JORNAL
UNIFRA
detalhe das janelas do prédio 13
ano 11 | nº 47 | Santa Maria/RS | abril/maio 2011 | Distribuição gratuita
Eles são
autoconfiantes, possuem convicção de que agora tudo podem. Desfrutam da liberdade em vista da relação de consumo e esbanjam energia para constantes experimentações. Nesta edição, descubra quem é esse novo jovem, o qual convive com seus excessos diante da certeza de um futuro promissor | p. 6
touchscreen Novo modelo de informação digital
p. 04
56 anos Unifra comemora aniversário
p. 14
intercâmbio
p. 12
lixo Um estudo de educação ambiental
p. 11
Laura Fabricio
Relatos de experiências no exterior
da
Para trabalhar
Caroline Cechin
com o conhecimento, é indispensável curiosidade, colocar-se em observação, estar pronto para acatar o inesperado e aberto a novos significados.
O conhecimento constitui um dos temas recorrentes no ambiente acadêmico. Como valor para a vida, é também elemento de reflexões, debates, investigação e de conexão, sendo a essência do fazer universitário. No Projeto Pedagógico da UNIFRA, objetiva-se esse entendimento, ao definir: “concebe-se o conhecimento como compreensão da realidade em que se vive cuja apreensão ocorre no processo reflexão-ação. Dessa forma, o saber construído na experiência propicia à pessoa responder às exigências do tempo e do espaço em que está inserida. A finalidade do conhecimento é de contribuir para que a pessoa viva melhor” (p. 32). A interação de uma instituição de ensino com a realidade, ambas em constante renovação, considerada a diversidade do saber e do contexto
As Irmãs,
Jornal da Unifra | nº 47 | Ano 11
Paula Schneider, da Província de Porto Alegre, e Clara Ruoh, da Província da Indonésia, visitaram a cidade e conheceram a instituição. Elas fazem parte do Conselho Geral das Irmãs Franciscanas em Roma.
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social, demanda, por vezes, soluções imediatas. Embora superar problemas de qualquer natureza seja também objeto da educação superior, esta não se deve ocupar apenas de questões que atendam ao bem-estar imediato, pois a função precípua do conhecimento é de a pessoa capacitar-se para o autoconhecimento, a fim de lidar com o conhecimento. Para trabalhar com o conhecimento, é indispensável curiosidade, colocar-se em observação, estar pronto para acatar o inesperado e aberto a novos significados. Isso porque o ato de aprender tem subjetividade, capacita a fazer escolhas, a desenvolver a percepção e leitura do mundo, especialmente, na recusa de que alguns são mais autorizados a pensar do que outros, pois o saber não tem mistérios, encontra-se em toda a parte e o conhecimento está em permanente construção. Assim, cada “coisa” tem o significado que lhe é dado e um novo brota constantemente. Por outro lado, o conhecimento só tem sentido se capacita a pessoa ao
diálogo, pois ocorre toda a vez que se estabelece uma relação. Vive-se, na atualidade, uma crise ética que se dá pela perda do referencial do que é ser pessoa humana. Nesse aspecto, faz-se necessário conduzir o sentido do conhecimento, primeiro para o desenvolvimento humano e, em decorrência, para o desenvolvimento científico e tecnológico. Pode-se escolher então o desenvolvimento técnico e científico cuja eficiência independe da ética ou o desenvolvimento ético, no qual o conhecimento técnico e científico está vinculado aos valores éticos. O melhor objeto da educação superior é que a formação acadêmica faça sentido para a vida e que o conhecimento ajude a conviver, a relacionar-se e a ser feliz. Nesse viés, o tema “excessos”, abordado nesta edição, propicia a reflexão sobre o sentido do conhecimento e sua efetiva conexão com o valor da vida.
O significado do suficiente
se consolidou através da internet. Na visão deles, esse lance de ditadura é coisa do passado, inflação e desemprego são mitos vividos antigamente por seus pais, e o limite para o bem-estar imediato são os seus desejos. Nessa busca inquietante por sensações, o individualismo tem se afirmado como marca da sociedade contemporânea, e os excessos pulsionais se voltam para competição e para o consumo. Como proposta de reflexão, nesta edição do Jornal da Unifra, trazemos alguns aspectos pessoais desse jovem moderno, que desafia a liberdade de escolha diante do prazer pela novidade e do consumo.
editorial
Laura Fabrício
Conhecimento para qualificar a vida
O jovem dispensa apresentações. Ele está com pressa. O novo, para ele, já parece ultrapassado. Ele acredita saber o significado do suficiente. No entanto, estamos hoje diante de um novo jovem, para o qual a liberdade de escolha se manifesta através das constantes experimentações. Tudo em sua volta está ao seu alcance. Os meios, plataformas e sistemas digitais possibilitam não só a obtenção pela informação, mas também a produção de conteúdo de forma maciça. A liberdade de expressão
Profª. Iraní Rupolo - Reitora
Expediente Reitora: Iraní Rupolo Pró-reitora de Administração: Inacir Pederiva Pró-reitora de Graduação: Vanilde Bisognin Pró-reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão: Solange Binotto Fagan Chefe de Gabinete: Orlando Agostta
Assessoria de Comunicação Unifra Reportagens: Caroline Cechin e Carlos Spall Projeto Editorial e Gráfico: Carlos Spall e Maurício Lavarda Diagramação: Maurício Lavarda Apoio Fotográfico: Laboratório de Fotografia e Memória Unifra
Ilustrações: Tiago Cristo Relações Públicas: Kelly Schuster Jornalista Responsável: Carlos Spall divulgar@unifra.br |
unifraonline
Unifra – Centro Universitário Franciscano Rua dos Andradas, 1614 CEP 97010-032 - Santa Maria-RS
melhorias
Instituição investe em
Luiz Vencato Junior
melhorias para atendimento do aluno
Renovação No Conjunto III, a pintura externa do Prédio 13 e melhorias no setor de informática ganham destaque. Foi instalado um laboratório de informática, no qual 37 computadores novos estão disponíveis para os alunos, além de 18 máquinas com softwares apropriados para os acadêmicos do Curso de Ciências Econômicas. Também foi destinado um espaço aos diretórios acadêmicos dos cursos para realização de suas atividades e reuniões.
Audiovisual A Unifra disponibiliza a professores, alunos e funcionários o setor de audiovisual, responsável pelo material multimídia da Instituição. Todas as pessoas que possuem matrícula na Unifra podem solicitar equipamentos no próprio setor, ou através do site, nos links unifranet e alunonet. O horário de funcionamento é das 7h às 12h e das 13h às 10h30. Em cada conjunto existe uma sala (ou mais) para o
armazenamento dos materiais. O funcionário do setor Jerônimo Kunz Lauer destaca que os pedidos precisam ser feitos com 24h de antecedência para garantir o desenvolvimento da atividade em sala de aula. “Temos aparelhos de televisão e dvd, mas a maior procura é pelos projetores multimídia que são utilizados também na exibição de filmes”.
A cada edição você conhece um ou mais setores da instituição.
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conheça o setor
espaços de convivência, realizadas pinturas internas e externas e expansão e criação de laboratórios para atender a demandas dos cursos.
Conjunto II, quatro laboratórios novos que são: Caracterização; Polímeros; Cerâmica e Ensaios Mecânicos e Análise Microestrutural. O coordenador de Engenharia de Materiais, Tiago Moreno Volkmer, destaca que os laboratórios darão a oportunidade de introduzir os alunos no mundo da pesquisa. “Toda a experiência adquirida nesse espaço os colocará em boa posição para a disputa por vagas de estágio e empregos na indústria ou os deixará bem preparados para seguir na vida acadêmica” acrescenta Volkmer.
Augusto Sebastião
Foram reorganizados
No Conjunto I, além de melhorias no hall de entrada, as salas de aula do Prédio I tiveram suas janelas substituídas, e os ambientes foram climatizados. Os cursos de Biomedicina e Farmácia contam, a partir deste semestre com o Laboratório Escola de Análises Clínicas (foto). Segundo a professora de Biomedicina e coordenadora dos estágios Graziela Schuh, o ambiente vai possibilitar melhoria no trabalho de pesquisa e atendimento à comunidade. Os cursos de engenharia ganharam no prédio 11,
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era digital
Futuro digital?
Se há dez anos o modelo que mais progredia era o da página da Web para computadores, há cinco anos esse modelo parecia ser o smartphone e, desde o ano passado, a grande sensação do mercado editorial digital é o tablet, devido ao lançamento do iPad pela empresa Apple.
Será o fim do jornal impresso? Provavelmente todos que possuem o hábito da leitura diária de jornais já refletiram sobre essa hipótese, reforçada com o lançamento do “Jornal 247”. Primeiro jornal brasileiro exclusivo para IPad, ele tem duas edições diárias, uma às 6h e outra às 20h. Apresenta conteúdos em multimídia, com o uso de sons, imagens e fotos. O layout é simples e as matérias são colocadas em um modo fácil de serem visualizadas. Apesar de o jornal ser gratuito, o valor de um Ipad, que varia entre R$ 1500 a R$ 2600, se torna um fator econômico de seleção de público no Brasil. Na avaliação do professor de jornalismo, Iuri Lammel, o país apresenta muita desigualdade
socioeconômica e baixos índices de educação, fatores que expõem a carência do país diante da inclusão digital e uma possível revolução tecnológica. Usuário das novas plataformas digitais, ele aponta que em sala de aula procura trazer conceitos dessa nova era, até mesmo em virtude da familiaridade da “geração on-line” que vem chegando aos bancos da academia. “Nosso comportamento muda em virtude das possibilidades de conexões e consumo. É tudo muito rápido, e vivemos uma época de experimentações digitais da maneira como lidamos com a informação. O jornal impresso ainda deverá respirar muito nas próximas décadas”, acredita Lammel.
Fatores a favor do jornal impresso - Público fiel à sua leitura - Papel ainda oferece uma leitura confortável - Não emite luz diretamente nos olhos - Leitura sequencial, mais lógica e agradável - Modelo digital de publicação ainda não está definido
Fatores a favor do jornal no Ipad - Leitura fragmentada - Possibilidades de conexões, além de sons, imagens, fotos extras e interatividade - Nova geração tecnológica em busca de informação rápida - Espaço virtual ilimitado - Velocidade da evolução dessas novas plataformas - Dinamismo do conteúdo digital. Internet que permite a hipertextualidade da leitura
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Direito e tecnologia os desafios do século
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Com uma proposta inovadora, a Unifra abriu a primeira turma do Curso de Pós-graduação em Direito em Temas Emergentes em Novas Tecnologias Informacionais. O objetivo do inédito curso é aprofundar os estudos e as discussões sobre a nova realidade que se revela aos operadores jurídicos diante da crescente expansão das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) no Brasil. O curso aborda matérias relacionadas a várias áreas do Direito, tais como: proteção de direitos de personalidade
(imagem, honra, nome e dados pessoais) no ambiente informacional; tratamento dos direitos de autor diante da nova realidade estabelecida pela veiculação livre de conteúdos na internet; a proteção dos trabalhadores e o tratamento do trabalho à distância; a atuação da administração pública, os desafios da prestação de serviços públicos por meio eletrônico; o comércio eletrônico e a responsabilidade civil decorrente de atos praticados na internet e os novos desafios do Direito Penal em face da ocorrência de novos crimes.
Os conteúdos são ministrados por operadores jurídicos com experiência nessa área de atuação, compondo corpo docente integrado por professores, pesquisadores e profissionais inseridos em diversificados segmentos. A inovação da proposta, aliada à tradição da Unifra em oferecer ensino de qualidade permite a formação de juristas preparados para responder aos desafios do século XXI. No mês de junho novo edital deverá ser lançado com vagas para o próximo semestre.
Mais informações: www.unifra.br
geração multimídia
site
Oficina: Técnicas de estudo e memorização Dia: 25/04/2011 – 2ª feira Horário: 14h às 16h Local: Salão Azul – Conjunto I – Andradas – Prédio 3 Inscrições: 14/04 a 20/04 no Cores Oficina: Desinibição: a arte de falar Dia: 31/05/2011 – 3ª feira Horário: 14h às 16h Local: Salão Azul – Conjunto I – Andradas – Prédio 3 Inscrições: 23/05 a 27/05 no Cores
Foram publicadas em 17/03/11 atualizações nas normas ABNT para Apresentação de Projetos de Pesquisa (NBR 15287:2011) e Apresentação de Trabalhos Acadêmicos (NBR 14724:2011). Entram em vigor a partir do dia 17/04/11 e estarão disponíveis para consulta e retirada na Biblioteca da Unifra.
Dica do estudante http://mudasm.tumblr.com/
Criamos este espaço para os acadêmicos enviarem textos e comentarem sobre a realidade da nossa cidade. É um espaço para incentivar os estudantes e a população em geral a terem responsabilidade social. No Blog, temos textos de alunos e de professor da Unifra, o que mostra o interesse em geral pelos problemas sociais. As causas de caráter social são muitas e a participação dos jovens como movimento organizado ainda é tímida. Conto com sua participação. Carlos Alberto Delgado, aluno do Curso de Direito da Unifra.
http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/
O site é um mecanismo on-line para construção de referências e citações. A ferramenta é gratuita e utiliza o formato ABNT a partir de formulários próprios, selecionados em um menu principal. Os documentos cobertos pelo mecanismo são os mais usados no meio acadêmico: livros, dicionários, enciclopédias, teses e dissertações, artigos de revistas, artigos de jornais, nos formatos impresso e eletrônico. Foi desenvolvido por Maria Bernardete Martins Alves (bibliotecária) e Leandro Luis Mendes (aluno de graduação em Sistemas de Informação), da Universidade Federal de Santa Catarina. www.livralivro.com.br
O site atua intermediando a troca de livros entre pessoas na internet. Atualmente, o site contém 130.000 livros cadastrados em português. Cada usuário cria uma lista com os livros que possui e os livros que deseja obter. O site utiliza um mecanismo inteligente que permite a troca simultânea entre múltiplos usuários, maximizando as possibilidades de troca. O único custo envolvido na troca é a postagem nos Correios que varia de acordo com o peso do material.
Nesta edição
você confere dicas de livros e filmes sugeridas por Paula Schoenfeldt Patta, Diretora da biblioteca. Envie suas sugestões para a próxima edição através do e-mail divulgar@unifra.br ou pelo perfil oficial da Unifra no Facebook.
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Você Sabia
A Biblioteca UNIFRA possui um acervo de filmes em DVD.
O leitor / direção Stephen Daldry
A morte lhe cai bem / direção Robert Zemeckis Shadrach : um sonho proibido / direção Susanna Styron Uma história severina / direção Debora Diniz, Eliane Brum À margem do corpo / direção Debora Diniz Habeas corpus / direção Debora Diniz, Ramon Navarro A fita branca / direção Michael Haneke
wireless ))) A biblioteca possui sistema wireless. Você pode acessar o catálogo direto do seu notebook através do site:
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A Coordenadoria de Atenção ao Estudante (Cores) e a Pró-reitoria de Graduação oferecem, em parceria com o CIEE, oficinas gratuitas para alunos de graduação e funcionários da Unifra. São oferecidas 40 vagas para cada oficina.
http://biblioteca.unifra.br/bib/Busca.aspx 5
A liberdade das escolhas diante da relação de consumo
E
les confiam no futuro. Pesquisa realizada pela Fundação para Inovação Política aponta que 85% dos jovens brasileiros observam o que está por vir como promissor. Mesmo descrentes com a conduta legislativa do país, os jovens confiam no Brasil e não temem mais condições de ditadura, recessão econômica ou carência de vagas de oportunidades de trabalho. A liberdade de escolhas e opções de consumo se consolida como conduta de vida. Nesse fértil território democrático, onde a internet se afirma como principal ferramenta para as manifestações, os jovens expressam livremente suas opiniões diante da confiança de que agora eles tudo podem. Por sua vez, o individualismo tem se afirmado como marca da sociedade contemporânea, e os
excessos pulsionais se voltam para competição e para o consumo. A professora e assistente social, Nice de Neves Miranda, observa que o objetivo dos jovens de maneira geral, se volta para o resultado de suas ações, faltando comprometimento com questões de responsabilidade social. “O consumismo é um elemento de construção da forma pela qual o jovem se apresenta à sociedade. Ele quer resolver sua vida logo, ganhar dinheiro para defender seus interesses, seus prazeres pessoais”. Ainda conforme Miranda, essa visão de conflito que acentua a constante experimentação pode se tornar benéfica no momento em que os jovens canalizarem melhor suas ações. “Além de analisar os valores externos inerentes ao ser humano, o jovem precisa atentar para o valor da vida em sociedade numa relação
harmônica a qual prioriza a troca de conhecimento em suas relações”, pondera a docente, ao ressaltar uma maior proatividade dos jovens em assuntos de interesse coletivo. Na avaliação do psicólogo, Felipe Schroder, essa busca constante por novas sensações é em virtude da necessidade de o jovem autoafirmar-se diante do grupo, mas todo excesso, seja ele de estudo, de trabalho, de tecnologia, de isolamento, de descontração, de bebida ou alimentação pode causar prejuízos para o desenvolvimento de suas potencialidades. “Os limites podem sim ser nossos amigos, eles nos dizem o que fazer a cada momento e assim vamos balizando nossas vidas. Até no excesso necessitamos de parâmetro, e quem sabe podemos chamar este parâmetro de limite”.
@carlosspall
“O consumismo é um elemento de construção da forma pela qual o jovem se apresenta à sociedade”
Excessos x limites
“Aqui
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tenho a sensação de autonomia para fazer o que quiser”
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O desafio então está lançado: observar o dia a dia dos jovens diante de seus hábitos. Citamos o exemplo Graziela Iop, 22 anos. A jovem natural de São Sepé trabalha durante o dia e à noite estuda economia. Ela gosta de Santa Maria em virtude das oportunidades que a cidade oferece. “Vivo numa correria em busca dos meus objetivos, atrás de meus interesses pessoais.
Quero me formar para ganhar dinheiro e construir minha independência. Aqui tenho a sensação de autonomia para fazer o que quiser”, comenta. Quando questionada sobre os excessos que a liberdade pode proporcionar, a jovem se diverte. “Estudo durante a semana. Nos finais de semana tiro para beber e fazer festa com amigos. Bebo socialmente, mas às vezes misturo algumas bebidas e passo mal”. Nesse território livre para experimentações, tomar uma “cervejinha” se tornou um hábito social na visão do jovem. No entanto, essa tolerância ao álcool pode causar complicações para saúde e acidentes diversos. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, 11,2% dos brasileiros são alcoólatras e a maior incidência
é entre jovens de 18 a 29 anos. “Saio quando estou com vontade de beber, duas, três vezes por semana, pra dançar com amigos e descontrair. Na noite, quem não bebe, é careta na visão da maioria”, comenta a acadêmica de Letras, Laura da Rocha Callegari, 20 anos, destacando que sempre depois da noitada nada melhor que um bom cachorro-quente. Sua colega de aula, Gabriela Coletto, 26 anos, comenta que tem uma rotina pesada de estudos, por isso apela para o xis por ser gostoso e barato. “Às vezes não dá tempo de escolher salada no supermercado, preparar arroz, feijão, tudo direitinho. Confesso que faço várias coisas ao mesmo tempo e me sinto estressada ultimamente”, pondera a jovem após mais uma tragada de cigarro.
jovem Baguete de bacon Pão; 1 unidade (100g) ................................... 278 calorias 1 colher de sopa (20g) ................................... 141 calorias Milho: 1 colher de sopa (10g) ........................ 60 calorias Alface: 2 folhas (20g) .................................... 04 calorias Tomate: 1/4 de unidade (25g) ........................05 calorias Bacon frito: 2 fatias grandes (30g) ..............198 calorias Queijo prato: 1 fatia (15g) ............................. 53 calorias Batata palha: 1/2 porção (25g) .....................110 calorias
“Eles comem muito
lanche. É mais barato, gostoso, rápido, mas muito calórico”
Segundo a Comissão Própria de Avaliação da Unifra, 45% dos estudantes que ingressaram no ensino superior, em 2010, são de municípios vizinhos ou de outros estados. Por aqui, os jovens dividem aluguéis de apartamentos com outros colegas, amigos e desde já, aprendem a administrar sua rotina conforme sua renda. Visando à economia, apelam em sua alimentação para os populares lanches rápidos. A nutricionista Tereza Cristina Blasi comenta que os adolescentes são considerados um grupo de transição, na qual não são observados nem como crianças, nem como adultos, por isso oscilam nas extravagâncias onde o que prevalece são os prazeres pessoais. Ela ressalta que, dos sete aos 10 anos, as crianças adquirem todos os hábitos relacionados à alimentação. Dessa forma, mesmo que no período acadêmico os jovens extrapolem nos lanches, com a maturidade, o próprio organismo se encarrega de frear determinados
descontroles. “Eles comem muito lanche. É mais barato, gostoso, rápido, mas muito calórico. É preciso balancear os alimentos com frutas, legumes e verduras. As células adiposas depois de criadas acompanham o indivíduo em sua existência”. As calorias contidas no lanche, se não gastas, acumulam-se no abdômen. Na busca pela queima rápida, o exagero se configura, e muitos jovens utilizam estimulantes à base de anfetaminas. Isso é um perigo, de acordo com a doutora em química orgânica, Adriana Carpes. A professora aponta que conforme a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes 50% dos pacientes que utilizam o medicamento possuem apenas cinco quilos acima do peso ideal, não justificando seu uso. “Os moderadores de apetite podem causar dependência, fadiga, mal-estar físico e mental e, se misturados com álcool, causam transtornos de comportamento e humor”, finaliza.
Valor calórico das bebidas Cerveja - 1 lata de 350 ml – 147calorias Uísque - 1 dose de 100 ml – 240 calorias Vodka - 1 cálice de 20 ml – 48 calorias
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Laura Fabrício
Cidade do lanche
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jovem
É
comum observarmos atletas ultrapassando seus limites após muitos anos de treinamento e dedicação. Exceder os limites se torna o objetivo. Quem mais alto ou longe saltar na olimpíada ganha a medalha. A criança dizem que pequena testa os os limites estão aí para limites do ambiente serem quebrados, porém quando cai seus outra pergunta é sobre primeiros tombos o que acontece quando ou, quando observa ignoramos os limites. Se a reação dos pais ao eles não existirem, como derrubar algum objeto vamos ultrapassá-los?“ que se quebra no chão. Na escola, os garotos que desafiam os limites acabam por chamar mais a atenção das garotas e, por assim dizer, conquistam também a atenção das professoras. O que seria da vida sem os limites?
“Alguns
Alguns dizem que os limites estão aí para serem quebrados, porém outra pergunta é sobre o que acontece quando ignoramos os limites. Se eles não existirem, como vamos ultrapassá-los? Por mais bem preparado que esteja um atleta, ignorar a altura ou a distância de um salto significa fazer um esforço em vão, pois sem a altura ou distância como referência não há salto. Apenas uma pessoa correndo e pulando por aí. A medida de referência parece ser o que nos possibilita realizar nossos saltos. Saltar sem medida significa apenas pular. Para atingir um objetivo, é necessário, que tenhamos contextos e balizas, como nos saltos. Outro exemplo: experimente beber e vá fazer o teste da baliza no teste da carteira de habilitação, o que acontece? E
se as balizas não existirem, existe o teste de direção? Ou se você estiver tão bêbado que nem as vê, já imaginou o perigo? O perigo do excesso vem, quando não existem balizas ou quando não as vemos. Os limites são as balizas pro salto e para que nossos objetivos possam ser atingidos. Os limites podem sim ser nossos amigos, eles nos dizem o que fazer a cada momento e assim vamos balizando nossas vidas. Até no excesso necessitamos de parâmetros, e, quem sabe, podemos chamar esse parâmetro de limite. Outra coisa importante: ultrapassar os limites não significa perdê-los de vista, pois novos aparecem. Felipe Schroder, professor de psicologia da Unifra
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Planejamento é o segredo
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Nesse conflito diário, onde não há limites para o consumo, o principal fator que determina as escolhas do jovem é o financeiro. O mestre em Desenvolvimento Econômico, Alexandre Reis, explica que o ideal é que o estudante economize pelo menos 10% de sua renda mensal como forma de poupança. “Ele deve priorizar a educação. Transporte, xerox, alimentação, aluguel, tudo que
garanta os estudos. Se sobrar, é importante que ao excedente seja gasto em boas escolhas, visando ao seu bem estar pessoal, sem comprometer seu desenvolvimento”. Vale lembrar: o estágio durante o período acadêmico como complemento de renda é válido e positivo se for à mesma área da graduação. Ao contrário, merece uma análise mais criteriosa.
Laura Fabrício
O que seria da vida sem os limites?
Sinais que indicam a inclusão social
N
logo praticar”, comenta a estudante do 6° Semestre de Publicidade e Propaganda, Ana Cláudia Flores Fernandes. Os acadêmicos têm uma carga horária de 34 horas em que são apresentadas questões teóricas da língua, gramática, até chegar aos sinais. Segundo a professora Camila Camillo, a temática da aula visa estimular o diálogo entre os alunos em exercícios variados. Eles aprendem o alfabeto, cumprimentos, profissões, dias da semana,
por exemplo. “A surdez ainda representa uma barreira na comunicação entre os indivíduos. Por isso, é preciso que as pessoas estejam preparadas para se dirigir aos surdos”, esclarece. Na educação, a inserção da disciplina de Libras é exigida por lei para os cursos de formação de professores, para o exercício do magistério, em nível médio e superior e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas.
Ilustração: Tiago Cristo
o início deste ano letivo, foi inserida na grade curricular dos cursos de graduação da Unifra a disciplina de Língua Brasileira de Sinais, Libras. O objetivo do estudo é proporcionar uma formação mais humanitária diante da percepção da dificuldade da outra pessoa. “Podemos ter uma nova visão de outros tipos de comunicação, ela não é um bicho de sete cabeças, é simples de aprender. Assim como as línguas estrangeiras quando aprendemos queremos
Libras
interação
Significado dos sinais: libras
Unifra aprimora modelo de gestão Visando à renovação institucional, a Unifra, no seu novo modelo de organização, investe nas unidades de gestão com função executiva. As unidades gerenciais são ligadas às Pró-reitorias e são responsáveis pela organização, normatização e gerenciamento dos serviços. Os frequentes estudos realizados pela Instituição com o objetivo de manter atualizada a proposta educativa apontam para uma nova etapa de desenvolvimento institucional. Um dos destaques, abordando as novas tendências de evolução digital, é a Unidade de Ensino a Distância. A Reitora Iraní Rupolo destaca que essa mudança na concepção organizacional tem como objetivo integrar e agilizar a gestão. “As metas prioritárias da instituição
são fortalecer o conhecimento e sua relação com a sociedade, desenvolver a pesquisa, investir na educação à distância, desenvolver o marketing e a comunicação e aprimorar a capacitação de recursos humanos”. A previsão é que, para 2012, alguns cursos de graduação tenham 20% de suas atividades a distância. Para que isso se concretize, foi criada a plataforma virtual de aprendizagem, com conteúdos digitais e uma proposta de interação como nas redes sociais chamada Mais Unifra. “Pensamos que o aluno é o gestor do seu conhecimento e aprende em diferentes espaços e não somente nas aulas presenciais” comenta Janilse Vasconcelos, Diretora da Unidade EAD.
Diretores de Unidade Paula Schoenfeldt Patta Diretora da Biblioteca Janilse Fernandes Nunes Vasconcelos Diretora da Unidade de Ensino à Distância Sergio Renato Lampert Diretor Acadêmico-administrativo Vanessa Staudt Kaufmann Diretora da Unidade de Administração do Campus Norton Tiellet Borges Diretor da Unidade de Administração Financeira e Contabilidade Marta Helena Dal Asta Antunes Diretora da Unidade de Ensino Luiz Carlos Rodrigues Junior Diretor da Unidade de Pesquisa Lia Margot Dornelles Viero Diretora da Unidade de Relações Comunitárias Sylvio André Garcia Vieira Diretor da Unidade de Tecnologia da Informação Carlos Rui Robalo da Silva Diretor da Unidade de Patrimônio Inacir Pederiva Unidade de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas
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Educação a distância observa o aluno como gestor do conhecimento
Solange Binotto Fagan Unidade de Ensino de Pós-graduação 9
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Espiritualidade e Religiosidade na Saúde
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istoricamente, a questão da religiosidade e espiritualidade foi negligenciada pela ciência. Entretanto, há mais de um século, estudos científicos apontam a relevância da prática de uma religião e da fé para a manutenção, bem como para a melhora das condições de saúde em geral. Já existe literatura científica significativa e concreta, associando, positivamente, a espiritualidade e a religiosidade ao bem-estar físico e mental do ser humano. O que até hoje muitos desconhecem, é que esse é tema mais estudado nos últimos tempos.
A prova disso é que as principais universidades norte-americanas, como: Harvard, Duke, Columbia, Georgetown, Saint Louis, Rochester, Yale, dentre outras, a exemplo das europeias, já incluem em seus currículos de cursos de graduação e pós-graduação, disciplinas e programas de estudos em torno do assunto. O exemplo já é seguido, no Brasil, pelas seguintes universidades: Universidade Federal do Ceará, NEPER -Núcleo de Estudos em Pesquisas de Espiritualidade e Religiosidade, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo - USP, Núcleo de Estudos Espirituais
Ilustração: Tiago Cristo
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rtigoartigo
fé
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS e o NUPES – Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF. Esses centros de estudos vêm discutindo e confirmando um papel fundamental da espiritualidade e religiosidade, principalmente no tratamento de doenças crônicas e severas. Tais pacientes são beneficiados pela prática religiosa, em especial, nos períodos que estão sujeitos a mudanças físicas, sociais e psicológicas estressantes, oriundas das condições geradas pela patologia. Hoje em dia, o bem-estar espiritual é uma dimensão da avaliação do estado de saúde, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais, conforme proposto pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Apesar desses avanços, no Rio Grande do Sul, para muitos profissionais da área da saúde, esse ainda é considerado um assunto novo. Em vista disso, especificamente no Centro Universitário - Unifra, alguns cursos da área da saúde, como os de Terapia Ocupacional e Enfermagem, já estão abordando questões relacionadas à espiritualidade e religiosidade no cuidado e tratamento dos pacientes, além de já estarem produzindo pesquisas na área. Contudo, percebe-se a necessidade de uma maior reflexão e fortalecimento dos profissionais da área de saúde em torno do assunto. Dessa forma, podemos olhar o sujeito de forma integral. Samanta Vitt - Professora do Curso de Terapia Ocupacional
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Má utilização de contêineres é alvo de estudo
lixo
Em Santa Maria
o uso de contêineres para depositar o lixo foi aplicado em Novembro de 2008. Esse modelo de coleta do lixo tem como um dos seus objetivos manter os resíduos vedados garantindo a higiene e limpeza aos arredores dos contêineres.
Resultados O trabalho demonstrou que o gerenciamento de resíduos domésticos e comerciais da área de estudo tem se mostrado eficiente. “Apesar de atos de vandalismo, e de ocorrer depósito de outros tipos de resíduos, os contêineres, quando usados corretamente, mantêm os resíduos no interior, evitando assim o espalhamento do lixo na rua”, ressalta a autora do trabalho, formada em Engenharia Ambiental pela Unifra, Letícia Grutka. Em alguns pontos da cidade, a instalação de contêineres maiores resolveria o problema de superlotação. A autora aponta ainda a coleta seletiva como uma alternativa para o problema com o lixo. “É de extrema importância a coleta seletiva para um bom gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, pois diminui a quantidade de lixo dispostos nos contêineres e é feita a reciclagem dos materiais”, destaca Letícia. Foi verificado que existe uma falta de conscientização e educação ambiental por parte da população, pois, em muitos contêineres, há resíduos no lado de fora, e muitas vezes esses não estão lotados. Isso ocorre pela própria ação da população ou dos catadores. A professora orientadora do trabalho, Juliane dos Santos Pinto, destaca que um simples folder com informações do que pode ser depositado no contêiner já ajudaria a informar a população. “Muitas pessoas não sabem que não podem ser colocados resíduos como materiais de construção, restos de móveis velhos entre outros”, enfatiza Juliane.
Sugestões apresentadas pelo estudo Demarcação do local do contêiner, através de pintura na rua, pois assim evitaria problemas de carros muito próximos do local de coleta pelo caminhão. Colocação de mais de um contêiner em pontos críticos da cidade. Programa de educação ambiental que informe a população, quais tipos de resíduos
Aluna
destaca a má utilização dos contêineres como principal problema no gerenciamento do lixo em Santa Maria.
Jornal da Unifra | nº 47 | Ano 11
O
s famosos contêineres verdes da cidade chamam atenção por seus adereços. No local onde deveria ser depositado lixo doméstico, serve muitas vezes, como depósito de ferro, móveis, poda de árvores, entre outros. Esse problema foi estudado em um trabalho final de graduação do Curso de Engenharia Ambiental da Unifra. Realizado no segundo semestre de 2010, a proposta foi verificar os pontos críticos e sugerir melhorias no acondicionamento e gerenciamento do lixo na região central da cidade. Foi escolhida uma área que abrange vários tipos de estabelecimentos como comércio, hospital, colégios, cursinhos, faculdades, restaurantes e residências. Nesses locais foram detectados problemas como vandalismo, depósito de materiais indevidos, superlotação e resíduos deixados do lado de fora do contêiner. Além dessa análise, foram verificados os contêineres que estavam perto de garagens e esquinas, que pudessem prejudicar o trânsito da cidade e os que estivessem próximos de árvores, que poderiam atrapalhar a coleta pelo caminhão da empresa.
fotos: divulgação
Rômulo D´Ávila
@carolcechin
podem ser depositados nos contêineres. 11
intercâmbio
O império vermelho em verde e amarelo Depoimento divulgação
Eu fui para Beijing – China, para estudar o idioma mais antigo ainda usado no mundo. Estudei mandarim e após o término do Robson Machczew, 29 anos, estudante de curso, viajei para o interior da Sistemas de Informação da Unifra, 3° semestre, China, para conhecer a cultura do permaneceu dois meses na China e afirma: povo chinês, vivenciar a vida, os depois de formado, eu voltarei pra lá! costumes, as crenças, a culinária, seus hábitos diários e descobrir o verdadeiro país China, o qual contraria o que os A: 你好吗?nǐ hǎo ir para a China, jornais e as grandes Como você está? pois achava que fosse um país cidades mostram para B: 很好,谢谢!hĕn hǎo, xièxie completamente diferente de nós, mas os estrangeiros. Fui Estou muito bem, obrigado! estando lá, percebi que há muitas colocar em prática A: 不客气。bù kè qì semelhanças e, diversos hábitos iguais meu conhecimento no De nada. aos nossos.” idioma. Meu inglês estava ruim, portanto me comunicava somente em chinês, o qual me possibilitou a aprender
“Eu decidi
um pouco de diversos dialetos e também de cantonês, idioma falado numa grande parte do país. Como na China o meio de transporte mais comum é o trem, tanto nos grandes centros, quanto para viagens interestaduais, pude ir a muitos lugares grandiosos e maravilhosos para a manutenção da cultura chinesa. Além disso, me proporcionou visitar províncias da Mongólia e da Rússia, as quais fazem fronteira com a China. A única dificuldade que enfrentei foi com a culinária chinesa, pois a maioria dos pratos agrega muita pimenta ou ingredientes de origem desconhecida. Mas, também há pratos semelhantes aos nossos, os quais são muitos gostosos. Todavia, na China há muitos Mcdonalds, KFC e SevenEleven (mercado 24h).
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Neste ano, um grupo de estudantes de graduação da Unifra foi a Sidney, Austrália, estudar e desfrutar do estilo de vida na “Terra dos Cangurus”. O grupo frequentou pontos turísticos mundialmente conhecidos, como a Sydney Opera House e a Sydney Harbour Bridge, além de museus, igrejas, bares, shopping centers, zoológicos e praias locais. Na escola, Global Village English Centres, houve a interação efetiva entre os alunos brasileiros e seus colegas japoneses, coreanos, húngaros, tchecoslováquios, colombianos, franceses, suíços, entre outras nacionalidades. Assim, a missão de aproximar a língua inglesa de nosso cotidiano, visando ao aperfeiçoamento cultural e humanitário dos estudantes foi cumprida.
A professora de Inglês Gabriela Marzari defende a necessidade do intercâmbio para formação dos estudantes na negociação do saber, a exemplo do que acontece anualmente com alunos e professores da Unifra. “Seja o intercâmbio, cultural, linguístico ou acadêmico os estudantes sabem que experiências distintas agregam valor pessoal na perspectiva da qualificação profissional. O contanto com novas pessoas, culturas e concepções ampliam nossa capacidade de percepção acerca da realidade, de ideais e meios de alcançá-los”. Fonte: Assessoria de Relações Interinstitucionais Contato: arai@unifra.br
divulgação
Made in Austrália
Estação Central de Sidney. Trens de dois andares chamaram a atenção do grupo.
Segundo Stallivieri (2004,
p. 16), “a globalização da cultura, da ciência, das tecnologias exige de nossos estudantes universitários um nível de competência e de formação muito mais sólido e competitivo”.
aprimoramento
Conheça o Curso de Física Médica
os acadêmicos realizam estágio curricular e extracurricular em hospitais e clínicas em todo o país.
divulgação
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XI Jornada Internacional de Enfermagem A XI Jornada Internacional de Enfermagem tem como tema este ano “Formação profissional do enfermeiro: repensando saberes e inovando práticas”. O evento acontece entre os dias 31 de maio e 2 de junho. Podem participar discentes, docentes e profissionais da enfermagem e demais áreas da saúde. Inscrições: www.unifra.br Envio de trabalhos: até 01 de maio No evento: até 30 de maio ou enquanto houver vagas
5º Workshop em Nanociências A Unifra promove, no mês de maio, o 5º Workshop em Nanociências. O encontro busca proporcionar ao público um ambiente de troca de experiência e discussões entre pesquisadores e profissionais da área. O evento acontece nos dias 19 e 20 de maio, no Salão de Atos do Conjunto III. Datas importantes Período de inscrição no evento: 03 de março a 06 de maio de 2011 Período de envio dos trabalhos: 03 de março a 25 de abril de 2011 Divulgação dos trabalhos aceitos: 10 de maio de 2011.
s bacharéis em física médica possuem formação básica da área de saúde, onde trabalham com conceitos e técnicas de Física aplicadas à Biologia e à Medicina, podendo atuar em hospitais, universidades, clínicas ou empresas. A Unifra possui Laboratórios de Controle de Qualidade em Radiodiagnóstico e Dosimetria. As aulas práticas em Medicina Nuclear e Radioterapia são realizadas em locais apropriados e credenciados. Na instituição, os acadêmicos realizam estágio curricular e extracurricular em hospitais e clínicas.
O mercado de trabalho para este profissional se concentra, cada dia mais, em áreas que envolvam radiação ionizante, não ionizante e campos eletromagnéticos, principalmente no Radiodiagnóstico, Medicina Nuclear e Radioterapia. “O curso já possui 10 anos de atividades na Unifra, formando 12 turmas. Além da atuação prática na aferição de serviços de Radiologia Médica e Odontológica, assim como em estéticas, os alunos se dedicam à pesquisa na área de dosimetria e nanotecnologia”, explica o coordenador do curso, Antonio Vicente Lima Porto.
Unifra promove 1° Salão de Iniciação Científica A Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão (PRPGPE) da Unifra promove, nos dias 26 e 27 de abril, o 1º Salão de Iniciação Científica. O evento busca divulgar e qualificar os projetos de pesquisa e de extensão desenvolvidos nos programas de complementação acadêmica. Todos os bolsistas (PROBIC/ PROBEX, Fapergs, PIBID/ CAPES e CNPq, e seus respectivos orientadores) estão automaticamente inscritos no SIC. As apresentações serão feitas de forma oral para uma banca de avaliação. A comunidade acadêmica está convidada a prestigiar. O objetivo do evento é estimular e integrar acadêmicos e docentes para a iniciação científica, a qual é essencial para o desenvolvimento
da pesquisa e extensão na Instituição, bem como para a qualificação dos alunos que buscam seguir a carreira acadêmica por meio de cursos de pós-graduação. “Este será um momento em que os bolsistas de iniciação científica compartilharão com a comunidade acadêmica os resultados dos trabalhos produzidos em nível de pesquisa ou extensão durante o ano de 2010, financiados pela Unifra ou por agências de fomento”, enfatiza a Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Solange Binotto Fagan. O participante que assistir à palestra de abertura e, no mínimo, duas apresentações de trabalhos, terá direito a atestado de, no mínimo, 10 horas.
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Na instituição
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Unifra
Parabéns pelos seus 56 anos
F
oi em 27 de abril de 1955 que as atividades oficiais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição (FIC) se iniciaram. Em paralelo, funcionava, de forma culminante, a Faculdade de Enfermagem da Escola de
Enfermagem Nossa Senhora Medianeira (Facem). Somente em 1995, a fusão de ambas consolidou a Faculdade Franciscana (Fafra), dando início ao Centro Universitário Franciscano (Unifra). Hoje essa história de sucesso rendeu à Unifra a condição de
maior instituição privada de Santa Maria. São 32 cursos de graduação, 21 especializações, dois mestrados, onze cursos de extensão e um técnico. Sete mil alunos e 700 colaboradores, entre professores e funcionários. Para contar um pouco dessa história, selecionamos
cinco personagens com mais de 20 anos de casa que despertam seu olhar para as lembranças de um passado de trabalho e êxito, em que a ajuda delas foi fundamental para fazer da Unifra uma instituição referência na qualidade de ensino superior.
Durante
esses 20 anos de Instituição, minha vida profissional e pessoal se mistura. Lembro que identificava os alunos pelo nome, conhecia a família, eram menos de 500 estudantes. Hoje são 7000. Aqui fiz amizades e continuo fazendo. Fui madrinha de casamento da Eliane, graças à proximidade que a Unifra nos proporcionou. Tenho uma lembrança saudável da irmã Iraní em sala de aula, sempre muito paciente com os alunos. Sandra Rios Pouey - Derca
A portaria se tornou a extensão do lar.
Vi muitos alunos passarem por aqui, em 20 anos. Hoje observo esses jovens como homens bem colocados no mercado de trabalho. É legal, às vezes eles passam por aqui, cumprimentam e deixam um sorriso. Na recepção, não tinha elevador, as paredes traziam desenhos e não tinha esse lustre lindo na entrada da Instituição. A Unifra agora está “chique”. Valkiria Santos de Oliveira – Recepção
Comecei
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Recordo do baile de 40 anos da FIC. Eu
trabalhava na FACEM até então, daí conheci a Sandra, minha colega há 16 anos no Derca. Ela se tornou minha irmã. Isso ocorreu em 1995. Meu local preferido na Unifra é aqui, no Cristo, onde antigamente tinha uma escadaria linda até a imagem. Refleti sobre a vida diversas vezes aqui, deu certo! Ela está cada vez melhor. Márcia de Vargas Lauda – Derca
Lembro que a residência das irmãs era
onde é hoje o pátio do Sant´Anna. A biblioteca era utilizada pelo Colégio e pela FIC, em 1995, quando houve a fusão da FIC/FACEM, tornandose Faculdades Franciscanas. Me formei em 1988, em pedagogia. Aqui na Unifra já atuei como professora, trabalhei na biblioteca, fiz inscrição do vestibular e agora atendo diretamente ao aluno na Coordenadoria de Atenção ao Estudante (Cores). Eliane Soares Rodrigues - Cores
fotos: Carlos Spall
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a trabalhar na Unifra, na biblioteca, período curto no xerox, chegando à secretaria do gabinete onde atuo. Fiz muitos laços de amizades. Lembro da proximidade familiar da irmã Anisia Schineider. Ela chamava minha vó de “mãe preta”, gesto tão carinhoso. Também lembro do recreio aqui, minha filha, Janaína, sorria correndo pelo pátio, na pré-escola, onde é hoje o Prédio 4. Marta Maria Benites Neves - Reitoria
experiência
Estágio: chave para o mercado de trabalho
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futuro profissional pode ser definido, muitas vezes, na trajetória durante a faculdade. As oportunidades de estágio são muitas. A seriedade e ética profissional são apontadas como um dos principais valores para construir uma carreira bemsucedida. O mercado de trabalho é cada dia mais disputado. Por isso, é fundamental que os jovens mantenham o foco na qualificação profissional. O estágio é um excelente espaço para que os estudantes adquiram conhecimento e experiência. O bom relacionamento com as pessoas e a qualificação profissional através de cursos, pós-graduação, MBA, ou outros, são alguns pontos destacados por Zaloar Cunha de Moraes, contato empresarial do Centro de Integração Empresa Escola, Ciee. “Não basta ter apenas o diploma, tem que aliar teoria à prática para ter um currículo mais
Pra mim,
como acadêmico, o estágio é fundamental no aprendizado. O profissional tem de estar preparado para enfrentar os desafios da carreira e assimilar tudo aquilo que aprendeu na teoria. Sabemos que, pedagogicamente, o aprendizado é muito mais eficaz quando é adquirido por meio da experiência. O que fazemos diariamente e com frequência é absorvido com muito mais eficiência. Por isso, o estágio é tão importante.
aprimorado”, enfatiza. Para alcançar um futuro profissional promissor, é preciso planejar durante a graduação. “Nossas palestras procuram apresentar o planejamento de carreira em 4 fases: autoconhecimento; valores e princípios; metas e objetivos e, por último, as ações a serem executadas”, destaca Moraes. Na Unifra, os estudantes que desejam fazer estágio extracurricular têm a oportunidade de intermediar essas atividades através do Setor de Estágios Não Obrigatórios ligado à Pró-reitoria de Graduação (Prograd). O departamento é responsável pela avaliação criteriosa dos pedidos de estágio. “A Prograd tem como objetivo principal fortalecer esta oportunidade de exercício profissional em meio à formação acadêmica”, destaca a coordenadora do setor, Ail Conceição Meireles Ortiz.
Tobias Fehn Bordin, 5°semestre, Engenharia Ambiental
O estágio é de grande
importância para a inclusão no mercado de trabalho. Se você não tiver contato, dificilmente uma empresa irá te selecionar para uma oportunidade. No curso de jornalismo não temos estágio obrigatório, mas os laboratórios dentro do curso são importantes para ter esse contato com a profissão.
Alice Bollick 6º semestre, jornalismo
Rosa Mariza Goulart procurou o CIM para, através de um acordo amigável, resolver um problema que extrapolou as reuniões de condomínio.
Seja para resolver um problema de família, agilizar uma separação litigiosa ou abrandar uma discussão de vizinhos, o diálogo é sempre a melhor solução. Mas, quando não há conversa entre os envolvidos, entra em cena o trabalho realizado no Centro Interdisciplinar de Mediação. Projeto desenvolvido por acadêmicos dos Cursos de Direito, Psicologia e Serviço Social da Unifra, o CIM atende à população de forma gratuita, diante do crivo do Direito, mas sem a burocracia do judiciário. “Proporcionamos aos envolvidos um ambiente qualificado para
mediação de conflitos duma forma pacífica, em que, na maioria, das vezes conseguimos resultados positivos de consenso entre as partes”, qualifica o professor de direito, Paulo Ferrony. Além de ser um rápido processo resolutivo de problemas, no CIM, não somente os envolvidos diretamente saem satisfeitos. “Aprendi a lidar com conflitos duma forma imparcial, me desprendi de preconceitos, hoje escuto mais as pessoas, melhorei minha capacidade de comunicação, argumentação e me sinto mais bem preparado
para meu futuro profissional”, comenta o estudante Marcelo Vianna, que cursa o 9° semestre de direito e trabalhou dois anos no projeto. O CIM é integrado por uma comissão de advogados, representantes da OAB de Santa Maria, os quais encaminham seus clientes visando resolver de forma rápida e pacífica, as situações de conflitos do dia a dia. Os atendimentos são realizados para toda população, gratuitamente, no Prédio 8 da Unifra, localizado na esquina da Avenida Rio Branco com Silva Jardim.
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Carlos Spall
Comunicação a serviço do direito
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Acervo particular ganha visibilidade
N
Obras ficam expostas na Sala Angelita Stefani até dia 6 de maio
esta exposição, reúnem-se pinturas, desenhos, gravuras e esculturas de diversos momentos da arte rio-grandense que pautam o acervo de Marco Aurélio Biermann Pinto. Movido por um desejo de vivenciar a arte, ao longo de anos de pesquisa e reflexões, Marco Aurélio construiu uma coleção relacionada a diferentes temas e técnicas que corporificam um pouco da arte rio-grandense do fim do século XIX até a atualidade.
Apresentar este acervo consiste em um grande desafio, pois é invadir um pouco da vida privada de seu proprietário, o seu dia a dia. Percebe-se que a construção desse cotidiano ocorre sob a intervenção dos objetos de design que estão aportados em cada canto de sua casa, bem como da arte que faz parte de seu lugar. As obras convivem umas com as outras em aparente invasão de espaço real e, desse modo, inventam e reinventam múltiplas possibilidades de experimentação e significação espacial.
De fato, constituem-se em pura sensação, ou seja, personificação das manifestações de criação, sintetizadas à sua realidade material. Marco Aurélio disponibiliza o seu acervo de maneira generosa e arrisco dizer, que pelo voyeurismo de cada um de nós, há quase um confisco de bem tão precioso. São diferentes técnicas e manifestações, contidas num amplo leque pictórico e escultórico. Ele amplia as investigações a respeito de experiências e apreciação em arte.
Com um conjunto assim, a exposição permite que alunos, professores e a comunidade interessada em arte tenham uma vivência mais estreita com a linguagem desse campo. Este evento contribui com alguns aspectos essenciais à compreensão da arte como elemento espiritual e humanizador do espaço de convivências, capaz de possibilitar ascensão do sentimento criador de cada um. Salette Marchi, professora do Curso de Design
Vagner Dotto Giz pastel seco, 1989
Alphonsus Benetti
Óleo sobre tela, 2005
Exposições 2011posições Sala Angelita Stefani – IMAS Conjunto III Unifra | Silva Jardim 1175 | Prédio 14 06/04 a 06/05 – Acervo da Coleção de Marco Aurélio Biermman Pinto 02 a 10/06 – IX Fórum de Arquitetura e Urbanismo 14 a 30/06 – 9º Fórum de Comunicação Social da Unifra 01 a 12/08 – Curso de Turismo 15 a 30/08 – 13ª Semana do Design 03 a 16/09 – XI Seminário Internacional em Letras 22/09 a 07/10 – Cerâmica 03 a 23/11 – Pesquisa em Artesanato da Região de Santa Maria
Luiz Vencato Junior
arte