#59
ABRIL
2017
PUBLICIDADE
profissional
NOVAS OPORTUNIDADES PEÇAS RECONSTRUÍDAS UMA ALTERNATIVA ECOLÓGICA E COM QUALIDADE
MOTORTEC AUTOMECHANIKA MADRID Pronúncio de recuperação do setor PUBLICIDADE
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO “Concentração vai fortalecer o aftermarket”, defende Joaquim Candeias
FILOURÉM Inovação e tradição unidas em empresa de excelência
SUMÁRIO
#59
ABRIL2017 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES PRO4MATIC SELO DE CAPA BERNER RODAPÉ DE CAPA HUTCHINSON VC JAPANPARTS PÁG.5, PETRONAS PÁG.7 VALEO PÁG.9, TRW PÁG.11 GARRET PÁG.13, LUCAS PÁG.17 METELLI PÁG.19, GLAUSURIT PÁG.21 WOLF OILS PÁG.25, ZF PÁG.27 ELSTOCK PÁG.35 SPARKES & SPARKES PÁG.39 MOTOR PORTUGAL PÁG.43 AZ AUTO PÁG.45 BORG AUTOMOTIVE PÁG.47 AUTOPROMOTEC PÁG.49 EXPOMECÂNICA PÁG.51 JAPOPEÇAS PÁG.53, CARF PÁG.59 CENTRO ZARAGOZA PÁG.63 CESVIMAP VCC BOSCH CC MARCAS NESTA EDIÇÃO ADAC 65, AISIN 9, ALERCARPEÇAS 8, ALFA ROMEO 55, ALL4CAR 24, ALPINE 50, ALTA RODA 22, AMARAL & DELGADO 10, ASTON MARTIN 64, AUDI 48, AUTOMOTIVEGLASSEUROPE 8, AUTOZITÂNIA 12, 43, BARIN 10, BMW 24, 48, BOSCH 20, 44, B-PARTS. COM 43, BOSMA 34, BRAIN ESPANHA 22, BREMBO 20, 50, BREMSI 33, BRIDGESTONE 64, BUGAPARTS 43, BUTLER 22, CITROËN 52, CHAMPION 48, COMETIL 22, COMLINE 23, DELCO REMY 44, DELPHI 20, 44, DENSO 44, DESTER 20, DUNLOP 65, ESCAPE FORTE 20, ETECNO1 48, EUROTYRE 23 EXPRESSGLASS 8, FAG 18, FEBI 12, 33, FEDERAL-MOGUL 12, FEDIMA 23, FIAT 24, FIBA FILTER 34, FILOURÉM 33 FIRESTONE 64, FMF FERRAMENTAS 8 FORD 18, GLASURIT 10, GT MOTIVE 20, GOODYEAR 65, GROUPAUTO ADRIA 48, HARTRIDGE 20, HELLA 20, HUNTER 20 HUTCHINSON 33, HYUNDAI 20, IBEREQUIPE 10, IEPOWER 23, I.J.S. GROUP 34, INA 18, INDECO 44, INTERESCAPE 23, IRT 20, ISTOBAL 46, ITALCAR 34, IVEG 34, JAPKO 33, JAPOPEÇAS 9, KIRUS 44, KRAUTLI 39, 44, KROFTOOLS 23, LAND ROVER 46, 48, LEIRIDIESEL 39, 44, LEXUS 46 LISPARTS 44, LIZARTE 44, LOVISTIN 10 LUCAS 45, LUK 18, M32 24, MAGIC STAPLER 20, MAHLE 33, MANN+HUMMEL 20, MAURICE LECOY 34 MEMODERIVA 23, MERCEDES-BENZ 41, 48, MEYLE 33, 46, MICHELIN 64, MIKFIL 24, MILLERS OILS 8, MOTAQUIP 23, MOTORPORTUGAL 44, NIPOCAR 24 NIPO KM 24, NIPPARTS 8, NORAUTO 6, OPEL 24, 41, ORIGINAL BIRTH 33, PACCAR 20, PEQ 44, PEUGEOT 62, PORSCHE 65, PPG REFINISH 48, PPT DISTRIBUIÇÃO 24 PROEQUIP 45, PROVMEC 45, RANGE ROVER 46, RECAUCHUTAGEM NORTENHA 24, REDSERVICE 10, REMY 44, RENAULT 18, 48, 50, RPL CLIMA 24, RUVILLE 18, SCHAEFFLER 18, SKODA 48, SOUSA DOS RADIADORES 24, SPARKES & SPARKES 24, 39, 45, SPIES HECKER 46, STANADYNE 44, STC 34, STOPS AUTOGEST 26, TEAMEC 44, TELCO 34, TRW 18, 45, TOKIO FILTER 34, TOPRAN 34, TURBOCLINIC 9, 24, TURBOMOTOR 44, UFI FILTERS 50, UNIROYAL 64, WAT 44, WARM UP 22, VAICO 33, VALENTE & LOPES 24, VAN WEZEL 34, VAUXHALL 48, VENEPORTE 6, VOLKSWAGEN 48, YANMAR 44, ZAPHIRO 18, 50, ZF AFTERMARKET 18
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PERSPETIVA Joaquim Candeias, DPAI/FIGIEFA NOTÍCIAS
06 As novidades do setor ESPECIALISTA
32 Filourém DESTAQUE
36 Peças usadas,
recondicionadas e reconstruídas
RAIO-X
SALÃO Motortec Automechanika Madrid
55 Radiografia:
Alfa Romeo Stelvio
REPARAÇÃO
56 Restauro de faróis 60 Passo a passo:
Elevadores de vidros
62 Manutenção Peugeot 3008
1.6 Blue HDI
PNEUS
44 Notícias internacionais 52 Citroën Jumpy Combi
64 Notícias
54 Barómetro
66 Cedência de passagem
9 lugares
OPINIÃO
ABRIL 2017 TURBO OFICINA
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EDITORIAL
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS
UM NOVO DIA
N
os negócios como na vida, nem sempre a jornada é fácil. Seja pelas circunstâncias que não se podem controlar, seja pela falta de informação ou por um qualquer ímpeto incalculado, tomamos muitas vezes decisões que percebemos não terem sido as melhores. E embora possamos passar a noite a lutar com a almofada, a boa notícia é que um novo dia se avizinha. Pleno de oportunidades, esse novo dia está raiar sobre o aftermarket.
SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt
Depois de muitos lhe terem anunciado o fim, face a uma quebra generalizada do setor que se repercutia num evento com poucos expositores e público, a Motortec Automechanika Madrid realizou-se este ano sob o condão do estrelato. Com mais participantes e visitantes do que em 2015, destacou-se ainda pela forte presença de nomes gigantes do aftermarket mundial, que ali lançaram as suas novidades em termos de produtos e serviços. Num fervilhar de inovação, mostrou o novo pulsar de um setor que, após grandes dificuldades, se repensou e reinventou. E é bom notar que mais de duas dezenas de empresas portuguesas fizeram questão de estar presentes neste momento de viragem e que partiram para Madrid rumo a novas oportunidades. Conforme lhe damos conta numa reportagem completa sobre o salão, se há algo que ficou evidente foi a aposta inequívoca na informação e na formação como ferramentas para o sucesso. Agarrar-se a elas é munir-se dos elementos de que necessita para fazer mais e melhor. Não é, assim, por acaso que as grandes insígnias internacionais lançaram mão de programas de formação e de rede que visam dotar os clientes dos conhecimentos e das competências potenciadoras de novos negócios e de crescimento. O acesso às mais recentes tecnologias e à informação é, de resto, fundamental num contexto de mudança do setor. Aliás, segundo nos revela Joaquim Candeias, presidente da DPAI e membro da direção da associação internacional FIGIEFA – nosso entrevistado nesta edição –, esta necessidade é um dos fatores propulsores do crescimento dos grandes grupos, numa lógica de que “a união faz a força” num mercado que está a tornar-se mais horizontal e em que as fronteiras entre fabricantes, OS e IAM se estão a diluir. Muito embora esta mudança represente um desafio, é também um novo mundo de oportunidades. E porque é precisamente às novas oportunidades que dedicamos esta edição, preparámos-lhe uma reportagem especial sobre o crescente mercado de peças usadas, recondicionadas e reconstruídas, um negócio pleno de potencial que pode oferecer uma alternativa de qualidade, e ambientalmente sustentável, pela recuperação de peças que pareciam estar no fim de vida. Afinal, tudo, e todos, podem ter uma segunda oportunidade para acertar!
ANDREIA AMARAL EDITORA CHEFE
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TURBO OFICINA ABRIL 2017
COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
NOTÍCIAS
NACIONAIS
NORAUTO
ACORDO COM VENEPORTE PARA SISTEMAS DE ESCAPE A Veneporte estabeleceu um acordo com a Norauto para o fornecimento de todos os componentes do sistema de escape
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Norauto Portugal selecionou a Veneporte como seu novo fornecedor de todos os sistemas do sistema de escape, incluindo catalisadores, filtros de partículas, silenciosos e acessórios. Esta parceria tem como objetivo suprir as necessidades diárias dos
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25 centros auto, de uma Norauto Shop e das duas oficinas móveis que a Norauto opera em Portugal. Desde o início da sua atividade no nosso país, em 1996, que a Norauto assegura o serviço de substituição dos componentes da parte fria do sistema de escape – silenciosos e tubos – abrangendo a maior parte do parque automóvel. A empresa tem estado atenta à evolução da parte quente do sistema – catalisadores e
filtros de partículas –, percebendo a complexidade dos mesmos e procurando trabalhar com produtos homologados, que garantam a performance e possibilitar aos seus clientes o nível de qualidade expectável. “Os filtros de partículas juntamente com os catalisadores e coletores englobam a parte quente do sistema de escape do veículo, que requerem hoje em dia uma maior e mais cuidada manutenção face ao escape por profissionais especializados e
QUALIDADE RECONHECIDA A Veneporte, que já trabalha diretamente com alguns fabricantes de automóveis, ganhou este novo contrato com a Norauto Portugal graças à sua capacidade logística e reconhecida qualidade nos diversos produtos de sistema de exaustão
marcas certificadas, sendo essa a direção da Norauto”, afirma Marco Malacuto, chefe de mercado Norauto Portugal. “É objetivo da Norauto Portugal continuar a reforçar a sua posição no mercado, ao trabalhar com fabricantes sem intermediários, distribuindo diretamente ao consumidor final. A Veneporte assume-se como um parceiro importante no território nacional devido à sua proximidade dos centros Norauto, capacidade logística e reconhecida qualidade nos diversos produtos de sistema de exaustão onde se inclui o fabrico para vários OEM / OES e homologação de todos os seus produtos”, adianta Marco Malacuto. /
NOTÍCIAS
NACIONAIS
EXPRESSGLASS
PORTUGUESA NA DIREÇÃO DE ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL
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CEO da ExpressGlass, Joana Marques, foi nomeada para integrar a direção da AutomotiveGlassEurope, associação que integra algumas das maiores empresas ligadas à atividade de substituição e reparação de vidros para viaturas. A AutomotiveGlassEurope, sediada na Holanda, é uma rede que representa os interesses das empresas de substituição e reparação de vidros automóveis por toda a Europa, contando atualmente com 16 países membros. No seu conjunto, as companhias filiadas nesta network europeia são responsáveis pela gestão de 1500 lojas e 1750 unidades móveis. O objetivo da AutomotiveGlassEurope é a cooperação entre os associados, em diferentes áreas de atuação, de forma a garantir o incremento da imagem internacional de cada um deles, potenciar a dimensão internacional dos associados perante os clientes internacionais (seguradoras, gestores de frotas e frotas), desenvolver o benchmarking em várias áreas, facilitar a negociação com fornecedores e partilhar know-how. “É com grande satisfação que recebo a nomeação para membro da direção da AutomotiveGlassEurope na qualidade de representante da ExpressGlass. A cooperação com esta rede europeia é muito importante para nós uma vez que, através desta parceria, temos oportunidade de marcar presença internacionalmente e partilhar conhecimento com os restantes membros europeus”, afirma Joana Marques, que acrescenta: “Enquanto quadro da direção passo a fazer parte de todas as decisões e projetos da rede, o que por si só já é um grande desafio.” /
MILLERS OILS TEM NOVOS PRODUTOS PARA AMORTECEDORES
ALERCARPEÇAS APOSTA NA MARCA NIPPARTS
A FMF Ferramentas, importador da marca Millers Oils para Portugal, apresenta uma nova gama de produtos de amortecedores. Após a introdução dos óleos para amortecedores para veículos clássicos, a Millers Oils apresenta uma gama completa para a competição. No relançamento da gama com todos os produtos NT+, a Millers Oils inclui cinco graduações de líquido para suspensões, todos com tecnologia Nanodrive, que reduz o atrito, conseguindo preparar individualmente as caraterísticas desejadas.
A Alercarpeças reforçou o seu portefólio com a disponibilização da gama completa de peças da marca Nipparts. O stock é constituído por mais de quatro mil referências de diferentes gamas, designadamente amortecedores, suspensões, sistemas de direção, transmissões, embraiagens, distribuição e eletrónica. Segundo refere a Alercarpeças, “um dos fatores chave de sucesso da Nipparts é o desenvolvimento
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A FMF reclama que estes produtos permitem “melhorias significativas nas caraterísticas de choque e ressalto, assim contribuindo para a operação extremamente suave da suspensão”. A nova gama consiste nos Suspension 2.5NT+, Suspension 5 NT+, Suspension 7.5 NT+, Suspension 10 NT+, Suspension 15 HT+.
interno de produtos, permitindo um rigoroso controlo de qualidade, garantindo que todas as peças cumprem os requisitos do primeiro equipamento”. A Nipparts foi constituída para responder ao aumento da procura de peças de reposição para veículos de marcas japonesas. Ao longo dos anos, esta marca expandiu a sua oferta e recorreu à sua experiência para disponibilizar peças para automóveis de marcas coreanas.
JAPOPEÇAS
TURBOCLINIC
OFERTA REFORÇADA COM PASTILHAS AISIN
ALUGUER DE EQUIPAMENTOS
A
Japopeças reforçou a sua oferta com a introdução da linha de pastilhas de travão da marca Aisin. A oferta é constituída por 270 referências e 27 588 aplicações destinadas ao mercado automóvel asiático e europeu. O produto de referência da marca japonesa para sistemas de travagem é o Optamix, que resulta da mistura de mais de 30 tipos de materiais (cerâmicos, orgânicos e semimetálicos). Para assinalar a introdução da marca Aisin, a Japopeças apostou numa campanha de lançamento, que contemplou a oferta de um saco térmico na aquisição de 5 unidades. Com a introdução desta linha de produtos, a Japopeças passou a oferecer uma resposta completa em todas as gamas do fabricante nipónico. Toda a informação relevante encontra-se na plataforma TecDoc, bem como no catálogo online Japopeças. PUBLICIDADE
A
TurboClinic apresentou o TurboClinic Rent, uma opção dirigida a quem pretende iniciar e rentabilizar o seu negócio de turbos com um investimento reduzido. Segundo a empresa de Coimbra, a adesão ao TurboClinic Rent permite que os clientes tenham acesso a equipamentos líderes de mercado e de elevada qualidade e fiabilidade, garantindo ao mesmo tempo assistência técnica online e em tempo real, o que diminui os custos para o cliente. Esta opção oferece ainda a formação inicial, com o intuito de que o cliente trabalhe com os equipamentos de forma assertiva e segura, potenciando o seu negócio e retirando a máxima rentabilidade. Para já, o TurboClinic Rent permite o aluguer dos seguintes equipamentos: TC Workbench, VNT i, TCA Compact e nova VNT.
NOTÍCIAS
NACIONAIS GLASURIT
DISTRIBUIDORES PORTUGUESES EM GUADALAJARA E MADRID
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om o objetivo de reforçar as relações com os principais clientes dos dois distribuidores da marca em Portugal, a Glasurit, em conjunto com a Amaral & Delgado e a Lovistin, convidou um grupo de clientes para uma visita a Madrid e Guadalajara, localidade da central da marca Glasurit para a Península Ibérica. A visita coincidiu com a Motortec Automechanika, o que permitiu que os 20 clientes convidados visitassem o certame para conhecer as últimas novidades do setor. Além disso, o grupo visitou a Refinish Competence Center da Glasurit, em Guadalajara, tendo oportunidade para ver a última inovação da marca premium da BASF: o Primário-aparelho Cinzento Ultravioleta 151-170. Os National-Head trainers da marca fizeram uma demostração prática do produto para que os clientes pudessem observar as virtudes do produto e as vantagens que o mesmo pode dar à rentabilidade dos seus negócios. Também presentes estavam vários membros da equipa de Marketing e Rocío Maldonado, diretor Técnico para a região ibérica, que ajudou a resolver dúvidas técnicas sobre o produto. Tanto Lurdes Amaral, gerente da Amaral & Delgado, como Manuel Silva, gerente da Lovistin, estavam muito satisfeitos com o decorrer dos eventos e comentaram que, sem dúvida, este tipo de ações ajudam os clientes a ver o que há por trás da marca. /
EXTRATORES BARIN EM PORTUGAL A Iberequipe, especialista em equipamentos de diagnóstico automóvel e emissões, adicionou uma nova gama de produtos ao seu portefólio: os extratores de gases de escape da Barin. Adequados a todas as áreas de atividade em que seja necessário efetuar a extração de gases de escape, a Iberequipe declara que os sistemas de extração de gases de escape da Barin capturam 100% dos fumos de combustão no próprio tubo de escape, o que permite controlar o risco para a saúde dos
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ENCONTRO REDSERVICE EM LEIRIA
profissionais da oficina. Ao mesmo tempo, o consumo de energia será reduzido, baixando assim os custos.
A rede RedService efetuou o primeiro encontro anual de parceiros em Leiria, onde apresentou todas as atividades realizadas no âmbito do conceito até à data, assim como as ferramentas de que cada parceiro dispõe para potenciar o seu negócio. O evento serviu ainda para a apresentação da estratégia para 2017, com destaque para o cartão de fidelização RedService. O RedService é um conceito de oficinas multimarca que foi lançado em outubro do ano passado e tem como
objetivo dotar as oficinas independentes parceiras de maiores competências no ramo da reparação automóvel. Isso passa pela disponibilização do acesso privilegiado a produtos de qualidade original, a ferramentas de marketing (proporcionado a cada oficina aderente um pacote de ideias personalizadas) e a formação, permitindo a modernização das mesmas e um melhor e maior acompanhamento das sucessivas e constantes tendências do mercado automóvel.
NOTÍCIAS
NACIONAIS
FEDERAL-MOGUL
MEGACRACKS EM PORTUGAL
A
Federal-Mogul Motorparts está à procura do maior craque entre os mecânicos espanhóis e portugueses. Para isso colocou em marcha o Megacracks, um programa de fidelização que, através de uma dinâmica participativa, permitirá aos mecânicos ibéricos demonstrar não apenas os seus conhecimentos como o seu compromisso para com as várias marcas da empresa e o aproveitamento dos recursos formativos e técnicos que a Federal-Mogul coloca à sua disposição. Participar é simples: basta realizar o registo em www.mecacracks.com para dispor de um perfil online e começar a acumular pontos. Consegui-los também é fácil para o profissional, que poderá incrementar a sua conta pessoal através da realização de cursos na plataforma online de formação da Federal-Mogul Motorparts, a F-M Campus; e participando em promoções das marcas mediante a aquisição dos seus produtos. A interação com esta iniciativa nas redes sociais e a participação nas ações extra que serão levadas a cabo ao longo de toda a iniciativa permitirá às equipas somar pontos adicionais e classificar-se para a final. A oficina vencedora do concurso Megacracks e, consequentemente, o piloto oficial da próxima edição do Panda Raid 2018, decide-se numa derradeira etapa em que participarão as oficinas com mais pontos acumulados. Esta terá lugar em Coslada, Espanha, nas instalações da Federal-Mogul e submeterá os mecânicos a provas teorico-práticas e ao veredito de um júri profissional de reconhecido prestígio no setor. /
AUTOZITÂNIA COMERCIALIZA ADBLUE DA FEBI
CASA ATINGE AS 4000 ADESÕES
A Autozitânia acrescentou ao seu portefólio o líquido AdBlue da marca febi, um produto químico (dissolução de ureia) de origem sintética que permite reduzir o nível de emissões dos veículos diesel que tenham instalado um sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva), assegurando, assim, o cumprimento das normas de controlo de emissões Euro 4, Euro 5 e Euro 6.
A Lei 144/2015 veio impor a todos os fornecedores de bens ou prestadores de serviços a obrigação de divulgar os mecanismos de resolução alternativa de litígios (RAL), competentes para a resolução de conflitos de consumo. Em menos de um ano e três meses, o CASA recebeu a adesão de mais de 2500 empresas, enquanto em 22 anos de atividade tinha registado apenas cerca de 1500 adesões. Em 2016, os serviços do CASA registaram 1426 processos de reclamação, quase o dobro do ano anterior, e responderam a
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De acordo com a empresa, a inclusão de mais este produto no seu portefólio dá seguimento à estratégia de alargamento da oferta da Autozitânia, “sempre com marcas de qualidade reconhecida”.
6675 pedidos de informação, quase o triplo do ano anterior. A maioria das reclamações recebidas prende-se com a venda de veículos usados, seguida da reparação, da venda de veículos novos e da venda de peças.
SALÃO
MOTORTEC AUTOMECHANIKA MADRID
O PULSAR DO AFTERMARKET Depois de muitos lhe terem anunciado o fim, a Motortec Automechanika Madrid mostrou-se em todo o esplendor. Com mais expositores e visitantes, foi o espelho de um setor que se sabe reinventar e que ainda tem muito para dar TEXTO ANDREIA AMARAL
O
maior salão ibérico dedicado à manutenção e reparação automóvel fechou sob os holofotes do sucesso. A 14.ª edição da Motortec Automechanika Madrid levou até ao IFEMA 56 448 visitantes profissionais, num crescimento de 10% em relação ao último certame, realizado em 2015. No total, 685 empresas ocuparam sete pavilhões, numa área de 39 014 metros quadrados de exposição, com produtos de 1352 marcas, originárias de 27 países. Portugal teve também uma participação recorde, com um total de 23 empresas lusas a apresentarem stands próprios. Não obstante, o número de expositores nacionais foi ainda superior, já que alguns optaram por unir-se a parceiros espanhóis para divulgar os seus produtos. Foram esses os casos, por exemplo, da Turboclinic, Eurotyre e Escape Forte. Do mesmo modo, logo no primeiro dia da feira, era impossível não apontar o Português como a segunda língua do evento, tal o número de visitantes do nosso país e a quantidade de caras bem conhecidas do aftermarket nacional com que nos deparámos. Não é, assim, de estranhar que, em jeito de balanço, muitas tenham sido as marcas internacionais a assinalar a relevância dos contactos estabelecidos com Portugal.
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A própria organização assinalou o compromisso com Portugal enquanto parceiro estratégico. Sob esse mote, convidou para o certame um grupo de 40 agentes lusos do setor oficinal e da distribuição, responsáveis pelas compras para 25% do aftermarket nacional. Durante a visita à feira, os convidados portugueses puderam entrar em contacto com os expositores e conhecer a sua oferta de produtos e serviços, criando assim novas oportunidades de negócio à escala ibérica. Ao mesmo tempo, os expositores da Motortec Automechanika Madrid puderam beneficiar de uma iniciativa que expande a sua visibilidade no mercado externo. O diretor da Motortec Automechanika Madrid, Miguel Aguilar, juntamente com o diretor da Automechanika Frankfurt, Olaf Mushoff, reuniram-se com os membros do Clube de Oficinas de Portugal para agradecerem a sua visita à feira, e avaliaram positivamente esta oportunidade para estreitar ainda mais as relações ibéricas no aftermarket. Já em relação ao evento na sua generalidade, os responsáveis mostraram-se extremamente satisfeitos com os resultados obtidos e com o futuro da feira e do próprio aftermarket. Também Benito Tesier, CEO da Brembo em Espanha e presidente da Comissão de Peças SERNAUTO, referiu que “estes números confirmam a conjuntura favorável da indústria do aftermarket, o que contribui para que a
Motortec Automechanika Madrid 2017 tenha sido a edição mais completa e valorizada pelos visitantes, expositores e instituições nos últimos anos". Já Miguel Ángel Cuerno, presidente da Ancera, salientou que, "além do aumento considerável de expositores e do aumento notável do número de visitantes", os profissionais visitaram a Motortec para "fazer negócio, explorar e perceber colaborações", numa demonstração de que "o setor está mais dinâmico do que nunca". Neste particular, a entidade Conepa levou a cabo um estudo sobre a feira, concluindo que 90% dos inquiridos valorizaram bastante a feira, considerando-a “interessante” ou “muito interessante”, 20% saíram com compromisso de compra e 60% com intenção de comprar no prazo de três meses. Outro dos pontos fortes do salão foi o conjunto de atividades desenvolvidas. Entre seminários, palestras, mesas redondas, showrooms e workshops, as ações ocuparam um total de 400 horas e reuniram cerca de quatro mil participantes. De resto, este foi um dos elementos destacados por Alexandre Ferreira, presidente da ANECRA: "É de destacar o crescimento significativo da superfície, o número de expositores e a diversidade da oferta apresentada. E entendemos como muito positivo o aumento significativo e a qualidade das ações incluídas no programa de atividades paralelas." /
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SALÃO
MOTORTEC AUTOMECHANIKA MADRID
ROTA TECNOLÓGICA O stand da Valeo foi um dos mais concorridos e impactantes do certame. O “Valeo Truck on Tour”, camião-stand da insígnia, transportou os visitantes pelas mais recentes novidades de produto e soluções de mobilidade. Destaque para as inúmeras ações de formação realizadas em torno das novas tecnologias e de componentes mecânicos e elétricos
PRÉMIOS GALERIA DE INOVAÇÃO habitáculo Filter+; Brembo, com a pinça de performance B-M8; Fersa Bearings Distribución Iberia, com o módulo integrado de pinhão de ataque; e Optibelt España, com a correia RBK SCC.
Selecionado: Flow Química, com o produto Biocid TP 2 SD.
Vidro, Carroçaria e Pintura Prémio: Bossauto, pela pistola Genesi Carbonio 360 HTE 1,3 Menção: Roberlo, com o Vital Selecionado: Arekson Group, com o produto Seicar Smart Paint Table
Componentes Elétricos e Eletrónicos Prémio: Bosch, com as baterías de iões de lítio para motos. Menção: Krafft, com a gama de aditivos de combustível Wynn’s Selecionado: Denso Sistemas Térmicos España, com a bomba de calor para veículos elétricos.
Componentes Mecânicos Prémio: Mann+Hummel Ibérica, pelo Filtro de Combustível em três etapas Menção: Arnott Europe, com o produto A-2861: Arnott new front right air spring-BMW X5 (E53); e Valeo Service España, com o Turbocompressor Elétrico Selecionados: Bosch, com a gama de filtros para o
Acessórios Prémio: Netun Solutions, pelo produto Help-Flash. Lavagem Prémio: Istobal España, pelo Assistente Virtual (para seleção de programas de lavagem). Menção: Kärcher, com a gama de acessórios Easy Force vs Easy Lock para máquinas de alta pressão.
Equipamento e ferramenta oficinal Prémio: Hella Gutmann Solutions, com o CSC Tool (equipamento de calibração de sistemas de apoio à condução). Menção: Aguado Automoción, com o Argos Full. Selecionados: Fersa Bearings Distribución Iberia, com o kit de Ferramentas para a substituição de buchas e rolamentos de veículos industriais; Krafft, pelo produto Multiserve; e MIAC, com o AVL Ditest MCS 110.
A Motortec teve um espaço dedicado à área de Investigação & Desenvolvimento, onde diversas marcas expuseram os seus mais inovadores produtos. No final, a organização distinguiu uma série de soluções, representativas, nas suas categorias, do progresso tecnológico do setor.
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Categoria Estações de Serviço Prémio: Smart Fuel Technologies, pelo produto Smartfuel
Equipamento e Soluções de Diagnóstico Prémio: Rume, com o scanner medidor do piso dos pneus. Menção: Launch Ibérica, pelo equipamento de diagnóstico
X-431 plataforma para a oficina. Selecionados: Bosch, pelo KTS 590; e Luis Fdo Marín (Diatek), com o produto Foxwell GT80 MINI. Contribuição para a inovação do veículo industrial Prémio: Aguado Automoción, pela Unidade Móvel de Assistência para veículos industriais (U.M.A.). Menção: Mann+Hummel Ibérica, pelo filtro de ar de admissão com câmara de estabilização do fluxo e caudal integrado. Serviços e Plataformas de gestão, formação e informação para a oficina Prémio: ESI(TRONIC), pelo EBR (Experience Based Repair) Menção: Bosch, com o Conected Repair (Core). Selecionados: Datumize, pelo produto Datumize Kosmos; e GT Motive, pelos produtos GT Motive Mitchell Connect e GT Motive Estimate “Nova Versão”.
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APOSTA NA INOVAÇÃO E INFORMAÇÃO Muitas foram as marcas de renome do aftermarket mundial que fizeram questão de estar presentes na Motortec Automechanika Madrid, revelando as suas principais inovações para o setor e promovendo um conjunto de iniciativas de formação, espelhos de novos conceitos oficinais e programas de apoio TEXTO ANDREIA AMARAL
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ma das principais novidades apresentadas na Motortec Automechanika Madr id chegou pela mão da ZF Aftermarket, ao lançar no espaço ibérico o conceito oficinal [pro]Tech da ZF Services. Por enquanto apenas disponível em Espanha, a ideia é lançá-lo também em Portugal. O novo pacote de serviços [pro]Tech da ZF Services, é um conceito baseado na web, onde as oficinas registadas têm acesso, por exemplo, a instruções de montagem de todos os produtos da ZF Aftermarket, informações de serviço dos fabricantes dos veículos, informação relativa a uma vasta gama de programas de formação
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disponíveis, assim como a possibilidade de ter um atendimento personalizado por parte dos técnicos ZF locais. Embutida neste espírito, a ZF Aftermarket realizou ainda uma série de sessões de formação, de curta duração, para as oficinas, que contemplaram, por exemplo, volante de massa dupla e Xtend, manutenção de caixas de velocidades, montagem correta de elevadores de vidros e sistemas de travões de disco. Neste segmento, destacou-se ainda a oferta única “Corner Module” de peças e sistemas de travagem, direção e suspensão TRW. A celebrar o seu 25.º aniversário em Espanha e Portugal, também a Schaeffler revelou a sua aposta na formação. Num stand dedicado ao mote “Discover more”, a marca levou a cabo o RepXpert a la carte, um evento que ofereceu diversas experiências especialmen-
te pensadas para os mecânicos que visitaram a feira. Durante o evento, foram realizadas demonstrações ao vivo, master classes, consultas personalizadas e atividades de divulgação de produto. Como novidades, a Schaeffler apresentou as novas aplicações da solução para embraiagens duplas LuK RepSet 2CT, agora disponíveis para Renault e Ford; a nova correia FEAD Belt da INA, presente ainda com a gama de componentes para o motor com qualidade original; a solução de manutenção para rolamentos de rodas de pesados da FAG, denominada SmartSet; e a gama de componentes de suspensão e direção da Ruville. Também a Zaphiro aproveitou a Motortec Automechanika Madrid para levar a cabo demonstrações práticas dos seus produtos. A empresa especialista em produtos non paint
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NOVA IMAGEM A nova imagem da Blue Print foi apresentada no certame. Expondo ainda as novidades das marcas febi e Swag, o stand do bilstein Group foi, para além de ponto de encontro com a tecnologia, um local de networking
GESTÃO EFICIENTE A GT Motive revelou as suas soluções de avaliação e gestão de sinistros num stand que recebeu diversas demonstrações e formações. Em destaque esteve o “GT Motive Estimate”
OFENSIVA CHINESA Prova da entrada de novos players no aftermarket ibérico, as empresas chinesas estiveram em força na Motortec, ocupando cerca de um quarto de um pavilhão
para a repintura automóvel programou para a feira um conjunto de demonstrações práticas dos seus produtos, entre eles: a linha de polimento e esponjas da marca Zaphiro; técnicas de reparação de peças de plástico com a soldadora portátil Magic Stapler; lavadora de pistolas Dester; secador manual Sirocco Spot Dryer da Hoyos; e equipamentos de infravermelhos IRT. A completar as novidades que a marca teve no seu stand estiveram o novo sistema de pintura ZPS (Zaphiro Paint System), o kit de perfuração de para-choques para a colocação de sensores de estacionamento; a estação de trabalho móvel e ainda o banco Mr. Komodo.
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Olhos postos no futuro, a Bosch Automotive Aftermarket realizou mais de 1200 visitas guiadas para profissionais à “oficina conectada” e à “realidade aumentada”, através da qual os visitantes puderam conhecer as vantagens que as novas tecnologias e a conetividade comportam para as oficinas. Nesse âmbito, a Bosch expôs diversos equipamentos, produtos e serviços conectados. Destaque para o software “Connected Repair”, que conecta os diversos equipamentos de diagnóstico da marca, e para o ESI[tronic] EBR, sistema de reparação baseado na experiência. Em termos de produtos, é ainda de referir o filtro de habi-
táculo antipólen Filter+, distinguido com um prémio Inovação. E, falando de filtragem, a Mann+Hummel Ibérica teve uma das participações mais marcantes do evento, tanto por via do passatempo “Passa e Pesa” – em que os concorrentes tinham de acertar no peso correto dos filtros Mann Filter, numa iniciativa que pretendia sensibilizar para o facto de os materiais que compõem o filtro terem influência na sua qualidade e rendimento –, como pela apresentação das mais recentes novidades da gama, nomeadamente o módulo de filtragem de combustível com três etapas e o filtro de ar com câmara de estabilização e medidor de fluxo integrado. A nível de componentes de reparação e serviço, a Hella esteve no centro das atenções, muito graças à premiada CSC Tool, a sua ferramenta de calibração de radares e câmaras para sistemas de assistência à condução (ADAS), compatível com a maioria dos fabricantes. O equipamento, que é uma das maiores apostas da Hella Gutmann para ajudar as oficinas a gerar novas oportunidades de negócio ligadas à evolução tecnológica do automóvel, foi testado no stand da marca por diversos visitantes, existindo, para esse efeito, um automóvel equipado com todos os sistemas ADAS. Com o intuito de apresentar uma oferta capaz de cobrir todas as eventualidades – de travões a componentes de direção, passando por sistemas de gestão do motor e de injeção de combustível e por testes e diagnóstico – a Delphi apresentou-se em força em Madrid. Os maiores destaques foram o programa de reparação ZBLN para injetores EUI dowelless, incluindo injetores E3.5 e US10 para veículos Hyundai e Paccar US10; a solução de teste de injetores common-rail Hartridge Sabre Cri, bem como o Hartridge HK1400 Universal Bench EUI, EUP Cambox, uma forma robusta, flexível e precisa de as oficinas aumentarem a sua capacidade de análise EUI e EUP. Merecem referência também a gama alargada de produtos térmicos, de direção, de travagem e de gestão de motor, incluindo a gama de novos discos de travagem; pastilhas de travão sem cobre; e ainda três escolhas de injetores de combustível: de substituição, reparados ou reconstruídos. No que à travagem diz respeito, destaque para a presença da Brembo, que apresentou ao mercado ibérico os discos de travão Xtra, uma gama criada pelo departamento de I&D da empresa com base no trabalho desenvolvido com alguns dos maiores fabricantes mundiais. Entre outras caraterísticas, o Xtra sobressai pela melhor aderência, por uma resposta mais rápida e eficaz e pelas capacidades de limpeza e renovação da pastilha superiores. A Brembo aproveitou a ocasião para anunciar também que, atualmente, toda a sua gama de discos e tambores já está homologada sob a nova norma ECE R90. /
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PORTUGUESES À CONQUISTA DE ESPANHA Olhos postos na internacionalização, mais de duas dezenas de empresas portuguesas deslocaram-se a Madrid para expor os seus produtos e serviços. Conheça as principais novidades da ofensiva lusa TEXTO ANDREIA AMARAL
ALTARODA Numa presença conjunta com a espanhola Astra, a Altaroda deu a conhecer uma nova bancada. De dimensões compactas, e com uma relação preço/qualidade atrativa, pretende dar resposta aos clientes que procuram preços mais acessíveis ou que querem rentabilizar o espaço na oficina. COMETIL Já implementada no mercado espanhol desde 2014, a Cometil teve em destaque a marca Hunter, A principal novidade a Quick Check,
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linha de receção direta para ajudar a vender serviços na oficina. Baseada num equipamento de alinhamento de direções, a máquina contempla teste de baterias, travões, pneus e diagnóstico, dando, em cerca de três minutos, um relatório que permite ao mecânico fazer uma venda técnica de outros produtos e serviços. Nota ainda para a Road Force Elite, nova máquina de diagnóstico e controlo de vibrações totalmente automatizada, bem como para a nova linha de mobiliário técnico. A Butler, cuja representação foi ganha pela Cometil Espanha em 2016, teve direito a stand próprio, com a Captur 4,
máquina de desmontagem de pneus totalmente automática, a estar no centro das atenções. ESCAPE FORTE Foi em parceria com o Grupo Brain Espanha que a Escape Forte regressou à Motortec Automechanika. A empresa lusa, especializada em filtros de partículas e catalisadores, apostou sobretudo nos serviços de reparação para pesados. A Escape Forte aproveitou o evento para dinamizar junto do mercado português os produtos do fabricante suíço Warm up. Durante o evento, e no âmbito da parceria com
a Brain, a Escape Forte anunciou também que passa a ter a capacidade de produzir catalisadores até à norma Euro 6, e de acordo com as especificações, à medida de cada viatura, naquela que é uma novidade absoluta para o mercado nacional. EUROTYRE A partilhar o stand com a Comline, insígnia que integra a sua gama em Portugal, a Eurotyre aproveitou a Motortec para dar a conhecer ao mercado espanhol a Motaquip e o portefólio de produtos de marca própria, como baterias e lubrificantes. FEDIMA Focada no mercado de pneus, a Fedima/ Recauchutagem 31 deu a conhecer a vasta gama que comercializa no mercado ibérico e que contempla pneus para todos os tipos de veículos, desde o turismo à competição, passando pelos comerciais, pesados, agrícolas e industriais. INTERESCAPE O fabuloso carro Osella PAS21S EVO com a nova linha de escape iepower, pertencente a Paulo Ramalho, um dos pilotos mais experientes no Campeonato de Montanha, cumpriu com o prometido e levou muitos transeuntes
FORÇAS IBÉRICAS Algumas empresas lusas optaram por marcar presença na feira em conjunto com parceiros espanhóis. Foram esses os casos da eurotyre (com a Comline), da Escape Forte (com o Grupo Brain), da Altaroda (com a Astra) e da Turboclinic (com a Turboservice)
a fazer uma paragem no stand da Interescape. Naquela que foi a sua quinta participação na Motortec, a empresa teve a marca iepower em destaque, revelando as suas mais recentes ponteiras de carbono. KROFTOOLS Na sua terceira presença consecutiva na Motortec, a Kroftools participou na feira com o objetivo de reforçar a presença e notoriedade da marca a nível ibérico, dando apoio à rede de distribuição de que já dispõe em Espanha. A empresa lançou, durante o evento, o novo catálogo para 2017, sendo de destacar, em termos de novidades, os novos carros de ferramentas (um deles com música), algumas ferramentas para motores de novos modelos e a nova gama de máquinas pneumáticas, compactas e com a mesma força de uma máquina normal. MEMODERIVA O equipamento Flash Cleaner Machine foi a grande estrela do stand da Memoderiva, empresa que representa a nível ibérico a máquina italiana de limpeza e regeneração de filtros de partículas. Capaz de limpar e regenerar um filtro de partículas, seja de um veículo ligeiro ou pesado, em apenas 40 minutos e com certificação ambiental, o equipamento foi apre-
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sentado pela primeira vez ao mercado espanhol durante o salão, naquela que é uma das grandes apostas da Memoderiva para crescer além-fronteira. MIKFIL Presentes pela quarta vez na Motortec, e face ao sucesso de outras participações, a Mikfil foi até Madrid à procura de mais clientes espanhóis, mas também de mercados como França. A empresa apostou sobretudo na divulgação da marca Mikfil, e dos seus novos filtros de combustível, mas também na nova linha de produtos Fil Filter, mais vocacionada para a área industrial, nomeadamente com filtros hidráulicos e power-core. NIPOCAR Já com alguns clientes em Espanha, a Nipocar quer aumentar a quota de internacionalização. Implementada em Portugal há 30 anos, a empresa esteve na Motortec com o intuito de conquistar mais clientes espanhóis, mas também franceses e da África do Sul. A ocasião foi aproveitada para divulgar a nova plataforma informática da empresa, com um visual renovado e funcionalidades acrescidas. Em destaque esteve também a marca própria, Nipo KM, com novos tensores, esticadores, rolamentos de roda e vedantes, pastilhas de travão, tubos de radiadores e peças de colisão, tudo para veículos asiáticos. PPT DISTRIBUIÇÃO Presente sob a designação ALL4CAR, a PPT Distribuição deu a conhecer a sua oferta de acessórios auto. A empresa esteve a promo-
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ver a sua solução de embalagem feita à medida do cliente, através da qual o cliente escolhe a gama que quer integrar, desde componentes elétricos como lâmpadas até aos acessórios de consumo, embalando-a depois sob uma imagem própria. RECAUCHUTAGEM NORTENHA A Recauchutagem Nortenha aproveitou a Motortec para dar a conhecer ao mercado espanhol os seus serviços e a sua oferta de pneumáticos, sobretudo direcionada para os veículos pesados. RPL CLIMA De Vilamoura para Madrid, a RPL Clima rumou à Motortec à procura de novos mercados, sejam o espanhol, do Norte de África ou da América do Sul. Estreante na feira, a empresa apresentou o nome RPL Automotive Parts para a internacionalização. Em destaque esteve a marca própria RPL Quality, que abrange principalmente compressores alternativos à origem, com custo mais baixo, mas qualidade garantida. SPARKES & SPARKES Especializada na reconstrução de caixas de acordo com as normas dos fabricantes, a Sparkes & Sparkes está investida na internacionalização como meio para fazer crescer o negócio. A empresa levou até Madrid algumas novidades em termos de produto, como os carretos para caixas de velocidades BMW, “únicos no mercado”. Em exposição estiveram ainda as caixas de velocidades manuais de um BMW e a M32, equipa veículos FIAT e Opel; bem como
as caixas de transferência reconstruídas pela origem e que a Sparkes & Sparkes revende. SOUSA DOS RADIADORES Depois da abertura, em março de 2016, de um armazém em Madrid, e na sequência da contínua aposta no mercado espanhol, a Sousa dos Radiadores esteve presente pela quarta vez na Motortec. Especializada na refrigeração e climatização do automóvel e veículo industrial, a empresa foi dar a conhecer o seu amplo portefólio, alargado mensalmente com novas referências. TURBOCLINIC A apoiar a participação da sua representante em Espanha Turboservice, aTurboclinic levou à Motortec a nova VNT, que substitui a VNT v2 e é “o primeiro equipamento que acompanha o crescimento do negócio do cliente”, de acordo com as suas necessidades, afirma a marca. A nova VNT dá ao cliente a possibilidade de adquirir a versão standard e mais tarde atualizar o equipamento, integrando novas funções. Este equipamento anuncia ter a mesma fiabilidade, precisão e eficiência da VNT v2. Com visão artificial para o ajuste de atuadores pneumáticos, a nova VNT tem uma maior área de trabalho, um design ergonómico e um ecrã de 21,5”, tornando-se um equipamento confortável para o utilizador. VALENTE & LOPES Especializada em sistemas e produtos para lavagem automóvel, a Valente & Lopes apresentou na Motortec a sua mais recente estrutura de lavagem auto: a "Dynamic”. /
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OFICINA EM GRANDE NA MOTORTEC Como não poderia deixar de ser, a Turbo Oficina também esteve em grande na Motortec Automechanika Madrid 2017 e, para além de ter stand na feira, entregou à Stops Autogest o prémio de melhor oficina portuguesa
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iente de que os negócios se fazem, cada vez mais, à escala ibérica, e com o intuito de lhe levar a melhor informação, a Turbo Oficina estabeleceu, há já dois anos, uma parceria com os dois meios de comunicação espanhóis de referência para o setor: o portal posventa. info e a revista Talleres en Comunicación. Não é por isso de estranhar que, naquele que é o maior evento ibérico dedicado à manutenção e reparação, quiséssemos estar presentes de forma inequívoca a representar o que de melhor se faz no setor em Portugal. Durante os quatro dias da Motortec Automechanika Madrid, a Turbo Oficina esteve presente num stand conjunto com os nossos parceiros espanhóis, distribuindo
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revistas e acompanhando todos os agentes nacionais. No entanto, o ponto alto da participação da Turbo Oficina foi a entrega do prémio à melhor oficina portuguesa, atribuído no âmbito dos XIV Premios Personajes de la Posventa. O evento, a que assistiram mais de duas centenas de personalidades do após-venda ibérico, decorreu no dia 14 de março, na Sala de Maquetas do Ifema, e contou com o alto-patrocínio da Motortec Automechanika Madrid. A escolha da Turbo Oficina recaiu sobre a Stops Autogest, pelo trabalho excecional que esta oficina familiar de Barcelos tem realizado em termos de inovação – e de que é exemplo a aplicação móvel de orçamentação e marcações que disponibiliza aos seus clientes –, mas
sobretudo pelo sem-número de ações de solidariedade e apoio à comunidade que desenvolve regularmente. A este nível, é de destacar a iniciativa realizada no último Natal, em que apoiou, com fundos exclusivamente próprios, três instituições de solidariedade locais. Porque é fundamental procurar a rentabilização e crescimento do negócio através da inovação, mas porque as pessoas estão em primeiro lugar, Manuel de Andrade, administrador e filho do fundador da Stops Autogest, apresentado pela editora-chefe da Turbo Oficina, recebeu das mãos de Miguel Aguilar, diretor dos salões de motor da Ifema, o prémio de melhor oficina portuguesa. A distinção foi também atribuída, a nível de Espanha, à oficina madrilena Automotor. /
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PERSPETIVA
ENTREVISTA
JOAQUIM CANDEIAS DPAI/FIGIEFA
“CONCENTRAÇÃO VAI FORTALECER O AFTERMARKET” Depois de um período de dispersão, eis que o ciclo da concentração chega ao aftermarket. O movimento é natural, vai fortalecer o setor e cimentar o futuro, diz Joaquim Candeias, presidente da DPAI e membro da FIGIEFA. Para este responsável, a união é mesmo a melhor forma de superar os desafios que advêm da globalização da telemática e da alteração dos modelos de negócio TEXTO ANDREIA AMARAL
À
conversa com a Turbo Oficina sobre os mais recentes movimentos empresariais no aftermarket, Joaquim Candeias defendeu que a telemática irá alterar sobremaneira o modelo de negócio. O presidente da Divisão de Peças e Acessórios Independentes (DPAI) da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), e membro da Direção da FIGIEFA, considera que o setor precisa de se fortalecer para enfrentar os desafios do futuro e que a tendência de concentração é uma questão de sobrevivência. Temos assistido, nos últimos três anos, a diversos movimentos de concentração no aftermarket. Na sua opinião, o que está a impulsionar esta tendência? Há vários fatores que contribuem para esses movimentos. Acho que o aftermarket precisa de se fortificar e de garantir a continuidade, pelo que é natural as empresas unirem esforços. Isso é fruto dos desafios que se aproximam, mas também das estratégias que têm vindo a ser desenvolvidas nestes últimos anos e do posicionamento que o próprio aftermarket criou para si. Recordo-me de que, quando entrei neste negócio, vendiam-se peças-pirata, algo que hoje não existe. Hoje é um negócio com peças de qualidade equivalente, onde o IAM e o OES cada vez estão mais próximos, e seguem na mesma direção. A verdade é que o IAM está cada vez mais profissional, e só ca-
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minhando permanentemente nessa direção é que se pode vir a ter risonho futuro. Assim, as empresas saudáveis, numa visão a longo prazo, estão a fortalecer-se por via de aquisições e, inclusivamente, de uniões, através de grupos internacionais de compras, com vista a terem estratégias comuns e que os tornem cada vez mais fortes. Tudo é cíclico e, depois de termos passado por um período de dispersão, chegou o ciclo da concentração, que vai fortalecer o aftermarket e cimentar o futuro. Considera que as fronteiras entre IAM e o OES estão a diluir-se no sentido de existir apenas um tipo de fabricante/fornecedor? Acho que sim. Se há alguns anos a distância entre OES e IAM era abismal, atualmente é cada vez menor. Em grande parte, porque o IAM trabalha no sentido de estar cada vez mais próximo do OES, oferecendo a mesma qualidade e o mesmo serviço e constituindo-se como uma verdadeira alternativa para o consumidor final. Sou da opinião de que o setor se irá transformar profundamente, até por via das novas tecnologias que aí vêm a propósito dos carros comunicantes. Hoje, temos uma influência muito grande nas intervenções de que os veículos necessitam, mas ela tornar-se-á cada vez menor, porque a conetividade fará com que a própria intervenção seja automática. Por isso, penso que, amanhã, o IAM estará tão próximo do nível do OES que os próprios fabricantes vão ver nele uma opção para poderem assistir os seus veículos, ficando eles, se calhar, com os direitos de autor, o que, de resto,
representará uma grande percentagem do negócio. Daqui a alguns anos, a venda de licenças para utilização de produtos representará uma percentagem tão elevada que até os próprios fabricantes de automóveis vão acabar por ceder, a entidades externas e independentes, toda a informação, dando-lhes a possibilidade de intervencionarem os veículos debaixo de um umbrella que eles próprios vão criar, tendo eles o controlo no mesmo, mas sem qualquer responsabilidade direta para que os veículos possam circular. Como se poderá concretizar esta exploração de copyrights? Hoje em dia, para fazer uma revisão um reparador cobra, por exemplo, 300 euros. Desse valor, gasta em informação, para que seja possível fazer a intervenção, entre 5 e 10 euros, referentes à amortização de um equipamento de diagnóstico, ou seja, uma percentagem mínima.
Daqui a muito pouco tempo, quando o veículo precisar de reparação será o próprio a avisar, aparecendo, por exemplo, uma informação no meu telemóvel. Quando tiver uma app em que estou fidelizado, o veículo comunica com o reparador, o reparador comunica com o fornecedor das peças e o fornecedor das peças comunica com o fabricante. Quer isto dizer que a comunicação ao longo de toda a cadeia será imediata e automática. O próprio reparador irá deixar de comunicar com o veículo através de cabo e ficha OBD, vai ser através de wi-fi, porque isso praticamente está decidido no Parlamento Europeu. Com estas mudanças, dos 300 euros de reparação, cerca de 50% provavelmente serão referentes à comunicação, ou seja, ao pagamento de copyrights. Atualmente, o mercado de após-venda nacional estará 75% no IAM e 25% no fabricante. Mesmo falando da Alemanha, em que a divisão é 50-50, o fabricante perde, no mínimo, 50% do negócio.
Se o fabricante for inteligente e pensar neste sentido, poderá ganhar sempre entre 20 e 25% de qualquer reparação só em direitos, o que é muito mais do que tem hoje e não tendo de fazer qualquer investimento. Ou seja, há aqui todo um novo modelo de negócio?... Penso que sim. A telemática irá trazer um negócio completamente novo e a fidelização do cliente vai ser muito mais efetiva do que é hoje. Os canais que existem atualmente vão desmantelar-se completamente e vão construir-se novas estratégias e novos modelos de negócio. A telemática vai transformar totalmente o negócio, muito mais do que o veículo elétrico. Quando este dominar, já nós teremos um negócio completamente distinto do que temos hoje. Este modelo de negócio está desgastado e no fim do seu ciclo de vida. Por isso é que as concentrações fazem todo o
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sentido, exatamente para abrimos a porta a um novo ciclo que será de facto o futuro, em que as concentrações são inevitáveis, tal como o é a entrada de novos players, ligados à comunicação e às novas tecnologias. Irão surgir aqui uma série de novas oportunidades para quem tiver a capacidade de investir, de se modernizar e de pensar no negócio de modo diferente. Como referiu, o fabricante atualmente perde grande parte do após-venda. Considera que é por isso que cada vez mais fabricantes querem fazer parte do aftermarket, tal como a Ford, que lançou a Omnicraft, ou a PSA, com a Eurorepar e a Euro Repar Car Service? É inquestionável que o aftermarket tem uma fatia muito grande do mercado e esta é uma área rentável em relação a todo o outro negócio que os próprios fabricantes têm, uma vez que deverá ser a que proporciona melhores margens, embora também seja a mais difícil e trabalhosa. No entanto, perante as projeções moderadas para a venda de veículos nos próximos anos, o aftermarket poderá representar um acréscimo de rentabilidade para os fabricantes. Existe também aqui um novo modelo de comunicação da venda de peças, porque as redes que alimentam os fabricantes de automóveis já estão instaladas. Como os brasileiros dizem, os fabricantes são hoje “montadoras”, acabam por juntar as peças que outros produzem. Ou seja, em bom rigor, com estas marcas, os fabricantes não estão a oferecer um produto novo, apenas a embalá-lo numa caixa nova. São peças que já existem sob a sua marca, de outros fabricantes, e que em grande parte já estão dentro das caixas originais. Agora mudaram de caixa. Isto é, sobretudo, uma operação de marketing. Mas não acha que isso poderá ter impacto na escolha do cliente final, que, por norma, reconhece mais confiança e credibilidade à reparação e às peças do fabricante do carro? Sim, tenho de reconhecer que terá algum peso, até porque o fabricante tem uma comunicação muito forte. O aftermarket tem de lutar para ter uma melhor imagem, ser cada vez mais profissional e ter um posicionamento de maior prestígio e qualidade no mercado. É verdade que o fabricante tem um posicionamento privilegiado, mas, se formos ao detalhe, percebemos que o aftermarket independente leva uns bons anos de avanço em termos de métodos, conhecimentos e estratégias em que os fabricantes de automóveis estão a dar os primeiros passos. Tendo em conta os novos desafios, considera que o aftermarket tem de investir mais na imagem, como o fez no desenvolvimento de produto, para conseguir garantir o futuro? Felizmente, as peças têm vindo a evoluir extraordinariamente. Antes, ou as peças eram
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"A UNIÃO CONCRETIZA-SE NUMA CAPACIDADE DE INVESTIMENTO COMPLETAMENTE DISTINTA E QUE COMPORTA MELHORES PERSPETIVAS DE FUTURO" de origem ou eram consideradas peças-pirata. Isso hoje praticamente já não existe e há a perceção de muita qualidade. Já quando falamos a nível da reparação, aí, sim, ainda temos um longo caminho a percorrer. Por isso é que nós, fabricantes de peças, investimos bastante na informação e na formação. Acho que a questão da imagem se coloca mais a nível da reparação do que propriamente a nível da distribuição. No que toca à distribuição, os grandes grupos de compras já são uma realidade. Que impactos têm na organização do mercado? Temos das melhores empresas ligadas a estes grupos internacionais de compras e, do meu ponto de vista, é o que faz sentido. Trata-se de unir estratégias para, em conjunto, ganhar-se visibilidade e garantir um futuro mais risonho. A união concretiza-se numa capacidade de investimento completamente distinta e que comporta melhores perspetivas de futuro.
É evidente que comporta também benefícios em termos de poder negocial e de margens, mas o mais relevante é que quem está ligado a grandes projetos tem acesso a informação e maior capacidade. Apenas os que detiverem essas caraterísticas conseguirão sobreviver. Os próprios grupos internacionais de compras começam a estar alinhados em estratégias transversais para o futuro e os mais antigos são membros da FIGIEFA. É claro que cada um tem a sua estratégia, mas existe um alinhamento macro para desenvolver o aftermarket e garantir a sua continuidade. A máxima da “coopetição” chegou ao aftermarket? Sim. As empresas têm as estratégias mais bem desenhadas, mais a médio e longo prazo, e isso concretiza-se na existência de cada vez melhores práticas no aftermarket independente. Estamos a entrar na zona saudável da
Considera que, pelas pressões ao nível de preço, gestão de stocks e informatização, esta tendência chegará à distribuição? A união faz a força e isto serve para tudo. De facto, o acesso, seja a informação, a peças ou serviços, estará muito mais centralizado. Aliás, atualmente, na distribuição de peças, há quem faça sete ou oito entregas diárias e isso também irá desaparecer, porque tenderemos a trabalhar mais por antecipação. Com o veículo a comunicar as suas necessidades, quando chegar à oficina terá todo o material necessário à espera, ao contrário do que acontece hoje, em que o veículo chega à oficina e depois faz-se a encomenda, tornando a peça urgente e colocando uma enorme pressão sobre os stocks e sobre a distribuição. Acho que, no futuro, nem catálogos de identificação vão existir, será o próprio veículo a dar a informação da peça necessária, porque todas estas tecnologias vão evoluir largamente. Tudo isto requer grandes investimentos em sistemas de informação e gestão… Claramente!... E não será um reparador isolado que terá essa capacidade, terão de ser as grandes organizações a fazer esses investimentos, numa lógica de diluição do valor pelos diversos agentes que a elas estão ligados. Nesta lógica, acha que existirão menos intermediários? Penso que a cadeia com distribuidor e retalhista vai continuar a existir, embora talvez com menor numero de pequenas casas de peças do que aquele que existe hoje. concorrência, com todos os benefícios que a aprendizagem pela interação traz no sentido da evolução, da procura das melhores soluções, do crescimento e do posicionamento do setor. Outro conceito que tem estado na ordem do dia é o da oficina abandeirada. Por que motivo não tem em Portugal o mesmo sucesso que nos outros países europeus? Sendo presidente de uma divisão da ACAP e uma pessoa que tem tentado impulsionar o associativismo em Portugal, considero que os empresários até estão disponíveis para conversar e trocar ideias, mas, no final do dia, consideram que quem sabe do negócio são eles e que não precisam de ajuda de ninguém. Contrariamente ao que se passa em Espanha, mercado em que tenho estado muito envolvido e onde existe uma maior apetência para o associativismo, os portugueses são bastante individualistas. Essa postura traduz-se numa certa inércia e é um travão à evolução. Por isso é que, na DPAI/ ACAP, arrancámos com uma comissão de mobilidade e serviços, na qual já estão presentes praticamente todas as redes, e que
visa sobretudo o desenvolvimento da área. Mas, em bom rigor, as redes têm visto o seu número de membros aumentar, precisamente porque conferem mais-valias, sobretudo no que respeita ao acesso a informação, planeamento, gestão e investimento. Tal como acontece nos grandes grupos de compras? Exatamente, tanto que eu não gosto de chamar essas oficinas de independentes, são oficinas multimarca. As independentes são aquelas de bairro, que tiveram muito sucesso no passado, e onde trabalhava o senhor muito honesto que desenrascava tudo e trabalhava com o ouvido encostado ao motor para perceber os problemas. Mas essa realidade ficou lá atrás, porque perante um veículo que comunica eletronicamente, esse mecânico carece de uma estrutura que lhe faça entrar os veículos dentro da oficina. Quem não aderir a este conceito morre. O futuro vai ser da comunicação e informação. Aqueles que entrarem neste tipo de estruturas, que lhe oferecem o acesso à informação e a outros serviços, tem possibilidade de crescer e evoluir; os que não quiserem terão muita dificuldade em sobreviver.
Como vê o aftermarket daqui a dois anos? A telemática está aí, aliás, costumo dizer que 2017 é o ano zero, pelo que 2018 será o primeiro ano da transformação. Neste âmbito, há duas situações a considerar. A primeira é o acesso à informação, que não está decidido para o aftermaket. Neste particular, na FIGIEFA, estamos a lutar para que o Parlamento Europeu possa legislar no sentido de o aftermaket não estar numa segunda linha de acesso à informação dada pelos veículos e os fabricantes na primeira linha. Este é um ponto crucial e que pode marcar o futuro do IAM. Depois, perante o fim de um ciclo de negócio, que está desgastado por via do próprio desenvolvimento e da muita concorrência, em que as margens são cada vez mais castigadas e no qual a vertente de preço é a base da estratégia. Daqui a dois anos, iniciaremos um novo ciclo, que terá muitas oportunidades para quem nele entrar de mente aberta, com capacidade de investimento e visão de futuro. É todo um novo modelo de negócio, em que as concentrações estarão no centro, como forma de dar mais poder a algumas entidades e de concretizar o virar da página que se impõe. /
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TRADIÇÃO DE EXCELÊNCIA A celebrar o seu 15.º aniversário, a Filourém é já presença assídua na lista das PME Excelência do IAPMEI. Dinâmica e atenta às mudanças do mercado, a empresa confessa, no entanto, que, enquanto puder, irá manter-se no aftermarket tradicional TEXTO ANDREIA AMARAL FOTOS JOSÉ BISPO
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uando, aos 15 anos, Carlos Gonçalves começou a trabalhar no mundo das peças para automóveis, estava longe de imaginar que a sua vida passaria por aqui e que, um dia, seria o responsável de uma empresa de referência no setor. Distinguida como PME Líder e PME Excelência de forma continuada ao longo dos anos, a Filourém tem vindo a registar um crescimento constante e sustentado. O ano de 2016 encerrou com um aumento das vendas de 9,5%, mas muitos foram os anos consecutivos com subidas no volume de faturação na ordem dos 20%. Prova do percurso ascendente é o facto de a empresa ter visto as suas terceiras instalações tornarem-se insuficientes para albergar o stock necessário a uma resposta célere e eficaz a todas as solicitações. Com estes valores a assumirem-se como uma base inabalável na relação com os seus clientes, a Filourém apostou na rentabilização do espaço que já detinha e estendeu-se ainda a um armazém contíguo. Bem distante dos primeiros tempos, em que comercializava apenas filtros num espaço com 100 m2 , “praticamente uma boutique”, no total, existem agora 2700 m2 disponíveis para armazenar uma panóplia de produtos de marcas tão distintas como Meyle, Mahle, JapKo, febi, Original Birth, Vaico, Bremsi ou Hutchinson. Na verdade, e a um ritmo frenético, todos os dias são despachadas cerca de duas centenas de encomendas das instalações da Filourém, tendo como destino retalhistas espalhados de norte a sul de Portugal, ilhas e Cabo Verde, para onde a empresa se aventurou no ano passado. Para fazer face à amplitude de clientes, a Filourém tem também apostado na diversi-
ficação do portefólio. “Temos marcas que são comuns a todas as empresas, mas tentamos fazer a diferença através de marcas exclusivas. Embora, pela questão da concorrência, a exclusividade hoje seja relativa, a Filourém consegue trabalhar em exclusivo algumas marcas, de que são exemplos a Original Birth e a Japko”, revela Carlos Gonçalves, ao explicar que, depois de inicialmente a empresa ter estado mais focada na oferta para veículos de origem germânica, há cinco anos, começou a investir também nos veículos asiáticos. Do mesmo modo, a disponibilização de peças específicas e com oferta escassa no aftermarket tem-se revelado também um fator distintivo e preponderante na conquista e fidelização de clientes. Na seleção de artigos a comercializar pesa ainda, segundo explica o administrador, a relação qualidade/preço. “Não procuramos o material mais barato; estamos mais interessados e preocupados em ter uma qualidade superior e, sempre que possível, ao nível do primeiro equipamento. Claro que tem de haver sempre uma boa relação preço/qualidade, porque isso também é um fator para a decisão; mas, cada vez mais, o cliente, até o final, procura qualidade”, defende Carlos Gonçalves. De qualquer forma, a Filourém aposta numa oferta diversificada e que possa ir ao encontro das expetativas de diferentes clientes. “Temos produtos em duplicado, em triplicado e até em quadruplicado, precisamente para dar opções aos clientes no sentido de encontrarem sempre na Filourém o que procuram.” Igualmente relevante para o cliente é a disponibilidade de stock. “Se não tivermos a peça disponível no momento, não vendemos, vende o vizinho que a tem”, reitera o responsável da Filourém, ao sublinhar que este fator coloca uma enorme pressão sobre o distribuidor, obrigando a que tenha mais produto em armazém
"NÃO PROCURAMOS O MATERIAL MAIS BARATO; ESTAMOS MAIS INTERESSADOS EM TER QUALIDADE"
e uma logística célere e altamente eficiente que coloque, no espaço de horas, a encomenda nas instalações do cliente. ENTRE O TRADICIONAL E O INOVADOR Sediada na fronteira entre uma cidade moderna e o legado histórico das muralhas do castelo, a Filourém imiscui-se do espírito do local que lhe serve de berço. Portas abertas ao futuro, carrega consigo os valores da tradição. “Antes havia toda uma cadeia de distribuição, que passava pelo importador, a casa de peças, a oficina e o cliente final. Nos últimos anos, esta organização tem vindo a alterar-se e o setor está a tornar-se aberto”, explica Carlos Gonçalves. “O consumidor final começou a comprar por si as peças, ou na Internet ou diretamente na casa de peças, para depois dirigir-se com ela à oficina. A própria oficina também já não quer comprar à casa de peças e vai diretamente ao importador. Ou seja, devido à procura do melhor preço, está a cortar-se a cadeia normal.” No entanto, a Filourém faz questão de manter a tradição e seguir “em contraciclo com 99% do setor automóvel”. “Estamos na cadeia tradicional e queremos manter esta posição, pelo menos enquanto nos sentirmos confortáveis, porque temos a noção de que o futuro passa por outro lado”, afirma o responsável da empresa, assegurando que os clientes da Filourém continuam a ser apenas os retalhistas. “É uma vantagem que temos. Respeitamos os nossos clientes e eles também nos respeitam, porque sabem que têm na Filourém um parceiro que os quer ajudar a fazer negócio e que não lhes vai fazer concorrência.” Tal não significa, porém, que a empresa permaneça agarrada às práticas de outrora. “A Filourém tem uma particularidade: sendo uma pequena empresa, sempre trabalhou com a Internet e desde os primeiros tempos que dispõe de um portal.” Atualizado em permanência e alvo de revisões anuais tendo em visto a incorporação de novas ferramentas e funcio-
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EMPRESA
MARCAS NO PORTEFÓLIO JapKo Original Birth Italy febi Bilstein Mahle FI.BA filter tokio filter telco Hutchinson Bosma STC I.J.S Group Vaico Vemo Meyle topran KM Italcar Bremsi IVEG Maurice Lecoy Van Wezel
SUCESSO CONJUNTO A equipa liderada por Carlos Gonçalves (à esq.) e pela sua esposa é constituída por 16 colaboradores versáteis e flexíveis. A confiança é um lema na empresa
nalidades, este é, de resto, o meio preferido para a realização de pedidos. “80% das nossas vendas são feitas no nosso portal, o que não é, garantidamente, o que acontece nas empresas grandes”, assegura o responsável. “Claro que também temos comerciais na rua, e eu sou um deles; mas não fazemos vendas, fazemos visitas. O nosso portal tem de fazer o trabalho; e faz, porque tem toda a informação.” A par da integração com o TecDoc e da possibilidade de cruzar referências e comparar produtos, o canal digital também se destaca pela replicação das campanhas promocionais, um elemento a que os clientes estão cada vez mais atentos. “Todos os meses temos uma campanha de um produto”, avança Carlos Gonçalves, ao explicar que estas servem para “conquistar mais clientes e desenvolver mais determinada marca”. De acordo com o responsável, muito embora as margens, já por si esmagadas, se tornem ainda mais diminutas, as campanhas têm a grande vantagem de disseminar a oferta da empresa, enquanto “os clientes chegam a es-
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perar ansiosamente pelas campanhas, porque vão buscar um bocadinho mais, o que é relevante num mercado com margens tão pequenas”. Aliás, Carlos Gonçalves afirma mesmo: “Já é comum os clientes perguntarem-nos quando vamos ter determinado produto em campanha para programarem a compra.” CONSTRUÍDA SOBRE CONFIANÇA O posicionamento esclarecido no mercado e a gestão atenta têm catapultado o crescimento da Filourém, que encontra no trabalho de equipa um dos principais fatores para o sucesso. Hoje com um total de 18 colaboradores, a empresa aposta na formação enquanto força motriz para 0 desenvolvimento. “A Filourém começou com a minha esposa e uma colaboradora. Aos poucos, foram entrando mais colaboradores. Por sermos uma empresa pequena, temos a vantagem de todos conhecerem bem os processos e sentirem-se à vontade nas várias funções. Quando há momentos críticos, existe uma enorme entreajuda, o que faz toda a dife-
rença”, confessa Carlos Gonçalves, desvendando a sua confiança em todos os colaboradores. Graças ao trabalho e dedicação, a empresa soma distinções enquanto PME Líder e Excelência, estatutos que, para o responsável, “são muito importantes”. “Demonstram um nível de excelência que nos dá credibilidade junto de clientes e, sobretudo, dos fornecedores. Vamos fazer tudo para mantermo-nos na lista, porque de nada serve estar uns anos e outros não. É na continuidade que está a excelência”, defende Carlos Gonçalves. Nesse sentido, a Filourém está a fazer algumas alterações a nível interno, com o intuito de reforçar a presença na zona Norte do país. Não pretendendo dar passos maiores do que a perna, nem competir numa liga que não é a sua, o grande objetivo da empresa é estabilizar e crescer a um ritmo sustentado. “O grande desafio é continuarmos no caminho em que temos vindo a caminhar: a trabalhar mais e melhor, e de forma muito sustentável. Queremos continuar a desenvolver o nosso portal, a apostar na formação, na que recebemos e na que damos aos clientes, e, acima de tudo, queremos manter as relações de confiança que temos com os nossos fornecedores e clientes”, destaca o responsável. /
CONTACTOS Filourém – Comércio de Peças Auto Administrador: Carlos Gonçalves Tel 249 541244 Site www.Filourém.com E-mail geral@Filourém.com
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VIDA RECONSTRUÍDA O mercado de peças que ganham uma segunda vida tem vindo a crescer exponencialmente, quer em número de players, quer em vendas. Impulsionado pelo fator preço e pelo desígnio de reduzir os impactos ambientais, apresenta-se como uma alternativa viável e que pode ser de elevada qualidade. No entanto, o vazio legal em que permanece limita a progressão e traduz-se numa falta de transparência que a todos penaliza TEXTO ANDREIA AMARAL
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sadas,recondicionadas, reparadas, remanufaturadas, reconstruídas… As designações são muitas e, talvez por isso, a confusão instalada no mercado de peças que cumprem a sua segunda vida num veículo. Aos mais esclarecidos, a diferença afigura-se como óbvia, no entanto, questionados os consumidores finais, a maioria não conseguirá destrinçá-las. Mais preocupante ainda é o facto de muitos profissionais da manutenção e reparação, geralmente responsáveis pela sua aquisição, terem dificuldades em distingui-las, gerando, não ra-
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ras vezes, uma série de problemas a montante que muito prejudicam o negócio e o cliente. A ambiguidade também em nada beneficia uma atividade com claros benefícios do ponto de vista ambiental, de tal modo que a União Europeia prevê fundos comunitários para o desenvolvimento de empresas e processos que prevejam a reciclagem de componentes. Em causa está não só o menor desperdício, como a necessidade mais comedida de matérias-primas, o menor consumo de recursos no processo de fabrico e a menor poluição resultante do mesmo. As vantagens parecem evidentes, sobretudo porque todas estas poupanças se repercutem ainda num custo inferior para o cliente. Mas é preciso saber o que se está a
"HÁ QUEM ESTEJA A VENDER CAIXAS USADAS COMO SENDO RECONSTRUÍDAS, SÓ PORQUE AS PINTOU”, DIZ DIAMANTINO COSTA
GESTÃO DE QUALIDADE
PREÇO É FATOR DECISIVO O mercado das peças usadas, recondicionadas e reconstruídas tem crescido devido à procura, pelo cliente final, de componentes mais económicos
comprar, sob pena de a vantagem se desvanecer numa teia de complicações. O PROBLEMA “Ainda existe muita confusão sobre o tema, mesmo ao nível dos profissionais”, assume Fernando Relva, administrador da Leiridiesel, indicando que, “no nosso país, utilizamos muitas vezes o conceito recondicionado como sendo igual a remanufaturado”. A opinião é partilhada por Diamantino Costa, diretor comercial da Sparkes & Sparkes, que elenca que o problema contempla ainda as peças usadas. “Efetivamente existe alguma confusão entre peças usadas e reconstruídas”, diz o responsável da empresa especializada em caixas de velocidades.
“Por um lado, quem compra está muitas vezes focado principalmente no preço das peças, não percebendo que uma caixa de velocidades usada nada tem que ver com uma caixa de velocidades reconstruída. A esses pouco importa se a caixa de velocidades é usada ou reconstruída. O que importa é o preço. Fazem confusão porque não percebem que não pode haver uma caixa de velocidades reconstruída ao preço de uma usada”, explica Diamantino Costa, destacando que, por outro lado, “há quem venda caixas de velocidades e faça uma ‘grande confusão’ entre usadas e reconstruídas”. “Apercebemo-nos de que há no mercado quem esteja a vender caixas usadas como sendo reconstruídas, só porque as pintou por fora”, afirma.
Comprovar a qualidade das peças recondicionadas e reconstruídas pode não ser uma tarefa fácil, indicam os agentes contactados pela Turbo Oficina, avançando que o melhor é assegurar junto dos intervenientes que as normas do fabricante são cumpridas e que detêm certificações de qualidade (como a ISO 9001). A Krautli tem, por exemplo, um processo normativo estabelecido para garantir a qualidade do produto final, que passa pelo cumprimento de um conjunto de pressupostos. Descrição do processo de gestão de cascos na Krautli: 1. Objetivo • O Processo de Instruções Europeias (EPI), identifica todos os possíveis casos de produtos em que NÃO é aceite a unidade devolvida como CASCO VÁLIDO; 2. Alcance • O EPI será de cumprimento obrigatório em todas as instalações de reconstrução de Máquinas Elétricas Rotativas da Remy Automotive/Turbomotor; 3. Operação no fornecedor • Um operário qualificado e experiente comprova visualmente a integridade da unidade; • Nesta segunda revisão, examina-se em profundidade a estrutura do casco, fixações e principais componentes da unidade; 4. Descrição do Processo 4.1 Retorno do casco • O casco devolvido tem que ser a mesma aplicação que foi comprada ou intercambiável. Aceitam-se unidades de diferentes marcas sempre que estas sejam O.E. e possam ser instaladas da mesma forma no veículo; • Unidades danificadas mecanicamente ou em condições que não possam ser reconstruídas não serão aceites, exemplos: • Corrosão extrema; • Desmantelado / Desmontado; • Incompleto, com falta de peças; • Partido, carcaça e/ou suportes; • Cascos de unidades CÓPIAS não se creditam pois não é possível recuperá-las.
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A ideia é reforçada pelo diretor comercial da Provmec, Michel Reis, ao indicar: “A maioria dos contactos que temos recebido não sabem qual é a diferença e isso é muito grave, pois acabam por comprar ‘gato por lebre’ porque se baseiam apenas no fator preço.” A este respeito, Bruno Nunes, diretor-geral da MotorPortugal, assume que a confusão é ainda muito alimentada pelo facto de no mercado existirem agentes que não fazem a distinção correta entre peças remanufaturadas/reconstruídas, usadas e recondicionadas/reparadas, “e, em muitos casos, comercializarem, por exemplo, peças recondicionadas/reparadas como sendo peças remanufaturadas/reconstruídas”. AS DIFERENÇAS Num mercado que tem visto a procura aumentar, sobretudo pela preponderância do fator preço num contexto económico que ainda é
"DEVERIAM SER TOMADAS MEDIDAS EM TERMOS DE LEGISLAÇÃO NESTE MERCADO", DEFENDE FLÁVIO MENINO
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de restrição orçamental, há também cada vez mais agentes a surgir. Aliás, essa é precisamente a ideia elencada por Flávio Menino, diretor de Marketing da Autozitânia: “Consideramos que o mercado tem aumentado, tanto a procura como o aparecimento de novos agentes deste tipo de peças. Pensamos que o que pode justificar esta evolução é o fator preço, que tende a ser mais baixo neste tipo de peças.” A clarificação dos diferentes conceitos assume-se, assim, como fundamental: Peças usadas – são aquelas que saem diretamente de uma viatura acidentada ou abatida, sem que seja efetuada qualquer intervenção nos elementos que as constituem; Peças recondicionadas/reparadas – são peças usadas alvo de pequenas reparações para que voltem a funcionar. Passam geralmente por uma lavagem e por pequenos ajustes, como reapertos, soldagens para tirar folgas, substituição de pequenos componentes, pintura e ajustes, que, no entanto, não cumprem os requisitos ou normas de reparação dos fabricantes das mesmas. A sua vida útil, sendo tendencialmente superior à das peças usadas, é limitada; Peças reconstruídas/remanufaturadas – aquelas em que são substituídos todos os elementos que não estão conformes. Passam por uma avaliação detalhada que culmina na reparação e/ou substituição de todos os com-
ponentes com desgaste, folga ou outro tipo de defeito. O objetivo é que funcione e tenha a durabilidade de uma peça nova, sendo que os procedimentos são realizados pelo próprio fabricante ou por outro agente, mas seguindo sempre as normas e requisitos do fabricante. São testadas, verificadas e comercializadas com garantia. “Relativamente às peças usadas, a principal vantagem é efetivamente o preço, um elemento muito valorizado por determinados segmentos de mercado. Contudo, as desvantagens são várias, como a imprevisibilidade da sua duração e a incerteza sobre a efetiva qualidade da peça, entre outras”, afirma Flávio Menino, elencando uma visão partilhada por todos os agentes entrevistados pela Turbo Oficina. David Serrano, gestor de produto da Krautli Portugal, encontra, contudo, outras vantagens nas peças usadas, como são “a obtenção de peças já descontinuidas pelos fabricantes” e a “disponibilidade imediata”. Também no que diz respeito às peças reconstruídas, os diferentes interlocutores contactados pela Turbo Oficina são unânimes, destacando que, além dos menores impactos ambientais, têm como vantagens o preço, em relação às peças novas, e a garantia, relativamente às peças usadas. Por exemplo, Bruno Nunes, da MotorPortugal, destaca: “As gran-
UM MERCADO CONFUSO A juntar ao problema de muitos profissionais não distinguirem as diferenças entre os três tipos de peças, a própria legislação não prevê o estatuto da peça reconstruída. Existe ainda um vazio legal ao nível das normas de qualidade e segurança a cumprir, ficando estas limitadas às especificações que os próprios fabricantes ditam
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des vantagens de uma peça remanufaturada/ reconstruída são a qualidade e fiabilidade que proporciona, assim como a diminuição do impacto ambiental através dos sistemas de descontaminação e gestão de resíduo. São peças revistas na sua totalidade, tendo sido substituídos todos os componentes de desgaste e componentes que não apresentaram resultados satisfatórios nos testes de qualidade”, pelo que se trata, diz, “de uma excelente alternativa às peças novas”. E é-o em tal medida que os próprios fabricantes de automóveis, como a Mercedes-Benz ou a Opel, as incluem na sua oferta, enaltecendo a sua elevada qualidade e compatibilidade com o ambiente por um preço que pode chegar a ser até 50% inferior a uma peça nova. LEGISLAÇÃO IMPÕE-SE Embora as peças tenham tendencialmente mais qualidade à medida que vão subindo na escala, de usadas para recondicionadas e reconstruídas, nem sempre a realidade é assim. O cumprimento de determinados procedimentos e a qualidade dos materiais utilizados influem sobremaneira a qualidade do produto final. É precisamente para esta realidade que Luís Sousa Vieira e Manuel Araújo Monteiro,
administradores da B-Parts.com, chamam a atenção: “Peças recondicionadas ou reconstruídas nem sempre são sinónimos de qualidade. Temos casos de motores usados com qualidade superior a motores reconstruídos. São muitas as variáveis e parâmetros que contribuem para um recondicionamento de excelência. A título de exemplo recondicionar um motor com peças de custo reduzido naturalmente tem um risco de avaria superior.” Por isso mesmo, e conforme advoga David Serrano, é importante que todos os atores conheçam a proposta de valor de cada marca e empresa. Esta é, de resto, a melhor forma de assegurar que o que se compra corresponde ao que está a ser vendido. Depois de Espanha ter aprovado, em janeiro, um decreto que considera ilegais as peças usadas que não tenham origem num Centro Autorizado de Tratamento, muitas têm sido as vozes que se erguem no setor reivindicando uma regulamentação específica. “Deveriam ser tomadas medidas em termos de legislação neste mercado, de forma a que o mesmo seja regulado e possa garantir a qualidade e segurança necessárias à circulação dos veículos”, assume Flávio Menino. Já Diamantino Costa considera que a tendência será mesmo
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essa, até porque “é preciso ter algum cuidado com as peças usadas que são vendidas sem qualquer controlo, até por uma questão de segurança”, embora seja da opinião que se possam reciclar e reutilizar peças que vêm de carros praticamente novos. “Qualquer medida que vise garantir ao cliente a autenticidade do que está a comprar é sempre bem-vinda”, indica Bruno Nunes, diretor-geral da MotorPortugal. Por seu turno, Rui Nunes, responsável de vendas e técnica da Bugaparts, refere que uma legislação específica comportaria “uma maior proteção do setor profissional, que, neste momento, concorre com qualquer pessoa que se lembre de desmantelar o seu carro”. Para este responsável, em causa está a normalização e regularização da concorrência. Michel Reis, diretor-geral da Provmec, explica que em questão está a existência de lacunas na lei, que não consagra o produto reconstruído, apenas configurando as variantes novo ou usado. “Ora, para uns a interpretação é a de que reconstruído tem estatuto de Novo, pois as peças internas são novas; mas para outros, tem o estatuto de usado, pois já foi um motor usado e que avariou”, refere o responsável. “Esse vazio faz com que, infelizmente, em Portugal coexistam produtos disformes a nível de qualidade e de preços, mas com uma nomenclatura idêntica, causando muita confusão entre os consumidores finais.” Michel Reis vai mais longe e defende mesmo que “a regulamentação deveria ser uniforme a nível europeu”, em benefício de um mercado “muito mais transparente”. /
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UM FUTURO DESAFIANTE A falta de transparência é um dos principais constrangimentos que o setor enfrenta. Fernando Relva, administrador da Leiridiesel, considera que estas peças, ao terem um preço mais apetecível, tendem a ver a procura aumentar e, consequentemente, a oferta. “A questão é que tipo de oferta surge e cresce no mercado”, adverte, indicando que “hoje em dia, com a Internet têm aparecido muitos ‘curiosos’ que supostamente aprendem a reparar no YouTube. A verdade é que estas reparações, não tendo qualidade, retiram credibilidade a todo o mercado da reparação”. Acreditando que o mercado tem grande “margem de progressão e crescimento”, reforça: “É necessário muito empenho e divulgação
para mostrar o bom trabalho, o bem feito.” David Serrano identifica ainda outro entrave: “Temos verificado um aumento de entrada de cópias no mercado com uma abordagem low cost / low quality e que está a confundir alguns operadores, pois apresentam, em muitos casos, preços mais baixos que uma unidade reconstruída de qualidade.” Mas também o gestor de produto da Krautli Portugal considera que, devido ao contexto atual do envelhecimento do parque circulante e à capacidade económica mais reduzida das famílias, os produtos reconstruídos têm obtido um crescimento sustentado. “Assim sendo, estamos convencidos de que no curto/médio prazo, os atores profissionais
e o consumidor final estarão sensíveis aos produtos reconstruídos de qualidade elevada em detrimento de cópias com qualidade questionável.” Os esforços logísticos inerentes à gestão dos cascos, necessários ao recondicionamento e reconstrução, são também apontados pelos diversos agentes como desafios a superar. Do mesmo modo, e perante a alteração do parque automóvel e a entrada em circulação de veículos elétricos, a permanente formação dos técnicos e a inovação na busca de processos adequados são obrigações inabaláveis. “O setor das peças muda todos os dias; e requer uma constante adaptação”, concluem os responsáveis da B-parts.com.
QUEM VENDE O QUÊ? Perante uma oferta crescente de componentes usados, recondicionados e reconstruídos, nem sempre é fácil perceber quem comercializa que tipo de peças e sob que pressupostos é realizada toda a logística dos produtos. Para ajudá-lo, revelamos-lhe as propostas de valor de alguns dos principais players a atuarem neste mercado TEXTO ANDREIA AMARAL
AUTOZITÂNIA Embora não comercialize peças usadas, a Autozitânia dispõe de uma gama de produtos recondicionados e reconstruídos. A oferta, disponível sob a chancela de diversas marcas que representa, inclui alternadores, motores de arranque, caixas de direção assistida, bombas de direção assistida e transmissões. “A qualidade é assegurada pelo fabricante, que realiza as intervenções necessárias e tem o seu próprio processo de tratamento deste tipo de peças, que pode variar”, explica Flávio Menino, diretor de Marketing, elencando ainda: “A garantia que asseguramos ao cliente é a garantia do fabricante.” B-PARTS.COM A B-PARTS.com distribui peças usadas multimarca em todo mundo, com foco comercial na Península Ibérica. Disponibiliza, sem custos, um portal de revenda para centros de abate e casas de peça, onde tem todo o stock disponível a preços de revenda. Oferece aos seus clientes
garantia em todos os produtos, que contemplam colisão, mecânica, eletrónica, iluminação e interiores. Não obstante, a garantia varia de acordo com a idade da peça e o seu preço, sendo detalhada em cada um dos produtos, individualmente. De acordo com os administradores da empresa, Luís Sousa Vieira e Manuel Araújo Monteiro, “o recondicionamento das peças de colisão, iluminação e interiores tipicamente é realizado pelo aplicador, não existindo beneficio para o recondicionamento ser realizado a montante (entidade vendedora)”. Por outro lado, explicam, “as peças recondicionadas comercializadas pela B-parts.com são exclusivamente importadas do Norte da Europa, exatamente pela qualidade dos produtos e da tecnologia utilizada nesse mesmo recondicionamento”.
os mesmos. A maioria das intervenções é efetuada pela própria empresa, à exceção da maquinação dos blocos de motor, que entrega “a empresas qualificadas com bastantes anos no mercado”. Rui Nunes, responsável de vendas e técnica, explica que todo os motores e caixas reconstruídos pela Bugaparts são montados nas suas instalações. “Temos também alguns produtos reconstruídos que adquirimos a outros reconstrutores, sendo o produto comercializado apenas após apreciação da qualidade do mesmo.” Com um conjunto de padrões de análise e seleção de produto que começa na aquisição do mesmo, a empresa comercializa as peças com garantias de seis meses e sem limite de km, caso sejam usadas, e de 12 meses sem limite de km, nas reconstruídas.
BUGAPARTS A Bugaparts comercializa peças reconstruidas, recondicionadas e usadas, estando mais vocacionada para motores e caixas de velocidades, assim como componentes de reparação para
KRAUTLI PORTUGAL Na Krautli é possível encontrar uma gama de peças reconstruídas que contempla motores de arranque, alternadores, caixas e bombas de direção, turbos e compressores de A/C.
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APOIO À RECONSTRUÇÃO Com vista à minimização dos impactos ambientais, a própria União Europeia tem apoiado o desenvolvimento de negócios e processos na área da reciclagem e reconstrução de peças
A empresa trabalha com as marcas Delco Remy, Remy, Turbomotor e Teamec. “Na Krautli só trabalhamos com fornecedores de primeira qualidade e fornecedores de origem nas gamas de peças remanufaturadas que disponibilizamos. Só com critérios rígidos de qualidade na recolha dos cores e na aplicação de técnicas e materiais de fabricação de OES se pode garantir a qualidade de uma peça ‘nova’ e de qualidade”, afirma David Serrano, gestor de produto da empresa, indicando que são consagradas as garantias estabelecidas na Lei para uma peça nova: dois anos para uso particular e seis meses para uso profissional. Segundo o responsável, as peças têm a “qualidade de uma unidade nova, com preço inferior (em média 30%) e apenas com o ónus de devolução da usada”. LEIRIDIESEL Componentes de sistemas de injeção – tais como bombas injetoras, injetores, unidades injetoras, sejam mecânicos, eletrónicos, common-rail ou outros –, turbos, caixas de velocidades e filtros de partículas são os principais produtos da oferta da Leiridiesel, que passa por reparar a peça do cliente ou comercializar a peça reconstruída. “Ao nível da injeção trabalhamos com todas as marcas, das quais destacamos Bosch, Delphi, Denso, Yanmar, Stanadyne e a nossa marca própria, PEQ”, sublinha Fernando Relva, administrador, avançando que as intervenções são realizadas na empresa. “Somos uma empresa certificada através da norma ISO 9001, os nossos processos de reparação são auditados regularmente seja pela empresa certificadora, seja pelos nossos fornecedores e fabricantes das peças”, refere ainda o responsável, ao elencar que a Leiridiesel trabalha com os prazos legais de garantia. LISPARTS Especializada na comercialização e distribuição de peças recondicionadas, a Lisparts tem no seu portefólio as representações em Portugal
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da Wat, Lizarte e Indeco. A gama contempla bombas de direção (elétricas e hidráulicas), caixas de direção (assistidas, elétricas, mecânicas, monobloco), colunas de direção elétricas, transmissões, veios longitudinais, esferas de suspensão e juntas homocinéticas, sendo de assinalar que a empresa dispõe ainda de juntas e transmissões com a sua própria marca. A Lisparts escolhe os produtos de acordo com critérios de qualidade e preço, conforme explica a administração: “Oferecemos soluções baseadas em princípios como a simplicidade, a eficácia e a excelência dos produtos que comercializamos, sempre em busca da melhor relação qualidade/preço em benefício de todos os stakeholders envolvidos no ciclo do negócio.” Baseando a sua atividade no canal online, muito embora disponha de uma loja física, ocalizada em Odivelas, oferece entregas gratuitas. MOTORPORTUGAL Na MotorPortugal são comercializados motores, cabeças, caixas de velocidades, turbos, bombas injetoras e injetores, cambotas, bielas, árvores de cames, compressores de A/C, alternadores, motores de arranque, caixas e bombas de direção, etc.. A empresa dedica-se sobretudo às peças reconstruídas, trabalhando com meios próprios e dispondo da “da mais alta e recente tecnologia” e de uma “equipa de profissionais altamente qualificada que continuamente recebe formação que garante a adaptação às exigentes mudanças do mercado automóvel”, refere Bruno Nunes, diretor-geral. A atuar sob a certificação ISO 9001, a MotorPortugal oferece garantias de até dois anos. “Nesse período, no caso dos nossos turbos remanufaturados/reconstruídos, assim como nos nossos turbos de marca própria, KIRUS, oferecemos ainda uma garantia total sobre este produto, ou seja, mesmo no caso de haver algum problema externo ao turbo que o danifique, a nossa garantia cobre esse primeiro problema.
PROVMEC A Provmec comercializa motores e caixas de velocidade manuais novos, reconstruídos, reparados e usados, dispondo de um portefólio que inclui todas as marcas e modelos de automóveis. “Os motores são tratados pela fábrica que os constrói e que representamos”, refere o diretor comercial, Michel Reis, indicando que o sistema de garantia da empresa define: 24 meses de garantia com seguro de garantia de mão de obra para as peças novas e reconstruídas; 12 meses de garantia nas peças reparadas; e seis meses nas usadas. A Provmec já vendeu mais de dez mil motores e de quatro mil caixas de velocidades. No mercado há 18 anos, quer “continuar a crescer” e, embora tenha “total confiança nos parceiros”, está a implementar um departamento de qualidade e segurança. SPARKES & SPARKES A Sparkes & Sparkes apenas comercializa caixas de velocidades manuais e caixas de transferência reconstruídas.” As caixas de velocidades são todas reconstruídas pela nossa equipa nas nossas instalações”, indica Diamantino Costa, referindo que as de transferência “são produto OEM”. A empresa tem em vigor um processo que inclui a desmontagem de todas as peças, peça por peça. “Todas as peças de desgaste são imediatamente descartadas. As outras são alvo de um processo de lavagem e de verificação. As que estiverem avariadas são substituídas. Depois a caixa é montada, testada e está pronta para ser enviada ao cliente. Todas as peças que substituímos são peças novas, OEM ou de qualidade equivalente”, explica o diretor comercial, avançando que a empresa concede um ano de garantia sem limite de quilómetros. “Uma caixa de velocidades vendida pela Sparkes & Sparkes tem as mesmas especificações da caixa original, não ficando em nada atrás das caixas fornecidas pela origem”, garante o responsável. TRW Com uma ampla experiência no recondicionamento e reconstrução de peças, a TRW atua em nome próprio nos componentes de direção e travagem. Para além do portefólio específico Proequip, para veículos pesados, coloca ainda ao dispor dos seus clientes a marca Lucas, especialista em produtos elétricos, como motores de arranque, alternadores e compressores AC. A marca segue rigorosos critérios de qualidade, orientando a reconstrução de acordo com as mesmas especificidades do produto novo, por isso, os seus componentes reconstruídos beneficiam das mesmas garantias dos novos. /
NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS
PRODUÇÃO EM 2020 De acordo com a Bosch, o seu piloto automático deverá estar pronto para produção em 2020. Para torná-lo realidade será importante o apoio da unidade portuguesa de Braga, que se tem destacado nesta área
BOSCH
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO CONNECTEDWORLD 2017
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a conferência internacional Bosch C on nec ted World 2017, em Berlim, a Bosch apresentou o computador de bordo para veículos autónomos. Usando inteligência artificial (IA), o computador pode aplicar métodos de aprendizagem, com a marca a esperar que o computador de bordo com IA possa guiar veículos autónomos através de situações de trânsito complexas ou situações novas para o veículo. “Estamos a ensinar o automóvel como agir por conta própria no trânsito”, afirmou Volkmar Denner, CEO da Bosch. Os veículos já utilizam sensores Bosch para monitorizar o que os ro-
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deia e, com a inteligência artificial, poderão interpretar essas leituras e fazer previsões sobre o comportamento dos outros utilizadores da estrada. “A condução autónoma torna as estradas mais seguras, e a inteligência artificial é a chave para que isso aconteça. Estamos a tornar os automóveis inteligentes”, continua o CEO da Bosch. Para construir o núcleo do computador de bordo, a Bosch vai colaborar com a empresa tecnológica norte-americana Nvidia, que vai fornecer um chip que armazena algoritmos gerados com métodos de aprendizagem mecânicos. O computador armazena o que aprende enquanto conduz em redes neurais artificiais e, posteriormente, os especialistas reveem a exatidão deste conhecimento em laboratório. Depois de testes adicionais na estrada, as estru-
turas de conhecimento geradas artificialmente podem ser transmitidas para outros computadores de bordo com IA através de uma atualização. “Queremos que a condução autónoma seja possível em todas as situações. Já na próxima década, veículos sem condutor vão fazer parte do nosso dia a dia e a Bosch está a fazer progressos na condução autónoma em todas as frentes tecnológicas. Queremos assumir um papel de liderança também no campo da inteligência artificial”, afirma Denner. Recorde-se que a unidade da Bosch em Braga tem sido uma das mais ativas na investigação e desenvolvimento de soluções de conetividade na área automóvel. Com o contributo desta unidade, em 2020, o piloto automático da Bosch estará pronto para a produção, tornando a condução autónoma uma realidade. /
CROMAX
SOGEFI
CHROMAWEB COM NOVA VERSÃO
NOVA FÁBRICA EM MARROCOS
A
A
Cromax já tem disponível uma versão atualizada do ChromaWeb, o software de gestão de produto e busca de cor baseado na web que está ligado à sua base de dados de cor global. Este upgrade proporciona uma utilização ainda mais fácil para os pintores e contribui para que trabalhem de forma muito mais produtiva graças à navegação mais simples, incluindo menos movimentos por página, informação ordenada de forma mais intuitiva e no modo ecrã tátil, ícones e campos de entrada maiores. Entretanto, a marca adicionou ainda uma nova base altamente cromática e de elevada transparência à sua gama de produtos fornecidos em embalagens de 100ml, desenvolvidos para utilização em cores especiais OEM. A mais recente adição, o AM22 Pure Blue, promete aos pintores uma base transparente azul-esverdeada, revelando uma tonalidade verde quando vista de lado e um tom vermelho quando próximo do ângulo especular. PUBLICIDADE
Sogefi anunciou os seus planos para construir uma nova fábrica em Marrocos, estreando assim operações no continente africano. A marca tem já encomendas para o mercado local e para o europeu e acredita que esta nova unidade vá ser responsável por um acréscimo de 30 milhões de euros nas vendas. Com início de laboração previsto para o início de 2018, a nova fábrica vai produzir dois modelos de sistemas de filtragem de motor (um filtro diesel e um módulo para filtragem de óleo) para vários tipos de veículo. Com 10 mil m2, a nova fábrica da Sogefi será erigida na zona franca de Tânger e empregará 120 pessoas. Estão em curso conversações para implementar algumas iniciativas de negócio que poderão aumentar o tamanho da fábrica para 25 mil m2 e o número de empregados para 300, bem como aumentando as vendas previstas para os 60 milhões de euros em 2021.
NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS SPIES HECKER
PROGRAMA PHOENIX ATUALIZADO
O
programa de gestão de cor Phoenix, da Spies Hecker, tem uma nova versão. A atualização deste software permite que os pintores auto o utilizem mais facilmente. O menu e a apresentação foram otimizados e foi adicionada uma nova opção que permite alternar entre os trabalhos. Com a nova atualização do Phoenix, os utilizadores podem ver rapidamente se estão a trabalhar com a versão online ou com uma versão local, atualizada automaticamente quando ligada à Internet. Além disso, o modo tátil foi melhorado. Computadores, tablets e smartphones podem agora ser operados mais facilmente graças aos ícones e campos de entradas maiores. A interface do utilizador pode ser personalizada de acordo com as necessidades individuais e a Spies Hecker também reviu a forma como as cores são selecionadas através do espetrofotómetro ColorDialog ou ColorDialog DeltaScan. As fórmulas de cor disponíveis são atualizadas automaticamente quando se liga à Internet, além de que as cores misturadas podem ser guardadas online na Color Cloud e ser acedidas não só a partir de outros computadores, como também através de dispositivos móveis como tablets.
BRAÇOS DE SUSPENSÃO PARA LAND ROVER A Meyle apresentou a sua gama de braços de suspensão Meyle-HD para modelos Land Rover. Lançando mão de um design modificado e de um casquilho de borracha maciça em vez do casquilho hidráulico original, a Meyle promete para os braços de suspensão
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A marca lançou ainda um novo aditivo para verniz para cores azuis ultra-brilhantes. Trata-se do Permasolid Aditivo de Cor 9047, que pode ser utilizado em praticamente todos os vernizes HS 2K da Spies Hecker. Na hora de reparar veículos com vernizes coloridos, são apenas necessárias pequenas quan-
Meyle-HD uma vida útil mais longa, comparativamente com a versão original, acompanhada da garantia de quatro anos que a marca dá a todas as suas peças. Os novos braços de suspensão Meyle-HD podem ser adquiridos para os modelos Land Rover Discovery III a partir do ano de fabrico de 2004 e para o Range Rover Sport a partir do ano de fabrico de 2005. O casquilho de apoio Meyle-HD reforçado, para as três aplicações automóveis, pode ser substituído em separado e encontra-se disponível com o número MEYLE 53-14 610 0000/HD.
tidades de aditivo de cor, sendo por este motivo que todos os aditivos de cor para verniz da Spies Hecker são disponibilizados em embalagens de 100 ml. O novo Permasolid Aditivo Azul 9047 para Verniz é utilizado na reparação do Lexus na cor 8X1 Sapphire Blue usado nas séries IS, GS e RC. /
ISTOBAL REDUZ HIDROCARBONETOS A Istobal, empresa espanhola especializada em soluções de lavagem e cuidado automóvel, reclama uma redução de 94% dos hidrocarbonetos na água resultantes do processo de lavagem, fruto das suas tecnologias de separação e retenção. Com este processo, a Istobal consegue reter os hidrocarbonetos procedentes do combustível e motores dos veículos, evitando que contaminem a água resultante da lavagem. Ao mesmo tempo, a água pode ser reutilizada nas lavagens
de novos veículos. No Dia Mundial da Água, a Istobal assinalou a importância de evitar a descarga da água das lavagens sem tratamento, já que um litro de hidrocarbonetos contamina 1000 m 3 de água. O separador da Istobal está certificado pela normativa europeia EN 858, DIN 1999 como Classe I.
NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS PPG REFINISH
NOVO PROCESSO DE REPINTURA RCT
A
PPG Refinish anuncia ter revolucionado o processo de repintura automóvel com o lançamento do RCT (Rapid Cycle Time), método inovador de reparação concebido com o objetivo de melhorar a competitividade e rentabilidade da oficina, graças a uma redução dos tempos de aplicação e secagem, otimizando assim os recursos da oficina. O novo processo RCT, patenteado pela marca, beneficia também da nova formulação dos aparelhos e vernizes da PPG, da flexibilidade da base bicamada Envirobase High Performance e do seu sistema de aplicação Express. No total, os tempos de espera são reduzidos em até cerca de três horas e meia por cada veículo, o que permite dar serviço a até oito veículos diariamente, de acordo com os responsáveis da PPG Refinish. Utilizando o processo RCT, os responsáveis da PPG anunciam uma redução de 50% na fase de secagem ao ar do aparelho a 20º C; o verniz seca em apenas cinco minutos a 60º C e elimina a hora de espera necessária anteriormente para a montagem das peças pintadas, que passam a poder ser manipuladas imediatamente. A fase de polimento também passa a ser de apenas uma hora, sem pôr em causa a qualidade do acabamento. /
ETECNO1 FORNECE GROPAUTO ADRIA A Etecno1, fabricante italiano de velas de incandescência, assinou um acordo com a Groupauto Adria, permitindo que seja aprovada a possibilidade de distribuição das velas da marca por todos os 24 membros do Grupo no seu território. A Groupauto Adria é um dos 20 grupos internacionais e os seus
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parceiros uniram-se sob a Groupauto International, que abrange toda a Europa. A Etecno1, fazendo parte desta estrutura, terá a oportunidade de partilhar ideias e boas práticas. Andrej Štih, diretor-geral da Groupauto Adria, diz: “Os nossos membros têm agora a possibilidade de melhorar a sua oferta nas velas de incandescência de alta qualidade da Etecno 1 e serem mais competitivos no mercado. Acima de tudo a ETecno1 é a solução perfeita para veículos com mais de 5 anos, pois conseguimos ter produtos de alta qualidade a ‘preço justo’.”
NOVO CATÁLOGO DE ESCOVAS EASYVISION A Federal-Mogul Motorparts apresentou o novo catálogo para a gama de escovas limpa-para-brisas Easyvision, da marca Champion, que engloba escovas para substituição direta e retrofit , bem como escovas standard . O novo catálogo cobre mais de 50 novos modelos lançados em 2015 e 2016 por fabricantes como Audi, BMW, Land Rover, Mercedes-Benz, Renault, Skoda, Vauxhall, Volkswagen e outros. A gama compacta de 15
referências Easyvision Multi-Clip proporciona uma cobertura de mais de 95% das aplicações em veículos de Turismo, através do sistema de conexão Multi-Clip da Federal-Mogul Motorparts. As escovas Champion Easyvision usam um desenho simétrico e tensores de precisão que proporcionam um melhor comportamento a todas as velocidades, incorporando também defletores que garantem um varrimento forte e consistente do para-brisas.
NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS BREMBO
ALPINE A110 ESTREIA INOVAÇÃO
A
presença da Brembo no Salão de Genebra ficou ligada à estreia do novo Alpine A110, um desportivo da Renault equipado com as primeiras pinças de travão ECS (Electromechanical Combined Sliding) feitas totalmente em alumínio. Destacando-se pela sua poupança no peso do conjunto, esta nova pinça combina várias funções, agrupando o travão de serviço e o de parqueamento no mesmo componente, graças ao ativador desenvolvido pela Brembo. Esta tecnologia é uma adição à gama EPB (Electric Parking Brake) da Brembo. A marca reclama que este novo componente permite boas performances de travagem, ao mesmo tempo que garante a ativação do travão de estacionamento a qualquer temperatura ou condição, graças ao material de fricção otimizado. Em qualquer caso, a Brembo desenvolveu um software de monitorização do sistema que garante que, em caso de falha dos circuitos hidráulicos de ambas as pinças de travão, o condutor consegue parar o carro em segurança utilizando o travão de estacionamento. Recorde-se que, recentemente, a Brembo anunciou que as suas receitas cresceram 9,9%, em 2016, para um total de 2,27 mil milhões de euros. Já o lucro foi 30% superior ao registado em 2015. /
ZAPHIRO APRESENTA MR. KOMODO A Zaphiro lançou a cadeira Mr. Komodo, uma ferramenta de produtividade pensada para melhorar as condições de trabalho em inúmeras situações em que não é possível ou conveniente utilizar sistemas de elevação. Com esta nova cadeira, trabalhar ajoelhado será coisa do passado, diz a Zaphiro. O desenho da Mr. Komodo permite que o colaborador mantenha uma posição correta e cómoda, com
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a coluna vertebral direita, o que elimina a dor e reduz a fadiga e o stress, mesmo depois de muitas horas de trabalho. Além disso, a Zaphiro reclama que a cadeira evita maleitas nas pernas e costas, ao permitir ajoelhar-se e levantar-se sem forçar a zona lombar. O assento da Mr. Komodo é ajustável em altura, profundidade e inclinação, e as almofadas de apoio são feitas de espuma de poliuretano e cobertas por um material lavável e resistente, semelhante a couro.
UFI FILTERS EM FORÇA NO DESPORTO MOTORIZADO A UFI Filters anunciou a presença dos seus componentes nas principais competições automobilísticas de 2017, o que “confirma o alto nível de inovação que sempre nos diferenciou”, revela a empresa. Na temporada de 2017, no campeonato do mundo de Fórmula 1, as grandes equipas vão utilizar vários produtos de filtração da UFI Filters, sendo que a marca chega a fornecer 14 ou 15 filtros diferentes para cada carro, do filtro de óleo do motor aos filtros de
combustível (alta e baixa pressão), aos filtros “last chance” (para circuitos de água e/ou óleo), até aos filtros de habitáculo, os filtros de água do circuito de refrigeração e os filtros da direção assistida. Os produtos da empresa também dão o seu contributo no campeonato de MotoGP, às equipas Aprilia e Ducati, com o fornecimento de filtros de óleo do motor e filtros de combustível, assim como aos campeonatos GT2 e GT3 e ao campeonato de Superbikes .
RAIO-X
COMERCIAL DO MÊS
POLIVALENTE Para o transporte de passageiros ou misto, com a remoção dos bancos, a Citroën propõe a versão Combi M de 9 Lugares do novo Jumpy, com 4,9 metros de comprimento e motor 1.6 BlueHDi de 115 CV TEXTO CARLOS MOURA PEDRO FOTOS JOSÉ BISPO
O
representante da Citroën no segmento de veículos comerciais médios – Jumpy – foi totalmente renovado no ano passado, estando disponível, na versão furgão, desde setembro. A marca reforçou agora a sua oferta com a introdução da variante Combi de 9 lugares, que, tal como no furgão, é proposta em três comprimentos de carroçaria, XS (4,6 m), M (4,9 m) e XL (5,3 m). Esta versão possibilita o transporte do condutor e de até oito passageiros em três filas de bancos, numa configuração 3+3+3, e também uma utilização mista, com a remoção dos bancos da segunda e terceiras filas. No caso da unidade ensaiada – Jumpy Combi 9 LUG M –, o comprimento útil no piso passa dos 60 centímetros, atrás da última fila, para 2,41 metros, atrás da
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primeira fila. A largura interior disponível é igualmente generosa (1,21 m). O Citroën Jumpy foi construído com base na plataforma modular EMP2 de última geração do Grupo PSA, que foi adaptada especialmente para este modelo. A sua estrutura foi reforçada para acolher os novos trens dianteiro e traseiro específicos para possibilitar suportar uma carga útil que pode chegar aos 1400 kg. No que se refere à imagem, o novo Jumpy apresenta um design inspirado no universo dos veículos de passageiros e dos SUV. O estilo é fluído, sem qualquer agressividade, caraterizando-se por uma dianteira dominada por um capô curto, tratado na horizontal e sustentado por largas óticas de faróis posicionados em altura. Ao nível da grelha, encontra-se a assinatura da marca, que se projeta para cada um dos lados do chevron. A vista lateral, dominada
pela larga porta deslizante, sublinha o volume interior generoso. A altura máxima de 1,9 metros permite o acesso à maioria dos parques de estacionamento subterrâneos. O interior do novo Jumpy oferece uma posição de condução elevada, que permite dominar a estrada. O banco do condutor dispõe de apoio de braço, sendo regulável longitudinalmente e em altura, enquanto o banco duplo do passageiro possui arrumação no seu interior. O painel de instrumentos, ligeiramente sobreelevado, oferece ao condutor uma boa leitura, embora as informações transmitidas sejam básicas: conta-rotações, velocímetro, indicadores do nível da temperatura do óleo e do combustível, além de um pequeno ecrã digital, que fornece dados relativos à velocidade instantânea, quilómetros percorridos ou temperatura exterior. O equipamento de série na versão Jumpy Combi 9 Lugares 1.6 BlueHDi é suficiente para uma
utilização profissional, incluindo o auto-start-stop, o fecho central de portas, vidros dianteiros e retrovisores elétricos, vidros laterais de correr na segunda fila, computador de bordo, indicador de aconselhamento de mudança de velocidade. Em termos de segurança, a dotação de série compreende o auxiliar de arranque em subida, airbag duplo, deteção de pressão dos pneus, limitador e regulador de velocidade. A lista de opcionais integra o ar condicionado manual com o sistema de áudio MP3, kit mãos livres Bluetooth, entrada USB no Pack Confort (1150€), assim como o para-choques na cor da carroçaria (590€), os sensores de estacionamento traseiros (250€) ou a pintura metalizada (490€). Com opções, a unidade ensaiada implica um investimento de 38 496€. Para mover esta Jumpy Combi de 9 Lugares, uma das motorizações disponibilizadas pela Citroën é a 1.6 BlueHDi de 115 CV, que se revelou bastante agradável de utilizar, designadamente em termos de binário a baixas rotações e elasticidade, respondendo com prontidão às solicitações do acelerador, sendo desnecessário recorrer com frequência a caixa manual de seis velocidades, bem escalonada e precisa. O consumo de combustível também é interessante para um veículo que pesa mais de 1,7 toneladas em vazio, com uma média combinada entre os 6,8 l/100 km e os 7,2 l/100 km. O sistema auto-start-stop também dá uma ajuda ao desligar o motor sempre que o veículo está parado. O consumo anunciado pela marca é de 5,2 l/100 km. /
CITROËN JUMPY COMBI 9 LUG M 1.6 BLUEHDI 115 S&S ESPAÇO GENEROSO A versão de nove lugares da gama Jumpy apresenta uma configuração de três filas de bancos. Atrás da última fila, e com todos os bancos montados, o comprimento útil para bagagem é de 60 centímetros PREÇO 36 016€ (base) // MOTOR 4 CIL.; 1560 cc; 115 CV às 3500 rpm // BINÁRIO 300 Nm às 1750 rpm // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL, manual // PESO 1751 KG // COMP./LARG./ALT. 4,95/1,92/1,89 // CONSUMO 5,2 (6,8*) l/100 KM // EMISSÕES CO2 137 G/KM // IUC 176,72€ *As nossas medições
MOTOR / CONSUMOS
ABERTURA MALA / EQUIPAMENTO
RAIO-X
BARÓMETRO
DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça as aqui as principais alterações e ocorrências PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO FEVEREIRO 2017 HOMÓLOGA FEVEREIRO 2017 HOMÓLOGA FEVEREIRO 2017 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 111 6,7%
20 -9,1%
7
-30,0%
CENTRO 58
16,0%
10
-23,1%
1
-83,3%
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA
8,0%
32
113,3%
4
33,3%
ALENTEJO 12
81
-25,0%
2
-50,0%
1
-
ALGARVE 14
100,0%
2
-33,3%
0
-100,0%
R. A. AÇORES
3
0,0%
1
-
0
-
R. A. MADEIRA
4
33,3%
4
-
1
-
TOTAL 283 9,7%
71 24,6%
TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR FEVEREIRO 2017
14 -30,0%
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
EM NÚMERO
FEV. 2017
ACUMULADO FEV. 2016 FEV. 2017
ACUMULADO SETOR TECIDO FEV. 2016 EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
283
102
258
9,7% -0,3%
ENCERRAMENTOS 30
71
32
57
24,6% -8,7%
INSOLVÊNCIAS 5
14
11
20
-30,0% -27,0%
(CONSTITUIÇÕES)
NORTE 5061
112
(EXTINÇÕES)
FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.
FICHA TÉCNICA
CENTRO 3389
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3382
ALENTEJO 866
ALGARVE 472
EM PERCENTAGEM 37,1
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ALENTEJO
A. M. LISBOA
CENTRO
NORTE
6,3
R. A. MADEIRA 270
3,5
1,5
2,0 MADEIRA
24,8
AÇORES
24,8
ALGARVE
R. A. AÇORES 200
Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.
Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt
RAIO-X
ALFA ROMEO STELVIO
QUEM FAZ O QUÊ?
A
presentado em novembro de 2016 no Salão Automóvel de Los Angeles, o Stelvio representa a entrada da desportiva e tradicionalista Alfa Romeo no universo dos SUV. Construído em Itália, na fábrica de Cassino, a produção arrancou no início de janeiro de 2017. Com um comprimento de 4,68 metros, as suas linhas remetem para o Giulia, com o qual partilha a plataforma Giorgio, embora em formato mais compacto, de SUV Coupé. Na fase de lançamento, o Stelvio é proposto com o motor a gasolina 2.0 Turbo de 280 CV e com o 2.2 Turbo Diesel de 210 CV. Estes propulsores possuem, por exemplo, cabeças da Nemak, conjunto dos veios de equilíbrio da MPG e tubagens do circuito de refrigeração da Teklas. Para que os limites das normas ambientais sejam cumpridos, o Stelvio conta com sistemas de controlo das emissões da Faurecia. Mais tarde chegará o motor a gasolina 2.9 V6 Turbo, concebido com a colaboração da Ferrari, e que desenvolve 510 CV. Este bloco em alumínio foi fundido pela Mazzucconi, sendo a refrigeração assegurada por um módulo da MAHLE, enquanto o diferencial vetorial é originário da GKN. As ligações entre a carroçaria e as rodas são asseguradas por módulos de suspensão da ZF, ao passo que o sistema de travagem conta com discos da Brembo, que estão localizados atrás das jantes da Commodora Wheels. Veja quem faz o quê no primeiro SUV da Alfa Romeo na tabela ao lado. /
FORNECEDOR COMPONENTE MAZZUCCONI Bloco do motor (V6 a gasolina do Quadrifoglio) FILTRAN Carter de óleo da caixa automática IEE Lembrete do cinto de segurança (traseiro) DAYCO Correia de distribuição do motor Diesel KOSTAL Módulo da coluna de direção MAGNETI MARELLI Ecrã central TEKLAS Tubagens do circuito de refrigeração NEMAK Cabeça do motor SAPA GROUP Cobertura do motor DR. SCHNEIDER Saídas de ventilação DENSO Sistema do limpa para-brisas RHEINMETALL Módulo de arrefecimento do EGR FTE AUTOMOTIVE Cilindro mestre da embraiagem GUILFORD Tecido para o forro do teto MAHLE Módulo de refrigeração (motor V6 de 3.9 litros e 510 CV) DELFINGEN Proteção das cablagens (traseiras) MPG Conjunto dos veios de equilíbrio BROSE Acionamento elétrico da mala (incl. sistema mãos-livres) PROFIL Fixações da carroçaria nua ROECHLING AUTOMOTIVE Bocal e depósito de adBlue SIKA Colagem dos vidros METHODE ELECTRONICS Comandos dos bancos TEKSPAN AUTOMOTIVE Juntas dos farolins traseiros INDUSTRIALESUD Forro do teto CROMODORA WHEELS Jantes BREMBO Discos dos travões WEBASTO Tejadilho panorâmico COOPER STANDARD Borrachas dos vidros ZF Módulos de suspensão BECCHIS OSIRIDE Pack de isolamento NVH U-SHIN Puxadores exteriores das portas FAURECIA Sistemas de controlo de emissões CONTINENTAL Diafragmas do circuito de combustível GKN Diferencial vetorial (Quadrofoglio)
ABRIL 2017 TURBO OFICINA
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REPARAÇÃO
FARÓIS
RESTAURO DE FARÓIS E LUZES TRASEIRAS Farol provém do latim “pharus”, que, por sua vez, deriva do grego “Pháros” (Farol), ilha próxima do porto de Alexandria, onde foi construído o mais famoso farol da Antiguidade. A sua missão era ajudar os barcos através da sua luz. De igual modo, a função principal dos faróis dianteiros de um veículo é iluminar a via por onde circula, e indicar a sua posição aos outros automobilistas. Os faróis traseiros, ou luzes traseiras, têm como principal objetivo serem vistos pelos condutores dos veículos que circulam atrás, e indicar manobras como travagens, marcha-atrás e mudanças de direção TEXTO JUAN CARLOS HERNÁNDEZ PRIMITIVO
P
ara que os faróis e luzes traseiras possam cumprir a sua função necessitam de uma cobertura que os proteja do exterior, transparente, para permitir a passagem do fluxo luminoso: o farolim. Se bem que inicialmente eram de vidro, atualmente a maioria dos mesmos são de algum tipo de plástico. Nos faróis dianteiros é utilizado o policarbonato (PC), dada a sua grande transparência, boa resistência térmica e mecânica, e facilidade de moldagem no fabrico. Os farolins das luzes e indicadores de mudança de direção traseiros são fabricados com uma maior variedade de produtos. Não são necessárias prestações tão elevadas como na parte dianteira quanto à transmissão de luz. Um dos plásticos mais utilizados é o polimetacrilato de metilo (PMMA). Com a dupla premissa de iluminar e ser vistos, os faróis evoluem com o design dos veículos, adotando formas cada vez mais singulares. As óticas dianteiras, inclusivamente, têm posições mais horizontais, estando mais expostas a agentes meteorológicos e raios ultravioletas procedentes da radiação solar. Isto pode fazer com que se tornem opacas, permitindo
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TURBO OFICINA ABRIL 2017
uma menor passagem de luz. Para o evitar, de origem, o farol é protegido através de uma camada de verniz aplicada no farolim. No entanto, por vezes essa camada pode degradar-se e, inclusivamente, amarelecer, diminuindo a sua capacidade lumínica. Vejamos as causas dessa deterioração: Na origem: Deficiente aplicação do verniz Falta de aderência Secagem imperfeita Excesso de dissolvente na mistura do verniz Pela utilização do veículo: Produtos de limpeza inadequados Riscos devido à circulação Exposição às inclemências do tempo e à radiação solar, Ação da própria fonte luminosa do farol DOIS PROCESSOS Para solucionar estes possíveis problemas nas óticas e restaurar as suas caraterísticas originais, podemos distinguir dois processos: a) Polimento e abrilhantamento: Restaurar e renovar (recuperar a transparência) as óticas, eliminando pequenos danos: riscos, arranhadelas, opacidades ou zonas de coloração amarelada. Não se elimina a camada de verniz na sua totalidade.
b) Lixamento e envernizamento: Reparar os danos mais importantes, por exemplo, se tiverem chegado ao suporte de plástico da ótica ou se a peça tem toda a camada de verniz afetada. Há que lixar até eliminar o dano, e remover totalmente a camada de verniz. É impossível integrar as duas camadas
Um correto restauro devolve as caraterísticas originais a uma ótica deteriorada
de verniz (a de origem e a aplicada na reparação), dado que se notariam auréolas em redor das zonas reparadas. As operações iniciais comuns a ambos os processos começam com a limpeza e desengorduramento para eliminar qualquer sujidade da
peça. Utiliza-se uma pistola de sopro, dissolvente de limpeza e dois panos limpos ou papel de limpeza. Com o primeiro humedece-se a peça com dissolvente à base de água; com o segundo seca-se, soprando simultaneamente com a pistola de ar toda a superfície. A partir daqui, os processos são distintos.
a)Para o polimento e abrilhantamento, o processo continua com um lixamento à mão ou à máquina, começando com um grão P320, e continuando com P400, P500, P600 e P800, para eliminar pequenas imperfeições. Nunca se eliminará a camada de verniz da peça. Depois, matifica-se esta, à máquina, com lixas de suporte almofadado, muito finas e sempre humedecidas com água (P-1500 e P-2000 para finalizar com P-3000). A fase final será o polimento da ótica. Será realizado com uma máquina de polir elétrica com regulação da rotação, sendo utilizada uma boina especial. O produto utilizado é uma pasta de baixa abrasão que se coloca na boina, e com esta impregnada de produto de polimento, sem meter em funcionamento a máquina de polir, espalha-se por toda a superfície do farolim. Em seguida, realiza-se o polimento a baixa rotação (entre 600 e 800), para não aquecer o plástico. Com este polimento serão eliminados os pequenos riscos que possam ter sido produzidos ao matificar com almofada P3000 em húmido. Posteriormente, com uma boina menos abrasiva, dá-se brilho à superfície. O abrilhantador, o mesmo que se utiliza em pintura, é um creme regenerador do brilho que se aplica em passagens muito curtas, para não aquecer o plástico. O número de rotações da máquina oscilará entre 1200 e 1500 por minuto. Finalizamos com um pano especial para retirar o abrilhantador e puxar o lustre ao farolim. b)No lixamento e envernizamento, começamos por eliminar o dano, com grão P220, e a camada de verniz, com o mesmo grão. O lixamento será a seco e a lixadora excêntrico-rotativa com extração de pó e órbita de 3 mm. Continua-se com P400, P500 e acaba-se a matificação da peça com P1000, para garantir a posterior aderência do verniz. Com toda a superfície da ótica já matificada, aplica-se um verniz HS de dois componentes (2K) sem elastificar, o mesmo produto e com os mesmos rácios de mistura com que se envernizam as peças exteriores da carroçaria do automóvel. Para melhorar a sua aderência, pode-se aplicar previamente uma camada de promotor de aderência para plásticos, ou primário de plásticos. Quanto ao verniz, aplicam-se duas demãos, húmido sobre húmido. Seguidamente, deixa-se secar a 60 ºC durante 30 minutos. KITS DE RESTAURO DE FARÓIS E LUZES TRASEIRAS Existem diversos kits ou malas para o restauro de óticas. Em geral, costumam conter:
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REPARAÇÃO
FARÓIS
O restauro é uma opção interessante, dados os elevados preços dos grupos óticos
Boina específica para o polimento e outra para o abrilhantamento Produto de polimento e abrilhantador em creme específico para plásticos Discos de diferente granulometria para os diversos lixamentos Máquina lixadora de órbita 3 mm e prato de 75 ou 77 mm de diâmetro Máquina polidora de rotação radial e prato de 75 ou 77 mm de diâmetro Cada um dos fabricantes preconiza o seu processo, adequado aos produtos que os seus kits incluem, embora não difiram muito. Restaurar as óticas é uma opção interessante,
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especialmente nos faróis dianteiros. Estão mais expostos à degradação e os seus preços são muito elevados devido às tecnologias, como xénon e LED. Realizar qualquer dos dois processos explicados, seguindo as recomendações dos fabricantes destes produtos, restaurará adequadamente a ótica, com idêntica intensidade lumínica e concentração do feixe de luz. Consegue-se assim o objetivo de qualquer boa reparação: deixar a peça em condições o mais parecidas possível com as iniciais. Tal como em Alexandria, os faróis continuarão a iluminar o caminho e a orientar corretamente os condutores… /
PARA SABER MAIS Área de pintura. pintura@cesvimap.com Pintura de Automóveis. CESVIMAP 2009 www.revistacesvimap.com @revistacesvimap
REPARAÇÃO
PASSO A PASSO
REPARAÇÃO DO MECANISMO DE ELEVAÇÃO DE VIDRO ELÉTRICO É do conhecimento de todos que os mecanismos de elevação dos vidros elétricos têm tendência para falhar com a passagem dos anos. Inicialmente, ouvimos uns rangidos pouco agradáveis, mas que aceitamos com resignação enquanto os vidros continuam a subir e a descer. Pouco depois, começam as primeiras falhas, com encravamentos e estalidos que dão a sensação de que a porta vai rebentar. E por fim, a morte súbita, normalmente no pior momento: numa viagem longa ou quando é necessário deixar o automóvel estacionado na rua durante a noite. Em seguida vamos mostrar o processo de trabalho a seguir para reparar um sistema de elevação de vidro elétrico TEXTO DIEGO GARCÍA LÁZARO
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Desmontar o revestimento da porta.
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Desmontar o vidro.
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Desmontar o mecanismo de elevação.
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Tensionar as molas.
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Substituir a parte plástica da flange de suporte do vidro.
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Colocar novamente os cabos nas polias e aplicar tensão.
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Vista geral dos passos 4, 5 e 6.
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Montar a parte metálica da flange de suporte do vidro.
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Montar o mecanismo de elevação na porta e ajustar o vidro.
o funcionamento do sistema de elevação e montar o 10 Verificar revestimento da porta.
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REPARAÇÃO
MANUTENÇÃO
Peugeot 3008 1.6 BlueHDi 120 GT Line 5p CVM6
PEUGEOT 3008 Renascido como um SUV, o Peugeot 3008 veio estabelecer novos padrões de qualidade e imagem num segmento que não para de se reinventar. Vejamos quanto custa a sua manutenção
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ascido como um monovolume arregaçado, o Peugeot 3008 reiventou-se como um SUV compacto com 4,45 metros de comprimento. Em relação à primeira geração cresceu oito centímetros, incluindo seis no aumento da distância entre-eixos até aos 2,68 metros. A altura e a largura permaneceram inalteradas, mas a nova plataforma EMP2 do Grupo PSA, a mesma do Peugeot 308 e do Citroën Picasso, permitiu reduzir o peso em cerca de 100 kg. Se a imagem exterior espelha a evolução natural do segmento, o interior é revolucionário, graças à mais recente geração do Peugeot i-Cockpit, onde se destaca uma consola central e um tabliê que se fecham em torno do volante, envolvendo o condutor num ambiente futurista. Analisando a versão 1.6 BlueHDi 120 GT Line de cinco portas, com caixa manual de seis velocidades, a manutenção deste SUV compacto da Peugeot representa um custo de 5,60 euros por cada cem quilómetros percorridos, para um período de 48 meses ou 120 mil quilómetros. A parcela mais importante corresponde às peças de desgaste, com um total de 2704,42€. Nesta categoria, o sistema de travagem é o que implica um maior dispêndio, consumindo 1764,04 €, distribuídos entre trocas de pastilhas, discos dianteiros e traseiros e o líquido de travões. Seguem-se a substituição do kit de
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embraiagem, que custa 516,76 €, e as seis trocas das escovas limpa-para-brisas, que representam um gasto de 322,62 €, ao que se adicionam mais 100 € para a carga do ar condicionado. A seguir na lista de custos surgem os pneus, que obrigam a um dispêndio de 2006,16€. A fatia esmagadora deste valor vai para as dez trocas de pneus recomendadas, na medida 225/55R18V, que pressupõem um encargo de 1859,56€. O remanescente é aplicado na equilibragem dos pneumáticos (76,60€), nas respetivas válvulas (25,00€) e no alinhamento da direção (45,00€). As revisões constituem a terceira maior parcela desta conta de manutenção e que implicam um gasto de 1 287,75€ ao longo de quatro anos. A mão de obra, calculada com base num valor de 38,94 € e multiplicada pelas 14,05 horas de manutenção preconizada, ascende a 547,11€. Seguem-se a substituição dos vários filtros – óleo, ar, pólen e combustível –, com 394,14€, e o preço dos 3,75 litros de óleo de motor semissintético, calculado a 15,4 € por litro, com um total de 346,50 €, após as seis mudanças recomendadas pelo fabricante. Para terminar, resta acrescentar a soma de 698,94€ de inflação e ainda 27,00€ para a Inspeção Periódica Obrigatória. A todos estes valores apresentados na tabela ao lado e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910 401 216 ou por correio eletrónico para luís.ribeirinho@4fleet.pt. /
Caraterísticas do Veículo Potência (cv) 120 Cilindrada (cc) 1560 EuroNCap 86/85/67 CO2 104 Tração / Transmissão Dianteira / Manual Caixa de Velocidades 6 velocidades Carroçaria Todo-Terreno Valor N.º Revisões 1.287,75 € Mão de Obra 547,11 € [14,05] Óleo 346,50 € [6] Capacidade do cárter (litros) 3,75 Tipo de óleo Semi Sintético Filtro de Óleo 72,72 € [6] Filtro de Ar 48,72 € [2] Filtro de Pólen 151,50 € [6] Filtro de Combustível 121,20 € [3] Velas - € [0] Desgaste 2.704,42 € Escovas Limpa-para-brisas Frente 297,07 € [4] Escovas Limpa-para-brisas Tras 26,55 € [2] Pastilhas Frente 672,61 € [6] Pastilhas Tras 299,50 € [3] Discos Frente 357,85 € [2] Discos Tras 340,62 € [1] Liquido de Travão 93,46 € [3] Correia Distribuição - € [0] Embraiagem 516,76 € [1] Carga Ar Condicionado 100,00 € [1] Escape - € [0] Bateria - € [0] Amortecedor Frente - € [0] Amortecedor Tras - € [0] Bomba Agua - € [0] Filtro Particulas - € [0] Tarefas Extra - € Avarias - € Elétricas - € Total - € Pneus 2.006,16 € Pneus Frente 225/55R18V Pneus Trás 225/55R18V Pneus 1.859,56 € [10] Alinhamento de Direção 45,00 € [3] Equilibragem 76,60 € [10] Válvula 25,00 € [10] Outros 725,94 € IPO 27,00 € Inflação 698,94 € Ajustes - € Custos de Manutenção Total 6.724,27 € /100 kms 5,60 € Consumo misto 4,00 l / 100 kms IUC 141,47 € * Valores sem iva
NOTÍCIAS
PNEUS
BRIDGESTONE
TECNOLOGIA, PNEUS E TOP EM GENEBRA
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Bridgestone esteve presente no Salão de Genebra com um plano de apoio a cada cliente através da inovação e parceria. No seu stand, que destacou as mais recentes inovações das marcas Bridgestone e Firestone na Europa, teve como ponto central a TOP Partnership da Bridgestone com o Comité Olímpico Internacional, marcada por um friso decorado com imagens imponentes que levava o visitante numa jornada de inovação pelo desporto e pelo desenvolvimento do pneu. A viagem culminava numa exibição dos pneus DriveGuard e DriveGuard Winter da Bridgestone, que, desde a sua estreia em Genebra, em 2016, arrecadaram vários prémios na Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Portugal e França. O tema de inovação prolongou-se na exibição da mais recente Run-Flat Technology em parceria com a ECOPIA with ologic. Uma imagem marcante do stand foi o novo Aston Martin DB11 com os pneus desportivos de 20 polegadas Potenza S007, que a Bridgestone fornece em exclusivo. Os Potenza S001 e a geração mais recente, Turanza T001, puderam também ser encontrados na zona premium. Pela primeira vez na exposição de Genebra esteve o novo protagonista da Firestone, o Roadhawk: construído para durar mais tempo, oferecendo a melhor performance em termos de aderência ao piso molhado, com o selo de qualidade da UE “Classe A” e o melhor em condições de travagem em seco.Esteve também presente o Vanhawk 2, adequado para veículos comerciais, com uma total confiança de condução para executar qualquer trabalho. A seleção de pneus da Firestone ficou completa com o principal pneu para SUV, o Destination HP, e com a Firestone Music Tour, um programa da marca que patrocina os melhores festivais de verão pela Europa. Recorde-se que, recentemente, um júri independente, formado por 27 dos maiores especialistas da indústria de pneus, votou no novo sistema de montagem de pneus Examation, da Bridgestone, como “Inovação do Ano na Produção de Pneus” em 2017 nos “Tire Technology International Awards”. /
UNIROYAL TEM NOVA PRESENÇA ONLINE
PILOT SPORT CUP 2 NO VALKYRIE A Aston Martin anunciou que o seu superdesportivo Valkyrie será equipado com os pneus de ultra altas performances Michelin Pilot Sport Cup 2, na dimensão 265/35 ZR20 para o eixo dianteiro e 325/30 ZR21 para o traseiro. O Pilot Sport Cup 2 é a mais recente geração
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de pneus para circuito de uso legal na estrada concebidos especialmente para automóveis de ultra altas performances. Com a sua alta potência, grande aderência e pouco peso, o Aston Martin Valkyrie promete redefinir as fronteiras do rendimento.
A Uniroyal tem uma nova página web. Em www. uniroyal.pt é possível encontrar, de forma rápida e intuitiva, informação sobre a gama de produtos Uniroyal, as suas caraterísticas, a história da marca, o pneu mais adequado tendo em conta a viatura e os locais onde o poderá encontrar. Disponível na nova plataforma está também informação sobre a etiqueta da UE e alguns conselhos práticos de condução com chuva e de monitorização do estado dos pneus.
De realçar que a nova página já disponibiliza imagens 3D dos produtos. Com um design mais moderno e mais clean, em linha com o posicionamento da marca, a nova plataforma foi desenvolvida alinhada com o que são as diretivas globais da comunicação digital e adapta-se a qualquer dispositivo móvel de acesso à Internet.
GOODYEAR
EFFICIENTGRIP SUV VENCE TESTE DA ADAC
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Goodyear EfficientGrip SUV foi coroado como vencedor no teste a pneus de verão levado a cabo pela ADAC. O pneu da Goodyear alcançou a vitória graças às suas prestações equilibradas, com um desgaste particularmente baixo da banda de rolamento, assim como pelo baixo consumo de combustível e pela sua maneabilidade tanto em piso seco como molhado. Na medida 195/65 R15, o EfficientGrip Performance obteve a classificação ‘Bom’, tendo merecido reconhecimento por parte do júri o consumo de combustível relativamente baixo e as prestações sobre piso seco e molhado, além do desempenho global equilibrado. Martijn De Jonge, diretor de Marca da Unidade de Negócio de Consumidor para a Europa, Médio Oriente e África, afirmou: “Este reconhecimento demonstra, uma vez mais, que a gama EfficientGrip da Goodyear é composta por alguns dos melhores pneus do mercado. Os resultados provam a boa relação qualidade-preço oferecida ao consumidor pelos nossos pneus de altas prestações.”
DUNLOP
OE ALAVANCA SUBSTITUIÇÃO Na Europa, um em cada três automóveis sai da fábrica equipado com pneus Continental, o que, diz o fabricante alemão, o coloca na liderança europeia no equipamento de origem (OE). Para os responsáveis da Continental, a atribuição do “selo de fornecedor aprovado” por parte dos fabricantes automóveis impulsiona o mercado de substituição, já que os automobilistas tendem a optar pelo equipamento de origem quando sentem necessidade de trocar os pneus do seu veículo novo.
SPORT MAXX RACE 2 NO NOVO PORSCHE 911 GT3
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Dunlop apresentou o novo Sport Maxx Race 2. O sucessor do Sport Maxx Race foi desenvolvido em conjunto com a Porsche, para satisfazer os requisitos do novo 911 GT3, tal como acontecia com o seu antecessor, o Sport Maxx Race, que equipava o anterior GT3. Quando a Porsche escolheu a Dunlop para desenvolver um pneu que se ajustasse na perfeição ao seu novo 911 GT3, duas exigências foram formuladas: criar um pneu capaz de oferecer um excelente rendimento em piso seco e, ao mesmo tempo, de alcançar o melhor tempo por volta. “A Dunlop desenvolveu um pneu com excelentes aptidões para satisfazer as nossas exigências. O Sport Maxx Race 2 oferece o melhor desempenho em piso seco, bem como em termos de aderência e precisão da direção”, afirmou Jan Frank, da Porsche.
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OPINIÃO
JURÍDICO
CEDÊNCIA DE PASSAGEM
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ucede com alguma frequência a quem circula na estrada, face ao encontro ou cruzamento de veículos na via, a incerteza sobre quem recai o dever de ceder passagem. Embora sem alterações de fundo, a verdade é que, em 2013, foram introduzidas algumas alterações ao regime que vigorou até aquela data e é sempre útil ter presente quem, e em que circunstâncias, está obrigado ao dever de ceder a passagem.
A Cedência de Passagem está regulada nos artigos 29 e seguintes do Código da Estrada, começando aquela secção por estabelecer o princípio geral a este respeito: “O condutor sobre o qual recaia o dever de ceder a passagem deve abrandar a marcha, se necessário parar, ou, em caso de cruzamento de veículos, recuar, por forma a permitir a passagem de outro veículo, sem alteração da velocidade ou direcção deste”, mais estabelecendo que “O condutor com prioridade de passagem deve observar as cautelas necessárias à segurança do trânsito”. A regra geral de prioridade é que “Nos cruzamentos e entroncamentos o condutor deve ceder a passagem aos veículos que se lhe apresentem pela direita”. Deve ceder sempre a passagem o condutor (a) Que saia de um parque de estacionamento, de uma zona de abastecimento de combustível ou de qualquer prédio ou caminho particular; (b) Que entre numa auto-estrada ou numa via reservada a automóveis e motociclos, pelos respectivos ramais de acesso e (c) Que entre numa rotunda”. Deve também ser cedida a passagem, em qualquer circunstância, aos veículos que saiam de uma passagem de nível. Têm prioridade e deve ser cedida a passagem às colunas militares ou militarizadas, bem como às escoltas policiais. Por outro lado, nos cruzamentos e entroncamentos, os condutores devem ceder passagem aos veículos que se desloquem sobre carris. É importante ter presente que os condutores devem ceder passagem aos velocípedes que atravessem as faixas de rodagem nas passagens assinaladas, muito embora os condutores de velocípedes, pelo seu lado, não podem atravessar a faixa de rodagem sem previamente se certificarem que, tendo em conta a
MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
distância que os separa dos veículos que nela transitam e a respectiva velocidade, o podem fazer sem perigo de acidente. Circunstância que sucede com muita frequência é a que determina a impossibilidade de dois veículos se cruzarem em sentidos opostos num mesmo troço ou local, seja pela dimensão da via, seja pelo facto de existirem obstáculos que impeçam a sua circulação simultânea. Estabelece a este respeito o Art 33 do CE, que “Se não for possível o cruzamento entre dois veículos que transitem em sentidos opostos, deve observar-se o seguinte: a) Quando a faixa de rodagem se encontrar parcialmente obstruída, deve ceder a passagem o condutor que tiver de utilizar a parte esquerda da faixa de rodagem para contornar o obstáculo; b) Quando a faixa de rodagem for demasiadamente estreita ou se encontrar obstruída de ambos os lados, deve ceder a passagem o condutor do veículo que chegar depois ao troço ou, se se tratar de via de forte inclinação, o condutor do veículo que desce”. Ainda neste cenário de impossibilidade de cruzamento, estabelece o no. 2 do mesmo Art. 33º que “Se for necessário efectuar uma manobra de marcha atrás, deve recuar o condutor do veículo que estiver mais próximo do local em que o cruzamento seja possível ou, se as distâncias forem idênticas, os condutores: a) De veículos ligeiros, perante veículos pesados; b) De automóveis pesados de mercadorias, perante automóveis pesados de passageiros; c) De qualquer veículo, perante um conjunto de veículos e finalmente d) Perante veículos da mesma categoria, aquele que for a subir, salvo se for manifestamente mais fácil a manobra para o condutor do veículo que desce”.
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.
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