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Novidades Nacionais
Nação Zumbi lança primeiro álbum de inéditas em sete anos
Trabalho tem produção de Kassin, Berna Ceppas e Mário Caldato
Por Bruno Albertim, do Recife
A culpa não foi só da Marisa Monte. Naturalmente, os malungos da Nação Zumbi deram (também) um tempo nas atividades da banda para poder integrar “Verdade, Uma Ilusão”, a última turnê da cantora. Mas os músicos tiveram várias outras tarefas neste período de quase sete anos em que não lançam um novo disco. “Houve até comentários de que a banda iria acabar”, disse o guitarrista Lúcio Maia, quando anunciado, no final do ano passado, o mais novo disco de inéditas da banda em torno da qual, desde o início dos anos 1990, gravitam os demais grupos que fazem a música contemporânea de Pernambuco.
Com patrocínio do programa Natura Musical, o disco, por ora chamado “Cicatriz”, deve ser lançado ainda este mês.
Oficialmente, a banda está proibida de comentá-lo antes da conclusão. Mas os antigos companheiros de Chico Science já soltaram algumas pistas. Ainda em novembro do ano passado, quando o patrocínio foi confirmado, o baterista Pupillo antecipou que a produção seria de Kassin, Berna Ceppas e Mário Caldato. Jorge du Peixe permanece nos vocais. Segundo o guitarrista Lúcio Maia, Jorge “está cantando bem demais no disco”.
Nesses sete anos sem a NZ no estúdio, os músicos se dedicaram a vários projetos paralelos. “Desde que Chico morreu, nunca tínhamos dado uma parada”, lembrou Pupillo. Toca Ogan, por exemplo, fez seu disco e tocou com Otto. Lúcio Maia se dedicou ao projeto “Maquinado”.
Um pouco antes do carnaval deste ano, quando, mais uma vez, a NZ fez um show apoteótico na folia do Recife, saiu na internet uma música do novo álbum. A faixa “Cicatriz” está disponível para download no site da Natura. É a primeira música a ser lançada oficialmente desde o disco “Fome de Tudo” e tem participação do produtor Kassin.
A banda tem 14 inéditas prontas. Mas o álbum deve ser fechado com dez. É um disco que chega carregado de simbolismo: será lançado quando a banda comemora os 20 anos do surgimento do seminal “Da Lama ao Caos”, o álbum da então Chico Science e Nação Zumbi, que definiu e revelou o manguebeat de Pernambuco para o Brasil.
A Nação Zumbi apareceu, sob a batuta de Chico Science, no comecinho dos anos 1990, a partir da união do Loustal, banda de rock pós-punk, com o bloco de samba-reggae Lamento Negro. Desde então - e apesar da fatídica morte de Chico num acidente de carro em Olinda, em 1997 -, o maracatu da NZ segue pesando uma tonelada.
O mundo pop de Anitta
Menos funkeira e muito mais pop, Anitta lança seu primeiro DVD, gravado ao vivo, em fevereiro, no Rio, apostando numa estética internacional e em letras hedonistas e de forte apelo popular. Mais comportada e sem explorar (tanto) a sensualidade, a cantora teve como convidado o rapper Projota no show dirigido por Raoni Carneiro. “Com essa equipe que tenho, estou me sentindo grande e especial”, ela disse no lançamento no projeto. Dividido em três partes, inferno (com músicas como “Menina Má”, “Proposta” e “Cachorro Eu Tenho Em Casa”), terra (um mundo inspirado no universo do cineasta francês Georges Meliés) e céu (repleto de referências lúdicas como ursinhos de pelúcia), “Fantástico Mundo de Anitta” tem cerca de uma hora e meia de duração e conta com uma versão mixada do hit máximo da cantora, “Show das Poderosas”.
Roberta Ferve
Rio Grande do Norte-Rio-Pernambuco. O eixo é a base de “Segunda Pele”, de Roberta Sá, cantora potiguara radicada na capital fluminense que faz uma bela homenagem ao frevo no seu quinto álbum de estúdio. “Ritmos brasileiros me interessam muito. Desde a infância escuto frevo. Desta vez ele veio com força e deu uma cara carnavalesca ao álbum e ao show”, ela disse. Tem releitura de “Deixa Sangrar”, clássico frevo composto por Caetano Veloso em 1970 para o carnaval da Bahia, e até uma mescla do ritmo com o dub de Pedro Luís, marido de Roberta, na faixa “No Bolso”. “O álbum tem flerte, é feminino, sensual. Cada canção conta uma história”, descreve a cantora, que gravou sete inéditas entre as 12 do trabalho, incluindo parcerias com Rubinho Jacobina (“Bem a Sós”), Dudu Falcão (“Você Não Poderia Surgir Agora”), Lula Queiroga (“Altos e Baixo” e “Pavilhão de Espelhos”), Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Domenico Lancellotti (“A Brincadeira”) e até a primeira aventura de Roberta em espanhol, em “Esquirlas”, composta com o uruguaio Jorge Drexler.
Todos os sons de Fernanda Takai
Em seu quarto disco solo, e pela primeira vez com composições próprias, a mineira Fernanda Takai, vocalista do Pato Fu, explora a estética dos anos 80, brinca com o carnaval e se arrisca numa parceria com o padre-cantor Fábio de Mello na faixa “Amar Como Jesus Amou”, cuja melodia é ditada por sons de jogos eletrônicos. O álbum “Na Medida do Impossível” é assim: tem a cara e a marca das experimentações de Fernanda, que apresenta a parceria com Marcelo Bonfá “De Um Jeito ou de Outro” e outras duas letras que ela escreveu: “Seu Tipo” (com música de Pitty) e “Partidas”. As outras 10 canções são de outros compositores, entre os quais se destacam George Michael, cuja “Heal The Pain”, traduzida por John Ulhoa, marido de Fernanda e parceiro de Pato Fu, virou “Para Curar Essa Dor”; e a mexicana Julieta Venegas, que aparece, também numa tradução, em “Doce Companhia”.
A salada do Reppolho
Baião, zouk-lambada, ijexá, samba-funk, ciranda, rumba, salsa, cha-cha-chá. É variado o belo saladão musical que marca o quinto álbum solo do percussionista Reppolho, “Batukantu”. Recheado de inéditas próprias e de parcerias com nomes como Ary Sobral, Jó Reis, Esdras Bedai e Euclides Amaral, o trabalho, de pegada “cool-afro-regional-pop”, como o próprio Reppolho define, tem diversas participações especiais, entre elas do cantores Charles Teony (na simpática mistura de rumba e baião da faixa “Rumbaião Pernancubano”) e Mário Bróder, do Farofa Carioca, no samba-funk “Céu de Madureira”. A Orquestra Tabajara e o maestro Severino Araújo, morto ano passado, ganham homenagem em “Tabajariando”.
Osmar Navarro, o musical
Falecido em 2012, o associado da UBC Osmar Navarro vai receber uma homenagem nos palcos de São Paulo este mês. Autor de diversos sucessos a partir dos anos 1950, como “Quem É?” em parceira com Oldemar Magalhães, “Espere Um Pouco, Um Pouquinho Mais”, versão da obra "La Nave Del Olvido" do argentino Ramos Dino, “A Namorada Que Sonhei” e “A Mais Bonita das Noites”, composta em conjunto com Sebastião Ferreira, o carioca que brilhou na era de ouro do rádio e na aurora dos programas de auditório na TV será tema do musical “Quem É Osmar Navarro? Quem É?”, em cartaz de 9 de maio a 13 de julho no Teatro Anhembi Morumbi, na Mooca. Estreado em Santos, o espetáculo, com direção de Sebah Vieira e direção musical de Maycon Lopes, revive os clássicos do compositor na voz do filho dele, Donovan Navarro. Artistas como Agnaldo Rayol, Sérgio Reis, Jair Rodrigues, Ronie Von e Chitãozinho & Xororó fazem participações em vídeos. As apresentações são às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h.