Turbo Oficina 047

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N.º 47 | ABRIL 2016 | 2,2€

DOSSIER

PINTURA Conheça as inovações na formulação dos produtos e as principais tendências. Da técnica à gestão ambiental, fique ainda a par das melhores práticas na atividade

NEGÓCIOS GONÇALTEAM ESPECIALISTA NO COMÉRCIO DE FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS OFICINAIS, A EMPRESA RUMA AO NORTE COM UMA NOVA APOSTA PUBLICIDADE

PROTAGONISTA ADOLFO SILVA RESPONSÁVEL DA AFIA REVELA QUE O ADVENTO TECNOLÓGICO PODERÁ COMPORTAR UMA TENDÊNCIA PARA A ESPECIALIZAÇÃO

EXPOMECÂNICA TODOS OS PORMENORES SOBRE O MAIOR CERTAME DEDICADO À MECÂNICA DO PAÍS



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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES FEBI SELO DE CAPA MOTORMÁQUINA RODAPÉ DE CAPA PRO4MATIC VC JAPANPARTS PÁG. 5 BOLAS PÁG. 7 BOSCH PÁG. 9 RUBETE PÁG. 11 WD40 PÁG. 13 PETRONAS PÁG. 15 AUTOCREW PÁG. 17 VALEO PÁG. 23 CONTITECH PÁG. 25 TRW PÁG. 29 RODAPEÇAS PÁG. 33 STANDOX PÁG. 35 RPL CLIMA PÁG. 37 MAN HUMMEL PÁG. 39 BORG PÁG. 41 NGK PÁG. 43 FANLAC PÁG. 45 VENEPORTE PÁG. 47 FUCHS PÁG. 49 LD AUTO PÁG. 53 FEBI PÁG. 57 GONÇALTEAM PÁG. 59 EXPOMECÂNICA PÁG. 61 TYRE PROTECTOR PÁG. 63 CARF PÁG. 65 CESVIMAP VCC BACHO CC

MARCAS NESTA EDIÇÃO ADDVOLT 10 AFN 10 AXALTA 33, 40 AZ AUTO 25 BERNER 8 BERU 48 BOLAS 23 BOSCH 10, 22 CAR-PAINT 34 CEPRA 34 CETRUS 33 COMETIL 10 CONTINENTAL 50 CONVERSA DE MÃOS 10 CORAUTO 34 CROMAX 33, 40 DELPHI 50 DOMINGOS & MORGADO 11 ESCALAVERSÃO 33 ESCAPE FORTE 11 ETICADATA 11 EURO TYRE 24 FANLAC 34 FEDERAL-MOGUL MOTORPARTS 48, 49 FIRST STOP 14 FUCHS 49 GONÇALTEAM 26 GOODYEAR 64 GRUPO EBI 34 HANKOOK 64 HELLA 34 INFORAP 12 ISQ 24, 44 JF EQUIPAMENTOS 12 JP TOOLS 24 LEONET SERVIS 12 MERCEDES-BENZ 23 METELLI 50 MEYLE 48 NATUREZA VERDE 37 OCTORAL 34 ORYX PARTS 12 OSRAM 50 PEUGEOT 46 PHILIPS 22 PPG REFINISH 36 PRO4MATIC 23 QU4TRO FLEET 56 RENAULT 51 R-M 36 ROBERLO 34 SHERWIN-WILLIAMS 38 SIMOLOGY 12 SKF 48 SKODA 56 SNA EUROPE 12 SOFRAPA 24 SONICEL 22 SPIES HECKER 33 STANDOX 33 THE BOOSTER 8 TIPS4Y 24 TPTSL 12 TRACTORMINHO 12 TRW 50 TURBOCLINIC 25 VALORPNEU 63 VALSPAR 38 VENEPORTE 22 VREDSTEIN 64 WD-40 12 ZAPHIRO 38

N.º 47 | ABRIL 2016

dossier P. 32 Pintura Auto

No dossier deste mês revelamos o estado da arte da pintura automóvel em Portugal. Além da opinião dos players do setor, conheça as lacunas existentes na formação e como é feita a gestão dos resíduos.

1 RADAR

5 RAIO-X

P. 6 Antevisão expoMECÂNICA

P. 46 Comercial do mês - Peugeot 208 Van

P. 14 Estratégia ibérica First Stop

P. 48 Notícias internacionais P. 51 Radiografia Renault Mégane

2 PROTAGONISTA

P. 52 Barómetro Informa D&B

P. 18 Adolfo Silva, da AFIA

“O mundo está a transformar-se de 6 REPARAÇÃO uma forma rápida e substantiva, P. 54 Manutenção Skoda Fabia portanto, as próprias empresas que P. 56 Alternativas ao estanho-chumbo estão associadas a este tipo de “O reparador deve conseguir uma negócio vão ter de se adaptar.” ótima qualidade no acabamento antes de aplicar a tinta”, diz a 3 REVISÃO CESVIMAP P. 22 Novidades do mercado

P. 58 Renault Clio II - Direção

4 ESPECIALISTA

7 pneus

P. 26 Gonçalteam

P. 62 Performance de vendas na Europa

P. 30 Gestão Lean nas oficinas

e em Portugal em 2015 P. 64 Notícias do setor

OPINIÃO P. 66 Consultório jurídico

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EDITORIAL

A união faz a força

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restes a abrir portas, a expoMECÂNICA tem vindo a afirmar-se como o evento mais importante para o setor da manutenção e reparação automóvel e para o aftermarket. De ano para ano, o certame cresce em número de expositores, visitantes e em diversidade, num espelho da dinâmica do setor e do empenho das empresas em melhorar resultados. Mais do que isso, o evento demonstra a evolução e o profissionalismo de largas dezenas de empresas, investidas em projetos de continuidade e na estruturação de negócios com futuro. Longe daquilo a que assistíamos no passado, em que estes eventos assumiam os contornos de uma feira onde se mostrava e vendia o que se tinha no momento, atualmente, as empresas preparam com antecedência as suas presenças, programando o lançamento de novidades, convidando os parceiros a visitá-las e apostando em espaços organizados e apelativos. Envolvem-se também num conjunto de atividades paralelas, palcos para a partilha de conhecimentos e para o networking. Num claro sinal de modernidade e empreendedorismo, esta edição da expoMECÂNICA advinha-se merecedora de ser descoberta com atenção e plena

Andreia Amaral EDITORA CHEFE andreiaamaral@turbo.pt

de pontos de interesse. Tal só é possível graças ao trabalho desenvolvido ao longo de meses por diversos agentes, entre a entidade organizadora, as empresas e a própria comunicação social, que, de forma paulatina, vai colocando o evento na agenda nacional… e internacional, como atesta o crescente número de expositores estrangeiros. Verdadeira prova de que as colaborações e as parcerias são profícuas e a todos beneficiam, o certame antevê-se como um projetor da inovação nacional, uma catapulta de negócios e um promotor da formação. Não obstante, mais pode ser feito. Este trabalho, desenvolvido em torno de um evento, deve ser a nota dominante no quotidiano das empresas. O espírito de colaboração, de entreajuda, de promoção da atividade, mais do que uma constante, deve impor-se como uma prioridade, na medida em que todo o setor pode retirar benefícios dele. Ao invés de segredos, deve-se cultivar a partilha e a comunicação, pilares fundamentais para o desenvolvimento empresarial e setorial. O sucesso resulta de um trabalho continuado e quanto mais o todo crescer, mais hipóteses terá cada um de acompanhar a rota ascendente. Afinal, não é por acaso que se diz que “a união faz a força” e, efetivamente, juntos somos mais fortes!

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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ESPECIALISTA

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José Manuel Costa

“A resposta do tecido empresarial tem sido extraordinária” Com mais expositores e atividades que na edição anterior, a expoMECÂNICA 2016 reflete a aposta do aftermarket no seu futuro e a boa resposta das empresas a este certame. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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terceira edição da expoMECÂNICA baterá todos os recordes. Um aumento do número de expositores, tanto nacionais como espanhóis, e mais eventos paralelos são a face visível da boa resposta do tecido empresarial ao salão nortenho.

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José Manuel Costa, diretor de Desenvolvimento e Projetos Especiais da Kikai Eventos, organizadora do certame, explica as razões do sucesso desta feira dedicada ao aftermarket, não sem antes fazer um balanço “amplamente positivo” das edições anteriores.

Nas suas palavras, de edição para edição, o certame tem excedido sempre as expetativas e os objetivos a que a organização se propõe, “tanto em número de operadores do setor presentes, como na sua representatividade nos vários segmentos, nas áreas bruta e líquida ocupadas no Salão, e no envolvimento


ANTEVISÃO

das empresas e profissionais nas atividades paralelas”. Para José Manuel Costa, “a resposta do tecido empresarial tem sido, de facto, extraordinária”, fruto do diálogo permanente que a Kikai desenvolve com os agentes do pós-venda automóvel. Este diálogo permanente estará, para o diretor, na génese do crescimento que a terceira edição do certame regista: mais 55% de expositores relativamente à sua estreia, em 2014, algo que, “no atual contexto económico, é um feito assinalável. E que demonstra a confiança do aftermarket no futuro”, assinala José Manuel Costa. SEMPRE A CRESCER O crescimento do evento sustenta-se nos números. No momento em que conseguimos estas respostas do diretor da Kikai, estavam confirmados 163 expositores, número que poderá ainda crescer até à data de abertura de portas, no próximo dia 15 de abril. José Manuel Costa encontra os motivos para a crescente adesão ao certame no inquérito realizado junto dos expositores no final da edição passada. Os dados recolhidos apontam para que 57% das empresas presentes na edição de 2015 tenham realizado negócios durante o evento, tendo 90% dos expositores atingido objetivos e 94% considerado que a expoMECÂNICA ajudou a promover as vendas. Além disso, o índice de satisfação de 7,8 (num máximo de 10) e a vontade de regressar demonstrada por 98% dos expositores e igual número de visitantes também é garante de sucesso para a atual edição. Por terem consciência de que a expoMECÂNICA é um bom palco para negócios, os expositores estrangeiros também têm acorrido mais ao certame, como o demonstra o facto de serem esperados no Porto 15 expositores espanhóis, “a melhor marca de sempre”, como refere José Manuel Costa. O diretor continua dizendo que a nova conjuntura do mercado português se apresenta como uma oportunidade para as empresas espanholas, “que veem no mercado luso uma extensão do seu”. Além disso, e enquanto polo agregador da PUBLICIDADE

TER 55% MAIS EXPOSITORES FACE A 2014 É “UM FEITO NOTÁVEL”, DIZ JOSÉ MANUEL COSTA oferta de produtos e soluções que há no setor em Portugal, “as empresas e marcas estrangeiras começam a ver a mostra como uma oportunidade de posicionamento nos vários nichos de atuação, de reforçar a sua notoriedade e potenciar os negócios”. INOVAÇÃO NA ORDEM DO DIA Para além de uma importante ferramenta de comunicação, as feiras são igualmente momentos de atualização de conhecimento setorial, de formação, de troca de ideias e de experiências. A comprová-lo está o elevado número de atividades paralelas que serão levadas a cabo à margem do certame e que, este ano, adianta o diretor da Kikai, terão como tónico a inovação. A organização pretende “dar destaque e abrir a porta às ideias e aos projetos tecnologicamente mais inovadores”, indo ao encontro de um tema que estará igualmente na ordem dia no debate e na reflexão setorial, constando, inclusive, “dos programas das conferências e palestras a ser preparados”. Um dos destaques será o “Espaço UP Innovation”, uma iniciativa que resulta de uma parceria da Kikai com o UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade

do Porto) e pretende estabelecer a ligação entre os projetos empresariais que saem das universidades e o mercado real do aftermarket automóvel. Neste espaço, estarão em exibição os projetos da AddVolt, que estreará o modelo final de uma solução tecnológica (o WeTruck) que permite aliviar decisivamente a fatura energética das empresas que têm a logística dos transportes às costas; e da WALcargo, que mostrará as últimas funcionalidades (uma plataforma online de pesquisa) e o trajeto que segue para vir a ser a “Google dos transportes”. A mais recente adição a este espaço é a Engenius, empresa que vem da Universidade de Aveiro. Também em estreia estará o expoTALKS, um espaço de palestras “com alguns dos mais importantes nomes da mecânica automóvel, da mecatrónica e do aftermarket, defende José Manuel Costa, que adianta ainda que o “Espaço DEMOTEC by Schaeffler” regressa ao certame para realizar várias apresentações e permitir “um contacto mais prático com algumas das tecnologias inovadoras que equipam os veículos da atualidade”. Para descomprimir e tentar envolver os visitantes, o certame apresentará, em parceria com a SIMOLOGY, um dos melhores simuladores automóveis do mundo, “num teste claro à perícia de condução dos visitantes”. Com a quarta edição da feira já em programação e com datas definidas (21 a 23 de abril de 2017), José Manuel Costa entende que este sucesso continuado se deve também ao atempado planeamento do certame e ao “excelente relacionamento que temos vindo a consolidar com os expositores, as associações e os meios de comunicação”, numa relação benéfica para todos e que tem permitido afirmar esta feira como “a grande referência do aftermarket em Portugal”, refere Costa. Ainda assim, José Manuel Costa não deixa de mencionar o “muito, mas mesmo muito trabalho” que a criação de um evento desta envergadura implica, recompensado no final com o facto de verem cumpridas as expetativas de “todos os que connosco vão fazendo estas ‘viagens’, importantíssimas para a rota futura do setor”.


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VENHA VISITAR-NOS. TEMOS PRÉMIOS PARA SI! Nesta edição da expoMecânica a TURBO OFICINA marcará presença juntamente com a nossa parceira espanhola Talleres en Comunicación, uma parceria estratégica que tem permitido às duas publicações uma abordagem ibérica do setor do Aftermarket. Para sublinhar o ambiente cada vez mais competitivo em que nos movemos e, ao mesmo tempo, ir ao encontro daquela que é uma das principais paixões dos profissionais mais jovens, vamos recrear no Pavilhão 6 da Exponor o ambiente de pista, através da simulação do trabalho de box da equipa campeã Nacional de Velocidade, com o Porsche 911 Carrera de Pedro Marreiros. Mas há outros motivos para fazer uma visita ao stand da TURBO OFICINA na expoMECÂNICA, nomeadamente o sorteio diário de produtos pensados para facilitar o seu dia a dia profissional. Nos dias 15 e 17 de abril sortearemos uma unidade do The Booster TB-01, um jumpstarter portátil com uma bateria de 12 V e capacidade de 12 000 mAh, o suficiente para fazer arrancar veículos com motores a gasolina de até 3,5 litros de capacidade e diesel de até 3,0 litros. Além disso permite carregar vários dispositivos na oficina, poupando em espaço e instalações elétricas. No dia 16 será sorteado um jogo de chaves Caixa 1/2 de 25 peças, da marca Berner, uma ajuda de peso para as atividades diárias de quem tem uma oficina. Para participar nos sorteios basta visitar o stand da TURBO OFICINA e deixar o seu cartão de visita na nossa tômbola, ficando automaticamente habilitado ao sorteio desse dia. Durante o evento serão ainda distribuídos milhares de brindes. Motivos não faltam para nos visitar durante a próxima edição da expoMECÂNICA. FICAMOS À SUA ESPERA!

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ANTEVISÃO

PROGRAMA DEMONSTRAÇÕES AO VIVO HORÁRIO EMPRESA TEMA Dia 15 de Abril 6.ª feira 11h00 - 12h00 SCHAEFFLER Luk Repset. Solução de reparação para a mudança de uma embraiagem dupla a seco VAG 14h30 - 15h00 DISTRILUBE Demonstração FAHER 15h00 - 16h00 STAREXTRASLINE Novidades - Goodyear / Sparco Corsa / Black & Deker / Linextras 16h00 - 17h00 SCHAEFFLER FAG. Desmontagem e montagem de rolamento de roda de veiculo comercial 19h00 - 20h00 SCHAEFFLER Luk Repset. Solução de reparação para a mudança de uma embraiagem dupla a seco Ford Dia 16 de Abril Sábado 10h00 - 11h00 ECOPARTS Sistemas de Injeção Diesel e de Sobrealimentação 11h00 - 12h00 SCHAEFFLER Luk Repset. Solução de reparação para a mudança de uma embraiagem dupla a seco VAG 14h00 - 15h00 JCM 15h30 - 16h00 DISTRILUBE Demonstração FAHER 16h00 - 17h00 SCHAEFFLER Ruville. Desmontagem e montagem kit de corrente de distribuição 17h00 - 17h30 Grupo Der Electrónica Auto 17h30 - 18h30 Prioridinamic Demonstração diagnóstico remoto Golo - Tecnologia Launch 19h00 - 20h00 SCHAEFFLER Luk Repset. Solução de reparação para a mudança de uma embraiagem dupla a seco Ford Dia 17 de Abril Domingo 11h00 - 12h00 SCHAEFFLER 14h00 - 15h00 JCM 15h00 - 15h30 ADDVOLT Demonstrar WeTruck 15h30 - 16h00 DISTRILUBE Demonstração FAHER 16h00 - 16h30 Grupo Der Electrónica Auto

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PALESTRAS HORÁRIO EMPRESA TEMA Dia 15 de Abril 6.ª feira 11h00 - 12h00 EUROTAX 12h00 - 13h00 ABMN Tecnologia para oficinas e transportes 14h00 - 15h00 SEEPMODE Como reduzir infrações relativas à condução e repouso importância de uma formação eficaz com empresas certificadas. 15h00 - 15h30 BOSCH 15h30 - 16h30 ADDVOLT 16h30 - 17h00 DPAI |ACAP 17h00 - 17h30 DPAI |ACAP 17h30 - 18h00 CASA 18h00 - 19h00 CASA 19h00 - 20h00 VIEIRA & FREITAS Sondas Lambda / Sensores Dia 16 de Abril Sábado 10h30 - 11h30 ABMN Tecnologia para oficinas e transportes 11h30 - 12h30 DPAI |ACAP 14h00 - 15h00 SEEPMODE Impacto da formação – medidas cheques formação. 15h00 - 15H30 BOSCH 15h30 - 16h00 ESCAPE FORTE Filtros de Partículas 16h00 - 17h00 ADDVOLT 17h00 - 17h30 ESCAPE FORTE Sondas 17 h30 - 18h00 CASA 18h00 - 19h00 CASA 19h00 - 20h00 VIEIRA & FREITAS Sondas Lambda / Sensores Dia 17 de Abril Domingo 11h00 - 12h00 SCHAEFFLER 14h00 - 15h00 JCM 15h00 - 15h30 ADDVOLT Demonstrar WeTruck 15h30 - 16h00 DISTRILUBE Demonstração FAHER 16h00 - 16h30 Grupo Der Eletrónica Auto


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radar expoMECÂNICA

O que não deve perder Palco de muitas novidades e estreias, a expoMECÂNICA 2016 terá em mostra uma enorme diversidade de produtos e serviços. A TURBO OFICINA descobriu alguns dos mais importantes lançamentos, que lhe revelamos aqui em primeira mão. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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al como vem acontecendo desde 2014, muitas empresas escolhem a expoMECÂNICA como palco para a estreia dos seus mais recentes produtos e tecnologias. Este ano não será exceção e assistiremos a várias apresentações de tecnologias inovadoras e mesmo a algumas apresentações mundiais. Para que não perca nada do que é mais importante no certame nortenho, deixamos-lhe uma antevisão do que de mais relevante pode ver nesta feira.

ADDVOLT Sabendo que na expoMECÂNICA se concentram as empresas e profissionais do setor, a AddVolt está empenhada em demonstrar no certame as suas potencialidades. O evento servirá para apresentar a marca, mas também o WeTruck, um sistema que utiliza a energia solar e a energia cinética do veículo para alimentar o frigorífico dos camiões. O WeTruck pode ser instalado num camião por qualquer profissional de manutenção e reparação de viaturas pesadas e permite reduzir os custos operacionais da frota. AFN A AFN levará ao certame portuense a sua mais recente gama de equipamentos para veículos 4x4. Desta feita estarão em exposição acessórios para Mitsubishi L200, Toyota Hilux Revo e Volkswagen Amarok.

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Para estes modelos estarão em exposição, entre outros, os para-choques dianteiro com envolvente e base de guincho, o traseiro com suporte de roda e jerrycan, grelha de proteção, estribos, roll-bars, hard-tops e acessórios de suspensão e de proteção inferior para vários componentes. BOSCH Pelo segundo ano, a Bosch marcará presença na expoMECÂNICA. Uma das novidades deste ano será a apresentação da nova imagem do seu serviço de reparação para peças eletrónicas de automóvel. Será também possível tomar contacto direto com o novo portal do serviço, que tem como objetivo facilitar as encomendas online, além de consultar todos os produtos, serviços e encomendas realizadas, bem como contactar a assistência técnica de forma mais rápida e simples. COMETIL No seguimento dos lançamentos que as suas representadas têm vindo a realizar,

ADDVOLT E SIMOLOGY SÃO DUAS START-UP PORTUGUESAS QUE SE ESTREIAM NA EXPOMECÂNICA

a Cometil levará à expoMECÂNICA várias novidades. Da marca Hunter serão apresentados o Quick Tread, para medir a altura dos canais do piso dos pneus e calcular a distância de travagem; o Check Alignment de Pesados, para alinhar a geometria dos ângulos da suspensão e direção dos veículos comerciais pesados; e o Revolution, uma máquina de desmontar/montar pneumáticos totalmente automática. Da marca Gutmann a Cometil destacará um equipamento de regulação dos sistemas de assistência à condução (ADAS). CONVERSA DE MÃOS A Conversa de Mãos estreia na expoMECÂNICA 2016 a Sice S300, uma máquina de desmontar/montar pneus totalmente hidráulica e com um sistema LeverLess – Touchless. A S300 acomoda jantes de entre 12” e 34” e ostenta um raio laser para posicionamento preciso das ferramentas de trabalho, permitindo a rotação da jante por motor de dupla velocidade; e tripla ferramenta. No certame nortenho a Conversa de Mãos apresentará também a nova luva de microfibra da Marley, outra marca de que é representante exclusiva. Com dupla face, esta luva é ideal para lavar a superfície do automóvel. De tamanho extra grande, para não apertar a mão, cobre uma maior superfície de lavagem, concluindo a limpeza em metade do tempo.


ANTEVISÃO

ESCAPE FORTE A Escape Forte regressará à empoMECÂNICA com um stand maior e com o objetivo de reforçar a sua parceria com a Brain Espanha/Itália, fabricante de filtros de partículas e catalisadores. No stand da empresa na feira será dado destaque à mais recente marca que representa, a Warm Up, bem como à parceria estabelecida com a MTE-Thomson.

DOMINGOS & MORGADO A expoMECÂNICA será o palco da apresentação de algumas novidades por parte da Domingos & Morgado, que este ano marca presença com dois stands, um dedicado a máquinas e equipamentos e outro direcionado para o aftermarket. Os importadores e representantes exclusivos da John Bean, do Grupo SnapOn, terão, em estreia mundial, no certame portuense a máquina de equilibrar John PUBLICIDADE

Bean B1200P. Da mesma marca serão também apresentadas as novas máquinas de montagem de pneus e alinhamento de direção, e em evidência estarão ainda os elevadores da marca HTC Effemme, totalmente fabricados em itália. No espaço aftermarket serão apresentadas novidades em jantes de alumínio e jantes de ferro. Os visitantes poderão também ver as TPMS da marca Hofmann; os consumíveis da marca Vipal e as ferramentas Bahco.

ETICADATA Presente na expoMECÂNICA desde a primeira edição, a eticadata software participa na edição de 2016 do certame em parceira com a GT Motive. Em destaque estará a nova versão do ERP, a v16, com novidades no AUTOGEST, desenhadas para dar resposta às necessidades atuais do mercado automóvel. Entre eles contam-se um maior desempenho, performance e grau de parametrização; a otimização de base de dados; atualizações automáticas; assinatura digital de documentos; consultas online; melhor integração com Outlook, Excel e sistemas de envio de SMS.


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As ferramentas de bloqueio de motor e o site de apoio à escolha da ferramenta adequada a cada motor serão também cabeça de cartaz no stand da SNA Europe, bem como diversas ferramentas hidráulicas para oficinas.

INFORAP A Inforap leva à expoMECÂNICA deste ano cinco os produtos inovadores: a plataforma tecnológica WEB EDI Inforap, para gestão de fluxos de documentos entre empresas de uma comunidade de negócios; o CRM Light, solução de mobilidade para vendedores; o BipBip, uma solução de receção da oficina; as InforAPPs, aplicações de gestão para smartphones; e o DEFIR, a integração no VisualSGIX de soluções para produção de demonstrações financeiras, rácios, informação fiscal e relatório de gestão. JF EQUIPAMENTOS Durante a expoMECÂNICA, a JF Equipamentos terá em exposição várias novidades. Entre elas estará o equipamento profissional de diagnóstico ATS900, que tem integrado um osciloscópio de dois canais preparado com base de dados para o ramo automóvel para uma maior simplicidade no funcionamento. Em exposição estará ainda o ATS300, com uma gama de diagnóstico low-cost onde predomina todo o tipo de serviço a ser feito na viatura, desde diagnóstico a diversos sistemas como programações, adaptações, codificações, entre outros. Ainda no mesmo domínio, a gama Metron estará também no Porto, com especial destaque para as as cabinas de pintura e áreas de preparação, com a grande novidade a ser os sistemas endotérmicos, em kit para aplicação a qualquer cabina de pintura, garantindo uma poupança de 70% face ao diesel. LEONET SERVIS A Leonet Servis virá a Portugal com um dos seus mais recentes produtos: calços de borracha para elevadores, produto essencial para garantir a segurança no trabalho diário com os elevadores na oficina. A gama de calços compreende tanto elevadores de colunas como de tesoura. ORYX PARTS A Oryx Parts, dedicada ao fornecimento de componentes de motor que permitam aos clientes competir no setor da reconstrução de motores de veículos de passageiros, comerciais, tratores e aplicações industriais, a Oryx Parts levará à expoMECÂNICA 2016 a sua gama de peças para reparação da cabeça do motor: kits de distribuição, martelos, árvore de cames, bombas de óleo e jogos de juntas. RPL CLIMA A algarvia RPL Clima rumará a norte para apresentar, no certame, a APFRVTS371, uma máquina de deteção de avarias nas válvulas do compressor; vários compressores alternativos da sua marca própria, a RPL Quality; e

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STAR EXTRAS LINE A Star Extras Line marcará presença na edição 2016 da expoMECÂNICA através da sua marca Linextras, para apresentar ao mercado as mais recentes novidades. Na gama 4x4 serão apresentados hard-tops para várias pick-ups fabricados em Portugal sob a marca Linextras. Na gama de acessórios Goodyear estarão presentes escovas limpa-para-brisas flexíveis, produtos de limpeza e ferramentas, entre outros. Na marca Black+Decker o destaque irá para os boosters, compressores e carregadores de baterias e, na Sparco Corsa, o destaque são os punhos, jogos de pedais, esteiras e coberturas para bancos, entre outros.

PARTE DO GRANDE CONTINGENTE ESPANHOL, TPTSL E LEONET SERVIS APRESENTARÃO AS SUAS NOVIDADES NO CERTAME ainda o Integral Power, um aparelho de ar condicionado elétrico da Dina Bergstrom para colocar em diferentes cabines especiais, como máquinas de obras, gruas, camiões de aeroporto, etc. SIMOLOGY Uma das atrações da edição de 2016 da expoMECÂNICA será o Quantic, um simulador português que prepara a sua internacionalização. O Quantic by Simology possui três eixos de movimento que transmitem toda a intensidade das forças laterais, longitudinais e de tração. Ajudada por uns óculos tridimensionais, um triplo ecrã ou um equipamento de retroprojeção, a realidade imersiva desta solução faculta uma grande variedade de afinações, possui um sistema único de amortecimento ajustável e é compatível com todas as principais marcas de periféricos do mercado, bem como com os títulos de videojogos (PC) de maior sucesso internacional. SNA EUROPE No stand da SNA Europe estará em exposição a nova gama de pistolas de impacto, mais leves e com mais binário e velocidade. Poderão também ser vistas as novas aplicações do programa BETMS (Bahco Ergo Tools Management System) de configuração de armazenamento.

TPTSL A espanhola TPTSL estreia-se na expoMECÂNICA. O motivo é o interesse que o mercado luso tem para esta empresa, que já exposta para diversos países. Assim, a totalidade da fama da marca estará em destaque no stand, com especial atenção para um sistema de tratamento antifricção para o motor e caixa de velocidades, que reduz o desgaste até 60% e diminui o consumo de óleo e de combustível. Ao mesmo tempo, este produto prolonga a vida do motor, aumenta as prestações e elimina ruídos. TRACTORMINHO Este é o primeiro ano em que a Tractorminho participará na expoMECÂNICA. Por conseguinte, o objetivo da marca será o de divulgar a sua estrutura e algumas das suas representações. A empresa de Braga pretende constituir-se como genuína alternativa no aftermarket de peças para máquinas agrícolas, industriais e geradores. Por isso, em destaque estarão algumas das suas propostas de material técnico para este tipo de máquinas. WD-40 Na edição de 2016 da expoMECÂNICA a WD-40 pretende continuar a apostar na informação pedagógica dos usos do WD-40, mas também continuar a divulgar a mais recente gama da marca, a WD-40 Specialist, com produtos especializados para o setor e que tem tido bastante sucesso desde o seu lançamento, em novembro passado. O certame do Porto será o palco para a apresentação da nova gama WD-40 Specialist Motorbike, para os amantes das duas rodas. Além de animação no stand, com vários sorteios e jogos, a WD-40 estará presente na secção Oficina em Movimento.



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First Stop

Diversificar para vencer A First Stop aproveitou a crise para repensar o seu negócio. Com uma nova estratégia, assente na fidelização do cliente e na coerência da rede, apresenta-se com um leque alargado de atividades, em que o preço é apenas um dos argumentos. TEXTO TURBO OFICINA COM TALLERES EN COMUNICACIÓN

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té ao começo da crise, a First Stop era uma rede especialista em pneus com um crescimento desigual, com uma mistura entre oficinas próprias e franchisadas nem sempre homogénea. No entanto, os rigores da crise levaram os seus responsáveis a promoverem uma reorientação para modernizar e focar a empresa na resolução das necessidades dos utilizadores, o verdadeiro eixo diferenciador do seu modelo de negócio, incorporando um amplo catálogo de produtos e serviços de mecânica rápida que permitam aos seus clientes realizar, em apenas uma visita, todas as operações de manutenção necessárias. José Manuel Ledo, o responsável máximo da rede para o mercado ibérico, é um dos artífices desta transformação e explica como tudo aconteceu. Com esta nova orientação, qualquer ponto da rede First Stop oferece serviços de mecânica rápida e está “preparado para responder às

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necessidades dos clientes que chegam às suas portas”, afirma José Manuel Ledo, enquanto explica que “a percentagem de dedicação à mecânica é cada vez maior”. Aliás, a First Stop assumiu que o objetivo ideal seria as oficinas atingirem uma distribuição de serviços de 60% / 40 %, “onde a maior percentagem estivesse a cargo da área de serviços diversificados” e a restante fosse relativa aos pneus. José Manuel Ledo revela que as oficinas que não proveem do mercado dos pneus têm maior facilidade em alcançar esta meta, ao passo que nas restantes o peso dos pneus é maior. Segundo o responsável, estes últimos negócios “ainda irão demorar algum tempo a alcançar o equilíbrio”. Ainda assim, José Manuel Ledo afirma que, no global, a rede First Stop apresenta um mix 50/50 entre os serviços especializados em pneus e a mecânica rápida nas lojas próprias, estando a trabalhar para que o mesmo se verifique com os restantes associados.

A mudança realizada durante estes anos teve como principal objetivo “responder melhor às necessidades do cliente”, como diz o seu responsável. Por isso houve necessidade de “incorporar este tipo de serviços diversificados”, uma vez que, nos dias que correm, diz José Manuel Ledo, “é impensável que exista uma oficina que queira ser integrada na nossa rede e que não incorpore todo o leque de produtos diversificados, necessários para oferecer uma manutenção completa aos veículos que chegam às nossas oficinas”. O PREÇO COMO ARGUMENTO Para agarrar estas oportunidades a First Stop aposta no preço como fator diferenciador, mas não faz dele o centro da sua diferenciação. Com o intuito de oferecer ao cliente a “máxima satisfação”, pois é em torno deste que deve girar o modelo de negócio da oficina, dispor de


PARA RESPONDER ÀS NECESSIDADES DOS CLIENTES A FIRST STOP AMPLIOU O SEU LEQUE DE SERVIÇOS um portefólio adequado de produtos “para atender às necessidades de cada um dos nossos clientes” é a melhor forma de se diferenciar da concorrência. “Não somos uma rede que utilize o fator preço como um símbolo de identidade para atrair uma maior afluência de clientes às nossas oficinas”, revela o responsável ibérico da First Stop. Pelo contrário, o gestor acredita que a qualidade, associada à segurança, deve ser “um dos pilares que conduzem os utilizadores às portas dos nossos pontos de venda, sem que tal seja um obstáculo à oferta de preços competitivos e adequados a todas as carteiras.” Por isso a rede aposta nos produtos-estrela de marcas do grupo Bridgestone, mas, como rede multimarca, tem capacidade de dar resposta às solicitações de cada cliente, num período de tempo quase imediato. Para o conseguir, a rede recorre a uma central de compras, onde tem “uma série de acordos com os fabricantes de primeira linha de marcas de substituição e acessórios”. Todos estes argumentos têm como objetivo a criação de mais receitas, naquele que é, segundo José Manuel Ledo, um dos “objetivos básicos” do departamento de marketing e desenvolvimento. No âmbito desta estratégia, todas as ferramentas, ações, promoções e campanhas da rede estão orientadas para criar receitas para as oficinas, tal como acontece com as novas tecnologias, às quais recorrem para cumprir o desígnio de atrair clientes para os associados. E porque pretende “estar na vanguarda da utilização de ferramentas tecnológicas, especialmente no capítulo da geração de receitas no ponto de venda”, diz José Ledo, a First Stop não descura as tecnologias online, “onde continuamos a desenvolver e a trabalhar para que o nosso serviço esteja de acordo com a qualidade e a realidade da nossa rede”. Não obstante a aposta no online, atualmente a First Stop não trabalha com nenhum portal de vendas, deixando nas mãos dos associados esse serviço: “Não estamos a trabalhar nesse sentido, nem está previsto que o venhamos a fazer.” Por detrás desta opção poderá estar o facto de o consumo online estar pouco desenvolvido em Espanha, onde este canal, refere José Manuel Ledo, “não ultrapassa os 3%, ao passo que noutros países, como


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Alemanha ou França, supera os 20%”. Ainda assim, este responsável reconhece que, graças às novas tecnologias, “a informação ao dispor do utilizador quando este se dirige às nossas oficinas é muito mais ampla do que há alguns anos, o que lhe permite comparar, especialmente preços, muito mais facilmente”. QUALIDADE E FIDELIZAÇÃO Apesar da reorientação do foco do negócio, José Manuel Ledo aponta o crescimento da rede como um dos principais objetivos para a First Stop, que pretende atingir as 350 oficinas em território ibérico até 2020. Ainda assim, este aumento do número de associados não deve, em caso algum, prejudicar a qualidade: “Não somos uma rede cujo objetivo seja crescer por crescer, mas crescer com qualidade”, diz o responsável. “O valor de 350 centros é apenas para ajustar cada vez mais a cobertura que temos a nível nacional, mas reforçando-a em diversos pontos onde detetemos que existem oportunidades.” Com um crescimento, refere o gestor, “absolutamente controlado”, as oficinas que pretendam integrar a rede devem cumprir alguns requisitos mínimos, que se resumem num contrato, celebrado entre ambas as partes, onde existe um compromisso de padrões mínimos de qualidade e de requisitos de negócio, que devem ser cumpridos pelo associado e que dependem de cada cliente. Por isso José Manuel Ledo afirma que, na First Stop, não utilizam “a palavra franchising”. “Somos uma rede de associados com um objetivo comum, que é o melhoramento da rentabilidade de ambas as partes. Mas o nosso conceito não é o habitual num franchising.”

À exceção da obrigatoriedade deste contrato, não existem requisitos mínimos para aderir à rede. No entanto, como refere o responsável ibérico, a First Stop dispõe de “um departamento de qualidade e formação que pode ajudar estes pontos de venda a atingir os níveis de qualidade que solicitamos para pertencer à rede First Stop”. Para garantir que os associados se mantenham satisfeitos por pertencer à rede, a First Stop tem um programa de fidelização, constantemente atualizado e melhorado. Este programa, refere José Manuel Ledo, é totalmente orientado para a rentabilidade dos associados como pontos de venda e para a rentabilidade da rede em geral, incluindo “uma série de ferramentas, que estão em contínuo processo de inovação e desenvolvimento, com o objetivo de satisfazer as necessidades diárias”. É este pacote de ferramentas de gestão e marketing que constitui a oferta da rede ao mercado, “para convencer qualquer oficina que esteja interessada em fazer parte da nossa rede”. E os resultados são, na perspetiva deste gestor, muito positivos: “Na sua maioria, as oficinas que estão a ser integradas demonstram – porque nos contactam diretamente ou porque são segundas aberturas de uma mesma empresa já associada – que estamos no caminho certo, embora estejamos plenamente conscientes de que o nosso processo de melhoramento tem de ser contínuo.” Parte desse processo contínuo de melhoria passa pelo departamento de formação da First Stop, que coordena os aspetos formativos em todos os produtos, tanto a nível interno, como externo, com empresas especializadas.

A oficinas que pretendam integrar a rede têm de cumprir requisitos mínimos, mas os objetivos variam

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UMA LONGA MARATONA ATRAVÉS DE UMA EMPRESA José Manuel Ledo trabalha há 21 anos para a Bridgestone. Engenheiro de Organização Industrial pela Escuela Superior de Ingenieros de Sevilha e com master em Direção Comercial e de Marketing pela ESIC, começou a trabalhar na Bridgestone em 1994 e desde então desempenhou diferentes cargos na empresa, como delegado de Vendas Multiproduto, primeiro na zona de Andaluzia e depois já em Madrid, delegado especialista de Agricultura, chefe regional de Produtos de Consumo e chefe de Produto PSR/4x4/CVR. Em 2011 integrou a área de retail da empresa, primeiro como coordenador de zona da First Stop, com responsabilidade sobre 50 oficinas na parte operacional. Depois passou a Diretor de Operações da rede e há aproximadamente ano e meio assumiu a direção completa da rede First Stop em Espanha e Portugal, tanto de oficinas próprias como franchisadas.

A FIRST STOP PRETENDE ALCANÇAR AS 350 OFICINAS EM TERRITÓRIO IBÉRICO ATÉ 2020



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Adolfo Silva

“Há uma tendência para a especialização” Face a uma substancial e rápida evolução tecnológica, Adolfo Silva, Diretor da AFIA, fala numa mudança no paradigma do automóvel. Dos veículos elétricos aos híbridos, passando pela condução autónoma, o futuro está em andamento nas linhas de produção e traz alterações profundas nos veículos, mas também em todos os setores que giram em torno deles. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

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om uma faturação anual de oito mil milhões de euros, a indústria de componentes auto representa 4,4% do PIB nacional. A crescer sustentadamente, o setor enfrenta, contudo, os desafios da rápida evolução tecnológica e da quebra generalizada da venda de automóveis. Para Adolfo Silva, diretor da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), as empresas terão de se reajustar e encontrar novas soluções para garantirem a sua sobrevivência num contexto que abre as portas a novos agentes. O domínio da eletrónica, a condução autónoma e as novas propulsões são tendências que impulsionam um novo paradigma, que afetará a indústria, o aftermarket e a reparação.

contratos de fornecimento com as OEM e o aftermarket é controlado por elas. Contratualmente, as empresas que fornecem um produto em série são obrigadas a manter a capacidade produtiva para o aftermarket na ordem dos 15 anos, mas isso não é controlado pelas empresas, é controlado pela marca automóvel, que encomenda as peças quando quer. Muitas vezes, do ponto de vista da produção, até já nem é um produto muito atrativo, porque tem de ser feito em pequena escala e as empresas têm de manter os equipamentos e a qualidade de produção. Há toda uma dificuldade que tem de ser ultrapassada para se poderem fabricar as peças de serviço, pelo que acaba por não ser um mercado muito atrativo.

Apesar de o setor de fabrico de componentes auto estar a crescer em Portugal, na Europa assiste-se a uma quebra nas vendas de veículos novos, afetando a indústria de fornecimento de componentes. O aftermarket assume-se como uma atividade alternativa para estas empresas? Não há uma resposta universal. A maior parte destes fornecedores não pode colocar produtos, por sua livre iniciativa, no aftermarket. Particularmente aqueles que têm desenho próprio, por exemplo, os airbags. Por outro lado, há produtos que têm caráter generalista, como os pneus, em que se pode ir ao aftermarket independente. É claro que o aftermarket faz parte das vendas, mas a maioria destas empresas são fornecedores de primeira linha, têm

Porque a procura que existirá será sempre muito limitada? Sim. Existem produtos que não têm aftermarket, por exemplo os airbags, que muitas das vezes só se sabe se funcionam ou não depois de haver um acidente. Depois, há produtos que têm um desgaste natural pelas funções que desempenham na viatura. O facto de só se poderem fornecer através das OEM não é limitativo? As regras estão traçadas. O aftermarket tem, de facto, uma expressão extraordinariamente significativa quando falamos desses produtos de caráter universal e que não estão protegidos por patente de desenho. Tenho conhecimento de estimativas que apontam para um valor do aftermarket na Europa acima dos cinco biliões de euros. Claramente que há empresas que

se posicionam para ele, mas as realidades são muito distintas. Mas a tendência para a produção de séries cada vez menores não obrigará as empresas a encontrarem outras soluções de negócio? Esse desafio existe. A indústria de componentes para automóveis em Portugal vai ter de olhar para esta situação, que em alguns casos poderá passar pelo aftermarket, mas temos de encontrar outras soluções. Neste setor, há uma capacidade instalada superior à procura. Isto coloca sempre um problema muito grave às empresas, quer aos montadores, quer à cadeia de fornecimento. Para ser perspetivado futuro para estas empresas, elas terão de conseguir congregar um conjunto de atributos fundamentais: têm de ser extremamente competitivas, têm de ter uma capacidade de resposta rápida às solicitações dos seus clientes, quer seja na perspetiva de desenvolvimento do produto ou da capacidade de trazer resposta tecnológica às OEM e àquilo que elas pretendem materializar, o que obriga as empresas a estarem preparadas com o

O AFTERMARKET É UMA PARTE SIGNIFICATIVA DAS VENDAS, MAS SÃO AS OEM QUE O CONTROLAM, DIZ ADOLFO SILVA ABRIL 2016

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elemento humano. Por outro lado, no caso das empresas portuguesas, temos o desfavor da nossa localização, porque, naturalmente, o grosso de vendas é para a Europa central, o que nos coloca, geograficamente, a mil ou dois mil quilómetros de distância. O transporte e a logística são fatores altamente influenciadores da competitividade destas empresas? Sim, e a nível da indústria este é um ponto de preocupação. Sabemos que o transporte terreste, largamente utilizado por estas indústrias, vai ter penalidades no futuro, quer por via do aumento do custo do transporte, quer pelos impactos ambientais que este transporte tem. Vai haver penalidades pelo CO2 e as próprias OEM estão sensíveis à “Pegada de Carbono”. Há questões que têm de ser resolvidas pela própria indústria, mas, neste particular, é muito importante vermos até que ponto o próprio País pode ajudar, criando soluções pensadas de uma forma global que sejam atrativas do ponto de vista da rapidez, do custo e, obviamente, da pegada de carbono. Até porque o transporte tem um grande impacto nos custos e na rentabilidade das empresas, já com margens apertadas… A questão do preço resulta do facto de a capacidade instalada ser superior à procura. Essa realidade irá manter-se, o que obriga a um rigor enorme na gestão das empresas, tendo de se olhar para todos os detalhes, porque, no final do dia, tudo vai contar. Todos os fatores de custo são absolutamente fundamentais. O custo unitário de trabalho, a questão dos feriados estarem a meio das semanas e induzirem pontes são fatores de custo adicional que a indústria tem de suportar. Por exemplo, as dificuldades em transportar através do porto de Lisboa devido às greves dos estivadores são maus sinais para a indústria, porque isso vai repercutir-se em fatores de custo, que a serem agravados diminuem a já de si pobre rentabilidade das empresas. E nós estamos em competição com o mundo inteiro. Aliás, tenho como uma certeza que uma indústria que esteja em Portugal e saia, nunca mais vai ser substituída. O primeiro passo para a reindustrialização do país é garantir que as empresas que estão cá não saem. À parte disso, as empresas têm de ter uma atenção enormíssima na gestão. Todos os anos a fasquia vai subindo um pouco mais. Do ponto de vista qualitativo, a perspetiva que o próprio cliente tem relativamente ao projeto é que supere o anterior, mas que o limite de preço seja idêntico ou mais baixo. Isto implica que tem de haver soluções com mais inovação, o que passa por se encontrar desenhos mais fáceis de serem manufaturados, com matérias-

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-primas eventualmente menos onerosas, com maior facilidade de montagem, etc.. É essa a expetativa da OM, porque essa é a expetativa do cliente final, ou seja, do consumidor. O caminho tem de passar, inevitavelmente, pela autossuperação? Claramente. Vai ser sempre de grande exigência, tanto no plano da gestão do dia a dia, como das pessoas e do know-how que possam aportar aos projetos, pelo que a experiência e a formação serão, cada vez mais, determinantes. Em Portugal, temos uma mão de obra extraordinariamente flexível, que, uma vez bem enquadrada e depois de devidamente formada, tem uma grande capacidade de adaptação. Os quadros saem das nossas escolas com uma formação muito boa e é por isso que estão a ser captados para o estrangeiro. Onde temos uma lacuna, e é grave neste setor, é nas posições intermédias. Faltam-nos bons técnicos para áreas como a da manutenção, a laboratorial e de ensaios, etc.. Há aqui uma oportunidade real de trabalho que não está a ser minimamente preenchida em termos de oferta qualificativa, pelo que as empresas têm de formar estas pessoas internamente através do investimento em planos de treino muito específicos. NOVOS CONCEITOS DE VEÍCULOS E SOLUÇÕES DIFERENCIADAS A rápida evolução dos automóveis e a indústria da conetividade irão sublinhar estas necessidades de formação? Sem dúvida. A indústria 4.0, ou a Internet Das Coisas, já chegou, o que vai ser um desafio para a indústria em geral. O Homem está a produzir tecnologia como nunca e a evolução do conhecimento é exponencial. Isto vai ser ótimo porque vai trazer ganhos de produtividade consideráveis a esta indústria, mas, por outro lado, fá-lo-á à custa de alguma perda da empregabilidade. Por outro lado, o próprio automóvel está a mudar. O paradigma do carro que ia à oficina para afinar o carburador está basicamente ultrapassado e o que se antevê é um veículo em que as pessoas se deslocam, mas onde também trabalham, porque vai estar dotado de condução autónoma e de total conetividade, permitindo que esteja, através da Internet e de câmaras, ligado ao escritório. Do ponto de vista da conceção, a utilização destes veículos para percursos citadinos está próxima. A tecnologia existe e está a ser experimentada, representando um novo paradigma que traz consigo novos agentes, como a Google e a Apple. Mas acho que para viagens, por exemplo, a solução será outra, pelo que diria que vamos ter alterações diferentes de acordo com o fim a que o veículo se destine. Não vai haver uma solução universal.

E que outras soluções poderão ser essas? Penso que será algo entre a solução elétrica, a híbrida e a combustão interna, entre condução autónoma, assistida e totalmente humanizada. Enfim, provavelmente vamos ter uma panóplia de conceitos de veículos, que vão responder a diferentes expetativas e nichos de mercado. Há anos que conduzimos viaturas que têm maior poder de computação do que a Apolo que levou o Homem à Lua. Hoje em dia, o simples abrir de uma porta de um carro com um comando comporta uma enorme quantidade de tecnologia. É algo tão comum que nem pensamos em toda a eletrónica que está por trás, não só no componente, mas

EXISTIRÃO VÁRIOS CONCEITOS DE VEÍCULOS, QUE RESPONDERÃO ÀS NECESSIDADES DE DIFERENTES NICHOS


àquilo que era ir a uma oficina nos anos ’80, em que se falava com o mecânico e ele ia testando. Hoje em dia, já temos um paradigma completamente diferente. Mas não tenho dúvidas de que as tecnologias vão estar, forçosamente, associadas a uma revolução no aftermarket e, em particular, na assistência. Considera que a reparação estará mais concentrado na marca? Provavelmente. Penso que há de facto um evoluir destas situações no sentido do cercear de oportunidades para um mercado completamente livre de aftermarket. As próprias bancadas de ensaio e de diagnóstico começam a ser desenhadas para certo tipo de viaturas. Para quem estiver no mercado aberto, tal poderá implicar um esforço de investimento brutal. Além do mais, as tecnologias evoluem a uma velocidade incrível, pelo que há um risco de investimento elevadíssimo, capaz de saquear as hipóteses dos mecânicos que atendiam os proprietários de carros de diferentes marcas. Nesse sentido, penso que haverá uma tendência para a especialização em determinado tipo de tecnologia. O mercado será mais fechado? Com as novas tecnologias e novas conceções de veículos, vai haver necessidade de se dar resposta a outro tipo de componentes, peças etc., pelo que vai haver novos parceiros, até porque cada vez há mais software.

em toda a ligação feita ao carro. Já para não falar nos motores. Cada vez mais estamos a caminhar para o momento da conetividade e da telemática, em que qualquer falha neste tipo de sistema poderá ser comunicada à nuvem. Com as tecnologias que começam a estar à nossa disposição, começa a ser difícil perceber onde poderemos chegar. Mas, estando dentro da indústria, como vê o automóvel daqui a dez anos? Provavelmente vamos ter dois tipos de veículos à porta: para viagens longas teremos um carro de combustão interna ou híbrido; no dia a dia, provavelmente utilizaremos um carro elétrico. Também acredito que, nas grandes cidades, em que o tempo médio da deslocação das pessoas para o trabalho é muito longo, os carros autónomos farão todo o sentido, porque tornarão útil tempo que hoje em dia é perdido. Considera que a propulsão elétrica é uma clara tendência? A questão do CO2 é uma preocupação crescente. Penso que este problema será

endereçado através destas motorizações. A tecnologia tem desenvolvido soluções, como o abastecimento rápido e as baterias com maior autonomia, que, quando se tornarem mais acessíveis, farão com que as pessoas olhem para este tipo de veículos com outros olhos. NECESSIDADES DE CONHECIMENTO E EQUIPAMENTO APONTAM PARA A ESPECIALIZAÇÃO Em termos de reparação automóvel isso não representará um desafio de conhecimento enorme? Sim, teremos muitas soluções e substancialmente diferentes, o que exigirá conhecimentos muito específicos e diferenciados. O mundo está a transformar-se de uma forma rápida e substantiva, portanto, as próprias empresas que estão associadas a este tipo de negócio vão ter de se adaptar. Mas hoje já vemos isso. Quando chegamos a uma oficina, ligam uma ficha e já sabem tudo, desde o nome do condutor ao número de contribuinte, onde foi feita a última revisão, o conserto que houve, avaria, etc.. Isto já é uma mudança significativa em relação

Portugal pode ser um centro de competências nesta área? Poder, pode. Quando se cria um novo paradigma há oportunidades. Na área de software, já existe um segmento de mercado em Portugal que se pode afirmar em termos internacionais, mas não só… Nos últimos anos, temos vindo a assistir a um redesenho do setor, nas empresas que o constituem e no próprio mapa das linhas de montagem. Há novos players, como as OEM chinesas, que começam a querer deslocalizar-se para o ocidente para poderem vir a vender as suas viaturas aqui, gerando uma oportunidade de mercado que seria fundamental para Portugal aproveitar. Todos concordamos que linhas de montagem como a da Autoeuropa têm um efeito multiplicador na nossa economia e deveria ser quase um desígnio nacional irmos à procura disso, e Portugal tem muitos argumentos para pôr em cima da mesa. Essa é uma das grandes lutas da AFIA? Sim. Temos vindo, de uma forma sistematizada e muito determinada, a chamar a atenção exatamente para esta realidade. As oportunidades existem e deveríamos estar a correr atrás delas.

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Bosch realizou no passado dia 14 de março de 2016, em Braga, uma cerimónia de entrega de prémios no âmbito das 13 patentes submetidas em 2015. Esta foi a primeira vez que a Bosch Car Multimedia Portugal, S.A submeteu pedidos de patentes a nível nacional e internacional, resultando isso do trabalho desenvolvido pela equipa de investigação, em parceria com a Universidade do Minho. Os pedidos de registo das 13 patentes estão relacionados com produtos e processos produtivos na área automóvel, como displays de multimédia automóvel com realidade aumentada, novos conceitos para chassis e sensores. Várias destas inovações estão já a contribuir para o sucesso de novos negócios da empresa. A segunda fase do projeto terá um investimento de cerca de 55 milhões de euros e a pretensão de registo de 22 patentes até 2018. Serão, no total, mais de 550 profissionais altamente qualificados a trabalhar neste projeto. “O registo de patentes fará parte da atividade normal da Bosch em Braga,

Bosch

Unidade de Braga regista 13 patentes em 2015

fruto da nossa aposta na inovação”, afirma Carlos Ribas, administrador técnico da Bosch em Braga. “A empresa vai, cada vez mais, identificar, reconhecer e preservar o conhecimento, bem como a criatividade dos colaboradores em Portugal”, continuou. O Grupo Bosch tem uma equipa de investigação e desenvolvimento com 55 mil colaboradores em todo o mundo. No último

VENEPORTE

REFORÇO NA GAMA DE CONVERSORES E FILTROS A Veneporte, fabricante português de sistemas de controlo de emissões para automóveis, reforçou a sua gama de conversores catalíticos e filtros de partículas. Estes novos lançamentos, levados a cabo numa lógica de aumento contínuo da cobertura do parque automóvel nos diferentes mercados em que opera, resultam “não só de necessidades relacionadas com o alargamento da atuação comercial da Veneporte para novos mercados, mas também da intenção que a empresa tem de acompanhar as evoluções nos mercados em que a presença já se verifica há mais tempo”, explicou José Gameiro, responsável de marketing da empresa. Todos os produtos Veneporte são produzidos, testados e homologados de acordo com as diretivas comunitárias em vigor. “O reconhecimento e satisfação crescente dos nossos clientes – onde se inclui o cliente final -,

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motiva-nos a procurar soluções de performance ambiental cada vez mais eficientes”, acrescentou ainda José Gameiro.

ano, foram registadas 5400 patentes e foram investidos mais de 6 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento. Em Portugal, a Bosch desenvolve soluções para a divisão de Multimédia Automóvel, onde é a principal fábrica no mundo, e para outras divisões do Grupo, como é o caso dos sensores de ângulo de direção do ESP (Programa Eletrónico de Estabilidade).

SONICEL

IMPORTADOR PHILIPS PARA PORTUGAL A Sonicel é, desde março, o importador e distribuidor de toda a gama de lâmpadas e acessórios da Philips para a indústria automóvel. Esta parceria é, revela a empresa lusa, o resultado do reconhecimento da Sonicel como parceiro estratégico para mercado do aftermarket. Para dinamizar a implementação da marca Philips, a Sonicel está a levar a efeito uma campanha de lançamento, cujos pormenores poderão ser conhecidos contactando os seus serviços.


Bolas

Comércio do arrancador Telwin Startzilla

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estável ou no modo intermitente para sinalizar perigo ou SOS); e uma fonte de alimentação com entrada USB e saída programável 12,16,19V, que permite carregar dispositivos eletrónicos. De acordo com a Bolas, o Startzilla identifica e soluciona de forma rápida qualquer problema, realizando a verificação do correto funcionamento do circuito do alternador do veículo; a verificação da capacidade de arranque da bateria (CCA); e a medição do estado de carga da bateria.

Bolas adicionou ao seu portefólio Telwin o Startzilla, um novo arrancador e aparelho de teste 12-24V com baterias de lítio LiPO, concebido para utilização profissional. Entre as suas características contam-se a função Ice Start, para arranque mesmo em temperaturas até -20°C; a tecnologia Long Life, para longa vida útil das baterias e segurança do utilizador; LED vermelho e branco de alta intensidade com diferentes modos de funcionamento (podem ser utilizados no modo fixo para iluminação

PRO4MATIC

AMORTECEDORES ARNOTT PARA MERCEDES-BENZ A Pro4matic lançou um conjunto de novidades nas suspensões pneumáticas. Neste capítulo, a empresa destaca os novos amortecedores traseiros a gás para os modelos MercedesBenz ML W164 / GL X164, com Airmatic (s/ ADS) ou com Adaptive Damping System (C/ ADS). Estes amortecedores são desenhados PUBLICIDADE

e montados nos Estados Unidos e contam com uma garantia vitalícia contra defeito de fábrica. Também durante este ano deverão chegar os novos foles pneumáticos dianteiros para modelos Audi A6 C5 4B Allroad (2000 a 2006), que foram reforçados face à versão anterior.


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Aposta em mercados externos JP TOOLS

NOVIDADES FOXWELL A JP Tools apresentou o seu renovado Foxwell GT80 Plus. O equipamento de diagnóstico automóvel, que apresenta de forma totalmente legal o software dos fabricantes automóveis, está agora ainda melhor. Com uma nova imagem, mais rápida, mais precisa e com uma enorme cobertura em termos de marcas automóveis europeias, asiáticas e americanas, o equipamento com ecrã tátil de 10,1” e com Windows 8.1Pro é, na opinião da JP Tools – empresa que comercializa a marca em Portugal - “o melhor equipamento de diagnóstico que a oficina pode ter”. Além deste renovado equipamento, a JP Tools desvendou também a restante gama de produtos da Foxwell, nomeadamente o Auto Master Pro NT644 – um equipamento de diagnóstico mais compacto e acessível, ideal para serviços rápidos e segundo equipamento complementar, com funções diretas de DPF (regenerações/reset de funcionalidades), serviços de óleo, travões entre outros; o VAG Scanner NT500 – somente direcionado para o grupo VAG, o CRD700 – um teste de pressão digital do common rail, e o Programador/Excitador de Sensores/Adaptador de borboletas TPMS NT1001.

EURO TYRE

10 LOJAS MOTAQUIP ATÉ FINAL DE 2017 A Euro Tyre iniciou um projeto de desenvolvimento de uma rede de lojas, próprias e franchisadas, com stock baseado na marca Motaquip e em marcas de equipamento original. Com este projeto a Euro Tyre pretende criar uma rede que lhe permitirá estar mais próxima das oficinas. O conceito de negócio da empresa baseia-se na disponibilização de stock, com um elevado nível de serviço logístico, a preços competitivos e capacidade para fazer entregas quatro vezes ao dia. Para breve está também a apresentação da Academia Euro Tyre, que irá disponibilizar aos seus clientes todos os níveis de formação e assistência técnica online e telefónica. É objetivo da Euro Tyre posicionar-se como uma empresa de referência no aftermarket, a nível nacional, juntando à já vasta experiência da distribuição de pneus um stock adequado de produtos, de diversas marcas, para o aftermarket.

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grupo ISQ continua a apostar na internacionalização e viu a sua atividade acreditada na Argélia, mercado onde iniciou operação em 2009 com a deslocação de técnicos do ISQ Portugal para realizar calibrações no local e onde criou um laboratório, um investimento da ordem dos 500 mil euros. Em 2015, o volume de negócios foi de 320 mil euros e prevê-se para 2016 um crescimento entre 15 e 20% relativamente ao ano anterior. O laboratório criado está orientado para a Metrologia Industrial e visa dar resposta à necessidade do mercado argelino nesta área. O ISQ SARL posiciona-se como um laboratório de referência quer pela

transferência de tecnologia, quer pela fixação de conhecimento localmente, nomeadamente pela via da formação de técnicos locais. De resto, Argélia, Angola e Moçambique são os mercados mais promissores para o grupo ISQ, num momento em que prepara a internacionalização para a Ásia, afirmando a engenharia portuguesa no mundo.

TIPS 4Y

LANÇAMENTO DO NOVO WEBSITE A TIPS 4Y reforçou a sua estratégia de comunicação digital com o lançamento de um novo website, que melhora a experiência de navegação junto dos utilizadores. A página destaca-se pela estrutura mais intuitiva, pelo design atrativo e pela tecnologia “responsive design”, que permite a visualização em dispositivos móveis com acesso à Internet. O novo website introduz melhorias ao nível do conteúdo e da imagem, facilitando aos visitantes a consulta dos produtos e serviços da empresa. Outro importante destaque é o menu de suporte técnico, onde o utilizador poderá aceder aos artigos de suporte mais recentes e aos artigos mais vistos. A nova morada

digital da TIPS 4Y disponibiliza vários formulários de contacto e de encomenda, para além de dar a possibilidade de solicitar cotações sobre alguns produtos.

SOFRAPA

EMBRAIAGENS WESTLAKE NO CATÁLOGO A Sofrapa acaba de incorporar no seu programa de vendas as embraiagens da Westlake, marca que possui uma vasta gama de aplicações para veículos do mercado europeu, nomeadamente automóveis de passageiros e veículos comerciais. O Grupo Westlake tem mais de 30 anos de experiência na produção de sistemas de embraiagem automóvel e está na vanguarda da tecnologia. Antes de saírem de fábrica, as embraiagens são submetidas a vários testes de desempenho, instalação e simulação de desgaste. Os padrões de qualidade da marca são certificados pela norma ISO/TS 16949 (gestão de qualidade para o setor automóvel), e todos os produtos possuem garantia de dois anos ou o equivalente a 30 000 km. Depois do lançamento das gamas da Neolux

(lâmpadas) e Electric-Life (elevadores de vidro), o portefólio de marcas da Sofrapa é mais uma vez reforçado. Além disso, a empresa tem já prevista a incorporação várias novidades no seu programa de vendas a curto prazo.


AZ AUTO

PROMOVE CENTRO DE TRAVÕES ATE Depois de um ano 2015 com um resultado histórico para a AZ Auto, atingindo um recorde de faturação em material da marca alemã ATE, é mantendo o foco, estratégia e senda de crescimento que surge, em 2016, a evolução do projeto Centro de Travões ATE. Com o reforço da equipa, tanto nas áreas Comercial, como Técnica e de Marketing, a AZ Auto está focada no desenvolvimento e implementação de Centros de Travões ATE, de norte a sul do país, para reforçar a já existente rede de oficinas CTA e para garantir o maior e mais eficaz apoio diário, tanto aos parceiros retalhistas estratégicos selecionados para promover o projeto em parceria com a AZ Auto, como às próprias oficinas pretendentes. Desta forma, a AZ Auto faz uma clara aposta nos conceitos oficinais e alarga significativamente o conjunto de benefícios associados em ser um retalhista parceiro da AZ Auto.

TURBOCLINIC

NOVO EQUIPAMENTO NO MERCADO A TurboClinic lançou o EAT v3 (Electronic Actuator Tester) – o primeiro equipamento para testar e programar atuadores elétricos de turbocompressores com interface em Android. Com uma imagem renovada, a versão 3 da EAT pode ser operada a partir de um tablet ou smartphone e deixa de estar “presa” a uma oficina ou a uma tomada, já que pode ser utilizada com baterias recarregáveis. A EAT v3 vem potenciar a indústria de reparação de turbocompressores com a ferramenta mais portátil e resistente do mercado para testar e programar atuadores elétricos. A TurboClinic continua assim a lançar no mercado equipamentos inovadores, como fez no ano anterior com o Oil Leak Tester, o primeiro sistema para testar fugas de óleo em turbos, e a TCA Compact, o primeiro equipamento de bancada para o equilíbrio de turbocompressores.


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ESPECIALISTA

Gonçalteam

A preparar o futuro Recentemente premiada com o estatuto de PME Líder, a Gonçalteam prepara-se para dar um importante passo na sua atividade, com a abertura de um novo espaço no Porto. O local, para além de responder às necessidades de armazenagem e proximidade aos clientes do norte, servirá ainda para a empresa se lançar num projeto de formação. TEXTO ANDREIA AMARAL

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pesar de ter iniciado a sua atividade há apenas uma década, a Gonçalteam tem vindo a trilhar um caminho seguro em direção ao sucesso. Longe de 2005, quando António Gonçalves se lançou sozinho na comercialização de equipamentos, com um stock de cinco mil euros, hoje a empresa conta com 14 colaboradoras, disponibiliza mais de 15 mil referências e gere um stock de 400 mil euros. E se os 1,5 milhões de euros faturados em 2015 deixassem dúvidas sobre os seus passos certeiros, a atribuição do estatuto PME Líder 2015 pelo IAPMEI veio reforçar o caráter sustentável da empresa. Já a ambição reflete-se na estratégia traçada e que levará, ainda antes do início do verão, à abertura de um novo espaço na cidade do Porto. Com mil metros quadrados de área de implantação e dois andares, as novas instalações, para além de servirem de suporte à equipa comercial e à assistência técnica para toda a região norte, permitirão aumentar a capacidade de armazenagem de stock para um total de 2800 m2 , naquela que é uma valia fundamental para a Gonçalteam no sentido de garantir uma resposta pronta às solicitações dos seus clientes. Pelas condições físicas, o espaço englobará uma loja de pneus montada, para que os clientes possam perceber como é que as máquinas funcionam. No entanto, o novo espaço representa também um ponto de viragem na atividade da empresa, como revela António Gonçalves, diretor geral da Gonçalteam: “Vamos apostar muito na formação. E falamos de uma formação que seja uma mais-valia para o nosso cliente, mas que

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também esteja aberta ao mercado, porque a nossa ideia é que os profissionais encontrem na Gonçalteam um local não apenas da Gonçalteam, mas também seu. Nesse sentido, já estabelecemos algumas parcerias, para que outras empresas utilizem este espaço para dar formação.” Com o intuito de conseguir “que o mercado entenda que o caminho é pela formação, seja a nível de pneumáticos, das tecnologias de diagnóstico, ar condicionado, ou outros”, e consciente de que há áreas em que não trabalha, mas onde reconhece a existência “de bons profissionais, que podem formar outros bons profissionais, mas não têm condições para o fazer”, a Gonçalteam acredita que as parcerias são uma solução que a todos beneficia, sobretudo num setor onde a evolução é constante e a tecnologia se impõe. DE DENTRO PARA FORA De resto, esta aposta encaminha para o exterior aquela que já é uma prática no quotidiano da empresa. Segundo António Gonçalves, a formação dos colaboradores foi, desde sempre, um pilar inabalável. Com um formador, que ministra formações aos clientes, mas também aos membros da equipa, a empresa recorre ainda à deslocação dos elementos ao estrangeiro para receberem conhecimentos. “Este ano já tivemos duas pessoas no estrangeiro a ter formação de áreas de negócio e essa formação é fundamental. Sabemos que sem formação, sem conhecimento, sem capacidade de entender


PRINCIPAIS REPRESENTAÇÕES Exclusivas Dino Paoli – Pistolas de impacto para veículos ligeiros e pesados, com sistema pneumático ou hidráulico HAWEKA – Alinhadoras de Pesados, adaptadores para todo o tipo de máquinas de equilibrar; adaptadores de equilíbrio para motos HPA FAIP – Equipamentos oficinais de origem italiana: alinhadoras; elevadores; equipamentos de equilibrar e desmontar; linhas de pré-inspeção de ligeiros e pesados Distribuição Nacional Beta – Ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas Facom – Ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas Liqui Moly – Lubrificantes e aditivos Nettuno – Produtos de higiene Prema – Acessórios de reparação para pneus WD-40 – Químicos e lubrificantes Wonder – Manómetros e válvulas para os pneumáticos

aquilo que acontece não há evolução”, defende o diretor geral, enquanto explica que esta formação é essencial tanto a nível técnico como comportamental. “Temos reuniões regularmente e uma parte importante das mesmas é perceber os bons exemplos entre nós e os outros, porque temos concorrência que também sabe trabalhar e devemos aprendemos com isso.” Além disso, segundo António Gonçalves, esta área exige “um acompanhamento muito próximo do mercado a todos os níveis, da concorrência, das novidades que vão aparecendo, das tendências”, pelo que a empresa investe também na visita às feiras internacionais do setor para ter a sensibilidade dos comportamentos de mercado. “É esta postura que faz com que, paulatinamente, tenhamos conhecimento, reconhecimento e crescimento”, sublinha o responsável, admitindo que, “às vezes, ainda há falta de conhecimento no mercado e ainda se iniciam conversações com base no preço, quando a qualidade não se vê pelo preço. Quando se vai comprar temos de saber o que vamos comprar.” Indicando que “o cliente que sobreviveu à crise preocupa-se mais com o valor do dinheiro e em fazer um bom investimento”, António Gonçalves sublinha que é preciso conhecer bem o cliente, as suas expetativas e necessidades, bem como a oferta de produtos, de modo a dar uma resposta adequada. E é aí que a formação pode fazer toda a diferença, sobretudo porque o próprio cliente é hoje mais informado. ABRIL 2016

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A aposta num stock diversificado permite à Gonçalteam responder com celeridade aos pedidos dos seus clientes

“O CLIENTE QUE SOBREVIVEU À CRISE PREOCUPA-SE MAIS COM O VALOR DO DINHEIRO”, DIZ ANTÓNIO GONÇALVES UM SUPERMERCADO OFICINAL Não obstante a preponderância da formação para o sucesso, existem outros fatores determinantes para a empresa. A resposta rápida às solicitações e o esforço para encontrar sempre uma solução são, na opinião de António Gonçalves, elementos fundamentais. “Arranjamos sempre uma solução. Algumas vezes, prefiro deixar de ganhar alguma coisa do que o cliente ficar sem solução.” A importar de vários pontos do globo, a Gonçalteam investe num stock completo e diversificado para poder entregar a maioria das suas referências de ferramentas e equipamentos de um dia para o outro. Contudo, há equipamentos mais específicos que poderão ter de ser adquiridos por encomenda. E, apesar de não ter uma loja aberta ao público, o seu armazém acaba por

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receber as visitas diárias de inúmeros clientes, que preferem comprar no momento. “Por via do mercado, e de perceber que muitos dos clientes gostam também de ir ver as coisas e mexer, criámos uma lógica de supermercado no armazém”, revela António Gonçalves, confessando: “É um elemento multiplicador, porque os clientes acabam por comprar outras coisas.” Essa lógica é beneficiada pela oferta completa, com tudo aquilo de que uma oficina possa necessitar. Aliás, de acordo com o responsável, os fornecedores e parceiros são selecionados “pela capacidade que têm de poder agrupar produto para o mesmo cliente, em vez de se procurar clientes diferentes”. O objetivo? “Tentar que cada cliente tenha, cada vez mais, uma quota maior da Gonçalteam na sua empresa.” Para suportar esta ambição, a Gonçalteam conta com um departamento de assistência técnica, preparado para intervir em máquinas de quase todas as marcas, sejam ou não comercializadas por si. Do mesmo modo, e para que o cliente encontre sempre uma solução, a empresa comercializa também máquinas em segunda mão. “Esse equipamento permite que o nosso cliente que tenha menos capacidades financeiras, e que tenha interesse em iniciar ou ampliar o negócio, possa ter um equipamento eficaz com

o seu próprio dinheiro”, explica o responsável, indicando que a Gonçalteam trabalha também com financiamento, leasing e renting. Apostada na fidelização dos clientes, a Gonçalteam encontra “no reconhecimento do mercado de que somos uma empresa diferente” a sua motivação. E é com o intuito de continuar a servir os seus clientes da melhor forma que a sua energia está, neste momento, focada “na organização e criação de condições para o futuro”. Com objetivos delineados a cinco e a dez anos, António Gonçalves indica que toda a equipa se esforça por “fazer as coisas bem feitas” e reconhece que o “bom trabalho acaba por ser recompensado”, pelo que o sucesso, patente no estatuto PME Líder, é “o reconhecimento do trabalho diário de toda a equipa”.

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CONTACTOS GONÇALTEAM RESPONSÁVEL ANTÓNIO GONÇALVES TELEFONE 212 251 578 E.MAIL geral@goncalteam.pt INTERNET www.goncalteam.pt



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GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA Dossier Excelência na Produtividade

Limpar a Oficina Para além de ser um elemento imprescindível na segurança e saúde no trabalho, uma oficina limpa torna o espaço mais agradável para os colaboradores e aumenta a credibilidade junto dos clientes.

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o seguimento da metodologia dos 5S, que cultiva a melhoria contínua nas organizações, e depois de termos focado os primeiros dois passos – “Separar” e “Organizar” – é agora momento de, em equipa, “Limpar”. EM QUE CONSISTE? O terceiro pilar visa retirar toda a sujidade, lixo e poeiras do local de trabalho. Visa, objetivamente, manter o local de trabalho limpo e organizado, melhorando as condições gerais e a motivação para o trabalho. É parte fundamental da política de segurança e saúde no trabalho. Tal como o ‘Separar’ e o ‘Organizar’, tanto se utiliza em áreas oficinais como nas áreas de serviços. Síntese: Limpar as instalações ferramentas, máquinas, empilhadores, peças, equipamento (hidráulico, mecânico ou elétrico), mobiliário, documentos, etc. - e determinar as causas das fontes que criam resíduos, lixos, poeiras, fugas e sujidades e…resolvê-las. QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? Não será apenas para tornar a área de trabalho mais limpa, atraente e agradável, mas também porque é mais seguro e torna as fontes dos problemas mais visíveis. Imagine que um dia todos os trabalhadores da sua oficina usam uniformes brancos de modo recorrente e intensivo, conseguindo chegar ao final de cada dia de trabalho igualmente imaculados. Esse é o propósito desta etapa! Identificar as fontes de sujidade e criar condições para as eliminar ou controlar. Acima de tudo: Ao limpar uma área, tornase inevitável percebermos as fontes das contaminações presentes em equipamentos, máquinas e nos demais locais de trabalho. Síntese: Identificar e remover, todas as fontes de sujidade: passo a passo, ideia após ideia, até conseguirem criar condições de eliminação ou controlo dessas fontes.

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COMO PROCEDER? PASSO Como já temos locais identificados para colocar cada um dos objetos de que necessitamos na área de trabalho (foi esse o propósito do artigo anterior ‘Classificar’), resta agora determinar as tarefas, os métodos e os utensílios de limpeza necessários e iniciar a limpeza: Varrer, lavar, pintar, polir, desengordurar (chão, paredes, equipamentos, teto, etc.) Usar os sentidos: Olhar, ouvir, cheirar, tocar, …

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PASSO Revisitar a Organização definida de cada espaço e adicionar utensílios de limpeza adequados a cada fonte de sujidade, junto dos locais de uso: locais para desperdícios ou panos limpos, locais para os ‘sujos’, desengordurantes, saboneteiras, detergentes, bacias, vassouras, pás, baldes de lixo e de

contaminados, ponto verde (plástico, cartão e metal), etc.

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PASSO Todos devem conhecer o que fazer e os meios que terão ao dispor. Cada participante nesta campanha de Limpeza deve ter uma área bem definida a si assignada. A duração desta fase (Limpar) pode variar muito, em função da área total a intervencionar, do número de pessoas da


Gestão visual do espaço oficinal PARTE 2 Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Continua do negócio PARTE 1

Para além de organizadas, as áreas devem também estar limpas e com processos implementados que permitam mantê-las nessas circunstâncias ao longo do tempo

equipa e do estado de (des)organização atual. Tipicamente varia entre 60 minutos (para o exemplo de um pequeno escritório, até um ou mais turnos de trabalho de sete horas). Todos os colaboradores da empresa devem estar a par desta campanha de Limpeza. Deve ser comunicada com uma semana de antecipação, criada uma agenda, uma hora de início e uma hora de fim. Dicas para a agenda: 1. Reunião de todas as pessoas num local; 2. Formação das várias equipas (duas a três pessoas máximo por equipa); 3. Atribuição das áreas a intervir; 4. Comunicação das regras (ler este Artigo na íntegra); 5. Perguntar por dúvidas; 6. Comunicar hora de início e de término da campanha; 7. Comunicar hora da reunião final; 8. «Ir para o terreno»; 9. Regressar e fazer o balanço, incluindo um forte agradecimento pelo empenho demonstrado (incluir um pequeno lanche ou equivalente, como ato de agradecimento). Comunicar que o Artigo 4 (Padronizar), dará continuidade a este trabalho e que, até lá, há que não acumular lixos ou itens desnecessários (Separar) e há que criar novos hábitos de limpeza,

mantendo uma atenção sobre todas as fontes e as origens de sujidade; 10. Resolver os problemas detetados: Limpeza/ Manutenção/Reparação.

RECURSOS NECESSÁRIOS Os equipamentos de proteção individuais relevantes (luvas, fato, óculos, auriculares, mascara ou outros) Detergentes, desengordurantes, trapos, panos, lavadora de pressão, etc. Em alternativa a poderá haver a atribuição de um orçamento para a aquisição de materiais de limpeza para a uso no dia-a-dia, junto de cada área de trabalho Valores típicos andam entre 100€ a 250€ por área, para compra de itens variados de baixo valor. É usual o recurso a grandes superfícies ou a catálogos de especialidade. AVALIAÇÃO FINAL E CONCLUSÕES Para além de organizadas, as áreas devem também estar limpas e com processos que garantam a sustentabilidade deste status ao longo do tempo. No final desta ação, deve avaliar se: O chão está em boas condições; Não existem detritos nem à volta, nem dentro dos equipamentos;

Existem materiais de limpeza, em condições e com local bem identificado; Existem baldes ou outros recipientes para detritos; Está criada uma escala de limpeza e se esta é uma atividade diária. PRÓXIMO ARTIGO: PADRONIZAR

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Foco na rentabilidade O setor da pintura auto está em constante evolução e os mais recentes produtos vieram facilitar a vida dos profissionais do setor. A aplicação demora menos tempo e é mais fácil, o que aumenta a rentabilidade das oficinas e de quem as fornece. No entanto, ainda existem lacunas de monta ao nível da formação e dos procedimentos ambientais. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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indústria da pintura automóvel está em constante evolução, no sentido de garantir produtos mais inovadores, com maior rentabilidade, durabilidade, que garantam acabamentos melhores e acompanhem as tendências dos fabricantes. Ao mesmo tempo, as alterações nas regras ambientais que se vão criando e reformulando obrigam a que todos os profissionais ligados ao setor adaptem os seus produtos e procedimentos, preservando o meio ambiente e evitando as multas decorrentes das infrações. No capítulo dos equipamentos, a evolução tem sido muito grande nas áreas de identificação e ajuda na decisão da cor existente nos veículos, mas também no que respeita aos equipamentos aerográficos (pistolas HVLP), que requerem bastante cuidado no manuseamento, já que têm especificidades próprias para cada tipo de tintas. Atualmente, existem ainda no mercado novas máquinas roto-orbitais elétricas muito mais pequenas e leves, com baixo consumo energético, da mesma forma que existem painéis endotérmicos para secagem de pinturas em estufa com grande economia de energia e com ganhos significativos para o meio ambiente. Um grande número de novos equipamentos que facilitam muito o trabalho e permitem uma melhor qualidade do trabalho final. No que respeita a tintas, o foco da investigação e desenvolvimento das marcas está nos

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produtos de base aquosa, que cumpram a legislação europeia de VOC e, ao mesmo tempo, garantam tempos de secagem mais rápidos. Esta tendência é corroborada pela Axalta, que tem como maior novidade um “verniz que, para secar, utiliza entre 15 e 50% da energia consumida por um verniz convencional numa secagem de 30 minutos a 60 ºC, e sendo, simultaneamente, muito competitivo em termos de produtividade”, como nos revela Virgílio Maia, do departamento de Marketing da Axalta Portugal. Esta empresa, que em Portugal comercializa as marcas Cromax, Spies Hecker e Standox, tem vindo a centrar o seu foco no apoio aos clientes, ajudando-os a ser mais produtivos e a ter uma maior rentabilidade. Por isso, estas inovações, como relembra Virgílio Maia, têm como principais benefícios “uma maior qualidade no trabalho final, mas com grandes ganhos em termos de rentabilidade e produtividade”. Aliás, ciente de que, num futuro próximo, as necessidades de economia de energia serão prementes, a Axalta revela-se

A EVOLUÇÃO NA PINTURA AUTO APONTA À RENTABILIDADE E AO CUMPRIMENTO DE METAS AMBIENTAIS

“preparada para oferecer as melhores soluções neste capítulo”. No entanto, não são só as empresas de tinta que estão apostadas em melhorar a rentabilidade das oficinas especializadas em pintura. Por exemplo, a Cetrus, especialista em cabinas de pintura, com 1300 unidades instaladas no nosso país, revela que, de uma forma geral, “os produtores de equipamentos procuram minimizar custos” para os seus clientes. Edmundo Costa, responsável de projeto e compras da empresa portuguesa, diz que este objetivo está a ser alcançado através “da introdução de novas tecnologias, como queimadores mais económicos, iluminação em tecnologia LED, melhor eficácia nas filtragens dos componentes e também a necessária adaptação dos equipamentos aos novos modelos automóveis”. Os benefícios destas inovações são também passados para o cliente final, pois com estas diminuições de custos para as oficinas os clientes recebem uma fatura menos onerosa, o que só vem ajudar um mercado que se retraiu com a crise, adianta Edmundo Costa. Da mesma opinião é Paulo Cardinal, da EscalaVersão, que tem na mais recente novidade da sua representada Lagos a cabina de pintura portátil Paint Trotter, bem como uma nova linha de infravermelhos, tudo para melhorar a rentabilidade das oficinas. Ainda assim, este responsável reconhece que a inovação tecnológica tem tanto de bom como de mau, porque “a pintura está sempre em


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Na rede Car-Paint só se usam tintas e materiais ecológicos e certificados

Na Corauto as tecnologias trouxeram maior economia de custos

evolução, tanto nos equipamentos como na matéria-prima aplicada pelos clientes. No entanto, esta constante evolução representa um desafio, pois é difícil acompanhá-la sem que o cliente tenha de trocar de equipamentos sempre que lhe apresentam um novo produto”. Do ponto de vista das oficinas, as evoluções tecnológicas a que se tem assistido nos últimos anos no setor têm sido benéficas. O mesmo refere Catarina Pinto, da Corauto, para quem as tintas com bases aquosas e solventes para determinados tipos de carro e as novas tintas que permitem a secagem a temperaturas mais baixas trazem, como maior benefício, uma mais elevada “sustentabilidade, devido à economia de custos com o processo, nomeadamente energia e mão de obra, mantendo o desempenho dos processos tradicionais de pintura”. Pedro Rosado, diretor-geral do Grupo EBI, que opera a rede Car-Paint, corrobora esta opinião e relembra como inovações importantes os novos sistemas de afinação e obtenção da cor original, assim como

AS INOVAÇÕES NA ÁREA DAS TINTAS PERMITEM DIMINUIR O DESPERDÍCIO, O QUE SE REFLETE NO AMBIENTE os cromatógrafos e a possibilidade de obter cores pré-preparadas e em menores quantidades. Para este gestor, com estas novidades consegue-se reduzir o desperdício, ao mesmo tempo que “se perde muito menos tempo com alguns passos do processo, com melhor afinação das cores e menor tempo de execução do trabalho”. Como resultado existe um aumento de rentabilidade, mas também um mais rápido acesso a informação, bem como equipamentos que permitem realizar as intervenções de forma mais simples. “Tudo somado, vem permitir os ‘profissionais’ serem mais profissionais”, afirma Pedro Rosado.

FORMAÇÃO FUNDAMENTAL Mas serão mesmo profissionais os técnicos que trabalham nas oficinas de pintura? António Caldeira, diretor do CEPRA, prefere dizer que, “como em todas as atividades, existem empresas e profissionais excelentes. No entanto, temos muitos contactos de empresas que nos manifestam a sua dificuldade em encontrar profissionais competentes e tecnologicamente atualizados”. Para o responsável do Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel, isto acontece porque ainda existem muitos profissionais pouco qualificados, de elevada faixa etária e pouco motivados para se aperfeiçoarem. Além disso, diz António Caldeira, tendo em conta a evolução dos materiais de pintura, equipamentos e metodologias de trabalho, estes profissionais “têm grandes necessidades de formação, mas isso é algo que os próprios dificilmente reconhecem”. A principal lacuna que o CEPRA identifica na formação das empresas é na capacidade de

A SPIES HECKER reuniu os parceiros da rede Identica Portugal para apresentar e debater vários temas importantes para a rede e para os parceiros. O encontro, realizado na Golegã, serviu para dar a conhecer os três vetores estratégicos para este ano, que têm como objetivo a sustentação de toda a atividade da rede. Em destaque esteve também o “Programa Garantia 10”, em parceria com a Axalta Portugal, que oferece 10 anos de garantia da pintura das viaturas reparadas.

A ROBERLO acrescentou um novo verniz à sua oferta Low VOC, o Kronox 610, com muitas vantagens para o profissional da oficina. Este verniz de dois componentes destaca-se pela sua facilidade de aplicação e pelo seu diminuto tempo de secagem: 10 minutos a 50º C. Além disso, a sua cura rápida permite libertar a cabina de pintura, o que representa uma economia de combustível significativa. Este verniz será o primeiro a chegar às oficinas dentro do plano de atualização da linha Kronox previsto para este ano.

A OCTORAL, marca de tintas distribuída em Portugal pela Fanlac em parceria com a Hella, tem no mercado um novo primário destinado aos painéis OEM e de reposição com E-coat. O primário PH254 não lixável garante uma redução dos tempos de trabalho, pois, como não necessita de secagem ou lixagem, permite aplicar a cor em húmido sobre húmido. O novo primário foi desenvolvido para proporcionar um acabamento perfeito em acabamentos E-coat não lixados, mas também pode ser aplicado no processo tradicional.

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Os produtos das marcas da Axalta Coating Systems possuem melhorias tecnológicas para maior rentabilidade

acompanhamento da evolução tecnológica a nível de tintas e de processos de trabalho. Para além disso, diz António Caldeira, “verifica--se que existe uma grande falta de formação técnica de base”, com muitos dos profissionais a não se sentirem motivados a evoluir e a questionar-se sobre se existem PUBLICIDADE

outras formas de trabalhar que permitam otimizar e rentabilizar o tempo e a qualidade do trabalho executado. Para a Axalta, “num setor de atividade cada vez mais competitivo em que as oportunidades escasseiam”, afirma Virgílio Maia, “ter os melhores profissionais com

os melhores conhecimentos pode ser uma forma diferente mas eficaz de conseguir sucesso”. Como tal, Virgílio Maia considera que a formação é “uma ferramenta muito importante para melhorar a performance das pessoas e também uma forma de as motivar e valorizar”. Exemplo disso é a recente


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O CEPRA investiu recentemente na renovação das suas instalações para formação em pintura auto

renovação do centro de europeu de formação da Cromax, localizado em Mechelen, na Bélgica. António Caldeira reconhece o papel importante das marcas de tintas na informação que é prestada aos clientes sobre a utilização correta dos produtos que comercializam. Contudo, e apesar de algumas empresas tentarem ultrapassar as suas necessidades com formações esporádicas nos centros de treino dos fornecedores de tintas, o responsável do CEPRA entende que estas “não resolvem as necessidades de formação de base destes profissionais”, que obrigam a que os cursos de formação deste centro tenham

TER PROFISSIONAIS EFICIENTES E COM MAIS CONHECIMENTOS SERÁ O MELHOR CAMINHO PARA CONSEGUIR O SUCESSO de incluir “uma fase inicial de nivelamento desse tipo de conhecimentos antes que se possa evoluir para outro tipo de conceito ou competência”. Em jeito de conselho para os profissionais, o

diretor do CEPRA destaca a importância dos hábitos de organização e limpeza dos espaços de trabalho, algo que no centro se tenta incutir aos formandos nos cursos de formação inicial, com o objetivo de lhes permitir ser o catalisador da mudança comportamental dos futuros colegas de profissão. Neste âmbito, o centro aplica a abordagem de “zero pingos” nas bancadas, equipamentos e instalações, para passar a imagem de que a pintura não é uma profissão suja e de risco para a saúde, devendo antes ser “devidamente reconhecida e que tem uma alta empregabilidade”, explica António Caldeira.

A CROMAX introduziu no mercado um novo primário isento de cromato de zinco – o selante PS1600A 1K. Especialmente desenvolvido para aplicação sob todas as tecnologias de revestimento em base aquosa da Cromax, em pequenas áreas de chapa nua, incluindo aço, alumínio e aço galvanizado, este produto pode igualmente ser utilizado sobre acabamentos OEM e em repinturas previamente lixadas. Este selante é apresentado em latas de spray de 400 ml e oferece uma excelente resistência à corrosão, além de garantir o mínimo de descoloração.

A R-M volta a procurar os melhores pintores: começou a 12.ª edição do concurso de melhor pintor Best Painter Contest da R-M em mais de 18 países das regiões da Europa, África do Sul, Ásia e, pela primeira vez, América do Norte. O concurso incide sobre a apresentação de ideias inovadoras com tecnologias de vanguarda e soluções sustentáveis. A final nacional realiza-se a 21 de junho e apurará o representante luso na final internacional, que se realiza entre os dias 27 e 30 de setembro de 2016 em Paris.

A PPG Refinish foi galardoada com o prémio de “Fornecedor Sustentável do Ano” para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) pela Fiat Chrysler Automobiles. O grupo reconhece anualmente um dos seus fornecedores com este prémio na Convenção Qualitas Supplier, em Turim, Itália. A PPG foi selecionada de entre um lote de mil fornecedores, baseando-se em critérios exigentes e no seu compromisso a longo prazo com os programas de sustentabilidade, e segurança social e económica.

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RESPEITO PELO AMBIENTE Todas as entidades contactadas pela TURBO OFICINA são da opinião de que o mercado esteve contraído nos últimos anos, embora difiram no que respeita aos efeitos que tal teve na sua atividade. A Corauto, por exemplo, afirma que este período de crise foi benéfico para o seu negócio, pois, como diz Catarina Pinto, “tal como em outros setores de atividade, os arranjos (no caso a pintura) vieram prolongar a vida dos produtos. Em vez de se comprarem carros, passou a apostar-se na manutenção, inclusive na estética”. Apesar disso, a mesma interlocutora defende que, ainda que a procura se tenha mantido, a oferta de qualidade diminuiu, pois “nem todos os profissionais conseguem corresponder à atual exigência do cliente”. António Caldeira é da mesma opinião e identifica que em Portugal ainda subsistem “instalações deficientes, com equipamentos tecnologicamente ultrapassados e a utilizar métodos de trabalho antiquados, nomeadamente nos chamados ‘biscateiros’”. Se a estes factos aliarmos “o esmagamento contínuo das margens pelo aumento do preço das matérias-primas, os cortes nos orçamentos das seguradoras e as dificuldades nos recebimentos”, como refere Pedro Rosado, da Car-Paint, parecem estar criadas as condições para uma menor aposta na gestão dos resíduos ambientais por parte das empresas que fazem da pintura auto a sua atividade. Elisa Gaspar, consultora da Natureza Verde, empresa especializada na gestão de resíduos, corrobora esta suposição ao afirmar que a gestão ambiental na atividade de pintura automóvel tem refletido a evolução económica do setor e do país. Segundo esta engenheira do ambiente, após um período de contração que se refletiu na redução significativa das quantidades de resíduos encaminhadas, bem como no armazenamento próprio para conter os custos da operação, o mercado “dá sinais de recuperação, cujo reflexo será notório nos próximos meses”. Os dados recolhidos por esta empresa apontam para uma crescente preocupação ambiental por parte dos empresários, “que procuram soluções e acompanhamento legal, técnico e ambiental PUBLICIDADE

“VERIFICA-SE QUE EXISTE UMA GRANDE FALTA DE FORMAÇÃO TÉCNICA DE BASE. MUITOS PROFISSIONAIS NÃO SE SENTEM MOTIVADOS A EVOLUIR” ANTÓNIO CALDEIRA, DIRETOR DO CEPRA

com um detalhe cada vez mais rigoroso”, diz Elisa Gaspar. A mesma continua referindo que esta consciencialização, no entanto, debate-se com um “ainda enorme desconhecimento das práticas ambientalmente corretas muito disseminadas pela quota de mercado alcançada pelos operadores de gestão de resíduos tecnicamente desinformados e/ou pouco rigorosos na operação”. Esta concorrência desleal é, aliás, um dos principais desafios com que se depara a atividade da gestão de resíduos, surgindo no mercado múltiplos transportadores com falta de capacidade técnica, falhas na

segregação dos resíduos e na documentação legal associada à operação, nomeadamente as Guias de Acompanhamento de Resíduos. Desta feita, a sobrevivência das empresas do setor fica comprometida, uma vez que, revela a consultora, “a operação com atenção e rigor técnico, correta identificação e encaminhamento dos resíduos apresenta valores que dificilmente são competitivos face à realidade distorcida de mercado”. Ainda assim, Elisa Gaspar acredita que continuará a existir mercado para as empresas que realizem a sua atividade com rigor técnico, devendo esta ser cada vez mais procurada, “em detrimento de soluções precárias de empresas pouco especializadas”. Neste contexto, a gestão de resíduos apresenta várias oportunidades de negócio: acompanhamento das obrigações legais decorrentes das emissões atmosféricas das cabinas de pintura, cadastro das fontes fixas, monitorização da carga de poluentes emitida, registo dos regimes de funcionamento, definição de planos de monitorização e a realização das comunicações periódicas obrigatórias são apenas algumas das possibilidades que a gestora identifica. Os fornecedores de matérias-primas e equipamentos estão na linha da frente desta batalha ambiental, até pelas imposições legais a que estão obrigados. Além dos baixos teores de VOC, as empresas de tintas também apostam nos vernizes de secagem rápida e ao ar, que diminuem o consumo de energia e aumentam a rentabilidade. Da mesma forma, os fornecedores de equipamentos admitem que todos os produtos que vendem cumprem a legislação ambiental em vigor, sendo esta “uma preocupação diária”, como adianta Paulo Cardinal da EscalaVersão. Edmundo Costa afirma que a Cetrus vai ainda mais longe, levando em conta “as poupanças energéticas e o meio ambiente” sempre que cria um layout para um sistema de pintura. Também para as oficinas de pintura uma boa gestão ambiental é fator diferenciador, correspondendo a uma imagem de qualidade que ajuda a fidelizar o cliente. E porque um bom desempenho ambiental é “extremamente relevante para assegurar o respeito da comunidade envolvente”, Catarina Pinto


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revela que a Corauto é certificada pela norma ISSO 9001 e faz a reciclagem de todos os resíduos gerados pela sua atividade recorrendo a uma empresa certificada, uma vez que “o desenvolvimento sustentável é sempre um objetivo”. Opinião semelhante tem Pedro Rosado. O CEO da Car-Paint reclama para esta rede um estatuto premium. Por isso, diz o gestor, os seus associados “apenas podem trabalhar com tintas e materiais ecológicos e com certificação de fábrica ISO14001”. Além disso, esta rede possui um programa de gestão de resíduos “onde 100% dos resíduos gerados são reciclados”. Além desta imagem de qualidade, Pedro Rosado refere que a aposta na gestão de resíduos também evita “problemas e multas desnecessárias, pois a legislação neste campo começa a ser muito complexa e ter alguém responsável por esta área é um descanso”.

Elisa Gaspar nota que é o modelo de inspeção instituído, “pouco preventivo e informativo”, associado a valores de coimas “elevadíssimos para a realidade da maior parte do tecido empresarial do setor”, que gera esta maior responsabilidade face às obrigações legais a cumprir. Para a engenheira do ambiente, “uma ação inspetiva pouco tolerante e imediatamente penalizante deveria ter um regime de coimas mais baixo”. Por isso Elisa Gaspar defende que os empresários devem ser informados e esclarecidos quanto à ilegalidade da prática desenvolvida e, só depois, caso a ilegalidade não seja corrigida, deveriam ser aplicadas as coimas “dentro dos valores que estão previstos atualmente”. Opinião contrária à desta engenheira do ambiente têm as empresas contactadas pela TURBO OFICINA, que não discordam

dos valores das coimas aplicadas. Catarina Pinto, da Car Auto, acredita que os elevados valores das coimas aplicadas desencorajam o “facilitismo” com os processos de gestão de resíduos e que as empresas devem interiorizar a importância do tratamento de resíduos. De igual modo, Edmundo Costa, da Cetrus, é da opinião de que os valores das coimas são ajustados, mas lembra que “tem de haver uma fiscalização às oficinas clandestinas, pois normalmente quem está sempre a ser ‘visitado’ é quem faz um grande esforço para manter condizente com a lei, sofrendo com a concorrência desleal”. Concordando ou não com os valores das coimas aplicadas, Elisa Gaspar aconselha, para evitar que as visitas da entidade fiscalizadora terminem com uma penalização, que as empresas garantam a correta separação e identificação dos resíduos: tintas, diluentes, absorventes contaminados, papel de pintura e embalagens contaminadas. No processo de encaminhamento deve garantir-se o respeito pelos códigos LER, não desclassificar os resíduos perigosos, optar por operadores de recolha licenciados para o efeito e preencher-se corretamente as Guias de Acompanhamento de Resíduos. Na área do acondicionamento dos resíduos e materiais, nomeadamente tintas e outros solventes, Elisa Gaspar revela ser necessário que se garanta que todos os fluidos estão providos de bacias de retenção de capacidade adequada e que todos os recipientes estão devidamente identificados por intermédio de dísticos indeléveis. Já na área da documentação legal, as recomendações da consultora da Natureza Verde são no sentido de garantir a manutenção de um dossier ambiental organizado, assegurar a inscrição na plataforma Siliamb, da Agência Portuguesa do Ambiente, e submeter anualmente o Mapa Integrado de Registo de Resíduos, com o balanço de massas relativo a todas as tipologias de resíduos produzidos, encaminhados e armazenados nas instalações.

A STANDOX desenvolveu um guia prático para reparar os danos causados por acidentes nas duas novas cores do Peugeot 208: Ice Grey e Ice Silver. A ficha técnica S14_1 indica, passo a passo, qual o rácio de volume em que devem ser misturados em primeiro lugar o Standocryl COV 2K Verniz K9550 e depois o Standox Special Matt, a fim de obter o grau necessário de efeito mate. No final do processo, é inserido um aditivo de texturização que ajuda a conferir o efeito texturado especial destas novas cores.

A SHERWIN-WILLIAMS adquiriu a Valspar, dona de marcas como a Octoral, distribuída em Portugal pela Fanlac em parceria com a Hella. O negócio, aprovado por ambos os conselhos de administração, tem o valor de 11,3 mil milhões de dólares e permite à Sherwin-Williams reforçar a sua posição na região Ásia Pacífico e EMEA (Europa, Médio Oriente e África), bem como a sua condição de líder mundial no que respeita a produtos químicos, com especial ênfase na área das tintas para pintura automóvel.

A ZAPHIRO tem em curso uma campanha até ao próximo dia 8 de abril. Ao abrigo desta promoção, na compra de uma pistola GTi ProLite TE20C ou HV30 da DeVilbiss, a Zaphiro oferece outra pistola SLG 620 da mesma marca, além de uma “agradável surpresa” nos próximos meses para quem guarde a fatura resultante da compra, bem como uma imagem do número de série da GTi ProLite, uma pistola pulverizadora criada especialmente para pintores profissionais que procuram a máxima qualidade de acabamento.

“UMA AÇÃO INSPETIVA POUCO TOLERANTE E IMEDIATAMENTE PENALIZANTE DEVERIA TER UM REGIME DE COIMAS MAIS BAIXO” ELISA GASPAR, CONSULTORA DA NATUREZA VERDE

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DOSSIER

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Dries Van den Bergh

“A nossa marca é algo mais que tinta” A Cromax alicerça o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias na sua vontade de ajudar as oficinas a serem mais produtivas. Como nos diz Dries Van den Bergh, Brand Manager da Cromax para a Europa, Médio Oriente e África, “A nossa marca é algo mais que tinta”. TEXTO TURBO OFICINA COM TALLERES EN COMUNICACIÓN

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produtividade está no âmago da Cromax e é um estímulo para tudo o que a marca faz. Desta feita a marca aposta no lançamento de produtos inovadores para o mercado, com o intuito de ajudar as oficinas a serem mais produtivas e a poupar em materiais e energia, como revela em entrevista à TURBO OFICINA Dries Van den Bergh, Brand Manager da Cromax para a Europa, Médio Oriente e África (EMEA). Para conseguir este objetivo, a Cromax apoiase num “sólido programa de desenvolvimento, no lançamento de novos produtos e numa grande variedade de ferramentas digitais de cor”, contando também com programas integrais de marketing e iniciativas de gestão, criadas para apoiar as oficinas suas clientes. Sem nunca esquecer a experiência de quase 150 anos da Axalta Coating Systems, empresa por trás da marca Cromax, Van den Bergh reconhece quatro pilares em que assenta a credibilidade da marca. O primeiro é a Produtividade, sustentada pela utilização da mais recente tecnologia nos seus sistemas de pintura, “para ser rápidos e precisos”, e pelo aproveitamento da inovação para acelerar os trabalhos, “com o objetivo de permitir produtividade em cada passo do processo de reparação”. O amplo conhecimento “das oficinas e dos seus negócios” que Van den Bergh reconhece à Cromax permite também estar ciente das pressões a que estas estão atualmente sujeitas, trabalhar para lhes apresentar soluções, ajudar a ultrapassar dificuldades e cimentar boas relações com os distribuidores, de modo a que “a nossa dedicação à produtividade se repercutam ao longo da cadeia até ao utilizador final”. O segundo pilar é o da Qualidade do Produto, graças ao investimento na investigação e no desenvolvimento, de onde resultam novos produtos, como o verniz Ultra Performance Energy CC6700, que seca rapidamente, poupando energia. O terceiro pilar é o foco nas Competências de Cor, “que oferecemos através das ferramentas digitais para conseguir uma perfeita igualação da cor”, diz o responsável da Cromax nos mercados EMEA, ao mesmo tempo que exemplifica: “Uma das inovações de cor que lançámos recentemente foi o ChromaWeb, um software de gestão de cor baseado na nuvem que está vinculado à base de dados global de cores da Cromax.” Por último, o quarto pilar sobre o qual foi construída a marca encontra-se nos programas de Marketing criados para apoiar as oficinas clientes da Cromax, onde se incluem a Garantia Vitalícia e a Reparação Express, ideias que, diz Van den Bergh, “suportam a nossa crença de que a nossa marca é algo mais do que tinta; existimos para ajudar os negócios dos nossos clientes a prosperar”.


DESAFIOS Nesta busca da produtividade, tanto própria como dos seus clientes, o caminho que Cromax trilha não é isento de dificuldades. O Brand Manager da Cromax no mercado europeu revela que o principal obstáculo é a pressão económica que se abate sobre alguns destes mercados e que afeta a indústria da pintura auto, uma vez que “as oficinas podem ter a tentação de comprar produtos que são de menor qualidade”. Apesar disso, Van den Bergh afirma que a Cromax está preparada para enfrentar esse desafio, pois pode demonstrar às oficinas que a Cromax é a melhor opção: “Em cada ponto do processo de reparação podemos demonstrar as vantagens tangíveis dos nossos sistemas de pintura, ajudando as nossas oficinas a poupar tempo, energia e materiais.” O resultado? “É totalmente possível gerir economicamente uma oficina com material de pintura de alta qualidade.” Além da pressão económica, as tecnologias atualmente integradas nos automóveis também se assumem como um desafio: “Refiro-me a sistemas como sensores de estacionamento, assistência de avaria e outros sistemas de prevenção de acidentes.” Reconhecendo que “estes elementos de PUBLICIDADE

As ações de formação da Cromax servem para os clientes tirarem o melhor partido da sua tecnologia

segurança podem reduzir o número de acidentes”, este gestor relembra que estes sistemas “também podem significar um menor volume de trabalho para as oficinas” e que é possível “que a redistribuição do trabalho restante leve a que uma série de oficinas possa desaparecer”. As diferenças entre os vários mercados que compõem a região que Van den Bergh administra são o terceiro desafio por ele

reconhecido nesta busca pela produtividade, o que se verifica pelo facto de a região EMEA “ser um imenso mercado com necessidades e expetativas muito variadas”. Tal espelha-se nas diferentes legislações ambientais, por exemplo, que obrigam a que a Cromax tenha de continuar a desenvolver e a apoiar tanto os sistemas de base dissolvente como de base de água, mas também nas distintas etapas de desenvolvimento dos mercados,


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DOSSIER

A Cromax aposta no apoio aos seus clientes, tanto nas ferramentas de cor como na gestão empresarial

sendo uns emergentes e outros totalmente desenvolvidos, necessitando assim de diferentes tipos de apoio, serviços e produtos. Por isso, diz, Van den Bergh, “continuamos a investir no reconhecimento da nossa marca em toda a região. Progredimos muito desde a nossa mudança de marca em setembro de 2013, mas reforçar os nossos valores de marca e aumentar o reconhecimento da nossa marca em geral é algo em que trabalhamos diariamente”. Desde 2013 que esse foco passou a ser global, o que permitiu um alinhamento dos seus valores e filosofia de marca, assim como a forma como comunica, mas também trouxe benefícios para os produtos. Tal como refere Van den Bergh, a base bicamada Cromax Pro está disponível em quase todo o mundo. De base de água, com baixo conteúdo VOC e “altamente produtiva”, está disponível numa gama quase ilimitada de cores, o que se deve, a opinião do gestor, à investigação e desenvolvimento internacionais, “outra das razões pelas quais somos tão fortes a nível mundial”, refere Van den Bergh. Esta aposta na investigação e desenvolvimento deverá manter-se no futuro, com Van den Bergh a vaticinar o contínuo desenvolvimento da sua tecnologia de secagem rápida em toda a carteira de produtos. Mas isso não será tudo: “Como a cor é uma competência básica para a Cromax, também estamos empenhados no desenvolvimento

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contínuo dos nossos espetrofotómetros, ChromaVision e ChromaVision Pro.” O objetivo é torna-los “ainda mais acessíveis para as nossas oficinas”, mas também continuar a dar resposta às tendências de cor OEM, “inclusivamente se isso significa criar cores com pigmento especial”. Para o responsável da Cromax, “isto é fundamental porque necessitamos de introduzir tintas rapidamente para que as nossas oficinas tenham de imediato as tintas e fórmulas necessárias que coincidam com as novas cores de equipamento original”. Mas não basta fornecer às oficinas produtos e ferramentas inovadoras, há que garantir que as oficinas conseguem tirar deles o melhor rendimento. Para o conseguir a Cromax lança

mão de ações de formação, garantindo que as oficinas utilizam a quantidade correta de produto e que executam o trabalho de acordo com os passos que fazem com que a reparação ocorra com a maior rapidez e precisão possíveis. Exemplo disso é o CromaPlus, que, revela Van den Bergh, “abrange todos os nossos serviços e oferece apoio fora do âmbito da pintura”. Estes programas formativos são desenvolvidos também tendo em conta o objetivo último da Cromax: “Ajudar as nossas oficinas a conduzirem os seus negócios rumo ao futuro, seja através de ferramentas de cor digitais ou mediante a formação prática de gestão empresarial.” A apoiá-los estão mais de 50 Centros de Formação Cromax em todo o mundo, que permitem aos pintores o aperfeiçoamento das suas capacidades, “independentemente se estão a começar ou se pretendem aprender uma técnica de aplicação especializada”. E como marca global que é, a Cromax introduziu recentemente o e-CTC, uma solução de formação interativa, com base na Internet, que permite aos pintores desenvolverem as suas capacidades sem saírem da oficina, o que “elimina o tempo fora do trabalho e os custos relacionados com viagens ou alojamento. Consiste em módulos divertidos que fazem com que os temas se tornem interessantes, aos quais se pode aceder quando for mais conveniente para o aluno e que asseguram a aprendizagem por parte do mesmo”.



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dossier

ISQ

PARCERIA

Controlo e calibração Os laboratórios de Metrologia Automóvel e Ótica do ISQ são responsáveis por garantir que os equipamentos utilizados na pintura automóvel são fiáveis e cumprem as suas funções de forma correta.

S

ão vários os equipamentos técnicos utilizados no processo de pintura automóvel. Para garantir que tudo funciona com exatidão e dentro das especificações, o ISQ procede ao ensaio e/ou calibração e/ou verificação destes instrumentos de medição, através dos seus laboratórios de Metrologia Automóvel e Ótica. Este último possui, na sua área de fotometria, a capacidade de calibrar colorímetros e espetrofotómetros, equipamentos fundamentais na manutenção da qualidade em pinturas a larga escala como verificado na produção automóvel. A calibração é feita por medição direta de padrões cerâmicos de cor rastreados ao NPL/ CERAM, Laboratório Primário de Referência de Inglaterra. A calibração poderá ser realizada a equipamentos com iluminantes A, C e D65, de geometrias 8º/t, 8º/d e 0º/45º e observadores de 2º e 10º, possibilitando assim um largo espetro de gamas de equipamentos. Estes parâmetros são os parâmetros standard segundo os quais estes equipamentos

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normalmente realizam estas medições. O Laboratório de Metrologia Ótica encontra-se acreditado para estas calibrações pelo IPAC, sendo que a medição de cor depende, naturalmente, do observador, da geometria e do iluminante. Outro serviço mais recente do laboratório é a calibração de medidores de brilho especular (brilhómetros), também a partir da comparação direta com padrões rastreados. Desde alto brilho até ao mate, são averiguados valores de brilho nas geometrias de 20º,60º e 85º. Por seu turno, o Laboratório de Metrologia Automóvel do ISQ efetua ensaios acreditados a estufas de pintura utilizadas no ramo automóvel, cuja exatidão é vital para a eficiente aplicação e qualidade final do revestimento das superfícies de carroçaria dos veículos. Para o efeito são utilizados registadores de temperatura rastreados ao LNE (França), tendo este ensaio a duração aproximada de 60 minutos e passando por vários níveis de temperatura.

A PINTURA AO LONGO DO TEMPO No início da história do revestimento de superfícies não era dada muita importância à cor. Após os anos 30 os esmaltes de estufa vulgarizaram-se, devido ao seu melhor acabamento e aplicação mais rápida. Entre a década de 30 e 40 surge a pistola de pulverização, que reduz os tempos de aplicação em um terço. Após 1950 surgem as estufas, aumentando ainda mais a rapidez e eficiência do processo. Após os anos 70 vulgarizam-se os esmaltes de estufa acrílicos, que garantiam maior brilho, durabilidade e proteção. Nesta década inicia-se a aplicação de revestimentos acrílicos de camada dupla e introduzem-se combinações de químicos para evaporar os solventes mais depressa. Na década seguinte, as preocupações com a saúde e meio ambiente levam ao início do uso de revestimentos à base de água. Após a década de 90, a industria automóvel tem sistemas de pintura melhores do que nunca, com cores ao agrado de quase todos e durabilidade notável.


O NOSSO SERVIÇO É O COMPLEMENTO DE QUALIDADE DAS NOSSAS MARCAS. COM A GARANTIA DE DISTRIBUIÇÃO HELLA S.A.

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raio x

raio-x

Peugeot 208

Ser sem parecer O Peugeot 208 Van oferece o espaço de carga de um pequeno furgão sem prescindir do apelo estético do modelo gaulês. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

À

primeira vista, todos diriam tratarse de um Peugeot 208 “normal”. Obedecendo à atual filosofia de design da marca, a frente do novo 208 Van apresenta, em relação à sua antecessora, linhas mais musculadas e uma grelha de maiores dimensões e integrada no conjunto. Uma vez que, no seu exterior, nada indica que esta se trata da variante Van, apenas uma observação mais atenta permite distinguir a prática rede metálica que separa o habitáculo da zona de carga e que denuncia a natureza deste veículo. Sem parecer, o Peugeot 208 Van oferece a capacidade de carga de um pequeno furgão, garantindo no entanto agilidade suficiente para o transporte de pequenos volumes em ambiente citadino. Para isso a marca de Sochaux retirou o banco traseiro do 208, substituindo-o por uma caixa de carga com uma capacidade

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743 litros, cujo acesso é feito de forma fácil pelo portão traseiro, mas não tão simples se forem utilizadas as portas traseiras, uma vez que a construção desta caixa de carga limita o acesso ao seu interior. Depois de nos sentarmos no habitáculo, surpreendentemente espaçoso, e antes de podermos pôr em marcha o motor a gasolina de 1,2 litros e três cilindros que equipa a unidade ensaiada, há que ajustar a posição de condução, uma operação dificultada pelo facto de a regulação dos retrovisores exteriores ter de ser feita manualmente, uma vez que apenas no nível de equipamento Van Pack está incluída a regulação elétrica destes espelhos, o mesmo

1.2 PURETECH 82 CV

743 LITROS VOLUME ÚTIL

acontecendo com o ecrã tátil de sete polegadas. Opcionais são também as jantes de liga leve com 16 polegadas, pois as de série são de 15” e em aço. De série são os airbags frontais, laterais e de cortina, cruise-control, sensor TPMS (indireto) e comados no volante para o rádio. Ainda no habitáculo, merece destaque o conceito i-Cockpit da marca francesa, patente no volante compacto e no painel de instrumentos em posição elevada. Infelizmente, a posição ideal para o volante, alcançada através da boa regulação em altura e profundidade, impediu que conseguíssemos uma leitura fácil das informações patentes no painel de instrumentos.

7.41 L 100 KM

104 G/KM CO2

17 100

(C/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA


A posição de condução impede uma boa leitura do painel de instrumentos e os retrovisores exteriores são manuais

Já bem instalados fazemo-nos à estrada, confiando a nossa locomoção ao 1.2 PureTech de 82 cv, a única motorização a gasolina da gama de motores à disposição deste comercial ligeiro do construtor do leão. Sem impressionar, o pequeno motor tricilindrico, aliado a uma boa caixa manual de cinco velocidades, permite uma condução fácil e oferece potência suficiente para nos movimentarmos sem grande problema no trânsito citadino, garantindo ao mesmo tempo celeridade nas deslocações maiores. É de lamentar, no entanto, que os 7,4 l/100 km por nós medidos fiquem muito longe dos 4,5 l/100 km anunciados pela marca. Com um PVP de €17 100, este 208 Van a gasolina é uma boa alternativa para quem procura um modelo com um preço convidativo e um bom espaço de carga, mas não aprecia a estética dos pequenos furgões.


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RAIO-X

BERU

NOVAS VELAS INCANDESCENTES A Federal-Mogul Motorparts ampliou a gama de velas incandescentes com sensor de pressão PSG da Beru para o mercado de reposição, as primeiras a permitir uma regulação em tempo real da combustão. A incorporação na gama da nova referência PSG007, que substitui a PSG002, permite acrescentar às aplicações alguns dos modelos mais populares do Grupo Volkswagen, entre os quais os Audi A1 e A3, Seat Ibiza, Skoda Octavia e os VW Golf, Sharan e Tiguan. Produzidas de acordo com as especificações OE, as Beru PSG cobrem cerca de 300 aplicações e permitem, de acordo com a marca, maiores picos de pressão nos motores diesel sobrealimentados. Da mesma forma, oferecem um maior controlo sobre as emissões de gases poluentes durante toda a vida útil do motor. Além da ampliação da gama, a Beru tem três novas velas incandescentes cerâmicas para o mercado do aftermarket, com a introdução das referências CGP002, CGP003 e CGP007. Estas novas referências, compatíveis com modelos de marcas como Volkswagen, Opel ou Renault-Nissan, oferecem características de arranque melhoradas, menor tempo de aquecimento e uma maior vida útil. A gama de velas incandescentes cerâmicas da Beru consegue um tempo de aquecimento inferior a três segundos, adianta a marca, alcançando rapidamente a temperatura máxima de 1300ºC. Tal garante menores emissões, otimiza o rendimento do veículo e o comportamento dos motores diesel atuais, graças a um processo de combustão melhorado.

SKF

Kits de corrente de distribuição A

SKF ampliou a sua gama de motor, com a linha de Kits de Corrente de Distribuição (VKML) para os modelos de automóveis europeus e asiáticos mais populares, de forma a satisfazer a procura do mercado e ajudar os clientes a completar a sua oferta de produtos. Nos Kits de Corrente SKF para aplicações asiáticas, 85% são do fabricante de origem D.I.D (muito conhecido no mundo das motos) e 15% do fabricante Izumi. Para a gama europeia, a SKF oferece a corrente de fabricante de origem nos seguintes Kits VKML: VKML 83504, VKML 84003, VKML 84004, VKML 84111, VKML 84600, VKML 84601, VKML 84602.

Os kits incluem todas as guias necessárias, engrenagens, bem como tensores e juntas, quando necessárias, para ajudar os mecânicos a trabalharem de uma forma eficiente e eficaz, enquanto levam a cabo as reparações no sistema de distribuição. Com um número crescente de veículos equipados com tecnologia moderna de corrente, a procura por este tipo de kits de componentes de reparação está a aumentar. Assim, a seleção será alargada durante 2016, de forma a incluir kits de corrente de distribuição adicionais, ferramentas relacionadas, vedantes necessários e informação de suporte técnico de forma a completar a oferta SKF.

MEYLE

GAMA AMPLIADA DE APOIOS DE MOTOR E KITS DE MAXILAS A Wulf Gaertner Autoparts AG alargou a sua cobertura de peças com mais de cem novas chumaceiras de motor Meyle para mais de três mil aplicações, o que permite que as oficinas sirvam mais de 173 milhões de viaturas na Europa. Para assegurar uma longa vida útil dos apoios do motor Meyle, apesar das grandes cargas estáticas, dinâmicas e térmicas, a empresa deu atenção à qualidade dos materiais que compõem as peças. Os materiais utilizados são selecionados de forma específica para os veículos e são submetidos a rigorosos controlos de qualidade, desde o desenvolvimento até ao produto concluído.

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Adicionalmente, a marca completou o seu programa de kits de maxilas de travões pré-montadas com 30

novos kits. Desta forma, a gama foi quase duplicada. As oficinas conseguem, desde já, uma solução para uma reparação rápida e sem complicações: com uma única encomenda de kits de maxilas de travões da Meyle, todas as peças são disponibilizadas de uma só vez. A variante clássica dos kits de maxilas de travões da Meyle pode ser adicionalmente obtida: embora as maxilas de travões nestes conjuntos não estejam pré-montadas, são fornecidas com todos os acessórios necessários à reparação efetuada por especialistas. Todas as maxilas de travões são verificadas, certificadas e marcadas de acordo com a ECE R90.


OSRAM

PROGRAMA CONFIANÇA LANÇA LUTA CONTRA A PIRATARIA

Federal-Mogul Motorparts

Formação qualificada

A

Federal-Mogul Motorparts deu início ao seu plano anual de sessões de formação para os alunos dos cursos profissionais da área automóvel. Centrados nos sistemas de fricção de travagem e de caráter eminentemente prático, estas sessões formativas foram concebidas para que os alunos se familiarizem com o dia a dia da oficina. Na sua primeira fase, o plano de formação da marca contempla 15 sessões formativas. As primeiras já foram ministradas, tendo tido a assistência de 364 alunos de centros formativos de Barcelona e Girona, em Espanha. PUBLICIDADE

Com este novo programa de formação, a Federal-Mogul Motorparts impulsiona a sua estratégia de dotar os futuros profissionais das ferramentas necessárias à inovação e melhoria contínua. Segundo afirma Pere Banús, responsável técnico e de formação da empresa, “para nós é fundamental pensar no futuro. Da mesma forma que o fazemos com as nossas marcas e produtos, cremos que temos também a responsabilidade de divulgar os nossos conhecimentos técnicos entre aqueles que serão as próximas gerações de profissionais do ramo automóvel”.

Para proteger os consumidores de cópias, a Osram desenvolveu o Programa Confiança Osram, que visa garantir que os condutores não sofrem com as falhas prematuras da lâmpada ou com fracos feixes de luz. A nova etiqueta de segurança na embalagem fornece uma primeira indicação sobre se a lâmpada é falsa. Um código impresso atribui a embalagem a uma lâmpada específica, enquanto o holograma da etiqueta de segurança e a tira de segurança integrada tornam a vida difícil para os falsificadores e fornecem aos consumidores uma prova de autenticidade. Esta pode ser verificada online numa segunda etapa, para eliminar qualquer dúvida. Os compradores podem ir ao site do programa, em www. osram.pt/trust, e digitar o código de sete dígitos indicado na etiqueta de segurança na Ferramenta de Verificação Online. Ou podem digitalizar o código QR impresso na embalagem. Este liga-o diretamente à Ferramenta de Verificação Online. Ao clicar no botão ‘Verificar’ verá os dados da lâmpada associados ao código.


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TRW

FÁBRICA RECONHECIDA PELA VOLVO A fábrica de reconstrução da TRW Aftermarket em Frydlant, na República Checa, recebeu o Prémio de Excelência de Qualidade Volvo Cars 2015. Esta distinção foi atribuída pelos resultados alcançados pela marca em termos de segurança, processos de qualidade, orientação para o cliente e integridade ambiental e vem reforçar a posição da TRW Aftermarket como fornecedor líder de peças e de sistemas “Corner Module” (travagem, direção e suspensão) no mercado de pós-venda global. A Volvo avaliou o desempenho dos seus fornecedores nas seguintes áreas: eficiência dos sistemas; eficiência dos processos de fabrico; desempenho contínuo; desempenho de lançamento; melhoria contínua e recomendação por parte dos clientes.

Metelli

Manual de material de fricção atualizado

A

pós ter investido na aquisição da Trusting e da Fri.Tech., a Metelli lançou um novo e atualizado manual técnico de material de fricção, no qual se explicam, em detalhe, as características do sistema de travagem e são fornecidas instruções para a realização de uma montagem correta dos componentes. Para além do novo manual técnico, a Metelli continua a expandir a sua gama com a

introdução de 326 novas referências, incluindo 169 novos discos de travão, 81 novas pastilhas de travão, 14 novos tambores e 62 novas maxilas de travão com cobertura de 1864 aplicações. Até ao momento, a oferta da Metelli está entre as mais competitivas do mercado, com mais de 1600 referências de pastilhas de travão, 1168 discos de travão, cerca de 350 tambores, 650 maxilas de travão e 220 kits rápidos (que em breve passarão a 436).

DELPHI

CATÁLOGO DE KITS PARA TRAVÕES DE TAMBOR 2016 FUCHS

NOVO FLUIDO ANTICONGELANTE Devido à constante evolução dos motores e às suas exigências no que diz respeito ao arrefecimento, proteção à corrosão e outros fatores adversos, os fabricantes lançam novas aprovações de maneira a assegurar que o produto utilizado está de acordo com os níveis de performance exigidos. Nesse sentido, a Fuchs coloca no mercado um produto que responde às exigências mais recentes do Grupo VAG (Audi, VW, SEAT e Skoda). O anticongelante MAINTAIN FRICOFIN V, de cor violeta, é um produto isento de nitritos, aminas e fosfatos, com uma elevada performance na proteção à corrosão e que cumpre oficial e integralmente a aprovação VW TL 774 J (VW G13), sendo compatível com as aprovações anteriores VW G11 (VW TL 774 C), VW G12 + (VW TL 774 F) e VW G12 ++ (VW TL 774 G).

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A Delphi Product & Service Solutions anunciou o lançamento do seu novo catálogo de kits para travões de tambor. A gama, que contém 350 referências, complementa os outros dois catálogos de travões Delphi: fricção (discos, pastilhas e tambores) e hidráulica (tubos de travão e cilindros de roda, de travões e de embraiagem). A Delphi oferece ao mercado pós-venda independente uma gama com mais de oito mil referências, que cobrem 96% do parque automóvel europeu. A gama de travagem inclui calços, tambores e kits de travões (clássicos e pré-montados), assim como

kits de acessórios. Várias aplicações novas foram adicionadas para ampliar a gama, incluindo: 2008+ Ford Fiesta, Ford Focus 2004+, 2006+ Toyota Yaris, Fiat Punto, Citroen Jumpy, Fiat Scudo, Peugeot Expert e VW Polo 2005. Entre as características do catálogo contam-se o guia completo, indicando as referências dos componentes, e se são vendidos em separado; informações em 17 idiomas; novas incorporações à gama, atualizações de peças de reposição e referências obsoletas; a gama completa no TecDoc e o catálogo online da Delphi.

CONTINENTAL

NOVA PLATAFORMA DE RÁDIO A Continental anunciou o desenvolvimento de uma plataforma de autorrádio progressiva, que permite controlar várias funções individuais num processador, acabando por reduzir ao mínimo o hardware. A abordagem passa por substituir, sempre que possível, o hardware por software. Para o conseguir, a plataforma de rádio da Continental é construída sobre um sistema otimizado no chip (SoC). Tem um processador multicore no coração da plataforma que lida com todos os interfaces homem-máquina, conectividade e funções relacionadas com o processamento de produção áudio, bem como um controlador de veículo integrado e um processador de sinal digital (DSP), permitindo a tecnologia de rádio da nova plataforma – a Rádio Definida por

Software (Software Defined Radio SDR). A SDR integra frequências de rádio analógicas e digitais como AM/ FM, DAB/DAB+/ DMB, DRM e HD de todo o mundo num único hardware. Os condutores podem beneficiar de uma grande variedade de funções e de serviços conectados de uma forma segura, já que a plataforma é capaz de aceder a aplicações e conteúdos dos smartphones através de sistemas como o MirrorLink, Android Auto, Apple CarPlay ou Baidu Carlife.


Renault Mégane

Quem faz o quê?

A

quarta geração do Renault Mégane recebeu uma nova plataforma e várias novidades tecnológicas, como a climatização, cujo controlo eletrónico é fornecido pela Behr-Hella Thermocontrol, ou a grelha dianteira ativa, que usa persianas da Röchling Automotive. O novo modelo francês conta ainda com suspensões revistas e reforço no equipamento – com destaque

para o RLink2 equipado com o “tablet” de 8,7 polegadas. Montado em Palência, Espanha, o novo Mégane oferece uma gama de motorizações a gasolina e a gasóleo muito completa, com cinco variantes a gasolina e quatro diesel, que contam com rolamentos de motor a cargo da NSK, e com caixas manuais de cinco e seis velocidades, bem como uma EDC de dupla

embraiagem com sete relações e que vê o cilindro escravo provir da FTE Automotive. O tablier está bem desenhado e uma distribuição ergonómica dos comandos coloca-os ao alcance do condutor, incluindo o travão automático de estacionamento, cujo botão de acionamento tem origem na Methode Electronics. Saiba quem faz o quê no novo Renault Mégane na tabela abaixo.

COMPONENTES FORNECEDOR

COMPONENTE

A RAYMOND

Conexões de fluidos

DIEHL

Sincronizadores da caixa

BEHR-HELLA THERMOCONTROL

Controlo eletrónico da climatização

EBERSPÄCHER

Circuito de escape

CARBODY

Espuma adesiva

EDSCHA

Dobradiças do portão traseiro

CARCOUSTICS

Isolante do pilar A

FREUDENBERG

Retentor da cambota

COOPER STANDARD AUTOMOTIVE

Vedante do teto panorâmico

GRUPO ANTOLIN

Iluminação da zona dos pés

DANA

Juntas da bomba de transmissão

HOERBIGER

Componentes dos sincronizadores

FTE AUTOMOTIVE

Cilindro escravo da caixa EDC

INTEVA PRODUCTS

Motor dos vidros elétricos

GESTAMP

Peças estampadas a quente e frio

JOHNAN AMERICA

Elevador dos vidros elétricos

HELLERMANNTYTON

Fixações de cablagem do circuito de combustível

KIEKERT

Fechaduras das portas laterais

METHODE ELECTRONICS

Botão do travão automático de estacionamento

KSPG AUTOMOTIVE

Bomba de óleo de caudal variável

NORMA

Conector PS3

LUK

Rolamentos da transmissão

NSK

Rolamentos do motor

PLASTIC OMNIUM

Acabamento do portão traseiro

RÖCHLING AUTOMOTIVE

Persiana da grelha ativa

STANLEY ENGINEERED FASTENING

Fixações plásticas

TI AUTOMOTIVE

Circuito de travagem

U-SHIN

Puxadores exteriores das portas

U-SHIN

Atuador da tampa do depósito

VISSCHER-CARAVELLE

Tapetes

BROSE

Elevador dos vidros elétricos

AUTONEUM

Proteções inferiores

GKN

Semieixos

MAGNA

Transmissão de dupla embraiagem

NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

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TURBO OFICINA

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raio-x

Barómetro

Dinâmica das empresas do setor

Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO FEVEREIRO 2016 HOMÓLOGA FEVEREIRO 2016 HOMÓLOGA FEVEREIRO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 104 -25,2% CENTRO 50 -23,1% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 74 5,7% ALENTEJO 16 6,7% ALGARVE 7 0,0% R. A. AÇORES 3 - R. A. MADEIRA 3 -57,1%

22 -8,3% 13 -18,8%

9 -43,8% 6 50,0%

15 66,7% 4 0,0% 3 200,0% 0 - 0 -100,0%

3 -62,5% 0 -100,0% 1 0 -100,0% 0 -

TOTAL 257 -15,2%

57 0,0%

19 -36,7%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

FEVEREIRO 2016 ACUMULADO FEVEREIRO 2015 ACUMULADO SETOR FEVEREIRO 2016 FEVEREIRO 2015

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

102

257

129

303

-15,2%

-3,8%

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

25

57

28

57

0,0%

17,2%

INSOLVÊNCIAS

10

19

16

30

-36,7% -18,6%

(CONSTITUIÇÕES)

Tecido empresarial do setor FEVEREIRO 2016 TOTAL DE EMPRESAS

R.A. AÇORES 196 NORTE 4856

R.A. MADEIRA 269 CENTRO 3304 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3206

EM PERCENTAGEM

37,0 25,2 24,4 ALENTEJO 848

ALGARVE 454

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6,5 3,5 1,5 2,0

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça

(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt



6 reparação

Soldadura

Alternativas à utilização de estanho-chumbo

PARCERIA

Por diretiva comunitária, a utilização de chumbo é proibida no fabrico de veículos. Na reparação, a CESVIMAP recomenda outras alternativas mais respeitadoras do ambiente. TEXTO FEDERICO CARRERA SALVADOR

A

chapa dos veículos pode apresentar deformações e mossas classificáveis, de modo geral, segundo o seu acesso, a sua extensão ou se tiverem excedido o limite elástico. Em função disso, a forma de as corrigir será diferente. Independentemente do tipo de dano, método de reparação ou ferramentas utilizadas, o reparador deve conseguir uma ótima qualidade no acabamento antes de aplicar a tinta. Até agora, para o acabamento da reparação utiliza-se a soldadura branda não como sistema de união, mas sim como preenchimento para a revisão de superfícies inacessíveis e uniões soldadas. O material de

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adição é constituído por uma liga metálica de baixo ponto de fusão. Normalmente, 66% de estanho e 33% de chumbo. LEGISLAÇÃO Desde há algum tempo que a União Europeia trata de eliminar diferentes materiais dos veículos devido aos seus compostos nocivos. Devido ao facto de o chumbo ser nocivo, a sua utilização é proibida, tal como a do mercúrio, do cádmio ou do crómio hexavalente, nos materiais e componentes dos veículos lançados no mercado depois de 2003 (anexo II da Diretiva 2000/53/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa aos veículos no final da sua vida útil). Dado que o

cumprimento total desta legislação não foi possível, prorroga-se até 1 de janeiro de 2016 através da Diretiva 2013/28/UE da Comissão, de 17 de maio de 2013. QUANDO? Assim, todos os veículos fabricados a partir de 2016 não devem ter materiais contaminantes, como o chumbo. Deste modo, reduzir-se-ão as repercussões negativas dos veículos sobre o ambiente, estabelecendo-se não só normas sobre a sua correta gestão ambiental, mas também medidas preventivas nas fases de design e fabrico de automóveis. No entanto, esta legislação não estabelece


A utilização de chumbo na reparação é nociva Liga de estanho-cobre

Assim se prepara o adesivo bicomponente

Aplicação do adesivo Eliminação da tinta

medidas para evitar a utilização destes materiais na reparação; nem existe atualmente qualquer norma que o faça, pelo que os elementos reparados continuam a ser uma fonte de contaminação ambiental. Por este motivo, há já algum tempo que a CESVIMAP procura alternativas à utilização do chumbo na reparação de carroçarias de aço em todos os âmbitos possíveis, técnica e economicamente. O nosso objetivo é reduzir a quantidade de chumbo nos veículos no final da sua vida útil, oferecendo alternativas viáveis. Na nossa investigação, testámos diferentes materiais alternativos para eliminar o chumbo no acabamento final das reparações. COMO? Os produtos recomendados existentes no mercado são ligas metálicas e adesivos bicomponentes. O primeiro passo para aplicar estes produtos é tratar as superfícies. A tinta deve ser eliminada com discos abrasivos especiais de velo ou nylon expandido, tipo Clean & Strip. Proporcionam uma base uniforme de riscos e uma baixa agressividade, mas suficiente para eliminar a tinta sem danificar excessivamente a chapa e sem produzir riscos profundos; isso facilitará o processo final de pintura. Um destes materiais é a liga de estanho-cobre. A Würth, por exemplo, disponibiliza varetas em proporções de 92% de estanho e 8% de cobre. Tal como o estanho-chumbo, após se aplicar um decapante em toda a superfície, com maçarico, aplica-se o estanho-cobre que preencherá todas as irregularidades. Seguidamente, alisa-se com uma espátula impregnada em parafina. Há que ter em conta que controlar a massa fundida é mais complicado que o estanho-chumbo, visto que os materiais da liga têm diferente ponto de fusão e tendem a soltar-se.

Depois de arrefecer, elimina-se o material excedente com lima de bate-chapa ou rebarbadora e lixadora excêntrico-rotativa. A superfície já está pronta para ser pintada. Os adesivos bicomponentes, por sua vez, também se utilizam para preencher reparações de elementos metálicos. Não se pretende a união de dois elementos, mas sim a aderência do adesivo à superfície metálica reparada, e conseguir uma superfície uniforme após o lixamento do adesivo excedente. O acabamento resultante será liso e homogéneo, necessário para se obter uma reparação de qualidade. O PU 400 ME da Teroson é de uso exclusivo para substituir a soldadura branda de estanho-chumbo. Este adesivo bicomponente de poliuretano possui muito boas características de aderência e flexibilidade, é de fácil aplicação e pode-se pintar sem problemas.

A CESVIMAP INVESTIGOU E TESTOU DIFERENTES MATERIAIS PARA ELIMINAR O CHUMBO NO ACABAMENTO DAS REPARAÇÕES

A superfície não poderá apresentar sujidade, gordura e poeira, devendo ser utilizados produtos de limpeza voláteis específicos ou acetona. Pode aplicar-se manualmente, misturando bem com espátula, ou de forma direta com cânula misturadora. Caso se aplique de forma manual, deposita-se a quantidade necessária de ambos os componentes numa espátula. Estes diferenciam-se pela sua cor, permitindo fazer uma boa mistura e garantir assim a coesão total do adesivo. Após se conseguir uma cor uniforme e se obter a mistura homogénea, aplica-se com a espátula uma fina camada, procurando cobrir todas as irregularidades da superfície reparada. Com cânula misturadora, também é simples e rápido. Monta-se a cânula e eliminam-se os dois primeiros centímetros de material, extraindo-se a quantidade suficiente para espalhar com espátula sobre toda a superfície reparada. A secagem costuma ser rápida, mas pode ser acelerada com calor em forno ou com raios infravermelhos. O acabamento é finalizado com lixadora excêntrico-rotativa, ficando a peça pronta para a sua pintura. A grande vantagem destes adesivos é a sua capacidade de proteção anticorrosiva. Também se podem utilizar em reparações de plástico e alumínio, com grande qualidade, e reduzindo o volume de trabalho na zona da tinta. A CESVIMAP recorda que a utilização destas alternativas reduz a geração de resíduos contaminantes, como o chumbo. Assim, reforça-se a norma ambiental existente para o fabrico de veículos. ABRIL 2016

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REPARAÇÃO PARCERIA

SKODA FABIA BREAK 1.4 TDI 105 AMBITION 5P CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO POTÊNCIA (CV)

105

CILINDRADA (CC)

1422

EURONCAP CO2 95 TRANSMISSÃO DIANTEIRA CAIXA DE VELOCIDADES

MANUAL 5 VELOCIDADES

CARROÇARIA BERLINA REVISÕES

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

1.065,65 €

MÃO DE OBRA

301,44 €

[8,0]

Skoda Fabia

ÓLEO

517,91 €

[4]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

4,1

TIPO DE ÓLEO

ESPECIAL

FILTRO DE ÓLEO

42,44 €

FILTRO DE AR

35,54 €

[2]

No mercado desde o início de 2015, a nova geração do Skoda Fabia tem novas motorizações, um novo desenho e um custo de manutenção de apenas €3,07 a cada 100 km percorridos.

FILTRO DE PÓLEN

89,64 €

[4]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

78,68 €

[2]

VELAS

- €

[0]

Manutenção

TEXTO JOSÉ MACÁRIO

A

nova geração do Skoda Fabia tem inspiração estilística no concept Vision-C, apresentado em 2014 no Salão de Genebra. Tais influências são visíveis no design da grelha dianteira, mas também se prolongam pelos frisos das laterais da viatura e pelos contornos dos vidros. Ligeiramente mais baixo e mais largo que o antecessor, a terceira geração do Fabia tem como trunfo a grande capacidade da bagageira, que é de 330 l na versão cinco portas e ultrapassa os 500 l na versão Break, conseguindo até bater muitos automóveis de segmentos superiores. Trunfo é também o moderado custo de manutenção do modelo checo, que se cifra nos €3,07 por cada 100 km. Analisando um período de 48 meses, assumindo que neste período são percorridos 120 mil km, o valor total a despender com a manutenção do Fabia não vai além dos €3680,70, correspondendo, surpreendentemente, a maior fatia deste valor à manutenção dos pneus, com €1124,35. Nesta categoria, os pneumáticos 185/60R15T que equipam as quatro rodas levam a maior parte do valor necessário. Custa €977,75 realizar as dez trocas de pneus impostas pelo plano de manutenção do fabricante, a que se juntam ainda €45 para o alinhamento da direção, €76,60 para equilibragem e €25 para troca de válvulas. Com €1081,12, a segunda maior parcela da manutenção a realizar com o Skoda Fabia é a que se prende com a substituição de peças de desgaste. Neste particular, o sistema de

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travagem leva a fatia de leão e consome €573,49 do total, distribuído entre €400,02 para as quatro trocas de pastilhas dianteiras a realizar no período em análise e os €173,47 necessários para cumprir as duas trocas de pastilhas traseiras recomendas pelo fabricante. Duas são também as trocas de escovas limpapara-brisas traseiras, que custam €33,12, correspondendo às quatro trocas preconizadas para as escovas dianteiras um custo total de €165,14. Para finalizar estas contas resta adicionar €100 para a carga do ar condicionado. Com um total de €1065,65, as revisões preconizadas pelo plano de manutenção da marca ocupam o terceiro lugar nesta lista de despesas. Só o óleo necessário às quatro trocas consagradas no plano (€32,22 por litro) custa €517,91. Seguem-se os €246,30 para as trocas de filtros: €42,44 para o filtro de óleo; €35,54 para o de ar; €89,64 para o de pólen e €78,68 para o filtro de combustível. A terminar esta secção devem ser mencionadas as oito horas de mão de obra necessárias a estas intervenções, calculadas ao valor médio nacional de €39,81, que terão um custo de €301,44. Falta acrescentar a estas despesas ainda os €27 para pagar a IPO obrigatória e os €382,58 de inflação. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis. ribeirinho@4fleet.pt

[4]

DESGASTE

1.081,12 €

LIMPA PARA-BRISAS FRENTE

165,14 €

LIMPA PARA-BRISAS TRÁS

33,12 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

400,02 €

[4]

PASTILHAS TRÁS

173,47 €

[2]

DISCOS FRENTE

- €

[0]

[4]

DISCOS TRÁS

- €

[0]

LÍQUIDO DE TRAVÕES

- €

[0]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

- €

[0]

CARGA AR CONDICIONADO

100,00 €

[1]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRÁS

- €

[0] [0]

BOMBA ÁGUA

- €

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

[0]

AVARIAS

- €

[0]

ELÉTRICAS

- €

[0]

TOTAL

- €

[0]

PNEUS

1.124,35 €

PNEUS FRENTE

185/60R15T

PNEUS TRÁS

185/60R15T

PNEUS

977,75 €

ALINHAMENTO DE DIREÇÃO

45,00 €

[10] [3]

EQUILIBRAGEM

76,60 €

[10]

VÁLVULA

25,00 €

[10]

OUTROS

403,65 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

382,58 €

AJUSTES

- €

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

3.680,70 €

/100 KMS

3,07 €

CONSUMO MISTO * VALORES SEM IVA

[3,60]



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REPARAÇÃO

Renault Clio II

Montagem e desmontagem da direção

Em parceria com a Revista Técnica automóvel, explicamos-lhe como realizar as operações de montagem e desmontagem da coluna e da caixa de direção do Renault Clio II 1.5 dCi.

D

ireção de cremalheira fixada à substrutura. Assistência elétrica de série com motor elétrico integrado à coluna. A assistência elétrica tem a vantagem de absorver menos energia em funcionamento que um modelo hidráulico, ocupar menos espaço e ser mais facilmente administrada por um calculador, que aplica uma estratégia definida em função dos sinais recebidos pelos sensores. Existem dois níveis de intensidade do motor de assistência em função do equipamento do veículo: 45 Amperes marcado por uma etiqueta azul sobre o calculador e o motor de assistência. 60 Amperes marcado por uma etiqueta verde. Coluna de segurança de dois tramos retráteis em caso de golpe, unidos por uma junta de cardan.

CAIXA DE DIREÇÃO Número de voltas de volante: 3,4. Diâmetro de rotação (entre caminhos): 10,30 m. Diâmetro de rotação (entre muros): 10,70 m. Marca: SMI ou TRW. SISTEMA DE ASSISTÊNCIA FUNCIONAMENTO Um motor elétrico de assistência comandado pelo calculador de direção assistida,

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diminui para evitar o sobreaquecimento dos componentes e acende de maneira fixa um indicador no painel de instrumentos em caso de anomalia de um destes. Em modo diagnóstico o indicador pisca. Conexões do calculador de direção assistida

FICHA DE 20 VIAS DE COR PRETO

Situação do sensor de binário do volante

proporciona uma assistência variável em função de: o ângulo e velocidade de rotação (sensor de ângulo/velocidade volante). o binário de rotação do volante (sensor de binário de volante). o regime do motor. a velocidade do veículo. O sistema tem uma assistência de retorno do volante ao ponto médio que se acrescenta ao efeito mecânico natural, o retorno ativo do volante. Em caso de forte solicitação do sistema de assistência elétrica, a intensidade do motor

1

2

Massa do sensor de ângulo do volante

3

Sinal do sensor de ângulo do volante

4

+ Sensor de ângulo do volante

6

Massa do sensor de binário do volante

7

Sinal do sensor de binário do volante

8

Alimentação do sensor de binário do volante

9

Sinal de velocidade do veículo

10

+por contacto

11

comando indicador de avaria da direção assistida

13

Sinal de sensor de ângulo do volante

15

Sinal de diagnóstico K 2000

17

Sinal de sensor de binário do volante

19

Sinal do conta-rotações

20

FICHAS DE 4 VIAS COR PRETO 21

Alimentação permanente

22

Massa

23

Alimentação motor de direção assistida elétrica

24

Massa do motor de direção assistida elétrica


ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL

Mola de fixação do airbag

EX CLU

SIV O

Situação da fixação da platina de suporte de comandos Separar a semicarcaça superior

Situação da mola

Situação dos parafusos de fixação da coluna de direção

Marca do contactor giratório

Medição da longitude do entre-eixo «X» (363 +/- 1,5 mm) da coluna

SENSOR DE ÂNGULO DO VOLANTE Sensor com duas pastilhas de efeito Hall, montado sobre a cremalheira de direção. O carreto de cremalheira magnetizado efetua o trabalho de roda dentada. Fornece ao calculador de direção assistida dois sinais quadrados desfasados 1 e 2: Sinal 1 antes do sinal 2 para uma rotação à esquerda. Sinal 2 antes do sinal 1 para uma rotação à direita. Este sensor permite medir a velocidade de rotação do volante, pela amplitude dos sinais. Esta informação serve para determinar o grau de assistência do retorno ativo do volante ao ponto central. Informa também ao calculador ABS/ESP através da rede multiplexada.

SENSOR DE BINÁRIO DO VOLANTE Quando o condutor gira e ocorre um binário de volante, a barra de torção deforma. O sensor de binário mede esta deformação fornece a informação ao calculador que, junto com a velocidade do veículo, define um nível de intensidade de referência ao motor de assistência.

Situação dos parafusos de fixação da caixa de direção

BINÁRIOS DE APERTO (daNm ou mkg) Volante de direção: 4,5 (substituir o parafuso). Caixa de direção sobre a substrutura:5. Porcas de fixação de coluna: 2,1. Perno de acoplamento do cardan de coluna de direção: 2,5. Bielinha de direção: 5 Tubo de bielinha de direção: 1,8. Rótula axial: 5,3. Parafuso da roda: 9.

Desmontagem e montagem da coluna Colocar as rodas em posição de linha reta. Esperar um minuto aproximadamente depois de ter desligado a bateria. Girar o volante de direção para aceder às duas molas de fixação do módulo de airbag. Desprender as fixações do módulo de airbag situadas atrás do volante e desmontá-lo desligando as fichas elétricas. Desmontar o parafuso de fixação do volante.

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reparação

DIREÇÃO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA A. Volante todos os tipos B. Volante com regulador de velocidade 1. Volante 2. Módulo de airbag 3. Comando de regulador de velocidade 4. Comandos 5. Contactor giratório 6. Semitampas 7. Coluna de direção com assistência elétrica 8. Calculador de direção assisitida 9. Flanges de fixação da caixa 10. Foles (montagem SMI) 11. Foles (montagem TRW) 12. Silentbloc da caixa de direção 13. Rótulas 14. Bielinhas 15. Caixa de direção 16. Braçadeiras (montagem SMI) 17. Braçadeiras (montagem TRW) 18. Protetor

Esquema elétrico da direção assistida

Situação da ficha do sensor de ângulo do volante

Marcar a posição angular do volante sobre a coluna e extrai-lo. Desprender a guarnição superior e separar a semicarcaça. Desprender o comando do rádio do volante. Desmontar os três parafusos de fixação da semicarcaça inferior da coluna de direção e separar a semicarcaça.

Desmontar o parafuso de fixação do contador giratório/comando de luzes e as fichas; desmontá-lo com o cuidado de não girá-lo (marcas alinhadas). Desmontar o tubo de ar debaixo da coluna de direção. Desligar e separar a cablagem elétrica. Levantar o veículo do lado esquerdo e desmontar a roda para aceder ao perno de fixação do cardan de acoplamento coluna/ carreto de cremalheira. Desmontar o perno. Desmontar as fixações da coluna de direção no habitáculo e extraí-la. Para a montagem atuar pela ordem inversa da desmontagem tendo em consideração os pontos seguintes: Unir as «orelhas» do fole com uma corda e puxar a mesma para facilitar a colocação do fole sobre o tablier. Cortar a seguir a corda. Comprovar a longitude do entre-eixo «X = 363,6 + 1,5 mm» da coluna. Desmontagem e montagem da caixa de direção Colocar o veículo sobre uma ponte elevadora de 2 colunas.

Colocar as rodas em posição de linha reta e desmontá-las. Desmontar a bateria e a seguir a sua caixa. Em ambos os lados, desmontar a porca de fixação da rótula de direção sobre o montante e separá-la. Desmontar o perno de fixação do cardan de acoplamento coluna/carreto de direção. Desligar o sensor de ângulo de volante Girar em eixo o motor elétrico para a parte dianteira e sustentá-lo em posição com um separador. Desmontar os parafusos de fixação da caixa de direção sobre a substrutura. Retirar a caixa pela passagem da roda direita. Em caso de substituição da caixa de direção, recuperar as rótulas de direção. Para isto, afrouxar o parafuso do tubo de regulação do paralelismo e desaparafusar a rótula de direção fixando a barra axial com uma chave plana. Fazer uma marca ou contar o número de fios de rosca das rótulas para pré-ajustar o paralelismo durante a montagem.



7 PNEUS

Estudo ETRMA

Setor dos pneus em crescimento Em 2015, o setor europeu dos pneus continuou a dar sinais de crescimento, refletindo também o aumento nas vendas de automóveis novos. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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ABRIL 2016

A

associação que representa os fabricantes europeus de pneus e de produtos de borracha, a ETRMA, divulgou os dados relativos à performance comercial do setor durante o ano de 2015, constatando-se que a tendência de crescimento que se verificou em 2014 se manteve no passado ano e que, no caso dos pneus destinados a automóveis ligeiros, o aumento se acentuou. Neste segmento, o mercado de pneus para primeiro equipamento foi o que obteve o maior crescimento, com um total de 89,4 milhões de unidades vendidas, um valor 6% superior ao registado em 2014, em que haviam sido comercializadas 84,3 milhões de unidades. A alavancar esta performance esteve também o aumento de vendas de automóveis novos, que a associação afirma ter sido de 9,3% face a 2014. Da mesma forma, também o mercado de aftermarket, que detém a fatia de leão das vendas, registou uma melhoria face a 2014. Nesta área, em que são contabilizados também os pneus para SUV e para comerciais ligeiros, foram vendidos 203 milhões de pneus em 2015, mais 3% do que os 196,9 milhões comercializados no ano anterior. A segunda subida mais alta registada pela ETRMA neste segmento foi a dos pneus de verão para veículos ligeiros, que alcançou os 115,3 milhões de unidades vendidas, o que se traduz num aumento de 5% face aos 109,8 milhões de 2014. Já no que respeita aos pneus de inverno, as vendas dos fabricantes europeus ficaram aquém do registado em 2014. Nesse ano, saíram das fábricas 57,7 milhões de unidades, ao passo que em 2015 foram apenas 55,5 milhões, menos 4%. No segmento dos pesados, 2015 foi o terceiro ano consecutivo de crescimento. Tal como aconteceu para os veículos ligeiros, o aumento de 12% nas vendas de camiões novos levou a que o segmento de pneus para primeiro equipamento conseguisse um aumento de 10% na sua performance comercial, terminando o ano com 3,5 milhões de unidades vendidas face aos 3,2 milhões que haviam sido registados em 2014. Entre os pneus destinados ao aftermarket de pesados as contas foram menos favoráveis aos fabricantes, mas ainda assim boas. Os 9,5 milhões de unidades vendidas em 2015 asseguram um crescimento de 4% em relação aos 9,1 milhões registados em 2014. O mercado de motos não fugiu à regra e conseguiu um aumento de 2% nas vendas face a 2014, tendo sido comercializados 8,5 milhões de unidades. A única nota negativa neste cenário de crescimento generalizado foi dada pelos pneus agrícolas. Para o mercado de substituição foram vendidos 1,5 milhões de unidades pelos fabricantes europeus, um valor que ficou


9% abaixo dos 1,64 milhões de unidades que haviam sido vendidas no ano anterior. PORTUGAL EM ASCENSÃO De acordo com os dados disponibilizados pela ETRMA, o mercado nacional terminou 2015 em alta, em linha com a maioria dos mercados do Velho Continente. Este crescimento é corroborado pelos dados disponibilizados à TURBO OFICINA pela Valorpneu, que revelam uma retoma continuada do setor depois das quedas registadas nos anos de 2011 e 2012. Se em 2011 as vendas totais de pneus em Portugal (excluindo aeronaves, bicicletas, maciços e engenharia civil) não foram além dos 5 103 127, uma quebra de 10,5% face aos resultados do ano anterior, em 2012 o cenário agravou-se com uma nova descida, desta feita de 12,7%, para um total de 4 450 852 pneus vendidos no mercado de substituição. Os dados revelam que, daí até 2014 (os últimos dados disponíveis na Valorpneu), o crescimento é continuado, tendo-se registado um aumento das vendas de 15,8% em 2013 (5 155 650 unidades) e de 9,1% em 2014 (5 626 638), sempre face ao ano transato. Entre os vários segmentos analisados, os pneus de substituição para os veículos ligeiros de passageiros são constantemente responsáveis pela maior fatia das vendas, conseguindo sempre cerca de 70% de quota de mercado. Mesmo em 2012, e apesar da quebra que o mercado sofreu, este segmento foi responsável por 52% das vendas. Os pneus para comerciais ocupam o segundo lugar dos pneus mais vendidos, apenas destronados deste posto em 2011, quando os 102% conseguidos pelos pneus para moto suplantaram os 9,5% dos comerciais. Em todos os restantes anos, os pneus de moto foram os segundos mais vendidos em Portugal, fechando-se o pódio com os pneus para pesados. Sempre donos da maior fatia de mercado, as vendas de pneus de substituição de para veículos ligeiros de passageiros têm acompanhado a flutuação do mercado. Registou-se uma quebra de 10,6% nas vendas de 2012 (3 180 818 unidades), mas desde então a evolução tem sido sempre positiva, com crescimentos de 20,6% em 2013 (3 837 370 unidades) e de 8,6% em 2014 (4 167 475 pneus comercializados), sendo de destacar que, em 2014, o mercado conseguiu ultrapassar os valores atingidos em 2010, quando foram vendidos 4 083 083 pneus. Nas restantes categorias o mesmo acontece. Depois das quebras nas vendas registadas nos anos da crise de 2008 e 2009, segue-se uma recuperação em 2010, seguida de duas novas quebras nas vendas, tanto em 2011 como em 2012, a recuperação em 2013 e 2014 tem sido continuada.

PNEUS DE SUBSTITUIÇÃO FATURADOS (LIQ.)

2010

2011

2012

2013

2014

QUANTIDADE

QUANTIDADE

QUANTIDADE

QUANTIDADE

QUANTIDADE

DE PNEUS

DE PNEUS

DE PNEUS

DE PNEUS

DE PNEUS

Ligeiro de passageiro/Turismo

4.083.083

3.558.549

3.180.818

3.837.370

4.167.475

4x4 “on/off road”

243.869

208.069

185.526

204.678

223.555

Comercial

539.192

485.372

405.845

441.239

477.436

Pesado

288.513

241.020

207.331

228.325

241.441

Agrícola (diversos)

58.644

60.129

58.182

48.599

78.700

Agrícola (rodas motoras)

23.493

30.394

25.146

22.733

40.344 103.010

CATEGORIA

Moto (>50cc.)

131.184

138.599

77.355

89.384

Moto (até 50cc.)

337.437

380.995

310.649

283.322

294.677

6.678.663

5.883.604

6.113.542

5.870.816

6.319.544

VARIAÇÃO

TOTAL

FONTE: Valorpneu VENDAS DE PNEUS NA EUROPA (EM MILHARES DE UNIDADES)

Fonte: ETRMA PUBLICIDADE

2014

2015

Pneus de substituição

196.962

203.089

+3%

Pneus OE

84.364

89.432

+6%

Pneus de verão

109.889

115.398

+5%

Pneus de inverno

57.705

55.526

-4%

Pneus de substituição

9.180

9.522

+4%

Pneus OE

3.208

3.545

+10%

Pneus de substituição

1.641

1.501

-9%

Pneus de substituição

8.390

8.591

+2%


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pneus

VREDESTEIN

NOVO PNEU PREMIUM O sucessor do Vredestein Ultrac Cento acaba de ser revelado. O Vredestein Ultrac Satin destina-se ao mercado dos modelos premium de altas performances e está disponível em medidas para veículos de passageiros e SUV. O construtor afirma que esta gama, desenhada por Giugiaro, está repleta de tecnologia desenvolvida pelo centro global de I&D da Apollo Tyres. “A tendência de adotar veículos maiores e com motores mais potentes parece imparável”, afirma a marca em comunicado, continuando: “os carros com motores convencionais, os híbridos plug-in e os modelos elétricos cada vez mais se caracterizam pelo seu peso e potência. Isto levou à criação do Vredestein Ultrac Satin, um pneu premium de verão que eleva a performance ao máximo, ao mesmo tempo que ajuda a reduzir as emissões de CO2.” De acordo com o fabricante, o Ultrac Satin oferece excelente tração em superfícies molhadas e baixa resistência ao rolamento, fruto de “uma resina única e aos sulcos em ‘Z’ no piso”. A gama do Vredestein Ultrac Satin será disponibilizado para jantes entre 16 e 18 polegadas e com índices W e Y de velocidade. Durante este ano a gama será aumentada para cobrir as jantes com até 20 polegadas.

Goodyear

Pneus do futuro

A

Goodyear apresentou no Salão de Genebra a sua visão de pneus de suporte para a primeira geração de veículos autónomos. O protótipo IntelliGrip foi concebido para suportar os sistemas de controlo de veículos autónomos. “A redução sustentada da interação e intervenção do condutor nos veículos de condução automática significa que os pneus irão desempenhar um papel ainda mais importante, uma vez que são o único ponto de contacto com a estrada”, afirmou Joseph Zekoski, Vice-presidente e Diretor Técnico da Goodyear. Devido à sua avançada tecnologia de sensores e banda de rodagem especialmente concebida, o protótipo pode perceber inúmeras condições rodoviárias, incluindo a estrada e a meteorologia. O protótipo utiliza ainda a avançada tecnologia de desgaste ativo, baseada na tecnologia de sensores do sistema de monitorização da pressão dos pneus e de desgaste ativo da Goodyear, para avaliar o estado do pneu e do veículo. A Goodyear desenvolveu algoritmos especiais para considerar variáveis como a pressão de enchimento e a temperatura no sentido de obter uma melhor estimativa do seu estado.

HANKOOK

VENTUS PRIME3 EM COMERCIALIZAÇÃO O Ventus Prime3, a mais recente proposta da Hankook para o segmento Premium Comfort, já está disponível para os condutores do mercado europeu, em 53 medidas, entre as 15 e as 18 polegadas. Esta nova adição à família Ventus foi desenvolvida para garantir um equilíbrio ainda mais otimizado entre performance, segurança, conforto e eficiência ecológica. Além disso, o Ventus Prime3 vai ao encontro dos requisitos de condutores com veículos dedicados ao conforto, de familiares médios às luxuosas limousines. A melhoria da distância de travagem em piso molhado foi o ponto central do desenvolvimento deste produto, adotando

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um novo composto de sílica e uma nova técnica de mistura para melhor dispersar os polímeros no piso. Isto resulta numa melhoria de cerca de 8% nos resultados de travagem nestas situações, ao mesmo tempo que reduz a resistência ao rolamento deste pneu. Outra melhoria significativa encontra-se nas suas performances em piso seco, onde a otimização do piso assimétrico permite um aumento de 10% na área de contacto do pneu com o asfalto, o que se reflete no controlo da viatura, mas também numa diminuição de 3% na distância de travagem em piso seco.

Quando o pneu sente que a superfície da estrada está molhada ou escorregadia, o veículo autónomo adapta a sua velocidade. Além disso, a Goodyear apresentou o Eagle-360. Impresso em 3D, este pneu esférico apresenta uma solução inspiradora para os próximo anos, em que se espera que a condução autónoma esteja mais generalizada. A forma exclusiva do Goodyear Eagle-360 vai contribuir para a segurança e capacidade de manobra, correspondendo às exigências de uma mobilidade autónoma. Os pneus de orientação múltipla movimentam-se em todas as direções, aumentando a segurança dos passageiros e resolvendo as limitações de espaço. A tecnologia ativa permite que o pneu se movimente conforme as necessidades para diminuir a derrapagem resultante de perigos potenciais, como “gelo negro” ou obstáculos inesperados, contribuindo assim para manter uma trajetória segura. A ligação do pneu concetual Goodyear Eagle-360 com a carroçaria do carro faz-se por levitação magnética. O pneu está suspenso do carro por campos magnéticos, à semelhança dos comboios de levitação magnética, oferecendo mais conforto e menos ruído.



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JURÍDICO

O transporte de Animais de Estimação

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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TURBO OFICINA

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ABRIL 2016

S

endo comuns as famílias que têm no seu cão ou gato mais um membro da família, é usual transportarem-nos nos seus carros quando saem em programa familiar. Acontece que, ao contrário do transporte das “suas” crianças, estas famílias não têm na maioria das vezes cautelas especiais no transporte dos “amigos de quadro patas”. É importante ter presente que o transporte de um animal de estimação dentro do habitáculo do carro, sem cautelas especiais, além de representar um perigo para o animal, acaba sendo um elemento de risco enorme para todos os demais ocupantes do veículo em caso de acidente uma vez que, nessa circunstância, o animal pode ser projectado a uma velocidade tal que, tal como com qualquer outro volume transportado, pode infligir danos fatais nos demais ocupantes da viatura contra os quais possa ser projectado. Tendo em consideração o perigo potencial que o transporte de animais dentro de um carro pode gerar em caso de acidente, devemos ter cautelas especiais nesse transporte. Uma vez que o Código da Estrada não se refere em concreto ao transporte de animais, estes devem ser transportados com os cuidados previstos legalmente para o transporte de carga e volumes dentro do habitáculo. Em Portugal, não sendo necessária nenhuma licença especial para o seu transporte, a lei estabelece que o animal transportado não pode prejudicar a condução, ou seja, os animais de estimação poderão ser transportados da forma que o condutor

entenda mais conveniente, desde que esse transporte não afecte a condução, o condutor ou a visibilidade do mesmo. Não se cumprindo estes requisitos, verifica-se uma infracção que pode ser punida com uma coima que poderá variar entre os 60 e os 600 euros. De todas as formas, e se aplicarmos os requisitos estabelecidos para o transporte de carga, diríamos que os animais de estimação não podem ser transportados soltos dentro dos veículos ou próximo as janelas. Devem ser transportados em espaços próprios separados do habitáculo, em caixas ou serem utilizados adaptadores para o cinto de segurança de forma segurar os animais de forma confortável, tanto para o condutor como para o próprio animal. Sugere-se pois que no transporte de animais seja adoptada uma de várias soluções possíveis e que dependerão não só da dimensão do automóvel, mas também do porte do animal: (i) o cinto de segurança para animais que se compõe de um peitoral adoptado para ser preso ao cinto de segurança; (ii) o adaptador de cinto de segurança, que acopla a coleira do animal ao encaixe do cinto; (iii) uma cadeirinha de segurança do tipo das que são utilizadas para as crianças e que se podem encontrar nas lojas de animais, (iv) o recurso à utilização de uma caixa de transporte ajustada ao tamanho do animal e por fim, (v) colocá-los na bagageira sempre que exista uma grade ou rede de protecção que separe efectivamente o espaço de carga do espaço destinado aos passageiros.




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