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N.º 48 | MAIO 2016 | 2,2€
ESPECIAL EXPOMECÂNICA RECORDE DE VISITANTES PREMEIA EDIÇÃO REPLETA DE NOVIDADES. SAIBA TUDO O QUE ACONTECEU PROTAGONISTA ALEXANDRE FERREIRA ANECRA QUER CRIAR NEGÓCIO PARA AS OFICINAS E LANÇA NOVA “REDE” DE SERVIÇOS RADAR EURO TYRE REDE MOTAQUIP AVANÇA COM O OBJETIVO DE ATINGIR 10 LOJAS ATÉ AO FIM DE 2017 ESPECIALISTA AUTOZITÂNIA A CELEBRAR 30 ANOS, A EMPRESA INAUGURA NOVAS INSTALAÇÕES E RUMA AOS 30 M€ DE FATURAÇÃO
DOSSIER
TRAVAGEM
Essenciais à segurança, os travões têm uma taxa significativa das reprovações em centro de IPO. Conheça os erros mais comuns na substituição e os principais desenvolvimentos de mercado PUBLICIDADE
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sumário
ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES MONROE SELO DE CAPA CROMAX VC JAPANPARTS PÁG.5 PETRONAS PÁG.7 TRW PÁG.11 OLEOBLITZ PÁG.17 HUTCHINSON PÁG.19 METELLI PÁG.21 FIAT PÁG.25 NGK PÁG.27 RPL CLIMA PÁG.29 VALEO PÁG.31 VENEPORTE PÁG.33 ALPINE PÁG.35 CONTITECH PÁG.39 FEDERAL MOGUL PÁG.41 ROADHOUSE PÁG.43 JABA TRANSLATIONS PÁG.45 FUCHS PÁG.47 DEKRA PÁG.49 CARF PÁG.55 ASSINATURAS PÁG.57 REVISTA TÉCNICA PÁG.61 CESVIMAP VCC BOSCH CONTRACAPA
MARCAS NESTA EDIÇÃO +BATERIAS 20 AD LOGISTICS 30 ALEA 20 APPLE 6 ATE 35 AUTO DELTA 35 AUTOZITÂNIA 22 AXALTA 44 AZ AUTO 28, 35 BILSTEIN 35, 36 BLUE PRINT 35 BMW 18, 45 BOLAS 28 BOSCH 19, 29 BREMBO 36 BREMSI 35 CAR ACADEMY 36 COMETIL 29 COMLINE 35 CONTINENTAL 62, 65 CONTITECH 44 CONVERSA DE MÃOS 29 CORCET 30 DEKRA 30 DETA 17 DOMINGOS & MORGADO 30 ESA-TECAR 63 EURO TYRE 8 FALKEN 63 FERODO 35 FIAMM 20 FILOURÉM 30, 35 FORD 42 FTE 35 GOODYEAR 62 GOOGLE 6 GRANMOTOR 18 GRUPO NORS 20 GT RADIAL 62 HANKOOK 62, 65 HERTH+BUSS 35 JAGUAR 48 JAPANPARTS 35 JAPKO 35 JOAQUIM GAMEIRO 16, 31 JURID 35 KUMHO 62 LPR 35 LUCAS 18 LUSILECTRA 18 MAXMEYER 18 MAXXIS 63 MCOUTINHO PEÇAS 28, 35 MERCEDES-BENZ 18, 58 MEYLE 35 MONROE 45 MOTAQUIP 8 MOTOR MÁQUINA 18, 31 NANKANG 62 NEXUS 45 NIPPARTS 35 NISSAN 59 NOKIAN 62 OLEOBLITZ 30 PACEC 18 PETRONAS 32 PIRELLI 63 PPG REFINISH 18 PRO4MATIC 32 PROVMEC 32 PSA 20 Q4TROFLEET 56 RECAUCHUTAGEM NORTENHA 65 ROAD HOUSE 20 RPL CLIMA 32 SELEMIX 18 SOFRAPA 17 SONICEL 30 STAND ASLA 20 TECNIVERCA 19 TENNECO 45 TRW 18, 35, 44 TURBOCLINIC 33 VOLKSWAGEN 18 VREDSTEIN 62 WD-40 17, 33 ZAPHIRO 44 ZIMMERMANN 18
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dossier P. 36 Travagem. Oportunidades e Soluções
Parte crucial do triângulo da segurança rodoviária, as inovações no sistema de travagem têm o condão de diferenciar as marcas e oferecer novas oportunidades aos players do setor.
1 RADAR
5 RAIO-X
P. 6 Estudo Observador Cetelem
P. 44 Comercial do mês – Ford Ranger
P. 8 Euro Tyre
P. 46 Notícias internacionais P. 48 Radiografia Jaguar F-Pace
2 PROTAGONISTA
P. 50 Barómetro Informa D&B
P. 12 Alexandre Ferreira, da ANECRA
“Numa associação com 106 anos, temos de honrar o passado, mas, acima de tudo, ter uma visão de futuro.” 3 REVISÃO P. 16 Novidades do mercado
6 REPARAÇÃO P.52 Carroçarias híbridas
Segundo a Cesvimap, “a carroçaria híbrida é assim denominada segundo o conceito da Audi ‘o material necessário, no lugar necessário’.” P. 56 Manutenção Nissan Note
4 ESPECIALISTA
P. 58 ATA: Mercedes Classe C - Transmissão
P. 22 Autozitânia P. 26 Lean Academy
7 pneus P. 62 Testes a pneus de verão
E ESPECIAL
P. 65 Notícias do setor
P. 28 expoMECÂNICA
OPINIÃO P. 66 Consultório jurídico
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EDITORIAL
Sair do “quintal”
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mais recente estudo “Observador Cetelem” revela que seis em cada dez portugueses estão preparados para largar os comandos do automóvel e comprar um veículo autónomo. Bastante acima da média europeia, tal como acontece com as vendas de telemóveis e smartphones, este número revela que os consumidores lusos são ávidos de tecnologia. Por isso, quando o mesmo estudo indica que a maioria dos portugueses procura sistemas de manutenção preventiva, de localização de oficinas económicas nas suas imediações e de receção e troca de informações com o seu concessionário ou oficina, constata-se que existe todo um negócio por explorar no pós-venda. Na mesma linha de pensamento, Alexandre Ferreira, recém-eleito presidente da ANECRA, afirma, na entrevista que revelamos nesta edição, que já existem três milhões de veículos com capacidades comunicantes em Portugal, assim se instalem os devidos dispositivos. Num momento em que é imperativo encontrar negócio, e naquela que é uma possibilidade de aumentar receitas, tanto para o comércio de peças, como para a prestação de serviços, impõe-se a questão: por que não se aproveita a oportunidade? A pergunta é tanto mais pertinente quanto se prevê que, perante uma fiscalidade penalizadora, as vendas de veículos novos
abrandem, colocando-se a ênfase na reparação do parque existente. Muitos poderão dizer que em causa está a liquidez financeira e a dificuldade em canalizar fundos para o investimento. No entanto, este obstáculo pode ser superado por via do estabelecimento de parcerias e da colaboração, partilhando-se o esforço e os riscos, com benefícios para todos. É neste âmbito que alguns agentes do setor têm reiterado que a independência – enquanto pensamento, estratégia e atuação isolada – terá de acabar. O conceito de “coopetição”, a cooperação em cenário de concorrência, é já aplicado em inúmeros setores e já deu provas de sucesso. É desse espírito que estão imbuídos agentes do setor como Alexandre Ferreira ou Ricardo Venâncio, administrador da Autozitânia, uma empresa de sucesso cuja estratégia lhe damos a conhecer neste número. Se os empresários da área olharem apenas para o seu “quintal”, nunca conseguirão dele sair ou almejar algo mais. Nunca terão a perceção de que podem prosperar porque, mesmo ao lado, existe terreno fértil livre, que pode ser seu. Nunca perceberão que o seu vizinho o pode, e quer, ajudar. Enquanto se limitarem as visões, limitam-se também as possibilidades de sucesso. Por isso, está na altura de “sair do quintal” e ver o quadro completo, porquanto ele é tão mais promissor.
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ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO
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Estudo Cetelem
Portugueses prontos para o veículo autónomo
Acima da média europeia, 61% dos portugueses afirmam que estão prontos para comprar o Google Car ou o Apple Car. Esta é uma das principais conclusões do Observador Cetelem.
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e acordo com o mais recente estudo Observador Cetelem, dedicado ao “Veículo Autónomo”, mais de seis em cada dez portugueses já comprariam o Google Car ou o Apple Car. Entre os europeus, os portugueses são os que demonstram mais interesse e estão mais recetivos à chegada do veículo autónomo. Portugal situa-se mesmo acima da média do estudo do Observador Cetelem em relação à previsão para o aparecimento de viaturas inteligentes. 84% dos condutores lusos veem a viatura autónoma como uma possibilidade (contra 75% de média), ainda que apenas 44% dos questionados demonstrem
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interesse no uso destas viaturas (contra uma média de 55%). Curiosamente, é nos mercados emergentes (China, México, Brasil e Turquia) que se encontram os mais otimistas quanto à circulação de veículos inteligentes, ao contrário de países como os EUA, o Reino Unido e o Japão, que se revelam mais céticos. Apesar de se revelarem clientes de um veículo autónomo, os portugueses não acreditam que esta revolução no transporte chegue antes de 2023, em linha com mercados mais maduros, como o do Reino Unido, dos EUA ou do Japão. Se na Alemanha se espera esta realidade apenas em 2024, são novamente os mercados emergentes,
como o Brasil e o México, que se revelam mais ansiosos pela chegada destes automóveis: 35% dos brasileiros e 36% dos mexicanos esperam viajar a bordo de um destes veículos já daqui a um ou dois anos, mas mais de dois terços dos inquiridos nestes países conta que estes sejam realidade só em 2020 (67% e 74%, respetivamente). Apesar de recetivos a esta nova tecnologia, uma menor perceção de segurança e a ausência de controlo total sobre o veículo são as principais preocupações dos portugueses quando se fala de viaturas autónomas, com 25% de respostas. Logo atrás, segue o receio de uma utilização
A MASSIFICAÇÃO DOS CARROS CONECTADOS REPRESENTA UMA GRANDE OPORTUNIDADE PARA AS OFICINAS abusiva das informações que o veículo transmite, com 23% de respostas. Ainda assim, não somos dos mais céticos, pois as maiores desconfianças surgem nos países mais desenvolvidos, nomeadamente nos EUA (54%), França (46%), Reino Unido (44%) e Bélgica (42%), onde a viatura autónoma é algo que inquieta os consumidores. OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO Enquanto não chega o veículo totalmente autónomo, os consumidores aproveitam os benefícios dos carros conectados, uma solução intermédia que já é utilizada em larga escala pelos consumidores inquiridos neste estudo e que, para 89% dos consumidores portugueses, é um verdadeiro progresso em termos de conforto de utilização e de condução, bem como um meio de ganhar tempo. É nesta aceitação massiva dos carros conectados que reside uma grande oportunidade para as oficinas, que podem utilizar o potencial tecnológico destas viaturas para levar mais clientes para dentro de portas. E os dados recolhidos por este estudo revelam que os portugueses estão recetivos a esta mudança de paradigma, pois, a par da possibilidade de imobilização do veículo em caso de roubo, os sistemas de manutenção preventiva, que informam o condutor de problemas iminentes e/ou da necessidade de intervenção na sua viatura, são os que os portugueses mais procuram num veículo conectado, com um total de 95% de respostas afirmativas. Aliás, no Top 10 dos serviços ou funcionalidades oferecidos por uma viatura conectada, os portugueses colocam quatro que se relacionam diretamente com as oficinas, privilegiando, além da manutenção preventiva, sistemas que lhes permitam localizar a oficina mais económica nas suas imediações, um item que recolheu 88% das respostas e se posicionou em quarto lugar na lista de prioridades. A receção de informações de auxílio à manutenção do veículo, como a localização de reparadores/oficinas mais próximos e a receção de ofertas comerciais, reuniu 83% das preferências dos portugueses e ficou em sexto na lista de preferências, um pouco mais do que os 75% de votos que conseguiram os sistemas que permitam a partilha de informações sobre o estado geral do veículo com o seu concessionário/oficina, com o intuito de para melhorar a manutenção do veículo, que se quedou no nono lugar deste Top10.
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Euro Tyre
Em todas as frentes A apostar em diferentes campos, a Euro Tyre prepara-se para comercializar máquinas para oficinas, dinamizar uma rede ibérica de peças e criar uma academia de formação. E as novidades não acabam por aqui! TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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uando criou a Euro Tyre, em 2008, Manuel Félix, o seu diretor executivo, já tinha em mente a comercialização de peças para o aftermarket, mas a aposta neste novo mercado haveria de surgir apenas em 2015, já depois de a empresa sedeada em Cantanhede ser uma referência na distribuição ibérica de pneus. Foi no ano passado que a Euro Tyre realizou um estudo de mercado, constatando que dois terços dos seus clientes ofereciam serviços de mecânica rápida nas suas oficinas de pneus. Manuel Félix decidiu então que era altura de aproveitar a capacidade logística e financeira da Euro Tyre, bem como o knowhow tecnológico, para acrescentar mais um serviço ao seu portefólio: “O nosso cliente é o
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automóvel. Não estou preocupado com qual é a oficina que me compra o produto, tenho é de estar onde o automóvel está. Por isso queremos estar na casa de pneus, na oficina de mecânica ou nas oficinas de eletricidade”, diz Manuel Félix. Seis meses volvidos sobre o início deste novo projeto, a unidade de negócio de peças da Euro Tyre continua em ebulição e as novidades sucedem-se, sendo a principal a dinamização de uma rede ibérica de peças, sob a égide da Motaquip, a sua mais recente representação exclusiva para o mercado ibérico. Com esta nova representada chega o conceito de one brand store, com o intuito de “ter a capacidade de chegar junto do cliente e dizer-lhe que temos tudo aquilo de que ele precisa
no mesmo local”, afirma Manuel Félix, que continua: “Não faria sentido entrar no mercado ‘sendo mais um’. Achámos que deveríamos ter algo que nos identificasse no mercado e que oferecesse uma solução diferente.” Esta diferença revela-se no conceito da nova rede, que compreenderá o que Manuel Félix apelida de boutiques de peças. Com uma imagem muito “clean”, as lojas da rede não terão expositores com os produtos. A interação será feita através de ecrãs táteis, onde o cliente poderá selecionar e encomendar os componentes de que necessita, integrandose no ambiente. Haverá, obviamente, alguém no local para fazer o atendimento que for necessário, mas a ideia é que o cliente se habitue a identificar o material.
FILTROS EM EXCLUSIVO No seguimento da política de diversificação do seu portefólio de insígnias, e apostando na representação exclusiva de marcas, a Euro Tyre adicionou ao seu portefólio os filtros da marca Misfat, fabricante da marca Mecafilter e de equipamento original para várias marcas. A empresa de Cantanhede possui já, em stock, mais de mil referências desta marca, conseguindo assim oferecer um nível de serviço adequado ao mercado português, onde é distribuidora exclusiva destes filtros. A Euro Tyre afirma ainda que outras marcas, de outras linhas de produto, se seguirão no portefólio da empresa, que, cada vez mais, reforça a sua aposta na área do aftermarket, com o objetivo de se tornar referência no aftermarket a nível nacional. Para já, a presença direta da Euro Tyre acontecerá na zona de Aveiro, Coimbra (onde estará a flagship store da rede Motaquip, atualmente em fase final de preparação), Leiria e Lisboa, mas Manuel Félix revela estar em aberto a possibilidade de a rede de lojas próprias se alargar para além destas áreas. Tal decorre da estratégia bipartida da rede Motaquip, fruto da vontade da Euro Tyre de oferecer sempre um nível elevado de qualidade de serviço aos seus clientes: “Onde chegamos diretamente marcaremos presença, mas onde não conseguimos estar presentes de forma direta queremos ter parceiros.” Assim, aos centros logísticos e lojas próprias – as que utilizarão o conceito de boutique de
peças – que serão implementados, juntar-se-ão lojas franchisadas. CONCORRÊNCIA LEAL Na rede Motaquip serão comercializados todos os tipos de produtos distribuídos pela Euro Tyre, não estando, no entanto, as lojas franchisadas obrigadas a comprar à Euro Tyre: “Não acreditamos em restrições, porque isso limita a criatividade. Acreditamos que o mercado é livre. Queremos dar à Motaquip o máximo de destaque que a marca possa ter, mas queremos também dar aos nossos parceiros de negócio as ferramentas de que eles necessitam para poder trabalhar. Por isso permitimos que eles possam ir comprar a outro lado.”
Já com uma loja a funcionar, embora o diretor executivo da Euro Tyre se escuse a pormenores sobre ela, existem boas perspetivas para atingir o objetivo de dez lojas abertas até 2017, fruto de propostas para adesões à rede por parte de oficinas em Évora, Tomar e no Algarve. Contudo, Manuel Félix compreende que o caminho não será fácil: “Este conceito é novo e quem está no mercado há muito tempo tem alguma dificuldade em aceitá-lo e percebê-lo à partida.” Desta forma, a estratégia passa, em primeiro lugar, pela implementação do conceito e, mais tarde, por “fazer ver às pessoas que é uma boa oportunidade de negócio”, o que explica a criação da flagship store em Coimbra, que funcionará como loja loja-piloto: “Para MAIO 2016
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De acordo com Manuel Félix, a Euro Tyre pretende afirmar-se como uma ‘one stop shop’
podermos ter números para mostrar às pessoas”, conclui Manuel Félix. Para aderir à rede basta entrar em contacto com a Euro Tyre. A partir deste contacto são definidos os restantes parâmetros de adesão, à medida da empresa que pretende juntar-se à rede: “Não temos um caderno de encargos, estudamos sempre caso a caso. Se uma loja estiver localizada no centro de uma cidade e tiver 50 m2, precisa de uma abordagem completamente diferente de uma situada num polo industrial e que tenha 200 m2 e duas carrinhas para distribuição. Há uma análise conjunta da situação, para adequar as condições ao mercado local, que só estes empresários conhecem. Os nossos clientes-alvo são as empresas com um volume de negócios baixo, que percebam que juntar-se a nós pode ser uma mais-valia para potenciar o seu crescimento.” Este conceito é válido tanto para Portugal como para Espanha, onde a Euro Tyre tem também a rede Motaquip em processo de implementação. Mas, para mercados diferentes, estratégias diferentes. Manuel Félix revela que, em Espanha, a rede será apenas franchisada. Sem objetivos de lojas definidos para o mercado espanhol, à data de fecho desta edição estava já agendada uma reunião na Andaluzia com um cliente que tem sete concessões, o que se justifica com o facto de, ao contrário do que acontece em Portugal, a Motaquip ser muito conhecida no país vizinho pela sua relação com o grupo PSA, o que poderá ajudar a alavancar a rede. Não sendo um mercado prioritário, o objetivo da rede em Espanha é o de “crescer de forma orgânica e ao ritmo do mercado”. Apesar disso, Manuel Félix está consciente do grande potencial do mercado espanhol e constatou mesmo muito interesse na adesão à rede: O mercado do aftermarket está muito pressionado por causa dos grupos. Há um
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desespero enorme para vender e existem empresas que estão em grupos e querem sair para ter uma alternativa diferente. Se as empresas tiverem uma marca de referência que é só sua, poderão trabalhar de uma forma diferente do que se tiverem de trabalhar com as marcas premium que todos oferecem.” NOVIDADES EM NOME PRÓPRIO Com uma marca própria de baterias, que em breve se estenderá aos lubrificantes (estão em conversações com Eurol, Petronas e Iada para o seu fornecimento) e aos anticongelantes, é inevitável perguntar por que não potenciá-la nesta nova rede, ao invés de optar pela Motaquip. A resposta de Manuel Félix é pronta: “Porque temos noção das nossas
limitações. Não nos sentimos capazes de pegar numa linha de produtos, por exemplo, de travagem ou filtragem, e trabalhá-la, porque não temos histórico, não temos know-how e conhecimentos técnicos para fazer isso.” No entanto, Manuel Félix prevê uma convivência salutar entre todas as marcas comercializadas pela Euro Tyre nas lojas desta nova rede, pois “a experiência que temos é a de que uma marca premium convive com uma marca própria. Para se vender uma coisa cara é preciso uma coisa barata e vice-versa”, atenta o gestor da Euro Tyre, que não prevê que as várias marcas se canibalizem, antes pelo contrário. A razão para tal entronca na estratégia escolhida para a colocação dos produtos: onde a Motaquip não tem linhas de produto serão colocadas outras marcas, “que podem ou não vir a ser marcas Euro Tyre”, diz o diretor da empresa sedeada em Cantanhede. Mas nem só de peças e pneus vive o mercado do aftermarket. Por isso, e para se tornar uma ‘one stop shop’, a Euro Tyre vai em breve estrear-se no comércio de máquinas para as oficinas: das de diagnóstico às de montagem e desmontagem de pneus, passando ainda pelos elevadores, todas da marca Bosch. O propósito é simples: “Se quiser montar uma casa de pneus, basta vir ter connosco. Montamos-lhe a casa, pomos-lhe as máquinas, as ferramentas, os consumíveis, o stock, um site online e ainda damos formação aos colaboradores para eles poderem trabalhar.” Além da formação inicial, a Euro Tyre prepara-se para disponibilizar a toda a sua rede de clientes uma oferta formativa mais abrangente, através do que será a Academia Euro Tyre. O espaço, que funcionará na sede da empresa, terá uma componente forte dedicada à introdução de serviços de mecânica rápida nas casas de pneus, através da formação das pessoas que nelas trabalhem, o que será feito em colaboração com uma empresa externa ligada à área. Além disso, e para as empresas de mecânica com que já trabalham, mais de 400 desde que iniciaram a venda de componentes auto, existirá uma oferta formativa diversa, entre filtros, sondas lambda, sistema CAN, lubrificantes. O objetivo é o de que, dentro da academia, as pessoas escolham o curso que melhor responda às suas necessidades.
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CONTACTOS EURO TYRE RESPONSÁVEL MANUEL FÉLIX TELEFONE 800 200 946 E.MAIL felix@eurotyre.pt INTERNET www.eurotyre.pt
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PROTAGONISTA
Alexandre Ferreira
“Queremos criar negócio para os nossos associados” Focado na resolução de problemas específicos das empresas do setor, o novo presidente da ANECRA defende que o caminho para o sucesso se desenhará por via da formação, da adaptação e da capacidade de trabalhar em conjunto. Nesse sentido, apresenta projetos claros, como a nova plataforma oficinal da associação. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO
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JÁ CIRCULAM EM PORTUGAL TRÊS MILHÕES DE VIATURAS COM POTENCIAL COMUNICANTE adoção, dentro da associação, de medidas que se ajustem efetivamente a um mundo novo e a uma nova realidade. Estamos perante novos desafios e, numa associação com 106 anos, temos de honrar o passado, mas, acima de tudo, ter uma visão de futuro. É exatamente neste tópico que assentamos a nossa estratégia de ação e temos, em relação a ela, uma grande ambição. Queremos que os nossos associados reconheçam a associação como um meio que lhes permite olhar para o futuro e para os desafios de uma forma mais apoiada; que, perante tantas dificuldades, vejam a associação prevendo, antecipando e colocando, tanto quanto é possível, todos os empresários do setor em contacto com a realidade e com o futuro.
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ecém-eleito para os comandos da ANECRA, Alexandre Ferreira chega à presidência da associação motivado para apresentar resultados práticos. A resolução de questões como a concorrência desleal e o apoio ao ajustamento pelo qual o setor terá necessariamente de passar estão no topo das prioridades, tal como a criação de ferramentas que permitam potenciar os negócios das oficinas. Naquelas que têm sido as suas primeiras intervenções, revelou que está focado nas soluções para o setor. Essa será a linha da sua presidência? Sim, todo o nosso plano de ação para o próximo triénio tem que ver com as soluções para o setor. Estas passam tanto pela nossa ação conjunta com entidades externas, como pela
Quando fala da sustentabilidade da própria associação refere-se à sustentabilidade económico-financeira? No contexto do Comércio e Serviços de Portugal, com mais de uma centena de associações muitas delas confrontam-se com o problema da sua própria sustentabilidade. Na sua maioria, por não terem conseguido superar a ausência, desde há dois anos, de fundos europeus cujos apoios estavam vocacionados para a formação financiada, e que em grande medida sustentavam a sua ação. No caso da ANECRA, tivemos a visão de adotar medidas que, neste momento, nos colocam num plano muito positivo. Hoje em dia, nenhuma associação consegue sobreviver prestanto serviço ao nível daquele que a ANECRA presta aos seus associados – no âmbito jurídico, técnico, da formação e qualidade, entre outros – só com quotas. Temos de ser muito criativos e potencializar o serviço que prestamos. Acha que esse problema resulta da falta de associativismo? Os portugueses têm alguma relutância em associarem-se, a que se junta o fato de a crise ter destruído muitas empresas. Aliás, no caso do setor automóvel, em seis anos, assistiu-se ao fim de mais de cinco mil empresas, o que se refletiu numa menor massa crítica. No entanto, assistimos também a um fenómeno positivo: em 2015, tivemos o maior número de sócios ativos desde 2010. Isto quer dizer que há trabalho por fazer e que este tem de ser feito de uma forma diferente. Estes novos associados têm um perfil muito interessante, já que, em grande
parte, constituíram as suas micro e pequenas empresas a partir do facto de terem ficado no desemprego, sendo que, inquestionavelmente, alguns também são oriundos de atividade cladestina. Aliás, a preocupação da ANECRA, na luta contra a economia paralela, não é matar os clandestinos, é trazê-los para uma atividade legal, que lhes permita estar em igualdade de concorrência. Isso está a ocorrer, o que se prende com a nossa conceção de atuação. Temos de repensar todos os dias o movimento associativo. Temos de ver que a realidade do setor é outra: há novos intervenientes, com uma sensibilidade maior em relação a aspetos que nos são fundamentais, como a capacidade de encaixarem a certificação das empresas e dos seus trabalhadores, porque já passaram por empresas que faziam formação e que tinham regras que, hoje, lhes permitem compreender a necessidade de cumprir determinados pressupostos para terem êxito no negócio que abraçaram. Esta perspetiva permite-lhes ter uma grande esperança, independentemente de avanços tecnológicos e das dificuldades que vão encontrar. Há, nesta altura, uma exigência que torna este setor muitíssimo apelativo. E quem tiver maior capacidade para fazer a gestão de recursos humanos, seja numa empresa de maior ou menor dimensão, terá, exatamente na proporcionalidade dessa capacidade, êxito ou não no negócio. OS EMPRESÁRIOS ENCONTRAM SEMPRE SOLUÇÕES A formação será um fator diferenciador? A formação, por exigência da tecnologia, tem de ser contínua. A perspetiva é a de manter essa formação adequada às necessidades do avanço tecnológico do automóvel, que supera o de qualquer outra área de atividade. Veja-se o que está a ocorrer com o advento das viaturas comunicantes, que vão colocar, a curto-médio prazo, novos e interessantes desafios a todo o setor. Considero isso como uma inevitabilidade. O que está em causa é a adequação dos profissionais a essa nova realidade. Tem de se olhar para a tecnologia como uma oportunidade. Neste momento, já há a circular no parque nacional cerca de três milhões de viaturas que, por terem a possibilidade de adaptar um dispositivo, podem comunicar com as oficinas que o instalarem. Isso quer dizer que as cerca de sete mil empresas que existem em Portugal, no após-venda, têm a possibilidade de oferecer um serviço ao cliente e terem a contrapartida da fidelização, num esquema semelhante à comunicação de uma viatura com o fabricante.
Mas isso pressupõe uma capacidade de investimento que nem sempre existe… Os empresários do setor têm encontrado sempre soluções. Essa questão já era motivo MAIO 2016
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de apreensão há 20 anos, quando dizíamos que quem tinha a representação de marcas em Portugal é que teria acesso à tecnologia e à informação capaz de permitir assistir as viaturas. O que ocorreu efetivamente – porque há interesses do aftermarket e dos fabricantes em disponibilizar equipamentos, peças e informação para que os empresários multimarca tenham condições para substituir e subsistirem – é que se encontraram as respostas tecnológicas que lhes permitiram continuar a trabalhar como têm trabalhado até agora. Devem, então, os profissionais encarar os novos desafios sem receios? É fundamental que eles não sejam independentes na lógica de isolamento e que estejam integrados em processos de rede, o que liga com a questão do conceito associativo e com a necessidade de se juntarem em parcerias, ou com os fabricantes, ou com a sua associação, ou com redes da associação, para darem respostas em termos de negociações coletivas. É outra questão pela qual nos batemos: queremos levar mais clientes e mais negócio às empresas associadas da ANECRA, que adiram aos nossos projetos e que se certifiquem. UMA NOVA “REDE” OFICINAL De resto, a certificação das empresas do setor tem sido uma das grandes lutas da ANECRA… Não podemos dizer apenas “certifiquem-se!”, porque o resultado não tem expressão. Agora, se ligarmos essa certificação a projetos que permitam aumentar o seu negócio, poderemos ter resultados diferentes. A ANECRA tem em fase piloto um modelo que permite aos associados terem o encaminhamento de negócios para as suas oficinas no âmbito de avarias mecânicas que se verifiquem nas viaturas do consumidor final. É uma plataforma desenvolvida por nós, em que negociámos com diversas entidades, ligadas aos seguros e à assistência em viagem, para darmos resposta às necessidades do cliente final, sendo que os associados da ANECRA podem aderir voluntariamente.
E como funciona o serviço? Perante uma avaria mecânica, a nossa solução permite resolver o problema no local ou em 48 horas, facilitando a vida do proprietário. O automobilista só tem de ligar para o call center, que lhe indicará a oficina da proximidade aderente. É-lhe fornecido um orçamento, que é gerido na plataforma e que respeita integralmente os requisitos de fábrica e em que os valores orçamentados são por nós validados. Isto dá confiança ao proprietário da viatura, que sabe que está num processo totalmente transparente. Depois, e porque outro dos grandes projetos que temos é o
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Alexandre Ferreira contará, no seu mandato, com o apoio de Jorge Neves da Silva, secretário-geral da ANECRA
A ECONOMIA PARALELA É UMA PREOCUPAÇÃO, QUER PELA EVASÃO FISCAL, QUER PELA CONCORRÊNCIA DESLEAL desenvolvimento do Portal do Automóvel, será possível que o consumidor final tenha um local para comentar o que achou do serviço que lhe foi prestado na oficina para a qual foi encaminhado. É o limite da transparência, para que o cliente se sinta confortável e para que possamos aferir sistematicamente a qualidade do serviço que está a ser prestado. Portanto, é algo de que nos vamos orgulhar no futuro. E que requisitos têm de cumprir as oficinas? No acordo da adesão, existem alguns pressupostos e impomos a obrigatoriedade de certificação no prazo de um ano. Isto dá-nos a certeza de que aqueles que continuarem na plataforma serão certificados e que cumprem determinadas regras do ponto de vista funcional e organizacional. Precisamos dessa certeza, porque, ao oferecer uma rede de
oficinas, a ANECRA tem responsabilidade por ela. Além disso, esta certificação é uma forma de luta contra a economia paralela, porque é essa qualidade e transparência que diferencia as oficinas perante o consumidor. GARANTIR CONDIÇÕES DE IGUALDADE De que outros modos se pode combater a proliferação de negócios clandestinos? Hoje, e em função dos resultados que obtivemos no inquérito de conjuntura que realizamos anualmente, a economia paralela é o primeiro ponto de preocupação dos empresários, quer de marca, quer multimarca, tanto pela concorrência desleal, como pela evasão fiscal que origina. Mas esta é uma questão difícil de combater, até porque é difícil chegar a esses negócios, que trabalham sempre em espaços à porta fechada. Se olharmos efetivamente para o problema e para aquilo que nos é transmitido pelas autoridades, constatamos que, na realidade, a nossa ação tem de assentar a um outro nível para que efetivamente haja resultados. Assim, defendemos duas medidas, que já foram apresentadas às várias Tutelas. São elas a obrigatoriedade da apresentação, em sede de IPO, de fatura comprovativa da realização de
poder colocar em causa a sobrevivência de uma empresa na sequência de um descuido momentâneo, como colocar uma bateria no chão. Conseguiu-se a redução das coimas, mas continuam a ser desproporcionais e a não levar em conta a dimensão das empresas. O exemplo das baterias tinha uma coima de 15 mil euros, passou para 12 mil euros, o que não corrige nada. Por exemplo, para apoiar o suporte dos custos que estas empresas têm com a gestão ambiental, as empresas deveriam poder repercutir no serviço que prestam um ‘fee’ relativo a esse serviço, como de resto já acontece em alguns países. Que outras preocupações tem a ANECRA em relação ao setor? O setor tem de acompanhar a evolução e tem de estar atento. Nas nossas duas últimas convenções fizemos uma projeção do futuro e, na realidade, passados dois anos, confrontamo-nos com a premência que ambas tiveram. O seu objetivo foi trazer as pessoas para a realidade, antecipando as mudanças que terão de fazer no seu posicionamento. A este nível, temos um problema grande, que é o de as empresas não conseguirem resolver a questão da sucessão. Temos novos clientes, mas também precisamos de novos empresários. Temos de nos ajustar aos novos clientes e estar onde eles estão, por exemplo, na Internet. Temos de ter a capacidade para resolvermos os problemas em conjunto, em rede, em parceria.
uma manutenção do veículo de acordo com o plano de manutenção das marcas – o que também faria aumentar a receita fiscal – e a obrigatoriedade de preenchimento do número de contribuinte aquando da aquisição de peças, acessórios e consumíveis para o automóvel, pelo que os retalhistas também têm um papel determinante nesta questão. Falando de retalho, como se resolve a desigualdade na aplicação de obrigações ambientais entre oficinas e grandes superfícies? Só uma decisão de carácter político é que pode sanear o problema de as grandes superfícies comercializarem produtos que obrigam a que seja retido o usado para tratamento sem o devido encaminhamento. As questões de ordem ambiental, pelos custos que representam, são particularmente queridas aos nossos associados. É claro que as medidas não têm de passar pela proibição da venda, mas sim pela criação de condições para a comercialização que permitam o encaminhamento de resíduos e a concorrência sob as mesmas leis que os outros espaços têm de cumprir. Isso é tão importante quanto o facto de o regime sancionatório contraordenacional
NOVOS PARADIGMAS NO SETOR Impõe-se uma nova geração de profissionais? Sim, temos realmente uma nova geração de empresários e de profissionais. Para dar um exemplo: um vendedor da nova geração, utilizando as ferramentas adequadas e a Internet, vende em média 14 viaturas por mês; um profissional do setor que não conseguiu libertar-se da forma como geria o seu processo de carteira de clientes, só consegue vender oito viaturas. Não há dúvida de que realmente os empresários têm de se adaptar às novas tecnologias.
Considera que a tecnologia ditará uma maior tendência para a substituição de componentes, em oposição à reparação? Houve algumas alterações no custo da mão de obra, o que faz com que, face ao custo de produção de determinados componentes, a reparação não se justifique. Por isso, a substituição é efetivamente inevitável. Há é que ajustar, em termos de eficiência e de rentabilidade, a ação do colaborador em função dos novos pressupostos. No que diz respeito à componente elétrica e eletrónica, há também uma incapacidade por parte dos técnicos de intervir no órgão para resolver o problema.
SÓ UMA DECISÃO DE CARÁCTER POLÍTICO PODE SANEAR O PROBLEMA DAS GRANDES SUPERFÍCIES Mas a verdade é que se criaram cenários apropriados à substituição. As próprias marcas têm peças recondicionadas, como seja uma coluna de direção, uma caixa de velocidades ou até um motor. As empresas adaptam-se a estas soluções, que resultam do interesse do consumidor final. E como se ultrapassa o estigma de menor qualidade das peças recondicionadas? Chegou-se à conclusão de que aquilo que o condutor quer é ter um carro para utilizar. A maior parte das pessoas deixou de olhar para o carro com o sentido de propriedade e passou a vê-lo numa perspetiva de utilização, pelo que admite mais soluções que lhe permitam utilizar o carro com segurança. Hoje, há empresas que se dedicam exclusivamente ao recondicionamento de peças e esta área está a posicionar-se num plano de negócio muito interessante. Outra área que tem crescido muito é a de peças usadas. Há negócio para todos, desde que se adoptem medidas de classificação das peças usadas e as empresas tenham credibilidade e transparência naquilo que negoceiam. Face a estas mudanças, e perante as penalizações ao automóvel, quais as perspetivas para o setor a três anos? Não somos ingénuos. O setor, por razões diversas, continuará a ter dificuldades. Nomeadamente, e caso as coisas corram mal do ponto de vista da execução orçamental, pensamos que a fiscalidade penalizará ainda mais a atividade. Medidas como as que foram veiculados neste Orçamento contribuem para que os consumidores tenham menor capacidade de compra e andem menos de carro. Um parque automóvel que tem uma idade média de 11 anos terá a possibilidade de dar mais trabalho aos empresários do setor da manutenção e da reparação, mas isso não é necessariamente assim, porque depois as pessoas também não têm dinheiro para efetuar as reparações. Tal como no passado, estamos a assistir à readaptação da atividade às novas realidades. E o ciclo que se aproxima vai, com certeza, trazer novas alegrias aos empresários do setor, que bem as merecem! Honramos o passado, confiantes no futuro. É isso que iremos tentar fazer. MAIO 2016
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REVISÃO APOIAR A CAUSA Seja através do contributo com material ou bens, seja como voluntário, a “Missão Guiné” precisa de apoios. Se deseja ajudar esta causa, contacte a Joaquim Gameiro através do 236 937 400.
REVISÃO
Joaquim Gameiro
Melhor oficina portuguesa A empresa Joaquim Gameiro, de Coimbra, foi eleita pela Talleres en Comunicación, associada espanhola da TURBO OFICINA, como a melhor oficina portuguesa.
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XV edição dos Prémios Personalidades do Após Venda, iniciativa da revista Talleres en Comunicación, associada em Espanha da TURBO OFICINA, distinguiu a empresa Joaquim Gameiro, de Leiria, com o troféu de Melhor Oficina portuguesa. Numa cerimónia que teve lugar nas instalações do IFEMA (Feira Internacional de Madrid), Miguel Angel Jimeno, responsável editorial da Talleres en Comunicación, referiu que “o critério que presidiu à escolha das melhores oficinas, espanhola e portuguesa, foi, desta vez, o seu envolvimento com a sociedade, o seu papel solidário e de aproximação às pessoas”. Nas palavras que dirigiu a uma extensa plateia composta pelos principais operadores do aftermarket ibérico, Miguel Angel Jimeno destacou o significado da atribuição de um galardão este ano, pela primeira vez, a uma oficina portuguesa, “como consequência da forte parceria mantida entre a Talleres en Comunicación e a TURBO OFICINA, que tem permitido às publicações espanhola e portuguesa, uma abordagem aos dois mercados numa perspetiva ibérica”. A entrega do prémio de melhor oficina portuguesa à empresa Joaquim Gameiro
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foi feita por Júlio Santos, diretor da TURBO OFICINA, que destacou o “contributo importante” desta empresa “para uma iniciativa altamente meritória, que este ano de 2016 terá a terceira edição”. A Joaquim Gameiro participou na “Missão Guiné” através da recuperação de viaturas, que foram depois oferecidas a organizações nãogovernamentais da Guiné Bissau. Em 2015, a empresa recuperou por completo e prestou assistência a um total de 13 viaturas, entre as quais seis ambulâncias, que transportaram através de Espanha, Marrocos, Mauritânia e Senegal, várias toneladas de material (desde livros a roupa, computadores e outros bens de primeira necessidade). “É uma questão de responsabilidade e de dever para com o próximo”, explicou Hélder Costa, gerente da Joaquim Gameiro, à TURBO OFICINA. “O envolvimento com a comunidade local e o apoio às ações de cariz social há muito que fazem parte da forma de atuar da empresa, fundada pelo meu pai há mais de meio século. Dar algo que já não nos faz falta, acreditem que faz a diferença naquele que é o quinto país mais pobre do Mundo” – salientou. Empenhada no envolvimento de parceiros, como a ANECRA, e de fornecedores, como o grupo Bilstein, que
em 2015 patrocinou algum material para as viaturas, a Joaquim Gameiro prepara já a iniciativa deste ano. “Foi com grande satisfação que recebemos este prémio. Não estávamos a contar. Mas, acima de tudo, esperamos que o prémio contribua para mais pessoas se envolverem este ano”, sublinha Hélder Costa. A Joaquim Gameiro iniciou a sua atividade em 1964 na reparação automóvel, na área de mecânica. Gerida por Joaquim Gameiro, Maria de Lurdes (sua esposa) e por Hélder Costa (filho), a empresa acrescentou à mecânica as áreas de chaparia, pintura, eletricidade e assistência 24h. Em 1984, mantendo o carácter multimarca, passou a ser representante Renault. Em 1997, abriu uma área de competição e, em 2013, juntou à representação da Renault a participação na rede de oficinas multimarca RINO. Atualmente com 10 colaboradores, a empresa tem procurado soluções que permitam aumentar a faturação, que, em 2015, se fixou nos 750 mil euros. Nesse sentido, passou a representar em Portugal a Cleaning Auto, disponibilizando equipamentos para oficinas de descarbonização de motores por hidrogénio.
Sofrapa
Baterias Deta no portefólio WD-40
ACORDO COM A SOCIEDADE COMERCIAL DO VOUGA A WD-40 fechou um acordo comercial para distribuição da nova gama WD-40 Specialist Motorbike com a Sociedade Comercial do Vouga. Este acordo surge com a introdução da nova gama de produtos para o cuidado das motos no mercado português e visa potenciar o que as duas empresas têm de melhor: a marca e qualidade dos produtos WD-40, e a experiência, conhecimento do setor e rede de distribuição especializada da Sociedade Comercial do Vouga. A nova gama introduz um conjunto de sete produtos para a manutenção e cuidado de todos os tipos de motos. A nova gama WD-40 Specialist Motorbike surge da procura crescente de produtos para a manutenção e cuidado das motos. PUBLICIDADE
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pós o recente lançamento das Embraigens Westlake, o portefólio de marcas da Sofrapa acaba de ser reforçado com o início da distribuição da gama de baterias da Deta para veículos ligeiros. A marca, de origem alemã, é propriedade do Grupo Exide e conta com mais de 70 anos de experiência na produção de baterias. O programa de baterias Deta disponível na Sofrapa foi definido em função das necessidades e características do parque automóvel nacional, sendo composto por baterias de elevada performance e de qualidade equivalente às principais referências neste segmento. São baterias
perfeitas para uma condução urbana e de eficácia comprovada sob as mais extremas condições de condução. As baterias Deta são fornecidas como Equipamento de Origem para vários dos mais conceituados construtores europeus, e são exportadas para países em todo o mundo.
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REVISÃO LUCAS
CAMPANHA DE RECONDICIONADOS
PPG
Aposta reforçada na MaxMeyer em Portugal
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PPG, um dos principais players a atuar no mercado mundial da pintura auto, coloca à disposição dos profissionais da oficina várias insígnias, entre as quais se encontra a MaxMeyer, empresa centenária de origem italiana, que se destaca pela qualidade dos seus acabamentos e pela facilidade de aplicação. Em linha com a recente reorganização da distribuição das
marcas MaxMeyer e Selemix no nosso país, a PPG anuncia que a distribuição destas duas marcas em Portugal será da responsabilidade de duas empresas: da Impoeste e da Tintauto. Além dos distribuidores, a PPG oferece uma linha direta de contacto com a MaxMeyer Ibéria através do e-mail marketingmaxmeyer@ppg.com.
LUSILECTRA
33 ANOS DE HISTÓRIA
PACEC
INÍCIO DE DISTRIBUIÇÃO DA ZIMMERMANN A PACEC adiciona os produtos Zimmermann à sua oferta para veículos Mercedes-Benz, através de uma gama completa de discos e pastilhas de travão. A Zimmermann, conhecida pelos entusiastas da Mercedes-Benz, Porsche, BMW ou VW, ocupa uma posição de referência em desempenho de travagem e segurança na condução, pela qualidade e certificação dos seus produtos. A totalidade da produção é efetuada na fábrica de Sinsheim, na Alemanha, sob técnicas patenteadas próprias. Com esta nova distribuição, a PACEC acredita dar mais um passo na filosofia de disponibilizar aos clientes as melhores soluções do mercado, em termos de qualidade, para manutenção e reparação de veículos.
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A Lusilectra, empresa do Grupo Salvador Caetano, celebrou, na companhia dos seus colaboradores, os seus 33 anos de existência. Ao longo destas mais de três décadas, a Lusilectra solidificou a sua presença no mercado nacional e expandiu-se para os mercados africano, espanhol e francês. A empresa refere que o seu mote - “Não podemos agradar a todos, mas tudo fazemos no dia a dia para alcançarmos a perfeição” – tem sido o fio condutor “ao longo destes 33 anos de história, com momentos de euforia, momentos bons e outros menos bons”. Em comunicado, a Lusilectra agradece ainda às marcas representadas, a todos os colaboradores, clientes e fornecedores, “imprescindível ajuda nesta já longa caminhada de 33 anos”.
A TRW Automotive Portugal realiza, até 27 de maio de 2016, uma campanha de motores de arranque e alternadores da marca Lucas, dirigida à sua rede de distribuidores e às oficinas suas clientes. Por cada recondicionado Lucas adquirido – motor de arranque ou alternador –, a TRW Automotive oferece uma garrafa de vinho tinto. A gama completa de motores de arranque, alternadores e também de compressores de ar condicionado recondicionados Lucas está em constante atualização. Atualmente, estão disponíveis, para o mercado nacional, mais de 4500 referências de motores de arranque e alternadores e mais de 900 referências de compressores de ar condicionado, o que permite uma cobertura total do parque automóvel europeu.
MOTORMÁQUINA
NOVO ESPAÇO EM CAMARATE A Motormáquina – empresa fundada em 1959 e especialista em peças para Land Rover – mudou-se para um novo edifício em Camarate, nas imediações do aeroporto. A empresa afirma que tem, provavelmente, “o melhor stock de peças para Land Rover” e trabalha com as principais transportadoras, nomeadamente CTT e CARF, fazendo entregas bidiárias em várias regiões do país. O novo edifício fica na Quinta de S. João das Areias (Camarate / Sacavém) e tem fácil acesso pelo Prior Velho (2.ª Circular), autoestrada do norte, Ponte Vasco da Gama e A8, através do Túnel do Grilo. Para além deste edifício, a Motormáquina tem uma loja na Estrada da Circunvalação no Porto, junto ao cruzamento de Monte dos Burgos, e dispõe igualmente de uma oficina na Quinta do Carmo, em Sacavém.
GRANMOTOR
APRESENTAÇÃO DA GAMA OLEOBLITZ No seguimento da apresentação nacional da gama de óleos Oleoblitz, a Granmotor, com o apoio da Sonicel, realizou a apresentação desta nova marca. O evento reuniu cerca de 60 profissionais e serviu também para esclarecer dúvidas relativas à procedência dos lubrificantes e sobre a gama inicialmente disponível, bem como alguns aspetos técnicos relacionados com especificações, composição e aplicação dos lubrificantes.
TECNIVERCA
PROMOÇÃO ASSINALA ANIVERSÁRIO Criada em 1996 com o intuito de fornecer artigos de qualidade a preços competitivos, a Tecniverca completa este ano 20 aniversários. Atualmente, o foco da empresa mantém-se, mas a exigência para servir os clientes aumenta de dia para dia. Assim, e para comemorar esta efeméride, a Tecniverca tem em marcha uma promoção exclusiva, com preços especiais e duração prolongada, até 31 de dezembro de 2016.
Bosch Car Service
Eleita maior rede de oficinas em Portugal
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Bosch Car Service foi eleita a maior rede de oficinas automóvel a operar em Portugal pela revista Negócios & Franchising. A rede de oficinas, promovida pelo Grupo Bosch, foi ainda eleita como o 3.º maior prestador de serviços a particulares em Portugal e como a 9.ª maior rede de franchising a operar em território nacional. Implementada no nosso mercado há 15 anos, a Bosch Car Service tem uma cobertura única em território nacional – mais de 140 oficinas –, oferecendo todos os serviços para automóveis de todas as marcas. De acordo com a empresa, esta distinção corrobora a aposta que a Bosch Car Service tem vindo
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a fazer no país, assumindo-se atualmente como líder na manutenção e reparação automóvel em Portugal, para todas as marcas e para todo o tipo de serviços. Entretanto, a rede estabeleceu um acordo de colaboração com a Tecmic, que prevê a prestação de serviços pelas oficinas Bosch Car Service para a instalação de equipamentos de geolocalização em viaturas. A Tecmic é uma multinacional portuguesa que se dedica ao desenvolvimento de soluções integradas de software e equipamentos de geolocalização, disponibilizando-as como um serviço (SaaS) para todo o tipo de empresas e setores.
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REVISÃO STAND ASLA
PLANO DE FORMAÇÃO TÉCNICA
Alea
Novo site de peças
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Alea, marca do Grupo Nors especialista no desenvolvimento e comercialização de peças e acessórios para o setor automóvel, acaba de lançar um novo site. Disponível em www.aleaparts.com, o site permite aceder a catálogos de pesados e ligeiros, informações sobre as gamas, novidades de produto e também fazer pesquisa por famílias de produto ou por cruzamento de referências.
Atualmente, a Alea assegura a produção de mais de 2700 referências, para um conjunto de dez famílias de produtos, que cobrem as áreas de suspensão, direção, motor, embraiagem, travagem, transmissão, sistema elétrico, cabine e acessórios, produtos de limpeza e anticongelante. A marca Alea é distribuída em exclusivo pelas empresas aftermarket do Grupo Nors: Civiparts, AS Parts e ONEDRIVE.
No âmbito do plano de formação técnica definido pelo Stand Asla para 2016, foi ministrado, nos meses de fevereiro e março, o curso “Novidades Técnicas do grupo PSA – Motores”. Tendo contado com a participação de 215 formandos, o curso versou sobre as novidades mecânicas e sistemas de gestão do motor do grupo construtor francês PSA, analisando as possíveis avarias dos sistemas estudados e autodiagnóstico dos mesmos. Durante os meses de abril e maio irá decorrer um novo ciclo de formação, desta feita dedicado à “Compreensão e manuseamento dos instrumentos de medição no diagnóstico automóvel”. De acordo com a empresa, o curso é dedicado ao estudo e manuseamento dos instrumentos de medição e comprovação, utilizados no diagnóstico de automóveis, realizando-se provas práticas de utilização dos instrumentos, sobre os diferentes sinais elétricos dos componentes. Estarão reunidos colaboradores de várias oficinas e, à semelhança das formações anteriores, em diferentes localizações: Perafita, Coimbra, Sta. Iria da Azoia, Setúbal, Albufeira e Funchal.
ROAD HOUSE
100 NOVAS REFERÊNCIAS DE PASTILHAS DE TRAVÃO POR ANO Fabricante de peças para o aftermarket, a Road House tem vindo a apostar no desenvolvimento de novos produtos, elevando a sua capacidade ao lançamento de cem novas referências de pastilhas de travão por ano. Com certificação ECE R-90, que assegura que o produto cumpre todas as
+BATERIAS
NOVA LOJA EM LEIRIA A rede +Baterias conta com mais uma loja, localizada na cidade de Leiria e que dá continuidade ao processo de expansão. Este projeto visa, sobretudo, proporcionar aos profissionais do setor automóvel e aos automobilistas uma loja onde possam encontrar soluções em baterias a preços competitivos e com o selo de qualidade da Fiamm, marca que distribui em exclusivo. As lojas +Baterias possuem igualmente soluções para baterias nas áreas de Tração (empilhadores, veículos elétricos, etc) e Estacionária (UPS, alarmes, cadeiras rodas, etc.). Para completar a gama de produtos disponíveis existem ainda os carregadores e aparelhos da marca Electromem. Os responsáveis por esta rede dizem garantir os melhores preços do mercado, baterias para todo o tipo de veículos e equipamentos e montagem gratuita da bateria.
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normas de segurança, os componentes passam por uma série de testes, em banco e laboratório, supervisionados por um conjunto de entidades diferentes. De acordo com a Road House, e com o intuito de ser “pioneira no desenvolvimento e lançamento de novos produtos”, a empresa “não poupa meios técnicos, humanos, ou industriais no lançamento de novas referências”. Assim, cada vez que surge um novo modelo de veículo no mercado, a Road House, sempre a partir de uma peça original, inicia o processo de reengenharia. A amostra é analisada em máquinas de medição com coordenadas 3D de alta precisão. A partir dos dados obtidos, que são revistos e controlados de forma a garantir a máxima precisão dimensional, são efetuados projetos preliminares do produto a desenvolver. “Após este processo, e graças à vasta experiência da equipa de Road House, são projetados através de software específico todos os componentes da pastilha de travão (suporte metálico, material de fricção, lâmina antirruído, molas e avisador de desgaste) assim como as ferramentas para o respetivo fabrico (moldes do suporte metálico e lâminas antirruído, para além do molde da pastilha)” – explica a Road House.
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ESPECIALISTA
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As instalações da Autozitânia contemplam 12 postos de despacho de encomendas. No armazém, os artigos estão arrumados em quatro pisos, sendo que os produtos de maior rotatividade ocupam as filas dianteiras. Para acelerar o despacho, existe um rolo que faz chegar as encomendas ao piso térreo e três cais para acostagem de camiões
Autozitânia
Em direção ao topo A Autozitânia acaba de inaugurar as suas novas instalações. Localizadas em Odivelas, concretizam a vontade da empresa de continuar a crescer e de se impor como um dos principais players do aftermarket português. No ano em que celebra o seu 30.º aniversário, o objetivo é faturar mais de 30 milhões de euros. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS GONÇALO ROSA
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postada no crescimento e no reconhecimento de marca, a Autozitânia inaugurou as suas novas instalações em Odivelas. Com uma área de implantação de 4000 m2 e quatro pisos, o novo espaço coloca a empresa no top nacional em termos de capacidade e dá resposta a uma necessidade premente de armazenagem e organização logística, já que, nas anteriores instalações, a capacidade se encontrava totalmente esgotada e “fazer picking em sete pisos era um autêntico inferno”, explica, entre risos,
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Ricardo Venâncio. Segundo o administrador, que partilha a gestão com o seu pai, Francisco Venâncio, e o outro sócio da empresa, Samuel Henriques, “essencialmente o que se pensou foi dobrar a capacidade que tínhamos”, não só para conseguir responder no imediato aos pedidos, mas também “para permitir ter folga de crescimento para os próximos anos”. E as perspetivas, no ano em que a empresa comemora o seu 30.º aniversário, não podiam ser melhores. Distinguida com o estatuto de PME Excelência ano após ano, a empresa
faturou em 2015 cerca de 28 milhões de euros, naquele que foi um crescimento na ordem dos 10% para a Autozitânia e um decréscimo na rede de lojas Autozitânia 2 (ver caixa). Para 2016, o objetivo é, segundo Ricardo Venâncio, “continuar a crescer a dois dígitos”. “Queremos consolidar a nossa quota no mercado nacional”, assume o administrador. Nesse sentido, a Autozitânia tem vindo a alargar o seu portefólio, quer ao nível das referências, quer das marcas que dele constam. Neste momento, a empresa tem cerca de 80
mil referências ativas e importa mais de oito dezenas de marcas. “No fundo, o que queremos é que o cliente se sinta satisfeito e por isso, cada vez mais, a aposta tem sido na diversificação do nosso portefólio, quer seja nas marcas premium, na gama medium ou na gama price”, revela
Ricardo Venâncio, destacando, no entanto, que “o mercado português tem uma certa apetência pelas marcas premium”. Não é, assim, de estranhar que estas representem mais de 50% das vendas da Autozitânia, enquanto as marcas medium significam 30% e as low-cost 20%.
Tal diversidade comporta um enorme esforço financeiro para responder às solicitações de um cliente que não faz stock e que necessita do produto “para ontem”. “Num dia comum, seguramente temos oito milhões de euros em stock”, admite o responsável, enquanto refere:
A ALIANÇA TEMOT A Autozitânia integra, desde 2012, o Grupo Temot. Formada em 1994, esta aliança internacional opera no aftermarket independente para os segmentos de veículos ligeiros e comerciais. Com mais de 57 associados, ativos em 54 países e que empregam um total de 20 mil pessoas, a organização obteve um crescimento de 15% em 2015 e gerou uma faturação agregada total de cerca de 8,2 mil milhões de euros. Segundo Ricardo Venâncio, a entrada no grupo foi encarada como “uma oportunidade”. “Mais do que poder beneficiar das condições que estes grupos de
compras proporcionam, trata-se de aproveitar uma mais-valia que oferecem: o know-how de podermos contactar com outras pessoas que trabalham no mesmo ramo que nós, que são de outros países e têm outras experiências, e até de acompanhar tendências que ainda não chegaram a Portugal.” Neste plano, o responsável identifica que, “atualmente, em Portugal há uma tendência para a concentração. Os pequenos estão a unir-se para ganharem dimensão e tentarem continuar ativos e fazer frente aos grandes”.
Presente na maioria dos países europeus, a Temot tem na Autozitânia a única associada lusa
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Ricardo Venâncio revela que, atualmente, 60% do negócio da Autozitânia já passa pelo canal online. De igual modo, 70% do negócio da empresa está em Lisboa
“É muita responsabilidade, mas é assim que funciona. O cliente não perdoa, porque o cliente final também não lhe perdoa a ele. E quando não há neste lado, há daquele!...” De acordo com o responsável, a necessidade de responder com celeridade foi enfatizada pela “concorrência internacional”, aberta pelo canal Internet: “Se não disponibilizarmos a peça em dois dias, ao terceiro dia, a Internet proporciona e faz chegar cá a peça.” Contudo, esta é também uma oportunidade: “Neste momento, mais de 60% do nosso negócio passa pelo canal de Internet, quer seja através do nosso portal online, quer seja através da aplicação dentro do nosso ERP, que é uma ligação direta, ‘business to business’, com os nossos clientes.” Segundo o responsável, esta percentagem tem tendência para aumentar: “É uma evolução assustadora. Há três anos não tínhamos portal e, agora, num trimestre temos dois milhões de cliques no catálogo, o que é muito.” LOGÍSTICA RÁPIDA Feitas as encomendas, há que garantir que o material chega rapidamente ao cliente. “Antigamente quem tinha as peças reinava. Hoje em dia, não é assim. É preciso ter a peça, é preciso ter um preço competitivo e é preciso entregála em tempo útil”, defende Ricardo Venâncio, referindo que, atualmente, o aftermarket “é um negócio muito mais competitivo” e que “não se pode falhar”. Com essa máxima presente, a Autozitânia apostou num horário alargado para o armazém, com colaboradores a trabalharem por turnos entre as 7h00 e as 20h00, de modo a permitir que o serviço decorra durante todo o dia. “A celeridade na resposta aos pedidos é uma máxima dentro da empresa e, hoje em dia, é uma exigência do ramo”, sustenta o administrador. A realizar quatro entregas diárias em Lisboa, no Porto e em Coimbra, e duas entregas por dia no Algarve, a Autozitânia conta com meios de transporte próprios e subcontratados. No entanto, em Lisboa, onde está 70% do negócio da empresa, a distribuição é
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OS CONTORNOS DE UM GRUPO Com armazéns em Lisboa, Porto, Coimbra e no Algarve, a Autozitânia tem também uma rede de cinco lojas, que funcionam na zona de Lisboa. A operarem sob a denominação Autozitânia 2, estes espaços começaram por estar orientados para a venda ao público. No entanto, o foco na distribuição ditou que, nos últimos dois anos, o seu papel tenha sido redefinido. “Temos apostado muito nos nossos distribuidores e não faz sentido fazer com que a Autozitânia 2 compita mais com os distribuidores da Autozitânia”, explica Ricardo Venâncio. Assim, estas lojas são agora utilizadas, sobretudo, como um ponto de apoio para os clientes da Autozitânia: “Passam a ser também armazéns e os nossos clientes dessa zona passam a ter, em Lisboa, para além do armazém central, mais cinco pontos que podem usar com as mesmas condições.” totalmente entregue a terceiros, e existem onze viaturas e mais uma moto alocadas em regime de exclusividade à Autozitânia. Apesar de as entregas urgentes de uma única peça representarem, em muitos casos, prejuízo, o responsável denota que, “se não enviar, de certeza que um dos nossos concorrentes o vai fazer e a nossa janela de oportunidade encerra-se aí”. Por isso, Ricardo Venâncio é perentório: “Os anos dourados do aftermarket foram lá para trás. Hoje é preciso fazer muito bem as contas e ter mais enfoque na gestão.” No seguimento destes requisitos e com o intuito de servir melhor o cliente, segundo o responsável, na Autozitânia existe uma cultura de excelência que é incutida a cada um dos cerca de cem colaboradores que compõem os quadros da empresa. “Não podemos tomar nada como seguro”, refere o responsável, enquanto defende: “É sempre possível fazer mais qualquer coisa, pelo que procuramos, todos os dias, fazermos melhor e sermos melhores naquilo que fazemos.” Ciente de que o “dinamismo e a velocidade
com que tudo acontece são duas das características mais marcantes do aftermarket”, para alcançar esse objetivo a empresa tem na formação dos recursos humanos uma bandeira. “Vamos muito além do que é exigido por lei”, adianta. Do mesmo modo, o responsável defende que “é muito importante conseguir motivar os recursos humanos. Um colaborador motivado produz muito mais do que um colaborador desmotivado”. Por isso mesmo, nas novas instalações, pensadas para que o colaborador tenha as melhores condições de trabalham, multiplicam-se os espaços de convívio e está a ser finalizada uma sala de jogos e lazer. Além disso, e para estar sempre “em cima do acontecimento”, há uma grande preocupação em acompanhar as tendências do mercado, quer através da visita aos principais certames do setor, quer por via do networking nacional e internacional. Aliás, segundo Ricardo Venâncio o setor deveria trabalhar mais em conjunto. “As pessoas falam, mas depois no que toca a participar já não têm tempo e não pode ser assim. Têm de arranjar tempo e têm de se trabalhar para acabar com a desunião. O aftermarket tem de ser mais forte. Estamos todos no mesmo barco, não vale a pena uns estarem a remar para a frente e outros para trás. Se remarmos todos no mesmo sentido, é melhor para todos.” Por isso, deixa mesmo um apelo “a uma maior união e participação a todos os intervenientes no aftermarket, porque é a única maneira de alcançar o sucesso”.
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CONTACTOS AUTOZITÂNIA ADMINISTRADOR RICARDO VENÂNCIO TELEFONE 214 789 100 E.MAIL vendas.odivelas@autozitania.pt INTERNET www.autozitania.pt
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Padronização do trabalho
GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA Dossier Excelência na Produtividade
Padronizar
A manutenção, ao longo do tempo, de um espaço organizado, limpo e seguro pressupõe a incorporação de hábitos diários nas atividades da equipa.
também esta deve ser comunicada com uma semana de antecipação. Deve ser criada uma agenda, uma hora de início e uma hora de fim. Dicas para a agenda: 1. Reunião de todas as pessoas num local 2. Formação das várias equipas (duas a três pessoas máximo por equipa) 3. Atribuição das áreas a intervir 4. Comunicação das regras (ler este Artigo na íntegra) 5. Perguntar por dúvidas 6. Comunicar hora de início e de término da campanha 7. Comunicar hora da reunião final 8. «ir para o terreno» 9. Regressar e fazer o balanço, incluindo um forte agradecimento pelo empenho demonstrado (incluir um pequeno lanche ou equivalente, como ato de agradecimento). Comunicar que o Artigo 5 (Respeitar) dará continuidade a este trabalho e que, até lá, há que não acumular lixos ou itens desnecessários (Separar) e há que manter e reforçar os novos hábitos de organização e limpeza, mantendo uma atenção sobre todas as fontes e as origens de sujidade ou de desorganização. 10. Resolver os problemas detetados.
RECURSOS NECESSÁRIOS
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ara garantir que a oficina se mantém como um espaço limpo e organizado, é necessário empreender ações de normalização. Assim, após termos focado como “Separar”, “Organizar” e “Limpar”, o próximo passo é “Padronizar”.
EM QUE CONSISTE? A Normalização ou Padronização é o método de garantir que os três primeiros pilares se mantêm devidamente implementados e vivos; O normalizar vai integrar o Classificar, Organizar e Limpar, num todo; Este pilar vai também prevenir revezes na implementação dos três primeiros pilares, atuando como um reforço fundamental na criação dos novos hábitos diários. Síntese: estabelecer as novas regras de trabalho e formalizar a nova organização do espaço e das respetivas gamas de ordem e limpeza. QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? Não basta classificar, organizar e limpar uma vez, há que manter todo este efeito ao longo do tempo. Caso contrário, a situação volta rapidamente ao nível anterior, ou ainda pior, deteriorando novamente o espírito de equipa e fazendo com que todo o esforço inicial tenha sido em vão. Síntese: Principalmente, há que incorporar os princípios dos 5S nos hábitos diários e não tomá-los apenas como “uma moda passageira”.
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COMO PROCEDER? PASSO Há que tornar o Classificar, Organizar e Limpar tarefas diárias até que se afirmem como um hábito. Ajuda nomear um responsável pelos 5S e claramente atribuir responsabilidades à equipa, integrando os 5S nas atividades diárias normais da organização.
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PASSO Crie escalas de serviço, onde cada elemento da equipa tenha um papel ativo e onde seja periodicamente o Responsável pela condução das visitas de avaliação 5S. Verificar regularmente a implementação e manutenção dos 5S, com a ajuda de ‘check lists’ e auditorias rápidas.
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PASSO O que deve ser criado nesta fase de Padronização: Estabelecer regras de limpeza e organização e expô-las (Gamas de trabalho); Criar regras facilmente entendíveis: Painéis com indicadores nos diferentes locais, evidenciando as Escalas, as Equipas e os resultados; Uso de cores, para identificar o que está ‘bem’ e o que está ‘mal’; Placas explicativas ou informativas de reforço de comportamentos. Há semelhança de todas as anteriores fases,
Máquina fotográfica para que se tirem fotografias com a ilustração dos novos Padrões de organização do espaço oficinal a serem seguidos; Quadros Brancos e marcadores para a condução das reuniões com as avaliações 5S das equipas em cada um dos diferentes espaços da Oficina; PC e impressora para a criação e impressão das Escalas de Serviço, Padrões de Limpeza e Organização, Escalas de Auditoria, ‘check list’ de verificação e outras necessidades documentais julgadas relevantes; Os valores típicos situam-se entre 100€ a 250€ por área, para compra de itens variados de baixo valor. É usual o recurso a grandes superfícies ou a catálogos de especialidade. AVALIAÇÃO FINAL E CONCLUSÕES Para além de organizadas, as áreas devem estar limpas e com processos que garantam a sustentabilidade deste status ao longo do tempo. No final desta ação, deve avaliar se: Cada coisa está claramente identificada; Cada ponto de limpeza está claramente assinalado; A frequência das limpezas está definida; A frequência das limpezas está compreendida; Cada um dos responsáveis está nomeado; Os quadros brancos das áreas são bem compreendidos e são mantidos. PRÓXIMO ARTIGO: RESPEITAR
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Afirmação em ano recorde Considerado por muitos como o ano de afirmação do certame portuense, a terceira edição do expoMECÂNICA bateu os anteriores recordes de presenças e de visitas. O futuro do aftermarket joga-se a norte. TEXTO ANDREIA AMARAL E JOSÉ MACÁRIO FOTOS ANDRÉ HENRIQUES
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a sua terceira edição, o expoMECÂNICA – Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto contou com um total de 168 expositores, nacionais e espanhóis, que preencheram totalmente o Pavilhão 6 da Exponor e representaram um recorde face aos valores anteriormente conseguidos. Também em visitas a feira do Porto estabeleceu novo recorde: 12 729 profissionais visitaram a feira, um crescimento de 22% face à edição anterior. O crescimento refletiu-se ainda no número de eventos paralelos ao certame, prova de que o setor está cada vez mais interessado no expoMECÂNICA. Terminado o evento, muitos foram os que consideraram que, este, foi o ano da afirmação deste certame no panorama nacional. Enquanto não chega o expoMECÂNICA 2017, já agendado para os dias 21 a 23 de abril de 2017,
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fique a conhecer as novidades mais relevantes que rumaram a norte para conquistar o mercado. AZ AUTO/ MCOUTINHO Focada no alargamento do seu portefólio, tanto em termos de marcas, como de referências, a AZ Auto mostrou os seus mais recentes lançamentos. Destacaram-se as novas referências Ruville, com a introdução de novas linhas de produtos nas áreas de distribuição e refrigeração do motor, direção e suspensão. No palco principal esteve também a marca ATE, uma vez que AZ Auto está focada no desenvolvimento e implementação de Centros de Travões ATE. Naquela que foi uma participação conjunta, a “irmã” da AZ Auto, a MCoutinho, aproveitou o certame para dar a conhecer a sua oferta de produtos no segmento das marcas originais.
BAHCO Com o intuito de suportar os distribuidores e reforçar a marca, a Bahco levou ao salão a nova gama de pistolas de impacto BPC. Fabricadas em material compósito, destacam-se por serem mais leves, rápidas e potentes, uma vez que têm mais binário e velocidade disponíveis. Além disso, a marca demonstrou as novas aplicações do programa Bahco Ergo Tools Management System, com novas configurações de armazenamento, maior diversidade de ferramentas e extensível às bancadas de trabalho. BOLAS A Bolas entregou o papel de protagonista do seu stand à BETA. No universo desta insígnia, apresentou a nova linha de mobiliário Racing System, com soluções modulares à medida; a
O EXPOMECÂNICA LEVOU AO NORTE 168 EMPRESAS E 13 MIL PROFISSIONAIS DO PÓS-VENDA
linha EASY, um novo projeto da Beta, que inclui carros de ferramentas, jogos de ferramentas de manutenção geral e sortidos de chaves de caixa sextavadas; o novo kit de deteção de fugas, composto por lanterna LED de dupla função (luz branca e UV) e óculos de proteção; bem como um compressómetro digital com bateria de lítio e ecrã tátil de 5”. Destacaram-se ainda a linha profissional de gestores de bateria Doctor Charge da TELWIN e os arrancadores compactos multifunções com bateria de lítio da linha Drive e Starzilla. Na área do ar comprimido, em que representa a marca italiana FINI, o destaque foi a evolução da linha de compressores de parafuso Micro Plus e K-Max. BOSCH Num espaço irreverente e dinâmico, a Bosch Electronic Service apresentou a nova imagem do PUBLICIDADE
seu serviço de reparação para peças eletrónicas de automóvel. Durante o evento, a marca teve em demonstração o novo portal do serviço, desenhado para facilitar as encomendas online e a consulta de todos os produtos, serviços e encomendas realizadas. Adicionalmente, a nova plataforma pretende acelerar o contacto com a assistência técnica, tornando-o mais simples e eficaz. COMETIL Com um stand de grandes dimensões, a Cometil conseguiu prender o interesse dos visitantes do salão por via de inúmeros pontos de interesse. De um lado, a nova linha de mobiliário de trabalho para oficinas da marca JEA, do outro, inúmeros equipamentos oficinais. Da marca Hunter foram apresentados o Revolution, uma máquina de desmontar/montar pneumáticos totalmente automática; o Quick Tread, para medir a
altura dos canais do piso dos pneus e calcular a distância de travagem; e o Check Alignment de Pesados, para alinhar a geometria dos ângulos da suspensão e direção dos veículos comerciais pesados. Sobressaiu ainda a PA210, uma máquina mais económica, mas com sistema 3D, de câmaras, em vez de sensores convencionais. CONVERSA DE MÃOS No stand da Conversa de Mãos o destaque ia para a segurança dos profissionais da oficina. Por isso a empresa tinha em evidência uma nova máquina de desmontar da sua representada Sice, a S300. A grande novidade desta máquina totalmente hidráulica é o facto de utilizar o sistema Leverless/Touchless, que não possui ferro nem toca na jante. De acordo com o seu responsável, esta máquina permite um aperto controlado, sem risco de danificar jantes, pneus ou os componentes do sistema TPMS. Como
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monta sem ferros, permite serviços mais rápidos e, logo, maior rentabilidade para a oficina. Mas o mais importante para a Conversa de Mãos é não existirem riscos de danificar nenhum dos componentes. Em exposição estava também uma nova máquina de alinhar, com novo software e câmaras de controlo da proximidade da viatura à máquina, facilitando o trabalho do operador e, novamente, aumentando a rentabilidade. CORCET A Corcet, que comercializa em exclusivo os equipamentos da italiana Corghi, esteve este ano pela primeira vez no salão. Surpreendido pela positiva com a afluência de visitantes, César Teixeira, diretor geral da empresa, afirma que a feira começa a ganhar protagonismo entre os certames dedicados ao setor. Utilizando o expoMECÂNICA como forma de promover a imagem da Corcet e a sua presença no mercado, César Teixeira defende que esta é a melhor forma de, presencialmente, receber vários clientes e demonstrar os produtos. O grande destaque no stand da marca era a máquina de alinhar Corghi Remo, com tecnologia ‘touchless’, uma inovação em termos mundiais. DEKRA Para a Dekra, a expoMECÂNICA foi um meio de comunicação privilegiado com clientes, permitindo-lhe apresentar as mais-valias dos seus serviços e soluções. Entre eles, para além das áreas de Coaching e Consultoria ApósVenda orientadas sobretudo para Oficinas e
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Concessionários, esteve em destaque o Programa LIFE. Desenhado com o objetivo de as empresas reduzirem custos, o programa maximiza a valorização dos resíduos produzidos; evita penalizações com coimas ambientais, segurança e higiene; promove a utilização eficiente dos consumíveis e das matérias- primas; elimina os desperdícios, aumentando o ciclo de vida dos produtos; e potencia a criação e manutenção contínua de postos de trabalho organizados, eficazes, limpos e seguros. DOMINGOS & MORGADO Neste regresso à feira nortenha, a Domingos & Morgado trouxe algumas novidades que pretendem aliar a qualidade do serviço à sua rapidez, o novo paradigma do mercado, segundo declarou Domingos Lopes à TURBO OFICINA. O grande destaque foi para os equipamentos da marca John Bean, que a Domingos & Morgado representa em exclusivo no nosso país. Em estreia absoluta esteve a máquina de equilibrar John Bean B1200P, com diagnóstico incluído, um produto que, para Domingos Lopes, facilita os procedimentos, aumentando a rentabilidade das oficinas. Nas máquinas de montar, destaque para um novo equipamento em que a segunda velocidade é acionada apenas de acordo com a análise da máquina. Se esta estiver a exercer pouca força, a segunda velocidade entra; se o trabalho estiver a ser mais complicado, a máquina não altera o seu funcionamento, mesmo que o funcionário carregue no pedal. Além de um espaço dedicado a maquinaria, a Domingos & Morgado tinha um segundo espaço,
dedicado ao aftermarket. Aqui, os visitantes puderam tomar contacto com as novidades da empresa no que respeita a jantes de alumínio para veículos ligeiros e pesados e jantes de ferro exclusivas para veículos pesados. FILOURÉM O expoMECÂNICA 2016 foi o palco escolhido para a Filourém se estrear no circuito das feiras. No certame foi possível ver, pela primeira vez, os novos produtos hidráulicos para travagem e embraiagem da Italcar, uma lacuna que a Filourém tinha na sua oferta e que agora está colmatada com os produtos desta representada exclusiva. Em exposição estavam ainda os produtos da Original Birth, outra representada exclusiva da empresa no nosso país, assim como de Bremsi, Fi.ba, Japko e Febi. Com o objetivo de alargamento da sua base de clientes no norte do país, Carlos Gonçalves, sócio-gerente da empresa, afirma que a Filourém se encontra em fase de expansão, necessitando de um local para dar a conhecer os novos produtos de uma forma direta. O saldo desta estreia foi positivo, tendo a empresa conseguido realizar vários contactos, que potenciam posteriores negócios. GRUPO AD PORTUGAL O Grupo AD Portugal esteve presente com dois stands, um dedicado à AD Logistics e o outro da responsabilidade da Sonicel, que o utilizou para promover a sua nova marca de lubrificantes, a Oleoblitz. Por seu turno, o stand da AD Logistics tinha como objetivo dar a conhecer aos visitantes
Ao lado: AZ Auto e Filourém revelaram as suas novidades para o segmento de travagem. Bahco e Bolas (nas fotos centrais) apresentaram ferramentas e mobiliário. As máquinas estiveram em destaque nos stands da Cometil e da Corcet. Em baixo: Conversa de Mãos e Domingos & Morgado mostraram vários equipamentos oficinais, embora a última tenha apostado num segundo espaço, com jantes.
as várias marcas que operam e divulgar todos os produtos que oferecem às oficinas. Como novidades, a AD Logistics levou ao Porto a primeira fase da campanha de celebração do centenário da Monroe, marca de amortecedores que a empresa distribui há 50 anos. Depois do Porto, a caravana de comemoração percorrerá o país, divulgando a marca junto dos clientes AD em todo o país. Inovadora é também a campanha que a Oleoblitz lançou no certame e que envolve a oferta de viagens e bilhetes para o jogo PortugalIslândia, por ocasião do Euro 2016. Manuel da Fonseca, responsável de marketing da Sonicel, revelou à TURBO OFICINA que a presença de ambas as insígnias na feira revestese de importância, por permitir manter o contacto com os clientes atuais, garantindo também a exposição necessária à captação de novos clientes. Face às edições anteriores, os responsáveis do grupo são da opinião de que a feira está melhor, com mais expositores e com uma melhor organização. Prometem voltar para o ano, possivelmente com todas as marcas do Grupo no mesmo espaço. JOAQUIM GAMEIRO A Joaquim Gameiro levou à expoMECÂNICA uma novidade absoluta. A Cleaning Auto, que marca a entrada da empresa de Pombal na
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comercialização de equipamentos oficinais, é uma máquina de descarbonização de motores a hidrogénio. De acordo com a empresa, através deste método é possível eliminar, sem desmontar o bloco, os depósitos de carvão que se acumulam nos turbos, injetores, sondas lambda, válvulas EGR, velas, entre outros. A descarbonização, além de diminuir as avarias e aumentar a longevidade do bloco, contribui para uma melhor performance do veículo. MOTOR MÁQUINA Especialistas no comércio de peças para modelos Land Rover, a Motor Máquina estreou-se no expoMECÂNICA com o objetivo de dar a conhecer a sua nova imagem corporativa, o seu novo website e as suas novas instalações, que agora se localizam em Camarate. Renato Soares, responsável pela empresa, afirma que esta foi uma aposta ganha, pois participando no certame conseguiram estrar em contacto com muitos potenciais clientes no norte do país, onde têm também uma loja a funcionar, e dar a conhecer as suas novidades. Entre estas destaque para as novas soluções para problemas mecânicos específicos dos modelos Land Rover, novos acessórios para viaturas 4x4 e ainda aparelhos para diagnóstico dos modelos da marca britânica, mas também multimarcas.
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A RPL Clima considerou o certame uma aposta ganha, pela quantidade de contactos realizados. A opinião foi partilhada pelas estreantes Provmec e Petronas. Já habituada a estes eventos, a WD-40 teve, mais uma vez, um dos stands mais concorridos, tal como a Pro4matic, que expôs um imponente Bentley no seu espaço.
PETRONAS Uma das presenças que mais destaque mereceu na feira foi a da Petronas, que se estreou neste certame com o intuito de promover a sua presença no mercado nacional de lubrificantes. Para isso, revela Narciso Figueiredo, country manager da marca em Portugal, a estratégia escolhida foi a de participar em conjunto com os distribuidores da zona. Segundo o responsável, a aposta foi ganha, tendo sido possível mesmo canalizar algum negócio para estes distribuidores. No geral, Narciso Figueiredo faz um balanço positivo da presença da Petronas no expoMECÂNICA, revelando que esta foi uma aposta ganha em termos de imagem, pois a concorrência mais direta da marca não esteve presente. Para o responsável, este salão teria uma maior importância no mercado nacional caso existisse uma aposta de marcas de maior peso. PRO4MATIC Nuno Durão, diretor geral da Pro4Matic, revelou à TURBO OFICINA que as maiores novidades que a marca especialista em suspensões levou ao salão foram os novos amortecedores Arnott para o Mercedes ML, a par dos novos pneumáticos de marca branca para a Audi A6 Allroad. O regresso à feira portuense deu-se pela satisfação com a estreia no ano passado, mas também porque a Pro4Matic tem uma aposta estratégica na presença em feiras. Aliás, para o responsável, esta é a forma mais prática e rápida de estarem próximos dos seus clientes e potenciais clientes. PROVMEC O momento atual de crescimento da Provmec levou-a à estreia no circuito das feiras, o que aconteceu nesta terceira edição da expoMECÂNICA. Michel Reis, responsável comercial da empresa, revelou à TURBO OFICINA que o principal objetivo, em ano de estreia, era o de apresentar a empresa ao mercado, esperando o responsável a obtenção de um bom feedback dos clientes. Aproveitando a ocasião para revelar em primeira mão a sua nova imagem corporativa, a Provmec tinha em destaque os principais produtos que comercializa, motores e caixas de velocidades manuais reconstruídos. RPL CLIMA Para Rui Lopes, responsável comercial da RPL Clima, empresa algarvia especializada no comércio de componentes para sistemas de
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A celebrar o seu aniversário, a TURBO OFICINA fez-se notar no certame. Para além de distribuir revistas e sacos com ofertas aos visitantes, sorteou dois TB-01 da The Booster e uma caixa de chaves Berner. Os produtos estiveram expostos no stand da publicação, muito concorrido ao longo dos três dias de feira.
ar condicionado, era impensável não marcar presença no expoMECÂNICA: “Como líderes de mercado, queremos estar sempre presentes nos melhores eventos e este é um deles.” Para o certame nortenho seguiu também o responsável pelo departamento de Garantias da RPL Clima, Miguel Ramires, com o intuito de apresentar os procedimentos corretos na hora de desmontar compressores de ar condicionado. Com várias novidades em termos de peças para os sistemas de climatização automóvel no seu stand, Rui Lopes faz um saldo positivo da participação da empresa na feira, onde conseguiram realizar alguns negócios, mas, mais importante, fazer bastantes contactos. TURBOCLINIC A TurboClinic apresentou o TC Workbench, aquele que a empresa considera ser o único equipamento no mundo para a reparação completa de turbocompressores – a TC Workbench. A bancada all in one reúne uma série de atributos e permite efetuar: equilíbrio de turbos, ajuste das geometrias, testa e programa atuadores elétricos; e mede a eficiência compressora. Adicionalmente, e uma vez que está equipado com o Pneumatic Oil Leak Tester (que simplifica e automatiza o teste de fugas de óleo), testa fugas de óleo em cores. O equipamento destaca-se ainda pelo facto de poder estar preparado para o trabalho, em simultâneo, por parte de mais um operador. Desenvolvida internamente pela TurboClinic, a bancada está ligada à Internet, o que viabiliza a prestação de assistência técnica em tempo real. WD-40 A WD-40 utilizou o expoMECÂNICA para iniciar a divulgação da sua nova gama Specialist Motorbike. Além disso, apresentou promoções especiais para a feira nos formatos WD-40 Six Pack de 400 ml, Six Pack de 500 ml e Garrafa de 5 litros. Bastante concorrido, do stand da marca saíram milhares de brindes, distribuídos através dos sorteios e jogos que a marca costuma realizar. Artur Rodrigues, responsável de marketing da empresa, revela que a aceitação superou as expetativas da marca, conseguindo mesmo bater o recorde de 2015 no que respeita a registos.
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Brindar ao sucesso O expoMECÂNICA foi o palco das celebrações do quarto aniversário da TURBO OFICINA. Para marcar o acontecimento foi realizado um Porto de Honra no primeiro dia do certame. O evento contou com a presença de variadas personalidades do setor do aftermarket, que fizeram questão de celebrar connosco e brindar ao sucesso deste projeto do e para o setor
Júlio Santos e Andreia Amaral à conversa com Hugo Carvalho.
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Fábio e António Gonçalves, Álvaro Oliveira e João Cunha
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12 1 Joaquim Candeias, da Bilstein, e Miguel Jimeno e Juanjo Cortezón, da Talleres en Comunicación. 2 José Gameiro e Tiago Sousa, da Veneporte. 3 Mário Simões, da Tyre Protector, e Gonçalo Rosa. 4 A equipa Turbo Oficina com Rui Lopes, da RPL Clima. 5 Gonçalo Rosa com André Soares e Patrícia Lima, da MCoutinho Peças. 6 Carlos Ribas, da Bosch, e Adão Silva, da AFIA. 7 Narciso Figueiredo, da Petronas, e Gonçalo Rosa. 8 Júlio Santos, Paulo Jorge e Ana Rita, da Leirilis. 9 Joaquim e Ricardo Candeias, da Bilstein. 10 Nelly Valkanova, da ARAN, e Sara Mendes, do CASA. 11 José Macário e Pedro Azevedo, da SNA Europe. 12 Manuel da Fonseca, Filipe Ferreira e Conceição Silva, da Sonicel.
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Travagem
Oportunidades e soluções A evolução nos sistemas de travagem tem servido para diferenciar as marcas, mas também para oferecer mais segurança aos automobilistas. Como um serviço mal executado pode resultar em graves danos materiais e humanos, é importante que os técnicos se consigam manter atualizados, para intervir corretamente. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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sistema de travagem, como parte do triângulo da segurança do veículo – juntamente com os pneus e amortecedores –, é um componentechave para a segurança ativa do automóvel. Ao contrário do que se poderia, à primeira vista, pensar, o sistema de travagem está em constante evolução, acompanhando, em muitos casos, a própria evolução do automóvel: veja-se, por exemplo, o caso
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dos sistemas de recuperação da energia de travagem dos veículos híbridos e elétricos, a inclusão de sistemas elétricos para o travão de estacionamento ou mesmo os sistemas de travagem autónoma a baixas velocidades. Não indo apenas a reboque das inovações dos fabricantes automóveis, as marcas de peças introduziram melhoramentos nos componentes deste sistema, com o intuito de diminuir o ruído na travagem, minimizar
o impacto ambiental, garantir uma maior durabilidade e conseguir melhores prestações do sistema em todos os tipos de piso e condições climatéricas. Como este componente contribui imediatamente para aumentar a segurança em viagem, torna-se imprescindível saber em que estado se encontra o sistema de travagem, conseguindo que o mesmo goze do nível de manutenção de que precisa. O aspeto
AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS TROUXERAM NOVAS LINHAS DE PRODUTO PARA O AFTERMARKET
da manutenção adequada é especialmente importante num país como o nosso, onde o parque circulante se encontra envelhecido e onde existe a necessidade de investir em material de qualidade, conseguindo uma resposta adequada quando é preciso. Nos últimos anos, o automobilista luso tem atrasado as suas idas à oficina, dilatando a manutenção do automóvel mais do que seria desejável, e limitando as suas visitas à
oficina às manutenções obrigatórias, à troca de lubrificantes ou a avarias pontuais. A crise fez mossa no bolso dos portugueses e, como consequência, o fator preço tomou a dianteira quando é necessário realizar uma intervenção, por vezes sacrificando-se a qualidade dos produtos instalados. No entanto, os players do setor têm dado conta de uma inversão do paradigma. Esta alicerça-se essencialmente numa maior sensibilidade do condutor em relação ao fator qualidade quando se desloca à oficina. Carlos Gomes, gestor de produto de travagem da TRW, afirma isso mesmo, referindo como propulsor desta mudança de paradigma um maior acesso do consumidor à informação, o que leva a que este procure adquirir produtos com uma boa relação qualidade/preço. De acordo com o mesmo responsável, esta transformação, fruto de uma maior sensibilização para a segurança, tem permitido que o mercado de travagem cresça de um modo geral. Da mesma forma, Patrícia Lima, responsável de Marketing da MCoutinho Peças, é da opinião de que se verifica, no mercado nacional, uma evidente tendência para o quase abandono de marcas de fraca qualidade e preços baixos: “Chegámos a ver no mercado pastilhas a custarem meia dúzia de euros, sem qualquer garantia de qualidade, praticamente a pôr em causa a segurança dos condutores que circulam nas nossas estradas. Hoje sentimos que há uma procura de qualidade.” É nesta constante busca de maior qualidade que os fabricantes investem em Investigação e Desenvolvimento, inovando tecnologicamente para se diferenciarem da concorrência. Dos revestimentos anticorrosão da Herth+Buss ao COTEC nas pastilhas de travão da TRW, passando pelas pastilhas Eco-Friction da Jurid e pelo tratamento químico Geomet nos discos de travão da Blue Print, as inovações que os fabricantes trazem para o mercado têm também o condão de aumentar a durabilidade dos produtos e de facilitar o trabalho da oficina. Raquel Rodrigues, coordenadora de Marketing do Bilstein Group Portugal, refere que as inovações que os fabricantes trazem para o mercado representarão sempre novas oportunidades, seja do ponto de vista de desenvolvimento de um novo produto, seja de novas aplicações, ou ainda de novas abordagens ao cliente.
MERCADO A CRESCER Os distribuidores nacionais de componentes de travagem estão cientes destas oportunidades e aproveitam-nas. Para Armindo Romão, administrador da Auto Delta, o constante aparecimento de novas soluções tecnológicas permitiu o “desbloqueio” de novas linhas de produto para o aftermarket, o que se revelou muito importante para evitar a estagnação do mercado perante a situação económica que o nosso país ainda atravessa: “O sistema de travagem evoluiu de uma situação em que as inovações não apareciam para ser um dos setores mais pujantes do aftermarket.” Como forma de se diferenciarem da concorrência, num mercado pequeno e aguerrido como o português, os distribuidores apostam na qualidade dos produtos que levam aos seus clientes, bem como no preço, um fator crucial numa altura em que o consumidor se torna cada vez mais racional. Além destes dois fatores, as apostas das empresas de distribuição para melhor servir os seus clientes diferem. A Auto Delta oferece um vasto leque de marcas (Ate, Ferodo, LPR, FTE, Meyle, Japanparts, Nipparts, Comline) para poder abranger todo o mercado português, como afirma Armindo Romão: “Tanto temos uma aposta em marcas premium como nas de base. Porém, mantemos sempre padrões de qualidade elevados, aliados aos critérios técnicos das marcas que comercializamos, sob pena de perdermos todo o capital de confiança e responsabilidade que conquistámos ao longo de tantos anos.” Por seu turno, a Filourém centra a sua oferta nas marcas Bremsi (de vocação mais generalista) e Japko (para veículos asiáticos), “por questões de abrangência técnica e comercial”, dizem os seus responsáveis, afirmando ainda que, com esta aposta, conseguem uma cobertura de mais de 85% do parque automóvel nacional e a melhor relação preço/qualidade. Já a AZ Auto centra a sua atenção na marca Ate, advogando ter “a maior oferta e disponibilidade de material Ate em Portugal”. A opção prende-se com a vontade de oferecer ao cliente apenas a maior qualidade possível, elegendo, por isso, a Ate, uma marca OEM. Apesar das diferentes abordagens de mercado, numa coisa todos os distribuidores estão de acordo: uma boa rede de distribuição é uma mais-valia e um aspeto crucial para vencer no mercado nacional do aftermarket. “Por um lado, a concorrência é mais rápida e eficaz do que no passado e, por outro, a realidade do mercado passa por uma menor quantidade de stocks, funcionando muito através do pedido e entrega rápida da mercadoria.” É assim que Armindo Romão, administrador da Auto Delta, justifica a aposta da empresa
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na manutenção de um stock extenso e eficaz, que lhe permite oferecer prazos de entrega bidiários em qualquer ponto do país, desde que os itens encomendados estejam disponíveis em armazém. A Filourém tem prazos idênticos, declarando conseguir realizar entregas bidiárias e diárias, dependendo da zona do país. O fator geográfico é também o que faz variar a frequência de entregas da AZ Auto, que podem oscilar entre quatro entregas/dia e uma entrega/dia, em face também do volume de encomendas. Os fabricantes alinham com esta posição, defendendo também o papel crucial de uma boa rede de distribuição no sucesso das suas atividades. Como revela Benito Tesier, diretor geral da Brembo Espanha, é aos distribuidores que cabe o papel de comunicar aos clientes todas as características, melhorias e benefícios dos produtos da empresa: “Definitivamente, para nós, a rede de distribuição tem de ser um conjunto de parceiros, mais do que de distribuidores.” Opinião semelhante expressa Raquel Rodrigues, para quem a rede de distribuição, “os nossos parceiros locais”, tem um papel fundamental na manutenção de uma boa componente relacional com os clientes, algo que, para a responsável, é essencial neste negócio. Por reconhecer a importância deste fator relacional é que a TRW aposta em trabalhar com as melhores casas de peças nas diversas regiões do país, garantindo, além da disponibilidade de stock, o acompanhamento e esclarecimento do mecânico em todas as dificuldades que lhe possam surgir. ARESTAS A LIMAR De acordo com os fabricantes e distribuidores que a TURBO OFICINA contactou, as maiores dificuldades que os mecânicos enfrentam na hora de substituir os componentes do sistema de travagem prendem-se com a sua montagem e com descuidos, tanto no diagnóstico, como nos apertos ou sangramentos. Segundo José Pedro, formador da Car Academy, existem ainda algumas arestas a limar no que se prende com a formação dos profissionais das oficinas. O formador refere que esta é uma temática menosprezada pelos técnicos, subsistindo ainda o mito de que a travagem é um sistema simples e cujas intervenções não evoluíram muito ao longo do tempo. Daí que a formação de base seja uma das principais lacunas que este formador identifica nos profissionais que buscam os cursos ministrados pela Car Academy, a par da ligação entre a teoria e a prática: “Um bom técnico deve saber não só executar uma operação, como também ter a capacidade de saber interpretá-la”, diz José Pedro. Além disso, não é de descurar o papel da sensibilização dos técnicos para a responsabilidade inerente a estas situações,
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A TRAVAGEM É UMA TEMÁTICA MENOSPREZADA PELOS TÉCNICOS, DIZ JOSÉ PEDRO, DA CAR ACADEMY pois o técnico tem de ter presente que um serviço mal executado pode resultar em graves danos para o veículo, seus ocupantes e demais utilizadores da via pública. A formação que distribuidores e fabricantes disponibilizam é vasta e, além de ações pontuais, inclui a componente online. Exemplo disso é a Brake System Academy, da Brembo, um DVD em mais de 20 idiomas que examina os detalhes mais técnicos de todos os componentes, bem como o seu funcionamento e manutenção; mas também a plataforma F-M Campus, da Federal-Mogul; ou o conceito Centro de Travões Ate, dinamizado em Portugal em exclusivo pela AZ Auto, que além do apoio em linha, também garante ajuda presencial às empresas que assim o solicitem. Em adição, as empresas recorrem aos serviços de entidades certificadas na formação dos seus colaboradores. “Felizmente, ainda existem muitas empresas que investem na formação dos seus colaboradores”, diz José Pedro, para quem tal investimento será determinante para o sucesso num mercado cada vez mais feroz e competitivo como o da reparação automóvel, até porque a evolução exponencial dos sistemas de travagem obriga a que os técnicos possuam “conhecimentos técnicos de ponta”, para não danificarem o sistema, provocando-lhe danos irreversíveis: “Uma simples substituição de pastilhas de travão pode ser uma odisseia para um técnico sem formação.”
BOAS PRÁTICAS Gonçalo Pinto, consultor técnico do Bilstein Group Portugal, revela as melhores práticas durante uma intervenção para a substituição de componentes de desgaste num sistema de travagem. Assim, e segundo este consultor, a intervenção deve começar pelo teste de higroscopia ao fluído de travagem, atentando que a percentagem de água não ultrapasse os 4% para não comprometer a segurança. Como resultado do teste, deve ajustar-se o nível, certificando-se de que este não está no máximo, pois o procedimento vai fazê-lo subir. Ao remover as rodas, o técnico deve sempre verificar o estado dos pneus, bem como da jante. Em seguida, deverá inspecionar-se a zona
circundante ao sistema, os componentes da suspensão e direção que estão ligados à roda, tendo especial atenção a casquilhos e rótulas. A desmontagem começa com a remoção das pastilhas, devendo desconectar-se o sensor de desgaste para não danificar a instalação elétrica. De referir que a Bilstein recomenda a sua substituição a par com as pastilhas. Removida a bomba de travão, o disco é o próximo componente a ser removido, tendo o cuidado de nunca aplicar força excessiva ou impactos fortes, pois estes podem danificar o rolamento. Depois de retirar as pastilhas e os discos, o técnico deve inspecionar os componentes, para assegurar que não existem indícios de mau funcionamento do sistema. A bomba de travão e a superfície de fixação do disco devem ser devidamente limpas e os elementos de vedação da bomba de travão inspecionados, para certificar o seu bom estado. Depois da limpeza e inspeção, a remontagem começa com o disco, devendo garantir-se a ausência de resíduos de lubrificante na superfície de fricção. Em seguida, as pastilhas devem ser colocadas na bomba, aplicando-se massa lubrificante específica nas zonas de escorregamento da pastilha na bomba de travão. Depois, deve aplicar-se a bomba no veículo, recorrendo ao aperto correto. No final, o técnico deve efetuar um teste de estrada de forma a assegurar o bom funcionamento do sistema de travagem.
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dossier
O
ANCIA
Travões à lupa Os centros de inspeção nacionais mantêm-se a par de todas as inovações introduzidas nos sistemas de travagem. Além disso, implementam mecanismos para evitar “descuidos” que comprometam a segurança. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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sistema de travagem de um veículo automóvel deve assegurar que este se imobiliza num determinado espaço de tempo e distância. Para esta performance concorrem vários fatores, sendo o principal deles a manutenção a que o sistema deve ser sujeito, com o intuito de garantir que as várias partes que o compõem estão nas melhores condições sempre que o condutor necessita da sua intervenção. Apesar da sua importância, existe ainda um número bastante elevado de veículos que chumbam nas Inspeções Periódicas Obrigatórias (IPO) devido a deficiências no sistema de travagem, como nos revelam os dados cedidos pela ANCIA, a Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel. Entre 2010 e 2014, a percentagem de veículos chumbados por deficiências de travagem tem oscilado entre os 13,2% e os 14,35%. Apesar de o número de veículos reprovados nas inspeções ter vindo a baixar continuadamente, os chumbos com origem nos sistemas de travagem não têm acompanhado essa descida, registando-se uma subida em 2011 e nova subida em 2014. A mesma entidade revela que as deficiências mais comuns encontradas pelos inspetores nos sistemas de travagem são seis: Equilíbrio de travagem em rodas do mesmo eixo; comando do travão de estacionamento com afinação incorreta; pouca eficiência do travão de estacionamento; fraca eficiência do travão de serviço; falhas nos circuitos de ligação do sistema de travagem – tubagem flexível/tubagem rígida; e o estado mecânico de tambores/discos de travão. A importância do sistema de travagem dita um profundo escrutínio durante a inspeção, existindo nada menos que cinco categorias em análise, que englobam um total de 96 deficiências passíveis de deteção, sendo a esmagadora maioria equivalente a um chumbo. De todas as deficiências possíveis de encontrar em veículos ligeiros (nos pesados são mais), 11 são deficiências do Tipo 3, 76 do Tipo 2 e apenas nove do Tipo 1, as únicas que não implicam um chumbo imediato. A grande importância do correto funcionamento deste sistema, aliada à sua constante evolução, faz com que os centros de inspeção tenham de acompanhar a inovação tecnológica. Como diz Paulo Areal, presidente da direção da ANCIA, para se manter a par de todas as melhores práticas, esta associação é membro permanente do CITA – International Motor Vehicle Inspection Committee, participando em reuniões técnicas sobre as diferentes áreas da inspeção, onde são discutidos e realizados trabalhos técnicos de pesquisa
REPROVAÇÃO POR ANOMALIAS NOS SISTEMAS DE TRAVAGEM
VEÍCULOS REPROVADOS POR ANOMALIAS NO SISTEMA DE TRAVAGEM
2010
910381
13,90%
126543
2011
844033
14,35%
121119
2012
760573
14,12%
107393
2013
675480
13,20%
89163
2014
647371
13,30%
86100
ANO
TOTAL DE VEÍCULOS REPROVADOS
O SISTEMA DE TRAVAGEM E AS IPO
e aperfeiçoamento e são estudadas as melhores metodologias de inspeção a implementar nos centros de inspeção de todo mundo. Desta feita, o presidente da ANCIA afirma que, ao longo dos seus 22 anos de atividade, os centros de inspeção portugueses sempre responderam às novas tecnologias desenvolvidas pelos construtores, mas também às exigências da legislação que tem vindo a ser publicada, como é o caso da Portaria 221/2012, que estabelece os requisitos técnicos dos centros de inspeção no nosso país. Além da aposta em equipamento, os centros PUBLICIDADE
apostam na formação dos seus inspetores, realizando-se todos os anos formações de aperfeiçoamento nas diferentes matérias, o que inclui os sistemas de travagem. A própria ANCIA disponibiliza todos os anos um plano de formação adaptado às necessidades dos centros, bem como realiza anualmente jornadas técnicas e formações específicas sobre estas metodologias. A par de uma formação constante, é importante garantir que os inspetores são imparciais e independentes, como decorre da Norma NP EN ISO IEC 17020:2013. Por isso os centros criam mecanismos de salvaguarda, alguns deles preconizados pela Portaria 221/2012. Exemplo disso é, diz Paulo Areal, a integração dos resultados de todos os equipamentos da linha de inspeção num único ‘print’, além do registo fotográfico automático no momento do ensaio de travagem, feito através do reconhecimento ótico da matrícula. Apesar de todas as precauções, o responsável máximo da ANCIA não exclui a possibilidade de existirem exceções a estas boas práticas, referindo, no entanto, que “isso entra no âmbito da competência das autoridades”. Para Paulo Areal, estas situações, “a existirem, podem ocasionar situações
Paulo Areal destaca que a ANCIA pertence à CITA
graves para a segurança rodoviária, quer para a própria pessoa, quer para terceiros, pondo em causa a fiabilidade e garantia de funcionamento do veículo, principalmente em situações de emergência, quando todos os órgãos mecânicos são solicitados e devem responder, pelo menos, nas condições mínimas de segurança exigidas”.
D2
dossier
Calibração de instrumentos
PARCERIA
Medição da travagem Os frenómetros medem vários parâmetros relacionados com os sistemas de travagem de veículos, sendo, por este motivo, muito relevantes para a Segurança Rodoviária. A exatidão das medições que apresentam é garantida pela sua calibração periódica.
O
Departamento de Metrologia Fisica e Tecnológica do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), pelo Laboratório de Metrologia Automóvel efetua calibrações acreditadas a frenómetros para veículos ligeiros e frenómetros para veículos pesados (força vertical e tangencial) que se encontram usualmente instalados em Centros de Inspeção Automóvel e centros de reparação automóvel. A calibração acreditada significa ter o reconhecimento da competência técnica pela única entidade acreditadora que efetua a regulação dos organismos de certificação em Portugal, o Instituto Português de Acreditação (IPAC).
FRENÓMETROS O frenómetro é um equipamento constituído genericamente por um chassi autoportante, rolos cilíndricos e células de medição de força (vertical e tangencial). As rodas de um mesmo eixo de veículos são acomodadas no frenómetro, que, ao aplicar as forças vertical (vulgarmente designada por peso do veículo) e tangencial (vulgarmente designada por força de travagem), permite quantificar valores relativos à travagem de um veículo. Estas medições são efetuadas instantaneamente ou em contínuo, entrando no cálculo da eficiência e desequilíbrio da travagem de veículos. É ainda medida a ovalização dos sistemas de travagem que surge associada ao fenómeno contraproducente de irregularidade na aplicação da força de travagem, causada por defeito e/ou incorreto funcionamento dos elementos constituintes dos sistemas de travagem. Um veículo que apresente uma eficiência de travagem e desequilíbrio de travagem em concordância com o preconizado na legislação é um garante para a segurança
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dos ocupantes e da segurança rodoviária no geral. SISTEMAS DE MEDIÇÃO DE FORÇA VERTICAL O sistema de medição de força vertical viabiliza a aplicação deste tipo de força sobre um equipamento, permitindo medir e confirmar a exatidão do equipamento. Estes sistemas permitem medir a força vertical aplicada em bancos de suspensão e frenómetros. O ISQ foi pioneiro na utilização deste sistema, que disseminou, e se encontra vulgarizado e em uso pela maior parte dos laboratórios da área automóvel. Consagra um sistema hidráulico de aplicação de força vertical e uma estrutura constituída por vigas em aço. As vantagens são o aumento da eficácia, redução do tempo de operação e dos custos, e, aumento da eficiência da gestão
logística. Estas características foram muito incrementadas face aos sistemas anteriores, que consistiam no uso de massas que eram aplicadas sobre os equipamentos. A medição e verificação da conformidade e exatidão desta grandeza física nos equipamentos é de relevância extrema para a segurança dos ocupantes dos veículos e para a segurança rodoviária, pois entra no cálculo da eficiência de travagem dos frenómetros e no cálculo do desequilíbrio dos ensaios efetuados aos sistemas de travagem de veículos. A Metrologia estabelece o ponto de referência no qual assenta a conformidade e aceitação ao uso dos Instrumentos de Medição e Equipamentos, onde todos operam de acordo com especificações técnicas e/ou legais, o que constitui um garante da conformidade legal, qualidade e segurança dos serviços prestados ao utilizador final.
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Ford Ranger Cabina Dupla Limited Start&Stop
Brinquedo de gente grande Mais do que um cavalo de trabalho com três tipos de cabina e outras tantas caixas de carga, a renovada Ford Ranger é uma afirmação de estilo. E até pode ser uma alternativa aos SUV da moda. TEXTO RICARDO MACHADO FOTOS JOSÉ BISPO
A
pesar de não ter grande tradição no mercado português, a Ford Ranger é uma das pick-ups mais populares a nível global. Uma história de sucesso baseada em níveis elevados de fiabilidade e funcionalidade. A estas características essenciais a um veículo de trabalho a Ford juntou uma grande dose de design. Goste-se ou não, não há como ficar indiferente à imponência da grelha dianteira, à expressão das novas óticas ou mesmo à qualidade do interior. Esta última deu um importante salto qualitativo, aproximando a Ranger dos veículos de passageiros, com os quais rivaliza na oferta de equipamentos. Ensaiámos a versão mais equipada da motorização 2.2 TDCi de 160 CV, com tração integral e caixa manual de seis velocidades. Ao contrário da versão de acesso, XL,
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disponível em todas as carroçarias desde os 28 140€ da cabina simples de dois lugares, a Limited é exclusiva das versões cabina dupla. Custa 41 518€, mas tem mais três lugares, troca as jantes de aço de 16’’ por jantes em liga leve de 17’’ e não limita o equipamento ao ESP, vidros elétricos, rádio com ligações Bluetooth, AUX e USB ou ar condicionado manual. Há um ecrã TFT de 8’’ para controlar o rádio e o sistema Ford Sync 2 com controlo por voz, ajuste elétrico do banco do condutor, cruise control, sensores de estacionamento traseiros, revestimento da zona de carga com proteções laterais e tomadas de 12 V, barras desportivas
2.2 TDCI 160 CV
1549 X 1560 MM DIMENSÕES DA CAIXA DE CARGA
tubulares, ar condicionado automático bizona e bancos em pele. VOCAÇÃO FAMILIAR
Com quatro portas e cinco lugares, a Ford Ranger de cabina dupla é a que melhor se adequa a uma utilização familiar. Ao substituir os bancos de utilização ocasional e os painéis de abertura invertida da cabina alongada por duas portas e três lugares reais, troca capacidade de carga por conforto. Embora o comprimento da caixa desça dos 1847 mm para os 1549 mm, sempre com 1560 mm de largura, a capacidade de carga útil bruta máxima
6,5 L 100 KM
171 G/KM CO2
41 518
(C/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA
Com exceção da posição de condução muito elevada, o interior segue as linhas da gama de passageiros da Ford. Há um ecrã TFT de 8’’ para controlar o rádio e sistema Ford Sync 2 com controlo por voz
aumenta marginalmente, dos 1241 kg da cabina alongada para os 1258 kg desta cabina dupla. O verdadeiro cavalo de trabalho da Ranger é a cabina simples, que estica a caixa até aos 2317 mm e fixa o teto da carga útil bruta máxima nos 1403 kg. Como todas as versões com tração integral, a Ranger das imagens pode rebocar até 3500 kg e atravessar água até 800 mm de profundidade. O sistema de tração integral é comandado por um seletor rotativo ao lado da caixa de velocidades, podendo a passagem da tração traseira para integral ser feita em andamento. Para ajudar a Ranger a ultrapassar obstáculos mais técnicos ou terrenos complicados é preciso parar para engrenar as redutoras. Depois, é pura diversão. O motor Duratorq 2.2 TDCi de 160 CV tem 385 Nm de binário, disponíveis entre as 1500 e as 2500 rpm. Pode não ser um foguete a ultrapassar, mas com a caixa de redutoras até trepa paredes. Como é costume, os 6,5 l/100 km anunciados não passam de uma miragem, com a média ponderada real a subir para os 9,8 l/100 km. Um valor elevado que, juntamente com a classe 2 nas portagens, não faz da Ranger uma escolha óbvia para quem precise de percorrer longas distâncias. Uma pena porque, atendendo apenas ao conforto e à funcionalidade, seria uma opção a ter em conta.
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RAIO-X
CONTITECH
KITS DE CORREIAS FACILITAM SUBSTITUIÇÃO A ContiTech tem em comercialização um total de 110 kits de substituição de correias auto, que incluem todos os componentes necessários para esta intervenção e garantem uma maior facilidade de operação. Cobrindo a maioria das aplicações, todos os componentes dos kits têm, segundo a marca, qualidade OE, incluindo os pequenos consumíveis. “Graças à nossa relação estreita com os fabricantes e com as oficinas, sabemos que componentes incluir nestes kits”, diz Dennis Roth, gestor de produto da ContiTech. “Queremos oferecer não apenas produtos de elevada qualidade, mas também um conjunto completo, que permite que os nossos parceiros no retalho e nas oficinas trabalhem de forma mais eficiente”, conclui Roth.
NOVO CATÁLOGO PARA PINTURA A Zaphiro, empresa dedicada ao comércio de produtos ‘non-paint’ para a pintura auto, lançou um novo catálogo de produtos, que incorpora um elevado número de importantes novidades. Destaca-se a nova linha de produtos para reparação de componentes de plástico, fruto do acordo da empresa com a francesa MixPlast, bem como uma gama completa de adesivos pur e epoxy e a nova Magic Stapler, uma eficaz ferramenta de produtividade para fundir peças de plástico com facilidade. No catálogo da Zaphiro, há ainda espaço para a gama Spray Max, uma linha produtos de pintura em spray, e para a FillClean, máquina que permite encher aerossóis, viabilizando a possibilidade de as oficinas criarem os seus sprays à medida das necessidades. O catálogo contempla também um grande número de produtos orientados para cobrir as necessidades diárias das oficinas de chapa e pintura, merecendo destaque a nova família de polimentos Polish 1-2-3, Heavy Cut, Antihologramas, Wax, Easy Pads e Clean&Shine; os práticos pads para tapar sensores de estacionamento, o novo revestimento de proteção antigravilha e os Bumper Paint, que completam a gama de tintas protetoras da Zaphiro.
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Campanha “Verdadeiros Originais” na terceira fase A
ZAPHIRO
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TRW
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TRW Aftermarket anunciou o lançamento da terceira fase da sua campanha de comunicação “Verdadeiros Originais”. Focando-se, desta vez, no programa de componentes de direção e suspensão, esta campanha transmite os mais de 100 anos de experiência da marca, enquanto fornecedor de equipamento original (OE) e como essa experiência se reflete diretamente na sua oferta de produtos para o mercado de pós-venda automóvel. Utilizando mensagens personalizadas, a campanha destina-se a todos os níveis da cadeia de fornecimento da Europa: distribuidores, oficinas e consumidores finais. Na mesma linha das fases anteriores, em que se apresenta um “Verdadeiro Original” da TRW, esta fase conta com a participação
de Mike Bellaby (na foto), Engenheiro de Desenvolvimento de Produtos no Reino Unido, e que é também, nos seus tempos livres, piloto de sidecar e inspetor dos veículos que competem nessas provas. Bahar Sabet, Diretora de Comunicação da TRW Aftermarket, afirma: “O material da campanha é dinâmico e inovador, revigorando as nossas mensagens chave relativas à qualidade original, aos testes aprofundados que realizamos, à extensão e à abrangência da gama de produtos e à nossa competência técnica em geral. Reitera não só a nossa posição como especialistas em soluções de segurança, como também recorda o mercado de que oferecemos serviços de valor acrescentado da mais elevada qualidade.”
AXALTA
NOVA UNIDADE DE NEGÓCIO DE SOLUÇÕES ENERGÉTICAS A Axalta Coating Systems, fornecedor líder global de tintas líquidas e em pó, apresentará a sua unidade de negócio de Soluções Energéticas no salão Coil Winding Expo (CWIEME), que decorrerá em Berlim, Alemanha, de 10 a 12 de maio. Marcus Nünning, Business Manager para o negócio de Soluções Energéticas da Axalta na Europa, Médio Oriente e África, comenta: “Participar na CWIEME é a oportunidade ideal para podermos apresentar
aos nossos potenciais e atuais clientes a nossa mais recente gama de produtos Voltatex, os quais ajudam a proporcionar isolamento e proteção contra a corrosão para condutores e componentes elétricos.” Os esmaltes para fios, as resinas de impregnação de poliesteramida não saturada e os vernizes Voltatex para lâminas de aço elétrico são alguns dos produtos que integram esta gama da Axalta.
Nexus
TENNECO
Novidades no mercado americano
A
Nexus acaba de adicionar ao seu rol de empresas associadas a Automotive Parts Associate (APA) e a Vipar Heavy Duty, ambas na região da América do Norte. Gaël Escribe, CEO da Nexus Automotive International, afirmou a este respeito: “Tínhamos delineado recentemente o objetivo estratégico de fazer da América do Norte a nossa região número um. Com a entrada da APA e da Vipar, e com o contributo da The Network, esses planos estão a tornar-se realidade antes do previsto.” A APA é a uma cooperativa composta por 95 distribuidores independentes e com 375 locais na América do Norte. Os centros de distribuição localizados nos EUA e no Canadá oferecem aos clientes tanto marcas nacionais como marcas internacionais importadas através da SIPS (Society of Import Parts Specialists) e de importadores independentes. Por seu turno, a Vipar Heavy Duty é a maior rede de distribuidores PUBLICIDADE
independentes de peças de aftermarket para camiões da América do Norte, com mais de 550 locais nos EUA, Canadá, Porto Rico e México. A família Vipar inclui ainda as marcas Power Heavy Duty e Global Parts. Em conjunto, representam mais de 260 empresas de distribuição, com mais de 775 locais em toda a América do Norte, duas fábricas de travões e dois centros de distribuição de peças.
FORNECEDOR DA SUSPENSÃO DO BMW SÉRIE 3 A Tenneco está a fornecer a sua Suspensão Inteligente Monroe como parte da oferta de suspensão adaptativa M para o novo BMW Série 3. A Suspensão Inteligente Monroe foi concebida para responder às mudanças das condições da estrada em milésimos de segundo e adaptar a condução de acordo com a preferência do condutor. Segundo o grupo BMW, o amortecedor continuamente variável semiativo (CVSA) aplicado no sistema de suspensão adaptativo M ajuda a estabilizar o veículo, melhorando o conforto e a segurança dos ocupantes, enquanto os ajustes dos amortecedores para mais rígidos no modo sport ajudam a criar uma sensação dinâmica impressionante. Os condutores podem alternar entre configurações de suspensão premindo o botão de controlo “Driving Experience”. Sensores nos amortecedores CVSA e o sistema de direção transmitem continuamente dados sobre a condição da estrada e da situação de condução a um computador de bordo, que, em seguida, ajusta os amortecedores em tempo real para obter melhor desempenho.
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Jaguar F-Pace
Quem faz o quê?
O
novo Jaguar F-Pace já esteve em exposição em Portugal, no passado mês de fevereiro, primeiro em Lisboa e mais tarde no Porto. Nestas duas ocasiões, os interessados no modelo britânico puderam descobrir as enormes potencialidades de personalização para o F-Pace, como o sistema de aquecimento dos bancos, fornecido pela IGB Automotive, ou
as afinações sensoriais dos bancos (6 vias), da responsabilidade da Brose. A dotação tecnológica também é de excelência, como o comprovam o radar eletrónico, oriundo da Delphi, ou a cortina da grelha ativa, que chega às linhas de montagem da unidade de Solihull, no Reino Unido, pelas mãos da Röchling Automotive.
Disponível em Portugal a partir de €52 316, o novo SUV britânico estará disponível nas versões Pure, Prestige, Portfolio, R-Sport, S e First Edition, que contam com o programa Jaguar Care, que inclui três anos de manutenção e também assistência em viagem sem limite de quilometragem. Saiba quem faz o quê no mais recente SUV do fabricante britânico na tabela abaixo.
COMPONENTES FORNECEDOR
COMPONENTE
FORNECEDOR
COMPONENTE
BOSCH
Sistema de controlo dos travões
PLASTIC OMNIUM
Para-choques (dianteiro e traseiro)
BROSE
Afinações sensoriais dos bancos (6 vias)
COOPER STANDARD AUTOMOTIVE
Tubos dos travões
CARCOUSTICS
Anteparas
DANA
Veios de transmissão (dianteiros e traseiros)
CIKAUTXO
Tubagens do sistema de arrefecimento
EAGLE OTTAWA
Encostos de cabeça em pele
DELPHI
Radar eletrónico
IGB AUTOMOTIVE
Sistema de aquecimento dos bancos
DENSO
Bobina de ignição
LAIRD TECHNOLOGIES
Antena de tejadilho GNSS
DRÄXLMAIER
Cablagens elétricas do motor (4 cilindros)
MARTINREA INDUSTRIES
Tirantes inferiores do eixo traseiro
GENERAL BEARING
Rolamentos da coluna de direção
SOLE SPA
Revestimento do pilar C
KAUTEX TEXTRON
Esguichos de lavagem dos faróis
PROFIL
Uniões da carroçaria
KSPG AUTOMOTIVE
Bomba de vácuo
STADCO
Elementos estruturais estampados
MAHLE
Condensadores
MAGNI GROUP
Cobertura das fixações
MANN + HUMMEL
Depósito de expansão do refrigerante
TRELLEBORGVIBRACOUSTIC
Amortecedor de borracha do diferencial traseiro
RÖCHLING AUTOMOTIVE
Cortina da grelha ativa
U-SHIN
Tranca eletrónica da coluna de direção
TUPY/SINTERCAST
Bloco do motor em grafite compactada
VALEO
Câmara de marcha-atrás
AUTONEUM
Cobertura do motor
ZF
Transmissão automática de 8 velocidades
THYSSENKRUPP
Árvores de cames
DOW AUTOMOTIVE
Espumas de poliuretano (interiores)
AMTEK TEKFOR
Bielas
GESTAMP
Sub-chassis traseiro
NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com
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Barómetro
Evolução lenta No primeiro trimestre de 2016, as empresas ligadas ao setor automóvel registaram uma descida em toda a linha no que respeita a nascimentos. Apesar de se constituírem menos empresas no setor, as insolvências e encerramentos também estão em baixa, sinal de uma evolução lenta, mas favorável.
Tecido empresarial do setor Março 2016 EM NÚMERO
TEXTO JOSÉ MACÁRIO
O
panorama de crise no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças foi debelado durante o ano de 2015. Depois de invertida a tendência, o importante é consolidar o bom momento do setor, o que se pode verificar pelas descidas registadas no número de empresas que se declararam insolventes ou fecharam portas durante os três primeiros meses de 2016. Apesar de se terem registado também menos nascimentos de empresas, algo que aconteceu em todos os subsetores em análise, o facto de as empresas conseguirem cumprir as suas obrigações fiscais e manterem as portas abertas é um claro sinal de que o mercado está a retomar, ainda que muito lentamente, deixando pouco espaço para novos players. Analisando os dados revelados pela Informa D&B é possível dar conta de que, no panorama geral, até ao final de março, nasceram em Portugal 363 novas empresas ligadas ao setor, um decréscimo de 15,6% face ao registado em período homólogo de 2015, em que houve registo de 430 novas empresas a chegar ao mercado dos concessionários, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto. De igual forma, o número de encerramentos foi 13,7% inferior ao que se havia registado nos três primeiros meses de 2015, com 102 extinções, contra as 88 registadas no primeiro trimestre deste ano. Também as insolvências registaram uma variação homóloga negativa nestes três primeiros meses. O saldo cifrou-se nos -37,2%, fruto do registo de 27 insolvências em 2016, valor que havia sido de 43 no trimestre homólogo de 2015. Se atentarmos na dinâmica regional do setor, podemos constatar o importante contributo da Região Autónoma dos Açores para os resultados finais. Aqui registou-se um dos dois únicos aumentos nacionais no nascimento de empresas, tendo sido contabilizado um impressionante aumento de 150% no nascimento de empresas e nenhum caso de encerramento ou insolvência. A outra região onde se registou um aumento
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da “natalidade” de empresas deste setor foi na Área Metropolitana de Lisboa, com 6,7% de crescimento no que respeita a nascimentos, mas também o maior índice de encerramentos nos últimos três meses: mais 37,5% do que em igual período de 2015. GROSSISTAS SÃO OS MAIS EXPRESSIVOS É no subsetor dos grossistas de peças e acessórios auto que estes resultados mistos têm maior expressão, espelhando-se nele as maiores variações de todo o tecido empresarial português. Neste particular, e sempre tendo em linha de conta a variação homóloga entre o primeiro trimestre de 2015 e 2016, os dados da Informa D&B apontam para uma descida de 41,7% de nascimento de novas empresas (14 vs 24), mas também para um recorde nacional de descida de casos de encerramento de empresas: menos 75%. No caso das insolvências a descida é ainda maior. Com apenas uma insolvência registada no período em análise, face às seis de igual período do ano anterior, a descida cifra-se nos 83,3%, um novo máximo nacional. Se nos focarmos no subsetor dos concessionários auto, os dados revelam uma descida de 19,3% no nascimento de empresas, a que se junta um aumento de 7,1% nos encerramentos, contraposto por menos 57,1% no que respeita a insolvências. O cenário continua a ser favorável nas oficinas, apesar do aumento de 25% no que respeita a insolvências. A este registo menos bom contrapõe-se a variação negativa de 27,3% nos encerramentos, ainda que também se registe uma quebra no nascimento de empresas, no caso, de 8,9%. Para terminar a análise ao setor resta revelar que é entre os retalhistas de peças e acessórios auto que se regista o maior aumento de encerramentos, que cresceram 45,5% nestes três meses. A este aumento soma-se a descida de 15,9% no que respeita a nascimento de empresas, contrapondo-se a estes dois valores uma importante descida de 54,5% no campo das insolvências.
4877
3335
3237
845
454
197
275
EM PERCENTAGEM
36,9 25,2
24,5
6,4
3,4
1,5
2,1
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO MARÇO 2016 HOMÓLOGA MARÇO 2016 HOMÓLOGA MARÇO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 139 -27,2% CENTRO 76 -15,6% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 111 6,7% ALENTEJO 18 -14,3% ALGARVE 8 -33,3% R. A. AÇORES 5 150,0% R. A. MADEIRA 6 -40,0%
39 -7,1% 18 -37,9%
13 -27,8% 8 0,0%
22 5 3 0 1
4 1 1 0 0
TOTAL 363 -15,6%
88 -13,7%
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto
37,5% 0,0% -25,0% - -83,3%
-66,7% -50,0% -100,0% -100,0%
27 -37,2%
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto (CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros)
VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
MARÇO 2016 ACUMULADO MARÇO 2015 ACUMULADO SETOR MARÇO 2016 MARÇO 2015
TECIDO EMPRESARIAL
MARÇO 2016 ACUMULADO MARÇO 2015 ACUMULADO SETOR MARÇO 2016 MARÇO 2015
TECIDO EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
-5,5%
NASCIMENTOS
106
363
127
430
-15,6%
(CONSTITUIÇÕES)
ENCERRAMENTOS
31
88
45
102
-13,7%
5,5%
(EXTINÇÕES)
INSOLVÊNCIAS
42
138
56
171
-19,3%
-5,5%
12
30
11
28
7,1%
5,5%
2
6
4
14
-57,1% -22,4%
(CONSTITUIÇÕES)
ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)
7
27
13
43
-37,2% -22,4%
Principais ocorrências no setor das oficinas (45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis)
INSOLVÊNCIAS
Principais ocorrências no setor dos grossistas de peças e acessórios auto (45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis)
VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
MARÇO 2016 ACUMULADO MARÇO 2015 ACUMULADO SETOR MARÇO 2016 MARÇO 2015
TECIDO EMPRESARIAL
MARÇO 2016 ACUMULADO MARÇO 2015 ACUMULADO SETOR MARÇO 2016 MARÇO 2015
TECIDO EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
-5,5%
NASCIMENTOS
47
174
54
191
-8,9%
(CONSTITUIÇÕES)
ENCERRAMENTOS
15
40
24
55
-27,3%
5,5%
(EXTINÇÕES)
INSOLVÊNCIAS
5
14
9
24
-41,7%
-5,5%
0
2
5
8
-75,0%
5,5%
(CONSTITUIÇÕES)
ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)
4
15
6
12
25,0% -22,4%
FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.
INSOLVÊNCIAS 1 1 1 6 -83,3% -22,4%
Principais ocorrências no setor dos retalhistas de peças e acessórios auto (45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis) VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) MARÇO 2016 ACUMULADO MARÇO 2015 ACUMULADO SETOR MARÇO 2016 MARÇO 2015
TECIDO EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
12
37
8
44
-15,9%
-5,5%
4
16
5
11
45,5%
5,5%
0
5
2
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-54,5% -22,4%
(CONSTITUIÇÕES)
ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)
INSOLVÊNCIAS
FICHA TÉCNICA Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.:
Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de
atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)).
A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt
MAIO 2016
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TURBO OFICINA
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ESPECIALISTA
PARCERIA
reparação
Carroçarias híbridas
Evolução e design das carroçarias em aço/alumínio O termo híbrido está a tornar-se cada vez mais habitual no mundo automóvel; normalmente faz referência aos veículos que podem combinar um motor elétrico e um de combustão, com o objetivo de obter mais eficiência e menos substâncias poluentes. No entanto, este conceito é aplicável não só a todos os tipos de fonte de energia mas também a outros âmbitos, nomeadamente à carroçaria. Se procurarmos a definição no dicionário, híbrido refere-se a tudo o que resulta de elementos de diferente natureza. Efetivamente, neste caso referimo-nos a carroçarias fabricadas a partir de materiais de diferente natureza. TEXTO JUAN S. MONTES
T
radicionalmente, a carroçaria do automóvel era fabricada principalmente com aço; nos últimos anos foram incorporados diferentes tipos de aço de alto e muito alto limite elástico, procurando reduzir o peso e aumentar a resistência estrutural. Devido a, entre outros motivos, às restritivas normas antipoluição, os fabricantes foram obrigados a reduzir o peso total do veículo; com este intuito alguns optaram pelo fabrico de carroçarias completas em alumínio, o que permitiu obter uma importante redução do peso e maior rigidez.
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MAIO 2016
O alumínio é um material que, pelas suas características, confere uma série de vantagens ao fabrico de carroçarias: menor peso, maleabilidade, diferentes tipos de fabrico por laminação, capacidade de extrusão ou para obter peças fundidas, boa capacidade de absorção de impactos, etc. Não obstante, existem alguns inconvenientes como o custo de produção, os sistemas de união, o facto de se tratar de um material mais macio... Por outro lado, o aço é mais pesado, mas mais resistente e pode ser soldado facilmente por pontos de resistência; atualmente é o material
mais utilizado na indústria automóvel. A evolução no design e fabrico de carroçarias procurou aproveitar as vantagens de ambos os materiais, combinando-os, o que resultou nas carroçarias híbridas; dependendo das necessidades ou requisitos da mesma, podemos encontrar uma combinação por peças completas, por módulos, por secções ou, simplesmente, alguma peça determinada. TIPOS No âmbito da construção, devemos diferenciar entre vários tipos de carroçarias
A CARROÇARIA HÍBRIDA É DEFINIDA PELO CONCEITO DA AUDI, QUE CONSISTE EM UTILIZAR O MATERIAL NECESSÁRIO NO LUGAR NECESSÁRIO híbridas. Na verdade, a carroçaria híbrida é assim denominada segundo o conceito da Audi “o material necessário, no lugar necessário”. Um bom exemplo é a carroçaria do Audi Q7 de 2015, na qual observamos uma grande mistura entre tipos de peças e materiais. Neste veículo apreciamos uma carroçaria na qual predomina o alumínio e na qual foram inseridas várias peças de diferentes tipos de aço de muito alto limite elástico, sobretudo na zona do habitáculo de segurança. As peças fabricadas em alumínio podem ser de três tipos: Peças de chapa estampada, destinadas ao piso do habitáculo, piso do porta-bagagens e aos restantes elementos exteriores. Perfis extrudidos, para as longarinas dianteiras. Peças fundidas, utilizadas nas cavas das rodas dianteiras e em zonas fortes. As peças de aço abrangem desde aços macios, nas cavas das rodas traseiras, a aços de limite elástico ultra-alto modelado a quente, em zonas como o reforço do pilar central e o montante. Com esta mistura de materiais foi possível conseguir uma carroçaria muito leve (até 100 kg menos que a sua antecessora), com um habitáculo ou jaula de segurança muito resistente, fabricada em aços de alto limite elástico e com um bom comportamento face a impactos, graças às zonas programadas de absorção sobre a base de perfis extrudidos de alumínio. Outro conceito similar foi o desenvolvido no Audi TT de 2015. Neste encontramo-nos perante uma carroçaria na qual o interior da estrutura combina diferentes tipos de
BMW Série 5 de 2003
Audi TT de 2015
Mercedes Classe S de 2015
aço, o que a Audi define como a espinha dorsal do veículo; os flancos e o tejadilho são em alumínio, bem como todos os painéis exteriores (na imagem em cor verde). Outro tipo de carroçarias híbridas são as fabricadas maioritariamente com um material, alumínio ou aço, e que incorporam um módulo ou secção de material diferente.
Podemos encontrar os primeiros exemplos no BMW Série 5 de 2003 e no Audi TT de 2006. No primeiro caso, o BMW Série 5 de 2003, a parte traseira da carroçaria e o habitáculo são em aço, ao passo que toda a secção anterior é em alumínio. Além da redução de peso, foi possível obter uma distribuição de peso perfeita (50/50) entre eixos. Esta disposição também pode ser encontrada noutros veículos, como o Mercedes Classe S (W222) de 2015. No caso do Audi TT de 2006, a parte dianteira do veículo e o habitáculo são em alumínio (na imagem, a vermelho) e a parte traseira, em aço (a cinzento). O Jaguar XE de 2015 também adota este conceito na sua carroçaria híbrida: a parte a vermelho é aço, a parte a cinzento, alumínio. Também são consideradas híbridas as carroçarias fabricadas maioritariamente num material que incorpore algum elemento na sua estrutura de diferente material; é o MAIO 2016
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TURBO OFICINA
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reparação
Jaguar XE de 2015
Audi TT de 2006
Audi A8 de 2009
Audi R8 Coupé de 2015, com PRFC
Colagem de secção. Dobragem. Pontos soldados. Soldadura de costura MIG. Uniões de soldadura MAG. Soldadura de costura laser. As novas técnicas de união são as seguintes: Rebites estampados (rebite semi-tubular especial). Elementos de fricção.
Volvo XC90 de 2015
Sistemas de união
caso do Audi A6 de 2011 e do Volvo XC90 de 2015, com carroçarias construídas em aço que incorporam as torres de suspensão em alumínio. No extremo oposto, estaria a carroçaria do Audi A8 de 2009, fabricada integralmente em alumínio exceto o reforço e o fecho do pilar central, que são em aço de alto e ultra-alto limite elástico, modelado a quente. SISTEMAS DE UNIÃO O processo de fabrico de uma carroçaria na qual são misturados diferentes materiais representa um importante desafio no que
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TURBO OFICINA
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MAIO 2016
respeita a uniões, não só pelos diferentes tipos de peças e espessuras em uniões alumínioalumínio e uniões aço-aço, mas também pela diferença de materiais em uniões alumínioaço; ao entrar em contacto, podem provocar corrosão galvânica. A título de exemplo, indicamos os tipos de uniões utilizadas no fabrico da carroçaria do Audi Q7 de 2015, algumas delas completamente novas neste modelo. Rebites estampados (rebites semitubulares). Parafusos Flow Drill. Pontos Clinch.
REPARAÇÃO A reparação das carroçarias híbridas implica um conhecimento profundo do produto, saber identificar o tipo de peças sobre as quais se vai intervir e conhecer o procedimento adequado indicado pelo fabricante através dos seus manuais de reparação. É necessário conhecer as zonas de corte e os sistemas de união. Os elementos de fricção, por exemplo, são um novo tipo de união usada no fabrico que não pode ser reproduzida na oficina, devendo ser substituída pela alternativa adequada indicada pelo fabricante. Em muitos casos, os próprios fabricantes selecionam concessionários, com uma formação específica em carroçarias híbridas, e são estes os únicos autorizados na rede a realizar as reparações. O FUTURO Qual o rumo da evolução na carroçaria automóvel? Já podemos vislumbrar o futuro da carroçaria automóvel em alguns modelos desportivos de marcas como Aston Martin, Ferrari, Lamborghini ou o Audi R8 de 2015, nos quais podemos encontrar carroçarias híbridas em alumínio que incorporam PRFC (Plástico Reforçado com Fibra de Carbono).
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REPARAÇÃO PARCERIA
Manutenção
Nissan Note
NISNOT0099A: NISSAN NOTE 1.2G 80 ACENTA 5P 48/120000 CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO
O monovolume compacto da Nissan ganhou nesta nova geração um estilo mais apelativo e uma maior dotação tecnológica. O custo de manutenção de apenas €2,95 a cada 100 km percorridos também é um trunfo importante.
POTÊNCIA (CV)
80
CILINDRADA (CC)
1198
TEXTO JOSÉ MACÁRIO
TRANSMISSÃO /TRAÇÃO
MANUAL / DIANTEIRA
CAIXA DE VELOCIDADES
5 VELOCIDADES
A
presentada pela primeira vez no Salão de Genebra de 2013, a mais recente geração do Nissan Note ostenta linhas mais desportivas, na tentativa de atrair um público mais jovem. O modelo passou ainda a ser construído na Europa, na unidade da marca em Sunderland, Inglaterra, numa tentativa de o aproximar dos consumidores europeus. Até o desenvolvimento da engenharia teve lugar no centro técnico europeu da marca, dividido entre Espanha e Reino Unido. Nesta renovação foi incluído um pacote de tecnologias completo, do qual fazem parte o aviso de ângulo morto ou o alerta de mudança de faixa. Traz ainda uma câmara que ajuda no estacionamento traseiro, um ecrã de 5,8 polegadas, seis airbags, cruise-control e novos motores equipados com stop&start. Um deles é o 1.2 a gasolina de 80 cv, cujo custo de manutenção fica nos €2,95 por cada 100 km percorridos. Realizando uma análise ao plano de manutenção proposto pela marca para um período de 48 meses, e assumindo que neste período são percorridos 120 mil km, o valor total necessário para manter este minimonovolume japonês cifra-se nos €3539,19, correspondendo a maior fatia deste valor à troca de peças de desgaste: €1170,52. Neste particular, o sistema de travagem é o que obriga a maior dispêndio. As quatro trocas de pastilhas dianteiras custam €289,96, um pouco menos que as duas das pastilhas traseiras, cujo valor ascende aos €302,80. Os discos da frente levam mais €145,72 e há ainda que contar com os €44,04 necessários para a substituição do líquido dos travões.
As trocas de escovas limpa-para-brisas dianteiras obrigam ao dispêndio de €249,92, ao passo que as traseiras custam apenas €38,08, e a carga do ar condicionado completa esta parte da fatura, acrescentando €100 ao total. A segunda maior fatia do total destinado à manutenção do Note vai para as revisões preconizadas pelo plano de manutenção da marca. São €1004,98, divididos da seguinte forma: €444,07 para as 12,1 horas de mão de obra necessárias, calculadas ao valor médio nacional de €39,81; €276,42 para as trocas do óleo semissintético (€32,22 por litro) €121,20 para as duas trocas de velas e €163,29 para a substituição dos filtros. Este total divide-se entre €65,34 para o filtro de óleo, € 40,20 para o de ar e €57,75 para o de pólen. Com €968,82, a manutenção dos pneus ocupa o último lugar deste pódio dos gastos da manutenção com o Nissan Note. As dez substituições dos pneumáticos 185/60R15T que equipam este monovolume obrigam ao pagamento de €822,22, montante a que se juntam ainda €45 para o alinhamento da direção, €76,60 para equilibragem e €25 para troca de válvulas. Para terminar, resta acrescentar ao total apurado €27 para pagar a IPO obrigatória e os €367,87 de inflação. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis. ribeirinho@4fleet.pt.
EURONCAP CO2 109
CARROÇARIA MONOVOLUME REVISÕES
VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES
1.004,98 €
MÃO DE OBRA
444,07 €
[12,1]
ÓLEO
276,42 €
[6]
CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)
3,4
TIPO DE ÓLEO
SEMI-SINTÉTICO
FILTRO DE ÓLEO
65,34 €
FILTRO DE AR
40,20 €
[6] [2]
FILTRO DE PÓLEN
57,75 €
[3]
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
- €
[0]
VELAS
121,20 €
[2]
DESGASTE
1.170,52 €
LIMPA PARA-BRISAS FRENTE
249,92 €
LIMPA PARA-BRISAS TRÁS
38,08 €
[2]
PASTILHAS FRENTE
289,96 €
[4]
PASTILHAS TRÁS
302,80 €
[2]
DISCOS FRENTE
145,72 €
[1]
DISCOS TRÁS
- €
[0]
LÍQUIDO DE TRAVÕES
44,04 €
[2]
CORREIA DISTRIBUIÇÃO
- €
[0] [0]
[4]
EMBRAIAGEM
- €
CARGA AR CONDICIONADO
100,00 €
[1]
BATERIA
- €
[0] [0]
AMORTECEDOR FRENTE
- €
AMORTECEDOR TRAS
- €
[0]
BOMBA AGUA
- €
[0] [0]
FILTRO PARTICULAS
- €
TAREFAS EXTRA
- €
[0]
AVARIAS
- €
[0]
ELÉTRICAS
- €
[0]
TOTAL
- €
[0]
PNEUS
968,82 €
PNEUS FRENTE
185/65R15T
PNEUS TRÁS
185/65R15T
PNEUS
822,22 €
ALINHAMENTO DE DIREÇÃO
45,00 €
[10] [3]
EQUILIBRAGEM
76,60 €
[10]
VÁLVULA
25,00 €
[10]
OUTROS
394,87 €
IPO
27,00 €
INFLAÇÃO
367,87 €
AJUSTES
- €
CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL
3.539,19 €
/100 KMS
2,95 €
CONSUMO MISTO IMPOSTO CIRCULAÇÃO (IUC)
98,80 €
* VALORES SEM IVA
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TURBO OFICINA
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MAIO 2016
[4,70]
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REPARAÇÃO
Mercedes-Benz Classe C
Transmissões Em parceria com a Revista Técnica automóvel, damos-lhe a conhecer o funcionamento e os métodos de reparação das transmissões dos Mercedes-Benz Classe C (W203) Diesel C 200 CDi e C220 CDi.
CARACTERÍSTICAS GENERALIDADES Eixo de transmissão longitudinal Eixo tubular em duas partes articuladas sobre um apoio central com um rolamento de esferas, fixado na estrutura do piso. As articulações dianteiras e traseiras são fletoras com uma centragem, a articulação central é de cardan. A longitude dos eixos é idêntica em todos os veículos. Ângulo de articulação do eixo: entre a caixa de velocidades e o eixo: -0,33º a +0,67º. entre o eixo de transmissão dianteira e o eixo de transmissão traseiro: 0 a +0,83º. entre o eixo de transmissão traseiro e a ponte traseira: -0,83º a – 0,17º. PONTE TRASEIRA Ponte suspensa com par cónico hipóide montado sobre rolamentos de rolos cónicos. Diâmetro do diferencial: 187 mm. Binário de fricção durante a rotação diferencial completo (anilhas esféricas de aço): 40 a 90 Nm. Valores de controlo do trem de carretos do diferencial: diferença admissivel em relação à cota de regulação indicada na face do carreto de ataque: -0,02 a +0,01 mm. folga do dentado entre o carreto cónico e a coroa: 0,10 a 0,16mm. alongamento do cárter de ponte traseiro ao desmontar os freios de segurança : 0,2mm. separação do cárter de ponte traseiro ao desmontar os freios de segurança 0,3mm. valor de regulação da separação do cárter de ponte traseiro 0,19 a 0,21 mm.
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TURBO OFICINA
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MAIO 2016
EIXOS DAS RODAS Duas juntas homocinéticas de esferas. Empeno admissivel do flange de semi-eixo de roda desmontado: 0,03 mm. Empeno admissivel do f lange de semi-eixo de roda montado, ao nivel de centragem 0,03 mm. BINÁRIOS DE APERTO (DANM) Porca autoblocante de fletor sobre caixa de velocidades ou eixo de transmissão dianteira (M10): 4. Porca autoblocante de fletor sobre caixa de velocidades ou eixo de transmissão dianteira (M12): 6. Porca autoblocante de fletor sobre eixo de transmissão traseira ou sobre diferencial (m10): 4. Porca autoblocante de flector sobre eixo de transmissão traseira ou sobre diferencial (m12): 6. Parafuso do apoio intermédio do eixo de transmissão na carroçaria: 3. Porca de eixo de roda: 22. Porca de roda: 11. CONSUMÍVEIS Óleo da ponte Capacidade veículo gasolina: 1 litro. veículo diesel: 1,1 litros. Tipo: óleo para engrenagem hipóide FE de viscosidade 85W90 MÉTODOS DE REPARAÇÃO A desmontagem de um eixo de roda obriga o despejo do diferencial. O eixo de transmissão está equilibrado em
bloco, é imprescindivel alinhar as marcas durante o acoplamento das 2 partes. EIXO DE TRANSMISSÃO LONGITUDINAL DESMONTAGEM E MONTAGEM Levantar e apoiar o veículo. Desmontar: o revestimento debaixo da caixa de velocidades . flange de escape (1) (fig. 1).
Fig. 1 A. motor diesel B. motor gasolina
a parte traseira da linha de escape. a chapa térmica.
ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL
EX CLU
SIV O
TRANSMISSÃO LONGITUDINAL
a chapa térmica do silencioso de escape. o reforço debaixo da transmissão. Afrouxar as fixações do apoio intermédio (fig 2).
Fig. 2
Desmontar as fixações do eixo de transmissão do fletor (fig 3).
1. Eixo 2. Porca 3. Anilha 4. Parafuso (m 10 = 4 daNm; M12 = 6 daNm). 5. Eixo de transmissão tras. 6. Rolamento
7. Suporte intermédio 8. Parafuso de fixação do suporte intermédio (3 daNm) 9. Fole 10. Eixo de transmissão diant. 11. Eixo de transmissão longitudinal
SEMI-EIXO DAS RODAS DESMONTAGEM E MONTAGEM Levantar e apoiar a parte traseira do veículo com as rodas traseiras suspensas. Apertar o travão de estacionamento. Desmontar: a roda do lado correspondente. a porca de transmissão (1) (fig. 7).
Fig. 3
Marcar a posição do fletor em relação ao eixo de transmissão e à ponte traseira. Desmontar as fixações do fletor sobre a ponte traseira (fig. 4).
Fig. 5
Retirar o eixo de transmissão dos casquilhos de centragem da caixa de velocidades e do diferencial. Separar as 2 partes do eixo de transmissão (se for necessário). Ao montar, atuar pela ordem inversa das operações de desmontagem respeitando os pontos seguintes: comprovar: a ausência de folga nas articulações. o estado do apoio intermédio (rolamento + apoio de borracha). durante a montagem das 2 partes do eixo, fazer coincidir o nervo (1) da parte dianteira com o entalhe (2) da parte traseira (fig 6). respeitar os binários de aperto.
Fig. 4
O eixo desmonta-se com o fletor traseiro Afrouxar os casquilhos de ajuste dos fletores (com um tubo de diâmetro 10 ou 12 mm e 150 mm de longitude) nos flanges de acoplamento da caixa e da ponte (fig 5). Desmontar os parafusos de fixação do apoio intermédio (fig.2).
Fig. 6
Fig. 7
a pinça de travão (sem abrir o circuito hidráulico) (ver capitulo “travões”). a bielinha de união de barra estabilizadora ao porta-cubo (1) (Fig.8). o sensor de velocidade de roda (sem desligar o conector). a fixação (2) do tirante inferior. a fixação (3) do tirante superior. a fixação da rótula (4). a fixação (5) do braço superior. Inclinar o porta-cubo para o exterior. Extrair o semi-eixoda roda do cubo. Inserir uma chave de fendas entre o diferencial e o eixo, fazer alavanca com cuidado para não deteriorar a junta do diferencial e desmontar o semi-eixo da roda. MAIO 2016
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TURBO OFICINA
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reparação
TRANSMISSÃO TRANSVERSAL 1. Eixo 2. Porca 3. Anilha 4. Parafuso (m 10 = 4 daNm; M12 = 6 daNm). 5. Eixo de transmissão tras. 6. Rolamento 7. Suporte intermédio. 8. Parafuso de fixação do suporte intermédio (3 da daNm) 9. Fole 10. Eixo de transmissão diant. 11. Eixo de transmissão longitudinal
Fig. 8
Ao montar, atuar pela ordem inversa das operações de desmontagem respeitando os pontos seguintes: Comprovar: a ausencia de folga nas articulações. o estado do apoio intermédio (rolamento + apoio de borracha). o estado da junta do lábio do diferencial. o nível de óleo no diferencial (fig 9). Respeitar os binários de aperto.
Desmontar os parafusos de fixação do apoio central de eixo de transmissão. Calçar o diferencial. Desmontar: o parafuso (1) (fig. 10) de fixação dianteira do diferencial.
O fletor fica fixado sobre o eixo de transmissão. Marcar a posição do fletor sobre o diferencial para montá-lo depois no mesmo lugar. Se os casquilhos de ajuste estão bloqueados, utilizar um veio guia de diâmetro 10 ou 12 mm e 150 mm para desbloqueá-los (ver a operação de desmontagem e montagem do eixo de transmissão).
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TURBO OFICINA
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MAIO 2016
Ao montar, atuar pela ordem inversa das operações de desmontagem respeitando os pontos seguintes: encher com o óleo preconizado o diferencial (fig. 9). respeitar os binários de aperto. comprovar o estado das juntas de lábio do diferencial. Para evitar danos devidos à penetração de impurezas no diferencial, o fabricante preconiza a substituição sistemática do respiradouro.
Fig 9 1 Bujão de despejo 2 Bujão de enchimento/nível
DIFERENCIAL DESMONTAGEM E MONTAGEM Levantar e apoiar o veículo. Esvaziar o diferencial (fig.9). Desmontar: o eixo de roda traseira direita. a chapa térmica debaixo do eixo de transmissão. Separar o eixo de transmissão do diferencial (fig. 4).
os 2 parafusos (2) de fixação traseira do diferencial. o diferencial.
Fig. 10
DIFERENCIAL 1. Diferencial 2. Cárter de diferencial 3. Bujão de rosca 4. Clipe de retenção 5. Rolamento 6. Anilha de travão
7. Retentor 8. Tampa 9. Respiradouro
10. Respiradouro 11. Carcaça 12. Parafuso de chapa
de revestimento 13. Tampa 14. Respiradouro
7
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ESPECIALISTA
pneus
Testes a Pneus
Sem budget para o verão ADAC e GTÜ divulgaram os resultados dos seus testes a pneus de verão. Com a Continental em destaque, as marcas budget obtiveram resultados desanimadores. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
C
om o verão à porta, as associações alemãs ADAC e GTÜ realizaram os seus habituais testes a pneus de verão, cujos resultados apontam para uma crescente qualidade dos pneus do segmento Quality, que conseguiram resultados francamente positivos, vencendo mesmo um dos testes levados a cabo e ficando em segundo noutra ocasião. Contrapõe-se a estes bons resultados dos Quality a prestação dos Budget, que em nenhum dos testes se classificaram acima do meio da tabela. Quanto a marcas, merece destaque a Continental, que colocou o SportContact 5 no lugar cimeiro do pódio em dois dos testes, e o PremiumContact 5 no segundo lugar no terceiro teste. A ADAC resolveu dividir o seu teste em duas categorias e analisar pneus para citadinos e
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TURBO OFICINA
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MAIO 2016
para familiares médios. Foram testados 32 pneus de verão, com um saldo “extremamente positivo”, de acordo com a associação, uma vez que apenas um dos pneus escrutinados obteve a classificação de “Insuficiente”. De resto, 11 receberam a classificação “Bom”, 18 “Satisfatório” e dois “Suficiente”. Estas classificações baseiam-se nos resultados dos testes nas categorias desgaste, consumo, ruído e comportamento em piso seco e molhado. Na primeira categoria em análise pela ADAC, a dos citadinos, a medida testada foi a 185/65 R15, tendo sido postos à prova um total de 16 pneus. Nesta categoria, foram atribuídas sete classificações de “Bom”, tantas quantas as de “Satisfatório”. O Nankang Green Sport Eco-2 não foi além da classificação de “Suficiente”,
batendo ainda assim o GT Radial Champiro VP1, que ficou no último lugar da tabela, com a classificação de “Insuficiente”. No topo da tabela, classificou-se o Vredstein Sportrac 5, pneumático do segmento Quality que bateu duas propostas de fabricantes Premium: o Continental PremiumContact 5 (2.º classificado) e o Dunlop Sport BluResponse (3.º classificado). Nos lugares seguintes, e ainda com a classificação “Bom”, quedaramse o Goodyear EfficientGrip Performance, o Hankook Kinergy Eco K425, o Nokian zLine e o Kumho Ecowing ES01 KH27. Na categoria dos modelos familiares, a ADAC testou mais 16 pneus, desta feita com a medida 225/45 R17. Os resultados obtidos foram menos distribuídos do que na medida mais pequena, sendo atribuída a classificação
TESTE ADAC - 185/65 R15 Etiqueta do pneu
Molhado
Ruído
Combustível/Piso seco Ruído Ponderação Vredestein
Consumo Desgaste
Nota
Opinião
de
final
ADAC
combustível
20% 40% 10% 10% 20% 100%
E/B/70 1,8 2
3,3 2,1 2
2,1
+ Pneu de verão muito equilibrado com melhor nota em
Sportrac 5
piso molhado, bom também em estradas secas
Continental
+ Muito equilibrado com melhor nota em estradas
C/A/70 1,6 2,3 3,4 2
2
2,2
PremiumContact 5 Dunlop Sport
B/A/67
1,7
2,3
3,6
1,8
2
2,2
secas, bom também em piso molhado + Muito equilibrado, especialmente bom em estradas
BluResponse
secas, bom em piso molhado, consumo de combustível relativamente baixo
Goodyear Efficient- B/A/68 2 2,1 3,9 2,1 2 2,2
+ Muito equilibrado, especialmente bom em piso molhado, bom também
Grip Performance
em estradas secas
Hankook
+ Muito equilibrado, especialmente bom em estradas
E/A/69 1,7 2,2 3,1 2
2,5 2,2
Kinergy Eco K425 Nokian
C/B/70 1,7 2,3 3,6 1,8 2,5 2,3
secas, bom também em piso molhado + Muito equilibrado, especialmente bom em estradas
Line
secas, bom em piso molhado, consumo de combustível relativamente baixo
Kumho
+ Pneu de verão muito equilibrado, bom em estradas
E/B/70 1,9 2,4 3,2 2,1 2,5 2,4
Ecowing ES01 KH27
secas
Sava
+ Bom em piso molhado
E/C/69 2.7 2,2 3,9 2,2 2
2,7
Intensa HP
— Pequenas deficiências em estradas secas
Infinity
Ruído interno e externo relativamente baixo
E/C/70
2,6
2.8
2,5
2,3
2,5
2,8
Ecosis Michelin
C/A/68 2,1 2.8 3,5 1,6 1
2,8
— Pequenas deficiências em estradas secas e molhadas — 1 Melhores notas no consumo de combustível e desgaste, bom em
Energy Saver+
piso seco — Pequenas deficiências em estradas molhadas
Barum
+ Desgaste reduzido
E/C/70 2,5 3.0 3,2 2,2 1,5 3
Brillantis 2 Bridgestone
C/B/71 1,6 .3.0 2,8 1,7 2 3
Turanza T001 Nexen
E/C/68 1,6 3.1 3,8 1,9 2
3,1
— Relativamente fraco em estradas molhadas — 1 Melhor nota em estradas secas, reduzido consumo de combustível — Relativamente fraco em piso molhado — 1 Melhor nota em estradas secas
N Blue HD Plus
— Relativamente fraco em piso molhado
Semperit
+ Desgaste reduzido
E/C/70 2,1 3.2 3,9 2,1 1,5 3,2
Comfort-Life 2
— Relativamente fraco em piso molhado
Nankang
+—
E/B/70 2,4 3.8 3,3 2,4 2
3,8
Green Sport Eco-2+
— Fraco em estradas molhadas, elev. consumo de combust.
GT Radial
+ Desgaste reduzido
E/C/69
3,2
5.5
3,3
2,2
1,5
5,5
Champiro VP1*
— Muito fraco em piso molhado e em estradas secas
O Pirelli PI, que também foi testado, não pôde ser avaliado de forma inequívoca devido a variações de qualidade. Escala das notas: 0,6-1,5 (muito bom) 1,6-2,5 (bom) 2,6-3,5 (satisfatório) 3,6-4,5 (suficiente) 4,6-5,5 (insuficiente) Fonte: ADACe.V.
“Bom” a apenas quatro modelos, ao passo que se registaram 11 “Satisfatório”. Os três melhores foram o Continental SportContact 5, que venceu a contenda, deixando para trás o ESA-Tecar Spirit 5 UHP e o Pirelli P Zero, respetivamente os segundo e terceiro classificados do teste. Em quarto lugar, mas ainda com a classificação mais alta atribuída pela associação alemã, ficou o Vredstein Ultrac Vorti. No extremo oposto da tabela, com a classificação “Suficiente”, terminou o Maxxis Victra VS01. Estes resultados são, para Daniel Bott, diretor de projeto da ADAC, sinal da continuada evolução dos pneus. Como o próprio diz, os resultados observados caracterizam-se por um comportamento equilibrado, sem picos de performance em nenhum dos critérios, e com
um “agradável aumento de qualidade ao longo do tempo”. Para o responsável da ADAC, o maior obstáculo aos pneus em análise foi, como é habitual, o comportamento em piso molhado. Ainda assim, Bott nota um esforço por parte dos fabricantes para o desenvolvimento de pneus mais eficientes neste particular, ainda que uma melhor performance em piso molhado sacrifique outras características, e vice-versa. Por exemplo, sulcos longitudinais profundos diminuem as probabilidades de aquaplaning, mas afetam a estabilidade em curva em piso seco. DESAIRE BUDGET A par dos testes da ADAC, também a GTÜ, organização alemã especializada na inspeção
TESTE GTÜ - 225/45 R17 MARCA/MODELO TRAVAGEM (MÁX. 150 PONTOS)
SECO
MOLHADO
TOTAL
Continental SportContact 5
146
132
278
Goodyear Eagle F1 Asymetric 3
134
133
267
Dunlop Sport Maxx RT2
133
130
263
Pirelli Pzero
133
130
263
Falken Azenis FK510
114
130
244
Nokian zLine
119
121
240 235
Bridgestone Turanza T001
109
126
Michelin Primacy 3
84
143
227
Hankook Ventus S1 Evo2
102
123
225
Toyo Proxes T1 Sport+
105
113
218
Yokohama Advan Sport
78
107
185
GT Radial Sport Active
73
109
182
Westlake Sport SA-37
70
102
172
MAIO 2016
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TURBO OFICINA
63
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pneus
TESTE ADAC - 225/45 R17 Etiqueta do pneu
Molhado
Ruído
Combustível/Piso seco Ruído Ponderação Continental
20%
Consumo Desgaste
Nota
Opinião
de
final
ADAC
combustível
40%
10%
10%
20%
E/A/72 1,2 1,9 3,3 2,1 2
100% 2.0
SportContact 5 ESA-Tecar
C/B/69 1,7 2,5 3,1
1,3
2,3 2.2
Spirit 5 UHP Pirelli
F/A/72 1,9 2
3,1 2,1 2,3 2,2
P Zero redestein
E/B/70 1,3 2,5 3,1 2,5 2,3 2,3
Ultrac Vorti Hankook Ventus
E/A/71
1,8
2.6
3,3
1,9
2,3
2,6
+ Pneu de verão muito equilibrado com melhores notas em em estradas secas e molhadas + Muito equilibrado com melhor nota no consumo de combustível, bom também em estradas secas + Muito equilibrado, especialmente bom em piso molhado, bom também em estradas secas + Pneu de verão muito equilibrado, especialmente bom em estradas secas + Bom em estradas secas, consumo de combustível
S1 evo2 Kl 17
relativamente baixo — Ligeiramente mais fraco em piso molhado
Sava
— 1 Melhor nota no desgaste
E/C/67 2,2 2.6 3
2,4 0,8 2,6
Intensa UHP
— Ligeiramente mais fraco em piso molhado
Nokian
+ Consumo de combustível relativamente baixo
C/A/72 2,2 2.7 3,5 2
2,3 2,7
zLine
— Ligeiramente mais fraco em piso molhado
Yokohama
— 1 Melhor nota em estradas secas, desgaste reduzido
F/A/72 1,2 2.7 3,5 2.7 1,5 2,7
Advan Sport V105
— Ligeiramente mais fraco em piso molhado, consumo combustível relativamente alto
Uniroyal
Consumo de combustível relativamente baixo
C/A/72
2.8
2,5
3,5
1,7
2,5
2,8
RainSport 3 Michelin
E/A/71 1,3 2,3 3
2,2 2.8 2,8
— Pequenas deficiências em piso seco, maior desgaste — 1 Especialmente bom em estradas secas, bom em piso molhado
Pilot Sport 3*
— Desgaste relativamente alto
Toyo
+ Bom em estradas secas
E/B/71 1,6 2.9 3,3 2,4 2,8 2,9
Proxes Ti Sport*
— Ligeiramente mais fraco em piso molhado, desgaste relativamente alto
Firestone
+ Desgaste relativamente baixo
E/B/71 2,2 3.0 3,8 2,2 2
3
Firehawk SZ90
— Relativamente fraco em piso molhado
Fulda
+ Muito bom em termos de desgaste, consumo de combustível reduzido
C/B/68 2,9 3.0 3
1,8 1,3 3
SportControl
— Relativamente fraco em estradas secas e molhadas
Semperit
Consumo de combustível e desgaste reduzidos
C/C/72
2,5
3.0
3,4
1,6
1,8
3
Speed-Life 2
— Relativamente fraco em piso molhado
GT Radial
Muito bom em estradas secas
E/B/70
1,5
3.2
3,2
2
2,8
3,2
Champiro HPY* Maxxis
E/B/71 1,6 3.8 3,4 2
2,3 3,8
Victra VS01
— Deficiências em piso molhado, desgaste relativamente alto + Bom em estradas secas — Fraco em estradas molhadas
Escala das notas: 0,6-1,5 (muito bom) 1,6-2,5 (bom) 2,6-3,5 (satisfatório) 3,6-4,5 (suficiente) 4,6-5,5 (insuficiente) Fonte: ADACe.V.
técnica de automóveis, realizou os seus habituais testes a pneus de verão, elegendo a mesma medida que a utilizada num dos testes da sua congénere: 225/45 R17. No caso desta organização, a premissa por trás da eleição dos pneus a concurso era a de saber se os pneus mais caros seriam realmente melhores que os mais em conta. Para responder a esta questão foram analisados 14 pneus, incluindo lançamentos recentes da Dunlop, Goodyear, Falken e GT Radial, bem como vários produtos do segmento Budget. Os resultados obtidos elegem como vencedor o ContiSportContact 5,que já havia vencido no teste da ADAC na mesma medida. O pneu do fabricante alemão recebeu a classificação de “altamente recomendável”, fruto da sua diminuta distância de travagem em piso molhado, batendo os mais recentes Goodyear
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Eagle F1 Asymmetric 3 (2.º classificado) e o Dunlop Sport Maxx RT2, que partilhou o terceiro lugar com o Pirelli P Zero (também terceiro no teste da ADAC). É interessante notar que os quarto melhores pneus deste teste sacrificam a eficiência no rolamento para garantir melhores performances de travagem. Tal pode ser visto claramente no pneu da Pirelli, que apresenta uma classificação “F” neste particular na Etiqueta de Pneus da EU, ou mesmo no da Continental, que, vencendo a contenda, não consegue mais que um “E” neste capítulo. No outro extremo da tabela estão vários pneus Budget, que a GTÜ afirma terem “falhado” o teste de travagem em molhado. A organização opina que, além dos GT Radial SportActive, os Linglong Green-Max e Westlake Sport SA-37 representam “um perigo real em piso molhado. Este resultado
afeta particularmente o pneu da GT Radial, que se posiciona no segmento Quality. Apesar de estes pneus poderem apresentar um preço mais baixo em cerca de 50% face às propostas premium, os peritos da GTÜ advertem todos os que julguem ser necessário poupar dinheiro na compra de novos pneus: “Colocam-se conscientemente em risco.” Para ilustrar esta afirmação, os engenheiros alemães da GTÜ dão como exemplo o facto de o Westlake Sport SA-37, que se quedou no último lugar da classificação, não ter recebido pontos no teste de travagem em piso molhado depois de ter precisado de 66,9 metros para se imobilizar a 100 km/h. Mais ainda, o Sport SA-37 ostenta a marca M+S, ainda que a GTÜ afirme que o piso deste pneu de verão não poderá garantir uma boa performance no tempo mais frio.
Continental Pneus Portugal
Recorde de vendas e liderança reforçada
A
Continental Pneus Portugal (CPP) obteve, no ano passado, o seu melhor resultado de vendas de sempre, com mais de 70 milhões de euros de faturação, um crescimento de 10% face a 2014, que se reflete no crescimento total de mais de 40% registado entre 2012 e 2015. “A performance da CPP em 2015 permitiu-nos, pelo terceiro ano consecutivo, manter a liderança de mercado no segmento de ligeiros em Portugal, alcançando valores recorde de vendas”, sublinhou o diretor geral. Para este ano, Pedro Teixeira, diretor geral da CPP, reitera o objetivo da Continental em manter a liderança do mercado de pneus ligeiros, apostando ainda nas segundas marcas e no crescimento da gama UHP no segmento premium. Outro objetivo para 2016 é a consolidação da rede 360º no mercado nacional, por forma a reforçar a presença da Continental junto das frotas de pesados.
RECAUCHUTAGEM NORTENHA O primeiro ano da rede ContiService tem, segundo Pedro Teixeira, saldo positivo. Com o objetivo de atingir os cem aderentes até 2020, a CPP alterou a oferta ContiService, que passará a ter dois níveis: Member ContiService e Partner ContiService. Como até agora, a rede tem acesso a uma gama de ferramentas que vão desde a consultoria personalizada ao suporte em marketing e comunicação, passando por campanhas e ações exclusivas dedicadas ao ponto de venda. PUBLICIDADE
HANKOOK
LAUFENN À VENDA NA EUROPA A nova marca do universo Hankook, a Laufenn, já está disponível no mercado europeu, tal como o fabricante havia anunciado no passado mês de setembro. Com esta nova marca, a Hankook pretende oferecer uma gama de produtos que vão ao encontro dos vários estilos de vida dos consumidores atentos aos preços. Disponível apenas com pneus de verão, a gama é composta pelos S FIT EQ, para performance, G FIT EQ para touring e X FIT VAN para os comerciais. O Laufenn S FIT EQ tem um piso com design ‘aqua hydro block’ para resistência ao aquaplaning, prometendo performances otimizadas e boa estabilidade em piso seco. O Laufenn G FIT EQ apresenta um desenho com nervuras de profundidade otimizada para minimizar o ruído de rolamento em múltiplas superfícies, ao mesmo tempo que proporciona elevada capacidade de drenagem da água e reduz a resistência ao rolamento. O X FIT VAN promete boas estabilidade e durabilidade, alcançadas através de uma borracha especial, construção de carcaça dupla e adoção de uma segunda camada de reforço. A eficiência de combustível não foi esquecida e a nervura central está equipada com ranhuras laterais 3D para potenciar a tração e a performance em travagem.
DISTINÇÃO NOS EUA
A Recauchutagem Nortenha foi galardoada com o prémio “MISS RETREAD TRUCK TIRE 2016”, durante a participação na feira North American Tire & Retread 2016, que decorreu nos EUA. Neste concurso, participaram os maiores recauchutadores americanos e europeus. No entender dos seus responsáveis, este prestigiado prémio vem comprovar a excelência dos pneus Nortenha e vai contribuir para a expansão da marca no mercado nacional e internacional.
2
JURÍDICO
A Carta por Pontos vai começar em 1 de Junho
MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.
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T
al como anunciado em meados de 2015, entra em vigor a partir do próximo dia 01 de Junho o sistema de penalização de condutores através da acumulação de pontos por cada infracção relevante praticada por um(a) condutor(a). Partindo-se do ponto zero, no próximo dia 1 de Junho, serão atribuídos 12 pontos a todos os condutores, portadores de cartas de condução válidas. A carta por pontos entrará em vigor de forma automática, não havendo a necessidade de substituir a carta actual nem implicando qualquer formalidade ou custo para os condutores. Os 12 pontos atribuídos inicialmente vão diminuindo se o condutor cometer contraordenações graves ou muito graves, ou crimes rodoviários. No caso das contraordenações graves, os infratores perdem 2 pontos e, nas muito graves, 4 pontos, enquanto nos crimes rodoviários perdem 6 pontos, conforme consta do site da ANSR. Verificando-se a prática de infracções que subtraíam um total de 8 pontos, e restando apenas 4 pontos, o condutor será obrigado a frequentar aulas de formação rodoviária. Se atingir os 2 pontos, será obrigado a realizar um novo exame de código. Caso perca o total dos 12 pontos concedidos no dia 1 de Junho, a carta é cassada ao condutor, perdendo aquele o titulo que lhe permite conduzir. Se, ao invés, durante um período de 3 anos não for registada qualquer contra ordenação,
ao condutor são atribuídos 3 pontos extra, até que fique com um máximo de 15 pontos. No caso dos condutores profissionais essa majoração verifica-se após um período de 2 anos, sem que seja registada qualquer infracção. É importante salientar que, tendo presente a intima ligação que existe entre a mortalidade nas estradas e o consumo de bebidas alcoólicas, é considerada uma infração grave, a condução com uma taxa de álcool de 0,5 g/ litro, sendo a mesma penalizada com 3 pontos, ao passo que a condução com uma taxa de alcoolemia entre os 0,8g/litro e os 1,2 g/litro, é qualificada como contra-ordenação muito grave, sendo penalizada com a subtracção de 5 pontos. Para que os condutores possam saber a cada momento as fracções que têm registadas, poderão consultar essa informação no site da ANSR, www.portaldascontraordenações. ansr.pt. É de saudar a implementação de uma medida e de um esquema que, por onde tem sido implementado, tem reduzido de forma siginificativa a sinistralidade e a mortalidade rodoviária, apontando-se em concreto o caso espanhol onde apesar de registar uma diminuição mais sensível no momento imediatamente após a entrada em vigor deste sistema, consolidou ainda assim uma redução elevada quer da sinistralidade, quer da mortalidade e verificação de feridos em acidentes rodoviários.