Turbo Oficina 071

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#71

ABRIL

2018 PHILIPPE GUYOT

DIRETOR-EXECUTIVO DA NEXUS INTERNATIONAL

“NEXUS IBÉRICA PARA QUANTO ANTES!”

profissional

“AFTERMARKET” DAS PEÇAS ASIÁTICAS

NOVOS DESAFIOS MERCADO EM EVOLUÇÃO ALTERAÇÕES E AMEAÇAS RETRATO DO SETOR FEITO PELOS SEUS “PLAYERS”

O QUE VAI ENCONTRAR

PERSPETIVA Magneti Marelli quer expandir rede de oficinas Checkstar em Portugal

ESPECIALISTA Create Business alarga distribuição a Espanha para ganhar dimensão

TÉCNICA Que segurança para os futuros automóveis autónomos?



SUMÁRIO

#71

ABRIL 2018 ESTA EDIÇÃO É OFERECIDA PELOS NOSSOS ANUNCIANTES CHAMPION VERSO DE CAPA JAPANPARTS PÁG.5 TRW PÁG.11 ALPINE PÁG.13 VALEO PÁG.15 AUTOZITÂNIA PÁG.17 PETRONAS PÁG.23 INTERESCAPE PÁG.29 CENTRO ZARAGOZA PÁG.31 NIPOCAR PÁG.35 EXEDY PÁG.37 KRAUTLI PÁG.39 VALEO PÁG. 41 STANDOX PÁG.43 BORG PÁG.47 EXPOMECÂNICA PÁG.49 CARF PÁG.53 CESVIMAP VERSO CONTRACAPA EURO REPAR CONTRACAPA MARCAS NESTA EDIÇÃO ACAP 26 ALECARPEÇAS 32 ALFA ROMEO 40, 43 ALIBABA 13 ALPINE 15 AMAZON 9, 13 ANECRA 26 ARAN 26 ASER 6 ASHIKA 41 ASTON MARTIN 43 ATP 8 AUDI 42, 43 AUTOZITÂNIA 34 BENTLEY 43 BILSTEIN GROUP 34 BLUE PRINT 34 BMW 40, 43 BOSCH 13, 14 BRAGALIS 12 BREMBO 18 CONTINENTAL 13 CREATE 46 DELPHI 6 DENSO 40 DISTRIGO 8 EUROGARAGE 6 EVOLUTION 27 EXPOMECÂNICA 15, 25 FERRARI 40, 43 FIAT 17, 20, 40 GEELY 36 GENUINE PARTS 10 GLASURIT 42 GOODYEAR DUNLOP 13, 17 GROUP AUTO INTERNATIONAL 7 HELLA 42 HEROELÉCTRICA 17 HONDA 40, 66 HYUNDAI 32 IAM 9 ISTOBAL 41 JAGUAR LAND ROVER 40, 42, 43 JAPANPARTS 34, 41 JAPKO 41 JAPOPEÇAS 31 KIA 32 KIKAI EVENTOS 25 KRAUTLI 12, 32 LAMBORGHINI 43 LAURENT 8 LEASEPLAN 50 LKQ 10 LUBRIGRUPO 15 LYNK & CO 36 MAGNETI MARELLI 20 MASERATI 43 MAZDA 42 MCLAREN 43 MERCEDES-BENZ 43, 66 MILLERS OILS 42 NEXUS 6 NIPOCAR 32 NISSAN 16 OPEL 40, 66 PAGANI 43 PETRONAS 40 PIRELLI 43 PITTERI VIOLINI 8 PORSCHE 43 RENAULT 8 SERCA 6 SOULIMA 12 SPEEDY 9 SPIES HECKER 42 SUZUKI 40 TESLA 66 TOP TRUCK 6 TOYOTA 16, 40, 66 URVI 6 VOLKSWAGEN 50 VOLVO 36 VULCO 17

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DOSSIÊ Peças asiáticas

ESPECIALISTA Pedro Proença Diretor Vendas e Marketing Create Business

DESTAQUE

06 Nexus

NOTÍCIAS

14 Ecall da Bosch 40 Novidades Petronas PERSPETIVA

18 Brembo 20 Magneti Marelli

DOSSIÊ

28 PME

RAIO X

50 Volkswagen Caddy 1.4 TGI 52 Barómetro OPINIÃO

44 Base de dados REPARAÇÃO

ANTEVISÃO

24 expoMecânica 2018

56 Poupança na oficina 60 Ajudas à condução TÉCNICA

64 Baterias ABRIL 2018 TURBO OFICINA

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EDITORIAL

PROPRIEDADE E EDITORA TERRA DE LETRAS COMUNICAÇÃO UNIPESSOAL LDA NPC508735246 CAPITAL SOCIAL 10 000 € CRC CASCAIS

MASSAGEM À AUTOESTIMA

H

“Os portugueses são os alemães da Península Ibérica! Organizados e cumprem sempre a sua palavra, impressionante, tomara que os espanhóis fossem todos assim”. Assim mesmo, sem tirar nem pôr!

á uma coisa muito nossa, muito portuguesa, por vezes engraçada, noutras sem piadinha nenhuma… É aquela certeza interior que temos de que sabemos fazer bem feito, mas tantas vezes estragada – e aqui perdoe-se a generalização, sempre tão perigosa – pelo raio da mesquinhez que nos faz invejar o sucesso alheio e pôr tantos defeitos, só pelo despeito de não termos sido nós a fazê-lo. O resultado, em geral, é uma dúvida permanente sobre se seremos ou não capazes, um problema de autoestima que nos tolhe os movimentos para sonharmos grande e fazermos… ainda maior. Aí, nada como sairmos da nossa “bolha” e percebermos como os outros olham para nós. Às vezes temos até surpresas! Em Madrid, num evento que contava com inúmeros representantes de empresas do “aftermarket” e de oficinas – para atribuição do prémio da oficina inovadora à EVolution, caso de “atrevimento” em pensar muito à frente –, não só percebemos a elevadíssima conta em que “nuestros hermanos” têm as empresas nacionais, como a forma interessada como encaram a sua entrada no mercado espanhol, como é o caso da Create Business, de que falamos nesta edição. Às tantas, o responsável de vendas de uma dessas grandes empresas, com vários clientes em Portugal, deixou-me boquiaberto: “Os portugueses são os alemães da Península Ibérica! Organizados e cumprem sempre a sua palavra, impressionante, tomara que os espanhóis fossem todos assim”. Assim mesmo, sem tirar nem pôr! Ainda retorqui um “bem, é como em todos os lados, há de tudo…”, mas logo fui arrumado com um exemplo concreto: “Em plena crise tive um cliente português que estava em grandes dificuldades e, antes de lhe propor algo, já ele me apresentava um plano de pagamentos que cumpriu com todo o rigor! São assim, não esperam que façam por eles, apresentam logo a solução, os portugueses são fantásticos!”. Cá entre nós, sabemos que, de facto, há de tudo… Mas termos a consciência de que a nossa imagem aqui ao lado, na vizinha Espanha, entre decisores de grandes empresas do “aftermarket” – porque não foi só um a elogiar! – é tão positiva deve servir de massagem à autoestima para deixarmos de olhar de soslaio para o que o concorrente está a fazer e avançarmos nós mesmos em busca dos nossos sonhos. De preferência os maiores!

SÉRGIO VEIGA EDITOR CHEFE

SEDE, REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO AV. DAS OLAIAS, 19 A RINCHOA 2635-542 MEM MARTINS TELEFONES 211 919 875/6/7/8 FAX 211 919 874 E-MAIL oficina@turbo.pt DIRETOR JÚLIO SANTOS juliosantos@turbo.pt EDITOR CHEFE SÉRGIO VEIGA sergioveiga@turbo.pt REDAÇÃO CARLOS MOURA PEDRO carlosmoura@turbo.pt ANTÓNIO AMORIM antonioamorim@turbo.pt MIGUEL GOMES miguelgomes@turbo.pt RICARDO MACHADO ricardomachado@turbo.pt RESPONSÁVEL TÉCNICO MARCO ANTÓNIO marcoantonio@turbo.pt COORDENADOR COMERCIAL GONÇALO ROSA goncalorosa@turbo.pt COORDENADOR DE ARTE E INFOGRAFIA JORGE CORTES jorgecortes@turbo.pt PAGINAÇÃO LÍGIA PINTO ligiapinto@turbo.pt FOTOGRAFIA JOSÉ BISPO josebispo@turbo.pt SECRETARIADO DE REDAÇÃO SUZY MARTINS suzymartins@turbo.pt COLABORADORES FERNANDO CARVALHO MIGUEL ASCENSÃO PARCERIAS CENTRO ZARAGOZA CESVIMAP 4FLEET IMPRESSÃO JORGE FERNANDES, LDA RUA QUINTA CONDE DE MASCARENHAS, 9 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA DISTRIBUIÇÃO VASP-MLP, MEDIA LOGISTICS PARK, QUINTA DO GRANJAL-VENDA SECA 2739-511 AGUALVA CACÉM TEL. 214 337 000 contactcenter@vasp.pt GESTÃO DE ASSINATURAS VASP PREMIUM, TEL. 214 337 036, FAX 214 326 009, assinaturas@vasp.pt TIRAGEM 10 000 EXEMPLARES REGISTO NA ERC COM O N.º 126 195 DEPÓSITO LEGAL N.º 342282/12 ISSN N.º 2182-5777 INTERDITA A REPRODUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL, DE TEXTOS, FOTOGRAFIAS OU ILUSTRAÇÕES SOB QUAISQUER MEIOS E PARA QUAISQUER FINS, INCLUSIVE COMERCIAIS

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DESTAQUE

NEXUS

PHILIPPE GUYOT, DIRETOR-EXECUTIVO DA NEXUS INTERNATIONAL

“NEXUS IBÉRICA É PROJETO DE FUTURO E PARA QUANTO ANTES" A história parece ter o seu quê de incrível, tal a dimensão atingida em tão curto espaço de tempo! O grupo Nexus Automotive International tem apenas quatro anos mas é já um gigante global do "aftermarket" pela forma como satisfaz as necessidas de parceiros e fornecedores. Um dos seus fundadores e diretor executivo, Philippe Guyot, explicou-nos os segredos do sucesso da Nexus e a previsível criação de uma Nexus Ibérica TEXTO JUANJO CORTEZÓN E MIGUEL ÁNGEL JIMENO

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hilippe Guyot conta com um amplo conhecimento global do mercado, visto que no seu currículo consta o facto de ter sido vice-presidente para a EMEA na Delphi ou encarregue pelo desenvolvimento da EuroGarage e TopTruck e responsável pelas relações com os fornecedores como diretor-geral na Groupauto Internacional, entre muitas outras responsabilidades. Depois disso, e juntamente com outros sócios, decidiu criar a Nexus International, com uma vocação global, mas pragmática: adaptada às realidades do mercado. Um grupo que fosse capaz de oferecer um amplo leque de soluções tanto a parceiros como a fornecedores. Na sede da Nexus, em Genebra, encontrámo-nos com Guyot para falar acerca das diferentes movimentações que estão a ocorrer na distribuição europeia e para conhecermos a sua perspetiva de especialista sobre como evoluirá o mercado. Numa entrevista diferente em que, perante um excelente conversador, apenas tivemos de lançar tópicos de conversa… Mercado espanhol. Para a Nexus, o mercado espanhol é um mercado importante, e temos de ter uma presença eficaz e que faça sentido. Por isso, trabalhamos em equipa com Lluis Tarrés para dar sentido à evolução do mercado, porque é uma evolução na qual a Espanha tem

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de participar. Para nós, a Serca, a Urvi e a Aser são três componentes do grupo, três componentes que dão sentido ao futuro grupo Nexus Ibérica. Porque os três grupos são diferentes, com uma história e cultura diferentes, mas avançam juntos. A Nexus Ibérica é um projeto de futuro, que representa a evolução lógica para o mercado espanhol e português. Agora são três grupos que trabalham cada vez mais juntos. Os parceiros de cada grupo já estão preparados para resistir à concorrência que chegará ao mercado ibérico. Nexus Ibérica, quando? Apenas Lluis Tarrés, José Luis Bravo e Alfonso Castellanos sabem quando poderá ocorrer esta mudança para a Nexus Ibérica. Acreditamos que quanto antes, melhor. Mas temos de respeitar os interesses individuais dos parceiros de cada um dos grupos. Os parceiros têm de perceber que é o que lhes convém e o Luis, o José Luis e o Alfonso devem explicá-lo. Aqui, o interesse da Nexus Internacional não conta. O importante é a filosofia, que os empreendedores, os parceiros, entendam que o caminho passa por aí. Um grupo pragmático. Um aspeto fundamental dentro da Nexus é que somos pragmáticos, adaptamo-nos a cada mercado sem ideias pré-concebidas. Vemos o que é necessário em cada mercado. Não entramos no mercado de uma forma monolítica, tratando de impor um modo de atuação. Cada mercado é diferente. E antes


de dizer a alguém de um grupo o que tem que fazer, o que fazemos é trabalhar juntos, ouvir o que necessita o parceiro da Nexus. Porque o parceiro espanhol não necessita das mesmas coisas que o de França, de Itália ou dos Estados Unidos. Passamos tempo a trabalhar junto deles. E agora entramos numa fase em que existe confiança entre a Serca, a Aser, a Urvi e a Nexus International, uma fase na qual podemos trabalhar juntos para falar do futuro. Globalização. Eu venho da Groupauto International e da Delphi. Juntamente com outros fundadores da Nexus temos uma visão global do mercado. E sabemos que o negócio, desde há anos, é mundial. E a globalização é cada vez mais rápida. Mas globalização, não significa uniformidade. Significa uma relação a nível mundial entre mercados que não têm nada a ver uns com os outros. A Nexus entra em cada mercado com um portefólio de servi-

“A NEXUS IBÉRICA É UM PROJETO DE FUTURO, QUE REPRESENTA A EVOLUÇÃO LÓGICA PARA O MERCADO ESPANHOL E PORTUGUÊS. AGORA SÃO TRÊS GRUPOS QUE TRABALHAM CADA VEZ MAIS JUNTOS. OS SÓCIOS DE CADA GRUPO JÁ ESTÃO PREPARADOS PARA RESISTIR À CONCORRÊNCIA QUE CHEGARÁ AO MERCADO IBÉRICO”

ços e, dependendo do que necessita cada parceiro e cada país, oferecemos-lhes os serviços adequados. Perguntamos o que necessitam e dizemos-lhes o que lhes podemos oferecer. Logística. A única diferença na questão da logística no Reino Unido, Espanha ou Itália é o idioma. Quando falamos com uma oficina em Londres, o distribuidor também lhe faz entregas quatro vezes por dia, tal como em Espanha. Se o distribuidor não pode fornecer quatro vezes por dia, existe um problema. E segundo a geografia do país, terá de ter mais ou menos armazéns no território para fornecer rapidamente. Temos de adaptar as soluções à geografia do país. Em Itália, por exemplo, apenas existem distribuidores com logística nacional. Mercado atomizado. O mercado automóvel é um dos mais fragmentados da economia. Constatamos que os setores da alimentação,

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DESTAQUE

NEXUS

têxtil ou da eletrónica estão menos fragmentados, tanto na distribuição como no que respeita a fornecedores. Porque os fornecedores também se estão a concentrar. E na Nexus podemos dizer aos nossos parceiros a nível global que existe concentração, mas que temos soluções e, além disso, eles podem partilhar experiências com parceiros de todo o Mundo. Não se trata de identificar o problema, mas sim de encontrar a solução. E é aí que a Nexus marca a diferença. Um exemplo: todos falam de telemática, de projetos de telemática. Mas não falam de logística, de formação... A Nexus é muito pragmática. Juntámos uma vintena de parceiros a nível mundial, com um volume de negócio de 16.000 milhões de euros e presença homogénea mundial. Nenhum parceiro controla o grupo; o grupo é controlado pelo Conselho de Administração e pela direção da Nexus. Desenvolvemos planos de formação para os parceiros, para as oficinas, formação online (mais de 600 cursos). Desenvolvemos uma plataforma marketplace digital, um projeto de financiamento e de apoio financeiro mundial dos parceiros... Há muitas coisas que desenvolvemos, esta é a nossa diferença. Propriedade da Nexus. A Nexus é propriedade dos sócios, não existe qualquer parceiro financeiro. Os sócios são proprietários do grupo, segundo o seu volume de negócio, com um máximo de 10%. Nenhum sócio pode ter mais de 10%. Assim mantemos a homogeneidade na direção da Nexus, onde existe uma presença global completa e eficaz. As marcas e a entrada no mercado multimarcas. A Nexus foi criada com o apoio dos fornecedores, não em oposição aos fornecedores. Não lutamos contra os fornecedores. Mas também não significa que aceitemos tudo. Quando a Renault adquiriu a Pitteri Violini em Itália, o mercado caiu-nos em cima. Nós pedimos tempo para falar com a Renault, estudar a sua estratégia e decidir se a Pitteri Violini continuava ou não na Nexus. Após falarmos com a Renault, vimos que não havia razão para excluir a Pitteri Violini do grupo. E depois viu-se que isso também se passou noutros grupos, como a compra da Laurent pela Renault na ATR. Vou regularmente a congressos de parceiros. Num congresso em França, num encontro com fornecedores, vi que muitos deles já estabeleceram acordos com plataformas de marcas, como a Distrigo. E após estabelecerem os referidos acordos, alguns necessitam de plataformas logísticas que apoiem essa distribuição, pelo que nos questionaram se estávamos interessados. A minha resposta

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“ACREDITAMOS PROFUNDAMENTE QUE, A NÍVEL INTERNACIONAL, REGIONAL E LOCAL, UM GRUPO TEM DE OFERECER VALOR ACRESCENTADO AOS PARCEIROS E FORNECEDORES. CASO SE BASEIE APENAS NAS COMPRAS, ESSE GRUPO VAI TER DIFICULDADES. NO PASSADO FOI SUFICIENTE, MAS AGORA JÁ NÃO É” é sim, pode ser interessante. Há alguns meses atacavam-nos, e hoje vão-nos oferecendo negócio, argumentando que é a evolução do mercado. Ações similares irão ocorrer noutros países, seguramente. Centros auto e fast fit, também na Nexus. Quando decidimos criar a Nexus, a ideia foi fazer algo novo, algo moderno, algo em linha com a evolução do mercado. O negócio é mundial. Há cinco anos, os grupos estavam circunscritos à Europa. Não estavam em África, apesar da proximidade e do idioma similar. Alguns também estavam presentes na América do Sul. E nós pensamos na Nexus como um projeto global: Europa, Médio Oriente, África, China, Estados Unidos... Uma presença mundial, mas com os pés no solo de cada território. Também vimos que já não existem barreiras entre marcas e multimarcas, entre OES e IAM. E, além disso, o IAM não é apenas a distribuição multimarcas para ligeiros, mas também para veículos industriais. E que também fazem parte do mercado dos centros auto. Dos serviços rápidos e das plataformas de venda por internet. Pelo que, se falamos de mercado independente, têm de estar presentes. Em França, a rede Speedy é parceira da Nexus. A ATP, na Alemanha, é um site na Internet e trabalhamos juntos com diversos parceiros da Nexus para fornecer produtos à ATP. A ameaça da Amazon. Há uma evolução forte do mercado, agora com relações B2B, B2C, B2B2C… Os intervenientes do mercado independente têm de se preparar para esta nova situação. Futuramente, a Amazon poderá representar uma oportunidade e não uma ameaça… A Nexus estimula a concentração entre os seus parceiros? Não queremos promover a concentração entre os nossos parceiros distribuidores; mas temos de disponibilizar uma alternativa a parceiros que queiram ou devam vender a respetiva empresa. Alguns parceiros saíram da Nexus porque foram comprados (por exemplo, a BCC na Bélgica, foi comprada pela Sator, que é uma das empresas da LKQ), e nes-

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DESTAQUE

NEXUS

criámos a NexusAcademy, que é um programa de formação comercial e técnica por distribuidores a nível mundial. Temos toda uma lista de serviços que desenvolvemos para os parceiros e com os parceiros.

se sentido temos de oferecer uma alternativa credível e eficaz a parceiros que pretendam vender a respetiva empresa. A consolidação financeira modifica o mercado do aftermarket, mas o aftermarket precisa sempre de líderes nacionais que a Nexus prepara para o futuro. O papel dos grupos perante os grandes distribuidores internacionais. Estes grandes distribuidores internacionais têm de se organizar urgentemente: têm de oferecer um valor acrescentado em relação aos fornecedores, como fazem os grupos. A LKQ ou a Genuine Parts têm muita força, muito volume, grande capacidade de compra, mais que muitos grupos. O interesse destes grandes distribuidores em permanecer num grupo é pelos serviços que estes grupos desenvolvem para os seus parceiros. Acreditamos profundamente que, a nível internacional, regional e local, um grupo tem de oferecer valor acrescentado aos parceiros e fornecedores. Caso se baseie apenas nas compras, esse grupo vai ter dificuldades. No passado foi suficiente, mas agora já não é. Valores acrescentados da Nexus. A Nexus é um grupo jovem, que tem 4 anos de existência, mas temos uma rede de oficinas para automóveis (Nexus Auto), uma rede para camiões (Nexus Truck), temos uma presença internacional em distribuidores de automóveis e veículos industriais, plataformas de internet, centros auto e serviços rápidos... Temos uma plataforma, Connect!, que é intranet entre parceiros. Temos uma comunicação muito importante com todos os parceiros a nível mundial para desenvolver serviços. Essa é a diferença. Podemos dizer aos fornecedores mais importantes do Mundo que vamos aju-

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dá-los a desenvolver o respetivo negócio em países onde não estão presentes. Se a relação com eles se basear apenas em colocar valores de compra no papel, não vai funcionar. Desenvolvemos vários planos de formação, não somente para as oficinas (600 módulos de webinars em 33 idiomas), mas também para o pessoal dos nossos distribuidores, por exemplo, para melhorar a estrutura das compras. E

“PODEMOS DIZER AOS MAIORES FORNECEDORES QUE OS AJUDAMOS A DESENVOLVER O NEGÓCIO EM PAÍSES ONDE NÃO ESTÃO PRESENTES. SE A RELAÇÃO SE BASEAR APENAS EM COLOCAR VALORES DE COMPRA NO PAPEL, NÃO FUNCIONA..."

Relação com grandes clientes (seguradoras, renting, etc.). Desenvolvemos telemáticas... não é algo novo, porque toda a gente tem. Tal como os outros grupos, temos um projeto telemático: o nosso parceiro indiano desenvolveu há três anos uma ferramenta telemática que funciona. Tem um dongle que se liga ao automóvel e quando este passa à frente de uma oficina da rede, o condutor recebe uma mensagem na qual lhe é dito que foi feito um diagnóstico ao automóvel e se tem de realizar alguma operação, com promoções incluídas e a possibilidade de marcação prévia. Todos temos soluções telemáticas. O problema é adaptá-las a nível nacional. Se insistimos em desenvolver redes de oficinas sob a marca Nexus Auto ou “powered by Nexus Auto”, é porque é importante para os nossos parceiros e no futuro podemos chegar a acordo com seguradoras. Se não tivermos redes deste tipo não podemos fazer nada neste sentido. As redes de oficinas. Desenvolver redes de oficinas é importante para assegurar a relação, o volume de negócios e o futuro entre os distribuidores e as oficinas. As oficinas têm hoje tantos problemas, especialmente em Espanha, que não me parece ser o momento para revolucionar a rede que existe e mudá-la para a Nexus Auto. A evolução do mercado diz-nos que, no futuro, se passará a trabalhar maioritariamente com grandes contas. Mas agora, após a crise, em Espanha é importante estabelecer confiança junto das oficinas através das redes, prepará-las para o futuro. Num futuro próximo fará sentido associar os custos de desenvolvimento, de marketing, de formação e iniciar contactos internacionais com empresas seguradoras. Mas, atualmente, se eu disser a uma oficina que mude tudo para a Nexus Auto, ela não irá entender. De SPG a Nexus Auto. O que estamos a trabalhar com a Serca, por exemplo, é organizar uma transição fluida: a cor da fachada não é importante para mim. Entretanto, vamos integrando um “SPG powered by Nexus Auto” que respeita o bom trabalho da Serca, mas revela a relação entre a SPG e a Nexus Auto e assim poderemos negociar com empresas seguradoras. Mas volto a dizer que somos pragmáticos: não nos interessa ter a mesma imagem em 250 ou 500 oficinas por país, mas interessa-nos, isso sim, ir preparando o futuro. /



DESTAQUE

NEXUS

CARLOS SILVA KRAUTLI PORTUGAL

“PARTILHA DE BOAS PRÁTICAS É MAIS-VALIA” Os parceiros portugueses do Nexus Automotive têm beneficiado da partilha das boas práticas entre todos os membros, garante Carlos Silva, diretor de vendas e marketing da Krautli Portugal TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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ançado em fevereiro de 2014, o Nexus Automotive é um gigante mundial na distribuição de peças, que conta com 121 membros e mais de 1400 filiados em 118 países. No ano passado, alcançou um volume de negócios superior a 15,5 mil milhões de euros e consolidou a sua posição com uma rede global no mercado independente, graças aos acordos com 60

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dos principais fornecedores internacionais. O Grupo Nexus também está presente em território português através das empresas Bragalis, Krautli e Soulima, pela associação ao grupo espanhol Serca Automoción. Segundo refere Carlos Silva, diretor de vendas e marketing da Krautli Portugal, a parceria com o IDAP/Nexus permite o contacto com um dos maiores grupos de compra do aftermarket mundial, garantindo dessa forma o acesso a informação e ferramentas,

permitindo uma atualização permanente face às tendências e evolução do setor. “O crescimento do grupo Nexus tem sido exponencial e todos os membros têm contribuído para a consolidação do projeto”, refere o responsável, adiantando que a “entrada em mercados emergentes, tem sido um dos fatores diferenciadores e potenciadores do grupo Nexus”. Para o diretor de vendas e marketing da Krautli Portugal, as principais vantagens da ligação ao


Nexus Automotive e os “fatores críticos desta parceira” consistem na partilha de boas práticas entre os membros, as ferramentas de tecnologias de informação, os conceitos de oficina e planos de formação. A partilha de informação entre os membros tem “sido excelente e uma mais-valia”, uma vez que permite a difusão e divulgação das melhores práticas. “Poderemos potenciar mais esta partilha de experiências com a utilização de plataformas tecnológicas que estão a ser desenvolvidas para permitir a todos os membros uma gestão mais eficiente do seu negócio”, salienta Carlos Silva. O Grupo Nexus dispõe de uma academia de formação bastante forte e em plena atividade, que poderá ser aproveitada pela Krautli Portugal no futuro. “De momento ainda não beneficiámos dessa formação, mas é algo a que estamos atentos e disponíveis para participar, porque nos proporciona uma formação constante e adaptada ao nosso setor”, salienta o responsável. DESAFIOS PARA O SETOR O Grupo Serca e o Nexus Automotive dispõem das suas próprias redes de oficinas, à semelhança do que sucede com outros operadores internacionais, como a Bosch, a Continental ou a Goodyear/Dunlop, entre outros. A Krautli Portugal admite que está a trabalhar nessa direção. “Brevemente estaremos em condições de avançar com soluções adaptadas ao mercado nacional, debaixo da insígnia do grupo”, garante o entrevistado. Além das redes oficiais e dos distribuidores independentes têm vindo a aparecer outros grandes grupos no aftermarket, como o Alibaba ou a Amazon, que também estão a tentar entrar diretamente nas oficinas. O diretor de vendas e marketing da Krautli Portugal reconhece que a “digitalização no nosso mercado é uma realidade” e que se trata, “sem dúvida, de uma das grandes ameaças ao setor do aftermarket”, sublinhando que “todos os atores devem estar muito atentos e adaptar o seu negócio para poder entregar soluções diferenciadoras ao mercado”. O responsável entende que o setor deve recorrer à sua longa experiência e tradição no mercado para conseguir enfrentar os novos desafios. “As armas que temos são essencialmente o 'know how' que temos do mercado e a especialização nos produtos, assim como a disponibilização de soluções adaptadas às necessidades dos nossos clientes”, defende Carlos Silva. O diretor de vendas e marketing da Krautli Portugal acredita que, no futuro, vai ser determinante uma lógica de funcionamento de grupo. “Entendemos que é uma realidade no setor e que irá beneficiar todos os atores que pretendem estar presentes e com uma visão empreendedora no futuro do aftermarket”. /


NOTÍCIAS

NACIONAIS

BOSCH

ECALL RETRO COMPATÍVEL

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Bosch anunciou a disponibilização de um dispositivo de chamadas de emergência, eCall, retro compatível que pode ser instalado em todos os veículos com data de aprovação anterior a 31 de março de 2018. O dispositivo da Bosch recorre a uma ficha de 12 volts, como a do carregador de isqueiro, permitindo o seu funcionamento sem que seja necessária instalação profissional ou conhecimentos de mecânica ou eletrónica. Através de um sensor de aceleração, uma colisão ou acidente grave são detetados e, com recurso à tecnologia Bluetooth, a informação é enviada para uma aplicação no smartphone que, por sua vez, alerta as equipas de emergência através de uma chamada telefónica, nos mesmos moldes do sistema incorporado nos novos automóveis. A partir de 1 de abril, o sistema eCall passou a ser obrigatório em todos os novos automóveis

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da União Europeia. Isto significa que o assistente digital estará ligado em permanência e, em caso de acidente, solicitará automaticamente apoio. O eCall permitirá que as equipas de socorro atuem mais rapidamente e de forma mais precisa em caso de emergência. Espera-se que permita salvar mais de 2500 vidas a cada ano e reduza em 15 por cento o número de feridos com gravidade. A Bosch fornece uma extensa linha de sistemas eCall, incluindo telemática e serviços, e uma solução para que os carros antigos também possam beneficiar desta solução: o plug eCall telemático. Os vários procedimentos de segurança, após um acidente, são muitas vezes difíceis de adotar e todos os segundos contam para que as consequências não sejam ainda piores. Contudo, o estado de choque, o encarceramento ou ferimentos graves impedem muitas vezes que se consiga

pedir ajuda. O sistema eCall serve exatamente para prestar auxílio nestas situações, detetando o local específico onde ocorreu o acidente, de dia ou de noite, numa estrada deserta ou na autoestrada, e envia essa informação para os serviços de socorro. O sistema também possui um botão SOS que os ocupantes podem usar manualmente para acionar o serviço de socorro. Em qualquer caso, uma chamada áudio é efetuada entre a equipa de emergência e os sinistrados para que possam ser trocados detalhes sobre o acidente. Caso os ocupantes não respondam, a equipa desloca-se imediatamente ao local do acidente. Graças ao sistema de informação preciso, baseado nas coordenadas de GPS, a equipa sabe, inclusivamente, em que direção é que o acidente ocorreu. Este tipo de funcionalidades poupa tempo, uma vez que não há necessidade de se fazer uma inversão de marcha./


ALPINE

NOVOS AUTORRÁDIOS DE CHASSIS 1DIN

A

Alpine iniciou a comercialização de uma nova gama de autorrádios de chassis 1DIN que adota as mais recentes tecnologias, oferecendo soluções atualizadas para todos os tipos de proprietários de veículos. As novas unidades de chassis 1DIN dispõem de funcionalidades para se ajustarem aos diferentes perfis de utilizador. A gama inclui aparelhos com ou sem leitor de CD, com ou sem módulo Bluetooth integrado. Todos os equipamentos estão dotados com sensor de infravermelhos, controlo de comandos no volante, entrada USB no painel, reprodução de ficheiros Flac (sem perda de qualidade graças a este codec áudio). Os novos aparelhos cumprem igualmente a norma Android Open Acessory 2.0, que veio ultrapassar alguns problemas apresentados por dispositivos compatíveis com Android, mas que só eram capazes de funcionar como dispositivo USB, não con-

seguindo iniciar ligações com dispositivos USB externos. A nova funcionalidade permite a ligação de um dispositivo Android para acesso e reprodução de todos os ficheiros de áudio armazenados no telefone/smartphone. A porta USB da unidade Alpine foi concebida para ser ligada a dispositivos Android. Ao detetar que o dispositivo conectado é um Android, a unidade tem acesso ao conteúdo aí alojado, proporcionando-lhe por sua vez uma intensidade (entre 500mA-1A) para carregar o dispositivo conectado.

LUBRIGRUPO

ESTREIA NO EXPOMECÂNICA

A

Lubrigrupo vai participar pela primeira vez como expositor no expoMecânica que se realiza entre os dias 20 e 22 de abril, na Exponor. A aposta feita pela empresa este ano está relacionada com a visibilidade e crescimento que o certame que vindo a alcançar, especialmente no setor do aftermarket, além de se tratar de uma feira com uma vocação profissional. “Como representantes dos lubrificantes Mobil em Portugal, consideramos crucial marcar

presença nos maiores eventos do setor, aproveitando assim estas oportunidades para exibir a excelência dos nossos lubrificantes, apresentar as mais recentes novidades e mostrar a realidade e profissionalismo da Lubrigrupo”, refere a empresa em comunicado. O grande destaque do stand da Lubrigrupo, que estará localizado no pavilhão 4 e já é apontado como uma das principais atrações da Expomecânica, será o monolugar de Fórmula 1 da equipa Aston Martin Red Bull Racing.


NOTÍCIAS

NACIONAIS

NISSAN

PÁRA-CHOQUES PINTADOS

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Nissan lançou um programa de pára-choques pintados que é considerado um pilar importante entre as soluções de reparação da marca. Com esta solução, os reparadores beneficiam de um acesso mais rápido aos pára-choques a partir de um armazém central, assim como de uma correspondência de cores mais precisa, permitindo uma instalação mais rápida e com acabamento de fábrica em cada reparação. O programa de pára-choques pintados da Nissan foi lançado em 2015 para oferecer uma alternativa aos pára-choques dianteiros e traseiros não pintados. Até agora en-

contravam-se disponíveis em 41 cores diferentes, mas apenas para os modelos mais recentes da marca japonesa. A segunda fase deste programa passa a abranger um total de dez gamas, incluindo o crossover Qashqai, o dois volumes compacto Micra e o novo Leaf, cobrindo modelos mais antigos das principais gamas de automóveis da Nissan em circulação na Europa. Cerca de 70% de todas as colisões na Europa são provocadas por impactos de para-choques com para-choques a baixa velocidade, de que resultam apenas danos menores. Este programa garante uma substituição mais rápida dos pára-choques e permite reduzir o tempo de

imobilização do veículo de uma média de 72 horas para 24 horas. Isto permite aumentar a produtividade das oficinas e a sua capacidade em responder às necessidades de reparação de veículos de outros clientes, além de proporcionar um melhor apoio às seguradoras e às gestoras de frotas. Os pára-choques pintados são moldados por injeção na fábrica da Nissan em Sunderland, no Reino Unido. Na sua produção são utilizados recursos de energias renováveis e um processo de pintura encurtado para reduzir o consumo de materiais. A expedição é realizada com recurso a um sistema de embalamento em cartão robusto e reciclável. /

ARVAL

MELHORES OFICINAS DE COLISÃO DE 2017 DISTINGUIDAS

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Arval entregou o “Prémio Oficina de Colisão 2017” aos parceiros de negócio que se distinguiram pela forma como trabalharam com os clientes e condutores no ano passado. Segundo a gestora de frotas da BNP Paribas, a Fisacar e a Crossway Repair foram as oficinas que alcançaram as performances de qualidade transmitidas pelos condutores, confirmando o seu alinhamento com os procedimentos

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e comunicação definidos na sua estratégia. A cerimónia de entrega do “Prémio Oficina de Colisão 2017” reuniu na Arval mais de 30 responsáveis de oficinas de colisão, para onde são encaminhados os carros sinistrados e que necessitam de reparação. A reunião teve como principal objetivo partilhar com os parceiros o resultado da estratégia definida e implementada em 2017, que representou um expressivo nível de 97% de satisfação dos condutores.


VULCO

DOIS FIAT 500 ENTREGUES ÀS OFICINAS DA REDE

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o âmbito da comemoração do seu 25.º aniversário, a rede Vulco lançou uma campanha de veículos de substituição junto das oficinas aderentes que durará todo o ano. Assim, ao longo de 2018, esta rede de oficinas especializada em pneus e mecânica rápida, apoiada pela Goodyear Dunlop, irá entregar dois Fiat 500, por períodos de dois meses, a oficinas de Espanha e Portugal, que poderão utilizá-los como viaturas de cortesia para os seus clientes. Durante a Convenção Anual da Vulco, realizada este ano em Valência, as duas oficinas que venceram a prova de Team Building – Auto Gorbea (Vitória – Espanha) e Heroeléctrica (Lisboa – Portugal) – foram as primeiras a ter os veículos à sua disposição. Os Fiat 500, que irão rodar por diferentes oficinas Vulco durante o resto do ano, foram entregues pelo Diretor da Vulco, Mario Recio. O responsável adianta que a Vulco pretende oferecer o melhor serviço aos clientes que recorrem às suas oficinas. “Contar com um veículo de substituição ajudará a que a experiência do consumidor seja PUBLICIDADE

mais completa e satisfatória”, afirma, acrescentando que “esta ação representa um passo em frente na profissionalização da rede, e um valor acrescentado para o utilizador final”. Presente em dois continentes, a rede Vulco é formada por mais de 280 pontos de venda em

Espanha e Portugal, e mais de 2000 na Europa. Um rápido desenvolvimento, cimentado na sua gestão moderna, na qualidade de serviço e no seu compromisso para com o cliente, em prol de oferecer o melhor serviço e os maiores índices de satisfação.


PERSPETIVA

BREMBO

BREMBO TEM SOLUÇÃO PARA CARROS POPULARES Flexira é o nome da nova maxila de travão que a Brembo desenvolveu para automóveis com jantes de 16 e 17 polegadas. Mantém intactas a performance e resistência que caracteriza os produtos da marca TEXTO JÚLIO SANTOS

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íder mundial em sistemas de travagem e referência absoluta no equipamento de automóveis de alta performance, a Brembo apresenta agora uma maxila totalmente nova destinada a equipar automóveis com jantes de 16 polegadas. A Brembo registou no ano passado resultados líquidos próximos dos 2,5 mil milhões de euros (mais 8,2% do que no ano anterior) e consolidou a sua posição de líder no fornecimento de sistemas de travagem para automóveis desportivos e topo de gama. A operar quase a 100% no segmento “acima de 18 polegadas” a marca italiana tinha, há muito, identificado como alvo prioritário para o seu crescimento a comercialização de uma solução para automóveis com jantes de 16 e 17 polegadas. Em entrevista à Turbo Oficina, Michael Huster, diretor Executivo para os Sistemas de Travagem, diz mesmo que o desenvolvimento de uma solução para os modelos mais populares esteve no topo das prioridades da Brembo nos últimos anos”. Segundo nos explica, “o objetivo era criar um sistema compacto, com um preço competitivo e, principalmente, com as mesmas performances de referência que permitiram à Brembo a imagem de qualidade e liderança que hoje tem”. A tecnologia Flexira, garante, preenche estes três requisitos. “Sabíamos que um dos primeiros

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desafios que precisávamos resolver tinha a ver com as dimensões; o sistema no seu todo tinha de ser leve e, principalmente, compacto porque, como sabemos, nos carros mais populares o espaço que existe entre o disco e a jante é muito reduzido”. Para contornar esta dificuldade a Brembo teve de olhar para os materiais de forma ainda mais atenta. “A redução da espessura do alumínio permitia-nos resolver o problema do espaço mas criava-nos dois outros desafios: a dissipação do calor e a própria resistência do material. Duas áreas em que não admitíamos concessões; os resultados tinham de estar em linha com aqueles que são os standards da Brembo”, refere-nos Michael Huster. A solução patenteada pela Brembo e que é o “segredo” da tecnologia Flexira passou, então, pela utilização simultânea do alumínio e do aço, neste caso apenas na parte externa da maxila. “Mantendo o peso do conjunto em valores comportáveis, tendo em conta que este sistema destina-se a carros menos potentes, foi possível chegarmos aos objetivos que tínhamos definido”. Huster salienta a este respeito que os resultados de todos os testes realizados permitem concluir que a performance de travagem está de acordo com os padrões de liderança definidos pela Brembo, “o mesmo acontecendo com a dissipação de calor e com a resistência dos materiais”. O novo sistema da Brembo está, para já, disponível para pistões com 38 e 42 milímetros de diâmetro e pastilhas com 72 centímetros

FLEXIRA Michael Huster, responsável dos sistemas de travagem e Uwe Hein, diretor de Vendas da Brembo, com a maxila Flexira


quadros de superfície (11 milímetros de espessura). Ainda de acordo com os responsáveis da Brembo a combinação alumínio/aço, além de mais resistente e de ocupar menos espaço do que o ferro fundido, normalmente utilizado pelos fabricantes de sistemas de travagem para os carros mais pequenos (16 e 17 polegadas), traduz-se num importante ganho em termos de peso. Sendo este um dos focos atuais

da indústria automóvel, por aquilo que significa para o comportamento e para a redução de emissões, não admira que a solução Flexira agora revelada pela Brembo esteja a ser vista como estratégica para o futuro da Brembo. Um futuro em que a empresa mostra grande confiança, conforme sublinha Michael Huster quando o interrogamos sobre os desafios suscitados pela condução autónoma e a massificação esperada para a mobilida-

de elétrica.”Estamos muito atentos e somos parte de todas as soluções que vão estar associadas ao novo paradigma da mobilidade. Prova disso é que agora mesmo assinámos o contrato de fornecimento para o Campeonato de Formula E, o que traduz bem a reputação de que gozamos. Além disso, estou certo de que, de uma maneira ou de outra, no futuro os automóveis vão ter sempre que travar. E nós vamos estar na primeira linha da solução”. /

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PERSPETIVA

MAGNETI MARELLI

JOAN MIRÓ DEPUTY COUNTRY MANAGER SPAIN & PORTUGAL, DA DIVISÃO AFTERMARKET

QUEREMOS EXPANDIR-NOS EM PORTUGAL Colosso da indústria automóvel prestes a comemorar 100 anos, a Magneti Marelli está na linha da frente na inovação tecnológica mas também no setor do «aftermarket». Em Portugal está a destacar-se pela rede Magneti Marelli Checkstar que já vai em 65 oficinas… com assumido desejo de expansão! TEXTO SÉRGIO VEIGA

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elhas são as empresas que não evoluem, mesmo que tenham apenas meia-dúzia de anos! Portanto, quando está prestes a completar o seu primeiro centenário, a Magneti Marelli parece mais jovem que nunca, numa dinâmica de inovação tecnológica e, ao mesmo tempo, de expansão no «aftermarket» que lhe permite aspirar a… mais um século repleto de sucessos. Fundada em 1919 com capitais divididos entre a companhia Ercole Marelli e a Fiat, viria a ficar na posse desta última que comprou todas as ações em 1967. Este colosso da indústria automóvel está presente um pouco por todo o Mundo, com fábricas e centros de pesquisa e desenvolvimento, apresentando um crescimento sólido que promete festejos de arromba dentro de um ano, na celebração do seu primeiro centenário! «Claro que iremos festejar com os nossos clientes mas… peço desculpa, serão eles a descobrir o que preparámos para assinalar a data», diz-nos Joan Miró, Deputy Country Manager Spain & Portugal, da divisão Aftermarket da Magneti Marelli. Quanto ao ano transato, avança: “O ano de 2017 foi, de facto, muito positivo para a Magneti

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Marelli, com o crescimento em vendas e em número de empregados, em simultâneo com importantes investimentos feitos um pouco por todo o Mundo”. Nomeadamente a inauguração da fábrica de faróis para automóveis na China, da unidade indiana de Haryana, numa “joint-venture” com a local Motherson, e o acordo com o estado marroquino para a construção de uma fábrica de componentes para automóveis no nosso vizinho a sul. As perspetivas tanto para este ano como para o futuro a médio prazo (cinco anos) são muito promissoras para a grande empresa italiana que promete entrar no seu centenário plena de pujança. “A Magneti Marelli tem sempre uma perspetiva de crescimento, seja em relação a lucros ou a investimentos. Nos próximos cinco anos continuará a ser uma companhia extremamente dinâmica e capaz de oferecer as soluções tecnológicas e os produtos mais adequados para responder às evoluções do mercado automóvel”. Uma coisa é certa, a empresa italiana continuará a apostar nos enormes ganhos que significa a sua dimensão verdadeiramente global, ao ter cerca de nove dezenas de unidades de produção e catorze centros de pesquisa e desenvolvimento espalhados por 19 países! “Isso é algo que nos dá ganhos a nível tanto dos serviços como de valor acrescentado para a oferta no setor dos componentes”, garante Joan Miró que


salienta a importância da liderança da empresa italiana em termos de “know-how” nas mais recentes tecnologias da indústria automóvel. Há, aliás, quem seja da opinião que, hoje em dia, são os fornecedores de componentes quem lidera verdadeiramente o avanço tecnológico do automóvel, com muitos dos grandes construtores a limitarem grande parte da sua atividade à montagem dos seus modelos, preferindo comprar os elementos mais inovadores já prontos. Joan Miró concorda com essa visão e, pelo lado da Magneti Marelli, defende: “Se conseguirmos preservar todo esse ‘know-how’ dentro da companhia poderemos sempre ser mais proativos e produtivos, face a novos desenvolvimentos e tecnologias de que a indústria automóvel venha a precisar”. É precisamente aqui que está a base fundamental para esta grande empresa italiana enfrentar os desafios que se colocarão… nos próximos 100 anos! OFICINAS CHECKSTAR EM PORTUGAL SÃO JÁ 65! A Magneti Marelli não se esgota, contudo, na sua vertente de fabricante e de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o automóvel. Além de fornecedor de componentes diretamente aos construtores automóveis, a empresa italiana tem, também, uma fortíssima presença no «aftermarket». E levou mesmo essa sua vertente ao ponto de criar uma rede própria de oficinas, sob a marca Magneti Marelli Checkstar que já ultrapassou as quatro mil oficinas a nível mundial, com 65 delas no território português. O controlo desta parte do negócio é a grande responsabilidade de Joan Miró que se mostra

particularmente satisfeito com a forma como as coisas estão a correr no nosso país: “A Magneti Marelli tem um bom relacionamento com os principais distribuidores em Portugal e o nosso objetivo é aumentar a nossa cooperação com aqueles que mais contribuem para o nosso crescimento. Também podemos procurar novos distribuidores nesta área geográfica e em linhas de produtos em que haja possibilidade de crescimento ou de fazer com que a rede de oficinas Magneti Marelli Checkstar se expanda. Temos dois tipos de distribuidores, os que só trabalham com as nossas linhas de produtos e os que também desenvolvem a nossa rede de oficinas Magneti Marelli Checkstar. Todos eles são nossos parceiros e representam a imagem do negócio de ‘aftermarket’ da Magneti Marelli em Portugal”. O responsável do “aftermarket” para Espanha e Portugal aprecia, aliás, a forma como as empresas nacionais trabalham, pelo tipo de relação que se cria entre ambas as partes. “É uma relação baseada na confiança na nossa marca, na companhia mas também nas pessoas. Muitas delas começaram a desenvolver os seus negócios com os nossos produtos e a nossa rede de oficinas, mas outras têm uma relação já história com a nossa marca e continuamos a trabalhar junto para o mesmo objetivo, um crescimento sustentável e rentável para a nossa relação comercial”. Embora esteja longe de ser caso único, causa sempre alguma admiração quando uma marca, em especial com a dimensão da Magneti Marelli, tem uma tão forte presença como fornecedora do “aftermarket” e, depois, decide

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PERSPETIVA

MAGNETI MARELLI

À FRENTE NAS SOLUÇÕES PARA AUTOMÓVEIS AUTÓNOMOS Tendo estado há quase um século na linha da frente de muitas das inovações das muitas gerações de automóveis, uma empresa como a Magneti Marelli não poderia, como é óbvio, estar desatenta à mobilidade do futuro. Temas como a eletrificação e a autonomia já não fazem parte de debates de sonhadores, mas já entraram no nosso dia-a-dia, com o mercado de automóveis elétricos em crescimento constante e os testes de condução autónoma, apesar de um ou outro “tropeção”, a evoluírem em ritmo acelerado. “O melhor exemplo desse nosso envolvimento com as tecnologias futuras foi a apresentação, no último salão de Detroit [em janeiro] de novidades a nível da eletrónica, iluminação e autonomia, de que destaco a tecnologia Smart Corner que ajuda a iluminar o caminho à condução autónoma”, dissenos Joan Miró, referindo-se a um avanço mostrado no

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certame norte-americano e que consegue tornar os automóveis autónomos visualmente aceitáveis, libertando-os de toda aquela parafernália que vemos sobre o tejadilho e “pendurada” um pouco por toda a carroçaria... Ao investir na LeddarTech, empresa especialista em sistemas lidar – um dispositivo que funciona como o radar para medir distâncias, mas com luz (normalmente laser), em vez de ondas rádio –, a Magneti Marelli adquiriu o “know how” que lhe permitiu integrar todos os sistemas necessários à “visão” do automóvel autónomo (câmaras, radares e lidares) nos projetores dos faróis dianteiros e nas óticas traseiras. Uma solução que não só poupa peso e custos, como elimina a necessidade de mais cablagens e conexões no exterior do veículo… além de ser esteticamente perfeita, permitindo manter intacto o “design” original.

lançar uma rede de oficinas, como é a Magneti Marelli Checkstar. Parece quase como se o fornecedor fizesse concorrência aos seus próprios clientes… Joan Miró não encara a situação por este prisma e deu-nos a sua visão. “No ‘aftermarket’ oferecemos um apoio técnico permanente, além de formação – temos um programa anual chamado Campus – nas mais recentes evoluções nas tecnologias híbridas e elétricas e a disponibilização de mais de 40 mil produtos à nossa rede de mais de 250 profissionais da reparação automóvel, em Espanha e Portugal, num total de quatro mil a nível mundial. Continuaremos a manter o diálogo com a nossa rede para lhe passarmos os reais valores de trabalhar com a Magneti Marelli, tanto em termos de conteúdos como a nível de ‘upgrades’ técnicos dos produtos. A oficina do futuro terá de abordar problemas como o domínio das novas tecnologias, mas também como usar a digitalização para mudar os seus processos operacionais, de forma a melhorar a eficiência a nível da gestão”. “Enquanto fornecedor de peças de ‘aftermarket’, trabalhamos com clientes que desenvolvem a nossa rede de oficinas juntamente com as suas próprias redes e outros que são totalmente exclusivos Magneti Marelli Checkstar. Obviamente que também temos clientes bastante importantes que não pertencem à nossa rede de oficinas mas que estão interessados nos nossos produtos e serviços para aumentarem e desenvolverem os seus negócios”. Assim se vai fazendo a expansão da Magneti Marelli em Portugal, em dois “tabuleiros”, com as redes de oficinas próprias Checkstar ou com a distribuição dos seus produtos por clientes independentes. Tudo para um crescimento continuado, a caminho das grandes comemorações do primeiro centenário da marca italiana! /



REPORTAGEM

EXPOMECÂNICA 2018

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EDIÇÃO RECORDISTA A organização do expoMecânica 2018 espera alcançar os 225 expositores inscritos, o que será um novo recorde para o certame. A representação estrangeira tem vindo a crescer e já constitui 20% do total TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

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quinta edição do Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto já derrubou a fasquia dos 200 expositores, ultrapassando as melhores expetativas da organização – a Kikai Eventos. Relativamente à edição de 2017 verifica-se um aumento de 31% e a participação estrangeira também reforçou significativamente a sua presença, representando 20% do total. Pela primeira vez, a feira terá um pavilhão internacional, organizado pela Câmara de Comércio Italiana em Portugal. O evento será uma montra das mais recentes soluções e inovações nas áreas de peças e sistemas, tecnologias de informação e gestão, reparação e manutenção, acessórios e customização, estações de serviço e lavagem. “Desde que o evento se estreou, em 2014, então com um total de 104 expositores, fomos sentindo, de ano para ano, uma gradual adesão do tecido empresarial, que não só se revia no modelo de feira criado, como saía satisfeito com o curso dos acontecimentos durante o certame e, também, com os resultados conseguidos ou potenciados”, refere José Manuel Costa, diretor-geral da Kikai Eventos. “Nas últimas duas edições experimentámos já algumas dificuldades em encaixar na planta do salão, no espaço que definimos à partida, todas as empresas e entidades que manifestaram interesse em participar”. O responsável adianta que essa situação obrigou “a alguma ginástica com régua e esquadro, sobretudo no mês antes da inauguração, quando o espaço já rareia”. O diretor-geral da Kikai Eventos adianta que, no rescaldo da edição do ano passado, “que também correu muito bem”, a organização entendeu que havia uma “confiança crescente nos operadores que nos acompanharam e, à distância de quase um ano, decidimos redo-

brar a aposta e avançarmos para uma exposição com dois pavilhões”. Aquele responsável considera que “foi uma decisão acertada, porque, mês após mês, com muito trabalho de proximidade e rigor junto dos agentes do após-venda automóvel, fomos ultrapassando as metas projetadas – o que quer dizer que houve uma correta interpretação dos sinais que recebemos e, uma vez mais, uma comunhão de interesses dos protagonistas do aftermarket com a estratégia delineada, que foi sendo permanentemente comunicada. Há uma perceção do mercado, que consideramos justa, de que o expoMecânica está muito bem organizado e gera, de facto, visibilidade, notoriedade e potencial de negócio para as empresas”. O espaço de exposição (14 mil metros quadrados) é 38% superior ao de 2017. Até ao fecho desta edição da Turbo Oficina estavam inscritas 215 empresas e entidades, um aumento de 31% (mais 51 expositores) relativamente à edição anterior. “Tínhamos uma meta muito ambiciosa, que era chegarmos aos 200 expositores e, entre eles, importantes fabricantes e reconhecidos representantes exclusivos de algumas marcas conceituadas do aftermarket. Ultrapassado que foi esse objetivo, penso que poderemos chegar aos 225 expositores”, salienta José Manuel Costa. A participação internacional também tem vindo a crescer e praticamente quadriplicou, tendo em conta a média das últimas quatro edições. Dos 45 expositores estrangeiros confirmados, 25 vêm de Espanha (58% do total), 16 chegam de Itália, um da Alemanha, um da Holanda e ainda outro da Polónia. O diretor-geral da Kikai Eventos explica que este aumento está relacionado com “o trabalho de formiguinha que temos vindo a fazer”, adiantando que o esforço empreendido e os resultados conseguidos nas anteriores edições contagiaram positivamente a perceção dos operadores económicos internacionais sobre o mercado português. “Há

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REPORTAGEM

EXPOMECÂNICA 2018

A ORGANIZAÇÃO DO EXPOMECÂNICA 2018 ACREDITA QUE CONSEGUIRÁ CHEGAR AOS 225 EXPOSITORES, SUPERANDO AS SUAS MELHORES EXPETATIVAS também um trabalho direcionado da nossa parte virado para o mercado externo”, explica o entrevistado. “Depois, como muitas empresas nacionais são representantes exclusivos de algumas marcas internacionais, também funciona um pouco o chamado ‘passa-palavra’”, acrescenta. A participação estrangeira é constituída maioritariamente por empresas espanholas, incluindo operadores desse país e multinacionais com filial no país vizinho, que controlam o mercado ibérico. “Para a maioria dos mais importantes operadores económicos do setor, quer em Portugal, quer em Espanha, o mercado do país vizinho é uma extensão natural do nacional”, refere. “Portanto, falamos de um mercado verdadeiramente ibérico, muitas vezes planificado debaixo de uma estratégia empresarial e comercial una e indivisível”. O certame terá, pela primeira vez, um pavilhão internacional, organizado pela Câmara de Comércio Italiana em Portugal, que contará com oito expositores, além daquela entidade. Naquele espaço já está confirmada a presença de um distribuidor oficial do AdBlue by BASF (agente redutor de emissões diesel), uma em-

presa especializada no comércio de motores multimarca novos e usados com garantia, assim como de caixas de velocidades automáticas para automóveis, jantes para pneus, distribuição de peças de substituição para automóveis e veículos comerciais, velas e uma seguradora. O evento contará igualmente com atividades organizadas pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA) Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), ao abrigo de uma estratégia da feira que, desde a sua génese, envolve o panorama associativo do setor. “Esta componente é muito importante, pois permite reunir os principais ‘players’ do setor para debater a situação da atividade e antecipar caminhos futuros, juntamente com os profissionais”, afirma José Manuel Costa. A ANECRA programou o seu 14.º Encontro da Reparação Automóvel em Portugal, no dia 21 de abril, a partir das 10.30 horas, que será subordinado ao tema “Não é o fim do negócio… É um novo começo!”. A ARAN, por sua vez, levará a efeito uma intervenção com caráter formativo, no dia 21,

às 14.30 horas, com as últimas sobre marketing digital em contexto oficinal, o quadro legal que regulamenta o setor, as mudanças nas obrigações ambientais, as inovações automóveis (elétricos, híbridos e afins). Enquanto a DPAI/ACAP, levará ao expoMecânica um dos módulos do Programa Avançado de Gestão para o Sector do Pós-venda Automóvel, em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. No que se refere ao número de visitantes, e apesar do caráter profissional do certame, a organização espera um crescimento de 10 a 15% relativamente a 2017, o que se traduz em aproximadamente 13 mil visitas de profissionais do setor. “Mais expositores permitem incrementar o índice de visitantes porque, além do trabalho da organização, os operadores também fazem o seu junto dos respetivos clientes”, salienta o diretor-geral da Kikai Eventos. Argumentos não faltam, considera o responsável: “Estamos perante uma edição recordista, de que não há memória no aftermarket automóvel no nosso país. Julgamos que a 5.ª edição do expoMecânica estabelecerá um novo standard em eventos do género. E, além dos negócios, oferece um conjunto de atividades paralelas riquíssimo em quantidade e qualidade, com uma forte componente formativa, pensada para os atuais e futuros profissionais do setor. E o conforto de estar com as mais importantes empresas da área da reparação, manutenção e após-venda.” /

MONTRA O expoMecânica será uma montra das mais recentes inovações nas áreas de peças e sistemas, tecnologias de informação, reparação e manutenção e acessórios

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RECONHECIMENTO DE REVISTA ESPANHOLA

EVOLUTION PREMIADA A nossa congénere espanhola Talleres en Comunicación quis distinguir uma oficina lusa pelo seu caráter inovador e, fruto da nossa parceria, não tivemos dúvida em indicar a EVolution. A reação entusiástica da plateia confirmou a surpresa que ainda causa uma oficina só para elétricos!

A

TEXTO SÉRGIO VEIGA

A forte ovação que ecoou numa das salas da Ifema, a feira de Madrid, foi o primeiro corolário da aposta feita, há já dois anos, por Carlos Jesus, ao arriscar numa oficina exclusivamente dedicada a automóveis elétricos ou à parte elétrica dos híbridos: a EVolution Service & Battery Center recebia o prémio depois de ter sido distinguida, em 2017, como a oficina portuguesa mais inovadora, numa parceria entre a Turbo Oficina e a sua congénere espanhola Talleres en Comunicación. Não se tratou de uma mera entrega de um prémio pelo reconhecimento do mérito de uma aposta de risco e de um trabalho empenhado num após-venda inovador. Revelou-se, afinal, bem mais que isso, pois conseguiu atrair atenções e muita curiosidade por parte de uma pla-

teia de “experts” e de atores do próprio meio e também de grandes empresas do aftermarket. Entre cerca de duas centenas de convidados e outros premiados espanhóis, alguns pelo seu percurso profissional e também uma oficina do país vizinho, coube-nos entregar a Carlos Jesus e à EVolution o prémio “#soyposventero 2017”, como “reconhecimento pelo seu trabalho no desenvolvimento do após-venda ao automóvel em Portugal”. E foi interessante ver como o galardoado português se tornou, depois, alvo das atenções de diversos dos empresários presentes, curiosos pelo caminho inovador escolhido e, segundo nos disseram, sem paralelo em Espanha. Recorde-se que a EVolution se dedica à reparação de automóveis elétricos ou híbridos, mas apenas à parte elétrica propriamente dita. Dedica-se também à conversão de veículos de motor a combustão em veículos elétricos e tem, inclusive, um pequeno laboratório onde está a desenvolver uma tecnologia que irá pa-

tentear para medir com rigor a capacidade real das baterias, de forma a poder atribuir valores rigorosos a veículos elétricos usados, em função do estado das suas baterias. Segundo nos confidenciou Carlos Jesus, em entrevista publicada na anterior edição da Turbo Oficina, a EVolution é um conceito único em Portugal, não havendo conhecimento de outro na Europa (o que não quer dizer que não exista…). A primeira oficina abriu em Lisboa (no Prior Velho) há dois anos e os planos passam por alargar a rede num conceito de “franchising”, estando já previstas novas oficinas no Funchal, Leiria e Porto. Foi pela visão de futuro, apostando de forma decidida na mobilidade elétrica, numa altura em que ainda poucos acreditavam no rápido desenvolvimento a que agora estamos a assistir, que na Turbo Oficina não tivemos dúvida em escolher a EVolution como o projecto mais inovador a nível do após-venda. /

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DOSSIÊ

PME'S

“AFTERMARKET” E OFICINAS

MUNDOS DE EXCELÊNCIA Foram mais de seis dezenas as pequenas e médias empresas dos setores do “aftermarket” e das oficinas a serem consideradas de excelência, em 2017, pelo IAPMEI. Com as histórias, exemplos e perspetivas de algumas delas, pretendemos inspirar todos os “players” do mercado e elevar ainda mais o nível dos serviços. Porque vale a pena! TEXTO SÉRGIO VEIGA

É

já um lugar-comum o elogio às pequenas e médias empresas como a “teia” de base que dá solidez e consistência a toda a economia nacional, mas também por isso nunca é demais repeti-lo! Daí a importância dos prémios que o IAPMEI atribui anualmente, uma espécie de “Óscares das PME”, em que destaca as que atingem o mais elevado nível de serviços. E nos prémios PME Excelência 2017, os setores das oficinas e do “aftermarket” estiveram bem representados, com 62 empresas galardoadas, bom indicador para o nível geral do que se faz no nosso país. Entre aquele grupo tivemos desde autênticos… veteranos da excelência – oitavo prémio para a Auto Delta, quinto para a Interescapes! – a estreantes absolutos como a RP Clima que pro-

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mete ser “o primeiro de muitos”. Uma atitude que corporiza a finalidade última dos galardões do IAPMEI, o estímulo à busca da excelência e, com isso, a elevação do nível das nossas PME, neste caso específico no que às oficinas e empresas do “aftermarket” diz respeito. Desde 2010 que a Auto Delta recebe, sem interrupções, os PME Excelência. Além da reputação que dá à empresa, pode também falar de outros benefícios: “Proporcionam uma diferenciação mais clara no mercado, bem como uma garantia de solidez e idoneidade. Vantagens que não se restringem ao mercado em que estamos inseridos, mas também a uma maior compreensão por parte do sistema financeiro”, refere Tiago Domingos, do “marketing” da empresa que explica em que consistem os padrões de excelência aplicados na Auto Delta: “Todos os procedimentos da empresa tentam seguir padrões de excelência. Da gestão ao ‘pi-

cking’, bem como a análise do mercado, todos os procedimentos do dia-a-dia tentam seguir uma linha de excelência”. Sendo um dos principais “players” do “aftermarket” português, como consegue a Auto Delta manter-se num nível tão elevado há tantos anos e como será possível continuar a trilhar o caminho da excelência? “A evolução terá de ser contínua, seguindo o caminho trilhado desde 1977, numa estratégia de diversificação sustentada, olhando sempre para o que o mercado está a necessitar. Essa sustentação é essencial para que o futuro da empresa seja assegurado sem qualquer tipo de percalços”, conclui Tiago Domingos. Líder na produção, reparação e importação de sistemas de escapes, catalisadores e filtros de partículas, a Interescape tinha sido distinguida como PME Líder por cinco vezes seguida, atingindo agora o PME Excelência que é vis-


to como “uma garantia de idoneidade e um reconhecimento das boas práticas de gestão empregues”, segundo a sua responsável de “marketing”, Inês Paiva. Que resume a excelência da Interescape em vários pontos: “A especialização num só sector de atividade – sistemas de escapes, filtros de partículas e catalisadores –, bem como a disponibilização de uma gama de produtos extensa e de qualidade, com entregas em 24 horas nas principais cidades do País; a existência de uma unidade de produção própria, com profissionais especializados, que fabrica produtos à medida para diversos nichos de mercado, segundo as especificações do cliente; soluções completas para sistemas de escapes, com a segmentação de produtos através da criação de marcas próprias: peças originais para a reparação (ieparts), escapes desportivos/competição (iepower), escapes para clássicos (ieclassic) e soluções certificadas e inovadoras, como a limpeza de filtros de partículas (ieservice)”. Quanto ao futuro, a perseguição da excelência irá continuar com um caminho bem marcado, segundo revela Inês Paiva: “A internacionalização será a grande aposta, especialmente no mercado espanhol, apelativo pela proximidade. Outro dos objetivos será aumentar a capacidade produtiva da Interescape, apresentar a certificação da empresa e homologação de alguns produtos. Por fim, vamos investir também no marketing digital, com um novo website/loja online e outras novidades”. AUTOZITÂNIA E LD AUTO JÁ SÃO “HABITUÉS” A Autozitânia já se vai tornando “habituée” dos prémios PME Excelência que são vistos


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PME'S

NOS PRÉMIOS PME EXCELÊNCIA 2017, OS SETORES DAS OFICINAS E DO “AFTERMARKET” ESTIVERAM BEM REPRESENTADOS, COM 62 EMPRESAS GALARDOADAS como algo “que nos confere cada vez mais responsabilidade junto dos nossos parceiros e do mercado no global”, segundo Flávio Menino, do “marketing” da empresa. “É o reconhecimento da qualidade do trabalho que realizamos, confere-nos mais notoriedade e credibilidade junto do mercado, transmitindo maior confiança a quem trabalha connosco diariamente”. São vários os pilares em que assenta o caminho para a excelência, segundo Flávio Menino. “Em todos os processos procuramos agir sempre com a exigência e a excelência como foco, tentando incutir nos nossos colaboradores, em todas as áreas, esta forma de trabalhar. A Autozitânia pretende ser uma empresa de referência do ‘aftermarket’, gerando valor para os parceiros, atuando sempre com ética e seguindo os seus valores: Excelência, Confiança, Inovação, Sustentabilidade e Proximidade”. Já a LD Auto, do Grupo Leiridiesel, conseguiu este ano o “tri” que a sua Diretora Comercial, Mónica Gonçalves, considera “um reconhecimento do trabalho de uma equipa que é já composta por 130 colaboradores e o reconhecimento por parte dos clientes que nos dão a sua preferência”. E explica como se chega a este nível tão elevado: “Na Leiridiesel o nosso objetivo é que todas as práticas sejam de excelência, mas podemos destacar o rigor na gestão e controlo de gestão, qualidade dos nossos produtos e serviços, preocupação e investimento contínuo em novas tecnologias, sejam equipa-

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mentos, ferramentas ou software e na formação dos nossos colaboradores”. Sempre com o objetivo de “ser o melhor entre os melhores”, Mónica Gonçalves deixa a receita para a LD Auto conseguir um quarto prémio, no próximo ano: “O alvo é e será sempre a excelência. Excelência de produtos, excelência de serviços, excelência na satisfação do cliente. Porque, com essa excelência, o crescimento e sustentabilidade do negócio acontece com naturalidade”. O “TRI” DA CYR E A ESTREANTE RP CLIMA Também a Cyr, empresa de Torres Vedras envolvida em setores como os dos rolamentos e vedação, hidráulica e pneumática, máquinas, ferramentas e consumíveis de oficina e indústria, recebeu o seu terceiro galardão, a coroar um ano de franco crescimento e de enorme rigor, como salientou Carlos Esteves, Director Financeiro: “É o reconhecimento de um esforço constante para manter uma gestão financeira rigorosa, a par de uma gestão comercial cautelosa que privilegia o cliente seguro, em detrimento do aumento não sustentado do volume de negócios, com uma política de stocks contida. O crescimento sustentado do volume de negócios tem sido possível pelo elevado grau de resposta aos pedidos dos clientes, pela cuidada gestão de stocks e pelo elevado grau de comprometimento com os fornecedores, que permite uma resposta em 24 horas na maioria das situações”.

Embora reconheça que “ainda temos pouca expressão no mercado nacional”, Carlos Esteves estabelece objetivos concretos para manter o estatuto de excelência da Cyr: “Perspetivamos um crescimento mais sustentado no futuro. A evolução passa pela inauguração, em breve, de novas instalações, que permitirão aumentar a nossa qualidade de serviço, pela parcial automatização do armazém e pela melhoria do serviço na área hidráulica, com a nova e mais cuidada oficina. Paralelamente estamos a avaliar novas áreas de negócios. E em breve haverá novidades que facilitarão o processo de encomendas e aumentar a rapidez de satisfação dos pedidos. Esperamos por isso um crescimento do volume de negócios”. Estreante nestas “andanças da excelência” foi a RPL Clima, empresa com sede em Vilamoura (Algarve) que se dedica, desde o ano 2000, à importação e distribuição de peças para a climatização automóvel. “A primeira vez de muitas que aí vêm e um prémio de merecido reconhecimento por todo o trabalho realizado neste sector da climatização”, referiu Rui Lopes, “General Manager” que atribui ao lema da empresa a chegada ao nível de excelência: “Qualidade e rapidez, fazemos a diferença”. E quando promete mais galardões de excelência, Rui Lopes aponta para os novos horizontes que a RPL Clima quer abrir. “Somos líderes neste segmento de atividade”, explica, justificando os próximos passos a dar: “Crescer implica expandir para outros mercados e será esse o nosso caminho”. Empresa que sabe bem o que é preciso para manter o nível de excelência é a Interescape! A empresa com sede em Vila do Conde, especializada em sistemas de escapes, foi considerada PME Excelência pelo quinto ano consecutivo, apesar da forte concorrência que teve de enfrentar. “Numa altura em que o mercado se encontra um pouco saturado, esta distinção vem reconhecer a estratégia empresarial da Interescape e reforçar a nossa posição no mercado”, afirmou Jorge Carvalho, diretor da Interescape. “A qualidade do trabalho desenvolvido pelos nossos profissionais, bem como a visão inovadora na gestão de todos os processos, são fatores imprescindíveis na construção do nosso sucesso”. Sendo um facto que, mesmo fora deste universo de seis dezenas de empresas consideradas de excelência, há também quem esteja a trabalhar com grande qualidade, o ano de 2018 poderá assistir a mais um salto qualitativo nos setores do “aftermarket” e das oficinas em Portugal. Porque, se as empresas premiadas tudo farão para repetir a nomeação no início de 2019, este galardão do IAPMEI tem a virtude de puxar por muitas outras para que elevem a “fasquia”, na tentativa de entrarem nesse mundo de excelência. E quem fica a ganhar são, obviamente, os clientes! /



DOSSIÊ

PEÇAS ASIÁTICAS

"ESTADO DA NAÇÃO" DE UM SETOR IMPORTANTE DO AFTERMARKET

CONCORRÊNCIA PRESSIONA PREÇOS Setor fortemente concorrencial, o “aftermarket” das peças asiáticas atravessa um período de grande agitação, pela evolução tecnológica dos automóveis japoneses e coreanos, pelos desafios que se colocam pelos inúmeros “players” que disputam o mercado e até, em certos casos, pela concorrência direta dos construtores! Retrato do setor, feito por quem o vive por dentro TEXTO SÉRGIO VEIGA

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crescimento exponencial das vendas de veículos de marcas coreanas e a partilha de plataformas e diversos componentes entre construtores europeus e asiáticos, especialmente japoneses, têm contribuído de forma significativa para que o “aftermarket” dedicado às peças asiáticas mantenha um volume de negócios em evolução positiva e com vários atores em forte concorrência. “Evolução constante mas a taxas moderadas”, define Miguel Silva, da Nipocar. “Crescimento consistente, pelo maior número de veículos no mercado, quer asiáticos ‘puros’, quer de plataformas partilhadas”, explica Paulo Agostinho da AleCarPeças. Já Carlos Silva, da Krautli Portugal, destaca o crescimento das vendas da Hyundai e Kia como grande ajuda ao setor do “aftermarket”: “O parque circulante de veículos asiáticos tem tido evolução significativa, designadamente com a entrada de vários atores coreanos que já representam uma quota expressiva no mercado. E o consumo de peças para os veículos asiáticos aumentou proporcionalmente, gerando oportunidades de negócio adicionais”. Luís Almeida, da Japopeças, aborda ainda outra “nuance” deste setor, o da globalização que

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leva a que se encontrem cada vez mais peças asiáticas… em carros europeus e americanos. “A existência de sinergias entre os fabricantes automóvel que partilham plataformas e tecnologia torna a linha entre Europeu, Americano, Asiático mais ténue e, por vezes, quase impercetível. Quanto ao parque automóvel asiático é notório o decréscimo das unidades puramente japonesas e o desenvolvimento dos fabricantes coreanos. Em termos do ‘aftermarket’, há mais fabricantes de peças a desenvolver linhas asiáticas, levando a uma pressão do preço e à oferta de produtos de diferentes proveniências, com padrões de qualidade necessariamente diferentes”. Tendo as marcas asiáticas sido as primeiras a apresentar garantias alargadas além dos obrigatórios dois anos, com as coreanas até com prazos bastante longos, além de proporem aos seus clientes novos e atraentes contratos de manutenção, as empresas do “aftermarket”

SINERGIAS ENTRE FABRICANTES AUTOMÓVEL QUE PARTILHAM PLATAFORMAS E TECNOLOGIAS TORNAM MAIS TÉNUE A LINHA ENTRE EUROPEU, AMERICANO, ASIÁTICO


SINAIS POSITIVOS Mais veículos asiáticos no mercado e mais plataformas partilhadas são boas notícias para estas empresas do aftermarket

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DOSSIÊ

PEÇAS ASIÁTICAS

acabam por ter aqui a concorrência direta dos construtores. “É normal que as marcas definam estratégias no sentido de fidelizarem os clientes e de lhes proporcionarem melhores condições ao nível da aquisição e manutenção dos seus veículos. Obviamente que isso pode afetar, em parte, o ‘aftermarket’ mas, da mesma forma que no ‘aftermarket’ se pensa, em primeiro lugar, na satisfação do cliente, é natural que os fabricantes e vendedores de veículos asiáticos primem e lutem pela satisfação do cliente e pela prestação de um serviço superior”, desdramatiza Filipa Pereira, do bilstein group (que, nas marcas asiáticas, se destaca, acima de tudo, com a marca Blue Print), numa opinião partilhada por Carlos Silva (Krautli), embora de forma mais direta: “Todas as medidas implementadas pelos fabricantes de veículos para reter e fidelizar os clientes à marca, condicionam fortemente todo o sector do ‘aftermarket’”. Sem divergir muito destas opiniões há, contudo, algumas perspetivas interessantes, abordando a questão por outros prismas. Por exemplo, Flávio Menino (Autozitânia) levanta uma questão que pode ser importante para as empresas deste setor: “Os novos contratos de manutenção promovem uma mudança de paradigma na propriedade dos veículos, dimi-

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EM CRESCIMENTO O consumo de peças para automóveis asiáticos tem vindo a conhecer um aumento, mas a um ritmo moderado e sob a pressão dos preços devido à forte concorrência

nuindo a posse por particulares e crescendo a propriedade por parte de Gestoras de Frota ou Rent-a-Car. E isso até pode impulsionar o ‘aftermarket’, pois aquelas empresas poderão optar por não realizar a manutenção dos veículos na origem e transferi-la mais prematuramente do que seria habitual para o nosso mercado”. Silvia Padoa, da Japanparts, recorda que “graças à legislação europeia os clientes são livres de optarem pelos componentes do ‘aftermarket’ que respeitam a qualidade original mas a um preço competitivo, mantendo a garantia”. Embora defendendo, sem sub-

terfúgios, que “as mais largas garantias dos veículos asiáticos fidelizam o cliente à rede concessionária, em detrimento da oficina independente”, Luís Almeida (Japopeças) refere um outro lado da moeda: “Também assistimos a fabricantes asiáticos a desenvolver produtos para construtores europeus e isso reflete-se no nosso portfólio, nomeadamente com as bombas de água Aisin que já equipam automóveis europeus”. Ou seja, a globalização acaba por ajudar o «aftermarket» das peças asiáticas a encontrar novas oportunidades de negócio em diversos construtores europeus! JÁ HÁ QUEM ESPERE OS CHINESES… Ponto em que se pode dizer que há unanimidade é em não haver grandes diferenças de trabalhar componentes de marcas japonesas ou coreanas, acaba por ser tudo mais ou menos igual, no que ao “aftermarket” diz respeito. Carlos Silva (Krautli) defende que “as marcas coreanas têm tido grande capacidade para entender o mercado europeu”, enquanto Luís Almeida (Japopeças) destaca “o maior dinamismo e abertura à mudança” dos coreanos que revelam “maior capacidade de mudança do que a indústria japonesa, mais lenta a reagir às mudanças e necessidades que o mercado impõe”. Já em relação às novas marcas asiáticas que,



DOSSIÊ

PEÇAS ASIÁTICAS “mais dia menos dia” chegarão ao nosso mercado vindas da China, as posições são bastante diversas. É verdade que não se prevê a entrada de modelos chineses a breve prazo – haverá dois SUV da marca Lynk & Co que pertence à Geely dentro de um ano, mas que serão construídos na Bélgica, na mesma fábrica e sobre a plataforma do Volvo XC40 – pelo que não é uma preocupação premente. Na verdade, das sete empresas participantes neste dossiê, apenas três assumem já estarem preparadas ou, pelo menos, atentas aos futuros produtos chineses. “Há já alguns anos que o Grupo Japanparts está presente no mercado das marcas chinesas, para os modelos de maior difusão”, refere Silvia Pardoa. “O bilstein group tem já uma estratégia definida e, ainda que não seja o momento de a divulgar, podemos assegurar que a mesma se aplicará aos mais de 170 mercados em que estamos presentes”, garante Filipa Pereira. “A Nipocar tem já estudos sobre as categorias/tipos de veículos em que essa concorrência será mais forte e tem já em marcha ações efetivas na sua cadeia de abastecimento para combater com os novos ‘players’, sem prejuízo da manutenção dos valores alicerçados ao longo de 30 anos”, explica Miguel Silva.

AS SETE EMPRESAS QUE PARTICIPARAM ALECARPEÇAS “Atualmente disponibilizamos uma extensa oferta de duas marcas especializadas neste segmento: Nipparts e Blue Print. Cobrimos quase todas as gamas mecânicas de elevada rotação, com estas marcas e com as restantes que fazem parte do nosso portfólio”. (Paulo Agostinho, sócio gerente) AUTOZITÂNIA “Apostamos num portfólio de produtos o mais abrangente possível, para todos os grupos de veículos. Todas as marcas que comercializamos são de qualidade reconhecida e, por norma, têm uma gama completa para veículos asiáticos. Poderemos

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destacar as marcas Blue Print, Aisin e GSP que apresentam uma gama completa para estes veículos”. (Flávio Menino, “marketing”) BILSTEIN GROUP “Através da marca Blue Print, o bilstein group assume-se como especialista em peças para veículos asiáticos. A Blue Print destacase em produtos como os filtros, sobretudo nos filtros de óleo, ar, combustível e habitáculo; na área de travagem (discos, pastilhas e calços de travão) e ainda na área de embraiagem, desde ‘kits’ de embraiagem a cabos e bombas secundárias. Podemos referir ainda a gestão de motor, a refrigeração, o sistema elétrico, a transmissão

e muito mais”. (Filipa Pereira, Marketing Coordinator) JAPANPARTS “O nosso grupo tem à disposição mais de 30 mil referências para veículos asiáticos das suas três marcas, Japanparts, Ashika e Japko. Oferecemos as soluções tecnologicamente mais avançadas, produzidas de acordo com as exigências dos construtores, mas a preços competitivos. Incluímos 140 linhas de produtos para todos os tipos de peças de substituição, desde componentes de motor a travões, passando por embraiagens, componentes elétricos ou suspensões.”. (Silvia Padoa, Directora de Marketing)

JAPOPEÇAS “Desenvolvemos a nossa atividade de forma generalista, com especial foco na mecânica, dentro da qual poderemos destacar a família das embraiagens, travagem e suspensão”. (Luís Almeida, Diretor-Geral) KRAUTLI “Fizemos fortes investimentos na última década para sermos referência enquanto fornecedores globais de peças ‘aftermarket’. Temos um abrangente portfólio de produtos, baseado em produtos de elevada qualidade e a entrada da Jakoparts veio complementar a nossa oferta para veículos asiáticos, com uma gama de mais de 18.300 peças para

um parque circulante de 7700 modelos. As principais categorias de produtos são motor, transmissão, travagem, chassis, sistema elétrico e ferramentas”. (Carlos Silva, Diretor de Vendas e Marketing) NIPOCAR “Operamos em seis categorias de produtos: carroçaria, motor, refrigeração, suspensão/direção, transmissão e travagem. Mensalmente introduzimos algumas dezenas de novas referências de produtos para veículos já em circulação e/ou para modelos cujas peças (no “aftermarket”) sejam recentes ou novidades”. (Miguel Silva, Diretor Comercial)


FABRICANTES AUTOMÓVEIS ESTÃO A DESENVOLVER INÚMERAS INICIATIVAS PARA “ATACAR” O AFTERMARKET, DE FORMA A AUMENTAREM A SUA QUOTA DE MERCADO

Por outro lado, também não houve quem apontasse a futura chegada das marcas chinesas como ameaça ao futuro das empresas de peças asiáticas do “aftermarket”. “Encaramos as ameaças ao negócio como desafios para que a empresa se possa reinventar e o grande desafio serão as novas tecnologias introduzidas nos veículos”, diz Filipa Pereira, encontrando eco nas opiniões de Flavio Menino – “preferimos encarar as ameaças como oportunidades que podem ser exploradas para retirarmos mais-valias das mesmas” – e de Paulo Agostinho que destaca a necessidade de adaptação às novas tecnologias: “A mudança é real, está aí e vai alterar a forma como o nosso negócio será feito. Quem se detiver a olhar para detalhes, sem olhar para o todo, terá seguramente dificuldades em evoluir e garantir presença no mercado do futuro”. Mas há também quem aponte para ameaças concretas. Por exemplo, Silvia Padoa é clara quando fala na “preocupação com a contrafação dos componentes, embora a qualidade vença sempre”. Para Carlos Silva, “a maior ameaça para o sector ‘aftermarket’ será o canal OES, pois os fabricantes automóveis estão a desenvolver inúmeras iniciativas para ‘atacar’ o ‘aftermarket’ para aumentarem a sua quota de mercado”. Já Luís Almeida aponta para a “pressão do preço que conduz ao au-

mento de oferta de produtos de qualidade inferior e à redução das margens praticadas, o que prejudica a capacidade de investimento das empresas em investigação e desenvolvimento preparando o futuro”. OLHARES CAUTELOSOS PARA O QUE O FUTURO RESERVA Futuro é a palavra-chave para todas estas empresas, num mercado tão concorrencial. Ao olhar para o horizonte, esgrimem-se vários argumentos, não se “embandeira em arco” com otimismos irrealistas, mas perpassa pelas respostas dos “players” contactados uma atitude… cautelosamente positiva. “Pensamos que, a curto-médio prazo (até três anos), o mercado seguirá na linha atual. A concorrência é forte e cada vez com melhores ferramentas/tecnologia e conhecimento(s). Esta situação exige proatividade, resiliência e adaptação permanentes, fazendo com que a Nipocar mantenha alinhados objetivos e estratégias claras”, refere Miguel Silva. Mais cautelosa é Filipa Pereira, do bilstein group, sem se comprometer com uma meta: “É difícil antever o futuro, o mercado das peças de substituição de qualquer tipo de veículo está sempre dependente da própria evolução da marca, está intimamente relacionado com os modelos lançados, com o serviço prestado


DOSSIÊ

PEÇAS ASIÁTICAS MOBILIDADE ELÉTRICA SERÁ UMA DAS MAIORES MUDANÇAS NO “AFTERMARKET” Anuncia-se aos quatro ventos a chegada da nova era da mobilidade elétrica, com vários dos maiores construtores a anunciarem a aposta em gamas completas de automóveis que, basicamente, utilizam menos componentes. É, pois, natural que, a médio-longo prazo, isso acabe por se refletir no «aftermarket», embora as sete empresas contatadas para este dossiê tenham, por vezes, formas diferentes de encarar a situação. “Não podemos ignorar a mobilidade elétrica, mas temos ainda um enorme potencial instalado de veículos de combustão. A eletrificação do automóvel será feita de forma muito gradual, pelo que teremos capacidade de nos adaptar à nova realidade”, resume Carlos Silva (Krautli), numa opinião semelhante à de Flávio Menino (Autozitânia): “Os elétricos têm pouco peso na taxa de renovação do parque automóvel, comparando com os veículos movidos a gasolina ou gasóleo, apenas será representativo a médio-

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-longo prazo, mas iremos manter-nos a par desta tendência”. Filipa Pereira (bilstein group) encara essa nova era como “uma das maiores mudanças nesta área”. “O bilstein group, através das suas marcas (febi, SWAG e Blue Print), acompanha de perto a mobilidade elétrica, num horizonte repleto de desafios e mudanças. Serão introduzidas mudanças sucessivas e constantes no mercado automóvel que serão cada vez mais rápidas e que se traduzirão em alterações profundas para todos os ‘players’ do ‘aftermarket’”. A capacidade de adaptação à nova realidade será, pois, determinante, como realça Paulo Agostinho (AleCarPeças): “Será um desafio não só pelo menor número de componentes a comercializar, mas também por quem as irá comercializar e aplicar. Este é o desafio a que o ‘aftermarket’ vai ter de responder, pois vai alterar radicalmente a nossa organização e o nosso conhecimento”.

Luís Almeida (Japopeças) afina pelo mesmo diapasão, ao afirmar que a mobilidade elétrica vai fazer com que “as empresas tenham a necessidade de se reinventar e ganhar conhecimento nesta área específica, por forma a acompanhar a inovação da indústria automóvel”. Situação encarada com otimismo por Miguel Silva (Nipocar) – “poderá ser um constrangimento à atual situação do mercado mas, de igual modo, uma oportunidade para reforçar, desde já, o apetrechamento de outras famílias de produtos complementares cujo impacto futuro venha a ser, previsivelmente, relevante” – estado de espírito partilhado por Silvia Padoa (Japanparts): “Será um estímulo para aumentar e difundir os nossos produtos no Mundo. Até porque nos automóveis elétricos uma grande percentagem dos componentes não será alterada, apenas a parte da propulsão será totalmente diferente”.

e com todos os desenvolvimentos introduzidos. E é sempre complexo tentar prever essa evolução num mercado volátil e extremamente versátil”. No mesmo tom, mas sendo mais específico, Luís Almeida explica: “Há que compreender o decréscimo dos veículos comerciais asiáticos, as interações entre fabricantes e as inovações na indústria automóvel que se refletirão no consumo de peças asiáticas. Desta forma, não antevemos o crescimento do mercado interno na classe dos asiáticos… Além disso, a proliferação de distribuidores e o aumento da oferta de produto introduzirão pressão nos preços e nas margens praticadas”. Palavras mais positivas chegam-nos dos outros quatro “players”, com Carlos Silva a avançar até com uns cálculos: “Estima-se que a quota de mercado dos veículos asiáticos, no nosso mercado, representa 18 a 20%. Considerando esta importância e a tendência crescente dos últimos anos, estimamos um aumento gradual de vendas de peças para estes veículos”. Visão coincidente com a de Flavio Menino que a resume dizendo que “o mercado de peças de substituição para veículos asiáticos está em crescimento e tem ainda imenso potencial para explorar”. Otimismo partilhado por Silvia Pardoa: “Estaremos sempre em crescimento, acompanhando a progressiva afirmação dos construtores automóveis asiáticos”. No fundo, atendendo aso desafios que este setor do “aftermarket” das peças asiáticas enfrenta, de se manter atualizado face às muitas tecnologias que irão “invadir” os novos automóveis, a visão de Paulo Agostinho acabará por resumir bem o que serão os tempos mais próximos: “Este segmento de mercado tem o mesmo futuro que todo o restante parque circulante. Por força do desenvolvimento tecnológico e pela questão ambiental, existem linhas de produtos que vão perder volume e novos produtos que tomarão os seus lugares”. Também aqui é como se fosse… a lei da vida! /



NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

PETRONAS

DOIS NOVOS LUBRIFICANTES

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Petronaslançoudoisnovoslubrificantes no salão Automóvel de Genebra que fazem parte da gama de soluções tecnológicas de fluidos: o novo óleo Petronas Syntium 7000 0W-16 com CoolTech e Petronas Selenia Quadrifoglio 5W-40. Graças à sua capacidade de dispersão de calor, o novo óleo de motor mais recente da Petronas, de viscosidade ultrabaixa, 7000 0W-16 com com CoolTech, oferece três vantagens. Em primeiro lugar, ao proteger os componentes contra o desgaste e as avarias causadas pelas altas temperaturas, evita que ocorram danos no motor. Em segundo lugar, ao impedir a oxidação do óleo a altas temperaturas e ao garantir a melhor lubrificação dos componentes do

motor, retarda o espessamento do óleo. Por fim, ao combater a acumulação de depósitos prejudiciais causados pelo sobreaquecimento do motor em condições exigentes, mantém o rendimento do motor ao mais alto nível. Este lubrificante é utilizado pela equipa de Fórmula 1 Mercedes AMG PETRONAS e desempenhou um papel importante na manutenção do rendimento constante e da fiabilidade em toda a época de 2017, culminando na quarta vitória consecutiva nos Campeonatos de Construtores e Pilotos da Fórmula 1. O Petronas Selenia Quadrifoglio 5W-40, por sua vez, é um lubrificante totalmente sintético formulado para maximizar as caraterísticas desportivas dos motores Alfa Romeo de alto

rendimento. Este maximiza o desempenho desportivo, ao mesmo tempo que mantém a proteção completa do motor, mesmo nas condições mais rigorosas de condução. O lubrificante de última geração possibilita uma ótima limpeza do motor, uma utilização mais eficiente da energia fornecida e o prolongamento do prazo para mudar o óleo. Graças à sua nova tecnologia, o Petronas Selenia Quadrifoglio lubrifica e dispersa o calor, e graças à sua elevada estabilidade, permite o controlo perfeito da abertura variável das válvulas durante todo o tempo até à mudança de óleo. Um verdadeiro ícone do estilo italiano, capaz de inspirar um design exclusivo assinado pela Garage Italia e entrar nos corações dos autênticos aficionados pela Alfa Romeo. /

DENSO

RENOVADA GAMA DE ALTERNADORES

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gama de alternadores e motores de arranque da Denso foi recentemente reforçada com 23 novas partes rotativas, incluindo 5 para motores de arranque e 18 para alternadores. Esta renovação cobre um total de 481 aplicações para veículos de marcas como Toyota, Opel, Suzuki, Honda, Fiat, BMW, Jaguar Land Rover e Ferrari. “Esta atualização da gama aplica os nossos rigorosos padrões de teste e fabrico à nossa tecnologia

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pioneira de motores de arranque e alternadores, a fim de fornecer as peças de especificação 100% OE mais atualizadas para o mercado de reposição, estendendo aplicações e cobertura a uma ampla gama de fabricantes”, comentou Ruslan Leontiev, Product Manager, Rotating Parts. Além disso, a expansão irá aumentar a cobertura a veículos BMW com sistemas auto start-stop e regeneração de energia através da travagem, graças ao alternador de alto rendimento

SC com tecnologia LIN da Denso. As novas referências apresentam também os novos motores de arranque Planetary Heavy-Duty PA90 para o novo motor V8 da Jaguar Land Rover com sistema start-stop.


JAPANPARTS GROUP

REFORÇO DA GAMA EUROPEIA

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Japanparts Group tem vindo a apostar na disponibilização de peças de substituição para veículos europeus, devendo o seu portefólio chegar às 30 mil referências, subdivididas em 140 famílias de produtos. Ao abrigo da nova estratégia “Yes we Have”, o Japanparts Group decidiu reforçar o seu portefólio com a disponibilização de peças de substituição para veículos europeus, complementando a sua oferta para viaturas asiáticas e americanas. Segundo anuncia a empresa, o objetivo é tornar-se num “ponto de referência global”. O sucesso alcançado com a introdução de amortecedores para o parque automóvel europeu levou à abertura de um entreposto dedicado em 2016, com mais de 13.500 metros quadrados e que registou quase dois milhões de peças vendidas.

Atualmente, o Japanparts Group disponibiliza mais de duas mil referências codificadas, com aplicações para veículos asiáticos, europeus e americanos, para uma cobertura de 95% do parque automóvel. Nos últimos meses, a taxa de serviço atingiu 94%. Os produtos beneficiam de uma garantia de 24 meses. O Japanparts Group prevê aumentar a sua capacidade de armazenagem, estando em curso o alargamento de um novo entreposto, adjacente à sede da empresa em Verona, que deverá ocupar uma área total de 53 mil metros quadrados. O Japanparts Group adianta que irá continuar a reforçar a sua gama europeia, que deverá chegar às 30 mil referências, subdivididas em 140 famílias de produtos, já no catálogo para os clientes das marcas Japanparts, Ashika e Japko.

ISTOBAL

NOVOS PÓRTICOS MAIS EFICIENTES

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s sistemas de reciclagem de água desenvolvidos pela Istobal permitem a poupança anual de 1,8 milhões de litros de água por cada pórtico de lavagem. O fabricante espanhol de equipamentos de lavagem de automóveis adianta que cada programa completo nos pórticos assegura uma poupança média de 128 litros de água. A empresa sublinha que, caso a água não fosse reciclada, isso representaria o desperdício equivalente a uma torneira aberta durante 106 dias. O sistema de reciclagem físico e biológico da Istobal possibilita a recuperação de até 80% da água de cada lavagem para a sua posterior utilização, além de evitar a sua contaminação resultante do processo de lavagem. Em

média, cada pórtico de lavagem utiliza cerca de 160 litros de água por programa de lavagem completo. A Istobal recorda que a opção por uma lavagem doméstica com mangueira representa um consumo de aproximadamente 500 litros de água, segundo dados da Fundação Ecológica e Desenvolvimento (ECODES).


NOTÍCIAS

INTERNACIONAIS

HELLA

CONCEITO DE ILUMINAÇÃO DO NOVO AUDI A8

GUIA ONLINE DA MILLERS OILS A Millers Oils lançou um guia de lubrificantes online para veículos clássicos e comerciais. A nova ferramenta, acessível no site da Millers Oils, é fácil de utilizar e rápida, permitindo ao utilizador encontrar o lubrificante da marca inglesa mais adequado para cada veículo. A Millers Oils disponibiliza uma ampla gama de produtos, incluindo óleos lubrificantes para o motor, para a transmissão e para os travões. O guia pode ser encontrado no canto superior do website da Millers Oils no menú “Which Oil”. O utilizador terá depois de selecionar a opção “select your vehicle from a list” e especificar o tipo de veículo, o construtor, o modelo e o tipo de combustível.

GLASURIT NO TECHNOCLASSICA 2018 A Glasurit esteve presente com o seu próprio stand, e pela sétima vez consecutiva, na Techno-Classica, em Essen. A marca efetuou uma apresentação dos seus processos de repintura automóvel baseados na Carta de Turim, que tem como objetivo sustentar veículos históricos como artefactos culturais. Para demonstração prática teve à sua disposição um Jaguar MK XI de 1960 e também apresentou o projeto “Historic Jaguar Color Database” que permitiu a colaboração da Glasurit e da Jaguar no histórico de cores do fabricante inglês.

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Hella implementou um conceito integral de iluminação na mais recente geração do Audi A8, que combina uma segurança inteligente com comodidade individuais e surpreendentes animações luminosas. Os grupos óticos não têm só uma função de segurança, com as funcionalidades Coming Home e Leaving Home da Hella, mas também contribuem com um design exclusivo e individualizado ao veículo. Quando abre a porta, o condutor é recebido com uma animação dinâmica da luz de circulação diurna. Durante a condução, os faróis de cruzamento Matrix LED asseguram uma excelente visibilidade, sendo constituídos por 32 pequenos díodos emissores de luz por unidade. A nova disposição permite um ajustamento individual e a possibilidade de controlo da luz de forma totalmente variável, graças às duas filas de luzes. Em opção está disponível um sistema de máximos que se ativam automaticamente a velocidades superiores a 70 km/h. Pela primeira vez, a luz ajusta-se ao desenho da estrada e proporciona uma iluminação melhor nas curvas. Cada farol integra um pequeno módulo laser que projeta a luz até várias centenas de metros. A partir do exterior, pode ser reconhecido pela sua cobertura em forma de X, que é realçada por uma luz ambiente azulada.

A exclusividade da iluminação do A8 também se estende ao habitáculo. As filas de luz laterais recebem o condutor com efeitos luminosos. Durante a condução criam uma atmosfera agradável. A lâmpada de leitura opcional Matrix LED, recentemente desenvolvida, proporciona uma iluminação específica no teto traseiro da viatura. Para a nova geração do Audi A8, a Hella também produziu, pela primeira vez, lâmpadas traseiras com tecnologia OLED, isto é, com um díodo orgânico emissor de luz. Constituídas por quatro pequenas placas verticais, estas lâmpadas emitem uma luz extremamente homogénea em todas as direções. Ao sair e fechar o veículo, uma animação luminosa faz a despedida ao condutor.

SPIES HECKER

ADITIVO COLORIDO PARA VERNIZ

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Spies Hecker reforçou a sua gama com a introdução do novo aditivo colorido para verniz 9048 Permasolid, que está vocacionado para reparações de vermelhos específicos. Uma das aplicações é a nova cor Soul Red Crystal da Mazda. O novo produto da Spies Hecker visa dar resposta aos novos desafios para as oficinas que resul-

tam da introdução pelos fabricantes automóveis de cores mais intensas e efeitos complexos. Os pintores adicionam o aditivo colorido para verniz de acordo com a informação na fórmula da cor e aplicam-na como habitualmente, num processo de dupla camada. “O nosso objetivo é oferecer aos pintores um apoio muito específico para facilitar o seu trabalho. Isto aplica-se sobretudo às cores populares que proporcionam um brilho profundo e intenso através do verniz colorido. Assim é importante que desenvolvamos soluções de reparação adequadas”, afirma Dietmar Wegener, Colour Management Specialist da Spies Hecker A marca de tintas alemã, sediada em Colónia, refere que a reparação de veículos com aditivos coloridos para verniz requer muito pouco produto, e é por isso que oferece todos os seus aditivos de cor em latas económicas de 100 ml.


PIRELLI

P ZERO PREFERIDOS PARA MODELOS “PRESTIGE”

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s pneus P Zero da Pirelli equiparam 60% dos modelos Prestige expostos na 88.ª edição do Salão Automóvel de Genebra e cerca de 25% dos automóveis do segmento premium tinham montados pneumáticos da marca italiana. No total eram mais de 2700 pneus com a referência específica da Pirelli. A marca italiana reclama ser o principal fornecedor de equipamento original de marcas como a Aston Martin, Bentley, Ferrari e Porsche, assim como da totalidade dos veículos da Maserati, Lamborghini, McLaren ou Pagani. Todos utilizam pneus distinguidos ou referenciados por um símbolo ou um código no flanco que evidencia as suas diferentes caraterísticas. No caso dos modelos premium, a Pirelli mantém uma relação privilegiada com construtores como a Alfa Romeo, Audi, BMW, Mercedes-Benz, Jaguar ou Land Rover. A marca italiana tem vindo a implementar uma estratégia denominada Perfect Fit, que prevê o desenvolvimento de pneus em estreita coPUBLICIDADE

laboração com as marcas, com o propósito de evidenciar a eficácia e as qualidades dinâmicas de cada modelo. A Pirelli adianta que já é o parceiro preferencial para a maioria dos fabricantes automóveis nos segmentos Prestige

e Premium, com as famílias de pneus P Zero, Scorpion e Cinturato. Em comparação com os pneus base beneficiam de elementos diferenciadores como o desenho do piso, os compostos ou a estrutura interna.


OPINIÃO

BASES DE DADOS

PROTECÇÃO DE DADOS PESSOAIS

OBRIGAÇÃO PARA AS EMPRESAS DO SECTOR Voltamos ao tema da proteção das bases de dados que, em finais de Maio, promete ser enorme alteração no funcionamento das empresas. Agora, numa perspetiva interna, do que representa o novo regulamento na relação entre as empresas e os seus trabalhadores TEXTO TÂNIA SOFIA MOTA*

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s obrigações decorrentes da necessidade de tratamento dos dados pessoais são hoje uma realidade que preocupa o sector empresarial. Preocupa também as empresas que se dedicam às actividades do sector automóvel, na medida em que as obrigações são transversais e se aplicam a todas as empresas, independentemente da respectiva actividade ou dimensão. Quer isto dizer, que as obrigações são para todas as empresas, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes e ainda para os empresários em nome individual. Quando hoje se fala nas regras de salvaguarda da privacidade dos cidadãos, e que estão materializadas no Regulamento Geral de Protecção de Dados [doravante RGPD], parece que tudo é inovação ou novidade, no entanto, não é bem assim. Na verdade, muitas das regras previstas no RGPD encontravam já previsão em Portugal, nomeadamente na Lei de Protecção de Dados Pessoais e tinham mesmo salvaguarda Constitucional [desde 1997]. Com o RGPD foi concedido um prazo transitório de dois anos às organizações para a adaptação às regras definidas, sendo que, em 25 de Maio, o mesmo produzirá efeitos com carácter definitivo no nosso ordenamento jurídico. Pretende-se com o presente artigo apresentar uma perspectiva prática, embora não exaustiva por não ser aqui possível, de algumas das obrigações decorrentes do regulamento para as empresas, com enfoque nos dados recolhidos no âmbito das relações laborais.

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São as empresas quem tem de apresentar evidências do cumprimento das regras de protecção de dados, de modo que se altera o paradigma da organização interna das organizações. É pois essencial que cada empresa defina a sua política de privacidade, criando procedimentos adequados a demonstrar que se trata de uma empresa “amiga da privacidade”. Para tanto, as empresas têm de adoptar cuidados especiais aquando da recolha de informação pessoal e devem ser recolhidos apenas os dados estritamente necessários para o fim a que se destinam. Além disso, a informação ou documentação que contenha dados pessoais de clientes, fornecedores ou trabalhadores [informação ou documentação que se encontre armazenada em ficheiros digitais e/ou em ficheiros de papel] deve estar centralizada e actualizada. Assim, é muito importante identificarmos o que são dados pessoais: são as informações relativas a uma pessoa identificada ou identificável, sendo que, a título de exemplo, temos o nome, número de identificação civil, número de identificação fiscal, a morada, filiação, número de colaborador, filiação sindical, endereço de correio electrónico, username, password, assinatura, entre outros. Já a informação relativa às empresas não se considera pessoal e não se encontra abrangida pelas regras do RGPD, sendo que, temos a título de exemplo, a denominação das empresas, morada da sede, número de identificação de pessoa colectiva, CAE ou actividades desenvolvidas. No entanto, a informação ou dados referentes aos gerentes, administradores ou responsáveis das empresas, já é pessoal e merece protecção.


A generalidade das empresas faz operações que envolvem o tratamento de dados pessoais, na medida em que fazem recolha, registo, conservação, alteração, consulta ou a sua destruição [entre outras operações de tratamento previstas]. Nessa medida, as empresas e empresários em nome individual, são responsáveis pelo tratamento de dados, o que equivale a dizer que, em caso de violação de dados, podem incorrer em infracções cujas coimas são de valor muito elevado. Quando as empresas recrutam trabalhadores, recolhem, registam e organizam um conjunto de informações pessoais do candidato ao emprego. Este é um dos exemplos clássicos do tratamento de dados nas organizações. Nestes casos, as empresas não precisam do consentimento dos trabalhadores para acederem à informação necessária no âmbito da relação laboral, desde logo, para a feitura do contrato de trabalho e para dar cumprimento ao conjunto de obrigações legais a que estão sujeitas. A celebração do contrato de trabalho pressupõe o acesso legítimo a um conjunto de informação, designadamente, ao nome do trabalhador, morada, estado civil, número de identificação fiscal, número de identificação civil, composição do agregado familiar, enquadramento fiscal, contacto telefónico, entre outros. Informação que é necessária para a elaboração do contrato de trabalho, e que é essencial para efeito de comunicação de admissão do trabalhador à Segurança Social, para celebração de seguro de acidentes de trabalho, para efeito de processamento salarial e para acesso à medicina no trabalho, entre outras obrigações a que o empregador se encontre sujeito e, por isso, não carece de consentimento do trabalhador. A par disso, também é desnecessário o consentimento do trabalhador para a transmissão da informação necessária para a celebração de seguro de acidentes de trabalho, para a execução dos contratos de segurança e saúde no trabalho ou ainda para efeito de processamento salarial. Porém, sendo desnecessário o consentimento dos trabalhadores nestes casos, não deixam as empresas de ter a obrigação de os informar de que os seus dados serão transmitidos a entidades externas, identificando-as de forma expressa. Entretanto, suponhamos que as empresas mudam de seguradora com quem têm apólice de seguro de acidentes de trabalho, ou de gabinete de contabilidade. Nesse caso cabe-lhes comunicar aos seus trabalhadores a alteração, informando-os de que os seus dados foram transmitidos a outras entidades, indicando quais. As empresas têm de garantir que as entidades com que mantêm relações comerciais e a quem transmitem informação pessoal cum-

prem igualmente as regras previstas no RGPD. À primeira vista, o cumprimento desta garantia não parece tarefa simples, no entanto, materializa-se mediante a celebração de contratos de prestação de serviços escritos, com identificação das obrigações e dos procedimentos a adoptar pelas partes, no sentido da salvaguarda da privacidade, devendo resultar do clausulado do contrato que estes fazem o tratamento dos dados que lhes são transmitidos na estrita medida pretendida e solicitada pelas empresas, ou seja, apenas para as finalidades previamente determinadas. Outra obrigação decorre nestes casos, a saber, a de informar os trabalhadores dos direitos previstos no regulamento [direitos de informação, de acesso, de rectificação, apagamento, limitação do tratamento dos dados pessoais, prazos definidos para a conservação dos dados, entre outros]. Já quando a informação pretendida não se destine a ser tratada no, e para o âmbito da relação laboral, os trabalhadores têm de manifestar de forma livre, específica, informada e explícita, que aceitam que os seus dados sejam objecto de tratamento. A utilização de fotografias dos trabalhadores em newsletters, páginas em redes sociais ou intranet das empresas, carece de consentimento livre e esclarecido para esse fim. Outro exemplo da necessidade de consentimento, é o caso da celebração de contratos de seguro de saúde em que sejam beneficiários os trabalhadores. Temos ainda a situação comum da utilização do contacto telefónico ou endereço de email, para efeitos de divulgação de acções promocionais ou de marketing por parte das empresas. Nestes casos, é exigível que os trabalhadores manifestem de forma livre, explícita, informada e específica, que aceitam que esse dado seja objecto de tratamento para esse determinado fim. Para concluir, estando a pouco mais de um mês do dia 25 de Maio, aguarda-se regulamentação por parte do legislador português para a execução das regras previstas no RGPD. A par disso, seria relevante que a Comissão Nacional de Protecção de Dados, publicasse as suas orientações sobre estas matérias, no sentido de dar apoio às organizações na implementação prática destas regras. Porém, com justificação na já habitual falta de recursos ou meios da Comissão, não sucedeu na medida desejável. Ora, atendendo à exigência pedida às organizações, não seria de valor adoptar a máxima de Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”? Aparentemente, não. / (Escrito de acordo com a antiga ortografia) * Advogada & Departamento Jurídico da ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel

ABRIL 2018 TURBO OFICINA

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ESPECIALISTA

CREATE BUSINESS

PEDRO PROENÇA DIRETOR DE VENDAS E MARKETING

“GANHAR DIMENSÃO ERA UM FATOR CRÍTICO” Distribuidora de peças de substituição com cobertura plena do território nacional, a Create Business precisava de crescer e começou a alargar a sua influência ao mercado espanhol! Mas também pretende fazer o mesmo com as suas redes de oficinas e os diversos serviços de valor acrescentado com que procura marcar a diferença. Saiba como TEXTO SÉRGIO VEIGA FOTOS JOSÉ BISPO

G

arantida uma boa cobertura do território nacional, incluindo Açores e Madeira, com 33 armazéns/pontos de comercialização, a Create Business avançou para uma expansão além-fronteiras, entrando no mercado espanhol através da Estremadura. Assumindo-se como grupo de distribuição de peças de substituição, mas com um tipo de funcionamento muito próprio, a Create Business estabeleceu um acordo com a Repuestos Guadiana que, partilhando os mesmos conceitos, já estabeleceu uma rede de seis pontos de distribuição em Espanha, entre Cáceres e Badajoz. Só para começar…

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“O mercado está a mudar muito, não só na distribuição mas também a nível dos fornecedores. Percebemos que é fundamental crescermos, ganhar dimensão será um fator crítico. E ter dimensão é ir para Espanha, começando logo pelo ponto de vista geográfico”. Quem o explica é Pedro Proença, Director Comercial e de Marketing da Create Business que se mostra consciente do desafio que tem pela frente: “Sabemos que não é um mercado fácil, mas é um mercado em que podemos aproveitar diversas sinergias. E estamos cientes de que é um mercado diferente do português e que teremos de adaptar alguns dos nossos conceitos”. Quanto ao acordo com a Repuestos Guadiana que acabou por lhes abrir o mercado vizinho, Pedro Proença conta: “Eles contactaram-nos

para conhecerem o conceito do nosso negócio e percebemos que tínhamos muitas coisas em comum. Criámos, para isso, uma nova empresa em que a Create é maioritária, a Create Business Iberia Aftermarket”. Será este o embrião do que este distribuidor português pretende que seja… a conquista do mercado espanhol: “Será a empresa que usaremos para crescer em Espanha, pois queremos ter novos sócios e distribuidores que se incorporarão adquirindo participações nessa companhia”. Esse é, contudo, um caminho para fazer, não diríamos pausadamente mas, pelo menos, sem sofreguidão. “Não há prazos para este processo de adaptação, nem para que a Repuestos Guadiana passe a trabalhar com as nossas marcas, porque estamos conscientes das particularidades da sua região.


Por outro lado, temos as nossas redes de oficinas [A Oficina e Auto Check Center] que teremos de adaptar ao mercado espanhol e ainda estamos a estudar como poderemos fazê-lo”. CINCO PILARES PARA UM SUCESSO A COMEMORAR 15 ANOS Esta entrada no mercado espanhol dá-se, coincidentemente, na altura em que a Create Business comemora o seu 15.º aniversário, de um caminho já longo e de crescimento constante. “Nascemos como grupo há 15 anos, numa altura em que apenas existiam a AD e a Atlantic Parts”, recorda Pedro Proença. “Aliás, os grupos nunca tiveram grande tradição em Portugal, onde não existe propriamente um ‘player’ dominador, estando o mercado muito ‘atomizado’, com poucas empresas de âmbito nacional. Em 2006 integrámos o grupo ATR e desde então que passámos a crescer a um ritmo anual a rondar os 10%. Muitos dos nossos sócios tinham pequena dimensão e hoje são líderes nas suas regiões porque fomos crescendo juntos, com uma filosofia em comum”. O apoio aos profissionais da reparação automóvel, com peças de substituição de qualidade semelhante às originais, além de ferramentas e equipamentos de diagnóstico foi, desde o início, um dos objetivos da Create Business. “Por isso sempre trabalhámos com marcas ‘premium’ e concentramo-nos em poucas marcas, uma ou duas por linhas de produto. É a nossa forma de defender o aftermarket, com profissionais de qualidade e peças de substituição de qualidade”, defende Pedro Proença que aponta os cinco pilares sobre os quais foi construída a sólida reputação da empresa: a credibilidade de distribuir produtos de qualidade e honrar as condições acordadas; a confiança estabelecida com clientes e fornecedores, com valores como honestidade, integridade e lealdade; a eficiência dos métodos de gestão; a precisão para eliminar falhas que afetem a satisfação dos clientes; e a diferenciação e inovação para proporcionar um serviço de valor acrescentado aos seus clientes. Na parte da distribuição, Pedro Proença destaca não só a rede já montada e que permite suprir as necessidades do território nacional, mas também a parte logística que garante rápidas entregas das peças de substituição. “Temos mais de 90 carrinhas de distribuição, além dos 39 armazéns/lojas, com 21 mil metros quadrados de superfície de armazenamento, e um serviço que varia entre as duas e as seis entregas diárias. O que chega a perfazer 1350 entregas diárias a partir de todas as nossas localizações”. A máquina está muito bem oleada. “Temos rotas pré-estabelecidas e formamos as oficinas para que nos façam os pedidos de maneira organizada porque não podemos acorrer a todas as oficinas de cada vez que necessitam de uma peça. Ajudamo-los a que estejam organizados neste aspeto e também noutras áreas


ESPECIALISTA

CREATE BUSINESS

CRITERIOSA A Create Business optou por trabalhar com marcas "premium", mas apenas com uma ou duas por linha de produto. Há três anos começou também na distribuição de pneus que já vale... 35% do negócio, além de ajudar à fidelização dos clientes à rede de oficinas

oficina. E mesmo com os avanços tecnológicos que se aproximam nos automóveis, os pneus continuarão a atrair clientes às oficinas, sendo uma das melhores formas de os fidelizar”. O conceito em relação aos pneus foi, à partida, semelhante ao das peças de substituição mas… acabou com uma “nuance”: “Também nos pneus trabalhamos com marcas ‘premium’, além da Sava, mas passámos a ter uma marca própria, pois somos distribuidores exclusivos dos pneus feitos pela Momo”.

do seu negócio. E, na distribuição, contamos com furgões próprios, não dependemos de nenhum operador logístico”. Pedro Proença acrescenta que a Create Business faz quatro rotações de “stock” por ano e que, de momento, não está interessada em ter novos sócios em Portugal. A prioridade passa agora por crescer nas zonas em que têm sócios mais recentes. “Nalguns casos foram os nossos próprios parceiros que alargaram a sua área de influência, cobrindo zonas que eram deficitárias”. Uma novidade relativamente recente e que contribuiu fortemente para o crescimento dos resultados da Create Business foi a aposta na distribuição de pneus. “Só introduzimos os pneus há três anos, mas já valem 35% do negócio! É o produto que mais fatura nas oficinas das nossas redes e tê-lo pode fazer a diferença, pois é algo que leva muitas vezes as pessoas à

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REDES DE OFICINAS E OS TREMENDOS DESAFIOS QUE SE APROXIMAM Ao abordar a fidelização à oficina, Pedro Proença acaba por levar a conversa para outra das áreas cruciais para a Create, a dos serviços de valor acrescentado, que poderíamos dividir em dois grandes grupos: a marca “+valor”; e as redes de oficinas. “Sob a marca +valor juntamos quatro áreas, o apoio técnico, a formação técnica ou de gestão de negócio, o nosso portal com várias ferramentas de gestão e o +valor ambiente para dar assessoria e consultoria jurídica em termos ambientais, pois as exigências em Portugal são elevas… tal como as multas”. No que respeita às redes de oficinas, a aposta é nas chamadas “one stop shop”, ou seja, as oficinas que conseguem suprir todas as necessidades do cliente. Daí também a importância da aposta feita há três anos nos pneus! A Create promove três redes de oficinas – A Oficina, Auto Check Center e Bosch Car Service – e um programa de fidelização denominado Visão. “A Oficina foi criada por nós em 2011 e conta com 80 oficinas em Portugal. A Auto Check Center faz parte do grupo ATR e tem 55 oficinas em Portugal, das 350 que possui na Europa. O

Bosch Car Service tem 3500 oficinas na Europa, contando com 110 em Portugal”. Quanto ao programa de fidelização Visão, Pedro Proença descreve-o: “Foi criado em 2005 e fazem parte 500 pontos de reparação. Permite à oficina ir acumulando pontos mediante os pedidos feitos e poder, depois, trocá-los por equipamentos, formação ou serviços”. O Diretor de Vendas e Marketing da Create não esconde alguma preocupação com a chegada em massa da mobilidade elétrica e os seus carros com menor número de componentes e mecânicas simplistas. “O negócio vai baixar muitíssimo, receio…”. Mas não será esse, na sua opinião o maior desafio que há para enfrentar, até porque esses tempos ainda estão relativamente distantes. O problema para o aftermarket será acompanhar a verdadeira “cavalgada” tecnológica a que estamos a assistir por parte dos construtores automóveis. “Neste momento já não sabemos se a formação será, de facto, o mais importante. Talvez seja melhor ter um bom apoio disponível sempre que recebermos uma chamada para darmos o conselho certo, porque o avanço tecnológico vai ser de tal forma rápido que a formação vai estar sempre a ficar desatualizada… Estamos também a preparar uma equipa para trabalhar tudo o que sejam dados, devido às alterações da legislação. Porque é muito fácil e rápido ter os dados, mas o problema será trabalhá-los”, explica Pedro Proença. Novos desafios que se colocam a um setor em que a criatividade e a coragem de dar um passo em frente acabará sempre por pagar. E a Creative Business mostrou estar nesse caminho tanto pela forma diferente como se apresenta ao mercado, como pela forma decidida como abraçou a internacionalização. /



RAIO-X

COMERCIAL DO MÊS

AS VANTAGENS DO CNG Com autonomia superior a 500 quilómetros e um custo de energético de 5,19 €/100 km, a versão CNG do Caddy já se apresenta como uma alternativa competitiva TEXTO CARLOS MOURA PEDRO

P

ara operações de entregas em ambiente urbano e suburbano, a Volkswagen Veículos Comerciais introduziu uma versão a gás natural comprimido (GNC) no modelo Caddy, que já se encontra em comercialização no mercado nacional. À vantagem ambiental, em termos de menores emissões de dióxido de carbono e de NOx, esta solução também se apresenta como uma alternativa no domínio dos custos totais de propriedade. No que se refere aos valores de aquisição, o Caddy Furgão 1.4 TGI BlueMotion Extra AC com motorização de 110 cv é proposto por 24.487 euros, enquanto a versão diesel equivalente, com motor 2.0 TDI de 102 cv, está disponível a partir de 23.511 euros, ou seja, a diferença não chega a mil euros. Em termos de renda mensal, no caso de um renting, uma simulação da gestora de frotas LeasePlan aponta para valores de 471,92

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TURBO OFICINA ABRIL 2018

euros no caso da versão 1.4 TGI e de 472,88 euros para o 2.0 TDI Extra AC BlueMotion. Se, em termos de valores de aquisição, os valores são quase idênticos, o mesmo não se passa relativamente ao custo energético. Nesse capítulo, a versão 1.4 TGi leva clara vantagem. Ao preço de 0,999 €/kg, segundo dados da Direção Geral de Geologia e Energia, o abastecimento do depósito de 26 quilogramas de gás natural comprimido custa 25,97 euros, contra os 73,92 euros para abastecer 55 litros de gasóleo na versão 2.0 TDi. Caso exista infraestrutura de abastecimento no raio de operação do veículo – no nosso país já existem postos de abastecimento de gás natural comprimido explorados pela Dourogás e pela Galp e a tendência é para o seu número aumentar – o Volkswagen Caddy 1.4 TGI BlueMotion Extra AC pode constituir uma opção a considerar pelas empresas. A autonomia também não constitui um problema, uma vez que cada abastecimento permite percorrer mais de 500 quilómetros. Em caso

de necessidade, o Caddy dispõe ainda de um pequeno depósito de gasolina, com capacidade de 13 litros, que funciona como reserva para cem quilómetros, na eventualidade de se esgotar o gás natural. Exteriormente, poucas diferenças existem relativamente à versão convencional diesel, exceto a designação TGI BlueMotion na porta – a unidade ensaiada tinha decoração específica. Tudo o resto é igual, incluindo o compartimento de carga, que oferece volume útil de 3,2 m3 e carga útil de 666 quilogramas. O mesmo se aplica ao habitáculo, que também é idêntico ao das restantes versões, com exceção do painel de instrumentos que inclui um mostrador com os níveis de gás natural e gasolina nos respetivos depósitos, assim como a autonomia dos mesmos. O equipamento de conforto da unidade ensaiada – Furgão TGI BlueMotion Extra AC 2 Lugares – inclui os dispositivos mais procurados pelo mercado, como vidros elétricos, retrovisores exteriores elétricos e aqueci-


VOLKSWAGEN CADDY FURGÃO TGI BLUEMOTION EXTRA AC 2LUG

PREÇO 24.487 € // MOTOR GNC; 110 CV; 4800 – 6000 RPM // BINÁRIO 200 NM // TRANSMISSÃO Dianteira; 6 VEL Man // PESO 1559 KG // COMP./LARG./ALT. 4,41/1,79/1,79 M // CONSUMO 4,3 KG/100 km (5,2 KG/100 km*) // EMISSÕES 118 G/KM // IUC 32,00 € *As nossas medições

AUTONOMIA ECONOMIA UTILIZAÇÃO

TUDO QUASE IGUAL Se não fosse a decoração específica nas paredes laterais e a designação TGI BlueMotion no canto inferior direito da meia porta traseira, não seria possível distinguir a versão CNG do Caddy da diesel convencional. O habitáculo também é idêntico, bem como o compartimento de carga

dos, volante multifunções em couro, ar condicionado “Climatronic”, rádio “Composition Colour”, deteção de fadiga, start-stop, cruise-control. No que se refere à segurança, destaque para o airbag duplo, airbags laterais e de cortina, auxiliar de arranque em subida, programa eletrónico de estabilidade, controlo de tração, entre outros. No capítulo mecânico, esta proposta da Volkswagen Veículos Comerciais recebeu um motor de 1,4 litros, baseado no bloco TSI de igual cilindrada do Grupo Volkswagen, que foi modificado para permitir a utilização de gás natural comprimido, designadamente ao nível da cabeça do motor, do veio de excêntricos e das válvulas. Os engenheiros também fizeram alguns ajustamentos na gestão eletrónica do motor, no conversor catalítico e no turbocompressor. O resultado traduziu-se no motor 1.4 TGI, que desenvolve uma potência de 110 cv entre as 4800 e as 6000 rpm e um binário máximo de 200 Nm entre as 1500 e as 3500 rpm.

PREÇO OPÇÕES

Como funciona em ciclo Otto, isto é, tem velas de ignição como nos motores a gasolina (ou não derivasse do 1.4 TSI), este propulsor carateriza-se pela suavidade de funcionamento e pela ausência de vibrações tão típicas dos motores a gasóleo. Além disso, a sua utilização também é muito agradável, sendo rápido a subir de rotação e bastante elástico, sendo coadjuvado por uma caixa manual de seis velocidades. O consumo médio anunciado pela marca é de 4,3 kg por cada cem quilómetros percorridos. Em condições reais de utilização, o computador de bordo indicou um valor de 5,2 kg/100 km, o que representa um custo de 5,19 euros. Pelas vantagens ambientais em termos de emissões de CO2, de 118 g/km, pelos baixos custos de exploração e por custar praticamente o mesmo que a versão a gasóleo, esta versão CNG do furgão compacto da Volkswagen poderá ser um caso a considerar se existir no raio de ação da sua operação uma infraestrutura de abastecimento deste combustível. /

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RAIO-X

BARÓMETRO

DINÂMICA DO SETOR Todos os meses, em parceria com a Informa D&B, a Turbo Oficina regista as mudanças no tecido empresarial do setor do após-venda. Conheça aqui as principais alterações e ocorrências registadas PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS AUTO, POR REGIÃO DINÂMICA NASCIMENTOS (CONSTITUIÇÕES) ENCERRAMENTOS (EXTINÇÕES) INSOLVÊNCIAS REGIONAL DO SETOR ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO ACUMULADO VARIAÇÃO FEVEREIRO 2018 HOMÓLOGA FEVEREIRO 2018 HOMÓLOGA FEVEREIRO 2018 HOMÓLOGA ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) ACUMULADA(%) NORTE 124 9,7%

28 40,0%

3

-57,1%

CENTRO 64

8,5%

14

27,3%

2

100,0%

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

-2,4%

25

-28,6%

6

50,0%

ALENTEJO 13

80

8,3%

1

-50,0%

0

-100,0%

ALGARVE 11

-21,4%

4

100,0%

1

-

R. A. AÇORES

0

-100,0%

1

0,0%

0

-

R. A. MADEIRA

7

75,0%

2

-50,0%

0

-100,0%

TOTAL 299 4,2%

75 0,0%

TECIDO EMPRESARIAL DO SETOR FEVEREIRO 2018

12 -14,3%

PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS NO SETOR DOS CONCESSIONÁRIOS AUTO, OFICINAS, GROSSISTAS E RETALHISTAS DE PEÇAS E ACESSÓRIOS AUTO VARIAÇÃO HOMÓLOGA DINÂMICA SETOR ACUMULADA (%)

EM NÚMERO

FEV. 2018

ACUMULADO FEV. 2017 FEV. 2018

ACUMULADO SETOR TECIDO FEV. 2017 EMPRESARIAL

NASCIMENTOS

299

116

287

4,2% 12,1%

ENCERRAMENTOS 27

75

34

75

0,0% -1,3%

INSOLVÊNCIAS 4

12

5

14

-14,3% -6,5%%

(CONSTITUIÇÕES)

NORTE 5290

105

(EXTINÇÕES)

FONTES: ANÁLISE INFORMA D&B; DADOS: PUBLICAÇÕES DE ATOS SOCIETÁRIOS E PORTAL CITIUS /MINISTÉRIO DA JUSTIÇA *Toda a informação introduzida na base de dados Informa D&B é dinâmica, encontrando-se sujeita à publicação tardia de alguns atos e às alterações diárias de diversas fontes.

FICHA TÉCNICA

CENTRO 3462

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA 3507

ALENTEJO 890

ALGARVE 495

EM PERCENTAGEM 37,4

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ALENTEJO

A. M. LISBOA

CENTRO

NORTE

6,3

R. A. MADEIRA 290

3,5

1,4

2,1 MADEIRA

24,8

AÇORES

24,5

ALGARVE

R. A. AÇORES 196

Universo de organizações - Tecido Empresarial O Tecido Empresarial considerado engloba a informação relativa às organizações ativas com sede em Portugal, sob as formas jurídicas de sociedades anónimas, sociedades por quotas, sociedades unipessoais, entidades públicas, associações, cooperativas e outras sociedades (os empresários em nome individual não fazem parte deste universo de estudo). Consideram-se as empresas classificadas em todas as secções da CAE V3 .0. Universo de setor dos concessionários auto, oficinas, grossistas e retalhistas de peças e acessórios auto Organizações ativas do tecido empresarial classificadas nas seguintes secções da CAE V3.0.: Grossistas auto: CAE 45310- Comércio por grosso de peças e acessórios para veículos automóveis Retalhistas auto: CAE 45320 - Comércio a retalho de peças e acessórios para veículos automóveis Concessionários auto: CAE 45110 - Comércio de veículos automóveis ligeiros Oficinas: CAE 45200 - Manutenção e reparação de veículos automóveis Nascimentos Entidades constituídas no período considerado, com publicação de constituição no portal de atos societários do Ministério da Justiça.

Encerramentos Entidades extintas no período considerado, com publicação de extinção no portal de atos societários do Ministério da Justiça (não são consideradas as extinções com origem em procedimentos administrativos de dissolução). Entidades com insolvências Entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. Regiões As entidades foram classificadas através da localização da sua sede, representando as 7 unidades da NUTS II de Portugal (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS)). A Informa D&B é especialista no conhecimento do tecido empresarial e através de análises inovadoras, disponibiliza o acesso a informação atualizada e relevante sobre a atividade de empresas e gestores, fundamental para a condução dos negócios dos seus clientes. A Informa D&B está integrada na maior rede mundial de informação empresarial, a D&B Worldwide Network, com acesso aos dados de mais de 245 milhões de agentes económicos em 221 países. www.informadb.pt (+351) 213 500 300 informadb@informadb.pt



REPARAÇÃO

APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DA OFICINA

OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS E EQUILÍBRIO AMBIENTAL Para além das ações de redução de consumo elétrico, é possível implantar nas oficinas outras medidas que permitam otimizar os consumos, tais como as melhorias tecnológicas em equipamentos e processos e o aproveitamento de água que, simultaneamente, contribuem positivamente para a recuperação ambiental. TEXTO ARMANDO CLEMENTE ARBESÚ

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RECICLAGEM DE ÁGUA NA LAVAGEM DE VEÍCULOS PODE PERMITIR POUPAR ATÉ 80% DA ÁGUA E CONTRIBUIR PARA O EQUILÍBRIO DO ESPAÇO NATURAL ENVOLVENTE Algumas empresas também utilizam as suas próprias captações de águas subterrâneas para evitar o consumo de água pública. UTILIZAÇÃO DE FILTROS EM TORNEIRAS

A utilização de arejadores nas torneiras implica incluir ar no jato de água, permitindo poupanças de 40 a 50% sem qualquer inconveniente para o utilizador. UTILIZAÇÃO DE FONTES DE ÁGUA ENGARRAFADA

N

as oficinas de reparação, além da poupança energética, podem aplicar-se determinadas medidas e melhorias que incidam na redução das despesas, atendendo tanto a normas preventivas, como a ações que fazem parte dos diferentes processos. CONSUMO DE ÁGUA ÁGUA DA LAVAGEM DE VEÍCULOS

A lavagem dos veículos com pontes de lavagem consome entre 80 e 100 litros por cada veículo. A adoção de um sistema de reciclagem para o abastecimento de água da máquina permite utilizar 80% de água reciclada. Para isso, além do decantador de sólidos e do separador de gorduras, coloca-se um terceiro depósito, no qual a água recuperada volta ao circuito de lavagem, deixando a utilização de

Nas oficinas onde ocorra um consumo apreciável de água engarrafada, é muito interessante a utilização de fontes de água, visto que permitem dispor de água fria em qualquer momento e reduzir a zero as embalagens de plástico da água. O aproveitamento, consumo responsável e tratamento adequado das águas proporciona vantagens individuais para a empresa, que beneficiam a sociedade em geral e o ambiente. É necessária uma tomada de consciência para pôr em marcha este tipo de processos e padronizá-los, tal como as restantes melhorias tecnológicas e sistemáticas descritas em seguida.

água limpa para o enxaguamento final. A poupança é significativa para as oficinas e benéfica para o ambiente. Em algumas localidades, este sistema é obrigatório, como por exemplo, na cidade de Madrid, desde o ano de 2006. APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA

Através da utilização de depósitos, à superfície ou enterrados, podemos aproveitar as águas pluviais das coberturas e telhados para posterior utilização. As águas pluviais, recolhidas, filtradas e armazenadas, constituem uma fonte alternativa de água de boa qualidade, embora exijam a utilização de sistemas que separem os sedimentos sólidos da água da chuva. As águas pluviais utilizam-se principalmente no abastecimento de autoclismos, na rega de zonas ajardinadas, na lavagem de pisos no interior e/ou exterior de edifícios e na lavagem de veículos.

MELHORIAS TECNOLÓGICAS EM EQUIPAMENTOS ESTUFAS DE PINTURA

Historicamente, as estufas de pintura funcionaram com gasóleo como combustível e com um motor para a insuflação e extração de ar, o que permitia dispor de um caudal de ar de 20.000 m3/h. A obrigação da utilização de tinta de água exigiu mais caudal de ar para a renovação na estufa e foram integrados dois motores independentes para a insuflação e para a extração os quais, para renovar 25.000 a 30.000 m3/ hora, tinham de ter 15 cv (11 kW) cada. A mudança do gasóleo para o gás implica um melhor rendimento energético, sem emissões de SO2 e com menor emissão de CO2. O custo do combustível também diminui. Atualmente, a utilização de motores inverter de alta eficiência, de sistemas de recuperação do ar quente, de materiais mais leves e de novas conceções de turbinas está a permitir reduzir a potência nominal destes motores até metade da sua potência, o que se traduz numa

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REPARAÇÃO

APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DA OFICINA poupança no consumo e, inclusivamente, numa poupança na potência a contratar pela oficina. Uma consequência disto é também a diminuição do ruído emitido. Isto é complementado com a introdução, cada vez maior, de autómatos programáveis para adequar os ciclos de aplicação, os tempos de evaporação e de secagem ao tipo de tinta a utilizar, às peças a pintar e, inclusivamente, ao produto específico, que fazem com que a energia e os tempos se ajustem cada vez mais, sempre com um menor gasto energético e um menor tempo de utilização da cabina. SOLDADURAS DE PONTOS POR RESISTÊNCIA

Os novos aços utilizados no fabrico de carroçarias implicam dispor de máquinas de soldadura de pontos com maior intensidade, passando de 5000-6000 amperes para os 12.000-14.000 atuais, recomendados pelos fabricantes nos respetivos processos de trabalho. Estas máquinas obrigavam as oficinas a dispor de uma ligação de 63 amperes que, normalmente, deveria ser instalada como uma linha adicional. As novas máquinas de soldadura de pontos, com transformador na pinça de soldadura e eletrónica de funcionamento, fazem com que as possamos utilizar inclusivamente com tomadas de 32 amperes e, em casos especiais, de 45 amperes. Estas tomadas são muito mais frequentes nas instalações das oficinas. RECUPERAÇÃO DE CALOR DOS COMPRESSORES

Os compressores de ar comprimido das oficinas absorvem energia que convertem em calor na quase totalidade. Mais de 90% da energia de funcionamento de um compressor é desperdiçada na forma de calor gerado pelo motor e pela secagem e dissipado no ambiente. Este calor é utilizável de forma bastante simples através de sistemas adaptados ao próprio compressor ou ao local • Recuperação do calor do local. Um compressor eleva a temperatura do óleo de funcionamento para 90 ºC e o local onde se encontra pode superar os 45 ºC de temperatura. Nestas salas é normal dispor de um sistema de extração de ar para baixar a temperatura ambiente, enviando-a para o exterior. Através de um sistema bypass podemos colocar uma conduta para o aproveitamento do ar quente resultante do funcionamento do compressor, projetando-o para outras zonas no interior da oficina próximas da zona de espera, no inverno, e para o exterior, no verão. Outros sistemas levam o ar diretamente da saída de ar do compressor. • Apoio à água quente ou ao aquecimento. Colocando um permutador de placas água-óleo no circuito do óleo do compressor, conduz-se esse calor para o circuito de água quente ou aquecimento, melhorando a sua

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O EXPEDIENTE ELETRÓNICO EVITA A UTILIZAÇÃO DE PAPEL, COM O CONSEQUENTE CONTRIBUTO PARA O AMBIENTE

produção, com temperaturas inclusivamente superiores a 60 ºC! A recuperação de calor ajuda não apenas a uma melhor gestão energética, mas também a um funcionamento mais eficiente do equipamento. Este investimento é recuperado rapidamente. UTILIZAÇÃO DE PORTAS RÁPIDAS

Se conseguimos ter uma temperatura confortável na oficina, esta deteriora-se rapidamente


O CALOR GERADO PELO COMPRESSOR PODE-SE RECUPERAR PARA OUTRAS UTILIZAÇÕES de acabamento que reduzem drasticamente a utilização do calor da estufa, passando dos habituais 40 minutos a 60 ºC para a secagem para 5 minutos a 60 ºC ou 20 minutos a 40 ºC. Isto permite reduzir o tempo por veículo e aumentar o rendimento da estufa de pintura, ponto crítico habitual nas oficinas. Também estão a desenvolver produtos para secagem ao ar sem utilização de calor e, inclusivamente, de secagem por absorção de humidade. PROCESSOS HÚMIDO SOBRE HÚMIDO

Habitualmente, o aparelho aplicava-se realizando um primeiro mascaramento, aplicação do produto, secagem com calor (forno/estufa ou infravermelhos), lixamento e um segundo mascaramento para a aplicação das tintas de acabamento (cor e verniz). Os sistemas húmido sobre húmido eliminam o lixamento e algumas limpezas e desengorduramentos, para se realizar um único mascaramento. A secagem limita-se a um reduzido tempo de evaporação indicado pelo fabricante nas respetivas fichas técnicas, para, em seguida, se aplicar a cor. Esta técnica aplica-se nos ligeiros, sobre peças novas e pintura de interiores (compartimentos do motor, alojamentos de roda sobresselente, etc.), sendo muito comum na pintura de veículos industriais, agrícolas e autocarros. Aplicar este processo de trabalho, aumentará a rentabilidade, reduzindo os materiais de lixamento, desengorduramento e mascaramento, e encurtando tempos de processo, assim como otimizando o consumo energético. O EXPEDIENTE ELETRÓNICO

com a abertura de portões de acesso tradicionais. A utilização de portões de abertura e fecho rápido automáticos, com velocidades até 3 metros por segundo, mantém a temperatura e evita as correntes de ar nas oficinas. MELHORIAS TECNOLÓGICAS NOS PROCESSOS APLICAÇÃO DE APARELHOS E VERNIZES

Os fabricantes de tinta estão a lançar no mercado produtos para a aplicação de fundos e vernizes

Cada vez mais, os concessionários e as oficinas dispõem de programas informáticos de gestão que eliminam a utilização do papel, digitalizando os múltiplos documentos da reparação, de modo que os documentos em papel sejam mínimos. Como exemplo disso, podemos referir o envio da marcação para a oficina através de e-mail/ /sms; entrega do recibo de depósito ao cliente, em pdf, por correio eletrónico; a troca de relógios de ponto com papel por registo de ponto através de um terminal informático, transmitindo os dados diretamente ao programa informático de gestão; a gestão de peças de substituição através da utilização de portais na internet… O expediente eletrónico evita a utilização de papel com o consequente contributo para o ambiente.

UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS

Os concessionários e as oficinas já têm, como uma prática habitual, a cedência de um veículo de cortesia enquanto é realizada uma reparação. Um passo mais neste avanço é o recurso a veículos elétricos, tanto para utilização do cliente como no caso dos veículos da empresa. Estão a ocorrer casos de veículos de substituição elétricos para condutores de motociclos ou de bicicletas elétricas. A melhoria ambiental é evidente. Complementar esta tecnologia com a formação em técnicas de condução eficiente contribui para se alcançar o objetivo. AUTOMATIZAÇÃO DE SISTEMAS NOS ESCRITÓRIOS

Não é invulgar encontrarem-se escritórios que mantêm todos os equipamentos ligados desde a hora de abertura até à hora de encerramento, sem qualquer tipo de controlo. Alguns conselhos de melhoria podem ser: • Para a climatização do ar do escritório devem realizar-se renovações em função da temperatura exterior, combinando o ar exterior com o ar a extrair. • A desativação automática programada dos equipamentos informáticos permite uma grande poupança nos sistemas (consumo em modo de espera), assim como a crescente utilização de detetores de presença. Embora o consumo dos mesmos não supere os 2% do total, a poupança pode chegar aos 10%. PROGRAMA DE MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES E DE EQUIPAMENTOS

A manutenção periódica dos equipamentos contribui, de forma importante, para um ótimo rendimento e para prolongar a vida útil dos sistemas. Uma boa manutenção deve ficar refletida num plano no qual se detalhe a identificação do equipamento, o técnico de manutenção designado (interno ou externo), a periodicidade da revisão e as datas da última revisão e da próxima prevista. Tudo isso deve ser garantido com os correspondentes registos ou evidências das mesmas. /

PARA SABER MAIS Área de engenharia: ingeniería@cesvimap.com Regulamento de gestão e utilização eficiente de água na cidade de Madrid (aprovado definitivamente pelo Plenário da Câmara Municipal em sessão ordinária celebrada no dia 31 de maio de 2006) Instituto para a Diversificação e Poupança de Energia, IDAE. www.idae.es/ www.revistacesvimap.com @revistacesvimap

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TÉCNICA

AJUDAS À CONDUÇÃO

SEGURANÇA RODOVIÁRIA EM VEÍCULOS ALTAMENTE AUTOMATIZADOS Se o maior desafio que se coloca a empresas de aftermarket e oficinas é o de acompanharem a permanente evolução tecnológica dos automóveis, então não podem passar ao lado do grande debate em torno da condução autónoma. Mais ano menos ano, ela estará aí, com novos e aliciantes desafios, dos sistemas à cibersegurança, passando pelos equipamentos TEXTO ANA L. OLONA

O

s Sistemas Avançados de Assistência à Condução (ADAS) e as tecnologias autónomas têm o potencial de tornar os veículos mais seguros, visto que podem reduzir, até quase eliminar por completo, os erros atribuíveis ao fator humano. A segurança dos veículos atingiu um nível muito elevado nos últimos anos, mas uma vez introduzidos os ADAS e as tecnologias autónomas no mercado, a condução altamente automatizada mudará a interface homem-máquina e exigirá novos e modernos conceitos na comunicação entre o automóvel e o condutor. O condutor deverá ser capaz de

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atuar de forma intuitiva e utilizar o sistema. A condução autónoma trará importantes benefícios que ajudarão a reduzir a sinistralidade devido a erros humanos. Além disso, fará diminuir o consumo de combustível, reduzirá os engarrafamentos e melhorará a circulação dos veículos. Há que ter em conta que a condução automática e conectada é um imperativo ético, se os sistemas provocam menos acidentes que os condutores (balanço positivo de risco) [Comissão Ética na condução automática 2017]. Para avaliar a eficácia destes sistemas de Segurança Ativa devem ser consideradas as diferentes condições de tráfego possíveis, devem quantificar-se os efeitos positivos e os possíveis efeitos negativos destes sistemas

e deve ter-se em conta a soma de todos eles. Entre os efeitos positivos há que ter em conta que se reduz o número de situações críticas, reduz-se o número de acidentes e o número de mortes. Em contrapartida, entre os efeitos negativos há que ter em conta que surgem novas situações críticas e novos acidentes. A condução automatizada oferece a oportunidade de abordar vários desafios sociais importantes, que surgem devido ao transporte por estrada, nas áreas da segurança, eficiência energética e inclusão social. A alta automatização tem o potencial de oferecer mobilidade a todos os utilizadores, aumentar a comodidade ao viajar e promover novas soluções para o transporte que poderão ter um impacto significativo na mobilidade em


UMA VISÃO BEM REALISTA Na condução altamente automatizada, o veículo assume temporariamente a plena responsabilidade das tarefas de condução. Isto melhorará a segurança na estrada, mas exige grandes doses de fiabilidade técnica

geral. Estas considerações podem ser aplicadas tanto ao transporte de passageiros como de mercadorias. A contínua evolução da tecnologia automóvel tem como objetivo melhorar a segurança e introduzir os Sistemas Automáticos de Ajuda à Condução (ADAS) que possam chegar a conduzir o veículo quando o condutor não queira ou não possa. No final serão introduzidos os veículos totalmente autónomos, passando previamente pelos seis níveis de automatização. A classificação mais amplamente aceite no setor automobilístico é a apresentada pela SAE (Society of Automotive Engineers) no seu documento SAE J3016, que estabelece 6 níveis de automatização, resumidos em seguida:

NÍVEL 0: SEM AUTOMATIZAÇÃO A condução é assumida de forma completa pelo condutor, responsável por guiar, pela aceleração/travagem e também por controlar o espaço envolvente.

desacelerar). O condutor continua a ser responsável pelas restantes tarefas da condução, bem como controlar o espaço envolvente para responder perante um possível evento, assumindo o controlo.

NÍVEL 1: ASSISTIDO O veículo é controlado pelo condutor, mas algumas funções de assistência à condução podem ser incluídas na conceção do veículo.

NÍVEL 3: AUTOMATIZAÇÃO CONDICIONAL Neste nível e em determinadas condições, o sistema é capaz de assumir de forma completa a condução do veículo, incluindo o controlo do espaço envolvente. Neste caso, o condutor tem de permanecer atento para o caso de lhe ser requerido que assuma o comando, quer pela interrupção das condições nas quais o sistema pode conduzir de forma autónoma, quer por uma falha no sistema.

NÍVEL 2: AUTOMATIZAÇÃO PARCIAL Quando se cumprem determinadas condições, o sistema é capaz de assumir de forma contínua tanto o movimento lateral do veículo (guiar) como o longitudinal (acelerar/

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TÉCNICA

AJUDAS À CONDUÇÃO

NÍVEL 4: ELEVADA AUTOMATIZAÇÃO O sistema encarrega-se por completo da condução em determinadas condições, incluindo do controlo do espaço envolvente e sem esperar a intervenção do condutor. O condutor pode ter a opção de controlar o veículo.

NÍVEIS DE AUTOMATIZAÇÃO - QUEM É RESPONSÁVEL?

CONDUTOR

NÍVEL 5: AUTOMATIZAÇÃO TOTAL O sistema encarrega-se por completo da condução em todas as condições, incluindo do controlo do espaço envolvente e sem esperar a intervenção do condutor. O condutor pode ter a opção de controlar o veículo. Na atualidade, a automatização que os veículos têm é do nível 2. Apesar de o veículo dispor de sistemas de condução autónoma, este facto não exime o condutor de prestar atenção à estrada. Esta foi uma das causas do primeiro acidente mortal a bordo de um veículo com piloto autónomo ligado. Recomendações a partir da análise do acidente do veículo Tesla Entre as causas do acidente mortal do veículo Tesla Model S, em maio de 2016, quando estava a utilizar a função Autopilot, segundo indicou o Conselho Nacional de Segurança no

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Hoje

NÍVEL 0

NÍVEL 1

NÍVEL 2

Sem automatização

Assistidos

Automatização parcial

NÍVEL 3

NÍVEL 4

NÍVEL 5

Automatização condicionada

Elevada Automatização

Automatização total

VEÍCULO


Transporte (NTSB) dos E.U.A., encontram-se a “excessiva dependência” que o condutor acidentado revelava pelas tecnologias de automatização do veículo e a falta de dispositivos de segurança. Estas condições permitiram “uma interrupção prolongada” de atenção, o que levou o veículo Tesla a colidir com um grande veículo industrial. As conclusões do relatório de investigação do referido acidente são as seguintes: • O sistema de controlo automatizado do veículo Tesla não foi concebido para identificar um camião que se cruza diante da trajetória efetuada pelo veículo Tesla, e portanto, este não o pôde identificar, ou dar conta de um acidente eminente. Portanto, o sistema não reduziu a velocidade do automóvel e o sistema de advertência de colisão frontal não emitiu um alerta nem foi ativado o sistema de travagem autónoma. • O modo no qual o sistema Autopilot (piloto automático) do Tesla foi utilizado indicava uma dependência excessiva da automatização e uma falta de compreensão das limitações que o referido sistema tinha.

• Se os sistemas de controlo do veículo automatizado não restringem automaticamente o seu funcionamento às condições para as quais foram concebidos, o risco que existia na condução com condutor não se reduz. • A forma como o sistema Autopilot da Tesla monitorizou e respondeu à interação do condutor com o volante não foi um método eficaz para verificar se o condutor estava atento à condução. • Após o acidente, a Tesla realizou alterações na conceção do seu sistema de piloto automático. Estas alterações reduziram o tempo que o sistema de piloto automático demora a emitir uma advertência/alerta quando as mãos do condutor não se encontram sobre o volante. Mais concretamente, atualizou o seu sistema de piloto automático para desligar o veículo se um condutor não responder após três advertências. • No momento do acidente, o veículo Tesla circulava numa estrada na qual este veículo não podia utilizar a condução autónoma. Como resultado das investigações realizadas, e a partir da análise do acidente, o NTSB (USA’s National Transportation Safety Board)

apresentou sete novas recomendações de segurança: Para o Departamento de Transporte Americano (USDOT): 1. Definir os parâmetros necessários para entender os sistemas de controlo de um veículo autónomo envolvido num acidente. Os parâmetros devem refletir o estado de controlo do veículo e a frequência e duração das ações de controlo, com o objetivo de caracterizar corretamente o condutor e o veículo antes e durante o acidente. Para a NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration): 2. Desenvolver um método para verificar se os construtores de veículos equipados com sistemas de automatização do nível 2 integram sistemas de segurança que limitam a utilização dos sistemas de controlo dos veículos autónomos às condições para as quais foram concebidos. 3. Utilizar os parâmetros definidos pelo USDOT (US Department of Transportation) como resposta às recomendações de segurança, como ponto de referência para veículos

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TÉCNICA

AJUDAS À CONDUÇÃO

novos equipados com sistemas automáticos de controlo, para que captem os dados que refletem o estado de controlo do veículo e a frequência e duração das ações de controlo necessárias para caracterizar adequadamente o condutor e o rendimento do veículo antes e durante a colisão. Os dados captados deverão estar disponíveis pelo menos para os investigadores do NTSB e para os reguladores da NHTSA. 4. Definir um formato "standard" para informar acerca dos dados dos sistemas de controlo dos veículos autónomos, e exigir aos construtores de veículos equipados com sistemas automáticos de controlo que notifiquem os incidentes, acidentes e distâncias percorridas com os referidos sistemas ativados. Para os construtores de veículos equipados com sistemas de automatização de nível 2 (Audi America, BMW North America, Infiniti USA, Mercedes-Benz USA, Tesla Inc. e Volvo Car USA): 5. Integrar sistemas de segurança que limitem a utilização dos sistemas de controlo dos veículos automatizados para aquelas condições para as quais foram concebidos. 6. Desenvolver aplicações para detetar de forma mais eficaz o nível de intervenção do condutor e alertar o mesmo quando é necessária a intervenção deste quando se estão a

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utilizar os sistemas de controlo dos veículos automatizados. Para a Aliança de Construtores de Automóveis e para os construtores globais de automóveis: 7. Notificar os seus membros sobre a importância de integrar um sistema de segurança que limite a utilização dos sistemas de controlo do veículo automatizado àquelas condições para as quais foram concebidos. VANTAGENS E INCONVENIENTES DOS VEÍCULOS AUTÓNOMOS QUANTO À SUA UTILIZAÇÃO EM GERAL A presença de veículos autónomos nas nossas estradas poderá ter várias vantagens associadas: • Melhoria da segurança rodoviária, visto que a maioria dos acidentes se devem ao fator humano (cansaço ou stress), fatores que não existirão num ambiente de veículos autónomos. Deste modo, o número de acidentes irá diminuir, conseguindo-se uma importante melhoria da segurança rodoviária nas estradas. • Redução da poluição, visto que através da informação obtida pelos sistemas de conetividade, os veículos realizarão sempre os trajetos pelas melhores rotas, evitando zonas com tráfego mais intenso e, deste modo,

SERVIRÁ DE POUCO TER VEÍCULOS AUTÓNOMOS PARA EVITAR ACIDENTES SE, DURANTE MUITO TEMPO, PARTILHAREM A VIA PÚBLICA COM OUTROS VEÍCULOS “CONVENCIONAIS”


AUTÓNOMA E CONECTADA Esta é uma realidade que não será para "amanhã" mas a que nos devemos ir habituando, pois só a aceitação desta nova mobilidade poderá acelerar o seu desenvolvimento

será conseguido um fluxo mais regular em todas as vias. Além de que já estaremos num ambiente de mobilidade elétrica... • Maior capacidade das vias através da utilização dos comboios rodoviários (platooning), o que implica uma menor congestão de tráfego para a mesma quantidade de veículos e menores consumos. • Melhoria da eficiência energética, devido ao facto de que a condução automática permitirá que os veículos circulem a uma velocidade ideal em cada momento, sem acelera-

ções nem travagens bruscas. Este facto leva a importantes reduções dos consumos. De igual forma, o aparecimento de veículos autónomos potenciará o surgimento do car-sharing e a otimização de recursos, o que implica um importante benefício. • Facilita a mobilidade dos grupos com problemas, como por exemplo, pessoas com alguma deficiência física ou idosos que, utilizando os veículos autónomos, poderão deslocar-se até aos locais pretendidos sem qualquer problema.

• Do ponto de vista individual, a existência de veículos autónomos pode implicar que as pessoas possam usar o tempo que até agora utilizavam na condução, para realizar tarefas mais produtivas. • Irá diminuir o custo do transporte e o tempo de viagem. Quanto a inconvenientes, a presença de veículos autónomos nas nossas estradas pode trazer várias desvantagens associadas: • O pessoal do setor das transportadoras, dos táxis ou os condutores de autocarros verão os seus postos de trabalho em risco, porque quando houver veículos totalmente autónomos, não serão necessários condutores. • A cibersegurança será um aspeto de crucial importância e a merecer grandes preocupações. • Expansão urbana: os veículos autónomos permitirão utilizar o tempo que antes se destinava à condução para realizar outras atividades ou, inclusivamente, descansar. Este facto facilitará a expansão urbana desde as zonas do centro das cidades para zonas periféricas com baixa densidade populacional. Por fim, a introdução do veículo autónomo implica uma mudança em matéria de responsabilidade civil ou de seguros. Em primeiro lugar, haverá que definir se a responsabilidade, agora do condutor, é ou não transferida, e em caso afirmativo, em que medida, para o fabricante ou fornecedor da tecnologia. De igual forma, o âmbito dos seguros pode ser afetado ao diminuírem os riscos de acidente com a utilização das novas tecnologias e, portanto, as seguradoras terão que ampliar as coberturas – contra ciberataques e contra o mau funcionamento da comunicação entre veículos e infraestruturas – e reformular o modelo de negócio. A implantação do veículo autónomo será condicionada por múltiplos fatores. Alguns fatores estão relacionados com o próprio consumidor. Se este não reconhecer valor na implantação, dificilmente esta avançará. O condutor deverá vencer o obstáculo psicológico de ceder o controlo da condução a um veículo, o que é complicado e exigirá a geração de grandes doses de confiança. Por outro lado, servirá de pouco ter veículos autónomos para evitar acidentes na via pública se, durante um longo período de tempo, partilharem o espaço com outros veículos “convencionais”. Por último, a introdução do veículo autónomo altera as condições de mobilidade e surgem novos cenários que devem ser regulados e especificações técnicas que devem ser harmonizadas a nível internacional. /

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TÉCNICA

BATERIAS

AS QUÍMICAS DO FUTURO As baterias eletroquímicas são o sistema de armazenamento mais usado, nesta transição para a mobilidade elétrica. Mas o objetivo é ter baterias com densidade energética capaz de substituir os combustíveis fósseis... a preço aceitável

P

TEXTO MARCO ANTÓNIO

ara além de outras soluções como as células de combustível, os supercondensadores ou os volantes de inércia, existem outros caminhos para aumentar a densidade energética. Atualmente a melhor bateria do mercado apresenta uma densidade de aproximadamente 500 Wh/kg, o que representa apenas 3 por cento da energia específica da gasolina! A densidade energética, de que depende a autonomia da bateria, é por isso muito importante para o desenvolvimento dos veículos elétricos. Esta caraterís-

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tica está associada aos materiais utilizados e à química das baterias e se, atualmente, o material mais utilizado é o lítio, já se perspetivam outras químicas. Assim, prevê-se que o futuro passe pela química do enxofre, usando como cátodo óxidos de enxofre (ou seja sulfatos), substância que apresenta muitas vantagens sendo, desde logo, mais leve que outros metais contribuindo por isso para uma melhor densidade energética. Não admira que atualmente as melhores baterias sejam as de lítio-sulfato. A sua densidade energética de 500 Wh/kg, quase o triplo das baterias de lítio atuais usadas em todos os veículos elétricos. Outra vantagem é o preço do enxofre, muito mais barato. Em

resumo as baterias de lítio-sulfato têm quase tudo para serem os próximos sistemas de armazenamento em substituição das baterias lítio-cobalto, desde que se consiga ultrapassar um... pequeno/grande problema: resistir a muitos ciclos de carga/descarga sem se deteriorar. Isso acontece por três razões: a primeira tem a ver com a dimensão do ânodo feito de silício que duplica de tamanho ao reagir com o lítio; a segunda razão tem a ver também com o tamanho do cátodo que, após várias reações químicas à medida que se descarrega a bateria, sofre uma variação de volume: por fim, a terceira razão é a baixa condutividade do cátodo que obriga a utilizar um terminal positi-


DECISIVAS Estar por dentro da tecnologia das baterias vai ser tão importante como saber tudo sobre injeção, travões ou suspensões!

vo metálico bastante volumoso. Por último há uma forte tendência para o eletrólito dissolver progressivamente o ânodo de silício. Embora haja uma forte probabilidade de esta ser a futura geração de baterias, há ainda um longo caminho para que esta nova fórmula química possa ver a luz do dia. Entretanto, existem outras soluções e uma delas é a bateria de estado sólido que consiste em modificar o conceito da célula, tal como ela é conhecida hoje. Em vez de colocar um separador entre o ânodo e o cátodo, a ideia é usar um eletrólito sólido que atue em vez do separador. A virtude desta tecnologia é adotar um processo semelhante à construção dos chips, com a

vantagem disso ocupar muito menos espaço. Segundo os especialistas este tipo de bateria permitirá igualar a autonomia de um carro elétrico à de um diesel! O aumento da densidade energética é, neste caso, enorme, por isso não é de estranhar que haja neste momento uma grande esperança neste caminho que tem já alguns promotores, como a Fisker que tem investido nesta matéria, numa parceria frutuosa com a Sakti3 que prevê lançar no mercado um carro com este tipo de bateria em 2021. Outro caminho por explorar é o grafeno, muito falado no meio científico e académico como uma possibilidade para aumentar a densidade de energia e a autonomia das baterias. A sua

elevada condutividade térmica e elétrica elegem este elemento como o elemento ideal para produzir os terminais da bateria. Um terminal com uma grossura micro permitiria encolher bastante o tamanho das baterias. Acresce que o grafeno goza de uma grande estabilidade química e porosa, razão pela qual podia ser usado para revestir tanto o ânodo como o cátodo, evitando que estes se degradem por efeito do eletrólito. Apesar de todas estas caraterística a sua utilização está em "stand-by" devido a problemas na sua manipulação. O investimento em novas baterias nunca foi tão grande, quer por parte das marcas, quer dos governos, com a China à frente do pelotão

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TÉCNICA

BATERIAS

formado pelos EUA, o Japão e a Coreia do Sul. Com o estado da arte ainda muito incerto, o futuro do armazenamento de energia em veículos elétricos pode não passar pela tecnologia eletroquímica. Elon Musk, o mítico CEO da Tesla afirma, por exemplo, que as baterias eletroquímicas são uma tecnologia do século passado e que os supercondensadores serão o futuro. Estes conseguem entregar 95 por cento da energia que armazenam. Atualmente os supercondensadores ainda apresentam baixa

densidade de energia (30 Wh/kg), mas com o recurso à nanotecnologia, o futuro desta tecnologia parece promissora. Embora esta ideia ainda não esteja muito disseminada, começa a haver já algumas aplicações, especialmente como complemento das baterias ou das células de combustível que é uma outra forma de mobilidade elétrica. Basicamente a célula de combustível converte energia química em energia elétrica de forma direta. Pode armazenar-se energia, separando

os átomos de hidrogénio e de oxigénio existentes na molécula de água. A recombinação destes átomos volta a gerar eletricidade. As "fuel cells" são semelhantes às baterias eletroquímicas, contudo necessitam de ser alimentadas continuamente com hidrogénio. É uma tecnologia que tem dado passos lentos embora, no passado recente, muitas marcas tivessem apostado nela, como a Opel ou a Mercedes. O problema é que o rendimento energético do ciclo do hidrogénio é muito inferior ao ciclo dos eletrões das baterias. Isso deve-se ao facto de ser difícil manusear e armazenar o hidrogénio. Mesmo assim tem havido algumas ideias promissoras como a da Honda com o FCX, ou a Toyota com o Mirai, dois modelos que propõem a utilização do hidrogénio obtido a partir de fontes renováveis de energia, numa produção doméstica e em pequena escala. Uma outra forma de armazenar energia que foge a qualquer fórmula química é o volante de inércia ou "flywheel", já usado na competição automóvel como uma espécie de "overboost"! Que reforça o trabalho do motor de combustão através do sistema Kinectic Energy Recovery System (KERS) que acumula a energia recuperada nas travagens. De todas estas soluções o maior potencial de evolução reside nas baterias. Estas, para serem eficientes, têm de ultrapassar sete desafios: segurança, tempo de vida, performance, energia específica e potência específica, tempo de recarga, quantidade de matérias-primas vs. custos de produção e reciclagem. /

OS SETE DESAFIOS DAS BATERIAS

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Segurança: É o critério mais importante para as baterias de um veículo elétrico. Um único incêndio numa bateria poderia fazer a opinião voltar-se contra a mobilidade elétrica. Uma fuga térmica pode ser causada por uma bateria sobrecarregada, por uma taxa de descarga demasiado elevada, ou um curto-circuito.

baterias, incluindo a degradação esperada.

Tempo de vida: O número de anos que se pode esperar para uma bateria permanecer útil é muito importante. A maior parte dos fabricantes de automóveis estão a apontar para um período de dez anos a vida das

Energia específica e potência específica: Atualmente a melhor bateria do mercado apresenta uma densidade de energia de 500 Wh/kg, o que representa apenas 3 por cento da energia específica da gasolina.

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Performance: As baterias podem ser otimizadas tanto para temperaturas altas quanto baixas, no entanto é difícil obter uma engenharia que as faça funcionar numa larga gama de temperaturas sem aumentar a degradação do seu desempenho.

A autonomia, que depende da densidade energética, é muito importante para o desenvolvimento dos veículos. Esta caraterística está associada aos materiais utilizados e à capacidade de reter a maior quantidade de iões possíveis por quantidade de massa. Uma opção promissora é a utilização de elétrodos à base de óxidos de enxofre. Tempo de recarga: Está em parte associado à intensidade de corrente fornecida. A redução do tempo de recarga de oito horas para uma hora pressupõe um aumento de 8 vezes a corrente,

com a agravante de reduzir drasticamente o tempo de vida útil. Deve-se, por isso encontrar a intensidade ideal que permita reduzir o tempo de recarga das baterias, mantendo o seu tempo de vida útil. Custos de produção: O cobalto utilizado na produção do elétrodo positivo das baterias de iões de lítio é extremamente caro, podendo ser substituído por outros materiais como o fosfato de ferro, mas com o inconveniente de reduzir a densidade energética. Reciclagem: Os componentes da bateria, em particular,

os mais caros como o lítio e o cobalto, devem ser integralmente recuperados. A recuperação dos componentes pode ser por via térmica (86 por cento da bateria é reciclada e 100 por cento dos metais utilizados podem ser recuperados mas, a temperaturas da ordem dos 1000 graus centigrados... o que provoca emissões de CO2 elevadas); ou por via química (cerca de 68 por cento da bateria é reciclada e 98 por cento dos metais utilizados podem ser recuperados a baixas temperaturas e com reduzidas emissões de CO2).




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