Turbo Oficina 052

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N.º 52 | SETEMBRO 2016 | 2,2€

ESTRELAS DO AFTERMARKET Conheça as principais novidades no aftermarket nacional e quais os produtos e serviços que prometem facilitar-lhe a vida e aumentar receitas. Fique ainda a par de tudo aquilo de que precisa para ter uma oficina modelo, preparada para fazer face aos desafios do futuro e vencer no mercado.

SÉRGIO VITORINO ADMINISTRADOR DA DEKRA PORTUGAL REVELA QUE A EMPRESA QUER LANÇAR ACADEMIA DE FORMAÇÃO E INSTITUIR CARTEIRA PROFISSIONAL

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GRUPO MCOUTINHO APOSTA NO DIGITAL E NA TECNOLOGIA RESULTA NUM AUMENTO EXPONENCIAL DAS VENDAS DA AZ AUTO E DA MCOUTINHO PEÇAS

REPARAÇÃO ACOMPANHE OS PROCEDIMENTOS NO BANCO DE DESEMPENO PARA INTERVENÇÕES NAS CARROÇARIAS HÍBRIDAS E MULTIMATERIAIS



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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA

N.º 52 | SETEMBRO 2016

PELOS NOSSOS ANUNCIANTES PRO4MATIC SELO DE CAPA RODAPEÇAS RODAPÉ DE CAPA MANN-HUMMEL VERSO DE CAPA JAPANPARTS PÁG. 5 TRW PÁG. 9 MCOUTINHO PÁG. 17 SWAG PÁG. 19 RPL CLIMA PÁG. 25 OLEOBLITZ PÁG. 27 SIKA PÁG. 31 METELLI PÁG. 37 VALEO PÁG. 39 SPINERG PÁG. 41 DRIVELINE PÁG. 43 DUNBELT PÁG. 47 HUTCHINSON PÁG. 49 VENEPORT PÁG. 51 WOLF LUBRIFICANTES PÁG. 53 DISPNALPÁG. 55 CEVISMAP PÁG. 59 ATA PÁG. 63 CARF VERSO CONTRACAPA BOSCH CONTRACAPA

MARCAS NESTA EDIÇÃO

dossier P. 34 A oficina modelo

As inovações nos automóveis e os clientes mais informados e exigentes mudaram as regras do jogo na oficina. Saiba como criar um negócio moderno e preparado para enfrentar, e vencer, os desafios atuais e do futuro.

AGC 48 ALIDATA 35 ANECRA 24 ARAN 34 ASAE 24 ARNOTT 10 ATS 17 AUTEL 15 AUTO DELTA 6 AUTOZITÂNIA 6, 26 AXALTA 4, 8 AZ AUTO 11,28 BASF COATINGS 12 BERNER 12

1 RADAR P. 6 Destaques do aftermarket 2016

5 RAIO X P. 44 Comercial do mês - Peugeot Partner Office

BILSTEIN GROUP 6, 34 BOLAS 34 BOSCH 11, 26, 48 BRIDGESTONE 18, 65 CAR ACADEMY 26

2 PROTAGONISTA

P. 46 Novas MAN TGE / Volkswagen Crafter

CARGLASS 7, 25 COMETIL 15,34

P. 20 Sérgio Vitorino, administrador da Dekra Portugal

P. 48 Notícias internacionais

CONTINENTAL 25, 50 COOPER TIRE 18

“Queremos criar a Dekra Academy, P. 52 Barómetro Informa D&B P. 54 Radiografia - Alfa Romeo Giulia uma academia para o setor automóvel. Um dos nossos grandes 6 REPARAÇÃO objetivos é que os operadores do setor tenham formação e, mais, uma P.56 Novos materiais das carroçarias sobre o banco “Os veículos atuais, dotados em carteira profissional” muitos casos de carroçarias híbridas e multimateriais, exigem um 3 REVISÃO tratamento específico no banco” P. 24 Novidades do mercado

CORAUTO 12 DEKRA 20 DELPHI 11 DOMINGOS E MORGADO 15 DUNLOP 65 ECOLUB 11 ECO-PARTNER 11, 36 EQUIASSISTE 15, 34 EUROMASTER 27 FACOM 17 FEBI 6 FILOUREM 27 FLENNOR 7 GESTGLASS 7 GIET 16 GLASSDRIVE 7, 20 GLASURIT 12, 13 GONÇALTEAM 39 HISPACER 8 HUNTER 15 INFORAP 11, 35 JF EQUIPAMENTOS 17 JOHN BEAN 15 KROFTOOLS 17 LD AUTO 11 MAN 46 MCOUTINHO 11, 28 MERPEÇAS 10 MEYLE 6, 10

P. 58 Manutenção Mercedes Classe E Station

MOTUL 18 NATUREZA VERDE 36 NORAUTO 20 PACEC 10 PETRONAS 18, 49 PEUGEOT 44

4 ESPECIALISTA

PIONEER 50 QUCAAN 17 R-M 12, 14 RPL CLIMA 17

P. 28 AZ Auto/MCoutinho Peças

RUPES 51 RUVILLE 6 S-TEC 10 SAGE 35 SAINT-GOBAIN 7 SALERI 10 SAVA 65 SERVIDIESEL 11, 27 SIKA 7 SOGILUB 36

P. 32 Dossier Excelência na Produtividade

P. 60 Caixa de velocidades 0A4A do Volkswagen Golf V

7 pneus P. 64Notícias do setor

SOLUTIONS4YB 12 SPIES HECKER 15 SPINERG/SHELL 26 STC 27 TECNIVERCA 17 TRW 51 VALEO 6 VENEPORTE 10 VOLKSWAGEN 46, 60 VOSLA 10 VDO 64

OPINIÃO P. 66 Consultório jurídico

WABCO 50 ZF 49 ZIMMERMANN 10

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT

Um aftermarket estrelado

O

mês de setembro marca, para a larga maioria dos portugueses, o fim das férias e o retorno ao bulício do trabalho. Mas, tal como para as crianças e para os jovens este é o início de um novo ano escolar que têm de superar com distinção, também para os adultos esta é uma oportunidade para traçarem fasquias mais altas na sua vida profissional. No que ao aftermarket diz respeito, 2016 tem sido um ano pródigo em novidades, consubstanciadas em lançamentos de produtos e equipamentos que visam garantir soluções eficientes e duradouras ao cliente, qualquer que seja a área de intervenção. Do mesmo modo, as empresas do setor têm vindo a superar-se no desenvolvimento de serviços que facilitem a vida aos clientes empresariais. Neste particular, não podemos deixar de destacar a aposta no digital e nas plataformas móveis, que promete agilizar e facilitar a vida dos profissionais e técnicos da área automóvel. Porque a competitividade exige que esteja constantemente atualizado, a TURBO OFICINA percorreu o mercado nacional

em busca das principais novidades que poderá integrar no seu negócio de modo a potenciar a criação do máximo valor para o seu cliente e a máxima rentabilidade para si. De resto, esta é precisamente a fasquia que deve erguer para si, pois só com este posicionamento conseguirá acompanhar a rápida evolução do mercado e enfrentar o futuro com argumentos de peso. Compreender, e realmente interiorizar, a mudança do paradigma do negócio - cuja rentabilidade tem uma ligação direta com o foco no cliente e com a procura de soluções ótimas e eficientes de trabalho – é o primeiro passo para capacitar a sua empresa com as competências de que necessita para competir num mercado cada vez mais informado e exigente. Para orientá-lo nesta odisseia, preparámos-lhe um especial que, embora se foque na caracterização da oficina modelo dos tempos modernos, é um excelente guia de boas práticas para qualquer negócio do setor que tenha a ambição de ter sucesso, até porque este está ao alcance de todos. Por que não apontar ao céu e juntar-se a este aftermarket já tão estrelado?...

DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET

Andreia Amaral EDITORA CHEFE andreiaamaral@turbo.pt

IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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Novidades

Estrelas do aftermarket 2016 O ano de 2016 tem sido repleto de lançamentos, tanto em termos de produtos como de serviços, que prometem acrescentar valor ao negócio e aumentar a eficiência dos trabalhos na oficina. Percorremos o mercado nacional em busca das principais novidades e revelamos-lhe os grandes destaques de 2016.

PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO DELTA VALEO NO PORTEFÓLIO A parceria com a Valeo é o principal destaque da Auto Delta no ano de 2016, uma vez que proporcionou a abertura de gamas de produto que ainda não estavam tão desenvolvidas e que, segundo Armindo Romão, administrador da empresa, “poderão representar o futuro do mercado do aftermarket, caso dos produtos elétricos e eletrónicos”. O responsável adianta que, com “a Valeo, as escovas de limpa-vidros da SWF também foram adicionadas à nossa gama, permitindo aumentar a nossa quota de mercado nessa linha de produto específico”. Além da parceria com a Valeo, a Auto Delta também se prepara para introduzir no mercado nacional os kits de distribuição com bomba de água da Meyle. “A entrada

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da marca alemã nesta gama de produto traz com ela tudo o que é apanágio da mesma: a qualidade, a fiabilidade e a acessibilidade”, refere Armindo Romão, acrescentando que “será apresentado ao mercado uma grande abrangência de referências que, como tem sido habitual na Auto Delta, representará fielmente o parque automóvel português, sendo que o produto terá o selo de qualidade de primeiro equipamento a que se juntará, em algumas referências, o selo “HD” da Meyle e os seus quatro anos de garantia. AUTOZITÂNIA GAMAS FEBI E RUVILLE A Autozitânia ampliou a sua oferta de produtos com as gamas febi e Ruville. “Os nossos clientes sentiam necessidade da oferta dos produtos de qualidade que estas marcas comercializam”, afirma Flávio Menino, responsável de marketing da Autozitânia, indicando: “Por pertencerem a grupos conceituados no aftermarket, estas marcas são por si só sinónimo de qualidade. A Autozitânia tem como referência a qualidade dos produtos que comercializa, e a principal característica dos produtos destas marcas é mesmo a sua elevada qualidade, que garantem a satisfação dos nossos clientes e que, por sua vez, lhes transmite confiança nos produtos que comercializamos.” Até final

do ano, a empresa irá continuar com a estratégia de alargamento do portefólio de marcas e produtos, de modo a oferecer aos clientes uma oferta cada vez mais diversificada e a ir ao encontro das suas necessidades. Com esse intuito, recorde-se, a empresa inaugurou este ano novas instalações, que contribuíram para o seu crescimento sustentado e para a melhoria do serviço prestado. BILSTEIN FEBI CAR EM PORTUGAL A incorporação da febi car na estrutura em Portugal é a grande novidade da Bilstein em 2016, por se tratar não só de um grande investimento, mas também de uma grande oportunidade. “Estamos muito empenhados na evolução da marca e, por isso, investimos fortemente no stock, nos recursos e nos serviços satélites, que garantem um crescimento sólido e consistente a longo prazo”, afirma o Bilstein Group.


igualmente com o sistema LWDS (Lane Departure Warning System), o qual inclui uma câmara para alertar o condutor através de um sinal acústico ou pela vibração do volante quando as linhas delimitadoras da via estão a ser transpostas. Para colocar à disposição dos clientes os vidros de automóveis dotados com as mais recentes tecnologias e com uma qualidade igual ao do produto original, a Gestglass irá continuar a investir em ferramentas que permitam uma correta identificação do vidro indicado à viatura pretendida.

Produtos febi car

Apesar de ser uma marca muito reconhecida ao nível da direção e da suspensão, a febi car disponibiliza todo um conjunto de outras famílias de produtos igualmente fortes, como, por exemplo, artigos de metal borracha para sistemas de direção e suspensão, artigos elétricos, ou ainda outros inseridos na gama febi Plus, que diz respeito a peças geralmente difíceis de encontrar no IAM. Destaque ainda para os Pro Kits, que contemplam os componentes para uma reparação completa. “Todos estes artigos podem ser pesquisados no catálogo ‘online’, têm stock em Portugal e toda uma estrutura de apoio na venda e no após venda”, afirma a empresa. CARGLASS NOVA MARCA DE ‘CAR CARE’ A grande novidade da Carglass em 2016 é o lançamento da marca Protech, que conta com mais de 40 produtos diferentes para a limpeza de vidros, proteção da carroçaria e do interior. “Esta é uma aposta que nasceu no mercado português e conta com um investimento superior a 500 mil euros em produtos no segmento de ‘car care’, na proteção e limpeza automóvel”, afirma Liliana Moreira, PR & Marketing Manager da Carglass. “É um projeto 100% português, desde a ideia até à conceção gráfica, imagem, produção e logística”, acrescenta. Os produtos da gama Protech estão divididos em três linhas: Vision, que conta com um conjunto de produtos para a limpeza dos vidros, escovas, repelentes, massa de polimento e panos especiais para vidros; Interior, uma linha constituída por limpa estofos, impermeabilizantes, renovadores de pele, limpa tablier, ambientadores, que protegem e ajudam na limpeza do inteiro do automóvel; Exterior, que protege a carroçaria e os elementos exteriores do automóvel, limpa jantes, shampoos, lustrante pneus, ceras líquidas, ajudam a manter o brilho do automóvel.

FLENNOR JOGOS DE CORREIA DENTADA A Flennor iniciou a comercialização de jogos de correia de dentada que até agora eram apenas disponibilizados pelos fabricantes de equipamento original. Esta á principal novidade num ano que não vai contar com o reforço de qualquer novo grupo de produtos, mas no alargamento das gamas atuais, em especial em jogos de correia de dentada ou em peças para o conjunto da correia de distribuição. A empresa alemã refere que os jogos de correia dentada estão a ganhar uma importância crescente na Europa, uma vez que os elevados custos de mão de obra tornam mais compensadora a substituição do jogo completo do que de apenas algumas peças. “A diferença de custo na mão de obra pode chegar ao dobro”, refere a empresa. GESTGLASS VIDROS COM SISTEMAS ADAS A Gestglass passou a disponibilizar aos seus clientes vidros que incorporam os mais recentes avanços tecnológicos, incluindo o sistema ADAS (Advanced Driver Assistance Systems) que está presente Mercedes 207 Cabrio de 2013, no Mercedes 204 de 2011 Coupé ou ainda nos modelos Ford Transit Custom ou Ford Tourneo Custom, entre outros. Além do sensor de chuva/ luminosidade, estes vidros contam

GLASSDRIVE INOVAÇÃO NO VIDRO E ADESIVOS Com o objetivo de demonstrar a qualidade do vidro da Saint-Gobain e dos novos adesivos da Sika, a Glassdrive vai organizar, no dia 25 de setembro, o primeiro ‘car lift’ mundial e os primeiros ‘crash-tests’ realizados em Portugal. O evento “No Limite” terá a organização técnica do Instituto Politécnico de Leiria. “Queremos demonstrar qualidade do nosso vidro e em combinação com os novos adesivos Sika, possibilitará uma redução drástica nos tempos de imobilização da viatura, permitindo assim que a Glassdrive possa entregar a viatura ao seu cliente no prazo mais reduzido de marcação (30 minutos de tempo de secagem da cola – SDAT), com todas as garantias de funcionamento dos sistemas de segurança”, refere Vasco Azevedo, diretor comercial da Glassdrive. Um outro projeto da Glassdrive para este ano consiste na implementação de um sistema que agilize a identificação do vidro, simplificando a gestão do processo logístico, com ganhos de produtividade.

“Será um produto absolutamente revolucionário que, com base em tecnologia exclusiva e inovadora apenas possível e ao alcance de um fabricante, permitirá agilizar a identificação da peça e das suas características técnicas e de diferenciação ligadas a marca e ao fabricante do veículo”, salienta Vasco Azevedo. SETEMBRO 2016

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HISPACER REFRISOL SELLANTE O Refrisol Sellante é um novo gás ecológico que incorpora um vedante eficaz que evita

as fugas no inverno por falta de atividade do sistema e as microfugas que se produzem no circuito de refrigeração pelo desgaste

das suas juntas, vedações, radiadores, pela sua utilização ou pelo envelhecimento dos mesmos.

Não necessita de carga da máquina, uma vez que não tem de ser esvaziado 100% orgânico

Compatível com a maioria dos gases clorofluorcarbonetos

Ecológico. A sua fórmula (HC) hidrocarbonados não contém produtos com cloro, fluor ou outros componentes tóxicos que poluem o ar, garantindo-se que a sua utilização não provoca contaminação, sendo classificado como gás ecológico

Menos fugas

Maior duração

Não é prejudicial para o ozono

Menos consumo de energia

Mais fácil, rápido e seguro. Os seus componentes hidrocarbonados puros realizam no circuito uma limpeza extra da sujidade produzida pela composição dos gases degradados, ajudando à regeneração desses componentes sem causar congestionamentos no sistema

Menos desgaste

Maior capacidade de frio

Ideal para equipamentos antigos de gás refrigerante R12

i DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA CANÁRIAS CETAM 2020, S.C.P TELEFONE: 928 79 00 01 / 687 78 22 91 FABRICADO PARA HISPACER, S.L MARCAS REGISTADAS PARA A HISPACER POR J.B.L PARA ESPANHA E PORTUGAL

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a S-TEC (um fabricante de espelhos OEM), e Vosla (especializada em iluminação). SALERI LINHA PARA VEÍCULOS PORSCHE A Saleri passou a disponibilizar uma ampla gama de produtos para veículos da marca Porsche, tendo inclusivamente lançado um mini-catálogo especial. O fabricante italiano, que nos últimos anos esteve envolvido no desenvolvimento de produtos inovadores no equipamento de origem, tais como bombas de água variáveis e elétricas, anunciou que alguns deles também passarão a constar da oferta de ‘aftermarket’ no segundo semestre de 2016. Merpeças

MERPEÇAS SUSPENSÕES PNEUMÁTICAS ARNOTT Correspondendo às solicitações da Arnott, a Merpeças passou a disponibilizar stock de suspensões pneumáticas para veículos de outras marcas além da Mercedes-Benz, designadamente Audi, BMW e Land Rover. Desenvolvidos, patenteados e produzidos pela própria Arnott, estes amortecedores e foles pneumáticos oferecem vantagens face às propostas de outros fabricantes e mesmo em comparação com o equipamento original, incluindo na qualidade e preço, assim como uma garantia de vida “Life Time Warranty”. Por outro lado, o fabricante fornece manuais detalhados para apoio na montagem. Além das suspensões pneumáticas da Arnott, a Merpeças prevê lançar mais algumas novidades este ano, possivelmente em outubro, que ainda estão em estudo. MEYLE KITS DE DISTRIBUIÇÃO A Wulf Gaertner Autoparts vai alargar a sua gama de kits de distribuição com bombas de água Meyle para as marcas Volkswagen, Audi,

Renault, Peugeot e Citroen. Os kits completos incluem todos os componentes necessários para a substituição da correia de distribuição idealmente compatíveis entre si: a correia de distribuição, o material de montagem completo, rolos tensores e polia(s) de desvio, bomba de água, em qualidade MEYLE ou MEYLE-HD. A maioria das bombas de água incluídas nos kits possui vedações de anel deslizante à base de SiC/SiC que estão muito acima

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dos padrões habituais de qualidade no mercado de peças independente. Também os principais fabricantes de automóveis utilizam atualmente este tipo de vedação, que é usado em bombas de água MEYLE. Por este motivo, as bombas de água incluídas nos kits possuem – além do respetivo tempo de garantia – uma garantia de quilometragem mínima de 160 mil quilómetros. A nova gama de kits de distribuição com bombas de água Meyle vai ser lançada em setembro, no Automechanika 2016. PACEC LANÇAMENTO DA MARCA ZIMMERMANN A grande aposta da PACEC em 2016 foi a introdução no mercado nacional de produtos do fabricante alemão Zimmermann, especializado na produção de discos de travão, pastilhas e equipamento original das marcas Mercedes-Benz, Volkswagen, BMW, Porsche, entre outras. A Zimmermann é dos poucos fabricantes que mantêm a sua produção exclusivamente na Alemanha, com uma disponibilidade praticamente total da sua vasta gama, em versões Standard, Sport e as especiais Formula Z.

Será de referir que nos últimos nove meses, a PACEC tem vindo a introduzir marcas, cujas linhas de produtos vieram preencher algumas lacunas na sua oferta, designadamente a OE Germany (com um catálogo de componentes de motores diesel para utilitários e camiões),

Além disso, a gama tradicional de bombas de água mecânicas está a ser constantemente alargada, designadamente com novas referências que a Saleri introduz no mercado do após-venda, que tinha disponibilizado aos fabricantes como fornecedora de equipamento original. VENEPORTE NOVOS FILTROS DE PARTÍCULAS O lançamento de filtros de partículas foi uma aposta da Veneporte em termos de investigação e tecnologia, representando ainda a sua preocupação de produzir e comercializar produtos 100% homologados, que oferecem uma boa performance. O filtro de partículas comercializado pela Veneporte é um produto muito próximo do original, tendo sido utilizadas matérias-primas adequadas e de alta qualidade. A empresa garante a compatibilidade com as peças de origem, o bom funcionamento do sistema de escape e do próprio motor, bem como a elevada performance ecológica e ambiental.


SERVIÇOS AZ AUTO / MCOUTINHO PEÇAS SITES COM NOVAS POTENCIALIDADES Para a AZ Auto e para a MCoutinho Peças, o ano de 2016 irá ficar marcado pelo lançamento do novo portal, desenvolvido internamente. Segundo as empresas, esta é uma aposta contínua, através da qual assegura que “regularmente sejam apresentadas novidades e melhorias”. Os novos portais permitem, a nível de vendas, fazer uma pesquisa inteligente de referências ou, por exemplo, através de copy&paste de Excel adicionar centenas de referências em simultâneo. Ainda na pesquisa os Multi Catálogos estão totalmente integrados com a conceção comercial da empresa, com stock em tempo real e pesquisa pelas características do produto. Por outro lado, a nível financeiro, existe a possibilidade de obter os PDFs dos documentos de venda e fazer consulta e exportação da conta corrente em vários formatos. Em relação às devoluções, foi criada a possibilidade de consulta apenas das devoluções em aberto, assim como de fazer download dos PDFs dos créditos de cada devolução e ainda a possibilidade da adição várias faturas numa mesma devolução.

facilita a comunicação entre os produtores dos óleos usados, a Sogilub e os operadores de recolha, permitindo, desde o registo inicial no SIGOU (Sistema Integrado de Gestão de Óleos Usados), a solicitação da recolha de óleo usado, a consulta e pedido de alteração dos dados de registo e o acesso ao histórico de entregas efetuadas, assim como, a possibilidade de avaliarem e classificarem o nível de serviço prestado. “Os produtores de óleos usados têm assim, através da aplicação SmartLubi, um maior controlo sobre os óleos usados que entregam e um meio de comunicação simplificado com o operador de recolha para solicitarem a recolha de óleo usado.”

cadeia de distribuição do setor aftermarket. Denominada WEI – WEB EDI Inforap, e localizada na ‘Cloud’, é uma plataforma onde as empresas aderentes

ECO-PARTNER SERVIÇO INTEGRADO DE GESTÃO AMBIENTAL

ao serviço estabelecem a comunicação de documentos e ficheiros com os seus parceiros comerciais. O objetivo é “simplificar a relação entre clientes e fornecedores, efetuando a troca de documentos e ficheiros, nomeadamente preçários, de forma segura e automática, evitando investimento humano e falhas, que se traduzirá em eficiência e rentabilidade para todas as empresas intervenientes”, explica Dario Alves.

ECOLUB APLICAÇÃO SMARTLUBI A aplicação “SmartLubi” para smartphone com sistemas Android e iOs é a principal inovação apresentada pela Ecolub ao mercado em 2016. Segundo a empresa, a aplicação

A Eco-Partner passou a disponibilizar o serviço ‘premium’ Ecoready, que é definido pela empresa como um verdadeiro ‘outsourcing’ da gestão ambiental. Trata-se de um serviço de “consultoria operacional chave na mão” que apoia as oficinas no cumprimento integral das suas obrigações ambientais, desde a gestão de resíduos até licenciamentos, análises, avaliações de risco, por um reduzido custo fixo mensal que depende da dimensão. Ainda para este ano, uma das apostas da empresa passa pelo aumento da interatividade com os clientes, através das novas tecnologias, sempre no que se refere à gestão ambiental. INFORAP PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO WEI Com um crescimento de 20% no primeiro semestre, a Inforap acredita que os resultados serão bastante animadores em 2016, uma vez que ainda decorrem negociações para projetos de razoável dimensão e grande importância na área do aftermarket, que deverão ser concluídos ainda este ano. A empresa lançou uma ferramenta para ligar eletronicamente toda a

LD AUTO REPARAÇÃO DE COMPONENTES “COMMON RAIL” A LD Auto prepara-se para iniciar a reparação de uma nova geração de componentes “common rail”. A empresa encontra-se em fase de investimento em equipamento, ferramentas, “software” e na formação de recursos humanos. A LD Auto conta arrancar com esta nova fase de reparação em meados do segundo semestre, sendo elevadas as expetativas. Será de referir que as competências da empresa no domínio da reparação de componentes de injeção foram reconhecidas pela Delphi, no início de 2016, que autorizou a LD Auto a reparar e a embalar em caixa injetores “common rail” da marca, cumprindo todos os requisitos da marca. SERVIDIESEL ÁREA DE SISTEMAS DIESEL DE ALTA PRESSÃO A Servidiesel investiu numa área dedicada à reparação dos sistemas diesel de alta pressão, com um nível de controlo ambiental idêntico à indústria farmacêutica, sendo o único Bosch Diesel Center em Portugal com estas características. Este espaço destinado à reparação e reconstrução de turbos possui

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os mais sofisticados equipamentos que existem no mercado. A empresa desenvolveu igualmente uma sala de formação teórica, que permite juntar mais de 20 formandos com todas as condições pedagógicas necessárias. Para responder às exigências dos clientes, a Servidiesel aumentou o armazém em 20 vezes. A empresa criou igualmente um Serviço de Suporte Técnico ao cliente profissional, fazendo jus ao lema “Soluções Auto”. O objetivo é partilhar o conhecimento e apoiar os clientes numa política de parceria. De acordo com Diogo Bordalo, este “é um produto inovador no nosso setor em Portugal. Em outros países europeus,

já existem empresas especializadas neste tipo de soluções. Sabemos que vai levar algum tempo a mudar mentalidades e a conseguirmos afirmar este novo serviço, mas este é o custo da inovação”. SOLUTIONS4YB NOVAS SOLUÇÕES DE SOFTWARE Com a interligação do TecDoc com o TechRmi, Autodata e os ERP’s dos clientes, a Solutions4yb alargou o leque de soluções de integração para servir o aftermarket e minimizar os custos operacionais dos clientes. Para levar o mercado a adotar o seu ‘software’, a Solutions4yb procedeu à integração com o ERP PHC, o ERP Inforap,

o ERP Active X e o Artsoft. A empresa estabeleceu igualmente uma parceria com a Autodata, passando a integrar o Autodata na sua aplicação s4yb Parts TecDoc Inside v3 .0, que apresenta novo design e novas funcionalidades para os clientes de aftermarket.

CARROÇARIA E PINTURA BASF COATINGS NOVOS VERNIZES E ENDURECEDORES O facto mais marcante em termos de produtos foi o lançamento da nova geração de vernizes, endurecedores e diluentes das marcas R-M e Glasurit. “Cada reparação é uma reparação diferente. O local, ambiente, as condições de aplicação, os equipamentos e os profissionais, são diferentes de oficina para oficina”, afirma Vitor Videira, da BASF Coatings. “Neste âmbito, o mercado, as oficinas reparadoras, precisavam de soluções para responder a tanta diversidade.” A gama da Glasurit passou a contar com os vernizes HS VOC de secagem rápida (923-610), alto brilho (923630), universal (923-625) e antirriscos (923-645), enquanto a R-M passou a disponibilizar o Everclear C 2550, Rapidclear C 2570, Easyclear C 2510, Glossclear C 2560, Extremeclear C 2580. O responsável da BASF Coatings adianta que estes novos produtos, para além de responderem na sua morfologia a qualquer tipo de repintura, têm na facilidade de manuseamento uma das suas principais características, salientando que as grandes performances assentam em qualidade, facilidade/simplicidade de aplicação, redução do número de demãos/menor consumo, secagem rápida, alto teor em sólidos, alto brilho, alta rentabilidade, redução do tempo de mão-de-obra, inexistência de tempos intermédios, redução dos custos energéticos. BERNER COLA DE SECAGEM RÁPIDA A cola bi-componente de secagem rápida para reparação de plásticos é a principal novidade que a Berner apresentou em 2016. Este

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produto foi desenvolvido para a reparação de para-choques, grelhas de radiadores, suportes, spoilers, tampas, e outros materiais plásticos. Segundo a empresa, tem como principal vantagem a “resistência a óleos, combustíveis e solventes e ainda o facto de após secagem ser pintável. Seca muito rapidamente (aproximadamente entre 20 a 30 segundos) e diferencia-se das outras por não precisar de pistola para aplicação”. Entre os projetos da Berner até final do ano destaque para o investimento na melhoria da eficácia da rede de vendas que continua a ser um dos principais canais de ligação ao cliente, que já foi reforçada com a loja online e a ‘app’, as quais representam “uma parte importante nessa proximidade”. No que se refere ao produto, a Berner adianta que o catálogo está “em constante atualização, não só para satisfazer novas necessidades do mercado, como para dar um novo uso a artigos já conhecidos”.

Corauto

CORAUTO REPARAÇÃO DE CARROÇARIAS MISTAS O arranque dos trabalhos de reparação em carroçarias mistas e a montagem de sensores de estacionamento são as principais novidades da Corauto em 2016. “Estamos preparados para reparar este tipo de carroçarias através da rebitagem e colagem mantendo, como sempre, padrões de qualidade elevados”, afirma a empresa. “Sendo mais complexa, a reparação de carroçarias através de técnicas de rebitagem e colagem, traz claras vantagens ao mercado automóvel, nomeadamente aos fabricantes que já apresentam carroçarias mistas (são cada vez mais) que, assim, permitem ao consumidor final um menor consumo de combustível e maior eficiência de condução, consequente da diminuição do peso.” A empresa passou igualmente a montar sensores de estacionamento, a retirar mossas em alumínio e a reparar para-choques plásticos através de soldadura plástica, que cada vez mais é uma alternativa à substituição total do mesmo.


GLASURIT PRIMÁRIO APARELHO CINZENTO 151-170 UV DA GLASURIT A Glasurit lançou um primário aparelho ideal para aumentar a eficiência nas oficinas que fazem reparações de pequenos e médios danos. Sob a marca Glasurit, o primário aparelho cinzento 151-170 UV ajuda a reduzir o tempo despendido nos processos, a energia e os resíduos. Para além destas vantagens, graças à tecnologia UV-A, a sua utilização é bastante fácil e segura.

UV: ultravioleta e ultra versátil Através de uma lâmpada especial obtém-se radiação UV-A. Esta radiação permite uma secagem mais rápida do que qualquer outro processo comumente utilizado nas oficinas, garantindo uma

secagem literalmente à velocidade da luz. Quando comparado com a secagem no forno ou através de infravermelhos, as oficinas podem poupar substancialmente tempo, energia e dinheiro. Ao contrário da secagem em fornos ou através de infravermelhos, a tecnologia UV-A não transmite calor e, portanto, elimina o processo de arrefecimento e evita o risco de deformação nas peças de plástico. Esta tecnologia também garante maior segurança, sendo a menos nociva de entre as radiações ultravioleta, pelo que não apresenta um risco adicional para o pintor. Não é necessário um local específico na oficina e o pintor simplesmente necessita de luvas e óculos de proteção. O novo primário aparelho UV é um mono componente que não requere aditivos e

tem uma vida útil de vários dias, pelo que é fácil e rápido de usar e evita a produção de resíduos. Reparações de pequenas e médias dimensões tornam-se mais rentáveis As oficinas associam a marca Glasurit a processos eficientes. Este novo primário aparelho UV é um produto fácil de utilizar e que ajuda as oficinas a serem mais sustentáveis, uma vez que o tempo dos processos é reduzido evitando o excesso de consumo de energia e materiais. O primário aparelho cinzento 151-170 UV oferece ainda uma excelente proteção anti corrosão, tanto sobre o plástico como sobre o metal e combinado com a radiação UV-A torna-se a solução ideal para as reparações mais comuns atualmente. SETEMBRO 2016

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RM RAPIDCLEAR C2570 + AIRFLASH A2140

A nova geração de vernizes já chegou e com eles a R-M, marca premium para repintura automóvel, otimiza ainda mais a qualidade dos seus produtos que garantem máximo brilho, secagem rápida e extraordinária durabilidade. Entre os novos vernizes destaca-se o RAPIDCLEAR C2570. A sua secagem ultra rápida torna-o no verniz perfeito para pequenas reparações, podendo também ser utilizado para a reparação de uma lateral inteira, obtendo-se ótimos resultados graças ao seu nivelamento perfeito em áreas verticais e horizontais. Ao adicionar o aditivo AIRFLASH A2140, consegue-se uma poupança energética insuperável, uma vez que este aditivo permite uma secagem ao ar, não sendo necessário recorrer ao uso da estufa de secagem. Desta forma consegue-se economizar custos e energia. No entanto, caso se recorra à estufa de secagem, obtém-se superfícies livres de poeiras em menos de 10 minutos.

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AIRFLASH A2140 +RAPIDCLEAR C 2570 Livre de poeira

20 - 30 min.* 10 - 15 min. < 10 min.

Pode ser lixado

2 – 3 h

1 h**

1 h**

*Cabine em modo de circulação de ar **Tempo de espera à temperatura ambiente após secagem da superfície em estufa

Processo rápido Poupança de energia Máxima estabilidade / Processo seguro Excelente facilidade de lixagem Nivelamento perfeito em áreas verticais e horizontais 1,5 ou 2 demãos (com evaporação intermédia).


energético e excelente acabamento. Este produto utiliza entre15 e 50% da energia consumida por um verniz convencional com uma secagem de 30 minutos a 60 ºC, sendo simultaneamente, muito competitivo em termos de produtividade e acabamento. A Spies Hecker deverá lançar no último trimestre outros produtos da mesma natureza química.

SPIES HECKER VERNIZ HS SPEED CLEARCOAT 8800 A Spies Hecker tem vindo a introduzir novas gamas de produtos quimicamente mais evoluídas e sempre cumprindo a legislação europeia dos COV. A mais recente inovação é o HS Speed Clearcoat 8800, um verniz para secar que alia a maior produtividade, menor consumo

EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

COMETIL NOVA HUNTER RFT ELITE A apresentação da RFT ELITE da Hunter é um dos destaques do ano em curso para a Cometil. Trata-se de uma evolução da RFT e nas suas funções base continua a diagnosticar a deriva lateral do pneumático, a excentricidade do mesmo e da jante, a variação de força do pneu, além de permitir escolher a posição de montagem de cada roda na viatura, de modo a contrariar a deriva lateral que os mesmos podem originar na direção. Todavia, a principal inovação da RFT ELITE consiste na deteção automática das dimensões das jantes, da posição dos raios para ocultar os pesos atrás destes, mantendo as restantes funções. “O objetivo é ter o mínimo de intervenção do Operador, que literalmente só tem que colocar a roda na máquina”, afirma a Cometil. “O tempo gasto pelo operador no diagnóstico e equilíbrio diminui substancialmente com a utilização da RFT ELITE.” DOMINGOS E MORGADO SISTEMA PROSPEED O Sistema Prospeed é a grande novidade da Domingos e Morgado no domínio das máquinas de montar pneus. Segundo o diretor comercial da empresa, Domingos Lopes, o equipamento tem-se revelado de “grande

utilidade para os utilizadores na montagem de pneus de baixo perfil e RFT”. Sem a intervenção do operador, o Sistema Prospeed faz uma gestão automática do binário força/velocidade de rotação, diminuindo a velocidade de rotação do prato quando necessita de maior força e aumentando essa velocidade na presença de pneus mais macios. Ainda este ano, a Domingos e Morgado conta apresentar duas novidades da marca John Bean: a máquina de alinhar direções, a V1200, e uma nova equilibradora, a B340. “Ambas as marcas destinam-se a preencher uma lacuna que tínhamos na entrada de gama destes dois segmentos de mercado”, refere Domingos Lopes. A empresa também tem vindo a propor aos clientes contratos de manutenção preventiva que têm vindo a “granjear, cada vez mais, aceitação por parte da nossa rede de clientes”.

Segundo Vitor Fontes, o balanço do primeiro semestre é “relevantemente positivo e estava previsto”, uma vez que a Equiassiste continua a trabalhar não só no seu mercado tradicional – oficinas – como também na montagem de novos Centros de Inspeção e na modernização dos existentes. “Outras áreas, como por exemplo, novos e apropriados meios de pintura e soldadura auto, têm tido relevantes resultados. Por outro lado, a nossa representada “Autel” - Autodiagnóstico Automóvel - continua a ser um caso de sucesso. Na escola de formação da Equiassiste continuam, periodicamente, a ser ministrados cursos de formação, curiosamente, (o que é novo) já não só em formação pura de Autodiagnóstico Automóvel, mas também, nas novas técnicas de comunicação, direta, com os fabricantes de automóveis”. De realçar ainda a montagem, no início do ano, daquele que a empresa diz ser o mais moderno banco de potência 4x4 montado em Portugal, no cliente Repro4, em Leça do Bailio. O equipamento permite fazer testes de potência não só a automóveis como também a motos.

EQUIASSISTE APOSTA NO DIAGNÓSTICO E INSPEÇÃO Os produtos que mais se destacaram no primeiro semestre foram os equipamentos de autodiagnóstico automóvel, de soldadura automóvel e os novos equipamentos e tecnologias para Centros de Inspeção.

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GRUPO DE IMPORTACIÓN Y EQUIPAMIENTO TECNOLÓGICO, S.L. (GIET) 25 ANOS A EQUIPAR OFICINAS NAS CANÁRIAS Grupo de Importación y Equipamiento Tecnológico, S.L, (GIET, S.L.) é um nome longo, tal como o é o tempo há que equipa centenas de oficinas nas privilegiadas Ilhas Canárias. Comercializa todo o catálogo de produtos da Launch Ibérica (diagnóstico, elevadores, máquinas de desmontar pneus e equilibradoras, cabines, etc.), ferramentas e utilitários BGS, peças, lubrificantes e tratamentos de combustível, produtos químicos, gases ecológicos para ar condicionado e qualquer aconselhamento sobre software, hardware e formação específica, que requer, para o funcionamento adequado, qualquer oficina moderna do século XXI. Para comemorar o seu 25º aniversário, o GIET quer dar aos seus clientes descontos

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especiais em todas as gamas de produtos, bem como um financiamento em equipamentos de diagnóstico, analisadores de gases e opacímetros, equipamentos de elevação, alinhamento e no setor de pneus. Como líderes internacionais em equipamentos de diagnóstico, dispõem dos mais modernos equipamentos Launch, como X431 Pro S, Pro3 e Pad2 e o seu premiado GOLO (primeiro diagnóstico remoto para clientes de oficinas independentes que permite conectar os veículos aos telemóveis). Durante o mês de agosto e até 30 de setembro, o Giet faz uma promoção que consiste em três anos de atualização na compra de qualquer equipamento de diagnóstico profissional. Além disso, a esta promoção junta-se um Plan Renove, que fará

com que a compra do equipamento seja uma verdadeira oferta promocional. Sem esquecer as condições de financiamento para renting a partir de 45 euros/mês.


destaque, sendo essenciais para a mudança das correias de distribuição dos automóveis e tendo sido desenvolvidos especificamente para os modelos de motores correspondentes.

JF EQUIPAMENTOS E SERRALHARIA PAINÉIS ENDOTÉRMICOS PARA CABINES DE PINTURA O lançamento de sistemas de painéis endotérmicos para cabines de pintura é um dos destaques da JF Equipamentos e Serralharia em 2016. A principal vantagem consiste na redução do consumo de energia e o cumprimento dos limites de emissões atmosféricas exigidas pela lei. O comando do sistema é efetuado informaticamente com interface ‘touchscreen’, que oferece várias possibilidades de controlo das cabinas, incluindo a variação da temperatura ou das áreas a aquecer em função das necessidades. Até ao final do ano, a empresa irá apresentar outras novidades na área dos equipamentos oficinais, equipamentos de diagnóstico da representada ATS, com uma solução ‘low-cost’ e outra mais completa. KROFTOOLS 30 NOVIDADES A CAMINHO A Kroftools vai lançar mais de 30 produtos no segundo semestre deste ano, incluindo bloqueios, extratores, ferramentas manuais, regulação e teste, ferramentas pneumáticas e muitos outros. “Historicamente, o segundo semestre é mais relevante para as vendas e acreditamos que este ano não será diferente”, afirma Luana Norões, responsável de marketing desta empresa. Os novos jogos de sincronização para diversas marcas e modelos de automóveis, como o Mercedes M651, Chrysler 2.8D e Mercedes M157, M276 e M278, merecem também PUBLICIDADE

QUCAAN TOPTUL LIMITED EDITION A Qucaan lançou o carro de ferramentas Toptul Limited Edition. Equipado com novos tabuleiros EPE (fibra de carbono), laváveis com água, o novo carro de ferramentas da Toptul oferece espaço para arrumação de 208 peças e permite uma identificação fácil das ferramentas, sendo igualmente resistente aos óleos. A Qucaan passou igualmente a representar para o mercado ibérico a marca brasileira especializada em equipamentos de lubrificação e abastecimento Bozza, que já conta com 65 anos de história. RPL CLIMA MÁQUINA DE DIAGNÓSTICO DE FUGAS A RPL Clima introduziu uma nova máquina de diagnóstico de fugas – Fumo – que poderá ser utilizada na vertente de ar condicionado e em qualquer outro circuito fechado de um veículo: água, ar ou óleo. O equipamento executa análises de fugas de uma forma fácil e rápida, trabalhando com ar sob pressão para proporcionar testes na ordem dos 0 aos 30 psi.

Esta máquina de diagnóstico está preparada para baterias de automóveis de 12V ou 24V e oferece um modo duplo de trabalho: via ar e fumo. A empresa lançou ainda um serviço de departamento de garantias, que, segundo o responsável da empresa, é “único no após-venda no que diz respeito à montagem / reparação do ar condicionado automóvel, agrícola e industrial”. STANLEY BLACK&DECKER CARROS DE ARRUMAÇÃO JET+ A principal novidade da Stanley Black & Decker (FACOM) foi o lançamento da nova geração de carros de arrumação Jet+, que oferecem entre cinco a nove gavetas, em que cada gaveta tem entre três a cinco módulos. Os carros Jet+ foram concebidos para todo o ambiente oficinal e dispõem de proteções nos cantos, rodas de 125 mm de diâmetro, tampos em PET e superfície de trabalho em alumínio com rebordos retráteis, evitando a queda de ferramentas. TECNIVERCA CARREGAMENTO DE AR CONDICIONADO A Tecniverca lançou uma máquina de carregamento de ar condicionado da marca Spin, que permite a utilização dos dois gases em simultâneo. Denominada Breeze Touch Dual, possui dois tanques, dois evaporadores, dois compressores e dois filtros, dispondo ainda de circuitos separados para os óleos e corante. Além desta característica principal, disponibiliza um ecrã tátil de 7” para acesso a um menu intuitivo, com base de dados multi-idiomas (atualizável via USB), sistema de compensação inverno/verão, bomba de vácuo e impressora. Até final do ano, a empresa tenciona reforçar a sua gama, com a inclusão de produtos anaeróbios.


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LUBRIFICANTES MOTUL GAMA HYBRID RANGE A Motul lançou a gama “Hybrid Range”, que é constituída por quatro produtos “Fully Synthetic” desenvolvidos especialmente para veículos híbridos e híbridos Plug-in (HEV e PHEV). Estes lubrificantes caraterizam-se por uma viscosidade extremamente baixa, abrangendo produtos com graus SAE 0W8, 0W12 e 0W20. Entre outras características especiais, esta gama oferece uma elevada poupança no consumo de combustível. A Motul é a primeira marca de lubrificantes do mundo a desenvolver e comercializar produtos com graus de viscosidade 0W8 e 0W12. “Numa altura em existe uma consciência global para reduzir a dependência dos combustíveis fosseis e sendo a Motul uma empresa com uma profunda consciência ambiental, não podíamos deixar de responder a este repto”, refere a empresa. O laboratório da Motul está igualmente a trabalhar na homologação de um produto com a norma VW 504/507, mas com o grau de viscosidade 0W30, que oferece um melhor desempenho em termos de economia de combustível e uma significativa redução de emissões de CO2. A Motul está ainda a ultimar o lançamento de uma gama de produtos de limpeza, Gama Workshop, assim como um produto para limpeza interna das caixas de velocidades automáticas.

PETRONAS NOVOS SELENIA A Petronas Lubrificants Portugal alcançou um crescimento de dois dígitos no primeiro semestre em comparação com o período homólogo do ano anterior e a empresa tem a expetativa de manter essa tendência. A Petronas irá continuar a apostar na gama Syntium com tecnologia CoolTech, que permite satisfazer as necessidades de mais

de 90% do parque circulante em Portugal, e desenhada para enfrentar o calor excessivo do motor e conseguir um rendimento ótimo. No que se refere a lançamentos em 2016, destaque para os dois novos lubrificantes – PETRONAS Selenia Digitek 0w-40 e PETRONAS Selenia FORWARD WR-20 – desenvolvidos especificamente para os motores 2.9 V6 e 2.2 JTD, que equipam o novo Alfa Romeo Giulia.

COOPER TIRE LANÇAMENTO DO COMPROMISSO COOPER A Cooper Tire implementou no primeiro trimestre de 2016 uma iniciativa europeia denominada “Compromisso Cooper”, que tem como objetivo tornar mais interessante a comercialização dos pneus da marca pelos profissionais do setor. Este programa oferece uma garantia ´premium’ para os novos modelos Cooper Zeon CS Sport, Zeon CS8, para veículos de turismo de elevadas prestações e berlinas de segmento médio, respetivamente, e o Zeon 4XS Sport, para SUV’s. Estes três modelos de pneus começaram a ser comercializados em 2016 e receberam a classificação “A” para piso molhado. Para o utilizador final, o “Compromisso Cooper” é constituído por três garantias em uma: prova de estrada de 30 dias ou mil quilómetros, cobertura por danos acidentais e uma garantia de desgaste até 48 mil quilómetros. Para a oficina, o “Compromisso Cooper” representa uma

vantagem na fidelização dos clientes, bem como a possibilidade de dar cobertura e oferecer mais serviços.

PNEUS BRIDGESTONE REVOLUÇÃO COM DRIVE GUARD A Bridgestone lançou o Drive Guard, um produto que, segundo a marca, veio “revolucionar o futuro do mercado de pneus e que gradualmente o consumidor começa a aderir e a procurar”, afirma André Bettencourt, diretor de marketing da Bridgestone Portugal. Este produto possui tecnologia ‘run flat’ e pode ser aplicado em qualquer veículo ligeiro, desde que equipado com sistema de monitorização da pressão. A Bridgestone considera que o Drive Guard veio “democratizar a tecnologia ‘run flat’ para todos, garantindo mobilidade (evita ter de ficar parado na estrada) e conforto (porque, ao contrário dos tradicionais pneus ‘run flat’, este apresenta o mesmo conforto de um pneu convencional e porque evita ter de parar para mudar uma roda). Para além disso, um preço posicionado entre o pneu convencional e o pneu ‘run flat’ tradicional da marca, o que por si só é também uma mais-valia”.

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Sérgio Vitorino

“Queremos instituir a carteira profissional no setor” Em franco crescimento e em fase de investimento em Portugal, a Dekra está apostada em dotar o setor automóvel de conhecimento e competência. Com esse objetivo, está a desenvolver a Dekra Academy e pretende instituir a carteira profissional. TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO

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epois da inauguração do seu primeiro centro de inspeção automóvel em Portugal, a Dekra continua a desenvolver novos projetos em território nacional. Nesse sentido, está a investir 20 milhões de euros no desenvolvimento de áreas de negócio como a formação, gestão de clientes, testes de estrada para novas viaturas e, claro, os centros de inspeção. Segundo Sérgio Vitorino, administrador da Dekra Portugal, em andamento está também a

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construção das novas instalações para a sede da empresa, projetadas de raiz para fazer face a um crescimento anual na ordem dos 35%, pretendendo atingir os 300 colaboradores em 2020. A Dekra está a investir 20 milhões de euros em Portugal. Qual o foco deste investimento? Vamos investir em diversas áreas. Temos programado um investimento de cerca de 15

milhões de euros nos centros de inspeção, em que pretendemos ter uma rede na ordem dos 30 a 40 centros em 2020, entre centros próprios e franchisados. Em setembro e outubro, vamos abrir os centros de inspeção do Seixal e de Sintra, a que se seguirão outros. No Grupo Dekra já temos cerca de 7500 centros de inspeção na Europa e, desses, perto de 2500 são franchisados. Queremos aplicar esse conceito em Portugal e reconverter centros existentes, para termos


ciclo de quatro a cinco anos, período em que um veículo percorre, em média, cerca de 80 a 100 mil quilómetros. Para já estamos a realizar os testes na zona da grande Lisboa. Mas outro dos investimentos que estamos a fazer é numa nova sede, que vai ser nos Cabos d’ Ávila [Lisboa]. Assim que estiver construída, o que prevemos acontecer no final de 2017, passaremos a ter todas as atividades centradas lá, inclusivamente os testes a viaturas, que é o nosso segundo foco de investimento. Qual é o terceiro? A formação?... Sim. Queremos criar a Dekra Academy, uma academia para o setor automóvel. Um dos nossos grandes objetivos é que os operadores do setor tenham formação e, mais, uma carteira profissional. Nas atividades ligadas ao setor automóvel não há carteira profissional. Isso tem um custo enorme para as empresas, que têm de estar sempre a formar colaboradores, e para as pessoas competentes e capazes, porque, como não há diferenciação, os salários são pagos pela mesma fasquia. Mas queremos ir ainda mais longe e fazer o seguimento da carteira ao longo de toda a vida do profissional. Queremos instituir a carteira profissional, dar formação e competência às pessoas e colocar as que já estão no setor neste circuito.

representatividade em todo o país. Com uma rede franchisada é mais fácil gerir o efeito de proximidade, sendo que esses centros beneficiam de todo o nosso “know-how” ao nível técnico, comercial e da gestão dos clientes. Este ano começámos também a fazer em Portugal testes de viaturas novas e de peças. Nesta área, trabalhamos em parceria com as Dekra dos outros países. Já fizemos um teste a 11 viaturas no primeiro semestre e, no dia

15 de setembro, inicia-se um teste a mais 19 viaturas. Perfazendo um total de mais de um milhão de km em 2016. Que tipo de testes fazem e em que local são realizados? São testes de estrada, de desgaste rápido, em que tentamos fazer entre 80 e 100 mil quilómetros ao longo de quatro ou cinco meses. O objetivo é verificar o comportamento da viatura ou da peça num

O sucesso da carteira não pressupõe regulamentação nesse sentido? Não necessariamente. Um dos problemas que existe no setor é ao nível dos recursos humanos. Por exemplo, há uma escassez enorme de mecânicos bons e competentes. Se existisse uma carteira, para além de se garantir a formação, seria mais fácil perceber quais são as carências, o que é do interesse de todo o setor. Mesmo alguém que trabalhe na receção da oficina tem, hoje em dia, de ter formação comercial, para saber gerir e seguir o cliente. E esta é uma área em que as oficinas, maiores ou menores, vão ter de se dedicar no futuro. Como a Dekra já dá, a nível nacional e internacional, formação para diversas áreas do setor, queremos aproveitar esse “know-how” interno para dar formação qualificada aos profissionais portugueses, seja para entrarem no setor ou para aprofundarem competências e atualizarem-se. O facto de potencialmente virem a ter apoio do programa “Portugal 2020” ajuda a reforçar a credibilidade desta iniciativa e da formação da Dekra? Sim, estamos, e vamos continuar, a fazer candidaturas muito grandes ao “Portugal 2020”, exatamente para conseguirmos

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fundos que permitam desenvolver a formação e criar este “know-how” no setor automóvel com um custo bastante reduzido para os nossos clientes, até porque, em termos de formação, um dos problemas do setor é a rentabilidade e a formação, muitas vezes, é vista como um custo. Mas a grande validade da Dekra a nível formativo deriva do facto de sermos líderes mundiais ao serviço do setor automóvel. Enquanto os outros centros de formação estão ligados a vários setores de atividade, nós estamos vocacionados para o setor automóvel. A nível internacional, temos academias de formação com décadas. Para além de termos o conhecimento técnico, vamos lançar ferramentas para a formação completamente inovadoras que iremos apresentar brevemente. APOSTA NO ACOMPANHAMENTO A Dekra é também reconhecida pelos serviços de consultoria e acompanhamento. Existirão novidades nesta área? O acompanhamento às oficinas é outra das áreas que queremos desenvolver. Estamos a começar com as marcas, que já estão a delegar à Dekra a responsabilidade do acompanhamento dos problemas das oficinas. Fazemos isso , por exemplo, em França para o Grupo Volkswagen. Ou seja, quando uma oficina não sabe resolver um problema técnico, liga para a marca, e somos nós que fazemos esse acompanhamento. Penso que, no próximo ano, esta área será implementada em Portugal. Nesta primeira fase, fazemos o acompanhamento para construtores automóveis e, no futuro, queremos ir para o mercado das oficinas independentes. Hoje há mais tecnologia nos automóveis e, como tal, acaba por ser difícil as pessoas estarem completamente informadas sobre tudo. Quando há dúvidas, estaremos lá.

Considera que, face às inovações, as profissões do setor requerem hoje competências diferentes? Há dois níveis de transformação. O primeiro é a nível comercial, ou seja, para a receção e venda de serviços, que é o digital. Infelizmente, muitas vezes as pessoas não ligam ao digital e isso é um erro. Há redes que já estão a criar um “call center” para responder ao digital, porque, mais do que dar resposta a este canal, é necessário dar resposta na hora. Isso é uma tendência nas atividades comerciais. Acho que o grande problema é a adaptação às novas realidades e, em Portugal, existe algum conservadorismo. O segundo é a nível das evoluções nos automóveis, desde a telemática aos sistemas

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elétricos, são um desafio para o pós-venda, porque, com base nisso, os mecânicos têm de se transformar e, cada vez mais, ser especialistas em mecatrónica. Tendem a existir dois âmbitos na mecânica: os serviços normais de revisões, que facilmente qualquer entidade pode fazer, e a especialização na eletrónica. Em alguns países, o preço da mão de obra é completamente diferente para uma revisão e para solucionar problemas de eletrónica. Paga-se mais pela especialidade, porque esta também obriga a uma formação completamente diferente.

Acha que isso também acontecerá em Portugal? Não sabemos se será daqui a um ano ou daqui a cinco anos, mas sabemos que vai claramente acontecer, até porque é uma forma de valorizar os especialistas nessa área. É mais fácil ter mecânicos para fazer uma revisão simples do que para trabalhar com eletrónica. A Dekra está atenta a isso. Vamos dar formação nessa área, em que também somos especialistas, até porque colaboramos muito com os construtores na produção de novos carros, para fazer os


testes de produto e saber se funcionam bem ou não. Esse “know-how” permite-nos dar o tal apoio às oficinas e formar as pessoas. É necessário uma cultura empresarial mais focada na formação? Em Portugal, quando fazemos uma marcação para uma oficina e não aparecemos, em 80% dos casos ninguém liga para saber o porquê ou a tentar remarcar. É um aspeto comportamental que deriva em clientes perdidos e em faturação perdida. Temos em Portugal um serviço de acompanhamento e recuperação de clientes para as oficinas, que já prestamos para as empresas nacionais, mas também para França e em breve para Itália. Atualmente já contactamos 300 mil e esperamos nos dois próximos anos chegar a mais de 800 mil clientes. No setor automóvel, as pessoas ainda não estão habituadas a receber um telefonema a saber por que não vão à oficina. Através das chamadas que realizamos, tentamos perceber a expetativa que o cliente tem em termos de serviço. Falamos com o cliente para perceber aquilo de que precisa e o que quer. Nesse sentido, este é um “callcenter” especializado; o seu objetivo não é só comercial, é especialmente de gestão do cliente. Aliás, começámos a desenvolvê-lo aquando da crise de 2009, porque percebemos que, com a descida abrupta das vendas, poderia existir também uma quebra nos serviços. Antecipámos esse cenário e lançámos um serviço para contrariá-lo. Os resultados têm sido muito bons e todos os meses temos mais clientes. Aliás, o nosso “call-center”, que começou há poucos anos com três pessoas e hoje conta com 40, passará a ter entre 100 e 120 colaboradores, quando estivermos na

“MESMO AS OFICINAS DAS REDES OFICIAIS DAS MARCAS AINDA NÃO ESTÃO PREPARADAS PARA ESTA NOVA ETAPA” nova sede. Lançámos o serviço em Portugal, também está a ter excelentes resultados em Espanha, França e brevemente em Itália. SABER ANTECIPAR NECESSIDADES A inovação faz parte do ADN da Dekra. É aqui que reside o segredo do sucesso? Sim. Conhecemos muito bem o setor em Portugal. Isso permite-nos perceber tendências e criar serviços. O que fazemos é perceber o que está a acontecer e o que os clientes, o nosso e o cliente final, precisam. Como trabalhamos com todo o setor, acabamos por ter muita informação para tomar decisões. Além disso, há, dentro do Grupo Dekra, uma enorme partilha de informação, sistemas informáticos e “know-how”. Em Portugal, temos a clara noção de quais são os problemas e do que está a acontecer, antecipamos e quando precisamos de alguma informação ou ferramenta contamos com o Grupo. A empresa tem crescido muito, porque tem evoluído na organização e na partilha de soluções e de inovações. Todos os meses existem colaboradores a terem formação em diferentes países para promover esta partilha de conhecimento. Fazemos um investimento enorme na formação das nossas equipas, na antecipação e inovação, e acabamos por ter muito sucesso.

No âmbito desse conhecimento, quais considera serem os grandes problemas do setor? O mais importante, seja para oficinas de proximidade, redes independentes ou concessionários, é saber gerir o cliente, que é cada vez mais exigente e tem mais informação. A Internet acaba por trazer um pouco de transparência, porque o cliente já chega cada vez mais à oficina com a noção dos preços de uma revisão e das peças de que o carro necessita ou não. Procura comentários de outros clientes sobre os serviços e tira dúvidas online. Esta é uma área que vai evoluir bastante e as oficinas vão ter de se preparar para isso, porque mesmo as oficinas das redes oficiais das marcas ainda não estão preparadas para esta nova etapa. Depois, vai haver clientes para todo o tipo de oficinas, conforme os serviços pretendidos. E, aqui, acho que os serviços de conforto vão ter de crescer muito em Portugal, por exemplo, ir buscar a viatura à empresa ou a casa para fazer uma revisão ou inspeção. São serviços que o cliente valoriza e que permitem fazer concorrência. Além disso, também teremos de nos preparar para os clientes que querem ser eles a fazer o serviço de revisão. Tal como apareceram as lavagens automáticas, estão a surgir na Europa redes com espaços que disponibilizam todas as condições para que o cliente faça a sua própria revisão, numa lógica “do it yourself”. Pela vossa experiência nos centros de inspeção, como caracteriza o parque circulante nacional? Nas grandes empresas de gestão de frotas há uma preocupação de ter as viaturas em boas condições de circulação. Já no que diz respeito aos independentes, fazemos um grande esforço para explicar às pessoas quais as consequências de se ter um determinado problema no carro. Temos um papel pedagógico e investimos algum tempo dos nossos profissionais nesta sensibilização. Face às novas tecnologias e sistemas que começam a ser implementados nos automóveis, que desafios enfrentam os centros de inspeção? Honestamente, ainda não sabemos o que a legislação obrigará no futuro.Por exemplo, não sabemos as exigências para num centro de inspeções podermos analisar as condições de uma bateria. A legislação para essas viaturas vai partir de Bruxelas. Estamos atentos a essa novas leis porque quanto ao conhecimento técnico devido a estarmos a ajudar algumas marcas a desenvolverem essas tecnologias já temos “know-how” interno.

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REVISÃO

ANECRA

Satisfação com operação Digitalauto da ASAE A

ANECRA manifestou a sua satisfação com a ação Operação Digitalauto que foi conduzida pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), congratulando-se com a prioridade atribuída ao setor automóvel no que concerne à luta contra a economia paralela, o que se traduzirá num combate à concorrência desleal, aos atropelos à segurança e ao incumprimento das obrigações ambientais. Em comunicado, a associação representativa das empresas do comércio e da reparação automóvel refere que se congratula com a referida operação, adiantando que a mesma “foi objeto de uma profunda análise”, tendo em conta a sua forma e conteúdos “nos quais nos revemos em aspetos que gostaríamos de melhor esclarecer”. A ANECRA adianta : “Os

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esclarecimentos prestados conduziram-nos a ilações relativamente à realidade das empresas do setor, que, de modo algum, as colocam como maioritariamente ilegais ou com práticas altamente questionáveis.” Contudo, entende que esta realidade não impede “que as medidas por si preconizadas tenham cada vez mais acuidade e atualidade, no que se refere ao grande objetivo da associação no combate efetivo e permanente à economia paralela, à concorrência desleal e às práticas que põem em causa a sobrevivência das empresas legalmente constituídas”. A associação salienta que “não se deve confundir as empresas mencionadas nesta operação, cuja ação foi conduzida a partir de denúncias, aparentemente objetivas, face aos resultados obtidos, com as restantes cerca

de seis mil empresas do setor automóvel, que consideramos terem um papel determinante para o desenvolvimento económico e social do país e tão respeitadoras das boas práticas, como a grande maioria das empresas dos demais setores de atividade económica nacional”. A ANECRA defende que a eficácia da luta contra a economia paralela só terá sucesso se colocada a montante dos problemas. “No caso concreto, a interação entre a ASAE e AT permitirá reduzir estas atividades ilegais, em especial as desenvolvidas através da Internet.” A ASAE, recorde-se, realizou uma operação de fiscalização, nas oficinas de reparação, que levou à apreensão de 28 aparelhos de diagnóstico automóvel, 13 computadores e de diversos softwares.


Glassdrive

Novas apostas estratégicas

A

rede Glassdrive prossegue a sua expansão no mercado europeu e inaugurou uma rede na Holanda constituída por 77 centros, assegurando a cobertura total daquele país. Com esta dimensão, a Glassdrive assume-se desde já como o prestador de referência para a substituição e reparação de vidro automóvel na Holanda, onde irá disponibilizar a qualidade do vidro produzido pela SaintGobain. O serviço beneficiará da formação atualizada prestada aos seus técnicos, bem como da experiência de sucesso acumulada em outros países. Já em Portugal, a empresa irá assegurar a presença da estrela francesa de ralis, François Delecour, para a 14ª edição do Motor Show do Porto, que decorrerá entre os dias 7 e 9 de outubro nos pavilhões da Exponor, em Matosinhos. A Glassdrive irá

patrocinar este evento, que terá como uma das atrações este grande animador das provas do Campeonato do Mundo de Ralis nos anos ’90 e 2000. François Delecour irá juntar-se ao rol de estrelas internacionais que já passaram pelo evento, tais como os pilotos Markku Alen (duas vezes), Timo Salonen, Didier Auriol, Miki Biasion, Stig Blomqvist, Marc Duez e

Juha Kankkunen. A Glassdrive associou-se pela primeira vez ao Motor Show há seis anos e voltou a retomar a participação em 2014.

NORAUTO

CONTISERVICE

A Norauto lançou uma box que tem como objetivo democratizar o acesso às vantagens do veículo comunicante. Denominada Norauto Connect, esta box permite proteger o veículo, controlando à distância e de uma forma contínua vários parâmetros como a localização GPS, o fecho das portas, o nível de combustíveis, os faróis ligados. Em caso de acidente, indisposição do condutor ou outro tipo de anomalia, a box Norauto Connect envia uma mensagem escrita aos familiares ou amigos, indicando a localização GPS e o tipo de problema. Esta box vem equipada com um cartão SIM Europa e sem qualquer custo adicional para além do preço de aquisição do produto e respetiva montagem. O equipamento está disponível por 139,95 euros (IVA incluído) e o preço de custo da montagem na oficina é de 49,95 euros. A box Norauto Connect é

A rede ContiService vai passar a disponibilizar na sua oferta a reparação e a substituição de vidro automóvel, na sequência de uma parceria estabelecida com a Carglass. O diretor geral da Continental Pneus Portugal e responsável pelo ContiService, Pedro Teixeira, salienta a importância deste acordo com uma empresa líder na sua área “que garante aos nossos parceiros e aos seus clientes a prestação de um serviço com garantias de elevada qualidade”. A aposta na diversificação da oferta de serviços é um dos pilares essenciais da rede ContiService, que, com um ano de presença no mercado, conta atualmente com 18 agentes. De acordo com o responsável, a ContiService incentiva e apoia os seus parceiros “na ampliação da oferta de serviços para além da venda de pneus, introduzindo serviços de mecânica como revisões, mudança de óleos e filtros, baterias, escovas e mecânica geral.

BOX DEMOCRATIZA TECNOLOGIA COMUNICANTE

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compatível com os sistemas Android e iOS, estando prevista a criação de mais aplicações para smartphone que, no futuro, permitirão controlar a manutenção do veículo, a ecocondução, os jogos e mesmo a partilha da viatura.

OFERTA DE SERVIÇOS CONTEMPLA VIDRO AUTO


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REVISÃO

Spinerg

BOSCH ELECTRONIC SERVICE

Acordo com rede de oficinas ContiService

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Spinerg, macro distribuidor de lubrificantes da marca Shell em Portugal, estabeleceu um acordo com a rede de oficinas ContiService. Esta parceria irá acrescentar mais valor ao serviço de manutenção dos clientes ContinService, uma vez que a gama de lubrificantes Shell Helix passa a estar disponível na rede nacional de 20 oficinas especializadas em pneus e manutenção automóvel. A parceria é entendida como um fator diferenciador, pois possibilita oferecer a melhor qualidade aos clientes da ContiService. Segundo refere a Spinerg em comunicado, “a escolha dos lubrificantes Shell Helix foi natural”, porque esta gama se situa “na vanguarda dos lubrificantes de motor, ao possuir uma tecnologia totalmente inovadora – Shell PurePlus. Esta tecnologia única consiste num processo revolucionário que permite converter gás natural num óleo de base sintética de elevada qualidade e completamente cristalino. Este processo mais amigo do ambiente incorporado na gama Shell Helix traduz-se em benefícios claros para o

consumidor final: poupança de combustível, proteção contra os depósitos, menor necessidade de realizar atestos e desempenho excecional a temperaturas extremas”.

AUTOZITÂNIA

CERTIFICADO DE QUALIDADE RENOVADO Desde 2007 que a Autozitânia ostenta o símbolo de certificação ISO 9001. A empresa renovou agora esta certificação, num esforço para dar garantias aos seus clientes de que continua a cumprir os requisitos normativos, legais e, sobretudo, os definidos pelos seus clientes. Em comunicado, a Autozitânia dá conta de que a entidade certificadora TÜV realizou uma auditoria de renovação nas suas instalações, uma auditoria global. Não sendo registada nenhuma não conformidade os requisitos exigíveis, os procedimentos definidos ou as

práticas verificadas, a renovação da certificação foi concedida, algo que, no entender da empresa, “premeia o esforço que a Autozitânia tem dedicado na melhoria do serviço aos seus clientes, procurando sempre inovar mesmo quando os resultados já correspondem às expectativas.” Além disso, a Autozitânia afirma que este resultado premeia também “a dedicação que os clientes têm manifestado ao longo dos anos, dando cada vez mais motivação a todos os colaboradores da Autozitânia para procurarem fazer sempre melhor”.

PORTAL PARA SERVIÇO DE REPARAÇÃO DE PEÇAS ELETRÓNICAS Com o objetivo de melhorar a acessibilidade, assistência e o tempo de resposta aos seus clientes, a Bosch Electronic Service desenvolveu um portal português dedicado à divulgação do serviço de reparação de peças eletrónicas automóvel que está focado na fiabilidade e qualidade da remanufaturação. Já disponível, o novo portal permite a realização de pedidos de encomendas online pelos profissionais. O serviço de reparação de peças eletrónicas da Bosch passa a dar resposta quase imediata aos pedidos de encomenda dos seus clientes, garantindo que no prazo de 48 horas para o fornecimento de produtos com oferta de substituição, a resposta ao pedido é devidamente assegurada. O cliente poderá consultar no portal todos os produtos, serviços e encomendas realizadas ao Bosch Electronic Service, contando ainda com a mais-valia de contactar a assistência técnica de forma mais rápida e simples. Premiada em 2015 pelo seu serviço de reparação e substituição de peças, a Bosch oferece uma possibilidade mais simples, eficaz e fiável a oficinas e automobilistas através do recondicionamento de componentes eletrónicos em falha nos veículos. O serviço de reparação de peças eletrónicas está localizado na Bosch em Braga e é responsável pelo fornecimento de peças para Portugal e Espanha. Mais informações podem ser consultadas em www.bosch-repair-service.com.

CAR ACADEMY

NOVE CURSOS DE FORMAÇÃO ATÉ FINAL DO ANO A Car Academy pretende realizar nove cursos de formação até ao final do ano. Os temas são variados e cobrem desde a Gestão Oficinal à Eletricidade, passando pela Reparação de Motores e a certificação de técnicos de ar condicionado. Os primeiros cursos arrancam já no dia 10 de setembro, devendo os últimos ter início nos primeiros dias de dezembro, sempre nas instalações da empresa, em Agualva-Cacém (São Marcos). Os interessados deverão aceder ao formulário online, selecionar a ação pretendida

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e preencher todos os campos existentes. Após a receção do formulário, os serviços administrativos da Car Academy entrarão em contacto para solicitar a restante informação e confirmar a inscrição. Ao abrigo de uma parceria com a CRMA Madeira, a Car Academy realizará ainda vários cursos em solo madeirense. As ações de formação decorrerão no final do mês de setembro e versarão sobre Gestão Oficinal e Diagnóstico, sendo realizadas nas instalações da Escola Profissional Dr. Francisco

Fernandes, sita na Rua de São Martinho, no Funchal. É de sublinhar que, no passado dia 1 de agosto, Marisa Moreira assumiu a direção executiva da empresa de formação com o objetivo de consolidar e aumentar o negócio.


SERVIDIESEL

REINVENÇÃO COINCIDE COM 32.º ANIVERSÁRIO EUROMASTER

NOVO CENTRO INAUGURADO EM BARCELOS A Euromaster Ideal Pneus acaba de abrir em Barcelos, dando continuidade à expansão lusa da rede e inaugurando o conceito de “Boutique do Automóvel” no centro daquela cidade. Este espaço destina-se aos clientes com viaturas ligeiras que procuram um serviço abrangente (pneus e mecânica rápida). Com esta nova solução, a Euromaster Ideal Pneus afirma pretender ajudar “aqueles clientes que, trabalhando no centro da cidade, tivessem maior dificuldade em deslocar-se ao outro centro da zona industrial”. A empresa conta com mais de 20 funcionários qualificados e devidamente formados, com o objetivo de prestar um serviço de elevada qualidade nos diversos segmentos do pneu, assim como na manutenção automóvel. As suas duas viaturas de assistência em estrada garantem ainda a extensão do trabalho fora de portas e a desempanagem dos clientes que circulam pela região durante as 24 horas do dia. PUBLICIDADE

A Servidiesel, empresa sediada em Sintra e especialista em sistemas diesel e turbos, está a comemorar os seus 32 anos de atividade com novos projetos. De acordo com Diogo Bordalo, sócio-gerente da empresa, “neste 32º aniversário, a Servidiesel está num processo de reinvenção”. A Servidiesel já desenvolveu um novo espaço para o seu Bosch Car Service – Bordalos Car. Continuou a investir em equipamentos para reparação dos sistemas diesel e turbos de última geração e ampliou e alterou por completo o espaço do Bosch Diesel Center, tornando-o mais funcional e otimizado. Ao mesmo tempo, a empresa anuncia ter ampliado o espaço de armazém, criando uma estrutura moderna e funcional para melhor servir os seus clientes. Com estas alterações, a Servidiesel terá conseguido atingir dois objetivos: otimizar as operações produtivas (BCS e BDC) e separar o atendimento dos clientes profissionais dos clientes finais. Diogo Bordalo afirma: “As alterações previstas ainda não estão todas concluídas, mas não temos dúvidas de que estamos a dar passos no sentido da modernidade e da adaptação a um novo mercado.”

FILOURÉM

TUBOS DE COMBUSTÍVEL STC PARA MOTORES DIESEL A Filourém passou a disponibilizar a nova linha de tubos de combustível da marca STC. Face à elevada procura deste tipo de componentes, inexistentes até ao momento no aftermarket, a Filourém decidiu proporcionar esta nova opção aos seus clientes, contando com uma gama dirigida às motorizações HDI, TDI e DCI. Marca espanhola fundada no ano de 2000, a STC dedica-se à distribuição de peças de substituição para automóveis e veículos comerciais, sendo especialista em produtos como borracha, metal, borracha-metal e plásticos. O portefólio de produto da STC é compatível com a maioria das marcas de automóveis europeias e asiáticas.


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AZ Auto/MCoutinho

Dose dupla de tecnologia Parte do Grupo MCoutinho, AZ Auto e MCoutinho Peças lançaram recentemente novos portais, com mais e melhores funcionalidades. O resultado desta aposta tecnológica, que é para continuar, é um aumento exponencial das vendas. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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O NEGÓCIO ONLINE DA MCOUTINHO PEÇAS CRESCEU TRÊS VEZES E O DA AZ AUTO DUPLICOU invés de recorrer a uma software house, prende-se com a possibilidade de fazer crescer o portal em total sintonia com a visão de ambas as organizações, sendo que à medida que o mesmo foi sendo desenvolvido, foi possível adicionar funcionalidades que a equipa considerou necessárias. “Este trabalho, se estivéssemos ligados a uma software house, faria o prazo deslizar consideravelmente”, diz, acrescentando que esta solução permitiu ainda ajustar rapidamente o funcionamento às exigências dos clientes. Até porque a génese deste projeto assenta na importância que as empresas dão a este canal de contacto com os seus clientes. “A tecnologia é importante para os nossos clientes, e isso é irreversível”, aponta André Soares. Dada a importância do canal online, seja pelos volumes crescentes de vendas, seja pelo aumento das solicitações de clientes por novas funcionalidades, as duas empresas acreditam que este canal é cada vez mais core para o seu negócio. “São os nossos clientes que o querem. Assim, achámos por bem ser arrojados e criar a nossa própria solução. Ganhámos tempo e, acreditamos, qualidade, conseguindo aproximar o portal das necessidades dos nossos clientes”, conclui André Soares.

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esde 2007 que AZ Auto e MCoutinho Peças, empresas do Grupo MCoutinho, têm vindo a levar a cabo uma revolução tecnológica. O motivo é simples, explica André Soares, assessor da administração de ambas as empresas: “Além de querermos ser líderes de mercado, queremos ser líderes tecnológicos, porque acreditamos que isso é importante para conseguirmos satisfazer todas as necessidades dos nossos clientes.” António Fernandes, diretor de logística da MCoutinho Peças e AZ Auto, refere que o projeto decorreu de forma rápida, tendo em conta o facto de ter sido desenvolvido de raiz por uma equipa interna de quatro pessoas. A opção pelo desenvolvimento interno, ao

APOSTA DUPLA A criação dos novos portais não visa, contudo, retirar importância ao call center, que emprega 30 colaboradores e que o Grupo pretende fazer crescer. André Soares sabe que o negócio nunca será 100% online e acredita que haverá sempre espaço para o serviço telefónico: “Temos aqui os melhores ‘caixeiros virtuais’ via telefone. Atendemos duas mil chamadas diariamente”, diz. Já António Fernandes ressalva mesmo que são as pessoas que fazem a diferença. O que as duas empresas pretendem com estes novos canais é dar autonomia ao cliente, permitindo-lhe que realize de forma independente as interações para que se ache capacitado. “É quando realmente existem dificuldades que o call center aporta valor, conseguindo até oferecer consultoria ao cliente, baseada no conhecimento que cada um tem das marcas que representa, independentemente da tecnologia que exista”, termina o responsável. Para já, a aposta tem sido ganha e o canal online representa entre 5% e 7% do volume

de faturação da MCoutinho, bem como cerca de 70% da faturação da AZ Auto, o que se explica por um maior acesso à informação que existe no aftermarket, ao contrário do que se passa com as peças originais. Esta é uma batalha que, diz André Soares, o Grupo trava já há alguns anos, no sentido de conseguir dar mais ferramentas aos clientes, para que eles consigam identificar as peças de forma independente. O lançamento dos novos portais alavancou esta tendência e o negócio online da MCoutinho Peças cresceu três vezes face a igual mês de 2015, com o da AZ Auto a duplicar as vendas no mesmo período, como referem os nossos entrevistados. Cientes de que o fator novidade terá tido influência nestes resultados, acreditam que a qualidade deste novo canal permitirá que as vendas continuem a crescer, algo que será beneficiado pela intenção de aumentar o investimento no uso do portal. António Fernandes acredita que a tecnologia funcionará também como um filtro para as empresas, uma vez que à frente das oficinas estão gerações mais novas, imbuídas de toda uma perspetiva diferente sobre a tecnologia, o que obrigará a que as empresas repensem a sua estratégia: “Se não nos reinventarmos tendo em linha de conta esta realidade, alguém o fará por nós e ficaremos de fora. Quem não tiver capacidade para entregar os serviços que o mercado exige – e este é um serviço que o mercado exige – vai ter dificuldades”, remata. A grande diferença entre o portal antigo e o novo é a tecnologia, que os responsáveis dizem ser de ponta: “Algumas soluções nem existiam quando desenhámos o caderno de encargos”, diz António Fernandes. Em termos de conceito, os novos portais pretendem ir além da transação de peças e prestam serviços que habitualmente eram feitos por telefone. Exemplos disso são as possibilidades de: realizar toda a gestão financeira dos clientes junto das duas empresas; gerir os catálogos das marcas e o TecDoc; gerir vários carrinhos de compras de acordo com as viaturas; ver encomendas pendentes; e até aceder a uma previsão da entrega. Como o trabalho não para, em desenvolvimento está uma solução para previsão das entregas ao minuto, algo que António Fernandes revela ser um grande desafio, mas que aportará valor aos serviços que já prestam ao cliente. Este é, aliás, um trabalho contínuo e o diretor de logística da MCoutinho Peças e AZ Auto revela que o Grupo pretende apresentar novidades nos portais a cada três meses. MAIS QUE BYTES Por trás da tecnologia existem outras valências que fazem de AZ Auto e MCoutinho Peças casos de sucesso dentro do panorama

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A criação dos novos portais não visa retirar importância ao call center, que emprega 30 colaboradores e que o Grupo pretende fazer crescer

nacional do aftermarket. A fórmula, diz António Fernandes, é o serviço robusto e profissional que prestam: “O mercado não quer peças desta ou daquela marca, quer um fornecedor que lhe entregue toda a gama de peças possíveis e que seja fiável.” Por isso é que à MCoutinho Peças, nascida em 1999, se juntou de pleno direito a AZ Auto em 2009, para garantir que o Grupo MCoutinho consegue acompanhar toda a vida do automóvel, fornecendo as peças originais, através da MCoutinho Peças, mas também as do aftermarket independente, tarefa que cabe à AZ Auto, sendo que esta trabalha em exclusivo o retalho e redes de oficinas. “Este é um objetivo claro do grupo, o de acompanhar o cliente desde a compra do automóvel até ao seu final”, remata André Soares. Este negócio rende ao Grupo cerca de 40 milhões de euros anualmente, divididos numa proporção 90%-10% entre MCoutinho Peças e AZ Auto, com a primeira a faturar cerca de 36 milhões e euros e a segunda perto de quatro milhões. A diferença explica-se não apenas pela maturidade de cada negócio, estando a AZ Auto numa fase de adaptação e expansão, mas também pelo facto de o aftermarket ter vindo a ganhar quota de mercado nos últimos cinco anos, como refere André Soares, relembrando que, com a telemática e outras tecnologias, poderá sempre existir um reajustamento da tendência. “É um jogo do gato e do rato”, refere.

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Os prazos curtos de entrega têm um papel preponderante no volume de negócios, que ambas as marcas pretendem fazer crescer no final deste ano. “Temos prazos de entrega apertados, que é algo que o mercado vai continuar a exigir”, aponta António Fernandes, dizendo que o grupo irá investir nesta área. Para cumprir os prazos, esta “divisão de peças” recorre a 20 viaturas em regime de exclusividade, apenas para a zona norte do país, onde se concentram 70% dos seus 2600 clientes ativos. Os restantes encontram-se na zona de Lisboa, servida por cinco viaturas, para um total de 80% do transporte levado a cabo pelas duas empresas. O restante é entregue a transportadores generalistas. A mercadoria reúne-se e parte dos dois armazéns da MCoutinho Peças, onde se integram os espaços de armazenagem da AZ Auto, para assim se gerarem sinergias que alavanquem o negócio de ambas as empresas. Os dois espaços oferecem um total de 6500 m2 de armazenamento, com o de Lisboa a ocupar 3500 m2. Apesar disso, é no Porto que se concentram o maior número de peças. “Trouxemos o que há de melhor do aftermarket para as peças originais e, por via da nossa robustez, conseguimos trazer essa vantagem para o negócio do aftermarket”, afirma António Fernandes. SEM RECEIOS André Soares faz questão de ressalvar que as duas empresas conseguiram manter o volume

de negócios durante a crise, o que se deveu, refere, à conquista de quota de mercado pela estratégia de ambas as empresas, que se centra na qualidade dos produtos que oferecem. Por isso a AZ Auto apenas comercializa peças de qualidade equivalente, ou seja, peças fabricadas para as marcas, que depois são vendidas em embalagens do fabricante. Assim, André Soares não receia o mercado de peças usadas e low-cost, ainda que reconheça que possa “roubar” alguma quota de mercado. O que preocupa o assessor é que tal seja um sinal de que alguns profissionais possam estar dispostos a abdicar da qualidade em algum momento. Apesar disso, este é um mercado que não está nos planos do Grupo MCoutinho. A este respeito, António Fernandes diz: “Temos um potencial de crescimento tão grande nas vendas da AZ Auto que não queremos estar a pensar na etapa seguinte para já. Somos líderes nas peças originais e queremos ser líderes nas peças de aftermarket. Não vale a pena desfocar e acrescentar complexidade quando temos algo que podemos fazer crescer.” E é isso que este gestor promete para as duas empresas: “Ambos os negócios estão orientados para as necessidades dos clientes. Não vamos deixar de carregar no acelerador naquilo que os clientes referem ser importante por eles. Todos os nossos movimentos são feitos com o intuito de atender as necessidades dos clientes.”



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GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA Dossier Excelência na Produtividade

Layout ótimo da área de trabalho Depois de se ter o espaço oficinal reconvertido e adaptado, pretende-se agora identificar a melhor forma de executar cada tarefa. O desenho do espaço de trabalho, a forma como dispomos os equipamentos, as pessoas e os veículos são mais uma peça deste puzzle da produtividade da sua oficina. Pretende-se neste artigo dar importantes dicas e instruções úteis, na disposição dos diferentes itens de uma oficina, de acordo com o espaço disponível.

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ando seguimento ao conjunto de documentos que caracterizam o Trabalho Padronizado e tendo já publicado os artigos relativos aos pontos 1, dedicamo-nos agora ao ponto 2 da lista abaixo: 1. TABELA COMBINADA DE TRABALHO PADRONIZADO 2. LAYOUT ÓTIMO DA ÁREA DE TRABALHO 3. INSTRUÇÕES DE TRABALHO EM QUE CONSISTE? Consiste em aprimorar, com critérios, a localização e movimentação dos equipamentos, peças e pessoas. Ao longo da Parte 1 desta série de Artigos, já leu como implementar 5S. Agora vamos refinar os critérios de uso dos espaços. Síntese: Analisar com detalhe a disposição dos equipamentos, dos veículos, peças e refletir sobre o impacto que a esta disposição tem na movimentação de pessoas, materiais e equipamentos. QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? Esta Fase é importante para incorporar as melhorias identificadas desde a implementação dos 5S na Oficina. Se ainda não as implementou, então considere a informação que partilhamos de seguida. Localizações e rotas corretas ajudam a diminuir tempos de execução das tarefas e, consequentemente, a uma maior rotação de clientes ao longo do dia, entregas mais rápidas e a um aumento de produtividade e faturação. Síntese: Se quer pessoas, veículos e serviços a fluir ao longo do dia, com todos a saber onde encontrar e colocar cada item de todas as tarefas diárias, para uma rápida entrega do serviço ao cliente, esta é uma das fases mais importantes. COMO PROCEDER? PASSO 1 Imprima o documento disponível no nosso website, em www.oficina.turbo.pt. O primeiro

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PASSO 1

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passo é compreender como o utilizar. Eis algumas pistas e instruções: O Cabeçalho não oferece resistência e o seu preenchimento é direto. No miolo central é onde deverá desenhar a localização de tudo o

que é necessário aceder na execução de cada tarefa estandardizada. Este miolo central deve conter: 1. A localização dos equipamentos fixos: quadros de ferramentas, elevadores,


Gestão visual do espaço oficinal PARTE 2 Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Continua do negócio PARTE 1

PASSO 3

PASSO 4

aspiradores fumos, betoneiras, bancadas, pequenos armazéns locais, embainhamento de pneus, etc. 2. A localização dos equipamentos móveis: caixas de ferramentas, equipamentos específicos de alinhamentos de direção, equipamento de segurança, carrinhos de transporte, compressores, etc. 3. A localização dos consumíveis: fusíveis, parafusos ou porcas universais, proteções plásticas de banco e volante, químicos, etc. 4. A localização das peças de substituição: peças novas de armazém, peças reparadas, etc.

PASSO 2 Cada um dos pontos acima TEM de cumprir com as seguintes regras: 1. Itens usados múltiplas vezes por dia TÊM de estar num raio de um metro do ponto de uso; deverão ser adquiridas tantas unidades, quantos os pontos de uso; 2. Itens usados diariamente TÊM de estar num raio de 5 metros de cada ponto de uso; 3. Itens usados ocasionalmente (uma vez por semana ou menos) TÊM de estar num raio de 15 metros de cada ponto de uso.

PASSO 3 Implemente e teste durante alguns dias cada uma das várias decisões tomadas. Ajuste e teste de forma reiterada, até ser consensual o local de cada item. O objetivo é MINIMIZAR os desperdícios de tempo de movimentos e transportes, assim como os tempos mortos na procura de itens fora do local. O cliente agradece na fatura final ter menos tempo cobrado de mão de obra e a oficina, contribuindo para a sua satisfação e para uma melhor produtividade dos seus trabalhadores. PASSO 4 Está neste momento em posse de informação PRECIOSA para conhecer os problemas dos seus processos oficinais, interpretar as causas raiz que impõem essas práticas menos eficientes e decidir sobre como as alterar, melhorando a adequabilidade, a capacidade e a disponibilidade das pessoas, ferramentas e processos.

RECURSOS NECESSÁRIOS Terá apenas de ter este novo modelo impresso, algo com que escrever e uma grande resiliência para escutar, sugerir e testar as novas práticas de trabalho.

PRÓXIMO ARTIGO: INSTRUÇÕES DE TRABALHO

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Boas práticas

A oficina modelo Para enfrentarem os desafios do futuro, as empresas de manutenção e reparação automóvel têm de ir a jogo bem preparadas. Quando a disputa é feroz, do espaço aos equipamentos e ferramentas, passando pelos profissionais, pela cultura empresarial, pelo cumprimento da legislação e pelos processos de trabalho, tudo tem de estar a funcionar de forma afinada! TEXTO ANDREIA AMARAL

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e há negócio que está a mudar substancialmente é o das oficinas, porque não só têm de enfrentar os requisitos de um cliente mais informado e digital, como ainda têm de se adaptar às estrondosas transformações que o automóvel tem vindo, e continuará, a sofrer. Assim, e por força das exigências, quer do mercado quer do seu trabalho, para garantir a competitividade e enfrentar o futuro, a oficina tem, mais do que nunca, de estar perfeitamente organizada. E isto significa que, do espaço aos equipamentos e ferramentas, passando pelos profissionais, pela cultura empresarial, pelo cumprimento da legislação e pelos processos de trabalho, tudo tem de estar a funcionar de forma afinada. “Uma oficina moderna deve estar virada para o cliente e para a rentabilidade”, defende António Teixeira Lopes, presidente da ARAN, resumindo o posicionamento que deve ser adotado. “O cliente deve dispor de uma zona ampla e arejada, onde se poderá instalar enquanto aguarda pela viatura. Contudo, deve aguardar o menor tempo possível e, por isso, existem teorias que, bem aplicadas, ajudam nesta questão e na rentabilidade”, refere o responsável, sublinhando o papel importante que a Gestão Lean pode desempenhar a este nível. “Esta teoria baseia-se no facto de que o serviço deve ser devidamente programado em tempo e peças, de modo a marcar-se a hora ao cliente para a qual o seu carro vai ser intervencionado. Como tal, a hora de finalização também deve estar bem determinada para que o tempo de espera seja o menor possível.” A este respeito,

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recorde-se, a TURBO OFICINA, em parceria com a Lean Academy Portugal, tem vindo a disponibilizar, em todas as edições, artigos práticos que visam a implementação deste tipo de gestão nas oficinas (e que poderá consultar no nosso site, em www.oficina. turbo.pt). TUDO NO LUGAR Ter uma oficina virada para o cliente e com processos eficientes implica, antes de mais, que o espaço esteja pensado e organizado nesse sentido, e munido de todos os equipamentos e ferramentas essenciais à intervenção em qualquer veículo moderno. Augusto Atalaia, da Cometil, afirma que “só com recurso e equipamentos adaptados às tecnologias presentes nos veículos atuais vamos conseguir suprir as necessidades de manutenção que os mesmos colocam. Se pensarmos na componente de diagnóstico e resolução de anomalias facilmente compreendemos que a fasquia fica mais elevada”. Da mesma forma, o Bilstein Group Portugal sublinha: “A oficina, a par com o setor da reparação automóvel, tem sofrido profundas alterações, não bastando fazer. É preciso fazer rápido e de forma clara. Assertividade é um conceito cada vez mais familiar para os técnicos do setor. Para tal, as condições de trabalho são essenciais para possibilitar toda uma simbiose entre o técnico e o problema.” Pedro Carvalho e Davide Mira, gestores de produto da Bolas, defendem mesmo que “as necessidades das oficinas são cada vez maiores e mais sofisticadas” e que “a evolução tecnológica dos automóveis, em

linha com a evolução dos equipamentos de diagnóstico, mudou o paradigma das oficinas”. “A tendência que se verifica é a procura de equipamentos/ferramentas de diagnóstico e reparação evoluídos que permitam identificar e solucionar a avaria, de forma rápida, precisa e isenta de danos para os componentes eletrónicos cada vez mais sofisticados e sensíveis dos veículos. É por isso indispensável a utilização de ferramenta adequada e de boa qualidade bem como um investimento na atualização constante do parque de ferramentas de forma a responder aos requisitos específicos das diversas marcas e modelos de veículos, porque mais do que nunca o cliente tem acesso privilegiado a informação e procura uma resposta rápida e eficaz para o seu problema”, advertem ainda os gestores de produto. Logo quando o cliente chega com o automóvel à oficina, impõe-se a utilização de um sistema de receção ativa, que permita identificar problemas no conjunto ao lado do cliente. A Equiassiste, que recentemente montou uma linha de pré-inspeção num cliente seu, refere que esta serve para fazer uma vistoria a todos os principais órgãos de segurança do veículo - nomeadamente, direção, suspensão e travões – em conjunto com o cliente e à semelhança de um centro


de inspeções oficial. “Num elevador incorporado, o cliente é também convidado a verificar, sob orientação e professoramento do chefe de serviços, o estado em que se encontra o seu veículo, pela parte de baixo, o que gera sempre bastante curiosidade e expetativa pela parte do condutor, porque raramente lhe tem acesso”, refere Vítor Fontes. “Esta filosofia de serviço é muito interessante, porque não só é plenamente informativa e demonstrativa para o cliente do verdadeiro estado do seu veículo, como também para a oficina, que responde não só às solicitações mais diretas do cliente, como também previne para outras situações de reparação de que o cliente nem sequer suspeitava. No final, todos os resultados da pré-inspeção são imprimidos num relatório, através do software e sistema informático da linha de pré-inspeção, com anotações numéricas e gráficas.”

AS NOVAS TECNOLOGIAS E OS SOFTWARES DE GESTÃO NÃO PODEM SER ESQUECIDOS NUMA OFICINA MODERNA

A IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE APOIO Face às necessidades atuais, para além de a oficina ter de ter capacidades infraestruturais diferentes, também tem, cada vez mais, de se relacionar com o cliente num contexto de envolvimento, proximidade e transparência. Neste particular, o recurso às novas tecnologias informáticas e à sua mobilidade pode ser um forte fator diferenciador. “Uma oficina modelo deve proporcionar uma boa experiência ao consumidor na visita à oficina, fornecendo um serviço eficiente e custos equilibrados”, defende Dario Alves, da Inforap, indicando que “as tecnologias de informação podem ser um contributo determinante para a qualidade do serviço prestado e cumprimentos das obrigações”. Do mesmo modo, também Ana Teresa Ribeiro, New Business Director da Sage, revela que uma oficina modelo é aquela “que permite a eficiência na gestão das operações e colaboradores, agilidade e proximidade com clientes, mobilidade ao empresário no controlo e gestão do seu negócio”. Assim, em termos de software, e de acordo com a Inforap, “a oficina deve dispor de uma solução integrada com diversas funcionalidades, de forma a dar resposta às solicitações, garantindo os

níveis de excelência que todas as oficinas devem ambicionar. Deverá permitir o relacionamento de referências de peças, com os códigos dos fornecedores, códigos OEM, códigos TecDoc, entre outros. Deverá ainda prever a relação de equivalências e substituições”. Numa relação não exaustiva, Ana Teresa Ribeiro, da Sage, revela que será recomendável “um sistema de gestão operacional (faturação, stocks, compras, etc…) com características específicas para oficinas (gestão relação com seguradoras, autoridade fiscal, controlo por automóvel/ cliente, etc..). Adicionalmente, um CRM para gestão de clientes, fidelização e dinamização da relação com especial enfoque nas redes sociais. Transversal a ambos os sistemas a característica de mobilidade é cada vez mais um ‘Must Have’, permitindo ao empresário da oficina, clientes e outras entidades um acesso a partir de qualquer geografia/ dispositivo”. Neste plano, existem já diversas soluções no mercado que permitem, através de um smartphone ou tablet, fazer a receção do veículo, orçamentar, consultar stocks, gerir ordens de reparação, fazer requisição de peças e gestão de clientes, enviando-lhes, inclusivamente, mensagens com vídeos ou fotografias, das reparações necessárias para que, em qualquer lugar, estes possam autorizá-las. Contudo, convém não esquecer o básico, sendo fundamental assegurar a existência de um bom software de faturação, tesouraria e contas correntes, e interfaces que tenham a capacidade de integrar ferramentas como catálogos de peças, informação técnica e orçamentação. Face às diferentes e cada vez mais complexas necessidades das oficinas a este nível, a maioria das empresas de software com soluções para oficinas já disponibiliza pacotes completos integrados, na modalidade de serviço a adaptadas a negócios de pequena dimensão. Alidata, Inforap e Sage são, por exemplo, empresas com soluções de subscrição mensal para pequenas oficinas. POTENCIAR RESULTADOS Ainda no âmbito das tecnologias, é indispensável estar presente no mercado de forma digital, um serviço que a oficina, não tendo capacidade interna, também pode contratar. “A plataforma Internet, o digital, é sem dúvida o meio privilegiado e onde é obrigatório estar. Não adianta ter a melhor oficina do mundo se ninguém sabe que ela existe. Não adianta investir em equipamentos, em formação dos colaboradores, em limpeza e organização, visando oferecer melhores serviços, se os potenciais clientes não sabem disso. É preciso saber marcar a diferença e saber explorar as suas melhores qualidades e

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Os Sistemas de diagnóstico e receção ativa são essenciais numa oficina moderna

serviços para captar mais clientes e fidelizar os atuais”, revela Fernando Amaral, partner da Alidata, indicando que “consolidar a presença da empresa/marca na Internet é o primeiro passo para torná-la conhecida e uma excelente forma de impulsionar o negócio”. De acordo com o responsável, no âmbito do marketing de fidelização, o software de CRM (Customer Relationship Management – Gestão de Relacionamento com o Cliente) é uma das mais importantes ferramentas que pode ser usada dentro de uma oficina, pois permite fazer uma gestão planeada e cuidadosa de informações detalhadas sobre cada cliente, e de todas as ações de contacto com ele. “Se conhecer bem o cliente, ou melhor, se criar o hábito de registar no CRM todas as informações pertinentes, é fácil descobrir suas expetativas e necessidades individuais, o que permite personalizar a oferta para ir ao encontro das suas necessidades específicas. Tendo informações mais detalhadas e abrangentes, é possível criar estratégias personalizadas”, defende Fernando Amaral, indicando ainda que é essencial conquistar e manter clientes: “É preciso encontrar formas de aumentar a sua frequência de compra e não deixar espaço para o cliente optar pela concorrência.” Assim, para além das competências técnicas a que as novas viaturas e equipamentos na oficina obrigam, “há outros atributos e competências pessoais que permitem ao mecânico desenvolver de forma competente o seu trabalho, como a capacidade de comunicar (oralmente e por escrito) com um cliente, capacidade de explicar e encontrar soluções, assertividade, persuasão, capacidade de liderança, capacidade de ensinar, criatividade, etc.”. Como tal, para o responsável da Alidata, “é muito importante investir em formação não só para funções técnicas específicas, mas também nas outras, cada vez mais determinantes para o sucesso do negócio.”

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CUMPRIR A LEI Igualmente importante para o sucesso do negócio é o cumprimento da legislação no seu todo. Particularmente, as questões ambientais e a gestão de resíduos impõem-se no contexto moderno. “Uma oficina de reparação/manutenção automóvel produz diariamente resíduos que requerem uma correta gestão, que deverá ser encarada em duas vertentes: minimizar o seu impacto no meio ambiente e cumprir as exigências legais. Como exemplos, encontram-se, no primeiro caso, a separação dos resíduos, o seu correto armazenamento e encaminhamento para destinos finais adequados e, no segundo, a inscrição no SiliAmb – Sistema Integrado de Licenciamento do Ambiente e o cumprimento dos requisitos aplicáveis à Higiene e Segurança do Trabalho”, refere Aníbal Vicente, Diretor Executivo da Sogilub, indicando ainda que “a consciencialização ambiental, conseguida através da formação de todos os intervenientes no processo, pois são eles que na prática depositam e separam os resíduos produzidos, é fundamental para a criação do que estamos a designar por ‘oficina modelo’”. Também Elisa Gaspar, da Natureza Verde, defende que a oficina modelo deve encarar a gestão dos seus resíduos “com a mesma responsabilidade com que assegura a prestação do seu serviço, procurando e demonstrando a procura das melhoras técnicas disponíveis quanto à separação,

A FORMAÇÃO DOS COLABORADORES É ESSENCIAL E DEVE CONTEMPLAR DIVERSAS ÁREAS

acondicionamento e encaminhamento”. Hoje, as empresas de gestão de resíduos disponibilizam serviços integrados, denominados chave na mão, naquela que é uma solução que, de acordo com Elisa Gaspar, “vem facilitar o controlo legal do processo e a otimização de recursos envolvidos. A proximidade entre interlocutores permite também a auscultação das dificuldades, a discussão e implementação de oportunidades de melhoria sejam soluções técnicas ou otimização de custos”. Opinião semelhante tem Marta Lampreia, da Eco-partner, que disponibiliza o serviço EcoReady. Segundo esta entidade, a solução de gestão integrada permite “assumir de forma pró-ativa a gestão ambiental, controlando o risco de incumprimento da legislação ambiental e evitando coimas”. Marta Lampreia sublinha ainda que este modelo permite gerir melhor o orçamento ambiental e assegurar a formação dos colaboradores em gestão de resíduos/ ambiente, contribuindo para as 35 horas de formação anual obrigatória por lei. No que toca à legislação geral que enquadra a atividade de manutenção e reparação automóvel, e para se certificar de que não incorre em incumprimentos, a ARAN aconselha a leitura dos seguintes diplomas: 1 - Decreto-Lei n.º 10/2015, de 1 de abril: regime jurídico de acesso e exercício de atividades de comércio, serviços e restauração (RJACSR); 2 - Lei n.º 60/2007, de 04 de setembro: Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (o espaço oficinal tem de estar licenciado no município como apto para a atividade de prestação de serviços); 3 - Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de agosto: Higiene e Segurança no Trabalho nos estabelecimentos comerciais, de escritórios e serviços; 4 - Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro e Portaria n.º 1532/2008, de 29 de dezembro: Regime jurídico e regulamento técnico de segurança contra incêndio em edifícios; 5 - Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de abril e Portaria n.º 263/2005, de 17 de março: Medidas de prevenção da poluição atmosféricas e cálculo de altura de chaminés; 6 - Portaria n.º 1456-A/95: sinalização das instalações (ex: identificação e sinalização da tubagem da oficina); 7 - Decreto-Lei n.º 90/2010, de 22 de julho e Despacho n.º 1859/2003, de 30 de janeiro: Equipamentos sob pressão (Compressores e o respetivo depósito); 8 - Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho: aprova o Regime geral de gestão de resíduos.



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ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO OFICINAL EQUIPAMENTO RECOMENDADO Equipamento de diagnóstico Alinhador de direção Elevador de 4 colunas Elevador de 2 colunas Elevadores de pantógrafo Desmontadoras de pneus Equilibradoras de rodas TPA (ativador de válvulas) Aparelho de substituição de amortecedores

Máquinas de lavagem e limpeza Máquinas elétricas ou pneumáticas para desapertar as rodas 2 chaves dinamométricas Instalação de ar comprimido compressor de última geração Focador de faróis Máquina de A/C Zona de resíduos devidamente esquipada

Kit para reparação de pneus Software de gestão oficinal Mobiliário de apoio Consumíveis e ferramentas diversas Veículo de reparações exteriores Todos os equipamentos devem ter uma manutenção cuidada, de acordo com as recomendações das marcas, e uma correta calibração.

PROPOSTA DE OFICINA DA EQUIASSISTE 1. Aspirador de sólidos e líquidos 2. Máquina de lavagem A P água fria 3. Compressor de ar 4. Bancada de trabalho 5. Móvel com ferramenta 6. Máquina de alinhar direcções 7. Enrolador de ar 8. Desmontadora de pneus 9. Gerador de azoto 10. Equilibradora de rodas

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11. Focador de faróis (regloscópio) 12. Máquina de carregar ar condicionado 13. Prensa hidráulica de coluna 14. Bombas para 2 tipos de óleo (gasolina e diesel) 15. Aspirador de óleo com aparadeira 16. Máquina pneumática para massa consistente 17. Elevador de 2 colunas 18. Elevador especial de 4 colunas, longo, para alinhamento total, com 2º elevador de tesoura incorporado


NA PROJEÇÃO DO ESPAÇO, NÃO SE ESQUEÇA DE LEVAR EM CONTA As dimensões de uma oficina devem múltiplos de 3, preferencialmente de 6 metros, porquanto um posto de trabalho normalmente tem 6 metros de comprimento por 3 de largura; Os corredores de circulação também deverão ter uma largura na ordem dos 6 metros A ergonomia e aproveitamento do espaço, garantindo a circulação fluida dos veículos e minimizando ineficiências; A iluminação correta de cada zona; A colocação de zonas técnicas (compressor, stock de peças, stock de consumíveis, etc. e WC/ Balneários de funcionários) em zona restringida e de acesso condicionado;

A colocação das bancadas e dos equipamentos na zona próxima ao operador e protegidos por parede, de forma a evitar circulação em redor dos mesmos; A distribuição dos “ contentores “ de recolha de resíduos em zonas afastadas do cliente; A colocação da zona de atendimento com balcão e zona de estar para os clientes juntos na mesma área da loja (onde se aconselha a colocação de produtos de venda emocional); A inclusão de uma zona exterior para que todas as viaturas que não estão em reparação possam ser estacionadas; A imagem corporativa da empresa. Propostas de espaços oficinais da Gonçalteam (em cima) e da Cometil (em baixo)

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Opinião

As pessoas são e serão o mais importante nas empresas O s avanços que a indústria automóvel enfrenta hoje são trepidantes, com as inovações a chegarem a um ritmo diário. Por isso é que é tão importante estar informado e bem formado. A formação contínua deve ser uma prioridade, para não se ficar para trás em relação ao mercado e à concorrência. Investir na sua própria formação como empresário, e na equipa de profissionais que o acompanha diariamente, é um investimento inteligente que trará resultados, já que o que aprendemos ontem provavelmente não valerá amanhã. Assim, a figura do profissional passivo e “adormecido” é contraproducente para si e para o negócio. Encontramo-nos num momento em que temos de repensar e fazer as perguntas certas, desenhando ou redesenhando a nossa empresa a partir de dentro, para poder adaptar o nosso modelo de negócio à nova realidade e ao novo tipo de cliente, estando no mesmo lado do consumidor. Os avanços tecnológicos, juntamente com a mobilidade no uso da Internet, conseguirão acelerar o progresso, mas não devemos esquecer que o principal ativo de qualquer empresa são e serão as pessoas. Os profissionais que trabalham em cada empresa são o verdadeiro motor que consegue fazer o negócio funcionar, e esses profissionais serão quem, dependendo do uso que deem às novas tecnologias, criará um valor diferencial nos serviços prestados ao cliente. Assim, é pelas pessoas que deve começar a transformação tão necessária ter um negócio rentável, adaptável ao novo mercado e com futuro. Uma empresa não pode ser digital e adaptar-se continuamente às mudanças que chegam, evoluindo, se não contar com profissionais que realmente saibam que há mudanças, e se não forem os próprios profissionais a querer mudar para se adaptarem às novas necessidades que o mercado e os consumidores requerem. De nada nos servirá modificar processos e incorporar novas tecnologias no negócio, para otimizar os resultados, se os profissionais que compõem as nossas equipas não estiverem à altura das circunstâncias. Assim, a gestão adequada de qualquer mudança que se realize dentro do negócio deve começar pela própria “cultura empresarial”, ou seja,

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pelo conjunto de crenças, comportamentos, condutas, valores e objetivos que marcam a maneira de atuar de qualquer empresa, tanto dentro, no trabalho laboral, como para fora, com o tratamento e serviço que se presta ao cliente. Mudar a cultura da empresa não só é importante, como essencial, uma vez que irá tornar-se cada vez mais difícil um produto ou serviço prestado diferir dos da concorrência. Assim, a forma como se trata ou relaciona com o cliente será o maior valor diferencial que podemos ter e oferecer.

“SE, NESTE MOMENTO, NÃO PROCURA O TEMPO NECESSÁRIO, NUM FUTURO NÃO MUITO DISTANTE TERÁ TODO O TEMPO DO MUNDO” Mas mudar a cultura empresarial não será fácil, porque é possível que, de forma consciente ou inconscientemente, se ofereça resistência à mudança, seja por desconhecimento do contexto, digital, ou simplesmente por medo da mudança, já que a palavra “mudança”, muitas vezes, assusta as pessoas. E, além de assustá-las, têm dificuldade em admiti-la, porque é uma palavra que dirige ao desconhecido e obriga a abandonar a zona de conforto. A principal desculpa dos profissionais é a falta de tempo, e agora não há espaço para desculpas, e menos ainda para a de falta de tempo para formar-se e implementar uma estratégia clara e bem definida para enfrentar as mudanças, porque se, neste momento, não procura o tempo necessário, num futuro não muito distante terá todo o tempo do mundo, pois será muito provável que seja o próprio mercado a concedê-lo. Este medo da mudança faz com que muitas vezes se percam oportunidades que permitiriam abrir novos caminhos com novas abordagens, e, portanto, continuar a evoluir ao mesmo tempo que o mercado e os próprios consumidores. Estas primeiras barreiras que podem aparecer e travar a adaptabilidade e o futuro do negócio tendem a trazer consigo outras, aumentando

o travão que nos impede de avançar. Por exemplo, se existe um desconhecimento do contexto digital, qualquer custo que envolva a incorporação de uma nova tecnologia para a digitalização do negócio vai parecer excessivo, uma vez que não se compreenderá realmente a finalidade da dita tecnologia nem os benefícios em termos de eficiência que possa prossupor. Do mesmo modo, ao desconhecer o contexto da mudança social e os novos hábitos de consumidor, menosprezar-se-á o trabalho que terá de se realizar para interagir de modo permanente com os clientes através dos diferentes canais que a Internet oferece. De tal forma que um primeiro passo obrigatório é acreditar e aceitar que há mudanças, que o contexto mudou e vai continuar a mudar, e tentar compreender o contexto digital e mudança, mantendo-se bem informado sobre as mudanças que estão a acontecer tanto no setor como fora dele. Essa informação vai manter-nos em alerta para saber onde se dirige o mercado e em que lugares e canais estão os nossos clientes e potenciais clientes, a fim de estar presente lá, onde eles estão. Sem esquecer a formação, a importância de ter um plano de formação contínua para todos os profissionais da empresa será um dos investimentos mais rentáveis. Lembre-se que a mudança não é uma opção, e que a digitalização da empresa será necessária, mas que o sucesso na transformação digital para a adaptabilidade e futuro da empresa não está na magnitude das tecnologias incorporadas, mas na medida em que as pessoas que fazem o negócio se envolvam e abracem as novas oportunidades oferecidas por esta nova mudança de época, porque a Internet e as novas tecnologias acelerarão o progresso, mas as pessoas são e serão o principal foco de empresas.

MARTÍN J. ROMERO AUTOR DO LIVRO “CÂMBIO DE ÉPOCA”



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DOSSIER

Ruído

Boas práticas na oficina Em Portugal existe regulamentação sobre ruído no local de trabalho e ambiente. Cumpri-la, para além de uma obrigação, é um dever, uma vez que visa proteger os trabalhadores e as pessoas na vizinhança.

PARCERIA

TEXTO LUIS CONDE SANTOS E CARLOS AROEIRA DBWAVE.I - GRUPO ISQ

M

uitas das atividades de uma oficina de automóveis geram ruído. O ruído representa um risco para a saúde dos trabalhadores e um problema para o ambiente, especialmente se a oficina se localizar próximo de habitações ou outros locais sensíveis.

ORDEM DE GRANDEZA DO NÍVEL SONORO TIPO DE AMBIENTE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA DB(A) Fábrica ruidosa; pequeno avião a jato

100

Oficina ruidosa; tráfego à beira de uma estrada principal

80

Grande restaurante; escritório; tráfego rodoviário urbano

60

Restaurante silencioso

50

Sala de estar silenciosa durante o dia

40

Quarto de dormir à noite

30

Estúdio de emissão de rádio (isolado)

20

Como é do conhecimento geral, existe no nosso país regulamentação sobre ruído no local de trabalho e ambiente (Decreto-Lei 182/2006 e 9/2007 respetivamente), que deve ser cumprida. A regulamentação sobre ruído no local de trabalho tem em vista proteger os trabalhadores de ruído excessivo e a sobre o ambiente destina-se a prevenir incomodidade na vizinhança.

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De acordo com o Decreto-Lei 182/2006, os valores limite para o ruído no local de trabalho são os seguintes: Valores limites de exposição

LEX,8h = 87 dB (A), LCpico = 140 dB (C)

Valores de ação superiores

LEX,8h = 85 dB (A), LCpico = 137 dB (C)

Valores de ação inferiores

LEX,8h = 80 dB(A), LCpico = 135 dB (C)

Em que: Exposição pessoal diária ao ruído, LEX,8h nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, calculado para um período normal de trabalho diário de oito horas, que abrange todos os ruídos presentes no local, incluindo o ruído impulsivo, expresso em dB(A). Nível de pressão sonora de pico, LCpico - valor máximo instantâneo do nível de pressão sonora, expresso em dB(C). TÉCNICAS DE MINIMIZAÇÃO DE RUÍDO COM EFEITO AO NÍVEL DO RUÍDO LABORAL E AMBIENTAL Redução do tempo de reverberação da oficina, com colocação de materiais absorventes sonoros sob a cobertura e em áreas específicas das paredes, a otimizar de modo a obter o melhor resultado com o mínimo investimento; Tratamento dos sistemas de ar comprimido, com cuidado na localização e eventual insonorização dos compressores, evitar fugas de ar e optar por elementos o mais silenciosos possível (pistolas com difusores /

silenciadores), silenciadores nas válvulas de descarga de ar comprimido; Tratamento dos sistemas de desenfumagem: silenciadores, bocas de aspiração otimizadas aerodinamicamente para reduzir o ruído; Amortecimento mecânico de elementos metálicos e evitar choques metal-metal, por exemplo revestindo com telas de borracha contentores metálicos para peças; Instituição de procedimentos menos ruidosos, envolvendo redução da altura de queda de objetos, utilização de martelos de borracha sempre que possível; Colocar barreiras acústicas em torno das atividades mais ruidosas; por exemplo: biombos e cortinas; Reduzir o ruído gerado em grandes superfícies evitando que elas vibrem; Dar preferência a métodos de trabalho menos ruidosos; Evitar tanto quanto possível decapagem com areia ou utilizar silenciadores de saída quando tal não for possível. Utilizar máquinas de limpeza centrifuga para peças mais pequenas. Se necessário, realização de operações mais ruidosas em local preparado para o efeito (ex.ª cabina insonorizada). E, inevitavelmente, a utilização, pelos trabalhadores, de protetores auditivos é imperativa quando apesar de tudo não se conseguirem evitar os níveis de ruído excessivos.



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raio x

raio-x

Peugeot Partner Office

Escritório móvel

A Peugeot tem no Partner Office uma boa solução para quem faz da estrada o seu local de trabalho diário. O maior aliado é o “touch screen” de sete polegadas, mas a capacidade de carga aumentada também não é de descurar… TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

P

ara quem necessita de passar muito tempo na estrada, lidando com burocracia e com cargas e descargas frequentes, a Peugeot propõe o Partner SE com pack Office, que acrescenta a uma vasta lista de equipamento de série o pack que lhe dá o nome. Este Pack Office dota o Partner de um “touch screen” com sete polegadas e da tecnologia MirrorScreen, que transporta o smartphone para o ecrã do automóvel, facilitando o uso de várias ferramentas, como e-mail, Internet, documentos, entre outros. Deste pacote de equipamento fazem ainda parte os seis altifalantes do rádio, para melhor escutar os seus interlocutores através do sistema de Bluetooth (que é de série neste pack), ou ouvir a música de qualquer dispositivo, utilizando as tomadas USB e Jack disponíveis. O sistema de navegação também

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faz parte desta oferta de série e, para que não tenha de tirar os olhos da estrada, existem comandos sob o volante. Este, de três raios e com regulação em altura e profundidade, oferece amplas regulações para que se ocupe uma posição confortável, em conjunto com o facto de o banco do condutor ter três eixos de regulação, incluindo altura. Ainda no domínio dos bancos, e parte do pack Office, merece destaque o banco modular com três lugares (confortável apenas para dois ocupantes), em que o do meio permite rebater as costas para obter uma superfície plana, útil para escrever ou apoiar um portátil ou tablet, e o da direita pode ser colocado em posição cinema ou rebatido, conseguindo-se assim aumentar os já de si generosos 1800 mm de comprimento do compartimento de carga. A ligação entre

os dois faz-se através de uma portinhola na zona inferior direita do separador, em chapa e com zona superior em rede, que impede que, numa travagem brusca, os volumes transportados venham ter ao nosso colo, ainda que existam vários anéis de fixação espalhados pela caixa de carga e o seu piso esteja revestido por um tapete em PVC. ESPAÇO E FUNCIONALIDADE

Além da possibilidade de aumentar o comprimento máximo da carga a transportar, a Peugeot dotou esta série especial Office de mais capacidade de carga, que agora se cifra nos 3,3 m3, bem como de uma porta lateral de correr, localizada do lado direito, facilitando assim o acesso a quem precisa de realizar várias operações de carga e descarga. As inovações do Pack Office não ficam por


1.6 DIESEL HDI 75 CV

3.3M3

VOLUME ÚTIL

5.0 L 100 KM

131 G/KM CO2

aqui e incluem ainda o sistema de ajuda ao estacionamento traseiro, que engloba os sensores e a câmara de visão traseira (colocada logo acima da chapa de matrícula), cujas imagens aparecem no ecrã tátil de sete polegadas, facilitando muito as manobras em locais mais apertados. Para o mesmo fim concorre ainda o Hill Start Assist, que impede que este Peugeot descaia nos arranques em subida. Assumindo a posição de condução, temos acesso a vários espaços de arrumação, nomeadamente a uma plataforma sob o tejadilho, por trás do volante (no topo do tablier), no painel de bordo do lado do passageiro e nas bolsas das portas, não esquecendo o porta-luvas duplo e os espaços na consola central. Com tudo arrumado, colocamos em marcha o motor diesel 1.6 de

20 430

(C/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA

75 cv, a única motorização disponível para esta série especial. Os 185 Nm disponíveis logo às 1500 rpm garantem a força necessária para não comprometer nos arranques e para não deixar sem resposta as solicitações do condutor, sempre que é preciso um pouco mais de músculo. Nota positiva também para a caixa manual de cinco velocidades, colocada em posição elevada na consola central, o que garante um maior conforto de utilização. No entanto, e apesar do seu bom funcionamento e escalonamento, seria aconselhável uma mudança “extra”, para rolar nas viagens mais longas, o que beneficiaria os consumos. Durante o nosso ensaio não conseguimos descer dos 6,8 l/100 km, bastante acima dos 5,0 l/100 km anunciados pela marca francesa, a que

Para além de ter mais capacidade de carga, em termos de volume útil e comprimento, a versão Office do Partner demarca-se pelo sistema de infoentretenimento, com ecrã tátil, sistema Android, capacidade de navegar na Internet e sistema de navegação

correspondem emissões de CO2 de 13 g/ km. Apesar de não ter uma caixa que ajude nas deslocações mais compridas, para estas viagens a Peugeot disponibiliza no Partner o cruise-control com limitador de velocidade, para que nunca esteja em falta com as autoridades de trânsito. E para garantir a segurança estão lá o controlo de estabilidade e a assistência às travagens de emergência. Custa €16 609 este escritório sobre rodas, valor que sobe para os €20 430 quando contabilizado o IVA. Um preço em linha com as capacidades deste modelo, que tem no sistema de infoentretenimento com ecrã tátil, sistema Android e capacidade de navegar na Internet a sua clara mais-valia, num mundo onde cada vez mais precisamos de estar sempre “ligados”. SETEMBRO 2016

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MAN TGE / Volkswagen Crafter

Nascimento de uma nova geração O Grupo Volkswagen desenvolveu uma nova gama de veículos comerciais, com pesos brutos entre as 3,0 e as 5,0 toneladas, que serão comercializados pelas redes da Volkswagen Veículos Comerciais e da MAN como Crafter e TGE, respetivamente. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

C

oncluída a parceria comercial com a Mercedes-Benz para a produção de veículos comerciais ligeiros com mais de três toneladas de peso bruto, o Grupo Volkswagen decidiu avançar sozinho com o desenvolvimento de um produto para este segmento, que passou inclusivamente pela construção de uma fábrica totalmente nova na Polónia. Para rentabilizar o investimento efetuado na nova gama de comerciais, com pesos brutos compreendidos entre as 3,0 e as 5,0 toneladas, os novos modelos serão comercializados como Volkswagen Crafter e MAN TGE. A nova gama de veículos comerciais, que na Volkswagen substitui a atual Crafter e na MAN representa a entrada num segmento inédito até hoje, será constituída por furgões

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de mercadorias, fechados ou vidrados, chassis-cabina simples e dupla, que serão propostos em duas distâncias entre eixos, em três alturas de tejadilho e três comprimentos de carroçaria. Segundo o Grupo Volkswagen, a combinação dos novos motores 2.0 TDI e um design exterior totalmente novo permitem a obtenção de baixos consumos de combustível e de emissões. Os propulsores foram concebidos para possibilitarem operações de curto e longo curso, oferecendo robustez e baixos custos de manutenção e reparação. Os comprimentos do veículo para o furgão variam entre os 5983 mm e os 6833 mm, e chegam aos 7388 mm com uma rabeira comprida. As alturas do veículo podem ser de 2340 mm, 2575 mm ou 2800 mm.

A combinação correspondente resulta num volume de carga máximo de 18,3 metros cúbicos. O espaço de carga inclui de série iluminação LED. As versões de entrada das gamas MAN TGE e Volkswagen Crafter têm um peso bruto de três toneladas, enquanto nas variantes ‘pesadas’ este chega às 5,5 toneladas. Por sua vez, a capacidade de reboque é de 3,5 toneladas. A capacidade de carga máxima do veículo com peso bruto de 3,5 toneladas é de 1,5 toneladas. ESTABILIDADE E FACILIDADE EM TODAS AS MANOBRAS Segundo o Grupo Volkswagen, o desenho exterior dos novos comerciais possibilita a disponibilização de um veículo que oferece uma ampla superfície de carga, mas com


dimensões exteriores mínimas, tornando-o extremamente manobrável e estável. Em termos de área de carga e volume útil, o fabricante alemão reclama que os novos Crafter e TGE são bastante superiores relativamente à concorrência. A gama de cadeias cinemáticas disponíveis é igualmente extensa. Dependendo do peso total permitido, pode-se optar por tração dianteira, traseira ou total. Todas podem incluir a caixa de manual de seis velocidades ou a caixa automática de oito velocidades. Com a MAN TGE, nasceu uma nova geração de motores a diesel. Esta teve a sua estreia há cerca de um ano, na mundialmente conhecida e bem-sucedida Volkswagen Transporter, e possui também uma longa vida útil e fiabilidade. Além disso, o motor de quatro cilindros foi especialmente desenvolvido para o trabalho exigente dos veículos comerciais. A gama de motores de 1968 cc inclui versões com 102 cv, 122 cv,140 cv e 177 cv (sendo esta última biturbo). A opção dos motores dependerá ainda do tipo de tração escolhido - dianteiro, traseiro ou integral (4MOTION) que também poderá ser associado a caixas de velocidades automática ou manual. Em termos de segurança, o novo comercial ligeiro do Grupo Volkswagen pretende assumir-se com a nova referência do segmento. O MAN TGE e a Volkswagen Crafter estreiam um sistema de direção eletromecânica, além de disponibilizarem vários sistemas de apoio à condução, incluindo ESP com estabilização de reboque, sistema de controlo adaptativo de velocidade (ACC), sistema de travagem pós-colisão, sistema de compensação de ventos laterais (opcional), sistema de assistência a manobras de reboque.

A NOVA GAMA VAI BENEFICIAR DO SERVIÇO PROFISSIONAL DE ASSISTÊNCIA OFERECIDO PELA MAN Os novos MAN TGE e Volkswagen Crafter vão ser apresentados ao público no Salão de Veículos Comerciais de Hannover. A MAN anunciou que a comercialização irá arrancar em março de 2017, devendo a produção ter início em abril. As primeiras unidades vão ter como destino aos mercados da Alemanha, Áustria, Suíça e Holanda. Aos restantes mercados só chegará em outubro. No que diz respeito a grupos alvo, a MAN irá apostar principalmente nos setores da logística e construção, mas requisitos específicos das indústrias do comércio especializado e do transporte de passageiros serão também futuras áreas de aplicação do “camião” leve da marca germânica. Além de todas as suas características, a nova gama vai ainda beneficiar do serviço profissional oferecido pela MAN, o qual é reconhecido pela sua assistência prática, mesmo sem marcação na oficina, a assistência rápida em emergências durante o fim de semana ou à noite, bem como pelo seu alargado horário de atendimento. O serviço de assistência a todo o veículo aplica-se também a contratos de manutenção e reparação. Extensões de garantia, garantia de mobilidade e serviço de assistência 24 horas completam os serviços disponibilizados.


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RAIO-X

AXALTA COATING SYSTEMS

SEDE INAUGURADA E PRÉMIO VOLVO

A Axalta Coating Systems inaugurou a nova sede para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) na cidade de Basileia, na Suíça. Os dirigentes da região EMEA deste fabricante global de tintas líquidas e em pó, que estavam em diferentes instalações, já se encontram na nova sede. Matthias Schönberg, vice-presidente da Axalta e presidente para a região EMEA, refere: “Esta mudança reflete o nosso compromisso em obter uma perspetiva verdadeiramente regional. Ter a nossa equipa de liderança, que define a gestão estratégica dos negócios da região, reunida num único local, permite-nos promover sinergias e focarmo-nos totalmente na estimulação do crescimento nos nossos mercados. Simultaneamente, permite que as nossas equipas de gestão nacionais se concentrem em todas as importantes operações locais diárias.” Entretanto, o fabricante – que adquiriu o negócio da Geeraets Autolak, distribuidor holandês dos produtos de repintura da marca Cromax da Axalta – foi distinguido com o prémio Volvo Cars Quality Excellence (VQE) Award, que é atribuído pelo construtor sueco às empresas que obtêm 100% de classificação num conjunto de requisitos, os quais monitorizam a excelência numa diversidade de áreas operacionais, que incluem Confiança, Fornecimento e Logística e Sistemas de Qualidade Eficientes.

AGC

PARCERIA MARROQUINA COM A INDUVER A AGC Automotive Europe chegou a um entendimento com a Induver Holding, uma empresa de produção de vidro automóvel baseada em Marrocos. Ao abrigo deste acordo, será criada uma joint-venture entre as duas empresas para a produção de vidro destinado aos mercados da Europa e do Norte de África. Ao mesmo tempo que se lança em operações nesta zona do globo, a AGC adquire também uma quota na Induver, especializada na produção de vidro automóvel para os segmentos de aftermarket e de veículos comerciais.

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Bosch

Aposta na inovação com produtos para oficinas e indústria A

Bosch Automotive Aftermarket apresentou ao mercado o seu mais recente equipamento de teste de fugas: o Bosch SMT 300. Com o intuito de demonstrar como se podem localizar fugas em diferentes partes do veículo e explicar as vantagens que o SMT 300 pode trazer à oficina, a Bosch colocou à disposição dos profissionais quatro vídeos didáticos no seu canal do YouTube. O SMT 300 é um sistema compacto (33 x 30,5 x 33 cm) e leve (8 kg) que funciona com a bateria de 12 V do veículo. A unidade inclui a máquina com todas as funções, uma válvula de controlo do fluxo de fumo, o medidor de fluxo de ar e o manómetro para medir a pressão e o vácuo. O equipamento inclui ainda um difusor de fumo e uma tecnologia homologada, baseada em testes de fumo e pensada para a utilização segura em qualquer veículo. A solução utilizada é o UltraTraceUV, que serve para ser aplicada em caso de fugas muito pequenas, com um funcionamento simples: durante o diagnóstico, produz um fumo de fácil identificação com a ajuda de uma luz branca ou ultravioleta. A par desta lanterna, o SMT 300 vem ainda equipado com uns óculos de segurança. O equipamento oferece à oficina a possibilidade de efetuar vários tipos de testes de fugas em veículos de forma rápida e eficaz. O seu design compacto e

a sua gama completa de acessórios permitem a utilização por qualquer oficina automóvel. Apostada em inovar, e com o objetivo de desenvolver o sistema de sensores do futuro para a produção conectada, ou Indústria 4.0, a Bosch lidera ainda o projeto AMELI 4.0, que conta ainda com a participação de seis outros parceiros – Siemens, Hahn Schickard, o Instituto Fraunhofer para a Produção de Sistemas e Design Tecnológico IPK, Binder-Elektronik, Schaudt Mikrosa GmbH e Stackforce. O sistema destina-se a monitorizar máquinas e imediatamente detetar desvios do seu estado de funcionamento normal. Com a ajuda deste sistema, as fábricas podem dar um passo em frente para prevenir que as máquinas tenham tempos de paragem inesperados. Em vez de adotarem intervalos rígidos de manutenção, as empresas podem efetuar a manutenção dos seus equipamentos precisamente quando necessário. Com esta abordagem espera-se reduzir custos de manutenção, inspeção e reparação de máquinas até 30%. Para alcançar os objetivos propostos no projeto AMELI 4.0, os investigadores focamse numa das tecnologias chave do mundo conectado: os sensores MEMS (sistemas microeletromecânicos).


ZF

OFERTA PÚBLICA DE AQUISIÇÃO SOBRE A HALDEX A ZF lançou uma oferta pública de aquisição sobre a Haldex, empresa sueca especializada na produção de sistemas de travagem e suspensões pneumáticas para veículos comerciais. A ZF oferece 100 coroas suecas por ação (10,15 euros) da Haldex, avaliando esta empresa em cerca de 462 milhões de euros. A oferta foi aceite pelo presidente do conselho de administração da Haldex, Göran Carlson, que é o maior acionista com 5,7% das ações e direitos de voto e foi unanimemente recomenda pela administração da Haldex. A combinação das atividades da Haldex e da ZF é apontada com uma excelente oportunidade para as tendências futuras na mobilidade que foram delineadas na Estratégia da ZF 2025. Com esse objetivo, a ZF adquiriu ainda uma participação de 40% no capital da Ibeo Automotive Systems, uma empresa alemã líder de mercado na tecnologia ‘lidar’ e no desenvolvimento de software de reconhecimento ambiental, designadamente em aplicações para condução autónoma. Juntamente com a ZF, a Ibeo irá dar o próximo avanço tecnológico e um passo significativo para aplicações em veículos’. PUBLICIDADE

Petronas

Novos lubrificantes Selenia

A

proveitando o lançamento do Alfa Romeo Giulia, a Petronas introduziu dois novos lubrificantes para utilização exclusiva nos motores 2.9 V6 e 2.2 JTD: Petronas Selenia Digitek 0W-40 e Petronas Selenia Forward WR-20. O Selenia Digitek 0W-40 é consegue responder às necessidades de motores de elevada potência, sendo recomendado para o motor 2.9 V6 de 510 cv do novo Giulia Quadrifoglio Verde. Segundo a Petronas, este óleo é resistente em quaisquer condições de baixa viscosidade e melhora a resistência à oxidação, que é uma consequência imediata das altas temperaturas atingidas pelos motores em condições de condução extremas. Graças ao gradiente de viscosidade, promove ainda a libertação imediata da potência máxima do motor. Para o motor 2.2 JTD, a Petronas desenvolveu o Selenia WR Forward

0W-20, que cumpre a norma Euro 6 e oferece proteção e economia de combustível. Sublinhe-se que a Petronas Lubrificants Italy celebrou o 25º aniversário da gama de óleos Petronas Selenia, que foi especialmente formulada para motores de veículos ligeiros do Grupo FCA. Criada no final da década de 80, a marca Selenia rapidamente se impôs na Europa e, em pouco tempo, tornou-se no único óleo recomendado como o adequado para os motores do construtor italiano, bem como o único lubrificante que conseguia satisfazer as necessidades de motores de nova geração Fiat, Alfa Romeo, Lancia, Fiat Professional, Abarth e Jeep.


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RAIO-X

CONTINENTAL

FORNECEDORA DO BORGWARD BX7 A Continental foi a empresa eleita para fornecer o painel de instrumentos digital do BX7, o novo modelo da Borgward, marca que recentemente voltou ao mercado. Este painel integra então um ecrã TFT a cores de 4,2 polegadas e alto contraste, com capacidade para receber imagens em cores reais. Mais ainda, este painel utiliza animações e imagens coloridas para passar a informação, o que se traduz numa experiência de condução mais agradável. Adicionalmente, este painel está ligado a um módulo de infoentretenimento, conseguindo assim uma interação homem/máquina mais conveniente. “Estamos muito contentes por contribuir para a aventura chinesa da Borgward e por lhe fornecer os nossos produtos de instrumentação”, disse Helmut Matschi, responsável máximo pela divisão de Interiores da Continental. “Este inovador painel TFT de 4,2 polegadas demonstra a totalidade das nossas capacidades locais de Pesquisa e Desenvolvimento e sublinha a nossa estratégia: ‘No mercado, para o mercado’.” Recorde-se que a Continental implementou o programa Continental Idea Management, que permite aos mais de 212 mil funcionários da empresa apresentarem ideias e sugestões para melhorar a eficiência e rendibilidade da empresa. No ano passado, os colaboradores contribuíram com mais de 470 mil ideias – numa média de duas ideias por funcionário – permitindo à empresa alcançar poupanças globais na ordem dos 124 milhões de euros. Durante os últimos quatro anos, os colaboradores da Continental geraram poupanças de cerca de 550 milhões de euros.

Pioneer

Nova gama de sistemas áudio para automóvel

A

Pioneer desenvolveu uma nova gama de sistemas áudio para automóvel e leitores de multimédia digitais que inclui funcionalidades como Advanced Remote Control, Back Up Memory e conectividade para smartphone, Bluetooth, DAB / DAB + rádio digital e Spotify. A gama é constituída pelos modelos DEH, que permitem a reprodução de CD, e MVH, concebidos para os amantes da música que preferem usar dispositivos USB ou os seus ‘smartphones’ para transmitir áudio no seu automóvel. A ‘app’ Advanced Remote Control (Pioneer ARC) transforma o smartphone – iPhone ou Android – num poderoso controlo remoto tátil do autorrádio, enquanto a entrada USB frontal permite potenciar a utilização dos novos sistemas de áudio Pioneer para automóveis. A ARC da Pioneer possibilita ao utilizador navegar através de sua música favorita, mudar as fontes de áudio (FM, DAB, áudio Bluetooth, etc.), utilizar o Spotify ou outros aplicativos semelhantes e até mesmo personalizar as cores de

iluminação e definir as configurações de áudio avançadas. Alguns modelos – DEH-X5900BT, DEH-3900BT e MVH-390BT – vêm equipados com funcionalidades Bluetooth úteis, tais como kit mãos-livres e transmissão de áudio sem fios. O Siri Eyes Free também está incluído nestes modelos para utilizadores de iPhone. Os autorrádios Bluetooth da Pioneer também possibilitam a ligação simultânea de dois telefones e a transferência automática da agenda de contactos. Outra novidade é a função de memória (BackUp), que permite armazenar todas as configurações, tais como estações de rádio memorizadas pré-definidas, configurações de áudio, preferências de iluminação, entre outras, que fazem com que o utilizador não tenha de ter que configurar o autorrádio após a bateria do veículo ser desligada. Os novos modelos MVH e DEH estarão disponíveis através da rede de distribuidores autorizados da Pioneer a partir de setembro de 2016.

WABCO

ACORDOS COM GEELY E MAHINDRA & MAHINDRA A Wabco assinou um contrato com os chineses da Geely para fornecimento de bombas de vácuo, que serão instalados na maioria dos automóveis e SUV’s da marca, a partir de 2019. A Wabco irá fornecer bombas de vácuo que possuem um design modular, leve e de baixo consumo para funções de travagem e não travagem em motores a gasolina de injeção direta. O fabricante refere que a tecnologia inovadora de bombas de vácuo proporciona um melhor consumo de combustível e uma diminuição nas emissões. Simultaneamente, para assegurar um serviço diferenciado à Geely, a produção da Wabco continuará a ser efetuada na sua fábrica

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TURBO OFICINA

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SETEMBRO 2016

de Qingdao, na China. Além disso, a Geely atribuiu recentemente o prémio “Supplier Excellence 2016” à Wabco, reconhecendo a sua performance e valor acrescentado, incluindo o apoio ao programa do construtor chinês para a expansão do volume de bombas de vácuo. A empresa assinou também um contrato com a Mahindra & Mahindra, que prevê o fornecimento de bombas de vácuo a um dos maiores fabricantes indianos de veículos de passageiros e SUV’s. A Wabco irá disponibilizar bombas de vácuo para todas as plataformas de motores da Mahindra & Mahindra, cuja produção em série deverá arrancar no final de 2017.


TRW

CAMPANHA “VERDADEIROS ORIGINAIS” CHEGA AOS DISCOS DE TRAVÃO A TRW Aftermarket acaba de lançar a nova fase seguinte da sua campanha global de marketing “Verdadeiros Originais”. Desta vez, o grupo de produtos em destaque é o programa de discos de travão. Ben Smart, Diretor de Marketing Global da TRW Aftermarket, declarou: “Esta próxima fase da campanha demonstra como a TRW, enquanto fabricante de Equipamento Original, compreende a forma como os sistemas dos veículos estão interligados e que o que acontece num sistema pode afetar os outros, consequentemente, estes sistemas têm de ser fabricados para funcionarem harmoniosamente entre si, de modo a oferecerem o máximo desempenho e segurança. Os novos materiais da campanha informam como, em consequência disso mesmo, a TRW Aftermarket dispõe do conhecimento e da experiência necessários para alcançar o resultado perfeito com os seus programas de discos de travão com a qualidade do Equipamento Original.”

RUPES

PRODUÇÃO DO BIGFOOT ARRANCA NOS ESTADOS UNIDOS A Rupes vai começar a produzir polidoras elétricas BigFoot nos Estados Unidos, e será a primeira vez que estes equipamentos serão fabricados fora de Itália. A decisão tem como objetivo responder ao crescimento registado no mercado norte-americano. As tolerâncias de produção e os padrões estabelecidos em Itália serão mantidos na fábrica de Longmont, nos Estados Unidos, incluindo o apertado controlo de qualidade. As ferramentas LHR21ES e LHR15ES produzidas na fábrica do Colorado já começaram a ser comercializadas, enquanto as versões Mark II e outros modelos BigFoot serão introduzidos no último trimestre de 2016. Após o lançamento há cerca de cinco anos, a família de ferramentas começou a ganhar a preferência dos profissionais. Com a produção de ferramentas nos Estados Unidos, a Rupes passa a disponibilizar um nível mais elevado de serviço e a produzir ferramentas para responder a uma procura cada vez maior.


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raio-x

Barómetro

Dinâmica das empresas do setor

Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO JULHO 2016 HOMÓLOGA JULHO 2016 HOMÓLOGA JULHO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 291 -13,9% CENTRO 141 -12,4% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 238 22,7% ALENTEJO 34 -15,0% ALGARVE 21 0,0% R. A. AÇORES 6 -33,3% R. A. MADEIRA 12 -36,8%

87 0,0% 44 -18,5%

28 -31,7% 18 -18,2%

60 12 6 3 4

16 2 2 0 0

TOTAL 743 -5,0%

216 -3,6%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

JULHO 2016

ACUMULADO JULHO 2015 JULHO 2016

ACUMULADO SETOR JULHO 2015

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

74

743

78

782

-5,0%

-5,2%

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

24

216

28

224

-3,6%

-1,7%

INSOLVÊNCIAS

6

66

15

100

-34,0% -23,1%

(CONSTITUIÇÕES)

Tecido empresarial do setor JULHO 2016 TOTAL DE EMPRESAS

R.A. AÇORES 203 NORTE 5002

R.A. MADEIRA 278 CENTRO 3367 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3342

EM PERCENTAGEM

37,0 24,9 24,7 ALENTEJO 855

ALGARVE 463

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TURBO OFICINA

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SETEMBRO 2016

6,3 3,4 1,5 2,1

7,1% 0,0% 50,0% 50,0% -55,6%

-36,0% -60,0% 100,0% -100,0% -100,0%

66 -34,0%

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça

(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt



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RAIO X

Alfa Romeo Giulia

Quem faz o quê

A

Alfa Romeo entrou numa nova fase e a vara desta transformação é o Giulia, modelo que, na sua versão de topo, monta um motor Ferrari com 510 cv, que lhe permitirá acelerar dos 0 aos 100 km/h em meros 3,9 segundos. Esta não será, no entanto, a sua única motorização. O modelo italiano terá também uma variante com um motor 2.0 a gasolina, cujo turbo provém da Honeywell e a cablagem da Delphi. Disponível em versões de tração traseira ou integral, os veios de transmissão são originários da GNK. Para passar a energia do motor para as rodas

será utilizada uma transmissão manual – fornecida pela CETRAG –, cujo cárter é da responsabilidade Means Industries. A dupla embraiagem a seco provém da Schaeffler e os sincronizadores da Hoerbiger. Para maior conforto dos seus ocupantes, a Alfa Romeo dotou o Giulia de sensores de luz e chuva, da Valeo, mas apostou também no isolamento do habitáculo, recorrendo aos préstimos da Stabilus para o isolamento dos ruídos do motor. No design interior, destaque para o volante inspirado nos Fórmula 1 e aquecido através de uma resistência da IGB Automotive.

Aquecidos são também os bancos, fazendo uso de um sistema da Kongsberg Automotive. Destaque ainda para o sistema de navegação da Magneti Marelli, incluído no sistema de infoentretenimento, comandado por um ecrã tátil da Methode Electronics, e para o teto panorâmico, proveniente da Webasto. Merece ainda nota o facto de os puxadores das portas e da bagageira não provirem do mesmo fornecedor. No caso, os primeiros originam na U-Shin, ao passo que o segundo provém da Hülsbeck & Fürst. Veja quem faz o quê no novo modelo da Alfa Romeo na tabela abaixo.

COMPONENTES FORNECEDOR

COMPONENTE

FORNECEDOR

COMPONENTE

CULTRARO

Amortecedor da alavanca de regulação do volante

DANA

Juntas secundárias

DELPHI

Cablagens do motor

KONGSBERG AUTOMOTIVE

Aquecimento dos bancos

DENSO

Alternador

BROSE

Sistema completo das portas

DOW AUTOMOTIVE

Espumas de poliuretano do habitáculo

GETRAG

Transmissão manual

EBERSPÄCHER

Aquecedor PTC de 1500W

GKN

Veios de transmissão (fr/tr)

HONEYWELL

Turbocompressor HTT (2.0L gasolina)

HOERBIGER

Sincronizadores da caixa

IGB AUTOMOTIVE

Resistência de aquecimento do volante

HUF HÜLSBECK & FÜRST

Puxador da tampa da bagageira

INDUSTRIALESUD S.P.A.

Chapeleira

HUTCHINSON

Circuito de assistência dos travões

MAGNETI MARELLI

Sistema de navegação

MAHLE

Termostatos e válvulas de controlo

MANN + HUMMEL

Filtros de ar do habitáculo

SOLE SPA

Frisos do tejadilho

MEANS INDUSTRIES

Carter da embraiagem

SCHAEFFLER

Dupla embraiagem a seco

METHODE ELECTRONICS

Ecrã tátil multimédia

SKF

Rolamentos das rodas

NEMAK

Torres de suspensão

TI AUTOMOTIVE

Tubos dos travões

STABILUS

Isolantes do capô

U-SHIN

Puxadores exteriores das portas

VALEO

Sensores de chuva e de luz

WEBASTO

Teto panorâmico

NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

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TURBO OFICINA

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SETEMBRO 2016



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42

ESPECIALISTA

reparação

Os novos materiais das carroçarias sobre o banco PARCERIA

Os veículos atuais, dotados em muitos casos de carroçarias híbridas e multimateriais, exigem um tratamento específico no banco de desempeno. Os processos de remoção de peças de diferentes materiais cedem protagonismo a procedimentos de medição, verificação e controlo, dada a necessidade de substituição das peças danificadas. TEXTO FRANCISCO LIVIANOS GONZÁLEZ

P

ara avaliar os danos apresentados por um veículo depois de um acidente procede-se a um diagnóstico, com o objetivo de determinar a sua extensão. Desta forma, identificam-se as peças a reparar ou a substituir, obtendo-se, assim, uma ideia global do processo de reparação. Para efetuar uma reparação com garantias numa carroçaria danificada, há que conhecer as propriedades e a função dos vários materiais empregues no seu fabrico e, neste caso concreto, a aplicação precisa do banco de desempeno no dito processo.

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TURBO OFICINA

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Verificação visual dos danos

O BANCO E AS CARROÇARIAS MODERNAS A construção de carroçarias mais leves e a procura de automóveis mais seguros, que consigam uma “célula de segurança” adequada para os passageiros do veículo, tem sido um desafio significativo para a indústria automóvel. Implementar estas novas tecnologias no desenho dos veículos atuais conduziu às carroçarias híbridas (revista Turbo Oficina nº48) ou carroçarias multimateriais, que são aquelas onde se combinam peças de materiais


Carroçaria multimaterial

diferentes na sua construção, como alumínio, aços de elevado limite elástico, com o objetivo de aumentar a área de segurança dos passageiros e reduzir o peso da estrutura. Estes materiais são utilizados em função das necessidades ou das exigências de cada uma das peças que constituem a carroçaria. Por isso, quando uma destas carroçarias é danificada, os reparadores acreditados devem trabalhar em função do seguinte princípio: uma reparação exige um técnico especializado, a utilização de equipamentos - e ferramentas - aprovados pelo fabricante e o cumprimento de um método de reparação atualizado e completo. Portanto, perante estas novas carroçarias, as oficinas responsáveis pelas suas reparações deverão ter atualizado os seus conhecimentos técnicos. Os manuais e as instruções dos fabricantes são a melhor fonte de consulta. Isto é assim porque:

Medição eletrónica

Quando este tipo de material se deforma, após uma colisão, o trabalho de modelação a frio, que é necessário efetuar para o devolver à sua forma original, é impraticável, pelo que se torna obrigatória a sua substituição. A utilização de calor, que parece ser a solução lógica nesta circunstância, leva a uma alteração da estrutura molecular do material e à perda das suas propriedades

O BANCO É UM EQUIPAMENTO QUE PERMITE QUANTIFICAR COM FIABILIDADE A EXTENSÃO DOS DANOS E GARANTIR A SUA CORRETA REPARAÇÃO mecânicas, sendo, por isso, totalmente desaconselhável o aquecimento. No caso de se ter retirar uma dessas peças (que posteriormente será substituída) para recuperar as outras adjacentes em materiais convencionais, essa operação deverá ser realizada a frio. Portanto, os trabalhos de retirada no banco de elementos em aço de muita elevada resistência não são viáveis e nas carroçarias fabricadas com peças de alumínio também não. Um exemplo disto são os trabalhos em painéis de aço de muita elevada resistência, como o aço ao boro, que não permitem devolver a peça à sua forma original, chegando a aparecer ruturas ou rasgos em peças adjacentes; portanto, a sua substituição é sempre necessária. SISTEMA DE CONTROLO E REFERÊNCIA Além da função de diagnóstico, através de sistemas de medição, que permitem a recolha de toda a informação do veículo nas carroçarias tradicionais, os bancos devem ser utilizados nas carroçarias híbridas e multimateriais, como sistemas de controlo para obtenção de uma referência exata na montagem das peças novas. Quando o reparador conhece a composição das peças deformadas e sabe que não é viável efetuar trabalhos de recuperação – porque se tratam de elementos fabricados em alumínio ou aços especiais – terá de recorrer ao banco para substituir e ajustar os elementos danificados. Para ajudar no posicionamento relativo das peças, que vão ser substituídas no veículo, utilizam-se quer os sistemas de medição quer os de controlo, baseados em três planos de referência, que indicam os pontos a controlar, em altura, largura e comprimento, e formados por diferentes tipos de materiais. O sistema de medição utilizado também permitirá verificar a localização correta das novas cotas e garantir a qualidade no posicionamento. Terminamos com um exemplo de um processo de substituição de uma peça usando um banco.

A travessa traseira (rear cross member) deste Porsche 911, com carroçaria multimaterial, não permite processo de reparação, por ser fabricada em alumínio extruído

O fabricante indica que se devem substiuir as peças de fundição de alumínio que apresentem um desvio de +/- 2mm

A imagem mostra a desmontagem de uma travessa traseira, que estava unida à carroçaria através de cola estrutural e parafusos ‘flow drill’

Com a informação obtida pelo medidor eletrónico, selecionam-se os ‘pins’ adequados do banco para colocar a nova peça de substituição no seu local correto

Com os ‘pins’, o sistema bloqueia a peça no seu local correto (tolerância +/+ 0 mm) e mantém-na fixa durante o tempo de secagem da cola de união

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TURBO OFICINA

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REPARAÇÃO PARCERIA

MERCEDES-BENZ E CLASS (212) STATION E 220 BLUETEC 170 AVANTGARDE 5P CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO POTÊNCIA (CV)

170

CILINDRADA (CC)

2143

EURONCAP

5 *

CO2 125 TRAÇÃO / TRANSMISSÃO

TRASEIRA; MANUAL

CAIXA DE VELOCIDADES

6 VELOCIADADES (MANUAL)

CARROÇARIA CARRINHA

Manutenção

REVISÕES

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

Mercedes Classe E Station

1.051,76 €

MÃO DE OBRA

197,01 €

[4,5]

ÓLEO

483,60 €

[4]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

6,5

TIPO DE ÓLEO

SINTÉTICO

FILTRO DE ÓLEO

71,80 €

FILTRO DE AR

49,63 €

[1]

FILTRO DE PÓLEN

202,84 €

[4]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

46,88 €

[1]

Para quem quer aliar conforto às suas necessidades de deslocação, a Mercedes tem a nova geração da Classe E Station. Na sua variante de 170 cv e com o nível de equipamento Avantgard, a manutenção não ultrapassa os €5 por cada 100 km.

VELAS

- €

[0]

[4]

DESGASTE

1.629,46 €

ESCOVAS LIMPA PARA-BRISAS FRENTE

235,73 €

ESCOVAS LIMPA PARA-BRISAS TRAS

35,62 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

515,49 €

[4]

[4]

PASTILHAS TRAS

234,09 €

[2]

TEXTO JOSÉ MACÁRIO

DISCOS FRENTE

231,17 €

[1]

A

DISCOS TRAS

187,89 €

[1]

LIQUIDO DE TRAVÃO

89,47 €

[2]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

- €

[0]

CARGA AR CONDICIONADO

100,00 €

[1]

ESCAPE

- €

[0]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRAS

- €

[0]

BOMBA ÁGUA

- €

[0]

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

AVARIAS

- €

ELÉTRICAS

- €

TOTAL

- €

Mercedes anunciou a chegada da nova geração da Classe E Station para o mês de setembro, o que faz com que surjam bons negócios para os modelos runout da carrinha alemã, que oferece uma bagageira com mais 25 litros de capacidade do que a da nova geração. Os 695 litros de capacidade base podem expandir-se até aos 1950 litros através do rebatimento assimétrico dos bancos. Há que destacar o conforto desta proposta, tendo nele crucial importância a suspensão adaptativa, que ajusta o amortecimento em função do tipo de piso e condução, juntamente com o sistema de auto-nivelamento no eixo traseiro, essencial para preservar os padrões de conforto e segurança quando se viaja com muito peso. Outro argumento em favor da Classe E Station é que a sua manutenção programada não é exageradamente cara. Atentando a um período de 48 meses e 120 mil km percorridos, custa “apenas” €4,90 por cada 100 km manter a carrinha Classe E. De acordo com os dados fornecidos pela 4Fleet, o valor total a despender com a manutenção do Classe E Station 220 BlueTEC de 170 cv, com o nível de equipamento Avantgard, ascende aos €5907,57. Com um total de €2585,30, as dez trocas dos pneus 245/45 R17V são a parcela mais onerosa do plano de manutenção. Os pneus a aplicar custam um total de €2438,70, devendo-se os restantes €146,60 ao alinhamento de direção, equilibragem de rodas e troca de válvulas, que

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SETEMBRO 2016

custam, respetivamente, €45, €76,60 e €25. A segunda fatia dos gastos é consumida pela substituição de peças de desgaste, que atinge os €1629,46. É o sistema de travagem que obriga ao dispêndio maior, com €1258,11 do total, distribuído entre quatro trocas de pastilhas dianteiras (€515,49), duas trocas de pastilhas traseiras (€234,09), uma troca de discos dianteiros (€231,17), outra dos discos traseiros (€187,89) e duas trocas do líquido dos travões (€89,47). A esta parcela devemos ainda juntar €100 para a carga do ar condicionado, bem como €271,35 para as quatro substituições das escovas dianteiras e duas das escovas traseiras. As revisões programadas são o terceiro item mais dispendioso do plano de manutenção preconizado pela marca. Os €1051,76 que esta secção contempla dividem-se entre os €483,60 para as quatro trocas do óleo sintético, à razão de €18,60/litro; os €197,01 de custo de mão de obra, calculado com base no valor/hora médio nacional de €43,78; e €371,15 para as trocas dos filtros de óleo, ar, pólen e combustível. Para o cômputo final devem ainda levar-se em conta €27 para a IPO e €614,05 de inflação. A todos os valores apresentados na tabela e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis. ribeirinho@4fleet.pt.

PNEUS

2.585,30 €

PNEUS FRENTE

245/45R17V

PNEUS TRÁS

245/45R17V

PNEUS

2.438,70 €

ALINHAMENTO DE DIREÇÃO

45,00 €

[3]

EQUILIBRAGEM

76,60 €

[10]

VÁLVULA

25,00 €

[10]

OUTROS

641,05 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

614,05 €

AJUSTES

- €

[10]

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

5.907,57 €

/100 KMS

4,92 €

COMBUSTÍVEL

- €

IUC 249,48 * VALORES SEM IVA



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REPARAÇÃO

Volkswagen Golf V

Caixa de velocidades 0A4A Em parceria com a Revista Técnica automóvel, revelamos-lhe os procedimentos para desmontar e montar a caixa de velocidades OA4A do Volkswagen Golf V com motores 1.9 TDi (90-105 cv) e 2.0 TDi (140 cv).

C

aixa de velocidades manual de 5 relações para a frente sincronizadas e marcha atrás formando um conjunto com o binário redutor e o diferencial, disposta longitudinalmente no extremo do motor. Caixa de dois eixos com dois rolamentos de agulhas para o eixo primário, dois rolamentos de roletes cónicos para o eixo secundário e um eixo intermédio para a marcha atrás. O extremo do eixo primário, lado da embraiagem, gira sobre um rolamento de esferas. Comando das velocidades por cabos com alavanca no piso. Bloqueio eletrónico do diferencial EDS e antipatinagem ASR. Tipo: 0A4A (caixa 5 velocidades) INDICAÇÃO A marca da caixa de velocidades situa-se sobre o cárter do diferencial (marca de fundição) ou em cima do cárter da embraiagem (letras de marca e data de fabrico). As letras de marca da caixa de velocidades figuram igualmente sobre a placa de indicação situada no porta-bagagens. Exemplo: FNE 10 11 4. FNE: letras de marca. 10: dia 11: mês 4: ano de fabrico (2004).

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RELAÇÕES DE DESMULTIPLICAÇÃO FNE/GQQ 1ª 0,2647 2ª 0,4848 3ª 0,7419 4ª 1,0344 5ª 1,3448 Diferencial 0,2950 CORRESPONDÊNCIA Motores BRU e BKN: FNE e GQQ. BINÁRIOS DE APERTO (Nm ou mkg) Suportes de caixa de velocidades a cárter*: 4+90º Suportes de caixa de velocidades a suporte*: 6+90º Caixa de velocidades ao motor: M12 8 M10 4 M6 1 Bomba de travões: 2+90º Comando das velocidades sobre caixa: 2,5 Flange sobre caixa (cabeça cónica): 2,5 Bujão de enchimento / nível: 3 Bujão de despejo: 3 Cárter traseiro sobre cárter de carretos: 1 Cárter do diferencial: 2,5+90º

Periodicidade de manutenção: sem substituição nem controlo preconizado. DESMONTAGEM E MONTAGEM DA CAIXA DE VELOCIDADES DESMONTAGEM Colocar o veículo sobre uma ponte elevadora de braços e em seguida desmontar as rodas.

No compartimento do motor Desmontar a blindagem protetora do motor. Desligar a bateria. Desmontar: A caixa do filtro de ar. A bateria e o suporte de bateria. Desligar os cabos de comando de velocidades.

(*) parafuso ou porcas novas

CONSUMÍVEIS ÓLEO DE CAIXA DE VELOCIDADES Capacidade: 1,80 litros. Tipo: óleo sintético G052 756 A2 de viscosidade SAE 75W.

Figura 3A-1


EX CLU

SIV O

ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL

Figura 3A-2

Desmontar: O suporte (1) e a alavanca de reenvio (figura 3A-1). A bomba de travões de embraiagem (2) e afastá-la a um lado (figura 3ª-1). A trança de massa entre o motor e a caixa de velocidades. Retirar a ficha de luzes de marcha atrás. Desmontar: O motor de arranque. Os parafusos de fixação superiores da caixa de velocidades. Fixar o gancho suplementar T10-222A/2 na parte traseira esquerda do bloco do motor (figura 3A-2). Debaixo do veículo Desmontar: O revestimento de proteção debaixo do motor. As rodas. As chapas de proteção em cima do flange de transmissão direito e esquerdo, caso montar. O tirante anti rolante inferior. Se for desmontar, efetuar o despejo da caixa de velocidades. Separar as transmissões dos flanges da caixa de velocidades e em seguida suspendê-las da carroçaria. Desmontar os parafusos de fixação do suporte esquerdo da caixa de velocidades. vInclinar o conjunto motor / caixa para permitir o acesso aos parafusos de fixação do suporte esquerdo (figura 3A-4). Se existir, desmontar a proteção do volante do motor.

Figura 3A-4

CARRETOS – DIFERENCIAL 1. Eixo primário 2. Eixo secundário 3. Rolamento de esferas 4. Placa de travão do rolamento 5. Carretos conduzidos 6. Anilha de sincronização 7. Molas 8. Carreto deslocável de 1.ª / 2.ª 9. Encravamento 10. Freios de segurança 11. Anilha de segurança

Figura 3A-5

12. Carreto deslocável de 3.ª / 4.ª 13. Carreto deslocável 14. Carreto condutor 15. Carreto deslocável de 5.ª 16. Anilha de regulação 17. Anilha de mola 18. Apoio de marcha atrás 19. Carreto deslocável de marcha atrás 20. Carreto intermédio de marcha atrás 22. Eixo de marcha atrás

23. Diferencial 24. Caixa de fricção 25. Planetários 26. Satélites 27. Eixos de satélites 28. Separador de regulação 29. Junta de hermeticidade 30. Anilha de cone 31. Mola de pressão 32. Eixo de transmissão.

Figura 3A-6

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reparação

Desmontar: O reforço entre o catalisador e a caixa de velocidades. Os parafusos de fixação inferiores da caixa ao motor. Separar a caixa dos casquilhos de centragem e incliná-la com precaução para a subestrutura. Empurrar o motor para a parte dianteira. Baixar lentamente a caixa de velocidades para desmontá-la por baixo. MONTAGEM Atuar pela ordem inversa da desmontagem, respeitando os pontos seguintes: Assegurar-se da presença dos casquilhos de centragem da caixa sobre o bloco. Assegurar-se do estado da chumaceira e da rótula do garfo de embraiagem. Untar com massa as estrias do eixo primário. Apertar as fixações inferiores da caixa de velocidades. Respeitar os binários de aperto prescritos. Efetuar o enchimento e nível de óleo da caixa de velocidades. Efetuar a regulação do comando das velocidades.

CÁRTERES DE CAIXA DE VELOCIDADES 1. Cárter da embraiagem 2. Cárter de carretos 3. Juntas de hermeticidade 4. Cárter traseiro 5. Bujão de nível de óleo

6. Guia 7. Bujão de despejo 8. Íman 9. Bujão 10. Junta de hermeticidade

COMANDO DAS VELOCIDADES 1. Punho 2. Fole 3. Insonorizante 4. Braçadeira 5. Freios de segurança 6. Prato de mola 7. Mola 8. Carcaça 9. Apoio 10. Amortecedor 11. Guia de alavanca de velocidades 12. Anilha de amortecimento 13. Alavanca de velocidades

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14. Caixa de comando 15. Eixo de esquadro 16. Mola de guia de alavanca de velocidades 17. Esquadro de seleção 18. Placa inferior 19. Cabo de comando 20. Cabo de seleção 21. Contra suporte 22. Alavanca de reenvio 23. Alavanca de seleção com contrapeso 24. Eixo de comando

25. Anilha junta 26. Garfo de marcha atrás 27. Pivot 28. Bujão 29. Garfo de 1.ª / 2.ª 30. Garfo de 3.ª / 4.ª 31. Segmento de comando 32. Topo de esferas cónico 33. Anilha de decalagem 34. Garfo de 5.ª 35. Junta

REGULAÇÃO DO COMANDO DAS VELOCIDADES Nota: Antes de uma regulação, assegurarse que os cabos de comando e a vareta de indução estejam em bom estado, posicionados corretamente e que não apresentem pontos duros. Além disso, a caixa de velocidades, a embraiagem e o seu comando também devem estar em bom estado. Os alojamentos dos cabos de seleção têm diâmetros diferentes: Cabo de direção das velocidades: ø 10 mm. Cabo de seleção sobre alavanca de reenvio: ø 8 mm. Desmontar a caixa de filtro de ar. Puxar os cabos de seleção para a frente ao máximo no sentido da seta (1), e em seguida bloqueá-los para a esquerda no sentido da seta (2) (figura 3A-5). Bloquear o eixo de comando desta maneira: Afundar o eixo no sentido da seta (3) (figura 3A-6). Girar o passador (4) para cima, empurrando-o com precaução até que se introduza no eixo de comando. Desmontar: O fole da alavanca de velocidades. O insonorizante (caso montar). Colocar a alavanca de velocidades em ponto morto e bloqueá-la nesta posição com o passador T10027. Girar agora o mecanismo de segurança dos cabos de seleção ao máximo. Pôr o passador (4) na sua posição inicial. Desmontar o passador T10027 da alavanca de velocidades. Montar o fole da alavanca de velocidades.



7 pneus

VDO

Quinto membro da família REDI-Sensor A

VDO alargou a sua gama multimarca de sensores para sistemas de monitorização da pressão de pneus (TPMS – Tyre Pressure Monitoring System), REDI-Sensor, que passa a estar disponível em modelos da Hyundai, Ford, BMW e Mercedes-Benz. A família REDISensor passa, assim, a ser constituída por cinco membros, o que lhe irá permitir cobrir cerca de 85% do mercado de veículos equipados com sistemas TPMS. Os REDI- Sensor da VDO também auxiliam os mecânicos das oficinas a executar serviços de TPMS, uma vez que são robustos, reutilizáveis e podem

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ser instalados de imediato. Os equipamentos REDI-Sensor são fornecidos com pré-programação, o que é uma novidade no mercado de pós- -venda. Graças a esta valência, a oficina pode instalar o sensor tal como

DE ACORDO COM A VDO, O REDI-SENSOR PERMITE POUPAR TEMPO E DINHEIRO

um sensor original, tornando supérf lua a programação específica do veículo. De acordo com a marca, esta característica poupa tempo e dinheiro, especialmente em períodos de trabalho mais intenso. A instalação também é simples e rápida: as oficinas têm apenas de colar o VDO REDI-Sensor ao interior da superfície do pneu, simplificando a operação e protegendo-o contra danos mecânicos do dia a dia. O sensor pesa apenas 12 gramas e pode ser retirado do pneu quando este é substituído para ser reinstalado num novo pneumático.


Dunlop

OE no novo Mercedes-AMG GLC 43 4MATIC

A

Dunlop irá equipar o mais recente desportivo AMG, o Mercedes-AMG GLC 43 4MATIC. O novo modelo será equipado com o mais recente produto da gama de pneus de inverno da Dunlop, o Winter Sport 5 SUV, nos tamanhos 255/45 R 20 105V XL (dianteiro) e 285/40 R 20 108V XL (traseiro). Esta conquista é resultado do trabalho de desenvolvimento realizado entre a MercedesAMG e a Dunlop, no sentido de oferecerem pneus especialmente adaptados ao elevado desempenho que este novo modelo requere durante o inverno. Este trabalho abrangeu testes em pista de competição num dos circuitos mais exigentes do mundo, o Nürburgring-Nordschleife, assim como nas instalações da Dunlop específicas para

condições de inverno em Ivalo, no norte da Finlândia. O novo Dunlop Winter Sport 5 SUV, diz a marca, proporciona uma excelente aderência e desempenho perante diversas superfícies típicas do inverno, nomeadamente estradas molhadas, com neve ou gelo. O pneu apresenta um leque de inovações, entre as quais um maior número de blocos, que aumentam o desempenho em estradas cobertas de neve, e lamelas centrais inclinadas, que conferem maior aderência lateral em pisos escorregadios. Além disso, a maior profundidade dos sulcos é uma defesa contra a aquaplanagem, enquanto a sua estrutura e a distribuição de peso otimizada melhoraram a eficiência energética.

SAVA

REVELADO PNEU DE INVERNO ESKIMO HP2 Porque os pneus de inverno de alto desempenho são cada vez mais utilizados, representando hoje mais de 42% do total de pneus de inverno adquiridos, a Sava lançou o Eskimo HP2, um pneu que a marca reclama apresentar, em relação ao seu antecessor, melhor controlo em estradas com condições de inverno. Para tal, o Eskimo HP2 conta com nervuras em forma de gancho, que agarram a estrada coberta de neve, melhorando a aceleração e a condução; e também com um contorno multirraios, que produz uma área útil de contacto longa e ampla, com distribuição uniforme da pressão entre o pneu e a estrada. Ao mesmo tempo, os engenheiros da Sava dotaram o Eskimo HP2 de atributos que a marca afirma melhorarem a condução geral. Os blocos exteriores foram reforçados, sendo agora mais robustos e permitindo um aumento da capacidade de transferência de força, o que proporciona uma condução e travagem mais seguras em piso seco. Além disso, a marca otimizou a colocação dos sulcos circulares, com o intuito de absorver e expulsar rapidamente água e lama para fora do piso do pneu, melhorando o contacto em pisos molhados.

BRIDGESTONE

SÓCIA FUNDADORA DO CANAL OLÍMPICO O Comité Olímpico Internacional (COI) e a Bridgestone Corporation (Bridgestone) estabeleceram um acordo de colaboração (até 2020) permitindo que esta última se torne na primeira sócia fundadora do Canal Olímpico. Esta nova plataforma digital, onde os fãs podem experienciar o poder dos desportos e do Movimento Olímpico durante todo o ano, foi lançada depois da Cerimónia de Encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A Bridgestone está, assim, a reforçar o seu compromisso com o Movimento Olímpico e com a missão do Canal Olímpico, delineado na agenda Olímpica de 2020 para alcançar audiências em todo

o mundo, fora do período dos Jogos Olímpicos, 365 dias por ano. Como sócia fundadora, a empresa desempenhará um papel-chave, possibilitando o desenvolvimento do Canal Olímpico, e trabalhará em conjunto com a equipa do mesmo, no sentido de levar conteúdos até aos fãs a qualquer altura, em qualquer lugar e em qualquer dispositivo. A Bridgestone tornou-se parceira Olímpica oficial a nível mundial do COI a 13 de junho de 2014. Esta parceria de 10 anos ajudou a Bridgestone a tornar-se parceira TOP nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang 2018, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde se localiza

a sede global da empresa, nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 e nos Jogos Olímpicos de 2024. A parceria inclui também apoio às três próximas edições dos Jogos Olímpicos da Juventude, ao COI e aos Comités Olímpicos Nacionais em todo o mundo.

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JURÍDICO

Importação de um carro usado

E MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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mbora o ritmo de importações de carros usados tenha decrescido, a verdade é que continua a poder ser uma opção racional e mais “poupadinha”. Importa obviamente saber a proveniência e o historial do carro, mas havendo garantias do seu estado, podemos estar a falar de uma poupança significativa quando comparando os preços de mercado para usados semelhantes com a mesma idade e quilometragem. Quem pretende comprar um usado importado dever procurar sempre o conselho de quem perceba do ramo, seja em relação à marca e modelo, seja em relação aos hábitos de manutenção geralmente seguidos no país de origem desse automóvel. Sempre que possível, e com base seja da matrícula ou do nº de quadro do carro, deverá tentar saber junto da marca se há registo do seu historial. Quanto aos formalismos requeridos: após comprar o carro, devemos num prazo máximo de vinte dias úteis sobre a sua entrada em Portugal, dirigir-nos ao IMT para legalizar o veículo importado e à Alfândega com vista à liquidação do Imposto Sobre Veículos (ISV), devido. Junto do Instituto de Mobilidade e transportes (IMT) deve apresentar o Modelo 9 do IMT com a homologação do veículo, entregar o Modelo 112 para a inspecção do veículo assim como deverá promover a medição efectiva do nível de emissão do dióxido de carbono pelo Centro de Inspecções, se esse elemento não constar do respetivo certificado de conformidade comunitário (COC). Junto da Alfândega, deverá preencher-se e entregar a Declaração Aduaneira do Veículo, devendo

apresentar nesse momento a factura de compra ou declaração de venda, o certificado de conformidade comunitário (COC), o guia de transporte e recibo de quitação caso se trate de veículo auto transportado, o já referido Modelo 9 do IMT, o modelo 112 para a inspecção do veículo. Caso o COC não contenha essa menção, deverá ainda promover a medição efectiva do nível de emissão do dióxido de carbono pelo Centro de Inspecções. Entregues e aceites estes elementos, terá 10 dias para proceder ao pagamento do ISV apurado. Pago o ISV, pode solicitar e pagar também a emissão da matrícula, sendo então atribuída a matrícula portuguesa. Com esta matrícula poderá circular tendo no entanto, no prazo de 60 dias contados da emissão da matrícula, solicitar ao IMT o Certificado de Matrícula, devendo entregar nessa altura um exemplar da Declaração Aduaneira de Veículo e uma cópia do livrete ou documento equivalente de origem do veículo, autenticada pela Alfândega. Para apurar o valor a pagar pela importação, além dos custos de legalização e de transporte do veículo para Portugal, deverá ainda certificar-se de que o preço é justo. Para tanto, haverá que ter em conta a cilindrada, a idade e tipo do veículo, o valor comercial do veículo, o combustível que o mesmo utiliza, as emissões de CO2, podendo para este efeito utilizar o simulador para o efeito disponível no portal das finanças no sítio de internet https://aduaneiro.portaldasfinancas.gov.pt/ jsp/main.jsp?body=/ia/simuladorISV.jsp Feita a simulação poderá ajuizar melhor a eventual vantagem que pode retirar da importação de um veículo usado.




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