Ano III - Edição n° 151 – Data de 08 de agosto de 2016
Registrado sob número 15.876, Fls. 193 frente, Livro B-137. Folha Pomerana Express Comunicação Eletrônica
Rua General Osório 1877 Centro – Venâncio Aires RS Direção Geral Xxxxxx Xxxxxx Editor Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557 Revisor Editorial Walter O. Schlupp schlupp@sinos. net
A CAIXA DE COBRAS: O SOCORRO QUE VEM DA FLORESTA Pastor Anivaldo Kuhn Domingos Martins – ES
Entre os diversos perigos que a mata reservava aos imigrantes europeus que começaram a chegar ao estado do Espírito Santo a partir de 1846, estavam as serpentes. Diante desta ameaça que ceifava a vida de 20 a 25% dos acidentados que adentravam nas florestas para abrir espaço para a construção da sua colônia, surgiram pessoas que desenvolveram a vocação de tratar vítimas de picada de cobra.
Fotografias
Assessoria Lingüística
Correspondência s Rua General Osório, 1877Centro – Venâncio Aires RS Email ivan@seibel.com .br
Fig. 1: http://cobrasvenenosas.com/acidentes-ofidicos-elapidicos/surucucu-da-mataatlantica/
Associaram aos seus conhecimentos que trouxeram da Europa incluindo a benzedura, as práticas de cura (fauna e flora medicinais) executadas por curandeiros brasileiros provindos das populações indígenas. Entre os pomeranos, passaram a ser chamados de slangedokters – médicos de
Bate-bola
cobra. Reuniam em torno de si associados - que eram atendidos em caso de picada de animais peçonhentos. Cada família pagava ao “curador” uma pequena taxa anual. O “tratamento” durava por volta de trinta dias. Cada paciente curado aumentava a sua fama na região.
A construção de igrejas pomeranas Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557
Na Europa as grandes construções, como palácios e igrejas, seguiam regras bem definidas de
Fig 2.: http://www.parqueestadualserradomar.sp.gov.br/pesm/especie/jararacucu/
arquitetura e engenharia, cujos segredos eram guardados a sete chaves. Já aqui no Brasil, sobretudo nas colônias do interior, o improviso não raro passava a nortear as novas técnicas de construção de casas e igrejas. Desta forma, nas construções já um pouco maiores, como igrejas, eram utilizados alguns recursos mais elaborados para dar estabilidade às suas paredes. Um exemplo muito peculiar e
Entre estes charlatães alguns também se destacavam como verdadeiros “doutores” que se “vangloriavam” por terem curado mais de quatrocentos pacientes sem que nenhum viesse a óbito. Em torno dessas lideranças nascia o embrião das futuras associações de assistência às vítimas de picada de cobras. Elas tomaram corpo quando a partir da década de 1930 as primeiras ampolas de soro antiofídico começaram a chegar ao Espírito Santo. Entre os pomeranos, a chegada do soro, desenvolvido especificamento para o tratamento contra o veneno da jararacuçu e Fig. 3: Cientista brasileiro, Vital surucucu, pelo já então famoso Brasil. Fonte: médico sanitarista brasileiro, o http://www.evangelizacaoinfantil. com.br/index.php/material-demineiro Vital Brasil, se deu por apoio/era-uma-vez/509-soromeio dos pastores da Igreja antiofidico-lei-de-progresso Evangélica de Confissão Luterana. Estes tiveram o carinho de treinar os seus membros curadores na arte de aplicar este medicamento junto ao tratamento tradicional, que veio encurtar o tempo de tratamento e fazer cair o índice de mortalidade dos acidentados por picada de cobra. O fator complicador era o custo elevado deste medicamento. A aplicação progressiva em pequenas doses da peçonha em equinos, faz o sangue dos mesmos produzir os anticorpos que formam o soro capaz de desativar o veneno das serpentes que ganham a corrente
que ainda hoje pode ser admirado se encontra no interior de Santa Leopoldina no estado de Espirito Santo. Trata-se da primeira igreja da localidade de Luxemburgo. As paredes eram feitas com “terra socada”. Preparava-se fôrmas de tábuas e a terra costumava ser molhada com um pouco de água para depois colocá-la dentro dessas fôrmas. Feito isto, com uma espécie de pilão ou sacador, era-lhe dada consistência a ponto de permitir o levantamento da parede. Desta forma, estas foram sendo feitas de terra batida à qual eram misturadas pequenas pedras e palha. Aliás, esta é a razão pela qual estas paredes também costumavam ser tão espessas. É preciso lembrar que não se tinha cimento, ferros
sanguínea quando somos picados. Mas diante do alívio que esta descoberta prometia, valia a pena apostar no fortalecimento do associativismo para aquisição deste recurso providencial para quem vive sob o perigo de ser picado por cobra. Organizava-se entre os pomeranos em Santa Maria de Jetibá, com o pastor Hermann Roelke, a primeira assim chamada Schlangenkasse, Caixa de Cobras. A expressão possivelmente remete ao cuidado que o sanitarista Vital Brasil tinha em distribuir caixinhas de madeira (caixas de cobra) e laços para captura dos ofídios entre os fazendeiros de São Paulo. A finalidade era para que os mesmos não deixassem de capturar as serpentes e remetê-las ao laboratório para retirada do veneno, matéria prima para produção do soro. Também estabeleceu um convênio com as Companhias Ferroviárias para o transporte das cobras capturadas. Estas associações expandiram-se na região serrana do Estado do ES, garantindo o estoque de soro antiofídico e, inclusive, vacina contra difteria, que ceifava muitas vidas na primeira metade do século XX. O convênio com o Instituto Butantã fortaleceu-se na atendendo um trabalhador rural segunda metade daquele Fig. 4:picado por uma cobra. Fonte: século, quando essas http://www.evangelizacaoinfantil.com.br associações passaram /index.php/material-de-apoio/era-umavez/509-soro-antiofidico-lei-detambém a capturar e enviar progresso cobras a São Paulo. Um dos pioneiros desta atividade, desde a década de 1970, foi o pomerano Mathias Nickel, morador da região de Melgaço – Domingos Martins (ES), conhecido como o “homem das cobras”. Vejamos o seu interessante relato: “Cobras sempre houve. Pessoas e animais eram picados e o contra-veneno era difícil. Curava-se com raízes e ervas e até com benzeduras. Muitas pessoas faleciam. Em dezembro de 1901, foi produzido o primeiro soro, mas era difícil consegui-lo. Era feito no Instituto Butantã em São Paulo. Era caro e tinha a validade de três anos. Diante desta dificuldade, as pessoas Fig. 5: Capturando a cobra. Fonte: se associaram e fundaram a http://www.evangelizacaoinfantil.com.br Caixa de Cobras – /index.php/material-de-apoio/era-umavez/509-soro-antiofidico-lei-deSchlangenkassepara progresso aquisição do soro.
ou tijolos. Muitas escolas também foram erguidas com a técnica da terra socada. Novamente se preparava as fôrmas de madeira feitas com pranchões e depois se colocava a terra, a qual era “socada” até formar uma massa pastosa e uniforme. Em ambos os casos, depois de secas, estas paredes recebiam um revestimento com cal natural.
Escolheram alguém que sabia aplicar, e isto funcionava bem. Depois surgiram dificuldades para receber o soro. Então eu pensei e escrevi para o Butantã, São Paulo. E eles me enviaram caixas e laços, e eu enviava as cobras para o Butantã. Mas a viagem era longa. Elas iam de trem de Vitória a Belo Horizonte, de Belo Horizonte a São Paulo. Na maioria das vezes, a metade das cobras morria. E por cada quatro cobras que chegavam vivas, eu recebia uma ampola de soro com 10 cm. Este soro ia para a Caixa de Cobras. Os primeiros soros eram tão fortes, de modo que com uma ampola era possível curar uma pessoa. Hoje são necessárias, no mínimo, cinco ampolas, conforme o caso. Depois surgiram muitas associações. A Fig. 6: A víbora ano laboratório. Fonte: maioria delas criadas com http://www.evangelizacaoinfantil.co apoio dos pastores. Às vezes m.br/index.php/material-desurgiam dificuldades. Os trens apoio/era-uma-vez/509-soroantiofidico-lei-de-progresso não queriam mais transportar as cobras. Então eu tive que procurar transportadoras. Por algum tempo elas faziam o transporte e depois também não mais. No ano de 1985 e 1986 o instituto fechou. Parou de fabricar o soro. Houve falta em todo o Brasil. E nós estávamos assegurados e tínhamos soro. Ouvia-se em toda parte de gente morrendo por falta de soro. Mas na nossa redondeza, onde havia soro, ninguém morreu.
Fig. 7: http://adventureclubbrasil.blogspot.com.br/2016/05/soro-antiofidico-como-efeito-e-como-age.html
Hoje ainda existem Caixas de Cobras que estão bem organizadas. Muitas fecharam. A nossa associação ainda funciona muito bem porque quase todas as pessoas ajudam, como também igrejas e pastores. “
Nos dias atuais as Schlangenkassen que continuam existindo, em algumas regiões do Espírito Santo, foram se adaptando aos novos tempos. Os hospitais já não estão mais tão distantes. O transporte de pacientes até os hospitais já não é mais tão demorado. A maioria dos colonos tem automóveéis. Os hospitais já estão melhor preparados para receber e tratar de vítimas de picada de cobras como também para o tratamento em caso de complicações. E o atendimento ao trabalhador rural é feito pelo Serviço Único de Saúde (SUS). Hoje os procedimentos já são diferentes. Os associados às Caixas de Cobras são levados imediatamente aos hospitais em caso de acidente. As associações ajudam a suprir alguns hospitais com ampolas de soro antiofídico. As vítimas recebem auxílio destas entidades para o transporte até a casa de saúde e disponibilizam até um auxílio Fig. 8: Enfim, o precioso soro antiofídico. Fonte: financeiro enquanto estão http://www.evangelizacaoinfantil.co m.br/index.php/material-deafastados do seu trabalho. apoio/era-uma-vez/509-soroDesta forma, pode-se dizer que antiofidico-lei-de-progresso as associações ajudam a preservar a memória histórica de união e luta dos trabalhadores rurais em favor da vida.
POMMERLAND IN BILD Helmut Kirsch, Liliencronstraße 13, 23774 Heiligenhafen - Deutschland
Fig.: 9: Reiseleiter Henry Fred Ullrich gibt Prof. Ernieu von der Universität Vitoria ES vor der Abreise aus Kolberg ein Interview.
Fig.: 10: Ein einsames Gehöft bei Schimmerwitz im Kreis Lauenburg. Nur wenige Km. Von hier verlief die Grenze, die die Siegermächte des I Weltkrieges zogen, um die deutsche Provinz Westpreußen an Polen anzugliedern. Es entstand der polnische Korridor, durch den Polen einen Zugang zum Meer erhielt.
Fig.: 10: Von den großen Gütern der bekannten pommerschen Familien von Puttkammer, von Zitzewitz oder von Bismarck stehen oft nur noch die Wohngebäude, die teilweise als Hotels der Spitzenklasse zahlungskräftige Gäste aus Warschau oder dem Ausland anziehen. Allerdings sind die meisten Gutshäuser dem Verfall preisgegeben.
Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein
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