Cidade de Sabará — História, Atualidade, Atrações Turísticas

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Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS

Estado de Minas Geras — Município de Sabará

Origem da cidade remonta ao período das bandeiras Logo após a descoberta do Brasil, em 1500, os portugueses começaram a organizar expedições para explorar o interior daquele grande e desconhecido território. Em 1503, Américo Vespúcio, contratado por Lisboa para fazer um mapa do litoral da nova possessão, organizou a primeira incursão de que se tem notícia. Ela partiu de onde hoje está situada a cidade de Arraial do Cabo, junto a Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro. Além de conhecer e tomar posse das terras, todas buscavam possíveis riquezas que os rincões escondiam.

Durante o século XVI, vencendo dificuldades diversas, as mais significativas foram as de Martim Afonso de Souza, iniciada em 1531; Vasco Rodrigues, de 1561; Sebastião Fernandes Tourinho, 1572; Antônio Dias Cardoso, 1574; André de Leão, 1601; e, Marcos de Azeredo, 1646. Ao Sul da colônia, este processo é acelerado após a fundação da cidade de São Paulo, em 1554. A nova cidade passa a ser o ponto de saída de grupos que partem em busca de nativos a serem escravizados e, também, de ouro, prata, pedras preciosas...

Cidade possui um patrimônio histórico que vale a pena ser conhecido

Por carregarem à frente da tropa um mastro que, no ponto mais alto, levava, hasteado, o estandarte do rei de Portugal, acabaram sendo identificados como bandeiras. Uma delas, organizada por Fernão Dias, partiu de São Paulo em 1674. Como outros antes dele, sua finalidade era alcançar a região que os índios denominavam por Itaberabuçu. Como, na língua tupi, ita é pedra, berá é grande, e buçu é brilhante, achavam que a “grande pedra brilhante” seria, na verdade, a mítica Serra das Esmeraldas, tão longamente procurada por eles. Estas incursões duravam anos. Elas seguiam a orientação dos nativos, pois somente eles conheciam aqueles recantos. Porém, mais que orientadores, eles também eram obrigados a transportar cargas e servir de interlocutores entre os exploradores e as tribos encontradas no caminho. Sete anos após sua partida, em 1681, Fernão Dias vem a falecer, provavelmente em consequência das condições inóspitas que enfrentou naquela empreitada. Há informações que seu corpo foi enterrado nas proximidades de onde hoje está a cidade de Caeté.

O nome do Município deriva do termo indígena Itaberabuçu, transformado ao longo do tempo pelas formas como as pessoas o pronunciavam: começaram com Taberabuçu, passaram por Saberabuçu, depois Saberá e, finalmente, Sabará

Manuel de Borba Gato, genro de Fernão Dias, toma a liderança da tropa, tornandose figura das mais importantes, tanto da história de Sabará quanto da descoberta do ouro em Minas Gerais. Há controvérsias quando historiadores dizem não ter sido ele dos primeiros a alcançar a região. Outros tinham estado lá por volta de 1550, ou antes. E os indícios são de que, ao chegar, participou de uma missa numa tosca capela, erguida pelo capitão Matias Cardoso de Albuquerque. Ele chefiava a equipe de vanguarda do grupo de aventureiros. Matias Cardoso de Albuquerque, batedor da expedição, seguia na frente, abrindo caminhos e preparando locais para descanso. Assim, teria atingido um ponto nas margens do Rio das Velhas descrito como encosta fértil, abastecida por fontes de água pura. O lugar tornou-se parada obrigatória na travessia para o sertão. Considerada uma das povoações mais antigas de Minas Gerais, sendo denominado como Arraial de Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, teve importância indiscutível no surgimento da cidade de Sabará. A bandeira de Fernão Dias ainda ficou alguns anos pela região, tentando encontrar o Eldorado. Não achou a “grande pedra brilhante”, nem veios de ouro e pedras preciosas. Ao retornar para São Paulo, deixou para trás herança importantíssima, com definição de rotas, instalação de pontos seguros para parada e a revelação de grande parte do imenso território que é agora o Estado de Minas. Foi este trabalho de muita coragem que, poucos anos depois, levou à descoberta dos mananciais de riquezas existentes pelo interior do Brasil.


Estado de Minas Geras — Município de Sabará

Centro dos mais importantes nos séculos XVII e XVIII Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo A descoberta do ouro no interior do Brasil ocorre entre os anos de 1693 e 1695. Quando isto acontece, a região das Minas Gerais é invadida por hordas de aventureiros de toda espécie, em busca do enriquecimento fácil e rápido. Os imigrantes chegavam e iam se fixando por toda parte, fazendo crescer os povoados já existentes e formando novos. Assim, já em 1702, o Arraial da Barra do Sabará, próximo ao Arraial de Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, havia se tornado um movimentado entreposto de negócios.

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS

A trajetória histórica de Sabará está descrita no seu riquíssimo acervo de construções que marcam as fases econômicas da região

O grande volume de compra e venda de bois, cavalos, escravos, mantimentos, ferramentas e equipamentos de mineração, devido à abundância de ouro no entorno, logo o colocou na posição de o mais populoso do interior do País. Elevado a Freguesia em 1707, tornou-se centro de um espaço em que também se destacavam o Arraial do Pompéu e o Arraial do Raposo. Este último, acabou desmembrado em três freguesias: Santo Antônio do Rio Acima, Rio das Pedras e Congonhas do Sabará, atualmente, Município de Nova Lima. A Freguesia de Sabará foi elevada a Vila Real de Sabará em 1711, com a absorção de arraiais vizinhos. Isto aconteceu por ordens de Antônio de Albuquerque, após o fim da Guerra dos Emboabas, entre os anos de 1708 e 1709. Aliás, suas ruas foram palco de batalhas lembradas até os dias de hoje. Como sede de uma Comarca de importante região aurífera, possuía a sua Casa de Fundição, para onde deveria ser levado todo o metal extraído na região para ser fundido em barras e devidamente taxado em 20% do valor da peça. A Comarca do Rio das Velhas foi ali instalada em 1714, e, com uma imensa área de abrangência, fazia limites com Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Goiás. Esta posição estratégica tornou a Vila de Sabará o mais importante empório comercial de Minas Gerais de todo o século XVIII, condição que manteve em mais da metade do século XIX. Foi também um grande centro de ourivesaria e de produção artesanal de joias. E membros da cidade tiveram seus nomes ligados ao movimento da Inconfidência Mineira. Foi de lá que saiu um o implacável relator da Devassa sobre o movimento de luta pela independência do Brasil: o desembargador César Manitti, ouvidor da Comarca e escrivão do Tribunal que levou à forca José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, e impôs duras penas àqueles que o seguiam. E lá morreu um dos delatores dos inconfidentes, o coronel do Regimento de Auxiliares de Paracatu, Basílio do Brito Malheiro. Depois de viver anos e anos temendo ser emboscado pelo seu ato, faleceu amaldiçoando o Brasil e os brasileiros. No princípio do século XIX, Sabará era dividida em Cidade Velha, região onde hoje ficam as igrejas de Nossa Senhora do Ó e Nossa Senhora da Conceição, e Cidade Nova, abrangendo o Centro Histórico e a parte baixa, em direção ao rio. Depois da implantação de Belo Horizonte, Sabará passou a ser a cidade histórica mineira mais próxima da capital. E, provavelmente devido ter sido criada e desenvolvida por imigrantes, a característica mais marcante do lugar até hoje é a receptividade de sua gente com os que chegam de fora.


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História da região se confunde com vida de Borba Gato Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Pode-se dizer que a história da cidade de Sabará se confunde com a de um homem: Manoel de Borba Gato, genro de Fernão Dias, o mais importante bandeirante paulista. Após a morte do sogro, em 1681, Borba Gato continua seu trabalho. E acabou sendo o primeiro a encontrar ouro nas margens do Rio das Velhas. Não era Itaberabuçu, a “grande pedra brilhante”, o Eldorado tão sonhado. Mas o ponto inicial de um movimento que iria inundar aquelas terras de gente em busca de riqueza, enriquecimento o mais rápido possível.

Estátura em bronze, de Manuel da Borba Gato, feita pelo escultor Nicola Rollo, localizada atualmente no Museu Paulista, no bairro do Ipiranga, na capital do Estado de São Paulo

Junto a milhares de outros garimpeiros, Borba Gato manteve uma lavra no Arraial de Sant’Ana, ou Arraial Velho. Região distante dos centros de poder da Coroa, situados no litoral, o isolamento favorecia ao desrespeito às leis. E levava a muitos conflitos de posse. Borba Gato seria protagonista de um deles, ainda no ano de 1681. Foi acusado pelo assassinato do fidalgo espanhol Rodrigo de Castel Blanco. Desapareceu durante 17 anos, vivendo com índios no Vale do Rio das Velhas e suas cercanias, local onde encontrou mais ouro. Sua fuga durou até 1698, quando se reuniu com o governador Arthur de Sá e Menezes. Ganhou o título de Tenente-General do Mato e, a partir daí, sua influência e importância cresce mais ainda. Em 1702, num segundo encontro com a mesma autoridade, tornou-se Superintendente das Minas do Rio das Velhas. Isto foi no Arraial Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, vizinho ao Arraial da Barra do Sabará, então o mais populoso das Minas Gerais. O perdão definitivo veio em troca de um grande pagamento em ouro. Nas novas funções, Borba Gato repartia lavras nos veios d’água, fiscalizava o trânsito das tropas e, encontrando irregularidades, confiscava cavalos, bois, negros e mercadorias. Morreu em 1717, deixando o antigo Arraial da Barra do Sabará elevado à condição de Villa Real, próspero e com grande movimento. A Capela de Santo Antônio de Mouraria, demolida em 1920, talvez tenha sido construída a seu mando. Dizem que foi enterrado lá, mas o mais provável é ter sido sepultado na Fazenda dos Cristais, no Arraial Velho de Sant’Ana. O Arraial de Sant’Ana era cruzado pela estrada unindo a fervilhante Vila Real de Sabará ao Arraial de Raposos, às Minas Gerais do Ouro Preto e a Ribeirão do Carmo. Por isto, e outras características mais, o bucólico Arraial Velho, hoje integrado ao Município de Sabará, tem alto valor histórico. Além de polo da febre áurea, também foi palco do conflito que ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. Ela ocorreu porque os paulistas, descobridores das riquezas, não aceitavam perder o domínio dos veios para os estrangeiros. Emboada é ave com as patas cobertas de penas. O termo foi usado pelos índios para classificar europeus, com as pernas protegidas por longas botas ou perneiras. De forma pejorativa, identificava intrusos que chegavam à região de exploração do ouro e pedras preciosas. O conflito se estendeu pelo Vale do rio das Velhas e Vale do Rio das Mortes. Os paulistas, derrotados, perderam influência. Assim, o nome de Borba Gato não está na lista de presentes ao ato de criação da Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, em 1711.


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Patrimônio histórico rivaliza com os de outras localidades do período da extração do ouro Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Acervo da Rua Dom Pedro II A antiga Rua Direita ainda está repleta de casarões, sobrados e outros prédios cujas construções remontam ao século XVIII. Percorrê-la é um exercício de voltar no tempo, apesar de, agora, ser calçada com paralelepípedos, e não com as pedras irregulares. Ao longo de sua extensão, podem ser visitados Solar do Padre Corrêa, Casa Azul e Teatro Municipal, dentre outras construções.

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS Solar do Padre Corrêa Erguido a partir de 1773, na terceira fase do Barroco Mineiro. Tem todas as suas escadarias em jacarandá e capela particular, dedicada a São José. Foi construído pelo padre José Corrêa da Silva, numa concepção arquitetônica totalmente urbana. Ela hospedou dom Pedro I e dom Pedro II, quando estes passaram pela cidade. Hoje em dia, abriga a sede da Prefeitura do Município.

Nas páginas a seguir, mais belezas que merecem ser visitas em conhecidas nesta cidade mineira


Estado de Minas Geras — Município de Sabará

Patrimônio histórico rivaliza com os de outras localidades do período da extração do ouro Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo Teatro Municipal Segundo teatro mais antigo do Brasil, em pleno funcionamento. Com acústica excelente, sua arquitetura tem influência inglesa, do reinado de Elizabeth I. Por isso, também é conhecido como Teatro Elizabetano. Foi visitado por imperadores Dom Pedro I, em 1831, e Dom Pedro II, cinquenta anos depois, em 1881. Informações sobre o início da construção remetem ao ano de 1819.

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS Casa Azul Também construção do século XVIII, está localizada na frente do Solar do Padre Corrêa. Foi erguida pelo irmão deste, também padre, Antônio Corrêa da Silva. Em pavimento único, porta estilo rococó, seus diversos compartimentos têm pinturas decorativas. Como a sua vizinha de frente, tem também uma capela particular. Atualmente, é sede de uma repartição do Governo Federal.

Casa Borba Gato

Passo do Carmo

Recebeu esta denominação em homenagem ao bandeirante Borba Gato, mas ele nunca habitou a residência. Trata-se de edificação transmontana, ou seja, que traz reminiscências da região de Traz os Montes, de Portugal. Ela agrega características urbanas e rurais no mesmo prédio. Atualmente, funciona como uma anexo ao Museu do Ouro, abrigando biblioteca e arquivo de documentos.

Os passos são pequenas capelas com representações da Paixão de Cristo. Elas são utilizadas como estações, paradas, da Via Crucis, a procissão da Semana Santa. Este, situado na Rua do Carmo, ao lado da igreja, é também conhecido como Passo do Calvário. Documentos sobre sua construção levam a crer que tenha sido erguido pela Irmandade do Carmo, e dedicado a Santa Luzia.

Antiga Cadeia Construção do final do século XIX, foi a terceira cadeia erguida na cidade, abrigando também a Câmara de Vereadores em seu piso superior. Com uma arquitetura em estilo neoclássico, foi sede da Secretaria de Cultura e, agora, abriga o acervo da Biblioteca Pública Professor Joaquim Sepúlveda. No seu pavimento térreo, mantém as portas e grades originais das suas muitas celas.

Museu do Ouro Edificação erguida a partir de 1720, para sediar a fundição e a intendência de Sabará, características que a tornaram a principal edificação da vila naquele período. Com o fim do Ciclo do Ouro, abrigou um colégio. Comprada pela Siderúrgica Belgo-Mineira, foi doada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, que a transformou em museu, no ano de1945.


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Patrimônio histórico rivaliza com os de outras localidades do período da extração do ouro Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Chafariz do Rosário Construção de 1746 ou 1752, em estrutura de alvenaria de pedra e cal, com a parede ladeada por pilastras. Apresenta trabalhos de cantaria em pedra-sabão, como uma coroa, escudo e carrancas, por onde jorra água. Considerado o mais belo de Sabará, teve as armas de Portugal arrancadas após a Proclamação da Independência do Brasil. Fica próximo à Igreja do Rosário.

Ponte sobre o Ribeirão do Gaia Belíssima construção metálica do final do século XIX e início do XX, sobre um afluente do Rio Sabará. Fazia da linha ferroviária que permitia a passagem de trens pela área interna da cidade. Ele funcionou até 1996, quando seu uso, que causava muitos transtornos ao dia a dia das pessoas, foi interrompido, graças à construção de um ramal que contorna o espaço urbano do Município.

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS

Capela de Nossa Senhora do Pilar

Igreja da Nossa Senhora de Assunção, no Distrito de Ravena

Localizada próxima ao Museu do Ouro, até hoje não foram encontrados documentos que mostrem detalhes sobre a construção. Com características arquitetônicas de meados do século XVIII, semelhantes à da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Jú usada para casamentos em 1759, tem fachada simples, com das primeiras igrejas de Minas Gerais. Seu interior é no estilo rococó.

Prédio da primeira metade do século XVIII. Quase cem anos após, nos idos de 1853, o frei Luís de Ravena, que dá nome ao distrito, promoveu uma grande reforma, ampliando a capela. Foi elevada a Matriz em 1855, tendo como padroeira Nossa Senhora da Assunção. Decoração interna inconclusa, mas exibe preciosidades. A pintura do teto representa a assunção da Virgem.

Chafariz do Corte Real Erguido em alvenaria de pedra, em 1809, tem linhas extremamente simples, passando despercebido dentro da riqueza do patrimônio histórico de Sabará. Mesmo construído ainda durante o Ciclo do Ouro, ficou sem os adornos que mostravam a exuberância daquele período em Minas. Apesar da pobreza em termos visuais, cumpria a função de suprir o povo com água pura e cristalina.

Chafariz do Kaquende Erguido em 1757, em pedra revestida de massa e pintura. Teve as armas portuguesas retiradas após a Independência do Brasil. Suas águas se mantêm agradáveis durante todo o ano, não importando o clima. Dizem os sabarenses que, quem bebe sua água, sempre volta à cidade. Lenda local conta sobre um diabo que sai do chafariz e seduz donzelas que vai encontrando pela cidade.


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Patrimônio histórico rivaliza com os de outras localidades do período da extração do ouro Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Igreja da Nossa Senhora do Ó Cartão-postal da cidade, erguida a partir de 1717, em homenagem a Nossa Senhora da Expectação do Parto. Como, na festa dedicada à santa, na semana antes do Natal, as ladainhas de sete versículos, repetidas a cada dia, eram precedidas por um “Oh!”, acabou conhecida como “Nossa Senhora do Ó”. Belo exemplar da primeira fase do barroco mineiro, tem detalhes orientais.

Chafariz da Confraria Guarda características da arquitetura do início do século XVIII. Recebeu esta denominação devido à sua ligação com a Confraria ou Irmandade do Amparo, que funcionava na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Construído em alvenaria de pedra, traz em seu alto um ornamento em escudo. Como nos demais, as armas lembrando o poder português foram retiradas em 1822.

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS

Capela do Senhor Bom Jesus, no Morro da Cruz

Capela de Nossa Senhora do Rosário, no Distrito de Ravena

Lá, são realizadas a Festa do Padroeiro e a Festa de Santa Cruz. É o ponto de chegada da procissão da Via Crucis, na Semana Santa. Citada pelo explorador inglês Richard Burton, em 1867: “No cimo do morro, eleva-se um objeto bem comum em Minas, um cruzeiro alto e negro, em frente à pequena capela branca. Alvo de peregrinações, está a 2.800 pés acima do nível do mar.”

A fachada com torre central recorda a Igreja de Nossa Senhora do Ó. Não há documentos comprovando data da construção. Supõe-se que seja após 1839. A tradição oral do Distrito de Ravena, onde está localizada, diz que a capela atual substituiu outra, antiga, dedicada a São Francisco. Assim, é possível que o ano “1813”, no alto da entrada, seja, então, alusivo à primitiva construção.

Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Edificação de taipa, erguida a partir de 1713, para a Irmandade dos Homens Pretos de Nossa Senhora do Rosário. Abriga o Museu de Arte Sacra, com imagens e crucifixos dos séculos XVIII e XIX. Está escondida por paredes de pedra, sem reboco, de um templo maior que substituiria a humilde capela, obra iniciada em 1768 e abandonada em 1888, com a abolição da escravatura.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição Paróquia instituída em 1701, obras iniciadas em 1707 e concluída em 1710, substituindo antiga capelinha que havia no local. Construção em pedras e cal, característica das grandes matrizes mineiras da época. Fachada simples, em três corpos. Seu interior é bastante suntuoso, da primeira e segunda fases do barroco. As esculturas dos altares são todas recobertas com lâminas de ouro.


Estado de Minas Geras — Município de Sabará

Atrações que podem ser visitadas o ano todo Texto e edição de João Zuccaratto Jornalista especializado em turismo baseado no Município de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Igreja de Nossa Senhora das Mercês Fachada com arquitetura típica das primeiras construções religiosas de Minas, erguidas na primeira metade do século XVIII. Sua simplicidade mostra que a Irmandade que a edificou não dispunha de muitos recursos. Sofreu reformas em 1825. Com uma história de dificuldades, reina vitoriosa sobre o Morro da Intendência, localização privilegiada na topografia da cidade de Sabará.

Igreja de Nossa Senhora do Carmo Construção iniciada em 1763, por Tiago Moreira, a mando da Ordem Terceira do Carmo, ou Ordem dos Homens Brancos. Ornamentos em pedra-sabão na fachada são atribuídos a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que viveu em Sabará entre 1771 e 1774. Pinturas internas são de Joaquim Gonçalves da Rocha, marcadas pelas características da terceira fase do barroco mineiro.

Fotos de J. Ribamar Nascimento/Setur-PMS

Igreja de Santo Antônio do Pompéu Pequena capela, dedicada a Santo Antônio, remetendo ao bandeirante paulista José de Pompéu. Não há data precisa do início da construção. Pompéu teria sido morto em 1708, na Guerra dos Emboabas. Existe um registro de batizado no local, datado do ano de 1731. Cercada por muro de pedra, sua fachada é do primeiro período do barroco mineiro. Altar de grande riqueza decorativa.

Igreja de Sant’Anna do Arraial Velho O sino traz a inscrição do ano de 1759, provavelmente data de sua conclusão. Na parte interna, o retábulo atrás do altar, com coroamento em dossel, mostra figuras de anjos e traz configuração diferente da Santíssima Trindade: figuras do Pai, do Filho e do Espírito Santo sem contato entre elas. Seu interior é desprovido de luxo, o que era bastante comum naqueles tempos, em Minas.

Igreja de São Francisco de Assis Construção à base de pedras, onde antes havia uma tosca capela dedicada a Nossa Senhora Rainha dos Anjos, da qual São Francisco era devoto. Obra iniciada em 1781, tomando força entre 1798 e 1805, quando foi concluída. É a de maior altura interna na nave, e a única na cidade com sala-consistório, sacristia na parte posterior, tribuna na capela-mor. e púlpitos no arco-cruzeiro.


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