N° 180, 2017 – Data de 04 de março de 2017
Reg. sob número 15.876, Fls. 193 frente, Livro B-137 Código ISSN 2526-1762 Folha Pomerana Express Comunicação Eletrônica
Rua General Osório 1877 Centro – Venâncio Aires – RS
Editor Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557
ANO 1899: UM CULTO NA IGREJA CALIFÓRNIA Ivan Seibel Reg. Prof.Mtb 14.557 Matéria baseada em passagem extraída de um livro de 1899, em fase de tradução para a língua portuguesa
Talvez poucos conheçam a pequena igreja da localidade de Califórnia, no Estado de Espirito Santo, que parece ser a segunda mais antiga da colonização teuta daquele estado. A história da sua construção é muito curiosa, sobretudo por suas paredes terem sido feitas de barro socado e pedras. Nos dias atuais o templo continua sendo utilizado para os ofícios religiosos da comunidade da IECLB, já com todos os recursos da modernidade.
Revisor Editorial Walter O. Schlupp schlupp@sinos. net
Correspondência s Rua General Osório, 1877Centro – Venâncio Aires – RS
Fig. 1: Igreja California da IECLB - Espírito Santo – seu aspecto atual. Imagem: arquivo do Editor. Email ivan@seibel.com .br
A
Tentemos agora recuar 120 anos na história desta localidade e tentemos nos imaginar em meio a um cenário do final do século retrasado. Se hoje a noiva comparece em seu traje esplendoroso à cerimônia da bênção espiritual, outrora, neste mesmo templo, a noiva se ajoelhava com seu ventido em preto em frente ao altar para receber a bênção do pastor. Imaginemos agora esse jovem casal, já vivendo
ALIMENTAÇÃO DOS PIONEIROS POMERANOS
em sua “colônia”. A jovem esposa recentemente passou por um parto, e seu filho de algumas semanas de idade precisava ser levado à pia batismal.
Ivan Seibel Reg. Prof. Mtb 14.557
A tão conhecida frase “a fome é o melhor cozinheiro” deve ter sido bem verdadeira para os imigrantes que aqui se fixaram durante a
Fig. 2: Igreja California da IECLB - Espírito Santo – seu aspecto em final do século XIX. Imagem: arquivo fotografias antigas do Editor.
segunda metade do século XIX. Afinal, seu trabalho pesado
Imaginemo-nos amigos do pastor Ullrich, que reside na pequena casa paroquial atrás da igreja, e que nós lhe pedimos para contar um pouco da sua praxe usual no culto dominical. Mas, atenção: estamos em 1899! Veja seu depoimento:
na colônia deve também ter dado uma fome danada. A carne de sol (conservada em sal, Sultfleisch) era o principal componente proteico da alimentação
Fig. 3: Igreja California da IECLB - Espírito Santo – seu interior. Momento de um casamento sendo oficiado pelo Pastor Rodrigo Seidel. Imagem cedida pelo Pastor Rodrigo Seidel.
diária. Nas casas dos pastores não costumava ser muito diferente. Entretanto também já se
“Felizmente, está-se criando o hábito de a ‘cuidadora da gestante’ permanecer na casa até a criança ser levada para o batismo. Ao menos desta forma a jovem mãe fica protegida de uma súbita troca de temperatura e de um resfriado. Em função das grande distâncias até a igreja, o batizado não costuma acontecer tão cedo. Em geral é realizado quando a criança já tem quatro a seis semanas. A cavalgada até a igreja ou capela muitas vezes leva de
preparavam conservas. Para os agricultores, além de haver
quadro a cinco horas. Tanto para a mãe como para a/o recém-nascida/o esta viagem não deixa de exigir grande esforço. Mesmo assim, os batismos acontecem quase sempre na igreja. Batismo nas casas são realizados apenas nos casos de real gravidade da saúde da criança.”
uma advertência médica de que o processo de conservação era nocivo à saúde, talvez em decorrência da falta de higiene na sua preparação, esse processo ainda era bastante dispendioso e por isso levou algumas décadas para ser assimilado. As mulheres dos colonos costumavam preparar a carne sempre da mesma maneira, por meio do cozimento até a eliminação do sal, sobretudo, por não terem tempo e oportunidade para aprenderem novas receitas de
Fig. 4: Igreja California da IECLB - Espírito Santo – seu interior. Imagem envelhecida do momento de um casamento sendo oficiado pelo Pastor Rodrigo Seidel. Imagem cedida pelo Pastor Rodrigo Seidel.
“Depois da cerimônia do batismo acontece a benção à jovem mãe. Para isto ela comparecia com o seu vestido preto do casamento, ou outro exatamente igual ao do casamento, só que, no lugar do véu de noiva, passa a portar um pequeno capuz feminino em negro, decorado com enfeites coloridos. Nos seu braços repousa a criança recémbatizada. Se estiver chorando, o que não é raro acontecer, ela a faz se calar da maneira mais simples possível, simplesmente saciandolhe a fome. Também aqueles gritalhões que costumam atrapalhar a cerimônia do batizado são acalmados desta mesmo forma. Ainda me Fig. 5: Noiva pomerana de preto. Fonte lembro de certa ocasião https://viagemmassa.com/2012/05/05/u m-vestido-de-noiva-que-simboliza-aem que toda comumorte/ nidade ficou agitada porque uma jovem mãe, talvez por seu com-preensível medo não tivesse coragem de deixar o seu lugar na igreja para, junto à pia batismal, tomar o seu filho dos braços da madrinha e colocá-lo para mamar.”
culinária. Já as esposas dos antigos pastores se tornaram verdadeiros gênios na cozinha, descobrindo novas receitas para dar mais sabor a essas carnes salgadas. Segundo uma descrição de viagem de 1895, “Um desavisado jamais teria se
“Mães amamentando seus filhos são vistos todos os domingos na igreja. Se elas querem participar do culto, realmente não têm outra opção. Não podem deixar seu neném em casa, passando fome durante horas. Portanto, mesmo se esta viagem feita a cavalo for longa, essas [crianças] também precisam ser levadas até a igreja. Naturalmente, os pequenos ainda não têm a compreensão de que na igreja precisamos nos manter em silêncio”. “Quantas vezes algum futuro agricultor ou uma futura dona de casa tentou concorrer comigo durante o culto [que eu estava conduzindo] levantando a sua voz. Se fosse apenas um único gritalhão, ainda era possível enfrentar o desafio. Entretanto, quando havia mais crianças que compartilhassem estes seus gritos, era como se quiséssemos dizer, maus exemplos estragam as boas maneiras, e a coisa toda ficava crítica. Neste momento o meu velho sacristão passava a exercer o seu ofício de acompanhar as mães dessas crianças barulhentas até a parte externa da igreja, para que se acalmassem. Depois disso, mãe e filho podiam retornar ao seu lugar.” “É compreensível que numa comunidade em plena mata não se tenha a mesma tranquilidade que durante os cultos do que na Alemanha. Mas a gente se acostuma. E por nenhum preço teria dispensado as mães, nem pequenos membros das comunidades, de participarem dos cultos”.
dado conta de que o ingrediente foi um mero pedaço de carne de porco
POMMERLAND IM BILD Helmut Kirsch, Deutschland hehe.kirsch@gmail.com
conservado em sal. A gente senta na mesa e muitas
EIN FREIES POMMERN IN EINEM GEEINTEN EUROPA
vezes sequer desconfia de quanta dor de cabeça deve ter dado transformar os componentes desta refeição em verdadeiros petiscos”.
Teil II Wir Pommern nahmen [nach dem Umbruch 1990] die Möglichkeit wahr, nun endlich ohne Visum in unsere alte Heimat zu reisen. Am Anfang noch mit dem Reisepaß durch eine gelockerte Grenzkontrolle, die dann nach dem EUBeitritt Polens gaz aufgehoben wurde. Vorbei waren die Zeiten, als ich, um die DDR zu umgehen, mit der Fähre von Travemünde über einen schwedischen Hafen nach Swinemünde reisen musste. Nun bin ich auf der neuen Ostseeautobahn, vorbei an Rostock, in nur sechs Stunden in Stettin. Endlich eröffnete sich auch für die in der Heimat verbliebenen Deutschen die Möglichkeit, sich zu ihrer Identität zu bekennen.
Fig. 6 In Pommern, wie auch in Ostpreußen und Schlesien entsteht nach dem Ende der kommunistischen Diktatur bei den Deutschen ein neues Selbstbewuußtsein. Sie fordern Minderheitsrechte ein, gründen Vereine und eine Dachorganisation, die mit der polnischen und der deutschen Regierung Gespräche führen soll. Organisationen wie die Pommersche Landsmannschaft unterstützen ihre in der Heimat verblieben Landsleute mit Rat und Tat. Imagem cedida por Helmuth Kirsch
Fig. 7: Die deutsche Generalkonsulin Cornelia Pieper lud in Danzig zum Neujahrsempfang 2017 Vertreter der Deutschen Minderheit in Pommern ein. Rechts Peter Jeske, Vorsitzender der Deutschen in Köslin. Imagem cedida por Helmuth Kirsch.
Nach den bisherigen Aussagen der Politiker in Warschau gab es keine Deutschen in Polen, sondern nur eine bestimmte Anzahl Autochthonen, also Ureinwohner, die vor allem in Oberschlesien lebten. Deshalb war man verwundert, daß sich nach der politischen Wende überall im Land Deutsche zu Wort meldeten. Tatsächlich war die Anzahl der Deutschen in Pommern überschaubar. Während
die Älteren noch die deutsche Sprache beherrschten, sprachen die Jüngeren auch untereinander polnisch. Alle hofften auf eine Regelung für die Rechte der Minderheiten im Land, die ihnen durch Verhandlungen zwischen der deutschen und der polnischen Regierung auch zugestanden wurden. Ich „brannte“ darauf, diese Deutschen in Pommern kennen zu lernen, wollte ich doch wissen, wie es Menschen geht, denen die eigene Heimat durch Ausgrenzung und Diskriminierung zur Fremde geworden ist. Zu einigen von ihnen, meist einsamen und kranken Menschen, gab es bereits durch das „Sozialwerk der Pommern“ , eine Gliederung der Landsmannschaft, Kontakte. Sie erhielten von dort zu Weinhachten oder zum Geburtstag Pakete mit Liebesgaben.
Fig. 8: Vor dem Rathaus in Kolberg. In der Mitte: Peter Jeske und der Vorsitzende des Heimatkreises "Kolberger Lande", Ernst Schroeder mit Unterstützern aus Deutschland. Imagem cedida por Helmuth Kirsch
In Treptow an der Rega erfuhr ich von einer Deutschen, die mit einem Polen verheiratet war, daß sich die verbliebenen Pommern dort zu einem Verein zusammenschließen wollen. Zur offiziellen Gründungsversammlung lud man mich ein. Treptow machte auf mich einen traurigen Eindruck. Die Häuser um den Markt mit dem Rathaus und der Marienkirche aus dem 14. Jahrhundert waren sanierungsbedürftig. Allerdings hatte das Städtchen über Jahrzehnte seit Ende des Krieges seinen deutschen Charakter bewahrt. In einem Raum der örtlichen Feuerwache trafen sich etwa 20 Personen aus Treptow und der näheren Umgebung. Es wurde ein Vorstand gewählt und regelmäßige Treffen vereinbart. In der Hauptsache ging es um das Erlernen und den Erhalt der deutschen Sprache. Es fehlte an allem. Weder Lehrmaterial, Schreibmaschine noch
Papier waren vorhanden. Mit der Zeit konnte durch Spenden eine Grundlage geschaffen werden, die die Gruppe festigte. Alle waren sehr motiviert. Umso mehr war ich überrascht, als ich später erfuhr, daß die Mitglieder eines Morgens vor verschlossener Tür standen und das Arbeitsmaterial verstreut vor dem Eingang lag. Das Mißtrauen gegen Menschen, die zwar dort wohnten, doch sich plötzlich als Deutsche zu erkennen gaben, war damals durch eine jahrzehntelange Propaganda noch in vielen Köpfen.
Fig. 9: Vertreter der Deutschen Minderheit aus ganz Polen bei ihrer alljährlichen Tagung. Es geht auch um staatliche Zuschüsse für die Kulturarbeit so wie um noch vorhandene Probleme bei der Zweisprachigkeit in der Region Oppeln/Oberschlesien, in der noch viele Deutsche leben. Imagem cedida por Helmuth Kirsch
Hass und Missgunst wurden auch durch Neid geschürt, als das ehemalige “sozialistische Brudervolk“ in der nicht mehr existierenden DDR reichlich Hilfe aus Westdeutschland erhielt und sich wirtschaftlich schneller entwickelte, als man selber. Nicht nur in Treptow, sondern auch in Köslin, Bütow, Stolp und in anderen Orten fanden Menschen zusammen, die als anerkannte Deutsche mit einem polnischen Pass in einem freiheitlichen, demokratischen Polen leben wollten. 1990 schlossen sich mehrere Verbände zu Bezirksorganisationen zusammen und beschlossen im September des gleichen Jahres die Bildung eines Zentralrates, der die Interessen der Minderheit gegenüber der deutschen wie auch der polnischen Regierung vertreten soll. 1991 wurde der Verband als „Sozial-kulturelle Gesellschaft“ registriert.
Por motivo de Férias do Editor, não circulará a edição da semana de 11 de março de 2017.
Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein
Bye, bye fevereiro!!! Leve contigo tudo que for ruim e negativo... Alô março! Venha com muitas bençãos, saúde, paz e amor!
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