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N.º 50 | JULHO 2016 | 2,2€
TIPS4Y E TECALLIANCE SOLUÇÃO TECRMI PRETENDE DOTAR AS OFICINAS DE TODA A INFORMAÇÃO PARA FAZEREM UMA MANUTENÇÃO OU REPARAÇÃO PRÉMIOS R-M ELEGE BEST PAINTER PORTUGUÊS E REDE TOPCAR DISTINGUE AS SUAS MELHORES OFICINAS NACIONAIS
DOMINAR O AUTOMÓVEL
Numa era em que a evolução dos carros acontece a uma velocidade alucinante, a formação é o principal trunfo para acompanhar as mudanças. Por isso, revelamos-lhe o futuro da aprendizagem e desvendamos-lhe as novidades e contornos de um dos componentes que mais dúvidas suscita: o filtro de partículas. PUBLICIDADE
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sumário
ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES
N.º 50 | JULHO 2016
PRO4MATIC SELO DE CAPA JAPANPARTS RODAPÉ DE CAPA NGK VERSO CAPA JAPANPARTS PÁG.5 CAR ACADEMY PÁG.9 ATEC PÁG.11 CEPRA PÁG.13 RPL CLIMA PÁG.19 OLEOBLITZ PÁG.21 TRW PÁG.25 VALEO PÁG.31 INTERESCAPE PÁG.37 IMPORFASE PÁG.39 ESCAPE FORTE PÁG.41 MANN HUMMEL PÁG.45 STANDOX PÁG.47 VENEPORTE PÁG.49
dossier P. 34 Filtros de partículas.
Conheça todas as soluções à disposição dos profissionais para limpar, reparar ou substituir os filtros de partículas. Saiba como identificar os problemas e o que pensam os principais players do mercado sobre a problemática da substituição ilegal.
BERNER PÁG.51 EXPOMECÂNICA PÁG.57 ASSINATURAS PÁG.59 REVISTA TÉCNICA PÁG.63 DUNBELT PÁG.65
1 RADAR
5 RAIO X
P. 6 Formação
P. 42 Comercial do mês - Novidades PSA P. 46 Notícias internacionais
CARF VERSO CONTRACAPA HANKOOK CONTRACAPA
2 PROTAGONISTA
P. 52 Barómetro Informa D&B
MARCAS NESTA EDIÇÃO
P. 14 João Fonseca Pereira, do IPL
P. 53 Radiografia Bentley Bentayga
“Por vezes a informação é boa, mas a formação é deturpada por falta de bases.”
6 REPARAÇÃO
3M 46 AB TYRES 64 AS 40 ATE 18 ATEC 6 AUDI 60 AUTOCREW 20 AXALTA 50 AZ AUTO 18 BAHCO 47 BASF 30 BENTLEY 53 BOSAL 40 BOSCH 20, 49 BREMBO 48
P. 54 Cadeia cinemática Toyota Prius
4 ESPECIALISTA
Segundo a Carsmarobe, “O ciclo Atkinson apresenta um maior aproveitamento da energia libertada, contudo com piores prestações.”
GRUPO ALVES BANDEIRA 64 HERTH+BUSS 47
P. 22 Pro4matic
P. 58 Manutenção Fiat 500C
IMASAF 40 IMPORFASE 34 INTERESCAPE 34
P. 26 TopCar
P. 60 Bloco de aquecimento Audi A4
BRIDGESTONE 64 CAR ACADEMY 6 CARGLASS 20 CEPRA 6, 21 CITROËN 42 COLAD 50 COMBUTEC 40 COMETIL 19 CONTINENTAL 65 DELPHI 40, 48 EBERSPACHER 40 ELPARTS 47
3 REVISÃO P. 18 Novidades do mercado
ESCAPE FORTE 34 ETICADATA 21 EURO TYRE 19 FALKEN 64 FIAT 58 FONOS 40 FUCHS 50 GOODYEAR 65 GRUPAUTO 18
KLARIUS 40 LEIRILIS 34 MECATRONICAONLINE 66 METELLI 48
P. 30 Best Painter R-M
MONROE 18 MOTUL 46 MTS 40 NGK 49
P. 32 Excelência na produtividade
OLEOBLITZ 19 OVATION 64 PEUGEOT 42 PHIPLIPS 47 PRO4MATIC 22 PSA 40, 42
7 pneus P. 64 Notícias do setor
REDEINNOV 18 R-M 30 SEAT 64 SOFIMA 46 SONICEL 19 SPIES HECKER 48 STANDOX 50 TIPS4Y 28 TIRESUR 64 TOPCAR 26 TOYOTA 54 TRW 35, 46 UFI FILTERS 46 VENEPORTE 18, 34
OPINIÃO P. 66 Consultório jurídico
VOLVO 46 XXL MARMITTE ITALIANE 40 WALKER 40 ZAPHIRO 20
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EDITORIAL
O grande inimigo
A
transformação substancial dos sistemas dos automóveis e a evolução permanente, e a um ritmo veloz, da tecnologia têm levado muitos players do setor a defender que apenas aqueles que conseguirem acompanhar o passo da indústria, quer em termos de equipamentos, quer ao nível do conhecimento, conseguirão sobreviver. A ideia poderá parecer um pouco exagerada para alguns, que poderão acobertar-se no facto de, existindo rodas e motor, as bases estarem lá e, entre a extrapolação e a experiência, ser sempre possível “desenrascar” uma solução. No entanto, o escrutínio atento de um qualquer sistema de um veículo mais recente facilmente desmoronará esta preconceção, revelando-a como um castelo de cartas. Foquemo-nos no exemplo do filtro antipartículas (FAP), componente ao qual dedicamos o Dossier desta edição. Para muitos daqueles que tiveram um problema nesta peça, a resolução do mesmo ganhou contornos de um verdadeiro pesadelo, com erros consecutivos, imobilizações permanentes e pequenas fortunas despendidas. Não é por acaso que falar no FAP está para o proprietário de um veículo como referir “o papão” a uma criança de
quatro anos, quando, na verdade, as oficinas têm ao seu dispor um conjunto de soluções eficientes e acessíveis que permitem resolver a questão, assim estejam os seus profissionais devidamente informados sobre elas e sobre o funcionamento do componente, bem como da sua ligação aos restantes órgãos do veículo. Aqui, a experiência sensorial não chega, sob risco de danos avultados para o cliente e para o negócio, que poderá ter de se responsabilizar por intervenções dolosas. O único caminho é o da aprendizagem contínua e o da humildade para perceber que, independentemente dos anos de profissão, as coisas mudaram, e estão a mudar, sobremaneira. A formação impõe-se, assim, como condição indispensável à sobrevivência, conforme damos conta no especial que dedicamos a este tema. Dele sobressai, tal como da entrevista que realizamos a João Fonseca Pereira, responsável do Laboratório de Engenharia Automóvel do IPL, o facto de o grande inimigo dos profissionais do ramo não ser a mudança, mas a crença de que já sabem tudo. E, enquanto assim for, terão de continuar a lutar contra si mesmos, porquanto são os próprios a condenarem o seu sucesso.
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE
ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO
MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777
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INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
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Formação
Aprender a aprender Com uma oferta vasta e uma empregabilidade média acima dos 80%, o setor formativo nacional na área automóvel está a crescer. Para isso tem contribuído também uma maior vontade de as empresas contarem nos seus quadros com profissionais qualificados, seja contratando-os, seja proporcionando-lhes a formação adequada para melhor servir o cliente. Mas ainda há muitas lacunas a preencher. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
A
formação é um dos pilares da produtividade de uma empresa. Tendo uma formação adequada, o profissional sente-se mais seguro do seu trabalho, o que faz com que uma entidade que aposte na formação dos seus recursos humanos veja vantagens em termos de produtividade, rentabilização de ferramentas e mesmo na motivação do pessoal, elementos que se traduzem numa maior competitividade, eficiência e rentabilidade para essa empresa. Ao contrário, as empresas
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que negligenciem a formação certamente empregarão profissionais menos confiantes, tornando assim muito difícil a fidelização do cliente. Em casos extremos, esta falta de formação pode mesmo levar a danos nos veículos a reparar. A par com a evolução do pensamento das empresas face à formação, a continuada chegada de novidades tecnológicas ao setor tem servido de motor impulsionador para uma maior procura. Áreas como a dos veículos elétricos e híbridos, da telemática e dos
sistemas antipoluição têm tido, de acordo com as entidades que responderam ao apelo da TURBO OFICINA, um aumento de procura. Foi através desse mesmo aumento que se conseguiu inverter uma tendência de descida que se vinha sentindo no setor nos últimos cinco anos. Apesar da euforia de algumas partes, António Caldeira, diretor do CEPRA, prefere ser mais comedido nos seus comentários, referindo apenas que a procura não tem diminuído. As razões para tal prendem-se com o facto
HÁ UMA PREOCUPAÇÃO DAS EMPRESAS EM TER PROFISSIONAIS CADA VEZ MAIS COMPLETOS, DIZ EUGÉNIO BASTOS
de a rentabilidade das empresas ter de assentar em progresso, tanto na eficiência como na produtividade. Isto significa, diz António Caldeira, que as empresas têm de faturar mais, mas com uma menor utilização dos meios de produção, entre os quais consta a mão de obra: “Num contexto de recessão económica e de baixo poder de compra dos consumidores, é fundamental apostar nas soluções que geram eficiência e produtividade do trabalho, porque isso permite manter os preços acessíveis junto
do utilizador final, garantindo aumentos de faturação baseados no aumento da procura e não em aumento de custos.” Eugénio Bastos, diretor de Formação da ATEC, corrobora esta opinião, afirmando que “há uma preocupação por parte das empresas em ter os seus técnicos atualizados e em proporcionar, para além da formação técnica, formação comportamental e comercial de forma a ter profissionais cada vez mais completos”, o que tem potenciado a procura por parte destas entidades.
Ao mesmo tempo que é uma oportunidade de negócio, com a abertura de novos cursos mediante a entrada no mercado de novas tecnologias, o influxo constante de novidades tecnológicas nos automóveis apresenta-se também como uma dificuldade para as empresas no ramo da formação. A cada nova tecnologia há atualizações que têm de ser feitas, não apenas de software ou de hardwarwe, mas também nas instalações onde estas empresas operam. Por exemplo, o CEPRA está a investir em laboratórios JULHO 2016
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O CEPRA e a ATEC indicam que os cursos mais procurados são os da área da Mecatrónica Automóvel e os de acesso a cargos de inspetores de ITV
especializados e em equipamento mais avançado, investimento que lhe permite renovar anualmente a oferta de cursos para profissionais, aumentando os temas disponíveis. É também em equipamento atualizado que a Mecatronicaonline está a investir, a par de novos manuais técnicos e de novas salas de formação, “com toda a tecnologia moderna”, como diz Sérgio Pinto. O investimento da ATEC centrou-se no equipamento necessário para os seus novos cursos de manutenção de veículos híbridos e elétricos, tendo ainda sido realizados investimentos em equipamentos para a certificação de técnicos de ar condicionado e outras temáticas onde a evolução tecnológica justifique o investimento. A Car Academy, que tem pouco mais de um ano, não teve ainda necessidade de investir em tecnologias de última geração, mas José Pedro, um dos seus formadores, nota que o fecho de muitas oficinas atirou vários profissionais para a ilegalidade e que estes não recorrem à formação. Para este formador, a diminuição do mercado que esta situação acarreta faz perigar a sustentabilidade das empresas de formação. O mesmo acontece com as empresas formadoras de qualidade questionável, que minam o trabalho das entidades certificadas. A operarem maioritariamente na área da mecatrónica automóvel e em cursos que
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exigem menores investimentos, como aponta António Caldeira, estas empresas procuram obter ganhos conjunturais e vão aparecendo e desaparecendo à medida dessas oportunidades, um cenário que, para o diretor do CEPRA, não é muito diferente do que se passa noutras áreas do setor. EMPREGO (QUASE) GARANTIDO A elevada empregabilidade da formação na área do pós-venda automóvel é uma das razões que explica a procura elevada por estes cursos. As taxas de empregabilidade são impressionantes para um país que atravessa uma situação económica complicada e para um setor que tem sido fustigado por essa mesma conjuntura, situando-se entre os 80% registados no CEPRA e os 85% referidos pela ATEC. Ambos os responsáveis por estes centros defendem que a chave do sucesso está na qualidade dos formadores e formandos, alicerçada também em instalações, equipamentos e ferramentas de qualidade profissional. À disposição daqueles que pretendem entrar no (ou regressar ao) mercado de trabalho estão vários cursos. Mas a procura centra-se nos que estão mais ligados à tecnologia e menos no que se poderia apelidar de “mecânica tradicional”. A ATEC refere que, na formação profissional destinada a jovens e a adultos desempregados, as áreas mais requisitadas são as de
Automação e das Tecnologias de Informação. A Car Academy revela que, de entre a sua oferta, os profissionais têm procurado com mais intensidade a Certificação de Técnicos de Ar Condicionado, sistemas CommonRail e Filtros de Partículas. Já o CEPRA indica que os cursos mais procurados são os da área da Mecatrónica Automóvel e os de acesso a cargos de inspetores de ITV, ao passo que os profissionais que procuram a Mecatronicaonline têm optado pelas formações em sondas lambda e catalisadores, filtros de partículas e seus componentes e ainda na multiplexagem e redes de bordo. António Caldeira acredita que esta procura é ditada não apenas pela potencial empregabilidade destes cursos mais tecnológicos, mas também pela imagem que existe das profissões: “Este aspeto é demonstrável pelo facto de existir uma grande procura de reparadores de carroçarias e pintores por parte das empresas, em que a empregabilidade seria de 100%, mas que não têm procura por parte dos jovens, porque associam essas profissões a ambientes sujos e perigosos, para além de não terem tanta relevância social.” OBRIGAÇÃO E NECESSIDADE Como refere o artigo 131.º do Código do Trabalho, o empregador deve assegurar
OS CURSOS DO CEPRA E DA ATEC TÊM UMA TAXA DE EMPREGABILIDADE QUE CHEGA A ATINGIR OS 85% a cada trabalhador o direito individual à formação, através de um número mínimo anual de horas de formação (35), mediante ações desenvolvidas na empresa ou através da concessão de tempo para frequência de formação por iniciativa do trabalhador. Esta obrigatoriedade legal faz com que a oferta de mercado para pessoas empregadas também seja vasta e esteja em crescimento. Segundo Sérgio Pinto, diretor geral da Mecatronicaonline, os profissionais atualmente no ativo têm-se preocupado mais com a sua formação, demonstrando interesse em melhorar as suas qualificações profissionais, apesar de estarem já empregados. O mesmo responsável refere ainda que a procura se nivela entre os formandos “enviados” pelas empresas e a procura individual de mais conhecimento: “Hoje em dia, a procura por formação está nivelada. Se até há uns anos eram os profissionais que mais procuravam as formações, hoje as empresas já começam a identificar as suas próprias necessidades.” António Caldeira partilha esta opinião, apontando a existência de muitos profissionais que se inscrevem em cursos em horário pós-laboral, porque sentem a necessidade de acompanhar os novos desenvolvimentos tecnológicos. Do ponto de vista da Car Academy, a divisão é favorável às empresas, que também são quem mais procura a ATEC. Eugénio Bastos afirma que, habitualmente, são as empresas que procuram este centro de formação, ainda que existam áreas em que os particulares apostam na sua requalificação. O diretor de formação dá mesmo alguns exemplos: condução de empilhadores, soldadura, línguas, certificação na intervenção em sistemas de ar condicionado automóvel, ITED e ITUR, e fibras óticas. Apesar do fator legal, todos os intervenientes reconhecem que este não é o principal elemento que leva as empresas a apostar na formação dos seus colaboradores, ainda que tal possa acontecer, como alerta Eugénio Bastos, da ATEC. Este gestor diz existirem empresas que, de facto, apenas cumprem o disposto na lei, mas que estão em minoria face às que reconhecem a importância da formação e que têm uma visão estratégica para a
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Na Car Academy e na Mecatronicaonline, tem-se registado uma forte procura de formação em filtros de partículas
qualificação dos seus colaboradores. Sérgio Pinto sugere que as grandes empresas possam ser as mais permeáveis a esta situação, mas, “mesmo assim, só algumas”. Para o diretor geral da Mecatronicaonline, a maioria das empresas, e principalmente as de menor dimensão, tem vindo, cada vez mais, a preocupar-se com o nível de formação dos empregados, beneficiando, no caso das empresas de menor dimensão, da maior proximidade entre ambas as partes na avaliação das necessidades.
José Pedro, da Car Academy, nota a importância de ser traçado um plano de formação individual para os recursos humanos das empresas, sejam eles técnicos e não técnicos, algo que, aponta, Eugénio Bastos, já se vê acontecer em algumas empresas: “Temos redes de oficinas automóveis que já fazem um plano anual de formação, que analisam as suas necessidades e planeiam a formação que pretendem dar aos seus colaboradores.”
CERTIFICAR OU NÃO CERTIFICAR? A fórmula para colmatar dificuldades do setor ainda divide os nossos inquiridos, não sendo certo se passará ou não pela extensão da certificação dos profissionais do setor. Eugénio Barros, da ATEC, crê que a implementação de uma medida deste género possa ser vantajosa do ponto de vista da uniformização e cumprimento de referências curriculares, e José Pedro acredita que a implementação desta extensão
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traria maior justiça ao setor. Por outro lado, Sérgio Pinto, ainda que partilhe da opinião do colega da Car Academy, acredita que, apesar de benéfica, uma medida desta índole seria de muito difícil implementação. Ainda assim, refere, esta seria uma forma de combater em grande escala as oficinas que trabalham à margem da lei e que penalizam as que cumprem na íntegra os requisitos que lhes são exigidos.
É exatamente à questão da ilegalidade que chega o diretor do CEPRA, para quem, mais do que uma maior ou menor necessidade de certificação, o que afeta o setor oficinal de forma negetiva é a existência de concorrência ilegal, as “oficinas de porta fechada”, como diz António Caldeira: “Tudo o que possa ser feito para minimizar esse problema é fundamental, nomeadamente através da fiscalização.”
Atento a esta realidade, o CEPRA, por exemplo, nas palavras do seu diretor, realiza ações “em qualquer ponto do país, nas instalações das empresas, com conteúdos, horários e calendarização ajustados ao perfil dos participantes”, um tipo de intervenção que, continua António Caldeira, permite o contacto dos técnicos com os produtos mais recentes no mercado. Já no que respeita à ATEC, a oferta formativa dirigida às empresas divide-se em várias áreas, onde o centro oferece tanto formação como consultoria: Mecatrónica Automóvel; Mecânica Industrial; Automação; Tecnologias de Informação; Desenvolvimento Pessoal e Organizacional; e Lean. DIFICULDADES DIVIDIDAS Apesar de as empresas irem além do cumprimento da lei, pois percebem que ter profissionais devidamente atualizados se traduz numa uma vantagem competitiva, existe, de facto, uma dificuldade evidente e efetiva: a disponibilização dos profissionais que devem frequentar ações de formação, o que, no entender de António Caldeira, se deve ao facto de muitas empresas estarem a operar no limiar da sobrevivência. Tanto o diretor do CEPRA como o diretor de formação da ATEC creem que a existência de apoios financeiros à formação seria
uma forma possível para garantir maior disponibilidade dos profissionais para assistirem à formação sem prejudicar o negócio da empresa. No entanto, para Sérgio Pinto, não são necessários mais apoios financeiros. O que é preciso é alargar a sua aplicabilidade, queixando-se o diretor geral da Mecatronicaonline do facto de os apoios existentes estarem mais focados nos profissionais desempregados. José Pedro prefere manter uma posição mais central: “É certo que todos os apoios são bem-vindos, sobretudo num setor que já libertou mais margem do que atualmente. No entanto, com ou sem apoios financeiros, os empresários só podem ver a formação como um investimento na sua organização.” A par das dificuldades das empresas em colocar os seus colaboradores em ações de formação, as entidades formadoras sentem dificuldades na hora de transmitir os conhecimentos. Para as empresas que responderam à TURBO OFICINA, as maiores lacunas encontram-se nas áreas tecnológicas, precisamente aquelas que têm atualmente maior procura. Mas não são as únicas. José Pedro, da Car Academy, refere como dificuldade no seu trabalho as ideias pré-concebidas com que os formandos PUBLICIDADE
Embora as empresas reconheçam a importância da formação, nem sempre conseguem libertar os seus colaboradores
se apresentam nas ações “obrigatórias”, certos de que não aprenderão nada de novo. Este formador vai, no entanto, mais longe, apontando o dedo diretamente à falta de bases formativas exibida pelos alunos em áreas como a mecânica, a eletricidade e a eletrónica, que são, para José Pedro, “os alicerces de toda a tecnologia que invade os automóveis”. Por isso, o formador recomenda que os
profissionais invistam mais nestas áreas, ainda que reconheça que estas são ações mais dispendiosas devido à sua duração. António Caldeira corrobora as afirmações deste formador, destacando que mesmo profissionais muito experientes, que sabem executar as tarefas de determinada forma, necessitam, hoje em dia, de compreender os princípios de funcionamento dos
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As empresas procuram reparadores de carroçarias e pintores, mas estes cursos têm menos procura por parte dos jovens, devido a questões culturais
componentes. Para o gestor, é esta formação de base muito sólida que habilita para as intervenções de crescente complexidade exigidas pelos veículos que estão a chegar ao mercado, nomeadamente os híbridos e elétricos. Na ATEC também se notam algumas dificuldades dos formandos no que respeita à “compreensão técnica e à destreza manual”, bem como nas áreas científicas e da língua, uma dificuldade acrescida na era do mercado global. Sérgio Pinto resume a questão ao afirmar que a maior dificuldade que os seus formadores enfrentam é o nível baixo de formação académica dos formandos, a par de falta de hábitos de leitura. Até aqui, nada de novo. Mas o diretor-geral da Mecatronicaonline lança para a fogueira uma nova acha, ao revelar que há formandos que têm um conhecimento técnico mais básico e que se inscrevem em formações intermédias ou avançadas. Para o gestor, “estas três situações fazem com que os formadores tenham de subir ou baixar de ‘tom’/ conhecimento, adequando a formação às reais necessidades dos formandos presentes em sala”. Para este responsável, a grande diferença nota-se entre os concessionários de marca, onde todos os formandos se encontram ao mesmo nível e vão aumentando gradualmente os seus conhecimentos, “de uma forma bastante linear”, e as
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oficinas multimarca, onde a realidade é outra: “como nem sempre existe um número adequado de formandos para todas as formações e a disponibilidade destes para assistir às mesmas não é constante, eles ‘saltam’ de formação em formação”, diminuindo assim as possibilidades de a aquisição do conhecimento ser feita da melhor forma. FUTURO ELÉTRICO A máxima socrática “Só sei que nada sei” parece aplicar-se na perfeição à tecnologia automóvel. A evolução está a acontecer a um ritmo muito rápido e os profissionais têm de acompanhar esta evolução fazendo formação ao longo da vida, pois quem parar de se atualizar será excluído naturalmente do mercado da reparação automóvel. A par da tecnologia, o mercado também evolui e exige às empresas novas formas de cativar os clientes e, sobretudo, de os fidelizar, não sendo, por isso, de estranhar a maior procura em áreas de organização e gestão. O autodiagnóstico e a autoformação vão ser ferramentas determinantes para os profissionais do futuro, que têm de lidar simultaneamente com excesso e falta de informação, e têm de ter a capacidade de antecipar e selecionar o conhecimento de que vão necessitar para enfrentar as novas tecnologias e manterem a sua capacidade de atuar no mercado de trabalho. Face a este
cenário, em que devem apostar as empresas do setor? O futuro da formação será o futuro do setor, e as empresas terão de estar preparadas para inovar e para reagir à interação entre evolução tecnológica e mudança organizacional. Os automóveis do futuro vão ser diferentes, com motorizações híbridas e elétricas, multiplexagem, telemática, novos materiais, etc., o que vai obrigar a uma constante reavaliação das competências que são exigidas aos profissionais, como aconteceu recentemente com a evolução dos mecânicos para mecatrónicos. Para António Caldeira, as oficinas do futuro terão de ser capazes de fazer reparações de grande complexidade, serão altamente especializadas e terão de utilizar equipamentos e tecnologias muito avançadas. Os seus profissionais têm de estar preparados para a mudança e têm de “aprender a aprender”. O diretor do CEPRA exemplifica: “Como se recebe um veículo que se dirigiu autonomamente a uma oficina para lhe efetuarem uma manutenção periódica?” É verdade que as oficinas têm de estar preparadas para o futuro, mas, tal como não se pode construir uma casa pelo telhado, as empresas devem apostar na formação de base dos seus colaboradores, conselho que deixa José Pedro, da Car Academy: “As formações de base são os alicerces de um técnico qualificado.”
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“O português acha que sabe tudo” Responsável pelo Laboratório de Engenharia Automóvel do IPL, João Fonseca Pereira lamenta que a falta de bases e os anos de experiência prática comprometam os esforços de formação, num mercado que ainda tem muitas necessidades. Apesar disso, defende a qualidade dos profissionais formados em Portugal e o papel fundamental das empresas neste processo, porque “Todos têm a ganhar”. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
O
Instituto Politécnico de Leiria (IPL) é a única instituição em Portugal que oferece formação superior específica em Engenharia Automóvel, um curso que tem a sua génese nas necessidades do setor e está vocacionado para a fase de vida do veículo, ou seja, para o aftermarket. João Fonseca Pereira, responsável pelo Laboratório de Engenharia Automóvel, acredita que este laboratório é uma peça fundamental para o sucesso do curso e que as empresas devem apostar em formação em eletrónica e em veículos híbridos/elétricos. O Laboratório de Engenharia Automóvel inaugurou, em março, uma nova expansão. O que levou o IPL a investir nela? Além da vertente prática do curso, no IPL existe também a componente de investigação e a prestação de serviços. Tudo convivia no mesmo espaço, o que limitava as operações. A ampliação permite otimizar e melhorar a produtividade das várias áreas, mas também acomodar a maior afluência de estudantes. A que se deve esse acréscimo de afluência? Há aqui vários fatores. Ao abrirmos novos cursos, duplicámos o número de alunos, o que obriga a aumentar as instalações. Também fazemos questão de abordar a tecnologia automóvel desde os sistemas mais clássicos aos mais recentes. Para ter equipamento didático para todos precisamos de muito
espaço. Além disso, o curso foi sendo cada vez mais conhecido e reconhecido, o que aumentou as solicitações para prestações de serviço e projetos de investigação. Tudo isto torna necessárias instalações para dar resposta a esta evolução. Essa é a fórmula de sucesso do IPL? Ensino dirigido ao mercado? Creio que sim. Este é um curso do qual muito raramente saem alunos para outros cursos, mas para onde transitam muitos alunos de outros cursos, o que prova que nós conseguimos ir ao encontro das suas motivações e expetativas. Para isso contribuem o facto de termos docentes que estiveram, ou estão, envolvidos com as empresas e, como tal, a par da sua realidade; as instalações, que transmitem aos alunos a segurança de poderem aplicar na prática os seus conhecimentos; e o facto de termos parcerias com as empresas, que permitem que os alunos mostrem lá tudo aquilo que sabem.
“OS NOSSOS ALUNOS CHEGAM ÀS OFICINAS E TÊM DE PROVAR ÀS SUAS DIREÇÕES QUE TÊM DE INVESTIR EM EQUIPAMENTO”
A empregabilidade de praticamente 100% também será um forte motivo… A grande empregabilidade também nos tira alunos. Normalmente, os alunos terminam a licenciatura e passam para o mestrado. Como este é ministrado em horário noturno, eles facilmente encontram emprego no setor e rapidamente ganham responsabilidades que os impedem de concluir os estudos. E isto também acontece, embora menos, na licenciatura. Portanto, é muito bom, mas acaba por funcionar um pouco ao contrário. Isso quer dizer que as oficinas apostam em pessoas com formação superior para melhorar o seu negócio? De modo geral, sim. Temos muitos casos em que o aluno vem para o curso porque o pai tem uma oficina. Estes alunos chegam às oficinas e enriquecem o know-how dos colegas com mais conhecimento e com outra abordagem do automóvel, o que acaba por ser uma mais-valia para a empresa no seu todo. No entanto, noutros casos, os nossos alunos chegam às oficinas e têm de provar às suas direções que têm de investir em equipamento, pois eles estão habituados a trabalhar com máquinas que depois não existem no seu local de trabalho. PROBLEMA DE BASE Há lacunas na formação dos profissionais? Sim. Muitos dos profissionais nunca tiveram uma formação de raiz. Foram aprendendo
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com a experiência ou foram pesquisando, mas, mesmo nesses casos em que as pessoas pesquisam sozinhas, falta-lhes a formação de base, o que as impede de progredir da melhor forma. Isso é uma consequência da evolução rápida da tecnologia face àquilo que o profissional conseguiu evoluir nos seus conhecimentos. Em muitos casos, as pessoas têm diferentes níveis de conhecimento, o que obriga o formador a perder tempo para colocar todos os formandos ao mesmo nível e impede que se atinjam os objetivos. Como é que se poderia colmatar essa falha? As pessoas têm de ter uma postura de aprendizagem permanente. Para isso, as pessoas têm, por vezes, de andar um pouco para trás e perceber as coisas mais básicas para depois poderem evoluir. Devem também apostar em cursos específicos. Agora sei que isso é um custo para as oficinas e que nem sempre há formação à sua medida. Estender a certificação obrigatória também ajudaria? Esse é o caminho, mas há que ter muito cuidado: a certificação deve ser pensada seriamente e adequar-se à realidade. Por vezes, faz-se a certificação para determinados conhecimentos e outros, mais básicos, ficam descurados. A certificação tem de ser feita envolvendo todas as partes, para poder ter aplicação na nossa realidade e nas nossas empresas. Se criarmos certificação que as empresas não consigam cumprir e que as obrigue a fechar portas ou a ficar na ilegalidade, mais vale não fazer nada. As formações dadas pelos fabricantes são suficientes para que os profissionais se mantenham atualizados? Eu diria que é o mínimo. O feedback que nos chega é que há aqui uma componente cultural envolvida: muitas vezes a informação está disponível, mas o profissional não a lê. O português acha que sabe tudo, porque já tem muitos anos de experiência e isso, às vezes, é uma obstrução à aprendizagem e à boa receção da informação. Por vezes a informação é boa, mas a formação é deturpada por falta de bases. O IPL oferece formação para os profissionais? No passado já demos formação à ANIVAP, mas, por razões de disponibilidade dos nossos formadores, e por razões de custo, descontinuámos essa formação. Queremos retomar, mas têm de existir novas negociações. Chegámos também a ter uma formação para os técnicos da extinta DGV e, pontualmente, pedidos de empresas para
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darmos formação, mas eram empresas relativamente pequenas. Essa é uma limitação que temos em Portugal na área automóvel: a dimensão das nossas empresas condiciona a sua aposta na formação, porque elas não têm capacidade de investimento. Isso quer dizer que, em Portugal, a formação é cara? Se for encarada como um investimento e se for dada com qualidade, acho que não. Mas também acho que deveria existir um enquadramento legal para que, se uma empresa investe na formação de um profissional, ele deveria estar obrigado a ficar na empresa. Neste caso, a nossa legislação não defende bem os interesses das empresas, o que também leva a que estas talvez não invistam muitas vezes nos seus funcionários, porque isso pode ser um risco. Estamos bem servidos de instituições de formação em Portugal? Sim, acho que estamos muito bem servidos. Então o que é que nos falta para nos afirmarmos no panorama internacional? Ou isso já está a acontecer? Não tenho qualquer dúvida de que estamos muito bem posicionados no panorama internacional. Por exemplo, o percurso frequente dos nossos alunos é concluírem a licenciatura aqui e completarem o mestrado na área Motorsport em Oxford Brookes, uma universidade que tem uma formação específica nesta área. Os nossos alunos, que aqui têm um nível médio, lá são dos melhores, face a alunos de todo o mundo. Acredito que a nossa formação seja superior e podemos até perguntar se não teremos um nível de exigência muito elevado, mas isso resulta em profissionais de qualidade superior. Quanto a vermos nomes de portugueses em lugares cimeiros da indústria acho que, nalguns casos, é uma questão de tempo. Noutros, o que acontece é que os nomes que são vistos são outros. Note que, numa equipa de competição, o que aparece é o nome do piloto e pouco mais. Todos os outros são anónimos. O ano passado, no Dakar, tivemos no pódio dois ex-estudantes nossos, um na equipa da Toyota e outro na da Mini. Portanto, o sucesso existe, mas é um sucesso anónimo. SIMBIOSE EMPRESARIAL Quão importante é o envolvimento das empresas privadas na formação? É fundamental. Os alunos verão na prática o que aprenderam e como tal se aplica na realidade, bem como formas diferentes de trabalhar.
Temos uma relação simbiótica com as empresas locais. Na zona, praticamente todos os concessionários empregam ex-alunos nossos. Esses, por vezes, recorrem à escola para os ajudarmos a resolver problemas mais complicados, assim como nós recorremos aos ex-alunos para conseguirmos peças das garantias e termos material de última geração com avarias, o que é fundamental. Todos temos a ganhar com esta parceria permanente. O IPL tem muitos projetos de investigação para as empresas? Tem alguns. Temos a limitação de estar em Portugal e aqui não termos assim tantas empresas que beneficiem da investigação. Se pensarmos na área dos moldes e plásticos, temos uma forte colaboração de investigação com empresas locais, para o
“POR VEZES A INFORMAÇÃO É BOA, MAS A FORMAÇÃO É DETURPADA POR FALTA DE BASES”
E como se poderia colmatar essa lacuna entre o quotidiano das oficinas e a realidade dos estabelecimentos de ensino? Falando novamente da nossa realidade, nós procuramos um pouco dos dois mundos, ou seja, temos docentes com boas relações com as oficinas da região, até para melhor enquadrar os alunos nos estágios; a nível da investigação, o problema é a quantidade de tecnologia que um veículo hoje em dia comporta. É impossível uma única instituição ter um elevado nível de conhecimento de toda a tecnologia que um automóvel tem. O importante é ir estando a par da tecnologia que vai saindo para o mercado, mas também da realidade oficinal e das empresas, para conseguir que os nossos alunos as ajudem a resolver os seus problemas. Poderia o diálogo entre estabelecimentos de ensino eliminar esta dificuldade? Isso já acontece, as instituições não se fecham sobre si próprias. Temos um grupo de docentes com ligação ao Técnico e outro com ligação à Universidade de Coimbra. Além disso, temos uma delegação da ADAI em Leiria, que trabalha com docentes nossos. Noutras áreas temos ainda ligação com a Universidade do Minho e com a do Porto. Mas temos de perceber que as instituições que trabalham na área do automóvel tocam áreas muito específicas, que são uma ínfima parte do que é a globalidade da tecnologia automóvel. estudo e desenvolvimento de tecnologias que se aplicam à indústria automóvel, para onde grande parte destas empresas trabalham.
dia, uma das nossas limitações é não termos pessoas qualificadas em número suficiente para responder a todas as solicitações que temos.
Acha que na era global em que vivemos ainda se sofre esta “insularidade”? De certa forma, sim. Nós vamos a Espanha ou à Alemanha e lá existe uma forte aposta dos fabricantes na investigação. Enquanto lá eles se juntam para criar centros de investigação, aqui essa filosofia ainda não está completamente implementada. No IPL temos um centro de investigação vocacionado para a área dos moldes e plásticos e para a prototipagem, mas ainda não é uma prática comum existirem estes centros de investigação. Nalguns casos podemos fazer projetos para competição ou reconstituição de acidentes.
E a que se deve isso? É a conjuntura. O facto de sermos uma instituição pública cria-nos muitas limitações na contratação de pessoas, que depois se refletem na diminuição da capacidade de prestar serviço ao exterior.
No seu entender, se o IPL estivesse sedeado em França ou na Alemanha, o know-how existente era suficiente para singrarmos na indústria? Podemos dizer que sim. Não obstante, temos permanentemente muita colaboração com a indústria. Aliás, estamos a recusar projetos porque não temos docentes suficientes para assegurar as aulas e a investigação. Hoje em
Então, neste caso, os privados têm vantagem? Podem ter em termos de número de pessoas, mas não têm em conhecimento. Mas se houvesse investimento privado em investigação, haveria certamente mais pessoal. Há bons docentes em Portugal? A definição de bom docente é muito relativa. Na nossa realidade, era bom termos bons docentes como investigadores, que estivessem ao corrente do estado de arte do automóvel, mas também um outro conjunto de docentes que estivesse em contacto com a realidade das oficinas, não só em termos técnicos, mas também em termos do atendimento ao cliente.
Onde é que as empresas do ramo automóvel devem concentrar os seus esforços de formação? A parte eletrónica é fundamental: conhecer bem os sinais que devem ser observados nos vários sensores e atuadores ajuda muito a perceber se o equipamento de diagnóstico está a apontar para uma avaria real. Continuam a acontecer diariamente situações em que o equipamento de diagnóstico aponta para uma avaria que não existe. Outra área é a dos veículos híbridos e elétricos, porque, em alguns casos, nem as marcas sabem muito bem o que fazer, optando por desmontar, não mexer e mandar para a fábrica. Com a vulgarização da tecnologia, estes veículos começam a ir às oficinas independentes e, sem a formação adequada, podem surgir situações muito problemáticas e acidentes graves. Já preparam formação nesta área? Sim. Atualmente, nos nossos cursos já falamos destas tecnologias, até em parceria com as empresas. A médio prazo, prevemos abrir, em 2017, um TeSP para veículos híbridos e elétricos, onde vamos abordar essas tecnologias de forma mais aprofundada, para começar a preparar técnicos para elas. JULHO 2016
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REVISÃO VENEPORTE
APPROVED BUSINESS PARTNER DO GRUPAUTO INTERNATIONAL
REVISÃO
A Veneporte, fornecedor global de componentes para sistemas de escape e controlo de emissões para a indústria automóvel, assinou um contrato com o Grupauto International (Grupo GAI) que lhe permite conquistar o estatuto de “Approved Business Partner” do conhecido grupo de compras. Criado em 1990, o Grupo GAI possui uma das maiores redes de distribuição de peças automóveis para o mercado da reposição independente, contando atualmente com 1210 distribuidores e 3410 pontos de venda a nível Mundial. A assinatura do contrato aconteceu no início deste mês, sendo resultado das parcerias já existentes com diferentes membros deste grupo, em diversos países, ao longo dos últimos anos. Essa relação, e também a qualidade dos produtos da Veneporte, terão contribuído decisivamente para este reconhecimento, não só nos silenciosos como também, e de forma particular, na parte quente do sistema, nomeadamente nos catalisadores e filtros de partícula.
AZ AUTO
FORMAÇÃO PARA CENTROS DE TRAVÕES ATE
RedeInnov
Campanha promocional Monroe
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ara comemorar o 100.º aniversário da Monroe, a RedeInnov está a levar a cabo um conjunto de ações promocionais associadas aos amortecedores da reputada marca. A primeira campanha realiza-se sob o mote “Proteja Sempre Os Seus Novos Amortecedores Monroe” e concretiza-se no prolongamento, pelo prazo de um ano, da garantia dos componentes, pelo que os clientes poderão usufruir de três anos de garantia na gama dos amortecedores Monroe ORIGINAL e de quatro anos de
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garantia nos Monroe REFLEX. Já ao abrigo da segunda campanha, quem adquirir dois amortecedores Monroe receberá de oferta uma t-shirt. Por fim, a campanha “Monroe 4×3” promove a compra de quatro amortecedores para o mesmo modelo de automóvel, beneficiando da oferta de um dos amortecedores. As três campanhas desenvolvidas pela RedeInnov estão a ser promovidas junto das oficinas através da sua rede de membros, através dos quais será possível obter mais informações.
A AZ Auto realizou, nas suas instalações em Lisboa, uma sessão de formação exclusiva para os novos Centros de Travões ATE em Portugal. No total, sete oficinas novas fizeram representar-se na iniciativa, que decorreu entre 22 e 23 de junho. A formação contemplou duas componentes: uma teórica e outra prática, ministrada numa sala de formação Oficina devidamente equipada para o efeito. Em comunicado, a AZ Auto refere que “a Travagem é uma das áreas do setor automóvel que mais tem evoluído ao longo dos anos, a par dos desenvolvimentos tecnológicos cada vez também mais presentes e exigentes nos nossos automóveis, com o objetivo de promover a maior segurança, uma maior capacidade de travagem, na mais curta distância possível”. Desta forma, segundo a empresa, “é absolutamente fundamental que as Oficinas, para além de recorrerem às melhores peças, utilizem também os melhores meios e métodos para garantirem a melhor saúde dos travões dos nossos automóveis”.
SONICEL
COM A OLEOBLITZ NO EURO 2016 A seleção nacional de futebol contou com mais dez apoiantes no seu jogo inaugural no Euro 2016. Foi este o número de pessoas que a Sonicel levou a assistir ao Portugal-Islândia, ao abrigo do concurso “Hablitz com Oleoblitz - Vá ao Euro 2016 com a Sonicel”. Apesar do empate da equipa das quinas no seu embate de estreia nesta competição, a Sonicel, distribuidora em Portugal da marca de lubrificantes Oleoblitz, afirma que esta campanha foi uma grande vitória para ambas as marcas.
Euro Tyre
COMETIL
KIT DE MANUTENÇÃO DE SENSORES TPMS A Cometil acaba de lançar no mercado um novo kit Schrader para a reposição de peças em sensores TPMS. Este conjunto inclui 16 referências diferentes e compatibilidade com os sensores TPMS mais comuns do mercado. Fornecido numa caixa plástica com separadores (330 x 260 x 80mm), é composto por 44 peças de reposição de sensores, 32 válvulas metálicas, 12 válvulas de borracha, 20 interiores de válvula TPMS e 20 carrapetas. PUBLICIDADE
Nova gama de motores de arranque e alternadores
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Euro Tyre alarga o seu portefólio com a disponibilização de mais uma linha de produtos. Desta feita são os motores de arranque e alternadores, que serão comercializados sob as marcas Comline e Euro Tyre. Esta nova linha de produto da Euro Tyre pode ser distribuída em exclusivo ou em conjunto com outras das suas marcas em algumas zonas do país. Através da introdução da matrícula no site da Euro Tyre é possível identificar estas peças no Tec Doc, uma novidade da empresa de Cantanhede, que assim permite
a identificação de peças de marcas que não estejam disponíveis no catálogo normal do Tec Doc. Sublinhe-se que a Euro Tyre já tem online o seu novo site. Com uma nova imagem e funcionalidades acrescidas, a página de Internet foi redesenhada com o intuito de aumentar e melhorar a interação. O site demarca-se ainda pela facilidade dos processos, existindo a possibilidade de pesquisar produtos, entre pneus, peças, consumíveis, lubrificantes ou outros, através da introdução de uma simples palavra.
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CATÁLOGO EM PORTUGUÊS
Carglass
Apoio ao automobilismo português
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Carglass Portugal está a patrocinar a equipa Ventilações Moura Laser, que compete no Campeonato Nacional de Velocidade de Turismo. Este patrocínio surge no âmbito da política da marca de apoiar o automobilismo nacional, ao qual se associa desde 1989, seja em provas de Montanha, Velocidade, Ralis ou no Karting. “Ter um vidro da viatura partido representa um risco elevado para a segurança, pelo que é de extrema importância a sua reparação ou substituição. O risco é uma das características que nos une aos pilotos que apoiamos, tal como o é a paixão pelo cuidado com o carro, razão pela qual lançámos recentemente uma nova gama de produtos car care. É também por
isso que decidimos apoiar o automobilismo português, porque isso significa que estamos a reforçar os nossos valores e compromissos enquanto marca”, afirma Liliana Moreira, PR & Marketing Manager da Carglass Portugal. Composta pelos pilotos João Baptista, Gustavo Moura e Hélder Moura, a equipa da Ventilações Moura Laser luta por chegar ao pódio na edição deste ano do Campeonato Nacional de Velocidade de Turismo. “Encontrámos uma equipa parceira que representa a marca, quer pelos seus valores, quer pelas suas atitudes, como o profissionalismo, qualidade, resiliência e, acima de tudo, vontade de vencer”, conclui Liliana Moreira.
AUTOCREW
REDE EM EXPANSÃO A rede de oficinas AutoCrew tem vindo aumentar a sua cobertura nacional. Presente em Portugal desde 2012, a AutoCrew tem agora 50 oficinas pertencentes à rede, fruto das dez novas adesões. Sobre esta expansão, Mónica Alves, responsável da rede de oficinas AutoCrew em Portugal, afirma: “Esta expansão é reflexo do nosso trabalho e a prova de que estamos no bom caminho. A nossa ambição é continuar a crescer dando a possibilidade aos nossos parceiros de fazerem parte de uma rede oficinal dinâmica, de confiança e que disponibiliza uma série de serviços e ferramentas para que o sucesso dos nossos parceiros seja uma realidade. A rede AutoCrew está em nítido crescimento. Presente em 15 países europeus conta, atualmente, com mais de 1000 oficinas por todo o mundo.” A responsável acrescenta ainda: “Vamos continuar o nosso trabalho de angariação de oficinas, tendo como objetivo principal um crescimento sustentado da rede de parceiros com oferta de um serviço fiável e de qualidade, de forma a podermos dar aos nossos clientes a melhor cobertura possível.”
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As mais recentes oficinas AutoCrew são José Amorim Castro Unipessoal, Lda (Miranda do Douro); Electrocanossa – Electricistas Auto, Lda (Arcos de Valdevez); A.Augusto Lima e Silva, Sociedade Unipessoal Lda (Santa Maria da Feira); Auto Reparadora Vila Maior, Lda (Vila Maior); Espaço Coimbra, Lda (Coimbra); Turbo SIS, de Márcio José Gonçalves Nogueira (Braga); J.C.O. Auto – João Carlos & Oliveira, Lda (Barcelos); Mig3-Car- Comércio de Acessórios para veículos automóveis, Lda (Montalegre); PPR, LDA e Guohang Yang Auto, Unipessoal Lda (Vila do Conde); Auto Recta Penichense – Reparações de Automóveis, Lda (Peniche); LVA- Luís Filipe Santos Unipessoal Lda (Alcobaça); U.S.Car, Lda (Loures) e muito em breve José António Pacheco – Rep. Automóveis Unipessoal, Lda (Açores).
A Zaphiro disponibiliza, na sua página web, em www.zaphirogroup.com, o seu catálogo de produtos, completo e atualizado, e traduzido para Português e Inglês, mais uma vertente da sua estratégia de comunicação e de apoio à expansão da empresa em mercados internacionais. O novo catálogo da marca espanhola inclui a totalidade das suas linhas de produto das marcas Zaphiro, DeVilbiss, MixPlast, SprayMax, Auto-K, Belton e Herkules. Todas as referências e características dos produtos podem ser facilmente encontradas através do menu situado na parte esquerda da página. Alberto Romanillos, diretor comercial da Zaphiro, afirma: “O nosso objetivo ao traduzir o catálogo não é apenas difundir informação técnica e comercial, mas também facilitar a comunicação com os nossos clientes dentro e fora de Espanha.”
BOSCH
DISTRIBUIDORES VISITAM FÁBRICA DE CORREGIO A Bosch levou um grupo de 25 Distribuidores de Equipamento Oficinal, de Espanha e Portugal, às instalações do centro de produção em Corregio, na região italiana de Emilia Romagna. O grupo foi acompanhado pelas respetivas equipas de vendas e Marketing da Bosch Automotive Aftermarket, numa viagem de dois dias que teve como objetivo dar a conhecer o processo de fabrico de alguns dos equipamentos que atualmente se comercializam em ambos os países e, ao mesmo tempo, apresentar as novidades de produto para este ano. Durante a visita, os clientes puderam assistir a diferentes apresentações sobre os novos equipamentos oficinais relacionados com a roda, que a Bosch fabrica e comercializa, como: alinhadores de direção, sistemas de assistência à condução, equipamentos de inspeção, equilibradoras e desmontadoras.
eticadata software
26.º aniversário marcado por aposta internacional
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undada em 1990, a eticadata software conta atualmente com mais de 40 mil aplicações instaladas, distribuídas por diversas áreas de negócio nos quatros cantos do globo. A completar 26 anos de atividade, a eticadata tem pautado o seu percurso com uma constante aposta na inovação, o que lhe permite estar na linha da frente na utilização das tecnologias mais recentes, alargando os limites na utilização destas ferramentas de apoio à gestão. Com a oferta renovada, o ERP v16 tem vindo a consolidar a aposta da eticadata não só no mercado nacional como internacional, com destaque para a América Latina de língua oficial espanhola, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e São Tomé e Príncipe. José Gonçalves, CEO da eticadata software, refere: “Estamos no caminho certo, a implementar as medidas necessárias para ocuparmos o lugar de destaque que PUBLICIDADE
CEPRA
OURO NO WORLDSKILLS PORTUGAL
merecemos ocupar (…) na eticadata a inovação sempre fez parte do nosso ADN, em todos os processos funcionais e produtivos (…) ser uma das empresas referência é o melhor reconhecimento dos 26 anos de trabalho e dedicação no desenvolvimento de práticas de inovação e qualidade no setor das TI.”
Coimbra foi durante uma semana a capital das competências, ao receber a 42.ª edição do WorldSkills Portugal – Campeonato Nacional das Profissões, uma competição entre 400 jovens com idades compreendidas entre os 17 e os 25 anos apurados à escala nacional em centros de emprego e formação profissional, escolas profissionais, entidades formadoras e empresas. O Campeonato Nacional das Profissões teve como vencedor Admário Ferreira, formando da delegação que representou o CEPRA nesta competição, na categoria de Mecatrónica Automóvel. Os vencedores nesta fase nacional vão representar Portugal no Campeonato Europeu das Profissões – que se realiza em dezembro próximo em Gotemburgo, na Suécia – e no Campeonato do Mundo das Profissões, agendado para 2017 em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
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ESPECIALISTA
Pro4matic
Na senda do sucesso A registar um crescimento de 70% nas vendas, a Pro4matic prepara a mudança para novas instalações e pretende incluir os veículos pesados na sua oferta. Um sucesso alcançado em apenas sete anos, mas com muito trabalho. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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ascida em 2009, a Pro4matic tem vindo a afirmar-se no panorama nacional do aftermarket. A sua criação colmatou não apenas a vontade de Nuno Durão de estar ligado ao ramo automóvel, mas também uma lacuna que existia no mercado: um especialista em suspensões pneumáticas. “Como eu tinha um carro com suspensão pneumática e algum know-how sobre este assunto, as pessoas contactavam-me com as suas dúvidas. Também tinha o desejo de me ligar ao ramo automóvel e, através de um amigo que estava no ramo na Alemanha, comecei a fazer negócio. E assim nasceu a Pro4matic: ‘Pro’ de profissional, ‘4’ de quatro rodas e ‘matic’ de pneumático”, revela o responsável desta empresa. Com dois armazéns para stockagem de componentes – um em Coimbra e outro em Montemor-o-velho, num total de 250 m2 – são cinco os funcionários da empresa, a gerir uma carteira de clientes que tem ao seu dispor 2317 referências e não para de crescer: “Todas as semanas temos oficinas novas”, diz Nuno Durão. Por isso já estão em marcha os planos para se mudarem para novas, e maiores, instalações, que se manterão em Montemor-o-Velho, pois Nuno Durão acredita que a localização da empresa ajuda o negócio, permitindo que a Pro4matic entregue, em qualquer ponto do país, em menos de 24 horas: uma encomenda realizada até às 18h00 chega ao cliente até às 10h00 do dia seguinte. No novo espaço coabitarão um armazém, uma zona comercial, um showroom com carros equipados com suspensão pneumática, uma oficina especializada para dar apoio aos clientes e ainda um centro de desenvolvimento.
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Ao mesmo tempo que se dará a mudança para novas instalações, a Pro4matic lançará uma nova aposta comercial, a venda de amortecedores para pesados, respondendo assim às crescentes solicitações dos clientes: “Temos tido alguma procura para pesados e autocaravanas.” A gama será composta por uma marca branca e por uma segunda marca, acerca da qual Nuno Durão não adianta pormenores, por ainda estar em fase de negociação. Este será um novo desafio para a marca do distrito de Coimbra, não só a nível logístico, porque são pneumáticos muito maiores e ocupam mais espaço, mas também de gestão, uma vez que os componentes são catalogados por medidas, sendo mais complicada a referenciação face aos diferentes modelos. TRABALHO DE PROXIMIDADE Se a expansão dos negócios da Pro4matic pode espelhar o seu sucesso, o mesmo pode também ser aferido pelos números. De acordo com Nuno Durão, a empresa tem tido uma evolução “excelente”. Em 2015 registaram um crescimento de 40% nas vendas face ao ano anterior e, no final do primeiro semestre deste ano, o registo é de 70% de crescimento face a 2015, valor que o gestor crê se mantenha até ao final do ano: “O nosso semestre mais forte é sempre o segundo, por isso estamos confiantes de que chegaremos ao final do ano com a mesma marca.” A fórmula para o sucesso da Pro4matic assenta, diz Nuno Durão, em muito trabalho e dedicação ao projeto. Isto porque, ao mesmo tempo que a especialização da empresa em suspensões pneumáticas foi uma oportunidade de negócio, foi também um desafio: “Não havia nada em Portugal, era
um desconhecimento total. Fui a formações, dediquei-me a fundo ao tema e comecei a importar e a trabalhar.” A atividade iniciou-se com a Arnott, marca que introduziu em Portugal e que atualmente é responsável por 90% das vendas da empresa, volume que vale à Pro4matic o segundo lugar no ranking dos seus distribuidores europeus. Os restantes 10% das vendas distribuem-se pelas outras marcas que comercializa: AMK, Wabco, uma marca branca – de um fabricante asiático, que opera desde 2011 – e a Bilstein, marca que, apesar de não ser tão vocacionada para suspensões pneumáticas, será aposta forte da Pro4matic quando forem inauguradas as novas instalações. Todas as alterações na oferta da Pro4matic tiveram – e têm – como base a vontade de a empresa não pretender ser elitista e vender apenas componentes caros: “Queremos
RECONSTRUÍDOS VENDEM MAIS A Pro4matic comercializa não apenas amortecedores novos, mas também reconstruídos, que, aliás, representam atualmente cerca de 70% das vendas da empresa. Aos olhos de Nuno Durão, esta maior aposta do mercado nacional nos amortecedores reconstruídos é impulsionada pelo seu menor custo e também pela elevada idade média do parque automóvel nacional, que leva o consumidor a pensar que não vale a pena investir num amortecedor novo. E qual será, então, a melhor solução? Para o responsável, não existe uma
solução melhor que outra:“Na minha opinião,o ideal é sempre o novo, mas do ponto de vista do consumidor, se calhar o melhor é o reconstruído. O bom é poder comercializar os dois, para cobrir o mercado.” E a Pro4matic fá-lo, em ambos os casos oferecendo garantia vitalícia contra defeito de fábrica, ainda que a empresa não tenha parte ativa no processo de reconstrução, realizado pela Arnott nos EUA. A única intervenção que têm neste processo é a recolha dos ‘cores’, sua identificação por marca e modelo e envio para desmantelamento.
Este é mais um serviço que colocam à disposição dos clientes, oficinas ou particulares, que contactam a empresa para que esta faça a recolha e aquisição dos ‘cores’, que depois são vendidos à Arnott. “Poderíamos ganhar algum dinheiro nesta transição, mas optamos por não o fazer. Este é um serviço extra que oferecemos aos nossos clientes”, diz Nuno Durão. Para o mesmo responsável, a compra dos cores pela Arnott é uma mais-valia para as oficinas, que assim conseguem libertar o espaço e ainda fazer algum dinheiro.
estar próximos, não apenas das necessidades do cliente, mas também da sua capacidade financeira”, diz Nuno Durão, que afirma ainda: “Há muitos topo de gama comprados em terceira e quarta mão, o que faz com que as pessoas possam depois não ter dinheiro para substituir as suspensões pneumáticas por marcas de topo, sendo esta uma alternativa de custo mais baixo. Há pessoas que não andam com os carros porque não têm dinheiro para a suspensão.” Se uma oferta alargada faz a Pro4matic estar perto da capacidade financeira do mercado, a proximidade com os clientes é conseguida através de serviços como uma linha de apoio técnico, gratuita, que serve para responder a dúvidas sobre a montagem dos componentes. Em caso de necessidade, a Pro4matic desloca-se às instalações dos clientes para resolver algum problema que possa acontecer, também de forma gratuita. JULHO 2016
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ESPECIALISTA “QUEREMOS ESTAR PRÓXIMOS NÃO APENAS DAS NECESSIDADES DO CLIENTE, MAS TAMBÉM DA SUA CAPACIDADE FINANCEIRA”
A Arnott recolhe 90% das vendas, valendo à Pro4matic o 2.º lugar no ranking de distribuidores europeus da marca
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Estes serviços personalizados consolidam a imagem da empresa enquanto especialista nas suspensões pneumáticas e espelham o bom trabalho que faz, tanto no mercado nacional como no internacional. Ainda que as vendas em território nacional correspondam a 98% do total de faturação da empresa, a Pro4matic não descura os mercados estrangeiros. Nuno Durão revela que um dos objetivos é alterar esta distribuição de quota de vendas, para o que o aumento da quota do mercado espanhol tem contribuído. Além do mercado vizinho, a Pro4matic exporta para Brasil, Luxemburgo, Noruega, Suécia e Suíça. Esporadicamente exporta para outros países, mas tal deve-se à utilização do eBay como ferramenta de comércio. As novas tecnologias são, aliás, uma aposta da Pro4matic, que emprega um programador dedicado à manutenção do seu website, com zona de loja online. A empresa é também vendedor recomendado do site Stand Virtual: “Fazemos o circuito ao contrário. Começamos por dar o preço ao consumidor final e ele leva a nossa informação para a oficina. Numa segunda oportunidade, é o próprio mecânico que nos contacta. É assim que temos crescido.” Esta proximidade ao consumidor final é, para Nuno Durão, fundamental e estratégica. Para o responsável é imperativo que o consumidor final tenha acesso aos preços. No entanto, o ‘core’ do negócio da Pro4matic não é o consumidor final: “Os nossos clientes são, em 95% dos casos, as oficinas e as casas de peças.” Apesar da divisão da faturação, tanto o consumidor final como as casas de peças e oficinas apostam, maioritariamente, na compra de componentes isolados, ao invés de soluções completas de suspensão. Para o responsável máximo da Pro4matic, tal deve-se, mais uma vez, à falta de capacidade financeira do mercado luso: “Num carro que tenha problemas à frente, é preciso adquirir as duas unidades, mas as pessoas acabam por comprar apenas a que está danificada, porque não há capacidade económica para mais.” Reconhecendo que o preço dos componentes que vende é um entrave à expansão do negócio, Nuno Durão não acredita em flutuações do mercado, preferindo dizer antes que tudo se resume a trabalho: “Se trabalharmos bem, as coisas acontecem. Pode demorar mais tempo, mas, quando se trabalha e se é sincero e honesto, o sucesso acontece.”
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TopCar: Europremium 2016
“O melhor de vocês é o melhor de nós” A gala dos EuroPremium 2016 distinguiu as três melhores oficinas da rede TopCar. A formação e os suportes de apoio digitais às oficinas foram também destacadas nesta noite de festa para a TopCar. TEXTO NUNO FATELA
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cidade de Madrid acolheu a 14ª Gala EuroPremium, em que foram destacadas as três melhores oficinas da rede TopCar no último ano, juntamente com as suas congéneres espanholas da EuroTalleres. A representar ‘as cores nacionais’ em Espanha estiveram Vanessa Barros, que dirige a gestão da rede TopCar, juntamente com os responsáveis das parceiras galardoadas, Tondela e Cascais, que receberam pela primeira vez o prémio, e ainda Setúbal, a primeira representação a nível nacional a repetir a vitória. Vanessa Barros, que subiu ao palco para anunciar os nomes dos TopCar que foram galardoados na EuroPremium 2016, destacou a importância destes prémios, pois “o que um parceiro é, também é o que todas as oficinas são. Tudo o que fazem de bem reflete-se na rede toda”, adicionando ainda que o benefício conferido às oficinas é “ muito importante para continuarmos a levar a TopCar mais além”. Afirmando que “a rede, acima de tudo, é uma só, uma força a caminhar para o mesmo sentido”, a gestora da rede TopCar recordou ainda as mudanças que têm vindo a ser promovidas nos últimos tempos e a forma como elas estão a ser bem recebidas pelas representações. “No final de 2015 e início de 2016 fizemos algumas alterações, na forma como fazemos campanha, a nossa comunicação, estamos sempre a testar novas coisas e a tentar ajudar as nossas oficinas a crescer. Mas isto só corre bem se as nossas oficinas acreditarem. e nós sentimos que temos a confiança dos nossos parceiros.” Daí que tenham sido também destacadas as novas ferramentas que são introduzidas e que ajudam a garantir um serviço de qualidade homogénea em toda a TopCar. “Todas as plataformas que temos e a forma como a utilizam no dia a dia, é essencial para o sucesso da rede. Porque vai ajudar a que todos consigamos ter o mesmo nível de serviço,
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coerência para a rede, e é isso que eu peço à TopCar Setubal, Tondela e Cascais. As TopCar de Tondela, Cascais e Setúbal também colocaram em foco a importância que este prémio assume como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, destacando dois elementos como vantagens inequívocas da sua integração nesta rede de oficinas,que são a formação aos profissionais e também os suportes de apoio digitais. Diogo Calçada recordou que no momento em que a sua oficina de Tondela decidiu integrar uma rede considerou alguns fundamentos como essenciais, os quais foram correspondidos pela Topcar. “Para mim, existem pilares que são fundamentais. No que diz respeito à formação, à imagem, a todo o acompanhamento que é dado aos parceiros da rede, no fundo entendi que não estava a representar somente o nome mas de facto que tínhamos uma equipa de trabalho, um grande apoio por trás do que fazemos, e que podíamos subir mais alto.” Já Pedro e Francisco Ramos, da TopCar Cascais, consideraram fulcral a conjugação de forças em prol do esforço comum da rede, mesmo que isso signifique não repetir o prémio no próximo ano: “Se apenas estivermos na rede para nós crescermos, isso não vai ter sucesso. Quanto mais pudermos partilhar entre nós todas as nossas boas experiências, mais a rede vai crescer. Portanto se não estivermos para o ano, e vier outra TopCar também vamos estar contentes por eles.” Quem já regressou a Madrid pela segunda vez para ser uma das TopCar distinguidas nos EuroPremium foi a parceira de Setúbal, representada por Adérito Machado, para quem repetir a vitória “não é mais fácil, é mais responsabilidade. Para voltar uma segunda vez, foi mais exigente, a própria rede também foi evoluindo”. Questionado se efetivamente nota uma grande diferença na realidade das oficinas entre o seu primeiro e o segundo galardão, Adérito Machado considerou
que, “todo o setor automóvel evolui constantemente. E a rede também evoluiu, temos novas ferramentas de orçamentação, de formação, de difusão da marca ao cliente, marketing, novas parcerias com novos clientes. E, tudo por arrasto da rede”. Daí que a TopCar Setúbal tenha igualmente destacado as vantagens conferidas pelas novas ferramentas que são disponibilizadas, referindo que fazem com que “também nós nas oficinas, no que se refere ao apoio técnico, consigamos ter hoje em dia um apoio maior quando nos deparamos com dificuldades nos diagnósticos. Houve uma evolução muito grande e esperamos que ela continue dessa forma”. Esta gala contou, além da entrega dos EuroPremium 2016, com mais dois momentos altos. O primeiro foi a entrega do prémio “Quilómetros por sorrisos” que resulta da parceria forjada entre a rede EuroTaller e a Fundação Theodora, através da qual 2200
Diogo Calçada e Ana Ferreira (Tondela); Vanessa Barros, gestora da rede TopCar; Isabel Basto, diretora de Aftermarket de Ligeiros da Região Iberia; Francisco e Pedro Ramos (Cascais); Adérito e Arlete Machado (Setúbal)
representantes das oficinas em Espanha percorreram mais de 20.000 quilómetros em diversas provas por solidariedade. Como resultado deste esforço, a associação de solidariedade recebeu um cheque no valor de 11.113€, que vai permitir agora levar mais sorrisos a crianças hospitalizadas, num excelente exemplo de responsabilidade corporativa e da forma como ela pode servir para apoiar boas causas, No final deste evento houve oportunidade ainda de assistir a um espetáculo do famoso comediante espanhol Leo Harlem. Vanessa Barros, destacando a importância que os Europremium assumem para a rede de oficinas, deixou ainda um apelo aos representantes de Setúbal, Cascais e Tondela, a quem pediu que “continuem a trabalhar de uma forma TOP, para desenvolver a marca TopCar, que continuem a acreditar, a ter força, a ter garra. Porque o melhor de vocês é o melhor de nós”. JULHO 2016
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TecRMI
Para tudo e para todos A Tips4Y levou a cabo o primeiro workshop TecRMI em Portugal. O objetivo desta solução da TecAlliance é oferecer a melhor e mais completa informação a todos os players do mercado, sobre todos os aspetos do negócio. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
A
tualmente, o aftermarket está numa era de franca evolução tecnológica, que assenta na revolução digital e que está a mudar de forma radical as empresas e a forma como se olha o negócio. Para a TecAlliance, empresa de que fazem parte as insígnias TecDOC, TecCOM e TecRMI, a informação técnica já não é apenas informação sobre manutenção e reparação automóvel ou para soluções de orçamentação, sendo possível encontrá-la em soluções de planos de fidelização, reencaminhamento de clientes ou mesmo marketing oficinal, tudo isto utilizando cálculos de manutenção preventiva e preditiva. Como quer estar presente na linha da frente do negócio do pós-venda, e com o intuito de dar a conhecer melhor a sua solução TecRMI, a TecAlliance levou a cabo, em parceria com a Tips4Y, o primeiro workshop acerca desta solução, onde foram apresentadas as valências da TecRMI e quais as novidades que podemos esperar no futuro, havendo ainda tempo de conhecer o projeto Caruso, com o qual a TecAlliance crê ser possível salvaguardar o futuro do aftermarket independente na era da telemática. Na sequência deste primeiro encontro, a TecAllaince espera lançar as bases para o ‘User Group’ português da TecRMI, iniciativa lançada em 2014 na Alemanha, a que se seguiram Bélgica, Holanda e Luxemburgo, num total de 113 pessoas e 83 empresas diferentes. Com o intuito de criar uma linha de comunicação entre especialistas em RMI, estes ‘User Groups’ pretendem contribuir para a normalização dos dados, criando ao mesmo tempo uma comunidade que seja ativa em reuniões com o mercado, utilizando a experiência conjunta para criar benefício para todos os membros do ramo RMI. Para Ralf Pelkmann, vice-presidente TecRMI da Tec Alliance, estes ‘User Goups’ são uma ferramenta preciosa, por permitem desenvolver as soluções da empresa em conjunto com o mercado: “Estamos mais próximos das necessidades dos nossos clientes e conseguimos adaptar a oferta às suas necessidades.” Esta adaptabilidade
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das soluções TecAlliance é, de acordo com o mesmo responsável, um trunfo para a empresa, pois o mercado europeu é composto por muitas realidades, o que torna “obrigatório, para podermos triunfar, ter esta capacidade de nos ajustarmos às necessidades dos vários mercados”. O QUE É A SOLUÇÃO TECRMI? A oferta TecRMI cobre atualmente 89% do parque automóvel português e tem como
primeiro objetivo dotar as oficinas de toda a informação necessária para realizar a manutenção e reparação de um veículo. Ao mesmo tempo, esta solução pretende ligar distribuidores, oficinas, fabricantes, empresas de leasing e gestão de frotas e os próprios construtores automóveis, aliando inteligência à informação e beneficiando o negócio dos clientes. Para tal, a TecRMI leva a cabo uma constante recolha de dados, feita independentemente
O workshop contou com os contributos dos responsáveis da Tips4Y e de Ralf Pelkmann, vice-presidente TecRMI da Tec Alliance
do veículo em causa, de acordo com as necessidades do mercado e normalizada segundo a linguagem TecDOC. O resultado é uma gigantesca base de dados com informação de ligeiros e pesados, disponibilizada através dos vários módulos que compõem a solução: TECVINFILTER – Permite identificar o automóvel através do seu VIN, conhecendo as especificidades de cada veículo. Disponível para ligeiros e pesados. TECGRAPHIC – Oferece uma vista “explodida” de todas as peças num veículo, permitindo a pesquisa por imagens e sua seleção direta, facilitando a encomenda e diminuindo erros. TECMANUALS – Manuais técnicos que oferecem guias passo-a-passo para levar a cabo as intervenções necessárias. Disponível para ligeiros e pesados. TECAJDUST – Oferece informação variada sobre, por exemplo, que óleo deve ser utilizado com que motor, a quantidade que deve ser usada, as forças de binário a serem aplicadas, etc. Disponível para ligeiros e pesados.
TECTYRES – Permite conhecer, entre outras coisas, que tipo e tamanho de pneus usar nas jantes originais, ou a dimensão máxima de jantes que o veículo acomoda. TECNOTES – Repositório de dados, atualizado diariamente, onde constam os recalls oficiais dos construtores de automóveis. Disponível para ligeiros e pesados. TECBULLETINS – Atualizado mensalmente, lista os boletins técnicos dos construtores, que alertam para os problemas mais comuns que os vários modelos vão apresentando. TECWIRING – Permite encontrar esquemas de ligação para os vários componentes elétricos dos automóveis. TECRELAYS/FUSES – Fornece informação sobre que tipo de relés e fusíveis podem ser utilizados em determinados automóveis. TECTIMES – Disponibiliza informação acerca dos tempos de intervenção preconizados pelo fabricante, mas também quais as peças necessárias para a intervenção a realizar, permitindo a sua encomenda direta. Disponível para ligeiros e pesados.
TECMAINTENANCE – Além dos planos de manutenção programada de cada um dos construtores e modelos, este módulo permite saber quais as peças que são necessárias para realizar cada uma destas operações de manutenção. Disponível para ligeiros e pesados.
A solução TecRMI oferece ainda módulos como o TecCOO, que permite calcular os custos operacionais esperados para determinado veículo, algo especialmente atrativo para as empresas de gestão de frotas; o TecCONTROL, que automatiza o processo de aprovação de encomendas, a sua faturação, manuseamento e controlo; ou ainda o TecEXTRA, disponível para ligeiros e pesados, que permite o desenvolvimento de soluções específicas à medida dos clientes. NOVIDADES E PROJETOS Reiko Bohme, Solution Manager da TecAlliance, revelou aos presentes quais as novidades que a TecRMI incorporará até ao final do próximo ano, bem como algumas novidades já disponíveis, como o módulo TecPAINT. Gratuito para quem tem TecTimes, este novo módulo permite orçamentar trabalhos de pintura recorrendo a tempos combinados. Utilizado através da pesquisa por gráficos TecGRAPHICS, viabiliza o ajuste dos custos em função dos valores de mão de obra e peças, apesar de utilizar um critério standard e transversal a toda a indústria. Até ao final do próximo ano, deverão ser implementadas a pesquisa por matrícula, teclas de atalho e outras inovações de usabilidade, bem como a otimização das ligações entre os módulos que compõem a solução TecRMI. Durante a sessão de trabalho foi ainda possível discutir o projeto Caruso, que em agosto poderá passar a ser uma empresa. Nascido da vontade de 25 entidades – entre as quais a TecAlliance – pretende ser uma plataforma onde se reúnem todos os dados telemáticos de todos os veículos, impedindo assim que os construtores monopolizem a informação, prejudicando o aftermarket independente. Após a recolha dos dados, esta plataforma estandardiza os conteúdos e distribui-os igualmente a todos os players, incluindo os construtores. Em declarações à TURBO OFICINA, Ralf Pelkman mostrou-se confiante no sucesso deste projeto, que o responsável crê ser capaz de cumprir o seu objetivo: “Responder às necessidades deste mercado específico e garantir o futuro do aftermarket independente.”
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R-M Best Painter Contest
De Mafra para o mundo A final nacional do Best Painter Contest 2016, competição promovida pela R-M, elegeu como vencedor Fábio Esteves, da mafrense Moticristo. O jovem representará agora Portugal na final mundial.
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ela 12.ª vez, a R-M, marca de tintas para a indústria de repintura automóvel pertença do universo BASF, lança a competição que elegerá o melhor pintor do mundo. A edição de 2016 do Best Painter Contest decorre em 18 países das regiões da Europa, África do Sul, Ásia e América do Norte, região que participa nesta competição pela primeira vez. A etapa inicial deste concurso, que incide sobre a apresentação de ideias inovadoras com tecnologias de vanguarda e soluções sustentáveis, foi realizada tendo como base um teste teórico, apresentado, em Portugal, aos 26 profissionais inscritos. Daí saíram os finalistas, que disputaram o título de Best Painter português no passado dia 22 de junho, no centro ibérico
de formação da R-M, localizado em Guadalajara, Espanha. Selecionados de entre os concorrentes portugueses, Fábio Esteves, da oficina Moticristo, em Mafra; João Moleirinho, da Auto Reparadora Meiavia, da Marinha Grande; e João Pereira, da Ribafragoso, de Santarém, mediram forças durante cinco horas de competição, cujo grau de dificuldade aumentou por não se encontrarem no seu local habitual de trabalho e por, em alguns casos, não terem nunca trabalhado com os produtos colocado à sua disposição. A final portuguesa do Best Painter 2016 estava dividida entre quatro provas teóricas e duas práticas, nas quais foram usadas a série de tintas de base água ONYX HD da R-M e os produtos dos parceiros deste concurso:
abrasivos da SIA Abrasivos, pistolas de pintura da Anest Iwata e da Sagola; consumíveis da Emm/Colad e pequenos equipamentos da Rupes, entre outros. A primeira das provas práticas (com a duração máxima de duas horas) consistiu na preparação e pintura integral de um capot, bem como na realização de um spot repair num guarda-lamas dianteiro, e valia 60% da pontuação final. A segunda, com 30 minutos de duração, concretizou-se na montagem de quatro pistolas distintas, utilizando peças que estavam misturadas numa bancada, para acrescentar um maior grau de dificuldade à tarefa, que valia 10% da nota final. Já à secretária, foi pedido aos três competidores que realizassem vários testes teóricos: exercícios de cor, em que era
Fábio Esteves, da oficina Moticristo, João Moleirinho, da Auto Reparadora Meiavia, e João Pereira, da Ribafragoso, mediram forças durante cinco horas de competição
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necessário identificar as alterações de cor e qual o corante utilizado para as fazer; um teste de daltonismo; e ainda a composição do círculo cromático, um conjunto que representou 20% da nota final. Os restantes 10% da nota de cada um dos finalistas foram conseguidos através de uma outra prova teórica, onde era necessário identificar erros de pintura, assim como de que forma é que seriam reparados e como é que poderiam ter sido evitados. O painel de jurados, composto por seis especialistas, representando não só a R-M como os vários parceiros envolvidos, contava com o português Vitor Santos. Em conjunto com os seus homólogos, o português avaliou a performance dos três finalistas em vários aspetos: da correta dosagem das tintas e vernizes aplicados – para minimizar o desperdício e o custo imputado ao cliente – à correta utilização e limpeza das ferramentas, não descurando o cumprimento de todos os processos preconizados pela R-M nem sequer o tempo despendido na execução de cada uma das tarefas pedidas. Por uma margem muito pequena, de acordo com o painel de jurados que supervisionou as provas, no final da manhã de competição a vitória sorriu a Fábio Esteves, da mafrense Moticristo, terminando os restantes finalistas num honroso segundo lugar. Fábio será, assim, o representante português na final mundial do Best Painter Contest 2016, que decorrerá entre os dias 27 e 30 de setembro, no International R-M Refinish Competence Center de Clermont, perto de Paris, em França, altura em que medirá forças com os 17 outros finalistas e procurará levar ao lugar mais alto do pódio a bandeira lusa. Vitor Guerra Videira, diretor-geral da BASF Portugal, aproveitou a ocasião para agradecer aos sponsors da competição, que permitem que os profissionais tenham condições para ir ao encontro das filosofias R-M, e para referir que a formação de bons profissionais é um dos principais focos da marca, uma vez que o setor atravessa uma grande dificuldade: a falta de jovens na área da pintura. Por isso procuram, não apenas desenvolver os produtos, mas também ajudar os clientes a identificar futuros potenciais profissionais nesta área, que tenham uma visão inovadora e não se limitem à aplicação. A razão para tal é, de acordo com este responsável, o facto de, hoje em dia, a pintura ser “muito mais do que o produto, é eficiência e um profundo entendimento dos processos, mas também uma elevada organização e a utilização das melhores ferramentas que possam existir no mercado para que essa eficiência seja possível, de forma sempre sustentável, algo essencial para um mercado muito focado na componente ambiental”.
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GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA Dossier Excelência na Produtividade
O Trabalho Padronizado Depois de se ter o espaço oficinal reconvertido e adaptado, pretende-se agora analisar as práticas de trabalho, identificando a melhor forma de executar cada tarefa. A criação do ‘trabalho padronizado’ é a forma de se conseguir criar estabilidade, um princípio base para a melhoria da área de trabalho. ‘chão de oficina’, mapeamento as tarefas e atribuindo-lhes um ‘rótulo’ sobre se: i. Adicionam Valor ou se adicionam Desperdício ii. São Adequadas ao Propósito iii. São os equipamentos são Capazes iv. Se tudo está Disponível quando é necessário Este trabalho é fundamental para construir capacidade crítica na equipa. Síntese: Criar uma base metodológica simples para todos puderem mapear, analisar e melhorar os seus processos
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ara esta nova fase da Gestão Lean, usaremos uma metodologia chamada Trabalho Padronizado, que se caracteriza por mapear cada uma das tarefas, com base na realidade diária, criando depois três documentos de suporte ao posterior treino e monitorização: 1. Tabela combinada de Trabalho Padronizado 2. Layout ótimo da área de trabalho 3. Instruções de Trabalho O QUE É O TRABALHO PADRONIZADO? É uma forma de organizar as tarefas diárias para que sejam executadas de forma repetível e reproduzível. Repetível significa que cada pessoa, quando executa um determinado trabalho, o faz sempre com a mesma sequência, usando ferramentas adequadas e está dotada dos conhecimentos necessários. Reproduzível, significa que todas as pessoas fazem esse mesmo trabalho, dessa mesma forma. São estas duas condições que criam a previsibilidade dos resultados de cada intervenção realizada nas viaturas dos clientes, e garantem que os tempos e os custos das revisões e reparações são consistentes, a cada serviço. Como facilmente se entende esta é a base para o desenvolvimento de atividades de melhoria contínua ao longo do tempo,
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através do envolvimento de toda a equipa, pois permite que algo que todos fazem de igual forma, se possa analisar, criticar e melhorar. A sua total aplicação estende-se ao longo de 4 fases. Nesta edição, focamos a primeira Fase: TABELA COMBINADA (DE TRABALHO PADRONIZADO) | PARTE I EM QUE CONSISTE? Vamos para o ‘chão de oficina’ e vamos VER o que lá se passa, registando as tarefas, sequências, tempos de trabalho e de espera, número de pessoas, máquinas e equipamentos usados, de cada uma das diferentes intervenções automóvel. Sugere-se que identifiquem quais as são as tarefas mais comuns, aquelas que são realizadas todos os dias (manutenções básicas ou outras) e comecem por aqui. Síntese: Aprender a VER*(!) e não apenas a olhar *Vem do termo anglo-saxónico ‘learning to see’ e representa a capacidade de identificar Elementos de trabalho que agregam Valor, os que são Trabalho Contingente ou os que são mero Desperdício. QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? No final deste Artigo terá as bases para fazer um ensaio com a sua equipa, indo para o
COMO PROCEDER? PASSO 1 Imprima o documento disponível no nosso website em www.oficina.turbo.pt. O primeiro passo é compreender como o utilizar. Eis algumas pistas e instruções: 1. Leia e compreenda o significado de: a. Valor Acrescentado b. Desperdício necessário ou Trabalho contingente c. Desperdício puro 2. Leia e compreenda o significado de: a. Sobre produção b. Sobre processamento c. Transportes d. Movimentos e. Tempos de espera f. Reparações g. Inventários PASSO 2 Aplicar o ‘principio de Pareto’ às tarefas mais realizadas na Oficina: De entre todas as manutenções/reparações, quais os 20%, que representam 80% do tempo dos mecânicos? A resposta deve ser a lista das manutenções/ reparações que serão mapeadas nos próximos passos. PASSO 3 Nesta fase, já compreende as definições relevantes e tem o modelo de suporte ao mapeamento, impresso e consigo. Tem também identificadas as manutenções/
Gestão visual do espaço oficinal PARTE 2 Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Continua do negócio PARTE 1
FLUXOGRAMA DE PROCESSO DESCARREGUE A TABELA COMPLETA EM WWW.OFICINA.TURBO.PT ANÁLISE DO PROCESSO/DESPERDÍCIOS DESPERDICIO PURO
DESPERDÍCIO NECESSÁRIO OU TRABALHO CONTINGENTE
VALOR ADICIONADO
Todas as tarefas em excesso que só atrasam a conclusão do serviço
São as tarefas que não agregando valor, têm de ser feitas na
Todas as tarefas que o cliente está disposto a pagar, por contribuirem
mesma; medições, inspeções, registos
para uma melhor robustez, rapidez, custo e qualidade da reparação/ manutenção
LISTA DE DESPERDÍCIOS Sobre produção
Transportes
Tempos de espera
Todos os segundos, minutos, horas ou dias que vai ficar a
aguardar por uma peça, componente, documento
ou informação que impossibilitam terminar a tarefa
Fazer mais do que o necessário ou antes de ser necessário
Carregar ou transportar qualquer item de um lado para outro
Sobre-processamento
Movimentos
Reparações
Fazer algo mais do que uma vez por não usar as ferramentas,
Todos os movimentos usados no agarrar, procurar ou olhar
Todas as tarefas que pretendam corrigir erros cometidos na
a sequência ou os métodos certos
no desempenhar de uma tarefa
primeira vez que se realizou uma tarefa
Inventários
reparações que serão mapeadas. Vá para o ‘chão da oficina’ e inicie o preenchimento do modelo. Eis algumas pistas e instruções: a. Comece por listar cada passo do processo e não se preocupe com as colunas seguintes. Observe o número de vezes que for necessário e refine os seus registos da intervenção. Quanto maior o número de ciclos de observação, maior a sua compreensão do processo, melhor a sua capacidade de distinguir e classificar as tarefas entre Valor e Desperdícios e melhor será a capacidade de perceber as causas raiz de cada um dos Desperdícios observados. As observações podem ocorrer em dias separados. b. Agora, para cada linha do modelo a que corresponderá uma tarefa, pinte o ícone que melhor se adapta (Processo, Transporte, Controlo, Espera ou Armazenamento). Analise a ‘mancha’ criada e o peso de cada categoria. c. Colete vários tempos para cada tarefa e faça a média dos tempos observados, removendo primeiro o tempo mais
rápido e o mais lento. Analise onde cada colaborador está a perder muito tempo. d. Classifique cada Tarefa entre as três categorias possíveis: Valor, Desperdício necessário ou Desperdício puro e descreva de forma sumário o que viu na coluna mais à direita. PASSO 4 Está neste momento em posse de informação PRECIOSA para conhecer os problemas dos seus processos oficinais, interpretar as causas raiz que impõem essas práticas menos eficientes e decidir sobre como alterar, melhorando a adequabilidade, a capacidade e a disponibilidade das pessoas, ferramentas e processos. PASSO 5 Todos os colaboradores da empresa devem estar a par desta campanha de Mapeamento do Trabalho. Deve ser comunicada com uma semana de antecipação, criada uma agenda, uma hora de início e uma hora de fim. Dicas para a agenda: 1. Reunião de todas as pessoas num local 2. Identificação das tarefas a mapear; 3. Comunicação das regras (ler este Artigo na integra); 4. Perguntar por dúvidas;
Todas as peças, items, consumiveis com níveis de stocks
claramente elevados ou com pequena rotação
VALOR ADICIONADO
DESPERDÍCIO NECESSÁRIO
DESPERDÍCIO/VALOR DESPERDÍCIO PURO
DIAS/HORAS/ MIN/SEG
TEMPO ARMAZENAR/ ARQUIVAR
ESPERAR/ AGUARDAR DECISÃO
CONTROLAR/ VERIFICAR
PASSOS DO PROCESSO
TRANSPORTAR/ ENVIAR
N.º
ACTIVIDADES DO PROCESSO PROCESSAR/ EXECUTAR
DESCRIÇÃO DO DESPERDÍCIO
5. Comunicar hora de início e de término da campanha; 6. Comunicar hora da reunião final; 7. «Ir para o terreno»; 8. Regressar e fazer o balanço, incluindo um forte agradecimento pelo empenho demonstrado (incluir um pequeno lanche ou equivalente, como ato de agradecimento). Comunicar que o Artigo 7,dará continuidade a este trabalho e que, até lá, há que ir mapeando as restantes intervenções/ tarefas.
RECURSOS NECESSÁRIOS Terá apenas de ter o modelo impresso, algo com que escrever, um smartphone para tirar tempos e fotos/vídeos e uma grande resiliência para “ir e Ver”, disponibilizando parte considerável do seu dia ou dias para que possa obter informação factual e de qualidade. Evite a todo o custo o ditado nipónico: “Vocês ocidentais, têm sempre tempo para fazer duas ou mais vezes, mas nunca têm tempo para fazer bem à primeira”. PRÓXIMO ARTIGO: TABELA COMBINADA (DE TRABALHO PADRONIZADO) | PARTE 2
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Filtros de Partículas
Circulação condicionada Naquela que pode ser uma verdadeira “dor de cabeça” para clientes e oficinas, a resolução dos problemas nos filtros de partículas continua a gerar dúvidas. O aftermarket já oferece diversas soluções e acredita que este é um segmento com enorme potencial de crescimento. Mas, para que o mesmo se concretize, é necessário acabar com as soluções ilegais e apostar na informação. Com novas regras no jogo, a mudança está “à vista”!... TEXTO ANDREIA AMARAL
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olvidos alguns anos desde ter sido decretado como obrigatório para os veículos a gasóleo, o filtro de antipartículas (FAP) assume-se como um dos componentes que mais confusão gera no mercado. Na base da questão estão as avarias frequentes deste elemento, que se desdobram em múltiplos erros no veículo, nem sempre fáceis de identificar e de solucionar. Numa fase inicial, e perante os custos elevados da substituição do filtro de partículas, que durante algum tempo foi disponibilizado apenas como OE, a resposta, para muitos, passou pelas vias paralelas: a eliminação do sistema. Por um lado, um proprietário desejoso de resolver um problema quase permanente num veículo, basicamente, novo; por outro, uma oficina sem os recursos necessários, humanos e de equipamento, para dar uma resposta adequada e eficiente ao cliente. Movidas pela oportunidade de negócio, muitas foram as empresas que se dedicaram à eliminação do FAP. Ainda hoje, através de uma simples pesquisa na Internet, é possível encontrar inúmeros locais que disponibilizam este serviço sob a promessa de resolver a questão sem alterar os níveis de emissões, medidos em sede de inspeção periódica obrigatória (IPO) e que podem levar à reprovação do veículo. Contudo, e perante as novas normativas europeias, o controlo nos IPO será cada vez mais apertado e esta solução poderá ter os dias contados. Aliás, identificada a eliminação do sistema, o proprietário poderá mesmo ser obrigado a repor as suas características originais. “A remoção definitiva (eliminação) de uma unidade FAP é ilegal de acordo com as normas da União Europeia”, explica Elsa Pereira Nascimento, Diretora Executiva da Renascimento, empresa de gestão global de resíduos que, juntamente com a Turbo Protec, lançou o serviço Eco Filtro. “As oficinas e
os proprietários que removem o FAP, ou destroem o seu núcleo, podem ser processados pelas autoridades locais”, indica, avançando que “este procedimento leva ainda a uma diminuição significativa da contrapressão do sistema de escape, criando problemas no comando das válvulas, danos no motor e sérios problemas ambientais”. Empenhados em identificar este procedimento, os IPO deparam-se, contudo, com uma dificuldade: “Não existe forma eficaz, sem recorrer a desmontagem, para verificar a eficácia de um filtro de partículas”, assume Gabriel Almeida e Silva, Secretário-Geral da ANCIA (Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel). “No entanto, alguns problemas no filtro de partículas podem afetar a opacidade dos gases de escape, e esse parâmetro é medido e analisado na inspeção com recurso a um opacímetro”, indica, enquanto revela que, atualmente, “a verificação da existência do filtro de partículas é apenas visual”, mas que “os inspetores tem recebido formação sobre emissões de gases que tem contribuído para melhorar a sua capacidade de análise”. Não obstante os constrangimentos sentidos nos centros de inspeção, já que, como explica Gabriel Almeida e Silva, se aguarda “a regulamentação da diretiva 2014/45/EU que estabelece limites de opacidade mais exigentes” e que “não existe tecnologia eficaz para deteção da remoção do filtro de partículas”, o controlo efetivo e eficiente deste
SEM RECORRER A DESMONTAGEM, NÃO HÁ FORMA EFICAZ DE VERIFICAR A EFICÁCIA DE UM FAP
componente é uma reivindicação de todo um mercado, pronto a prosperar. POTENCIAL DE CRESCIMENTO “O mercado, apesar de ser promissor, neste momento encontra-se constante. De facto houve um grande pico inicial, mas que foi rapidamente quebrado devido à solução “obscura” encontrada pelos clientes, que é a remoção dos filtros de partículas, o que para além de prejudicar o negócio, prejudica o meio ambiente”, verbaliza Filipe Carvalho, Diretor da Imporfase. “Face à conjuntura económica do país e à falta de fiscalização nos IPO, as pessoas, na sua maioria, optam por remover o filtro para economizar. Sendo assim, o mercado ainda se encontra numa fase de questionamento, pois tem um grande potencial de crescimento face às normas europeias implementadas, mas cujo retorno se encontra baixo devido ao fator problemático referido, que é a remoção dos filtros.” A opinião é partilhada pelos diferentes agentes do mercado que oferecem soluções de reparação, substituição e limpeza, e alguns já vão sentindo, aos poucos, um aumento da procura. “É um mercado em importante crescimento, mas onde a inexistência de fiscalização dá origem a práticas indevidas de eliminação de filtros de partículas, na substituição por produtos não homologados e ainda à utilização de mecanismos de limpeza de filtros não totalmente adequados ao bom funcionamento deste tipo de componentes”, reitera Abílio Cardoso, CEO da Veneporte, empresa que fabrica filtros de partículas para o aftermarket e que, este ano, espera crescer acima dos 5%. Também Diogo Bordalo, Diesel Center Manager da Servidiesel, empresa que está a desenvolver a marca de filtros MTS, refere não ter “dúvidas de que os filtros de partículas são um negócio em crescimento, já que todas as viaturas diesel que queiram
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Os fornecedores de equipamentos oficinais também já disponibilizam diferentes soluções para limpeza dos filtros de partículas
cumprir a legislação ambiental necessitam de o ter equipado”. Assumindo que, perante a multiplicidade de opções, “algumas de muito baixa qualidade”, “o mercado está algo confuso”, este responsável refere que, “para que este mercado em crescimento se transforme num negócio interessante para todos os players, é necessária informação ao consumidor e transparência nas opções que o mercado propõe”. Mesmo assim, a escolha poderá ser difícil, até porque não existe consenso em relação a qual será a melhor solução. AMPLITUDE DE SOLUÇÕES Da simples limpeza do filtro à reparação ou substituição, existem, atualmente, diversas alternativas no mercado. “Numa fase inicial existia pouca oferta de produtos de substituição, levando a um custo elevando do filtro de partículas, fazendo com que a sua substituição fosse muito dispendiosa. Com o decorrer do tempo, surgem no mercado mais fornecedores, todos com produtos de qualidade, fazendo com que o nível de preços diminuísse”, refere a Leirilis, distribuidora dos FAP Bosal. “Defendemos a sua substituição, uma vez que a sua reparação, que passa essencialmente pela limpeza, nunca é completa, podendo danificar o monolito cerâmico e, em menos de seis meses, o filtro de partículas ficará obstruído, sendo necessária a sua substituição.” A opinião de Carlos Gomes, Gestor de produto da TRW, vai no mesmo sentido: “a reparação do filtro de partículas é uma operação delicada, e apesar de o valor de reparação ser inferior ao valor da aquisição de um novo,
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quando não é feito de forma cuidada pode danificar irremediavelmente o filtro, pelo que acaba por ser mais segura a substituição”. O CEO da Veneporte, Abílio Cardoso, completa esta ideia referindo que a reparação jamais repõe no filtro de partículas as suas características iniciais: “Muitas vezes envolve substituição de filtros com características técnicas e tecnológicas não adequadas, com problemas de dimensionamento para o tipo de veículo em causa. A estas junta-se o facto de não serem homologadas. Também a tecnologia de canning é algo que os reparadores não têm ao seu alcance, dando origem a problemas precoces.” O responsável, que defende veemente a substituição do filtro, alerta ainda para os problemas que derivam dos produtos low-cost, “com características não adequadas ao funcionamento do veículo e que originam problemas relacionados com a regeneração dos filtros”. De resto, e tendo em conta o tipo de produto, a sua importância e o custo associado ao mesmo, também a Leirilis considera que a procura por uma solução low-cost “não é a mais viável para o consumidor, porque
esta não lhe garante que o problema fique totalmente resolvido ou uma solução duradoura”. Na mesma linha de pensamento, e no que diz respeito à opção por filtros low-cost, Jorge Carvalho, gerente da Interescape, defende que “este é dos tais casos em que não vale a pena arriscar, já que que a poupança de umas dezenas de euros pode originar reparações por conta da oficina de centenas de euros, que pode ser o caso quando se opta por filtros de fraca qualidade”. Segundo o responsável, o filtro de partículas é um componente que funciona em conjunto com vários sensores e órgãos do motor e que, alterado o equilíbrio do sistema, outros componentes a montante do filtro poderão sofrer consequências, obrigando a uma nova imobilização do veículo por entupimento do filtro, por perda de potência ou por dano de outro órgão do motor, como por exemplo o turbo, válvulas, etc.. No final? “Uma má imagem dada pela oficina reparadora.” Na sua opinião, e tendo por base o serviço prestado pela Interescape, vale a pena optar pela reparação, uma vez que se mantem a originalidade e montagem da peça. O exterior é aproveitado e repara-se apenas o filtro ou o catalisador danificado. “O material utilizado nas nossas reparações é igual ao original. Isto é, só utilizamos filtros de carboneto de silício
(SIC), de fabricantes europeus e não de origem chinesa de fraca qualidade”, reitera. Também Rui Lopes, administrador da Escape Forte, considera que é sempre mais vantajoso optar pela reparação. “Visto as peças serem originais, mantêm-se as características por um custo relativamente baixo”, defende, indicando ainda: “O nosso serviço consegue assegurar uma garantia de 24 meses, garantia essa que mais nenhum concorrente assume no mercado, e facultamos a todos os nossos parceiros informações técnicas de diagnóstico e pós-reparação.” Diogo Bordalo, da Servidiesel, e Filipe Carvalho, da Imporfase, têm uma opinião mais centrada e defendem que a solução indicada pode diferir de acordo com as circunstâncias. “Dependendo da viatura, nível de saturação do filtro e predisposição económica do consumidor, deverá ser apresentada a melhor solução qualidade / preço / durabilidade”, refere Diogo Bordalo, ao que Filipe Carvalho acrescenta: “Consideramos, sem dúvida alguma, a substituição do filtro quando este se encontra disponível no aftermarket, quando são modelos muito recentes e ainda não estão disponíveis no aftermarket, o que aconselhamos nestes casos é a procederem à limpeza ou reconstrução do filtro.” EVOLUÇÃO PERMANENTE Não obstante as diferentes abordagens à resolução dos problemas gerados pelos filtros de partículas, todos os entrevistados concordam que face à complexidade das ligações do FAP e às repercussões que pode ter noutros órgãos do veículo, a permanente atualização dos conhecimentos dos profissionais é essencial, e isso é algo que só pode ser alcançado por via da formação. Em última instância, a TRW considera mesmo que, “com o tempo, haverá uma racionalização dos prestadores, subsistindo apenas os que fazem um serviço de excelência e que salvaguardam a correta função do filtro”. O próprio funcionamento do componente tem sofrido alterações, com as marcas a tentarem salvaguardar, à partida, alguns dos problemas resultantes da não regeneração devido ao sistema não atingir a temperatura necessária. Por isso mesmo, os fabricantes começaram a introduzir os filtros mais perto do motor e sempre acoplados aos catalisadores para estes serem mais bem-sucedidos no seu desempenho. Outra evolução está inserida no grupo PSA, que eliminou em alguns modelos o aditivo eolys, que ajuda nas regenerações automáticas, sendo esta agora feita pelo óleo do motor. Assim, e para quem pretende aproveitar o potencial deste mercado, o melhor mesmo é apostar na informação e na formação!
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Técnica
Um sistema complexo
EXEMPLO DO FUNCIONAMENTO DE UM FILTRO ANTIPARTÍCULAS
Desengane-se quem pensa que os filtros antipartículas apenas influem o sistema de escape. Dependentes do correto funcionamento de diversos órgãos do veículo, os FAP refletem, muitas vezes, problemas paralelos. Para ajudá-lo a identificá-los, deixamos-lhe algumas dicas. TEXTO ANDREIA AMARAL
QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DO FAP? O principal problema relacionado com o filtro antipartículas é a sua não regeneração. Ao não efetuar a respetiva regeneração, o filtro irá acumular as partículas no seu interior, que irão causar uma obstrução. Perante este constrangimento, os gases de escape inverterão o seu fluxo e voltarão para o motor, tendo consequências graves em todo o sistema de injeção. Muitas vezes, existe uma perda de potência, bem como um aumento do nível do óleo, originado pelas sucessivas tentativas de regeneração e que resulta na passagem de combustível para o motor. É de sublinhar que o filtro de partículas tem um tempo útil de trabalho até ficar saturado. No entanto, existem fatores que saturam precocemente o filtro, como: O veículo não realizar percursos que possibilitem que o sistema atinja a temperatura necessária à regeneração; Uso de lubrificantes sem as especificações indicadas pelo fabricante da viatura; Sistema de injeção Diesel a funcionar de forma deficiente; Turbocompressor a funcionar fora das especificações do fabricante; Unidade de comando do motor reprogramada;
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EGR a funcionar fora das especificações do fabricante Sensores com leituras defeituosas COMO PODEM SER IDENTIFICADOS? Quase todos os veículos têm sensores que alertam para o problema. Luzes de advertência do filtro de partículas, do motor ou da resistência constantemente acesas ou a piscar são o primeiro indício de um problema no filtro de partículas. A melhor forma de identificá-lo é por meio de um diagnóstico, físico e eletrónico, que permita verificar o erro. Convém não esquecer que há componentes, que à partida nada têm que ver com o sistema de escape, que podem ser a causa para o mau funcionamento do turbo, como, por exemplo, uma fuga no tubo de ligação ao turbo ou uma falha no aquecimento dos espelhos retrovisores. Assim, perante um problema no filtro de partículas, convém efetuar as seguintes verificações:
OS FAP TÊM UM TEMPO ÚTIL DE TRABALHO ATÉ FICAREM SATURADOS, MAS HÁ FATORES QUE ENCURTAM A SUA VIDA
Tubos de pressão FAP e sensores Verificar nível óleo de motor Especificação do óleo Nível de aditivo de combustível (quando aplicável – combustíveis low cost) Sensor Temperatura – verificar se estão a funcionar corretamente Verificar fugas ou sujidade no coletor de admissão Verificar catalisador Depósito de combustível deverá estar sempre acima de 1/4 para fazer as regenerações automáticas e para diminuição das impurezas Verificar Sonda Lambda Verificar Sistema EGR Verificar Turbo Verificar sistema de Injeção Verificar velas de incandescência Filtro de ar UC Avarias Funcionamento incorreto dos sensores ABS QUE RECURSOS SÃO NECESSÁRIOS? Para além de carecer de equipamentos de diagnóstico de última geração, a identificação correta dos erros relativos ao filtro de partículas exige a sua correta leitura e interpretação por um técnico qualificado. Além disso, convém não esquecer que, pela complexidade e pela
EQUIPAMENTOS DE DIAGNÓSTICO E PROFISSIONAIS ATUALIZADOS SÃO ESSENCIAIS A UMA CORRETA INTERVENÇÃO
1 Emissões de escape pré-tratadas 2 Secção cruzada do elemento do filtro 3 Funcionamento do elemento do filtro 4 Sensores de pressão 5 Sensor de temperatura 6 Ciclo de filtragem (A - fase de filtragem; B - fase de regeneração)
7 Emissões de escape filtradas
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sua ligação a muitos outros sistemas do carro, uma intervenção mal feita poderá resultar, não apenas na não resolução do problema e num cliente insatisfeito, como em problemas acrescidos, com custos avultados, monetários e de credibilidade, para a oficina. Manterem-se informados sobre as tecnologias e técnicas relativas aos filtros de partículas é mesmo a melhor aposta para todos os profissionais que pretendam fazer intervenções a este nível. Atualmente, a oferta de formação nesta área é já bastante ampla e muitas são as entidades que a ministram (leia o artigo da pág. 6), por isso, não há desculpa.
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QUE SOLUÇÕES EXISTEM? Se inicialmente poucas eram as soluções disponíveis que não as originais, o que encarecia sobremaneira as operações de substituição, hoje em dia, o aftermarket apresenta um conjunto de soluções em constante atualização. Qualquer que seja a escolha de produto ou serviço, deve assegurar-se da sua qualidade e garantia, para que não venha a ter problemas de maior no futuro. Fundada em 1975, a Escape Forte passou a dedicar-se, em 2010, ao tema das emissões, nomeadamente à reparação e reconstrução de filtros de partículas. Trabalhando sobre peças originais, e mantendo as suas características, a empresa avança que, brevemente entrará na Norma Euro 6. “Iremos ser pioneiros europeus na reparação e regeneração para viaturas equipadas com a mais recente norma”, revela, indicando ainda: “Apresentamos também soluções líquidas para as viaturas aditivadas”, tendo disponível para particulares, oficinas e grossitas a gama Combutec, para todos os motores PSA. Adicionalmente, a empresa dispõe de um stock de mais de 300 peças originais reparadas, prontas a serem comercializadas e instaladas e com uma garantia de 24 meses. Por seu lado, a Veneporte opta pelo fabrico de componentes novos que sejam uma alternativa credível aos OE. A empresa tem vindo progressivamente a alargar o seu portefólio de filtros de partículas para ir ao encontro daquelas que são as
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necessidades dos mercados europeus, passando a incorporar os filtros Euro V e tendo homologados todos os produtos que comercializa e fabrica. A Veneporte é, de resto, um dos principais fornecedores da Imporfase, que conta ainda no seu catálogo com produtos de marcas como a Walker, Fonos, Klarius e XXL Marmitte Italiane. Não obstante, apesar de fornecer filtros novos, a empresa também inclui nas suas soluções quer a limpeza quer a reconstrução de filtros de partículas. A TRW Automotive Portugal, enquanto distribuidora dos produtos Delphi Diesel para o território nacional, propõe diferentes filtros de partículas da marca Delphi. A Servidiesel decidiu desenvolver a marca de filtros de partículas MTS, graças à sua qualidade original, ao seu portefólio e ao seu grande know-how nesta matéria, considerando que, a curto prazo, esta aposta na qualidade lhe “trará retorno”. A Leirilis, que adicionou recentemente os filtros de partículas à sua oferta, aposta na gama Bosal, sublinhando que este é um produto
O AFTERMARKET OFERECE DIFERENTES SOLUÇÕES PARA OS FAP, DA LIMPEZA À RECONSTRUÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
de alta qualidade, com carboneto de silício (SiC) – material de substrato de última geração, como o utilizado nos produtos OEM –, que garante excelente durabilidade, excelente eficiência de filtração e economia de combustível. Já a Interescape diz orgulhar-se de ter, nesta área de negócio, “a oferta mais completa do mercado entre serviços e produtos”. Destacando na oferta de filtros novos as marcas Walker, Bosal, AS, Eberspacher e Imasaf, das quais é importadora, a empresa refere ainda que ao seu portefólio juntam-se a reparação ou limpeza dos filtros, esta com certificação alemã TÜV, sendo que, desde o início do ano, disponibilizam o serviço de limpeza também em Lisboa, com recolha e entrega no próprio dia. A limpeza dos filtros de partículas é também a proposta do Eco Filtro, serviço que surge da partilha de conhecimentos entre a Renascimento, especialista em abate de viaturas e venda de peças usadas, e a Turbo Protec, empresa de reparação e reconstrução de componentes auto. De acordo com a Renascimento, o Eco Filtro distingue-se dos restantes processos de reabilitação de FAP por assegurar o escrupuloso cumprimento da legislação ambiental em vigor, sem cortes e soldaduras; caracterizar-se pela rapidez de execução (com um prazo máximo de limpeza de 24h); oferecer 1 ano de garantia ou 60 000 km; por recorrer a um equipamento de limpeza certificado pela CE e a um processo de limpeza certificado pelas autoridades competentes e organizações ambientais.
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Grupo PSA
Novidades a dobrar
Iguais em praticamente tudo, as novas gerações dos Peugeot Expert e Citroën Jumpy são a mais recente aposta do Grupo PSA no segmento dos comerciais ligeiros. O modelo da casa do leão estreia-se em Portugal já em julho e o da marca do “doble chevron” chega em setembro. TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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Grupo PSA apresentou conjuntamente a terceira geração dos Peugeot Expert e Citroën Jumpy, modelos recriados de raiz com o objetivo de trazer para o mercado dos comerciais o conforto e usabilidade dos veículos ligeiros. Para tal recorrem à plataforma modular EMP2 do Grupo francês, o que lhes permitiu chegar ao mercado com três diferentes comprimentos: dos 4,6 metros da versão mais pequena aos 5,3 metros da longa, passando pela intermédia, com 4,95 metros. No caso do Expert, os três comprimentos adotam os nomes Compact, Standard e Long, ao passo que o Jumpy usará as designações XS, M e XL. Além de três comprimentos, Expert e Jumpy estarão
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disponíveis nas variantes Furgão, Combi (até nove lugares) e Semi-vidrada (até seis lugares), esta última com uma divisória em ABS, que lhe garante um desconto de 15% em sede de ISV. Como veículos de trabalho, a capacidade de carga é um fator importante neste tipo de modelos. Desta feita, ambas as propostas se apresentam no mercado com argumentos de peso, mais concretamente 1300 kg, o máximo de carga útil que comportam, da inédita versão curta à variante mais longa, onde cabem três europaletes (duas na versão mais curta). O volume máximo de carga é de 5,1 m3 na variante mais pequena, 5,8 m3 na intermédia e de 6,6 m3 na maior. Quanto ao comprimento de carga, já de si generoso em qualquer das
variantes, os engenheiros franceses propõem, para os dois modelos, a solução Moduwork. Com esta solução, o banco do passageiro pode ser colocado na posição “cinema”, o que garante um aumento de 1,16 metros no comprimento da carga transportável, que assim ascende aos 3,32 metros, 3,67 metros e 4,02 metros, respetivamente para as variantes curta, média e longa. Além disso, a solução Moduwork oferece ainda uma mesa giratória escondida nas costas do banco central, com uma banda elástica e aderente para suportar objetos, bem como suportes específicos para smartphones e tablets (opcionais). Ainda no que respeita a carga, merece nota a solução de abertura em modo mãos-livres
OFERTA DE MERCADO Citroën Jumpy No mercado a partir de setembro, a gama do novo Citroën Jumpy declina-se em 34 propostas, divididas da seguinte forma: 8 furgões XS. Preços desde €25 770 (versões base) e €27 370 (versões Confort); 10 furgões M. Preços desde €26 160 (versões base) e €27 760 (versões Confort); 10 furgões XL. Preços desde €26 970 (versões base) e €28 570 (versões Confort); 6 furgões mistos semi-vidrados XL. Preços desde €28 180 (versões base) e €31 070 (versões Confort). Peugeot Expert Por seu turno, a oferta Peugeot Expert, ainda que chegue mais cedo, faz-se de apenas 23 declinações, assim divididas: 7 furgões Compact. Preços desde €25 770 (versões Pro) e €27 370 (versões Premium); 7 furgões Standard. Preços desde €26 160 (versões Pro) e €27 760 (versões Premium); 7 furgões Long. Preços desde €26 970 (versões Pro) e €28 570 (versões Premium); 2 furgões mistos semi-vidrados Premium Long. Preços desde €31 410. Com um volume de carga que atinge os 6,6 m3 na versão XL, o Jumpy disponibiliza portas laterais deslizantes e abertura “mãos-livres”. No interior, existe um ecrã tátil que comanda o sistema de infoentretenimento do veículo
das portas laterais deslizantes, o que facilita a operação de carga e descarga em ambiente urbano. Basta passar o pé sob um dos cantos do para-choques traseiro para que a porta desse lado da carroçaria se abra. O mesmo movimento fecha-a e tranca a viatura, para maior segurança. A altura limitada a 1,90 metros garante o acesso aos parques de estacionamento, ao passo que as portas traseiras com abertura de 250º (Citroën) e 235º (Peugeot) são opcionais disponíveis para as versões XL e Long e prometem não invadir os passeios nas operações de carga e descarga. SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Além dos nomes dos vários comprimentos, pouco mais é diferente nestes dois modelos gauleses. Como seria de esperar, na secção dianteira, onde merece destaque o capot curto e a projeção frontal diminuída em 95mm, residem as maiores diferenças em termos de design. O Jumpy destaca-se pela grelha, dominada pelo símbolo do “doble chevron”, que se projeta na horizontal até aos faróis ao estilo C4. No caso do Expert, além dos faróis ao estilo 308, é a grelha vertical, estreada no SUV 2008, que chama a atenção e integra o conhecido símbolo do leão no centro de uma malha facetada, ao invés das habituais aletas horizontais.
Ambos os modelos apresentam um parachoques dianteiro em preto, no qual se incorporam as entradas de ar frontais, e oferecem em opção o Pack Look, que inclui para-choques, puxadores das portas, retrovisores e proteções laterais pintados na cor da carroçaria, um friso cromado na grelha e luzes diurnas LED (verticais no Jumpy e em forma de bumerangue no Expert). Também no interior as diferenças são mínimas, reduzindo-se ao símbolo aplicado em cada um dos volantes. Assim, são comuns às duas propostas o painel de instrumentos sobrelevado – acompanhando a posição 110 mm mais alta de condução de que se disfruta aos comandos destes modelos e face à geração anterior –, a ergonomia dos comandos principais, o ecrã tátil de sete polegadas para controlo das funções do veículo e do seu sistema de infoentretenimento, o opcional sistema ‘head-up display’ ou os 49 litros de capacidade de armazenamento espalhados um pouco por todo o habitáculo (121 litros nas variantes semi-vidradas), para citar apenas alguns dos vários equipamentos propostos para os dois níveis de equipamento dos novos veículos do Grupo: Base e Confort para o Jumpy e Pro e Premium para o Expert. De série são também propostos vários equipamentos que facilitam a vida do condutor e potenciam a segurança dos
vários ocupantes destes veículos. Falamos, por exemplo, da navegação 3D integrada, com comandos vocais, ou do sistema Mirror Screen, compatível com as tecnologias Apple CarPlay e Mirrorlink, que coloca no ecrã de sete polegadas todas as aplicações do seu telemóvel. A segurança está em alta com os sistemas de deteção de fadiga, reconhecimento dos sinais de trânsito e de travagem autónoma de emergência. Denominada Active City Brake pela Peugeot e Active Safety Brake pela Citroën, usa a câmara multifunções situada no topo do para-brisas para detetar obstáculos. A velocidades de até 30 km/h consegue travar o veículo e, acima disso, diminuir a força do impacto. A mesma câmara serve para passar informação aos sistemas de cruise-control adaptativo, de alerta para a transposição involuntária da faixa de rodagem e de alerta de colisão, o que é feito, em ambos os casos, por meio de sinais visuais e sonoros. Além da monitorização do ângulo morto, resta apenas o sistema de ajuda ao estacionamento para completar a gama tecnológica à disposição dos clientes Expert e Jumpy. Este sistema ganha nomes diferentes de acordo com o modelo em causa (Top Rear Vision para a Citroën e Visiopark para a Peugeot), mas funciona da mesma forma, ou não fossem os dois comerciais franceses “gémeos falsos”.
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Com a solução Moduwork o banco do passageiro pode ser colocado na posição “cinema”, aumentando 1,16 metros no comprimento da carga transportável. A solução esconde ainda uma mesa giratória nas costas do banco central
Para ajudar as manobras de estacionamento, o sistema permite à câmara traseira mostrar no ecrã tátil uma imagem reconstituída da zona traseira de 180º vista do alto. Quando o veículo de aproxima de um obstáculo, o sistema faz zoom sobre a zona traseira para calcular com maior precisão a distância disponível. Ao mesmo tempo, as linhas ajudam a guiar a manobra e os avisos sonoros dos sensores completam o leque de ajudas. DINÂMICA COMPETENTE
Apesar do completo sistema de ajuda às manobras mais apertadas, a manobrabilidade destes dois novos furgões, que a TURBO OFICINA teve oportunidade de testar em terras gaulesas, é bastante agradável, fruto da colocação das rodas nas extremidades da
carroçaria e das curtas projeções dianteira e traseira permitidas pela utilização da plataforma EMP2. Desta feita, os diâmetros de viragem anunciados oscilam entre os 11,30 metros e 12,40 metros, facilitados por uma direção com boa assistência e que não obriga a grandes esforços neste particular. O que também não necessita de grandes esforços para movimentar os novos comerciais ligeiros franceses são os motores diesel BlueHDi que os equipam, partilhados, como seria de esperar, entre os dois modelos. Já cumpridoras das normas Euro VI de emissões, as duas unidades em causa têm capacidades de 1,6 litros e 2,0 litros e estão disponíveis em cinco patamares de potência, quase todas com sistema Start/Stop. O 1.6 declina-se nas variantes de 95 cv e 115 cv e o
TRAVELLER E SPACE TOURER Ao mesmo tempo que lançam as suas novas propostas, as duas marcas revelam que em setembro chegarão também ao mercado as suas variantes destinadas ao mercado dos CombiSpace e Navettes VIP. Para se diferenciarem das variantes “de trabalho”, estas duas novas propostas
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assumem novas identidades, Traveller no caso do Expert e Space Tourer no caso do Jumpy. Além do nome, os responsáveis das marcas afirmam que estas propostas farão jus à aposta no segmento de transporte VIP, oferecendo ambiente e conforto topo de gama.
A versatilidade será outro dos trunfos de Citroën Space Tourer e Peugeot Traveller no mercado, estando disponíveis várias configurações de até 9 lugares (fruto da escamoteação total dos bancos individuais) e uma vasta oferta de equipamentos à escolha dos clientes.
2.0 nas de 120 cv, 150 cv e 180 cv (apenas no Jumpy). Associadas a estes motores podem ser duas caixas de velocidades, uma manual de seis relações e uma pilotada ETG, também com seis velocidades. Aos comandos de um Citroën Jumpy M com motor 1.6 HDi de 115 cv com caixa manual e de um Peugeot Expert Standard 2.0 HDi de 150 cv e caixa manual, foi possível verificar a excelente compatibilidade das motorizações com os modelos que equipam. Os arranques são céleres e a caixa está bem escalonada, ainda que pudesse ter um funcionamento mais fluido. O conforto de rolamento também está em alta, fruto da suspensão pseudo-McPherson do trem dianteiro e de triângulos sobrepostos no traseiro, tal como a insonorização e o baixo ruído dos painéis traseiros, o que quem usa o veículo durante o dia inteiro agradecerá, certamente. A polivalência de utilização está assegurada pelo sistema Grip Control, com cinco modos (Standard, Neve, Todo-Terreno, Areia, ESP Off), selecionáveis através do comando rotativo localizado no centro do painel de bordo, mas também pelas variantes de tração integral e com suspensão sobrelevada, que podem ser adquiridas mediante encomenda. Quanto a preços, a gama inicia-se nos €25 770 pedidos por Jumpy e Expert munidos do motor 1.6 HDi de 95 cv e com o nível de equipamento de entrada.
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TRW
TECH CORNER OTIMIZADO A TRW Aftermarket adicionou uma série de tutoriais técnicos com vídeos interativos ao “Tech Corner”, o centro de informação técnica online gratuito da marca. Concebidos para orientar os técnicos das oficinas ao longo do processo de reparação dos veículos, estes PDF interativos apenas têm de ser transferidos para um computador ou tablet. Todas as reparações são realizadas em veículos representativos para as referências em causa. Isto fornece aos técnicos das oficinas instruções abrangentes sobre as reparações a realizar, com vídeos práticos de todos os passos, desde a desmontagem, a limpeza e a inspeção aprofundada das peças até à finalização, com a montagem das peças e operações finais. Alexander Knorn, responsável global pela área digital da TRW Peças e Serviço, explicou: “Levamos muito a sério a nossa responsabilidade enquanto fornecedor líder de peças e de sistemas ‘Corner Module’ (travagem, direção e suspensão). Acreditamos que um dos deveres dos fabricantes de peças é partilhar informações técnicas, ajudando a proteger a integridade, o crescimento e a sobrevivência do mercado independente de pós-venda a nível global.”
UFI Filters
Estreias na Automechanika A
3M
DISCO HOOKIT AZUL MULTIFUROS A 3M apresenta o novo disco Hookit Azul Multifuros, a última introdução na sua ampla gama de discos multifuros de 150 mm. Disponível em 12 tipos de grãos, tem, de acordo com a marca, os atributos considerados mais relevantes num disco abrasivo: ótima extração e um maior rendimento e produtividade. Com um novo mineral cerâmico que oferece um maior poder de corte e duração, o seu design único com multifuros em espiral minimiza o empapamento e devolve uma excelente atração ao pó, como declara a 3M. Para comemorar o lançamento deste novo produto no mercado, a 3M tem em marcha uma campanha promocional que contempla a oferta de uma mala na compra de 500 unidades destes discos, independentemente do tipo de grão selecionado.
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UFI Filters, especialista em tecnologias ligadas à filtração de fluidos, estará presente na Automechanika Frankfurt, que tem lugar entre os dias 13 e 17 de setembro de 2016. No certame, a empresa promete mostrar a sua experiência como fornecedor dos principais fabricantes globais e as consequentes vantagens para as gamas aftermarket das marcas UFI e Sofima. Em particular, a UFI Filters apresentará o módulo completo Gen II Plus, uma inovação importante para a filtração diesel, capaz de atender às necessidades dos motores common-rail Euro 6. No stand estarão
também expostos dois exemplos concretos do know-how OE da UFI: o novo motor 3 .0 litros da BMW, para o qual a empresa produz o módulo para a filtração do óleo, e o motor Ferrari F1, testemunho dos mais de 30 anos de presença da UFI nas maiores competições motorizadas. Em Frankfurt, será ainda mostrado o novo slogan da UFI Filters “Chosen by the Best” e o stand será decorado de azul e vermelho, cores que identificam a empresa no mercado de reposição das marcas UFI e Sofima, num claro destaque às suas soluções para o pós-venda.
MOTUL
HOMOLOGAÇÃO VOLVO PARA O 8100 ECO-NERGY 0W-30 A Motul incorporou recentemente a homologação Volvo Car Corporation VCC 95200377 no seu produto 8100 Eco-nergy 0W-30. Esta homologação exige que o lubrificante cumpra ao mesmo tempo com o grau SAE 0W-30 e a norma ACEA A5/B5, de modo a lubrificar a maioria das motorizações a gasolina atmosféricas ou turbo (2.0L, 2,3L, 2,4L, 2,5L, 3.0L, 3,2L, e 4,4L) produzidas a partir de 2004. Também outros construtores exigem, para os veículos a gasolina após 2005, um lubrificante SAE 0W-30 e ACEA A5/B5, de modo a garantir a
economia de combustível e uma correta fiabilidade. O Motul 8100 Eco-nergy 0W-30 contém uma base 100% sintética e um modificador de fricção específico que permite obter um filme lubrificante muito resistente, reduzir as fricções no motor, manter a pressão do óleo e reduzir a temperatura geral de funcionamento do motor. É recomendado para todo o tipo de motores a gasolina e diesel que necessitam de um lubrificante “Fuel Economy”: Standards ACEA A1/B1 ou ACEA A5/B5.
Bahco
Regresso a Le Mans PHILIPS
KIT PARA RESTAURO DE FARÓIS Ver com qualidade é fundamental para conduzir de maneira segura. Com base nesta premissa, a Philips introduziu no mercado um kit de restauro para os faróis dianteiros dos automóveis, que pretende devolver-lhes as suas performances originais em termos de iluminação, sem necessidade de os trocar. O HRK00XM, assim se chama este kit, não requer a utilização de ferramentas elétricas e precisa apenas que sejam cumpridos quatro passos simples. Cada kit contém: uma garrafa de pré-tratamento à base de água (29,5 ml); uma garrafa de produto de limpeza/polimento (29,5 ml); uma garrafa de restaurador/conservador de brilho (29,5 ml); uma folha de papel de lixa de 600 (grosso); uma folha de papel de lixa de 1500 (médio); uma folha de papel de lixa de 2000 (fino); dez toalhitas de papel e um par de luvas (tamanho único). PUBLICIDADE
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Bahco esteve presente na edição de 2016 das 24 Horas de Le Mans, fruto da sua parceria com a equipa Alpine Signatech. De acordo com Philippe Sinault, diretor da equipa, a Bahco já há algum tempo é parceira da Alpine Signatech e a parceria evoluiu, beneficiando ambas as partes. Entre as soluções técnicas que a Bahco traz à equipa está a criação de ferramentas adaptadas às exigências dos seus mecânicos, contribuindo efetivamente para o resultado final. Lionel
Chevalier, diretor técnico da equipa, corrobora esta ideia, afirmando que os engenheiros da Bahco sabem sempre como ajudar os técnicos a conseguir melhorar a eficiência da equipa, o que se reflete no asfalto.
HERTH+BUSS
GAMA DE ADAPTADORES ELPARTS AMPLIADA Para que os profissionais possam ter todos os componentes necessários à distância ideal, a Herth+Buss expandiu a sua gama Elparts, incluindo agora cinco novos kits de adaptadores de dois para quatro pinos, que são compatíveis com os modelos do Grupo VAG.
Os kits estão pré-assemblados e consistem numa manga neutra, respetivos conectores e os vedantes. Com estes kits, e de acordo com a Herth+Buss, o profissional tem a garantia de que nenhuma peça será esquecida, o que diminuirá consideravelmente o tempo de montagem.
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NOVO CATÁLOGO DE PRODUTOS DE FRICÇÃO A Brembo já tem disponível o seu novo catálogo de produtos de fricção, cujo design foi completamente revisto para facilitar a consulta. Esta nova edição conta com perto de três mil referências (mais de 1500 discos de travão e 1400 pastilhas) de travagem, bem como mil códigos para tambores e calços, tornando-o um dos mais completos do mercado. O catálogo oferece classificação de veículos com base TecDoc, tal como na anterior, o que potencia a estandardização e a uniformidade dos números das peças, aumentando a conveniência. Entre os vários produtos no catálogo, destaque para a gama Premium de discos de travão, dedicada a veículos de altas performances e que foi adotada a partir do equipamento original. A nova edição do catálogo de fricção da Brembo caracteriza-se ainda pelo alargamento da gama de discos revestidos UV, com mais de 700 itens disponíveis.
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JUNTAS HOMOCINÉTICAS PRÉ-LUBRIFICADAS A Metelli tem ao dispor do mercado uma gama com mais de 748 referências de juntas homocinéticas, que se destacam pelo facto de já serem lubrificadas durante a montagem do produto. De acordo com a marca, a massa lubrificante é injetada na junta por meio de um sistema automático, que doseia a quantidade correta de massa lubrificante, assegura uma lubrificação ótima de todas as pistas de deslizamento e deixa o componente pronto a ser utilizado, dispensando o recurso a qualquer outra massa. Para assegurar as qualidades do produto, a junta homocinética está equipada com uma tampa de plástico que evita a contaminação e perda de massa lubrificante. A exceção a este procedimento consubstancia-se nos jogos de foles, 90% dos quais em borracha. Nestes casos, a Metelli fornece a massa lubrificante no tubo para aberturas repetidas, que permite de uma maneira simples e prática o restabelecimento da quantidade correta de massa lubrificante.
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Novos endurecedores
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Spies Hecker anunciou o desenvolvimento de novos endurecedores, que permitem aos pintores utilizar o Permasolid HS Speed Clear Coat 8800 de forma rápida e eficiente, mesmo com o calor intenso do verão. “As altas temperaturas do verão provocam um desempenho diferente na aplicação dos materiais de pintura do que em épocas mais frias do ano”, afirma Jörg Sandner, Spies Hecker Training Leader. Isto significa que, dependendo da temperatura ambiente do ar e da humidade, o verniz necessita de uma formulação diferente. Por isso a empresa desenvolveu três novos endurecedores para que os pintores possam
adaptar na oficina o Permasolid HS Speed Clear Coat 8800 (um verniz de secagem rápida, que economiza energia e é adequado para as bases bicamada Permahyd Hi-TEC 480 e Permahyd 280/285) às diferentes condições climáticas. “O novo Permasolid Endurecedor VHS Speed 3252 lento foi desenvolvido para aplicações em ambientes com altas temperaturas e elevada humidade. Por outro lado, o Permasolid Endurecedor VHS 3251 rápido é adequado para aplicações a temperaturas entre 10° C e 20° C. O Permasolid Endurecedor VHS Speed 3250 oferece um ótimo desempenho nos países da Europa Central, cujas temperaturas ambiente rondam os 20°C e os 30°C”, explica Sandner.
DELPHI AUTO PARTS
QUALIDADE RECONHECIDA NA APP CAR MECHANIC SIMULATOR A Delphi passou a estar presente no mundo das apps, graças ao estabelecimento de uma parceria entre a Delphi Product & Service Solutions e a Playway Games, que colocará a marca de aftermarket no jogo Car Mechanic Simulator 2016. O objetivo do jogo é completar uma variedade de reparações dentro de um determinado período de tempo, a partir de um rol de mais de 50 defeitos. O jogo oferece uma série de formas para fazer as reparações, incluindo sete diferentes peças de automóveis da marca Delphi, um número ilimitado de serviços encomendados e a capacidade de adquirir novas máquinas e veículos. Os jogadores podem escolher entre diferentes níveis de oficinas e modelos de automóveis. Os produtos de aftermarket da Delphi em destaque no jogo são de um grande portefólio de categorias de produtos: travagem (pastilhas e discos de travão); direção e suspensão (tirantes, wishbones com junta esférica); e eletrónica (sensores de fluxo de massa de ar –MAF -, bombas de combustível e
bobinas de ignição). Uma das muitas vantagens de utilizar as peças de aftermarket da Delphi é o jogador não ser penalizado com as devoluções dos clientes. Alguns dos cenários de jogo contêm queixas de peças comuns que falham prematuramente e que o cliente solicita que a reparação seja feita com peças de maior qualidade da marca Delphi. O Car Mechanic Simulator está disponível gratuitamente na App Store, Google Play Store e Windows 10.
BOSCH
ANTON VAN ZANTEN RECEBE EUROPEAN INVENTOR AWARD Anton van Zanten foi homenageado, em Lisboa, com o European Inventor Award 2016 pela invenção do ESP, programa eletrónico de estabilidade da Bosch. O prémio, da responsabilidade do European Patent Office (EPO), foi entregue na categoria “Consagração da Vida”. Holandês, van Zanten desenvolveu o sistema antiderrapagem enquanto gestor de um grupo de investigação na Bosch, numa carreira que durou mais de 25 anos. O sistema foi apresentado pela primeira vez em 1995 como equipamento de série do Mercedes-Benz S600. “Anton van Zanten e os seus colegas engenheiros são os anjos da guarda de muitos condutores”, disse Volkmar Denner, CEO da Bosch, louvando não apenas o premiado, mas toda a equipa por trás da invenção. O sistema ESP salvou mais de 8500 vidas só na Europa e evitou mais de 250 mil acidentes de trânsito, o que faz deste sistema o mais importante sistema de segurança de veículos depois do cinto de segurança. Recorde-se que o sistema inventado por van Zanten e restante equipa é a base para o desenvolvimento dos sistemas de apoio ao condutor e à condução autónoma. Durante a sua carreira, van Zanten foi responsável por mais de 180 famílias de patentes, como a mitigação do refinamento eletrónico e a moderação da oscilação do reboque.
NGK
VELAS CERÂMICAS PARA O AFTERMARKET A NGK Spark Plug Europe acaba de colocar à disposição do aftermarket as velas de aquecimento cerâmicas que eram exclusivas para o motor diesel S5 de 1,5 litros SKYACTIV-D da Mazda. Desta feita, os aquecedores NHTC passam a ser disponibilizados para o mercado de reposição com a denominação CZ165. Esta vela diesel com a referência CZ165 (NGK Stock no. 93218) é idêntica à OE CZ115 (Referência Mazda no. S55018601), que a NGK fornece ao construtor japonês.
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RAIO-X
STANDOX
VERNIZ DE SECAGEM RÁPIDA REDUZ CUSTOS A Standox lançou o Standocryl Verniz COV -Xtreme K9580, um verniz que, graças à sua tecnologia de resinas, seca em apenas cinco minutos a 60°C. O produto, que pretende revolucionar os processos das oficinas, apresenta como grande mais-valia a poupança energética, com repercussões nos custos de operação e na sustentabilidade ambiental. “Atualmente, não existe no mercado nenhum outro verniz que seque tão rapidamente e cujos resultados sejam comparáveis”, reitera Olaf Adamek, Brand Manager da Standox EMEA, enquanto destaca: “A resistência do acabamento é impressionante aliada a um brilho extraordinário, extrema dureza e ótima profundidade.” Estão disponíveis dois endurecedores: o COV-Xtreme é adequado para temperaturas de secagem elevadas e sujeitas ao sistema da cabina de pintura; já o COVXtreme Air seca a uma temperatura ambiente de 20°C em menos de uma hora.
COLAD
LANÇADO O SISTEMA SNAP LID A Colad, uma das marcas da EMM e distribuída pela Autobrillante, lançou no mercado o Snap Lid, um sistema de aplicação de tinta rápido e simples. Em apenas dois passos (misturar e fechar), o sistema permite começar a pintar, o que garante uma poupança de tempo, esforço e dinheiro. O copo onde se mistura a tinta atua como recipiente para a pistola e para guardar a tinta que sobra, usando a tampa fornecida. Por seu lado, a tampa Snap Lid é reforçada, garantindo um fecho hermético e uma filtragem eficaz, que permite – segundo a marca – conseguir os melhores resultados em qualquer tipo de aplicação. Com rosca segura e hermética, assegura uma conexão firme e estável entre o recipiente e a pistola. O seu sistema único de válvula garante um fluxo estável da pintura para que o acabamento seja uniforme e perfeito. Finalmente, podem ser utilizados vários adaptadores diferentes para que o sistema Snap Lid seja compatível com a maioria das pistolas usadas nas oficinas, facilitando assim o trabalho e permitindo bons resultados num menor espaço de tempo.
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TURBO OFICINA
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JULHO 2016
Axalta
Inaugurado Centro de Tecnologia europeu
A
Axalta Coating Systems inaugurou oficialmente o seu mais recente e ampliado Centro de Tecnologia Europeu (CTE) em Wuppertal, Alemanha. O centro será a sede dos programas de investigação das tintas líquidas da empresa para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA). O CTE vai incorporar instalações que abrigam equipamento de vanguarda na investigação de tintas. Todo o recinto compreende 15,000m2 de laboratórios, áreas de competência a nível de
formulação e aplicação, serviço que simula a intempérie e a corrosão, instalações piloto e em grande escala, um centro de demonstração ao cliente, assim como escritórios. “A Axalta está a realizar este importante investimento nas suas instalações de pesquisa e desenvolvimento da região EMEA a fim de expandir, atualizar e centralizar as nossas capacidades tecnológicas e apoiar, deste modo, o nosso crescimento na região”, comenta Matthias Schönberg, Vice-Presidente da Axalta e Presidente das EMEA.
FUCHS
TITAN GT1 EVO SAE 0W-20 COM MAIS APROVAÇÕES A Fuchs continua a trabalhar na constante evolução dos seus produtos, com o objetivo de desenvolver lubrificantes de motor com formulações que melhoram as prestações de cada veículo. Por isso a marca reclama para o lubrificante Premium Titan GT1 EVO SAE 0W-20 uma redução no consumo do combustível e do lubrificante, ao mesmo tempo que anuncia a sua aprovação oficial para os motores BMW LONGLIFE – 14 FE+ e Jaguar Land Rover STJLR.51.5122. Este lubrificante de motor de alto rendimento conta com a nova Tecnologia XTL e com uma viscosidade pioneira. O Titan GT1 EVO SAE 0W-20 foi desenvolvido para dar resposta aos desafios que qualquer motor sofre (especialmente no tráfego urbano, onde os arranques e as paragens são mais habituais), e para isso conta com um grande trunfo: a Tecnologia XTL (Xtreme Temperature Lubrication), que lhe permite uma alta resistência ao envelhecimento (menor aumento de viscosidade, que se traduz numa maior duração) e uma elevada estabilidade ao cisalhamento. A circulação do óleo é mais rápida e
o tempo de lubrificação mais reduzido, oferecendo maior proteção ao motor contra o desgaste e contribuindo para a redução do consumo de combustível, com uma total fiabilidade. Além disso, a marca diz que a utilização deste óleo premium proporciona ainda uma redução nas emissões de CO2 em comparação com a utilização de um óleo convencional.
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raio-x
Barómetro
Dinâmica das empresas do setor
Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO MAIO 2016 HOMÓLOGA MAIO 2016 HOMÓLOGA MAIO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 226 -14,1% CENTRO 117 -10,0% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 182 19,0% ALENTEJO 26 -21,2% ALGARVE 13 -27,8% R. A. AÇORES 6 20,0% R. A. MADEIRA 9 -35,7%
62 -6,1% 30 -28,6%
22 -29,0% 14 0,0%
39 10 5 3 4
10 2 2 0 0
TOTAL 579 -6,0%
153 -4,4%
Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
MAIO 2016
ACUMULADO MAIO 2015 MAIO 2016
ACUMULADO SETOR MAIO 2015
TECIDO EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
107
579
85
616
-6,0%
-4,1%
ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)
31
153
18
160
-4,4%
2,7%
INSOLVÊNCIAS
8
50
12
71
-29,6% -20,8%
(CONSTITUIÇÕES)
Tecido empresarial do setor MAIO 2016 TOTAL DE EMPRESAS
R.A. AÇORES 198 NORTE 4948
R.A. MADEIRA 275 CENTRO 3357 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3293
EM PERCENTAGEM
37,0 25,1 24,6 ALENTEJO 849
ALGARVE 454
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TURBO OFICINA
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JULHO 2016
6,3 3,4 1,5 2,1
30,0% 0,0% 25,0% - -50,0%
-44,4% -50,0% -100,0% -100,0%
50 -29,6%
FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.
FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça
(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt
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RAIO X
Bentley Bentayga
Quem faz o quê A
Bentley sucumbiu à febre dos SUV. O resultado é o Bentayga, um SUV ultra luxuoso que a marca britânica diz combinar o pináculo do luxo e da performance. Para cumprir esta promessa, a Bentley dotou Bentayga de um motor com 600 cv de potência máxima. Este 12 cilindros em W com seis litros de capacidade monta uma árvore de cames da thyssenkrupp e um sistema de ventilação do bloco da cambota de
origem Norma, assim como um conversor de binário da ZF. Se as performances parecem asseguradas, o habitáculo respira exclusividade e requinte. Para tal foram escolhidos componentes de topo, como ventiladores da Brose, forro do teto da Industrialesud ou o sistema de arrefecimento auxiliar da Ufi Filters. Num modelo como este a tecnologia tem de ser de ponta e o Bentayga não foge à regra. O SUV
britânico, que antes de ser lançado contava já com mais de quatro mil encomendas, monta o sistema da estacionamento automático Park4U da Valeo e tem um sistema de abertura da mala mãos-livres. Este sistema, da responsabilidade da Huf Hülsbeck & Fürst, usa um sensor colocado debaixo do para-choques traseiro para abrir a mala sem usar o comando da chave. Veja quem faz o quê na tabela abaixo.
COMPONENTES FORNECEDOR
COMPONENTE
FORNECEDOR
COMPONENTE
AMTEK TEKFOR
Caixa do diferencial
CARCOUSTICS
Proteção térmica do túnel traseiro
BEHR-HELLA THERMOCONTROL
Painel da climatização
CARLEX
Farolins
BROSE
Ventiladores do habitáculo
EBERSPÄCHER
Tecnologia de escape: zona fria e zona quente do V8 TDi
CARCOUSTICS
Isolamento acústico da caixa de velocidades
EDSCHA
Dobradiças do portão da bagageira
CONTINENTAL
Tubagens de aquecimento/arrefecimento
F S FEHRER
Assentos moldados dos bancos
FEMALK
Suportes dos faróis
GKN
Cardans
HELLERMANNTYTON
Elementos de fixação dos limpa para-brisas
HUF HÜLSBECK & FÜRST
Sensor de abertura da mala com o pé
MAGNI GROUP
Revestimento dos tirantes dianteiros
IBS FILTRAN
Filtro de transmissão
MAHLE
Intercooler
INDUSTRIALESUD S.P.A.
Forro do teto
NORMA
Sistemas de ventilação do bloco da cambota
SOLE SPA
Spoiler traseiro
thyssenkrupp
Árvores de cames
RÖCHLING AUTOMOTIVE
Painéis inferiores
VALEO
Sistema Park4U
SCHAEFFLER
Tensores dos cintos
ZF
Conversor de binário
SKF
Rolamentos das rodas traseiras
DANA
Junta secundária
TI AUTOMOTIVE
Módulo de alimentação de combustível
UFI FILTERS
Arrefecimento auxiliar
AUTONEUM
Revestimentos das cavas de roda
NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com
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TURBO OFICINA
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reparação
reparação
PARCERIA
Híbridos e elétricos
Cadeia cinemática do Prius Primeiro veículo híbrido comercializado em massa, o Toyota Prius mantém-se como um dos automóveis do segmento mais vendidos. Para poder intervencioná-lo corretamente, tem de conhecê-lo bem, pelo que, em parceria com a Carsmarobe, explicamos-lhe o seu funcionamento.
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TURBO OFICINA
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UNIDADES DO SISTEMA DO TOYOTA PRIUS INTERRUPTOR ARRANQUE
INTERRUPTOR ESTACIONAMENTO ECU ACESSO
ECU DIREÇÃO
ECU HV
ECU CONTROLO ALIMENTAÇÃO
ECU MOTOR ECU TRANSMISSÃO
ECU ABS
ALAVANCA MUDANÇAS SELETOR EV RANHURA DA CHAVE
SENSOR POSIÇÃO ACELERADOR
ECU CLIMATIZAÇÃO INTERRUPTOR DE TRAVÃO
DESCRIÇÃO DOS COMPONENTES DO SISTEMA A cadeia cinemática do Toyota Prius é composta pelos seguintes elementos, além de outros dispositivos necessários para a sua correta operacionalidade e normal funcionamento. As principais unidades do sistema, como a de sistemas complementares, estão localizadas na sua maioria no interior do veículo, na zona sob o tablier e na coluna da direção.
Motor térmico O motor de combustão interna utilizado foi desenvolvido especialmente para funcionar
ECU AIRBAG
em conjunto com o sistema híbrido. Trata-se de um motor a gasolina (1NZ-FXE) de 1,5 litros, 16 válvulas DOHC, com distribuição variável (VVT-i) que desenvolve uma potência máxima de 57 KW (77,5 CV) às 5000 rpm, e um binário máximo de 115 Nm às 4000 rpm. A sua característica principal é que o seu funcionamento se baseia no ciclo Atkinson, o qual é ligeiramente diferente do ciclo Otto pelo qual se rege o motor tradicional de combustão interna a gasolina. No ciclo Atkinson o desempenho térmico do motor é maior devido a um atraso efetivo da compressão, que permite uma maior expansão sem aumentar a relação de compressão real. O motor produz uma elevada relação de compressão geométrica de 13:1. Para evitar os fenómenos de detonação devido à alta pressão atingida durante a fase de compressão, o fecho das válvulas de admissão é atrasado excessivamente, reduzindo a duração efetiva do curso de compressão e permitindo obter uma relação de compressão real próxima de 10:1. O atraso no fecho da válvula de admissão origina menores perdas de calor e perdas por bombeamento, embora este atraso no fecho permita também um certo refluxo de gases frescos até ao coletor da admissão, com a consequente perda de enchimento (baixo rendimento volumétrico), Ao não utilizar grandes ângulos de avanço de abertura de escape, permite prolongar o curso de expansão, obtendo um melhor aproveitamento da energia libertada na combustão ao incidir durante um maior percurso os gases sobre a cabeça do pistão. O curso de expansão é o único que produz trabalho, portanto quanto maior for, melhor o rendimento.
Como vimos, o ciclo proporciona um alto nível de rendimento térmico, não obstante, não gera boas prestações. No Prius, este ponto fraco pode ser compensado através da combinação do motor a gasolina de ciclo Atkinson com o motor elétrico do sistema de elevada potência. O motor é composto por um sistema de distribuição variável, denominado por Toyota VVT-i. Este sistema controla a árvore de cames de admissão para modificar os momentos de abertura e fecho das válvulas de admissão da forma mais otimizada possível e obter o máximo rendimento. Na terceira geração do Toyota Prius o motor de 1,5 litros (1NC-FXE) foi substituído por um motor de 1,8 litros (2ZR-FXE), DOHC 16 válvulas VVT-i, que proporciona maior binário a baixas rotações para uma melhor economia de combustível, especialmente em estrada. Cerca de 90% dos componentes do motor foram redesenhados em busca de uma maior leveza e melhor integração. O motor 1,8 litros desenvolve uma potência de 73 KW (100 CV) às 5200 rpm, e 142 Nm de binário máximo às 4000 rpm. Foi implementada uma bomba de refrigerante de acionamento elétrico que ajuda a reduzir as perdas mecânicas e proporciona um fluxo de líquido refrigerante ao motor independentemente da velocidade de rotação deste. O sistema de ar condicionado continua a ser de acionamento elétrico tal como a direção assistida. A EGR é refrigerada e incorpora um permutador de calor no escape que reduz o tempo de aquecimento, melhorando o aquecimento do catalisador e as emissões poluentes.
O CICLO ATKINSON APRESENTA UM MAIOR APROVEITAMENTO DA ENERGIA LIBERTADA, CONTUDO COM PIORES PRESTAÇÕES
Grupo de transmissão: transeixo híbrido O conjunto do transeixo ocupa o espaço habitualmente usado pela caixa de velocidades. Atua como se se tratasse de uma caixa CVT, modificando a transmissão de forma variável e continua a produzir um funcionamento suave e silencioso. No seu interior encontra-se o gerador, o motor elétrico, o repartidor de potência, o
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TURBO OFICINA
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reparação
GRUPO DE TRANSMISSÃO - TRANSEIXO HÍBRIDO MOTOR ELÉTRICO GERADOR REPARTIDOR DE POTÊNCIA
BOMBA DE ÓLEO
LADO DO MOTOR AMORTECEDOR DO EIXO DE TRANSMISSÃO ENGRENAGENS INTERMÉDIAS
ENGRENAGENS FINAIS
UNIDADE DO DIFERENCIAL
TRANSEIXO HÍBRIDO P112 DISTRIBUIDOR DE POTÊNCIA GERADOR
MOTOR ELÉTRICO
SATÉLITES PLANETÁRIO COROA
MOTOR TÉRMICO GERADOR
AMORTECEDOR GRUPO REDUTOR
ENGRENAGENS FINAIS DIFERENCIAL
TRANSEIXO HÍBRIDO P410 - TOYOTA PRIUS III
TREM EPICICLOIDAL DE REPARTIÇÃO DE POTÊNCIA
MOTOR TÉRMICO
AMORTECEDOR GERADOR
TREM EPICICLOIDAL DE REDUÇÃO DA VELOCIDADE MOTOR
MOTOR ELÉTRICO GRUPO REDUTOR
DIFERENCIAL REDUTOR FINAL
amortecedor de vibrações do transeixo, o grupo redutor formado por uma corrente silenciosa e as engrenagens intermédias e o conjunto de engrenagens finais onde está acoplado o diferencial. Além do mais, o conjunto também dispõe de diversos sensores responsáveis por recolher diferente informação, atuadores para o controlo das mudanças, mecanismos de bloqueio para o travão de estacionamento, etc. Uma bomba de óleo
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TURBO OFICINA
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JULHO 2016
assegura principalmente, a lubrificação do repartidor de potência e dos rolamentos do eixo principal, além dos restantes componentes. O sistema não necessita de embraiagem, mantendo mecanicamente unidos o motor térmico, o gerador e o motor elétrico através do dispositivo repartidor de potência. A força motriz é transmitida desde o motor elétrico até às engrenagens intermédias através de uma corrente, e daqui até ao diferencial
através das engrenagens finais. O diferencial reparte a saída para cada uma das rodas. No Toyota Prius III é utilizado um transeixo híbrido completamente novo denominado P410. Este novo transeixo é mais compacto e leve que o seu antecessor P112, e permite reduzir as perdas por fricção em 20 %. Dispositivo distribuidor de potência Como foi dito anteriormente, é responsável por distribuir a força motriz e transmitir a rotação às rodas através do grupo redutor de engrenagens e o diferencial. Trata-se de um trem epicicloidal cujas diferentes partes do mesmo se encontram unidas ao motor térmico, ao gerador e ao motor elétrico, conjugando a rotação de todos eles para conseguir modificar a relação de rotação para o grupo redutor. O planetário gira em torno do seu eixo. Os satélites são alojados com o seu eixo no porta-satélites e podem girar tanto em redor do planetário como em torno do seu próprio eixo portasatélites. A coroa engrena com os seus dentes interiores nos satélites e encerra todo o trem epicicloidal. O motor elétrico (MG2) está ligado à coroa do trem epicicloidal, que por sua vez, está ligado mecanicamente às rodas através do grupo redutor e o diferencial. O motor térmico encontra-se ligado ao porta-satélites, e o motor gerador (MG1) está ligado ao planetário do trem epicicloidal.
O DISTRIBUIDOR DE POTÊNCIA É O CORAÇÃO DO SISTEMA HÍBRIDO Funcionamento do repartidor de potência Explicaremos o sistema de acordo com determinadas condições de marcha generalizadas e com a ajuda de um monograma, que nos mostra uma representação visual do sentido de rotação das diferentes engrenagens do trem epicicloidal, velocidade de rotação e balanço energético. As possíveis condições de funcionamento foram simplificadas como: READY, ativação do veículo; início de marcha, ao iniciar o movimento do veículo; ligeira aceleração, sem ultrapassar uma determinada velocidade; cruzeiro com carga baixa, também denominada “aceleração mínima”; velocidade elevada, corresponde às prestações máximas; desaceleração, quando o veículo está em movimento sem acionamento do acelerador; e por último, marcha-atrás.
6
REPARAÇÃO PARCERIA
FIA5000141A CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO POTÊNCIA (CV)
85
CILINDRADA (CC)
875
EURONCAP CO2 88 TRANSMISSÃO /TRAÇÃO
DIANTEIRA
CAIXA DE VELOCIDADES
AUTOMÁTICA (MANUAL ROBOTIZADA) / 5 VEL.
CARROÇARIA CABRIOLET
Manutenção
Fiat 500C
Agora que o calor já aperta, nada como ter um descapotável. O Fiat 500C alia a sensação de liberdade de um modelo sem tejadilho a um custo de manutenção proporcional ao seu tamanho: €3,66 por cada 100 km percorridos.
O
Fiat 500C é uma referência quando falamos de citadinos descapotáveis. O pequeno cabrio italiano mantém o arco criado pela união do pilar A ao C, na cor da carroçaria, o que faz com que, à primeira vista, não pareça um descapotável. A capota desliza ao longo de calhas embutidas nos arcos laterais, num processos de abertura e fecho bastante discreto e que se revela uma vantagem para quem não quer dar nas vistas. O citadino italiano conta, na versão que analisamos, com os préstimos de um motor de 0,9 litros de cilindrada Twinair, de onde são extraídos 85 cv de potência máxima. Pequeno por natureza, o custo da manutenção preconizada pelo fabricante para a versão equipada com este pequeno motor, na sua variante de equipamento Lounge e com caixa automática Dualogic, segue esta filosofia e não faz grande mossa na carteira do seu proprietário, se atentarmos ao facto de que custa apenas €3,66 a cada 100 km percorridos. Feitas as contas a um período de 48 meses e 120 mil km percorridos, o valor total a despender com a manutenção ascende aos €4389,41, dos quais a fatia maior pertence à substituição de peças de desgaste: €1534,06. Neste particular é o sistema de travagem que obriga ao dispêndio maior, com €1309,20 do total, distribuído entre quatro trocas de pastilhas dianteiras, duas trocas de pastilhas traseiras, uma troca de discos dianteiros e duas
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TURBO OFICINA
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trocas do líquido dos travões. As substituições das escovas dos limpa-para-brisas levam €124,87 deste montante. Os pneus são a segunda parcela mais onerosa do plano de manutenção, com €1327,33. As dez trocas previstas dos pneus 185/55R15H que o citadino italiano monta levam €1180,73 do total, devendo-se os restantes €146,60 ao alinhamento de direção, equilibragem de rodas e troca de válvulas. As revisões programadas são o terceiro item mais dispendioso do plano de manutenção preconizado pela marca para este modelo. Os €1044,77 que esta secção contempla dividem-se entre os €253,57para as quatro trocas do óleo sintético, à razão de €19,81/litro; os €285,68 de custo de mão de obra, calculado com base no valor/hora médio nacional de €35,71; e €313,76 para as trocas dos filtros de óleo, ar e pólen. Para terminar esta secção há ainda que acrescentar €19176 para as quatro trocas de velas aconselhadas. Para o cômputo final devem ainda contabilizar-se €27 para a IPO obrigatória e €456,25 de inflação, bem como €682,78 de custos de manutenção. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis. ribeirinho@4fleet.pt.
REVISÕES
VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES
1.044,77 €
MÃO DE OBRA
285,68 €
[8,0]
ÓLEO
253,57 €
[4]
CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)
3,2
TIPO DE ÓLEO
SINTÉTICO
FILTRO DE ÓLEO
88,88 €
[4]
FILTRO DE AR
107,48 €
[4]
FILTRO DE PÓLEN
117,40 €
[4]
FILTRO DE COMBUSTÍVEL
- €
[0]
VELAS
191,76 €
[4]
DESGASTE
1.534,06 €
LIMPA PARA-BRISAS FRENTE
89,45 €
LIMPA PARA-BRISAS TRÁS
35,42 €
[2]
PASTILHAS FRENTE
722,21 €
[4]
PASTILHAS TRÁS
420,20 €
[2]
DISCOS FRENTE
137,71 €
[1]
DISCOS TRÁS
- €
[0]
LÍQUIDO DE TRAVÕES
29,08 €
[2]
CORREIA DISTRIBUIÇÃO
- €
[0]
EMBRAIAGEM
- €
[0]
CARGA AR CONDICIONADO
- €
[0]
BATERIA
- €
[0]
AMORTECEDOR FRENTE
- €
[0]
AMORTECEDOR TRAS
- €
[0]
BOMBA AGUA
- €
[0]
FILTRO PARTICULAS
- €
[0]
TAREFAS EXTRA
- €
[0]
AVARIAS
- €
[0]
ELÉTRICAS
- €
[0]
TOTAL
- €
[0]
PNEUS
1.327,33 €
PNEUS FRENTE
185/55R15H
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[10]
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25,00 €
[10]
OUTROS
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IPO
27,00 €
INFLAÇÃO
456,25 €
AJUSTES
- €
[4]
[10]
CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL
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REPARAÇÃO
Audi A4
Intervenções na climatização Em parceria com a Revista Técnica automóvel, explicamos-lhe como efetuar diferentes operações de manutenção e reparação no sistema de aquecimento/ climatização dos Audi A4 1.9 TDi e 2.0 TDi (desde 11/2004).
A
desmontagem do bloco de aquecimento-ventilação precisa, previamente, a do tablier Para o despejo e o enchimento do circuito frigorifico, ler a informação de utilização da estação utilizada. Toda a intervenção sobre o circuito frigorífico, no curso da qual este último tenha sido aberto, obriga a substituição da garrafa desidratadora e do óleo do compressor. FILTRO DE AR DE HABITÁCULO SUBSTITUIÇÃO Desmontar: a grade de compartimento do tablier. a tampa superior do filtro. o filtro de ar de habitáculo. UNIDADE DE COMANDO DE AQUECIMENTO E DE CLIMATIZAÇÃO DESMONTAGEM E MONTAGEM Desconectar a bateria. Desprender a unidade.
Se a desmontagem da unidade de comando for difícil, é aconselhável desmontar o rádio para esta operação. Desconectar as 5 fichas. No caso do troca da unidade de comando, desmontar os dois parafusos inferiores e recuperar o acabamento. Desmontar a unidade do comando de aquecimento e de climatização.
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Ao montar, procurar bloquear corretamente as fichas e comprovar o bom funcionamento da unidade de comando de aquecimento e de climatização. VENTILADOR DE AQUECIMENTO DESMONTAGEM E MONTAGEM Desconectar a bateria. Desmontar a porta-luvas (ver operação correspondente em capítulo “Carroçaria”). Desligar a ficha (1). Desmontar a parte inferior (2) da tampa de “montante A” lado direito. Separar a cablagem (3) da parte inferior do ventilador. Separar o solo e a carpete (4) para a parte traseira de tal maneira que o parafuso traseiro de fixação do ventilador fique acessível. Desmontar os três parafusos de fixação do ventilador e desmontá-lo. Ao montar, comprovar o bom funcionamento do ventilador de aquecimento. BLOCO DE AQUECIMENTO DESMONTAGEM E MONTAGEM Esvaziar a climatização com um aparelho apropriado. Desmontar a grade de tablier do compartimento motor. Desconectar e desmontar a bateria.
Procurar deitar para trás os bancos do condutor e passageiro ao fundo no caso de um comando elétrico.
Retirar a pressão do circuito de refrigeração abrindo o bujão do vaso de expansão. Efetuar esta operação com o motor frio. Colocar pinças nas mangas de aquecimento ao nível do tablier e marcar a sua posição. Desconectar as mangas e recuperar o líquido de refrigeração que saia. Esvaziar o radiador de aquecimento com precaução com ar à pressão. Desmontar o separador das mangas de aquecimento sobre o tablier. Desconectar as tubagens do circuito refrigerante. Colocar capas de proteção sabre os bancos dianteiros. Desmontar: a consola central e o tabier (ver operação correspondente em capitulo “Carroçaria”). o reforço (1) lado do passageiro. os parafusos de fixação (2) do bloco de aquecimento sobre o reforço esquerdo. o difusor de ar ao solo (3). Afrouxar a suporte de pedais ao nível da travessa de tablier. Afrouxar as porcas (4) da travessa do tablier, lado esquerdo, e desaparafusá-las aproximadamente 15 mm. Desmontar a porca (5) da travessa do tablier, lado direito. Desmontar os parafusos de montagem entre a travessa de tablier e o bloco de aquecimento
EX CLU
SIV O
ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL
(no habitáculo) e os parafusos de montagem entre a travessa de tablier e o compartimento do tablier (entre a caixa eletrónica e o tablier no compartimento do tablier). Puxar com precaução a travessa do tablier para a parte traseira atá que apoie ao nível das porcas no lado esquerdo e esteja ainda colocada nos pinos de rosca do lado direito. Desmontar a peca intermédia do difusor do desembaciador (6) e a tubagem de ar condutor aos difusores centrais do tablier (7). Desconectar a cablagem elétrica do bloco de aquecimento. A cablagem elétrica deve ser desmontada com o aquecimento. Desconectar as fichas (8) da resistência térmica do aquecimento adicional. Desmontar os dois parafusos de fixação direita (9) da travessa do tablier e desmontar o bloco de aquecimento. Ao montar, substituir as juntas, efetuar o enchimento e a purga do circuito de refrigeração e de climatização. Comprovar o bom funcionamento do aquecimento. RADIADOR DE AQUECIMENTO DESMONTAGEM E MONTAGEM
Esta operação pode ser feita com o bloco de aquecimento colocado sobre o veículo. Desmontar a grade do tablier. Desconectar e desmontar a bateria. Retirar a pressão no circuito de líquido de refrigeração abrindo o bujão do vaso de expansão do líquido de refrigeração. Efetuar esta operação com o motor frio. Colocar pinças nas mangas de aquecimento ao nível do tablier e marcar a sua posição. Desconectar as mangas de líquido de refrigeração sobre o radiador de aquecimento. Esvaziar o radiador de aquecimento com precaução com ar à pressão. Desmontar o separador de vedação das mangas de aquecimento sobre o tablier. Desmontar o pedal acelerador. Desmontar os dois parafusos de fixação (10) da tampa plástica (11) das tubagens de água sobre o radiador de aquecimento (12). Desconectar a resistência de aquecimento adicional (8). Desmontar as braçadeiras das tubagens de água sobre o radiador. Desmontar o radiador. Ao montar, procurar respeitar os pontos seguintes: montar juntas novas ligeiramente húmidas de líquido de refrigeração para as tubagens do radiador do aquecimento.
BLOCO DE AQUECIMENTO - VENTILACÃO - CLIMATIZACÃ0 1. Difusor ao solo 2. Grade ou chapa
9. Motor de comando
de portinhola de admissão de de proteção ar 3. Ventilador 10. Motor de portinhola de 4. Caixa de evaporador e tubo de reciclagem de ar 11. Motor de comando de ventilação 5. Evaporador desembaciador 6. Resistência 12. Motor de comando de 7. Caixa de aquecimento ventilação de solo 8. Caixa de entrada de ar 13. Motor de comando de
montar braçadeiras novas nas tubagens do radiador e orientá-las de tal maneira que deixem passo ao montar a tampa (cabeça das braçadeiras orientadas uma diante da outra) e apertá-las no binário. no caso da montagem do antigo radiador, comprovar que está limpo e isneto de líquido de refrigeração. efetuar o enchimento da climatização. efetuar a purga de líquido de refrigeração. DESMONTAGEM E MONTAGEM DO EVAPORADOR Desmontar o bloco de aquecimento. Desmontar a cablagem elétrica do canal de guia de ar (1).
regulação de temp. dto.
14. Motor de regulação de temperatura, lado esq.
15. Bujao 16. Sonda de temperatura 17. Tampa nos veiculos não equipados corn aquecirnento adicional 18. Radiador de aquecimento 19. Flexível de ar fresco
20. Suporte de caixa de entrada de ar 21. Filtro de ar do habitáculo 22. Suporte filtro de ar do habitaculo
23. Carcaça do filtro de ar do habitáculo
24. Tubo de evacuação de água
Desmontar o suporte e a tampa das tubagens de líquido de refrigeração que vão para o radiador de aquecimento e desmontá-lo com as tubagens de líquido de refrigeração. Desmontar o suporte dos tubos de refrigerante e retirar o canal de guia de ar (1) da caixa distribuidora de ar (2). Desmontar o bloco de aquecimento do canal de guia de ar e desmontar o evaporador (3). Ao montar, procurar respeitar os pontos seguintes: antes de montar o evaporador comprovar o flexível de circulação de água de condensação e limpá-lo se for necessário. JULHO 2016
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reparação
Desconectar as tubagens (1) sobre o compressor (2) de climatização. desmontar os parafusos de fixação (3) do compressor e desmontá-lo. Esvaziar e medir a quantidade de óleo presente no compressor. Ao montar, efetuar as opearções seguintes: Se o compressor for novo, esvaziar o óleo que contecnha e acrescentar unicamente a quantidade de óleo equivalente à esvaziada no antigo compressor no caso de que não se faça limpeza do circuíto. Em caso contrário, encher o compressor com a totalidade da quantidade de óleo. comprovar a vedação do circuíto. POLIA DE ARRASTAMENTO DESMONTAGEM Desmontar o compressor de climatização. Retirar com precaução o freio de travagem (1) com a ajudae de uma pequena chave de fendas ou de um alicate de extremidades pontiaguda. CIRCUITO DE CLIMATIZAÇÃO 1. Compressor 2. Tubo de alta pressão 3. Condensador 4. Rácor de alta pressão
5. Evaporador 6. Rácor de baixa pressão 7. Depósito de garrafa desidratadora
comprovar que o evaporador está limpo e sem humidade. colocar a junta (4) e procurar não decalá-la ao montar. montar juntas novas ligeiramente húmidas de líquido de refrigeração para as tubagens do radiador de aquecimento. montar braçadeiras nas tubagens do radiador e orientá-las de tal maneira que deixem passo ao montar a tampa (cabeça das braçadeiras orientadas uma diante da outra) e apertá-las no binário. comprovar o enchimento da climatização e acrescentar a quantidade de óleo equivalente à recuperada no antigo evaporador ou neste antes da montagem. efetuar a purga de líquido de refrigeração. comprovar o bom funcionamento da climatização. MOTORES DE COMANDO DAS PORTINHOLAS DESMONTAGEM E MONTAGEM Para o motor de portinhola (1) desmontar a guarnição inferior do lado do condutor. Para os motores de portinhola (29, (3), (4), (5) e (6), desmontar o porta-luvas.
Não há maiores dificuldades para a desmontagem dos motores. Ao montar, comprovar o bom funcionamento das alavancas de comando dos diferentes
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8. Rácor de baixa pressão 9. Pressóstato 10. Sonda de temperatura
11. Suporte do depósito da garrafa desidratadora 12. Junta de vedação 13. Válvula de expansão
motores. Comprovar sistematicamente o bom funcionamento do sistema de climatização e a ausência de avarias do calculador de climatização. CONDENSADOR DESMONTAGEM E MONTAGEM Esvaziar o circuíto de climatização. Desmontar: o para-choques dianteiro os tubos (1) ao nível do condensador (2). as guias de ar (3) entre o pára-choques e o condensador. Separar o radiador (4) de refrigeração de óleo de direção assistida. Desligar a ficha do sensor de alta pressão (5) do circuíto de refrigeração. Desmontar os parafusos de fixação e desmontar o condensador. Ao montar, efetuar o enchimento do circuíto de climatização e comprovar a ausência de perdas. COMPRESSOR DE CLIMATIZAÇÃO DESMONTAGEM E MONTAGEM Esvaziar o circuíto frigorífico. Desmontar o revestimento debaixo do motor. Avançar o frontal à posição SAV (ver operação correspondente no capítulo “Motor” parágrafo “Distribuição”) Desmontar a correia dos acessórios.
Durante esta operação ter particular atenção com a polia, procurar não danificá-la. Sustentar o veio de arrastamento do compressor (2) com uma chave e rodar o prato de arrastamento (3) com a polia (4) no snetido da sta (A). Retirar o freio de travagem (5). Extrair a polia (4). MONTAGEM Substituir o freio de travagem (5). Limpar a placa do compressor antes de introduzir a polia. Durante a montagem do freio de travagem (5), procurar não abri-lo mais que o necessário em vista da sua montagem. Montar a polia (4). Colocar o freio de travagem (5) do lado apropriado. A marca (6) deve encontrar-se ao contrário do compressor (orientar o lado plano na direção do compressor). Comprovar a presença da anilha (8) de 17,5 x 10 x 3. Colocar os elementos de borracha (7) na polia (4) Para a montagem do prato de arrastamento, humedecer ligeiramenteos elementos de borracha (7) com água saponácea (com produto antifricção). Colocar o disco de arrastamento (3) nos elementos de borracha (7) até que esteja em contacto com o veio do compressor (2). Aparafusar o disco de arrastamento (3) sobre o veio do compressor (2) rodando no sentido da seta (B). Apertar o prato de arrastamento (3) fazendo-o rodar com uma chave no sentido da seta (A), apertar o veio do compressor (2). Montar o segmento do travão (1).
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REVISÃO FALKEN
AZENIS E ZIEX NO SEAT ATECA
pneus
Bridgestone
Novidades em toda a linha
O
passado mês foi de intensas novidades para a Bridgestone, que apresentou um novo sistema de produção, uma nova diretora de comunicação e viu o DriveGuard ser premiado em Essen. O inovador pneu nipónico recebeu o prémio Reifen Essen 2016 Innovation Award, na categoria Tecnologia e Produtos. “Desde o seu lançamento que afirmamos que o DriveGuard é um produto revolucionário para o consumidor final… e ficamos entusiasmados por ver o seu reconhecimento por parte de especialistas da indústria”, comentou Jake Rønsholt, Managing Director Consumer Business Unit na Bridgestone Europe. “Este é um produto que foi submetido a testes e pesquisas extensivas junto do consumidor antes do seu lançamento, de forma a garantirmos que ia ao encontro das necessidades dos nossos clientes – agora podemos orgulhosamente afirmar que tal
foi claramente comprovado pelos nossos primeiros resultados de vendas.” Para garantir a produção de pneus da mais alta qualidade, a Bridgestone estreou um novo sistema de produção, integrado na fábrica de Hikone, no Japão. De seu nome Examination, foi concebido para melhorar a qualidade e potenciar a produtividade na produção de pneus, combinando informação e tecnologias de comunicação próprias da Bridgestone com inteligência artificial. O objetivo é minimizar as disparidades do processo de produção, e pode, diz a marca, atingir os 15% de aumento da uniformidade. Ao mesmo tempo, a marca nipónica revelou ter uma nova diretora de comunicação para o Sul da Europa. Constanza Pasqual del Pobil assume a posição, embora tal não vá alterar a estrutura de comunicação da marca no nosso país. André Bettencourt continuará a ser o responsável por este departamento em Portugal.
TIRESUR
1 000 000 DE OVATION VENDIDOS EM 2015 A Tiresur é distribuidora exclusiva dos pneus Ovation em Espanha, Portugal e num elevado número de países de América Latina e de África. Desde que assumiu a distribuição destes pneus, em 2009, tem vindo a registar um crescimento nas vendas. Tal que, das 20 mil unidades transacionadas naquele ano, atingiu o milhão de unidades vendidas em 2015. Desde o começo da distribuição dos pneus Ovation em Espanha, o crescimento tem-se intensificado,
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diz a Tiresur. Tanto no número de países em que se instalou com comercialização da marca, sempre de forma exclusiva, como na ampliação da gama e no volume de vendas. Neste crescimento continuado, são datas de relevo o ano de 2011, que marcou a chegada da Ovation ao mercado português, e o de 2013, altura em que a Tiresur começou a comercializar os pneus Ovation na gama TBR, tendo a aceitação da linha para camiões sido “extraordinária”, diz a Tiresur.
A Seat escolheu a gama de pneus Falken AZENIS FK 453CC e ZIEX ZE914 para equipar o Ateca. O novo SUV do construtor espanhol pretende destacar-se como um veículo versátil e dinâmico, marcado pelo prazer de condução. Assim, e de acordo com a AB Tyres, empresa que representa e distribui em Portugal os pneus Falken, “Pesando todos estes fatores, a Seat apostou na Falken para ser sua parceira devido à garantia de confiança da marca japonesa, assim como pela sua oferta de pneus de várias medidas (215/50 R18 92W FK453CC e 225/55 R17 97V ZE914A)”. Sublinhe-se que, durante os testes da AutoBild Allrad, em que foram analisados sete pneus, o AZENIS FK453CC foi destaque pela garantia de segurança e ainda pela sua excelente relação preço/performance. A AB Tyres, empresa responsável pelo negócio de pneus do Grupo Alves Bandeira, tem vindo a apostar, desde 2014, na qualidade da marca japonesa, através do desenvolvimento de uma rede de parceiros exclusivos Falken em todo o território nacional. A empresa é especialista na comercialização, armazenamento e distribuição de todo o tipo de pneus, marcas e segmentos (Premium, Quality e Budget), tanto a nível nacional, como internacional.
CONTINENTAL
PRODUZIDO O PRIMEIRO PNEU EM KORBACH A Continental assinalou a inauguração oficial do seu novo Centro de Desenvolvimento Tecnológico de Alta Performance (HPTC), localizado na fábrica alemã de Korbach, com a produção do primeiro pneu, um SportContact 6. A nova unidade, que estava em construção desde setembro de 2014, representa um investimento de cerca de 45 milhões de euros e criou cerca de 80 postos de trabalhos. Quando a produção estiver otimizada, a fábrica terá a capacidade de produção de 350 mil pneus, com jantes entre as 19 e as 24 polegadas, direcionadas para o segmento de automóveis de alta performance (UHP).
GOODYEAR
PROMOÇÃO DE VERÃO A Goodyear pretende premiar os condutores que adquirirem os seus pneus e permitir que desfrutem do verão com presentes. A promoção estará disponível de 24 de junho a 31 de julho de 2016 e obriga a que os interessados montem pelo menos dois pneus Goodyear em qualquer dos estabelecimentos aderentes para ganhar uns óculos de sol. No caso de mudar dois pneus de 16 polegadas ou superiores, os clientes recebem um smartwatch, sendo necessários quatro de dimensão inferior para conseguir o mesmo prémio. A mecânica é simples. O condutor interessado terá de aceder ao website da Goodyear (www. goodyear.pt) e pesquisar no localizador a oficina onde irá realizar a sua compra e a montagem dos pneus. Posteriormente, deverá dirigir-se à oficina selecionada e, uma vez completo o processo, receberá em mãos os óculos de sol e o smartwatch. Para além disso, os condutores poderão registar-se na página da Goodyear, fazer o upload da fatura da compra e participar no sorteio de uma viagem, enviando uma fotografia do seu destino ideal.
Ao mesmo tempo, um novo departamento de investigação foi desenvolvido tendo como objetivo o teste a novos processos produtivos. Efetivamente, isto significa que Korbach atuará como uma extensão do departamento central de R&D localizado em Hanover-Stöcken. Qualquer nova técnica desenvolvida será implementada em todas as fábricas Continental no mundo. O Centro de Desenvolvimento Tecnológico de Alta Performance (HPTC) contou na inauguração com a presença de numerosas figuras políticas nacionais, regionais e locais, bem como com os colaboradores da unidade.
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JURÍDICO
Cuidados a ter com o carro antes de ir de Férias
E MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.
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stá a chegar o momento do ano tão esperado por tantos de nós em que, finalmente, metemos a família no carro e vamos passar uns dias longe de casa a descansar. As férias, sejam em família ou não, quando gozadas através de uma viagem do carro de todos os dias, devem ser antecedidas de alguns cuidados especiais: há que ter a certeza que o carro está em condições normais de funcionamento e de segurança e que todos os requisitos legais se encontram cumpridos, não vá o acaso levar a sermos parados por uma operação stop ou de termos as férias estragadas por uma avaria ou um acidente evitáveis. Do ponto de vista mecânico, e depois de um ano com pequenos trajectos e normalmente com algum tráfego, além do normal cuidado com os níveis de óleo, água e de pressão dos pneus, convém ainda ter algumas cautelas extra. É importar certificar-se de que os faróis e demais luzes do carro se encontram a funcionar e dar atenção aos pontos de desgaste normais como sejam o estado de conservação dos pneus, os travões, embraiagem, amortecedores, suspensão e outros elementos que possam comprometer as condições normais de circulação em segurança. Para todas estas questões, sugere-se uma revisão extraordinária numa oficina de confiança. Ainda no que respeita à segurança passiva, deve ser dada especial atenção às condições quer dos cintos de segurança, quer de sistemas de retenção e airbags, aconselhando-se a sua menção especial na sugerida visita à oficina. Deverá também certificar-se que, sendo utilizador da Via Verde, o identificador tem pilha e que se mantém válido o cartão de débito associado à conta Via Verde. Do ponto de vista formal e legal, antes de
seguir viagem, convém certificar que – sendo necessária - o carro tem a inspecção periódica obrigatória em dia, estando o certificado de inspecção junto dos demais documentos. Da mesma forma, deverá o condutor reunir o Documento Único Automóvel ou o Livrete e o Título de Registo de Propriedade (consoante os casos) e a carta verde, além da carta de condução. Pretendendo viajar para fora de Portugal, aconselha-se a que prepare a viagem e pesquise quaisquer requisitos ou limitações que lhe possam ser aplicáveis no(s) país(es) por onde espera passar sejam referentes ao carro, ao título de condução ou à necessidade de visto prévio à entrada. Caso viagem para fora da Europa de automóvel é aconselhável também saber os cuidados médicos recomendáveis para o país de destino, nomeadamente no que diz respeito a vacinação. Se as suas férias implicarem a utilização de qualquer tipo de atrelado, deve garantir que o mesmo é montado e utilizado em cumprimento de todas as regras de segurança e requisitos legais que lhe sejam aplicáveis. Por último, e de fundamental importância: viajando com crianças, deve certificar-se antes de iniciar viagem que todos os sistemas de segurança utilizados sejam cadeirinhas, berços tipo ovo, bancos ou quaisquer outros são efectivamente ajustados à idade e peso da(s) criança(s) que se vai transportar, que os mesmos estão bem montados e sem folgas. Por fim, deverá preparar antecipadamente o itinerário a seguir prevendo no mesmo os locais de paragens para descanso e tendo em atenção os picos de sol que possam afectar as crianças ou idosos que possam viajar no carro. Boas férias, em segurança!