Turbo Oficina 060

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MAIO

2017

profissional

EXPOMECÂNICA

4.ª edição afirma evento como referência em Portugal AR CONDICIONADO Mercado com conhecimentos insuficientes vacila com entrada em circulação do novo gás

REPARAÇÃO O preço de acompanhar as tendências

A UNIÃO FAZ A FORÇA COM NOVOS AGENTES A QUEREREM UMA FATIA DO PÓS-VENDA, A DISTRIBUIÇÃO DO AFTERMARKET TEM-SE ALICERÇADO NA CRIAÇÃO DE GRUPOS COMO FORMA DE AUMENTAR A COMPETITIVIDADE. EM TODA A EUROPA, A TENDÊNCIA É A CONCENTRAÇÃO E UNIÃO. SERÁ ESTA A FÓRMULA DE SUCESSO? PUBLICIDADE

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SUMÁRIO

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MAIO 2017 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES PRO4MATIC SELO DE CAPA KRAUTLI RODAPÉ DE CAPA HUTCHINSON VC JAPANPARTS PÁG.5 CONTITECH PÁG.9 TRW PÁG.11 INTERESCAPE PÁG.13 AUTOZITÂNIA PÁG.15 BERNER PÁG.17 PETRONAS PÁG.21 VALEO PÁG.25 RPL CLIMA PÁG.35 TECNIVERCA PÁG.37 BORG PÁG.39 ATEC PÁG.41 AUTOPROMOTEC PÁG.43 CARF PÁG.49 CENTRO ZARAGOZA PÁG.53 ASSINATURAS PÁG.63 CESVIMAP VCC NGK CC MARCAS NESTA EDIÇÃO 1PARTS 30, 4FLEET 62, AC DELCO 30 AD PARTS 30, AD PORTUGAL 14 ADI 30, ALFA ROMEO 64 ANECRA 7, 34, ARAN 16, ARNOTT 16 ASTON MARTIN 64 ASTYX COMMUNICATION 19, ATE 10 ATEC 34, AUDI 16, 20, 64 AUTO DELTA 6, AUTO MAFRA 64 AUTO PARTNER 28, AUTOZITÂNIA 8 AZ AUTO 10, 16, BAHCO 14 BENTLEY 64, BILSTEIN GROUP 13, 19 BLUE PRINT 13, 19, BMW 54, 64 BOSCH 7, 13, 26, B-PARTS 16 BRAIN BEE 33, 35, CAR ACADEMY 34 CHECKSTAR 14, CHEVROLET 64 CITROËN 16, 56, COMETIL 14 CONTINENTAL 6, 64, CONTISERVICE 64 CONTITECH 6, CTR 35, DELPHI 35 DENSO 35, DIPART 18, 28 DISTRIGO 18, 29, 30 DOMINGOS & MORGADO 14, DRIVE+ 26 DUNLOP 64, ELECTROAUTO 35 EREVIA 51, ERRECOM 35 EUROREPAR 19, EXIDE 26 EXPRESS GLASS 10, F!X!M! 26 FEBI 13, 19, FERDINAND BILSTEIN 13, 19 FERRARI 64, FEU VERT 19, FILTRON 10 FMF – FONSECA, MATOS & FERREIRA 8 FORD 19, 30, GENERAL MOTORS 30 GLOBAL ONE 18, 28, 30 GONÇALTEAM 15, GOODYEAR 64, 65 GRUPO PSA 18, H. SOBRAL E COSTA 64 HAWEKA 15, HELDER MAQUINAS 33, 35 HELLA 33, 35, ICOOL 35, IMPOESTE 51 JAGUAR 64, JEEP 14, KIKAI EVENTOS 12 KM AUTO 19, KRAUTLI 10, 28, 33, 35 LAND ROVER 14, 16, 48, LAURENT 18 LEIRILIS 16, LUCAS 8, LUVATA 35 M.XIMENEZ 64, MAGNETI-MARELLI 14, 35 MANN-HUMMEL 10, 26, MANNOL 14 MARCOLINO ALVES MIGUEL 64 MAX MEYER 51, MCOUTINHO 16 MERCEDES-BENZ 16, 64, METATRAK 14 MICHELIN 15, 65, MILLERS OILS 8 MOTORCRAFT 30, MOTORMÁQUINA 14 MOTRIO 13, MOURINHA PNEUS 64 NEOPARTS 16, NEXA AUTOCOLOR 51 NEXUS 18, 24, 30, NIPOCAR 9 NORAUTO 19, OMNICRAFT 19 OPEL 62, PITTERI VOLINI 18 PORSCHE 64, PPG 50, PRO4MATIC 16 PRONTO 30, PROSERVICE 29 RECAUCHUTAGEM FAMALICENSE 64 RENAULT 18, 30, 54, REPXPERT 13 RIKEN 15, RPL CLIMA 33, SACHS 6 SAKURA 9, SANDEN 35, SAVA 65 SCHAEFFLER IBERIA 12, SEAT 20, 30 SEEPMODE 16, SKF 26, SKODA 20 SMART 54, SONICEL 16, SPIN 35 SSF 28, STAND ASLA 13, 33 SUNOCO 16, SWAG 13, 19 TECNIVERCA 16, 33, 35, TEXA 35 TINTAUTO 51, TOYOTA 44, TRIUMPH 64 TRW AUTOMOTIVE 8, 19, UNIPOINT 7 VALEO 26, VOLKSWAGEN 19, 20 VULCO 65, WAECO 35, WESSELS+MÜLLER 26, WIGAM 35 ZF 19, 26

18 DESTAQUE Grupos e concentrações

NOTÍCIAS

06 As novidades do setor SALÃO

12 expoMECÂNICA 2017 RAIO-X

38 Notícias internacionais 44 Toyota ProAce 46 Barómetro 48 Radiografia: Land Rover Discovery

30

ESPECIALISTA Ar condicionado

REPARAÇÃO

50 Apresentação: Sistema RCT 54 Peritagem: O preço da moda 58 Pintura: Dominar a técnica

de esbatimento

62 Manutenção Opel Insignia PNEUS

64 Notícias OPINIÃO

66 Fiscalização às oficinas

MAIO 2017 TURBO OFICINA

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 5000 € CRC CASCAIS

MOVIMENTOS CONJUNTOS

O

setor do aftermarket está a passar por muitas e profundas mudanças. Se, por um lado, a evolução tecnológica do automóvel traz mais e novos desafios a todos os intervenientes, por outro, as empresas deparam-se com a necessidade de se reinventar com novos modelos de negócio, ajustados às necessidades da modernidade e potenciadores do crescimento.

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. TOMÁS RIBEIRO 129, EDIFÍCIO QUINTA DO JAMOR, SALA 11, 2790-466 QUEIJAS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITORA CHEFE ANDREIA AMARAL andreiaamaral@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt

Olhando para o quadro internacional, não é difícil perceber que os grandes atores do setor se estão a preparar para o que aí vem. Fazem-no seguindo uma estratégia de que, tipicamente, os portugueses não são fãs, embora seja a nossa própria sabedoria popular a dizer que “a união faz a força”. Esta é precisamente uma das grandes tendências no mercado europeu e que é percetível pelo surgimento e crescimento de grandes grupos de distribuição que procuram o aumento de competitividade e rentabilidade dos seus sócios. Do outro lado, as oficinas aproveitam as vantagens das redes e do abandeiramento de marca para beneficiarem de um acesso à informação e formação que, de outro modo, seria uma miragem. Sabem, em ambos os casos, que a pertença se traduz numa vantagem que poderá ajudar a equilibrar a balança dos resultados. A vantagem é ainda mais importante quando a atividade enfrenta um aumento da concorrência, impulsionado pela entrada em força no aftermarket de alguns dos grandes fabricantes de automóveis, sedentos de uma fatia generosa de um negócio em que, grosso modo, não participavam. Foi com o intuito de lhe mostrar o quanto o negócio está a mudar que elaborámos um dossiê dedicado aos diferentes movimentos de concentração e aquisição que estão a decorrer na Europa. No especial sobre ar condicionado, e falando de mudanças, revelamos-lhe os contornos da polémica introdução do novo gás R1234YF, a que já recorrem os veículos que saem de fábrica desde o início do ano. E é com preocupação que sai evidenciada a falta de competências adequadas, por parte de grande parte dos profissionais, para intervencionar estes sistemas, no que se traduz, muitas vezes, na prestação de um mau serviço, que compromete a Saúde e o Ambiente. Porque queremos que faça mais e melhor, e acreditamos que também nós o podemos ajudar, desejamos-lhe uma leitura inspiradora.

COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777

ANDREIA AMARAL EDITORA CHEFE

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TURBO OFICINA MAIO 2017

INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS



NOTÍCIAS

NACIONAIS

AUTO DELTA

PROXIMIDADE AO CLIENTE Ao abrigo da campanha “Fabricante do Mês”, a Auto Delta proporcionou uma ação de formação inovadora relacionada com a marca Sachs

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o âmbito da campanha “Fabricante do Mês”, que tem vindo a suscitar um elevado interesse por parte do mercado de aftermarket português, a Auto Delta implementou uma ação denominada “O seu Fabricante, mais Perto”. A empresa teve em grande desta-

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que a Sachs, a qual assegurou a presença de dois técnicos especializados que tiveram oportunidade de dar a conhecer os pontos fortes desta marca alemã. Além disso, os representantes da Sachs também estiveram disponíveis para prestar esclarecimentos técnicos e responder às dúvidas de todos aqueles que visitaram as instalações da Auto Delta no decorrer da ação. O balanço da iniciativa foi positivo para a Auto Delta e para a Sachs, tendo superado todas as

expetativas. A Auto Delta, que assinala o seu 40º aniversário, tenciona repetir esta ação com outros fabricantes para estabelecer uma maior proximidade com os clientes. Para o mês de maio, a Auto Delta selecionou como “Fabricante do Mês” a Contitech, marca do grupo Continental especializada na área da tecnologia da borracha, designadamente em gamas de produto como correias, kits de distribuição, polis e tubos de combustível.


ANECRA

FORMAÇÃO SACHS A Auto Delta proporcionou uma ação de formação inovadora do fabricante alemão Sachs, que contou com a presença de dois técnicos da marca germânica. A iniciativa decorreu no âmbito da campanha “Fabricante do mês”, que, em maio, será dedicada à Contitech

OPERAÇÃO FECHA OFICINAS CLANDESTINAS

A

ANECRA colaborou com a ASAE, SEPNA/GNR e ACT numa das mais recentes operações de combate à economia paralela. A ação, que decorreu em Beja, levou a “encerrar de imediato várias oficinas clandestinas que laboravam sem constrangimentos num parque industrial desta cidade”, avança a associação. Em comunicado, a ANECRA revela ainda o seu desejo de dar continuidade a este tipo de iniciativas, apontando: “Ações como a presente prosseguirão, esperamos, a ritmo desejável, pois estamos certos que desta forma teremos maior êxito, no combate à Economia Paralela.” Recorde-se que, aquando da última convenção da ANECRA, a associação revelou estar empenhada nesta luta, unindo-se à ASAE no estabelecimento de um meio de comunicação para denúncias. A problemática da economia paralela no setor foi, de resto, um dos grandes temas em discussão,

BOSCH

REFORÇO DA GAMA UNIPOINT

A A Contitech também tem apostado na formação e no acompanhamento após-venda, tendo desenvolvido para o efeito uma ferramenta denominada Product Information Center, que fornece ao mercado informação importante sobre o produto, assim como vídeos explicativos acerca da substituição dos componentes. É de destacar que, no que se refere ao após-venda, a Contitech oferece uma garantia de cinco anos. /

Bosch alargou a gama de motores de arranque e alternadores da marca Unipoint, que passa a ter uma taxa de cobertura de 75% do mercado europeu, disponibilizando mais de 800 peças para oficinas e condutores. A gama de motores de arranque e alternadores constitui uma alternativa económica para veículos de idade média, proporcionando uma elevada qualidade nestes produtos a um preço acessível para o resto da vida útil. A Unipoint é detida pelo Grupo Bosch desde 2011 e os seus produtos posicionam-se no segmento médio de preço. Paralelamente, o programa oferece as peças mais comuns para ligeiros de passageiros e comerciais ligeiros, atualizando-se continuamente com novas referências.

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NOTÍCIAS

NACIONAIS

GRUPO AUTOZITÂNIA

ESTATUTOS PME LÍDER E EXCELÊNCIA PREMEIAM TRABALHO

A

s empresas Autozitânia e a Autozitânia II foram distinguidas com os prémios PME Excelência e PME Líder referentes ao ano 2016. As distinções foram entregues numa cerimónia organizada pela Câmara Municipal de Odivelas, que contou com a presença do Presidente do IAPMEI, Jorge Marques dos Santos. O evento decorreu no Pavilhão Multiusos de Odivelas, tendo sido homenageadas as empresas do concelho de Odivelas que receberam as distinções PME Excelência e PME Líder referentes ao ano 2016, estatuto atribuído pelo IAPMEI em parceria com o Turismo de Portugal e alguns dos principais bancos nacionais. O presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, reconheceu “o empenho, a dinamização, a inovação e a dedicação permanentes, bem como, os excelentes resultados obtidos por este conjunto de empresas e de empresários, que ao longo dos últimos anos têm servido de fonte de inspiração e de grande incentivo para muitos outros agentes económicos de Odivelas”. Por sua vez, o presidente do IAPMEI, Jorge Marques dos Santos, salientou que estas distinções “motivam outras empresas e são um farol de inspiração”, recordando que as empresas do município distinguidas faturaram, no conjunto, mais de 260 milhões de euros e empregam mais de 1800 trabalhadores. Apostada em manter-se no topo e em responder às diversas solicitações dos seus clientes, a Autozitânia reforçou, entretanto, o seu portefólio com a introdução dos líquidos de travões da marca Ate: DOT 4 SL e DOT 4 SL6. Estes produtos têm qualidade premium, sendo produzidos com alta tecnologia para sistemas de travões de última geração (como o sistema ESP). /

CAMPANHA LUCAS

ÓLEOS DE COMPETIÇÃO

A TRW Automotive Portugal lançou a sua tradicional campanha de motores de arranque e alternadores da marca Lucas, dirigida à sua rede de distribuidores e às oficinas suas clientes. A ação decorre até dia 2 de junho e contempla a oferta de uma garrafa de vinho tinto na aquisição de cada motor de arranque ou alternador recondicionado da Lucas. A gama completa destes produtos e também de compressores de ar condicionado Lucas está em constante atualização, estando, neste momento,

A FMF – Fonseca, Matos & Ferreira introduziu no mercado nacional a renovada gama de competição da Millers Oils, que incorpora a tecnologia Nanodrive NT+. Segundo refere o importador, “os conhecimentos adquiridos através do desenvolvimento de soluções especiais para poder reduzir os níveis de atrito no motor” contribuíram para o desenvolvimento de uma gama de produtos que “melhoram o rendimento e aumentam os níveis

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disponíveis mais de 4500 referências de motores de arranque e alternadores e mais de 900 referências de compressores de ar condicionado, assegurando uma cobertura completa do parque automóvel europeu.

de potência e binário, aumentando assim o rendimento do motor”. A Millers Oils é um fabricante independente de óleos avançados e tratamentos de combustível, tendo um histórico de fornecimento de solução de alta tecnologia para muitas marcas conhecidas.


FILTROS SAKURA EM DESTAQUE A Nipocar lançou uma campanha para filtros da marca Sakura. A promoção decorreu em abril, sendo válida para todas as encomendas, de filtros de óleo, combustível, ar e habitáculo. Esta iniciativa contemplou descontos entre 10% e 20% para aquisição entre 20 e 100 filtros por encomenda, com um número mínimo entre cinco e doze referências. A Nipocar, recorde-se, dedica-se à comercialização de peças para viaturas japonesas e coreanas.


NOTÍCIAS

NACIONAIS

KRAUTLI PORTUGAL

ACORDO PARA DISTRIBUIÇÃO DA MARCA FILTRON

A

Krautli Portugal estabeleceu um acordo com a Filtron, marca que faz parte do universo do grupo Mann+Hummel, para a distribuição da sua gama completa de filtros. A oferta é constituída por mais de 2700 referências de filtros com uma cobertura de 97% do parque europeu, incluindo 510 de filtros de combustível, 430 de filtros de óleo, 1200 de filtros de ar, 460 de filtros de habitáculo. Em comunicado, a Krautli Portugal salienta que “35 anos de desenvolvimento constante e dinâmico fizeram com que a marca Filtron seja uma das mais populares marcas de filtros da Europa e a marca de filtros líder na Europa Central e de Leste”. Os produtos são fabricados em conformidade com as normas ISO 9001, ISO/TS 16949, ISO 14001. Com esta importante incorporação, a Krautli Portugal reforça a sua posição de fornecedor global de tecnologia de filtração no mercado aftermarket, garantindo dessa forma a entrega aos seus principais parceiros de negócio de um vasto portefólio de filtros de marcas de referência e com forte presença no equipamento original dos principais fabricantes de veículos. /

EXPRESSGLASS EM TELHEIRAS A ExpressGlass inaugurou uma nova loja no Centro Comercial de Telheiras, em Lisboa, reafirmando a sua aposta na proximidade através da abertura de novas lojas em locais estratégicos. O espaço está aberto em horário alargado, de segunda a sexta, das 9h00 às 20h00, e aos sábados, entre as 09h00 e as 13h00. A rede ExpressGlass, que mantém uma estrutura híbrida, alcança, com o novo espaço, as 82 lojas, sendo 45 lojas próprias e 37 lojas aderentes. Além disso, a marca possui

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ainda uma frota de 60 viaturas equipadas para a realização de serviços de substituição e reparação onde o cliente estiver. De acordo com o plano de negócios definido para 2017, a ExpressGlass continuará a apostar no aumento da penetração da marca junto dos consumidores e no alargamento da rede em todo o país, quer com a abertura de novas lojas em locais estratégicos, quer melhorando permanentemente as localizações atuais, algo que já aconteceu seis vezes este ano.

AZ AUTO LANÇA CAMPANHA ATE A AZ Auto promoveu uma campanha promocional para o líquido de travões ATE, naquela que se traduziu na disponibilização deste produto aos clientes a um preço consideravelmente mais competitivo. Em comunicado, a AZ Auto argumenta que é o “especialista de referência ATE” em Portugal, salientando que “mostra mais uma vez” que os seus

clientes “vêm primeiro”, disponibilizando os melhores produtos aos melhores preços. Para aceder a esta, e a outras campanhas, é apenas necessário aceder ao portal AZ Auto (www.azauto.pt), onde podem ser consultadas todas as condições e

proceder à encomenda dos produtos.



SALÃO

EXPOMECÂNICA

AFIRMAÇÃO DO SUCESSO A 4.ª edição do expoMECÂNICA confirmou o estatuto do salão como referência do aftermarket em Portugal. Com um espaço completamente lotado e uma boa adesão de público, o certame primou pelas novidades TEXTO ANDREIA AMARAL

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firmando-se cada vez mais como o principal salão do aftermarket português, a 4.ª edição do expoMECÂNICA - Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto encerrou sob um saldo “positivíssimo” da organização e daqueles que nela participaram. Com 164 expositores a responderem ao repto lançado pela KiKai Eventos, os 12 mil metros quadrados de área de exposição foram completamente ocupados, demonstrando uma dinâmica do setor que encontrou correspondência no número de visitantes: 11 540. “O mercado aderiu em força”, afirmou José Manuel Costa, diretor da KiKai Eventos, justificando: “O expoMECÂNICA recebeu a visita de inúmeros - e importantes - decisores e compradores do aftermarket automóvel nacional. Os três dias permitiram potenciar e fechar centenas de negócios com as empresas presentes, que, seguramente, ver-se-ão replicados por muitos mais nas semanas e meses subsequentes, fruto dos bons contactos e oportunidades que o acontecimento permitiu.” A ideia é reforçada pelas opiniões dos empresários. Paulo Pinto, delegado técnico e comercial em Portugal da Schaeffler Iberia, assumiu que “o Salão tem conseguido aumentar de dinamismo e nota-se um salto qualitativo de ano para ano”. “Correspondeu às expetativas do nosso grupo, os clientes mostraram-se satisfeitos e vamos ponderar evoluir para outro tipo de colaboração com o evento futuramente”, indicou o responsável da empresa que aproveitou o certame para promover a marca

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de serviço do grupo, a RepXpert, e dar conta das mais inovadores soluções tecnológicas e das novidades de produto (como o alargamento da gama de duplas embraiagens a seco) no espaço Demotec. Por seu turno, Pedro Calçada, responsável da Bosch Portugal pelo serviço ibérico de reparação de peças eletrónicas para automóveis, destacou: “A feira, que mantém o nível da última edição, começa a precisar de mais espaço. Estamos a ponderar marcar presença na próxima edição, mas com um enquadramento algo diferente.” De resto, a empresa teve um importante papel na dinamização do evento, ao divulgar, através de uma brochura, as suas vagas de emprego em áreas como a multimédia automóvel. Paralelamente, teve em destaque o seu serviço de reparação de peças eletrónicas para automóvel. Presente pela primeira vez no expoMECÂNICA, a Motrio (do grupo Renault) fez, pela voz de Alberto Jorge Gomes, um balanço positivo da sua participação, assegurando que esta permitiu constatar que, “afinal de contas, ainda há mais clientes para visitar e propor negócio, para além do que pensávamos. Recebemos profissionais do Algarve, do Alentejo interior e litoral, e até da Galiza! É a prova que este certame é importante. Mantendo-se o mercado como está, estaremos cá para o ano”. Também o bilstein group, que se estreou no salão, fez um balanço positivo da sua participação, concretizada pela presença de uma carrinha de demonstração técnica e de apoio comercial das três marcas do grupo – febi, SWAG e Blue Print. “O nosso objetivo, com esta presença direta, foi dar a conhecer aos profissionais do setor a bilstein group van, uma carrinha modular totalmente desenvolvida em Portugal e pensada pelo nosso departamento técnico, para dar apoio aos nossos clientes por todo o país. Convidámos todos os visitantes da Expomecânica a visitar a carrinha, que estava montada com peças das três marcas. O balanço da presença do bilstein group foi muito positivo”, sublinhou Joaquim Candeias, managing director da Ferdinand Bilstein Portugal. Artur Pereira, gestor de redes oficinais do Stand Asla, que também se estreou no evento, justificou a participação pelo facto de ha-


SALÃO

EXPOMECÂNICA

ESPECIALIZAÇÃO A Bahco apresentou novos carregadores de baterias digitais, a gama de ferramentas específicas para veículos elétricos e híbridos, uma pistola pneumática em material compósito e novas ferramentas específicas de apoio à manutenção de motor

MULTIFUNCIONAL O sistema Hunter Quick View foi o centro das atenções no stand da Cometil. Ligado ao computador de alinhar direções, consegue, numa só passagem, realizar uma série de verificações

ver "uma dinâmica totalmente diferente" na empresa, a exigir redobrada exposição para o mercado. “Está a ser uma feira importante para nós. Viemos no ano passado como visitantes e achamos que a feira conseguiu melhorar. O nosso balanço é, por isso, positivo”, indicou o responsável da empresa, que teve em destaque no seu stand os produtos da Magneti Marelli, da Mannol e da Metatrak e a rede de oficinas Checkstar. José Morgado, diretor-geral da Domingos & Morgado, também destacou que o salão se traduziu em “boas perspetivas de negócio”, graças a uma presença inovadora: “Este ano participámos numa ótica ainda mais técnica do que o habitual, centrada em três equipamentos que comercializamos, olhando inclusivamente para o futuro das viaturas autónomas e comunicantes”. O futuro e os novos desafios para os profissionais e empresas do setor foram, na verdade, alvo

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AGORA PARA JEEP Especialista em peças para Land Rover, a Motormáquina lançou na expoMECÂNICA a sua gama de produtos para a Jeep, naquele que será um portefólio composto por diversas marcas


PNEUS NO PORTEFÓLIO Para além dos produtos de marca própria – lubrificantes, baterias, componentes de travagem, motores de arranque e alternadores – a AD Portugal destacou as gamas de pneus Michelin e Riken, uma família de produto agora adicionada à oferta

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APOSTA NOS EQUIPAMENTOS A máquina de alinhar direções HPA C880 TILT, com caraterísticas mais inovadores, o lançamento da nova gama Dino Paoli e o novo sistema de tensão de ovalização nas rodas agrícolas e industriais da Haweka foram as principais novidades da Gonçalteam


SALÃO

EXPOMECÂNICA

NOVO CATÁLOGO No âmbito da disponibilização de um novo catálogo, a Tecniverca apresentou um macaco hibrido Hyprel e a renovada máquina de alinhar direções Cormach Geo15

FUTURO REVELADO A Pro4matic concebeu o seu stand como uma réplica do que será a imagem das suas futuras instalações. A Arnott esteve em destaque, com novas referências para modelos das marcas Audi, Citroën, Land Rover e Mercedes-Benz

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de profunda discussão durante os três dias do expoMECÂNICA. O Centro de Arbitragem do Setor Automóvel (CASA) foi apenas uma das várias entidades que aproveitou o acontecimento para realizar workshops gratuitos (num total de quatro) sobre temas relevantes para o setor automóvel. Integrado num dos auditórios mais concorridos da feira (no expoTALKS by Tecwash), e numa das sessões sobre o regime legal da devolução de peças nas vendas a empresas e consumidores, coube à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fazer o balanço da Lei 144/2015, que regula a resolução extrajudicial de litígios de consumo. ARAN, Leirilis/Bosch, B-Parts, Neoparts e Seepmode foram algumas das várias entida-

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des que também recorreram ao espaço para dar conta de inovações e para discutir algumas das principais problemáticas do setor. “As iniciativas de debate apresentaram-se, de uma maneira geral, cheias de interessados, e momentos houve em que os auditórios foram pequenos para acolher os profissionais”, destacou José Manuel Costa, diretor da KiKai Eventos. “Tivemos muitos clientes a visitar-nos e que aderiram ao evento que lhes preparamos especialmente. O expoMECÂNICA confirmou ser um certame muito importante para reforçar a ligação das marcas com os clientes”, afirmou Ricardo Figueiras, do grupo AZauto/ MCoutinho em jeito de conclusão. /

SUNOCO De regresso à base, os lubrificantes Sunoco voltaram a fazer parte da oferta da Sonicel, que entregou à marca o papel de protagonista do seu stand



DESTAQUE

GRUPOS

JOGO DE FORÇAS A competitiva arena do aftermarket está a tornar-se cada vez mais apetecível, como o atesta a contínua entrada de novos atores em cena. Com todos a quererem uma fatia, o mercado está a assistir a um conjunto de concentrações e ao surgimento de novos grupos, num jogo em que a união e a presença em todas as frentes fazem a força TEXTO ANDREIA AMARAL

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aftermarket está atualmente a passar por uma das maiores transformações das últimas décadas. O modelo individualista parece agora estar a sempre ultrapassado, fruto não só dos desafios que se colocam às empresas por via do estrondoso avanço tecnológico dos veículos, mas também de uma lógica empresarial que retorna ao mote “A união faz força”.

Não é, assim, de estranhar, que após um longo período em que a atividade de distribuição IAM tinha apenas quatro grandes grupos internacionais, esta fórmula se esteja a replicar. Bom exemplo desta tendência é a aliança Nexus Automotive International, que em apenas três anos conseguiu congregar 108 membros de 114 países e alcançar uma faturação de 12,8 mil mi-

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lhões de euros. No final do ano passado, assistimos à apresentação de uma nova aliança, a Global One, e após alguma interrogação sobre os seus sócios, surge agora a espanhola Dipart como representante ibérica do grupo, que procura um parceiro em Portugal. Analisando o mercado, é também notório o caminho progressivo dos fabricantes de automó-

veis no sentido de abarcarem uma quota maior do negócio do após-venda. A ofensiva realiza-se em várias frentes e tem diversos exemplos. A Renault adquiriu participações em distribuidores franceses (Laurent) e italianos (Pitteri Volini – Nexus Italia). O Grupo PSA, que por Espanha dinamiza a Distrigo, está agora em força na manutenção e reparação automóvel


multimarca, quer com a rede de oficinas Euro Repar Car Service, quer com a marca de peças EuroRepar. Neste particular, recorde-se que, no início de 2017, a Ford apresentou também a Omnicraft, uma empresa que se vai dedicar ao fornecimento de componentes para as oficinas da Ford, mas que não se esgotam nos veículos da marca. E a oferta será alargada, pois a Omnicraft disponibiliza já os 1500 componentes mais procurados na reparação de automóveis, numa lista que vai crescer progressivamente até às 10 mil peças. A mais recente novidade chega-nos pela mão do Grupo Volkswagen, que, via Espanha, apresentou o conceito Pro Service, a sua nova estratégia de

venda de peças de substituição originais para as oficinas independentes. Também do lado dos fabricantes de peças o rodopio tem sido constante, num ímpeto de aquisições que visam acrescentar know-how em áreas estratégicas ou, simplesmente, fortalecer as empresas. No Top of mind está o caso da ZF, que, com a compra da TRW, ganhou

uma dimensão que a coloca em vantagem, tanto como fornecedor OE, como enquanto um dos gigantes do IAM mundial. Em abril, a ZF anunciou ainda a aquisição de uma participação de 45% no capital da empresa Astyx Communication, especializada no desenvolvimento e produção de sensores de ultra-alta frequência para radares e módulos para o setor automóvel e outras indústrias. O objetivo desta operação consiste no desenvolvimento conjunto da próxima geração da tecnologia de radar, posicionando-se para aquele que será o futuro do automóvel.

Já no final do mês, a Ferdinand Bilstein adquiriu a totalidade do capital da empresa alemã KM Auto Technik Kary + Mangler, especializada em embraiagens para veículos europeus. No âmbito desta operação, a marca KM vai ser integrada no portefólio do bilstein group, juntando-se assim às outras marcas do grupo, a febi car, febi truck, SWAG e Blue Print. A tendência chegou também às oficinas. A título de exemplo, no âmbito da sua estratégia de crescimento na Europa, a Norauto adquiriu a totalidade da rede da Feu Vert na Polónia, numa operação que permite uma aceleração sem precedentes do crescimento naquele país. Com este negócio, a Norauto mais do que duplica o número dos seus centros naquele mercado, de 19 para 39. As hostilidades estão, assim, abertas no setor do aftermarket e deverão ser intensificadas com a entrada de agentes fora do mundo automóvel, com o software, a gestão e a comer-

cialização de dados proporcionada pela conetividade a aguçarem o apetite de gigantes que atuam noutros setores. Independentemente da perspetiva de que se analise o panorama é inegável que o palco dos negócios está a mudar, o que se traduzirá, algures no tempo, em transformações para todos aqueles que estão no fim da cadeia. Perante o cenário, todos devem perguntar-se se a união faz mesmo a força e se este é o indubitável caminho do futuro. Para lhe ajudar a perceber as

mudanças, revelamos-lhe, nas próximas páginas, os pontos de vista de alguns dos agentes da transformação. /

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DESTAQUE

GRUPOS

VW LANÇA PRO SERVICE O Grupo Volkswagen desenvolveu uma nova estratégia de venda direta de peças originais às oficinas multimarca. Denominada PRO Service, já arrancou em Espanha e pretende implementar 41 armazéns na Península Ibérica TEXTO ANDREIA AMARAL

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a partir da Volkswagen Group España Distribución que o grupo VW nos faz chegar a sua nova estratégia para o aftermarket. Empenhada em assegurar que os veículos das marcas do grupo continuam a utilizar peças originais, mesmo quando a manutenção e reparação se fazem fora dos concessionários oficiais, a VW lançou uma atividade de venda direta (sem intermediários) de peças às oficinas multimarca. O negócio apresenta-se sob a insígnia PRO Service e já conta com quatro pontos de venda em Espanha, localiza-

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dos em Zaragoza, Lleida, Girona e Tarragona. No entanto, o objetivo é encerrar 2017 com 18 centros ativos, nos principais pontos de Espanha e, em 2018, arrancar com a ofensiva ibérica que levará à implementação de um total de 41 armazéns. Toda a rede de armazéns estará interligada por um sistema de gestão centralizado, que assume como missão a fasquia “zero erros”, ou não fosse a identificação correta das peças um dos principais constrangimentos à atividade, pelo acréscimo de custos que resulta da logística inversa. Assim, o PRO Service deixa a garantia de que é fácil identificar corretamente a peça com o número de quadro. Mais do que isso, sempre

que exista um desenvolvimento tecnológico, o sistema tem capacidade para substituir a peça por uma de nível técnico mais avançado. O conceito coloca ao dispor dos profissionais um catálogo de 850 mil referências, com todas as peças para os diferentes modelos e incluindo gamas Economy. Numa primeira fase, o portefólio incidirá em peças Seat, VW e Skoda, com a Audi a ter disponíveis apenas algumas referências partilhadas com outras marcas da casa. Para assegurar que esta aposta na investigação e desenvolvimento não é desperdiçada com uma instalação incorreta, as equipas que integram os pontos de venda estão preparadas para dar assessoria às oficinas no momento da


substituição, existindo, para esse efeito, uma linha telefónica de apoio ao cliente. Além do mais, a PRO Service também dinamizará um conjunto de atividades de formação, nomeadamente sobre as mais recentes novidades tecnológicas do grupo, junto dos seus clientes. SERVIR AS OFICINAS A fórmula é simples e tem como fim assegurar que, no final do dia, o grupo ocupe mais espaço no mercado da manutenção e reparação. Aliás, Ángel Campo, diretor de Vendas e Marketing da Divisão de Pós-Venda da Volkswagen Group España Distribución, afirma: “Vimos que tínhamos oportunidade de melhorar este processo e aproximarmo-nos da oficina. Vimos que deveríamos separar a reparação da distribuição de peças de substituição na nossa rede. É assim que nasce a PRO Service, com equipas diferenciadas, armazéns orientados para a distribuição e uma atualização do nosso modelo logístico para chegarmos de forma adequada aos nossos clientes.” Ángel Campo adianta ainda que a insígnia PRO Service concretiza “um serviço 100% orientado para a oficina multimarca, pensado para resolver todas as suas necessidades de peças originais. É um projeto espanhol que bebe da experiência de um desenvolvimento semelhante existente no Reino Unido há anos”. Em entrevista aos nossos parceiros espanhóis da Talleres en Comunicación, Joan Solans, gerente da PRO Service, e Ángel Campos explicaram que a proposta se baseia em entregas num máximo de duas horas. “O pior que pode acontecer a uma oficina de pequena ou média dimensão, sem local para stock, é que a peça que tem não seja a adequada para a reparação. Por isso, de forma geral, pede a peça quando o carro entra na oficina. E nisto podemos ser eficazes com a oficina.” Segundo os responsáveis, a PRO Service permite ainda “orientar o serviço às necessidades individuais. Um cliente de carroçaria não é igual ao de manutenção, tal como não o é um cliente urbano ou rural”. Focada em prestar um serviço assente em três pilares – proximidade, peças originais e qualidade de serviço – a PRO Service tem apenas uma limitação: “Não vendemos a revendedores de peças, a outros distribuidores”, dizem Joan Solans e Ángel Campos. “Não é esse o nosso modelo de negócio.” Questionados sobre a possibilidade de apostar na criação de uma rede multimarca, os responsáveis são perentórios ao afirmar: “Não está na nossa estratégia abandeirar oficinas multimarca. Somos especialistas na reparação de veículos das nossas marcas e somos especialistas nas nossas peças. Não nos dedicamos a reparar carros de outras marcas nem a peças de outras marcas que não conhecemos. Essa é a estratégia da marca.” /


DESTAQUE

GRUPOS

COMUNIDADE, INOVAÇÃO E ESPÍRITO EMPRESARIAL No Nexus Business Forum 2017, o grupo internacional Nexus Automotive International apresentou as suas prioridades para os próximos três anos para responder à rápida evolução do mercado, cada vez mais exigente e consolidado, ao aumento da influência digital e à complexidade do automóvel, além do crescente interesse dos construtores de veículos em integrar o após-venda TEXTO BEATRIZ SERRANO

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ais de 350 delegados de 62 países assistiram ao terceiro Nexus Business Forum que decorreu em Montreux (Suíça), onde a comunidade, a inovação e o espírito empresarial foram o foco dos discursos dos responsáveis da Nexus International Automotive (N!), a aliança global de distribuidores de peças de substituição e fornecedores autorizados. Durante os três dias de congresso, os principais intervenientes do aftermarket, desde fabricantes a empresários do eCommerce, puderam assistir a 15 oradores especialistas no contexto de um verdadeiro "Think Tank" de após-venda automóvel, no qual foram apresentados os últimos avanços no mercado, in-

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cluindo ameaças e oportunidades em torno da telemática e dos automóveis conectados. Mas os participantes no congresso também estiveram envolvidos num total de 4360 encontros rápidos de negócio entre membros da Nexus e fornecedores autorizados. ACELERADOR DE CRESCIMENTO Dentro deste contexto, Montreux e o Fórum de Negócios Nexus converteram-se no "lugar ideal para desenvolver relações, encontrar oportunidades de negócio e fazer parte de um grupo ligado que está a dar forma ao mercado do aftermarket do futuro", destacou Gael Escribe, diretor executivo da Nexus Automotive International. Na sua opinião, as decisões tomadas em Montreux "vão desempenhar um papel determinante no futuro do após-venda, o que reforça o objetivo da Nexus

de se tornar um acelerador do crescimento para as empresas mais progressistas na indústria automóvel". "Qualquer que seja o seu negócio no mercado do aftermarket no mundo, a Nexus estará ao seu lado para o apoiar", assegurou Gael Escribe na sessão plenária do evento. O responsável deu as boas-vindas ao grupo internacional de delegados das novas organizações regionais, Nexus Automotive Argelia e Nexus América do Norte, Nexus Automotive Brasil e Nexus Automotive Europa Central, e também aos delegados de África, Rússia, China e Japão, onde o grupo entrará em 2017. MAIS DE 12,8 MIL MILHÕES DE EUROS DE FATURAÇÃO Na sua intervenção, o diretor executivo destacou o progresso conseguido no ano passa-


do na Comunidade Nexus, a um ritmo sem precedentes em todo o mundo, com um total de 108 membros em 114 países (mais 49 novos membros e 30 novos países que há um ano), 1608 pontos de venda nos quatro continentes e 60 sócios fornecedores. Concretamente, o valor de negócios consolidado dos membros da Nexus atingiu os 12 814 milhões de euros, o que supõe um crescimento de 176% relativamente aos 7250 milhões anunciados durante o encontro de 2016. "Mas o melhor está para chegar em 2017", segundo o grupo, que poderá alcançar o valor de 20 mil milhões de euros em faturação e ampliar os seus negócios com fornecedores aproveitando a sua maior estrutura e as novas oportunidades que se apresentam num mercado mundial em rápida evolução, onde há um aumento da influência digital e do interesse dos

A COMUNIDADE NEXUS! CRESCEU EM 2016 A UM RITMO SEM PRECEDENTES EM TODO O MUNDO: 108 MEMBROS EM 114 PAÍSES, 1608 PONTOS DE VENDA NOS QUATRO CONTINENTES, 60 SÓCIOS FORNECEDORES E UMA FATURAÇÃO DE 12 814 MILHÕES DE EUROS construtores de veículos em entrar no após-venda, para além do aumento verificado na complexidade dos automóveis. Aproveitando este contexto, o grupo espera passar de 20% de compras aos seus fornecedores no ano de 2016 para 29% em 2019. Enquanto continuar a crescer a Nexus vai desenvolver ainda mais o seu papel como "ativista das peças de substituição independentes" em torno dos seus valores fundamentais de Comunidade, Inovação e Espírito Empresarial, assegurou Gael Escribe.

UM MERCADO EM CONSTANTE MUDANÇA "O mercado do após-venda automóvel está em constante mudança e a única certeza é que haverá uma maior consolidação. Mas nós não vamos ser simples observadores passivos. Como uma organização dinâmica e com grande experiência no aftermarket, a Nexus desenvolve propostas de criação de valor para os nossos membros e fornecedores além de responder às necessidades de um mercado em rápida evolução." Neste sentido, Gael Escribe fez referência

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GRUPOS

Gael Escribe, Diretor Executivo da Nexus

UMA DAS PRIORIDADES DA NEXUS NOS PRÓXIMOS TRÊS ANOS SERÁ A FORMAÇÃO, COM O LANÇAMENTO DA N! ACADEMY SCHOOL, DESTINADA A AJUDAR OS RESPONSÁVEIS DAS EMPRESAS-MEMBRO A ESTAREM MUITO MELHOR PREPARADOS PARA AS FUTURAS TENDÊNCIAS DO MERCADO à entrada da Renault-Nissan na Pitteri Violini, sócio da Nexus Italia, um movimento que representa uma oportunidade para que o grupo se adapte ao que está a acontecer e aumente a sua solidez. A entrada do construtor não representa um obstáculo para a Nexus, trata-se de um movimento do mercado; na verdade, a convenção contou com a participação da PSA num dos "Think Tank" para explicar a forma como o fabricante está a trabalhar neste mercado. NEXUS ACADEMY Uma das prioridades da Nexus nos próximos três anos será a formação, com o lançamento da N! Academy School, destinada a ajudar os responsáveis das empresas-membro a estarem muito melhor preparados para as futuras tendências do mercado. A primeira destas formações foi celebrada de 28 de novembro a 1 de dezembro de 2016 em Genebra (Suíça), onde os diretores de compras de 60 empresas de todo o mundo debateram e atualizaram os seus conhecimentos em temas no âmbito do ambien-

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te e da segurança. Organizado pelo Instituto Europeu de Gestão de Compras, incluiu apresentações de seis Fornecedores Estratégicos da Nexus, como Bosch, SKF, ZF/TRW, Exide, Mann+Hummel e Valeo. No âmbito da formação técnica, Thierry Muguier, diretor financeiro e membro do conselho de administração, indicou que a Nexus prevê desenvolver a sua plataforma de e-learning, a qual inclui 700 avaliações de competências em 33 idiomas. Em 2017 são esperados 250 alunos e novos espaços dedicados à formação de sócios estratégicos em países emergentes para a Nexus, como China, África ou América Latina. A plataforma de comunicação Con!nect vai disponibilizar formação online sobre gestão de preços e contratos comerciais. Já conta com 600 utilizadores, 360 membros da Nexus e 230 fornecedores. OFERTA DE PRODUTO Por seu lado, Bas Donders, diretor de Marketing e Compras, falou do valor de marca da Nexus,

com o objetivo de apoiar os seus membros na batalha de preços contra organizações mais poderosas. "O preço é uma arma decisiva", referiu Donders, que deu a conhecer a oferta atual do grupo: marcas premium, em colaboração com os fornecedores homologados; a sua marca própria de peças de substituição Drive+; e a marca privada F!X!M, mais atrativa no que respeita a preços e com planos para incorporar cada vez mais produtos. Além de discos e pastilhas de travão, em 2017 poderá incluir rolamentos e limpa-para-brisas. NEXUSAUTO E NEXUSTRUCK As redes promovidas pela Nexus destinam-se às oficinas que querem permanecer independentes, beneficiando de todo o apoio dos seus distribuidores e com acesso a organizações internacionais no que respeita a sinalização, catálogo eletrónico, marketing e formação. Segundo Philippe Guyot, Diretor-executivo da Nexus, a rede NexusAuto poderá terminar o ano com 174 oficinas em França (60), Polónia (58), Estónia (16), Roménia (20), Lituânia (10) e Bulgária (10). Relativamente à NexusTruck, especializada em veículos industriais, temos de destacar as suas três primeiras oficinas na Península Ibérica. Duas localizadas em Portugal, nas localidades do Carregado e Vila Nova de Gaia, com a denominação Reta, sócio da Urvi, e outra em Espanha: BXT Service Center, oficina situada em Ribarroja del Turia (Valência), com origem na Camiocar. /


DISTINÇÕES Durante a convenção, o grupo distinguiu a Continental e a Viacar como fornecedores do ano

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GRUPOS

GLOBAL ONE

À PROCURA DE PARCEIRO PORTUGUÊS No ano passado foi criado um novo grupo multinacional de distribuição, o Global One, nascido pela mão do distribuidor alemão Wessels+Müller e pelo seu homólogo norte-americano SSF – do qual também é sócio maioritário o grossista alemão. A partir de janeiro de 2017, foram integrados no Global One três novos sócios: Krautli (Bélgica), Auto Partner (Polónia) e Dipart como representante ibérico. Por conseguinte, para conhecer em primeira mão como decorreu todo este processo e quais são os planos para o futuro da Dipart, conversámos com Fernando Riesco e com ele analisámos também a atualidade do mercado TEXTO E FOTOS MIGUEL ÁNGEL JIMENO E JUANJO CORTEZÓN

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CRIAÇÃO DO GLOBAL ONE: “O Global One foi criado porque o distribuidor Wessels+Müller comprou outro grande distribuidor, o Trost, e ao comprá-lo passou a dominar praticamente a totalidade do mercado de peças de substituição em muitas regiões na Alemanha. As autoridades da concorrência não permitiram este cenário e, no final de 2015, provocaram a saída da Wessels+Müller da ATR. Em 2016, decidiram criar o Global One, constituído unicamente pelo Wessels+Müller e pelo SSF, distribuidor norte-americano do qual são sócios maioritários. O SSF é um distribuidor especializado em veículos europeus, com sedes na Costa Oeste dos Estados Unidos


e que agora abriu uma delegação em Atlanta. Em 2017 entram os restantes sócios. O Trost continuou a pertencer ao Temot durante 2016 e, em 2017, é integrado no Global One, em conjunto com a Dipart, Krautli (Bélgica) e a Auto Partner (Polónia). Além destes países, o Wessels+Müller e o Trost contam com filiais na Alemanha, Áustria, Eslovénia, República Checa e Roménia.” FILOSOFIA COMUM: “A Wessels+Müller é uma empresa com premissas muito claras: pretendem parceiros com os quais estejam em sintonia. O volume não é o mais importante. Querem construir um projeto sólido e não querem concorrências internas, procuram claramente empresas que se ajustem a esse perfil e a essa filosofia. Neste sentido, há um plano de crescimento que está a ser desenvolvido, sem pressa, mas também sem interrupções, procurando sempre parceiros que possam contribuir, que acrescentem e partilhem valores. O objetivo é uma expansão tranquila. Agora há possibilidade de integrar sócios na Grécia, bem como em alguns países da Europa de Leste...” DIPART, SÓCIO IBÉRICO: “A Península Ibérica será considerada dentro do grupo como região única. E a Dipart vai encarregar-se de procurar um parceiro português. Brevemente veremos qual será a melhor solução. Presentemente já temos alguns candidatos. A Dipart é tão diferente dos restantes conceitos da distribuição que não podemos esperar encontrar um sócio português com a mesma filosofia. E a partir do ponto de vista societário teremos de analisar qual a melhor forma de proceder. O sócio português não precisa de entrar na Dipart para aceder ao Global One. A estrutura do mercado luso é diferente e este mercado também está a criar conceitos diferentes dos tradicionais.” SINERGIAS: “Há elementos dentro do Global One com os quais podemos aprender e outros da Dipart que podem servir de referência ao Global One. Eles ficaram impressionados com o nosso conceito de negócio. E utilizam-no como exemplo com o objetivo de o implementarem, o que nos deixa satisfeitos. Mas também existem projetos que, sinceramente, não creio fazer muito sentido torná-los globais. Um exemplo: uma rede europeia de oficinas. Podemos falar de uma única organização, mas adaptada às idiossincrasias de cada mercado. Localmente as necessidades não são as mesmas, e os tamanhos de oficina também são diferentes. Podemos procurar elementos comuns na formação, informação, assessoria à oficina, programa de gestão,

"HÁ ELEMENTOS DENTRO DO GLOBAL ONE COM OS QUAIS PODEMOS APRENDER E OUTROS DA DIPART QUE PODEM SERVIR DE REFERÊNCIA AO GLOBAL ONE" etc., mas não necessariamente uma bandeira e nome globais.” QUAL O CONTRIBUTO DO GLOBAL ONE? “A nível pessoal, sem ir mais longe, o contributo é enorme. Poder partilhar visões e experiências com pessoas de outros países é algo que nos fazia muita falta. Na perspetiva do sócio, em primeiro lugar, este poderá orgulhar-se de pertencer a uma estrutura multinacional, não ser menos que os outros, ostentar o estatuto... E depois dependerá dele aproveitar o que colocarmos à sua disposição. Além do mais, implica uma consolidação do projeto Dipart, um passo à frente. Se pensarmos que, em apenas oito anos, já fazemos parte de um grupo internacional, no qual entrámos pela porta grande, como sócios acionistas, com participação na tomada de decisões e na construção do grupo... Implica o fechar de um ciclo.” MUDANÇAS NA RELAÇÃO COM O FORNECEDOR? “Uma coisa é a negociação global com o fornecedor e outra é a transposição para o nosso mercado. E o fornecedor deve entendê-lo assim. Para muitos fornecedores agora somos mais importantes dentro das suas empresas, para alguns deles também é mais fácil e seguro no âmbito das suas organizações passarem de estruturas locais nas quais apostavam a um grupo global com o qual é vantajoso trabalhar.” TRANSPARÊNCIA: “O Global One aposta no respeito entre zonas – para que outros distribuidores não entrem noutros países – e aposta num único sócio por país. Faz parte do segredo de um grupo. A transparência entre os sócios baseia-se na premissa de que ninguém seja concorrente de ninguém no mercado, que ninguém se importe que cresças na tua zona. Pelo contrário, quanto mais cresceres, melhor será para todos. O Global One tem o conceito de um distribuidor por país, sempre com confiança e boas relações entre todos.” CONCEITOS DE MARCAS COMO PROSERVICE OU DISTRIGO: “A distribuição é um negócio muito especial, sobretudo em Espanha. Todos estes intervenientes que surgem têm como objetivo captar volume de negócio. Não creio que vá implicar uma mudança na própria dis-

tribuição, pelo menos a curto prazo. A oficina de bairro quer que a peça seja entregue rapidamente. E embora noutros países não forneçam em meia hora como em Espanha, qualquer grande distribuidor tem uma grande estrutura de pontos de venda e distribuição que garanta um fornecimento num período de tempo breve. Neste contexto, os fornecedores de marcas não têm estrutura para fazer esta entrega de forma tão rápida, já que têm que basear-se na sua rede atual. Creio que os fornecedores de marcas vão permanecer no mercado, mas não acredito que derrubem as estruturas atuais e provoquem uma mudança profunda.” DIPART, UM GRUPO QUE FUNCIONA COMO UMA GR ANDE EMPRESA: “Na Dipart já temos a faturação centralizada, os nosso sócios cedem-nos a gestão das compras. Funcionamos não como um grupo, mas como uma empresa com muitos pontos de venda. Queremos ser o maior distribuidor de Espanha; não o maior grupo, mas sim o maior distribuidor do país. E estamos no caminho certo visto que temos um NIF único, com muitos endereços de envio mas com faturação centralizada, como qualquer distribuidor.” CRESCIMENTO FUTURO DA DIPART: “Será lado a lado com os nossos sócios, mas se em alguma província não tivermos presença, a dada altura poderemos ponderar a abertura de um ponto de venda próprio, porque não? Para nós a integração de um sócio novo passa pela aceitação da nossa filosofia. A barreira de entrada não é económica, mas de conceito, de filosofia.” UM CONCEITO DIFERENTE: “A nossa metodologia não é inédita, já que há outras estruturas que também o fazem. A Dipart tem valor quando remamos na mesma direção. O importante é que o sócio seja capaz de aproveitar ao máximo todos os recursos que lhe oferecemos.” ENTRADA EM ESPANHA DE DISTRIBUIDORES ESTRANGEIROS? “Será difícil a Dipart ser comprada por um destes grandes distribuidores estrangeiros. Implicaria que todos os sócios estivessem de acordo e forçar os que não concordassem...” /

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GRUPOS

JOSEP BOSCH, PRESIDENTE AD PARTS

“O MERCADO IBÉRICO ESTÁ MUITO FRAGMENTADO” A fragmentação do mercado e a dificuldade em gerir pequenos negócios à distância são, para o presidente do grupo AD Parts, os principais constrangimentos aos movimentos de aquisição dos grandes distribuidores no espaço ibérico. De acordo com Josep Bosch, é natural os agentes procurarem melhorar a sua posição no mercado, mas o setor do após-venda tem uma complexidade que se traduz em mais risco e não em mais receitas líquidas TEXTO TURBO OFICINA COM TALLERES EN COMUNICACIÓN

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á pouco mais de dois anos anunciaram o acordo com o grupo Pronto e a criação do grupo internacional 1Parts. Qual foi a evolução do grupo desde então? Quais foram as principais sinergias que conseguiram aproveitar entre o ADI e o Pronto? Permitiu que as empresas, em ambos os lados do Atlântico, pudessem avaliar as diferentes formas de gerir os negócios. A transferência de experiências vividas e as iniciativas praticadas permitem medir qual é a nossa posição dentro do contexto global dos respetivos mercados e ajudam a detetar novas oportunidades. A nível internacional, o 1Parts nasceu vocacionado para acolher novos sócios nos restantes continentes de modo a conseguir uma cobertura mundial. Qual é a presença do 1Parts nos diferentes continentes? Quais foram as últimas incorporações ou entradas em novos países dentro do grupo? Há alguma prevista para 2017? Na América, o Pronto estabeleceu uma sociedade com a Federated. Esta sociedade chama-

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-se The Group e o seu território de operações vai desde o México ao Canadá. Atualmente o 1Parts gere um volume de negócios de 12 mil milhões de euros. No que respeita a desenvolvimentos futuros, não há muito a comentar porque no AD não gostamos de adiantar acontecimentos. Recentemente tivemos notícias sobre diversos posicionamentos das marcas com vista a melhorar quotas no canal independente. Prova disso mesmo foi a entrada da Renault na estrutura acionista da Laurent em França ou na Nexus Italia, bem como o lançamento de projetos como o Distrigo (PSA) ou o ProService (VW). Na sua opinião, como será o canal multimarca afetado por estes movimentos? Há sempre interesse em melhorar posições no mercado onde se atua, e isto é válido tanto para o canal das marcas como para nós, o canal independente. Na parcela de pós-venda de veículos há um valor relevante relativo ao consumo e muitos interessados em aceder ao mesmo. Não é nada de novo, o interesse dos construtores já existe há muitos anos: a General Motors quis participar neste mercado com a AC Delco, depois a Ford com a Motorcraft e também a Seat se aventurou na distribuição

independente. Mais tarde foi a vez da Renault com a Motrio e agora a PSA e a Volkswagen com novos desenvolvimentos e novamente a Ford com a Omnicraft. Mercados de todos os tipos estão abertos e cada modelo é gerido segundo o critério de quem o implementar. Como é natural, o resultado dependerá em boa medida do equilíbrio dos preços praticados pelos fabricantes nos diferentes canais. Nós, que estamos neste ramo há muito tempo, conhecemos o esforço e os custos envolvidos na distribuição das peças de substituição às oficinas e sabemos que não é fácil obter rentabilidade no investimento. Para além destas dificuldades há que referir que a maior parte dos resultados económicos se traduz em mais stock, mais estantes, mais carrinhas, mais pessoal e mais pontos de venda, ou seja, em muito mais risco, e não em receitas líquidas a distribuir pelos proprietários. Todos os que quiserem participar neste mercado terão que assumir a complexidade de estar no mesmo e avaliar se os resultados compensam. O ADI é um dos grupos internacionais com maior tradição no mercado. Recentemente surgiram também outros grupos, como o Nexus ou o Global One. Qual será impacto


A AD PARTS É UMA SOCIEDADE NA QUAL PARTICIPAM 27 SÓCIOS QUE OCUPAM A TOTALIDADE DA PENÍNSULA IBÉRICA desta nova realidade no contexto do 1Parts a nível global? Para o ADI a criação de outros grupos é algo natural, totalmente respeitável e a nossa opinião é neutra. Outros movimentos foram as contínuas aquisições de grande distribuidores europeus (LKQ, Wessels Muller, etc.) e a entrada noutros países. Mas, por exemplo, em Espanha ocorreram apenas movimentos de concentração. Acredita que as próprias particularidades do mercado travam a entrada de investidores estrangeiros ou pelo contrário, veremos movimentos nesse sentido a curto-médio prazo? É evidente que até agora se verificaram poucas transações mas também é certo que as que ocorreram se enquadram no âmbito da lógica. O mercado ibérico está muito fragmentado e a gestão de pequenos negócios à distância é por vezes difícil e arriscada. Quanto a movimentos futuros, é difícil prever, visto que tudo pode ser vendido e tudo pode ser comprado, depende do interesse das partes. Haverá uma maior concentração da distribuição? É possível dar passos rumo a uma maior fidelidade do distribuidor em relação

ao seu grupo ou, inclusivamente, rumo a um funcionamento muito mais homogéneo, com centralização das compras e inclusivamente com um NIF único? Tudo é possível. Há alturas em que a concentração parece ser a opção ideal e, noutras ocasiões, a separação em negócios menores tem maior aceitação. Os atores devem escolher em cada momento aquela que acreditam ser a melhor opção para os seus interesses.

No AD Parts, como encaram a crescente concentração também ao nível de fornecedores (a compra da TRW pela ZF, entre outras)? Para nós a absorção ou fusão de fornecedores não tem muita importância. Hoje há uma fusão de empresas, mas amanhã talvez se separem. Ao longo do tempo houve momentos nos quais a concentração pareceu ser mais interessante e outros nos quais a dispersão foi considerada a melhor opção.

Será exequível a entrada de um investidor deste tipo num grupo como o AD Parts? No que respeita a investimentos externos, no AD Parts não sentimos necessidade dos mesmos até hoje; não obstante, serão os sócios a decidir e a gerir os seus investimentos ou desinvestimentos de acordo com o momento e com o setor, e fá-lo-ão da forma que considerarem mais rentável para os seus recursos.

Como se pode trabalhar a partir de um grupo para melhorar a rentabilidade e os valores dos seus sócios, além de contribuir para a compra das peças de substituição? Não sei muito bem, mas se soubesse também não dizia...

Há margem para novas incorporações de sócios no AD Parts? AD Parts é uma sociedade na qual participam 27 sócios que ocupam a totalidade da península Ibérica com mais de 500 pontos de venda. Estando todo o território distribuído é difícil imaginar a entrada de algum outro sócio.

Qual é a perspetiva da central do ADI-1Parts relativamente ao mercado ibérico? Quais as margens de melhoria ou crescimento? É o trabalho no dia a dia que produz os resultados, umas vezes melhores, outras vezes piores. Queremos sempre melhorar o que fizemos anteriormente embora por vezes tal não seja possível. Não obstante, continuaremos a manter essa ambição. E isto não acontece apenas no AD Parts, acontece em todo o lado, faz parte da vida. /

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ESPECIALISTA

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CIRCUITO CONGESTIONADO A registar um forte crescimento, o mercado de ar condicionado atravessa também a maior mudança das duas últimas décadas. No início da transição para o gás R1234YF, um potenciador de novos negócios, é ainda grande a confusão sobre procedimentos e equipamentos TEXTO ANDREIA AMARAL

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e pequeno luxo a equipamento de série, o ar condicionado está hoje presente em cerca de 90% do parque automóvel circulante. E tornou-se de tal modo uma comodidade que, na iminência de um qualquer problema, poucos são os que não tentam resolvê-lo de imediato. Como ditam as regras do mercado, o aumento da procura não tardou a repercutir-se num proliferar de oficinas com capacidade de dar resposta, naquela que se tem vindo a afirmar como uma oportunidade de ampliar receitas. No entanto, e como em tudo o que se relaciona com o automóvel, também neste capítulo a inovação tem sido constante, tal como o é o acréscimo de restrições por motivos ambientais, num frenesim de mudanças que nem sempre é fácil acompanhar. “Trata-se de um mercado em franco crescimento e com oportunidades de negócio”, começa por dizer Nuno Caetano, responsável técnico da Helder Máquinas pelos produtos da marca Brain Bee para Portugal. “Com cada vez mais veículos a circularem nas nossas estradas equipados com este sistema, as necessidades de reparação e manutenção dos mesmos também cresceram significativamente. Além disso, os proprietários das viaturas que anteriormente não consideravam o A/C uma função de grande relevância, hoje em dia estão de tal forma habituados a possuírem um ambiente de temperatura controlada que não dispensam o correto funcionamento deste sistema no seu veículo”, destaca ainda o responsável. Conforme refere, também o número de oficinas a possuir equipamento para a manutenção do circuito de ar condicionado tem aumentado exponencialmente, “visto que, até para serviços que, muitas vezes, não têm relação direta com o ar condicionado, é necessário proceder à recuperação do refrigerante presente na viatura e, consequentemente, à recolocação do circuito em funcionamento”, como, por exemplo, quan-

do se tem de retirar o motor para uma reparação no exterior. A opinião é partilhada por Frederico Abecasis, country manager da Hella, e por Paulo Neves, responsável do Centro Técnico e de Formação do Stand Asla, que refere que, para além deste aumento, também se deve ter em conta que o parque automóvel envelheceu bastante, o que resulta numa maior probabilidade de aumento das avarias e manutenções. Também Rui Lopes, responsável da RPL Clima, percebe uma maior maturidade no mercado, ao passo que José Peralta, gestor de produto da Krautli Portugal, denota mesmo que “a tendência é que [o mercado] continue a crescer”, apontando ainda o facto de o mercado se estar a tornar cada vez menos sazonal: “Existe procura durante todo o ano, quer no que diz respeito à manutenção e reparação, quer no que diz respeito à reposição devido a colisão.” Por seu lado, Miguel Mestre, gestor de Produto e Marketing da Tecniverca, evidencia que não só o mercado tem crescido, como se tem alterado, principalmente devido ao tipo de reparação feita. Segundo explica, hoje em dia o preço mais acessível de certas peças justifica muitas vezes a substituição por um componente novo daquilo que outrora era, regra geral, reparado. “Nesse aspeto pode-se acreditar que o mercado tem vindo a expandir-se”, afirma Miguel Mestre, ao referenciar que “crescimento existe sempre”, mais que não seja porque, “quando o mercado estabiliza, os fabricantes lançam inovações, obrigando a investimento nessas atualizações”. O GÁS DA POLÉMICA No capítulo da inovação e do desenvolvimento, a principal novidade prende-se com a alteração do gás utilizado no sistema de refrigeração, com

os veículos que saem de fábrica desde janeiro de 2017 a passarem a recorrer ao R-1234YF ao invés do R-134a, utilizado durante mais de duas décadas. Sendo consensual, entre todos os entrevistados da Turbo Oficina, que o novo gás se traduz em impactos positivos, quer a nível ambiental, quer a nível económico, pelas novas oportunidades de negócio que representa, os diferentes agentes não deixam de lamentar a lenta introdução no mercado e o conjunto de incertezas ainda existente. Nuno Caetano, da Helder Máquinas, é taxativo ao classificar a medida como positiva, já que, conforme explica, com o R-134a, cada quilo libertado para a atmosfera equivale à libertação de 1300 quilos de dióxido de carbono, sendo este um gás que permanece na atmosfera durante cerca de 12 anos; por outro lado, cada quilo libertado do R123 4YF representa apenas 4 quilos de CO2 , tendo uma permanência na atmosfera de apenas 11 dias. “As caraterísticas, tanto ao nível de temperaturas, como de pressões de funcionamento, são muito semelhantes às encontradas no refrigerante R-134a, o que exige poucas alterações a nível de linhas de montagem, bem como na formação do pessoal de manutenção”, esclarece o responsável técnico dos produtos da marca Brain Bee. “O contra deste novo refrigerante, além do elevado custo (apesar de estar a descer), é o facto de este ser inflamável, o que obriga a medidas adicionais de segurança, tanto na conceção do circuito de refrigerante no veículo, como nas estações de recarga de refrigerante presentes nas oficinas.” No entanto, diz Nuno Caetano, para que ocorra inflamação é necessária uma grande quantidade de energia (>3000 mj, propano 0,25 mj) e uma concentração gás – atmosfera muito particular. Além disso a propagação da chama é mui-

O GÁS R1234YF EXIGE O RECURSO A UM EQUIPAMENTO ESPECÍFICO, MAS O SISTEMA DO VEÍCULO NÃO TEM DE SER CONVERTIDO PARA RECEBÊ-LO MAIO 2017 TURBO OFICINA

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ESPECIALISTA

AR CONDICIONADO

to lenta (1.5 cm/s sendo o propano 46 cm/s). Ao contrário do que aconteceu no passado, em que a transição do R-12 para o R-134a obrigou à transformação do sistema, esta mudança carece apenas de uma estação de carga específica, naquela que se apresenta como uma oportunidade de negócio para os fornecedores e revendedores de equipamentos. É precisamente essa a leitura de José Peralta: “A introdução deste novo gás tem tido um impacto positivo, na medida em que nos traz negócio adicional. No entanto, ainda sentimos de forma lenta esta alteração e no ano passado registámos vendas marginais do mesmo. Contamos neste e nos próximos anos com um aumento de consumo deste gás, dado que os veículos com este sistema começam também a fazer a sua manutenção no aftermarket.” Também Frederico Abecasis indica que a introdução do R1234YF tem um impacto positivo, principalmente a nível das estações de carga, uma vez que, “ao terem de ser atualizadas, surgem sempre negócios adicionais e vendas de máquinas novas”. AS ESCOLHAS CERTAS A existência de dois gases no mercado tem causado, no entanto, alguma confusão nos profissionais, até ao nível da escolha dos equipamentos e das suas compatibilidades. Neste particular, Miguel Mestre, gestor de produto e marketing da Tecniverca, reitera que “o facto de existirem empresas que afirmam que qualquer máquina pode utilizar ambos os gases e que podem transitar de um para o outro, ou vice-versa, deve ser esclarecido”. Segundo explica, os gases R-134a e 1R234YF não são de todo compatíveis um com o outro: “É verda-

de que as máquinas podem utilizar ambos os gases, mas, a partir do momento em que utiliza um dos gases, não poderá utilizar o outro.” A botija, o compressor, os tubos e todos os elementos inerentes à passagem e contacto do gás ficam contaminados e, mesmo que se efetue uma limpeza, irão permanecer sempre vestígios do gás usado anteriormente, fazendo com que o sistema não fique ótimo para a utilização do gás substituto. Assim, defende Miguel Mestre, o ideal é ter dois equipamentos: um para o gás R-134a e outro para o R1234YF. Em alternativa, os profissionais poderão adquirir um equipamento que contenha dois sistemas (duas botijas, duas balanças, dois compressores, dois componentes de tudo o que é necessário para não haver contacto entre os gases) numa máquina só. Num negócio que, como assevera Rui Lopes, responsável da RPL Clima, “está a entrar na fase mais madura dos últimos dez anos”, até porque “começa a existir um cuidado por parte de quem instala de fazer bem feito e de alertar o cliente para o facto de ter de fazer alguns procedimentos”, escolher o equipamento correto é essencial para garantir um serviço de qualidade e seguro. Assim, e conforme sublinha Paulo Neves, naquela que é uma opinião partilhada pelos vários interlocutores, “as oficinas deverão adquirir equipamentos com qualidade, que efetuem as operações de forma automática, com bases de dados, bem como recorrer a empresas com uma assistência técnica credível.” O mesmo é válido para a escolha das peças e componentes para o sistema de ar condicionado. “Primem pela qualidade das peças, não comprem problemas”, conclui Rui Lopes. /

Por força da inovação tecnológica e para dar resposta às necessidades inerentes à introdução do novo gás, as novidades de produto chegam a um ritmo constante ao mercado. Revelamos-lhe alguns dos produtos com maior sucesso e os mais recentes lançamentos de diferentes marcas TEXTO ANDREIA AMARAL

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PRODUTOS

LUFADA DE AR HELDER MAQUINAS Importadora exclusiva para Portugal da Brain Bee S.p.a. e centro de reparação oficial da marca, a Helder Máquinas comercializa sobretudo estações de recarga de ar condicionado, seja para o refrigerante R-134a ou para o novo R-1234YF. O produto mais vendido em 2016 foi a 8500 Multigas, uma estação de recarga de alta eficiência e totalmente automática que permite a conversão para o refrigerante R-123 4YF. Com ecrã tátil, base de dados com as quantidades de refrigerante necessárias para cada veículo, localização de componentes e outras informações adicionais, possui pesagem do óleo recolhido do circuito e reposição da mesma quantidade automaticamente, injeção de corante para localização de fugas e Função ECO Lock. Entretanto, a maior novidade do catálogo é a Clima 9000 D, equipamento homologado e recomendado pela Mercedes à sua rede de reparadores. Trata-se de uma estação de recarga para o refrigerante R-1234YF, equipada com todas as funções exclusivas da Brain Bee, tais como o ECO Lock, Supercharge, Oil Clean, Long Life pump, bomba de vácuo de alto desempenho e base de dados atualizável. HELLA Com uma das gamas mais completas do mercado, a Hella disponibiliza peças para o sistema de ar condicionado que vão desde o condensador, passando pelo compressor, filtro desidratador, evaporador, válvulas de expansão e pelos reguladores do climatizador. Em 2016, a marca vendeu milhares de condensadores, sucesso que atribui ao facto de este ser “um produto de altíssima qualidade e de preço muito competitivo, sempre de acordo com os standards de primeiro equipamento”.

Este ano, a Hella apresentou umas novas válvulas eletrónicas de regulação do fluxo de ar dos sistemas de climatização, um produto original e que esteve cativo das marcas OE até há muito pouco tempo. “Está agora disponível para o aftermarket e cremos que será um excelente complemento de gama para todos os especialistas de climatização”, avança Frederico Abecasis, country manager da Hella.

trabalha com três dos principais fabricantes mundiais do primeiro equipamento: Sanden, Denso e Delphi. A RPL comercializa ainda a sua própria marca, RPL quality, que Rui Lopes afirma ser “de grande qualidade a um preço mais baixo”. Este ano, a empresa lançou também os motores atuadores (portas de entrada/fecho de ar), peças originais de primeiro equipamento.

KRAUTLI A Hella é precisamente uma das marcas que a Krautli tem no seu portefólio, comercializando produtos desta marca como compressores, condensadores, elementos ajuste, evaporadores, filtros desidratadores, módulos eletrónicos, pressostatos, válvulas de expansão e ventiladores. A oferta da Krautli inclui, no entanto, outras marcas: Electroauto (compressores, ferramentas e acessórios), Delphi (compressores, filtros desidratadores, válvulas expansão e pressostatos), Errecom (produtos químicos e acessórios), Luvata (equipamentos de manutenção / estações de carga de ar condicionado) e Icool (gás refrigerante R-134a e gás refrigerante R1234YF). Apresentando-se como um fornecedor global para este negócio, a empresa ampliou o seu catálogo em 2017 com algumas novidades relativamente a compressores de ar condicionado para aplicações automóveis e para máquinas industriais e agrícolas, tendo ainda reforçado a gama no que diz respeito a acessórios e produtos químicos e apresentado uma estação de carga para o novo gás R1234YF.

STAND ASLA Dispondo de uma oferta alargada a nível de equipamentos e peças para sistemas de ar condicionado auto, o Stand Asla comercializa compressores, equipamentos de carga, gás, condensadores, válvulas expansoras, ponteiras, pressostatos, sensores de pressão, filtros de habitáculo, entre outros. No entanto, as grandes novidades do ano são mesmo os novos equipamentos para o novo gás R1234yf das diversas marcas que o Stand Asla comercializa: CTR, TEXA, WIGAM, WAECO e Magneti Marelli.

RPL CLIMA Peça que funciona como o coração do sistema de ar condicionado, o compressor é o produto estrela da RPL Clima, que, neste particular,

TECNIVERCA A Tecniverca comercializa máquinas da SPIN. Destaque para a SPIN Touch Dual, com dois sistemas independentes que permitem a utilização de ambos os gases em simultâneo. Além dos equipamentos, a Tecniverca dispõe também de uma gama de consumíveis que está a ser incrementada com novidades este semestre. Na gama dos consumíveis existem desde corantes, óleos para bombas de vácuo, para compressores, para compressores híbridos, kits de vedantes, detetores de fugas, lanternas UV, entre outros produtos HYPREL. Os produtos mais vendidos no último ano foram os óleos lubrificantes (com e sem corante) e o eliminador de fugas. /

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AR CONDICIONADO

REFRESCAR COMPETÊNCIAS Para intervencionar sistemas de ar condicionado, os profissionais carecem de uma Atestação. Obrigatória por lei, não é, no entanto, suficiente para que se possa prestar um bom serviço TEXTO ANDREIA AMARAL

PEÇAS QUE COMPÕEM O AR CONDICIONADO AUTO Compressor Condensador Correia Eletros ventiladores Evaporador Filtro Acumulador Secador Filtro Anti pólen Termostato Tubo Expansor Tubulação (alumínio e borracha especial) Válvula de Expansão Pressostatos Sensores

M

uito embora os evoluídos equipa mentos se jam uma ajuda imprescindível à realização de operações de manutenção e reparação de um sistema de ar condicionado, a verdade é que estes de pouco servirão se o técnico não tiver os conhecimentos adequados sobre o circuito, porque não só poderá complicar a avaria como poderá estar a pôr em causa a segurança. Não é, assim, por mero acaso, que a atestação de técnicos de ar condicionado é obrigatória. Todo este raciocínio pode parecer óbvio, mas, transpondo a teoria para a prática, o que se verifica é que muitos são os profissionais do setor que não detêm os conhecimentos adequados. “Infelizmente, a grande maioria ainda não possui as competências necessárias”, referem José Peniche e Paulo Galvoeira, especialistas de formação automóvel da ATEC, lamentando que, “neste momento, a única preocupação da maioria dos profissionais reside na obtenção da atestação profissional para a

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PRINCIPAIS AVARIAS DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO: Microfugas nas tubagens flexíveis e uniões, fugas diversas, excesso de óleo no sistema, má manutenção provocando a saturação do filtro desumidificador, compressor, filtro do habitáculo que muitas vezes não é substituído provocando ineficiências de funcionamento do evaporador e má reparação após colisão.

manipulação dos gases fluorados. Continua a existir um grande desconhecimento ao nível do funcionamento e manutenção do sistema de climatização. Muitos dos profissionais só tiveram formação no âmbito do funcionamento da estação de carga e a única coisa de que se recordam é como se liga e desliga”. A ideia é reforçada pelo responsável técnico da Car Academy, que vai mais longe e dá uma dimensão ao problema: “Do universo de técnicos que temos formado ao longo dos dois anos da nossa existência, posso afirmar que cerca de 10 a 15%

têm conhecimentos avançados nesta matéria. Os restantes desempenham essencialmente as tarefas rotineiras de manutenção.” Em questão está, sobretudo, o facto de a Atestação de Técnicos de Ar Condicionado em Veículos a Motor, até pela carga horária reduzida, se revelar pouco eficaz no objetivo de dotar os técnicos dos conhecimentos necessários às intervenções no circuito de A/C. “Quando falamos de tecnologia automóvel, é fundamental que os técnicos procurem constantemente formação de atualização. E posso dizer que à exceção da Atestação, não temos procura por formação nesta matéria. Por outro lado, é importante criar mecanismos legais mais restritivos, para garantir a subsistência daqueles que realmente trabalham dentro das normas”, defende José Pedro. Fernando Silva, formador da ANECRA, destaca que muitos são os técnicos que chegam às ações de formação em busca de uma fórmula milagrosa que lhes permita identificar e resolver facilmente as avarias. “A sorte é que a maioria das máquinas é automática”, reitera Fernando Silva, indicando que “muitos não sabem interpretar corretamente as leituras dos valores de pressão e as diferentes temperatu-


ras em todas as partes do sistema”. E o problema está logo no pressuposto de base, explica o formador: “Um sistema de ar condicionado não introduz frio na viatura, como muitas vezes se diz, retira, sim, o calor do habitáculo.” Enumerando as principais dúvidas apresentadas pelos formandos, os diversos interlo-

OPERAÇÃO DE VÁCUO Contrariamente ao que muitos técnicos pensam, a operação de vácuo não tem como principal objetivo fazer a recarga do circuito imediatamente a seguir, mas sim garantir a eliminação de toda a humidade dentro do circuito hidráulico. Uma operação de vácuo negligenciada irá causar danos nos componentes a médio/longo prazo.

CUIDADOS A TER COM O R1234YF Utilizar sempre o equipamento preconizado para o efeito e não descartar os EPI. Nunca se deve colocar fontes de ignição perto de sistemas de ar condicionado e recipientes de agente refrigerante. É fundamental evitar descargas eletrostáticas, faíscas provocadas pelo encosto de ferramentas e superfícies quentes. O ar condicionado concebido e desenvolvido para funcionar com o agente refrigerante R1234yf não pode ser enchido com outro agente refrigerante, p. ex.: R-134a.

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cutores concordam que as principais se registam ao nível do funcionamento e função dos componentes constituintes do sistema, manipulação dos equipamentos de manutenção, interpretação dos valores obtidos com o equipamento de diagnóstico, correto diagnóstico do sistema, desconhecimento do impacto dos gases no meio ambiente e ainda sobre a legislação inerente à temática. Os responsáveis são também consensuais em relação à necessidade de alertar, motivar e incentivar os profissionais, e sobretudo as

DIFERENÇAS ENTRE O CIRCUITO COM VÁLVULA DE EXPANSÃO E O CIRCUITO COM REDUTOR DA PRESSÃO No lugar de um redutor da pressão de secção existe uma válvula de expansão controlável. Existe um desumidificador/ acumulador no lado de alta pressão e não no lado de baixa, por forma a que a válvula de expansão receba apenas refrigerante líquido e sem água.

entidades empregadoras, para a necessidade de formação, quer técnica quer legislativa, neste campo. E, recordam, acima de tudo os técnicos devem ter presente que, não detendo o conhecimento, o melhor é não mexer! /


ESPECIALISTA

AR CONDICIONADO

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL O tipo de gás utilizado nos sistemas de ar condicionado auto e a realização de intervenções nos mesmos estão regulamentados. O incumprimento, para além de impactar o meio ambiente e a segurança, pode resultar em coimas TEXTO BRUNO MARQUES

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sistemadearcondicionado aplicado em automóveis sofreu evoluções de vários níveis nos últimos anos, impulsionadas pela necessidade de aumentar o desempenho do sistema, de reduzir o consumo de combustível e também por razões legislativas de proteção ambiental. Ainda na década de 90, regulamentação ambiental proibiu a aplicação do fluido utilizado nos sistemas de ar condicionado da altura (R-12), pois a estrutura molecular deste gás (CFC) continha cloro, e qualquer libertação deste gás na atmosfera resultava numa severa destruição da camada de ozono. A partir da aplicação desta proibição o fluido utilizado nos sistemas de ar condicionado dos veículos automóveis passou a ser o R-134a (HFC), que não representa uma ameaça para a camada de ozono, dado que as suas propriedades físicas o impedem de subir na atmosfera e reagir com a camada de ozono. Com o desenvolvimento dos estudos e aumento do conhecimento sobre os fenómenos climáticos, a comunidade científica concluiu que uma das principais causas das alterações climáticas é o aquecimento global. Foram estabelecidos internacionalmente protocolos nos quais se assume o compromisso de reduzir as emissões de gases que potenciem o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global. É o caso do Protocolo de Quioto, ratificado pela União Europeia (UE) que, no sentido de atingir os objetivos estabelecidos publicou o Regulamento (CE) nº 842/2006, posteriormente transposto para a legislação nacional através do Decreto-Lei 56/2011. Este Decreto-Lei impôs uma nova obrigação às empresas da reparação de automóveis, visto que o R-134a se inclui na lista (publicada pela

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UE) de gases fluorados que provocam efeito estufa e cuja manipulação, compra e venda deve ser controlada. Na prática, esta legislação obriga a que os técnicos que realizem intervenções em sistemas de ar condicionado instalados em automóveis sejam titulares de um Atestado que “certifique” a sua aptidão para realizar este tipo de operações. Segundo a legislação, cabe à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aplicar a regulamentação em vigor. A APA publica no seu site de internet a lista atualizada dos organismos com formações aprovadas e nos quais delegou a atestação dos técnicos (https://www.apambiente.pt/ index.php?ref=17&subref=1026&sub2ref=1 028&sub3ref=1063). Outra obrigação estabelecida pelo DecretoLei 56/2011 foi o dever de comunicação anual de dados por parte das empresas para a APA, relativos às quantidades de gases fluorados adquiridas, instaladas e vendidas. A nível europeu, a UE determinou que o fluido a ser utilizado nos sistemas de ar condicionado dos automóveis deveria ter um índice de aquecimento global baixo, o que, na prática, impede os fabricantes de homologarem automóveis que utilizem o R-134a. Como alternativa, os fabricantes começaram a instalar um novo fluido que cumpre as imposições ambientais da UE: o R-1234yf (HFO). Este novo fluido causou em alguns fabricantes de

EXISTEM REGRAS PARA INTERVENÇÃO NOS SISTEMAS DE AR CONDICIONADO. O DESRESPEITO AGRIDE O AMBIENTE E DÁ DIREITO A COIMAS

automóveis preocupações relacionadas com segurança, mas a UE aceitou os resultados dos testes de segurança efetuados pela SAE (Society of Automotive Engineers) e mantém a imposição. Para diferenciar os sistemas de automóveis que utilizam R-1234yf, as portas de serviço e as respetivas tampas foram alteradas em relação às existentes nos sistemas que utilizavam R-134a, e na maior parte dos casos, os fabricantes aplicam no compartimento do motor um autocolante que indica o tipo de fluido instalado no sistema. As empresas da reparação automóvel que pretendam efetuar intervenções de ar condicionado em automóveis equipados com R-1234yf devem adquirir equipamentos (estações de carga) específicos e compatíveis para o efeito, uma vez que a estação de carga que opera com um dos fluidos não deve operar com o outro. Entretanto, em abril de 2014, a UE publicou o


Regulamento nº 517/2014, que revoga o anterior Regulamento nº 842/2006, e introduziu algumas alterações às obrigatoriedades das empresas da reparação automóvel: passou a ser necessário apresentar o Atestado do técnico que desempenha as intervenções nos sistemas de ar condicionado para adquirir

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R-134a; e as empresas do setor passaram a ter de comunicar semestralmente dados relativos à compra e venda deste fluido. Os métodos de comunicação e os dados solicitados estão divulgados através do site da APA (https:// www.apambiente.pt/index.php?ref=17&sub ref=148&sub2ref=1099).

De sublinhar que o incumprimento do disposto no Decreto-lei 56/2011, relativamente a obrigações como o técnico que intervenciona os sistemas ser titular de Atestado e a comunicação de dados à APA, é sancionado com as coimas previstas na Lei 89/2009 (Contraordenações Ambientais). /


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

MANN+HUMMEL

FORNECEDOR DO ANO 2016 DA GM

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Grupo Mann+Hummel foi distinguido como Fornecedor do Ano pela General Motors durante a 25ª cerimónia anual de entregas dos prémios “Fornecedor do Ano 2016”, realizada em Orlando (Florida). O galardão refere-se especificamente aos sistemas de indução de ar da Mann+Hummel, tendo sido atribuído a esta empresa pela 22ª vez. Por este feito espe-

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cial, a Mann+Hummel foi reconhecida com o prémio “Silver Anniversary”. “Este reconhecimento como Fornecedor do Ano é o reflexo claro do compromisso da Mann+Hummel com a excelência”, afirmou Steven Kiefer, vice-presidente de compras e cadeia de abastecimento a nível mundial da General Motors. “A empresa tem sido Fornecedora do Ano em 22 dos últimos 25 anos. Para prestar homenagem a este grande feito também procedemos à entrega do prémio “Silver Anniversary da GM à Mann+Hummel.”

Kai Knickmann, presidente e diretor geral de Filtragem Industrial e OEM da área automóvel da Mann+Hummel, recebeu o prémio em conjunto com Bill Peers, diretor de contas chave sénior para a GM. “Durante as nossas décadas de associação com a GM, nunca deixamos de impressionar com a nossa tecnologia inovadora e a qualidade premium constante dos nossos produtos”, afirma Kai Knickmann. Por outro lado, a Mann+Hummel voltou a integrar a lista das 50 empresas com mais patentes registadas na Alemanha. Este foi o sexto ano


179 PATENTES Além de ter sido reconhecida pela General Motors como fornecedor do ano, a Mann+Hummel está em destaque na tabela da DPMA – Autoridade Alemã de Registo de Patentes e Marcas, graças à submissão de 179 pedidos de patentes em 2016

consecutivo em que a empresa ocupa um lugar de destaque na tabela da DPMA – Autoridade Alemã de Registo de Patentes e Marcas. Alfred Weber, CEO da Mann+Hummel, manifestou a sua satisfação com este resultado. “A boa posição na tabela publicada pela DPMA sublinha a inovação e a especialização da nossa empresa. O potencial para os nossos funcionários e investidores na tecnologia e em modernas condições de trabalho asseguram que iremos continuar a liderar o mercado no futuro com os nossos desenvolvimentos. Ideias novas e criativas vão-nos permitir ir ao encontro dos desafios da filtragem e criar oportunidades para novos produtos.” Em comparação com 2015, a empresa subiu da 37ª posição para a 31ª. No ano passado, a Mann+Hummel submeteu 179 pedidos de patentes à DPMA. Isto significa que a empresa tem agora mais de 3000 aplicações patenteadas. Uma das patentes submetidas em 2016 refere-se a um sistema de filtro em três fases para a separação de contaminantes da água no gasóleo. /


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS ZF

APOSTA NA E-MOBILIDADE E CONDUÇÃO AUTÓNOMA

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ZF pretende ser uma empresa líder em tecnologia de e-mobilidade e de condução autónoma, afirmou o CEO, Stefan Sommer, durante a apresentação de resultados da empresa. A multinacional alemã está a contar com uma combinação de sistemas mecânicos e eletrónicos. “O carro do futuro ainda irá depender de componentes mecânicos. Até mesmo um ‘iPhone com Rodas’ precisa de travões, um sistema de direção, eixos e tudo o resto”, salienta Stefan Sommer. “O nosso ponto forte é a combinação de hardware e software. Desta forma, produzimos sistemas mecânicos inteligentes.” A ZF investiu dois mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento em 2016, o que correspondeu a 5,5% das suas vendas e um aumento de 0,7% face ao ano anterior. Este crescimento deveu-se principalmente a atividades intensivas de desenvolvimento nas Divisões de Tecnologia de Segurança Ativa e Passiva e de E-Mobilidade. Atualmente, a ZF Investigação e Desenvolvimento conta com 14450 colaboradores em todo o mundo. A ZF Friedrichshafen AG fechou o ano fiscal de 2016 com um nítido aumento dos lucros e uma sólida melhoria do fluxo de caixa. As vendas do grupo cresceram 20,6%, atingindo os 35,2 mil milhões de euros. A margem ajustada de EBIT (Resultados Antes de Juros e Impostos) subiu um ponto percentual para os 6,4% e o

HELLA APOIO LUTA CONTRA A PIRATARIA A Hella integra a Comissão Antipirataria do Automóvel (CAPA) e como membro ativo apoia a luta contra a pirataria, assim como todas as ações implementadas para erradicar a fraude e o engano ao consumidor. A marca tem apoiado as ações da CAPA no combate à pirataria de software para equipamentos de diagnóstico, nomeadamente em Espanha, onde estão em curso mais de 28 processos judiciais por

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fluxo de caixa livre ajustado totalizou 2 mil milhões de euros. Com esta posição financeira, a ZF reduziu em 1,6 mil milhões de euros a sua dívida proveniente da aquisição da TRW, aumentando simultaneamente o investimento em investigação e desenvolvimento para 2 mil milhões de euros. Em 2017, o objetivo de vendas da empresa é de 36 mil milhões de euros, bem como uma margem ajustada de EBIT superior a 6%.

presumíveis delitos contra a propriedade intelectual e industrial. Um das ações judiciais mais recentes da CAPA foi interposta num terminal espanhol, que aceitou julgar um caso onde existem indícios de atentados à propriedade industrial, decorrente da comercialização pela Internet de equipamentos falsificados de diagnóstico.

No sentido de continuar a ampliar as suas competências, a marca adquiriu uma participação de 45% no capital da empresa Astyx Communication, especializada no desenvolvimento e produção de sensores de ultra-alta frequência para radares e módulos para o setor automóvel e outras indústrias. O objetivo desta operação consiste no desenvolvimento conjunto da próxima geração da tecnologia de radar. /

ALBERTO BOMBASSEI NO HALL OF FAME O comité do Automotive Hall of Fame anunciou que Alberto Bombassei, presidente da Brembo, fará parte deste lote restrito de pessoas que contribuiram de forma indelével para a indústria automóvel. Esta distinção será formalizada numa cerimónia que terá lugar em junho, em Detroit, nos EUA. Bombassei será o nono italiano a receber a distinção dada por este organismo nascido em 1939, juntando-se assim a nomes como

Henry Ford (1967), Ferdinand Porsche (1987) e André Citroën (1998), Enzo Ferrari (2000), Ettore Bugatti (2000), Giovanni Agnelli (2002), Giorgetto Giugiaro (2002), Battista “Pinin” Farina (2004), Nuccio Bertone (2006), Sergio Pininfarina (2007) e Luca Cordero di Montezemolo (2015).


ZENUITY

JOINT-VENTURE EM CRIAÇÃO DE SOFTWARE

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Volvo Cars e a Autoliv constituíram uma joint-venture, denominada Zenuity, para o desenvolvimento de sistemas de software para a condução autónoma. A nova empresa, que já iniciou atividade, irá dedicar-se à conceção de sistemas avançados de assistência à condução (ADAS) e sistemas de condução autónoma (AD) para utilização da Volvo e para venda exclusiva da Autoliv para outros fabricantes automóveis. “Ao combina r mos os nossos recursos e know-how estamos a criar uma empresa que será líder no desenvolvimento de sistemas de segurança automóvel. Com o início de operações da Zenuity estamos a dar mais um passo para a introdução desta entusiasmante tecnologia”, afirma Håkan Samuelsson, presidente e CEO da Volvo Cars. PUBLICIDADE

CHAMPION

ÓLEO DE MOTOR APROVADO PELA VW

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óleo OEM SPECIFIC 0W20 LL FE da Champion recebeu a aprovação oficial do Grupo Volkswagen para os motores das marcas Audi e Volkswagen, produzidos a partir de meados de 2015. Estes lubrificantes cumprem as especificações VW 508 00 ou 509 00 para os motores Audi 2.0 TFSI (140 kW) e Volkswagen 3.0 TDI CR (160 kW). Segundo a Wolf Oil Corporation, que produz os lubrificantes Champion, o óleo OEM SPECIFIC 0W20 LL FE foi desenvolvido para assegurar um maior período de vida útil do motor e para melhorar, ainda, a eficiência dos sistemas de emissão. Além disso, possui um grau de viscosidade muito baixo e contribui para uma poupança de combustível superior a 4%. Nicolas Verellen, diretor da Wolf Oil Corporation, adianta que esta linha de produtos permite à Champion apresentar a “solução adequada para todos os espaços que realizam serviços de manutenção e assistência técnica dos motores Audi e Volkswagen, convertendo-os no produto certo para garantir o desempenho ideal do motor”.


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS TRW

“VERDADEIROS ORIGINAIS”

A

ZF Aftermarket anunciou o lançamento da próxima fase da campanha de produto multimédia “Verdadeiros Originais” da TRW. Desta vez, é dado todo o destaque aos benefícios técnicos, de engenharia e comerciais da oferta única “Corner Module” de peças e sistemas de travagem, direção e suspensão. Este novo capítulo da história “Verdadeiros Originais” é apresentado por Chris Kollar – gestor de produto TRW na América do Norte que, nos tempos livres, joga hóquei no gelo pelos Spitfires. Um vídeo curto e outros materiais online e offline contam a forma como, em ambos os papéis, Chris trabalha arduamente como membro de uma equipa para dominar várias competências mas, para ser verdadeiramente bom naquilo que faz, tem de saber como conjugá-las. Exatamente o mesmo que faz a TRW quando concebe, desenvolve e comercializa a sua oferta Corner Module. De referir que a designação Corner Module foi introduzida no mercado europeu de após-venda em 2011, com o objetivo de salientar a promessa de qualidade do equipamento original da marca TRW, bem como as vantagens comerciais de trabalhar com um único fornecedor. Além disso, descreve a forma como os sistemas e peças das áreas de especialização da TRW estão localizados no canto do veículo, tendo

sido concebidos para funcionar em harmonia, para máxima segurança e desempenho. Ao longo do tempo, este conceito tem vindo a estender-se a nível global e o termo “Corner Module” é agora sinónimo da marca TRW. A ZF Aftermarket oferece pacotes de formação, teóricos e práticos, para apoiar o Corner Module da marca TRW. Para além da formação específica nos produtos, os cursos abordam ainda tecnologias existentes e emergentes –

incluindo como lidar com o ambiente digital na oficina – para garantir que os técnicos de hoje estão prontos para o amanhã. Em 2016, os programas de formação técnica da ZF Aftermarket receberam mais de 12 mil participantes. Com as instalações de formação recentemente inauguradas no novo Fórum ZF em Friedrichshafen, prevê-se que este número seja ainda superior em 2017. /

MEYLE NOVOS RETENTORES MEYLE-ORIGINAL Por acreditar que não se devem negligenciar as peças mais pequenas, a Meyle passou a incluir no seu catálogo retentores com flange de vedação da cambota em PFTE, que podem ser aplicadas em mais de dois mil veículos com sensor rotativo integrado. O fabricante de Hamburgo possui, na sua gama, um total de 16 referências, utilizáveis em modelos como VW Crafter, e os Audi A1 a A6. As peças estão prontas a ser montadas e são constituídas por vedantes dinâmicos e estáticos e por um sensor rotativo.

42

TURBO OFICINA MAIO 2017

Os módulos de retentores com flange de vedação são responsáveis pela vedação da cambota do motor e detetam as rotações do motor e a posição da cambota, definindo o momento de injeção e de ignição com recurso à unidade de comando do motor. Tal significa que uma menor qualidade das peças causaria um desgaste precoce e problemas de arranque, perdas de óleo e desenvolvimento de odores. A Meyle aconselha a que, após 80 mil/100 mil km, seja verificado o módulo do retentor com flange de

vedação, substituindo-o se necessário. Para evitar uma fuga de óleo, problemas de arranque ou danos na cambota, durante a reparação é necessário prestar atenção para que a cambota não apresente danos e a superfície de contacto esteja limpa; os

casquilhos de montagem e as proteções de transporte sejam apenas retirados durante a montagem; e o sensor rotativo não seja desmontado ou rodado e que a montagem seja realizada a seco, ou seja, que não seja utilizado lubrificante.


PHILIPS

JAPANPARTS

NOVAS EMBALAGENS PARA LÂMPADAS

NOVO VISUAL NO AUTOPROMOTEC 2017

A

Philips introduziu novas embalagens para as suas lâmpadas de automóveis, que têm como objetivo permitir uma identificação mais clara e rápida dos produtos de iluminação para cada marca e modelo. “Sabemos que as pessoas não querem passar mais tempo do que o necessário a procurarem as lâmpadas indicadas para o seu automóvel”m afirma Weena Lemoine, diretor de marketing Automotive Aftermarket para Europa, Médio Oriente e América Latina. “Deste modo desenhámos uma nova embalagem para facilitar aos nossos consumidores a escolha da lâmpada mais indicada para as suas necessidades”, acrescenta. As novas embalagens permitem uma identificação rápida do tipo de lâmpada, voltagem e tecnologia (halogéneo, xénon ou LED) e as imagens indicam claramente qual é a finalidade de cada lâmpada (faróis, interior ou sinalização) e para que tipo de veículo. Além disso, um sistema de classificação por estrelas permite comparar o rendimento do produto. PUBLICIDADE

A

Japanparts vai revelar a sua nova imagem corporativa e a nova identidade visual na Feira Autopromotec 2017, que se realiza entre os dias 24 e 28 de maio, em Bolonha. Esta renovação tem como objetivo reforçar o sentido de pertença das marcas de produto Japanparts Ashika e Japko, que oferecem peças fabricadas com os padrões de qualidade japoneses para todos os componentes de veículos asiáticos, europeus e norte-americanos. Por ocasião da Autopromotec 2017, o Japanparts Group vai apresentar todas as novidades dentro de um stand completamente renovado, graças a uma estrutura e um grafismo que refletem plenamente o percurso estratégico de reposicionamento iniciado há algum tempo. Para o segundo semestre deste ano, o Japanparts Group concebeu uma nova campanha de comunicação publicitária internacional para apoiar a imagem da nova marca comunicando com o slogan YES WE HAVE. Em linha com a nova imagem de marca, o grupo também renovou a sua presença na Internet, reunindo as três linhas de produto em www.japanpartsgroup.com.


RAIO-X

COMERCIAL DO MÊS

ÁS DO TRANSPORTE Resultado de uma parceria com a PSA, a Toyota propõe uma versão de nove lugares da ProAce. A variante mais vendida deverá ser a Combi, equipada com motor 1.6 D, de 115 CV, que tem, entre os principais trunfos, os baixos consumos TEXTO MIGUEL GOMES FOTOS JOSÉ BISPO

A

o longo dos anos, a Toyota tem vindo a desenvolver sinergias com outras marcas, principalmente do grupo PSA. Resultado de uma destas parcerias é a ProAce. A versão por nós ensaiada, a Combi de 9 lugares, é a menos luxuosa, mas possivelmente será aquela que irá ser a mais vendida. A gama também conta com versões Shuttle, de oito e nove lugares, a que se junta a mais requintada Prime, que dispõe de uma dotação de série onde não faltam os bancos individuais com massagem nem os acabamentos em pele. A gama disponibiliza, assim, um conjunto de versões vocacionadas para todo o tipo de trabalho ou para lazer. O habitáculo da ProAce Verso recebe um sistema de ar condicionado com saídas independentes para os lugares dianteiros e traseiros

44

TURBO OFICINA MAIO 2017

e possui, ainda, uma terceira zona com regulação totalmente independente para os passageiros que viajam nos bancos de trás. Foi esta a solução encontrada pelos engenheiros da marca para contornar o facto de nenhuma janela abrir na traseira da versão Combi para permitir a circulação do ar. Já na versão Shuttle estão disponíveis os vidros laterais de abertura deslizante. As luzes de leitura traseira estão localizadas apenas na 2ª fila de bancos, mas nas versões mais equipadas também estão também disponíveis na terceira fila e estão inseridas na consola central de climatização. Quanto a equipamento de segurança dinâmico de ajuda ao condutor, a ProAce tem tudo o que é necessário e está mesmo ao nível de qualquer automóvel ligeiro, consoante o nível de equipamento escolhido. De salientar que, neste tipo de veículos, não era normal encontrar-se os airbags laterais nem os sensores de pressão dos pneus, que aqui incluem o portefólio de equipamentos.

PRÁTICA E AGRADÁVEL Em termos de motorizações, a ProAce Verso está em comercialização em duas opções: a 1.6D de 115 cv e 300 Nm, e a 2.0D de 150cv e 370Nm, que só está disponível com o nível de equipamento de topo. Ambos os motores estão associados a uma caixa manual de seis relações. Na versão ensaiada, equipada com o bloco 1.6D, o motor revelou-se muito elástico e bastante agradável de utilizar, com um bom binário, e não muito ruidoso, mesmo quando carregado com os nove passageiros a bordo. De referir, no entanto, que o consumo médio durante o ensaio rondou os 6,8 l/100 km, um pouco acima dos 5,2 l/100 km anunciados pela marca. Pela positiva, a ProAce Verso tem a particularidade de estar homologada como Classe 1 para pagamento de portagens nas autoestradas, mas apenas com Via Verde. Quanto a capacidade de carga a ProAce tem 550 litros até à chapeleira e, rebatendo os bancos traseiros, fica com 1200 litros até à altura das costas do banco, sendo esse o limite má-


TOYOTA PROACE VERSO COMBI 9L 1.6 D

VERSATILIDADE Com nove lugares e 550 litros de capacidade da bagageira, o Toyota ProAce Combi oferece o melhor dos dois mundos

ximo para a altura de carga por questões de segurança. Também relevante é o facto de poder transportar objetos de até 3,5 metros de comprimento. Para consegui-lo terá de rebater as costas dos bancos do lado direito, naquela que é uma operação bastante prática. A versão Shuttle está equipada com calhas e bancos independentes, o que torna o espaço de carga mais modular, sendo que outra funcionalidade interessante é a abertura do óculo traseiro. Igualmente importante é a capacidade de reboque. Na versão com a motorização 1.6D, a capacidade de reboque é de 1800 kg, enquanto na versão 2.0D é de 2300 kg, mas com um atrelado de travão dinâmico. Quanto a preços, a versão mais económica começa nos 35 800 euros, e pode chegar a 44 mil euros dependendo do equipamento. No que se refere aos custos de manutenção, a revisão dos 40 mil km custa 297 euros, enquanto a intervenção dos 80 mil km se cifra nos 394 euros (valores a que acresce IVA). /

PREÇO 35 802€ // MOTOR 4 CIL; 1560 CC; 115 CV // BINÁRIO 300 NM // TRANSMISSÃO DIANT; 6 VEL MAN; COMP./LARG./ALT. 4,95/1,92/1,91MM // PESO BRUTO 2740 KG // MALA 550 L // CONSUMO 5,2 (6,8*) // EMISSÕES CO2 137 G/KM // IUC 228,72 € *As nossas medições

CONSUMOS / ELASTICIDADE MOTOR

BANCOS / VIDROS TRASEIROS SEM ABERTURA

MAIO 2017 TURBO OFICINA

45


RAIO-X

BARÓMETRO

SALDO POSITIVO

46

TURBO OFICINA MAIO 2017

EM NÚMERO

NORTE 5089

CENTRO 3392

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3373

ALENTEJO 860

ALGARVE 466 R. A. AÇORES 197

R. A. MADEIRA 276

EM PERCENTAGEM 37,3

3,4

1,4

2,0 MADEIRA

ALENTEJO

6,3

AÇORES

24,7

ALGARVE

24,8

A. M. LISBOA

representa um aumento de 136,4% face ao primeiro trimestre de 2016. A região Norte foi a segunda onde desapareceram mais empresas (26), tendo-se, no entanto, verificado uma diminuição de 33,3% face a período homólogo do ano anterior. Na região Centro foram extintas 23 empresas no primeiro trimestre de 2017, um aumento de 27,8% face a 2016. Outro bom indicador é a descida do número de insolvências, que caiu de 27 para 22, e abrangeu todas as regiões do país, com exceção da Área Metropolitana de Lisboa, onde se verificou um aumento de 50%, para um total acumulado de seis. Em termos absolutos, a região Norte foi que teve mais insolvências (11), seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (6) e a região Centro (3). O maior responsável pela variação positiva nos nascimentos e encerramentos de empresas foi o subsegmento dos concessionários auto de veículos ligeiros, tendo sido constituídas 185 empresas e encerrado 37, o que se traduziu num aumento de 34,1% e 23,3%, respetivamente. De assinalar uma diminuição de 33,3% nas insolvências. O subsegmento das oficinas registou um total de 187 nascimentos de empresas, que correspondeu a um aumento de 6,3%, mas o número total de extinções também registou um crescimento de 39% no primeiro trimestre de 2017, de 41 para 57, indiciando que o setor ainda não está livre de dificuldades. Pela positiva há que destacar uma diminuição de 33,3% nas insolvências. Por sua vez, no subsegmento dos grossistas de peças e acessórios auto surgiram 19 novas empresas no primeiro trimestre de 2017 contra cinco em igualmente período do ano anterior, um crescimento de 35,7%. Nos encerramentos e insolvências, o valor relativo é considerável, 200% e 400%, respetivamente, mas a sua expressão absoluta é reduzida (6 e 5 empresas). Referência para o subsegmento dos retalhistas de peças e acessórios auto, onde se assistiu a um saldo nulo nos nascimentos e encerramentos de empresas – 36 e 16, respetivamente – enquanto nas insolvências se verificou uma diminuição de 40%. /

CENTRO

O

tecido empresarial do setor dos concessionários, oficinas, grossistas e retalhistas auto é constituído por 13 653 empresas, segundo revela o Barómetro Informa relativo ao primeiro trimestre de 2017. A região Norte é aquela que regista maior número de empresas, com 37,3% do total, seguindo-se o Centro, com 24,8%, e a Área Metropolitana de Lisboa, com 24,7%. As zonas do país com menor densidade populacional (Alentejo e Algarve) ou com áreas geográficas mais específicas (Madeira e Açores) reúnem, no total, 1799 empresas. Em termos acumulados, o setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas, retalhistas de peças e acessórios auto registou, no primeiro trimestre de 2017, um total de 427 nascimentos, 116 encerramentos e 22 insolvências. Em comparação com período homólogo do ano anterior, estes valores indicam um saldo claramente positivo, já que as constituições continuam a superar os encerramentos, muito embora estes tenham registado um crescimento de 30,3%. De qualquer forma, o aumento das constituições de empresas do setor cifrou-se nos 17,3%, enquanto as insolvências registaram uma quebra de 18,5%, o que indicia uma retoma na economia e uma melhoria no tecido empresarial deste setor. A região Norte foi a responsável pelo surgimento do maior número de empresas novas no período em questão, com 174, que se traduziu numa variação positiva de 25,2%. Segue-se, em valores absolutos, a Área Metropolitana de Lisboa, com 117 nascimentos, a que corresponde um aumento de 4,5%, e a região Centro, onde foram constituídas 88 empresas novas, um crescimento de 15,8%. No Alentejo surgiram 19 empresas, no Algarve 16, na Região Autónoma da Madeira dez e na Região Autónoma dos Açores apenas três. No que se refere a extinções, a Área Metropolitana de Lisboa registou o maior número, tendo encerrado 52 empresas, o que

TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR MARÇO 2017

NORTE

No primeiro trimestre de 2017, registou-se um saldo positivo na relação entre o número de nascimentos e de extinções de empresas do setor. É ainda de destacar uma diminuição significativa das insolvências


PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO MARÇO 2017 HOMÓLOGA MARÇO 2017 HOMÓLOGA MARÇO 2017 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE

174 25,2%

26 -33,3%

11 -15,4%

CENTRO

88 15,8%

23 27,8%

3 -62,5%

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

117

52

6

ALENTEJO

19 5,6%

ALGARVE

16 100,0% 6 100,0% 0 -100,0%

R. A. AÇORES

3

-40,0%

1

0,0%

0

-

R. A. MADEIRA

10

66,7%

5

400,0%

1

-

TOTAL

427 17,3%

4,5%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO

136,4%

50,0%

3 -40,0% 1 0,0%

116 30,3%

22 -18,5%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO

(CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

MAR. 2017 ACUMULADO MAR. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO MARÇO 2017 MARÇO 2016 EMPRESARIAL

MAR. 2017 ACUMULADO MAR. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO MAR. 2017 MAR 2016 EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

NASCIMENTOS

427

106

364

17,3% 7,0%

ENCERRAMENTOS 41

116

32

89

30,3% -2,2%

INSOLVÊNCIAS 8

22

7

27

-18,5% -23,0%

(CONSTITUIÇÕES)

140

(EXTINÇÕES)

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DAS OFICINAS

(45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis)

(CONSTITUIÇÕES)

62

ENCERRAMENTOS 15

(EXTINÇÕES)

185

41

138

34,1% 7,0%

37

12

30

23,3% -2,2%

INSOLVÊNCIAS 2 4 2 6 -33,3% -23,0%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS GROSSISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO

(45310 - Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

MAR. 2017 ACUMULADO MAR. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO MAR. 2017 MAR. 2016 EMPRESARIAL

MAR. 2017 ACUMULADO MAR. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO MAR. 2017 MAR. 2016 EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

NASCIMENTOS 5 19 5 14 35,7% 7,0% (CONSTITUIÇÕES)

67

187

48

176

6,3% 7,0%

ENCERRAMENTOS 17

57

16

41

39,0% -2,2%

(CONSTITUIÇÕES) (EXTINÇÕES)

ENCERRAMENTOS 2

6

0

2

200,0% -2,2%

INSOLVÊNCIAS 2

5

1

1

400,0% -23,0%

(EXTINÇÕES)

INSOLVÊNCIAS 4 10 4 15 -33,3% -23,0%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO

(45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis)

VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%) FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.

MAR. 2017 ACUMULADO MAR. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO MAR. 2017 MAR. 2016 EMPRESARIAL NASCIMENTOS

6

36

12

36

0,0% 7,0%

ENCERRAMENTOS 7

16

4

16

0,0% -2,2%

(CONSTITUIÇÕES) (EXTINÇÕES)

FICHA TÉCNICA Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis

INSOLVÊNCIAS 0 3 0 5 -40,0% -23,0% Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça. Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça.

Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt

MAIO 2017 TURBO OFICINA

47


RAIO-X

LAND ROVER DISCOVERY

QUEM FAZ O QUÊ?

A

quinta geração do Land Rover foi apresentada oficialmente no Salão Automóvel de Paris, no final de setembro de 2016, e, não obstante o seu estilo de SUV, mantém a versatilidade e o extremo à-vontade em fora de estrada que sempre foram apanágio deste modelo. Pela primeira vez na sua história, o chassis de longarinas deu lugar a uma carroçaria monobloco, que é fabricada maioritariamente em alumínio (85%). Exteriormente, a nova geração deste modelo distingue-se pela sua grelha ativa produzida Roechling, pelos espelhos retrovisores da SMR (Samvardhana Motherson Reflectec) e pelas juntas dos guarda-lamas da Tekspan. Os ocupantes viajam confortavelmente instalados em bancos inteligentes com sensor de passageiro da IEE, que inclui estrutura de apoio de braços da Coba Plastics. O ambiente a bordo pode receber uma ampla luminosidade, graças ao tejadilho panorâmico da Webasto. Destaque ainda para o conjunto do tabliê da Dräxlmaier e ainda para a plataforma extensível da bagageira, cujas dobradiças foram desenvolvidas pela Reell Precision Manufacturing. O acesso á zona das bagagens é assegurado por um portão traseiro manual da Stabilus que inclui uma plataforma da matrícula traseira da SRG Global. O novo Discovery recebe um motor diesel de 2,0 litros, com cabeça da Nemak, bielas Amtek Tekfor, tubagens da refrigeração da Cikautxo, tubos do medidor de massa de ar da Kongsberg Automotive. Para assegurar a tração, o novo SUV da Land Rover conta com eixos da ZF e para manter um elevado conforto a bordo, absorvendo as irregularidades do piso, dispõe de amortecedores da Vibraacoustic. Igualmente importante num veículo é o sistema de travagem, que no caso do Discovery, é constituído por discos à frente e atrás, ambos da Brembo. Veja quem o faz o quê nesta quinta geração do Land Rover Discovery na tabela ao lado. /

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TURBO OFICINA MAIO 2017

FORNECEDOR COMPONENTE A.RAYMOND Canais e clips de proteção elétrica AMTEK TEKFOR Bielas BATZ S. COOP. Antepára secundária BREMBO Discos de travões dianteiros e traseiros CALSONIC KANSEI Radiador auxiliar CIKAUTXO Tubagens da refrigeração (motor AJ200) COBA PLASTICS Estrutura do apoio de braços COOPER STANDARD Sistema de deteção de obstáculos DAYCO Correia e tensor da bomba de combustível DENSO Bobina de ignição DR. SCHNEIDER Diferencial L462 DRÄXLMAIER Conjunto do tablier EFC INTERNATIONAL Fixação da bomba de óleo FILTRAN Módulo do carter da transmissão GKN ETM GUILFORD BY LEAR Palas de sol IEE Bancos inteligentes com sensor de ocupante KONGSBERG AUTOMOTIVE Tubos do medidor de massa de ar MACLEAN-FOGG Portas com travão plástico e anilhas MAGNI GROUP Molas plásticas METHODE Pedais MULTIMATIC Dobradiças das portas laterais NEMAK Cabeça do motor REELL PRECISION MANUFACTURING Dobradiças da plataforma extensível da bagageira RHEINMETALL Bomba tandem ROECHLING Grelha ativa SAMVARDHANA MOTHERSON Retrovisores exteriores REFLECTEC (SMR) SRG GLOBAL Plataforma da matrícula traseira STABILUS Portão traseiro manual TEKSPAN Juntas dos guarda-lamas VIBRACOUSTIC Amortecedores WEBASTO Tejadilho panorâmico WOCO INDUSTRIETECHNIK Cobertura da embraiagem ZF Eixos



REPARAÇÃO

APRESENTAÇÃO

PROCESSO CÉLERE A redução do tempo de entrega do veículo ao cliente até 3h30, o crescimento do número diário de viaturas em estufa e uma diminuição de até 50% no custo energético são as principais vantagens apontadas para o conceito RCT TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

D

esenvolvido pela PPG Ibérica para Portugal e Espanha, o conceito RCT – Rapid Cycle Time aproveita os mais recentes produtos premium para repintura automóvel introduzidos pela marca norte-americana no sentido de auxiliar as empresas do setor a melhorarem a sua produtividade e a rentabilizarem o investimento efetuado nas estufas. Nas suas novas instalações, localizadas em Rubi, a poucos quilómetros de Barcelona, a PPG Ibérica apresentou as principais vantagens desta nova solução

50

TURBO OFICINA MAIO 2017

para as oficinas à imprensa especializada de Portugal e Espanha. “Este conceito RCT reduz o tempo do ciclo de reparação de um veículo, que é uma necessidade que o setor sente cada vez mais, permitindo melhorar a rendibilidade da oficina e satisfazer as necessidades dos clientes particulares ou empresariais”, afirma Xavier Pegueroles, diretor de marketing da PPG Ibérica. “Além disso, conseguimos otimizar a utilização dos equipamentos, como a estufa, aumentando a sua capacidade de produção”, acrescenta. “Queremos ir mais além do que o mero lançamento de produtos que permitem diminuir o tempo de intervenção”, adianta o responsável da PPG Ibérica. “Com a disponibilização

deste processo pretendemos que os empresários do setor façam uma reflexão sobre a sua forma de trabalhar e adotem um método que permite a obtenção de poupanças energéticas e de tempo, com uma influência direta na sua rendibilidade.” TEMPO TOTAL DE CINCO HORAS Num processo convencional de repintura, a reparação de três painéis, com um dano médio, demora cerca de 8h30, incluindo cerca de três horas na estufa. O sistema RCT permite reduzir o tempo total da reparação em aproximadamente 40%, para cerca de cinco horas. Esse aumento de produtividade é obtido com a aplicação de dois dos produtos mais recen-


OTIMIZAÇÃO DOS PROCESSOS Com o RCT, a PPG disponibiliza uma ferramenta para as oficinas otimizarem custos, afirma Xavier Pegueroles, diretor de marketing da PPG Ibérica

GANHAR QUOTA DE MERCADO EM PORTUGAL

tes da PPG: o primário DP6000 2K e o verniz D8175 Rapid Performance Clearcoat. O primário DP6000 2K Rapid Primer foi desenvolvido com recurso às mais recentes tecnologias, combinando um processo rápido com a simplicidade do uso e a excelência na aparência. Este primário está disponível em três tons de cinza para otimizar cada acabamento de cor e permite a obtenção de ganhos em termos de rapidez e produtividade. Além disso, a aplicação realiza-se numa única operação. Segundo a PPG, este produto permite reduzir o tempo de secagem ao ar para apenas uma hora e elimina a necessidade de proceder à secagem em estufa. O DP6000 2K Rapid Primer possui uma película uniforme e oferece excelentes

O ano de 2016 foi de recuperação geral do mercado, refere o diretor de marketing da PPG Ibérica, Xavier Pegueroles, em declarações à Turbo Oficina. “Já não podemos falar de crise, quer em Portugal, quer em Espanha.” Relativamente ao mercado português, o responsável adianta que 2016 foi um ano de mudança, porque a marca Max Meyer tinha um importador e houve uma alteração ao nível da distribuição. “Agora existem três distribuidores da marca Max Meyer em Portugal – Erevia, Tintauto e Impoeste – que estão a trabalhar muito bem, pelo que estamos satisfeitos com os resultados que estão a alcançar.” Além disso, as marcas PPG e Nexa Autocolor estão

igualmente a registar um crescimento significativo, o que também se deve a uma organização de vendas mais vasta, assim como a um agente comercial e técnico específico para a PPG. “As perspetivas são muito animadoras para os próximos anos”, salienta Xavier Pegueroles, adiantando que a PPG tem como objetivo ganhar quota de mercado em Portugal, mas escusandose a avançar com valores específicos. “O mercado está a aceitar muito bem os produtos da PPG, o que se deve a uma combinação de vários fatores, como a qualidade, a facilidade de aplicação, que ajuda a reduzir o tempo da operação, e a sua rentabilidade para a oficina.”

MAIO 2017 TURBO OFICINA

51


REPARAÇÃO

APRESENTAÇÃO

RENTABILIZAÇÃO DA ESTUFA 0 RCT permite diminuir em 50% a energia consumida e maximiza a utilização da estufa, permitindo pintar cerca de oito viaturas por dia

TEMPOS DE ESPERA PRIMÁRIO

VERNIZ

MONTAGEM

POLIMENTO

PROCESSO 2 HORAS 15-20 MINUTOS 1 HORA 3 HORAS CONVENCIONAL RCT

3h30

REDUÇÃO TEMPO TOTAL

5 MINUTOS SECAGEM

8

VEÍCULOS POR DIA

50%

POUPANÇA ENERGIA

52

1 HORA

5 MINUTOS

0 MINUTOS

1 HORA

PARA LIXAR

PARA SECAR

PARA MONTAR

PARA POLIR

propriedades de lixagem. Este novo sistema de primário utiliza o mesmo catalisador que os vernizes Premium, casos dos aparelhos DP4000, DP5000 e UHS DG, fornecendo uma gama compacta e que ainda reduz o inventário. Por sua vez, o verniz D8175 Rapid Performance Clearcoat permite às oficinas concluir o trabalho de pintura com maior rapidez, uma vez que é possível obter um acabamento em apenas cinco minutos a 60ºC. Este produto possui ainda um maior tempo de vida, possibilitando a sua aplicação em retoques, na reparação de painéis ou em pinturas completas. MONTAGEM IMEDIATA O tempo de secagem do verniz situa-se entre os 15 minutos e os 30 minutos num processo convencional e obriga a um compasso de espera de uma hora até ser possível passar à fase seguinte do processo de repintura – a montagem das peças pintadas. Com o processo RCT, é possível fazer a manipulação imediatamente. Para uma oficina, esta solução aumenta não só a capacidade instalada da estufa, uma que vez que é possível pintar cerca de oito viaturas por dia, como reduz em cerca de 50% o custo de energia, uma vez que cada veículo permanece menos tempo naquele local.

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Por fim, a fase de polimento também passa a ser de apenas uma hora, em vez das anteriores três horas, sem colocar em causa a qualidade do acabamento. “O processo RCT permite às oficinas cumprirem os prazos de entrega, rentabilizarem a reparação, otimizando o tempo disponível na oficina”, afirma Beatriz Santamaría, responsável pela área de Business Solutions da PPG Ibérica. “O tempo tem um impacto considerável na satisfação do cliente, no custo por reparação – por exemplo, o veículo de substituição no caso de ser alugado pela oficina – e no planeamento do trabalho. Com o processo RCT, a oficina consegue entregar o veículo mais rapidamente, aumentando a sua produtividade, uma vez pode reparar até oito veículos por cabina e por dia, e obtém maiores poupanças, principalmente em energia.” Com o objetivo de divulgar o novo processo de repintura junto das oficinas, a PPG Ibérica tem vindo a desenvolver ações de formação aos seus técnicos e à rede de distribuição em Espanha e Portugal. “São esses distribuidores que estão a dar cursos de formação de RCT às oficinas para que possam implementar este sistema e beneficiarem das suas vantagens”, explica Xavier Pegueroles, diretor de marketing da PPG Ibérica. /



REPARAÇÃO

PERITAGEM

O PREÇO DE ACOMPANHAR AS TENDÊNCIAS A fase de design das carroçarias dos veículos é fundamental para criar automóveis esteticamente atrativos; além do mais, é determinante para que sejam seguros e fáceis de reparar TEXTO JOSÉ ANTONIO MAURENZA ROMÁN

O

s fabricantes investem uma grande quantidade de recursos na combinação de aspetos estéticos com caraterísticas técnicas com vista a produzir veículos com melhor índice de danos e reparabilidade. É evidente que os aspetos construtivos dos veículos influenciam os custos de reparação e o trabalho da oficina e, por conseguinte, a forma como um perito aborda a avaliação de um veículo. São três os aspetos que influenciam a avaliação e os custos de um sinistro: Os novos materiais e as técnicas de união utilizadas; Os novos designs; A incorporação de acessórios e equipamentos. NOVOS MATERIAIS E SISTEMAS DE UNIÃO Os novos materiais influenciam os custos de reparação na medida em que afetam os processos de reparação e, por conseguinte, as técnicas utilizadas, as ferramentas necessárias, a formação da oficina e, naturalmente, o custo das peças e a variação dos tempos de reparação. Este facto tem repercussões no trabalho do perito não só a partir do ponto de vista económico, mas também na forma como o perito deve abordar a reparação. Os novos materiais implicam uma adaptação por parte da oficina que muitas vezes representa limitações que obrigam à substituição de peças, aumentado o custo da reparação; a esta realidade somam-se os requisitos do fabricante, cujas notas técnicas não permitem, em muitos casos, a reparação de certas peças

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ou materiais. A fibra de carbono, o alumínio, os aços ao boro, etc., são exemplos onde o novo material influencia o custo da reparação. No entanto, noutros casos a utilização de novos materiais permite uma diminuição do custo da reparação e, inclusivamente, uma melhoria no conceito de danos do veículo; os painéis exteriores em materiais plásticos permitem uma substituição com um tempo relativamente curto, além de as peças terem um custo inferior ao das suas homologas metálicas. A diferença é tão significativa que em muitos casos a reparação nem é considerada. Os painéis exteriores do BMW i3, do Smart, Renault Twizy, novo Renault Twingo, etc., mostram uma melhoria na capacidade de absorção de impactos e os seus custos de avaliação são inferiores, pois devido ao aumento da flexibilidade e da resistência evitam os danos mais habituais (por estacionamento, por exemplo) na utilização urbana dos veículos. A incorporação de novos sistemas de união no fabrico dos veículos implica, em muitos casos, a necessidade de avaliação de novos elementos tais como os adesivos, os rebites etc.; no entanto, a diminuição, em muitos casos, da gravidade dos danos, aliada a uma diminuição dos tempos de reparação, não deve levar o perito a pensar

A GESTÃO DA ENERGIA EM GRANDES IMPACTOS PERMITE AO FABRICANTE AMPLIAR A DESMONTAGEM OFERECIDA À OFICINA


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REPARAÇÃO

PERITAGEM

que os novos sistemas de união representam um aumento no custo da reparação. Por outro lado, o perito deve conhecer os sistemas de união aplicados na oficina, pois onde existir uma união soldada é possível que na oficina tenha de ser aplicada uma união por colagem ou rebites. NOVOS DESIGNS Neste sentido, falamos de duas evoluções: a que afeta os elementos exteriores do veículo e a que engloba os elementos estruturais da carroçaria. Elementos exteriores Com vista a proteger ou a minimizar danos em algumas peças, nos últimos anos foram implementadas alterações no design de algumas peças exteriores; para-choque maiores, diminuindo o tamanho dos para-lamas afastando-os das zonas expostas aos sinistros, ou capôs planos que eliminam a tradicional gre-

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lha, que passa a fazer parte dos para-choques, são alguns exemplos de como os fabricantes tentam minimizar o número de peças afetadas na reparação. Podemos encontrar um dos exemplos mais inovadores no design do Citroën C4 Cactus, onde o denominado sistema "AIRBUMP" diminui o risco de danos por estacionamento. Noutros casos é o capô que na sua parte inferior monta una moldura de material plástico para proteger a zona metálica, envolvendo uma reparação muito mais difícil e cara. Elementos estruturais É fácil entender que para diminuir os danos num veículo após um sinistro seja necessário saber gerir a energia produzida, ou seja, conhecer como é gerida a energia em função do nível do impacto. Os fabricantes estabelecem diferentes níveis de impacto que, em muitos casos, estão relacionados com a tipologia do sinistro. Desta

OPERAÇÕES DE CALIBRAGEM, AJUSTES, REINÍCIO DE UNIDADES OU A SIMPLES VERIFICAÇÃO SÃO PROCESSOS AGORA ADICIONADOS AOS ELEMENTOS TRADICIONAIS DA AVALIAÇÃO forma, podemos distinguir entre sinistros a baixa velocidade (normalmente em zona urbana), onde se procura minimizar os danos e proteger os elementos da mecânica que são dispendiosos e que se encontram expostos ao sinistro; e um segundo nível de acidente, mais grave, onde o que se pretende é gerir a energia


de forma a que seja possível minimizar os riscos sobre os ocupantes. Desta forma, com vista a melhorar o índice de danos são desenhadas as denominadas crash box, compostas por absorvedores de impacto e travessas fabricadas em aços especiais ou alumínio, e montadas com um espaço específico entre elas e os elementos de refrigeração. Além do mais, a união destes elementos às longarinas é realizada através de uniões aparafusadas, que permitem uma substituição rápida e simples, melhorando a reparabilidade. O resultado são veículos onde, em certos níveis de impacto, é eliminada da avaliação a substituição da extremidade da longarina. Em impactos maiores, o conhecimento da gestão da energia permite ao fabricante aumentar a desmontagem oferecida à oficina; isto reflete-se na possibilidade de realizar secções parciais que diminuam o tempo de substituição e o preço da peça de substituição.

NOVOS EQUIPAMENTOS O utilizador final do veículo e o mundo no qual nos movemos exigem uma contínua evolução tecnológica, onde os veículos, para além do seu design estético, sejam claros exemplos disso mesmo. O aumento ao nível da tecnologia e dos equipamentos e acessórios que os veículos integram é refletido no custo da avaliação e obriga ao conhecimento das suas particularidades por parte do perito. Radares, câmaras, sensores, etc., surgem situados em zonas expostas a sinistros ou, simplesmente, estão localizados em peças onde a substituição implica uma recalibragem que deve ser considerada na avaliação, tal como acontece no caso das câmaras situadas nos para-brisas dianteiros. Por outro lado, elementos como os faróis evoluíram das tradicionais lâmpadas de halogéneo para os dispendiosos sistemas de tecnologia LED ou XÉNON, que aumentam o custo da reparação. No entanto, os fabricantes fornecem

em muitos casos kits de patilhas que diminuem o custo de substituição destas peças, autorizando o uso das mesmas quando as caraterísticas dos danos assim o permitam. Operações de calibragem, ajustes, reinício de unidades ou a simples verificação são processos agora adicionados aos que tradicionalmente faziam parte da avaliação. Até aqui expusemos alguns dos elementos e das evoluções com influência na avaliação dos veículos mais modernos, elementos que, atualmente, contribuem para diminuir o custo da reparação ou que, no mínimo, minimizam os danos produzidos em determinados sinistros. No entanto, noutros casos incorporam equipamentos e acessórios responsáveis por melhorarem a segurança dos ocupantes. Nestes casos, aumentam os custos da reparação e inclusivamente os riscos de perda total de veículos com poucos anos. O resultado final, não obstante, é uma redução no que respeita a danos pessoais sofridos em sinistros graves. /

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REPARAÇÃO

PINTURA

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A TÉCNICA QUE TODOS OS PINTORES DEVEM DOMINAR A igualação da cor desempenha um papel fundamental no momento de obter uma reparação de qualidade, impercetível ao olho humano. E a técnica de esbatimento da base bicamada é uma das chaves para evitar contrastes de cor entre as peças repintadas e as adjacentes do veículo, fazendo com que as pequenas diferenças de cor entre a pintura preparada e a do veículo permaneçam dissimuladas à vista

O

objetivo de todo o processo de pintura é obter uma reparação invisível e duradoura. No entanto, no parque automóvel não é invulgar ver veículos com peças que apresentam diferenças de cor relativamente às peças adjacentes. Podemos preparar o fundo e aplicar corretamente a tinta de acabamento no que respeita a extensão e brilho, mas se a cor aplicada não coincidir com a das peças adjacentes a perceção final da reparação depois de todo o trabalho realizado não será boa. A igualação da color é uma tarefa fundamental para o pintor e nem sempre é simples, revelando-se por vezes muito complicada. São vários os fatores que podem dar origem a problemas de igualação de cor no momento de realizar uma repintura:

Não é possível encontrar uma carta de cor que se ajuste perfeitamente à cor do veículo. Isto por sua vez pode dever-se ao facto de o veículo ou a peça adjacente ter sido repintada anteriormente não tendo a igualação sido realizada corretamente, por não se dispor da variante adequada, ou a pintura de origem poderá ter sofrido demasiada degradação ao longo do tempo. Não foi escolhida a cor ou variante correta ou a mistura não foi realizada em conformidade com a formulação selecionada: foi preparada menos quantidade do que a recomendada afetando a percentagem de cada elemento básico na mistura de cor, foi adicionada maior ou me-

nor quantidade de algum dos elementos básicos comparativamente à formulação ou a preparação não seguiu as indicações do fabricante. No caso das cores com efeito, a última demão ou demão de controlo não é aplicada ou é realizada de forma incorreta. Esta última demão é muito importante para obter a orientação adequada das partículas de efeito e a posição correta da cor. Condições e parâmetros de aplicação não adequados ou incorretos. Na aplicação da cor interferem a temperatura, a humidade, o tipo de pistola e os parâmetros utilizados: distância do bocal à superfície a pintar, velocidade de aplicação, diâmetro do bocal de regulação da pressão de aplicação, gama e quantidade de produto. O fundo sobre o qual se aplica a base bicamada não é o recomendado no caso de cores de baixa cobertura. Isto além de problemas de igualação de cor envolve um maior consumo da base de cor e por conseguinte maiores custos.

diferença será percetível. Esta técnica é válida na maioria das cores lisas, sobretudo em cores escuras, mas em acabamentos metalizados e perlados não costuma ser recomendável. Pintura parcial. Consiste em não aplicar o verniz ou esmalte monocamada à peça inteira mas apenas à parte da mesma que contenha a zona danificada. Esta técnica é possível devido à presença de molduras ou vincos nos painéis que separam visualmente as zonas. Ou simplesmente corta-se a pintura numa zona estreita de menor visibilidade, como o pilar C que une o guarda-lamas traseiro ao tejadilho. Pintura recorrendo a esbatimento. Consiste na aplicação das diferentes demãos de tinta em extensões cada vez maiores, realizando uma transição suave entre a tinta aplicada e a pré-existente no veículo.

Mas para além de todos estes fatores ou situações, há outro aspeto muito importante que influencia o resultado final da reparação: o modo de aplicar a tinta de acabamento.

Quando o esbatimento é realizado com o verniz ou esmalte monocamada, essa técnica é denominada como "remendo perdido". Neste tipo de reparações a superfície a pintar não está delimitada como nas pinturas parciais, pelo que requer maior habilidade por parte do pintor e, além do mais, é possível que com o tempo a zona de união entre a tinta aplicada e a pré-existente no veículo acabe por se notar.

Existem diferentes métodos de aplicação: Pintura completa da peça, pintura "seccionada" ou "de rebordo a rebordo". Consiste em aplicar a cor (base bicamada ou esmalte monocamada) à peça completa, independentemente da extensão da superfície danificada. Esta técnica requer um ajuste da cor com as peças adjacentes muito preciso, caso contrário a

A técnica à qual se refere este artigo é o esbatimento da base bicamada, na qual se realiza uma gradação da cor preparada até haver uma "fusão" com a existente na peça ou peças que estão a ser pintadas, de forma a que pequenas diferenças entre a cor da tinta aplicada e a do veículo sejam impercetíveis, não se notando a zona de união.

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REPARAÇÃO

PINTURA

No caso dos acabamentos bicamada, sobretudo em cores metalizadas e perladas, é recomendável em grande medida o esbatimento da base bicamada para concluir com a aplicação do verniz, em princípio, em toda a peça ou peças afetadas. Há que ter em conta que a técnica do esbatimento não substitui os processos de igualação de cor, ou seja, é necessário procurar a variante mais adequada e, em determinados casos, é necessário verificar a cor formulada através de uma amostra e inclusivamente realizar correções ou ajustes conforme necessário. Mas através desta técnica é possível evitar problemas de contraste visto que as pequenas diferenças de cor são dissimuladas. É recomendável realizar a técnica do esbatimento tanto dentro da peça como na peça adjacente dependendo do caso: Esbatimento dentro da peça: Quando a peça a repintar apresenta danos de pequena ou média extensão em relação à superfície da peça (1). Nestes casos, quer se trate de cores sólidas, metalizadas ou perladas, será recomendável o esbatimento da base bicamada, cobrindo o dano reparado e esbatendo a cor conforme nos afastamos desta zona, evitando aplicar a base de cor a toda a peça, já que deste modo au-

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mentará o risco de que se note a diferença de cor em relação às peças adjacentes. Se a peça foi substituída, se a superfície danificada for grande ou se forem vários os danos repartidos pela superfície da peça, será necessário aplicar por completo a base bicamada na peça, tentando perceber se é ou não necessário aplicar o esbatimento na peça adjacente. Esbatimento na peça adjacente: Quando a peça a repintar apresenta danos de pequena ou média extensão situados na extremidade do painel, coincidindo com outro (2), ou quando é realizada a aplicação de cor por completo a uma peça, por substituição da mesma ou por esta apresentar uma grande extensão de danos (3). Nestes casos, é necessário ponderar a possibilidade de realizar um esbatimento da base bicamada à peça ou peças coincidentes e posteriormente, a aplicação do verniz a todas as peças afetadas. Há inúmeros critérios que podem ajudar a decidir se é preciso ou não aplicar esbatimento na peça adjacente: 1. No caso de cores lisas ou sólidas não costuma ser necessário o esbatimento na peça adjacente. Somente se não encontrarmos uma variante ou formulação que se ajuste

bem à cor do veículo, por exemplo, por degradação da cor ou por repintura das peças adjacentes com um mau ajuste de cor. Nas cores metalizadas e nacaradas o esbatimento é mais necessário porque o efeito definitivo da pintura aplicada depende não só da fórmula de cor selecionada, mas também da própria aplicação aerográfica, já que conforme esta for realizada, o posicionamento dos pigmentos de efeito é diferente, afetando a cor e o brilho finais. 2. Se a zona ou peça onde deve ser realizado o esbatimento for de média ou baixa visibilidade não é necessário o esbatimento. Por exemplo, se o dano próximo de outra peça estiver na parte inferior dos painéis da porta ou dos guarda-lamas. 3. Se as peças adjacentes formarem ângulo na linha de sobreposição também não é necessário o esbatimento. Este é o procedimento habitual no caso de guarda-lamas com capots e a razão pela qual não é necessário o esbatimento é porque o ângulo que formam gera por si só uma perceção diferente do efeito metalizado ou perlado, pelo que os desvios de cor resultantes da aplicação são dissimulados.


2

1 Diferença percetível entre a porta dianteira e as peças adjacentes 3 Aplicação de base bicamada 4 Aplicação da resina na zona a esbater

4. Por último, há que ter em conta o tipo de base bicamada, diferenciando entre cores "fáceis" nas quais não é necessário o esbatimento, e "difíceis" nas quais é necessário. As cores fáceis são aquelas que permitem obter um acabamento parecido ainda que os parâmetros de aplicação sejam alterados, o que ocorre quando a proporção de pigmentos metalizados é pequena e o seu tamanho é reduzido, como nos pretos ou azuis marinhos metalizados. Por outro lado, as cores difíceis são as claras com uma grande percentagem de partículas de efeito, como os pratas ou champanhes. Depois de determinarmos se é preciso aplicar esbatimento dentro da peça ou na peça

adjacente à base bicamada, será necessário conhecer o procedimento recomendado por cada fabricante para realizar corretamente o dito processo. Processo de esbatimento da base bicamada Existem pequenas diferenças nas técnicas de esbatimento segundo o fabricante de tinta e dependendo do tipo de acabamento. Mas em geral, consiste em: 1. Lixamento da zona aparelhada com P500/600 e o resto da peça ou peças a pintar com P1000/1200, esponja superfina, ultrafina ou abrasivo tridimensional. 2. Limpeza por meio de sopragem e desengorduramento de toda a superfície e mascaramento das zonas necessárias.

culas de efeito, é recomendável a aplicação da base bicamada em húmido, aplicando previamente na zona a esbater um verniz ou resina de esbatimento (também denominado blend) pronto a usar. Este produto favorece o correto posicionamento das partículas, para que não reste uma pulverização fina na zona de gradação da base, sendo as partículas integradas no dito produto. No esbatimento a seco a base bicamada é aplicada diretamente. 5. Aplicação da base bicamada esbatendo a cor de forma gradual conforme nos afastamos da zona a cobrir, sempre dentro da zona "molhada" caso se opte por um esbatimento em húmido. Outra opção é cobrir primeiro o dano e depois diluir a base bicamada com a resina e esbater o contorno com a mistura.

3. Limpeza com dissolvente à base de água e passagem com um pano para o pó na superfície a pintar.

6. Após o matizado da base bicamada, aplicação de verniz à peça ou às peças afetadas.

4. A necessidade de implementar este passo será determinada pela aplicação da base bicamada em húmido ou em seco. Dependendo do fabricante, em todos os casos ou apenas em cores com alta percentagem de partí-

A técnica de esbatimento evita problemas de igualação de cor e a repetição de trabalhos nos quais, após uma pintura seccionada, se observa claramente uma diferença entre a peça pintada e as adjacentes. /

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REPARAÇÃO

MANUTENÇÃO

Opel Insignia 1.6 CDTI 136 Selection 4p S/S

OPEL INSIGNIA Com o Insignia, a Opel marca presença no segmento de automóveis premium. O custo de manutenção da versão Sedan 1.6 CDTI 136 Selection S/S cifra-se nos 4,45€/100km

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ara o segmento de automóveis premium a Opel propõe o modelo Insignia, um modelo familiar com um comprimento exterior de 4,84 metros, na versão sedan, cujo estilo exterior reflete a imagem atual de design da marca germânica. O chassis foi otimizado para proporcionar um elevado conforto aos ocupantes, enquanto no habitáculo sobressai um painel de instrumentos com sistema de navegação e entretenimento da geração mais recente, o qual permite a interligação de smartphones, podendo ser utilizado de forma simples e intuitiva, com um touchpad localizado na consola central. Uma das versões disponibilizadas pela marca é a Sedan Selection S/S, equipada com motor 1.6 CDTI, com 136 cv. A dotação de série inclui ar condicionado de comando eletrónico (ECC), espelhos retrovisores exteriores aquecidos com regulação elétrica, rádio RF400, com comandos no volante, programador de velocidade, portal de telemóvel com Bluetooth, controlo eletrónico de estabilidade, sistema de monitorização da pressão dos pneus, entre outros. Analisando ao pormenor esta versão, com caixa manual de seis velocidades, a manutenção do topo de gama da Opel representa um custo de 4,45 euros por cada cem quilómetros percorridos para um período de 48 meses ou 120 mil quilómetros, segundo dados da consultora 4Fleet. A parcela mais significativa dos custos de utilização e manutenção corresponde à substituição dos quatro pneus 225/55R17V, que representam um custo total de 2299,44€. Este valor inclui as dez trocas de pneumáticos (2152,84€), a respe-

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tiva equilibragem (76,60€) e válvulas (25,00€), além dos três alinhamentos da direção (45,00€). No segundo lugar da tabela de encargos com a manutenção surge a componente relativa às peças de desgaste, com um valor total de 1739,59€. O maior contributo para este dispêndio tem origem no sistema de travagem, ao consumir 1367,71€ na substituição de quatro pastilhas dianteiras, duas pastilhas traseiras, um disco dianteiro e outro traseiro, ao que se junta o óleo de travões. Seguem-se as seis trocas das escovas limpa-para-brisas (quatro à frente e duas atrás), que representam um gasto total de 271,45€, ao que se adicionam 100,00€ para a carga do ar condicionado. As revisões constituem a terceira parcela mais significativa desta conta de manutenção, uma vez que apresentam um valor total de 715,72€. As quatro mudanças de cinco litros de óleo sintético recomendadas pelo construtor de Rüsselsheim implicam um custo de 297,60€, ao que se juntam 109,16€ para as respetivas mudanças de filtro de óleo. A mão de obra, calculada com base num valor de 35,95€ e multiplicada pelas 4,5 horas de manutenção preconizada, ascende a 161,78€. As duas substituições do filtro de pólen (67,40€) e do filtro de combustível (57,04€), assim como a troca do filtro de ar (22,74€) completam esta parcela referente às revisões. Para concluir, referência ainda para os 554,68 euros da inflação e ainda para os 27,00 euros da Inspeção Periódica Obrigatória. A todos os valores constantes na tabela ao lado e nestas linhas acresce o IVA à taxa legal em vigor. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910401216 ou por correio eletrónico para luis. ribeirinho@4fleet.pt. /

Caraterísticas do Veículo Potência (cv) 136 Cilindrada (cc) 1598 EuroNCap 94/79/40 CO2 109 Tração / Transmissão Dianteira / Manual Caixa de Velocidades 6 velocidades Carroçaria Sedan Valor N.º Substituições Revisões 715,72 € Mão de Obra 161,78 € [4,5] Óleo 297,60 € [4] Capacidade do carter (litros) 5,00 [lts] Tipo de óleo Sintético Filtro de Óleo 109,16 € [4] Filtro de Ar 22,74 € [1] Filtro de Pólen 67,40 € [2] Filtro de Combustível 57,04 € [2] Velas - € [0] Desgaste 1.739,59 € Escovas Limpa Para Brisas Frente 240,76 € [4] Escovas Limpa Para Brisas Tras 30,69 € [2] Pastilhas Frente 600,66 € [4] Pastilhas Tras 227,60 € [2] Discos Frente 254,17 € [1] Discos Tras 249,76 € [1] Liquido de Travão 35,95 € [2] Correia Distribuição - € [0] Embraiagem - € [0] Carga Ar Condicionado 100,00 € [1] Escape - € [0] Bateria - € [0] Amortecedor Frente - € [0] Amortecedor Tras - € [0] Bomba Agua - € [0] Filtro Particulas - € [0] Tarefas Extra - € Avarias - € Elétricas - € Total - € Pneus 2.299,44 € Pneus Frente 225/55R17V Pneus Trás 225/55R17V Pneus 2.152,84 € [10] Alinhamento de Direção 45,00 € [3] Equilibragem 76,60 € [10] Válvula 25,00 € [10] Outros 581,68 € IPO 27,00 € Inflação 554,68 € Ajustes - € Custos de Manutenção Total 5.336,43 € /100 kms 4,45 € Consumo misto 3,70 lts / 100 kms IUC 141,47 €

* Valores sem IVA



NOTÍCIAS

PNEUS

CONTISERVICE

REDE CRIA CONSELHO CONSULTIVO

C

om o objetivo de reforçar os laços de proximidade entre a gestão da rede e os seus agentes, a ContiService criou um Conselho Consultivo constituído por seis agentes. Este órgão irá reunir periodicamente para que desejam debatidos os temas de maior pertinência e atualidade do ponto de vista da gestão da rede. O Conselho Consultivo pretende ainda trazer uma visão externa para os desafios que se colocam diariamente, garantindo que a rede está alinhada com os princípios estratégicos previamente definidos e que se mantém “fiel” aos propósitos iniciais para os quais foi criada. “Queremos estar ainda mais próximos dos nossos parceiros. O órgão criado recentemente permitir-nos-á a todo o momento alinhar e ajustar a estratégia e os procedimentos ao que são as necessidades e as expetativas dos nossos parceiros. O Conselho Consultivo terá também como função primordial ser um de canal de comunicação privilegiado entre os parceiros e a gestão da rede”, refere Marco Silva, Diretor de Marketing da Continental Pneus Portugal. O Conselho Consultivo é constituído por Armando Barradas (Mourinha Pneus- Comércio Pneus Lda.), Armindo Alves (Recauchutagem Famalicense Lda.), Jaime Silva (Marcolino Alves Miguel Lda.), João Roís (AutoMafra- Pneus AC. Comercio e Viaturas Lda.), João Sobral (H. Sobral e Costa Lda.), e Miguel Ximenez (M. Ximenez Sociedade Unipessoal). A rede conta atualmente com 65 pontos de venda. A primeira reunião de trabalho decorreu recentemente em Famalicão, na sede da Continental (Pneus) Portugal. /

NOVA GAMA DUNLOP SPORT CLASSIC A Dunlop lançou os seus novos pneus da gama Sport Classic, concebidos para automóveis clássicos de elevada performance das décadas de ’60, ’70 e ’80 do século passado, de marcas como a Alfa Romeo, a Aston Martin, a Audi, a Bentley, a BMW, a Chevrolet, a Ferrari, a Jaguar, a Mercedes-Benz,

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a Porsche, a Triumph, entre outras. Os novos pneus Dunlop Sport Classic combinam uma aparência clássica com uma moderna maneabilidade e capacidade de travagem. Graças ao recurso às mais recentes tecnologias de construção e de compostos, a gama oferece, segundo a marca, aderência, estabilidade e direcionabilidade em condições de piso molhado e seco, enquanto o desenho da banda de rolamento conserva a autêntica aparência clássica apreciada pelos proprietários de automóveis clássicos.

CAMPANHA DE VERÃO GOODYEAR A Goodyear lançou uma nova campanha de verão que prevê a oferta de um carro telecomandado na aquisição de quatro pneus para jante de 16” ou superior. A promoção é válida até dia 31 de maio e está subordinada ao lema “Escolha Goodyear e recorde-o durante toda a sua vida”. Para beneficiarem desta campanha, os condutores terão de adquirir pneus da marca Goodyear (ou Dunlop, na sua ausência) e receberão diretamente na oficina, onde foi realizada a compra,

um carro telecomandado à escala 1:24, modelo Mercedes-AMG GT. “Na Goodyear queremos que tanto os pais como os filhos desfrutem de cada viagem. Sabemos que os condutores que escolham Goodyear desfrutarão da tranquilidade que lhes é garantida por elegerem pneus da mais elevada qualidade, e, com o presente direto que oferecemos com esta nova promoção, os seus filhos também desfrutarão dos seus primeiros passos no apaixonante mundo da condução”, afirma Alberto Villarreal, Diretor de Marketing da Goodyear Dunlop Iberia.


MICHELIN

PILOT SPORT 4 S SUBSTITUI SUPER SPORT

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mais recente proposta da Michelin para o segmento UHP é o Pilot Sport 4 s, que substitui o Pilot Super Sport. A marca francesa anuncia que o seu novo novo pneu oferece o melhor do seu antecesor, graças à experiência adquirida com o Pilot Sport Cup2. Concebido para automóveis superdesportivos e berlinas de gama alta, o Pilot Sport 4 s viu otimizada a superfície de contacto com o piso, bem como a tecnologia Bi-Compound, que promove a diminuição da distância de travagem. Com esta tecnologia, a parte exterior da banda de rolamento incorpora um novo composto híbrido que favorece a aderência em piso seco, enquanto a parte interna dispõe de um novo composto que permite ao pneu oferecer uma excelente tração e aderência sobre piso molhado. Estas performances, frequentemente opostas no segmento dos pneus superdesportivos, evoluem juntas neste pneu. A Michelin reclama ainda para o seu novo pneu o primeiro lugar entre os pneus da sua categoria, com base em testes realizados pelo TÜV SÜD na Alemanha, onde o Pilot Sport 4 s terá “ultrapassado os seus cinco principais concorrentes em performances chave”, conclui a Michelin.

RASPADINHA “VULCO DÁ-TE MAIS” A Vulco, rede de oficinas especializada em pneus e mecânica rápida, lançou uma campanha promocional em que premiou os clientes que realizassem uma compra com um valor mínimo de €50 ou superior a €100. Sob o mote “Vulco Dá-lhe Mais”, a Vulco garantiu a oferta de um conjunto de carregadores USB e de cartões de oferta online de €10, utilizáveis nas lojas Decathlon e postos de abastecimento da Cepsa.

SAVA

PNEUS DE VERÃO PARA COMERCIAIS LIGEIROS

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Trenta 2 é o mais recente modelo da gama de pneus de verão para comerciais ligeiros da Sava. Com a disponibilização deste novo produto, a marca, detida pela Goodyear, oferece um pneu eficiente e fiável, ampliando a sua gama para proporcionar quatro medidas adicionais às marcas. O Sava Trenta 2 é proposto num total de 19 medidas, cobrindo 71% do mercado de pneus de verão para veículos comerciais ligeiros. O Sava Trenta 2 foi concebido para responder às necessidades dos gestores de frotas em termos de quilometragem, eficiência de combustível e durabilidade do pneu, garantindo uma longa vida útil, uma redução de custos e, ao mesmo tempo, uma condução segura e fiável. O pneu também proporciona um excelente desempenho em superfícies molhadas, pressupondo, assim, uma compra comprometida com a segurança.

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OPINIÃO

JURÍDICO

FISCALIZAÇÃO ÀS OFICINAS

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a ressaca de mais um “raide” sobre oficinais de reparação automóvel levado a cabo no passado mês de Fevereiro pela ASAE, repetindo um outro ainda mais abrangente levado a cabo em Outubro de 2016, importa perceber as razões que motivaram essas acções e as consequências que a mesma pode ter.

No passado mês de Fevereiro a ASAE levou a cabo mais uma operação de controlo visando diversas oficinas de reparação automóvel e, mais precisamente, o controlo de aparelhos e equipamentos de diagnóstico de reparação automóvel. As acções de fiscalização num primeiro momento tiveram por objecto o cumprimento de obrigações administrativas para o estabelecimento e exercício da actividade de reparação automóvel, o cumprimento de obrigações ficais e também o cumprimento de obrigações legais existentes relacionados com direitos do consumidor. Nesta ultima fase, as acções de fiscalização concentraram-se especialmente na contrafação de equipamentos e software de diagnóstico de avarias. Em causa está sobretudo a livre concorrência e o combate à actividade paralela no ramo da reparação automóvel. Como é sabido, existem actualmente vários equipamentos de diagnóstico automóvel, geralmente concebidos e comercializados sob licença pelas diversas marcas ou por marcas independentes que investem milhões no seu desenvolvimento. Tais equipamentos e softwares são utilizados para detectar avarias e indicar as causas das mesmas. Os equipamentos de diagnóstico contém software com direitos de autor protegido e a sua cópia não autoriza-

MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO

da, além de constituir um crime, acaba muitas das vezes por permitir “desmascarar” oficinas que actuam à margem das regras e legislação aplicável ao sector, acabando por determinar a existência de situações de Concorrência Desleal por parte de profissionais que, não utilizando os softwares e equipamentos de forma legítima, acabam por ter menos custos face às oficinais que respeitam a legislação e as regras que vigoram no sector. Assim, estas acções permitem conferir maior confiança ao sector da reparação automóvel já que se pretende que os equipamentos e softwares em utilização na generalidade das oficinas sejam os licenciados pelas marcas com as actualizações de que os mesmos são alvo, reduzindo a possibilidade de utilização de equipamentos que, por não serem de uso licenciado, podem conter falhas que determinam uma avaliação/ diagnóstico errado ou menos apurada/o. Por outro lado, geralmente as oficinas que fazem uso desses equipamentos e softwares de diagnóstico copiados de forma ilegal, acabam por ter também outras práticas à margem da lei e que determinam necessariamente (de forma directa ou indirecta) um prejuízo ou dano em todos os concorrentes que, respeitando a lei, suportam custos de exploração mais altos do que quem não a respeita.

Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.

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TURBO OFICINA MAIO 2017




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