no passado dia 12 de março no Cobo Center de Detroit, nos Estados Unidos. … a C. Santos VP investiu 600.000 euros nas novas instalações da empresa em Setúbal, que contam com 3.140 m2 onde disponibilizam os serviços de venda de viaturas Mercedes e Smart. ... a Atwoo Car Cosmetics lançou no mercado um novo produto que tem diversas utilizações no setor automóvel dentro de uma oficina. O NovaPower Grip 403 2-K é uma cola de dois componentes (poliéster/borracha) ideal para colagem e reparação de para-choques, faróis, frisos, etc, num automóvel. Tendo ainda muitas outras utilizações e aplicações, o NovaPower Grip 403 2-K tem um tempo de atuação entre 1 a 10 minutos, pode ser processado e manueaso muito rapidamente, possui uma rápida secagem e é muito durável.
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Alidata. Desenvolve parceria com a Eurotax
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Alidata e a Eurotax desenvolveram uma parceria que consiste na integração das plataformas das duas empresas, o ERP Alidata Gestão de Oficinas e o EurotaxRepairEstimate. Desta forma, os clientes destas empresas podem utilizar as duas soluções de forma integrada e assim maximizar os benefícios na utilização conjunta. A principal vantagem da integração consiste na importação direta dos dados contidos nos orçamentos realizados no Eurotax para o Software Alidata. Para além da importação direta de todos os dados, ficam igualmente anexados no ERP – Enterprise Resource Planning Alidata, todos os documentos realizados no Eurotax e que estão associados ao orçamento da
viatura. Nesta importação é feita uma correspondência com as referências do Software Alidata, permitindo total rastreabilidade de documentos, bem como a confidencialidade dos mesmos. O completo módulo de cálculo da Eurotax permite realizar uma orçamentação rápida (e consequente transferência para o ERP Alidata) de trabalhos de chapa, mecânica e repintura na reparação de veículos. Ao mesmo tempo o programa determina o valor de mercado do veículo a reparar. Permite também apurar imediatamente os tempos de pintura e custos de material para a pintura, os tempos de substituição recomendados pela marca e os tempos de mão-de-obra e custo de peças
IBEREQUIPE. ATUALIZAÇÃO DO SOFTWARE AUTOCOM
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Iberequipe anuncia o lançamento da nova versão 2014 de software para o equipamento de diagnóstico da marca AUTOCOM. Esta nova versão é lançada com várias vantagens e renovações, apresentando-se com um novo interface gráfico, aumento de funções de ajuste e adaptação, e incluindo entre outros um novo sistema hardware de segurança contra cópias ilegais.
Para as oficinas que erradamente adquiriram um equipamento com hardware e software copiado, a Iberequipe apresenta a todas estas empresas a possibilidade de adquirir um equipamento autêntico a um custo vantajoso onde para tal apenas terão de devolver o equipamento copiado. Para mais informações contactar a Iberequipe ou visite o portal www. iberequipe.com.
Bosch. Apresenta novos equipamentos de diagnóstico
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Bosch acaba de lançar no mercado dois novos equipamentos modulares de comprovação de diagnósticos mais rápidos e económicos. Desenvolvidos com o objetivo de ajudar na manutenção de grande parte dos automóveis do atual parque automobilístico em Portugal, os novos equipamentos têm como base a Unidade de Controlo de Diagnóstico DCU 100, especificamente pensada para a utilização móvel no trabalho diário da oficina. O equipamento, em forma de tablet de 10”, está preparado para ser configurado em duas versões: com o analisador KTS 525 baseado no KTS 540, mas sem multímetro - formando o pack de diagnóstico KTS 425 e que pode ser usado com o software de oficinas ESI[tronic] Light (expansível ao ESI[tronic] 2.0 versão completa); e com o KTS 540 (que inclui multímetro), que forma o pack KTS 440, e que, neste caso, já inclui o software ESI[tronic] 2.0. Em ambos os casos, o interface de trabalho PUBLICIDADE
é o DCU 100 que incorpora um disco de armazenamento de 320 Gb, um leitor de cartão de memória tipo SD e um ecrã táctil a cores TFT com resolução de 1024 x 600. Estes novos analisadores Bosch, desenvolvidos não só para facilitar
mas para corroborar o posicionamento vanguardista da empresa nesta área, contam também com ligação Bluetooth, WLAN, 2 portas USB, alta voz, saída de áudio e bateria de lítio de elevada capacidade.
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REVISÃO CAETANO GLASS. GRUPO SALVADOR CAETANO INICIA NEGÓCIO DO VIDRO OPINIÃO
Pedro Proença AREA MANAGER PORTUGAL DA UFI FILTERS Ele Mexe-se. Pode não parecer mas o mercado mexe-se. Basta refletir um pouco e pensar no que foram os últimos 15 anos. Novas empresas assumiram protagonismo na cadeia de distribuição. Houve atores importantes que desapareceram, alguns que evoluíram e se souberam adaptar às novas necessidades dos clientes e ainda outros que apareceram para satisfazer necessidades que o mercado não cobria. Houve e há aqueles que continuam num longo processo de agonia e decadência porque não se souberam adaptar. A informação passou a desempenhar um papel preponderante. Lojas Web, sistemas para consulta e identificação de peças, comparação de preços de oferta, orçamentação. O mercado tornou-se muito mais transparente e a informação passou a ser mais democrática. Aumenta a responsabilidade e o esforço dos que querem apresentar propostas de valor diferenciadoras. Ou elas acrescentam mesmo valor, ou então o preço será o critério de decisão. Para os fabricantes também mudou a realidade. O mercado ficou definitivamente dividido entre qualidade e preço, o mercado intermédio desapareceu, o que significa que as marcas ou são claramente diferenciadoras e podem cobrar um preço por essa diferenciação ou então entram num poço sem fundo, o da competição pelo preço. Mas claro que o que acabei de dizer já todos sabem. A grande questão é: Como serão os próximos 15 anos? Não tenho nenhuma bola de cristal mas ocorre-me uma palavra: Desafiantes. Como vai reagir o mercado independente de reparação a carros cada vez mais híbridos, elétricos e eletrónicos? Como vão responder os distribuidores locais e periféricos quando cada vez mais, devido à evolução da logística, existe capacidade de distribuição diária e bi-diária a partir dos grandes centros? E o comércio eletrónico, vai ter um papel preponderante na distribuição de peças ou vai ser apenas marginal? E as marcas e fabricantes dos países em desenvolvimento, poderão começar a rivalizar com as marcas tradicionais da Europa e EUA que têm dominado o setor automóvel? Mas estou eu com tantas palavras quando Shakespeare já disse tudo (em Júlio Cesar): “Todos os empreendimentos humanos têm uma maré enchente que, aproveitada em tempo, conduz à fortuna. Mas se omitida, a viagem das suas vidas percorrerá vales e misérias. Num mar tão cheio agora flutuamos. E devemos pegar a corrente quando ela nos servir. Ou perder as aventuras que estão por vir..”
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Grupo Salvador Caetano deu início a um novo serviço na área do vidro automóvel, designado por Caetano Glass. Através desta nova insígnia, o Grupo Salvador Caetano passa a ter um serviço especializado na área da substituição e reparação de vidro automóvel, apostando na qualidade, na confiança e na excelência do serviço. Segurança e confiança são critérios cumpridos pela utilização exclusiva de produtos com qualidade original e pelo envolvimento de profissionais especializados. Em todos os casos, a reparação ou substituição de vidros, resulta numa qualidade idêntica à da marca de origem. Como parte integrante do Grupo Salvador Caetano, usa o logótipo e identidade corporativa da marca mãe, apenas sendo inserida a nomenclatura “Glass” e a assinatura “Vidro Novo, Outra Vez”.
A Caetano Glass disponibiliza um serviço móvel, para o cliente que pretende um serviço ajustado e customizado às suas necessidades específicas. Com 28 oficinas distribuídas por todo o país, a rede Caetano Glass assume progressivamente a posição de um player de referência no mercado. A cobertura da rede pode ser consultada em www.caetanoglass. pt, onde se encontra mais informação sobre a marca.
GATES. MAIS QUALIDADE NAS CORREIAS DE DISTRIBUIÇÃO PARA ÓLEO QUENTE
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Gates tem vindo a fabricar transmissões para óleo quente em motores automóveis, acionando a árvore de cames, a cambota e a transmissão da bomba de óleo, substituindo os sistemas tradicionais de transmissão por corrente. A construção mais recente do sistema de correias de transmissão em banho de óleo quente da Gates excede a durabilidade das atuais aplicações no mercado de produção em série de correias para óleo quente. As propriedades das correias devem ser capazes de resistir ao pior cenário possível. Um exercício de mapeamento tem vindo a seguir todos os produtos químicos e alterações químicas que ocorrem no óleo de motor ao longo da sua vida e quais os seus
efeitos nos materiais das correias e propriedades físicas. Todos os materiais têm sido testados estaticamente a temperaturas elevadas, até +1500C ou a temperaturas máximas dependentes do ponto de ebulição do produto químico por períodos de tempo definidos. As propriedades das correias foram assim medidas e classificadas para compreender os danos causados nos subcomponentes da correia. Os produtos químicos mais prejudiciais foram depois utilizados em plataformas dinâmicas onde são feitos os testes da Gates para que o seu componente do sistema seja validado de acordo com os fabricantes de equipamento de origem (OE).
GAMOBAR PEÇAS. COM NOVAS INSTALAÇÕES
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Gamobar Peças inaugurou novas instalações no Porto, onde já se encontra a trabalhar, na Rua Delfim Ferreira, nº 234 (junto ao stand de vendas da Gamobar Peugeot). Com esta mudança, os responsáveis da Gamobar Peças esperam “poder contribuir para a máxima satisfação dos clientes, quer no atendimento ao balcão, quer no serviço prestado pela nossa equipa de comerciais”, refere o comunicado da empresa. Os contactos mantêm-se os mesmos,
nomeadamente o telefone 226 152 700 e o email pecas&acessorios@gamobar.pt.
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REVISÃO
FIDELIDADE. EM CENTROS DE ATENDIMENTO NAS OFICINAS
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Fidelidade está a investir na criação de uma rede de assistência ao cliente nas oficinas. Diz a seguradora que é um conceito inovador, tendo já investido mais de 100 mil euros neste projeto. O serviço “Help a Car” pretende abrir pelo menos cinco novas unidades até ao final do ano e aumentar a sua penetração, depois de em 2013 ter gerado um volume de negócios superior a 8 milhões de euros. O “Help a Car” já está presente em 26 oficinas em todo o País e permite resolver no mesmo espaço – a oficina – todas as etapas para a resolução de um sinistro automóvel de forma rápida, cómoda e eficiente. Nas oficinas “Help a Car” é possível participar o sinistro, fazer a peritagem do veículo e receber logo um veículo de cortesia, cedido durante o período de reparação. As vantagens proporcionadas pelo serviço têm conduzido ao crescimento consistente do número de reparações através da rede “Help a Car” da Fidelidade, tendo em 2013 apoiado 10.695 sinistros, um incremento de 5% face ao ano anterior. Santarém, Setúbal e Covilhã são algumas das cidades que vão acolher novos centros de atendimento “Help a Car”, que já estão presentes em distritos como Bragança, Braga, Porto, Aveiro, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro.
ERRATA Por lapso a foto da notícia Gonçalteam, da edição 25, saiu ao contrário. Aqui fica de novo a foto do equipamento M&B em posição correta.
Leirilis. Certificada mais uma oficina Bosch Braking Systems
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Leirilis, S.A., como distribuidor Bosch, entregou recentemente a placa identificadora à oficina Paulo Parrilha, que concluiu o processo de certificação no âmbito do conceito B.B.S. (Bosch Braking Systems). Esta oficina tem consciência das exigências do futuro, apostando assim na formação dos colaboradores e no equipamento de diagnóstico, o que lhe permite acompanhar as novidades do setor automóvel.
TRW. DIAMONDS A DUPLICAR ATÉ FINAL DE JUNHO
N COMPETINSTANTE. SITE EXCLUSIVO PARA EQUIPAMENTOS
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Competinstante,Lda (RP Acessórios Auto) lançou um novo website exclusivamente dedicado aos equipamentos de oficina auto. Sediada em Ermesinde, com larga experiência no sector, a empresa apresentou um novo website que pode ser visitado em www.rpequipamentosauto.com. Com o lançamento deste site, a empresa pretende dar uma informação mais completa sobre a gama de equipamentos Hella-Gutmann e Hella-Nussbaum que comercializa, nomeadamente: aparelhos de diagnóstico multimarca, analisadores de gases (gasolina e diesel), máquinas de carregamento de ar condicionado (ligeiros e pesados), entre outros.
o âmbito do programa de fidelização para oficinas automotive Diamonds, a TRW Automotive Portugal lançou uma promoção com Diamonds a duplicar nos amortecedores TRW e respetivos acessórios, oferecendo às oficinas registadas a possibilidade de acumularem mais pontos e acederem mais rapidamente a uma vasta seleção de prémios muito apelativos. Assim, as oficinas registadas no programa automotive Diamonds conquistam Diamonds a duplicar ao devolverem os rótulos das embalagens dos amortecedores TRW e respetivos acessórios até 27 de Junho de 2014. Pode obter mais informações em www. automotivediamonds.com.
DDS AUTO. LANÇA LINHA DE SUSPENSÃO E DIREÇÃO DA ETS
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o seguimento da sua estratégia de crescimento sustentado, a DDS Auto passou a integrar na sua gama de produtos a marca ETS de material de suspensão e direção, para as viaturas ligeiras, com cobertura europeia e asiática. Os produtos ETS são produzidos por uma experiente e qualificada equipa de produção, utilizando máquinas de alta tecnologia, matérias primas de excelente qualidade, tendo em conta pequenos detalhes para
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o produto final atingir elevados níveis de qualidade. A ETS oferece ainda um excelente suporte de catálogos, quer online, através do seu website, quer o tradicional em suporte de papel, muito fácil de consultar. A DDS Auto, utilizando a sua estrutura comercial dinâmica, já tem disponível no seu armazém um amplo stock ETS, para viaturas europeias e asiáticas, a fim de satisfazer os pedidos dos seus clientes.
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ESPECIALISTA
ESPECIALISTA
Karterlub. Aposta total na Comma A Karterlub é distribuidor oficial de lubrificantes Comma em Portugal, corporizando a estratégia de expansão da marca britânica no mercado nacional. A recente formação a 150 clientes, foi o mote para conhecermos a relação entre a Comma e a Karterlub. TEXTO PAULO HOMEM
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ara quem está no negócio dos lubrificantes, sabe que a Karterlub é já um histórico do sector no norte do país. Há mais de 25 anos que a empresa de Lousada comercializa lubrificantes, tendo representado diversas marcas ao longo do seu percurso. Contudo, a aposta agora é na marca Comma que recentemente entrou no mercado português, e que apesar de ser ainda um pouco desconhecida, não o é na realidade para a Karterlub. “Na década de 80 comercializámos, por
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exemplo, a marca Esso e já nessa altura alguns desses produtos eram fabricados pela Comma, tal como ainda acontece atualmente para outras marcas”, começa por referir José Gonçalves, gerente da Karterlub. A Cosan, atual proprietária da marca Comma, é um parceiro estratégico a nível global da ExxonMobil quer do ponto de vista da produção quer da distribuição. Em 2012 a Comma foi adquirida pela Cosan à ExxonMobil sendo neste momento uma marca 100% do grupo Cosan. O grande objectivo da Cosan é tornar a marca Comma num player importante
no domínio dos lubrificantes auto à escala global. A Comma é líder no mercado Inglês e replicar esse sucesso para outros países é o principal desafio. “Os produtos Comma são, tecnologicamente, do melhor que se faz na indústria dos lubrificantes, capazes de competir com as marcas premium e a preços bem mais competitivos”, assegura José Gonçalves. O início do projeto Comma na Karterlub foi em setembro de 2013, depois de alguma procura deste distribuidor por novas marcas. A aposta na Comma justifica-se, segundo
CONTACTOS KARTERLUB GERENTE JOSÉ FREITAS GONÇALVES TELEFONE 255 814 989 E-MAIL geral@karterlub.com WEBSITE www.karterlub.com
José Gonçalves, pelo “conhecimento de longa data que tínhamos desta marca e a enorme confiança que nos transmitia, sabendo nós a qualidade destes produtos e o enorme potencial técnico que tem. Logicamente que o projeto Comma, a ambição de crescimento e a excelência dos produtos também nos atraiu bastante e, por isso nos juntámos a este projeto. Queremos ser um parceiro de referência para a Cosan Lubricants, trabalhando o mercado de forma efectiva, ajudando no desenvolvimento e crescimento da marca Comma em Portugal”. PROJETO A Karterlub, com sede em Lousada, tem como área de maior esforço comercial todo o norte de Portugal, tendono terreno quatro vendedores que visitam diretamente as oficinas numa área de proximidade. Noutras regiões a empresa trabalha com revendedores estrategicamente selecionados para as restantes áreas geográficas. Para o efeito, a Karterlub possui armazém e stock de produtos, de forma a poder responder de imediato à generalidade das solicitações. A distribuição periférica é feita diretamente pela Karterlube a restante é efetuada por operadores logísticos que asseguram as entregas de acordo com as necessidades dos clientes. O grande desafio para a Karterlub “é trabalhar com dedicação o mercado aftermarket sempre com o focus na satisfação dos nossos clientes com o objectivo de prestarmos o melhor serviço possível, já que a qualidade dos produtos é excelente. Conjugando um produto de topo com um serviço de excelência, conseguiremos certamente atingir os nossos objetivos de crescimento”, explica José Gonçalves. “Temos vindo a crescer de forma sustentada e neste momento já estamos com números de vendas e tonelagens bem interessantes face ao que eram as nossas expectativas iniciais “assegura o mesmo responsável, explicando este sucesso pelo facto do “conhecimento da marca, diversidade dos produtos,bem como da relação preço/qualidade, o que nos garante um excelente posicionamento no mercado, nomeadamente nesta fase de dificuldades que o país atravessa e especificamente o sector oficinal. Prova deste sucesso é a nossa recente distinção como PME Excelência 2013”. Um dado muito importante no entender de José Gonçalves é que todo o negócio Comma está também suportado por importantes
ferramentas informáticas, guias de aplicação de produtos, fichas técnicas e fichas de segurança, entre muita outra informação técnica, que está acessível a todos os profissionais. Para além dessa informação, que atesta a qualidade e a certificação dos produtos Comma, a própria Karterlub tem em desenvolvimento uma plataforma que permitirá em breve disponibilizar estas ferramentas técnicas para consulta dos profissionais. “Esta ferramenta vai permitir escolher o lubrificante que tecnicamente mais se adequa, partindo da seleçãoda viatura em questão. Cumprida esta indicação, a Comma assume a responsabilidade total dos seus produtos, desresponsabilizando assim as oficinas ” afirma José Gonçalves. Mas as apostas da Karterlub não se ficam por aqui. A empresa investe na formação dos seus comerciais e nos comerciais dos seus revendedores, pois “achamos que estes profissionais para terem sucesso, e para
projetarem as suas empresas, devem conhecer em profundidade o produto que vendem, pois só assim se conseguem fazer vendas sustentadas. Prova disso foi a formação recente dada pela equipa técnica da Cosan,”explica José Gonçalves, que diz que “para nós é fundamental investir na formação e na informação, pois ela é vital para a nossa atividade e para incutir confiança aos nossos clientes.” Numa altura em que o mercado está cada vez mais exigente, José Gonçalves diz ainda que “para crescer é fundamental manter uma boa relação qualidade/preço do produto, o que com a Comma nos é possível.” Refira-se ainda que estiveram presentes no Seminário Técnico Karterlub 2014, que decorreu em Lousada no passado mês de maio, mais de 150 pessoas responsáveis por oficinas (entre outros profissionais do sector), clientes da Karterlub e dos seus revendedores, emformação dada pela equipa técnica da Cosan.
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Conversa de Mãos. Formação e informação são mais-valias Detentora de uma longa experiência na área dos equipamentos para oficinas, a verdade é que a empresa Conversa de Mãos tem apenas três anos de existência. A forte aposta incide na marca HPA/Faip. TEXTO PAULO HOMEM
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s quatro sócios da Conversa de Mãos (Paulo Cruz, Fernando Lopes, Jorge Silva e Albano Sampaio) somam anos de experiência na área dos equipamentos oficinais, por via de terem trabalhado muitos anos numa empresa de referência no setor (que atualmente já não existe). De lá não trouxeram apenas konw-how, mas também importantes representações, que hoje a Conversa de Mãos detém de forma exclusiva em Portugal. Foi o caso dos Equipamentos HPA Faip e dos produtos para lavagem automóvel da MA-FRA, aos quais foram sendo adicionados outras marcas (como agentes distribuidores) que têm permitido à Conversa de Mãos disponibilizar um portfólio de produtos complementar entre si. “Quando abordamos o cliente podemos ter tudo o que ele necessita, desde equipamentos, passando por ferramentas, consumíveis e
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produtos de reparação, até aos produtos de lavagem auto que nos diferenciam neste setor dos equipamentos”, refere Paulo Cruz. Os primeiros três anos foram de implementação da empresa em todo o território de Portugal, sempre com a orientação na melhoria constante do serviço prestado. “Cada vez mais a nossa aposta tem sido a formação e informação interna. Entendemos que nos temos que preparar cada vez melhor para abordar e falar com o cliente”, afirma Paulo Cruz, que informa que os comerciais da empresa irão ter acesso também a determinados instrumentos (tablets)
que permitam uma melhor interação e uma melhor informação ao cliente e “isso está englobado na melhoria da prestação dos nossos serviços”. Argumentando que pode equipar uma oficina “chave na mão”, os responsáveis da Conversa de Mãos não esquecem a assistência técnica. “Um dos argumentos para se comercializar um equipamento é o pós-venda. Temos duas pessoas dedicadas a essa área e temos a perspetiva de um terceiro, nesta caso localizado mais na região sul. Existe ainda uma linha telefónica específica apenas dedicada à assistência técnica que qualquer cliente pode usar sempre que tenha um problema com os equipamentos HPA Faip”, refere Fernando Lopes. Refira-se que a aposta da empresa na região sul é uma realidade, como se comprova pela recente integração de mais um comercial
para trabalhar especificamente essa zona. Também na calha está a chegada de novas representações, numa ideia de complementar a oferta atual, sobretudo na área pneumática, estando longe a ideia de comercializar outras marcas de equipamentos. “O conhecimento e experiência que temos com a HPA Faip, permite-nos conhecer estes equipamentos como ninguém e isso é muito importante no serviço que damos ao cliente, PUBLICIDADE
desde a comercialização ao pós-venda”, admite Paulo Cruz. A formação dos clientes é também uma das apostas da Conversa de Mãos. Diz Fernando Lopes que “temos uma das pessoas mais capacitadas a nível nacional na empresa a trabalhar essa área. Fazemos formação regulamente para os nossos clientes, nomeadamente na área do alinhamento, que é aquilo que os clientes mais nos pedem”. Porém, no entender deste mesmo responsável a formação ganhará cada vez mais importância no futuro, “até pelo desenvolvimento tecnológico que os equipamentos estão a ter, que são cada vez mais eletrónicos e por isso exigem também cada vez mais conhecimento por parte de quem os usa. Para nós é muito importante a componente da formação”. Para além da HPA Faip a Conversa de Mãos comercializa ainda os elevadores da empresa espanhola Cascos, embora neste caso sem exclusividade. LAVAGEM AUTO Sendo uma representação exclusiva da Conversa de Mãos, os produtos MA-FRA são de origem italiana, sendo os mesmos investigados, desenvolvidos e produzidos pela própria empresa. Todos os produtos MA-FRA dispõem de fichas técnicas e fichas de segurança, que estão disponíveis juntamente com o produto
CONTACTOS CONVERSA DE MÃOS GERENTES PAULO CRUZ TELEFONE 227 139 084 E-MAIL conversademaos@gmail.com INTERNET www.conversademaos.pt
para qualquer cliente, dispondo ainda de uma série de certificações. “É uma empresa que está a desenvolver constantemente a sua gama de produtos e que cumpre a legislação aplicável aos mesmos e à sua utilização”, refere Paulo Cruz, acrescentando que “temos vindo a apostar muito nesta marca, que representa bastante nas nossas vendas, além de temos novos projetos para ela. Um deles passa pela aposta que vamos fazer junto do setor dos veículos pesados”. Olhando sempre para o futuro, os responsáveis da Conserva de Mãos vão continuar a apostar numa maior proximidade ao cliente. A presença em feiras nacionais será uma dessas apostas, até como reforço de uma maior penetração na região sul (com presença na Mecânica 2014), bem como o reforço da informação expondo cada vez mais os seus produtos e serviços para os clientes.
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Autoflex. Extensa gama de produtos caarQ No âmbito do ciclo de conferências “Inovação na Repintura Automóvel”, que a Autoflex tem vindo a promover juntamente com os seus parceiros para clientes oficinais, destaque para uma série de novidades da marca caarQ. TEXTO PAULO HOMEM
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endo uma participação na empresa ibérica Refinishcaar, a Autoflex representa em exclusivo para Portugal os produtos da marca caarQ. É política desta empresa inovar, diversificar e melhorar a gama de produtos e serviços que disponibiliza, procurando maior eficácia e eficiência dos mesmos. O catálogo de produtos é já muito extenso e está em constante atualização, onde constam não só os consumíveis para a repintura como uma série de equipamentos, alguns deles específicos para esta atividade. Um dos destaques da gama caarQ é a nova linha de polimentos, onde sobressaem o Express Super Glos 0805 (uma massa de polir fase única), o Final Polishing 0802 (uma massa de polir branca com menos corte mas também de fase única) e o Final Polishing 0803 (uma massa de polir preta com menos corte mas também de fase única). Ainda na nova linha de polimentos foi apresentada a cera Ultra Protectora 0806 (uma cerca de proteção de aplicação muito fácil seja manualmente seja com utilização de uma máquina) e o Final Clean 0810 (produto
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de limpeza e inspeção final). Refira-se que todas as novidades na linha de polimentos são produtos à base de água. DESAMOLGAMENTO Uma das áreas em que a Autoflex tem vindo a investir tem sido na formação ao nível das novas técnicas de desamolgamento. A marca caarQ não só dispõe de uma gama de novos equipamentos específicos para esta área, como a Autoflex tem técnicos formados e habilitados que formam os clientes no sentido de tirar o máximo rendimento destas máquinas e equipamentos. “O objetivo dos seminários técnicos internos que a Autoflex dinamiza regularmente, têm como único objetivo ensinar a fazer bem
CONTACTOS AUTOFLEX GERENTE MANUEL SILVA TELEFONE 256 910 300 E-MAIL autoflex@autoflex.pt WEBSITE www.autoflex.pt
feito à primeira vez”, referiu Felismino Pinto, responsável técnico da empresa. GAMA COMPLETA A gama de produtos caarQ é muita alargada. A Autoflex disponibiliza abrasivos (lixas, esponjas, discos, fiber-brite, fiber-flex, etc), fitas (para mascara entre outras), plásticos com fita para proteção de interiores e mascaramento, tacos (velcro, planos, côncavos, com aspiração, de borracha, etc), lixadeiras pneumáticas, produtos e máquinas para reparação de plásticos, antigravilhas e ceras de cavidades, polimentos (máquinas, esponjas, boinas, panos de microfibras, etc), produtos para proteção pessoal (luvas, oculos, máscaras), fatos e batas e pintura, copos graduados, vasos de pintura, filtros de papel, placas de teste, réguas graduadas, agitadores, suportes de pistolas, pistolas, kits de limpeza de pistolas e também equipamentos elétricos e pneumáticos. “A gama de produtos caarQ é muito abrangente e praticamente podemos fornecer tudo o que uma oficina de repintura necessite para a sua atividade”, explicou o responsável técnico da empresa.
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Roberlo. Ouvir o cliente
Passaram 20 anos desde a entrada da Roberlo em Portugal. Aliás, foi mesmo a primeira filial da empresa espanhola, que se caracteriza pela constante inovação dos seus produtos para o setor da repintura automóvel. Saiba o que está para vir. TEXTO PAULO HOMEM
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s bons jogadores ganham jogos, mas só as boas equipas ganham os campeonatos. Esta é a frase que se encontra na placa comemorativa dos 20 anos da Roberlo Portugal. A mesma representa o percurso da empresa, que tem apresentado crescimento de vendas nos últimos anos e que em 2014 vai pelo mesmo caminho. “Em 2013 reorganizamos a equipa comercial, e com menos pessoas conseguimos vender mais”, revela Fernando Machado, gerente da empresa e fundador da Roberlo em Portugal. Quase sempre a Roberlo se dedicou à venda de tudo para a repintura automóvel menos a tinta, mas essa situação também mudou em 2013, e vai ter efeitos visíveis num futuro a curto prazo. A Roberlo vai dedicar-se também ao negócio da tinta, depois da aquisição de uma fábrica, estando a decorrer em clientes selecionados uma série de projetos piloto com vista à afinação das cores. O slogan “Changing Color Values” que a Roberlo adoptou recentemente é representativo do que vai mudar no negócio desta empresa, não só a nível internacional, como também em Portugal. PRODUTO Tirando as pistolas de pintura, praticamente todos os produtos que comercializa são
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produzidos pela própria Roberlo e têm a sua marca. Betumes, primários, vernizes, consumíveis, entre outros produtos de consumo regular são os mais representativos nas vendas da empresa, mas não é só a gama muito completa que se destaca, mas “sim a capacidade que a Roberlo tem de inovar, fruto de muita pesquisa e desenvolvimento técnico”, explica Fernando Machado, adiantando que “dessa forma, podemos
disponibilizar produtos de valor acrescentado, que aumentam a produtividade nas oficinas e que estão de acordo com a evolução tecnológica dos próprios veículos”. São constantes e regulares as apresentações de novos produtos por parte da Roberlo, mas no entender do responsável da empresa em Portugal “cada vez mais nos orientamos para a real necessidade do cliente. O importante é ouvir o cliente e, tendo o conhecimento de
FERNANDO MACHADO GERENTE ROBERLO PORTUGAL
toda a nossa gama, propor-lhe o produto que mais se adequa à sua necessidade e ao seu método de trabalho”. A filosofia geral da Roberlo passa por estar cada vez mais orientada para o cliente (relembre-se que cerca de 75% das vendas da Roberlo em Portugal são feitas diretamente às oficinas), tendo a empresa “a consciência que para fazer uma venda o mais profissionalizada possível temos que investir o máximo nos recursos humanos. Foi isso que fizemos e estamos a fazer, dotando a nossa equipa comercial com um conhecimento profundo sobre aquilo que pode comercializar, e os resultados têm sido excelentes” explica Fernando Machado. Outro fator de sucesso tem sido a política de stock. A Roberlo em Portugal tem um dos maiores armazéns de todo o grupo, apoiado num sistema de gestão eficaz que
O que representam os 20 anos da Roberlo? Iniciei a Roberlo em 1993 e passados 20 anos vejo que a mesma mantem perspetivas de crescer, o que significa que foi uma empresa que soube evoluir e que não parou. Agrada-me muito trabalhar no Grupo Roberlo pois são pessoas orientadas para o trabalho e com um projeto muito bem definido. Como tem evoluído o negócio da empresa? Muito bem. Em 2013 foi um ano excelente. Melhoramos a eficiência na venda e nas cobranças, neste caso através de uma política mais restritiva que está a dar os seus frutos. Conseguimos crescer, face ao orçamentado, próximo de 8,5% e com menos uma pessoa na equipa comercial. Houve uma reorganização da equipa comercial que deu os seus frutos. O objetivo da Roberlo em Portugal é continuar a crescer?
O que tenho previsto para o negócio da Roberlo em Portugal nos próximos anos faz com que a nossa ideia seja crescer a um bom ritmo. Temos interessantes projetos para o futuro, que serão primeiro discutidos e apresentados à Roberlo, mas que nos trazem excelentes perspetivas para o futuro, que passam por alargar a rede de venda direta e dessa forma estar mais próximo dos nossos clientes. Nota alguma recuperação no mercado? O que noto é que as pessoas já não estão tão apreensivas quando compram. Houve também uma purga natural do mercado por via da crise. Por outro lado, considero que o mercado da revenda local está a passar por muitas dificuldades. As marcas estão a trabalhar cada vez mais diretamente com a oficina e existem revendedores com estruturas de revenda pouco flexíveis. Mesmo assim estou muito confiante quanto ao futuro da Roberlo em Portugal.
permite logisticamente à empresa ser muito eficaz nas entregas de produto ao cliente. Para além disso, a empresa aposta também em promoções regulares, que têm sido importantes no incentivo da equipa comercial, como na captação de novos clientes e na fidelização dos atuais.
Grande parte da sua faturação é investida em pesquisa, investigação e desenvolvimento de novos produtos que visam acima de tudo a melhoria da rentabilidade da oficina. De modo a corresponder às exigências do mercado, a qualidade do processo de fabrico está certificado pela norma ISO 9001 (desde 1997), existindo ainda um forte comprometimento com a gestão ambiental, o que levou a empresa, em 2002, a obter a certificação ISO 14001.
DIMENSÃO MUNDIAL Pode não se ter a noção da dimensão da Roberlo, mas esta empresa espanhola tem sede e fábrica neste país, tendo ainda filiais em Portugal (a mais antiga), França, Holanda, Itália, Inglaterra, Argentina, Brasil e Estados Unidos, sendo que as duas restantes fábricas estão sediadas no Brasil e na Rússia. Apenas em Espanha a Roberlo tem ainda a Dexia, uma estrutura de retalho (com armazéns) geograficamente distribuídos por todo o país.
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Sandia Stand. Uma referência do aftermarket no sul A dispersão geográfica do retalho da Sandia Stand permite-lhe ser um dos maiores operadores de peças no sul do país. Entre as particularidades deste distribuidor, merece destaque o facto de ser gerido por duas mulheres... com muitas ideias! TEXTO PAULO HOMEM
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m 1989, Hélder Francisco iniciava em Portimão o percurso da Sandia Stand. As suas filhas, Fernanda Miguel e Sara Diogo, já no decorrer de 2007, após adquirir as quotas dos restantes sócios, passam a assumir os destinos deste retalhista. Depressa ganharam o “gosto” pela dinâmica deste negócio ao ponto de o alavancarem de uma tal forma que a empresa passou de duas instalações (Portimão e Lagos) para seis unidades de retalho integrando novas localizações em Albufeira, Almancil, Odemira e, mais recentemente, em Beja. “Somos claramente o maior retalhista no sul do país, mas no Alentejo ainda queremos conquistar uma maior quota de mercado”, refere Fernanda Miguel, gerente da Sandia Stand, acrescentando que “não temos como filosofia parar de crescer”. Um projeto que Fernanda Miguel sempre acompanhou foi a integração na Create Business, negócio que a Sandia Stand integra praticamente desta a fundação deste grupo de distribuição. “É, sem dúvida nenhuma, uma relação de sucesso. Aliás, nós somos a Create Business e não apenas um aderente ou um parceiro e isso faz toda a diferença” revela a responsável da empresa, que reforça a ideia que “defendemos a Create Business como se fosse a Sandia Stand. Atualmente, a Create Business é uma marca muito forte e muito importante no negócio das peças em Portugal”. Aliás, decorre da conversa que fomos mantendo com a gerente desta empresa que a Sandia Stand está totalmente alinhada no conceito e no projeto global da Create Business, Por exemplo, a primeira oficina da rede “A Oficina” (Auto Joteca), promovida pela Create Business, foi mesmo da responsabilidade da Stand Stand. A dinamização dos conceitos oficinais da Create
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Business mas também da Bosch (a Sandia Stand é distribuidor preferente Bosch), é uma das apostas da empresa algarvia para este ano, depois dos investimentos que têm sido feito nos últimos anos no crescimento da sua própria rede de retalho. “Já dinamizámos sete oficinas para as redes com que trabalhamos, mas temos uma série de outros projetos na calha, aos quais vamos dar prioridade” revela Fernanda Miguel, que assegura que “temos muito bem definido o perfil de oficina para cada um dos conceitos.
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A nossa vantagem é a proximidade que temos ao cliente, já que todos os dias lhes vendemos peças, e isso permite-nos saber o perfil certo de cada oficina em função de cada conceito oficinal. Acredito que o futuro passa claramente por este tipo de conceitos oficinais”. CONSOLIDAR O ALENTEJO A Sandia Stand saiu do Algarve em 2011, com a abertura do centro de Odemira e faz sensivelmente um ano que chegou a Beja. No entender da gerente da empresa a segunda grande aposta da empresa será a consolidação do negócio no Alentejo. “Estamos neste momento a iniciar o desenvolvimento dos serviços de valor acrescentado em Beja, com as formações”, explica Fernanda Miguel, que confirma que todos esses serviços estão já dinamizados na região do Algarve.
DUAS MULHERES GEREM O NEGÓCIO Não é muito comum ter duas mulheres a gerir um negócio de retalho de peças em Portugal. Sem fugir à questão se existe alguma particularidade por esse facto, Fernanda Miguel prefere primeiro dizer que “o nosso grande pilar é a nossa equipa, que tem sido de um grande profissionalismo. De qualquer forma, acredito que pelo facto de sermos mulheres isso nos dê uma sensibilidade diferente ao lidar com os profissionais da empresa. Não conhecendo nada sobre o negócio de peças antes de 2003, Fernanda Miguel reconhece que “me apaixonei por esta área de negócio, trocando a minha atividade anterior, pelo dinamismo do setor e possibilidade de acrescentar valor oferecendo novas soluções. Não sinto descriminação por estar num meio profissional que é maioritariamente constituído por homens, porque este é uma atividade cada vez mais profissional em que as pessoas são reconhecidas pelo seu valor e não pelo género”.
Apesar de continuar a crescer no Algarve em termos de vendas, segundo o que foi revelado pela responsável da empresa, o crescimento da empresa para o Alentejo acaba por ser uma consequência normal da evolução da empresa, o que perspetiva futuros investimentos. “De momento queremos consolidar a nossa PUBLICIDADE
operação em Beja, é aí que estamos focados. Existem outras zonas para trabalhar, que poderão ser uma hipótese mas não por agora” afirma Fernanda Miguel. Tendo como estratégia de negócio a proximidade ao cliente, as seis localizações da Sandia Stand assumem primordial importância nesta lógica. Em Portimão existe o armazém central, que salvo algumas exceções, abastece todas as lojas, sendo cada loja (exceto Beja e Odemira) reabastecida três vezes por dia. Em cada loja existe depois uma logística própria, quer com balcão quer com entregas diretas, tendo a Sandia Stand
17 veículos comerciais destinados a esta atividade. A Sandia Stand dinamiza também, desde maio de 2013, uma área de negócio complementar às peças, que são as tintas para automóveis. “Estamos ainda a aprender sobre o negócio das tintas”, refere Fernanda Miguel, dizendo que “muitos dos nossos clientes também trabalham a colisão e a pintura auto, por isso achamos que devíamos também investir nesta área, até porque temos todo o apoio do nosso parceiro”. Refira-se que a empresa é revendedora da Sotinco para o Algarve e Alentejo dos produtos Nexa Autocolor.
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Atravessar várias gerações e reforçar a sua presença no mercado não é segredo para a Equiauto, é apenas uma consequência do trabalho e da forte aposta no serviço. Contudo, a evolução trouxe novidades. TEXTO PAULO HOMEM
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Equiauto é uma empresa que opera acima de tudo no terreno. Vende equipamentos mas o que a diferencia neste setor de atividade são os serviços de assistência técnica a equipamentos oficinais e de lavagem, que a empresa desenvolve em todo o país. “As nossas operações estão muito mais consolidadas no mercado em termos de venda de equipamentos e de serviços, devido à nossa experiência e know-how, mas também ao fato de terem desaparecido alguns dos concorrentes mais antigos que juntamente com a Equiauto estavam há mais anos no mercado”, começa por afirmar Rui Mendes, diretor da Equiauto, explicando que “temos reforçado a nossa presença no mercado, mesmo perante pequenos operadores que aparecem apenas para fazer mossa e a seguir desparecem”. Um dos pontos fortes da Equiauto tem sido a estabilidade que a empresa tem mantido com os seus fornecedores de equipamentos. “Sempre nos habituámos a isso, o que nos liga muito às marcas e nos permite ter um conhecimento perfeito dos produtos que vendemos e isso é fundamental para o pósvenda”, diz Rui Mendes, explicando que “o que não nos custaria em termos de stock de peças e componentes, para quem aposta no pós-venda como nós, se tivéssemos múltiplas representações”. A última alteração (há quase cinco anos) ocorreu com a entrada da WashTec (na área da lavagem), um projeto que tem corrido tão bem e se tem desenvolvido bastante, que é a própria marca a convidar a Equiauto para formar técnicos noutros países neste equipamentos. Historicamente a Equiauto sempre teve um grande pendor no serviço técnico de assistência a equipamentos em detrimento da componente comercial ou da venda pura. “O pós-venda sempre foi algo que nos diferenciou neste mercado. Por isso, mesmo com a queda que houve nas vendas de equipamentos, que levou os empresários a manterem os mesmo durante mais tempo, isso não trouxe
LOJA ONLINE Através do site da Equiauto, a empresa disponibiliza uma loja online, nomeadamente para a área das ferramentas. Através desta plataforma pode aceder a todo o catálogo de ferramentas da Facom e da Expert, solicitando as ferramentas que pretende adquirir. No futuro, a mesma plataforma poderá também alargar-se aos equipamentos, embora a especificidade do produto represente alguns entraves ao desenvolvimento dessa solução. Dentro desta mesma plataforma a Equiauto dispõe ainda de outra funcionalidade que permite a qualquer cliente solicitar, através do site, assistência técnica.
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problemas para a nossa estrutura comercial, pois sempre estivemos muito mais virados para a assistência”, afirma Rui Mendes, assegurando até que “o que temos vindo a fazer passa pelo reforço da nossa estrutura de pós-venda no terreno”. Também nos serviços de pós-venda tem havido alguma evolução. Já não existe propriamente uma solução de assistência mas, segundo Rui Mendes, uma solução tipo “fato à medida. O que nós temos que fazer constantemente é adaptarmo-nos à realidade de cada cliente e proporcionar-lhe a melhor solução”. Da manutenção preventiva (ação sistemática de controlo e monitorização, com o objetivo de reduzir ou impedir falhas no desempenho dos equipamentos) tem-se evoluído para a manutenção preditiva (verificação pontual do funcionamento dos equipamentos, antecipando eventuais problemas), o que “nos tem levado a fazer, cada vez mais, a mudança de alguns componentes nos equipamentos, porque sabemos que os mesmos estão a atingir o final do período de útil de funcionamento” PUBLICIDADE
refere o mesmo responsável, dizendo que “temos que nos tornar cada vez mais dinâmicos, mas também abertos os cliente e por isso é que todos podem falar com qualquer responsável da nossa empresa”. Com 16 técnicos (três são internos) no pós-venda, o volume de trabalho tem sido intenso, até porque alguns clientes (de maior dimensão) também evoluíram muito no controlo de manutenção dos seus equipamentos. A exigência é de tal forma alta, que os trabalhos de manutenção são feitos sete dias por semana. “Não existem muitas empresas a fazer manutenção dos equipamentos como nós o fazemos. Atualmente temos uma credibilidade muito grande no mercado que só se conquista pela seriedade e profissionalismo com que temos apostado no nosso pós-venda”, assegura Rui Mendes, que confirma que é o pós-venda que sustenta a atividade da Equiauto. Uma novidade que a empresa lançou em meados de 2013 foi o desenvolvimento de “Jet Wash” próprios. Antes a empresa adquiria os centros de lavagem a uma das suas marcas, mas atualmente são produzidos e instalados pela própria Equiauto. Tem-se notado cada vez mais a apetência de clientes pelos equipamentos usados, uma ideia que é também acompanhada por Rui Mendes, embora tenha explicado outro fenómeno. “Muitas oficinas de grupos de empresas fecham e pedem-nos para desmontarmos os equipamentos. Normalmente são esses os
equipamentos que servem de stock para os que eles têm noutras instalações e oficinas”, revela o diretor da Equiauto. Em termos de mercado, Rui Mendes considera que tal como nos automóveis (BMW e Mercedes estão no topo de vendas) também nos equipamentos se possa vir a optar por soluções com mais qualidade. “Estamos otimistas, até porque em 2013 invertemos uma tendência negativa e, com os indicadores de recuperação que se anunciam, se tivermos um 2014 igual a 2013 já é muito positivo”, afirma o responsável, que mesmo sabendo que o mercado em recuperação poderá trazer mais concorrência a mesma “não poderá trazer o conhecimento e a experiência que nós temos no pós-venda”. Para terminar, o diretor da Equiauto diz que “não entendo como um responsável de oficina pode adquirir um equipamento a um operador que não tenha historial e que não lhe garanta nada em termos de assistência, apenas seguindo uma opção preço. São soluções destas que normalmente trazem custos acrescidos para as organizações”. Não está no horizonte da empresa novas representações e novas parcerias. Contudo, a empresa tem recebido muitas solicitações em Angola, mas onde não irá investir para já, mas tem vindo a comercializar formação noutros mercados por via do reconhecimento que a Equiauto tem no setor do pós-venda. Refira-se que a Equiauto é atualmente uma empresa certificada nas áreas da instalações, manutenção e assistência técnica.
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Delphi. Contra os “piratas” de software e equipamentos A pirataria software de diagnóstico é uma realidade no mercado. A Delphi questiona qualquer oficina se os equipamentos de diagnóstico que usa são verdadeiros. O problema, muitas vezes, passa pela desinformação, que leva a comprar gato por lebre.
É
razoável afirmar que um equipamento de diagnóstico de grande qualidade é uma das ferramentas mais valiosas que um técnico dispõe. A possibilidade de conectá-lo a um veículo e executar um programa de software que identifique com precisão a causa de um problema tem contribuído para que os técnicos poupem muito tempo e dinheiro, para além de ter otimizado totalmente o processo de manutenção e reparação de veículos.
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Mas e se o seu equipamento está a fornecer informações que não são válidas? A pirataria de software é um problema de falsificação cada vez mais importante: os falsificadores copiam o equipamento de diagnóstico original e vendem tanto o seu hardware como o seu software no mercado pós-venda. No caso específico do hardware, duplicam fisicamente o módulo para que tenha exatamente a mesma aparência que o hardware oficial da marca. O mesmo se aplica no caso do software de
CONSELHO TÉCNICO Quer saber outra forma de detetar um software falsificado? A cor do CD. O falsificado é cor de rosa. Além disso, realizar a instalação com um dos discos pirateados pode causar uma falha imediata do computador. Ao inserir o disco num computador diferente e este causar a mesma falha, o disco fica inutilizado.
DETETE AS DIFERENÇAS
A UTILIZAÇÃO DE HARDWARE E DE SOFTWARE PIRATEADOS PODERÁ COMPROMETER A INTEGRIDADE DO VEÍCULO DURANTE O DIAGNÓSTICO E A REPARAÇÃO
diagnóstico. Os falsificadores falsificam a programação do software, duplicam-no e vendem-no conjuntamente com o hardware duplicado ou online. Na verdade, 99 por cento das falsificações de hardware e de software vendem-se online. Mas um diagnóstico correto depende da precisão das informações que constam do software e da capacidade do hardware em realizar as leituras corretas no veículo. O BARATO SAI CARO A utilização de hardware e de software pirateados poderá comprometer a integridade do veículo durante o diagnóstico e a reparação, o que causará novas visitas à oficina, além de representar um potencial risco de segurança. Também corre o risco de, por outro lado, deteriorar o hardware, o que irá anular a garantia. No caso de ter problemas depois de utilizar um software pirateado ou uma licença falsificada, a Delphi não poderá oferecer o suporte do produto duplicado nem do software pirata. Tem a certeza absoluta de que o seu software contém informações válidas e atualizadas? Tem a certeza de que o seu hardware tem a capacidade de realizar os testes corretos e
de descodificar as mensagens que o veículo lhe envia? Se comprou o seu hardware de diagnóstico num fornecedor autorizado Delphi e atualizou o seu software oficial Delphi utilizando uma chave de licença válida, a resposta é, sim. Pode ter plena confiança de que pode aceder a soluções, formação e suporte mais recentes dos especialistas da Delphi, além de contar com uma garantia vitalícia se a subscrição do software for mantida de forma contínua. As informações contidas no software Delphi estão protegidas por direitos de autor e é ilegal aceder à mesma sem que seja adquirida uma licença.
FALSO O VCI falso tem um número de série que está fora do intervalo estabelecido
VERDADEIRO Os números de série verdadeiros dos VCI começam a partir de 300000
Neste caso, 100251; é um número falso
Neste dispositivo, o número verdadeiro é 304000
A Delphi deixa aqui algumas diferenças que poderá detetar nos equipamentos (ver foto em baixo): O logótipo do lado esquerdo é de má qualidade e não está bem colocado no dispositivo falsificado (esquerda). Se segurar o dispositivo na mão, imediatamente notará a diferença. O produto original Delphi possui uma superfície maneável de borracha preta (direita). A cópia é fabricada com um plástico duro de má qualidade (esquerda). A parte superior do dispositivo oficial Delphi tem uma cor de alumínio mate uniforme (direita). O produto falsificado (esquerda) leva uma cobertura de cor prata brillante e salpicada. O identificador de circuito virtual (VCI) DS150E oficial Delphi é dotado de conetividade Bluetooth completa, enquanto a maioria das versões não oficiais não dispõe de Bluetooth. Se o seu VCI não for compatível com o Bluetooth, é um sinal inequívoco de que se trata de um produto não oficial. Na parte posterior do novo dispositivo VCI, o número de série de 6 digítos deve começar por 30, e na parte inferior da etiqueta deve ler-se “Made in Sweden”. Se na sua etiqueta disser “Made in China”, trata-se de um produto falsificado de qualidade inferior. O selo CE também é falso, o que significa que as empresas registadas que utilizam dispositivos falsificados também correm o risco de uma possível intervenção, de acordo com a legislação europeia. O peso do dispositivo oficial de alta qualidade é 485 g. No hardware falsificado utilizam-se peças mais baratas e de baixa qualidade e só pesa 445 g. Isto deve-se à qualidade inferior dos componentes já que não dispõem de todas as funcionalidades, como o Bluetooth ou o gravador de fluxo de dados. Os componentes de qualidade inferior também podem causar problemas eletrónicos, subaquecimento e menor durabilidade. Na base do dispositivo, este leva um cartão microSD que aumenta a sua capacidade. Se o dispositivo não tiver ranhura para o cartão ou se o dispositivo for uma falsificação, não poderá utilizar o gravador de fluxo de dados; o que limitará seriamente a sua capacidade de realizar um diagnóstico correto. O DVD que contém o software não oficial geralmente vem num disco não autêntico, muitas vezes impresso com uma imagem de má qualidade. Não utilize um CD falsificado no seu computador; fazer isso representa um sério risco de segurança para o seu computador. Se o seu software solicitar que execute um programa de ativação à parte, é porque se trata de um software falsificado não oficial e pode causar danos no seu computador.
“Made in China”, é “Made in Sweden” é o termo correto o termo incorreto
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Oficinas online. Os clientes estão à sua procura na Internet Sabia que quase metade dos portugueses usam diariamente a Internet para fazer pesquisas? E a sua oficina onde aparece nessas pesquisas? Ganhe notoriedade sem esforço e garanta mais negócio. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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oje o mundo virou-se para a internet e mesmo setores mais tradicionais viram-se obrigados a arrepiar caminho para não só não perderem clientes, como para conquistarem alguns que procuram tudo na internet. As oficinas não fogem à regra e hoje boa parte dos utilizadores vão à barra de navegação do portal mais usado, o Google, e colocam “oficina em” seguido da localidade onde estão. Quem aparecer nas primeiras posições tem fortes possibilidades de ganhar esse cliente. Mas os clientes procuram também outra coisa: referências. E se já assim é há muito tempo com a reserva de hotéis, através do conhecido portal Booking.com, ou de restaurantes e locais de interesse no Tripadvisor.com, também é cada vez mais assim com as oficinas. Os consumidores levam o seu carro à oficina mas depois comentam e avaliam para que todos fiquem a conhecer. Quanto mais avaliações existirem mais fidedigna é a informação. E não há grandes dúvidas: se a decisão estiver entre duas oficinas em que uma tem um rating melhor do que outra, não é difícil perceber qual será a opção do consumidor. Mas é importante não esquecer que, apesar de tudo, um cliente insatisfeito tem sempre mais vontade de partilhar a sua má experiência do que um a quem tenha corrido tudo bem. Felizmente essa realidade tem mudado e hoje todos os consumidores percebem que a sua opinião conta. Por isso, é fundamental também a relação de confiança. Hoje as pessoas, por mais habituadas que estejam a ir a uma oficina, são muito influenciadas pelos custos e é fácil, através destes portais, ter acesso a orçamentos para um mesmo serviço e, por isso, as oficinas estão obrigadas a ter preços competitivos mas também a prestar um bom serviço. Qual destes fatores tem mais peso? É difícil de dizer e haverá adeptos das duas posições. Mas ideal é que ambas andem de mãos dadas. É nesse seguimento que surgiram dois portais muito importantes: o Portal do Automóvel, lançado pela ANECRA e também um portal lançado pelo Standvirtual, dedicado às oficinas e também às peças, como complemento. Depois há, como já existe há algum tempo, vários diretórios com oficinas mas que funcionam como agregadores, como é o caso da Auto Sapo Oficinas ou do Izigo. Além disso, existem mais alguns diretórios como as próprias páginas amarelas eletrónicas. O grande objetivo passa por trazer o cliente a primeira vez à oficina e tentar fidelizá-lo. Por isso, estas plataformas só têm resultados reais se, a uma boa visibilidade na internet, corresponder um bom serviço, não só pela qualidade mas por cumprir tudo o que é anunciado no site. Um cliente que se sinta
defraudado nas suas expetativas dificilmente volta e vai fazer má publicidade. Existem alguns truques importantes que podem ser usados pelas oficinas, retirando maior partido da sua presença nestes portais e agregadores. Assim, é importante apostar nas fotografias. As oficinas com imagens têm maior probabilidade de ser escolhidas pelos potenciais clientes, até por passar uma imagem de transparência e profissionalismo, com a mensagem de não terem nada a esconder. É importante que use de forma adequada a área de promoções e descontos que todos estes portais disponibilizam. Os clientes na internet são muito sensíveis a descontos e ofertas especiais, sentindo-se atraídos por isso. Há um ponto ao qual tem que ter muita atenção. Sempre que há um pedido de informações ou de orçamento a resposta tem que ser muito rápida. É necessário que tenha alguém na oficina, podendo ser o rececionista, que responda num prazo máximo de 1 hora a qualquer pedido de esclarecimento. Quando se trata de um orçamento a resposta terá também que ser rápida porque é muito provável que o cliente tenha pedido vários orçamentos (no Portal do Automóvel são contactadas automaticamente várias oficinas junto à localidade pretendida). No caso de orçamentos, não deve levar mais de 8 horas a responder. Para conseguir cativar o cliente, pode dar uma primeira resposta
HOJE COM UM TELEMÓVEL, ENTRE DUAS REUNIÕES, UM CLIENTE PROCURA UMA OFICINA. AS QUE ESTIVEREM VISÍVEIS E RESPONDEREM AOS PEDIDOS TÊM VANTAGEM a pedir mais informações ou a dizer que foi recebido e que o cliente terá uma resposta num período máximo de “x” tempo. Certo é que quem responder mais depressa tem maior probabilidade de ganhar o serviço. Na internet, os clientes têm uma expectativa muito elevada e são exigentes na rapidez de resposta. O investimento para estar presente num destes portais ou agregadores é baixo, comparado com o benefício que pode tirar daí, tanto em notoriedade como também em negócio efetivo. Mas o maior investimento que uma oficina terá que fazer será sempre interno, ao nível dos recursos humanos e da qualidade do serviço que presta, tanto na parte do atendimento, resposta ao cliente, como na resposta técnica que satisfaça as expectativas do cliente. Só essas oficinas poderão retirar verdadeira rentabilidade destes serviços.
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Portal do Automóvel. ANECRA ajuda a angariar clientes para as oficinas A Associação quer ser parte ativa na angariação de mais notoriedade e de mais negócio para as oficinas e este portal tem fortes aspirações a ser uma referência no setor. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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ANECRA, fruto da sua experiência e no setor e do elevado número de oficinas associadas que tem, deu um passo muito importante para ajudar os seus associados em particular, mas todo o mercado oficinal no geral. Isto porque o Portal do Automóvel, disponível durante a primeira quinzena de junho, está aberto a qualquer oficina que queira aderir a este portal. Com vantagens garantidas. “Pela primeira vez a ANECRA envolve-se diretamente para angariar novos clientes para as oficinas”. É com esta frase que Neves da Silva, secretário-geral da ANECRA, anuncia esta nova fase da associação, que se envolve num projeto com a Izmocars, líder mundial deste tipo de portais (representada em Portugal pela 4Fleet), onde o objetivo
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é simples de explicar: “Queremos garantir que as oficinas que adiram ao portal têm vantagem sempre que um cliente procura um serviço de manutenção ou reparação na Internet”. A TURBO OFICINA assistiu a um dos vários workshops que a ANECRA tem levado a cabo pelo país para apresentar a Portal do Automóvel a quem mais pode beneficiar deste serviço: as oficinas. E no caso da ação a que assistimos, dirigida às redes de oficina, estas são muito importantes para o sucesso do próprio portal, uma vez que cada uma delas tem várias oficinas ou centros. Por isso mesmo, a solução tecnológica é adaptada à utilização da rede, com a unificação da sua própria imagem e com a possibilidade de fazer atualizações de promoções, por
exemplo, em todas as oficinas da rede. Mesmo para quem já tem uma presença na Internet, não terá um acréscimo de custos, uma vez que pode transferir a sua presença para o Portal. Porquê? Porque além do Portal agregar as oficinas, de acordo com vários critérios de procura, uma das vantagens é que as oficinas podem ter presença só no portal, mas podem também ter um site individual, totalmente personalizável com a imagem da oficina (ou da rede de oficina). A vantagem de estar tudo centralizado é que todas as alterações que a oficina faça, através de um backoffice fácil de usar, tem efeito tanto no Portal como no site individual, poupando-se tempo e contradições na informação. Filipe Teixeira, da ANECRA, explica que
“os clientes estão cada vez mais na Internet e, aí, salvo raras exceções, a presença das oficinas a continua a ser fraca. Basta aceder ao maior portal de pesquisa da Internet, o Google, e fazer uma pesquisa por oficinas numa determinada localidade. Mesmo tendo um site é pouco provável que apareça nas primeiras posições. E quem aparece nos primeiros resultados tem maiores probabilidades de ganhar esse cliente”, explica entre vários powerpoints. MAIS DO QUE UM AGREGADOR A vantagem é que este serviço que a ANECRA lançou pretende ser um verdadeiro Portal do Automóvel. Do lado do cliente, o automobilista, o objetivo é que estes registem os seus carros, recebendo alertas dos períodos de manutenção
CONTACTOS PORTAL DO AUTOMÓVEL RESPONSÁVEL FILIPE TEIXEIRA TELEFONE 213 929 030 E-MAIL filipe.teixeira@anecra.pt INTERNET www.portaldoautomovel.pt
programada, mas também datas das inspeções periódicas ou cotações de seguros para o seu veículo, além de ser possível agendar um carro de substituição para o período da reparação. Para os consumidores o Portal vai permitir ser também uma importante ferramenta de gestão e isso vai fazer com que venham mais vezes ao portal e gerem mais tráfego onde as oficinas estão presentes com promoções e ofertas. Para as oficinas, além desta vantagem da muita visibilidade do Portal, vão também poder enviar sugestões de serviços ou promoções por conhecerem as necessidades dos carros de cada um dos utilizadores. Todo o portal, como não podia deixar de ser, funciona com apertadas regras de segurança no que diz respeito à transmissão deste tipo de dados. Uma outra vantagem é que um cliente, quando faz uma pesquisa por uma oficina e indica o serviço que procura, esse pedido de orçamento é enviado às várias oficinas nas proximidades dessa localidade. As marcações online são sempre reais e não apenas uma pré-reserva. Ou seja, cada oficina define quantas vagas tem por dia para clientes que cheguem através do Portal, que gere automaticamente essas vagas na oficina. Esse valor pode ser ajustado pela oficina consoante o trabalho que tenha agendado, com total flexibilidade. O portal envia um e-mail para a oficina sempre que há pedidos de orçamento ou marcações de serviços. Outro ponto em que o Portal é importante é na responsabilização da oficina. Ou seja, as oficinas estão obrigadas a prestar um serviço de qualidade, uma vez que os
A ANECRA CRIOU UM VERDADEIRO PORTAL DO AUTOMÓVEL, COM MUITAS VANTAGENS PARA AS OFICINAS QUE ESTEJAM PRESENTES, GARANTINDO MAIS NEGÓCIO
clientes podem registar-se no Portal para avaliarem o trabalho e fazerem comentários sobre o serviço prestado. Como é natural, as oficinas que tiverem melhores opiniões têm maior probabilidade de angariar novos clientes. Os valores a pagar começam nos 5 euros para o Portal (para os sócios da ANECRA) e 6,25 euros para os não-sócios, havendo depois várias possibilidades de personalização e adaptação de sites já existentes, sem custos adicionais. A ANECRA permite ainda às oficinas que adiram ao Portal fazer um período de experiência de 90 dias, findo o qual podem desistir se não estiverem satisfeitos. A manutenção do serviço será feita pela ANECRA, graças aos dois banners de publicidade que vão garantir a verba suficiente para esta manutenção e também para que o Portal do Automóvel esteja nos primeiros resultados das pesquisas nos portais da Internet. Mas dentro dos sites individuais as próprias oficinas podem também gerir um espaço de publicidade, tornando-se uma forma de suportar os custos de permanência neste serviço.
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Standvirtual. Orçamentos de manutenção online O Standvirtual conquistou por direito próprio um lugar de relevo nas vendas de veículos usados em Portugal. Sempre com o foco no cliente final mas piscando o olho ao profissional, agora dinamizou o negócio de peças e das oficinas, neste caso com pedido de orçamento de manutenção. TEXTO PAULO HOMEM
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s números falam por si: 133 milhões de visualizações foi o registo de março no Standvirtual. Por aqui se pode perceber a importância que esta imensa plataforma de automóvel usados tem em Portugal, tendo muito recentemente introduzido na sua oferta os programas oficiais de usados da BMW, Mini e da Renault (que foi renovado). Agora, para além dos automóveis, das autocaravanas, motos, barcos e salvados, o Standvirtual passou também a ter uma plataforma de comercialização de peças, um diretório de oficinas em Portugal e, mais recentemente, a possibilidade de se pedir online um orçamento de manutenção. Já em 2012 o Standvirtual tinha lançado um serviço de garantia automóvel, direcionado para o pós-venda, e em setembro de 2013 teve
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início a área de oficinas, que é atualmente a maior base de dados online de oficinas auto que existe no nosso país (cerca de 2.000 oficinas). Nesta plataforma de oficinas qualquer cliente poderá pesquisar uma oficina por distrito, por concelho ou por nome, ficando a saber que serviços terá e em alguns casos o preço da mão-de-obra. A credibilidade e rigor desta base de dados é tal que praticamente todas as grandes redes oficinais estão oficialmente presentes na mesma (a Bosch Car Service é a mais recente adição). Para já, qualquer oficina se pode registar gratuitamente, sendo obviamente validada pelo Standvirtual. ORÇAMENTO Até há relativamente pouco tempo, o condutor que quisesse fazer um pedido de
orçamento a uma oficina desta base de dados, teria que o fazer uma a uma. A novidade agora é que o Standvirtual desenvolveu uma ferramenta no seu site, que permite a qualquer utilizador que pretende pedir um orçamento de manutenção, especificar o carro que tem, que serviço procura e depois de introduzidos alguns dados pessoais (nomeadamente o código postal), o site envia para todas as oficinas
CONTACTOS STAND VIRTUAL RESPONSÁVEL DANIELA OLIVEIRA TELEFONE 808 100 404 E-MAIL n.d. INTERNET www.standvirtual.com
a garantir a coerência e a veracidade da informação”, revela a mesma responsável.
abrangidas por esse código postal um e-mail com essa solicitação. Posteriormente cada oficina responde diretamente a esse utilizador. Desta forma o Standvirtual potencia a ligação entre oficina e cliente, mas “o nosso papel não é mediar os negócios. Apenas queremos providenciar os melhores serviços ao utilizador final de uma forma rápida, até”, diz Daniela Oliveira, Site Manager do Stand Virtual. Esta funcionalidade está disponível há pouco mais de um mês, podendo a mesma ser acedida através da plataforma oficinas dentro do Standvirtual. PEÇAS Igualmente muito recente no Standvirtual é o serviço de peças, que visa facilitar a compra e venda de peças de automóveis (mas também de barcos e motos). Qualquer utilizador, seja ou não profissional deste setor, pode colocar uma ou mais peças à venda no Standvirtual. Os anúncios de peças têm um custo mínimo de 3 euros, podendo esse valor variar de acordo com a sua duração do anúncio e/ ou em função do destaque que se pretenda dar a essas peças, de modo a aumentar a visibilidade das mesmas no portal. Partindo da ideia que o utilizador tenha mais de 10 peças para anunciar, existem pacotes profissionais (para casas de peças ou operadores de peças usadas) que permitem a colocação até 50, 200 ou 500 artigos, bem como a possibilidade de anunciar um número ilimitado de materiais. “O custo por peça neste caso é muito reduzido. Quantos mais peças o vendedor colocar online menor é o valor, que não chega a 50 cêntimos por mês por cada peça”, diz Daniela Oliveira, explicando que “quem tenha mais que 10 peças para vender, terá sempre uma pacote de preços que lhe é mais económico, do que colocar à venda
peça a peça. Obviamente que estes pacotes se orientam mais para o profissional”. Para usufruir deste serviço, qualquer utilizador ou profissional do ramo das peças terá que se registar (gratuitamente) e seguir um formulário online específico (sem grande complexidade) dentro do Standvirtual. Também aqui todos os anúncios de peças que são colocados no Standvirtual são validados internamente. “Existem critérios de qualidade. Por isso todos os anúncios são validados pela nossa equipa, de modo
AUTO PLATAFORMA Para todos os utilizadores profissionais, o Standvirtual disponibiliza ainda uma plataforma de CRM (Customer Relantionship Management). Designada por “Auto Plataforma”, trata-se de um serviço online que permite a todos os utilizadores do Standvirtual fazerem a gestão do seu stock, desde carros a peças. Através do “Auto Plataforma”, os utilizadores profissionais podem exportar a informação para outros websites ou para o OLX, mas também fazer a gestão de todo o stock de carros ou peças que colocou online. Esta ferramenta gera depois uma série de dados e de informação, muito útil em termos de gestão de negócio, como também lhe permitir gerir que carros ou peças quer ter online em determinado momento. É intenção do Stanvirtual poder desenvolver novas áreas deste setor na sua plataforma, como revelou Daniela Oliveira, mas o momento é de continuar a desenvolver cada vez mais as atuais.
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Izigo. A base é a georeferenciação O izigo é uma plataforma B2C que tem por missão facilitar a vida das pessoas quando necessitam de um serviço que esteja ligado com o automóvel. Marcar uma manutenção é apenas um dos serviços. TEXTO PAULO HOMEM
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iz Patrick Sardinha, diretor geral e fundador, que o izigo (lê-se easy go) é um motor de pesquisa dedicado única e exclusivamente ao mercado automóvel. Esta plataforma reúne diversos tipos de empresas, que vão desde os stands de vendas, estações de serviço e parques de estacionamento, passando por empresas de aluguer de viaturas e reboques, até lojas de peças e oficinas. Pretende ser o izigo um facilitador no acesso à informação, tendo como base principal a georeferenciação de todas estas empresas. Assim, com base numa simples pesquisa, é possível encontrar, de uma forma categorizada todas as empresas dos setores acima descritos, bem como os anúncios e serviços relacionados. “Este projeto foi pensado tendo por base a georeferenciação, facilitando dessa forma o acesso às empresas registadas em função da sua localização”, refere Patrick Sardinha. O método de pesquisa, do ponto de vista do utilizador, é extremamente simples (em três passos pode-se chegar à informação pretendida), surgindo a informação georeferenciada em função da localização do utilizador (ou da áea em que pretende consultar). Qualquer empresa pode fazer o registo gratuito nesta plataforma, tendo depois uma área reservada para fazer a gestão das mensagens recebidas e enviadas, gerir contatos, gestão das categorias e dos serviços, fotografias das instalações, etc. Logicamente que existem formas de dar mais destaque e visibilidade a cada empresa, o que tem um custo associado, mas tem a vantagem de poder sobressair nas pesquisas efetuadas por cada utilizador. Um das várias funcionalidades desta plataforma é o izigo ask4 que permite aos utilizadores contactarem um conjunto de empresas em simultâneo, no sentido de solicitar qualquer tipo de informação, por exemplo, um orçamento às oficinas da sua área de residência.
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O izigo pode ser acedido através de smartphones e tablets, bem como através de computadores pessoas (via website). Existe por isso uma versão especifica para dispositivos móveis, mas que recorre exatamente aos mesmos dados. Quer isto dizer que qualquer
utilizador, pode a qualquer momento (no caso de ter uma avaria no carro), pesquisar as oficinas mais próximas e os seus serviços. Refira-se que este projeto está a ser desenvolvido desde 2012, tendo ficado disponível (online) em Agosto de 2013. Saiba mais em www.izigo.pt
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Sapo. Aposta também nas oficinas
Trata-se de um novo serviço do maior portal português, que agora quer mediar também a relação entre os consumidores e a oficina. É apenas um agregador, mas tem muita visibilidade. TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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maior portal português de Internet, o Sapo, depois de ter uma das maiores bases de dados de preços de carros novos e também de cotações de usados e classificados, deu recentemente mais um passo e criou o serviço Oficinas Sapo. Tratase de um portal agregador de prestadores de serviços de reparação, manutenção ou assistência técnica a viaturas. O Oficinas SAPO permite aos seus utilizadores (o consumidor final) pesquisar centenas de oficinas em Portugal, pedir orçamentos e fazer marcações online, de uma forma fácil, rápida, simples e totalmente gratuita. O site conta já com mais de seis centenas de oficinas aderentes, de norte a sul do país, que se distribuem entre oficinas multimarca e oficinas autorizadas da marca. Ao cobrir um vasto conjunto de serviços (pneus, travões, climatização, lavagem, amortecedores, reparação de vidros, serviços de mecânica, eletricista, bate-chapa e pintura, inspeção periódica, mudança de óleo, checkup, tunning e jantes, entre outros), o Oficinas Sapo permite encontrar a oficina certa, de acordo com as necessidades e critérios de pesquisa. Ao entrar no detalhe de uma oficina, o utilizador tem acesso ao horário de funcionamento e serviços prestados pela mesma, bem como indicações de como chegar ao local. O utilizador pode, ainda, recorrer ao serviço Chamada Grátis, através do qual o Oficinas Sapo estabelece uma ligação telefónica diretamente com a oficina selecionada, sem qualquer custo associado. Após selecionar as oficinas pretendidas, o utilizador pode solicitar individualmente os orçamentos que desejar de uma forma totalmente gratuita e optar por fazer uma marcação online junto da oficina que escolheu, bastando para isso indicar o dia e a hora pretendida, sendo depois confirmada a disponibilidade. Cada oficina tem uma página individual dentro do portal, onde constam as principais informações, nomeadamente fotografias da própria oficina (é um fator muito importante porque quando não há fotos os consumidores desconfiam), os serviços que presta, o horário e
morada, mas também as promoções em vigor. O objetivo do Oficinas Sapo é “ser o principal ponto de encontro entre quem procura um serviço de oficina e os profissionais do setor, sejam oficinas multimarca ou oficinas autorizadas da marca”, explicam os respon´saveis do portal em comunicado. Basta fazer uma pesquisa num dos principais motores de pesquisa para ver que o portal das oficinas do Sapo está sempre nos primeiros resultados, até porque o valor que as oficinas
pagam para fazer parte deste serviço ajuda também a financiar um plano de publicidade que coloca o portal muito bem posicionado, o que é uma mais-valia para o negócio das oficinas que façam parte. O Sapo promete anúncios desde 2,99 euros, mas sugere um dos três packs: que custam entre 100 e 500 euros para que possa tirar mais partido do portal e ter a sua oficina em destaque. Saiba mais em http://oficinas.auto.sapo.pt
O SAPO BENEFICIA DO FACTO DE SER O MAIOR PORTAL DE NOTÍCIAS E DE TER JÁ UMA FORTE EXPERIÊNCIA NO SETOR AUTOMÓVEL. AGORA JUNTA-LHE AS OFICINAS JUNHO 2014
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Citroën Berlingo Club 1.6 HDI 90 CV Business. Ode à eficiência
Motor económico, custos de manutenção reduzidos e um ecrã tátil recheado de aplicações de trabalho são as credenciais desta Berlingo, acabadinha de chegar a Portugal para que possa tratar do seu negócio sem sair do carro. TEXTO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES FOTOS JOSÉ BISPO
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al como dois siameses, a nova Citroën Berlingo partilha a plataforma com a “irmã” do Grupo PSA, a Peugeot Partner. Por isso, não é de admirar que existam muitas semelhanças entre ambas. No entanto, debaixo do capô há, desde logo, algo que as separa, uma vez que o modelo que lhe apresentámos na Turbo Oficina nº22 trazia um motor de 75 CV, enquanto esta Berlingo carrega uma unidade mais potente de 90 CV, com um binário superior de 215 Nm. A potência extra traduz-se num melhor desempenho global e, ao contrário do que possa imaginar, sem reflexos no consumo, já
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que a Citroën anuncia uma média de 5,0 litros para esta versão do seu comercial compacto. A diferença de preço entre os dois modelos (entre 500 a 1200 euros, dependendo da sua aquisição com ou sem IVA) acaba por ser outra vantagem que faz a escolha final pender para os lados da Berlingo, embora também seja verdade que a unidade que conduzimos vinha sem computador de bordo (o que nos impediu de comprovar o gasto efetivo de combustível) e a câmara traseira de auxílio ao estacionamento. PEQUENO ESCRITÓRIO Equipada com ar condicionado (um opcional à distância de 995€) e o pacote “business”, que inclui o ecrã tátil da Parrot com sistema
Android (custa 150€), esta Berlingo vale sobretudo por este último sistema. Basta andar para trás e para a frente com um toque de dedos para saltar de aplicação em aplicação e o mesmo se aplica para mudar de estação ou controlar o volume do rádio. Calculadora, acesso ao e-mail, agenda e meteorologia fazem parte da lista de ícones que podem ser selecionados e podem representar uma ajuda preciosa para todos os que necessitam de um escritório móvel. O Bluetooth permite ainda o emparelhamento com o telefone e o sistema de navegação garante que encontra sempre o caminho correto para cada compromisso marcado. O modelo base continua a ser o de 2008, mas acaba de receber atualizações estéticas que
O ecrã de 6.2 polegadas da Parrot é o grande destaque desta versão Club da Citroën Berlingo O habitáculo simples é composto por plásticos duros, mas oferece inúmeros espaços de arrumação e a possibilidade de rebater o banco do meio
FICHA TÉCNICA CITROËN BERLINGO 1.6 HDI 90 CV DIMESÕES: C/L/A: 4,38 M; 2,1 M, 1,8 M CARGA: 750 KG VOLUME ÚTIL: 3,3 M3 MOTOR: 1.6 HDI 90 CV (4 CIL; 8 VAL) ÀS 4000 RPM BINÁRIO: 215 NM A PARTIR DAS 1500 RPM CONSUMO: 5,0 L/100 KM 132 G/KM VEL. MÁX: 160 KM/H
o tornaram mais atraente. A frente conta agora com uma nova grelha dianteira e óticas renovadas, enquanto os espelhos exteriores são mais aerodinâmicos. Estes permitem, de acordo com a marca, reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO2. Na traseira, os farolins com tratamento fumado dão-lhe um ar mais desportivo. POLIVALENTE O habitáculo é modesto, sem grandes luxos, com plásticos duros mas de toque agradável e conta com arrumação na consola central, nas portas e junto a tejadilho. Recebeu um novo revestimento em cinza e consegue transportar três passageiros nos bancos da frente na configuração 1+2, com
a vantagem do banco do meio poder ser rebatido para facilitar a arrumação. Neste capítulo, importa referir que esta Berlingo conta com um volume de carga útil de 3,3 m3 e 750 kg, portas traseiras de batente assimétricas com abertura até 180 graus e capacidade para transportar objetos até 1,8 metros de comprimento. Para se adaptar às necessidades dos profissionais, a Citroën disponibiliza, em opção, acabamentos completos em madeira (piso, cavas das roda, proteção dos flanco) e várias soluções de fixação, em conjunto com outros equipamentos da sua lista de opcionais. A arquitetura da suspensão é composta por eixo McPherson à frente e eixo traseiro independente com barra estabilizadora. Com
credenciais de economia fortes, custos de manutenção baixos (a marca define para a primeira operação de manutenção um valor de 150.07€+IVA que inclui a substituição do óleo sintético, filtro do óleo e filtro do habitáculo) e um historial comprovado de liderança no nosso mercado, a nova Berlingo é um caso sério de racionalidade, até pelo preço a que é proposto. O novo sistema operativo Android do ecrã de tátil de 6.2 polegadas da Parrot tem ligação à internet através do seu smartphone e conta ainda com entradas USB, AUX, SD Card e uma linha específica para iPod/iPhone para nada lhe falte enquanto trata dos negócios da sua empresa. A unidade ensaiada tem um valor de 19.794€. JUNHO 2014
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Opel. Catalisador faz 25 anos Num quarto de século a Opel conseguiu uma redução das emissões em mais de 90%, fruto de uma estratégia pioneira nos construtores automóveis com a tecnologia “Kat”.
TEXTO CLÁUDIO DELICADO
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uando Louis Hughes assumiu o comando da Opel, no início de 1989, traçou de imediato diversas linhas estratégicas, em diferentes planos. Entre as prioridades de topo estavam os catalisadores, com instrução de implementação imediata. A primeira grande decisão de Hughes foi inédita entre os fabricantes de automóveis europeus. Toda a gama de modelos Opel a gasolina passaria a ter um sistema de tratamento de gases de escape. Pouco tempo volvido, em meados de 1989, 19 em cada 20 automóveis vendidos pela Opel com motor a gasolina já estavam equipados de série com catalisador,
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demonstrando que a decisão de Hughes, estimulada por preocupações ambientais e incentivos fiscais, e não por um mero sentido comercial, tinha sido muito oportuna. Em poucos meses, todos os Opel a gasolina ostentavam orgulhosamente, logo ao lado da designação do modelo, o símbolo verde ‘Kat’ (abreviatura de Katalysator, em alemão) que viria a tornar-se famoso. Volvidos 25 anos, as emissões foram drasticamente reduzidas, para menos de 10 por cento dos níveis existentes antes do catalisador, e a Opel continua empenhada em continuar a baixá-las. “Estamos na linha da frente do desenvolvimento de tecnologia compatível com o ambiente, no
sentido de reduzir a pegada de carbono dos nossos automóveis. Isso consegue-se com o aperfeiçoamento constante dos sistemas de tratamento de gases de escape e, sobretudo, com o desenvolvimento de novos motores, mais limpos e eficientes”, afirma Michael F. Ableson, Vice-Presidente da GM Europe para a Engenharia. “Entre 2013 e o final de 2016, a Opel lança três famílias de motores totalmente novas e 13 variantes de baixo consumo com níveis ainda mais baixos de emissões. Além disso, estamos a trazer ao mercado produtos que superam a mera conformidade com os requisitos legais.” A fundamentação por trás da decisão
A designação Kat passou a fazer parte da alma de modelos marcantes da Opel
Andreas Dindorf, diretor de Engenharia e Regulamentação de Produto, explica por que razão se tomou a decisão de instalar catalisadores de série em 1989: “Os nossos automóveis equipados com catalisadores protegiam claramente o ambiente e os clientes beneficiavam de incentivos fiscais. Além disso, como fazemos parte da General Motors, tirámos partido do know-how e das tecnologias utilizadas nos Estados Unidos, país que foi percursor na imposição legal dos catalisadores. Isso deixou-nos melhor preparados para dar tão arrojado passo na Europa.” A Opel já trabalhava no projeto desde 1984. Tornou-se no primeiro fabricante da Europa a incluir um catalisador de fabrico europeu num Opel com motor de 1,8 litros produzido para a polícia alemã e entregue no dia 7 de Dezembro desse mesmo ano. Nesta precisa altura, a Opel destacou mil técnicos para trabalharem em sistemas de tratamento de gases de escape, área para a qual destinou um investimento recordista de mil milhões de marcos (mais de 500 milhões de euros). DO EURO 0 A EURO 6 “Ao longo destes anos, alcançámos grandes progressos na conceção dos catalisadores com vista a assegurar a máxima proteção ambiental”, refere o engenheiro responsável pelos componentes dos sistemas de gestão
do motor (EMS), Roland Maucher. “Os dispositivos de diagnóstico e controlo em tempo real melhoraram consideravelmente, sendo atualmente montados sensores em ambos os lados do catalisador para assegurar o perfeito funcionamento do sistema. Uma outra alteração significativa consistiu em integrar o catalisador no coletor de escape, o que tornou este componente muito mais eficiente.” A consciência ambiental começou a ganhar importância na década de 80, levando fabricantes como a Opel a tomar decisões que viriam a evitar, desde então, a libertação de biliões de toneladas de gases poluentes para a atmosfera. Os catalisadores tornaram-se obrigatórios na União Europeia em 1992. A redução das emissões produzida desde a norma inicial Euro 0 até à Euro 6 é espantosa. “A regulamentação das emissões começou a ser introduzida na Europa na década de 70, mas o maior impacte fez-se sentir em 1992 com a entrada em vigor da norma Euro 1. Nessa altura, ter catalisador não era obrigatório e isso dependia de diversos fatores”, explica Roland Maucher. A norma Euro 4 entra em vigor em 2005, ano em que a Opel começa a aplicar o filtro de partículas nos modelos equipados com motores a gasóleo. As emissões de fuligens reduzem-se praticamente para zero. Isto ocorreu quatro anos antes da entrada
Filtro de partículas usado nos mais recentes modelos da Opel
em vigor da norma Euro 5 em 2009. Mais recentemente, a Opel iniciou a produção de dois novos sistemas de tratamento de gases de escape para motores Diesel – a captura simples de óxidos de azoto (LNT) e o sistema de redução catalítica seletiva com AdBlue (SCR), que reduzem significativamente a emissão de óxidos de azoto (NOx). Graças a estas tecnologias, os resultados são surpreendentes. Na verdade, as emissões de apenas um modelo com motor Diesel em 1992 encontram correspondência atualmente nas emissões de um total de 140 automóveis com motores Diesel modernos. “Este ano passará a aplicar-se aos novos modelos a norma Euro 6 que irá dar origem a novas reduções incrementais. Com a norma Euro 6, os limites de emissões vão ser exigentes para todos os motores, alimentados a gasóleo ou a gasolina. O foco da regulamentação centra-se numa maior exigência nos testes e em requisitos de diagnóstico e controlo mais apertados. Entramos agora numa nova fase”, defende Andreas Dindorf. “Já não se trata de saber se os automóveis são ou não poluentes. São, de uma maneira geral, limpos e com tendência para se tornarem ainda mais limpos.” O futuro trará um novo protocolo de testes, ainda mais exigente. “Aguardamos a implementação de um novo ciclo de testes, o ‘World Light-Duty Test Procedure’ (metodologia mundial de ensaio para veículos ligeiros). Assistiremos também à introdução de requisitos adicionais de ensaio em condições reais de condução, em que será utilizado equipamento móvel em veículos em circulação para aferir padrões de emissões”, explica Dindorf. MOTORES MAIS EFICIENTES Segundo Roland Maucher, “a questão não está apenas em tratar dos gases de escape após a saída do motor, mas em reduzir, desde logo, a quantidade de gases de escape produzidos. Maior eficiência no funcionamento do motor traduz-se diretamente em menores emissões, pelo que os nossos engenheiros estão focados na combustão e em como torná-la mais eficiente.”
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Ensaio de longa duração. Em ritmo acelerado Com um ritmo acelerado, o Renault Clio SportsTourer 1.5 dCi de 90 CV chegou a meio dos 60 mil quilómetros e com isso voltou à oficina para fazer a revisão programada. TEXTO MARCO ANTÓNIO FOTOS JOSÉ BISPO
A
o cumprir os 30 mil quilómetros (metade do proposto para chegar ao fim deste ensaio mais longo), chegou a altura do Clio voltar à oficina para fazer a revisão agendada pelo fabricante e que consistia em pouca coisa. Assim, para além do óleo Galp Formula R5W30 que foi mudado e recolhido uma amostra pela Galp para análise por uma entidade independente (visualmente este não apresentava sinais de deterioração) foi substituído obrigatoriamente o filtro de óleo conforme mandam os procedimentos do manual (comum a qualquer operação do género). Para além do filtro de óleo foi também mudado o filtro do habitáculo que se encarrega da manutenção da qualidade do ar no interior do automóvel enquanto o filtro de ar não teve necessidade de ser substituído por ainda se encontrar em bom estado, fruto da utilização que tem sido
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feita. Esta é composta por um misto cidade/ estrada num périplo que tem percorrido Portugal do Minho ao Algarve. Mas continuando a nossa revisão e depois de retirada a proteção inferior do motor foi detetada uma fuga de óleo. Esta vinha do bujão de entrada de óleo da caixa de dupla embraiagem (EDC). Ao retirar o bujão verificou-se que a caixa tinha óleo a mais! Óleo que foi retirado para repor o nível nos valores corretos. Com esta operação ficou resolvido o misterioso ruído quando reduzíamos de 6ª para 5ª velocidade. Embora tivessem sido substituídas aos 15 mil quilómetros por precaução, verificou-se o estado das pastilhas que mantinham um desgaste normal. Nessa altura foi feito um “chek-up” à suspensão sem que tivesse sido descoberta nenhuma anomalia. Sendo assim, o Renault Clio SportsTourer ficou pronto para a segunda metade deste
ensaio não sem antes passar pelo Instituto Politécnico de Leiria onde fará o teste de potência e a análise dos gases de escape, seguindo depois para Coimbra onde vai repetir os testes de ruído e vibrações. Com a repetição deste teste pretendemos ver até que ponto houve degradação dos parâmetros iniciais. A estadia em Coimbra vai também ficar marcada pela análise microscópica do estado dos injetores que relataremos na próxima edição. De salientar que a média de consumo se tem mantido nos 6 litros, o que representa um desvio de 2,3 litros em relação ao que a Renault indica. De realçar que os custos de manutenção se mantêm dentro dos valores recomendados pela marca, com tendência até para uma certa redução por não ter sido necessário, desta vez, mudar o filtro de ar.
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BANCOS COMPLETOS FAURECIA
APOIOS DOS PEDAIS CARBODY
O Peugeot 308 é um dos grandes lançamentos da marca francesa, que aposta forte no modelo para conquistar mercado. Para isso, reuniu alguns dos principais fornecedores, como é o caso da Delphi nos injetores de gasolina, a
Nota: Se é um fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nestas radiografias, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com
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ASSISTÊNCIA ELÉTRICA DA DIREÇÃO
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TURBOCOMPRESSOR (GASOLINA) BORGWARNER
COBERTURA DO MOTOR AUTONEUM
BorgWarner no turbocompressor dos modelos a gasolina. Os bancos, garantia de conforto, são assinados pela Faurecia, enquanto os amortecedores ficaram a cargo da KYB.
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DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL PLASTIC OMNIUM - AUTO INERGY DIVISION
TAMPÃO CENTRAL DAS JANTES DE LIGA LEVE ZANINI AUTO GRUP
FIXAÇÕES E LIGAÇÕES DAS CABLAGENS TRW FASTENERS
TRANCA ELETRÓNICA DA DIREÇÃO HUF HÜLSBECK & FÜRST
RETROVISORES EXTERIORES SMR AUTOMOTIVE
ILUMINAÇÃO AMBIENTE GRUPO ANTOLIN CML
ABRAÇADEIRAS NORMA GROUP
AGC AUTOMOTIVE
PARA-BRISAS
AMORTECEDORES KYB
PARAFUSOS DA CARROÇARIA PROFIL
INJETORES DE GASOLINA DELPHI
BLOCO HIDRÁULICO GESTAMP
MOTOR DO TETO PANORÂMICO INTEVA PRODUCTS
PROTEÇÕES TÉRMICAS INFERIORES LYDALL GERHARDI
SENSORES DE NÍVEL DE COMBUSTÍVEL BOURNS
ELEMENTOS ESTRUTURAIS E RETROVISORES MAGNA
SELETOR AUTOMÁTICO DA CAIXA DE VELOCIDADES FICOSA
BOMBA DE ÁGUA DO MOTOR KIRPART
VÁLVULA REGULADORA DE VÁCUO KSPG AUTOMOTIVE
TUBAGENS DE REFRIGERAÇÃO DO MOTOR CIKAUTXO
SINCRONIZADORES DA CAIXA DE VELOCIDADES DIEHL METALL
CORREIAS DA TRANSMISSÃO E DA BOMBA DE ÓLEO (MOTOR 1.6L GASOLINA) IWIS
PEUGEOT 308. QUEM FAZ O QUÊ?
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Ricardo Oliveira (à direita) é o grande impulsionador do World Shopper. A quarta edição focou-se na inovação automóvel e na importância de adotar uma postura online
World Shopper. Focar no cliente As maiores tendências da distribuição e reparação automóvel estiveram em discussão na 4ª edição do WorldShopper, um evento promovido por Ricardo Oliveira e a Shift Thinkers que reúne alguns dos maiores protagonistas do setor. No aftermarket, colocar o cliente no centro do negócio é o segredo para ser bem-sucedido. TEXTO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES
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FOTOS MIGUEL DUARTE SILVA WORLD SHOPPER
mercado automóvel está a atravessar um período de grande mudança e as empresas que operam no setor têm de estar ainda melhor preparadas para lhe fazer frente. Na era da digitalização é importante adequar os serviços às novas tecnologias, até porque a clientela mais nova quer rapidez e comodidade — exigências de um público que tem como indispensável a internet, pesquisando e consumindo de forma voraz por intermédio de tablets e smartphones. Esta evolução é inegociável e é por isso que deve modernizar o seu negócio, reforçando a sua presença online. Quem não está, não existe — e a sua rentabilidade entrará em declínio se ninguém souber o que faz, o que oferece, o que pretende e o custo de tudo isso. A interatividade veio para ficar, mas, da mesma forma que deve preocupar-se
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com o cariz tecnológico da sua empresa e com a forma como ela se dá a conhecer, também é verdade que, agora, mais do que nunca, o seu foco deve estar centrado no cliente. Em primeiro lugar, porque a tecnologia é facilmente copiável. Depois porque, apesar de os clientes quererem maior rapidez e comodidade ao longo do processo de compra (marcação de uma revisão, aquisição de uma peça), também é verdade que nada substitui a componente humana. Daí que, no século XXI, na era das máquinas e dos dispositivos táteis, as relações pessoais de confiança são ainda mais importantes. MAIS OPORTUNIDADES Vai haver uma revolução no pós-venda e, ao contrário do que pode pensar, o futuro irá trazer um maior número de oportunidades de colaboração entre os OEM e o
aftermarket. É esta a visão de Dário Afonso, responsável da AutoCoach Management, que revelou dados muito interessantes. De acordo com um estudo da Wolk Consulting, o mercardo original e independente em Portugal divide-se, respetivamente, na proporção 39/61 e representa 1,9 mil milhões de euros (s/IVA). Os dados, de 2011, indicam ainda que existem 385 conceitos oficinais
“TEMOS QUE MUDAR O POSICIONAMENTO DO RECEPCIONISTA E REDIRECIONAR O SEU FOCO DE CONSULTOR PARA CONSELHEIRO DO CLIENTE” JORGE CANCELLA DE ABREU
“QUANTO MELHOR FOR A QUALIDADE DA OFICINA, MAIS FÁCIL SERÁ FIDELIZAR O CLIENTE. MAS CUIDADO QUE O PLURAL JÁ NÃO É VERDADE” JORGE CANCELLA DE ABREU
na UE e que em Portugal há, em média, uma oficina para 435 carros, enquanto em Inglaterra esse valor é de 1018 carros: “Esta informação diz-nos, por um lado, que existe um excesso de oficinas em Portugal. Por outro, que ainda temos muitas oficinas independentes com oportunidade para se tornarem em conceitos de marketing”, refere. Enquanto mais de 50 por cento das casas de reparação da Europa Central estão associadas a conceitos oficinais, em Portugal essa percentagem é de apenas 5 por cento. Esta situação indica que existe um potencial de crescimento enorme nesta área e o mesmo se aplica aos portais de serviços pós-venda online como a Oscaro, a Mister Auto, a Rameder e a ATP, portais loja que englobam todo o tipo de peças, como
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“A comunicação entre o automóvel e o seu proprietário vai provocar um aumento das idas à oficina, mas vai diminuir a faturação por visita”, avança Jorge Cancella de Abreu
o ebaymotors.com ou a amazon.com, e portais de venda de pneus como a Delticom e a pneucity.com. “Só o negócio de pneus online vale qualquer coisa como 500 mil euros”, salientou. Os portais car-service, que englobam
reparação e manutenção automóvel e permitem uma comparação imediata de preços entre várias oficinas, serão cada vez mais comuns no futuro, tal como a distribuição direta a oficinas e condutores. Dário Afonso diz que, em menos de
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cinco anos, as vendas online de pneus representarão “cinco a seis por cento” das vendas totais na Europa e que a evolução tecnológica dos automóveis na panóplia de sistemas de comunicação que oferecem (o chamado “infotainment”) permite explorar um modelo de negócio diferente — uma “oportunidade brutal” para as concessões e para as oficinas que promete trazer de volta os antigos “especialistas na montagem de autorádios” e que entretanto foram desaparecendo pela inclusão, de série, de sistemas de alta fidelidade nos automóveis modernos. O mesmo especialista defende também que a telemática abrirá outras possibilidades ao nível da reparação, permitindo, por exemplo, a realização de “diagnósticos remotos”. NOVOS COMPORTAMENTOS Jorge Cancella de Abreu, da Team-Up International Training&Consulting, centrou a sua apresentação na evolução da tecnologia e no impacto que esta terá no relacionamento entre as oficinas e os clientes. Diz que o cliente está mais informado e exigente, e que o acesso facilitado à internet trouxe-lhe “maior poder” negocial, enquanto o automóvel, “com mais qualidade, mas também cada vez mais parecido” consegue “queixarse sozinho”. Esta situação faz com que o cliente saiba a intervenção que necessita quando vai à oficina, enquanto a oficina tem hoje o diagnóstico facilitado, mas também uma maior concorrência: “Existem
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novos intermediários — os portais trazem capacidades negociais completamente diferentes — e com a maior concorrência, as margens são mais reduzidas”. Qual, então, o segredo para revitalizar o negócio? Em primeiro lugar, “uma maior transparência”, refere. Em segundo, ter em atenção o cliente: “Quanto mais iguais forem os serviços, mais importantes são as diferenças. Quem a pode fazer? As pessoas”. Jorge Cancella de Abreu alerta que, “se não for pelas pessoas, essa diferença terá de ser feita pelo preço” e que as oficinas terão obrigatoriamente que melhorar a sua qualidade, já que “a internet tem a capacidade de divulgar as más notícias” e consequentemente os maus exemplos. “Quanto melhor for a qualidade da oficina, mais fácil será fidelizar o cliente. Mas cuidado que o plural já não é verdade”, adianta. “Quanto melhor for a qualidade das oficinas mais difícil vai ser fidelizar os clientes porque aí ele ou vai a uma, ou vai a outra. Quando todas forem mais credíveis tenho um negócio como o das farmácias — vou à que estiver mais à mão,
“O FUTURO IRÁ TRAZER UM MAIOR NÚMERO DE OPORTUNIDADES DE COLABORAÇÃO ENTRE OS OEM E O AFTERMARKET” DÁRIO AFONSO
já que oferecem a mesma credibilidade”. É por estes motivos que o cliente deve estar no centro do negócio: “As redes sociais dotaram os consumidores de megafones digitais, para o bem e para o mal. Na internet não tenho nada que me credibilize a informação, por isso é perigosíssimo quando eu deixo de confiar nas pessoas e passo a confiar mais na informação que se encontra partilhada na rede. Qual é o nosso negócio? Reparar, vender horas de mão de obra, procurar o máximo de ordens de reparação? Ou é cuidar de uma carteira de clientes? Gerir expectativas, inspirar confiança, proporcionar uma experiência e aumentar o valor percebido cuidando das pessoas?” Este especialista diz que hoje não se fala do cliente nestes termos. “Fala-se em número de peças e em mão-de-obra, mas não se explica verdadeiramente o que se fez e os benefícios do que se fez. Por exemplo, que o carro do cliente faz agora mais 100 mil km sem chatice por causa disto e daquilo. Que precisava de 50 metros para parar o carro e que, com as novas pastilhas, já só precisa de 30 metros. Que consumia três litros de óleo e agora vai passar a consumir dois”. Daí desmentir a ideia de que os clientes desapareceram à custa da crise e da maior longevidade do automóvel: “Foram perdidos ou abandonados? Nunca comunicamos com eles. Temos que mudar o posicionamento do recepcionista e redirecionar o seu foco de consultor de serviço para conselheiro do cliente”.
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Mecânico. Português no desenvolvimento do Mercedes C Participar no desenvolvimento, nas discussões ou viajar para os locais mais isolados para os testes de aperfeiçoamento são pontos fortes de um trabalho assente no mérito. Cláudio Quaresma vai longe na Mercedes. TEXTO JÚLIO SANTOS
S
ob o capot do novo Mercedes Classe C está, também, o “dedo” de Cláudio Quaresma, 22 anos, nascido em Torres Vedras mas a viver na Alemanha desde os três anos. “Vim para cá com os meus pais e fiz todo o percurso escolar normal. A certa altura, apaixonei-me pelos automóveis, em grande parte porque o meu irmão foi durante alguns anos eletricista na Mercedes e contavame histórias que me deixavam fascinado”. Cláudio fala com indisfarçável entusiasmo da sua profissão que, como diz, é também a sua grande paixão: mecânico eletricista de automóveis. “Tenho a certeza de que é isto que eu mais quero fazer na vida” – sublinha algumas vezes durante a conversa que com ele mantivemos na apresentação mundial do novo Mercedes Classe C, em França. “Ter o privilégio de conduzir e sentir um automóvel excelente é algo que não deixa indiferente ninguém e ainda menos quem gosta de automóveis. Mas tomar parte no processo de desenvolvimento é extraordinário. Participar nas discussões, viajar para os locais mais isolados para os testes de aperfeiçoamento como eu faço, é incrível” – acrescenta, com indisfarçável orgulho. Para chegar até aqui, Cláudio trabalhou arduamente. “A minha formação foi bastante exigente: estava uma semana na escola pública e duas semana na escola de formação da Mercedes e no final tive um exame que me habilitou a continuar ligado à Mercedes”. Esta etapa foi determinante para a aquisição de conhecimentos a um nível que, como refere, é difícil de encontrar onde quer que seja. “Nós somos permanentemente acompanhados por professores da Mercedes que têm um conhecimento profundo das nossas capacidades e do estado em que está a nossa aprendizagem,
num processo em que as componentes teórica e prática caminham sempre a par; não passamos de uma etapa para a outra sem que tudo esteja muito bem interiorizado. Por exemplo, se estamos numa aula teórica sobre motores de arranque não passamos para a fase seguinte sem antes, na oficina, darmos provas das nossas capacidades”. Para além do facto de trabalhar naquilo que mais gosta, Cláudio Quaresma sente-se bafejado pela sorte pelo facto de ter acesso a uma formação “de um nível que acredito
que não exista em Portugal”. É por isso que, embora não possua estudos superiores tem a certeza de que isso não o impedirá de voar alto. “Na Mercedes valoriza-se em primeiro lugar o conhecimento. Para subir, não há limites. Conheço na estrutura muitas pessoas cuja formação não é engenharia e que ocupam cargos destacados. Não tenho dúvidas de que poderei chegar longe; que os sonhos que tenho poderei concretizá-los na Mercedes pois, como disse, é uma empresa que valoriza a dedicação, o trabalho e o conhecimento”. JUNHO 204
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CEPRA. Dias abertos Entre 14 e 16 de Maio, as instalações do Prior Velho e de Pedrouços receberam mais uma edição dos “Dias abertos” do CEPRA — um evento que procura aproximar o centro de formação à comunidade exterior, mas também proporcionar aos seus formandos uma oportunidade de maior aprendizagem. “Qualificação e Emprego em Portugal e na Europa” e “Tecnologia Automóvel e Ambiente” foram os temas em análise nos encontros temáticos. TEXTO ANDRÉ BETTENCOURT RODRIGUES FOTOS JOSÉ BISPO
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s dias abertos do CEPRA são, nas palavras de António Caldeira, o seu presidente, “uma forma de dinamizar formadores e funcionários, envolvendo-os numa atividade que os tire da rotina diária.” Mas também “a possibilidade de mostrar ao público externo, à escolas e aos empresários” as potencialidades do centro de formação por si liderado. Para a edição deste ano foram escolhidas duas temáticas para audiências “claramente distintas”, provando, uma vez mais, os esforços que o Centro tem realizado na aproximação das pessoas ao setor automóvel. Ambas contaram com inúmeros representantes da área da reciclagem, produto e combustíveis, bem como associações ligadas ao setor.
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RESPONDER AOS DESAFIOS Discursando sobre a qualificação e o mercado de trabalho, António Caldeira começou por lembrar os avanços da formação em Portugal, cuja realidade era bem diferente entre 197080: “Até então era praticamente inexistente. Os profissionais começavam como aprendizes e iam adquirindo a sua formação, normalmente com dificuldade, uma vez que a generalidade dos colegas mais experientes sonegava a informação importante, não havendo o conceito de formação no local de trabalho como elemento fundamental para o desenvolvimento das empresas do setor”. Por outro lado, ou devido a isso, as áreas comerciais e comportamentais estavam fora das preocupações dos responsáveis”. Hoje,
nota, “com consumidores progressivamente mais informados e exigentes” e uma evolução exponencial do produto automóvel com a introdução da eletrónica, “o mercado alterou-se obrigando as empresas a melhorar as suas competências profissionais em todos os domínios do negócio”. Para fazer face a esta mudança de paradigma, o dirigente do CEPRA refere a “formação contínua” como a única forma de sobreviver num mercado tão exigente: “Os potenciais problemas com o produto obrigam a que a postura de muitos empresários face ao após-venda comece a mudar, tomando consciência da necessidade de capacitar de forma profunda e permanente os seus recursos humanos para a assistência às novas tecnologias, deixando
UMA EXPERIÊNCIA NO ESTRANGEIRO PODE SER UMA BOA OPÇÃO NO COMBATE À CRISE: ERASMUS+ E EURES SÃO DOIS PROGRAMAS DE APOIO QUE PROMOVEM A INTERNACIONALIZAÇÃO os seus funcionários com o máximo grau de formação e conhecimento que é possível”. O mesmo se aplica às chefias de topo: “É minha convição que os responsáveis das chefias, os empresários, os patrões precisam de formação para que a empresa consiga responder devidamente aos desafios”. A certificação profissional é cada vez mais importante, não só porque legitima os trabalhadores, mas também porque os credibiliza perante o mercado de trabalho. Ana Cristina Gaudich, da ANQEP (Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional), lembrou que a Comissão Europeia prevê, até 2025, uma redução do emprego para quem tenha baixas qualificações (desce de 24 para 14 por cento) e que o aumento de postos de trabalho exige níveis de educação mais elevados. PUBLICIDADE
Essa necessidade é ainda mais dramática em Portugal — um país onde o abandono escolar precoce (19-24 anos) representa uma taxa de 19 por cento. Nesse sentido, a ANQEP compromete-se a melhorar a qualidade, atratividade, acessibilidade e flexibilidade dos sistemas educativos, melhorar o ajustamento entre a oferta e a procura de qualificações, reforçar a
apostar na formação dos desempregados, melhorar as competências dos ativos com qualificações inferiores ao nível secundário e o reconhecimento e certificação de competências, e apostar na formação técnica de formadores e professores. Para tal, vai apostar em ofertas de dupla certificação, adicioná-las ao catálogo nacional de qualificações, desenvolver um projeto de
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A formação é vitalícia e abrange formadores, formandos e gestores
monitorização de garantia da qualidade e promover um ajustamento das modalidades profissionalizantes à organização e entidades empregadoras. CURRÍCULO INTERNACIONAL Porque as competências são determinantes para procurar alternativas de emprego no estrangeiro — e porque esta experiência acrescenta valores intangíveis de autoconhecimento e aprendizagem técnica, cultural e pessoal —, António Nunes, da Agência Nacional Erasmus+, falou sobre este programa europeu que permite aos candidatos usufruir de uma experiência de trabalho internacional: “O que fazemos não é promover um método de conhecimento ou profissão, mas sim garantir que os atores possibilitem aos seus formandos oportunidades de formação. Depois, elas próprias farão conhecimento das aprendizagens feitas em contexto internacional e convertê-las-ão em território nacional”. De acordo com este responsável, entre 2007 e 2013, 101.504 pessoas tiveram uma experiência deste tipo através do PALV (“Aprendizagem ao Longo da Vida) — um dos muitos programas europeus que suportam este tipo de mobilidade, financiado a 100 por cento pelo organismo. Existem outros, como o programa Leonardo da Vinci ou o Grundtvig que se assumem como uma alternativa a quem não consegue encontrar emprego no nosso País. Pode consultar mais informações em www.proalv.pt No mesmo sentido tomou a palavra João Medroa, técnico do IEFP e conselheiro
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EURES— a rede europeia de emprego que, de acordo com o próprio, “conjuga competências e emprego há vinte anos.” Com o objetivo de promover a mobilidade dos trabalhadores, “o EURES é uma rede que presta serviços gratuitos de informação, colocação e aconselhamento virados para os mercados de trabalho nos diferentes países”, dando a todos os interessados conhecimentos úteis sobre a sua legislação, hábitos de trabalho e cultura de acolhimento. João Medroa refere ainda que “o EURES presta também informações em matéria de colocação” e que no seu portal electrónico (www.ec.europa.eu/eures) existem “dois milhões e 125 mil ofertas de emprego comunicadas aos 32 países que integram a rede.” O serviço, bem organizado, permite pesquisar um emprego específico, registar o CV do interessado e definir perfis de procura em cada país. A indústria automóvel atravessa um período de transformação profunda, cujos reflexos são já visíveis no mercado. Os veículos elétricos e movidos a GPL são dois exemplos de tecnologias alternativas que começam a suscitar algum interesse por parte dos
AS OFICINAS DEVEM CADA VEZ MAIS PREOCUPAR-SE EM RESPEITAR A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL DE FORMA A NÃO INCORREREM EM SANÇÕES DANOSAS
consumidores e o setor da reparação automóvel tem de estar preparado para estes desafios. Guilherme Castro, da Mitsubishi, e Rui Santos, da Fiat, apresentaram aos presentes as especificidades deste tipo de soluções. O primeiro lembrou que, “em 2030, a Europa quer que 50 por cento dos carros sejam elétricos” e que a manutenção deste tipo de tecnologia sem formação é muito “arriscada e perigosa”. Referiu também que a sua implementação exige “um serviço diferente, técnicos formados e condições específicas, como ferramentas especiais e equipamento de proteção. O segundo lembrou que o GPL é líder em Itália e que há cada vez mais interessados em Portugal, embora o mercado seja ainda “muito reduzido”. Nuno Pedro, da ENI, baseou a sua apresentação nas características e cuidados a ter com os óleos modernos, e os seus efeitos em componentes mecânicos, como os catalisadores, enquanto Nádia Ferreira, da SafetyKleen, referiu a importância de agrupar os resíduos de acordo com o LER indicado de maneira a não incorrer em sanções pecuniárias gravosas para as oficinas: “Separar corretamente um resíduo não é um custo de forma alguma, desde que este seja bem gerido e acondicionado”, lembrou. A terminar, Ricardo Ferraz, da ARAN, e João Patrício, da ANECRA, recordaram a concorrência desleal que se assiste por parte de alguns operadores, nomeadamente de hipermercados, sobre a comercialização de lubrificantes, e total disponibilidade das suas associações para fazer face a este e outros problemas.
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Repintura. Vernizes acrílicos com acabamento mate ou de baixo brilho
Desde que em 1913 Henry Ford começou o fabrico de automóveis em série, sempre se tem procurado obter o máximo brilho. Quanto mais brilhante melhor e maior a sensação de qualidade. Mas as tendências alteram-se e os acabamentos mate estão a ganhar importância no momento de personalizar os veículos.
PARCERIA TEXTO ANDRÉ JIMÉNEZ GARCIA
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s clientes adquirem os seus veículos quando se sentem atraídos por várias qualidades, prestações e caraterísticas: razões económicas, de comodidade interior, lotação, motores mais ou menos potentes, consumos reduzidos, tipo de combustível, etc. Mas a cor do carro ganha cada vez mais importância. Escolhemos uma determinada cor e, nos
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últimos anos, com um determinado nível de brilho. A obsessão pelo brilho leva-nos até a fazer certos trabalhos caseiros de polimento quando a pintura no nosso carro vai perdendo o brilho. Também as oficinas costumam entregar os carros bastante polidos e brilhantes depois de uma reparação e até incluem nos seus
preçários os trabalhos de polimento para proporem aos clientes que gostariam de ver o seu carro como novo. NOVAS TENDÊNCIAS Atualmente os construtores de automóveis oferecem aos seus clientes diversos acabamentos de pintura, dando-lhes a possibilidade de personalizarem o veículo
O VERNIZ MATE APRESENTA AGENTES SÓLIDOS, COMO O TALCO, CAPAZES DE CRIAR UMA RUGOSIDADE MICROSCÓPICA SUPERFICIAL E CONSEGUIR O EFEITO OPACO ao seu gosto com acabamentos mate. Estes saem fora do convencional e podem ser muito recorrentes para personalizar um carro. Estão ligados à moda “tuning”, das séries especiais ou das versões exclusivas de alguns modelos, especialmente desportivos. O QUE É O BRILHO? Tecnicamente o brilho é uma perceção visual decorrente da observação de uma superfície. Para que se perceba o brilho é necessária uma fonte de luz, um observador e um objeto. Quanto mais luz for refletida mais evidente será a sensação de brilho. Podemos verificar dois tipos de acabamento fundamentais nos veículos: brilhante e mate. ACABAMENTO BRILHANTE O acabamento brilhante é o mais utilizado pelos fabricantes para os seus automóveis e é também o mais comum. Em superfícies brilhantes o ângulo de incidência da luz é igual ao ângulo de reflexão. Este fenómeno produz-se graças à aplicação do verniz final, que traz dureza, resistência e brilho. Quando um raio de luz incide numa superfície brilhante, verificamos que o reflexo desta é muito concentrado, tal como seria num espelho. Por este motivo, podemos ver imagens refletidas desde praticamente qualquer ângulo do carro.
FONTE DE LUZ LUZ NÃO ABSORVIDA (COR) RAIO DE LUZ INCIDENTE
RAIO DE LUZ REFLETIDO (BRILHO) PIGMENTO RAIO DELUZ REAFRATADO PODER DE COBERTURA
ACABAMENTO MATE Para realizar um trabalho mate o verniz deve ter agentes sólidos, como o talco, que sejam capazes de criar uma rugosidade microscópica superficial, inferior a um nanómetro e conseguir um efeito opaco. Uma superfície mate dispersa muito a luz refletida e quase não se vêem reflexos. As superfícies rugosas refletem a luz não só na
direção principal do reflexo, mas também noutras direções. Quanto mais difundida for a luz, menor será a reflexão, aparecendo a superfície mate. Os reflexos de luz em superfícies mate só são apreciáveis em ângulos de incidência rasantes à superfície. Quanto menor for o grau de brilho, mais rasante terá de ser o ângulo de incidência. Por outro lado, nas superfícies brilhantes podemos verificar reflexos de luz a partir de qualquer ângulo. ACABAMENTOS MATE EM OFICINA Quando os veículos com pintura mate aparecem numa oficina para repintura, há que conhecer certas normas de aplicação e secagem, assim como outras caraterísticas que tornam a aplicação específica e proporcionarão um ótimo resultado final. Antigamente eram poucos os acabamentos mate nos nossos veículos. Para os pintar,
Medição de uma cor brilhante
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reparação
Medição de uma cor mate
RECOMENDAÇÕES PARA UM BOM TRABALHO DE ACABAMENTO MATE REFERENTES AO ASPETO FINAL
REFERENTES AO PRODUTO
REFERENTES AO PROCESSO
O brilho pode variar em função da espessura
Respeitar os tempos de evaporação
Ser rigoroso na limpeza, pois não será
da película e da aplicação. Camada espessa e
entre demãos até que o aspeto seja
possível eliminar pequenas marcas de pó ou
húmida é mais brilhante/ camada fina e seca
completamente mate.
outros defeitos porque, ao polir, os níveis de brilho alteram-se.
é mais mate.
Verniz semi-brilhante
O nível de brilho alcançado pode ser maior
Não é necessário juntar elastificante à
Não se pode esbater o verniz, pois as
nas cores claras e metalizados puros e cores
mistura dos vernizes mates para pintar
espessuras da zona de integração alteram-se.
douradas ou bronzes claros.
plásticos termoplásticos.
Para integrar os dois vernizes será necessário polir, e os níveis de brilho variarão.
Podem surgir diferenças de brilho consoante
Os vernizes dos sistemas mate estão
Podem fazer-se pinturas parciais em peças
a superfície pintada seja horizontal ou
englobados na categoria 2004/42/llb (s) 840
mas sempre com envernizamento completo
vertical. Convém fazer uma prova.
especiais.
da zona pintada.
Os sistemas empregues utilizam dois vernizes que se podem aplicar por si sós ou misturados.
Verniz mate
OS FABRICANTES DE TINTAS PROCURAM UM VERNIZ QUE COMBINE DOIS DE DOIS COMPONENTES: COMPLETAMENTE MATE OU SEMI-BRILHANTE/ACETINADO
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as oficinas dispunham de um único aditivo que se adicionava à tinta. Outra solução era converter o acabamento monocamada em bicamada, a fim de poder aplicar o verniz mate, o que trazia um aumento do tempo e dos materiais de reparação. Este acabamento mate ou de baixo brilho era muito complicado de conseguir, uma vez que se partia de uma resina monocamada ou de um verniz 2K, completamente brilhante. Para além disso, todos os fatores que tinham influência na aplicação, como a temperatura, a espessura da película aplicada, a evaporação entre demãos e antes de aplicar calor, etc. tornavam-se ainda mais críticos para se conseguirem bons resultados. UM NOVO SISTEMA DE VERNIZES MATE Pouco a pouco, o aparecimento de maior quantidade de peças com acabamentos mate
nos automóveis atuais, incluindo carroçarias completas, obriga os fabricantes de tintas a proporcionarem novos sistemas de pintura para facilitar o trabalho das oficinas neste tipo de reparação. Neste sentido, são muitos os fabricantes de pinturas que se degladiam para oferecer um sistema de envernizamento onde se combinam dois vernizes diferentes de dois componentes: um verniz completamente mate e outro completamente acetinado. Os fabricantes de tintas oferecem diferentes opções de verniz, desde a aplicação dos dois vernizes em separado até 5 ou 6 misturas entre os dois vernizes para conseguir o nível de mate ou brilho desejado. Para que o pintor possa decidir de que nível de mate necessita o carro, os fabricantes disponibilizam cartas de cores e tons de mate aplicados à pistola.
HÁ QUE TER EXTREMO CUIDADO COM A LIMPEZA NO PROCESSO DE PINTURA. NÃO É POSSÍVEL ELIMINAR AS MARCAS DE PÓ E OUTROS DEFEITOS PORQUE O BRILHO SE ALTERARIA
OBSERVAÇÕES Para conseguir acabamentos mate de qualidade sem necessidade de repetir os trabalhos, há que seguir diversas recomendações. Ser muito rigoroso com a limpeza em todo o processo de pintura com acabamento mate, já que não será possível eliminar pequenas marcas de pó ou outros defeitos, pois nas operações de polimento o brilho alterar-se-ia. Não se podem realizar trabalhos de esbatimento com integração parcial do verniz, como num sistema tradicional, já que as espessuras da zona de integração se alterariam (onde se o verniz velho com o novo se fundem). Para tentar uniformizar os vernizes, será necessário proceder a trabalhos de polimento e brilho, alterando consideravelmente os níveis de brilho. Para realizar esbatimentos de cor dentro de uma mesma peça, ou em peças adjacentes, o trabalho deve concluir-se com o envernizamento completo de todas as peças pintadas. Podem realizar-se pinturas parciais em várias peças, utilizando bordos, molduras, etc, desde que antes se tenha definido o nível e brilho mais de acordo com a reparação. Há que ter em conta a hora de pintar, que o brilho pode ser maior nas cores mais claras e metalizados puros e nas cores douradas ou bronzes claros. Podem observar-se diferenças de brilho de uma mesma mistura, ao ser aplicada sobre superfícies horizontais ou verticais. Recomenda-se uma prova na mesma posição e cor e compará-la com a área que se pretende pintar. Os graus de brilho podem variar em função da grossura da película e da forma de aplicação. Uma camada grossa será mais
Esbatimento com integração de verniz
Consequências da eliminação de uma marca de pó
brilhante que uma fina, uma camada seca será mais mate que uma húmida. Assim, há que atingir a espessura ótima, entre 45 e 55 micras. Há que deixar evaporar completamente o verniz entre cada demão. A superfície deve estar completamente mate antes de se aplicar nova camada de verniz. Também se deve deixar evaporar completamente a última demão de verniz e verificar se o aspeto mate é uniforme em toda a superfície antes de iniciar o processo de secagem. Os sistemas de verniz mate podem aplicar-se em peças plásticas termoplásticas, sem necessidade de juntar um aditivo elastificante à mistura. CUIDADOS DIÁRIOS Independentemente de que o veículo apresente uma pintura original ou repintada, há sempre meticulosos cuidados a prestar a uma pintura mate, pois este tipo de acabamento é mais sensível a marcas, arranhões e outros vestígios que estragam a aparência do veículo. É necessário ter muito cuidado na abertura das portas, no contacto com os puxadores, assim como evitar o contacto com as soleiras ao entrar e sair do carro.
No momento de reabastecer também há que ter mais cuidado com os derrames de combustível em torno do bocal. Caso estes ocorram, há que limpar o mais depressa possível a superfície mate. LAVAGENS E LIMPEZAS No momento de lavar o veículo, há que evitar limpadores de pintura, abrasivos, polimentos, ceras de brilho convencionais, pois estas afetariam diretamente o brilho. Só se podem utilizar artigos de limpeza específicos para pinturas mate. Não são recomendáveis as máquinas de lavagem automática, pois a fricção produzida pelos rolos, em conjunto com os produtos de lavagem que neles são utilizados, afetam as pinturas mate de forma muito negativa. A melhor opção para a lavagem de um carro é à mão, com uma esponja muito suave, sabão neutro e água abundante. Também deve evitar-se a limpeza do veículo ao sol ou com a chapa quente. Com o tempo, as lavagens repetidas acabarão por provocar diferenças de brilho. Excrementos de aves e insetos devem ser removidos o mais depressa possível. Primeiro devem ser molhados e depois eliminados com água à pressão.
Esbatimento dentro da mesma peça
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Turbocompressor. Problemas comuns
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É um dos responsáveis por termos motores cada vez mais pequenos, eficientes e potentes. Mas há vários problemas que os podem afetar. TEXTO FERNANDO CARVALHO* *SÓCIO-GERENTE DA TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM
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turbocompressor veio, desde há muito, “animar” o desempenho dos motores de combustão interna. Usando a energia dos gases de escape, o ar de admissão é comprimido para a câmara de combustão. Significa que por esta peça (ou conjunto de peças) circulam os gases de escape a elevada temperatura e com elevada energia capaz de movimentar a turbina e o seu veio a mais de 100.000 r.p.m. Para resistir e funcionar nestas adversas condições, espera-se uma construção óptima (materiais, montagem e equilíbrio) e uma
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ajuda inestimável do lubrificante e, nalguns casos, do líquido de arrefecimento. É pois o óleo do motor o garante da longevidade deste órgão, e que de uma forma direta ou indireta lhe pode também reduzir a vida útil. De forma direta quando o lubrificante não consegue fazer o seu papel, por falta de qualidade, viscosidade inadequada, ou por características alteradas pelo uso ou por contaminação. De forma indireta quando o lubrificante é mal filtrado e arrasta impurezas, falta de pressão por entupimentos ou bomba de óleo com defeito, válvula de sobrepressão
descalibrada, nível demasiado baixo no cárter (nível demasiado alto também baixa a pressão por acção da cavitação), ou simplesmente porque não está presente para efetuar a lubrificação e a dissipação de calor esperada porque estará o utilizador da viatura a acelerar, a criar pressão no turbocompressor e consequentemente a fazer girar a turbina com a temperatura do motor baixa, com o óleo ainda espesso sem a lubrificação desejada ou não está presente do mesmo modo, porque após uma utilização em carga elevada, desliga repentinamente o motor e consequentemente a bomba de
PARA RESISTIR E FUNCIONAR NESTAS ADVERSAS CONDIÇÕES, ESPERA-SE UMA CONSTRUÇÃO ÓPTIMA E UMA AJUDA INESTIMÁVEL DO LUBRIFICANTE
óleo e a tão necessária lubrificação do veio da turbina que pode chegar ainda a girar durante umas dezenas de segundos neste caso “a seco” apenas com vestígios de óleo mas sem pressão. Sintomas como perda de potência e consumo em excesso de combustível, emissão de fumo (negro ou branco) e ruído em aceleração acabam, portanto, por ser habituais no comportamento das viaturas que indiciam problemas com o turbocompressor, sendo que nem sempre o diagnóstico é linear e fácil, dado que o motor poderá ser a causa e um diagnóstico precipitado indicar erradamente o suspeito do costume. Há que verificar todo o circuito de admissão (intercooler incluído), principalmente a jusante do turbocompressor porque todas as tubagens e braçadeiras são importantes e uma fuga de ar aqui provoca o principal sintoma que é a falta de potência. No entanto, é a mais fácil de detectar porque é audível. Uma entrada de ar a montante é prejudicial apenas pelo lixo que entra ou nalguns casos porque impede a leitura correta da quantidade de ar admitido. Não esquecer também a inspeção do filtro de ar. Quando verificamos a pressão de alimentação no circuito do ar, devemos ter em atenção se estamos a usar um manómetro pois estamos a visualizar o valor em função da pressão atmosférica, ou se estamos a executar a operação com um equipamento de diagnóstico que nos dá a leitura com base nos valores fornecidos pela unidade de comando do motor e neste caso o valor será em função da pressão absoluta o que eleva o valor lido sensivelmente para mais 1bar. Ruídos provenientes do turbo são normalmente da sua responsabilidade. Uma inspeção visual e interna ao compressor e um sentir da folga do veio poderão ajudar a PUBLICIDADE
determinar o seu estado e da necessidade ou não da sua desmontagem para reparação ou substituição. Nos turbocompressores de geometria fixa, a cápsula de acionamento da Wastegate ou válvula de alívio, tem como base para o seu funcionamento, uma mola e uma membrana e esta poderá furar e deixar de acionar o tirante, provocando nos turbocompressores mais antigos (até final dos anos 90) uma subida de pressão pondo em perigo a integridade do motor. No caso dos mais recentes, o funcionamento é ao contrário, ou seja, são de Wastegate normalmente aberta, fechando apenas com a depressão (motor a funcionar) evitando a referida subida de pressão caso se dê um rompimento da cápsula ou do tubo de comando. No caso de turbocompressores com geometria variável, a inspeção visual ou o controlo da cápsula com uma ferramenta que provoque depressão ou pressão também é recomendado. Os tubos estragados ou membrana furada podem igualmente acontecer. Para além deste tipo de avarias, os turbocompressores de geometria variável têm também (em função do tipo de utilização da viatura) a possibilidade de acumular “carvão” nas alhetas móveis do mecanismo de variação da geometria, levando à sua prisão e até partir partes do mecanismo.
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Técnica. Tudo sobre a direção assistida Com alguma mão de obra e alguns retentores consegue-se transformar um desperdício numa peça de substituição que, para além de funcionar perfeitamente, dá lucro a quem a trabalha. TEXTO CARLOS PANZIERI*
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sistema de direção mais tradicional é formado por uma barra de direção, que termina num pinhão helicoidal. Este, girando em torno do seu próprio eixo, movimenta uma cremalheira que, através dos braços, faz girar os cubos de roda em torno dos respetivos eixos verticais. À medida que os carros se tornaram cada vez maiores e mais pesados, os pneus mais largos e os ângulos de avanço e caster mais acentuados, o esforço necessário para virar as rodas foi aumentando, pelo que se tornou necessário um sistema de assistência da direção e, como sempre, foram sendo desenvolvidas várias soluções para o problema. A mais comum é a direção assistida do tipo pinhão e cremalheira, que funciona da seguinte forma: a bomba aspira óleo do depósito e encaminha-o no alojamento do pinhão. Este atua movendo a cremalheira e como válvula distribuidora do óleo (daí o nome), pois regula uma válvula no seu interior que distribui uma pequena parte do óleo
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recebido de uma direção ou outra, devolvendo ao depósito o restante, através do tubo de retorno. De acordo com a direção em que girou o pinhão, o óleo entra numa câmara e empurra o êmbolo da barra de direção numa direção ou noutra, contribuindo para virar as rodas. A partir da conduta da outra câmara, o óleo regressa ao alojamento do distribuidor e daí de novo para o depósito. Note-se que a maior parte do óleo impulsionado pela bomba regressa ao depósito sem que tenha sido aproveitado para realizar movimento. Isto significa que o sistema tem um rendimento muito baixo, efeito que é desejado para evitar reações violentas por parte da servodireção (trata-se de um carro, não de um monta-cargas!), mas que resulta num desperdício de energia… e por isso este sistema está a ser substituído pela mais eficiente EPS (direção de assistência elétrica). Com o tempo e o uso, o óleo envelhece, perdendo as suas caraterísticas fisico-
químicas; os retentores perdem elasticidade consentindo fugas de óleo e infiltrações de água que geram lodos; os segmentos do distribuidor e do êmbolo desgastam-se e isolam cada vez menos; os componentes oxidam e pode tornar-se necessária a substituição. Mas no caso de a servodireção velha ser recuperável, porque havia a oficina de deitá-la fora e montar uma nova? Porque não recondicioná-la e ficar com o lucro do próprio trabalho em vez de o deixar à rede de distribuição de peças? Para perceber como fazê-lo, recorremos ao Centro de Desenvolvimento EMMETEC (perto de Milão-Itália), onde Fidel Pardo Cebrián (imagem 1), um dos maiores especialistas mundias do setor, nos explica como se recupera uma direção TRW. Dado que o único fabricante de ferramentas especiais para direções assistidas é a EMMETEC, para simplificar a compreensão do texto utilizaremos a sua terminologia e códigos.
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ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA A servodireção, como qualquer outro componente oleodinâmico, requer a máxima limpeza, embora chegue regularmente à oficina cheia de óleo, lodo e sujidade. A primeira coisa a fazer é, portanto, retirar-lhe o óleo, lavar com diluente a alta temperatura e secar a peça com ar comprimido até eliminar o mais pequeno vestígio de sujidade (imagem 2). Quando se pretende trabalhar com perfeição, o ideal será desmontar cada peça no banco e, à medida que se limpam as peças, deixá-las noutro banco, onde se procederá à montagem. Desta forma, o segundo banco estará sempre limpo, como deve ser. DESMONTAGEM Se o óleo extraído estava sujo e continha lodo, é melhor começar por desmontar os tubos que ligam o alojamento do distribuidor às câmaras da carcaça e limpá-los internamente.
Antes de os desmontar, é fundamental marcar as respetivas posições pois é muito fácil enganarmo-nos na montagem. Com um alicate de pontas dobradas, extrair o freio do distribuidor (imagem 3). Extraír o tampão do piston da cremalheira (imagem 4), mas como estará remachado e há risco de moer a rosca, há que ter muito cuidado: enroscar o tampão até ao fundo e eliminar rebarbas, soprar com ar comprimido e desenroscar o tampão. Seguidamente deve tirar-se a mola e o piston da cremalheira (imagem 5) e examiná-lo bem, pois se estiver gasto ou tiver folga, há que substituí-lo. À falta de uma peça de substituição, e se a peça o permitir, pode-se resolver obtendo um alojamento para um o-ring que o deixe bem centrado. Se ao trocar um piston ficar um simples casquilho deslizante, há que substituí-lo obrigatoriamente.
1 Fidel Pardo Cebriàn, consultor técnico da EMMETEC, explica-nos como recondicionar uma direção hidráulica 2 A limpeza primeiro que tudo. Nem se deve começar a desmontar a direção antes que esteja completamente limpa 3 Antes de mais há que desmontar a anilha de segurança do distribuidor 4 Tirar o tampão do piston de pré-carga da cremalheira 5 Extraír a mola e o piston de pré-carga e verificar se não tem desgaste ou ovalização, caso contrário provocará ruídos no asfalto 6 Retirar a tampa do rolamento do distribuidor 7 Desatarrachar a porca do distribuidor, mantendo os braços da direção no seu lugar, pois desta forma farão de batente e evita-se que a barra de torção dê de si no interior do distribuidor 8 Extraír o distribuidor, tendo o cuidado de não o deixar cair, pois danifica-se com facilidade 9 Girar o casquilho da cremalheira até que saia a anilha pelo lado em que está cortado frontalmente 10 Tirar a cremalheira com um martelo de plástico ou borracha para não a danificar 11 Com um cilindro de teflon, tirar o rolamento 12 Com a chave de tubo 17, tirar o rolamento e o retentor do distribuidor: atenção para não riscar a superfície interna do distribuidor.
Com um escopro largo e pouco afiado, extraír a tampa do rolamento (imagem 6) e o seu freio. Com uma chave de tubo, desenroscar a porca do distribuidor (imagem 7) deixando os braços da direção no seu lugar, de tal forma que fiquem sobre a carcaça da direção, e a barra de torção que está dentro do distribuidor não dê de si. Com um martelo de plástico, extrair o distribudor (imagem 8) que arrastará consigo o retentor e o casquilho de PVC. Depois há que desenroscar os braços da direção. Com um alicate de ponta dobrada, rodar o casquilho (imagem 9) da cremalheira na direção que permite a saída da anilha do lado que está cortado plano. No caso de a extremidade sair, voltar a pressioná-la sobre o casquilho e girar o casquilho até que desapareça a anilha e a seguir girar outra vez o
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13 Extraír o retentor da carcaça. É uma operação complexa mas que com algum cuidado e um extrator adequado, como por exemplo o Z-09000, se torna muito mais simples. Se se rasgar o retentor não há problema, desde que não se arranhe a carcaça. 14 Para verificar se a superfície interior da carcaça está em perfeitas condições, aconselha-se a utilização de uma sonda com visor como a Z-19001, que até permite ver por trás da própria sonda. Um ligeiro desgaste na zona central da carcaça é aceitável, mas não um desgaste maior ou arranhões.
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15 A cavilha do distribuidor não teve ter folgas, caso contrário elimina-se a peça inteira. 16 Um pequeno stock de o-rings, segmentos de teflon e retentores permite recondixionar qualquer direção assistida e custa pouco em relação ás perdas de tempo, gastos em transporte e discussões com os clientes que a sua falta pode provocar. 17 Medir os diâmetros interiores dos retentores, o-rings e segmentos de teflon extraídos com um calibre, os exteriores e as espessuras. Na imagem o calibre Z-11000, especialmente estudado para quem recondiciona direções hidráulicas e não pode perder tempo. 18 Extrair os segmentos do regulador com um utensílio fino e resistente como os kits Z-20001 e Z-20007. 19 Devolver os segmentos do distribuidor ao seu diâmetro original com um utensílio fêmea da série Z-09050/Z-09064 20 Extraír o segmento e o o-ring do piston com os mesmos utensílios utilizados no distribuidor.
casquilho até que a anilha reapareça pelo lado correto. Com um martelo de plástico, bater na haste (imagem 10) até a extrair. Saltará também o casquilho. Remover o retentor e o o-ring e examiná-lo para confirmar que não está ovalizado, pois nesse caso haverá que substituí-lo. Com um batente de teflon de diâmetro adequado, extrair o rolamento do distribuidor (imagem 11) com uma chave de tubo nº 17, extrair o casquilho do distribuidor e o segundo retentor (imagem 12). Com um extrator, sacar o retentor da carcaça (imagem 13). Para evitar que se estrague, aconselha-se apenas o uso de extratores especiais para servodireções. Neste caso utilizámos um EMMETEC Z-09000 para retentores de 20 a 30 mm. Para simplificar a operação, aconselha-se regular a posição do extrator antes de o introduzir no interior da carcaça da seguinte forma: posicionar o cone em função da profundidade do retentor; regular a abertura do cone com um velho retentor extraído antes (pelo que convém que, à medida que se vão tirando irem-se guardando e classificando). Verificar que a carcaça não está raspada internamente (imagem 14) ou se apresenta demasiado desgaste, especialmente ao centro, onde trabalha o piston. A forma mais simples e segura é utilizar uma sonda como a Z-19001, que permite examinar qualquer irregularidade e gravar as imagens. Verificar a exatidão da cremalheira (pode torcer-se devido aos impactos) e aproveitar para retirar qualquer resíduo de oxidação com lixa fina. Caso a oxidação tenha corroído parte da cremalheira, haverá que retificá-la e utilizar retentores de diâmetros reduzidos.
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Verificar a cavilha e o seu alojamento no distribuidor (imagem 15). Se tiver folga, há que rejeitar o distribuidor por completo. Colocá-la no torno e retificar a superfície onde atuam os retentores. SUBSTITUIÇÃO Há que substituir todos os segmentos de teflon do distribuidor e do piston, os o-rings e os retentores. Para isso pode recorrer-se a um kit que simplifica muito o trabalho, desde que não surjam complicações. Pode acontecer por exemplo que uma mesma direção seja fabricada com pistons dotados de alojamentos diferentes, o que faz com que o conjunto segmento e o-ring de um piston não joguem com o outro. Por este motivo, é aconselhável armazenar alguns o-rings e segmentos de teflon de várias medidas, para responder a qualquer situação imprevista. No processo de armazenamento há que ter o cuidado de não misturar as peças entre si, garantir que não se estraguem ou deformem e que não sejam expostas à luz. A EMMETEC disponibiliza o modelo Strandby (imagem 16), que inclui informações sobre todas as peças: código, diãmetro interior e exterior, espessura… Para escolher os o-rings e os segmentos certos é aconselhável medir o diâmetro interior dos que foram retirados antes, com as ferramentas adequadas. Na imagem 17 o calibrador Z-11000 simplifica o trabalho como nenhum outro. Também se aconselha a montagem de elementos da máxima qualidade, pois a diferença de preço entre um retentor ou um o-ring de qualidade face a um medíocre é insignificante, face às perdas de tempo, despesas de transporte e as discussões
que se têm com os clientes caso surjam problemas. Impõe-se sempre utilizar as melhores peças de substituição que houver, ou até melhores que as originais, pois uma coisa é fazer a estanquecidade de uma peça nova e outra é conseguir o mesmo de uma peça usada. Repetimos: a diferença de preço é insignificante! MONTAGEM Pressionar ligeiramente os alojamentos das rótulas dos braços para reduzir a folga. Extrair os quatro segmentos do distribuidor (imagem 18). É desaconselhável utilizar a clássica chave de fendas, pois corre-se o risco de danificar os alojamentos. É aconselhável utilizar as ferramentas especiais dos kits Z-20001 e Z-20007 que permitem realizar o trabalho corretamente e sem riscos. Substituir os segmentos velhos por novos. Uma vez que os segmentos de teflon se deformam plasticamente, os novos devem ser manipulados com o máximo cuidado, pelo que se aconselha a utilização de um macho da série Z-09060/Z-09062. Dado que na maioria dos casos os segmentos terão dilatado mais que o devido, há que devolver-lhes o diâmetro original, pressionando-os com uma ferramenta fêmea durante uns dez minutos. A série Z-09050/Z-09064 permite regular segmentos desde 25 até 50mm de diâmetro. De seguida, extrai-se o o-ring e o segmento do piston (imagem 20), substituindo-os por outros idênticos. O segmento de teflon pode ser montado à mão, mas só depois de ter sido retificado o seu diâmetro original prensando-o com um utensílio fêmea (imagem 21).
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21 Devolver o segmento do piston ao seu diâmetro original com o mesmo tipo de utensílio utilizado para os segmentos do distribuidor. 22 Introduzir o casquilho do distribuidor com muito cuidado para não arranhar a superfície do alojamento do distribuidor. 23 Montar o rlamento do distribuidor pressionando apenas sobre o seu alojamento exterior 24 Posicionar o retentor da carcaça no introdutor Z-09700 e introduzi-lo na carcaça. 25 Introduzir a cremalheira no injetor ultrafino da série Z-09560 para proteger o retentor. 26 Empurrar a cremalheira até ao fundo sem voltar atrás, para não se correr o risco de arrancar o retentor do seu lugar
Se os tubos de óleo do distribuidor à carcaça tiverem sido desmontados e limpos, há que remontá-los com cuidado para não alterar a sua posição e substituir sempre as anilhas de cobre. Introduzir a cremalheira na carcaça e verificar se o piston está a vedar corretamente, oferecendo uma certa resistência ao deslizar, mas que também não seja excessiva para não bloquear a direção. Se o piston não agarra à carcaça, isso significa que o segmento não veda, o óleo passará em seu redor e a servodireção não será eficiente. Se, por outro lado, o piston bloqueia, isso significa que veda demasiado e a direção dará pancadas. Nestes casos, haverá que modificar o o-ring ou o segmento, ou mesmo ambos e é, por isso, tão importante dispor de um stock de o-rings e de segmentos. Se o casquilho do distribuidor estiver em perfeitas condições monta-se outra vez
(imagem 22) utilizando um martelo de plástico ou de borracha. Caso contrário, deve substituir-se por um novo. Montar depois o retentor novo utilizando um cilindro de teflon de forma adequada. A seguir monta-se o rolamento utilizando um martelo de plástico ou borracha e batendo com um tubo de aço que se apoie apenas sobre o alojamento exterior (imagem 23). A seguir, montar também a anilha de fixação. Colocar um retentor novo na ponta de um introdutor especial para retentores (na imagem 24 aparece o Z-09700), e introduzilo no alojamento e no fundo da mesma, batendo ligeiramente com um maço de plástico ou borracha. Para que os dentes da cremalheira possam atravessar o retentor sem o danificarem, há que introduzir a cremalheira num injetor ultrafino como o Z-09560 da imagem 25. O EMMETEC propõe dois injetores de
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27 Introduzir a anilha pelo lado em que está dobrada no casquilho da cremalheira e girar o casquilho mesmo até que a anilha desapareça no interior da carcaça. 28 Introduzir o distribuidor com a mão esquerda enquanto com a direita se movimenta a cremalheira para lhe dar espaço
diferentes medidas que permitem o conserto de qualquer direção. Protegida a cremalheira, há que inseri-la na carcaça e penetrar com cuidado o retentor antes colocado nessa mesma carcaça, indo até ao fundo (imagem 26), nunca para trás, pois assim correr-se-ía o risco de arrancar o retentor do seu alojamento. No fim, retirar o injetor da cremalheira. Substituir o o-ring e o retentor do casquilho da cremalheira e introduzir o conjunto na carcaça, com o auxílio de uma ferramenta cónica de aço inoxidável para evitar danos no retentor. Introduzir a extremidade em forma de gancho da anilha no casquilho (imagem 27) e com a ajuda de um alicate de pontas dobradas, girá-la até que desapareça completamente no interior da carcaça. Montar logo que possível os braços da direção que, servindo de topos de curso da cremalheira, impedirão que a mesma possa danificar o retentor. Enquanto se movimenta a cremalheira com a mão direita, com a esquerda introduz-se o distribuidor no seu alojamento (imagem 28). A seguir introduz-se o casquilho de plástico, o retentor e a anilha de segurança. Depois introduz-se o piston da cremalheira, a mola, a massa lubrificante e enrosca-se a tampa. Enrosca-se a porca do distribuidor e mete-se a tampa. Para mais informações sobre bancos de testes, ferramentas e operações de substituição, consulte a página web www.emmetec.com.
Especialista em peças de reposição, ferramentas e bancos de provas para a revisão e construção de direções hidráulicas, elétricas, bombas e amortecedores.
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reparação
Manutenção. Honda Civic Tourer 1.6 i-DTEC Além da maior bagageira do segmento, a carrinha Civic tem um argumento de peso: o novo motor 1.6 diesel. Falta saber quanto é que custa a sua manutenção.
PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA MARCA, MODELO E VERSÃO PRAZO/ QUILOMETRAGEM CARACTERÍSTICAS VEÍCULO
HONCIV0191A: HONDA CIVIC TOURER 1.6 I-DTEC 120 COMFORT 5P 48/120000
POTÊNCIA (CV)
120
CILINDRADA (CC)
1597
EURONCAP CO2 99 TRANSMISSÃO MANUAL CAIXA DE VELOCIDADES
6 VELOCIDADES
CARROÇARIA CARRINHA
PARCERIA
A
Honda continua a ter em Portugal uma considerável legião de fãs e os modelos da marca japonesa mantêm a fama de há muitos anos de serem carros fiáveis. Associada a esta característica está uma preocupação grande com o design, como se vê na nova geração Civic, mas mais importante do que isso é a chegada de uma versão carrinha que traz também uma importante novidade: o motor 1.6 i-DTEC, com 120 CV e totalmente ajustado ao mercado nacional. Quanto custa a manutenção programada para 48 meses ou 120 mil quilómetros? Os pneus ficam com a maior fatia de todos os custos, num total de 1363,47 euros, sendo que deste valor 1216,87 euros são para os 10 pneus propriamente ditos (na medida 205/55R16H), somando-se depois 76,60 euros para as respetivas equilibragens, 45 euros para alinhamentos de direção e 25 euros para válvulas. Seguem-se as peças de desgaste, que totalizam 1272,92 euros. A maior fatia
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vai para as pastilhas da frente (408,63€), seguidas das pastilhas traseiras (191,70€), das escovas limpa para-brisas da frente (186,06€), dos discos da frente (185,85€) e dos discos de trás (169,54€). É preciso contar ainda com os 100 euros para a carga do ar condicionado e com31,13 para a substituição das escovas limpa para-brisas traseiras. As revisões representam um total de 1095,42 euros. O óleo sintético é, claramente, o item mais dispendioso, com um total de 502,87 euros para 6 trocas, gastando em cada uma delas 4,6 litros. Segue-se a mão-de-obra com 299,13 euros. Os custos com os filtros dividem-se da seguinte forma: 111 euros para os de combustível; 72,42 euros para os filtros de óleo; 66 euros para os de pólen; e 44 euros para os filtros de ar. Contas feitas, ao longo de um período de 48 meses ou 120 mil quilómetros, a manutenção da carrinha Civic totaliza 4194,83 euros, o que representa que por cada 100 km percorridos, o custo para a manutenção é de 3,50 euros.
VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES
REVISÕES
1.095,42 €
MÃO-DE-OBRA
299,13 €
[8,1]
ÓLEO
502,87 €
[6]
CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)
4,6
TIPO DE ÓLEO
SINTÉTICO
FILTRO DE ÓLEO
72,42 €
FILTRO DE AR
44,00 €
[6] [2]
FILTRO DE PÓLEN
66,00 €
[3]
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
111,00 €
[3]
VELAS
- €
[0]
DESGASTE
1.272,92 €
ESCOVAS LIMPA PARA BRISAS FRENTE
186,06 €
ESCOVAS LIMPA PARA BRISAS TRAS
31,13 €
[2]
PASTILHAS FRENTE
408,63 €
[4]
PASTILHAS TRAS
191,70 €
[2]
DISCOS FRENTE
185,85 €
[1]
DISCOS TRAS
169,54 €
[1]
LIQUIDO DE TRAVÃO
- €
[2]
[4]
CORREIA DISTRIBUIÇÃO
- €
[0]
EMBRAIAGEM
- €
[0]
CARGA AR CONDICIONADO
100,00 €
[1]
ESCAPE
- €
[0]
BATERIA
- €
[0]
AMORTECEDOR FRENTE
- €
[0] [0]
AMORTECEDOR TRAS
- €
BOMBA AGUA
- €
[0]
FILTRO PARTICULAS
- €
[0]
TAREFAS EXTRA
- €
[0]
AVARIAS
- €
[0]
ELÉCTRICAS
- €
[0]
TOTAL
- €
[0]
PNEUS
1.363,47 €
PNEUS FRENTE
205/55R16H
PNEUS TRÁS
205/55R16H
PNEUS
1.216,87 €
ALINHAMENTO DE DIRECÇÃO
45,00 €
[3]
EQUILIBRAGEM
76,60 €
[10]
VÁLVULA
25,00 €
[10]
OUTROS
463,02 €
IPO
27,00 €
INFLAÇÃO
436,02 €
AJUSTES
- €
[10]
CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL
4.194,83 €
/100 KMS
3,50 €
COMBUSTÍVEL
- €
* VALORES SEM IVA
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reparação
Fiabilidade. BMW 116d com avaliação acima da média A Dekra, uma das mais conceituadas empresas de análise do setor automóvel junta-se à TURBO OFICINA, passando a fornecer os dados para avaliação de um modelo por mês. E para começar, o BMW 116d. PARCERIA
O
BMW Série 1 é um dos carros mais bem sucedidos em Portugal e não surpreende que seja também um dos veículos que mais probabilidade tem de entrar numa oficina. Nasceu há uma dezena de anos, quando a oferta entre os compactos premium se resumia ao Audi A3 e a Mercedes apostava num Classe A com formas de monovolume, para hastear a sua bandeira num segmento do mercado até então feudo dos construtores generalistas. Motorizações menos potentes, a partir dos blocos 2.0 diesel (116d/115 CV) e 118 d (143 CV), alargaram a oferta em 2009, em que continuou a pontificar o 120d (177 CV). Em 2012 foi lançada a segunda geração, que passou a utilizar a plataforma do Série 3, com ganhos em matéria de comportamento dinâmico. Ao mesmo tempo, aproveitando a ligação à Mini, chegaram à gama novos motores a gasolina e diesel, com menores cilindradas e níveis inferiores de potência, com destaque para os 114d (1.6/95 CV) e 116d (1.6/116 CV), no campo do diesel, e 114i (1.6/102 CV) e 116i (1.6/136 CV), nas propostas a gasolina. No mercado de usados, para quem pensa num bom negócio contam, sobretudo, os modelos da primeira geração e nas versões 116d, 118d e 120 d. Os preços nunca atingem valores baixos, de qualquer modo, um 116d com quatro anos está cotado nos 16 550€, o 118d vale 17 300€ e o mais potente 120d, 19 100€ (mais valores nas páginas de cotações de usados) O Série 1 é um carro sem historial de grandes problemas e na análise da
OS DEFEITOS PASSAM PELA TENDÊNCIA PARA UM DESGASTE PREMATURO DAS PASTILHAS DOS TRAVÕES E DAS JUNTAS DO CHASSIS E DA DIREÇÃO
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ÍNDICE DEKRA DEFEITOS DE MONTAGEM
MÉDIA SEG.
BMW 116D
CHASSIS/DIREÇÃO
10,8
7.6
MOTOR/AMBIENTE
10,6
4,6
CARROÇARIA/ESTRUTURA/INTERIOR
2,6
3,5
SISTEMA DE TRAVAGEM
14,9
12,7
PARTE ELÉTRICA/ELETRÓNICA/LUZES
27.9
17,8
DEFEITOS NÃO RELEVANTES
66%
72,6%
PEQUENOS DEFEITOS
15,4%
12,6%
DEFEITOS CONSIDERÁVEIS
18,6%
14,8%
AVALIAÇÃO GERAL
Os resultados apresentados refletem as conclusões principais de um estudo sobre a fiabilidade das diferentes marcas e modelos que a Dekra Internacional realiza todos os anos em diversos mercados europeus
conceituada Dekra. O carro da primeira geração só num dos oito parâmetros considerados (ver quadro) fica abaixo da média entre os compactos concorrentes: carroçaria/ estrutura/interior.
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No comentário geral, a Dekra sublinha que os motores do Série 1 são, de um modo geral, muito fiáveis e proporcionam uma condução agradável. Os defeitos a assinalar passam pela tendência para um desgaste
prematuro das pastilhas dos travões e das juntas do chassis e da direção em veículos que entram na casa dos 50 000 quilómetros. Quando se passa dos 100 000 é importante fazer um exame dos amortecedores. Pela mesma altura importa considerar a possibilidade de o para brisas apresentar “picos” em resultado da acumulação da projeção de pedras. Os defeitos típicos apontados pela Dekra são: discos/pastilhas dos travões; travões esponjosos; problemas nos esguichos do limpa para-brisas.
8 pneus
GFK. Olhar analítico sobre os pneus Estudos de mercado é algo que em Portugal pouco ou nada se investe ao nível do setor das peças e dos componentes. Mesmo assim, a GfK é das poucas empresas que disponibiliza estudos para pneus e lubrificantes. TEXTO PAULO HOMEM
A
GfK chegou a Portugal em 1996, tendo começado a trabalhar a área automotive em 2006 e os pneus especificamente um ano mais tarde. Depois de um interregno, a GfK retomou os estudos na área dos pneus em 2013, tendo também começado com os lubrificantes. A nível internacional a GfK (com origem na Alemanha) está presente em quase uma centena de países, desenvolvendo estudos de mercado para quase todos os setores de atividade. Na área “automotive” em alguns países a GfK consegue promover estudos para quase todo o tipo de peças e componentes de automóveis (baterias, escovas, lâmpadas, etc) em termos de consumidor final. Basicamente o que a GfK faz são medições de vendas do retalho ao consumidor final, medindo as quantidades vendidas, preços, modelos e com esta informação consegue
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classificar cada modelo com um código GfK a nível mundial (por exemplo, uma referência de um pneu tem um código GfK). Dessa forma, a GfK pode cruzar informação a nível mundial, pois a base de dados é comum para todos os países. “Podemos segmentar e avaliar cerca de 20 itens por pneu (marca, preço, medida, índice de velocidade, etc) e depois cruzar toda essa informação”, refere Jorge Reis, Division Manager da GfK, acrescentando que essas análises são ainda segmentadas por canal de distribuição, por região (estão definidas pela GfK como regiões Lisboa, Porto, Litoral, Interior e Sul), entre outros. Os estudos da GfK ao nível dos pneus são feitos junto de retalhistas de pneus, hipermercados, concessionários auto, autocentros e redes de fastfit. No caso dos
lubrificantes são auditados os hipermercados, gasolineiras de marca, os autocentros e as redes de fastfit. Todas estas análises, que resultam em milhares de dados, são essencialmente destinados aos retalhistas e demais fornecedores de informação (através da permuta de informação), mas também às próprias marcas de pneus e de lubrificantes. Em termos estatísticos a amostra da informação recolhida é representativa (cerca de 200 retalhistas de pneus), chegando
EVOLUÇÃO SEGMENTOS DE PNEUS (UNID%)
2012
2013
MARCAS PREMIUM
49.5%
48.2%
MARCAS MEDIUM
17.1%
16.3%
MARCAS BUDGET
33.4%
35.5%
TRÊS PERGUNTAS JORGE REIS DIVISON MANAGER GFK Que dados pode revelar em termos de tendências no mercado ao nível dos pneus? Existe uma tendência clara que revela que as marcas premium estão a vender mais com as suas segundas marcas de pneus. São estas segundas marcas que permitem aos construtores fazer o balanceamento do seu negócio. Os nossos estudos revelam também que o peso de outras marcas que não pertencem aos fabricantes Premium têm vindo a diminuir. Existe a ideia no mercado, por via das vendas, que os segmentos Premium e Budget estão a crescer face ao Quality. Confirma-se isto pelos vossos estudos? As vendas totais de pneus Premium têm-se mantido estáveis, enquanto as vendas das marcas de segunda linha desses construtores têm crescido. As marcas Premium têm também vindo a apostar nestas segundas linhas, o que também justifica a importância que estas segundas linhas têm tido. Qual tem sido a evolução dos preços médios dos pneus por segmento? De uma forma geral os preços médios dos pneus têm mantido uma estabilidade de descida, embora não de forma acentuada.
em alguns casos (como nos autocentros) a recolher toda a informação. São diversos os métodos e procedimentos de recolha da informação, que envolvem quatro departamentos da GfK (não exclusivos em pneus e lubrificantes) até a informação estar disponível para consulta. “Existe todo um planeamento anual da informação que segue um método de trabalho definido e estruturado, e uma interligação dos dados com a base de dados da GfK a nível mundial”, revela o mesmo responsável, que diz que “todos estes dados estão centralizados numa base a nível central, tendo depois cada país acesso aos seus dados.
Contudo, pode haver um cliente noutra parte do mundo que queira os dados de Portugal, ou um cliente no nosso país ter dados de outros mercados”. DADOS De todo este imenso volume de informação, retiram-se as mais diversas análises, estudos e estatísticas. O mais comum, na ótica dos clientes da GfK, são as análises “sobre as tendências do mercado, isto é, saber como o mesmo está a evoluir, os preços e depois o tipo de produto que mais se comercializa”, refere Jorge Reis. Nos diversos estudos da GfK apenas são
PREÇOS MÉDIOS DOS PNEUS 2013 PNEUS (PVP) PREÇO MÉDIO MERCADO
DEZ/JAN13
FEV/MAR13
ABR/MAIO13
JUN/JUL13
AGO/SET13
OUT/NOV13
DEZ/JAN13
92 €
87 €
82 €
80 €
79 €
78 €
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considerados os pneus de ligeiros, 4x4 e “light truck” (comercial), ficando de fora os estudos sobre pneus para veículos pesados e motos (que existem noutros países). “Estamos sempre disponíveis para auditar outros produtos, existindo sempre um equilíbrio entre as solicitações que os nossos clientes nos façam ou sermos nós a criar alguma necessidade no cliente, embora neste caso o investimento tenha que ser mais ponderado e avaliado”, revela Jorge Reis.
CONTACTOS GFK DIVISON MANAGER JORGE REIS TELEFONE 210 000 200 E-MAIL jorge.reis@gfk.com INTERNET www.gfk.pt
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Aveiropneus. Assumidamente pela rentabilidade Por razões estratégicas a Aveiropneus nunca entrou em grandes lutas por uma posição de relevo no setor grossista de pneus. Depois de 15 anos a promover uma outra marca, a aposta agora é nos pneus Barum. TEXTO PAULO HOMEM
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esde o século passado que a Aveiropneus se posicionou como um grossista de pneus. A empresa, de origem familiar, começou no retalho através da Marcolino Pneus (que ainda hoje existe em Aveiro), mas quando apareceu a oportunidade de trabalhar a marca Matador depressa se tornou uma bandeira da empresa durante muitos anos. Porém, como essa marca pertence à Continental, foi entregue a distribuição a uma outra empresa a nível ibérico, ficando a Aveiropneus com a responsabilidade (entre outros grossistas) de comercializar a marca Barum nas suas área de influência, o que decorre de uma estratégia de relançamento da marca (por parte da Continental) em Portugal. “Foram, de facto, muito anos a trabalhar a Matador, mas com a nova estratégia da Continental para a Barum, que passa por tornar esta marca a segunda mais importante do grupo a nível europeu, tendo investido bastante no desenvolvimento de produto, acabou por ser para a Aveiropneus um momento muito importante”, refere Jaime Silva, gerente da empresa grossista de Aveiro que, apesar de tudo, já desde 2011 iniciou as vendas da marca Barum, embora de forma muito residual. Sendo uma marca com produto próprio e desenvolvido de origem como Barum, Jaime Silva sabe que isso lhe traz garantias num mercado altamente competitivo, tanto mais que a gama de produtos é suficientemente vasta e alargada e com estratégias claras de crescimento. “A transição de uma marca para outra ocorreu sem problemas, mas como foi uma
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A APOSTA NA BARUM É FORTE E O FACTO DO STOCK DE PRODUTO ESTAR EM PORTUGAL REDUZ BASTANTE OS CUSTOS LOGÍSTICOS, O QUE É UMA VANTAGEM PARA UMA MARCA DO SEGMENTO QUALITY. alteração progressiva permitiu-nos alertar os clientes com tempo para essa situação”, refere Jaime Silva, que ainda vê uma série de outras vantagens em trabalhar agora Barum, nomeadamente “em termos do fornecedor, pois o stock de produto está em Portugal, o que reduz bastante os custos logísticos de distribuição e isso é determinante para uma marca que está posicionada no segmento Quality”. A base da oferta deste grossista é que não se alterou, mantendo-se desde 2010 a aposta na marca chinesa Evergreen. “Trata-se de uma marca recente, com boa apresentação de produto e que aposta em novos moldes, embora não deixe de ter um posicionamento budget”, refere o mesmo responsável. A Evergreen está disponível para pneus de ligeiros, comerciais e 4x4, tendo “apresentado indicadores relevantes, por exemplo, ao
nível da eficiência energética, onde está claramente muito mais bem posicionada que a sua concorrência direta”, explica Jaime Silva realçando que “não é mais um produto chinês, mas sim um produto com alguma qualidade, que se posiciona no topo da oferta budget”. LOGÍSTICA O stock médio da Aveiropneus ronda atualmente as 15.000 unidades, o que revela um maior esforço da empresa em matéria de stock face aos últimos anos. Mesmo assim, a empresa prefere seguir a lógica de que em equipa que ganha não se mexe, mantendo uma estrutura de três comerciais, trabalhando as regiões litorais e interior norte e centro, tendo ainda alguma dinâmica comercial no Alentejo, ficando de fora o mercado da Grande Lisboa. “A rapidez nas entregas continua a ser
fundamental, mas a aposta tem sido também na fidelização dos bons clientes premiando, acima de tudo, os bons pagadores”, revela Jaime Silva, assegurando que “apesar de também nós termos tentado reduzir custos, temos uma estrutura leve mas em que os custos de estrutura têm vindo a aumentar, mas nós achamos que manter vendedores no terreno continua a ser fundamental para o sucesso do nosso negócio”. Depreende-se destas palavras que ainda não é para já o investimento nas vendas online, mas Jaime Silva considera que existem muitas outras formas de comunicar com o cliente que tem sido muito eficazes. “Estamos em constante contacto com o cliente de forma eletrónica e de forma direta, promovendo semanalmente campanhas”, argumenta Jaime Silva que justifica que a manutenção de vendedores tem ajudado muito na dinâmica de negócio como nas cobranças, que é um dos grandes defeitos deste setor dos pneus. MERCADO Revelando que sente sinais ténues de alguma recuperação no mercado dos pneus, nomeadamente na região de Aveiro, Jaime Silva diz que “existiam setores de atividade ligados ao automóvel que não davam importância aos pneus, como é o caso das oficinas de manutenção mecânica em geral, mas que agora começam a representar um interessante volume de negócio no setor dos pneus”. No entender do responsável da Aveiropneus consegue-se neste momento fazer o mesmo volume de negócios que se fazia num passado recente mas com mais clientes. “Estamos interessados na rentabilidade do negócio dos nossos clientes retalhistas, pois só desta forma poderemos garantir o nosso futuro”, conclui Jaime Silva.
CONTACTOS AVEIROPNEUS GERENTES JAIME SILVA TELEFONE 234 343 489 E-MAIL aveiropneus@netvisao.pt
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Galusal / Grupo Salco. Presença reforçada em Portugal Desde há vários anos que o Grupo Salco tem atividade comercial no mercado português, mas nunca tinha feito, como agora, uma aposta tão forte no nosso país. O novo responsável pelo mercado português falou à TURBO OFICINA sobre a nova estratégia do Grupo. TEXTO PAULO HOMEM
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Grupo Salco existe desde 1973, tendo as suas operações na Galiza, em Espanha. Para entrar no mercado português desenvolveu uma nova empresa, à qual deu o nome de Galusal, primeiro com a intenção de comercializar de forma exclusiva os lubrificantes Gulf. Mais tarde surgiram os pneus e agora vai também apostar nos serviços de manutenção automóvel. A TURBO OFICINA falou com Júlio Nunes, recém nomeado Delegado da Galusal / Grupo Salco em Portugal. Qual a razão que levou o Grupo Salco a reforçar a sua presença em Portugal este ano através da Galusal? Desde a nossa localização no Sul da Galiza, sempre vimos como zona natural de ação e de expansãoo o norte de Portugal. É uma prática habitual dos empresários destas duas zonas fazer a cobertura das mesmas, sem limitação de fronteiras e mesmo de investimentos. O Porto e Vigo são dois núcleos industriais de vital importância para os consumidores do norte de Portugal e da Galiza. A presença de dois novos responsáveis da Galusal em Portugal (um para a área dos pneus e outro para a área dos lubrificantes) é fundamental para o desenvolvimento do negócio de pneus e lubrificantes? Com este esforço em recursos humanos queremos consolidar a nossa presença no norte de Portugal e a minha nomeação como Delegado, especialista em pneus, servirá para cumprir as previsões de crescimento e implementação do franchise Salco. Efetivamente o nosso objetivo é o desenvolvimento não só dos pneus mas também dos lubrificantes e, por isso, também foi incorporada na empresa a Ana
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Viana como responsável e especialista de lubrificantes da Galusal. Quais são os objetivos comerciais que pretendem atingir com este reforço da presença em Portugal? São dois os grandes objetivo que temos marcados. Por um lado, como disse,
queremos consolidar a presença do Grupo Salco, através da Galusal no setor dos pneus e consolidar a rede de distribuidores no domínio dos lubrificantes, aproveitando a nossa exclusividade na marca Gulf, que pertence ao grupo francês Total. Um segundo objetivo é a abertura de dois
centros franchisados Salco, especialista em pneus e serviços rápidos. Está previsto algum investimento em algum armazém na região norte de Portugal? Não descartamos essa eventualidade, mas o nosso armazém central em Mos (Pontevedra), permite-nos uma capacidade de serviço extraordinária. Vamos adicionar a este armazém uma melhoria dos serviços logísticos que atualmente são oferecidos pelas empresas de transportes que são especializadas em distribuição. Como disse, não descartamos essa possibilidade, até porque a cada dia que passa o mercado é mais exigente e procura um melhor serviço e, como tal, devemos estar abertos a essa possibilidade. Em 2012 afirmavam que vendiam cerca de 10.000 pneus em Portugal. Quantos pneus querem vender em 2014 / 2015? Bem... não queremos ser excessivamente otimistas, pois todos sabemos qual é a situação do mercado, nem tão pouco fugir à pergunta, mas é seguramente mais importante consolidar que crescer. Quais são as marcas (pneus e lubrificantes) em que mais vão apostar neste reforço da presença em Portugal? Ao nível dos pneus a nossa aposta é no grupo Goodyear / Dunlop e as suas outras marcas como Fulda, Sava e Debica. Somos igualmente competitivos nas restantes grandes marcas internacionais como a Michelin, Bridgestone, entre outros. Estamos também a comercializar uma marca fabricada na China mas com tecnologia australiana, designada Altenzo, na qual estamos a apostar bastante.
CONTACTOS GRUPO SALCO / GALUSAL DELEGADO JÚLIO NUNES TELEFONE 986 291 103 (ESPANHA) E-MAIL administracion@gruposalco.com
A GALUSAL VAI INICIAR A REDE SALCO EM PORTUGAL, CONSOLIDANDO AS SUAS OPERAÇÕES NO NORTE DE PORTUGAL TAMBÉM NAS OFICINAS
No caso dos lubrificantes estamos muito centrados na marca Gulf, pertencente ao Grupo Total, na qual somos suficientemente reconhecidos. Como será dinamizada a distribuição destes produtos em Portugal? Em primeiro lugar com uma boa equipa de profissionais, apostando em marcas e parceiros Premium, com um plano de marketing muito ambicioso e com muito esforço, mas acima de tudo, com grande entusiasmo. Que mais valias da distribuição têm face aos operadores que já estão em Portugal? Temos muita experiência nos setores em que trabalhamos. Temos feito fortes investimentos em infraestruturas e em serviços. Logicamente que me refiro a armazéns, stock, etc. Em definitivo queremos cumprir com as três máximas da distribuição: produto, preço e serviço. A dinamização da rede de oficinas Salco é também uma aposta vossa em Portugal? Porque querem desenvolver essa rede em Portugal? Queremos consolidar a rede de oficinas Salco e a proximidade com o norte de Portugal é uma oportunidade. Estamos em crer que podemos transmitir a nossa experiência a muitas oficinas franchisadas, que de outra forma teriam mais dificuldades em evoluir. Por outro lado, é muito difícil de rebater o conceito “a união faz a força”. Que tipos de meios (técnicos, logísticos, comerciais, etc) é que vão oferecer às oficinas que aderirem à rede Salco? Oferecemos uma imagem reconhecida, uma
formação e organização de alto nível, uma política de preços e serviços muito exclusiva e o desenvolvimento / acompanhamento de um plano de melhoria contínua, entre outras apostas. Quero sobretudo destacar os planos de formação, que estarão centrados em organização, gestão económica , planos técnicos em produto e em vendas. Um aspeto não menos importante é a centralização da gestão de compras que permite melhorar a competitividade. Em 2014 querem abrir duas oficinas. Quais são os objetivos para 2015 e para o futuro a médio/longo prazo? Os planos devem ser firmes e a seleção dos candidatos deve ser muito rigorosa. Mais duas novas oficinas também em 2015 é o correto. De qualquer forma, não renunciamos a ser ambiciosos e estudaremos com muito interesse qualquer candidiatura. Aliás, aproveito esta oportunidade para convidar qualquer profissional proprietário de uma oficina de pneus, a apresentar-nos o seu projeto que será estudado com rigor e seriedade. Que experiência trazem de Espanha com a rede de oficinas para agora aplicar em Portugal? Somos uma empresa com 35 anos no mercado. Dispomos de uma equipa com 70 pessoas e com muita experiência. Temos 11 oficinas próprias, 7 franchisadas e 20 associadas. Como complemento de serviço, algo que nos dá enorme orgulho, dispomos de 16 oficinas móveis totalmente equipadas, especializadas em veículos industriais, camiões e autocarros. Qual a vossa opinião sobre o mercado português de pneus? O mercado português é muito dinâmico, está em crescimento e procura muito primeiras marcas, bons serviços e preços competitivos. Apreciamos muito que o mercado de consumo esteja muito melhor que em Espanha, embora sofra também do muito necessário apoio financeiro.
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Bridgestone. Comercializa novo Firestone para SUV FALKEN. NOVO SINCERA SN832 ECORUN
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assou a estar disponível no mercado o novo pneu Falken Sincera SN832 Ecorun, comercializado em Portugal pela Alves Bandeira. O SN832 Ecorun, para viaturas ligeiras, destaca-se por oferecer aos condutores a máxima segurança tanto em piso seco como molhado, em conjunto com uma maior poupança de combustível e uma maior duração quilométrica, qualidades pelas quais se torna num produto com uma boa relação preço/qualidade, segundo a Falken. Combinando a pioneira tecnologia de nanodesenho em 4D com os mais modernos compostos à base de sílica, o Sincera Ecorun obtém nas suas 19 medidas a classificação “A” na categoria de distância de travagem em piso molhado na Etiqueta Europeia. Refira-se ainda que o Falken Sincera SN832 Ecorun conta com um piso da banda de rolamento aperfeiçoado. Os seus largos canais longitudinais, em conjunto com as suas ranhuras laterais, proporcionam uma excelente drenagem e reduzem assim o risco de aquaplaning em cerca de 32% que o seu antecessor, o modelo SN828.
GT RADIAL. APRESENTA NOVO PNEU PARA COMERCIAL
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GT Radial deu a conhecer o novo Maxmiler Pro, um pneu concebido para veículos comerciais. O Maxmiler Pro disponibilizará 25 medidas desde 155R12C até 235/65R16C, com índices de velocidade compreendidos entre R e H e com índices de carga desde 88/66 até 118/116. Grande parte da gama será disponibilizada em jantes 15” e 16”. Especificamente desenhado para uso comercial e operadores frotistas em toda a Europa, o produto reclama uma superior robustez e durabilidade em condições de carga elevada, melhor economia de combustível e aderência em piso molhado, evidenciando níveis de ruído inferiores e uma excelente rentabilidade quilométrica. Para veículos com velocidades superiores, garante durabilidade e segurança a par com eficiência no consumo de combustível. O Maxmiler Pro combina todos esses critérios.
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Bridgestone vai comercializar o novo pneu da Firestone para SUV, designado por Destination HP, com distribuição para o mercado de pneus de reposição. Dentro do segmento de pneus Firestone de preço médio, o Destination HP tem como objetivo equipar os SUVs proporcionando quilometragem e controlo em superfícies molhadas, com estabilidade na condução em todas as condições. O Destination HP oferece até mais 35% de quilometragem sem reduzir a segurança sustentado por um pacote altamente competitivo. O design desportivo do piso foi criado para dar o máximo controlo e tracção nas curvas. Este pneu atinge resultados muito interessantes, colocando-o entre os melhores do seu segmento, com uma classificação B na etiqueta europeia no que diz respeito à classificação da tracção em piso molhado nas cinco medidas mais vendidas em que será lançado. O Destination HP estará disponível em toda a Europa, a partir de maio de 2014, inicialmente em 10 medidas para jantes de 16 e 17 polegadas..
CONTINENTAL. RELANÇOU A GISLAVED EM PARCERIA COM A ALVES BANDEIRA
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Continental e a Alves Bandeira, que em Portugal distribui a marca Gislaved, desenvolveram uma ação conjunta que, entre outras iniciativas, permitiu dar a conhecer o novo posicionamento dessa marca de pneus. De origem sueca, a marca Gislaved apresenta-se no mercado com uma vasta gama de produtos de características “quality”, revelando-se uma boa escolha para quem dá valor ao prazer na condução, segurança, fiabilidade, conforto e economia. Na apresentação efetuada aos distribuidores da Alves Bandeira, destacam-se ainda as principais características da marca, que se
destaca pela vasta gama de produtos para ligeiros e vans, pela qualidade dos mesmos, tendo um posicionamento premium no que se refere a segurança, conforto, diversão na condução e na economia. A somar a todos estes aspetos há ainda a destacar a excelente cobertura das necessidades do mercado. Para Ricardo Martins, Diretor de Marketing da Continental Pneus, a realização destes eventos tem como grande objetivo “aproximar a Continental e as suas marcas dos seus clientes, e clientes dos seus clientes, como é exemplo esta ação que promovemos em conjunto com a Alves Bandeira, numa relação de parceria e de proximidade que seja vantajosa para todas as partes envolvidas”, referiu. Rui Bandeira, responsável do Grupo Alves Bandeira, e em jeito de balanço, não quis deixar de referir a excelente recetividade que todos os parceiros e clientes convidados para este evento manifestaram, destacando ainda a excelente recetividade dos mesmos à marca Gislaved “que temos a certeza será mais um sucesso Continental no mercado nacional”.
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Perda Total
opinião
São frequentes as queixas de proprietários de automóveis que, vendo-se envolvidos em acidentes de viação, pelos quais não tiveram responsabilidade, ou ainda que tenham tido essa responsabilidade, estavam cobertos por um seguro que cobria danos próprios, são confrontados com a situação de “perda total” do veículo e o consequente pagamento de uma indemnização que, muitas vezes, não será no valor suficiente para adquirir um automóvel em condições equivalentes ao da viatura sinistrada.
I MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica.
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mporta antes de mais perceber em que se traduz ao certo a expressão “Perda Total” nos termos do diploma legal que regula esta matéria e que é o Decreto Lei 291/2007, de 21 de Agosto, que regula o regime do sistema do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel e transpôs parcialmente para a nossa ordem jurídica a a Directiva n.º 2005/14/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de Maio. De acordo com o art.º 41º do referido Dec Lei 291/2007, verifica-se uma situação de perda total do veículo quando se verifique uma das seguintes hipóteses: (a) Tenha ocorrido o seu desaparecimento ou a sua destruição total; (b) Se constate que a reparação é materialmente impossível ou tecnicamente não aconselhável, por terem sido gravemente afectadas as suas condições de segurança, ou (c) Se constate que o valor estimado para a reparação dos danos sofridos, adicionado do valor do salvado, ultrapassa 100 % ou 120 % do valor venal do veículo consoante se trate respectivamente de um veículo com menos ou mais de dois anos. Verificando-se uma destas circunstâncias a indemnização é cumprida em dinheiro e não através da reparação do veículo. Para determinar a aplicabilidade deste regime, temos de saber que o valor venal do veículo antes do sinistro corresponde ao seu valor de substituição no momento anterior ao acidente, ou seja, o seu valor comercial. Verificando-se a situação de perda total, o valor da indemnização por perda total corresponde ao valor venal do veículo antes do sinistro, deduzido do valor do respectivo salvado caso este permaneça
na posse do seu proprietário, de forma a reconstituir a situação que existiria se não se tivesse verificado o evento que obriga à indemnização, ou seja, ao lesado e caso este fique com o salvado (o que resta do veículo sinistrado), a seguradora deverá entregar a diferença entre o valor do salvado e o valor venal ou, ficando o salvado para a seguradora, deverá esta entregar ao segurado, a título de indemnização, o valor correspondente ao valor venal que a viatura tinha no momento imediatamente anterior à verificação do acidente. Convém esclarecer que, verificadas as condições acima referidas, e nos termos do mesmo diploma legal, ao propor o pagamento de uma indemnização com base no conceito de perda total, a seguradora está obrigada a prestar, cumulativamente, as seguintes informações ao lesado: (a) A identificação da entidade que efectuou a quantificação do valor estimado da reparação e a apreciação da sua exequibilidade; (b) O valor venal do veículo no momento anterior ao acidente, e (c) A estimativa do valor do respectivo salvado e a identificação de quem se compromete a adquiri-lo com base nessa avaliação. É importante também ter presente que, nos casos de perda total do veículo a matrícula é cancelada nos termos do artigo 119.º do Código da Estrada. Se, no entanto, o proprietário ficar com o salvado e proceder à reparação do veículo sinistrado, então, uma vez concluída a reparação e antes de colocar o veículo em circulação, deve saber que terá de o submeter a uma inspecção técnica extraordinária para esse efeito.