Ano XXVII São Luís - MA - Brasil março/abril- 2017 R$ 15,00
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Lazer • Cultura • Negócios • Esporte • Meio Ambiente
Maranhão Turismo 1
2 MaranhĂŁo Turismo
MaranhĂŁo Turismo 3
Magia 12 | AdaEterna festa do Divino 18 | AdoBusca Mastro 20 | Levantamento do Mastro de Licor 22 | Distribuição na casa de Festeiro 24 | Coroação do Império 34 | Corrida dos Bois Doce 38 | OdeDivino Espécie Turístico 39 | Odepotencial Alcântara
Fogueteiro da Festa do Divino
4 Maranhão Turismo
MaranhĂŁo Turismo 5
A Comunidade de Alcântara estará em festa este ano de 24/05 a 04/06. O cotidiano da cidade será palco privilegiado do ritual do Divino Espírito Santo, que se faz presente em cada um que ali se encontra para homenageá-lo. Nesta edição retratamos em textos cidade que é patrimônio histórico nacional desde 1948. Contamos a religiosidade da festa , com a intenção de transmitir um sentimento, que nos convida a mergulhar num mundo mágico, mas que existe de fato, remetendo valores
FOTO: CHARLLES EDUARDO
e imagens toda a trajetória da festa, da
essenciais de um povo que luta para manter a exuberância do Divino. Alcântara é um destino turístico bem próximo, facilmente acessível por mar, a apenas uma hora de viagem de barco a partir de São Luís, e simplesmente fascinante. Vale a pena conhecer! Se ainda não foi, aproveite para ir no período da festa e descubra um dos melhores roteiros turísticos, culturais e religiosos do Estado. Boa leitura e até a próxima edição.
Léa Zacheu Editora Chefe Mordoma-Régia
Revista Maranhão Turismo Coordenação Editorial e Publicidade Léa Zacheu Administrativo Financeiro Sérgio Quirino Revisão Lara Zacheu Reportagem Paulo Melo Sousa Léa Zacheu Colaboradores Joan Santos Thamirys D’Eça Raquel de Freitas Diagramação Renê Caldas (renecaldas0@gmail.com) Fotos Charlles Eduardo Joan Santos Impressão Editora Lucena Tiragem 5.000 Exemplares
Av. Marechal Castelo Branco – Galeria 559-A, Edifícil Tóquio, Sala 106 – São Francisco – São Luís-MA – Brasil CEP – 65076-090 Fone: (98) 98152 0970 (Tim) / (98) 99607 3423 (Oi) (98) 98211 1426 (Tim) E-mail: revistamaturismo@gmail.com @revistamaturismo Escritório São Paulo - SP Rua Ministro Gastão Mesquita Nº 538 - Pompéia - CEP: 05012-010 Fone: (11) 98756 5628 ARTICULISTA NACIONAL Paulo França paulo.franca@pfcint.com.br whatsapp/tim: (11) 94779 8404 *É de responsabilidade dos anunciantes todas as imagens, informações, conceitos, procedências e negociações dos veículos publicados nesta edição.
Venha conferir a sensação da perfeita harmonia.
Agende um horário conosco. ANTES
DEPOIS
98843 5003 Maranhão Turismo 7
FOTO: JOAN SANTOS
8 Maranhão Turismo
Ruína Igreja da Matriz Pelourinho
MaranhĂŁo Turismo 9
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Casa do Divino
10 Maranhão Turismo
MaranhĂŁo Turismo 11
Alcântara A ETERNA MAGIA DA FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO Por: Paulo Melo Sousa
Anualmente o ritual da festa do Divino Espírito Santo se cumpre religiosamente na encantadora cidade de Alcântara, patrimônio histórico nacional desde 1948. A velha Tapuitapera (antiga tapera dos tapuias), tomada pelos tupinambás, visitada pelos franceses, colonizada pelos portugueses e erguida com o braço africano se veste luxuosamente para movimentar toda a comunidade e receber visitantes no seu festejo mais tradicional.Em Alcântara, devido à sua exuberância e beleza, acompanhada pelo indispensável tempero da fé, essa manifestação de raiz religiosa representa uma das mais importantes expressões culturais de cunho popular de todo o estado do Maranhão. Segundo alguns historiadores, a festa teria surgido na Alemanha, no século XII, tendo se espalhado em seguida pela Europa, e atingido maior disseminação em Portugal, sobretudo na região nos Açores, encontrando na rainha Isabel de Aragão sua maior devota. Em 1282 a jovem Isabel se casou com Dom Dinis, rei de Portugal. Dessa união nasceu Afonso, herdeiro do trono. Contudo, Dom Dinis teve outro filho, fora do casamento, Afonso Sanches, que recebia grande atenção do rei. Tal situação motivou uma rivalidade que se transformou em desavença séria entre o herdeiro (o príncipe Afonso), e o rei, provocando até conflitos armados. Desesperada com a situação, que poderia provocar a morte do marido ou do filho, a rainha Isabel fez uma promessa, na qual dedicaria um dia de culto ao Divino Espírito Santo e doaria a própria coroa caso a paz voltasse a reinar em sua família, o que acabou acontecendo. A rainha então cumpriu sua promessa no dia de Pentecostes, no ano de 1296, quando ela mesma levou sua coroa até a igreja do Espírito Santo, construída em Alenquer. A cerimônia 12 Maranhão Turismo
foi antecedida por uma procissão que reuniu inúmeros nobres do reino, que carregaram estandartes com o símbolo do Espírito Santo. A celebração, inédita, firmou o compromisso de o reinado de Dom Dinis e Isabel servir ao povo com fé e caridade. Ao longo da cerimônia, as pessoas humildes foram privilegiadas, recebendo a coroa e o cetro reais, simbolizando o Império do Divino Espírito Santo. Ao final,um grande banquete foi oferecido, sendo partilhado entre todos, incluindo os pobres, banquete denominado de Bodo. A partir de então, o rei e a rainha determinaram que a festa fosse realizada todos os anos, na mesma época. Isabel de Aragão, devido à sua fé incondicional, ficou conhecida como Rainha Santa, sendo canonizada pela Igreja Católica em 1625, em razão de milagres que teriam sido realizados a partir de sua invocação. A festa do Divino Espírito Santo foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI e, em Alcântara, especialmente, pelos colonos açorianos. A manifestação se relaciona à descida do Espírito Santo sobre os apóstolos do Cristo Jesus, daí o término da mesma acontecer no domingo de Pentecostes. O festejo envolve a maior parte da população da cidade, e começa na verdade um dia após o seu término, quando acontece a entrega dos postos aos festeiros do ano seguinte. A Coroa do Divino Espírito Santo só é repassada pelo Imperador ou Imperatriz ao Império que comandará a festa no ano seguinte no dia 15 de agosto. “Quando eu me entendi, essa data já estava marcada; nesse dia o Imperador ou Imperatriz manda cortar o mastro, e a partir de então deixa o posto. A Santa Coroa é entregue oficialmente à noite, em missa solene na igreja do Carmo”, informa seu Moacyr Brito Amorim, 80 anos, Coordenador da Festa do Divino em Alcântara, e que se encontra há 60 anos envolvido com o festejo.
Inicialmente motivado por um forte sentido religioso, atualmente o festejo se caracteriza por uma predominância do lado profano. A afluência de devotos às missas diminuiu, e até mesmo muitos festeiros antigos se converteram aos cultos evangélicos, enfraquecendo a força da manifestação. Apesar dos pesares, a festa impressiona por sua vitalidade, luxo e devoção. “Quando eu me envolvi com o festejo, eu tinha vinte anos de idade, e trabalhava para seu Galdino Ribeiro, guardião da festa e que me convidou para ser Mestre-Sala; com o falecimento dele, eu tinha 25 anos, em 1962, e quem assumiu a frente da festa foi seu Ricardo Leitão. Após a morte deste eu assumi como Coordenador do festejo”, declara seu Moacyr Amorim. A cada ano, em Alcântara, o comando da manifestação se alterna, sendo que, se num determinado ano o Império fica por conta da Imperatriz, no ano seguinte o Imperador é quem toma a frente dos festejos, como acontece neste ano de 2017, que terá 7 (sete) festeiros. O Imperador (Luís Augusto Silva Pinheiro) será representado pelo jovem Caio Brito e contará com dois vassalos (Ilan Gabriel Martins e Djard Araújo), além de quatro mestres-sala (Rodrigo Cavalcante, José Luís Barbosa, Antônio do Livramento Boaes Tavares (seu Antônio de Coló) e Karina Pinheiro. “Quando eu me entendi, a festa era pequena, feita para o povo de Alcântara, mas desde que começou a ter divulgação, cresceu muito, e aí foi mudando o sentido religioso; hoje, muita gente vem e fica nos bares ou nas praças, bebendo, querem entrar nas casas de bermuda, sem camisa, enfim, mudou muito. Só havia dois conjuntos de músicos, o de seu Zoza (Josias Ribeiro Tavares) e o de seu Orestes, que tocavam para 13 festeiros, mas hoje cada festeiro contrata o seu conjunto”, diz seu Moacyr Amorim.
FOTO: CHARLLES EDUARDO
A Coroa do Divino Espírito Santo só é repassada pelo Imperador ou Imperatriz ao Império que comandará a festa no ano seguinte no dia 15 de agosto. Nesse dia o Imperador ou Imperatriz manda cortar o mastro, e a partir de então deixa o posto. Maranhão Turismo 13
FOTO: CHARLLES EDUARDO
O Mordomo-Régio deste ano, Haroldo Silva Moraes Júnior (representado pelo jovem Pedro Lucas), declara que “um verdadeiro alcantarense tem fé no Divino Espírito Santo, e é essa fé que nos move para encarar o desafio de continuar realizando a festa, mantendo essa maravilhosa tradição que nos representa; se tivermos perdas financeiras teremos conquistas espirituais, e isso é o mais importante”. Haroldo Júnior contará com três mestres-sala (Helen Rose Diniz, Marlene França e Aldir Diniz). Três Mordomos-Baixos (Hans WandryoCampos, MarfesonSilvaa Cantanhede e Luís Jorge Ribeiro Serejo) e duas Mordomas Baixas (Magda Regina Amorim Barbosa e Aira Ezequiela Girão de Meneses Rodrigues) completam a quantidade de festeiros deste ano. A crise econômica que afeta o país possui reflexos sérios no formato dessa manifestação. “Hoje, a dificuldade é muita, mas,mesmo o governo passando por dificuldades, haverá ajuda oficial para garantir recursos para comprar todos os ingredientes para a produção de doces, bolinhos, doces secos, bolos de trigo, pudins, chocolate, doce de espécie, licor, que são alimentos tradicionais da festa; temos gastos ainda com comida para os participantes, carne de boi, porco, galinha, arroz, e se paga forneiros, cozinheiras, paga-se roupa para as caixeiras, dentre outros gastos, mas, com fé, vai dar tudo certo, em nome do Divino Espírito Santo”, informa dona Maria Silva Costa, conhecida como Maria de Liene (mãe do Imperador Luís Augusto), 80 anos, nascida a 19 de fevereiro de 1937, e que lida com a festa há muitas décadas.
Casa do Divino
Cortejo do Divino
14 Maranhão Turismo
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Senhor Moacyr Brito Amorim, 80 anos, Coordenador da Festa do Divino em Alcântara, envolvido há 60 anos com o festejo. Maranhão Turismo 15
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Cortejo do Mastro
16 MaranhĂŁo Turismo
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Toque das Caxeiras
Antigamente, o cortejo do Divino Espírito Santo percorria todo o município de Alcântara, e chegava mesmo a adentrar outros municípios, tais como Bequimão, Cedral, Mirinzal e até Cururupu, em busca de jóias, doações de bois, porcos, galinhas e outros animais ou bens que eram vendidos e transformados em dinheiro. Com o passar do tempo, essa prática foi se modificando, mas a festa ainda sobrevive por conta da fé de centenas de devotos. Como a festa se caracteriza como turismo religioso, gerando emprego e renda, a prefeitura local e o governo do Estado, através da Secretaria de Cultura e Turismo, ajudam com recursos financeiros.
Atanásio Lima (Sr. Totó) Imperador 2015
Maranhão Turismo 17
A festa terá início, neste ano, no dia 21 de maio, com a busca dos mastros, pés de urucurana que são cortados nas matas do Trajano ou do Pepitale que são trazidos em caminhões para a sede do município. A ação conta com a presença das caixeiras. O mastro do Imperador é deixado no Porto do Jacaré, enquanto que o mastro do Mordomo Régio ficapróximo ao cemitério.“Os mastros representam o pelouro, onde os escravos eram presos e chicoteados, e é uma lembrança desses tempos que ainda existe na festa; antes, eram transportados ao toque das caixeiras, era um ritual mais respeitoso, mas, hoje, virou um carnaval, mudou”, informa seu Moacyr Amorim.
A busca do Mastro
18 Maranhão Turismo
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Maranhão Turismo 19
No dia 24 de maio, quarta-feira, acontece o ritual de busca e levantamento do mastro do Imperador. No meio da tarde, uma multidão se aglomera nesses locais (na quarta-feira para carregarem o mastro do Imperador e, na sexta-feira, 26 de maio, para transportarem o mastro do Mordomo Régio). Sob a exortação das caixeiras, dos conjuntos de música e de algumas carroças que transportam licor para os integrantes do ritual, cerca de 200 homens carregam os mastros. A trajetória do grupo é determinada pela localização da casa dos festeiros.
Levantamento do Mastro do Império na praça da Matriz
20 Maranhão Turismo
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Maranhão Turismo 21
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Por volta das 15 horas, a multidão já se encontra aglomerada no Porto do Jacaré. Animados pela distribuição de licor, os homens e demais participantes iniciam o cortejo, que vai aumentando de número cada vez mais, sob enorme alarido. A cada parada na casa dos festeiros, senhoras queimam incenso como que abençoando o mastro, a multidão pede licor aos gritos (“licor, licor, licor”) e várias garrafas de plástico contendo a bebida voam sobre as cabeças da multidão, que promove enorme algazarra. Sacos com água gelada também são distribuídos. Alguns gaiatos atiram garrafas vazias sobre outros carregadores, palavrões são desferidos. Adiante acontece o revide, mas nada que provoque maiores problemas. Faz parte do jogo do ritual.
Distribuição de licor na casa de festeiro
22 Maranhão Turismo
FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Ao final do cortejo, o mastro é enfeitado com galhos de murta, frutas e garrafas de bebida, e após finalmente é fincado num buraco previamente cavado na Praça da Matriz. Sobre a ponta do mastro, é colocada a bandeira vermelha do Imperador. O mesmo procedimento acontece na sexta-feira, quando o ritual do mastro do Mordomo-Régio, que é fincado em frente à igreja do Carmo. Na ponta do mastro, tremula uma bandeira verde. Segundo Heidimar Guimarães Marques, que foi diretor do Museu Histórico de Alcântara (falecido no dia 13 de junho do ano passado), “o mastro, assim como o Pelourinho, representa um marco do Império, de tal forma que, após o mastro ter sido fincado na Praça da Matriz, isso quer dizer que a partir de então o Império manda em toda a área, acontecendo o mesmo no entorno do mastro do Mordomo Régio”.
Alvorada do Mastro
Maranhão Turismo 23
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Imperatriz de 2014
24 Maranhão Turismo
Um dia depois, na quinta-feira, 25 de maio, acontece a missa da Ascensão do Senhor, na igreja do Carmo, com a coroação do Império, seguida de cortejo pelas ruas da cidade, após a qual ocorre a prisão dos mordomos. “A prisão também é simbólica, pois os mordomos são levados ao mastro e representam os escravos; cada mestre-sala dos mordomos leva então uma prenda para libertá-los, e em seguida, seguem para suas casas”, explica seu Moacyr Amorim. Na sexta-feira, 26 de maio é a vez do ritual de busca e levantamento do mastro do Mordomo Régio, movimentando centenas de pessoas pelas ruas da antiga cidade. À noite, acontece ladainha na igreja do Carmo.
MaranhĂŁo Turismo 25
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Caxeiras no Domingo de Pentecostes
26 MaranhĂŁo Turismo
No primeiro sábado do festejo (dia 27 de maio), também chamado de sábado do meio, prossegue o ritual, com muita comida e bebida fartamente distribuídas a todos os presentes na casa do Mordomo-Régio que, nesse dia, realiza a visita a todos os festeiros. A cada casa visitada, o Mordomo é recebido com vivas, e o cortejo segue adiante, até chegar à casa do Império. Após a chegada do cortejo à Casa do Divino, na rua Grande, as caixeiras tocam solenemente e suas acompanhantes dançam em frente ao altar, ricamente montado, no qual se encontra instalada a imagem de uma pomba representando o Divino Espírito Santo. Em seguida, enquanto comida e bebida vão sendo distribuídas aos presentes, a banda de música, numa sala ao lado, co-
meça a agitar o ambiente. Algumas pessoas, mais desinibidas, adentram o espaço e começam a dançar animadamente. A festa continua e o cortejo finalmente se dirige à casa do Mordomo, onde a folia tem continuidade, adentrando a madrugada. O cortejo do sábado, assim como outros, ainda apresenta, ao longo da peregrinação, a presença de luminárias cuja estrutura é coberta por papel celofane colorido, contendo nos seus interiores, velas acesas. Em alguns trechos da cidade, onde a iluminação é mais precária, o efeito visual é muito bonito. Há alguns anos atrás, a energia elétrica de Alcântara era gerada por um motor a óleo diesel que, à meia noite, deixava de funcionar e mergulhava a cidade na escuridão.
Maranhão Turismo 27
Naquela época, as luminárias se destacavam, servindo até para iluminar o caminho, e existiam às dezenas. Atualmente, poucas pessoas da própria cidade se dispõem a carregar as luminárias, que perduram como lembranças do passado, o que já alterou a beleza do cortejo. Outra tradição que praticamente desapareceu são as personagens chamadas deciganinhas, crianças que recolhiam nas casas ovos, verduras e temperos que depois seriam usados no preparo de alimentos. 28 Maranhão Turismo
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Maranhão Turismo 29
FOTO: CHARLLES EDUARDO
No domingo do meio, pela manhã, logo às nove horas, acontece missa solene na igreja do Carmo. Depois da missa, as caixeiras, sob a orientação da Caixeira-Mor Marlene Silva, mais conhecida como Malá Caixeira, recebem o Império à porta da igreja e, sob o comando do Imperador, o cortejo segue a mesma peregrinação do dia anterior. Trocam-se os papéis, pois neste dia é o Imperador quem visita todas as casas dos festeiros, ritual que só termina ao anoitecer. O sol escaldante ou a chuva inesperada não dá trégua aos integrantes do cortejo, mas o roteiro cumpre à risca seu traçado previamente organizado. O dia vai chegando ao fim e os mais animados se dirigem ao Largo da Matriz, onde barracas recebem os moradores e visitantes para uma cervejinha gelada, acompanhada por um peixe frito de primeira. No largo da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos a moçada se diverte ao som do reggae, e assim o domingo entra pela madrugada de segunda-feira com muita animação no ar.
30 Maranhão Turismo
FOTO: CHARLLES EDUARDO FOTO: CHARLLES EDUARDO
Neste dia, à noite, acontece missa na igreja do Carmo, seguida de cortejo do Império e dos mordomos pelas ruas de Alcântara. Nos dias subsequentes, ocorre a visita dos mordomos baixos e das mordomas baixas ao Império, antecedidas de missas solenes. No dia 02 de junho, sexta-feira, às 15 horas, ocorre a tradicional Subida do Boi. Trata-se de um ritual que persiste, e que atrai um bom número de pessoas, sobretudo garotos, jovens e homens feitos. Vários bois são reunidos no Porto do Jacaré, portal de entrada da cidade. Os animais têm os chifres e os rabos enfeitados com papel ou plásticos coloridos. Cada boi é preso pelo pescoço, sob o comando de dois homens.
Maranhão Turismo 31
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Cortejo da Imperatriz de 2016 com as Aias
32 MaranhĂŁo Turismo
MaranhĂŁo Turismo 33
A CORRIDA DOS BOIS Os animais, que a princípio se encontravam amarrados em troncos de árvores finalmente são libertados e sobem a ladeira do Jacaré em desabalada carreira. Os animais passam em frente à casa dos festeiros, e são conduzidos, ao final do trajeto, ao matadouro. A carne dos mesmos é utilizada para alimentar as pessoas durante a festa, e ainda para compor os pratos que serão oferecidos aos idosos carentes no cortejo do dia seguinte.
FOTO: CHARLLES EDUARDO FOTO: CHARLLES EDUARDO
34 Maranhão Turismo
À noite, às 19 horas, acontece ladainha na igreja do Carmo, seguida da visita de Mordomo Baixo ao Império. No sábado, às nove da manhã acontece a entrega das esmolas aos idosos e a pessoas carentes da comunidade. Antes, as esmolas eram levadas nas mãos, mas, hoje, cada festeiro contrata uma carroça para transportar os alimentos, por falta de voluntários para carregar os donativos. À noite, é rezada missa na igreja do Carmo, após a qual ocorre a visita do Imperador Luís Augusto Silva Pinheiro aos mordomos.
FOTO: JOAN SANTOS
BLOCO NETO DE NANÃ FOTO: CHARLLES EDUARDO
Maranhão Turismo 35
FOTO: CHARLLES EDUARDO
36 Maranhão Turismo
No domingo pela manhã, 04 de junho, será realizada a missa solene, celebrando Pentecostes. As roupas das caixeiras e mordomas apresentam um vermelho vivo, com muito luxo e encantamento, simbolizando a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Cristo, em forma de línguas de fogo. Logo após a missa, o cortejo do Império e Mordomos / Mordomas percorre as ruas da cidade. No final da tarde, acontece nova missa, na qual é lido o Pelouro, ou seja, a relação dos nomes dos festeiros do próximo ano, que será dedicado à Imperatriz. Na segunda-feira, às nove horas, será finalmente a entrega dos postos aos novos festeiros de 2018, sob as bençãos sagradas do Divino Espírito Santo, encerrando mais um ciclo dessa majestosa manifestação da cultura e da religiosidade maranhense.
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Marlene Silva (Colega) a Caxeira mais antiga
MaranhĂŁo Turismo 37
FOTO: CHARLLES EDUARDO
O DIVINO DOCE DE ESPÉCIE
Antônio Carlos, faz doce de espécie há 34 anos em Alcântara
38 Maranhão Turismo
Para fazer o doce usa-se o coco, a manteiga, açúcar, ovos e cravinho. Rala-se o coco e coloca-se para cozinhar até dar o ponto para fazer o doce no dia seguinte, aí se espicha a massa do trigo, passa no cilindro e se coloca tudo nas formas para assar, no dia seguinte. “Esta festa do Divino comove o povo alcantarense e todo mundo se envolve, ajudando-se uns aos outros; a cada ano nós fazemos aqui cerca de 5 mil doces de espécie”, declara seu Antônio Doceiro.
FOTO: CHARLLES EDUARDO
A TRADIÇÃO DO LICOR NA CIDADE PATRIMÔNIO
Joralda Ribeiro, faz licor há 30 anos em Alcântara
Dona Joralda é uma das maiores referências da cidade de Alcântara, exímia fabricante de licor, patrimônio imaterial que é tradição da cidade patrimônio, e que é indispensável na Festa do Divino Espírito Santo. Para que se tenha uma ideia da importância da bebida, já existe um refrão entoado pelas pessoas que se encarregam da busca e do levantamento dos mastros da Imperatriz (ou do Imperador) e da Mordoma-Régia (ou do Mordomo-Régio): “sem licor, o mastro não sai”. A artesã nasceu em Alcântara no dia 30 de abril de 1940, na rua do Apicum, que tem início atrás da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, e aprendeu a fazer licor com dona Maria da Glória Moraes. Com o passar dos anos ela foi se especializando. “Eu tiro as sementes das frutas e a pele, e ponho para cozinhar na água; depois, vou coar numa peneira, coloco o açúcar, e aí deixo apurar. No outro dia, a gente côa numa toalha de algodãozinho, e depois é que eu coloco a cachaça”, explica ela. Ela conseguiu um emprego em 1981, no domingo de Pentecostes, e foi trabalhar na Casa do Divino. “Eu tenho muito envolvimento com a Festa do Divino, e só vou deixar de fabricar licor mesmo quando não puder mais, pois devo muito ao Divino. Aprendi a fazer abajures, a ornamentação do altar e, por fim, fiz a festa em 1996, fui Mordoma-Baixa; essa festa não pode terminar, ela é muito linda, maravilhosa. Que a luz do Espírito Santo ilumine a todos nós, afirma ela”, emocionada.
O POTENCIAL TURÍSTICO DE ALCÂNTARA
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Alcântara é um destino turístico bem próximo, facilmente acessível por mar, a apenas uma hora de viagem de barco a partir de São Luís, e simplesmente fascinante. A cidade histórica, tombada como patrimônio histórico nacional desde 1948, possui um potencial inigualável, que reúne patrimônio arquitetônico e cultural invejável, com belos sobrados, monumentos únicos como fontes (das Pedras e da Mirititiua), igrejas (Desterro, Matriz, Carmo e de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos) e um preservado pelourinho.
Ilha do Livramento
Maranhão Turismo 39
FOTO: JOAN SANTOS
Praia da Baronesa
Existem ruínas imponentes como as do Convento do Carmo e a igreja de São Francisco, manifestações culturais marcantes, com festejos de cunho religioso que inflamam multidões, tais como a Festa do Divino Espírito Santo e a de São Benedito, belas praias ainda preservadas (Baronesa, Itatinga e Itaú Açu), o que favorece o turismo ecológico e o de aventura, com a presença de sítios arqueológicos e paleontológicos, como os da Ilha do Cajual, grande presença de comunidades quilombolas rurais, o que confere ao município o caráter de território étnico, dentre outros atrativos de igual interesse. O visitante pode se deliciar com a visita a museus, como o Museu Casa Histórica de Alcântara, o Museu Histórico, o Museu da Aeronáutica ou a Casa do Divino, locais onde se tem acesso ao turismo cultural e religioso. O território ocupado pela cidade de Alcântara foi, num passado remoto, habitado pelos índios Tapuias (cabelos compridos), que foram expulsos desse território para o interior do continente, e os Tupinambás é que estavam lá, quando ouve a tentativa de colonização francesa do Maranhão, em 1612. Daí é que vem o nome de Tapuitapera, como alguns ainda se reportam a Alcântara, ou seja, aquela que já foi taba, e depois apenas tapera dos Tapuias. 40 Maranhão Turismo
Ruínas
FOTO: CHARLLES EDUARDO
A povoação foi elevada à categoria de Vila de Santo Antônio de Alcântara em 22 de dezembro de 1648 e, durante o período colonial, abrigou um significativo centro agrícola e comercial. O município foi criado a partir da Lei Provincial nº 24, de 7 de julho de 1836. Em 1948, no dia 22 de dezembro, Alcântara recebeu o título de Patrimônio Histórico Nacional. Localiza-se no litoral norte do Estado, pertencendo à micro-região da Baixada Ocidental Maranhense, e integra a região metropolitana de São Luís. Dentre as inúmeras e valiosas atrações de Alcântara vale destacar o destino turístico da Ilha de Nossa Senhora do Livramento, que fica defronte da cidade, e que se encontra situada na Área de Proteção Ambiental - APA das Reentrâncias Maranhenses, possuindo um rico e diversificado ecossistema, representado por manguezais, apicuns, mata remanescente da floresta amazônica.
Fonte das Pedras
FOTO: JOAN SANTOS
O ecossistema se caracteriza pela presença de praias desertas, propícias ao banho, com águas ainda limpas, o que favorece o turismo ecológico e de aventura. Inúmeras trilhas podem ser desfrutadas na ilha, tanto pela orla quanto pelo interior da mesma, que ainda abriga tatus, além das belas aves migratórias. Os guarás, as garças e os maçaricos adornam a paisagem. O local também é um importante sítio paleontológico, com a presença de pedaços de árvores e de dinossauros fossilizados, que já foram recolhidos por pesquisadores. Além disso, as ruínas da antiga igreja de Nossa Senhora do Livramento também caracterizam o local como sítio arqueológico.
FOTO: JOAN SANTOS
Revoada dos Guarás
Maranhão Turismo 41
FOTO: CHARLLES EDUARDO
Quilombo Agrovila Cajueiro
TURISMO ÉTNICO
42 Maranhão Turismo
FOTO: CHARLLES EDUARDO
A etnicidade é um fenômeno social que reflete vertentes de identificação e inclusão de determinadas pessoas em um grupo étnico, definido a partir de pressupostos ligados à sua origem, cultura e história. O turismo étnico apresenta como característica principal a oferta de uma rara e rica possibilidade de contato com lugares onde se evidencia a presença de comunidades que contribuíram para a formação do povo brasileiro, como é o caso de comunidades quilombolas rurais. Saindo da sede de Alcântara, existem comunidades quilombolas próximas em povoados como Peital, Só Assim, Marudá ou Manival, nas quais pode existir o turismo étnico, ainda pouco desenvolvido no estado. Os quilombolas mantiveram seus saberes ao longo de séculos, através do cultivo da mandioca, que produz a farinha, a moeda do lavrador maranhense. Através do extrativismo produzem o azeite de babaçu, o óleo de mamona (carrapato), a juçara, o vinho e o doce de buriti, o artesanato à base de sementes, palha e de fibras. Destaca-se também o adobe para a construção de casas, a cerâmica, sobretudo no povoado de Itamatatiua, e ainda a pesca artesanal.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
IATE LUZITANA
TRADIÇÃO E SEGURANÇA NA TRAVESSIA SÃO LUÍS/ALCÂNTARA CONFIE EM QUEM TEM EXPERIÊNCIA
RES ERVAS :
(98) 98869.1062 | 99188.6036 | 98832.5072 V IS ITE NOS S O S I TE
www.iateluzitana.com
Maranhão Turismo 43
SÃO LUÍS ENCANTA SÃO PAULO
FOTO: DIVULGAÇÃO
COM AÇÕES DE DIVULGAÇÃO DO DESTINO PROMOVIDAS PELA PREFEITURA E GOVERNO
nhecer a nossa terra”, contou. A ação, incentivada pelo prefeito Edivaldo, é pioneira no Mercadão. Foi a primeira vez em que o espaço foi usado para a divulgação de um destino turístico. O lugar, localizado no Centro de São Paulo, recebe diariamente turistas do mundo todo, sendo um dos mais tradicionais pontos gourmet da cidade. São 12.600 metros de área construída e o local movimenta cerca de 350 toneladas de alimentos por dia em seus mais de 290 boxes. A paulistana Lídia Fernandes foi uma das que estava no Mercadão fazendo compras e parou para ver cortejo e show do grupo maranhense Lamparina. “Foi uma grata surpresa. Não conheço São Luís, mas depois de hoje com certeza estará nos planos da família conhecer. Amei a cultura de vocês”, disse.
Além da ação do Mercadão, a Prefeitura também participou durante os três dias da 5ª edição da World Travel Market LatinAmerica (WTM), considerada a maior feira do setor de viagens e turismo da América Latina. O Governo do Estado montou stand no local e, no primeiro dia, lançou a nova marca do turismo: "Maranhão, terra de encantos". Na ocasião, o Lamparina também se apresentou. Nos outros dias da feira montada no Expo Center Norte, no bairro Vila Guilherme, as equipes do Governo, Prefeitura e o trade turístico do estado receberam expositores, compradores e imprensa interessada em conhecer mais sobre as potencialidades que o estado e a capital reservam aos seus visitantes. Para o secretário de Estado da Cultura e Turismo, Diego Galdino, tanto as ações da WTM quanto do Mercadão de São Paulo contribuem fortemente para promover o estado e a capital maranhense, atraindo mais turistas e movimentando a economia do setor no Maranhão. FOTOS: CHARLLES EDUARDO
Poderiam ser dias simples de compras no Mercado Municipal de São Paulo, mas as milhares de pessoas que visitaram o local de 4 a 6 de abril foram surpreendidas com um pedacinho de São Luís e do Maranhão. Bumba meu boi, cacuriá, tambor de crioula, reggae, arroz de cuxá e Guaraná Jesus encantaram paulistas e turistas que passaram pelo Mercadão durante ação promovida pela Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur), em parceria com o Governo do Estado. De acordo com a titular da Setur, Socorro Araújo, a iniciativa teve o objetivo de atrair turistas para a capital maranhense, atingindo diretamente o público final. “A ação foi um sucesso. Percebemos o encantamento das pessoas pela nossa cultura e gastronomia. Com certeza conseguimos despertar em muita gente o desejo de co-
FEIRA DE TURISMO
SECTUR LANÇA NOVA MARCA TURÍSTICA: “MARANHÃO TERRA DE ENCANTOS”
Ocorreu na Casa do Maranhão no dia 12 de abril, o lançamento da nova marca do turismo do Estado, que contou com a presença do trade turístico maranhense, em um esforço continuo da SECTUR, que reflete mais uma ação para repaginar o tu44 Maranhão Turismo
rismo em todos os polos do Estado, especialmente nos polos indutores; São Luís, Lençóis Maranhenses/Delta das Américas e Chapada das Mesas. O plano maior que orienta as ações da Sectur, estabelece que a promoção turística nacional e internacional deve ser trabalhada nos polos indutores, leia-se Chapada, Lençóis e São Luís, pois possuem produtos consolidados. Possuindo projetos e programas para todos os polos e inclusive foi dado prioridade esse ano ao polo Floresta dos Guarás para o início das ações. Além disso foi criado identidade vi-
sual para cada polo. Elementos presentes na nova marca: Arquitetura colonial e histórica de São Luís, capital da humanidade, a beleza única dos Lençóis Maranhenses e a exuberância da Chapada das Mesas.
Staff da SECTUR
GOVERNO ANUNCIA INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DURANTE A ‘CARAVANA GOVERNO DE TODOS’ EM BARREIRINHAS
O clima de cidadania tomou conta da cidade de Barreirinhas aconteceu no dia 22 de abril com a chegada da ‘Caravana Governo de Todos’. Oportunizando a terceira edição do evento, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur), anunciou diversos investimentos que irão incrementar a atividade turística da região. O secretário de estado da Cultura e Turismo, Diego Galdino, anunciou construção do portal de entrada de Barreirinhas (importante obra para inte-
gração aos pontos turísticos da região), melhorias do acesso à Cardosa (povoado conhecido pela beleza de suas águas e mata nativa) além da urbanização e melhoramento do acesso às balsas de travessia do Rio Preguiças. Galdino destacou a importância da região para o desenvolvimento turístico do Maranhão. “Por todas as belezas naturais conhecidas nacionalmente, Barreirinhas merece toda a nossa atenção. Vamos investir no município para incrementar esses atrativos e dar mais conforto aos turistas e moradores da região”, frisou.
Durante a Caravana, mais ações foram disponibilizadas pela Sectur como a capacitação ‘Mais Qualificação e Turismo’, com palestras e cursos que oferecem desenvolvimento profissional na área de turismo, e o cadastramento no sistema Cadastur (Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas do Turismo) que garante oportunidades de negócios aos seus cadastrados e é também uma importante fonte de consulta para o turista. Outra atração do evento foi a apresentação cultural do grupo Bicho Terra que animou os moradores da cidade.
FOTO: DIVULGAÇÃO
MAIS CULTURA E TURISMO Também durante a ‘Caravana Governo de Todos’, o secretário Diego Galdino anunciou que a Secretaria de Estado da Cultura e Turismo está preparando uma programação especial do Programa Mais Cultura e Turismo para o mês de julho em Barreirinhas. “A intenção é oferecer uma programação cultural de qualidade para quem estiver aproveitando as férias nos Lençóis Maranhenses”, explicou.
OBRAS EM REALIZAÇÃO Importantes ações do Governo do Estado estão sendo realizadas em Barreirinhas. Recentemente o município ganhou um grupamento da Companhia de Polícia Militar de Turismo (CPTur) para dar mais tranquilidade a visitantes e moradores; em andamento a estrada entre Barreirinhas e Paulino Neves; o ‘Mais Asfalto’ também está presente com a pavimentação de estradas entre as cidades Paulino Neves, Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz; e a construção do Aeroporto de Barreirinhas está com mais da metade da obra pronta. A programação do ‘Caravana de Todos’ oferece diversos serviços aos municípios entre os quais atendimentos em saúde básica, emissão de documentos, cadastro em programas sociais, eventos esportivos, serviços de cidadania e apoio aos produtores rurais.
Maranhão Turismo 45
ARTIGO
Plano de Negócios Digitais para Turismo A 104ª reunião do Conselho Executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT) discutiu na cidade de Luxor, Egito, as três prioridades da organização para 2017, que são segurança, o impacto da tecnologia no setor do turismo e a sustentabilidade ambiental. A 105a reunião do Conselho Executivo da OMT será em maio de 2017, tendo a Espanha - país sede da OMT, como anfitriã. Em muitas cidades do mundo o turismo – que mobiliza pelo menos 52 setores de atividades da economia, converteu-se em um elemento central para o desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda, preservação dos monumentos históricos e do meio ambiente, aumento da qualidade de vida, entre diversas outras vantagens. Os destinos turísticos, cidades, hotéis, restaurantes, parques nacionais e aquáticos, agências de viagem, entre outros entes públicos e empresas do turismo não podem crescer mais de forma linear. Segundo o livro “Organizações Complexas”, editado pela HSM, as novas companhias da era da Internet ou digital são dez 10 melhores, mais rápidas e com menor custo que as organizações tradicionais. Chegou a hora de implantarmos na prática, com urgência, os conceitos de Turismo Inteligente e Turista Conectado. Uma Organização Exponencial (ExO) é aquela cujo impacto (ou resultado) é desproporcionalmente grande, pelo menos dez vezes maior - comparada à empresa tradicional ou que cresce de forma linear, devido ao uso de técnicas organizacionais que alavancam as tecnologias para aceleração do crescimento da companhia. Segundo a Gartner - empresa de pesquisas, consultorias e eventos, existem 10 tendências para a tecnologia da informação. Citaremos a seguir algumas delas: Malha de dispositivos: extenso con46 Maranhão Turismo
junto de dispositivos digitais utilizados para acessar aplicativos e informações para interação entre governos (federal, estados e municípios), turistas de negócios e lazer, proprietários de hotéis e pousadas, agentes de viagem, companhias aéreas, locadoras de automóveis, entre outros agentes econômicos do turismo, utilizando os sensores da Internet das Coisas (IoT). Se um turista chega em um aeroporto, rodoviária ou entra de carro em uma cidade turística, os funcionários da secretária de turismo e os empresários do trade turístico tem que ter acesso a informações sobre o que esse turista gosta, quais são suas preferências, qual é o seu plano de viagem e que dicas gostaria de receber para melhorar a sua experiência em estar em um destino durante a viagem dele; Impressão 3D: uma impressora 3D pode imprimir uma ampla gama de materiais. Imagine que as lojas de artesanato e souvenir vão poder imprimir, na hora, lembranças personalizadas do destino turístico, de forma rápida e com baixo custo. Informação de tudo: tudo na malha digital produz, utiliza e transmite informação. Esses dados vão além da informação textual, de áudio e de vídeo, incluindo informações sensoriais e contextuais. Esse aspecto será importante para que o turista conheça – de forma rápida e profunda o município onde está vivenciando a experiência de turismo, bem como as autoridades e empresários poderão atender o turista de forma mais qualitativa, atenciosa e com mais segurança. A Samsung disponibiliza nas lojas do Brasil, a partir de 12 de maio deste ano, o seu inovador modelo de smartphone Galaxy S8, com leitura das informações do usuário utilizando a íris, uma tecnologia 200 vezes mais segura que a digital do turista. Diante do cenário e contexto expostos nos parágrafos anteriores, é extre-
mamente necessário que cada estado, município e empresa de cunho turístico, elabore, implante e tenha atualizado pelo menos um Plano de Negócios Digitais por organização. O que é um Plano de Negócios Digitais? Ter um Plano de Negócios Digitais não significa, de forma nenhuma, só ter um site na Internet e presença nas mídias sociais!, Vai muito além disso. Um Plano de Negócios Digitais inclui toda a estratégia, inteligência, táticas e aspectos operacionais para que as secretarias de turismo e as empresas turísticas estejam digitalizadas, conectadas e possam crescer de forma exponencial, utilizando os mais avançados recursos de tecnologia da informação. Segundo pesquisas, mais de 90% dos CEOs ou presidentes de grandes corporações Internacionais acreditam que é vital uma companhia ter um Plano de Negócios Digitais, mas apenas 25% das empresas multinacionais tem um Plano de Negócios Digitais. Comece a fazer um Plano de Negócios Digitais ainda hoje para a sua secretaria de turismo ou empresa. Caso não haja tempo da sua parte e nem equipe para fazê-lo, colocá-lo em prática e atualizá-lo, contrate uma empresa especializada nesse tema para desenvolver o Plano de Negócios Digitais para a sua organização. Transforme o crescimento linear da sua secretaria de turismo ou empresa em exponencial, e atraia cada vez mais turistas para o seu município, além de aumentar a média de gasto diário de cada viajante. PAULO FRANÇA
Diretor da Paulo França & Associados Marketing | Talentos Humanos | Relações Governamentais www.paulofrancarh.com.br Editor e Fundador da Agência Internacional de Notícias (leitores em 122 países, www.soeconomia.com.br) Criador e Gestor do Banco de Patrocínios (www.bancodepatrocinios.com.br) paulo.franca@pfcint.com.br tim/whatsapp: 11.9.4779.8404
ENTRE NA
LINHA E TENHA UMA BOA
IMPRESSÃO. Maranhão Turismo 47
48 MaranhĂŁo Turismo