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N.º 41 | OUTUBRO 2015 | 2,2€
BEM-VINDO AO NEGÓCIO BEM-VINDO AO FUTURO Nesta edição dizemos-lhe se ainda há lugar para entrar no negócio das oficinas Auto. Especialistas explicam-lhe os passos a dar – da legislação aos equipamentos – e partilham consigo dicas sobre como ter sucesso. Tão importante para quem chega como para quem já está é saber aquilo que o futuro imediato nos reserva. Conheça todas as tecnologias que estão a chegar
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GPL PONTO DA SITUAÇÃO E PERSPETIVAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS EQUIP AUTO O GRANDE EVENTO EUROPEU DO AFTERMARKET ESTÁ AÍ. CONHEÇA OS DETALHES E AS EXPETATIVAS DAS EMPRESAS PORTUGUESAS PRESENTES PROTAGONISTA RUI BOLAS, DIRETOR-GERAL DA BOLAS SA, EXPLICA COMO GERE A EMPRESA LÍDER NO SETOR DAS FERRAMENTAS
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ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES MONROE SELO DE CAPA GATES RODAPÉ DE CAPA GIRLING PÁG. 2 E 3 JAPANPARTS PÁG. 5 / 7 TRW PÁG. 17 SWAG PÁG. 21 ALPINE PÁG. 27 CROMAX PÁG.33 PETRONAS PÁG. 35 FEDERAL MOGUL PÁG.37 PROVMEC PÁG. 39 NGK PÁG.41 RPL PÁG. 45 ZF PÁG. 47 MCOUTINHO PÁG. 49 FUCHS PÁG. 51 MEYLE PÁG.53 BORG PÁG. 55 SHELL PÁG. 59 MECÂNICA/ EXPO TRANSPORTES PÁG.61 ENI SINTÉTICA PÁG. 63 UFI FILTERS PÁG. 65 AUTODELTA PÁG. 67 SOGEFI PÁG. 69 CARF PÁG. 75 PHILIPS PÁG. 77 CESVIMAP PÁG. 79 CENTRO ZARAGOZA PÁG. 83 TUDOR PÁG. 84
N.º 41 | OUTUBRO 2015
dossier P. 46 Como entrar e ter sucesso no negócio
A primeira parte de um trabalho de fundo que pretende ser um guia para quem quer iniciar-se no negócio das oficinas auto. Mas, também, um conjunto de procedimentos que quem já lá está deve obervar se quer ter sucesso num setor que conhece alterações profundas. Dicas de especialistas
1 RADAR
5 RAIO X
P. 8 Novas tecnologias no Salão de Frankfurt
P. 62 Quem faz o quê para o novo BMW Série 7
P. 18 Equip Auto 2015 - calendário de eventos
P. 65 CASA - Resolução de conflitos por
P. 24 Mais de 100 empresas na Mecânica 2015
conciliação das partes interessa a todos P. 69 Renault anuncia forte ofensiva nos
MARCAS NESTA EDIÇÃO BOLAS PÁG. 28 BOSAL PÁG. 40 BOSCH PÁG. 15 BREMBO PÁG. 8 CONTINENTAL PÁG. 70 BOLAS PÁG. 28 DELPHI PÁG. 15 ECOPARTS PÁG. 40 EUROMAQUINAS PÁG.36 FEDERAL MOGUL PÁG. 62 FILOUREM PÁG. 38 FLUIDOTRONICA PÁG. 38 GLASSDRIVE PÁG. 62 HERTH+BUSS PÁG. 63 HYPEL PÁG. 38 KRAUTLI PÁG. 36 LUSILECTRA PÁG. 40 MANN+HUMMEL PÁG. 15 NV AUTO PÁG. 70 TENNECO PÁG. 62 TOM TOM PÁG. 63 TOYOTA PÁG. 56 TELWIN PÁG. 34 SALERI PÁG. 12 VALEO PÁG. 16 VULVO PÁG. 34 ZF/TRW PÁG. 10
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veículos comerciais. Conheça a estratégia
“O custo mede-se ao longo de toda a vida útil do equipamento. ”
P.71 NV Auto - localização por GPS está cada vez
P. 28 Rui Bolas, diretor-geral da Bolas SA
P.72 Como ter sucesso e ganhar dinheiro numa
mais evoluida oficina de pintura. CESVIMAP explica
3 REVISÃO P. 34 Novidades do mercado
6 REPARAÇÃO P.76 Adesivos. Os técnicos do Centro Zaragoça
4 ESPECIALISTA
“Gerir bem é gerir pessoas. Este é um princípio essencial para o sucesso dos negócios”
desfazem dúvidas sobre algo que é vital na reparação P.78 Custos e plano de manutenção do Dacia Sandero 1.5 dCi
P. 42 Instalação de GPL - Ainda é oportunidade
P.80 Colocámos à prova o novo pneu
de negócio. Tudo o que é preciso saber
SportContact 6 da Continental
P. 46 Dossier: Montar uma oficina - O que é decisivo para o sucesso
OPINIÃO
P. 56 Comercial do Mês: Toyota Proace
P.82 Consultório jurídico
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EDITORIAL PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS
O futuro está mesmo aí
SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT
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um jantar em Frankfurt, no qual tivemos o privilégio de estar presentes, Mary Barra, presidente da General Motors, “gelou” a audiência com uma frase: “o automóvel evoluiu enormemente nos últimos 50 anos mas a evolução nos próximos dez anos será ainda maior”. O desafio (à nossa imaginação) é fantástico. Mas não, não estamos a falar de um novo capítulo da saga Guerra das Estrelas. É REALIDADE. Ao percorrermos o Salão de Frankfurt percebemos que a mobilidade elétrica não tem retorno e está a progredir rapidamente, com passos seguros e que a condução autónoma está aí ao virar da esquina (2020). Mais, grande parte dos dispositivos que a vão tornar possível já estão desenvolvidos. Um Audi Q5 equipado com 500 000 euros de dispositivos da Delphi (falamos, claro, do custo de desenvolvimento) percorreu mais de 5000 KM nos EUA, sem intervenção humana e… sem qualquer problema; a Valeo apresentou um sistema de laser-radar que monitoriza tudo o que se passa ao redor do carro (vai estar disponível no novo Audi A8 no próximo ano) e a ZF/TRW exibiu, entre outras
inovações, o carro que é estacionado através de instruções recebidas a partir do nosso telemóvel. São, apenas, três exemplos do ponto em que a tecnologia já está. No futuro, não vamos discutir, ou analisar, quanto é que um automóvel consome ou as suas performances; aquilo que vai interessar a todos é saber quanto é que ele nos facilita a vida; falamos de tecnologia e todos quantos estão neste negócio têm de estar preparados. E por falar de negócio, nesta edição apresentamos a primeira parte de um dossier que pretende responder a uma pergunta: há espaço para novos “players”? Se sim, que requisitos devem preencher? Um trabalho aprofundado para o qual contámos com a colaboração de especialistas. De entre eles destacamos Luis Mira Amaral, presidente do Banco Bic português, um gestor com provas dadas ao longo de décadas (e um apaixonado pelo Automóvel) que partilha consigo aqueles que devem ser os aspetos a observar por um gestor de sucesso. Ninguém duvide: a intuição já não basta; só o conhecimento pode levar ao sucesso.
DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt REDAÇÃO
ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt
COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA comercial@turbo.pt EDITOR DE ARTE E INFOGRAFIA RICARDO SANTOS ricardosantos@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP DEKRA 4FLEET TTT - TECHNICAL TRAINING TEAM IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt
Júlio Santos DIRETOR juliosantos@turbo.pt
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TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
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Novas pinças e materiais
Investigação é grande aposta da Brembo A competição faz farte da genética da Brembo, que a utiliza para testar as suas tecnologias nas condições mais exigentes e para testemunhar os vastos conhecimentos que possui no domínio da travagem. Dessa experiência beneficiam igualmente o primeiro equipamento e o Aftermarket. TEXTO JÚLIO SANTOS
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íder mundial no desenvolvimento e produção de sistemas de travagem, a Brembo esteve no Salão de Frankfurt com o triplo objetivo de assinalar os resultados financeiros recorde obtidos no primeiro semestre do ano (com um lucro superior a mil milhões de euros), celebrar os 40 anos na competição e revelar as mais recentes novidades, que espelham a preocupação com a investigação e desenvolvimento que acompanha a Brembo há mais de quatro décadas.
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Ewe Hein, responsável pelas vendas na Europa, falou longamente com a Turbo Oficina, começando por explicar que “o desporto automóvel é algo que está no ADN da Brembo. Foi aí que nascemos e crescemos. É aí que testamos os nossos produtos, que os colocamos à prova nas condições mais exigentes. Somos fornecedores de praticamente todas as equipas de Formula 1 e estamos em todos os campeonatos em que a performance é determinante”. A competição
é, assim, parte integrante da atividade de investigação e desenvolvimento que absorve cerca de 5% do volume de negócios e emprega 800 das quase 8000 pessoas que trabalham para o fabricante italiano. “Trata-se de uma prioridade num contexto em que os requisitos a cumprir, em termos de eficácia e ambientais, não param de evoluir.” Depois de referir que “a Brembo tem a sua imagem fortemente ligada aos construtores de automóveis desportivos e premium, por
Ewe Hein explica-nos que a competição permite testar os produtos Brembo nas condições mais exigentes
razões históricas e porque é a este nível que se colocam as maiores exigências a que só os mais competentes conseguem dar resposta”, Ewe Hein referiu-nos que “ao estarmos ligados ao sucesso dos construtores de referência, os restantes procuram-nos, também, cada vez mais, pois sabem que a nossa competência é parte determinante no êxito que estes obtiveram”. Por isso mesmo, a Brembo tem vindo a alargar a sua base de clientes, respondendo a todos com o mesmo empenho de contribuir para encontrar as melhores soluções. Ewe Hein refere a este respeito que a empresa está atenta a todas as oportunidades, bem como às tendências. “Sabemos já, por exemplo, que as vendas de SUV e Crossover vão aumentar de forma significativa nos próximos anos e estamos a desenvolver soluções que vão ao encontro das necessidades deste tipo de veículos. Ao serem mais pesados, precisam de estar equipados com sistemas de travagem que levem em conta essa característica. Quer em termos de performance e segurança, quer naquilo que diz respeito à redução do peso dos componentes, como forma de reduzir o peso final de todo o carro. A nossa resposta são, por exemplo, as pinças em alumínio, que podem contribuir para uma redução do peso do carro que pode alcançar os quatro ou cinco quilos.” Nesta edição do Salão de Frankfurt, as novas pinças em alumínio para medidas de jante de 17, 18 e 19 polegadas eram a principal novidade, destacando-se pela construção
e pelo desenho, com cinco aberturas: duas na frente (com 16 a 22 centímetros) e três nas pontes (7 a 11 centímetros). Esta nova configuração patenteada pela Brembo reduz as necessidades de material nos pontos onde a sua existência é menos relevante, contribuindo para a redução do peso (cerca de 8%) e, assim, contribuindo para o objetivo de diminuir as emissões e o consumo dos veículos. De acordo com Ewe Hein, as novas pinças incorporam já os mais recentes avanços no domínio da fundição de materiais, área a que a Brembo dedica cada vez maior importância, “uma vez que é explorando todos os detalhes que conseguimos apresentar as soluções mais inovadoras, sem comprometer os objetivos de rentabilidade da empresa”. Além disso, as novas pinças consubstanciam já a preocupação da Brembo com o design, que “é algo a que damos cada vez mais importância. Sobretudo os clientes dos automóveis desportivos e topo de gama tornaram-se especialmente exigentes e conhecedores. Isto combinado com o facto de as jantes serem cada vez mais abertas (por razões várias como a refrigeração dos discos) faz com que todos os elementos do sistema de travagem fiquem mais à vista, sendo fator decisivo que exibam toda a tecnologia que incorporam”. AFTERMARKET BENEFICIA Às crescentes exigências no plano tecnológico, decorrentes do compromisso dos construtores de reduzirem o peso
dos carros, como forma de diminuírem consumos e emissões, e às cada vez mais apertadas normas de segurança vêm, então, juntar-se elementos (como o design dos componentes) que numa primeira análise poderiam parecer de importância menor. De acordo com a Brembo, tal vem colocar uma pressão crescente nos resultados de exploração da empresa, algo que só pode ser contrariado apostando em soluções tecnológicas de vanguarda, seja do lado da eficácia dos produtos ou dos processo de produção. Ewe Hein diz, mesmo, a este respeito que esta é uma área em que a Brembo está a trabalhar de forma exaustiva. “Acreditamos que o recurso crescente a novos materiais, seja na produção de discos, pastilhas ou pinças, combinado com novas tecnologias de fabrico (fundição, por exemplo) é o segredo para continuarmos a ter os resultados que esperamos. Essa é a única forma de podermos assegurar aquilo que nos trouxe até aqui. Ou seja, é a única forma de figurarmos no lote dos produtores de componentes com as soluções mais avançadas.” Uma estratégia, refere, de que beneficiam “tanto os nossos clientes de primeiro equipamento como o Aftermarket. As duas divisões têm a mesma importância para nós e é por isso que todos os avanços, todos os ensinamentos na competição são igualmente importantes das estas duas áreas” – conclui este responsável pela Brembo. OUTUBRO 2015
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ZF/TRW
O futuro está em marcha Andaram rápido os responsáveis da ZF/TRW. A fusão entre as duas empresas aconteceu em maio, mas as sinergias e o “know-how” combinado já está a dar excelentes frutos. TEXTO JÚLIO SANTOS
O ZF Advanced Urban Vehicle é um “concentrado” de inovações que vão da segurança à condução urbana. Em destaque o sistema de estacionamento remoto e a possibilidade de as rodas dianteiras virarem até 75 graus
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epois da compra da TRW pela ZF, a nova empresa surgiu no maior Salão Automóvel do Mundo com um conjunto de novidades que testemunham a capacidade de se afirmar, cada vez mais, como um “player” de referência naquele que é o maior desafio que a indústria tem pela frente nos próximos anos: o carro autónomo. O novo gigante do desenvolvimento e produção de componentes, com uma faturação que supera os 39 mil milhões de euros e mais de 134 mil empregados, tem agora capacidade para oferecer soluções de vanguarda em áreas tão diversas como o chassis ativo, as transmissões, travagem, assentos, direção e dispositivos de assistência à condução, só para mencionar alguns exemplos. “Queremos disponibilizar sistemas de vanguarda para a indústria que acrescentem valor aos nossos clientes” - afirmou Stefen Sommer, CEO da ZF. “Para alcançarmos este objetivo, os temas relacionados com a eficiência, a segurança e condução autónoma são essenciais” -acrescentou. Na verdade, se a ZF era já a referência mundial no domínio, por exemplo, das caixas de velocidades e transmissão, a incorporação da TRW trouxe para a nova companhia os mais avançados conhecimentos em áreas vitais como a segurança ativa e passiva, bem como de um item crucial para o tema do momento (mobilidade elétrica) como é o reaproveitamento da energia produzida na travagem.
CONCENTRADO DE TECNOLOGIA Embora a fusão das duas companhias tenha sido oficializada em maio passado, é inegável que os seus responsáveis trabalharam depressa, como o demonstra a apresentação do ZF Advanced
Urban Vehicle, um protótipo cuja produção não faz parte dos planos da ZF. A sua relevância, porém, nem por isso é menor, uma vez que reúne o mais recente conjunto de inovações em que os engenheiros estão a trabalhar. A adequação ao espaço urbano é a primeira característica deste pequeno “laboratório”. Desde logo, como resultado de uma direção que pode virar as rodas dianteiras até um máximo de 75 graus (três vezes mais do que aquilo que é comum) mas, também, porque na traseira encontramos um sistema de eixos desacopláveis, com um motor elétrico em cada roda; a variação do torque transmitido a cada uma das rodas, acaba, assim, por influenciar a capacidade de viragem. Em conversa com um dos responsáveis pelo desenvolvimento deste sistema, foi-nos dito que ele pode ser disponibilizado a qualquer momento a um construtor (não referiu qual) e tem nos baixos custos de produção uma vantagem importante face aos sistemas de quatro rodas direcionais que, devido ao seu preço, apenas podem ser utilizados nos carros mais caros. Por fim e ainda no plano da utilização em cidade, de referir que este estudo contava com um sistema de parqueamento automático, que pode ser operado pelo proprietário do veiculo a partir do smatphone. Para além de sistemas de retenção de última geração (cintos de segurança e airbags “inteligentes”), o ZF Advanced Urban Vehicle conta com um ecrã de tecnologia OLED que projeta no campo de visão do condutor todas as informações de que ele necessita. MOBILIDADE HÍBRIDA Além deste estudo, que tem como objetivo testemunhar os mais recentes avanços para a condução urbana, a ZF revelou em
A FUSÃO DA ZF E DA TRW DEU ORIGEM A UM GIGANTE GLOBAL DE TECNOLOGIA, COM SOLUÇÕES DE VANGUARDA EM DIVERSAS FRENTES, COMO É O CASO DA CONDUÇÃO AUTÓNOMA Frankfurt um conjunto importante de soluções para a mobilidade elétrica e plug in Hybrid, em ambos os casos caracterizadas pelo aumento da eficiência e da autonomia, bem como um protótipo de embraiagem “by wire”, ou seja, prescindindo dos principais elementos mecânicos. No primeiro caso, a solução da ZF incorpora um pequeno motor elétrico no interior da caixa de oito velocidades automática, assumindo um papel determinante para a propulsão híbrida, com vantagens evidentes nos Plug-in. De acordo com a ZF, dependente da capacidade das baterias, a autonomia em modo elétrico proporcionada pelo novo sistema pode chegar aos 120 Km, ao mesmo tempo que a redução das emissões (e consumos) pode alcançar os 70%. A otimização da combinação entre o propulsor de combustão e o modo elétrico alcança ainda patamares inéditos em termos de eficácia e prazer da condução, de acordo com a ZF, que anuncia que este sistema será estreado, no próximo ano, no BMW XD5 xDrive40e. Quanto à embraiagem “by wire” a ZF toma como ponto de partida um atuador eletromecânico que controla a embraiagem independentemente do condutor e sem ligações mecânicas. Segundo a ZF, isto permite às transmissões manuais passarem a reclamar vantagens (em termos de conforto e eficácia energética) que até aqui estavam reservadas para as caixas automáticas.
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Referência hoje a pensar no futuro A Saleri é líder mundial em bombas de água graças a uma estratégia baseada na qualidade, inovação e atenção ao cliente. Dela beneficiam igualmente os clientes de equipamento original e o Aftermarket, de acordo com as palavras de Francesco Saleri. TEXTO JÚLIO SANTOS
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specialista a nível mundial no desenvolvimento e produção de bombas de água, como primeiro equipamento e fornecedor para o Aftermarket, a Saleri esteve pela primeira vez no Salão Automóvel de Frankfurt. A escolha do local e do momento não é fruto do acaso, como refere à Turbo Oficina Francesco Saleri, membro do Conselho de Administração da empresa. Afinal, este é o maior salão automóvel do Mundo e o “território” de eleição das marcas como a BMW, a quem a “Saleri assegura 85% das necessidades em termos de fornecimento de bombas de água. Além da BMW somos um fornecedor de referência de construtores como a Audi, Mercedes, Alfa Romeo, Ferrari, Fiat, Ford, Maserati e General Motors”. Segundo Francesco Saleri, “a aposta permanente na inovação, a atenção ao cliente e gama de produtos apta a responder a todas necessidades, a par da elevada qualidade, destacam a Saleri e têm possibilitado um rápido crescimento do número de clientes e do volume de negócios que deve este ano alcançar os 160 milhões de euros”. De referir que, em 2014, a Saleri registou um volume de negócios de 155 milhões de euros, três vezes mais do que em 2010, sendo essa faturação assegurada em 60% pelo fornecimento de Equipamento Original e 40% pela divisão de Aftermarket, à qual os responsáveis da empresa atribuem uma grande importância. Afinal, o crescimento registado na divisão de Equipamento Original contribuiu de maneira determinante para a
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evolução positiva (24%nas vendas e conquista de 80 novos clientes nos últimos cinco anos) verifica na atividade de Aftermarket. Fundada em 1942, a Saleri tem na investigação um pilar estratégico, pois os seus responsáveis acreditam que só dessa forma é possível acompanhar a rápida evolução tecnológica do automóvel. Provas disso são o investimento anual de cerca de 2,2 milhões de euros e o facto de 15% dos 400 empregados do grupo estarem dedicados, precisamente, à investigação e desenvolvimento (R&D). “Mesmo que o objetivo seja responder às cada vez maiores exigências dos construtores, também o Aftermarket beneficia muito desta nossa permanente preocupação com o desenvolvimento de produtos cada vez mais eficazes” – sublinha Francesco Saleri em entrevista exclusiva à Turbo Oficina. Com sede em Lumezzane, Itália, em instalações que ocupam uma área de 33 mil metros quadrados, e uma segunda estrutura em Xangai, na China, que tem como missão assegurar o fornecimento de bombas de água para os BMW produzidos neste país, a Saleri possui uma gama de produtos que vai da tradicional bomba mecânica às bombas elétricas ajustáveis e variáveis. Alcançar o reconhecimento internacional, através dos prémios mais relevantes instituídos para o setor dos componentes é outra imagem de marca da Saleri, que conquistou o prémio Inovação na categoria “Equipamento Original, produtos e serviços” na edição do ano passado da Automechanika,
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BOMBA DE ÀGUA COM MÓDULOS
Francesco Saleri sublinha que dos avanços registados no primeiro equipamento beneficia, também, o Aftermarket
BOMBA DE ÁGUA AJUSTÁVEL
BOMBA DE ÁGUA ELÉTRICA
com uma nova bomba de água que regula a velocidade do fluxo dentro do sistema de refrigeração. Esta solução, muito avançada, tem diversas vantagens, com destaque para a redução do consumo de combustível, o que possibilitou à Saleri ver o seu nome inscrito no “Diretório Verde” da Automechanika. Já antes, em 2011, a empresa tinha ganho o Galardão de Ouro para a inovação na Equip Auto com a bomba de água variável controlada por uma válvula reguladora, solução que encontramos hoje em todos os BMW. Com os olhos postos no futuro, a Saleri está a trabalhar em soluções capazes de regular o caudal e, também, controlar o fluido desde o arranque até ao rendimento máximo. A conquista destes prémios é a prova da capacidade de Saleri para desenvolver e
fabricar produtos aptos a responder àquele que é o objetivo central da indústria automóvel: a inovação permanente. Francesco Saleri confirma esse compromisso e assegura que “essa é a condição para a Saleri afirmar-se, cada vez mais, como o parceiro de referência dos maiores construtores mundiais”. No que ao futuro diz respeito, o nosso interlocutor reitera a convicção de que “cada vez mais a especialização é o caminho para sermos os melhores”. Mesmo que a eletrificação vá assumindo um lugar cada vez mais importante na indústria automóvel porque, como diz, “mesmo que isso aconteça não temos dúvidas de que haverá sempre um componente com necessidade de refrigeração e para isso cá estaremos para dar as respostas tecnologicamente mais eficazes”. OUTUBRO 2015
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Fiabilidade demonstrada
Delphi propõe o automóvel que adivinha os seus desejos Quer aumentar o volume do rádio? Ajustar a climatização? Telefonar para casa? Alterar a rota desejada? Pode fazer tudo isso e muito mais apenas “com o olhar”. A Delphi tem pronto o automóvel que adivinha os seus desejos. TEXTO JÚLIO SANTOS
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magine o carro que o reconhece, sabe aquilo de que mais gosta e “adivinha” os seus desejos, concretizando-os. Imagine que ao entrar no seu carro ele imediatamente ajusta a posição de condução, prepara a seleção de música favorita e ajusta a temperatura a bordo. Mas o seu carro é tão “simpático” que faz o mesmo com os elementos da sua família que você mesmo identificou como merecedores desses “mimos” (e bloqueia a possibilidade de arranque àquela pessoa com quem simpatiza menos). Não estamos no campo da ficção. Tudo isto e muito mais foi agora revelado pela Delphi
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numa demonstração a que assistimos e interviemos… de boca aberta! O caminho para a mobilidade autónoma está traçado e só os mais capazes fazem parte dele. É o caso da Delphi. Um conjunto de câmaras a bordo do carro começa por identificar o utilizador. Depois, como dissemos, toma a iniciativa de lhe “propor” aquelas que costumam ser as suas preferências. Mas faz mais, o sistema responde a um vasto leque de instruções vocais mas, também, “adivinha” aquilo que você pretende. Este mesmo sistema complexo de câmaras de deteção de movimento consegue, por exemplo, perceber,
através do seu olhar, que você tenciona interagir com o telefone, com o rádio, com a climatização ou com um leque de outros dispositivos que influenciam a condução e o seu bem-estar. A partir daí é-lhe perguntado o que prende e basta-lhe responder. Mais, se por exemplo, pretende aumentar ou diminuir o nível da aparelhagem de som basta-lhe fazer um gesto (não importa em que zona do carro) e o sistema obedece-lhe. O que mais nos impressionou em tudo isto foi, sem dúvida, o estado avançado em que estes desenvolvimentos se encontram e a forma rigorosa como funcionam.
Mas se tudo isto parece (mas não é) futuro, o que dizer dos enormes desenvolvimentos que a Delphi vem alcançando no domínio da mobilidade autónoma? Foi isso mesmo que tivemos ocasião de perceber numa demonstração em que era utilizado um Audi Q5 exatamente igual àqueles que conhecemos - à vista, apenas alguns autocolantes marcavam a diferença para aquele que é um laboratório com rodas, muito perto da concretização. Tanto mais que não víamos nem formas esquisitas, nem antenas penduradas por todo o lado: discrição total. E eficácia ainda maior! Eficácia comprovada no facto de este “laboratório” de 500 mil euros ter realizado há pouco tempo a travessia entre Nova Iorque e São Francisco, a famosa “cost to coast” americana (5440 KM), 99% em condução automática e sem um só incidente. Tudo graças aos sistemas sofisticados instalados discretamente a bordo, com, por exemplo, diversas câmaras, e um total de 12 radares que monitorizavam desde as condições atmosféricas, ao traçado da estrada, presença de obstáculos e tudo aquilo que interfere com a condução. Na conversa com os responsáveis da Delphi estes destacavam o facto de apenas 1% do trajeto (54 KM) terem requerido a intervenção humana e a este respeito salientaram algumas especificidades. Desde logo, o facto de o condutor poder optar pelo tipo de “ajuda” que pretende: com ou sem a sua intervenção. Por outro lado, ao optar pelo modo em que entrega a responsabilidade ao automóvel, este faz uma avaliação permanente se tem condições de desempenhar essa tarefa com os patamares de segurança exigidos. Perante situações específicas, em que o software identifica riscos e recomenda a intervenção do condutor, produzido sinais acústicos e vibrações do volante, caso o condutor não dê o seguimento desejado (não retome o controlo das operações) o sistema procede à imobilização do carro no primeiro local em que o possa fazer com segurança. Num fundo, como destacou Jeff Owens, diretor de tecnologia da Delphi Automotive, torna-se absolutamente claro que esta ampliação do portefólio de tecnologias avançadas, a que se junta software de última geração, é um passo decisivo para o futuro do automóvel. Além dos dispositivos que são mais um passo para a condução sem a intervenção humana, a Delphi revelou o sistema Mild Hybrids 48 Volts para os motores a gasolina ou diesel (capazes, segundo foi referido), de reduzir a percentagem de emissões de CO2 em dois dígitos, ao aproveitar a energia produzida durante a travagem.
Bosch
Novidades em várias frentes
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Bosch investe todos os anos cerca de 400 milhões de euros para transformar a mobilidade autónoma numa realidade. E embora o volume de recursos (humanos e financeiros) ilustre esta prioridade, a verdade é que a marca alemã trabalha arduamente naquilo que poderíamos definir como passos intermédios com vista a alcançar este resultado final, como é o caso dos dispositivos de ajuda à condução, de que são exemplo a monitorização da faixa de rodagem ou de assistência de travagem de emergência. Assim, segundo a Bosch, as vendas de sensores de radar e vídeo estão a duplicar em 2015, e isto pelo segundo ano consecutivo, estimando que a venda dos seus sistemas de assistência ao condutor irá exceder os mil milhões de euros em 2016. Na verdade, para a Bosch, a condução autónoma vai chegar gradualmente através de um processo de desenvolvimento e refinação dos sistemas de assistência ao condutor. Neste domínio, a empresa declara que tem atualmente cerca de 2000 engenheiros mobilizados só para os seus sistemas de assistência à condução autónoma. Com uma importância determinante para
os objetivos já referidos, mesmo que numa primeira análise isso não seja imediatamente vislumbrável, outra das áreas em que a Bosch trabalha de forma intensa é a da maximização das potencialidades da internet por parte do automóvel, quer na perspetiva da conectividade, quer aprofundamento das novas tendências da mobilidade de que é exemplo o car sharing. Em Frankfurt, por ocasião do maior Salão Automóvel do mundo, a Bosch apresentou, ainda, a sua inovação revolucionária em tecnologia de baterias auto, consequência da aquisição da start-up norte-americana Seeo Inc. Com esta mais-valia, a Bosch declara que passa a ter um know-how essencial na área de células de estado sólido. Esta tecnologia, segundo os responsáveis da Bosch, complementa os desenvolvimentos já alcançados com os seus parceiros japoneses GS Yuasa e Mitsubishi Corporation. Até agora, o objetivo da Bosch consistia em duplicar a densidade de energia e reduzir para metade os seus custos até o final da década mas, agora que detém a tecnologia Seeo, a empresa vê aberto o caminho para também aumentar, significativamente, a capacidade de energia de cada célula de lítio-íon.
MANN+HUMMEL
Nova geração de filtros
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nova geração de filtros de ar Flexline revelada pela MANN+HUMMEL no Salão de Frankfurt, destaca-se pelas dimensões compactas mas também, pelo alto rendimento. O “milagre” é resultado de uma utilização mais eficiente dos espaços de instalação, bem como da criteriosa definição das formas, com curvas flexíveis. Além da nova geração Flexline, que vem demonstrar a capacidade da MANN+HUMMEL para inovar e para responder em permanência aos novos desafios colocados pelo mercado, a empresa revelava em primeira mão um novo filtro concebido para as motorizações a gasóleo (principalmente quando este é caracterizado pelos baixos teores de enxofre e elevada concentração de compostos à base de biocombustíveis). Por fim, destaque para o ACAD. Trata-se de um sistema ativo de ventilação baseado num
novo desenvolvimento que contribui para o aumento do torque específico e potência do motor em mais de 10%. O novo sistema de ventilação ACAD foi estudado, sobretudo, para motores turbo de três e quatro cilindros .
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Valeo
Recorde de patentes em 2014 O laser-scanner revelado pela Valeo em Frankfurt é, talvez, o passo decisivo para a condução autónoma. Porém, no Salão de Frankfurt, as novidades da Valeo foram muito mais além: em 2014, ao todo, foram registadas 110 patentes. TEXTO OSVALDO PIRES
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Valeo mostrou em Frankfurt os seus avanços mais recentes para tornar as viaturas mais inteligentes, seguras, intuitivas, bem como para potenciar a eficácia energética. De acordo com os responsáveis da Valeo, o ano de 2014 foi particularmente produtivo em termos de novas patentes (110, ou seja mais 40% do que no ano anterior), o que reflete a crescente importância que a investigação e desenvolvimento vem tendo para a empresa. Na apresentação dos principais avanços ficou notório que a Valeo trabalha prioritariamente dois eixos: as tecnologias relacionadas com a redução das emissões de CO2 dos veículos e aquelas que se destinam a tornar a vida do condutor mais fácil e a contribuir para o projeto do momento que é a Condução Autónoma. De entre as novas tecnologias reveladas, destaque para o Matrix Laser, um novo sistema de iluminação com luzes de estrada (máximos) que não encadeiam, baseado no dispositivo BeamAtic Premium LED, no qual os LED foram substituídos por díodos de laser. Esta tecnologia permite ao condutor ficar no
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modo de máximos sem encadear os outros motoristas, pois o feixe de luz que incide sobre os veículos que cruzam a estrada é desligado automaticamente. Já o sistema 360Vue 3D consiste numa tecnologia intuitiva e ergonómica que foi projetada para permitir manobras mais precisas, dando ao condutor uma perspetiva ampla do ambiente do veículo, através do respetivo ecrã do painel de instrumentos. O ambiente é reconstituído a 360 graus e em três dimensões, permitindo uma visibilidade completa em torno do veículo. Também com vista a tornar a condução mais fácil e mais segura, a Valeo mostrou o Sighstream, sistema em que uma câmara substitui os retrovisores tradicionais. Além de contribuir para a redução das emissões (dado o impacto positivo na aerodinâmica decorrente da supressão dos espelhos retrovisores) esta tecnologia permite uma perceção mais exata das condições de condução, potenciando a segurança. Já do lado da mecânica, a Valeo revelou um compressor de corrente elétrica destinado ao arranque dos motores. Trata-se de um compressor de carga elétrica capaz
de melhorar em baixa rotação a resposta dinâmica dos motores de pequena dimensão. Este sistema está apto a substituir e completar os turbos, contribui para o conforto da condução, uma vez que a recuperação de energia melhora em 27% o consumo. Ponto forte da presença da Valeo foram as demonstrações práticas dos seus dispositivos mais recentes que terão, em breve, um papel decisivo no projeto de condução autónoma. Era o caso do sistema que permite ao utilizador estar em casa e programar previamente a climatização do carro, ou dos avanços registados no domínio do parqueamento automático em que todas as instruções passam a ser dadas ao carro através do smatphone. Não menos importante foi a revelação de que a Valeo tem concluído o sistema de laser-scanner que equipará o novo Audi A8 a partir do próximo ano. Trata-se de um sistema que combina o melhor das tecnologias baseadas nas câmaras de “vigilância 360 graus” com os radares já conhecidos. O laser-scanner desenvolvido pela Valeo não só monitoriza tudo o que se passa ao redor do carro como leva em conta os dados fornecidos pelo sistema de navegação, integrando-os numa plataforma de análise única que permite que os múltiplos sistemas do carro respondam instantaneamente a todas as solicitações. O laser-scanner leva em conta os diferentes tipos de intervenientes na via pública (carros, motociclos e bicicletas, animais ou peões) bem como a tipologia dessa mesma via, combinando numa informação única. Além do contributo para a segurança - talvez o contributo mais imediato – o laser-scanner é um passo crucial para a condução autónoma.
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“Uma fonte de informação e inspiração” De 13 a 17 de outubro, Paris acolhe um dos mais importantes eventos do pós-venda automóvel: a Equip Auto 2015. Este ano, o desenvolvimento digital é o centro de todas as atenções.
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ealizada a cada dois anos, a Equip Auto assume-se como um evento incontornável para o aftermaket automóvel. Em constante crescimento, o evento reúne este ano mais de 1400 empresas ao longo de 100.000 m2 de área de exposição. Numa antevisão daquilo que podemos esperar da edição que dentro de dias abre as portas, Mário Fiems, Diretor Geral da Equip Auto, falou à TURBO OFICINA, começando por destacar o facto de este ser, cada vez mais, um evento de referência a nível mundial. Não admira, por isso, que “em relação a 2011, o índice de satisfação dos nossos clientes tenha, em 2013, melhorado substancialmente, com 86% dos visitantes a
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mostrarem-se muito satisfeitos e satisfeitos, e, 76% dos expositores muito satisfeitos e satisfeitos. As intenções de voltar em 2015 também cresceram em relação a 2011. É por isso que, em 2015, reforçámos a estratégia que tínhamos implantado em torno de três eixos: Negócios, Serviços e Eventos”. Para este ano está confirmada a presença de 1400 empresas e marcas, que ocuparão 100.000 m2 de espaço de exposição, distribuídos por três pavilhões. “Este valor mantém-se estável em relação a 2013. Assim, em 2015, consolidamos os resultados e desenvolvemos novos setores, nomeadamente o “Remarketing de veículos usados” e outros
dois: um denominado “Academia Digital”, dedicado a empresas especializadas em marketing digital para as oficinas de reparação e pequenas e médias empresas; o outro intitulado “Aldeia das Start-up”, dedicado ao veículo conectado” - avança Mário Fiems. Quanto à origem dos expositores a organização revela que face à edição de 2013, nota-se um aumento notável de expositores provenientes da Polónia, EUA, Holanda, Tunísia e Marrocos. Já a distribuição dos setores mantém-se a mesma: Comércio e Fornecimento ocupa o pavilhão 4, os setores de carroçaria, reparação mecânica, pneus, lavagem, etc., estão situados no pavilhão 5 e, por fim, as peças e
A EQUIP AUTO REUNE AS EMPRESAS QUE INSPIRAM O FUTURO DO APÓS VENDA AUTO E DOS SERVIÇOS equipamentos podem ser encontrados no Hall 6, juntamente com a Academia Digital e a Aldeia das Start-Up. VALORIZAR A INOVAÇÃO Trabalhar mais próximo das empresas e atender às suas necessidades é uma das preocupações fundamentais dos responsáveis da Equip Auto e, para isso, os inquértos de satisfação desempenham um papel determinante. Mário Fiems salienta, a este respeito, que a análise a esses inquéritos permite constatar quais são, por exemplo, as principais expetativas dos visitantes: “descobrir novos produtos e serviços, conhecer novos fornecedores e informarem-se sobre o seu mercado. É por isso que a Equip Auto coloca em destaque a inovação e permanece como uma fonte de informação e inspiração para os visitantes e expositores do salão”. Neste âmbito, destaca “os Grandes Prémios Internacionais da Inovação Automóvel que recompensam, a cada dois anos, as empresas mais inovadoras. Em 2015, também decidimos reforçar este ponto e anunciámos os vencedores do Grande Prémio há um mês (a 10 de setembro), para permitir que as empresas valorizem mais estes troféus nas suas comunicações e que a imprensa profissional possa noticiar esses resultados mais cedo”. A velocidade com que tudo acontece no plano da inovação não é maior do que a reação das empresas aos novos contextos e disso mesmo é testemunho o elevado número de fusões, aquisições e alianças que definiram uma espécie de novo “mapa” do Aftermarket deste a última edição da Equip Auto. Mário Fiems encara todas as transformações
entretanto operados como absolutamente normais. “Desde 2013, algumas fusões foram muito seguidas na imprensa especializada. Em todos os casos, as empresas, após tais alterações, têm necessidade de reforçar a sua comunicação e tomam a opção ou de fazê-lo rapidamente, para feiras, por exemplo (o que é positivo para os organizadores), ou demorar mais tempo (o que pode ser menos favorável para os organizadores da exposição)”. Para o responsável pela Equip Auto, “de um modo geral, um mercado concentrado nas mãos de poucos atores não é favorável à concorrência nem às empresas especializadas na comunicação corporativa. Mas também pode estimular o surgimento de novos concorrentes ou de ofertas alternativas por parte de novas empresas”. Quanto aos eixos mais fortes da edição deste ano é já certo que a conectividade e a condução autónoma são temas com uma presença marcante, ou não domnassem as preocupações, planos e orçamentos de todos os gigantes mundiais ligados ao desenvolvimento e produção de componentes. Mário Siems salienta, precisamente, que “a economia do setor pós-venda é, cada vez mais, influenciada pelas tecnologias de comunicação a bordo dos veículos. Falamos de veículos conectados e, em breve, de veículos autónomos”. Mas recorda, igualmente, que “o desenvolvimento digital é, também, um fator determinante para os atores do pós-venda automóvel e dos serviços. Estamos a assistir a uma revolução, que é técnica, mas também do comportamento dos utilizadores”. Por isso mesmo, o responsável pela Equip Auto assume que o certame deve “tomar a dianteira desta mudança profunda e inscrever-se neste movimento. É isso que fazemos através da criação de novos espaços dedicados aos serviços, às tecnologias de comunicação, ao marketing digital e quando apresentamos as start-ups no salão. A Equip Auto reúne as empresas que inspiram o futuro do pós-venda automóvel e dos serviços”.
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PRÉMIOS DE INOVAÇÃO A Equip Auto já revelou os vencedores dos Prémios de Inovação 2015, embora a entrega dos galardões esteja agendada para o dia 13 de outubro, durante a realização do certame. Atribuídos como reconhecimento do desenvolvimento tecnológico dos fornecedores da indústria automóvel mundial, os prémios são entregues já há 30 anos. Escolhidos por um painel de jurados constituído por 60 jornalistas de 20 países, os vencedores desta edição são: OEM E NOVAS TECNOLOGIAS O Troféu de Ouro foi para o sistema de tração integral AddiDrive da Poclain Powertrain. Este sistema pode ser adaptado a qualquer carro de turismo e será comercializado a partir de final de 2016. A Prata (exaequo) ficou nas mãos da NTN-SNR Roulements, pela tecnologia de redução de peso para transmissões Lightweight PCS Hub Joint; e da Schaeffler Automotive, pelo seu módulo híbrido de sistemas de tração. REPOSIÇÃO E MERCADO DE ACESSÓRIOS O sensor de pressão dos pneus VDO REDI Sensor, da Continental, que não requer programação, venceu esta categoria, com a Optibelt, com o seu controlo de mudança de relações Secured Change Control. EQUIPAMENTO OFICINAL O galardão máximo foi repartido entre o CCG Corghi Cougar Group, pela sua desmontadora com diagnóstico incorporado, e a Hella, pela CSC Tool (câmara e sensor de calibração). A prata coube à Mirka, com o sistema OSP Smart Repair, um kit que permite reparar um dano leve em apenas 13 minutos. ÁREAS DE SERVIÇO, REDES AFTERMARKET Nesta categoria também houve repartição de vencedores, com a empresa OKI a ser premiada pelo seu robot de lavagem 3D e a Federal-Mogul a ver o seu programa de marketing F-M For Me ser galardoado. A distinção de prata ficou nas mãos da Guernte Compresseurs, pelo seu sistema Power Motor. CONETIVIDADE Nesta nova categoria o Ouro foi para a unidade telemática e de diagnóstico Actia iCan, da Actia Automotive, com a prata a caber à Groove Glove, da T-Scan, um software baseado na cloud para calcular o desgaste e a profundidade do piso dos pneus, entre outros aspetos.
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Portugueses em Paris Por entre os 1.400 expositores que são esperados na Equip Auto 2015, encontram-se quatro empresas portuguesas. O reforço de contactos e a internacionalização são os principais objetivos.
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edição deste ano da feira Equip Auto irá contar com a participação de quatro empresas portuguesas, que, durante os cinco dias da exposição, irão mostrar o know-how e competência nacional no desenvolvimento e fabrico de componentes. São elas a Fabriscape, a Ivol, a Rubber Vulk e a Veneporte. A Fabriscape, que todos os anos desenvolve várias centenas de novas referências de sistemas de escape, terá em exposição alguns dos seus lançamentos mais recente, por forma a exemplificar a enorme e crescente gama de produtos que disponibiliza. Segundo o administrador da empresa, Marco Costa, “a Equip Auto é o segundo maior certame a nível Europeu dedicado à nossa indústria”, o que motiva a Fabriscape a ser já uma presença habitual. “Marcar presença de forma a demonstrar a estabilidade da empresa, especialmente perante os clientes atuais e os potenciais clientes com os quais existem muitas vezes diálogo, mas sem se terem concretizado negócios” e “divulgar a empresa e os seus produtos” são os principais objetivos. Além disso, Marco Costa confessa existir ainda outro intuito: “Obter o máximo de informação sobre a concorrência, novos contratos que tenham realizado, avanços tecnológicos, novas estratégias, etc.”
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A Equip Auto será também um evento da maior importância para a Ivol, que irá aproveitar este palco internacional para lançar a sua nova ponteira de escape, naquela que é uma edição comemorativa dos 50 anos da empresa portuguesa. “Queremos mostrar que, com 50 anos, continuamos muito ativos e a lançar produtos inovadores, tanto em termos de materiais e caraterísticas, como de design”, adianta Alberto Rebelo, administrador da Ivol. Admitindo querer “conquistar mais alguns mercados”, o responsável defende que “este é um local privilegiado para estabelecer contactos”. “Se de cem contactos fizermos dez clientes é ótimo. Conseguimo-lo na edição passada e é isso que nos motiva a voltar.” Habituada às lides das grandes feiras internacionais, a Rubber Vulk irá expor pela primeira vez na Equip Auto. Com uma filial aberta em França, o objetivo da empresa portuguesa é, segundo o seu administrador, Bruno de Carvalho, “dar a conhecer a marca e os produtos no mercado francês, de forma a que a atividade desta filial possa crescer, e também a credibilizar a marca. Até porque este salão é visitado por muitos empresários provenientes dos países do Magreb de língua francesa, o que permite também dar algum apoio e facilitar a vida aos representantes que temos nestes países”. Admitindo que esta é uma forma de receber clientes de diferentes zonas
num mesmo ponto, o que facilita o networking e o estabelecimento de novos contactos, Bruno de Carvalho não descarta a possibilidade “de estabelecer contactos para entrar noutros mercados”, embora afirme: “Acima de tudo, pretendemos consolidar de forma sustentada o que temos.” Por isso mesmo, a empresa apresenta-se com a linha de componentes de pneus e acessórios que tem estado a comercializar este ano, direcionada aos centros de venda e à montagem de pneus. Também a Veneporte irá divulgar a sua gama de produtos, que engloba agora todas as componentes do sistema de escape. Em particular, será dado destaque ao lançamento da nova gama de filtros de partículas. Abílio José Cardoso, um dos administradores da empresa, afirma: “A Veneporte vê a EquipAuto como uma excelente oportunidade para não só reforçar o contacto com os nossos principais clientes, como também servir de plataforma para levar a cabo potenciais novos contactos. Servirá, também, para reforçar os laços da Veneporte com os seus clientes/distribuidores dos diversos mercados que estiverem presentes no evento.” A empresa tem expetativas altas em relação ao evento, especialmente porque se insere num mercado que é, para si, de particular importância, “que tem verificado um franco crescimento, e onde os produtos Veneporte têm sido cada vez mais valorizados”.
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Conferência
Pensar o aftermarket a norte Descentralizar o debate sobre o aftermarket é um dos principais objetivos da Conferência Setor Automóvel no Séc. XXI, que a ACM realizará em Braga no próximo dia 16. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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uando estiver a ler esta revista faltará pouco tempo para reservar o seu lugar entre os 180 disponíveis para o que será a maior conferência sobre o aftermarket realizada em Braga. A escolha desta cidade por parte da organização para acolher a Conferência Setor Automóvel no Séc. XXI não resulta do acaso. A ACM, empresa com mais de 10 anos de atividade nas áreas de consultoria à gestão e formação
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comportamental, vinha desde há muito recebendo dos principais players do setor na região minhota – que tem uma forte presença no setor automóvel - pedidos para aqui realizar um evento desta envergadura. Como nos conta Dário Afonso, CEO da ACM, “após algumas tentativas malsucedidas, encontrou-se no Presidente da AI Minho alguém que mostrou vontade que o evento acontecesse e, com muito trabalho mas de
uma forma natural, estamos a conseguir montar a estrutura necessária ao evento”. Para divulgar a conferência a ACM realizou um roadshow por várias empresas do setor automóvel minhoto e a recetividade “tem sido grande”, como afirma Dário Afonso, para quem eventos desta dimensão qualitativa normalmente “só existem nas cidades de Lisboa e Porto”. Uma vez que esta conferência tem como
“ALGUNS MODELOS DE NEGÓCIO ATUAIS NÃO CONSEGUIRÃO RESISTIR SE NÃO SE ATUALIZAREM OU SE ADAPTAREM”
objetivo maior a descentralização do debate sobre o aftermarket, o próprio não se coíbe de afirmar que pretende replicar esta experiência “em Vila Real, Viseu, Leiria… onde formos bem-vindos!”. PARA TODOS Ao contrário do que acontece com algumas iniciativas, a ACM não segmentou o públicoalvo, estando a conferência aberta a todos os que estejam ligados ao setor automóvel. No entanto, a organização presta especial atenção aos decisores, uma vez que a informação que será partilhada pelos oradores no decorrer dos trabalhos da conferência terá, certamente, efeito na forma como os decisores pensam os seus negócios. Mas como esta é uma conferência que pretende olhar o futuro do aftermarket, Dário Afonso afirma que a organização gostaria muito de “ter também presentes estudantes universitários e outros, que olhem para o setor automóvel como uma área em que gostariam de vir a trabalhar”. Por se tratar do futuro do setor, a organização desta conferência tem especial atenção à qualidade dos oradores, tanto no que diz respeito às suas qualidades técnicas como também à sua relação com o mundo empresarial e, ao seu poder de comunicação em palco. Apesar de ser um conjunto de requisitos limitativo, Dário Afonso revela-se feliz com o resultado, pois “felizmente, temos oradores nacionais no nosso setor com uma qualidade ao nível do melhor que existe no mundo”. DINAMIZAR É A CHAVE A indústria automóvel tem pela frente desafios gigantes nas próximas décadas, e o aftermarket não passará ao lado deles, como nos diz Dário Afonso, que acrescenta, ainda, que o meio envolvente do setor está a sofrer alterações de tal ordem que “alguns modelos de negócio atuais não conseguirão resistir se não se atualizarem ou se adaptarem”. Daí que a mensagem que a ACM pretende passar nesta conferência é a de alerta para as mudanças que se avizinham, com o objetivo de que os
ORADORES Os temas abordados nesta conferência são de vital importância para o setor. Conheça, de forma resumida, quem tomará a palavra no auditório da AI Minho e quais os temas que serão abordados: A ACM irá apresentar dados relativos ao aftermarket do ICDP (Automotive Distribution Research, Insight, Implementation) e da Wolk Consulting. A TeamUp irá partilhar informação relativa a novas tendências de consumo e, à existência de uma nova geração de clientes, pode ser definida como “Clientes Online”. A Tips4y subirá ao palco para tratar um tema que irá alterar por completo os modelos de negócio atuais das oficinas auto – a telemática – algo que para muitos é futurologia mas está neste momento a acontecer.
A B-Parts é uma jovem empresa que trata um tema com uma dimensão enorme e um futuro gigante: a reutilização de peças automóvel. A forma como fazem o controlo de qualidade e o processo informático/logístico que desenvolveram para conectar as partes envolvidas é de grande interesse para todos os operadores do setor. A LogGame é uma empresa que utiliza a ferramenta KAIZEN em PME com grande sucesso em otimização de processos e melhoria dos processos de gestão. Será esta experiência que será partilhada nesta conferência. A BMW Portugal irá apresentar as soluções de mobilidade do futuro, pois é das marcas que mais têm investido na eletrificação do automóvel e será esta tecnologia, as soluções presentes e futuras e,
ainda, as tendências em toda a Europa que serão tratadas. A MC Peças é um dos maiores distribuidores de peças auto em Portugal e a sua operação tem na logística um dos fatores críticos de sucesso. A logística inversa é um dos maiores desafios do aftermarket e este tema será tratado com a demonstração de tendências e casos práticos. A ACM e a TeamUP desenvolvem há mais de 10 anos soluções de formação para empresas, na área comportamental e nas áreas relacionadas com a gestão. A formação tem vindo a adaptar-se às novas tecnológicas e tem o desafio de se adaptar a um novo meio envolvente e uma nova geração de recursos humanos. Este será o derradeiro tema da conferência.
Dário Afonso, CEO da ACM
decisores do setor possam refletir sobre os seus negócios à luz de tais alterações. Como parte do programa de desenvolvimento Gestores Auto Séc. XXI, em parceria com a AI Minho, a ACM tem vindo a promover vários eventos, como conferências, workshops e cursos de formação na área da Gestão, tudo com o intuito de dinamizar os operadores do setor. Mas nem tudo são rosas, pois “infelizmente ainda encontramos alguma resistência à mudança”, como afirma este responsável pela organização da conferência bragantina, que continua afirmando que,
apesar das dificuldades, “estamos melhor hoje que ontem e por isso continuamos a acreditar que é um trabalho difícil, demorado, mas que começa a ter retorno”. A Conferência Setor Automóvel no Séc. XXI acontece no próximo dia 16 de outubro, entre as 09 e as 17 horas, no Auditório da AI Minho, que tem 180 lugares disponíveis. Não perca tempo e inscreva-se já. O valor da inscrição é de €50 + IVA por participante e basta enviar um e-mail para contact@acmpt.com para se inscrever. As dúvidas podem ser ainda esclarecidas pelo número 211 953 307. OUTUBRO 2015
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Todos para a grande Batalha O Aftermarket volta a estar reunido na Batalha. A quinta edição da Mecânica deverá ultrapassar a centena de expositores quando abrir portas e voltar a ser o centro deste setor em Portugal. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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altam dois meses para a realização da quinta edição da Mecânica, na Batalha, que partilhará o espaço com a Exportransporte, desta feita na sua sexta edição. Ambos os certames decorrerão entre os dias 12 e 15 de novembro e a TURBO OFICINA, na qualidade de Media Partner das duas exposições, ouviu Jorge Baptista, responsável pelo certame, que refere que “a Mecânica, e as feiras profissionais no geral, são uma excelente oportunidade para apresentar as novidades e tendências de mercado, estabelecer novos contactos e solidificar os existentes, e claro, fomentar e concretizar negócios”. Principalmente em tempo de crise, altura em que se torna “fulcral o investimento na divulgação de uma empresa, de um negócio. Através do marketing, com publicidade, uma boa comunicação exterior, e tantos outros meios que hoje em dia estão ao nosso dispor, mas que requerem uma utilização ponderada e estudada, adaptada ao setor e público-alvo”.
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Para Jorge Baptista as feiras são exatamente uma dessas ferramentas de marketing. Este responsável constata, “ao longo destes mais de 20 anos, que quem não é visto, não é lembrado” e que as tendência se inverteram. Anteriormente, as empresas, em alturas mais difíceis a nível financeiro, optavam por poupar na divulgação. Ao contrário, nos dias que correm, e de acordo com Jorge Baptista, “as empresas já vão tendo a perceção de que isso é um erro e, mesmo passando por dificuldades, insistem numa boa comunicação e divulgação, através de variadíssimos meios. SETOR COM POTENCIAL O Aftermarket é, para Jorge Baptista, um setor com grande potencial e tem vindo a ter uma evolução crescente ao longo dos anos e as empresas “estão cada vez mais organizadas, com um sistema de gestão que permite alavancar os negócios rapidamente, e de forma cada vez mais eficaz. De ano para
ano, constatamos que as empresas estão cada vez mais especializadas, mais profissionais, mais dinâmicas, mais empreendedoras, e com um know-how muito diferente daquele que tinham há alguns anos”. E por isso é que – se bem que mantendo em segredo o plano de atividades paralelas para os três dias do Salão – Jorge Baptista tem boas perspetivas para esta quinta edição e acredita que “com uma lista de expositores tão interessante e diversificada como será a deste ano, com as atividades paralelas que irão decorrer e com a dinâmica que os nossos expositores têm, será certamente, e novamente, um sucesso. A corroborar esta expectativa estão os praticamente 100 expositores já confirmados e os muitos interessados. Jorge Baptista revela-nos que a adesão tanto à Mecânica como à Expotransporte “tem sido bastante boa desde o início da comercialização, fruto do resultado que os expositores obtiveram nas edições anteriores”.
OS RESULTADOS OBTIDOS EM ANOS ANTERIORES FAZEM COM QUE A PRÓXIMA EDIÇÃO DA MECÂNICA ESTEJA A SER ALVO DE GRANDE INTERESSE POR PARTE DAS EMPRESAS LISTA DE EXPOSITORES CONFIRMADOS
ActionLive Tel. 915 274 278 Web. www.actionlive.pt/
ARFIL Tel. 244 470 938 Web. www.arfiltrucks.com/ AS24 Tel. 214 467 920 Web. www.as24.com
ANPERE Tel. 252 088 781 Web. www.anpere.org/
Auto Delta Tel. 244 830 070 Web. www.autodelta.pt/
Abel Pereira Gonçalves – APG Tel. 263 280 690
ANTP Tel. 219 823 901 Web. www.antp.pt/
Auto Júlio, S.A – Mitsubishi Tel. 262 839 407 Web. www.autojulio.pt/
ARAN Tel. 225 091 053 Web. www.aran.pt
Automatic Choice, S.L. Tel. 0034 (0)95 2440798 Web. www.automaticchoice.es/
AZ Auto Tel. 219 428 000 Web. www.azauto.pt/
Carlos Sousa Indústria Tel. 256 944 871 Web. www.carlossousa.pt/
B-Parts Tel. 220 327 775 (6) Web. www.b-parts.com
Centro Arbitragem Sector Automóvel Tel. 217 951 696 Web. www. centroarbitragemsectorauto.pt/
Bray Martins Tel. 265 543 170 Web. www.braymartins.pt Caduti-Comércio De Máquinas, Lda. Tel. 212 741 221 Web.www.caduti.pt CARF Web. www.carfnet.com
CRPB - Prod. Ramo Automóvel, Lda. Tel. 258 915 147 Web. www.crpb.pt/ D. Dinis Business School Tel. 244 859 461 Web. www.ddinisbschool.com/
Centroglass, Lda Tel. 244 850 617
Eurofiltros Tel. 229 759 564 Web. www.eurofiltros.pt/
CEPRA Tel. 219 427 870 Web. www.cepra.pt
Euromáquinas Hispanidad, S.L. Tel. 0034 902 15 84 43 Web. www.euromaquinas.com
Citroën Tel. 808 203 776 Web.www.citroen.pt
Eurotransmissão Tel. 253 283 004 Web. www.eurotransmissao.pt
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LISTA DE EXPOSITORES CONFIRMADOS (CONTINUAÇÃO) Feiramaq Tel. 256 181 942 Web. www.feiramaq.pt/
Japopeças, Lda. Tel. 256 822 700 Web. www.japopecas.pt
Ferrol Tel. 244 800 500 Web. www.ferrol.pt/
Jesus & Baptista - Comércio Peças Auto, Lda. Tel. 227 643 364 Web. www.jesusbaptista.pt
Ford Tel. 808 200 556 Web. www.ford.pt/ Gestglass Tel. 253 203 720 Web. www.gestglass.com Globalube, Lda. Tel. 924 202 091 Web. www.globalube.com Gonçalteam, Lda. Tel. 21 225 1578 Web. www.goncalteam.pt GT Motive Web. www.gtmotive.com/pt Hélder Máquinas Ferramentas, Lda. Tel. 244 834 636 Web. www.heldermaquinas.pt/ Infortrónica- Soc. Unip, Lda. Tel. 252 310 400 Web. www.infortronica.pt Intermaco, Lda. Tel. 234 520 110 Web. www.intermaco.pt/ Interescape Tel. 219 418 613 Web. www.interescape.com/ Intertráfego-Tir, Lda. Tel. 263 470 020 Web. www.intertrafego.pt IPL - Inst. Polit. Leiria Tel. 244 829 400 Web. www.ipleiria.pt Iriher Automotive, S.L. Tel. 0034 913758680 Web. www.iriher-automotive. pymes.com/ Iveco Tel. 263 200 300 Web. www.iveco.com/portugal
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Joel Teixeira Pinhel – JPTools Tel. 220 936 858 Web. www.jptools.eu JVP - João V. Pinto, Lda. Tel. 243 995 856 Web. www.joaovpinto.pt/ Keytrailer Tel. 244 482 619 Web. www.keytrailer.pt/ Lancar Portugal Tel. 919 716 503 Web. www.lancar.com.pt/ Leirilis-Acess.Peças P/ Autom, S.A. Tel. 244 850 080 Web. www.leirilis.com/ Logidados Tel. 217 567 210 Web. Www.logidados.pt Loja Dos Químicos Tel. 218 099 251 Web. www.lojadosquimicos.pt Luso-IVA Tel. 214 861 705 Web. www.negometal.com/pt/ M Coutinho Peças Tel. 229 772 000 Web. www.mcoutinhopecas.pt Macos-Extras Acessorios/ Automóveis, Lda. Tel. 228 347 140 Web. www.macos.pt Manuel Guedes Martins Unipessoal, Lda. Tel. 227 642 722 Web. www.mgm.com.pt
Manuel Pereira De Sousa, Lda. Tel.219 477 494 Web. www. sousadosradiadores.pt Maxolit-Manutençao Auto, Lda. Tel. 227 538 007 Web. www.maxolit.com Mercedes-Benz Tel. 219 256 000 Web. www.mercedes-benz.pt/ Merpeças Tel. 256 360 147 Web. www.merpecas.com Mitsubishi Tel. 218 394 600 Web. www.mitsubishi-motors.pt Movicontrol, S.A. Tel. 219 429 900 Web. www.movicontrol.pt Mundialub-Comércio De Lubrificantes, Lda. Tel. 219 260 247 Natureza Verde - Gestão De Verde Tel. 244 801 700 Web. www.naturezaverde.pt/
Pneus Do Alcaide-Ind.Com. Pneus, S.A. Tel. 262 928 656 Web. www.pneusalcaide.com Pro4matic Tel. 239 010 065 Web. www.pro4matic.com Procarro Tel. 252 650 050 Web. www.procarro.pt
Sodicentro Tel. 239 497 450 Web. www.sodicentro.pt/ Soleco Tel. 229 613 170 Web. www.soleco.pt Sparkes & Sparkes, Lda. Tel. 229 685 416 Web. www.sparkes.pt
Promp, Lda. Tel. 244 813 836
Tachorosete Tel. 244 837 760 Web. www.rosete.pt
Recambios Quasar S.L. Tel. 0034 986 48 16 33 Web. www.qsr.es
Telepeças, Lda. Tel. 253 600 550 Web. www.telepecas.com
Recauchutagem São Mamede Tel. 253 570 770 Web. www.rsmamede.pt/
Tirso Pneus Tel. 229 699 480 Web. www.tirsopneus.com/
Renault Trucks Tel. 263 280 800 Web. www.renault-trucks.pt/ Reta - Luís Simões Tel. 263 858 942 Web. www.reta.pt Rodribench Tel. 219 572 112 Web. www.rodribench.pt/
Travocar - Lubrificantes, Lda. Tel. 234 622 945 Web. www.travocar.com Turboclinic Tel. 239 155 737 Web. www.turboclinic.com Unimolas Tel. 244 765 489 Web. www.unimolas.pt
Nelson Tripa, Lda. Tel. 261 335 050 Web. www.nelsontripa.pt
Rodrigues & Bastos, Lda. Tel. 227 537 140
Valente & Lopes Tel. 234 867 991 Web. www.valentelopes.com
Newcar Tel. 213 151 120 Web. www.newcar.pt
Sarraipa Tel. 244 819 060 Web. www.sarraipa.pt
Viamorim Tel. 252 692 960 Web. www.viamorim.com
Pedro Marto-Com.Repar. Autom., Lda. Tel. 244 401 832
Seepmode Tel. 214 016 841 Web. www.seepmode.com
WD-40 Company Tel. 217 230 722 Web. www.wd40.pt
Peugeot Tel. 808 265 005 Web. www.peugeot.pt/
Selfion Unipessoal, Lda Tel. www.selfion.pt/ Web. 218 099 251
Würth Portugal, Lda. Tel. 219 157 200
PLR - Peças Land Rover Tel. 261 099 405 Web. www.pecaslandrover. com/
Sérgio Soares Rodrigues, Unipessoal, Lda
PM Auto Peças Tel. 236 641 260 Web. www.pmautopecas.com
Slideshow Sobreiro Duarte, Lda. Tel. 262 086 311 Web. www.sentidosdinamicos. com
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PROTAGONISTA
Rui Bolas
“O utilizador profissional valoriza a qualidade” No ano em que se comemoram os 50 anos da empresa que dirige, Rui Bolas faz o balanço deste meio século e da internacionalização da Bolas, apontando razões para o decréscimo do mercado, mas identificando, também, novas oportunidades. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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oi com um sorriso que Rui Bolas e a sua irmã, Elisabete Bolas, nos receberam na sede da Bolas, SA, em Évora, situada na Rua Sebastião Mendes Bolas, nome do fundador da empresa, em conjunto com o pai de ambos. Dedicada ao comércio de máquinas e de ferramentas, a empresa cumpre este ano meio século de existência, uma efeméride assinalada em março passado num evento onde estiveram presentes mais de 300 pessoas. Ao longo destes 50 anos a Bolas assumiu a representação de várias marcas de renome, como a Fini (desde 1972), a Telwin (desde 1983), a Metabo (desde 1991), a RAV (desde 2001) ou a Beta (desde 2013). Com 53 colaboradores e duas delegações – uma em Alverca e outra no Freixieiro – a Bolas apresenta um volume de negócios de 8,5 milhões de euros, fruto dos seus mais de 400 clientes em todo o território nacional e também em Angola e Moçambique. Foi com um balanço da internacionalização que se iniciou a nossa conversa.
A Bolas opera no mercado angolano e moçambicano. Porquê a expansão internacional e o que levou à escolha destes dois mercados? A conjuntura que o nosso país atravessou desde 2001, e que ainda atravessa, motivou essa decisão. A queda do mercado interno e a prioridade em manter a estrutura existente, que estava dimensionada para outros volumes de negócio, direcionaram-nos para a procura de novos mercados. Aspetos culturais, a própria língua e a existência de várias empresas portuguesas, já nessa altura estabelecidas em Angola e Moçambique, muitas das quais nossas clientes em Portugal, aceleraram e agilizaram o processo, mas não podemos deixar de mencionar os nossos fornecedores, que também nos apoiaram. Qual o balanço que faz da internacionalização da Bolas e da vossa presença nestes dois mercados? O balanço é claramente positivo, o volume de vendas para esses países cresceu de uma forma
sustentada até 2014 e terminou a representar dois dígitos da nossa faturação global. Em 2015 não podemos dizer o mesmo. Em Angola, infelizmente, a economia enfrenta graves dificuldades, motivadas em grande parte pela queda do preço do petróleo, de que o país é muito dependente. As nossas vendas foram severamente afetadas e estamos preocupados, mas, ainda assim, otimistas e com esperança de que os diversos agentes económicos encontrem soluções que permitam aspirar a um futuro promissor, tal como foi o passado mais recente. Podemos esperar que a Bolas chegue a novos países num futuro próximo? Não é credível que tal aconteça. A Bolas é uma empresa que representa, em regime de exclusividade, vários fabricantes de máquinas e ferramentas. Por regra, os contratos de representação estão circunscritos a um determinado “território”. No nosso caso, ao território nacional e também (não para todas as marcas) aos PALOP. As nossas marcas são conceituadas
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PERFIL Rui Bolas é o atual diretor-geral da Bolas, SA, empresa fundada em conjunto pelo seu pai, Guilherme Bolas, e pelo avô, Sebastião Mendes Bolas. Este licenciado em Gestão de Empresas de 46 anos, casado e com três filhas, ainda teve uma breve passagem pelo setor bancário, sob a forma de um estágio, mas rapidamente ingressou no negócio da família, onde desempenha funções há 23 anos. Tem como hobbies tudo o que lhe vá ocupando os tempos livres, destacando o exercício físico e viajar, mas também estar com a família.
e já estão representadas praticamente em todos os países do mundo, diretamente pelos próprios fabricantes ou através de outras empresas, o que obviamente limita a nossa atividade em termos de expansão territorial. Acredita que o futuro das empresas portuguesas está em parcerias com os PALOP? Trata-se de uma oportunidade que, sem dúvida, deve ser explorada. A opção estratégica dependerá de empresa para empresa. No nosso caso seria impensável tentar penetrar nesses mercados sem que a nossa estrutura (financeira, material e humana) estivesse organizada e estabilizada no mercado interno. Garantido este pressuposto, a extensão da atividade aos PALOP ficou facilitada, até porque assentou, e assenta, no desenvolvimento de parcerias locais, tal como em Portugal. Mas não é, nem nunca foi, um processo fácil. Regressamos ao nosso país para lhe perguntar qual a visão que tem do aftermarket nacional? Os últimos dados disponíveis apontam para que o mercado pós-venda automóvel tenha continuado a descer em 2014, essencialmente devido a três motivos: o ligeiro decréscimo do parque automóvel nos últimos dois anos, situando-se agora nos 5,7 milhões de unidades; a queda ligeira da quilometragem; e, por último, a redução do investimento do condutor. Fruto da conjuntura que vivemos, a idade média dos veículos quase dobrou, de seis anos em 2001 para 11 anos em 2014, e a percentagem de viaturas com mais de 10 anos é superior a 50%. Por outro lado, as vendas de novos
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veículos cresceram significativamente no ano passado. Ou seja, existem elementos teoricamente positivos para o mercado de reparação das oficinas, que também sofreram o necessário processo de ajustamento a uma nova realidade. Ainda assim, apesar de muitas terem fechado, continua a existir excesso de oferta. Na nossa atividade, a venda de ferramentas e equipamentos para as oficinas, o sector também sofreu mudanças enormes, mas continua bastante competitivo. A verdade é que desapareceram do mercado empresas históricas, de dimensão considerável, e ainda
assim subsistem dificuldades de crescimento para os que ficaram. Mas em todos os períodos difíceis existem sempre oportunidades e, a este respeito, não posso deixar de referir que as novas representações que assumimos, por incapacidade dos representantes anteriores mas fundamentalmente pelo trabalho que fizemos ao longo destes anos, também têm contribuído para aclarar o horizonte. No nosso caso, os anos de 2013 e 2014 foram de crescimento e acreditamos que, se continuar a existir uma gradual retoma da atividade económica, podemos aspirar a um futuro ainda mais promissor.
distribuidores. A sede da empresa é em Évora e tem uma filial em Lisboa e outra no Porto, tal como uma equipa de trabalho com 53 colaboradores. Representamos 33 marcas de conceituados fabricantes internacionais, de uma dezena de países, com os quais nos orgulhamos de manter excelentes e duradouras relações comerciais. Julgo que de alguma forma respondi à sua questão, mas o balanço ficará por fazer, pois aspiramos a mais e melhor. Quais os fatores que fizeram a empresa perdurar tanto tempo? O que vos diferencia da concorrência? Em primeiro lugar, muito trabalho, exercido de uma forma séria e responsável, e muita dedicação. Sem dúvida à visão do meu pai, Guilherme Bolas, que guiou a empresa até ao lugar que hoje ocupa no mercado. Não posso ainda deixar de referir o magnifico apoio e preferência dos nossos fornecedores e clientes, ao longo destas cinco décadas. Depois procuramos seguir o nosso próprio caminho, e este faz-se basicamente através de uma política comercial bem definida, rigorosa e transparente; de uma seleção criteriosa dos nossos parceiros, quer a montante quer a jusante, fomentando o trabalho conjunto e o respeito pelo papel dos diversos intervenientes; de uma oferta abrangente, composta por uma aposta em produtos de reconhecida qualidade e fiabilidade; e do nível de serviço e do apoio (comercial, técnico, logístico, financeiro, etc.) que prestamos aos nossos clientes, através de uma equipa jovem, comprometida e proativa.
A BOLA QUER SER O FORNECEDOR DE REFERÊNCIA NO NOSSO SETOR E PARA ISSO ATRIBUI UMA ENORME IMPORTÂNCIA À INOVAÇÃO
Para apontar ao futuro é sempre preciso olhar para o passado. Qual o balanço que faz dos 50 anos de atividade da Bolas? A Bolas nasceu em 1965 num pequeno estabelecimento de 40 m2 com o capital social de cinquenta mil escudos (€250). A sua atividade desenvolvia-se no sul do país e as vendas processavam-se diretamente ao utilizador e a alguns revendedores locais. Hoje a empresa é reconhecida nacional e internacionalmente pela sua credibilidade, posicionamento e imagem no mercado. Está na terceira geração e tem atividade em todo o território nacional, em Angola e em Moçambique, com um total de 400
Qual a estratégia da que pretende para a Bolas nos próximos 5 anos? O nosso objetivo é posicionarmo-nos como o fornecedor de referência no sector onde exercemos a nossa atividade. Nesse sentido estamos particularmente atentos à inovação tecnológica, investindo ativamente no lançamento de novidades e na procura de novas soluções e oportunidades de negócio. A formação dos nossos colaboradores e da rede de distribuidores é também uma preocupação constante. Para além da frequência de ações de formação no país e no estrangeiro, a empresa disponibiliza aos seus distribuidores um plano de formação anual, quer na vertente comercial quer técnica, de forma a garantir uma atualização permanente de conhecimentos. Os objetivos estratégicos de curto/médio prazo passam por continuar a enriquecer o portfólio de produtos com soluções que proporcionem mais-valias para o utilizador profissional em termos de resolução de problemas específicos, ganhos de produtividade e maior ergonomia e segurança no trabalho.
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Paralelamente, pretendemos otimizar a nossa estrutura organizacional e processos, no sentido de melhorar continuamente os serviços prestados aos nossos clientes, ainda que a taxa de satisfação nos últimos anos tenha registado índices superiores a 97% (clientes satisfeitos e muito satisfeitos). Porquê a opção por não vender diretamente às oficinas? Trata-se de uma decisão estratégica, assumida no início dos anos 80 e à qual permanecemos 100% fiéis. Acreditamos que não é possível implementar uma política de vendas a distribuidores e fazer simultaneamente vendas diretas ao utilizador final. Existe um claro conflito de interesses e não queremos, nem podemos, ser um concorrente direto dos nossos distribuidores, mas sim um parceiro. Acreditamos que todos (fabricante, representante e distribuidor) desempenham um papel único e importante no canal de distribuição e que o utilizador final sai beneficiado se todos assumirem com responsabilidade a missão que lhes compete levar a cabo, sem ingerências ou sobreposições. Optámos por seguir esta estratégia e julgo que temos sido bem-sucedidos. Os 50 anos de vida assim o comprovam. Crê que a qualidade é fundamental nos produtos para oficina ou a sua
O CUSTO NÃO PODE SER MEDIDO, APENAS, NO MOMENTO DA COMPRA, MAS AO LONGO DO TEMPO DE VIDA ÚTIL DO EQUIPAMENTO experiência é que o comprador busca mais um preço competitivo, nem que para isso tenha de sacrificar a qualidade? A nossa experiência de 50 anos no mercado confirma-nos que o utilizador profissional valoriza a qualidade. O profissional está disposto a pagar um pouco mais por uma ferramenta de qualidade superior, porque sabe que o seu investimento se amortizará facilmente em termos de longevidade e rendimento da ferramenta. O nível de exigência que é colocado na utilização de uma ferramenta/equipamento pelo profissional pode determinar uma necessidade de substituição mais frequente, daí que o fator durabilidade seja decisivo. O custo não pode ser medido apenas no momento da compra, mas sim ao longo do período de vida útil do equipamento. Deve também ter em conta inúmeros fatores além dos que já disse, como a segurança no
trabalho, o consumo energético, a garantia de assistência técnica, etc. Obviamente não ignoramos a importância do fator preço. Por isso, preocupamo-nos em selecionar as melhores soluções para o profissional exigente, mantendo um preço competitivo e compatível com o nível de qualidade e serviço que pretendemos oferecer. Mencionou que costuma ir aos salões internacionais. Como estamos perto da Mecânica, na Batalha, pergunto: a Bolas marcará presença? Na sequência da participação própria na edição anterior com o Beta Show Truck, sim, tudo leva a crer que marcaremos presença este ano, direta ou indiretamente através de um parceiro local. Será uma oportunidade para divulgar as novidades existentes nas diversas marcas. Acha que as feiras dedicadas ao setor são uma mais-valia para o aftermarket nacional? Sem dúvida. São eventos que permitem dar a conhecer a nossa empresa, as nossas marcas e os novos produtos. Por outro lado, permitem obter feedback do mercado aos mais diversos níveis, particularmente do utilizador profissional, que é quem toma as decisões de compra no final da cadeia. É tão importante para divulgar e promover como é importante para auscultar e sentir o mercado.
DE CORPO INTEIRO É um apaixonado por automóveis? Se a pergunta se refere ao desporto automóvel, diria que gosto, mas não sou apaixonado, antes um “apreciador” de automóveis. Em termos profissionais sou apaixonado em assegurar que a nossa empresa, dentro sua área de atividade, ofereça as melhores soluções para o setor automóvel. Visita regularmente oficinas? A minha relação com as oficinas exerce-se fundamentalmente como cliente e observador atento da qualidade e nível de serviços prestados, pois a nossa empresa não vende ao consumidor final. Ainda assim, dispomos de um gestor de produto para o setor auto, que visita regularmente as oficinas e é, juntamente com os distribuidores, uma fonte privilegiada de know-how técnico e de recolha de informação sobre as necessidades das oficinas. Faz muitas viagens? As necessárias. Por ano visito alguns dos nossos parceiros europeus em reuniões de trabalho e vou a uma ou duas feiras internacionais. No território nacional
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realizo algumas visitas a clientes e consigo contactar com eles nos vários eventos que organizamos ao longo do ano. Qual a que mais recorda e porquê? Em termos profissionais, talvez as primeiras visitas que fiz às feiras internacionais mais ligadas ao nosso setor de atividade. Mais recentemente, as viagens a Angola e Moçambique, pela satisfação de ver a nossa atividade estendida a esses mercados. É fácil para si tomar decisões? É fácil quando possuo toda a informação que considero relevante para as poder tomar. Quando tal não acontece é mais difícil, pois acredito que não podemos menosprezar os pequenos detalhes, são esses que invariavelmente fazem a diferença. Mas, tanto num caso como noutro, temos de as tomar. Como alguém disse: “pior que uma má decisão é uma não decisão”. Costuma decidir sozinho? Sempre que possível, tento ouvir e envolver a equipa no processo de decisão. As decisões devem gerar compromisso e esse só se consegue com envolvimento. Considera-se um workaholic?
Não, mas se existe trabalho, e felizmente existe muito, temos de o fazer com responsabilidade. Este princípio dificulta a manutenção do desejável equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar, mas, como em tudo, há que definir em cada momento as melhores opções. Tem uma rotina ou cada dia é diferente? Tento planear antecipadamente cada semana de trabalho. Depois, a realidade de cada dia abriga a ajustamentos, por vezes mais frequentes do que desejaríamos. Mas essa é a parte boa, porque nos obriga a quebrar a rotina. O que gosta de fazer nos seus tempos livres? Sobretudo estar com a família. Viajar, praia, ver um bom filme, ver um bom jogo de futebol. Fazer algum exercício também faz parte da lista. Qual a característica que mais aprecia num colaborador? Tenho alguma dificuldade em optar entre proatividade, responsabilidade, compromisso, sinceridade e humildade. Mas todas essas, sem honestidade, não valem nada.
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Local do evento Palácio de Xabregas
REVISÃO
Sócios da Krautli Portugal com as respetivas famílias José Pires CEO da Krautli Portugal
Clientes Galardoados Fontes Costa
Markus Krautli, Presidente do Grupo Krautli
Clientes Galardoados Lança & Marques
Clientes Galardoados Luis Manuel Ramalho Saraiva
Krautli
25 anos de atividade em Portugal Empresa organizou gala para comemorar a data com colaboradores e parceiros.
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om o intuito de celebrar os seus 25 anos de atividade no mercado nacional, a Krautli organizou uma gala. O evento decorreu no Palácio de Xabregas, em Lisboa, no dia 26 de setembro, e reuniu mais de 350 pessoas. Entre colaboradores da empresa e familiares, parceiros estratégicos, designadamente os membros do Clube Krautli, fornecedores nacionais e estrangeiros e alguns parceiros de serviços, muitos foram os que quiseram brindar as bodas de prata daquela que é uma das empresas de referência no setor
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automóvel emPortugal. Um dos momentos altos foi a entrega de distinções aos funcionários da Krautli com mais de dez anos de serviço, assim como a distinção de clientes que acompanham a empresa desde o seu início. A boa disposição e o ambiente de convívio foram duas das marcas desta celebração, graças à atuação de Hérman José, que apresentou um espetáculo ao seu estilo. “Foi uma noite cheia de glamour e com muita diversão e momentos que ficarão na memória de todos aqueles ao longo destes 25
anos ajudaram a construir e a desenvolver a Krautli Portugal”, destacou a empresa. Recorde-se que, depois de ter iniciado a sua atividade em 1937, o Grupo Krautli estabeleceuse no nosso país em 1990, tendo-se imposto como referência no setor do aftermarket automóvel em Portugal, distribuindo marcas premium e de referência no mercado independente. Com uma equipa de 53 profissionais, distribuídos por três armazéns, em Lisboa, Porto e Coimbra, a Krautli obteve, em 2014, um volume de negócios superior a 15 milhões de euros.
3M PORTUGAL
MUDANÇA DE INSTALAÇÕES Prestes a comemorar 50 anos de presença em Portugal, a 3M mudou-se para o Parque das Nações, em Lisboa, passando a contar com 1200 metros quadrados, divididos por dois pisos. Localizado no Edifício Oriente, o espaço incorpora a nova imagem da empresa, completando a renovação visual a que a marca se submeteu este ano. “A mudança de instalações acabou por coincidir com um momento muito importante da nossa história”, comenta Urbano Santiago Neto, diretor-geral 3M Iberia. “Este ano foi todo pautado pela mudança mas sempre em tom positivo, e os novos escritórios estão perfeitamente de acordo com a nossa imagem – têm uma imagem jovem e fresca, tal como a nossa nova linguagem gráfica. A ciência sempre fez parte da nossa vida e foi altura de a assumirmos como força motriz presente em todas as inovações que criamos para melhorar a vida de todas as pessoas.”
TELWIN
NOVO CATÁLOGO DE EQUIPAMENTOS Representada em Portugal pela empresa Bolas, a Telwin acaba de lançar um novo catálogo para o período 2015/2016. Válido até 30 de junho do próximo ano, inclui diversas novidades nas áreas de Soldadura, Corte e Carga & Arranque. Do portefólio da marca passaram a fazer parte: o Dr. Charge e Pulse +, um gestor de baterias e carregador inteligente; a Technology Tig 222 AC/DC-HF/Lift VRD, máquina de soldadura, ideal para alumínio e ligas de aço e adequada a trabalhos de soldadura de precisão, instalação, intervenções mecânicas de manutenção e reparação; Os novos aparelhos de soldar multiprocesso Technomig 215 Dual Synergic e Technomig 223 Treo Synergic; os arrancadores, compactos e portáteis, Multifunções de Lítio Drive 9000/13000; e, por fim, na área de corte, o novo modelo topo de gama: o Superior Plasma 160/3 HF.
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REVISÃO
Bosch Portugal
Novo líder
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CEPRA
arlos Ribas é o novo responsável da Bosch Portugal, cargo que acumulará com a administração técnica da Bosch em Braga. Engenheiro eletrónico com formação em liderança e gestão global, obtida no Japão, o novo líder da Bosch deverá apostar na inovação e no crescimento das atividades da empresa em Portugal, o que “irá conduzir à contratação de 1000 novos colaboradores até 2018 e à duplicação do número de engenheiros empregados nas três unidades de produção”, nomeadamente Braga – Multimédia Automóvel, Aveiro – Termotecnologia e Ovar – Sistemas de Segurança, refere em comunicado a Bosch. “Para assegurar o crescimento sustentado das atividades em Portugal, a formação dos nossos colaboradores, a aquisição de competências e a criação de conhecimento serão as prioridades”, afirma Carlos Ribas. Sublinhando que do investimento realizado no ano passado, de cerca de 24 milhões de euros, e das parcerias estabelecidas com universidades portuguesas têm surgido
inúmeros produtos inovadores, Carlos Ribas defende que o “capital humano é fundamental”. “ Temos uma mão de obra altamente qualificada e contamos duplicar, a curto prazo, o número de engenheiros, atingindo as cinco centenas de colaboradores dedicados à investigação e desenvolvimento nas nossas unidades de Aveiro, Braga e Ovar.”
Krautli
Euromáquinas
NOVAS INSTALAÇÕES O CEPRA, Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel, acaba de inaugurar um novo espaço. Direcionado para o ensino de técnicas de pintura, estará em funcionamento nas instalações do centro no Prior Velho, em Lisboa. Para marcar a abertura desta área, que conta com o apoio da Impoeste, da Nexa Autocolor e da EMM, o CEPRA organizou um evento, no qual estiveram presentes diferentes players do setor automóvel. A sessão foi liderada por António Caldeira, diretor do CEPRA, e contou com a presença de Rui Ferreira, presidente do Conselho de Administração do CEPRA, bem como com a presença de representantes de todos os parceiros que tornaram possível a existência destre novo espaço: Luís Santos pela Impoeste, Ignasi Roig pela PPG (dona da Nexa Autocolor) e Jorge Rosa, pela EMM.
Distribui marca Fare Novos motocompressores
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Krautli Portugal celebrou um acordo com a Fare para a distribuição de toda a sua gama de produtos para veículos ligeiros e pesados no mercado português. Com este novo acordo, a marca reforça o seu portfólio e passa a disponibilizar aos seus clientes uma oferta ainda mais global. A Fare foi fundada no ano de 1986, contando com uma vasta experiência e especialização em todo o tipo de produtos auto de borracha e metal, oferecendo a gama mais completa de mercado nas categorias de Refrigeração, Escape, Suspensão, Mecânico, etc. O programa da Fare é constituído pelos mais variados produtos de aplicação universal e especifica nos veículos, oferecendo produtos de elevada qualidade e com um programa de mais de dez mil referências em aplicações em veículos europeus e asiáticos. Para além de poder ser consultado nos catálogos eletrónicos TecCat e TecDoc, está ainda disponível um catálogo em papel com informação completa das várias categorias com imagens dos produtos e equivalências para outras marcas.
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Euromáquinas juntou ao seu portefólio a série Thunder, uma gama de motocompressores a gasolina com motor Honda de 13 cv e arranque elétrico, montados sobre um depósito de 50 l e 145 Bar. Esta gama oferece a possibilidade de montar três tipos de soluções geradoras: com saída monofásica, com saída monofásica e motossoldadora e com saídas monofásica e trifásica.Desenhados com dimensões compactas, 1160 x 450 x 900 mm, estes novos motocompressores apresentam um peso que oscila entre os 160 kg para os modelos sem gerador e 190 kg para os que têm gerador. Para facilitar o trabalho e tornar mais cómoda a sua utilização, estes motocompressores estão montados numa bancada antivibração.
MIDAS
INAUGURADAS DUAS NOVAS OFICINAS AMidas continua a sua estratégia de expansão com a abertura de duas novas oficinas. Desta feita, no dia 20 de Agosto foi inaugurada a Midas Campo Grande, em Lisboa (situada no nº 330) e um dia depois foi a vez de abrir ao público a Midas Arena, no Centro Comercial Arena Shopping , no piso -2, em Torres Vedras. A Midas, líder mundial da Reparação Rápida de Automóveis, perfaz este ano 14 anos a operar em Portugal. Hoje, conta já com 64 oficinas e aposta num serviço de qualidade a preços acessíveis e com transparência total, oferecendo toda a atividade de manutenção do automóvel em especial nos serviços de revisão incluindo a revisão oficial, travões, amortecedores, pneus, escapes, baterias, mudanças de óleo e ar condicionado.
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REVISÃO FILOURÉM
REPRESENTA E DISTRIBUI OS FILTROS FIBA E TOKIO Tendo como princípio fundamental encontrar e disponibilizar aos seus clientes produtos e soluções de alta qualidade a preços competitivos, a Filourém, sediada na cidade que lhe deu parte do seu nome, anunciou que integrou na sua gama de produtos os Filtros das marcas FIBA para veículos ligeiros europeus e TOKIO destinados a veículos ligeiros asiáticos. Com cerca de 480 referências disponíveis (ar, óleo, combustível e habitáculo) e uma elevada taxa de cobertura do parque automóvel nacional, a FIBA e a TOKIO vêm afirmando-se como marcas fundamentais no aftermarket, contando com excelentes índices de crescimento e satisfação da parte dos seus clientes.
IBEREQUIPE
Nova versão para equipamento de diagnóstico AUTOCOM
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IBEREQUIPE, distribuidor exclusivo do Equipamento de Diagnóstico Automóvel AUTOCOM em Portugal, Angola, Brasil, Moçambique, apresenta a nova versão 2 de 2015, sendo a página principal do software de diagnóstico CARS e TRUCKS uma novidade, possuindo um novo Interface Gráfico para o Utilizador. Mas esta não é a única novidade nesta versão. Além da aplicação ser mais intuitiva e fácil de usar, a base de dados para “CARS” é atualizada em mais de 2400 modelos e 45 marcas de veículos. Para “CARS” do ano de 2015 está agora
Tecniverca
Hyprel em promoção
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Tecniverca garantiu a representação exclusiva para Portugal da Hyprel, especializada em equipamentos hidráulicos. Para comemorar tal efeméride a marca portuguesa tem em curso uma campanha de promoções que decorre até ao dia 15 de Novembro. O folheto contém vários sistemas, merecendo destaque os tanques de lavagem PW20 e PW40, de 75 e 1512 l, respetivamente, bem como o elevador de motos ML400 e as gruas articuladas EC 1000 e EC2000. Em compras superiores a 150 euros líquidos, a Tecniverca oferece ainda uma par de luvas da Mechanix, marca oficial da NASCAR.
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coberto para 150 modelos. Para TRUCKS equivalem mais de 1200 modelos em 31 marcas de veículos, além de veículos comerciais ligeiros (VCL). Outras novidades passam pela visibilidade do ISI (Identificação Inteligente do Sistema) permitindo aos utilizadores ter um acesso rápido ao mesmo. O aumento constante de melhoria da função ISI na base de dados permite um diagnóstico mais preciso, mas em alguns casos pode ser entendido como uma limitação ou perda de funcionalidades. A intenção é de dar a todos os utilizadores a confiança que o resultado obtido é o correto.
FLUIDOTRONICA
CERTIFICAÇÃO EM QUALIDADE A qualidade tem sido uma das prioridades da estratégia de crescimento da Fluidotronica. No seguimento desta procura constante de garantir o melhor dos serviços aos seus clientes, a marca de equipamentos industriais com sede em Oliveira de Azeméis obteve a Certificação do Sistema de Gestão de Qualidade, de acordo com a norma ISO 9001:2008 e atribuída pelo líder mundial de certificação – SGS. Com mais este passo, a Fluidotronica quer dar continuidade a uma estratégia estruturada e contínua que tem vindo a ser desenvolvida com vista a aumentar a satisfação dos seus clientes e a qualidade dos seus produtos e serviços. A Fluidotronica anuncia que permanecerá “a trabalhar diariamente com vista a continuar a merecer este título de qualidade, bem como a preferência dos clientes”, cumprindo o referido na sua Missão, Visão e Valores – Paixão em tudo o que faz.
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REVISÃO
Leirilis
Distribui filtros de partículas Bosal
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Leirilis é agora distribuidora da gama de filtros de partículas da marca Bosal. Mais uma vez a Leirilis aposta na diversificação da sua gama de produtos, na qualidade e diversidades, com o objetivo de atender às necessidades dos seus clientes/ mercado. O filtro de partículas Diesel Bosal é um produto de alta qualidade, com carboneto de silício (SiC) – material de substrato de última geração, como o utilizado nos produtos OEM. Graças às suas propriedades de materiais de qualidade superior, o substrato SiC garante excelente durabilidade, excelente eficiência de filtração e economia de
VULCO combustível. Estes filtros apresentam as seguintes vantagens: produto novo para substituir filtros de OEM; montagem fácil e rápida; redução de emissões de partículas diesel > 95%; cumprimento da norma Euro 5; conformidade com as especificações do OEM.
Lusilectra
Instalados 18 elevadores na AutoEuropa
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Lusilectra, SA efetuou na AutoEuropa, em Palmela, o fornecimento e respetiva instalação de 18 elevadores de tesoura da marca Nussbaum, representada em Portugal pela Lusilectra, SA. Esta instalação foi efetuada numa das áreas mais movimentadas da AutoEuropa, tendo decorrido de acordo com o planificado em prazos muito apertados e extremamente rigorosos.
A escolha por parte da AutoEuropa dos elevadores Nussbaum baseou-se na elevada qualidade e fiabilidade reconhecidas nesta marca alemã, bem como no apoio técnico prestado pela Lusilectra, SA e por toda a equipa de instalação e serviço. A AutoEuropa possui outros equipamentos fornecidos pela Lusilectra, SA, aos quais presta também os correspondentes serviços de assistência.
ECOPARTS
DIESEL 13 É NOVO DISTRIBUIDOR No passado dia 29 de agosto realizou-se a inauguração da loja do mais recente Distribuidor Ecoparts, a Diesel 13, em Santa Maria da Feira. Este distribuidor para a Zona de Santa Maria da Feira nasceu pelas mãos de Pedro Magalhães e Filipa Brito, Sócios Gerentes da Diesel 13, e ganhou forma em Mozelos, no número 1161 da Estrada Nacional 1. Cerca de 50 pessoas marcaram presença para festejar o sucesso e a inauguração do espaço da Diesel 13 e, naturalmente, a Ecoparts não foi exceção. A Ecoparts quer continuar a cultivar relacionamento com os seus Distribuidores e a apoiá-los no seu percurso rumo ao sucesso.
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VENEPORTE
48.º ANIVERSÁRIO A Veneporte comemorou, no passado dia 22 de setembro, 48 anos de atividade. Localizada em Águeda, a empresa emprega atualmente cerca de 160 colaboradores e assume-se como um fornecedor de referência no setor automóvel. De acordo com a empresa, “tendo como clientes alguns dos grandes grupos automóveis, o objetivo da Veneporte passa por colocar todo o seu saber e know-how em cada peça produzida, sendo a qualidade do seu produto uma imagem de marca desta empresa, ao nível do que de melhor se faz no setor”. Em jeito de balanço da atividade e fazendo uma projeção do que serão os próximos tempos, a empresa revela ainda: “Querendo ser cada vez mais inovadora e empreendedora, bem como ver oportunidades e soluções em cada um dos seus desafios, a Veneporte mantém como princípio de base o seu compromisso social para com a comunidade onde se insere.”
HUGO CARVALHO ASSUME LIDERANÇA Com data efetiva a 3 de setembro de 2015, Hugo Carvalho assumiu a direção da rede de oficinas Vulco, liderada pela Goodyear Dunlop Iberia, dentro da divisão de Retalho da marca, substituindo no cargo Alberto Villarreal, que passa a liderar a área de Marketing da empresa. Hugo Carvalho iniciou o seu percurso na Goodyear Dunlop em 2005 como Marketing Manager para Portugal. Posteriormente foi transferido para a sede da companhia em Bruxelas, onde desempenhou a função de Marketing Manager Dunlop e de Commerce Director para a EMEA. Desde 2012 que começou a desenvolver as funções de Country Manager em Portugal, posição que irá manter e combinar com as suas novas responsabilidades na frente da divisão de Retalho da companhia para ambos os países. Hugo Carvalho irá reportar diretamente a Luca Crepaccioli, Diretor Geral da Goodyear Dunlop Sur Europa, que acerca desta nomeação declarou: “O Hugo demostrou ser capaz de alcançar grandes objetivos à frente do mercado português. Não tenho dúvida que irá liderar a rede Vulco com a garantia de continuar o excelente trabalho que Alberto tem desenvolvido nos últimos anos. Por sua vez, Alberto regressa a uma área que conhece bem, o marketing, que é um pilar fundamental na saúde das nossas marcas.”
ACAP
SALÃO DO AUTOMÓVEL A 31 DE OUTUBRO A ACAP e a FIL vão organizar, entre os dias 31 de outubro e 8 de novembro, o Salão do Automóvel e Veículo Ecológico 2015. Subordinado ao mote “O seu futuro automóvel está aqui!”, irá decorrer na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa. Segundo a organização, para além de assumir-se “como a maior montra dinamizadora do mercado automóvel nacional, com a presença de marcas que representam 95% das vendas em Portugal”, o certame pretende ser também um palco de atração “para todos os apaixonados por tecnologia, inovação e mobilidade sustentável”.
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ESPECIALISTA
Negócio continuará a crescer
GPL ainda é uma oportunidade Embora o número de instaladores tenha vindo a aumentar depois das alterações legais este é um negócio no qual existe ainda lugar para a entrada de mais empresas: o consumo de GPL vai aumentar porque há cada vez mais consumidores interessados. Tudo o que precisa saber para agarrar a oportunidade
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O
consumo de GPL Auto, também designado por autogás, tem vindo a aumentar em Portugal e tudo aponta para que esta tendência se mantenha nos próximos anos. Uma boa notícia se está a pensar entrar neste negócio; a oportunidade mantém-se. E mantém-se os argumentos capazes de atrair clientes. Desde logo, as vantagens ambientais, já que o GPL emite menos gases nocivos, mas, sobretudo, as económicas: conhece alguém que fique indiferente a poder poupar 50% do orçamento com os combustíveis (30% se a comparação for com um diesel)? Já para não falar do facto de um veículo a GPL ter custos de manutenção inferiores. O GPL está longe de ser um combustível novo ou desconhecido do público em geral mas as suas vantagens ainda não têm a divulgação desejada, ao mesmo tempo que subsistem alguns tabus cuja irradicação é crucial para que esta oportunidade de negócio adquira a dimensão que realmente tem. O GPL é, sem margem para qualquer dúvida, o principal combustível alternativo na europa, sendo utilizado por quase 12 milhões de veículos (7,5 milhões na União Europeia) e todas as previsões apontam para que o seu consumo continue a crescer até, pelo menos, 2020. Além disso, existem hoje cerca de 40 mil postos de abastecimento no espaço europeu e, face à crescente procura, sabe-se já que esse número irá aumentar de forma substancial, o que significa que não existe qualquer impedimento à realização de viagens, por mais longas que elas sejam ENTRAR NO NEGÓCIO No que a Portugal diz respeito, segundo os últimos dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), são 51 as entidades instaladoras e reparadoras de GPL, mas é sabido, também, que proliferam as oficinas que escapam ao controlo do regulador. A ANIC – Associação Nacional de Instaladores e Consumidores de GPL - está preocupada com esta situação e recorda que esta atividade carece de formação técnica certificada e licença de exercício da profissão pelo IMT. Esta certificação estipula que as entidades instaladoras têm que ter mecânicos e técnicos de autogás certificados em curso ministrado pelo Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel (CEPRA). A autorização para o exercício da atividade é concedida pelo IMT, conforme a Portaria n.º 207 -A/2013 , de 25 de junho. Só os técnicos certificados e com a licença válida poderão proceder à instalação e responsabilizar-se pela respetiva garantia
AO ACABAR COM AS LIMITAÇÕES NO ACESSO AOS ESTACIONAMENTOS, A NOVA LEI VEIO DAR UM IMPULSO IMPORTANTE À DIFUSÃO DO GPL. PORÉM, MUITOS PARQUES IGNORAM ESTA ALTERAÇÃO GALP COM COBERTURA NACIONAL João Torneiro, diretor de Marketing na Galp Energia, refere-se ao GPL como um negócio estratégico para a petrolífera portuguesa que, no âmbito do seu compromisso social e ambiental, está atenta às vantagens deste combustível, promovendo a sua utilização. Prova disso é o facto de a Galp Energia assegurar já uma rede de postos de abastecimento com GPL (cerca de 80) que cobre quase todo o território nacional, prevendo-se para os próximos anos uma expansão dessa cobertura, como resposta à procura crescente.
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ESPECIALISTA Passos seguros
Entrar no negócio
E de qualidade e segurança. Os técnicos são os únicos que devem apresentar o veículo já convertido no Centro de Inspecção Técnica de Veículos (CITV), da categoria B, para a vistoria de conformidade técnica e legal com vista ao averbamento no Documento Único Automóvel (DUA) e autorização de circulação na via pública. O valor da conversão oscila entre os 1600 e os 2500 euros. Vale a pena referir que a Lei nº 13/2013, assumiu-se como um passo determinante no incentivo à utilização do GPL ao determinar que os veículos que recorrem a esta fonte energética mais amiga do ambiente passam a poder estacionar nos parques ao nível do solo, à semelhança do que acontece na quase totalidade dos países europeus. Ainda assim, José Oliveira, Diretor-Técnico da APETRO, lamenta que os efeitos práticos da nova legislação não tenham, ainda, a expressão desejada, pois, inexplicavelmente, “um elevado número de parques de estacionamento continua a não aplicar essa lei”. Mesmo que preencham todas as normas legais previstas na Portaria n.º 207-A/2013 , de 25 de junho, que enquadra os aspetos relacionados com a transformação e com os componentes utilizados, bem como as normas que devem observar estabelecimentos e entidades que exercem as atividades de fabrico, adaptação e reparação de veículos movidos a GPL.
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m Portugal, as entidades que exercem a atividade de adaptação ou reparação de veículos a GPL, são reguladas e certificadas pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), ao abrigo da Lei n.º 13/2013, de 31 de janeiro e pela Portaria n.º 207-A/2013 , de 25 de junho. É a este organismo que as empresas devem submeter as respetivas candidaturas, tendo para tal que cumprir um leque amplo de requisitos legais. Como já referimos anteriormente, é a entidade que procedeu à transformação que compete legalmente, apresentar o veículo à imprescindível inspeção. O centro onde a mesma é realizada deve emitir um certificado (Modelo 113) de aprovação. Uma vez na posse
de todos os documentos necessários, os interessados na conversão para GPL deverão apresentar os pedidos de regularização da transformação efetuada junto dos serviços regionais e distritais do IMT. Após verificação da conformidade de todos os elementos com a legislação em vigor, o IMT procede à emissão de um novo certificado de matrícula, que será remetido diretamente para o proprietário do veículo. Segundo Miguel Rodrigues, Presidente da ANIC, “o processo de instalação demora cerca de três dias úteis mediante agendamento com a oficina, incluindo inspeção técnica extraordinária em centros de inspecção de categoria B para averbamento do novo combustível”.
MOTOR TURBO BI-FUEL GASOLINA/GPL
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Orifícios de enchimento
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Comutador / Sonda GPL
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Injeção de gasolina
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Depósito GPL
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Vaporizador
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Unidade de comando GPL
3
Válvula de segurança
7
Corrente elétrica
11
Unidade de comando gasolina
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Tubo de alimentação GPL
8
Injeção GPL
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CONTACTOS
APETRO DIRETOR TECNICO JOSÉ OLIVEIRA TELEFONE 21 384 40 65 E.MAIL apetro@apetro.pt INTERNET www.apetro.pt GALP ENERGIA IBERIAN MARKETING OIL DIRETOR JOÃO TORNEIRO TELEFONE 217 242 500 E.MAIL galp@galpenergia.com INTERNET www.galpenergia.com IMT – INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES, I.P. (SEDE) TELEFONE 217 949 000 E.MAIL imt@imt-ip.pt INTERNET www.imtt.pt/
Diferenciação
Empresas apostam no serviço
A
MasterGás comercializa mais de uma dezena de marcas de equipamento de sistemas de GPL, para viaturas de carburador mas, sobretudo, para os motores com injeção, direta, “pois os equipamentos para este tipo de viatura são dedicados e não universais”, refere Pedro Paiva, administrador desta empresa. A MasterGás surge entre as empresas de referência neste setor, resultado da aposta na qualificação técnica e também, em serviços complementares importantes para o consumidor, como é o caso da retoma de equipamentos usados, que contribui para que a recuperação do
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investimento inicial seja ainda mais rápida. Já Pedro Marto, sócio-gerente da empresa com o mesmo nome, dá conta de que “é cada vez maior o interesse dos consumidores pelo GPL, por razões económicas, ambientais e também, pela redução dos custos com a manutenção dos veículos, a que se junta a queda do mito de que se trata de uma solução pouco segura. Além de um serviço personalizado de aconselhamento, que leva em conta as características de cada cliente, a Pedro Marto Lda. possui uma frota de veículos de substituição que coloca à disposição dos clientes durante a montagem do equipamento de GPL nas suas viaturas.
ANIC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE INSTALADORES E CONSUMIDORES DE GPL TELEFONE 96 5 6276 85 E.MAIL geral@anic-gpl.pt INTERNET www.anic-gpl.pt/ MASTERGÁS ADMINISTRADOR PEDRO PAIVA TELEFONE 227 442 290 E.MAIL geral@mastergas.pt INTERNET www.mastergas.pt AUTOGÁS SÓCIO-GERENTE PEDRO MARTO TELEFONE 707 207 702 E.MAIL pedromarto@pmautogas.com INTERNET www.autogas.pt
D dossier
Negócio. Parte I
Por conta própria Até setembro, foram criadas 632 empresas de manutenção e reparação de automóveis, o que posiciona o setor na 6.ª posição do ranking empresarial. Através de um dossier especial, que dividimos em duas partes, vamos dar-lhe a conhecer tudo aquilo de que precisa para abrir o seu negócio. Nesta primeira parte, mergulhamos nas tendências do mercado e nos procedimentos jurídico-legais que terá de cumprir. TEXTO ANDREIA AMARAL
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pesar de o quadro económico nacional parecer adverso ao investimento, a verdade é que existem áreas de negócio onde o número de empresas não para de crescer. E se acha que a atividade de reparação e manutenção de automóveis não é certamente uma delas, desengane-se, porque, de facto, os dados da atividade empresarial em Portugal demonstram que o número de empresas inscritas sob o código “Serviços de manutenção e reparação de veículos” tem vindo a aumentar sustentadamente. De acordo com a base Racius, em setembro, estavam no ativo um total de 9 776 empresas, quando, em 2010 este número fixava-se nas 7 947. Quer
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isto dizer que, em cinco anos e não obstante a conjuntura de crise, houve um crescimento de 23% no número de oficinas a operar. Aliás, segundo o boletim da Rigorbiz, a atividade posicionou-se mesmo em 6.º lugar no ranking de constituições de empresas. Sendo certo que o número de insolvências e de dissoluções também aumentou, não superou as novas aberturas, que, antes do final de setembro e desde o início de 2015, já totalizava as 632 empresas. UMA OPORTUNIDADE? Será este, então, um bom momento para se lançar por conta própria e abrir a sua
oficina? “Desde que a tesouraria permita os investimentos, é em tempo de crise que nos devemos preparar para o futuro”, afirma Joaquim Candeias. De acordo com o presidente da Divisão de Peças e Acessórios Independentes da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), “quando existem dificuldades ou momentos de crise, abrem-se sempre grandes oportunidades para quem consegue organizar-se, criar uma estratégia esclarecida, e investe num futuro de longo prazo”. Por essa razão, o responsável acredita que “irão surgir dificuldades para uns, que dificilmente sobreviverão pelas más práticas que exercem
atualmente, e simultaneamente aparecerão as oportunidades para os que seguem boas práticas, com atuações dignas e reconhecidas pelo mercado”. Comentando que o mercado de reparação continua com uma grande pressão, muito devido à concorrência dos reparadores clandestinos, Joaquim Candeias afirma que “podem, num curto espaço de tempo, surgir mais encerramentos e insolvências”. Não obstante, assume que, “neste momento, tentase reinventar um mercado de reparação com novas ideias e conceitos”. A impulsionar esta dinâmica, está o facto de o próprio negócio estar a alterar-se. Por um lado, o perfil do cliente mudou, já que, hoje o consumidor de qualquer bem ou serviço é mais informado e mais exigente. Por outro, os próprios automóveis são bem distintos do que eram há alguns anos. De acordo com António Teixeira Lopes, presidente da Direção da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), tem-se assistido ao encerramento de muitos negócios também por via da evolução tecnológica, que não perdoa quem não a acompanha. “Antigamente, a mecânica imperava nos automóveis, o que fazia com que qualquer pessoa mexesse nos motores. Hoje, já não é assim, porque cada vez há mais eletrónica e é preciso ter os equipamentos e a devida formação para trabalhar com carros novos.” Assim, o responsável refere que quem entra agora no mercado tem de refletir bem sobre qual será o seu foco, entrar em linha com o futuro e garantir negócio a médio prazo, ou ser uma oficina de mecânica, vocacionada para o parque automóvel com mais idade. António Teixeira Lopes adverte ainda que trabalhar com a nova geração de veículos vai implicar “custos muito elevados, para ter acesso ao software das marcas, máquinas de diagnóstico e à formação, que, nestes casos, também é dada pelas marcas”. Portanto, aproveitar esta oportunidade poderá custar algo como 150 mil euros, que acrescem aos custos normais de montagem e operação de uma oficina. De acordo com o presidente da ARAN, e perante um cliente mais criterioso em relação ao valor do dinheiro, “a qualidade e o preço tornaram-se fatores determinantes e é por aí que se atrai e fideliza clientes”. Também Joaquim Candeias partilha desta opinião. Referindo que “todas as áreas de reparação continuam a ser interessantes”, afirma: “quem está a fazer um serviço especializado e com qualidade continua a ter sucesso, apesar de o cliente procurar cada vez mais um serviço global, ou seja, cada vez mais pretende deslocar-se a um local onde possa fazer tudo. ” Resta, assim, saber: está disposto a tentar a sua sorte no negócio?
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OPINIÃO
Novas gerações
Bem-vindo ao Futuro!
N ALEXANDRE FERREIRA VICE-PRESIDENTE ANECRA
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o futuro, os automóveis ainda serão negócio? SIM. Para as oficinas também? SIM Estas são firmes convicções da Anecra. Afinal de contas, a humanidade tem mais de 100 anos de história com os automóveis. E para continuar. Mas, continuar a haver automóveis (e a correspondente necessidade de reparação e manutenção) não é sinónimo que seja negócio para todos os que são empresários do setor e, em particular, aos que se dedicam à reparação e manutenção automóvel. Os desafios atuais já são muito exigentes para os empresários do setor e os que se afiguram no futuro próximo constituem uma verdadeira revolução. Atualmente, a concorrência é forte e trazer um cliente à oficina (ou fazê-lo regressar) já não depende apenas de satisfazer as suas expetativas, de ter o equipamento adequado e uma imagem apelativa. É também necessário dar atenção à vertente comercial da oficina. Sem propostas adequadas na relação preçoqualidade, dificilmente o cliente virá. Paralelamente, os clientes de dimensão (seguradoras, gestoras de frotas e outros) pressionam as margens de lucro das oficinas e tornam indispensável uma gestão adequada, atenta a todos os detalhes, de modo a garantir que o resultado da exploração continua positivo. Infelizmente, os operadores do setor continuam a ter de lutar contra a concorrência desleal dos operadores clandestinos e da economia paralela. A pesada carga fiscal que incide sobre a atividade (só o IVA são 23%) favorece este fenómeno. A Anecra tem apresentado diversas propostas específicas para combater este flagelo e continuará sempre a lutar em defesa dos seus associados. No entanto, estes desafios que hoje enfrentamos são pequenos comparados com o que a revolução que se aproxima. Na
nossa perspetiva, a revolução virá pelas novas gerações de clientes e de viaturas. As novas gerações de clientes (as chamadas “Y” e “Z”), que nasceram na era digital, representam um desafio enorme. Já são uma percentagem significativa dos clientes e têm hábitos que são desconcertantes (para as gerações anteriores, claro). Gastam diariamente mais tempo na Internet que a ver TV, usam intensivamente as redes sociais, adoram SMS e detestam chamadas de voz. Segundo um estudo, 70% consultam a opinião de outros (na Internet, claro) antes de decidir algo. Como vão as gerações de empresários do setor lidar com estes novos clientes? Conseguir comunicar com eles / vender serviços? São certamente um enorme desafio, pois mudam em muito a formas ‘estabelecidas’ de interação com os clientes. Mas são também uma oportunidade para quem está atento e tem / usa as ferramentas adequadas. Mas talvez o maior desafio sejam as novas gerações de viaturas, as comunicantes. Como podem as oficinas, especialmente as multimarca, manter a sua quota de mercado e ‘comunicar’ com viaturas que sabem o que avariou / precisa de manutenção / etc? Como será o equilíbrio entre os reparadores de marca e os multimarca? São perguntas para as quais ainda não há resposta. Por outro lado, a generalização de viaturas comunicantes trouxe para o setor empresas de outras atividades, relacionadas com os sistemas de informação, que estão a revolucionar os modelos estabelecidos e a acelerar o desenvolvimento de todas as novas possibilidades relacionadas com o automóvel. Sim, cada ano as previsões são ‘adiantadas’. O que podem os empresários fazer? A ANECRA, sempre atenta aos desenvolvimentos e tendências do mercado, tem ao longo dos anos lançado diversas
iniciativas para ‘guiar’ os seus associados em direção ao futuro. Por exemplo, em 2014 lançámos o www.portaldoautomovel.pt para dar às oficinas uma presença na Internet e ajudá-las a angariar negócios para a oficina no mundo digital. Por outro lado, já há muitos PUBLICIDADE
anos que vimos dizendo que, para fazer face a estes desafios, é vital ganhar dimensão, e que as redes de oficinas multimarca são essenciais para o sucesso destas empresas. Apostamos em gestores bem preparados e que possam comandar as empresas nesta
viagem rumo ao futuro. Por isso, além da aposta na formação profissional, pela primeira vez estamos a organizar o concurso “Gestor Oficinal do Ano”, que consagrará os melhores. Mas não ficamos por aqui. Queremos que os empresários estejam cientes dos desafios futuros e debater como os vamos enfrentar em conjunto. Por isso, em 27 e 28 de Novembro organizaremos a nossa Convenção Anual. É o maior evento anual para empresários do setor automóvel. Este ano iremos analisar com o detalhe que este espaço não pode conter os temas acima e outros igualmente importantes, tudo subordinado ao tema: Bem-vindo ao Futuro! Por isso contamos com a sua presença. A ANECRA tem uma história quase tão longa como os automóveis, já são 105 anos! Ao longo destes, sempre soube defender os interesses dos empresários por si representados e apoiálos no desenvolvimento dos seus negócios. Não será perante a revolução que se aproxima que vamos baixar os braços. Continuaremos a defender os direitos dos seus associados e a apontar caminhos para o desenvolvimento dos seus negócios. Por isso, só podemos dar-lhe uma mensagem: Bem-vindo ao futuro!
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Oficina
Entre na atividade com o pé direito Enquadrada por uma legislação dispersa, a atividade de reparação e manutenção automóvel exige o cumprimento de diversas regras. Antes de se aventurar, certifique-se do que quer e não salte etapas. TEXTO ANDREIA AMARAL
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erante a forte concorrência do mercado, alguma ilegal, é essencial avaliar a viabilidade da empresa antes de tomar qualquer decisão. Segundo Joaquim Candeias, presidente da Divisão de Peças e Acessórios Independentes da ACAP, para além de “serem qualificados ou terem um bom conhecimento sobre reparação automóvel”, aqueles que se querem lançar no negócio devem ter “um grande conhecimento do mercado onde se pretendem inserir”. Assim, conforme explica, devem avaliar questões como a localização do espaço, a concorrência na área de atuação, o parque automóvel existente e o potencial de clientes. Tendo isto em conta, deve desenvolver um plano de negócios, onde inclua as possíveis receitas e as balanceie com os custos associados ao investimento inicial e, posteriormente, ao desenvolvimento da própria atividade. Atualmente, é relativamente fácil abrir um
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negócio nesta área, uma vez que foi eliminada a necessidade de licenciamento prévio. Assim, através da iniciativa ‘Empresa na Hora’ é possível constituir uma sociedade unipessoal, por quotas ou anónima, no momento e num só posto de atendimento (ver quadro). O mesmo não se aplica ao normal desenvolvimento da atividade das empresas, em que “as obrigações legais a que as mesmas se encontram sujeitas podem, muitas vezes, pôr em causa a sua subsistência”, sublinha Joaquim Candeias. Para além de ter de se submeter ao quadro legal no que se refere às obrigações fiscais e sociais, a atividade de reparação e manutenção automóvel está ainda sujeita à legislação relativa ao manuseamento de certos materiais. Assim, tem de cumprir o Decreto-lei 220/2008, de 12 de novembro, que estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndios em edifícios, e o Decreto-Lei nº 259/2007, de 17 de julho, relativo à prestação
de serviços cujo funcionamento pode envolver riscos para a saúde e segurança das pessoas. Existem também diferentes entidades competentes a nível de fiscalização. Em termos de edificação, os espaços têm de seguir as regras estabelecidas no Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, estando as câmaras municipais encarregues de verificar o seu cumprimento. Já no que diz respeito à saúde pública e ao cumprimento de requisitos de atividade, cabe à ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) o seu aferimento. Por seu lado, a Autoridade para as Condições do Trabalho fará cumprir o quadro regulamentar respetivo. Aqui, convém não esquecer que, ao abrigo da legislação, todos os colaboradores terão de ter formação anual. E se pretender trabalhar com ar-condicionado saiba que tem de ter profissionais especializados para fazê-lo! É um facto que tudo isto pode parecer difícil de acompanhar, sobretudo quando se junta à equação a gestão diária do negócio. Por isso mesmo, o melhor é ter um advogado ao seu lado especialista nestas questões. De resto, é algo que deve fazer antes mesmo de abrir o negócio, sob risco de estar a condená-lo logo de início. As associações do setor podem também constituir-se como aliados de peso, já que disponibilizam aos seus associados todo o tipo de aconselhamento: seja em termos jurídicos, de gestão ou formação. Além disso, podem proporcionar condições vantajosas em áreas como seguros, combustíveis, higiene, segurança e saúde no trabalho, e, ambiente. A ACAP, por exemplo, presta assessoria informativa e formativa aos Associados, garantindo o acesso destes a um leque alargado de serviços e produtos, destinados a apoiar e a desenvolver a sua atividade empresarial, e, a fomentar a qualidade, a ética e a responsabilidade social na relação entre as empresas e destas com o mercado. EQUIPAMENTOS Outra área em que convém ter aconselhamento é na montagem da oficina, já que necessitará de diversos equipamentos. Para além de terem de ser homologados, a sua disposição no espaço não pode ser casuística, devendo respeitar determinados preceitos, que se prendem tanto com questões de segurança, como de rentabilização da área. A TURBO OFICINA pediu à JF Equipamentos que, a título ilustrativo, fizesse um orçamento do investimento a fazer numa oficina com 200 metros quadrados e direcionada para serviços rápidos. Grosso modo, o valor ronda os 25 mil euros, acrescidos de IVA, para a aquisição de: dois elevadores, um de duas colunas e outro tipo tesoura, um equipamento
Escolher uma firma e um pacto social pré-aprovado
Constituir a sociedade em qualquer posto de atendimento “Empresa na Hora”
Depositar o capital social em qualquer instituição bancária no prazo de 5 dias após a contituição ou proceder à sua entrega nos cofres da sociedade até ao final do primeiro exercício económico
de diagnóstico, um macaco de fossa, uma estação de AC, uma caixa de baterias, um olião, uma bacia de retenção, um sistema de extração de gases, um aspirador de óleo, duas bancas de trabalho e um carro de ferramentas. É óbvio que, de acordo com o tipo de serviços que queira desenvolver e com as ferramentas de que necessitem, este valor pode aumentar consideravelmente. PUBLICIDADE
Designar um Técnico Oficial de Contas ou escolher um da Bolsa de TOC’s disponibilizada, ou ainda, entregar a declaração de início de atividade junto de qualquer Serviço de Finanças, no prazo de 15 dias após a constituição
Aliás, em boa verdade, e conforme refere José Fernando, administrador da JF , “tudo depende da ideia do proprietário e se é, por exemplo, uma oficina de mecânica ou se vai ser completada com pintura e chaparia, mecânica e eletrónica”, elementos que constam do estudo que se fará inicialmente para responder às necessidades dos clientes. Acima de tudo, o responsável aconselha: “Não recorrer, para
LOCALIZAÇÃO Zona residencial – geralmente os espaços são mais limitados, pelo que os negócios tendem a ser de caráter generalista e direcionados para serviços rápidos de mecânica, eletricidade e pneus, de forma a conquistar os residentes da área. Zonas periféricas e industriais – os espaços são maiores, permitindo a existência, por exemplo, de área de exposição e venda de peças. São indicados para serviços especializados, seja de carroçaria, pintura (possibilidade de ter área suficiente para uma estufa) ou mecânica, até porque existe possibilidade de parqueamento dos veículos, uma vez que os serviços são mais morosos.
uma abertura de oficina, a equipamentos usados, pois o fator imagem numa abertura é o fator número um para o sucesso do negócio.” E nega a tendência, “em casa de ferreiro, espeto de pau”: não se esqueça que a manutenção destes equipamentos e ferramentas também é fundamental para assegurar a sua longevidade e evitar ter de aumentar os custos.
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Gestão de resíduos
Uma questão de sustentabilidade Geradora dos resíduos mais diversos, a atividade de manutenção e reparação de automóveis tem de respeitar procedimentos que garantam a saúde pública e o ambiente. Mas, feitas as contas, não é só a sustentabilidade ambiental que está em causa, mas também a sustentabilidade financeira do negócio! TEXTO ANDREIA AMARAL
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e acordo com o Decreto-lei n.º 239/97, de 9 de setembro, qualquer produtor de resíduos é responsável pelo seu encaminhamento. E, no trabalho diário de uma oficina, muitos são os resíduos gerados. Entre eles, destacam-se: óleos e diluentes usados, baterias e pilhas, fluidos de refrigeração mistura de hidrocarbonetos, filtros de óleo e combustível, lamas de pintura e destilação de solventes, sucatas ferrosas e não ferrosas, plásticos, cartão e vidro. Segundo a lei, as oficinas têm, assim, de proceder à gestão de todos estes resíduos, registando a quantidade produzida de acordo com os códigos da Lista Europeia de Resíduos e assinalando o seguimento que lhes é dado: armazenamento, transporte, tratamento, valorização ou eliminação. Em qualquer dos casos, existem critérios rigorosos a cumprir, que visam garantir a saúde pública e a proteção ambiental. A complexidade dos processos levou ao surgimento de empresas especializadas na gestão destes resíduos, que são sempre uma opção para garantir o cumprimento da legislação. Importante mesmo é certificar-se que o encaminhamento correto dos resíduos é efetuado, até porque, se não o fizer, incorre em contraordenações puníveis com coimas, que poderão colocar em causa a sustentabilidade do negócio. Por exemplo: Baterias, acumuladores e pilhas: no âmbito do Decreto-lei n.º 06/2009 de 6 de janeiro, constituem-se como
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infrações o não cumprimento por, parte dos distribuidores, do dever de aceitar a devolução dos respetivos resíduos, sem encargos para os consumidores finais e sem que estes tenham de adquirir novas pilhas ou acumuladores, e, o facto de não dispor de recipientes específicos, e nas condições exigidas, para recolha seletiva deste tipo de resíduos. O não cumprimento da obrigação de acondicionamento dos resíduos nas
AS COIMAS PELO NÃO ENCAMINHAMENTO DE RESÍDUOS QUE RESULTEM DA REPARAÇÃO OU MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS PODEM ATINGIR OS 48 MIL EUROS
condições exigidas é punível com coimas entre os 12500 e os 22500 euros, no caso de pessoas singulares, e entre os 25 mil e os 48 mil euros no caso de pessoas coletivas; Óleos usados: o Decreto-lei n.º 153/2003, de 11 de julho, estabelece que a descarga de óleos usados em qualquer tipo de águas e no solo e a mistura de óleos de diferentes caraterísticas são infrações puníveis com coima. Nesse sentido, institui que a uma inadequada armazenagem ou ao não encaminhamento adequado dos óleos correspondem coimas entre os 250 e os 3740 euros (pessoas singulares) e entre os 500 e os 44800 euros (pessoas coletivas). Pneus: o Decreto-lei n.º 111/2001, de 06 de abril, estabelece coimas de 50 a 3740 euros (pessoas singulares) e de 500 a 44891 euros (pessoas coletivas), sempre que exista uma recusa por parte dos distribuidores em aceitar pneus usados, contra a venda de pneus do mesmo tipo, se o distribuidor cobrar o serviço de receção de pneus ou se não fizer o seu devido encaminhamento para os locais previstos. Peças diversas: com base na legislação relativa aos veículos em fim de vida, nomeadamente nos Decretos-lei n.º 196/2003, de 23 de agosto, e n.º 64/2008, de 8 de abril, o não encaminhamento de resíduos que resultem da reparação ou manutenção de veículos podem ser aplicadas coimas que variam entre os 12500 e os 22500 euros (no caso de pessoas singulares) e entre os 25 mil e os 48 mil euros (para pessoas coletivas).
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OPINIÃO
Gestão empresarial
A chave está em liderar pessoas
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o contrário do que acontece com muitas outras profissões – Direito, Medicina ou Contabilidade – não é preciso um diploma para praticar a
LUÍS MIRA AMARAL PRESIDENTE EXECUTIVO DO BANCO BIC PORTUGUÊS
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NA PRÓXIMA EDIÇÃO Não perca a segunda parte deste especial sobre o negócio. As vantagens e desvantagens de pertencer a uma rede, o que têm as insígnias para oferecer, a importância do marketing e da comunicação na conquista de melhores resultados e a estruturação de um plano de negócios são alguns dos temas que abordaremos.
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gestão. Pode-se pensar que a gestão repousa na economia e na engenharia, mas, no fundo, a gestão incide, sobretudo, sobre as pessoas. Nos dias de hoje, por maiores que sejam os conhecimentos técnicos sobre a engenharia, e tecnologia ou a economia, não se consegue gerir bem se não se conseguir gerir / liderar pessoas. As organizações e as empresas surgem para fazer o trabalho que cada um de nós isoladamente não conseguiria fazer e só foi possível que essas organizações e empresas funcionassem porque a espécie humana tem a capacidade de gerir e organizar. O BOM SENSO É FUNDAMENTAL Os gestores têm um problema de identidade. As pessoas sabem, ou julgam saber, o que faz um engenheiro, um médico, um contabilista ou um informático. Um gestor não terá essa risca fina de trabalho ou de competências, sendo a gestão uma disciplina (ou uma arte) que vai ter que lidar com várias especialidades de informática ao direito, da tecnologia a estrutura dos mercados e ao funcionamento da economia, da psicologia à estatística. Como consequência da globalização da economia e das respetivas considerações geoestratégicas e da crescente importância das pessoas nas organizações, vai-se exigir aos gestores conhecimentos gerais, não só técnicos, mas também nas áreas soft das ciências do comportamento (como a sociologia e a psicologia), em áreas especulativas (como a Filosofia e as Ciências da vida)
e nas áreas de relacionamento externo das organizações (relações públicas e diplomacia económica). O êxito do trabalho de um gestor depende muito do seu próprio comportamento e do comportamento dos outros. O sucesso das organizações depende muito dos comportamentos. O comportamento organizacional tem justamente a ver com o comportamento das pessoas nas organizações. Uma organização é um organismo vivo que necessita adaptar-se e ajustar-se em permanência ao meio exterior. Temos inúmeros casos de empresas, outrora poderosas, que pura e simplesmente desapareceram ou foram compradas por novos “players”. Assim, tal como nos organismos vivos, uma cultura de complacência e falsa segurança é um perigo para o futuro das organizações. Muitas vezes para criarmos o futuro nas organizações, temos que criar ou gerir disrupções no “status quo” existente. Nos dias de hoje, a cultura empresarial e os gestores têm que se preparar para a gestão da mudança, liderando os gestores esse projeto disruptivo. O sucesso espetacular é muitas vezes precedido por uma preparação não espetacular. A execução da estratégia deve ser uma preocupação permanente dos gestores. Para executar a estratégia vamos ter que alinhar a organização com a estratégia. Podemos ter a melhor estratégia do mundo, mas se não conseguirmos alinhar a organização com a estratégia de modo a conseguir executá-la com sucesso, não criamos valor. Para um gestor, uma brilhante estratégia, se não conseguir ser implementada, vale zero!
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Toyota Proace
Todos a bordo! Neste início de ano escolar, a nova Toyota Proace de nove lugares, dotada de um kit especial para o transporte de crianças, é uma boa aliada para o trabalho e para as obrigações familiares. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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transporte dos mais novos é mais um nicho de negócio onde as empresas foram tomando posições, com propostas cada vez mais adaptadas e polivalentes, por forma a satisfazerem as necesidades de trabalho e as obrigações familiares. A Toyota, por exemplo, colocou à disposição dos clientes do furgão Proace um kit específico para habilitar os donos destes veículos ao transporte de crianças. Este kit, cujo preço é de €550, é composto por duas raquetes e respetivos coletes
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refletores para parar o trânsito na altura do desembarque destes pequenos passageiros; uma caixa de primeiros socorros, colocada junto às portas traseiras, em suporte próprio, do lado direito; e um extintor, que ocupa o lado esquerdo do mesmo espaço. Para maior segurança faz ainda parte deste kit um botão, colocado no tablier, do lado esquerdo do volante, que comanda a abertura e trancamento da porta dianteira direita, para que esta não seja aberta por acidente.
ESPAÇO E FÔLEGO O acesso aos bancos dianteiros é mais difícil, mas apenas se forem usados por crianças. Atrás há espaço para seis pessoas em duas filas de bancos, todos com cintos de três pontos, característica de série nesta versão de nove lugares da ProAce. De série é também o pequeno degrau que surge por debaixo do portão lateral, para facilitar a entrada aos mais pequenos, propósito que é cumprido também pela alavanca/pedal que rebate o banco da segunda fila mais próximo da porta.
Apesar dos 5143 mm de comprimento, as três filas de bancos desafogadas retiram algum espaço para bagagem atrás, o que pode limitar a sua utilização, tal como os 535 mm que separam o solo do compartimento de carga. O transporte de objetos mais volumosos e pesados fica assim bastante comprometido. De resto, o posto de condução é amplo e a posição ideal encontra-se com facilidade, fruto das regulações existentes. Quanto ao motor de 2,0 litros e 128 cv que anima esta proposta nipónica ficamos surpreendidos com a facilidade com que move este veículo de mais de cinco metros de comprimento e mais de duas toneladas de peso, capaz de rebocar outro tanto. Mérito, sem dúvida do elevado binário de 320 Nm que se atingem logo às 2000 rpm e que facilitam a tarefa de manobrar este pequeno “autocarro escolar”, que necessita de praticamente 6,3 m de raio para virar. Esta agilidade e facilidade para rolar traduzem-se num apreciável conforto de marcha e consumos justos. Uns sensores de estacionamento seriam bem-vindos, mas não estão disponíveis: apenas temos acesso a retrovisores bipartidos, que são úteis q.b. O mesmo não se pode dizer do retrovisor interior, que em virtude do tamanho dos bancos, não garante visão alguma para trás. SEGURANÇA E NÃO SÓ Ágil no trânsito urbano, quando é necessário, esta Toyota Proace conta com todos os itens de segurança: dos obrigatórios ABS e controlo de estabilidade à distribuição eletrónica da força de travagem e aos airbags para condutor e passageiro (apenas de série na versão de nove lugares). As curvas são realizadas com facilidade, embora tenhamos de ter em atenção o rolamento esperado da carroçaria num veículo com 1449 mm de altura. Além da segurança há lugar ao conforto a bordo desta Proace. O ar condicionado é de série, tal como o fecho central das portas e do portão lateral. O acionamento dos vidros dianteiros (atrás não há) é automático, mas, nesta variante, o do passageiro abre apenas até metade e fecha em três estádios, para que não aconteçam imprevistos, da mesma forma que o piso está coberto por material antiderrapante, o que até pode vir a ser útil nos dias chuvosos que se avizinham. Com preços que se iniciam nos €30 195 (+IVA) a variante de nove lugares da ProAce conta ainda, como qualquer modelo da Toyota, com uma garantia geral de cinco anos ou 160 000 km, sei anos para a garantia anticorrosão e três anos de garantia contra defeitos de pintura. Além disso, todos os condutores da Proace, e os restantes clientes da marca, beneficiam de uma assistência em viagem 24 horas.
2.0 DIESEL 128 CV*
N.D.
6.4 L
*A PARTIR DO TERCEIRO TRIMESTRE
2932 KG PESO BRUTO
168/KM
VOL. CARGA
2075 KG
30 642€
100 KM
(+IVA) PREÇO APROX.
CO2
TARA
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ROLAMENTO PIVOT EM ALUMÍNIO (SUSPENSÃO) HIRSCHVOGEL
COMPONENTES DA GRELHA
DIREÇÃO ASSISTIDA ELETRICAMENTE BROSE CONSOLA INTERIOR TRASEIRA
SELANTES SOB O CAPOT
ISOLAMENTO SONORO
Nota: Se é um fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nestas radiografias, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com
KSPG AUTOMOTIVE
VÁLVULAS EGR DE ALTAS E BAIXAS PRESSÕES
TRELLEBORGVIBRACOUSTIC
MÓDULOS PARA MOLAS PNEUMÁTICAS
REHAU
SUPPLIERBUSINESS
EIXOS LATERAIS DIANTEIROS E TRASEIROS GKN DRIVELINE
SISTEMA DE FECHO SUAVE DAS PORTAS KIEKERT
APOIO LOMBAR DE QUATRO VIAS KONGSBERG
PAVILHÃO DA CONDUTA DO AR
ERINGKLINGER
ROLAMENTOS DA TRANSMISSÃO LUK
SISTEMA DE ESCAPE (DIESEL) EBERSPÄCHER GROUP
DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL PLASTIC OMNIUM
BANCOS JOHNSON CONTROLS
TETO PANORÂMICO WEBASTO
ILUMINAÇÃO INTERIOR GRUPO ANTOLIN
JUNTA DA CABEÇA DO MOTOR
TAKATA
AIRBAG DO CONDUTOR
BADER
ESTOFOS EM PELE
MAHLE
MÓDULO HVAC
NEMAK
CABEÇA DO MOTOR
GESTAMP
REFORÇO DO PILAR B
FAIST CHEMTEC
HENNIGES
INTEVA PRODUCTS
MOLA TENSORA DO PORTÃO DA BAGAGEIRA STABILUS
IAC
ISOLAMENTO DO MOTOR
SRG GLOBAL
PREH
TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA DE 8 VELOCIDADES ZF FRIEDRICHSHAFEN
CONTROLADOR DO SISTEMA DE ENTRETENIMENTO TRASEIRO MARQUARDT
CONTROLADOR TOUCH DO SISTEMA IDRIVE
ROECHLING AUTOMOTIVE
COMANDO ATIVO DA GRELHA (SUPERIOR E INFERIOR)
BMW SÉRIE7 QUEM FAZ O QUÊ
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TRW
PART FINDER GERA 500 CONSULTAS A aplicação “TRW Part Finder”, lançada no passado mês de fevereiro pela TRW Aftermarket na Europa e na Ásia, está a gerar 500 consultas por hora, num total de 90 mil ligações semanais só na Europa. Entretanto e face ao sucesso, a TRW antecipou o lançamento de versões em português e em turco. Disponível para download gratuito em toda a Europa , a partir da App Store (IOS) e da Google Play Store (android), a aplicação permite o acesso móvel ao catálogo da TRW, com pesquisa de peças por veículo e por referência TRW ou original. Comentando os resultados alcançados, o diretor de marketing digital da TRW, Alexander Knorn, frisou que “o mercado de pós-venda global é cada vez mais definido pelas capacidades digitais dos seus operadores” e que esta é uma aposta da empresa: “Isto também faz parte da nossa estratégia digital para 2015 e o sucesso que estamos a alcançar demonstra que estamos a avançar na direção certa, ao oferecermos experiências digitais de vários canais em todo o portefólio de produtos TRW.”
Axalta
Spies Hecker e Standox renovam aprovações OEM
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Grupo BMW renovou a sua aprovação anual para duas marcas do universo Axalta Coating Systems: a Spies Hecker e a Standox. O acordo estabelecido prevê que duas marcas globais de repintura realizem seminários, consultoria especializada e aconselhamento sobre a aplicação, para ajudar as oficinas da rede de serviços do fabricante de automóveis em 41 países espalhados pela Europa, Médio Oriente, África, Europa de Leste e ÁsiaPacífico.
KAVO
SENSOR TPMS Para lidar com o aumento da procura por sensores de pressão dos pneus, fruto da legislação europeia, a Kavo passou a incluir também no seu catálogo um sensor TPMS, que deverá aumentar a segurança, reduzir o consumo e prevenir o desgaste em excesso. A Kavo afirma ainda que, ao escolher este sensor, o cliente garante qualidade OE; precisão, pois este sensor realiza medição direta; conveniência, uma vez que estes sensores estão pré-programados, o que reduz o tempo de instalação; uma gama alargada e uma entrega rápida.
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Segundo a Axalta, a renovação da aprovação teve como base testes exaustivos de desempenho dos sistemas de pintura da Spies Hecker e da Standox. “As nossas tintas passaram este teste com distinção”, afirma Jürgen Knorr, Director, Key Accounts, Refinish Systems da Axalta para a Europa, Médio Oriente e África. “Sentimo-nos muito satisfeitos por dar continuidade a esta parceria de sucesso com a BMW Group. Juntas, a Spies Hecker e a Standox gozam da aprovação das suas tintas de repintura para o BMW Group há mais de 20 anos.”
MERCADO
AGOSTO A CRESCER Em agosto de 2015, as vendas de veículos ligeiros passageiros na UE cresceram 11,2% face ao mês homólogo do ano anterior, refletindo uma contínua recuperação do mercado e prosseguindo a tendência ascendente iniciada há dois anos. Agosto é, tipicamente, um dos meses mais fracos para vendas, tal com fevereiro, no entanto, neste mês o mercado registou um crescimento contínuo em todos os principais mercados, nomeadamente em Espanha (+ 23,3%), Itália (+ 10,6%), França (+ 10,0%), Reino Unido (+ 9,6%) e Alemanha (+ 6,2%), face ao mesmo mês do ano anterior. No conjunto da UE as vendas de veículos ligeiros passageiros ascenderam a 744.799 unidades.
No período de janeiro a agosto de 201,5 as vendas acumuladas de veículos ligeiros de passageiros aumentaram 8,6% face ao período homólogo do ano anterior, superando nove milhões de veículos (9 056 539). Todos os principais mercados registaram um crescimento, contribuindo para o aumento global do mercado da UE durante estes oito meses. Em particular, os países do Sul da Europa estão a registar fortes taxas de crescimento, nomeadamente, Espanha (+22,3%) e Itália (+15,0%), ambos com ganhos percentuais de dois dígitos, seguidos pelo Reino Unido (+6,7%), França (+5,9%) e Alemanha (+ 5,6%).
BRIDGESTONE
PARTICIPA NO PROJETO FAST A Bridgestone foi selecionada pela Volkswagen para colaborar na iniciativa FAST (Future Automotive Supply Tracks). O projeto, lançado em fevereiro de 2015, passa, assim, a integrar 44 parceiros, reunidos com o objetivo de potenciar a aplicação de inovações tecnológicas nos automóveis das marcas que integram o Grupo VW. O convite endereçado à Bridgestone surge na sequência do prémio que o Grupo VW lhe atribuiu, no passado mês de julho, como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido enquanto fornecedor e pela sua capacidade de inovação. Comentando a nomeação, Franco Annunziato, Presidente e CEO da Bridgestone Europe, afirmou: “A Bridgestone criou uma nova estrutura global que possibilita a nossa capacidade de inovar e de potenciar desenvolvimentos no mercado de forma mais rápida. Estamos imensamente satisfeitos por termos sido escolha do Grupo VW aquando da criação da iniciativa FAST e estamos certos de que iremos trabalhar em conjunto para proporcionar soluções eficazes para os veículos no futuro.”
OSRAM
FARÓIS DE NEVOEIRO COLORIDOS A Osram expandiu a sua linha de faróis de nevoeiro LED, LEDriving, com uma gama colorida. A LEDriving FOG PL tem disponíveis cinco cores diferentes, todas produzindo uma luz branca com 6000 kelvin, e pode substituir qualquer unidade de farol de nevoeiro redonda com um diâmetro de 90 mm, permitindo assim aos condutores fazerem o upgrade dos seus faróis de nevoeiro. Para os modelos Volkswagen, Nissan, Infiniti e Toyota existem elementos adicionais para acomodar toda a gama de faróis de nevoeiro; estes faróis são ainda compatíveis com modelos híbridos e com sistema start/ stop.
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Federal-Mogul
GLASSDRIVE
APRESENTA WIZZIQ
Aposta tecnológica na PAYEN
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Federal-Mogul Motorparts anunciou o lançamento de novas tecnologias de vedação de juntas de alto desempenho – Coriuseal e Coriusim – integradas na marca PAYEN, que melhoram o desempenho e são ecológicas. A Coriuseal apresenta um elastómero de alto desempenho que melhora a resistência à abrasão e à temperatura, proporcionando uma solução de vedação superior e aumentando a durabilidade e a produtividade da vedação. A Coriuseal melhora a proteção da junta contra mudanças térmicas entre a cabeça e o bloco do motor através do seu revestimento de PoliTetraFluoroEtileno (PTFE, Teflon).
O revestimento de PTFE também melhora as propriedades antiatrito da Coriuseal, ajudando a reduzir o desgaste da junta e criando um produto mais duradouro e fiável. Dispõe ainda de um revestimento superficial suave na junta que evita a saída de gases pelos orifícios para o sistema de arrefecimento. Já a nova tecnologia Coriusim da PAYEN ajuda a minimizar a distorção do orifício para reduzir o consumo de óleo e otimizar o desempenho do segmento de pistão. A sua especificação de design, que não inclui quaisquer solventes orgânicos, coloca a Coriusim como substituta da tecnologia Astadur para peças OE/OES.
A Glassdrive acaba de introduzir no mercado o novo conceito de reparação de vidro automóvel, WIZZIQ, que combina uma resina de reparação inovadora com uma revolucionária lâmpada LED-UV. A nova resina de reparação WIZZIQ é isenta de ácidos, pode ser utilizada em qualquer tipo de dano (estrela, olho de boi, combinação, fissura, etc.) e numa ampla gama de temperaturas de trabalho. A sua fluidez permite uma injeção rápida e completa, enquanto uma elevada resistência ao atrito e um nível de dilatação considerável permitem que o vidro recupere a sua resistência original No que se refere à lâmpada LED-UV, o seu desenvolvimento deriva da aplicação das tecnologias LED mais recentes, permitindo uma polimerização profunda no interior do vidro, contribuindo assim para a excelência do resultado final da reparação. Para além disso, a polimerização completa da resina é conseguida em apenas 90 segundos.
Tenneco
Filtro de partículas para gasolina
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Tenneco está a desenvolver uma nova tecnologia de filtro de partículas para motores movidos a gasolina, que prevê apresentar antes do regulamento de emissões EURO 6C, previsto para 2017. Estes filtros, com chancela Walker, são desenhados para motores a gasolina de injeção direta (GDI), que ajudam a melhorar a economia de combustível e, portanto, a reduzir as emissões de CO2. No entanto, eles podem ter emissões de partículas mais elevadas devido a tempos e misturas de ar/combustível dentro dos cilindros distintos em comparação com motores tradicionais de injeção. Os filtros de partículas gasolina controlam efetivamente as emissões de partículas em todas as condições operacionais. “Na Tenneco dominamos os requisitos funcionais para filtros de partículas de gasolina com base em nossa experiência
HERTH+BUSS
NOVA LUZ LED PARA OFICINA como um dos primeiros fornecedores globais a oferecer tecnologias de filtro de partículas diesel para produção em série”, disse Josep Fornos, Vice-Presidente Executivo, Ar Limpo, Tenneco. “Com o nosso design, engenharia, integração de sistemas e capacidades avançadas de produção, podemos oferecer aos clientes soluções flexíveis para qualquer propulsão e para atender às normas de emissões futuras sem comprometer o desempenho do veículo ou a durabilidade.”
AUTOMECHANIKA
EM BIRMINGHAM EM 2016 A Messe Frankfurt, organizadora das feiras da marca Automechanika, anunciou a realização da Automechanika Birmingham, de 7 a 9 de Junho de 2016, no NEC – Centro Nacional de Exposições em Birmingham. Detlef Braun, administrador da Messe Frankfurt, disse que “durante a Feira Automechanika, percebemos que existe forte potencial para um evento dedicado ao setor automóvel no Reino Unido. Com a SMMT – Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de
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Veículos, vamos oferecer um evento excecional.” Este evento regional é dedicado a fornecedores da indústria automóvel, dirigindo-se também ao mercado da reparação, e tem a participação de expositores dos mesmos grupos de produto da Automechanika, nomeadamente Peças & Componentes, Eletrónica & Sistemas, Acessórios e Tuning, Reparação & Manutenção, Gestão & Soluções Digitais e Lavagem Automática & Estações de Serviço.
Depois da primeira versão, de 10 W, a Herth+Buss tem agora ao dispor dos seus clientes uma nova versão da LED Bright Stand Pro, com o dobro da potência e com um ângulo de iluminação de 130º. Esta nova luz para oficina apresenta uma pega ergonómica e uma base amovível para melhor se ajustar ao local de trabalho. Ao mesmo tempo, esta nova lâmpada oferece uma vasta gama de acessórios, como um carregador de tomada e um para o isqueiro do carro. A bateria de iões de lítio oferece energia até quatro horas, demorando depois cerca de três horas e meia a recarregar. Existe ainda um mostrador de carga e a classificação IP 54 no que respeita a proteção garante que esta lâmpada estará protegida de poeiras e água, permitindo a sua utilização em condições mais duras.
TomTom/Frogne
Novo taxímetro fiscal SALERI
NOVO CATÁLOGO E WEBSITE A Saleri, empresa italiana especialista em bombas de água, anunciou a criação de um novo website e de um novo catálogo online. O site aloja-se em www.saleri.com e foi criado para garantir compatibilidade com os browsers de Internet mais comuns, bem como para os mais mediáticos sistemas operativos de dispositivos móveis. A navegação foi facilitada e todas as novidades sobre os sistemas de arrefecimento e bombas de água elétricas passam a estar disponíveis em quatro línguas: Italiano, Inglês, Alemão e Francês. Com um portefólio que cobra mais de 98% do parque automóvel europeu, o novo catálogo eletrónico da está em constante atualização e permite o acesso à informação técnica e a imagens dos produtos. Existe ainda uma secção especial dedicada às instruções de montagem, bem como ao uso correto de vedantes e líquidos na troca de bombas de água. PUBLICIDADE
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TomTom e a dinamarquesa Finn Frogne A/S, maior fabricante escandinava de taxímetros e sistemas de frota, anunciou uma parceria que visa oferecer à indústria de táxis um taxímetro fiscal e uma unidade móvel de expedição, baseada na solução TomTom Bridge, uma plataforma de hardware que une aplicações de negócio com a tecnologia da TomTom. Kaare Frogne, CEO da Frogne, afirma: “Uma vez que a indústria de táxis enfrenta um aumento de digitalização, é expetável que se ofereçam soluções móveis que vão ao encontro das necessidades dos condutores. Entre essas necessidades está o aumento da mobilidade, a utilização do telemóvel por parte dos passageiros, a preocupação dos taxistas num momento em que o investimento é cada vez menor na área. Mas talvez o mais
importante seja o facto de os taxistas serem obrigados ao cumprimento fiscal completo em vários países europeus. TomTom Bridge fornece uma solução inovadora, fiável e robusta para estas questões.”
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Um passo fundamental
Nova lei de resolução de litígios O setor automóvel passa a estar abrangido pela nova legislação da União Europeia que estabelece mecanismos de resolução extrajudicial de litígios, de forma a proteger a relação entre fornecedores, como as oficinas e os seus clientes. Para o efeito, é determinante o papel do CASA e a convergência das várias entidades do setor.
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nova Lei nº 144/2015, de 8 Setembro, sobre resolução extrajudicial de conflitos de consumo, diz respeito toda a atividade económica na União Europeia, setor automóvel incluído, prevendo um período de adaptação de seis meses para todos os agentes. É objetivo da nova legislação contribuir para um nível acrescido de transparência e informação e para uma maior pacificação das relações entre os comerciantes e os consumidores. Um dos aspetos mais relevantes da nova legislação tem a ver com a sistematização dos princípios, regras de criação e manutenção em funcionamento das entidades de Resolução Alternativa de Litígios (RAL), os mecanismos disponibilizados por essas entidades, como a mediação, a conciliação e arbitragem, e das
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pessoas que, ao serviço dessas entidades, são responsáveis pelos ditos procedimentos. Estabelece, ainda, quem são as entidades fiscalizadoras do cumprimento destas normas e cria sanções para o seu não cumprimento. Em alguns aspetos, a Lei nº 144/2015, de 8 Setembro, reafirma princípios e regras que já estavam em vigor, mas inova em questões relacionadas com o funcionamento da rede de mecanismos de RAL e, sobretudo, no estabelecimento de deveres de informação para os agentes económicos relativamente aos meios de resolução de conflitos. É, assim, transposta para a lei portuguesa a Diretiva Europeia (2013/11/UE) relativa à resolução alternativa de litígios, sejam de âmbito nacional ou transfronteiriço, apresentados pelos consumidores contra
fornecedores de bens ou prestadores de serviços. O novo enquadramento legal cria, também, Rede de Arbitragem de Consumo, dando maior ênfase aos princípios de independência e imparcialidade que estes mecanismos têm de respeitar, harmonizando o seu funcionamento. Além disso, reforça os poderes da Direção-Geral do Consumidor (Ministério da Economia), a quem atribui
Sara Mendes
o papel de autoridade competente para acompanhar o funcionamento das entidades de resolução extrajudicial de litígios estabelecidas em Portugal, cabendo-lhe, entre outros aspetos, autorizar a sua inscrição na lista de entidades habilitadas para efetuar a resolução extrajudicial de litígios de consumo e disponibilizar informação regular sobre o seu funcionamento. São, igualmente, reforçados os poderes da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), incumbida da fiscalização do cumprimento do dever de informação que cabe aos fornecedores de bens e prestadores de serviços, podendo apresentar contraordenações em caso de incumprimento. CONVERGÊNCIA DO CASA O recurso ao Centro de Arbitragem do Setor Automóvel (CASA) é obrigatório para as empresas aderentes, ou para as situações em que o agente económico e o consumidor estabeleceram, através de contrato, que o CASA é a entidade competente para a resolução do conflito. Em resultado da nova lei, os fornecedores de bens ou prestadores de serviços estabelecidos em Portugal passam a ter novas obrigações: informar os consumidores sobre as entidades de resolução alternativa de conflitos disponíveis ou sobre aquelas a que já se encontram vinculados por adesão ou por imposição legal decorrente de arbitragem necessária; informar os consumidores sobre o sítio eletrónico dessas entidades; assegurar que as informações sobre as entidades são prestadas de forma clara e compreensível nos respetivos sítios eletrónicos, e formular este esclarecimento nos contratos escritos ou em outro tipo suporte duradouro. Neste âmbito, a informação veiculada deve constar obrigatoriamente no site da empresa e num meio duradouro – que pode ser um contrato de compra e venda ou de prestação de serviços ou uma prova de venda a dinheiro, como uma fatura. Segundo Sara Mendes, Diretora do CASA, “a lei não identifica o tipo de meio duradouro a utilizar, impondo somente que seja prestada informação de forma clara e compreensível sobre a existência do mecanismo RAL competente, o site da empresa e se a mesma é aderente de
algum centro de resolução de conflitos de consumo”. No entanto, o CASA disponibiliza às empresas aderentes certificados de adesão e autocolantes, que informam que a empresa é aderente. Ao abrigo da nova lei, e em termos de informação aos seus clientes, as empresas poderão optar por divulgar uma frase como: “Para a resolução de litígios decorrentes do presente contrato, é competente o Centro de Arbitragem do Setor Automóvel, ao qual esta empresa é aderente, com sítio eletrónico em www.centroarbitragemsectorauto.pt”. Por outro lado, as empresas não-aderentes deverão, igualmente, informar da existência do CASA e que o mesmo dispõe de um site online, assim como da eventual existência de outra entidade RAL (Resolução Alternativa de Litígios) com competência para resolver um determinado litígio de consumo. Assim, poderão optar por divulgar uma frase do tipo: “Para a resolução de litígios decorrentes do presente contrato, as partes podem recorrer ao Centro de Arbitragem do Setor Automóvel, com sítio eletrónico em www. centroarbitragemsectorauto.pt”. Como benefícios da lei agora em vigor, a resolução alternativa de litígios de consumo, ao permitir uma solução extrajudicial entre consumidores e as empresas prestadoras de serviços no setor automóvel, como as oficinas, imprime uma maior celeridade na resolução de conflitos, os custos são mais reduzidos e, sendo a adesão voluntária, verifica-se uma maior aproximação das partes interessadas na procura da solução. Ao abranger o setor automóvel, a nova legislação procura que os consumidores estejam melhor informados sobre os mecanismos extrajudiciais de resolução de conflitos existentes, de forma a obterem uma informação ou resolverem um conflito com uma determinada empresa. Neste contexto, os procedimentos de resolução alternativa de litígios de consumo devem ser decididos no prazo máximo de 90 dias, prorrogável nos casos de maior complexidade. Quem não cumprir a lei pode ser objeto de um processo de contraordenação instruído pela ASAE e as coimas situam-se, para as pessoas singulares, entre € 500 e € 5.000 e, para as pessoas colectivas, entre € 5.000 e € 25.000.
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CONTACTOS CASA DIRETORA SARA MENDES TELEFONE 21 795 16 96 E.MAIL info@centroarbitragemsectorauto.pt INTERNET www.centroarbitragemsectorauto.pt
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Todos de acordo
Nova Lei é contributo para o negócio As quatro associações envolvidas com o setor automóvel estão de acordo quanto aos méritos da nova legislação e quanto ao contributo determinante para o reforço do clima de confiança entre consumidores e prestadores de serviços, base essencial para os negócios.
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élder Pedro, Secretário-Geral da ACAP, sublinha a maior celeridade e a redução de custos na resolução de eventuais conflitos e destaca o papel do Centro de Arbitragem do Setor Automóvel (CASA) de que a ACAP é um dos sócios-fundadores, “pois o princípio que lhe está subjacente é o da resolução voluntária de litígios, atuando de forma simplificada, célere, isenta e eficaz, ao mesmo tempo que utiliza mecanismos extrajudiciais, como a mediação, conciliação e arbitragem, prestando os seus serviços a consumidores, particulares, empresas e profissionais do setor. Na existência de conflitos de consumo no setor automóvel, os associados da ACAP têm habitualmente o CASA como referência de recurso extrajudicial”. Segundo Hélder Pedro,
“existem reuniões regulares com o CASA para se aferir do grau de adesão das empresas e dos clientes do setor automóvel”. CELERIDADE E TRANSPARÊNCIA Por parte da ANECRA, Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel é destacada a importância do reforço da via extrajudicial para resolução de eventuais conflitos, “o que se traduz em menos custos e maior celeridade para as partes envolvidas, além de contribuir para o descongestionamento dos tribunais comuns”. Segundo esta associação. A nova lei tem, igualmente, o mérito de definir os requisitos a que têm de obedecer qualquer entidade de RAL (Resolução Alternativa de Litígios) para que possa ser reconhecida como tal, reforçando
EFEITOS NA PRÁTICA Sobre a nova lei, a Rino – Rede de Oficinas Independentes, destaca a importância de um tribunal arbitral como o Centro de Arbitragem para o Setor Automóvel (CASA), que ajude na resolução de um eventual litígio entre a oficina e o consumidor, transmitindo uma
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maior transparência à relação comercial. Para Alexandre Barbosa, General Manager, o facto de existirem novos princípios e regras a que deve obedecer o funcionamento de entidades de resolução alternativa de litígios de consumo, vai trazer confiança
ao consumidor, neste caso aos clientes da nossa rede”. Em caso de eventual litígio com os seus clientes na área da reparação, a oficina informa-os, na respetiva ordem de reparação, que todas as questões emergentes da reparação serão resolvidas pelo CASA.
A NOVA LEGISLAÇÃO TRADUZ-SE EM BENEFÍCIOS IMPORTANTES PARA OS AGENTES ECONÓMICOS E TAMBÉM PARA OS CONSUMIDORES ISABEL FIGUEIRA, ANECRA
critérios de independência, imprescindíveis para a confiança no recurso às vias alternativas de resolução de conflitos de consumo. Para a ANECRA, “o acesso à rede RAL, promovido pelo Centro Europeu do Consumidor, contribuirá também, para uma maior divulgação das entidades aderentes, como é o caso do CASA, enquanto meio alternativo de resolução de litígios”. Neste sentido, Isabel Figueira, jurista, considera que “a participação em redes de entidades RAL facilita a resolução de litígios transfronteiriços, confere uma maior celeridade nos procedimentos inerentes às diversas fases processuais (mediação, conciliação e arbitragem) e permite a elaboração de recomendações sobre a forma de evitar problemas ou resolvê-los no futuro”. Ainda segundo a responsável, “consideramos que a harmonização comunitária subjacente ao novo diploma, também merece importância e a coordenação de sistemas comuns e procedimentos relativos à mediação, conciliação e arbitragem, por parte dos diversos centros de arbitragem de conflitos de consumo, confere igualmente vantagem aos agentes económicos e ao consumidor final”. ESPERAR PARA VER Também a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) considera positiva
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CONTACTOS ACAP SECRETÁRIO-GERAL HÉLDER PEDRO TELEFONE 213 035 300 E.MAIL mail@acap.pt INTERNET www.acap.pt
AO RECORRER À VIA EXTRAJUDICIAL, PRIVILEGIANDO A CONCILIAÇÃO, ASSEGURA-SE UMA MAIOR CELERIDADE NA RESOLUÇÃO DO CONFLITO
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PODEM TER DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES IMPOSTAS PELA NOVA LEI
HELDER PEDRO, ACAP
ANTÓNIO LOPES, ARAN
o reforço da possibilidade de resolução extrajudicial de conflitos de consumo mas António Lopes, presidente desta associação, diz que “ainda é cedo para fazermos uma avaliação da nova lei. No abstrato, penso, que permitirá uma melhoria na relação entre fornecedores de bens e prestadores de serviços, na medida em que trará maior transparência ao momento da negociação”. No entanto, chama a atenção para, “a maior dificuldade que as micro e pequenas empresas sentirão na adaptação às obrigações que o diploma lhes impõe, particularmente, o cumprimento do dever de informação” que António Lopes considera como “o aspeto mais relevante da nova legislação”.
A ARAN recorda que sempre que existe um conflito entre a empresa e o seu cliente instala-se a desconfiança, com consequências negativas para os dois lados. “O tempo dirá se os efeitos deste dever de informação dos fornecedores de bens e prestadores de serviços terá o efeito pretendido de melhorar as relações entre as partes acautelando todos os interesses” – conclui António Lopes.
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DISSUADIR GENTE SEM ESCRUPULOS Quanto à Associação Nacional de Profissionais e Empresas do Ramo Automóvel (ANPERE) é uma organização muito recente que não se encontra ainda vinculada ao Centro de
ARAN PRESIDENTE ANTÓNIO LOPES TELEFONE 225091053 E.MAIL geral@aran.pt INTERNET www.aran.pt ANPERE DIRETOR-GERAL ÁLVARO OLIVERA TELEFONE 213 035 300 E.MAIL mail@acap.pt INTERNET http://www.acap.pt RINO GENERAL MANAGER ALEXANDRE BARBOSA TELEFONE 229 772 049 E.MAIL info@centroarbitragemsectorauto.pt INTERNET www.rino.pt
Arbitragem do Setor Automóvel (CASA), entidade cujos méritos são destacados por Álvaro Oliveira, Diretor-Geral desta associação. Sobre a nova lei, Álvaro Oliveira diz que ela contribui para dissuadir “comerciantes com menos escrúpulos, que terão maior dificuldade em iludir os consumidores”. Sobre o apoio aos seus associados, a ANPERE tem em fase de instalação o seu próprio gabinete jurídico. Entretanto, presta aconselhamento especializado aos seus associados, que pode incluir auditorias e, caso se revele necessário, recorre ao Centro de Informação de Mediação e Arbitragem de Consumo do distrito do associado.
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raio x
Renault
Nova estratégia para os Comerciais Ligeiros A Renault quer posicionar-se na liderança dos veículos comerciais ligeiros e, nesse sentido, delineou uma estratégia que contempla novos produtos, serviços e parcerias. TEXTO MIGUEL GOMES
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íder desde 2008 no mercado europeu de comerciais ligeiros, e com uma forte presença nos mercados da América do Sul e de África, a Renault ambiciona tornar-se líder a nível Global deste segmento. Afinal, não nos podemos esquecer que, em 2014, o mercado representava algo como 14 milhões de veículos, o que o torna bastante importante e apetecível para uma marca. Para tornar isso possível, a Renault está a investir em várias frentes, com novos produtos, reforço de parcerias e relançando também o conceito Renault Pro+. Até agora, a rede Renault Pro+ oferecia um serviço especializado de apoio aos seus clientes de veículos comerciais ligeiros (VCL), e era apenas isso: funcionava apenas nos pontos de venda, com uma carteira de clientes muito grande, assim como mediante uma rotatividade de veículos comerciais ligeiros deveras intensa. A partir de agora, o programa Renault Pro+ vai acompanhar muito mais de perto os seus clientes de VCL
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e ao longo de todo o percurso de aquisição. O acompanhamento é iniciado no momento em que o cliente começa a procurar a sua nova viatura, continua durante todo o processo de configuração e termina com a proposta e respetiva venda da viatura. NOVAS CONQUISTAS No âmbito do seu novo posicionamento, a Renault vai entrar num novo mercado que até agora tinha ficado um pouco esquecido pela marca, mas que, em 2014, representou cerca de cinco milhões de veículos vendidos: as pick-up. Segundo a Global Insight, o crescimento do mercado mundial nesta área assenta sobretudo no seu dinamismo, sendo que nas pick-up de ½ tonelada (neste momento 3% do mercado mundial) prevê-se um crescimento de cerca de 35% entre 2014 e 2019. No caso das pick-up de 1 tonelada (que hoje vale cerca de 17% do mercado), prevê-se que cresça cerca de 19%, o que é significativo para uma marca como a Renault, daí a sua forte aposta neste mercado.
No primeiro semestre de 2015, a Renault apresentou na sua marca Dácia a pick-up Oroch, com venda exclusiva no mercado sul-americano. No primeiro semestre de 2016 a Renault irá mostrar a sua nova pick-up ALASKAN e prevê o início da comercialização no final de 2016 início de 2017. Esta pick-up irá partilhar também algumas tecnologias para além de outros elementos da Nissan NP300, aliás o que já não é novidade. Para além da Nissan, a Renault também já partilha com a Daimler e a Gneral Motors alguns produtos no universo dos Veículos Comerciais Ligeiros. A última parceria foi estabelecida com a Fiat, desta feita será com a nova plataforma do Trafic, que irá dar origem ao novo comercial ligeiro da Fiat que aparecerá em meados de 2016. PICK-UP A CAMINHO Numa antecipação do que poderá ser o futuro, a marca apresentou a ALASKAN, pick-up de uma tonelada de carga que a Renault quer
usar para iniciar uma nova etapa no mercado mundial. Inspirada no novo conceito de carros adaptados a trabalho e a lazer, adequa-se a uma utilização no dia a dia. Devido às suas dimensões, a sensação é de que estamos perante veículo robusto, que alia estilo e potência. As grandes cavas de rodas são o exemplo disso, são dimensionadas de forma a caber na perfeição as enormes jantes de 21” com os pneus altos de piso misto. A assinatura de modernidade é feita através de grupos óticos Full LED, aliada às baixas emissões de CO2 do potente motor TwinTurbo de 190cv dCi da Renault, já utilizado na Master. Como foi referido, esta pick-up está perfeitamente adaptada ao mercado profissional, prova disso é a excelente plataforma de alta resistência, que confere uma estabilidade perfeita para a sua elevada altura ao solo, o que proporciona uma capacidade de carga útil superior a uma tonelada, com cinco passageiros a bordo e ficando ainda com um espaço de carga ainda muito generoso quer em comprimento quer em profundidade. A caixa de carga, para além de ter barras de fixação posicionadas
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longitudinalmente, está ainda equipada com caixas para arrumação de ambos os lados. Uma das qualidades para ser um bom veículo de trabalho prende-se com os consumos e, aí, a ALASKAN tem previsto um consumo muito baixo sem que essa qualidade seja um problema em termos de potência e aceleração. A Renault teve um cuidado especial com a sua nova ALASKAN para que se adeque às atividades de lazer, criando um espaço de carga preparado para aventuras e desporto,
podendo transportar sem qualquer problema uma ou mais BTT, pranchas de Surf ou mesmo material de campismo. Para além de proporcionar um ótimo conforto a bordo, prevê-se que esteja equipada com um elevado nível de conetividade. Uma grande inovação é a possibilidade de utilizar as câmaras integradas nos espalhos retrovisores para filmar a paisagem exterior de forma a poder-se reviver as aventuras. Mas não é só em modo de aventura e de trabalho que se utiliza este tipo de viaturas. Existem muitos proprietários que utilizam estes carros no seu dia a dia, no trânsito das cidades e nas grandes deslocações em autoestradas. Para essa franja de utilizadores, a Renault ALASKAN destaca-se do mundo das Pick-up, oferecendo uma excelente habitabilidade e uma linha desportiva com grandes conjuntos óticos traseiros em “LED PURE VISION, com uma mistura de alumínio escovado e polido. Mas tudo isto é apenas uma proposta da Renault, já que a versão final do ALASKAN, “ainda sem o preço estimado”, será apresentada ao público durante o primeiro semestre de 2016.
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NOVATRONICA
Localização em tempo real Especialista no fabrico de localizadores por sinal GPS, a Novatronica apresentou o NV AUTO. Testámos o sistema e ficámos surpreendidos com a sua complexidade e potencial. TEXTO MIGUEL GOMES
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Novatronica é uma empresa portuguesa sediada na Póvoa de Varzim, que nasceu direcionada para o desenvolvimento de equipamentos, tanto para a área da segurança, como para a gestão eletrónica. Fundada em 1998, a empresa está difundida em 11 países e conta com cerca de quatro mil clientes. Há 12 anos, apostou na especialização em localizadores por sinal GPS. Todos os produtos da Novatronica são totalmente desenvolvidos pelo seu gabinete de engenheira, assim como fabricados na sua própria linha de produção. Certificada de acordo com a norma ISO 9001:2000, a empresa realiza testes aos produtos em cada etapa do processo de fabrico. Por isso, nada é produzido fora de portas, uma vez que só assim
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a Novatronica consegue garantir o elevado padrão de qualidade dos seus produtos. Da panóplia de soluções propostas pela Novatronica, destacam-se os localizadores de viaturas, desenvolvidos para dar resposta a vários tipos de necessidades. É nesta oferta que se insere o NV AUTO que testámos numa viatura. O resultado foi surpreendente! Para perceber as várias funcionalidades do sistema, acompanhámos toda a instalação. A caixa vem com tudo o que é necessário para a montagem: para além do módulo principal, traz toda a cabelagem, um relé, uma antena de GPS e uma antena GSM. A montagem é relativamente simples, mas nos carros com sistema CAN BUS pode tornar-se uma dor de cabeça se quisermos ativar todas funcionalidades.
Para termos uma ideia, o NV AUTO tem várias ligações para serem efetuadas, o positivo e o negativo direto da bateria e o positivo com corrente de chave, como é normal em qualquer sistema. Possui uma entrada de corrente para se ligar o alarme do carro, e assim identificar que o carro entrou em alarme, e uma entrada para se ligar o botão de pânico, função muito útil em caso de “car jacking”, já que, para além de enviar uma mensagem para um ou mais números pré-definidos, pode ativar a função de imobilização da viatura. A função de imobilização também pode ser ativada através de um comando próprio enviado por SMS ou via internet. Fazer esta ligação consiste em intercalar um relé na instalação elétrica, de forma a desligar a bomba de combustível e, assim, realizar a imobilização da viatura. MULTIPLICIDADE DE FUNÇÕES Após a instalação passa-se à configuração do sistema. Aqui começa a verdadeira complexidade, não por o sistema não ser intuitivo, mas porque as funções são imensas. Tudo é programado via SMS através de códigos, ou através de uma aplicação gratuita que está disponível para os dois sistemas operativos dos smartphones mais comuns, IOS e Android. A cada pedido efetuado via SMS, recebe-se uma confirmação também via SMS. E o que podemos programar? Bom, tudo foi pensado… A localização - para saber o posicionamento correto da viatura envia-se um SMS e o equipamento responde com a localização da viatura. O SMS que recebemos tem as coordenadas GPS, o nome da rua, a velocidade em tempo real e a hora local. Juntamente envia também um link que abre o Google Maps com a posição marcada através de um ponto. Alerta de Alarme - quando o alarme da viatura é acionado, o sistema envia também um SMS ou uma chamada de voz. Esta funcionalidade é compatível com quase a totalidade dos sistemas de alarme existentes no mercado. Imobilização - para ativar esta função terá de ser efetuada uma chamada de voz ou enviado um SMS. A imobilização é efetuada, por questões de segurança, assim que a viatura estiver a uma velocidade inferior a 10 km/h. Controlo de Velocidade - pode-se configurar um limite máximo de velocidade, que, sendo ultrapassado, leva ao envio de um alerta através de SMS para o telemóvel. Reboque da viatura - nesta função pode-se configurar uma zona de conforto que, se for ultrapassada, gera também um alerta através de SMS. Com essa indicação conseguimos perceber se a viatura está a sair do seu perímetro de segurança. Com diferentes funcionalidades e grande potencial, o sistema é vendido através de uma rede de instaladores definida pela Novatronica e tem um PVP próximo dos 330€.
Barómetro
Dinâmica das empresas do setor
Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO AGOSTO 2015 HOMÓLOGA AGOSTO 2015 HOMÓLOGA AGOSTO 2015 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 362 26,1% CENTRO 183 18,1% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 211 17,2% ALENTEJO 44 25,7% ALGARVE 23 -11,5% R. A. AÇORES 16 60,0% R. A. MADEIRA 19 46,2%
97 4,3% 63 6,8%
46 24,3% 23 9,5%
66 16 4 2 9
26 5 1 1 5
TOTAL 858 21,5%
257 7,1%
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) AGO. 2015
ACUMULADO AGO. 2014 AGOSTO 2015
ACUMULADO SETOR AGOSTO 2014
TECIDO EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
76
858
53
706
21,5%
9,0%
33
257
18
240
7,1%
4,8%
107
5
107
0,0% -6,0%
(CONSTITUIÇÕES)
ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)
INSOLVÊNCIAS 7
Tecido empresarial do setor AGOSTO 2015 EM NÚMERO
R.A. AÇORES 206 NORTE 5007
R.A. MADEIRA 289 CENTRO 3386 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3311
EM PERCENTAGEM
36,9 25,0 24,4 ALENTEJO 878
ALGARVE 478
6,5 3,5 1,5 2,1
8,2% 166,7% -42,9% -60,0% 0,0%
-27,8% 0,0% -80,0% 0,0% 150,0%
107 0,0%
FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.
FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça
(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt
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Potenciar o negócio
Receita da competitividade na oficina PARCERIA
Competitividade, esse conceito intangível cujos limites não são fáceis de precisar... Existem diferentes definições e indicadores para a medir, relacionando-a com outros conceitos em função da referência para a sua análise. Geralmente, costuma ser associada a um enquadramento macro, como a competitividade de um país ou de um tecido produtivo –por exemplo, a indústria automóvel– mas também é um aspeto que deve ser considerado por qualquer empresa, por mais pequena que seja TEXTO FRANCISCO J. ALFONSO PEÑA
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COMPETITIVIDADE LADO A LADO COM PRODUTIVIDADE Na gestão de uma oficina de carroçaria e pintura, um dos rácios operacionais básicos é a produtividade. Ainda assim, o nosso objetivo é ter os custos mais baixos? Ser quem mais reparações realiza? Quem mais horas trabalha? A superioridade em termos de produtividade é uma coisa, e a superioridade no que respeita à competitividade é outra muito diferente. A produtividade tem em conta o custo para produzir um determinado bem; a competitividade estuda o lucro ou a capacidade de estabelecer preços proporcionando um maior proveito para o cliente. É interessante estudar a nossa empresa do ponto de vista do lucro; saber que capacidade tem de conseguir maior rentabilidade que a respetiva concorrência. Os nossos rendimentos dependem daquilo que vendemos e a que preços; mas o que interessa não é estabelecer os preços somando uma determinada margem ao custo. Se fosse assim, a produtividade seria fundamental. Temos de estabelecer os preços segundo o proveito que o nosso serviço proporciona ao cliente, dado que dele depende a perceção do cliente e disso, a competitividade. A nossa empresa pode ser mais competitiva porque é mais produtiva, mas se essa vantagem é consequência de pagamentos mais reduzidos, não será duradoura. Uma competitividade estrutural tem de ser sustentada na produtividade, na eficiência, nos produtos diferenciados, na integração de inovações tecnológicas, na organização adequada do processo produtivo e na gestão. Dar mais pelo mesmo, em vez de tentar dar o mesmo por menos. A produtividade é necessária para se ser competitivo, mas não suficiente; é a visão interna da empresa, mas o fundamental será a visão externa, ou seja, quando o mercado nos compara com os nossos concorrentes.
MAGNITUDE DA VANTAGEM COMPETITIVA
C
ompetitividade é “a capacidade de lutar nos mercados por bens ou serviços”. É, portanto, um conceito relativo; trata-se de ser mais competitivo que alguém. Colocando o enfoque na empresa, neste caso a oficina de carroçaria e pintura, a competitividade provém das vantagens que a nossa oficina tem na sua produção e organização (refletidas no preço e qualidade do serviço final) em relação a outras oficinas rivais. Consiste em vender um serviço de reparação cujos atributos consigam fazer parte de um pacote mais atrativo que o de produtos similares oferecidos pela concorrência. O juiz é o mercado.
PERÍODO DE CRIAÇÃO
AS AÇÕES ESTRATÉGICAS PRODUZEM UMA VANTAGEM COMPETITIVA
PERÍODO DE BENEFÍCIO
PERÍODO DE EROSÃO
MAGNITUDE DA VANTAGEM COMPETITIVA
A IMITAÇÃO, DUPLICAÇÃO E ATAQUE DOS RIVAIS REDUZEM A VANTAGEM
TEMPO
RECEITA DA COMPETITIVIDADE Vários ingredientes intervêm a na competitividade. É forçoso poderar a importância de cada um. Produtividade. Quanto maior for a produtividade da nossa empresa maior será a competitividade. É um ingrediente necessário, mas não suficiente. Preço. Competir no preço apenas se pode fazer com os custos mais baixos. Subidas de preço acima do mercado reduzem a competitividade… O fator a gerir é o custo, não tanto o preço. Pessoas. O talento da nossa organização é sustentado pelos nossos profissionais.
Inovação. Para lá da dimensão da empresa, está ao alcance de cada uma. Às vezes, as inovações mais radicais são os modelos de negócio. Qualidade. Podem ser geridos três tipos de qualidade: real ou técnica, percecionada e suficiente. Concentrarmo-nos em apenas uma delas defraudaria as expectativas criadas ou implicaria um desperdício dos recursos. Cultura. Uma cultura da empresa orientada para o cliente e não para o produto, com valores, vocação de serviço e alinhamento interno, condiciona absolutamente a nossa competitividade. Costuma ser um dos fatores mais mal geridos. OUTUBRO 2015
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reparação
REINVENTAR VANTAGENS COMPETITIVAS A estratégia bem-sucedida para o nosso negócio baseia-se em vantagens competitivas sustentadas ao longo do tempo. O caminho mais elementar é proporcionar aos compradores aquilo que entendem como um valor superior: um bom produto a um baixo preço, ou um produto superior pelo qual vale a pena pagar. Conseguir esse valor superior requer a criação de capacidades e conhecimentos na empresa que não se possam igualar com facilidade.
As vantagens competitivas costumam passar por três etapas 1. Criação. Período curto –se os recursos e capacidades estão prontos para ser usados– ou pode ser necessário mais tempo, para que o consumidor aceite um produto inovador. Quanto mais tempo demorarmos a criar a vantagem competitiva, mais provável será que os nossos rivais detetem a medida.
2. Benefício. Tempo durante o qual se desfruta dos frutos da vantagem competitiva. A sua duração dependerá de quanto demorem os nossos concorrentes a reagir. Um período prolongado permitirá à nossa empresa conseguir proveitos superiores à média e recuperar o possível investimento realizado. 3. Erosão. Os nossos rivais responderão às nossas vantagens para equiparar posições. Devemos tentar manter-nos sempre um passo à frente deles. QUEREMOS SER COMPETITIVOS? Por onde começar para conseguirmos competitividade na nossa oficina de carroçaria e pintura? Eis a questão com que nos deparamos frequentemente. Embora não exista uma receita “milagrosa” há diversas áreas para as quais temos que colhar com atenção redobrada. Dentro de portas, existem diversas áreas de melhoria.
OS PREÇOS DEPENDEM DA PERCEÇÃO DO CLIENTE. POR AQUI PASSA EM GRANDE PARTE A FORMULAÇÃO DA COMPETITIVIDADE
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Ambiente produtivo: instalações, equipamento, distribuição no espaço, fluxos de trabalho,… Tecnologia: materiais, ferramentas, equipamentos, ferramentas de gestão e comunicação, elaboração de orçamentos,… Gestão de processos: gestão e organização, controlo de qualidade, gestão de fornecedores… Pessoas: gestão de competências profissionais, trabalho em equipa, facilitar a participação do pessoal, sistemas de incentivo, formação,… Muitas das inovações mais radicais estão nos modelos de negócio, centrando-nos no cliente e não tanto no produto. Temos de analisar se somos capazes de responder com tempos reduzidos de permanência do veículo na oficina, se garantimos a mobilidade dos nossos clientes, se as nossas ferramentas permitem uma comunicação direta com clientes institucionais –como empresas de renting e companhias de seguros–, se recolhemos e entregamos o veículo no domicílio, se podemos apoiar na gestão do sinistro e no atendimento ao cliente, etc. Queremos continuar a ter uma oficina de reparação, ou uma empresa capacitada na gestão do sinistro, fornecedor de referência para os nossos clientes institucionais? Se a nossa opção é a segunda, agora é o momento.
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reparação PARCERIA
Fundamentos da aderência
Porque colam os adesivos? Os adesivos passaram a ser parte importante na construção e reparação do automóvel, pelo que se torna necessário conhecer o seu funcionamento com o objetivo de poder selecionar o mais adequado para cada aplicação e necessidade. Iniciamos hoje a publicação de um conjunto de artigos que tentarão descrever as características e o comportamento das uniões adesivas. TEXTO MIGUEL A. CASTILLO
E
xistem três teorias que tratam de justificar o fenómeno da aderência. Cada uma delas surge como argumento das diferentes técnicas utilizadas para melhorar a aderência de determinados materiais. TEORIA DA INTERLIGAÇÃO MECÂNICA TEORIAS DE ADERÊNCIA TEORIA DA LIGAÇÃO QUÍMICA
tecidos ou a madeira, onde com adesivos quimicamente simples (p.ex. de origem animal) se conseguem altos níveis de aderência. A resistência da aderência está limitada pela dos substratos e do próprio adesivo. Se o adesivo e os substratos são resistentes ao ambiente envolvente, este tipo de união é o que mais garantias oferece. Em materiais não tão porosos, é possível conseguir aumentar a interligação
mecanizando a superfície, geralmente por meios abrasivos, para obter uma rugosidade que favoreça a capilaridade. Embora também existam outros métodos, por exemplo, no caso do alumínio, em que através de um ataque químico se obtém uma superfície de óxidos com forma complexa que favorecem a interligação (ver fig. 2)deve ter-se em consideração que quanto maior for a superfície ocupada pelo adesivo entre
TEORIA DA ATRAÇÃO ELETROSTÁTICA
Adesivo
TEORIA DA INTERLIGAÇÃO MECÂNICA Baseia-se no facto de que um adesivo no seu estado fluido antes da cura, penetra nos poros e rugosidades da superfície do material, criando uma interface, de vários mícrones de espessura em alguns casos, onde os dois materiais (o adesivo e o substrato) ficam misturados fisicamente. Um exemplo de interligação mecânica claramente visível é a união de cada una das peças de um puzzle ou uma fita de velcro (ver figura 1). A teoria da interligação mecânica é aplicável a materiais altamente porosos como o papel,
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Substrato A
Substrato B
F <
F
Interligação mecânica entre dois materiais
<
As três têm o seu campo específico de validade, mas é sempre possível encontrar uma exceção que as invalida. Isso não significa que alguma das teorias falhe, mas sim que, em determinadas circunstâncias, o fenómeno predominante no processo de aderência se ajusta mais a uma do que a outra.
UM ADESIVO DEMASIADO DENSO OU COM UMA CURA MUITO RÁPIDA TERÁ POUCA CAPACIDADE PARA SE DIFUNDIR TORNANDO A UNIÃO MUITO DÉBIL
os elementos a unir, maior será o número de interligações mecânicas que se realizam, e portanto, maior será a resistência da união. Na etapa inicial do processo de aderência, o adesivo deve ter uma viscosidade tal que possa fluir pela superfície microscopicamente rugosa dos substratos, penetrando e enchendo os poros e vazios. Se a absorção do adesivo por parte dos substratos for alta, pode acontecer que fique pouco adesivo na união e que esta falhe em função disso. Se a absorção for baixa, é possível que não se chegue a efetuar uma interligação mecânica suficientemente resistente. Portanto, o adesivo selecionado deve ter uma fluidez adequada para que possa penetrar convenientemente nos materiais. Um adesivo extremamente denso ou com uma cura muito rápida terá pouca capacidade para se difundir, tornando a união muito débil. Nos próximos números continuaremos com as teorias da aderência. Serão expostas as teorias da ligação química e eletrostática, de maior relevância na aderência de materiais plásticos. PUBLICIDADE
Óxido
Alumínio Óxido
Alumínio Geometrias dos óxidos produzidos por diferentes técnicas de ataque químico sobre um substrato de alumínio. A espessura das camadas formadas é da ordem de um mícron
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REPARAÇÃO
PARCERIA
PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA
Manutenção
Dacia Sandero
MARCA, MODELO E VERSÃO PRAZO/ QUILOMETRAGEM CARACTERÍSTICAS VEÍCULO
DACSAN0037A: DACIA SANDERO 1.5 DCI 90 BLACK TOUCH 5P 48/120000
POTÊNCIA (CV)
90
CILINDRADA (CC)
1461
EURONCAP CO2 99 TRANSMISSÃO MANUAL CAIXA DE VELOCIDADES
5 VELOCIDADES
CARROÇARIA BERLINA REVISÕES
Um dos mais emblemáticos modelos da Dacia, a versão Black Touch do Sandero tenta cativar pelos acabamentos e pela cor exterior exclusiva. Analisamos aqui a manutenção programada para a versão 1.5 dCi 90.
N
a sua edição Black Touch o Dacia Sandero pretende jogar o trunfo da sedução, com a cor exclusiva Cinzento Cometa, acabamentos exteriores na cor da carroçaria, preto nacarado e jantes em liga leve Aquila de 15” específicas. Mas os compradores de um modelo da Dacia raramente se deixam levar pela emoção e a prova disso são os €3,33 que custa, por cada 100/km, ser dono de um Dacia Sandero munido do mais conhecido motor do Grupo Renault, o 1.5 dCi de 90 cv de potência. Para esta média tomámos em linha de conta o plano de manutenção programado pela marca romena ao longo de 48 meses e 120 mil quilómetros, que contempla quatro revisões, mas também a substituição das peças de desgaste, dos pneus e ainda de alguns extras, como IPO e correção por inflação, num total de €3995,19. Deste valor, a maior fatia cabe às revisões, com €1287,77, sendo a mão-de-obra onde mais
dinheiro se gasta, €575,42, correspondentes a 1,9 horas de trabalho. Segue-se a despesa com as seis mudanças de óleo, no valor de €371,71, e a trocas dos filtros (óleo, ar, pólen e combustível), num total de €340,64. No segundo lugar da despesa estão as peças de desgaste, com €1173,23 do total dos custos com o plano de manutenção. Neste particular, o sistema de travagem é onde é gasta a maior fatia deste valor. As pastilhas são os elementos mais caros, com as da frente a representarem um custo de €294,86 e as de trás a obrigarem ao dispêndio de €271,87, seguidas dos discos dianteiros, que obrigam ao dispêndio de €186,57 para serem substituídos. Os pneus, 185/65 R15 H, e as despesas a eles inerentes levam ao dispêndio de €1091,92, €945,32 dos quais são apenas para pagar os pneumáticos, distribuindo-se o restante pelo Alinhamento de direção, equilibragem e válvulas. Para atingir o valor total há ainda que adicionar €442,27 de IPO e inflação.
VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES
1.287,77 €
MÃO-DE-OBRA
575,42 €
[15,9]
ÓLEO
371,71 €
[6]
CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)
4,4
TIPO DE ÓLEO
SEMI-SINTÉTICO
FILTRO DE ÓLEO
78,00 €
FILTRO DE AR
37,12 €
[6] [2]
FILTRO DE PÓLEN
159,00 €
[6]
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
66,52 €
[2]
VELAS
- €
[0]
DESGASTE
1.173,23 €
LIMPA PÁRA-BRISAS FRENTE
118,79 €
LIMPA PÁRA-BRISAS TRÁS
43,66 €
[2]
PASTILHAS FRENTE
294,86 €
[4]
PASTILHAS TRÁS
271,87 €
[2]
DISCOS FRENTE
186,57 €
[1]
DISCOS TRÁS
- €
[0] [1]
[4]
LÍQUIDO DE TRAVÕES
14,48 €
CORREIA DISTRIBUIÇÃO
143,00 €
[1]
EMBRAIAGEM
- €
[0]
CARGA AR CONDICIONADO
100,00 €
[1]
BATERIA
- €
[0]
AMORTECEDOR FRENTE
- €
[0]
AMORTECEDOR TRAS
- €
[0] [0]
BOMBA AGUA
- €
FILTRO PARTICULAS
- €
[0]
TAREFAS EXTRA
- €
[0]
AVARIAS
- €
[0]
ELÉCTRICAS
- €
[0]
TOTAL
- €
[0]
PNEUS
1.091,92 €
PNEUS FRENTE
185/65R15H
PNEUS TRÁS
185/65R15H
PNEUS
945,32 €
ALINHAMENTO DE DIRECÇÃO
45,00 €
[3]
EQUILIBRAGEM
76,60 €
[10]
VÁLVULA
25,00 €
[10]
OUTROS
442,27 €
IPO
27,00 €
INFLAÇÃO
415,27 €
AJUSTES
- €
[10]
CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL
3.995,19 €
/100 KMS
3,33 €
COMBUSTÍVEL
* VALORES SEM IVA
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OUTUBRO 2015
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pneus
Continental
Evolução da espécie O SportContact 6 é o novo pneu de verão da Continental. A evolução ditou que este novo pneumático alemão melhorasse em todas as frentes, criando um novo segmento no portfólio da casa germânica. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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F
omos ao habitat natural dos pneus da Continental, os arredores de Hanover, na Alemanha, conhecer a mais recente evolução da espécie ContiSportContact. Depois da quinta geração deste pneu, o mais novo membro da família apresenta algumas diferenças, ditadas pelas exigências do mercado e pela necessidade de se manter à frente da concorrência. Mas também pela oportunidade de negócio apresentada pelos modelos puramente desportivos, segmento de mercado que a Continental prevê cresça um pouco abaixo dos 10% anualmente nas medidas entre 19” e 23”, exatamente aquelas em que o novo pneu da marca está disponível. Apesar do nome diferente – SportContact 6 em vez de ContiSportContact 5P – o novo produto não engana quanto àquilo que oferece: condução mais precisa e aderência melhorada. Tanto que, no portfólio da marca alemã foi necessário incluir um novo segmento, o Ultra UHP. Ainda antes de ser visto pela primeira vez pelo público, o que aconteceu apenas durante o IAA, em Frankfurt, já as qualidades deste novo pneu eram reconhecidas, com a Honda a garantir para o SportContact 6 o estatuto de OE no Civic Type R, dupla que bateu um recorde de velocidade no famoso Nordschleife, em Nürburg, na Alemanha. Mas não só, esta gama de pneus inclui ainda uma variante criada com o elétrico Tesla S. CRESCIMENTO TOTAL O nosso primeiro contacto com este novo pneu aconteceu no Bilster Berg Drive Resort, a única pista de testes de iniciativa privada da Alemanha, inaugurada em 2012. Aqui pudemos comprovar o que nos disseram os engenheiros responsáveis pelo seu desenvolvimento: que este pneu é melhor que o seu antecessor em todas as frentes. A precisão da condução está 14% melhor, ao passo que a condução em piso seco regista uma melhoria de 11% e a aderência em pista aumentou 4% face ao ContiSportContact 5P. Mas não é tudo, o SportContact 6 apresenta ainda uma vida útil 7% maior do que o seu antecessor, resultado idêntico ao obtido na avaliação ao conforto. ENGENHARIA ALEMÃ Mas esta evolução não foi feita ao estilo de Darwin. As performances do SC6 foram trabalhadas com precisão em laboratório pelos engenheiros da Continental e assentam em três pilares: aderência, desenho e reforço. Para conseguir mais aderência a Contiental “reaproveitou” um composto existente nos seus pneus de bicicleta, o Black Chili, e melhorou-o. Ao ser mais macio, este novo composto permite maior ligação com as microscópicas irregularidades do asfalto,
garantindo uma maior superfície de contacto com a estrada e, logo, maior aderência, tanto em seco como em molhado, como foi possível comprovar aos comandos de um Audi RS3 ou de um Volkswagen Golf R. Além de um novo composto de borracha, o SportContact6 possui, também, um piso com desenho tripartido, para melhor aplicar a tecnologia de vetorização da força. Ao apresentar diferentes elementos nas zonas exterior, interior e central, em conjunto com blocos de maiores dimensões, a Continental garante que este pneu responde de forma mais direta aos comandos dados pelo volante, ao mesmo tempo que as desiguais pressões a que estão sujeitas as diferentes partes do pneu encontram assim equilíbrio, o que se agradece quando seguimos aos comandos de um Mercedes A45 AMG no asfalto da pista eleita para esta observação da nova proposta pneumática germânica. Para permitir rolar a 350 km/h e manter tanto a qualidade da aderência como da precisão, é necessário que o pneu não se deforme e aguente as forças centrífugas que atuam a tamanha velocidade. É aqui que entra o Aralon 350, o novo revestimento criado pela marca
germânica que tece dois fios de aramida com um de nylon para garantir força e flexibilidade. Assim, colocado debaixo do piso do SC6, mantém no lugar todos os componentes, mesmo nas condições mais extremas de velocidade, como por exemplo a testar o asfalto novinho em folha do Bilster Berg Drive Resort ao volante de umrápido e exigente Porsche Cayman GTS. SUBJETIVIDADES Em qualquer que fosse o automóvel utilizado, quer estivéssemos a usar a tração traseira do Cayman GTS ou a integral do RS3, em piso seco ou molhado, o SportContact 6 nunca deixou de nos manter colados ao asfalto e de oferecer uma deriva progressiva quando ia além deste limite. Se quiser conhecer em primeira mão o mais recente pneu da Continental, o SportContact 6 está disponível desde o início do mês de outubro. À altura do fecho desta edição ainda não eram conhecidos os preços que serão praticados no nosso mercado, mas certo é que poderá escolher entre 41 medidas diferentes (algumas produzidas em Portugal), para jantes de entre 19 e 23 polegadas.
ENTRA NA PISTA, SAI DA PISTA Sixperience foi o nome dado ao evento de apresentação à imprensa mundial do SportContact 6. Tal como o nome indica, o dia esteve dividido em seis workshops: três em pista e três fora dela. Nos três workshops em pista foi possível aferir a qualidade do novo pneumático na travagem de emergência em piso molhado, na aderência em seco e na precisão das manobras em seco, comparando os resultados do modelo final com o das duas fases de evolução da sua
criação. Mas como existe muito trabalho a ser feito antes de se colocarem os pneus nas jantes, os jornalistas foram convidados a conhecer um pouco mais sobre a forma como são criados os compostos que depois são utilizados para a produção dos pneus e que compostos determinam que propriedades do material. Mas houve ainda tempo para conhecer o processo de moldagem de um pneu, algo a que a Continental dá muita
importância, pois comprou recentemente a empresa AZ, especializada em moldes de pneus, para com esta criar novas sinergias que melhorassem o processo de fabrico dos moldes. E como o SportContact 6 está homologado para circular até 350 km/h, a Continental levou até ao Bilster Berg Drive Resort os seus parceiros da área do tuning, todos com veículos equipados com o mais recente pneu da Continental: ABT, AC Schnitzer, Brabus, Lorinser e TechArt.
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JURÍDICO
Responsabilidade das Concessionárias em acidentes com animais na Autoestrada
Q MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia
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uais as responsabilidades da concessionária quando se verifica um acidente com animais na autoestrada? São frequentes os relatos de acidentes verificados em autoestradas causados pelo atravessamento de animais na via de rodagem suscitando-se sempre a questão de saber em que medida é que a concessionária da autoestrada pode ser responsabilizada e quais os cuidados que se devem ter nessa situação por forma a não prejudicar a possibilidade de reclamar daquela uma compensação pelos danos sofridos. Antes do mais convém referir que compete à concessionária de cada autoestrada velar pela permanente verificação das condições de segurança existentes em toda a extensão da autoestrada que tem sob a sua exploração. No cumprimento dessa obrigação, a concessionária deve ter o cuidado de verificar se as vedações da autoestrada que administra estão em boa condições em toda a sua extensão e se cumprem com a sua função de impedir a entrada de animais. Determina a Lei 24/2007, de 18 de Julho no seu artigo 12.º n.º 1 que “Nas autoestradas, com ou sem obras em curso, e em caso de acidente rodoviário, com consequências danosas para pessoas ou bens, o ónus da prova do cumprimento das obrigações de segurança cabe à concessionária, desde que a respectiva causa diga respeito a (a) Objectos arremessados para a via ou existentes nas faixas de rodagem; (b) Atravessamento de animais; e (c) Líquidos na via, quando não resultantes de condições climatéricas anormais. Refere ainda o n.º 2 daquele mesmo artigo que “Para efeitos do disposto no número
anterior, a confirmação das causas do acidente é obrigatoriamente verificada no local por autoridade policial competente, sem prejuízo do rápido restabelecimento das condições de circulação em segurança”. Atendendo ao disposto na referida Lei 24/2007 deve salientar-se que, em caso de acidente causado por atravessamento de animais em autoestrada, a primeira medida a adoptar pelo condutor, será chamar de imediato ao local do acidente uma autoridade policial que possa lavrar um auto de ocorrência com indicação da causa do acidente, sendo essa verificação entendida como requisito para a procedência da reclamação que venha a ser pedida à concessionária. E se a letra da lei já deixava pouca margem de dúvidas quanto à efetiva responsabilidade das concessionárias, a verdade é que desde a entrada em vigor do diploma de 2007 têm sido várias as decisões de tribunais superiores que vêm confirmar que “Em caso de acidente causado por cães (ou outros animais) que se introduzam numa autoestrada, presume-se o incumprimento da concessionária”, determinando-se que nessa eventualidade competirá à concessionária o ónus da prova do cumprimento das obrigações de segurança que sobre si impendem, relativamente à causa do acidente. De salientar que, para tal não lhe basta fazer a prova de que foi diligente no cumprimento genérico dos seus deveres. Pelo contrário, a concessionária só conseguirá afastar a presunção de culpa que sobre si recai se demonstrar que a presença do animal na via, se ficou a dever a causa que não lhe é imputável, ou é atribuível a outrem.