Underground do Underground #3

Page 1

O INIMIGO - DEFY - PEDRO MENDIGO - RICARDO ARAÚJO - GALERIA - FOTOS


2 \\

#3 É uma satisfação enorme anunciar a terceira edição da revista on-line Underground do Underground que já na capa traz um trabalho do Kauê Garcia. Gostei bastante do trabalho do Kauê, bem representativo para o momento atual da minha vida. Se revista de underground on-line não dá dinheiro, nem mulheres, nem fama , fico feliz mesmo assim em fazê-la. Mantendo contato com diversas pessoas pelo Brasil, conhecendo novos amigos, trabalhos e sons. Acredito muito em tudo que esta sendo publicado e realmente sou fã dessa galera.

Vamos voltar a falar do conteúdo desta terceira edição que conta com entrevistas das bandas O INIMIGO e DEFY e das personalidades PEDRO MENDIGO e RICARDO ARAÚJO. A galeria traz trabalhos bem diversos dos artistas ALCÍDES JUNIOR, CARLOS CRUZ, HUEMERSON LEAL e novamente ele PEDRO MENDIGO. O nosso amigo GUIDO IMBROISI, que está conosco desde primeira edição, esta lançando na Underground do Underground uma série em quadrinhos sobre as cartas do tarô. Tudo em cores e nem preciso dizer que isso ficou realmente animal! Espero que gostem.

Raphael Araújo

Underground do Underground foi nesta edição:

Allan Kardec

Alcídes Junior

I’m a hero, I’m a zero, I’m the butt of the worst joke in history, I’m a lock without a key. Para falar comigo escreva no broken.

Filosofia é a minha terapia. Fico na minha. Não gosto de agonia.

el_cidesjr@yahoo.com

bonescrew@hotmail.com

Alexandre Brunoro

Bruno Salvetti

Iniciou suas atividades artísticas tocando em bandas de grindcore, atividade mantida até hoje, além disso, faz alguns trabalhos na área do audiovisual, mais especificamente na parte que diz respeito à maquiagem e fx. alexandre.brunoro@gmail.com

Sócio majoritário do selo Criminal Attack Records, 24 anos, Campinas, estudante de Arquitetura e Urbanismo e estagiotário. www.criminalattack.com www.facebook.com/criminalattack


// 3 Carlos Cruz

Pedro Mendigo AKA Conehorror é um artista de Santos-SP que transforma sua confusão mental em arte. Compõe imagens colando pedaços de papel, fios, plástico e combinandoos com fogo, objetos perfurantes, giz de cera, spray, etc.

https://www.facebook.com/conehorror http://flickr.com/theproofisinthekodak http://zmokingkillz.blogspot.com/

Pedro Mendigo pensa que é surfista, pensa que é skatista, anda de bicicleta e toca em duas bandas de rock, um pauleira e uma zoeira. bandcamp.com/mahatmagangue bandcamp.com/catarro

Raphael Araújo

Guido Imbroisi

Artista plástico, canela verde, se arrisca em inúmeras atividades entre andar de skate, fotografar, desenhar, pintar, fazer vídeos e tocar baixo no Morto Pela Escola. E agora, montando e editando um zine, Underground do Undergroun

1988. Novo apresentava aptidão para destruição musical e ilustração, tocou em bandas como Ajudanti di Papai Noel, Space Ghost, Gory Gruesome e Zero Zero, atualmente I Shit On Your Face. Na ilustração participou de diversas revistas nacionais e internacionais além de publicar dois álbuns, Vulgar Manual e o Q.N.V.

gteixeiraimbroisi73@gmail.com https://www.facebook.com/guido.teixeiraimbroisi http://quadronegroverde.blogspot.com.br/

Huemerson Leal

rapharaujo@gmail.com http://www.flickr.com/photos/raphaeldesenho/

Rogério Araújo

Nascido em Guarapari em 1984. Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo. Participa do coletivo Expurgação formado em meados de 2008.

www.expurgacao.art.br http://www.flickr.com/photos/huemersonleal/ http://huemersonleal.tumblr.com/

É filósofo não praticante, toca baixo no Conjunto de Música Rock Merda e agora também no Sky Down. Vive no subúrbio operário, mas gostaria de estar com os pés na areia da praia.

http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/merda http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/skydown merda666@hotmail.com

Kauê Garcia

Alguém que cria através do que escapa.

kauegarcia.wordpress.com kauegarcia@gmail.com

Trabalho da capa por: Kauê Garcia

Acompanhe https://www.facebook.com/UndergroundDoUnderground Fale conosco: uduzine@gmail.com

Escambo Colagem sobre papel 29,7 x 21 cm 2012


4 \\


// 5


06\\ Entrevista

Texto : Allan Kardec

Foto por : Mateus Mondini e Sergiodeatchuck

Entrevista : Allan Kardec Respondida por: Juninho Sangiorgio

Ouรงa: O Inimigo

www.oinimigo.bandcamp.com


O inimigo //07


08\\ Entrevista

I n i m i g o

O

Com mais de dez anos de atividades a banda O INIMIGO vive o momento mais ativo. Shows em sequência, disco novo na praça e uma turnê nos EUA agendada. Formado com pessoas “rodadas” da cena a banda tem tudo para seguir um ritmo agitado e continuar lançando excelentes trabalhos. Abaixo o guitarrista Juninho fala sobre as mudanças na formação e no som da banda, o disco novo, turnê e outras coisas mais.

O disco IMAGINÁRIO ABSOLUTO (com exceção da demo) é o terceiro lançamento de vocês e a terceira formação registrada em estúdio. Ao longo destes anos, acha que as mudanças afetaram muito a sonoridade da banda? Como você vê o som d’O INIMIGO agora?

Realmente a formação da banda mudou bastante, mas hoje em dia nos vemos mais sólidos do que nunca, pois com os outros membros nunca fomos tão ativos quanto agora. A parte mudou bastante, no início era tudo bem mais simples em todos os sentidos, e agora a gente já consegue mesclar outras influências e o som está mais maduro. As forma

influências, de

no

geral,

reproduzi-las

são em

praticamente nossas

as

músicas

mesmas, melhorou

mas

a

muito.

Nosso som agora continua sendo voltado pra aquela linha dischord/sst de sempre, misturado com um pouco de bandas como Dinosaur Jr, Lemonheads, Mission of Burma.

Quem ouviu a demo-tape de vocês lembra que nela havia algumas músicas em inglês, logo em seguida vocês gravaram o cd CADA UM EM DOIS e as músicas que eram em inglês foram transformadas em português. Neste novo disco temos algumas músicas em inglês novamente. Existe interesse em voltar a escrever em inglês ou as letras surgem de acordo com o momento, podendo ser inglês ou português?


O Inimigo //09

O importante é cantar bastante em português, é nossa língua, vamos nos expressar melhor e pro público daqui é muito mais legal. O Kalota teve vontade de escrever algumas letras novas em inglês, e todos nós curtimos, elas combinaram bem com as músicas e não é uma regra não cantar em inglês. Isso que você citou na pergunta é o que se encaixa em melhor, elas surgem de acordo com o momento, inglês ou português.

Acho que este é o momento mais ativo da banda, concorda? (Em relação a shows) A que se deve esta agitada que a banda deu nos últimos meses? Concordo Não

plenamente!

estamos

rolando

shows

Depois

que

motivos,

Até

tocando

citei

absurdamente

legais,

dentro

e

lançamos

o

disco

são

eles:

isso

muita

fora

numa muito,

de

SP,

marcamos

gente

nos

e

resposta mas

sempre

vamos

vários

acima.

continuar

shows

escrevendo

por

pra

tão assim. alguns

marcá-los,

divulgação do disco novo e sempre muitos pedidos de pessoas que curtem a banda.

Vocês

estão

diferente rodam

da

pela

organizando

a

maioria

bandas

América

das do

primeira que

Sul, vocês

tour

fora

vão

estão

do

para

indo

país

Europa

para

os

e ou

EUA.

Como surgiu esta oportunidade?

Surgiu

da

gente

mesmo.

Estávamos

conversando

as

possibilidades

de

tocarmos fora, e em algum momento citamos EUA e começamos a correr atrás.

Quais as dificuldades (é mais difícil que ir para a Europa?) de se organizar uma tour por lá? É muito mais difícil do que ir pra Europa, não tenham dúvidas, eu comecei a tentar contatos por lá desde novembro de 2011 e nada de respostas, cada 10 e-mails que eu escrevia apenas 1 era respondido. Rolou um desânimo até num momento, mas do nada começou a chegar algumas novidades, novos contatos e principalmente de amigos brasileiros que estão morando lá e nos ajudando um monte. Tagori de BH, Julianinha


10\\Entrevista

(Infect) e a Rita (Mercedes) são pessoas do hardcore que nos estão dando uma força enorme!!! Fora essa parte também tem o lance do visto, isso tivemos que correr atrás aqui, gastar grana, não está sendo tão tranqüilo, mas certeza que vai valer muito a pena.

Quase na mesma época o MERDA também estará tocando por lá, acha que com estas turnês acontecendo por lá ficará mais fácil para que outras bandas organizem turnês por lá? Eu encontrei o japonês esses dias aqui e ele comentou, vai ser demais isso!! Claro que vai abrir portas, só dessas bandas irem e já pegarem os contatos pra outras já é um começo, foi assim na primeira tour do Point na Europa em 2000, e vai ser igual agora.

Meses atrás vocês estiveram nos Estúdios da Trama e gravaram uma espécie de ensaio aberto, o qual é transmitido via web. Vocês falaram que iriam aproveitar esta gravação em algum lançamento. Qual o tratamento foi dado nesta gravação (mixagem, masterização) e como serão lançadas estas músicas? Cara, mixamos e masterizamos isso mês passado, ficou bom pra caramba!!! Isso será prensado em fita cassete nos EUA, apenas 100 cópias para a turnê de novembro. Pra

ainda

não

pensamos

em

como

lançar

isso,

se

sobrar

umas

có-

pias dos EUA a gente trás, senão podemos colocar uma ou outra na net.

Todos na banda são fortemente ligados à cena musical, além d’O INIMIGO quais outras bandas/trabalhos de vocês neste momento? Eu to bem na ativa também com o Ratos, que na real é minha banda prioridade, depois da agenda do Ratos que eu marco as coisas pras outras bandas. Toco O

também Fernando

no está

Eu tocando

Serei de

a volta

Hiena com

e

Discarga. o

Againe.

O Ale está só com a gente, e o Gian também, mas ambos acabam fazenOuça: O Inimigo

www.oinimigo.bandcamp.com

do uns ensaios com amigos de vez em quando, mas banda mesmo só O Inimigo.


O Inimigo //11

Vamos finalizando por aqui. Agradeço pela participação de vocês em nosso

projeto.

Deixem

suas

últimas

palavras

aqui.

Eu que agradeço pelo espaço. Estamos ae fazendo muitas coisas com a banda, lançamos disco novo, esse saiu em CD e LP, estamos correndo pra terminar de agilizar as paradas pros EUA, e é claro sempre tocando shows por todos os cantos. To deixando aqui link do nosso site e do bandcamp pro pessoal ouvir/baixar o disco. Um abraço a todos!!! www.oinimigo.net www.oinimigo.bandcamp.com


12\\ Entrevista

Texto : Alexandre Brunoro

Foto por : Giovani Coio

Entrevista : Alexandre Brunoro Respondida por: Ricardo AraĂşjo


Ricardo AraĂşjo //13


14\\ Entrevista

R i c a r d o A r a u j o Nessa terceira edição do UdU, temos a honra de entrevistar o ator Ricardo

Araújo.

Com

37

anos,

fez

parte

de

várias

produções

cinematográficas importantes, como “Mangue Negro” e “A Noite do Chupacabras” além de ter atuado no teatro de horror “Mausoleum” e ser vocalista da banda Perocaos. Conheça um pouco do artista Ricardo Araújo. Como surgiu seu interesse pelo cinema? E o que representa pra você estar dentro de um filme? Faça uma breve linha do tempo com os trabalhos já realizados em sua carreira. O interesse começou como brincadeira com o Peixe Podre 1 e 2, e um tempo depois graças a confiança do meu amigo e cineasta Rodrigo Aragão, que me fez o convite para participar do Mangue Negro, no qual faço o papel de Waldê, esse é o filme que particularmente mais gosto. Depois veio A noite do Chupacabras, onde participo do núcleo da familia Silva, gosto muito desse personagem, tive mais espaço e liberdade para me testar. Atualmente estou aguardando para entrar nas filmagens de Mar Negro, onde farei o segurança do bordel. Estar filmando é uma realização fantástica para mim, trabalho com terror desde 2001 com o Mausoleum, sofri meu acidente em 2004, fato que não me impediu de participar dos filmes e isso me deixa muito feliz. Sempre gostei de assistir a filmes, não especificamente de terror, simplesmente gosto ou não, independente de gênero.

A música e as artes plásticas sempre estiveram presentes em sua vida? Fale um pouco dessa produção, como começou e quais os temas abordados em suas colagens e letras? Tanto na música quanto em minhas montagens e pinturas, gosto de abordar e misturar temas sociais com o abstrato, tentando passar uma mensagem indiretamente de acordo com a visão de quem ouve ou vê, na fase antiga do Perocaos, as letras eram bem diretas por terem sido compostas por várias pessoas diferentes e serem do começo da banda, hoje após mudanças na formação, a maior parte das letras está sendo composta por mim, gosto de humor e ironia nas letras, sempre escrevi mesmo quando não tinha banda. Já as colagens e


Ricardo Araujo

pinturas sempre tiveram essa pegada de reconstruir imagens a partir de outras, nem lembro exatamente quando comecei a fazer essas montagens, mas foi muito novo com revistas de rock.

Como foi atuar em “A noite do Chupacabras” e “Mangue Negro” ? Filmar no mato, com sangue, frio e mosquitos? Qual o segredo pra se manter firme nesses momentos? Olha foi muito difícil, a geografia do lugar realmente não foi feita para cadeirantes, mas a vontade felizmente foi maior. Em A noite do Chupacabras foram 4 blocos, na montanha e durante o inverno, frio, chuva, febre, mas sempre tinha cachaça e hardcore (não se esquecendo das ervas medicinais) pra melhorar, então que venha o Mar Negro.

Quais as maiores dificuldades que um artista encontra hoje em dia no Brasil? Mesmo tendo uma importância sem tamanho na cena, você enxerga seu trabalho valorizado de uma maneira satisfatória? O que busca em sua carreira artística? O reconhecimento vem do underground, onde os filmes passam por pessoas que se interessam realmente pelo filme, esse universo do cinemão nós não atingimos, mas também não é essa a intenção e nem o objetivo principal, busco estar sempre trabalhando, filmando e me divertindo, isso que me importa. Quanto às dificuldades, a burocracia e as panelas que acontecem em nosso estado para mim são as piores coisas, mas tenho a visão de que o underground está no caminho certo, independente e lindo.

Quais as maiores dificuldades que um artista encontra hoje em dia no Brasil? Mesmo tendo uma importância sem tamanho na cena, você enxerga seu trabalho valorizado de uma maneira satisfatória? O que busca em sua carreira artística? Cara

tenho

ouvido

pouca

coisa

nova,

sou

meio

dinossauro

mesmo,

ouvi

a

alguns dias uma banda interessante chamada Bérurier Noir mas não é nova, e tenho visto muitos filmes. Posso indicar os filmes do Joel Caetano como A Estranha e O Gato, as produções do Petter Baiestorf com a Cannibal Fimes, os filmes do Felipe Guerra, as produções da Camarão Filmes e claro o Rodrigo Aragão com a Fábulas negras.

//15


16\\ Galeria

Alcides Junior

Behemwolf Colagem digital 58 x 76 cm 2012


Alcides Junior //17

Mephistoctopus Colagem digital 18 x 23 cm 2012


18\\ Galeria

Gallucifer Colagem digital 19 x 30 cm 2012


Alcides Junior //19

Mummy Colagem digital 22 x 30 cm 2012


20 \\ Galeria

Fly Colagem digital 20 x 30 cm 2012


Alcides Junior

Lagoon Christ Colagem Digital 28 x 30 cm 2012

//21


22\\ Galeria

Carlos Cruz

Nome Mofo Africano Série Gluebook “Vômito Mental” Colagem sobre papel. 16 x 25 cm 2012


Carlos Cruz

//23

Dirty Sick Fuck Série Gluebook “Vômito Mental” Colagem, grafite e giz de cera sobre papel. 16 x 26 cm 2012


24\\ Galeria

Las Brujas Série Gluebook “Vômito Mental” Colagem e grafite sobre papel duplex e canson. 30 x 22 cm 2012


Carlos Cruz

//25

Sisters of Death Série Gluebook “Vômito Mental” Colagem e giz de cera sobre papel cartão. 18 x 18 cm 2012


26\\Galeria

Além do Infinito Série Gluebook “Vômito Mental” Colagem, grafite e giz de cera sobre papel duplex. 15 x 22 cm 2012


Carlos Cruz

//27

Ce Mystère Série Gluebook “Vômito Mental” Colagem e tinta látex sobre papel. 15 x 23 cm 2012


28\\ Galeria

Pedro Mendigo

Capitão Lixo Série Discos Voadores Nanquim sobre papel 21 x 29 cm 2012


Pedro Mendigo //29

Jubarte Ataca SĂŠrie Surf Punk Nanquim sobre papel 21 x 29 cm 2012


30\\ Galeria

Gugu Siri SĂŠrie Surf Punk Nanquim sobre papel 21 x 29 cm 2012


Pedro Mendigo //31

Breninho SĂŠrie Surf Punk Nanquim sobre papel 21 x 29 cm 2012


32\\ Galeria

Abissal Sideral SĂŠrie Surf Punk Nanquim sobre papel 21 x 29 cm 2012


Pedro Mendigo //33

Foca Sacana SĂŠrie Surf Punk Nanquim sobre papel 21 x 29 cm 2012


34\\ Galeria

Humerson Leal

Sem tĂ­tulo Nanquim e hidrocor sobre papel 17 x 21 cm 2012


Huemerson Leal //35

Sem tĂ­tulo Nanquim e hidrocor sobre papel 17 x 21 cm 2012


36\\ Galeria

Sem tĂ­tulo Nanquim e hidrocor sobre papel 17 x 21 cm 2012


Huemerson Leal//37

Sem tĂ­tulo Nanquim e hidrocor sobre papel 17 x 21 cm 2012


38\\ Entrevista

Foto : Bruno Salvetti

Entrevista : Bruno Salvetti Respondida por: Denito

Ouรงa: Defy

www.myspace.com/antisocialcrust


//39


40\\ Entrevista

Defy Conte-nos um pouco sobre o começo da banda, o que motivou a montarem a banda, como se conheceram, como montaram a banda e por que o nome Defy?

Fala Bruno, desde já agradeço a oportunidade que vc esta dando para nós! Defy surgiu da idéia de tocar junto com o Lepre(baixista) que naquela época estava sem banda. Conheci o Lepre em uma gig em São Bernardo do Campo. Acabou virando uma grande amizade e começamos a pensar sobre o projeto. Sugeri o Nome Defy quando vi o trampo novo do Warcollapse, e na hora o Lepre gostou do nome e acabamos oficializando. Depois, tudo foi acontecendo naturalmente. Conhecemos o Falão que veio de Londrina, morar em SP, e no meio dessa história surgiu o Juliano tb , que é fundador da banda Disarm(Banda Crust de Santa Bárbara d ‘Oeste), Juliano queria voltar com a Disarm e queria saber se eu queria participar, Topei e acabei sugerindo o Lepre para tocar baixo também. Fizemos 4 Gigs com a Disarm e nesse tempo falamos sobre a idéia de fazer uma banda Crust com inflûencias de metal e o Juliano curtiu a idéia, e aí surgiu a banda.Nós temos como oficial o começo da Defy quando fizemos o primeiro ensaio que foi no dia 21/05/2008. Após as duas primeiras gigs, Juliano saiu da banda, e como eramos muito amigos, achamos que não tinha sentido continuar. Resolvemos então, montar um trio e formar uma banda nova com o Falão assumindo a guitarra e voz e o lepre fazendo voz também, a banda se chamava AGS(antigod squad). Chegamos a fazer uns 4/5 sons, e muitos ensaios, uns 7 meses de ensaios e etc. Aí rolou a tour brasileira do Meinhof e o Juliano estava organizando uma data, nos encontramos, passamos um dia na casa dele, conversamos, eu, ele e o Lepre e decidimos tentar novamente, mas acabou que os mesmos problemas continuaram ae acabamos tirando o Juliano da banda. Nessa época, o Fernando estava tentando fazer uma banda e eu já tinha contato com ele e no aniversário do Lepre vimos ele tocando a guitarra do falão, pois ele queria comprar a guitarra e convidamos o Fernando para entrar nessa furada e ele topou. Primeira gig do Fernando foi no Caffeine no dia 21/05/2010 e desde então a formação se estabilizou e estamos juntos até hoje.


Defy //41

Vocês até hoje apenas lançaram uma demo e 2 split’s em 7” (com Risposta e Terror Revolucionário), qual os próximos lançamentos e pensam em gravar um full-lenght? Começamos

a

pensar

no

nosso

Full,

que

esta

nos

planos

para

2013.

Vocês tem um bom relacionamento e até mesmo um intercambio com o SUBTERROR de Brasília, com vocês tocando com eles em Brasília e trazendo os caras para São Paulo, como foram esses shows e como começou essa amizade? Conheci o Samuel pela internet por um amigo em comum, ele era vocalista de uma banda de grind que não acabou dando certo. Em conversas nossas, ele disse que gostaria de montar uma banda Crust, mas era muito difícil achar baterista que gostasse do estilo em Brasília. Eu disse para ele, que achar baterista é sempre muito complicado, e perguntei se ele não teria vontade de aprender bateria, pois achar baixista e guitarrista é sempre mais fácil, ele acabou abraçando a idéia, foi fazer aula e em 6 meses já estava gravando a demo do Subterror e foi uma baita surpresa. Ele acabou montando o Subterror que pra mim é uma grande banda e tem um futuro muito grande ae pela frente! Depois tudo foi acontecendo naturalmente, nós da Defy costumamos organizar gig por aqui e trouxemos o Subterror para SP. Conhecemos todos da banda e rolou uma amizade muito bacana e daí foram acontecendo várias coisas, fomos para Brasilia, eles já retornaram em SP e etc. E agora, nós Defy, entramos como selo no split 7” deles com o Do You Think I Care?(banda crust da Hungria). Enfim, Temos uma amizade bem forte e um respeito muito grande.

Recentemente tocaram em um show no Rio de Janeiro com uma boa presença e receptividade Rio de Janeiro foi uma experiência muito boa, sempre tivemos vontade de tocar por lá, mas faltava uma oportunidade, e graças ao Victor do Whipstriker, conseguimos concretizar. Gostamos bastante, como você mesmo disse, tivemos uma receptividade bem bacana, achei interessante ver o público do local, tudo bem misturado, metal, punk, anarco, grinderos. Falar sobre semelhanças é bem complicado, eu teria que vivenciar bem mais o que acontece no Rio, e por um show não da para ter um noção de como funciona, mas a impressão foi muito boa mesmo! Falando de SP, aqui é bem separado, sxe faz role com sxe, metal com metal e assim por diante. Uma coisa que nós fazemos bastante em gigs que organizamos, é misturar tudo isso, para rolar uma convivência maior e de repente quebrar essa barreira, mas é bem difícil mesmo, não vejo uma mudança para agora, talvez insistindo sempre na mistura esse panorama mude.


42\\ Entrevista

Quais as influências da banda? Nossa

influência

é

o

Crust

anos

90,

Death

metal

old

School(principalmente

a segunda geração) e também e algo de Thrash, sempre digo que queremos fazer

um

Warcollapse

mais

Death

Metal

ou

um

Pestilence

mais

Crust!

Além de próximos lançamentos, quais as idéias para o futuro da banda? Shows? Tours? No momento estamos nos organizando para fazer nossa primeira tour, que deve ser em março de 2013, estamos compondo novos sons, queremos tocar em estados que não tocamos ainda e começamos a pensar em fazer nosso primeiro full. Temos a idéia de que Defy é um pouco mais que banda, acabamos nos envolvendo com gigs em sp, trazendo bandas de outros estados para tocar aqui e agora participamos pela primeira vez como selo. Enfim, Sempre tentando fazer algumas coisas que achamos possíveis e viáveis.

Bom, valeu pela entrevista, mandem um recado para quem aceitou a escuridão lendo a entrevista da banda Defy. Valeu a

pela

Oportunidade

oporunidade

de

defycrust@gmail.com

Ouça: Defy

www.myspace.com/antisocialcrust

ler

e

deixo

aqui

o

zine!

Quem

um

abraço

tiver

para

interesse

todos

que

tiverem

entre

em

contato:


//43

Raphael Araújo


44\\ Entrevista

Texto : Rogério Araújo

Foto por : Raphael Araújo

Entrevista : Rogério Araújo e Raphael Araújo Respondida por: Pedro Mendigo

Ouça: bandcamp.com/mahatmagangue bandcamp.com/catarro

Veja: http://www.flickr.com/photos/audaciacosmica/


Pedro Mendigo


46\\ Entrevista

Pedro Mendigo Nordeste. Já generalizar nomeando uma região já é um erro. Cada cidade tem sua identidade muito clara, mas como brasileiros muitas coisas em comum. De lá vem as melhores bandas, os melhores shows e festivais. Os melhores roles, festas e erva. Mas nem tudo é assim, simples e fácil. Tudo tem um outro lado... Do

Rio

Grande

do

Norte,

mais

especificamente,

Moss-

oró vem o nosso querido Pedro. Vocal do Cätärro e baixista do sensacional

Há foi

Mahtma

alguns anos, você esse role? O que

Gangue.

Tropical

Punx

viajou por uma parte do você viu por aí? O que

na

veia

gigantesco a estrada

dos

irmão!

país. Como te ensinou?

O rolé começou quando viajei com o Cätärro em 2008, passando pelo Sudeste, Sul e Centrooeste, onde conhecemos pessoas de todos os recantos e todas elas falavam a mesma frase: “Venha depois para passar mais tempo”. Então levei a sério todos os convites, convidei uma amiga doida que topou a missão e juntamos dinheiro durante 5 meses e passamos 6 meses viajando pelo Brasil de boleia em boleia. Viajávamos de caminhão, carro luxuoso, carro popular e diversos automotivos que nos carregavam dizendo que tínhamos cara de “gente boa”. Fujimos da polícia em Campinas, fizemos comercial de televisão no subsolo, sujamos as ruas da Asa Norte, criamos e distribuímos histórias em quadrinhos, estampamos arte punk nas ruas, tocamos punk rock em Aracaju, trabalhamos numa escola de rock para crianças em Bragança Paulista, devoramos praias e cachoeiras e convivemos com pessoas fabulosas. As lições da viagem foram muitas, uma é que a rede cooperativa de cultura e atividades do esgoto resiste independente do domínio estatal, independente de classe social, ignorando os papeis e driblando a vida falsa dia após dia. Mas a que mais me frita à cabeça é que a vida é mais curta do que se pensa. Se você não fizer hoje, o amanhã poderá ser aguardado para sempre. Deixa para amanhã, deixa para depois, deixa... droga! Morri!


Pedro Mendigo //47

Músico, artista, punk em Mossoró-RN, como é? Cätärro e Mahtma Gangue na linha de frente do rock do nordeste, como você vê toda essa história de rock independente? O que virá agora?

Mossoró é uma cidade de porte médio, não é difícil espalhar nossas produções para toda a nossa cidade, mas o fato é que de todo mundo que já conheceu minhas bandas, poucos se identificaram. O nosso formato musical não é palatável e somos bem satisfeitos com isso. Talvez se a gente não tivesse percebido que nosso alcance é restrito estaríamos frustrados e prostituindo nossa música a troco de cachês para tocar em barzinho para um monde de gente chata. A gente troca tudo isso para tocar aqui uma vez a cada dois meses para meia dúzia de malucos. A gente não troca a sarjeta por nada e é justamente por não se desligar sequer nenhum segundo da necessidade de tocar do nosso jeito é que passamos mais tempo tocando fora de Mossoró do que aqui, nos lugares mais sujos do Brasil. Agora está na hora de viagens internacionais, acho que é o que está por vir. O rock independente está virando babaca, a cada novo festival que surge se fortalece a ideologia da babaquice e da banda que tem mais público. As pessoas costumam ligar o valor das coisas à sua audiência. Como se o valor atribuído a elas fosse exclusivamente o valor comercial. Quando nós sabemos que existe uma enorme diferença entre o que está bom e o que se vende. A qualidade, a maldade, a malícia e a autenticidade foram esquecidas e deram lugar a roupa de marca e a banda mais curtida do facebook. Rock independente para mim é Rock Sem Edital (CE), Caga Sangue (DF), Verdurada (SP), Barulho no Beco (RN), Clandestino (SE) e outros tantos. O resto é Rock Burocrático. lacuna aqui na minha cabeça e coração pra ter de novo uma banda que fosse rápida, pesada e me deixassem gritar umas coisas que eu acho erradas. Os caras me deram

Você

acredita

no

poder

revolucionário

do

rock?

Acredito no potencial que a música tem de conduzir uma pessoa a estágios de epifania, êxtase, orgasmo e adrenalina. E como o rock é a melhor música do universo, dados comprovados pelo Galego do Videogame, acredito sim que o mesmo seja capaz de promover revoluções individuais. Não me detenho a pensar nisso de maneira massificada, mesmo que essa mudança seja sensível. Penso em mim que fui destruído e aniquilado pelo poder do rock and roll. Não afirmo que hoje sou uma pessoa melhor graças a todo o meu envolvimento com isso, mas é inegável que o rock me revolucionou e à medida que toco minhas músicas posso estar infectando a outros com o poder do rock, a revolução da caveira.


48\\ Entrevista

O que é “Tropical Punk”? Tropical punk é rebeldia e adaptação térmica aos trópicos, foi uma estética percebida. Não foi algo planejado, programado e executado. Digamos que seja uma confirmação de mais de 10 anos de resistência punk no litoral nordestino. Sobrevivendo-se punk em um lugar onde todo mundo tenta te chutar, vestindo roupas curtas para resistir ao calor escaldante, vestindo flores, cores e fortalecendo raízes profundas em lugares que querem nos expulsar. Mahatma Gangue e The Renegades of Punk são duas bandas que construíram suas estórias imbuídas em cooperação. Os bons costumes burgueses deram espaço à amizade, punk rock e resistência às margens do oceano atlântico. Em uma turnê conjunta em 2009, Ivo Delmondes (The Renegades of Punk/ Robot Wars) lançou esse termo que por si só diz muito sobre o que produzimos e vivemos desde a década retrasada. Today, Judge, Straight Ahead, coisas de Thrash Metal também. As palhetadas vem bem disso. Mas posso dizer uma coisa, se for pra rotular a gente é simples: Hardcore Punk.

Capa do disco, Surf e Destrua, Mahatma Gangue, 2010, arte por Pedro Mendigo.

Ouça: bandcamp.com/mahatmagangue bandcamp.com/catarro


//41 Still Strong //49

KauĂŞ Garcia


50\\ Giro

JULHO/ AGOSTO Fotos: Raphael Araújo Leptospirose Hangar 110, SP JUL 2012

Lo-Fi Hangar 110, SP JUL 2012

Live Paint Tupinikin Bar, Santo André JUL 2012

Dagger’s Tatuagem, SP AGO 2012

Loja TheRecords, SP AGO 2012

O já clássico Leptospirose arrebentando em mais uma noite ao lado dos capixabas do Mukeka di Rato.


Still Strong //43


Lo-Fi o poder do rock caipira! O interior paulista em chamas !!!

Arte fria

de de

rua, arte na rua... Uma noite terça-feira em Santo AndrÊ.


Se você quer rasgar o seu estilo vá visitar Dagger’s

RG com Tatuagem.

A loja The Records é uma perdição para quem gosta de um bom vinil. Como ficar pobre em poucos minutos? Passa lá que você vai ver como.


JULHO - AGOSTO

https://www.facebook.com/UndergroundDoUnderground uduzine@gmail.com 2012


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.