Folha Pomerana 190 — 20 Maio 2017

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N° 190, 2017 – Data de 20 de maio de 2017

Expediente: Folha Pomerana Express Comunicação Eletrônica Rua General Osório 1877 Centro Venâncio Aires – RS Reg. Cartório sob número 15.876, fls. 193 frente, Livro B137- Venâncio Aires - RS Código ISSN 2526-1762 Editor Ivan Seibel Reg. Prof. Mtb 14.557

Stettin, uma impressão atual da antiga Pomerânia Marcelo Lindemann Zehetmeyr marcelolz@hotmail.com Rio Grande do Sul

Sempre quis conhecer a antiga Pomerânia. Afinal, sou descendente de pomeranos e falo Pomerano diariamente. Isso mesmo, diariamente. Digo isso embora atualmente more em Dom Feliciano, um município colonizado por poloneses. Então, teoricamente não seria possível eu me expressar no meu idioma materno sempre, já que por aqui poucos o falam. Quando eu vou para a minha casa em Bom Jesus I, interior de São Lourenço do Sul, fico vários dias sem falar uma única palavra em português. Isso realmente me deixa muito feliz. O meu maior interesse em relação à cultura pomerana é justamente a língua. Tenho grande preocupação quanto à sua preservação. Por isso, defendo a ideia de que devemos falar sempre a nossa língua, já que é a única maneira de preservá-la.

Revisor Editorial Walter O. Schlupp schlupp@sinos. net Correspondência para; Rua General Osório, 1877 Centro 95 800-000 Venâncio Aires – RS Email ivan@seibel.com .br

Fig. 1: Reprodução de mapa antigo da Pomerânia feito originalmente por Eilhard Lubinus, publicado pela primeira vez em 1618


AS RELIGIÕES IMPOSTAS AOS POMERANOS

Ivan Seibel Reg. Prof. MTb 14.557

As práticas religiosas dos

Devido ao meu grande apreço pela Língua Pomerana, eu decidi conhecer a antiga Pomerânia. Como todos já sabemos, a Pomerânia Oriental (em alemão Hinterpommern ou Ostpommern) passou a pertencer à Polônia após o fim da Segunda Guerra Mundial. Praticamente todos os habitantes germânicos dessa região foram evacuados e os que permaneceram foram obrigados a se adaptar à nova realidade de estar sob o domínio dos poloneses e de sua cultura. Primeiro eu conheci Danzig (atualmente Gdańsk). No mapa tradicional da Pomerânia que conhecemos, Danzig não está incluída, embora esteja muito próxima. Na verdade, essa cidade fazia parte da Prússia Ocidental (Westpreussen). Fiquei dois dias no local e há poucos traços germânicos atualmente. Encontrei inscrições antigas em alemão na igreja de Santa Maria. Na estação central de trens há informações em polonês e alemão. Cabe lembrar aqui que é importante não confundir Alemão e Pomerano, pois, apesar de serem línguas próximas, são diferentes.

pomeranos sempre estiveram na dependências de influências religiosas externos. No século XII foram cristianizados pela igreja católica. Já no século XVI foram

Fig. 2: Stetin, Estação ferroviária principal em 1843

convertidos ao luteranismo e começaram a ver no pastor

Saindo de Danzig, entrei no território da Pomerânia. Durante a viagem de trem passei por Stolp, Köslin, Labes, Stargard, entre outras. Então, finalmente cheguei a Stettin (atualmente Szczecin).

aquela pessoa que impunha uma disciplina rígida apoiado pelo senhor feudal. Mas, também aqui no Brasil, ao se adequarem a tantas novas práticas, digamos, culturais e

Fig. 3: Imagem de Stettin, junto ao rio Oder

Preciso dizer que já sabia que não encontraria registros


ambientais conservaram muitos dos seus antigos costumes e readaptaram suas imagens mitológicas dando-lhes novos significados. Um exemplo típico disto são as “Cartas de

sobre a Língua Pomerana, apesar de que, segundo o linguista Ismael Tressmann, a mesma teve grande importância e foi amplamente utilizada na Pomerânia a partir do ano 1400. A Língua Alemã foi introduzida na região por volta de 1530, com a Reforma Luterana. Assim, esta passou a ser a língua da escola, da igreja e das repartições públicas , enquanto aquela ficou relegada ao uso oral no cotidiano das pessoas. No site http://www.gdansk.pl/gdanszczaniearchiwum/en/o_gdansku,3,8.html há informações semelhantes sobre o uso do Low German (Baixo Alemão, [Niederdeutsch ou Plattdeutsch; n. do rev.]) até meados de 1550 e de sua substituição pelo High German (Alto Alemão, [Hochdeutsch; n. do rev.]). Mesmo assim, o nosso idioma materno continuou sendo amplamente utilizado, tanto que, quando aqui chegaram (entre 1858 a 1870, aproximadamente), os pomeranos o trouxeram consigo. E hoje a língua pomerana [mais precisamente a pomerana oriental; n. do rev.] ainda é amplamente falada no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo. Além disso, está sendo cada vez mais valorizada.

Proteção”. Trata-se de um traço cultural. Uma capacidade de adaptação a novas situações. Não é algo que tenham começado a fazer de uma hora para outra. Quando os imigrantes aqui chegaram, não havia médico, não tinham

Fig. 4: Stettin e suas fantásticas construções. Quando cheguei a Stettin, eu logo vi uma placa sobre a construção da estação central de trens (conforme foto). Nessa placa há a informação de que o primeiro trem chegou nessa cidade, localizada na região de Vorpommern, em 1843. Nas ruas de Stettin há placas sobre pontos turísticos em polonês, alemão e inglês, ou seja, o idioma alemão ainda é “lembrado” por lá. Contudo, por tratar-se de território polonês, obviamente todos os habitantes falam polonês.

remédios, não tinham qualquer tipo de assistência. A assistência psicológica e espiritual era dada pelos pastores e os tratamentos

Fig 5: (Neu Settin) e 6 (Kolberg an der Ostsee).

Em Stettin, os germânicos também foram evacuados (expulsos) após a Segunda Guerra Mundial, assim como em toda a Pomerânia Oriental, conforme eu já comentei neste texto. Assim

Comentado [U1]: acrescentei Comentado [U2]: idem

Comentado [U3]: O verbete “Ostpommersch” da Wikipédia diz Außerdem wird in Brasilien eine Mischung aus Ostpommersch und Portugiesisch, das Pomerano, gesprochen.


tiveram que ser improvisados: Um terreno fértil para as práticas seculares envolvendo as curas pelos benzeduras e pelos tratamentos

sendo, não houve nenhuma possibilidade de manter características germânicas. Muitas pessoas da região falavam também o Alemão Padrão (Hochdeutsch) nessa região até 1945. Eu gostaria de saber exatamente até quando o Pomerano foi falado na Pomerânia Oriental. Ainda pretendo descobrir informações concretas a esse respeito. Encontrei vários desenhos (conforme fotos) de cidades da antiga Pomerânia no Castelo dos Duques Pomeranos. Infelizmente, no dia da minha visita a esse local, apenas uma exposição estava aberta ao público. As fotos apresentam a data de 1846. Perguntei a uma funcionária do museu e ela me informou, apesar de demonstrar certa dúvida, que os desenhos foram feitos nesse ano.

com os chás da floresta. Aliás, práticas que, em alguns lugares, persistem até os dias atuais. Fig. 7: (Regenwalde) e 8 (moedas usadas na Pomerânia).

Com certeza, esses foram os registros mais interessantes que eu encontrei sobre o tempo em que os nossos antepassados viviam na Pomerânia. Visitei ainda o Museu Nacional de Stettin e também o Museu da História de Stettin. No primeiro há informações sobre os Duques Pomeranos e também sobre a as moedas (divisas) utilizadas na história da Pomerânia, entre outros. No segundo há uma descrição cronológica de vários aspectos da história da cidade de Stettin, desde o registro de seus primeiros habitantes nos séculos 8 e 9 até os tempos comunistas após o fim da Segunda Guerra Mundial. The “Przełomy” Centre for Dialogue é outro museu interessante, pois retrata o fim da “era germânica” em Stettin após 1945 e os tempos difíceis do comunismo na Polônia, regime que se manteve até 1989. Para concluir, digo que a viagem valeu a pena, pois foi fantástico conhecer a terra dos antepassados de todos nós, pomeranos brasileiros. Infelizmente, não encontrei nada específico sobre a etnia pomerana. É muito triste constatar que os nossos vestígios por aquelas terras são difíceis de rastrear. Pior ainda é o fato de que os pomeranos sempre sofreram perseguições, foram expostos a guerras Fig 9: Placas de orientação em três terríveis e que seu idioma línguas – orientação aos turistas. sempre foi oprimido, primeiramente pelo Alemão Padrão e atualmente pelo Português. Porém, isso não me


desanima, pois atualmente há um excelente fortalecimento da língua e da cultura pomerana. A Pomerânia está viva aqui, em terras tupiniquins, e, cabe a nós, pomeranos nascidos no Brasil, o DEVER de perpetuar o nosso idioma e as nossas tradições.

Fig. 10: Vista aéres da bela Stettin (fonte: https://www.google.com.br/search?q=stettin+bilder).

POMMERLAND IM BILD Janusz Plikus januszp242@gmail.com https://jezierzyce242.blogspot.com

„Jeseritz, das Tal der Liebe” Teil I Mein Freund Arno Grundmann beschrieb in seinem Buch „Die Geschichte und Geschichten aus Jeseritz – Unvergessene Heimat” ein kleines Dorf in Pommern, in dem er geboren ist. Da auch ich hier geboren wurde, möchte ich diese Geschichte kurz vorstellen. Im Jahre 1173 kamen dänische Cisterzienser Mönche aus dem Kloster Kolbatz, das an Bild 11: Das Buch von Arno der Plöne lag, nieder. Im Grundman darauffolgenden Jahr


kam der Abt Reinhold mit 12 Mönchen und 12 Konversen nach Kolbatz, um das Land zu christianisieren und zu kolonisieren. Den Mönchen wurden die Dörfer und Ländereien übergeben. Außer dem Dorf Kolbatz erhielten sie Reckow und das bald danach eingegangene Dorf Reptow im späteren Gebiet von Jeseritz.

Bild 12: Kolbatz im Jahr 1612

Das Kloster erhielt in der Folgezeit weitere Schenkungen, die allmählich zu einem umfangreichen Landesbesitz zusammenwuchsen. Bereits damals ist von einem deutschen Dorf „Villa Teutonicorum”, dem späteren Hohenkrug, die Rede. Das Dorf Hohenkrug kommt 1173 unter die Verwaltung des Klosters Kolbatz, Buchholz und Mühlenbeck 1240 und Hökondorf 1274. Weitere Dörfer und Siedlungen werden im Laufe der Jahre von den Mönchen übernommen oder gegründet. In der Aufstellung des Klosterbesitzes von 1345 sind insgesamt 52 Städte und Dörfer aufgeführt.

Bild 13: Kloster Kolbatz im Jahre 1612.

Im Jahre 1282 wurde Jeseritz gegründet. Das slawische Wort Jeseritz heißt soviel wie „Seeort” oder „an den Teichen” (das Gebiet war früher slawisch). Jeseritz wird


ein Vorwerk des Klosters Kolbatz. Die Mönche ließen in der Nähe der späteren Plönebrücke eine Wassermühle errichten. Im 16. Jahrhundert befand sich hier eine Korn- und Walkmühle mit Wohnhaus, Stall, Scheune, Back- und Brauhaus. Auch eine Schäferei wurde von den Laienbrüdern des Klosters betrieben.

Bild 14: Jeseritz bei Stettin - Buchholz, Mühlenbeck und Jeseritz in Pommern, alte Landkarte

Bild 15: Jeseritz – Dorfstrasse

Zur Zeit Friedrich des Großen, nach dem Siebenjährigen Krieg (1756-1763), wurde der Fluss Plöne verbreitet und vertieft. Das Land wurde urbar gemacht und der Abfluss des Madüsee reguliert. Friedrich der Große hat sich um die Urbarmachung dieses Gebietes sehr verdient gemacht. Durch Entwässerungsarbeiten sank der Wasserspiegel des Madüsees sehr erheblich, und es entstanden mehrere Dörfer.


Bild 16: Jeseritz- Dorfansicht

Mit Jeseritz wurde auch Kublank, Moritzfelde und Brenkenhofswalde gegründet. Im Jahre 1757 wurde in Jeseritz die Obermühle und im 1780 die Untermühle angelegt. In der Zeit um 1780 wurden in Jeseritz 16 Familien angesiedelt. Die Siedler nannten sich Kolonisten.

Bild 17: Die Kellerbecker Mühle

In der Nähe des späteren Kellerbecker Bahnhofs entdeckte man 1859 abbauwürdige Kohle. Der Betrieb wurde allerdings 1876 wieder stillgelegt. Um 1880 wütete in Jeseritz ein Großbrand. Viele Gehöfte wurden ein Heer der Flammen und brannten restlos nieder. Die neuen Fachwerkhäuser wurden von holländischen Handwerkern aufgebaut. Manche davon stehen heute noch in Jezierzyce, sind also über 130 Jahre alt.


Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein

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