Ano IV - Edição n° 162 – Data de 29 de outubro de 2016
Registrado sob número 15.876, Fls. 193 frente, Livro B-137. Folha Pomerana Express Comunicação Eletrônica
Rua General Osório 1877 Centro – Venâncio Aires – RS
Editor Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557
UMA FALSA PROMESSA DE FARTURA Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557
Certamente muitos imigrantes que chegaram ao Brasil vieram movidos por um idealismo romântico de aqui encontrar uma Canaã, a terra prometida. Quem sabe, seria uma tentativa de compensar todas as dificuldades deixadas para trás, numa Europa destruída pelas guerras e molestada pelo desemprego e pela fome. Isto até pode ser explicado pelas numerosas cartas1 que percorriam aquele continente e que descreviam um novo mundo como um verdadeiro Jardim de Éden, onde homens e animais pareciam integrar-se à natureza, sem a opressão de um senhor feudal.
Revisor Editorial Walter O. Schlupp schlupp@sinos. net
Correspondência s Rua General Osório, 1877Centro – Venâncio Aires – RS Email ivan@seibel.com .br Fig.:1: Inicialmente patrocinada por Dom Pedro I, a colonização do Brasil por alemães tinha o objetivo de povoar regiões desabitadas do Brasil - essencialmente o sul, sujeito a invasões e guerras constantes. Fonte: http://hid0141.blogspot.com.br/2011/08/imigracaono-brasil.html
Bate-bola 1
A diferença entre o esperado e o efetivamente alcançado logo se fez notar. As quebras de contrato, muitas
Cartas disponíveis em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882003000100007&lng=e Acesso em 03 jan. 2004.
O aprendizado da criança pomerana Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557
Ao contrário do que muitas vezes
vezes, já começavam no embarque nos navios na Europa. Em primeiro lugar, porque o transporte de passageiros tinhase tornado mais rentável do que o transporte de mercadorias2. Isto parece ter levado algumas entidades agenciadoras de emigrantes a estimular o embarque de passageiros. Com isto, muitas vezes, depois de estarem a bordo, confiscavam-lhes os documentos de emigração e, sem o consentimento dos interessados, redirecionavam a “carga viva e despojada de quaisquer documentos” para onde melhor lhes conviesse3. Desta forma, muitos colonos ficaram em um cativeiro disfarçado para depois serem redistribuídos para as diferentes colônias do Brasil. O abismo entre o sonho de uma vida promissora e a nova realidade aqui encontrada faz-se entender pelos depoimentos colhidos.
até hoje ainda se fala ou até já se escreveu em artigos sensacionalistas, o aprendizado da criança pomerana sempre se constituía em um processo muito próprio. Se de um lado havia uma
Fig.: 2:Fonte: http://hid0141.blogspot.com.br/2011/08/imigracao-no-brasil.html
grande deficiência na própria alfabetização, pela absoluta falta de escolas no meio rural dos antigos assentamentos, por exemplo, na agricultura, alguns hábitos e costumes foram fundamentais para a aprendizagem, pois, na medida em que a criança crescia precisava aprender a 2
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Cabe salientar que não há registro de barcos que teriam sido desviados de sua rota original na direção da América do Sul. Entretanto, alguns relatos das gerações e descendentes mais antigos ainda vivos sinalizam com a possibilidade de ter ocorrido um desvio intencional de europeus destinados ao continente norte-americano. Uma prova disto também vêm a ser os registros de saída que ainda se encontram em alguns arquivos públicos como o da cidade de Darmsteadt. Além disto, há algumas referências entre os descendentes de que apenas os financeiramente mais abonados teriam conseguido autorização para a viagem à América do Norte, enquanto que os politicamente indesejáveis e os mais pobres dos pobres sistematicamente teriam sido enviados em direção ao sul4. Há indícios de que os benefícios concedidos aos primeiros imigrantes realmente podem ter sido bastante generosos, até porque, representavam praticamente todo o material e alimentação necessários para a sua manutenção, como no caso do Mucuri, garantia-se mantimentos por um ano, segundo Avé-Lallemant. Entretanto, à medida que as
Informacao colhida durante as entrevistas efetuadas na cidade de Hamm am Rhein, durante a pesquisa de campo para o primeiro volume “Imigrante a duras penas”, dados, entretanto, não confirmados documentalmente. Constitui-se em exemplo bem concreto a forma como foi efetuado o transporte marítimo dos familiares do autor: embarque em Antuérpia com destino à América para depois serem redirecionados para o Brasil. Informacao colhida durante as entrevistas efetuadas na cidade de Hamm am Rhein, durante a pesquisa de campo para o primeiro volume “Imigrante a duras penas”, dados, entretanto, não confirmados documentalmente.
trabalhar. Não havia escolas agrícolas e era
primeiras décadas passavam, os recursos foram se tornando cada vez mais escassos. Neste aspecto alguns fatos bem concretos chamam atenção.
necessário acompanhar os seus pais no dia-a-dia da roça. Era a sua preparação para a vida. Na década de 1970 chegou a ser publicada uma ampla reportagem em um jornal da Alemanha, descrevendo o que chamaram de “trabalho escravo infantil”. Ná prática, os adolescentes precisavam ver, ouvir e assimilar o que os mais velhos faziam. Era
Fig.: 3: Família inteira de imigrantes trabalha em cafezal no interior de São Paulo, século XIX. Fonte: http://historia-do-brasil-e-do-mundo.hi7.co/abolicionismo-eimigracao-no-brasil-55b66a407b637.html
Em primeiro lugar, as falsas perspectivas geradas em cima de promessas de um mundo de sonhos para uma população esfomeada fizeram com que muitas cidades até ajudassem a se livrar dos seus habitantes mais pobres, mais desqualificados e, ao mesmo tempo, de todos os arruaceiros e politicamente indesejáveis5. Isto em parte ajuda a explicar as frequentes agitações registradas nas colônias ao longo de praticamente todos os primeiros cinquenta anos6.
uma forma de aprendizado pela observação e pela prática. Os diversos momentos do diaa-dia da família precisavam ser vivenciados, como acontecia na iniciação na agricultura. Este processo também se estendia aos momentos da visitação a outras famílias. Diziam que “a criança não fala, ela
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Fig.:4: (*) Elizabeth Cary Agassiz usava os termos "escravos" e "pretos" como sinônimos; isso soa absurdo atualmente, mas era muito comum entre autores do Século XIX. Fonte:https://martaiansen.blogspot.com.br/2016_01_01archive.html
Esta observação logo leva a uma segunda causa das dificuldades. Vale lembrar que para esses recém-chegados não havia qualquer programa de integração. É preciso mencionar também a alimentação totalmente estranha ao europeu. Além disso, havia uma grande demora no
Informacao colhida durante as entrevistas efetuadas na cidade de Hamm am Rhein, durante a pesquisa de campo para o primeiro volume “Imigrante a duras penas”, dados, entretanto, não confirmados documentalmente. Cf. Décima segunda entrevista realizada na cidade de Santa Maria, no dia 22/07/08.
ouve”. Frequentemente esses jovens sequer podiam ficar na sala de estar quando as visitas chegavam. Ou seja, não era permitido que participassem das conversas de adultos. Porém à noite todos sentavam em torno da mesa e os adultos contavam histórias sobre a vida, sobre o trabalho ou até sobre fantasmas. Era assim que os conhecimentos costumavam ser repassados de geração em geração.
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assentamento dos recém-chegados nas suas respectivas propriedades7; mais toda a dificuldade de aprendizado do trabalho numa realidade totalmente estranha aos assentados. Como outro agravante vale citar as terras de má qualidade e de localização de difícil acesso 8. Isto também teve seus reflexos na cultura de subsistência e, portanto, na alimentação. Todos estes fatores levaram a um último elemento, na forma de conflitos com a autoridade constituída. As colônias, apesar de geralmente terem sido administradas por exoficiais militares, seja brasileiros ou alemães, para os colonos continuavam representando uma entidade opressiva. Além disso, não entendiam a língua portuguesa geralmente utilizada pelos administradores e desconheciam as leis a eles impostas9. Portanto, tinham dificuldades para se comunicar. Além de tudo isto, rapidamente se deram conta de que as promessas de apoio e de fornecimento de subsídios tinham sido palavras vazias. Todos esses fatores levaram a um último Fig.: 5: Capa do livro - Coleção a Vida no problema, não menos Tempo - Imigrantes no Brasil do Século XIX Edilene Toledo e Jefferson Cano grave, representado pela quebra de contrato e pelo não pagamento de subsídios ou de salários para aqueles que passaram a trabalhar nas picadas e caminhos que estavam sendo abertos10. A isto se soma o fato de os pomeranos, acostumados às lidas do campo, logo se terem destacado como agricultores. Já a maioria dos contratados pela administração para outras atividades remuneradas não pertenciam à classe dos trabalhadores agrícolas11. Foi nessas circunstâncias que os pioneiros chegaram aos diferentes assentamentos. Muitas vezes em plena selva e distantes das áreas urbanas mais desenvolvidas. Logo se deram conta de que sua vida prometia ser muito penosa.
Anotações feitas pelo autor baseadas em informações repassadas pelos seus próprios familiares, sobre a vivência destes nas comunidades do interior do Estado de Espírito Santo. Anotações feitas pelo autor baseadas em informações repassadas pelos seus próprios familiares, sobre a vivência destes nas comunidades do interior do Estado de Espírito Santo. Todos os primeiros imigrantes da Colônia de Santa Leopoldina foram assentados em uma área que se entendia até Rio Farinhas e Caramuru, uma região muito acidentada, isto é, de montanhas altas em que já depois de poucos anos a produtividade começou a decair intensamente. 9 Informação obtida em 06/01/08 sobre a vivência dos colonos nas comunidades do interior do Estado de Espírito Santo. Na colônia, como que continuando o sistema de exploração dos antigos latifundiários de fala alemã da Pomerânia, muitos viam nos administradores de fala portuguesa o continuísmo de um sistema do qual tanto queriam fugir. 10 Cf. Décima quinta entrevista realizada na cidade de Santa Maria, no dia 24/07/08. 11 Cf. Décima quinta entrevista realizada na cidade de Santa Maria, no dia 24/07/08. 8
Logo descobriram que as regiões a eles disponibilizadas localizavam-se em meio a montanhas e vales muitas vezes de difícil acesso, com clima inóspito; como se não bastasse, a inexistência de qualquer tipo de assistência médica viria a fazer suas vítimas. Esta foi a “CANAÔ dos antepassados dos pomeranos brasileiros.
POMMERLAND IN BILD Helmut Kirsch, Liliencronstraße 13, 23774 Heiligenhafen - Deutschland
Ein Dorf im wunderschönen „Blauen Ländchen“ Teil II Bis uns die Mücken vertreiben, sitzen wir auf der Bank und trinken den schmackhaften polnischen Wodka, den man in dem kleinen Laden in Schimmerwitz bekommt.
Fig. 6.: Wir sitzen wir auf der Bank
In dem gemütlichen Gästezimmer mit den breiten Dielenbrättern und dem alten Kachelofen schlafen wir wie die Murmeltiere. Obwohl ich sonst morgens nicht aus den Federn komme, schleiche ich mich in aller Frühe aus dem Haus.Unwiderstehlich zieht es mich zu dem kleinen Teich, um den Stachelbeer- sowie rote und schwarze Johannisbeersträucher reichlich Früchte tragen. Ganz in der Nähe kann man das Schreien der Kraniche hören, die dort ihre Brutplätze haben. Nachdem ich Krümel streichele, verhält sie sich ruhig. Ich will heute, am heiligen Sonntag, doch niemanden wecken. Es ist ein herrlicher Morgen. Die Sonne hat schon viel Kraft und der Himmel ist so blau, wie sonst nirgendwo. Schon in alten Büchern wird dieser Landstrich als das „Blaue Ländchen“ bezeichnet.
Fig.: 7: Wenn man von Schimmerwitz, im östlichen Teil Pommerns Richtung Pommerellen fährt, breitet sich vor dem Reisenden eine Bilderbuchlandschaft aus. Hier im Land der Kaschuben, einem slawischen Volksstamm, der mal mit den Polen und dann wieder mit den Deutschen auskommen mußte, wechseln sich liebliche, teils bewaldete Hügel mit unwirklich blauen Seen ab. Die Anzahl der Urlauber ist überschaubar.
Die klare Luft und die vielen Seen lassen den Himmel so unwirklich schön erscheinen. Nachdem die Tiere versorgt sind und wir uns mit selbstgebackenem Brot, eigener Erdbeermarmelade und der für uns ungewohnt schmeckenden Kuhmilch gestärkt haben, geht Eleonore, die vor 67 Jahren auf diesem Hof geboren wurde, mit uns auf Entdeckungstour. Vor uns breitet sich die ganze Schönheit der hinterpommerschen Landschaft aus.
Fig.: 8: Fast jeder pommersche Bauernhof hatte einen Erdkeller, um Lebensmittel frisch und den selbstgebrannten Schnaps kühl zu halten."
Hügel, auf denen Gerste und Roggen stehen, werden von Mischwald begrenzt. Jede Anhöhe auf dem 25 Morgen großen Hof hat ihren Namen. So rührt der Name des Goldbergs von der gelben Lehmerde her. Das Land grenzt an den mit einem Schilfgürtel gesäumten „Schwarzen See“. In diesem klaren Gewässer ertrank Eleonores Bruder als 15-
jähriger bei einem schrecklichen Badeunfall. Eine kleine Schar Widenten läuft uns über den Weg. Über Allem liegt eine unglaubliche Stille. Mir fällt da Kinderlied ein, in dem es heißt: „Pommerland ist abgebrannt, Maikäfer flieg.“ Auch ich bin in Pommern geboren. Vielleicht empfinde ich auch deshalb so viel Empathie für dieses Stückchen Erde. Vielleicht auch, weil es nicht mehr mein ist. Nach mehr als 700 Jahren deutscher Geschichte. Eleonore ist bereit, uns mehr über ihre Heimat, über ihre Vorfahren und von ihrem Leben zu erzählen. Erst jetzt erfahre ich, daß ihr schönes Anwesen nur wenige hundert Meter von der ehemaligen Grenze entfernt liegt, die die Siegermächte des Ersten Weltkrieges zogen, um die deutsche Provinz Westpreußen an Polen anzugliedern. Es entstand der „Polnische Korridor“, durch den Polen einen Zugang zur Ostsee erhielt. Durch diese Maßnahme und durch den Entzug ihrer Minderheitenrechte wurden bis 1939 etwa 1.5 Millionen Deutsche gezwungen, aus diesem Gebiet und aus Oberschlesien in das Reich zu fliehen.
Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein
Educação é uma arma poderosa contra maus políticos. Lutero já afirmava isso no século 16
Assim é no mundo... As pessoas que não tem criatividade, roubam dos outros as ideias e colocam no saco para se auto promover.
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Previsão do Tempo No Rio Grande do Sul e na Pomerânia
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