Turbo Oficina 051

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N.º 51 | AGOSTO 2016 | 2,2€

“MUDANÇA DE ÉPOCA” AUTOR DO LIVRO EXPLICA OS PASSOS QUE AS EMPRESAS DEVEM DAR PARA TER SUCESSO NO INEVITÁVEL MERCADO DIGITAL

VEÍCULOS CONECTADOS O FUTURO JÁ CHEGOU! CONHEÇA AS IMPLICAÇÕES DA CONECTIVIDADE NAS OFICINAS E NO PÓS-VENDA

DOSSIER

VIDRO AUTO Quando a tecnologia está em todo o lado, nem o vidro escapa! Saiba tudo sobre o novo papel deste importante elemento e fique a par de todas as dinâmicas do mercado PUBLICIDADE



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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA

N.º 51 | AGOSTO 2016

PELOS NOSSOS ANUNCIANTES SPRO4MATIC SELO DE CAPA MGM RODAPÉ DE CAPA EXPOMECÂNICA VC ASHIKA PÁG.5 ALPINE PÁG.9 FEBI PÁG.19 VENEPORTE PÁG.25 CARF PÁG.41 DUNBELT PÁG.45 CARSMAROBE PÁG.57 ATA PÁG.63 DIANOVA VCC FIAT CC

dossier P. 34 Vidro Auto. Uma questão de qualidade

A maior complexidade do vidro automóvel obriga as empresas a apostarem na qualidade de processos e dos seus técnicos para conseguir vencer num mercado onde o vidro low-cost ainda está presente.

MARCAS NESTA EDIÇÃO ALIDATA 7 ALPINE 45 APPLE 11 AUDI 46 AUTOBRILLANTE 46 AZ AUTO 24 BARIN 27

1 RADAR

5 RAIO X

BELRON 37 BERNER 37 BMW 45, 46, 58

P. 6 ASAE combate pirataria

P. 42 Comercial do mês – Toyota Hilux

P. 10 Veículos conectados

P. 44 Notícias internacionais

BOSCH 10, 14, 15, 26 BRIDGESTONE 65 CARGLASS PORTUGAL 35 COMETIL 9

P. 48 Radiografia Maserati Levante

CONFORTAUTO 65 CONTINENTAL 17, 35, 65 CONTISERVICE 27 DAYCO 25 DELPHI 47 DOW

2 PROTAGONISTA

AUTOMOTIVE 37 DUNLOP 65 EMM 46

P. 20 Martín Romero, autor

EMS-TOGO / DINOL 37 EURO TYRE 25

“A maioria das empresas dedicadas em exclusivo ao pós-venda são pequenos e médios negócios familiares e, salvo algumas exceções, o marketing é uma parte do negócio que terceirizam.”

EXPRESSGLASS 35 EXVA TECHNOLOGIES 45 FALKEN 65 FEBI 26, 28 FERDINAND BILSTEIN PORTUGAL 28 FERRARI 46 FILOURÉM 26 FORD 46 GESTGLASS 34 GLASSDRIVE 25, 34 GLASURIT 44 GOODYEAR DUNLOP 64

P. 50 Barómetro Informa D&B

6 REPARAÇÃO P.52 Motores Híbridos P. 56 Manutenção Opel Adam P.58 Desmontagem das correias de distribuição

P. 24 Novidades do mercado

“Explicamos-lhe como efetuar intervenções ao nível das correias de distribuição e da cabeça dos BMW 320d e 330d com carroçaria E46”

OPEL 10, 13, 46, 56 OSRAM 46 PEUGEOT 10

4 ESPECIALISTA

7 pneus

PIRELLI 64 PMA TOOLS 37 PRIORIDINAMIC 9

P. 28 Ferdinand Bilstein Portugal

P. 64 Notícias do setor

GOOGLE 10 GROUPAUTO UNIÓN IBÉRICA 12 HANKOOK 65 HELLA GUTMANN 39 HERTH+BUSS 46 IBEREQUIPE 27 ICOR 37 KENNOL 27 KODAK 11 LEIRILIS 24 LESTRADA 27 LIQUI MOLY 47 MASERATI 46, 48 MCOUTINHO 24 MERCEDES-BENZ 10, 47

3 REVISÃO

MEYLE 47 NEXA AUTOCOLOR 45 NOKIA 11

PROGLASS 37 REDEINNOV 26 SAINT-GOBAIN AUTOVER 34 SALERI 46 SAMSUNG 11 SIKA

P. 32 Dossier Excelência na Produtividade

PORTUGAL 35 SOFRAPA 27 SPIES HECKER 47

OPINIÃO

SOFRAPA 27 STAND ASLA 8 TOYOTA 42, 52

P. 66 Consultório jurídico

TRW 26, 44 VALEO 16, 24 VOLKSWAGEN 10 WÜRTH 8 ZAPHIRO 24 ZF 18, 26, 44

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EDITORIAL

Calculando o percurso…

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sonho do automóvel inteligente, que comunica com o seu proprietário e “autoconduz-se”, sempre esteve, de algum modo, presente nas nossas vidas, mais que não fosse, através dos filmes futuristas de Hollywood, onde, impreterivelmente, se conjeturava sobre como seria o veículo do futuro. Podemos, hoje, dizer que esse automóvel chegou. Embora muitos possam colocar ainda em causa a democratização do automóvel autónomo, por todas as questões éticas e legais que permanecem sem resposta, o mesmo não se aplica à inteligência dos veículos, que já saem das fábricas com capacidade de produzir, enviar, receber e analisar informações. Mais, mediante essa análise, são capazes mesmo de tomar decisões, registá-las e transformá-las em conhecimento. É com, e para, estes carros que o setor irá trabalhar a breve trecho. Isto é de tal maneira um dado adquirido quanto é o facto de as próprias marcas de componentes com negócios no aftermarket já disponibilizarem um conjunto de soluções que permitem dotar a maioria dos veículos em circulação de conectividade e, por essa via, de alguma inteligência. É exatamente desta evolução que falamos nesta edição, na certeza de que, não se sabendo como será o futuro, ele passará por aqui… Por veículos ligados a tudo e a todos, que abrem janelas de novas oportunidades que podem ser aproveitadas, mas que fecham portas a quem não se atualizar. Porque esse é o risco! Mesmo elementos que poderiam, à partida, ser considerados como “convencionais”, hoje encerram em si um

Andreia Amaral EDITORA CHEFE andreiaamaral@turbo.pt

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sem-número de inovações e tecnologias. Veja-se por exemplo o vidro auto (ao qual dedicamos um dossier), diretamente associado ao funcionamento dos sistemas ADAS… Tudo no automóvel está a mudar, tal como o está no mundo. E isso implica que também os negócios se alterem, integrando as novidades e fazendo parte das tendências. Estamos numa verdadeira “Mudança de Época”, como diz Martín Romero, autor do livro com o mesmo título e nosso Protagonista este mês. E, neste contexto, ou fazemos parte da mudança ou não estaremos na próxima época. É preciso perceber o que está diferente, o que querem os clientes, o que fazem os concorrentes, mas, acima de tudo, o que se pretende alcançar, porque a colheita depende da semeia. E, neste particular, já a sabedoria popular diz que “quem semeia ventos colhe tempestades”. O ditado é bem verdade para quase três dezenas de oficinas, que, na sequência de uma megaoperação da ASAE, e depois de terem optado por soluções de diagnóstico pirateadas, enfrentam agora processos-crime. Na edição n.º 49, a TURBO OFICINA abordou diretamente este problema, pelo que não pode deixar de enaltecer aquela que é uma ação de salvaguarda da livre concorrência e da proteção dos direitos de autor e de marca. Esperamos, no entanto, que as ações não se fiquem por aqui, porque também as oficinas são vítimas de um mercado paralelo, de grandes dimensões, que tem de ser travado. Só assim todos poderão crescer e... rumar ao futuro!

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



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ESPECIALISTA

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ASAE

Ações de fiscalização são para “continuar” e “alargar” Depois de realizada a operação “Digitalauto”, que resultou em 26 processos-crime por contrafação e uso ilegal de marca nos equipamentos de diagnóstico, a ASAE revelou à TURBO OFICINA que continuará a promover ações dirigidas ao setor, cada vez mais alargadas. TEXTO ANDREIA AMARAL

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Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou uma operação de fiscalização, nas oficinas de reparação, que levou à apreensão de 28 aparelhos de diagnóstico automóvel, 13 computadores e diversos softwares. A entidade esclareceu que este foi o culminar de uma operação, denominada “Digitalauto”, que decorreu ao longo dos últimos dois meses e que teve como alvo equipamentos “utilizados em oficinas de reparação de automóveis para deteção de avarias, através de programas informáticos específicos”. Realizada em todo o território nacional através da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal, a operação contemplou a fiscalização de 26 operadores económicos. Na sua sequência, foram instaurados 26 processos-crime “por contrafação e uso ilegal de marca, usurpação de direitos de autor e reprodução ilegítima de programas protegidos”. Em declarações exclusivas à TURBO OFICINA, Domingos Urbano Antunes, Inspetor Diretor da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal da ASAE, revelou que “esta foi uma das primeiras ações da ASAE dirigidas ao combate à contrafação relacionada com o setor automóvel, tendo em consideração a necessidade de verificar a autenticidade dos equipamentos de diagnóstico automóvel”. Segundo o responsável, a ação foi “impulsionada por denúncias dos representantes das marcas, que reclamam a intervenção das autoridades policiais na defesa dos seus programas, marcas e modelos, na busca de uma sã concorrência”. Tendo em conta este pressuposto, a operação foi “dirigida especificamente ao segmento dos equipamentos de diagnóstico automóvel, tendo contado com a colaboração ativa dos peritos das marcas face à especificidade e tecnicidade da matéria”. COMBATE À ILEGALIDADE Embora esta tenha sido, até ao momento, a ação que mais impacto teve no setor e na opinião pública, esta não é a primeira megaoperação que a ASAE efetua este ano. Conforme indica Domingos Urbano Antunes, “a ASAE tem vindo a intensificar as ações dirigidas a este setor económico e pretende continuar a apostar nesse esforço”. Assim, e consciente de que as atividades ligadas à manutenção e reparação automóvel são particularmente penalizadas pela economia paralela, “todo o esforço tem sido canalizado para a verdadeira economia subterrânea ou informal e, concretamente, para os ilegais, dando-se como exemplo, a recente operação “PARALELO”, que decorreu durante os meses de maio e junho, tendo sido fiscalizados

mais de 500 locais a nível nacional onde eram exercidas as atividades de reparação de automóveis, ginásios, alojamento local e estabelecimentos de restauração e bebidas, encontrando-se a atuar no mercado sem estarem devidamente legalizados”. Não obstante, o Diretor desta unidade da ASAE admite que não é fácil combater o mercado marginal: “Estas atividades são desenvolvidas de forma ‘oculta’, estando os equipamentos em espaços reservados e, por vezes, dissimulados. As oficinas originariamente ilegais, cujos autores, neste caso, os proprietários das oficinas, têm plena consciência da ilicitude, procuram desenvolver as suas atividades em espaços fechados e de difícil acesso.” Com o intuito de travar a proliferação destes expedientes, a ASAE têm apostado também nas vertentes formativas e de sensibilização, participando “em fóruns da especialidade, envolvendo-se com os representantes do setor, no sentido de os próprios operadores económicos adotarem procedimentos de autoproteção afastando voluntariamente as práticas ilegais”. Aliás, Domingos Urbano Antunes defende mesmo que “qualquer entidade administrativa ou policial só terá sucesso na sua ação se contar com a aderência voluntária dos seus destinatários. Só através do compromisso entre todos os atores, e aqui incluem-se também os consumidores, é possível banir

estas práticas que distorcem o mercado”. A este respeito é importante sublinhar que os proprietários das oficinas têm consciência de que estão a optar por uma solução marginal. Conforme explica o responsável, “existe um nível elevado de conhecimento sobre a autenticidade dos produtos, equipamentos e todos os artigos utilizados neste setor por parte dos operadores económicos, até porque a concorrência é muito intensa, havendo variações de preços muito significativas”. Assim, e referindo-se especificamente à operação “Digitalauto”, Domingos Urbano Antunes adianta que “a quase totalidade dos proprietários afirmou ter adquirido estes equipamentos pela Internet e ter a consciência de que os originais comercializados pela marca eram vendidos a preços superiores”. MOTIVAÇÕES PARALELAS Recorde-se que, na edição n.º 49 (junho), a TURBO OFICINA abordou esta problemática, no âmbito de um Dossier dedicado ao diagnóstico. Na altura, tivemos oportunidade de perceber que não era preciso procurar muito para encontrarmos um espaço com equipamento pirateado. A razão? Em primeiro lugar, o facto de este ser substancialmente mais barato; na verdade, apenas 10% do que se cobra pelo equipamento original. Depois, a não obrigatoriedade de fazer atualizações anuais de forma a manter o equipamento

A CONTRAFAÇÃO DE PRODUTOS ORIGINA, ANUALMENTE, UM PREJUÍZO AVALIADO EM CERCA DE 450 MIL MILHÕES DE EUROS E COLOCA EM PERIGO MAIS DE 100.000 POSTOS DE TRABALHO NA EUROPA

Atividade da ASAE no setor 2015

2016 (ATÉ FINAL DE JULHO)

80 618 279

44 397 191

AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO

EMPRESAS FISCALIZADAS

CONTRAORDENAÇÕES REGISTADAS

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EMPRESAS FISCALIZADAS

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DE ACORDO COM INFORMAÇÕES VEICULADAS PELA ASAE, A CONTRAFAÇÃO É, ATUALMENTE, UM DOS MAIORES DESAFIOS À ECONOMIA EUROPEIA, ESTIMANDO-SE QUE O SEU VALOR GLOBAL REPRESENTE ENTRE 5% E 7% DO COMÉRCIO MUNDIAL

ILÍCITO CRIMINAL A contrafação, imitação e uso ilegal de marca é um ilícito criminal previsto no artigo 323º do Código da Propriedade Industrial, aprovado pelo Decreto-Lei nº 36/2003, de 5 de março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 143/2008, de 25 de julho e pela Lei nº 46/2011, de 24 de junho, o qual é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa até 360 dias. As patentes, as marcas, os desenhos ou modelos e as outras modalidades de Propriedade Industrial conferem direitos exclusivos. Qualquer pessoa que pratique um ilícito criminal pode ver-se privada da sua liberdade (pena de prisão) ou ver atingido o seu património (pena de multa), enquanto quem pratica um ilícito contraordenacional poderá ser punido com uma coima. As infrações geram responsabilidade civil extracontratual, podendo recair sobre o infrator a obrigação de indemnizar. O Tribunal pode decretar medidas inibitórias, como, por exemplo, o encerramento do estabelecimento.

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operacional. Conforme nos explicou “André” (nome fictício), apesar de os riscos serem conhecidos, a alternativa não era, pelo menos no seu caso, uma opção: “Sei que posso ter problemas em caso de inspeção porque o software é pirata, mas nem todas as oficinas têm poder económico para estar a gastar, anualmente, 500 ou 600 euros para comprar a chave de desbloqueio e atualização do equipamento. Este valor é um ordenado de um colaborador, por exemplo.” Contudo, o mais importante na tomada de decisão foi, para “André”, o que ele apelida de “um claro aproveitamento por parte dos importadores” da dependência das oficinas relativamente a estas ferramentas, uma vez que a máquina original que tinha ficava bloqueada, necessitando de ser adquirida uma chave de desbloqueio, incluída na atualização anual. Para este responsável, adquirido um produto, deveria poder usufruir dele, sendo as atualizações uma opção sua e não uma obrigatoriedade. Segundo diz “André”, os vendedores não informam, “em condições, as pessoas de que a máquina bloqueia se não forem feitas as atualizações, porque isso não lhes interessa.” Mais, “André” revelou-nos que quem lhe vendeu a máquina ilegal trabalha numa empresa que comercializa equipamentos

legais “e sabe bem que poderia ter vendido uma máquina legal, mas que as pessoas fogem”. “André” revela que a pessoa em causa é um vendedor de uma empresa que, paralelamente, vende máquinas ilegais. “E não é o único”, diz-nos, referindo que existem várias empresas que, além de venderem de forma legal, com fatura, vendem também máquinas ilegais: “Se não, não vendem!” UM MERCADO QUE SE RESSENTE Por seu lado, os fabricantes têm vindo a advertir o mercado para os perigos da utilização deste tipo de material, que pode comprometer a integridade do automóvel durante o diagnóstico e traduzir-se em mais visitas à oficina ou, na pior das hipóteses, em riscos para a segurança dos ocupantes. Cláudio Kossack, Diretor de Vendas Regional da Würth, não tem problemas na catalogação deste tipo de soluções: “Esses equipamentos mais não são do que cópias ilegais”, revela, indicando que estas não são compatíveis com as necessidades do mercado e não estão capacitadas para responder eficazmente a todas as situações. Paulo Neves, do departamento técnico e de formação do Stand Asla, afirma mesmo que o mercado dos equipamentos de diagnóstico está a sofrer uma quebra, em parte por força


da oferta de equipamentos não licenciados. Pedro de Jesus, responsável da Cometil, reconhecendo o problema, diz, no entanto, que estas situações têm um reverso: “Felizmente, este tipo de vendas traz-nos outras oportunidades, porque o cliente continua a deparar-se com problemas para os quais a compra que fez não lhe trouxe solução, o que na maioria dos casos reforça o valor do serviço integrado que é obtido quando nos adquirem um determinado equipamento.” Oportunidade semelhante vê Hugo Ribeiro, diretor comercial da Prioridinamic, ainda que lamente o facto de as empresas, quando não compram o produto certo, aos representantes indicados, denegrirem a imagem das marcas sem motivo válido. Depois, como diz o próprio, “mais cedo ou mais tarde, acabam por recorrer aos representantes oficiais. Mas aí já perderam muito tempo… e dinheiro”. Certo é que, “atendendo à sensibilidade do setor e à concorrência desleal que caracteriza este segmento económico, é intenção da ASAE continuar a prosseguir com estas ações”, indica o Inspetor Diretor da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal da ASAE, avançando ainda que estas ações de fiscalização serão agora realizadas “de forma mais amplificada”.


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No futuro o meu automóvel irá sozinho à oficina? Há cerca de três anos, o automóvel ligado era apenas uma possibilidade. Hoje está no topo da atualidade. Os mais ousados avançam datas; os mais comedidos especulam sobre uma implementação progressiva… Mas não restam dúvidas de que o automóvel ligado, primeiro, e o automóvel autónomo, depois, vão revolucionar a indústria automóvel nos próximos anos. TEXTO JUAN JOSÉ CORTEZÓN

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tualmente, podemos ver frequentemente um anúncio de um Opel onde é destacada a capacidade wi-fi do automóvel. Ou de um Volkswagen que estaciona sozinho. Ou de um Peugeot com tantos sistemas de segurança que é capaz de enfrentar qualquer eventualidade. Mas é mais do que isto. Circulam continuamente notícias de que o automóvel autónomo da Google já anda na estrada. Que teve um acidente. Que é necessário mudar a legislação... Porque a mobilidade está a mudar. Já não se trata apenas dos aspetos referidos,

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é também o carsharing, a limitação de acesso às grandes cidades, os veículos elétricos ou as afirmações que ensombram o diesel, alegando uma maior contaminação comparativamente aos seus rivais. O AUTOMÓVEL AUTÓNOMO Os veículos novos contam com cada vez mais sistemas de assistência à condução. Sistemas que avisam perante uma mudança de faixa ou que ajudam a parar o veículo se o da frente estiver a travar, evitando a colisão traseira,

estão na ordem do dia. Na verdade, estão a ser implementados como obrigatórios nos veículos industriais e existe pressão para que o mesmo aconteça nos ligeiros. Já para não falar dos sistemas de ajuda ao estacionamento com e sem condutor. Um exemplo, o novo Mercedes Classe E está preparado para realizar uma condução quase autónoma, visto que perante problemas requer a ajuda do condutor. E em breve serão colocadas à venda as primeiras unidades... Outro exemplo: as vendas da Bosch no campo


especial veículos conectados

dos sistemas de ajuda à condução estão a aumentar atualmente a um ritmo anual de 33% e a empresa prevê que, em 2016, as suas vendas em sistemas de assistência ao condutor superem pela primeira vez os mil milhões de euros. E segundo Belén Aranda, responsável pelo projeto de condução automatizada da Bosch na Europa, “a partir de 2020 poderemos ver automóveis altamente automatizados a percorrer as autoestradas de forma autónoma”. Por conseguinte, o automóvel transforma-se em motorista e o condutor torna-se passageiro. QUAIS AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS? Esta nova realidade suscita muitas dúvidas. Por exemplo, com as estradas... Quanto dinheiro será preciso investir para melhorar e adaptar as estradas a estes novos veículos? O automóvel autónomo poderá percorrer qualquer estrada ou será necessário que esta esteja pelo menos sinalizada corretamente? Será necessário limitar ou instalar sistemas que permitam uma boa cobertura wi-fi para que o sistema de navegação e informação de trajeto esteja atualizado ao segundo? E os satélites de GPS e a própria largura de banda estão preparados para que um número altíssimo de veículos esteja ligado? Em segundo lugar, o utilizador. Estamos preparados para que o automóvel conduza sozinho? Se, por exemplo, um comboio, que circula sobre carris e está altamente automatizado, continua a ter um condutor?... Será que confiaríamos completamente no veículo? E a nossa resposta dependeria do tipo de programação da marca de automóveis? E o condutor, sem dúvida, perderá capacidades ao deixar que o próprio automóvel assuma parte da condução. Será necessário ter carta de condução? O que acontecerá às escolas de condução ou aos profissionais dos serviços de transporte? Isto sem referir os elementos éticos relacionados com a sinistralidade (ver caixa). E O PÓS-VENDA? Em primeiro lugar, o cenário que se prevê é o de menos inscrições, tanto como resultado do carsharing como das diferentes fórmulas de mobilidade. E devido ao facto de que um automóvel autónomo talvez satisfizesse as necessidades de uma família inteira (voltaria a casa depois de levar um membro da família ao trabalho e poderia ser utilizado por outro). Além do mais, assistiremos a uma redução das avarias, das manutenções e das reparações de chapa. As duas primeiras reduções resultam do facto de que, ao ser conduzido de forma autónoma, o desgaste no automóvel será mais uniforme e as avarias serão quase programadas. Não esquecendo o facto de os novos sistemas de propulsão, como a eletrificação ou a hibridação, prescindirem de

ÉTICA E ROBÓTICA Quando Asimov apresentou as leis da robótica em “Eu, robô”, provavelmente pensava mais em robôs antropomórficos do que em veículos que se conduzem sozinhos. Mas é inegável que já começam a surgir vozes que colocam dúvidas éticas. Inclusivamente algumas empresas como a Google já começaram a consultar filósofos e especialistas na matéria. Eis um exemplo: o que acontece se, num túnel, uma criança se atravessar à frente de um automóvel autónomo? O automóvel deve atropelar a criança ou realizar uma manobra de desvio que possa colocar em perigo a vida dos ocupantes? E neste contexto, ainda que o veículo contasse com um

seguro que cobrisse tais eventualidades, de quem seria a responsabilidade? Do construtor do veículo? Do configurador do software? E aprofundando a questão... Segundo a programação, o automóvel escolheria uma ou outra opção? Se se tratar de um automóvel familiar este deve proteger os ocupantes e se for um desportivo será que

inúmeras peças mecânicas, simplificando os sistemas. E, naturalmente, também vamos verificar uma redução no número de colisões. Hoje, o número de colisões traseiras e choques com veículos estacionados já começa a diminuir devido à intervenção dos sistemas citados anteriormente. E prevê-se que esta tendência decrescente se mantenha. Podemos adicionar mais uma variável: a cada vez maior complexidade dos sistemas poderá derivar numa reorientação do pós-venda para o canal das marcas, devido à confiança que pode gerar no condutor e, sobretudo, à proliferação de sistemas que incluem a venda, a manutenção, o seguro e a possibilidade de renovar o veículo após períodos de tempo específicos. São ofertas que já existem. Mas não é motivo para fatalismos. A oficina multimarca sobreviveu sempre e continuará a fazê-lo. Atualmente já existem sistemas que incorporam o wi-fi comercializados por fabricantes de equipamento. E muitos deles já estão perfeitamente posicionados para o sistema eCall. Não podemos esquecer que a oficina multimarca é apoiada através da distribuição pelos fabricantes das peças e sistemas que terão que reparar. Pelo que já têm e continuarão a ter acesso à informação e à formação. O AUTOMÓVEL E O SMARTPHONE Podemos estabelecer um paralelismo entre o automóvel do futuro e a telefonia atual. Os smartphones são cada vez mais complexos e o utilizador tem de recorrer à própria marca. A Apple e a Samsung fazem

atropela o peão? Provavelmente na realidade tudo se reduzirá a um conjunto de cálculos realizados pela centralina do veículo que resultarão numa tentativa de travar o máximo possível ou desviar e colocar os sistemas em alerta para minimizar todo o tipo de danos... Mas estas são questões que seguramente serão colocadas e legisladas.

crescer continuamente as suas lojas modelo ou “flagship stores”. Mas existe também um volume de negócio enorme na venda de estruturas e vidros temperados ou na reparação de ecrãs. Algo semelhante pode acontecer com o automóvel, levando a que as marcas tenham que absorver a maior parte do pós-venda. Mas haverá sempre espaço para a personalização do veículo. Ou para os pneus, por exemplo. E vão surgir sempre novos serviços. Voltando à telefonia, é certo que existe um sistema muito fechado como a Apple. Mas existe também o Android, aberto e constantemente a incorporar novas funcionalidades proporcionadas por criadores externos. Este paralelismo não é fútil: ao que parece o automóvel passará a ser o quarto ecrã inteligente do utilizador, depois dos smartphones, dos tablets e das smart TV. Já há fabricantes como a Tesla que atualizaram o software e o sistema operativo de alguns dos seus modelos para que tenham acesso a novas funcionalidades, tal como nos telemóveis. Não obstante, também é possível que toda esta reflexão não sirva para nada. Porque vejamos, quem poderia vaticinar o auge dos smartphones ou dos tablets? Quem adivinharia que líderes do seu mercado como a Nokia ou a Kodak desapareceriam? Talvez dentro de alguns anos o cenário seja radicalmente diferente, talvez surjam novos modelos e empresas que revolucionem completamente o mercado. Tudo o que sei é que estaremos atentos para vos irmos informando. AGOSTO 2016

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O pós-venda perante os desafios do veículo ligado e autónomo Entre os desafios que sistematicamente se colocam sobre os diferentes setores de atividade, no pós-venda do setor automóvel vamos enfrentar, nos próximos anos, alguns que, sem dúvida, vão ter um impacto muito relevante.

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veículo ligado e, especialmente, as funcionalidades associadas à telemática chegarão a ter uma influência disruptiva que obrigará os diferentes intervenientes a rever os respetivos modelos de negócio. Além disso, o enquadramento legal associado à exigência de implantação do e-call atuará como catalisador para generalizar a implantação dos dispositivos necessários para o seu funcionamento. Os benefícios para o proprietário e/ou condutor (quer se trate de um indivíduo ou de uma frota) são tão significativos que o desenvolvimento deste mercado não afetará apenas os novos veículos, mas as referidas tecnologias estarão também disponíveis para veículos anteriores à entrada em vigor da nova norma (prevista para abril de 2018), graças aos dispositivos de pós-equipamento (denominados de forma genérica como “dongles”). Para entender a repercussão da telemática no pós-venda, basta imaginar realidades muito diferentes das que atualmente operam no nosso mercado, entre as quais se destaca a manutenção personalizada/individualizada por veículo (comparativamente ao atual modelo de revisões periódicas associadas a prazos e/ou quilómetros percorridos). Sem dramatismos, trata-se de uma autêntica revolução, com enorme impacto em todos os atuais intervenientes do mercado, que

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facilitará o acesso a outros que, hoje em dia, não desempenham um papel relevante. Pessoalmente, não tenho qualquer dúvida de que a legislação europeia, que regulará tudo o que está relacionado com o e-call, evitará que possam surgir posições dominantes no mercado dos diferentes atores que intervêm em caso de acidente (e muito especialmente dos construtores de veículos). Não obstante, não podemos ignorar a situação privilegiada dos construtores no momento da compra do veículo, que será explorado através das respetivas redes de concessionários para a contratação de serviços de pós-venda relacionados com a telemática. O conceito do automóvel ligado excede o alcance da telemática, mas, do nosso ponto de vista, as funcionalidades associadas ao acesso a conteúdos (infoentretenimento), acessibilidade (Internet), conectividade (entre dispositivos móveis e com outros da denominada “internet das coisas”), etc., terão uma repercussão limitada no pósvenda do setor automóvel, estreitamente relacionada com o reforço e/ou aparecimento de intervenientes não tradicionais no nosso mercado. Quanto ao veículo autónomo, a sua expansão no mercado será retardada de forma significativa e não por algo relacionado com a tecnologia (a maior parte da tecnologia necessária para o seu funcionamento está

atualmente disponível), mas sim devido a aspetos relacionados com a cibersegurança, os enormes investimentos necessários em infraestruturas e, sobretudo, com o enquadramento legal que o regulará. O pós-venda multimarca tem uma posição de partida mais forte do que, à partida, se poderia supor, dado que a maior parte dos desenvolvimentos tecnológicos associados ao veículo ligado e ao autónomo são realizados pelos nossos fornecedores atuais, o que garantirá a implantação de serviços para responder às alterações de necessidades dos proprietários dos veículos. Em todo o caso, cabe-nos a nós, intervenientes da Distribuição e Reparação multimarca, adaptar os nossos modelos de negócio para fazer frente à nova realidade do mercado, resultante dos mencionados desenvolvimentos tecnológicos.

JUAN CARLOS PÉREZ-CASTELLANOS DIRETOR-GERAL DA GROUPAUTO UNIÓN IBÉRICA


especial veículos conectados

O diagnóstico no automóvel do futuro Em 2025, 100% dos automóveis estarão ligados. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pela GSMA em 2013 e, tendo em conta a realidade em 2016, parece que o estudo não estava errado.

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tualmente, são muitos os fabricantes de automóveis que oferecem o automóvel ligado e a resposta do utilizador está a ser muito positiva. Na verdade, a Opel acaba de publicar um relatório no qual indica o número de diagnósticos remotos geridos durante os primeiros seis meses desde a implementação desta tecnologia pela marca, em Espanha, e apenas neste âmbito realizaram mais de 1500 intervenções remotas. Esta informação demonstra que o automóvel ligado não é apenas uma tecnologia para o futuro, mas também para o presente, e que a sua implementação está a ser rápida e generalizada. Portanto, de que forma será a oficina afetada? Em grande medida, a oficina vai ter um papel preponderante. Tal como o nome indica, o automóvel está ligado ao utilizador através do seu smartphone,

mas também está ligado à oficina graças à ligação do veículo ao equipamento de diagnóstico. Devido a esta conectividade, quando o automóvel sofre uma avaria, esta é enviada ao utilizador e, simultaneamente, para o equipamento de diagnóstico. Desta forma, o mecânico pode intervir sem necessidade de ter o automóvel fisicamente e aconselhar o cliente em função da gravidade da avaria. Mas a conectividade vai mais longe, já que, ao ter feito um diagnóstico previamente à visita do veículo, a oficina conhece a avaria e, portanto, pode organizar a reparação com tempo e pedir peças de substituição antes de o automóvel chegar à oficina: isto permite otimizar as tarefas envolvidas e, inclusivamente, reduzir os tempos de reparação. Mas esta tecnologia também confere à oficina um fator de fidelização fundamental, num mercado tão competitivo como é o do pós-venda: um automóvel ligado à oficina melhora e amplia os serviços e isso maximiza os vínculos com o utilizador e, portanto, a sua fidelidade. Além do mais, permite que o mecânico antecipe as revisões, manutenções, inspeções técnicas, etc., já que o automóvel também enviará esta informação ao equipamento de diagnóstico

para que a oficina possa informar o seu cliente e intervir nestas operações de manutenção. Outra alteração importante que já se está a verificar graças ao automóvel conectado diz respeito às companhias de seguros. São cada vez mais aquelas que oferecem melhores preços no seguro se o automóvel tiver um dispositivo telemático instalado, uma vez que, ao poder monitorizar o automóvel em caso de acidente, é possível evitar conflitos, dúvidas e, sobretudo, possíveis fraudes. Incentivam também esta tecnologia porque um condutor que sabe que está a ser monitorizado em caso de acidente melhora os seus comportamentos ao volante e, portanto, a sua forma de conduzir. Não restam dúvidas de que o automóvel ligado está a mudar a forma como a oficina se relaciona com os seus clientes, em conjunto com os métodos de trabalho no momento de realizar reparações, manutenções e diagnósticos no automóvel. Portanto, se os mecânicos quiserem continuar ligados aos seus clientes, têm de estar preparados para trabalhar com o automóvel ligado.

CARLOS LÓPEZ DIRETOR COMERCIAL DA LAUNCH IBÉRICA

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Condução automatizada: sonho ou realidade? A ideia de um automóvel autónomo é quase tão antiga como o próprio veículo, mas é agora que se está a considerar a condução automatizada como a forma mais prometedora de transporte inteligente.

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os últimos anos, os sistemas de assistência ao condutor foram-se afirmando no mercado, dado que aumentam o conforto e a segurança ao reconhecer situações críticas. Estes sistemas são baseados em sensores capazes de receber e interpretar os dados do espaço envolvente, tais como câmaras de vídeo, radares e equipamentos de ultrassons, assim como no ESP, na direção assistida elétrica, nos sistemas de retenção e nos de navegação. Devemos diferenciar diferentes níveis de automatização, consoante o grau em que o condutor tem que controlar a situação do trânsito e ser responsável pelo controlo do veículo. Em primeiro lugar, está a condução assistida, na qual a execução específica de uma das duas componentes de condução -direção ou aceleração/desaceleração- é realizada pelo sistema. O condutor realiza todas as funções restantes da condução, vigiando constantemente o trânsito e sendo capaz de controlar o veículo em qualquer situação. Exemplos são o controlo adaptativo da velocidade de cruzeiro, ACC, ou os assistentes de mudança de faixa e de estacionamento. Na condução automatizada, a execução das duas componentes de movimento é efetuada pelo sistema. As funções podem ser classificadas segundo o grau e a duração da intervenção requerida por parte do condutor. Na parcialmente automatizada, o sistema assume o controlo longitudinal e lateral do movimento do automóvel. Tal como no caso da condução assistida, o condutor tem que vigiar permanentemente o espaço envolvente e o sistema para ser capaz de reassumir o controlo do veículo em qualquer situação.

NÍVEIS O nível seguinte é a condução altamente automatizada, na qual o sistema assume o controlo longitudinal e lateral do movimento do automóvel numa situação predefinida, por exemplo, um engarrafamento. Não é necessário que o condutor controlo permanentemente o sistema e, se necessário, ser-lhe-á solicitado que assuma o controlo com uma margem de tempo suficiente.

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Finalmente, chegamos à condução completamente automatizada, onde o sistema assume o controlo do automóvel em todas as situações e já não é necessário que o condutor controle o espaço envolvente ou o sistema, nem que reassuma o controlo do veículo. A introdução da condução automatizada será realizada por etapas, aumentando em cada uma o nível de automatização. A passagem à condução altamente automatizada será significativa, dado que o condutor se poderá ocupar com outras tarefas enquanto está sentado no automóvel e passará a ser um passageiro. Estes sistemas serão introduzidos, em primeiro lugar, em situações a baixa velocidade, como ao estacionar ou em engarrafamentos, e posteriormente, em autoestradas e vias rápidas, onde a complexidade da condução é menor. A previsão da Bosch é lançar no mercado o piloto automático para autoestradas por volta de 2020. Os automóveis totalmente automatizados, capazes de realizar todas as tarefas de condução em todos os intervalos de velocidade e em todo o tipo de vias, dada a sua complexidade, não são esperados dentro de um prazo de cerca de 10 anos. Muitas das tecnologias cruciais ainda requerem uma investigação e um desenvolvimento substanciais. O facto de não poder utilizar o condutor humano como sistema de emergência, faz com que um automóvel automatizado tenha que tomar as decisões corretas em todas as situações com a maior fiabilidade. Uma tecnologia imprescindível é a deteção fiável e precisa do espaço envolvente do veículo. Dado que o automóvel tem que se mover de forma independente em condições reais de trânsito, devem-se detetar e classificar todos os objetos em redor do veículo - visão 360°. Para isso, múltiplos sensores com diferentes princípios de medição controlam as áreas próximas, proporcionando uma imagem tridimensional. Os sensores requeridos, como radar, câmara de vídeo ou sensores de ultrassons, já existem hoje em dia, embora tenhamos que continuar a desenvolvê-los para que sejam capazes de cobrir todas as necessidades. Os dados disponibilizados por cada um deles são agrupados e processados, criando um modelo completo do espaço envolvente.


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Por outro lado, a condução automatizada requer um posicionamento de alta precisão em tempo real e disponível a todo o momento. É crucial para orientar o veículo exatamente dentro da faixa e evitar afetar negativamente outros utilizadores da estrada. A condução em autoestradas requer uma localização lateral muito precisa dentro da faixa, mas não tanto a longitudinal, visto que as distâncias entre os veículos são grandes. Em espaços urbanos é necessária uma elevada precisão em ambas e, para o conseguir, é necessária uma combinação de mapas online muito precisos e atualizados em cada momento, com a informação dos sensores. Estes mapas digitais têm que ter uma precisão de centímetros, não de metros como atualmente. O sistema tem que tomar a decisão correta em cada situação e decidir por si mesmo onde conduzir e quando acelerar, travar e virar. Tem que trabalhar de forma segura, rápida e precisa. E, naturalmente, o movimento do veículo tem que coincidir com a trajetória pretendida. Além disso, o automóvel tem que permanecer “operável” em cada situação, o que significa que os sistemas de segurança importantes como os travões ou a direção têm que ser redundantes,

A previsão da Bosch é lançar no mercado o piloto automático para autoestradas por volta de 2020

para assegurar que o veículo permanece sob controlo, inclusivamente no improvável caso de um dos sistemas falhar. A interação entre o condutor humano e o sistema é de especial importância no momento de passar do modo manual de condução para o automatizado e vice-versa. Assim, antes de devolver o controlo ao condutor, o sistema tem que se certificar de que este se encontra em condições de o reassumir. No caso de não o poder fazer, o veículo tem de ser capaz de conseguir um estado seguro, como por exemplo, mudar de faixa até chegar à berma para, em seguida, parar. A Bosch está a realizar testes com protótipos de condução altamente automatizada em autoestradas da Alemanha, Estados Unidos e Japão. Já foram percorridos mais de 15 mil quilómetros em situações quotidianas, com o objetivo de pôr à prova as funções desenvolvidas e melhorá-las. A automatização vai mudar o futuro da mobilidade. Por um lado, o fluxo de trânsito pode ser melhorado até 80%, evitando-se engarrafamentos e reduzindo-se o tempo de espera em cruzamentos e semáforos. Isto implica uma redução do nível de emissões nocivas e do consumo de combustível até 39%. Por outro lado, a condução automatizada é uma tecnologia crucial para o aumento da segurança viária, visto que mais de 90% dos acidentes de trânsito se devem, segundo as Nações Unidas, a erro humano. Além disso, permitirá ao condutor aproveitar melhor o tempo, dedicando-se a outras tarefas, tais como ler o jornal ou navegar na internet. Em suma, na Bosch estamos convencidos de que a automatização se está a converter numa realidade que oferece múltiplos benefícios para se conseguir uma condução segura, descontraída e económica. E isto encaixa na perfeição com o slogan da nossa empresa “Inovação para a sua vida”.

M. BELÉN ARANDA COLÁS DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO AVANÇADO NA BOSCH, ALEMANHA. Trabalha na Bosch desde 1999, onde começou na Engenharia de Produto. Desde 2012, faz parte do projeto encarregue de desenvolver a Condução Automatizada, liderando atualmente a área de chefia de projetos com clientes e de gestão de requisitos para o desenvolvimento de funções de condução altamente automatizada.

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Valeo traz o automóvel do futuro Aqueles que pensam que os automóveis inteligentes são uma realidade distante estão muito enganados. Não só existem já diferentes sistemas de assistência incorporados nos veículos novos, como o aftermarket também já dispõe de soluções interessantes.

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provar que o futuro começa hoje, a Valeo desenvolveu e apresentou quatro inovações que prometem dotar qualquer veículo de inteligência artificial, tornando-o interativo, mais seguro, mais eficiente e… mais autónomo.

Valeo Smart Screen. O monitor inteligente Valeo Smart Screen está disponível para todos os tipos de veículos. Permite incorporar múltiplas funções de informação e entretenimento com uma solução muito ajustada em termos de custo e tamanho. Isto deve-se a várias características: o sistema de controlo eletrónico foi integrado com o monitor, reduzindo a necessidade de mais sistemas interconectados ou de uma unidade de controlo separada. Além disso, os componentes foram estandardizados da melhor maneira possível. O Valeo Smart Screen tem sete polegadas, iluminação ambiente dinâmica, deteção de gestos para melhor controlo e botões que desaparecem quando não são relevantes, para evitar distrações do condutor.

Valeo inBlue. A Valeo já tinha um sistema de acesso passivo ao veículo através de um smartphone ou smartwatch, permitindo funções como abrir ou fechar o veículo, iniciá-lo, estacioná-lo remotamente ou

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obter dados do automóveis como a pressão dos pneus, o nível de combustível ou o local onde ele está estacionado. Agora, o Valeo inBlue representa mais um passo em frente. Baseado na tecnologia Bluetooth, permite, além do acima mencionado, sincronizar dados entre o carro e o smartphone. Além disso, o condutor pode abrir ou fechar o veículo remotamente, onde quer que esteja. E quando é outra pessoa que vai conduzir o veículo, basta enviar-lhe uma chave digital para o seu telemóvel, o que torna este sistema ideal, por exemplo, para plataformas de carsharing. Hybrid4All. O sistema Hybrid4All da Valeo está disponível para qualquer veículo, seja diesel ou a gasolina, tornando a tecnologia híbrida acessível a todos. Combina um motor de combustão convencional com um motor elétrico de baixo consumo, permitindo reduzir o consumo de combustível em até 15%. Este sistema permitirá aos fabricantes de automóveis cumprir com as metas europeias de CO2 que serão introduzidas em 2020.

BeamAtic PremiumLED. Este sistema de iluminação desenvolvido pela Valeo permite ajustar o feixe de luz para evitar o encandeamento nos veículos que circulam à frente ou de frente, deixando o caminho totalmente iluminado com exceção do espaço ocupado por veículos detetados pelo sistema. O software de processamento de dados de grande alcance e uma câmara BeamAtic , posicionada por trás do para-brisas, permitem detetar os veículos que se aproximam. O sistema também antecipa as variações de altitude (em mudanças de altitude) e ajusta a direção do feixe, de modo a que os faróis possam sempre iluminar a estrada, sem encandear os outros condutores.


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Continental, soluções para o futuro Posicionando-se como player no fornecimento de tecnologia, a Continental já tem disponíveis diversas soluções que pretendem dotar o veículo do máximo conhecimento para que possa tomar as melhores decisões.

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s desenvolvimentos tecnológicos são responsáveis por marcar as mudanças na mobilidade do futuro. A experiência diz-nos que, na vida, uma decisão baseia-se na informação de que se dispõe, e o mesmo se aplica à condução: quanto mais informações conhecer o veículo sobre o que o rodeia, melhor poderá ajudar o condutor. A informação é o que torna o veículo mais seguro, mais eficiente e confortável. Um elemento importante para receber e fornecer informação ao veículo são sensores. Estes são os responsáveis por recolher informação a partir de um determinado campo de visão, mas para aumentar a segurança, o conforto de condução, a

eficiência no transporte e reduzir o consumo de combustível através de uma condução preditiva, o veículo necessita de informações adicionais. A chave para isso é a comunicação com o meio ambiente, entre veículos e

infraestrutura, para saber o que pode acontecer na próxima curva. Um exemplo real disto é o “Dynamic electronic Horizon” (eHorizon), que, baseado na nuvem, pode transferir a informação digital num fluxo constante de informação de elevada precisão constantemente atualizada. Transferido para o mundo real, a Continental já tem exemplos reais desta capacidade, através de uma ampla gama de funções que vão desde a otimização do motor, controle de luz exterior até aos sistemas de assistência ao condutor e de condução automatizada. A Continental apresenta o seu conceito de interface integrada entre pessoa e máquina (HMI), que integra dinamicamente, e através dos diferentes sistemas envolvidos, o estado do condutor e as condições ambientais no próprio desenho do HMI. Os condutores podem ter um diálogo direto com os seus veículos, mesmo sem palavras, e receber informações relevantes sobre a sua situação, no melhor momento e da melhor maneira. Este diálogo começa antes de o condutor estar no interior do veículo. Com estas novas tecnologias de acesso, que vão desde a abertura automática da bagageira até ao aluguer de um carro através do telemóvel, a Continental apresenta diferentes tecnologiaschave para diferentes tipos de condutores. O cluster híbrido combinado com display AMOLED e com os clássicos displays analógicos, bem como um display AMOLED curvado mostra como a Continental passa o que é uma tendência para a realidade no interior do veículo. O primeiro objetivo quando uma pessoa está a conduzir é minimizar a distração e as funções disponíveis para que se possa concentrar no que é importante. A Continental estreia um ecrã tátil que fornece feedback ao condutor, aproveitando o lugar certo no monitor. Com o Head Up Display, o condutor recebe informações relevantes a partir da navegação e dos sistemas de assistência ao condutor de modo a que o olhar permaneça onde deve estar, direcionado para a estrada. As informações sobre a estrada também estão disponíveis para o condutor através de uma luz de controlo LED Pixel Light, que ilumina num cruzamento, em curvas e até ilumina pessoas ou coisas que estejam na estrada. Graças à nova tecnologia dos espelhos retrovisores, baseada na combinação de câmaras 360º e de monitores, os condutores podem receber informações do exterior do veículo, da estrada, do estado da mesma e até mesmo avisos para que ele adapte a sua condução ao estado do da estrada. Além disso, também elimina os ângulos mortos e é um assistente perfeito para o estacionamento, já que nos mostra o que acontece na parte de trás e nas laterais do veículo. AGOSTO 2016

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ZF aposta num carro urbano e elétrico Após a aquisição da TRW Automotive, na primavera de 2015, a ZF está agora entre os três maiores fornecedores automóveis internacionais, com foco em sistemas que aumentem a eficiência e a segurança nos automóveis de passageiros, e que farão com que a condução seja o mais autónoma possível.

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visão de futuro da ZF concretiza-se no Smart Urban Vehicle, um veículo extremamente manobrável, livre de emissões e capaz de interagir com o condutor e com o ambiente. A peça central deste conceito é a tração puramente elétrica eTB elétrica do eixo traseiro com os seus dois motores localizados muito perto das rodas (electric Twist Beam). Dois sistemas de assistência ao condutor também oferecem maior segurança e eficiência. O Smart Parking Assist (assistência ao estacionamento) é capaz de manobrar o veículo, mesmo em espaços muito pequenos, a partir de um botão e desde o exterior do veículo, por meio de dispositivos eletrónicos como um smartphone ou Smart Watch. Outra grande novidade é o eixo dianteiro com ângulo de viragem de até 75 graus, o que aumenta sobremaneira a sua agilidade e manobrabilidade. Este conceito inovador reduz consideravelmente os esforços de manobrabilidade e aumenta particularmente a agilidade do veículo: devido ao extremo ângulo de viragem da roda, o raio de viragem é reduzido a menos de sete metros, o que permite uma viragem de 180 graus numa estrada normal, de duas faixas. Ao mesmo tempo, este sistema permite que o veículo entre em lugares de estacionamento estreitos, de cerca

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de quatro metros, sem realizar praticamente nenhuma manobra. Mais importantes ainda são as vantagens do novo conceito do eixo dianteiro em conjunto com as funções de assistência Smart Park Assist. Este sistema apoia o condutor não só reconhecendo os lugares adequados para o estacionamento, mas também estacionando o veículo automaticamente, sem intervenção do condutor, longitudinalmente e na diagonal. Enquanto o veículo estaciona, o condutor pode interagir com ele através de um display no painel de instrumentos, ou sair do carro e dar ordem para o estacionamento automático através de um dispositivo eletrónico, como um Smart Watch. O ZF PreVision Cloud Assist, um sistema de assistência conectado aos dados de uma cloud, ajudam à segurança da condução e a alcançar a máxima autonomia do veículo. Ao contrário dos sistemas de GPS atuais, este assistente não só recebe dados de geometria e informação sobre os limites de velocidade, mas também armazena em cada viagem todos os dados sobre o veículo, a velocidade atingida a cada momento, as acelerações longitudinais e diagonal, etc, todos eles são armazenados numa nuvem. Quando se realiza outra vez a mesma viagem, o sistema já calcula, com base

nestes dados do primeiro trajeto, a velocidade ideal para cada curva. Antes de entrar nessas curvas, o sistema de assistência reduz o binário do motor para que não seja necessário acionar os travões mecânicos, o que garante tanto a longevidade da bateria e do sistema de travagem, como proporciona maior segurança, particularmente em curvas apertadas. O condutor é constantemente informado sobre a assistência do PreVision Cloud Assist, uma vez que o volante multifunções, que a ZF usa no seu Smart Urban Vehicle, tem um display OLED sobre o aro do volante. Este display exibe, por exemplo, quanto se reduz o binário do motor à entrada na curva e quanto se aumenta ao sair dela. O condutor também está em contacto com o seu veículo através do seu HOD (Hands On Detection), que reconhece o toque das mãos. Este sistema, que cobre toda a superfície da volante, reconhece, por exemplo, se o condutor tem as mãos no volante ou não. A identificação da situação transforma-se, por meio de uma LIN (Local Interconnect Network - rede de interconexão local) existente num processador no volante, num sinal digital, transmitindo-o para o veículo. Este, por sua vez, informa o condutor dessa anomalia ou ativa diretamente a sistemas de assistência disponíveis.



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A “A reputação é a chave Martín J. Romero

no mercado atual”

Perceber que o mercado e os consumidores mudaram é o primeiro passo para entrar na nova era, refere Martín Romero. Mas, para terem sucesso, as empresas, sejam oficinas ou especialistas em peças, têm de mudar as suas estratégias e aprender a estar e comunicar no mundo digital. TEXTO ANDREIA AMARAL

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utor do livro “Câmbio de Época”, recentemente apresentado em Portugal, Martín Romero explica quais os passos que as empresas devem dar para serem competitivas num mercado que, hoje, vive “ligado”. No seu livro, fala sobre um novo mercado. Que mercado é esse e como se diferencia do de há cinco ou dez anos? É um novo mercado em que influíram as mudanças tecnológicas e sociais, que vieram para ficar, onde as regras do jogo mudaram, onde os hábitos do consumidor mudaram e onde a forma de vender e de competir também mudou. É um mercado que se tornou mais competitivo. Nos últimos anos, todos temos incorporado nas nossas vidas, nos nossos hábitos e costumes, a tecnologia e, em particular, o acesso à Internet, o que gerou algumas mudanças na nossa cultura, na nossa forma de comunicarmos e de nos


“NÃO ESTAR PRESENTE NAS PRINCIPAIS REDES SOCIAIS PODE COLOCAR QUALQUER NEGÓCIO EM DESVANTAGEM” muito e aplicam-se as mudanças que referi. Mas, particularmente no que diz respeito às oficinas de reparação e empresas dedicadas à venda de acessórios e peças, as principais mudanças ainda estão por chegar, tanto pela conectividade nos veículos, como já podemos ver em muitos modelos novos que as marcas estão a apresentar, como, num futuro não muito distante, pelos veículos autónomos.

relacionarmos, resultando tudo isso numa grande mudança na nossa maneira de pensar, de viver e interagir no dia a dia com tudo e todos, sejam pessoas ou empresas. Poderíamos dizer que esta é a base do novo mercado a que me refiro no meu livro: um mercado onde os consumidores estão mediatizados pela tecnologia, em que sabemos que esta mediatização não é passageira, é apenas o princípio. Acha que o aftermarket está neste nível, ou ainda é muito tradicional? Sim, é. Daí a ideia de escrever o meu livro e mais particularmente o seu título, “Mudança de Época ...”. Em particular, quais são as mudanças que estão a acontecer nas oficinas e empresas de aftermarket? Embora no meu livro me foque mais no setor das vendas, o aftermarket não difere

É necessário que estas empresas mudem a sua estratégia? Todas as empresas devem iniciar, se ainda não o fizeram, uma transição obrigatória para o digital, de forma a adaptarem-se ao novo mercado. E, para isso, é preciso redefinir as estratégias antigas. É obrigatório ter uma estratégia clara e bem definida para abordar esta transformação digital. Sem ela, é como se andássemos “às cegas”, sem saber para onde queremos ir. E isso é perigoso, porque, eventualmente, quando alguém não sabe para onde quer ir, pode chegar a um lugar muito mau, chamado “encerramento”. É preocupante que a maioria das empresas ainda não se tenha dado conta do perigo ou que o veja ao longe, não fazendo nada para enfrentá-lo. Mas para fazer alguma coisa, antes deve-se perceber que o mercado mudou, conhecer o contexto da mudança, o contexto digital e começar a tomar medidas. Não é apenas falar, é necessário efetivamente fazer e, para fazer, como disse, temos de ter uma estratégia clara e bem definida para o digital, que permita ter um negócio adaptável. UM NOVO CLIENTE, INFORMADO E IMPACIENTE Quem são os novos consumidores e o que procuram? O consumidor atual é, graças à Internet, mais informado. É um consumidor que está conectado ou está prestes a conectar-se, e até ouso dizer que muitos não estão apenas conectados, mas vivem conectados. Hoje, os consumidores são especialistas na recolha de informação, têm as ferramentas necessárias para encontrar a que melhor se adapta às suas necessidades e aproveitam essa informação não só para simplificar a aquisição de produtos ou serviços, mas também para se informarem sobre o profissional que mais confiança oferece, para ir ter com ele e para que seja este a fornecer-lhe os tais produtos ou serviços. O consumidor atual, da mesma forma que

procura informação, também a gera, sendo de enorme valor para o consumidor a informação daqueles que já receberam produtos ou serviços de determinados profissionais, gerando opiniões e comentários sobre eles. Hoje, o consumidor prioriza a transparência e a honestidade dos profissionais, das marcas e empresas com as quais tem, ou quer ter, um relacionamento. Os consumidores querem sentir-se ouvidos, para eles é muito importante sentir que do outro lado há alguém, e que esse alguém está a ouvi-lo. Porque ele quer expressar aquilo de que gosta e de que precisa. E, para isso, o profissional tem, ou deveria, de estar lá. Além do mais, o consumidor atual é impaciente e está acostumado a ter a informação que procura e a resposta às suas dúvidas de forma rápida e eficaz. A espera provoca-lhe rejeição e faz com que rapidamente procure outras alternativas. Como devem as empresas comunicar com os clientes? Deve identificar-se a sua localização específica dentro da rede e estar lá, no mesmo lugar onde eles estão. A comunicação, como a gestão da comunicação é muito importante. Deve-se interagir desde todos os locais onde se tem presença on-line, seja no site da empresa, nas redes sociais ou nas plataformas independentes em que se esteja, em todo e cada um dos locais. Deve-se comunicar de uma forma honesta e ser transparente, isto é fundamental, obrigatório e necessário. Já não é válido, como se fez no passado, tentar comunicar de forma ambígua, onde valia tudo para tentar atrair clientes para o estabelecimento. Hoje, isso pode sair muito caro. É estarmos a jogar com a reputação da empresa e dos profissionais que nela trabalham. E a reputação é a chave no mercado atual, não podemos ignorá-lo ou esquecê-lo. Se agirmos com os nossos clientes de uma forma honesta e transparente, muito provavelmente serão eles a recomendarem-nos a outros potenciais clientes. E isso será um sinal de que estamos a fazer as coisas bem. CONHECER O POTENCIAL DO MARKETING Considera que os empresários do setor estão despertos para a importância do marketing e da comunicação? Tal como em Espanha, em Portugal, a maioria das empresas dedicadas em exclusivo ao mercado do pós-venda são pequenos e médios negócios familiares e, salvo algumas exceções, o marketing é uma parte do negócio que terceirizam. Inclusivamente, alguns reduzem os seus campos à publicidade, que contratam com estações de rádio locais, com jornais, com a criação de folhetos publicitários e panfletos ou com a inserção de sua empresa nas páginas amarelas. E, como eu digo no livro, o marketing

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é tudo. O marketing é algo que os profissionais fazem todos os dias. Tudo o que diz respeito à relação que o negócio tem com o cliente é marketing. Desde o modo como se atende o telefone à comunicação via e-mail, passando até pelo sorriso com que recebemos um cliente quando entra pela porta do estabelecimento… Quando dizemos tudo, é tudo. E em relação à comunicação, considero que estamos no mesmo patamar, com um longo caminho a percorrer. É por isso que dedico grande parte dos capítulos do livro a explicar o que é o marketing, os tipos de marketing, como comunicar, a importância da reputação... E amplio os domínios da aprendizagem à grande importância que tudo isto tem hoje dia para qualquer empresa, seja de que tamanho for, tanto dentro como fora da Internet. É muito importante que os profissionais que dirigem uma empresa tenham noções básicas do que é marketing online, bem como da forma de comunicar e gerir essa comunicação, para que, embora não sejam eles a dedicar-se a isso, saibam quem, como e quando contratar. Deste modo, poderão poupar muito dinheiro no momento de fazer algum investimento. E qual é a importância do marketing online? Hoje, o marketing online tem uma enorme importância para qualquer profissional, empresa ou marca. Se reduzirmos o seu significado para explicá-lo, diríamos que serve para atrair clientes a partir do ambiente online para o nosso estabelecimento. Para que pessoas que procuram na Internet serviços como aqueles que fornecemos nos encontrem e saibam que nós existimos; depois de nos terem encontrado, para que conheçam os serviços que oferecemos e como os oferecemos, e se formos capazes comunicar quais são esses serviços e eles estiverem interessados no que é oferecido e em como é oferecido, virão ao nosso estabelecimento ou contactar-nos-ão. O marketing online é a aplicação das novas tecnologias baseadas na Internet para que, estrategicamente e bem utilizadas, nos sirvam para comunicar e atingir os objetivos da nossa empresa. Por exemplo: posicionar-nos no nosso mercado local, maximizar as vendas de produtos e serviços, criar uma boa imagem do nosso negócio, atrair potenciais clientes para o nosso estabelecimento, fidelizar os atuais clientes, ou investigar o nosso mercado para conseguir aumentar os resultados. E, de novo, não podemos esquecer a reputação da nossa empresa ou marca. Graças a uma boa estratégia de marketing digital e a uma boa gestão da comunicação, poderá melhorar-se a reputação do nosso negócio e, assim, conseguir que os nossos clientes nos recomendem e defendam contra qualquer ataque à nossa reputação.

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Existem diferentes tipos de marketing, este é o mais interessante para as oficinas? Antes de começar a ver que tipo de ações de marketing ou ferramentas uso na minha oficina, é importante compreender que é necessário ter um site próprio, uma vez que é um erro comum, pelo menos para algumas empresas, não tê-lo e limitar-se simplesmente a estar presente no diretório da marca, quando estão ligados a uma rede de oficinas. É muito difícil trabalhar a atração de clientes para o seu estabelecimento se não tiver uma presença online, porque isso não é estar na rede. E, infelizmente, isso ainda acontece. Toda a ação de marketing que se realize deverá ter como objetivo que os potenciais clientes cheguem ao nosso site e para isso é altamente recomendado inicialmente trabalhar no posicionamento nos motores de busca, seja por meio da otimização de conteúdo ou através de publicidade paga. Recomendo sempre a definição de uma boa estratégia de marketing de conteúdos, pois isso irá

ajudar-nos tanto a atrair novos clientes, como a fidelizar os que temos. Isto consegue-se com a implementação de um blog no site da própria oficina. Também é muito importante trabalhá-lo em diferentes redes sociais onde se tenha presença, tal como não esquecer o marketing móvel, dada a importância e o potencial que oferece, até porque o acesso à Internet no dia a dia a partir destes dispositivos continua a aumentar. E que outras características deve ter o site? O site de qualquer empresa é a sua carta de apresentação, sendo muito provável que este seja o primeiro ponto de contacto que um potencial cliente tenha com a empresa. Por isso temos de ter em mente que é um elemento-chave na digitalização do nosso negócio, e ter atenção para torná-lo utilizável e acessível, sem esquecer que seja adaptável a qualquer dispositivo móvel. Dentro do site da oficina, os usuários poderão executar ações diferentes, dependendo da proposta de


blog bem gerido pode tornar-se uma poderosa ferramenta na estratégia de marketing de qualquer empresa, porque a partir daí pode-se ir informando as pessoas sobre o que fazemos e como o fazemos, e ir educando os potenciais clientes sobre os nossos produtos ou serviços, praticamente a custo zero. Pode trazer notoriedade, diferenciação, melhorar o nosso posicionamento nos motores de pesquisa e, mais importante, criar uma comunidade e humanizar a nossa empresa. Outra ação muito económica e poderosa é o uso adequado do e-mail marketing, gerindo campanhas de email eficientes, que também pode ser muito rentável e tem um baixo custo. E não nos podemos esquecer de criar um perfil nas grandes redes sociais, onde podemos partilhar o conteúdo gerado no blog. Tudo isso pode ser feito sem gastar muito dinheiro. Hoje em dia, os consumidores procuram promoções e ofertas. O aftermarket trabalha bem nesta vertente? No que diz respeito a promoções, temos de tudo, e há que ter muito cuidado na tentativa de diferenciação apenas pelo preço. Quando se faz isso, chega sempre o momento em que alguém da concorrência ainda baixa mais, e o cliente irá lá. Devemos definir muito bem o que se pretende com este tipo de ação. Sempre que se realizam, devem ter objetivos concretos, seja para atrair novos clientes, para que nos conheçam, seja para fidelizar os que temos ou para divulgar um produto ou serviço novo que oferecemos. Mas procurar a diferenciação apenas no preço acabará por afetar os resultados.

“PROCURAR A DIFERENCIAÇÃO APENAS NO PREÇO ACABARÁ POR AFETAR OS RESULTADOS” negócio que lhes seja feita, pelo que se deve inserir num local estratégico um formulário de contacto, para que possam solicitar os serviços de forma cómoda e simples. Do mesmo modo, deve ter numa posição visível a localização do estabelecimento, dados e canais de contato, bem como os serviços que são oferecidos para responder às necessidades ou problemas que possam ter. ESTAR EM TODO O LADO É importante estar nas redes sociais? Sim, é fundamental. Estes canais são uma ferramenta de comunicação bidirecional, onde se iniciam conversas e onde se pode responder a perguntas dos utilizadores.

Não estar presente nas principais redes sociais pode colocar qualquer negócio em desvantagem em relação aos concorrentes. E, mais ainda, não ter presença nelas pode implicar uma perceção negativa nos consumidores, porque o negócio pode ser percecionado como estagnado e ultrapassado. Pode ainda gerar danos à reputação da empresa, ao gerar desconfiança por não dar aos clientes a oportunidade de se expressarem. Hoje, se nossos clientes e potenciais clientes estão nas redes sociais, é necessário que também estejamos lá. Uma vez que a maioria das empresas do setor são PME, o que podem fazer sem gastar muito dinheiro? Se não o têm, o primeiro passo é a criação do seu próprio site corporativo. Dentro do site, recomendo a implementação de um blog onde gerar conteúdo, o que não é caro, pelo menos, a nível financeiro, porque também é verdade que o não custa dinheiro vai custar tempo, e o tempo é muito valioso. Mas um

E qual é a importância dos recursos humanos e da formação nesta nova era? As pessoas são o principal ativo de qualquer negócio, são a espinha dorsal das empresas. E é por aí que deve começar a mudança para a transformação digital que esta nova era requer, é pela cultura da empresa. Isto não é apenas importante, é essencial. O capital humano de qualquer empresa, independentemente do seu tamanho, é o mais importante nestes tempos de mudança. As tecnologias e a Internet não são um valor diferencial para as empresas, mas sim o que as pessoas dentro das empresas podem fazer com essas tecnologias e com a Internet. Formação? A formação é muito importante. Digo sempre que o melhor remédio para que qualquer profissional se adapte à mudança é informação e formação. Que conselho deixa às oficinas e empresas do aftermarket? Que têm de tomar medidas, não ter medo da mudança, mas antes fazer parte dela. E ler o meu livro! [risos] AGOSTO 2016

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LEIRILIS

DISTRIBUIÇÃO VALEO

REVISÃO

A Leirilis tem vindo a apostar no desenvolvimento de novas parcerias, de forma a colocar no mercado produtos que satisfaçam as necessidades dos seus clientes. Neste sentido, a Leirilis é agora distribuidora dos produtos Valeo, passando a comercializar as 14 linhas de produtos para automóveis e oito linhas de produtos para pesados desta marca. Ao mesmo tempo, a empresa de Leiria comemora o seu 30.º aniversário, efeméride que assinalará de várias formas. Uma delas é a oferta de t-shirts alusivas à comemoração, que serão oferecidas aos seus clientes. Para mais informações consulte www.leirilis.com.

AZ Auto/MCoutinho Peças

Novos portais de peças e serviços A

AZ Auto e a MCoutinho Peças lançaram os seus novos portais de peças e serviços, permitindo uma navegação mais fácil e rápida aos clientes de ambas as empresas. A maior particularidade deste projeto prende-se com o facto de ter sido desenvolvido na totalidade internamente, por colaboradores especializados, refletindo o ADN das duas empresas, focado no desenvolvimento, na inovação, rapidez e eficiência. Os responsáveis pela criação e desenvolvimento dos novos portais, André Soares e António Fernandes, assessor da administração e diretor de logística, respetivamente, explicam que esta opção se deveu às solicitações de mais funcionalidades por parte dos clientes. “Tomámos uma decisão de o refazer totalmente para que pudesse, por um lado, dar resposta às solicitações até então colocadas e, por outro, nos permitisse fazê-las evoluir, antecipar o mercado e criar algo diferenciador.” Segundo referem,

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o lançamento dos novos portais constituiu “um passo arrojado, mas acreditamos que é estratégico para ambos os negócios ao trazer para dentro da organização tudo o que consideramos ‘core’ e que se revela de alto valor acrescentado para os nossos clientes”. Mantendo todas as funcionalidades do portal anterior, os novos canais possuem novas valências para facilitar a experiência ao utilizador. Na área de vendas, passou a ser possível a pesquisa inteligente de referências (deixando de ser necessário informar o portal da marca e procura alternativas – substituições, equivalentes, etc), permitindo ainda com um “copy&paste de excel adicionar centenas de referências em simultâneo”. Os multicatálogos estão agora totalmente integrados na conceção comercial, com stock em tempo real e pesquisa pelas características (desde o TecDoc a catálogos específicos de determinados produtos). Ao nível financeiro existe a possibilidade de obter os PDFs dos documentos de venda, assim como consultar e exportar a conta corrente em vários formatos.

ZAPHIRO

PISTOLA PARA PRIMÁRIO DEVILBISS PRI PRO LITE

A Zaphiro, importador da DeVilbiss para Espanha e Portugal, passou a disponibilizar a pistola para aplicação de primário PRi Pro Lite, que vem substituir a antiga PRi Pro no catálogo do fabricante norte-americano. A nova PRi Pro Lite é uma pistola de gravidade que partilha o baixo peso e o desenho dos comandos com a GTi Pro Lite, assim como a sua ergonomia e facilidade de manuseamento, caso, por exemplo, do comando da válvula de ar. Não obstante, está preparada para aplicar todo o tipo de primários, incluindo os mais recentes, à base de água. A nova cabeça de pulverização PR 10, introduzida na PRi Pro Lite, foi desenvolvida com base na avançada tecnologia de atomização Trans-Tech da DeVilbiss, proporcionando uma elevada eficiência e uma pulverização fina, com um padrão de aplicação muito definido e uniforme, o que a torna ideal para se obter a cobertura ótima em primários. A Zaphiro disponibiliza cinco medidas de ponteiras, com diâmetros entre 1.4 e 2.5”, que permitem adaptar a PRi Pro Lite para trabalhar qualquer tipo de primário, materiais de enchimento, poliésteres e superfícies de aplicação.


EURO TYRE

PORTEFÓLIO REFORÇADO COM PRODUTOS DAYCO A Euro Tyre passou a disponibilizar a gama de produtos da marca Dayco, alargando o seu portefólio e a sua oferta ao nível do material de distribuição. Marca reconhecida internacionalmente, a Dayco especializou-se na produção de correias de distribuição para a área automóvel, assim como tensionadores e polias, tubos de refrigeração, tubagens de radiador, entre outros. Além da Dayco, a Euro Tyre irá adicionar brevemente mais marcas ao seu stock disponível nos três armazéns que a empresa possui em Portugal.

GLASSDRIVE

ABERTURA DE NOVO CENTRO NO PORTO A Glassdrive inaugurou um centro no parque de estacionamento do Castelo do Queijo, naquele que é considerado um dos locais mais emblemáticos da cidade do Porto. As novas instalações adotam o novo conceito da rede Glassdrive que permitirá uma maior proximidade aos clientes, reforçando assim um dos pilares estratégicos da marca que consiste na visão “Foco no Cliente”. Inserido numa zona tipicamente habitacional, o novo centro Glassdrive Porto Castelo do Queijo constituirá uma mais-valia para o seu mercado envolvente e a empresa admite que a sua evolução será analisada para que o seu modelo possa ser replicado em soluções semelhantes. De segunda a sexta-feira, o centro está aberto ao público das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00, enquanto aos sábados funciona entre as 09h30 e as 12h00.


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REVISÃO FILOURÉM

KITS DE DISTRIBUIÇÃO FEBI Com o intuito de alargar e consolidar as opções de oferta aos seus clientes e correspondendo a uma tendência de manutenção cada vez mais periódica e preventiva, a Filourém acaba de lançar a linha de kits de distribuição com bomba de água da reconhecida marca febi. A gama está focada nas linhas diesel para motorizações dos grupos VAG, PSA, Opel e Renault. Mais informações podem ser obtidas através do e-mail filourem@mail.telepac.pt.

REDEINNOV

NOVO WEBSITE JÁ ESTÁ ONLINE

Bosch

Exemplo de boas práticas

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Bosch Car Multimedia, em Braga, realizou um evento de partilha de boas práticas. O desafio foi lançado pela EFQM – European Foundation for Quality Management, no seguimento do Prémio Europeu de Excelência na área de “Liderar com Visão, Inspiração e Integridade” entregue a esta unidade da Bosch no final de 2015. Assim, e ao longo de dois dias, a Bosch recebeu mais de 50 empresas nacionais e internacionais com as quais partilhou as suas melhores práticas. Sob o mote “Driving Change: sucesso através de pessoas e inovação”, a empresa começou por salientar e explicar alguns exemplos de parcerias recentes e bem-sucedidas, como é o caso daquela que mantém com a Universidade do Minho e que prevê um investimento de cerca

de 55 milhões de euros até 2018 e a contratação de mais de 90 engenheiros e 170 bolseiros. Mais tarde e, sob o mote “A caminho da excelência”, as comitivas tiveram oportunidade de realizar uma visita ao desenvolvimento e à produção com foco no sistema de produção Lean; em plataformas para a Indústria 4.0 desenvolvidas pela equipa da Bosch em Braga e em processos inovadores que integram a inspeção ótica automática no processo produtivo. Neste contexto foram exibidas inovações como a aplicação do processo de optical bonding em displays automóveis, no qual a Bosch Braga é também pioneira. No evento foram ainda apresentadas soluções de multimédia automóvel e sensores com tecnologia inovadora que contribuem diariamente para a definição do futuro da mobilidade.

A RedeInnov lançou o seu site na Internet, onde disponibiliza informação sobre esta rede que tem como objetivo proporcionar às oficinas de reparação automóvel independentes uma melhoria da oferta disponibilizada, não só em termos de produtos como também de serviços que visam aumentar a sua rendibilidade. Acessível através do endereço www.redeinnov. pt, este website possui um ‘layout’ moderno e agradável, tendo sido desenvolvido com o propósito de proporcionar uma experiência amigável ao utilizador. O site permite ao internauta aceder a diversas informações sobre a RedeInnov, ajustando-se o conteúdo automaticamente em função do dispositivo em utilização, oferecendo ainda a opção de partilha dos conteúdos nas principais redes sociais, Facebook ou Google+, por exemplo, e também por correio eletrónico. Este site tem ainda a característica de possibilitar a alteração de idioma em função da necessidade do utilizador (Português, Espanhol e Inglês).

TRW AFTERMARKET

INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARTILHADAS A TRW Aftermarket iniciou a publicação de uma newsletter eletrónica bimestral para os utilizadores do seu centro de informação técnica online, o “Tech Corner”. Esta newsletter fornece as mais recentes dicas técnicas, bem como instruções de montagem e guias práticos. O objetivo consiste em apoiar o acesso, do mercado independente de pós-venda, a informações técnicas gratuitas, ajudando ainda a proteger a integridade do setor. Segundo afirma o Diretor Comercial da TRW Automotive Portugal, Pedro Díaz, “a TRW Aftermarket sempre acreditou que é do interesse de todo o mercado independente de pós-venda que os seus profissionais tenham acesso às mais recentes informações técnicas”. O responsável acrescenta

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que “sem tal acesso, o mercado enfrenta um futuro verdadeiramente incerto. As oficinas deixarão de ser capazes de dar resposta ao crescente número de veículos, sistemas e tecnologias que requerem

serviços de manutenção e de reparação. O que poderá fazer com que os proprietários dos veículos deixem de procurar as oficinas independentes para este tipo de serviços”. Pedro Díaz salienta que, enquanto líder em segurança ativa e passiva, a ZF /TRW possui “um vasto conhecimento em equipamento original, que se traduz diretamente na oferta ‘Corner Module’ de sistemas de travagem, direção e suspensão da TRW Aftermarket. Acreditamos ser nossa responsabilidade partilhar este conhecimento com o mercado. Afinal, quanto mais os fabricantes facilitarem e tornarem seguro o trabalho dos técnicos que trabalham com as suas peças, maior será o reconhecimento da marca e a sua rentabilidade.”


IBEREQUIPE

Lestada

Representante Kennol em Portugal

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Lestada foi nomeada representante dos lubrificantes Kennol em Portugal. A empresa lusa representará também a marca Accor, detentora da Kennol. A nova marca representada pela empresa do Montijo especializa-se, desde 1983, na conceção e fabricação de lubrificantes para todos os tipos de veículos, para a indústria e agricultura. Produzem igualmente uma larga gama de produtos específicos, massas lubrificantes, líquidos de refrigeração, anticongelantes, líquido de travões, entre outros. A Kennol baseia todo o seu desenvolvimento na competição a fim de garantir a qualidade dos seus produtos, segundo a filosofia de que “se estes lubrificantes são usados nos carros de corrida muitas vezes no ‘red line’,

então seguramente devem ser usados no seu carro”. Poderá obter mais informações sobre esta representação e sobre o patrocínio a equipas de competição pelo e-mail geral@lestada.pt.

REPRESENTAÇÃO BARIN A Iberequipe, especialista no fornecimento de equipamentos de diagnóstico automóvel e de emissões, apresenta uma nova gama de produtos para as oficinas e indústrias. Falamos de produtos da marca Barin, fundada em 1973, através da qual os clientes da Iberequipe passam a dispor de uma vasta gama de enroladores de mangueiras, de cabos e enroladores especiais para todo o tipo de fluídos, usos e necessidades: ar comprimido, água fria ou quente (alta ou baixa pressão), óleos, gorduras de lubrificação, etc., acionadas por manivela, mola ou motor (elétrico, hidráulico ou pneumático). Para mais informações, use o e-mail iberequipe@iberequipe.com ou o número de telefone 212 940 793.

SOFRAPA

LANÇADO O WAXOYL 100 PLUS A Sofrapa acaba de lançar o Waxoyl 100 Plus, um novo produto para o tratamento profissional da pintura automóvel. Este produto, que a Sofrapa classifica de “inovador”, tem como principal vantagem a preservação da pintura de um automóvel “como nova” por mais anos. Ao ser aplicado, o Waxoyl 100 Plus confere à viatura uma camada protetora de alto brilho praticamente inviolável, tornando-a mais resistente a vários fatores que podem prejudicar a pintura, tais como raios ultravioleta, chuvas ácidas, lama, sal ou poluição atmosférica. De acordo com a Sofrapa, o Waxoyl 100 Plus consegue que a pintura da viatura retenha a sua cor original e mantenha um brilho profundo durante tês anos, o que aumenta o seu valor comercial. Ao mesmo tempo, este produto permite

a economia de tempo e dinheiro nas lavagens exteriores da viatura e ainda inclui uma garantia sobre o brilho e manutenção da pintura (de até três anos). Para obter mais informações ou marcar uma demonstração do produto, contacte a Sofrapa através do e-mail rui.pedro@sofrapa.pt ou do telefone 912 182 112.

CONTISERVICE

FORMAÇÃO EM FINANÇAS No âmbito do seu plano de formação anual, estruturado e elaborado tendo em conta as necessidades identificadas na rede de parceiros, a rede ContiService proporcionou recentemente formação em Finanças aos seus agentes. Sob o mote “Os números do meu negócio”, a formação em Finanças incentiva a “uma reflexão” sobre o negócio através de uma identificação objetiva e clara de custos fixos e custos variáveis, a uma avaliação da performance da tesouraria e posteriormente a uma identificação e especificação de áreas a melhorar. Pedro Teixeira, diretor geral da Continental Pneus Portugal, e responsável pelo ContiService,

destaca a formação como um pilar essencial para o sucesso de qualquer negócio. “Uma das apostas estratégicas da nossa rede é desde a primeira hora a formação. Para responderem de forma eficaz às exigências do mercado, os responsáveis têm de ter um conhecimento aprofundado do seu negócio e do estado em que este se encontra. Com esta formação pretendemos apoiar os nossos parceiros a identificarem os pontos menos bons da empresa, priorizá-los e delinear uma estratégia e um caminho a seguir. Daí acharmos que esta era uma formação fulcral para o sucesso dos nossos parceiros”, esclareceu.

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Divisão de ligeiros da febi em Portugal Um investimento de dois milhões de euros veio concretizar a gestão e comercialização total da febi Car pela Ferdinand Bilstein Portugal. Já efetiva, a integração da marca traduz-se em novas e ambiciosas metas para a empresa. TEXTO ANDREIA AMARAL

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divisão de ligeiros da marca febi – febi Car Division – passou a estar mais próxima dos clientes portugueses, sendo agora totalmente gerida no mercado nacional pela Ferdinand Bilstein Portugal. Naquele que foi um investimento de cerca de dois milhões de euros, a empresa ampliou o seu espaço de armazém na Venda do Pinheiro em quase 300 m2, criando uma área dedicada onde estão em stock cerca de 140 mil artigos de 13 mil referências. Efetiva desde o passado dia 1 de julho, a incorporação da febi nas atividades da empresa obrigou a uma preparação atempada, de forma a garantir aos distribuidores os níveis de order-fill habituais do grupo - entre os 94% e os 96% - e ainda complementar a “oferta febi” com os devidos serviços locais de Costumer Care, Technical Support, Marketing, logística e vendas. “É verdade que foi feito um considerável investimento, rondando os dois milhões de euros, o que é demonstrativo do empenho do grupo nesta marca e em Portugal. Por se acreditar fortemente na febi e no seu

crescimento sustentado em Portugal, existe como grande expetativa, para este primeiro ano, a criação das condições básicas para construir uma estratégia de longo prazo, com crescimentos sólidos e contínuos, com os mesmos parceiros empenhados e envolvidos, garantindo a continuidade do negócio e em simultâneo o alcance dos resultados expectáveis para todos”, revela Joaquim Candeias, responsável da Ferdinand Bilstein Portugal. Graças à maior proximidade, os onze distribuidores nacionais (que até aqui realizavam as suas encomendas diretamente à Alemanha) passam a beneficiar de entregas mais rápidas, o que se repercute numa menor necessidade de realizarem stock próprio e numa resposta mais célere aos pedidos urgentes. Aliás, de acordo com Joaquim Candeias, o modelo de negócio da febi assenta precisamente “na especialização constante face às necessidades dos clientes”, motivo pelo qual existe uma enorme preocupação com a qualidade do serviço prestado. Para assegurar a sua excelência, a Ferdinand Bilstein Portugal desenvolveu também toda uma estrutura de apoio, concretizada não só no reforço dos recursos humanos (com cinco novos colaboradores no armazém, um na área comercial, um para o Centro de Suporte e Informação e um técnico para as garantias), como na disponibilização de materiais técnicos em Português. UMA QUESTÃO DE PROXIMIDADE “O stock local, o apoio na venda e após-venda não só comercial, mas também técnico são algumas das vantagens. Mas a maior vantagem é que agora o head quarters do bilstein group será também alimentado pela estrutura em Portugal no que diz

respeito à marca febi. Ou seja, são feitos reports e dados feedbacks sobre o mercado, a procura e necessidades, oportunidades, e isso permite uma otimização e adequação constante do portefólio e do stock”, revela Joaquim Candeias sobre as vantagens para os representantes e clientes da marca. Na verdade, de acordo com o responsável, tão importante quanto o aprovisionamento de stock e o desenvolvimento de uma estrutura de apoio “foi conseguir garantir a continuidade do negócio com os mesmos parceiros que já importavam a febi da Alemanha, e apenas fazer uns pequenos reajustes na cadeia de distribuição, garantindo assim a continuidade sã, forte e de longo prazo desta marca no nosso mercado. Estes são os alicerces considerados essenciais para construir o futuro, e consequentemente potenciar negócio para todos os players que trabalham esta marca em Portugal”. Atualmente com onze distribuidores, a Ferdinand Bilstein Portugal considera que a sua rede “está completa e bem estruturada para oferecer uma cobertura total a nível nacional”. Falando sobre os distribuidores, Joaquim Candeias destaca que “são empresas de referência no mercado nacional, e que, certamente usufruindo dos serviços de que o bilstein group dispõe, irão provavelmente sentir-se mais próximas e envolvidas com a marca”. Nesse sentido, o responsável esclarece que “existe confiança nos parceiros, na rede de distribuição e no facto de o grupo estrategicamente saber como, quando, e o que fazer em cada momento”. De resto, e apesar de em Portugal a Blue Print ser a insígnia do grupo com mais destaque, a febi já se assumia como uma marca com uma forte presença, “devido ao agente que representava e promovia a marca junto dos AGOSTO 2016

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seus clientes e importadores que compravam diretamente da Alemanha”, afirma Joaquim Candeias, sublinhando que, para o grupo, a incorporação da febi “é um importante marco porque significa a sua gestão comercial, mas sem canibalizar as marcas com as quais já trabalha”. “É um trabalho estratégica e taticamente complexo, porque se, por um lado, os objetivos são ambiciosos, por outro, não se pode sobrecarregar o mercado, nem invadir o espaço destinado a cada uma das outras marcas, pois só assim todas se manterão competitivas”, indica o responsável da empresa, que, para além da febi e da Blue Print, tem ainda a SWAG. APOSTA NA QUALIDADE E INFORMAÇÃO TÉCNICA Cobrindo 80% do parque automóvel, a febi tem diversas linhas de produtos. Entre eles destacam-se, para além dos componentes individuais de reposição, os Pro Kit (que disponibilizam todo o material necessário para realizar a substituição de determinada peça, aumentando a eficiência do trabalho), a gama febi Plus (com artigos que geralmente só são disponibilizados ao nível do equipamento original) e a gama de fluidos (com um portefólio generalista e outro com referências OE). Sobretudo presente no mercado independente de peças, a marca posiciona-se, no entanto, ao nível do OE, como explica Joaquim Candeias: “Na sua essência, no trabalho que desenvolve até colocar uma peça no mercado, o seu concorrente e bitola de comparação é a peça de primeiro equipamento: é a origem.” Empenhada na qualidade superior dos seus produtos, a febi, além da sua própria produção, tem fornecedores certificados, sendo que, inclusivamente, alguns são os da origem. “A febi é equivalente à origem e isso passa por cumprir com os parâmetros da mesma. Face a outros players do aftermarket, existem de qualidade equivalente à febi, mas não é com eles que a febi compete ao nível de qualidade. Nesta linha de pensamento e modus operandi o que muitas vezes diferencia a febi da origem é a oferta de alguns artigos, cujas referências têm incorporados pequenos componentes como parafusos, porcas, anéis, braçadeiras, etc.”, explica Joaquim Candeias, exemplificando que, nesse contexto, “os Pro Kits febi são um grande diferencial, porque dizem respeito a um conjunto de artigos que pode ser encontrado através de uma única referência, que face a alguns casos na origem não existem no mercado no formato kit. Mas é de salientar que nem a qualidade nem as especificações estão aqui em causa”. Embora a febi seja claramente uma marca reconhecida em componentes de direção e suspensão, existe uma oferta bem mais abrangente de componentes, que contempla também a distribuição, toda a gama de motor e chassi. “Todas elas estão em

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A qualidade é fundamental para a febi, que, além da produção própria, tem fornecedores certificados

contante pesquisa e desenvolvimento”, reitera Joaquim Candeias. Para que esta inovação tenha efeitos práticos, é importante que, de forma transversal, os profissionais, e até mesmo os clientes finais, tenham conhecimento de todos os fatores que diferenciam os produtos da febi. Nesse sentido, a marca aposta fortemente na componente informativa. “Quanto maior for o conhecimento sobre a febi, sobre as suas gamas e sobre os seus produtos, melhor os parceiros na distribuição trabalharão com a marca e menos dúvidas existirão de que é uma marca em que se pode efetivamente confiar”, esclarece o responsável da Ferdinand Bilstein Portugal. “Em Portugal, a febi é reconhecida pela qualidade dos componentes da direção e suspensão, porém existem todas as outras famílias de produtos nas quais se pode depositar igual confiança, mas para tal é necessário que sejam conhecidas, que exista a experiência com a marca, sendo que a consultoria e informação técnica a disponibilizar é uma mais-valia.” Assim, a febi Car Division disponibiliza diversos artigos técnicos, com explicações sobre determinado componente, seja do ponto de vista da engenharia da peça, do material, dos melhoramentos ou das questões da montagem. Além disso, a sua informação técnica, em Português, é adaptada ao recetor, dividindo-se entre documentos tip (para os distribuidores), EXAKT (para as oficinas) e info (dentro das embalagens). A par destes elementos, e no âmbito da Consultoria Técnica, a febi realiza

ainda visitação técnica e ministra formação. Seja aos seus clientes, seja aos clientes dos seus clientes. No capítulo do mundo digital, e embora a marca, como o grupo, tenha uma presença institucional forte, esta permanecerá com um carácter eminentemente informativo. “Não serão feitas vendas online em grandes plataformas como amazon, alibaba, etc, pois será ir contra todas as políticas de distribuição que temos e desvirtuar-se-á o projeto da empresa que é acompanhar todo o processo da peça”, explica Joaquim Candeias, avançando, no entanto: “As oficinas e os mecânicos com os quais nós apenas temos contacto através dos nossos clientes hoje procuram alternativas, mas pensamos que o nosso negócio é cada vez mais complexo e técnico, e por isso mesmo estamos a trabalhar num projeto que, com toda a certeza, apresentaremos ao mercado, e que será um facilitador para todos os que trabalham com as nossas marcas.” A CAMINHO DE ALGO MAIOR Sendo assumido que um dos objetivos para o mercado nacional é ter “uma maior penetração dos componentes de outras famílias diferentes da direção e suspensão” e que, para tal “é necessário todo um trabalho com os parceiros”, no que diz respeito a metas numéricas e à repartição das vendas pelas diversas marcas, ainda não é fácil fazer projeções. A este respeito, Joaquim Candeias afirma: “Apesar de hoje a Blue Print ser uma marca muito reconhecida e líder no mercado nacional, e de a SWAG já ter o


172 ANOS COM HISTÓRIA 1844 - Johann Daniel Bilstein e Daniel Bilstein, pai e filho, fundam a empresa Ferdinand Bilstein e começam a vender peças em metal, produzidas internamente. A revolução industrial muda o paradigma da produção.

seu próprio espaço conquistado, pensa-se que a febi terá muito por onde crescer, sem beliscar as outras marcas, e posicionar-se-á como primeira marca do grupo em Portugal, tal como acontece na grande maioria dos 140 países onde existe a presença do bilstein group.” Certo é que a ambição é grande e, tendo isso em conta, a Ferdinand Bilstein Portugal deverá ter um novo espaço antes do final de 2017. “No grupo trabalha-se, sempre, com projeções de negócio a 5 anos, tendo-se descortinado que dentro de 2 anos as dificuldades de espaço seriam evidentes. Assim, e por antecipação, começou-se desde já a trabalhar no sentido de garantir a continuidade de negócio para todos os que trabalham com o bilstein group, garantindo sempre os mesmos níveis de qualidade e serviço. Procura-se não reagir a situações diárias, mas, sim, agir por antecipação para que o imprevisto não seja algo comum dentro da organização”, refere Joaquim Candeias. A nível internacional, e alinhado com o contexto atual, o bilstein group está a apostar numa nova plataforma de produção, porque “existem componentes que efetivamente é uma mais-valia serem produzidos internamente, como por exemplo já o são as bombas de água eletromagnéticas para veículos pesados, que pelas suas características não seriam competitivas de comercializar se não fossem produzidas pelo grupo”. No que diz respeito a terras lusas, fica a promessa do responsável: “Em Portugal especificamente caminhamos para algo muito maior.”

1880 - O sucessor, Robert Bilstein, moderniza a produção da empresa, com a introdução do torno mecânico, permitindo a transformação, mais rápida e mecanizada, do metal em peças que poderiam ter secções circulares, veios e estrias, entre outro tipo de secções. A Ferdinand Bilstein passa a ter como ‘core business’ a produção de porcas e parafusos. 1921 – O crescimento da produção, nomeadamente para o setor automóvel, leva a marca febi bilstein a estar presente na Feira do Automóvel em Berlim com a sua patenteada cavilha de mola. 1950’ - Após a 2ª Guerra Mundial, o avanço tecnológico, o desenvolvimento de computadores e da eletrónica e também do setor automóvel, tem um grande boom. A Ferdinand Bilstein foca-se na expansão do seu negócio e investe no desenvolvimento de peças de desgaste para automóveis. O mercado divide-se em dois setores independentes: o da origem e o do aftermarket. 1971 - Rolf Bilstein e Dieter Siekermann assumem a gestão e, para além de darem início a programas de negociação para complementar a oferta existente advinda da produção interna, introduzem novos processos de produção que passam a ser automatizados. 1970’/1980’ - Modernização e consolidação do negócio na produção e comercialização de peças para automóveis ligeiros e pesados. É a globalização e dá-se o grande boom da marca febi no que diz respeito ao galgar fronteiras e conquistar novos mercados. 1991 – Processos de produção internos passam a ser automáticos e o sistema de controlo é de base tecnológica 2000 – Aquisição da SWAG, para penetrar e ganhar market share em países em que a febi encontrou obstáculos à sua entrada e desenvolvimento. 2011 – Aquisição da empresa ADL e da marca Blue Print, pela sua especialização em nichos de veículos, como os asiáticos e americanos, ou em produtos como os filtros. 2012 – Criação da marca umbrela bilstein group

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GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA Dossier Excelência na Produtividade

Tabela combinada de trabalho padronizado Para melhorar continuamente os processos e aumentar a produtividade é necessário analisar as operações e instituir modelos padronizados que, mais do que se traduzirem em previsibilidade, garantam a melhor forma de realizar cada tarefa e acrescentem valor.

N

o âmbito da organização das tarefas diárias, e no sentido de torná-las repetíveis e reproduzíveis, mostrámos-lhe, na edição anterior, como analisar os processos para saber se acrescentam valor ou se, ao invés, geram desperdício. Conhecendo agora os principais problemas dos seus processos oficinais, é agora altura de agilizar os tempos. TABELA COMBINADA (DE TRABALHO PADRONIZADO) / PARTE II EM QUE CONSISTE? Com o final da fase anterior, é provável que tenha uma ou várias folhas do documento cedido já preenchidas, com os passos das tarefas de várias operações realizadas. Este será o seu aspeto a título de exemplo:

QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? Esta Fase é como que a leitura que o seu médico faz a um RX que lhe tenha prescrito realizar. É ao ler o relatório e ao ver cada aspeto do RX que ele irá VER o que está errado e que poderá fazer o diagnóstico, indicando-lhe o que terá de fazer: repouso, medicação, alimentação, exercício, consultar outro especialista, etc.. Neste caso quem fez o RX foi você e foi a um dos seus processos. Tem tudo para fazer agora o obrigatório diagnóstico. Este trabalho é fundamental para construir capacidade crítica na sua equipa. Síntese: Criar uma base metodológica simples para todos puderem mapear um fluxo de tarefas, diagnosticar problemas e implementar melhorias aos seus processos COMO PROCEDER? PASSO 1 (fig. 1 e fig. 2) Imprima o documento disponível no nosso website em www.oficina. turbo.pt. O primeiro passo é compreender como o utilizar. Eis algumas pistas e instruções:

Esta segunda parte consiste em analisar onde estão a ser consumidos tempos, categorizados como ‘Desperdício Puro’ ou ‘Desperdício Necessário’ e obter o valor de um rácio MUITO importante: A percentagem de Valor Acrescido, obtido da divisão do Tempo Valor Acrescido pelo Tempo Total da Operação. Quando este valor é inferior a 50%, sendo muitas vezes inferior a 10%, então existem problemas graves de padronização de tarefas, na sua Oficina. Síntese: Analisar com detalhe para onde está a ir o tempo útil, de cada um dos seus colaboradores

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PASSO 2 (fig. 3) Represente bem e corretamente os tempos que são das atividades do operador, os tempos das máquinas e os tempos de caminhada (para transportes Figura 1 de materiais ou informação). Acerca dos tempos das máquinas, importa esclarecer que existem dois tipos:

1. Tempos máquina em que o operador tem de esperar junto dela (exemplo: acionamento de um

elevador numa baia de reparação); Encontre uma forma clara de o identificar. 2. Tempos máquina em que o operador pode prosseguir para


Gestão visual do espaço oficinal PARTE 2 Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Continua do negócio PARTE 1

b. Tente reduzir os tempos das tarefas mais longas, sejam realizadas por máquinas ou pessoas; PASSO 4 Está neste momento em posse de informação PRECIOSA para conhecer os problemas dos seus processos oficinais, interpretar as causas raiz que impõem essas práticas menos eficientes e decidir sobre como alterar, melhorando a adequabilidade, a capacidade e a disponibilidade das pessoas, ferramentas e processos. PASSO 5 Vá para o chão da Oficina e TESTE com a equipa. Veja, questione e aprendam em conjunto. Definam as melhores práticas de trabalho e ensinem-nas aos restantes colegas. Estarão a criar repetibilidade e reprodutibilidade; com isso criam PREVISIBILIDADE de tempos e custos, permitindo uma comunicação com os clientes assente em factos previamente testados: exemplo “…o serviço de diagnóstico está pronto dentro de 43 minutos e custará €37,56 + iva…”.

RECURSOS NECESSÁRIOS Terá apenas de ter os documentos da sessão anterior, este novo modelo impresso, algo com que escrever, um smartphone para relembrar os tempos e as fotos/vídeos e uma grande resiliência para escutar, sugerir e testar as novas práticas de trabalho.

Figura 2 Figura 3

as tarefas seguintes (exemplo: colocação de uma bateria em carga); usar o ‘traço interrompido’ que está na legenda do documento (canto superior direito, indicando ‘AUTO’).

PASSO 3 Inicie a análise com o grupo de trabalho. Eis algumas dicas:

a. Tente eliminar ou juntar as tarefas, de forma a reduzir movimentos, transportes e esperas;

PRÓXIMO ARTIGO: LAYOUT ÓTIMO DA ÁREA DE TRABALHO

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Vidro Auto

Uma questão de qualidade Em constante evolução, o vidro automóvel já não serve apenas para ver e ser visto. Alberga uma panóplia de soluções tecnológicas que obrigam a um maior rigor de processos e a uma aposta clara na qualidade por parte de quem quer vencer num mercado saturado e onde os vidros low-cost ainda têm uma quota relevante. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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os últimos tempos, as caraterísticas do vidro têm mudado radicalmente e os fabricantes estão a introduzir valor adicional nos seus produtos. Se, há alguns anos, um vidro era considerado simples matéria-prima, hoje em dia, a componente tecnológica e de valor acrescentado é cada vez maior, tendo surgido tecnologias como o vidro antirreflexo, acústico, atérmico, vidros de maior dimensão e de formatos complexos, displays de informação projetados

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no vidro e, mais recentemente, sensores e câmaras, naquilo que é designado como Advanced Driver Assistance Systems (ADAS). A constante evolução do setor do vidro automóvel apresenta novos desafios para os seus intervenientes, como refere Licínio Nunes, General Manager da Saint-Gobain Autover e da Glassdrive Ibérica, que dá como exemplo o desafio logístico e de stock que é a proliferação de vidros Vénus, que atualmente equipam até viaturas comerciais.

Apesar dos desafios, o mercado português tem-se ajustado. Rui Costa, Sócio-Gerente da GestGlass, acredita que, ainda que o mercado esteja estagnado no que respeita ao número de unidades vendidas, o preço médio de comercialização tende a aumentar, permitindo assim que a empresa encare o resto do ano com perspetiva de crescimento, sentimento que é transversal não apenas aos grossistas, mas também aos reparadores. Para David Santos, diretor da unidade


Indústria da Sika Portugal, o mercado dos adesivos não tem apresentado grandes variações, ainda que a empresa lusa tenha conseguido apresentar um crescimento constante. Jorge Muñoz Cardoso, General Manager da Carglass Portugal, aponta uma quebra no mercado da reparação/substituição de vidro de mais de 25% desde o início da crise, o que o gestor atribui à conjuntura económica e à consequente diminuição do tráfego médio

diário. Já Joana Marques, diretora executiva da ExpressGlass, exprime opinião contrária, revelando que a economia está a exibir ténues sinais de retoma, o que se pode verificar “pelo aumento da circulação automóvel diária ou pelo crescimento na venda de veículos novos”. Apesar destes sinais de retoma que o mercado tem apresentado, Joana Marques aponta a sua saturação, fruto da entrada de novos players no setor, “sem sequer considerar o mercado dos concessionários e oficinas que também efetuam substituições e reparações de vidros”. Para a gestora, existem demasiados pontos de venda a nível nacional para o parque automóvel, o que terá consequências no curto prazo, com o encerramento de lojas e o perigo da degradação da qualidade do serviço de algumas entidades. No entanto, Joana Marques acredita que esta “seleção natural” será naturalmente positiva, pois só os que estiverem devidamente preparados para os desafios do futuro sobreviverão, em particular considerando a componente tecnológica que tem vindo a ser introduzida no vidro e que obriga a que as competências técnicas dos colaboradores sejam cada vez maiores. Licínio Nunes, por seu turno, chama a atenção para o facto de o mercado se ter “atomizado” devido à entrada de produto de fraca qualidade: “Os players e clientes olham mais ao preço que à qualidade e, por isso, compram para revender produto de fraca qualidade que, obviamente, nada tem que ver com o produto original do automóvel!” De facto, todos os players do setor reconhecem que, apesar da crescente complexidade do vidro automóvel, ainda há espaço para o vidro low-cost, cujo mercado se alicerça, em Portugal, no peso que tem o preço do produto na hora da decisão, mas também no facto de o parque automóvel nacional estar envelhecido, utilizando assim vidros menos complexos e mais fáceis de copiar. Esta opção por vidro de preço e qualidade inferiores afeta o mercado, mas tem mais consequências na segurança dos condutores e demais ocupantes das viaturas. Isto porque o para-brisas é atualmente o terceiro elemento de segurança passiva mais importante num automóvel, logo a seguir ao ABS e aos cintos de segurança, como lembra Jorge Muñoz Cardoso, que acrescenta: “Um para-brisas com uma quebra (por mais pequena que seja) reduz em cerca de 30% a rigidez estrutural do automóvel, pondo em risco a segurança dos ocupantes em caso de capotamento.” Também no que respeita à abertura do airbag do passageiro o para-brisas é peça fundamental, uma vez que tem de suportar a força do mesmo e o impacto dos passageiros, sem se deslocar, lembra Joana Marques: “Caso, por exemplo, o para-brisas não seja devidamente colado, ou não sejam cumpridos

A COMPONENTE TECNOLÓGICA NO VIDRO OBRIGA A MAIS COMPETÊNCIAS TÉCNICAS os tempos de secagem do adesivo, no momento da abertura do airbag, o para-brisas não sustentará a força e saltará.” Esta observação levanta a questão da existência de produtos mais baratos também nos adesivos utilizados na substituição. David Santos afirma que a marca de que é diretor não se posiciona neste mercado: “Não estamos presentes no mercado de baixo preço. Também não existem adesivos low-cost nos fabricantes de automóveis e esse é o nosso padrão de qualidade.” Para Joana Marques, estas soluções alternativas “de qualidade questionável” existem, como em qualquer mercado, para satisfazer as necessidades dos clientes: “Felizmente, neste setor, a grande maioria dos especialistas trabalha apenas com fornecedores de vidro de elevada qualidade, fornecedores de ‘primeiro equipamento’, pelo que estas soluções low-cost são praticamente residuais e efetuadas por entidades menos profissionais.” Para a gestora, a aposta na qualidade tem sido fator diferenciador e a principal arma na luta contra o vidro low-cost, ainda que esta tipologia de produto nunca vá deixar de existir. TRABALHO DE EQUIPA Rui Costa acredita que as novas tecnologias ditarão o fim deste tipo de vidro, opinião partilhada por Licínio Nunes, que crê que este produto não terá qualquer possibilidade de sobreviver, porque o mercado obriga à existência de tecnologia e máquinas especiais para a produção de vidro de qualidade, que o gestor considera ser crucial no desenvolvimento das novas tecnologias que o vidro suportará: “O futuro irá eliminar os piscas dos automóveis e passá-los para os vidros, bem como a informação dos tabliers, que também passará para os vidros. Os vidros de porta e laterais passarão a funcionar como ‘touch screens’, permitindo por exemplo às crianças utilizarem-nos como se fossem iPads.” Um exemplo mais real desta evolução pode ser encontrado na tecnologia IGC, que a Continental apresentou pela primeira vez na última edição do CES, em Las Vegas. Esta nova tecnologia, a Intelligent Glass Control, utiliza películas encapsuladas no vidro que são capazes de alterar a sua transparência recorrendo a sinais elétricos. Para a empresa

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alemã, esta tecnologia permitirá escurecer os vidros laterais e traseiros do automóvel (e também as zonas legais do para-brisas) de acordo com a intensidade da luz e com a vontade do condutor, ao mesmo tempo que, diminuindo a luz solar a incidir no habitáculo, diminuirá a temperatura e, consequentemente, a necessidade de ar condicionado, reclamando uma redução de até quatro gramas de CO2 por quilómetro com esta tecnologia. Estas e outras inovações tecnológicas são fruto do trabalho conjunto dos departamentos de pesquisa e desenvolvimento dos vários intervenientes da cadeia. Essa é a opinião da Continental, que afirma trabalhar com parceiros específicos no desenvolvimento das suas tecnologias – reconhecendo o papel fundamental que o para-brisas tem no bom funcionamento de dispositivos como o Head-Up Display, por exemplo –, mas também da Sika Portugal. Como diz David Santos, os adesivos têm de acompanhar a inovação que aumenta a sua presença nos para-brisas. Com o aparecimento de sensores, antenas e câmaras integradas, os adesivos só podem acompanhar essa tendência e tem ido nesse sentido a evolução tecnológica na Sika. E esse desenvolvimento só pode ser feito em conjunto: “Não há nenhuma forma de fabricantes de vidros e de adesivos trabalharem de forma isolada já que é sempre necessário desenvolver os produtos de acordo com a utilização que vão ter, de outro modo a investigação e desenvolvimento não tinham sentido”, conclui o responsável, que aponta que o mais recente fruto deste trabalho cooperativo é o SikaTack Elite. Parte integrante do sistema SikaPower Cure, este novo adesivo é catalisado, fácil de utilizar, promove a poupança e permite conduzir sem limitações um veículo após a substituição de um para-brisas, assegurando o mesmo nível de segurança. Tal será demonstrado, promete David Santos, no dia 25 de setembro, em Leiria, num evento aberto ao público. RISCOS Com a crescente complexidade do vidro, uma correta intervenção ganha importância redobrada. Como aponta Licínio Nunes, uma substituição mal feita pode implicar entradas de água ou de ar, o que potencia a inoperacionalidade dos sistemas elétricos e eletrónicos que nele se apoiam, sendo, por isso, absolutamente necessário que as intervenções sejam realizadas por profissionais competentes e especializados, para tentar minimizar o erro. Já Joana Marques e Jorge Muñoz Cardoso preferem dar mais importância a uma correta calibração dos sistemas ADAS do para-brisas, para garantir que o sistema funciona convenientemente.

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A proliferação de vidros Vénus, que hoje equipam até veículos comerciais, comporta um desafio logístico e de stock

António Nunes, diretor-geral da NewCar, reconhece que os processos técnicos utilizados na área da montagem de vidro são cada vez mais dinâmicos, acompanhando a evolução dos próprios vidros. Para este gestor, embora a base do tipo de serviço seja a mesma, têm surgido novas soluções que permitem fazer um trabalho com menor possibilidade de erro humano, recorrendo para tal a soluções que permitem um serviço mais perfeito, facilitam o trabalho dos técnicos e, desde que acompanhadas de uma boa formação dos técnicos que as operam, reduzem praticamente a zero os riscos de erro. Ainda assim, e independentemente da tecnologia, o cumprimento rigoroso dos procedimentos e processos, a utilização de ferramentas e materiais de elevada qualidade, o atendimento de excelência e a rapidez

de resposta em qualquer ponto do país são práticas diárias que Joana Marques considera críticas para garantir a qualidade do serviço e a segurança do cliente. Por isso a ExpressGlass tem vindo a efetuar uma forte aposta na formação dos seus colaboradores, como diz a gestora, que vai mais longe: “Este é para nós o fator crítico de sucesso no mercado e o fator que nos permite a diferenciação face aos outros players. Definimos um plano exaustivo de formação de toda a rede de lojas, não só ao nível das competências técnicas, mas também das designadas ‘soft skills’, que cada vez mais são valorizadas pelos clientes.” Jorge Muñoz Cardoso também aponta a formação como fator diferenciador da Carglass no mercado, referindo mesmo que as pessoas são onde a empresa mais investe. Desta forma, refere, todos os técnicos, antes


de poderem operar nas viaturas dos clientes, passam por um período inicial de formação técnica e de atendimento de duas semanas, após as quais o colaborador é avaliado mensalmente. O responsável máximo da Carglass Portugal revela ainda que a empresa está neste momento a introduzir no seu processo de formação uma ferramenta totalmente inovadora, que tem como principal pressuposto a idade jovem dos colaboradores. “Trata-se de um jogo em realidade virtual que simula cada passo do dia a dia de um técnico numa agência da Carglass, possibilitando uma aprendizagem mais interativa e adaptada às novas gerações.”, conclui. A NewCar também aposta forte na área da formação técnica, beneficiando para tal da estrutura da Hispanor, empresa que está na sua génese. Assim, declara António Nunes,

a rede NewCar tem o privilégio de ter à sua disposição toda uma solução para formações, reciclagens e introdução de novas soluções sempre que estas surgem no mercado, que o gestor considera ser “de grande intensidade”. Além deste apoio, António Nunes revela serem ainda organizados periodicamente encontros com todos os técnicos de reparação e montagem de vidros da NewCar para troca de experiências em conjunto. Reclamando que as melhores práticas fazem parte do ADN da Glassdrive, Licínio Nunes, afirma que a formação é obrigatória para os integrantes desta rede e que todos os técnicos têm de comparecer a pelo menos duas sessões de formação. A formação contínua é garantida por auditorias internas e externas, que identificam as necessidades de cada técnico. Ao mesmo tempo, a Glassdrive oferece aos

seus técnicos suporte permanente e diário, bem como aplicações que permitem visualizar a cada momento a forma e técnica corretas para oferecer o melhor serviço possível: “A aplicação de materiais de qualidade, colas adequadas e produtos de qualidade certificada são uma garantia do nosso serviço.”, conclui Licínio Nunes. É com base neste pressuposto que o gestor da Glassdrive diz que a Sika foi a empresa eleita como único fornecedor de adesivos para a rede, ao mesmo tempo que afirma que as ferramentas que os técnicos utilizam são estudadas, selecionadas e testadas antes de serem adotadas pela rede. No que se refere às principais ferramentas e acessórios necessários à atividade de substituição e reparação de vidros, a ExpressGlass celebrou parcerias nos últimos anos com Berner, Icor, PMA Tools e ProGlass. Joana Marques afirma que, antes de chegarem às mãos dos técnicos, todas as ferramentas são avaliadas tecnicamente, podendo mesmo realizar-se testes exaustivos antes de levada a cabo a seleção. Já no que respeita aos adesivos, a empresa gerida por Joana Marques tem uma parceria de longa data com a Dow Automotive, por considerar que este produto é uma chave para um serviço de qualidade e um ponto crítico na segurança do veículo. Assim, toda a rede trabalha com produtos Betaseal, em particular o Betaseal 1580, que garante que em 30 minutos o veículo está pronto a circular. Quanto à NewCar, a escolha em termos de poliuretano recaiu sobre a EMS-TOGO / DINOL, um dos cinco fabricantes de poliuretano para colagem de para-brisas existentes na Europa, cuja marca é comercializada em Portugal pela Hispanor, empresa do Grupo NewCar. É também através da Hispanor que chegam aos centros da NewCar as ferramentas utilizadas nas intervenções realizadas. A Carglass também obtém todos os adesivos e ferramentas no mesmo “local”. Parte do Grupo Belron, a empresa lusa utiliza os seus adesivos, que Jorge Muñoz Cardoso afirma serem de superior qualidade: “O poliuretano que utilizamos hoje permite que o condutor possa circular em segurança 30 minutos após a colagem do vidro, tecnologia esta revolucionária neste segmento.” Da mesma forma, as ferramentas são as criadas pelo centro de desenvolvimento do Grupo, no Reino Unido, e que o gestor afirma serem as mais avençadas do mercado, destacando duas: o Ezi-Wire, uma ferramenta de substituição de para-brisas através do corte do poliuretano, que permite um serviço de excelência sem danos na carroçaria ou no interior das viaturas; e a máquina de reparação de vidros GlassMedic, que garante um total preenchimento da quebra “com o melhor acabamento do mercado”.

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Sistemas ADAS

Cuidados na calibração A substituição de um para-brisas num veículo equipado com sistemas ADAS requer cuidados extra, nomeadamente a calibração do equipamento, para que tudo funcione corretamente. TEXTO JOSÉ MACÁRIO/PARCERIA CESVIMAP

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evolução do papel do para-brisas no automóvel é constante, tendo como objetivo não apenas adequar-se às necessidades estéticas e estruturais dos automóveis, mas também às novas tecnologias, que ocupam um lugar de destaque neste componente. Os fabricantes de automóveis incorporam nos seus veículos vários sistemas de assistência à condução, os Advanced Driver Assistance Systems (ou ADAS), habitualmente montados no para-brisas. Através de sensores, processadores e sistemas de comunicação que unificam eletrónica, informática e mecânica, estes sistemas permitem a automatização de alguns processos nos veículos, com o intuito de diminuir o tempo de resposta a determinados eventos para milésimos de segundo, o que pode ser suficiente para evitar um acidente. Os sistemas ADAS montados no para-brisas permitem, assim, detetar obstáculos de forma fiável e precisa, tanto de dia como de noite, superando, em muitos casos, as habituais capacidades dos condutores. Esta deteção pode ser feita utilizando radares, que determinam, através do som, a velocidade relativa entre veículos e também objetos, pessoas ou animais. Um dos mais comuns é o LIDAR, o Light Detection and Ranging. Este sensor utiliza a deteção de telemetria por ondas luminosas, baseando o seu funcionamento num laser pulsado, um impulso de luz curto, de diferentes frequências. A medição do tempo entre o impulso luminoso emitido pelo LIDAR e a deteção do seu sinal refletido estabelece a distância entre o veículo e o objeto, sendo este tipo de sistema mais utilizado em aplicações de baixa velocidade, como os sistemas de travagem autónoma e de proteção dos peões. Outra possibilidade destes sistemas é a utilização de câmaras para detetar sinais de trânsito, obstáculos ou mesmo peões. O seu princípio de funcionamento é idêntico ao de uma câmara fotográfica digital: um sistema eletrónico e um software próprio de processamento de imagem determinam formas, detetam linhas brancas, objetos, veículos, peões, animais, entre muitas outras possibilidades.

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As oficinas devem ter equipamentos e pessoas formadas para a calibração correta dos sistemas nestes vidros


Estes são apenas dois exemplos dos vários tipos de sensores que os fabricantes incorporam no para-brisas e que, para maior proteção, são comumente aplicados na zona superior deste elemento, habitualmente à frente do espelho retrovisor, ou mesmo incorporadas no seu suporte. CALIBRAÇÃO OBRIGATÓRIA A fiabilidade destes instrumentos pode ser influenciada por vários fatores, sendo as condições atmosféricas e de limpeza do vidro

apenas duas delas. Por isso, quando se trata de substituir um equipamento avariado, sempre que o para-brisas tenha de ser substituído por qualquer motivo, ou ainda quando sejam realizadas intervenções no veículo que influenciem a sua altura ao solo, há que proceder à sua calibração, que requer cuidados especializados, como referem os especialistas da Cesvimap. Para esta entidade espanhola, ainda que o processo de desmontagem e montagem do vidro seja idêntico ao convencional e que a

Os sistemas ADAS montados no para-brisas permitem detetar obstáculos e peões de forma fiável e precisa

colocação dos sensores seja feita utilizando apenas adesivos e pressão, as oficinas necessitam de possuir equipamentos e funcionários com formação específica, garantindo assim que são tidas em conta todas as boas práticas para uma correta calibração, o que, por sua vez, garante um correto funcionamento. Segundo a Cesvimap, esta calibração pode ser realizada de forma dinâmica ou estática, de acordo com o equipamento montado pelo fabricante. A calibração dinâmica, explicam, é realizada com recurso a um equipamento de diagnóstico. Posteriormente, numa estrada bem iluminada e rolando a uma velocidade mínima de 80 km/h, o sistema efetua a autocalibração do equipamento. Por seu turno, a calibração estática necessita de equipamentos específicos, como por exemplo o CSC Tool – comercializado pela Hella Gutmann –, que contempla ainda os painéis de calibração, que diferem entre os vários fabricantes. A este rol de equipamento há ainda que juntar os respetivos suportes, uma máquina de diagnóstico e os captadores de medição. Antes da realização da calibração propriamente dita, a Cesvimap adverte para alguns cuidados a ter, nomeadamente que o equipamento a calibrar esteja fixo no seu local no para-brisas e que tenha o campo de visão limpo e desimpedido. Garantido este passo, é colocado em posição o painel de referência: à frente do veículo, centrado face às rodas dianteiras e à distância indicada no equipamento. Deve cuidar-se ainda que o veículo esteja nivelado e vazio, garantindo que mantém o peso de fábrica, verificar-se o correto enchimento dos pneus, a correta geometria do veículo e que as portas estejam fechadas e as luzes apagadas. Depois de cumpridos estes passos de instalação do painel de referência, segue-se, segundo a Cesvimap, a ligação do emissor Bluetooth na ficha OBD, para que o equipamento de diagnóstico comunique com o veículo, introduzindo de seguida todos os dados: número de chassis, matrícula, modelo do equipamento, entre outros. Uma vez estabelecida a conexão com o veículo, o sistema realizará um teste global e a posterior calibração do equipamento, tendo em consideração os ângulos máximos de inclinação definidos pelo fabricante. No ecrã do equipamento de diagnóstico aparecerão seguidamente os valores de calibração e a informação de que esta se realizou de forma aceitável ou que falhou, o que obriga a repetir o processo, levando em conta os valores de inclinação registados pelo sistema. Os dados podem ser arquivados e é possível ainda obter uma cópia para comprovar a calibração, concluem os especialistas espanhóis.

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Reparadores

Aposta na proximidade

Num mercado onde os consumidores preferem deslocar-se ao centro do que apostar nos serviços móveis, a necessidade de estar convenientemente perto do cliente explica a continuada expansão das redes. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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data em que escrevemos este artigo, são mais de 650 os pontos à disposição de quem queira reparar ou substituir os vidros do seu automóvel em Portugal, divididos entre mais de 400 pontos de serviço fixos e 250 viaturas móveis. A razão é uma clara aposta dos players deste setor na proximidade com o cliente, que leva as empresas a expandirem as suas redes de centros e a procurarem novas localizações, como os centros comerciais, oferecendo assim horários de atendimento alargados e um elevado nível de conveniência. Esta é, por exemplo, a estratégia seguida pela ExpressGlass, como revela Joana Marques, sua diretora executiva, com o objetivo de alcançar um crescimento sustentado da atividade nos próximos anos. Já António Nunes, diretor geral da NewCar, aponta ainda a tendência de oferta de mais serviços nos centros como via adicional para garantir a sustentabilidade económica dos intervenientes Exemplo desta aposta na expansão geográfica e de serviços é também a Carglass Portugal. A empresa dirigida por Jorge Muñoz Cardozo inaugurou, este ano, oito agências e conta abrir mais dez até ao final do ano. Ao mesmo tempo, lançou recentemente no mercado a gama Protech, um projeto totalmente

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criado pelo ramo português da Carglass e que desbrava caminho na área do Car Care para todo o Grupo Belron, de que faz parte. ADESÃO LIMITADA Além da expansão geográfica da rede, a aposta nos serviços móveis faz também parte desta política de proximidade, e só a Glassdrive tem mais de cem veículos de serviço móvel, que estão prontos a prestar um serviço com a mesma qualidade do que é oferecido num centro, reclama Licínio Nunes, General Manager da empresa. Apesar disso, a utilização do serviço móvel ainda é residual, com Jorge Muñoz Cardoso a revelar que este serviço representa apenas 22% do volume de serviços da Carglass, algo que o responsável atribui à disponibilidade dos clientes, que é volátil. A ExpressGlass anuncia valores ligeiramente melhores,

APENAS 20% DOS CLIENTES APOSTA NA REPARAÇÃO, AO PASSO QUE 80% PREFERE A SUBSTITUIÇÃO

mas ainda assim marginais. No entanto, Joana Marques declara que este serviço tem registado um aumento da procura, o que a diretora executiva atribui ao trabalho de divulgação que a empresa tem realizado junto dos clientes e frotas. Já António Nunes, reconhecendo esta inversão da tendência, atribui-a ao atual clima de austeridade, “onde a deslocação representa uma poupança efetiva para o cliente”. Limitada é também a adesão ao serviço de reparação. De acordo com os dados revelados pelos nossos inquiridos, apenas uma média de 20% dos clientes aposta na reparação, ao passo que 80% prefere a substituição. No entanto, Licínio Nunes ressalva que os dados não podem ser tomados de forma absoluta, pois a reparação só se efetua nos para-brisas, o que limita o mercado e impede resultados melhores. Ainda assim, as empresas continuam a apostar neste serviço, por se tratar de uma solução mais económica, mais rápida e mais ecológica face à substituição. O trabalho, indicam todos, passará pela consciencialização dos clientes das vantagens desta solução, que também é a mais desejada pelas seguradoras, com o objetivo de manter mais baixo o preço das intervenções.



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raio-x

Toyota Hilux

Sempre pronta para trabalhar

Volvidos 48 anos após o lançamento da primeira pick-up da Toyota, um ícone neste mercado, será que, nos dias de hoje, a Hilux tem a vida facilitada face à concorrência? TEXTO MIGUEL GOMES

A

caba de chegar ao mercado nacional a nova Hilux, que está a fazer de tudo para manter a posição cimeira no ranking de vendas, lugar que tem vindo a ocupar nos últimos três anos. Com uma vida complicada, face a uma concorrência feroz, a Toyota não baixou os braços e empenhou-se no desenvolvimento de uma Hilux com argumentos ainda mais fortes em todos os capítulos a analisar. O resultado do extenso trabalho da Toyota é uma pick-up com 17 versões diferentes, que se repartem entre tração 4x2 e 4x4, cabina simples e cabina dupla, e ainda com umas versões de trabalho e outras de lazer. A nova Hilux está equipada com o novo motor

2.4D-4D com 150cv de potência, capaz de atingir os 170 km/h, 175 km/h na versão 4x2, e mantendo os consumos entre os 7 e os 8 litros, dependendo da versão. Não obstante, na unidade por nós ensaiada, uma versão de Tracker 4x4, com caixa manual de seis velocidades, o consumo realizado rondou os 9,3 litros por cada 100km. Para além do novo design, a Hilux conta com um confortável e prático interior, muito ao estilo nipónico. Já muito próximo do design dos SUV da atualidade, o habitáculo prima pela elevada qualidade dos materiais. O ar condicionado é de série em todas as versões, comodidade a que se juntam, nas versões de lazer, a câmara auxiliar traseira e o cruise

control. Em termos de segurança ativa, todas as versões estão equipadas com sete airbags, para além dos tradicionais sistemas antibloqueio dos travões, de estabilidade entre outros. Um sistema que achámos muito útil foi o sistema de tração ativa, que também é de série. Na versão de caixa automática, para além do sistema de alerta de pré-colisão, a Hilux tem também sistema de alerta de mudança de faixa, faróis com controlo automático de máximos e reconhecimento de sinais de trânsito. MECÂNICA APRUMADA

A Hilux passou a contar com um novo chassi, assim como com uma nova carroçaria.

Alerta de mudança de faixa, faróis com controlo automático de máximos e reconhecimento de sinais de trânsito são algumas comodidades da versão de caixa automática

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Recorrendo a uma nova liga de aço, mais resistente e leve, os principais elementos, onde se inclui a caixa de carga, foram totalmente reforçados, de forma a permitir que a Hilux transporte agora até uma tonelada de carga. Em relação às dimensões da caixa de carga na versão cabine simples, a largura máxima passou a ser de 1645 mm, mais 124 mm do que na versão anterior; já as laterais têm mais 30 mm de altura, alteração que viabilizou o facto de caber mais uma caixa standard dentro do compartimento de carga. Uma das rúbricas mais importantes neste tipo de veículos é a capacidade de tração e, neste capítulo, é de assinalar que a Hilux tem uma capacidade de reboque na versão de cabine simples de 3,5 toneladas, mais 700kg que na versão anterior, valor a que acrescem mais 400kg na versão cabine dupla. Adicionalmente, a Hilux tem agora disponível o novo sistema de controlo eletrónico de estabilidade para reboques

(TSC), para além do bloqueio a 100% do diferencial traseiro. Quanto à propulsão, a Hilux passa a contar com um novo bloco 2.4 D-4D, que foi otimizado para cumprir com a norma de emissões Euro6, mas sem penalizar as performances, sempre com um olho nos baixos custos de utilização. Com este novo motor, a Toyota pretende incrementar a robustez e não comprometer a fiabilidade, tanto em estrada como sob as condições super exigentes a que se submete um Todo o Terreno. A suspensão não tem alterações evidentes, nem em termos estruturais, nem mesmo em conforto. Neste ponto, a Hilux mantém

2.4 D-4D 150 CV

1.8M3

VOLUME ÚTIL

a comodidade que caracteriza este tipo de veículos: na dianteira, o conforto é aceitável, mas a suspensão traseira, devido à utilização de molas semielípticas reforçadas, para poder transportar a tonelada de peso, quando em vazia é bastante desconfortável. Os preços na versão 4x2, disponível a partir de dezembro, começam nos €25.000, escalando até aos €29.950 na versão Tracker. Na versão 4x4, a partir dos €27.200 já se pode comprar a versão cabina Simples Chassi, valor que sobre para os €39.700 na versão Tracker, a mais equipada. Para ter a caixa automática, que só está disponível na versão de topo, temos de dispor de mais cerca de €5.950.

39 700

7.0 L 100 KM

(C/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA

185 G/KM CO2

A caixa de carga foi um dos elementos reforçado para viabilizar que a Hilux transporte até uma tonelada de carga

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ZF e TRW

Estruturas combinadas no aftermarket

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ZF Friedrichshafen AG deu um novo passo na integração da TRW Automotive, ao combinar as duas organizações dedicadas ao aftermarket – ZF Services e TRW Aftermarket – numa só. Assim, a partir de 1 de janeiro de 2017, a nova estrutura passará a ser a segunda maior organização no setor do fornecimento de peças para o pós-venda, com aproximadamente oito mil trabalhadores em todo o mundo e um volume de vendas de perto de três mil milhões de euros. A apresentação oficial da nova estrutura será na

Automechanika, em Frankfurt, em setembro. “Depois de termos integrado os departamentos de Compras e Vendas do negócio de primeiro equipamento, os nossos parceiros no setor do aftermarket passarão a beneficiar desta integração de sucesso”, disse o CEO da ZF, Stefan Sommer, a este propósito. “Com as suas atividades no aftermarket, a ZF assegura que os seus produtos tenham performances poderosas e de confiança durante o seu ciclo de vida, bem como um serviço profissional de diagnóstico e reparação nas oficinas, com peças de

reposição originais a serem entregues nas oficinas.” No primeiro dia do próximo ano, todo o negócio de aftermarket da empresa passará a ser feito sob o nome ZF e a TRW será uma das marcas que comporá o seu portefólio, ao mesmo nível de Sachs, Lemförder, Boge e Openmatics. Helmut Ernst, que atualmente está à frente da ZF Services, capitaneará a nova organização, ao mesmo tempo que comanda o programa de integração “One ZF Aftermarket”, em conjunto com o responsável máximo da TRW Aftermarket, Neil Fryer.

Glasurit

Novo primário de secagem rápida A Glasurit lançou um primário para aumentar a eficiência nas oficinas que fazem reparações de pequenos e médios danos. O primário Aparelho Cinzento 151-170 UV ajuda a reduzir o tempo despendido nos processos, a energia e os resíduos. Segundo a Glasurit, uma vez que a tecnologia UV-A não transmite calor, elimina o processo de arrefecimento e evita o risco de deformação nas peças de plástico. Esta tecnologia também garante maior segurança, sendo a menos nociva

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de entre as radiações ultravioleta, pelo que não apresenta um risco adicional para o pintor. Não é necessário um local específico na oficina e o pintor simplesmente necessita de luvas e óculos de proteção. Outra vantagem deste produto, diz a Glasurit, é o facto de o novo primário aparelho UV ser um mono componente que não requer aditivos e tem uma vida útil de vários dias, pelo que é fácil e rápido de usar e evita a produção de resíduos. O primário

Aparelho Cinzento 151-170 UV oferece ainda uma elevada proteção anticorrosão, tanto sobre o plástico como sobre o metal.


Alpine

Sistema de infoentretenimento para BMW

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Alpine Electronics de España, S.A. apresentou o novo sistema Infoentretenimento totalmente integrado para os veículos BMW Série 3 (E46) INE-W997E46. O sistema destaca-se pelo facto de incorporar o que há de mais avançado em termos de tecnologia, de que são exemplos o painel tátil capacitivo e o sistema de navegação de última geração com procura rápida. Outra útil característica é a entrada e saída HDMI integrada, que permite, por exemplo, a ligação de um smartphone e a

possibilidade de visualização do ecrã do telefone no sistema Alpine. Este sistema também dispõe de kit mãos-livres via Bluetooth, entrada USB, ajuste total do sistema de som através da aplicação Alpine TuneIt e muitas outras características, que poderão inclusivamente ser melhoradas e ampliadas através das atualizações de software. O INE-W997E46 já está disponível no mercado e o seu PVP é de €1379. Para mais informações, consulte www.alpine.es, ou use o e-mail alpine@alpine.es.

NEXA AUTOCOLOR

EXVA

A Nexa Autocolor renovou o seu compromisso com a inovação na repintura automóvel com o lançamento no mercado ibérico do seu novo verniz Express Plus P190-8000, um produto desenhado para melhorar a eficiência e rentabilidade do negócio das oficinas de chapa e pintura através de um tempo de secagem de cinco minutos a 60º, independentemente do tamanho da intervenção. Nas palavras de Mar Lagoma, Brand Manager da Nexa Autocolor: “Este novo verniz é uma revolução na repintura automóvel pelas suas extraordinárias prestações de secagem. Combinadas com um alto brilho, permitem que seja usado em qualquer reparação.”

A empresa EXVA Technologies lançou o EXVA LPR, um sistema eletrónico para reconhecimento automático de matrículas com gravação de imagem e captura OCR. O sistema poderá ser instalado em qualquer local onde seja necessário a validação dos acessos e pode ser complementar à vigilância humana, minimizando riscos e diminuindo falhas de segurança. Recorrendo a uma base de dados de matrículas, permite identificar e validar presenças, autorizando a entrada e saída de viaturas. Com o sistema da EXVA, que permite controlar até quatro vias de acesso, o utilizador tem a informação em tempo real de quem, quando e como entrou e saiu do espaço monitorizado.

VERNIZ EXPRESS PLUS P190-8000

RECONHECIMENTO AUTOMÁTICO DE MATRÍCULAS


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RAIO-X

Osram

HERTH+BUSS

OLED flexíveis e novas luzes de inspeção

A

Osram apresenta uma inovadora tecnologia de iluminação desenvolvida como parte do projeto R2D2 e apoiada pelo Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa. Esta tecnologia compreende OLED flexíveis para a iluminação do veículo e deve estar disponível no mercado dentro de alguns anos. Com esta tecnologia OLED, a Osram defende existirem agora novas possibilidades de design para fontes de luz, que estarão a gerar interesse na indústria automóvel. Os díodos emissores de luz orgânicos, ou OLED, são as fontes de luz plana, podendo o seu fluxo ser regulado suavemente. Não emitem qualquer sombra e não precisam de refletores, condutores de luz ou óticas semelhantes – o que torna as fontes de luz OLED eficientes, extremamente leves e muito planas, ao mesmo tempo que permite utilizar qualquer forma no seu design e instalá-las em suportes flexíveis. Bastante ativa, a Osram lançou ainda a nova gama LEDinspect PRO, que compreende cinco luzes LED de alto desempenho para inspeção: a Slimline 280, a Bonnet 1400, a Pocket 280, a Penlight 150 e a Penlight 150 UV-A. “Desenvolvemos ainda mais a gama LEDinspect para criar os novos produtos LEDinspect PRO, proporcionando aos utilizadores profissionais soluções de iluminação LED duradouras e flexíveis que são idealmente concebidas para ir ao encontro

A Herth+Buss tem no mercado uma nova gama de strobes, projetados de acordo com a norma ECE-R65, garantindo assim que, no decurso da sua utilização, operem sem falhas e mantenham uma intensidade de luz constante. Os três novos produtos da gama Elparts possuem 12 LED de alta intensidade, com uma voltagem de entre 12 e 36 V e proteção contra imersão temporária e entrada de poeiras. No caso do Strobe 84770608, podem ser programados cinco sequências diferentes, que alargam o leque de possíveis aplicações. A tecnologia de fixação de três pontos garante uma utilização segura, mesmo nos terrenos mais acidentados. O Strobe 84770609 possui fixações tubulares que o tornam ideal para a utilização em maquinaria industrial, como empilhadoras. Já o Strobe 84770610 usa uma fixação magnética, podendo ser utilizado de forma transversal em todo o tipo de veículos. Adicionalmente, este strobe é fornecido com carregador de isqueiro.

dos requisitos dos trabalhos de inspeção e manutenção de veículos”, disse Petra Maya Wilhelm, responsável de produto e portefólio da Osram. Estas luzes LED podem ser fixadas diretamente ao veículo pelo íman embutido ou através do gancho flexível, funcionam com bateria e têm uma garantia de três anos.

PROGRAMA DE PRODUTIVIDADE NA PINTURA A EMM e a Autobrillante desenvolveram um Programa de Produtividade que busca a máxima rentabilidade da oficina, apoiando-se, para tal, na redução de custos e no aumento da produtividade. Na reparação da carroçaria, aproximadamente 17% da fatura corresponde a mão de obra de pintura e 3% a acessórios, mas a maior parte do tempo

TURBO OFICINA

SALERI

BOMBA DE ÁGUA DE 48V

EMM

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GAMA ELPARTS RECEBE TRÊS STROBES

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AGOSTO 2016

de mão de obra é despendido a utilizar estes acessórios, o que faz dele a chave na hora de determinar os tempos de cada processo e calcular o custo total. Com o intuito de desenvolver este programa foram analisados cinco milhões de reparações, para determinar o tempo médio da reparação numa oficina de chapa e pintura. De seguida, selecionaram-se os acessórios necessários a cada processo, tendo em conta a qualidade e os consumos de material e tempo, bem como a menor criação de resíduos. Assim, a EMM e a Autobrillante dizem ter conseguido um processo ótimo para facilitar a gestão da oficina, obtendo o melhor e mais eficiente resultado no menor espaço de tempo. O programa, que está a ser implementado pela Autobrillante junto dos principais fabricantes, oferece às oficinas um guia para o processo de pintura, que dá uma ajuda visual rápida e clara aos pintores no seu trabalho diário. Para mais informação, aceda a www.autobrillante.com.

A Saleri estreará na Automechanika, em Frankfurt, em setembro, uma nova bomba de água de 48V, que gera quatro vezes mais potência que as convencionais de 12V, sem, no entanto, aumentar o consumo de energia. Para a empresa italiana, esta grande inovação vai ao encontro das necessidades dos automóveis modernos, que necessitam de cada vez mais energia para alimentar vários equipamentos elétricos. No certame alemão, a marca estreará também dois vídeos que reforçam a importância do treino especializado para os profissionais da oficina. Estes dois vídeos focam-se nos tópicos da substituição do líquido de refrigeração e no uso correto do selante aquando da instalação de uma bomba, sendo os primeiros de uma série de vídeos que a empresa pretende lançar ao abrigo do seu compromisso de formação junto dos clientes. Recorde-se que a Saleri fornece bombas de água para marcas como Audi, BMW, Ferrari, Ford, Maserati e Opel. Para mais informação, visite www.saleri.com.


Delphi

SPIES HECKER

Novo catálogo de fricção

A

Delphi Product & Service Solutions lançou o seu novo Catálogo de Fricção, Discos e Tambores 2016/2017, que contém informações sobre mais de 4.200 referências de peças, cobrindo mais de 95% do parque automóvel EMEA para travagem, inclui 360 novas referências de peças. Além das novas referências, foram adicionadas novas aplicações para as referências de peças existentes, tudo para manter a gama de travagem da Delphi como uma das mais abrangentes no mercado de reposição. Entre as adições à gama de referências de peças incluem-se 58 novas pastilhas de travão, 287 novos discos de travão, abrangendo

uma grande extensão em discos revestidos e discos com rolamentos, três novas maxilas de travões e 12 novos acessórios. O novo catálogo da Delphi já disponibiliza referências de peças para as mais recentes gerações do Opel Corsa, Ford Mondeo, Renault Trafic, Nissan Qashqai, Fiat Ducato, Iveco Daily, Mazda 2, BMW X1, Land Rover Discovery Sport, entre outros. O Catálogo de Fricção, Discos e Tambores 2016/2017 disponibiliza informações-chave traduzidas em 17 idiomas. A gama completa também está disponível no TecDoc, onde a Delphi é certificada como fornecedor de dados “Class A”, bem como no catálogo ‘online’ da Delphi – delphicat.com.

LIQUI MOLY

ADITIVO SUPER DIESEL POTENCIA POUPANÇA A Liqui Moly diz oferecer um enorme potencial de poupança aos operadores de frotas automóveis que utilizem os seus lubrificantes em conjunto com o seu aditivo Super Diesel. De acordo com a marca, este aditivo garante que o motor se mantenha limpo por muito tempo, permitindo reduzir os custos operacionais das frotas. A empresa reclama uma redução de 4% no consumo, o que significa uma poupança de dezenas de milhares de euros por ano em despesas de combustível, valor que inclui

os custos adicionais para a aquisição do aditivo. Por outro lado, estes aditivos diminuirão os custos relacionados com reparações e tempos de paragem imprevistos. Se a frota já for antiga ou se o gasóleo não for de boa qualidade, o efeito de poupança pode ser ainda maior. O aditivo Super Diesel da Liqui Moly limpa o sistema de injeção e elimina os depósitos existentes nos injetores, impedindo ao mesmo tempo a formação de novos depósitos. A pulverização de combustível torna-se novamente mais fina e a combustão é mais eficiente. Além disso, lubrifica os injetores e prolonga a sua vida útil, aumentando também o número de cetano, o que melhora a capacidade de ignição do combustível e permite que o motor trabalhe de forma mais silenciosa e económica. Por último, protege todo o sistema de combustível contra a corrosão.

MEYLE

KITS PARA MUDANÇA DE ÓLEO As informações prontamente disponíveis sobre produtos constituem muitas vezes a vantagem decisiva para uma reparação eficiente – sobretudo quando se trata de trabalhos de rotina. Por esse motivo, a Wulf Gaertner Autoparts AG reviu e ampliou o seu catálogo de kits de mudança de óleo, com 45 kits de mudança de óleo Meyle para mais de quatro mil aplicações de veículos. Além dos kits, os profissionais encontram aqui todos os componentes individuais necessários aos trabalhos de manutenção com os números de peça. O catálogo está disponível em inglês e as

informações podem ser consultadas através da versão impressa ou da versão digital, bem como através de um microsite, em oito línguas, com função de catálogo. Aqui, o utilizador encontra

PERMASOLID APARELHO HS 5320 PERFORMANCE A Spies Hecker lançou no mercado o Permasolid Aparelho HS Performance 5320, um aparelho lixável de dois componentes baseado em resinas acrílicas. De acordo com a marca de repintura, o novo aparelho caracteriza-se pelo excelente brilho, alastramento, boa estabilidade vertical e secagem rápida, o que pode ajudar a economizar energia. Em comunicado, a Spies Hecker anuncia que as oficinas que usam Permasolid Aparelho HS Performance 5320 beneficiam de uma boa absorção, advogando que isso ajuda a obter uma superfície suave e lisa. Além disso, continua a Spies Hecker, este aparelho proporciona boas propriedades de lixagem e polimento logo após a secagem, tendo ainda um elevado teor em sólidos, o que poderá ajudar a obter um elevado rendimento. O Permasolid Aparelho HS Performance 5320 é adequado para o Sistema Bicamada Permahyd Hi-TEC 480 e está disponível em branco, cinzento médio e cinzento-escuro. Para informações adicionais, consulte o site www.spieshecker.pt.

o kit de mudança de óleo adequado, procurando pelo modelo de veículo ou pelo tipo de caixa de velocidades. Este novo catálogo conta já com o mais recente kit da marca, aplicável em caixas de velocidades automáticas 7-G Tronic Plus da Mercedes. Este kit inclui o filtro hidráulico que cumpre o código especial A89 (redução do atrito) definido pela Mercedes. Sublinhe-se que a Meyle foi premiada pela Stahlgruber como “Fornecedor High Performance Club“ na avaliação de fornecedores. A Stahlgruber, acionista da ATR International AG – uma das maiores e mais bem-sucedidas cooperações comerciais de grossistas no mercado livre de peças sobressalentes para veículos.

AGOSTO 2016

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TURBO OFICINA

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raio-x

Maserati Levante

Quem faz o quê

O

primeiro SUV de produção da Maserati, com uma imagem inspirada no concept Kubang, pretende ser um automóvel com altos níveis de luxo mas adaptado à condução diária. Fabricado na mesma plataforma do Ghibli e do Quattroporte, o modelo deverá contar com dois propulsores V6 e V8 a gasolina produzidos pela Ferrari, juntamente com um V6 diesel, cujas tubagens de combustível são responsabilidade da Norma e a zona fria do escape provém da Eberspächer. A fiação de todos os motores é fornecida pela Delphi e o botão que os coloca em marcha é oriundo da Strattec.

“Exemplo de caráter italiano”, como diz a marca de Bolonha, a dianteira apresenta novos faróis de formato afilado, cujas linhas se prolongam para a grelha, detentora de um sistema de fecho, oriundo da Brose. Na traseira o destaque vai para o Pilar C de formato trapezoidal e para o defletor colocado no topo do óculo, da responsabilidade da Sole SPA. Para reforçar o conforto, o primeiro SUV da marca do tridente conta com suspensões eletrónicas com amortecimento pilotado. Para manter todo este conjunto unido a Maserati selecionou os adesivos estruturais da

DOW Automotive e fixadores BiW, fornecidos pela Profil. O interior do SUV de luxo do construtor transalpino conta com acabamentos em fibra de carbono nas portas, fornecidos pela Novem, e com uma consola central que origina na Dräxlmaier. Da Guilford chega o tecido que reveste a chapeleira e da Harman/ Becker o sistema de infoentretenimento Harman. Fora da vista de quem se sentar atrás do volante fica toda a cablagem do modelo transalpino, fornecida pela Hellermanntyton. Veja quem faz o quê na tabela abaixo.

COMPONENTES FORNECEDOR

COMPONENTE

FORNECEDOR

COMPONENTE

AEC SRL

Cabo da antena GSM

BECCHIS OSIRIDE

Blocos de amortecimento da vibração

BREMBO

Pinças dos travões

BOSCH

Sistema de remoção de NOx

BROSE

Sistema de fecho da grelha dianteira

DELPHI

Fiação do motor

CULTRARO AUTOMAZIONE ENGINEERING

Amortecedor do porta-copos

DENSO

Motor do limpa-parabrisas

DELFINGEN

Tubagens

DOW AUTOMOTIVE

Adesivos estruturais

DRÄXLMAIER

Consola central

EBERSPÄCHER

Zona fria do escape [3.0L diesel]

GUILFORD

Tecido da chapeleira

GRUPO ANTOLIN

Forro do tejadilho modular

HARMAN/BECKER

Sistema de infoentretenimento HARMAN

HELLERMANNTYTON

Elementos de fixação das cablagens

NORMA

Tubos para o combustível (V6 Diesel)

IBS FILTRAN

Módulo do cárter do óleo da transmissão

NOVEM

Acabamentos das portas em fibra de carbono

KIEKERT

Sistema de fecho das portas

PROFIL

Fixadores BiW

MAGNETI MARELLI

Painel de instrumentos

SALERI

Bombas de água

MEANS INDUSTRIES

Montagem do eixo do diferencial

STRATTEC

Botão Start

SOLE SPA

Defletor traseiro

TEKLAS

Circuito de admissão de ar

SCHAEFFLER

Variador de fase hidráulico

TEKSPAN

Junta da placa em espuma

TUPY [SINTERCAST PROCESS]

Bloco do motor

NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016


As oficinas e o crédito

Benefícios da mudança

O

s números não mentem. No que toca ao crédito especializado, o setor automóvel já pesa 50% dos empréstimos pedidos. Mas desengane-se quem pensa que este crédito é apenas direcionado à aquisição de viaturas. Não é raro oficinas oferecerem também crédito para clientes que desejam adquirir serviços no aftermarket. A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) ainda recentemente assinou um protocolo com a Caixa de Crédito Agrícola que possibilita aos seus associados cederem crédito aos clientes na aquisição dos seus serviços. Contudo, é sempre útil que as oficinas (que são apenas intermediários no fornecimento de crédito) procurem novos parceiros na atribuição de crédito. Só assim estimulam a concorrência e conseguem vantagens negociais. Assim sendo, como se pode ver, não é só ao consumidor final que interessa conseguir a melhor oferta junto das instituições financeiras. A quem oferece serviços de manutenção também interessa averiguar no mercado quais bancos estão com produtos mais vantajosos. Mas aqui enfrenta-se um problema comum no mercado nacional. Quem contrata um serviço junto a uma instituição financeira, seja ele o consumidor final ou o fornecedor é muitas vezes demasiado leal à mesma e evita mudanças. Há várias razões para isto suceder: pode até ser que, pela antiguidade, a oficina tenha desenvolvido uma relação com a instituição em causa que lhe permita aceder a benefícios que de outra forma não conseguiria. Pode

conseguir, por exemplo, taxas de juro mais atrativas para oferecer aos clientes que a procuram. Mas, em outras ocasiões não menos raras, tal deve-se a puro comodismo. Fazer prospeção de mercado dá trabalho, pode levar tempo, mas muitas vezes encontra-se mesmo um produto melhor e, dessa forma, conseguem-se poupanças que são fulcrais para o negócio. Os benefícios justificam inteiramente o tempo investido. Pode-se dizer que já não há razão para que não se consiga aferir facilmente o estado do mercado no que toca ao crédito no setor automóvel. Tomando-se como referência as taxas oferecidas pelos bancos para o consumidor final, pode-se perceber que instituições estão a tentar ganhar quota de mercado neste setor ao oferecer taxas mais competitivas. De seguida, é só comparar o que paga junto da atual instituição e ver se compensa mudar de parceiro comercial. Para isso podem ser usadas como referência as plataformas de comparação de crédito online. Outra dica: e porque não pensar mais além? Uma vez que se celebram parcerias com instituições de crédito para servirem de intermediárias, porque não pensam as oficinas em alargar esta colaboração para cartões de crédito? Ora vejamos: muitos bancos já oferecem, aos clientes que adquirem os seus cartões, descontos em gasolina e outros serviços. Porque não alargar estes mesmos descontos a uma rede de oficinas? Sempre que o cliente adquirisse um serviço com esse cartão naquela oficina conseguiria um preço mais em conta. Observa-se aqui uma parceria

SÉRGIO PEREIRA DIRETOR GERAL DA PLATAFORMA GRATUITA DE SIMULAÇÃO DE PRODUTOS FINANCEIROS COMPARAJÁ.PT

(inexplorada) com uma clara componente vantajosa para ambos os lados: as instituições tinham mais uma vantagem para oferecer aos clientes e as oficinas mais uma forma de fidelizar consumidores. Numa altura em que os portugueses estão a adquirir mais veículos (o crédito especializado para o setor automóvel cresceu 27% em abril), é importante que os agentes desta indústria comecem a oferecer serviços mais competitivos. O facto de conseguirem, junto das instituições de crédito, parcerias para crédito competitivo no setor da manutenção automóvel pode ser diferenciador. Além de ser útil para o cliente (por vezes, para fazer face aos custos do arranjo da viatura, tem mesmo que se recorrer a crédito), importa que o faça a preços vantajosos para ganhar quota de mercado. E, como em todas as indústrias, só há uma maneira de o conseguir. Pesquisar, comparar e encontrar o melhor parceiro. Dá trabalho, sim. Mas no fim compensará.

AGOSTO 2016

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TURBO OFICINA

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raio-x

Barómetro

Rota estável Na primeira metade de 2016, o tecido empresarial do setor automóvel estabilizou. Embora se registem menos nascimentos de novas empresas, há um menor número de encerramentos e insolvências, numa indicação de que o mercado está no bom caminho.

S

TURBO OFICINA

JUNHO 2016 EM NÚMERO

4956

ão cada vez menos as empresas no setor automóvel a nascer em Portugal. Mas este registo não implica necessariamente más notícias. Na verdade, se atentarmos à evolução do mercado, no final do primeiro trimestre deste ano registava-se uma descida de 15,6% no nascimento de empresas neste segmento, ao passo que, contabilizados os seis primeiros meses de 2016, o número de nascimentos situa-se apenas 5,3% abaixo do alcançado no mesmo período de 2015. Além do mais, este que poderia ser um indicador de que o mercado apenas se mantém à tona, não é, no entanto, corroborado pelos valores nacionais registados no que respeita a encerramento de empresas e insolvências. No primeiro caso, a variação é de -4,6% face ao primeiro semestre de 2015, ao passo que no capítulo das insolvências a variação é de -30,6%, valores menos promissores face aos contabilizados no final do primeiro trimestre do ano: uma descida de 13,7% nos encerramentos e de 37,2% nas insolvências. Analisando os dados fornecidos pela Informa D&B, verificamos que o Norte do país, zona onde se concentram 37% das empresas do setor (4956), é também onde se registam o maior número de alterações no tecido empresarial, contabilizando-se 263 nascimentos de empresas, 76 encerramentos e 23 insolvências. A Área Metropolitana de Lisboa segue-se nesta contabilidade regional, registando o segundo maior número de nascimentos de empresas (214) e de encerramentos (52), sendo batida apenas no que respeita a insolvências (15), pela região Centro, com 17 ocorrências. É aqui, aliás, que se cifram os terceiros maiores resultados do país no que respeita a nascimentos, 129, e encerramentos, 35. Ainda no domínio regional, merece menção o facto de a Área Metropolitana de Lisboa contabilizar a única subida no segmento dos nascimentos em comparação com igual

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Tecido empresarial do setor

|

AGOSTO 2016

período do ano passado, registando uma variação homóloga de 23%. Já no que diz respeito a encerramentos, houve várias regiões que, infelizmente, registaram subidas face ao primeiro semestre de 2015, merecendo destaque o crescimento de 200% registado na Região Autónoma dos Açores, contraposto, no entanto, pela descida de 100% no que respeita a insolvências, resultado igual ao da Região Autónoma da Madeira. RETALHISTAS MAIS AFETADOS Analisando os dados de acordo com o segmento de atividade, são os retalhistas de peças e acessórios que conseguem os piores resultados, aliando uma descida de 18,2% no nascimento de empresas a uma subida de 4,3% no que respeita a encerramentos, ainda que estes resultados sejam contrapostos por uma quebra de 43,8% nas insolvências. Quanto aos grossitas de peças e acessórios, apresentam os resultados mais expressivos em toda a linha. Neste segmento regista-se a maior descida do mercado no que respeita ao nascimento de novas empresas, com uma quebra de 26,3% face ao período homólogo de 2015, mas também as maiores descidas registadas pelo setor nos encerramentos (70,6%) e nas insolvências (64,3%). Nas oficinas, o cenário é mais equilibrado. Neste segmento, os nascimentos sofreram uma queda de 6,9% face a período idêntico de 2015, tendo descido também os encerramentos, num total de 7,2%, e as insolvências, que registam menos 6,5% casos do que nos primeiros seis meses do ano passado. Para terminar esta análise do mercado falta referir que é entre os concessionários auto que se regista a única subida no nascimento de empresas, um aumento de 3,3% face a 2015, mas que é contraposta pelo aumento de 15,3% nos encerramentos. No entanto, as insolvências também estão em queda, como acontece por todo o setor, neste caso em um terço do mercado: 33,3%.

3349

3298

847

456

201

273

EM PERCENTAGEM

37,0 25,0

24,6

6,3

3,4

1,5

2,0


Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO JUNHO 2016 HOMÓLOGA JUNHO 2016 HOMÓLOGA JUNHO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 263 -13,2% CENTRO 129 -11,0% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 214 23,0% ALENTEJO 28 -24,3% ALGARVE 18 -14,3% 6 -25,0% R. A. AÇORES R. A. MADEIRA 9 -43,8%

76 -6,2% 35 -28,6%

23 -39,5% 17 0,0%

52 11 6 3 4

15 2 2 0 0

TOTAL 667 -5,3%

187 -4,6%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto

26,8% -8,3% 50,0% 200,0% -50,0%

-25,0% -60,0% -100,0% -100,0%

59 -30,6%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto (CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA SETOR ACUMULADA (%) DINÂMICA

VARIAÇÃO HOMÓLOGA SETOR ACUMULADA (%) DINÂMICA

JUNHO 2016 ACUMULADO JUNHO 2015 ACUMULADO SETOR JUNHO 2016 JUNHO 2015

JUHNO 2016 ACUMULADO JUNHO 2015 ACUMULADO SETOR JUNHO 2016 JUNHO 2015

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS 88 667 88 704 -5,3% -4,0% (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS

34

187

36

196

-4,6% 1,2%

(EXTINÇÕES)

NASCIMENTOS

TECIDO EMPRESARIAL

42

281

28

272

3,3% -4,0%

15

68

10

59

15,3% 1,2%

16

2

24

-33,3% -24,0%

(CONSTITUIÇÕES)

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 9

59

14

85

-30,6% -24,0%

Principais ocorrências no setor das oficinas (45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis)

INSOLVÊNCIAS 4

Principais ocorrências no setor dos grossistas de peças e acessórios auto (45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) JUNHO 2016 ACUMULADO JUNHO 2015 ACUMULADO SETOR JUNHO 2016 JUNHO 2015 NASCIMENTOS

33

295

42

317

TECIDO EMPRESARIAL

-6,9% -4,0%

(CONSTITUIÇÕES)

ENCERRAMENTOS

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) JUNHO 2016 ACUMULADO JUNHO 2015 ACUMULADO SETOR JUNHO 2016 JUHNO 2015 NASCIMENTOS

TECIDO EMPRESARIAL

4

28

6

38

-26,3% -4,0%

0

5

4

17

-70,6% 1,2%

(CONSTITUIÇÕES)

16

90

18

97

-7,2% 1,2%

(EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 1

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

29

6

31

-6,5% -24,0%

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

INSOLVÊNCIAS 3 5 3 14 -64,3% -24,0%

Principais ocorrências no setor dos retalhistas de peças e acessórios auto (45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis) VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) JUNHO 2016 ACUMULADO JUNHO 2015 ACUMULADO SETOR JUNHO 2016 JUNHO 2015 NASCIMENTOS

TECIDO EMPRESARIAL

9

63

12

77

-18,2% -4,0%

3

24

4

23

4,3% 1,2%

9

3

16

-43,8% -24,0%

(CONSTITUIÇÕES)

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 1

FICHA TÉCNICA Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.:

Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de

atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)).

A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt

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TURBO OFICINA

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ESPECIALISTA

REPARAÇÃO

Híbridos e elétricos

Condições de marcha O sistema híbrido do Toyota Prius combina inteligentemente o funcionamento do gerador, motor elétrico e motor de combustão. Ao explorar as características específicas de cada elemento, assegura que o veículo opera com a máxima eficácia e alta eficiência energética. Em parceria com a Carsmarobe, revelamos-lhe as diferentes condições de marcha.

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

PARCERIA


E

xplicaremos o sistema de acordo com as condições de marcha generalizadas e com uma representação visual do sentido de rotação das diferentes engrenagens, velocidade de rotação e distribuição da energia. As condições de funcionamento simplificadas: READY, veículo ligado Início de marcha, ao iniciar o movimento Ligeira aceleração, sem ultrapassar uma determinada velocidade Cruzeiro com baixa carga, também chamado “à vela” Velocidade elevada, corresponde às prestações máximas Desaceleração, quando o veículo está em movimento e o acelerador não é acionado Marcha-atrás

READY

BATERIA HV

INICIO MARCHA

INVERSOR

ACELERAÇÃO LIGEIRA

CRUZEIRO BAIXA CARGA

VELOCIDADE ELEVADA

DESACELERAÇÃO

MARCHA-ATRÁS

MOTOR TÉRMICO

IMPULSOR

IMPULSIONADO MG2

REGIME

MG1

REGIME

ESTADO READY, LIGADO Quando o condutor pressiona o interruptor POWER e se acende o testemunho READY no painel de instrumentos, o motor térmico a gasolina, MG1 e MG2, está parado. Na posição READY (ligado), o motor térmico só funcionará se as condições de funcionamento não forem as adequadas, bem como após a ignição ou depois de circular e parar o veículo com o seletor de velocidade na posição “P”. Arranque do motor térmico Se, na posição READY, a temperatura do motor térmico ou as condições do estado de carga da bateria não são as ideais, a ECU HV ativa o motor gerador MG1 como motor, para arrancar o motor térmico.

VEÍCULO PARADO

ARRANQUE DO MOTOR TÉRMICO

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REPARAÇÃO

BATERIA HV

INVERSOR

ESTADO READY, LIGADO Ao mesmo tempo que se produz a ativação do motor gerador MG1, faz-se passar uma corrente elétrica ao MG2 para que este funcione como travão e para evitar que a força reativa impulsione as rodas motrizes. Esta função tem a denominação controlo reativo. Quando o motor térmico a gasolina começa a funcionar, a ECU HV faz operar o MG 1 como gerador, começando a ser gerada corrente elétrica para que esta seja armazenada na bateria HV, sendo agora o MG1 impulsionado pelo motor térmico de gasolina.

MOTOR TÉRMICO

IMPULSOR

IMPULSIONADO MG2

REGIME

REGIME

MG1

VEÍCULO PARADO

READY

BATERIA HV

INICIO MARCHA

INVERSOR

GERANDO ENERGIA ELÉTRICA

ACELERAÇÃO LIGEIRA

CRUZEIRO BAIXA CARGA

VELOCIDADE ELEVADA

DESACELERAÇÃO

MARCHA-ATRÁS

MOTOR TÉRMICO

IMPULSOR

IMPULSIONADO MG2

REGIME

REGIME

MG1

CONDUÇÃO COM MOTOR TÉRMICO E MG2

54

TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

VELOCIDADE DE CRUZEIRO COM BAIXA CARGA

Nesta fase de funcionamento, o MG1, ao operar como gerador, oferece uma resistência na subida de binário, que tem de ser vencida pelo binário gerado pelo motor térmico. A unidade de controlo de energia ou o inversor está encarregue de comutar a alimentação do MG1 para dispor do mesmo, quer como o gerador ou motor elétrico.

DURANTE A MARCHA EM CRUZEIRO COM BAIXA CARGA Nesta fase, igual à anterior, a força motriz gerada pelo motor térmico é dividida. Uma parte vai para as rodas e a restante é empregue para gerar energia elétrica pelo gerador MG1. Através da unidade de controlo de energia ou inversor, a energia gerada é enviada ao motor elétrico MG2 para se estabelecer como a segunda força motriz para fazer deslocar o veículo. Tanto nesta fase como na anterior, o sistema tenta manter o regime do motor térmico na gama de rotações onde se obtém um maior rendimento, pelo que em determinadas fases de funcionamento o excesso de energia proporcionada pelo motor térmico serve para carregar a bateria HV.


DURANTE A MARCHA À VELOCIDADE MÁXIMA OU ACELERAÇÃO COMPLETA Quando se aumenta a carga circulando a grande velocidade, o motor elétrico MG2 é alimentado não só com a energia produzida pelo gerador MG2, mas também com a energia elétrica oriunda da bateria HV, proporcionando uma maior potência que se vem juntar à potência fornecida pelo motor térmico de gasolina.

READY

BATERIA HV

INICIO MARCHA

INVERSOR

ACELERAÇÃO LIGEIRA

CRUZEIRO BAIXA CARGA

VELOCIDADE ELEVADA

DESACELERAÇÃO

MARCHA-ATRÁS

MOTOR TÉRMICO

IMPULSOR

IMPULSIONADO MG2

REGIME

REGIME

MG1

VELOCIDADE DE CRUZEIRO COM BAIXA CARGA

VELOCIDADE MÁXIMA OU ACELERAÇÃO COMPLETA

DURANTE A MARCHA COM DESACELERAÇÃO Durante a desaceleração do veículo, o sistema reage de forma diferente em função da posição selecionada pelo condutor da alavanca de velocidade.

READY

BATERIA HV

INICIO MARCHA

INVERSOR

ACELERAÇÃO LIGEIRA

CRUZEIRO BAIXA CARGA

VELOCIDADE ELEVADA

DESACELERAÇÃO

MARCHA-ATRÁS

MOTOR TÉRMICO

IMPULSOR

IMPULSIONADO MG2

REGIME

MG1

REGIME

DESACELERAÇÃO COM A ALAVANCA NA POSIÇÃO “D” Ao ser produzida uma desaceleração do veículo, o motor térmico para. Neste momento, a inércia do veículo aciona o motor elétrico MG2, fazendo com que a unidade de controlo de energia o faça funcionar como gerador assim carregar a bateria HV. Se a desaceleração se realizar a partir de uma elevada velocidade, o motor térmico não para, mantendo uma velocidade pré-determinada para proteger as engrenagens.

VELOCIDADE DE CRUZEIRO COM BAIXA CARGA

FASE DE DESACELERAÇÃO DO VEÍCULO

AGOSTO 2016

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TURBO OFICINA

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REPARAÇÃO PARCERIA

Manutenção

Opel Adam

OPEL ADAM GLAM 1.0T 115HP 3P S/S CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO

O Opel Adam é a proposta da marca alemã no segmento dos citadinos. Com um aspeto irreverente e altamente personalizável, a boa dotação tecnológica não encarece os seus custos com manutenção, que não vão além dos €3,65/100 km. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

N

uma altura em que todos querem ser diferentes e a individualização se tornava um negócio, a Opel lançou um citadino. De nome Adam, este modelo apostava forte neste mercado da indivualização, oferecendo nada mais nada menos que 61 mil combinações diferentes do exterior, número que podia ascender às 82 mil, caso se optasse também por decorar o habitáculo. Disponível em três níveis de equipamento – Jam (ativo), Glam (requintado) e Slam (desportivo) – o citadino alemão coloca à disposição do consumidor várias soluções tecnológicas, como o Intellink, para ligar o telefone e aceder a aplicações, estacionamento automático, alerta de ângulo morto, volante aquecido e porta-bicicletas integrado FlexFix. Mas toda esta tecnologia não o torna um veículo mais dispendioso de manter, como podemos ver pelos €3,65 gastos em manutenção por cada 100 km. Analisando a variante de 999 cc com 115 cv e com o nível de equipamento intermédio, o Glam, de acordo com o plano de manutenção a 48 meses e 120 mil km do fabricante, o custo total de manutenção previsto é de €4384,24, dos quais a fatia maior corresponde às peças de desgaste, com um total de €1683,22. Nesta categoria, o sistema de travagem é o que obriga a maior dispêndio, consumindo um total de €1329,27, distribuídos entre as trocas de pastilhas, os discos dianteiros e o próprio líquido de travões. Seguem-se, na lista de gastos, os €253,95 das seis

trocas de escovas limpa parabrisas e €100 para a carga do ar condicionado. A seguir na lista de custos aparecem os pneus, que consomem um total €1576,30 do total previsto para manutenção. A quase totalidade deste valor vai para as 10 trocas de pneus preconizadas, na medida 195/55 R16H, que obrigam ao dispêndio de €1429,70, distribuídos por 10 substituições. O remanescente é gasto na equilibragem dos pneus (€76,60), respetivas válvulas (€25) e no alinhamento da direção (€45). As revisões são a terceira maior parcela desta conta de manutenção e correspondem a um desembolso de €642,01 ao longo do período em análise. A mão-de-obra, calculada com base no valor médio nacional de €35,95 e multiplicada pelas 6,7 horas de manutenção preconizadas, ascende a €240,87 e é a maior fatia nesta secção. A ela seguem-se a substituição dos vários filtros – óleo, ar e pólen –, com €175,40, e o preço dos quatro litros de óleo semissintético, calculado a €12,21/litro, com um total de €170,94. Para terminar há ainda que contabilizar as velas, cuja substituição custa €54,80. A finalizar as contas há ainda que juntar €27,00 para a IPO e €455,71 reservados para a inflação. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis.ribeirinho@4fleet.pt.

POTÊNCIA (CV)

115

CILINDRADA (CC)

999

EURONCAP CO2 112 TRANSMISSÃO /TRAÇÃO

DIANTEIRA

CAIXA DE VELOCIDADES

MANUAL; 6 VELOCIDADES

CARROÇARIA

BERLINA / 3 PORTAS / 4 LUGARES

REVISÕES

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

642,01 €

MÃO DE OBRA

240,87 €

[6,7]

ÓLEO

170,94 €

[4]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

3,5

TIPO DE ÓLEO

SEMI SINTÉTICO

FILTRO DE ÓLEO

47,40 €

[4]

FILTRO DE AR

49,90 €

[2]

FILTRO DE PÓLEN

78,10 €

[2]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

- €

[0] [2]

VELAS

54,80 €

DESGASTE

1.683,22 €

LIMPA PARA-BRISAS FRENTE

224,36 €

LIMPA PARA-BRISAS TRÁS

29,59 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

517,90 €

[4] [2]

[4]

PASTILHAS TRÁS

597,42 €

DISCOS FRENTE

199,57 €

[1]

DISCOS TRÁS

- €

[0]

LÍQUIDO DE TRAVÕES

14,38 €

[2]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

- €

[0]

CARGA AR CONDICIONADO

100,00 €

[1]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRAS

- €

[0]

BOMBA AGUA

- €

[0]

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

[0]

AVARIAS

- €

[0]

ELÉTRICAS

- €

[0]

TOTAL

- €

[0]

PNEUS

1.576,30 €

PNEUS FRENTE

195/55R16H

PNEUS TRÁS

195/55R16H

PNEUS

1.429,70 €

ALINHAMENTO DE DIREÇÃO

45,00 €

[3]

EQUILIBRAGEM

76,60 €

[10]

VÁLVULA

25,00 €

[10]

OUTROS

482,71 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

455,71 €

AJUSTES

- €

[10]

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

4.384,24 €

/100 KMS

3,65 €

CONSUMO MISTO IMPOSTO CIRCULAÇÃO (IUC)

346,05 €

* VALORES SEM IVA

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

[4,90]



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REPARAÇÃO

BMW Série 3 (E46)

Desmontagem das correias de distribuição Em parceria com a Revista Técnica automóvel, explicamos-lhe como efetuar intervenções ao nível das correias de distribuição e da cabeça dos BMW 320D e 330D com carroçaria E46 (entre 04/98 e 10/01).

M

otor 6 cilindros M57: Motor diesel de quatro tempos de injeção direta de alta pressão por rampa comum (Common Rail), 6 cilindros em linha verticais, disposto longitudinalmente na parte dianteira do veículo. Bloco do motor de fundição e cabeça de liga de alumínio. Distribuição com quatro válvulas por cilindro, comandadas por duas árvores de cames em cabeça acionadas por correias. DESMONTAGEM E MONTAGEM DAS CORREIAS DE DISTRIBUIÇÃO DESMONTAGEM Imobilizar o volante de direção em posição de linha reta e retirar a chave de contacto. Desmontar o revestimento abaixo do compartimento do motor. Realizar o despejo do motor. Desmontar o filtro de ar de habitáculo com a sua caixa. Desmontar as tampas insonorizantes do motor. Desmontar a blindagem do tabliê, na parte traseira da passagem da roda esquerda.

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

Desmontar o tubo guia da vareta de nível do óleo. Colocar um dispositivo de sujeição do motor (útil BMW 00 0 200) nas anilhas de levantamento, situadas na parte dianteira da cabeça. Separar o acoplamento elástico do eixo intermediário da coluna de direção sobre a caixa. Desligar os tubos do líquido de vácuo dos suportes do motor. Desmontar os apoios de fixação da barra estabilizadora. Desmontar o reforço triangular do trem dianteiro. Apoiar a travessa do motor. Baixar um pouco a travessa do motor, sem desmontar a caixa de direção. Desligar a sonda de nível do óleo e separar a sua cablagem elétrica. Desmontar as chapas térmicas e as tampas de insonorização abaixo do motor. Desmontar os parafusos de fixação do cárter inferior e separá-lo pela parte traseira.

Recuperar a junta de estanquicidade do cárter inferior. Voltar a montar a travessa do motor, reapertar os suportes de motor e, a seguir, retirar o dispositivo de sujeição das anilhas de levantamento da cabeça. Realizar a desmontagem da cabeça. Desmontar o rolete guia da correia de acessórios e o alternador. Desmontar o compressor de climatização e suspendê-lo por baixo do veículo, sem desligar as suas tubagens. Desmontar o suporte do compressor. Desmontar a bomba de assistência de direção, sem desligar as suas tubagens e suspendê-la para um lado. Desmontar o vaso de expansão com o seu tubo de líquido refrigerante principal. Imobilizar a polia da cambota com uma alavanca apropriada (útil BMW 11 6 460), para desmontar os parafusos de fixação e a polia. Através de um extrator apropriado, desmontar o retentor do cárter de distribuição.


ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL

Neutralização do pistão inferior do tensor de correia com a mão e com um passador de o 4 mm

Desmontar o tensor da correia de acessórios. Desmontar a bomba de água. Desmontar o cárter de distribuição. Separar a correia secundária de distribuição, depois de ter marcado o seu sentido de rotação, se deve ser reutilizada. Comprimir com a mão o tensor hidráulico através do patim da correia primária e neutralizá-lo com um passador de ø 4 mm ou uma broca. Desmontar o rolo de guia e o patim de tensão da correia primária. Desmontar a porca do carreto da bomba de alta pressão. Através de um extrator apropriado (BMW 13 5 191 – ver cotas de fabricante no capítulo “Motor 4 cilindros M 47”), extrair o carreto da bomba de alta pressão. Desmontar o carreto da cambota e o da bomba de alta pressão junto com a correia primária.

Montagem da correia de distribuição primária (com os carretos de cambota e de bomba de alta pressão) e do cárter de distruibuição. 1. Tensor hidráulico neutralizado com 2 passadores de 0 4 mm 2. Patim de tensão 3. Rolo de guia 4. Casquilhos de centrado do cárter de distribuição

EX CLU

SIV O

Colocação do passador de decalagem da cambota no volante do motor (útil BMW 11 2 300), com cotas de fabricação (em mm). A ranhura de 1 mm serve para a rotura do passador, em caso de esquecer de desmontá-lo, evitando danos no motor

Nota: a posição do carreto da bomba de alta pressão em relação a esta última não tem importância.

Montar o cárter de distribuição e apertar por etapas sucessivas os parafusos de fixação até o par prescrito.

Montar e apertar ao par prescrito a porca do carreto da bomba de alta pressão. Montar o patim de tensão e o rolo de guia da correia primária. Através do patim de tensão da correia primária, comprimir o pistão inferior do tensor e desmontar o passador para libertar o pistão.

Nota: esperar que a cabeça e o cárter inferior estejam montados para substituir o retentor do cárter de distribuição. Montar o alternador e o rolete guia da correia de acessórios. Montar a bomba de assistência de direção.

Nota: se as correias devem ser reutilizadas, marcar o seu sentido de montagem e de rotação. Se for necessário, desmontar o tensor da correia. Recuperar a junta do cárter de distribuição. MONTAGEM Assegurar-se da presença dos casquilhos de centrado do cárter de distribuição sobre o bloco do motor. Montar uma junta de cárter de distribuição nova. Comprovar o estado e a posição de montagem da chaveta sobre a cambota. Comprovar o estado das correias, dos carretos, patins, guias e rolos. Assegurar-se que o pistão do cilindro n.º 1 esteja em PMS. Montar os carretos de cambota e de bomba de alta pressão junto com as correias, colocando o carreto da cambota sobre a sua chaveta.

DISTRIBUIÇÃO 1. Bujão 2. Juntas de estanquicidade 3. Retentor 4. Cárter de distribuição 5. Tensor 6. Guias de tensão 7. Rolos de guia 8. Correia primária

9. Chavetas meia-lua 10. Carreto de cambota 11. Cambota 12. Carreto de bomba de alta pressão 13. Bomba de alta pressão 14. Carretos de árvores de cames~ 15. Correia secundária 16. Árvore de cames de escape

17. Árvore de cames de admissão 18. Lingueta 19. Topo hidráulico 20. Chavetas 21. Prato 22. Mola 23. Retentor de haste de válvula 24. Válvula

AGOSTO 2016

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TURBO OFICINA

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62

REPARAÇÃO

Afrouxar a porca de fixação do conjunto viscoacoplador e ventilador, imobilizando a bomba de água pelo hexágono do seu eixo. Atenção: o viscoacoplador do ventilador de refrigeração está fixado sobre a bomba de água por uma porca com rosca à esquerda. Bujões do cárter de distribuição desmontados. 1. Parafuso de distensão do tensor hidráulico 2. Orifício para passador do pistão supeiror do tensor hidráulico 3. Orifício para passador do pistão inferior do tensor hidráulico 4. Porta de fixação do carreto de bomba de alta pressão

Montar o tensor da correia de acessórios. Montar a bomba de água. Realizar a montagem da cabeça. Suportar o motor pelas anilhas de levantamento. Desmontar a travessa do motor. Aplicar pasta de estanquicidade nas esquinas do plano de junta inferior do bloco do motor (porta-retentor traseiro e cárter de distribuição), previamente limpos (ver figura em capítulo “Motor 4 cilindros M47”). Montar uma junta de estanquicidade de cárter inferior nova. Montar o cárter inferior. Para o resto da montagem, efetuar as operações de desmontagem por ordem inversa, respeitando os pontos seguintes: substituir todas as juntas de estanquicidade e particularmente o retentor do cárter de distribuição. respeitar os pares de aperto prescrito. substituir os parafusos de fixação da polia de cambota. acoplar o eixo intermediário com a caixa de direção, respeitando as marcas de alinhamento de posição de linha reta. DESMONTAGEM-MONTAGEM DA CABEÇA E DECALAGEM DA DISTRIBUIÇÃO DESMONTAGEM Desligar a bateria. Desmontar a tomada de ar de admissão sobre a travessa dianteira, com o seu tubo. Desmontar a tampa de insonorização dianteira do motor. Desmontar o filtro de ar de habitáculo com a sua caixa. Desmontar a blindagem central do tabliê. Desmontar a carcaça do filtro de ar de motor e separar o filtro. Desmontar a blindagem lateral da parte traseira da passagem da roda esquerda. Desmontar a espuma isolante sobre a tampa da cabeça. Desligar os injetores e separar a cablagem elétrica.

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

Colocação dos úteis de decalagem dar árvores de cames (1) (úteis BMW 11 6 320/321/322, ver cotas de fabricação em capítulo “Motor 4 cilindros M47”) e neutralização do pistão supeior do tensor de correias de distribuição por através de um passador (2) (útil BMW 13 3 340, cotas de fabricação em mm)

Desmontar os tubos de ar e de reciclagem de gases da válvula EGR e desligar o seu tubo de vácuo. Desmontar o coletor de admissão e desligar o sensor de pressão absoluta, a electroválvula de portinholas de ar e o tubo de vácuo (versão com transmissão automática). Tampar os tubos de admissão da cabeça. Desmontar o caudalímetro de ar. Desmontar as tubagens dos injetores. Desmontar os injetores. Se for necessário utilizar um extrator de inércia. Desmontar a tampa da cabeça. Desmontar o revestimento inferior abaixo do compartimento do motor. Realizar o despejo do circuito de refrigeração. Desligar o conector do lado direito do revestimento do ventilador de refrigeração. Desmontar as fixações do revestimento do ventilador.

Situação dos parafusos de fixação do patim de tensão (1) e do rolo de guia (2) da correia secundária de distribuição. Não afrouxar nunca os parafusos de fixação (3) da ponte da bomba de vácuo

Separar a carenagem de ar com o ventilador e o seu viscoacoplador por cima. Realizar a desmontagem da correia do compressor de climatização e a de acessórios. Desmontar a bomba de vácuo. Desmontar as fixações do turbocompressor abaixo do coletor de escape. Desmontar o acumulador de alta pressão. Desmontar a anilha de levantamento da cabeça. Desligar e separar os tubos do líquido refrigerante e as velas de pré-aquecimento. Desmontar o bujão para o passador do volante do motor ou do prato de arrastamento, situado no lado esquerdo do motor, abaixo do sensor de regime da cambota. Girar a cambota pela sua polia (útil BMW 11 6 480), no seu sentido de rotação, para pôr o motor em posição de decalagem cilindro nº1 em PMS. Nesta situação, as pontas das cames do cilindro nº1, em cada árvore de cames, devem orientar-se para cima (ver figura em capítulo “Motor 4 cilindros M47”). Nesta posição, introduzir o passador de decalagem do volante do motor (ver cotas de fabricação), por baixo do sensor do regime, até que se encaixe de forma audível. Desmontar o rolo de guia superior da correia de distribuição secundária. Desmontar o bujão pequeno do cárter de distribuição, situado mais acima, através de uma chave Allen de 17. Pelo orifício do cárter de distribuição afrouxar o parafuso do tensor de correias, para retirar a pressão hidráulica. Colocar o útil de decalagem da árvore de cames (úteis BMW 11 6 320 / 321 / 322), sobre os entalhes do eixo de admissão (ver cotas de fabricação em capítulo “Motor 4 cilindros M47”). Girar lentamente a árvore de cames de escape, no sentido horário, pelo parafuso de fixação do seu carreto até que o tensor das correias de distribuição esteja comprimido. Nesta posição, neutralizar o tensor introduzindo um passador de ø 4 mm (útil BMW 11 3 340) pelo orifício do cárter de distribuição. Imobilizar as árvores de cames pelo seu hexágono de 22 mm, para afrouxar o parafuso de fixação dos carretos. Nota: não utilizar o útil de decalagem das árvores de cames para imobilizá-los, para


EX CLU

SIV O

Situação dos casquilhos de centrado da cabeça (1) e sentido de montagem dos conjuntos de biela e pistão (2)

Ordem de aperto dos parafusos da cabeça

evitar deteriorar o plano de junta superior da cabeça.

Limpar e secar os alojamentos dos parafusos da cabeça no bloco do motor e no cárter de distribuição, passando uns machos de roscar adequados. Comprovar a retitude do plano de junta da cabeça e o do bloco do motor. Em caso de valores fora de tolerância, substituir a cabeça ou o bloco do motor. Montar uma junta de cabeça nova sobre o bloco do motor, de espessura idêntica à desmontada, se não tiver sido trocado nenhum elemento do trem alternativo (pistões, bielas…). Caso contrário, medir a saliência dos pistões para determinar a espessura da junta a montar. Efetuar em cada pistão duas medidas diametralmente opostas no eixo longitudinal do bloco do motor e em cada extremidade da cabeça do pistão.

Desmontar o carreto do eixo de escape, levantando a correia ao máximo para cima, e separar o carreto entre o útil de decalagem e a correia. Atenção: não afrouxar os parafusos de fixação da ponte da bomba de vácuo sobre a cabeça. Desmontar o carreto do eixo de admissão e manter a correia esticada. Desmontar o parafuso de fixação do patim de tensão e separá-lo, puxando para cima. Desmontar o parafuso de fixação do rolo de guia da correia de distribuição secundária. Desmontar o útil de decalagem do eixo de admissão. Separar o passador de decalagem do volante do motor. Mantendo a correia esticada, girar a cambota cerca de 45º em sentido inverso da rotação, para evitar o contacto entre as válvulas e os pistões. Afrouxar progressivamente as tampas de árvores de cames, começando pelas tampas exteriores para terminar pela tampa central. Desmontar as tampas de árvores de cames e ordená-las. Separar as árvores de cames. Desmontar os impulsores hidráulicos com os balancins e ordená-los sem desemparelhálos. Desmontar as velas de pré-aquecimento. Desmontar os parafusos de fixação da cabeça sobre o cárter de distribuição. Afrouxar os parafusos de fixação da cabeça progressivamente e por etapas sucessivas, por ordem inversa do aperto prescrito. Desmontar os parafusos de cabeça. Desmontar a cabeça com o coletor de escape. Recuperar a junta de cabeça. MONTAGEM Limpar os planos de juntas da cabeça e do bloco motor. Utilizar um produto decapante e evitar a utilização de ferramentas cortantes. Evitar a introdução de corpos estranhos nas tubagens de óleo.

Nota: anotar o valor maior das 12 medidas. Assegurar-se da presença dos casquilhos de centrado sobre o bloco do motor. Mantendo a correia de distribuição esticada, girar a cambota em cerca de 45º em sentido inverso de rotação, para evitar contacto entre válvulas e pistões. Colocar a cabeça. Montar os parafusos de cabeça novos e ligeiramente lubrificados e apertá-los, respeitando a ordem e o par de aperto prescritos.

Situação dos parafusos de fixação da cabeça sobre o cárter de distribuição

Identificação e sentido de montagem das tampas de árvores de cames. A1 a A7. Árvore de cames de escape. E 1 a E7. Árvore de cames de admissão

Montar e apertar ao par prescrito os parafusos de fixação da cabeça sobre o cárter de distribuição. Montar os impulsores hidráulicos com a sua lingueta, na sua situação de origem. Lubrificar as superfícies das árvores de cames na cabeça. Colocar as árvores de cames. Nota: a árvore de cames de admissão está marcada com “E” e a de escape está marcada com “A” (ver figura no capítulo “Motor 4 cilindros M47”). Colocar as tampas de árvores de cames previamente lubrificadas, orientando a sua marca para que seja legível do lado do coletor de escape. Nota: as tampas estão marcadas com “E1” a “E7” para o eixo de admissão e com “A1” a “A7” para o eixo de escape, com as tampas “E1” e “A1” do lado da distribuição.

Montagem da bomba de vácuo. Assegurar-se que o pulverizadoe do parafuso de fixação (1) do carreto de árvore de cames de escape não esteja tampado, montar a bomba com uma junta nova (2) e colocar as suas pestanas (3) nas ranhuras do carreto (4)

Apertar progressivamente até o par prescrito as tampas de árvores de cames, começando pela tampa central para terminar pelas tampas exteriores. Girar as árvores de cames para colocá-las em posição de decalagem, com as pontas das cames do cilindro n.º 1 para cima. Colocar o patim de tensão guiando a correia de distribuição. Montar e apertar o parafuso de fixação do patim (parafuso novo). Montar o rolo de guia e apertar o seu parafuso de fixação (parafuso novo). Pôr a cambota em posição de decalagem, mantendo esticada a correia de distribuição, AGOSTO 2016

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TURBO OFICINA

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62

reparação

Reapertar o parafuso de tensão do tensor de correias. Montar o bujão para o passador do cárter de distribuição, com uma junta nova. Imobilizar o eixo de admissão e apertar o parafuso de fixação do seu carreto ao par prescrito. Colocar o útil de decalagem das árvores de cames nos entalhes do eixo de escape, em posição PMS cilindro n.º 1. Imobilizar o eixo de escape pelo seu hexágono, e apertar o parafuso de fixação do seu carreto ao par prescrito. Desmontar o útil de decalagem das árvores de cames e o passador do volante do motor. Efetuar duas voltas da cambota no seu sentido de rotação e voltar ao ponto de decalagem para comprová-lo. Quando as pontas das cames do cilindro n.º 1 estiverem orientadas para cima, deve introduzir-se o passador no volante do motor. Nesta posição comprovar que o útil de decalagem das árvores de cames é introduzido livremente nos dois eixos, apoiando sem folga sobre o plano de junta superior da cabeça. Em caso contrário, afrouxar o parafuso de fixação de cada carreto da árvore de cames até que fiquem livres. Através do útil de decalagem das árvores de cames, ajustar a posição dos eixos e reapertar os carretos. Comprovar de novo a decalagem. Desmontar os úteis de decalagem.

CABEÇA 1. Caudalímetro 2. Tampa de cabeça 3. Sensor de posição das árvores de cames 4. Juntas de estanquidade

5. Bujão de enchimento de óleo 6. Bujões de obturação 7. Chapa térmica 8. Anilha de levantamento 9. Cabeça

e montar o passador de decalagem do volante do motor. Colocar o útil de decalagem das árvores de cames, sobre os entalhes do eixo de admissão em posição PMS cilindro n.º1. Colocar o carreto do eixo de admissão na correia e montá-lo sobre o seu eixo. Montar um parafuso de fixação novo sobre o carreto do eixo de admissão, sem apertá-lo, para deixar livre o carreto. Colocar o carreto do eixo de escape na correia e montá-lo sobre o seu eixo. Como para o carreto de admissão, montar um parafuso de fixação novo sobre o carreto do eixo de escape, sem apertá-lo.

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

10. Parafusos de cabeça 11. Parafuso de cárter de distribuição 12. Junta de cabeça 13. Sonda de temperatura de líquido de refrigeração

Nota: a posição dos carretos em relação às árvores de cames não tem importância. Comprovar que o orifício no centro do parafuso de fixação do carreto do eixo de escape não esteja tampado, já que assegura a lubrificação da bomba de vácuo. Montar o rolo guia superior, depois de ter substituído a sua junta de estanquicidade. Girar o eixo de escape no seu sentido de rotação até que o tensor de correia esteja comprimido. Nesta posição desmontar o passador de neutralização do tensor para libertá-lo. Afrouxar meia volta o parafuso de fixação do carreto do eixo de escape.

Para o resto da montagem efetuar as operações de desmontagem por ordem inversa, respeitando os pontos seguintes: substituir todas as juntas de estanquicidade e respeitar os pares de aperto prescritos. montar a bomba de vácuo procurando colocar as suas pestanas de arrasto nas ranhuras do carreto da árvore de cames de escape. aplicar um cordão fino de pasta de estanquicidade sobre o plano de junta superior da cabeça, a cada lado da ponte da bomba de vácuo (ver figura em capítulo “Motor 4 cilindros M47”). ao montar a tampa da cabeça, procurar colocar corretamente a junta de estanquicidade nas ranhuras situadas na parte traseira da cabeça. limpar os alojamentos dos injetores antes de montá-los. substituir as tubagens de alta pressão e de injeção. montar o coletor de admissão, assegurando-se da presença dos ‘silent-blocs’ abaixo do coletor e substituir as juntas de estanquicidade. untar a rosca dos parafusos de fixação do turbocompressor por baixo do coletor de escape com pasta à base de cobre.



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REVISÃO

PNEUS

Tiresur

Medalha de ouro e novo site B2B

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Tiresur é a primeira empresa de distribuição de pneus espanhola a ser distinguida com a Medalha de Ouro e Mérito no Trabalho pela Associação Europeia da Economia e Competitividade. Segundo esta organização, o prémio “reconhece, recompensa e celebra o êxito das empresas que apresentam uma trajetória exemplar a nível nacional e/ou europeu, com práticas e iniciativas que apoiam o espírito e consciência empresarial”. Assim, as empresas e os profissionais que recebem esta distinção convertem-se em modelos e referências, quer no seu setor, quer a nível nacional e internacional. A Tiresur e o seu presidente, Antonio Mañas, referem, em comunicado, ter orgulho por receberem “tão relevante distinção, reconhecendo o mérito empresarial, a ética e o profissionalismo de uma empresa com mais de 80 anos de história, referência de distribuição de pneus no nosso país e que inclui também uma importante representação na América Latina (com escritórios no Brasil e no Panamá) e África, além dos escritórios em Espanha e Portugal”. Entretanto, a Tiresur lançou um novo site B2B para Portugal. Para a empresa, este site marca

o início de uma nova era digital. Criado em colaboração com o departamento de Imagem da empresa, as principais funcionalidades deste novo B2B estão divididas em quatro grandes blocos: orçamentação, onde o cliente poderá criar, configurar, modificar, guardar ou recuperar os seus orçamentos; áreas pessoais para clientes e associados; “Minha Área Tiresur”, na qual o cliente poderá ver os seus pedidos, faturas, dados, etc.; e documentos, onde é possível aceder a comunicações e

informação técnica. A Tiresur sublinha que, através deste website, o acesso ao stock de Espanha será uma realidade, uma vez que os clientes poderão verificar a disponibilidade dos produtos nos armazéns em Espanha e efetuar a sua compra, sendo que neste caso a entrega será efetuada em 48 horas. Para a Tiresur, este é um B2B que facilitará a relação da oficina com o seu fornecedor de pneus, reduzindo o tempo das decisões e aumentando a eficiência na gestão.

NOMEAÇÕES

MARCAS TÊM NOVOS REPRESENTANTES

ALBERTO GRANADINO DIRETOR GERAL IBÉRICO DA GOODYEAR DUNLOP

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

ELENA BALLISTA DIRETORA DA PIRELLI PARA PORTUGAL

JAVIER CABALLERO DIRETOR DE MARKETING PARA ESPANHA E PORTUGAL DA PIRELLI


CONFORTAUTO

REDE OFERECE CARTÕES DE COMBUSTÍVEL

Continental

Novo centro de testes na China

A

Continental abriu um novo centro de testes na China, mais propriamente na localidade de Yancheng. Criado em colaboração com a China Automotive Technology & Research, este novo centro servirá primordialmente para realizar os testes de validação dos seus produtos e sistemas de segurança automóvel, nomeadamente os sistemas eletrónicos e hidráulicos de travagem, bem como os pneus. O novo centro ocupa uma área de 2,68 milhões de quase 250 mil metros quadrados e inclui escritórios e centros laboratoriais de testes,

sendo a mais recente estrutura de testes da marca na China, após a abertura do centro de testes para pneus de inverno em Heihe. “A inauguração deste centro de testes ref lete o compromisso da Continental com o mercado chinês”, referiu Frank Jourdan, membro do conselho executivo da Continental e presidente da Divisão Chassis & Safety. “O nosso objetivo é ir ao encontro das necessidades do mercado, bem como potencializar a consciencialização do país para a segurança rodoviária”, acrescentou.

A Confortauto Hankook Masters oferece, na sua nova campanha, cartões de combustível com até 60 euros pela compra e montagem de pneus da marca Hankook até ao próximo dia 03 de setembro nos centros aderentes à promoção. A promoção permite obter cartões de combustível de 60 e 20 euros, dependendo da medida dos pneus adquirida. Assim, para a medida 205/55 R16, o cliente final receberá o valor de 20 euros. No entanto, se o cliente final optar por colocar pneus de jante 17’’ ou superior de qualquer medida, o prémio será de 60 euros. A promoção pela compra de pneus Hankook é exclusiva para a rede Confortauto Hankook Masters. Para beneficiar desta promoção, os clientes devem realizar as suas compras nas oficinas aderentes, aceder a www.confortauto. pt/promohankook e registar-se, anexando a sua fatura de compra. Em poucos dias receberá o seu cartão oferta.

FALKEN

AZENIS FK510 PARA OS UHP A Falken acaba de dar a conhecer a sua mais recente proposta para o segmento UHP: o Azenis FK510. Este pneu incorpora as mais recentes tecnologias da Falken, conseguindo assim, de acordo com a marca, prestações de exceção em piso molhado e uma prestação superior contra o aquaplaning. O Azenis FK510 conta com uma maior proporção negativa de desenho, combinada com um grande volume de sulcos circunferenciais e com uns ombros com contornos arredondados. Existem também várias lamelas que otimizam o contacto com a superfície em curva e cortam de forma

PAOLO FERRARI PRESIDENTE E CEO DA UNIDADE DE NEGÓCIOS NA EUROPA, MÉDIO ORIENTE E ÁFRICA DA BRIDGESTONE

mais eficaz a película de água que cobre o asfalto. Além disso, os técnicos da Falken dotaram este pneu de uma nova tecnologia que distribui de forma constante a pressão do pneu no solo, conhecida com ACP (Adaptive Constant Pressure), e ainda com uma tecnologia de desenho 4D, com sulcos longitudinais e uma maior flexibilidade dos flancos, para uma resposta mais equilibrada do conjunto, sobretudo em curva. Já disponível, o Falken Azenis FK510 é proposto em dez dimensões, de 17 a 20 polegadas, com índice da velocidade Y. Todas as dimensões incorporam tecnologia de proteção de jante.

TOM ADAMS DIRETOR EUROPEU DE VENDAS NO DEPARTAMENTO DE CONSUMER BUSINESS DA BRIDGESTONE

DUNLOP

PLATAFORMA WEB DE NOVA GERAÇÃO A Dunlop deu a conhecer a sua nova estratégia digital. Ao abrigo deste novo planeamento, a marca de pneus lançará, em Portugal, uma nova e melhorada plataforma digital, em www.dunlop. eu, que, segundo um projeto-piloto realizado em 2015 no Reino Unido, mostrou potencial para um aumento de até três dígitos no tráfego de acesso para os sites dos distribuidores, a partir do novo site da Dunlop. Será também aposta o foco mediático para reter a procura online de pneus, impulsionando o tráfego do site da Dunlop para o top três do setor. Testada com sucesso no Reino Unido, em 2015, a nova plataforma revela, diz a Dunlop, potencial para aumentar em 763% no tráfego para os sites dos concessionários a partir do novo site da Dunlop. Os principais benefícios para as oficinas de pneus são o aumento do tráfego para o site da oficina; a existência de um novo localizador de oficinas, com mais informação; e um mapa adaptado para uso móvel, com indicações de localização das oficinas.

AGOSTO 2016

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TURBO OFICINA

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JURÍDICO

Radares, Carta por Pontos e o combate à sinistralidade

P MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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TURBO OFICINA

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AGOSTO 2016

or muito que possa custar aos aceleras, vemos finalmente a serem implementadas medidas que visam e garantem de forma automática a redução da sinistralidade e das vidas que se perdem abruptamente ano após ano nas estradas portuguesas. A carta por pontos por si já significou um avanço significativo no combate à infracção e à sinistralidade, levando os condutores a terem uma diligência e um cuidado tanto maiores quanto menores forem os pontos que têm nas suas cartas de condução. Ainda é cedo para fazer um primeiro balanço, mas a experiência colhida noutros países e as reacções e relatos de quem já perdeu pontos nas cartas fazem acreditar que a medida será um sucesso em termos de redução de sinistralidade. É uma medida que teve a sua origem na anterior legislatura e peca apenas por tardia. No mês passado, e depois de vários anos de preparação, entrou em funcionamento o Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) que se espera também venha a ter reflexos nos hábitos de condução dos portugueses e um impacto muito positivo nos níveis de sinistralidade quer no que se refere ao número de acidentes verificados quer quanto ao número de mortos e de feridos graves que deles resultam. Já em 2013 se dizia que o principal objectivo do SINCRO seria “fazer com que Portugal saia da cauda da União Europa, no que diz respeito a segurança rodoviária, baixando a sinistralidade rodoviária de forma significativa e sustentada”. Importa perceber que o excesso de velocidade é a maior causa de mortalidade seja por colisão, despiste ou por

atropelamento, esta última com números verdadeiramente assustadores. Aquando da apresentação do programa, estabeleceram-se quatro vectores básicos: fiscalizar automaticamente a velocidade de cada veículo em cada local de controlo de velocidade, promover o cumprimento dos limites de velocidade, evitar a prática de velocidade excessiva, culminando no principal que é a diminuição da sinistralidade rodoviária e a gravidade das suas consequências. Assim posto em marcha, e para já, este sistema, com um custo projectado inferior a 3,5 milhões de euros, prevê a instalação de 30 radares nos locais considerados mais críticos pelo Ministério da Administração Interna. A rede prevista só deverá estar completamente operacional em 2017. Nessa altura estarão instaladas 50 cabines, cada uma apta a receber um dos 30 radares que irão variando de localização. Ou seja, embora seja conhecida a localização das cabines, não é possível aos condutores saber quais dessas é que, a cada momento, têm os radares instalados. O funcionamento dos radares é simples e impõe respeito: Verificando-se a passagem de um veículo em infracção, a aplicação do Sistema de Gestão de Eventos de Trânsito (SIGET), comunica automaticamente e sem qualquer intervenção humana com o Sistema de Contra-ordenações de Trânsito (SCoT), para a emissão das notificações aos condutores. Ou seja, a partir do momento em que vemos o flash no retrovisor, dá início um processo automático que culmina com a emissão automática da notificação da prática da infracção.




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