Turbo Oficina 053

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N.º 53 | OUTUBRO 2016 | 2,2€

EXCLUSIVO HELMUT ERNST (ZF)

“TEMOS DE SALVAGUARDAR A CONCORRÊNCIA NO AFTERMARKET INDEPENDENTE” DOSSIER EQUIPAMENTOS TUDO O QUE PRECISA PARA RESPONDER ÀS EXIGÊNCIAS DOS AUTOMÓVEIS MODERNOS

ESPECIALISTA TECNIVERCA ENTRADA DE MATERIAL ILEGAL E DE FRACA QUALIDADE NO MERCADO É OBSTÁCULO AO CRESCIMENTO DOS NEGÓCIOS HONESTOS

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TELEMÁTICA Os dados foram os protagonistas no maior salão europeu dedicado ao aftermarket. Das conferências aos lançamentos de novos produtos e serviços, revelamos-lhe o que de mais importante aconteceu no certame



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sumário

ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES

N.º 53 | OUTUBRO 2016

SEPRO4MATIC SELO DE CAPA JAPANPARTS RODAPÉ DE CAPA NGK VC JAPANPARTS PÁG.5 CONTITECH PÁG.7 BLUEPRINT PÁG.9 FEDERAL MOGUL PÁG.11 INTERESCAPE PÁG.13 ALPINE PÁG.15 PETRONAS PÁG.17 TRW PÁG.19 VALEO PÁG.25 CROMAX PÁG.27 PROVIA PÁG.31 KSTOOLS PÁG.37 VENEPORTE PÁG.41 AZ AUTO PÁG.45 DUNBELT PÁG.47 SPINERG PÁG.49

dossier P. 34 Equipamentos oficinais

Para atingir a máxima qualidade de serviço, as oficinas apostam cada vez mais em melhores equipamentos e ferramentas, ainda que os produtos low-cost continuem a ter lugar no mercado nacional. Mas a opção pela qualidade é apenas uma parte da equação...

BERNER PÁG.51 CENTRO ZARAGOZA PÁG.57

1 RADAR

5 RAIO X

MECÂNICA VCC

P. 6 Automechanika

P. 42 Comercial do mês – Nissan NP300 Navara

PRO4MATIC CC

P. 16 Curso ACAP

P. 44 Notícias internacionais

MARCAS NESTA EDIÇÃO

P. 18 Novas instalações Gonçalteam

P. 48 Barómetro Informa D&B

ATA PÁG.63 CARF PÁG.65

AE 15 AGC 45 ALTARODA 26 AMAZON 46 AXALTA 45 BASF 44 BERU 15 BILSTEIN 10, 40, 45 BLUE PRINT 10, 40 BMW 13, 24, 45, 50 BOLAS 35, 38 BORGWARNER 15 BOSCH 12, 27, 38, 47 BREMBO 14 CHAMPION 15 CONTINENTAL 10 DELPHI 24 DINGINESS 26 DUNLOP 64 EUROPART 45 FCA 13 FEBI 10, 40 FEDERAL-MOGUL 15 FERODO 15 FIAT 58 FILOURÉM 26 FUCHS 24 GLASURIT 44 GLYCO 15 GOETZE 15 GONÇALTEAM 16 GOODYEAR 65 HAWEKA 16 HPA FAIP 16 HYPREL 29 HYUNDAI

P. 50 Radiografia BMW X1

2 PROTAGONISTA P. 20 Helmut Ernst, da ZF Aftermarket

“A integração catapulta-nos num P.52 Conselhos de pintura Standox grande passo em frente, não apenas “O fator crítico dos brancos no negócio OE, mas no aftermarket nacarados tricamada independente.” é a cor de efeito.”

56 IBEREQUIPE 24 INFORAP 38 IVECO 24 JF EQUIPAMENTOS 24 JURID 15 KRAFTWERK 28, 29 KROFTOOLS 35, 39 LEVORIN 65 LUBRIGRUPO 27 MAN 24 MAURICE LECOY 26 MERCEDES-BENZ 24, 45 METASYSTEM 25

6 REPARAÇÃO

P. 54 Desamolgamento com ventosas

3 REVISÃO

P. 56 Manutenção Hyundai i30

P. 24 Novidades do mercado

P. 58 Intervir no motor do Fiat Stilo 1.9 JTD

4 ESPECIALISTA

7 pneus

P. 28 Tecniverca

P. 64 Notícias do setor

METELLI 11 MEYLE 15 MICHELIN 65 MOBIL 27 MONROE 12, 26 MOOG 15 NEXUS 46 NISSAN 42 NÜRAL 15 OVATION 65 PAYEN 15 PIONEER 47 PPG 46 PROVIA 14 QUCAAN 35, 39 REDEINNOV 26 SAGE 39 SALCO 65 SARRAIPA 35, 39 SGF 10 SPARKES & SPARKES 26 SPIES HECKER 45

P. 32 Dossier Excelência na Produtividade

STAND ASLA 25 STANDOX 45

OPINIÃO

STANLEY BLACK & DECKER 35, 40

P. 66 Consultório jurídico

SWAG 10, 40, 45 TECNIVERCA 28, 35, 41 TENNECO 12 TIRESUR 65 TRW 14, 20 UFI 13 VALEO 13, 65 WABCO 14 WAGNER 15 ZF 14, 20

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL OFICINA@TURBO.PT

Batalha digital

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facto de o futuro passar, cada vez mais, pelos dados e pelo mundo digital já não é estranho à maioria das pessoas. Independentemente do quando e do como se concretizará em pleno, no setor existe já a certeza de que, para sobreviver, há que contemplar esta dimensão no negócio, seja através da disponibilização de plataformas que permitam a ligação em tempo real ao cliente, seja pela integração de tecnologias no quotidiano da atividade que viabilizem uma resposta eficiente e proactiva às necessidades dos veículos e do mercado. Esta perceção ficou, de resto, bem patente na Automechanika Frankfurt, onde os maiores e mais diversos fornecedores do aftermarket apresentaram produtos com estas apetências. É isso que poderá comprovar no especial sobre o certame que lhe revelamos nas próximas páginas. Ainda no âmbito daquilo que o futuro reserva para o setor, não podemos deixar de destacar aquela que é uma das maiores preocupações dos grandes fornecedores e que, em boa verdade, deveria estar no topo das prioridades de qualquer agente que queira preservar o seu negócio a médio prazo: o acesso concorrencial aos dados gerados e emitidos pelos veículos. Assegurar a possibilidade de acesso a estas informações é um pré-requisito

Andreia Amaral EDITORA CHEFE andreiaamaral@turbo.pt

à sobrevivência de todo o aftermarket independente e é essencial que, individualmente, exista essa noção, para que, em conjunto, se possa lutar por uma regulamentação que o imponha. Senão, vejamos: com as marcas e concessionários oficiais a saberem, a todo o momento, as necessidades do veículo e a conseguirem comunicar diretamente com eles e com os seus proprietários, propondo serviços de valor acrescentado e intuitivos, que hipóteses terão os negócios independentes de ter sucesso? Temos de enaltecer a responsabilidade de empresas como a ZF Aftermarket, que tomam como seu o dever de lutar por todos. Em entrevista exclusiva à TURBO OFICINA, Helmut Ernst afirma mesmo que os maiores devem dar voz àqueles que não se conseguem fazer ouvir em instâncias superiores. Tal não significa, contudo, que os mais pequenos se possam desresponsabilizar do seu futuro. Não é aceitável esperar que os outros combatam as nossas batalhas e depois apontar dedos nas derrotas ou aceitar louvores nas vitórias. Sabemos que, em Portugal, a pro-atividade, a mobilização e o associativismo não tendem a imperar, mas talvez seja tempo de, em época de mudanças, também isso ser diferente. O futuro começa hoje e é bom que se prepare e que faça por tê-lo!

DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE

ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO

MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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42 ESPECIALISTA

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Automechanika Frankfurt

Olhos postos no futuro Focada na conectividade e nos desafios que esta comporta, a Automechanika Frankfurt 2016 levantou as cortinas sobre o pós-venda de amanhã, revelando o protagonismo dos dados e da digitalização na oficina do futuro. TEXTO ANDREIA AMARAL

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24ª edição da Automechanika Frankfurt recebeu mais de 136 mil visitantes, provenientes de 170 países. Aquele que é o principal, e maior, salão do aftermarket na Europa bateu ainda o recorde ao nível dos expositores, com 4820 empresas de 76 países a mostrarem a sua oferta de produtos e serviços para o pós-venda. Representando cerca de 1350 biliões de euros de volume de negócios, os quase cinco milhares de empresas ocuparam 305 000 metros quadrados de exposição. Sob o mote “Os Serviços e a Mobilidade de Amanhã”, o certame foi palco para inúmeros lançamentos, conferências e workshops, dando conta da

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transformação que o setor está a sofrer, rumo ao veículo autónomo e aos serviços conectados. E, para aqueles que percorreram os onze pavilhões do salão, se há algo que ficou bem patente é que a digitalização e os dados estão a alterar profundamente os procedimentos na oficina, abrindo novas oportunidades, mas comportando enormes desafios ao nível da gestão e disponibilização da informação. No centro das preocupações está, não só a pesquisa, processamento e passagem de informação diretamente ao mecânico para que possa efetuar a reparação, mas também questões sobre qual a forma mais rápida

e eficiente para encomendar e fornecer peças, ou sobre como fornecer serviços de diagnóstico e manutanção preventiva. Foi precisamente na área da telemática que empresas como a Autocon Diagnostic Partners, a Meta Systems e a Contact2Car GmbH apresentaram as suas principais soluções. Neste particular, a Continental apresentou um produto inovador que permite reunir informações de veículos de todas as marcas e passá-las para as oficinas através de uma plataforma de diagnóstico remoto. E porque a digitalização também abre novas possibilidades técnicas, a especialista em dados DAT apresentou uma tecnologia para


Os sistemas de telemática foram os protagonistas do salão

Durante o evento realizaram-se diversos workshops e formações

As peças e componentes ocuparam cinco dos onze pavilhões da Automechanika

analisar com precisão a distorção no exterior do veículo causada por uma chuva de granizo, e para realizar um cálculo abrangente do dano através de um simples toque num botão, baseando-se apenas nos dados previamente armazenados e numa fotografia digital do carro. Na área dos equipamentos oficinais, empresas como a AVL DiTEST, a TEXA, a Hermann Hebetechnik e a AutopStenhoj propuseram novos equipamentos destinados a ajudar oficinas com a digitalização dos seus procedimentos de reparação. DESCOBRIR O FUTURO A organização dedicou, na verdade, todo um pavilhão à descoberta de soluções inovadoras que pretendem moldar o curso da mobilidade humana e da manutenção do veículo no futuro. Entre sistemas telemáticos, soluções para veículos ligados e software de controlo de veículos inteligentes, a mobilidade elétrica esteve também em destaque. O AUV (Advanced Urban Vehicle) da ZF foi um dos principais motivos de interesse, ao avançar com diversas tecnologias e equipamentos de segurança necessários à condução autónoma. Com propulsão elétrica, o veículo é equipado com Smart Park Assist – sistema que reconhece os


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Várias foram as empresas portuguesas que rumaram à internacionalização e estiveram presentes com stands na Automechanika

lugares adequados para o estacionamento e que parqueia o veículo automaticamente – e com o PreVision Cloud Assist, um sistema de assistência conectado aos dados de uma cloud, que ajuda à segurança da condução e a alcançar a máxima autonomia do veículo. Ao contrário dos sistemas de GPS atuais, este assistente não só recebe dados de geometria e informação sobre os limites de velocidade, mas também armazena em cada viagem todos os dados sobre o veículo. A velocidade atingida a cada momento, as acelerações longitudinais e diagonal, etc, são elementos armazenados numa nuvem. No centro das atenções estiveram ainda os sistemas de conversão de veículos com sistema de combustão para acionamento elétrico, apresentados por marcas como a Orten, e os veículos de corrida elétricos, tais como o último modelo da Ignition Racing Team da Universidade de Osnabrück e o ABT-Schaeffler. Houve ainda demonstrações de soluções inovadoras para a geração, armazenamento e utilização de energia

elétrica para carregamento de veículos por expositores como a Berghof Automation, a Bauer Solartechnik, a ECOTAP ou a Bombardier, que apresentou um novo sistema, com o qual poderá ser possível carregar, sem cabos, baterias de veículos em qualquer fonte, usando um processo de indução. REPENSAR O SETOR Paralelamente à exposição, a Automechanika foi palco para a discussão das principais problemáticas com que o setor do pós-venda se depara. Para além dos desafios relacionados com os sistemas de propulsão alternativos, um dos temas mais quentes foi a digitalização, porquanto ela está a mudar radicalmente os procedimentos de trabalho e a manutenção do veículo. Neste particular, o acesso aos dados gerados pelos veículos, num regime que mantenha o mercado aberto e concorrencial, constitui-se como a principal preocupação dos diferentes players do aftermarket independente. No âmbito da Campanha “Right to Repair” (Direito a Reparar), associações de todo

PORTUGAL INTERNACIONAL Portugal esteve também representado na Automechanika, com empresas como a Artefita, Cortigon, DGA, Fabriscape, Hispanor, Indasa, IVOL, João de Deus & Filhos, Kiyu, M.F.Pinto, SIM, SWP, TurboClinic, Valente & Lopes e Veneporte, a aproveitarem o maior palco europeu de negócios do

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pós-venda para apresentarem os seus produtos e soluções. Por exemplo, a etreante no certame TurboClinic apresentou mundialmente a VNT i, a sua mais recente estação de diagnóstico e reparação de turbocompressores. Com um design 100% focado no conforto do utilizador e todas as funcionalidades e

possibilidades de teste da VNT v2, a VNT i integra ainda um Pneumatic Oil Leak Tester e um Actuator Programmer, permitindo ainda testar as válvulas wastegate. Já a Veneporte lançou a sua nova plataforma B2B e o Catálogo 2017-2018 de produtos para sistemas de escape, com informação em sete idiomas.

o mundo reiteraram a necessidade de salvaguardar, através de um enquadramento legal adequado, a liberdade de escolha dos consumidores e a concorrência efetiva no mercado de substituição, ferramentas e equipamentos, serviços e reparação. Nesse sentido, a criação de uma plataforma interoperável com interfaces e acesso direto à informação, a competição efetiva e a imposição legal de um código de práticas foram as principais prioridades estabelecidas rumo ao futuro digital e concorrencial. Destaque ainda para a Automechanika Academy, uma iniciativa que se concretizou na realização de dezenas de conferências dedicadas aos temas da reparação, manutenção e conectividade. Neste âmbito, o tema da colisão foi o que mais interesse suscitou, com a Schadentalk a reunir mais de mil profissionais em volta da discussão dos desafios com que a atividade se depara. REGRESSO EM 2018 De acordo com Detlef Braun, membro do conselho de administração da Messe Frankfurt, o evento foi um sucesso, e face aos “números impressionantes, a Automechanika continua a reforçar a sua posição como a plataforma líder mundial para o aftermarket automóvel”. A organização revelou ainda que a satisfação dos visitantes em relação ao evento foi de 95%, ao passo que 80% dos expositores revelaram ter conseguido alcançar o seu público-alvo. Entretanto, marque já na sua agenda: a próxima edição irá decorrer entre 11 e 15 de setembro de 2018 e, como grande novidade, irá acolher a feira da indústria de pneus, a Reifen.



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bilstein group

Reforços em todas as marcas

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bilstein group aproveitou a Automechanika para lançar a nova imagem da Blue Print, que resgata a assinatura da marca: “Right First Time”. “A anterior imagem da Blue Print datava já de inícios de 2011, e o principal dínamo para se efetuar a atualização da imagem corporativa da Blue Print deve-se à necessidade de tornar a marca mais sofisticada e flexível, sendo ao mesmo tempo mais simples e madura mantendo, no entanto, a sua essência e os valores que tornam a marca um caso de sucesso no aftermarket”, explica Rafael Azeredo, Brand Manager da marca. De acordo com o responsável, esta mudança era essencial para poder acompanhar a evolução da oferta da Blue Print e também a sua crescente internacionalização. Ao nível do produto, Rafael Azeredo destaca o alargamento da gama de filtros, com mais de 1900 filtros para veículos ligeiros.“Neste alargamento de gama é bem patente a constante pesquisa e desenvolvimento de novas referências de filtros, garantindo assim uma das principais

premissas da marca, o ‘first to market’ – primeiros no mercado.” No âmbito do salão, foram ainda apresentadas as juntas flexíveis de transmissão (cardan) da febi car division e a gama para motor da SWAG. De acordo com Dominic Lammert, Brand Manager da febi car divison, o lançamento da gama de juntas flexíveis de transmissão (cardan) em Frankfurt foi de grande importância para o grupo: “Somos o parceiro exclusivo da SGF no IAM. Com as juntas flexíveis de transmissão [cardan] SGF, a marca febi vai ao encontro do que são os parâmetros de alta qualidade dos fabricantes de veículos. Esta situação é excelente para o grupo, mas é uma grande mais-valia para o IAM. Com esta gama de juntas flexíveis de transmissão [cardan] estamos a reforçar o nosso portefólio e a oferecer produtos 100 % “Made in Germany’.” Sublinhando a qualidade dos produtos, Lammert acrescentou: “O que torna a nossa gama de juntas flexíveis de transmissão [cardan] única é a tecnologia que tem incorporada. As juntas têm telas de borracha reforçada para que a transmissão

de potência seja maximizada e minimize as vibrações. Esta elevada eficácia é, entre outras mais-valias, o que permite uma maior durabilidade, logo um maior intervalo de substituição.” Já Thomas Mayer, Team Manager Corporate Communications, refere que “à SWAG foi

produtos passarão a remeter para os vídeos explicativos, ao invés de para “um manual de instruções que já nenhum técnico quer ler”, explicou Peter Wagner, vice-presidente da unidade Independent Aftermarket da Continental. Para simplificar a vida das oficinas, a Continental lançou ainda o sistema “VDO Autodiagnos Check”, desenhado para aumentar a eficiência do diagnóstico. “Queremos capacitar as oficinas para que sejam ainda mais eficientes no futuro”, referiu Peter Wagner, enaltecendo o inovador sistema “fast-check” que permite, rapidamente, fazer a verificação do estado da bateria, travões, etc.. Cobrindo todas as aplicações de serviço essenciais dos principais fabricantes, o

sistema permite, através de uns simples cliques, fazer a operação completa, graças ao sistema de menus que orienta o técnico em todo o processo. Aliás, segundo a Continental, o objetivo foi reduzir a complexidade ao ponto de a unidade poder ser utilizadao por pessoal que não teve formação no produto e sem competências de diagnóstico. E porque os dados serão, a curto prazo, os protagonistas no aftermarket, a Continental apresentou a vAnalytics, uma plataforma baseada na “nuvem” que descodifica os dados e os transforma em informações para conectar concessionários, frotistas e oficinas aos seus clientes. Lendo informações de diversas fontes, é possível aplicar o sistema na larga maioria dos veículos atuais, através de um dongle, tornando-os fornecedores e recetores de dados. O sistema, que verá os seus serviços aumentarem progressivamente, contempla já a possibilidade de desenvolver uma app, software CRM (Customer Relationship Management) e permite a georreferenciação do veículo, o estabelecimento de barreiras geográficas na circulação, o acesso remoto ao veículo e ao seu diagnóstico. “Estamos na linha da frente do desenvolvimento e disponibilização de soluções hoje que serão obrigatórios daqui a dez anos”, defendeu Rolf Sudmann, indicando que trata-se de “assegurar o futuro do aftermarket independente”.

Continental

Soluções para o futuro

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ob o mote “Different Ways. One future”, a Continental revelou, num stand de 600 metros quadrados, uma ampla gama de soluções para a oficina do futuro. Uma das maiores novidades foi o anúncio de que, a partir de agora, a marca passa oferecer uma garantia de cinco anos para produtos de aftermarket como correias de transmissão e componentes de acionamento. Naquela que pretende ser uma garantia de segurança e um argumento de vendas adicional para a oficina, a garantia está imediatamente disponível para aqueles que se registem na página www.contitech. de/aam. De acordo com Rolf Sudmann, chefe da unidade Automotive Aftermarket da ContiTech Power Transmission Group, esta garantia surge “para aumentar a segurança em termos da fiabilidade do produto, mas também para melhorar a imagem das oficinas”. Com o mesmo intuito, a marca está também a reforçar a componente de formação, tendo já disponíveis no seu site diversos vídeos técnicos com instruções de instalação dos diferentes produtos. Embora ainda só estejam disponíveis em Inglês e Alemão, o objetivo da Continental é disponibilizá-los em 12 línguas, uma vez que as próprias embalagens dos

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Metelli

HybriX em estreia

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dado um foco especial no que diz respeito à sua gama para motores, que é uma competência-chave da marca. Para além das correntes distribuição e de outros produtos, os kits de reparação foram introduzidos para fornecer soluções completas de reparação aos distribuidores e oficinas.” PUBLICIDADE

Automechanika foi o local escolhido pela Metelli para o lançamento de uma nova tecnologia para pastilhas de travão. HybriX é o nome do novo composto para as pastilhas de travão do Grupo Metelli, que será comercializado sob a chancela das marcas Metelli, Cifam, Trusting e Fri.Tech. De acordo com a marca, este composto marca um ponto de viragem na história das pastilhas de travão, ao estar isento de cobre e proporcionar uma melhoria na performance de travagem. O nome HybriX vem da tecnologia híbrida, que recorre a mais de 30 diferentes materiais cerâmicos, orgânicos e outros produtos especiais. O novo composto é inserido entre o suporte metálico e o material de atrito, com o objetivo de obter três resultados principais: aumentar a força mecânica, a fim de evitar o risco de descolamento do material de atrito; reduzir a vibração e o ruído; e criar uma barreira térmica para evitar o superaquecimento do óleo dentro das pinças. Outro elemento que muito contribui para a melhoria de desempenho é o dispositivo antivibrações

já montado diretamente nas pastilhas. Atualmente presente nos carros de gama alta, logo será estendido para o resto das aplicações em linha com as propostas do OE. Também foi introduzido um novo suporte de metal que tem um sistema especial de retenção mecânica, capaz de aderir melhor ao material de atrito. A sua superfície com ganchos penetra dentro do composto, garantindo um acoplamento indissolúvel, assim evitando o seu descolamento. Esse suporte atualmente é usado em aplicações de gama alta e desempenhos em que as tensões são particularmente elevadas.


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Bosch

Tecnologias, software e serviços para o futuro

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Bosch apresentou tecnologias, software e serviços para as oficinas do futuro. Uma das novidades consistiu na mais recente geração de testes de diagnóstico Bosch KTS-line, equipada com um “PassThru Interface” que permite o uso de portais web dos fabricantes de veículos para programar as unidades de controlo, de acordo com o Euro 5/6. Também o desempenho do computador dos testes de KTS melhorou consideravelmente, bem como o tamanho da memória aumentou e o funcionamento em paralelo de vários interfaces de veículos foi facilitado. A partir do primeiro trimestre de 2017, o software Esitronic 2.0, que está

constantemente a ser melhorado e expandido, passa a ser atualizado em “background” nos dispositivos de testes conectados à Internet, isto é, enquanto o dispositivo está em uso. Além disso, através do Esitronic Web, encontra-se agora também disponível um portal de diagnóstico online para reparação e informações de manutenção. Sem ter de se instalar o software em qualquer dispositivo, este permite a recuperação, por exemplo, de informação em falta sobre a reparação. Outro novo recurso no Esitronic é o programa “EBR – Experience-Based Repair”. No caso de um erro conhecido detetado durante o diagnóstico, o Esitronic recomenda uma

Tenneco

Nova gama Monroe OESpectrum Shocks

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Tenneco desvendou a sua nova gama de amortecedores de substituição da Monroe. Maior precisão, controlo e conforto são as principais características da gama Monroe OESpectrum Shocks.Com cinco anos de garantia, estes amortecedores destacam-se pelo recurso à tecnologia patenteada Monroe “R-TECH2 Rebound Valving”, que proporciona retroalimentação e resposta ativa perante as mudanças das condições de condução, garantindo aderência à estrada, uma condução mais suave e um incremento no controlo. Esta tecnologia aparece combinada com a nova válvula de controlo de impacto de alta velocidade da Tenneco. “Os Monroe OESpectrum Shocks vão permitir aos profissionais das oficinas eliminar o

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compromisso que, tradicionalmente, sempre existiu entre o controlo de precisão do veículo e uma condução rígida não desejada”, explicou Bruce Ronning, vice-presidente e General

solução de reparação que já provou ser boa para esta situação. A Bosch lançou ainda o dispositivo de teste de emissões BEA 750, que substitui os dispositivos BEA 150/250/350, completando a gama de dispositivos compatíveis com a norma-5. Especificamente concebido para análises de emissões de gases de escape, o BEA 750 pode ser usado de forma altamente económica. Também em estreia estiveram os carregadores de bateria BAT 645 e 690, oferecendo às oficinas dois dispositivos profissionais universalmente aplicáveis de saída de corrente contínua com 45 e 90 amperes. Ambos os carregadores podem ser usados para baterias de 12 volts e 24 volts e detetam automaticamente a voltagem nominal necessária. Já no contexto da homologação do teste de produtos diesel VDO, a Bosch disponibiliza também, a partir de 2017, uma opção de teste para bombas VDO CR para os bancos de testes EPS 815 e EPS 708. Está ainda a ser desenvolvida uma opção de testes para injetores VDO CR. Para medição de pisos do pneu a Bosch desenvolveu o novo sistema TTM (Tire Tread Measurement) que inicia automaticamente a medição quando o pneu começa a rolar sobre o dispositivo de medição a uma velocidade máxima de 8 km/h. Apenas alguns segundos depois, a profundidade precisa do piso dos quatro pneus é exibida. O sistema trabalha com procedimentos de medição com códigos de cores e câmaras HD. Como é normal com sistemas de laser, o método de medição não necessita de quaisquer partes móveis. Isto torna-o altamente resistente a influências externas, tais como poeira, vibrações, humidade e mudanças de temperatura.

Manager da Tenneco Aftermarket Europa. “Ao eleger esta tecnologia avançada, os nossos parceiros do pós-venda poderão oferecer uma qualidade de condução superior, que até ao momento estava apenas disponível no equipamento original.” Utilizando dois conjuntos de discos calibrados, separados por um disco helicoidal excêntrico para eliminar as mudanças abruptas da força de amortecimento, os OESpectrum permitem uma transição mais precisa entre as fases de controlo do amortecimento. Distinguem-se pela paragem da mola em diversas unidades, uma banda de pistão antifricção de PTFE e uma fórmula de óleo semissintético premium. Os OESpectrum são apresentados numa embalagem com novo design, concebida para garantir a proteção dos amortecedores durante o transporte. “Os OESpectrum vêm redefinir o produto premium no mercado, a nível do distribuidor, instalador e do cliente final”, concluiu Bruce Ronning.


UFI Filters

Nova imagem corporativa

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ob o novo mote “Chosen by the best”, o stand da UFI Filters reproduziu a imagem de um filtro que, por dentro, revelava as tecnologias mais recentes desenvolvidas pela marca: dos filtros de ar aos de combustível e habitáculo, passando pelos lubrificantes. Como novidade, a marca lançou a sua nova imagem e revelou que, no âmbito da sua nova estratégia, é uma prioridade reforçar a presença no aftermarket. Além disso, a marca anunciou o fornecimento à BMW de um módulo completo de filtração de óleo para os motores diesel (B57) e a gasolina (B58) de 3,0 litros. Os filtros são já utilizados nos modelos 730d, 740d, 340i, 440i e 740i. A partir de 2017 serão utilizados nos mesmos motores dos Série 5. A UFI apresentou ainda o módulo completo Gen 2 Plus para a filtragem diesel. Desenvolvido para os veículos do grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles), foi desenhado para dar resposta às maiores exigências dos motores diesel common rail cumprindo com a norma Euro 6. Combina uma série de soluções tecnológicas que garantem a filtragem de 96% das partículas de até 4μm, sem limitar a eficiência do motor.

Valeo

Mundo digital

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aplicação móvel ‘My Valeo Parts’, que ajuda os profissionais a procurar através do seu Smartphone a peça adequada, foi uma das estrelas da Valeo. Disponível em 14 idiomas, incorpora os produtos da Valeo Services para veículos turismo, comerciais e industriais. Para além das informações técnicas e instruções de produto, a app fornece dados sobre as aplicações, referências originais, por VIN ou por veículo, e permite procurar a Valeo mais próxima ou contactar o serviço técnico. Adicionalmente, a marca apresentou as suas novas escovas limpa-para-brisas de ponta plana, as Hydro Connect, e o sobrealimentador elétrico de 48V, que permite reduzir o consumo de combustível em 10% e será o primeiro a ser produzido em massa. Destaque ainda para o Valeo Scala, um scanner laser que analisa a parte dianterira do veículo identificando o que está ao seu redor e que se constitui como um elemento-chave para a condução automatizada, integrando a solução Drive4U.


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ZF

Oferta completa

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epois de, na última edição, ter sido o foco de todas as atenções ao avançar que iria integrar a TRW, a ZF apresentou na Automechanika 2016 a concretização deste plano. Sob a insígnia ZF Aftermarket, desvendou um portefólio alargado de produtos e soluções para o pósvenda atual e… futuro. Prova deste posicionamento foi a apresentação da marca Openmatics, a sua plataforma de telemática. Uma inovação é a tecnologia de TAGtive, em que motores de busca (Tag finders) permitem aos gestores de frotas monitorizar remotamente vários fatores importantes para a sua mercadoria em trânsito, incluindo dados de temperatura e de movimento, ajudando assim na otimização da cadeia de fornecimento em termos de duração de viagens e consumo de combustível. “Graças à forte liderança tecnológica do Grupo ZF e à combinação entre todas as tecnologias relevantes para as megatendências, incorporando segurança, eficiência e condução automatizada, estamos bem preparados para o futuro do setor automóvel”, afirmou Helmut Ernst, responsável máximo da ZF Aftermarket.

Num stand de 1400 metros quadrados, a ZF mostrou a sua gama de produtos – que abrange transmissões, eixos, sistemas de direção e caixas diferenciais, componentes de chassis e direção, amortecedores, componentes de sistemas de transmissão e componentes borracha-metal – mas também a linha TRW para todo o ‘corner module’ do veículo – travagem, direção e suspensão.

Wabco

Reforço da ProVia e novo diagnóstico remoto

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Wabco apresentou três novas linhas de produtos da marca ProVia - cartuchos, válvulas de limitação de pressão e sensores de velocidade das rodas – que se vieram juntar à oferta lançada em janeiro de 2016 e que era constituída por pastilhas de travões, cabeçotes de ligação, tubos enrolados e válvulas de relé. Agora, com mais de 150 distribuidores em mais de 20 países, a ProVia quase duplicou o seu portefólio de produtos. Desenvolvidos por especialistas

Brembo

Soluções para todos

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catálogo de fricção multiproduto brilhou no stand da Brembo, graças à facilidade de identificar o veículo e as peças correspondentes para substituição. Entre a oferta, destaque para a gama Xtra, posicionada abaixo da linha desportiva, mas com máxima fiabilidade em termos de prestações, resistência e segurança. No sentido de garantir a autenticidade dos seus produtos, a Brembo desenvolveu um sistema

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em aftermarket, as peças da ProVia foram concebidas para proporcionar um rendimento fiável e são produzidas de acordo com padrões precisos, sem comprometer a qualidade e a segurança. “Os operadores tinham de escolher entre as peças que lhes ofereciam confiança ou aquelas que mais se adequavam aos seus orçamentos”, afirma Philippe Colpron, Vice President da WABCO para o Aftermarket “A ProVia oferece uma solução de compromisso. Estamos satisfeitos por

antifalsificação para os seus discos e pastilhas, cujas caixas passam a ostentar um holograma inimitável e um código QR. O especialista em componentes de travagem lançou ainda a linha Premium Brake Fluid, um óleo de travões com alto ponto de ebolição e baixa viscosidade, disponível em quatro referências: DOT 4, para veículos com ABS; DOT 4 LV, para automóveis de última geração com sistemas de controlo eletrónico de travagem e estabilidade; DOT 5.1, para veículos de elevadas prestações; e LHM PSA, que cumpre a especificação PSA B71 2710.

“Na Automechanika expomos uma grande variedade da nossa oferta de produtos. São mostrados novos produtos como os conversores de binário ou filtros de óleo, mas também produtos de destaque bem conhecidos como os componentes de direção, a transmissão 8HP ou o volante bimassa”, explicou Neil Fryer, Chief Commercial Officer da ZF Aftermarket.

responder às necessidades dos distribuidores, das oficinas e dos frotistas, trazendo produtos adicionais ao mercado com grande rapidez e com a garantia de uma qualidade superior de engenharia e produção.” A marca lançou ainda um novo sistema de diagnóstico remoto, que monitoriza a performance técnica dos veículos da frota, permitindo aos gestores detetar falhas e otimizar as marcações de reparação e manutenção. Esta é a primeira solução do género a oferecer aos operadores uma plataforma de diagnóstico remoto que suporta várias marcas de veículos comerciais e as integra com um sistema de gestão de frotas.


Meyle

Nova imagem

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Meyle apresentou a sua nova imagem de marca e assinatura, que passa a ser “Driver’s best friend”. “Posicionamos a nossa marca de forma ainda mais forte”, afirma André Sobottka, membro da direção para vendas, marketing e comunicação do fabricante de Hamburgo. “A nossa competência é comprovada sempre que um funcionário de uma oficina efetua mais rapidamente uma reparação através da utilização de peças Meyle. Aqui reside a nossa força motriz, transversal a todos os setores da empresa: os nossos elevados padrões de qualidade são prioritários em todos os setores, desde o desenvolvimento e produção nas nossas unidades de fabrico próprias até à logística e a assistência técnica. Tal é comprovado não só pela elevada qualidade das peças Meyle, mas também pela nossa oferta que, em comparação com as peças originais, apresenta peças Meyle HD tecnicamente aperfeiçoadas. O nosso novo logótipo e o nosso novo slogan, ‘Driver’s best friend’, transmitem esta mensagem ao cliente.”

Federal-Mogul

Distribuidor Beru até 2023

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Federal-Mogul prorrogou o seu acordo com a BorgWarner para distribuir em exclusivo os produtos da marca Beru para o aftermarket independente por mais cinco anos. Assim, continuará até 2023 a manter no seu catálogo a gama de velas de ignição, bobinas, unidades de controlo de pré-aquecimento e sensores da sua homóloga. Neste particular, destaque para a linha de velas Beru Ultra Plus Titan, que cobre mais de 90% da frota europeia de automóveis com apenas 18 referências. A Federal-Mogul apresentou ainda os seus mais recentes desenvolvimentos nas diferentes famílias de produto: travões (Ferodo, Jurid e Wagner); componentes de chassis (MOOG); produtos de manutenção (Champion e BERU); motor (AE, Glyco, Goetze, Nüral e Payen). Destaque ainda para os programas “Garage Gurus” e “F-M for me”, os quais não só proporcionam uma formação técnica aos instaladores, mas também um apoio adicional aos seus negócios.“A nossa presença na Automechanika Frankfurt é uma oportunidade para lembrar os clientes de que a Federal-Mogul Motorparts oferece inovação, produtos de qualidade OE, marcas premium e serviços ao cliente e de suporte excecionais”, disse Martin Hendricks, presidente Regional para a Europa, Médio Oriente e África da Federal-Mogul.


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DPAI/Nova

Formação em Gestão no Pós-Venda

Com a promessa de uma nova edição já em 2017, a DPAI e a Universidade Nova School of Business & Economics entregaram os diplomas aos primeiros profissionais formados em Gestão para o Setor do Pós-Venda Automóvel. TEXTO ANDREIA AMARAL

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primeira edição do Programa Avançado de Gestão para o Setor do Pós-Venda Automóvel foi oficialmente concluída, com a entrega dos diplomas às duas dezenas de profissionais do aftermarket que aceitaram o repto lançado pela Divisão de Peças e Acessórios Independentes (DPAI) da ACAP e pela Universidade Nova School of Business & Economics (SBE). A cerimónia de encerramento, que teve lugar nas instalações da SBE, ficou marcada pela promessa de uma nova edição já em 2017, embora não se

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saiba ainda se em Lisboa ou na zona norte do país, naquela que poderá ser a resposta às solicitações de diversos profissionais que não participaram apenas por constrangimentos geográficos. A iniciativa, considerada por organizadores e formandos como “um sucesso”, pretendeu dotar os profissionais do setor com ferramentas para enfrentar os desafios atuais e futuros do aftermarket. De âmbito prático e com elevada aplicabilidade, o programa versou sobre temáticas como: Tendências e Desafios do Pós-venda Automóvel; Finanças;

Vendas; Marketing de Serviços; Gestão de Stocks; Gestão de Recursos Humanos; Relação Laboral; Gestão de Negócios Familiares; e Comunicação. “O nosso setor precisa de evoluir”, defendeu Joaquim Candeias, presidente da DPAI, durante a cerimónia. “O setor está a transformar-se de dia para dia e cada vez mais rápido. Estamos na era digital e o marketing digital vai transformar completamente a comunicação e o modo de estarmos no mercado. Além disso, estamos perante os veículos comunicantes, que


DIPLOMADOS DO PROGRAMA AVANÇADO DE GESTÃO PARA O SETOR DO PÓS-VENDA AUTOMÓVEL Ana Santos Alexandra Afonso Bruno Oliveira Carla Marques Carlos Silva Ricardo Candeias José Pires Luís Maximiano Manuel Vicente Nuno Martins Dulce Semedo Frederico Abecassis Gilberto Gomes João Casinhas Ricardo Venâncio Sandra Rosa Nuno Palma Carlos Gomes Filipe Velhinho Nuno Estevão Ricardo Vieira

também irão transformar o nosso negócio”, sublinhou o responsável, indicando ainda que, “com as fortes transformações que estão a ocorrer no aftermarket, não sabemos quantos de nós vão conseguir estar no setor daqui a cinco anos”. Nesse sentido, manifestou o desejo de mais profissionais acederem a esta formação, para que “o nível de conhecimento dos nossos empresários e das pessoas que estão dentro do aftermarket independente possa subir e possamos ter um setor mais profissionalizado e com melhores rentabilidades”. Na mesma linha, José Crespo de Carvalho, coordenador do programa, afirmou: “Se queremos mudar um setor, uma indústria, temos de ser todos participantes nessa mudança.” Também da parte dos formandos, representantes das diversas áreas do aftermarket – desde o fabricante ao distribuidor, passando pela reparação e pela própria ACAP – houve o reconhecimento da necessidade e do valor acrescentado da formação. “Devemos agradecer à DPAI, a nossa associação, que está preocupada e empenhada em dotar o nosso setor de competências para podermos ser melhores. Bem-haja a estas iniciativas, porque o nosso setor precisa muito delas”, revelou um dos participantes no programa.


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Gonçalteam

Rumo ao norte Confiante de que é através da qualidade e da formação que se conquista o sucesso, a Gonçalteam acaba de inaugurar a sua primeira filial, localizada na Trofa. TEXTO ANDREIA AMARAL

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Gonçalteam já abriu oficialmente as portas das suas novas instalações no Grande Porto, concretizando a aposta numa nova atividade, a formação profissional, e reforçando a proximidade aos clientes da zona norte do país. A primeira filial da empresa dispõe de uma área de mais de mil metros quadrados e está localizada na Zona Industrial do Soeiro, em São Mamede do Coronado, Trofa. Com escritórios, armazém, showroom, área técnica e duas salas de formação, o novo espaço representou “um investimento avultado”, com vista a “colmatar as necessidades existentes” e a criar “um espaço em que os clientes, fornecedores e parceiros se sintam em casa”, explicou António Gonçalves, diretor geral da Gonçalteam, à TURBO OFICINA. Esta é mesmo a máxima da empresa que, inclusivamente, montou uma oficina para que “o cliente se sinta no seu espaço, veja e mexa no equipamento que pode vir a ser seu”,

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desvenda o responsável, elucidando que nesta área estão em destaque os equipamentos oficinais da HPA FAIP e HAWEKA, ambas marcas que representa exclusivamente em Portugal. Existe depois um espaço-loja onde é possível conhecer com todo o detalhe, e adquirir, produtos tão diversos como as pistolas de impacto Dino Paoli, ferramentas da Beta e da Facom, lubrificantes da Liqui Moly ou da WD-40, acessórios de reparação da Prema, manómetros e válvulas da Wonder ou um sem-número de consumíveis para o dia a dia de uma oficina. “Os clientes pedem-nos soluções e nós temos de dá-las”, reitera António Gonçalves a propósito da diversidade da oferta e da necessidade de garantir a proximidade ao cliente e a rapidez da cadeia logística. Trabalhamos em prol do cliente e estas instalações visam garantir a qualidade de serviço que sempre nos distinguiu.” Precisamente a pensar no valor acrescentado que proporciona aos seus

clientes, a Gonçalteam vai iniciar, já em outubro, a sua atividade de formação nestas instalações, com a realização dos cursos de Alinhamento de Direção (referente a ligeiros, pesados, 4x4 e trator) e de Equilíbrio de Rodas (desde as motos aos pesados), iniciativas que serão também replicadas na base de operações da Gonçalteam, em Paio Pires. “Sem formação, sem conhecimento e sem capacidade de entender aquilo que acontece, não há evolução”, defende António Gonçalves, enquanto sublinha: “Continuamos a defender o princípio de que a máquina é muito importante, mas também o é a forma como se utiliza a máquina. Queremos que os nossos clientes retirem todo o potencial dos nossos equipamentos, por isso não podemos descurar a formação.” Para breve estão também previstos cursos técnicos em áreas como o diagnóstico e formações de âmbito comportamental.



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Helmut Ernst

“Temos de salvaguardar a concorrência” Num contexto em que os dados e a telemática ganham protagonismo, Helmut Ernst, responsável máximo da gigante ZF Aftermarket, defende que é dever das empresas de maior dimensão garantirem a concorrência e salvaguardarem espaço no mercado para as oficinas independentes. TEXTO ANDREIA AMARAL

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a sequência da apresentação oficial da TRW como uma marca do portefólio da ZF Aftermarket, a TURBO OFICINA falou em exclusivo com o responsável máximo desta insígnia, que, só no pós-venda, tem um volume de negócios de 1,5 mil milhões de euros. Ciente do papel que a empresa tem de representar e da sua responsabilidade no setor, Helmut Ernst acredita que, no futuro, coexistirão diferentes tecnologias. Face à crescente complexidade, refere que é na informação, na formação e na especialização que reside o sucesso. A ZF está a apresentar, pela primeira vez, a TRW como uma das suas marcas. O que representa este momento para a estrutura do grupo e para o mercado? Para nós, esta é a primeira vez que realmente podemos apresentar aquilo em que estivemos a trabalhar nos últimos meses. Há dois anos, um dia antes do início da Automechanika, a ZF anunciou que a TRW iria ser um membro da família e, ao fim de dois anos, fomos capazes não apenas de cumprir a nossa palavra, mas de mostrar que temos as duas organizações juntas no aftermarket. A Automechanika só acontece de dois em dois anos e é um dos momentos mais importantes para o aftermarket, pelo que tínhamos de aproveitar esta ocasião para darmos a conhecer aos nossos clientes a direção em que caminhamos e como iremos para o mercado, a partir de janeiro de 2017, com uma estrutura combinada do que eram a ZF e a TRW. A integração catapulta-nos num grande passo em frente, não apenas no negócio OE [ndr: Original Equipment], mas no aftermarket independente [ndr: IA]. Expandimos a nossa presença mundial, visível tanto devido ao maior número de localizações, mas também

do nosso completo portefólio. Hoje somos um fornecedor completo e estamos prontos para responder aos desafios do futuro.

base dos fornecedores. Esta mudança é algo que temos de utilizar ativamente, de forma a estarmos próximos dos nossos clientes.

A esta integração corresponde uma reorganização da estrutura. Como se vão posicionar no mercado e junto dos vossos clientes? O nosso foco é sempre o cliente. Vemos o nosso sucesso como o sucesso do cliente, porque acreditamos que esta é a forma sustentável de se fazer negócio. Temos o nosso lugar no mercado e os nossos clientes, e eles têm os seus. Acreditamos que é em parceria que se fazem os melhores negócios e não sendo concorrentes dos nossos clientes. Num negócio em que se procura pela posição de cada um há sempre uma luta, que não é benéfica para ninguém, sobretudo no contexto de mudança que estamos a atravessar no aftermarket independente. Estamos a assistir à consolidação das bases europeias. Os grandes distribuidores estão a juntar-se – por exemplo, a alemã Stahlgruber comprou a Pv, a Wessels & Müller comprou a TROST – e temos agora estruturas em que apenas um titular tem um volume de negócios de 1,5 mil milhões de euros. Na Alemanha já temos duas estruturas dessas. Além disso, há players dos Estados Unidos a entrarem e a fazerem aquisições na Europa. Vemos que há uma mudança no mercado e há uma tendência de consolidação, que também se verifica na

Mas o crescimento da estrutura não é um constrangimento a essa proximidade? Essa é a razão por que considerámos que tínhamos de encontrar uma estrutura diferente. No passado, a TRW e a ZF tinham sido estruturadas como organizações regionais e estavam a atuar numa lógica de pequenas companhias regionais, quase que independentes e com o seu próprio lucro e perdas. Agora, com a integração, e perante o crescimento da dimensão – estamos a aproximar-nos de um volume de negócios de três mil milhões de euros por ano, apenas no aftermarket –, deparámo-nos de novo com a questão de como estarmos próximos dos clientes. Estruturámos agora o negócio da mesma forma que os nossos clientes estão estruturados. Temos unidades diferentes para sermos capazes de lidar com qualquer tipo de cliente. Temos uma equipa de aftermarket com uma equipa de vendas própria, que estará dedicada exclusivamente a essa área e estará próxima dos nossos clientes do aftermarket. Depois, temos uma equipa dedicada ao OE e outra dedicada aos clientes de serviços. Se olharmos apenas nessa perspetiva, estamos ainda mais perto, porque estamos mais focados. E, se tivermos um cliente que lida com mais de um canal, temos ainda a possibilidade de dar uma oferta combinada para essas estruturas.

“ESTAMOS A APROXIMAR-NOS DE UM VOLUME DE NEGÓCIOS DE TRÊS MIL MILHÕES DE EUROS POR ANO”

E quando um cliente lida com diferentes produtos e atua em vários países? Terá de lidar com mais do que um interlocutor? Não. O conceito que definimos é que há apenas uma cara para o cliente e, se já existia uma relação no passado, devemos, tanto quanto possível, manter esse rosto. Imaginemos

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que temos um cliente em Portugal. Existe um responsável máximo para o aftermarket na Europa e, a partir daí, toda uma linha até à equipa que trabalha a região. Sabemos exatamente quem está a liderar o IA em Portugal e quem é a sua equipa de vendas no local. Se o cliente não atuar apenas em Portugal, mas também em Espanha e França, podemos recorrer à estrutura europeia, onde existe também apenas um rosto. E é nesse sentido que dizemos que queremos estar junto dos nossos clientes, independentemente do seu tamanho e da forma como têm o seu negócio estruturado. Temos uma resposta para todos eles. No fundo, definimos que a nossa organização tem de ser um membro do mercado. GARANTIR A CONCORRÊNCIA E O PODER DE DECISÃO Mais do que ser um membro do mercado, querem estar na linha da frente desse mercado e apresentaram uma marca dirigida à conectividade, a Openmatics. A ZF acredita que este é o futuro? A conectividade é uma parte do futuro, que será colorido e complexo. Continuará a existir um negócio em que as pessoas vão a uma loja comprar um conjunto de pastilhas para os travões; haverá aqueles que estão em casa a fazer comércio eletrónico; outros irão à Internet apenas para pesquisar, mas depois vão à loja comprar; e outras pessoas continuarão a levar apenas o carro a uma oficina e a pedir que lhe façam toda a manutenção. Qualquer que seja o modo de compra, temos de preparar o caminho e de assegurar que os nossos produtos estão nesse local, que a nossa informação está lá e que os nossos clientes são parte deste negócio e podem escolher o canal em que querem fazer o seu negócio, tendo sempre acesso a todos os nossos produtos. É isso que temos à nossa frente. Estar conectado significa também ter uma resposta para essa geração que está sempre ligada com os seus smartphones ou tablets... Isso é algo que já acontece hoje. Se não lhes dermos imediatamente uma resposta, estas pessoas vão procurar na Internet por outras soluções. Já não há necessidade de esperar. Temos de dar respostas nesses canais e também temos de ligar os nossos clientes, porque, muitas vezes, eles não estão preparados para dar este passo. Temos de ser nós a preparar a estrutura para eles, para que ainda tenham um mercado onde uma oficina normal possa fazer o seu trabalho.

Tal como têm de preparar caminho para a telemática? Sim, é exatamente o mesmo para os dados. Os carros do futuro vão emitir muitos dados e nós temos de nos assegurar de que estes dados,

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que depois conduzem à tomada de decisão e à manutenção, sejam do conhecimento do dono da informação, seja ele o condutor ou o proprietário do carro. Por exemplo, se esta informação estivesse apenas na mão de um fabricante de automóveis, ele tomaria a decisão sobre a manutenção pelo proprietário. Achamos que deve estar na mão do dono tomar esta decisão e que ele deve poder decidir por si se quer ir para uma oficina de marca ou para uma oficina independente da sua escolha. Se o carro tiver um problema eletrónico complexo, se calhar prefere ir à oficina da marca, mas, se for para uma simples manutenção, pode preferir uma oficina independente da sua confiança…. Esta decisão deve estar na mão do cliente e não deve ser orientada por alguém que está a retirar a sua informação. É para isso que estamos a trabalhar, para um mercado aberto onde as pessoas possam tomar as suas decisões.

“É NOSSO DEVER POUPAR ENERGIA E TRABALHAR DA FORMA MAIS ECOLÓGICA POSSÍVEL. A REMANUFACTURA É UMA BOA FORMA DE FAZÊ-LO”

Mas pretendem fornecer as soluções técnicas ou o objetivo, por agora, é fazer ‘lobbying’ nesse sentido? Em primeiro lugar, temos de pressionar e fazer ‘lobbying’. É nosso dever, devido ao nosso tamanho, trabalhar por aquelas empresas que não têm a nossa dimensão e que simplesmente não têm oportunidade de fazê-lo. Temos de fazer ‘lobbying’ em Bruxelas, em Berlim, para trabalhar por esta competição e por um mercado livre. Depois, temos de salvaguardar, em conjunto com outros fornecedores, que esta solução está disponível para todas as partes envolvidas sem restrições, que há uma cloud com os dados de onde se pode retirar a informação. Nenhuma pequena oficina sozinha, nem nenhum pequeno fornecedor sozinho, consegue fazer isso. Se este mercado fosse muito fracionado, não seria muito atrativo perante a competição dos grandes fabricantes. Por isso, também temos de convencer, até os nossos concorrentes, de que há necessidade de o mercado caminhar para o mercado único e que só depois desse patamar é que entra a competição de qual é a melhor oferta para o serviço, para as peças, etc.. Mas temos de tornar prioritário e conveniente o mercado único para as oficinas, para os distribuidores… Por exemplo, se uma pessoa quiser criar a sua página na Internet não precisa de ter todo o know-how sobre tecnologias de informação, há módulos que pode utilizar. Do mesmo modo,


tiver uma parte eletrónica para substituir, os componentes já não existam. Nesse caso, tem de se recorrer a peças usadas e remanufacturar para disponibilizá-las, como acontece com um controlo do motor ou da caixa de velocidades. Trata-se de manter o carro em funcionamento com uma quantia de dinheiro minimamente aceitável, porque se houver um esforço enorme de reengenharia do fabricante ninguém poderá pagar a peça. Assim, e de modo a garantirmos uma mobilidade que as pessoas possam pagar, temos de remanufacturar para disponibilizar aquilo de que necessitam. Depois, utiliza-se muito menos energia e materiais no processo, às vezes até 70% menos de material, e isso também salvaguarda a pegada de C02. Também no aftermarket é nosso dever poupar energia e trabalhar da forma mais ecológica possível, e a remanufactura é uma boa forma de fazê-lo.

Acha que as oficinas estão preparadas para esta mudança? Talvez ainda não, mas também há novas gerações a entrarem nas oficinas, quer a darem seguimento a negócios familiares ou a lançarem-se por conta própria. E se salvaguardarmos o mercado, há espaço para estas pessoas se lançarem e a possibilidade de atraírem clientes estará lá. Se não o fizermos, isso não acontecerá e é do nosso interesse que este aftermarket independente continue a existir.

E como se ultrapassa o estigma que ainda existe em alguns países da qualidade inferior destes produtos? O que temos de deixar claro, e já começámos com esse trabalho na Europa, é que a peça remanufacturada é diferente da peça reparada, usada ou nova. Se tivermos uma peça remanufacturada isso significa que é tão boa como nova e que tem as mesmas condições de garantia. E isso é algo que temos de reforçar a nível da comunicação ao mercado. Se tiver uma peça reparada, isso significa que apenas algumas partes foram substituídas e que a função ainda está lá, mas a peça está longe de estar tão boa como nova. Nas peças usadas, muitas vezes nem se sabe a condição em que estão, apenas que mantêm a função. Mas cada uma dessas peças tem um lugar e uma razão de existir. A remanufactura é apenas o próximo passo a seguir ao novo e isso é algo que temos de explicar, de demonstrar e temos de dar informação às pessoas. Por outro lado, também temos de ter a certeza de que ninguém está a usar a palavra remanufactura para algo que foi apenas pintado de novo. Tem de haver controlo. E isso é algo em que, como indústria, temos de trabalhar, de forma a provar, não só ao consumidor final, como às oficinas, o que realmente é a remanufactura.

PRODUTOS SUSTENTÁVEIS A ZF Aftermerket avançou também que irá ampliar a sua oferta de produtos remanufacturados. O que motiva esta aposta? Há alguns aspetos a considerar. A remanufactura é uma oportunidade para reparar componentes que de outra forma não se teria. Se fornecermos um carro no OE temos de garantir entre 12 a 15 anos de obrigação de entrega. No entanto, se tivermos um carro com 9 ou 10 anos que tenha sido produzido no fim de uma série, pode acontecer que, se

Acha que falta transparência, informação e formação no setor? Diria que falta informação e formação. Hoje em dia, nas oficinas, há um enorme fluxo de informação e temos de perceber como levar corretamente a informação às pessoas, em que momento e em que local. Por exemplo, este conhecimento sobre o que é a remanufactura e a reparação deveria fazer parte da formação base de um mecânico ou de um técnico de mecatrónica. Depois, temos de preparar informação para o uso efetivo no negócio, que seja fácil de consumir, que seja fácil de

temos de ter uma oferta onde uma pequena oficina possa ter a sua ligação aos seus próprios clientes, porque uma oficina normal, com apenas dois ou três colaboradores, não poderá fazê-lo sozinha. Temos de salvaguardar a concorrência.

“AS OFICINAS PODERÃO TER NECESSIDADE DE SE CONCENTRAREM EM DETERMINADA ÁREA” endereçar e de encontrar. É nosso dever fazer isto de uma maneira que seja fácil para todos. Na ZF damos informação prática, mas estruturamo-la de uma forma que seja fácil de consumir. A passagem de informação técnica e a formação sempre estiveram presentes na ZF e na TRW. É uma aposta que vão reforçar? Claro, sobretudo porque estamos a lidar com componentes de segurança. As pessoas precisam de saber o que estão a fazer quando estão a lidar com componentes de segurança, por isso investimos tanto nesta área. PREPARAR O FUTURO Quais diria, então, que são as grandes tendências do aftermarket? Temos de gerir a complexidade dos novos veículos que estão a chegar. Vamos ter carros com motorizações elétricas, híbridos, vamos ter os motores de combustão, com gasolina, diesel e provavelmente com outros combustíveis, ou seja, as diferentes tecnologias vão coexistir. O que temos de fazer é disponibilizar toda a informação aos nossos mecânicos, de modo a que possam lidar com esta complexidade. Mas as oficinas poderão ter necessidade de se concentrarem em determinada área de intervenção. Costumo fazer uma comparação: na Idade Média, havia apenas um tipo de médico, que tratava tudo. Hoje temos dentistas, oftalmologistas etc., e, como não perguntaríamos a um dentista por um problema de estômago, o mesmo acontecerá no futuro do nosso complexo aftermarket independente.

Este é o momento da escolha para o futuro? Exatamente. No passado, houve também uma seleção dos profissionais que não estavam disponíveis para investir no diagnóstico e consideraram que não deviam tocar em nada para lá da mecânica pura. Foram afastados e, hoje, temos o diagnóstico como uma ferramenta normal. No futuro, isso acontecerá cada vez mais. É um processo natural. A boa notícia é que estão a chegar pessoas novas ao setor, que nem sequer colocam esta complexidade como um problema, porque este é o seu ambiente natural. Com esta nova geração e com estas pessoas há sempre possibilidade de continuar, sem receios. OUTUBRO 2016

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REVISÃO JF EQUIPAMENTOS

SISTEMA DE DIAGNÓSTICO ATS300

REVISÃO

A JF Equipamentos lançou um novo equipamento de diagnóstico automóvel da ATS, que possui um sistema multiplexer incluído e software em português. O ATS300 permite efetuar o diagnóstico com maior rapidez e abrange leque ampliado de sistemas, disponibilizando um número superior de funções. A JF Equipamentos salienta que este equipamento de diagnóstico automóvel se carateriza por uma “vertente low-cost”, sem atualizações obrigatórias, “livre de qualquer encargo e ‘call center’ sempre disponível”. Com o equipamento, existe ainda a possibilidade de disponibilização de uma mala de transporte e de todos os cabos para veículos anteriores a 2000, também a um preço “low cost”. Mais informações em www.jfequipamentosserralharia.com.

Fuchs

Gama de fluidos MAINTAIN FRICOFIN

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Fuchs Lubrificantes lançou a gama de fluidos MAINTAIN FRICOFIN, que protegem os motores de veículos ligeiros e pesados contra o sobreaquecimento e congelação, assim como contra a corrosão e cavitação. A marca refere que os fluidos MAINTAIN FRICOFIN favorecem o arrefecimento dos motores e protegem o seu circuito de refrigeração, mantendo-o limpo e em perfeito funcionamento. A bomba do circuito de refrigeração bombeia aproximadamente 150 litros por minuto de líquido refrigerante, que entra em contacto com uma grande variedade de diferentes materiais, como elastómeros ou metais. Para evitar danificar estes elementos, o fluido refrigerante tem de ter uma muito pequena, ou nenhuma, reação química com esses elementos, prevenindo o desgaste. Por outro lado, os fluidos da

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gama MAINTAIN FRICOFIN possuem inibidores de formação de depósitos, que permitem o correto arrefecimento do motor. Os refrigerantes MAINTAIN FRICOFIN incorporaram aditivos inibidores de oxidação e corrosão nos mecanismos do sistema de refrigeração, evitando danos e consequentes avarias no sistema. Além disso, também são dotados de um composto que protege contra a cavitação em todo o sistema de arrefecimento. Alguns dos fluídos refrigerantes mais relevantes da gama são o MAINTAIN FRICOFIN DP, que possui aprovações oficiais da BMW e Mercedes-Benz; o MAINTAIN FRICOFIN LL, com aprovações oficiais da MAN e Mercedes-Benz; e o avançado MAINTAIN FRICOFIN HDD, com recomendações Fuchs para a Iveco e MAN, entre outras.

IBEREQUIPE

NOVO DISTRIBUIDOR DELPHI A Iberequipe é o novo distribuidor da Delphi em Portugal, tanto para equipamentos de diagnóstico Diesel, como para diagnóstico automóvel (DS150E). Com esta representação, os clientes da Iberequipe passam a contar com os produtos de diagnóstico do fabricante líder dos sistemas de injeção de combustível diesel. A empresa lusa afirma que a gama de equipamentos específicos para diesel da Delphi possibilita um diagnóstico mais exato, permitindo examinar os sistemas eletrónicos e mecânicos do veículo de forma rápida e eficaz. No que diz respeito aos equipamentos de diagnóstico automóvel, a Iberequipe revela que o cliente passará a ter acesso a um diagnóstico de nível OE e será capaz de realizar diagnósticos em profundidade dos sistemas principais de uma grande gama de modelos. Funções como a identificação inteligente do sistema (ISI), scan inteligente do sistema (ISS), atualizações inteligentes do sistema (ISU), gravador de parâmetros OBD, luz LED integrada e a visualização contínua do nível de carga de bateria, ajudam a simplificar mais o trabalho.


ANECRA

STAND ASLA

A ANECRA revelou o novo plano de formação profissional para o último quadrimestre de 2016. Um dos destaques são os cursos de Atestação de Técnicos de Ar Condicionado, por proporcionarem a possibilidade de os técnicos obterem uma atestação para intervenções em sistemas de ar condicionado que contenham gases fluorados com efeito de estufa. Neste último quadrimestre, a ANECRA apostará nas zonas do Alentejo e Algarve. Para Alexandre Ferreira, presidente da associação, estas são zonas onde os empresários não têm uma resposta tão rápida e especializada. A ANECRA aposta, assim, em responder às preocupações nacionais, mas, sobretudo, às necessidades locais. “Iremos continuar a apostar nestas zonas geográficas, estando presentes de forma consolidada, através da formação e de outras iniciativas.” Entidade formadora certificada pela DGERT, a ANECRA realizará ainda cursos nas áreas comportamentais e técnicas, permitindo desenvolver competências que visem o incremento da competitividade, produtividade e satisfação no trabalho.

A Stand Alsa iniciou a comercialização do equipamento de telemática Metatrak, da Metasystem, no mercado nacional. Essa ferramenta oferece funcionalidades como a conectividade e a proteção, que vão além da simples localização por GPS. Entre as funções disponibilizadas pelo Metatrak destaque para a localização do veículo, a notificação de acidentes, o histórico de percursos, perfil de condução, assim como de parâmetros como tempos de viagem e velocidade. Toda a informação gerada pelo Metatrak está disponível através da APP para dispositivos móveis ou WEB, possibilitando o acesso em tempo real à posição do veículo, seguimento do mesmo, bem como histórico da informação gerada. Esta ferramenta permite, ainda, aceder ao Google Maps e a informação de trânsito em tempo real (Google Trafic Info). O Metatrak é de aplicação universal, podendo ser utilizado em qualquer tipo de veículo: ligeiros familiares ou desportivos, comerciais e pesados, motos, caravanas. Esta solução é totalmente eficaz no âmbito da segurança automóvel e de passageiros, gestão de frotas, interação entre veículo

PLANO DE FORMAÇÃO PARA ÚLTIMO QUADRIMESTRE

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e dispositivos móveis. Para além disso, garante-se um tempo de instalação reduzido (de 3 a 5 minutos), o que representa uma vantagem a salientar para as oficinas instaladoras.


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REVISÃO ALTARODA

PME LÍDER 2016 O nono ano de existência da Altaroda ficará marcado pela obtenção do estatuto de PME Líder, que veio reconhecer o trabalho desenvolvido por esta empresa de Paredes no ramo de atividade de consumíveis e equipamentos para pneus. Segundo a Altaroda, “toda a equipa comercial interna e os fornecedores ajudaram a que este esforço fosse compensado com esta distinção. Esta categoria eleva não só a qualidade da empresa, mas acarreta mais responsabilidade para servir os nossos clientes”. A empresa adianta que continua a “lutar e a desenvolver para obter os melhores resultados em prol dos que estão connosco todos os dias e confiam nas capacidades de resposta”.

Diginess

Novo departamento automóvel europeu vem para Portugal

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empresa francesa Diginess, especializada no desenvolvimento e consultadoria digital B2B, apresentou a sua nova plataforma B2B e anunciou a criação do departamento europeu vocacionado para área automóvel, que terá um centro de competências em Portugal, liderado por José Cardoso. Este novo departamento visa apoiar as empresas de aftermarket na implementação

estratégica de soluções de informação técnica para a reparação, peças, identificação de veículos (VIN, matrículas), bem como comparativos de mercado “benchmarking” e estudos sobre as novas tecnologias, a nível europeu. A escolha de Portugal para este departamento prende-se sobretudo pela maior facilidade em encontrar recursos humanos qualificados, aliada a uma capacidade de trabalho e polivalência já reconhecidas.

REDEINNOV

REEDIÇÃO DA CAMPANHA PARA AMORTECEDORES MONROE

FILOURÉM

OFERTA ALARGADA COM CABOS DA MAURICE LECOY A Filourém passou a representar a Maurice Lecoy, uma das marcas mais conceituadas de cabos de seletor de velocidades, e ampliou a sua oferta na linha deste tipo de componentes. Com este reforço, a empresa passou a disponibilizar mais de 90 referências para diversos modelos de automóveis e veículos comerciais ligeiros, tanto europeus como japoneses. Informações adicionais podem ser encontradas em www.filourem.com.

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A RedeInnov vai reeditar a campanha para amortecedores Monroe, após o sucesso alcançado na primeira iniciativa. Denominada “Monroe 4×3”, a campanha tem como objetivo promover a compra de quatro amortecedores para o mesmo modelo de automóvel pelo preço de três e irá estar em vigor até 31 de outubro. Pelo êxito registado, esta campanha está sujeita ao ‘stock’ existente. A empresa mantém ainda em vigor a campanha exclusiva “Proteja Sempre Os Seus Novos Amortecedores Monroe”, permitindo ao cliente usufruir de um ano extra de garantia (três anos de garantia na gama dos amortecedores Monroe ORIGINAL e de quatro anos de garantia nos Monroe REFLEX).Ambas as iniciativas desenvolvidas pela RedeInnov estão a ser promovidas junto das oficinas através da sua rede de membros.

SPARKES & SPARKES

WEBSITE TEM LOJA ONLINE A Sparkes & Sparkes, empresa de Santo Tirso especializada na reconstrução de caixas de velocidades manuais, atualizou o seu website, localizado em www.sparkes.pt. De acordo com a empresa lusa, o novo site tem uma aparência mais leve e moderna, ao mesmo tempo que é reativo, ou seja, ajusta-se a todos os tamanhos de ecrã, o que permite ser acedido através de um computador, tablet ou smartphone. No entanto, a grande novidade do novo site é a loja online. Agora, os clientes conseguem, escolhendo a marca e o modelo do seu veículo, verificar quais as peças que a Sparkes & Sparkes tem para esse veículo, podendo encomendar diretamente a partir do site. O catálogo de peças disponíveis não está ainda completo e a Sparkes & Sparkes promete inserir pontualmente as peças em falta. No entanto, caso a peça pretendida não esteja online, o cliente tem a possibilidade de contactar a empresa através do site, solicitando informação sobre as peças que deseja. Na loja online não constam as caixas de velocidades nem as caixas de transferências. Para estes produtos, há sempre a necessidade de pedir um orçamento, o que pode também ser feito a partir do site.


Lubrigrupo

Catálogo PVL 2016 da linha Mobil já disponível

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Lubrigrupo lançou o novo catálogo PVL 2016 das linhas Mobil 1 e Mobil Super 3000. Destinados a automóveis ligeiros, são lubrificantes sintéticos que incorporam as mais avançadas tecnologias de ponta disponíveis neste domínio, oferecendo não só a qualidade para manter o desempenho do motor como novo, mas também ganhos de eficiência no que diz respeito à economia de combustível, prolongamento da vida útil do óleo e redução da emissão de gases de escape. Este catálogo inclui as mais recentes aprovações e lubrificantes disponíveis no mercado. Contudo, devido às constantes e crescentes exigências dos construtores, prevê-se o lançamento de, pelo menos, duas novas referências Mobil 1 até ao final do ano. Mais informações disponíveis num dos distribuidores autorizados Lubrigrupo ou em www.lubrigrupo.pt.

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BOSCH

PARCERIA COM IEFP DE BRAGA A Bosch estabeleceu uma parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Braga, lançando um programa de formação de mão de obra para o setor industrial. O objetivo é preparar os formandos para assumirem funções nas áreas de produção e logística da Bosch ou de outra empresa industrial, dando uma resposta mais competitiva à flexibilidade exigida pelos clientes do setor. Ao fim das 200 horas de formação, os 100 formandos deverão dominar conteúdos que lhes permitirão resolver os desafios com que se irão deparar em ambiente industrial. “Preparar profissionais para os desafios atuais e futuros do nosso tipo de indústria é a melhor forma de assegurar que estamos prontos para corresponder ao investimento que a Bosch tem feito no nosso país e aos novos projetos que temos vindo a receber”, afirma Maurício Marques, Diretor de Recursos Humanos da Bosch Car Multimedia. A empresa tem vindo a trabalhar com a Universidade do Minho no sentido de adaptar os conteúdos lecionados às necessidades reais das empresas.


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Tecniverca

Gestão tripartida A cumprir o seu vigésimo aniversário, a Tecniverca assenta a sua longevidade numa postura honesta no mercado e numa gestão cuidada da qualidade, do stock e dos recursos humanos. TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO

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Tecniverca, empresa especializada no comércio de ferramentas e equipamentos para oficinas, celebra este ano o seu 20.º aniversário. Com um catálogo onde marcam presença mais de uma dúzia de marcas e que abarca a quase totalidade de equipamentos oficinais, a Tecniverca oferece ainda soluções “chave na mão” para a montagem de oficinas, se bem que tal não tenha grande peso na faturação da empresa. Este vasto leque de soluções poderia ser a base do sucesso e da longevidade da Tecniverca, mas, para Alexandre Corricas, seu diretor comercial, tal deve-se à forma como a empresa se posiciona no mercado: “A honestidade foi sempre a base da empresa. Sempre fomos corretos com o mercado.” O gestor afirma ainda que as representadas que a empresa trouxe para o mercado português, numa altura em que não havia grande diversidade, foram um fator importante: “Com a Kraftwerk conseguimos trazer qualidade e preço baixo e isso foi uma pedrada no charco.” A partir da introdução da Kraftwerk no mercado luso, a Tecniverca foi adicionando marcas à sua oferta, sempre com atenção redobrada à qualidade dos produtos. Alexandre Corricas refere mesmo que “nunca tivemos aqui uma marca que não tivesse qualidade”, adicionando que, juntamente com o preço competitivo, estes são os pilares onde assenta a operação da Tecniverca, que não consegue vender ferramentas sem qualidade, afirma o gestor. “O produto barato connosco não resulta”, diz, declarando que, num mercado onde o cliente ainda procura muito o preço, há que explicar as mais-valias de investir num produto com qualidade, mas também oferecer uma assistência técnica que traga valor para os clientes, algo que tem custos bastante elevados para a empresa, uma vez que não se reflete no preço do produto: “Sai tudo da nossa margem”, refere Alexandre Corricas. A par da assistência técnica, a Tecniverca oferece formação aos seus clientes, com o objetivo de lhes permitir operar e cuidar dos seus equipamentos corretamente. Assim, não apenas é possível diminuir os custos com assistência técnica, mas também oferecer aos quatro comerciais que compõem a equipa de vendas da Tecniverca melhores ferramentas para realizar o seu trabalho, algo que Alexandre Corricas considera criar valor acrescentado e ser um fator de diferenciação. Apesar do investimento na qualidade e na formação, este gestor sente-se defraudado pela concorrência ilegal, que afeta bastante o negócio. Para além da fuga aos impostos, Alexandre Corricas identifica o problema da


Alexandre Corricas, diretor comercial da Tecniverca, revela que a criação da marca própria Hyprel colmata a falta de produtos com boa relação preço/qualidade no mercado

entrada de material de má qualidade no país, principalmente produtos elevatórios. A culpa, acredita, é, também, da fiscalização, praticamente inexistente e pouco eficaz, servindo apenas “para ver se as oficinas têm elevadores com manutenção feita”. Para o diretor comercial, isso não chega: “Nós podemos fazer revisões todos os anos aos elevadores, mas no dia em que um falhar por não cumprir as normas é que as pessoas vão ver se era certificado ou não.” GESTÃO DA QUALIDADE Com o intuito de garantir uma oferta com qualidade a preços competitivos, a Tecniverca acrescentou ao seu portefólio uma marca própria, a Hyprel (Hydraulic Pressure Elements), colmatando assim a escassez de soluções no mercado que satisfizessem os seus standards no que respeita à relação qualidade/ preço. “Só encontrávamos [produtos] com elevada qualidade e preço alto ou então com preço baixo, mas qualidade semelhante.” As boas relações já existentes com uma fábrica europeia e o apoio da Kraftwerk ajudaram a Hyprel a tomar forma e a crescer. Inicialmente destinada apenas a produtos hidráulicos, o sucesso ditou a expansão a outras gamas de produtos, nomeadamente colas, silicones e produtos para ar condicionado. Já com um peso relevante na faturação da Tecniverca, a

Hyprel alargou a sua oferta aos aspiradores de fumo e bancadas, estando prestes a chegar ao mercado uma gama de aditivos. A outra face do crescimento da Hyprel é uma diminuição da importância de outras marcas no portefólio da Tecniverca, como aconteceu com a Dragon Tools, de que agora apenas são comercializadas ferramentas manuais, e acontecerá com os produtos químicos Silver Hook, que deverão desaparecer do portefólio da Tecniverca a médio prazo. “É quase inevitável”, diz Alexandre Corricas, justificando a decisão, mais uma vez, com a vontade de oferecer sempre produtos com a maior qualidade: “Os nossos produtos químicos são feitos na Europa. Mais vale termos um preço mais alto e não termos problemas.” Espelho desta aposta qualitativa é o facto de todas as 10 mil referências alojadas nos cerca de 3000 m2 de armazém da empresa serem analisadas antes de passarem para o circuito

ALEXANDRE CORRICAS DIZ QUE A CONCORRÊNCIA ILEGAL ASSENTA NUMA FISCALIZAÇÃO QUASE “INEXISTENTE”

comercial: “Temos de ver tudo primeiro, examinar, testar, criticar, antes de o produto ser colocado no departamento comercial para ser vendido. Para nós, o cliente não tem de ser o primeiro a informar-nos de um defeito ou erro do produto”, diz Alexandre Corricas, que acrescenta ainda que tal obriga a que a Tecniverca invista muito em stock. GESTÃO DE STOCK A cuidada gestão do stock é mesmo um fator crucial na operação da Tecniverca, até porque há sempre produtos novos a aparecer, como nos declara Alexandre Corricas, citando um exemplo: “Nos últimos seis meses poderia juntar mais 200 produtos ao nosso catálogo. E só estou a contabilizar produtos novos.” Foi esta constante evolução no setor, conta-nos o diretor comercial da Tecniverca, que levou a que a empresa se focasse cada vez mais no automóvel, passando para segundo plano a sua atividade no que respeita a máquinas industriais: “Todos os dias há coisas diferentes, tanto por causa das inovações que vão surgindo na indústria automóvel como por causa do próprio setor, que vai constantemente inovando.” O constante surgimento de soluções novas, a par do facto de os construtores de automóveis tentarem ao máximo dificultar as intervenções por parte de oficinas pior preparadas, é bom para

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Apesar de representar um investimento elevado, a Tecniverca não abdica de um stock com dez mil referências, alojadas em 3000 m2 de armazém

a Tecniverca, revela o gestor, uma vez que permite a constante atualização do catálogo. Ao mesmo tempo, obriga a um rigor extra na gestão do stock, porque os produtos tornam-se obsoletos mais rapidamente. Para esta gestão, a empresa baseia-se na sua experiência de 20 anos de atividade, mas também em dados estatísticos, como o número de unidades no parque rolante nacional de um determinado modelo. Embora o investimento seja grande, um stock elevado é uma mais-valia e a Tecniverca não abdica dele. Alexandre Corricas garante que esta estratégia permite oferecer prazos de entrega médios de 24 horas, contando o cliente com um prazo máximo de dez dias para a entrega de produtos que seja necessário encomendar. É assim que a Tecniverca consegue ir ao encontro do maior imediatismo que caracteriza o mercado. Esta alteração de paradigma obrigou a algumas alterações na operação da empresa, bem-vindas, de acordo com Alexandre Corricas: “Passámos de encomendas mensais para semanais, conseguindo um valor mais baixo, mas maior rotatividade dos produtos.” Mas não está isenta de dificuldades. Como algumas operadoras de transporte garantem entregas bi e tridiárias na zona do Grande Porto e a Tecniverca está sedeada na margem

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sul do Tejo, Alexandre Corricas lamenta não conseguir bater os prazos de entrega dos seus concorrentes nesta área, garantindo apenas as encomendas que não sejam urgentes. Tal facto leva Alexandre Corricas a ponderar a abertura de instalações no norte, para que esta situação não afete demasiado a empresa. GESTÃO DE RH Com uma equipa composta por onze colaboradores, Alexandre Corricas aposta numa contratação cuidada e atenta às necessidades da empresa: “Só fazemos crescer a nossa estrutura numa altura em que a equipa que existe não consegue de todo lidar com os desafios.” Orgulhando-se do facto de nunca ter despedido um funcionário, o gestor acrescenta que a aposta numa estrutura pequena e flexível foi boa para a empresa, tendo facilitado a operação durante os tempos de crise, numa altura em que a estrutura de alguma concorrência se tornou incomportável e obrigou a repensar a estratégia. Apesar da sua estrutura mais flexível, Alexandre Corricas revela que a Tecniverca não passou incólume pelos tempos da crise. Tendo sofrido como a totalidade do mercado, o gestor nunca considerou a possibilidade de fechar portas ou repensar o negócio: “É uma

questão de mentalidade”, afirma, justificando assim o crescimento constante da empresa no mercado e a previsão de aumento das vendas de entre 7% e 10% até ao final do ano. Para tal concorrerá unicamente a entrada de novos produtos no catálogo, uma vez que a Tecniverca só deverá acolher novas representadas caso o mercado assim o exija, seja através de pedidos dos clientes, seja através da absorção de marcas que a concorrência deixe cair. Para Alexandre Corricas, a Tecniverca oferece atualmente uma gama completa de produtos e tem como parceiras “as marcas certas”. No entanto, ressalva: “Nada é certo. Amanhã podemos ter um discurso diferente. Há sempre alterações no mercado.”

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CONTACTOS TECNIVERCA DIRETOR COMERCIAL ALEXANDRE CORRICAS TELEFONE 219 584 273 E.MAIL tecniverca@tecniverca.pt INTERNET www.tecniverca.pt



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GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA

ideia! ideias

Dossier Excelência na Produtividade

Instruções de trabalho Depois de se ter o espaço oficinal reconvertido e adaptado, pretende-se agora identificar a melhor forma de executar cada tarefa. O desenho do espaço de trabalho, a forma como dispomos os equipamentos, as pessoas e os veículos são mais uma peça deste puzzle da produtividade da sua oficina. Pretende-se, neste artigo, dar importantes dicas e instruções úteis, na disposição dos diferentes itens de uma oficina, de acordo com o espaço disponível.

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ando seguimento ao conjunto de documentos que caracterizam o Trabalho Padronizado, e tendo já publicado os artigos relativos aos pontos 1 e 2, dedicamo-nos agora ao ponto 3 da lista abaixo: 1. Tabela combinada de Trabalho Padronizado

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2. Layout ótimo da área de trabalho 3. Instruções de Trabalho EM QUE CONSISTE? Este é o último passo desta série de artigos na temática Lean. Consiste em criar routinas de padronização de tarefas, fazendo com que sejam realizadas sempre da mesma forma por todos os colaboradores. Desta forma

consegue-se uma maior previsibilidade sobre os tempos das tarefas e da produtividade de cada área oficinal. Vamos também abordar a metodologia TWI, Training Within Industry, usada pelos militares e pela indústria automóvel, no treino de tarefas repetitivas. Síntese: Criar procedimentos padronizados e uma forma


Gestão visual do espaço oficinal PARTE 2 Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Continua do negócio PARTE 1

robusta de os ensinar a todos os colaboradores.

PASSO 1

QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? Esta fase é importante para garantir uma repetibilidade e reprodutibilidade dos procedimentos dos trabalhadores. Isto significa, fazer sempre da mesma forma entre turnos, colegas e entre as várias unidades da rede de oficinas. Criando uma forma robusta de ensinar, garantimos que efetivamente são compreendidas as sequências de trabalho e as razões de cada passo. Ao longo do tempo, este conhecimento permite um evoluir de competências e a implementação de um espírito crítico e de melhoria contínua.

Síntese: Garantir que todos fazem as tarefas da mesma forma e que o conhecimento é compreendido e retido dentro da organização. COMO PROCEDER? PASSO 1 Imprima o documento disponível no nosso website em www.oficina.turbo.pt. O primeiro passo é compreender como o utilizar. Eis algumas pistas e instruções: O Cabeçalho não oferece resistência e o seu preenchimento é direto. No miolo central é onde deverá descrever as sequências de trabalho. Este miolo central deve conter: 1. A sequência correta das tarefas, tendo em conta as precedências e as tarefas que poderão ser realizadas em paralelo, se forem executadas por mais que um trabalhador; 2. As formas de Controlo de Qualidade, identificando a frequência e o equipamento a usar; 3. Notas relevantes, que ajudem a compreender ‘por que é que se faz assim e como se faz’; 4. Fotos ou imagens que ilustrem os pontos críticos das tarefas; 5. Usar os símbolos de Q (qualidade) e S (segurança) onde for aplicável. PASSO 2 Criar condições para treinar cada trabalhar nas novas sequências de trabalho ou no treinar de novos trabalhadores, recém-contratados ou vindos de outras oficinas da rede. Esta metodologia está comprovada como sendo a MAIS eficiente no treino de pessoas. Consiste em quatro fases, que descrevemos abaixo: 1. Prepare o trabalhador para o treino a. Coloque a pessoa à vontade b. Descreva o propósito do treino c. Identifique o que a pessoa já sabe d. Coloque a pessoa na posição inicial do treino

PASSO 2

2. Apresente a Operação a. DESCREVA, MOSTRE e ILUSTRE, um passo de cada vez b. Descreva cada PONTO CHAVE e a RAZÃO de o ser c. Valide que a pessoa compreendeu d. Continue até estar convencido disso 3. Coloque a pessoa a FAZER a. 1.ª ronda: Coloque a pessoa a fazer cada tarefa e corrija os erros b. 2.ª ronda: Coloque a pessoa a fazer novamente, enquanto descreve verbalmente os PONTOS CHAVE e as RAZÕES c. Valide que a pessoa compreendeu d. Continue até estar convencido disso e puder garantir isso à sua Chefia 4. Monitorização a. Vá ao local de trabalho e valide b. Corrija e disponibilize-se para ajudar

c. Encoraje as questões (quem sabe ‘porquê’, sabe explicar ‘porquê’) d. Dê os parabéns ou mostre reconhecimento Guie-se pelo principio: “SE O OPERADOR NÃO FAZ/SABE, É PORQUE O INSTRUTOR NÃO ESTIMULOU/ENSINOU”

RECURSOS NECESSÁRIOS Terá apenas de ter este novo modelo impresso, algo com que escrever e uma grande resiliência para escutar, sugerir e testar as novas práticas de trabalho. Isso implica uma disponibilidade acima da média, para ir para o terreno, VER, ESCUTAR e depois EXPLICAR, ENSINAR e EXPERIMENTAR. ‘Tempo’ é o recurso mais importante, nesta fase…

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Equipamentos oficinais

Investir em qualidade Para garantir um elevado nível de serviço ao cliente, as oficinas apostam cada vez mais em equipamentos e ferramentas de qualidade, remetendo as opções de baixo custo para uma posição de menor relevância no mercado. Mas a aposta na qualidade não é tudo: uma correta manutenção ajuda muito na rentabilização deste investimento. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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FERRAMENTAS DIGITAIS Nem só de ferramentas e equipamentos físicos vive uma oficina. O software utilizado reveste-se, atualmente, de particular importância. Além de cumprir com todas as obrigações legais e institucionais, o software oficinal deve dar um contributo determinante para a qualidade do serviço prestado e cumprimentos das obrigações. Assim, as oficinas devem dispor de uma solução integrada com diversas funcionalidades, sendo as principais permitir o relacionamento de referências de peças com os códigos dos fornecedores, códigos OEM, códigos TecDoc, entre outros, devendo também prever a relação de equivalências e substituições. Uma ferramenta de Customer Relationship Management para gestão, fidelização e dinamização da relação com os clientes, com especial foco nas redes sociais, deve estar igualmente na lista dos softwares a utilizar. Seja qual for o software eleito, a mobilidade tem de ser uma prioridade, devendo o empresário apostar em soluções utilizáveis a partir de telemóveis e/ou tablets dentro da oficina, mas também em soluções que permitam o acesso remoto à oficina, garantindo, por exemplo, que os clientes possam estar a par do estado da reparação que está a ser realizada na sua viatura.

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s oficinas, a par com o setor da reparação automóvel, têm sofrido profundas alterações. Atualmente, não basta saber realizar uma intervenção. O técnico tem de ser rápido na execução, mas esta tem de ser levada a cabo com qualidade, o que se enquadra no conceito “Multisserviços de Especialidade”, uma filosofia empresarial em que, apesar de o serviço poder ser prestado de forma rápida, tem de ser especializado, criterioso e obedecer a rigorosos conceitos técnicos. Para manter estes níveis de serviço é indispensável a utilização de equipamentos e ferramentas de boa qualidade, bem como um investimento constante na sua atualização, com o intuito de responder, não apenas aos requisitos específicos das diversas marcas

e modelos de veículos, mas também à permanente evolução da oferta. E tudo isto proporcionando ao cliente uma resposta rápida e eficaz para o seu problema. Em Portugal, são várias as empresas que se dedicam ao comércio de ferramentas e equipamento oficinal, o que levanta a questão da existência de um excesso de oferta no mercado. Na opinião de Miguel Mestre, responsável de marketing da Tecniverca, tal não acontece, uma vez que a oferta acompanha sempre a procura, estando os dois fatores interligados. Para este responsável, a existência de muitas marcas encontra bases nos diversos tipos de cliente e nas suas exigências, coexistindo no mercado o cliente que dá primazia à qualidade, mas também o que determina as suas compras com base no

preço, “descurando a qualidade do material e desvalorizando a segurança, eficiência e fiabilidade”, afirma. A Bolas, pela voz de Pedro Carvalho e Davide Mira, gestores de produto, alinha pela mesma filosofia, adiantando que é o mercado que define as necessidades e que a qualidade das ferramentas dita a concorrência, algo bem-vindo pela empresa: “É a concorrência que nos faz evoluir e desenvolver esforços para estarmos um passo à frente na qualidade, nas soluções e nos serviços disponibilizados ao cliente.” Opinião diferente expressa Carlos Coelho, Business Manager da Qucaan, para quem existe um excesso de oferta no nosso mercado. Tal é potenciado pelas novas tecnologias, que permitiram encurtar distâncias e dar a conhecer ao mercado “novas marcas de excelente qualidade, que até aqui eram desconhecidas”. Ana Sofia, da Sarraipa, partilha a crença de que existe um excesso de oferta no mercado, mas atribui-o à facilidade de importação, que tem o condão de permitir a entrada no mercado luso a mais equipamentos com qualidade, mas que, ao mesmo tempo, abre as portas aos vulgarmente apelidados low-cost. BAIXO CUSTO? Vitor Baixinho, diretor de vendas para Portugal da Stanley Black & Decker, destaca exatamente esse problema, ao afirmar que, nos últimos 15 anos, o aparecimento de várias marcas de origem asiática de qualidade média e baixa pressionou os PVP das marcas mais conceituadas, que viram as suas vendas ameaçadas por estes produtos. Luana Norões, responsável de Marketing da Kroftools, reconhece o mesmo problema, declarando que as empresas que importam este tipo de equipamentos aplicam preços que afetam negativamente o setor. Para a gestora, o facto de o consumidor português ser muito sensível aos preços baixos permitiu a entrada no mercado deste tipo de equipamentos e ferramentas. Apesar disso, todos os visados são da opinião de que o peso das ferramentas e equipamentos low-cost no mercado é cada vez menor, ainda que encontrem sempre espaço no mercado português, não só porque agradam a uma tipologia de cliente que valoriza principalmente o preço, mas também porque nem todas as oficinas têm uma política de aposta na qualidade. Os gestores de produto da Bolas referem, a este propósito, que a ferramenta low-cost é adquirida maioritariamente para a solução imediata de um problema, sem que as oficinas que optam por este tipo de produto façam qualquer cálculo relativamente ao retorno do investimento realizado. E essa falta de

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O equipamento escolhido para a oficina é o espelho do profissionalismo e da qualidade do serviço prestado

rigor no investimento terá, mais cedo ou mais tarde, um custo elevado, sobretudo por via da elevada rotatividade deste tipo de soluções, fruto do seu baixo índice de fiabilidade e de duração. Miguel Mestre, da Tecniverca, afirma mesmo que um cliente que opte por uma solução de baixo custo e baixa qualidade estará constantemente a adquirir ferramentas e equipamentos, facto que garante que o mercado de soluções low-cost se consiga manter à tona. Mas, em última análise, o cliente acaba por gastar mais do que se tivesse comprado um equipamento de qualidade e durabilidade superior, reforçando a veracidade do ditado popular “o barato sai caro”. Carlos Coelho, da Quacaan, e Ana Sofia, da Sarraipa, encontram – no entanto – outra justificação para o facto de as ferramentas low-cost ainda encontrarem espaço no nosso mercado, apesar da inversão do paradigma. Ambos revelam que as ferramentas low-cost estão cada vez mais reservadas à área do bricolage e não ao segmento profissional. Para o Business Manager da Qucaan, é na mistura de ferramentas de bricolage com ferramentas profissionais que reside o principal problema, pois existem produtos low-cost com excelente qualidade. Tudo se resume à necessidade de o cliente estar informado acerca do que vai comprar, tarefa que, para este responsável, cabe tanto a quem compra como a quem vende. MANTER É PRECISO No atual paradigma, e de acordo com os entrevistados pela TURBO OFICINA, o cliente profissional tende a optar por uma ferramenta de trabalho confiável, com o intuito de garantir que lhe possa lançar mão para efetuar uma intervenção a qualquer

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O EQUIPAMENTO LOW-COST PERDE A SUA ÚNICA VANTAGEM PELA MENOR FIABILIDADE E DURABILIDADE

momento, sem receio de falhas. Mas apostar em equipamentos de qualidade é apenas metade da equação. Uma oficina que aposte na satisfação e fidelização dos seus clientes deve, antes de mais, saber cuidar este investimento, utilizando-o adequadamente, respeitando os limites e o fim a que o mesmo se destina. Na sua utilização não devem ser excedidos pesos, dimensões e/ou potências, o que se consegue através da sensibilização e formação dos operadores que com eles vão trabalhar. Além de uma utilização adequada, a manutenção é outro dos fatores que influenciam a durabilidade e a fiabilidade dos equipamentos adquiridos. Por isso, devem ser aplicados todos os procedimentos de limpeza, lubrificação (quando aplicável) e manutenção preconizados pelo fabricante. Os principais alvos desta manutenção devem ser os equipamentos que operam com risco direto para o utilizador, mas os restantes também devem ser foco de atenção cuidada. Assim, além de a aferição das ferramentas de aperto ser uma obrigatoriedade, os elevadores devem estar sujeitos a manutenção cíclica, tanto para assegurar o seu devido funcionamento, como para prevenir eventuais falhas. Também o acondicionamento correto das ferramentas é essencial para a sua correta manutenção, evitando acidentes que possam pôr em causa a sua precisão e eficácia. Para o mesmo fim, não devem descurar-se a verificação e substituição dos consumíveis de desgaste dos equipamentos, bem como uma inspeção periódica, levada a cabo por um técnico credenciado, fator indispensável para assegurar o seu bom funcionamento e a segurança de quem os opera.



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Oferta de mercado

Indispensáveis Sempre com a máxima qualidade ao menor preço, apresentamos uma relação de equipamentos e ferramentas oficinais indispensáveis a uma oficina que se quer modelo. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

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e vários tipos, aplicações e tamanhos, adquirir equipamento oficinal é uma tarefa hercúlea, tal é a variedade de empresas a operar no mercado e a quantidade de marcas que cada uma representa. Ainda assim, apresentamos nas próximas páginas uma seleção das soluções que as empresas que colaboraram neste especial consideram ser de maior valia para uma oficina ideal, garantindo eficácia de serviço, qualidade e rentabilidade.

BOLAS De entre o conjunto de marcas que comercializa, a Bolas destaca a nova linha de mobiliário modular RSC55 da BETA,

criada como resposta a uma necessidade de modernização da imagem das oficinas, que devido à crescente incorporação de tecnologia nos veículos tendem a apresentar-se como um espaço organizado, limpo e apelativo para o cliente. Esta linha de mobiliário já está preparada para a utilização de ferramentas pneumáticas e conta com compartimento para compressor, enrolador embutido na estrutura e ainda vários acessórios de apoio e arrumo das próprias ferramentas pneumáticas. A empresa de Évora destaca ainda a necessidade de uma rede pneumática eficiente e com baixos custos de utilização, propondo para tal os compressores FINI, de que também é importadora, assim como as diversas soluções de elevadores, alinhamento de direção, equilibradoras e máquinas montar/ desmontar pneus da Ravaglioli. BOSCH Marca de referência no que respeita a equipamentos de diagnóstico, a Bosch destaca a importância destas soluções no dia-a-dia da oficina para um serviço de qualidade e rápido na identificação de avarias. Além deles, a Bosch tem soluções de elevadores pensadas para cada tipo de oficina: elevadores eletromecânicos de 2 colunas, elevadores eletro-hidráulicos de 2 colunas, elevadores de 4 colunas e elevadores de tesoura. Todos eles, afirma a marca, estão

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preparados para uma ampla variedade de tarefas que possam surgir nas oficinas. Como o sistema de refrigeração dos veículos requer uma manutenção regular, a Bosch destaca também a necessidade de uma máquina de ar condicionado, disponibilizando, neste particular, estações de serviço de ar condicionado completamente automáticas, sem válvulas manuais e compatíveis com veículos híbridos e elétricos; estações de serviço de ar condicionado automático; uma estação de ar condicionado automático profissional com grande depósito interno (35 kg) e bomba preparada para uma rápida recarga do gás refrigerante; e ainda uma estação de serviço de ar condicionado automático para sistemas de refrigerante do novo gás R-1234yf. INFORAP Dedicada ao software oficinal, a Inforap dispõe às oficinas uma solução disponibilizada


na modalidade SaaS – Software as a Service. Baseada numa subscrição mensal ou através da venda de licenças vitalícias, os custos diferem de acordo com o número de utilizadores. Para oficinas de pequena dimensão (até 5 utilizadores), a Inforap fornece a solução em condições comerciais especiais, que se traduzem em valores pequenos, ajustados às dimensões em causa, cujos preços oscilam entre os €83 e os €143,5 mensais, valores que incluem o custo de suporte técnico e atualizações de software. No que respeita aos custos de licenciamento vitalício, estes variam entre os €1750 e os €2504.

Para oficinas de maior dimensão, a Inforap não tem preços definidos, sendo realizado um estudo e apresentada uma proposta valorizada nos utilizadores por módulo, quer para a modalidade de subscrição mensal, quer para a modalidade de licenças vitalícias.

Elevador de tesoura Kroftools

KROFTOOLS De entre a sua vasta gama de equipamentos e ferramentas, a Kroftools destaca o elevador de tesoura de chão hidráulico 3 toneladas, que permite a mudança de rodas, troca de óleo e toda a gama de serviços na parte inferior do automóvel. Para facilitar o aperto e desaperto de rodas, um serviço muito recorrente nas oficinas, a marca propõe a chave de impacto 1/2” 9200 1356 Nm. Esta chave conta com duplo martelo e à velocidade de 10 000 rpm. Com 2,02 kg de peso, opera a uma pressão de 6,2 bar e consome 310 l/min de ar. Outro serviço recorrente nas oficinas é as trocas de óleo, para o qual a Kroftools disponibiliza o seu aspirador de óleo com visor +Aparadeira Reservatório 80 litros, que permite que este serviço seja realizado com mais rapidez e de forma mais prática.

a sua garantia de três anos. Fabricado na Dinamarca, este macaco está equipado com duas bombas hidráulicas (1.ª para o pedal de aproximação rápida e 2.ª para o braço hidráulico principal) e ostenta 730 mm de comprimento e 77 mm de altura. A bomba pneumática de óleo 12021-Z-G2 da Bozza também merece destaque por parte da Qucaan, que a considera “uma das melhores bombas do mercado”. Esta bomba conta com um copo regulador de ar ¼” já incluído, adaptável a bidões 200 litros.

QUCAAN Indispensável numa oficina é um carro de ferramentas. A Qucaan recomenda o carro de ferramentas completo da Toptul, por acreditar na sua boa relação qualidade/preço, tendo em conta um uso intensivo e profissional. Destaque especial para os seus tabuleiros EPE com topo “fibra de carbono” lavável e resistente a óleos.

SAGE A empresa especializada em software de gestão disponibiliza uma solução orientada para oficinas de pequena/média dimensão, a Sage Retail Oficinas. Em conjunto com os seus parceiros que cobrem geograficamente o território nacional, esta solução pode ser complementada com portais online ou outros requisitos mais específicos, sendo possível ter uma solução de gestão com características especiais para oficinas a partir de €25/mês. SARRAIPA As apostas da Sarraipa no que respeita a equipamento para as oficinas passam pelos compressores de parafuso Renner, com uma vasta gama, merecendo destaque o RSDK, um compressor de parafuso com depósito e secador incorporado.

Também essencial ao funcionamento de uma oficina, o macaco de rodas rebaixado 2T_77, da Compac, é destacado pela Qucaan. Neste equipamento, o destaque vai para

Caso a oficina disponha de serviço de pneus, a escolha da Sarraipa recai sobre as máquina de desmontar 40 TOP, da Teco, fabricante OUTUBRO 2016

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italiano de máquinas para pneus onde estão incluídos os elevadores e esteiras, máquinas para desmontagem de pneus, equilibragem de rodas e alinhamento de direções. Como não podia deixar de ser, as ferramentas Fasano Tools são o terceiro destaque da Sarraipa, merecendo relevo a linha profissional da marca, desenvolvida recentemente e que permitiu ampliar significativamente a sua gama. Além da ferramenta manual “tradicional”, a Sarraipa destaca algumas soluções específicas da Fasano: kit bloqueio; compressómetro gasolina/diesel; teste turbo; kit de remoção de airbags; ou a bomba manual para caixas de velocidade e diferenciais. STANLEY BLACK & DECKER Para a Stanley Black & Decker, um dos equipamentos essenciais para a oficina é o purgador de circuitos de travões DF.100, da Facom. Com uma bateria de 12V, é compatível com os principais fabricantes automóveis asiáticos e com todos os sistemas ABS. Apresenta pressões de serviço de até 4 bar e descompressão automática, assim indicações de baixa de potência da bateria e falta de óleo D.O.T. Da Facom, é também recomendada a nova geração de carros de arrumação de ferramentas, de 5 a 9 gavetas e com 3 a 5 módulos por gaveta. A lateral perfurada permite a integração de acessórios JET+ e a proteções nos cantos, tampos em PET e superfície de trabalho em alumínio com rebordos retráteis são sinónimo de robustez e facilidade de serviço.

DeWalt DCF899HP2

FERRAMENTAS ESPECIAIS A complexidade das intervenções pode ser minorada se foram utilizadas determinadas ferramentas, criadas com apenas um propósito e, consequentemente, de utilização mais limitada. Como a maior rapidez na execução das reparações pode compensar – e justificar – este investimento extra, alguns fabricantes de peças optam por adicionar ao seu catálogo ferramentas especiais, como acontece com o bilstein group. Ainda que o seu core business seja o desenvolvimento e comercialização de peças, o bilstein group optou por colocar à disposição dos seus clientes um conjunto limitado de ferramentas, distribuído pelas suas três marcas, para lidar com as especificidades de alguns trabalhos de reparação, manutenção e

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substituição de peças que a empresa comercializa. Exemplo disso é o dispositivo de testes de folga de articulações inserido nos catálogos de febi e SWAG, que permite simular todas as solicitações que cada roda sofre

aquando do seu funcionamento, para uma identificação rápida e eficaz dos problemas no conjunto. Como afirma Raquel Rodrigues, coordenadora de marketing do grupo, este dispositivo foi incorporado na oferta de ambas as marcas devido à sua força e

reconhecimento no âmbito da direção e suspensão, fazendo, por isso, sentido ter uma solução que otimize o processo de avaliação e verificação deste sistema antes e após a intervenção nos veículos. Também a Blue Print tem ferramentas que foram incorporadas no catálogo da marca por proporcionarem reparações mais eficientes, como é o caso de uma ferramenta para a mudança do filtro de óleo em motores D-4D, cujo acesso à carcaça do filtro é difícil e limitado. Esta ferramenta permite também realizar a drenagem e a mudança do filtro do óleo de forma controlada e rápida, evitando também que seja danificada a tampa de liga metálica da carcaça, o que poderá conduzir a um encarecimento na reparação por se ter que substituir também a carcaça.


Como um dos elementos cada vez mais incontornáveis nas oficinas, a chave de impacto consegue o seu lugar na seleção da Stanley Black & Decker. Neste particular, a escolha da empresa recai sobre a DCF899HP2, da DeWalt, com tecnologia de motor brushless. Esta chave de impacto oferece 1625 Nm de impacto nos primeiros impactos, bem como 950 Nm em acionamento linear depois dos primeiros impactos. Tem três níveis de rotação (400/1200/1900 rpm), um LED para melhor visualização e um corpo compacto e resistente. TECNIVERCA A Tecniverca destaca, de entre a sua vasta oferta, o elevador W110202, uma novidade da Weber. Este elevador electrohidráulico pode elevar quatro toneladas em 45 segundos, fazendo uso do motor de 2.2 kW, desde o ponto neutro até à posição mais alta permitida: 1900 mm. Na gama de máquinas de montar e desmontar pneus, a escolha recai sobre a Cormach 535SGT, uma máquina automática com braço auxiliar Multisystem e canhão de ar integrado, que é compatível com jantes de até 22” exteriores ou 24” interiores. Como complemento, a Tecniverca sugere a máquina de calibrar Touch MEC, com ecrã tátil de 21”, para uma leitura rápida dos valores. Esta máquina possui um acelerómetro interior para aquisição automática dos dados da roda, e, para facilitar o posicionamento dos pesos, possui um travão eletromagnético que posiciona a roda na localização correta, com um indicador laser para o peso ficar colocado com precisão e iluminação LED, permitindo uma iluminação da área de trabalho durante todo o serviço. A Touch MEC tem capacidade para jantes de 9,5” até 28”.

Apesar de não ser uma novidade, a Tecniverca acredita que o compressor Michelin RSX10 com tanque de 270 litros continua a ser uma escolha acertada, declarando ser este um dos melhores aliados para uma oficina de excelência com uma utilização de ar comprimido dentro dos parâmetros normais (ferramenta de impacto, cabine de pintura, máquina de decapagem, entre outras utilizações comuns de ar comprimido).


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raio x

raio-x

Nissan NP300 Navara King Cab 3L

O rei da gama A “Pick-Up Internacional do Ano 2016” está disponível numa nova versão de cabina prolongada. Com três lugares, a King Cab oferece uma generosa capacidade de carga, muito equipamento e consumos comedidos. TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

A

gama NP300 Navara da Nissan, eleita “PickUp Internacional do Ano 2016” por um júri constituído por jornalistas da imprensa especializada europeia – que avaliou positivamente o seu estilo exterior, os interiores marcantes, as tecnologias inovadoras no segmento, o motor 2.3 dCi e as capacidades de carga e de reboque – foi alargada com a introdução da variante King Cab. Esta opção de cabina alongada está disponível em versões de dois ou três lugares – caso da unidade ensaiada – sendo proposta para clientes profissionais por um preço a partir de 22.308 euros (após dedução do IVA). Em termos de imagem exterior, a nova NP300 Navara King Cab 4x4 distingue-se pelas suas linhas robustas, sendo essa característica acentuada em relação à versão de Cabina Dupla pela menor área do habitáculo e pelas

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portas que abrem em ângulos opostos. A grelha em V e as luzes de presença diurna de LED, em forma de “boomerang”, são elementos distintivos da atual tendência de design da Nissan. Um dos argumentos mais interessantes para quem necessita de transportar objetos mais longos, quer em atividades profissionais, quer em lazer, é a caixa de carga, que tem um comprimento de 1,78 metros (mais 20 centímetros do que a Double Cab) e também inclui o sistema de calhas laterais. Denominado C-channel pela marca japonesa, este sistema oferece uma elevada flexibilidade para transportar cargas vulneráveis ou pesadas, graças aos grampos de fixação, evitando que deslizem ao longo da traseira ou mesmo que saltem. Igualmente interessante para algumas atividades é a sua capacidade

de carga de uma tonelada, assim como a capacidade de reboque, que pode chegar a 3,5 toneladas. BOM EQUIPAMENTO

O habitáculo desta versão de três lugares permite transportar dois passageiros à frente com todo o conforto, enquanto o lugar traseiro serve apenas para deslocações curtas. Mesmo para um passageiro de estatura mediana, o espaço para pernas é acanhado e o apoio lombar... não existe! O conjunto do painel de instrumentos foi desenhado de forma a libertar um maior espaço no habitáculo, transmitindo a sensação de um ambiente mais aberto. A alavanca tradicional para engrenar a tração integral e as redutoras desapareceu, sendo substituída por um comando giratório na parte inferior


2.3 dCI 160 CV

6.4 L

27 440

100 KM

(C/IVA) PREÇO DA UNIDADE ENSAIADA

168 G/KM CO2

A abertura das portas em ângulos opostos facilita o acesso ao habitáculo da NP300 Navara, recheado de equipamento

da consola central. A climatização inclui um controlo de zona dupla, assim como uma nova conceção da ventilação para a parte traseira. Os bancos dianteiros possuem um apoio mais específico para a coluna e uma melhor ergonomia, permitindo a realização de viagens mais longas sem sacrifício do conforto. Por sua vez, o equipamento é bastante interessante para o segmento, uma vez que a Nissan não hesitou em trazer para o universo das pick-up algumas das tecnologias adotadas nos crossovers da marca. A Navara NP300 King Cab recebeu o sistema anticolisão frontal (FEB), o cruise-control e limitador de velocidade, o controlo assistido em descidas (HDC), o arranque assistido em subidas (HSA), a chave inteligente e a câmara traseira (nos casos em que a dotação de série não inclui o Monitor 360º ou os sensores de estacionamento). Outra novidade no segmento é o NissanConnect, um dispositivo tátil com ecrã antirreflexo de alta resolução, que integra o sistema de navegação por satélite

em 3D, mas também a tecnologia Google Send-to-Car. Quanto à propulsão, a NP300 Navara King Cab recebe o motor 2.3 dCi, de origem Renault, que desenvolve uma potência de 160 cv e um binário de 403 Nm, disponível entre as 1500 e as 2500 rpm. A transmissão é assegurada por uma caixa manual de seis velocidades, com um escalonamento mais curto na primeira relação para maximizar o binário a baixas rotações, enquanto a sua relação de caixa longa na sexta velocidade garante um consumo reduzido em estrada. O consumo médio anunciado pela marca é de 6,4 l/100 km, um valor que é perfeitamente possível de alcançar em condições reais com um andamento moderado. Caso se opte por usar toda a potência transmitida pelo motor às rodas, então o consumo poderá ultrapassar com facilidade dos 10,0 l/100 km. SUSPENSÃO DE LÂMINAS REVISTA

Também em destaque aparece o sistema de suspensão, que mantém a solução de

lâminas que estava presente na geração anterior das versões King Cab, tendo sido substancialmente revista para melhorar o conforto. A nova geração da suspensão de lâminas pesa menos 7 kg e permitiu uma melhoria de 3,1% no ângulo de saída das rodas traseiras e uma redução do ruído de rolamento. O trabalho dos engenheiros da Nissan obteve um resultado bastante positivo em piso regular, mas quando este se começa a degradar os ocupantes sentem todos os ressaltos. Por sua vez, o avançado sistema de tração integral da Nissan oferece um excelente comportamento em terrenos irregulares. Com um preço de venda ao público a partir de 27 440 euros, esta versão da Nissan NP300 Navara pode ser uma solução a levar em conta naquelas operações que exigem um veículo com tração às quatro rodas e uma generosa capacidade de carga, sem prescindir do conforto proporcionado pelo seu elevado nível de equipamento. OUTUBRO 2016

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RAIO-X

Bucareste

Conferência Internacional de Aftermarket 2016 O

Grupo de Interesse do Sudeste da Europa do Independent Automotive Aftermarket (IAM) vai organizar a sua 3.ª Conferência, que se realizará no dia 20 de outubro, em Bucareste, na Roménia. O evento conta com o alto patrocínio da FIGIEFA (a Federação Internacional dos Distribuidores de Aftermarket). A Divisão do Comércio Independente de Peças da ACAP irá estar representada pelo seu presidente, Joaquim Candeias. Subordinada ao tema “O futuro está a acontecer agora”, a conferência irá procurar debater os desafios enfrentados atualmente pelos distribuidores independentes de peças para automóveis. Para o setor se desenvolver

e crescer rapidamente, os organizadores da conferência entendem que é necessário melhorar o modelo de negócio, o caminho para o desenvolvimento e conduzir todas as suas atividades para um nível mais elevado. A era de mudança para a indústria automóvel irá obrigar todos os seus membros a darem grandes passos e rapidamente. Ao reunir o setor, e reforçando a ligação entre os seus membros, a Conferência IAM do Sudeste da Europa irá juntar no mesmo local todos os líderes europeus, quer do lado dos distribuidores quer da indústria. Os trabalhos serão conduzidos pelo presidente da FIGIEFA, o alemão Hartmut Röhl, que terá um papel ativo na conferência ao

Glasurit

Novo aditivo de secagem

A

Glasurit, marca de repintura do universo BASF, acaba de lançar um novo aditivo de secagem para o mercado. Falamos do 523-65 air drying, desenvolvido para impulsionar a secagem ao ar livre dos últimos vernizes da marca. Este aditivo assegura que os vernizes 923-610, 923-625 e 923-630 estejam completamente secos à temperatura ambiente em metade do tempo, convertendo a secagem ao ar livre numa alternativa totalmente

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realista face à secagem em estufa. Desta forma, a oficina reduz custos e contribui para a conservação dos recursos e sustentabilidade. As oficinas podem usar este aditivo para serem mais flexíveis e diminuir o tempo e custos de energia, aumentando a produtividade e obtendo melhores resultados em combinação com os novos vernizes lançados pela Glasurit, que afirma que, a 60ºC, é possível poupar até um terço do tempo.

partilhar a sua visão com os participantes. O presidente da FIGIEFA acredita que a conferência irá estimular os operadores regionais a apoiarem e a defenderem os direitos do IAM e a obterem um ambiente cooperativo mais estável para o futuro. Será de referir que as duas edições anteriores do IAM do Sudeste Europeu se realizaram em Belgrado, em 2014 e 2015.


Europart

Melhor marca na Alemanha pela segunda vez

O

s leitores da revista especializada alemã PROFI Werstatt distinguiram, pela segunda vez, a Europart como a “Melhor Marca 2016” na categoria “Comércio de peças para automóvel” e, pela primeira vez, na de “Limpeza e manutenção”. A gama de limpeza e manutenção estende-se desde os produtos de limpeza multiuso, removedores de silicone ou espumas de limpeza compactas, passando por produtos de limpeza de lonas e camiões, sprays de alumínio e zinco, protetores de subchassis e antiproteção de gravilha, até produtos de limpeza de ar condicionado, spray para correias trapezoidais, spray para cromado da jante ou spray de ar comprimido. Já a linha de produtos de marca própria Europart compreende atualmente mais de 6500 peças. A par de consumíveis e equipamento

SWAG

FLUIDO PARA CAIXA 9G-TRONIC

de oficina, tais como produtos químicos, óleos e ferramentas, os clientes têm também à sua disposição uma enorme escolha de peças para áreas tão diversas como eixos, travões, suspensão, acessórios de motor, luzes e sistemas elétricos ou equipamentose acessórios.

O bilstein group anuncia ser o primeiro no aftermarket com um fluido para a caixa automática de nove velocidades da Mercedes-Benz. Comercializado sob a marca SWAG, este lubrificante é o elemento vital da complexa equação que gere todo o sistema da caixa 9G-Tronic, que equipa os veículos Mercedes-Benz. A SWAG recomenda a utilização do óleo 10 94 7716 para as caixas de velocidades automáticas com a referência Mercedes-Benz 725.0XX, cuja especificação do lubrificante é MB 236.16/7. Este lubrificante pode ser aplicado nos Mercedes-Benz Classe C, E, CLS, ML, GL, GLE e S.

AGC AUTOMOTIVE EUROPE

VIDRO ULTRA-ESCURECIDO CHEGA AO MERCADO

AXALTA

SPIES HECKER E STANDOX RENOVAM APROVAÇÃO BMW A BMW renovou a sua aprovação relativa a 2016 da Spies Hecker e Standox, duas das marcas premium globais de pintura automóvel da Axalta Coating Systems. Os acordos com estas duas marcas incluem a utilização de tecnologias de acabamento da Spies Hecker e Standox, incluindo apoio técnico às oficinas e formação de técnicos da rede de assistência da BMW em 39 países, na Europa, Médio Oriente, África, Europa Oriental e Ásia Pacífico. PUBLICIDADE

Além de fornecer tecnologias de repintura aos concessionários da BMW, a Spies Hecker e a Standox também irão assegurar, nos termos do contrato, formação prática e apoio local. As duas marcas premium de repintura automóvel irão disponibilizar workshops, aconselhamento especializado e sugestões práticas de aplicação para ajudar as oficinas de repintura da BMW a maximizarem a eficiência.

A AGC Automotive Europe lançou o seu vidro mais escurecido de sempre, que se destina sobretudo a tejadilhos de automóveis e vidros traseiros. Este material oferece uma maior privacidade e conforto térmico (proteção solar) aos ocupantes do veículo e também reduz a necessidade do ar condicionado. O vidro escuro da AGC apresenta uma transmissão luminosa de 8% e um fator solar de 32%. Disponível em espessuras de 3,85 e 4,85 mm, amplia a gama de vidros verdes e cinzentos já disponível. Esta expansão da gama de vidros escurecidos é combinada com soluções avançadas nos vidros para controlo de energia, como vidro revestido e vidro de transmissão variável. “Estes desenvolvimentos conjuntos demonstram a nossa determinação para progredir constantemente com os nossos clientes da área automóvel na sua busca por valor acrescentado”, afirma Jean-Marc Meunier, diretor-geral da AGC Automotive Europe.


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RAIO-X

Nexus

Faturação de 10 mil milhões de euros

A

Nexus Automotive International continua a crescer e prova disso são os dez mil milhões de euros faturados por este grupo até setembro, mil milhões a mais do que havia sido inicialmente previsto. O resultado foi anunciado por Gael Escribe, CEO do Grupo, aquando da reunião dos representantes dos mais de cem países onde a Nexus está atualmente implantada. Gael Escribe sublinha ainda que esta faturação foi alcançada em pouco mais de dois anos de existência e que o objetivo do grupo é liderar o aftermarket: “A nossa visão do lugar da Nexus no mercado global de aftermarket é a de liderança e a faturação que alcançámos é um importante passo para esse objetivo. A Nexus só existe há dois anos e meio, e foi através dos esforços de toda a comunidade que conseguimos chegar

tão longe. Com membros em mais de cem países e contratos de fornecimento globais com mais de 60 fabricantes, a Nexus consegue ter um alcance global, força coletiva e credibilidade para cumprir a nossa visão de trazer inovação e empreendedorismo ao aftermarket numa escala nunca antes vista” – afirma o CEO

PPG

AMAZON

TECNOLOGIAS DE REVESTIMENTO APRESENTADAS EM DETROIT A PPG irá apresentar os mais recentes desenvolvimentos no domínio das tecnologias de acabamentos de pintura automóvel na próxima edição do SID Vehicles Displays de Detroit. Numa altura em que os ecrãs e os dispositivos de informação à condução se multiplicam nos veículos novos, a tecnologia de revestimento dos mesmos ganha uma importância capital. No certame de Detroit, a PPG irá dar a conhecer novos revestimentos antimancha, antirreflexo e outros produtos da sua gama completa de revestimentos transparentes para ecrãs de cristais e substratos plásticos para automóveis. Os profissionais do setor terão a oportunidade de obter informação em primeira mão relativamente aos benefícios e caraterísticas dos seus novos acabamentos, quer para fabricantes, como tecnologia de primeiro equipamento, quer para os seus distribuidores.

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do Grupo. Rumo a esse objetivo, a Nexus dará em breve um importante passo no mercado chinês com a implementação da sua representação naquele país, em Xangai, que lhe permitirá estar mais perto dos seus membros e fornecedores, facilitando a cooperação e a resposta às necessidades daquele mercado.

INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULOS, PEÇAS E ACESSÓRIOS ONLINE A Amazon lançou uma área dedicada no seu portal denominada Amazon Vehicles, atualmente apenas disponível na página matriz da marca, nos Estados Unidos, em www.amazon. com. Segundo os nossos parceiros da ‘Talleres en Comunicación’, trata-se de um site para procura de veículos e uma comunidade que facilita aos clientes a informação necessária para aquisição de veículos, peças e acessórios. Na Amazon Vehicles, os clientes podem consultar especificações, imagens, vídeos e opiniões de clientes de milhares de automóveis novos e clássicos, desde um Ford Mustang de 1965 até um Tesla S. “O nosso objetivo é apoiar os clientes numa das compras mais importantes das suas vidas,

ajudando-os a tomar decisões informadas”, explica Adam Goetsch, diretor da área Automóvel da Amazon.com. “A Amazon Vehicles é um grande recurso para os clientes que estão interessados na informação sobre um automóvel ou procuram uma ampla seleção de componentes e acessórios. Tudo isto alinhado com imensas opiniões e experiências de outros utilizadores da Amazon”, acrescenta.


Pioneer

Novos amplificadores e subwoofer

A

Pioneer Car Audio lançou quatro novos amplificadores de potência da série GM-A. A gama é constituída por dois amplificadores de quatro canais, GM-A6704 e GM-A4704, e dois amplificadores de dois canais GM-A5702 e GM-A3702. Para maximizar a sua flexibilidade, os amplificadores GM-A6704 e GM-A4704 oferecem diferentes opções de filtros High Pass (HPF) e Low Pass (LPF) e função Bass Boost, que aperfeiçoa o som em geral. Já os amplificadores de dois canais oferecem saída de alta potência num design compacto que oferece flexibilidade durante o processo de instalação e filtro Low Pass para uma profundidade de som ainda maior. Os novos amplificadores da série GM-A também incorporam entradas de nível de coluna, que permitem ligar e desligar facilmente as colunas, automaticamente,

através do sinal direto proveniente das colunas ligadas ao sistema OEM, ou das unidades de aftermarket. O GM-A6704 oferece 170 W x 4 ou 500 W x 2, enquanto o amplificador GM-A4704 oferece 80 W x 4 ou 260 W x 2. O GM-A5702 oferece 300 W x 2 ou 1000 W x 1 e o GM-A3702 oferece 170 W x 2 ou 500 W x 1. A marca apresentou também o subwoofer TS-W306R, que suporta uma potência musical até 1300W, reproduzindo sem esforço os tons graves mais profundos. Composto em polipropileno moldado por injeção (IMPP) de 30 cm do TS-W306R, o cone inclui formas integradas, criando uma rigidez adicional e potência que otimiza a reprodução de graves. A nova bobine de voz foi concebida para dissipar eficazmente o calor no centro do subwoofer para uma frequência de resposta otimizada com maior potência.

BOSCH

INJEÇÃO A ÁGUA REDUZ CONSUMO ATÉ 13% A Bosch desenvolveu um inovador sistema de injeção a água que permite reduzir o consumo de combustível em 13% e esta tecnologia já foi aplicada no motor do BMW M4 GTS. Segundo a Bosch, os avançados motores a gasolina desperdiçam cerca de um quinto do combustível, sobretudo em elevadas rotações, quando é utilizado algum combustível para arrefecer em vez de ser usado na propulsão. A poupança de combustível acontece especialmente em motores de três e quatro cilindros, precisamente aqueles que encontramos debaixo do capô de todos os carros de tamanho médio. Além disso, a obtenção de ângulos de ignição mais cedo permite que o

motor seja operado de uma forma ainda mais eficiente, podendo o sistema enviar energia adicional para o motor. A base desta inovadora tecnologia é simples: um motor não deve sobreaquecer. Para evitar que isto aconteça, combustível adicional é injetado em praticamente todos os motores a gasolina que percorrem as estradas. Este combustível evapora, arrefecendo partes do bloco do motor. Com a injeção a água, os engenheiros exploraram este princípio físico. Antes da ignição do motor, uma fina mistura de água é injetada na conduta de admissão. A elevada temperatura de vaporização da água significa que proporciona um efetivo arrefecimento.


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raio-x

Barómetro

Dinâmica das empresas do setor

Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a TURBO OFICINA regista as mudanças no tecido empresarial deste setor. O balanço mais aprofundado das alterações é feito trimestralmente. PARCERIA INFORMA D&B

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas auto, por região DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO AGOSTO 2016 HOMÓLOGA AGOSTO 2016 HOMÓLOGA AGOSTO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 320 -11,6% CENTRO 158 -13,7% ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 255 20,9% ALENTEJO 37 -15,9% ALGARVE 22 -4,3% R. A. AÇORES 7 -56,3% R. A. MADEIRA 15 -21,1%

95 -2,1% 52 -17,5%

32 -30,4% 18 -21,7%

65 14 6 3 5

18 3 2 0 0

TOTAL 814 -5,1%

240 -6,6%

Principais ocorrências no setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

AGOSTO 2016

ACUMULADO AGOSTO 2015 ACUMULADO SETOR AGOSTO 2016 AGOSTO 2015

TECIDO EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

68

814

76

858

-5,1%

-3,7%

ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES)

21

240

33

257

-6,6%

-1,0%

INSOLVÊNCIAS

7

73

8

108

-32,4% -22,0%

(CONSTITUIÇÕES)

Tecido empresarial do setor AGOSTO 2016 TOTAL DE EMPRESAS

R.A. AÇORES 204 NORTE 5027

R.A. MADEIRA 281 CENTRO 3379 ÁREA METROPOLITANA LISBOA 3357

EM PERCENTAGEM

37,0 24,9 24,7 ALENTEJO 858

ALGARVE 463

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OUTUBRO 2016

6,3 3,4 1,5 2,1

-1,5% -12,5% 50,0% 50,0% -44,4%

-33,3% -40,0% 100,0% -100,0% -100,0%

73 -32,4%

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *TODA A INFORMAÇÃO INTRODUZIDA NA BASE DE DADOS INFORMA D&B É DINÂMICA, ENCONTRANDO-SE SUJEITA À PUBLICAÇÃO TARDIA DE ALGUNS ATOS E ÀS ALTERAÇÕES DIÁRIAS DE DIVERSAS FONTES.

FICHA TÉCNICA Universo de empresas e outras organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às empresas e outras organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas e outras organizações classificadas em todas as secções da CAE V3.0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça

(não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 243 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt



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RAIO X

BMW X1

Quem faz o quê L

ançada no mercado em 2009 e atualizada em 2011, a chegada da segunda geração do BMW X1 acarretou, como principais novidades, o aumento das áreas interiores, a introdução da tração dianteira e ainda a redução de 17% nos consumos e emissões. No exterior, cujo design se assemelha ao do X3, merece destaque o spoiler traseiro, produzido pela Rehau, e também as jantes de liga leve de 17 polegadas, de novo desenho, que a BMW obtém da Cromodora Wheels. Já no interior, com uma organização que bebe inspiração na do renovado Série 1,

merecem nota os airbags de joelho para condutor e passageiro, da responsabilidade da Autiliv, mas também o comando o iDrive, proveniente da Preh, e ainda o sistema de trancamento das próprias, fornecido pela Kiekert. Disponível em versões de tração dianteira e traseira, a segunda geração do X1 tem ainda a opção de escolha por transmissões manuais de seis velocidades ou automáticas de oito relações, sendo os seletores feitos pela Eissman e o eixo da responsabilidade da GKN.

O novo X1 também procura atrair clientes com uma oferta superior de equipamentos, destacando-se neste campo o head-up display, que projeta as informações mais relevantes do veículo no parabrisas Carlex que o equipa, e o Driver Assistance Plus. Destaque merece igualmente a câmara traseira de auxílio ao estacionamento, cujo sistema é fornecida pela Valeo e as imagens podem ser visualizadas no novo ecrã tátil, disponível em duas variantes: 6,5 ou 8,8 polegadas. Veja quem faz o quê no SUV compacto da BMW na tabela abaixo.

COMPONENTES FORNECEDOR

COMPONENTE

FORNECEDOR

COMPONENTE

CARLEX

Para-brisas

BROSE

Tranca da porta traseira

CULTRARO

Amortecedor da pega do teto

CROMODORA WHEELS

Jantes

DANA

Radiador de óleo do motor

GESTAMP

Braço oscilante inferior

DELPHI

Filtro de carvão

GUILFORD

Revestimento dos pilares

DENSO

Gerador

KAUTEX TEXTRON

Depósito de combustível (em plástico)

EBERSPÄCHER

Aquecedor elétrico

KIEKERT

Sistema de tranca das portas

EISSMANN

Seletor da caixa de velocidades

LYDALL GERHARDI

Proteções térmicas do chassis

OMRON

Botão de trancar as portas

MAHLE

Módulos do filtro do óleo

MANN + HUMMEL

Depósito e bombas de lava-vidros

REHAU

Spoiler traseiro

OERLIKON

Sincronizadores

VALEO

Sistema da câmara traseira

RÖCHLING AUTOMOTIVE

Depósito de expansão

ZF

Sistema dos cintos de segurança

TI AUTOMOTIVE

Tubos de travões

CARCOUSTICS

Isolante de água das portas

CONTINENTAL

Diafragmas do circuito de combustível

LAMES E

Elevadores dos vidros dianteiros

PREH

Comando do iDrive

EDSCHA

Batentes das portas

AUTOLIV

Airbags de joelhos (cond. e passageiro)

GKN

Eixo

NOTA: Se é fornecedor e tem alguma questão ou quer a sua informação incluída nesta página, contacte James Clark através do e-mail james.clark@ihs.com ou visite www.supplierbusiness.com

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TURBO OFICINA

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OUTUBRO 2016



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ESPECIALISTA

REPARAÇÃO

Pintura

Conselhos práticos para brancos nacarados A Standox oferece conselhos práticos para obter um trabalho de sucesso na repintura de brancos nacarados tricamada, um desafio cada vez mais presente nas cabinas de pintura. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

N

os últimos dez anos, o branco tornou-se cada vez mais popular entre as cores escolhidas pelos consumidores para os seus automóveis. Atentos a esta realidade, muitos fabricantes de automóveis lançaram para o mercado cores brancas de efeitos especiais, entre elas as de acabamento nacarado tricamada, de que são exemplo o Mineral White da BMW ou o Mystic White da Mercedes. Estas tintas consistem em duas camadas de base, que originam um efeito cintilante, dependendo do ângulo de visão.

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Harald Klöckner, Standox Training Manager para a Europa, Médio Oriente e África, afirma que a reparação deste tipo de pintura é extremamente complicada e avança mesmo que, a menos que os pintores sejam extremamente precisos, será comum encontrar diferenças visíveis entre a repintura e o efeito original. Para minimizar a possibilidade de erros e os custos que os mesmos implicam, este responsável lança quatro conselhos para conseguir realizar esta reparação de forma correta.

CONSELHO 1 ENSAIAR A preparação de uma placa de ensaio é vital “O fator crítico dos brancos nacarados tricamada é a cor de efeito”, afirma Harald Klöckner. Por isso, a utilização de placas de ensaio reveste-se de uma importância vital, uma vez que permite testar a correspondência mais aproximada à original. Nesse sentido, o ideal será pintar três placas de ensaio utilizando a cor base de efeito antes de iniciar o processo de aplicação, diz Harald Klöckner. O número de demãos em cada uma


das três placas deve ser diferente, aplicando-se uma, duas e três demãos, respetivamente, em cada placa. Utilizando esta técnica será possível observar as variações no efeito nacarado da cor, determinando assim qual a melhor correspondência com o efeito original. CONSELHO 2 ASSINALAR CUIDADOSAMENTE CADA PLACA Um passo aparentemente simples, mas que não deve ser esquecido aquando a preparação das placas de ensaio é a correta identificação da placa de ensaio que mais se aproxima do efeito original. Harald Klöckner acrescenta que não deve ser esquecida a identificação do número de demãos aplicadas em cada placa: “Caso contrário, rapidamente vai perder a noção das coisas”, adverte. CONSELHO 3 PINTAR SEMPRE AS PEÇAS EM CONJUNTO Neste tipo de reparação, os pintores devem primeiro aplicar a cor de fundo na zona danificada até atingir uma boa cobertura, procedendo seguidamente ao disfarce nas áreas adjacentes. “É essencial efetuar a correspondência de cor nas peças ou áreas adjacentes”, afirma Harald Klöckner. Além disso, o responsável pela formação da Standox declara que, quando se procede à repintura de cores tricamada, é imprescindível que as peças nunca sejam pintadas separadamente, devendo a pintura ser levada a cabo sempre em conjunto. Antes de aplicar a camada de efeito, é necessário proceder à remoção cuidada de todas as poeiras ou excesso de pulverizações. Caso tal não seja levado a cabo, a base bicamada que será aplicada subsequentemente irá revelar todas as impurezas que foram deixadas para trás. CONSELHO 4 O NÚMERO DE DEMÃOS É FUNDAMENTAL PARA A OBTENÇÃO DE UMA ÓTIMA CORRESPONDÊNCIA O último conselho que o responsável pela formação da Standox deixa às oficinas de repintura é que, na altura de aplicar a cor de efeito, a pulverização do material seja efetuada desde a extremidade da pintura original existente até à zona a reparar, devendo a área disponível ser utilizada sem restrições. Para Harald Klöckner, é essencial que seja aplicado exatamente o mesmo número de demãos utilizado na placa de ensaio que apresentou a melhor correspondência com o efeito original: “Isto ajudá-lo-á a obter resultados impecáveis na reparação de brancos nacarados tricamada.”

A cor Mineral White, da BMW, um exemplo dos brancos nacarados tricamada

Segundo a Standox, o número de demãos é fundamental para a obtenção de uma correspondência ótima

OFERTA FORMATIVA A Standox apoia as oficinas de chapa e pintura com uma vasta oferta de oportunidades de formação. Com mais de 60 Centros de Informação espalhados por 35 países, a marca de repintura automóvel da Axalta Coating Systems realiza várias sessões de formação com durações variadas, para que os profissionais encontrem a ajuda de que precisam, independentemente do tema. Sempre que não seja possível realizar as ações de formação na academia da Standox, o corpo docente da marca está preparado para organizar seminários nas instalações da oficina. Além dos seminários, a

Standox oferece ainda no seu catálogo de formação o Technical Training, um tipo de formação que cobre uma grande variedade de temáticas e permite que os pintores consigam tanto revisitar as técnicas básicas como aprender técnicas especializadas, como é o caso da repintura de brancos nacarados tricamada. Para uma correta correspondência

de cores, existem cursos dedicados especialmente à colorística e à utilização de espetrofotómetros. Localmente, e atendendo às necessidades de cada mercado, existem cursos de âmbito local. As oficinas interessadas podem obter as datas dos cursos através do site www.standox. com/services, na secção “Service & Training”.

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reparação PARCERIA

Passo a passo

Desamolgamento com ventosas Por vezes produzem-se deformações de pequena dimensão na chapa do automóvel que não provocam danos na pintura. Estas mossas provocadas por impactos de granizo ou danos similares podem, geralmente, eliminar-se através do desamolgamento com ventosas. Este sistema consiste em eliminar a mossa mediante a fixação de uma pequena ventosa na deformação e, por meio de sistemas de tração, puxar a ventosa para arranjar a mossa até ser recuperada a forma original.

1. PREPARAÇÃO DO EQUIPAMENTO

2. IDENTIFICAÇÃO DO DANO E SELEÇÃO DO TAMANHO DA VENTOSA

3. LIMPEZA DA ZONA DE TRABALHO

4. APLICAÇÃO DO ADESIVO NA VENTOSA

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5. COLOCAÇÃO DA VENTOSA NO CENTRO DO DANO

7. TRAÇÃO DO DANO, APÓS O ADESIVO TER ARREFECIDO

9. LIMPEZA DA ZONA E DA VENTOSA, ELIMINANDO OS RESÍDUOS DE ADESIVO

6. INSTALAÇÃO E POSICIONAMENTO DO SISTEMA DE TRAÇÃO

8. EXTRAÇÃO DA VENTOSA

10. ELIMINAÇÃO DO PONTO SALIENTE COM O PONTEIRO DE TEFLON, SE NECESSÁRIO, E ACABAMENTO FINAL OUTUBRO 2016

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REPARAÇÃO PARCERIA

Manutenção

Hyundai i30

HYUNDAI I30 1.4 CRDI 90 ACTIVE 5P CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO

O i30 é o centro da gama da Hyundai. Concebido na Europa e pensado para o público europeu, o pequeno familiar coreano apresenta um custo de manutenção de meros €3,62 por cada 100 km percorridos. TEXTO JOSÉ MACÁRIO

O

Hyundai i30 é a peça central da gama da marca coreana. Pensado e desenvolvido na Europa, com o mercado do Velho Continente em mente, o i30 conta com uma ampla gama de motorizações, para garantir que todos os tipos de cliente estão satisfeitos com a performance. Desde o motor 1.6 T-Gdi a gasolina com uma potência máxima de 186 cv às 5000 rpm e um binário de 264 Nm às 1500 rpm, até ao mais económico 1.4 CRDi de 90 cv às 4000 rpm e 220 Nm às 1500 rpm, exatamente o modelo em apreço nestas linhas, apenas disponível no nível Active, um dos tês disponíveis, a par do Comfort e do Style. Nesta declinação, a manutenção do modelo coreano não obriga a grandes dispêndios, como se pode ver pelos €3,62 gastos em manutenção por cada 100 km. De acordo com o plano de manutenção a 48 meses e 120 mil km do fabricante, o custo total de manutenção previsto é de €4347,37, dos quais a fatia maior corresponde às peças de desgaste, com um total de €1796,18. Nesta categoria, o sistema de travagem é o que obriga a maior dispêndio, consumindo um total de €1321,03. Deste total, €681,90 dizem respeito às seis trocas de pastilhas preconizadas (quatro à frente e duas atrás), €581,31 às trocas dos discos dianteiros e traseiros, e €57,82 para a substituição do líquido de travões. Seguem-se os €375,15 das seis trocas de escovas limpa-para-brisas e €100 para a carga do ar condicionado. As revisões são a segunda maior parcela desta conta de manutenção do Hyundai i30 nesta variante diesel e correspondem a um

desembolso de €1063,06 ao longo do período em análise. A mão de obra, calculada com base no valor médio nacional de €36,14 e multiplicada pelas 6,4 horas de manutenção preconizadas, ascende a €231,30, mas não é a maior fatia nesta secção. A maior despesa na categoria vai para o óleo semissintético: as seis trocas dos 5,3 litros de óleo, calculado a €13,99/ litro, obrigam ao gasto de €444,88. Também as trocas dos filtros são parte importante do gasto com revisões, cabendo-lhes um total de €386,88, distribuídos pelos €36,88 pra trocas do filtro do óleo, € 47,84 para o filtro de ar, €172,80 para o de pólen e ainda € 129,36 para o filtro de combustível. A terceira parcela a somar na lista de custos diz respeito aos pneus e consome um total €1009,25 do total previsto para manutenção. A quase totalidade deste valor vai para as 10 trocas preconizadas para os pneus 195/65 R15H que equipam o Hyundai i30: €862,65. O remanescente é gasto nas 10 equilibragens de pneus necessárias (€76,60), nas suas respetivas válvulas (€25) e nos três alinhamentos da direção previstos (€45). A finalizar as contas há ainda que juntar €27,00 para a IPO e €451,88 reservados para a inflação. A todos os valores apresentados na tabela anexa e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis.ribeirinho@4fleet.pt.

POTÊNCIA (CV)

90

CILINDRADA (CC)

1396

EURONCAP

5 *

CO2 109 TRAÇÃO / TRANSMISSÃO

DIANTEIRA / MANUAL

CAIXA DE VELOCIDADES

6 VELOCIDADES

CARROÇARIA BERLINA

VALOR N.º SUBSTITUIÇÕES

REVISÕES

1.063,06 €

MÃO DE OBRA

231,30 €

[6,4]

ÓLEO

444,88 €

[6]

CAPACIDADE DO CARTER (LITROS)

5,3

TIPO DE ÓLEO

SEMISSINTÉTICO

FILTRO DE ÓLEO

36,88 €

FILTRO DE AR

47,84 €

[2]

FILTRO DE PÓLEN

172,80 €

[4]

FILTRO DE COMBUSTÍVEL

129,36 €

[4]

VELAS

- €

[0]

DESGASTE

1.796,18 €

ESCOVAS LIMPA PARA-BRISAS FRENTE

328,55 €

ESCOVAS LIMPA PARA-BRISAS TRAS

46,60 €

[2]

PASTILHAS FRENTE

509,64 €

[4]

PASTILHAS TRAS

172,26 €

[2]

DISCOS FRENTE

317,86 €

[1]

DISCOS TRAS

263,45 €

[1]

LIQUIDO DE TRAVÃO

57,82 €

[4]

CORREIA DISTRIBUIÇÃO

- €

[0]

EMBRAIAGEM

- €

[0]

CARGA AR CONDICIONADO

100,00 €

[1]

ESCAPE

- €

[0]

BATERIA

- €

[0]

AMORTECEDOR FRENTE

- €

[0]

AMORTECEDOR TRAS

- €

[0]

BOMBA AGUA

- €

[0]

FILTRO PARTICULAS

- €

[0]

TAREFAS EXTRA

- €

AVARIAS

- €

ELÉTRICAS

- €

TOTAL

- €

PNEUS

1.009,25 €

PNEUS FRENTE

195/65 R15H

PNEUS TRÁS

195/65 R15H

PNEUS

862,65 €

ALINHAMENTO DE DIREÇÃO

45,00 €

[3]

EQUILIBRAGEM

76,60 €

[10]

VÁLVULA

25,00 €

[10]

OUTROS

478,88 €

IPO

27,00 €

INFLAÇÃO

451,88 €

AJUSTES

- €

[4]

[4]

[10]

CUSTOS DE MANUTENÇÃO TOTAL

4.347,37 €

/100 KMS

3,62 €

CONSUMO MISTO

4,20

IUC

141,47 €

* VALORES SEM IVA

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L / 100 KMS



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REPARAÇÃO

Fiat Stilo 1.9 JTD

Intervenções no motor Em parceria com a Revista Técnica automóvel, desvendamos-lhe os segredos do bloco propulsor 1.9 JTD, de 80 e 115 cv, do Fiat Stilo. Saiba como realizar diferentes operações de montagem e desmontagem de componentes, no grupo motopropulsor e como reacondicionar o motor.

M

otor turbodiesel, 4 tempos, 4 cilindros em linha, 8 válvulas, disposto transversalmente na parte dianteira. Bloco do motor de fundição e cabeça de liga ligeira. Sistema de injeção direta tipo “Common Rail” com comando eletrónico da bomba de alta pressão e sobrealimentação por turbocompressor. As versões 1.9 JTD 115 estão equipadas com um permutador térmico ar/ar e um turbocompressor de geometria variável. Distribuição por simples árvore de cames na cabeça, acionada por uma correia dentada.

CARACTERÍSTICAS DO MOTOR Motorização

1.9 JTD 80

Tipo motor

192A3.000

Cilindrada (cm3)

1.9 JTD 115 192A1.000 1910

Diâmetro interior (mm).

82

Curso (mm)

90,4

Relação de compressão.

18,5 a 1

Potência máxima CEE (KW a rpm)

59 a 4.000

85 a 4.000

DIN (CV a rpm)

80 a 4.000

115 a 4.000

CEE (Nm a rpm)

19,6 a 1.500

25,5 a 2.000

DIN (mkg a rpm)

19,9 a 1.500

26 a 2.000

Binário máximo

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DESMONTAGEM E MONTAGEM DO GRUPO MOTOPROPULSOR Nota: a desmontagem do motor é efetuada pele parte dianteira do veículo com a caixa de velocidades acoplada. É necessário desmontar o para-choques e o frontal dianteiro.

Desligar a bateria. Colocar o veículo sobre uma ponte elevadora de braços. Esvaziar o circuito de climatização através de uma estação. Realizar o despejo do circuito refrigerante. Desmontar o para-choques dianteiro. Desligar o motoventilador. Desligar o sensor de disparo do airbag. Desmontar o comando de abertura do capot do motor. Desligar as tubagens de água do radiador. Desligar as tubagens do circuito de climatização do condensador. Desmontar os faróis. Desmontar os parafusos de fixação (1) do reforço dianteiro à carroçaria (ver figura). Desmontar os parafusos de fixação (2) superiores do reforço às laterais (ver figura).

Desmontar o conjunto travessa, condensador, radiador de refrigeração e ventilador elétrico. Desligar as diferentes mangas unidas ao circuito de refrigerag5o do motor. Esvaziar o óleo do depósito de direção assistida. Desligar as diferentes fichas elétricas. Afastar as cablagens elétricas unidas ao motor. Separar os cabos de seleção das velocidades. Separar a central de travões de embraiagem sem desmontar o tubo (80 CV) ou desligar a tubagem da central de travões (115 CV). Desmontar o compressor de climatização, os componentes e tubagens relacionadas com o circuito. Desligar o cabo de massa da caixa de velocidades. Separar as transmissões. Desmontar a parte dianteira do tubo de escape. Enganchar o grupo motopropulsor a uma grua de oficina. Desmontar os suportes do motor e da caixa de velocidades.


EX CLU

SIV O

ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL

CABEÇA 1. 2. 3. 4.

Cabeça Árvore de cames Vela de pré-aquecimento Tampa de apoio de árvore de cames 5. Tampa de apoio de árvore de cames n.º 5 (n.º 1 lado da distribuição) 6. Rampa de lubrificação de árvore de cames 7. Retentor 8. Junta de cabeça 9. Bomba de água 10. Sensor de posição de árvore de cames 11. Junta de tampa de cabeça 12. Tampa de cabeça 13. Parafuso de cabeça 14. Insonorizante de cabeça

Inclinar e balançar lentamente a grupo motopropulsor para desmontá-lo pela frente do compartimento do motor e assegurar-se de que todas as conexões elétricas estejam desligadas. Para a montagem atuar pela ordem inversa da desmontagem. REACONDICIONAMENTO DO MOTOR DESMONTAGEM. PONTOS PARTICULARES Imobilizar o volante motor com o utensilio 1.860.846.000, e desmontar os parafusos de fixação do amortecedor de vibrações.

Nota: o parafuso central do carreto de cambota tem rosca à esquerda. CONTROLO DE PEÇAS Consultar a secção de ‘’Dados técnicos para todas as cotas de regulação e controlo dos diferentes elementos constitutivos do motor. MONTAGEM. PONTOS PARTICULARES As chumaceiras de bancada são identificadas com marcas (0 a 4) partindo do cilindro n.°1. Apresentar a biela no pistão respeitando o sentido de montagem: orientar as marcas da biela e da tampa do lado do coletor de admissão.

SUPORTES MOTOR - CAIXA 1. Suporte motor direito 2. Suporte de caixa de velocidades

3. Suporte inferior traseiro esquerdo 4. Suporte inferior traseiro direito

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REPARAÇÃO

Montagem dos conjuntos biela-pistão no bloco do motor: a câmara de combustão do lado da admissão

Situação dos parafusos de fixação do reforço dianteiro para desmontagem do grupo motopropulsor

MARCAS DE CHUMACEIRAS DE BANCADA

A câmara de combustão do pistão deve orientar-se para o lado da admissão. Montar os segmentos no pistão orientando a marca “ TOP “ do segmento de compressão para cima. Separar os cortes a 120º evitando colocá-los no veio da cavilha.

Desmontar o pinhão de cambota. Desmontar a transmissão direita e o suporte do apoio intermediário. Desmontar o cárter de óleo e o filtro de aspiração. Desmontar o rolete guia da correia de distribuição. Desmontar os parafusos de fixação do vaso de expansão e depois afastá-lo para um lado. Colocar um macaco hidráulico debaixo do motor. Desmontar o tubo de ar do coletor de admissão. Desmontar o rolamento tensor da correia de distribuição. Desmontar o filtro de óleo com o rácor montado sobre o permutador. Levantar o motor e desmontar o suporte motor direito. Desmontar o alternador. Desmontar o suporte do alternador. Desmontar a bomba de óleo e recuperar a junta de vedação.

MONTAGEM Efetuar a montagem pela ordem inversa da desmontagem, Limpar o plano de junta do bloco do motor e do apoio dianteiro

DESMONTAGEM E MONTAGEM DA BOMBA DE ÓLEO Nota: a desmontagem da bomba de óleo só pode ser efetuada depois da desmontagem da correia de distribuição. DESMONTAGEM Esvaziar o óleo do motor. Desmontar as correias de distribuição e de acessórios. Desmontar o tubo dianteiro de escape. Imobilizar o volante motor e afrouxar o parafuso de fixação do carreto de cambota.

Atenção: o parafuso central do carreto de cambota tem rosca à esquerda.

1. Número de cilindro 2. Lado do escape

Nota: o apoio dianteiro é de liga ligeira e os planos de junta são relativamente frágeis. Evitar raspar as planos de junta e utilizar sempre um decapante químico. Atenção: o parafuso central do carreto de cambota tem rosca à esquerda. Nota: a bomba de alta pressão não necessita decalagem. Efetuar o enchimento do óleo e comprovar o nível. Arrancar o motor e comprovar a ausência de perdas.

ESCAPE 1. Coletor de escape 2. Junta de vedação 3. Chapa de proteção térmica 4. Turbocompressor 5. Joelho de saída 6. Eletroválvula EGR 7. Tubagem de EGR 8. Permutador térmico dos gases de escape 9. Tubo dianteiro 10. Suportes elásticos 11. Silencioso 12. Catalisador 13. Tubo intermediário

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EX CLU

SIV O

As ranhuras dos separadores de regulação da folga axial devem estar orientadas para a cambota

DESMONTAGEM E MONTAGEM DA BOMBA DE ÁGUA Nota: a desmontagem da bomba de água só pode ser efetuada depois da desmontagem da correia de distribuição. DESMONTAGEM Desligar a bateria. Esvaziar o circuito de refrigeração. Desmontar a correia de distribuição. Desmontar a roda dentada da árvore de cames utilizando uma chave de reação. Desmontar o sensor de posição da árvore de cames situado perto da vareta de nível de óleo do motor. Desmontar os parafusos de fixação da bomba de água. Desmontar a bomba de água e recuperar a sua junta de vedação. MONTAGEM Comprovar que o corpo da bomba de água não apresenta fendas nem deformações.

Nota: a bomba de alta pressão não necessita decalagem. Para a montagem atuar pela ordem inversa da desmontagem utilizando uma junta tórica nova. DESPEJO, ENCHIMENTO E PURGA DO CIRCUITO REFRIGERANTE DESPEJO Desmontar o bujão de enchimento do vaso de expansão. Desmontar a proteção debaixo do motor. Se o líquido for recente, recuperá-lo. Desligar o tubo inferior do radiador. Abrir os purgadores situados sobre o radiador e (segundo a montagem) sobre o tubo de alimentação da bomba de água. Soprar ligeiramente no vaso de expansão para eliminar eventuais bolsas de água. ENCHIMENTO E PURGA Ligar a manga inferior. Encher o circuito pelo vaso de expansão.

BLOCO DE MOTOR E TREM ALTERNATIVO 1. Bloco do motor 2. Porta-retentor e bomba de óleo 3. Retentores 4. Cárter de vedação no lado do volante motor 5. Juntas de vedação 6. Volante motor 7. Coroa de impulsos para o sensor de regime 8. Cambota

9. Cabeças de centragem 10. Chumaceiras de cambota 11. Chumaceiras de bancada 12. Separadores de regulação de folga axial 13. Freios de travagem 14. Pistão 15. Biela 16. Cavilha de pistão 17. Casquilho de pé de biela

SITUAÇÃO DOS PARAFUSOS DE FIXAÇÃO DA BOMBA DE ÓLEO (FLEXAS)

18. Tampa de biela 19. Parafuso de tampa de biela 20. chumacheiras de biela 21. segmento raspador 22. Segmento de compressão 23. Segmento de fogo 24. Cárter de óleo 25. Bujão de despejo de óleo de motor

Situação dos parafusos de fixação do filtro de aspiração de óleo

1. Parafuso de fixação do carreto de cambota (rosca à esquerda)

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reparação

Fechar o parafuso de purga situado sobre o radiador quando saia líquido. Segundo a montagem, continuar o enchimento até que saia líquido pelo parafuso de purga situado sobre o tubo de alimentação da bomba de água. Encher o vaso de expansão até a marca “MAX”. Arrancar o motor e deixá-lo rodar ao ralenti de 2 a 3 minutos. Completar o nível se for necessário. Montar o bujão do vaso de expansão. Acelerar regular e progressivamente até 4000 rpm. Pôr o aquecimento em “máximo calor” e assegurar-se de que das saídas de ventilação sai ar quente. Esperar que o ventilador elétrico dispare ao menos 2 nas. Cortar o contacto e deixar esfriar. Comprovar eventualmente o nível do líquido no vaso de expansão até a marca “MAX”.

LUBRIFICAÇÃO CURSO E MONTAGEM DA CORREIA DE ACESSÓRIOS 1. Cambota 2. Alternador 3. Compressor de climatização

A Rolamento tensor automático C Rolete guia

REFRIGERAÇÃO 1. Bomba de água 2. Sonda de temperatura de líquido refrigerante (gestão de motor) 3. Caixa de termóstato 4. Radiador 5. Motoventilador 6. Vaso de expansão 7. Tubo rígido de líquido refrigerante 8. Permutador térmico água/óleo 9. Radiador de aquecimento 10. Permutador térmico dos gases de reciclagem de escape

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1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Vareta de nível de óleo Tubo de vareta de nível Cárter de óleo inferior Filtro de óleo Permutador térmico água/óleo Pino de rosca de fixação do filtro Juntas de vedação

8. Porta retentor e bomba de óleo 9. Filtro de aspiração 10. Retentor 11. Bujão de despejo 12. Pulverizador de refrigeração de fundo de pistão 13. Bujão de enchimento

14. Rampa de lubrificação da árvore de cames 15. Contactor de pressão de óleo 16. Tubagem de lubrificação do turbocompressor 17. Turbocompressor 18. Tubagem de retorno de óleo



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REVISÃO TIRESUR

OFERTA REFORÇADA

pneus

A Tiresur alarga o seu portefólio Ovation com o lançamento de um novo modelo para 4×4/ SUV, o VI-286MT. Disponível em oito medidas diferentes, este pneu substitui o atual VI186MT e foi lançado inicialmente nos mercados de África e da América, onde existe uma maior procura por este tipo de pneus. O VI-286MT apresenta um piso bastante agressivo, que permite maior tração. O seu desenho de ombros oferece mais resistência ao aquaplaning e segurança em curva, apresentando também uma grande resistência aos danos provocados por superfícies mais abruptas graças ao reforço da carcaça.

Dunlop

Sport Maxx RT2 no Mini Clubman A mais recente geração do Mini Clubman virá equipada com o novo pneu de verão da Dunlop, o Sport Maxx RT2, na versão 225/45R17 94W XL. Os pneus estarão marcados com um asterisco (*), indicativo de que estão aprovados pela Mini como equipamento original para os seus veículos. Permanecendo fiel ao ADN da Dunlop, o pneu foi desenvolvido tendo em mente a filosofia da marca, “Forever Forward”, que visa criar experiências de condução sem igual. De acordo com a Dunlop, estes novos pneus oferecem ótimos níveis de aderência e precisão ao volante, sendo “uma excelente opção para os condutores que procuram uma experiência de condução empolgante”. Em comunicado, o fabricante de pneus enaltece as capacidades do seu novo produto,

que considera “perfeitamente adaptado ao novo Mini Clubman”. Tal afirmação prende-se com o facto de os Sport Maxx RT2 permitirem manter a aderência e o desempenho, tanto em estrada molhada, como seca. Para estes resultados contribui o composto de piso Evolutionary Tread, que proporciona a estes pneus uma maior aderência e precisão de direção em relação ao seu antecessor. Nick Harley, Diretor-geral da Goodyear Dunlop para Equipamento Original de Pneus para Turismo, para a EMEA, comentou: “Estamos muito satisfeitos por termos sido eleitos pela MINI para equipar um veículo tão moderno e original como este. O Dunlop Sport Maxx RT2 é o equipamento perfeito para um carro que alia a funcionalidade do dia a dia ao prazer da condução.”

MICHELIN

LEVORIN ADQUIRIDA Como forma de reforçar a sua presença no mercado brasileiro, a Michelin adquiriu a empresa local Levorin, especializada na produção de pneus para o segmento das duas rodas. Esta aquisição permitirá também que a multinacional francesa reforce o desenvolvimento mundial da sua linha de pneus para duas rodas. A Levorin, por sua vez, passará a dispor dos recursos necessários para garantir o seu crescimento. A operação ainda está pendente

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de aprovação pela autoridade brasileira da concorrência.

GRUPO SALCO

NOVA PLATAFORMA B2B O Grupo Salco acaba de dar a conhecer a sua nova plataforma digital B2B, localizada em www.salconline.com, alvo de renovação com o intuito de modernizar, facilitar a navegação e implementar novos elementos. Uma das principais novidades que chegam com esta renovação é a adaptabilidade da página, que se ajusta em função do dispositivo onde está a ser apresentada, sempre com a comodidade do utilizador em mente. Esta plataforma implementa também novas funcionalidades, como a possibilidade de realizar uma contraoferta para um determinado volume de pneus de uma dada medida, ou poder mostrar a lista de pneus com diferentes formatos, para que o utilizador possa selecionar o mais adequado às suas necessidades. Em comunicado enviado à imprensa, o Grupo Salco destaca ainda o facto de ter optado por um design “minimalista e limpo”, que se traduz, afirmam, numa utilização mais prática por parte dos profissionais do setor.



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JURÍDICO

Multas de trânsito: Para onde vai a receita?

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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OUTUBRO 2016

P

erguntamos muitas vezes qual será o destino dado ao dinheiro pago em multas de trânsito e se os agentes que “passam” a multa acabam recebendo parte do valor da multa aplicada. A resposta é simples: o Agente autuante não recebe directamente qualquer remuneração ou prémio acrescido pelo facto de passar mais ou menos multas, mas a instituição para que trabalha tem um ganho efectivo por cada multa recebida. Dispõe o Decreto-Lei n.º 369/99, de 18 de Setembro, com as alterações impostas pelo Decreto-Lei n.º 114/2011 de 30 de Novembro, regula a afectação das receitas provenientes das sanções pecuniárias por infracções ao Código da Estrada, seu regulamento e legislação complementar. Assim, neste momento, e depois de extintas as competências dos governos civis, o produto da receita proveniente da cobrança de multas de trânsito é distribuído da seguinte forma: 40% para o Estado; 30% para a entidade em cujo âmbito de competência fiscalizadora for levantado o auto de contra-ordenação (Leia-se GNR e PSP, consoante a área de actuação e jurisdição); 30% para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

Desta feita, resulta da lei que quem beneficia é a instituição (PSP ou GNR) e não o agente autuante. Pode suceder no entanto que sejam estabelecidos regulamentos internos nestas instituições que premeiem os agentes “mais activos” não tanto com a atribuição de prémios ou bónus (que também podem existir) mas com outras regalias como, por exemplo, a atribuição de dias de descanso ou de férias acrescidas. A receita proveniente da aplicação de multas cresceu significativamente no ano de 2015, tendo o Estado, só por si, arrecadado cerca de 90 milhões de euros oriundos de pagamentos de sanções pecuniárias por infracções ao Código da Estrada (multas de trânsito). Regime e afectação diferente têm as coimas aplicadas pelas Polícias Municipais. Neste caso, e de acordo com o Artigo 7.º n.º 1 do Decreto-Lei 197/2008, de 7 de Outubro, “salvo disposição legal em contrário, o produto das coimas resultante da actividade da polícia municipal constitui receita do município”. Não obstante tal previsão legal, o n.º 2 desse mesmo artigo 7.º estabelece que “o produto das coimas aplicadas por contra-ordenação rodoviária em resultado da actividade de fiscalização da polícia municipal reverte em 55 % a favor do município, 10 % para a ANSR e 35 % a favor do Estado”.




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