Folha Pomerana 184 — 8 Abril 2017

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N° 184, 2017 – Data de 08 de abril de 2017

Expediente: Folha Pomerana Express Comunicação Eletrônica Rua General Osório 1877 Centro Venâncio Aires – RS Reg. Cartório sob número 15.876, fls. 193 frente, Livro B137- Venâncio Aires - RS Código ISSN 2526-1762 Editor Ivan Seibel Reg. Prof. Mtb 14.557

10 de AGOSTO DE 2017: UM ACONTECIMENTO IMPAR NA HISTÓRIA DE SÃO LOURENÇO DO SUL Edilberto Luiz Hammes, Médico e historiador de São Lourenço do Sul

Ninguém parece ter-se dado conta da importância dessa data no município. Mas, como historiador, tenho a obrigação de lembrar às autoridades, não só de São Lourenço do Sul, como dos municípios vizinhos, que há 200 anos nascia na aldeia de Sponheim, na Prússia Renana, Jacob Rheingantz. Rheingantz foi o responsável por um feito grandioso, digno apenas dos grandes empreendedores que aparecem vez que outra, de certa forma rara, na História.

Revisor Editorial Walter O. Schlupp schlupp@sinos. net Correspondência para; Rua General Osório, 1877 Centro 95 800-000 Venâncio Aires – RS Email ivan@seibel.com .br

Fig. 1: Anúncio da época da imigração no jornal de Rudolstadt (Thüringen) "Allgemeine Auswanderungs-Zeitung"; Imagem do acervo de Edilberto Luiz Hammes.

Foi através dele e de sua dedicação, que beirava a obstinação, que milhares de alemães vieram povoar uma região de baixa densidade demográfica na metade sul da então desprotegida Província do Rio Grande do Sul, volta e meia estocada pela vontade espanhola de expandir suas terras a partir do Uruguai para o norte, invadindo terras brasileiras. Dotado de uma vontade férrea, Jacob, aproveitando-se do apoio do governo imperial brasileiro e das condições locais que se


apresentavam favoráveis à agricultura sob todos os pontos de vista, arregimentou braços em sua pátria para trazer progresso para cá. De: rubens stuhr Enviado em: Friday, March 31, 2017 9:41 AM Para: Ivan Seibel Assunto: Re: 183, 2017 – Data de 01 de abril de 2017 Dr Ivan. Correto o artigo. Há erros inclusive em registros feitos pelos próprios pastores. Erros

Fig. 2: Anúncio da época da imigração no jornal de Rudolstadt (Thüringen) "Allgemeine Auswanderungs-Zeitung"; Imagem do acervo de Edilberto Luiz Hammes.

Assim, durante várias décadas, mais precisamente entre os anos de 1858 até perto da virada do século 19 para o 20, Rheingantz primeiro – até sua morte em 1877 – e, após, através de seu substituto, trouxe para a colônia da região de São Lourenço, então pertencente ao município de Pelotas, gente dedicada à agricultura que alavancou o progresso nessa área, antes dominada apenas pela pecuária, sendo necessário lembrar que, para isso, obteve indispensável auxílio pecuniário do estancieiro lourenciano de ascendência lusitana José Antonio d’Oliveira Guimarães.

em datas de nascimento, sobrenomes etc É necessário pesquisar e se houver possibilidade conferir mais fontes. Algo interessante que podemos constatar: Todos os fatos narrados pelo povo tem veracidade. Por exemplo o velho Franz Stuhr sempre dizia: "Quando o

Fig. 3: O registro de nascimento original de Jacob Rheingantz; Imagem do acervo de Edilberto Luiz Hammes.

Embora tenham imigrado alguns colonos e empreendedores industriais da Renânia e de outras regiões alemãs em reduzido número, a grande maioria – por volta de noventa por cento – veio da Pomerânia. Pobres e desiludidos com a situação econômica de seu torrão natal, sem futuro, desprovidos de esperanças por lá, os pomerânios vieram na expectativa de, pelo menos, serem donos de suas próprias terras onde pudessem trabalhar e produzir alimentos para aplacar sua fome e a da família, que ou vinha com eles ou iria se formar na nova pátria que, espontaneamente,


nossa família

escolheram para viver.

chegou ao Brasil, em Vitória, segundo eles contavam, só haviam barracas cobertas com folhas de coco e poucas casas. O fato é verdadeiro, só a localização do fato não é Vitória e Sim Santa Leopoldina. Tendo em vista que os Stuhr chegaram em 1859.

Que Deus abençoe o folha pomerana e todos que

Fig. 4: O registro de nascimento segundo uma tradução feita por Edilberto Luiz Hammes.

Mas de que maneira os pomerânios, como os demais, ficavam sabendo como e o que fazer para ir embora para o desconhecido, se os meios de comunicação eram raros naquela época e o rádio nem existia? Pela imprensa! Possivelmente um dos mais lidos jornais por toda a região de fala alemã da época e, naturalmente, o preferido para a leitura dos que se interessavam em emigrar, era o que tratava especificamente do tema, o “Allgemeine Auswanderungs-Zeitung” (Jornal Geral da Emigração), cuja redação situava-se na cidade de Rudolstadt, na Turíngia. Nele eram anunciadas pelas companhias de navegação da Europa em geral, e das cidades de Hamburgo e Bremen – portos de onde partiam os navios –, datas, destinos, roteiros, orientações e detalhes sobre viagens para as Américas do Norte e do Sul.

ajudam.

Fig. 5: A casa natal de Jacob Rheingantz, em Sponheim; Imagem do acervo de Edilberto Luiz Hammes.

Como ainda não havia vapores para a América do Sul, os barcos eram veleiros, mais ou menos grandes, que levavam cerca de dois meses, em média, para atravessar o interminável Atlântico, pois dependiam do vento e de condições climáticas favoráveis. Sem quaisquer garantias de que chegariam ao destino,


pois poderiam enfrentar tempo bom, tempestades ou calmarias, além da angústia, das doenças que surgiam durante a viagem, e de eventuais falecimentos durante a longa travessia do mar, desde a Europa até o Brasil, venturavam-se apenas com a esperança de dias melhores no futuro. Mesmo sabendo que os aguardavam um lugar, clima, gente e animais selvagens desconhecidos, assim como o trabalho árduo e o desconhecimento do idioma, mais os compromissos com o cumprimento do contrato que assinaram e que os compromissava com o empresário prussiano, não deixaram de vir. E nada disso aconteceria se não fosse esse empresário, grande vulto de nossa História, Jacob Rheingantz, nascido a 10 de agosto de 1877 e falecido subitamente ao sessenta anos de idade, quando, ao voltar à sua pátria para conseguir engajar mais braços de trabalho para o progresso do Brasil, caminhava nas ruas de Hamburgo, por um fulminante infarto do miocárdio. O resultado de sua dedicação à causa da imigração e de seu empreendimento foi a criação e o desenvolvimento, no longínquo sul do Brasil, de uma comunidade alemã que prosperou, sendo pujante até hoje, crescendo e dando bons frutos. A colônia que iniciou em São Lourenço, pelo seu resultado altamente positivo em todos os sentidos, expandiu-se para os municípios vizinhos de Canguçu, Turuçu, Arroio do Padre, Cristal, Camaquã e zonas adjacentes, envolvendo atualmente vasta área geográfica de Pelotas e outras ao redor, onde falam um dialeto que praticamente desapareceu da região de origem, na Alemanha, devido à expulsão compulsória e unilateral, decidida pelos Aliados vencedores da Segunda Guerra Mundial, da população da terra natal deles, onde seus antepassados viviam por quase mil anos.

Fig. 6: A casa natal construída por Jacob Rheingantz na Coxilha do Barão, interior de São Lourenço do Sul para sua residência e sede de sua empresa colonial nos primórdios; Imagem do acervo de Edilberto Luiz Hammes.

A colônia de São Lourenço começou a 18 de janeiro de 1858 com a vinda de 88 colonos pioneiros. Não temos dados concretos, mas acreditamos que, atualmente, cerca de 40 mil pessoas falam o pomerânio, dados que mostram a sua preservação nestes últimos quase 160 anos. A data de 10 de agosto de 2017, que marca o Bicentenário de Nascimento do notável pioneiro Jacob Rheingantz, não pode passar em branco. Merece uma grande comemoração festiva!


POMMERLAND IM BILD Helmut Kirsch, Deutschland hehe.kirsch@gmail.com

Motive aus Hinterpommern Teil II

Bild. 7: Rügenwalde an der Wipper liegt 30 Kilometer nordöstlich von Köslin in einer der fruchtbarsten Gegenden Pommerns. Der Ort, der 1271 das erste Mal urkundlich erwähnt wurde, trat 1350 der Hanse bei und entwickelte sich in der Neuzeit wegen seiner blühenden Fleischwarenindustrie zur wirtschaftlich wichtigsten Stadt des Kreises Schlawe. Der Name "Rügenwalder Teewurst" hat sich bis heute erhalten. Das eingemeindete Hafenstädtchen Rügenwaldermünde vor den Toren der Stadt ist mit seinem feinen Sandstrand ein gerne besuchter Seebadeort. Bis auf wenige Personen, die für die Aufrechterhaltung der Infrastruktur der Stadt erforderlich waren, wurden 1945 alle deutschen Bewohner vertrieben.

Bild 8: Der Kreis Köslin umfasste rund 55 Kilometer des herrlichen Ostseestrandes mit seinen Bade- Fischer- und Bauerndörfern. Und genau in der Mitte lag Großmöllen. Auf der gegenüberliegenden südlichen Seite blickte man über den Jamunder See bis nach Köslin und den


angrenzenden Gollen-Wald. Großmöllen mit dem nahen Fischerdorf Nest, war das Lieblingsbad der Kösliner, die mit der Straßenbahn von der Stadt bis in die Nähe des Strandes fahren konnten. Heute, da Köslin ein vielfaches an Einwohnern hat, ist auch Großmöllen gewachsen. Neben neuen Sanatorien und Erholungsheimen, die in den Wald- und Dünengürtel hineingebaut wurden, entstanden Cafes und kleinere Ladengeschäfte in Häusern, die durchaus denen von Travemünde oder Rügen vergleichbar sind.

Bild 9: In vielen Städten und Dörfern Pommerns, wie hier in Lupow im Kreis Stolp, haben vertriebene Deutsche mit Zustimmung und oft auch mit Unterstützung der polnischen Bürgermeister zweisprachige Gedenksteine aufgestellt. Das Geld für diesen Stein, den ein polnischer Steinmetz bearbeitet hatte, wurde in Deutschland gesammelt. Dabei war es nicht immer leicht, einen pssenden Text für den Stein zu finden, der weder die Gefühle der einen noch der anderen Seite verletzt.

Bild 10: Ehemaliges Stallgebäude eines früheren Rittergutes in der Nähe von Elbing/Westpreußen. Hier, wie auf zahlreichen anderen Gütern hat man in den Tourismus investiert und hofft auf zahlungskräftige Gäste aus Warschau, aber auch aus Deutschland. Oft gibt es familiäre Kontakte


zwischen den deutschen Alteigentümern und den Polen, die diese Güter vom polnischen Staat erworben haben. In einigen Fällen sind Deutsche mit einem polnischen Partner eine geschäftliche Verbindung eingegangen und führen das Unternehmen gemeinsam. Leider sind jedoch viele Güter und Schlösser dem Verfall preisgegeben..

Bild 11: Die zusammenhängenden Wälder Pommerns gehörten zu den größten Waldgebieten der deutschen Ostprovinzen. Die geraden Stämme der Nadelbäume waren sehr begehrt. Riesige Mengen an Grubenholz und Eisenbahnschwellen haben die Wälder beiderseits der Drage, die in der Nähe von Bad Polzin entspringt, geliefert. Die Städter lieben den Wald, der voller Preißelbeeren, Blaubeeren und Pfifferlingen ist. Die Stille des "düsteren Waldreviers", wie es im Pommernlied heißt, wird nur durch ein Reh oder den Flügelschlag eines Vogels unterbrochen. Der einsame Wanderer, der plötzlich vor einem malerischen, mit Schilfgras umwachsenen See steht, auf dem eine Entenfamilie ihre Bahn zieht, wird diese Ruhe nicht stören. An manchen Stellen reichen Kiefern- und Buchenwälder bis an die Dünen oder die Steilküsten des Ostseestrandes. So heißt es dann auch im Pommernlied: "blaue Wälder krönen weißer Dünensand - Pommerland mein Sehnen ist dir zugewandt."

Bild 12: Zanow ist eine pommersche Kleinstadt an der ehemaligen Reichsstraße 2 (heute Landstraße 6) und gehörte vor dem Krieg zum Kreis Schlawe. Der Ort erhielt 1343 lübisches Stadtrecht. Bekannt wurde Zanow, nachdem 1848 der Kommerzienrat Kolbe auf dem Grundstück eines verfallenen Schloßes die erste und größte deutsche Zündholzfabrik gründete. Hieraus entstand ein Großunternehmen mit Verbindungen bis nach Japan und China. Nach der Eroberung der Stadt durch die Rote Armee und die Vertreibung der Deutschen wurde die Fabrik demontiert und in die Sowjetunion abtransportiert. 1945 erhielt die Stadt durch die polnische Verwaltung den Namen Sianow.


Bild 13: Abwechslungsreich ist die Landschaft der "Pommerschen Schweiz". Dunkle Wälder, tiefblaue Seen und sanfte Hügel sind das Kennzeichen dieses hinterpommerschen Landstrichs. Der Streitzigsee bei Neustettin ist einer der vielen Rinnenseen, die von der Eiszeit erschaffen wurden. Die an den Städten gelegenen Seen haben an ihren Ufern oft gepflegte Parkanlagen. Südöstlich von Lauenburg liegt, bereits in Westpreußen, das Landschaftsschutzgebiet der Kaschubei. Obwohl es die Menschen aus dem nahe gelegenen Großraum Danzig in den Ferien hierher drängt, ist die Gegend, anders als im klein gewordenen Deutschland, nicht überlaufen. Selbst im Sommer verteilen sich die vielen Segelboote auf den kilometerlangen Seen.

Bild 14: Ein Strauß wilder Vogelbeeren soll uns an die Fahrt durch unser schönes weites Pommerland erinnern. Wir waren in Großmöllen und in Rügenwalde, besuchten deutsche und polnische Freunde in Neustettin und in Bublitz und natürlich die polnische Familie, die bereits in der dritten Generation in meinem Elternhaus wohnt, und mit der wir uns trotz aller Sprachschwierigkeiten gut verstehen. Das Thema Versöhnung ist für uns längst abgeschlossen. Es geht darum, einen Weg zu finden, in dem das Recht auf die angestammte Heimat als ein Menschenrecht verwirklicht wird. Pommern ist ein großes dünnbesiedeltes Land, in dem Deutsche und Polen in Frieden in gegenseitiger Achtung miteinander leben können. Immer mehr Menschen arbeiten für dieses Ziel und schaffen gegenseitiges Vertrauen zum Nutzen unserer beiden Völker.


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