Vitrine #03

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junho | 2013

03

Eloar Guazzelli tenta responder a essa pergunta de maneira ousada, lançando uma HQ que desvenda o universo do poeta português de muitos nomes, que comemoraria 125 anos nesse mês.




Olá, A poesia está nas páginas da Revista Vitrine desse mês; em uma homenagem àquele que é considerado por muitos o maior poeta da língua portuguesa, Fernando Pessoa. Em junho, comemoramos os 125 anos do nascimento do poeta, que além de seus textos na língua portuguesa, dominava também o inglês, tendo traduzido diversas obras inglesas para o português e vice-versa. Manuel da Costa Pinto também envereda pela história da poesia, com um relato da coleção “Poesia.br”, de Sergio Cohn. Uma obra com 10 volumes e mais de 1.400 páginas sobre a poesia em terras brasileiras, suas raízes, histórias e referências. E como não poderia deixar de ser, também trazemos a poesia no encerramento de nossa edição, dessa vez com trechos de um documentário produzido pela TV Cultura em 1992, “Poetas de Campos e Espaços”, com a trajetória dos três poetas noigandres: Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari. Além da poesia, música, entrevistas, tecnologia e muito conteúdo interativo completam a edição desse mês de Vitrine. Boa leitura, Paulo Garcia Gerente de Multimídia da TV Cultura



Jogue fora sua TV | O FUTURO DOS TELEVISORES

Por Juliano Nunes Sabe aquela TV Full HD que você tem na sala de casa, que mostra imagens lindas, em alta definição de áudio e vídeo e tudo o mais? Então, esqueça-a! Está bem, está bem. Não é para tanto. Mas, se você é um fã de tecnologia, é bom preparar os olhos — e o bolso — para o futuro dos televisores: o Ultra High Definition. Se você acha que a imagem da sua TV Full HD já é boa, imagine o seguinte: coloque outro aparelho ao lado dela. Agora, outro acima. Por fim, complete

o retângulo com mais um televisor. Somando todos os pixels (os quadradinhos que compõem a imagem) dos quatro aparelhos, você tem a resolução final do “4K”, ou UHD. E perceba: não é o tamanho da imagem que aumenta, mas a definição. Chega a parecer mais nítido que a própria cena vista ao vivo! É tanta nitidez que nem adianta colocar uma foto aqui, para ser vista no iPad.

4k uhd

Full hd

sd Comparação de resolução entre SD (Standard Definition), Full HD e 4K Tech


Jogue fora sua TV | O FUTURO DOS TELEVISORES

Deu vontade de ver como é com os próprios olhos, não deu? Bem, para isso você vai precisar visitar uma feira de eletrônicos ou desembolsar uma soma bem salgada de dinheiro. Ainda são poucas as TVs capazes de exibir imagens em 4K, assim como o conteúdo produzido para elas. Mas a aposta é que o formato se torne cada vez mais comum e acessível, como foi com o HD, que é visto hoje em todo lugar. Para emissoras de televisão, o novo recurso já pode ser utilizado, fazendo-se a captação em 4K e mantendo a transmissão em Full HD. Assim, em eventos esportivos, por exemplo, uma única câmera 4K pode ser dividida em quatro partes Full HD, mostrando ângulos diferentes de um jogo de futebol ou de uma corrida. Se a aposta vingar e o formato realmente se popularizar, as possibilidades são inúmeras: já pensou assistir, por exemplo, às belíssimas imagens da natureza exibidas no Planeta Terra

Tech

ou a Orquestras Sinfônicas tocando suas obras preferidas em Ultra High Definition? “Assistir Orquestra? Mas eu quero OUVIR a Orquestra!”, você diz? Pois saiba que o áudio do Ultra High Definition pode chegar até o “22.2”. Isso são 22 (vinte e dois!) canais de áudio, mais dois exclusivos para os graves. Atualmente, os home theaters mais modernos contam com o 7.1, sete canais de áudio e um exclusivo para os graves. Então, ao assistir eventos musicais no UHD, com uma aparelhagem de som potente, você vai se sentir literalmente no palco, ao lado dos músicos. Agora é só torcer para que o UHD se torne algo do nosso dia a dia, para que possamos nos deliciar com imagens que deixam o olho nu morrendo de inveja e sons que nos arrepiem os pêlos. Ah, e não existe só o 4K. Tem o 8K também! Mas este é um assunto para outro dia!


Mostra Internacional de cinema na cultura Filmes de junho

Cine



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Foto: Divulgação

Mostra Internacional de Cinema | Filmes de junho

Mal dos Trópicos Quarta-feira, 5 de junho, às 22h45 | legendado Sexta-feira, 7 de junho, às 22h | dublado

Inédito

v

Ficha técnica Título original: Sud Pralad Direção: Apichatpong Weerasethakul Ano: 2004 Origem: Tailândia / França / Alemanha / Itália Duração: 118 min. Colorido Elenco: Banlop Lomnoi, Sakda Kaewbuadee Classificação indicativa: 14 anos Prêmios: 2004 - Cannes Film Festival – Prêmio do júri (Apichatpong Weerasethakul) 2004 – Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – Prêmio da crítica (Apichatpong Weerasethakul) 2005 - Torino International Gay & Lesbian Film Festival – Melhor filme (Apichatpong Weerasethakul) 2005 - Indianapolis International Film Festival – Prêmio do júri especial (Apichatpong Weerasethakul)

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Mostra Internacional de Cinema | Filmes de junho

Hahaha Quarta-feira, 12 de junho, às 22h45 | legendado Sexta-feira, 14 de junho, às 22h | dublado

Ficha técnica

Inédito

Título original: Hahaha

Dois amigos descobrem que, coincidentemente, estiveram na mesma cidade, na mesma data e com as mesmas pessoas. Suas memórias do tórrido verão acabam se misturando como um catálogo de recordações.

Direção: Hong Sangsoo Ano: 2010 Origem: Coreia do Sul Duração: 115 min. Colorido Elenco: Yeo-jeong Yoon, Kang-woo Kim, Sang-kyung Kim, So-ri Moon, Jun-Sang Yu, Ji-won Ye, Yeong-ho Kim, Gyu-ri Kim, Ju-bong Gi Prêmio: 2010 - Cannes Film Festival - Un Certain Regard Award (Sang-soo Hong)

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Mostra Internacional de Cinema | Filmes de junho

A Árvore Quarta-feira, 19 de junho, às 22h45 | legendado Sexta-feira, 21 de junho, às 22h | dublado

Ficha técnica

Inédito

Título original: L’Arbre

Um casal vive feliz com seus quatro filhos em um vilarejo da Austrália. Depois da morte repentina de seu pai, Simone, de oito anos, passa a dividir um segredo com sua mãe, Dawn: ela acredita que seu pai pode conversar com ela através das folhas de sua árvore preferida e passa horas ali, sentindo a presença dele. O novo vínculo entre mãe e filha é ameaçado quando Dawn começa um relacionamento com George, o encanador contratado para remover as raízes incômodas da árvore. Quando os galhos da árvore começam a entrar pela casa, a família é forçada a tomar uma decisão.

Direção: Julie Bertuccelli Ano: 2010 Origem: França / Austrália Duração: 100 min. Colorido Elenco: Charlotte Gainsbourg, Marton Csokas, Morgana Davies, Christian Byers, Tom Russell Classificação indicativa: 12 anos Prêmio: 2010 - Bratislava International Film Festival - Melhor atriz (Charlotte Gainsbourg)

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Foto: Divulgação

Mostra Internacional de Cinema | Filmes de junho

Edukators: Os Educadores Quarta-feira, 26 de junho, às 22h45 | legendado Sexta-feira, 28 de junho, às 22h | dublado

Jan e Peter são dois jovens que acreditam que podem mudar o mundo. Eles se auto-denominam “Os Educadores”, rebeldes contemporâneos que expressam sua indignação de forma pacífica: eles invadem mansões, trocam móveis e objetos de lugar e espalham mensagens de protesto. Jule é a namorada de Peter, que está passando por problemas financeiros e, por causa deles, está saindo de seu apartamento alugado. Tempos atrás Jule se envolveu em um acidente de carro, que destruiu o carro de um rico empresário. Condenada pela justiça, ela precisa pagar um novo carro no valor de 100 mil euros, o que praticamente faz com que trabalhe apenas para pagar a dívida que possui.

Cine

Ficha técnica Título original: Edukators Direção: Hans Weingartner Ano: 2004 Origem: Alemanha Duração: 126 min. Colorido Elenco: Daniel Brühl, Julia Jentsch, Stipe Erceg Classificação indicativa: 14 anos Prêmio: 2004 - Munich Film Festival – Prêmio jovem do cinema alemão – Melhor ator (Stipe Erceg), melhor direção (Hans Weingartner), melhor roteiro (Hans Weingartner e Katharina Held) 2005 - Bavarian Film Awards – Melhor atriz jovem (Julia Jentsch) 2005 - German Film Awards - Film Award in Gold – Melhor ator coadjuvante (Burghart Klaußner) // Film Award in Silver – Melhor filme 2005 - German Film Critics Association Awards – Melhor atriz (Julia Jentsch) / Melhor filme (Hans Weingartner) 2006 - Chlotrudis Awards – Melhor filme na categoria “Tesouro enterrado”


Clássicos em horário nobre | CLAUDIA TONI

Clássicos em horário nobre O horário nobre dos sábados na TV Cultura tem a Filarmônica de Nova York, as Orquestras do Concertgebouw de Amsterdã, do Teatro Scala de Milão e do Teatro Mariinsky de São Petersburgo, bem como o Skin Road Ensemble, de Yo-Yo Ma. As Intérpretes internacionais dividem o horário com as brasileiríssimas Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp, Filarmônica de Minas Gerais e Banda Lyra de Tatuí, entre muitos outros. Construir uma programação para a televisão com o que há de melhor da música clássica pode parecer ousado. O Brasil tem dimensões continentais e ainda é mal servido de equipamentos culturais. A televisão é o veículo perfeito para a ampliação de horizontes. E a oferta de produções musicais esmeradas, em geral somente acessíveis a plateias diminutas e por preços astronômicos, tem sido uma regra nos ‘Clássicos’ da TV Cultura. Claudio Cruz, o melhor violinista brasileiro em atividade, gosta de contar sobre sua emoção ao ouvir, pela primeira vez, o também violinista russo Boris Belkin. Adolescente, ele buscava referências e ouvindo aquele intérprete estelar entendeu o que deveria conquistar para ser um dos grandes. Todos nós fazemos o mesmo: buscamos referências desde sempre para nos inspirarmos, mas também para aperfeiçoar nossa apreciação e entendimento. Coluna


Foto: Divulgação

Clássicos em horário nobre | CLAUDIA TONI

As m ai s d e q u a t ro h o ra s s e m anais d e m úsica cl á s si c a na TV Cultura trazem a marca da sofisticação. Nos finais de semana (sábados às 21h45, domingos às 11h30 e à 0h30), além de concertos, agora há um título de ópera por mês. Documentários exclusivos completam a programação, pois são fonte raríssima de informação e abordam a vida de compositores e intérpretes, além das historias por detrás da música. Impossível não exibir, por exemplo, a série ‘Música Sacra’, produzida pela BBC e gravada em locações extraordinárias, toda ela interpretada pelo conjunto vocal ‘The Sixteen’! O público brasileiro merecia há muito programas sobre música com essa variedade e excelência. E como o Brasil desponta no cenário musical clássico, o que se produz aqui também tem destaque. Todo mês a Osesp é convidada especial na temporada de ‘Clássicos’. E não é só ela que divide o horário com conjuntos europeus e norteamericanos: na TV Cultura há lugar também para outros intérpretes e conjuntos brasileiros. Coluna

O concurso ‘Pré-estreia’ completa a arrojada programação de música clássica da TV Cultura. Com apenas três anos de existência, ele já é o maior do Brasil. E é fácil explicar a razão, já que qualidade e transparência balizam cada faceta da competição. Da mesma forma, na Radio Cultura FM é possível ouvir com exclusividade (e ao vivo!) os concertos do PROMS, maior festival de música clássica do mundo, promovido pela Radio BBC3, em Londres, e os mais de três mil concertos produzidos pela EBU – European Broadcasting Union, com os mais renomados músicos da atualidade. Excelência, ineditismo, sofisticação e atualidade são os adjetivos que devem marcar a faixa clássica da TV e da Rádio Cultura. A programação, já preparada até o final de 2013, vai surpreender ainda mais os admiradores do gênero e ganhar muitos novos fãs!


A TV Cultura também é museu Emissora participa pelo terceiro ano da Semana Nacional de Museus

No

mês de maio a tv cultura abriu suas portas

para visitação durante a Semana Nacional de Museus. Este é o terceiro ano em que a Fundação Padre Anchieta participa da campanha promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Cerca de 200 pessoas puderam conferir quatro exposições preparadas pelo Centro de Memória Audiovisual (CMA) da emissora: uma sobre o programa Roda Viva, com o tema “O mundo passa por aqui”, que apresentou charges do cartunista Paulo Caruso; outra intitulada “Infância também é memória”, formada por acervo ligado às produções infantis, como bonecos, figurinos, elementos cenográficos, etc; também foi feito um backstage, reunindo câmeras antigas, maquetes de programas, plantas de cenário, entre outros objetos; e por último, uma comemoração aos cinco anos do Manos e Minas, com uma mostra de grafites. Demócrito Mangueira Nitão Júnior, assistente de Acervo do CMA, diz que o projeto vai continuar nos próximos anos: “Esperamos ampliar cada vez mais o serviço oferecido durante o evento”. Segundo Demócrito, o objetivo futuro é divulgar a FPA por

Acontece

meio do acesso à sua sede e acervo — artes visuais, elementos cenográficos, equipamentos técnicos, figurinos — e ainda consolidar o programa de visitação permanente existente na emissora, a exemplo da BBC de Londres que dispõe de um serviço parecido. “Por meio do contato com os bastidores e acervo, o visitante pode conhecer um pouco mais sobre o funcionamento e o sentido de uma emissora pública de radiotelevisão, e também sobre a história da Fundação Padre Anchieta. Dado o interesse do público em participar da Semana de Museus, é perfeitamente possível pensar em reflexos positivos, tanto no que diz respeito à audiência dos nossos veículos, quanto no que se refere ao fortalecimento e valorização da imagem da FPA perante a sociedade. Esta ação está se firmando como mais um serviço que a Cultura anualmente oferece à sociedade”, acrescenta.

Visite a TV Cultura! Para quem não participou da Semana de Museus, existe na FPA um programa de visitação permanente desenvolvido pelo Departamento de Comunicação. Inscreva-se!

Foto: Acervo fpa

A TV Cultura também é museu | ACERVO



Desejo e vontade de fazer | Mร SICA BRASILEIRA

Por Pedro Nakano

Nas Rรกdios


Desejo e vontade de fazer | MÚSICA BRASILEIRA

décadas os novos artistas da música brasileira têm pouquíssimo espaço na grande mídia, salvo raras e honrosas exceções. Programas musicais são caretas e facilmente se rendem à tentação do formato “show de calouros”. E por mais absurdo que pareça, o jabá e os empresários do marketing musical ainda exercem forte influência nas programações de rádios e televisões comerciais. Mesmo com esse cenário dominante, composto de modelos antiquados, novos e talentosos músicos lançam bons discos a cada dia. Só para citar alguns, temos por aí os recentes álbuns de estreia de O Terno, Saulo Duarte e a Unidade, Silva e Kika. Grupos e artistas independentes, que vivem longe das asas das grandes Nas Rádios

gravadoras, mas têm ao lado uma infinidade de parceiros (músicos, jornalistas, estúdios, distribuidoras e selos). Para Solano Ribeiro, produtor e idealizador dos Festivais de Música Popular Brasileira na década de 1960, “houve uma transformação na forma de se industrializar e fazer dinheiro com música”. Com a queda na venda de discos, “as gravadoras acabaram virando uma espécie de empresários de artistas”. Restou à indústria fonográfica uma revisão dos modelos de negócios, investindo cifras expressivas na paisagem digital. Em 2012, após anos em declínio, o mercado celebrou um pequeno crescimento de 0,3% em relação ao ano anterior. Fato que não ocorria desde 1999. Mundialmente, as fontes digitais

já representam mais de 34% dos US$ 16,5 bilhões da receita da indústria musical. No Brasil, os números do mercado digital de música também devem acompanhar essa tendência com a ascensão dos serviços de venda de música, como o iTunes e UOL Megastore. O Spotify, plataforma similar ao Sonora, em que o usuário paga uma mensalidade para ouvir milhões de músicas, abriu recentemente um escritório em São Paulo de olho nos consumidores sulamericanos. Apesar dos avanços nas formas de remuneração, alguns artistas ainda apostam no modelo de download gratuito para fomentar uma primeira relação com o público e combater a “precariedade” da pirataria


Desejo e vontade de fazer | MÚSICA BRASILEIRA

online. A cantora e compositora Tulipa Ruiz é um exemplo. Disponibilizou para download, sem cobrança alguma, seu aguardado segundo disco, “Tudo Tanto”.

Tudo tanto Tulipa Ruiz

Saulo Duarte e a Unidade (2012) Saulo duarte e a unidade

Pra viagem Kika

66 O terno

Nas Rádios

“Eu quero facilitar o acesso à minha música. A gente demora tanto para gravar um disco, escolhe tanto microfone e estúdio, com tanto zelo, tanto carinho, aí a pessoa vai lá e te baixa em baixa resolução. Quer me baixar? Me baixa em alta resolução”, defendeu durante entrevista no programa Cultura Livre, da TV Cultura. Enquanto os executivos da indústria fonográfica comemoram os resultados de 2012 e os prognósticos para 2013, a nova música brasileira, à margem da grande mídia e dos montantes do mercado, pode e deve festejar a sobrevida dos artistas surgidos na primeira década do século XXI com trabalhos de alta qualidade musical produzidos, em sua grande maioria, de maneira artesanal, com pouco recurso e muita vontade. Assim como Tulipa, outros dessa geração foram além do disco de estreia como Emicida, Karina Buhr, Andreia Dias, Vanguart, Bárbara Eugênia e Macaco Bong.


Foto: Renato Nascimento

Desejo e vontade de fazer | MÚSICA BRASILEIRA

Toque para navegar pelo conteúdo interativo Na TV Cultura Cultura Livre – Sábado, às 17H Manos e Minas – Sábado, às 18H Na Rádio Cultura Brasil Cultura Livre - Segunda a sexta, às 14H RadarCultura - Segunda a sexta, às 15H Solano Ribeiro e a Nova Música do Brasil Domingo, às 14H

Nas Rádios

Roberta Martinelli, apresentadora do Cultura Livre, lembra que a grande maioria desses artistas “não tem dinheiro, gravadora ou mídia”, mas que os encontros surgidos nos anos 2000, “entre diferentes cantores, músicos e técnicos de som, artista e público, artistas e pessoas da mídia, ficarão para sempre”. Encontros que, em grande parte, foram iniciados com mensagens despretensiosas enviadas através das redes sociais. No futuro próximo, os sites e plataformas de compra online, assinatura mensal ou publicidade de música devem ficar cada vez mais atraentes ao público e remunerar melhor os músicos. Mas independente dos sucessos ou fracassos desses modelos, podemos ficar tranquilos, pois novos e bons discos de música brasileira continuarão aparecendo, graças ao enorme desejo em fazer música dos nossos conectados artistas pedreiros.


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Programação do Clássicos | ESPETÁCULOS DE JUNHO

Clássicos

em junho site oficial

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‘A Sagração da Primavera’: 100 anos da estreia

Plácido Domingo: meus grandes papéis

Sábado, 1 de junho , às 21h45 – Balé

Domingo, 2 de junho, às 11h45 – Documentário

No primeiro programa do mês de junho, o Clássicos apresenta especial comemorativo dos 100 anos da estreia de ‘A Sagração da Primavera’, de Igor Stravinsky, que foi o terceiro balé escrito pelo autor, sob encomenda de Sergei Diaghilev, e com coreografia de V. Nijinsky. O Balé e a Orquestra do Teatro Mariinsky, de São Petersburgo, sob a regência de Valery Gergiev.

Música

No documentário, Plácido destaca as suas principais personagens em ópera, pois é um dos maiores intérprete do século XX. Aos 69 anos, ele interpretou Simon Boccanera, um de seus maiores sonhos. Diversamente de outros cantores, Plácido, hoje com 72 anos, e apresenta-se nos principais palcos do mundo.


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Programação do Clássicos | ESPETÁCULOS DE JUNHO

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OSESP toca Guarnieri, Borodin e Shostakovich Sábado, 8 de junho, às 21h45 – Concerto A Orquestra Sinfônica do Estado de S. Paulo Osesp apresenta um concerto com autores brasileiros e russos, sob a regência de Celso Antunes, tendo como solista a renomada pianista Cristina Ortiz. O programa inclui obras de Marlos Nobre, Camargo Guarnieri, Dimitri Shostakovih e Alexander Borodin.

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Missa Solenis de L. Van Beethoven Sábado, 15 de junho, às 21h45 – Concerto Neste programa, Clássicos apresenta a Missa Solemnis de L. Van Beethoven interpretada pela Orquestra da Staatskapelle Dresden, sob a regência de Cristian Thieleman. Beethoven considerava a Missa uma de suas principais obras, chegando a afirmar ser ela sua melhor composição. Escrita para coro, solistas e orquestra, ela é uma das mais importantes obras do repertório romântico.

Música

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Orquestra da Rádio da Baviera Domingo, 9 de junho, às 11h45 – Documentário

A Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera interpreta o poema sinfônico ‘Uma vida de herói’ de Richard Strauss. A obra, escrita em 1898, é um poema sinfônico e narra a história de um homem enfrentando seus inimigos. Mariss Jansons é o regente do conjunto, considerado um dos melhores do mundo pela crítica especializada.

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Um retrato de Mariss Jansons: a música é a linguagem do coração e da alma Domingo, 16 de junho, às 11h45 – Documentário

Nascido na Letônia, Jansons começou a estudar violino e regência ainda criança, sob influência de seu pai que era maestro. O filme resgata momentos importantes de sua carreira, bem como sua relação com diferentes compositores. A exibição deste documentário também prepara o público para a vinda do maestro a São Paulo, onde regerá a Orquestra do Concertgebouw de Amsterdã, da qual é maestro titular.


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Programação do Clássicos | ESPETÁCULOS DE JUNHO

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As cantatas redescobertas de Wilhelm Friedemann Bach

Orquestra do Concertgebouw ao vivo no Auditório do Ibirapuera

Sábado, 22 de junho, às 21h45 – Concerto

Domingo, 23 de junho, às 11h – Concerto

Neste programa, a orquestra L’Arpa Festante, sob a regência de Ralf Otto, interpreta Cantatas redescobertas de autoria Wilhelm Friedemann Bach, filho de Johann S. Bach. No final da década de 1990, quatro cantatas do compositor foram descobertas na cidade de Kiev e apresentadas nesse concerto pela L’Arpa Festante e pelo Coro Bach de Mainz, da Alemanha.

Especial: o concerto da Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdam, ao vivo, do Auditório Ibirapuera, em São Paulo. A orquestra se apresenta sob a regência de Mariss Jansons. No repertório obras de G. Enescu, S. Prokofiev, I. Stravinsky, H. Villa-Lobos e G. Bizet.

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Abertura do 41º Festival de Inverno de Campos do Jodão Sábado, 29 de junho, às 21h – Concerto A TV Cultura transmitirá ao vivo a abertura do 44º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. No concerto, apresentado pela Orquestra Sinfônica do Estado de S. Paulo – Osesp, serão apresentadas obras de Camargo Guarnieri, L. Bernstein e Luciano Berio. A regência é de Marin Alsop.

Música

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‘Glenn Gould interpreta Bach’ Domingo, 30 de junho, às 11h45 – Documentário Início da série, em três capítulos, ‘Glenn Gould interpreta Bach’. O diretor francês Bruno Monsaingeon conduz cada capítulo, entrevistando o grande pianista canadense que expõe suas ideias e interpreta obras do mestre alemão. No primeiro episódio, a obra apresentada é ‘A arte da Fuga’.



Poesia brasileira desde antes do Brasil | MANUEL DA COSTA PINTO

Poesia brasileira desde antes do Brasil Por Manuel da Costa Pinto

Fazer livros é tarefa que não tem fim, já dizia o “Eclesiastes”. Parafraseando o texto bíblico, podese dizer que fazer antologias é tarefa ingrata e gera polêmicas sem fim – principalmente quando se trata de poesia, o terreno mais beligerante da literatura brasileira, sempre sujeito a protestos e críticas (especialmente dos excluídos...). Esse comentário vem a propósito da mais nova antologia da poesia brasileira: “Poesia.br”, de Sergio Cohn — uma caixa com dez volumes lançada pela editora Azougue e que cobre desde o Brasil antes do descobrimento até a poesia contemporânea, num conjunto que ultrapassa as 1.400 páginas e tem preço irrisório (R$ 89) se levada em conta sua abrangência. Como não sou poeta, posso me arrogar o direito de buscar uma posição petulantemente neutra, inconfessavelmente equilibrada — e declaro com todas as letras: não concordo com algumas opções estruturais da empreitada; ainda assim, acho que “Poesia.br” é um trabalho notável, com poucos precedentes no mundo editorial brasileiro e, desde já, item incontornável na biblioteca de quem quiser ter uma ideia sintética da poesia brasileira. Alguns breves comentários. Cohn mesclou critérios estéticos com recortes cronológicos. Assim, temos volumes sobre “Romantismo e Pós-romantismo” – com poemas de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Coluna


Poesia brasileira desde antes do Brasil | MANUEL DA COSTA PINTO

Alves ao lado do inclassificável Sousândrade, dos simbolistas Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens e do parnasiano Olavo Bilac – e “Modernismo” – com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Carlos Drummond de Andrade etc., numa lista cujas ausências notáveis de Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Cecília Meireles se devem a questões de direitos autorais (e deveriam ser assunto de polícia, de tal modo tem se mostrado criminosa a interferência dos herdeiros no país). Conforme avança pelo século 20, Cohn dá enfoque às décadas: 1940/50, 1960, 1970 e assim por diante, até chegar à década de 2000. Essa mistura de critérios (tendências estilísticas num momento, agrupamento geracional no outro) pressupõe corretamente que, passado o momento modernista, a poesia brasileira deixa de se pautar por um programa estético vanguardista, para se ramificar em tendências difusas, mais individualizadas. O pressuposto, entretanto, falha de modo eloquente ao não dedicar um volume à poesia concreta – que não só é um movimento/programa estético com relevância comparável à do modernismo de 22, mas se estende para além dos anos 1950 e para além do núcleo composto por Décio Pignatari e pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos. Embora Cohn tenha incluído outros (poucos) nomes dessa esfera experimentalconstrutivista no volume “1940/50”, fica a sensação de que suas convicções – como poeta que é, filiado à vertente vitalista, antiformalista, dos anos 60 (Roberto Piva, Claudio Willer) – embaçaram a bússola, já que não seria possível fazer uma cartografia da poesia

Coluna

brasileira sem dedicar um capítulo à parte ao movimento concreto e a desdobramentos como neoconcretismo e tropicalismo. Cada volume é precedido por textos de Sergio Cohn, com excelentes insights críticos associados a um didatismo que torna “Poesia. br” um guia seguro para o leitor. Por não se tratar de uma obra com perfil acadêmico, a reunião de barrocos e árcades num único volume, intitulado “Colonial” (sobre a literatura do Brasil colônia), deixa pouco espaço para a questão sobre a existência ou não de um barroco brasileiro (ou mesmo para o controvertido conceito do barroco, que ocupa muitos teóricos no Brasil e no exterior). Em compensação, Cohn reserva de modo inédito um volume para os “Cantos Ameríndios” – que remonta ao Brasil antes do “achamento”, problematiza a noção de etnopoesia e reúne “poemas” das tradições araweté e bororo, entre outras, transcritas, traduzidas e recriadas da tradição oral para o vernáculo. Se, no volume sobre poesia contemporânea, sinto particularmente a ausência de Nelson Ascher, lacunas semelhantes nos demais volumes em anda comprometem o resultado desse projeto solitário e de enorme seriedade intelectual. Em tempo: que eu sabia, “Poesia.br” não provocou grandes controvérsias teóricas, polêmicas ruidosas ou gritos de protesto. Sinal de que Sergio Cohn fez um trabalho de raro equilíbrio, ou simplesmente de que grassa certa apatia em nosso meio cultural? Tomara que seja a primeira opção.


ilustrações: Eloar guazzelli

Neste mês comemora-se uma data memorável: Há 125 anos, em Lisboa, nascia Fernando António Nogueira Pessoa, mais conhecido apenas como Fernando Pessoa — poeta e dono de grandiosas obras. Após esses mais de cem anos, a história do português mundialmente conhecido agora é traduzida para um novo formato

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Novos traços sobre o universo de Fernando Pessoa | 125 ANOS DO POETA

Por Thábata Mondoni

Em

outubro de

2011 , Eloar Guazzelli passava

pelo estúdio do Metrópolis. Na pauta do programa do dia, estava um de seus grandes desafios: ilustrar obras de Fernando Pessoa. Depois de trabalhos com escritos de William Faulkner, Eça de Queirós, Le Clézio e Lygia Fagundes Telles, surgiam os traços de ‘Fernando Pessoa e outros Pessoas’ (Saraiva). “Esse foi meu primeiro trabalho em quadrinhos sobre a obra do grande poeta. Tive também a sorte de contar com um excelente roteiro feito pelo Davi Fazzolari. A proposta é sair do âmbito dos autores brasileiros para trazer ao público também os grandes nomes da literatura portuguesa e universal. Pessoa foi uma escolha perfeita”. O quadrinista usou de suas habilidades na escrita e no visual para desvendar o universo de Pessoa. Ele acredita que a adaptação amplia os horizontes do público: “Com certeza irá despertar no mínimo uma curiosidade para Capa

determinadas obras e autores. Até porque são abordagens diferentes. A leitura de uma adaptação em determinada linguagem não esgota as possibilidades do original; se for bem feita, é mais uma tradução”, destaca. Agora, o ilustrador prepara-se para o lançamento de seu segundo trabalho sobre a obra do poeta português. O livro de histórias em quadrinhos ‘Eu, Fernando Pessoa’ (Peirópolis) será apresentado no Salão da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), no Rio de Janeiro, no dia 13 de Junho. Esse segundo livro é a prova do encantamento pelo universo de Pessoa, que o “instigava a buscar novas soluções”. Ao longo dos meses de pesquisa e produção — desde o primeiro álbum — pairava sobre Guazzelli a figura de Fernando Pessoa. “Eu sempre admirei com fervor seu trabalho, portanto tinha a exata noção também do privilégio que


Novos traços sobre o universo de Fernando Pessoa | 125 ANOS DO POETA

representava trazer para o plano das imagens o seu universo. Para fazer esses álbuns li muito a respeito da vida do poeta e descobri que são mais de 70 heterônimos. Pessoa justifica uma verdadeira arqueologia”. E foi a trajetória diversificada do poeta que motivou o quadrinista a desenhar em diferentes estilos, dando-lhe lastro para brincar com os traços. A diferença da HQ ‘Fernando Pessoa e outros Pessoas’ para ‘Eu, Fernando Pessoa’ é que a segunda é uma oportunidade que Guazzelli teve para avançar e se aprofundar em questões importantes sobre a obra — “como a busca de estilos levemente diferentes para cada heterônimo e também um tratamento mais solto no traço, algo mais intuitivo. Gosto dos dois trabalhos,

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mas creio que em ‘Eu, Fernando Pessoa’ pude avançar no tratamento artístico”. No entanto, o objetivo permanece o mesmo que na HQ anterior: apresentar o poeta de forma inventiva e mostrar que a linguagem dos quadrinhos é uma das maiores inovações da arte na modernidade: “Essa é uma das linguagens mais contundentes do século XX. E muito mais profunda do que parece. Isso porque os quadrinhos são uma espécie de “gêmeo” do cinema, infelizmente um par meio maldito, vítima por muito tempo de forte preconceito, sendo considerada uma arte menor. Situação que efetivamente começou a ser debelada a partir de forte movimento entre intelectuais e pesquisadores no pósguerra. Os quadrinhos agora são vistos como uma arte autônoma e, acima de


Novos traços sobre o universo de Fernando Pessoa | 125 ANOS DO POETA

Considerações de Guazzelli sobre Pessoa

Pessoa é imenso, isso é evidente. Mas, mais do que isso, pelo fato de ser um gigante da língua portuguesa, Pessoa é, para mim, fundamental. As peculiaridades da sua biografia e o próprio ‘acanhamento’ da nação Portuguesa, quando da construção da sua obra, creio que ainda não deram o devido realce ao seu enorme talento. Isso porque não vejo como suficiente o seu sucesso entre acadêmicos e seus pares. Pessoa merecia o Nobel. São Muitos os motivos para admirá-lo!

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tudo, tão rica e sofisticada quanto seus pares, e deixam de ser vistos como se fossem apenas um produto comercial para crianças e adolescentes. Portanto, vejo possibilidades muito positivas nesse processo de adaptações”. E já que o desenho está diretamente ligado com o cinema, o próximo passo do ilustrador é lançar um curta de animação sobre o poeta: a satisfação com o resultado dos livros o encorajou a fazer uma adaptação da adaptação para as telonas.


Novos traços sobre o universo de Fernando Pessoa | 125 ANOS DO POETA

1895: Aos 7 anos, Fernando escreve o seu primeiro poema 1899: Com apenas 11 anos, cria o heterônimo Alexander Search, o primeiro de muitos que marcariam sua carreira 1901: Começa a escrever suas primeiras poesias em inglês. No mesmo ano, ele visita Portugal 1903: Em exame para a Universidade do Cabo, na África do Sul, Pessoa tira a melhor nota no ensaio em inglês e ganha o Prêmio Rainha Vitória 1904: Encerra seus estudos na África do Sul 1905: Agora em Lisboa, persiste nos poemas em inglês 1906: Ingressa no Curso Superior de Letras 1907: Desiste do Curso Superior de Letras 1910: Agora suas prosas e poesias são escritas em português, inglês e francês 1912: Sua primeira crítica literária é publicada na revista Águia 1913: Escreve “O Marinheiro” 1914: Neste ano, Fernando cria os heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Neste período, ele escreve os poemas da obra “O Guardador de Rebanhos” e o “Livro do Desassossego” 1915: Participa da revista literária Orpheu, que lançava o movimento modernista em Portugal 1918: Tem poemas resenhados no “Times” 1921: Funda a editora Olisipo, publicando poemas em inglês 1934: Publica “Mensagem”. Hoje, ‘Mar Português’, parte do livro, é um dos seus poemas mais famosos 1935: Morre no dia 30 de novembro

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Antônio Abujamra recita o poema “O que levamos...”



Agenda

Foto: Foto:Divulgação Divulgação

Programação de junho | Vitrine Indica

O que Cultura Inglesa Festival Quando Domingo, 23 de junho Quanto Gratuito Onde Memorial América Latina, Praça Cívica contato (11) 3083-1242

Kate Nash no Cultura Inglesa Festival Kate Nash apresenta seu novo disco, “Girl Talk”, no Cultura Inglesa Festival de 2013. Além da cantora inglesa, outras bandas também se apresentarão, como Magic Numbers, Stay Johnny, Mind The Gap e Bonde do Rolê tocando The Cure. Mais informações

Orquestra do Concertgebouw ao vivo no Auditório do Ibirapuera

Teatro do Sesi apresenta ‘Lampião e Lancelote’

O concerto da Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdam, ao vivo, do Auditório Ibirapuera, em São Paulo. A orquestra se apresenta sob a regência de Marris Jansons.

O espetáculo está em cartaz no Teatro do Sesi, em São Paulo, e é protagonizado por Daniel Infantini e Leonardo Miggiori. O primeiro interpreta o cangaceiro, figura da história de nosso país. O segundo vive o cavaleiro, parte de uma lenda. Mas seus personagens guardam semelhanças, algumas mostradas ao longo da peça.

Mais informações O que Orquestra do Concertgebouw Quando Domingo, 23 de junho Quanto R$ 20,00 Onde Auditório do Ibirapuera contato (11) 3629-1075

Mais informações O que Peça Quando Até 30 de junho Quanto quinta e sexta - entrada gratuita; sábado e domingo - R$ 10 Onde Teatro do Sesi, Avenida Paulista, 1313 contato (11) 3146-7405 / 7406

Agenda


Programação de junho | Vitrine Indica

Museu Afro Brasil mostra a casa de Odorico Tavares

Centro Cultural Banco do Brasil recebe ‘Cai Guo-Qiang: Da Vincis do povo’

O Museu Afro Brasil convida o público a visitar a casa de Odorico Tavares. A coleção de arte deste pernambucano radicado na Bahia é considerada uma das mais importantes do país, entre os particulares. Esta é a chance de ver reunidas obras de artistas importantes do modernismo brasileiro.

A mostra está no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Prédio Histórico dos Correios e até mesmo nas ruas do Centro de São Paulo. O espaço é ocupado por navios, aviões, robôs-artistas (feitos em parceria com o artista Wu Yulu) e telas feitas com pólvora. Que, diga-se de passagem, foram produzidas especialmente para esta exposição e contaram com a ajuda dos próprios brasileiros, com o envio de fotos com visões pessoais sobre o país.

O que Exposição Quando Até 04 de outubro Quanto Gratuito Onde Museu Afro Brasil - Av. Pedro Alvares Cabral, s/n - Pavilhão Pe. Manoel da Nobrega - Parque Ibirapuera – Portão 10

contato (11) 3320-8900

O que Exposição Quando até 23 junho (de segunda a sexta, das 9h às 18; sábado, domingo e feriado, das 9h às 17h) Quanto Gratuito Onde CCBB, Rua Álvares Penteado, 112 – Sé – São Paulo – SP contato (11) 3113-3651

Natálio Puras Penzo na Pinacoteca de São Paulo

Dica de Livro – Tudo o que mãe diz é sagrado

Pinacoteca de São Paulo apresenta exposição do fotógrafo Natálio Puras Penzo até o final do mês de junho. Ele é considerado um dos pioneiros a trabalhar com fotografia experimental na República Dominicana, utilizando as técnicas da fotomontagem e das sobreposições com negativos de acetatos. A exposição reunirá cerca de 100 imagens que pertenciam à coleção particular do artista.

A jornalista Paula Corrêa, na tentativa de salvar a mãe, lhe doou parte do fígado, num gesto radical de recusa da morte. O relato dessa experiência está no livro “Tudo o que mãe diz é sagrado”, que surpreendeu os leitores por extrair da vivência extrema da dor um livro de enorme força literária.

O que Exposição Quando Até 30 de junho Quanto R$ 6,00 de terça a domingo – gratuito aos sábados Onde Pinacoteca do Estado de São Paulo – Praça da Luz contato (11) 3324-1000

Agenda

O que Livro Quanto R$ 33,90 na Livraria da Folha


Chegando perto dos 80 anos, Tom ZĂŠ mostra, do centro do Roda Viva, que a personalidade forte vinda de IrarĂĄ ainda aposta no nĂŁo-convencional. E ganha.

Entrevista


Foto: acervo fpa

Foto: jair magri

Tom Zé | RODA VIVA

Por Nadia Atiê

ascido na Bahia, mais precisamente em Irará, Tom Zé nunca deixa de mencionar a terra natal em suas entrevistas — “uma cidade que passou um século com apenas três mil habitantes e tem hoje mais de 20 mil”. No centro da arena do Roda Viva, não foi diferente: o iraraense idolatrou seu saudoso lar e transformou a entrevista em uma conversa descontraída entre amigos. A apresentação dos entrevistadores daquela noite foi feita por ninguém menos que ele próprio. Com um verso preparado para cada um, nem o cartunista Paulo Caruso ficou de fora: “(...) É o cabra mais arisco, só precisa de um risco, para demonstrar como a gente, querendo ser valente, esconde o que vai na mente”. Sentado com um iPad em seu colo e com algumas “colas” em uma mesinha improvisada ao seu lado, o programa seguiu com uma informalidade própria de Tom Zé: “Eu precisava trazer a Tânia [sua produtora] pra fazer esse negócio funcionar”. Entrevista

O tablet bloqueava a tela automaticamente e dificultava as buscas do cantor. A entrevista seguiu no maior estilo: “Tô te explicando pra te confundir, tô te confundindo pra te esclarecer”, com Tom Zé respondendo às perguntas com cantorias, gesticulações e os já conhecidos pulos da cadeira, para uma melhor encenação, mas que logo se continham. “Assim eu atrapalho o programa”, explicava - ou confundia - o baiano. Dona Neusa, sua empresária, companheira e braço direito, também esteve presente. Casados há mais de 40 anos, ela era o apoio do cantor quando ele esquecia nomes e obras que queria citar: “Minha mulher é a alfabetizada lá de casa”, brincou. O tropicalista está trabalhando suas novas músicas com artistas jovens. Seu último disco, “O Tribunal do Feicebuqui”, foi uma resposta às inúmeras críticas recebidas nas redes sociais por ter narrado um comercial da Coca-Cola. No álbum, participações


Tom Zé | RODA VIVA

de nomes da cena contemporânea como Emicida, Tatá Aeroplano, as bandas O Terno e Trupe Chá de Boldo e a Filarmônica de Pasárgada. “Eu prefiro concorrer com caipira, com o diabo a quatro, acho tudo bom e concorro. Se eu não conseguir é problema meu”. A liberdade da música atual é apreciada por Tom Zé, até os versos de “Tô ficando atoladinha”, do MC Bola de Fogo, foram citados pelo cantor: “O funk é o maior grito da liberdade da mulher”. O iraraense também falou de assuntos políticos, sobre movimentos rebeldes dos jovens na sociedade atual: “Quando a gente deixa a geração que está aí compreender o seu tempo com facilidade, ela pode até ficar meio senil, mas se a gente fechar as portas, ela sai como um touro e rompe as coisas”.

música, eu faço imprensa

cantada

Entrevista

Foto: Divulgação

Eu não faço


Tom Zé | RODA VIVA

E é claro que as histórias de Tom Zé, quando ainda vivia em Irará, foram lembradas no programa. Como em seu tempo de “calças frouxas”, como denominou sua timidez na infância, quando não recorreu da expulsão de sua escola de música em Irará, na banda Sociedade Lítero Musical 25 de Dezembro. Ele lembrou com detalhes do dia em que estudava com seu saxofone e viu Alberto Nogueira, o dono da banda: “Eu ainda me lembro dessa noite trágica. Entendi logo que ele queria me pedir para sair”. Alberto argumentou que Tom vinha de família rica e os iraraenses protestavam que ele estava ocupando o lugar de necessitados: “Eu fiquei humilhado, derrotado. Passei oito dias sem sair de casa”. Mas nenhum ressentimento foi cultivado com o episódio: o músico irá doar seu cachê do comercial da Coca-Cola, de R$ 80 mil, para a escola. Vale mencionar, inclusive, que a banda não toca mais no concurso anual que o Governo

BAIXE TROPICÁLIA LIXO LÓGICO, DISCO DE 2012 DE TOM ZÉ, GRATUITAMENTE

Assista ao Roda Viva Todos as Segundas-feiras, às 22H Para conferir mais arquivos e informações acesse a página do programa no cmais+!

Entrevista

do Estado da Bahia promove: “Foi proibida de tocar porque estava ganhando muito concurso, agora só toca hors concours”. Tom Zé, que usa de referências do cotidiano para produzir suas músicas — “Eu não faço música, eu faço imprensa cantada” —, quer sua música tocando até em rodoviárias. “É o lugar mais popular do mundo”, afirma. Com o clima informal que manteve durante todo o programa, finalizou a entrevista com um poema nacional, lembrança de quando era menino, que seu irmão lhe recitava: “No alto daquele cume eu plantei minha roseira, a rosa no cume cresce, a rosa no cume cheira”. E fechou com risadas de todos os presentes o Roda Viva do dia cinco de maio de 2013.


Queima do lixo a galope, apesar da lógica e da lei | WASHINGTON NOVAES

Queima do lixo a galope, apesar da lógica e da lei Por Washington Novaes

ai e volta sem chegar a consenso a discussão sobre o destino do lixo, dos resíduos sólidos e orgânicos, tantos são os interesses envolvidos. Alguns municípios paulistas, principalmente da Região Metropolitana de São Paulo, debatem partir para projetos de incineração de resíduos.

V

reprodução: Irma the Bearer, de Vik Muniz

Barueri, por exemplo, que hoje leva seu lixo para 30 quilômetros de distância, vai aplicar R$ 160 milhões na instalação de uma usina que incinerará, a uma temperatura de 800 graus, 90% dos resíduos, a um custo de R$ 44,6 milhões anuais. Mogi das Cruzes e outros cinco municípios terão um projeto conjunto para incinerar 500 toneladas diárias. O Conselho do Instituto Pólis, por exemplo, já condenou o projeto, não só por causa dos riscos da incineração (emissão de dioxinas e furanos, cancerígenos, dependendo da temperatura), como pelos prejuízos para as cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

Meio Ambiente

O tema foi um dos discutidos em recente reunião promovida pelo Instituto Ethos, na qual empresas eram convidadas a assinar uma carta de compromisso sobre "gestão sustentável de resíduos sólidos". Nesta, a intenção é seguir as prioridades da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada pelo Congresso Nacional — não gerar resíduos, reduzi-los, reutilizálos, reciclá-los, dar prioridade na política a cooperativas de catadores. Infelizmente, o Senado, na última hora, suprimiu o dispositivo que colocava a incineração como alternativa a ser considerada apenas se as outras não fossem viáveis. E mandou o texto para a sanção presidencial - o que ocorreu ainda na gestão Lula.


Queima do lixo a galope, apesar da lógica e da lei | WASHINGTON NOVAES

É um problema brasileiro grave, pois estão sendo geradas mais de 230 mil toneladas diárias de lixo domiciliar e comercial (fora entulhos e outros tipos de resíduos), mais de 1,2 quilo por pessoa/dia, das quais 62 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos; 89% desse volume é coletado e mais de 40% vai para 3.369 lixões, segundo o IBGE. Agora, o Movimento Nacional dos Catadores protesta "veementemente" contra a intenção de Porto Alegre, onde a prefeitura avalia dez projetos para uma central de tratamento de redsíduos, que terá como uma das possibilidades a incineração de 1,8 mil toneladas diárias, hoje levadas diariamente em 20 caminhões para um aterro a 120 quilômetros de distância. A cidade paranaense de Maringá também ameaçou tomar esse caminho, mas a oposição foi mais forte. Apesar da oposição, a tendência à incineração cresce, pois as principais cidades brasileiras São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Brasília, Porto Alegre, Curitiba - estão com seus aterros esgotados. E a coleta e o transporte de resíduos custa às prefeituras entre R$ 30 e R$ 120 por tonelada - o quer significa alguns bilhões de reais por ano. Pode ser até mais, se chegarmos à situação de Nova York (EUA), que passou a levar seu lixo em caminhões para mais de 500 quilômetros de distância, ou de Toronto (Canadá), com um comboio ferroviário levando todos os dias mais de 3 mil toneladas para mais de mil quilômetros de distância. A reciclagem no Brasil, em usinas, é quase ridícula: menos de 2% do lixo. E nossa situação só não é mais grave graças ao trabalho heroico de 1 milhão de catadores que levam os resíduos sólidos para empresas que os reciclam - mais de 90% das latas de alumínio, mais de 40% do papel, do papelão e do vidro, em torno de 50% do PET. Mas a situação pode piorar se for aprovado (a decisão está pendente na Justiça) que bebidas alcoólicas e refrigerantes poderão ser envasados em PET. A legislação aprovada pelo Congresso estabelece que os lixões terão de ser desativados até o fim do ano que vem. E que todos os municípios deverão promover a coleta seletiva e a reciclagem. Só

Meio Ambiente

que o prazo para a apresentação de projetos que poderão receber recursos públicos já se esgotou e menos de 10% deles os fizeram. Também a logística reversa - com o retorno de resíduos às empresas geradoras - é teoricamente obrigatória (só os sacos plásticos, no mundo, são 1 milhão por segundo, 500 bilhões por ano). Uma boa alternativa foi aberta pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ao permitir consórcios intermunicipais em aterros para até 20 toneladas diárias - o que abrange 80% dos municípios com até 30 mil habitantes. Quando se retorna à proposta de incineração, não se pode esquecer estudo da Unesp de Sorocaba que mostrou o desperdício de recursos que esse caminho (e outros) envolve, ao analisar o conteúdo das 135 toneladas diárias de resíduos levadas ao aterro da cidade de Indaiatuba: 91% deles eram reaproveitáveis ou poderiam ser compostados (transformados em fertilizantes) e/ou reciclados. E ainda economizando espaços no aterro. Mas a pressão em favor da incineração é muito forte. Praticamente todas as grandes empreiteiras têm hoje empresas nessa área (e na coleta do lixo em todo o País), com influência muito forte nas políticas públicas, pois são as maiores contribuintes para campanhas eleitorais. Recife já adotou esse caminho, Brasília vai para o mesmo rumo, o Rio poderá segui-lo. E é um caminho praticamente irreversível, como mostram vários países europeus: apesar da oposição que enfrentam, será preciso produzir lixo até a eternidade para movimentar as usinas (que geram energia), a preços altíssimos. É mais um desses temas em que grande parte da sociedade se mostra indignada com a falta de soluções. Mas até aqui se mostrou também contrária à solução que se tem mostrado mais eficaz em muitos lugares no mundo: criar uma taxa para todos os geradores de lixo, proporcional ao volume que produzam, com a receita financiando as boas soluções. A Alemanha, por exemplo, em alguns anos reduziu em até 15% seu lixo domiciliar e comercial. *Artigo reproduzido do jornal O Estado de S. Paulo



Festival de Inverno de Campos do Jordão na Cultura FM | GUIA DO OUVINTE

Na Cultura FM, o Festival de Inverno de Campos do Jordão Considerado o mais importante evento de música clássica do Brasil, o Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão chega à sua quadragésima quarta edição.

estúdios em São Paulo, a participação do pianista Gilberto Tinetti e os comentários de Carlos Haag (apresentador e comentarista do programa Concertos OSESP), pontuados com flashes ao vivo do Auditório Claudio Santoro.

A Cultura FM se prepara para transmitir ao vivo a abertura do Festival, marcada para sábado, 29 de junho, quando a OSESP, sob o comando de Marin Alsop, sobe a serra para apresentar no Auditório Claudio Santoro obras de Camargo Guarnieri, Leonard Bernstein e Luciano Berio.

O Festival de Inverno de Campos de Jordão será assunto das edições de julho do Manhã Cultura, programa apresentado por Ligiana Costa (segunda a sábado, às 9 da manhã) e também de especiais, com gravações feitas ao vivo de vários recitais e concertos, incluindo o de encerramento no dia 28 de julho, quando a Orquestra Acadêmica, formada por bolsistas do Festival, levará ao público o resultado da experiência vivida durante os 30 dias do evento, uma verdadeira troca de experiências entre alunos de várias partes do Brasil e professores renomados atentos aos novos talentos da música.

A cobertura da emissora irá além da simples transmissão do concerto. Em nossos programas jornalísticos teremos reportagens e entrevistas com personalidades do Festival, com informações precisas para o público e estudantes. No dia da abertura, dos nossos

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Frequência


A doutora em ópera que é cantora popular | Ligiana Costa

A doutora em ópera que é cantora popular Apaixonada por música desde a infância, Ligiana Costa aprendeu sobre o assunto na teoria e na prática, e construiu um repertório que vai além da divisão em gêneros

Por Josilene Rocha

Música e paixão são sinônimos para Ligiana Costa. Cantora, compositora, musicóloga e apresentadora de um programa musical na Rádio Cultura, Ligiana respira música – e não importa se é erudita ou popular, basta tocar o coração, mexer com os sentimentos. Racionalidade, rótulos e preconceitos? Não para ela! “Música é sentimento, se não for assim, para mim não adianta”, diz. O contato de Ligiana com as notas musicais começou cedo. Filha do jornalista Celso Araújo, desde criança frequentou teatros em que se tocavam os mais variados gêneros: eruditos, populares e tantos outros. Isso sem falar nas muitas vezes em que acompanhou o pai em entrevistas com músicos completamente distintos.

Foto: Divulgação

No início da adolescência, veio a primeira grande paixão: a cantora norte-americana Maria Callas (1923-1977), “a diva do canto lírico”, como resume Ligiana. A brasiliense nunca pôde acompanhar uma apresentação ao vivo de Maria Callas, já que esta havia falecido, mas isso não a impediu de sentir-se fortemente conectada à norte-americana e de começar a trilhar um caminho marcado pelo canto lírico.

Perfil


A doutora em ópera que é cantora popular | Ligiana Costa

A vocação para este tipo de canto foi confirmada após ir a um concerto do grupo Il Seminario Musicale, cujo repertório é baseado em músicas italianas e francesas dos séculos 17 e 18. “Aquilo me emocionou muito. Eu chorei tanto. Foi muito forte para mim”, conta Ligiana. O episódio também fez nascer um novo interesse: o barroco, gênero no qual ela se especializou mais tarde. “Este concerto foi um divisor de águas na minha vida”. Para a especialização em canto antigo, Ligiana seguiu para a Holanda e de lá passou para outros países da Europa, fazendo mestrado na Itália e doutorado na França. Dez anos se passaram com a jovem no Velho Continente, mas nem por isso ela se afastou de suas origens, pelo contrário: foi justamente na europa que começou a cantar e compor música popular. De volta ao Brasil, demorou pouco para sair o primeiro CD, ‘De Amor e Mar’ (2009), muito marcado pelo samba. E agora ela lança seu segundo álbum, ‘Floresta’, com mais canções de autoria própria e diálogo com diferentes universos musicais – frutos do amadurecimento do trabalho com a canção popular e da crescente inspiração para compor. De onde vem a inspiração? Simplesmente “de tudo”: das pequenas coisas do dia a dia, das pessoas que a brasiliense encontra por aí e da própria música antiga da qual ela é tão fã, especialmente quando se fala do século 17 e de nomes como Monteverdi (1567-1643), autor de sua música favorita, o madrigal ‘Hor che’l ciel e la terra’: “Esta música reúne toda a relação da música e da poesia de explosão de paixões”, elogia. E assim voltamos aonde tudo começa — na relação entre música e paixão.

Música é

sentimento, se não for assim, para mim não adianta. Perfil


Ciência todo dia | para os pais

A ciência está a nossa volta. Aqui, demonstramos algumas maneiras simples de estimular a curiosidade do seu pequeno cientista e ajudá-lo a descobrir mais sobre este mundo.

Visão: Observe uma gravura de um arcoíris e comente sobre as cores. Depois, vá para um ambiente ao ar livre e ajude seu filho a identificar objetos com as mesmas cores. Para facilitar, você pode levar lentes de aumento ou binóculos para que a criança consiga examinar mais a fundo outras formas e amostras. Tato: Procure objetos com diferentes texturas de materiais naturais como o algodão, pele, pinhas, lã, couro ou conchas do mar. Coloque cada objeto em caixas de papel e peça para a criança identificá-los apenas pelo toque. Se precisar, dê dicas.

Infantil


Ciência todo dia | para os pais

Audição: Se você puder, grave o silêncio de um ambiente e veja se ele realmente é silencioso completamente ou se tem outros sons. Grave os sons da natureza e veja se seu filho consegue reconhecê-los quando estiverem ouvindo juntos a gravação. Paladar: Dê para sua criança provar diferentes amostras de comida. Peça para ela descrever o sabor de cada uma delas e explicar o por que cada uma tem um gosto. Olfato: Coloque comidas de cheiro forte ou pimentas dentro de pequenos copos de papel, depois cubra os copos com uma folha com pequenos furos. Veja se a criança consegue identificar as comidas apenas ao cheirá-las.

Faça um quadro com as identificações “Coisas Vivas” e “Coisas Inanimadas”. Faça uma lista de coisas que pertencem a cada uma dessas categorias. Depois, peça para seu filho desenhar ou identificar imagens em revistas, livros, que pertençam a estas categorias. Ajude-o a organizar as imagens no quadro.

Seu filho pode regar uma planta e manter um registro do crescimento da plantinha através de imagens e medidas. Você pode criar um pequeno jardim no parapeito de uma janela, onde ele pode cultivar sua própria planta. Comece por deixá-lo testando vários tipos de sementes e métodos de crescimento, como embebendo as plantas em água, plantando-as em diferentes tipos de terra ou potes, colocando-as na luz do sol ou no escuro. Margaridas e feijões crescem mais rapidamente, batatas crescem melhor quando suspensas em água. Separe a parte superior de cenouras e cebolas e coloque em cascalho e água e veja como elas crescem!

Peça para seu filho desenhar seu animal favorito. Ele pode escolher o animal que quiser – de estimação, algum bicho que viu no zoológico ou que só possa ser encontrado em outro país ou de outra época, e até mesmo um animal de algum livro ou programa de televisão. Escreva tudo o que ele conta sobre o bicho e use imagens para criar um livro sobre animais.

Infantil


receitinha

Crianรงa


Atividade


poema: VIV, de Augusto de Campos

Poetas de Campos e Espaços | PRODUÇÃO TV CULTURA

Poetas de Campos e Espaços

Cidade

Canção noturna da baleia

TV Grama1

Poema

Já que o homenageado deste mês é um poeta — Fernando Pessoa —, relembramos também uma produção da TV Cultura sobre o assunto. Em 1992, foi produzido o documentário “Poetas de Campos e Espaços”, que mostra a trajetória dos noigandres: Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari. O filme relata a formação do grupo e o surgimento do movimento concretista e suas consequências, tanto na crítica quanto na literatura. A arte de fazer poemas combinando espacialidade, visualidade e musicalidade surgiu na década de 1950. O documentário foi pontuado por clipes dos poemas mais conhecidos dos principais períodos de atuação dos poetas. O filme conta ainda com depoimentos dos compositores Hans Joachim Koellreuter e Gilberto Mendes, do cantor e compositor Caetano Veloso, dos pintores concretos Luis Saciloto e Hermelino Fiaminghi, da pintora Tomie Othake, do poeta e cantor Arnaldo Antunes, do compositor Pericles Cavalcanti e do músico Marsicano.


Diretor Presidente João Sayad Diretor Vice-presidente de conteúdo Eduardo Brandini Diretora Vice-presidente de gestão Neide Saraceni Hahn Gerente de jornalismo Celso Kinjô

Multimídia Gerente de multimídia Paulo Garcia Coordenador de conteúdo Juliano Nunes Coordenadora de design Giuliana Xavier Projeto gráfico Debora Soares Arte Ariane Corniani Redação Débora Centoamore Thábata Mondoni Produção Maria Montesanti Pedro Nakano Priscila Lima Estagiárias Josilene Veloso Mariana Amorim Nadia Atie

Capa Ilustração: Guazelli Periodicidade Mensal Distribuição Gratuita na App Store, Newsstand e ISSUU cmais.com.br/revistavitrine


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