Turbo Oficina 42

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N.º 42 | NOVEMBRO 2015 | 2,2€

ESPECIAL SALÕES E CONGRESSOS TUDO SOBRE EQUIP AUTO, SALÃO AUTO DE BRAGA E MECÂNICA, O CONGRESSO SERCA E AS CONFERÊNCIAS ACM E ARAN PROTAGONISTA LICÍNIO NUNES, ADMINISTRADOR DA SAINT-GOBAIN AUTOVER PORTUGAL, REVELA QUE O CENTRO DAS DECISÕES IBÉRICAS SERÁ LUSO PNEUS TENDÊNCIAS DO MERCADO EUROPEU

BEM-VINDO AO NEGÓCIO

GESTÃO PROFISSIONAL

Na segunda parte deste dossier revelamos as melhores práticas de gestão e damos-lhe a conhecer as principais redes oficinais existentes em Portugal e o que elas podem trazer ao seu negócio. PUBLICIDADE

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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES

N.º 42 | NOVEMBRO 2015

MONROE SELO DE CAPA PRO4MATIC SELO DE CAPA GATES RODAPÉ DE CAPA GALP PÁG. 2 JAPANPARTS PÁG. 5 TRW PÁG. 11 BLUE PRINT PÁG. 13 SPIES HACKER PÁG. 17 FUCHS PÁG. 19 MEYLE PÁG. 21 MCOUTINHO PÁG. 25 BERU PÁG. 29 FEBI PÁG. 31 NGK PÁG. 37 RPL CLIMA PÁG. 39 SHELL PÁG. 41 FILOOURÉM PÁG. 43 PETRONAS PÁG. 45 WD-40 PÁG. 47 AUTODELTA PÁG. 53 ENI SINTÉTICA PÁG. 55 PROVMEC PÁG. 57 ACAP PÁG. 63 CARF PÁG. 67 MECÂNICA / EXPO TRANSPORTES PÁG. 69 EXPO MECÂNICA PÁG. 73 GRUPO SOLEDAD PÁG. 75 CHAVECA JANEIRA PÁG. 79 HOTEL AMAZÓNIA PÁG. 81 CENTRO ZARAGOZA PÁG. 83 BOSCH PÁG. 84

MARCAS NESTA EDIÇÃO 4FLEET 74 A OFICINA 49 ACAP 52 ACM 26, 27 ACTIVEX 27 AGC 18 AMAZON 25 ARAN 20, 49 ARNOTT 19 ASAE 20 AUTOPROMOTEC 6 AXALTA 66 BANDAG 80 BASF 38 BENTLEY 68 BERU 10 BILSTEIN 19 BMW 27 BONDERITE 7 BOSCH 64 BPARTS 27 BRAGALIS 22, 24 BRIDGESTONE 80 C. SANTOS VP 40 CAR ACADEMY 39 CARGLASS 39 CASA 20 CASCOS 6, 7 CASTROL 66 CENTRO ZARAGOZA 70 CITROËN 7 CONTINENTAL 80 COOPERTYRE 80 COOPERS FIAAM 68 COSIMPOR 22, 24 CROMAX 65 CRUPO BOMBÓLEO 27 DAYTON 79 DB SCHENKER 68 DOCTORGLASS 18 DRIVE+ 23, 24 DT SPARE PARTS 30, 31, 40 DUNLOP 78 DYNABRIDE 66 ECOPARTS 27, 42 ETICADATA 18 EUROL 7 EUROMASTER 39, 50 EUROPART 64 EUROTRANSMISSÃO 27 FABRISCAPE 9 FAG 19 FALKEN 78 FEDERAL-MOGUL 7, 10 FRAM 68 GALP 46 GARETT 19 GESTGLASS 18 GFK 76 GOODYEAR 78 GROUPAUTO 68 GRUPO SERCA 22, 24, 25 HANKOOK 80 HENKEL 7 HONEYWELL 10 IBEREQUIPE 42 IDAP 23, 25 INA 19 INFORAP 27 IVOL 8 JAGUAR LAND ROVER 68 JRDIESEL 27 JURID 10 K&N 68 KAVOPARTS 7 KÖGEL 64 KRAUTLI 22, 24 KTM 78 LEMFÖRDER 40 LOCTITE 7 LOGGAME 27 LUK 7, 19 MAN 78 MCOUTINHO PEÇAS 27 MECATRÓNICA 27 MEYLE 7, 12 MICHELIN 79 MONROE 68 NEWCAR 18 NEX 39 NEXA AUTOCOLOR 42 NEXUS 23 NISSAN 66 NORDGLASS 18 NORTON 66 NPS 7 OLIPES 7 OSCARO 24 PADOR 27 PD AUTO 18 PEÇAS LÍMIA 19 PETRONAS 19 PEUGEOT 7, 40, 74 PHOCAS 7 PRECISION 50 PROFESIONAL PLUS 23, 24 PURFLUX 68 RANGE ROVER 78 RECAUCHUTAGEM RAMÔA 19 REDEINNOV 18 RETA 40 RINO 51 R-M 38 ROADY 51 RODI 39 RONALIBERICA S.A.U 66 RPL 39 RUBBER VULK 9 S’ENERGIE 23, 25 SAINT-GOBAIN ABRASIVES 66 SAINT-GOBAIN AUTOVER PORTUGAL 38 SALVADOR CAETANO 42 SCHAEFFLER 7, 19 SEPNA 20 SIKA 40 SOARAUTO 19 SOGEFI 68 SOULIMA 22, 24 SPEEDLINETRUCK 66 SPG 23, 24 SPLINTEX 18 SUMITOMO RUBBER 78 TEAM-UP 27, 53 TECNOCAR 68 TERROSON 7 TEXTOR 24 TIPS4Y 27, 52 TOYOTYRE 80 TRW 65 VENEPORTE 9 VOLKSWAGEN 44, 58, 59 WABCO 65 WD-40 28 WULF-GAERTNER AUTOPARTS 7, 12 YOKOHAMA 80 ZTYRE 79

dossier P. 48 Gestão profissional

Na segunda parte do nosso dossier sobre o negócio das oficinas auto poderá conhecer algumas das redes a operar em Portrugal, suas condições e vantagens. Mas também ficará a saber como triunfar como independente.

1 RADAR

5 RAIO X

P. 6 Equip Auto

P. 58 Comercial do mês - Volkswagen Amarok

P. 14 Mecânica

P. 60 Barómetro Informa D&B

P. 18 Salão Auto de Braga

P. 62 Radiografia Volvo XC90

P. 20 Conferência ARAN

P. 64 Notícias internacionais

P. 22 Congresso Serca P. 26 Conferência ACM

6 REPARAÇÃO

P. 28 Novidades WD-40

P.70 Porque colam os adesivos

P. 30 DT Spare Parts nos VCL

“No caso de materiais metálicos ou plásticos tornam-se necessárias outras teorias que expliquem a união adesiva.”

2 PROTAGONISTA

“Mais de 25% da tecnologia nos carros está nos vidros. ” P. 32 Licínio Nunes, da Saint-Gobain

P. 74 Manutenção Peugeot 2008

Autover Portugal

7 pneus 3 REVISÃO

P. 76 Evolução europeia

P. 38 Novidades do mercado

P. 78 Notícias do setor

4 ESPECIALISTA

OPINIÃO

P. 44 O “Dieselgate“ explicado

P. 82 Consultório jurídico

P. 46 Galp Frota

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EDITORIAL

Grande dinâmica no aftermarket

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ois eventos de grande importância para o aftermarket português marcaram os últimos dias de outubro e dois outros perfilam-se já no horizonte para este mês de novembro. A edição deste ano da Equip Auto, em Paris, e o congresso do Serca, que reuniu mais de duas centenas de operadores ibéricos no Porto, mostraram, na verdade, uma enorme vitalidade dos diferentes setores ligados ao pós-venda, servindo de palco para a discussão dos principais desafios que se perfilam no horizonte e de montra para muitos produtos novos que testemunham por um lado a prioridade dada à investigação e desenvolvimento e, por outro, a apetência por novas soluções que permitam aos operadores aumentar a rentabilidade dos seus negócios. Se em Paris encontrámos quatro empresas portuguesas (Fabriscape, Ivol, RubberVulk e Veneporte), cuja presença nos foi justificada como resultado de um cada vez maior peso dos mercados externos, o congresso do Serca mostrou-nos a grande dinâmica desta organização ibérica, fundadora do mega grupo Nexus, e que cada vez mais assume uma dimensão europeia. Vontade, trabalho, esperança, rigor, persistência e união

Júlio Santos DIRETOR juliosantos@turbo.pt

foram as linhas de força omnipresentes durante a jornada de trabalho do congresso do Grupo Serca, cuja previsão de resultados para os próximos anos mostra que a prosperidade está de regresso a esta organização, que em Portugal engloba como parceiros a Bragalis, a Cosimpor, a Krautli e a Soulima. Como relatamos nesta edição, todos deixaram o Porto com a convicção de que o plano de ações e o conjunto de iniciativas divulgados permitem encarar o futuro com redobrada confiança. O futuro e os desafios que se perfilam, decorrentes de algumas mudanças importantes que estão a ocorrer, são o pano de fundo da convenção da Anecra, que decorre em Lisboa no final deste mês de novembro e que pretende, precisamente, alertar o aftermarket luso para a rapidez das transformações que estão em curso. Como é hábito, serão dois dias de comunicações e discussões marcadas pelo pragmatismo e pela visão de futuro, a cargo de alguns dos mais reputados especialistas nas diferentes matérias. Tal como a Mecânica, na Batalha, dois eventos que vamos acompanhar e dos quais traremos todos os detalhes na próxima edição.

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt REDAÇÃO

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt TIAGO CARVALHO ALVES oficina@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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Equip Auto 2015

Ponto de encontro do setor Visitada por mais de 95 mil pessoas, a edição de 2015 da Equip Auto confirmou que o certame francês é um ponto de encontro internacional para os profissionais do setor do aftermarket. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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edição de 2015 da Equip Auto, certame que abriu portas pela primeira vez há 40 anos, foi marcada pelo signo do crescimento. Foram mais de 95 mil os visitantes que percorreram os três pavilhões do Parc des Expositions Paris Nord Villepinte reservados para o evento (num total de 100 mil m2), um aumento de cerca de 4% face à edição anterior. Destes, 25% viajaram de outros países para visitar os 1400 expositores, cujo contingente de empresas internacionais chegava aos 60%. Do total de expositores, quatro eram portugueses e, por isso, mereceram especial atenção por parte da TURBO OFICINA (saiba mais nas páginas 8 e 9), mas o especial destaque vai para o contingente chinês de fornecedores, que ocupava a totalidade do Pavilhão 4 deste certame. Eram mais de 300 os expositores presentes neste pavilhão (entre peças de reposição, equipamento elétrico e eletrónico, acessórios e muito, muito mais), o que atesta da crescente influência e importância deste país e desta zona do globo no cenário mundial de componentes para automóvel. Além desta

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presença massiva de fornecedores chineses no Pavilhão 4, as empresas coreanas mereceram lugar de destaque, com um stand comum no Pavilhão 6, onde eram exibidas várias tecnologias para os veículos, com especial destaque para as câmaras: quer dianteiras com projeção no retrovisor interior, quer traseiras, quer mesmo em sistemas de visão de 360º, para facilitar manobras aos veículos de maiores dimensões. NOVIDADES Este ano marcou a estreia da iniciativa “País de Honra”, cabendo a distinção nesta estreia a Argélia, Tunísia, Marrocos e Polónia. Inéditos foram também o Universo VO, a Cidade das Start-ups ou a Academia Digital, que permitiram lançar uma nova luz sobre as soluções inovadoras já existentes e que se transformarão nas referências de amanhã dentro deste setor. O Plateau TV foi ainda outra das novidades desta edição da Equip Auto, tendo sido realizadas 63 emissões, com um total de 200

convidados – entre personalidades, meios de comunicação, peritos institucionais e expositores –, que discutiram os temas mais quentes do setor do aftermarket. Todos estes vídeos estão disponíveis no canal do Salão do YouTube. Conheça de seguida as maiores novidades presentes no certame francês. AUTOPROMOTEC A feira italiana do aftermarket, cuja próxima edição se realizará em Bolonha, entre os dias 24 e 28 de maio de 2017, também esteve presente no salão parisiense, para que fossem feitos os primeiros contactos com os expositores e com os meios de comunicação. A conversa com os responsáveis da feira italiana foi muito frutífera e a TURBO OFICINA tudo fará para poder marcar presença em mais um certame e para lhe trazer toda a informação relevante sobre o aftermarket mundial. CASCOS No stand da Cascos estavam presentes vários equipamentos para oficina, sendo que, destes,


em estreia absoluta no certame estavam os C-4 Versatile e Syncro, elevadores de dois postes com capacidade para quatro toneladas, o que permite elevar tanto veículos ligeiros como comerciais ligeiros. A empresa basca tinha ainda em estreia outro elevador, o C-455 H, que tem quatro postes e plataforma, sendo capaz de elevar um total de cinco toneladas. EUROL A apresentação da sua gama de lubrificantes foi o mote da participação da Eurol na Equip Auto 2015. Maarten Gerritsen, responsável pelas exportações da marca, revelou, em declarações à TURBO OFICINA, que a feira francesa perdeu alguma notoriedade e que a empresa considera desviar as suas atenções para outros salões, nomeadamente nos Estados Unidos, como plataforma para entrar no sempre difícil mercado latino-americano. FEDERAL-MOGUL No stand da Federal-Mogul estavam à vista alguns dos produtos das mais de 20 marcas comercializadas por esta multinacional. Entre estes havia um espaço reservado para o programa de fidelização F-M For Me, que ganhou o galardão de Ouro da Inovação atribuído pela organização do certame e sobre o qual conversámos com MassimoAltafini, responsável pelos mercados sul-europeus da marca. Pode ler tudo na página 10. HENKEL No stand da Henkel, o destaque foi para os produtos Loctite, Bonderite e Teroson, para a reparação automóvel. Com um display interativo que permitia visualizar as novidades da marca de adesivos, merece menção a resina Teroson EP 5010 TR, aplicada a frio, que permite tratar fácil e rapidamente a carroçaria, substituindo a tradicional soldadura.

KAVO PARTS A Kavo expôs neste certame a sua nova imagem corporativa, que foi refrescada e tornada mais atual. Existe ainda um novo packaging dos seus produtos, tendo em linha de conta estas alterações, e, além disso, as várias categorias de produto oferecidas pela marca passam a ser identificadas com imagens. MEYLE/MEYLE-HD Foram várias as novidades no espaço de exposição da Meyle, que levou a França a sua gama de peças Meyle-HD, com o objetivo de demonstrar a sua capacidade como fabricante. Além disso, estavam em exposição so novos conjuntos de rótulas de suspensão Meyle para os Peugeot 407 e 508, bem como para os Citroën C5 e c6, o que diz muito sobre a relevância desta feira para o mercado francófono. A TURBO OFICINA conversou um pouco com LarsPeters, Diretor de Vendas da Wulf-Gaertner Autoparts, sobre esta e outras temáticas. Pode ler tudo na página 12. NPS A Nippon Pieces Services, especializada no comércio de peças para modelos japoneses e coreanos, também esteve presente no certame francês, expondo a sua gama de produtos, que abrangem um vasto leque de soluções para filtragem, travagem, transmissão, peças de motor, chassis, carroçaria, equipamento elétrico e acessórios. OLIPES A espanhola Olipes também marcou presença na Equip Auto, dado o caráter internacional do evento. No seu espaço esteve exposta toda a gama de massas e em especial os novos lubrificantes homologados para as últimas

motorizações incorporadas no mercado, já de acordo com as normas europeias EURO 6. PHOCAS A Phocas levou à Equipo Auto o seu software de gestão para oficinas, que leva o mesmo nome da empresa. Esta solução oferece a possibilidade de gerir os vários aspetos da encomenda e faturação de peças a partir de um computador, tablet ou smartphone, com alertas programáveis e partilha de informação. SCHAEFFLER No stand da Schaeffler o destaque foi para o novo módulo de gestão térmica do motor, bem como para o módulo híbrido de sistemas de tração, galardoado com um dos prémios de inovação atribuídos pela organização do certame e criado para otimizar a integração das cadeias cinemáticas. Em estreia esteve ainda o disco de embraiagem com pêndulos centrífugos da LuK, um dos pré-selecionados para os prémios de inovação. SOGEFI A Sogefi levou a cabo uma conferência de imprensa no seu stand, onde a novidade maior foi a nomeação de Mauro Prodi como novo diretor-geral de aftermarket, com efeito a dia 1 de outubro. Esta mesma data marcou o início da nova estrutura organizativa, que agrupa em três unidades de negócio as atividades do Grupo Sogefi – SuspensionComponents, Air&Cooling e Filtration – marcadas pelo desenvolvimento conjunto de soluções para OE e aftermarket. A apoiar esta nova estrutura estarão dois elementos: Pierre Courant, como diretor de vendas de aftermarket para a zona EMEA, e Jacques de Villeplée, que será o responsável pelo mercado francês de aftermarket.

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Portugueses

Poucos, mas bons A participação lusa na Equip Auto de 2015 cingiu-se a quarto empresas. Entre estreias e regressos, as avaliações são diferentes, mas a maioria pretende regressar em 2017. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

IVOL A IVOL expõe na Equip Auto há quatro edições, estando agora a regressar ao circuito, por forma a manter-se presente no mercado, após um interregno, que terminou com a recuperação do mercado. Apesar disso, para Vítor Rebelo, Diretor de Produção da marca, esta não é “a feira mais representativa”, apostando a IVOL “sobretudo, na Automechanika, em Frankfurt”. Para a edição de 2015 as expetativas passavam por conseguir um distribuidor para França ou para uma das regiões do país. Na pior

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das hipóteses, esperavam contactos nesse sentido. Os objetivos mínimos foram cumpridos, mas Vítor Rebelo aponta, como balanço, uma decrescente profissionalização da feira francesa, com “muitos visitantes, mas poucos profissionais”. Ainda assim, os contactos paralelos ao certame que a marca realizou conseguiram “abrir portas” para entrar neste mercado. No entanto, segundo este responsável da IVOL, “só daqui a três ou quatro semanas é que será possível ver se estes contactos têm algum resultado prático”.

E esta era uma feira onde as novidades eram muitas, em especial as ponteiras em inox e alumínio, uma novidade absoluta que ainda não estava, à data, disponível em Portugal, mercado onde ocorrem sempre os lançamentos de produtos novos. Em exibição estiveram também alguns modelos de sidebars, que a IVOL cria apenas para furgões e não para 4x4, mercado onde espera entrar a médio prazo, nos Estados Unidos. Com 50 anos de existência e há 20 anos nas mãos dos atuais donos, a IVOL aponta o


planeamento cuidado como a origem da sua longevidade e de um crescimento de dois dígitos em 2015. Esta empresa, que exporta 80% do que produz (apesar de os produtos serem desenhados e produzidos em Portugal, na sua maioria), revela a flexibilidade na produção como a base da sua competitividade, apostando nas pequenas séries e num curto prazo de entrega das encomendas, bem como na diferenciação de produto pela qualidade ao invés de apenas pelo preço. FABRISCAPE A Fabriscape vem internacionalizando a sua empresa desde meados da década de 1995, pois esta “tinha bastante mais potencial que aquele que poderia ser realizado dentro das limitações do mercado nacional”. Esta opção estratégica, que surgiu “com naturalidade”, levou à participação neste tipo de certames, pois era “uma das principais formas de estabelecer contactos internacionais”. E desde então tem regressado sempre. Elegendo o contacto pessoal como “determinante”, apesar das novas tecnologias, a marca nortenha regressa “com o objetivo de ter uma base para encontros com clientes e fornecedores, marcar presença e ter visibilidade perante concorrentes, potenciais fornecedores e clientes e, finalmente, estabelecer novos contactos”. Com o destaque dado pelo certame aos países do Norte de África, “os quais nos interessam especialmente”, e vários encontros com parceiros em perspetiva, o balanço que Marco Costa, Diretor Comercial da marca, faz do certame é “definitivamente positivo. Foi possível desenvolver determinados contactos que consideramos estratégicos e, simultaneamente, surgiram novos contactos potencialmente interessantes”. Para o mesmo responsável, a Equip Auto revitalizou-se nesta edição, tendência que esperam “venha a ser confirmada nas próximas edições” e que os trará de volta em 2017, contando mesmo apresentar algumas novidades“interessantes” nesse ano. Mas este ano também houve novidades, cujo desenvolvimento “é essencial para o sucesso na nossa indústria”. Para Marco Costa, em Portugal as empresas estão sujeitas a níveis crescentes de exigências, o que faz com que “apenas um número limitado de empresas tenha capacidade de prosperar nas atuais condições de mercado”. Desta feita, o mercado acaba por ser conduzido, “de forma cada vez mais acelerada, à concentração das organizações, à redução do número de players e ao aumento da sua dimensão”. Mas esta concentração não inteiramente má, pois “o consumidor final é beneficiado”, tal implicará necessariamente o

“desaparecimento de um número elevado de empresas”. RUBBER VULK Em estreia na Equip Auto, a Rubber Vulk chega a este certame por ter aberto, no ano passado, a filial Rubber Vulk France e porque, estando presentes diretamente no mercado, e com algumas negociações ainda a decorrer, fazia todo o sentido, segundo Bruno Carvalho, diretor de exportação da empresa, marcar presença neste que considera ser o maior evento deste mercado e que “é também visitado por muitos potenciais clientes francófonos”. Como estreante, a opinião sobre o certame é a de que este “é comum a tantos outros onde expomos (…). O que difere são os tipos de mercado, consumo, distribuição e hábitos de trabalho”. Este, em concreto, é “dominado pelos grupos de compras e pela grande diversificação de negócio”, algo que Bruno Carvalho considera ajudar a Rubber Vulk a aprender e a preparar-se para eventuais mudanças nos mercados onde têm posições mais dominantes. Esta predominância de grupos de compras, “alguns deles de origem francesa” (e centro de decisão neste país), com presença em todo o mundo, foi o que motivou a expansão para França, ainda que o mercado português continue a ser muito importante para a Rubber Vulk. “A dificuldade económica tem também o lado positivo de nos obrigar a estarmos mais atentos” e a empresa tem feito isso mesmo, continuando a “trabalhar de forma a entender a evolução e tendência do mercado, obtendo um crescimento de dois dígitos, rácios de rentabilidade e o estatuto de PME Excelência. “Normalmente, quando se trabalha de uma forma séria e responsável os resultados vão aparecendo.” Para o certame não vieram grandes novidades, pois, em termos de produto, a Rubber Vulk continua a “desenvolver o trabalho de fidelização de clientes e posicionamento de marca em geral”. De acordo com estes objetivos, o balanço que Bruno faz da feira é o de que “as feiras são sempre positivas, embora o resultado não se consiga medir no imediato. Conseguimos contactos novos tanto para o mercado interno como externo, o que nos deixa confiantes”.

A VENEPORTE APOSTA FORTE NO ALERTA DAS AUTORIDADES PARA AS IRREGULARIDADES DO MERCADO NACIONAL, FRUTO DE UMA “ANARQUIA POR AUSÊNCIA DE CONTROLO NO MERCADO”.

Confiantes, mas ainda sem certeza de regresso, pois tal dependerá da evolução do mercado interno. Mas fica a garantia de que, “se o mercado o pedir, lá estaremos”. VENEPORTE Participante na Equip Auto há cerca de 18 anos, a Veneporte considera esta feira “a segunda mais importante a nível europeu”, nas palavras de Abílio Cardoso, CEO da empresa. Por isso, na edição deste ano o certame foi palco da estreia da gama de FAP, o culminar de um processo há muito pensado pela marca, que é, atualmente, fornecedor global da totalidade do sistema de emissões, sendo este o último componente que desenvolveram para esta gama. Para a feira parisiense, as expetativas eram as de demonstrar a capacidade da Veneporte em fornecer a totalidade do sistema de emissões e ser reconhecida como um dos poucos fabricantes capazes disso. E o objetivo foi cumprido, pois a empresa registou uma grande afluência de visitantes e clientes ao seu espaço, tendo mesmo conseguido fechar vários contratos de distribuição da sua nova gama de FAP, ainda que Abílio Cardoso ressalve a existência de poucos contactos fora do mercado francófono. Presente em 22 países, a Veneporte realiza em Portugal apenas 13% do seu volume total de vendas, sendo França responsável por mais de 30% dos €15 milhões totais. Ainda assim o mercado luso deverá “crescer cerca de 25% até ao final do ano”, pois “as pessoas começam a dar um pouco mais de importância às melhores práticas”. Para o CEO da Veneporte, a empresa beneficia ao ser parceira dos “players de dimensão” que “concentram o mercado”, mas existe ainda espaço para crescer, especialmente na parte quente do sistema. De qualquer forma, para a Veneporte, Portugal é um mercado estratégico e que não querem descurar, ainda que se debatam com a “anarquia por ausência de controlo no mercado”. Segundo Abílio Cardoso, existem em Portugal – e já denunciadas por esta empresa –, “enormes práticas de irregularidades”, que passam por “adulterações de filtros de partículas, retirada desses filtros do sistema de escape, catalisadores não homologados, entre outros”. Essas são práticas que prejudicam o negócio da Veneporte, pois em Portugal “há uma atitude de lucro fácil” o que pode levar a que estas práticas continuem. É aqui que a empresa nortenha apostará, no sentido de alertar de forma decisiva quem em Portugal tem competência para fiscalizar estas más-práticas, de forma mais rigorosa, fazendo cumprir as leis.

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Federal-Mogul

Exibição de força na Equip Auto Massimo Altafini, diretor para o mercado sul-europeu da Federal-Mogul, revela que não é nas feiras que se fazem os negócios e afirma que em 2016 a Federal-Mogul vai continuar a fazer aquisições. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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om mais de duas dezenas de marcas atualmente no seu catálogo e depois de várias aquisições, a Federal-Mogul (F-M) marcou presença na Equip Auto para mostrar que continua a ser um dos players de topo no aftermarket mundial e para dar a conhecer o programa F-M For Me, galardoado com um prémio de inovação pela organização do certame francês. Este programa começou por ser testado em França e em breve será expandido para a Alemanha, chegando em 2016 a Itália. Tal é o que anuncia à TURBO OFICINA Massimo Altafini, diretor de operações para o Sul da Europa, adiantando ainda que o feedback que a F-M tem tido é muito positivo e importante, porque, “com toda a escolha de produtos que as oficinas têm, se formos capazes de dar a conhecer as vantagens dos nossos produtos, é possível que os fidelizemos”. Pra tal, Altafini revela que é preciso criar a infraestrutura desde a raiz, “para que a oficina possa pedir especificamente os nossos produtos, o que obriga os grossistas a terem-nos em stock, gerando assim mais negócio”. Negócio esse que, de acordo com este responsável, não é gerado nas feiras. Para o diretor, “estas feiras são cada vez menos importantes, porque o negócio não é feito aqui, mas nos vários países”, servindo estas para “demonstrar quem é a empresa e o que está a fazer, bem como conhecer várias pessoas que estão dentro da nossa área de negócio”.

ALTERAÇÕES LUSAS Com o mercado português a representar um turnover de 10 milhões de euros e a F-M a ter por cá uma quota de mercado “muito boa”, Altafini refere que uma encomenda normal demora 48 horas a chegar ao cliente, algo que “faz a diferença”, no seu entender, pois a estratégia de negócio é similar para todos os mercados, diferindo apenas “o tipo de distribuição”. Em Portugal há “grandes importadores que estão a fazer a distribuição interna dos nossos produtos, em Espanha temos um centro de distribuição que fornece várias contas pequenas e em Itália há um mix de ambas as situações”. No entanto, a situação do mercado luso mudou face às mais recentes aquisições: “antes tínhamos exclusividade que agora não podemos ter”. Por isso, para já a marca aposta no “apoio aos nossos clientes”, dando atenção especial “aos clientes que pertencem a grupos de compra internacionais, com os quais temos acordos”.

NEGÓCIOS EM CRESCENDO Falando com quem dirige o mercado sul-europeu, é inevitável a conversa não versar

AQUISIÇÕES TAMBÉM EM 2016 Depois de um ano dedicado essencialmente à integração das marcas Jurid, Honeywell e

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sobre os anos da crise. O que se constata é que a F-M sofreu “como todos nos vários mercados”, mas que atualmente “o negócio está em crescimento”. As razões para tal prendem-se com o facto de “os automóveis nestes países [serem] um pouco mais velhos, porque as pessoas compram menos automóveis novos, antes cuidam melhor dos que têm. E isso é bom para o negócio”.

Beru no portfólio da F-M, as aquisições não ficaram por aqui e 2016 deverá ser o palco de mais algumas compras, “tanto para reforçar os produtos que já temos como para adicionar gamas de produtos à nossa oferta”. Apesar de terem mais de 20 marcas em catálogo e com a compra de mais no horizonte, Altafini assegura que não existe canibalismo nas vendas, pois “as nossas marcas estão claramente identificadas como sendo de nível premium, intermédio ou de entrada”. Além de várias marcas, o fornecimento de peças para OE traz vantagem acrescida à F-M. A comercialização de peças para os construtores garante o “know-how e a velocidade do negócio OE”, permitindo que, assim que um carro sai para o mercado, a F-M consiga oferecer logo uma peça para aftermarket. “Pode ser demasiado cedo, mas passa uma boa imagem para os nossos clientes, até porque, nestes casos, a nossa concorrência só consegue chegar ao mercado chega de seis meses a um ano depois”.



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Wulf-Gaertner Autoparts

“A Equip Auto é muito importante para o mercado francês” Estivemos à conversa com o Diretor de Vendas da Wulf-Gaertner Autoparts, que nos fez um balanço positivo da gama HD da Meyle, a marca-bandeira desta empresa, e considera que a Equip Auto tem mais interesse para o mercado francês. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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ars Peters, Diretor de Vendas da Wulf-Gaertner Autoparts, levou-nos a conhecer o stand com que a MEYLE, que completa 20 anos enquanto marca deste universo, marcou presença na Equip Auto. Entre as várias novidades expostas houve tempo para dois dedos de conversa, que fluiu em torno do mercado nacional e internacional, das novidades na feira e da importância desta no panorama internacional. A conversa iniciou-se com a opinião que este responsável tem do desenvolvimento do mercado europeu, que Lars classifica como estando “em crescimento”, ainda que ressalve a existência de “dois mercados: um mais focado no preço e outro mais focado na qualidade, que tem um preço mais elevado”. Para Peters os parceiros que escolhem são os responsáveis por transmitir para os clientes a ideia de que é melhor apostar na qualidade, apesar do custo associado, e têm, segundo ele, sido bem-sucedidos, pelo menos em Portugal. Segundo ele, as vendas lusas estão a subir e a razão são os bons parceiros: “escolhemos apenas os melhores. Estes estão a passar de forma excelente a mensagem da MEYLE para os clientes e o resultado é que há já uma grande parte do mercado que está preparada para pagar mais por peças de maior qualidade”.

ESCAPAR À CRISE Os últimos anos, em que o espectro da crise pairou no mercado europeu, parecem não ter afetado a Wulf-Gaertner Autoparts. De acordo com Lars Peters, a empresa tem crescido

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Para esta gama são eleitas as peças com maior índice de avarias, que posteriormente são analisadas em laboratório. Os pontos fracos são achados e reforçados, garantindo uma qualidade superior e uma maior longevidade, imagem de marca da MEYLE-HD. A maior parte são elementos da suspensão, mas também já existem bombas de água.

sempre. A razão é a mesma: “Quando temos bons parceiros conseguimos bons resultados. Além disso, as oficinas continuam a preferir instalar peças de qualidade”. Foi por sentir esta necessidade das oficinas que a Wulf-Gaertner Autoparts resolveu, há 13 anos, criar a gama MEYLE-HD, que se caracteriza por uma elevada durabilidade, um fator que serve também como forma de fidelizar o cliente. Apesar do balanço positivo, se bem que Lars ressalve que os resultados devem ser analisados em perspetiva, uma vez que “a gama MEYLE-HD conta com cerca de 750 referências, contra as mais de 18 mil no total do catálogo da MEYLE”.

AMEAÇAS E OPORTUNIDADES Sempre atentos a novas tecnologias, os engenheiros da Wulf-Gaertner Autoparts têm um departamento inteiro dedicado ao estudo do desenvolvimento dos veículos elétricos. A razão: “temos noção de que estes veículos terão um impacto em algumas áreas do nosso negócio, embora noutras não, pois um veículo elétrico precisará sempre de, por exemplo, sistemas de travagem. Mas estamos atentos e tentamos estar preparados para o futuro”. O mesmo leva-os a marcar presença nestes certames, pois “é sempre importante marcar presença e dar a conhecer os nossos produtos aos clientes, ainda que cada feira atenda a um tipo particular de visitante. Por exemplo, a Automechanika, em Frankfurt, é a maior de todas, mas creio que a Equip Auto é muito importante para o mercado doméstico francês”. Por esse motivo é que o stand da MEYLE revelava como novidades peças destinadas as modelos franceses. Terminámos a conversa com a pergunta inevitável: “as feiras são boas para o negócio?”. Peters respondeu, sorrindo: “Esperemos que sim…”.



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Mecânica

Batalha centra atenções Oferecemos-lhe todos os pormenores das feiras Mecânica e Expotransporte, com uma planta destacável para que tenha a melhor experiência possível na sua visita a estes dois certames. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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ntre os dias 12 e 15 de novembro todos os olhares do setor do aftermarket e dos transportes estará na Batalha, onde decorrem, na Exposalão, a quinta edição da Mecânica – salão dedicado ao equipamento oficinal, peças, mecânica, lubrificantes, componentes e acessórios para veículos ligeiros e pesados – e a sexta edição da Expotransporte, certame que se ocupa de veículos pesados e ligeiros de mercadorias e logística. José Frazão, diretor-geral da Exposalão explica, em entrevista à TURBO OFICINA, que a decisão de realizar as duas feiras em simultâneo “faz todo o sentido”, uma vez que ambas se complementam, “gerando sinergias ao nível do número e qualidade dos visitantes”. E este é um dos objetivos da organização, que espera reunir na Batalha o maior número de fabricantes, importadores e representantes do equipamento oficinal, peças, mecânica, componentes e acessórios para o setor automóvel, com o

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intuito de “reforçar este ponto de encontro para todos os profissionais que trabalham no mercado pós-venda do sector automóvel”. Pioneira em Portugal no que diz respeito a feiras profissionais dedicadas ao aftermarket, nas palavras de Jorge Frazão, e com uma “evolução bastante positiva”, o responsável máximo da Exposalão, que organiza o certame, garante que “as feiras da especialidade vieram para ficar, fazendo já “parte da nossa agenda a edição número 6 da Mecânica. Para que não perca nenhuma oportunidade de negócio, oferecemos-lhe nesta edição um guia destacável do certame (nas páginas seguintes), com a lista de todos os expositores e a planta respetiva, bem como o programa completo das atividades paralelas. Na próxima edição da TURBO OFICINA e da TURBO OFICINA PESADOS faremos uma cobertura exaustiva destas duas feiras, para que não perca pitada do que aconteceu na Batalha.

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ATIVIDADES PARALELAS 13 de novembro Apresentação “Nanotecnologia em Manutenção Automóvel” 15h30m Eng. Ruben Hilário, Auditório Exposalão 14 de Novembro de 2015 Conferência “Inovação – Oficina Auto 2020” 09h00m – 13h00m Auditório Exposalão Tendências Técnicas Viaturas Sem Condutor; Viatura Online (telemática); Tecnologia Híbrida e Elétrica Tendências do Consumidor Cliente Tecnológico; Oficina Online; Soluções de Mobilidade Novos Modelos de Negócio Soluções de Mobilidade; Oficina Infotainment & Multimédia; Oficina B2B Oficina Ecológica ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel Auditório Exposalão 14h30m– 18h30m Ambiente – Requisitos Legais e Boas Práticas Conflitos de Consumo; Formação Profissional Segurança e Saúde no Trabalho da Condução Automóvel Profissional Tempos de Condução, Descanso, Disponibilidade e Outros Trabalhos; Direitos e Deveres dos Empregadores e dos Trabalhadores


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ARAN – ASS. NACIONAL RAMO AUTOMÓVEL Stand 2 A11 225 091 053 geral@aran.pt

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AUTO JÚLIO, S.A Stand 3 A03 244 830 080 geral@autojulio.pt

ANTP - ASS. NACIONAL DAS TRANSPORTADORAS PORTUGUESAS Stand 3B05 219 823 901 917 635 991 antp.geral@gmail.com

AS24 PORTUGAL PRODUTOS PETROLÍFEROS, S.A. Stand 3 A07 214 467 920 as24@pt.as24.com

AUTOMATIC CHOICE, S.L. Stand 1 A13 902-503277 automaticchoice@automaticchoice.es

B-PARTS Stand 2 B02 220 327 775 961 387 480 geral@b-parts.com

APAMB - Associação Portuguesa de Inspeção e Prevenção Ambiental Stand 2 D07 265 234 190 geral@apamb.pt

AUTODELTA Stand 1 B05 244 830 070 geral@autodelta.pt

AZ AUTO ACESS. AUTO, LDA Stand 1 A02 219428 000 info@azauto.pt

BRAY MARTINS, LDA Stand 1B10 265 543 170 geral@braymartins.pt

BOMBÓLEO-SOC.REPRESEN. BOMBAS INJECT.LDA. Stand 1 C11 214 389 600 bomboleo@bomboleo.com

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CADUTI-COMÉRCIO DE MÁQUINAS, LDA Stand 2B04 212 741 221 938 486 778 geral@caduti.pt; tiago.oliveira@caduti.pt CARF-DISTRIBUIÇÃO DE MERCADORIAS, LDA Stand 1 A06 219 809 640 paulocarvalho@carfnet.com CARLOS SOUSA INDUSTRIA, LDA Stand 3 A05 256 811 800 vendas@carlossousa.pt CENTROGLASS Stand 2 A02 244 850 617 leiria.leiria@glassdrive.pt CEPRA C.FORM.PROF.REPARAÇÃO AUTOMOVEL Stand 2 A12 219 427 870 geral@cepra.pt CRPB-PROD. RAMO AUTOMÓVEL, LDA Stand 2B06 258 915 147 geral@crpb.pt DHOLLANDIA PLATAFORMAS, SA Stand 3C02 263 286 570 EUROFILTROS-AUTO ACESSÓRIOS, LDA Stand 2C02 229 759610/564 eurofiltros@eurofiltros.pt EUROMÁQUINAS HISPANIDAD, S.L. Stand 1 A07 34 976 109 788 info@euromaquinas.com; jmr@euromaquinas.com EUROTRANSMISSÃO, UNIP. LDA Stand 1C10 253 283 004 info@eurotransmissao.pt FEIRAMAQ, Máq. Ferramentas, Lda Stand 1C04 256 181 942 geral@feiramaq.pt FEREXCEL PORTUGAL Stand 2B10 212 258 734 geral@ferexcel.com FERREIRA & FILHOS, LDA Stand 2D09 / Stand 3C09 244 026 907 geral.leiria@ferreiraefilhos.pt FERROL 2-MAQ.FERRAMENTAS, LDA Stand 1B12 244 824 444 geral@ferrol.pt FUSELCAR- ELECT. E ELECTRÓNICA AUTO Stand 2D05 234 316 209 fuselcar@fuselcar.com; fuselcar.fuselcar@gmail.com GALIUS VEIC., S.A Stand 3A02 263 280 800 geral@galius.pt GESFROTA, S.A Stand 3B04 233 402 250; 965 102 760 joao.santos@gesfrota.pt GESTGLASS Stand 1C08 253 624 046 geral@gestglass.com

INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIA Stand 1 01A 244 830 010 ipleiria@ipleiria.pt

MASTERFLOW, LDA Stand 2C02 212 253 284 pedro@masterflow.pt

RODRIBENCH Stand 1D08 219 572 112; 918 632 449 info@rodribench.pt

INTERESCAPE-FAB.ESCAPES P/AUT., LDA Stand 1B03 252 248 810 interescape@interescape.com

MAXOLIT-MANUTENÇÃO AUTO, LDA Stand 1D05 227 538007/08 maxolit@iol.pt

RODRIGUES & BASTOS, LDA Stand 1D09 227 537 140 nissens.porto@nissens-portugal.com

MERPEÇAS Stand 1D11 256 330 250 geral@merpecas.com

ROQUES Stand 3C01A 243 359 000 roques2@roques.pt

MORAIS & CÂMARA Stand 1D11A 219 373 812 carlos@moraisecamara.com

SAMIPARTS, LDA Stand 2 A13 236 200 370 geral@samiparts.pt

MOVICONTROL, S.A. Stand 1C03 219 429 900 sandraalemao@movicontrol.pt

SARRAIPA, S.A. Stand 2C01 244 819 060 sarraipa@sarraipa.pt

MUNDIALUB-COMÉRCIO DE LUBRIFICANTES, LDA Stand 1D04 309 920 013 info@faher.pt

SOBRALPNEUS, LDA Stand 2B05 263 851 201 geral@sobralpneus.pt

INTERMACO, LDA Stand 1C01 234 520 110 intermaco@intermaco.pt INTERTRÁFEGO-TIR, LDA Stand 3B02 263 470 020; 263 469 432 trafego@intertrafego.com IRIHER AUTOMOTIVE S.L. Stand 1B02A 34 917 375 960 info@ihnavi.com; info@ihlux.com; d.ferreira@ihnavi.com ITECH-WHEELS Stand 1A19 224 025 972 mail@itech-wheels.com JAO – TURBOFAPS Stand 1 A16 227 535 465 pedidos@componentesusados.com JAPOPEÇAS - COM. DE PEÇAS E AUTOMÓVEIS, LDA Stand 1B02 256 203 080 ana@japopecas.pt JESUS & BAPTISTA - COMÉRCIO DE PEÇAS AUTO, LDA Stand 2 A10 227 643 364 info@jesusbaptista.pt J.TAVARES COSTA & FILHOS,S.A. – KÖGEL TRAILER GMBH & CO. KG Stand 3C07 232 619 400 geral@tavares.pt JOÃO LOURENÇO EMPILHADORES Stand 3C05 261 743 630 geral@jlempilhadores.pt JOEL TEIXEIRA PINHEL – JPTOOLS Stand 1 B09 220 936 858 geral@jptools.eu JORNAL DAS OFICINAS Stand 2B07 219 288 052 geral@apcomunicacao.com

PNEURAMA-COM.EXP.IMP.PNEUS, LDA Stand 2C03 224 150 008 paulo.abreu@pneurama.pt; geral@pneurama.pt; comercial@pneurama.pt

TACHOROSETE CTDT UNIP., LDA Stand 3 A08 244 837 760 marketing.rosete@gmail.com TECNOPARTES-EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS, LDA Stand 1 A10 243 991 050; 937 214 627 m.ramos@suspartes.pt TELEPEÇAS, LDA Stand 1C02 253 600 550 geral@telepecas.com

TRACTO-LENA, S.A Stand 3 C12 244 481 763 geral@tracto-lena.com

LANCAR PORTUGAL Stand 1 A15 919 716 503 geral@lancar.com.pt

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LEIRILIS-ACESS.PEÇAS P/AUTOM, SA Stand 1C06 244 850 080 saulo.s@leirilis.com

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TURBO CLINIC Stand 2 A07 239 155 737 info@turboclinic.com

LOGIDADOS-INF.E SERVIÇOS, LDA Stand 3 C03 217 567 210 geral@logidados.pt

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Aftermarket

Ativo no Salão Auto de Braga O Salão Auto de Braga não foi somente uma mostra das principais marcas de automóveis e motos presentes em território nacional. O setor do aftermarket marcou igualmente a sua posição. TEXTO TIAGO CARVALHO ALVES

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segunda edição do Salão Auto de Braga contou com uma notória presença do setor do aftermarket. Entre os dias 25 e 27 do passado mês de setembro foram várias as empresas que expuseram no Parque de Exposições de Braga, revelando aos mais de 12 mil visitantes do certame (de acordo com a InvestBraga, a Agência para a Dinamização Económica de Braga, que o promoveu), as suas propostas para este setor, que apresenta sinais de crescimento. ARAN A Associação Nacional do Ramo Automóvel esteve presente no Salão Auto de Braga 2015 como parceira da InvestBraga, a entidade organizadora do evento. Neste seu papel, destacou-se pela realização da conferência destinada à formação profissional, onde foram abordados temas como o Ambiente, bem como a mediação de conflitos. Quanto ao espaço da ARAN no salão, este realçou a sua imagem institucional, mostrando-se a equipa disponível para responder a todas as questões colocadas pelos representantes das empresas do sector automóvel que visitaram a feira. Saiba tudo sobre esta conferência na pág. 20 desta edição. DOCTORGLASS/NEWCAR Representada no certame bracarense pelo franchisado Doctorglass Braga Ferreiros, o principal objetivo era contribuir para aumentar a notoriedade da Newcar.

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A Doctorglass, especialista na área da substituição/reparação de vidro há mais de 18 anos, aproveitou o evento para agradecer e conviver com os seus clientes e parceiros de negócio. Foram ainda realizadas demonstrações de reparação de vidros e feita uma divulgação personalizada da estratégia da marca Newcar, que ao trabalhar com a totalidade das companhias seguradoras e ao dispor de Serviço Móvel, responde às necessidades demonstradas pelos seus clientes. ETICADATA A Edicadata esteve presente em Braga com uma gama completa de software de gestão desenhada para dar resposta às necessidades atuais do mercado automóvel. Apresentou o ER ERPv13, que inclui uma gama completa de soluções de software de gestão que permite minimizar o trabalho do gestor organizando todos os processos de forma a garantir uma elevada rentabilidade. Segundo Antero Gama, da Eticadata, revelou à TURBO OFICINA, “o balanço da nossa presença no Salão de Braga é muito positivo, já que apresentámos as vantagens das soluções Autogest para stands, oficinas, Rent-a-Car e frotas. Uma vez que o software é todo integrado, apresentámos a gestão comercial e gestão de encomendas, compras, stocks, vendas, contas correntes, tesouraria, fatura eletrónica e gestão administrativa, contabilidade, gestão de recursos humanos e investimentos.”

GESTGLASS Outra empresa presente no Salão Automóvel de Braga foi a Gestglass, que aproveitou o evento para divulgar a empresa junto das casas especializadas na montagem de vidros, assim como junto a casas de comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis da região. Foi ainda aproveitada a oportunidade para apresentar o novo site (www.gestglass.com) com novas funcionalidades. Ao mesmo tempo, a Gestglass apresentou novas ferramentas de apoio técnico, fundamentais para auxiliar o profissional no processo de identificação do vidro indicado. Foram ainda divulgados os serviços de distribuição nacional em 12h/24h e as parcerias com os produtores AGC, Splintex e Nordglass. PDAUTO A presença da empresa PDauto foi marcada por um aproximar do público ao desporto automóvel, com o espaço a ser preenchido com um Seat com o seu patrocínio. Em termos de aposta em novos projetos, a PDauto apresentou uma nova empresa, na qual é sócia. A Redeinnov é uma central de compras, responsável pela importação de material de várias marcas.

ENTRE OS DIAS 25 E 27 DE SETEMBRO FORAM VÁRIAS AS EMPRESAS QUE EXPUSERAM AS SUAS PROPOSTAS PARA O SETOR DO AFTERMARKET, QUE APRESENTA SINAIS DE CRESCIMENTO, NO SALÃO


RECAUCHUTAGEM RAMÔA Numa altura em que a Recauchutagem Ramôa está à beira de cumprir o seu 50.º aniversário, a sua presença no Salão Auto de Braga tornou-se um importante marco para a empresa. Com uma presença no mercado bastante enraizada no nosso país – com particular destaque para a zona norte – a Recauchutagem Ramôa recebeu no seu espaço os seus clientes e fornecedores, PUBLICIDADE

de forma a perpetuar a ligação entre ambas as partes. Segundo revelou Hugo Ramôa à TURBO OFICINA, “o salão cresceu bastante face ao ano passado”, o que deverá levar a empresa a renovar a sua aposta no evento bracarense. SOARAUTO Também o Grupo Soarauto (Soarauto e Peçaslímia) foi alvo de atenções no evento

da cidade dos arcebispos. O objetivo foi em primeiro lugar agradecer e cimentar os laços de confiança que os parceiros de negócio depositam nas empresas do Grupo. Neste espaço de exposição foram apresentadas as principais novidades de produto, nomeadamente as marcas Arnott–Suspensões Pneumáticas, SWAG-Bilstein Group e a nova embalagem de lubrificantes Petronas, que estrearam em Portugal neste certame. Para além do espaço referido, a Soarauto dinamizou ainda a agenda do salão, ao conseguir incorporar uma série de formações técnicas em parcerias com as marcas Garrett, Petronas e Luk, Ina e Fag, do Grupo Shaeffler. Segundo revelou Renato Soares da Soarauto à TURBO OFICINA, “o resultado não poderia ser mais interessante, uma vez que contámos com mais de 120 profissionais entre as quatro ações de formação. Com as ações de formação realizadas, a Soarauto atribuiu um valor adicional aos seus parceiros, bem como ao próprio evento. Esperamos contudo que a 3.ª edição do Salão tenha uma maior adesão de expositores do aftermarket, com o objetivo de ultrapassar os visitantes deste ano.”


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ARAN

Conferência em Braga

A ARAN aproveitou a realização do Salão Auto de Braga para levar a cabo a sua conferência, que versou sobre o tema “Ambiente – requisitos legais e boas práticas”. TEXTO TIAGO CARVALHO ALVES

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ARAN esteve presente na cidade dos arcebispos com uma dupla missão. Para além da presençano Salão Auto de Braga através de um espaço próprio,a Associação Nacional do Ramo Automóvel esteve igualmentenaquela cidade como organizadora de uma conferência, subordinada ao tema “Ambiente – requisitos legais e boas práticas”. Esta foi uma ação que contou com a participação de entidades convidadas como a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), o SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente),o CASA (Centro de Arbitragem para o Setor Automóvel) e o CEPRA (Centro Profissional de Reparação Automóvel). Os assuntos propostos neste congresso reincidiram essencialmente sobre temas práticos vivenciados do dia-a-dia dos intervenientes e assistentes, baseando-se o método de aproximação entre os oradores e o público em perguntas e respostas, criando-se assim uma maior empatia entre ambas as partes e ocasionando que os trabalhos tenham prosseguido a bom ritmo ao longo da jornada de trabalho.

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BALANÇO A ARAN, sempre com o intuito de promover e assegurar a defesae de apoiar os interesses legítimos das atividades empresariais que representa, bem como o seu desenvolvimento, conseguiu com esta iniciativa aproximar os interesses dos seus associados a temas da atualidade, o principal objetivo que se propunha cumprir com esta iniciativa. Naturalmente que, no final dos trabalhos, impunha-se ouvir as palavras do Presidente da ARAN, António Teixeira Lopes, que nessa entrevista revelou à TURBO OFICINA que “esta conferência foi na verdade mais umworkshop, ou seja, foi mais uma sessão de trabalhos da associação, que tem vindo a fazer um esforço enorme para motivar os profissionais do setor automóvel. Isto sucede numa altura em que o país vive uma fase preocupante face às vendas de veículos.” António Teixeira Lopes prosseguiu referindo que “apesar do nosso empenho constante tem-se notado um crescente desinteresse por parte de quem vive do setor automóvel, o que é efetivamente muito alarmante. Isso deve-se ao nível de preocupação geral

dos portugueses na atualidade.Ou seja, enquanto houver outras prioridades que não o automóvel, o sistema de vendas e todo o setor ligado ao universo das oficinas não poderáevoluir. Não se vendo o automóvel como um bem de primeira necessidade, as decisões económicas por parte dos nossos governantes não beneficiam esta indústria e o setor dificilmente poderá sair deste impasse em que se vive.” Quando inquirido sobre qual o tema que teve maior adesão durante a conferência da ARAN, a Teixeira Lopes revelou prontamente que “não houve qualquer destaque particular de um tema específico face a outronestas sessões, já que todos eles foram selecionados de acordo com os temas da atualidade, um fator que a associação tem vindo a evidenciar desde sempre.” O próximo evento organizado pela ARAN será o Curso “Sistemas Híbridos” em Évora, que se realizará no fim de semana de 3 e 4 de novembro, no Parque Industrial daquela cidade alentejana, seguindo-se nova conferência sobre o tema ambiental, a levar a cabo em paralelo com as feiras Mecânica e Expotransporte, no dia 14 de novembro, na Exposalão, na Batalha.



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Congresso Serca

Avançar em conjunto Na sua 26.ª edição, o congresso anual do Grupo Serca tornou-se verdadeiramente internacional, pois acolheu pela primeira vez os seus sócios em Portugal. Entre novidades e uma entrevista aos dois nomes maiores do Grupo espanhol, eis os pontos altos de um dia exaustivo de trabalhos no Porto. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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oi no Porto que se realizou o 26.º Congresso do Grupo Serca, que teve, pela primeira vez, a presença dos sócios portugueses do Grupo: Bragalis, Cosimpor, Krautli e Soulima, que se juntaram aos congéneres espanhóis e fornecedores, bem como à imprensa ibérica, num total de mais de 310 pessoas a assistir à jornada de trabalhos, que teve lugar no passado dia 22 de outubro. Nesta edição – a segunda em solo português –, o foco recaiu sobre o trabalho de grupo, tal como deixava antever o mote deixado por

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Agustín García (“em equipa podemos ir mais longe”,), presidente do Grupo Serca, no seu discurso inaugural. MOTIVAR É PRECISO Para tal foram realizados dois workshops sobre este tema, o primeiro a cargo de Antonio Moar, Comunicator& Business Trainer, e o segundo por Xesco Espar, especialista em planificação desportiva, controlo emocional e motivação. Através de vários exercícios práticos e bastante divertidos foram

avaliadas as capacidades de os congressistas trabalharem em equipa, planearem ações, liderarem equipas e cumprirem de forma eficientes objetivos, ao mesmo tempo que mantinham o foco no bem-estar do cliente, que tomou a forma de um ovo que era preciso não quebrar. BALANÇOS Mas nem só de exercícios viveu este congresso. Na sua intervenção, Agustín García afirmou ainda que o Grupo “está a crescer


cada vez mais e a tornar-se mais internacional. Podemos felicitar-nos por um trabalho bem feito”. Apesar disso, ainda há trabalho por realizar: “temos pela frente um desafio apaixonante: tirar proveito da experiência destes últimos anos mais duros, agora que o panorama começa a melhorar”. García mencionou também que o Grupo Serca está a crescer acima do mercado, êxito que, de acordo com o seu presidente “demonstra que a nossa filosofia funciona”, o que, para ele terá contribuído para que tenham crescido constantemente desde 2011, resultado a que não estará também alheio o processo de internacionalização em curso, com a criação do IDAP (a partir da união entre o grupo espanhol Serca e o francêsS’Energie) e a cofundação da Nexus. NOVIDADES N! Foi este o prato forte do congresso que se realizou na Invicta e aquele que mais atenção despertou nos participantes, imprensa incluída: a revelação do plano estratégico do Grupo Nexus Internacional, de que o Grupo Serca, através do IDAP, é cofundador. Tal foi feito por LluisTarrés, que afirmou que a Nexus se converteu “num especialista em mercados emergentes” e que nenhum fornecedor OE enjeita trabalhar com a marca, o que explica que tenham já 56 contratos com fornecedores, devendo o ano de 2015 terminar com 60 contratos realizados, presença em 60 países e uma faturação de sete mil milhões de euros. Ao mesmo tempo, Tarrés falou do plano estratégico do Grupo Serca, detalhando aspetos em que estão a trabalhar, como a implantação das redes de oficinas Nexus Auto e NexusTruck, que complementarão, em Espanha, as já existentes Profesional Plus e SPG Talleres, não existindo para já novidades acerca destas duas novas redes para o território luso. Além da nova imagem do Grupo, está também a ser ultimada uma app para as oficinas e para os seus clientes e encontra-se em desenvolvimento o conceito Serca Aula, que não é mais do que uma

escola de formação para as oficinas e para os associados, tal como uma formação de produto pelas mãos do seu fornecedor. De regresso ao tema Nexus, foi apresentada a marca própria deste grupo internacional: Drive+, que já está à disposição dos sócios. Esta nova marca é fabricada por fornecedores homologados da Nexus e tem o objetivo de proporcionar uma gama completa, a preço competitivo, com presença no TecDoc, e que consigam dar resposta logística a pedidos pequenos. Para já disponível apenas em discos e patilhas de travão, rolamentos e elevadores de vidros, estão em estudo gamas de embraiagens, baterias, amortecedores, bombas de água e sensores TPMS. Apontando ao futuro, Tarrés avançou que, no próximo ano, a Nexus trabalhará para implementar as redes de oficinas, renegociar acordos com fornecedores com o objetivo de estes conseguirem um cariz global e lançar a Nexus Academy, um projeto de formação para sócios e oficinas. CARÊNCIA FORMATIVA Carmelo Pinto, diretor-geral do Grupo, focou precisamente o aspeto da formação na sua intervenção, reforçando a ideia de que devem ser melhorados vários aspetos do funcionamento das oficinas, sendo este

um dos mais importantes, no seu entender, para os sócios do grupo, a par da imagem e do investimento em novos equipamentos e da comunicação com os seus clientes. Quanto à concorrência, que apelida de “selvagem”, Carmelo Pinto queixou-se de algumas práticas ilegais, que ocorrem tanto em Espanha como em Portugal e que prejudicam as oficinas, como a desmontagem dos catalisadores e filtros de partículas, mas também a venda online diretamente à oficina. No mesmo tema, Carmelo Pinto mencionou as oficinas ilegais como um dos principais focos de concorrência, não deixando de fora as oficinas móveis, que não têm de cumprir os mesmos requisitos que as fixas, gerando, à partida uma “concorrência desleal”. Mas nem todos os desafios são externos e Carmelo Pinto abordou o tema da agressividade das campanhas de descontos entre os distribuidores, com os descontos a subirem demasiado e a prejudicarem a rentabilidade das empresas, pois “não é o mesmo ganhar 30% de 100 euros e 30% de 70 euros”. Mas também os stocks obsoletos podem prejudicar a rentabilidade e Carmelo Pinto urgiu que sócios e fabricantes estejam atentos a este problema, retomando o que foi o lema deste 26.º congresso do Grupo: “juntos vamos mais longe”.

Entre criar um “engenho” que protegesse um ovo (que simbolizava o cliente) de uma queda a ter de trabalhar em equipa para mover uma sequência de copos na mesa, passando por ter de virar uma toalha do avesso sem sair de cima dela,muitos foram os exercícios propostos durante a jurnada de trabalhos deste 26.º Congresso do Grupo Serca, todos com o intuito de incutir nos presentes a mensagem de que não se consegue triunfar sozinho. A julgar pelos resultados financeiros do grupo, a mensagem foi bem recebida.

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Futuro de consolidação Carmelo Pinto

Há um ano presente em Portugal enquanto grupo, Carmelo Pinto e LluísTarrés apontam para o Grupo Serca um futuro de consolidação no nosso país, antes da possível chegada de novidades ao nosso mercado. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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restes a completar 30 anos de atividade (o que acontecerá em 2017), o grupo Serca foi, nas palavras de Carmelo Pinto, seu diretor-geral, “crescendo pouco a pouco e respeitando os valores de cada um dos sócios”. Este foi o segredo para atravessar os períodos mais conturbados da sua existência e o resultado foi positivo, até porque“do nosso grupo nunca saiu ninguém para outro”, como recorda Carmelo Pinto. As atividades em Portugal datam de 1998, com a Cosimpor, mas foi apenas a partir do ano passado que chegaram ao Grupo Bragalis, Krautli e Soulima para reforçar a presença do Serca em território luso, mercado que vale entre 13 e 15% da faturação total do Grupo. De acordo com Lluís Tarrés, a estrutura do Serca em Portugal é de “importadores e neste momento não vamos aceitar outros níveis de distribuição no Grupo”. Ao invés, “até que não desenvolvamos o nosso potencial atual – seja através da criação de redes de distribuição associadas ou de uma rede de oficinas associadas, coisas que estamos a desenvolver para Portugal – vamos ficar-nos pela consolidação”. Apesar disso, Tarrés, o “número dois” do Grupo, afirma existirem muitas oportunidades para crescer, juntando sócios, no nosso mercado, que demonstra, a par com o espanhol, muito interesse “em juntar-se ao nosso projeto”. Não obstante, Tarrés crê que o primordial é “dar mais volume e confiança aos sócios”, para

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depois ver “que partes do mercado ainda não cobrimos”. Será nessa altura que se descobrirão as necessidades e o que poderá ser feito para as suprir e garantir o objetivo final do Grupo, que é crescer, como afirma Carmelo Pinto: “O que queremos é crescer. Este ano crescemos dois dígitos e temos vindo a crescer, mesmo durante a crise. O nosso plano estratégico passa por isso e pela renovação”. ESPECIFICIDADES LUSAS Este período de consolidação serve também para que “nos organizemos melhor, pois estamos em força no vosso país há apenas um ano”. E este mercado tem algumas especificidades, como aponta LluísTarrés: “No mercado português é mais difícil combinar os interesses das diferentes empresas. Repare que os outros grupos normalmente têm apenas uma empresa e um importador e nós conseguimos combinar várias grandes empresas para trabalhar em Portugal. Na semana passada tivemos uma reunião com os nossos sócios portugueses e estamos a ponto de avançar com uma estratégia conjunta para funcionar como grupo no mercado português”. Desta feita, não será a breve trecho que veremos as marcas Professional Plus e SPG (as duas redes de oficinas do Grupo) no nosso país, pois “há um ano criámos Portugal como um grupo e agora os sócios locais estão a trabalhar. É a partir daqui que se vai definir

a estratégia para Portugal, tanto em termos de distribuidores como de oficinas”, como adiantou Tarrés. Carmelo Pinto adicionou que não seria boa altura para tal entrada, até porque “temos um novo responsável pelas oficinas do Grupo, pelo que estamos a criar um novo projeto global neste sentido e só depois é que poderemos propor aos nossos sócios portugueses se querem que estas redes venham para Portugal”. Em contraponto, as marcas do grupo, Serca e Textor, estão já a ser comercializadas em solo luso, algo a que o Grupo dá particular importância. Quanto à Drive+, apresentada neste congresso, “estará à disposição do mercado, caso haja necessidade”, mas para já não virá para o nosso mercado. WEB NÃO AMEAÇA O advento do mercado baseado na Internet não assusta o diretor-geral do Grupo Serca, uma vez que em Espanha o total do mercado de Internet [em termos de compras] “é de cerca de 4%”. Carmelo Pinto prossegue, explicando que “a maior utilização deste meio é da oficina com o distribuidor, pois este pede-lhe as peças através da web. Existe ainda o mercado do particular, mas este tem graves problemas, pois os enganos nas peças que encomenda são muito comuns”. Na opinião, do diretor-geral, o mercado vai avançando apenas com base no preço, como acontece com a Oscaro, “que pratica uns preços muito ‘esmagados’, mas eles também não estão nada bem financeiramente, por isso…” Mas há ainda outras dificuldades, quanto mais não seja porque “há muitas coisas que não se compram na Internet, especialmente aqueles que necessitam de um grande background técnico”. O verdadeiro problema deverá surgir no dia em que as oficinas digam aos clientes que


“PREFERIMOS SER UMA EMPRESA DE SERVIÇOS E DE ATENDER ÀS NECESSIDADES DOS NOSSOS CLIENTES E DOS NOSSOS SÓCIOS, CULTIVANDO AO MESMO TEMPO UMA RELAÇÃO. ISSO É DIAMETRALMENTE OPOSTO A UMA VENDA POR INTERNET.” LLUÍS TARRÉS

Lluís Tarrés

se recusam a montar determinada peça que não foi comprada por eles ou através deles, “e há muitas peças que os particulares não conseguem montar sozinhos”. Esta pode até ser uma oportunidade para as oficinas cobrarem pela mão-de-obra utilizada e também pelo facto de não terem sido eles a comprar a peça. “Se quisermos PUBLICIDADE

ver as coisas por este prisma, a Amazon, por exemplo, pode até vender peças no valor de 15 milhões de euros, mas isso é comparativamente pouco com os nove mil milhões de euros que vale o mercado de aftermarket em Espanha”. LluísTarrés acrescenta que no Grupo Serca “não somos a favor de todos os canais de

distribuição”, mas apenas porque a filosofia é diferente. “Preferimos ser uma empresa de serviços e de atender às necessidades dos nossos clientes e dos nossos sócios, cultivando ao mesmo tempo uma relação. Isso é diametralmente oposto a uma venda por Internet.” Para terminar a conversa, tão longa quanto pode ser no intervalo de um congresso, mas bastante produtiva, quisemos saber porque optou o Grupo Serca por cofundar o gigante Nexus através da IDAP (a parceria estabelecida com o grupo francês S’Energie) e não em nome próprio. A resposta foi dada por Carmelo Pinto e não podia ser mais objetiva: “Estávamos há muito tempo a tentar unir-nos a um parceiro francês e quando estávamos prestes a fundar a IDAP InternationalDistribution Aftermarket Parts, fomos contactados por quem pretendia criar a Nexus. Ponderámos a hipótese de criar dois grupos, IDAP e Nexus, mas se assim fosse, os sete mil milhões com que devemos fechar o ano seriam 3,5 milhões em cada um dos grupos e não teríamos conseguido que o Grupo Nexus fosse tão importante como é atualmente. Nessa altura comprometemo-nos com a IDAP e então partimos na aventura que tem sido a Nexus até agora”.


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Conferência ACM

Ir ao encontro do cliente A conferência “Setor automóvel no séc. XXI” reuniu, em Braga, 130 especialistas para debater o futuro da atividade e encontrar respostas adequadas às novas necessidades. TEXTO ANDREIA AMARAL

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cidade de Braga acolheu, no dia 16 de outubro, a conferência “Setor automóvel no séc. XXI”. Organizado pela ACM, em colaboração com diferentes entidades de âmbito regional e nacional, o evento contou com o apoio da TURBO OFICINA como media partner e debateu as principais tendências dos

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setores do aftermarket e oficinas com o objetivo de encontrar respostas adequadas a um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo. Antecipando o tom das diferentes apresentações, a organização relembrou mesmo a frase de Albert Einstein: “No meio de qualquer dificuldade encontra-se a oportunidade.” E foi com essa nota que

saiu destacada a necessidade de as empresas elevarem as fasquias do conhecimento, da competência e da eficácia. O dia colocou no centro da discussão as novas tecnologias, responsáveis pelas mudanças nos comportamentos e hábitos de consumo, mas também por aquela que será a maior revolução dos últimos tempos no mundo automóvel:


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a Telemática. Encarregado da abordagem a este tema, Pedro Barros, responsável pela Tips4Y, empresa especialista em sistemas de informação auto, alertou para a necessidade de uma mudança de atitude, impulsionada pelo veículo comunicante. “Vamos passar a ter a possibilidade de comunicar diretamente com o condutor, que é verdadeiramente aquele que decide, é o prescritor”, defendeu, indicando que desta capacidade poderão surgir novos modelos de negócio.“Não é só uma oportunidade em termos de comunicação, mas também em termos de reencaminhamento, de planos de fidelização dos clientes e de poder promover novos serviços, nomeadamente, as manutenções preditivas e preventivas.” CAPTAR NEGÓCIO Aconselhando os empresários a terem uma atitude positiva, Pedro Barros sublinhou que “a crescente complexidade tecnológica dos próprios veículos obriga as pessoas a uma formação contínua e a equipamentos adequados”. No entanto, este responsável acredita que esta será “uma forma de diferenciação dos negócios”. No fundo, trata-se de encarar o carro como um serviço e não como um ativo. Este “novo mundo” ficou bem patente na apresentação de Rui Bica, da BMW Portugal, sobre as novas tendências da mobilidade. Abordando um novo conceito iniciado com os BMW i, Rui Bica esclareceu que, mais do que um veículo, se comercializa todo um serviço de mobilidade, que integra, inclusivamente, carsharing individual ou corporativo. Adicionalmente, estes veículos permitem ainda que, por via do telemóvel, o condutor consiga aceder a uma panóplia de informações sobre o veículo e sobre os locais nas proximidades. Já dotados com serviços de alerta que informam a central de uma avaria,

estes veículos são exemplos do potencial que estar ligado a estes a centros de receção de avisos poderá significar para uma oficina. De resto, tal como abordou Dário Afonso, administrador da ACM, existe cada vez mais uma tendência para a diversificação, tanto ao nível dos negócios de reparação e manutenção auto, como para o aftermarket, que poderá, além de peças, passar a comercializar pneus. Os incentivos à reconstrução de peças poderão também significar uma crescente importância dos players nesta área, retirando negócios aos fabricantes, sobretudo para veículos com mais de 12 anos. Aliás, Luís Vieira, responsável da B Parts, apresentou, durante a tarde, as novas soluções que existem a este nível.E se as oficinas auto já começaram a ir ao encontro do cliente, abrindo espaços em locais onde ele está, como centro comerciais, e até lançando serviços móveis para que este não tenha de se deslocar, o mesmo acontecerá para a aquisição de peças. O cliente virtual impõe-se eestar nas plataformas de comparação imediata de preços torna-se obrigatório para quem quer assegurar vendas. Com novos atores a entrar no mercado e perante a possibilidade de atrair o condutor/proprietário através das comunicações móveis, a bordo já do próprio carro, para Dário Afonso há uma verdade incontornável: “Temos de conduzir o cliente até nós!” APROVEITAR O POTENCIAL Para que tal seja possível é essencial conhecer o cliente, algo que não é um hábito comum na cultura da maioria das empresas. Segundo Jorge Lopo Cancella de Abreu, diretor geral da team-up, o empresário “não sabe se está a ganhar ou a perder clientes, se os que tem valem mais ou menos, quanto ganha com cada um e o que tem fazer para chegar a determinados clientes”. Referindo, na sua

TEST-DRIVES AO FUTURO Reconhecida como uma das principais tendências de futuro, a mobilidade elétrica também esteve em destaque na conferência “Setor automóvel no séc. XXI”, que proporcionou aos participantes uma experiência de condução ao volante de um BMW i3. A BMW, através da sua concessionária

BAVIERA, realizou diversas sessões de Test Drive, tendo disponível dois veículos para o efeito. Inicialmente, a ideia era realizar as experiências de condução durante os coffee-breaks e pausa para almoço da conferência. No entanto, perante tamanha adesão, os testes acabaram

por se realizar ao longo de todo o dia, animando o evento. Merecedores do aplauso dos participantes, aguçaram ainda mais o apetite para experimentar o i8, ali estacionado, mas indisponível para se entregar nas mãos dos muitos curiosos.

O interior do Auditório da AIMInhofoi preenchido com um espaço de exposição, onde as diferentes entidades que se associaram ao evento tiveram a oportunidade de apresentar os seus produtos e soluções. JR Diesel, Ecoparts, Eurotransmissão, Inforap, Mecatrónica, Pador, Grupo Bombóleo e Activex foram empresas que aproveitaram a oportunidade para mostrar de que forma podem contribuir para o crescimento dos negócios. De referir que a Activex, tal como a team-up e a tips4y, foi patrocinador Gold da conferência.

apresentação, que é essencial “aproveitar bem o potencial de cada geração” e que “todas têm formas diferentes de comprar”, o consultor alertou para a necessidade de aprender a comunicar com as gerações da “economia partilhada”, movidas pela tecnologia, acessibilidade e simplicidade, sem deixar de comunicar com a população ativa hoje em dia. O mesmo é verdade em relação aos recursos humanos. Incluir pessoas mais jovens permitirá conhecer melhor os clientes na mesma faixa etária e poderá trazer inputs inovadores para o negócio, mas é também importante contar com a experiência dos mais velhos. E, se quer cuidar dos seus clientes, convém não esquecer os colaboradores, pois deles também dependerá o sucesso do negócio. “Todos nós produzimos muito mais quando estamos motivados e quando somos reconhecidos”, sublinha Jorge Cancella de Abreu. Com margens cada vez menores, é fundamental reduzir custos e otimizar para aumentar a sustentabilidade. Miguel Melo, da MCoutinho Peças, falou sobre novos conceitos logísticos e sobre como melhorar a cadeia de abastecimento pode potenciar o negócio. Já Trigo Morais, da LogGame, apresentou o KAIZEN como uma ferramenta de otimização das empresas, na medida em que esta filosofia permite uma melhoria continua dos processos e uma maior facilidade de comunicação e de foco no objetivo: “criar valor acrescentado.” Perante a dinâmica das apresentações, Dário Afonso revelou que a conferência foi“um enorme sucesso”, sobretudo “pelos temas apresentados e pela qualidade dos oradores”. Não obstante, lamentou: “Gostaríamos de ter tido mais empresas de Braga presentes, já que foi para elas que desenvolvemos todo este trabalho. No entanto, tal facto não nos desmotiva para continuarmos a acreditar na descentralização deste tipo de eventos. Onde será o próximo? 2016 o dirá…” NOVEMBRO 2015

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WD-40

Gama “Specialist” lançada na Mecânica A WD-40 irá apresentar na Mecânica a sua mais recente gama, denominada “Specialist”, onde seis novos produtos passarão a estar à disposição dos profissionais dos mais diversos setores. TEXTO TIAGO CARVALHO ALVES

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ecânica, feira que irá decorrer na Batalha entre os dias 12 e 15 de novembro em paralelo com a Expotransporte, será o palco para a apresentação da gama “Specialist” da WD-40, composta por seis novos produtos, destinados a profissionais. Os seis novos produtos a apresentar serão: Lubrificante de Silicone, Penetrante, Massa Consistente em Spray, Óleo de Corte, Lubrificante Seco com PTFE e o Limpa Contactos. Segundo Orlando Coelho, Diretor Comercial de Portugal da marca, “o lançamento da nova gama WD-40 Specialist será acompanhado por um forte plano de implementação no mercado que ajudará os nossos distribuidores a aumentar as suas vendas e rentabilidade”. Todos estes produtos serão distribuídos em formato aerossol de 400 ml e apresentam o sistema de dupla ação, que permite uma rápida

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transição entre a aplicação precisa (através da cânula) e uma aplicação ampla, para utilização em grandes áreas. Todos devidamente testados (quatro receberam o registo na NSF International), estes novos produtos da WD-40 estarão à venda no dia a seguir ao encerramento do salão na Batalha. O QUE HÁ DE NOVO Um dos produtos a estrear-se no nosso país é o Lubrificante de Silicone, que facilita o movimento das peças sem atrair poeiras e sujidades. Oferece ainda um rápido tempo de secagem e cria uma camada de proteção e isolamento anticorrosão. Compatível com todo o tipo de metais, plásticos, borrachas e madeiras, tem resistência ao calor verificada até aos 200ºC e evita o atrito e a fricção de peças em movimento e sob pressão.

Outra proposta é o Penetrante, que atua em peças bloqueadas e oxidadas, libertando-as. Segundo dados da WD-40, este óleo permite eliminar 30% da corrosão em 72 horas. Resistente à água, previne a ferrugem. Já a Massa Consistente em Spray é recomendada para aplicações ao ar livre e para mecanismos e peças dedifícil acesso que estejam sujeitos a desgaste contínuo, como engrenagens, maquinaria ou peças de engenharia. Este produto pode ser utilizado entre os -20ºC e os 115°C e tem o objetivo de suprimir pontos de fricção e atrito, proporcionando ao mesmo tempo uma proteção contra a corrosão e a oxidação. Exibe ainda propriedades de adesão e selagem, mesmo em superfícies verticais. O Óleo de Corte foi desenvolvido tendo em vista a utilização em máquinas e ferramentas de corte, bem como engenhos de furação. Constituído por uma mistura de óleo mineral, compostos químicos e aditivos, oferece resistência a pressões externas e reduz o nível de atrito entre os materiais, bem como o calor, prolongando a vida útil das máquinas. O Lubrificante seco com PTFE pode ser utilizado em correntes, engrenagens ou dobradiças e oferece um período de secagem curto. Pode ser aplicado em peças metálicas, plásticas e de vidro, entre os -45ºC e os 260ºC. O Limpa Contactos WD-40 Specialist fecha o lote de novidades e dissolve óleos, gorduras, sujidades, poeiras, resíduos de solda e condensação em equipamentos elétricos ou eletrónicos, incluindo materiais delicados. A sua fórmula não conduz eletricidade e permite uma rápida evaporação sem deixar resíduos.



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DT Spare Parts

Aposta nos VCL Com a apresentação do novo catálogo destinado ao Mercedes-Benz Sprinter e ao VW Crafter/ LT II, a DT – Diesel Technic entra no mercado das peças de reposição dos veículos comerciais ligeiros. TEXTO TIAGO CARVALHO ALVES

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ois dos modelos comerciais ligeiros mais vendidos do segmento dos furgões passam a estar referenciados no catálogo de peças de reposição da DT SpareParts. Graças às suas caraterísticas, estes veículos permitem um amplo leque de utilizações. Desde o pequeno comerciante à empresa de transportes de volumes mais consideráveis, não pondo de lado a vertente de turismo, o certo é que são praticamente inexistentes os casos de empresas que não possuem um ou mais furgões ao seu serviço. Em termos de vendas, destaque para a Europa, que é onde este tipo de veículos é mais utilizado e vendido, seguindo-se a região da Grande China e a América do Sul. Segundo a DT SpareParts, existe uma forte tendência de subida do setor dos comerciais ligeiros, onde se incluem o Mercedes-Benz Sprinter e o VW Crafter/ LT II, em mercados como a América do Norte e do Sul, Europa, Grande China e Rússia. A pensar nesta perspetiva, a DT SpareParts, depois de estar já devidamente implantada nos segmentos dos camiões, reboques e autocarros, abraça desta feita um novo desafio, com o

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objetivo último de alcançar uma maior quota de mercado. MESMA BASE PARA DOIS PRODUTOS Ambas as propostas utilizam a mesma base– a primeira geração da Mercedes-Benz Sprinter é idêntica à segunda geração da VW LT –, sendo a partir deste pressuposto que existe uma aproximação em termos de peças, com estes dois VCL a terem já referenciadas mais de 1200 peças de reposição, adequadas para um total de 1700 números de referência da Mercedes e cerca de 1000 números de referência da Volkswagen. Brevemente serão introduzidas outras referências neste catálogo, o que fará com que a gama de peças de reposição para veículos comerciais da marca seja ampliada de forma consequente. FÁCIL DE UTILIZAR Existem neste catálogo, além das referências gerais, uma tabela de referências cruzadas abrangente, que permite a identificação mais rápida de todas as peças de reposição

adequadas da marca DT Spare Partspara estes dois veículos. Mas não é tudo, uma vez que a marca coloca à disposição dos clientes os kits de reparação Special DT Kits, que contêm todas as peças necessárias para uma reparação, o que facilita o trabalho da oficina. Agrupados sob um número comum de conjunto de peças, os Special DT Kits estão identificados nos catálogos com a letra “S”, o que também ajuda a otimizar a utilização por parte do profissional. A somar a estes fatores, é ainda possível iniciar uma busca rápida por qualquer item através dos códigos QR, num claro aproximar da facilidade de pesquisa com esta tecnologia. Este novo catálogo de peças de reposição da DT Spare Parts está, como vem sendo habitual, disponível na Internet em http:// dcat.dt-spareparts.com como catálogo digital de produtos. O acesso através de dispositivos móveis pode ser feito através do endereço http://m.dt-spareparts.com e, caso prefira o catálogo impresso, pode pedi-lo no formulário existente em http://cat.dt-spareparts.com ou através dos parceiros de distribuição locais.



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PROTAGONISTA

Licínio Nunes, administrador da Saint-Gobain Autover Portugal, fala dos 19 anos de atividade e revela como a empresa se tornou uma fábrica de ideias de sucesso. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

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presidir os destinos da Saint-Gobain Autover Portugal há tantos anos como ela tem, Licínio Nunes entregou-se de corpo e alma ao setor do vidro. Em entrevista exclusiva à TURBO OFICINA, anunciou que Portugal assumirá a rede ibérica e revelou o percurso que trouxe o reconhecimento internacional. A Saint-Gobain Autover Portugal está prestes a completar duas décadas de existência. Que balanço faz destes vinte anos de atividade? Quando, há 19 anos, a Saint-Gobain me contactou para fazer esta empresa, estava longe de pensar que iria chegar tão longe. Era proprietário de uma empresa que era líder nesta área e o Grupo Saint-Gobain contactou-me para comprá-la e disseram-me que podia ficar a gerir o negócio. Não diria que foi um caminho difícil, mas sim interessante. Tive de desenvolver uma mentalidade diferente. Eu era investidor, e sou acionista da Saint-Gobain, mas sabia que iria perder poder e que seria a Saint-Gobain que teria maior destaque, ao deter 60% da companhia. No entanto, em momento algum senti que houvesse prepotência ou qualquer obrigação de fazer determinada coisa.

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Licínio Nunes

“Autover Portugal


passará a fazer gestão ibérica” Recordo-me de que, no primeiro mês, faturámos 80 mil euros e hoje faturamos 30 milhões. Tínhamos na altura seis empregados e hoje contamos com 125! Para além disso, a própria Saint-Gobain nunca me proibiu de dar azo à minha imaginação e sobretudo à minha vertente de empresário. Sempre fiz o que quis, obviamente dentro das regras do grupo. Consegui coisas muito interessantes. A marca Glassdrive nasceu em Portugal, tal como a marca CASA, que está a ser lançada por nós, e a marca Glassdomus. Depois estes produtos foram replicados por vários países. Acaba por ser um motivo de orgulho pessoal estar na base de casos de sucesso. Acha que há essa competência e criatividade nos empresários portugueses? Portugal é um país pequeno, mas quando consegue ter alguém com qualidade, essa pessoa vai para o estrangeiro liderar. Os portugueses conseguem fazer bem e até melhor do que os estrangeiros. Por sermos um povo pequeno, existe sempre aquela capacidade de adaptação e de “desenrascar”. Os estrangeiros não estão para isso. As melhores práticas do grupo passam por Portugal, somos inovadores e criativos e temos a capacidade de sofrimento que outros não têm. Muitas vezes um projeto, enquanto não está maduro, passa por uma fase critica. Se não temos essa capacidade de sofrimento e adaptação, não chegamos ao fim. Tem, portanto, autonomia a nível de gestão perante o grupo? Tenho liberdade para traçar as diretrizes que pretendo, o que é uma gestão responsável. De outra maneira não seria possível. No entanto, há relatórios e todo um sem número de coisas que temos de seguir. Adaptei-me a essa forma de trabalho, mas tenho uma gestão à minha maneira. Quais os grandes desafios com que a Saint-Gobain Autover se deparou ao longo destas duas décadas? Quando entrei, foi a abertura da Saint-Gobain ao vidro automóvel em Portugal. Tudo o que entrava no nosso país era importado da Holanda. Passou, então, a haver um negócio direto aos clientes e ao público. O grande desafio que tivemos foi formar a Glassdrive, em 2001. Foi nesta altura que a empresa passou de micro a média empresa, apesar de pertencer

a um grande grupo. Temos hoje 133 centros e naquele tempo eram apenas três. De destacar os milhões de vidros que já montámos e somos a empresa de referência neste capítulo. Ganhámos pelo terceiro ano consecutivo A Escolha do Consumidor, um título atribuído por mérito. Trabalhamos com todas as seguradoras, que esse sim é o melhor prémio que podemos alcançar, até porque são elas os nossos principais clientes. Acima de tudo, as pessoas sabem que quando querem montar um vidro de qualidade vêm à Glassdrive. Quando lancei a ideia da Glassdrive ao diretor, ele disse-me para não a oficializar, pois podia correr bem ou mal. Fizemos a coisa bem e cada vez melhor até que o grupo em 2004/05 começa a avançar e a criar mais conceitos Glassdrive no mundo. Hoje, estamos já em nove países e vamos avançar para muitos mais, porque o conceito vingou. É um motivo de orgulho dizer que a Glassdrive nasceu em Portugal, é fruto de uma ideia nacional que hoje é exportada. Esse foi o grande desafio. Depois disso tivemos outros desafios, como a Glassdomus, em 2008, dedicada ao vidro da arquitetura e que também resultou, e a CASA, que estamos a implantar neste momento. Qual a importância da Saint-Gobain Autover Portugal para o grupo? Confinando-nos ao espaço português, somos já a segunda empresa do grupo, num universo de 12, e já fomos a mais pequena. Podemos mesmo vir a ocupar a primeira posição. Enquanto houve crise no setor da construção, no setor automóvel crescemos sempre, fruto de uma estratégia de querermos ser líderes. Somos uma empresa que fatura 30 milhões de euros num grupo que fatura em Portugal 300 milhões, ou seja, representamos 10%. Os anos de constrangimento económico afetaram de alguma forma os resultados e as vendas? Naturalmente que afeta sempre. Atingimos o nosso pico de vendas em 2011 e, desde então, não perdemos vendas. O facto é que para termos essas mesmas vendas temos que trabalhar muito mais. Poderá dizer-se que a crise nos tirou o crescimento que queríamos. Em todo o caso, estou esperançado de que, com o retomar da economia e da confiança, vamos crescer. Não quer dizer que haverá mais sinistros automóveis, mas que as pessoas andarão mais de carro, partindo assim mais vidros.

Que medidas tomaram para não terem uma quebra nos resultados? Quando há uma crise, temos de ver quais os nichos que não estamos a explorar e quais os gastos que estamos a ter em excesso. É na crise que se passa a gerir o desperdício. Posso dizer que gastávamos milhares de euros em café e hoje gastamos metade. Também gastávamos bastante em galões de água e hoje gastamos muito menos, depois de termos comprado filtros purificadores. Não deixámos, contudo, de aumentar os salários todos os anos, mesmo em crise. Tivemos também que potenciar as vendas junto dos nossos clientes que estavam mais adormecidos. Houve, portanto, uma gestão mais eficaz e um reforço do marketing. Considera que as empresas nacionais aproveitam devidamente estas áreas? As empresas portuguesas têm muitas pessoas voluntariosas e é só. Não são pessoas formadas e, em muitos casos, não têm uma cultura empresarial. O empresário português aposta muito no facilitismo e não na formação das pessoas. Além disso, há uma tendência para fazer negócios no imediato. Há muitos empresários que projetam as suas empresas para darem dinheiro agora e não planeiam devidamente o futuro, daí algumas durarem tão pouco tempo. Os empresários portugueses estão geralmente mal talhados para serem empresários. Pensam que ter uma empresa é um conjunto de facilidades, que se consegue ganhar dinheiro rapidamente. Ser empresário é fazer um projeto, verificar um plano de viabilidade económica, projetá-lo no tempo, ver qual é o segmento de mercado onde essa mesma empresa se vai inserir… Depois trabalhar nesse sentido e estar sempre atento à concorrência. É preciso saber por que razão aquele cliente me vai comprar a mim e não a outro. E claro, o que devo eu fazer para que ele me compre a mim e não ao outro. Até posso ter o produto mais caro, mas porque o cliente me compra a mim? Dou o melhor serviço. Tenho que ver o meu cliente como um ativo e muitas empresas não fazem isso. Se não acompanharmos o cliente o mais provável é perdê-lo, pois há muita gente que anda atrás dele. Todas as empresas que não trabalham bem os seus clientes estão condenadas ao fracasso. Na nossa empresa, ligamos sempre ao cliente para saber se ele ficou satisfeito. Às vezes,

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descobrimos até que ele nem ficou satisfeito, mas, graças ao telefonema, a reclamação não prosseguiu. Tentamos saber qual a razão para não ter ficado satisfeito e resolvemos o problema. Dessa forma, o cliente em vez de ficar com má impressão, fica satisfeito. Considera que, devido à crise, as pessoas adiam num arranjo que deveria ser efetuado no imediato? Isso acontece todos os dias. A cobertura de vidros das seguradoras baixou drasticamente com a crise. As pessoas têm de optar por gastar cerca de 30 euros no prémio ou por usar esse valor para pagar, por exemplo, a luz. Ao andar-se menos na estrada e ao reduzir-se a cobertura, naturalmente o nosso negócio também reduz. O cliente ia à oficina porque era a companhia de seguros que pagava a reparação. Agora já não vai e espera por melhores dias. Nós também nos ressentimos desse fator, mas fomos captar os clientes de outra maneira, oferecendo-lhes ou substituição ou reparação a custos controlados. Acha que deveria haver uma maior sensibilização para o risco da quebra de um vidro? O cidadão comum não imagina a importância que o vidro tem no automóvel. Caso as pessoas soubessem da importância deste componente no desempenho do automóvel, olhariam para este problema de outra forma. O vidro representa 30% da segurança do veículo, ou seja, se um carro não tiver vidro ou tiver um vidro deficitário está 30% mais exposto ao acidente grave com perdas de vidas. Quando há uma colisão entre carros, se o vidro estiver bem colocado e colado, o airbag funciona, porque todo o impacto é absorvido pelo vidro. Se o vidro estiver mal aplicado há mortos ou feridos. Por essa razão as pessoas têm de ter a consciência de que o vidro tem que ser bem montado e tem que ser de qualidade. Numa altura em que se vivem dificuldades económicas, existem soluções mais acessíveis na altura da escolha. Quais as diferenças que existem quanto à qualidade do vidro? O vidro faz toda a diferença. Vendemos três marcas, que representam cerca de 96% do vidro mundial: a Sunglan Securit, a Pluquinton e a AJC. Estas três marcas têm produto original e recomendado pelo construtor. O vidro low cost não tem, por exemplo, o mesmo perímetro que o nosso, ou seja, é mais pequeno e também mais fino, para poder reduzir o custo. Em caso de acidente, o vidro mais fino – que até poderia ser melhor do que outro, mas que não foi estudado para isso – pode partir com mais facilidade. Para além disso, é um vidro que não vem preparado para ser montado como numa linha de montagem. Não traz os perfis de plástico para assentar o vidro, nem as serigrafias. O

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nosso vidro vem pré-montado. Qualquer pessoa que não saiba montar um vidro sabe colocá-lo, uma vez que este vem com uns frisos à volta onde encaixa. Se for um dos outros vidros, as pessoas não o sabem como o pôr. Ao tentar encontrar a posição certa, movendo o vidro de um lado para o outro e como a cola já lá está, existe sempre um defeito na montagem. Depois existem as especificações técnicas. O nosso vidro pode ser acústico, atérmico, enquanto um vidro desses não tem nada disso. O cliente quando monta um vidro nosso que custa 300 euros e monta o outro por metade, pensa que está a fazer uma redução de preço, o que realmente não está. Em termos de matéria-prima há grandes diferenças entre as duas ofertas? Posso dizer que conheço alguns centros de desenvolvimento tecnológico que temos,

“EXISTEM MUITOS VIDROS QUE SÃO HOMOLOGADOS E NÃO CUMPREM AS ESPECIFICAÇÕES EXIGIDAS.”

nomeadamente, na Argentina e em Espanha e mesmo em Portugal. Os vidros quando saem da fábrica saem ‘nus’, sem encapsulação, perfil ou friso de borracha. Segue-se o transporte desse vidro para uma outra fábrica, onde vai ser feita a aplicação desse produto e isso vai encarecer imenso o vidro, só que é um vidro que vem completo. O vidro low-cost não tem esses componentes, que têm de ser aplicados aquando da montagem. É necessário estar a colá-lo, num processo que nunca fica bem. Além disso, hoje em dia, há uma necessidade de responder às exigências que o mercado automóvel introduziu. Há carros que já vão de casa ao escritório sozinhos. Se estamos a escolher um vidro que não pode equipar uma câmara ou que não pode fazer uma leitura HUD [head-up display], que é a leitura que se faz no parabrisas (que foi desenvolvido pela Saint-Gobain), naturalmente que esse carro nunca vai chegar a casa. Ou seja, na nova geração de veículos, ter um vidro de qualidade será essencial para beneficiar de todas as suas capacidades?... Mais de 25% da tecnologia que vem hoje nos carros está nos vidros. A leitura das câmaras


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PERFIL Divorciado e com um filho de 34 anos, Licínio Nunes é extremamente dedicado ao trabalho. Foi quando estava a estudar jornalismo, área em que se formou em 1978, que se envolveu no universo automóvel. Vendia, na altura, peças para automóveis em part-time na loja do pai. Comprou, mais tarde, a quota do sócio do pai na empresa. Passou depois para o seu próprio negócio dos vidros, tendo sido contactado pelo grupo Saint-Gobain para vender. Em 2012 retomou o seu percurso académico, licenciou-se também em Economia no IASPE e, hoje, frequenta o curso de Direito na Universidade Lusófona. Apesar da sua formação constante, não se considera um estudioso, mas uma pessoa dedicada e interessada. Para além do trabalho, a sua grande paixão é a escrita e, aos 57 anos, já lançou quatro livros: dois romances e dois de poesia. Como aproveita todo o tempo livre para escrever, tem já finalizados mais quatro livros, que poderão chegar às bancas a qualquer momento.

é feita no vidro, o aquecimento do carro pode ser feito no vidro, a leitura dos sinais do GPS pode ser feita pelo sistema HUD com projeção no vidro. As antenas de GPS estão no vidro, o mesmo sucedendo com as antenas de alarme. O vidro Auto lavável é outro sistema que vai evitar o uso das escovas. Acha que houve muitos progressos em termos de tecnologia no capítulo do vidro? Sem dúvida. Até 1980, os vidros eram aplicados com uma só borracha. A partir desse ano, passaram a ser colados e, a partir de então, começaram a desenvolver-se novas tecnologias e aplicações, nomeadamente a nível de sensores por exemplo, que eram impensáveis antigamente. As pessoas pensam que só sabemos como será o vidro de um carro três meses antes de ser apresentado. Mas a verdade é que sabemos sempre entre cinco a seis anos antes. O modelo vai ser lançado e nós participamos no desenvolvimento da viatura. Quando o vidro sai, já estamos a preparar o seguinte. Hoje em dia, caso vá passear com o seu filho e se estiver muito sol e quiser que ele durma, pode rodar um botão e os vidros ficam

escurecidos. Isso só se consegue com um vidro de qualidade. Daí haver um forte investimento em pesquisa e desenvolvimento? Exatamente. Mas há quem prescinda desse estudo e copie simplesmente o que se faz. Existem realmente muitos vidros que são homologados e que não cumprem as especificações exigidas. O que acontece é que se manda um modelo para ser homologado e depois fazem-se modelos iguais àquele. Só que, entretanto, a forma deformou e o vidro acaba por já não sair com as mesmas características, no entanto, tem homologação. Há um mercado paralelo em Portugal? Existe, de facto, um mercado paralelo no que diz respeito aos vidros que não respeitam as mesmas especificações do construtor. Agora falsificação não existe. Considera que, sendo o vidro um elemento de segurança, este item deveria estar inserido na inspeção? Sim, se for a uma inspeção eles não verificam se o vidro é homologado e se está conforme

as especificações do construtor. Nem veem se o vidro tem defeitos e muitos têm, nomeadamente, a nível de perímetro, de espessura, de serigrafia ou dos elementos que fazem parte integrante do vidro. Mas para isso acontecer era preciso instruir os responsáveis dos centros de inspeção. Já se fez, no entanto, um longo caminho. Nos anos 80, os vidros eram temperados, ou seja, quando partiam saltavam para a cara e as pessoas ficavam cegas. A partir dessa década, o vidro passou a ser laminado. Depois, nos centros de inspeção passou a ser obrigatório o vidro estar direito. Agora precisamos de ir ao ponto de verificar, na inspeção, a especificidade do vidro e se esta corresponde à do construtor. Mas era preciso que a Comissão Europeia lançasse uma lei que obrigasse a isso, porque enquanto isso não acontecer, ninguém o fará. Em termos de frotas, qual o vosso posicionamento? Trabalhamos com as frotas, sejam elas de renting ou de rent-a-car e o comportamento que elas têm é semelhante ao de uma seguradora. Muitas vezes, as frotas buscam o produto barato, porque também elas são

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DE CORPO INTEIRO

É um apaixonado por automóveis? Nem por isso. O carro para mim tem de andar e levar-me onde necessito. Serei um fã da condução autónoma, em que o carro vai a andar e eu vou a escrever ou a trabalhar. Visita regularmente oficinas? Sim, visito, sobretudo as nossas, mas também outras. Faz muitas viagens? Sim, bastantes. Só ao serviço da Saint-Gobain já estive na Argentina, estive várias vezes no Brasil, um pouco por todo o lado na Europa e já estive até no Extremo Oriente. Entre estas viagens, qual a que mais recorda e porquê? Um dia, estava no escritório e recebi um flyer de uma feira em Seul, na Coreia do Sul. Achei que deveria ser interessante e marquei a viagem. Cheguei lá e não havia nada. Apanhei outro avião e fui para Singapura, onde arranjei uma representação de filtros de automóveis. Sou um pouco assim, vou à descoberta para ver se há negócio. Gosto do desafio. É fácil para si tomar decisões? Para mim é fácil tomar decisões. O que é difícil é tomar decisões que levem a mudanças de rumo na vida de uma pessoa. Se tiver que despedir uma pessoa, determinar que alguém tem de fazer algo de que não gosta ou se tiver que suspender uma pessoa, custa-me. De resto, comprar ou vender e tomar decisões importantes é algo que me é algo tão normal como tomar um copo de água. Considera-se um workaholic? Dizem que sim e considero-me um também. Aliás, para mim, o dia mais triste da semana é o domingo. Tem uma rotina ou cada dia é diferente? No meu dia não há nada previsto. Normalmente tenho reuniões marcadas e essas cumpro-as. Mas depois posso ir comer aqui ou lá, falar com A ou B, estar no escritório ou sair. Qual a característica que mais aprecia num colaborador? A honestidade e a fiabilidade da pessoa.

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obrigadas a oferecer um produto competitivo aos seus clientes. De qualquer forma, quando fazem o back-up da viatura, o custo sobe, já que o concessionário dirá que aquele vidro não é o que estava originalmente na viatura. São aqueles custos não pagos no imediato, mas que mais tarde vêm ao de cima. Por isso, realizamos um trabalho comercial junto de todas as rent-a-car e grandes frotas, nomeadamente, de autocarros e de ligeiros. Todas as frotas a operar em Portugal são o nosso alvo. Que desafios enfrenta a Autover atualmente? Os desafios que enfrentamos são os mesmos da indústria automóvel. Ou seja, tornar o homem menos dependente do automóvel e menos dependente do tempo que o automóvel lhe toma. Se for ao Porto, sei de antemão que levarei pelo menos duas horas. Se eu puder ir a fazer outra coisa que não a conduzir era o ideal. Aliás, isso é algo que está já a acontecer. O desafio passa por acompanhar as tecnologias do futuro, porque também está descrito que, no futuro, os carros, por exemplo, não terão farolins, os piscas serão feitos nos vidros laterais, o stop feito pelo vidro do óculo e a iluminação pode ser feita no parabrisas. Estes são os objetivos da Saint-Gobain Internacional. Quanto a nós, temos que nos centrar em ser líderes, em ter sempre o melhor produto ao melhor preço e ser o player mais competitivo do mercado. Depois, mostrar aos clientes que o vidro não é todo igual e afirmarmo-nos pela qualidade. Como vê o mercado nacional? Existe alguma instabilidade. Em Portugal, ao contrário de Espanha, acontece um fenómeno curioso. Em Espanha as redes de vidro são cada vez menos e, em Portugal, cada vez mais. Cá não se faz um estudo de mercado antes de se

entrar na atividade. Surgem, assim, negócios pouco rentáveis, com instalações sofríveis com distribuição geográfica horrível. Que visão tem do aftermarket em Portugal? De uma forma geral, o mercado está muito atomizado. Não se vê uma empresa no aftermarket que passe de geração para geração. Geralmente, as empresas quando passam para a segunda geração já caem facilmente ou veem--se impossibilitadas de passar para a geração seguinte. Um grupo como a Saint-Gobain, com 350 anos, apresenta mais de 25 gerações. O mercado do aftermarket em Portugal é constituído essencialmente por pessoas que não possuem muita formação, o que as torna muito voluntariosas e isso, geralmente, costuma dar mau resultado. O mercado nacional está muito concentrado nos distribuidores e revendedores nacionais e penso que serão estes que vão continuar a liderar, uma vez que os outros acabam por não ser suficientemente bons para lhes fazer frente. Qual a estratégia da Saint-Gobain Autover até 2020? A estratégia da empresa passa pela consolidação da posição de líder. O grupo vai apostar na rede ibérica, já que a Saint-Gobain Portugal passa a ter a gestão da rede de Portugal e Espanha. Nós temos mais know-how, mais competência e conhecimentos do produto e do mercado e, como não há grande diferença linguística e cultural entre ambos, decidiu-se que seria Portugal a gerir o negócio. Assim sendo, a Glassdrive Espanha, juntamente com a Glassdrive Portugal, conta com 400 centros, atingindo os 600 centros até 2020. Com esse número, seremos a maior rede a nível mundial. Além disso, a nossa atomização pela Europa será uma realidade.



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REVISÃO

REVISÃO

Saint-Gobain

350 anos de vida A Saint-Gobain Autover Portugal levou a cabo um evento para celebrar os 350 anos do Grupo francês especialista em vidro.

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Grupo Saint-Gobain está a assinalar, ao longo de 2015, 350 anos de atividade. A celebração deste aniversário tem vindo a acontecer nos principais mercados da marca, incluindo Portugal, onde opera desde 1980, com a aquisição de 100% do capital da Covina. Atualmente, o Grupo Saint-Gobain está presente em Portugal através de 14 empresas e emprega, de forma direta e indireta, um total de 1900 profissionais. No nosso país, o Grupo prevê atingir, em 2016, um volume de negócios na ordem dos 301 milhões de euros, com a Saint-Gobain Autover Portugal a prever a criação de 50 novos postos de trabalho no mesmo ano. Sediada em

Serzedo, em Vila Nova de Gaia, esta empresa do grupo – constituída há 19 anos – atua na comercialização e distribuição de vidro automóvel, com as marcas Glassdomus, CASA e Glassdrive, que detém a maior rede nacional de distribuição e reparação de vidro em todo o tipo de viaturas. Durante o evento, que teve lugar no Palácio Foz, em Lisboa, Ricardo de Ramón, Delegado Geral para os mercados de Espanha, Portugal, Marrocos, Argélia e Tunísia, afirmou que “a herança geográfica e cultural de Portugal é, sem margem de dúvida, uma forte vantagem competitiva no mercado em que atua o Grupo Saint-Gobain. A expansão e internacionalização de um grupo como este

R-M.

Novas tendências na cor

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R-M, marca pertencente à BASF, apresentou um novo produto na área da pintura automóvel. Denominado “Brillant Red”, esta tonalidade foi desenvolvida em conjunto com uma escola de design de Paris, que abordou igualmente a temática da escolha mais adequada para a aplicação em determinado veículo, um Citröen DS3, devido à parceria entre o fabricante francês e a R-M. A cor foi escolhida pelos fãs europeus da marca de tintas.

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Destaque para a aplicação, que pode ser feita diretamente na carroçaria ou sobre superfícies de alumínio sem qualquer tipo de preparação específica e que, somente com uma demão, obtém bons. Segundo revelou à TURBO OFICINA Victor Videira, responsável pela R-M no nosso país “graças à eliminação de etapas como a lixagem, o produto final terá um custo final mais acessível, para além de em termos práticos haver um menor tempo de secagem.”

tinha de passar pelo mercado português”. Por seu turno, Licínio Nunes, administrador da Saint-GobainAutover Portugal, salientou que “os 350 anos do Grupo Saint-Gobain e os 19 da Saint-GobainAutover Portugal são o espelho de uma gestão concertada com a dedicação e os esforços de cada colaborador do grupo. O know-how, a experiência e as relações de proximidade com os PALOP são características ímpares do mercado português e, é por isso, que hoje nos orgulhamos de celebrar com o grupo, as centenas de anos e de conquistas. Os próximos anos serão sinónimo de crescimento, inovação e investimentos no mercado nacional”.


Jacinto Marques de Oliveira

Primeiro carroçador português certificado pela MAN CARGLASS

COMPETIÇÃO BEST OF BELRON A Carglass reuniu os melhores colocadores de vidros do país na Estufa-Fria, em Lisboa, para eleger aquele que irá representar Portugal no Best of Belron, competição que tem como objetivo encontrar o melhor colocador de vidro do mundo, através da realização de provas práticas. Este ano a competição internacional será realizada em Lisboa, tal como aconteceu com a semifinal e a final nacionais. O programa consistiu na realização de quatro provas: substituição do vidro lateral, substituição do óculo traseiro, substituição do para-brisas e substituição e calibração do ADAS – Advanced Driver Assistance System. O vencedor desta edição foi Marco Timóteo, seguindo-se Marco Santos e David Monteiro nos restantes lugares do pódio.

NEX

FILIAL PORTUGUESA É JÁ UMA REALIDADE A Nex Portugal está já a operar em território luso, depois de a Rodi Motor Services e a Euromaster terem iniciado o processo de criação desta nova aposta comercial. A Nex Portugal irá atuar no mercado dos pneus, apresentando um vasto leque de opções entre os veículos de passageiros, comerciais, 4x4/SUV e autocarro/camião. Para isso a empresa contará com um vasto stock de pneus, onde as oficinas e os retalhistas terão um atendimento cuidado, ao mesmo tempo que conta com uma equipa profissional e experiente nesta área de negócios. PUBLICIDADE

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Jacinto Marques de Oliveira, Sucrs, Lda, dedica-se principalmente à fabricação de super-estruturas e montagem de viaturas de combate a incêndios, socorro e salvamento, e também ao fabrico e montagem de préfabricados e estruturas metálicos, bem como à construção de pavilhões industriais. A empresa produz também veículos de assistência a emergência que são vendidos em Portugal e no mercado internacional. De forma a aumentar o seu leque de ofertas, a Jacinto Marques de Oliveira, Sucrs Lda iniciou o programa de certificação MAN de modo a atuar a nível mundial, seguindo os mesmos padrões e promovendo a cooperação com parceiros do fabricante de veículos pesados. A obtenção do certificado de carroçador internacional da MAN é um processo complexo, que envolve exigentes auditorias de qualidade e prova MAN Compliance, mas que traz aos carroçadores que o obtêm vantagens inequívocas, como novas possibilidades de publicidade e divulgação, estruturas de vendas melhorada e simplificação do processo de encomenda, agilização dos processos e uma estreita e

próxima cooperação com a MAN, a nível mundial. “A preferência pela MAN deve-se à qualidade e fiabilidade que a marca tem demonstrado ao longo dos anos”, afirma Jacinto Oliveira, CEO da empresa. Outro dos motivos que levou a empresa a avançar com o processo de certificação foi “a flexibilidade que a MAN apresenta, principalmente em principalmente em termos de proximidade ao cliente”, acrescenta Jacinto Reis, gerente da empresa.

CAR ACADEMY

RPL

A Car Academy estabeleceu uma parceria com o Fórum Mecânica, núcleo de alunos de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico. Esta parceria prevê a realização de formações técnicas e organizacionais “à medida”, bem como condições especiais de participação em ações destinadas a profissionais. A primeira ação terá lugar nos dias 5 e 12 de dezembro, com um programa destinado as sistemas de injeção common-rail e respetivos filtros de partículas.

Numa altura em que a importância dos filtros de partículas está em acesa discussão no aftermarket, a RPL apresenta uma máquina para a lavagem destes filtros e o seu respetivo detergente não inflamável, específico para este efeito. O DPF flush atua no interior do filtro de partículas provocando a eliminação dos resíduos carbonosos do seu interior, permitindo desta forma a normal passagem dos gases de escape do motor e restaurando o seu bom funcionamento.

PARCERIA COM O FÓRUM MECÂNICA

NOVOS PRODUTOS DE LIMPEZA DOS FILTROS DE PARTÍCULAS


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REVISÃO

DT Spare Parts

RETA

SERVIÇO DE ATENDIMENTO EXPRESSO

Rodas sincronizadas

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catálogo de peças de reposição da DT Spare Parts foi atualizado com a inclusão de todos os itens relacionados com rodas sincronizadas, que são mais vendidas. Estas rodas sincronizadas formam a conexão entre a roda de engrenagem e a luva de mudança. Através do atrito elas colocam as duas rodas da mudança desejada na mesma rotação e assim a relação de caixa pode ser trocada sem a necessidade de acelerar durante o processo. Durante a passagem de caixa a luva de mudança será pressionada contra a roda de engrenagem. A peça de bloqueio empurra o anel de sincronização no cone da roda de engrenagem. Através de atrito do anel de sincronização a roda de engrenagem será acelerada ou travada. Com isso, o anel de sincronização apoia-se através do ressalto no corpo de mudança. Através da folga do ressalto o anel de sincronização posiciona-se

aproximadamente a meio dente, bloqueando desta feita o espaço entre os dentes para a luva de mudança na roda de engrenagem. Ao instalar-se o rolamento sincronizado deixam de existir forças radiais no anel de sincronização. Através da inclinação dos lados frontais dos dentes da luva de mudança, os espaços entre os dentes ficarão livres e a luva de mudança poderá ser empurrada por sobre os dentes. As rodas sincronizadas são fundidas para que se garanta uma forma do dente constante e de alta dureza. Ao mesmo tempo, as superfícies de atrito dos anéis de sincronização são revestidas em molibdénio, revestimento protetor que se caracteriza por um comportamento de atrito que permite um baixo desgaste durante a sincronização.

C. Santos VP

Na Madeira com a Peugeot

A Reta – Serviços Técnicos e Rent-a-Cargo, S. A., lançou um serviço de atendimento expresso que consiste numa nova secção de oficina dedicada a serviços rápidos, no Centro de Assistência Técnica do Carregado. O lançamento deste novo serviço surge da necessidade de prestação de serviços de reparação num curto espaço de tempo, sem interromper a execução de outros serviços, dando uma resposta mais eficiente aos seus clientes. Esta nova aposta pretende aumentar a competitividade a nível de preço de serviço e aumentar globalmente a satisfação dos seus clientes, fidelizando-os à marca. A nível de serviços prestados, a nova secção oferece operações de serralharia, que incluem desde a reparação de lonas a colocações de tubagens e substituição de borrachas, e operações de mecânica de semirreboques e tratores, como a substituição de farolins, revisões de luzes, colocação de óleo ou serviços associados a pneus e sistema de travagem. “Com este novo serviço, a Reta pretende reduzir o tempo em oficina das viaturas, através do trabalho ininterrupto executado por uma equipa multifuncional, constituída para a operacionalização do serviço” reforça Paulo Caires, diretor de marketing da marca.

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Peugeot e o C. Santos VP unem-se para apostar na marca francesa no arquipélago da Madeira. Esta parceria visa não só comercializar a gama da casa do leão mas também para dar a respetiva assistência no pós-venda. O C. Santos VP atua num setor muito diversificado, abrangendo não só o segmento dos automóveis de passageiros como também o dos comerciais ligeiros e pesados. Para receber os atuais e futuros clientes, a concessão C. Santos VP dispõe de novas instalações com uma área

total de 4700 m2 , dos quais 1672 de área coberta. Em termos de reparação autorizada, as instalações integram uma área de 550 m2 .

SIKA

NOVO LÍDER E TECNOLOGIA A Sika Portugal vai passar a ser novamente liderada pelo português José Soares, função que já havia sido sua de 2001 a 2012, altura em que foi substituído pelo canadiano Richard Aubertin. José Soares acumulará ainda as funções de construção e liderança da organização Key Account da região EMEA. Por seu turno, a divisão Indústria da Sika apresentou um produto que reduz para metade o tempo de substituição do vidro de um automóvel. Como explica Rui Afonso, responsável pela área do pós-venda automóvel da marca, o “SikaTack PRO é uma aposta

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lançada a partir das necessidades do consumidor, que procura soluções cada vez mais rápidas sem que a qualidade e segurança sejam colocadas em causa”.

LEMFÖRDER

ELEVADORES DE VIDRO EM DESTAQUE A Lemförd apresentou uma campanha que decorrerá até dia 15 de novembro nas oficinas portuguesas, cujo target são os clientes de elevadores de vidro desta marca. Esta campanha permite aos clientes da marca a obtenção de cartões de gasolina. Na compra de dois elevadores de vidro pesados ou quatro elevadores de vidro ligeiros Lemförder, os clientes ganham um vale de gasolina Solred com €10 de combustível. As oficinas que pretendam aderir a esta iniciativa devem contactar o seu revendedor habitual. Para mais informações sobre esta campanha, os interessados podem consultar o site www.zf.com/pt.



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REVISÃO

Nexa Autocolor

POLITÉCNICO DE SETÚBAL

Aerossóis 2K

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Nexa Autocolor colocou no mercado dois novos produtos destinados à pintura automóvel. Com a renovada linha 2K, a Nexa promete aos profissionais uma melhoria na produtividade e rentabilidade da oficina de chapa e pintura. Esse feito é conseguido a otimizar tempos e melhorar processos, eliminando assim a necessidade de efetuar misturas, preparar a pistola e limpar os equipamentos ao levar a cabo pequenas reparações.

INVESTIGAÇÃO NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL Os aerossóis 2K da Nexa Autocolor proporcionam uma pulverização fina e constante graças à tecnologia de boquilhas, o que favorece uma aplicação semelhante à de uma pistola. Mas, sobretudo, facilitam uma aplicação rápida e simples. Durante o armazenamento, o endurecedor permanece separado num cilindro interno isolado e liberta-se premindo simplesmente um botão quando se for utilizar o produto.

ECOPARTS

FORMAÇÃO PARA DISTRIBUIDORES

SALVADOR CAETANO

AUTOCARROS EM DESTAQUE A Salvador Caetano participou na FEANI Lisbon Business Meeting com a disponibilização do seu miniautocarro iTrabus S33. Este evento, que decorreu entre os dias 8 e 10 de outubro, reuniu em Lisboa os líderes de várias associações de engenharia da Europa, numa organização da Federação Europeia das Associações Nacionais de Engenharia (FEANI) e da Ordem dos Engenheiros de Portugal. O Caetano iTrabus S33 foi o veículo que transportou os engenheiros participantes neste evento entre os vários locais da realização do mesmo. Com uma lotação até 33 lugares, o miniautocarro iTabus S33 Euro 6 assume-se como um veículo desenvolvido para proporcionar um elevado nível de conforto aos seus ocupantes, estando vocacionado para transporte escolar e turismo, apresentando-se também como uma solução de mobilidade ideal para deslocações e operações urbanas. Nos aeroportos os autocarros do grupo também estiveram em destaque, com a conceção e desenvolvimento do protótipo que marca agora a nova geração de autocarros de aeroporto Cobus, com chassis Mercedes-Benz. Este novo modelo é produzido na fábrica da CaetanoBus, em Vila Nova de Gaia, e distribuído pela sua associada Cobus Industries, a partir da Alemanha. A marca está presente em todo o mundo, mas com preponderância nos mercados europeu, asiático e do Médio Oriente. Com as vendas deste modelo, a empresa da Salvador Caetano pretende faturar 25 milhões de euros em 2015. Na Feira Inter Airport Europe 2015, estará presente o modelo e.Cobus, o primeiro autocarro exclusivo de aeroporto 100% elétrico, desenvolvido pela CaetanoBus.

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A Ecoparts continua a apostar na formação da sua equipa e desta feita a escolha recaiu sobre os seus distribuidores. O desafio lançado pela empresa requeria a presença de dois colaboradores ligados ao setor de vendas, nomeadamente comerciais e caixeiros. Foi preparada uma ação de formação com a colaboração de Dário Afonso, da ACM - Autocoach Management, onde foram abordados temas como o meio envolvente e a solução Ecoparts, a argumentação de vendas perante a concorrência e respetivo posicionamento, assim como a apresentação física dos produtos e a identificação de peças e a sua procura no Portal Ecoparts.

O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) reforça o investimento na investigação e ensino na área da indústria automóvel com a inauguração do Laboratório de Mobilidade. Este laboratório surge também no âmbito da pós-graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos, lecionada pela primeira vez em 2014, numa parceria entre a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do IPS (ESTSetúbal/IPS), a Volkswagen AutoEuropa e o CEIIA (Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel). Para além do laboratório, de acordo com o Prof. Doutor Nuno Pereira, Diretor da ESTSetúbal/ IPS, a Escola disponibiliza na área da mobilidade sustentável “um conjunto de formações como o TESP em Veículos Elétricos (novos cursos de curta duração), a licenciatura em Engenharia Mecânica, com o ramo automóvel, a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e uma pós-graduação”, revelando que existe a possibilidade de desenvolver também um mestrado “criando-se assim uma fileira emergente, dando resposta à procura do mercado”.

MERCADO

COMERCIAIS LIGEIROS SOBEM Nos primeiros nove meses de 2015 a produção de veículos automóveis, em Portugal, registou uma queda de 2,6% relativamente ao período homólogo do ano anterior. No mês de setembro de 2015 foram produzidos 14 726 veículos automóveis, o que representou um acréscimo de 4,8% face ao mês homólogo do ano anterior. Em setembro a produção de automóveis ligeiros de passageiros desceu 0,2%, a de veículos comerciais ligeiros cresceu 20,5% e a de veículos pesados mais 34,5% face ao mês homólogo do ano anterior. Em termos de valores acumulados, no período de janeiro a setembro de 2015 foram produzidos 122 067 veículos automóveis, o que representou um decréscimo de 2,6% face ao mesmo período do ano anterior, valor que a ACAP diz ser devido à quebra da produção de veículos comerciais ligeiros. Do total de veículos produzidos, 117 517 destinaram-se à exportação, o que representou 96,3% da produção total e menos 3% do que no período homólogo de 2014. Por países de destino, nos primeiros nove meses do ano a Alemanha absorveu 26,4% das exportações, seguida de Espanha (13,4 %) e do Reino Unido (9,9%). O total da UE absorveu 76,9% dos veículos exportados, enquanto a Ásia representou 14,3% do total.

IBEREQUIPE

NOVOS EQUIPAMENTOS Acabam de chegar ao mercado nacional pela mão da Iberequipe os novos equipamentos de análise de gases da OPUS. O OPUS 400 conta, como novidade, com um mais curto tempo de aquecimento, bem como com o novo sistema de proteção “AquaSense”, um ecrã LED de grandes dimensões e comunicação por Bluetooth, que permite soluções flexíveis tanto para as oficina modernas como para centros de inspeção de veículos. A outra novidade são os equipamentos da Saxon Junkalor GmbH, uma das líderes europeias de equipamentos de análise de gases de escape. O analisador de quatro gases (Infralyt Smart) e o opacímetro (Opacility 1030) podem ser usados separadamente como unidades autónomas, caracterizando-se ainda pelas comunicações via wireless entre o PC e o veículo. Para mais informações contacte iberequipe@iberequipe.com ou 212 940 793.



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Volkswagen

Dieselgate: causa e efeito Gonçalo Gonçalves, investigador do Intituto de Engenharia Mecânica do IST, lança novas luzes sobre o que está em causa com o escândalo Volkswagen e explica-nos o processo. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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escoberta a fraude da Volkswagen nos testes de certificação dos seus modelos, é importante perceber o que foi feito, como e porquê. Para isso fomos conversar com Gonçalo Gonçalves, investigador do Laboratório de Veículos e Propulsão do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior Técnico, que começa por explicar-nos que o que está em causa nesta situação é o NOx e não o CO2, como se pode ler amiúde. “As emissões de CO2 servem para o cálculo dos impostos, mas o NOx, o CO e as partículas, entre outros, permitem ou não a certificação dos carros para circular”. No entender deste engenheiro, é aqui que começa o problema, pois, quando o fabricante está a desenhar o veículo pensará certamente no que os seus clientes querem, “e eles preocupam-se é com o consumo”, mas o modelo que está a criar

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tem de respeitar o ciclo de testes para poder ser certificado. Esta é a primeira questão a resolver. Ora, nos carros a gasolina, as estratégias para diminuir consumos e emissões não diferem das necessárias para diminuir a emissão de poluentes. Um motor bem afinado e com um bom sistema de injeção e catalisador gasta pouco e é “limpo”. No caso do diesel, um motor afinado para gastar pouco vai necessariamente emitir muito NOx. “As coisas caminham em sentidos opostos”, como afirma Gonçalves. PORQUÊ? Para Gonçalo Gonçalves, neste caso há uma lógica de “penny saving”, com a VW a optar por poupar o valor necessário para fazer os carros todos legais. Os mecanismos para redução do NOx em condução são eminentemente ativos,

o que quer dizer que é sempre preciso sacrificar o consumo para baixar o NOx, qualquer que seja a forma de o fazer. Há o AdBlue, mas que, como é um consumível, implica custos extra. “Eu diria que há quase uma conjetura externa que ‘convida’ a que estas situações aconteçam”, remata. Na génese do que a Volkswagen terá feito poderá estar, para ele, “um raciocínio semelhante a ‘se eu fizer um carro afinado para emitir menos poluentes ele vai gastar mais, e os meus clientes não querem isso”. Daqui até ao que terá acontecido foi praticamente uma sequência lógica: “eu vou otimizar o meu carro para o CO2 e só quando ele estiver a fazer o teste é que ativo a redução do NOx”. No entanto, o mais grave é que “isto demonstra que os ciclos de teste não são representativos e


servem apenas porque os impostos se baseiam na emissão de CO2, medida por este ciclo. Esta quase obsessão com o CO2 está a fazer com que os carros sejam desenhados para o ciclo de testes e não para a vida real”. COMO? Apesar de muito se falar sobre o defeat device, na verdade não há um dispositivo físico que seja responsável por estas alterações. O que acontece é que a programação do ECU é alterada na génese com o intuito de detetar o ciclo de testes e alterar a gestão eletrónica do motor para que acione os mecanismos de redução do NOx. E como é que ele sabe que está a ser testado? Gonçalo Gonçalves explica: “Num carro moderno, todos os parâmetros estão a ser monitorizados, da posição do volante à do acelerador, a força com que este é pressionado, tudo. E o comportamento de um veículo num ciclo de testes está sujeito a normas que são públicas. Basta programar o software para fazer uma checklist dos vários parâmetros. Estão todos? O carro está num ciclo de testes”. Para o investigador, há alguma ironia no facto de um carro que está em modo “normal” ser um carro mais potente e que gasta menos, respondendo ao que pede o cliente quer. Com o recall dos cerca de 11 milhões de unidades em todo o mundo, está na ordem do dia saber o que será feito quando o carro chegar à oficina: “Será uma simples reprogramação da centralina, fazendo com que o carro se mantenha mais tempo no modo de baixo NOx”. Mas será que os clientes querem um carro com piores prestações e consumos? E nas frotas? O aumento dos consumos leva a maiores custos de operação. Quem pagará esta fatura? E AGORA? Fala-se na alteração do ciclo de testes, com a entrada em vigor do WLTP a ser antecipada. Mas será ele vantajoso? Gonçalves já realizou alguns trabalhos sobre este assunto e “este ciclo de testes está mais próximo da condução real”, ainda que tenha notado que os valores de CO2 não variem muito, pois se tal acontecesse, “a fiscalidade de todos os países da UE teria de ser revista. E isso é muito complicado de fazer”. No entanto, será “ mais difícil padronizar comportamentos, pois passamos por todos os ciclos do motor”. Curiosamente, Gonçalo Gonçalves defende que a solução para o problema não passa por nova tecnologia, até porque “as técnicas passivas de redução de NOx estão a esgotar-se, restando as ativas, que prejudicam o consumo”. A solução está na renovação dos parques automóveis: “Temos de ter em linha de conta que os carros de hoje poluem muito menos e seria, na minha opinião, melhor promover a renovação dos parques do que perseguir a redução das emissões”. Fica a ideia.


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Frotas

Cartões para profissionais A Galp está atenta à necessidade de as frotas terem um meio de pagamento dos seus combustíveis que seja prático e ofereça descontos. E propõe o Galp Frota.

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uem gere uma frota, qualquer que seja a tipologia dos veículos, sabe que a parcela maior das despesas se prende com o combustível. Este é um tema ao qual as empresas de comércio de combustível não estão alheias, nomeadamente a Galp, empresa lusa que propõe aos profissionais o Galp Frota, uma solução dividida em dois patamares: Corporate e Profissional. O Galp Frota Corporate é um cartão de pagamento de combustível a crédito dirigido a empresas com frotas que apresentem consumos anuais superiores a 9000 litros e que tem vantagens e condições especiais numa rede de 1400 postos em Portugal e Espanha. A validação dos pagamentos é feita através de um PIN utilizável em ambos os países, sendo também possível que este mesmo cartão sirva para o pagamento de portagens em toda a Península Ibérica, através da Via Verde em Portugal e da Via Tem Espanha. Este cartão garante ainda descontos no consumo de combustível; lubrificantes; GPL; serviços auto (lavagem, lubrificação, etc.) e

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acessórios auto (pneus, baterias, escovas de vidro, etc.). Além disso, através do número 707 508 408 é possível aceder ao Serviço de Atendimento a Clientes, disponível 24h. Este serviço de atendimento é partilhado com os clientes do cartãoProfissional, dirigido a empresas de transporte de mercadorias ou passageiros que circulam em Portugal e Espanha. As empresas aderentes beneficiam de uma rede de postos definida em função das suas rotas; de pagamento a crédito de combustíveis, produtos e serviços Galp Energia; do pagamento de portagens na Via Verde (Portugal) e Via T (Espanha); da faturação líquida de IVA (gasóleo A e portagens) e recuperação de IVA nos restantesprodutos; da recuperação do imposto sobre o gásoleo profissional (para consumos em Espanha); e ainda da possibilidade de realizar a gestão das multas. TRÊS ALTERNATIVAS O sistema Galp Frota pode apoiar-se em três cartões distintos. O Empresa contém apenas

a designação da empresa e não está associado a nenhuma matrícula ou utente, podendo ser usado por qualquer colaborador, em qualquer viatura da frota da empresa, sendo indicado para empresas que possuam parques de máquinas ou uma frota de veículos com substituição frequente. O cartão Veículo está associado a uma matrícula, podendo ser utilizado por qualquer utente da empresa, controlando todas as despesas inerentes ao veículo em causa, pois todas as transações são registadas de forma detalhada e compiladas num relatório de gestão disponível online. A terceira alternativa é o cartão Pessoal, associado a um utente e, por isso, intransmissível. Pode ser usado pelo seu utente em qualquer viatura e é indicado para os quadros médios e superiores das empresas. VIA WEB Em qualquer dos casos, o gestor da frota pode controlar as despesas através de relatórios de informação de gestão referentes às transações efetuadas, disponíveis através do portal Galp Frota online. Este serviço oferece várias informações e funcionalidades, acessíveis a partir de qualquer dispositivo com acesso à internet, nomeadamente: o pedido de novos cartões Galp Frota; a colocação de cartões em lista negra e respetiva consulta; consulta e download de informação de gestão; reenvio de PIN; visualização de dados do cartão; associação/transferência Via Verde; total de transações diárias; cartões com plafond excedido; consulta e download de serviços especiais; e ainda a definição de alertas diretos para o gestor, que em qualquer lugar ficará sempre em contacto com a sua frota.



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Negócio. Parte II

Em busca de sinergias Portugal é um dos países da Europa com menor adesão às redes oficinais, com uma taxa inferior a 20%. No entanto, e embora a pertença pressuponha o pagamento de fees, estes conceitos oficinais proporcionam um conjunto de vantagens que podem catapultar os resultados. Conheça, na segunda parte deste dossier especial sobre o negócio, quais as mais-valias que poderá obter. TEXTO ANDREIA AMARAL

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AS CENTRAIS DE COMPRAS, O ACESSO A FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO TÉCNICA, O APOIO À GESTÃO DO NEGÓCIO E A COMUNICAÇÃO AFIGURAM-SE COMO AS PRINCIPAIS VANTAGENS DAS REDES.

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s atuais exigências do mercado vieram alterar substancialmente a atividade e gestão de um negócio na área da reparação e da manutenção automóvel. A um cliente cada vez mais exigente, tanto no fator qualidade como no preço, junta-se uma crescente complexificação dos automóveis, cada vez mais dependentes de sistemas eletrónicos, de comunicação e informação. Trabalhar com eles exige equipamentos tecnologicamente avançados, mas também acesso a informação e pessoal devidamente formado. Tudo elementos que custam dinheiro, principalmente caro num momento de dificuldade de acesso ao crédito e difícil de amortizar a curto prazo, afinal, conforme sublinha António Teixeira Lopes, presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), “em alturas de crise, clima que ainda afeta de forma acentuada o país, antes de pensar no automóvel, as pessoas vão pensar na

renda de casa, na alimentação, na escola dos filhos, etc. O carro deixa de ser prioritário e, como tal, o negócio nas oficinas cai”. Com menos procura e mais oferta, a competitividade torna-se essencial e, para alcançá-la, as empresas necessitam de focar-se e profissionalizar-se cada vez mais. “Para se prestar um bom serviço técnico a automóveis modernos, ou se tem condições para dar formação e ter equipamentos ou tem de se recorrer a um franchisado”, reitera Teixeira Lopes. Também Joaquim Candeias, presidente da Divisão de Peças e Acessórios Independentes da ACAP, defende que, perante os cada vez maiores requisitos técnicos, aderir a uma rede pode ser uma opção a explorar: “As vantagens são sempre muitas. ‘Nós somos fortes, mas nós juntos somos ainda mais fortes’. Com isto quero dizer que, ao estar inserido numa rede, as possibilidades de acordos globais de negócio aumentam, existe mais acesso a informações técnicas e apoio às reparações.” De acordo com dados da consultora Wolk, Portugal é um dos países da Europa com menor adesão às redes oficinais, com uma taxa inferior a 20%, quando em países como França, Alemanha e Itália os conceitos de rede cobrem mais de metade da oferta. As vantagens de estar inserido num grupo poderão ser muitas, logo a começar pelo acesso a centrais de compras, que permitem a aquisição de equipamentos oficinais e peças a preços inferiores, atenuando o investimento e aumentando a competitividade nos valores praticados. Também o acesso à informação técnica da origem e à formação profissional para aperfeiçoamento e aumento de competências estão facilitados numa rede, fatores que assumem um peso acrescido quando o objetivo passa por trabalhar com veículos mais modernos e não existe grande capacidade financeira para assegurar estas atualizações em contínuo. Do mesmo modo, a possibilidade de beneficiar dos departamentos de marketing e comunicação centrais liberta algum peso do empresário, enquanto se traduz na expansão do número de potenciais clientes. Convém não esquecer, contudo, que estar numa rede implica também custos, existindo

diversas modalidades de fees de entrada e de permanência, de acordo com o conceito de franchising. A TURBO OFICINA foi conhecer alguns. A OFICINA

Rui Damas

Associada ao grupo Create Business, cujo principal negócio reside na venda de peças e equipamentos oficinais, a rede A Oficina funciona, sobretudo, por convite e está dependente de uma relação comercial já existente. “Qualquer oficina pode fazer-nos um pedido. No entanto, é a nossa rede de distribuição, que está no terreno, que promove o conceito da rede e, numa primeira fase, no seu leque de clientes, irá procurar as melhores opções”, explica Rui Damas, Diretor Técnico & Conceitos Oficinais da Create Business. “O nosso principal requisito é a forma como o gestor da oficina encara o futuro e como quer desenvolver o seu negócio. Obviamente que privilegiamos outros pontos, como a localização e o espaço, já que pela nossa estratégia e postura de comunicação com o cliente final tem de haver, por exemplo, uma zona de receção.” Segundo o responsável, A Oficina procura espaços em zonas industriais ou perto de áreas comerciais. “Queremos que as nossas oficinas tenham os melhores técnicos”, indica Rui Damas, acrescentando: “Com base nisso, desenvolvemos um programa de formação completo em três áreas: na área técnica, na área de gestão do negócio e na área comportamental. Além disso, A Oficina tem acesso a um programa de informação técnica completo, onde o negócio acede à informação técnica ao nível da origem, e também desenvolvemos uma ferramenta completa em termos de gestão de pedidos de peças e gestão do negócio.” Disponibilizando também formação técnica a diversos níveis e empreendendo campanhas de comunicação, a entrada tem um valor de 500 euros, mais um fee mensal de 50 euros. De qualquer forma, superando-se os objetivos comerciais é possível obter bonificações que reduzem os custos. Já com 60 espaços em território nacional, o valor médio de faturação para uma oficina ronda os 300 mil euros. NOVEMBRO 2015

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ADERIR A UMA REDE “COMPENSA LARGAMENTE” Vindo da área de sistemas de informação, António Lima decidiu, em março passado, arriscar com um negócio na área das oficinas. Tendo adquirido um espaço já operacional, juntou-se à estrutura da Motoval, mas cedo percebeu que aos serviços de pneus teria de juntar outros complementares, “para poder servir de forma adequada os clientes e rentabilizar o negócio”. A adesão da Motoval Estoril à rede Vulco concretizou-se, assim, no mês de setembro, motivada, segundo explica o empresário, por três fatores: “Primeiro, em termos de eficiência, penso que estar associado a uma rede que já tem um conjunto de regras e de processos perfeitamente definidos daquele que deve ser o trabalho numa oficina ajuda-nos a não ter de reinventar a roda. Depois, ao estarmos integrados numa rede temos vantagens em termos de comunicação, com uma imagem corporativa e com divulgação junto dos clientes e, por último, comprando sozinhos temos menos força do que estando integrados num grupo que tem uma central de compras conjunta, conseguindo preços são melhores.” Questionado sobre se o valor a pagar compensa, o responsável não hesita: “Compensa largamente! Basta ver a seguinte métrica: o que eu pago anualmente de fee, se fizer dois cursos de formação num ano, e farei mais, esse fee está mais do que pago.”

EUROMASTER

Miguel Santos

Implementada no mercado nacional há três anos, a Euromaster é um conceito que existe na Europa há algumas décadas. Outrora mais focada na área dos pneus, hoje tem uma oferta ampla, que pretende cobrir não só esta área, como também a manutenção e reparação,

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tanto de veículos ligeiros como pesados. Com uma faturação anual que supera os 50 milhões de euros, a aposta é na expansão da rede. No que diz respeito aos requisitos de entrada, Miguel Santos, responsável da Euromaster em Portugal afirma: “Obviamente que o posto existente e a sua localização deverão encaixar-se no nosso plano de expansão. Os passos seguintes serão dotar esse centro dos ingredientes necessários para desenvolver o seu negócio, isto é, uma imagem uniforme, formação, implementação da oferta, comunicação, etc.” Dispondo de departamentos que trabalham para a rede, como obras, jurídico ou marketing, tem também consultores em diferentes áreas para implementar toda a oferta e desenhar métodos e processos com vista a aumentar a rentabilidade de cada empresa. Além disso, de acordo com Miguel Santos, a Euromaster aposta num “marketing diferenciador que permite aumentar a notoriedade de cada centro na sua zona de influência, a notoriedade da própria rede a nível nacional e aumentando assim o tráfego de clientes graças às campanhas de todo o tipo e para toda a tipologia de clientes”. Já o valor de acesso poderá ser variável: “A construção de uma oferta robusta dotada de uma série de alavancas à disposição de cada franquiado que queira desenvolver de maneira mais rentável o seu negócio deve ser suportada por fundos repartidos de forma equilibrada entre o franquiado e o franquiador.

O importante é que depois de feitas as contas, o resultado entre o que o franquiado recebe e aquilo que paga seja positivo e contínuo no tempo.” PRECISION

João Paulo Cruz

Com espaços próprios e franchisados, a rede Precision apoia-se na perceção de que preço e qualidade são os fatores decisivos para o cliente final e que, conforme explica João Paulo Cruz, administrador do conceito em Portugal, “a boa relação preço-qualidade é mais facilmente percebida numa rede já estabelecida do que numa oficina individual”. Além disso, o responsável destaca que outra das vantagens se prende com o facto de, na rede, existirem “pessoas com diversas origens”, o que permite ter “uma base de dados de conhecimento enorme para partilhar” e encontrar aconselhamento facilmente junto


RINO

ROADY

Emanuel Eusébio

de um colega. “Posicionamo-nos muito como uma oficina de bairro, procuramos é dar às nossas oficinas as condições para serem competitivas. Essas condições passam por uma excelente formação técnica, formação em gestão, apoio e formação na área de compras, parcerias com fornecedores, comunicação, divulgação e parcerias com clientes ao nível da gestão de frotas.” A entrada na rede não pressupõe requisitos específicos e cada caso será avaliado individualmente, de acordo com o parque automóvel da zona de atuação, estimando-se um volume de faturação e avaliando-se a sustentabilidade do negócio. Por isso mesmo, também os fees de acesso variam, podendo situar-se entre os cinco mil e os cinquenta mil euros. Adicionalmente, 7% da faturação mensal deverá reverter para o Master Franchise, embora possa existir uma bonificação de 3% pelos resultados e boas práticas. O valor servirá para financiar a comunicação e a gestão do centro operacional, já que, por exemplo, a Precision conta com uma linha de apoio ao cliente 24 horas. De acordo com João Paulo Cruz, cada espaço fatura em média, anualmente, entre 250 mil euros e 300 mil euros, embora os valores possam ser bastante superiores em espaços maiores. “Cerca de 90% da nossa faturação vem de clientes repetidos”, revela ainda o responsável, indicando que existe um controlo permanente da satisfação do cliente e um completo sistema informático que permite monitorizar todos os indicadores.

Apresentando-se como “a primeira rede nacional, criada e pensada exclusivamente nas necessidades do mercado português”, a Rino conta já com 35 unidades aderentes, pretendendo terminar o ano com 42 espaços. Todas as empresas aderentes são fiscalmente independentes e com gestão própria. O Master Franchise garante a formação, informação, acesso a projetos e produtos, imagem, apoio à gestão e, claro, o abastecimento de peças. “O nosso compromisso é o aumento da rentabilidade nas empresas aderentes. Isto consegue-se pela melhoria das condições de compra e pelo aumento do volume de negócios”, explica Alexandre Barbosa, diretor geral da Rino Master. Com diferentes áreas de intervenção, como mecânica, colisão, vidros ou pneus, existe um conjunto de procedimentos e requisitos específicos por serviço, pelo que o investimento, espaço e recursos humanos depende das áreas de negócio de cada empresa. Não obstante, existe um fee de entrada de 1500 euros. “O nosso fee de entrada dá direito a todo o estacionário da empresa, formação inicial, assessement técnico dos técnicos de forma traçar o plano de formação necessário, plataforma de receção ativa, com programa de receção e orçamentação, dados técnicos e respetivo equipamento informático e material para apoio na inauguração da empresa enquanto nova unidade Rino. Todo o equipamento e sinalética é orçamentada caso a caso, mediante a tipologia da empresa e infraestruturas existentes.” Depois, a rede desenvolve um plano de marketing com base nas necessidades locais de todas as empresas. “Existem, no mínimo, três ações de âmbito nacional, transversais à rede, podendo ser complementadas com ações locais específicas, de acordo com as necessidades de cada empresa e do escalão em que esta está inserida. A ideia é pensar a nível nacional mas agir a nível local, potenciando assim a relação Oficina – Cliente Local”, refere Alexandre Barbosa. Apoiando os empresários na gestão da empresa, as oficinas têm uma faturação média de 370 mil euros.

Pertencente ao Grupo Os Mosqueteiros, a insígnia Roady alia a comercialização de alguns produtos à prestação de serviços de manutenção e reparação automóvel. De acordo com Emanuel Eusébio, administrador do Roady em Portugal, “as insígnias do Grupo contam com todo o apoio de uma estrutura organizacional integrada num grupo internacional, presente em Portugal há mais de 20 anos”, sendo que cada ponto de venda é gerido autonomamente pelo aderente. “Este é, na verdade, um dos principais benefícios da estrutura do Grupo, pois residindo o aderente na localidade onde a loja está implantada, há maior proximidade com os clientes e maior sensibilidade para com as necessidades destes”, explica o responsável, acrescentando ainda: “Por sua vez, esta proximidade permite que sejam equacionadas e desenvolvidas soluções adaptadas às necessidades específicas de cada localidade e, por consequente, o empenho na gestão da loja é, também, maior.” Para entrar na rede terá de investir 75 mil euros e não poderá exercer outra atividade profissional. Além disso, deve ter disponibilidade geográfica e seguir uma formação teórica e prática a tempo inteiro durante sete meses. O valor pressupõe que o aderente usufrua “de todo o know-how das estruturas centrais do Grupo, desde a Comunicação Institucional, passando pela força negocial e ainda apoio em todo o processo de abertura: da área contratual até à compra de equipamento, mercadoria e toda a sinalética que faz parte do Conceito e Imagem Roady”. Mais concretamente, cada Roady beneficia do apoio da estrutura central do Grupo em áreas como a de desenvolvimento, jurídica, financeira, comunicação, logística e formação. No entanto, é de referir que um Roady tipo precisa de cerca de 750 m2 de implantação, a fim de poder ser contemplada uma área de venda com cerca de 350 m2 e sete boxes na oficina. Tendo como objetivo abrir mais 28 lojas em Portugal até 2020, a Roady tem um volume de vendas de 36,75 milhões de euros/ano. “Até 2020 queremos crescer mais 10% [por ano], atingindo os 71 milhões de euros.” NOVEMBRO 2015

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Oficina independente

Uma gestão profissional Para vingar no mercado, as oficinas independentes terão de ter uma gestão cada vez mais profissional. Desenvolver um plano de negócios realista, cuidar do capital humano e catapultar resultados através do marketing e comunicação são componentes essenciais. TEXTO ANDREIA AMARAL

A

pesar de o mercado se ter tornado mais competitivo e, consequentemente, mais exigente, para Joaquim Candeias, presidente da Divisão de Peças e Acessórios Independentes da ACAP, ter uma oficina independente “ainda continua a ser uma opção”, sobretudo “para quem tem uma empresa familiar com um ou dois funcionários e trabalha um mercado de veículos mais antigos e com menos tecnologia”. Não obstante, mesmo nestes casos, as adaptações a uma nova realidade impõem-se.

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De acordo com Pedro Barros, responsável da TIPS4y, empresa especialista em sistemas de informação auto, “a gestão familiar tem de se profissionalizar”, pelo que “as pessoas têm de perceber que se têm de dotar de um conjunto de competências e de formação adicional para se sentirem preparadas para poderem intervencionar aquilo que são as viaturas do futuro”. Segundo o responsável, os veículos comunicantes já são o presente, com a telemática a abrir um canal direto para passar a comunicar com o cliente. “Podemos

ter um novo contributo com este paradigma de as viaturas passarem a ser comunicantes, de podermos promover e aproveitar essa comunicação para promover mais negócio e poder reencaminhar esse negócio para as oficinas. Temos de ser, no fundo, atores muito mais participativos e muito mais ativos”. Mais do que uma barreira, Pedro Barros considera que as novas tecnologias tornar-se-ão um fator de diferenciação e uma vantagem competitiva para aqueles que “em vez de ser contra a mudança, posso aproveitar esta


O CAPITAL HUMANO É O PRINCIPAL ATIVO DA EMPRESA. SÃO OS CLIENTES E OS COLABORADORES QUE FAZEM O NEGÓCIO mudança, incorporar-me nela e poder receber mais negócio. Não há, a meu ver, no caso dos veículos comunicantes, uma necessidade de um investimento ou até mesmo se calhar de uma formação muito específica. Há mais é uma necessidade de atitude.” Assim, segundo defende, já “não se pode abrir um negócio apenas porque se é um bom técnico: “tem de haver uma postura diferente e de eu vou abrir uma nova atividade porque sou um empresário. E se sou um empresário, vou olhar para isto de uma forma mais transversal”. Deste modo, afirma que, hoje em dia, “quem quiser abrir um negócio na área da reparação tem de ter alguém dentro da sua organização que seja muito adaptado às novas tecnologias de informação, porque uma das ferramentas mais importantes que as atividades de reparação vão começar a utilizar são as ferramentas eletrónicas. Quem não estiver verdadeiramente adaptado à utilização destas novas ferramentas vai perder toda a capacidade competitiva”. CAPITAL HUMANO Falando das pessoas, Jorge Cancella de Abreu, diretor-geral da consultora team-up, é perentório em afirmar que este é o principal ativo da empresa, seja no que toca ao conhecimento do cliente ou no recrutamento de colaboradores. Em relação a este aspeto, o responsável refere que o empresário “deve estar atento, internamente, a ter as pessoas com as competências necessárias e, preferencialmente, as pessoas o mais diversificado possível”, sobretudo no que diz respeito “à amplitude geracional”, aproveitando a experiência dos mais velhos e a inovação dos mais novos. “Um erro constante é ir buscar as pessoas com quem me dou bem, com quem me é fácil associar e falar. O que mais preciso é de alguém que veja PUBLICIDADE

o que eu não vejo, que perceba o negócio como eu não o percebo… E eu tenho de criar um espirito de diálogo dentro da minha empresa, de forma a conseguir abarcar as diversas visões de mercado e diversos segmentos de mercado.” Igualmente errada, na sua opinião, é a tendência para apenas assinalar os erros nos colaboradores: “O empresário tem de ser proativo a gerar o ambiente, porque se não vai nascer tudo aquilo que ele não quer. É importante dar sempre feedback, no sentido de orientar a pessoa para se está a fazer bem ou mal. Não se pode chamar só à atenção para os erros. Todos nós produzimos muito mais quando estamos motivados e quando somos reconhecidos.” Já no que diz respeito ao cliente, é absolutamente fundamental conhecê-lo: saber quem ele é e quais são as suas necessidades. No entanto, Jorge Cancella de Abreu afirma: “A maior parte das empresas não tem um balanço de clientes, não sabe se está a ganhar ou a perder clientes, se os que tem valem mais ou menos, quanto ganha com cada um e o que tem fazer para chegar a determinados clientes, até porque eles comunicam de formas diferentes… Por exemplo, não vejo um jovem de 23 anos a ler jornais, portanto tenho de comunicar com ele de outra forma.” Ter esta preocupação e acompanhar a evolução dos dados permite antecipar quebras na procura e contrariar tendências, através da prossecução de ações

para fidelizar o cliente. Trata-se, acima de tudo, de agir proativamente e não reativamente. “É verdade que as mudanças acontecem, mas também não são tão bruscas quanto isso. O problema é que, quando me apercebo de que perdi os clientes mais velhos, por exemplo, muitas vezes já é tarde. Se eu vir que estão a desaparecer, posso ir reagindo e adaptando”, esclarece Jorge Cancella de Abreu. É neste campo que o marketing e a comunicação se assumem como ferramentas indispensáveis a uma gestão moderna. Sendo certo que para poder trabalhar sobre estes dados é preciso primeiro recolhê-los, o que exige alguma dedicação e um programa (nem que seja um Excel), facto é que, numa fase posterior o investimento despendido trará retorno. Saber a idade dos seus clientes, onde vivem, que veículos conduzem, quais as suas preocupações e manter registos, permitir-lhe-á fazer campanhas específicas para levar à sua oficina clientes. Adicionalmente, através da idade e, por exemplo, registo de um e-mail, telemóvel ou morada, saberá em que suporte comunicar com ele. Coloque-se no papel do cliente. Num quotidiano acelerado, imagine, por exemplo, quão mais fácil seria receber uma mensagem a dizer que, tendo em conta a sua última passagem pela oficina, está na altura de fazer a revisão ao seu carro, que como é um cliente especial tem uma promoção à sua espera e que ainda o levam ao seu trabalho para que


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não tenha de se preocupar com nada? E que tal marcar já online? A tendência é mesmo para a simplificação e para a prestação de serviços com valor acrescentado, pelo que inovar está na ordem do dia. Depois, procure fazer um acompanhamento do cliente, percebendo a sua satisfação com o serviço, tentando mitigar qualquer aspeto menos positivo e assegurando que, no final, o cliente fica satisfeito e volta. E se procura novas formas para entender o cliente, “a avaliação indireta é muito interessante”, reitera Jorge Cancella de Abreu. Porque não tentar perceber junto ao café da zona que comentários os clientes fazem? Pretende saber o que eles querem? Algo como convidar alguns estudantes universitários para uma conversa poderá trazer-lhe muitas respostas! Facto é que, se pretende ter uma gestão profissional e moderna, estas são componentes que não poderá dispensar e que deverá contabilizar nos seus custos. PLANEAR O NEGÓCIO Em que ponto está, para onde vai e como irá lá chegar são perguntas para as quais deve ter resposta a todo o momento. Ter um plano de negócio é essencial para aferir o cumprimento de objetivos. De acordo com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), “infelizmente, a maioria das pessoas pensa num Plano de Negócios unicamente quando inicia um negócio ou quando se candidata a um financiamento. No entanto, eles também são vitais para gerir o negócio, quer este necessite, ou não, de algum tipo de empréstimo ou financiamento. Os negócios necessitam de planos que otimizem o seu crescimento e desenvolvimento, de acordo com as prioridades”, sendo que “deve ser um Plano que se foque nas linhas essenciais do projeto, que defina a alocação dos vários tipos de recursos, que esteja concebido para concretizar a ideia que se pretende implementar e para solucionar os problemas que inevitavelmente aparecerão”.

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Assim, deverá ter um plano de negócio bem traçado, fundamentado e realista. O documento deverá integrar um sumário, um objetivo, a identificação dos fatores-chave para o projeto ser bem-sucedido e análises de mercado e análises financeiras que sustentem devidamente a ideia que se pretende desenvolver. Assim, deverá contemplar: 1 Sumário executivo – primeiro capítulo a ser lido por potenciais investidores, deve estar escrito de forma simples, clara e apelativa. Não obstante, terá, indubitavelmente, de ser realista. Nele devem constar: nome do negócio e a área de atividade; missão, âmbito do negócio e mercado potencial para os seus produtos/serviços; fatores que tornam a sua proposta inovadora e vencedora; recursos, humanos e financeiros necessários; prazo previsto para começar a apresentar lucros; pontos fortes e fracos do projeto; as suas referências e a sua experiência relevante para o projeto. 2 Histórico em que deve referir como é que o projeto surgiu; se é uma empresa nova ou não e, se sim, por que decidiu criar uma; de que forma é que a experiência passada dos empresários

ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO Como forma de suporte, ter uma folha de cálculo com os seguintes elementos é fundamental: projeções de vendas ou Volume de Negócios; Mapa de Custo de Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; Fornecimento e Serviços Externos; Custos com o Pessoal; Investimentos; Investimento em Fundo de Maneio necessário; Financiamento; Demonstração de Resultados; Mapa de Cash Flows; Plano Financeiro; Balanços; Indicadores Económico-Financeiros; Avaliação do Projeto; Gráficos Base; e Cálculos Auxiliares.

pode contribuir para o sucesso do projeto; experiência de gestão; conhecimento da área de negócio; pontos fortes e fracos do projeto na ótica dos promotores. 3 Missão declaração global onde deverá definir os objetivos gerais da empresa, expressando os propósitos fundamentais da gestão no seu conjunto e linhas de desenvolvimento. 4 Mercado de acordo com o IAPMEI - “o mercado é a ‘arena’ onde os planos da empresa irão ser levados a cabo. É muito importante definir o mercadopara o novo produto em termos de dimensão, estádio de desenvolvimento, tipos de clientes e de competidores”. Essencial para fundamentar a viabilidade base da ideia em causa, deverá ter dados concretos sobre quantos clientes existem na área, quantas empresas concorrentes e níveis de consumo. 5 A ideia e o seu posicionamento no mercado neste capítulo deverá ficar claro o serviço e o seu mercado; que recursos físicos e de produção serão necessários e qual a capacidade de gestão do negócio dos promotores. Deverá incluir um sumário dos mais recentes resultados comerciais (para casos de expansão), o estatuto legal do negócio, um organigrama e a biografia dos executivos. 6 O Projeto terá de contemplar um resumo do projeto e sumário das atividades a serem desenvolvidas, com a descrição do processo produtivo, atividades necessárias ao lançamento do serviço e ações que terão de ser tomadas. Numa segunda secção deverá enunciar a motivação e objetivos dos intervenientes no processo e, na terceira parte, os pontos críticos no desenvolvimento do projeto. Deverá depois descrever o serviço e porque irá ter sucesso, e, o processo produtivo, com destaque para os equipamentos necessários, investimentos a que obrigam e recursos humanos. 7 Estratégia Comercial é neste capítulo que o empresário demonstra como apresentará o seu serviço ao mercado. Definindo o preço do


UM BOM PLANO DE NEGÓCIOS É A PEDRA BASILAR DE QUALQUER EMPRESA SUSTENTÁVEL E BEM-SUCEDIDA PUBLICIDADE

serviço, agregando todos os custos associados à sua prestação, marketing e distribuição, deverá depois desenhar o plano de vendas. Este terá de integrar: a identificação de potenciais clientes; a criação de segmentos de clientes alvo; a escolha dos canais que deverão ser explorados; desenvolvimento dos elementos de Imagem e Comunicação; desenvolvimento de uma Estratégia de Vendas eficaz; montagem e Formação das Forças de Vendas; identificação das ações de Marketing relevantes. 8 Projeções Financeiras tendo em conta todas as componentes anteriores, tais como a dimensão do mercado, necessidades e segmentação dos clientes, estádio de desenvolvimento do mercado, forças e fraquezas dos concorrentes, deverá fazer a projeção das vendas. Terá também de aferir o cash-flow através do cruzamento das vendas e das despesas previsíveis (custos fixos como as rendas, salários, juros de empréstimos, ou custos variáveis, como os materiais. Por fim, deverá calcular o ponto de equilíbrio do negócio, em que as receitas superam as despesas e atinge-se a rentabilidade. 9 Gestão e controlo do negócio será necessário produzir relatórios regulares para auxiliar a gestão da empresa. “Existe

a tendência para as pequenas empresas considerarem que uma documentação adequada e mesmo a contabilidade são uma perda de tempo que tem de ser feita apenas para obedecer a requisitos legais”, refere o IAPMEI. “Ao contrário, hoje é reconhecido em todos os mercados avançados que um adequado sistema de governo e controlo - ajustado à dimensão de cada empresa - é uma componente essencial do valor da referida empresa e/ou projeto.” Assim, faça uma recolha adequada da informação relevante para, a todo o momento, determinar quais são os indicadores do sucesso em cada um dos setores da empresa. 10 Investimento necessário Neste último ponto, e tendo por base as suas projeções financeiras, terá de calcular de que fundos necessitará para iniciar o seu negócio e quando prevê que comece a ter receitas da sua atividade. Quanto capital irá investir? Onde espera você ir arranjar os outros fundos? Que bens estão eventualmente disponíveis como caução? Como pode o negócio falhar e qual o nível de risco? Como é que tenciona gerir ou minimizar esses riscos e quais as suas consequências? O que está a oferecer a um investidor externo? – são algumas das questões a que deverá dar resposta.


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OPINIÃO

Novos negócios

Dicas para jovens empreendedores

P JOÃO RAFAEL KOEHLER PRESIDENTE DA ANJE

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ara ser bem-sucedido, um jovem empreendedor deve possuir conhecimento especializado, inteligência, talento e capacidade de trabalho acima da média. Não pode pois ser um diletante que, escorado apenas na sua força de vontade, pensa poder vencer todas as adversidades e atingir facilmente o sucesso empresarial – como por vezes a banalização do conceito de empreendedorismo parece fazer crer. Na atual dinâmica económica, a principal competência estratégica de um empreendedor é o seu conhecimento. O processo de criação de empresas deve ter por base o conhecimento avançado e especializado do empreendedor, a partir do qual se implementam modelos de negócio inovadores, se desenvolvem produtos diferenciados e se aplicam tecnologias sofisticadas. Por isso, o conselho que deixo aos jovens que querem ser empreendedores é este: estudem, aprofundem um determinado conhecimento especializado e depois apliquem esse conhecimento em negócios inovadores. Sendo certo que, antes de avançarem para a criação da empresa, devem gizar um plano de negócios devidamente estruturado. É indispensável um plano que descreva as linhas principais do projeto empresarial, que calcule o valor do investimento inicial, que identifique as fontes de financiamento, que faça o levantamento da legislação aplicável, que defina os recursos necessários à concretização da ideia de negócio e que apresente soluções para eventuais problemas que surjam no decorrer do processo. Claro que de pouco serve ter um bom plano se os empreendedores não souberem ‘vender’ as suas ideias de negócio aos investidores, algo que exige pitches competentes, visão empresarial, determinação férrea e capacidade de persuasão. As apresentações dos projetos são

determinantes para atrair investidores e captar financiamento. Como recentemente alertou o consultor norte-americano Chris Burry, durante um evento da ANJE, os empreendedores devem saber responder às questões mais básicas do projeto, como “quem é o cliente do negócio” ou “que problemas o negócio vai solucionar”. Uma vez criada a empresa, há que ter em consideração que cada vez mais a chave para o sucesso nos negócios é a capacidade de adaptação. Basta atentarmos no caminho que trilharam as empresas bem-sucedidas: a maior parte desenvolve hoje atividades, comercializa produtos ou presta serviços de forma bem diferente do que fazia quando entrou no mercado. De resto, a dinâmica empresarial contemporânea é caracterizada por uma extrema instabilidade e imprevisibilidade. Logo, as empresas devem ter agilidade, flexibilidade e competências (técnicas e tecnológicas) suficientes para adaptarem continuamente serviços e bens às voláteis necessidades do mercado, satisfazendo assim os seus clientes. Por definição, as empresas que resultam de projetos de empreendedorismo são inovadoras e tecnologicamente sofisticadas, têm estruturas organizacionais flexíveis e recursos humanos muito qualificados, adotam novos modelos de negócio e assumem uma visão global do mercado. Assim sendo, adaptam-se melhor às mudanças conjunturais e às tendências do mercado, o que representa uma enorme vantagem competitiva. Por fim, importa desdramatizar a questão do insucesso empresarial. Em Portugal ainda se estigmatizam aqueles que, por diferentes motivos, não são bem-sucedidos nos seus negócios. Ora não só falhar não tem nada de vergonhoso como é natural no trajeto de um empreendedor, devendo por isso ser encarado sem complexos.



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VW Amarok

Todo-o-trabalho Com a pick-up da VW não há nenhum serviço inalcançável. A versão de cabina dupla permite que a família não fique em casa, ao mesmo tempo que garante boas condições de transporte de carga. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

T

empos houve em que ter uma pickup era um símbolo de status, mas atualmente, a escolha por um destes modelos é feita com critérios cada vez mais racionais, com o objetivo de conseguir um bom veículo para o trabalho diário, mas que possa servir ainda para, nos momentos de lazer, servir como veículo para toda a família. A Volkswagen conseguiu, nesta sua primeira incursão pelo segmento das pick-ups, um excelente compromisso entre estas duas necessidades, principalmente na variante de cabina dupla, que testámos, na sua versão Grand Canyon, uma edição limitada a 30 unidades que oferece alguns itens exclusivos, de onde merecem destaque os

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espelhos retrovisores exteriores elétricos, aquecidos e rebatíveis, os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e o volante multifunções com comandos do rádio e telefone, pré-instalado com Bluetooth e comandos de voz. Também fazem parte do equipamento oferecido nesta edição Grand Canyon o ar condicionado Climatronic, o cruise-control, os vidros escurecidos e as jantes Aldo de 17”, revestidas neste caso por uns excelentes Bridgestone Dueler HP na medida 245/65 R17. ESPAÇO E CONFORTO O acesso ao habitáculo desta Amarok é elevado, como se quer numa pick-up, mas

não impeditivo, conseguindo aceder-se com facilidade a todos os lugares. No lugar mais apetecido a bordo, o do condutor, a posição ideal de condução acha-se com facilidade, fruto das amplas regulações do volante em altura e profundidade e dos bancos, que oferecem um bom apoio lateral, ideal para quando é necessário sair do asfalto. Destaque merece ainda o volante, com as dimensões corretas. Neste habitáculo, já de si muito espaçoso, a VW colocou ainda vários espaços de arrumação, nomeadamente debaixo dos bancos dianteiros e do apoio de braços, além de uma plataforma no tablier. Espaçosa é também o compartimento de carga, que nesta variante de cabine dupla


oferece 1555 mm de comprimento e 1620 mm de largura, valor que diminui para 1222 mm entre as cavas das rodas. Ainda assim, é possível colocar aqui transversalmente uma europalete e mesmo transportar material a granel (graças aos 508 mm de altura das paredes de carga), num total máximo de 959 kg. Este valor pode, no entanto, ascender aos 1151 kg, caso opte pela suspensão Heavy Duty para o eixo traseiro (€207,32 + IVA). O acesso à plataforma está a 780 mm do solo, um valor baixo para este segmento. Convém ainda relembrar que, se for necessário, o portão traseiro pode ser utilizado como prolongamento do compartimento de carga, sem esquecer que, neste caso, a matrícula deixa de estar visível, o que obriga à obtenção de uma placa de matrícula adicional para que possa circular. Este mesmo portão, nos modelos sem parachoques traseiro, pode ser aberto num ângulo de até 180° para facilitar as operações de carga e descarga. ELEVADA SEGURANÇA Uma boa capacidade de carga não faz, por si só, um bom veículo de trabalho. É preciso que esta chegue ao destino em segurança. Ainda que o veículo por nós ensaiado tivesse

instalada uma fullbox, opcional que obriga a desembolsar €2025 + IVA e limita a capacidade da carga, é possível utilizar os quatro olhais da bagageira para a fixar. O bedliner instalado (também opcional, €280 + IVA) impede riscos na carroçaria, mas também limita os movimentos da carga, ajudando a que chegue intacta ao destino. A contribuir para este propósito, mas principalmente para a segurança dos ocupantes, a Amarok disponibiliza de série um controlo eletrónico de estabilidade muito bem calibrado, que inclui ainda um modo específico Off-Road, que adapta o ABS e o ESP a este tipo de terreno e ativa o Hill Descent Control, que mantém reduzida a velocidade ao descer, diminuindo a necessidade de recorrer aos travões, com discos ventilados à frente e de tambor atrás. Sempre ativo está o Hill Start Assist, que impede que o veículo descaia ao arrancar, algo especialmente útil com o compartimento de carga carregado. Para quem segue a bordo existem ainda alguns elementos de segurança passiva, como os dois airbags dianteiros e outros dois laterais para os lugares da frente. Todos os ocupantes dispõem, no entanto, de cintos de três pontos com pré-tensores e limitadores de esforço.

2.0

959 KG

7,6 L

180 CV

2820 KG

199 G/KM

DIESEL BITDI

CARGA ÚTIL

PESO BRUTO

2061 KG TARA

100 KM CO2

29 334€ (+IVA) PREÇO APROX.

TODOS OS CAMINHOS Em condições normais a tração faz-se às rodas posteriores, mas o modo 4MOTION de tração integral está apenas à distância de um clique no botão correspondente, o que pode ser feito em andamento. Depois de nos habituarmos às suas dimensões, conduzir esta pick-up não difere muito de um veículo normal. A direção é rápida e direta, o chassis é equilibrado e o eixo traseiro bastante estável. Caso se encontre sem carga e num local propício, pode sempre desligar parcialmente as ajudas eletrónicas e garantir momentos de elevada diversão. As redutoras, o bloqueio do diferencial traseiro e os bons ângulos de ataque, saída e ventral – 28º, 23,6º e 21,4º, respetivamente – permitem vencer com facilidade grande parte dos desafios, mas as boas prestações do motor biturbo diesel de 2,0 litros de capacidade e 180 cv de potência, aliadas a um binário elevado a baixo regime (400 Nm/1500 rpm), permitem muitas vezes prescindir do seu uso. Os consumos também não são de desdenhar, sendo possível realizar médias de 8 l/100 km, o que, com o depósito de 80 litros desta unidade, permite uma autonomia de perto de 1000 km, emitindo, em média, 199 g/km de CO2. Custa €29 334,20 (+IVA) esta proposta “todo-o-trabalho” da Volkswagen, um valor que se adequa à sua oferta de equipamento e segurança, bem como às suas prestações no capítulo da capacidade de carga e do seu transporte. Uma boa solução para quem pretende ter um só veículo para família e trabalho.

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RAIO-X

Barómetro

Setor (ainda) cresce

Tecido empresarial do setor Setembro 2015 EM NÚMERO

5029

No final de cada trimestre, tendo como base os dados fornecidos pela D&B, analisamos a evolução do tecido empresarial do setor, que mantém o crescimento, apesar de nem todos os subsetores estarem de boa saúde.

3398

TEXTO JOSÉ MACÁRIO

A

partir da edição de maio, a TURBO OFICINA, em parceria com a Informa D&B, tem vindo a levar a cabo uma exaustiva análise do setor do pósvenda, aftermarket e concessionários auto em Portugal. A cada mês levamos até si os dados mais recentes da evolução das empresas do setor, oferecendo, no final de cada trimestre uma análise mais aprofundada desta informação, um elemento chave para compreender como se comporta o tecido empresarial do setor no nosso país. Desta feita, é com agrado que vemos os dados apontarem para que, apesar de alguns resultados menos positivos, no geral o setor se encontra em crescimento, resultado que se havia já verificado no trimestre anterior. Infelizmente, as extinções e insolvências de empresas deste setor também cresceram no terceiro trimestre, invertendo a tendência acumulada até ao final do passado mês de junho. INDIVUALIDADES Observando cada um dos subsetores separadamente, constatamos que é entre os concessionários auto que se regista o maior crescimento. No final de setembro tinham sido criadas 360 novas empresas, um valor 40,1% superior às 257 registadas em igual período do ano passado. A este elevado crescimento juntam-se também uma descida no número de insolvências e de encerramentos, que face

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aos valores acumulados até setembro de 2014 registam descidas de 17,9% e 13,7%, respetivamente. Se os concessionários auto aparentam estar de boa saúde, o mesmo nãose pode dizer das oficinas, onde se regista um aumento de nascimentos de empresas, concretamente de 21,8% (para um total de acumulado, no final de setembro de 2015, de 435 empresas), mas que é anulado por um aumento de 30,7% no número de extinções e de 2,2% no que respeita a insolvências, que totalizam, no final deste terceiro trimestre, menos 149 e 46 empresas, respetivamente. O panorama dos grossistas de peças e acessórios automantém-se negro, com um ligeiro aumento de 3,7% no que respeita ao nascimento de novas empresas, a que se contrapõe um significativo aumento de 66,7% nas insolvências. Quanto aos encerramentos, contabilizam-se 23 até ao final do trimestre, valor que não se alterou face ao mesmo período do ano passado. No subsetor dos retalhistas de peças e acessórios autoinverteu-se a tendência verificada no final do passado trimestre e, a uma descida de 9% no nascimento de novas empresas soma-se um aumento de insolvências na ordem dos 22,2%, com os encerramentos a não registarem alteração. A zona norte do país continua a ser a região onde mais empresas nascem e morrem, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa e a zona centro de Portugal Continental.

3332

878

481

207

291

EM PERCENTAGEM

36,9 25,0

24,5

6,4

3,5

1,5

2,1


Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO SETEMBRO 2015 HOMÓLOGA SETEMBRO 2015 HOMÓLOGA SETEMBRO 2015 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 400 0,0% CENTRO 197 0,0% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 239 0,0% ALENTEJO 47 0,0% ALGARVE 32 0,0% R. A. AÇORES 17 0,0% R. A. MADEIRA 20 0,0%

116 14,9% 64 -1,5%

51 27,5% 23 9,5%

74 18 5 2 9

28 5 2 1 5

TOTAL 952 0,00%

288 8,27%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto

7,2% 200,0% -44,4% -60,0% -18,2%

-24,3% 0,0% -60,0% 0,0% 150,0%

115 4%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto (CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

SET. 2015

ACUMULADO SET. 2014 SET. 2015

ACUMULADO SETOR SET. 2014

SET. 2015

ACUMULADO SET. 2014 SET. 2015

ACUMULADO SETOR SET. 2014

NASCIMENTOS

952

779

NASCIMENTOS

36

360

27

257

40,1% 8,2%

10

82

7

95

-13,7% 6,3%

32

1

39

-17,9% -1,3%

94

73

TECIDO EMPRESARIAL

22,2% 8,2%

(CONSTITUIÇÕES)

ENCERRAMENTOS

TECIDO EMPRESARIAL

(CONSTITUIÇÕES)

31

288

26

266

8,3% 6,3%

(EXTINÇÕES)

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 7

115

4

111

3,6% -1,3%

Principais ocorrências no setor das oficinas (45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis)

INSOLVÊNCIAS 3

Principais ocorrências no setor dos grossistas de peças e acessórios auto (45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

SET. 2015

ACUMULADO SET. 2014 SET. 2015

ACUMULADO SETOR SET. 2014

SET. 2015

NASCIMENTOS

49

435

21

357

21,8% 8,2%

19

149

11

114

30,7% 6,3%

TECIDO EMPRESARIAL

(CONSTITUIÇÕES)

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 4

ACUMULADO SET. 2014 SET. 2015

ACUMULADO SETOR SET. 2014

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS 4 56 4 54 3,7% 8,2% (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS

2

23

0

23

0,0% 6,3%

(EXTINÇÕES)

46

3

45

2,2% -1,3%

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ACTOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ACTOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

INSOLVÊNCIAS 15 9 66,7% -1,3%

Principais ocorrências no setor dos retalhistas de peças e acessórios auto (45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis) VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) SET. 2015

ACUMULADO SET. 2014 SET. 2015

ACUMULADO SETOR SET. 2014

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

5

101

21

111

-9,0% 8,2%

0

34

8

34

0,0% 6,3%

(CONSTITUIÇÕES)

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 22 18 22,2% -1,3%

FICHA TÉCNICA Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.:

Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de

atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)).

A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt

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Image source: Volvo Cars

RADAR DE CURTA DISTÂNCIA DELPHI

EIXOS DIANTEIRO E TRASEIRO

Nota: Se é um fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nestas radiografias, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

MITSUBISHI ELECTRIC

UNIDADE DE CONTROLO DE INFOENTRETENIMENTO

BOSCH

SUPPLIERBUSINESS

COMPONENTES DO SISTEMA DE TRAVAGEM HUTCHINSON

COMPONENTES DO SISTEMA DE ESCAPR TENNECO

ESCOVAS LIMPA-PARA-BRISAS COM LAVAGEM

CTS

MÓDULO DE PROPULSÃO ELÉTRICA ZF

BRAÇOS DE CONTROLO TRASEIROS MAZZUCCONI

SENSORES DE TENSIONAMENTO DOS CINTOS

METHODE ELECTRONICS

CONTROLOS DOS PEDAIS

RÖCHLING AUTOMOTIVE

FECHO ATIVO DA GRELHA

SKF

KOLBENSCHMIDT

SUPORTES DO SISTEMA DE ESCAPE CIKAUTXO

DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEL KAUTEX TEXTRON

VÁLVULA SOLENOIDE

IAC

FIXADORES DA CARROÇARIA PROFIL

SINCRONIZADOR OERLIKON

COQUILHAS DO GUARDA-LAMAS PLASTIC OMNIUM

COMPONENTES PARA OS BANCOS KONGSBERG

MONTAGEM DO COCKPIT

MAHLE

MÓDULOS DE CLIMATIZAÇÃO

RAUFOSS

BRAÇO DE CONTROLO DIANTEIRO

TRELLEBORGVIBRACOUSTIC

SUPORTES DO MOTOR

ABC GROUP

SISTEMA DE CONDUTAS DO SISTEMA HVAC

TEKLAS

ESTRUTURAS PARA AS FILAS DE BANCOS BROSE

CONDUTAS PARA CLIMATIZAÇÃO TRASEIRA CARCOUSTICS

MANGUEIRAS DO SISTEMA DE CLIMATIZAÇÃO

WR CONTROLS

FIXADORES PLÁSTICOS E METÁLICOS STANLEY ENGINEERED FASTENING

AMORTECEDORES PARA SUSPENSÃO PASSIVA BWI GROUP

CABLAGEM PARA DESTRANCAMENTO DO CAPOT

HUF HÜLSBECK & FÜRST

TRANCAMENTO ELETRÓNICO DA COLUNA DE DIREÇÃO

VOLVO XC90

52 raio x



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RAIO-X

BOSCH

BATERIAS PARA ELÉTRICOS “A Bosch está a usar toda a sua experiência e consideráveis meios financeiros para alcançarum avanço na eletromobilidade”, disse VolkmarDenner, Presidente do Conselho de Administração da Robert Bosch GmbH. A compra da start-upamericana Seeo Inc. ajudará a tornar isso possível. Adicionalmente, a Bosch dispõe de conhecimentos determinantes sobre células em estado sólido para baterias de lítio e também de patentes exclusivas. “As células em estado sólido podem ser um verdadeiro avanço tecnológico”, defende Denner. “A nova tecnologia de desenvolvimento de baterias para carros elétricos entra em rotura completa com as atuais técnicas de construção e produção de baterias. Estes avanços estão a integrar os amplos sistemas de conhecimento e de recursos financeiros da Bosch”. Até agora, os objetivos declarados da indústria eram duplicar a capacidade energética das baterias e reduzir a metade os seus custos até ao final da década. Com as novas células sólidas, a Bosch vê potencial para mais que duplicar a densidade energética das baterias até 2020 e ao mesmo tempo reduzir substancialmente os custos no futuro. O mesmo carro que hoje tem uma autonomia de 150 km será capaz de fazer mais de 300 km sem recarregamentos e a mais baixo custo.

Europart

No Busworld e em Jarama

F

oi em Kortrijk, na Bélgica, que entre os dias 16 e 21 de outubro se realizou o Busworld, um dos grandes eventos europeus do setor dos transportes, que contou com a presença de inúmeras empresas especialistas. A Europart centrou a sua posição no universo dos veículos de transporte de passageiros, nomeadamente autocarros.“Desde a última vez em que estivemos presentes no Busworld temos vindo a investir bastante na procura de distribuidores selecionados, na nossa gama e na formação dos nossos empregados”, disse o CEO da Europart, Pierre Fleck. Quanto ao catálogo para o setor dos autocarros, este compreende 770 páginas, onde se podem

encontrar mais de 5000 itens, dos principais fabricantes europeus. Ao mesmo tempo, a Europart reuniu os seus 70 fornecedores e clientes no traçado madrileno de Jarama para discutirem qual a estratégia a adotar no futuro, de modo a aumentar a sua quota de mercado em Espanha. O diretor da Europart neste país, Guseppe Cinanni, revelou que “com 23 revendedores espalhados por Espanha, temos já uma rede de distribuição nacional e somos capazes de responder às exigências dos nossos clientes com rapidez. Hoje em dia somos um dos três maiores distribuidores de material para camiões e reboques na Península Ibérica”.

KÖGEL

EXPOSIÇÃO E CRESCIMENTO A Kögel irá estar presente no Solutrans, o salão de Lyon dedicado aos transportes de estrada e urbanos. Este evento irá realizar-se entre os dias 16 e 21 de novembro e a Kögel irá mostrar pela primeira vez em território francês o Kögel Cool – Pur Ferro, um furgão refrigerado com uma grande amplitude de utilizações, que faz desta aposta um dos pontos altos da Kögel em Lyon. No mesmo espaço irá estar patente o Cargo Coil, um semirreboque idealizado para o transporte de bobines e vigas.

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NOVEMBRO 2015

Ao mesmo tempo, a marca amplia a sua rede de vendas nos Países Baixos. No passado dia 20 de outubro, BartKeijer, Gerente de Truck & Trailer Groep Nederland, e Thomas Eschey, Gerente de Kögel Trailer GmbH& Co. KG, assinaram um contrato de distribuição durante a feira Bedrijfsauto RAI, em Amesterdão. A partir de agora, outros quatro representantes de Truck & Trailer Groep Nederland sobre a direção de Bart Keijer estarão encarregues da distribuição dos semirreboques da Kögel.


Cromax

WABCO

SEGURANÇA HOMOLOGADA

Efeitos especiais

A

Cromax ampliou a sua gama ChromaHybrid de corantes de efeitos especiais, cuja utilização se adequa quer à Base Bicamada Cromax quer à Base Bicamada Cromax Pro. Já disponíveis para as oficinas da Europa, Médio Oriente e África, as duas novas bases foram desenvolvidas especificamente para permitir às oficinas a capacidade de satisfazer a crescente tendência para cores especiais e exclusivas OEM. O ChromaHybrid Turquesa Perlado WH1018 é baseado numa mica invulgar, com uma

combinação azul-verde perlada, que oferece um efeito visual metálico brilhante e ajudará os pintores a obter uma cor azul-esverdeada pura com um efeito de reflexão transparente. O ChromaHybrid Azul Perlado Muito Fino WH1019 oferece aos pintores a possibilidade de criar tons de azul muito puro ou confere um brilho muito fino àqueles tons que exigem luminosidade. Ambos são fornecidos em embalagens de 250ml, que requerem apenas uma leve agitação antes de usar.

TRW

NOVO CATÁLOGO DIGITAL A TWR acrescentou uma nova funcionalidade ao seu catálogo baseado na Web, para proporcionar uma experiência mais rápida e envolvente ao utilizador, nomeadamente à sua oferta Corner Module – programas de travagem, direção e suspensão. Em www.twraftermarket.com, a empresa disponibiliza agora imagens em 360° das 1000 referências PUBLICIDADE

existentes. Outra novidade é que os utilizadores podem agora encontrar uma lista de tudo o que está incluído dentro das embalagens das pastilhas de travão da TRW – características especiais, acessórios e respetivas quantidades – na secção “Acessórios Incluídos” do catálogo online.

Tendo em vista a melhoria da segurança rodoviária, a Wabco revelou ter homologado recentemente novos sistemas a aplicar em veículos pesados. Um desses sistemas dá pelo nome de OnGuardActive e tem como alvo camiões e autocarros. O sistema deteta o movimento, a travagem e os veículos que estão parados na via de circulação. Para isso utiliza um sensor de radar de 77 GHz que mantém o circuito a funcionar e avisa o condutor de situações potencialmente perigosas através de sinais sonoros e visuais. Caso o condutor não tome as devidas medidas, o OnGuardActive aciona automaticamente os travões até imobilizar por completo o veículo, evitando assim uma colisão. Outro sistema dá pelo nome Wabco OnLane, sendo que aqui tudo tem como base uma câmara que avisa o condutor caso este perca o controlo da viatura em questão. Caso o condutor apresente sintomas de sonolência, o OnLane alerta-o igualmente para essa situação, quer seja por meio de informações sonoras ou mesmo no painel do veículo.


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RAIO-X

Nissan

CASTROL

INOVAÇÃO NA TROCA DE ÓLEO

Novidades a dobrar

P

aul Willcox, Presidente da Nissan Europa, dirigiu a tradicional cerimónia japonesa Daruma para celebrar a concretização do investimento de 80 milhões de euros no projeto da NP300 Navara, que chegará ao mercado em janeiro do próximo ano equipada com o motor dCi de 2,3 litros, bem como para comemorar o lançamento da nova garantia de cinco anos para os veículos comerciais ligeiros da marca.Willcox disse que “o que torna a nova Navara um produto realmente único é a experiência de condução, o estilo e o conforto que herdou da gama de crossoversQashqai, Juke e X-Trail.” Mas as novidades da Nissan estendem-se ao setor do aftermarket, pois a marca japonesa anunciou a Promessa Cliente Nissan, um compromisso que coloca o automobilista no coração da experiência do emblema nipónico e que tem na palavra “confiança” um dos pilares centrais. Esta nova ligação será desde logo visível através da nova imagem que chegará aos 2500 concessionários da marca

em toda a Europa, mas também através da renovação dos suportes digitais da Nissan e por uma relação mais transparente com os proprietários dos seus veículos, que é também apoiada por uma maior interação entre a experiência online e offline. O objetivo do fabricante asiático é ter esta transformação finalizada até 2018, com Portugal a estrear a Promessa Cliente Nissan durante o primeiro trimestre do próximo ano, em concessionários do Porto e Lisboa.

NORTON

SPEEDLINETRUCK

DISTRIBUIÇÃO DA DYNABRADE

AGORA PARA LOWLOADERS A SpeedlineTruck entra numa aposta continuada ao disponibilizar o seu know-how na conceção de uma jante para os “inloaders”. O SLT 3774 é uma jante de liga leve, concebida para permitir o transporte de folhas de vidro ou de painéis de concreto pré-fabricado. Quanto às dimensões que a SpeedlineTruck idealizou para este produto, uma das mais-valias é a pluralidade existente de medidas. Com a criação desta jante a empresa italiana garante que este novo produto seja mais leve aproximadamente 1 kg por roda, quando comparado com as jantes de alumínio da concorrência, e 14 kg face às jantes de aço. A SpeedlineTruck é representada no nosso país pela RonalIberica S.A.U.

AXALTA

NOVO LÍDER A Axalta, empresa dedicada exclusivamente a tintas líquidas e em pó que opera no setor dos veículos ligeiros, passa a contar com Matthias Schönberg na gestão de estratégia de crescimento para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). Este dará continuidade ao desenvolvimento da Axalta de forma a promover a qualidade dos produtos e serviços já existentes e acumulará com estas funções o cargo de vice-presidente da Axalta Coating Systems. Schönberg comentou estar “impressionado com a dinâmica da Axalta e, naturalmente, com o seu sucesso empresarial. Agora, como membro da equipa Axalta, aguardo com expectativa poder fazer parte do sucesso futuro da empresa.”

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Nexcel foi o nome dado ao sistema inédito apresentado pela Castrol no capítulo associado à tradicional mudança de óleo. Segundo o fabricante de lubrificantes, esta tecnologia permite não só reduzir as emissões de dióxido de carbonocomotambém que a troca de óleo seja realizada mais rapidamente e de uma forma mais limpa. Depois de utilizadas, as células de óleo são recolhidas e reutilizadas, evitando-se desta forma perdas desnecessárias e acumulação de resíduos. Este sistema foi já testado numa enorme variedade de motores, desde os veículos citadinos até automóveis de competição. Por enquanto, o Nexcel irá ser instalado no novo Aston Martin Vulcan, o supercarro da marca britânica destinado a trackdays. A Castrol anunciou que já contactou diversos outros fabricantes automóveis para integrarem este sistema nos seus veículos.

A marca premium da Saint-Gobain Abrasives estabeleceu uma parceria com a Dynabrade para se tornar o principal distribuidor das suas ferramentas e acessórios para o mercado de reparação automóvel. A Norton junta, assim, aos seus produtos abrasivos as máquinas do fabricante de ferramentas pneumáticas, oferecendo uma solução completa para trabalhos de lixagem. CelineKrzys, Product Manager Europa da Norton para o Auto Aftermarket, afirma: “na Norton, sempre foi nosso objetivo fornecer os melhores produtos de reparação para o mercado, e trazer o máximo valor, tanto para o distribuidor como para o utilizador final. Temos orgulho em saber que temos sido bem-sucedidos nesse esforço e a nossa nova parceria com Dynabrade permitir-nos-á continuar com este sucesso.”



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RAIO-X

Monroe

DB SCHENKER

SOLUÇÕES DE TRANSPORTE DE COMPONENTES

Catálogo e OE

A

Monroe apresentou recentemente oseu novo catálogo de suspensões. Esta publicação conta com mais de 750 novos SKUs para uma alargada gama de modelos. Para ajudar os profissionais e os técnicos de peças a identificar mais rapidamente a peça exata Monroe para qualquer reparação, o novo catálogo apresenta um inovador processo de pesquisa, de fácil consulta, onde os utilizadores podem mover-se da esquerda para a direita através das colunas em cada página, determinando a peça correta com base na localização no sistema do veículo – direção, suspensão dianteira ou suspensão traseira – bem como a descrição da peça, a sua posição, os critérios de aplicação, encaixe e seu número. O catálogo pode ser visto em www.monroecatalogue.eu. Fora do mundo digital, a Monroe verá o seu sistema de amortecedores monotubo a equipar o Jaguar XE. Este sistema de

amortecedores ultra leves a gás de alta pressão permite ao condutor usufruir de uma maior estabilidade e manobrabilidade do veículo, graças ao uso de uma tecnologia de válvula inovadora. O seu design proporciona um maior leque de montagem, maiores níveis de esforço e uma melhor prestação quando comparado com a utilização de amortecedores de duplo tubo. Desta forma, e segundo os engenheiros da Jaguar, a suspensão torna-se 20% mais dura face a modelos anteriores, o que lhe permite encontrar um melhor equilíbrio dinâmico entre a condução e a manobrabilidade.

JAGUAR LAND ROVER

NOVOS CURSOS

A Jaguar Land Rover lançou as bases para o seu processo de recrutamento de novos aprendizes, que irão integrar a companhia a partir de setembro de 2016. A empresa britânica é a maior entidade recrutadora da indústria automóvel no Reino Unido, recrutando 50% do total de mão de obra recrutada neste setor. Os candidatos têm à escolha dois programas distintos: um com uma duração de quatro anos, destinado a “aprendizes avançados”, e outro de

seis anos, orientado para estudantes de nível A. Nick Rogers, engenheiro diretor da Jaguar Land Rover, é um excelente exemplo do sucesso desta iniciativa. Iniciou a sua carreira nesta empresa quando ainda estava na escola enquanto aprendiz e realizou depois uma formação em engenharia automóvel. A marca britânica anunciou que na ação de 2016 inscreveram-se 245 aprendizes, que contribuíram para o total de 900 candidatos nos últimos cinco anos.

A DB Schenker acaba de lançar um novo serviço de transporte terrestre direcionado às micro, pequenas e médias empresas que realizam operações de importação e exportação. “Alguém tem de começar, ou as PME exigem de nós ou nós antecipamo-nos. Uma vez que os clientes dos nossos clientes precisam de entregas mais frequentes, decidimos ser nós a oferecer agora, a partir de outubro, saídas diárias, diretas e económicas para Mannheim, Paris, Madrid e Barcelona. Aliás, a partir dos nossos hubs Mannheim e Paris fazemos chegar rapidamente a mercadoria a qualquer canto da Europa”, informa Frank Gutzeit, diretor-geral da DB Schenker Logistics em Portugal, sublinhando ainda: “Graças a este novo serviço terrestre as PME conseguem rentabilizar recursos – tempo, espaço e pessoas.” Refira-se ainda que, em 2008, a DB Schenker estabeleceu um departamento específico para transporte e logística de componentes automóveis entre Portugal e a Alemanha/Europa Central. Este conta com uma equipa de 20 colaboradores formados especificamente para manusear estas peças e consolida, sobretudo, peças feitas em Portugal para as fornecer à Alemanha e a outros países da Europa Central. Contudo, os serviços funcionam em ambos os sentidos.

BENTLEY

APOSTA NA FORMAÇÃO

SOGEFI

RECONHECIMENTO EM ITÁLIA A Sogefi venceu um prémio no segundo Groupauto Italia Strategic Supplier Meeting, que se realizou em Roma, no final de setembro. Esta é a primeira vez que o grupo distingue os seus fornecedores de peças. Refira-se que a Sogefi é fornecedora de marcas como a Purflux, Fram, Coopers Fiaam e Tecnocar. É parceira da Groupauto em França, Reino Unido e Irlanda, Espanha, Rússia, Holanda, Turquia, Bélgica, Áustria e Itália.

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Os novos recrutas, oriundos de áreas tão diferentes como o marketing, a engenharia ou as vendas, têm vindo a assumir um papel relevante no desenvolvimento da empresa. O programa tem início com uma sessão informal, antes de os candidatos se integrarem nas suas respetivas áreas. A acolher os recrutas está Marlies Rogait, membro dos Recursos Humanos da Bentley Motors, que referiu que “estes programas dão-lhes uma base sólida que lhes irá adquirir novas capacidades profissionais.” Nos últimos dois anos, a Bentley criou mais de mil empregos e foi recentemente nomeada com a distinção “Entidade Empregadora” pelo quarto ano consecutivo. A próxima ação de formação da marca britânica irá realizar-se em março do próximo ano e os interessados podem consultar o endereço www.bentleycareers.com.

K&N

FILTRO PARA CAMIÕES Conhecida como sendo uma empresa líder na produção de filtros de ar laváveis, a K&N Engineering apresenta o seu primeiro filtro de ar para camiões na Europa. Construído com as mesmas caraterísticas dos populares filtros Hybrid utilizados nos camiões a diesel do mercado americano, esta nova aposta da K&N não só garante que estes filtros são laváveis e reutilizáveis, mas também que foram desenhados para melhorar o desempenho e a eficiência do camião, garantindo uma proteção máxima. Este filtro, designado de modelo 38-2025S, foi desenvolvido para o modelo Volvo Série FH D16, a partir de 2002 e pode ser uma alternativa ao filtro de origem com a referência n. 20411815/20882320.



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PARCERIA

reparação

Fundamentos da aderência

Porque colam os adesivos? No passado número da nossa revista indicou-se como o fenómeno da aderência se explicava através de três teorias e expôs-se a teoria da interligação mecânica. Neste número é exposta a teoria da ligação química. TEXTO MIGUEL A. CASTILLO

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J

á se explicou no passado número como a teoria da interligação mecânica é válida para materiais altamente porosos, como por exemplo a madeira. No entanto, no caso de materiais metálicos ou plásticos, tal porosidade não existe e tornam-se necessárias outras teorias que expliquem a união adesiva. TEORIA DA LIGAÇÃO QUÍMICA Esta teoria estabelece que entre o adesivo e o substrato se estabelecem ligações químicas do tipo iónico ou covalente (existem mais tipos de ligação química, mas estas são as que têm interesse relativamente aos adesivos). A ligação iónica dá-se entre um elemento não metálico e outro metálico (os elementos não metálicos caracterizam-se por terem mais eletrões na sua camada exterior que os metálicos, ver Tabela 1). Os primeiros têm tendência a ganhar eletrões e os segundos a perdê-los, dando lugar a aniões (iões negativos) e catiões (iões positivos) que se mantêm unidos por forças. Um exemplo das forças eletrostáticas pode ser encontrado nas forças de atração e repulsão entre dois ímanes, só que no caso eletrostático, deve-se a cargas elétricas de sinal diferente ou igual. A formação de uma ligação iónica é sempre uma reação exotérmica, isto é, liberta calor. Na figura 3 pode ver-se como a energia potencial correspondente a dois átomos varia

METAIS

NÃO METAIS

Hidrogénio (H) [+1]

Lítio (Li) [+1]

Magnésio (Mg) [+2] Cálcio (Ca) [+2]

Hidrogénio (H) [-1]

Telúrio (Te) [-2]

Sódio (Na) [+1]

Estrôncio (Sr) [+2]

Cloro (Cl) [-1]

Fósforo (P) [-3]

Potássio (K) [+1]

Bário (Ba) [+2]

Bromo (Br) [-1]

Arsénico (As) [-3] Antimónio (Sb) [-3]

Flúor (F) [-1]

Rubídio (Rb) [+1]

Rádio (Ra) [+2]

Iodo (I) [-1]

Césio (Cs) [+1]

Zinco (Zn) [+2]

Oxigénio (O) [-2]

Prata (Ag) [+1]

Cádmio (Cd) [+2]

Berílio (Be) [+2]

Alumínio (Al) [+3]

Nitrogénio (N) [-3]

Enxofre (S) [-2]

Selénio (Se) [-2] (K)

Tabela 1 Metais e não metais do sistema periódico. [Eletrões perdidos (+) ou ganhos (-)]

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reparação

Energia potencial

dá-se entre átomos de apetência eletrónica similar. Cada átomo une-se aos átomos necessários para completar a sua camada mais externa de eletrões (um átomo com a sua camada externa completa tem uma tendência muito reduzida ou nula para estabelecer mais ligações). As moléculas de hidrogénio, cloro, oxigénio e outras, sobretudo orgânicas, justificamse mediante este tipo de ligação. Na figura 4 estão representadas várias estruturas de ligações covalentes. Por exemplo, na molécula de água (H2O), o oxigénio partilha dois dos seus 6 eletrões externos com os respetivos átomos de hidrogénio. Assim, completa a sua camada externa (seis eletrões seus, mais um de um átomo de hidrogénio, mais outro do outro átomo de hidrogénio perfazem os oito necessários para esse nível; ver tabela 1), e os átomos de hidrogénio tomam cada um, um emprestado do oxigénio para completar os dois necessários na sua estrutura.

Distância Interatómica

0

min

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com a distância entre eles até um mínimo que é a distância de equilíbrio. Para quebrar esta ligação devemos proporcionar, no mínimo, a energia libertada durante o processo de união (assinalada como mín. na figura 3). Depreende-se do anteriormente exposto que quanto maior for o número de ligações deste tipo produzidas entre o adesivo e os substratos maior será a energia necessária para quebrar a união, e portanto, maior a resistência. A ligação covalente entre átomos caracteriza-se pelo facto dos eletrões serem partilhados de forma equitativa. Tal como na ligação iónica, um átomo cedia eletrões a outro, na ligação covalente não se cedem os eletrões; partilham-se. A ligação covalente

As moléculas dos compostos orgânicos, os plásticos, por exemplo, são formadas principalmente por carbono (C) e hidrogénio (H) unidos por ligações covalentes. O carbono estabelece quatro ligações e o hidrogénio uma. Tal como a ligação iónica, a ligação covalente também é exotérmica e necessita de um contributo energético para a sua quebra. A ligação covalente é mais forte que a iónica. Em geral, quanto maior for o número de eletrões partilhados mais resistente é a ligação, e quanto maior for a diferença de eletrões (eletronegatividade) entre os átomos ligados maior é também a resistência. A aplicação da teoria da ligação química exige que o adesivo e os substratos tenham uma certa afinidade química. O adesivo e os substratos devem conter um componente que se possa difundir entre eles na interface e estabelecer a ligação. Se isso não for possível, pode sempre adicionar-se ao adesivo um terceiro componente que seja compatível com o substrato e com o adesivo. De qualquer modo, deve entender-se que tanto a ligação iónica como a covalente são simplificações, ainda que sejam a base das complicadas ligações químicas que ocorrem entre as cadeias dos materiais poliméricos, e que é muito difícil explicar uma união adesiva através de um único tipo de ligação.



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REPARAÇÃO PLANO DE MANUTENÇÃO PROGRAMADA MARCA, MODELO E VERSÃO PRAZO/ QUILOMETRAGEM CARACTERÍSTICAS VEÍCULO

PEU2T80019A: PEUGEOT 2008 1.6 BLUEHDI 120 ALLURE 5P 48/120000

POTÊNCIA (CV)

120

CILINDRADA (CC)

1560

EURONCAP 50/30/40 CO2 96 TRANSMISSÃO MANUAL CAIXA DE VELOCIDADES

5 VELOCIDADES

CARROÇARIA TODO-O-TERRENO REVISÕES

PARCERIA

Manutenção

Peugeot 2008 O 2008 é a proposta da Peugeot para o mercado dos crossovers para o segmento B e, ainda que de forma indireta, substitui o defunto 207 SW. A sua base é o 208 lançado recentemente, com mais 20 cm de comprimento e 25 cm de largura, sendo também mais alto que o modelo que lhe serve de base, como convém a um crossover.

N

Nesta sua variante de 1560 cc Blue HDi de 120 cv e com o nível de equipamento Allure, o mais elevado, o crossover francês custa, por cada 100 km percorridos, um total de €5,12 (+IVA) em manutenção. Nesta análise do plano de manutenção a 48 meses e 120 mil km, o custo total de manutenção previsto para o 2008 é de €6138,42 (+IVA), dos quais a fatia maior corresponde às peças de desgaste, com um total de €2622,04, valor que não contempla o IVA, tal como acontece com todos os valores aqui apresentados. Nesta categoria, o sistema de travagem é o que obriga a maior dispêndio, consumindo um total de €1879,63, distribuídos entre as pastilhas, os discos e o próprio óleo dos travões. A seguir na lista de custos aparecem os pneus, que consomem €1692,24 do total previsto para

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manutenção. A quase totalidade deste valor vai para os pneus, na medida 195/60 R16H, com €1517,74, distribuídos por 10 substituições. Os restantes €174,50 dizem respeito à equilibragem dos pneus, suas válvulas e ao alinhamento da direção. As revisões são a terceira maior parcela desta conta de manutenção – €1159,10 – cuja maior parte corresponde à substituição dos vários filtros: óleo, ar, pólen e combustível. Logo a seguir surge o custo com a mão-deobra, calculado com base no valor médio nacional de €38,94 multiplicado pelas 9,15 horas necessárias para cumprir o plano de manutenção do fabricante, e depois o preço do óleo semissintético, calculado a €38,94/litro. Para o total há ainda que contar com €27,00 para as IPO e com €638,04 reservados para a inflação.

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

1.159,10 €

MÃO-DE-OBRA

356,30 €

[9,15]

ÓLEO

346,50 €

[6]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

3,75

TIPO DE ÓLEO

SEMI-SINTÉTICO

FILTRO DE ÓLEO

72,00 €

FILTRO DE AR

72,30 €

[6] [3]

FILTRO DE PÓLEN

192,00 €

[6]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

120,00 €

[3]

VELAS

- €

[0]

DESGASTE

2.622,04 €

LIMPA PÁRA-BRISAS FRENTE

127,63 €

LIMPA PÁRA-BRISAS TRÁS

27,31 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

594,91 €

[6]

PASTILHAS TRÁS

297,46 €

[3]

DISCOS FRENTE

590,39 €

[2]

DISCOS TRÁS

326,78 €

[1]

LÍQUIDO DE TRAVÕES

70,09 €

[2]

[4]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

487,47 €

[1]

CARGA AR CONDICIONADO

100,00 €

[1]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRAS

- €

[0] [0]

BOMBA AGUA

- €

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

[0]

AVARIAS

- €

[0]

ELÉCTRICAS

- €

[0]

TOTAL

- €

[0]

PNEUS

1.692,24 €

PNEUS FRENTE

195/60R16H

PNEUS TRÁS

195/60R16H

PNEUS

1.517,74 €

ALINHAMENTO DE DIRECÇÃO

60,00 €

[10] [3]

EQUILIBRAGEM

85,20 €

[10]

VÁLVULA

29,30 €

[10]

OUTROS

665,04 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

638,04 €

AJUSTES

- €

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

6.138,42 €

/100 KMS

5,12 €

COMBUSTÍVEL

* VALORES SEM IVA



7

42

ESPECIALISTA

pneus

GfK

Tendências europeias nos pneus A GfK, uma das principais empresas de estudo de mercado, debruçou-se sobre as tendências europeias no setor dos pneus. As principais ilações a retirar são uma clivagem no mercado dos novos e um aumento progressivo dos tamanhos nos SUV. TEXTO TIAGO CARVALHO ALVES

O

mercado dos pneus está numa fase de mudança, muito possivelmente fruto da atual situação económica mundial. Esta afirmação pode ser comprovada após a análise dos dados apresentados pela GfK. Segundo este estudo, a maior quota de mercado pertence às chamadas marcas “premium”, ou seja, são os grandes fabricantes mundiais de pneus que detêm atualmente a maior quota de mercado. Os dados revelados referem que estes detêm um valor de 52%, mais de metade do volume de vendas globais. Além deste número, registou-se um pequeno aumento de 1% quando comparado com o primeiro quadrimestre de 2014, o que prova a tendência de crescimento destes fabricantes, se bem que de uma forma tímida. Claro que o mercado não é composto somente por marcas de topo e, assim, do outro lado do mercado surgem as marcas mais acessíveis, que têm crescido rapidamente, passando de 5% para uma participação no mercado da ordem dos 28% em igual período, o que poderá ditar uma mudança da estrutura do mercado. Markus Kube, Consultor de Marketing da GfK, explica esse facto ao referir que as “marcas premium conseguem manter-se com maior facilidade no mercado, isto apesar de as marcas mais acessíveis estarem a aumentar as suas estratégias com preços bastante agressivos. Estas últimas são essencialmente oriundas da Ásia, especialmente da China e do Sul da Coreia”. Entre os dois patamares surgem as chamadas marcas intermédias, com 20% de quota de mercado no início de 2015, verificando-se uma descida de 2%

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relativamente a vendas quando comparado com idêntico período do ano anterior. Esta situação poderá ser um reflexo da conjuntura económica global. Ou seja, os clientes que desde sempre apostaram em marcas “premium” para equipar os seus veículos continuam a optar por estas referências de mercado, enquanto o número de clientes das marcas intermédias têm vindo a diminuir muito possivelmente por o seu poder de compra ter baixado consideravelmente ao longo dos últimos tempos. Enquanto isso, as marcas de gama baixa vão ganhando mercado face a toda a conjuntura global.

pequena que ela seja. Ao mesmo tempo surgem cada vez mais no mercado automóvel SUV de dimensões reduzidas que não oferecem aos seus utilizadores a tração total, uma vez que não se justifica a utilização deste mecanismo em percursos de estrada. Naturalmente que esta situação influencia a escolha dos pneus a utilizar neste mercado. E foi isso que a GfK foi descobrir: o que preferem os consumidores europeus, nomeadamente em países como Áustria, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Itália, Holanda, Polónia e, claro, Portugal, quando chega a hora de eleger pneus e jantes para os seus SUV.

O UNIVERSO DOS SUV Depois de analisar o mercado global de vendas de pneus, a GfK incidiu o seu estudo nos SUV, uma moda que parece ter vindo para ficar entre os utilizadores europeus. Sempre que se pensa num destes veículos é-se assaltado por inúmeros modelos dos mais variados construtores, já que a procura por estes automóveis exige que praticamente todas as marcas tenham uma aposta (ou mais) na sua gama de propostas. Não sendo o tradicional todo o terreno tal como se conhece, o SUV pode ser visto como sendo um veículo alto, com um aspeto mais ou menos radical e concebido como um veículo familiar. A verdade é que, apesar de serem veículos concebidos para uma utilização essencialmente citadina e também fora deste meio, são muito raros os casos em que os seus proprietários arriscam mais do que uma ligeira incursão fora do asfalto, por mais

O QUE DIZ O MERCADO Segundo o estudo agora dado a conhecer pela empresa germânica, existem essencialmente três medidas de pneus para os SUV mais compactos no mercado: 251/60 R16, 215/60 R17 e 215/65 R16. O índice de vendas das medidas mencionadas leva a crer que o mercado dos pneus dos 4x4/ SUV poderá vir a crescer fortemente neste segmento a breve trecho, já que estas dimensões representam 13% do total das vendas de todos os pneus comercializados no aftermarket. De acordo com a empresa de estudos de mercado, entre janeiro e abril deste ano houve um crescimento de vendas na ordem dos 16%, sendo que só o setor dos pneus todo o terreno cresceu 9%. Os mercados onde se registaram maior incidência de vendas de pneus para os SUV foi França (18%), seguindo-se a Polónia (16%) e a Itália (15%). Outros importantes mercados europeus como a Alemanha ou o Reino Unido registaram apenas


10% de participação nestas três medidas de pneus, isto apesar de o seu volume de vendas registar igualmente elevados números. Já na Polónia, onde o segmento dos SUV é ainda relativamente recente, estes pneus valem apenas 3% do volume total de vendas de pneus no mercado, apesar de se ter verificado um aumento no primeiro quadrimestre deste ano, na ordem dos 29,8%, num claro sinal de que a tendência é crescer. Em contraste, em países onde o índice de vendas dos SUV e 4x4 está mais evidenciado – Áustria, Reino Unido, Itália e Espanha – o índice de vendas atingiu um crescimento total de 6%. JANTES. QUAL A MEDIDA MAIS USADA? Não é, no entanto, só a nível de pneus que se tem verificado que o mercado está a registar uma nova tendência. O mesmo estudo da GfK deita igualmente um olhar analítico sobre as dimensões das jantes utilizadas nos SUV. Será que os europeus utilizam desde sempre jantes com as mesmas medidas? Não parece ser assim, pelo menos a avaliar pelos dados do estudo realizado por parte da GfK, que apontam para um aumento gradual do tamanho deste componente. Se em 2012 o tamanho mais utilizado nas jantes era de 15” nos nove países analisados, passados dois anos as jantes mais vendidas eram as de 16”, que substituíram as de menor dimensão. A evolução prosseguiu até se atingirem as 17”, apesar de as jantes de 16” ainda continuarem a ser vendidos. O volume de vendas das rodas com diâmetros compreendidos entre as 17” e as 23” aumentou 8% em média nos nove países analisados. Portugal, à semelhança de outros países mediterrânicos, como Espanha, França e Itália, ainda hoje possui uma grande percentagem de utilização de pneus mais pequenos do que 17”, valendo este conjunto de dimensões 79% de quota de mercado no nosso país e em Itália. Em Espanha representam um volume de 80% do total do mercado, enquanto em França chegam aos 84% as vendas de jantes de menor dimensão. Em contrapartida, os condutores da Alemanha e do Reino Unido preferem utilizar pneus de maiores dimensões. Nestes dois últimos mercados, a quota que cabe às jantes de 17” é de 30% e 32%, respetivamente, de acordo com este estudo levado a cabo pela GfK Point of Sales Tracking na Europa. À exceção do Reino Unido, onde o segmento dos pneus de grandes dimensões se manteve mais ou menos estável nos primeiros quatro meses de 2015, quando comparado com igual período do ano passado, os resultados verificados apontam para que este segmento tenha crescido em todos os outros países monitorizados, o que parece explicar o facto de vários fabricantes de pneus terem alargado o seu leque de ofertas neste segmento.

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FALKEN

SILÊNCIO COM SILENT CORE A Falken anunciou recentemente que, graças a um novo método de produção, conseguiu reduzir o ruído de rodagem em 10 decibéis e 4 decibéis no interior da cabine. Numa parceria efetuada com a sua parceira de negócios, a Sumitomo Rubber Industries (SRI), a Falken patenteou esta nova solução, a que chamou “Silent Core”. Esta inovação passa pela aplicação de uma camada de espuma composta por éter e poliuretano, aplicada no interior do pneu. Graças aos resultados apresentados,e face ao interesse mostrado por alguns fabricantes automóveis, a Falken irá começar a produção deste sistema nos seus produtos. Segundo Andreas Giese, Director de Produto da Falken Tyre, revelou, este sistema “é mais barato e mais fácil de implementar do que a tecnologia electrónica.”

GOODYEAR

NO PROFIDRIVE E COM NOVO DIRETOR Foi anunciada uma nova colaboração entre a MAN e a Goodyear, cujo objetivo será a assistência aos pneus premium dos 25 tratores e reboques usados pela MAN ProfiDrive. Isto inclui os Fuelmax, os KMAX e os Omnitrac II, de serviço misto, que podem operar tanto em estrada como em off-road. A Goodyear vai assegurar a manutenção dos pneus, o que inclui assumir a responsabilidade pela oficina onde serão feitas as reparações. Esta parceria consolida a participação da Goodyear na formação de formadores da MAN em questões de pneus. Noutro capítulo, Hubert Millasseau assumiu a posição de Diretor Financeiro na Goodyear Dunlop Iberia. O novo responsável irá reportar diretamente a Luca Crepaccioli, Diretor-Geral da Goodyear Dunlop Sul da Europa, e a Jérôme Py, Diretor Financeiro do Oeste da Europa. “É um prazer ter Hubert na equipa e contar com a partilha da sua vasta experiência e conhecimento de dentro e fora da Goodyear. Estou seguro de que irá contribuir para que a nossa companhia continue a manter uma posição sólida a nível financeiro durante os próximos anos”, afirma Crepaccioli.

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Dunlop

Tecnologias e prémios A Dunlop está em alta nas quatro e duasrodas. Passará a equipar os Range Rover com um pneu que reduz o ruído e foi premiada pela KTM.

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Dunlop revelou que os seus pneus SP QuattroMaxx com tecnologia Noise Shield irão equipar de série os Range Rover. Os pneus vão ser montados no tamanho 275/40 R22 108Y XL e contribuir para reduzir o ruído no interior produzido pela ressonância que se produz na cavidade da roda. Com a vibração do ar dentro do pneu quando este rola na estrada produz-se um ruído que se transmite à estrutura interior do veículo. A tecnologia Noise Shield da Dunlop consiste numa inovadora camada de espuma no interior do pneu que contribui para reduzir esta vibração de ar. A tecnologia amortece efetivamente o pico sonoro gerado pela ressonância criada na cavidade do pneu e pode diminuir o ruído gerado até aos 11 dB, o que permite até menos 4 dB de ruído no interior, fazendo com que o habitáculo esteja

menos exposto ao ruído numa ampla gama de velocidades. Por seu turno, a divisão de pneus para duas rodas foi avaliada com a classificação A+ e recebeu o KTM Supplier Quality Excellence Award 2014, uma recompensa pela concretização e confiança na marca. “Estamos muito satisfeitos por receber este reconhecimento da KTM”, declarou Andy Marfleet, Marketing Manager de Motos para a Europa, Médio Oriente e África da Dunlop. “Investimos bastante em I+D para assegurar que os nossos produtos de última geração cumprem as exigências das modernas motos de altas prestações. Este prémio vem confirmar a qualidade superior dos pneus Dunlop para moto, assim como o nosso alto nível de serviço. Faremos o máximo para assegurar a continuação deste êxito no futuro.”


HANKOOK

I*CEPT RS² COROADO PELA AUTO BILD

ZTYRE

NOVO WEBSITE Foi com base em premissas como a alta performance e o prazer de condução que a Ztyre revelou o seu novo rosto na Internet. O espaço da marca na web mostra como a Ztyre tem evoluído ao longo dos últimos anos nos capítulos da segurança, ao mesmo tempo que apresenta as características dos seus produtos de destaque. Com um foco muito especial nos pneus de altas prestações – com medidas até 295/35R21 107YXL, a marca Z mostra ainda parte do seu universo, como a procura de novas soluções ambientais. O site encontra-se em www.ztyre.com e está disponível Inglês e Alemão, embora a marca anuncie que irá aumentar o leque de idiomas brevemente. PUBLICIDADE

O Hankook i*cept RS² foi alvo de um intenso teste por parte da imprensa alemã, vendo as suas qualidades reconhecidas ao receber o troféu “Auto Bild Eco-Master 2015”, atribuído pela conhecida revista Auto Bild. Concebido para oferecer um balanço eficaz em condições típicas de inverno, este pneu está apto a equipar pequenos veículos citadinos, assim como veículos médios e mesmo comerciais. O i*cept RS2 está disponível em 19 diferentes tamanhos, desde os 165/70 R 14 ao 225/45 R 17 para velocidades dos segmentos T e H.

MICHELIN

NA FÓRMULA E A Michelin venceu o concurso da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para ser de novo a fornecedora exclusiva de pneus e serviços associados para o Campeonato FIA de Fórmula E até ao fim da época 2018/2019. Parceira tecnológica da Fórmula E desde a sua criação, a Michelin já se tinha distinguido durante o processo de seleção da FIA de 2013, especialmente graças à sua experiência e conhecimentos na conceção e fabricação de pneus de “altas performances” eficientes energeticamente. “Estamos muito satisfeitos por termos sido selecionados mais uma vez pela FIA e continuar, assim, a participar neste campeonato que a Michelin ajudou a criar”, declarou Pascal Couasnon, diretor da Michelin Motorsport. “A Fórmula E é um extraordinário laboratório de inovação para a mobilidade sustentável nas cidades, que o nosso Grupo utiliza ativamente. Além disso, desenvolvemos para a Fórmula E um pneu de competição revolucionário, o MICHELIN Pilot Sport EV, que conta com a aprovação de pilotos e equipas”.


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Yokohama

Nova plataforma nos Estados Unidos

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Yokohama Rubber Co., Ltd. revelou que a sua subsidiária norte-amerciana, Yokohama Tire Manufacturing Mississippi, LLC (YTMM), terminou a construção de nova fábrica de produção dedicada ao fabrico de pneus para camiões e autocarros. Numa cerimónia que contou com a presença de 300 convidados, o presidente da

Yokohama Rubber, Hikomitsu Noji, revelou que “a nossa indústria está numa fase de crescimento e temos de nos mexer rapidamente”. A Yokohama Rubber investiu 300 milhões de dólares na nova fábrica, que tem aproximadamente 200 hectares e que terá uma produção anual de cerca de um milhão de pneus.

Continental

Pneus para autocarros

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Continental tem no seu catálogo as gamas Conti Urban, Conti City Plus e Conti Coach, todas elas destinadas a veículos de transporte de passageiros. As gamas de pneus Conti Urban, Conti CityPlus, e Conti Coach abrangem todas as áreas de utilização, desde os serviços regulares urbanos até ao segmento de transportes de passageiros de longo curso. Cada tipo de pneu foi construído para uma

utilização específica. O Conti CityPlus HA3 foi desenvolvido para a utilização em transportes regionais. O pneu, criado para ser usado em todos os eixos, está disponível no tamanho 295/80 R 22.5. Para viagens de longo curso, o Conti Coach HA3 está disponível nos tamanhos 295/80 R 22.5 e 315/80 R 22.5 para equipar todos os eixos. Graças ao composto do piso e ao design do perfil, com lamelas de aderência tridimensionais, os pneus oferecem a máxima segurança e um ótimo conforto de condução, bem como uma excelente resistência ao rolamento. Na estrada, o Conti Coach HA3 assegura boa aderência longitudinal e transversal, estabilidade da direção e precisão na condução, assim como uma excelente performance em piso molhado durante toda a sua vida útil, graças à tecnologia usada nos sulcos.

BANDAG

DAYTON

NOVO PISO URBANO U-AP 001 A Bandag, uma das marcas do grupo Bridgestone, apresentou uma nova geração do pneu U-AP-001, um produto idealizado para ser utilizado em autocarros urbanos e camiões do lixo. Sendo um pneu para todas as estações do ano, recebeu já as marcações M+S. Desenhado para responder às exigências citadinas e ao “para-arranca” diário, o U AP-001 apresenta um desempenho até 25% superior face ao seu antecessor, o que permite uma poupança nos custos de substituição e operação. O novo pneu incorpora a mais recente tecnologia de piso premium, como o design “Duel Sipe”.

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ENTRADA NOS PESADOS A Dayton revelou que está pronta para atacar o segmento de pneus para camiões. A relação preço/ qualidade será o grande trunfo desta nova aposta que é assinada com o selo do grupo Bridgestone. A Dayton anunciou que os três pneus para o segmento de camiões serão o pneu direcional D500S steer, o de tração D600D drive e o de reboque D400T trailer. Estes três pisos trabalham em conjunto para oferecer a qualidade na performance de que os clientes e operadores, que se preocupam com o preço, precisam para fazer o seu trabalho..

COOPER

PROPOSTAS TT A Cooper apresentou a nova geração de pneus para os entusiastas dos percursos fora do asfalto. Denominado Discoverer STT Pro, este novo produto permite uma sólida tração, mesmo quando o piso se encontra enlameado, húmido ou rochoso. A conceção deste pneu na robustez e durabilidade, como a construção Armor-Tek3, que reforça as paredes laterais do pneu ao mesmo tempo que o desenho do piso escoa a lama, melhorando a tração do veículo. No entanto, não se pense que por ser um pneu vocacionado para prestações fora de estrada o utilizador do veículo 4x4 não o poderá utilizar diariamente. Graças à introdução de componentes como uma nova sílica, a aderência em piso normal permite uma utilização quotidiana. A marca revelou ainda os Cooper Zeon CS8 e Zeon 4XS Sport, para turismos e SUV de gama alta, num evento onde estiveram presentes os seus embaixadores, David Coulthard e Xavi Foj, que contribuíram para o desenvolvimento destes novos produtos.

TOYO

PROXES R888R PARA COMPETIÇÃO Preocupada com a melhoria dos seus produtos, a Toyo evolui o R888, um pneu que deu já boa conta de si em termos de competição, vencendo recentemente o Toyota Sprint 2014 no Reino Unido. Surge agora o R888R, com um nível de aderência melhorado e um tempo de aquecimento rápido. O Proxes R888R é apresentado em cinco diferentes medidas: 185/60R13 2G 80V TL, 205/60R13 86V TL, 195/50R15 85V TL, 205/50R15 86W TL e 225/40R18 92Y TL.



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JURÍDICO

Alterações às especificações técnicas de veículos

N MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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um tempo em que tanto se tem falado sobre as emissões provenientes da circulação automóvel, é pertinente reflectir sobre as exigências formais para a alteração dos sistemas de escape de origem e qual a responsabilidade de quem os aplica. Em termos formais, e de acordo com o IMTT, por “transformação” entende-se uma alteração da estrutura, carroçaria, motor, sistemas ou componentes, de um veículo matriculado de modelo aprovado. Qualquer transformação que afecte a segurança só pode ser levada a cabo depois de previamente autorizada pelo IMTT. De acordo com o Código da Estrada (Art. 114.º) os modelos de automóveis, motociclos, demais veículos e reboques, bem como os respectivos sistemas, componentes e acessórios, estão sujeitos a aprovação de acordo com regras fixadas em regulamento. Isto significa que, antes de entrarem em circulação, as peças devem ser avaliadas e homologadas, pelo que qualquer alteração que se pretenda realizar ao veículo deverá utilizar peças e equipamentos prévia e devidamente aprovados para garantir a manutenção das condições de segurança quer do veículo alterado, quer dos demais veículos. O desrespeito daquela exigência, além de estar sujeita à aplicação de coimas a quem fabrique e comercialize sistemas não aprovados (as quais podem atingir os 6000 euros). Também os donos de veículos transformados que os incorporem no automóvel sem a necessária autorização prévia poderão ser alvo de aplicação de coimas (as quais podem atingir os 1250 euros), podendo ser determinada

a apreensão do veículo que circule em contravenção, só podendo voltar a circular mediante inspecção extraordinária para aferir o ajuste do automóvel e seus componentes às condições regulamentares requeridas. Ao introduzir uma alteração nas especificações do veículo, o seu proprietário deve ter o cuidado de se informar sobre os requisitos e formalidades a cumprir em cada caso concreto. Dependendo da alteração pretendida, pode tratar-se da aplicação de componentes já homologados, os quais, embora possam ser aplicados, devem ser averbados no certificado de matrícula, devendo o veículo ser sujeito a inspecção extraordinária em centro da categoria B. Tratando-se da utilização ou aplicação de componentes ou sistemas ainda não homologados, devem os interessados requerer uma aprovação prévia à sua aplicação. Questão distinta mas que também assume relevo é a de saber, em caso da aplicação de coima por irregularidade na alteração, quem é responsável pela desconformidade: o dono do automóvel ou a oficina que instalou? A resposta dependerá da informação que o dono do veículo tiver sobre a peça ou sistema instalado. Em primeira análise, e enquanto proprietário do veículo, será sempre este penalizado com a aplicação da coima. Ainda assim, caso consiga provar que não sabia da instalação do sistema em si ou que não sabia que foi instalado não tinha a necessária homologação, poderá ter direito de regresso sobre a oficina, ou seja, uma vez reunidos os pressupostos, pode exigir à oficina que o indemnize no exacto valor do prejuízo sofrido.




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