Folha Pomerana 222 — 13 Janeiro 2018

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N° 222, 2018 – Data de 13 de janeiro de 2018

POMERANOS = LUTERANOS Genemir Raduenz, Edson Klemann e Johan Strelow Pomerode - SC genemir@hsc.com.br

A Pomerânia era uma fronteira confessional. A adoção da doutrina protestante fez com que os pomeranos se distinguissem de seus vizinhos, os poloneses católicos. A seguir abordaremos sobre a aceitação do protestantismo e alguns desdobramentos desta realidade confessional na Pomrânia. Sobre a aceitação do luternismo na Pomerânia, Dr. Ivan Seibel conta uma anedota sobre um fato ocorrido na localidade de Mützenover, onde acabara de ser instalado um novo pastor em substituição ao antigo vigário católico. Ao serem questionados sobre o porquê da facilidade com que aceitaram a nova doutrina um dos paroquianos teria prontamente dada a sua explicação: sobre a nova doutrina eles nada Fig. 1 - Martin Luther pregando as 95 teses na entendiam, nem sabiam dizer porta da igreja do Castelo de Wittenberg. Foto: http://www.e-cristianismo.com.br/historia-dose era melhor ou pior. Para tal compreensão eles, os agricul- cristianismo/lutero/as-95-teses-foram-pregadasou-enviadas.html. tores eram muito ignorantes, mas, eles sempre aceitavam o que o sacerdote pregava. Depois explicou que aceitaram tão bem o novo pároco por este ser casado, pois o anterior tivera três grandes defeitos. Em primeiro lugar, não tivera esposa. Além disto, vivia na procura de heranças para a igreja e por último era um pottkieker, isto é, viviam espiando a cosinha dos outros. Agora sob a perspectiva da reforma protestante a natureza era


parte da criação de Deus. Consequentemente os protestantes passaram a valorizar a natureza. Como “mordomos” de Deus, cuidavam da criação. Por esse motivo, as cidades colonizadas por protestantes são diferentes das demais. Com isso não é de se estranhar por exemplo que Blumenau (SC) possui como um de seus slogans “Cidade Jardim” enquanto que Joinville (SC) a “Cidade das Flores”. No Calvinismo, movimento religioso iniciado por Calvino em Genebra e que influenciou grande parte da Europa, não foi diferente. Para Calvino, a criação é um teatro deslumbrante, em que a glória de Deus pode manifestar-se. Ainda segundo Calvino, a criação é um espelho a nos lembrar de que só podemos conhecer a Deus pelo seu reflexo. A Holanda, país de tradição calvinista se destaca mundialmente pelas suas flores. Muitos holandeses imigraram para Holambra (SP), cujo slogan é “Capital das Flores”. Fig. 2Marienkirche na cidade de Torgau (Alemanha) construída no século XIV. A esposa de Martin Luther, Katharina Von Bora foi sepultada nesta igreja em 1552. Foto: http://www.arc hitekturblicklicht.de/kir chen/torgaumarienkirchestadtkirche/

Dr. Seibel aponta que esta nova realidade confessional também trouxe uma nova constatação social e política e que teve uma grande repercussão, até mesmo no Brasil. No âmbito do protestantismo germânico estabeleceu-se que os bens da família permaneceriam indivisíveis e que o filho primogênito se constituiria no herdeiro e arrimo da família. Em contrapartida, no outro lado da ”fronteira” (Polônia – Católica Romana) persistia a herança igualitária. Com isto muitos dos herdeiros orgulhosos de grandes latifúndios poloneses ao longo das gerações se transformavam em pobres agricultores. Não raras as ocasiões em que certamente devem ter se perguntado: somos senhores (proprietários), sim, mas quem vai fazer o trabalho? Isto trouxe progresso e crescimento para as famílias luteranas enquanto as católicas polonesas entravam em declínio. Isto explica de certa forma porque boa parte das colônias que formavam o município de Pomerode começou a se fragmentar somente na 3ª geração, primeiramente dividindo de forma igualitária entre os filhos, e posteriormente também entre as filhas. Parece que na “cosmovisão pomerana” não havia nenhum sentimento de inferioridade dos demais filhos que não herdavam a terra. A dificuldade que temos de compreender a indiferença dos filhos que não


herdavam parte da terra mostra o quão distante estamos do pomeranismo clássico. Parece que essa indivisibilidade do patrimônio é tão importante para a cultura pomerana que poderíamos fazer a seguinte afirmação: com a fragmentação da propriedade inicia simultaneamente o processo de amputação dos pomeranos para com sua história milenar.

“Ser Pomerano” é o mesmo que “ser luterano”. A confissão de fé, seja luterana ou católica também passou a definir limites geográficos e as fronteiras que separavam os dois grupos passaram a definir as “regiões” desta ou daquela confissão: “cuius regio, eius religio – quem tem a região, determina sua religião”. Com isto o limite confessional do luteranismo passou também cada vez mais a se estabelecer como limite territorial da própria “pátria” dos pomeranos. Ainda ouvimos nas conversas dos pomeranos com idade avançada: “se fulano casou católico já não é mais pomerano, é um brasilioner”. Aqui cabe repetir a frase de C.G.Krokow: “a nação passou a ser guardada na igreja como uma questão de igreja, da mesma forma como a própria igreja para o pomerano se constituía em parte da batida do coração”. Dr. Seibel afirma que a igreja da Prússia foi uma igreja multiconfessional. Havia os Fig. 3 - Antiga igreja Luterana na localidade de Gross Justin no Kreis de Cammin na Pomerânia. chamados territórios confesFonte:http://www.blog.pommerschersionais. Dentro disto havia a greif.de/christliche-bekenntnisse/ igreja luterana, a calvinista, sempre de acordo com os territórios. Ou seja, eram igrejas territoriais. E a Igreja Territorial Pomerana (Landeskirche) era uma igreja luterana. Neste sentido pode-se falar deste povo como sendo luterano, até porque se autodenominavam: “Wü sin Luteraner”, isto é, nós somos luteranos. Toda a estrutura familiar pomerana estava baseada no princípio do trabalho com a participação de todos. Esta singularidade é embasada no ensinamento de que apenas os dedicados conseguem produzir. O pensamento protestante de que “o trabalho é um sacerdócio” fez com que os pomeranos e demais imigrantes protestantes assentados no Brasil, apesar de todos os contratempos, conseguissem sobreviver e encontrar o caminho do progresso. Esta característica


certamente pode ser explicada pelo fato da cultura pomerana ter incorporado um conceito muito próprio sobre o trabalho. Para Dr. Martin Dreher, professor na UNISINOS, os pomeranos possuem a seguinte concepção: NÃO SE TRABALHA PARA VIVER, VIVE-SE PARA TRABALHAR. Estes princípios talvez possam ter contribuído para a própria sobrevivência deste povo, o qual, de outra forma talvez tivesse sucumbido às sucessivas guerras ocorridas ao longo dos séculos na Pomerânia.

POMMERLAND IM BILD

Geschichte im Wandel Helmut Kirsch, Deutschland hehe.kirsch@gmail.com

Beim Durchblättern eines Veranstaltungsprotokolls der Pommerschen Landsmannschaft Uelzen vom 5. Januar 1952 stieß ich auf die Äußerung des damaligen 1. Vorsitzenden Dr. Doerry:“ Möge der Eiserne Vorhang zwischen Ost und West bald fallen und der Tag der Rückehr in unsere geliebte Heimat nicht mehr fern sein.“

Bild 4. http://docplayer.org/41980150-Flucht-und-vertreibung-nach-1945.html

Heute ist der Fall des Eisernen Vorhanges Geschichte und Deutschland ist bis an Oder und Neisse wieder vereinigt, wobei Ostdeutschland Polen zugesprochen wurde, ohne das den Vertriebenen zugesagte „Recht auf die Heimat“ zu verwirklichen. Seit dem EU- Beitritt Polens können alle Heimatvertriebenen ungehindert ihre Heimat besuchen um die Stätten ihrer Kindheit wiederzusehen.


Allerding führte die Grenzöffnung zu einer unkontrollierten Masseneinwanderung von Kriegsflüchtligen und Asylsuchenden aus dem Nahen Osten und aus Afrika nach Deutschland und Mitteleuropa. Da nicht davon auszugehen ist, daß die meisten von ihnen auch nach Beendigung der Kampfhandlungen und politischen Repressalien in ihre Heimat zurückgehen werden, haben wir ein gewaltiges Problem. Es wäre eine gigantische Herausforderung, Millionen Moslems zu integrieren. Die Menschen, woher auch immer sie kommen, sind uns normalerweise fremd. Sie kommen in Gruppen, sind meist geringfügig qualifiziert, sprechen ihre eigene Sprache und werden ihre Lebensweise innerhalb unseres Landes beibehalten. Die Demographie wird zeigen, daß diese Gemeinschaft deutlich schneller wachsen wird, als die deutsche. Schon aus diesem Grund steht uns ein kultureller Wandel bevor.

Bild 5 Die vorletzte Ausgabe der Pommerschen Zeitung zeigt den Vorstand der Pommerschen Landsmannschaft e. V. Die Pommersche Landsmannschaft wird auch ohne "unsere" Zeitung weiterarbiten

Mit der Abwahl der Regierungsparteien bei hohen Stimmenverlusten, und die Hinwendung vieler Menschen zu alternativen Medien, findet in Deutschland ein Umdenken statt. Selbstauferlegte Denkverbote werden abgelegt und die in der Vergangenheit immer aufdringlicher uns aufgezwungene Schuldkultur nachdrücklicher hinterfragt. Nach und nach findet eine Neubewertung geschichtlicher Ereignisse statt. Der Gender-Unsinn, der die Familie untergräbt und nur von einer winzigen, daran interessierten Lobby unterstützt wird, erhält zunehmend Gegenwind. Seit Beginn des 21. Jahrhunderts ist es nicht mehr problematisch, über den Begriff Heimat zu sprechen. Er scheint sogar wieder in Mode gekommen zu sein. Dies alles sind Zeichen einer kulturellen Machtverschiebung.


Publicações interessantes Ein Madü-See Märchen Als ich ein kleines Mädchen war, erzählte meine Mutter diese Geschichte: Es war einmal vor langer Zeit, da lebte in Hinterpommern eine sehr reiche Herzogin. Sie hatte so viel Geld, daß sie tun konnte, was sie wollte. Niemand widersprach ihr, denn ihr Geld war ihre Macht. An einem heißen Sommertag fuhr sie in ihrer Kutsche spazieren. Sie besah sich ihre Felder und schaute, ob die Leute dort auch fleißig arbeiteten. Das taten sie, denn sie fürchteten ihren Zorn. Über Mit-tag wurde der Herzogin in iher Kutsche so heiß, daß Bild 6 - Madüsee in Pommern sie sich nach einer Abkühlung sehnte. Da dachte sie: Wie schön ist es doch im Winter, wenn Schnee liegt. Die Luft ist frisch und rein, man sitzt im Schlitten, die Pferde laufen und die Glöckchen klingeln. Wenn ich eine große Fläche mit Salz beschütten lasse, kann ich darauf auch Schlitten fahren. Sie kaufte das ganze Salz im Land auf, soviel sie konnte, und ließ sich eine Schlittenbahn aufschütten. Nun gab es für die Bevölkerung kein Salz mehr zu kaufen. Fleisch und Fisch verdarben, denn andere Konservierungsmittel gab es nicht. Die Menschen hungerten. Die Herzogin jedoch fuhr Schlitten. Da wurde Gott zornig. Er verwandelte die Salzfläche in einen See, so tief, daß die Herzogin mit Pferd und Schlitten darin versank. So entstand der Madü-See. Elsbeth Rieger - Schillerstraße 6, D-49685 Emstek


Leserbrief From: Manthei Sent: Friday, December 29, 2017 6:01 PM To: Ivan Seibel Subject: Re: Edição Nr. 220 - Folha Pomerana de 30 12 17

Sehr geehrter Herr Ivan Seibel, kurz vor Jahreswechsel wünsche ich Ihnen für das Jahr 2018 natürlich Gesundheit und Erfolg! Ich freue mich über die Zusendung von "Folha Pomerana.“ Es ist für mich ein Geschichtsunterricht, denn zur DDR-Zeit war das Thema tabu. Denke, einige Beitrage werde ich wieder beisteuern können. Leider erreichen derartige Publikationen zum Thema damaligen und heutigen Pommern nur sehr wenige Menschen. Die DDR hat auch hier, analog wie bei der Religion etc., ganze Arbeit geleistet. Es fehlt ganz einfach eine Voll-Zeitung für ganz Vorpommern!!! Berichte nur von Hinterpommern haben hier keine Zukunft; mit Respekt, diese Generation wird -leider- biologisch immer weniger. Hinzu kommt, dass in Schwerin zu viele westdeutsche Beamte das Sagen haben und keine Beziehung zu meiner Heimat Vorpommern aufbauen wollen. Für sie ist der östliche Teil von Mecklenburg-Vorpommern nur ein Appendix. Man hat in ländlicher Region es geschafft, alle Strukturen abzubauen- was verheerende Folgen bis heute hat: drastischer Einwohnerschwund sowie Abstrafung der sog. etablierten Parteien im Landesparlament. Die Jugend geht gleich in den Westen. Es fehlen Akademiker wie Ärzte und Lehrer. Herzliche Grüße Dr. G.Manthei


Up Pomerisch Srijwe un Leese leire Os pequenos quadros da Lilia Jonat Stein

Quando o gato sai de casa os ratos danรงam em cima da mesa



Previsão do Tempo No Rio Grande do Sul e na Pomerânia

Links interesantes http://www.brasilalemanha.com.br/novo_site/ http://www.estacaocapixaba.com.br/ http://www.preussische-allgemeine.de/ http://www.estacaocapixaba.com.br/ http://www.montanhascapixabas.com.br/ http://www.ape.es.gov.br/index2.htm http://www.staatsarchiv-darmstadt.hessen.de http://www.rootsweb.com/~brawgw/alemanha http://www.ape.es.gov.br/cidadanias.htm http://www.citybrazil.com.br/es http://pommerland.com.br/site/ http://www.ctrpnt.com/ahnen/fmb.html http://www.seibel.com.br http://www.povopomerano.com.br http://www.pommersches-landesmuseum.de/aktuelles/veranstaltungen.html http://www.pommern-z.de/Pommersche_Zeitung/index.html http://www.pommerscher-greif.de/ http://www.leben-auf-dem-land.de/seite-4.htm http://www.raqueldiegoli.blogspot.com.br/ (previdenciário) http://pomerischradio.com.br/ https://www.facebook.com/Pomerisch-R%C3%A1dio-un-TV-892344537473691/ https://www.youtube.com/user/PomerischRadio http://acdiegoli.blogspot.com.br/ http://www.twitter.com/tempo_sls

Todo trabalho bem feito deve ser compartilhado para que possa ser reconhecido. Guardá-lo na gaveta de nada adianta, pois rapidamente será esquecido. Divulgue o que está sendo realizado na sua cidade. Conteúdos envolvendo assuntos da comunidade pomerana, eventos culturais, danças ou apresentações musicais são considerados de interesse coletivo e merecem ser publicados. Encaminhe aos seus amigos ou mande-nos os endereços eletrônicos de seus conhecidos para que possamos enviar-lhes gratuitamente os novos exemplares. As matérias a serem encaminhadas para publicação podem ser preparadas na forma de textos com até duas páginas A4, digitadas em espaço 1,5 fonte Arial número 12 ou na forma de pequenos textos de no máximo 5 ou 10 linhas, digitadas em espaço 1,5 fonte Arial número 12. Imagens ou fotografias sempre irão enriquecer a matéria. Sugere-se cinco ou seis imagens por texto.


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