Folha Pomerana 197 — 8 Julho 2017

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N° 197, 2017 – Data de 08 de julho de 2017

FAMÍLIA STRELOW: 150 ANOS DE IMIGRAÇÃO (1867 – 2017) Genemir Raduenz, Edson Klemann e Johan Strelow

Fig. 1 - Litografia do artista Alexandre Dunker em 1870. Gutshaus da vila de Strachmin que foi totalmente dinamitada pelo Exército Vermelho no final da Segunda Guerra. A igreja (na imagem vemos a torre) foi demolida em 1970 por estar em más condições.

De acordo com pesquisas genealógicas, desde o mais antigo patriarca de que se tem notícia (Peter Strelow no Séc XVIII), a família Strelow viveu em Strachmin numa típica vila pomerana localizada em Köslin (Pomerânia Oriental). Strachmin vem de duas palavras eslavas strachu = medo/pavor + kamien = pedra. Muitas vilas (Gemeiden) tinham essa


terminação "MIN" porque faziam parte do Bispado de Cammin (Kamien). De acordo com o pesquisador Johannes Grützmann, essa vila pertenceu à família Von Kameke, desde o surgimento de Strachmin (sec. XIV) até 1794, quando a família nobre (Junker) dos Von Blanckenburg comprou Strachmin. Por isso os registros de Strachmin vão até 1794, possivelmente os Von Kameke levaram os registros mais antigos. Ainda segundo Grützmann, os camponeses eram “fixos” na terra (não podiam sair sem autorização) conforme o sistema feudal então vigente na Pomerânia. Isso faz com que tenhamos quase certeza de que os ancestrais da família Strelow que se instalaram em Rio do Testo têm origens muito antigas em Strachmin (em torno de 700 anos). Os junkers (familias nobres) de Strachmin tinham uma “rixa” com os junkers da vila vizinha chamada Rützow, no Kreis Kolberg. Na época havia uma estrada que era a fronteira entre Strachmin e Rützow; essa estrada era de uma terra vermelha que segundo “a lenda”, o que se atribuía a tanto sangue derramado entre essas famílias.

Fig. 2- Família de Johann F. W. Strelow. Acervo de Johan Dietmar Strelow

Todos os patriarcas são descritos em documentos eclesiásticos no arquivo histórico de Kolobrzeg (Kolberg) como Dienstknecht (servos) ou Vollbauer (camponeses já com alguns direitos). Estes Vollbauer dificilmente tinham perspectiva de possuir a própria terra, sua subsistência dependia do serviço prestado ao senhor feudal. De acordo com Roseli Zimmer, mesmo após a abolição da servidão ocorrida em 1808, esta ainda continuava em vigor. Ainda de acordo com Zimmer, a reforma agrária prussiana de 1816 fortaleceu ainda mais o poder dos proprietários rurais (junkers). Muito antes da reforma agrária, na Assembleia de Treptow (séc. XVI), a Pomerânia implantou a doutrina de Lutero. Para Von Krockow, nesta nova realidade confessional estabeleceu-se que os bens da família permaneceriam indivisíveis e que o filho primogênito se constituiria como herdeiro. Acreditamos que este foi um fator que impulsionou milhares de pomeranos a imigrarem para outros países séculos mais tarde em busca de terras.


Segundo Ludwig W. Brueggemann, os pomeranos são honestos, francos, sinceros, atrevidos, operosos, pacientes, sérios, moderados, cuidadosos, bastante lentos para tomar decisão, mas firmes e obstinados na execução. No ano de 1867, a família de Friedrich Strelow embarcava no navio Najade rumo ao Brasil. Possivelmente os preparativos para a viagem haviam iniciado alguns meses antes; estavam dispostos a vender todos os seus parcos bens para poder realizar a viagem. A viagem da família Strelow durou 3 meses. A bordo estava o pai Friedrich Strelow e seus 3 filhos: Johann, Justine e Karl August. O capitão do navio, de nome Popp, solicitou ajuda dos passageiros para diversas atividades. Johann, o filho mais velho, ajudou na cozinha descascando batatas. A esposa Friederike (nascida Reichow) curiosamente não embarcou com sua família, mas apenas 2 meses depois no navio Zanzibar.

Fig. 3 - Família de Emil Strelow com sua esposa Maria (nascida Dallmann) e seus três filhos: Arno, Werner e Wanda. De acordo com Egon Tiedt, este foi o seu 2º carro.

Após a Instalação da família em Rio do Testo, Johann F. W. Strelow recebeu o convite do senhor Jenz Jensen para trabalhar em Curitiba na abertura de estradas e plantar grama nas praças. Jensen perguntou: “Você quer comprar um terreno aqui em Pomerode?” “Sim, mas não tenho dinheiro”, respondeu o jovem Johann. “Então venha comigo para Curitiba!” Com o dinheiro, Johann adquiriu uma das colônias mais extensas de Pomerode, sendo que a mesma foi comprada de um senhor com sobrenome Haveroth. O imigrante Johann era chamado pela terminação do nome (hann) e gostava de saltar com seu cavalo sobre o portão de sua colônia (próximo à rua Werner Strelow). Casou com Wilhelmine C. Grützmacher e tiveram 10 filhos. Johann era cunhado do importante imigrante Carl Weege. A família Strelow é uma de várias famílias pomeranas que estavam em busca de um futuro melhor, mas parte de seus descendentes não esqueceram suas raízes. Como diz uma poesia: “Fiz muitas andanças


na vida e passei por muitas terras, atravessei muitos rios e lagos.... mas meu coração estava numa linda terra, com campos, matas, lagos e praias; meu coração estava na Pomerânia.” Brasão da família Strelow - Significado do Brasão. O ESCUDO: O muro prata com juntas pretas remete à profissão de pedreiro ou artífice, profissão que está representada em mais linhagens subsequentes. O muro representa o limite entre o presente e passado. A abertura oval no meio abre visão para o passado. O feixe de grãos simboliza o celeiro de grãos da Pomerânia e também a auto-suficiência dos camponeses e artífices. O unicórnio transpõe o muro do passado para o presente. A ponta do chifre refere-se/remete ao nome Strelow. O unicórnio propriamente dito simboliza boas qualidades como honestidade, pureza e senso de justiça, Fig 4: Brasão da família Strelow qualidades estas que por gerações se consolidaram nesta linhagem/estirpe. A cor azul e o unicórnio prata (branco) representam as cores da Pomerânia. O grifo pomerano em perfil remete à origem da linhagem na Pomerânia. A flecha dourada na garra à direita remete ao nome Strelow que, em eslavo antigo, “strela”, significa flecha, raio. Uma observação: Terminação OW vem do eslavo e significa "filho de". Strel parece vir de uma palavra eslava que significa "atirador" ou "flecheiro". Strelow seria então "filho do arqueiro". Em cada gemeinde os junkers tinham algumas pessoas que trabalhavam como polícia/soldados. Provavelmente esta era a atividade desta família em tempos remotos. Contribuição de Johannes Grützmann.

POMMERLAND IM BILD

1. Danke an die Pommernhilfe Helmut Kirsch hehe.kirsch@gmail.com

Wer wußte schon etwas über jene pommerschen Landsleute, denen 1945 die Flucht in den Westen nicht gelang und die bis zur „ politischen Wende“ 1989/90 sehr viel Leid über sich ergehen lassen mußten, nur, weil sie Deutsche waren. Der Krieg und die Besetzung Pommerns durch


die Rote Armee und die Angliederung der deutschen Ostprovinzen an Polen, haben bei vielen Heimatverbliebenen bis heute Narben hinterlassen, die nur langsam verheilen. Der „Helferbund Rita von Gaudecker“, dessen stellvertretende Vorsitzende Mechthild Scheller ist und dem Adalhild Karp als Kassenprüferin angehört, leistet seine Arbeit aus Nächstenliebe, ganz im Stillen. Die Bedürftigkeit der Alten, insbesondere auf dem Land, ist oftmals extrem. Neben dem Helferbund kümmert sich seit Jahren das „Sozialwerk der Pommern e.V“ um bedürftige, meist alte Menschen in der Heimat. Die pommerschen Johanniter besuchen die Gemeinden zweimal im Jahr und auch die Heimatkreise leisten wertvolle Arbeit. Die Organisationen stehen in einem Informationsaustausch, der vor allem eine personenbezogene Abstimmung der Hilfsmaßnahmen ermöglicht. Hierbei gibt es personelle Überschneidungen. Der „Pommernkonvent“ (Folha Pomerana Nr. 195) der als eigenständiger Verein die seelsorgerische und diakonische Arbeit in Pommern ausübt, unterstützt hierbei die Helfer.

2. Besuch in Köslin 2016 im Vorfeld der 750- Jahr-Feier Adalhild Karp - Hamburg Helferbund „Rita von Gaudecker“ redaktionell bearbeitet: Helmut Kirsch hehe.kirsch@gmail.com

Wegen des besonderen Jubiläums der Stadt Köslin, die 1266 gegründet wurde, wollte ich auch in diesem Jahr dorthin fahren. Ich dachte, 10 Tage vor den Feierlichkeiten vom 20. bis 23. Mai wird die Stadt schon festlich herausgeputzt sein. Außerdem wollte ich über die Pfingsttage gemeinsam mit Familie Scheller aus Hannover viele liebe deutsche Frauen bei Gottesdienst und Bibelstunden wiedersehen, oder sie privat besuchen.

Bild 5: Köslin war bis 1945 eine preußische Beamten-, Schul-, und Garnisonsstadt. Das polnische Koszalin ist Hauptstadt einer Wojewodschaft.


So fuhr ich guten Mutes am 9. Mai um 7 Uhr mit einem Bus von Hamburg nach Köslin. Ich war zum Übernachten im Evangelischen Gemeindezentrum bei der Gertraudenkapelle angemeldet und wurde herzlich von Pastor Janusz Staszczak empfangen. Leider erhielt ich gleich die traurige Nachricht, dass Dr. Rita Scheller am Morgen plötzlich schwer erkrankt sei und in diesem Jahr keine Besuche in Hinterpommern machen könne.

Bild 6: Blumenpracht in den Wallanlagen zu den 750-Jahrfeiern Köslins

Um möglichst viele alte Deutsche wiederzusehen und ihnen ein bisschen Freude zu bereiten, besprach ich mit Edith Stolarska, der Gemeindeältesten, wie ich meine Begegnungen in dieser Woche organisieren könnte.

Bild 7: Eine große Anzahl Köslin-Bilder aus deutscher Zeit befinden sich im Museum.

Bei meinem anschließenden Spaziergang bei herrlich warmem Wetter durch die Wallanlagen freute ich mich, dass so viele der heutigen Kösliner auch die Natur genossen. Die Menschen saßen am Mühlenteich mit


der Fontäne, wo auf der Schwaneninsel ein Schwanenpaar brütete. Auf den Bänken saßen junge Pärchen, Familien mit kleineren Kindern und ältere Leute.

Bild 8: Auf den Bänken in den Wallanlagen genossen die Menschen das Sommerwetter.

Zum ersten Mal sah ich die schöne Schlosskirche, die von der orthodoxen Gemeinde genutzt wird. Auf dem neugestalteten Marktplatz ruhten Menschen aus, und Kinder liefen lachend zwischen den Tauben und kleinen Wasserfontänen umher. Ich bewunderte in vielen Straßen die Blumenkübel mit Stiefmütterchen und auch, wie schön einige Plätze für den Kreisverkehr gestaltet wurden.

Bild 9: Blühendes Rapsfeld auf der Fahrt von Köslin nach Groß Möllen


Pastor Janusz Staszczak hatte für den Mittwoch zur Bibelstunde eingeladen, wodurch ich mehrere Frauen, die ich zum Teil seit 20 Jahren kenne, wiedersehen konnte. Alle waren durch die Nachricht von der plötzlichen Erkrankung Rita Schellers erschüttert und traurig und gaben mir Grüße und Genesungswünsche mit auf den Weg. Bei Kaffee und Kuchen, vom Pastor anlässlich seines Geburtstages spendiert, informierte er die Frauen über Veranstaltungen zur 750-Jahrfeier Köslins. In den nächsten Tagen unternahm ich nun, wie in den vergangenen Jahren, mit Hilfe des Taxifahrers Stanislaw Besuche. Überall konnte ich eine Tüte mit Kleinigkeiten (Tee, Gebäck, Marmelade, Hautcreme o. ä.) übergeben, die, wie auch die Taxifahrten, vom Helferbund „Rita von Gaudecker“ finanziert wurden. Mein erster Besuch war bei Marianne Lipka in Nest an der Ostsee, von deren Fenster man den Jamunder See sehen kann. Sie feierte am 23. Mai ihren 90. Geburtstag. Helena Antolak in Köslin und Erika Nowak in Zanow freuten Bild 10: Krankenbesuch bei Hildegund sich auch über meinen Besuch. Erika Nowak, die ich seit etwa 1998 näher kenne, sitzt seit einem Jahr im Rollstuhl. Sie erzählt nicht mehr so viel wie sonst, bittet aber sehr um Frieden in der Welt. Sie wird abwechselnd von ihren Kindern liebevoll betreut. Auch bei Inge Chmiel in Köslin bin ich in den letzten Jahren öfter gewesen. Am Samstag kam ich auf meiner Fahrt zu Adele Augustin nach Parnow durch Tessin. Vor über 10 Jahren war ich schon einmal mit Rita Scheller an der Tessiner Kirche. Das Kirchenschiff ist schon vor langer Zeit abgerissen worden, aber der Raum im Kirchturm soll für Gottesdienste genutzt werden. Die Eingangstür war voller Spinnweben. Im Inneren befand sich ein für den Pfingstsonntag geschmückter Altar. Einfache Holzbänke boten Platz für bis zu 30 Besucher. Tessin war die Kirche für mein Heimatdorf, und sowohl meine Eltern wie auch meine Großeltern sind vor langer Zeit oft durch den Turmeingang gegangen. Überall in Köslin standen gut sichtbare Informationstafeln und man konnte in Polnisch, Deutsch und Englisch das Wichtigste zur Geschichte nachlesen. Unter den hohen Buchen des Gollenwaldes ging ich hinauf auf den Berg. In der kleinen Kapelle sah ich einen Betenden und bestaunte den hohen, gut restaurierten Gollenturm und die ersten Anfänge zum Bau eines großen Touristenzentrums am Fuße des Turmes. Verschiedene Mauerreste und das Fundament, auf dem einmal das Gollenkreuz stand, waren noch vorhanden. Ein Souvenirladen der katholischen Schwestern war über Mittag geöffnet. Etwa 20 Personen wanderten oder spazierten auf den Gelände umher.


Bild 11: Neubebauung rund um den historischen Aussichtsturm auf dem Kösliner Hausberg, dem „Gollen“

Ich ging zurück in die Stadt und konnte als Rentnerin dann noch ein Stück bis zum Rathaus kostenlos mit dem Bus fahren. Im Gemeindezentrum erfuhr ich von Pastor Janusz Staszczak, dass in dieser besonderen „Nacht der Museen“ auch beim großen Archivgebäude nahe der Gertraudenkapelle viel zu erleben sei. Auf dem Gelände befanden sich Stände und Bühnen.

Bild 12: Die Gertrauden-Kapelle wurde 1459 zum ersten Mal urkundlich erwähnt. Sie gehört zu den ältesten noch erhaltenen Gebäuden Köslins. Quelle: Buch "Köslin" Franz Schwenkler


Eine Gruppe in Jamunder Tracht verteilte Schmalzstullen. Der Eingang zum Gelände war, wie zu Pfingsten in Pommern üblich, mit Birkengrün geschmückt. Das Archiv hatte alle Räume geöffnet, und viele junge Leute mit Kindern sahen sich interessiert in Vitrinen und auf großen Schautafeln alte deutsche Urkunden an. Auf mehreren Etagen wurde zum Teil auf Deutsch erklärt, wie in hohen Regalen viele alte Schriftstücke aus dem ganzen ehemaligen Regierungsbezirk Köslin sorgfältig aufbewahrt werden. Im Lesesaal saßen 10 Kinder an den Tischen, die sich große Mühe gaben, mit Rediesfedern die Buchstaben des deutschen Alphabetes nachzuschreiben.

Bild 13: Geimeinde Köslin – ganz links die Vorsitzende des Helferbundes Frau Dr. Rita Scheller

Am Pfingstsonntag nahm ich in Belgard am evangelischen Gottesdienst mit Pastor Janusz Staszczak teil. Wir waren 13 Besucher und unser Gesang war dank der Unterstützung des Organisten aus Köslin kräftig. In Köslin besuchte ich am Pfingstnachmittag Genowefa Czarska, die immer sehr interessant aus ihrem Leben erzählen kann. Am Pfingstmontag war in Schivelbein mit Familie Scheller für 11 Uhr eine Bibelstunde geplant. Von dort aus wollte ich dann zurück nach Hamburg fahren. Edeltraud Kasperczak hatte in ihrem Wohnzimmer wieder reich den Tisch gedeckt. Bei ihr verbrachten wir gemeinsam mit anderen evangelischen Deutschen eine schöne Stunde mit Gebet, Gesang und Geschichten. Meine Rückfahrt über Stettin, Pasewalk und Berlin verlief fahrplanmäßig und ich kam gesund und zufrieden wieder in Hamburg an. Ob ich im nächsten Jahr noch gesund genug bin, um die schöne Stadt Köslin und die bekannten Deutschen dort wiederzusehen? Ich würde mich freuen.


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