#56
JANEIRO
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2017
profissional
GRANDES DESAFIOS PARA 2017
AFTERMARKET EM CRESCIMENTO
PERANTE UM NOVO REINADO DA QUALIDADE, 2017 TRAZ OPORTUNIDADES AO AFTERMAKET. NO ENTANTO, A REDUÇÃO DAS MARGENS, A ADAPTAÇÃO AO DIGITAL E A NECESSIDADE DE FORMAÇÃO COLOCAM-SE COMO OS GRANDES DESAFIOS NUM ANO QUE SE PREVÊ DE VIRAGEM
ASAE “Manutenção e reparação automóvel estão na nossa mira”, afirma Pedro Gaspar
PLÁSTICOS O que precisa de saber sobre o desgaste e as novas técnicas de reparação
BERNER PORTUGAL Sucesso de 20 anos assegurado por cultura de proximidade e comunicação
REPARAÇÃO NA ESTRADA ACP aposta em oficina móvel para captar novos clientes e sócios
SUMÁRIO PROFISSIONAL
#56
JANEIRO 2017 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES
PRO4MATIC SELO DE CAPA EXPOMECÂNICA VC JAPANPARTS PÁG.5 RPL CLIMA PÁG.11 BILSTEIN PÁG.19 CARF PÁG.39 CENTRO ZARAGOZA PÁG.53 ASSINATURAS PÁG.59 ATA PÁG.63 CESVIMAP VCC TRW CC
MARCAS NESTA EDIÇÃO
ACP 24 ACTIA 11 AD PORTUGAL 32 ALECARPEÇAS 12 ALPHABET 47 AUTO DELTA 32 AUTOCOM 11 AUTOZITÂNIA 13, 33 AXALTA 13, 42 BERNER 20 BOGE 43 BOSCH 9
14 PERSPETIVA Pedro Gaspar, ASAE
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DESTAQUE O que o aftermarket deve esperar de 2017
BRAGALIS 33 BREMBO 33 BRIDGESTONE 65 CAR ACADEMY 10 CARF 13 CARGLASS 12, 33 CITROËN 8, 58 COMETIL 10 CONFORTAUTO 37 CONTINENTAL 34, 64 DELPHI 7, 34, 45 DUNLOP 64 ESTRADA 24 24
NOTÍCIAS
06 As novidades do setor
ETICADATA 7 FACET 12 FACOM 12 FAURECIA 43 FEBI 44 FEDERAL-MOGUL MOTORPARTS 34, 46 FIAT 40 FILOURÉM 9 FORD 60 FUCHS 34 GOODYEAR 65 GOOGLE 47 GRUPO BILSTEIN 13 HANKOOK 37 HAZET 10 HONDA 47 IBEREQUIPE 11 IDENTICA 11 INFORAP 35 ISTOBAL 46 JAPKO 9 JAURORA 10 KROFTOOLS 35
ESPECIALISTA
20 Berner 24 Estrada 24 28 Excelência na Produtividade
LEMFÖRDER 43 MECATRONICAONLINE 11 MEYLE 44 MICHELIN 65 NEXUS 46 NGK 8, 35, 45 OPEL 64 OSRAM 35 PARROT AUTOMOTIVE 43 PORSCHE 49 PORTEPIM 35 PPG 45 PRO4MATIC 36 ROBERLO 46 SACHS 43 SAINT-GOBAIN AUTOVER PORTUGAL 36 SALERI 36 SIEMENS 45 SIKA 36 SPIES HECKER 11, 37, 44 SSANGYONG 8 TECNIVERCA 37 TIRESUR 37 TIRSO PNEUS 37
RAIO-X
40 Fiat Talento Cargo Multijet 42 Notícias internacionais 48 Barómetro 49 Radiografia: Porsche
REPARAÇÃO
50 Envelhecimento das peças de plástico 54 Soldadura de plásticos com gás quente 58 Manutenção Citroën C4 Cactus 60 Ford Mondeo: Airbags PNEUS
64 Notícias OPINIÃO
66 Alterações às especificações
Panamera
TRW 38, 43 UFI 38 VALEO 45 VALLUX 38 VENEPORTE 8 VIPAL 64 WAYMO 47 ZF AFTERMARKET 43
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EDITORIAL
PROFISSIONAL
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS
UM PRÓSPERO ANO NOVO
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epois de um 2016 marcado pelo crescimento generalizado das vendas, 2017 abre-nos as portas com promessas de novas oportunidades e reconhecimento do trabalho e esforço empreendido, nos últimos anos, em nome da adaptação ao novo contexto económico e tecnológico. Tal não significa, porém, que se possa baixar os braços na crença de que o pior já passou. Muito pelo contrário!
O passado recente mostrou-nos os impactos avassaladores que a gestão descuidada e a ausência de estratégia podem ter. Mostrou-nos também que, com trabalho, dedicação, flexibilidade, ponderação e organização, é possível ultrapassar os constrangimentos. Não é, assim, difícil de perceber de que lado da equação se deve estar quando o objetivo é prosperar. E o novo ano apresenta-se repleto de oportunidades para fazê-lo! Em fase de retoma, o setor do aftermarket tem, de forma paulatina, mas moderada, vindo a crescer sustentadamente, muito por força da aposta na qualidade e formação, que os clientes começam a reconhecer como mais vantajosas face a um produto ou serviço de preço baixo. Com uma cultura de decisão mais complexa, mas onde entram em jogo novas exigências, está semeado pelo cliente o terreno de onde as empresas podem retirar muitos frutos, assim tenham aprendido as lições e estejam dispostas a trabalhar na colheita. Quer isto dizer que o mercado existe, mas que toma agora decisões em que pretende obter o máximo valor pelo seu dinheiro. Para dar resposta a esta procura, mais inteligente do que outrora, as empresas têm de estar conscientes de que terão de investir na qualidade e diferenciação em toda a linha de atividade. Com as margens mais reduzidas pela pressão de grandes grupos, a rentabilidade será encontrada numa gestão acautelada e eficiente, alicerçada em profissionais formados e em meios e ferramentas modernas que apoiem a tomada de decisão, a produtividade e o contacto com o cliente. A missão não é fácil, mas este é, inegavelmente, o caminho para o sucesso, conforme nos revelam alguns dos mais importantes agentes do aftermarket nacional no especial que fazemos neste número sobre os desafios para 2017. E se dúvidas houvesse de que os caminhos fáceis não levam a bom porto, em entrevista exclusiva à Turbo Oficina, o Diretor Geral da ASAE deixa bem claro que o setor está na mira operacional da autoridade. Por isso, o melhor mesmo é ir pelo trilho certo!
SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt JOSÉ MACÁRIO josemacario@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777
ANDREIA AMARAL EDITORA CHEFE
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INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
NOTÍCIAS
NACIONAIS
DPAI
ANO DE NOVOS PROJETOS A DPAI – Divisão de Peças e Acessórios Independentes da ACAP, reuniu as suas comissões especializadas para fazer o balanço das iniciativas levadas a cabo em 2016 e apresentar os projetos para 2017, que se antevê de muito trabalho
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DPAI – Divisão de Peças e Acessórios Independentes da ACAP reuniu as suas comissões especializadas num evento de final de ano. Durante este encontro, cada um dos coordenadores das comissões teve oportunidade de fazer o balanço da atividade anual, aproveitando Joaquim Candeias, presidente da divisão, para fazer referência às ações le-
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vadas a cabo pelas várias comissões e dar a conhecer os projetos para 2017. Entre estes, destaque para a criação da Comissão Especializada de Mobilidade e Serviços, que engloba as oficinas e reparadores independentes. Raquel Marinho, coordenadora desta comissão, declara que, apesar de ainda estarem a ser ultimados os membros que comporão a comissão, existem já temas a trabalhar, nomeadamente a certificação das oficinas e a concorrência desleal. Esta comissão pretende também ser um canal de
comunicação com as autoridades, retirando às oficinas o ónus da denúncia. Do lote de projetos da DPAI para 2017 fazem também parte a contínua dinamização associativa, conseguindo mais associados para a ACAP, à luz do que aconteceu em 2016; um estudo aprofundado ao setor das peças em Portugal; e a criação de um programa de formação técnica para a revenda e oficinas e de um manual de garantias para o setor independente, ambos sob a alçada da Comissão Especializada de Distribuidores
DELPHI FORMAÇÃO PARA GESTORES Depois do sucesso da primeira edição, o curso para executivos do aftermarket voltará a realizar-se entre fevereiro e julho. Este ano, a formação terá dois novos módulos: Marketing Digital e Comunicação
NOVAS BOMBAS DE ÁGUA
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Delphi Product & Service Solutions lançou a sua gama de bombas de água para os mercados espanhol e português, que, com qualidade e tecnologia de OE e mais de 300 referências, cobre as principais aplicações do parque. As bombas de água incluem uma polia dentada fabricada em aço sintetizado; eixo de transmissão/Rolamentos, de tipo “integrado”, onde um bloco cobre toda a árvore; corpo da bomba, com um orifício de fuga que regula a pressão do líquido de refrigeração; fecho mecânico, elemento que garante a selagem hidráulica da bomba; turbina, elemento principal, em latão para reduzir o peso e melhorar a resistência, e junta tórica. Nos próximos meses, a Delphi planeia lançar a gama de kits de distribuição e kits de distribuição completos (com bomba de água) que apresentam as mesmas caraterísticas que as de Equipamento Original.
ETICADATA CHEGOU O ERP V17
de Peças, liderada por José Pires. Durante esta reunião, a DPAI confirmou à imprensa a realização da segunda edição do curso para executivos do aftermarket, que se realiza entre fevereiro e julho deste ano e que contará com dois novos módulos: Marketing Digital e Comunicação. José Crespo Carvalho, coordenador do curso, revela que esta alteração vai ao encontro do feedback recebido por parte dos formandos da primeira edição. Assim, serão dez os módulos desta segunda iniciativa, num programa concebido para ser compatível com a atividade profissional. As inscrições já estão abertas e os associados da ACAP têm um desconto de 10%. Mais informações através do e-mail mail@acap.pt ou do número 213 035 300. /
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Eticadata Software está a lançar a nova versão ERP v17 e a organizar uma série de workshops para partilha das principais novidades, funcionalidades e condições comerciais da sua solução de gestão integrada. O ERP v17 será comercializado em Portugal e noutros países onde a “software house” portuguesa está presente, como Colômbia, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. Entre as novidades desta nova versão, destaque para funcionalidades como a importação do ficheiro e-fatura, a reconciliação bancária automática, a comissão por objetivos, a faturação de danos no Autogest Rent-a-Car, pagadores múltiplos nos processos, melhorias de desempenho no POS, melhoria na emissão de vales de desconto, reserva de stock à folha de obra ou encomenda a armazém, múltiplas regras automáticas no CRM e melhorias no E.MOBILE. “Estamos no caminho certo, a implementar as medidas necessárias para ocuparmos o lugar de destaque que merecemos ocupar”, afirma o CEO da Eticadata Software, José Gonçalves, acrescentando: “Na Eticadata a inovação sempre fez parte do nosso ADN, o ERPv17 é prova disso.”
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NOTÍCIAS
NACIONAIS VENEPORTE
2016 FECHA COM CRESCIMENTO DE 15%
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Veneporte encerrou 2016 com um aumento superior a 15% no que diz respeito às vendas para o mercado nacional, um crescimento interpretado como resultado das estratégias que têm sido implementadas, de uma preocupação contínua com a aproximação aos seus clientes e do reconhecimento da qualidade dos seus produtos. “O foco do nosso negócio é cada vez mais ter um impacto positivo no negócio dos nossos clientes, indo ao encontro das suas expetativas”, afirma José Gameiro, Marketing Manager da Veneporte. Esse foco está patente no desenvolvimento de novas linhas de produtos e referências e na “disponibilização de ferramentas que facilitam o dia a dia dos nossos clientes, proporcionando acesso à informação e agilizando processos, como foi o caso da plataforma para clientes B2B recentemente criada e do lançamento do novo catálogo geral de produtos”. Com uma relação de parceria solidificada junto dos principais distribuidores nacionais, 2016 foi marcado pela comercialização da nova gama de filtros de partículas, cuja recetividade contribuiu para o crescimento. A performance positiva é também explicada pelo aumento das vendas dos catalisadores. “A exigência presente em todas as fases de desenvolvimento e produção, associada ao facto de os produtos serem 100% homologados, faz com que o mercado olhe para os produtos da Veneporte como tendo alta qualidade”, acrescentou José Gameiro. Para 2017 a Veneporte antecipa a continuação da mesma dinâmica positiva, traduzida na manutenção da tendência de crescimento no mercado português. /
ALTARODA NO V FÓRUM CPLP
PORTAL PERMITE AVALIAR SERVIÇO O portal Citroën Advisor permite a avaliação da marca e do serviço prestado nas concessões da marca francesa. A ferramenta possibilita a partilha, em tempo real, das opiniões e avaliações dos clientes, que atribuem ao serviço prestado uma nota que varia entre uma
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e cinco estrelas. Especificamente para os serviços de oficina, a marca disponibiliza o Citroën Advisor Serviço, que permite avaliar o serviço e atendimento prestados após a passagem por um concessionário ou reparador da marca do double chevron.
AAltaroda marcou presença no V Fórum CPLP, em Santa Maria da Feira, como tem sido hábito nos últimos certames deste tipo. Entre os visitantes do stand da marca, a Altaroda destaca os presidentes da CPLP de países como Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e Brasil, tendo sido desenvolvidas reuniões B2B. Destaque também para os patrocinadores do evento, que auxiliaram e destacaram a empresa. Um dos artigos que não deixou de marcar presença foi o minilift, mais uma
vez um argumento que evidenciou o stand da Altaroda e que, nas palavras dos próprios, “deixou todos os visitantes com boas expetativas quanto ao nosso conceito de negócio”. A direção da Altaroda acredita que o próximo evento será igualmente vantajoso e que até lá os negócios e parcerias desenvolvidas sejam bem-sucedidos.
BOSCH CAR SERVICE
ANTECIPAR O FUTURO
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isboa, Porto e Figueira da Foz foram as cidades escolhidas para receber mais de 140 parceiros Bosch Car Service em eventos que promoveram uma reflexão sobre as necessidades das próximas gerações de clientes. Nas estradas circularão, em breve, veículos eletrificados, automatizados e conectados, e, para a Bosch Car Service, esta é uma altura em que a discussão de tendências é crucial para uma resposta eficaz ao mercado. Raquel Marinho, responsável da Bosch Car Service Portugal, alertou para a necessidade de adaptação a esta realidade: “Estamos a viver uma revolução em que diversas tecnologias estão a convergir e a comunicar entre si, com um impacto direto e significativo na forma como as pessoas se relacionam com o mundo. Esta dinâmica de mercado requer um esforço significativo e constante de todos nós. A rede Bosch Car Service está atenta a estas mudanças e preparada para o futuro.”
CEPRA LUSO NO PÓDIO EUROPEU
FILOURÉM REFORÇA OFERTA JAPKO Com o intuito de reforçar e consolidar o êxito da Japko no mercado aftermarket para veículos asiáticos e europeus, a Filourém aumentou a gama de produtos desta marca com amortecedores de suspensão, escovas limpavidros, pastilhas de travão e cabeças de motor. A Filourém conta atualmente com uma vasta gama de produtos Japko em stock, tanto de manutenção e desgaste como de reparação, naquela que é uma aposta forte da empresa.
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CEPRA recebeu a medalha de prata da Competição de Mecatrónica Automóvel no Euroskills 2016. Depois da medalha de ouro obtida no Campeonato Nacional, Admário Ferreira, formando da Delegação do CEPRA, esteve a representar Portugal em Gotemburgo, na Suécia, no Campeonato Europeu das Profissões. A equipa portuguesa foi constituída por 22 concorrentes em variadas profissões, que conseguiram três medalhas – duas de prata e uma de bronze – e cinco certificados de excelência. Durante o Euroskills, o diretor do CEPRA, António Caldeira, foi nomeado Presidente do Hearings Commitee, e Eduardo Fonseca foi eleito presidente de júri de Mecatrónica Automóvel. Já em Portugal, a equipa portuguesa, constituída pelos jovens concorrentes, os chefes de equipa e os jurados que os acompanharam, foi recebida no IEFP pelo secretário de estado Miguel Cabrita e outras entidades, como a Representação da Comissão Europeia em Portugal, a OIT e a Agência Nacional Erasmus+. Agora começa a preparação do campeonato mundial Worldskills 2017, em Abu Dhabi.
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NOTÍCIAS
NACIONAIS ANCIA
CREDIBILIZAR CENTROS DE INSPEÇÃO É PRIORIDADE
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azendo um balanço das atividades realizadas em 2016 e dos objetivos para 2017, Paulo Areal, presidente da ANCIA, reiterou que a associação conseguiu prosseguir a estratégia de valorizar a qualidade dos centros de inspeção e conferir maior visibilidade positiva ao setor, promovendo melhores condições para a atividade. Segundo referiu o responsável num discurso realizado num almoço com alguns parceiros, a ANCIA trabalhou para o reforço da credibilização dos centros e para a consciencialização da sua importância na segurança rodoviária. Das iniciativas desenvolvidas mereceram destaque as convenções, as jornadas técnicas e as campanhas Zero Mortos na Estrada e Semana das Inspeções. A ANCIA apresentou o seu Caderno Reivindicativo ao Governo, à Tutela e aos Grupos Parlamentares. Dele constam a proposta para a descentralização de serviços públicos pelos centros de inspeção e o alargamento da IPO a outros veículos, as inspeções intercalares às emissões e o sistema de comunicações entre os centros e o IMT, que no primeiro trimestre deste ano será alvo de uma alteração que “irá eliminar os elevados custos”. Tempo ainda para abordar o início da IPO aos motociclos, triciclos e quadriciclos, que resulta de uma legislação de 2012. Ao não estar em prática, levou a que os associados tenham de responsabilizar-se pelos investimentos feitos. Paulo Areal declarou ainda que a ANCIA “cumpriu a sua missão e reforçou o seu posicionamento na representação e defesa deste setor: reforço da credibilização dos centros de inspeção e consciencialização da sua importância na segurança rodoviária”. /
COMETIL LANÇA CAMPANHA COM HAZET A Cometil tem em marcha uma promoção para a compra do carro de sete gavetas da marca Hazet. A empresa refere, como principais caraterísticas deste produto, a sua construção resistente e a capacidade total de 440 kg, podendo cada gaveta albergar até 25 kg de material. O tampo possui compartimentos para consumíveis e sprays e as rodas de borracha, de 125 mm de diâmetro, possuem um sistema de travamento. As gavetas
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possuem, por seu turno, um dispositivo de bloqueio que só permite abrir uma gaveta de cada vez. As dimensões (em mm) são as seguintes: 1040 x 817 x 502. Disponível por 779 euros, com a compra deste carro de ferramentas, a Cometil oferece um carro de apoio com três prateleiras, capaz de albergar até 50 kg em cada prateleira, ajustável em sete níveis de altura. As rodas têm 100 mm de diâmetro e sistema de travamento. Compatível com módulos de ferramentas da Hazet, este carro de apoio tem as seguintes dimensões (em mm): 843 x 819 x 549.
CAR ACADEMY AVANÇA NOS AÇORES E NA WEB Para dinamizar a formação das oficinas independentes da Ilha Terceira, nos Açores, a Car Academy criou uma
parceria com a empresa JAurora – Equipamentos Industriais, que coordenará as ações de formação da Car Academy naquela ilha. O Curso de Gestão Oficinal será a primeira formação a realizar, no dia 26 de janeiro. De seguida, nos dias 27 e 28/01/2017, decorre o Curso Diagnóstico de Sensores e Atuadores, ambos nas instalações da JAurora, em Angra do Heroísmo. Entretanto, a Car Academy anunciou que o seu novo site já se encontra disponível. Compatível com PC, tablet e smartphone, a página oferece agora uma navegação mais rápida, fácil e intuitiva.
IBEREQUIPE
LANÇADO AUTOCOM CDP+
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Iberequipe lançou a nova geração de interface de comunicação com o veículo CDP+, da Autocom, que possibilita a leitura de falhas e a realização de diagnósticos para todo o tipo de veículos. O equipamento liga-se a um computador através de Bluetooth e pode ser usado no diagnóstico de ligeiros (Cars) e pesados (Trucks). Uma das novidades do CDP+ é a função de gravação de dados. Para o efeito, basta ajustar os parâmetros que se pretende registar, guardar a configuração no CDP+ e ligar o equipamento ao veículo. Para potenciar a visibilidade, o CDP+ possui um indicador multicolor na parte superior da interface. O indicador recorre a cores diferentes para mostrar o estado da comunicação e da bateria. O CDP+ dispõe ainda de um LED no conector de diagnóstico, facilitando a sua localização, e é fabricado com tecnologia de multiplexagem de ponta. Em opção, estão disponíveis vários cabos adaptadores para suportar os veículos que não tenham conector de 16 pin OBD.
MECATRÓNICAONLINE
NOVO DISTRIBUIDOR ACTIA
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MecatrónicaOnline é representante oficial dos equipamentos de diagnóstico ACTIA. Segundo revela em comunicado, a empresa sediada em Oeiras irá trabalhar diretamente com os distribuidores da ACTIA “revenda” em Portugal, prestando-lhes apoio, através do seu call center, para que possam desenvolver o negócio. A MecatrónicaOnline irá ainda controlar as licenças, atualizações e as devidas garantias, o que obrigou a uma reestruturação e ao crescimento da empresa. A empresa declara, no entanto, que não irá trabalhar a venda dos equipamentos de diagnóstico diretamente às oficinas ou aos clientes finais.
IDENTICA
REDE DEBATE ESTRATÉGIA
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specialista em colisão e pintura que goza do apoio da Spies Hecker, a Rede Identica reuniu na Figueira da Foz para debater vários assuntos relativos à rede. A avaliação sobre os pontos estratégicos de 2016 e a definição dos objetivos para 2017 foram os temas dominantes. Com o intuito de tornar a rede cada vez mais uma referência nas oficinas de colisão e pintura, foi debatido o objetivo de, no futuro, ter toda a rede certificada. A formação ocupou um lugar de destaque no evento, com a apresentação do programa de formação que a Spies Hecker disponibiliza, em regime de exclusividade, à Rede Identica.
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NOTÍCIAS
NACIONAIS FACOM
BOOSTER COM TECNOLOGIA INFINIMAX
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esenhado para fazer arrancar qualquer tipo de motor, desde que ligado a uma bateria de 12 V, o UCB12 é um booster da Facom que usa a tecnologia Infinimax da marca. Esta tecnologia garante que os condensadores do booster se carreguem em 20 segundos, armazenando a energia que usam na descarga, ou seja, este booster não necessita de recarga, o que diminui a complexidade de utilização e o peso, facilitando o uso em oficinas, veículos de assistência, locais de obra ou mesmo em veículos particulares. A marca declara que o equipamento permite arrancar cerca de um milhão de vezes e consegue operar em ambientes com temperaturas entre -20° C e 50° C. A utilização é simples: ligar o booster à bateria; aguardar 20 segundos (para os condensadores carregarem); e arrancar o veículo. A Facom oferece ao equipamento cinco anos de garantia, deixando também algumas observações ao seu funcionamento, para uma proteção ideal: no c aso de uma inversão de polaridade ou ligação a uma bateria de 24 V, soará um alarme de segurança que só para quando o booster for reinicializado. Desligado o alarme, está novamente pronto a ser utilizado. /
CARGLASS REALIZA CONVENÇÃO Decorreu, em Ílhavo, mais uma convenção anual da Carglass, que juntou os mais de duas centenas de colaboradores da empresa
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em torno do tema “ Back to the Future”. Do balanço do ano habitualmente levado a cabo nestas alturas, regista-se o recorde de aberturas de agências, 14, fazendo o total de centros no país ascender aos 50 espaços. Estas aberturas garantem maior proximidade com os clientes e estão em linha com os prazos do primeiro ano do projeto de expansão da marca. Como também é habitual, a convenção serviu para transmitir a estratégia da empresa para os anos seguintes, bem como
para reconhecer as suas pessoas pelo serviço prestado aos seus clientes. Jorge Muñoz Cardoso, diretor geral da Carglass, anunciou a criação de um fundo social no âmbito da missão da empresa para com a responsabilidade social corporativa, “ We, Carglass ”, através do qual foram atribuídos 15 mil euros para ações de solidariedade social e onde todos os colaboradores foram convidados a participar, nomeadamente propondo instituições nas suas localidades que necessitem de ajuda solidária.
ALECARPEÇAS COM FACET NA GAMA A AleCarPeças incluiu na sua oferta a Facet, especialista em produtos elétricos e eletrónicos para automóveis. Entre os vários componentes destacam-se: medidores de massa de ar; sondas lambda; sensores de pressão; Interruptores Stop – Marcha Atrás –Temperatura; componentes de Ignição – Bobines – Módulos. A AleCarPeças passa, assim, a contar com as mais de 4500 referências Facet, disponíveis para veículos europeus e asiáticos, no seu portefólio atual.
ALMOÇO DE NATAL
TURBO OFICINA PROMOVE CONVÍVIO
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proveitando a época festiva, a Turbo Oficina reuniu vários representantes do aftermarket nacional, nas suas mais variadas vententes. Entre os presentes, destaque para Joaquim e Ricardo Candeias, do Grupo Bilstein; Flávio Menino, em representação da Autozitânia; Virgílio Maia
e Rodrigo Serrano, em nome da Axalta; e Paulo e Mário de Carvalho, por parte da Carf. Foram vários os temas debatidos durante o encontro, com especial destaque para a crescente importância do canal online e para os desafios que o setor da reparação enfrentará no ano que agora se inicia, sendo um dos mais
importantes a garantia de que a informação disponibilizada pelos veículos conectados estará disponível para todos os players e não apenas concentrada nas mãos dos fabricantes. Tempo ainda para se reafirmarem compromissos de cooperação com um órgão de informação pioneiro no setor, como é a Turbo Oficina.
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PERSPETIVA
ENTREVISTA
PEDRO GASPAR, DIRETOR-GERAL ASAE
“MANUTENÇÃO AUTOMÓVEL ESTÁ NA NOSSA MIRA” Atenta ao setor da manutenção e da reparação automóvel, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) irá ampliar os seus esforços em 2017 para combater as ilegalidades no aftermarket. Em causa está a luta pelo mercado concorrencial e em igualdade de circunstâncias TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO
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epois de, em 2016, ter estado sob os holofotes por via da realização da operação Digitalauto, que levou à apreensão de diversos equipamentos e software de diagnóstico automóvel ilegal, a ASAE irá estar, em 2017, particularmente atenta ao setor da manutenção e reparação automóvel. Paralelamente, e segundo revelou à Turbo Oficina Pedro Gaspar, Diretor-Geral desta entidade, também a venda de peças estará no centro das atenções. O comércio por via eletrónica e a economia paralela são, de acordo com este responsável, os grandes desafios que a autoridade enfrenta. Estima-se que a economia paralela equivalha a 29% do PIB nacional. Qual a sua dimensão na área da manutenção e reparação automóvel? A economia paralela é, de facto, um flagelo, que tentamos combater. É um problema transversal às relações económicas em geral e não apenas de um setor, mas, efetivamente, o setor automóvel também se insere nessa problemática. Por isso, nos últimos dois anos, desenvolvemos esforços assertivos relativamente a esta realidade. Em 2015, de um universo de 618 alvos, detetámos 142 em economia paralela, com falta de licenciamento, o que totaliza 23% dos alvos nesta situação. Em 2016, ampliámos os nossos esforço e, em 751 alvos fiscalizados, detetámos 217 com falta de licenciamento, ou seja, em condições de não autorização da atividade e de utilização, o que totaliza 29% dos alvos.
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Há aqui dois desafios futuros. O primeiro refere-se ao estabelecimento virtual, às transações por via do e-commerce. O segundo é o da economia paralela, que vai redundar em concorrência desleal. Isso significa que temos operadores que, de facto, são cumpridores e que são prejudicados por outros que não cumprem as regras. Por isso, em 2017, a nossa atuação vai ser uma conjugação entre o universo quantitativo dos operadores económicos que temos de fiscalizar e estas duas realidades. O que levou a ASAE a identificar este setor como sendo de risco? Existe, efetivamente, uma análise de risco, mas também não estamos numa situação de emergência. É um setor ao qual talvez não se dedicasse tanta atenção como se começou a dar e, nesta medida, acho que podermos considerar de risco, mas temos de ter cuidado com a palavra ‘risco’, porque dá ideia de uma situação de quase calamidade que é errada. Não seria se, por exemplo, constatássemos um grande número de sinistros rodoviários em que se detetasse que a causa seriam problemas de manutenção dos veículos ou má reparação. Mas essa relação não é fácil de estabelecer, até porque, geralmente, mesmo em caso de acidente, não é feita essa avaliação… Sim, mas a segurança rodoviária não faz parte das nossas competências. Agimos e fazemos um maior acompanhamento de acordo com as situações que detetamos. No passado, não houve tanta atenção a este setor, mas estamos a reforçar essa atenção, como se vê pelo aumento do número de alvos. Havia esse indício e cons-
tata-se, com este nível de economia paralela, que é uma área onde o fenómeno está patente. Por isso, vamos continuar o esforço de acompanhamento desta matéria nas oficinas e atividades relacionadas com a reparação automóvel. Refere-se à contrafação de produtos? Sim, normalmente o cidadão comum associa a contrafação às peças de vestuário, mas também temos situações de contrafação no mundo automóvel, seja nos rolamentos, em peças mecânicas ou em software, e esta foi, aliás, uma das valências das operações que realizámos. Para além da concorrência desleal e do não licenciamento, tivemos também atenção a situações de operadores económicos que estavam licenciados e que utilizavam algum tipo de instrumento, no caso software, que não estava licenciado. São situações híbridas em que não deixa de haver concorrência desleal, porque reúnem os requisitos para terem as portas abertas, mas a
"NO PASSADO, NÃO HOUVE TANTA ATENÇÃO A ESTE SETOR, MAS ESTAMOS A REFORÇAR ESSA ATENÇÃO, COMO SE VÊ PELO AUMENTO DO NÚMERO DE ALVOS" sua atividade pressupõe elementos que não estão legalizados e incorpora algumas práticas de concorrência desleal perante os que cumprem todas as regras. A ASAE tem esta responsabidade de garantir que o mercado funciona em igualdade, daí que a sua atuação se divida por diversos eixos, porque tem de haver um acompanhamento do mercado no seu todo. As denúncias são importantes para a definição desses eixos de atuação? A programação operacional recorre a várias fontes, tanto à iniciativa proativa de investigação própria, como à recolha de informação externa. As denúncias são um elemento a ter presente, mas não podemos ter uma atuação
meramente reativa e funcionar apenas em função delas, até porque muitas vezes são infundadas. Aliás, só neste setor, recebemos em 2016 mais de 500. As denúncias têm de ser avaliadas num contexto mais vasto e a reparação e manutenção automóvel está na nossa mira de varrimento operacional. Estas operações têm um fim na fiscalização ou são o início de uma investigação que leve aos produtores? A nossa atuação passa por sermos intervenientes no retalho, naquela que é a ligação ao consumidor, mas também por cobrir toda a cadeia a montante, desde a distribuição até à produção. Temos feito esse esforço e, muitas vezes, o re-
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talho acaba por ser o ponto por onde se puxa o novelo, para recuar na cadeia, perceber-se onde está a fonte de alimentação e atacar-se logo a produção, ou a distribuição, como forma de secar o retalho e não ser necessário intervir nele. Nesta questão do software interessava perceber onde é que ele estava a ser utilizado no retalho, mas claro que o mais eficaz será tentar desmontar a situação a montante e verificar onde ele é produzido e distribuído. Ou seja, esta ação não se confina apenas à utilização e vamos tentar subir na cadeia, porque só assim teremos oportunidade para tentar estancar o problema. UM FENÓMENO HISTÓRICO Considera que o contexto de crise económica, pelo aumento do desemprego e pela perda de poder de compra, potenciou as atividades ilícitas? Tenho muita dificuldade em responder a essa questão, porque, historicamente, as infrações sempre existiram nas dinâmicas comerciais. Agora, é óbvio que os contextos de crise trazem ao de cima uma lógica de esmagamento na tentativa de otimizar resultados e, hoje, também se assiste a esta dinâmica de ter de apresentar melhores resultados o gestor e preços mais baixos ao cliente. Por vezes, para fazê-lo, há quem vá pelo caminho mais fácil e recorra a opções não recomendáveis. A nível europeu os fabricantes de peças têm reforçado o número de selos de autenticidade para tentar mitigar o aumento de cópias a circular no mercado. Este aumento também se faz sentir em Portugal? O comércio online trouxe mais ao de cima essa problemática e os agentes económicos têm feito esses esforços redobrados, que são importante e que devem prosseguir no sentido de garantir a fiabilidade, relançar a confiança do consumidor e dificultar essa mesma contrafação. Mas não deixa de ser curioso que, por exemplo, no caso da contrafação de rolamentos, é o próprio contrafator que coloca nos invólucros do exterior um selo de garantia de proteção contra a própria contrafação, ou seja, replica tudo o que a marca faz para tentar iludir que aquele é um material genuíno. Mas como pode o profissional ter a certeza de que, sem querer, não está a comprar material contrafeito? Só mesmo trabalhando com agentes que consigam garantir a genuinidade do produto, sob pena de poderem entrar num enredo paralelo que não é benéfico para ninguém. Para termos noção do nível de perfeição destes materiais, a imitação é, em algumas situações, tão boa que tem de haver uma articulação com a própria marca para identificá-la. É bom que se perceba também, porque às vezes ainda há alguma confusão, que a contrafação nada tem que ver
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com as marcas brancas, que são uma excelente oportunidade para obter uma redução de custos e ir ao encontro das expetativas do consumidor dentro do parâmetro da legalidade. De onde vêm estes produtos contrafeitos? Na operação que concluimos dos rolamentos mecânicos, a Operação Globo, tratava-se de um material oriundo de fora do espaço europeu, que tinha como destino o porto de Barcelona para depois ser distribuído pelo mercado ibérico. De facto, a ideia que temos é de que o material vem essencialmente de fora da Europa. Depois, temos ainda a questão da Internet, que retira as fronteiras à comecialização, embora nestes casos se tratem sobretudo de vendas avulsas. TRABALHO ARTICULADO COM OUTRAS ENTIDADES É comum a participação da ASAE em operações internacionais no setor? Sim, a cooperação internacional na parte operacional é um objetivo que temos em vista e esta operação em articulação com as autoridades policiais espanholas é exemplo disso. Mas é apenas uma das muitas ações que desenvolvemos em cooperação com outras entidades e que não exclui nenhum setor, embora certos setores tenham uma maior visibilidade e incidência do que outros. No entanto, não deixa de haver uma interface de articulação internacional também neste setor. E a nível nacional, colaboram habitualmente com outras entidades? Temos feito operações conjuntas com outras entidades, sobretudo com a AT, a ACT e com as forças de segurança. Mas sempre que, no decorrer da fiscalização, nos deparamos com alguma situação que não nos parece conforme, alertamos a autoridade competente.
Estabeleceram uma parceria com a ANECRA tendo em vista o combate à economia paralela. Como surgiu esta parceria? No final de 2013 já havia contactos regulares entre a ASAE e a ANECRA, que estão a ser aprofundados. Cada vez mais, a Administração tem de estar articulada com as associações representativas dos setores, o que não significa que se confundam os papéis de cada uma. É preciso auscultar as associações, até porque têm um conhecimento mais profundo das problemáticas dos setores que representam, pelo que acabam por sinalizar as suas preocupações em relação a determinadas matérias. Depois, e embora com a ANECRA as nossas intervenções apenas tenham sido, até ao momento, para dar conta de um conjunto de operações a posteriori, também pretendemos desenvolver sessões públicas de informação, que nos permitem explicar a um determinado setor quais as exigências a que está sujeito. No fundo, estas sessões são o primeiro passo na fiscalização, porque muitas vezes pode-se estar em inconformidade por desconhecimento. Isso acontece muito, por exemplo, com o livro de reclamações. Estas sessões acabam por ser um bom reflexo da ação preventiva que a ASAE também desenvolve. E, no terreno, os inspetores têm também um papel de sensibilização? O inspetor, quando está no exercício da inspeção, atua na questão da legalidade e, se deteta uma infração, tem de agir em conformidade. Isso não quer dizer que não fundamente e explique a sua atuação, mas naturalmente que levanta o respetivo auto. Quando falo em sensisibilização, refiro-me ao esclarecimento em sessões públicas sobre as responsabilidades que um agente económico têm neste setor face à ASAE, transmitindo um conjunto de obrigações que a inspeção irá verificar.
OPERAÇÕES NO SETOR APOSTA NA INFORMAÇÃO Pedro Gaspar considera que muitas situações de infração resultam de desconhecimento. Por isso, as sessões públicas informativas são uma aposta da ASAE como primeiro passo da fiscalização
Em 2016, a ASAE fiscalizou 751 empresas e detetou 217 em infração: Materiais apreendidos: analisadores de gases; computadores; CD’s (informática); equipamentos rádio e terminais de comunicações; instrumentos de pesagem; interfaces de diagnóstico automóvel; máquinas usadas; e peças e acessórios para automóveis. Infrações de natureza contraordenacional mais detetadas: falta de
comunicação prévia; falta do livro de reclamações; falta de preços em serviços de reparação automóvel; inexistência de extintores ou outros equipamentos de segurança contra incêndios em edifícios ou a sua existência com os prazos de validade ou de manutenção ultrapassados. Infrações crime verificadas: contrafação, imitação e uso ilegal de marca; usurpação; venda, circulação ou ocultação de produtos ou artigos; e desobediência.
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“O NEGÓCIO ILÍCITO TENDERÁ A SOFISTICAR-SE E A APOIAR-SE NUM MERCADO VIRTUAL, AO INVÉS DE APENAS NUMA REDE DE CONHECIDOS ” Isso aplica-se a quem tem um estabelecimento aberto, mas não aos chamados “biscateiros”. Como se combate esta realidade? É uma situação mais complicada de controlar, porque não há uma porta aberta e é dificil saber onde estão para atuarmos. Naturalmente que, neste particular, a informação do setor é muito importante, para que possamos fazer uma avaliação e atuarmos. É óbvio que não corremos apenas atrás das denúncias e fazemos um trabalho proativo de investigação, mas os inputs que nos chegam do exterior também são muito relevantes para avaliarmos a dimensão do problema. Aliás, acho que, à semelhança do que já existe com as atividades de cama paralela, também neste setor da reparação, o negócio ilícito tenderá a sofisticar-se e a apoiar-se num mercado virtual, ao invés de apenas numa rede de conhecidos, por isso temos de ser proativos e não apenas reativos. Que contributo podem as empresas e profissionais legítimos dar a esta luta? É muito importante fazer esse esforço de validação das aquisições e regular-se pelo nor-
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mativo legal existente, tendo isso como vantagens que não deem espaço de crescimento às atividades ilícitas. Considera que as operações já realizadas têm um efeito inibidor? Sim, claro. Há sempre um efeito de prevenção futura em virtude da atuação e dos atos sancionatórios. Por isso é que a divulgação das operações também é importante, já que visa não só dar conta do trabalho que tem vindo a ser feito, mas também obter um efeito preventivo pela ação punitiva realizada. Em 2017 a ASAE continuará a fechar o cerco à economia paralela no setor? Vamos dar uma expressão significativa a este setor na nossa atuação, tanto em situações de oferta ilegal por via e-commerce como de economia paralela e concorrência desleal. E sim, vamos estar atentos ao setor, como estivémos nestes dois últimos anos, e vamos continuar a atuar para que o maior número possível de empresas esteja em total cumprimento da legislação e a atuar no mercado em igualdade – é essa a nossa missão. /
FISCALIZAÇÃO NA OFICINA As ações de inspecção/ fiscalização a oficinas são realizadas, de acordo com o planeamento realizado internamente pela ASAE e tendo por base o procedimento de fiscalização existente para a matéria, com o objetivo de garantir o cumprimento das suas obrigações legais, nomeadamente ao nível de: - licenciamento; - afixação de preços; - livro de reclamações; - obrigações enquanto produtores de resíduos (baterias usadas, pneus usados, óleos usados); - controlo metrológico de analisadores de gases de escape e opacímetro (aparelho que permite medir a emissão de gases e a opacidade do fumo emitido por veículos a diesel), entre outras.
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FORÇA IMPARÁVEL Volvidos 20 anos desde a abertura da filial da Berner em Portugal, e com uma faturação de 19,2 milhões de euros, a empresa segue em rota ascendente, muito graças a uma força de vendas motivada e uma constante adaptação às mudanças TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO
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comemorar o seu 20.º aniversário em Portugal, a Berner acaba de lançar uma aplicação que pretende facilitar o dia a dia de uma oficina. Compatível com os sistemas iOS, Android e Windows, permite ter um catálogo de bolso dos produtos da marca, mas também ler os seus códigos de barras, transportando-os diretamente para o carrinho de compras, e aceder às respetivas fichas técnicas. A ferramenta aparece associada à loja online, implementada há cerca de dois anos, e concretiza mais um passo em direção ao futuro digital, naquela que é uma filosofia
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da empresa: a adaptação permanente ao mercado, rumo à satisfação contínua das necessidades dos clientes. “Notamos que as oficinas estão a modernizar-se, sobretudo pela mudança de gerações, oficinas que passam de pai para filho e pessoas novas a entrarem na atividade, e essa nova geração vem com a obrigatoriedade de ter as novas tecnologias associadas aos negócios”, começa por referir João Correia, diretor de Marketing da Berner Portugal, indicando que, “desde a implementação da loja online, há muitos clientes que passaram a comprar exclusivamente por este canal”. Não obstante, mais do que as vendas propriamente ditas, que, neste momento, e face ao volume total de negócios, ainda são residuais,
marcar presença nos canais digitais é, para a Berner, uma questão estratégica. “O canal online tem ganho importância de ano para ano, mas entendemos que o seu peso não se resume a ter uma loja online porque efetivamente é aí que o cliente vai comprar. O cliente precisa de toda a informação que está na loja online, para fazer consultas prévias e beber informação técnica”, assume João Correia, defendendo que “todas as empresas têm de estar posicionadas desde o início nas novas tecnologias e na digitalização, porque é também uma afirmação da empresa de que está preparada para o que aí vem”. FIEL AOS SEUS PRINCÍPIOS Sem dúvidas de que o digital é o futuro e de que a adaptação a esta nova realidade é um gran-
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de desafio que se coloca ao setor, João Correia destaca que, no entanto, para a Berner, tal não significa um afastamento dos princípios que sempre orientaram a atuação da empresa no mercado. “A Berner distingue-se muito pela relação e proximidade com o cliente e, para isso, é necessário contacto humano”, reitera o responsável. “Por isso é que a nossa rede de vendas é tão forte e que investimos tanto nela, precisamente para termos essa parte que as máquinas não nos dão. A relação ainda faz a diferença, e os nossos clientes valorizam muito ter o comercial sempre presente e disponível quando precisam.” Com três lojas abertas ao público, localizadas em Lisboa, Porto e Algarve, a Berner conta em Portugal com uma equipa de 230 colaboradores, sendo que, desses, 170 são comerciais que dão corpo a uma rede de vendas que cobre todo o país, incluindo as ilhas da Madeira e dos Açores. “Enquanto a maior parte das empresas foca-se muito no produto, nós somos uma empresa muito centrada no cliente. O nosso lema é mes-
mo “customer centricity”, porque é através da relação de verdadeira parceria que temos com o cliente que nos diferenciamos. Obviamente temos uma boa gama de artigos, temos um elevado padrão de qualidade e temos um preço justo do mercado, mas essas são vertentes onde há mais concorrência. Já a relação de confiança e transparência que construímos com os clientes é difícil de combater” – argumenta João Correia. Volvidos 20 anos desde a abertura da filial da Berner em Portugal, e com uma faturação que no último ano comercial atingiu os 19,2 milhões de euros, a empresa continua a crescer no mercado nacional, mostrando ter encontrado uma fórmula de sucesso. “Temos 20 mil clientes ativos e todos os dias saem cerca de 500 encomendas para distribuição do armazém de Lisboa”, indica João Correia, enquanto esclarece que toda a estrutura da empresa está orientada para responder rápida e eficazmente às solicitações e necessidades do cliente. Este foco traduz-se num portefólio de produtos em constante evolução. Com mais de
7500 artigos disponíveis em Portugal, pensados para facilitar o dia a dia na oficina, a empresa faz entregas em todo o país num prazo que varia entre as 24h e as 48h. “Isso é muito importante”, assume João Correia, enquanto explica que “a crise mudou algumas coisas” ao nível da gestão das empresas. “A compra é muito mais consciente, mais racional e, hoje em dia, a oficina já não mantém um grande volume de stock. Compra aquilo de que precisa no momento e pouco mais, o que coloca todo esse esforço em nós.” Assim, e para dar uma resposta célere aos pedidos, a Berner Portugal mantém em armazém um stock que lhe permite entregar de imediato 98% das encomendas. “É residual o que não temos em armazém e trata-se, sobretudo, de artigos muito específicos e com menor saída. Nesses casos, e como a Berner está presente em 23 países, há liberdade para nos aprovisionarmos dentro do grupo no país que tiver o produto e que nos for mais conveniente”, explica João Correia.
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A rapidez é algo que se estende a toda a linha de atuação da empresa, nomeadamente aos serviços técnicos. Seja porque o cliente tem uma dúvida de utilização ou um problema com um produto ou equipamento, existem sempre profissionais disponíveis para ajudar a resolver qualquer questão. Essa tem sido, de resto, uma preocupação permanente da Berner, que, além de disponibilizar um serviço de apoio ao cliente, dispõe também de um departamento de assistência técnica. Uma vez que também comercializa ferramentas e equipamentos oficinais, imprescindíveis à produtividade da oficina, o suporte em caso de avaria é uma das áreas a que a empresa presta particular atenção. UMA EQUIPA FORMADA E INFORMADA Na verdade, a formação e a informação são dois pilares de sustentação da Berner, que encontra
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nestas valias ingredientes fundamentais para o sucesso. “A cultura de proximidade ao cliente só é possível porque a nível interno a empresa está toda interligada de uma maneira muito forte. Foi essa interação e ligação que também nos permitiu, nos anos mais complicados, dar sempre a volta por cima. Somos uma equipa muito coesa, já com alguns anos de mercado e que trabalha muito bem em conjunto. Quando existe alguma adversidade, ou alguma coisa que não está a correr como esperado, temos essa capacidade de reagir muito rápido. Isso foi o que nos permitiu, ao longo dos anos, atingir sempre os objetivos a que nos propusemos em Portugal e sermos hoje uma filial de referência dentro do grupo, e isso é muito gratificante.” Para manter essa vantagem, a partilha de informação e conhecimento é constante. Nesse sentido, ao longo dos últimos anos o grupo
CONTACTOS Berner Tel 214 489 060 Email comercial@berner.pt Web www.berner.pt
desenvolveu diversas ferramentas de comunicação interna, em que se inclui um canal onde são partilhados vídeos e inclusivamente mensagens do CEO. “Toda a gente sabe qual é o rumo da empresa e existe uma cultura de intercâmbio das melhores práticas, de modo a que sejam implementadas nos outros países”, revela João Correia, indicando que estes ensinamentos são depois transmitidos a toda a equipa de cada país. De resto, a Berner tem nas suas instalações em Lisboa um centro formativo, em que as equipas são reunidas por grupos para tomarem conhecimento das mais recentes novidades e terem formação técnica e comportamental. “Há um plano anual de formação definido, mas, de acordo com a introdução de produtos, vamos realizando outras iniciativas”, explica o diretor de marketing, enquanto refere que, no decorrer das ações, “é possível mexer no produto, testar e perceber o seu manuseio e vantagens. Temos de conhecer o nosso produto e o que estamos a vender, e é essencial os vendedores estarem preparados para responder perante o cliente às questões que são colocadas. A nossa ideia é regularmente fazer essas formações cíclicas, para que não se perca conhecimento e para que se acrescente algum valor ao que os vendedores podem trazer ao cliente, dando uma explicação detalhada sobre o modo como determinado artigo pode mudar o negócio”. Com o objetivo de também o cliente estar informado sobre as vantagens do produto e saber utilizá-lo corretamente, a Berner aposta na divulgação de um conjunto de materiais de suporte. “Quando lançamos um produto no mercado, e fazemo-lo praticamente todos os meses, lançamos um pacote total que inclui vídeos de explicação de como se utiliza o produto, fichas de informação e formação online.” Adicionalmente, e a par do desenvolvimento de produtos que facilitem a vida dos mecânicos – para os quais a filial portuguesa contribui através do feedback do mercado que faz chegar ao centro alemão –, a empresa aposta em campanhas de comunicação que permitam divulgar essas vantagens. Do mesmo modo, todos os meses lança um conjunto de promoções, específicas para cada canal de vendas, que permitem ao cliente conhecer determinado produto e catapultar as vendas. Preparada para lançar, ao longo do ano de 2017, um conjunto alargado de novidades, a Berner Portugal, “para além de continuar a consolidar a marca no mercado”, pretende investir na modernização da rede de vendas. “Queremos introduzir ferramentas que nos permitam conhecer ainda melhor o cliente e saber quais são as suas necessidades aquando do momento da venda”, refere João Correia. “Queremos ir mais além, porque somos mesmo 'customer centricity'”, conclui o responsável. /
NOVOS PRODUTOS EM 2017 Atenta às necessidades do mercado, a Berner deverá introduzir diversas alterações à sua gama em 2017, estando previsto o lançamento de um conjunto de novidades e a retirada de alguns produtos. Conforme explica João Correia, “há sempre novidades a apresentar, até porque o mercado não para e o nosso cliente procura cada vez mais produtos que lhe facilitem o trabalho. Na linha da frente do desenvolvimento, e como reagimos muito rapidamente, na Berner, sempre que antevemos a necessidade de algum produto, queremos ser os primeiros a tê-lo”. De acordo com o responsável de marketing, existe também um acompanhamento permanente das vendas, que se repercute na atualização constante do catálogo: “O nosso catálogo é muito dinâmico e está em constante
atualização. Há produtos que saem e outros que entram. Os que saem são aqueles de que já não há necessidade, ou porque deixaram de se utilizar ou porque surgiu um substituto; os que entram são os lançamentos, que vêm colmatar uma nova necessidade.” Recorde-se que o portefólio de produtos inclui artigos de diferentes famílias, a saber: Elementos de fixação; Químicos; Perfuração; Corte, desbaste e abrasão; Ferramentas manuais; Ferramentas elétricas e pneumáticas; Equipamentos de segurança no trabalho; Panos de limpeza e fitas adesivas; Tecnologia de soldadura; Sistemas e conjuntos de armazenamento; Equipamento de oficina; Serviço de pneus e travões de veículos; e, por fim, Acessórios para veículos.
O CLIENTE NO CENTRO De acordo com João Correia, o lema da Berner é "Customer centricity", motivo pelo qual toda a empresa está estruturada para responder rápida e eficazmente às diferentes necessidades do cliente
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FROTA ALRARGADA Para garantir que o Estrada 24 tenha uma cobertura nacional, o ACP comprou e equipou 36 viaturas, de várias tipologias
ABORDAGEM ALTERNATIVA O ACP alargou o seu serviço de desempanagem móvel a todos os automobilistas. O Estrada 24 é um exemplo de formas alternativas para conseguir chegar a novos clientes, ao mesmo tempo que se fidelizam os existentes TEXTO JOSÉ MACÁRIO FOTOS JOSÉ BISPO
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oseguimentodeoutras propostas já existentes no mercado, o ACP lançou recentemente a marca Estrada 24. Verdadeiras oficinas sobre rodas, os veículos de assistência deste novo serviço pretendem manter os automobilistas portugueses em movimento, diminuindo o recurso ao reboque em caso de avaria e consequente perda de mobilidade. As ofertas de oficina móvel não são novas, e Luis Figueiredo, diretor geral comercial e de marketing do ACP, reconhece esta tendência de mercado, mas reitera que este novo serviço serve, antes de mais, para diferenciar a oferta do
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ACP da de outras entidades, dando a conhecer ao público em geral que a assistência do ACP é mais do que o simples reboque. Como o próprio refere, durante muitos anos o serviço de reboque era exclusivo do ACP e, quando as seguradoras entraram no negócio, o ACP evoluiu a sua oferta para a reparação no local, estando esta apenas disponível para os sócios do clube. “Era necessário dar a conhecer este serviço ao mercado. Por isso optámos por uma marca nova, mas referindo a qualidade ACP”, diz o gestor, adiantando ainda que, através de uma boa experiência com este serviço, é alcançado o segundo objetivo do Estrada 24, a angariação de novos sócios para o clube. “O primeiro objetivo é garantir a
assistência e a mobilidade. Se a experiência for boa, os sócios vêm naturalmente.” De resto, os sócios têm condições muito vantajosas face aos não associados, nomeadamente o facto de terem direito a duas desempanagens anuais, em que apenas são pagas as peças utilizadas. Uma vez que o preço para não-sócios é de 99 euros +IVA, não é difícil perceber a vantagem monetária da opção por fazer-se associado. E, como diz Luis Figueiredo, “a possibilidade de pagar apenas as peças e ficar com o carro reparado na hora bate qualquer um”. Apesar disso, a taxa de retenção deste serviço, ou seja, a percentagem de pessoas que se tornam sócias depois de uma chamada para o serviço, é de apenas 20%. Luis Figueiredo explica este valor aparentemente diminuto de
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duas formas: a primeira, pelo facto de muitos sócios ainda desconhecerem que este serviço faz parte do seu leque de vantagens, o que, impedindo a venda, tem contribuído para o aumento da taxa de fidelização dos sócios existentes, atualmente nos 92%; a segunda, porque muitas das avarias são solucionadas através do call center, ou seja, sem o contacto direto com o cliente, o que faz cair drasticamente as possibilidades de angariação. FATORES-CHAVE A resolução de avarias à distância resulta do investimento feito no guião de despistagem de avarias utilizado pelos dois técnicos do call center do ACP dedicados ao Estrada 24, uma vez que o volume de chamadas não justifica existirem mais operadores, como refere Bruno Gomes, coordenador de serviços técnicos do ACP. No entanto, qualquer um dos 42 operadores de call center do ACP está apto para, em alturas de pico, receber as chamadas deste serviço. Durante o processo de despistagem, os técnicos pedem ao automo-
Quando falamos de reparação no local da avaria, ou desempanagem, é inevitável pensar no impacto que esta atividade tem nos negócios dos rebocadores, seguradoras e oficinas. A este respeito, e no que toca a um possível impacto no negócio das seguradoras, Luis Figueiredo é da opinião de que o Estrada 24 é benéfico. E explica porquê: “Quando o condutor telefona para o Estrada 24, em vez de acionar o seguro, a seguradora não tem custos. Ora como a seguradora já tem o seguro pago, para eles este serviço é benéfico. Porque a pessoa não quer ser rebocada, quer andar com o carro.” Já no que respeita às oficinas, o responsável admite que estas empresas poderão ter outra opinião, mas acredita que o serviço, ainda que possa ser equiparado a uma ida à oficina, não terá um volume que impacte de forma negativa esta atividade. No entanto, não deixa de referir que, “reparando no local, não é preciso ir à oficina, mas quando eu vou a uma oficina, todas as outras podem reclamar”. Contactado pela Turbo Oficina, Alexandre Ferreira, presidente da ANECRA, reconhece a existência desta tendência de mercado, que declara ser ainda de pequena dimensão no nosso país, mas que em Espanha tem já uma dimensão apreciável, sendo mesmo a principal preocupação das associações espanholas. O presidente da ANECRA acredita que este tipo de serviços pode ser uma mais-valia para a resolução de avarias e que será importante para o cliente final, desde que a taxa de sucesso seja elevada, o que passará necessariamente por um call center com formação adequada, para realizar um diagnóstico correto. Ainda assim, Alexandre Ferreira aponta alguns problemas a esta atividade, nomeadamente no que respeita à gestão dos resíduos. Por isso, defende a necessidade de uma regulamentação eficaz e urgente, tendo mesmo o assunto já sido abordado pela ANECRA junto das Secretarias de Estado competentes, até para impedir algum tipo de atividade de economia paralela. Já Teixeira Lopes, presidente da ARAN, prefere deixar uma tomada de posição formal para o início de 2017, altura em que a ARAN, que está a analisar esta questão, se juntará ao CEPRA para debater o tema com as empresas de assistência em viagem e os seus associados, posição essa que será sempre em concordância com a Norma de Qualidade NP 4445, do IPQ, que define o que é uma desempanagem. O presidente da ARAN não deixa de reiterar que, atualmente, as empresas de assistência em viagem dão instruções aos rebocadores para que, caso seja possível, atuem de modo a que a viatura avariada, sempre que possível, possa prosseguir viagem. E alerta para os riscos existentes na reparação, obrigando a que o reparador/rebocador possua conhecimentos mecânicos elevados: “Um cabo elétrico mal ligado ou um pneu runflat mal reparado são exemplo de pequenos problemas que, aparentemente, poderão tomar uma dimensão de maior gravidade que a existente, se mal reparados”, declara Teixeira Lopes.
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bilista que tente realizar algumas tarefas, ou seja, ao mesmo tempo que despistam a avaria, tentam oferecer soluções. “Na prática, o nosso call center funciona como um mecânico à distância”, aponta Luis Figueiredo, que acredita que o diagnóstico é um dos fatores-chave para o sucesso das reparações, mas também para para garantir que os carros de assistência seguem para o local com todas as peças necessárias à reparação e que estas são feitas no menor tempo possível, evitando assim ferir a Normativa da Qualidade 4445, que impede intervenções na via com mais de 45 minutos de duração. Através do diagnóstico, o ACP sabe qual a intervenção a realizar e se é possível ou não levá-la a cabo. Com esta informação, ou faz deslocar o carro de assistência ou informa o potencial cliente de que terá de ativar o seu seguro. De acordo com o responsável comercial do ACP, não há lugar a tentativas de reparação, uma vez que o serviço assenta em não defraudar as expetativas dos automobilistas: “Se nos deslocamos ao local é para reparar, até porque, se
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nos deslocarmos e o carro não for reparado, o cliente não paga. Não podemos nunca colocar em causa a credibilidade do ACP nem os seus standards de qualidade.” Além do cumprimento destes padrões, outro aspeto crucial do negócio é a cobertura nacional, tal como o é a garantia de que o nível de serviço é igual em todo o Continente e Ilhas. Para o garantir, o ACP possui uma frota de 36 veículos de desempanagem, a que se junta uma pool de 19 parceiros com imagem própria, que trabalham exclusivamente para o ACP e possuem as mesmas ferramentas e equipamentos que os veículos do clube, bem com a mesma formação. Mais uma vez, para garantir a qualidade, Luis Figueiredo refere que o ACP esteve quase um ano a selecionar parceiros: “Fomos bastante exigentes na seleção, porque a mecânica está a evoluir muito e selecionámos empresas que conseguissem estar a par desta evolução.” De acordo com o local da avaria, estes parceiros são acionados, mas unicamente quando o ACP não consegue dar resposta: “A nossa rede não é
elástica e temos de subcontratar meios, mas, à partida, está dimensionada para as nossas necessidades”, declara Bruno Gomes, coordenador de serviços técnicos do ACP. Totalmente certificados e homologados, todos os carros de assistência são munidos de uma longa lista de equipamento, onde não faltam máquinas de diagnóstico, baterias, boosters, tacos para pequenos furos, lâmpadas, fusíveis, fitas especiais para tapar fugas e mesmo tubos de combustível, com o intuito de colmatar as necessidades mais recorrentes. A transformação destes veículos, para acomodarem todo o material necessário, é feita tanto pelo próprio ACP como por carroçadores especializados, de acordo com as necessidades, e o seu suprimento é contratado a várias empresas, como a Hella-Gutmann, a Kroftools, a Sortimo ou a Cometil, tendo esta última ajudado no desenvolvimento do automóvel de assistência a veículos elétricos, um dos ex-líbris da oferta do clube, como refere Bruno Gomes. Este veículo, que o ACP reclama ser único entre os clubes automó-
O QUE DIZ A NORMA DE QUALIDADE NP 4445? SERVIÇO COMPLETO Depois da triagem feita pelo call center do ACP, saem para a estrada os veículos de desempanagem, munidos de todas as ferramentas
vel europeus, compreende, além de todas as ferramentas dos restantes, um gerador de 3,7 kVa e as respetivas tomadas, com o objetivo de carregar um veículo que esteja parado por falta de bateria. Conseguem carregar 20 ou 30% da bateria em 30 minutos, para o veículo poder seguir viagem. Mas se a desempanagem de um veículo elétrico se pode resumir à recarga parcial da sua bateria, com os munidos de motores de combustão o cenário não é o mesmo, obrigando a que o Estrada 24 acautele outros aspetos, como as leis de preservação ambiental. Todos os mecânicos, tanto do ACP como dos parceiros, recebem formação nesse sentido e nas oficinas do clube existem contentores para todos os resíduos, como baterias, toalhetes e outros. O cumprimento com as normas ambientais impede mesmo que alguns serviços sejam realizados no local, como declara Bruno Gomes: “Não deixamos um único resíduo na rua. Existindo a possibilidade de ficarem resíduos na via pública, o carro é rebocado para as instalações do ACP.” Além disso, avarias que não são consideradas desempanagens não po-
A Norma de Qualidade NP4455, do Instituto Português da Qualidade, define o que é a desempanagem, regulando, ao mesmo tempo, este modelo de negócio: - Desempanagem é um conjunto de tarefas necessárias à reposição em marcha de um veículo, a efetuar no local de um incidente, num prazo máximo de 45 minutos. - Do serviço de desempanagem não devem resultar danos ou consequências futuras nos veículos intervencionados. - Numa fase inicial não inclui a assistência a veículos 100% elétricos. - A formação deve abordar muito bem as áreas em que se pode intervir e de que maneira no serviço de desempanagem, bem como as situações em que não se deve intervir não colocando assim em causa a segurança do técnico bem como a do veículo. - Como situações de desempanagem podemos enumerar: • Abertura em caso de perda de chave ou esquecimento da mesma dentro do veículo; • Assistência em caso de falha ou necessidade de troca de bateria; • Substituição de rodas. (atenção especial para os veículos com sensores de pressão de ar nos pneus); • Adicionar combustível, trocar é cada vez menos viável devido a contaminação de todo o sistema, originando problemas nos sistemas de injeção de alta pressão; • Verificação de Níveis; • Interpretar luzes avisadoras e mensagens de erro.
dem ser realizadas, tais como motores gripados ou caixas de velocidade partidas. FUTURO DE REDUÇÃO O serviço Estrada 24 está a conseguir uma “excelente recetividade junto dos automobilistas” e regista uma taxa de sucesso de 96%, o que o diretor comercial reitera dever-se, em grande parte, ao bom teste de diagnóstico de que dispõe. Ao mesmo tempo, o Estrada 24 representa já cerca de 20% de todas as chamadas recebidas pelo call center do ACP. Apresentados estes valores, o objetivo de Luís Figueiredo para o futuro é fazer crescer a taxa de sucesso, ao mesmo tempo que pretende diminuir a percentagem dentro do volume de chamadas. E explica este aparente paradoxo: como subsistema da assistência ACP e porta de entrada para novos sócios, a descida da quota deste serviço no universo da assistência do clube é sinónimo de que o Estrada 24 está a cumprir com sucesso a sua função de angariação de sócios. Para tal é necessário investir num ponto fundamental, como adianta o responsável:
“O grande segredo deste negócio é colocar o número de telefone dentro do carro, para que as pessoas, quando têm uma avaria, se lembrem de nós.” Para o conseguir, o Estrada 24 tem apostado numa vasta campanha de comunicação. Durante o verão passado, distribuíram palas de sol para os carros, sacos e suportes para o selo do carro. Atualmente, a campanha publicitária centra-se na rádio, na Internet e em outdoors. Como o negócio da assistência é sazonal, atingindo picos nas alturas de Páscoa, verão e Natal, não será de estranhar que o volume das chamadas recebidas pelo Estrada 24 esteja atualmente a crescer, como adianta Luís Figueiredo, que revela que o Natal foi o primeiro grande teste à eficácia, e consequente sucesso, do Estrada 24. No entanto, é mais complicado quantificar o impacto que o serviço tem junto do público, uma vez que a primeira intervenção é feita como Estrada 24, mas as seguintes – caso o automobilista se torne sócio – já são contabilizadas como Assistência ACP. /
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ESPECIALISTA
DOSSIER EXCELÊNCIA NA PRODUTIVIDADE
KAIZEN DE PROCESSO Rumo à melhoria contínua do negócio, é necessário envolver toda a equipa no processo de mudança. Há que assegurar a criação de bases culturais, formando as pessoas e dando-lhes oportunidade e tempo para intervencionar em equipa
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epois de implementadas as novas sequências de trabalho e de resolv idos os diferentes desperdícios, é tempo de testar e validar as mudanças, numa abordagem que deverá contemplar a autoridade das equipas.
O QUE É UM KAIZEN DE PROCESSO? EM QUE CONSISTE? Esta é mais uma palavra que ficará no léxico desta temporada de artigos. “KAIZEN” é uma palavra de origem japonesa e literalmente significa ‘melhorar’. Depois existem diversas particularida-
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des, tais como a sua decomposição em Melhoria Contínua e o que isso realmente significa. Assim, poderemos dizer que Kaizen é melhorar todos os dias, em todos os locais e por todas as pessoas. Isto obriga a que estejam criadas bases culturais na organização que estimulem a mudança, tornando-a agradável e entusiasmante. É, portanto, uma forma de ir progressivamente alterando as práticas de trabalho, criando estabilidade nos processos, nos padrões de trabalho e, consecutivamente, no rendimento da pessoa e do negócio. Um Kaizen de Processo é um evento curto no tempo, com o propósito de criar melhorias num processo, num posto de trabalho ou num equipamento, por exemplo.
Síntese: Kaizen é uma forma de estar no negócio (e na vida), onde o foco permanente e principal é melhorar de forma sistémica o dia à dia da empresa, formando as pessoas e dando-lhes oportunidades e tempo para intervencionarem em equipa os seus processos de negócio; sejam eles a mudança de pneus ou a verificação e emissão de faturas.
QUAL A RELEVÂNCIA DESTA FASE? No artigo 11, o anterior, escrevíamos “Jamais alguém será Mestre de Karaté por ler, ver filmes ou vídeos, conversar com outros Mestres ou dominar toda a história da modalidade…Há que praticar”. Um Kaizen de Processo é o mesmo que uma aula
Gestão visual do espaço oficinal Padronização do trabalho PARTE 3 Rumo à Melhoria Contínua do negócio PARTE 1
GESTÃO LEAN APLICADA À OFICINA
PARTE 2
FONTE Lean Global Network – Lean Practitioner Certification Program
>IM·PLE·MEN·TAR verbo transitivo 1. Pôr em prática, em execução ou assegurar a realização de (alguma coisa). = EXECUTAR
>VA·LI·DAR verbo transitivo 1. Tornar ou declarar válido. = LEGITIMAR ≠ ANULAR, REVOGAR 2. Dar validade a. Alto
Ganhos rápidos
Isto é, primeiro há que filtrar, entre as várias ações que queremos levar a cabo, quais as que previmos que venham a trazer os melhores resultados (verificar), para depois as colocar em prática, testando durante algum tempo (implementar) e para podermos, mais tarde, no final, emitir um juízo sobre se o resultado foi positivo ou negativo (validar).
Grandes projetos
Impacto
PASSO 3 Preenchimentos
Tarefas ingratas
Baixo Baixo
Esforço
de Karaté. É ai que praticamos a arte de questionar o que está mal, que ensaiamos novas formas de Fazer e que permitimos que todos participem na Mudança. A melhor forma de ‘ganharmos’ o grupo de trabalho é criar formas de ouvir cada pessoa, colocá-la a explicar como faria, exemplificando para a equipa e, no seguimento, depois do contributo de todos e dos diferentes pontos de vista, testar! Testar a nova sequência do trabalho, o novo desenho do espaço, se o alterarmos, os equipamentos que otimizámos… etc. É, portanto, nesta fase, e com estas práticas que iremos descrever, que colocaremos em uso todos os ensinamentos que tentámos partilhar ao longo de todos os artigos.
Alto
COMO PROCEDER? PASSO 1
No processo de priorização daquilo que se deve intervencionar primeiro, a Toyota criou uma sequência que estimula que, em primeiro lugar, se deve melhorar o que possa criar um fluxo mais contínuo de informação (entre quem a emite e a recebe), de materiais (quem fornece e quem utiliza) ou de pessoas (processo ou sequência da tarefa). Numa segunda fase, vêm as intervenções ao nível dos equipamentos, máquinas ou ferramentas. Só deveremos proceder a alterações de layout, isto é, derrubar paredes, mudar estanterias, escritórios ou salas, ou mesmo máquinas pesadas ou em fundações betonadas, etc., em último lugar. Como se depreende facilmente, estamos a ir do mais fácil de implementar para o mais difícil; e é assim que deve ser. /
Ler artigo 10 e 11 – “Ir & Ver” e “Aprender, Fazendo”
PASSO 2 Verificar, Implementar e Validar (por esta ordem) tudo quanto possam ter identificado como sendo um desperdício do processo. Contudo, cada uma das palavras anteriores tem um significado muito particular e que importa dominar. Tentaremos ajudar…
>VE·RI·FI·CAR verbo transitivo 1. Examinar se uma coisa é o que deve ser ou o que se declarou ser.
RECURSOS NECESSÁRIOS Ter realizado as tarefas dos Artigos 10 e 11; Alocar tempo (pode ir de apenas uma manhã até cinco dias, dependendo da profundidade do que se pretende atingir). Próximo artigo: Como resolver um problema difícil? A vantagem do PDCA & A3 (abordagem às metodologias ‘5Porques?’, ‘4Ms’ & ‘Diagramas de Espinha de peixe’)
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MERCADO
PERSPETIVAS PARA 2017
NOVOS DESAFIOS NO HORIZONTE O aftermarket português teve, em 2016, um ano claramente positivo. Em fase de crescimento, e apesar da ligeira retoma, existem, no entanto, novos desafios no horizonte. Por isso, é necessário continuar a trabalhar, apostando na qualidade, no desenvolvimento tecnológico e na formação de todos os intervenientes TEXTO JOSÉ MACÁRIO
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ositivo”. Foi esta a palavra mais ouvida no inquérito levado a cabo pela Turbo Oficina ao setor do após-venda. Nenhum dos nossos interlocutores fez outro tipo de balanço ao ano que recentemente terminou e apenas um declarou não ter crescido face a 2015, o que comprova o momento de crescimento que todos reconhecem estar o mercado nacional do após-venda a atravessar, ainda que seja ténue. Para tal contribui, referem os nossos interlocutores, uma maior importância dada pelos clientes à qualidade dos produtos e serviços que adquirem, deixando para segundo plano o fator preço, que de forma tão premente imperou no mercado durante os anos da crise. Não deixa de ser alheia a esta realidade a melhoria das condições económicas do país, que impulsionou a venda de veículos novos, o que, a médio prazo, garantirá o futuro do aftermarket independente. Num mercado cada vez mais concentrado nas mãos dos grandes grupos económicos, o ano que agora se inicia será de trabalho. Por um lado para conseguir manter as margens de comercialização, esmagadas pela emergência dos grandes grupos de compras, que agudizam a competitividade de todos os setores
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do aftermarket; por outro, para acompanhar a evolução tecnológica da indústria automóvel, garantindo lugar no mercado a soluções inovadoras, mas que possam ser adaptadas ao parque automóvel luso, com uma elevada média de idades. É importante transmitir ao automobilista português que ter um carro com mais idade não implica a passagem da manutenção para segundo plano. Muito pelo contrário, o condutor deve consciencializar-se de que a segurança – a sua e a dos outros – deve ser prioritária e de que, para o conseguir, não deve adiar a sua visita à oficina, nem prescindir de peças com qualidade comprovada. Aqui, os distribuidores e revendedores terão um papel fundamental, ao estarem mais perto do cliente final e servirem como conselheiros principais na altura da decisão. Estes serão os principais veiculadores da mensagem de que a opção pelo preço mais baixo é uma solução a muito curto prazo e que poderá ter consequências muito dispendiosas. Para o conseguir, há que, necessariamente, investir na formação, mantendo-a num patamar elevado. Não apenas toda a cadeia de distribuição beneficia da presença de profissionais qualificados como, nas oficinas, os automobilistas conseguem um serviço de elevada qualidade, o que permite a sua fidelização e garante o futuro de todo o setor.
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MERCADO
AD PORTUGAL FILIPE FERREIRA CEO
O ano de 2016 foi muito positivo para a AD Portugal, com a implementação da sua estratégia de atuação junto dos diversos canais do negócio a ter um impacto positivo no crescimento. Neste ano, a empresa conseguiu melhorar a disponibilidade do seu stock e aumentar o número de pontos de venda, ao mesmo tempo que realizou uma aposta em serviços de logística e distribuição e na formação, superando assim os dois grandes desafios do ano. Desta forma, a AD Portugal espera continuar a crescer em 2017 e aumentar os pontos de venda, para garantir uma melhor cobertura logística do território nacional, ao mesmo tempo que apostará nos serviços de valor acrescentado ao produto, assumindo um papel fundamental no desenvolvimento do setor.
ARAN ANTÓNIO TEIXEIRA LOPES PRESIDENTE DA DIREÇÃO
2016 poderá ser encarado como um ano de transição, de acordo com a visão de António Teixeira Lopes, presidente da ARAN. O responsável máximo desta associação declara que muito tem acontecido nos últimos tempos no setor automóvel, adiantando que, após os anos da crise, se começa a assistir a uma recuperação, ainda que esta seja mais lenta do que o desejável. Aliás, diz o responsável, o valor médio gasto por viatura não tem sofrido grandes mudanças, situando-se ligeiramente abaixo dos 500 euros, já que a quilometragem percorrida anualmente, menos de 13 mil km, não tem sofrido grandes alterações. Isso poderá de alguma forma explicar o crescimento das redes de oficinas, que a ARAN diz ter sido uma das tendências do setor da reparação em 2016. Sem descurar a sua importância, Teixeira Lopes relembra que é preciso ver se as redes trazem o necessário valor acrescentado aos operadores, justificando assim o investimento. A importância da informação e da formação, seja qual for a sua proveniência,
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é mais importante do que nunca e não pode ser descurada. Num ano em que a ARAN assistiu a um acentuado crescimento do número de associados, o seu presidente relembra a má situação financeira de um número substancial de empresas associadas, às quais deseja vivamente que consigam recuperar. Assim, Teixeira Lopes adivinha, no horizonte do setor, “nuvens que desconhecemos se estarão simplesmente a encobrir o Sol e vão desaparecer, ou se trarão tempestades”. Deste modo, a questão principal será saber quantos se irão adaptar às alterações do mercado, seja pela especialização no mercado antigo e atual – até porque o mercado automóvel de ligeiros em Portugal apresenta uma idade média das mais elevadas da Europa –, seja pela evolução tecnológica. Por isso, o presidente da ARAN espera que em 2017 exista uma recuperação efetiva do setor automóvel, dado que a recuperação que existe é ainda artificial, pois uma boa dose do crescimento das vendas “escapa” aos operadores do retalho. A futura menor quota da propriedade e advento de sistemas como o carsharing e outras opções de mobilidade e uso automóvel vão mudar a realidade do setor, o que pode representar mais vendas diretas dos importadores, com um papel menos preponderante das redes de
concessionários. Tal, por sua vez, pode ameaçar a sustentabilidade de alguns destes operadores, que devem estar atentos à nova realidade do setor automóvel. No após-venda será ainda mais importante estar atento às mudanças, fruto das alterações tecnológicas em curso. Não é certo se os automóveis elétricos irão vencer ou se serão ultrapassados pelo hidrogénio ou por outra tecnologia que possa surgir. Por isso, Teixeira Lopes aconselha os operadores a apostarem ainda mais na vertente oficinal e declara que a ARAN pode, e deve, auxiliar os seus associados, mostrando as várias opções de negócios que irá haver no setor automóvel no futuro.
AUTO DELTA TIAGO DOMINGOS RESPONSÁVEL DE COMUNICAÇÃO Ainda sem o ano fechado, para a Auto Delta, 2016 foi um ano de crescimento sustentado, consolidando a sua posição no aftermarket português. Os grandes marcos do ano foram o início da parceria com a Valeo e a SWF, duas marcas com padrões de qualidade reconhecidos mundialmente, e com a Emovum, que representa um passo em frente na evolução dos veículos elétricos. Assim, a Auto Delta diz
diminuição das margens do negócio e a adaptação à constante mudança do paradigma do aftermarket, muito por culpa da tendência de agrupamento dos players, seja internacionalmente, através dos grandes grupos, seja a nível nacional, onde acontece o mesmo fenómeno, apenas variando na dimensão das empresas. A crescer 10% face a 2015 e com vendas de cerca de 30 milhões de euros, a Autozitânia olha para o futuro com otimismo, prometendo manter-se dinâmica a continuar a crescer. No entanto, não descura a dificuldade que será garantir a necessária capacidade de adaptação e resposta às rápidas mudanças, prestando ao mesmo tempo o nível de serviço a que habituou os seus clientes.
BRAGALIS JOSÉ ALBERTO CEO
encontrar-se preparada para fazer frente a um desafio contínuo: a capacidade de resposta ao mercado, o que leva a que a uma constante atualização do portefólio e ao desenvolvimento de novas gamas. Será também esta a pedra basilar da estratégia para 2017 da Auto Delta, que conta manter o crescimento, que em 2016 foi de 13% face ao ano anterior. Para isso é essencial criar parcerias fortes e responder de forma eficaz às necessidades do cliente, diz o responsável.
AUTOZITÂNIA RICARDO VENÂNCIO
Com um crescimento significativo das vendas, o balanço de 2016 para a Bragalis não podia ser senão positivo, na senda do que vem acontecendo nos últimos anos. Aproveitando a tendência de mercado identificada de retorno dos clientes ao modelo tradicional de compra aos parceiros importadores, a consolidação é aposta da empresa para 2017, através do aperfeiçoamento dos serviços e de uma gestão eficaz dos stocks. Este foi, aliás, o maior desafio da empresa no ano passado, fruto da necessidade de responder rapidamente à maior percentagem de referências encomendadas pelo retalho, a par com a extensão de gamas e a otimização económica. O aumento de instalações e preparação da sua funcionalidade, bem como o melhoramento do sistema de picking, com o apoio de nova plataforma digital, serão de esperar para o ano que agora se inicia.
ADMINISTRADOR
BREMBO BENITO TESIER DIRETOR GERAL
2016 foi, para a Autozitânia, o melhor ano de sempre em termos de vendas, como declara Ricardo Venâncio, administrador da empresa. No ano em que completou 30 anos de atividade e mudou para novas instalações, os maiores desafios enfrentados foram a crescente
Para a Brembo, 2016 foi um ano irregular, com picos de volume positivos e negati-
vos, algo comum ao setor do aftermarket, diz Benito Tesier, diretor geral da Brembo España. Apesar de tudo, o balanço de 2016 é positivo e de crescimento. O mercado, que, fruto da recente crise, aposta muito no preço e onde o excesso de oferta traz mais concorrência, precisa de mais estímulos para crescer e manter a sus sustentabilidade. Por isso a marca tem apostado em diferenciar-se pela maior qualidade e serviço ao cliente, uma tendência que reconhece ser comum ao aftermarket, debelando a pressão que sente sobre os preços praticados, algo que se tem sentido em toda a cadeia de distribuição. Esta preponderância do fator preço sente-se de forma visível no aumento de orçamentos pedidos pelos clientes antes de qualquer operação. O novo armazém da marca em Zaragoza permitiu desenvolver o negócio da Brembo em toda a Península Ibérica, sendo um dos fatores para o aumento da faturação, que se cifra em torno dos 35%. Para 2017, o principal desafio é o de consolidar a quota de mercado e procurar o crescimento consolidado através da rede de distribuidores. Para o conseguir, a Brembo apostará no desenvolvimento de produto e numa atenção especial à gama e ao serviço.
CARGLASS JORGE MUÑOZ CARDOSO GENERAL MANAGER CARGLASS PORTUGAL
O ano de 2016 destacou-se pelo Best of Belron no Meo Arena, a competição que consagra os melhores técnicos colocadores de vidro da empresa, mas também pelo lançamento da gama de produtos Protech , que marcou a entrada da Carglass no grande consumo. Num ano de consolidação da estratégia de expansão, foram abertas 14 agências. Num mercado bastante maduro, com players consolidados e grandes grupos económicos, o maior desafio foi o crescimento orgânico da rede e a incorporação de novas pessoas. Com um aumento de cerca de 20% nas intervenções realizadas face a 2015, 2016 alavancou o otimismo da empresa para o ano que agora se inicia. 2017 deverá ser um ano de expansão e consolidação, mas também haverá lugar para o desenvolvimento de novos projetos, que a Carglass se escusa a revelar para já, por questões de confidencialidade.
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MERCADO
CONTINENTAL PEDRO TEIXEIRA
DELPHI NINES GARCÍA DE LA FUENTE
DIRETOR GERAL DA CPP
COUNTRY DIRECTOR SPAIN & PORTUGAL, DELPHI PRODUCT & SERVICE SOLUTIONS
Os últimos anos da Continental em Portugal têm sido muito positivos e 2016 não fugiu à regra. No ano passado, os esforços da empresa concentraram-se na manutenção da sua posição no mercado, o que fez com que 2016 fosse um período de consolidação da estratégia e de crescimento no segmento de pesados. Esta performance da empresa deve-se, diz Pedro Teixeira, diretor geral da Continental Pneus Portugal, ao empenho de toda a equipa e ao facto de a Continental ser o único player do mercado dos pneus com um centro de decisão em Portugal. Sem esquecer de referir a importância da unidade de produção Continental Mabor, um dos maiores exportadores nacionais. O crescimento da rede ContiService foi um dos marcos do ano, tal como a consolidação da rede 360º, dedicada a pneus de pesados, e o lançamento internacional dos produtos de earthmoving. Num mercado cada vez mais virado para o digital e onde a opção por pneus de maiores dimensões tem sido uma tendência, tal como o aparecimento de redes, o maior desafio de 2016 foi a resposta às mudanças no perfil do consumidor e a manutenção de um serviço de excelência, mas também apoiar os parceiros nos seus desafios diários. Por isso, em 2017 a marca propõe-se estar no topo do 'top of mind' e ser reconhecida como uma marca que alia a segurança ao desenvolvimento tecnológico, algo para que contribuirá o projeto de responsabilidade social – Visão Zero Acidentes. Adicionalmente, existe a pretensão de continuar a fazer crescer o negócio em todos os segmentos, mas Pedro Teixeira reconhece a competitividade do mercado e as alterações no paradigma de mercado, impostas por novas tecnologias, novos produtos e novos veículos. Ainda no que respeita a desafios, Pedro Teixeira acrescenta o investimento permanente em I&D; a necessidade de conhecer e entender o mercado, o cliente; a criação e desenvolvimento de parcerias; e a aposta em recursos humanos altamente qualificados. Mas o diretor geral da filial portuguesa do fabricante alemão diz que a sua equipa continuará a trabalhar para ser a marca de confiança e de referência dos seus parceiros, ajudando-os a serem mais competitivos e a desenvolverem o seu negócio.
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Com toda a equipa dedicada a fazer de 2016 mais um ano de crescimento para a Delphi, Nines García de la Fuente, Country Director para a Península Ibérica da Deplhi, revela que o ano que passou teve um balanço positivo. Tal surge no seguimento da estratégia de aproximação às necessidades do aftermarket de cada um dos países onde a Delphi opera e ao trabalho desenvolvido no sentido de aumentar as sinergias entre países, para beneficiar de economias de escala. O desenvolvimento de tecnologias que sigam a tendência de aumento da importância dos sistemas eletrónicos dos automóveis foi aposta em 2016, tal como o foi o desenvolvimento de produtos de qualidade premium, com o objetivo de responder aos sinais de recuperação dados pelo mercado, que deixou de estar tão focado no preço, valorizando agora a qualidade e a segurança.
FEDERAL-MOGUL MOTORPARTS CARLOS MANUEL GARCIA MUÑOZ REGIONAL MARKETING MANAGER SPAIN & PORTUGAL
F-M em 2017 no nosso país, ao mesmo tempo que pretende melhorar a capilaridade das suas marcas no mercado luso.
FUCHS PAUL CEZANNE DIRETOR-GERAL DA FUCHS LUBRIFICANTES, UNIPESSOAL LDA. No ano passado as coisas correram bem para a Federal-Mogul Motorparts em Portugal, especialmente na primeira metade do ano, o que permitiu consolidar o crescimento de 2015, aumentando-o em 1%. Durante o passado ano, a empresa conseguiu consolidar a oferta da marca Jurid em Portugal e ainda apoiar o desenvolvimento da marca Necto no nosso país. O interesse manifestado por novos parceiros em Portugal foi um dos pontos fortes de 2016, marcado pela extensão de garantia nos produtos Moog, que, no que respeita a rolamentos, cobrem já 97,4% do parque nacional. Outros marcos foram a implementação da tecnologia Eco-Friction na oferta da Ferodo e o desenvolvimento da gama de velas Champion. Este será o grande foco da
Presente em Portugal desde 1989, a Fuchs faz um balanço positivo de 2016, ano marcado pela aquisição da Pentosin, o que lhe permitiu ampliar a oferta de lubrificantes. Outro ponto alto de 2016 foi a atualização do Guia de Recomendações “FUCHS Oil Chooser”, que permite aos clientes escolherem o lubrificante adequado para a sua viatura. Paul Cezanne, responsável máximo pela empresa em Portugal, declara que um dos principais desafios enfrentados no ano passado foi a concorrência, “que nem sempre é leal”,
NGK MÓNICA GONZÁLEZ ASSOCIATE TRADE MARKETING A NGK faz um balanço claramente positivo do ano passado, fruto da melhoria da situação económica do país, que está a favorecer o aftermarket por via do maior número de reparações realizadas pelas oficinas. No nosso país, a NGK registou em 2016 um crescimento de 16% face ao ano anterior e consolidou as vendas de velas, ao mesmo tempo que aumentou a oferta de produto através da gama de sensores da marca NTK. Dentro de um mercado consolidado e onde a formação específica é cada vez mais pedida pelos distribuidores e oficinas aos fabricantes, continuar a crescer é o principal desafio para a NGK em 2017. Para tal, em 2017 serão lançadas as novas gamas de sensores MAF (Mass Air Flow) e MAP.
OSRAM JOÃO CASINHAS
diz, revelando existirem no mercado produtos com rótulos a anunciar aprovações de fabricantes que não são oficiais: “Estes anúncios são enganosos.” Da mesma forma, a proliferação de marcas de lubrificantes no aftermarket tem vindo a confundir os consumidores, colocando o preço no primeiro plano, em detrimento da qualidade. Apesar disso, o responsável crê que o mercado irá fazer uma seleção mais rigorosa dos produtos, o que se deverá traduzir num crescimento do negócio em 2017, fruto da aposta no binómio preço/qualidade.
INFORAP DARIO ALVES DIRETOR COMERCIAL A Inforap faz um balanço particularmente positivo de 2016, não apenas pelo aumento de 2,5% nas vendas face ao ano anterior, mas também pelos novos projetos do setor aftermarket. Merecem nota a consolidação de novos produtos multiplataforma; os novos desenvolvimentos de interfaces com soluções de gestão de armazéns, orçamentação e com subsistemas de marcas de automóveis, e a finalização do projeto WEI – WEB EDI
Inforap, plataforma que a marca acredita irá revolucionar a forma como as empresas de aftermarket comunicam entre si, promovendo automatismos, controlo e eficiência na troca de documentos, e onde se concentrarão os esforços de 2017. O objetivo é, neste ano, o ferecer soluções inovadoras e eficientes a um mercado que tem preferido comprar software nos formatos SaaS – Software as a Service e IaaS – Infrastruture as a Service.
KROFTOOLS ANA BARBOSA MARKETING O crescimento de 10% face a 2015, o investimento em artigos mais completos e com maior qualidade, o aumento da presença em Espanha e um novo armazém e portefólio são os marcos que fazem de 2016 um ano bastante positivo para a Kroftools. E tudo para conseguir uma resposta mais rápida junto dos clientes. Por isso, para 2017 a fasquia está elevada, visto que a empresa pretende explorar ainda mais o mercado espanhol e outros mercados estrangeiros, com o intuito de revolucionar o mercado de ferramentas automóveis e ganhar mais notoriedade.
KEY ACCOUNT MANAGER Para a Osram, o balanço de 2016 é muito positivo, tendo a empresa lançado as novas lâmpadas Night Breaker Laser, uma nova segmentação para as lâmpadas LED retrofit, uma nova gama de lanternas LED para uso profissional e não profissional. A inovação dominou o ano, a par com a maior proximidade ao cliente e com o foco no aumento da segurança do consumidor final, com produtos com mais luz e mais contraste na estrada e na crescente importância da comunicação digital. Depois de mais um ano de crescimento, desta feita de dois dígitos face a 2015, este ano a Osram espera consolidar o negócio, sendo o grande desafio manter os níveis médios de crescimento dos últimos anos.
PORTEPIM FRANCISCO ANDRADE DIRETOR GERAL EXECUTIVO A Portepim promoveu em 2016 a conversão dos seus clientes e consumidores oficinais para a marca Cromax, que agora representa em Portugal, com uma taxa de sucesso de perto de 100%. Por isso, o balanço do ano não poderia ser outro que muito positivo, como declara Francisco Andrade, seu Diretor Geral Executivo. Se este foi o principal marco do ano para a empresa, foi também o seu principal desafio, fruto de alguma resistência à mudança. A Portepim espera um crescimento acentuado de vendas neste ano, em virtude do previsto aumento de clientes. Mas estabilizar o processo operacional destes clientes, dando-lhes a for-
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MERCADO
mação necessária, será um processo muito volumoso e um dos grandes desafios deste ano.
PRO4MATIC RICARDO LOPES GESTOR DE CLIENTES O ano de 2016 foi extremamente positivo para a Pro4matic, pois ultrapassou o ano de 2015 em todos os objetivos a que se propôs. Como principais marcos do ano, a empresa especializada em suspensões pneumáticas aponta o aumento significativo de vendas, o reforço do seu estatuto além-fronteiras e o aumento dos postos de trabalho. O aumento de viaturas com suspensões pneumáticas e a escolha de produtos de qualidade obrigaram a Pro4matic a esforço extra para dar continuidade ao serviço prestado aos clientes, ainda mais durante a sua entrada no mercado espanhol. Esta entrada no mercado vizinho poderá explicar o aumento de 50% na faturação face a 2015, valor que a empresa espera superar este ano, para o que conta com o reconhecimento da marca no mercado espanhol. Ainda durante este ano, espera superar mais um desafio: a inauguração das novas instalações.
SAINT-GOBAIN AUTOVER PORTUGAL LICÍNIO NUNES DIRETOR GERAL
Licínio Nunes, Diretor Geral da Saint-Gobain Autover Portugal considera que 2016 foi um ano bastante positivo, em que foram cumpridos os objetivos traçados e alcançados os resultados a que a empresa se propôs. O ponto alto do ano foi, para este responsável, o evento No Limite. No ano transato verificou-se uma estabilização dos preços e do mercado, depois da turbulência verificada no final do ano passado, com fusões e aquisições no mercado segurador. O ajustamento que se seguiu marcou o ano neste setor de atividade, tal como aconteceu com o mercado da distribuição de vidro automóvel, uma vez que houve entrada no mercado de novos players. Depois de crescer mais de 10% no ano passado face a 2015, 2017 deverá ser um ano de consolidação. No entanto, este responsável chama atenção para a necessidade de vigilância no que respeita a movimentações no mercado, por força da concentração que se produziu em 2015 e que motivou uma concentração de clientes em três
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grandes grupos económicos internacionais. Os esforços da empresa estarão centrados na suplantação do ano anterior e em manter a performance, ao mesmo tempo que mantém os seus trabalhadores e lhes permite um aumento da qualidade de vida.
fruto da rede de distribuição que construíram. Em 2017, a Saleri espera continuar a crescer graças a novos projetos OE e ao início de cooperações no aftermarket. Mas as imprevisíveis vagas de fusões e aquisições podem deitar tudo a perder.
SALERI MARCO PINNACOLI
SIKA RUI AFONSO
AFTERMARKET SALES DIRECTOR
GESTOR DE CONTAS-CHAVE
O crescimento de 6% registado no ano passado face a 2015 faz de 2016 um ano positivo para a Saleri, com a consolidação dos clientes e a manutenção das vendas a revelarem-se os principais desafios do ano. O fabricante de bombas de água nota, no mercado português, a tendência para a compra de kits de substituição de bombas de água, ao invés de vendas de bombas avulso, algo que se tem verificado também no resto da Europa. Ainda assim, no nosso mercado, a Saleri tem conseguido manter a sua quota de mercado nas bombas avulso,
A Sika Portugal revela que 2016 foi um ano difícil para a empresa, mas em que conseguiu atingir os seus objetivos, destacando-se os 22% de crescimento na faturação e, como ponto alto do ano, o evento No Limite. O mercado luso continua a evoluir no sentido de reduzir a cadeia comercial entre os produtores e o cliente final, o que faz com que os players tenham de se adaptar a estas novas circunstâncias. Para 2017, a Sika está a preparar a expansão do seu portefólio na área da reparação de carroçaria e também novidades para a substituição
a melhoria da rentabilidade e do serviço ao cliente providenciado pelas oficinas. No ano que agora começa, o grande desafio da Spies Hecker será continuar a inovar e a marcar a diferença em termos de qualidade de produto, com diversos serviços disponíveis para as necessidades dos clientes.
TECNIVERCA MIGUEL MESTRE GESTOR DE PRODUTO
de vidro automóvel, o que deverá fazer superar o grande desafio identificado para este ano, o aumento da faturação anual.
SPIES HECKER VIRGÍLIO MAIA RESPONSÁVEL MARKETING 2016 foi um ano positivo para a Spies Hecker, que conseguiu cumprir os parâmetros traçados no início do ano. Virgílio Maia, responsável de marketing da marca, revela que este ano existiram vários marcos fundamentais para a Spies Hecker: a sua rede de distribuição; o desenvolvimento de novos produtos e soluções, com o objetivo de ajudar as oficinas a obter mais qualidade e melhor rentabilidade; e a formação, ferramenta fundamental que cada vez mais se centra nos processos e nos sistemas. O mercado da repintura tem buscado soluções que gastem menos energia e sejam mais amigas do ambiente, o que resulta em novos produtos que vão ao encontro dessas expetativas, o que o responsável acredita ser o desafio constante da Spies Hecker. Com um crescimento sustentado nos últimos anos, a Spies Hecker tem boas perspetivas para este ano, porque muitos dos desenvolvimentos de 2016 irão ser apresentados em 2017. Assim, espera ser um contributo muito positivo para
O balanço da Tecniverca para o ano de 2016 é positivo. Como tem sido habitual, verifica-se crescimento face a 2015, ainda que a manutenção deste crescimento tenha sido o maior desafio do ano. Para a empresa de comércio de equipamento oficinal, os principais marcos do ano foram a participação na Expomecânica e na EMAF, existindo também espaço para diversas novidades lançadas durante o ano. Como as exportações de 2015 desceram significativamente em relação aos anos anteriores, a empresa teve de dedicar mais esforços ao mercado interno, de forma a compensar essas perdas. Assim, é com naturalidade que a Tecniverca assume que 2017 será um ano de expansão. A empresa está a considerar abrir um ponto de fornecimento no norte do país para ajudar no grande desafio para 2017, que não diferirá dos anteriores: obter valores de crescimento significativo e continuar a fornecer produtos de qualidade a preços competitivos.
TIRESUR ARMANDO LIMA SANTOS DIRETOR GERAL PORTUGAL
O último ano revelou-se difícil para a Tiresur, especialmente a primeira metade. No entanto, com algumas mudanças operadas na empresa, os resultados alcançados no segundo semestre do ano são positivos e muito animadores. 2016 ficará marcado como um ano de mudança para a Tiresur Portugal, diz o seu diretor geral. Entre os marcos do ano, Armando Lima Santos destaca o novo portal B2B; o lançamento dos
novos produtos na marca GT Radial; a consolidação da marca Ovation em Portugal; o reforço da comunicação realizada pela empresa; e a captação de novos clientes e reativação de clientes inativos. O mercado nacional de pneus assistiu em 2016 ao aumento da procura por pneus dos segmentos Quality e Budget, bem como a um aumento da agressividade nos preços praticados pela generalidade do mercado, com esmagamento progressivo das margens, e à entrada de novos players no setor da distribuição de pneus. Todos estes fatores contribuíram para que os valores de 2016 sejam ligeiramente inferiores aos de 2015, registo que a Tiresur pretende inverter já este ano, acompanhando as perspetivas de crescimento económico. A empresa antevê ainda um aumento progressivo do nível de preços, devido em grande parte à subida dos custos das matérias-primas e vai apostar numa cada vez maior diferenciação face à concorrência, dando cada vez maior relevância às suas marcas exclusivas: GT Radial, Ovation e Sunfull. O diretor geral da empresa em Portugal antevê também alguns desafios para este ano, nomeadamente o crescimento do volume de vendas, da faturação e da rentabilidade, aumentando a base de clientes ativos.
TIRSO PNEUS JOSÉ COELHO DIRETOR DE REDE O ano 2016, apesar de ter sido um ano muito dificil do ponto de vista da distribuição e do retalho, foi de sucesso para a Tirso Pneus. A empresa atingiu e superou com distinção todos os objetivos propostos, refere José Coelho, diretor de rede, que acrescenta que este resultado se deve à capacidade estratégica do grupo, mas sobretudo ao trabalho da equipa e à dedicação e esforço dos clientes e parceiros. No ano que passou, o desenvolvimento das redes de centros Confortauto Hankook Masters, Blacktire e Ecological Drive assumem um papel de destaque neste grupo que tenta ter os olhos postos no futuro e está atento às mudanças do mercado e às tecnologias disponíveis e adaptadas a cada tipologia de clientes. Para 2017, José Coelho espera evolução e crescimento, fruto da clara definição das linhas estratégicas em todos os segmentos de negócio e do apoio dos fabricantes que trabalham com a Tirso Pneus, nomeadamente a Hankook. Ao mesmo tempo, o gestor reconhece três grandes desafios para este ano: a atualização de preços decorrente da mudança dos preços das matérias-primas; a continuidade (e surgimento) de marcas low-cost com preços proibitivos; e a eventual alteração política, económica e social do país, que fará com que possam existir flutuações no consumo.
JANEIRO 2017 TURBO OFICINA
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DESTAQUE
MERCADO
TRW PEDRO DÍAZ
UFI EDUARDO MARTÍ
VALLUX SUSANA MATOS
DIRETOR COMERCIAL DA TRW AUTOMOTIVE PORTUGAL
DIRETOR GERAL UFI FILTERS IBERICA
MARKETING
Para a UFI FIlters, o balanço de 2016 é muito positivo, com um crescimento importante sobre o ano anterior. No mercado luso, o ano foi marcado pela consolidação de projetos e ações comerciais lançados através da rede de distribuição da UFI, mas também pelo sucesso na manutenção do crescimento com os sete distribuidores em solo português. Eduardo Martí reconhece a tendência de perda de valor do produto e a consequente redução das margens. Isso, aliado à recessão e ao envelhecimento do parque automóvel, é a receita para a proliferação exagerada de marcas budget pelo efeito de preço, afirma o gestor. Ainda assim, as perspetivas para 2017 são boas, uma vez que os distribuidores portugueses da UFI estão mais fortes e com maior capacidade de satisfazer as necessidades dos seus clientes, diz Eduardo Martí, que acrescenta o papel relevante que tem a presença da UFI junto dos grandes construtores com tecnologia e inovação. Estes dois fatores ajudarão certamente a superar os grandes desafios que se avizinham em 2017: satisfazer mais a rede de distribuidores e continuar a fidelizar os clientes com a qualidade, tecnologia e inovação dos seus produtos.
A Vallux faz um balanço positivo de 2016, ano em que a empresa comemorou o seu décimo aniversário e em que foi capaz de identificar oportunidades e fraquezas que serão colmatadas em 2017. Para marcar estes dez anos de atividade, a empresa lançou novos produtos de iluminação, acessórios e multimédia, e apresentou o novo site, com novas funcionalidades e conteúdos exclusivos para clientes profissionais. Em 2016, a Vallux enfrentou algumas ruturas de stock, fruto de uma crescente procura pelos seus produtos, conjugada com a limitada capacidade de armazenagem. Por isso, em 2017, a Vallux pretende mudar as suas instalações para um armazém com capacidade superior, o que irá permitir garantir stock permanente e aumentar a gama de produtos e de serviços. A aposta no marketing e comunicação deverá também ser uma constante ao longo do ano, inclusive com a presença em feiras da especialidade e ações locais nos clientes. Assim, este ano a Vallux espera aumentar a notoriedade da marca e, significativamente, a faturação, estabelecendo-se como um parceiro para os profissionais. /
O ano de 2016 foi francamente positivo para a TRW Automotive Portugal. Lançou novas gamas de produto, consolidou o negócio das existentes e cresceu, tanto em vendas como em rentabilidade. Num ano marcado pela aquisição da TRW por parte do Grupo ZF e pela concentração do negócio em alguns players do mercado, Pedro Díaz, diretor comercial da TRW Automotive Portugal, diz que o principal desafio de 2016 foi a rentabilização do seu negócio, algo transversal ao aftermarket. Para tal concorre o aumento do custo das matérias-primas e o consequente aumento do preço das peças, o crescimento do stock e das referências necessárias para ter boa disponibilidade, e o aumento dos custos de serviços associados com as entregas. Não se pode negligenciar também a existência de consumidores mais informados, que por sua vez exigem às oficinas uma melhor e mais rápida capacidade de resposta, bem como melhores preços para as peças e serviços prestados. O diretor comercial espera que 2017 seja de crescimento para o setor, mas reconhece que a integração das empresas TRW e ZF será o grande desafio do ano.
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RAIO-X
COMERCIAL DO MÊS
DE VOLTA AO TALENTO A Fiat Professional recuperou a designação Talento para identificar a sua nova gama de comerciais médios. Uma das versões é a de chassis longo e teto baixo, com volume útil de 6 m3 e motor de 120 cv
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TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
om o objetivo de substituir a sua gama de veículos comerciais médios, a Fiat Professional estabeleceu um acordo de parceria industrial com a Renault para a produção da sua nova proposta para o segmento de 1,2 toneladas de carga útil, que vem substituir o Scudo. Partilhando a mesma plataforma e componentes mecânicos com o Renault Trafic, o Opel Vivaro e o Nissan NV300, uma das propostas da gama consiste na versão de chassis longo e teto baixo do furgão (L2H1), que se traduz num veículo com um comprimento exterior de 5,39 metros e uma altura de 1,97 metros. Estas dimensões permitem aceder à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos, mas obriga a ‘baixar’ a antena do rádio.
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Em termos de design, o Fiat Talento possui uma grelha específica, que faz a ligação com a família de veículos da marca, embora as formas básicas da carroçaria não escondam a origem franco-alemã. Um dos argumentos deste modelo é o compartimento de carga, com um comprimento interno ao nível do pavimento de 2,93 metros, uma largura de 1,66 metros (1,26 metros entre as cavas das rodas) e uma altura de 1,38 metros. Em combinação com as linhas retas, estas dimensões permitem disponibilizar um volume útil de carga de 6 m3. O acesso ao compartimento de carga é feito através da porta traseira de batente, com abertura até 180º, ou por uma porta lateral deslizante, com uma largura de 60 centímetros. Isto permite carregar o veículo com um empilhador. O compartimento de carga dispõe de olhais para amarração da mercadoria e proteções, a meia altura, das paredes laterais.
O habitáculo oferece lotação para três ocupantes, uma vez que conta com um assento duplo do acompanhante. O banco do meio pode ser transformado numa mesa de apoio através do rebatimento das costas. O condutor, por sua vez, beneficia de uma posição de condução elevada, o que garante um elevado domínio sobre a estrada e o ambiente envolvente. Os espelhos exteriores, de campo duplo, dão igualmente uma preciosa ajuda neste capítulo. O equipamento de conforto não falta, estando disponível o ar condicionado manual, o autorrádio com CD, Bluetooth e comandos satélite sob o volante, computador de bordo, vidros elétricos, fecho central de portas com trancagem automática das portas com veículo em andamento e sensores de estacionamento traseiros. A nível mecânico, uma das motorizações na gama é a 1.6 MultiJet, que oferece uma potência máxima de 120 cv e um binário má-
FIAT TALENTO L2H1 CARGO MULTIJET
ximo de 300 Nm, disponível às 1500 rpm, garantindo uma excelente elasticidade, deSISTEMA signadamente nas recuperações. A combiCARGOPLUS nação do propulsor com a caixa manual de Se for necessário seis velocidades possibilita a obtenção de transportar objetos um consumo de combustível abaixo dos oito mais longos, com litros, que, no caso da unidade ensaiada, se comprimento situou entre os 7,4 e os 7,6 l/100 km, um valor máximo de até ligeiramente acima dos 6,7 l/100 km anun4,15 metros, é proposto ciados pela marca. Mais penalizante para o sistema Cargoplus, o conforto a bordo revelou-se a suspensão, que consiste numa que é demasiado ‘seca’. abertura sob o banco No capítulo do equipamento de segurança, do passageiro destaque para o auxiliar de arranque em subida (Hill Hold) e para o controlo de estabilidade eletrónico (ESC), que proporciona uma elevada aderência, graças à gestão independente da força de travagem sobre as rodas em curva. Esta versão L2H1 120 MultiJet do Talento Cargo é proposta a partir de 28 781 euros./
PREÇO 28 781€ // MOTOR 4 CIL; 1598 CC; 120 CV às 3500 RPM // BINARIO 300 NM às 1500 RPM // TRANSMISSÃO DIANTEIRA; 6 VEL manual; PESO BRUTO 3030 kg // COMP./ LAR./ALT. 5399/1956/191 mm // CONSUMO 6,7 l/100 km // EMISSÕES 174 G/KM *As nossas medições
ELASTICIDADE MOTOR/ CONSUMOS
SUSPENSÃO SECA/ ANTENA NO TETO
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NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS
AXALTA
RELATÓRIO REVELA PREFERÊNCIA POR TONS NEUTROS Apesar de o branco dominar entre os segmentos mais baixos e os SUV, o preto é o tom predominante para os modelos das classes superiores
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oi revelado pela Axalta o ranking das cores favoritas em 2016. De acordo com o Relatório Global de Popularidade de Cor, a nível mundial o branco continua a dominar, com 37% das escolhas, seguido de 18% que opta pelo preto, 11% pelo prateado ou pelo cinzento e 6% que prefere o vermelho, o
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azul ou o bege. No continente europeu a situação é similar, embora com outros valores, já que o branco continua a ser o preferido, mas apenas é opção de 27% dos proprietários de novos automóveis. O preto está também no segundo posto, com 20% das escolhas, enquanto o Top 3 fica encerrado com os 17% que optam pelo cinzento. Curiosamente, os dados revelam também que, apesar de o branco ser o preferido para os automóveis dos segmentos
mais baixos (27%) e para quem adquire um SUV (24%), a sobriedade do preto é a principal opção para os modelos dos segmentos intermédios (23%) e para os topos de gama, onde é a escolha de 35% dos clientes. Com base nos dados deste relatório, a Axalta concluiu ainda que, com 17%, a cor cinza é mais popular na Europa do que em qualquer outra região. Por outro lado, o cinza também está a marcar presença com aumento de populari-
ZF AFTERMARKET BRANCO LIDERA PREFERÊNCIAS O “Relatório Global de Popularidade de Cor Automóvel 2016” da Axalta indica que o branco continua a dominar as preferências dos automobilistas
dade de dois pontos percentuais na América do Norte e aumentando a sua vantagem sobre o prateado. “Assistimos a uma clara preferência pelos tons neutros, mas, em contrapartida, verificamos que são adicionados apontamentos de cor para criar tons mais atraentes. No futuro será possível encontrar corantes e efeitos que acrescentam profundidade e beleza a estes tons neutros”, explica Nancy Lockhart, Color Marketing Manager da Axalta na América do Norte. De acordo com Elke Dirks, Automotive OEM Color Designer da Axalta para a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA), a Axalta utiliza os dados de popularidade de cor para apoiar os clientes nas suas tomadas de decisão. “O nosso relatório de tendências permite-nos maior agilidade, uma vez que trabalhamos com os fabricantes de automóveis sobre futuras cores”, comentou. “Perceber as preferências do consumidor proporciona uma perceção que nos ajuda a prever futuras escolhas com uma antecedência de alguns anos.” /
APLICAÇÃO FORNECE INFORMAÇÃO SOBRE PEÇAS
A
ZF Aftermarket lançou uma nova aplicação para smartphone que promete tornar mais fácil a tarefa de encontrar a peça de substituição certa. A aplicação ZF Part Finder compreende todas as peças das marcas premium dos produtos da ZF Aftermarket: Sachs, Lemförder, TRW e Boge. As pesquisas podem ser efetuadas pela referência da peça ou pelo fabricante do veículo, sendo os conteúdos disponibilizados de acordo com o país de origem do cliente. Compatível com iOS e Android, a nova aplicação inclui uma grande variedade de idiomas e já está disponível para download gratuito a partir das lojas globais de aplicações. Os clientes também podem encontrar as peças utilizando referências específicas por país, tais como o VIN (ou número de chassis); o número KBA utilizado na Alemanha; o CNIT utilizado em França; ou o número da matrícula, que é utilizado tanto em Portugal como no Reino Unido. Para personalizarem ainda mais a sua pesquisa, os utilizadores da aplicação podem selecionar um dos seguintes idiomas: Alemão, Espanhol, Holandês, Inglês, Italiano, Polaco, Português e Turco.
FAURECIA E PARROT AUTOMOTIVE
PARCERIA NA CONETIVIDADE
A
Faurecia anunciou ter entrado em negociações para a criação de uma parceria estratégica com a Parrot Automotive. A junção das competências tecnológicas da Parrot com as relações globais estratégicas da Faurecia traduzir-se-á, no entender das duas marcas, numa combinação poderosa para o desenvolvimento de aplicações e plataformas para veículos conectados. A conclusão deste projeto pode ainda resultar na Faurecia a assumir progressivamente o controlo da Parrot Automotive. Patrick Koller, CEO da Faurecia, disse: “Este investimento na Parrot Automotive irá proporcionar-nos uma base sólida em aplicações elétricas e infotainment para veículos conectados. Juntamente com os nossos conhecimentos em HMI e interiores, esta parceria permite-nos oferecer uma experiência de utilizador conectado com uma qualidade distinta.” Este projeto está sujeito a consulta com os representantes dos trabalhadores da Parrot Group. Espera-se que as negociações terminem no primeiro trimestre de 2017.
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NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS MEYLE
FORMAÇÃO DISPONÍVEL ATRAVÉS DOS DISTRIBUIDORES
A
tenta à necessidade de formação que advém da crescente complexidade dos veículos modernos, a Meyle está a disponibilizar, através da rede de fornecedores, um amplo programa de formação. Assim, e escolhendo a partir de quatro módulos de formação compactos, com conhecimentos especializados, dicas e truques para a reparação automóvel, os distribuidores podem marcar ações de formação para as oficinas. Dependendo das preferências do cliente, as iniciativas podem ser marcadas de modo a terem lugar no centro de formação da Wulf Gaertner Autoparts, em Hamburgo, numa oficina independente ou nas próprias instalações do distribuidor. Os módulos de formação incluem material de direção e suspensão, discos e pastilhas de travão Meyle PD, refrigeração de motor e bombas de água, bem como substituição de filtros de óleo em transmissões automáticas. Todas as ações têm uma abordagem teórica e prática. Por outro lado, quem precisa de respostas muito rápidas sobre a montagem e desmontagem de peças pode aceder ao canal “Meyle
TV” no YouTube, onde a marca oferece dicas para a oficina e informações técnicas através da sua série de tutoriais “Os Mecânicos Meyle”. A empresa alargou também o seu portefólio de produtos, tendo mais do que duplicado a sua gama de bombas de água Meyle-HD para aplicações VW e Porsche. Contando agora com um total de 18 artigos, as oficinas independentes podem agora recorrer a diversas aplicações e tirar proveito das muitas vantagens das vedações de anel deslizante em SiC/ SiC, que são utilizadas em todas as bombas de água Meyle-HD. Esta vedação é resistente ao desgaste, razão pela qual os principais fabricantes de automóveis utilizam atualmente este tipo de vedação. Adicionalmente, a Meyle garante conseguir uma vedação da caixa resistente a altas temperaturas. Paralelamente, a Meyle acaba de dar a conhecer que, embora tal não seja exigido por lei, 90% de todos os seus discos de travão já cumprem os requisitos atuais da norma de qualidade ECE R90. Estes componentes foram testados criteriosamente por peritos independentes. /
SPIES HECKER ELEITA A MAIS CONCEITUADA
CALENDÁRIO FEBI PARA 2017 A febi mostra o lado sensual da África do Sul ao longo dos doze meses de 2017. O calendário da marca do Grupo Bilstein foi fotografado na cidade do Cabo, na enseada do Maiden, durante o mês de abril, mas também numa oficina de automóveis local, onde o fotógrafo Christian Deutscher encenou
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as quatro modelos que dão corpo ao calendário. Simone, Shané, Danielle e Sonja, assim se chamam as quatro modelos, também posaram num trecho abandonado de estrada que nunca foi concluído. Durante a sessão fotográfica mereceram também destaque um Roadster MG e um Ford Mustang. O making of está disponível no canal de YouTube da febi.
A Spies Hecker ganhou o prémio British Repairers’ Choice Award, atribuído à marca de pintura mais conceituada do ano 2016 – 2017. O galardão foi concedido na cerimónia anual Night of Knights de entrega dos prémios da ABP (Auto Body Professionals), que decorreu em Birmingham. Nesta oitava edição, um número recorde de pintores de britânicos votaram na sua marca de pintura preferida. Foi solicitado que avaliassem as marcas, numa
escala de excelente a muito fraco. 78% das classificações da Spies Hecker estavam compreendidas entre excelente e muito bom, conquistando assim o título. A ABP, fundada em 2004, conta com mais de 2500 membros, entre profissionais das oficinas, companhias de seguros, gestores de sinistros, fornecedores e entidades comerciais.
DELPHI
PASTILHAS SEM COBRE
A
Delphi revelou a sua nova gama de pastilhas de travão sem cobre, cuja fórmula oferece melhor performance no desgaste, mas também existem benefícios ambientais. A nova gama cobre 95% do parque circulante de veículos europeus e asiáticos e chega ao mercado nove anos antes da entrada em vigor da legislação que obriga a que os componentes do sistema de travagem não possuam mais que 0,5% de cobre na sua composição. “O cobre é utilizado como um potenciador da performance na travagem e não é facilmente substituível, por isso é necessário repensar todo o material de fricção”, declara Chad Smith, vice presidente da Delphi Product & Service Solutions para o mercado EMEA. “Criámos as novas fórmulas de fricção sem cobre para oferecer um coeficiente de travagem mais estável.”
PPG
NOVO SISTEMA AUMENTA PRODUTIVIDADE
A
PPG reclama ter revolucionado o processo de repintura de veículos com o lançamento de um novo sistema compacto de aparelho DP6000 2K. A empresa refere que este desenvolvimento favorece a rapidez de todo o processo e garante uma maior facilidade de aplicação, melhorando as margens comerciais e de produtividade das oficinas, o que potencia a competitividade. Disponível nas três tonalidades de cinzento que ajudam à melhor aplicação da cor, os aparelhos do sistema DP6000 2K minimizam o tempo de secagem, facilitam a lixagem e reduzem a necessidade de utilização da cabina, contribuindo assim para a poupança de energia.
NGK LANÇA NOVAS VELAS A NGK Spark Plug Europe lançou uma nova vela cerâmica de alta temperatura (NHTC) para o aftermarket. A CZ262 é equivalente à CZ27, que a NGK fornece à Mazda, sendo muito utilizada na pick-up B2500. Todas as aplicações e mais detalhes técnicos podem ser encontrados no catálogo eletrónico da marca. Com a CZ262 (referência n.º 90919), a NGK diz ser possível substituir as referências da Mazda WLY818601, WLE718601 e WLE818601.
VALEO E SIEMENS NA MOBILIDADE ELÉTRICA Acaba de chegar ao mercado um novo player no campo das motorizações elétricas. A Valeo Siemens eAutomotive, assim se chama a nova empresa, resulta de uma joint venture entre as duas empresas e é gerida por Louis Pourdieu (CEO) e Peter Geilen (CFO). A Valeo e a Siemens detêm partes iguais de participação nesta nova empresa. Com esta operação, ambas as empresas pretendem criar uma companhia capaz de fornecer componentes e sistemas inovadores e de
baixo custo para toda a gama de veículos eletrificados, dos 100% elétricos aos híbridos e híbridos plug-in. Do portefólio de produtos fazem parte motores elétricos, extensores de autonomia, carregadores onboard, inversores e conversores AC/DC. “Estou verdadeiramente encantado com a criação desta joint venture, que nos permitirá oferecer soluções para todos os fabricantes de automóveis, independentemente das suas necessidades de eletrificação”, afirmou Jacques Aschenbroich, CEO da Valeo.
Por seu lado, Klaus Helmrich, membro do Conselho de Administração da Valeo, declarou: “Apenas sete meses após termos assinado o acordo de cooperação, estamos felizes por poder anunciar o início das operações desta joint venture com a Valeo. A nova empresa será um verdadeiro líder global no crescente mercado da eletromobilidade.”
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NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS ISTOBAL
INVESTIMENTO EM I&D AUMENTOU 50%
A
Istobal anunciou um aumento de 50% no investimento em pesquisa e desenvolvimento nos últimos cinco anos e, só no ano passado, solicitou o registo de cinco novas patentes. O orçamento nesta área em 2016 foi superior a 2,4 milhões de euros, valor que compara aos cerca de 1,6 milhões de euros em 2012. O fabricante espanhol especializado em soluções de lavagem para veículos automóveis acrescenta que o investimento em pesquisa e desenvolvimento irá continuar a aumentar nos próximos anos, com o objetivo de melhorar o serviço de lavagem dos veículos e minimizar o impacto sobre o meio ambiente. Entre as inovações desenvolvidas pela Istobal destaque para a escova lava rodas Multi-disk, que chega a todas as ranhuras das jantes e oferece uma melhoria considerável na limpeza face às escovas tradicionais, uma vez que conta com oito escovas satélite que giram independentemente. O fabricante espanhol concebeu ainda um sistema específico de montagem segura dos equipamentos de lavagem industrial, para o qual também já solicitou o registo da patente. Para minimizar os impactos ambientais, a Istobal apresentou válvulas monodoseadoras para os centros de lavagem que controlam a cadência e a quantidade de produto em função das necessidades de cada programa em cada uma das linhas que esteja em funcionamento. Este sistema permite simplificar o processo de doseamento de produtos químicos, consegue fornecer as quantidades exatas necessárias e possibilita ao proprietário da estação de lavagem uma poupança nos consumíveis. /
ROBERLO INAUGURA FILIAL NO MÉXICO A Roberlo inaugurou uma nova filial, localizada na Cidade do México, confirmando assim o posicionamento da marca neste país. A Roberlo entrou no mercado mexicano há quatro anos,
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através do distribuidor Representaciones DYCO, com o qual entrou em acordo para a constituição desta nova filial. A Roberlo México torna-se, assim, a quarta filial da empresa no continente
americano, depois da Argentina, Brasil e Estados Unidos. Em comunicado, a empresa revela acreditar no enorme potencial de crescimento no país, graças à sua linha de produtos adaptados às exigentes necessidades do mercado mexicano. O fator diferenciador da Roberlo baseia-se, dizem os seus responsáveis, numa linha de alta qualidade, desenvolvida pela equipa de I+D+i e fabricada com a tecnologia de produção mais recente.Além disso, com essa abertura, a Roberlo acredita poder oferecer melhor serviço e atendimento a seus clientes.
FEDERAL-MOGUL COM NOVA DIREÇÃO A Federal-Mogul Motorparts anunciou alterações na equipa de direção da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), com a nomeação de Andrew Sexton para presidente de aftermarket, enquanto Neville Rudd foi escolhido para o cargo de vicepresidente sénior de travagem. A nova equipa inclui ainda Detlev Baudach, como vice-presidente sénior global de Equipamento Original e vice-presidente de estratégia comercial aftermarket EMEA.
NEXUS
AGORA NA AMÉRICA DO NORTE
A
The Automotive Distribution Network (The Network), o Grupo Automotive Parts Associates (APA) e a VIPAR Heavy Duty anunciaram a formação da Nexus North America. Em março de 2016, estes três players já haviam anunciado a sua adesão à Nexus International Automotive (N!), um dos principais grupos mundiais de distribuição, que assim passará a contar com esta nova entidade como sócio exclusivo para o mercado norte-americano. A Nexus North America possui três escritórios nos EUA, mais precisamente em Germantown (Tennessee), Kansas City (Missouri) e Crystal Lake (Illinois). Entre os responsáveis contam-se David Prater (The Network), como presidente; Chris Baer (VIPAR Heavy Duty), no cargo de vice-presidente; Gary Martin (APA Group), como secretário; e Beth San Filippo (VIPAR Heavy Duty), o tesoureiro. A Nexus North America pretende ser também um fórum para que os três constituintes partilhem ideias, know-how e estratégias para melhor satisfazer as necessidades dos clientes, permitindo ao mesmo tempo uma colaboração mais profunda na abordagem de oportunidades e desafios mútuos no que respeita ao intercâmbio de tecnologia e soluções, bem como nas relações globais com fornecedores. “Este acordo é emocionante para todos”, declara David Prater, presidente da The Network, ao passo que Gary Martin, presidente e CEO do APA Group, assinala que “a formação da Nexus North America já permitiu que trabalhássemos juntos numa série de projetos em benefício dos nossos membros, ajudando a fazer crescer os seus negócios”.
HONDA E WAYMO EM PARCERIA A Honda está em negociação com a Waymo, marca propriedade da Alphabet (Google), para a integração da sua tecnologia de condução autónoma nos veículos da marca japonesa. Esta colaboração deverá permitir a ambas as empresas avançar na integração dos sensores de condução autónoma nos veículos da Honda. O construtor nipónico
disponibilizará à marca da Alphabet modelos modificados que recebam esta tecnologia, que depois serão introduzidos na frota que a Waymo testa nos EUA. O objetivo da Honda é produzir automóveis que sejam autónomos em autoestrada até 2020. Refira-se que a Honda tem um sistema de condução semiautónoma, o Honda Sensing, que equipa o novo Civic, e tem estado a desenvolver funções para ligar veículos à Internet, bem como inteligência artificial para permitir que os automóveis “pensem” enquanto se conduz.
NOVA REUNIÃO DA MOTORTEC AUTOMECHANIKA O comité organizador da Motortec Automechanika Madrid, em conjunto com a SERNAUTO e a ANCERA, levaram a cabo um jantar de Natal, que foi o mote para a reunião e troca de ideias para a próxima edição do certame espanhol, aproximando fabricantes de componentes, fornecedores, associações oficinais, imprensa e outras entidades que colaboram com a Feria de Madrid, onde se realizará a exposição. De acordo com a organização, esta
oportunidade serviu para dar a conhecer o bom momento do aftermarket espanhol, bem como para partilhar as expetativas elevadas que a organização tem para o certame. Miguel Aguilar, diretor da Motortec Automechanika Madrid, revelou alguns dados, como o crescimento de cerca de 20% face a 2015. O mesmo responsável disse estar orgulhoso da importância que a Motortec conseguiu na esfera da Automechanika, obtendo o terceiro lugar entre as 15 feiras realizadas sob esta bandeira, no que respeita à satisfação dos visitantes.
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RAIO-X
BARÓMETRO
DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça as aqui as principais alterações e ocorrências registadas PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO NOVEMBRO 2016 HOMÓLOGA NOVEMBRO 2016 HOMÓLOGA NOVEMBRO 2016 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 407 -14,3%
141 -11,3%
41
-31,7%
CENTRO 200 -12,7%
82
7,9%
24
-14,3%
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA
14,5%
97
-4,0%
24
-31,4%
ALENTEJO 48
331
-14,3%
20
-4,8%
4
-33,3%
ALGARVE 29
-21,6%
7
-46,2%
4
100,0%
R. A. AÇORES
10
-47,4%
3
0,0%
3
200,0%
R. A. MADEIRA
20
-20,0%
10
-23,1%
0
-100,0%
TOTAL 1045 -7,5%
360 -6,7%
TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR NOVEMBRO 2016
100 -27,5%
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
EM NÚMERO
NOV. 2016 ACUMULADO NOV. 2015 ACUMULADO SETOR TECIDO NOV. 2016 NOV. 2015 EMPRESARIAL NASCIMENTOS
1.045
76
1.130
-7,5% -2,1%
ENCERRAMENTOS 31
360
47
386
-6,7% -4,2%
INSOLVÊNCIAS 12
100
11
138
-27,5% -22,7%
(CONSTITUIÇÕES)
NORTE 4929
54
(EXTINÇÕES)
FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.
FICHA TÉCNICA
CENTRO 3321
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3301
ALENTEJO 849
ALGARVE 453
EM PERCENTAGEM 37,0
48
TURBO OFICINA JANEIRO 2017
ALENTEJO
A. M. LISBOA
CENTRO
NORTE
6,4
R. A. MADEIRA 268
3,4
1,5
2,0 MADEIRA
24,8
AÇORES
24,9
ALGARVE
R. A. AÇORES 198
Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.
Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt
RAIO-X
PORSCHE PANAMERA
QUEM FAZ O QUÊ?
L
ançado em 2009 e alvo de uma renovação em 2013, a segunda geração do Porsche Panamera sai da linha de montagem da unidade de Leipzig da marca. Entre as várias novidades desta segunda geração, destaque para a novo desenho da traseira, onde pontuam as óticas LED da Magneti Marelli, o spoiler traseiro de acionamento automático, proveniente da Rehau, e ainda as ponteiras de escape que provêm da Tajco A/S. No interior, a revolução foi operada em torno dos materiais e do equipamento. Neste particular, merecem nota o teto de abrir, cujos vedantes são fornecidos pela GBIE e a cortina pela Guilford, mas também o tablier, produzido pela Dräxlmaier, e o painel de instrumentos e os bancos em pele, ambos da responsabilidade da GST/Seton Autoleather. Para maior comodidade dos ocupantes, os bancos deslizam em calhas originárias da Shiloh. O sensor do cruise-control provém da Hella, ao passo que as jantes de liga leve escolhidas são as da Superalloy Industrial Co. Ltd. No mercado nacional, mais afoito ao Diesel, a motorização de eleição deverá ser a 3.0 V6, cujo bloco é fornecido pela Tupy/Sintercast e as condutas de som provêm da Mann + Hummel. Independentemente das motorizações, o novo Panamera conta com os préstimos de caixas de velocidades PDK, que contam com um cárter do óleo entregue na unidade de fabrico alemã pela IBS Filtran. Descubra quem faz o quê na berlina de luxo alemã na tabela ao lado. /
FORNECEDOR COMPONENTE CARBODY Ventiladores CIKAUTXO Tubagens do radiador DANA Juntas secundárias DELPHI Unidade de filtragem para controlo de vapores poluentes DRÄXLMAIER Tablier GST/SETON AUTOLEATHER Painel de instrumentos e bancos em pele HELLA Sensor do cruise control IBS FILTRAN Cárter de óleo da caixa PDK MAGNA Trincos das portas MANN + HUMMEL Condutas de som do motor SUPERALLOY INDUSTRIAL CO. LTD Jantes de liga leve SALERI Bombas de água SHILOH Calhas dos bancos TAJCO A/S Ponteira de escape TUPY/SINTERCAST Bloco do motor (3.0L V6 Diesel) AUTOLIV Cintos de segurança e encaixes BECCHIS OSIRIDE Isolamento acústico CARCOUSTICS Travessas do tejadilho CROMODORA WHEELS Jantes FEDERAL-MOGUL Chavetas de válvula GBIE Vedantes do teto de abrir GENERAL BEARING Rolamentos GUILFORD Cortina do teto de abrir HELLERMANNTYTON Fixadores de cablagem da direção HIRSCHVOGEL UMFORMTECHNIK Veios de transmissão MAGNETI MARELLI Luzes traseiras LED MARQUARDT Tranca eletrónica da direção MAZZUCCONI Suporte da roda suplente REHAU Spoiler traseiro SCHAEFFLER Rolamentos da transmissão
JANEIRO 2017 TURBO OFICINA
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REPARAÇÃO
COMPONENTES DE PLÁSTICO
PEÇAS DE PLÁSTICO: ENVELHECIMENTO DO MATERIAL Neste capítulo descrevem-se as causas da degradação dos materiais plásticos e uma das exigências mais importantes à qual se submetem as peças de substituição de plástico antes de serem certificadas
50
TURBO OFICINA JANEIRO 2017
A
s peças de plástico requerem uns controlos e uns ensaios muito diferentes daqueles a que se submetem as peças metálicas. Por exemplo, é evidente que nas peças de plástico não se justifica realizar testes de resistência à corrosão. No entanto, sendo os plásticos materiais que vão substituindo constantemente outros materiais, especialmente no automóvel, e sendo materiais que podemos encontrar em qualquer lado, são materiais muito complexos e com um suporte tecnológico muito importante que se deve valorizar na sua justa medida. Pode dizer-se que os materiais plásticos são materiais vivos, visto que desde o momento do seu fabrico entram num processo de deterioração de algumas das suas propriedades. O fenómeno pode ser comparado ao envelhecimento das pessoas, iniciado no preciso momento da gestação. Até aqui, todos os plásticos são iguais, mas a diferença entre uns e outros reside na velocidade com que se deterioram e no tipo de
Um automóvel com as peças descoloridas ou deterioradas e os efeitos do Sol num tablier após exposição prolongada
degradação que sofrem: perda de cor, perda de resistência mecânica, formação de fissuras e perda de propriedades dielétricas entre outras. A deterioração de um plástico é consequência dos efeitos combinados da luz solar, da chuva, dos micro-organismos, de gases poluentes, da temperatura e de muitos outros fatores. Depende da aplicação que lhe seja dada. No caso das peças exteriores do automóvel, por exemplo, os para-choques e os frisos, os fatores mais importantes são a luz solar, a temperatura e a chuva. A radiação solar inclui os raios ultravioleta (UV), a radiação visível e a radiação infravermelha. A radiação ultravioleta é a mais prejudicial, visto que os plásticos contêm moléculas capazes de absorver estas radiações que têm uma energia superior à necessária para quebrar as referidas moléculas, dando lugar ao processo de degradação. A temperatura é outro fator importante na degradação dos plásticos. De modo geral, a velocidade das reações químicas aumenta com a temperatura, e o caso dos plásticos não é uma exceção. Aproximadamente, por cada 10 graus
de aumento na temperatura, a velocidade de reação duplica. Portanto, é óbvio que o processo de degradação dos plásticos acelerará quando a temperatura aumenta. Nos plásticos, dada a baixa condutividade térmica que apresentam, a temperatura da superfície de um plástico exposto ao sol pode exceder em muito a temperatura ambiente. O efeito da temperatura aumenta no caso de materiais utilizados no interior do automóvel, por exemplo, no tablier, cuja superfície numa tarde de agosto pode alcançar temperaturas próximas dos 100 ºC. A chuva é o terceiro parâmetro indicado como mais importante, mas o que é verdadeiramente interessante são os períodos durante os quais a superfície da peça está molhada, ou seja, os períodos de orvalho, os períodos de chuva e os períodos de humidade posteriores à chuva. A água pode contribuir para a “lavagem” superficial de certos componentes dos plásticos, permitindo ou acelerando a degradação do material. Constatamos então, que por exemplo, o plástico utilizado para fabricar um para-choques
deve suportar a radiação solar e a chuva. No entanto, o plástico utilizado para um tablier deve suportar maiores temperaturas e não é necessário que resista à chuva. O plástico utilizado para fabricar a carcaça de um televisor raramente deverá suportar a radiação solar, altas temperaturas ou chuva. A diferença entre o comportamento de uns plásticos e outros está nos aditivos que são adicionados no momento da sua formulação. Estes aditivos são caros e, por isso, a sua utilização deve ser devidamente justificada pela aplicação que vai ser dada ao objeto fabricado. Os aditivos podem ser absorvedores de ultravioletas ou bloqueadores de reações de decomposição. Mas também existem outros elementos utilizados habitualmente na elaboração de peças de plástico que devem ser tidos em conta para que não afetem negativamente o comportamento do material, como podem ser os lubrificantes utilizados para facilitar o processo de fabrico e os plastificantes, que deverão ser escolhidos adequadamente. A aplicação de revestimentos decorativos também é um modo de proteger os materiais.
JANEIRO 2017 TURBO OFICINA
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REPARAÇÃO
COMPONENTES DE PLÁSTICO
Amostras do ensaio de envelhecimento
Além de permitirem uma melhoria estética, estes revestimentos evitam que o material fique exposto diretamente à luz solar ou à chuva. As peças de plástico para componentes exteriores, certificadas pelo CENTRO ZARAGOZA, são submetidas a um ensaio de envelhecimento acelerado para garantir a sua durabilidade. O material é exposto a uma radiação de luz similar à radiação solar, mas várias vezes mais intensa, e a ciclos de chuva, de modo que o processo de envelhecimento acelere entre oito e dez vezes. Após o teste, o material não deve apresentar variação visível de cor nem alteração da sua superfície. Tudo o que foi exposto contribui para garantir a qualidade das peças certificadas, assegurando que os materiais utilizados não sofrerão uma degradação prematura e desempenharão a sua função de modo totalmente satisfatório. /
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TURBO OFICINA JANEIRO 2017
REPARAÇÃO
SOLDADURA DE PLÁSTICO
SOLDADURA DE PLÁSTICOS COM GÁS QUENTE As propriedades dos plásticos são resultado da sua estrutura química e física; quando se podem alterar por meio de calor estamos perante plásticos termoplásticos, que se podem soldar TEXTO FEDERICO CARRERA SALVADOR
A
soldadura de plásticos é um processo de união de materiais com as mesmas caraterísticas; tem lugar através do amolecimento das zonas a unir. As moléculas do plástico, por agitação térmica, adquirem uma certa mobilidade (fusão) por ação de jato de ar quente, alta frequência, fricção, ultrassons, etc. Ao juntar-se os materiais e ao ser aplicada pressão consegue-se que as moléculas de ambas as partes a unir se entrelacem. Uma vez terminada a ação, diminui o movimento das moléculas e fica constituída a sua estrutura definitiva, formando-se a união por soldadura. Devido à grande quantidade de plásticos que os veículos integram atualmente, a soldadura é uma operação muito habitual nas oficinas de reparação. NITROGÉNIO A soldadura de nitrogénio é um processo de união de materiais termoplásticos por fusão que começou a ser utilizado em meados do século passado. Emprega uma corrente de gás nitrogénio que, ao atravessar uma resistência, aquece para fundir o substrato termoplástico, e uma vareta de adição de plástico com as mesmas caraterísticas. A pressão exercida durante o processo sobre a vareta, a velocidade de avanço e a posição do maçarico de soldadura garantem a realização de uma soldadura de grande qualidade. O nitrogénio é o gás mais utilizado devido ao seu custo reduzido e às suas caraterísticas muito boas, como o seu ponto de fusão de -210 ºC. Também se podem utilizar outros gases, como árgon, hélio e dióxido de carbono.
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TURBO OFICINA JANEIRO 2017
Os gases utilizados neste tipo de soldadura são denominados inertes e garantem uma boa proteção. Ao serem mais densos que o ar, proporcionam boa cobertura, facilitando a soldadura para diferentes espessuras, com uma grande penetração e baixa transmissão de calor. Por estes motivos, são idóneos para soldar peças com uma espessura reduzida. Durante a soldadura, a zona de fusão encontra-se isolada da atmosfera circundante mediante a redoma que o gás cria, cuja principal missão é evitar o contacto com o oxigénio do ar, pelo que se evita: A oxidação sobre a soldadura. A emissão de fumos tóxicos. O stress térmico (sensação de mal-estar que se tem quando a permanência num determinado ambiente exige esforços excessivos aos mecanismos de que o organismo dispõe para manter a temperatura interna). A porosidade na soldadura. Uma má fusão dos materiais do substrato com a adição. A decomposição dos materiais por excesso de temperatura.
O NITROGÉNIO É O GÁS MAIS UTILIZADO DEVIDO AO SEU CUSTO REDUZIDO E ÀS SUAS BOAS CARATERÍSTICAS
1 Tocha 2 Bocal de soldadura 3 Pressão de soldadura
1 3
sobre a haste 4 Direção da soldadura
4 2
3 2
4
5
7 8
6
9
1
1 Carro 2 Seletor de temperatura 3 Display indicador de temperatura
4 Seletores de bomba de ar e nitrogénio
5 Seletor de soldadura de grampos 6 Unidade de corrente 7 Maçarico de soldadura 8 Tocha para soldar grampos 9 Botija de gás
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REPARAÇÃO
SOLDADURA DE PLÁSTICO
2 1
3 Nos últimos anos, foram lançados no mercado diferentes equipamentos de soldadura com nitrogénio. Um dos fabricantes é a Martech Car, que comercializa o Nitroplast
Equipamento Single Gas Plastic Welder, da MWM 1 Gerador de nitrogénio 2 Unidade de corrente 3 Carro 4 Seletor de soldadura com nitrogénio 5 Seletor de soldadura com grampos 6 Tocha de soldadura com grampos 7 Lixadeira
O PROCESSO DE SOLDADURA COM NITROGÉNIO NÃO DIFERE DO REALIZADO COM AR QUENTE EQUIPAMENTOS Nos últimos quatro anos foram aparecendo no mercado diferentes equipamentos de soldadura com nitrogénio. Por um lado, aqueles que requerem a ligação de uma garrafa com o gás e, por outro, aqueles que geram diretamente o nitrogénio (na realidade, são estações completas de reparação de plásticos). Os equipamentos que necessitam de garrafa de gás são constituídos por um transformador que gere a corrente, um maçarico de soldadura, uma tocha para soldar grampos com vários níveis de potência, um manómetro e uma bomba de ar com diafragma que gera 27 l/min. Apresentam três possibilidades de trabalho: podem funcionar com o ar que a bomba gera,
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TURBO OFICINA JANEIRO 2017
com ar limpo da rede de ar comprimido ou com nitrogénio. No display aparece a temperatura real de trabalho e permite uma regulação desde 160 a 480 ºC, em função das necessidades. Os equipamentos que produzem diretamente o nitrogénio são constituídos por uma unidade de corrente, um gerador de nitrogénio com capacidade de 20-40 l/min, um maçarico de soldadura, uma tocha para soldar grampos e, opcionalmente, uma fresadora para os trabalhos de preparação e acabamento dos substratos. O gerador de nitrogénio produz o gás a partir do ar comprimido limpo, através de um filtro molecular de carvão que, sob pressão, retém as moléculas de oxigénio e outros gases, dei-
xando passar apenas o gás rico em nitrogénio. Esta tecnologia de separação denomina-se como absorção por troca de pressão (PSA). O nitrogénio encontra-se no ar numa proporção de 78%. O gerador, através desta tecnologia, separa-o com uma pureza até 99,999%. Com este sistema evita-se a desvantagem operacional de depender de uma garrafa de armazenamento. O custo de produção oscila entre 0,03 e 0,10 euros/m3 e não é necessária energia elétrica. Não tem partes móveis e é muito silencioso. PROCESSO DE SOLDADURA O processo de soldadura com nitrogénio não difere do processo com ar quente normal. Começa
5
4 8
6
7
com a preparação das superfícies, que consiste na limpeza e no desengorduramento de toda a zona. Caso existam deformações terão que ser corrigidas através de calor e pressão até se conseguir uma zona perfeitamente plana. Caso se trate de fissuras é recomendável soldar grampos pela parte interna, se possível, e se não for, pela parte externa, para manter a união perfeita. Seguidamente, deve-se eliminar a tinta da zona de soldadura e realizar-se uma chanfradura ao longo da fissura. Depois disso, com o equipamento de soldadura preparado, procede-se à soldadura com a vareta de adição adequada, mantendo constante a velocidade, a pressão, a distância e o movimento em forma de pêndulo do maçarico e o ângulo da vareta (90º). Pela parte interna solda-se outro cordão ao longo de toda a fissura e um ou dois transversais para reforçar a reparação. Em zonas com falta de material procede-se de igual forma: apenas se coloca um
suporte metálico que ser ve de apoio ao material fundido, realizando vários cordões até se conseguir o preenchimento total do dano. O acabamento final consiste no lixamento do excesso de material de adição, deixando a peça pronta para a sua pintura. Durante os trabalhos de soldadura com estes equipamentos, embora se reduzam as emissões de fumos, é recomendável trabalhar em espaços bem ventilados e utilizar máscaras adequadas, luvas de proteção e óculos de segurança. Após se experimentarem na CESVIMAP vários equipamentos de soldadura com nitrogénio sobre múltiplas peças de plásticos diferentes, chegou-se à conclusão que estes equipamentos inovadores são idóneos para abordar os trabalhos de soldadura sobre plásticos termoplásticos, permitindo soldaduras de grande qualidade. /
PARA SABER MAIS Área de Carroçaria carroceria@cesvimap.com Reparação de carroçarias de automóveis CESVIMAP, 2009. www.apasol.net www.martechcar.com www.mwmautomotive.com www.revistacesvimap.com @revistacesvimap
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REPARAÇÃO
MANUTENÇÃO
Citroen C4 Cactus 1.6 BlueHDi 100 Feel 5p S/S Caraterísticas do Veículo Potência (cv)
100
Cilindrada (cc)
1560
EuroNCap 82/79/80
CO2 90
CITROËN C4 CACTUS Com imagem revolucionária, o Citroën C4 Cactus tem conquistado uma clientela pouco tradicional, que gosta de coisas diferentes. Para a fórmula contribui o agradável custo de manutenção de 4,36 euros por cada 100 km TEXTO JOSÉ MACÁRIO
C
om um estilo retro, o Citroën C4 Cactus tem marcado uma presença assídua num dos segmentos mais efervescentes, o dos pequenos crossovers. Com um posicionamento inicial enquadrado com o segmento low-cost, o sucesso do modelo que estreou o inovador sistema air bump alterou este paradigma. Apesar desta alteração de posicionamento comercial, o crossover francês não obriga a dispêndios demasiado elevados na manutenção. Analisando a variante 1.6 BlueHDi de 100 cv, no nível de equipamento intermédio, o Feel, cumprir o plano de manutenção que a Citroën preconiza para o período de 48 meses ou 120 mil quilómetros custa 4018,98 euros, ou seja, 4,36 euros a cada 100 km percorridos. Do total, a parcela maior cabe aos elementos de desgaste, com 1423,34 euros. O sistema de travagem é o que obriga a maior dispêndio, consumindo 1099,04 euros do valor previsto para esta secção. As quatro trocas de pastilhas dianteiras obrigam a despender 374,71 euros, sendo que para as pastilhas traseiras, trocadas em duas ocasiões, está previsto o gasto de 192,93 euros. Quanto a discos, os dianteiros levam 169,13 euros do orçamento na única troca necessária, cabendo aos traseiros um total de 327,54 euros, também numa única troca prevista no plano de manutenção. Não esquecer ainda, neste capítulo, os 34,73 euros para as duas trocas do líquido dos travões. Ainda no que respeita a elementos de desgaste, a Citroën
58
TURBO OFICINA JANEIRO 2017
preconiza quatro trocas nas escovas limpa-para-brisas dianteiras (€197,06) e duas nas traseiras (€27,25), bem como uma carga do gás do ar condicionado (€100). Aos dez pneus 205/55 R16H que o crossover francês consumirá durante o período em análise cabe a fatia de leão do que respeita aos custos previstos com a manutenção deste componente: 1163,89 dos 1310,49 euros totais a serem gastos com o “calçado” do Cactus. O restante divide-se pelo alinhamento da direção (€45), equilíbrio das rodas (€76,60) e válvulas (€25). Com 840,40 euros, as revisões são a terceira parcela mais cara deste plano de manutenção. As quatro trocas do óleo semissintético consomem 191,82 euros do orçamentado para esta secção, contabilizando-se o valor/litro do mesmo em 12,62 euros. O custo das trocas dos vários filtros leva mais 311,70 euros do total, divididos entre 129,60 euros para as trocas do filtro de pólen, 74,38 euros para o filtro de combustível, 56,44 euros para a troca do filtro do óleo e 51,28 euros para o filtro do ar. A mão de obra completa o leque de despesas desta secção. Com base no valor médio nacional de 34,73€/hora e nas 9,7 horas necessárias, esta parcela ascende a 336,88 euros. Para terminar, resta acrescentar à soma 417,74 euros de inflação e ainda 27 euros para a Inspeção Periódica Obrigatória. A todos os valores apresentados acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou do e-mail luis.ribeirinho@4fleet.pt. /
Tração / Transmissão
Dianteira / Manual
Caixa de Velocidades
5 velocidades
Carroçaria
Berlina (5 portas)
Valor
Revisões
840,40 €
n.º Substit.
Mão de Obra
336,88 €
Óleo
191,82 €
[9,70]
Capacidade do cárter (litros)
3,8
Tipo de óleo
Semi Sintético
Filtro de Óleo
56,44 €
Filtro de Ar
51,28 €
[2]
Filtro de Pólen
129,60 €
[4]
Filtro de Combustível
74,38 €
[2]
Velas
- €
[0]
Desgaste
1423,34 €
[4]
[4]
Escovas Limpa Para-brisas Frente 197,06 €
[4]
Escovas Limpa Para-brisas Tras
27,25 €
[2]
Pastilhas Frente
374,71 €
[4]
Pastilhas Tras
192,93 €
[2]
Discos Frente
169,13 €
[1]
Discos Tras
327,54 €
[1]
Liquido de Travão
34,73 €
[2]
Correia Distribuição
- €
[0]
Embraiagem
- €
[0]
Carga Ar Condicionado
100,00 €
[1]
Escape
- €
[0]
Bateria
- €
[0]
Amortecedor Frente
- €
[0]
Amortecedor Tras
- €
[0]
Bomba Agua
- €
[0]
Filtro Particulas
- €
[0]
Tarefas Extra
- €
Avarias
- €
Elétricas
- €
Total
- €
Pneus
1310,49 €
Pneus Frente
205/55 R16H
Pneus Trás
205/55 R16H
Pneus
1163,89 €
Alinhamento de Direção
45,00 €
[3]
Equilibragem
76,60 €
[10] [10]
Válvula
25,00 €
Outros
444,74 €
IPO
27,00 €
Inflação
417,74 €
Ajustes
- €
[10]
Custos de Manutenção Total
4018,98 €
/100 kms
4,36 €
Consumo misto
3,40
IUC
141,47 €
l / 100 kms
* Valores sem IVA
REPARAÇÃO
TÉCNICA
INTERVENÇÕES NOS AIRBAGS Em parceria com a Revista Técnica Automóvel, explicamos as principais regras de segurança que deverão ser adotadas quando é necessário proceder a uma intervenção no sistema de airbags do Ford Mondeo 2.0 Di
C
uidados a ter: Para evitar um disparo acidental, a alimentação elétrica de emergência do módulo de comando do airbag deve ser eliminada. Esperar, pelo menos, um minuto depois de desligar a bateria para começar qualquer reparação ou comprovação sobre o sistema. Para minimizar o risco de disparo acidental, não utilizar as salvaguardas do código do rádio ou qualquer outra fonte de 12V exterior durante as reparações. Para minimizar os riscos de ferimentos em caso de disparo acidental, transportar os módulos do airbag com tensão com o saco e a carcaça orientados para cima e na distância do corpo. Nunca testar com um multímetro os conectores dos módulos do airbag ou outro dispositivo de retenção suplementar. O facto de pintar a carcaça do módulo do airbag ou o tabliê pode provocar a deterioração da carcaça e dos airbags. Não tentar em caso algum pintar as carcaças dos módulos do airbag ou os tabliês descoloridos ou danificados. Montar peças novas.
60
TURBO OFICINA JANEIRO 2017
Para minimizar o risco de disparo acidental, os módulos de airbag sob tensão devem ser colocados num banco de trabalho unido a massa e com a guarnição dirigida para cima. Em caso de montagem de um airbag de acompanhante novo, utilizar as porcas e parafusos novos fornecidos no kit de reparação. Girar o módulo de airbag do condutor somente o tempo necessário para desmontar a placa de contacto do comutador de buzina. Manipular o módulo com a maior precaução e assegurar-se que, se, por qualquer razão, este procedimento for interrompido, o módulo do airbag do condutor fique outra vez no seu lugar, com a guarnição para cima. Não respeitar estas regras pode causar ferimentos. Nota: o calculador do airbag está situado abaixo da consola do piso, na parte traseira da alavanca do travão de mão. A substituição de um módulo de airbag lateral exige a desmontagem do banco correspondente e o desguarnecido do encosto. O sensor do impacto situa-se atrás da calandra, sob a fechadura do capô do motor. Para comandar os airbags laterais, o calculador utiliza dois sensores situados nas bases dos montantes
centrais. A substituição de um sensor implica a desmontagem das guarnições correspondentes. Os pré-tensores do cinto dianteiro estão integrados na fivela do cinto. DESMONTAGEM E MONTAGEM DO MÓDULO DE AIRBAG FRONTAL DO CONDUTOR Desligar o cabo de massa da bateria. Girar o volante de direção para aceder aos dois parafusos de fixação do módulo do airbag. Separar o módulo de airbag do condutor do volante. Desligar o conetor do comutador de buzina. Desligar os conetores do módulo de airbag do condutor. Em caso de substituição do airbag do condutor, desmontar o comutador de buzina do módulo existente. Para a montagem, efetuar por ordem inversa de desmontagem. Inicializar os motores do elevador de vidros. DESMONTAGEM E MONTAGEM DO CONTACTOR GIRATÓRIO Desmontar o painel inferior do tablier e a carcaça de plástico.
ANUÁRIO TÉCNICO DO AUTOMÓVEL
Desmontar o airbag do condutor e o volante de direção. Separar o comutador de comando do rádio da blindagem protetora da coluna de direção, libertando a lingueta de bloqueio com uma chave de fendas fina. Desligar o conector do comutador e desmontá-lo. Separar as duas semi-carcaças da coluna, libertando os dois clipes com uma chave de fendas fina (um em cada lado). Desmontar as blindagens protetoras inferior e superiores da coluna de direção. Separar os comandos de luzes do contactor giratório, afastando as linguetas (1). Marcar a posição da cablagem e separar a placa isolante da coluna de direção. Desligar o conector do contactor giratório (2). Desmontar o contactor giratório, libertando as linguetas (3). PARA A MONTAGEM, EFETUAR POR ORDEM INVERSA DE DESMONTAGEM Comprovar a centragem do contactor giratório: - girar a mola espiral no sentido anti-horário até que se note uma resistência (aproximadamente duas voltas e meia desde a posição central). - girar a mola espiral no sentido horário até que a f lecha do rotor da mola espiral esteja alinhada na posição “12 horas” com a secção em “V” que sobressai da carcaça exterior da mola (aproximadamente duas voltas e meia). Inicializar os motores do elevador de vidros. DESMONTAGEM E MONTAGEM DO MÓDULO DE AIRBAG FRONTAL DO PASSAGEIRO Desligar o cabo de massa da bateria. Abrir o porta-luvas. Empurrar a parte superior do amortecedor para afastá-lo do porta-luvas. Apoiar nos lados do porta-luvas para separar os topes do porta-luvas. Abrir completamente o porta-luvas. Desmontar o porta-luvas. Desmontar o encravamento do porta-luvas no tabliê. Desmontar o suporte do airbag do acompanhante. Desligar os conectores do módulo de airbag de acompanhante.
Situação dos conetores do airbag e da buzina 1. Conetor preto de primeira fase 2. Conetor de segunda fase castanho 3. Conetor da buzina Desmontagem do airbag do passageiro 1. Parafuso de fixação 2. Conetor preto de primeira fase 3. Conetor castanho de segunda fase Desmontagem do contactor giratório
Separar o módulo de airbag do acompanhante da travessa da carroçaria. Desmontar o módulo de airbag do acompanhante, retirando os quatro parafusos de fixação. Atenção: teoricamente, os parafusos de fixação do módulo de airbag do acompanhante só podem ser utilizados três vezes. Por segurança, montar parafusos novos. Para a montagem, efetuar por ordem inversa da desmontagem. Inicializar os motores do elevador de vidros. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE AIRBAG PROCEDIMENTO DE DIAGNOSTICO O procedimento de diagnóstico consiste em interrogar a memória do calculador de airbag. Se o indicador amarelo no painel de instrumentos piscar cinco vezes, ficando iluminado a seguir, isso indica que o sistema tem uma avaria. Um segundo indicador na consola central fica iluminado permanentemente quando o airbag do passageiro está desativado, se não há ninguém no banco correspondente. CONTROLO DE INDICADOR DE ANOMALIA Importante: não efetuar medições com tester nos conectores dos módulos de airbag nem em nenhum elemento do sistema de
EX CLU
SIV O
airbag. Isto poderia provocar um disparo acidental das almofadas. Dar o contacto e comprovar o estado do indicador: - o indicador ilumina-se e apaga-se em alguns segundos: não há avarias. - o indicador não se ilumina: a alimentação do calculador do airbag ou o indicador de anomalia estão defeituosos. Comprovar os fusíveis F69, F75, F78, F79 (fusíveis de 7,5 A). Se estiverem bem, comprovar a lâmpada do indicador (o que implica a desmontagem do painel de instrumentos). Se a lâmpada estiver correta, o problema provém do circuito elétrico ou do próprio calculador. - o indicador emite cinco piscadelas e a seguir fica iluminado: efetuar a leitura da memória de avarias com um aparelho especializado ou então com outro de tipo universal que estabeleça a comunicação adequada com o calculador do airbag. O conector de diagnóstico EOBD encontra-se no interior do veículo, à esquerda dos pedais, debaixo de uma tampa integrada no revestimento inferior da coluna de direção (ver figura). Para limpar a memória de avarias é necessário recorrer a um aparelho especializado. PRINCIPAIS CODIGOS DE AVARIA DO SISTEMA DE AIRBAGS B1864 Alimentação do calculador B1865 Alimentação do calculador, circuito aberto B1866 Alimentação do calculador, curto -circuito a positivo B1867 Alimentação do calculador, curto -circuito à massa B1868 Indicador de avaria do airbag B1869 Indicador de avaria do airbag, circuito aberto B1870 Indicador de avaria do airbag, curto- -circuito a positivo B1876 Pré-tensor do condutor B1877 Pré-tensor do condutor, circuito aberto B1878 Pré-tensor do condutor, curto-circuito a positivo B1879 Pré-tensor do condutor, curto-circuito à massa B1880 Pré-tensor do passageiro B1881 Pré-tensor do passageiro, circuito aberto B1882 Pré-tensor do passageiro, curto- -circuito a positivo
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REPARAÇÃO
TÉCNICA
B1883 Pré-tensor do passageiro, curto- -circuito à massa B1884 Indicador de avaria airbag inoperativo B1885 Pré-tensor do condutor, resistência baixa B1886 Pré-tensor do passageiro, resistência baixa B1887 Airbag do condutor, resistência baixa B1888 Airbag do passageiro, resistência baixa B1890 Indicador de avaria do airbag, curto-circuito a positivo B1900 Airbag lateral do condutor B1901 Retorno detetor de impacto airbag 1, curto-circuito à massa B1902 Massa detetor de impacto do airbag 1 B1903 Massa detetor de impacto do airbag 1, curto-circuito a positivo B1904 Retorno detetor de impacto airbag 2 B1905 Retorno detetor de impacto airbag 2, curto-circuito a positivo B1906 Retorno detetor de impacto airbag 2, curto-circuito à massa B1907 Massa detetor de impacto do airbag 2 B1908 Massa detetor de impacto do airbag 1, curto-circuito a positivo B1909 Massa detetor de impacto do airbag 1, curto-circuito à massa B1910 Massa de referência de diagnóstico do airbag B1911 Massa de referência de diagnóstico do airbag, curto-circuito a positivo B1912 Massa de referência de diagnóstico do airbag, curto-circuito à massa B1913 Airbag do condutor/passageiro, curto- -circuito à massa B1914 Detetores de impacto dos airbags 1 e 2, curto-circuito à massa B1915 Airbag do condutor B1916 Airbag do condutor, curto-circuito a positivo B1917 Limpeza da memória do airbag B1918 Limpeza da memória do airbag, circuito aberto B1919 Limpeza da memória do airbag, circuito aberto a positivo B1920 Airbag do passageiro B1921 Massa de referência de diagnóstico do airbag do condutor, circuito aberto B1923 Limpeza da memória do airbag, curto-circuito à massa B1925 Airbag do passageiro, curto-circuito a positivo B1926 Interruptor de ocupação do banco do passageiro B1927 Airbag lateral do passageiro B1931 Retorno detetor de impacto do airbag 1 B1932 Airbag do condutor, circuito aberto B1933 Airbag do passageiro, circuito aberto B1934 Circuito de disparo do airbag do condutor, resistência baixa B1935 Circuito de disparo do airbag do passageiro, resistência baixa B1936 Airbag do condutor, curto-circuito à massa B1938 Airbag do passageiro, curto-circuito à massa
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NOTÍCIAS
PNEUS
CONTINENTAL
CROSSCONTACT ATR COMPLETA PORTEFÓLIO
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Continental completa o portefólio de pneus para os entusiastas do todo-o-terreno com o lançamento do CrossContact ATR, um pneu que a marca diz ser ideal para a condução em estrada e fora dela. As primeiras dimensões já estão disponíveis no mercado português. Os responsáveis pelo desenvolvimento deste pneu optaram por uma combinação de propriedades que acreditam proporcionar uma condução segura em diferentes terrenos. Para tal concorrem o composto avançado de sílica, pela aderência que oferece, mesmo em piso molhado, e as lamelas angulares nos blocos do piso, que prometem assegurar uma dispersão rápida da água em pisos molhados. Uma barreira sonora – na forma de pequenas barras entre os blocos no ombro do pneu – reduz o ruído, e os “dentes de aderência” especiais colocados entre os sulcos, bem como com um design de piso com um grande número de lamelas, permitem tração adicional e aderência em superfícies irregulares. Os grandes blocos do piso e o composto de borracha robusto oferecem resistência a golpes e ruturas e as pedras são ejetadas rapidamente dos sulcos. Assim, a Continental promete para o CrossContact ATR uma elevada quilometragem, mesmo quando é usado regularmente fora da estrada. Este pneu estará inicialmente disponível em 21 dimensões para jantes de 15 a 20 polegadas e com largura de piso entre 205 a 275 mm. A gama deverá aumentar em 2017. O CrossContact ATR está aprovado para velocidades até 240 km/h e é adequado para uma grande variedade de SUVs e modelos 4×4. /
DUNLOP FORNECE CAMPEONATO OPEL ASTRA A Dunlop foi eleita fornecedora oficial de pneus do Campeonato Opel Astra 2017, que fará parte do Campeonato Alemão de Resistência VLN e do RCN Rundstrecken-Challenge. O Campeonato Opel Astra contará ainda com uma categoria nas 24 Horas ADAC de Nürburgring e as equipas que participarão
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nas provas utilizarão exclusivamente pneus de competição Dunlop. “Estamos muito entusiasmados por poder trabalhar juntos no futuro”, declara Alexander Kühn, Diretor de Equipamento Original Dunlop Motorsport para Europa, Médio Oriente e África. A nova parceria entre a Dunlop e o Campeonato Opel Astra começará oficialmente a 25 de março de 2017, com a primeira corrida da próxima temporada do VLN, e atingirá o seu ponto alto com as 24 Horas de Nürburgring, no final de maio de 2017.
VIPAL NOMEIA DIRETOR PARA A EUROPA A Vipal, empresa brasileira especializada na produção de produtos para recauchutagem, nomeou Frederico Schmidt para o cargo de diretor geral da sua filial europeia. A carreira de Schmidt começou há 15 anos, quando se juntou à empresa na sua sede, em Nova Prata, no Brasil. Depois foi transferido para os Estados Unidos, com o cargo de coordenador técnico para os mercados norte-americano e caribenho, ocupando, até agora, o cargo de diretor regional.
Estabelecida em 1973, a Vipal emprega três mil pessoas e tem clientes em 90 países. Esta empresa foi a primeira fabricante brasileira de produtos para reparações de pneus e câmaras de ar. Mais tarde alargou a sua atividade ao segmento da recauchutagem de pneumáticos. Além das três fábricas no Brasil – duas em Nova Prata e uma em Feira de Santana –, a empresa conta com centros de distribuição na Alemanha, Inglaterra, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos, México, Argentina, Austrália, Chile e Colômbia.
BRIDGESTONE
PREÇOS SOBEM EM TODA A GAMA
A
Bridgestone Europe anunciou a o aumento dos preços dos seus pneus para veículos Ligeiros, Comerciais, 4×4 e Motos em cerca de 3%. De acordo com a marca, estes aumentos refletem o crescente investimento nos colaboradores, tecnologia e novos produtos para todas as gamas e marcas do Grupo Bridgestone. Entre estes podem ser incluídos o novo Bridgestone DriveGuard, o Turanza T001 Evo e o Dueler A/T001. Na Firestone, incluem-se o Roadhawk e o Vanhawk 2. Os novos preços para os pneus para ligeiros, comerciais, 4×4 e motos subiram a 1 de janeiro, sendo que as revisões são não-lineares e variam consoante as diferentes gamas. Apesar da subida de preços generalizada, a Bridgestone afirma que pretende manter um bom nível de competitividade no segmento premium. Laurent Dartoux, Senior Vice President, Sales and Marketing na Bridgestone, comenta: “Ao longo dos últimos anos, os distribuidores dos nossos pneus fizeram um excelente trabalho a explicar ao consumidor final porque é que as marcas Bridgestone são a melhor opção. Queremos continuar a desenvolver a marca Bridgestone e o poder dos nossos produtos, mantendo-nos competitivos nos mercados onde atuamos.”
GOODYEAR
ALTERAÇÃO NA COMUNICAÇÃ O DA MICHELIN Juan José Pedrayes passou a ser, a 1 de janeiro, o responsável da Comunicação Comercial da Michelin para Espanha e Portugal, assumindo a relação com os meios, os eventos, a publicidade, a imagem de marca e as relações externas de marketing. A Direção de Comunicação da Michelin Espanha Portugal organiza-se em três filiais: Comunicação Interna, Comunicação Corporativa e Comunicação Comercial, à frente das quais continua Félix Sanchidrián.
EAGLE-360 ENTRE AS INVENÇÕES DO ANO
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odos os anos, a Revista Time elege as melhores invenções que contribuíram para “tornar o mundo melhor, mais inteligente e, em alguns casos, mais divertido”. A lista de 2016 inclui 25 invenções e, entre elas, consta o protótipo de pneu da Goodyear Eagle-360. “Através da contínua redução da intervenção do condutor na condução do veículo, os pneus desempenharão um papel cada vez mais importante como ligação primária do veículo à estrada”, afirma o CTO da Goodyear, Joe Zekoski, que acrescenta ainda: “Este concept desempenha uma dupla função nesse futuro, tanto enquanto plataforma criativa para quebrar as barreiras do pensamento convencional, como enquanto forma de testar tecnologias de próxima geração.” Recorde-se que o Goodyear Eagle-360 é um protótipo de pneu de forma esférica que pretende permitir que os veículos autónomos possuam o máximo de manobrabilidade, conetividade e capacidades biomiméticas, por forma a aumentar a segurança.
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OPINIÃO
JURÍDICO
ALTERAÇÕES ÀS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS VEÍCULOS
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e há uns anos se tornou pratica corrente em alguns automobilistas a aplicação de películas escurecedoras nos vidros, hoje em dia, é cada vez maior o número de automobilistas que, seja por questões estéticas, seja pela maior eficiência, optam por instalar lâmpadas LED nos seus automóveis.
Tal como acontecia com as películas escurecedoras, também a instalação de luzes LED está sujeita a determinados formalismos que, não sendo cumpridos podem levar à aplicação de coimas, seja para o automobilista, seja para o instalador. São cada vez mais frequentes as acções de fiscalização tendentes precisamente a verificar as alterações introduzidas nas características dos veículos a pedido do seu utilizador. Estabelece o n.º 4 do Artigo 114.º do Código da Estrada que para que “O fabricante ou vendedor que coloque no mercado veículos, sistemas, componentes ou acessórios sem a aprovação a que se refere o número anterior ou infringindo as normas que disciplinam o seu fabrico e comercialização é sancionado com coima de € 600 a € 3000 se for pessoa singular ou de € 1200 a € 6000 se for pessoa coletiva e com perda dos objetos, os quais devem ser apreendidos no momento da verificação da infração.” Estabelece o n.º 6 do mesmo artigo que quem
MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
transitar em veículos dotados de sistemas, componentes ou acessórios devidamente aprovados é “sancionado com coima de € 250 a € 1250, sendo ainda apreendido o veículo até que este seja aprovado em inspeção extraordinária”. Em resumo, para que determinado componente ou acessório possa ser montado num veículo tem de ser objecto de uma aprovação/homologação prévia que certifique que os mesmos não representam qualquer risco acrescido. Isto aplica-se às luzes LED, como às películas escurecedoras, ailerons, espelhos, buzina e outros. Aplicando num automóvel um componente ou um acessório que não tenha sido devidamente aprovado ou homologado nos termos legais o dono do veículo arrisca-se a uma coima que pode variar entre os 250 e os 600 euros, ao passo que o importador ou o vendedor desse componente fica sujeito a uma coima que varia entre os 600 e os 3000 euros se for pessoa singular e entre os 1200 e os 3000 euros se se tratar de pessoa colectiva.
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.
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