Jornal de Paraopeba — Ano XXVII — Número 317 — Junho 2018

Page 1

Facebook.com/jornaldeparaopeba

Correios - Endereço para devolução: Rua Isaías Corrêa, 277 - Centro

Circulação em Paraopeba e região do Alto Rio das Velhas, Região Metropolitana de Belo Horizonte, outros municípios mineiros e vários estados

Paraopeba “Gentil e Querida”

jornaldeparaopeba@bol.com.br

Ano XXVIII - Nº 317 - Junho 2018

Preço Exemplar: R$ 2,00

PASSADO QUE ENSINA, PRESENTE QUE SE VIVE, FUTURO QUE SE SONHA: PARAOPEBA 2018. AVANTE! PARAOPEBA ATRAVÉS DOS TEMPOS - PRAÇA MANUEL ANTÔNIO DA SILVA

1960

1970

2018

PARAOPEBA ATRAVÉS DOS TEMPOS - RUA BARÃO ANTÔNIO CÂNDIDO

1969

1977

2000

AVENIDA GETÚLIO VARGAS NO PASSADO

PRAÇA CORONEL CAETANO MASCARENHAS NO PASSADO

MENSAGEM DO MÊS

P

UM RETRATO DE PARAOPEBA Ao centro, o rio Paraopeba que deu nome ao município À direita, o cerrado, representado pelo buriti À esquerda, o jornalismo (representado pelo jornal “A Vida”) presente na nossa história há 125 anos.

PARAOPEBA – CIDADE QUE AVANÇA RUMO AO DESENVOLVIMENTO

araopeba festejou no dia 1º de junho mais uma data de grande significação para todos os filhos desta terra: seus 106 anos de emancipação. Paraopebense não é somente quem nasceu no município, também é o forasteiro que fez da cidade a sua morada, constituindo família e, no exercício de sua profissão, contribuiu para o progresso de nossa terra. Neste 106º aniversário, a comemoração acontece num clima de grande satisfação por parte dos paraopebenses em relação à administração municipal, que sabe aproveitar as potencialidades do nosso município: excelente localização geográfica, boa topografia, bons serviços de água e luz, farta mão de obra... É vocacionada para o agronegócio, indústria têxtil, empresas de exploração e exportação de ardósia, comércio diversificado. Paraopeba vive novos tempos, com uma administração inovadora, transparente e com a participação do povo e, principalmente, com a união com a Câmara Municipal, pois não se faz um bom governo sem a união entre os Poderes Executivo e Legislativo. A administração contou também com a força dos deputados federais e estaduais para a liberação de verbas que possibilitaram e

possibilitarão a concretização de projetos. A cidade ficou mais limpa e bonita com as ações de limpeza das ruas, capina, operação tapa-buracos, informativo com nome de ruas e avenidas. As ações não se restringiram à cidade, pois foi realizado um grande projeto de recuperação das estradas Foto: Ananda Edmundo rurais e pontes, fator preponderante para facilitar a escoação da produção e melhorar a qualidade e custo benefício do transporte escolar. Educação, cultura, esporte e saúde também foram prioridade por serem importantes fatores na formação dos jovens e, para a formação profissional dos mesmos, foram inseridas na grade curricular matérias voltadas para o empreendedorismo. Um passo muito importante foi a criação do Projeto Pró Município em parceria com a FAEMG e com a FEDERAMINAS para desenvolver ações para o desenvolvimento de Paraopeba, principalmente através do Agronegócio. Cada paraopebense, seja de berço ou de coração deve dar sua colaboração, pois a cidade que queremos é aquela que ajudamos a construir. Todo dia pode ser melhor. Depende do que cada um fizer. Pense: O que você pode fazer para tornar Paraopeba uma cidade melhor para se viver?


2

Junho/2018

Facebook.com/jornaldeparaopeba

jornaldeparaopeba@bol.com.br

Escreva para o jornal de Paraopeba

ORIGEM DAS EXPRESSÕES

Participe do Jornal de Paraopeba.

LERO-LERO

Escreva, dê o seu palpite, sugestão, denuncie, critique ou elogie. Mande a sua carta. Ela será publicada no jornal. Obs.: Toda carta para ser publica deve ser assinada pelo leitor. Nosso endereço é Rua Isaias Corrêa, 277. Paraopeba - MG - CEP 35774-000 - Tel: (31) 9236-0358 Em BH - R. José Rodrigues Pereira, 1218/703 - CEP: 30455-640 E-mail: jornaldeparaopeba@bol.com.br

UM SANTO DO MÊS

29 DE JUNHO: DIA DE SÃO PEDRO

T

PROTETOR DOS PESCADORES

ambém conhecido como “Príncipe dos Apóstolos”, Pedro era um homem simples e de pouca instrução. Pescador, morava em Cafarnaum, na Galileia, cidade banhada pelo Lago de Genesaré. Suas atitudes, descritas nos Evangelhos, levam a crer que era um homem impulsivo e contraditório.

me deles. Cristo prometeu que edificaria a sua Igreja sobre ele. É considerado pela Igreja Católica o primeiro papa, mas seu reconhecimento só aconteceu no final do século 2 ou no começo do século 3.

SEU MARTÍRIO Pedro foi preso por ordem do Rei Agripa I e encaminhado à Roma, no reinado de Nero, imperador romano durante a maior parte da pregação dos apóstolos, no período de 54 a 68. Uma tradição unânime e ininterrupta, afirma que São Pedro é geralmente retratado com uma morreu crucificado chave, pois ele é considerado o guardião do Céu em Roma, onde foi Foi seu irmão André quem sepultado após ter regido duo levou a Jesus que, ao primei- rante muitos anos, a cristanro encontro, trocou-lhe o no- dade como bispo de Roma. Ao me Simão pelo de Cefas (ara- ser informado que seria crucimaico: rocha) cujo equivalen- ficado, consta que ele sentiute grego, em sua forma mascu- se honrado. No entanto, penlina Petros, deu Pedro. A cha- sou não ser digno de morrer comada definitiva de Cristo se mo seu Mestre e pediu para deu mais tarde, quando Pedro ser crucificado de cabeça para e outros companheiros se ocu- baixo, por volta do ano 65. Alpavam em remendar suas re- gumas fontes sustentam que sua mulher teria sido levada às des. O texto apócrifo Pistis feras no Coliseu, no mesmo Sophia deixa claro o antago- dia em que ele foi crucificado. O resultado das últimas nismo entre ele e Maria Madalena, ao citá-lo reclamando escavações feitas sob a Basícom o Mestre: “Meu Senhor, lica de São Pedro, em Roma, punós não podemos aguentar es- blicado em 1950, veio autentita mulher, pois ela tira a nossa car a tradição pelo demonsoportunidade e não deixa ne- trar arqueologicamente a existência do sepulcro de São Penhum de nós falar”. Pedro foi escolhido para dro naquele local. Sua festa é celebrada junser o líder daquele grupo especial que seguia o Mestre e os do- tamente com São Paulo, decaze apóstolos. Quase sempre to- pitado no mesmo dia, 29 de jumava a palavra para falar em no- nho.

D

o Quicongo (grupo de línguas faladas no Congo e em Angola) lelu, boca. É sinônimo de blablablá, que veio do francês blablabla, uma onomatopeia, provavelmente influenciada pelo verbo blaguer, dizer coisas ridículas. O verbo é derivado de blague, farsa, origem de blague em português. O francês blablabla veio depois do inglês blah, que também se usa repetido (blah - blah - blah), com o mesmo sentido de papo enfadonho. Em espanhol, também existe a palavra blablabla. O lero-lero é uma conversa fiada, em que fiada, enganosa, é o particípio do verbo fiar com o sentido de tramar para iludir.

CONTO DO VIGÁRIO

Entre os nobres da corte portuguesa que vieram para o Brasil, em 1808, havia um farsante que se anunciava herdeiro de um riquíssimo vigário de Portugal. Por conta da futura herança, o sujeitinho morava, comia e bebia de graça, dizendo que pagaria tudo assim que o vigário português viesse para o Brasil. O vigarista sumiu, legando suas dívidas aos credores.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS

As botas não existiam na Judeia no tempo de Judas. Apareceram na Idade Média porque eram usadas pelos viajantes e romeiros. Suicidando-se Judas teria para o povo, a condenação do exílio peregrinador. “Onde perdeu as botas” seria como os confins do mundo.

ORIGEM DAS PALAVRAS

Praça: do grego plateia, pelo latim vulgar plattea, variante do clássico platea, designando espaço amplo, rua larga. Deu place em francês, plaza em espanhol e place em inglês. Portanto, devido à proximidade com os países de fala e escrita espanholas, é mais provável que tenha vindo do espanhol Plaza, que passou a ser dito e depois escrito praça. Jardim: do Francês jardim, e este do Francês antigo jart. O Latim denominava hortus gardinus o espaço para cultivo de árvores frutíferas, legumes, verduras e flores, nas proximidades das residências. O étimo está presente no Inglês garden e no Alemão garten. Os três tipos mais conhecidos de jardim no Brasil são: o jardim, público ou privado, ao redor das casas ou em praças e parques; o jardim da infância; o jardim botânico, cujo maior exemplo é o do Rio de Janeiro; e o jardim zoológico, no Rio, inaugurado no dia 6 de janeiro de 1888.

LOJA MACIEL

Confecções e Cama, Mesa

Jornal de Paraopeba

CULINÁRIA

Maria Rocha

PEIXE ASSADO COM LEGUMES

INGREDIENTES: • Filés de peixe • Sal, alho, pimenta-do-reino e suco de limão • Brócolis, vagem, cenoura picada, batata picada, Cobrir com roxa picada, tomate cereja partido ao meio,ervas finas e azeite.

PREPARO: 1. Temperar os filés com sal, pimenta e suco de limão.

2. Cozinhar os legumes al’ dente. 3. Forrar um refratário com um pouco de legumes. 4. Enrolar os filés fazendo rolinhos e colocá-los sobre os legumes. 5. Cobrir com o resto dos legumes, juntar os tomates, as cebolas e as ervas finas. 6. Regar com azeite e levar ao forno 200º C por 30 minutos.

CAÇAROLA ITALIANA INGREDIENTES: • 4 xícaras (chá) de leite • 2 xícaras e meia de açúcar • 100g de coco ralado • 50g de parmesão ralado • 3 xícaras de farinha de trigo • 4 ovos PREPARO: 1. Bater no liquidificador o leite , o açúcar, os ovos, o coce o queijo. 2. Misturar a farinha de trigo sem bater. 3. Acrescentar uma pitada de sal. 4. Colocar numa forma ca-

ramelizada e levar ao forno 180ºC, em banho-maria coberto com papel alumínio por 1h e 30 minutos.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

C ANTINHO DA P OESIA PARAOPEBA “Valei-me Nossa Senhora, Minha Santa Mãe querida! Aqui farei uma ermida Desde que a onça vá-se embora! Assim disse um português Caçador de sesmaria E, com as bênçãos de Maria A vila, aos poucos se fez.

Vasco Damião Ferreira - 1988

Depois da graça auferida, A imagem no altar da ermida E a doação de uma gleba, Vem o “Guarani”. E o fato Do “rio do peixe chato” O nome PARAOPEBA.

Reminiscências

Das lendas de nossa cidade, que aqui vamos relembrar, estão guardadas na memória, tantas histórias para contar. Desde a feroz onça pintada, que atacou Coronel Marques muito tempo já se passou, até chegar a esse santo dia, na terra da virgem do Carmo, nossa Santa e Mãe Maria.

Sapataria

e Banho

ss oo nn AA

Nosso rio do peixe chato, tem águas muito valentes, e um amanhecer sem igual, onde o sol nasce imponente. Bem atrás da serra azul, onde floresce o ipê amarelo, nossa terra é sem igual, tudo aqui é muito belo.

Nossa saga é rica de heróis, homens de grande coragem, que vieram cumprir promessa, depois de uma perigosa viagem.

Berço de Clara Guerreira, das folias e das congadas, da linda tabuleiro pequeno, da garbosa Lagoa Dourada.

E no centro da mata virgem, Onde o aconteceu o milagre, ergueram uma bela capela, e um altar da santa imagem.

De bela e lendária Pontinha, terra de zumbi dos palmares, onde os filhos de Chico Rei, cantam sons de além mares.

E foi deste gesto de fé, também de muita visão, que nasceu Paraopeba, bem no coração do sertão.

É neste rincão tão sagrado, que a viola seresteira, toca versos e canta prosa, saudando a lua de faceira.

COMEMORAÇÕES DE JUNHO E SANTOS PROTETORES

Terra de cantos e encantos, berço da rica indústria têxtil, Já foi grande centro urbano, destacado em todo Brasil.

Que brilha sempre garbosa, bem na serra azul do funil, esta é nossa Paraopeba, a mais bela do Brasil!

Dia 05 - Dia da Ecologia --------------- São Francisco de Assis Dia 09 - Dia do Porteiro ---------------- São Pedro Dia12 - Dia dos Namorados ----------- SãoValentin Dia 18 - Dia do Químico ---------------- São João Evangelista Dia 24 - Dia das Empresas Gráficas - Santo Agostinho Dia 27 - Dia do Relojoeiro ------------- Santo Elói Dia 29 - Dia do Telefonista ------------ São Gabriel Dia 29 - Dia do Pescador --------------- São Pedro

Tabuleiro de uma rara beleza, decantado em verso e prosa, nos acordes da viola tropeira, no sertão de Guimarães Rosa.

Roberto de Jesus Viana – Totó 18-01-2018

Artigos para Presentes

Os melhores artigos p elos pelos Menores Preços AV. GETÚLIO VARGAS, 15 CENTRO - PARAOPEBA

(31)3714-1355

Aplica-se R E I K I PARAOPEBA

3714-1339

EXPEDIENTE E-mail: jornaldeparaopeba@bol.com.br

JORNAL DE PARAOPEBA

Integração Diretora: Carmem Lúcia Mascarenhas Rocha Redação Paraopeba - Rua Isaias Corrêa, 277 CEP 35.774-000 Redação Belo Horizonte: Rua José Rodrigues Pereira, 1218 / 703 - CEP 30.455-640 Fone: (31) 99236-0358 - Facebook.com/jornaldeparaopeba Associado a Abrajet e Abrarj Diagramação: (31) 3485-2434 / 99567-6755 jornaiss40@gmail.com

O Jornal não se responsabiliza pelos artigos assinados

5 DE JUNHO - DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE


a Jornal de Paraopeba

Ano

s

29 DE JUNHO: DIA DO PAPA

E

m mais de dois mil anos de história, desde a morte de Jesus na cruz, o maior responsável pela propagação dos ensinamentos do Catolicismo é o Papa. Líder da igreja católica, o Papa teve muito destaque no cenário mundial, muito além de suas atribuições religiosas e sempre foi um símbolo de fé para os cristãos em

Junho/2018

jornaldeparaopeba@bol.com.br

todo o mundo. A palavra PAPA vem do latim Papa ou do grego Pappas, que é uma forma de tratamento para pai na região do Mediterrâneo. Posto ocupado, originalmente, por um dos doze apóstolos de Jesus, São Pedro, o Papa tem de apontar e defender a doutrina cristã para os povos.

cilmente, em suas gaiolas e o Papa vai para o seu gabinete, onde inicia as audiências. Pio XII recebe inicialmente os altos prelados da Secretaria do Estado, por duas horas, discutindo as questões que interessam ao governo da Igreja. Seguem as audiências às personalidades eclesiásticas da Cúria. Recebe altas personalidades estrangeiras, os Bispos de todo o mundo e, por fim, as audiências especiais até às 2 da tarde. Seguidamente, seu médico particular intervém, procurando suspender o trabalho, ao menos uma vez por semana, mas Pio XII responde-lhe: “Isto aumentaria o trabalho do dia seguinte. Além disso, quantos não poderão voltar e estes, também têm o direito de ver o Papa”. Ninguém pode fazer uma ideia do esforço físico e moral que este ritmo diário exige do Papa Pio XII, depois das audiências, está tão cansado que, à mesa não profere palavra. Verdade é que isto não tem muita importância, pois seus únicos convidados são os passarinhos. Mesmo quando o Papa não tem força de dirigir-lhe alguma palavra afetuosa, o seu canário pousa no seu ombro e aproxima a cabecinha no ouvido de Pio XII. O Papa sorri, toma-o na palma da mão, enquanto os outros pequenos hóspedes voam ao redor do seu prato, para receber algumas migalhas. Em seguida, Pio XII, por meia hora, ocupa-se de sua cor-

PIO XII E O CANÁRIO “Às 6h15min. soa o pequeno despertador que está no quarto do Papa Pio XII. Mal cessa o soar da campainha, começa o gorjeio de um canário, que sai do seu ninho nos jardins do Vaticano e que um feliz acaso conduziu, um dia ao apartamento privado do Santo Padre, onde cresceu, tornandose o amiguinho de Pio XII. Todas as manhãs, voando, o canário volta ao apartamento, pousa docemente nos ombros e na cabeça do Papa, enquanto ele raspa a barba e se veste. Assim, fica até que o Papa, às 7 horas, se dirige à sua capela particular para celebrar a Santa Missa, à qual assistem as pessoas mais íntimas. Celebrada a missa, apagadas as velas, todos se retiram e o Papa fica sozinho para a Ação de Graças à qual acrescenta uma oração a Nossa Senhora. Às 8h 20 min., o Papa, rapidamente e simplesmente, toma café acompanhado somente pelos passarinhos que voam livremente pelo seu apartamento até o momento em que se deixam fechar do-

3

• Publicado no jornal “Observatório Romano” e transcrito pela “Gazeta de Paraopeba” em 31.08.1952.

Pio XII foi o 258º Papa, tendo sido eleito Papa aos 63 anos e sua principal preocupação foi a paz mundial. Por meio de iniciativas diplomáticas apelou às nações para que evitassem a guerra. Seu pontificado: 1939 -1958 abrangeu toda a Segunda Guerra Mundial e o período pós-guerra. Chamava-se Eugênio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CURIOSIDADES SOBRE OS PAPAS • As palavras “Papa” e “Pontífice” não aparecem na Bíblia. • Os nomes mais usados entre os Papas foram: • João: 23 vezes, Gregório e Bento: 16; Clemente e Inocêncio: 13; Pio e Leão: 12; Urbano: 10; Estêvão: 9; Bonifácio: 8. • 70 nomes tiveram os 266 papas. Alguns são nomes comuns, como: Adriano, Júlio, Lúcio, Marcos, Marcelo, Sérgio, mas teve também os pouco comuns, como: Agapito, Dâmaso Euliquiano, Galásio, Hormisdas, Pelágio, Sirício. • O Papa que permaneceu por menos tempo no posto foi Urbano VII: apenas 13 dias. Eleito em 15 de setembro de 1590, embora fosse dotado de boa saúde, contraiu malária na noite seguinte de sua eleição e morreu antes de ser coroado. Foi o 226º Papa. • O 230º Papa, Leão XI, foi eleito em 1605. Idoso e já doente, ficou menos de um mês. • O 261º Papa, João Paulo I Bento XVI – Joseph Ratzinger foi o primeiro a adotar nome duplo, em homenagem aos seus antecessores: João XXIII (1958 a 1963) e Paulo VI (1963 a 1978). Na noite de 28 de setembro de 1978, apenas 33 dias após sua coroação, morreu de ataque cardíaco, enquanto lia na cama. • No total, 21 Papas morreram como mártires. • Foram santificados, 85 Papas. • Gregório IX foi o Papa que mais tempo viveu: foi eleito aos 84 anos (1227) e morreu em 1241, com 98 anos. • Um cardeal com mais de 75 anos não pode ser eleito. • O Papa São Calisto I (217 a 222) foi quem mandou construir as catacumbas de Roma para enterrar os cristãos martirizados. São 20 quilômetros de corredores, com quatro andares sobrepostos. Lá foram também enterrados os Papas: o 18º Ponciano (230 a 235); o19º, Antero (235 a 236) e Fabiano, 20° (236 a 350), todos eles declarados santos. • O 33º Papa. São Silvestre (314 a 335) durante seu papado, esteve com o imperador romano Constantino para decretar o fim da crucificação, da perseguição aos cristãos. • Embaixo da Basílica de São Pedro há uma cripta onde estão os restos mortais de São Pedro e os túmulos de vários outros papas. • O nome “Vaticano” é anterior ao cristianismo e vem do latim Mons Vaticanus, ou, o Monte Vaticano. • A palavra pontífice vem do latim, Pontifex, que significa “construtor de pontes”. • O maior pontificado foi o de São Pedro, 34 anos (33 a 67), o segundo foi o de Pio IX, 31 anos (1846 a 1878). • O 264º Papa, João Paulo II (1978 a 2005) foi chamado o “Papa Peregrino” por ter sido o que mais viajou, visitou 130 países e mais de mil cidades. Seu pontificado foi o terceiro mais longo: 28 anos. Falava onze idiomas: polonês, latim, grego, italiano, ucraniano, inglês, francês, português, espanhol, alemão e russo. • Foi a partir de João XII (955 a 964) que os papas seguiram a tradição de mudar o nome ao serem eleitos para o pontificado. Os seis últimos papas e seu verdadeiro nome: • Pio XII – Eugênio Maria Giusepe Giovanni Pacelli • João XXIII – Ângelo Giusepe Roncalli • Paulo VI – Giovanni Batista Montini • João Paulo I – Albino Luciani • João Paulo II – Karol Josef Wojtyla • Bento XVI – Joseph Ratzinger • O 266º Papa, Francisco, tem 81 anos, é argentino, Filho de imigrantes italianos, seu nome verdadeiro é Jorge Mário BergóPapa Francisco glio

Facebook.com/jornaldeparaopeba

respondência. Repousa por 15 minutos e sai para o passeio nos jardins do Vaticano. Voltando, encerra-se nos seus aposentos para rezar. Vai para a ceia completamente sozinho, pois os passarinhos já dormem. Às 21h e 30min. na capela particular, Pio XII reza o Rosário com seus íntimos. Depois de tê-los despedido, fica novamente sozinho para rezar e trabalhar até às 23 horas. Volta à sua capela para ler o Breviário e rezar mais. À meia noite, vai para o seu gabinete e aí permanece até as duas da madrugada. São numerosos os fieis que veem as janelas iluminadas do terceiro andar, mostrando que o Papa Pio XII realiza a vontade d’Aquele, que lhe pôs nas mãos as chaves do Reino dos Céus. O Papa tem 76 anos, mas não lhe sobra tempo para descansar. Sua vida não lhe pertence. Seu sublime sacerdócio é ser “o servo dos servos de Deus”.

O

106 anos de vida empurraram das nossas vistas as testemunhas da nossa história:

antigo prédio da Câmara Municipal, o teatro, a Escola Pública, o casarão de D. Cirilo e a capelinha de Santa Terezinha...Vestígios de nosso passado político, cultural, educacional e religioso ficaram apenas na nossa saudade.

D

Câmara Municipal

Teatro

Escola Pública

Capela e casa de D. Cirilo

Retornamos ao passado e caminhamos de encontro às nossas lembranças

e lá resgatamos tudo aquilo que não existe mais, derrubado pelo anseio de progresso, como a capelinha do Cruzeiro, construída em 1942, que cedeu o lugar para a ampliação da rodovia ou então pelas marcas do tempo como a Capelinha do Rosário, construída em 1908 e que desabou em 1948.

Capelinha do Cruzeiro

Capelinha do Rosário

A história é a mestra da vida

C

ada época é marcada por fatos comuns que se diluem naturalmente, mas também por fatos importantes que não podem ser apagados da memória das pessoas, pois faz parte da história de nossa cidade. A capelinha de Nossa Senhora da Conceição é o único vestígio que ficou de Tabuleiro Grande e única testemunha do nosso passado.

Uma grande cidade é aquela que acolhe bem quem chega, deixa saudade em quem parte e cuida bem de que fica.


4

Facebook.com/jornaldeparaopeba

Junho/2018

jornaldeparaopeba@bol.com.br

ss oo nn AA

Jornal de Paraopeba

CONHECENDO A NOSSA HISTÓRIA SESMARIAS

D

UM DOCUMENTO DE REGISTRO DE TERRA

escoberto o Brasil, o seu território passou a pertencer, integralmente ao Império. Para a nova terra vieram habitantes de outras nações e, então, o Brasil começou a ser povoado. Mas para que o cidadão se tornasse senhor e possuidor de um pedaço de terra, tinha que requerer ao Poder Público carta de sesmaria e para obtê-la tinha que prometer cultivar a terra e criar gado. A carta de sesmaria, finalmente, era a escritura de compra e venda de hoje. O governador e capitão da Capitania de Minas Gerais tinha poderes para conceder sesmarias aos moradores que solicitassem, ficando responsáveis pelo povoamento e cultivo das terras dentro de dois anos.

SESMARIA DA VARGEM DO PAGABEM – 1709

“O abaixo assinado, Bernardino José da Costa possui na Freguesia de Tabuleiro Grande, no lugar denominado Vargem do Pagabem, uma porção de terras de cultura e campos de criar obtida por compra, cujos limites são os seguintes: limitada ao nascente com uma Estrada Real que segue de Sete Lagoas para a Vila do Curvelo, ao poente e sul com terras de Antônio Francisco de Araújo”. Tabuleiro Grande, 13 de maio de 1855 Padre Antônio Soares Diniz

Diz o documento: “Faço saber que o Sargento-Mor, Manuel de Carvalho da Silva, assistente em Pitangui que andando ele a montaria descobrira uns campos na corda, dos Currais da Bahia, os quais serão pouco povoados de capões e restingas de mato que só servem para criações de gado, na paragem chamada Lagoa Dourada, fazendo pião em um ribeirão que faz barra em um riacho que verte da mesma lagoa e unidos deságuam no rio Paraopeba...” Nota deste jornal: A Lagoa Dourada conserva o mesmo nome e está localizada no povoado da Pontinha. Significados: na corda: nas terras próximas, fazendo pião: tomando como ponto de referência, faz barra: termina.

SESMARIA DO RIBEIRÃO SÃO JOÃO – 1716

Constantino de Aguilar solicitou a Bom Brás Baltazar da Silveira a posse de terras entre o Ribeirão da Areia e o Ribeirão São João.

M

anuel de Araújo Morgado solicitou a posse de terras vizinhas às que já possuía, chamada Pagabem. Estas terras ele recebera por herança de seu sogro Miguel Fernandes Siqueira que havia comprado de Manuel da Silva Costa que a possuía desde 1709, sendo o primeiro povoador daquelas terras. Nota deste jornal: Esta sesmaria como toda a região onde ficava o arraial de Tabuleiro Grande pertencia à Vila de Sabará e todos os registros de compra e venda de terras ficavam arquivados no seu cartório. O que demonstra que tratava-se da região, onde hoje, Paraopeba está localizada, são os aspectos físicos citados no documento: Serra do Tombador, Riacho da Taboca, Córrego do Cedro, Morro Preto. A Serra do Tombador chama-se atualmente Serra do Embiruçu, sendo a mais alta do município, servindo de limite entre Paraopeba e Sete Lagoas. Perto dali fica o Ribeirão das Tabocas, limite entre Paraopeba e Araçaí. O Ribeirão do Cedro também passa nas proximidades, tendo a sua nascente na Serra do Funil.

SESMARIA DA LAGOA DOURADA – 1714

M

rada.

U

anuel de Carvalho da Silva solicitou a Dom Brás Baltazar da Silveira a posse de terras na paragem chamada Lagoa Dou-

Diz o documento: “Faço saber que Constantino de Aguilar que ele queria povoar um sítio para criar gado no caminho que vai para os Currais da Bahia, distantes destas minas três dias de viagem, entre o Ribeirão da Areia até o Ribeirão São João, que será légua e meia de distância das cabeceiras dentre um e outro ribeiro ao pé da Serra para o Rio Paraopeba que será duas léguas, como todos os pastos, campos e matas e logradouros, pertencentes ao dito sítio, pedindo-lhe que me quisesse conceder as ditas terras por sesmaria...” Nota deste jornal: O Ribeirão São João conserva o mesmo nome, servindo de limite entre Paraopeba e Fortuna de Minas, Paraopeba e Inhaúma. Não existe mais a denominação Ribeirão da Areia, concluindo-se que recebeu outro nome.

REGISTRO DE TERRAS

Era de lei os proprietários de terra registrá-las em livro próprio existente nas Paróquias, cujos registros eram lavrados pelo vigário e o livro ficava em seu poder e guarda. Os registros eram declarações escritas em duplicata e assinadas pelo declarante. O documento era simplesmente a declaração do interessado.

Nota deste jornal: O Padre Antônio Soares Diniz, o terceiro a administrar a paróquia, aqui permaneceu por vinte e três anos, de 1853 a 1876. A região conhecida como Vargem do Pagabem era um caminho por onde passavam os tropeiros, que ali trocavam ou vendiam os animais cansados das longas viagens. Como isto era feito por um bom preço pelos fazendeiros, a localidade ficou conhecida como Pagabem, localizada no povoado de Santa Maria, na estrada para Cordisburgo. Esta localidade consta da um mapa da Vila de Sabará, a qual o arraial de Tabuleiro Grande pertencia, feito em 1777 por solicitação do Governador da Província de Minas Gerais, Dom Antônio Noronha. A Vila de Sabará, cuja data de emancipação é de 17 de julho de 1711 era formada por trinta arraiais, que correspondem hoje aos municípios de Lagoa Santa, Caetés, Santa Luzia, Congonhas, Betim, Contagem, Belo Horizonte, Esmeraldas, Sete Lagoas, Curvelo, Brumadinho, Mateus Leme, Itatiauçu, Taquaraçu de Minas.

O PASSADO DE PARAOPEBA DESAPARECE NUM INCÊNDIO EM SABARÁ

O

s documentos antigos de Tabuleiro Grande ficavam guarda dos no Cartório de Registro Civil que também registrava a compra e venda de terras, que desapareceram num incêndio. Em 1931, quando Sabino de Paula Freitas tomou posse como primeiro prefeito de Paraopeba quis organizar toda a documentação do município. Para isto enviou uma comissão a Sabará, que foi informada de que toda a documentação de Tabuleiro Grande como de todos os outros arraiais fora destruída num incêndio. Infelizmente todo o passado de nossa terra desapareceu para sempre e todos os fatos da nossa história referentes ao século 18 e século 19. Os registros conhecidos são a partir de 1907, século 20, feitos por Manuel Antônio da Silva nos jornais “O Operário”, “A Folha do Cedro” e “Gazeta de Paraopeba”. Graças ao idealismo de Manuel Antônio da Silva, nós do “Jornal de Paraopeba” podemos trazer para o século 21 os seus registros. O “Jornal de Paraopeba”, por sua vez, registra para os futuros séculos, a história do século 21, pois reconhece que “NÃO SE PRESERVA A MEMÓRIA DE POVO SEM O REGISTRO DE SUA HISTÓRIA”. Neste mês de junho, cujo dia 1º é dedicado à imprensa, afirmamos que é muito trabalhoso fazer um jornal, mas a nossa equipe resiste com um único propósito, o de que a nossa cidade tenha um informativo cultural à altura dos grandes nomes do jornalismo da nossa terra: Avelino Fóscolo, Manuel Antonio da Silva, Jair Silva e Wander Moreira.

ARRAIAL DE NOSSA SENHORA DO CARMO DO TABULEIRO GRANDE

Antônio do Monte, o mais antigo, emancipado em 1859. Outros: Santo Antônio do Amparo, do Aventureiro, do Grama, do Itambé, do Jacinto, do Retiro, do Rio Abaixo. Dez municípios são dedicados a Santa Ana, sendo o mais antigo Santana do Jacaré, emancipado em 1880. Outros municípios: Santana da Vargem, de Cataguases, de Pirapama, do Deserto, do Garambéu, do Manhuaçu, dos Montes, do Paraíso, do Riacho. Nove municípios são dedicados a São José: da Barra, da Lapa, da Safira, da Varginha, do Alegre, do Divino, do Goiabal, do Jacuri, do Mantimento. Apenas dois municípios são dedicados a Jesus Cristo: Coração de Jesus e Bom Jesus do Galho.

ma história passada de geração em geração explica a origem do arraial que se transformou numa povoação denominada de Nossa Senhora do Carmo do Tabuleiro Grande. No fim do século 18, tempo do Brasil Colônia, o Coronel José Joaquim do Nascimento Marques, um militar português,

O

PARAOPEBA

ficialmente, as terras que hoje constituem Paraopeba têm registro de posse feito no livro Sc pag. 172, 173 e 173V em Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto a 28 de janeiro de 1786 (século 18). donatário da sesmaria em que ficava a povoação, foi surpreendido por uma onça parda (típica do cerrado) durante uma caçada. Suplicou a Nossa Senhora do Carmo, de quem era devoto, salválo do perigo, prometendo erguer-lhe uma capela em suas terras. Tempos depois, cumpriu o prometido, dando à capela os cerrados vertentes e mais 200 alqueires de 100x100 braças quadradas que pertenceriam a todo mundo, sem restrição.

D

TERRA PARA O SANTO

esde que chegaram ao Brasil na bagagem cultural dos nave gadores portugueses, os santos por aqui ficaram, tratados sempre como gente de casa. E, como tal, recebiam doações de terra. Algumas vezes, as doações tinham objetivos espirituais. Outras vezes, o motivo era evitar a posse ilegal do terreno, em uma época em que sobravam terras e faltavam mãos para ará-las. Os fazendeiros doavam glebas ao patrimônio de um santo, selando o negócio com a construção de uma capela e ligando, assim, pequenos arraiais a enormes fazendas. Ao redor da capela, construída na maior parte das vezes de madeira ou pau a pique, surgiam vendas e armazéns, que atraíam moradores e davam origem a vilarejos. Centenas de vilas nasceram desse modo, inclusive Paraopeba.

Ao doarem parte de suas terras a santos os fazendeiros escolheram os nomes de sua preferência. Até o fim do século 19, a escolha da população era a seguinte: Nossa Senhora 46,5%, Santo Antônio 7%, Santa Ana 6%, São José 4%, Jesus Cristo 3%.

NOMES ATUAIS

Atualmente, no século 21, há apenas um município dedicado a Nossa Senhora: Senhora dos Remédios, na região Campos das Vertentes, emancipado em 1953. Todos os distritos, após sua emancipação, receberam outros nomes, como o nosso, que em 1912, de Tabuleiro Grande recebeu a denominação de Paraopeba. Oito municípios são dedicados a Santo Antônio: Santo

Dados atuais do município: Mesorregião do IBGE: Metropolitana de Belo Horizonte; Microrregião do IBGE: Sete Lagoas; Região Planejamento: Central; Associação Microrregional: Alto Rio das Velhas; patronímico: paraopebense; data de emancipação: 30 de agosto de 1911; data da instalação: 1º de junho de 1912: Bacia Hidrográfica: Rio São Francisco; Distância da capital: 97 Km; Área: 624,06 Km² (254º lugar em MG). População em 2007: 22.204 habitantes (150º lugar em MG), Domicílios em 2007: 5.471 urbanos e 886 rurais.


a Jornal de Paraopeba

Ano

s

jornaldeparaopeba@bol.com.br

Junho/2018

Facebook.com/jornaldeparaopeba

5

TABULEIRO GRANDE FOI MOTIVO PARA CURVELO NEGAR SUA INCORPORAÇÃO À SETE LAGOAS, EM 1858

S

ete Lagoas era ainda arraial em 1858, mas um arraial com justas pretensões a Vila, o que era o mesmo que município. Esbarrou, porém com a forte oposição de municípios vizinhos: Santa Luzia, Sabará e Curvelo. O deputado Pereira da Silveira, discursando na sessão da Assembleia Legislativa, disse, em 1858: “O município de Curvelo, que tenho a honra de representar, será prejudicado na sua integridade se for desfalcado de uma freguesia tão importante e produtiva como Tabuleiro Grande, que é uma das mais importantes do município por sua população e riqueza sendo por isto muito produtiva e por isso a que mais contribui para o aumento das rendas municipais; a fortuna de seus habitantes está bem dividida, sobressaindo alguns grandes proprietários como os cidadãos Mascarenhas, Ferreira Pinto, etc.; contudo pelo seu amor ao trabalho e fertilidade do solo tem muita importância; dista a sede desta freguesia da Vila do Curvelo apenas doze léguas; é pois uma freguesia que muito pesa na balança municipal da Vila do Curvelo.” O deputado Abreu e Silva deu bons argumentos para a elevação de Sete Lagoas à Vila. No entanto, Carneiro de Campos, Governador da Província de Minas Gerais, vetou o projeto que elevava Sete Lagoas à Vila, apoiando-se nos argumentos de Pereira da Silveira, que o município de Curvelo ficava prejudicado sem o distrito de Tabuleiro Grande. Sete Lagoas teve que esperar nove anos para ver realizadas suas legítimas aspirações de autonomia, o que aconteceu em 24 de novembro de 1867. Contudo, só em 27 de novembro de 1871, pode integrar a comunidade mineira, como unidade independente. Isto porque o município de Santa Luzia procurou criar problemas que dificultassem a instalação do novo município.

N

DE TABULEIRO GRANDE A PARAOPEBA

o Brasil e, particularmente, em Minas Gerais, a Cruz tem sido o marco de referência para a criação de qualquer povoado. Também Tabuleiro Grande teve plantado, à frente da igreja de Nossa Senhora do Carmo, à beira da Antiga Estrada Real do Sertão, o seu cruzeiro, como sentinela que despertasse a atenção dos viajantes e tropeiros para o real sentido da vida. “Cruzeiro cheio de fendas, nas quais os fieis colocavam moedas diversas. Principalmente os velhos cobres, já pretos, de dez, vinte e quarenta réis do tempo da Monarquia. E que ninguém furtava... Aos pés do cruzeiro, um velho cofre, também de madeira, cofre tosco para receber esmolas...

À pequena distância do velho cruzeiro, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, a santa padroeira de Tabuleiro Grande. Igreja que começou de uma capela erguida em 1742, a pedido dos moradores do lugar, que tornou-se por força de fé, o local preferido para o encontro e as orações daquela gente simples. Quando, em 1824, Antônio Gonçalves da Silva Mascarenhas (o patriarca da família) chegou com sua esposa Policena Moreira da Silva, Tabuleiro Grande já era um próspero arraial, com grande movimento de tropeiros. Foi por causa desse grande movimento de tropas que seu sogro, Apolinário Ferreira Pinto,

proprietário da Fazenda Serra Negra, em Matozinhos, aconselhou-o a vir para cá montar um armazém, para começo de sua

S

D

A EMANCIPAÇÃO DE TABULEIRO GRANDE

urante quarenta e cinco anos, Tabuleiro Grande pertenceu a Sete Lagoas até desmembrar-se, elevando-se à categoria de município, através da Lei nº 566, de 30 de agosto de 1911. Sua instalação solene deu-se no dia 1º de junho de 1912, passando a denominar-se Vila Paraopeba. Por um erro de redação, não deveria constar a palavra Vila, apenas, Paraopeba, porque se tratava agora de uma cidade. O erro só foi corrigido doze anos depois, em 1’923, pela Lei nº 843 de 7 de setembro de 1923.

vida de casado. Foram prosperando: “Seu” Mascarenhas e o arraial. A capela pequenina à margem da Antiga Estrada Real do Sertão viu passar as boiadas que vinham das fazendas de gado chamadas de “Currais da Bahia”. Viu também passar os tropeiros que traziam alimentos, roupas, vasilhames e levavam munição, ferraduras, sal, arreios... “À medida que Tabuleiro Grande crescia, também crescia a fé do povo que acabou transformando a capela pequenina em uma igreja ampla, espaçosa... Duas torres. Numa delas, um velho relógio de repetição, que servia de regulador público. O adro da igreja calçado de pedras. Grandes pedras lisas, compridas, bonitas... O arraial já era paróquia desde 1840 e a chegada do primeiro padre, Pe. Antônio Dias Teixeira trouxe fortalecimento para os fieis de Nossa Senhora do Carmo, que passaram a seguir os preceitos da religião católica, nesta terra que surgiu em cumprimento de uma promessa feita por um caçador ao se ver salvo do perigo: uma onça parda, muito comum naquele cerradão de outrora. Foi este mesmo cerradão que inspirou o nome do lugar: Tabuleiro Grande, pois os antigos moradores davam o nome de tabuleiro à vasta área de cerrado. “O arraial crescia: ruas tortas, sinuosas. Sem luz, sem água. Partindo da Praça da Matriz, a Rua Direita, a principal. Para além, casinhas construídas a esmo, sem obediência a traçado prévio. No cerrado, casinhas pobres de adobe e muitas, muitas de enchimento. No Largo da Matriz, as casas melhores, dos comerciantes, tipo colonial como a do Barão Antônio Cândido, o homem mais rico do lugar, proprietário da Fazenda do Rasgão, filho mais velho de “Seu” Mascarenhas, que não morava mais em Tabuleiro Grande. Em 1847, construíra a Fazenda São Sebastião, para realizar o seu sonho de ser fazendeiro. Em Tabuleiro Grande haviam nascido seis filhos e outros sete na fazenda, sendo, portanto pai de treze filhos. Conhecido como o “Seu” Mascarenhas quando era comerciante no arraial, agora, fazendeiro importante e rico, era chamado por todos de “Major Mascarenhas”. Como era muito grato a Tabuleiro Grande, onde começara a construir sua fortuna, mandava uma vez por ano um carro de boi atulhado de mantimentos e tecidos para ser

distribuído aos pobres. Tão grato foi à nossa terra, que ficava feliz com os melhoramentos aqui e, de longe, acompanhava o seu progresso. Foi com grande espanto que viu seus três filhos: Antônio, Bernardo e Caetano construírem no Cedro a primeira fabrica de tecidos de Minas Gerais que entrou em funcionamento em 1872. Mais progresso, o Major veria, se a vida lhe fosse mais longa. Seu filho Caetano, (o nono dos 13), além de industrial no Cedro, fazendeiro em São Vicente, foi também político em Tabuleiro Grande, por quem trabalhou para sua emancipação político-administrativa. O distrito de Tabuleiro Grande, então pertencente a Sete Lagoas já por quarenta e cinco anos, prosperava graças ao seu comércio, às suas pequenas indústrias, agropecuária e, principalmente, graças ao faturamento da fábrica de tecidos erguida na zona rural do Cedro, já há quarenta anos em funcionamento.

Os meios de transporte no arraial ainda estavam restritos aos morosos carros de bois que passavam pelo Largo da Matriz levando lenha para a fábrica do Cedro. Também às tropas de burros que varavam os nossos sertões trazendo carne salgada, queijos, rapaduras, calçados, fumos em rolo, sal, querosene... Foi em 1911 que as lideranças de Tabuleiro Grande viram chegar a hora de um movimento coletivo, de grande importância. Tabuleiro Grande precisava emancipar-se de Sete Lagoas, porque se achava capacitado para dirigir o seu próprio destino. Pe. Augusto Horta subiu ao palco do teatro para explicar ao povo as vantagens de nossa terra se tornar um município. Na Câmara Estadual, o Coronel Modestino Gonçalves apresentou e defendeu o projeto da criação do nosso município. Na Câmara Federal, o deputado Dr. Sebastião Mascarenhas (o 12º filho do Major Mascarenhas) também apoiou o movimento liderado pelo seu irmão Caetano, que foi o orientador de todos os trabalhos, sempre motivado pelo objetivo de desejar o progresso de sua terra natal. O Coronel Júlio Bueno Brandão, Presidente da Província de Minas Gerais, acolheu a aspiração dos tabuleirenses com o elevado espírito de justiça com que sempre agiu como chefe de governo. Sancionou a Lei nº 556, de 30 de agosto de 1911, quando Tabuleiro Grande foi elevado a município com a denominação de Paraopeba. No dia 1º de junho de 1912, Tabuleiro Grande se engalanou para comemorar a data mais importante de sua história, a sua emancipação político-administrativa.

PARAOPEBA – CIDADE SAUDADE

ão 106 anos comemorando a emancipação político-administrativa que deu a Paraopeba o status legal de Município, para ser a cidade que ela é hoje! Uma cidade que agasalha generosamente os que aqui nasceram e abre os braços, prazerosos, para saudar os forasteiros que vieram dispostos a emprestar seu esforço aos que habitam esta terra abençoada por Nossa Senhora do Carmo. Não há mais testemunhas para narrar a alegria da festa do dia 1º de junho de 1912 e descrever o semblante de vitória de Pe. Augusto Horta, Caetano Mascarenhas, Sabino de Paula Freitas e tantos outros que ansiaram pela emancipação de Tabuleiro Grande. Mas tivemos Manuel Antônio da Silva que, nas páginas da “Folha do Cedro”, registrou o início de nossa vida política e, depois, na “Gazeta de Paraopeba” contou o correr das décadas: de 10 , 20 ,30 , 40 e 50.

O ideal de Manuel Antônio da Silva não terminou com a sua morte e na segunda fase da “Gazeta de Paraopeba”, de 1957 a 1960 e na terceira fase, de 1963 a 1966, outros colaboradores abnegados deixaram para nós um acervo dos mais valiosos que este jornal resgata e publica. Nas páginas da “Gazeta de Paraopeba” passamos em revista um punhado de lembranças e buscamos beneméritos que já estavam caindo no esquecimento. Assim fazemos em “Gente que a gente não esquece”. “Resgatando o nosso passado”, “Hora da saudade”. Recordação é substantivo andejo que deve ser vigiado de perto, pois costuma ir muito longe no tempo, buscando situações de antigamente que tanto podem fazer rir como chorar... Os textos e as fotos por nós publicados são para avivar a memória dos mais antigos e, principalmente, para despertar a curiosidade dos paraopebenses que vieram depois. O nosso objetivo é que as

crianças e jovens conheçam a história da terra onde moram. Os antigos e os não tão antigos paraopebenses sabem

como é gostoso ler histórias e ver fotografias que já passaram pelo rio das nossas vidas e desaguaram no oceano da saudade!


6

Junho/2018

Facebook.com/jornaldeparaopeba

jornaldeparaopeba@bol.com.br

ss oo nn AA

Jornal de Paraopeba

• Publicado na “Gazeta de Paraopeba” em 29.06.1958

Daquele arraial surgido às margens da antiga Estrada Real

PARAOPEBA, QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ

Dr. Guilherme Mascarenhas Dalle

N

do Sertão, no século 18, abençoado por Nossa Senhora do Carmo e denominado de Tabuleiro Grande, surgiu a cidade gentil e querida de hoje. As vendas e armazéns do Largo da Matriz, frequentados por tropeiros e pela gente simples do arraial, foram substituídos pelo próspero e variado comércio atual.

ão há muito tempo Paraopeba era um lugarejo afastado e quieto; nas suas ruas e praças principais além das barrigudas numerosas a “esperar paina”, numa sucessão regular, as lobeiras de corolas quase azuis, as aroeirinhas urticantes e os assa-peixes de perfumadas flores faziam a sua arborização natural. Mimosas rolinhas “fogo-apagou” se aninhavam por entre o entrelaçado dos cipós-chumbo que amarelavam as copas mais antigas e aí, nas horas mais cálidas do dia, arrulhavam melancolicamente, e, os ticoticos saltitantes, de cabecinhas rajadas e topetes eriçados, eram felizes e donos dos pátios e das vias públicas tranquilas. Hoje, não há paineiras à espera ou em flor, não há rolinhas e os pardais, dizimando os tico-ticos em nome da civilização, infestam os logradouros asfaltados e as hortas dos quintais.

Na estação seca, o grotão era o palco da peraltice da molecada e ao entardecer ou nas noites enluaradas ali brincava de esconder a meninada incorrigível à espera das horas propícias dos assaltos às frutas dos quintais. De viaturas só conhecíamos os carros de boi, os troles da Fábrica do Cedro comandados pelo Cristalino e o da Fazenda do Engenho que, aos domingos trazia à missa a sua proprietária, a veneranda D. Maria Teodora Mascarenhas, que passava o resto do dia a receber fidalgamente os filhos, netos e amigos

As antigas casas de estilo colonial deram lugar às resi-

No Largo da Matriz, havia um grotão...

dências de arrojada arquitetura. Na ausência de espaço, os prédios crescem verticalmente, apagando da paisagem do centro, antigas residências.

As ruas poeirentas foram substituídas pela faixa negra do asfalto, na década de 50, quando surgiu no Planalto Central a nova Capital Federal. Com a estrada cortando o coração da cidade, na Avenida Getúlio Vargas, o barulho dos motores e das buzinas estridentes dos caminhões FNM, os moradores do centro perderam o sossego. Hoje, suas ruas mais antigas quase não têm mais espaço para o grande número de veículos, motos e bicicletas. A duplicação da rodovia levou para longe o barulho dos veículos pesados, mas os tempos modernos trouxeram os sons automotivos e dos carros de propaganda. É o alto preço do progresso! Dá uma vontade danada de jogar o progresso fora e voltar àquela cidade que nos trazia tanta tranquilidade, sem grades e portão-eletrônico... A nossa cidadezinha acanhada de outrora parecia longe de tudo, sem rádio, televisão, internet... Ela era começo e fim na vida de sua gente simples, para quem o mundo terminava onde a sua visão não podia ver além...

Mesmo longe muitos paraopebenses sabem que o seu coração e a sua alma continuam a conviver com o seu berço natal. “Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. Quem tem âncora vive apenas a nostalgia, e não a saudade. Nostalgia é uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra. Uma pessoa tem saudade quando tem raízes, pois o passado alimenta. Mais de quarenta anos atrás, eu saí de Londrina, minha cidade natal, mas minha saudosa Londrina não saiu de mim.”

...que, começando nas proximidades da antiga Câmara Municipal,...

...ia terminar à entrada do beco do hospital (do padre Augusto),...

...beco formado por duas belas e sombrias alamedas de bambu, entre a chácara do Dr. Carvalho e o quintal do Sr. Vitor Marinho, ambos de saudosa memória.

Este grotão passava à frente, naqueles tempos, de um velho casarão de muitas portas altas e desaprumadas, a venda do Meireles, era o resultado das enxurradas que descendo dos pontos altos da vila se encachoeiravam, nos dias de aguaceiros, enchendo o córrego do Matias e achocolatando as suas

Martha Medeiros – Escritora, poeta, cronista.

palácio paroquial construído pelo Padre Herculano. A rapaziada letrada daquele tempo era também diferente: não lia revistas em quadrinhos, não frequentava o Ginásio “Pe. Augusto Horta” ou os clubes sociais que ainda não existiam, mas lia a revista “Tico-Tico”, assinado por um garoto rico da época, o Ildefonso, que era passado de mão em mão até se gastar e cair em pedaços. Alguns frequentavam, nas folgas de uma vadiagem tremenda, as aulas do professor Sabino de Paulo Freitas, o criador do ensino secundário em Paraopeba. Não havia clubes, mas os saraus familiares e os velórios eram frequentes e até muito animados os últimos, segundo o testemunho de Jair Silva. O Ildefonso, moleque a esse tempo, comandava marcialmente a turminha e era respeitado como chefe e só cedia, às vezes, o mando ao Alcides, com medo da bicaria do Tenente. O Ildefonso sempre teve uma pose natural de comandante nato. Isto não mudou. Não havia microfones e alto-falantes e as madrugadas eram tranquilas e repousantes; não havia sirenes de fábricas e ruídos de teares, serras circulares e outros flagelos acústicos e, quando acordávamos, no lusco-fusco Ildefonso à direita, ao meio, seu pai, das madrugadas, ouvíà esquerda, seu irmão, Geraldo amos apenas os cantos dos galos nos quintais da vila. Era uma sucessão interminável, num concerto que ainda se faz, mas que não ouvimos mais. Os sons poéticos e macios da natureza que desperta foram abafados pelos incômodos ruídos de uma cidade que se levanta ao vibrar de alto-falantes, sirenes, máquinas diversas e o barulho ininterrupto das viaturas motorizadas que sulcam o centro urbano, movimentando-se na faixa negra que aponta Diamantina, a terra do Presidente e Brasília, o sonho de muitas gerações que Juscelino, com seu arrojo, a sua coragem e a sua vaidade de ourives megalomaníaco, transformou na joia de cintilante realidade. Paraopeba, Paraopeba, quem te viu e quem te vê!

ASSINATURA Leia e assine

Márcio Sérgio Cortela – Filósofo, escritor e professor da PUC – São Paulo.

“Nossa cidade é como a casa da gente. Quando somos crianças é nela que nos sentimos protegidos, já que é a única referência de mundo que temos. Quando somos adolescentes, nos rebelamos contra ela, passamos a considerá-la um local limitado e tudo que se quer é cortar raízes, pegar a estrada e descobrir outros cenários. Só na idade adulta é que vamos conseguir enxergá-la como ela realmente é, com suas qualidades e defeitos e, mesmo optando por viver longe, resta o conforto de ter um lugar para voltar.”

na sua velha casa solarenga e acolhedora; naquele tempo era bela e majestosa. Hoje, parece um paiol antigo ao lado do

"JORNAL DE NOME: PARAOPEBA" -------------------------------------------------------------------------------------

ENDEREÇO: ------------------------------------------------------------------------------------CEP: CIDADE: ESTADO: -------------------------------------------------------------------------------------

Participe da Integração águas claras. A casa velha do Meireles está hoje substituída pelo palacete do Sr. Francisco Guimarães Simões.

jornaldeparaopeba@bol.com.br

Mande o cupom acompanhado de cheque ou dinheiro no valor de R$ 12,00, semestral (valor para Paraopeba) e R$ 50,00, anual (outras cidades) assinatura para a administração do Jornal Rua Isaías Corrêa, 277 - Paraopeba - MG - CEP 35774-000 Fone: (31) 3714-1146


a Jornal de Paraopeba

Ano

s

Junho/2018

jornaldeparaopeba@bol.com.br

Casas populares em Paraopeba

QUANDO CAMINHOS DIFERENTES CONDUZEM A UM MESMO LUGAR

HISTÓRIAS...

Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro - Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante, Onde fogo insensato a consumia Só levo uma saudade – é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia.

(Lembrança de Morrer – Álvares de Azevedo)

Q

A

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAOPEBA E O CONSELHO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO COMUNICA a todos interessados e a comunidade em geral, que está publicando, no site da Prefeitura, quadro de avisos, Câmara Municipal, Secretaria de Assistência Social, a lista de classificação inicial feita pela COHAB dos 270 classificados para aquisição da Casa própria, junto a Caixa Econômica Federal, nas 48 (quarenta e oito) casas que serão construídas no Bairro Santa Catarina. Esta classificação é apenas das pessoas que atenderam os requisitos e exigências iniciais, pois a classificação final será feita pela CEF que é agente financeiro, por renda, tempo de residência, faixa preferen-

cial, restrição cadastral, documentação, dentre outras já expostas para inscrição. O objetivo da Prefeitura e Conselho de Habitação, ao publicar a relação, é que todos tomem conhecimento e ajude a fiscalizar para que as casas saiam para quem de fato precisa e não tenha outro imóvel. Se você conhecer ou verificar que alguma dos classificados tem imóvel próprio, renda superior a exigida, que vai de R$ 1.400,00 a R$ 2.600,00, ou seja casado (a) com quem tenha, mesmo em união estável, DENUNCIE, pois se for o caso, será desclassificado do ordenamento, conforme critérios anteriormente definidos. TELEFONES PARA DENÚNCIA: 3714-4739

7

Facebook.com/jornaldeparaopeba

uando li a notícia do cientista inglês David Goodall, de 104 anos, radicado na Austrália, optando pela morte assistida, que iria realizar na Suíça, lugar onde isso é possível, lembrei-me imediatamente da Titia. O velho professor, especialista em Ecologia e Botânica, pesquisador da Universidade de Edith Cowan, na Austrália, estava se sentindo impossibilitado de continuar a viver, dado que não conseguia mais executar suas funções e levar uma vida digna, com o devido bem-estar que todos almejamos. Na idade de 104 anos é mesmo quase impossível isto. Ele morava sozinho e uma vez sofreu, dentro de sua casa, uma queda da qual não conseguiu se levantar e ficou esquecido ali no chão, por dois dias, até sua colaboradora o encontrar. A Universidade quis impedi-lo de continuar em suas funções, afastando-o de suas atividades, mas em vista da reação geral, desistiu dessa ideia. Mas, tudo, infelizmente chegou a um ponto que ele mesmo desejou dar por concluída sua estada nesta terra. Não era de seu jeito de ser, passar por tão complicada situação, causando incômodos a si mesmo e aos que o cercavam. E foi quando, no seu aniversário ele disse para os presentes, familiares e amigos: “Não, eu não estou feliz. Eu quero morrer, e isso não é triste. O triste é ser impedido disso”. Penso que ele mesmo não pôs fim à sua vida, porque sendo um homem muito racional, quis fazer da situação um item da campanha pela legalização da morte assistida na Austrália. Seu ato chamaria a atenção de muitas pessoas engajadas nesta mesma luta. É tanto, que recebeu ajuda de 20 mil dólares nas redes sociais, para viajar para a Suíça. Ele era ateu e o fato seria simplesmente o fim de uma vida, mesmo que tão produtiva quanto a dele, que já escrevera mais de 30 volumes sobre suas pesquisas. De todo modo, o fim será mesmo comum a todos nós, por que não poderia adiantar o seu? E assim, no dia 10 de abril do

corrente ano, ele conseguiu o que almejava: os médicos prepararam a droga letal, mas é o próprio paciente que deve disparar o gatilho fatal (morte assistida), acionando o dispositivo com o veneno, talvez abrir o cateter contendo o soro mortífero. Escolheu morrer ouvindo o quarto movimento da Sinfonia Coral de Beethoven, onde se canta com coro e solistas, a Ode à Alegria, do poeta alemão Friedrich Schiller. A ironia da escolha repousa no fato de que as últimas estrofes do poema são: Vos prosternais, Multidões? Mundo, pressentes ao Criador? Buscais além da abóbada estrelada! Sobre as estrelas Ele deve morar. Este movimento da Nona Sinfonia se tornou, a partir de 1972, o Hino Europeu! A Titia foi criada na roça, nas lides do campo, trabalhando muito, pois na casa de meu avô só se comprava querosene e sal, o resto era produzido ali mesmo. Aos 23 anos se casou, mas viveu pouco tempo casada e o filho que teria, ela o perdeu. Voltou ao trabalho e, muito religiosa, nunca mais se casou. Tornou-se costureira e fazia camisas e ternos, os indefectíveis ternos de brim cáqui, muito usados na época. E quando veio para Paraopeba, junto com sua irmã, Ana Moreira, ia à missa e comungava todos os dias. E viveu assim alimentando uma fé inabalável na sua religião. Quando ainda na roça, o padre Herculano tinha que, de tempos em tempos, celebrar missa para o pessoal da casa e das redondezas. E como gostávamos da época das missas! Era um verdadeiro banquete, com leitoa assada e toda variedade de comidas bem preparadas e doces de toda espécie. Era uma alegria geral! O pessoal vinha e enchia a casa com suas roupas coloridas e muita alegria e confraternização. O padre ia e ficava de dois a três dias fazendo a confissão do que se chamava a desobriga do pessoal de toda a vizinhança. Era tratado com o respeito devido à sua posição de confes-

JGERocha

sor e representante de Cristo. E a Titia costurava para todos os personagens importantes da cidade. Camisas, calças e ternos. Era exigido, nas festas religiosas, que quem pudesse se apresentasse de roupa nova. A princípio ela batia pedal dia e noite, até que posteriormente passou a usar um motor para funcionar a sua máquina de costura. A Titia tinha uma saúde de ferro! Não tomava nenhum remédio e comia a típica comida da roça, com gordura de porco, carne frita e guardada na banha, linguiça, miúdos e todo tido de iguarias, sem preocupar com a quantidade de colesterol, porque naquele tempo nem se pensava em medir esse tipo de coisa. Era Dr. Teófilo ali na apalpadela, no que ele era muito competente, e na manipulação dos remédios convenientes a cada caso. E assim, ela chegou aos 104 anos, como o velho David Goodall chegou posteriormente e que o levou a não querer viver mais. Mas com o passar do tempo ela perdeu os movimentos nas pernas e vivia mais deitada ou sentada numa cadeira apropriada, sempre bem cuidada pela sobrinha Magda, que a acompanhou por muitos anos, até seus dias finais. Quando se entrava no quarto de costura dela a gente regredia no tempo. Era outra época que se vivenciava. E eu, ouvia atentamente todas as histórias que ela contava, rememorando o tempo que já se fora. Fato curioso, é que ela nasceu no ano de 1900, viveu por inteiro o século 20 e adentrou mais 4 anos no século 21, cheia de energia e total lucidez. E passava as histórias dela para o jornal. Ela dizia para o pessoal: “O Zé escreve tudo quanto é doidera no jornal e fala que fui eu que contei pra ele”. E dava risadas. Mas não era o caso. Eu aproveitava tudo que ela contava e traduzia em histórias para divertir os leitores. O tempo foi passando e ela vendo todos os seus partirem deixando-a só, com suas dores. E sempre se queixava disso. Estava cansada de viver, não achava mais sentido na vida. Mas ela não fez como o velho Goodall, porque nem conhecimento disso ela tinha. Mas tinha ao contrário dele uma grande fé! E a fé,

para certas pessoas, é tudo. Ela move montanhas, torna a pessoa muito confiante e segura. E para realizar o seu desejo ela teria mesmo só a sua fé inabalável. E seria a esta fé que ela haveria de recorrer. E recorreu! Existe um costume na cidade, que é o de levar a Santa Peregrina para uma temporada na casa dos fiéis. Coisa de uma semana. E nesse tempo ela é venerada, cantam ladainhas, reza-se o terço todos os dias, e a casa se sente realmente abençoada. É a visita da Mãe Rainha! E um belo dia ela chegou à casa da Titia, com muita festa e alegria foi entronizada num altar improvisado e a semana foi de muita devoção. Todas as noites tinha reza, cantoria e era servido café com biscoitos para os visitantes, que sempre acorriam das vizinhanças. A Titia era colocada numa cadeira alta e sempre estava presente com sua fé inquebrantável em Nossa Senhora. E para conseguir o mesmo fim alcançado pelo Professor Goodall, em vez do ateísmo, que para mim é também um tipo de crença, ela não fez estardalhaço nenhum e nem quis convencer a ninguém. No último dia da visita, a sala encheu de gente, teve terço, cantoria e muita oração. Veio muita gente amiga e que sempre acompanham a Mãe Rainha. No fim, quando estavam saindo com a santa para conduzi-la para outra casa, a Titia pediu para beijar a imagem. E quando chegaram a imagem junto dela, ela agarrou a santa e disse: “Minha Mãe, me leva, estou cansada de viver! Não quero mais ver pessoas queridas partindo enquanto eu vou ficando. Quero estar junto da Senhora e dos meus que já se foram”. Todo mundo parou! Ficaram surpresos com as declarações dela. Mas, mesmo meio perturbados se foram na continuada jornada de visita a outra casa. Na semana seguinte a Titia adoeceu! Uma pneumonia vinda de lugar nenhum foi o suficiente para realizar o seu desejo. Partiu para se encontrar com os seus que já se foram... E eu continuo pensando: o mundo é mesmo muito misterioso! coro.paraopeba@gmail.com


8

Facebook.com/jornaldeparaopeba

Junho/2018

jornaldeparaopeba@bol.com.br

Ano

s

Jornal de Paraopeba

FOTOS, NOTÍCIAS ENVIE PARA jornaldeparaopeba@bol.com.br

CASAMENTO DE LÍDIA E JÚLIO

N

o dia 28 de abril, numa belíssima e emocionante cerimônia, casaram-se Lídia Marta e Júlio César, ela filha de Cláudio Paiva e Marta Diniz (in memorian), ele filho de José Rodrigues e Vera Dulce. A cerimônia foi marcada pela beleza e simplicidade, porém os detalhes e a beleza foram marcantes e fizeram a diferença. A celebração ficou por conta do querido Pe. Wantuil (Ex. Pároco de Caetanópolis, hoje em Sete Lagoas), as Floristas e o Pagem são todos sobrinhos da noiva e a Dama de Honra que entrou com as alianças foi a filhinha do casal. Os três casais de testemunhas foram os irmãos da noiva e do noivo. Ao final o casal e os pais receberam e abraçaram carinhosamente os convidados em um espaço preparado em frente a igreja. Que Deus esteja presente sempre na caminhada desta nova família.

Fotos: SANDRO FOTOGRAFIAS

20 ANOS SEM MARIA AUXILIADOR MASCARENHAS ROCHA 03.06.1998 - 03.06.2018

Fomos vencidos pela concorrência com Deus que a levou para ser a flor mais bela e perfumada do seu jardim celestial...

...Você foi enfeitar este jardim e retomar o convívio com os nossos pais que se encantaram antes de você nesta grande viagem. Você partiu deixando despedaçados de dor os corações dos seus irmãos, sobrinhos, cunhados, amigas, colegas de trabalho e ex-alunos que até hoje, 20 anos depois, lamentam a sua partida prematura. Deus leva primeiro aqueles que lhe são queridos por isso escolheu você para alegrar suas amigas que a antecederam: Laura, Clélia, Eleusa... O seu sorriso do portaretratos parece comungar conosco da imensa saudade que fustiga a nossa memória. Enquanto lembramos a sua ausência de vinte anos, aprendemos que as lágrimas que brotam dos nossos olhos são sobras de saudade que não cabem em nossa alma. Irmãos e sobrinhos

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

José Antônio “Ratinho”

N

Eventos Esportivos marcaram o Aniversário de Paraopeba

o dia 1º de junho, Paraopeba ke, Paulinho, Joninhas, Berola, peonato Amador de Sete Lagoas, completou 106 anos de EmanSorriso, Mateus, Mateus Figueique terá início logo após a Copa cipação Política/Administrativa redo, Tardeli, Valdecí, Roberto, Rado Mundo. e, a Secretaria de Educação, Culfael, Rian, Bruno, Pedro, Tiago, ReOs atletas que participatura e Esporte, através de seu Denatinho, Marcos, Donato e Talram da partida contra o CAP fopartamento de Esporte e Lazer, lis. ram: Brôa, Renatinho, Mateus, Tiago, Gabriel, Igor, Girlei, Satendo como Diretor, Leonardo MasAs atividades esportivas do carenhas "Léo Sabão"que nos dias dia 1º de junho foram encerradas pinho, Cebolinha, Tiago, Vitinho, Marcinho, Erick, Mailson e Edi01 e 02 de junho, organizou divercom a partida entre as equipes sas atividades esportivas, moviAmadoras de Paraopeba X CAP nho. No dia 02 de junho pela mentando o final de semana duran(Pompeu) e o placar foi 2 x 2; gols te as festividades em comemoração do Paraopeba: Vitinho e Mateus. manhã, o Paraopeba Master (Taao aniversário da cidade. A equipe de Paraopeba é tuzão) jogou contra a equipe PaAconteceu a Rua de esporformada com atletas jovens e tonelão de Caetanópolis e desta vez, tes com Voleibol, Capoeira e Slack dos de Paraopeba. Esta equipe os Paraopebenses se deram bem; Line. Torneio de peteca na quadra está se preparando para o Camvenceram por 3 x 1. Gols do Tada Escola Recanto Feliz. tuzão: Marcelo (2) em cobranças O Torneio de truco foi de penaltis e o outro gol foi de realizado na Praça da Fonte LuBranca de Neve. Os 2 gols do Paminosa sendo os vencedores nelão foram marcado por Claudio Yuri/ Athos que na final derro“Dinho”. taram a dupla Roberto do AçouO Tatuzão jogou e venceu gue/Renato, numa melhor de com: Tote, Piolho, Marcelo, Detrês onde; o placar chegou em nilson e Cleitinho, Edson “Trator”, Gilmarzinho, Gilson e Dijogo a jogo e dez a dez. Foi uma final muito emocionante. nho; João Paulo e Detroide. Participaram ainda: Butinha, AdriaNo futebol, várias partidas foram realizadas no Estádio ninho, Gleysson, Branca de Neve Municipal Murilo Silva, com e Tizumba. os seguintes jogos: Na abertura Na parte da tarde a equipe as 13:00 horas a Escolinha MuIndependente Futebol Clube (equinicipal treinada pelo professor pe do Léo Sabão) que participa Renato "Xara", na categoria da Copa Murilo Silva, enfrentou 2004/2005 enfrentou a equipe a equipe do América Mineiro na de Pompéu e o placar foi 5 x 0 categoria Master e ficou no emYuri/Ahtos (campeões no Truco) para os paraopebenses gols de pate em 2 x 2. João, Artur (2) e Paratinha (2). A equipe teve os seguintes atletas durante a partida: Daví, Marcos Paulo, Tarso, Marlan, Maike, Chalton, João, Pratinha, Artur, Gustavo, Pedro, João Pedro, Gabriel, Leonardo, Lourinho, Victor, Tauan e Tchô. Em seguida a Escolinha Municipal "Sub 17" também enfrentou a equipe de Pompéu na mesma categoria; vitória dos paraopebens por 2 x 0. Gols de Tardeli e Roberto. Equipe: MaiParaopeba E. Clube

Lea - Presidenta da Liga Esportiva Setelagoana juntamente com o vice prefeito Aroldinho, Dinho e Vando Vice presidente da Liga

Escolinha da Prefeitura de Paraopeba Sub 17

Equipe Tatuzao derrotou a equipe Panelao 3 x 2

Escolinha da Prefeitura de Paraopeba 2004 e 2005

Árbitros


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.