Folha Pomerana 194 — 17 Junho 2017

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N° 194, 2017 – Data de 17 de junho de 2017

POPULAÇÃO ESLAVA NA POMERÂNIA Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/bb/West_slavs_9th-10th_c..png Ivan Seibel Jose Carlos Heinemann

Muitas discussões têm ocorrido ultimamente dentro do espaço da rede social WhatsApp, envolvendo temas relacionados à formação do povo pomerano. A literatura está cheia de textos descrevendo a migração dos povos ao longo dos últimos dois milênios; e dentro deste contexto igualmente temos incontáveis fontes bibliográficas, infelizmente inacessíveis para a grande maioria dos nossos pesquisadores brasileiros por estarem impressos em letra gótica e ainda redigidos em língua alemã arcaica. Tomamos a liberdade de reproduzir novamente uma matéria já divulgada na Folha Pomerana Vol. IV - N° 168, 2016 - datada de 10 de dezembro de 2016 - e que talvez possa servir de base para novas consultas.

Fig. 1: Fonte: http://www.killikus.de/slawen-wenden-ostsee/


O maior grupo populacional que, no primeiro século d.C. habitava o interior da atual Pomerânia era o dos lemovérios, de origem germânica. Seu território se estendia a leste do rio Oder até o povoado de Arnswalde (Choszczno) e, em menor densidade populacional, para as áreas mais ao sul. Pouco se sabe dessa civilização. Era um povo guerreiro, e seus escudos de proteção usados nos combates eram arredondados. No ano de 456 os guerreiros e homens fortes desses germânicos haviam deixado as terras pomeranas e se unido ao exército de Teodorico, o Grande, rei dos godos orientais, que se tinham estabelecido em Ravena (Itália). Os idosos, mulheres e crianças e aqueles que não quiseram lutar permaneceram nas terras na costa do Báltico e também nas áreas do interior.

Fig. 2: Fonte: https://de.wikipedia.org/wiki/Geschichte_Pommerns

A partir do terceiro século d.C. outros grupos de godos começaram a migrar para o sul. Poucos anos mais tarde os rugios também os seguiram. O vácuo deixado pela emigração destes dois grandes grupos populacionais fez com que, a partir do século V, duas etnias eslavas se fixassem na região da Pomerânia. O maior grupo avançou do sudoeste, ocupando desta forma praticamente todo o território que hoje constitui a Pomerânia e arredores. Nos dias atuais, esta passagem de eslavos pela mencionada área do Báltico ainda pode ser comprovada pelas escavações arqueológicas realizadas tanto na ilha de Rügen como nas proximidades de Stettin e também na área costeira perto de Danzig. A hipótese de que pequenos grupos remanescentes da população mais antiga tenham sido assimilados pelos eslavos deve ser considerada, da


mesma forma como, sobretudo nas áreas costeiras, toda a convivência com navegadores escandinavos pode ter favorecido uma miscigenação com os vikings de Jomsburg. Na prática, essas diferentes tribos eslavas foram sendo conhecidas na história de acordo com a região que ocuparam. Na área a oeste do rio Oder são citados os zirzipanes e os tolenses, que mais tarde passaram as ser incluídos no grupo dos wilzenienses e posteriormente passaram a ser chamados de luitizen. Em uma referência semelhante, na ilha de Rügen, viviam os rujanes (ou ranes) e, na região de Wollin, os vollines. Tudo leva a crer que o próprio nome dos rujanes, como também o da ilha de Rügen, tenha a sua origem nos R(uj)anes. Já os eslavos que viviam nas áreas a leste do rio Oder, porém próximo à costa do Báltico, passaram a ser conhecidos como Pomeranes (“os junto ao mar”). Em contrapartida, mais ao sul vivia um povo conhecido como Polanes, em uma referência às „terras do interior“. A partir desse momento também começaram a surgir os castelos/fortalezas como os de Demmin, Stettin e Kolberg, os pontos de desenvolvimento do comércio como Ralswiek, Menzlin e Vineta e alguns locais de peregrinação religiosa como Jaromarsburg. Nesta mesma época um lento desenvolvimento agrícola, a criação de gado, apicultura e a própria atividade no mar passaram a ter um significativo desenvolvimento. Neste último aspecto, vale lembrar que não somente a pescaria como também o próprio comércio através do estabelecimento de rotas marítimas passaram a ter um significativo crescimento. Já a partir do seculo X da era cristã, talvez em função da própria situação geográfica, todas essas pequenas tribos pagãs da Pomerânia, cada vez mais se viram sob a influência dos seus vizinhos mais poderosos. Do oeste começaram a ser ameaçados pelos principados germânicos, tutelados pelo Sacro Império Romano Germânico. Do norte, os dinamarqueses chegavam com suas tropas embarcadas e, a sudeste, os príncipes poloneses tentavam conquistar o seu próprio acesso ao mar Báltico. Fontes que podem ser consultadas: 1. Robert Klempin, Gustav Kratz (Hrsg.): Matrikeln und Verzeichnisse der pommerschen Ritterschaft vom 14. bis ins 19. Jahrhundert. Bath, Berlin 1863, (Volltext) 2. Johann Carl Conrad Oelrichs: Entwurf einer Pommerschen vermischten Bibliothek von Schriften zu den Alterthümern, Kunstsachen, Münzen, und zur Natur-Historie, auch zum Cameral- und Finanzwesen des Herzogthums Pommern. Berlin 1771, (Volltext) 3. Christian Friedrich Wutstrack (Hrsg.): Kurze historisch-geographisch-statistische Beschreibung des Herzogtums Vor- und Hinterpommern. Stettin 1793. 4. Christian Friedrich Wutstrack (Hrsg.): Nachtrag zur Kurzen historisch-geographischstatistischen Beschreibung des Herzogtums Vor- und Hinterpommern. Stettin 1795, (Volltext) 5. Gustav Kratz: Die Städte der Provinz Pommern - Abriss ihrer Geschichte, zumeist nach Urkunden. Einleitung und Vorwort von Robert Klempin. Berlin 1865, (Volltext). 6. Peter Friedrich Kanngießer: Geschichte von Pommern bis auf das Jahr 1129. Greifswald 1824 (E-Kopie). 7. Johann Ludwig Quandt: Das Land an der Netze nebst der Neumark, wie sie von Pommern besessen und verloren wurden. In: Baltische Studien, Band 15, Stettin 1853, S. 165–204. 8. Johann Ludwig Quandt: Pommerns Ostgrenzen. In: Baltische Studien, Band 15, Stettin 1857, S. 205–223. 9. Ludwig Giesebrecht: Die Landwehre der Pommern und der Polen zu Anfang des zwölften Jahrhunderts. In: Baltische Studien. Band 11, Stettin 1845, S. 146–190.


POMMERLAND IM BILD .

Janusz Plikus - Polen Januszp242@gmail.com https://jezierzyce242.blogspot.com

Jeseritz in Pommern - Kellerbecker Mühle (Obermühle) – für Ruth, die gerade ihre 90ten Geburtstag feiert. Kunibert Schlecht übernahm Ende des 19. Jahrhunderts die Kellerbecker Mühle, die er später seinem Sohn Max und seiner Schwiegertochter Erna übergab. Aus dieser Ehe gingen die beiden Töchter Ruth und Christa hervor. Max Schlecht nahm am 1. Weltkrieg (1914-1918) teil. Der Weg zur Mühle verlief seitlich der Straße Mühlenbeck-Pyritz entlang der Kleinbahnstation Kellerbecker Mühle durch den Wald. Neben der Mühle (auf dem Bild, das hohe schmale Gebäude) stand noch das Haus. Ganz rechts im Fachwerkhaus befand sich das Restaurant. .

Bilder 3 und 4: Ansichtskarte mit Kellerbecker Mühle und Kleinbahnstation und Landkarte.

Max und Erna Schlecht lebten gemeinsam mit ihren Töchern in dem Wohngebäude, in dem sich im Erdgeschoss neben einem Zimmer noch ein Büro befand. Die Kinderzimmer waren im ersten Stock. Das Haus wurde von einem Kachelofen beheizt. Wenn man durch die mittlere Tür rechts abbog, erreichte man die Gaststube mit sechs Tischen und Stühlen. Es gab auch direkt neben dem großen Saal mit den großen Fenstern einen Herd. Der Saal war mit vielen Tischen und Stühlen ausgestattet. Anscheinend gab es dort auch einen großen Metallofen, mit dem der Saal geheizt wurde.

Bild 5: Ansichtskarte Kellerbecker Mühle

Bild 6: Ansichtskarte Kellerbecker Mühle


Hier stand auch ein großes drehbares Holzregal, auf dem sich die Produkte zum Verkaufen befanden, wie Postkarten, Schokolade, Liköre, Biere, Getränke und Wasser in Flaschen. Auf der Rückseite im Schrank hingen die Maßkrüge und ein Fass mit Bier stand dort auch, das vorher im Keller gekühlt wurde. Das Bier goss man durch einen Hahn an der Oberseite ein. In dem Saal fanden unter anderem Filmvorführungen statt, zu denen während des Krieges die Projektionen der „Wochenschau“ und aktuelle Informationen von der Front gehörten. Man konnte auch Briefmarken kaufen und dann die ausgefüllten Postkarten in den Briefkasten am Hauseingang werfen. Der Postbote vom Postamt in Buchholz kam jeden Tag um die Mittagszeit gegen 14 Uhr. Er nahm die Postkarten mit und brachte den Bewohnern Briefe und Päckchen. Über dem Restaurant gab es vier Zimmer für die Übernachtung von Gästen aus der Stadt. In der Kellerbecker Mühle wurden damals Kaffee (echte Bohnen aus Stettin), Säfte, Biere (meistens Bohrisch und Elysium), Gebäck, oder auch Speisen zum Abendessen serviert. Alle Köstlichkeiten wurden von Frau Erna mit Hilfe von zwei Mädchen zubereitet. Auch Ruth half nach der Rückehr von der Schule.

Bild 7: Die Familie Schlecht .Erna, Max und kleine Ruth ........mit Großmutter

Bild 8: Ansichtskarte Kellerbecker Mühle

Zum Mittagessen hat man gebratenes Rindfleisch, Schweinefleisch oder Schinken (auch von hier gezüchteten Tieren) zubereitet. Manchmal gab es sogar Wildbret, gekauft von einem befreundeten Förster. Interessant ist, dass Frau Ernas Küche mit einem großen Backofen ausgestattet war. Auch ein kleiner Elektroherd mit einer Platte gehörte dazu. Leider gab es noch keine Kühlschränke. Die Gerüche aus der Küche waren wunderbar. Dort stand auch ein großer Schrank, in dem das Geschirr und anderes Zubehör, wie Dekorationen für das Rerstaurant aufbewahrt wurden. Aus der Küche konnte man direkt nach draußen gehen. Dort befand sich ein Erdkeller mit einer schweren Holztür, dessen Ruine noch bis heute zu sehen ist. In dem Erdkeller wurden verschiedene Erzeugnisse (gekauft von den Bauern in der Umgebung) eingelagert. Lebensmittel, Wein, etc. In Holzkisten befanden sich lange Eisblöcke (offenbar von der Brauerei), die die Lagertemperatur halten sollten.


Bild 9 und 10: Biere der Brauerei Borisch und Elysium

Nahe dran war der zweite Keller, in dem z.B. Kartoffen eingekellert wurden. In der Nähe standen auch Nebengebäude und Stallungen für Pferde. In dem Restaurant arbeitete am Wochenende ein Kellner. Zu größeren Veranstaltungen wurden zusätzlich ein oder zwei Assistenten aus anderen Restaurants zur Hilfe geholt. Das Restaurant war hauptsächlich im Sommer geöffnet. Dann kamen viele Stettiner zum Wochenendurlaub. Im Winter war weniger Betrieb. Im Frühjahr und Sommer standen vor dem Restaurant auf dem gepflasterten Boden Tische und Stühle, da die Gäste bei schönem Wetter draußen saßen, um ihr Bier, Kaffee und den leckeren Kuchen an der frischen Luft zu genießen.

Bild 11: Kellerbecker Mühle, das Restaurant .

Bild 12: Vaterstag, die Männer bei Kellerbecker Mühle im Wald

Am Feiertag "Himmelfahrt" (Christi Himmelfahrt, 39 Tage nach Ostersonntag, immer ein Donnerstag) kamen hier erwachsene Männer zum „Vatertag”. Sie gingen in den frühen Morgenstunden aus ihren Häusern, sammelten Waldfrüchte (z.B. Himbeeren), verkauften sie im Restaurant und erhielten Geld dafür. Davon kauften sie Bier und Wodka. Dann feierten die Männer bis in die Abendstunden. Es wurde auch getanzt.


Im Frühling (vor allem zu Pfingsten) haben Jungen aus Jeseritz hier Blumen gepflückt - Leberblümchen und Maiglöckchen - um dann die Blumensträuße an die Gäste des Restaurants für 5 Pfennig zu verkaufen. Auf der anderen Seite der Straße gab es ein Kurhaus namens Krause, in dem sich die Menschen nach Krankheiten erholten. An der Straße standen in der Saison die Dorfbewohner und verkauften die selbst gesammelten Früchte des Waldes (Pilze, Heidelbeeren, Himbeeren). In der Kellerbecker Mühle gab es schon damals ein Telefon. Rufnummer der Kellerbecker Mühle war "Hohenkrug 206”. Die Verbindung ging durch die Zentrale in Hohenkrug und dann weiter nach Stettin. Max Schlecht hat während seiner Verwaltung der Mühle von den umliegenden Bauern Getreide gekauft (der Einkaufswagen fuhr durch die Umgebung), dann hat er es gemahlen und das so entstandene Mehl an die Bewohner von Jeseritz oder auch weiter an die Bäcker aus Jeseritz, Buchholz und sogar Altdamm verkauft.

Bild 13: Kellerbecker Mühle, links der Inhaber .......................Max Schlecht

Bild 14: Mühlrad aus Kellerbecker Mühle

In der Mitte der Mühle wurde im Keller ein riesiges, hölzernes Mühlrad auf Metallschienen montiert. Das Wasser wurde hier durch eine lange Betonrohrleitung aus dem Wendschen See geleitet. Wenn das Wasser hoch war, bewegte es das Rad der Mühle, dann floß das Wasser als Bach weiter in die Richtung von Jeseritz, bis zum Fluss Plöne. Wie auch Ruth sagte, Wasser wurde damals nur zum mahlen von Schrot benutzt.

Bild 15: Die Kinder mit Kasimir bei Bild 16: Die Schule zu Jeseritz etwa 1912 Kellerbecker Mühle ......................................................................... .

Im Gegensatz zum Mahlen von Getreide, wurde für das richtige Mehl eine elektrische Turbine verwendet. Damit wurde aber die Mühle erst


später ausgestattet (das Wasser reichte dazu nicht aus). Die Mühle war mit 3 schweren Mühlrädern ausgestattet, zwei davon liegen immer noch hier. Während des Krieges arbeiteten in der Mühle sowie im Dorf Jeseritz Zwangsarbeiter aus Polen. Kasimir und Marta haben in der Mühle geholfen. Ruth besuchte die Grundschule in Jeseritz (6 bis 10 J. alt), wie auch die anderen Kinder aus dem Dorf. Hier wurde auch das Buch „Die Geschichte des Stabstrompeters Kostmann” gelesen. Danach besuchte sie die Mädchenmittelschule – Elisabethschule in Stettin an der Hakenterrasse. Die Schule besuchten damals bis zu 800 Mädchen! In die Kirche ging es damals nach Mühlenbeck (Pastor Schwarz), aber konfirmiert wurde Ruth in der Schlosskirche-Stettin.

Bild 17: Hier stand Kellerbecker Mühle, 2012

Bild 18: Ansichtskarte Stettin, Hakenterrasse

Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein

Dor no pescoço - Dor nas costas - Dor de ouvido Dor abdominal - Dor de cabeça - Dor de dente.


 A vida e o tempo são os dois melhores professores... A vida nos ensina a aproveitar bem o tempo; O tempo nos ensina a valorizar a vida.


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