Guardião de Sementes - Revista Cooper Mais - 7º Ed. Agosto 2016

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Revista

Cooper

Ano 3 7º Edição Agosto de 2016

A revista do Coopera vismo Solidário

O Guardião de Sementes Isac Miola é um dos poucos agricultores do Paraná que se dedica exclusivamente ao cultivo das sementes crioulas, uma das raízes da Agricultura Familiar.

Expansão do Cooperativismo A filiação de novas coopera vas junto a UNICAFES PARANÁ estão entre os resultados do Programa de Expansão.

Troca de Experiências

Plataforma de Comida

III Sinergia incen va jovens de diferentes localidades a conquistar o seu espaço nas propriedades rurais e organizações.

Inicia va do Fórum Regional das En dades do Sudoeste quer levar alimentos mais saudáveis e de qualidade para mesa dos consumidores.

www.unicafesparana.org.br

unicafesparana


NESTA EDIÇÃO O Guardião de Sementes

05. TROCA DE EXPERIÊNCIAS Sinergia incen va a juventude a conquistar o seu espaço nas propriedades rurais e nas organizações. 08. EXPANSÃO DO COOPERATIVISMO Ações do Programa de Expansão do Coopera vismo Solidário são intensificadas no Paraná. 11. SUCESSÃO FAMILIAR Programa Juventude no Campo lança estratégias para formação de novas lideranças e o fortalecimento das relações que gerem a sucessão familiar. 12. PROJETO POPULAR Plataforma da Comida inicia va do Fórum Regional das En dades do Sudoeste do Paraná quer levar alimentos saudáveis e de qualidade para mesa dos consumidores. 14. PRODUTOS ORGÂNICOS Feira de orgânicos tem clientela fiel. Saiba o mo vo dos produtos estarem entre os alimentos preferidos dos consumidores urbanos. 16. AMO FEIJÃO ONU/FAO declara 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas. Conheça a história e saiba a importância dessas sementes para os povos. 18. TRADIÇÃO O Guardião de Sementes: Isac Miola é um dos poucos agricultores do Paraná que mantêm viva a tradição de proteger e cul var as sementes crioulas, uma das raízes da Agricultura Familiar.

21. COMERCIALIZAÇÃO SISCLAF firma parceria com a Piracanjuba. O leite produzido pelas coopera vas do Sudoeste será comercializado para a indústria da empresa em Maravilha, no Estado de Santa Catarina. 22. MERCADO Agroindústria SISCOOPLAF está com boas expecta vas para expandir seu mercado. Além de ampliar sua linha de produtos, agora o empreendimento tem registro do SISBI. 24. CRÉDITO SOLIDÁRIO Na Safra 2016/2017 a CRESOL quer alavancar os repasses de Crédito Rural. 26. SUSTENTABILIDADE UNICAFES/TRIAS são representados em Congresso da IFAJ na Alemanha. Veja como foi. 28. DESENVOLVIMENTO REGIONAL UNICAFES PR assina termo de cooperação com a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da EMBRAPA, instalada em Francisco Beltrão. 29. CONCURSO DE RECEITAS 3º Cul vando Sabores da Roça destacará as leguminosas. Veja as novidades para esta edição. 31. FAÇA EM CASA Aprenda a preparar a receita do Bolo de Amendoim. Um dos pratos ganhadores do Projeto Cul vando Sabores da Roça de 2015.


EXPEDIENTE

A revista COOPER MAIS é uma publicação da FEDERAÇÃO UNICAFES PARANÁ composta por matérias per nentes às Coopera vas no Estado do Paraná, tendo como eixo central o Coopera vismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária. Trata-se de uma revista com conteúdos expressos em reportagens, entrevistas, colunas e promoções dos produtos das Coopera vas vinculadas ao Sistema UNICAFES. A COOPER MAIS quer agregar MAIS INFORMAÇÃO em ações de organização social, gestão de negócios, formação de lideranças e no fomento do Coopera vismo Solidário. ••••••••••••••••••••• CONSELHO EDITORIAL Redação: Assessoria de Comunicação da UNICAFES PR. Projeto Gráfico, diagramação e edição: Indianara Paes. Revisão: Base de Serviços da UNICAFES. Jornalista Responsável: Indianara Paes. Colaboradores desta edição: Carlos Biasi, Elizangela Bellandi Loss, Luís Fernando Lopes da Costa, Mariane de Oliveira e Nereu de Costa Júnior. Fotografias: Analice Lourenci, Indianara Paes, Karoline Ribeiro e Google. Impressão: Grafisul Gráfica e Editora. Tiragem: 2 mil exemplares. CONSELHO ADMINISTRATIVO FEDERAÇÃO UNICAFES PARANÁ

••••••••••••••••••••• Presidente: Nilceu Evanir Kempf. Vice-presidente: Valmir Priamo. Secretário: Ivori Fernandes. Tesoureira: Maria Ma lde Machado. Diretores: Luiz Ademir Possamai, Luiz Levi Tomacheski, Angelo Cosse n, Valdomiro Kordiak, José Carlos Farias, Francisco Eudes da Silva, Gilson Dal Cor vo, José Brugnara, Ernani Tabaldi, João Carlos Roso Lauer, Sebas ão Julião Alves, Vilson Camargo, Sérgio Roberto Fiorese, Wilmar Salesio Vandresen, Janete Ro ava, André Mosselim, Antonio Zarantonello e Luiz Fernando Lopes da Costa. Conselho Fiscal: Antônio Maria Moyses(Efe vo), Gilson Rodrigues da Costa(Efe vo), Marcos Jamil Auache(Efe vo), José Elto Santos da Silva, Morgana Aparecida Araújo e Savete Vizen n. ••••••••••••••••••••• ASSESSORIA FEDERAÇÃO UNICAFES PARANÁ Alcidir Mazu Zanco, Adriana de Oliveira Nava, Elisângela Bellandi Loss, Felipe Bosio, Ka ane de Souza, Ká a Regina Celuppi, Indianara Paes, Leila Patrícia Bosa, Lindomar Paule , Nereu Antonio de Costa Junior, Ovídio José Constan no, Viviane Santos Rodrigues e Roseli Antunes Aparecida. •••••••••••••••••••••

FEDERAÇÃO DE COOPERATIVAS DA AGRICULTURA FAMILIAR E ECONOMIA SOLIDÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ Avenida General Osório, nº 440, Bairro Cango, Francisco Beltrão - PR. Cep. 85.604-240 Fone: (46) 3523-6529 Acesse:: www.unicafesparana.org.br Curta a nossa página no facebook: unicafesparana Deixe seu recado e mande sugestões! Assine a Revista Cooper Mais! Faça o seu pedido pelo e-mail: jornalismo@unicafesparana.org.br

EDITORIAL

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aro leitor, é com orgulho que apresentamos a sé ma edição da Revista Cooper Mais. Nesta edição, vamos destacar histórias e experiências inspiradoras de pessoas que acreditam na produção e consumo de alimentos de maneira sustentável. Pessoas que apesar das dificuldades mantém um dos costumes mais an gos da Agricultura Familiar: o cul vo de sementes crioulas. Novas inicia vas que vem para lançar um novo desafio para toda a sociedade: do campo até a cidade. Um conteúdo exclusivo para você ler, refle r e quem sabe se engajar junto com essas pessoas. No ano Internacional das Leguminosas, 2016, declarado pela ONU (Organização das Nações Unidas), a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) une seus parceiros para incen var a realização de ações que destaquem as leguminosas como uma alterna va de produção para Agricultura Familiar e no centro da dieta alimentar das pessoas. Nesta parceria, a UNICAFES PR destacará as leguminosas a par r do Projeto de Receitas da Agricultura Familiar “Cul vando Sabores da Roça”, que neste ano dará uma pontuação extra para as par cipantes que inscreverem receitas que contenham as leguminosas nos ingredientes. Não é incrível? Uma inicia va que pretende reestabelecer um novo padrão de produção e consumo é a Plataforma da Comida, um Projeto construído pelo Fórum Regional das En dades do Sudoeste do Paraná que visa criar uma rede de produtores agroecológicos e consumidores urbanos. Paralelo a isso, conhecemos a inspiradora história do “Guardião de Sementes”, o agricultor agroecológico Isac Miola que mantêm viva a tradição de proteger e cul var as sementes crioulas. São cerca de 400 pos de sementes. Seu grande sonho é encontrar um sucessor para o seu trabalho. Seguindo este sonho, que ao mesmo tempo é uma preocupação das organizações é que a UNICAFES e parceiros têm buscado meios de incen var ações que fortaleçam a sucessão no campo e a formação de novas lideranças. Afinal, qual é o futuro que queremos para o Coopera vismo Solidário? Qual será o futuro da Agricultura Familiar? Perguntas como essas e outras mais foram discu das por jovens de vários países na III Sinergia da Juventude, no Rio de Janeiro, uma ação da Ong Belga TRIAS Brasil com apoio da UNICAFES PR. Conheça também o Projeto Juventude no Campo. Neste o mismo, saiba como estão as expecta vas do Crédito Solidário. Nesta safra, a CRESOL pretende alavancar o repasse de crédito rural – aprimorando o crédito do PRONAF para es mular a produção de alimentos na Agricultura Familiar. As perspec vas também são posi vas para o mercado de leite. No Sudoeste do Paraná, o SISCLAF firma parceria com uma das principais indústrias do Brasil, a Piracanjuba. No Oeste do Paraná, agroindústria do SISCOOPLAF amplia sua linha de produtos e conquista cer ficação do SISBI. Outra novidade é a ligação de novas coopera vas ao quadro social da UNICAFES, este é um dos resultados do Programa de Expansão do Coopera vismo Solidário que tem sido aplicado em todo Estado. E para finalizar, no espaço "Faça em Casa" aprenda a preparar uma receita de Bolo de Amendoim e receba dicas para manter as formigas longe da sua horta. Aproveite sua leitura!

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Sinergia incentiva a juventude a conquistar seu espaço nas propriedades rurais e organizações

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as vésperas das Olimpíadas Rio 2016, mais de 70 jovens de várias regiões do Brasil e de outros quatro países, entre eles o Equador, Peru, El Salvador e Bélgica es veram no Rio de Janeiro, de 03 a 11 de junho para par cipar da III Sinergia. O evento apontou possíveis soluções para os problemas e desafios da juventude brasileira em várias áreas. O evento foi realizado pela Ong Belga TRIAS Brasil com apoio de seus parceiros, as UNICAFES dos Estados do Paraná e Minas Gerais. A III Sinergia foi dividida em duas partes. Na primeira etapa, os jovens parciparam de debates e oficinas que resultaram na construção de um documento que compôs as reivindicações dos jovens brasileiros na área da educação, geração de renda, inclusão de gênero e incidência polí ca. O documento foi entregue para as autoridades como, o Embaixador da Bélgica no Brasil Jozef Smets, e para o Cônsul-Geral Bernand

Quin n. “Recebemos uma mensagem muito forte, principalmente pelo contexto di cil que o Brasil atravessa, crise polí ca e econômica. Como representante da Bélgica e também da comunidade internacional iremos transmi r essa mensagem para as nossas autoridades e propor que as autoridades e o poder público brasileiro receba muito bem essas palavras de grande valor”, se comprometeu Smets. Visitas a campo: Rio de Janeiro Num segundo momento, os jovens veram a oportunidade de conhecer diferentes experiências. No Rio de Janeiro, visitaram um lixão desa vado no bairro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Cerca de 20 mil pessoas vivem na área sem saneamento básico e em condições desumanas. Mais da metade dos moradores sobrevivem do lixo, re rando materiais recicláveis para venda. Desde que o lixão

foi fechado, os moradores aguardam promessas de melhorias. No entanto, o lugar con nua a funcionar de forma clandes na, além de ser controlada por grupos criminosos que atuam no tráfico de drogas. O lixão de Jardim Gramacho, serviu inclusive de inspiração para criação do lixão da novela “Avenida Brasil” de 2012. No bairro ainda funciona, o Espaço Doce Saber, local dedicado ao cuidado das crianças do bairro. Esta inicia va recebe apoio financeiro da Ong Belga Kyo que acredita na formação das crianças. Ainda no estado do Rio, a juventude conheceu na cidade de Petrópolis o trabalho da unidade da Coopera va de Crédito Solidário, a CRESOL e Ins tuto INFOCOS, ins tuição especializada em formação coopera vista. Já em Nova Friburgo visitaram o Ins tuto Ibelga e também fizeram alguns tours por propriedades rurais lideradas por jovens que puderam compar lhar suas histórias sobre os desafios que encontraram para

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“Uma só força. Um só pensamento. Um só coração. Axé!” – grito de guerra que levantou os jovens da III Sinergia.

encontrar espaço no campo e a maneira que contornaram seus problemas. Uma delas foi uma ex-estudante do Ins tuto Ibelga, que escolheu permanecer no campo. Para isso, passou a juntar o dinheiro que ganhava no trabalho da propriedade dos país para montar um viveiro de mudas. A jovem foi atrás do PRONAF Jovem (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, no entanto não teve sucesso devido a burocracia. Determinada, a jovem buscou outra modalidade do PRONAF e conseguiu o recurso para ampliar a sua segunda estufa. Minas Gerais No Estado de Minas Gerais, município de Espera Feliz, o grupo foi a campo conhecer uma propriedade de café, liderada por uma família que tem exemplos de sucessão familiar e liderança jovem. Na área urbana visitaram a unidade

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da CRESOL e a ainda a coopera va COOFELIZ, que já possui 10 anos de história. A ins tuição foi criada com obje vo de promover a comercialização de cafés especiais e produtos agroecológicos dos Agricultores Familiares dos municípios de Espera Feliz, Caiana, Caparaó e Alto Caparaó. Os par cipantes da Sinergia veram a oportunidade de conhecer e comprar os produtos da coopera va. Além disso, par ciparam de um momento de descontração numa Festa Junina, onde provaram pratos e bebidas picas de Minas Gerais. Já no município de Muriaé, conheceram mais sobre a UNICAFES Minas Gerais e seguiram viagem para o interior do município onde conheceram uma propriedade de Agricultores Familiares que cul vam hortaliças e é liderada por jovens agricultores. Par ciparam também de um café colonial preparado por um grupo de mulheres da comunidade. De volta ao Rio de Janeiro, os jovens

realizaram uma avaliação geral do evento propondo a con nuidade desta inicia va para os próximos anos. Para a diretora do TRIAS, Gisele Obara, o Sinergia cumpriu a sua missão. “O evento ousou ins gar os jovens a ser protagonistas, a começar pela par cipação e liderança durante os debates e trabalhos em grupo”. Além disso, apesar no contexto políco, econômico e social adverso do Brasil, Gisele espera que os jovens assumam seus espaços e que as organizações e movimentos de base repensem suas estratégias com o trabalho de juventude. “Que haja mais conec vidade e redes que realmente façam diferença para o jovem no campo, e que dê visibilidade para as inicia vas existem por esse Brasil. Espero que tenhamos um campo com mais condições do jovem permanecer e con nuar fortalecendo esse setor importante da economia brasileira: a Agricultura Familiar”.

“O futuro é apenas a consequência do presente: somos o presente. O que queremos para o nosso futuro depende de nós. ” – III Sinergia



EXPANSÃO DO COOPERATIVISMO

Ações do Programa de Expansão do Cooperativismo Solidário são intensicadas no Paraná A filiação de novas coopera vas junto a UNICAFES PARANÁ estão entre os resultados do Programa de Expansão.

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ioneira na representação e organização do Coopera vismo Solidário, a UNICAFES PR intensificado as suas ações no sen do de ampliar sua representa vidade em todo o estado, com o obje vo de fortalecer e ampliar a rede de empreendimentos da Agricultura Familiar e Economia Solidária. Nos úl mos anos, a organização iden ficou a redução do número de filiadas, principalmente em razão do enxugamento das Centrais e de problemas financeiros e administra vos que culminaram no fechamento de diversos empreendimentos. Para se ter ideia, no ano de 2011 haviam 165 empreendimentos filiados à UNICAFES PR, número que chegou a 110 no final do ano de 2014, uma

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redução de um terço 33% do quadro social. Desta forma, em 2015 a UNICAFES lançou o Programa de Expansão do Coopera vismo Solidário. No início, os responsáveis pelo trabalho Nereu de Costa e Luiz Fernando da Costa da Secretaria da Juventude realizaram um mapeamento que iden ficou 295 empreendimentos espalhados por todo o estado, entre coopera vas, associações e grupos informais em diversos segmentos, como artesanato, avicultura, banana, cana de açúcar, crédito, ervas medicinais, frutas, habitação, leite, peixe, reciclagem, reflorestamento, suinocultura, transportes, turismo rural, vi vinicultura, crédito de carbono, consumo, além das coo-

pera vas mistas agropecuárias e agroecológicas. Após o mapeamento, a equipe separou os empreendimentos que possuíam os requisitos para se tornarem filiadas a UNICAFES e realizou visitas. No primeiro semestre de 2016, 11 coopera vas se filiaram e outras seis retornaram os debates em busca da filiação a UNICAFES. Agora até o final do ano, a expecta va é que 30 novos empreendimentos sejam filiados e outros 10 sejam reincorporados ao quadro social, totalizando 40 coopera vas. Nos próximos meses estão previstas visitas à 50 empreendimentos nas regiões Sudoeste, Oeste, CostaOeste, Noroeste, Norte Central,


EXPANSÃO DO COOPERATIVISMO Norte Pioneiro, Vale do Ribeira, Centro, Centro-Sul, Metropolitana de Curi ba e Litoral Paranaense, além da cons tuição de oito novas coopera vas e quatro novas redes, com vistas ao fortalecimento do Coopera-

vismo com interação Solidária no estado do Paraná. A organização em redes, feita de forma organizada e bem estruturada é uma peça fundamental para o desenvolvimento local de maneira equilibrada, democrá ca

e par cipa va, com grandes vantagens em relação àqueles que se encontram isolados, seja em relação à produção, gestão, comercialização, acesso ao crédito e acompanhamento técnico.

Novas liadas Cooavi Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Alimentos com base Agroecológica da Agricultura Familiar, do município de Cruz Machado, região Centro-Sul, PR.

Coopa Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Alimentos Convencionais, do município de Cruz Machado, região Centro-Sul, do Paraná.

Cooperervas Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Frutas no município de Maringá, região Norte Central, do Paraná.

Coopervereda Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Alimentos Convencionais e Orgânicos da Agricultura Familiar do município de Verê, região Sudoeste, do Paraná.

Cooplemate Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Leite e Derivados do município de Matelândia, região Oeste, do Paraná.

Copasol Trentina Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Leite e Derivados e Panificados do município de Piraquara, região Metropolitana de Curi ba.

Commicro Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Alimentos Convencionais da Agricultura Familiar no município de Guarapuava, região Centro do Estado.

Copasol Metropolitana Coopera va Agropecuária de Produção e Comercialização de Alimentos Convencionais da Agricultura Familiar no município de Itaperuçu, região Metropolitana de Curi ba.

Copasol Sul Coopera va Agropecuária em formação, dedicada à Produção e Comercialização de Alimentos Convencionais da Agricultura Familiar no município de Agudos do Sul, região metropolitana de Curi ba.

Cootraudipar Coopera va de Trabalho em formação no município de Cambará, região Norte Central do Estado.

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SUCESSÃO FAMILIAR

Programa Juventude no Campo A inicia va da UNICAFES PR e parceiros pretende lançar estratégias para formação de novas lideranças, bem como fortalecimento das relações que gerem a sucessão familiar.

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sucessão familiar tem sido pautada em diversos momentos nas organizações, visto que o número de jovens no meio rural está cada vez menor levando ao envelhecimento e esvaziamento das comunidades rurais. Essa é uma das grandes preocupações do setor, inclusive já tem causado alguns reflexos nega vos, como o crescimento do número de grandes propriedades voltadas para produção de commodi es e a redução do cul vo de alimentos básicos produzidos pela Agricultura Familiar. De acordo com o diretor da Secretaria da Juventude da UNICAFES PR, Luiz Fernando da Costa, a juventude rural vem afirmando que sair do campo é uma condição, e não necessariamente um desejo ou um sonho. Diversos desafios podem ser listados como promotores deste cenário, destacando-se os limites no acesso a terra, a ausência de tecnologias alterna vas para Agricultura Familiar. Dessa forma, pode-se concluir que a definição sobre ficar ou sair do campo, não resulta exclusivamente da construção de vínculos familiares ou comunitários e de iden dade com a terra, mas passam por mudanças polí cas estruturais, que promovam a revalorização dos camponeses, com garan a de vida digna, boas condições de trabalho, produção, comercialização, par cipação polí ca e acesso às polí cas públicas. É neste contexto que a UNICAFES a par r da Secretaria da Juventude lançou o Programa Juventude do Campo, uma inicia va que pretende lançar estratégias para formação de novas lideranças, bem como fortalecimento das relações que gerem a sucessão familiar. O obje vo é fomentar a par cipa-

ção dos jovens nas Coopera vas e Organizações da Agricultura Familiar e Economia Solidária, buscando qualificar as formas de organização social, geração de renda proporcionando o protagonismo no campo. Sobre o Programa O Programa Juventude do Campo surge da necessidade de fomentar ações produ vas e formação de liderança de jovens Agricultores Familiares, através de processos forma vos, assessoria técnica e acesso a polí cas de produção e comercialização oportunizando o desenvolvimento de projetos produvos. A proposta inicial já foi apresentada para jovens agricultores envolvidos em coopera vas e sindicatos, além de parceiros e representantes de organizações vinculadas ao sistema do Coopera vismo Solidário. As a vidades serão ar culadas através de ações con nuas e complementares de organização social, produ va e comercial dos jovens, prevendo permanente interação com as coopera vas locais e demais organizações da Agricultura Familiar e Economia Solidária. O Programa será desenvolvido pela UNICAFES PR com apoio de organizações como a Central CRESOL Baser, o Ins tuto INFOCOS, a ASSESOAR, Casas Familiares Rurais MAB e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. “Esperamos que os resultados das ações por nós desenvolvidas possam contribuir para a construção de estratégias, que garantam o desenvolvimento e a permanência dos jovens no campo e que realmente respondam aos anseios da população rural”, comenta Luiz Fernando.

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PROJETO POPULAR

PLATAFORMA DA COMIDA Iniciativa do Fórum Regional das Entidades do Sudoeste do Paraná quer levar alimentos saudáveis e de qualidade para mesa das pessoas

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er uma alimentação saudável e de qualidade já se tornou um movimento social. O problema é que nem sempre aquela fruta, legume ou verdura que você compra no mercado está realmente em condições seguras para o consumo. De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil cerca de 1/3 dos vegetais consumidos apresentam resíduos de agrotóxi-

Paulo de Souza, coordenador do Fórum Regional das En dades do Sudoeste.

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cos acima dos níveis aceitáveis. Perante a este cenário, o Fórum Regional das En dades do Sudoeste iniciou um amplo debate que resultou na criação da Plataforma da Comida, uma ar culação regional exercida pela interação entre campo e cidade em torno do alimento saudável. Na prá ca, a inicia va pretende es mular a mudança de hábitos de consumo na população urbana e em consequência disso promover a ampliação da produção agroecológica e orgânica entre os Agricultores Familiares, aproximando produtores e consumidores em uma relação direta. Esta parceria trará vários bene cios. A população, por exemplo, passará a receber alimentos sadios e de maior qualidade nutricional. Os agricultores além de exercer formas sustentáveis de produ-

ção, estarão contribuindo com a preservação do meio ambiente, e também poderão ampliar seu mercado de atuação. Conforme a coordenação do Fórum Regional de En dades do Sudoeste para alcançar o seu objevo o projeto da Plataforma da Comida terá que percorrer algumas etapas. Na área urbana, haverá um trabalho de conscien zação junto à população sobre a importância da mudança de hábitos alimentares e um mapeamento dos potenciais consumidores de produtos orgânicos e agroecológicos. Nesta primeira fase, estão sendo realizadas visitas em núcleos de trabalhadores organizados, como associação de moradores, escolas, sindicatos e outros. A ideia é massificar a proposta. Na sequência será a vez de sen-


sibilizar os agricultores sobre as vantagens desta alterna va de cul vo, bem como cadastrar os que possuem interesse. Por final, será organizada uma rede de comercialização para promover a interação entre campo e cidade, entre consumidores e agricultores. Uma das ideias já lançadas é criar cestas com produtos agroecológicos. Segundo o coordenador do Fórum Regional das En dades do Sudoeste, Paulo de Souza a expecta va é tornar a região Sudoeste um grande produtor de alimentos saudáveis, isto porque 70% dos produtos consumidos aqui vêm de fora. “Nós queremos mudar a mentalidade dos nossos pequenos agricultores. Em vez de produzir soja e milho que são as commodites para exportar, queremos realmente produzir alimentos”, comenta. Outra preocupação é com o futuro da Agricultura Familiar. “Nos úl mos 30 anos o êxodo rural tem ficado muito forte, grandes propriedades crescendo e pequenas propriedades sumindo, além do modo de produção que hoje é tudo através do agrotóxico. Queremos fazer com essa inicia va garanta a prá ca da produção limpa para o município, e quem sabe lá na frente disponibilizar para o estado e para o país”, almeja Paulo. Para o agricultor agroecológico Sérgio Kaupka, a Plataforma da Comida é uma boa inicia va para

valorizar e fortalecer a Agricultura Familiar, além de incen var a sucessão no campo, uma das preocupações do agricultor. “Acredito que esta seja a saída para Agricultura Familiar para os pequenos agricultores. É uma possibilidade de fazer essa relação entre campo e cidade, de oferecer produtos bons, com preços acessíveis para os consumidores, para os trabalhadores. Ao mesmo tempo, fortalecer os pequenos produtores que ainda sobrevivem no campo e gerar mão de obra, ter uma perspec va da sucessão familiar, de ter alguns filhos de agricultores que permaneçam na a vidade. ” Cenário A produção agroecológica é um sistema de cul vo diversificado, que tem demonstrado que é possível produzir alimentos saudáveis u lizando os recursos naturais, sem o uso de agrotóxicos e adubos químicos solúveis, levando em consideração o respeito aos elementos ambientais e humanos. Sérgio reside na Sessão São Miguel, área rural de Francisco Beltrão é adepto a este modo de produção à quase 20 anos. Segundo ele, a agroecologia é uma alterna va mais trabalhosa, porque exige maior trabalho manual e preven vo do agricultor, mas vale apena o inves mento. “Para produzir de forma agroecológica é preciso trabalhar de acor-

do com a natureza, entender a natureza e ter principalmente a consciência de que produzir alimentos saudáveis é uma necessidade. A população vai consumir um alimento que irá fazer bem para saúde ou ela vai comer o convencional produzido com agrotóxico, que fatalmente ele pode causar doenças também? A gente sabe o problema dos agrotóxicos e a contaminação dos alimentos no Brasil”, ques ona o agricultor. Uma das dificuldades no setor neste modo de cul vo, é o poucos incen vos para se viabilizar comercialmente, se comparado com ao modelo convencional. Ainda falta apoio em polí cas públicas em todas as esferas governamentais. A maioria dos agricultores atua de maneira informal. Atualmente, Sérgio e outras sete famílias vendem seus produtos na Feira de Orgânicos, no bairro Cango, uma das mais tradicionais de Francisco Beltrão. A relação entre as famílias que mantêm a feira cole va já dura há 18 anos. “Um ajuda outro”, afirma o produtor Gilson Gurgel. “A gente vê muitos consumidores a população urbana de uma forma geral despertando para esta questão dos alimentos saudáveis, de procurar a feira, ir até o sí o da gente para conversar, para ter uma alimentação melhor. Inclusive alguns restaurantes também já estão começando a se preocupar”, relata Sérgio. Cestas com produtos agroecológicos é uma ideia que pode ser adotada com a Plataforma da Comida.

Alimentos frescos e saudáveis diretamente do campo para mesa dos consumidores urbanos.

Odila Zonta Galupi e Sérgio Kaupka, produzem orgânicos em Fco Beltrão.

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PROJETO POPULAR ALIMENTOS ORGÂNICOS

FEIRA DE PRODUTOS ORGÂNICOS TEM CLIENTELA FIEL O agricultor Gilson Gurgel entrega produtos frescos para Karen que frequenta a feira a quase oito anos. sagrado. Todas as sextas-feiras, a contadora Karen Dala Costa reserva um tempo para passar na Feira dos Orgânicos, no bairro Cango, em Francisco Beltrão. Por muitos anos trabalhou no bairro e se tornou uma das consumidoras fieis do lugar, porque é um dos poucos que têm produtos orgânicos. “Já faz uns sete a oito anos que eu venho aqui porque é tudo fresquinho, orgânico, saudável principalmente pra mim que tenho crianças pequenas, elas adoram, comem tudo que vem da feira. Além disso, elas já vão crescendo com esta mentalidade do produto saudável.” Quanto à qualidade dos alimen-

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tos, Karen sempre da preferência para o que tem na feira e responde o mo vo da escolha. “O sabor é bem diferente, tem umas saladas do mercado que você sente o gosto do veneno e feira você sabe que não tem isso. O gosto é bem natural. O que ver aqui – frutas, legumes, hortaliças eu levo para casa. Quanto mais coisas puder evitar pegar no mercado, eu evito.” Para o agricultor Sérgio Kaupka, a Feira dos Orgânicos é um exemplo posi vo para a Plataforma da Comida. Isto porque é uma boa inicia va para valorizar e fortalecer a Agricultura Familiar, além de incen var a sucessão no campo, uma das preocu-

pações do agricultor. “Acredito é uma ó ma solução para Agricultura Familiar, pois a gente sabe que no modelo convencional além de ser contaminante para população de forma geral, tanto para quem produz quanto para quem consome os alimentos, é uma possibilidade de fazer esta relação: campo e cidade, - oferecer produtos bons, com preços acessíveis para os consumidores, e ao mesmo tempo fortalecer os pequenos produtores que ainda sobrevivem no campo. Gerar mão de obra, ter uma perspec va da sucessão familiar e fazer com que filhos dos agricultores que permaneçam na a vidade”, fala Sérgio.


ALIMENTOS COM MAIOR CONCENTRAÇÃO DE AGROTÓXICOS SEGUNDO A ANVISA. 2º Uva 56,40%

1º Pimentão 80,0%

7º Mamão 38,80%

6º Abacaxi 44,10%

4º Morango 50,80%

3º Pepino 54,80%

8ºAlface 38,40%

Transição agroecológica Assesoar

A transição agroecológica é uma necessidade urgente para a recuperação e conservação ambiental e também para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Cada vez mais, as pessoas sabem que o caminho de degradação precisa ser alterado, para que se possa ter mais qualidade de vida e que se revertam às tendências atuais de desemprego, aquecimento global, dificuldade de acesso a alimentos e falta de água. A transição para agroecologia significa sair do modelo agroindustrial e agroquímico degradante do meio ambiente e dependente de grandes quan dades de insumos externos, para construir uma proposta sustentável e reconstruir um sistema de produção adequada para a Agricultura Familiar e ecológica. A agroecologia, mesmo sendo uma estratégia de sobrevivência e enfrentamento das grandes corporações e seus interesses perversos centrados no lucro, controle e dominação, é claramente assumida como parte na estratégia de construção de uma nova condição na reação na natureza e entre as pessoas a par r da transformação social.

Verniz localizado Edição de livros, revistas e jornais Carimbos automáticos

Impressos em geral Sacolas em papel Laminação em BOPP

9º Tomate 32,60%

5º Couve 44,20%

10º Beterraba 32,00%


#AMOFEIJÃO

Ano Internacional das Leguminosas A meta é que as ações de 2016 fortaleçam e coloquem as leguminosas como uma alterna va de produção para toda a Agricultura Familiar FAO

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ano de 2016 foi declarado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como, “Ano Internacional das Leguminosas”. Desta forma, a organização através da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), está incen vando a realização de ações que aumentem a consciência pública sobre os bene cios nutricionais destes grãos. Quer também es mular o aumento da sua produção e consumo, a nível mundial, aprimorar as rotações de culturas nas lavouras, buscar novas tecnologias no setor e fazer intercâmbios que possam melhorar o seu consumo. A diversificação na produção de alimentos, entre eles as leguminosas, pode desempenhar um papel importante na redução dos riscos de sistema alimentar global, concentrado nos cul vos de poucas “commodi es” com parte crescente u lizada para a produção animal. A meta é que as ações de 2016 fortaleçam e coloquem as leguminosas como uma alterna va de produção para toda a Agricultura Familiar e no centro da dieta das pessoas. Espera-se que o tema esteja também entre nas discussões em torno da Agenda 2030 para o “Desenvolvimento Sustentável” e os “17 Obje vos de Desenvolvimento Sustentável”, recém-adotado pela ONU em Nova York. A FAO aposta em novas oportunidades de inves mento e de adequação de poli cas públicas de pesquisa, ATER e Crédito, para que estes produtos sejam colocados no centro das estratégias de segurança alimentar e nutricionais dos governos. Região Sul Nos estados do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a FAO com apoio de algumas organizações já

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iniciou um trabalho para divulgar os obje vos do “Ano Internacional das Leguminosas”. No calendário das ações comemora vas ao ano estão previstos Seminários Regionais com a vidades técnicas. Inclusive a organização criou uma página no Facebook chamada “Amo Feijão” para compar lhar os debates sobre o tema. A UNICAFES PR está incen vando a divulgação das leguminosas através do Projeto de Receitas da Agricultura Familiar chamado “Cul vando Sabores da Roça”. Os detalhes desta ação podem ser conferidos na página 30. O que são leguminosas? É uma das maiores famílias botânicas de ampla distribuição geográfica em todo o mundo. As leguminosas têm importância na alimentação humana, animal, na adubação verde, além de espécies arbóreas presente nas florestas, no reflorestamento e no paisagismo. Elas representam uma vasta família de plantas, incluindo mais de 600 gêneros e mais de 13 mil espécies. A produção das principais leguminosas comes veis, exceto a soja, somam mais de 60 milhões de toneladas. A gastronomia popular em torno desta matéria prima saudável é muita rica e usada em várias partes do mundo. Um pouco de história O grupo bastante diversificado que vem sendo ingerido pelos homens é cul vado por civilizações em todo o mundo por mais de 10 mil anos. O feijão, juntamente com o milho, foi à base da alimentação primi va dos povos incas, astecas e maias. Segundo conta a lenda, a len lha é a mais an ga leguminosa consumida pelos povos do Mediterrâneo, que apreciavam a combinação


deste alimento com trigo e cevada. No Brasil o feijão combinado com o arroz é a base da principal refeição dos brasileiros. Exemplos de leguminosas comes veis Entre as principais leguminosas comes veis podemos destacar o feijão Phaseolus Vulgaris, originário da América Central é a principal leguminosa comes vel em todo o mundo. Somente no Brasil temos 14 pos: Azuki, Branco, Bolinha, Carioca, Fradinho, Jalo, Jalo Roxo, Moyashi, Preto, Rajado, Rosinha, Roxinha, Verde, Vermelho. A produção mundial do feijão tem ficado nos úl mos anos em 22 milhões de toneladas, sendo o Brasil, a India e Minanmar os três principais países produtores. A importância mundial do cul vo e consumo do feijão é apresentado no site do Centro Tropical de Agricultura Tropical (CIAT): “Um prato de feijão é o elemento central da dieta de mais de 400 milhões de pessoas nos trópicos. O feijão comum (Phaseolus vulgaris) fornece um alimento altamente nutri vo que contém proteínas, fibras, carboidratos complexos, vitaminas e micronutrientes. Portanto, o feijão fortalece significa vamente a segurança alimentar e nutricional entre os consumidores de baixa renda, reduzindo o risco de doença cardiovascular e diabetes.” Além do feijão outras leguminosas comes veis são: a len lha, a ervilha, a fava, o grão de bico e a soja. A soja além das variedades adaptadas ao consumo humano tem importância muito grande na produção de farelo, importante fonte proteica para a alimentação animal, de óleo comes vel e no Brasil na produção de biodiesel. A produção mundial de soja é de 320 milhões de toneladas. Estados Unidos, Brasil, Argen na e China são os principais países produtores. Por que as leguminosas são tão nutri vas, melhorando a saúde humana? Leguminosas são ricas em nutrientes, e uma fantás ca fonte de proteína, o que é par cularmente importante para a saúde humana. Podem ajudar a melhorar a saúde humana e o bem-estar, incluindo controle de diabetes, redução de doenças cardíacas e colesterol, e combate à anemia. Elas também são alimentos importantes em programas de controle de peso e representam uma usina de força nutri va para o mundo desenvolvido e em desenvolvimento.

de e maior disponibilidade de alimentos entre as colheitas. Agricultores que cul vam leguminosas têm a opção vender sua colheita e separar parte da produção para o autoconsumo alimentar e ou sementes. Também na produção animal a maior concentração de proteínas, nestes grãos, melhoram a saúde animal e a conversão alimentar. Qual importância das Leguminosas? Leguminosas são importantes por várias razões. Comer vegetais regularmente pode ajudar a melhorar a saúde e nutrição das pessoas devido ao seu alto teor de proteínas, fibras e minerais. Incluir as leguminosas em sistemas consorciados e ou u liza-los como plantas de cobertura para melhorar a fer lidade do solo e reduzir a dependência de fer lizantes químicos para fixar nitrogênio e liberação de fósforo, contribuem para formação de um sistema de produção mais sustentável. Leguminosas também são importantes para manter e aperfeiçoar a produção em rotação de culturas entre leguminosas e cereais. Nestas rotações, a produção de grãos e a concentração de proteína bruta pode aumentar a produ vidade por área plantada. As leguminosas tem importância também na produção forrageira, alfafa, na produção de madeiras nobres como o jacarandá, a cerejeira, o jatobá entre outras além de espécies ornamentais. Elas também representam uma fonte de proteína de baixo consumo de água: requerem apenas de 1/10 a 1/2 da água usada por outras fontes de proteína. Desempenham bene cios sociais mais amplos. Em mercados em desenvolvimento, as leguminosas geralmente são cul vadas por pequenos agricultores, especialmente, mulheres, proporcionando a esses produtores rurais uma fonte adicional de alimento e renda. Impulsionar seu consumo global, quer dizer bene cio certo e aumento de rendimentos entre essas famílias.

Como as leguminosas podem melhorar a segurança alimentar? As leguminosas com suas sementes secas podem ser armazenadas por longos períodos de tempo, sem perder o seu valor nutricional, proporcionando mais flexibilida-

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PROJETO POPULAR TRADIÇÃO

O Guardião de Sementes Isac Miola é um dos poucos agricultores do Sudoeste do Paraná que mantêm viva a tradição de cultivar as sementes crioulas, uma das raízes da Agricultura Familiar.

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o longo da história, a tradição do cul vo e mul plicação de sementes crioulas era um costume permanente nas famílias rurais, um trabalho árduo e de muita dedicação, que por anos foi passado de geração em geração. Na área rural do município de Dois Vizinhos, no Sudoeste do Paraná, a família Miola é uma das poucas, se não for à única, que ainda conserva esta tradição na região. O homem da casa, o senhor Isac foi quem herdou o gosto por colecionar sementes. O agricultor vive com a sua esposa Vilma e a única filha

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em uma pequena propriedade, de cinco hectares, na linha Ibiaçá. Segundo ele, os primeiros indícios da vocação que futuramente se transformou em seu trabalho surgiram na infância. No início eram poucas as opções, mas após o incen vo das en dades organizadoras das tradicionais Festas das Sementes, seu Isac começou a par cipar e ampliar o número de espécies em sua propriedade. De lá para cá, já se passaram 12 anos. Apesar de não ter grandes áreas para o plan o e contar apenas com o apoio da esposa, o agricultor cons-

truiu um catálogo de variedades produ va impressionante. São 400 pos de sementes entre cereais, grãos, leguminosas e tubérculos. As mais populares da coleção são o feijão com 115 variedades, o milho com 25 pos, o arroz com 18 e o amendoim com 13. Em todos os cantos da propriedade é possível notar a diversidade de cul vares: frutas da época, legumes, hortaliças, temperos, ervas, uma infinidade de alimentos. Inclusive culturas pouco comuns na região, como gergelim, chia e amaranto. Agora para manter toda esta


variedade é preciso dedicação exclusiva do agricultor. É um desafio diário. Apesar de ser um trabalho exigente, seu Isac mostra que tem disposição e animo de sobra. “A gente planta, colhe, seca e guarda tudo manualmente. Tenta reproduzir todo ano para manter a variedade. Tem semente que é preciso plantar até duas vezes por ano para poder manter a variedade, se não a gente perder. É di cil este trabalho, mas ele é gra ficante, porque é uma coisa que não se encontra mais”, explica o agricultor que sonha em ter um sucessor no cul vo de sementes. Talvez sejam as sementes crioulas as responsáveis pela saúde forte de seu Isac. Toda produção aqui é baseada no sistema agroecológico. O manejo da roça, sem uso de agrotóxicos, aliado a qualidade das sementes crioulas agregam mais

valor para os alimentos que chegam à casa da família Miola, o que resulta em mais saúde e qualidade de vida. “As sementes crioulas têm uma qualidade nutricional perfeita. Enquanto que as sementes híbridas compradas, elas têm uma deficiência muito grande. Às vezes chega a ser 40% abaixo a qualidade, comparado à crioula. A diferença é muito grande. Então a qualidade dos alimentos de sementes crioulas é muito boa. Apesar do trabalho, vale a pena”, garante o produtor. A produção de sementes é uma forma deste agricultor também preservar as suas raízes. É por tanto cuidado e zelo, que seu Isac é considerado um verdadeiro guardião de sementes. Atualmente, o homem recebe apoio das organizações para levar seu conhecimento em even-

Isac Miola e a esposa Vilma.

tos. De maneira voluntária o agricultor segue a sua singela missão de mo var as novas gerações do meio rural e também dos que vivem na cidade a preservar esta tradição de cul var as sementes crioulas – preservando as raízes e a iden dade da Agricultura Familiar.

320 grãos, cereais, leguminosas (linhaça, feijão, milho, ervilha)

80 mudas e ramas

400 tipos

(batata doce, mandioca e outros)

Sementes mais populares da coleção do agricultor são:

1º Feijão: 115 variedades 2º Milho: 25 tipos

3º Arroz: 18 tipos 4º Amendoim: 13 variedades

Festa das Sementes Uma inicia va que incen va esta prá ca é a tradicional Festa das Sementes que todos os anos mobiliza milhares de agricultores para uma verdadeira celebração a vida: a par lha das sementes crioulas, ou seja, cada agricultor traz uma variedade para compar lhar com os demais. Neste ano, o tema central da 13º edição do evento foi “Sementes da Resistência: Construindo um Projeto Popular” e debateu a importância das sementes como proposta produ va de um projeto popu-

lar. A resistência expressa à necessidade da autonomia dos povos tradicionais na mul plicação das sementes cuja função é a produção de alimentos e não o enriquecimento de pequenos grupos. Neste ano, a Associação de Estudos Orientação e Assistência Rural (ASSESOAR) promoveu o encontro no Centro de Eventos do Parque de Exposições Jayme Canet Júnior em Francisco Beltrão em parceria com diversas organizações entre elas a UNICAFES PR.

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Governador Valadares (MG)


COMERCIALIZAÇÃO

SISCLAF rma parceria com a Piracanjuba O leite produzido pelas coopera vas do Sudoeste será comercializado para a indústria da Piracanjuba em Maravilha, no Estado de Santa Catarina.

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SISCLAF (Sistema de Coopera vas do Leite da Agricultura Familiar) filiada a UNICAFES PR está em uma nova fase. Após diversas negociações e visitas, a central firmou parceria com a Piracanjuba, uma das principais indústrias do Brasil. Isto significa que a empresa vai adquirir o leite dos produtores associados as coopera vas vinculadas ao sistema. O SISCLAF passará a fazer a intermediação da comercialização do leite até a indústria. Toda matéria-prima des nada para industrialização de alimentos será levada para o município de Maravilha, em Santa Catarina, onde funciona uma das indústrias da Piracanjuba. Ao total 10 coopera vas da Agricultura Familiar deverão ser beneficiadas com esta parceria entre elas oito são CLAFS (Coopera vas do Leite da Agricultura Familiar): Itapejara D’ Oeste, Chopinzinho, São Jorge D’ Oeste, Salto do Lontra, Realeza e Santo Antônio, Ampére e Dois Vizinhos e as outras duas são a CODESAFA (Coopera va De Desenvolvimento Da Agricultura Familiar) de Honório Serpa e COOAFI (Coopera va da Agricultura Familiar) de Santa Izabel D’Oeste. Todo leite coletado passa pela Plataforma de Recebimento e Armazenamento de leite do SISCLAF, instalado na comunidade de Coxilha Rica, em Itapejara D’Oeste, local em que o leite é preparado para seguir para indústria. A par r do início das a vidades que começou em julho, a captação de leite está sendo feita num raio de 100 quilômetros começando pelas propriedades rurais das coopera vas dos municípios de São Jorge d’ Oeste, Salto do Lontra e Itapejara d’Oeste, com a coleta média de 30 mil litros de leite por dia. Até

o final do ano, a previsão é ampliar para 100 mil litros dia, podendo chegar futuramente a 200 mil litros dia – o que é a meta da Piracanjuba. Valorização do leite Assim que foi firmada a parceria entre o SISCLAF e a Piracanjuba, o cenário da cadeia produ va de leite da Sudoeste – considerada uma das principais bacias leiteira do Paraná – por isso muito procurada por grandes la cínios começou a mudar. A primeira mudança foi a evolução do preço do leite. É a velha lei da procura e oferta. “Em quinze dias de funcionamento, o preço do leite passou de R$ 1,25 o litro para R$ 2,00. O valor do leite subiu em média 30%, em comparação do o mesmo período do ano passado”, relatou o gestor do SISCLAF, Antônio Gonçalves. O aumento da demanda de leite na região gerou maior concorrência entre os compradores ocasionando a alta do preço, um fator posi vo para os agricultores que garante a maior valorização do produto. Para o presidente do SISCLAF, Valmir Priamo, a presença da Piracanjuba na região irá a movimentar a economia local gerando bene cios não apenas para os agricultores, mas para toda cadeia produ va. Os veículos da empresa estarão diariamente circulando pela região u lizando e inves ndo nos recursos locais. “O ganho vai ser visível para todas as pessoas, não somente para os associados das coopera vas, mas para todos que trabalham na área. Além disso, o Sistema SISCLAF também passa a ser mais valorizado após essa negociação. A direção e todas as organizações que nos ajudaram também possuem o seu reconhecimento nesta conquista”, afirmou Priamo.

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MERCADO

Agroindústria do SISCOOPLAF está com boas expectativas para expandir seu mercado Além de ampliar sua linha de produtos, agora o SISCOOPLAF tem registro do SISBI. Isto signica que poderá expandir a comercialização dos produtos em todo o país.

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á menos de um ano em a vidade, a agroindústria do SISCOOPLAF (Coopera va Central de Leite da Agricultura Familiar com Interação Solidária do Oeste do Paraná) integrou mais um produto a linha de produção, além do leite pasteurizado, agora é a vez do iogurte. Os primeiros lotes começaram a ser industrializados no começo do ano, com a produção inicial de cinco mil litros por semana. A matéria prima é oriunda de cinco coopera vas que compõem a Central SISCOOPLAF, todas filiadas à UNICAFES PR. Os produtos, tanto o iogurte, como o leite são des nados para

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Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no município de Cascavel e do Estado. O retorno posi vo com a comercialização dos produtos, tem incen vado o desenvolvimento da agroindústria e o fortalecimento dos Agricultores Familiares. “O mais importante é que vamos conseguir agregar valor no produto e pagar um preço mais justo aos produtores de leite. Porque eles sempre são os prejudicados quando existe o atravessador que é a indústria, os la cínios tradicionais. Então com a nossa própria indústria coopera vada é

claro que vamos ter custo, mas com certeza, vamos agregar mais valor ao leite do produtor e conseguir que ele permaneça na propriedade”, argumenta a diretora financeira da agroindústria, Maria Ma lde Machado. A médio prazo, o planejamento da agroindústria tem a meta de aumentar a captação da matériaprima em outros municípios da região Oeste como, Três Barras do Paraná, Medianeira, Guaraniaçu e Ibema. A perspec va é que com a ampliação das a vidades cerca de 500 produtores de leite da região Oeste do Paraná sejam beneficiados, processando 12 mil litros de leite por semana.


Agroindústria tem agora a certicação do SISBI Informações Secom Cascavel

Outra conquista da agroindústria neste ano foi à cerficação do SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA)), entregue em agosto pela SEAGRI (Secretaria de Agricultura de Cascavel). Isto significa que a agroindústria poderá comercializar seus produtos em todo o país, oportunizando a expansão do mercado. No município de Cascavel esta é a quinta agroindústria a ser credenciada pelo SISBI. De acordo com o médico veterinário fiscal da SEAGRI, João Carlos Koehler, para as agroindústrias, este credenciamento significa um incremento na produção, pois permite maior abrangência. “O grande desafio agora é entrar no compe vo mercado regional e estadual, com os produtos diferenciados da Agricultura Familiar.” Histórico Cascavel foi o primeiro município do Paraná, em 2012, a receber o credenciamento do Sistema. A cada ano um novo estabelecimento é cer ficado no SISBI,

graças ao bom desempenho das agroindústrias locais. “Em 2009 se iniciou a construção deste la cínio na Fundetec, um inves mento para o produtor rural, hoje chegamos à conclusão, após um ano de funcionamento da agroindústria, com a entrega do cer ficado do SISBI. Agora os produtores podem vender para o Brasil todo, isso agrega valor ao produto, que sai de Cascavel para todo o Brasil, beneficiando o produtor rural”, frisou o secretário de Agricultura e presidente da Fundetec, João Cunha Junior. Para a diretora financeira da agroindústria, o fato de o município ser credenciado no SISBI, oportunizou a conquista do cer ficado. “Somos felizes por morar em Cascavel, que tem um grande esforço do Governo, que aderiu ao SISBI; isso facilitou o processo. A cer ficação dá a condição para comercializar o produto em todo território brasileiro, dando melhor sustentabilidade à agroindústria, já que agora poderemos vender também fora do município, em todo o território brasileiro”.

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CRÉDITO SOLIDÁRIO

Na Safra 2016/2017 a CRESOL quer alavancar os repasses de crédito rural Uma das metas da Nova Safra é aprimorar o crédito do PRONAF para estimular produção de alimentos na Agricultura Familiar Assessoria de Imprensa/CRESOL BASER

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om inves mento recorde, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/2017 está com de R$ 30 bilhões. O crédito será disponibilizado por linhas de financiamento para cul vo, produção e inves mento com taxas de juros que passam de 5,5% para 2,5% ao ano para alimentos que compõem a base da alimentação dos brasileiros – arroz, feijão, mandioca, tomate, alho, cebola e hortaliças, bem como para financiamentos de produção orgânica e agroecológica e inves mentos em prá cas sustentáveis de manejo do solo, da água e de produção de energia renovável. Conforme explica o Conselheiro vice-presidente da Central CRESOL Baser, Luiz Ademar Panzer, na safra 2016/2017 o crédito rural passará por uma mudança estrutural. “Os encargos passarão a ser definidos em função da a vidade que será financiada e não mais pelo volume de crédito somado pelo agricultor, assim quando os financiamentos de custeio pelo PRONAF

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(Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) se des narem aos cul vos de arroz, feijão, mandioca, trigo, cul vos em sistemas de produção de base agroecológica além de outros alimentos para os sistemas pecuário, apicultura, bovinocultura de leite, piscicultura, ovinocultura e caprinocultura, a taxa de juro será de 2,5% ao ano para uma ou mais operações de custeios que somados a njam o valor de até 250 mil reais por mutuário durante o ano agrícola”, destacou o vice-presidente da CRESOL. Assim como o PRONAF Custeio, o PRONAF Inves mento também traz novidades aos produtores. “Ao fazer financiamento para melhorias de infraestrutura que sejam estruturantes em sua propriedade, o produtor também terá vantagens e subsídios nas taxas de juros. Vale salientar que quando se tratar de irrigação, calagem, melhorias no solo que garantem a sustentação e melhorias na propriedade, as taxas de juros também serão de

2,5% ao ano. Acima disso ou em outras a vidades as taxas de juros chegarão ao máximo em 5,5% no PRONAF”, acrescentou Panzer. Outra novidade para a próxima safra é a abertura das linhas de crédito Inovagro e Moderagro via BNDES, principalmente para financiamentos nas a vidades ligadas à avicultura e suinocultura. Na Safra 2015/2016, que se encerra no final de junho, a CRESOL liberou cerca de R$ 626 milhões em mais de 30 mil contratos, montante registrado até o fim do mês de abril. Somente em PRONAF Custeio e Inves mento foram liberados mais de R$ 576 milhões em 29 mil contratos, e no PRONAMP (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) aproximadamente R$ 48 milhões. Até o final desta safra o montante deverá fechar em torno de R$ 700 milhões. De acordo com o Departamento da Carteira de Crédito da Central CRESOL Baser, para esta safra que iniciou em


julho, a expecta va é alavancar os repasses em todos os estados aonde a CRESOL está presente. Incen vo à agroecologia Dentro deste Plano Safra serão des nados R$ 20 milhões para apoiar redes de agroecologia na Agricultura Familiar. A estratégia faz parte do 2º

Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (2016-2019) e reafirma a promoção da agroecologia e da produção orgânica como pilares para a produção sustentável de alimentos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), as metas para 2016/2017 são o aprimoramento do crédito do PRONAF para

es mular a produção de alimentos na agricultura familiar, além da formação de sete mil agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) em sistemas de produção agroecológica e orgânica. Até 2019 o Plano espera que um milhão de famílias estejam produzindo em base ecológica, levando mais saúde à mesa dos brasileiros.

CRESOL é referência no repasse de crédito para Agricultores Familiares com recursos do BNDES

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou recentemente aos agentes financeiros a evolução das contratações com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e a Central CRESOL Baser aparece como o principal agente repassador de recursos no segundo quadrimestre do Ano Agrícola 2015/16, com R$ 492 milhões pulverizados em 25.349 contratos. As Coopera vas CRESOL apresentam números expressivos nos repasses, sendo que ao longo dos seus 20 anos foram liberados mais de R$ 5,4 bilhões por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), resultados que representam o desenvolvimento do

cooperado, do campo e na região de atuação da coopera va. “Esses resultados demonstram a preocupação da CRESOL em desenvolver cada vez mais a agricultura familiar através do acesso ao crédito, fazendo com que cresça, além do trabalho no campo, a região onde nossas coopera vas estão inseridas”, destacou o Conselheiro Presidente da Central CRESOL Baser, Alzimiro Thomé. A CRESOL, maior coopera va de crédito rural com interação solidária do País, tornou-se referência em crédito rural por meio de ações e polí cas de fortalecimento da agricultura familiar, onde os repasses de crédito através do Pronaf transformaram a realidade de mais de 2,6 milhões de

famílias agricultoras. Essas famílias, muito além da u lização do crédito para o custeio da safra, buscam a ampliação da área plantada e a u lização de tecnologias que asseguram o aumento da produção e da produ vidade dos mais variados alimentos, além do fortalecimento e empoderamento do homem do campo. Esse sempre foi o compromisso da CRESOL, promover o desenvolvimento da Agricultura Familiar e proporcionar melhor qualidade de vida aos agricultores familiares, e a parceria com o BNDES é estratégica e essencial para essas ações, que repercutem diretamente nos resultados expressivos tornando a CRESOL referência em crédito da Agricultura Familiar.

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SUSTENTABILIDADE

UNICAFES/TRIAS são representados no Congresso da IFAJ na Alemanha

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m julho, a UNICAFES (União de Coopera vas da Agricultura Familiar e Economia Solidária) foi representada na 60º edição do Congresso da Federação Internacional dos Jornalistas da Agricultura (IFAJ). Desta vez, o evento se concentrou na acolhedora cidade de Bonn, que integra o Estado de Renânia do Norte-Ves ália, na Alemanha. Com um pouco mais de 300 mil habitantes Bonn é famosa pelo Rio Reno, um dos principais da Europa, fundamental para o transporte e comércio, e também é a cidade natal de Beethoven, popular pela música clássica. Neste ano, o tema central do congresso foi a sustentabilidade da agricultura baseada nas novas metas de desenvolvimento sustentável elaborados pelas Nações Unidas, destacando a luta contra a fome e a pobreza, a proteção da natureza e da biodiversidade, a diversidade do clima e dos solos, o futuro da agricultura, bem como, a sustentabilidade dos agricultores. Para mostrar isso, a Alemanha apresenta um cenário ideal com experiências interessantes no que se refere a diversidade e diferentes abordagens de agricultura sustentável no Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul. Cerca de 200 pessoas de 41 países

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de diferentes partes do mundo, como a Itália, Espanha, Irlanda, Bélgica, Holanda, Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Japão, África, Nepal, Argen na, Ghana, entre outros par ciparam do evento. Entre eles estavam jornalistas e comunicadores vinculados a jornais, revistas, emissoras de televisão, rádio, sites e freelances, além de agricultores e representantes de organizações relacionados ao setor agrícola. Os par cipantes veram a oportunidade de conhecer de perto várias experiências e realidades a par r de visitas em regiões picas de montanha e em torno de Bonn e Colônia, em fazendas na Münsterland, Rhineland-Pala nate, e ambos os lados do rio Reno. O congresso da IFAJ tem obje vo de fortalecer a rede internacional de jornalistas agrícolas, ampliar o estudo desta especialidade em vários países, promover as discussões de temas de interesse global e principalmente a troca de experiências entre as diferentes prá cas produ vas, culturas e forma de produzir e levar a informação. O evento também destaca a importância da comunicação para a agricultura e a prá ca da liberdade de imprensa. A jornalista Indianara Paes foi à única brasileira a par cipar do evento

neste ano. A beltronense representou a UNICAFES e a Ong Belga TRIAS. Esta foi à terceira vez que jornalistas do sul do país, vinculados a organizações do Coopera vismo Solidário tem a oportunidade de par cipar de grandes fóruns especializados do jornalismo da agricultura. Tudo isso, graças ao acordo de cooperação internacional entre a Unicafes e a Ong Belga TRIAS – que investe em inicia vas voltadas ao fortalecimento da Agricultura Familiar no Brasil e também em mais 14 países pelo mundo. Para ela, o congresso foi uma experiência ímpar na sua carreira. “Voltei para Brasil com a missão de ajudar a divulgar os trabalhos da IFAJ para outros jornalistas e aumentar a presença dos brasileiros nesses espaços. Atualmente não possuímos uma organização que nos represente neste segmento. A IFAJ faz um trabalho incrível e precisamos disso no Brasil. A ideia é criar uma rede de jornalistas na América do Sul para ampliar as discussões sobre o jornalismo na agricultura”, explicou. Segundo a jornalista, a inicia va surgiu junto a conversas com dois colegas argen nos que possuem mesmo anseio. Inclusive, no passado já houve uma edição do congresso em Buenos Aires, na Argen na. No próxi-


mo ano o evento será realizado na África do Sul. Visitas a campo Além dos painéis de discussão sobre a sustentabilidade da Agricultura, o con-

gresso contou com diversos passeios. Nas visitas em grupo os par cipantes foram a campo conhecer na prá ca a diversidade produ va da agricultura feita na Alemanha. Os 12 diferentes tours em fazendas, indústrias, lojas de produtos e

grandes companhias mostraram experiências posi vas e inovadoras na produção de carne bovina, leite, porcos, aves, grãos, frutas, vegetais e batatas, vinho, lúpulo, culturas forrageiras, recursos renováveis e equipamentos agrícolas.

França e Bélgica Coopera va REO

Após o Congresso a jornalista da UNICAFES, Indianara Paes conheceu algumas organizações e propriedades rurais da França e da Bélgica. Em Mairieux, na região de Pas-de-Calais, no norte da França visitou a propriedade de Jean-Christophe Rufin que trabalha com produção de aves e gado de leite. Na Bélgica, na vila de Bikschote, no Oeste de Flanders, norte do país visitou a empresa Dejonckheere especializada na venda e armazenagem de produtos como, fer lizantes para agricultura e hor cultura. Ainda na mesma região, conheceu a propriedade rural de Jacques Vermaut, agricultor belga que atualmente trabalha sozinho na criação de gado da raça “Belgian White-Blue”. Na vila, chamada Keim, conheceu uma propriedade de leite da família do jovem agricultor Pieter Faes, 24 anos, na qual a ordenha é toda robo zada. Na cidade de Roeselare, a visitou a empresa de REO (Agricultural Auc on Market), ou seja, Mercado de Leilão Agrícola, uma coopera va de leilão de frutas e vegetais com quase 75 anos de história. Mais de 3.000 agricultores trabalham juntos para comercializar cerca de 60 diferentes pos de vegetais frescos. Em Bruxelas capital da Bélgica a jornalista conheceu a sede da Ong Belga TRIAS, organização a qual a UNICAFES possui longa cooperação internacional.

Aviário na França

Empresa Dejonckheere

Pieterjan Haghedooren e Jean-Christophe Rufin

Gado Belgian White-Blue

Indianara e Marc no TRIAS

Ordenha Robo zada

Gado leiteiro confinado

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

UNICAFES assina termo de cooperação com a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da EMBRAPA

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ma das lutas mais an gas das organizações e lideranças da Agricultura Familiar da região Sudoeste do Paraná se concre zou recentemente, a instalação da Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (UMIPTT) da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A solenidade oficial realizada na sede da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (AMSOP), no mês de junho, contou com a presença do diretor-execu vo da Embrapa Waldyr Stumpf Junior; o reitor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Carlos Eduardo Cantarelli; o presidente da AMSOP, prefeito de Marmeleiro Luiz Bandeira; o presidente do Ins tuto Agronômico do Paraná (Iapar) Florindo Dalberto; o presidente do Fórum de En dades do Sudoeste, Paulo de Souza, o deputado federal Assis do Couto, entre outras autoridades polí cas e lideranças de en dades, órgãos e ins tuições da região. A UMPTT funciona no campus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Francisco Beltrão em consonância com dos demais campus da Universidade, em Pato Branco e Dois Vizinhos, mas com atuação em todo Sudoeste. Dois pesquisadores estão à disposição para atuar no levantamento de a vos tecnológicos na área de leites, hor fru granjeiros, sucessão familiar e agroindústria familiar. A UTFPR deve construir um novo prédio para abrigar a equipe. Termo de Cooperação Durante a cerimônia também foi lançado o edital de fomento à pesquisa e transferência de tecnologia, o acordo de cooperação foi assinado pela UTFPR, EMBRAPA e IAPAR com intenção de incen var o intercâmbio técnico, cien fico,

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cultural e administra vo, formando então a Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia. O termo de adesão ao projeto também foi assinado pela UNICAFES PR e organizações como, o INFOCOS/CRESOL, a COOPAFI Central, a ASSESOAR (Associação de Estudos Orientação e Assistência Rural), AMSOP, a ACEFB (Associação Comercial de Francisco Beltrão), FETRAF-PR (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar), a EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e a UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul), o que oficializa um acordo com as demais organizações que passam a integrar o Comitê de Gestão Estratégica da Embrapa, que terá a responsabilidade de levantar as demandas e prioridades da Agricultura Familiar para o desenvolvimento de pesquisas. Para o presidente do Ins tuto INFOCOS, Vanderley Zigger o Comitê de Gestão Estratégica é uma das inovações da EMBRAPA da região. “O Comitê terá papel preponderante no levantamento das demandas e na definição das prioridades que depois de serem definidas serão transformados em projetos de pesquisa. Assim ressaltamos a importância das en dades da Agricultura Familiar compor o comitê e ter par cipação a va contribuindo para que a instalação da EMBRAPA tenha efe vidade na vida da Agricultura Familiar na nossa região”. Inves mentos Para funcionamento inicial da IMPTT, a UTFPR cedeu um espaço para abrigar o escritório. Já o deputado Assis do Couto, um dos incen vadores da aproximação da EMBRAPA, indicou uma emenda parlamentar no valor de R$ 600,000 no Orçamento da União que será u lizado para fomentar 25 projetos de pesquisa neste primeiro momento.


CONCURSO DE RECEITAS

3º Cultivando Sabores da Roça destacará as leguminosas

Neste ano, as receitas que conterem leguminosas nos ingredientes terão uma pontuação especial. Entre as leguminosas mais populares na alimentação estão o grão de bico, a len lha, o feijão e a ervilha.

O

programa de Gênero da UNICAFES PR já iniciou a preparação para realização de mais uma edição do Projeto Cul vando Sabores da Roça. A inicia va que reúne as melhores receitas da Agricultura Familiar. As inscrições já foram recebidas pela organização. O processo de seleção das receitas já começou a ser realizada nas regiões. No ano passado, o projeto recebeu mais de 100 receitas inscritas por agricultoras de todo o Paraná. Neste ano, uma das novidades do Projeto será es mular os grupos de mulheres a trabalhar em grupo. Desta forma, as inscrições deverão ser feitas

de maneira cole va, ou seja, cada grupo terá de escolher até duas receitas, doce e salgada, para par cipar da sele va. A ideia é desafiar o grupo a fortalecer as a vidades colabora vas. De acordo com a coordenação, os homens que gostam de cozinhar também foram incen vados par cipar. O importante é estar inserido em algum grupo produ vo. Outras informações podem ser adquiridas na UNICAFES PR. Leguminosas O grande diferencial do Projeto Cul vando Sabores da Roça está na preservação dos costumes familiares

e a u lização dos produtos da Agricultura Familiar. Neste ano, em razão da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) ter declarado o Ano Internacional das Leguminosas, a UNICAFES PR parceira da organização lançou um desafio para os par cipantes do Cul vando Sabores da Roça: preparar pratos que contenham leguminosas. As receitas que conterem leguminosas entre os principais ingredientes terão uma pontuação especial, do que as demais receitas inscritas. Entre as leguminosas mais populares estão o feijão, a len lha, a ervilha, a fava, o grão de bico e a soja.

Mulheres agricultoras que tiveram suas receitas premiadas em 2015 29 35


O obje vo da FAO é es mular o aumento da sua produção e consumo, a nível mundial, aprimorar as rotações de culturas nas lavouras, buscar novas tecnologias no setor e fazer intercâmbios que possam melhorar o seu consumo. O que são leguminosas? Representam uma vasta família de plantas, incluindo mais de 600 gêneros e mais de 13 mil espécies. A produção das principais leguminosas comes veis, exceto a soja, somam mais de 60 milhões de

toneladas. A gastronomia popular em torno desta matéria prima saudável é muita rica e usada em várias partes do mundo. As leguminosas são ricas em nutrientes, e uma fantás ca fonte de proteína, o que é par cularmente importante para a saúde humana. Podem ajudar a melhorar a saúde humana e o bem-estar, incluindo controle de diabetes, redução de doenças cardíacas e colesterol, e combate à anemia. Elas também são alimentos importantes em programas de controle

de peso e representam uma usina de força nutri va para o mundo desenvolvido e em desenvolvimento. Documentário O setor de Comunicação da UNICAFES PR está realizando as gravações para montagem do documentário que contará a história das receitas que foram destaques em 2015. O material deverá ser exibido no Encontro do Dia da Mulher Rural, em outubro em Cascavel.


FAÇA EM CASA

Receita de Neiva Luiza S. Salvalaggio 2º lugar no 2º Projeto Cultivando Sabores da Roça na categoria doce. Município de São Miguel do Iguaçu, Linha São Jorge - região Oeste - PR. Foto: Karoline Ribeiro

BOLO DE AMENDOIN Ingredientes: - Meio kg de amendoim cru; - 3 ovos; - 3 colheres de nata; - 1 xícara de açúcar mascavo; - 1 xícara de açúcar cristal; - 1 colher de chá de fermento químico.

Modo de Preparo: Triture o amendoim no liquidificador. Em seguida misture o amendoim com os demais ingredientes na ordem indicada até a massa ficar lisa. Depois leve para assar em uma forma untada e enfarinhada em forno pré - aquecido até dourar por 35 minutos.

Rendimento: 15 unidades Tempo de preparo: 45 minutos

Dica: Esta receita é ideal para aquele lanchinho da tarde acompanhado de sorvete de creme.

CONTROLE DE FORMIGAS Método/Ingredientes - 100 gr Farinha de ossos triturada; - 100 gr Casca de ovo triturada; - 100 gr Carvão vegetal triturada.

Como fazer Misture todos os ingredientes em um recipiente.

Forma de aplicação Fazer barreiras com a farinha em volta dos canteiros da sua horta, ou colocar a mistura dentro de uma lata seca, evitando perder a mistura pelo sol e chuva. As formigas levarão a farinha para dentro do formigueiro, e contaminará e eliminará o mesmo. 31


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