#68
JANEIRO
2018
FEDERAL MOGUL MOTORPARTS David Zapata e Pere Banús
“VAMOS APOSTAR FORTE NA MARCA CHAMPION”
profissional
2018
ANTEVISÃO DO ANO FIQUE A CONHECER AS TENDÊNCIAS PARA O PRÓXIMO ANO E O QUE O MERCADO PENSA QUE IRÁ SUCEDER NOS PRÓXIMOS DOZE MESES PELA VOZ DOS PROTAGONISTAS
TÉCNICA
DIAGNÓSTICO: O FUTURO
DPAI – ACAP
BALANÇO DO ANO DE 2017 E PERSPETIVAS PARA 2018
TENDÊNCIAS
MERCADO CHINÊS: ELDORADO OU ARMADILHA? PUBLICIDADE
SUMÁRIO
#68
JANEIRO 2018 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES RODAPEÇAS RODAPÉ DE CAPA EUROREPAR VC TRW PÁG.5 PETRONAS PÁG.7 BERU PÁG.9 FILOURÉM PÁG.13 CESVIMAP PÁG.19 PACAR PÁG.29 JABA PÁG.33 ASSINATURAS PÁG.39 CARF PÁG.59 CENTRO ZARAGOZA VCC PRO4MATIC CC MARCAS NESTA EDIÇÃO AC ROLCAR 31 ACAP 11, 14 AE 31 ALIBABA 51 AIRTEX 31 ASHIKA 49 AISIN 10 ALECARPEÇAS 28 AMAZON 22 APPLE 22 ASTUROMEC 31 ATE 28 ATEC 10 ATH 36 AUDI 12 AUTO DELTA 10, 29 AUTOZITÂNIA 31 BASF COATING SERVICES 6 BEHR 31 BEISSBARTH 36 BERU 28, 30, 31, 42 BESSEY 31 BETA 31 BIEMMEDUE 31 BILSTEIN 14, 28 BLACKHAWK 36 BLUE PRINT 28 BMW 12 BOGE 9 BOLAS 8, 31 BOSCH 8, 35, 48 BOSHI 31 BREDA LORETT 31 BREMBO 31, 50 BRIGHT AI 51 CALORSTAT 31 CHAMPION 30, 31, 40 CHEVROLET 50 CHICAGO PNEUMATICS 36 CONTINENTAL 48, 51 CONTITECH 10, 30, 31 DAIMLER 12 DELPHI 35, 50 DENSO 35, 48 DINO PAOLI 32 DUNLOP 64 ECOTECHNICS 36 ESCAPE FORTE 32 EXIDE 30, 31 FACET 22 FAE 31 FAG 30, 31 FAI 31 FEBI 10, 31, 47 FEDERAL MOGUL 10, 30, 40 FERODO 30, 31, 44 FIAT 12 FINI 31 FISPA 31 FORD 12, 51, 52, 65 FRAP 31 FTE 30 GALP 7 GARTEC 36 GATES 22 GEDORE 36 GENERAL MOTORS 12 GKN 47 GLASER 31 GMB 31 GOETZE 31 GOMET 31 GONÇALTEAM 32 GOODYEAR 65 GOOGLE 22 GROFLOWER 34 GSP 31 GTEAM 32 GYS 36 HANKOOK 65 HAWEKA 32 HELLA 31, 51 HELLA-HENGST 28 HELLA-PAGID 28 HEPU 32 HERTH+BUSS 31 HKT 31 HONDA 12 HONEYWELL 44 HPA FAIP 32 HYUNDAI 12 I.F.H.S. 31 INA 30, 31 INTEREX 31 INTERMOTOR 31 IPC 31 IRT 36 JAGUAR 12 JAPKO 49 JAPANPARTS 10, 49 JAPOPEÇAS 10 JURID 44 KARCHER 36 KIA 12, 63 KLARIUS 31 KROMIO 34 KUHMO 64 L.A.R.A. 31 LAND ROVER 12 LAUNCH 32 LEIRIDIESEL 35 LEMFORDER 28, 30, 31 LEXUS 12 LIQUI MOLY 10, 28 LIZARTE 31 LPR 31 LUBRIGRUPO 35 LUK 28, 30, 31 LUKAS 31 LUSILECTRA 36 MAD 36 MAHA 36 MAHLE 10 MANN FILTER 31 MANN+HUMMEL 7 MASERATI 12 MAZDA 12 MÉGUIN 31 MERCEDES-BENZ 7 METABO 31 METALCAUCHO 31 MEYLE 10, 30 MIDTRONICS 36 MILLERS OILS 12 MINI 12 MITSUBISHI 12 MOBIL 35 MOBILETRON 31 MOOG 31 NECTO 44 NEOPARTS 36 NGK 31 NIPPARTS 28 NISSAN 12 NOSTOP 31 NTK 31 NUSSBAUM 36 OPEN PARTS 28 ORLEN 31 OSRAM 8, 31, 48 OSVAT 31 PACAR 34 PADOR 37 PAOLI 10 PAYEN 31 PAYPAL 22 PIERBURG 10, 28, 30 PIRELLI 64 PORSCHE 12, 48 PSG 42 PURFLUX 31 Q&F 10 QUCAAN BUSINESS 36 R-M 6 RAASM 31 RAVAGLIOLI 31 ROADHOUSE 31 RODAPEÇAS 37 ROMESS 36 RUVILLE 30, 31 SAAB 12 SACHS 9, 10, 28, 30, 31 SAIMA 36 SAMOA 36 SAMSUNG 22 SCHAEFFLER 10, 30 SOFIMA 31 SPIES HECKER 11 STERTIL KONI 36 STOP 44 SUBARU 12 SUZUKI 12 SWF 28 TAKATA 50 TECHNO VECTOR 36 TELWIN 31 TEXTAR 31 TOKICO 31 TOPTUL 36 TOYOTA 12 TUFF SUPPORT 31 USI ITALIA 36 VALEO 10, 28, 29, 31 VALLUX 12 VARTA 28 VDO 35 VELYEN 36 VENEPORTE 38 VIC 31 VICTOR REINZ 28 VOLKSWAGEN 12, 65 VOLVO 12 WAGNER 44 WD-40 31, 38 ZF 4, 9, 30
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DOSSIÊ Antevisão 2018
ENTREVISTA David Zapata e Pere Banús Responsáveis Federal Mogul Ibérica
NOTÍCIAS
06 As novidades do setor DESTAQUE
14 DPAi – ACAP faz balanço de 2017 TENDÊNCIAS
16 Mercado Chinês: eldorado? TÉCNICA
REPARAÇÃO
56 Reparar peças plástico 60 Eletromecânica 63 Manutenção Kia Niro PNEUS
64 Notícias OPINIÃO
66 Queda de troncos ou árvores
20 Rapidez no Diagnóstico RAIO X
46 Notícias internacionais 52 Ford Transit Custom 54 Barómetro 55 Radiografia VW Polo JANEIRO 2018 TURBO OFICINA
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EDITORIAL
ANO NOVO, O MESMO COMPROMISSO
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mundo do aftermarket começa, visivelmente, a reagir aos ventos de mudança que sopram dos construtores automóveis, dos governos e, até, dos próprios clientes, cada vez mais sensíveis às questões ambientais. Os híbridos há muito venceram os preconceitos, os elétricos afirmam-se, cada vez mais, como a via para o futuro e tudo isso obriga a uma profunda reflexão sobre métodos e procedimentos que todos temos que adotar.
PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE JOSÉ MANUEL COSTA oficina@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt
Ajudá-lo a compreender o novo roteiro para o aftermarket é o grande objetivo da TURBO OFICINA que sempre pautou a sua ação pelo rigor, transparência e, sobretudo, respeito por todos os “players” do mercado. Move-nos a vontade de fazer melhor, de sermos realmente úteis a quem nos lê, objetivo e obrigação maiores de quem está no mundo da comunicação. Conhecemos bem estes princípios. Os profissionais que fazem a TURBO OFICINA têm uma carteira profissional que respeitam e seguem os princípios da "revista-mãe" que leva 37 anos de liderança entre as publicações do setor automóvel. Não aparecemos por aí à procura de um negócio de ocasião ou amparados pela mão de amigos que tentam fazer-nos acreditar que existem almoços à borla. Temos um projeto de comunicação que está prestes a completar seis anos e que todos os dias recebe incentivos para continuar no caminho que traçámos e que é para nós muito claro: levar a todos quantos estão no aftermarket informação de qualidade que é e será cada vez mais o fator decisivo para o sucesso dos negócios. Por isso mesmo, esta edição, que lhe chegou agora às mãos, oferece-lhe a mais completa antevisão daquilo que, na perspetiva dos principais protagonistas do mercado, vai suceder durante 2018. Mais uma edição cheia de assuntos interessantes que são do seu interesse e isso é tudo aquilo que nos interessa!
COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777
JOSÉ MANUEL COSTA EDITOR CHEFE
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TURBO OFICINA JANEIRO 2018
INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS
NOTÍCIAS
NACIONAIS
R-M
VISITA À SEDE EM FRANÇA Alguns clientes portugueses visitaram a sede da R-M, em França, passando a conhecer mais detalhadamente algumas das soluções da marca de repintura da BASF
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R-M e a BASF Coating Services Portugal convidaram um conjunto de clientes nacionais a conhecer a sede central desta marca premium da BASF para a indústria de repintura automóvel. Localizada na cidade francesa de Clermont, os convidados tiveram a oportunidade de descobrir a essên-
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cia da marca através de diferentes apresentações e também tomaram contacto com a mais recente inovação da R-M. Michel Bohlinger, Global Header Trainer da R-M, efetuou uma demonstração prática do novo produto UV Light Primer Filler P2530, que oferece uma elevada rapidez de aplicação e uma alta rendibilidade, principalmente em reparações pequenas de moderadas. Durante a apresentação do Ref inish Competence Center, os participantes tam-
bém tiveram a oportunidade de aprender sobre o conceito R-M Flex-Repair, que aposta num design eficiente do local de trabalho para evitar movimentos desnecessários e economizar tempo e dinheiro no dia a dia. Após as apresentações práticas, os convidados da R-M, acompanhados pela equipa da BCSP e R-M, tiveram ainda tempo para conhecer a ampla gama de serviços de consultoria que a marca oferece aos seus clientes. A visita terminou com uma visita ao laboratório de
VISITA À SEDE CENTRAL EM CLERMONT A BASF Coatings Services Portugal e a R-M convidaram um grupo de clientes a conhecer a sede da marca de repintura automóvel da BASF, localizada em Clermont
MANN+HUMMEL
FRECIOUSPLUS DISTINGUIDO COMO PRODUTO DO ANO 2017
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filtro de habitáculo da Mann+Hummel recebeu o prémio de Produto do Ano 2017, em Portugal. O prémio foi atribuído devido às caraterísticas inovadoras e protetoras da saúde dos ocupantes e por ser um excelente exemplo de como os profissionais do setor podem melhorar o dia-a-dia das pessoas. Quem recebeu o galardão foi H+elder Pereira, diretor comercial da Mann+Hummel que, na ocasião, referiu que “este prémio é um agradecimento à Mann+Hummel pelo trabalho desenvolvido na procura das melhores soluções ambientais e pela nossa preocupação com o bem estar do condutores. Significa o reconhecimento dos nossos clientes da qualidade e desenvolvimento de inovações que imediatamente colocamos ao dispor.” Registe-se que o FreciousPlus da Mann+Hummel destaca a tecnologia de três camadas. A primeira é uma barreira contra as partículas, a segunda é feitas de carbono ativado e, finalmente, a terceira com dupla função. Esta terceira camada permite reter elementos alérgicos e contém, ainda, um revestimento anti micróbios que bloqueia o crescimento de bactérias e fungos.
GALP
LUBRIFICANTES COM APROVAÇÃO MERCEDES
cores, epicentro do desenvolvimento de fórmulas de cores. A visita culminou com uma visita ao laboratório de cores da R-M, que constitui o epicentro do desenvolvimento de fórmula de cores. Esta deslocação de trabalho à sede da marca premium da BASF para a indústria de repintura permitiu que os convidados tivessem uma outra perceção da R-M, bem como da ampla gama de produtos e serviços desenvolvidos, assim como a equipa por detrás da marca. /
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Galp Lubrificantes já tem uma gama de produtos dedicada aos modelos Mercedes, recebendo as mais recentes homologações da marca alemã. Desta forma, a gasolineira nacional foi dos primeiros fabricantes de lubrificantes a receber aprovação da Mercedes para os seus produtos. O trabalho em equipa e a inovação são valores fundamentais para a Galp e, nessa medida, a Galp tem vindo a desenvolver produtos específicos para o mercado, particularmente para algumas marcas como é exemplo as recentes homologações da Mercedes.
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NOTÍCIAS
NACIONAIS OSRAM
DÉCIMO ANIVERSÁRIO DAS LÂMPADAS NIGHT BREAK LASER
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ançadas em 2007, as lâmpadas de halogéneo Night Breaker Laser são as mais brilhantes desta gama da Osram, oferecendo 130% mais luz, um feixe até 40 metros mais longo e até 20% luz mais branca na estrada, em comparação com as lâmpadas standard e está disponível em quase todos os tipos comuns de lâmpada. A Osram também oferece aos condutores que valorizam os produtos com mais desempenho produtos como a Xenarc Night Breaker Unlimited, uma solução para veículos com faróis de xénon que gera até 70% mais luz, um feixe de luz até 20 metros mais longo do que as lâmpadas standard. Estas lâmpadas de desempenho da Osram oferecem mais luz, melhor visibilidade e maior segurança. Como tal, permitem detetar obstáculos mais rapidamente e deixando mais tempo para manobras de condução seguras. A luz mais brilhante e mais clara também faz um melhor trabalho de iluminação da estrada, em especial da berma da estrada, tornando mais fácil a deteção de sinais de trânsito ou potenciais perigos, como os animais. A luminosidade acima da média também faz com que a condução noturna seja menos cansativa para os condutores. /
BOLAS APOIA RECONSTRUÇÃO A Bolas anunciou a colaboração na reconstrução das áreas consumidas pelos incêndios deste verão e procedeu à abertura de uma conta solidária, com uma verba inicial de três mil euros, a título de donativo. A empresa adianta que fará reverter 2% das vendas realizadas ao abrigo desta campanha solidária a favor de: Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande e Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal. “Como representante em Portugal de um portefólio de
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DESCONTOS BOSCH NO KIDZANIA
produtos para a construção e a indústria em geral, a Bolas pretende colaborar na reconstrução das vastas áreas destruídas pelos incêndios deste verão”, refere a empresa em comunicado.
A Bosch Car Services está a oferecer vouchers de desconto na KidZania a todos clientes que utilizem os serviços desta rede. Os descontos são atribuídos sem que exista um valor mínimo associado. O voucher permite descontar cinco euros na compra de dois bilhetes KidZania, um bilhete de criança e um adulto. “A Bosch Car Services é a oficina oficial da Cidade das Crianças. Existe um histórico de parceria entre a Bosch Car Services e
este mundo encantado que é a Kidzania. Com esta oferta pretendemos proporcionar a toda a família, momentos descontraídos e de diversão num ambiente altamente realista onde os mais pequenos podem ‘brincar aos adultos”, refere Raquel Marinho, responsável de marketing da rede Bosch Car Service. Ao todo, serão mais de 49 mil vouchers disponíveis nas oficinas da Bosch Car Services por todo o país, numa campanha que estará disponível até 31 de agosto de 2018, sujeita ao stock disponível.
OSRAM REFORÇA NIGHT BREAKER Desde o lançamento em 2007 que a família Night Breaker tem vindo a ser constantemente desenvolvida. Atualmente, a gama é constituída por lâmpadas na tecnologia de halogéneo e xénon
CAMPANHA SACHS E BOGE A ZF desenvolveu uma campanha de natal exclusiva para os amortecedores Sachs e Boge no mês de dezembro. Limitada ao mercado nacional teve como objetivo premiar as oficinas que adquiriram amortecedores daquelas marcas, para veículos ligeiros de passageiros. Assim, cada compra de dois amortecedores Sachs ou Boge, a oficina correspondia à oferta de uma garrafa de vinho Mayor Castilla, proveniente da região de Ribera del Duero.
NOTÍCIAS
NACIONAIS AUTO DELTA
VISITA DO “MELHOR MECATRÓNICO 2017”
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avide Brito, vencedor do concurso “Melhor Mecatrónico 2017” na final realizada nas instalações da ATEC em Palmela, visitou as instalações da Auto Delta. A empresa aproveitou para congratular o trabalho realizado e a importância que tal experiência lhe poderá conferir no futuro, disponibilizando-lhe um conjunto de ofertas que foram sendo destacadas ao longo de todo o ano na campanha permanente, denominada “O Fabricante do Mês”. Ao longo de 2017, ano em que assinalou o seu 40º aniversário, a Auto Delta desenvolveu uma campanha em que destacava, em cada mês, uma marca parceira, que se consubstanciava em promoções, formações técnicas e ainda iniciativas como “O seu Fabricante, mais Perto”. A Auto Delta considera que a campanha “redundou num sucesso não só apenas pelo volume de vendas, mas também pelo aumento de notoriedade e disponibilização de informação para o mercado que, sendo disponibilizado pelas marcas parceiras”, chegou a todos os intervenientes. Para isso contou a diversidade de newsletters que foram sendo enviadas para as caixas de correio eletrónicas dos parceiros, repletas de informação relevante sobre assuntos prementes do mercado. Tendo começado pela Febi, passando ainda pela Valeo, Pierburg, Sachs, Contitech, Mahle, Meyle, Liqui Moly, Schaeffler, Federal Mogul e Japanparts, esta campanha procurou dar sempre um especial destaque a marcas que são referências no setor, tanto ao nível de gamas específicas de produto como de especialistas em tipos de veículos e ainda de lubrificantes. /
Q&F LDA REPRESENTA PAOLI MOTORSPORT A Q&F Lda. passa a ser o representante exclusivo, em Portugal, do material desportivo da Paoli, fabricante italiano de ferramentas de impacto, conhecidas como pistolas pneumáticas. Nascida em 1968, a Paoli foi crescendo de dimensão e importância e depois de chegar à F.1 hoje é equipamento escolhido por todas as equipas de Fórmula 1, GP2, Endurance,
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ELMS, Blancpain, 24H Le Mans, F Nippon, Indicar, GT, entre outros campeonatos. Quanto ao leque de produtos, podemos encontrar modelos específicos para a Fórmula 1, Indy e GP2 que incluem componentes em titânio, magnésio, alumínio aeroespacial e carbono, com desempenhos capazes de atingir as 14700 rpm e binário de 4200 Nm. Possui igualmente soluções para outros campeonatos, como por exemplo os de turismo, capazes de atingir as 14500 rpm e binários até 900 Nm.
JAPOPEÇAS A Japopeças lançou no mercado nacional o novo anticongelante de longa duração da Aisin, que está disponível em embalagens de cinco litros e um litro. Este produto é aplicável em todos os modelos de todos os fabricantes, sendo também adequado para as especificações G12 e G12+. Pronto a usar, a formulação de 50% tem uma durabilidade de 5 anos ou 250 mil quilómetros e um raio entre os -37 e 129 graus. A Japopeças recorda que a aplicação do anticongelante nas viaturas é de “elevada importância”, pois, além
da sua função primordial, “evita a corrosão e erosão de componentes de motor, termostatos, radiadores, bombas de água, entre outros, evitando possíveis reparações dispendiosas no futuro. A Japopeças alargou assim a já extensa gama da AISIN na sua oferta e aproveitou a sua presença na Mecânica para expor o produto e apresentar outras novidades.
DPAI – ACAP
SPIES HECKER
REFORÇA PROGRAMA DE FORMAÇÃO
ROUPA DE TRABALHO COM VISUAL DA F1
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s primeiros dias de janeiro vão testemunhar a terceira edição do Programa Avançado de Gestão para Profissionais do Pós Venda Automóvel. O dia 12 de janeiro vai dar o pontapé de saída para esta iniciativa que conheceu a primeira edição em 2016, que foi concebida para dar formação em gestão aos profissionais do setor do Pós Venda Automóvel. Compatível com uma atividade profissional a tempo inteiro, é composto por vários módulos que abrangem diversas áreas da gestão, nomeadamente, tendências e desafios do Pós Venda Automóvel, Marketing de Serviços, finanças, marketing digital, gestão de recursos humanos, relação laboral, gestão de negócios familiares, comunicação e gestão de logística e de stocks. Após o sucesso da primeira edição, a DPAI | ACAP optou por dar continuidade ao projeto, melhorando-o com base nas sugestões dos participantes e, incluindo um novo módulo de “Marketing Digital”. Depois da realização da 2ª edição do curso, a DPAI | ACAP, por solicitação de diversas empresas associadas, acabou por realizar esta 3ª edição, no Porto. PUBLICIDADE
A
paixão pelo automobilismo ofereceu à Spies Hecker a oportunidade de lançar roupa de trabalho – os famosos “macacos” – semelhantes aos usados pelos mecânicos na F1. A maioria dos macacos de pintores é funcional e não tem muito estilo. São normalmente cinzentos e têm um corte largo. Por sua vez, o pessoal das boxes de F1 usa macacos profissionais com um corte elegante e geralmente têm um design atrativo. “Pensámos que os macacos de pintores também deviam ter um bom corte e aspeto tal como os macacos do pessoal das boxes”, afirmou Karsten Jürs, da Spies Hecker. A ideia foi criar macacos para pintores que combinariam o design de macacos de pessoal de boxes de Formula UmTM com a funcionalidade de um macaco de pintor profissional e de alta qualidade. As pessoas responsáveis pelo design dos macacos Spies Hecker de edição limitada são um professor universitário de tecnologia de vestuário da Universidade de Niederrhein de Ciências Aplicadas em Krefeld, Alemanha, e uma empresa especializada em vestuário de trabalho e pintura. O corte afunilado, o material leve, as costas elásticas ajustáveis, o cinto de Velcro e as aberturas proporcionam um bom corte aos macacos e contribuem para criar um excelente equilíbrio entre design e conforto.
NOTÍCIAS
NACIONAIS
MILLERS OILS
NOVOS ÓLEOS ATF PARA CAIXAS AUTOMÁTICAS
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ando continuidade à política de renovação e inovação em toda a gama, a Millers Olis passou a disponibilizar um lubrificante premium totalmente sintético para caixas de velocidades automáticas – Millermatic ATF SPIII-WS – que oferece os níveis de prestações exigidos pelos construtores japoneses e coreanos. O Millermatic ATF SPIII-WS cumpre ainda as normas da Audi, BMW, Daimler, Fiat, Ford, General Motors, Honda, Hyundai, Jaguar, Kia, Land Rover, Lexus, Maserati, Mazda, Mini, Mitsubishi, Nissan, Porsche, Saab, Subaru, Suzuki, Toyota, Volvo, Volkswagen. Para transmissões automáticas de oito velocidades, a Millers Oils desenvolveu um lubrificante específico, Millermatic ATF 8 Speed, que permite cumprir as normas da BMW (83 222 305 397 ATF3 e 83 222 289 720 ATF3+), da Fiat (9.55550-AV5) e da Bentley (JNV 862 564 D), mantendo as especificações ZF Lifeguard 2 e BMW (83 222 152 426). Com estas novas certificações, o produto Millermatic ATF 8 Speed passa a ser um produto mais versátil. /
ÓLEO SINTÉTICO PARA CAIXAS AUTOMÁTICAS A Millers Oils dispõe de lubrificantes totalmente sintéticos para transmissões automáticas que equipam vários modelos de construtores europeus, asiáticos e americanos
DENSO COMPRA INFINITE KEY
GAMBIARRAS VALLUX WLPRO
A Denso acaba de comprar a americana Infinity Key e várias patentes e recursos de pesquisa e desenvolvimento propriedade da casa norte americana. Com esta compra, a Denso recolhe peças fundamentais para liderar a tecnologia de acesso ao veículo via smartphone e criar, futuramente, mobilidade sem contacto. Ou seja, a Denso aposta forte num tipo de tecnologia que será instrumental no futuro em que o “car sharing” e a condução autónoma entrarem no nosso quaotidiano. “Quando
Durante a Mecânica 2017, realizada a Vallux apresentou a gama de produtos WLPro. Estas são gambiarras de elevada qualidade e desempenho. Com o objetivo de responder às exigências atuais do mercado, as gambiarras WLPro têm proteção aborrachada resistente ao impacto e à água, gancho e íman para fixação, que fornecem uma luz branca brilhante que se adaptam às necessidades e ambiente de trabalho. A gama é constituída pelos seguintes modelos: WLPRO-1 750Mha, pequena e potente, preparada para
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olhamos para o futuro da mobilidade, a experiência do utilizador está sempre na nossa frente e quando desenvolvemos algo, o utilizador está sempre presente nas nossas mentes. Eliminar a necessidade de ter uma chave física irá fazer desaparecer a ansiedade de muitos proprietários de veículos e para os serviços de ‘car sharing e serviços de carros sem condutor.”
todas as tarefas de inspeção rápidas; WLPRO-2 4400Mha, uma lâmpada de inspeção, concebida para os trabalhos de manutenção; WLPRO-3 2200Mh, concebida para os trabalhos de manutenção; WLPRO-4 8800Mha, concebida para aplicação no capô, que oferece um fluxo luminoso potente para assegurar uma iluminação total da área de trabalho.
REPORTAGEM
DPAI – ACAP
“QUEREMOS SER A VOZ DO AFTERMARKET” Foi durante a reunião anual de balanço da atividade da Divisão de Peças e Acessórios Independentes (DPAI) da ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal), com um olhar para o futuro, que Joaquim Candeias, o presidente da DPAI assumiu esta vontade TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA
A
sede da ACAP serviu de palco para esta reunião que teve como pano de fundo um recordar daquilo que foi feito ao longo do ano que agora termina e um olhar para o futuro, com várias iniciativas que vão ser levadas a cabo pela DPAI – ACAP ao longo de 2018. Algumas delas foram reveladas, mas ainda não estão consolidadas, outras vão ser implementadas desde a madrugada do novo ano. Olhando para trás, foi dado destaque à ligação da DPAI à Figiefa (Federação Internacional dos Distribuidores de Aftermarket automóvel), da qual faz parte do “board” de direção o responsável máximo do bilstein group em Portugal e presidente de DPAI, Joaquim Candeias. Por outro lado, foi dado ênfase às atividades realizadas em 2017. SUBCOMISSÕES DE TRABALHO Este foi um dos mais importantes passos dados pela DPAI no ano de 2017, a constituição de subcomissões de trabalho integradas por membros das diferentes Comissões Espacializadas. Foram assim estabelecidas subcomissões de Estatística e Mercado, Boas Práticas (gestão de conflitos em garantia/devoluções e garantias; acesso á atividade [oficina qualificada] e Evasão Fiscal/ Concorrência desleal), segurança e ambiente, formação profissional e divulgação para o mercado/dinamização associativa. Ao mesmo tempo, foi criada uma Comissão Especializada para distribuidores de pneus, liderada por César Branco. No caso da Estatística e Mercado, a DPAI-
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ACAP vai reeditar o Observatório de Peças e Acessórios, juntando um estudo denominado “Quanto vale o Mercado”. Neste estudo irão estar dados curiosos como a idade média do parque circulante e as vendas. Nas Boas Práticas, a DPAI gostaria que todas as oficinas tivessem formas avançadas de gerir conflitos e, sobretudo, evitassem a concorrência desleal e a evasão fiscal. Outra grande área está ligada com a Oficina Qualificada. Daí que a DPAI tenha reunido neste “chapéu” coisas como evitar a evasão fiscal, o cumprimento das novas regras para o setor automóvel, cumprir a legislação ambiental, defender os consumidores, utilizar “software” legal e manter os clientes informados. Para isso será erigido um programa denominado “Oficina Qualificada” com vários desenvolvimentos que serão revelados à posteriori.
No capítulo da segurança e ambiente, Joaquim Candeias deixou claro que o caminho terá de ser o da legalidade absoluta e, sobretudo, identificação dos diversos atores da cadeia de compra e venda de peças. Ou seja, se as peças ditas normais ou disponíveis para o DIY (Do it yourself, ou faça você mesmo) não necessitam de escrutínio ou controlo, já as peças técnicas tem de ser diferente. Há a necessidade de identificar peças cujas características (técnicas, ambientais e de segurança) exigem que a sua venda e aplicação seja feita, exclusivamente, por profissionais do setor. FORMAÇÃO PROFISSIONAL Infelizmente, a maioria dos profissionais do setor não possuem formação totalmente adequada e a maioria ainda encara a formação profissional como perda de tempo e um cus-
A ACAP VAI REEDITAR O OBSERVATÓRIO DE PEÇAS E ACESSÓRIOS, JUNTANDO O ESTUDO "QUANTO VALE O MERCADO"
Nesse sentido, a DPAI – ACAP tem já em andamento um Programa Avançado de Gestão para Profissionais do Pós-Venda Automóvel e, durante 2018, irá promover reuniões com os principais players do mercado para esculpir, à imagem das necessidades de todos, os próximos programas de formação.
to e não um investimento. Isso acaba por ser um erro crasso, pois os desafios que estão a chegar não sustentam qualquer tipo de amadorismo. Aliás, Joaquim Candeias lembrou, e bem!, a chegada do e-com, a ligação em rede do veículo ao construtor e a necessidade das oficinas se prepararem para uma forma diferente de funcionar do seu negócio. Além disso, o desembarque em força dos modelos híbridos e elétricos exige maior responsabilidade e, sobretudo, maior especialização.
O FUTURO DA DPAI O trabalho que está a ser feito pela DPAI não tem sido muito conhecido e por isso a DPAI – ACAP vai entrar em 2018 com renovado interesse em partilhar aquilo que as subcomissões de trabalho estão a fazer, desenvolvimento do trabalho nestas comissões. Para isso está a ser elaborado um Plano de Comunicação, do qual a DPAI – ACAP ainda não revelou todos os pormenores, pois ainda está em fase de escolha qual o parceiro que
irá trabalhar esta área e também não está estabelecido o modo de financiamento que, ao que tudo indica, será feito pelos associados na forma de publicidade no sítio de internet da DPAI, alojado no sítio da ACAP. Outra ideia forte é reforçar o aspeto da formação profissional. Neste particular, muito será feito e haverá planos de formação geral (anual) e segmentado (mensal), com conteúdos pensados para os diversos setores e com a contribuição da Universidade Nova. O Programa Avançado de Gestão para Profissionais do Pós-Venda Automóvel vai continuar com uma terceira fase já em janeiro de 2018, no Porto, enquanto a quarta fase irá começar em março de 2018. No fundo, o que a DPAI deseja é contribuir para que, como referiu Joaquim Candeias, o seu responsável máximo, “a DPAI possa ser, no futuro, a voz unificada de todo o aftermarket português.” /
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DESTAQUE
AFTERMARKET NA CHINA
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CHINA: MINA DE OURO PARA O AFTERMARKET? Tal como sucede (ou sucedeu...) com o mercado automóvel, a China assemelha-se a uma mina de ouro para o aftermarket mundial. Mas, será que estaremos a olhar para uma corrida ao ouro que acabará numa tremenda desilusão? TEXTO JOSE MANUEL COSTA
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ão custa muito comparar o que se passa a Oriente com aquilo que sucedeu no século passado durante a corrida ao ouro nos Estados Unidos da América. Não será um “faroeste”, mas a verdade é que o imenso potencial oferecido pelo desenvolvimento do mercado automóvel por aquelas bandas, pode mesmo levar a uma corrida desenfreada para os braços dos chineses. Porém, será que será fácil encontrar ouro neste enorme mercado? OBSTÁCULOS E PROBLEMAS Apesar dos anos de crescimento desenfreado do mercado automóvel na China, o aftermarket chinês continua ainda muito subdesenvolvido, apesar de encerrar em si um potencial enorme e reservar oportunidades para quem desejar aventurar-se por terras chinesas. Porém, quem o fizer terá de despojar-se da sua mentalidade ocidental e perceber que, como refere Robert Zhu, CEO da Wohn Industries e um dos empresários que tem de facilitar a vinda de novos investimentos para a China, “o problema de hoje
não é um problema do amanhã na China”. Ou seja, é necessário ter uma mente visionária e reagir de forma certa à velocidade alucinante do mercado naquele país. Quem pretender entrar no aftermarket na China terá de entender que a juventude e fragmentação do mercado é uma dificuldade adicional a juntar a outras que são típicas dos orientais e a mais algumas que são intrínsecas à forma de trabalhar na China e à forma como o Estado Chinês controla tudo. Não vale a pena entrar no mercado chinês levando consigo uma organização bem oleada e com todos os conhecimentos bebidos nas universidades europeias, porque isso não irá resultar. Um grande grupo distribuidor de peças norte americano quis entrar no mercado chinês com a sua oleada estrutura, mas após três tentativas desistiram, arrumaram a tenda e regressaram mais tarde, sem lastro e jogando pelas regras do mercado. Naturalmente que não há a necessidade de reinventar o negócio, mas há que perceber que, como refere Steve Ganster, autor do livro “The China Ready Company” e profundo conhecedor da forma de funcionar na China, “este é um mercado enorme e com muitas oportunidades. Porém, não é fácil ganhar dinheiro por aquelas
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MERCADO GIGANTE Com um parque circulante superior a 170 milhões de veículos, o mercado de aftermarket chinês deverá valer 94 mil milhões de euros. Em 2020, cerca de 66% dos veículos terão mais de sete anos
paragens e, muitas vezes, leva algum tempo e não há possibilidade de controlar o negócio à distância, tem de estar pessoalmente envolvido e marcar presença, caso contrário as dificuldades serão imensas.” PARQUE AUTOMÓVEL AVASSALADOR O parque automóvel na China ronda os 160 milhões de veículos ligeiros de passageiros e cerca de 7 milhões de veículos pesados, autocarros e outros veículos comerciais pesados. Há, ainda, mais 2,2 milhões de veículos comerciais. Ou seja, contas feitas, são mais de 170 milhões de veículos. Um parque imenso que começa a ganhar idade, pois em 2015 qualquer coisa como 41% dos veículos que circulavam na China tinha entre 0 a 3 anos, mas em 2020 espera-se que 66% do parque tenha já mais de 7 anos de idade. Ora, isto são excelentes notícias para o aftermartket e mostram como as oportunidades vão estar disponíveis para quem as quiser agarrar. Porém, os concessionários locais já percebe-
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ram a mina de ouro em que estão sentados e estão focados nas peças e nos serviços, também porque os chineses não gostam muito do “faça você mesmo” e preferem entregar a reparação às oficinas. Portanto, num mercado que vale, neste momento, cerca de 94 mil milhões de euros (qualquer coisa como 600 euros por veículo), as oportunidades são imensas. IMPOSSÍVEL SEM APOIO LOCAL Olhando para a floresta, percebe-se que o mercado chinês tem, mesmo, uma enorme possibilidade de crescimento e de sucesso, olhando ao que tem vindo a crescer e à estimativa que nos diz que 150 milhões de novos consumidores de classe média vão surgir nos próximos dez anos. Existem mais de 170 cidades na China com mais de um milhão de habitantes e, neste momento, a China ocupa o topo da lista de utilização da internet e existem 1,35 mil milhões de utilizadores de telemóveis. Ou seja, além do mercado automóvel e do aftermarket, a tecnologia está em grande no mercado chinês. E no que
toca a esta última parte, os chineses adoram apoiar o desenvolvimento e crescimento das empresas tecnológicas do seu país, mas desejam muito serem vistos com as marcas mais famosas e conhecidas. Portanto, as empresas mais poderosas no aftermarket podem levar as suas marcas mais conhecidas para o mercado chinês, mas terão de compreender que sem o apoio local dificilmente terão sucesso. Como referido acima, não é fácil ganhar dinheiro no mercado chinês e sem apoio local é impossível. Por isso, para explorar a verdadeira mina de ouro que é o aftermarket chinês deverá levar a sua marca, o seu conhecimento, juntar um bom grupo de profissionais locais – essencial um excelente advogado chinês – e preparar-se mentalmente para alguns obstáculos (como a propriedade intelectual que na China é algo pouco respeitado). Com os contactos certos, pessoas que conheçam bem a indústria e os seus players e a mentalidade certa, o sucesso estará ao redor da esquina. /
TÉCNICA
AGILIDADE NO DIAGNÓSTICO
AGILIZAR O DIAGNÓSTICO
MELHORA O NEGÓCIO Será que olhando para fora do nosso ambiente conseguimos aprender alguma coisa com outras áreas de negócio? Agilizar o diagnóstico melhora o negócio da oficina? TEXTO JOSE MANUEL COSTA
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AGILIDADE NO DIAGNÓSTICO
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uitas vezes olhamos para o nosso umbigo e acreditamos que sabemos a resposta para todas as questões e a solução para todos os problemas. Porém, nenhuma área de negócio sobrevive se estiver virada, apenas, para si mesmo e há a necessidade de olhar para outras áreas e tentar aprender algo com a sua ação e modo de operar. Gigantes como a Apple, Amazon, Paypal, Samsung e a Google, implementaram uma revolução tecnológica com enorme impacto na vida de cada um. Cada um à sua maneira, resolveram complicadíssimos problemas no que toca à distribuição dos seus produtos e dos serviços. E continuam a adaptar-se às alterações dos desejos dos clientes controlando perfeitamente a concorrência. E sem muita surpresa, muitos desses gigantes viraram a sua atenção para outras áreas, tentando revolucionar a indústria automóvel. Perante essa inevitabilidade, podemos fazer duas coisas: ou nos abrigamos e esperamos que nada nos aconteça ou adaptamos o velho ditado “se não os podes vencer, junta-te a eles”, neste caso, “se não os podes igualar, aprende com eles”. Ou seja, está na hora de aprender com eles e melhorar as práticas do setor antecipando o ataque tecnológico que, inevitavelmente, irá acontecer. E, depois, temos de concordar que as oficinas estão cada vez mais dominadas pela tecnologia e o moderno diagnóstico recorre à tecnologia para ser mais apurado e fiável. Das muitas contribuições dadas pelo setor tecnológico ao universo, acredita-se que o mais importante é o seu comportamento no negócio e a forma de funcionamento, sendo estas duas áreas que podemos, todos, aproveitar para melhorar e dinamizar o negócio das oficinas. Em particular, a agilidade que demonstram. E dentro desta agilidade temos de destacar a sua capacidade para serem flexíveis, ágeis e ativos na resposta às necessidades dos clientes e na criação de soluções criativas para essas necessidades. É verdade que nem sempre foi assim e as empresas tecnológicas, durante os anos 90 do século passado, ficaram mais conhecidas pelos falhanços, incapacidade de cumprir prazos, expetativas ou até orçamentos. Tudo porque, como é evidente, a incerteza é terrível, pois nem todos os problemas podem ser previstos nem todas as soluções antecipadas e com os clientes, muitas vezes, a desligarem-se dos processos, tudo fica mais complicado porque não se apercebem do iminente falhanço do projeto que eles próprios encomendaram.
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FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE A oficina do futuro terá de conseguir identificar problemas por antecipação para melhorar o serviço prestado ao cliente, conseguindo assim a sua fidelização
Perante esta situação, em 2001 um grupo de engenheiros informáticos decidiu atacar o problema de frente e criar um documento chamado “Agiles Principles”, em português, “Princípios da Agilidade”. Resumindo tudo aquilo que foi reunido nesse documento, podemos dizer que os responsáveis de um projeto devem estar preparados para esperar mudanças, abraçá-las e geri-las ao longo do trabalho nesse projeto. Sejam essas mudanças fruto de uma mudança de opinião do consumidor, de um problema inesperado, por desejo da equipa de desenvolvimento, da própria essência do negócio ou até devido a intromissões do exterior. Ou seja, devem esperar tudo e estar preparados para tudo. Não encontra aqui uma similaridade com o trabalho de uma oficina?! É capaz de descortinar a raiz de um problema ainda antes do diagnóstico? Não! Consegue saber, de antemão, que todos os testes que irá fazer vão de terminar a avaria ou o erro e encontrar a solução? Não! Está o nosso cliente envolvido em todo o processo de diagnóstico? Muito improvável, embora todos tenhamos de estar alertas para uma alteração de exigências por parte do cliente. Contas feitas, o paralelismo entre os mundos da tecnologia e do diagnóstico oficinal é maior do que poderíamos esperar e por isso, está na hora de adotar os princípios de agilidade ao negócio da oficina, particularmente, no diagnóstico. Aqui ficam uma dezena de princípios que o podem ajudar no seu negócio. PRINCÍPIOS DE DIAGNÓSTICO AGILIZADO 1 A principal prioridade de uma oficina é a satisfação do cliente por forma a fidelizá-lo gerando negócio. Podemos fazê-lo por atualizar o cliente com diagnósticos atualizados, cujos relatórios permitam antecipar quais os problemas que estão a caminho e quais os sistemas ou componentes que estão a precisar de reparação ou substituição, explicando os prazos durante os quais essas peças devem ser substituídas e a razão para isso. Desta forma o cliente pode antecipar
O PARALELISMO ENTRE OS MUNDOS DA TECNOLOGIA E DO DIAGNÓSTICO OFICINAL É MAIOR DO QUE SE PODERIA ESPERAR. AS OFICINAS DEVEM, POR ISSO, ADOTAR OS PRINCIPIOS DA AGILIDADE JANEIRO 2018 TURBO OFICINA
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AGILIDADE NO DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO SOFISTICADO Os avançados sistemas de diagnóstico permitem uma deteção mais rápida de anomalias ou de eventuais problemas
despesas, desenhar um plano de intervenção no veículo e evitar, assim, surpresas desagradáveis que acabam por desaguar numa discussão com o responsável da oficina.
2 Devemos aceitar mudanças de exigências, mesmo numa fase avançada do processo. Raramente os clientes chegam à oficina e dizem “trate-me do carro sem olhar a custos”, porque quase todos os seus pedidos são feitos numa lógica de custo/benefício, analisando sempre a relação entre o potencial custo da reparação, consoante o diagnóstico face ao valor do veículo. Este valor de referência (entre o custo da reparação e das peças e o valor do carro) é influenciado pela idade, condição e a perceção do que o veículo fez, faz e fará no futuro, além da sua fiabilidade, pode alterar-se ao longo do processo se a reparação for encontrando obstáculos cada vez mais caros. Pode, também, suceder que a situação financeira do cliente mude de forma abrupta durante o processo. Por isso, devemos estar à espera dessas mudanças, aceitá-las, geri-las e resolvê-las de forma correta.
3 Comunicação é essencial e ela deve ser clara e inteligível entre gestores, mecânicos e clientes. Particularmente se o negócio está agora a arrancar e os níveis de satisfação dos clientes necessitam de ser construídos e, depois, man-
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QUANTO MAIS DIAGNÓSTICOS ACERTAREM NA CAUSA DO PROBLEMA E AJUDAREM À REPARAÇÃO RÁPIDA E EFICAZ, MAIOR É A POSSIBILIDADE DA OFICINA FIDELIZAR OS SEUS CLIENTES tidos. Isto requer que todos trabalhem para o bem comum, o cliente, assegurando, pelo lado dos gestores, que os preços são razoáveis e geradores de mais valias, pelo lado dos mecânicos e responsáveis do diagnóstico, resultados claros e esclarecedores para o cliente.
4 Motivação da força de trabalho. Os responsáveis pela área de diagnóstico devem estar motivados, seja pelo ambiente, seja pela confiança neles depositada. Uma força de trabalho motivada vai procurar fazer o melhor e mais completo trabalho e estará preparado para investir pessoalmente na relação com o cliente para o fidelizar e mantê-lo satisfeito. Além disso, estando motivados vão utilizar as melhores práticas e agilizar todo o processo. Pessoas motivadas e apoiadas são melhores colaboradores.
5 A maneira mais eficiente de gerir a informação que flui dentro da oficina e fora dela rumo ao cliente é cara a cara. Esqueça os emails, os SMS ou chamadas telefónicas. Promova o contacto pessoal com
o cliente sempre que haja a necessidade de um diagnóstico ou de ajuda-lo em alguma situação.
6 Os diagnósticos finais de um problema com o veículo do cliente é a principal medida de progresso. Quantos mais diagnósticos acertarem na causa do problema e ajudarem à reparação rápida e eficaz, maior é a possibilidade da oficina fidelizar clientes. Como todos sabemos, o diagnóstico pode aumentar ou diminuir a lista de peças a mudar para chegar à raiz do problema. Ainda não existe um diagnóstico que consiga determinar tudo de forma infalível, mas um bom diagnóstico, feito com qualidade e atenção por um operador motivado, pode poupar muito e bom dinheiro ao cliente, ajudando-a a estreitar a relação com a oficina.
7 O processo tem de ser rentável Excessiva pressão ou exigência sobre as pessoas que fazem os diagnósticos é uma perda de tempo e, sobretudo, de dinheiro. O diagnós-
tico exige conhecimento, ação e reflexão e as pessoas que fazem esses diagnósticos devem ter o tempo necessário para cada uma daquelas ações. Pressão para encurtar os tempos de diagnóstico é uma ação insustentável para o técnico e para o negócio, pois essa pressão acabará por levar a maus diagnósticos, perda de tempo e, muitas vezes, de cliente.
8 Contínua atenção à excelência técnica Esta permanente atenção à excelência técnica que dará diagnósticos mais precisos e decisivos, torna tudo mais ágil, pois chega-se mais facilmente à raiz do problema e trata-se do assunto de forma mais célere. O conhecimento em permanente renovação é essencial e a sua aplicação no diagnóstico é decisivo para o sucesso do processo.
9 Simplicidade é necessária Define-se simplicidade como a arte de minimizar o trabalho desnecessário. Por isso, no diagnóstico é essencial. Se tiver uma ferramenta de diagnóstico mais rápida, mais fiável e ao mesmo tempo mais simples, que poupe tempo e ofereça resultados de topo face ao sistema que usa, pois faça o favor de o usar. Já! 10 Trabalhar em equipa Os melhores diagnósticos surgem de equipas disciplinadas e capazes. Na maior parte
das vezes, dentro de uma oficina, não existe trabalho de equipa estruturado, o que é uma pena. O desenvolvimento de uma equipa de diagnóstico aumenta o nível de conhecimento, maximizando a possibilidade de um resultado certeiro no primeiro diagnóstico. Práticas como o Diagnóstico em parelha (dois técnicos trabalham simultaneamente no mesmo caso) ou o Diagnóstico em enxame (toda a equipa de diagnóstico se concentra e faz trabalho de equipa em redor de um caso) devem ser fortemente encorajados. Se fizer isto, toda a equipa terá benefícios e facilitará a transferência de conhecimento entre todos, aumentando a eficácia e reduzindo os riscos que podem assolar o negócio como a saída de um elemento essencial ou a chegada de casos difíceis que podem levar a um bloqueio. Além disso, um grupo de técnicos de diagnóstico motivado em resultado de um bom ambiente de trabalho, promove maior rentabilidade e produtividade. Aplicando estas diretivas no seu negócio, estará mais próximo do sucesso. Deve, depois de tudo isto, promover reuniões com os colaboradores no sentido de refletir e avaliar formas de tornar o processo ainda amais ágil e efetivo, escutando as propostas de quem está envolvido no processo e, caso sejam sugestões para melhorar, fazer esforços para as aplicar. Nunca se esqueça que o progresso
para melhorar o processo de um diagnóstico deve ser dividido em vários patamares de evolução, cada um deles realizado através de um repetitivo ciclo de três passos (aprendizagem, ação, reflexão). Na fase de aprendizagem, o responsável da oficina deve determinar as exigências do cliente e os diagnosticadores devem aumentar o seu conhecimento do problema antes de tomar uma decisão sobre as próximas ações. Com o problema resolvido, responsável e diagnosticador devem refletir sobre a necessidade de adquirir alguma especialização nova, sobre aquilo que correu bem e sobre aquilo que poderia ter sido mais bem feito. As conclusões da reflexão devem ser usadas no início do próximo ciclo, a aprendizagem e assim sucessivamente. Tudo aquilo que aqui deixámos como conselhos para melhorar o seu negócio podem parecer demasiado teóricas e, mais do que isso, certamente terá algumas dúvidas sobre se deverá, ou não, aplica-las no seu negócio. Porém, se investiu muito em equipamento e na formação dos seus colaboradores, deve pensar na forma de rentabilizar tudo isso. Se aceitar estas sugestões e, ainda assim, o seu negócio não consegue evoluir, então tenha em atenção algo importante: provavelmente, o problema está em si e no seu comportamento. Talvez tenha de mudar alguma coisa… /
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DIAGNÓSTICO PREVENTIVO E NOVA MOBILIDADE Estas são, pelo que nos foi dado a perceber, as questões que a maioria aponta como as áreas que vão alterar o futuro do aftermarket e das oficinas em Portugal. A TURBO OFICINA fez o balanço do ano de 2017, oferece-lhe, agora, aquilo que os protagonistas do mercado entendem que será o futuro do setor e o que 2018 poderá trazer. TEXTO JOSÉ MANUEL COSTA
P
ara perceber o que vai ser o mercado em 2018, seguimos o mesmo procedimento utilizado para o balanço do ano passado, ou seja, colocámos uma mão cheia de perguntas e deixámos a resposta a cargo dos protagonistas. Alguns responderam a todas as questões, outros entenderam só responder a algumas, mas o resultado final é muito interessante e esclarecedor do que será o futuro do aftermarket e das oficinas no nosso país. Independentemente das opiniões expressas neste dossiê, podemos traçar de forma clara um cenário para 2018. Olhando aos indicadores conhecidos até ao momento, o mercado automóvel continuará a acelerar e o ambiente económico manter-se-á favorável, mesmo que desacelerando face aos dois últimos anos. Isso significa que o consumidor terá mais disponibilidade para se permitir cuidar do seu automóvel de uma forma mais regular. O aftermarket conhecerá, naturalmente, uma melhoria, e as oficinas também vão ver o seu papel reforçado. Porém, novos desafios se apresentam e a digitalização dos veículos, a introdução de novas tecnologias e, sobretudo, a nova mobilidade, não são os menores. Questões que serão abordadas pela TURBO OFICINA durante os próximos meses. Para já deixamos a visão dos “players” do mercado sobre o que será o futuro imediato (2018) e a médio prazo.
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QUESTIONÁRIO TURBO OFICINA 1
Qual é a sua visão para o futuro do setor, primeiro, do aftermartket, depois, das oficinas?
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Entende que o rumo encetado pelos construtores na direção dos veículos híbridos e elétricos vai alterar, drasticamente, o negócio do aftermartket?
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A permanente evolução, o diagóstico preventivo e a reparação à distância, terá influência naquilo que é a vossa área de negócio?
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Concorda com esta frase “há mais questões sobre o futuro que respostas?”
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Ajude-nos a traçar um modelo para 2018 do aftermarket nacional e para o setor da reparação. No caso das redes oficinais, entendem que é esse o futuro, com cada vez mais especialização?
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No caso das redes oficinais, entendem que é esse o futuro, com cada vez mais especialização?
ALECARPEÇAS
ACESSÓRIOS DE AUTOMÓVEIS LDA PAULO AGOSTINHO DIRETOR GERAL Marcas representadas - Ate, Beru, Bilstein, Blue Print, Facet, Febi, Gates, Hella-Hengst, Hella-Pagid, Lemforder,, Liqui Moly, Luk, Nipparts, Open Parts, Pierburg, Sachs, SWF, Varta, Valeo, Victor Reinz. 1 Mais do que uma visão é a constatação de uma realidade que em termos organizacionais no aftermarket nos trará uma contínua concentração do negócio em menos players com uma tentativa de substituir o retalho tradicional. Neste processo e na área comercial vai agravar-se substancialmente a pressão na margem com consequência na rentabilidade. As oficinas vão enfrentar o desafio tecnológico já mencionado e neste processo vão seguramente estar mais abertas a entrar em conceitos oficinais que lhe tragam apoio nessa área. Em ambos os casos a evolução natural irá existir, permanecendo no mercado os mais aptos. 2 De alguma forma sim, até porque os produtos a comercializar no futuro serão bastante diferentes dos atuais, desaparecendo progressivamente mercado para produtos que hoje são de elevado consumo, como por exemplo lubrificantes, filtros, etc... 3 Terá seguramente até porque as marcas automóveis se estão a posicionar para garantir uma maior fatia deste negócio. Não me parece que seja determinante a questão técnica, mas sim a questão de aceder a in-
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OLHANDO AOS INDICADORES CONHECIDOS ATÉ AO MOMENTO, O MERCADO AUTOMÓVEL CONTINUARÁ A ACELERAR E O AMBIENTE ECONÓMICO MANTER-SE-Á FAVORÁVEL, MESMO QUE DESACELERANDO FACE AOS ÚLTIMOS DOIS ANOS
formação que permita efetuar as reparações nos veículos mais recentes. 4 Confesso que não. Volto a afirmar que o momento é de exigência, mas nada que noutros momentos em que foi necessário evoluir tecnologicamente, não tenha sido possível faze-lo. Ainda há não muitos anos com o advento das máquinas de diagnóstico se dizia que a grande parte das oficinas iria “morrer”, e tal não se verificou. Não pudemos excluir da equação a vontade dos fabricantes quererem que o aftermarket exista, bem como a grande competência que tem em Portugal. Soluções não vão faltar... 5 O modelo esta aí e não será 2018 a altera-lo de forma dramática. A evolução vai continuar privilegiando a concentração em players mais fortes, apoiados pelos grandes fabricantes. Será seguramente esta a realidade do nosso mercado. No que se refere a oficinas a dinâmica também não será diferente da que existe hoje. Evolução tecnológica e capacidade técnica vão assumir cada vez mais um papel determinante no dia-a-dia das oficinas. Comercialmente o aumento da oferta trará mais soluções as oficinas que vão usufruir de melhores condições, quer de preços, quer de serviços. 6 As redes oficinais são uma realidade que hoje agrupa um conjunto importante de oficinas que, em princípio, são das mais capazes tecnicamente. Não me parece que a especialização seja o caminho a seguir, mas sim o ser capaz de agregar um conjunto de valências que permita efetuar a grande maioria das reparações.
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AUTODELTA
COMÉRCIO DE PEÇAS, ACESSÓRIOS E AUTOMÓVEIS, LDA. TIAGO DOMINGOS RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO Marcas representadas - Meyle, Valeo, Exide, Pierburg, Mahle, Contitech, FTE, Federal Mogul (que comercializa marcas como a Ferodo, Beru, Champion, entre outras), Schaeffler (LUK, INA, FAG, Ruville) ou ZF (Sachs e Lemforder). 1 O mercado Aftermarket terá de fazer um trabalho muito importante de acompanhamento do parque automóvel, tentando chegar a novas gamas de produto que há cinco anos não passavam de ficção científica. Entre as empresas deste mercado e as oficinas haverá um contacto permanente, tanto permitindo a clarificação de dúvidas, que a especial complexidade de determinados produtos irá exponenciar, como um acompanhamento mais próximo das necessidades que esse tipo de estabelecimentos terá ao nível de produto, dado o elevado grau de competitividade que se deverá sentir. As oficinas irão ser estabelecimentos onde os computadores irão ocupar um lugar cada vez mais importante e a sua atualização bem como a dos recursos humanos terá de ser permanente, sob pena de muitas empresas ficarem para trás e perderem oportunidades de negócio. 2 Vai alterar e muito. Um veículo híbrido ou elétrico tem um número muito menor de peças pelo que, só aí, já se vê o potencial de mudança que se avizinha. Ainda assim, terá de ser feito um trabalho de base, identificando
e acompanhando todas as oportunidades de negócio, e não tenhamos dúvidas de que elas irão surgir, pois só assim é que a sobrevivência do mercado Aftermarket será alcançada. 3 Todos estes três fenómenos, um abrangendo todas as dimensões do mercado automóvel e outros dois olhando mais para o sector da reparação pura e simples serão muito importantes para o mercado automóvel. A adaptação terá ser feita por todos: pelas oficinas para responder a quem as procura e não perder oportunidades de negócio e para as empresas importadoras através do acompanhamento do que são as necessidades do parque automóvel do mercado em que estão inseridas. 4 Basta compararmos o que eram os veículos produzidos há alguns anos atrás e os desafios que se apresentavam a quem trabalhava neste mercado. Então, o crescimento dos componentes eletrónicos, o eCall e o veículo elétrico e híbrido, não passavam de eventuais caminhos a serem tomados pela indústria automóvel e são hoje uma realidade. Portanto, o amanhã é sempre um conceito pouco tangível, colocando sempre mais questões que disponibilizando respostas cabais. 5 Será verificado um maior acompanhamento e interligação entre diferentes players do mercado automóvel português, visto a maior capacidade de resposta que esse comportamento irá trazer. Por outro lado, não será com a mudança de ano que se irá verificar uma atualização muito grande do parque automóvel nacional, sendo que ainda não será agora que esta será dramática. Ainda assim, este será mais um ano onde deverá ser assu-
mido um processo gradual e sustentado de actualização de stocks, de procedimentos e dos recursos humanos, tanto no mercado Aftermarket como no sector da reparação.
AUTOZITÂNIA FLÁVIO MENINO DIRETOR DE MARKETING E COMUNICAÇÃO Marcas representadas - AC Rolcar, AE, Airtex, Aisin, Alkar, Al-ko, Amolux, Ate, Behr, Beru, Boshi, Breda Lorett, Brembo, Calorstat, Champion, Contitech, Exide, FAE, FAG, FAI, Febi, Ferodo, Fispa, Frap, Glaser, GMB, Goetze, Gomet, GSP, Hella, Hepu, Herth + Buss, HKT, I.F.H.S, INA, Interex, Intermotor, Klarius, L.A.R.A, Lemforder, Lizarte, LPR, Luk, Mann filter, Méguin, Metalcaucho, Mobiletron, Moog, NGK, Nostop, NTK, Orlen, Osram, Osvat, Payen, Purfulx, Roadhouse, Ruville, Sachs, Sofima, Textar, Tokico, Tuff Support, Valeo, VIC, WD-40 1 O setor vai sofrer muitas mudanças, é inevitável. E estas mudanças vão ser transversais a todos os seus intervenientes, por isso é fundamental uma elevada capacidade de adaptação, como forma de sobrevivência num setor onde as mudanças são cada vez maiores e mais rápidas. Mas o setor tem sem dúvida um elevado potencial de crescimento, e a dinâmica que observamos revela-nos isso mesmo. Relativamente às oficinas, perspetivamos que
estas vão tornar-se cada vez mais “tecnológicas” com equipamentos adequados aos atuais e futuros veículos produzidos.
3 Consideramos que sim, vai obrigar a uma remodelação do nosso serviço sobretudo a nível logístico.
2 Sem dúvida que vai transformar o negócio do Aftermarket, os veículos híbridos e elétricos têm diferentes necessidades dos veículos atualmente mais utilizados, o que vai obrigar as empresas de Aftermarket a uma alteração das suas estruturas e uma elevada capacidade de adaptação a uma nova realidade.
4 É uma frase que faz todo o sentido, o que torna cada vez mais difícil perspetivar o futuro e planear a longo prazo. 6 É uma tendência e um dos caminhos possíveis, contudo é muito difícil afirmar que será o futuro, pois as mudanças futuras podem obrigar a redefinições dessa estratégia.
BOLAS S.A. ELIZABETE BOLAS E RUI BOLAS ADMINISTRAÇÃO Marcas representadas - ASTURO MEC, BETA, BESSEY, BIEMMEDUE, FINI , IPC, LUKAS, METABO, RAASM, RAVAGLIOLI, TELWIN Na área que aborda o Futuro do setor, o entrevistado decidiu abraçar todas as perguntas numa só resposta. Em relação ao futuro, a nossa visão é de que a incerteza será o novo paradigma. Daí que todos os players tenham que ter capacidade de adaptação rápida a novas realidades e desafios. A inovação e a criatividade continuarão a ser os motores da evolução técnica e tecnológica, que hoje já é uma realidade, nomeadamente no caso dos veículos híbridos e elétricos, mais amigos do ambiente e que representam uma alternativa real para a sustentabilidade do planeta. A tendência crescente das vendas e o acesso a opções mais baratas
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ANTEVISÃO 2018 que as atuais são indicadoras do rumo que a indústria já encetou. A especialização e a modernização do setor serão fatores de sucesso e de diferenciação. A nível de equipamentos, a tendência passa por uma aposta em ferramentas especiais de diagnóstico e reparação, que permitam identificar e facilitar a execução de trabalhos de maior precisão ou que envolvam a eletrónica de bordo. A oficina do futuro será um espaço “clínico”, organizado e eficiente.
ESCAPE FORTE RUI LOPES ADMINISTRADOR Marcas representadas – Escape Forte 1 Não temos opinião, este tema é de leitura subjetiva, mas para ambos os setores prevemos crescimento. 2 O mercado do Aftermarket irá adaptar-se, alterações e ajustes serão feitos ao longo do tempo. 3 Tudo que seja novidade pode causar constrangimentos iniciais às oficinas, mas com o tempo e com os custos associados á manutenção na origem, o cliente final irá regressar às multimarcas. 4 Concordo que se esteja a lançar uma incógnita sobre o futuro e sobre a capacidade das oficinas acompanharem a evolução. A especialização será a chave do sucesso. 6 Concordo que seja uma mais valia a ligação a uma rede de oficinas, pela proximidade que terá a nível de evolução e aproximação a rede clientes frota e gestoras.A especialização deve ser geral, com ligações a redes de oficinas ou não.
GONÇALTEAM
EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS AUTO, LDA. ANTÓNIO GONÇALVES DIRETOR GERAL Marcas representadas - HPA Faip, Haweka, Dino Paoli, GTeam, Launch 1 Penso que os “players” do aftermarket têm de evoluir com o mercado, continuando a oferecer soluções viáveis e assertivas, o que por sua vez ira conduzir as oficinas acompanhar essa mesma evolução. Nada acontece de um dia para o outro e não existe nenhuma razão para não acompanhar a evolução, quer a nível técnico quer de mentalidades.
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ANTEVISÃO 2018 já, apostamos e mantemos esta política, sendo que não é estático e se o mercado assim o exigir poderemos optar por mudar de estratégia, nas até lá não pretendemos “furar” os canais. Quanto às oficinas, temos assistido a um aumento das redes que são formadas por Grandes Importadores Distribuidores e, assim, garantem uma “exclusividade” com seus parceiros a nível de seus consumos. Também os fast fit de cadeias internacionais têm proliferado e têm vindo a manter uma constância no nosso mercado, bem assim como crescimento, será de mencionar que não é só de ligeiros que falamos nas também de pesados. Pelo que me atrevo a dizer que está em fase de crescimento este tipo de Redes em Portugal pelo que ainda terá que se desenvolver mais a vários níveis.
2 Penso que vão ser descontinuados alguns processos e peças, e que vão ser implementados novas ferramentas, métodos de trabalho e equipamentos, lembro que não é possível acabar com um mercado de biliões de viaturas, sem que se possa substituir as mesmas de forma mais ou menos gradual. 3 Sim sem dúvida, hoje já vendemos equipamento que substitui a necessidade do dono da viatura ou da frota, ter que pensar o que fazer. Dou exemplo em que com determinado equipamento instalado na viatura (antes ou depois da venda) se consegue replicar toda e qualquer função de analise e diagnostico e alguns casos reparação 24 horas por dia, aproveito para dizer que iremos ter esse equipamento exposto no stand da mecânica nos dias de 24 a 26 Novembro 2016. 4 Sim , existem sempre mais questões do que respostas sobre tudo. 5 Penso que sobrevivera quem se adaptar a velocidade da necessidade, ou seja conforme o mercado ditar a regra, lembro-me de casos em que muito se falou da urgência da mudança e a tendência se foi alterando até ao ato final. As empresas de reparação em jeito popular têm de reparar o que esta avariado, e para isso têm de estar preparadas, quer em termos de formação/conhecimento, quer em termos de equipamentos e ferramentas, e aqui relembro que o pós –venda ainda será mais importante. 6 As redes têm o seu papel a desempenhar no futuro, mas penso que devido a especialização existira quem consiga evoluir e crescer no futuro.
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GROFLOWER SÍLVIO PACHECO SÓCIO GERENTE Marcas representadas – Pacar, Kromio 1 A nível do aftermarket, a evolução que se têm verificado nas suas duas vertentes - uma na importação e distribuição a retalho e outra onde os importadores já formaram os seus canais próprios de retalho e venda direta a oficina -, continuamos, enquanto fábrica, a apoiar a estratégia de venda através dos canais que são os “tradicionais”, seguindo assim a venda ao grande distribuidor e o mesmo será o responsável pela colocação no mercado das mercadorias, pois seria, em nosso entendimento, um mau posicionamento fazer concorrência aos “Nossos” Grandes Distribuidores”. Para
2 Vai, sem dúvida, a médio / longo prazo mudar o negócio do aftermarket pois neste modelo de veículos não existe a necessidade de tantas peças de substituição sendo as mesmas limitadas a duas ou três linhas, será certamente explorado outra variante de negócio neste canal. 3 No nosso caso será muito benéfico pois assim será indicado a necessidade de mudança de fluidos atempadamente sem se terem desgastados os aditivos de proteção, que irá certamente ser muito positivo tanto a nível do consumo que será certamente maior como das reclamações por má eficácia dos fluidos que tantas vezes por excesso de quilómetros ou de horas de trabalho já perderam as suas qualidades. 4 Concordo a 50%. 5 Para 2018 sou a antever uma continuação do que até aqui se têm passado, seja uma aposta
sintéticos, que de uma forma natural, têm vindo a conquistar volume em detrimento dos minerais e semi-sintéticos. Este fator, tende a continuar e demonstra que o cliente e consumidor final estão cada vez mais informados e conscientes dos benefícios da sua aplicação, como são exemplo os intervalos de mudança alargados e a potencial economia de combustível. Adicionalmente, são desenvolvidos para proporcionar a máxima limpeza, proteção antidesgaste e economia de combustível, reduzindo assim as emissões de CO2. Todos estes são critérios que atendendo às constantes exigências e alterações climatéricas verificadas, têm forçosamente de ser uma prioridade. 2 Estes são alguns exemplos da evolução que se tem verificado no sector, mas acreditámos que terá uma maior influência no dia a dia das oficinas, nomeadamente na manutenção dos veículos e na necessidade de acompanhar um progresso tecnológico, do que propriamente nos lubrificantes. cada vez maior na rede de distribuição especifica com elevada abertura para a formação, bem como a proximidade e rapidez dos serviços, e o aumento das Redes com marcas associadas a importadores, também sou de mencionar o incremento dos private labels em varias linhas, que em muito ajuda as “Redes “ no garante do seu escoamento e permite a diferenciação e o motivo de diferenciação, o crescimento de catálogos de Marcas Privadas , e o associativismo em troca de Formação e Conhecimento, um simbiose que está já em prática e que a meu ver irá ainda ter “pano para mangas”. 6 Concordo que a especialização é o caminho, pois cada vez mais as reparações têm de ser eficazes e as viaturas não têm de voltar a oficina devido ao mesmo problema que lá as levou em primeira instância. Para isto ser um facto será a formação continua produtos de elevada qualidade técnicos bem formados e preços justos.
LEIRIDIESEL, S.A. FERNANDO RELVA ADMINISTRADOR Marcas representadas - Bosch, Delphi, Denso, VDO 1 Tanto o aftermarket como as oficinas vão sofrer grandes transformações ainda que o atual modelo de negócio se vá manter por mais algum tempo. Os veículos a combustão não vão desaparecer pura e simplesmente. Pensamos que o numero de operadores do mercado irá diminuir gradualmente.
2 Sim vai alterar mas ainda não se podem antecipar cenários muito concretos. 3 Sim claro que sim. Cada vez mais tudo está à distância de um click. 4 Sim, concordo. 5 Sim, claramente.
LUBRIGRUPO II S.A. MARCO PACHECO ADMINISTRADOR E DIRETOR COMERCIAL Marcas representadas - Mobil e Lubrigrupo 1 Relativamente ao sector das oficinas, que é aquele com o qual estamos diretamente ligados, nos últimos anos, temos assistido a um acréscimo do consumo dos lubrificantes
AS OFICINAS VÃO VER O SEU PAPEL REFORÇADO NO FUTURO. TERÃO DE ENFRENTAR NOVOS DESAFIOS, COMO A DIGITALIZAÇÃO DOS VEÍCULOS, A INTRODUÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS E, SOBRETUDO, A NOVA MOBILIDADE
3 Devido às constantes evoluções tecnológicas que se têm verificado em todos os setores de atividade, é perfeitamente natural que essa afirmação vá de encontro à realidade. No que ao mercado dos lubrificantes diz respeito, a Mobil caracteriza-se por ser uma marca que está na vanguarda da tecnologia e que prossegue como pioneira no desenvolvimento de lubrificantes homologados pelos fabricantes, cumprindo assim as reais necessidades dos clientes, e nesse sentido, sabemos que qualquer que seja a evolução que o mercado nos trouxer, estará na linha da frente. 6 O futuro tem obrigatoriamente de passar pela especialização. Devido à grande especificidade dos produtos e aprovações exigidas pelos fabricantes, é fundamental que um mecânico profissional se certifique que o lubrificante que está a aplicar cumpre todas as normas exigidas e é o adequado para a utilização em causa. A Mobil, diferencia-se dos demais concorrentes porque grande parte dos seus lubrificantes tem as aprovações dos fabricantes e não apenas a recomendação da marca. Desta forma, a sua utilização inibe qualquer dúvida e é uma garantia de qualidade. Enquanto Lubrigrupo, as oficinas sabem que têm um fornecedor credível, no qual podem confiar, e fazemos questão de ter uma relação de proximidade com quem aplica os óleos Mobil, pois consideramos este aspeto determinante para que as oficinas possam efetuar um serviço de qualidade e se possam afirmar no mercado. Trabalhamos com profissionais e orgulhosamente dizemos que fornecemos soluções de lubrificação para o negócio dos nossos clientes.
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ANTEVISÃO 2018 NEOPARTS FILIPE FERREIRA GESTOR DE PRODUTO Marcas representadas – Karcher, Gedore
LUSILECTRA S.A. RAÚL VERGUEIRO DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE EQUIPAMENTOS PARA OFICINAS E CENTROS DE INSPEÇÃO Marcas representadas - Maha, Beissbarth, Nussbaum, Velyen, Ecotechnics, ATH, Mad, Romess, Techno Vector, Midtronics, GYS, Chicago Pneumatics, IRT, Blackhawk, Samoa, Usi Italia, Stertil Koni, Saima, Gartec, etc. A evolução tecnológica dos produtos é permanente e inevitável, pois tem de acompanhar a evolução do próprio setor automóvel. É obvio que terá de existir uma mudança radical na forma de organizar e operacionalizar as oficinas, em função dos novos veículos elétricos, híbridos ou a célula de combustível. Estes veículos deixaram de ser ficção, tornando-se realidade e aportam novos desafios para todos os profissionais do setor automóvel. A Lusilectra como empresa integrante do Grupo Salvador Caetano continua a seguir atentamente esta evolução, até porque no nosso Grupo existem vários projetos pioneiros e com forte impacto ao aftermarket. É evidente que este rumo encetado pelos construtores automóvel, vai aferir a abordagem que o aftermarket e as oficinas irão ter com este surgimento de veículos tecnologicamente diferentes dos atuais de combustão interna simples. No entanto, milhões de veículos existentes continuaram a circular por muitos anos sendo exigido pelo consumidor que as manutenções dos mesmos sejam mantidas e com padrões de qualidade minimamente aceitáveis. Que existem muitas questões do futuro sem
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ainda ter respostas, sim existem. No entanto, tomamos a ousadia de devolver a resposta e perguntar: Não foi sempre assim? Quanto ao nível de especialização das redes oficinais, sejam as de marca ou as de aftermarket em geral, será cada vez mais elevada. Assim parece-nos essencial uma aposta muito grande na formação, seja de novos técnicos para quem as tecnologias de informação já são parte integrante da sua formação, seja para profissionais mais experientes neste meio, pois nunca podemos esquecer que a experiencia de quem está no setor da reparação continua e continuará a ter um valor muito significativo, o qual não deve ser desperdiçado.
1 Estamos numa fase de alterações constantes, numa nova era de soluções tecnológicas de fundo e terá de haver um acompanhamento das evoluções de perto. Já se está a perceber no imediato este impacto, os números de vendas dos concessionários deixaram de ser residuais, na verdade já são muito relevantes e as apostas das marcas são de peso. No ultimo salão, na Fil, estiveram presentes 45 soluções automóveis de híbridos e veículos 100% elétricos. A procura de ferramentas e equipamentos tende a aumentar e as solicitações de momento são correntes. 3 Esta é uma frase que serve para traduzir a atual constante mudança, não deste sector, mas de toda uma indústria automóvel, é um facto, existem muitas questões, algumas direções difíceis de prever, mas estamos certos que seguimos no caminho certo, com a GEDORE uma marca de relevo que acompanha de perto estas alterações.
QUCAAN BUSINESS LDA. CARLOS COELHO BUSINESS MANAGER Marcas representadas – Toptul 1 Ambos os setores vão sofrer alguns ajustes de acordo com as novas tendências do merca-
des oficinais e, na oferta de serviços que estes novos players venham a colocar à disposição das Oficinas. 2 Seguramente que sim, só não sabemos se tal acontecerá em 5, 10 ou 15 anos. 3 Seguramente que sim. As tecnologias que refere são uma forma de “relacionamento” direto com o condutor da viatura e, este é o cliente do nosso cliente oficinal. Por outro lado, se estas tecnologias forem maioritariamente tratadas pelos fabricantes de automóveis, então todo o IAM ficará refém das viaturas mais antigas. 4 Sim concordo. No entanto, se estivermos atentos e informados, há um futuro que é bastante previsível.
do. Consideramos ser um processo de adaptação continuo e natural, que poderá potenciar a forma como os negócios se realizam. A modernização é cada vez mais um fator crítico de sucesso para as empresas. 2 Tudo que envolva a introdução de novos produtos no mercado, assim como a modificação dos atuais hábitos de consumo, suscitam naturais alterações nos negócios. Contudo, e como em outro qualquer setor, o aftermarket irá adaptar-se às pretensões dos clientes e manter-se como um setor de referência em Portugal.
RODAPEÇAS MANUEL VICENTE GERENTE Marcas representadas - Pador 1 Seguindo as tendências de outros países europeus, poderemos ter consolidação de players no que diz respeito a Grossistas / Retalhistas auto. Esta consolidação, terá efeitos nas re-
5 Manutenção da ofensiva das marcas de automóveis no IAM; consolidação de operações de retalho a nível nacional e ibérico; novos players com novos modelos de negócio; desenvolvimento das redes oficinais existentes e outras que serão novidade. 6 As oficinas no futuro continuarão a existir porque são elas que prestam serviço ao consumidor final. O nosso papel de intermediários não é vender a peça, mas, sim, garantir que o nosso cliente da oficina, tenha condições técnicas, económicas e financeiras para continuar a assistir os seus clientes e, a vender peças e serviços.
3 Não necessariamente, pois conseguiremos sempre dar resposta as necessidades emergentes do mercado, graças à vasta gama de produtos que compõem o portfólio da TOPTUL. 4 Provavelmente sim, contudo isso não se caracteriza como um novo paradigma para a sociedade. Será sempre mais fácil questionar, do que responder. É neste ponto que entram os visionários, e é neste contexto disruptivo que pretendemos estar. 5 Tendência para a modernização e especialização, de forma a dar a resposta mais eficiente possível ao cliente. Em suma, uma continuidade do que tem sido a “nova realidade” do mercado. 6 Uma vez mais considero que sim. Acredito que a especialização possa ser um fator crítico de sucesso para as empresas, num mercado cada vez mais diversificado e com uma ampla oferta.
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ANTEVISÃO 2018 WD-40 ARTUR RODRIGUES MARKETING Marcas representadas - WD-40 | WD-40 Specialist | WD-40 Specialist Motorbike | 3-ENUNO | GT85 Sem dúvida que as oficinas ao pertencerem a uma rede acabam por ganhar volume, e poder enquanto grupo, deixam de atuar no mercado de um modo independente e isolado. Se é o futuro ou não é difícil de prever, mas temos o exemplo de outros países em funciona desse modo.
VENEPORTE ABÍLIO CARDOSO CEO Marcas representadas – Veneporte 1 Continuará a acontecer uma concentração dos principais players, nomeadamente a nível dos distribuidores. Nas oficinas, creio que iremos observar a continuação da tendência de modernização, e obviamente as que não se prepararem para o futuro correm o risco de desaparecer. 2 Não acredito que seja uma mudança drástica nem, sobretudo, imediata. Obviamente existirá uma tendência para o aumento da quota de veículos híbridos e movidos a fontes de combustível alternativas, que tornará a adaptação por parte das oficinas uma necessidade incontornável. 3 Sim, mas acreditamos que positiva. 4 Acredito que existe muita informação, mas também contra informação a circular no mercado. É inegável que há uma revolução técnica e tecnológica importante a acontecer, que vai continuar a criar oportunidades e desafios, mas também ameaças. 5 Qualquer modelo que seja traçado deverá estar assente no conhecimento, partilha de informação entre fabricantes, distribuidores e os outros players da cadeia de valor. Idealmente haverá um respeito pelas questões regulamentares, nomeadamente nas diretivas em vigor na União Europeia e na obrigatoriedade de comercializar produtos homologados. Em paralelo, é desejável um maior rigor na fiscalização e inspeção por parte dos centros de inspeção. 6 Creio que passará mais por certificação do que especialização. Uma oficina certificada poderá oferecer aos clientes uma garantia de qualidade de serviço de forma transversal. O aumento da capacidade técnica também será uma realidade, com um constante acompanhamento da evolução técnica e tecnológica.
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ENTREVISTA
FEDERAL MOGUL MOTORPARTS
DAVID ZAPATA E PERE BANÚS FEDERAL MOGUL ESPANHA E PORTUGAL
“VAMOS APOSTAR FORTE NA MARCA CHAMPION”
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Através dos nossos camaradas da revista espanhola “Talleres en Comunication”, a TURBO OFICINA falou com David Zapata, diretor geral e Pere Banús, responsável técnico da Federal Mogul Motorparts para Espanha e Portugal. Os dois responsáveis contaram-nos o enquadramento do poderoso grupo no mercado europeu e ibérico e da marca Champion que vai regressar em força TEXTO R FOTOS TALLERES EM COMUNICACIÓN
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ENTREVISTA
FEDERAL MOGUL MOTORPARTS
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eslocámo-nos às instalações da Federal Mog ul Motorparts em Coslada (Madrid) para conversar sobre o mercado de velas de ignição e radiadores e sobre as novidades que a empresa está a preparar para 2018. A principal, o desenvolvimento da marca Champion, bem como a ampliação da sua gama de ignição (com bobinas, cabos e unidades de controlo), a consolidação da sua linha de filtração e o lançamento da gama de fricção com pastilhas, discos e kits de travão traseiro pré-montados. Mercado de ignição. Está a sofrer uma mudança, no sentido em que há um aumento de novas matrículas de veículos a gasolina em detrimento dos diesel, pelo que o mercado das velas de ignição cresce - e continuará a crescer - face ao dos radiadores. Quando falamos de diesel, falamos de veículos com radiadores que contam com uma tecnologia patenteada pela Beru, a tecnologia PSG, que duram muito mais que os convencionais. Na verdade, estão a ser substituídos em manutenções preventivas e em revisões periódicas quando a sua vida útil poderia ser mais prolongada. Além do mais, as condições climatéricas são cada vez mais suaves em Espanha e também em Portugal, o que leva a que o radiador sofra menos. No caso das velas, o seu mercado vai crescer no futuro. É um componente que também evoluiu muito: os intervalos de mudança são maiores, as velas duram mais, mas para o mercado de substituição isso representa menos vendas. Regulações sobre emissões. Os radiadores PSG são uma patente nossa: incorporam um sensor de pressão da câmara de combustão, para equilibrar o consumo e a geração de CO 2 . E a Federal Mogul Motorparts possui muitas patentes neste âmbito, em pistões, rolamentos... São produtos que ajudam a reduzir bastante as emissões diesel, um aspeto com o qual tanto construtores de veículos como fabricantes de componentes estão sensibilizados. Ampliar a gama Champion. A Beru tem uma oferta muito consolidada. É provavelmente a gama de ignição mais completa do mercado. Agora estamos complementar a gama de ignição da Champion com vista a equipará-la ao que oferecemos com a Beru, aumentando o número de referências - sobretudo em radiadores. Além do mais, no final do ano vamos
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“VAMOS APRESENTAR A GAMA DE EQUIPAMENTO DE TRAVAGEM CHAMPION. SÃO MATERIAIS DE FRICÇÃO DE MUITO BOA QUALIDADE E PRESTAÇÕES E QUEREMOS APROVEITAR O RECONHECIMENTO DE MARCA DETIDO PELA CHAMPION. A GAMA É COMPOSTA ESSENCIALMENTE POR PASTILHAS, DISCOS E KITS TRASEIROS PRÉ-MONTADOS.”
incorporar também uma gama de bobinas de ignição Champion como complemento aos cabos de ignição que já lançámos este ano. Trata-se de oferecer ao distribuidor a gama completa de ignição, já que o distribuidor por vezes tem de procurar vários fornecedores para contar com uma gama adequada em bobinas e cabos. Unidades de controlo. Também vamos lançar na Champion uma gama que atualmente só é abrangida pela Beru e, de forma
parcial, por alguma concorrência: as unidades de controlo. É um produto cada vez mais procurado pelo mercado, uma que vez que estava limitado às marcas. O mesmo acontece com os sensores que, no futuro, também serão implementados na Champion. Como referi, o objetivo final é conseguir que a Champion conte com uma gama completa e competitiva. E o posicionamento de preço Champion-Beru é muito semelhante já que aproveitamos as sinergias tecnológicas entre ambas. Tradicionalmente, a Beru estava muito bem posicionada em radiadores e a Champion em velas, mas agora queremos que ambas tenham gamas semelhantes, que ambas as marcas sejam equilibradas e que os futuros desenvolvimentos tecnológicos sejam integrados em ambas. Champion, também travões e filtros. Em dezembro apresentámos a gama de equipamento de travagem Champion. São materiais de fricção de muito boa qualidade e prestações e queremos aproveitar o reconhecimento de marca detido pela Champion. A gama é composta essencialmente por pastilhas, discos e kits traseiros pré-montados. Os materiais de fricção Champion são produtos com o conhecimento especializado e o suporte da Federal
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ENTREVISTA
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"HÁ DISTRIBUIDORES QUE EXIGEM UMA MARCA QUE OS DIFERENCIE, COM A QUAL POSSAM TRABALHAR E DESENVOLVER NO SEU ÂMBITO DE ATUAÇÃO, UMA MARCA COM COBERTURA SIGNIFICATIVA E DE QUALIDADE COM UM PREÇO QUE OS TORNE COMPETITIVOS. E COM A CHAMPION EM TODAS AS SUAS LINHAS PODEM FAZÊ-LO."
Mogul Friction Products, materiais fabricados nas mesmas instalações que produzem outras marcas OE do grupo. Até agora contávamos com as gamas de travagem premium Ferodo, Jurid e Necto. E em muitos países de Europa foi lançada a marca Wagner. E com a aquisição de parte da Honeywell ponderámos o lançamento da sua marca Stop, o que acabou por não se verificar por termos preferido apostar na marca Champion. Distribuição. No que respeita à forma de introduzir a gama de travagem Champion no mercado, estamos a estudar e a avaliar as possíveis alternativas, analisando que necessidades de mercado existem e qual o melhor enquadramento. Porque a Champion, além de escovas e produtos de ignição - e agora travões - também conta com uma gama de filtração - filtros de óleo, ar, combustível e habitáculo - com a qual temos vindo a trabalhar há algum tempo no mercado e a consolidar certas distribuições. Acreditamos que todas estas linhas se podem revelar opções muito interessantes para o distribuidor uma vez que abrangem um portefólio de produtos muito completo. Uma marca conhecida e reconhecida. A Champion é uma marca muito conhecida pelo condutor, em especial entre os que têm mais de 35 anos. É uma marca que a oficina também conhece, que está no "top of mind" do cliente, uma marca que foi sponsor de trial, de Fórmula 1... Na perspetiva do marketing, é uma marca mítica, uma marca potente que agora conta também com várias gamas completas e competitivas em filtração, ignição, visibilidade - escovas - e travagem. Vazio no mercado. Acreditamos que em alguns mercados, como o do filtro, há distribuidores que exigem uma marca que os diferencie dos restantes fornecedores de peças de substituição na sua zona, uma marca que possam trabalhar e desenvolver no seu âmbito de atuação, uma marca com cobertura significativa e de qualidade com um preço que os torne competitivos. E com a
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Champion em todas as suas linhas podem fazê-lo. Entendemos que seria interessante termos distribuidores focados na marca, distribuidores que desenvolvessem todos os produtos Champion. Não é fácil e como é natural não limitaremos aqueles que queiram trabalhar alguma das gamas em separado, mas é esse o objetivo no qual estamos a trabalhar em toda a Europa. Formar e informar o distribuidor. É muito difícil um distribuidor começar a trabalhar
com uma nova marca, porque além do mais as suas equipas de venda já estão habituadas a uma determinada forma de trabalho. Neste sentido, para os distribuidores que começam com uma das nossas marcas, o trabalho mais importante não é o comercial, mas sim, o de formação e suporte, tanto à equipa do distribuidor como à das oficinas suas clientes. Inclusivamente, por vezes, este trabalho é complementado com visitas à fábrica onde podem ver os valores diferenciais da nossa marca e do nosso produto. No final, o cliente não só pede preço mas também suporte: ter um conhecimento mais profundo do produto para vendê-lo melhor. Não queremos ser os mais agressivos, mas sim, apoiar o distribuidor e a oficina e ir consolidando a nossa presença e as nossas vendas. Luis Romero. Estamos envolvidos num processo de seleção para colmatar a sua partida. Primeiramente estamos a analisar a possibilidade de promoção interna, algo que sempre procuramos fazer dentro da empresa. Além do mais, o posto de Luis Romero como chefe de vendas tem visibilidade a nível europeu, pelo que será necessária também a aprovação da direção de vendas europeia. Dentro de algumas semanas deveremos anunciar como fica a estrutura de vendas. A vantagem é que a nossa equipa atual está a realizar um trabalho excelente com os distribuidores. E eu mesmo realizo a função comercial de forma contínua com presença no mercado. Pelo que não precisamos de preencher o posto de forma urgente e apressada. Mecacracks e Campus. É um projeto de fidelização de oficinas que está a funcionar muito bem, uma competição de oficinas por equipa. O arranque é sempre difícil mas estamos em constante atualização e queremos que o projeto tenha um longo percurso visto tratar-se de uma iniciativa pioneira sem paralelo no nosso sector. Uma das ações formativas que temos levado a cabo durante estes anos é a plataforma de formação online Campus, na qual Espanha é o país que mais membros tem em toda a Europa. E um dos objetivos de Mecacracks é dinamizar Campus, com mais inscritos e mais atividade pelo que continuaremos a trabalhar nesse sentido. Campus é necessária para que o profissional continue a adquirir conhecimentos e a ser competitivo no mercado. E para os mais jovens, para que os futuros mecânicos conheçam os nossos produtos e pensem nas nossas marcas quando realizarem uma operação de manutenção ou repararem um veículo. /
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NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS
ZF
VOLANTE PARA CONDUÇÃO AUTÓNOMA
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casa alemã acaba de apresentar um novo conceito de volante destinado a viabilizar as funcionalidades da condução autónoma. Preparado para a autonomia de nível 3 (controlo total do veículo, mas com supervisão humana), este volante tem um sofisticado controlo de gestos e deteção tátil, enviando informações ao condutor através de representações gráficas e iluminação dinâmica. O volante tem toque capacitivo para acionamento da buzina e conceito de airbag que permite funcionamento em redor do ecrã.
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“A interface veículo-condutor é um elemento essencial para a ZF alcançar a sua meta ‘Vision Zero’. À medida que as funções automatizadas se tornam mais comuns, as tecnologias avançadas que são aplicadas no volante são importantes e podem ajudar a aumentar a segurança do condutor e o reconhecimento de qual é o modo de condução que está ativado”, afirma Jürgen Krebs, vice-presidente de engenharia de sistemas de volante e airbags do condutor. O novo conceito da ZF tem funcionamento intuitivo por meio de movimentos habitualmente utilizados em smartphones ou outros equipamentos inteligentes. Por exemplo, um toque simples na cobertura pode acionar a buzina, um toque duplo ou um toque seguido
de deslizamento no aro do volante pode ativar as funções associadas a esse ponto do volante, como por exemplo o controlo do sistema de ar condicionado. Os gestos são captados e o ecrã central confirma e acompanha essa confirmação com representações gráficas e sinais luminosos. O volante usa várias interfaces para indicar o modo de condução do veículo. Um ecrã LCD de sete polegadas instalado na parte central do volante mostra claramente se é o motorista ou o veículo que está no comando. Além disso, foi integrada no volante uma faixa luminosa LED com luzes azuis para indicar o modo autónomo, luzes brancas para o modo de condução manual e luzes vermelhas para alertar o condutor.
GKN
NOVO CONCEITO DE VOLANTE Com funcionamento intuitivo por meio de movimentos utilizados em smartphones, o novo volante da ZF está preparado para condução autónoma de nível 3
NOVAS JUNTAS COUNTERTRACK
A
GKN desenvolveu, para os novos modelos, juntas homocinéticas que transmitem a mesma potência com um diâmetro reduzido que permite diminuir o espaço ocupado pelas transmissões em cerca de 10%. A tecnologia, denominada Countertrack, conta com um perfil em S e a colocação das juntas em caminhos opostos. Daí o nome da tecnologia. Na imagem pode verificar o perfil em S da engrenagem e a abertura das juntas em sentidos opostos da articulação. Com este desenho, é possível reduzir o atrito interno, a temperatura e o tamanho da junta bem como aumentar a transferência de binário e o angulo máximo de rotação. Existe, assim, mais espaço e maior facilidade na arrumação da transmissão, sendo que esta nova geração de juntas pode ser adquirida como peça de substituição. Porém, não são compatíveis com outros tipos de juntas. Isto devido à redução do ângulo de viragem que outras juntas sem tecnologia Countertrack obrigam, com o condutor a notar, imediatamente, a reparação feita com outras juntas.
FEBI Outras utilizações dessa faixa de LED incluem luzes amarelas para indicar os sinais de mudança de direção, além de iluminação mais intensa ou intermitente para indicar diferentes opções escolhidas pelo fabricante do veículo. O sistema também oferece uma série de funcionalidades integradas no volante de forma inteligente, incluindo dez sensores capacitivos na parte exterior do aro do volante, para detetar em que parte do volante estão as mãos do condutor e ainda mais um na parte interior do aro do volante para identificar se o condutor está a segurar no volante de forma adequada. Tudo isto proporciona um alto grau da deteção tátil – ajudando a clarificar se é a pessoa ou o veículo que está a comandar, o que será fundamental na condução autónoma de nível 3 ou superior. A configuração única do volante trouxe novos desafios, já que o airbag do condutor não pode ser alojado na sua posição tradicional por causa do ecrã LCD instalado na zona central. Os engenheiros da ZF projetaram um novo conceito de airbag que é acionado na parte de trás do volante e cobre o ecrã, através do aro do volante, ajudando a proteger o condutor em caso de colisão. /
CALENDÁRIO DE 2018 NA ÁFRICA DO SUL
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17.ª edição do Calendário da febi, marca do bilstein group, conta com veículos exóticos, modelos atraentes e belas paisagens e terá uma tiragem de 61 500 cópias que serão enviadas, em exclusivo, a clientes e oficinas independentes de todo o mundo. A febi escolheu a África do Sul como pano de fundo para o seu calendário, levando uma equipa de 12 elementos a visitar locais como a Reserva Natural de Jonkershoek (a 60 km da Cidade do Cabo). Ali, o fotógrafo Christian Deutscher fotografou quatro modelos (Tayla, Mariana, Isa e Iza) para as páginas do calendário. Quanto aos veículos, constam do calendário alguns “buggy” de praia Volkswagen, um Austin Healey e um Jeep construído à imagem do filme “Mad Max”. Além da citada reserva, a equipa também esteve numa pista nos arredores da Cidade do Cabo e em zonas de dunas. Foram mais de um milhar de fotografias tiradas para chegar ao produto final onde as 12 melhores ilustram os 12 meses de 2018.
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NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS BOSCH
TRAVÕES IDISC MAIS DURADOUROS E ECOLÓGICOS
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Bosch começou a produzir os novos travões com revestimento de tungsténio, um componente que está a ser designado como iDisc. Esta é uma solução com vantagens praticamente a todos os níveis, já que consegue uma maior eficácia de travagem, mas também reduz o impacto ambiental. Tendo em conta que estudos recentes afirmam que 32% de todas as emissões de partículas no trânsito rodoviário são causadas pelo pó dos travões, o anúncio de que este iDisc reduz em 90% estas emissões representa um enorme benefício. Segundo é explicado, estes travões, com revestimento de tungsténio, têm o dobro do período de vida útil, conseguindo ainda uma eficácia de travagem ao nível dos compostos carbono-cerâmicos que habitualmente são utilizados nos automóveis desportivos. Outra vantagem está no facto de não ganharem ferrugem. Esta cobertura em tungsténio é aplicada aos Bosch iDisc fabricados em ferro fundido (como os componentes mais utilizados atualmente), mantendo por isso uma aparência sempre polida ao longo da utilização. Para tal, são efetuados processos de tratamento mecânico, térmico e por galvanização antes da aplicação do revestimento.
DENSO LANÇA CATÁLOGO DE VELAS DE 2018 A Denso lançou um novo catálogo de velas de ignição e de incandescência para 2018. O documento inclui 13 novas referências em velas de ignição e nove em velas de incandescência, assim como uma tabela de aplicação e um guia do comprador, que tem como objetivo assegurar
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Embora não exista confirmação oficial, esta tacnologia deverá ser estreada pelo Porsche Cayenne. A Bosch é a única a fabricar estes travões e a marca alemã confirmou a sua utilização num SUV. Então, qual o grande problema deste novo componente? Como habitual nas novas tecnologias… o preço. De momento, é três vezes superior ao dos habituais discos em
aos clientes a opção mais adequada para qualquer tipo de veículo. “Esta atualização do nosso catálogo significa que os nossos clientes passam a ter acesso à mais recente informação quando chegar o Ano Novo”, afirma Gilbert Couvert, gestor de produto de velas de ignição da Denso Europe Aftermarket. “Esperamos que a informação adicional incluída no nosso novo catálogo constitua um valor acrescentado para os nossos clientes e torne ainda mais fácil a seleção de produto para velas de ignição e de incandescência”.
ferro fundido. Esta situação poderá, no entanto, ser alterada com o progressivo crescimento da procura e, consequentemente, o aumento da eficácia e volume de produção que tragam os preços para patamares inferiores. Enquanto esse momento não chega, outras soluções podem ajudar a reduzir o impacto ambiental dos sistemas de travagem. /
JOINT-VENTURE OSRAM E CONTINENTAL Os gigantes da iluminação e dos pneus vão estabelecer uma “joint venture” que irá funcionar sob o nome Osram Continental GmbH, empresa que estará registada em Munique. A Osram e a Continental terão 50%, cada, nesta parceria e o objetivo é geral, anualmente, vendas de milhares de milhões de euros com uma força de trabalho em redor de 1500 funcionários e 17 delegações mundiais. Os responsáveis da nova empresa são Dirk Linzmeier
da Osram e Harald Renner da Continental, respetivamente, CEO e CFO. A empresa deverá começar em 2018, dependendo da aprovação de contratos e das comissões anti cartel. A Osram vai transferir para a nova empresa a sua divisão SSL (Solid State Lighting) e a Continental a divisão de iluminação da unidade de negócio “Body & Security”.
JAPANPARTS
MAIS REFERÊNCIAS EM CABOS DE VELA
O TRAVÕES EM TUNGSTÉNIO A nova geração do Porsche Cayenne deverá estrear a tecnologia iDisc da Bosch, que se carateriza pelo revestimento em tungsténio no revestimento dos discos de travão
Japanparts reforçou a sua oferta de cabos de vela, passando a disponibilizar mais de 300 referências para veículos asiáticos, europeus e norte-americanos. A empresa assegura o fornecimento de um kit completo dos cabos de vela, perfeitamente montado e adequado para uma rápida utilização. A qualidade do produto Japanparts, Ashika e Japko é garantida por condutores de cobre com supressores e pipetas pré-montados que asseguram uma estanquecidade perfeita. Dispõem de uma manga em borracha de silicone que, em relação ao clássico PVC, enfraquece e parte-se muito mais lentamente mesmo em condições extremas com temperaturas elevadas e próximas dos 220 °C ou na presença de gasolina ou óleo. Esta borracha de silicone pertence à máxima classe de resistência térmica conforme declarado na norma ISO 3808 (classe F, até 220 °C). Os cabos de vela têm uma garantia de 24 meses e oferecem uma alternativa de qualidade semelhante ao produto original. O cabo de vela, recorde-se, é um elemento do motor simples, mas indispensável. A sua função consiste no transporte da corrente até à vela com elevada diferença de potencial, dos 30.000 aos 50.000 volts, que é gerada pela bobina de ignição. Caraterizado por um núcleo condutor de cobre submetido a um processo de galvanização para proteger o núcleo de fenómenos de oxidação e por uma manga isolante, este cabo deve ter uma resistência adequada ao sistema de ignição, geralmente entre 1 e 8 kΩ.
FUCHS
NOVO ÓLEO TITAN SUPERSYN D1 5W30
AUTOMECHANIKA 2018 COM ESPAÇO PARA CLÁSSICOS A Automechanika Frankfurt e a Retro Messen decidiram trabalhar juntos em prol do segmento dos clássicos do futuro. Assim, na edição que celebra o 25º aniversário da maior feira europeia de aftermarket e que se realiza entre 11 e 15 de setembro de 2018, será estreado mais um pavilhão (o 12) . Esta junção vai permitir que os expositores possam colocar o foco nas peças, reparações profissionais, financiamento e seguros, entre outros temas mais conhecidos como memorabilia.
A
Fuchs introduziu um novo lubrificante para motores a gasolina Titan Supersyn D1 SAE 5W-30, que foi desenvolvido para utilização em motores de baixa cilindrada a gasolina com turbocompressor. Este óleo de motor cumpre a mais recente especificação dexos1 – Gen 2, da General Motors, que passou a ser obrigatória para utilização em vários motores Opel. Os produtos aprovados para dexos – Gen 2 também podem ser usados em gerações mais antigas de motores a gasolina, mesmo quando a dexos é a aprovação exigida no manual. A inovadora tecnologia deste óleo proporciona o melhor rendimento e a maior eficiência. O novo produto da Fuchs foi concebido para manter o turbocompressor e o radiador limpos. Todas essas características levam a uma redução no consumo de combustível de 1,9% observado no teste do motor Seq. VID (ASTM D 7589) em comparação com um óleo de referência. Este novo produto cumpre as especificações API-SN-RC e ILSAC GF5, relevantes para os diferentes fabricantes, como base para suas próprias especificações ou como uma aplicação direta.
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NOTÍCIAS
INTERNACIONAIS
DELPHI TECHNOLOGIES
CONCENTRAÇÃO NO AFTERMARKET
D
erivada da Delphi Automotive, a Delphi Technologies é uma empresa, agora, independente cotada na bolsa de Nova iorque com o valor de 3 .780 milhões de euros. Este “spin-off” destina-se a permitir a concentração deste braço do grupo nas motorizações de futuro e no mercado global das peças de substituição. Assim, a Delphi Technologies, segundo Liam Butterworth, diretor executivo da nova empresa, “está bem posicionada para oferecer para oferecer soluções inovadoras aos nossos clientes em todo o mundo que abordem as crescentes exigências legislativas em relação à poupança de combustível e emissões. Estamos a abrir o caminho para a eletrificação graças ao nosso portefólio de tecnologia, boa estrutura de custos, bem como as 20 fábricas e os 12 centros técnicos, dispostos de forma geograficamente equilibrada.” A partir de agora, os cinco mil engenheiros da Delphi Technologies irão centrar-se em soluções para veículos elétricos e motores de combustão interna para automóveis de passageiros e veículos comerciais, bem como nos requisitos de reparação de veículos através da sua extensa divisão global de pós-venda. “Apesar dos recentes debates sobre o futuro do motor de combustão interno, os especialistas do mercado preveem que cerca de 95% dos veículos a circular ainda terão um motor
TAKATA ANUNCIA FUNDO DE RESTITUIÇÃO No seguimento do processo judicial que decorre nos Estados Unidos da América, foi anunciado pelo relator do processo, Eric Green, que a Takata Corporation irá lançar um fundo de restituição para os construtores que adquiriram à empresa japonesa airbags com o atuador PSAN. Mais de
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de combustão interna até 2025, embora com avanços em eletrificação”, disse Butterworth. “Isto significa que temos a oportunidade de fazer mudanças significativas no desempenho do veículo no caminho para um mercado totalmente elétrico. Continuamos a inovar nesta área, que incluirá veículos eletrificados com sistemas de gás e elétricos, com soluções
50 construtores de peças originais ao redor do mundo foram já notificados para comprovarem que foram afetados pelas recolhas de veículos com defeito nos airbags da Takata. Se forem elegíveis, podem ser compensados por este fundo no valor de 850 milhões de dólares. Tudo isto surgiu no seguimento da admissão de culpa da Takata por ter cometido fraude em diversos componentes. Contas feitas, foi condenada a pagar 481,848,850 dólares para os fabricantes de peças originais, mais 368,151,150 dólares a todos os fornecedores originais.
híbridas e semi-híbridas”. Sobre o aftermarket, o responsável máximo da nova empresa referiu que “o nosso foco no desempenho do veículo nestas áreas também se move para o nosso negócio de pós-venda, que deve ser capaz de dar apoio às reparações de veículos no futuro para manter a conformidade regulamentar”, disse Butterworth. /
CORVETTE ZR1 USA TRAVÕES BREMBO A Brembo foi escolhida pela Chevrolet para fornecer o sistema de travagem do novo Corvette ZR1. A solução desenhada pela Brembo para este superdesportivo, não conheceu alterações nas maxilas fixas em alumínio, mas recebe discos e pastilhas novos que foram desenhados e concebidos para oferecer maior capacidade de travagem, nomeadamente, em pista, acompanhando o aumento de performance do carro. Os discos de travão, em carbono cerâmica,
foram fabricados com um tratamento especial para aumentar a resistência à fadiga e às elevadas cargas térmicas, dissipando melhor o calor, nomeadamente, quando usados em pista. Já as pastilhas para ambos os eixos são feitas com novos materiais e fórmulas, segundo as indicações específicas para o Corvette ZR1 pelo centro de pesquisa e desenvolvimento da Brembo.
CONTINENTAL
RECEBE PRÉMIOS NA CES 2018
F APRESENTAÇÃO NO CES DE LAS VEGAS A Delphi Technologies irá ser apresentada oficialmente no Consumer Electronic Show (CES) de Las Vegas, que se realiza em janeiro
oram dois os prémios Inovação que a Continental conquistou na CES 2018, um na área do áudio e outro na área das suspensões a ar. No primeiro cado, o sistema de áudio AC2ated sem altifalantes foi galardoado na categoria “In-Veihcle Audio/ Video” e o Continental Air Supply (CAirS) na categoria “Eco-Design and Sustainable Technologies”. O sistema de áudio sem altifalantes oferece a novidade da experiência de som 3D. Esta inovadora tecnologia substitui os convencionais altifalantes com um sistema baseado em atuadores que criam som através da ação em certas superfícies do veículo, um pouco o princípio dos instrumentos de cordas. O sistema de suspensão a ar controlada eletronicamente é cada vez mais popular graças à possibilidade de ajustar o rácio da dureza da mola e dos amortecedores. O sistema Continental CAirS possui um fornecimento de ar integrado que simplifica a instalação no veículo e conserva energia. A simplicidade de montagem advém do facto do compressor, válvula de bloqueio, unidade de controlo e sensores de temperatura e pressão, estão todos numa só unidade. Os prémios de inovação CES são patrocinados pela CTS (Consumer Technology Association) que são os organizadores da CES (Consumer and Eletronics Show) e os projetos agora galardoados estarão expostos ao público quando o CES abrir portas em Las Vegas nos dias 9-12 de janeiro.
ALIBABA
ENTRADA NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL COM FORD
PRIMEIRA SPINOFF DA HELLA A Bright AI é a primeira “spinoff” a sair da incubadora de empresas que a Hella estabeleceu em Berlim. Aquela nova empresa especializou-se na criação de imagens a cores, a partir de fotografias noturnas, recorrendo a avançadas técnicas experimentais, incluindo infravermelhos. Com esta solução, a Bright AI pretende resolver uma problema básico na visão humana, designadamente a perceção limitada e a menor capacidade de reação na escuridão ou em condições atmosféricas adversas.
A
multinacional chinesa especializada em comércio eletrónico e o construtor norte-americano, estabeleceram um acordo de colaboração para explorar, entre outras áreas, soluções para a mobilidade sustentada e venda de veículos na Internet. Será, assim, pela mão da Ford que o gigante chinês Alibaba vai entrar no mercado automóvel e no aftermarket. Este acordo de três anos fará com que ambas as empresas explorem em conjunto “áreas de cooperação que estão a remodelar a face da indústria automóvel na China e em todo o Mundo.” Do lado da marca da oval azul, há o compromisso de cooperar em quatro áreas de negócio da Alibaba: sistema operativo (Alios), dados na nuvem (Alibaba Cloud), marketing digital (Alimama) e comércio online (Tmall). O acordo foi assinado por Jim Hackett, presidente e diretor executivo da Ford Motor Company e por Daniel Zhang, diretor geral do Alibaba Group. “A China é um dos maiores e mais dinâmicos mercados digitais do mundo e colaborar com os principais atores tecnológicos faz parte da nossa visão de veículos inteligentes num mundo inteligente” referiu na ocasião da assinatura do acordo Jim Hackett.”
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RAIO-X
COMERCIAL DO MÊS
RENOVAÇÃO TOTAL Chega em fevereiro o novo Ford Transit Custom, que recebeu atualizações de estilo, produtividade e tecnologia. Uma das versões disponíveis é a de chassis longo, teto alto e caixa automática TEXTO CARLOS MOURA PEDRO
O
Transit Custom vai ser o primeiro modelo da gama de veículos comerciais da Ford a ser renovado, no âmbito de um programa de rejuvenescimento que se prolongará ao longo de 18 meses. A marca norte-americana decidiu iniciar o processo com o seu comercial ligeiro médio, que é o mais vendido na Europa no segmento de furgões com uma tonelada de carga útil. A nova gama recebeu atualizações ao nível do estilo exterior e interior, produtividade e tecnologia. Em termos de imagem, a nova gama é facilmente identificável pela grelha dianteira, que apresenta o formato trapezoidal de três bar-
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ras, estreada na Transit com carga útil de 2,0 toneladas e alargada aos mais recentes ligeiros de passageiros da Ford, como, por exemplo, o novo Fiesta, entre outros. As versões mais bem equipadas podem receber grupos óticos dinâmicos e esguios com assinatura de luzes de circulação diurna em LED, enquanto as embaladeiras das rodas e os pará-choques também foram redesenhados. Mais radical foi a intervenção no habitáculo, que apresenta um painel de instrumentos totalmente revisto e adota a mais recente filosofia de design de interiores da Ford, que também foi estreada na mais recente geração do Fiesta, estando orientada para o utilizador e para a interação com os dispositivos e tablets inteligentes. O novo painel de instrumentos está
assente em elementos de design horizontal que realçam a largura da cabina e integra materiais resistentes e agradáveis à vista. O tabliê integra novos ecrãs e painéis de controlo, projetados para garantir uma maior ergonomia e facilidade de utilização e facilidade de utilização. Os modelos de topo recebem um ecrã tátil flutuante, associado ao sistema de comunicações e entretenimento Sync 3 da Ford, que permite controlar o áudio, a navegação e os smartphones conectados. O sistema é compatível com Apple CarPlay ou Android Auto. Uma das versões disponíveis na gama Transit Custom é a de chassis longo e teto alto, que oferece um volume útil de carga de 8,3 m3 , graças à combinação de um comprimento exterior de 5,3 metros, uma largura de 1,98 metros (sem
FORD TRANSIT CUSTOM VAN 320 130
PREÇO ND // MOTOR 4 CIL; 1996 CC; 130 CV; 3500 RPM // BINÁRIO 385 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Auto // PESO 2241 KG // COMP./LARG./ALT. 5,34/2,27/2,34m // DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 2,93 // MALA 959 KG // DESEMPENHO ND 0-100 KM/H; ND KM/H VEL MÁX // ND CONSUMO 7,2 // EMISSÕES 187 G/KM *As nossas medições
TRANSMISSÃO EQUIPAMENTO
NOVA IMAGEM E MAIS CONFORTO A Transit Custom foi sujeita a uma atualização da imagem, quer externa, quer interna. O habitáculo integra de design soluções estreadas no Fiesta e novos sistemas de apoio à condução
espelhos) e uma altura de 2,3 metros. Para um peso bruto de 3,2 toneladas, oferece uma capacidade de carga de 945 quilogramas. Na apresentação internacional deste modelo na Alemanha tivemos oportunidade de efetuar um contacto com esta versão, equipada com motor Ford EcoBlue 2.0 litros de 130 CV, caixa automática de seis velocidades SelectShift e nível de equipamento Limited, que é o mais completo, incluindo praticamente todos os sistemas de apoio à condução, como o Assistente de Velocidade Inteligente, Reconhecimento de Sinais de Trânsito, Alerta de Trânsito Cruzado, Sistema de Informação de Ângulo Morto, Assistência de Pré-Colisão com Deteção de Peões, Alerta de Mudança de Faixa, Luzes de Máximos Automáticos, Câmara Traseira, Controlo de Velocidade Adaptativo e Estabilização ao Vento Lateral. A combinação da motorização Ford EcoBlue 2.0 de 130 CV e com a nova transmissão automática de seis relações revela-se bastante agradável e confortável para o utilizador, designadamente em operações de distribuição
OPCIONAIS
urbana, caraterizadas por paragens frequentes para entregas e recolhas. Por outro lado, a elevada disponibilidade de binário a baixas rotações, entre as 1500 e as 2000 rpm, e a própria conceção desta transmissão com conversor de binário, otimizada para veículos comerciais, garante uma resposta bastante rápida e suave. O sistema Auto Start-Stop vem de série com esta transmissão SelectShift, que também foi totalmente otimizada para funcionar em associação com os sistemas Adaptative Cruise Control e Controlo Eletrónico de Estabilidade. O consumo de combustível médio anunciado pela marca para esta versão de chassis longo e teto alto com motorização de 130 CV é de 7,2 l/100 km e as emissões de 187 g/km de CO2 . A nova Ford Transit Custom já está disponível para encomenda, estando prevista a chegada das primeiras unidades aos concessionários no próximo mês de fevereiro. Os preços de venda ao público ainda não foram divulgados, devendo, no entanto, estar em linha com gama atual, oferecendo mais equipamento pelo mesmo valor de investimento. /
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RAIO-X
BARÓMETRO
DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça aqui as principais alterações e ocorrências registadas PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO NOVEMBRO 2017 HOMÓLOGA NOVEMBRO 2017 HOMÓLOGA NOVEMBRO 2017 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 456 10,7%
102 -29,7%
33 -21,4%
CENTRO 214
6,5%
76
-7,3%
14
-41,7%
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA
0,0%
123
26,8%
24
0,0%
ALENTEJO 53
333
10,4%
15
-25,0%
2
-60,0%
ALGARVE 49
75,0%
13
85,7%
0
-100,0%
R. A. AÇORES
8
-20,0%
3
0,0%
1
-66,7%
R. A. MADEIRA
25
25,0%
12
20,0%
1
-
TOTAL 1138 8,2%
344 -5,5%
TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR NOVEMBRO 2017
75 -26,5%
PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)
EM NÚMERO
NOV. 2017
ACUMULADO NOV. 2016 ACUMULADO SETOR TECIDO NOV. 2017 NOV. 2016 EMPRESARIAL
NASCIMENTOS
86
1.138
61
1.052
8,2%
9,2%
ENCERRAMENTOS 31
344
35
364
-5,5%
-2,9%
INSOLVÊNCIAS 8
75
14
102
-26,5% -19,5%
(CONSTITUIÇÕES)
NORTE 5174
(EXTINÇÕES)
FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.
FICHA TÉCNICA
CENTRO 3411
ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3443
ALENTEJO 871
ALGARVE 485
EM PERCENTAGEM 37,3
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ALENTEJO
A. M. LISBOA
CENTRO
NORTE
6,3
R. A. MADEIRA 286
3,5
1,4
2,1 MADEIRA
24,8
AÇORES
24,6
ALGARVE
R. A. AÇORES 195
Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.
Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt
RAIO-X
VOLKSWAGEN POLO
QUEM FAZ O QUÊ?
C
hegado à sexta geração, o Volkswagen Polo tem “irmãos” como o novo Seat Ibiza, o Skoda Fabia e o Audi A1. Mantendo a plataforma MQB, mas na sua última geração especialmente adaptada a carros compactos, o Polo ganhou em espaço interior (com dimensões majoradas no exterior) à custa de uma maior distância entre eixos. Na sexta geração, novo salto qualitativo que o coloca mais perto do Golf. Como seria de esperar, para um modelo que reclama maior qualidade e reforço tecnológico, o grupo Volkswagen recorre aos mais importantes fornecedores do mercado. Fornecedores esses que são semelhantes aos dos seus “irmãos” Ibiza e o futuro Fabia. Olhando para a lista ao lado, descortinamos, facilmente, a Dow Automotive (vedantes entre outras coisas), a Magnetti Marelli, Mahle, Mann+Hummel, Megatech ou a Oerlikon. Falamos de uma completa gama de peças que passam pelos módulos do acelerador para os motores a gasolina ou diesel, condensadores, coletor de admissão ou sincronizadores. Podemos encontrar, ainda, material da Plastic Omnium, Schaeffler, Tyssenkrupp, Webasto, ZF, Sika e Elringklinger. Material que passa pelos para choques, embraiagem, veios de excêntricos, tejadilhos de abrir, componentes eletrónicos, vedantes e juntas especiais. Uma lista muito completa dos principais fornecedores para o Volkswagen Polo, um dos novos modelos do grupo Volkswagen para o segmento dos utilitários. /
FORNECEDOR COMPONENTE DELFINGEN Sistema de proteção de cablagem DOW AUTOMOTIVE Vedantes EDSCHA Avisadores de porta aberta FLEXITECH GROUP Peças híbridas FTE AUTOMOTIVE Cilindro mestre da embraiagem GESTAMP Rolamentos do sub chassis traseiro GRUPO ANTOLIN BESANCON Lâmpada do tejadilho no interior HELLERMANNTYTON GMBH Cabos e elementos de fixação do sistema travagem HOERBIGER Componentes de sincronização da caixa manual KOSTAL Botões da consola central MAGNETI MARELLI Sistema de acelerador dos motores 1.0 MPI, TSI e 1.4 TDI MAHLE Condensadores MANN+HUMMEL Coletor de admissão variável MEGATECH INDUSTRIES Capas do volante OERLIKON FRICTION SYSTEMS Sincronizadores PLASTIC OMNIUM Para choques dianteiro PROFIL Parafusos da carroçaria RÖCHLING AUTOMOTIVE SE & CO. KG Tubagem de refrigeração motor 1.0 TSI SAMVARDHANA MOTHERSON PEGUFORM (SMP) Para choques traseiro SCHAEFFLER Dupla embraiagem a seco SHILOH INDUSTRIES Abraçadeiras. SIKA Vedantes SikaPower STABILUS GMBH Peças para o portão traseiro TEKLAS Tubagem de sistema de refrigeração THYSSENKRUPP Veios de excêntricos TI AUTOMOTIVE Tubagens de travão VIBRACOUSTIC GMBH Casquilhos WEBASTO SE Tejadilho panorâmico WOCO INDUSTRIETECHNIK GMBH Cachimbo de pressão ZF Componentes eletrónicos ELRINGKLINGER Juntas especiais autoneum Isoladores do piso
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REPARAÇÃO
ELETROMECÂNICA
EVOLUÇÃO TREMENDA EM 25 ANOS Da gasolina à eletricidade. Do ABS à condução autónoma. A eletromecânica dos veículos evoluiu muito nos últimos 25 anos, época onde ainda eram utilizados carburadores que foram cedendo lugar às injeções mecânicas e, posteriormente, às de controlo eletrónico. Uma viagem a 25 anos de eletromecânica TEXTO E FOTOS ÁREA DE ELETRÓNICA CESVIMAP
E
m 1992, como consequência da entrada em vigor de novas normas antipoluição, todos os carburadores dos motores começaram a ser substituídos por sistemas de injeção, solução que viria a dar origem ao sistema atual de injeção eletrónica de gasolina. Também surgiram os catalisadores e a gasolina sem chumbo. A oficina começou a necessitar de equipamentos de diagnóstico para poder reparar os sistemas de injeção eletrónica. Foi o início da implementação das agora imprescindíveis scantools. No início dos anos 90 teve início também a "dieselização" do parque automóvel europeu. Deu-se a disseminação da eletrónica nos motores diesel com os famosos "TDI". Embora muito fiáveis mecanicamente começaram a dar origem a avarias elétricas que resultaram em dores de cabeça para as oficinas, pouco habituadas a este tipo de problemas. O meio ambiente já era uma preocupação com a destruição da camada de ozono como consequência da utilização de compostos clorofluorcarbonetos. O automóvel tinha a sua parte da culpa. Em 1992, foi proibida a produção e comercialização do famoso gás refrigerante R-12, sendo substituído pelo R134a. Isto implicou a necessidade de modificar as instalações de ar condicionado quando um veículo sofria um acidente já que obrigatoriamente era necessária uma reconversão do sistema para utilizar o novo gás. Neste aspeto não mudámos demasiado. Atualmente, estamos preocupados com o aquecimento global, com o efeito de estufa, pelo que os novos veículos substituem o gás
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TURBO OFICINA JANEIRO 2018
R134a por outros menos prejudiciais como o R1234yf ou o CO2 . Também foi no início dos anos 90 que a segurança nos automóveis sofreu uma transformação aproximando-se do conceito que vigora atualmente. Os airbags começaram a surgir nos volantes dos nossos veículos com vista a cumprir os novos requisitos de segurança no que respeita a impactos frontais. ATENTOS À INOVAÇÃO O ABS e o controlo de tração deixaram de ser sistemas de segurança exclusivos de veículos de gama alta ou de alto desempenho, começando a ser instalados em veículos comuns. A Cesvimap, sempre atenta a estes novos sistemas de segurança, investigava a forma como afetavam a reparação dos veículos e que novas técnicas e ferramentas de diagnóstico eram necessárias para uma correta intervenção nos veículos. Os conhecimentos adquiridos eram transmitidos tanto a peritos como a oficinas. No campo da geometria da direção, a oficina contava apenas com simples equipamentos de medição, mecânicos ou óticos, que obrigavam o profissional a dispor de amplos conhecimentos em geometria para realizar corretamente esse trabalho. Com o decorrer dos anos, a eletrónica começou a adquirir protagonismo nos automóveis. Os sistemas de gestão dos motores, tanto diesel como gasolina, tornaram-se progressivamente mais complexos, incorporando cada vez mais sensores para medir com precisão cada parâmetro de funcionamento do motor. Tudo com o objetivo de aproveitar cada gota de combustível e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões poluentes.
A eletrónica foi sinónima também de maior segurança para evitar o roubo de veículos, incorporando, obrigatoriamente desde 1995, sistemas imobilizadores eletrónicos. Mas uma vez que os veículos continuavam a ser roubados, foi necessário aumentar a complexidade deste tipo de sistemas antirroubo. Os primitivos sistemas imobilizadores, baseados em comandos à distância, por infravermelhos ou por radiofrequência, de código fixo, ou os primeiros transponders RFID, deram lugar a sistemas RFID com códigos evolutivos e códigos encriptados. FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS Surgem novas ferramentas nas oficinas como consequência da incorporação de tanta eletrónica. Além dos referidos equipamentos de diagnóstico (scantools) torna-se frequente a utilização do osciloscópio para avaliação dos sinais eletrónicos gerados pelos diversos sensores bem como das respostas das unidades de controlo face a esses estímulos. O perfil do
técnico deixa de ser eminentemente mecânico passando a requerer sólidos conhecimentos de eletricidade e eletrónica. Para o mecânico tradicional também surgem ferramentas que agilizam, simplificam e melhoram a qualidade do seu trabalho. Começam a ser utilizados alinhadores de direção eletrónicos, com base em inclinómetros eletrónicos, câmaras CCD e um computador que realiza os cálculos e guia o mecânico no processo de medição e ajuste. O PONTO DE NÃO RETORNO O aumento dos sistemas controlados eletronicamente nos veículos trouxe como consequência um aumento na complexidade e no custo das instalações elétricas incorporadas. No final dos anos 90 este problema começou a ser resolvido através das redes multiplexadas. Começam a ser implementadas progressivamente nos veículos as redes CAN-BUS, LIN, MOST... Isto permite uma interligação entre
os diferentes sistemas eletrónicos dos veículos, uma redução muito importante da quantidade de metros de cablagem e a possibilidade de partilhar a informação dos sensores entre diversos sistemas, não sendo necessário duplicar sensores para funções distintas. Foi o ponto de não retorno. O automóvel tornou-se totalmente digital. Aparecem no mercado os veículos híbridos após o surgimento do Toyota Prius. Os avanços na eletrónica de potência, especialmente o desenvolvimento dos IGBTs –Insulated Gate Bipolar Transistor–, bem como os ímanes de neodímio para os motores elétricos, tornaram possível incorporar de forma simples e fiável a tração elétrica nos automóveis, embora o desenvolvimento existente para as baterias não permitisse, na altura, o fabrico de veículos com tração puramente elétrica com prestações aceitáveis no âmbito da autonomia. A partir daí, a Cesvimap começou a sua investigação e trabalhos sobre veículos híbridos: as
suas particularidades e as precauções na sua manipulação na oficina, como consequência da incorporação das baterias de alta tensão. Um marco importante ocorreu no ano 2000 quando os Estados Unidos eliminaram a disponibilidade seletiva no seu sistema de GPS, o que permitiu que qualquer utilizador dispusesse de uma precisão de cerca de 10 metros, comparativamente aos 150 metros até essa data. Com esta precisão, foi possível a desenvolvimento dos sistemas de navegação e localização, tanto incorporados de série como oferecidos como opcionais. No campo da segurança dos veículos, a Cesvimap trabalhou ativamente com todo tipo de dispositivos localizadores de veículos, tanto para a gestão de frotas como para a recuperação de veículos roubados. A implementação e desenvolvimento da telefonia móvel digital também foi um feito imprescindível para o progresso destas aplicações. Estávamos no início da telemática. O veículo podia comuni-
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REPARAÇÃO
ELETROMECÂNICA
car-nos informação e nós podíamos transmitir tanto informação como ordens ao veículo. E tudo isto remotamente. No início de 2011, a Cesvimap já estudava os veículos elétricos. Desde então, pelas nossas mãos passaram praticamente todos os veículos elétricos e híbridos. Fruto deste conhecimento e investigação, tornámo-nos numa referência em veículos elétricos, tendo contribuído para a formação das novas gerações de técnicos através da formação dos professores dos módulos profissionais do setor automóvel e da publicação de livros didáticos sobre esta matéria. ADAS – SISTEMAS DE AJUDA Á CONDUÇÃO O surgimento dos sistemas de ajuda à condução (ADAS) marca um claro ponto de viragem na sinistralidade. A eletrificação de todos os sistemas do veículo, especialmente o mecanismo de direção e o sistema de travões, e a adição de câmaras de visão artificial e radares (de som ou de luz), tornou possível que o veículo pudesse operar de forma autónoma em determinadas circunstâncias, principalmente em colisão iminente ou em saída de faixa involuntária.
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Os automóveis podem travar sozinhos se necessário e também manobrar de forma praticamente autónoma. Todos estes sistemas e sensores representam um desafio para as oficinas. Novas tecnologias e novos equipamentos para ajuste destes sistemas são aspetos que obrigam à formação permanente dos profissionais. O FUTURO Num futuro não muito distante vão circular nas nossas estradas veículos autónomos com maior ou menor nível de autonomia. Na verdade, já são uma realidade tecnicamente possível. É previsível que estes veículos venham a reduzir o número de acidentes, embora os custos de reparação aumentem nos que ocorrerem devido ao maior número de sensores implicados e à maior especialização exigida às oficinas. Todas as hipóteses apontam para uma redução da frequência e da gravidade, mas também para um aumento dos custos quando o acidente não for evitado. As atuais e futuras normas sobre emissões poluentes trazem como consequência uma
complexidade extrema em toda a eletrónica envolvida nos motores de combustão interna (especialmente nos diesel) que em conjunto com a demonização a que estes motores estão a ser submetidos devido ao tipo de emissões que geram (partículas e NOx), aceleram a sua extinção. Alguns fabricantes já comunicaram a sua intenção de deixar extinguir os seus modelos diesel e algumas cidades já anunciaram a proibição de circulação pelas suas ruas. Esta situação representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento e para implementação definitiva de veículos com algum tipo de tração elétrica, sejam elétricos puros ou híbridos com ligação à corrente elétrica. As perspetivas de desenvolvimento das baterias para veículos elétricos, que já proporcionam uma autonomia próxima dos 400 km, em conjunto com o necessário apoio das administrações para fomentar este tipo de veículos, bom como a ampliação e disseminação das infraestruturas de recarregamento, permitem antever um futuro elétrico no que respeita à indústria automóvel. A partir de um ponto de vista técnico o futuro é elétrico e autónomo. /
REPARAÇÃO
PLÁSTICOS
COMO REPARAR PEÇAS DE PLÁSTICO A reparação de plásticos tornou-se numa operação habitual na oficina, adquirindo uma relevância cada vez maior. O avanço tecnológico dos materiais, dos produtos e dos equipamentos utilizados na reparação de plásticos, assim como um maior conhecimento dos profissionais sobre a aplicação das diferentes técnicas de reparação permite que os resultados obtidos sejam excelentes.
P
ara a recuperação das peças de plástico da carroçaria utilizam-se várias técnicas de reparação como a colagem através de adesivos, a soldadura com adição de material, a inserção de grampos metálicos ou o desamolgamento com aplicação de calor e pressão. Com estas técnicas, por vezes combinadas entre elas, conseguem-
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-se excelentes resultados que conferem qualidade e garantia à reparação. Cada uma delas apresenta diferentes vantagens a destacar que devem ser tidas em conta para a escolha da técnica de reparação. IDENTIFICAÇÃO DE PLÁSTICOS Os materiais plásticos utilizados no fabrico de peças da carroçaria, em geral, podem ser classificados em três grandes grupos em função do seu comportamento perante o aqueci-
mento. Os termoplásticos que se caracterizam por permitirem o seu aquecimento até à temperatura de soldadura e o seu arrefecimento sem se deteriorarem, os termoestáveis que não admitem o aquecimento sem se deteriorarem e os plásticos compostos ou compósitos que consistem em combinações dos plásticos anteriores reforçados com cargas de outros materiais como vidro, kevlar ou carbono e que também não admitem o aquecimento sem se deteriorarem.
1, 2 e 3 Reparação com adesivos 4 Reparação de materiais compostos com resina de poliéster e fibra de vidro
Face às diferentes técnicas de reparação e tipos de plástico existentes, o técnico reparador deverá decidir qual é ou quais são as mais adequadas a cada caso, analisando vários aspetos fundamentais, como o tipo de plástico, a forma, a amplitude ou a localização dos danos no plástico. Uma correta identificação do material permite saber as técnicas que são aplicáveis ao mesmo. Através da codificação marcada com base na norma UNE-EN-ISO 11469 sabe-se o material com o qual uma peça de plástico foi fabricada. Caso esta marcação não exista, o “ensaio de pirólise” pode orientar o reparador sobre o tipo de plástico de que se trata. Este ensaio é fundamentado no comportamento que os plásticos apresentam perante a ação de uma chama: cor e tipo de chama, odor ou tipo de fumo. O material na sua combustão apresenta diferentes comportamentos típicos, consoante o plástico de que se trate. De
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acordo com isto, conhecendo-se as principais características identificativas deste comportamento pode-se identificar o tipo de plástico. ADESIVOS PARA TODOS A reparação por adesivos consiste em unir as superfícies através da aplicação de um adesivo correspondente ao substrato a colar. Os adesivos utilizados foram sendo melhorados para se adaptarem às particularidades dos diferentes materiais plásticos. Os produtos existentes no mercado são adesivos com base em poliuretanos e epóxi, com distintas flexibilidades e primários melhorados para assegurar a aderência aos diferentes plásticos. Trata-se de adesivos bicomponentes de grande resistência, de rápida cura, que permitem o lixamento e aceitam bem a pintura. Estes adesivos permitem preencher e reconstruir orifícios ou faltas de material nas peças. Também existem adesivos com diferentes velocidades de cura em função da necessidade da oficina. Alguns deles permitem a aceleração da cura aplicando calor com as estufas de infravermelhos. Para a reparação de plásticos compostos utilizam-se como adesivos as resinas de poliéster juntamente com reforços de fibra de vidro aplicados em várias camadas como se fosse uma sanduíche.
A grande vantagem que os adesivos proporcionam é a sua polivalência para reparar todo o tipo de plásticos, independentemente da sua natureza, sejam termoplásticos, termoestáveis ou plásticos compostos. SOLDADURA EM TERMOPLÁSTICOS A reparação por soldadura em plásticos termoplásticos consiste na união das superfícies separadas através da inserção de uma vareta de plástico como se fosse um cordão de soldadura. Os materiais a soldar são levados até à temperatura de soldadura atingindo um estado visco-plástico no qual se produz a união do material base da peça com o material de adição exterior. Os fabricantes de equipamentos de soldadura de plásticos oferecem varetas de diferentes materiais adaptando-se aos utilizados no fabrico de peças de carroçaria como ABS, PP, PE, PC, HDPE e inclusivamente combinações como PC/PBT, P/E, PP/EPDM. Desta forma, os materiais adicionados às uniões melhoram a sua semelhança em relação ao material da peça a reparar, existindo menos diferenças entre as características dos materiais unidos. A transmissão de calor realiza-se através de maçaricos/aquecedores elétricos que recolhem e aquecem o ar ambiente dirigindo-
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PLÁSTICOS
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4 -o através dos bicos adequados para a zona de soldadura. Outra forma de transmitir calor à zona realiza-se através da injeção de uma corrente de gás quente na zona de soldadura para proteger a zona de fusão. A utilização de um gás em relação ao ar ambiente proporciona uma atmosfera protegida na zona de fusão que evita o contacto entre o material plástico e o oxigénio e humidade do ambiente. Os gases, ao disporem de uma maior densidade em relação ao ar, proporcionam uma zona de proteção na soldadura, obtendo-se cordões de boa penetração com uma reduzida transmissão de calor, e conseguindo-se um aquecimento mais uniforme do material. As principais vantagens que a utilização de um gás na soldadura proporciona consistem no facto de se evitarem ou reduzirem aspetos como a oxidação dos materiais, a porosidade da soldadura, a emissão de fumos tóxicos ou o stress térmico dos materiais. O nitrogénio é um dos gases mais utilizados para esta soldadura devido ao seu reduzido custo económico e às suas boas características na soldadura. Também se podem utilizar outros gases inertes, como o árgon ou hélio + dióxido de carbono, que garantem uma boa proteção. Os equipamentos disponíveis no mercado são catalogados em dois tipos: os que necessitam de uma garrafa do respetivo gás e os que já integram um gerador próprio de nitrogénio (tecnologia PSA) que produz o gás a partir do ar comprimido limpo. A vantagem a destacar da reparação por soldadura é que se obtém uma boa resistência me-
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1 Reparação de materiais compostos com resina de poliéster e fibra de vidro 2 Reparação por soldadura 3Reparação de greta com grampos metálicos 4 Equipamento de soldar com ar ou nitrogénio
cânica da união e os materiais são da mesma natureza, existindo menos diferenças físicas entre eles. O acabamento da zona exterior da peça realiza-se com adesivos de acabamento para plásticos. GRAMPOS METÁLICOS EM TERMOPLÁSTICOS Outra das técnicas de reparação utilizadas em plásticos termoplásticos é a soldadura de grampos metálicos para unir as partes separadas das gretas ou ruturas presentes nas peças. Esta técnica baseia-se em aquecer os grampos metálicos através de uma resistência mecânica e inseri-los exercendo pressão no interior do material plástico, que se funde localmente devido ao calor transmitido pelo grampo. As duas partes separadas da superfície mantêm-se unidas pelos grampos inseridos. Esta técnica tem de ser combinada com a aplicação de adesivos na parte exterior da peça para se preencher a junta e conseguir-se um bom acabamento da parte exterior. Os equipamentos
térmicos de aplicação de grampos dispõem de um seletor da temperatura de aquecimento, a regular em função da espessura e do tipo de plástico a reparar e são fornecidos com diferentes grossuras e formas de grampos, em U, em S ou em V, para se adaptarem à geometria das zonas a reparar. A vantagem desta técnica de reparação é a sua simplicidade e a rapidez de aplicação dos grampos, obtendo-se uma união bastante reforçada, mas introduz-se um material de diferente natureza com propriedades diferentes. REMODELAÇÃO EM TERMOPLÁSTICOS No caso dos plásticos termoplásticos que permitem o seu aquecimento sem se deteriorarem, também se pode realizar uma remodelação das mossas ou deformações existentes. Esta técnica baseia-se na aplicação de calor com um aquecedor ou maçarico de ar quente na zona deformada a fim de amolecer o material e poder remodelá-lo através da aplicação de esforços de pressão até recuperar a forma original da superfície. CONCLUSÃO Atualmente, a recuperação de peças de plástico através dos processos de reparação adequados a cada tipo de material é um processo habitual na oficina. O conhecimento por parte dos profissionais das particularidades de cada material e da aplicação das técnicas de reparação mais apropriadas para cada um deles permite obter excelentes resultados na reparação. /
REPARAÇÃO
MANUTENÇÃO
KIA Niro Hybrid HEV 1.6 141 Emotion 5p DCT
KIA NIRO HYBRID EMOTION Num mundo perfeito, o Kia Niro é um achado, pois um só veículo consegue oferecer algo para os adeptos dos crossover/SUV e para os defensores do ambiente, mesmo nesta versão sem “Plug-In”
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limite psicológico dos 30 mil euros é respeitado com a ajuda de uma oferta de 2.500 euros em campanha para esta versão híbrida sem carregamento externo das baterias. Esta versão puramente híbrida está equipada com um motor elétrico de 43 CV alimentado por um pacote de baterias alojado por baixo do banco traseiro, que ajuda o motor de combustão interna, um quatro cilindros com 1.6 litros de cilindrada e 105 CV. Contas feitas, são 141 CV e 265 Nm de binário, que chegam às rodas dianteiras através de uma caixa de seis velocidades automática de dupla embraiagem. A limitada capacidade de andar em modo puramente elétrico prejudica os consumos que rondam os 4 l/100 km. O Niro oferece 7 anos de garantia. Como habitualmente, vamos analisar o Kia Niro com base num contrato de 48 meses ou 120 mil quilómetros e, também como já é tradição, a todos estas cifras terá de acrescentar o IVA à taxa legal de 23%. Assim, o seu Niro vai-lhe custar, no final do tempo referido, em manutenção nada menos que 6.589,70 euros, uma média de 137 euros por mês, 5,49 euros a cada cem quilómetros. A maior fatia destes custos vai ser gasta com pneus e material de desgaste, o primeiro com 2.371,87 euros (já inclui mais alinhamento de direção e calibragem), o segundo com um valor de 2.748,86 euros. O Niro utiliza a medida 225/45 18 e terá de gastar 2.197 euros em borrachas, e cerca de 200 euros em válvulas, calibragens e alinhamentos. A travagem é a área
mais dispendiosa com 511,28 euros de pastilhas para a frente (4 jogos), 579,18 euros para as rodas traseiras (4 jogos), 593,40 euros para dois jogos de discos de travão para a frente e 226,40 euros para um jogo para trás. Não esquecer os 108 euros para líquido de travagem. A carga do ar condicionado (100 euros) e um kit de embraiagem (452 euros) são as outras despesas mais fortes. As revisões fecham o pódio das intervenções mais caras com 757,07 euros em 48 meses. A mão de obra reclama parte de leão deste valor com 306,18 euros, seguindo-se o lubrificante (cada muda são 3,3 litros a 19,21 euros/litro) com 352,40 euros e os filtros (pólen, 26,21 euros euros, ar, 22,08 euros e combustível, 69,92 euros). Terá de ser contabilizado, também, uma Inspeção Periódica Obrigatória (IPO) que custa 27 euros e o ajuste da inflação que chega aos 684,96 euros. Já o IUC do Niro custa 134,98 euros/ano. O Kia Niro faz revisões a cada 24 meses ou 30 mil quilómetros (o que acontecer primeiro), troca o filtro de ar a cada 60 mil quilómetros, filtros de óleo e habitáculo a cada 30 mil e o de gasolina a cada 150 mil. Os discos dianteiros aguentam 60 mil quilómetros, o ar condicionado deve ser carregado a cada 100 mil e as pastilhas da frente não duram mais que 30 mil kms. Os pneus devem ser trocados a cada 40 mil quilómetros. Finalmente, dizer que o valor da mão de obra é de 37,80 euros/hora. Como sempre, a todos estes preços acresce o IVA à taxa legal de 23%. Para mais informações, contacte Luís Ribeirinho, diretor comercial da 4Fleet, através do telefone 910401216 ou do email ribeirinho@4fleet.pt. /
Caraterísticas do Veículo Potência (cv) 141 Cilindrada (cc) 1580 EuroNCap CO2 101 Tração / Transmissão Dianteira / Manual Robotizada Caixa de Velocidades 6 velocidades Carroçaria Todo-Terreno (TT Médio) Valor N.º Revisões 757,07 € Mão-de-Obra 306,18 € [8,10] Óleo 253,57 € [4] Capacidade do carter (litros) 3,30 [lts] Tipo de óleo Sintético Filtro de Óleo 48,32 € [4] Filtro de Ar 44,16 € [2] Filtro de Pólen 104,84 € [4] Filtro de Combustível - € [0] Velas - € [0] Desgaste 2.748,86 € Escovas Limpa Para Brisas Frente 147,28 € [4] Escovas Limpa Para Brisas Tras 57,82 € [2] Pastilhas Frente 511,28 € [4] Pastilhas Tras 579,18 € [3] Discos Frente 593,40 € [2] Discos Tras 226,40 € [1] Liquido de Travão 108,48 € [4] Correia Distribuição - € [0] Embraiagem 425,02 € [1] Carga Ar Condicionado 100,00 € [1] Escape - € [0] Bateria - € [0] Amortecedor Frente - € [0] Amortecedor Tras - € [0] Bomba Agua - € [0] Filtro Particulas - € [0] Tarefas Extra - € Avarias - € Eléctricas - € Total - € Pneus 2.371,87 € Pneus Frente 225/45R18V Pneus Trás 225/45R18V Pneus 2.197,37 € [10] Alinhamento de Direcção 60,00 € [3] Equilibragem 85,20 € [10] Válvula 29,30 € [10] Outros 711,96 € IPO 27,00 € Inflação 684,96 € Ajustes - € Custos de Manutenção Total 6.589,76 € /100 kms 5,49 € Consumo misto 4,40 lts / 100 kms IUC 131,40 € * Indica percentagem proteção adultos/proteção crianças/ proteção peões/sistemas de segurança ativa ** Número de vezes peça é substituida Valores sem IVA
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NOTÍCIAS
PNEUS PIRELLI
COM NOVA ESTRUTURA EM 2018
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o seguimento da aquisição da Pirelli pelo consórcio liderado pela ChemChina em 2015, a casa de Milão conheceu dois anos algo atribulados. Em 2016 foi feito o trabalho legal e de integração, o ano de 2017 foi passado a implementar uma estratégia de crescimento e de compromisso para o futuro. Nos últimos doze meses foi concretizada a separação do negócio industrial (incluindo os pneus industriais, camião, máquinas e máquinas agrícolas) que passou a ser a Prometeon Tyre Group do comercial que manteve-se debaixo do nome Pirelli. No final do ano, surgiram notícias que o principal acionista da Pirelli - a Marco Polo International – aumentou o seu peso no capital da empresa, utilizando para isso uma espécie de ação preferencial ou golden share. Em setembro, a Marco Polo tinha feito um “roadshow” pelos acionistas e o Finantial Times refere que foi um sucesso entre os detentores de ações da marca italiana. Naturalmente que a ChemChina viu com bons olhos uma venda rápida com lucro fácil. Esta OPA da Marco Polo rendeu aos cofres da Pirelli qualquer coisa como 2,6 mil milhões de euros em dinheiro. Uma taxa de retorno de cerca de 25%. Os resultados financeiros da Pirelli são robustos e nos primeiros nove meses de 2017, teve um aumento de 9% no volume de negócio que chegou aos 4.04 mil milhões de euros. O EBIT cresceu 9,7% para 681,2 milhões de euros e o lucro depois de despesas e impostos é de 198,9 milhões de euros. Contas feitas, a Pirelli estima que 2017 tenha fechado com um aumento de 9% no volume de negócios para um total de 5,4 mil milhões de euros e um lucro antes de impostos e encargos de 930 milhões de euros. /
KIM JONG-HO É O NOVO CEO DA KUMHO TIRE Já tinha desempenhado o papel de presidente e CEO da companhia de pneus coreana, regressa aos cargos, depois de uma reunião extraordinária dos acionista da Kumho Tire. O mandato será de três anos. Kim Jong-ho esteve como presidente da empresa entre abril de 2009 e janeiro
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de 2012, altura em que se retirou. Está de regresso por vontade dos acionistas depois do colapso, em setembro, depois de fracassadas as negociações com os chineses da Qingdao Doublestar Tire para a aquisição, por parte destes, de 42,01 por cento das ações da Kumho Tire na posse dos credores. Fracassada essa venda, o pacote de ações que totaliza mais de 40% do capital da empresa, está no mercado. Refira-se que a Kumho Tire registou, nos primeiros nove meses de 2017, perdas perto dos 50 milhões de euros, um aumento de 9,1% nas perdas face a igual período de 2016.
DUNLOP COM TECNOLOGIA “NOISE SHIELD” Depois da presença nos pneus de verão, a tecnologia Noise Shield da Dunlop chega aos pneus de inverno. Segundo a Dunlop, esta tecnologia reduz em 50% os níveis de ruído dentro do automóvel, seja em que superfície for. E, reclama a casa japonesa, que a condução, quilometragem, velocidade ou consumo de combustível sejam afetados. Como se sabe, o maior ruído provocado pelos pneus reside na ressonância que o ar faz na concavidade oca do pneus, provocada
pela vibração do ar no seu interior. A Dunlop, como outros fabricantes, utiliza uma avançada capa de espuma que amortece essa ressonância até 11 dB. No total são 27 medidas disponibilizadas em jantes de 17 a 21 nas gamas Sport Maxx, SP Sport Maxx e SP Quattro Max e nos Winter Sport e SP Winter Sport 4D.
HANKOOK
INICIATIVA “TUNE IT! SAFE!”
O
construtor de pneus coreano abraçou, patrocinando e estando envolvida, a iniciativa “Tune It! Safe!” criada pelo Departamento Federal do Transporte da Alemanha em conjunto com a Associação Alemã de Tuning (VDAT) em 2005. O objetivo é permitir que a personalização dos veículos seja feita tendo em atenção a segurança e que sejam usados os pneus certos para as alterações feitas. A Hankook e a iniciativa “Tune It! Safe!” voltaram a estar presentes no Essen Motor Show, no passado dia 1 de dezembro, onde a casa coreana exibiu um VW Golf R da Polícia equipado com pneus Hankook Ventus S1 evo. Anteriormente, a Hankook tinha usado um Corvette Stingray (2016) e um Ford Mustang (2017), regressando, agora, à Volkswagen depois de ter usado um Scirocco em 2009 para fazer o seu carro da Polícia. A escolha foi óbvia já que o Golf GTI, GTD e R são populares entre a comunidade Tuning, o mesmo sucedendo aos pneus Ventus S1 evo que, nesta caso, surgiram na media 235/30 ZR 20. A Hankook está ligada ao “Tune It! Safe!” como patrocinador desde a primeira hora e para 2018, a campanha manterá o lema da segurança para 2018, agora que está no 13º ano de vida. O Golf R não é o único carro a usar os pneus da Hankook, há mais modelos da marca alemã e de marcas como a Audi, BMW, Mercedes e Porsche, a utilizar o topo de gama da marca coreana.
GOODYEAR
GAMA SOUNDCOMFORT
O GOODYEAR VECTOR VENCE TESTE AUTOBILD O teste de pneus “All Season” levado a cabo pela Auto Bild, apurou como vencedor o pneu Goodyear Vector 4Seasons Gen-2.Para a revista, o pneu para todas as estações da Goodyear mostrou oferecer melhor performance especialmente com chuva e neve.
s novos pneus de inverno da Goodyear prometem diminuir o ruído graças á utilização da tecnologia “SoundComfort”. Depois de ter sido aplicada nos pneus de verão, chegado o “General Inverno”, a Goodyear coloca á disposição a tecnologia que permite uma viagem mais silenciosa e tranquila nos pisos molhados, enregelados ou com neve. Uma situação não muito comum em Portugal, mas que se coloca em algumas regiões montanhosas. São muitos os fatores que geram ruído no interior do automóvel: o vento, a velocidade de circulação, as condições da estrada, o ruído do motor e, naturalmente, os próprios pneus. Para diminuir o ruído no interior do veículo, os pneus podem contribuir de modo eficaz face a outros elementos de engenharia, como o sistema de suspensão. Uma das principais fontes sonoras dos pneus é a ressonância do ar na cavidade oca do pneu, produzida pela vibração do ar no interior do próprio pneu, e transmitida à estrutura do veículo. A tecnologia SoundComfort da Goodyear foi expressamente concebida para reduzir esse fenómeno, pois incluiu espuma de poliuretano de célula aberta na superfície interna do pneu. Esta capa reduz as vibrações do ar, criando em ambiente mais silencioso dentro do veículo. Sem comprometer o rendimento da condução, a tecnologia SoundComfort faz com que o interior do veículo seja 50% mais silencioso por comparação com pneus normais. A espuma é bastante leve para evitar influir na quilometragem, na resistência ao rolamento ou na capacidade de velocidade. Estão disponíveis, em pneus de Verão e de Inverno, dezenas de medidas nas diversas gamas como os Eagle F1 Asymmetric, Efficient Grip, UltraGrip Performace, Efficient Grip performance, Efficient Grip SUV.
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OPINIÃO
JURÍDICO
QUEDA DE TRONCOS OU ÁRVORES
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e quem é a responsabilidade quando a queda de um tronco de uma árvore provoca estragos no automóvel.
Com as condições meteorológicas muito adversas que se verificarem no início de Dezembro voltámos a ver nos noticiários inúmeras reportagens de carros destruídos ou danificados em consequência da queda violenta de árvores ou de troncos. O que devemos fazer nessa circunstância? Quem pode ser responsabilizado? O que fazer numa situação destas? Verificando-se um acidente com a queda de uma árvore ou de um tronco que provoque danos num automóvel, é aconselhável, sempre que possível, que documente o sinistro com fotografias que retratem a localização do carro, os danos que o mesmo sofreu, se o tronco ou árvore ainda estiverem tombados sobre o carro deve fotografar também. Deve ainda ter o cuidado de fotografar a árvore de onde caiu o ramo e, especialmente, se aquela apresenta sinais claros de perigo eminente, como sejam troncos demasiado compridos e não tratados. É importante também registar sempre que a árvore em causa apresente sinais de doença que pudessem fazer antever que um tronco pudesse cair. Além das fotos, deverá chamar a polícia ao local para levantar o auto do sinistro onde fiquem registados dados importantes como a hora a que se verificou, as condições climatéricas que se faziam sentir na altura, o estado de conservação da árvore, os danos produzidos pela queda do tronco e, sempre que possível, identificando o proprietário da árvore ou mencionando que a mesma se encontrava em arruamento ou local público. Quanto à responsabilidade, aplica-se a regra geral da responsabilidade segundo a qual o proprietário de uma coisa (neste caso, uma árvore) com o dever de a vigiar, responde pelos danos que a coisa causar, salvo se provar que nenhuma culpa houve da sua parte ou que os danos se teriam igualmente produzido
MIGUEL RAMOS ASCENÇÃO ADVOGADO
ainda que não houvesse culpa sua. Ou seja, quem tem a propriedade de uma árvore (ou de um muro ou de qualquer outra coisa susceptível de poder gerar dano a terceiro), é responsável pelos danos que a mesma produza quando se demonstre que não foi diligente na sua conservação. Assim, há que aferir se, em circunstância normais, e agindo com diligência poderia ou não ter antecipado a ocorrência do sinistro e se, dessa forma, teria ou não evitado o sinistro e os danos que dele decorrem. Resumindo, compete aos proprietários das árvores zelar para que as mesmas, em condições normais, não representem um perigo para pessoas e bens, já que são estes que serão responsabilizados pelos danos que aquelas possam provocar. A mesma obrigação têm as entidades públicas a quem compete fazer a gestão e tratamento de árvores, devendo podá-las a tempo e horas garantindo que as mesmas não representam perigo para pessoas e bens. No entanto, em ambos os casos (particulares e entidades públicas), essa responsabilidade pode ser excluída quando se verifiquem condições atmosféricas adversas já que, nessa circunstância, os ventos e chuvas com se façam sentir com uma intensidade anormalmente alta podem provocar quedas totais ou parciais de árvores que não são fáceis de prever ou antecipar mesmo a quem seja diligente na monitorização da árvore geradora do dano. Embora nem sempre seja fácil fazer um município assumir a sua responsabilidade nestes casos, a verdade é que verificando-se o acidente com uma árvore plantada em local público sobre “administração” camarária, deve esta assumir a responsabilidades pelos danos que a sua queda (total ou parcial) possa provocar em pessoas e ou veículos.
Todos os meses abordaremos neste espaço assuntos de natureza jurídica que julgamos relevantes para a atividade da reparação e manutenção. Se tiver dúvidas ou situações específicas, por favor envie-nos um email para: oficina@turbo.pt indicando que se trata de um pedido de esclarecimento de natureza jurídica. O autor desta crónica escreve de acordo com a antiga grafia.
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