Revista Anima — Edição 1 — Março 2017

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Capa: Nabillah Sedar ( Mega Model ) Foto Chrystian Henrique / Retouch Caroll Ferreira


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Nabillah Sedar ( Mega Model ) Foto RONALD LUV.

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Nabillah Sedar ( Mega Model ) Foto RONALD LUV.

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SUMÁRIO

Carta da Editora...

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Quem faz anima acontecer... Rio doce ???...

20/27

14

34/41 Ivana Izoton Sob influencia da arte - joias... 44/49 Mãos tagarelas de Helio Coelho... 54/63 Uma Crônica da ausência - Bernadette Lyra... 68/69 Ronaldo Barbosa - A expressão do artista... 70/75 Objeto, memória, alma - Luisa Mendes... 76/80 A alma e a arte de Ivan Aguilar...

Moda

82/89 Neo Dandy... 94/113 Born to be free... 116/129 Circus... 130/139 SPFW43 ...142/151 Turquia - Fabrício Saiter... 152/159 Al Mare...

Gastronomia

162/163 Tartuferia San Paolo... 164/165 Santropa - O primeiro rosé spirit do mundo... 166/167 Anma indica...168

Sid Dionello - da moda a gastronomia...

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SUMÁRIO

Carta da Editora...

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Quem faz anima acontecer... Rio doce ???...

20/27

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34/41 Ivana Izoton Sob influencia da arte - joias... 44/49 Mãos tagarelas de Helio Coelho... 54/63 Uma Crônica da ausência - Bernadette Lyra... 68/69 Ronaldo Barbosa - A expressão do artista... 70/75 Objeto, memória, alma - Luisa Mendes... 76/80 A alma e a arte de Ivan Aguilar...

Moda

82/89 Neo Dandy... 94/113 Born to be free... 116/129 Circus... 130/139 SPFW43 ...142/151 Turquia - Fabrício Saiter... 152/159 Al Mare...

Gastronomia

162/163 Tartuferia San Paolo... 164/165 Santropa - O primeiro rosé spirit do mundo... 166/167 Anma indica...168

Sid Dionello - da moda a gastronomia...

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ANIMAmag: nutrição da alma pela leitura Em Latim, “anima” significa “sopro”, “ar” e, principalmente “alma”. E esta revista em suas mãos veio mesmo para alimentar a alma, animando aqueles que aspiram um ar rico em criatividade, elegância, inovação, ousadia. São páginas de arte, design, fotografia, gastronomia, lifestyle e moda. Mais que um deleite para os olhos, os editoriais instigam a percepção, apresentam conceitos inovadores, arrebatam emoções. ANIMAmag propõe uma visão diferenciada sobre as várias manifestações artísticas. E busca proporcionar uma experiência cultural mais ampla; por isso, única. Também é única a beleza da mulher real, sem artifícios do editorial “Al Mare”. Negros usando alta alfaiataria no Neo Dandy? Impensávelmente elegantes, tanto quanto raros. Inesperada, também é a doçura dos olhares vistos no editorial “Born to be free”. E por fim, em “Circus”, expõe a estranheza causada pela inusitada e elegante atmosfera dos freak shows vitorianos. Ainda, nesta edição de lançamento, destaque para três entrevistados fazendo diferença no nosso meio cultural. O artista plástico Ronaldo Barbosa, também conhecido pelo talento como designer, curador e diretor de museu, revela seu encanto pela marcenaria. Ele já desmontou e numerou casas inteiras, codificando colunas e tábuas para depois recriá-la em outro local. Na reportagem, você vai conhecer também seu projeto de resgate da identidade cultural dos nossos descendentes de italianos e pomeranos. A vida é a grande inspiração de Helio Coelho na elaboração de suas obras. O artista fala do seu processo criativo, também, do prazer e do envolvimento pessoal com o seu trabalho. Sua necessidade eterna de pintar todos os dias! O internacional Ivan Aguilar já apresentou ao mundo a qualidade de sua costura em desfiles e editoriais de revistas especializadas. Para ANIMAmag, o estilista, cuja base de trabalho é a alfaiataria, adianta uma novidade: a abertura, em breve, de uma nova loja. O espaço será voltado para moda e arte. Depois de um ano sabático, ele arremata: “A essência da vida de todo artista está na alma.” Com periodicidade trimestral, ANIMAmag tem ainda comportamento, gastronomia, design, entretenimento e irreverência. É publicação para nutrir alma de quem a lê. Boa leitura!

OUTRO OLHAR

Bebel Gama

Diretora e Publisher

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ANIMAmag: nutrição da alma pela leitura Em Latim, “anima” significa “sopro”, “ar” e, principalmente “alma”. E esta revista em suas mãos veio mesmo para alimentar a alma, animando aqueles que aspiram um ar rico em criatividade, elegância, inovação, ousadia. São páginas de arte, design, fotografia, gastronomia, lifestyle e moda. Mais que um deleite para os olhos, os editoriais instigam a percepção, apresentam conceitos inovadores, arrebatam emoções. ANIMAmag propõe uma visão diferenciada sobre as várias manifestações artísticas. E busca proporcionar uma experiência cultural mais ampla; por isso, única. Também é única a beleza da mulher real, sem artifícios do editorial “Al Mare”. Negros usando alta alfaiataria no Neo Dandy? Impensávelmente elegantes, tanto quanto raros. Inesperada, também é a doçura dos olhares vistos no editorial “Born to be free”. E por fim, em “Circus”, expõe a estranheza causada pela inusitada e elegante atmosfera dos freak shows vitorianos. Ainda, nesta edição de lançamento, destaque para três entrevistados fazendo diferença no nosso meio cultural. O artista plástico Ronaldo Barbosa, também conhecido pelo talento como designer, curador e diretor de museu, revela seu encanto pela marcenaria. Ele já desmontou e numerou casas inteiras, codificando colunas e tábuas para depois recriá-la em outro local. Na reportagem, você vai conhecer também seu projeto de resgate da identidade cultural dos nossos descendentes de italianos e pomeranos. A vida é a grande inspiração de Helio Coelho na elaboração de suas obras. O artista fala do seu processo criativo, também, do prazer e do envolvimento pessoal com o seu trabalho. Sua necessidade eterna de pintar todos os dias! O internacional Ivan Aguilar já apresentou ao mundo a qualidade de sua costura em desfiles e editoriais de revistas especializadas. Para ANIMAmag, o estilista, cuja base de trabalho é a alfaiataria, adianta uma novidade: a abertura, em breve, de uma nova loja. O espaço será voltado para moda e arte. Depois de um ano sabático, ele arremata: “A essência da vida de todo artista está na alma.” Com periodicidade trimestral, ANIMAmag tem ainda comportamento, gastronomia, design, entretenimento e irreverência. É publicação para nutrir alma de quem a lê. Boa leitura!

OUTRO OLHAR

Bebel Gama

Diretora e Publisher

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Capa 1 Modelo: Gabriel o Pensador Foto: Gabriel o Pensador

Capa 2 Modelo: Capa: Nabillah Sedar ( Mega Model ) Foto Chrystian Henrique / Retouch Caroll Ferreira

Bebel Gama - Diretora e Publisher Moisés Nascimento -Diretor Comercial Guilherme Faria - Produtor Executivo Danilo Silva - Comercial Carla Miranda - Editora chefe Rafael Gama -Diretor de Marketing Evandro Moura - Diretor de arte Martha Gonzalez - Repórter Yasmin Gomes - Repórter Fotógrafos Felipe Quintini Fabrício Saiter Guilherme Gobbi Gracielle Gava Designer Marcos Mendonça Assistentes de produção Ben Hur Oliveira / Laura Mansur / Mariana de Carvalho Ana Karla Dias Carolina Lima / Produtora de Moda Flávia Bayer / Thaís Melo Lethícia Helena / Sara Kill Make up Joyce Maia Amanda Miranda Max Miranda Stylist Jessica Neves Para anunciar • animamag@animamag.com

+55 27 - 99614-8938

Tiragem e circulação • 1000 exemplares / edição trimestral anima Magazine Rua Joaquim Lirio Nº 365, Praia do Canto, Vitória, ES CEP 29055-460 IMPRESSA POR:

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Capa 2 Modelo: Capa: Nabillah Sedar ( Mega Model ) Foto Chrystian Henrique / Retouch Caroll Ferreira

Bebel Gama - Diretora e Publisher Moisés Nascimento -Diretor Comercial Guilherme Faria - Produtor Executivo Danilo Silva - Comercial Carla Miranda - Editora chefe Rafael Gama -Diretor de Marketing Evandro Moura - Diretor de arte Martha Gonzalez - Repórter Yasmin Gomes - Repórter Fotógrafos Felipe Quintini Fabrício Saiter Guilherme Gobbi Gracielle Gava Designer Marcos Mendonça Assistentes de produção Ben Hur Oliveira / Laura Mansur / Mariana de Carvalho Ana Karla Dias Carolina Lima / Produtora de Moda Flávia Bayer / Thaís Melo Lethícia Helena / Sara Kill Make up Joyce Maia Amanda Miranda Max Miranda Stylist Jessica Neves Para anunciar • animamag@animamag.com

+55 27 - 99614-8938

Tiragem e circulação • 1000 exemplares / edição trimestral anima Magazine Rua Joaquim Lirio Nº 365, Praia do Canto, Vitória, ES CEP 29055-460 IMPRESSA POR:

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Quem faz a anima acontecer Diretora e Publisher BEBEL GAMA

Diretor Executivo MOISÉS NASCIMENTO

Produtor Executivo GUILHERME FARIA

Gerente Comercial DANILO SILVA

Diretor de Marketing RAFAEL GAMA

Stylist JÉSSICA NEVES

Diretor de Arte EVANDRO MOURA

Repórter YASMIN GOMES

Fotógrafo FABRÍCIO SAITER

Fotógrafo GUILHERME GOBBI

Fotógrafo FELIPE QUINTINI

Fotógrafa GRACIELLE GAVA

Fotógrafo HELIO FILHO

Revisora LAURA MANSUR

Produtora de moda FLÁVIA O.

Produtora de moda THAÍS MELO

Produtora de moda SARA KILL

Produtora de moda LETÍCIA HELENA

Assistente de produção CAROLINA LIMA

Assistente de produção ANA CARLA DIAS

Assistente de produção MARCOS MENDONÇA

Assistente de produção BEN HUR OLIVEIRA

Assistente de produção MARIANA DE CARVALHO

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Editora Chefe CARLA MIRANDA

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Quem faz a anima acontecer Diretora e Publisher BEBEL GAMA

Diretor Executivo MOISÉS NASCIMENTO

Produtor Executivo GUILHERME FARIA

Gerente Comercial DANILO SILVA

Diretor de Marketing RAFAEL GAMA

Stylist JÉSSICA NEVES

Diretor de Arte EVANDRO MOURA

Repórter YASMIN GOMES

Fotógrafo FABRÍCIO SAITER

Fotógrafo GUILHERME GOBBI

Fotógrafo FELIPE QUINTINI

Fotógrafa GRACIELLE GAVA

Fotógrafo HELIO FILHO

Revisora LAURA MANSUR

Produtora de moda FLÁVIA O.

Produtora de moda THAÍS MELO

Produtora de moda SARA KILL

Produtora de moda LETÍCIA HELENA

Assistente de produção CAROLINA LIMA

Assistente de produção ANA CARLA DIAS

Assistente de produção MARCOS MENDONÇA

Assistente de produção BEN HUR OLIVEIRA

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Editora Chefe CARLA MIRANDA

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é o surubim do doce, símbolo da vida no rio O Ministério Público Federal (MPF) acusou quatro empresas e 21 de seus executivos pelo desastre, dentre elas, a Samarco, aVale do Rio Doce e a multinacional BHP (controladoras da Samarco). A promotoria de justiça alega que as empresas sabiam do problema e, ainda assim não tomaram as devidas providências, para evitar o rompimento da barragem. Esta omissão resultou em 20 mortes, causadas pela onda de lama que varreu a região. Segundo o procurador de justiça Jorge Munhoz, nem sequer as questões emergenciais foram resolvidas. As empresas não apresentaram nenhum plano de contenção dos rejeitos e recuperação satisfatória do meio ambiente. Os processos seguem na justiça, sem prazo, sem solução, sem medidas eficazes, sem recuperação do meio ambiente, sem pagamento justo pelos danos causados a população, sem indenização pelos danos morais sofridos, sem expectativas... sem esperança... Então??? Vai ficar assim?!?!? Já não basta ?

Regencia-ES - Foto: Moacyr Zanotti

Há pouco mais de um ano, o Brasil vivenciou a maior catástrofe ambiental do país. Cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, deixaram um rastro de destruição, após o rompimento da barragem de Fundão, da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais. A enxurrada de lama, devastou o distrito de Bento Rodrigues e poluiu 853 quilômetros de extensão do Rio Doce, até sua chegada a foz em Regência no Espírito Santo, causando danos incalculáveis ao ecossistema, populações ribeirinhas, pescadores, agricultores e a todos que dependem direta ou indiretamente da bacia hidrográfica. Ambientalistas afirmam que alguns danos causados a biodiversidade e aos recursos hídricos dos estados atingidos são irreparáveis. Uma grande concentração de lama e resíduos de minério de ferro ainda estão assentados no leito e no fundo do rio, causando a mortandade de peixes e da chamada microbiota, conjunto de microorganismos responsáveis pela regeneração e reciclagem dos nutrientes. Espécies nativas, ameaçadas de extinção podem deixar de existir nesse ecossistema, um exemplo

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é o surubim do doce, símbolo da vida no rio O Ministério Público Federal (MPF) acusou quatro empresas e 21 de seus executivos pelo desastre, dentre elas, a Samarco, aVale do Rio Doce e a multinacional BHP (controladoras da Samarco). A promotoria de justiça alega que as empresas sabiam do problema e, ainda assim não tomaram as devidas providências, para evitar o rompimento da barragem. Esta omissão resultou em 20 mortes, causadas pela onda de lama que varreu a região. Segundo o procurador de justiça Jorge Munhoz, nem sequer as questões emergenciais foram resolvidas. As empresas não apresentaram nenhum plano de contenção dos rejeitos e recuperação satisfatória do meio ambiente. Os processos seguem na justiça, sem prazo, sem solução, sem medidas eficazes, sem recuperação do meio ambiente, sem pagamento justo pelos danos causados a população, sem indenização pelos danos morais sofridos, sem expectativas... sem esperança... Então??? Vai ficar assim?!?!? Já não basta ?

Regencia-ES - Foto: Moacyr Zanotti

Há pouco mais de um ano, o Brasil vivenciou a maior catástrofe ambiental do país. Cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, deixaram um rastro de destruição, após o rompimento da barragem de Fundão, da empresa Samarco, em Mariana, Minas Gerais. A enxurrada de lama, devastou o distrito de Bento Rodrigues e poluiu 853 quilômetros de extensão do Rio Doce, até sua chegada a foz em Regência no Espírito Santo, causando danos incalculáveis ao ecossistema, populações ribeirinhas, pescadores, agricultores e a todos que dependem direta ou indiretamente da bacia hidrográfica. Ambientalistas afirmam que alguns danos causados a biodiversidade e aos recursos hídricos dos estados atingidos são irreparáveis. Uma grande concentração de lama e resíduos de minério de ferro ainda estão assentados no leito e no fundo do rio, causando a mortandade de peixes e da chamada microbiota, conjunto de microorganismos responsáveis pela regeneração e reciclagem dos nutrientes. Espécies nativas, ameaçadas de extinção podem deixar de existir nesse ecossistema, um exemplo

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E pra quem olha de longe passando sempre por cima Parece que essas pessoas não têm valor São tão pequenas e fracas, deitando em camas e macas Sobrevivendo, sentindo tristeza e dor

Mariana, Marina, Maria, Márcia, Mercedes, Marília Quantas famílias com sede, quantas panelas vazias? Quantos pescadores sem redes e sem canoas? Quantas pessoas sofrendo, quantas pessoas?

Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem E enche a cacimba de mágoa Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem Transforma lágrima em água

Quantas pessoas sem rumo como canoas sem remos Como pescadores sem linha e sem anzóis? Quantas pessoas sem sorte, quantas pessoas com fome? Quantas pessoas sem nome, quantas pessoas sem voz?

O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana

Adriano, Diego, Pedro, Marcelo, José Aquele corpo é de quem, aquele corpo quem é? É do Tião, é do Léo, é do João, é de quem? É mais um joão-ninguém, é mais um morto qualquer

O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana

Morreu debaixo da lama, morreu debaixo do trem? Ele era filho de alguém, e tinha filho e mulher? Isso ninguém quer saber, com isso ninguém se importa Parece que essas pessoas já nascem mortas

Quem olha acima, do alto, ou na TV em segundos Às vezes vê todo mundo, mas não enxerga ninguém E não enxerga a nobreza de quem tem pouco, mas ama De quem defende o que ama e valoriza o que tem

Regencia-ES - Foto: Moacyr Zanotti

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Antônio, Kátia, Rodrigo, Maurício, Flávia e Taís Trabalham feito formigas, têm uma vida feliz Sabem o valor da amizade e da pureza Da natureza e da água, fonte da vida Conhecem os bichos e plantas e como o galo que canta Levantam todos os dias com energia e com a cabeça erguida Mas vêm a lama e o descaso, sem cerimônia Envenenando o futuro e o presente Como se faz desde sempre na Amazônia Nas nossas praias e rios impunemente Mas o veneno e o atraso, disfarçado de progresso Que apodrece a nossa fonte e a nossa foz Não nos faz tirar os olhos do horizonte Nem polui a esperança que nasce dentro de nós É quando a lágrima no rosto a gente enxuga e segue em frente Persistente como as tartarugas e as baleias E nessa lama nasce a flor que a gente rega Com o amor que corre dentro do sangue, nas nossas veias Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem E enche a cacimba de mágoa Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem

Transforma lágrima em água O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana O sertão vai virar mar (o sertão virando mar) É o mar virando lama (o mar virando lama) Gosto amargo do Rio Doce (da lama nasce a flor) De Regência a Mariana (muita força, muita sorte) O sertão vai virar mar (mais justiça, mais amor) É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana O sertão vai virar mar É o mar virando lama.

Música: ‘Cacimba de Mágoa’, escrita por Tato do Falamansa e Gabriel O Pensador.

O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana

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E pra quem olha de longe passando sempre por cima Parece que essas pessoas não têm valor São tão pequenas e fracas, deitando em camas e macas Sobrevivendo, sentindo tristeza e dor

Mariana, Marina, Maria, Márcia, Mercedes, Marília Quantas famílias com sede, quantas panelas vazias? Quantos pescadores sem redes e sem canoas? Quantas pessoas sofrendo, quantas pessoas?

Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem E enche a cacimba de mágoa Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem Transforma lágrima em água

Quantas pessoas sem rumo como canoas sem remos Como pescadores sem linha e sem anzóis? Quantas pessoas sem sorte, quantas pessoas com fome? Quantas pessoas sem nome, quantas pessoas sem voz?

O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana

Adriano, Diego, Pedro, Marcelo, José Aquele corpo é de quem, aquele corpo quem é? É do Tião, é do Léo, é do João, é de quem? É mais um joão-ninguém, é mais um morto qualquer

O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana

Morreu debaixo da lama, morreu debaixo do trem? Ele era filho de alguém, e tinha filho e mulher? Isso ninguém quer saber, com isso ninguém se importa Parece que essas pessoas já nascem mortas

Quem olha acima, do alto, ou na TV em segundos Às vezes vê todo mundo, mas não enxerga ninguém E não enxerga a nobreza de quem tem pouco, mas ama De quem defende o que ama e valoriza o que tem

Regencia-ES - Foto: Moacyr Zanotti

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Antônio, Kátia, Rodrigo, Maurício, Flávia e Taís Trabalham feito formigas, têm uma vida feliz Sabem o valor da amizade e da pureza Da natureza e da água, fonte da vida Conhecem os bichos e plantas e como o galo que canta Levantam todos os dias com energia e com a cabeça erguida Mas vêm a lama e o descaso, sem cerimônia Envenenando o futuro e o presente Como se faz desde sempre na Amazônia Nas nossas praias e rios impunemente Mas o veneno e o atraso, disfarçado de progresso Que apodrece a nossa fonte e a nossa foz Não nos faz tirar os olhos do horizonte Nem polui a esperança que nasce dentro de nós É quando a lágrima no rosto a gente enxuga e segue em frente Persistente como as tartarugas e as baleias E nessa lama nasce a flor que a gente rega Com o amor que corre dentro do sangue, nas nossas veias Quem nunca viu a sorte pensa que ela não vem E enche a cacimba de mágoa Hoje me abraça forte, corta esse mal, planta o bem

Transforma lágrima em água O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana O sertão vai virar mar É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana O sertão vai virar mar (o sertão virando mar) É o mar virando lama (o mar virando lama) Gosto amargo do Rio Doce (da lama nasce a flor) De Regência a Mariana (muita força, muita sorte) O sertão vai virar mar (mais justiça, mais amor) É o mar virando lama Gosto amargo do Rio Doce De Regência a Mariana O sertão vai virar mar É o mar virando lama.

Música: ‘Cacimba de Mágoa’, escrita por Tato do Falamansa e Gabriel O Pensador.

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Regencia-ES - Fotos: Moacyr Zanotti

“... alguns meses depois da chegada da lama com os rejeitos, tive a curiosidade de voltar a Regência, chegando lá, vi que surfar seria totalmente impossível. A água ainda estava na cor de lama e o cheiro horrível. E assim estamos até hoje sem surfar aquela que sempre foi a onda dos sonhos.” Henrique Rebouças Surfista e Empresário

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Regencia-ES - Fotos: Moacyr Zanotti

“... alguns meses depois da chegada da lama com os rejeitos, tive a curiosidade de voltar a Regência, chegando lá, vi que surfar seria totalmente impossível. A água ainda estava na cor de lama e o cheiro horrível. E assim estamos até hoje sem surfar aquela que sempre foi a onda dos sonhos.” Henrique Rebouças Surfista e Empresário

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“MAR DE LAMA” A fotografia “Mar de Lama” foi produzida em Regência, Linhares, quando a lama da Samarco chegou ao litoral capixaba. Ela faz parte de um trabalho de documentação da tragédia do Rio Doce, depois do rompimento da Barragem da Samarco em Mariana, MG. Juntamente com o fotógrafo Tadeu Bianconi, documentou as margens do Rio Doce de Regência a Governador Valadares, MG. Foram mais de 30 dias de trabalho onde registraram o rio antes de ser atingido, a morte dos peixes, a população desesperada, e a transformação do rio. Esta imagem virou um ícone da tragédia e circulou o Brasil e o Mundo, foi vencedora do Prêmio Findes de Jornalismo em 2016.

Foto: Gabriel Lordello

Peixe morto. Peixes morreram em grande quantidade, castigados pelos rejeitos de mineração. Era possível ver toneladas de peixes mortos às margens do rio. Em relatos, pescadores afirmaram cada um ter recolhido 1 tonelada de p 11/2015 17:31:17) Foto: Leonardo Merçon

LÁGRIMAS DO RIO DOCE Com o intuito de chamar a atenção para a tragédia do Rio Doce, o Instituto Últimos Refúgios, cria um acervo digital com fotografias e vídeos para instigar mecanismos de apoio às vítimas dessa catástrofe, através do projeto ‘Lágrimas do Rio Doce’, Os registros realizados pelo projeto tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para que se mobilizem e dessa forma, contribuir para cobranças de ações - de fato efetivas - por parte do poder público, para que o ocorrido em um dos mais importantes rios da Região Sudeste, no dia 5 de novembro de 2015, não caia no esquecimento. A luta continua! Saiba mais sobre o projeto LÁGRIMAS DO RIO DOCE! - http://www.ultimosrefugios.org.br/lagrimas-do-rio-doce - https://www.facebook.com/LagrimasDoRioDoce/ - #eunaoesqueci

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“MAR DE LAMA” A fotografia “Mar de Lama” foi produzida em Regência, Linhares, quando a lama da Samarco chegou ao litoral capixaba. Ela faz parte de um trabalho de documentação da tragédia do Rio Doce, depois do rompimento da Barragem da Samarco em Mariana, MG. Juntamente com o fotógrafo Tadeu Bianconi, documentou as margens do Rio Doce de Regência a Governador Valadares, MG. Foram mais de 30 dias de trabalho onde registraram o rio antes de ser atingido, a morte dos peixes, a população desesperada, e a transformação do rio. Esta imagem virou um ícone da tragédia e circulou o Brasil e o Mundo, foi vencedora do Prêmio Findes de Jornalismo em 2016.

Foto: Gabriel Lordello

Peixe morto. Peixes morreram em grande quantidade, castigados pelos rejeitos de mineração. Era possível ver toneladas de peixes mortos às margens do rio. Em relatos, pescadores afirmaram cada um ter recolhido 1 tonelada de p 11/2015 17:31:17) Foto: Leonardo Merçon

LÁGRIMAS DO RIO DOCE Com o intuito de chamar a atenção para a tragédia do Rio Doce, o Instituto Últimos Refúgios, cria um acervo digital com fotografias e vídeos para instigar mecanismos de apoio às vítimas dessa catástrofe, através do projeto ‘Lágrimas do Rio Doce’, Os registros realizados pelo projeto tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para que se mobilizem e dessa forma, contribuir para cobranças de ações - de fato efetivas - por parte do poder público, para que o ocorrido em um dos mais importantes rios da Região Sudeste, no dia 5 de novembro de 2015, não caia no esquecimento. A luta continua! Saiba mais sobre o projeto LÁGRIMAS DO RIO DOCE! - http://www.ultimosrefugios.org.br/lagrimas-do-rio-doce - https://www.facebook.com/LagrimasDoRioDoce/ - #eunaoesqueci

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A alma e a arte de

IVAN

AGUILAR

Inspirado pela diversidade cultural e arquitetônica dos países os quais visita, o estilista capixaba Ivan Aguilar desenvolveu, ao longo de sua trajetória, trabalhos que o levaram a ser destaque internacional no mundo da moda. A cidade de Nova York é um dos palcos onde o artista demonstrou toda a sua versatilidade ao surpreender com uma coleção feminina e sofisticada, apesar de suas raízes na alfaiataria masculina. Mesmo diante de tamanho sucesso internacional em outras nações, é em solo natal que prefere viver. “É onde está minha alma” — afirma. A essência de Ivan é um dos elementos sempre presentes em seu processo criativo. São verdadeiras “criações autobiográficas”, de um estilista “visionário”, segundo a imprensa internacional.

Fotos de Ivan Aguilar: Fabricio Saiter Editorial Fotografia: Felipe Quintini Stylist: Maria Alves Beleza: Graziele Intra Hair Stylist: Max Miranda Modelos Mega Model Vitoria Luiza Conde e Maycon Cyrillo

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Inspirado pela diversidade cultural e arquitetônica dos países os quais visita, o estilista capixaba Ivan Aguilar desenvolveu, ao longo de sua trajetória, trabalhos que o levaram a ser destaque internacional no mundo da moda. A cidade de Nova York é um dos palcos onde o artista demonstrou toda a sua versatilidade ao surpreender com uma coleção feminina e sofisticada, apesar de suas raízes na alfaiataria masculina. Mesmo diante de tamanho sucesso internacional em outras nações, é em solo natal que prefere viver. “É onde está minha alma” — afirma. A essência de Ivan é um dos elementos sempre presentes em seu processo criativo. São verdadeiras “criações autobiográficas”, de um estilista “visionário”, segundo a imprensa internacional.

Fotos de Ivan Aguilar: Fabricio Saiter Editorial Fotografia: Felipe Quintini Stylist: Maria Alves Beleza: Graziele Intra Hair Stylist: Max Miranda Modelos Mega Model Vitoria Luiza Conde e Maycon Cyrillo

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Fotografia: Marcio Madeira / Fernanda Calfat Locação: Assembleia Legislativa do estado Rio de Janeiro ( ALERJ)

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Anima – Ao longo do tempo, você tem sido apontado como um talento da alfaiataria. É perceptível que você mescla a simplicidade ao requinte. Como se dá esse processo de criação?

No Brasil, você já é um veterano nos grandes eventos de moda. Qual sua relação com o Rio? Há muitos anos, apresento minhas coleções no Rio. Desde o antigo Fashion Rio, que agora passou a ser um novo evento, o Rio Moda Rio. Trabalhar lá é maravilhoso! É outra história, outra vibe!

Ivan Aguilar — A base do meu trabalho sempre foi a alfaiataria. Aprendi a modelar com minha mãe. Um aprendizado inesquecível! Hoje, nas minhas criações, levo a essência da alfaiataria para qualquer estilo de O que, então, te atraiu de volta ao mercado capixaba? roupa. Se é um vestido, faço com modelagem de alfaiataria; um blazer, é alfaiataria pura! Já no momento Na verdade, não é o mercado capixaba que atrai. da criação, é outra coisa. Você se prepara, planeja o Aqui é o meu lugar no mundo! Aqui, tenho meus objetivo que quer atingir, qual o ponto alto daquela amigos, minhas raízes. Minha alma está aqui! Esteja peça, qual o high-light dela, onde ela vai ser inserida, onde estiver — Paris, Frankfurt, Nova York... —, meu para quem ela está sendo feita. Enfim, existem vários coração está aqui. Então, não tem jeito: quando vejo, aspectos que devem ser considerados. já estou de volta. Minha filha hoje vive na França, mas meu filho está aqui e gosto muito de estar perto dele. Durante o processo criativo, quais são suas Eu encaro um projeto, um desafio, um contrato lá fora, principais fontes de inspiração? mas, quando finalizo, volto correndo para cá. Aqui é o meu cantinho, é onde eu aproveito minha vida. A criação é algo completamente autobiográfica, porque tudo que está dentro de nós, da nossa alma, do nosso Então, essa questão da alma é algo que você leva coração, somado ao conhecimento, à técnica, alinhado tanto para suas produções quanto para a vida ao desejo do cliente, ou à imagem que você quer passar, pessoal. tudo isso é drenado por um “funil” e o resultado desse processo é uma peça única e especial. E, sem dúvida, A essência da vida de todo artista está na alma! Então, uma das minhas principais fontes de inspiração é, e tudo é muito profundo, tudo é paixão, tudo é coração. sempre será, a Arquitetura, algo que sempre amei. Pouca razão entra na nossa vida. Quando a razão vem, Queria muito ter sido arquiteto... Em 1988, fiz meu enlouquece a gente. primeiro vestibular, e me inscrevi em Arquitetura. Minha irmã, sempre muito irreverente, disse: “Ivan, E você tem conseguido evitar essa loucura? você não sabe nada de Matemática”, e concordei com ela. Então, fiz Comunicação, mas queria muito ter Lógico que não! É muito difícil (risos). cursado Arquitetura. Foi algo que sempre me instigou. E tenho como referência contínua a arquitetura de Agora, falando de negócios: como você descreveria o Gaudí, na Espanha; a francesa, em Versalhes; a da perfil do cliente da marca Ivan Aguilar? Cidade Nova, em Frankfurt; e o design da Escola de Bauhaus. Todos esses estilos são uma influência Meu cliente é exigente e de extremo bom gosto. E não constante em meu trabalho e definem as linhas e as exige somente design, mas preza também por um formas das minhas criações. Sem esquecer de Nova bom corte e tecido de qualidade. Ele quer se destacar York, também eterna fonte de inspiração para minhas entre as pessoas, quer ser uma pessoa iluminada. Ao coleções. Amo Nova York! vestir minhas criações, se sente uma pessoa especial e naturalmente elegante. Esses são os fatores que Falando em Nova York, como foi estar entre os determinam a escolha de meu nome para criar as suas nomes que são as grandes referências do mundo da roupas. moda? Com relação aos editoriais de moda, qual seu sentimento diante da repercussão de seus trabalhos, Foi incrível! Já havia criado coleções para desfiles de tanto na mídia local quanto nacional ou mundial? outras marcas que se apresentaram em Nova York e, posteriormente, em Miami. Mas, quando recebi o É gratificante saber que meu trabalho é reconhecido convite para o lançamento da minha própria coleção, pela mídia especializada: desde Vogue e a Vanity foi uma sensação MA-RA-VI-LHO-SAAAA! Foi Fair em Nova York, até o jornalzinho de bairro de incrível poder apresentar um trabalho à altura dos Cariacica. E eu acho isso fantástico. Me sinto orgulhoso grandes mestres da moda. de poder levar para o mundo o nome do Estado do Espírito Santo por meio da qualidade excepcional das minhas coleções. Isso me realiza e me deixa muito feliz! 40

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Anima – Ao longo do tempo, você tem sido apontado como um talento da alfaiataria. É perceptível que você mescla a simplicidade ao requinte. Como se dá esse processo de criação?

No Brasil, você já é um veterano nos grandes eventos de moda. Qual sua relação com o Rio? Há muitos anos, apresento minhas coleções no Rio. Desde o antigo Fashion Rio, que agora passou a ser um novo evento, o Rio Moda Rio. Trabalhar lá é maravilhoso! É outra história, outra vibe!

Ivan Aguilar — A base do meu trabalho sempre foi a alfaiataria. Aprendi a modelar com minha mãe. Um aprendizado inesquecível! Hoje, nas minhas criações, levo a essência da alfaiataria para qualquer estilo de O que, então, te atraiu de volta ao mercado capixaba? roupa. Se é um vestido, faço com modelagem de alfaiataria; um blazer, é alfaiataria pura! Já no momento Na verdade, não é o mercado capixaba que atrai. da criação, é outra coisa. Você se prepara, planeja o Aqui é o meu lugar no mundo! Aqui, tenho meus objetivo que quer atingir, qual o ponto alto daquela amigos, minhas raízes. Minha alma está aqui! Esteja peça, qual o high-light dela, onde ela vai ser inserida, onde estiver — Paris, Frankfurt, Nova York... —, meu para quem ela está sendo feita. Enfim, existem vários coração está aqui. Então, não tem jeito: quando vejo, aspectos que devem ser considerados. já estou de volta. Minha filha hoje vive na França, mas meu filho está aqui e gosto muito de estar perto dele. Durante o processo criativo, quais são suas Eu encaro um projeto, um desafio, um contrato lá fora, principais fontes de inspiração? mas, quando finalizo, volto correndo para cá. Aqui é o meu cantinho, é onde eu aproveito minha vida. A criação é algo completamente autobiográfica, porque tudo que está dentro de nós, da nossa alma, do nosso Então, essa questão da alma é algo que você leva coração, somado ao conhecimento, à técnica, alinhado tanto para suas produções quanto para a vida ao desejo do cliente, ou à imagem que você quer passar, pessoal. tudo isso é drenado por um “funil” e o resultado desse processo é uma peça única e especial. E, sem dúvida, A essência da vida de todo artista está na alma! Então, uma das minhas principais fontes de inspiração é, e tudo é muito profundo, tudo é paixão, tudo é coração. sempre será, a Arquitetura, algo que sempre amei. Pouca razão entra na nossa vida. Quando a razão vem, Queria muito ter sido arquiteto... Em 1988, fiz meu enlouquece a gente. primeiro vestibular, e me inscrevi em Arquitetura. Minha irmã, sempre muito irreverente, disse: “Ivan, E você tem conseguido evitar essa loucura? você não sabe nada de Matemática”, e concordei com ela. Então, fiz Comunicação, mas queria muito ter Lógico que não! É muito difícil (risos). cursado Arquitetura. Foi algo que sempre me instigou. E tenho como referência contínua a arquitetura de Agora, falando de negócios: como você descreveria o Gaudí, na Espanha; a francesa, em Versalhes; a da perfil do cliente da marca Ivan Aguilar? Cidade Nova, em Frankfurt; e o design da Escola de Bauhaus. Todos esses estilos são uma influência Meu cliente é exigente e de extremo bom gosto. E não constante em meu trabalho e definem as linhas e as exige somente design, mas preza também por um formas das minhas criações. Sem esquecer de Nova bom corte e tecido de qualidade. Ele quer se destacar York, também eterna fonte de inspiração para minhas entre as pessoas, quer ser uma pessoa iluminada. Ao coleções. Amo Nova York! vestir minhas criações, se sente uma pessoa especial e naturalmente elegante. Esses são os fatores que Falando em Nova York, como foi estar entre os determinam a escolha de meu nome para criar as suas nomes que são as grandes referências do mundo da roupas. moda? Com relação aos editoriais de moda, qual seu sentimento diante da repercussão de seus trabalhos, Foi incrível! Já havia criado coleções para desfiles de tanto na mídia local quanto nacional ou mundial? outras marcas que se apresentaram em Nova York e, posteriormente, em Miami. Mas, quando recebi o É gratificante saber que meu trabalho é reconhecido convite para o lançamento da minha própria coleção, pela mídia especializada: desde Vogue e a Vanity foi uma sensação MA-RA-VI-LHO-SAAAA! Foi Fair em Nova York, até o jornalzinho de bairro de incrível poder apresentar um trabalho à altura dos Cariacica. E eu acho isso fantástico. Me sinto orgulhoso grandes mestres da moda. de poder levar para o mundo o nome do Estado do Espírito Santo por meio da qualidade excepcional das minhas coleções. Isso me realiza e me deixa muito feliz! 40

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– “A essência da vida de todo artista, está na alma! Então, tudo é muito profundo. Tudo é paixão! Tudo é coração! Pouca razão entra na nossa vida. Quando a razão vem, enlouquece a gente! Você nos contou de suas visões sobre o mundo, falou também sobre seus clientes, seus trabalhos. Agora defina você. Bem, eu me sinto um cidadão do mundo, apesar de morar em Vitória. Graças a Deus, sou respeitado e reconhecido pelos profissionais da moda. Isso é muito bacana, é relevante demais. Eu me sinto, realmente, um cidadão do mundo. Eu tirei um ano sabático em 2016, fiz uma pausa para descansar e refletir. E meu maior investimento em 2017 será viajar em busca de conhecimento. Quero conhecer de perto culturas que sempre admirei. Quero conhecer muitos outros lugares. Possui algum destino específico em mente? Tenho vários destinos interessantes anotados na minha caderneta. São muitos mesmo: desde lugares, como, por exemplo, o interior da Bolívia, até mais sofisticados, como Antuérpia e outras capitais europeias. Vou fazer mochilão na América do Sul e na Europa também. Vai ser uma loucura! (risos). Podemos aguardar algo surpreendente para os futuros projetos, depois de tantas inspirações?

Esse ano será um ano de desafios. Qual o próximo passo? 2017 é um ano de muita esperança e novos projetos. Estou em um momento de muita liberdade de criação e a grande novidade é a abertura da nova loja, entre o final de maio e início de junho. Será um espaço voltado à arte e à moda, onde trabalharemos a quatro mãos, criando em conjunto com o cliente, deixando-o participar ativamente no processo de geração de sua peça. Já tenho colocado esse projeto em funcionamento desde o ano passado, mas agora vamos fazer isso mais em evidência. A confecção, a mesa de criação, os tecidos, estará tudo ali para que ele possa fazer junto comigo a realização do seu sonho. Já fiz viagens de pesquisa aos Estados Unidos e Europa para trazer novas ideias, novos tecidos e tudo que há de melhor no mercado para meus clientes. Minhas coleções masculinas continuarão sendo vendidas na Libanesa, e as femininas diretamente comigo.

Sim! Todas essas questões fazem com que eu possa construir meu trabalho, minha arte, de uma forma muito mais abrangente.

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– “A essência da vida de todo artista, está na alma! Então, tudo é muito profundo. Tudo é paixão! Tudo é coração! Pouca razão entra na nossa vida. Quando a razão vem, enlouquece a gente! Você nos contou de suas visões sobre o mundo, falou também sobre seus clientes, seus trabalhos. Agora defina você. Bem, eu me sinto um cidadão do mundo, apesar de morar em Vitória. Graças a Deus, sou respeitado e reconhecido pelos profissionais da moda. Isso é muito bacana, é relevante demais. Eu me sinto, realmente, um cidadão do mundo. Eu tirei um ano sabático em 2016, fiz uma pausa para descansar e refletir. E meu maior investimento em 2017 será viajar em busca de conhecimento. Quero conhecer de perto culturas que sempre admirei. Quero conhecer muitos outros lugares. Possui algum destino específico em mente? Tenho vários destinos interessantes anotados na minha caderneta. São muitos mesmo: desde lugares, como, por exemplo, o interior da Bolívia, até mais sofisticados, como Antuérpia e outras capitais europeias. Vou fazer mochilão na América do Sul e na Europa também. Vai ser uma loucura! (risos). Podemos aguardar algo surpreendente para os futuros projetos, depois de tantas inspirações?

Esse ano será um ano de desafios. Qual o próximo passo? 2017 é um ano de muita esperança e novos projetos. Estou em um momento de muita liberdade de criação e a grande novidade é a abertura da nova loja, entre o final de maio e início de junho. Será um espaço voltado à arte e à moda, onde trabalharemos a quatro mãos, criando em conjunto com o cliente, deixando-o participar ativamente no processo de geração de sua peça. Já tenho colocado esse projeto em funcionamento desde o ano passado, mas agora vamos fazer isso mais em evidência. A confecção, a mesa de criação, os tecidos, estará tudo ali para que ele possa fazer junto comigo a realização do seu sonho. Já fiz viagens de pesquisa aos Estados Unidos e Europa para trazer novas ideias, novos tecidos e tudo que há de melhor no mercado para meus clientes. Minhas coleções masculinas continuarão sendo vendidas na Libanesa, e as femininas diretamente comigo.

Sim! Todas essas questões fazem com que eu possa construir meu trabalho, minha arte, de uma forma muito mais abrangente.

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IVANA

IZOTON

Sob influência das artes, da moda e da arquitetura presentes em seu cotidiano, a designer de joias Ivana Izoton reúne também histórias e sentimentos em suas coleções. Acreditando nas formas simples e na combinação de materiais, cria verdadeiras obras de arte em objetos de joalheria.

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Beleza: Amanda Miranda

Fotos: Fabrício Saite Texto: Carla Miranda Make up: Amanda Miranda


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Sob influência das artes, da moda e da arquitetura presentes em seu cotidiano, a designer de joias Ivana Izoton reúne também histórias e sentimentos em suas coleções. Acreditando nas formas simples e na combinação de materiais, cria verdadeiras obras de arte em objetos de joalheria.

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Beleza: Amanda Miranda

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Anima — Ao projetar suas peças, você se inspira em elementos da Arquitetura, escultura e artes, mas, sobretudo, em vivências. Como essas experiências cotidianas contribuem para seu processo criativo? Ivana Izoton — Gosto muito de Arquitetura, artes e escultura, e também de iluminação, uma das minhas maiores referências. Sempre preferi formas a cores. Sempre gostei muito de geometria, padrões, formas simétricas. As coisas simples, do dia a dia, me inspiram. Objetos que encontro no meu caminho... Tem cada coisa maravilhosa, linda, que poderiam ser esculturas, joias. Consigo me inspirar com as linhas do ambiente e, com elas, criar formas simples e muito elegantes. O processo artesanal de criação das peças é minucioso e muito delicado. Como ocorre a seleção dos materiais a serem utilizados, para alcançar as formas e texturas desejadas?

Acho muito interessante quando esses projetos surgem. No processo criativo, acabamos trabalhando de forma muito egoísta. Mas, quando fazemos algo em conjunto, temos a oportunidade de repensar alguns pontos. É um exercício de maturidade para entender a opinião, entender sua história. Pegar esse sonho, poder transformar e transmitir na minha linguagem é incrível! Mas, a parte principal mesmo é fazer parte do sonho do outro. Dividir isso é maravilhoso! Saber que você vai estar para sempre ligado de certa maneira. Tem algum caso especial? Nossa! Muito especial! Fiz o anel de noivado da minha irmã no ano passado. Muito emocionante! Nesse caso, eu já tinha um laço afetivo, mas, até quando não temos, a gente se aproxima. Temos que entender a história da pessoa, pegar aquele sonho e transformar numa joia .Poder fazer isto na minha linguagem é incrível!

Trabalho minhas peças em ouro e prata. Hoje, tenho mais em ouro, mas gosto muito da prata. Você encara isso como um desafio? Desde o início, me preocupei em utilizar a prata, por ter a possibilidade de criar peças com Claro!. Em um pedido exclusivo você tem que valores mais acessíveis. Lancei a coleção TUB, ter total empatia, entendimento com seu cliente, tubos de prata e tubinhos de ouro amarelo com transformar o que ele sonhou numa joia. Acho, brilhantes.. É uma coleção muito bem aceita, sim, um desafio, e um presente saber que vou usei os dois materias de forma harmoniosa e estar perto dessas pessoas compartilhando essas como resultado já fiz várias reproduções. Venho emoções.. inovando ao longo desses últimos meses, no final do ano passado também lancei outra coleção Uma das suas novidades para esse ano é o com uma textura mais forte e formas maiores. lançamento de uma coleção de alianças. O Gosto muito de trabalhar com diamantes e que preparou? pérolas. São materiais que utilizo desde o início de minhas criações. Mas já tenho projetos Entendia que precisava fazer isso. Então, incríveis, para ousar com novos materiais. preparei uma coleção de alianças com turmalinas em cores diferentes. Não são Cada vez mais, as pessoas buscam necessariamente anéis de noivado ou de transparecer sua identidade, seja na forma casamento. são peças românticas e muito de falar, na de agir e, principalmente, na delicadas, devido às gemas, às cores, mas podem identidade visual. Quando você fala em ser usados em outras ocasiões, e dados como produção de peças únicas com personalidade, presente. desperta um sentimento afetivo entre cliente e artista. Fale um pouco sobre esse diferencial do seu trabalho. 48

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Anima — Ao projetar suas peças, você se inspira em elementos da Arquitetura, escultura e artes, mas, sobretudo, em vivências. Como essas experiências cotidianas contribuem para seu processo criativo? Ivana Izoton — Gosto muito de Arquitetura, artes e escultura, e também de iluminação, uma das minhas maiores referências. Sempre preferi formas a cores. Sempre gostei muito de geometria, padrões, formas simétricas. As coisas simples, do dia a dia, me inspiram. Objetos que encontro no meu caminho... Tem cada coisa maravilhosa, linda, que poderiam ser esculturas, joias. Consigo me inspirar com as linhas do ambiente e, com elas, criar formas simples e muito elegantes. O processo artesanal de criação das peças é minucioso e muito delicado. Como ocorre a seleção dos materiais a serem utilizados, para alcançar as formas e texturas desejadas?

Acho muito interessante quando esses projetos surgem. No processo criativo, acabamos trabalhando de forma muito egoísta. Mas, quando fazemos algo em conjunto, temos a oportunidade de repensar alguns pontos. É um exercício de maturidade para entender a opinião, entender sua história. Pegar esse sonho, poder transformar e transmitir na minha linguagem é incrível! Mas, a parte principal mesmo é fazer parte do sonho do outro. Dividir isso é maravilhoso! Saber que você vai estar para sempre ligado de certa maneira. Tem algum caso especial? Nossa! Muito especial! Fiz o anel de noivado da minha irmã no ano passado. Muito emocionante! Nesse caso, eu já tinha um laço afetivo, mas, até quando não temos, a gente se aproxima. Temos que entender a história da pessoa, pegar aquele sonho e transformar numa joia .Poder fazer isto na minha linguagem é incrível!

Trabalho minhas peças em ouro e prata. Hoje, tenho mais em ouro, mas gosto muito da prata. Você encara isso como um desafio? Desde o início, me preocupei em utilizar a prata, por ter a possibilidade de criar peças com Claro!. Em um pedido exclusivo você tem que valores mais acessíveis. Lancei a coleção TUB, ter total empatia, entendimento com seu cliente, tubos de prata e tubinhos de ouro amarelo com transformar o que ele sonhou numa joia. Acho, brilhantes.. É uma coleção muito bem aceita, sim, um desafio, e um presente saber que vou usei os dois materias de forma harmoniosa e estar perto dessas pessoas compartilhando essas como resultado já fiz várias reproduções. Venho emoções.. inovando ao longo desses últimos meses, no final do ano passado também lancei outra coleção Uma das suas novidades para esse ano é o com uma textura mais forte e formas maiores. lançamento de uma coleção de alianças. O Gosto muito de trabalhar com diamantes e que preparou? pérolas. São materiais que utilizo desde o início de minhas criações. Mas já tenho projetos Entendia que precisava fazer isso. Então, incríveis, para ousar com novos materiais. preparei uma coleção de alianças com turmalinas em cores diferentes. Não são Cada vez mais, as pessoas buscam necessariamente anéis de noivado ou de transparecer sua identidade, seja na forma casamento. são peças românticas e muito de falar, na de agir e, principalmente, na delicadas, devido às gemas, às cores, mas podem identidade visual. Quando você fala em ser usados em outras ocasiões, e dados como produção de peças únicas com personalidade, presente. desperta um sentimento afetivo entre cliente e artista. Fale um pouco sobre esse diferencial do seu trabalho. 48

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Como estão os preparativos para a abertura do novo espaço? Estou muito feliz, finalizando o novo espaço. Abriremos oficialmente em março. Estava sentindo à necessidade de um local maior, para contato mais direto com meus clientes. Gosto de me comunicar de uma maneira não óbvia. Gosto de buscar novas alternativas.Fazer a gestão do próprio negócio é um grande desafio. Diante de tantos projetos, novas parcerias, quais os próximos passos? O que podemos esperar? Uma das metas para esse ano é uma aproximação e um envolvimento maior com as artes, buscar aprender mais e me inspirar em outras culturas e novos materiais. Há tempos queria fazer um projeto de escultura e, durante minhas pesquisas, descobri um artista incrível, que vai participar desse processo de criação. Vamos apresentar composições surpreendentes com novos materiais e elementos culturais, idealizados e trabalhados em conjunto. Para o segundo semestre, teremos também uma linda exposição fotográfica. Acho que não posso falar ainda sobre isso! (Risos). Tenho também um grupo de amigas, cada uma com sua competência, nos unimos para fazer uma aproximação entre nossos mundos, dividir experiências, tomar um café e conversar sobre o mercado de trabalho. Compartilhar experiências faz muita diferença!

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Como estão os preparativos para a abertura do novo espaço? Estou muito feliz, finalizando o novo espaço. Abriremos oficialmente em março. Estava sentindo à necessidade de um local maior, para contato mais direto com meus clientes. Gosto de me comunicar de uma maneira não óbvia. Gosto de buscar novas alternativas.Fazer a gestão do próprio negócio é um grande desafio. Diante de tantos projetos, novas parcerias, quais os próximos passos? O que podemos esperar? Uma das metas para esse ano é uma aproximação e um envolvimento maior com as artes, buscar aprender mais e me inspirar em outras culturas e novos materiais. Há tempos queria fazer um projeto de escultura e, durante minhas pesquisas, descobri um artista incrível, que vai participar desse processo de criação. Vamos apresentar composições surpreendentes com novos materiais e elementos culturais, idealizados e trabalhados em conjunto. Para o segundo semestre, teremos também uma linda exposição fotográfica. Acho que não posso falar ainda sobre isso! (Risos). Tenho também um grupo de amigas, cada uma com sua competência, nos unimos para fazer uma aproximação entre nossos mundos, dividir experiências, tomar um café e conversar sobre o mercado de trabalho. Compartilhar experiências faz muita diferença!

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Mãos Tagarelas

de HELIO COELHO

“Tenho mãos tagarelas”, disse o artista com um sorriso daqueles de quem aceita, sem relutar ou questionar, características da própria personalidade, não por teimosia, mas por compreender que são as excentricidades que tornam cada ser único, e que a dele é essa e não há muito que fazer sobre isso. Afinal, a arte de Hélio Coelho tem praticamente a mesma idade que seu autor.

Fotografia: Fabricio Saiter Texto:Yasmim Gomes

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Mãos Tagarelas

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“Tenho mãos tagarelas”, disse o artista com um sorriso daqueles de quem aceita, sem relutar ou questionar, características da própria personalidade, não por teimosia, mas por compreender que são as excentricidades que tornam cada ser único, e que a dele é essa e não há muito que fazer sobre isso. Afinal, a arte de Hélio Coelho tem praticamente a mesma idade que seu autor.

Fotografia: Fabricio Saiter Texto:Yasmim Gomes

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Perto de completar seus 60 anos, desde a infância a arte se tornou par te indissociável desse senhor que tem como a pintura e o desenho uma necessidade vital, tão necessária e involuntária quanto o respirar para nós. O processo de criação é intenso assim como o resultado final e talvez seja o reflexo da inquietude do menino que foi criado em Resplendor, Minas Gerais. O fato de viver num lugar pequeno e com poucas referências que pudessem inspirar e alimentar seu lado criativo não foi suficiente para acanhá-lo. Sabendo que fora dali existiam outros tantos mundos, criava seus próprios aléns. É possível que ao se deparar com uma de suas criações, de início o olhar desavisado tome um choque com a quantidade de informações, que logo em seguida é substituído pela sensação de desnorteamento e curiosidade: “por onde começo a observar esse quadro?”. Transbordante e intensa mas sem ser confusa, sua arte dá certa liberdade ao receptor de inventar seu próprio caminho de leitura. Mesmo na ausência de cores há como encontrar meios de se perder, seja pela série de traços espalhados pela tela, seja por um detalhe achado ao acaso. Na existência de cores, a brincadeira será descobrir quais. No encontro de ambos, traço e cor em uma só tela, certifique-se de ter tempo, pois será preciso dedicação a esse convite que desafia o perceber.

Desenho em nanquim

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Perto de completar seus 60 anos, desde a infância a arte se tornou par te indissociável desse senhor que tem como a pintura e o desenho uma necessidade vital, tão necessária e involuntária quanto o respirar para nós. O processo de criação é intenso assim como o resultado final e talvez seja o reflexo da inquietude do menino que foi criado em Resplendor, Minas Gerais. O fato de viver num lugar pequeno e com poucas referências que pudessem inspirar e alimentar seu lado criativo não foi suficiente para acanhá-lo. Sabendo que fora dali existiam outros tantos mundos, criava seus próprios aléns. É possível que ao se deparar com uma de suas criações, de início o olhar desavisado tome um choque com a quantidade de informações, que logo em seguida é substituído pela sensação de desnorteamento e curiosidade: “por onde começo a observar esse quadro?”. Transbordante e intensa mas sem ser confusa, sua arte dá certa liberdade ao receptor de inventar seu próprio caminho de leitura. Mesmo na ausência de cores há como encontrar meios de se perder, seja pela série de traços espalhados pela tela, seja por um detalhe achado ao acaso. Na existência de cores, a brincadeira será descobrir quais. No encontro de ambos, traço e cor em uma só tela, certifique-se de ter tempo, pois será preciso dedicação a esse convite que desafia o perceber.

Desenho em nanquim

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Uma criação tão única não poderia ter um processo menos intenso. Hélio Coelho gosta do que lhe provoca gastura. Para que funcione, tem de incitar arrepios. A produção das telas começa pela escolha da lona, tarefa que irá durar até encontrar uma que seu tato aprove. Já diante do quadro, uma mão de tinta branca e, em seguida, algumas palavras que remetam a cer to momento de seu dia. Tinta de novo. Depois de pelos menos três camadas (de, no mínimo, umas sete que ainda virão), a espontaneidade já é quem guia oficialmente as mãos do artista. Se muito do que transpõe para a tela é influência do que lhe acontece na vida, seja acordado ou sonhando, não há como premeditar o que irá sair dali. Nem quando. Para ele, cada quadro tem seu tempo e não há como forçar sua finalização. Não adianta: pode durar dias, meses ou até anos para terminar um trabalho. O processo é individual e tem que saber respeitar isso. A fusão entre o viver e o produzir arte, a influência de um sobre o outro e vice-versa, é nítida. Para o artista plástico, o dia bom para produzir é o hoje. Ao que parece, a possibilidade de um relógio rodar 24 horas seguidas e ele não ter ficado perante uma tela (ou uma folha) em branco é nula. Ele não somente anseia pelo branco como procura por ele. Antes de deitar, encoraja a rivalidade entre seu olhar criativo e uma folha em branco A clareza total parece provocar seus pensamentos irrequietos, que vão tomando linhas, riscos, traços e formas, até o papel se transformar numa série de desenhos, em que o branco quase não consiga mais respirar. Talvez uma espécie de expurgação diária necessária, para dormir melhor. Quem não tem seus pequenos rituais sagrados, certo?

Intervenção em papel moeda fora de circulação.

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Uma criação tão única não poderia ter um processo menos intenso. Hélio Coelho gosta do que lhe provoca gastura. Para que funcione, tem de incitar arrepios. A produção das telas começa pela escolha da lona, tarefa que irá durar até encontrar uma que seu tato aprove. Já diante do quadro, uma mão de tinta branca e, em seguida, algumas palavras que remetam a cer to momento de seu dia. Tinta de novo. Depois de pelos menos três camadas (de, no mínimo, umas sete que ainda virão), a espontaneidade já é quem guia oficialmente as mãos do artista. Se muito do que transpõe para a tela é influência do que lhe acontece na vida, seja acordado ou sonhando, não há como premeditar o que irá sair dali. Nem quando. Para ele, cada quadro tem seu tempo e não há como forçar sua finalização. Não adianta: pode durar dias, meses ou até anos para terminar um trabalho. O processo é individual e tem que saber respeitar isso. A fusão entre o viver e o produzir arte, a influência de um sobre o outro e vice-versa, é nítida. Para o artista plástico, o dia bom para produzir é o hoje. Ao que parece, a possibilidade de um relógio rodar 24 horas seguidas e ele não ter ficado perante uma tela (ou uma folha) em branco é nula. Ele não somente anseia pelo branco como procura por ele. Antes de deitar, encoraja a rivalidade entre seu olhar criativo e uma folha em branco A clareza total parece provocar seus pensamentos irrequietos, que vão tomando linhas, riscos, traços e formas, até o papel se transformar numa série de desenhos, em que o branco quase não consiga mais respirar. Talvez uma espécie de expurgação diária necessária, para dormir melhor. Quem não tem seus pequenos rituais sagrados, certo?

Intervenção em papel moeda fora de circulação.

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Analisando criações e criador, conclui-se que desses dois não tem como esperar respostas sucintas, traços breves, camadas finas, cores isoladas, formas solitárias, tons desbotados. Pode ser que encontre tudo junto numa tela só. Porque sempre vai ter muita coisa pra se dizer e as mãos de Hélio anseiam por nos contar com detalhes. Que continuem tagarelando!

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Analisando criações e criador, conclui-se que desses dois não tem como esperar respostas sucintas, traços breves, camadas finas, cores isoladas, formas solitárias, tons desbotados. Pode ser que encontre tudo junto numa tela só. Porque sempre vai ter muita coisa pra se dizer e as mãos de Hélio anseiam por nos contar com detalhes. Que continuem tagarelando!

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BERNADETTE LYRA

*Nascida em Conceição da Barra, ES. Escritora de ficção. Atualmente é professora de Cinema, na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.

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Foto - Alair Caliari

UMA CRÔNICA DA AUSÊNCIA

e um viajante, não apenas numa noite de inverno, ao contrário do título do intrincado e intrigante romance de Ítalo Calvino, se um viajante, não apenas numa noite de inverno, mas também em dias, tardes e noites de inverno, primavera, outono e verão, se esse viajante, que agora imagino, por algum motivo que lhe deu na telha e que não me interessa indagar nesta crônica que faço, aqui, nesta espécie de exílio em que vivo por conta da ausência de meu Estado natal, se ele decide cruzar todo o Espírito Santo, ele acaba por acompanhar, bem de perto, o traçado variado e desarraigado de nossa geografia. E, quem sabe, aquele viajante, que veio de outro país e a toda hora questiona nosso modo displicente e mutante de ser, possa até entender porque nós, capixabas, somos feitos assim. Vamos acompanhar o que esse imaginário viageiro pode encontrar em sua peregrinação. Indo para o sul, lá está líquida luz que incide sobre várzeas e alagados, espalhados ao longo do curso do Itabapoana, antes que deságue no oceano; para o norte, a suavidade pouco mais que arenosa, feita de vestígios ancestrais, com incrustações rasteiras de vegetação e de dunas,que acompanha o riacho Doce em seu manso trajeto pela última faixa de praia de nossos domínios. A oeste, os olhos esbarram na espessura verde e negra cravejada de montanhas, reentrâncias e vales que formam a corrente de pedra da serra do Caparaó. A leste, é só mar. Além disso, apertadas entre a serra e o mar, estão duas metades de terra que o rio Doce atravessa como uma artéria grossa: a do sul e a do norte. Na do sul, está embutido, um pequeno coração: Vitória. A ilha. Esta é a cartografia do corpo de nosso território, que o peregrino reconhecerá. Uma cartografia justa, mínima, concisa. E elegante, por tal mesma razão.

Houve um passado em que não era necessário se preocupar com os limites, é bom que a ele se alerte. Era a liberdade que servia de molde ao local. Na medida mais longínqua dos séculos, goitacás, aimorés, botocudos e outros tantos indivíduos das tribos, outrora senhores da terra, iam e vinham por onde bem queriam, navegavam de lá para cá, guerreavam, se banqueteavam, passeavam nus. Porém, desde que um punhado de gente chegou em uma nau estrangeira, fincou os pés, as espadas, os canhões, a bandeira e a posse nos lugares que passaram a chamar de capitania, iniciou-se a necessidade de fronteiras e de contenção. Linhas imaginárias e acidentes geográficos reais passaram a circunscrever a exiguidade deste nosso espaço, sem que isso diminuísse a existência de tantos contrastes, com os quais somos habituados a viver. Dessa forma, desenvoltamente e com facilidade, aprendemos a pular de um lado para outro: da praia à montanha, do frio ao calor, do ouriço-do-mar à orquídea, da planície ao pico, do asfalto ao navio, do urbano ao suburbano, do atual ao antigo. Daí, nosso desprendimento. Essa nossa quase displicência com aquilo que chamam de “identidade”; a volubilidade com que praticamos nossos defeitos; a afetividade de nossa alegria, que não é carnavalesca ou palhaça, mas é a alegria de quem está muito contente em si. E, sobretudo, as relações que mantemos com outros estados nossos vizinhos: a generosidade com que aceitamos suas incursões, as apropriações e adaptações que fazemos de seus hábitos, de suas obsessões, de suas opções culturais. É que somos capazes disso, senhor viajante hipotético. Somos afeitos a essa constante diversidade, esculpida pelo tempo, pelo vento e pela topografia. Nós, capixabas, somos como os camaleões que mudam de cor sem perder a essência mais profunda do ser.

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*Nascida em Conceição da Barra, ES. Escritora de ficção. Atualmente é professora de Cinema, na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.

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Foto - Alair Caliari

UMA CRÔNICA DA AUSÊNCIA

e um viajante, não apenas numa noite de inverno, ao contrário do título do intrincado e intrigante romance de Ítalo Calvino, se um viajante, não apenas numa noite de inverno, mas também em dias, tardes e noites de inverno, primavera, outono e verão, se esse viajante, que agora imagino, por algum motivo que lhe deu na telha e que não me interessa indagar nesta crônica que faço, aqui, nesta espécie de exílio em que vivo por conta da ausência de meu Estado natal, se ele decide cruzar todo o Espírito Santo, ele acaba por acompanhar, bem de perto, o traçado variado e desarraigado de nossa geografia. E, quem sabe, aquele viajante, que veio de outro país e a toda hora questiona nosso modo displicente e mutante de ser, possa até entender porque nós, capixabas, somos feitos assim. Vamos acompanhar o que esse imaginário viageiro pode encontrar em sua peregrinação. Indo para o sul, lá está líquida luz que incide sobre várzeas e alagados, espalhados ao longo do curso do Itabapoana, antes que deságue no oceano; para o norte, a suavidade pouco mais que arenosa, feita de vestígios ancestrais, com incrustações rasteiras de vegetação e de dunas,que acompanha o riacho Doce em seu manso trajeto pela última faixa de praia de nossos domínios. A oeste, os olhos esbarram na espessura verde e negra cravejada de montanhas, reentrâncias e vales que formam a corrente de pedra da serra do Caparaó. A leste, é só mar. Além disso, apertadas entre a serra e o mar, estão duas metades de terra que o rio Doce atravessa como uma artéria grossa: a do sul e a do norte. Na do sul, está embutido, um pequeno coração: Vitória. A ilha. Esta é a cartografia do corpo de nosso território, que o peregrino reconhecerá. Uma cartografia justa, mínima, concisa. E elegante, por tal mesma razão.

Houve um passado em que não era necessário se preocupar com os limites, é bom que a ele se alerte. Era a liberdade que servia de molde ao local. Na medida mais longínqua dos séculos, goitacás, aimorés, botocudos e outros tantos indivíduos das tribos, outrora senhores da terra, iam e vinham por onde bem queriam, navegavam de lá para cá, guerreavam, se banqueteavam, passeavam nus. Porém, desde que um punhado de gente chegou em uma nau estrangeira, fincou os pés, as espadas, os canhões, a bandeira e a posse nos lugares que passaram a chamar de capitania, iniciou-se a necessidade de fronteiras e de contenção. Linhas imaginárias e acidentes geográficos reais passaram a circunscrever a exiguidade deste nosso espaço, sem que isso diminuísse a existência de tantos contrastes, com os quais somos habituados a viver. Dessa forma, desenvoltamente e com facilidade, aprendemos a pular de um lado para outro: da praia à montanha, do frio ao calor, do ouriço-do-mar à orquídea, da planície ao pico, do asfalto ao navio, do urbano ao suburbano, do atual ao antigo. Daí, nosso desprendimento. Essa nossa quase displicência com aquilo que chamam de “identidade”; a volubilidade com que praticamos nossos defeitos; a afetividade de nossa alegria, que não é carnavalesca ou palhaça, mas é a alegria de quem está muito contente em si. E, sobretudo, as relações que mantemos com outros estados nossos vizinhos: a generosidade com que aceitamos suas incursões, as apropriações e adaptações que fazemos de seus hábitos, de suas obsessões, de suas opções culturais. É que somos capazes disso, senhor viajante hipotético. Somos afeitos a essa constante diversidade, esculpida pelo tempo, pelo vento e pela topografia. Nós, capixabas, somos como os camaleões que mudam de cor sem perder a essência mais profunda do ser.

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RONALDO BARBOSA A expressão do artista

Conhecido pelos seus vários talentos, o designer Ronaldo Barbosa impressiona com suas tantas habilidades. Vencedor de diversos prêmios, criador de marcas influentes, atualmente se dedica a projetos que resgatam a identidade cultural italiana e alemã na Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo, resgatando e preservando desde seus costumes até seus projetos de arquitetura originais. Fotografia: Helio Filho Texto: Carla Miranda

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RONALDO BARBOSA A expressão do artista

Conhecido pelos seus vários talentos, o designer Ronaldo Barbosa impressiona com suas tantas habilidades. Vencedor de diversos prêmios, criador de marcas influentes, atualmente se dedica a projetos que resgatam a identidade cultural italiana e alemã na Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo, resgatando e preservando desde seus costumes até seus projetos de arquitetura originais. Fotografia: Helio Filho Texto: Carla Miranda

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Anima — Artista plástico, curador, diretor de museu, designer... O que motiva Ronaldo Barbosa a ter múltiplas atividades? Ronaldo Barbosa — Gosto muito de desafios! Coisas que acho difíceis de resolver e fazer. É o que me dá desejo de realizar. Aquela emoção do vai dar certo, vai dar errado! Do coração batendo forte, sabe?! Não gosto da zona de conforto, fico entediado. Gosto principalmente das coisas com volume, com escala. Me excitam mais! Você desenvolve um projeto de resgate da identidade cultural dos povos italianos e pomeranos na Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo. Conte-nos um pouco mais sobre isso. A Casa do Compadre, inaugurada em outubro de 2016, é um espaço aberto, funciona de sexta a domingo, inclusive feriados, das 8:00 às 20:00 horas. Lá, temos obras minhas de design, trabalhos de parceiros, folheteria, desenho de moda, artesanato de artistas do Espírito Santo. O local onde nos instalamos era uma antiga lojinha de linguiças. Além da Casa do Compadre, tenho meu ateliê, que é uma casa pomerana de 120 anos. Desmontei com cuidado, enumerei todas a peças e remontei num terreno no Morro do Canário. Esse espaço não é aberto ao público. Lá realizo um projeto maravilhoso para artistas residentes. Sobre o processo de estruturação das casas. Como ele ocorre? Essas casas são muito interessantes, diria até que são casas inteligentes. Elas esquentam no inverno e esfriam no verão. São todas feitas de encaixes porque, na época, não existiam parafusos. Nós temos uma herança de marcenaria muito rica, tendo em vista que muitos dos imigrantes vieram de Vêneto, região em que, no século XVII, reunia a excelência da marcenaria da Europa. Numero a casa inteira, faço uma codificação de colunas, de tábuas, de tudo. Aí, desmonto e guardo. Na construção dessas casas aconteceu um processo inverso. Primeiro, adquiri as casas e, depois, cuidadosamente escolhi e comprei o terreno. Há uns anos, visitando esta região, me encantei e comprei uma propriedade e montei essa primeira casa, onde funciona o estúdio. Já compro essas casas há muito tempo, porque estou muito interessado nessa questão da imigração italiana e alemã. Tudo que envolve esta cultura, a arquitetura rural, utensílios, língua, culinária. Afinal, foram eles que colonizaram todo o interior do nosso Estado. Tenho interesse particular, como designer, de trabalhar a questão da identidade cultural capixaba. Como surgiram esses projetos? Frequento as montanhas por volta de uns 20 anos. Tenho muito interesse nas questões de valorização da cultura local, do território, da arquitetura, dos costumes. A loja é uma forma de incentivar a produção dos artistas regionais a trabalhar o resgate das culturas italiana e pomerana. Pretendo estender isso para projetos futuros. Essa é uma sementinha que estamos plantando.

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Anima — Artista plástico, curador, diretor de museu, designer... O que motiva Ronaldo Barbosa a ter múltiplas atividades? Ronaldo Barbosa — Gosto muito de desafios! Coisas que acho difíceis de resolver e fazer. É o que me dá desejo de realizar. Aquela emoção do vai dar certo, vai dar errado! Do coração batendo forte, sabe?! Não gosto da zona de conforto, fico entediado. Gosto principalmente das coisas com volume, com escala. Me excitam mais! Você desenvolve um projeto de resgate da identidade cultural dos povos italianos e pomeranos na Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo. Conte-nos um pouco mais sobre isso. A Casa do Compadre, inaugurada em outubro de 2016, é um espaço aberto, funciona de sexta a domingo, inclusive feriados, das 8:00 às 20:00 horas. Lá, temos obras minhas de design, trabalhos de parceiros, folheteria, desenho de moda, artesanato de artistas do Espírito Santo. O local onde nos instalamos era uma antiga lojinha de linguiças. Além da Casa do Compadre, tenho meu ateliê, que é uma casa pomerana de 120 anos. Desmontei com cuidado, enumerei todas a peças e remontei num terreno no Morro do Canário. Esse espaço não é aberto ao público. Lá realizo um projeto maravilhoso para artistas residentes. Sobre o processo de estruturação das casas. Como ele ocorre? Essas casas são muito interessantes, diria até que são casas inteligentes. Elas esquentam no inverno e esfriam no verão. São todas feitas de encaixes porque, na época, não existiam parafusos. Nós temos uma herança de marcenaria muito rica, tendo em vista que muitos dos imigrantes vieram de Vêneto, região em que, no século XVII, reunia a excelência da marcenaria da Europa. Numero a casa inteira, faço uma codificação de colunas, de tábuas, de tudo. Aí, desmonto e guardo. Na construção dessas casas aconteceu um processo inverso. Primeiro, adquiri as casas e, depois, cuidadosamente escolhi e comprei o terreno. Há uns anos, visitando esta região, me encantei e comprei uma propriedade e montei essa primeira casa, onde funciona o estúdio. Já compro essas casas há muito tempo, porque estou muito interessado nessa questão da imigração italiana e alemã. Tudo que envolve esta cultura, a arquitetura rural, utensílios, língua, culinária. Afinal, foram eles que colonizaram todo o interior do nosso Estado. Tenho interesse particular, como designer, de trabalhar a questão da identidade cultural capixaba. Como surgiram esses projetos? Frequento as montanhas por volta de uns 20 anos. Tenho muito interesse nas questões de valorização da cultura local, do território, da arquitetura, dos costumes. A loja é uma forma de incentivar a produção dos artistas regionais a trabalhar o resgate das culturas italiana e pomerana. Pretendo estender isso para projetos futuros. Essa é uma sementinha que estamos plantando.

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Falando sobre se expressar, em tempos de libertações ideológicas, de mídias sociais, você acha que as pessoas estão sentindo uma necessidade maior de se expressar? Claro! Todo mundo quer se expressar. Nas mídias sociais, todos querem dar sua opinião, falar o que pensam, o que estão fazendo, o que estão comendo, onde estão chegando. Acho isso uma febre do mundo contemporâneo. Isso está cada vez mais se particularizando. Você já não tem mais uma coisa a seguir. As pessoas estão montando suas histórias. Você não quer ser o outro, quer ser você. Hoje, o mundo é mais permissivo. As pessoas estão buscando suas singularidades, seus grupos, suas tribos. O importante é você encontrar seu “encaixe”, sejam culturais, de gênero, enfim. Hoje, os preconceitos estão sendo combatidos mais efetivamente. Então, as pessoas buscam, cada vez mais, se mostrar como realmente são.

Quais os planos para 2017? Não costumo falar deles. Gosto de realizá-los primeiro. Acho que, quando você fala muito do futuro, ou de um projeto, ou de um sonho, acaba dispersando a energia! Ferreira Gullar declarou, certa vez, que “a arte existe porque a vida não basta”. Você concorda? Mais ou menos! (risos) Isso é o ponto de vista do artista. Como artista, acho que a arte é fundamental, mas há pessoas sem contato com esse conceito de arte especificamente e que vivem muito bem, ou que até produzem arte, mas não são sabem, porque, na arte popular, o que a gente vê como arte, para ele é uma expressão da sua natureza, da sua necessidade. Esses conceitos são mais relativos. Do nosso lado, a gente acha imprescindível, mas, na verdade, se expressar é fundamental para a vida.

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Falando sobre se expressar, em tempos de libertações ideológicas, de mídias sociais, você acha que as pessoas estão sentindo uma necessidade maior de se expressar? Claro! Todo mundo quer se expressar. Nas mídias sociais, todos querem dar sua opinião, falar o que pensam, o que estão fazendo, o que estão comendo, onde estão chegando. Acho isso uma febre do mundo contemporâneo. Isso está cada vez mais se particularizando. Você já não tem mais uma coisa a seguir. As pessoas estão montando suas histórias. Você não quer ser o outro, quer ser você. Hoje, o mundo é mais permissivo. As pessoas estão buscando suas singularidades, seus grupos, suas tribos. O importante é você encontrar seu “encaixe”, sejam culturais, de gênero, enfim. Hoje, os preconceitos estão sendo combatidos mais efetivamente. Então, as pessoas buscam, cada vez mais, se mostrar como realmente são.

Quais os planos para 2017? Não costumo falar deles. Gosto de realizá-los primeiro. Acho que, quando você fala muito do futuro, ou de um projeto, ou de um sonho, acaba dispersando a energia! Ferreira Gullar declarou, certa vez, que “a arte existe porque a vida não basta”. Você concorda? Mais ou menos! (risos) Isso é o ponto de vista do artista. Como artista, acho que a arte é fundamental, mas há pessoas sem contato com esse conceito de arte especificamente e que vivem muito bem, ou que até produzem arte, mas não são sabem, porque, na arte popular, o que a gente vê como arte, para ele é uma expressão da sua natureza, da sua necessidade. Esses conceitos são mais relativos. Do nosso lado, a gente acha imprescindível, mas, na verdade, se expressar é fundamental para a vida.

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Como objeto de uso que carrega memórias, ele é a memória, é a alma. Luisa Mendes / Designer de Moda e Pesquisadora Instagram: @mendesluisa

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Já ouvi muito esta expressão quando aprontava alguma coisa, tipo alguma traquinagem. Traquinagem é sinônimo de peraltice, gaiatice e tropelia. Refere-se ao ato de fazer alguma ação inusitada, com astúcia, e muitas vezes desprovida de malícia. Portanto, ao longo dos anos as minhas ideias sobre moda foram construídas, dentre outras, em virtude dos meus traquejos da vida, sobre ação, e talvez o vestuário, neste contexto, estivesse mais como um produto secundário. Doce ilusão! Em que mundo (meu e seu) ele (o vestuário) seria produto secundário? Ao apresentar um trabalho sobre o amigo falecido, Allon White, o professor Peter Stallybrass foi tomado pela presença do amigo, começou a chorar e não conseguiu dar prosseguimento a leitura. Naquele dia, Stallybrass estava vestido com a jaqueta de Allon. Em um tempo depois, o professor fez a seguinte declaração em seu livro: “Os corpos vêm e vão - as roupas que receberam esses corpos sobrevivem... e vivem com a marca humana, com a história dos corpos que as portaram” . O que Stallybrass sentiu naquele momento foi a presença de seu amigo, materializada em vestuário. Bravo! Presença latente. Latente porque o vestuário é pele, órgão do indivíduo portador, inerente ao condicionamento psíquico e físico do homem. Quando os órgãos param de funcionar, o órgão vestuário resiste, mas não como objeto de uso que carrega memórias, ele é a memória, é a alma. Assim como nos dizem tantos povos primitivos, dentre eles os indonésios e os povos norte-asiáticos, o homem pode ter várias almas. Quando ocorre a morte uma alma sobe ao céu, uma fica no túmulo e a outra desce ao reino das sombras. Uma das almas habita nos ossos; a que reside no sangue pode abandonar o corpo sob a forma de uma abelha ou de uma vespa; já a terceira, em tudo semelhante ao homem, é uma espécie de fantasma. Na morte, a primeira foca dentro do esqueleto, a segunda é devorada pelos espíritos e a terceira aparece aos humanos sob a forma de um fantasma. Este fantasma é o vestuário. Não, não é uma assombração: é a Alma! É a Alma que a marca brasileira Insecta shoes enaltece ao desenvolver calçados e acessórios ecológicos e veganos. Usam no contraforte, palmilha, couraça, cabedal e sola, respectivamente, os materiais: plástico reciclado, excedente têxtil e borracha triturada do sobressalente da indústria calçadista. O excedente muitas vezes é visto como sobra, resto, um resíduo sólido que demora décadas ou séculos para a decomposição no meio ambiente.

Modelo de sapato da marca Insecta Shoes. Fonte: www.insectashoes.com

-Tá inventando moda, né menina?!

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Como objeto de uso que carrega memórias, ele é a memória, é a alma. Luisa Mendes / Designer de Moda e Pesquisadora Instagram: @mendesluisa

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Já ouvi muito esta expressão quando aprontava alguma coisa, tipo alguma traquinagem. Traquinagem é sinônimo de peraltice, gaiatice e tropelia. Refere-se ao ato de fazer alguma ação inusitada, com astúcia, e muitas vezes desprovida de malícia. Portanto, ao longo dos anos as minhas ideias sobre moda foram construídas, dentre outras, em virtude dos meus traquejos da vida, sobre ação, e talvez o vestuário, neste contexto, estivesse mais como um produto secundário. Doce ilusão! Em que mundo (meu e seu) ele (o vestuário) seria produto secundário? Ao apresentar um trabalho sobre o amigo falecido, Allon White, o professor Peter Stallybrass foi tomado pela presença do amigo, começou a chorar e não conseguiu dar prosseguimento a leitura. Naquele dia, Stallybrass estava vestido com a jaqueta de Allon. Em um tempo depois, o professor fez a seguinte declaração em seu livro: “Os corpos vêm e vão - as roupas que receberam esses corpos sobrevivem... e vivem com a marca humana, com a história dos corpos que as portaram” . O que Stallybrass sentiu naquele momento foi a presença de seu amigo, materializada em vestuário. Bravo! Presença latente. Latente porque o vestuário é pele, órgão do indivíduo portador, inerente ao condicionamento psíquico e físico do homem. Quando os órgãos param de funcionar, o órgão vestuário resiste, mas não como objeto de uso que carrega memórias, ele é a memória, é a alma. Assim como nos dizem tantos povos primitivos, dentre eles os indonésios e os povos norte-asiáticos, o homem pode ter várias almas. Quando ocorre a morte uma alma sobe ao céu, uma fica no túmulo e a outra desce ao reino das sombras. Uma das almas habita nos ossos; a que reside no sangue pode abandonar o corpo sob a forma de uma abelha ou de uma vespa; já a terceira, em tudo semelhante ao homem, é uma espécie de fantasma. Na morte, a primeira foca dentro do esqueleto, a segunda é devorada pelos espíritos e a terceira aparece aos humanos sob a forma de um fantasma. Este fantasma é o vestuário. Não, não é uma assombração: é a Alma! É a Alma que a marca brasileira Insecta shoes enaltece ao desenvolver calçados e acessórios ecológicos e veganos. Usam no contraforte, palmilha, couraça, cabedal e sola, respectivamente, os materiais: plástico reciclado, excedente têxtil e borracha triturada do sobressalente da indústria calçadista. O excedente muitas vezes é visto como sobra, resto, um resíduo sólido que demora décadas ou séculos para a decomposição no meio ambiente.

Modelo de sapato da marca Insecta Shoes. Fonte: www.insectashoes.com

-Tá inventando moda, né menina?!

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Modelos de bolsas desenvolvidas pela marca Revoada. Fonte: www.revoada.com.br

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- Os tecidos utilizados pela Insecta Shoes, muitas vezes, foram adquiridos do Banco de Tecido de Reuso, empreendimento que funciona como uma loja em que pessoas depositam seus tecidos que estavam sem uso ou em estoques, e podem sacar outros em troca ou até mesmo comprar. Assim como fazem as marcas Karmen e a Panaceia. Já a marca Revoada desenvolve seus produtos de vestuário a partir de câmaras de pneus e guardachuvas antigos. O que todos estes projetos e marcas citadas fazem, ca da uma a sua maneira, é trabalhar em fluxo no sistema 4D, o que significa ponderar o ambiente, a sociedade, a cultura e a economia. Todos eles pensam os seus produtos como elementos integrados a um ecossistema, ao sistema onde vivem, conjunto de características físicas, químicas e biológicas que influenciam a existência de uma espécie. Neste caso, a espécie é a própria Moda. Mas não a moda como conhecemos, e sim a Moda como tem se tornado, com “M” maiúsculo. “M” também de Malha, que como empreendimento, mimetiza a simbologia do tecido que a denomina. Tecido este que possui elasticidade e que talvez por tal característica seja possível conectar em um espaço de coworking2 e de cosewing3: criadores, empreendedores, produtores, fornecedores e consumidores pela construção de uma Moda sustentável, colaborativa, local e independente. Concomitante a criação e efervescência de uma A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

2 Modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos. 3 Compartilhamento de toda estrutura fabril do segmento da Moda.

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Modelos de bolsas desenvolvidas pela marca Revoada. Fonte: www.revoada.com.br

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- Os tecidos utilizados pela Insecta Shoes, muitas vezes, foram adquiridos do Banco de Tecido de Reuso, empreendimento que funciona como uma loja em que pessoas depositam seus tecidos que estavam sem uso ou em estoques, e podem sacar outros em troca ou até mesmo comprar. Assim como fazem as marcas Karmen e a Panaceia. Já a marca Revoada desenvolve seus produtos de vestuário a partir de câmaras de pneus e guardachuvas antigos. O que todos estes projetos e marcas citadas fazem, ca da uma a sua maneira, é trabalhar em fluxo no sistema 4D, o que significa ponderar o ambiente, a sociedade, a cultura e a economia. Todos eles pensam os seus produtos como elementos integrados a um ecossistema, ao sistema onde vivem, conjunto de características físicas, químicas e biológicas que influenciam a existência de uma espécie. Neste caso, a espécie é a própria Moda. Mas não a moda como conhecemos, e sim a Moda como tem se tornado, com “M” maiúsculo. “M” também de Malha, que como empreendimento, mimetiza a simbologia do tecido que a denomina. Tecido este que possui elasticidade e que talvez por tal característica seja possível conectar em um espaço de coworking2 e de cosewing3: criadores, empreendedores, produtores, fornecedores e consumidores pela construção de uma Moda sustentável, colaborativa, local e independente. Concomitante a criação e efervescência de uma A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

2 Modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos. 3 Compartilhamento de toda estrutura fabril do segmento da Moda.

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v ivacatamaran.com.br

Modelo de sapato da marca Insecta Shoes. Fonte: www.insectashoes.com

escola e de um laboratório de experimentação, tudo isto em um galpão de 1.800 m² localizado no bairro de São Cristovão, Rio de Janeiro. Estes agentes pensam e trabalham todos os estágios de desenvolvimento do vestuário. Claro que se referem a um sistema, mas um sistema que olha para a materialidade da peça, para a sua manufatura, autopreservação, história, memória e para o indivíduo (que fabrica e consome). Um indivíduo que porta este vestuário não como um subproduto, mas como um elemento constituinte de sua identidade, da sua alma; que o carrega com uma mescla de bravura e leveza, em um momento em que se posicionar é essencial e que para a mudança desejada é preciso muita traquinagem e travessura no sentido de repensar o modelo de produção e consumo que vivemos com prática, diálogo e desenvoltura. Desta maneira, a expressão Está inventando Moda?!, nunca fez tanto sentido.

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R u a A l e i x o N et to , 9 6 4 , P r a i a d o C a nto - V i tó r i a / E S

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v ivacatamaran.com.br

Modelo de sapato da marca Insecta Shoes. Fonte: www.insectashoes.com

escola e de um laboratório de experimentação, tudo isto em um galpão de 1.800 m² localizado no bairro de São Cristovão, Rio de Janeiro. Estes agentes pensam e trabalham todos os estágios de desenvolvimento do vestuário. Claro que se referem a um sistema, mas um sistema que olha para a materialidade da peça, para a sua manufatura, autopreservação, história, memória e para o indivíduo (que fabrica e consome). Um indivíduo que porta este vestuário não como um subproduto, mas como um elemento constituinte de sua identidade, da sua alma; que o carrega com uma mescla de bravura e leveza, em um momento em que se posicionar é essencial e que para a mudança desejada é preciso muita traquinagem e travessura no sentido de repensar o modelo de produção e consumo que vivemos com prática, diálogo e desenvoltura. Desta maneira, a expressão Está inventando Moda?!, nunca fez tanto sentido.

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Biquínis e Hot pants voltam à tona e ganham a companhia de caftãs e kimonos transparentes, de silhueta ampla, dando vida à uma moda praia que transita entre o sexy e o clássico

Caftã azul e - Bebel Gama Lounge Wear Hot pants listrado- Líquido

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Biquínis e Hot pants voltam à tona e ganham a companhia de caftãs e kimonos transparentes, de silhueta ampla, dando vida à uma moda praia que transita entre o sexy e o clássico

Caftã azul e - Bebel Gama Lounge Wear Hot pants listrado- Líquido

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Kimono com franjas Richards Bottom liso azul - Bordot Maxi colar azul - Líquido NA PAGINA AO LADO: Caftã e Hot pants Líquido A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Kimono com franjas Richards Bottom liso azul - Bordot Maxi colar azul - Líquido NA PAGINA AO LADO: Caftã e Hot pants Líquido A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Túnica estampada BEBEL GAMA Lounge Wear Hot pants Líquido NA PAGINA AO LADO: Saída de praia branca alças finas Bordot Bottom veludo cinza Bordot Chapéu floppy laço preto Líquido

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Túnica estampada BEBEL GAMA Lounge Wear Hot pants Líquido NA PAGINA AO LADO: Saída de praia branca alças finas Bordot Bottom veludo cinza Bordot Chapéu floppy laço preto Líquido

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Top branco Bordot Hot pants degradê azulBebel Gama Lounge Wear Chapéu floppy Líquido NA PAGINA AO LADO: Bata com listras Richard´s Hot pants pretoBebel Gama Lounge Wear A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

FOTÓGRAFA: GRACIELLE GAVA STYLING: FLAVIA BAYER, LETHÍCIA HELENA E THAIS MELO MODELO: FABÍOLA MOULIN BELEZA: GRAZIELE INTRA

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Top branco Bordot Hot pants degradê azulBebel Gama Lounge Wear Chapéu floppy Líquido NA PAGINA AO LADO: Bata com listras Richard´s Hot pants pretoBebel Gama Lounge Wear A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

FOTÓGRAFA: GRACIELLE GAVA STYLING: FLAVIA BAYER, LETHÍCIA HELENA E THAIS MELO MODELO: FABÍOLA MOULIN BELEZA: GRAZIELE INTRA

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NEO DAN DY

Peças de alfaiataria multicolorida que tomaram a moda de assalto nesta estação, encontram no caos das favelas das grandes cidades, cenário perfeito para a exaltação da alegria de viver e da elegância Terno, Ivan Aguilar; Camisa e gravata, Libanesa Homem; Meias, H&M; Sapato, acervo.

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Peças de alfaiataria multicolorida que tomaram a moda de assalto nesta estação, encontram no caos das favelas das grandes cidades, cenário perfeito para a exaltação da alegria de viver e da elegância Terno, Ivan Aguilar; Camisa e gravata, Libanesa Homem; Meias, H&M; Sapato, acervo.

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Da Esquerda para Direita: Terno e camisa Ricardo Almeida, para Marca Registrada; Gravata, Libanesa Homem; Sapato, acervo. Terno Hugo Boss, para Marca Registrada; Camisa e lenço, Marca Homem; Sapato, acervo. Terno Ricardo Almeida, para Marca Registrada; Camisa, Libanesa Homem; Gravata Dudalina, para Libanesa Homem.

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Da Esquerda para Direita: Terno e camisa Ricardo Almeida, para Marca Registrada; Gravata, Libanesa Homem; Sapato, acervo. Terno Hugo Boss, para Marca Registrada; Camisa e lenço, Marca Homem; Sapato, acervo. Terno Ricardo Almeida, para Marca Registrada; Camisa, Libanesa Homem; Gravata Dudalina, para Libanesa Homem.

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Blazer, Libanesa Homem; Camisa, Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; Gravata, Libanesa Homem; Óculos, Ray-Ban

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Blazer, Libanesa Homem; Camisa, Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; Gravata, Libanesa Homem; Óculos, Ray-Ban

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

Suspensório Calvin Klein, para Libanesa Homem; Chapéu Panamá, Libanesa Homem; Sapato, acervo.

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

Suspensório Calvin Klein, para Libanesa Homem; Chapéu Panamá, Libanesa Homem; Sapato, acervo.

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Terno, Libanesa Homem; Camisa Sim Sr. ; Gravata Dudalina, para Libanesa Homem

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Terno, Libanesa Homem; Camisa Sim Sr. ; Gravata Dudalina, para Libanesa Homem

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Blazer Ivan Aguilar, para Libanesa Homem; Camisa Dudalina para Libanesa Homem; Gravata, Libanesa Homem; Chapéu Panamá, Libanesa Homem; Lenço, acervo

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Blazer Ivan Aguilar, para Libanesa Homem; Camisa Dudalina para Libanesa Homem; Gravata, Libanesa Homem; Chapéu Panamá, Libanesa Homem; Lenço, acervo

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Blazer e calça, Libanesa Homem; Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Gravata Calvin Klein, para Libanesa Homem; Óculos, Ray-Ban; Meias, H&M; Anéis : Ivana Izoton Bengala alemã circa 1900: Galeria de Arte Ana Terra e sapato, acervo

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Terno, Ivan Aguilar; Camisa e gravata, Libanesa Homem; bengala inglesa década de 50; Galeria de Arte Ana Terra Sapato, acervo.

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Blazer e calça, Libanesa Homem; Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Gravata Calvin Klein, para Libanesa Homem; Óculos, Ray-Ban; Meias, H&M; Anéis : Ivana Izoton Bengala alemã circa 1900: Galeria de Arte Ana Terra e sapato, acervo

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Terno, Ivan Aguilar; Camisa e gravata, Libanesa Homem; bengala inglesa década de 50; Galeria de Arte Ana Terra Sapato, acervo.

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; Gravata e suspensório, Libanesa Homem; Chapéu Panamá, Libanesa Homem.

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; Gravata e suspensório, Libanesa Homem; Chapéu Panamá, Libanesa Homem.

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Camisab Dudalina, para Libanesa Homem; Gravata e lenço, Libanesa Homem. Terno, Libanesa Homem; Camisa, Marca Homem; Gravata, Libanesa Homem; Lenço, acervo.

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça VR, para Libanesa Homem; Suspensório, Libanesa Homem; Anéis Ivana Izoton. A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Camisab Dudalina, para Libanesa Homem; Gravata e lenço, Libanesa Homem. Terno, Libanesa Homem; Camisa, Marca Homem; Gravata, Libanesa Homem; Lenço, acervo.

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça VR, para Libanesa Homem; Suspensório, Libanesa Homem; Anéis Ivana Izoton. A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça VR, para Libanesa Homem; Suspensório, Libanesa Homem; Anéis Ivana Izoton.

Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Colete Ivan Aguilar, para Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; Sapato, acervo Camisa e gravata Dudalina, para Libanesa Homem; Terno, Libanesa Homem; Sapato, acervo. Blazer, Camisa e Calça, Libanesa Homem; Gravata, Libanesa Homem; Óculos, Ray-Ban; Meias, H&M; Sapato, acervo.

CONCEITO : BEBEL GAMA FOTOGRAFIA: FELIPE QUINTINI, FABRICIO SAITER STYLING: COPA CONSULTORIA (GLAURO SIMÕES, ELISA EUZÉBIO E ALINE MONTEIRO) ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: CAROLINA LIMA MODELOS MEGA MODEL VITORIA: NABILLAH SEDAR, ISAAC MENESES, DEIVID SANTOS LOCAÇÕES: CASA DA STAEL

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Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Calça VR, para Libanesa Homem; Suspensório, Libanesa Homem; Anéis Ivana Izoton.

Camisa Dudalina, para Libanesa Homem; Colete Ivan Aguilar, para Libanesa Homem; Calça, Libanesa Homem; Sapato, acervo Camisa e gravata Dudalina, para Libanesa Homem; Terno, Libanesa Homem; Sapato, acervo. Blazer, Camisa e Calça, Libanesa Homem; Gravata, Libanesa Homem; Óculos, Ray-Ban; Meias, H&M; Sapato, acervo.

CONCEITO : BEBEL GAMA FOTOGRAFIA: FELIPE QUINTINI, FABRICIO SAITER STYLING: COPA CONSULTORIA (GLAURO SIMÕES, ELISA EUZÉBIO E ALINE MONTEIRO) ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: CAROLINA LIMA MODELOS MEGA MODEL VITORIA: NABILLAH SEDAR, ISAAC MENESES, DEIVID SANTOS LOCAÇÕES: CASA DA STAEL

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Born to

be free

.

Sinta-se livre com uma moda urbana, contemporânea e sofisticada e pegue a estrada com estilo, para a maior trip de sua vida.

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Sinta-se livre com uma moda urbana, contemporânea e sofisticada e pegue a estrada com estilo, para a maior trip de sua vida.

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Da esq. Para a direita Ele:Camisa Harley Davidson T-shirt, SHELTER, Jeans SHELTER Ela: T-shirt SHELTER • Colar, acervo Short jeans , Harley Davidson Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson T-shirt Vissla

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Da esq. Para a direita Ele:Camisa Harley Davidson T-shirt, SHELTER, Jeans SHELTER Ela: T-shirt SHELTER • Colar, acervo Short jeans , Harley Davidson Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson T-shirt Vissla

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Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson T-shirt, SHELTER A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson T-shirt, SHELTER A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson

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Ele: Jaqueta de couro, H. Davidson T-shirt, SHELTER Ela: : Jaqueta de nylon , H. Davidsson T-shirt, SHELTER A NI M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson

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Ele: Jaqueta de couro, H. Davidson T-shirt, SHELTER Ela: : Jaqueta de nylon , H. Davidsson T-shirt, SHELTER A NI M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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T-shirt, SHELTER Jaqueta de nylon, H. Davidson T-shirt, SHELTER

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Jaqueta de nylon, H. Davidson T-shirt, SHELTER Luva ,H. Davidson

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T-shirt, SHELTER Jaqueta de nylon, H. Davidson T-shirt, SHELTER

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Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson Bandana Harley Davidson

CONCEITO : BEBEL GAMA FOTOGRAFIA: FELIPE QUINTINI STYLING: JESSICA NEVES ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: MARIA CRISTINA DE SOUZA THALLES LIMA DUBERSTEINS BELEZA: JOYCE MAIA HAIR STYLING: MAX MIRANDA MODELOS RAGAZZO MODEL MGMT: NICOLLY DALPRA, CRISTIANO SARTER, LUCIANO GUTTIERREZ, EDUARDO FIORIN E RENAN CAVALCANTE E O BEBÊ: LANA MIRANDA LOCAÇÕES: CIRCUMANO, HARLEY DAVIDSON VITÓRIA E SHELTER

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Ele: Jaqueta de couro, Harley Davidson Bandana Harley Davidson

CONCEITO : BEBEL GAMA FOTOGRAFIA: FELIPE QUINTINI STYLING: JESSICA NEVES ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: MARIA CRISTINA DE SOUZA THALLES LIMA DUBERSTEINS BELEZA: JOYCE MAIA HAIR STYLING: MAX MIRANDA MODELOS RAGAZZO MODEL MGMT: NICOLLY DALPRA, CRISTIANO SARTER, LUCIANO GUTTIERREZ, EDUARDO FIORIN E RENAN CAVALCANTE E O BEBÊ: LANA MIRANDA LOCAÇÕES: CIRCUMANO, HARLEY DAVIDSON VITÓRIA E SHELTER

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Atmosfera circense que lembra bizarros “freak shows” vitorianos, uma moda que passa por momentos de excêntrica intimidade e se traduz em peças de uma elegância extravagante.

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Luciano e Fabrício: Ternos Libanesa Homem Mariana: Blazer e blusa Martha Paiva, Calça:Tesori e brinco:Diferolla. Paula : vestido Duett e cinto laranja Animale A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Atmosfera circense que lembra bizarros “freak shows” vitorianos, uma moda que passa por momentos de excêntrica intimidade e se traduz em peças de uma elegância extravagante.

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Luciano e Fabrício: Ternos Libanesa Homem Mariana: Blazer e blusa Martha Paiva, Calça:Tesori e brinco:Diferolla. Paula : vestido Duett e cinto laranja Animale A N I M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Vestido: Duett Cinto laranja: Animale para Alma Divas Scarpin: Carmen Steffens

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Fabrício Calça e suspensório: Libaneza Homem

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Vestido: Duett Cinto laranja: Animale para Alma Divas Scarpin: Carmen Steffens

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Fabrício Calça e suspensório: Libaneza Homem

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Calça, camisa, gravata e colete: Libaneza Homem Meias, e sapato: acervo da produção

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Calça, camisa, gravata e colete: Libaneza Homem Meias, e sapato: acervo da produção

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Luciano: Terno Libanesa Homem Acervo: Chapéu, gravata e lenço

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Mariana: Blazer e calça Duett, camisa branca Martha Paiva Acessórios: Diferolla

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Luciano: Terno Libanesa Homem Acervo: Chapéu, gravata e lenço

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Mariana: Blazer e calça Duett, camisa branca Martha Paiva Acessórios: Diferolla

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Vestido: Martha Paiva Scarpin: Carmen Steffens Acessórios : Diferolla / Luva: Acervo

FOTOGRAFIA E CONCEITO: FELIPE QUINTINI RETOUCH: FELIPE QUINTINI AUX. RETOUCH: DRYELLE PATROCÍNIO STYLING: DANIEL DAVILA E JESSICA NEVES BELEZA: JOYCE MAIA MODELOS RAGAZZO MODEL MGMT: LUCIANO GUTTIERREZ, FABRICIO BITTENCOURT, PAULA BORIN E MARIANA DOMINICINI LOCAÇÕES: STUDIO F/7 ILUMINAÇÃO: GUILHERME GOBBI

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Vestido: Martha Paiva Scarpin: Carmen Steffens Acessórios : Diferolla / Luva: Acervo

FOTOGRAFIA E CONCEITO: FELIPE QUINTINI RETOUCH: FELIPE QUINTINI AUX. RETOUCH: DRYELLE PATROCÍNIO STYLING: DANIEL DAVILA E JESSICA NEVES BELEZA: JOYCE MAIA MODELOS RAGAZZO MODEL MGMT: LUCIANO GUTTIERREZ, FABRICIO BITTENCOURT, PAULA BORIN E MARIANA DOMINICINI LOCAÇÕES: STUDIO F/7 ILUMINAÇÃO: GUILHERME GOBBI

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Afinal ele nos apresenta uma série em que os detalhes fazem toda a diferença. São imagens com composições muito bem organizadas, as quais nos pedem uma maior dedicação do olhar. Em algum momento será possível se sentir em meio à multidão quando repentinamente se é arrematado por um olhar saindo das entranhas de uma burca.

APAGUE A LUZ E VEJA Não! O que sugiro no título não é para apagarem as lâmpadas. O que recomendo é que se desconecte do que está a sua volta, livre-se do que pode roubar a sua atenção e entre atentamente na viagem proposta por Fabrício Saiter. 11:46 - Turquia

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Afinal ele nos apresenta uma série em que os detalhes fazem toda a diferença. São imagens com composições muito bem organizadas, as quais nos pedem uma maior dedicação do olhar. Em algum momento será possível se sentir em meio à multidão quando repentinamente se é arrematado por um olhar saindo das entranhas de uma burca.

APAGUE A LUZ E VEJA Não! O que sugiro no título não é para apagarem as lâmpadas. O que recomendo é que se desconecte do que está a sua volta, livre-se do que pode roubar a sua atenção e entre atentamente na viagem proposta por Fabrício Saiter. 11:46 - Turquia

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Observar e interpretar uma cena real e a partir dela produzir uma fotografia, pode parecer uma tarefa simpes, mas isso é tarefa para poucos.

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Observar e interpretar uma cena real e a partir dela produzir uma fotografia, pode parecer uma tarefa simpes, mas isso é tarefa para poucos.

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Gastronomia

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Tartuferia San Paolo:

o espaço das trufas o endereço nos Jardins é o primeiro na cidade a reunir num só lugar café e loja com receitas e produtos à base de trufas italianas brancas e negras

O

s “diamantes da gastronomia” têm endereço fixo em São Paulo desde dezembro de 2014, quando a Tartuferia San Paolo abriu as portas nos Jardins para oferecer produtos e receitas à base de trufas italianas brancas e negras, em lascas, em conserva e in natura, conforme a temporada. A ideia surgiu de um projeto do restaurateur Lalo Zanini (Limone, Companhia Asiática, Sushi Company, Absinto, entre outros), que quer, junto com os sócios, desmistificar este universo e apresentá-lo a um público mais amplo no país, praticando preços mais acessíveis, linha de conduta que sempre adotou em todas as casas que montou. A Tartuferia conta hoje duas unidades na capital – uma na Alameda Lorena e outra na movimentada Oscar Freire –, uma no Espelho (BA) e mais de 200 pontos de venda de produtos em todo o país as trufas estão presentes de diversas formas: compõem produtos da loja, que o cliente pode levar para casa e utilizar em suas receitas, e estão entre os ingredientes usados em pratos, sanduíches, salgados e doces que formam o cardápio do café. Os preparos da loja são feitos artesanalmente com ingredientes 100% naturais e rigorosamente selecionados, sem a utilização de conservantes e corantes. Com fornecedores na Itália e no Brasil, a Tartuferia San Paolo desenvolve in loco delícias como a Goiabada

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cremosa com trufas negras, a Geleia de morango com trufas brancas e o Requeijão de corte com trufas negras. “A Tartuferia San Paolo é uma escola para os brasileiros aprenderem a degustar trufas, já que não temos esse costume”, explica Lalo.. Os produtos Para abrir o negócio, Lalo viajou à Itália para visitar famílias produtoras de trufas. Nessas ocasiões, ajudou mestres tartufaios e seus cães farejadores a caçá-las e as experimentaram em diversas receitas clássicas da região. A experiência resultou nas criações com ingredientes brasileiros e também na importação de produtos tradicionais para a Tartuferia San Paolo, como a Salsa tartufata, molho à base de cogumelos com trufas, e o Creme di zafferano e tartufo, creme de açafrão com trufas. Descrição: Descrição: C:\Users\Ana\Desktop\TARTUFERIA\fotos\ NOVAS\Baixa\tartuferia-15.jpgAs trufas brancas e negras podem aparecer na versão carpaccio, finamente fatiadas e mantidas em óleo de girassol, já prontas para uso. O cliente ainda tem a opção de levar para casa pratos já prontos, preparados com os ingredientes, como risotos, mas-

sas e frutos do mar, embalados a vácuo. Toda a linha de produtos também pode ser encontrada em parceiros da Tartuferia em São Paulo, como Casa Europa, Empório Frei Caneca, Pecorino e Grand Cru. “Nosso objetivo é expandir o negócio ou subprodutos dele, como quiosques, restaurantes, cafés e empórios, para outras cidades, estados e até mesmo países”, conta o restaurateur. O cardápio O completo cardápio da Tartuferia reúne nos dois endereços entradinhas para compartilhar, como os Dadinhos de tapioca com geleia de pimenta e trufas negras, aperitivos, como o Pão de Queijo com requeijão de corte de trufas negras, além de sanduíches, saladas, omeletes e pratos principais. Entre as criações, Polvo grelhado com purê rústico e Ravioli de vitelo ao molho mediterrâneo. E no almoço executivo, destaque para o Tagliatele com frutos do mar servido às sextas-feiras. Na loja da Oscar Freire, a coquetelaria ganha a mesma atenção que o cardápio. Destaque para a Vermuteria, com drinques como o Padin, feito com vermute tinto, licor de amêndoas, Leblon Merlet e abacaxi, e o Tartufetini, produzido com Noilly Prat, gin Bombay Sapphire, tintura de trufa, azeitonas recheadas com alho negro e trufas brancas.

Há ainda o Capone, que leva em sua mistura Noilly prat, grappa, purê de pera, suco de limão, açúcar, clara de ovo e bitter angostura. Outra seção que tem toques especiais é a de Spritzers, com o Martini Flowers Spritz, feito com Martini Rosado, Ketel One infusão de hibisco e Martini Prosecco, ou o Spicy Spritz, com Martini Dry, Martini Rosso, xarope artesanal de figo e especiarias e Martini Prosecco. Ao longo do ano, a casa segue as épocas das diferentes trufas frescas da Itália, para que o brasileiro possa mergulhar nessa nova experiência gastronômica. A iguaria é pesada em uma balança na frente do cliente, que decide com quantos gramas quer incrementar o prato, sempre com preços muito abaixo dos praticados no mercado. Serviço Endereço: Alameda Lorena, 1906 (11) 3831-8072 Dias e horários de funcionamento: segunda a quinta, das 12h às 23h, sexta e sábado, das 12h às 0h, e domingos, das 12h às 18h www.tartuferiasanpaolo.com.br A NI M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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Tartuferia San Paolo:

o espaço das trufas o endereço nos Jardins é o primeiro na cidade a reunir num só lugar café e loja com receitas e produtos à base de trufas italianas brancas e negras

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s “diamantes da gastronomia” têm endereço fixo em São Paulo desde dezembro de 2014, quando a Tartuferia San Paolo abriu as portas nos Jardins para oferecer produtos e receitas à base de trufas italianas brancas e negras, em lascas, em conserva e in natura, conforme a temporada. A ideia surgiu de um projeto do restaurateur Lalo Zanini (Limone, Companhia Asiática, Sushi Company, Absinto, entre outros), que quer, junto com os sócios, desmistificar este universo e apresentá-lo a um público mais amplo no país, praticando preços mais acessíveis, linha de conduta que sempre adotou em todas as casas que montou. A Tartuferia conta hoje duas unidades na capital – uma na Alameda Lorena e outra na movimentada Oscar Freire –, uma no Espelho (BA) e mais de 200 pontos de venda de produtos em todo o país as trufas estão presentes de diversas formas: compõem produtos da loja, que o cliente pode levar para casa e utilizar em suas receitas, e estão entre os ingredientes usados em pratos, sanduíches, salgados e doces que formam o cardápio do café. Os preparos da loja são feitos artesanalmente com ingredientes 100% naturais e rigorosamente selecionados, sem a utilização de conservantes e corantes. Com fornecedores na Itália e no Brasil, a Tartuferia San Paolo desenvolve in loco delícias como a Goiabada

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cremosa com trufas negras, a Geleia de morango com trufas brancas e o Requeijão de corte com trufas negras. “A Tartuferia San Paolo é uma escola para os brasileiros aprenderem a degustar trufas, já que não temos esse costume”, explica Lalo.. Os produtos Para abrir o negócio, Lalo viajou à Itália para visitar famílias produtoras de trufas. Nessas ocasiões, ajudou mestres tartufaios e seus cães farejadores a caçá-las e as experimentaram em diversas receitas clássicas da região. A experiência resultou nas criações com ingredientes brasileiros e também na importação de produtos tradicionais para a Tartuferia San Paolo, como a Salsa tartufata, molho à base de cogumelos com trufas, e o Creme di zafferano e tartufo, creme de açafrão com trufas. Descrição: Descrição: C:\Users\Ana\Desktop\TARTUFERIA\fotos\ NOVAS\Baixa\tartuferia-15.jpgAs trufas brancas e negras podem aparecer na versão carpaccio, finamente fatiadas e mantidas em óleo de girassol, já prontas para uso. O cliente ainda tem a opção de levar para casa pratos já prontos, preparados com os ingredientes, como risotos, mas-

sas e frutos do mar, embalados a vácuo. Toda a linha de produtos também pode ser encontrada em parceiros da Tartuferia em São Paulo, como Casa Europa, Empório Frei Caneca, Pecorino e Grand Cru. “Nosso objetivo é expandir o negócio ou subprodutos dele, como quiosques, restaurantes, cafés e empórios, para outras cidades, estados e até mesmo países”, conta o restaurateur. O cardápio O completo cardápio da Tartuferia reúne nos dois endereços entradinhas para compartilhar, como os Dadinhos de tapioca com geleia de pimenta e trufas negras, aperitivos, como o Pão de Queijo com requeijão de corte de trufas negras, além de sanduíches, saladas, omeletes e pratos principais. Entre as criações, Polvo grelhado com purê rústico e Ravioli de vitelo ao molho mediterrâneo. E no almoço executivo, destaque para o Tagliatele com frutos do mar servido às sextas-feiras. Na loja da Oscar Freire, a coquetelaria ganha a mesma atenção que o cardápio. Destaque para a Vermuteria, com drinques como o Padin, feito com vermute tinto, licor de amêndoas, Leblon Merlet e abacaxi, e o Tartufetini, produzido com Noilly Prat, gin Bombay Sapphire, tintura de trufa, azeitonas recheadas com alho negro e trufas brancas.

Há ainda o Capone, que leva em sua mistura Noilly prat, grappa, purê de pera, suco de limão, açúcar, clara de ovo e bitter angostura. Outra seção que tem toques especiais é a de Spritzers, com o Martini Flowers Spritz, feito com Martini Rosado, Ketel One infusão de hibisco e Martini Prosecco, ou o Spicy Spritz, com Martini Dry, Martini Rosso, xarope artesanal de figo e especiarias e Martini Prosecco. Ao longo do ano, a casa segue as épocas das diferentes trufas frescas da Itália, para que o brasileiro possa mergulhar nessa nova experiência gastronômica. A iguaria é pesada em uma balança na frente do cliente, que decide com quantos gramas quer incrementar o prato, sempre com preços muito abaixo dos praticados no mercado. Serviço Endereço: Alameda Lorena, 1906 (11) 3831-8072 Dias e horários de funcionamento: segunda a quinta, das 12h às 23h, sexta e sábado, das 12h às 0h, e domingos, das 12h às 18h www.tartuferiasanpaolo.com.br A NI M A M AG . • 2 017 N º 0 01

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O primeiro rosé spirit do mundo, bebida que traz o espírito elegante e sofisticado dos verões na Riviera Francesa

Inspirado em Saint-Tropez, brasileiros lançam

o primeiro rosé spirit do mundo. A Santropa nasce em território nacioal, e traz em sua identidade o lifestyle da Riviera Francesa. Trata-se de um destilado nascido da união peculiar do mais puro álcool de cereais com frutas, incluindo uva, limão e frutas vermelhas. A invenção é fruto da sociedade entre os amigos de infância Lucas Albuquerque, Kiko Lumack e Luli Dias, nomes já reconhecidos no setor de bebidas no país e Marcelo Uyvari, empresário da noite. Lucas em uma passagem pelo verão europeu teve a ideia de criar um novo destilado, com inspiração na bebida mais famosa da pequena comuna francesa, o vinho rosé. A receita demorou um ano para ser concluída até chegar ao equilíbrio perfeito para o consumo. Inicialmente o produto foi apresentado para frequentadores de St. Tropez durante o verão europeu e após, para o enólogo Luís Duarte – que logo se apaixonou pelo projeto, e embarcou como sócio, auxiliando na conclusão da bebida. Reunir as opiniões dos consumidores com a expertise do profissional foi essencial para elaborar o produto final. O destilado, a partir de fevereiro, será produzido também em Portugal com distribuição no próprio país, Espanha e França.

Onde comprar: www.santropa.com Insta: @santropa

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Inspirado em Saint-Tropez, brasileiros lançam

o primeiro rosé spirit do mundo. A Santropa nasce em território nacioal, e traz em sua identidade o lifestyle da Riviera Francesa. Trata-se de um destilado nascido da união peculiar do mais puro álcool de cereais com frutas, incluindo uva, limão e frutas vermelhas. A invenção é fruto da sociedade entre os amigos de infância Lucas Albuquerque, Kiko Lumack e Luli Dias, nomes já reconhecidos no setor de bebidas no país e Marcelo Uyvari, empresário da noite. Lucas em uma passagem pelo verão europeu teve a ideia de criar um novo destilado, com inspiração na bebida mais famosa da pequena comuna francesa, o vinho rosé. A receita demorou um ano para ser concluída até chegar ao equilíbrio perfeito para o consumo. Inicialmente o produto foi apresentado para frequentadores de St. Tropez durante o verão europeu e após, para o enólogo Luís Duarte – que logo se apaixonou pelo projeto, e embarcou como sócio, auxiliando na conclusão da bebida. Reunir as opiniões dos consumidores com a expertise do profissional foi essencial para elaborar o produto final. O destilado, a partir de fevereiro, será produzido também em Portugal com distribuição no próprio país, Espanha e França.

Onde comprar: www.santropa.com Insta: @santropa

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Anima indica: Alma Divas Instagram/almadivas (27) 99531-7164

Liquído www.liquidostore.com.br (27) 3034-7000 / 3022-1122

Ana Terra galeriaanaterra.com.br (27) 3235-1830 / 3324-5733

Maison Libanesa Homem www.libanesahomem.com.br (27) 3376-3115

Animale www.animale.com.br (27) 3315-6131

Manolita www.manolita.com.br (27) 3019-8153

Bebel Gama Lounge Wear Instagram: /bebel_gama (27) 3077-2662

Marca Registrada Instagram: /marcaregistrada (27) 3314-3932

Bordot www.bordofit.com.br (27) 3225-9429

Martha Paiva www.marthapaiva.com (27) 3325-1486

Carmen Steffens www.carmensteffens.com.br (27) 3227-0042

Richards www.richards.com.br (27) 3320-6278

Caviar Giaveri www.caviargiaveri.com

Santropa loja.santropa.com (11) 98180-8855

Diferolla Instagram /diferolla (27) 3335-1223 Duett Instagram /duettvix (27) 3026-3180 Grand Cru| Casas de Vinhos www.grandcru.com.br (27) 0800 777 8558 Ivana Izoton Joalheria Contemporânea www.ivanaizoton.com.br (27) 99229-5358

Shelter Instagram /studioshelter (27) 3077-2662 Tartuferia San Paolo www.tartuferiasanpaolo.com.br (27) 99986-8962 Tesori Instagram /tesoriloja (27) 3235-9145 Vitória Harley-Davidson www.vitoriahd.com.br (27) 3357-7172

Joalheria Adriana DelMaestro Intagram: /adrianadelmaestro (27) 3325-6060

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Anima indica: Alma Divas Instagram/almadivas (27) 99531-7164

Liquído www.liquidostore.com.br (27) 3034-7000 / 3022-1122

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Carmen Steffens www.carmensteffens.com.br (27) 3227-0042

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Caviar Giaveri www.caviargiaveri.com

Santropa loja.santropa.com (11) 98180-8855

Diferolla Instagram /diferolla (27) 3335-1223 Duett Instagram /duettvix (27) 3026-3180 Grand Cru| Casas de Vinhos www.grandcru.com.br (27) 0800 777 8558 Ivana Izoton Joalheria Contemporânea www.ivanaizoton.com.br (27) 99229-5358

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