“Um olhar para o futuro” Unimed Uberlândia reúne palestrantes e cooperados para refletir sobre transformações sociais, influências tecnológicas e o futuro da saúde pág. 10 RICARDO GUIMARÃES /Consultor e fundador da Thymus Branding
Entrevista
PETER KRONSTRØM /Especialista em Estudos Futuros
pág. 06
SAIBA QUEM FOI O MÉDICO COOPERADO NÚMERO 1 DA UNIMED UBERLÂNDIA
Artigo
pág. 20
P O R Q U E C O N S U LT A M O S D O J E I T O Q U E C O N S U LT A M O S ?
unimeduberlandia.coop.br
CUIDAR DO FUTURO É CUIDAR DE VOCÊ. A Unimed Uberlândia sabe que estar sempre à frente é importante. Para garantir um crescimento sustentável, aprimoramos nosso modelo de gestão nos últimos anos. Pensando na qualidade de vida dos clientes e na evolução da nossa cooperativa, investimos também no cuidado à saúde, com foco em prevenção e reabilitação: um modelo de atendimento que já é consolidado em todo o mundo. Esses são alguns dos motivos que fazem desta cooperativa a segunda maior Unimed de Minas Gerais. Entender o futuro da saúde permite que ela continue evoluindo, acompanhando as demandas do mercado e com qualidade de vida para os clientes. Olhar para o futuro é proteger a nossa Unimed.
////// ÍNDICE
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PALAVRA DO PRESIDENTE Convite para um olhar para o futuro
06
10
16 20
ENTREVISTA
Reny Curi, o número 1 da Unimed Uberlândia
CAPA
A saúde no futuro é tema em evento da Unimed Uberlândia
ESTUDOS FUTUROS Analista fala da influência da tecnologia na Saúde
ARTIGO A consulta médica do jeito que ela é
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PLANEJAMENTO Unimed Uberlândia se prepara para acompanhar a evolução dos serviços
////// E X P E D I E N T E CONSELHO ADMINISTRATIVO UNIMED UBERLÂNDIA GESTÃO 2016/2019 Dr. Sávio de Moraes - Diretor Presidente Dr. Luiz de Freitas Costa Neto - Diretor Vice-Presidente Dr. Narciso Volpe Júnior - Diretor Administrativo Dr. Paulo Gustavo Pimenta - Diretor Financeiro Dr. Edelweiss Teixeira Júnior - Diretor Comercial CONSELHO CONSULTIVO Dr. Adael Sansoni Soares Dr. Alberto Batista de Faria Dr. João Lucas O’Connel Dr. Marcelo Sinicio Peixoto Dr. Melicégenes Ribeiro Ambrósio Dra. Suzete Rodrigues Gomes Dr. Vivaldo Sebastião Amorim Barbosa CONSELHO FISCAL CONSELHEIROS EFETIVOS Dr. Cláudio Ceccon Dra. Eliane de Cássia Faria Espíndola Dr. Flávio Malagoni Buiati CONSELHEIROS SUPLENTES Dr. João Batista Alexandre Ferreira Dr. Luiz Antônio de Oliveira Dr. Marcio Antônio Dumont CONSELHO EDITORIAL Dr. Sávio de Moraes Dr. Edelweiss Teixeira Júnior Dr. Luciano Silva Dr. Eduardo Braga Kellem Ramos Alan Barbosa Ana Claudia Frontarolli Mariana Santos Matheus Danilo Rodrigues Gustavo Lazzarini Evaldo Pighini Rogério Fonseca Gustavo Patrício Fonseca JORNALISTA RESPONSÁVEL Gustavo Lazzarini – MTB MG 05407JP REPORTAGEM Walace Torres - MG 06343 JP EDIÇÃO Evaldo Pighini - MG 06320 JP REVISÃO Graciana Oliveira
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
Kombina: projeto Saúde Sobre Rodas incentiva vida saudável
REVISÃO FINAL Janice Marques FOTOS Mauro Marques DIAGRAMAÇÃO Yellow Monkey
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ADMINISTRAÇÃO Especialista orienta sobre Finanças Médicas
AMBIENTE DE TRABALHO Cooperativa leva saúde ocupacional para dentro das empresas
IMPRESSÃO Gráfica Côrtes FALE CONOSCO Relacionamento com o cooperado (34) 3239 6916 | 3239 6966 ANUNCIE (34) 3210 9474 Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Esta é uma publicação bimestral da Unimed Uberlândia com distribuição gratuita e dirigida.
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Um olhar para o futuro Colegas cooperadas e cooperados
"DIANTE DAS TRANSFORMAÇÕES QUE NOS SÃO APRESEN-
TADAS ATUALMENTE, CONVIDAMOS A TODOS PARA O EXERCÍCIO DE VISLUMBRAR O FUTURO PRÓXIMO E NELE IMAGINAR: NOSSA VIDA E PROFISSÃO, NOSSAS CLÍNICAS E HOSPITAIS E NOSSA COOPERATIVA. ESSE OLHAR ADIANTE PODE TER IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL, POIS, MUITAS VEZES, CONCENTRAMO-NOS E NOS PREOCUPAMOS TANTO COM O PRESENTE NA “RODA VIVA”, QUE NOS TOMA DE ASSALTO, QUE NÃO ANALISAMOS ADEQUADAMENTE OS CAMINHOS TOMADOS E AONDE DE FATO VAMOS CHEGAR."
Dr. Sávio de Moraes PRESIDENTE UNIMED
UBERLÃNDIA
Reconhecemos a importância de vivermos o pre-
pidas. Mudanças que se processavam no período de duas ou três
sente, aproveitar e desfrutar cada momento, mas, se não
gerações, hoje, ocorrem numa mesma geração O impacto deste
tivermos um olhar voltado para o futuro, atentos às nossas
período nas pessoas e instituições é enorme e, muitas vezes, ines-
escolhas presentes, poderemos não chegar aonde de fato
perado. Profissões consagradas desaparecem, outras surgem. Ins-
planejávamos. Planejar é isso, olhar para o futuro, imaginar-
tituições e empresas consideradas sólidas estão sendo forçadas
mo-nos nele para que saibamos quais as escolhas presentes
a mudanças em seus paradigmas para sobreviverem, outras, por
nos levarão até lá.
não conseguirem acompanhar o “novo tempo”, estão simples-
Há um trecho no clássico “As aventuras de Alice no
mente desaparecendo ou ocupando posições secundárias num
País das Maravilhas” (Lewis Caroll*, 1865), no qual Alice está
cenário em que eram líderes, por exemplo, Kodak, Mesbla, Ma-
caminhando pela floresta e chega a uma encruzilhada, onde
ppin, Xerox, Nokia, Atari, BlackBerry, Vasp etc.
inúmeros caminhos apresentam-se. Eis que, sob uma árvore,
surge um gato, debochado, irônico e misterioso, e, logo, os
zer essa reflexão. Atentos às atuais transformações, entendemos
dois iniciam um diálogo. Neste diálogo, Alice mostra-se inde-
o quanto é crucial, nesse momento, avaliarmos bem os aconte-
cisa quanto ao caminho a seguir, sem saber aonde queria che-
cimentos, analisando os caminhos que tomam nossa profissão
gar. O gato, taxativo, diz a ela: “Se você não sabe aonde quer
e instituições, mas mantendo um olhar no futuro que se aproxi-
chegar, então não importa o caminho, qualquer um serve...”.
ma para que possamos fazer as melhores escolhas profissionais
Assim é conosco, qualquer caminho serve, se não
e para a nossa cooperativa. Mais que nos acomodarmos com as
soubermos aonde queremos chegar. Precisamos entender
mudanças que se apresentam, queremos construir nosso futuro e,
que nossas escolhas de agora definem em grande parte aon-
para isso, contamos com a ação e esforço de todos os cooperados.
de vamos chegar, qual futuro teremos.
O mundo passa por transformações intensas e rá-
É nesse sentido que convidamos todos os colegas a fa-
Saudações cooperativistas.
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m e m ó r i a s : Reny Curi / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Reny Curi E N T R E V I S TA
FOI O PRIMEIRO A APOSTAR NO FUTURO DA UNIME D
O slogan “UM OLHAR PARA O FUTURO” foi criado recentemente
e adotado pela Unimed Uberlândia para nortear campanhas e ações junto aos seus cooperados. Coincidência ou não, esse slogan tem tudo a ver com a história da cooperativa que, ao longo dos seus 46 anos de existência, teve a participação de líderes visionários. Homens que igualmente focaram o futuro na tomada de suas decisões e que muito contribuíram para erguer e transformar a Unimed Uberlândia na cooperativa médica de hoje, uma das mais sólidas e conceituadas do país. Entre esses visionários está o médico Reny Curi, o cotista número 1 da cooperativa uberlandense, o primeiro a assinar o livro de fundação e, portanto, considerado o sócio-fundador. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
EM ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNALISTA CELSO
hoje a Unimed Uberlândia é considerada referência
“Uberlândia de Ontem e Sempre”, transcrita e editada pela Revista Unimed, Curi
nacional, ocupando a segunda posição no ranking das
conta como tudo começou e dos benefícios de ser um co-
clientes, devidamente assistidos por mais de 1.000
operado. De antes da fundação da Unimed em Uberlândia,
médicos cooperados, e uma vasta rede de profis-
ele relembra das dificuldades até então enfrentadas pelos
sionais especializados e serviços, constituída de 16
médicos para sobreviverem da profissão, da exploração
hospitais, 12 laboratórios, 122 serviços credenciados,
de clínicas particulares, e também do receio de colegas
UTIs móveis e transporte aeromédico. Estrutura que
quando à proposta de filiação à cooperativa que lhes foi
garante aos cidadãos de Uberlândia e região uma assis-
apresentada. De acordo com o número 1 da Unimed Uber-
tência médico-hospitalar que está entre as mais com-
lândia, ele travou sozinho uma luta para tentar convencer
pletas e qualificadas do país.
outros médicos a entrarem para a cooperativa, mas, ao fi-
nal, tudo deu certo. Vale lembrar que o médico José Alves
confiança do visionário Reny Curi abriga atualmente 299
Ribeiro foi o primeiro presidente da Unimed Uberlândia.
cooperativas espalhadas por todo o território nacional e
que, juntas, atendem a quase 18,5 milhões brasileiros.
MACHADO, para o programa
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Assim, graças à iniciativa do doutor Reny Curi,
Unimeds de Minas Gerais. Conta com quase 203 mil
Além disso, a marca que em 1971 mereceu a
A Unimed é apontada pelos consumidores como a marca nacional de plano de saúde de maior confiança e, por 24 anos consecutivos, no Top of Mind, conforme pesquisa do Instituto Datafolha.
Diante disso, com a palavra o cooperado número 1 da Unimed Uberlândia... 07
DOUTOR RENY, PRA COMEÇAR, O SENHOR LEMBRA COMO ERA O TRABALHO MÉDICO EM UBERLÂNDIA, ANTES DA CHEGADA DA UNIMED? Antes de 1971, aqui em Uberlândia, não havia bom senso em relação às clínicas que exploravam a saúde. A maior parte delas era particular. Cobravam muito e repassavam pouco aos médicos, a classe era explorada. Isso criou animosidade dos médicos
Eu participei da reunião, debati e fundei, assinei o livro, e adquiri a primeira cota, a número 1.
a qualquer coisa referente a clínicas. Havia um instituto que dava assistência, mas depois fechou. Então, não ha-
das clínicas. Os médicos tinham a base deles, que era o
via uma assistência médica nos hospitais, dos médicos aos
seguinte: ‘o que ganhava, metade era deles e metade dis-
doentes segurados. Assim, os médicos se adaptaram para
tribuía pelo número de consultas. Era uma exploração’.
instalar clínicas particulares, cada um com espírito próprio. NO CASO DO SENHOR, COMO ERA ATÉ A FUNDAÇÃO COMO A UNIMED SE ENCAIXA NESSA HISTÓRIA?
DA UNIMED? Eu lembro, quando eu mudei para Uberlân-
Quando apareceu a proposta de fundar a Unimed, eu pen-
dia, em 59, logo fundamos o Hospital Santa Terezinha. Na-
sei: ‘Tem muita clínica particular aproveitando dos médi-
quela época tinha a Santa Casa. Eu atendia na Santa Casa,
cos’. Nós (médicos presentes) debatemos isso em reunião
tantas consultas por semana, de graça, a maior parte dos
e eles não queriam, não porque eram contra, era porque já
médicos fazia isso. E, aos sábados, nós trabalhávamos lá
tinham sofrido muito com esse tipo de atendimento (in-
atendendo as cirurgias que eram de não pagantes. Todo
termediado por terceiros). Veio uma comissão da Unimed
sábado pela manhã eu estava lá ajudando, inclusive, tra-
do Brasil para fazer o estudo, para fundar na região as Uni-
balhei muito com o doutor Arnaldo. Aquilo era uma coisa
meds. A reunião foi na Sociedade Médica, na presença de
santa, atender os pobres lá. E todos os médicos tinham
uns 30 médicos, quanto muito, porque também, em 1971,
esse espírito de atender de graça quem precisava.
o número de habitantes na cidade era pouco. Foram debatendo, debatendo, ninguém queria. O único favorável fui eu.
E DEPOIS, COMO FOI O COMEÇO COM A UNIMED? Então, depois que fundei a Unimed, me dediquei lá e ao
ÚNICO FAVORÁVEL, COMO ASSIM? Havia um livro para
Hospital Santa Terezinha. A Unimed estava lá, mas infe-
entrar, para ser o médico fundador, para os cooperados
lizmente, no início, não estava progredindo. Não por de-
comprarem uma ação. Ninguém quis. O único voto favo-
ficiência dos diretores, mas funcionava com um tipo de
rável foi o meu. Eu tinha debatido tudo sobre as clínicas
contrato bom para a Unimed, mas não para o segurado.
particulares, que a gente ia ter um negócio nosso e tudo,
Por exemplo, você vai a uma firma, tem cinquenta empre-
mas não adiantou. Eu pensei: ‘Nós precisamos de um elo
gados, para pagar o preço normal de consulta, ninguém
do médico para o doente’. Tinha a Sociedade Médica, mas
faz. E eles não sabiam como fazer. Então, o movimento
só dos médicos. E eu idealizei: ‘Vamos fazer isso e isso’. E
estava pouco, com pouco número de conveniados, isso foi
aí veio a ideia de fundar. Eu participei da reunião, debati e
desde quando fundou (em 71) até 77. Nesse ano, eu resolvi
fundei, assinei o livro, e adquiri a primeira cota, a número 1.
trabalhar um pouco na Unimed. Fomos eu, Antenor Vieira, Elias Izeth, Valter Manhães e o Melicégenes, parece que
E OS OUTROS MÉDICOS? Depois que eu assinei e debati,
eram cinco ou seis médicos. No nosso Departamento Jurí-
houve a adesão de mais médicos e deu para fundar, em 71.
dico, era o Wilson Ribeiro. Resolvemos concorrer à eleição (nova diretoria) e ganhamos.
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AO QUE O SENHOR CREDITA ESSE RECEIO INICIAL DE
E O QUE MUDOU? QUAIS FORAM AS PRIMEIRAS
COLEGAS PARA COM A UNIMED? Nós não tínhamos ex-
AÇÕES DESSA NOVA DIRETORIA? Não tinha dinhei-
periência dessas cooperativas médicas, só do atendimento
ro, o que estava entrando praticamente não dava para a
despesa. O que ajudava era que usávamos a Sociedade
DOUTOR RENY, COMO É A SENSAÇÃO DE TER EN-
Médica, que nos cedeu o local para trabalharmos. Aí reu-
TRADO PARA A HISTÓRIA DA UNIMED COMO O MÉ-
nimos, fomos ver uns tipos de convênios. E concordamos
DICO NÚMERO 1 DA COOPERATIVA EM UBERLÂN-
que o tipo de convênio oferecido ninguém ia fazer. Você
DIA? É simples. A sensação de missão cumprida e de
vai assinar um convênio para pagar um preço normal de
estar trazendo benefícios para a cidade. Eu acho que a
consulta? Nós também não tínhamos experiência, preci-
Unimed hoje é um expoente de atendimento médico. Se
sava de quem tivesse experiência. Em Belo Horizonte, já
o povo soubesse, faria mais convênios lá (Unimed). Esses
tinha Unimed lá há mais tempo e eu fiquei sabendo que
convênios globais, de assistência tal e tal, deveriam ser
um médico de Araguari (não lembrou o nome) tinha ido
mais executados, principalmente, para quem tem condi-
para a diretoria de lá. E eu o conhecia, era meu amigo, te-
ção, paga tanto por mês e tem uma assistência total. Você
lefonei e falei com ele, que disse: ‘Vem cá!’ E eu fui, fiquei
hoje pode ter muito dinheiro, amanhã pode não ter. E um
dois dias em Belo Horizonte estudando o convênio global,
tratamento é caro.
esse que impera hoje. Ele mostrou, me explicou tudo, me deu todos os tipos de contratos. Então voltei, entreguei
O SENHOR FALOU EM CONVENIADOS, MAS E O MÉ-
para a Elza, secretária no nosso mandato, expliquei para
DICO COOPERADO? Então, o médico, hoje, forma e fica
ela. Ela tinha feito um estágio no Instituto e eu era da pe-
‘desarvorado’, ele precisa ganhar. A Unimed é que salva
rícia, coordenador, e conhecia o trabalho dela, administra-
ele, fica sócio da Unimed, cooperado, compra uma cota e
tivo, tudo. Então, quando voltei de Belo Horizonte, dei a
vai trabalhar. Em pouco tempo ele já é conhecido e tem
programação toda para ela, os tipos de contratos para ela
uma clínica boa. E muitos fizeram e continuaram, outros
estudar, ela estudou e ela é que fazia os nossos contratos.
desvirtuaram, na hora em que atingiam a clínica grande, paravam de trabalhar para a Unimed. Acho que isso é a
E DEU CERTO? O primeiro contrato que nós fizemos, de
pior coisa que ele poderia fazer. O médico poderia traba-
Medicina Global, foi com o 36º Batalhão. Lá já tinha um
lhar para a Unimed e particular, um horário para a Unimed
número grande (de conveniados). Aí foi crescendo, au-
e um horário particular e pronto. Não deveria se descre-
mentando, aumentando, mas dentro desse padrão. Tudo
denciar. Muitos não atendem nada pela Unimed e eles
baseado na Medicina Global. Você não pode cobrar do
começaram o nome, a projeção com a Unimed, comercial-
associado, se ele usar dez vezes, você vai cobrar as dez
mente. Então, cada um pensa de um jeito.
vezes no preço de uma consulta normal? Ninguém quer. Então fazia o seguinte: ele pagava um tanto por mês e o
AFINAL, MESMO SENDO MÉDICO, O SENHOR TEM
médico atendia. Nós estabelecemos um preço X, não era o
CONVÊNIO DA UNIMED? Eu tenho. Às vezes, você pas-
preço normal dele, mas a quantidade compensava o lucro
sa um, dois anos e não usa, mas, quando precisa, como no
de atendimento. E foi laboratório, raio X...
meu tratamento oncológico, eu fiz 33 radioterapias, umas 50 quimioterapias, com intervalos. E é caro. A Unimed co-
E OS MÉDICOS? Ninguém queria fazer convênio com a
briu tudo. Nunca tive nenhum problema. Não é por eu ser
Unimed, os médicos, os especialistas, oftalmos, otorrinos,
de lá, não! Todos têm direito. Aquilo que eu pago por mês é
neurologistas, psiquiatras estavam meio avessos. Nós
ninharia perto da assistência que tenho. Eu e minha esposa.
nos reunimos com eles, e eles viram que o preço que faziam pela Unimed era menor, mas ao invés de fazerem dois, três exames, eles podiam fazer cinco, seis ou oito, quer dizer, compensava. O número compensa o valor em dinheiro. Medicina o que é? Você trabalha para viver, mas tem que saber a cota que você tem que dar, de graça. ‘Vale mais uma vida humana do que o dinheiro’.
O médico, hoje, forma e fica ‘DESARVORADO’ , ele precisa ganhar. A Unimed é que salva ele. 09
e v e n t o : Um olhar para o futuro / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Unimed propõe
“Um olhar para o futuro”
Em evento que reuniu cooperados, gestores e prestadores de serviço no Center Convention, em Uberlândia, Cooperativa propôs uma reflexão sobre tendências e avanços na saúde Se você perdeu esta oportunidade, acesse o conteúdo na íntegra em www.olhandoparaofuturo.com.br
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A evolução tecnológica mudou tanto com o com-
tivesse essa nova diversão online ao seu alcance.
portamento humano, e, consequentemente, com a ordem
Essas constatações, aliadas a um dos maiores de-
das prioridades no mundo, que, hoje, existem mais pessoas
safios para o futuro da humanidade, que será disponibilizar
com acesso a um aparelho celular do que à energia elétrica.
saúde para a maioria dos habitantes do planeta, mostram
Para se ter uma ideia da rapidez com que a linha do tempo
que o mundo mudará rapidamente também no âmbito da
avançou em termos tecnológicos, basta dar uma olhada em
saúde suplementar. Com essa visão, a Unimed Uberlândia
alguns números avaliados pelo Instituto de Estudos Futuros
deu início, no dia 15 de março, ao primeiro de uma série de
de Copenhague, com sede em São Paulo. Segundo o órgão, o
eventos que irão mudar a maneira como os profissionais co-
telefone levou 75 anos para atingir 50 milhões de usuários, o
operados, gestores e as empresas de saúde parceiras deve-
Facebook demorou três anos e meio para alcançar o mesmo
rão se comportar diante das novas tendências.
público, enquanto o aplicativo Pokémon Go precisou de me-
nos de 24 horas para que a mesma quantidade de pessoas
sobre inovação, gestão de negócios e o futuro da saúde”, o
Com o tema “Um olhar para o futuro - Uma noite
evento realizado no Center Convention tirou da zona de conforto cooperados, líderes e prestadores de serviço e deu uma nova perspectiva de atuação, tendo como base a sustentabilidade, a transparência, a inovação e a atenção ao indivíduo.
“O que nós observamos é que o mundo está passan-
do por transformações muito dinâmicas num curto espaço de tempo. O que antes demorava entre duas e três gerações, agora acontece numa só. Isso está colocando em risco as instituições, os negócios, e as grandes empresas estão simplesmente desaparecendo. Não queremos que isso ocorra com a Unimed. Ao invés de esperar as coisas acontecerem, a gente quer colocar todos os cooperados pensando no futuro da medicina, no futuro da saúde, no futuro dos negócios em saúde para que possamos construir juntos esse novo modelo de gestão”, disse o presidente da Unimed Uberlândia, Sávio de Moraes.
“(...) o mundo ficou mais instável, rápido, imprevisível, transparente.” RICARDO GUIMARÃES
Ricardo Guimarães
Dois estudiosos de tendências mundiais foram convidados a fazer uma síntese dessas transformações
que implicam em novos rumos e desafios não somente para a medicina, mas também a todas as áreas do conhecimento. O dinamarquês Peter Kronstrøm vive no Brasil há cinco anos e tem experiência em gerenciamento de transição, cultura organizacional, comportamento do consumidor, desenvolvimento de negócios e aplicação de estudos futuros por meio do Instituto de Estudos Futuros de Copenhague. Na sua visão, as ações do futuro não devem ser planejadas somente a longo prazo, mas principalmente num curto espaço de tempo diante da velocidade com que as tendências e as tecnologias avançam. Ele citou como exemplo a cidade de Brasília, que foi projetada para 50 anos e, quando chegou aos 16 anos de existência, já enfrentava sérios problemas de densidade demográfica, dando início às cidades satélites no seu entorno. Outra observação é que, quando se fala em planejamento do futuro, não basta se espelhar meramente em dados científicos. “O mais valioso de pensar sobre estudos futuros é a imaginação. Usa-se a ciência combinada com arte para imaginar o futuro”, diz Peter, que na abertura do evento ministrou a palestra “What’s next: entendendo as novas tecnologias, o novo mundo e o futuro da saúde”.
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Peter Kronstrøm
“O mais valioso
de pensar sobre estudos futuros é a imaginação.” PETER KRONSTRØM
O segundo palestrante da noite foi Ricardo
Guimarães, fundador da Thymus Branding e membro do Conselho da Fundação Nacional da Qualidade, que abordou o tema “Como fica a saúde no novo contexto do mundo?”. Consultor de empresas líderes em seus setores no país, Ricardo Guimarães atuou em dois dos mais consistentes cases de marca no Brasil: Natura, na London Business School e Banco Real, na Harvard Business School. Ele impressionou os participantes ao fazer uma síntese detalhada sobre a evolução do indivíduo, da empresa e da sociedade. “Antes, as coisas demoravam
O instituto que ele dirige estuda o comporta-
mento das empresas, corporações e pessoas por meio das Megatrends, que são um conjunto de grandes tendências. Uma delas, na área da saúde, aponta a utilização da inteligência artificial na melhoria da condição de vida do paciente, sem, no entanto, tirar o poder de decisão do médico.
“Estamos vendo o futuro onde cada vez
mais o ser humano terá acesso a tecnologias portáteis, ele mesmo monitorando as mudanças de seu corpo. E o papel do médico é ajudar a facilitar essa mudança, mostrar para os pacientes que porventura não tenham acesso a tanta informação, as novas oportunidades para que possam cuidar melhor da saúde usando novas tecnologias”, disse em entrevista exclusiva à equipe Unimed (leia íntegra na página 16).
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a acontecer. O mundo era estático, lento, estável, previsível. Isso permitiu se criar instituições muito bem estruturadas. Com a nova dinâmica, o mundo ficou mais instável, rápido, imprevisível, transparente e mais complexo. Houve, então, a transformação do valor industrial para o valor do conhecimento”, disse Ricardo. Ele deu o exemplo de grandes empresas e conglomerados que durante muito tempo atuaram sem concorrência no mercado. Isso fez com que a indústria ditasse o comportamento do consumidor, que não tinha opção para escolher e, portanto, não era ouvido. Com o passar dos anos, as empresas aprenderam a lidar com a competitividade e flexibilizaram as relações de consumo. Agora, tiveram que se adaptar novamente a um mundo globalizado em que o foco é o indivíduo, o cliente. É ele quem dita as regras.
Cooperados elogiam iniciativa da Unimed
Acostumados com a rotina estressante de um consultório, uma clínica ou um hospital - e o pouco que sobra
de tempo quase sempre é dedicado ao aprimoramento da profissão -, os médicos de hoje praticamente não conseguem dar uma pausa para se dedicar ao conhecimento de outras áreas ou pensar no futuro da saúde. O evento promovido para os cooperados e prestadores de serviço da Unimed quebrou um pouco esse paradigma e revelou uma disposição da classe em mudar essa postura.
“Extremamente importante essa iniciativa da cooperativa, que tem mesmo que despertar para a inovação, para a necessidade de renovação. E, num evento desse, a gente percebe como a sociedade pode se integrar novamente e ver a necessidade de mudança. É fazer acontecer e não deixar se surpreender por tudo que tem ocorrido em nossas vidas”, diz o cooperado e diretor clínico do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, Paulo Freitas.
O presidente do Sindicato dos Hospitais e Empresas de Saúde de Uberlândia, Fernando de Moraes, compartilha da opinião e disse que o evento contribuiu para dar uma “sacudida” na classe médica em geral. “Temos que estar sempre renovando e nos preparando para o futuro, as coisas estão mudando muito rápido. Hoje, o cliente tem o Google para buscar informação e checar tudo aquilo que a gente fala no consultório. Isso torna o médico mais responsável pelo que fala e nos obriga a nos prepararmos cada vez mais cientificamente para trabalhar com essa pessoa.”, avalia.
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“Um olhar para o futuro - Uma noite sobre inovação, gestão de negócios e o futuro da saúde.” Para o pediatra Dr. ROBERTO GOSUEN, ficou evidente que o cooperativismo, a transparência e a participação do cooperado são os pilares para ter uma relação de confiança bem estabelecida no futuro. “Aliado às bases do cooperativismo, entendemos que, além da participação ativa do médico cooperado, a percepção da transparência por parte do cooperado é fundamental para um futuro promissor. A transparência gera confiança, e esta é o canal que conecta o indivíduo a seus pares. E o futuro depende dessa evolução social focada nos indivíduos interconectados”, disse. Dr. Roberto Gosuen - Pediatra no CIAME e no Hospital Santa Genoveva
SIMPLESMENTE ADOREI. Foi um evento inovador e diferente de tudo o que a Unimed e outras empresas já apresentaram para abrir a mente do cooperado e ver a importância de inovarmos e ter essa visão do futuro. O médico precisa ter consciência de que se ele não inovar, não tiver a visão do futuro, vamos ser literalmente engolidos pelos avanços tecnológicos. Dra. Tânia de Fátima Alves - Diretora Técnica do Hospital Santa Clara
“A Unimed está no caminho certo, a medicina está tomando rumos que a gente precisa acompanhar e que tem mudado muito a forma de enxergarmos o nosso relacionamento com o cliente. Não podemos deixar de pensar que a relação médico-paciente tem que passar por um lado sentimental, de respeito e também de formação profissional para que a gente possa usar esse mundo digital e absorver essas tecnologias que estarão embutidas na medicina, e quem não acompanhar vai ficar obsoleto.” Dra. Maria do Carmo Monte - Oftalmologista e Diretora do ISO Olhos
“Um tema interessante e profundo que com certeza irá contribuir para a formulação de novos planejamentos na nossa área. A qualidade do evento hoje foi fundamental.” Dr. Ricardo Victal - Psiquiatra
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“Hoje a gente percebe que o futuro está chegando muito mais rápido. É um futuro que está acontecendo agora. Trazer o médico cooperado para essa reflexão é muito interessante porque é a forma que nós temos de garantir que a Unimed vai se perpetuar.” DR. NIVALDO MACIEL
Mastologista e Diretor da Unicred
“A nossa cooperativa tem que se
projetar e se programar para que nós não tenhamos decepções futuras e para que não tenhamos prejuízos. Devemos pensar no futuro, e começamos amanhã, se Deus quiser”.
“Temos que estar sempre renovando e nos preparando para o futuro, as coisas estão mudando muito rápido.”
Dr. Edelweiss Teixeira Júnior Pediatra e Diretor da Unimed Uberlândia
Dr. Alfredo Urbano da Costa Vieira - Pediatra
Dr. FERNANDO DE MORAES
Pr. Sindicato dos Hosp. e Emp. de Saúde
Dr. Paulo Marcio Coelho Carvalho - Otorrinolaringologista Dr. Juliano Rodrigues da Cunha - Mastologista
Dra. Sandra Marcia de Faria (Pediatra), Dra. Eline Assad (Psiquiatra) e Dra. Priscila Naves Lobo (Oftalmologista)
Dr. Luciano Martins Messias - Radiologista Dra. Mariza R. de Faria - Gastroenterologista
Dr. Luzmar de Paula Faria (Cirurgião), Dr. Clauton Guerra (Ortopedista e Traumatologista) e Dr. Divanor Evangelista Barcelos (Ginecologista)
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ESTUDOS FUTUROS : Peter Kronstrøm ///////////////////////////////////////////////
A tecnologia que move a saúde no futuro
Renomado palestrante do
seminário da Unimed Uberlândia fala sobre inovações e tendências usadas para prevenir doenças
O DINAMARQUÊS PETER KRONS-
TRØM, DO INSTITUTO DE ESTUDOS FUT U R O S D E C O P E N H A G E N , FA L O U S O B R E A I N F L U Ê N C I A DA T E C N O L O G I A N A S A Ú D E N O F U T U R O E M S E M I N Á R I O DA U N I M E D
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Você pode imaginar um aplicativo instalado no seu carro para, simplesmente, avisar que sua
pressão está muito alta ou que você consumiu muito álcool? Agora, imagine informações como essas sendo repassadas diretamente à sua operadora de saúde. Pois bem, no futuro, e não muito distante, a tecnologia será cada vez mais uma aliada das pessoas no controle da saúde, privilegiando uma tendência mundial de inversão de valores na qual a prevenção vem muito antes que o tratamento.
Esse tipo de tendência é apenas uma das muitas que o Instituto de Estudos Futuros de Co-
penhagen, com ramificação em São Paulo, tem dedicado atenção. Recentemente, um dos diretores do Instituto, Peter Kronstrøm, liderou um estudo denominado “Confie em mim, não sou um médico – A saúde está mudando com a nova tecnologia”. Um dos aspectos tratados por ele é a genética e a tecnologia da informação que movem o foco do sistema de saúde para o indivíduo e dá às massas oportunidades que antes eram reservadas às elites.
Com atuações na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e na Austrália, Peter
Kronstrøm tem no currículo experiência em gerenciamento de transição, cultura organizacional, comportamento do consumidor, desenvolvimento de negócios e aplicação de estudos futuros, além de ser membro do Conselho Consultivo do Consulado Geral da Dinamarca e do Centro de Inovação Dinamarquês em São Paulo, onde reside há cinco anos. Toda essa bagagem é aplicada no trabalho de viabilização do engajamento de empresas, organizações e instituições por meio de palestras e workshops. Durante o seminário “Um olhar para o Futuro”, o dinamarquês concedeu uma entrevista à Revista Unimed Uberlândia, na qual foram abordados os temas tecnologia e saúde no futuro.
“Na área de tecnologia, temos de ver como será a chegada de dispositivos e como eles vão revolucionar o sistema de saúde.” 16
O QUE O INSTITUTO ESTÁ AVALIANDO SOBRE A SAÚDE NO FUTURO? Primeiro, é importante entender sobre algumas megatrends, ou megatendências. Uma delas é o sistema tecnológico. Outra megatendência é
“O sistema de saúde do futuro vai ter esse fluxo entre o público e o privado”.
a democratização, cada vez mais pessoas têm acesso à informação via novas tecnologias. Existe também a sociedade conectada. Temos de vê-las como conjunto, não de forma isolada. Na área de tecnologia, temos de ver como será a chegada de dispositivos e como eles vão revolucionar o sistema de saúde. No futuro, vamos ter diagnóstico via smartphone, em casa. Esse é um acontecimento. O instituto também está percebendo o que está acontecendo com o sequenciamento de DNA. Temos cada vez mais pessoas com acesso à tecnologia e fica mais barato o uso dela no dia a dia do que na clínica. COMO É O SISTEMA DE SAÚDE NA EUROPA HOJE? Na Dinamarca e nos países escandinavos, temos o sistema de saúde público, no qual o Estado providencia a melhor solução para cada pessoa, sem olhar o dinheiro, ou seja, é gratuito. Esse sistema vai ser muito difícil de ser mantido pelo Estado. É muito caro. Estamos percebendo um sistema cada vez mais personalizado e privatizado. Aí, estamos apostando muito que a América Latina vai ser um dos grandes setores para o desenvolvimento desse novo sistema. O sistema de saúde dos Estados brasileiros enfrenta vários problemas, portanto, está mais preparado para esse sistema personalizado. Há vários desafios para implementar em conjunto. Claro que o papel do Estado é providenciar um sistema de saúde aceitável, funcionando bem para os cidadãos, mas vemos também que, com os novos acontecimentos tecnológicos e novos tratamentos cada vez mais caros e mais eficientes, vai ser difícil manter um sistema de saúde ótimo pelo Estado. O sistema de saúde do futuro vai ter esse fluxo entre o público e o privado. E essa configuração já existe na América Latina. ATÉ POUCO TEMPO, AS PESSOAS SE PREOCUPAVAM MUITO MAIS NO TRATAMENTO DA DOENÇA E MENOS COM A PREVENÇÃO. ISSO ESTÁ
MUDANDO? Essa é uma das grandes mudanças de paradigmas que estamos enxergando e que já está acontecendo. Estamos apostando que irá mudar de tratamento para prevenção. O futuro da saúde não é tratamento, mas prevenção. E uma abordagem muito mais holística de como entendemos saúde. MAS NÃO É FÁCIL MUDAR A MENTALIDADE DAS PESSOAS? Essa é uma boa questão. Isso passa mais por uma mudança de abordagem do próprio médico. A gente está percebendo que, agora, está acontecendo o processo de Gutemberg no sistema de saúde, com o acesso à informação via smartphones, com os dispositivos que fazem diagnósticos, monitoram o ser humano. Hoje existem lentes para os olhos que podem medir, por exemplo, como está a situação de insulina e várias outras coisas. Estamos vendo o futuro em que o ser humano terá acesso a tecnologias portáteis, com as quais ele mesmo fará o monitoramento das mudanças de seu corpo. E o papel do médico é ajudar a facilitar essa mudança, mostrar para os pacientes que, porventura não tenham acesso a tanta informação, as novas oportunidades para que possam cuidar melhor da saúde, usando novas tecnologias. Temos um estudo que mostra que, quando uma pessoa está sempre recebendo dados do impacto da própria comida que está ingerindo, como está o pulso depois de fazer uma atividade, entre outros dados, é mais fácil para ela mudar os hábitos. Então, haverá novas ferramentas que vão ajudar as pessoas a mudar esse ponto de vista de que saúde é tratar a doença, quando, na verdade, é uma questão de prevenção e de implementar hábitos mais saudáveis. SÓ QUE TECNOLOGIA AINDA NÃO É ASSIM TÃO ACESSÍVEL, ENTÃO, COMO TORNÁ-LA CADA VEZ MAIS PRESENTE NA VIDA DAS PESSOAS? Aí, cabe o papel do médico de ajudar as pessoas a buscarem
“Temos um estudo que mostra que, quando uma pessoa está sempre recebendo dados do impacto da própria comida que está ingerindo, como está o pulso depois de fazer uma atividade, entre outros dados, é mais fácil para ela mudar os hábitos”.
o que é mais viável. Mas o que estamos enxergando para um futuro tecnológico é que teremos mais poder de computação. Dessa forma, podemos dizer que as tecnologias e as novas ferramentas ficarão mais baratas e acessíveis. Neste aspecto, o papel do médico na clínica é o de facilitador às novas tecnologias. Disseminar esse conhecimento para os grupos menos privilegiados e que não têm acesso às ferramentas.
17
“Vamos ver mais empresas conscientes implementando um esquema que facilite a saúde do empregado.” COMO AS EMPRESAS E CORPORAÇÕES PO-
DO EM RELAÇÃO À SAÚDE DO FUTURO? Es-
DEM AJUDAR NA SAÚDE DE SEUS FUNCIO-
tamos falando que os quatro “Ps” da medicina do
NÁRIOS E COLABORADORES? COMO USAR
futuro são: predict, prevent, personalize/precise
AS TECNOLOGIAS A FAVOR DE CADA UM?
e participatory. O sistema de saúde vai ser mu-
A maioria das grandes empresas já sabe que a
dado para ser mais personalizado, mais baseado
saúde de seus funcionários é essencial. Que
em prevenir as doenças antes que elas venham.
o estresse, as doenças e outros estilos de vida
As tecnologias serão mais baratas e mais aces-
podem afetar o ritmo de trabalho. Então, vamos
síveis. Outra coisa que estamos trabalhando é a
ver mais empresas conscientes implementando
sociedade do conhecimento. De acordo com os
um esquema que facilite a saúde do emprega-
dados que temos, a cada ano que passa, duplica
do. Mas, claro, ninguém quer saber que agora
o nosso conhecimento. Outro aspecto importan-
você está gordo e precisa fazer mais academia.
te é a inteligência artificial aplicada ao sistema
Isso deveria ser desenvolvido sem ser traumá-
de saúde. O paciente e o médico vão ser mais
tico. Só que raramente as empresas podem ter
dependentes das tecnologias que ajudam. O
acesso ao conhecimento da saúde das pessoas.
Watson (tecnologia cognitiva que pode pensar
Já estamos bem perto de os smartphones ‘de-
como um ser humano) da IBM, por exemplo, tem
tectarem’ a gente mais rápido. O futuro da saúde
acesso e pode avaliar até 800 milhões de pági-
terá muito mais assistências virtuais baseadas
nas por segundo. Então, o médico vai ter de usar
em inteligência artificial que irão alertar sobre
mais tecnologia no diagnóstico e no tratamento
algum problema. Por exemplo: “Peter, nesta se-
e isso vai se tornar um facilitador entre o pacien-
mana, você está bebendo muito álcool, por fa-
te e as novas ferramentas tecnológicas. A inte-
vor, diminua um pouco, senão, isso pode fazer
ligência artificial irá mudar nossa vida, talvez, o
mal no futuro!”. Essa tecnologia já existe hoje. O
diagnóstico, no futuro, não seja na clínica, mas,
desafio é como comunicar isso de uma maneira
provavelmente, nos smartphones ou nos carros.
satisfatória para que as pessoas mudem o com-
Daqui a 15 ou 20 anos, 50% dos carros vão ter
portamento.
sensor fone. Isso vai mudar totalmente a nossa sociedade, a mudança de sociedade vertical para
O QUE MAIS O INSTITUTO ESTÁ PERCEBEN-
sociedade mais horizontal.
"A inteligência artificial irá mudar nossa vida, talvez, o diagnóstico, no futuro, não seja na clínica, mas, provavelmente, nos smartphones ou nos carros." 18
EXPLIQUE MELHOR. Por exemplo, hoje, se você é um fornecedor de saúde, você se orienta com outros fornecedores quando faz uma proposta de valor. Essa maneira de olhar não existe mais, agora, estamos falando de horizontalização de produtos e áreas que estão se convergindo. Antigamente, fabricantes de carro se orientavam uns pelos outros, mas, hoje, e cada vez mais no futuro, quando compramos um carro, não compraremos pela marca, e sim pela capacidade de o carro se comunicar com minhas outras áreas de vida, como saber quais músicas eu gosto, por exemplo. Então, vou escolher um carro que entenda o que eu quero como consumidor e, também, por exemplo, que esteja equipado com um componente do meu fornecedor de saúde. Ou seja, esse carro irá monitorar como está meu corpo e será capaz de comunicar com meu fornecedor de saúde, informando que hoje minha temperatura está um pouco mais alta, assim, antes que eu precise ir ao médico, meu fornecedor de saúde já terá uma solução para o meu caso. EM SUAS PALESTRAS, VOCÊ REFORÇA MUITO A QUESTÃO DE QUE O FUTURO É AGORA, O QUE ESTÁ SE FAZENDO HOJE JÁ É O FUTURO E QUE NÃO ADIANTA APENAS FICAR PLANEJANDO OS PRÓXIMOS 50 ANOS. Sim. Todo mundo deveria estar fazendo isso, mas, como seres humanos, nós queremos ficar confortáveis com o que a gente conhece. Acho que este é um dos maiores desafios que a sociedade está enfrentando, porque, realmente, a maioria de nós não quer mudar, a maioria das empresas também não quer mudar. Mas a rapidez das mudanças tem deixado quem não muda em situações complicadas. Algumas irão mudar, outras não irão e a sociedade irá mudar e elas vão causando problemas.
"Realmente, a maioria de nós não quer mudar, a maioria das empresas também não quer mudar." * * *
“Daqui a 15 ou 20 anos, 50% dos carros vão ter sensor fone.”
Principalmente para quem trabalha com saúde é muito importante acompanhar como realmente as pessoas estão se comportando e ajudá-las a se adaptarem.
pa l e s t r a n t e
Peter Kronstrøm
19
a r t i g o : Heitor Tognoli / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
- Por que consultamos do jeito que consultamos?
Você já parou para pensar de onde vem
o modelo ou a forma que conduzimos uma consulta médica? Ou por que raciocinamos os diagnósticos e intervenções da forma como fazemos?
Tudo isso tem uma origem no início do
século 20, mais precisamente em 1910, quando Abraham Flexner, patrocinado pela Carnegie Foundation, elaborou um relatório que padro-
Dr. Heitor Tognoli
nizou o ensino da medicina, fazendo com que,
é médico de Família e Comunidade e mestre
das 155 escolas nos Estados Unidos e no Canadá,
em Saúde e Gestão do Trabalho. É também
apenas 31 continuassem a funcionar.
autor do blog heitortognoli.com.br, especializado em orientação de carreira médica.
A partir de então, o ensino da medicina começou a adotar algumas características, dentre elas,
o mecanicismo (comparação do homem com uma máquina e a divisão em pequenas partes para um melhor entendimento), o biologicismo (atribuindo toda e qualquer causa às doenças uma origem biológica), o individualismo, a verticalidade, a centralidade na doença, o tecnicismo, a concentração de recursos nos hospitais etc. Essas características influenciam até hoje o ensino médico e, portanto, o modo como aprendemos a consultar. Nós aprendemos a consultar por meio de uma disciplina, geralmente chamada de propedêutica médica, em que recebemos alguns roteiros prontos e passamos aprender uma série de siglas e um vocabulário próprio.
O local de preferência para o aprendizado é quase sempre na beira de um leito e o desafio
principal resume-se a elaborar um raciocínio clínico a partir de um conjunto de sinais de sintomas e uma intervenção terapêutica. Além disso, é grande a cobrança para realizar uma história completa e devemos estar sempre atentos para “não comer nenhuma bola”.
Nada de errado até agora, certo? Bem, mais ou menos! Esse modelo impactou a medicina de
uma forma muito enriquecedora para nossa saúde, trazendo muitas técnicas e tecnologias. Porém, trouxe também algumas consequências negativas, dentre elas, o distanciamento da relação entre médico e paciente.
“Mudar é preciso, os sistemas de saúde já não se sustentam mais somente com esse modelo.” 20
No primeiro sinal/sintoma citado pelo paciente, o raciocínio médico começa a fun-
cionar, tentando, de imediato, elaborar um diagnóstico e, então, começamos a conduzir a consulta de forma taxativa, cortando possíveis “rodeios” desnecessários relatados pelo paciente.
A lógica de pensar o cuidado dos pacientes em longo prazo passa longe, queremos
resolver tudo naquele momento, nunca podemos perder a oportunidade, pois não sabemos quando veremos o paciente novamente. E, como consequência, adotamos uma postura paternalista, recheada de conselhos do que o paciente não deve fazer e como deve fazer o que dizemos.
Agora, a experiência da doença que cada paciente tem em particular, suas expecta-
tivas, seus medos, suas esperanças, não têm espaço no atual modelo de consulta. A empatia de tentar entender o mundo no momento da consulta, pela óptica do paciente, se torna tarefa quase impossível.
Tudo isso resulta em distanciamento e em frieza nas relações e os médicos, cada
vez mais, são vistos apenas como meros prescritores ou solicitadores de exames. Inclusive, odiamos quando o paciente já vem com um pedido de exame pronto na cabeça. Só que esquecemos que quem ensinou esse modo de consulta para ele fomos nós mesmos.
Então, como mudar tudo isso? Perguntas difíceis, respostas complexas. Claro que
não existe uma só maneira, pois essa mudança passa desde a formação médica até a forma de remuneração que deveria estimular a excelência do cuidado, e não a corrida desenfreada pela realização de cada vez mais e mais procedimentos.
Mudar é preciso, os sistemas de saúde já não se sustentam mais somente com
esse modelo. Os pacientes estão cada vez mais insatisfeitos com a forma que a assistência à saúde é prestada. E nós, médicos, cada vez menos estamos satisfeitos com o nosso trabalho.
1.
Estudos mostram que apenas 1/4 dos pacientes, entre 23 e 28%, completam sua fala inicial.
2.
...e que os médicos interrompem essa fala logo após 18 a 23 segundos do começo da consulta.
1. HTTP://ARCHIVE.CARNEGIEFOUNDATION.ORG/PDFS/ELIBRARY/CARNEGIE_FLEXNER_REPORT.PDF 2. BECKMAN & FRANKEL, 1984; MARVEL ET AL, 1999.
21
p l a n e j a m e n t o Estratégico / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
A transformação do modelo assistencial
Com foco no cliente, a Unimed Uberlândia traça estratégias para acompanhar a evolução dos serviços
Conselho Administrativo Unimed Uberlândia Gestão 2016/2019 - Da esquerda para a direita: Dr. Sávio de Moraes, Dr. Luiz de Freitas Costa Neto, Dr. Edelweiss Teixeira Júnior, Dr. Narciso Volpe Júnior e Dr. Paulo Gustavo Pimenta.
22
Se antigamente os nossos avós considera-
seu modelo assistencial.
vam a ida ao médico um “pavor”, os idosos de hoje
praticamente não passam dois ou três meses sem fa-
essa expectativa e hoje há mais gente na classe média
zer uma consulta de rotina. E o que mudou de lá para
e com mais acesso a um plano de saúde. A estima-
cá? Os idosos de antes eram mais saudáveis que os de
tiva é que até o ano de 2022, 57% dos beneficiários
hoje ou será que o acesso à informação, a melhora das
da saúde privada façam parte desse grupo econômico.
condições de saneamento, o crescimento econômico
Nos próximos 15 anos, 19% desse público terão mais
do país e a oferta dos serviços de saúde contribuíram
de 60 anos e, até 2050, esse índice chegará a 30%,
para essa mudança de comportamento? O fato é que a
segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplemen-
expectativa de vida dos brasileiros aumentou 30 anos
tar (IESS), órgão ligado à Agência Nacional de Saúde
desde a década de 1940. Se, naquela época, a espe-
Suplementar (ANS). E, com o aumento da população
rança de vida ao nascer era de 45,5 anos, para o bra-
idosa, o perfil epidemiológico dos beneficiários, con-
sileiro que nasceu em 2015 a média subiu para 75,5
sequentemente, também se acentua. Elevação das
anos de idade, segundo dados do Instituto Brasileiro
doenças crônicas, múltiplas patologias e perda de au-
de Geografia e Estatística (IBGE). Diante dessas novas
tonomia são fatores inerentes à idade avançada.
perspectivas de vida, a Unimed Uberlândia trabalha no
sentido de planejar estrategicamente suas ações para
mágica para retardar o envelhecimento da população,
acompanhar tais mudanças, transformar e adequar o
pelo menos, é possível adotar procedimentos, mudar
É certo que a melhora na renda acompanhou
Se por um lado ainda não há uma fórmula
Para que a gente saiba qual caminho seguir, primeiro, tem de entender aonde queremos chegar.
hábitos e fazer uso de tecnologias que proporcionem chegar à terceira idade com melhor qualidade de vida. E, se antes as pessoas esperavam algum sintoma para ir ao médico, hoje, essa lógica se inverteu. Prevenção e promoção à saúde se tornaram palavras recorrentes no cotidiano e não por uma questão de modismo, mas pelo fato de ser mais eficiente, mais viável e menos oneroso, tanto para o paciente quanto para as operadoras.
Diante desse cenário, a Unimed Uberlândia
avança ao perceber essas mudanças, analisar o con-
SÁVIO DE MORAES
texto da saúde como um todo, as tendências de mercado e as projeções futuras para propor uma transformação do modelo assistencial. Um novo modelo centrado no cliente e que seja sustentável, eficiente e
Na hemodiálise, houve um crescimento de 300% com
equilibrado diante do aumento da demanda e da ofer-
o ingresso de três novos serviços, ante apenas um que
ta de novos serviços. Porém, na opinião do diretor pre-
era oferecido até dois anos atrás. “A gente percebe
sidente do Conselho de Administração da Cooperati-
que o envelhecimento da população, a incorpora-
va, Sávio de Moraes, qualquer mudança deve partir de
ção de novas tecnologias na saúde, a judicializa-
um bom planejamento estratégico. “Mas, para que a
ção, criam uma tendência de aumento de despesas
gente saiba qual caminho seguir, primeiro, tem de
e as receitas não conseguem acompanhar. Então,
entender aonde queremos chegar. O mundo hoje
estamos prevendo que, nos próximos 5 a 10 anos,
está mudando muito rápido”, afirma. Segundo ele,
pode ser que a despesa até suplante a receita que a
a preocupação começa pela inovação, em termos de
gente tem. Portanto, temos que agir para evitar que
plano de saúde, em termos de assistência médica. “É
isto aconteça”, diz Narciso Volpe, diretor administra-
preciso inovar. Um negócio da magnitude da Uni-
tivo.
med, se não houver um bom planejamento estra-
tégico, um erro pode custar muito caro, custar até
implica em esforços que visem à redução de custos, a
mesmo a sobrevivência da cooperativa”, observa
otimização dos Recursos Próprios, investimen to em
Sávio de Moraes.
tecnologia, adoção de novos conceitos, a melhora da
Para se ter uma ideia da evolução dos cus-
qualidade e, sobretudo, uma quebra de paradigmas.
tos, em 2015, a rede assistencial própria do Sistema
De acordo com o IESS, metade dos serviços de saúde
Unimed ampliou sua capacidade em 18,34%. Somente
consumidos é resultado de orientação dos médicos e
a internação domiciliar, por exemplo, duplicou sua ca-
dos fornecedores de hospitais e não da demanda ou
pacidade, saltando de 16 para 32 serviços ofertados.
da necessidade dos pacientes.
A busca por um novo modelo de assistência
Reunião de planejamento estratégico
23
Planejamento estratégico
para os próximos quatro anos
Considerando o cliente como foco desse novo conceito de gestão, a Unimed Uberlândia tem
trabalhado para deixar de ser apenas uma operadora de saúde para se transformar numa gestora de saúde, alinhada tanto com as estratégias do sistema em rede quanto com as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Dentro dessa visão, o Conselho Gestor da Unimed Uberlândia traçou o planejamento estratégi-
co para os próximos quatro anos, sustentado em alguns pilares essenciais, que, se forem levados a sério por todos os envolvidos, irão garantir a satisfação no atendimento aos usuários e o sucesso do negócio.
O primeiro desafio passa justamente pelo engajamento dos cooperados em compreender a
nova sistemática pautada na atenção integral à saúde. Essa medida envolve tanto a inovação do ambiente onde o paciente será atendido, como uma maior participação dos profissionais à sua disposição. Significa dizer que o paciente não apenas receberá o cuidado devido de seu médico, mas de uma equipe multidisciplinar que irá avaliá-lo em toda a extensão, e não somente naquela queixa que o motivou a procurar um consultório.
“Individualmente, o médico, com seu conhecimento e empatia com o cliente, pode conse-
guir bastante coisa. Mas se você tiver a força de uma estrutura multidisciplinar, o entrosamento entre estas equipes, você consegue detectar mais situações e fazer intervenções antes que a doença apareça”, diz Edelweiss Teixeira Júnior, diretor comercial. “Mas para se fazer isto, tem de haver uma atitude proativa de buscar estas pessoas. Você não pode só esperar que elas te procurem quando têm algum sintoma, é uma nova função”, completa Edelweiss, reforçando que a Unimed já está fazendo isso, ou seja, indo atrás do paciente para verificar como anda a sua saúde.
“O que a gente vê no futuro é uma medicina que envolva uma atividade que busque melhor eficiência no cuidado do paciente.” PAULO GUSTAVO PIMENTA
Essa qualidade na assistência é outra condicionante no planejamento estratégico e que irá
gerar melhor resultado para a saúde do paciente e para a cooperativa. “O que a gente vê no futuro é uma medicina que envolva uma atividade que busque melhor eficiência no cuidado do paciente, com uma participação de profissionais que ajudem nesse cuidado coletivo e, portanto, menor custo com isso à medida que você consegue obter melhor eficácia e, necessariamente, envolvendo toda a tecnologia existente”, completa o diretor financeiro do Conselho, Paulo Gustavo Pimenta.
O planejamento passa ainda pelo crescimento de forma sustentada, preservando e ampliando
a carteira de clientes; a capacitação dos recursos humanos; a consolidação da rede própria; incorporação das responsabilidades socioambientais aos negócios, vinculando o crescimento sustentável ao cuidado com as comunidades; o desenvolvimento de estratégia autossustentável, visando estimular a inovação, com foco em soluções para a operação e a geração de resultados; e o aumento da eficiência na gestão, fortalecendo a transversalidade dos processos, a transparência e o compromisso com resultados.
24
Para finalizar, o médico Luiz de Freitas Costa Neto, diretor vice-presidente da Cooperativa,
ressalta que a finalidade do planejamento estratégico é sempre o “dia de amanhã”, mas é preciso saber aonde se quer chegar. “A gente, que lida com uma empresa grande como a Unimed, não pode fazer experiências, não pode ser cada cabeça um ideia. Hoje, em saúde, um passo errado pode acabar num precipício. Por isso, se um determinado planejamento não der certo, deve ser revisto, sempre pensando no dia de amanhã”, ressalta.
Novo espaço irá unificar a assistência
A Unimed Uberlândia tem como principal pro-
posta, para este ano de 2017, iniciar o planejamento para o projeto de construção de um novo espaço que irá unificar as quatro unidades de assistência em um único complexo. Essa medida irá possibilitar que a cooperativa efetivamente coloque em prática o atendimento integral à saúde, tendo como foco central o cliente. Além de reduzir custos com internações e com o excesso de procedimentos, tendo em vista que o usuário irá encontrar no mesmo espaço equipes multidisciplinares para auxiliar na tomada de decisões e no atendimento mais apropriado. Esse ambiente ainda contribui para reduzir a sinistralidade e manter a
ção à Saúde tem registrados 9.360 clientes e, até outubro, efetuou 50,5 mil atendimentos. Na unidade de Reabilitação, o montante foi ainda maior, 55,6 mil procedimentos. Já no Espaço Viver Bem, o número de pessoas atendidas no período foi de 7,5 mil, nos sete programas de atenção à saúde.
Segundo informações do Conselho Gestor, não
há nenhuma intenção em se criar um complexo hospitalar, mas sim uma rede com foco em ações preventivas e promoção em saúde, na atenção integral, e na gestão de crônicos “Já temos hoje em Uberlândia hospitais bem estabelecidos e que, logicamente, poderão crescer conforme a necessidade da demanda. A Unimed continuará focada em cuidar do paciente, no sentido de reunir forças na atenção integral à saúde, evitando que as pessoas adoeçam”, diz o médico Narciso Volpe.
sustentabilidade da operadora. Em um segundo momento, a ideia do Conselho é transferir a sede administrativa para o mesmo local, transformado o imóvel da Avenida João Pi-
Benefícios
nheiro em nova fonte de receita para a Cooperativa.
Hoje, a Unimed Uberlândia conta com uma carte-
O Espaço de Saúde Unimed vai permitir implan-
la com 200 mil usuários e uma rede assistencial convenia-
tar linhas de cuidados voltadas para o gerenciamento de
da de 16 hospitais, 120 clínicas e 12 laboratórios. Somente
públicos específicos, como crônicos, idosos, pessoas em
no período de janeiro a outubro do ano passado, essa es-
reabilitação, além de atendimentos em grupo, com foco
trutura atendeu a 710 mil consultas, 21 mil internações e
na prevenção e promoção em saúde. Contará também com
50 mil tratamentos ambulatoriais clínicos e cirúrgicos.
um ambulatório de Atenção Integral à Saúde e à Atenção
Especializada.
Em relação aos Recursos Próprios, os números
também destacam-se. Na unidade de Saúde Ocupacional,
que tem hoje 18 mil clientes, foram feitos 12 mil atendi-
de custo assistencial serão ampliados por permitir melhor
mentos no mesmo período. O Centro Integrado de Aten-
gerenciamento dos programas estabelecidos vinculados
Os projetos de saúde corporativa e os controles
ao grupo de clientes que serão acompanhados.
200 mil clientes 402 colaboradores Unimed Uberlândia em números (dados de jan a out/16)
Uma das principais vantagens será a implantação
do Registro Eletrônico em Saúde, que irá identificar melhor o perfil dos clientes, e traçar o seu percurso assistencial. Esse mecanismo será a porta de entrada para a coordenação do cuidado do paciente, e contará com a contribuição de todos do sistema, Equipe Multiprofissional, Médicos Cooperados e redes de atenção à saúde.
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Espaço de Saúde
de atendimento / Modalidades previstas para o novo espaço:
Ambulatório de Atenção Integral à Saúde Atenção Médica: Atenção Primária, Atenção Focal. Atenção Multiprofissional: Enfermagem, Farmárcia Clínica, Serviço Social, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Educador Físico.
Ambulatório de medicações e pequenos procedimentos Apoio para Diagnóstico Primário Reabilitação Física Fisioterapia Fonoaudiologia Terapia Ocupacional Pedagogia Clínica Ludoterapia Ginásio - Grupos Operativos e Terapêuticos
Viver Bem Unimed Programas de Atenção à Saúde Programa de gerenciamento de Casos Especiais Programa do Idoso bem Cuidado Programa preparatório para Cirurgia Bariátrica Programa de Atenção Materno Infantil Gestantes Unibaby Programa de acompanhamento de Crônicos Programa Quimioterápicos Orais Programa Bolsas de Colostomia Programa Corporativo – Quero Mais Saúde Integração das ações voltadas para Promoção da saúde e prevenção na sociedade e empresas Programa de gerenciamento da Atenção Domiciliar Orientação e treinamento para clientes e cuidadores Intervenções específicas Atenção Domiciliar Atenção ao Cuidado Paliativo Desospitalização Curativos em domicílio
26
Núcleo de Gestão do Cuidado em Saúde Gerenciamento do cuidado e risco assistencial, por meio da coleta e registro de informações clínicas dos clientes, promovendo a melhoria dos serviços prestados, apoio e acompanhamento do percurso assistencial do cliente.
Saúde Ocupacional Unimed A Unimed Uberlândia oferece assessoria em Saúde Ocupacional há mais de 15 anos, cumprindo sua missão de oferecer assessoria em segurança e medicina do trabalho, com excelência e responsabilidade. Realiza um trabalho pautado pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho adequado aos anseios e necessidades das empresas de Uberlândia e região.
Benefícios sociais e econômicos do novo espaço Sustentabilidade para a operadora Redução da Sinistralidade Atendimento integral ao cliente e coordenação do seu percurso assistencial Redução de internações por recidivas, e condições sensíveis à atenção primária Gerenciamento dos clientes em condições crônicas Prevenção e minimização de eventuais sequelas e agravos à saúde dos clientes Unimed Acolhimento do cuidador e do familiar, aproximando a operadora do cliente Redução do custo/dias de internações clínicas de clientes crônicos sem acompanhamento Reabilitação e integração do cliente aos seus hábitos de vida diários
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ação
projeto Kombina
de
Responsabilidade Social
UNIMED CRIA AÇÃO DE INCENTIVO À VIDA SAUDÁVEL
Programa sobre rodas leva orientações, dicas de atividade
física e alimentação e oferece exames gratuitos à população
mauro marques
× UMA equipe multiprofissional de saúde e uma kombi devidamente identificada e equipada: É ASSIM QUE O PROGRAMA KOMBINA DA UNIMED FUNCIONA OFERECENDO À POPULAÇÃO GRATUITAMENTE EXAMES DE PRIMEIRA NECESSIDADE.
Foi durante uma de suas caminhadas rotineiras pela pista do Parque do Sabiá que dona Cleonice Costa, 46 anos, descobriu que alguma coisa em seu corpo não estava normal. Ela havia sido atendida por uma equipe multiprofissional que prestava atendimento nas proximidades do quiosque e lhe aferiu a pressão e mediu a taxa de glicose. 27
“Foi através desse atendimento que eu descobri que estava com a pressão alta. Aí, fui ao cardiologista e agora estou realizando exames para descobrir a causa”, conta. cleonice costa
A industriária foi atendida pela equipe do Kombina, um projeto itinerante implantado pela Unimed Uberlândia que oferece à população em geral orientações nutricionais e sobre atividade física, aferição de pressão arterial, cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e exames de glicemia. A ação acontece todas as terças e quintas-feiras, nos fins de tarde, no Parque do Sabiá. O Kombina faz parte das ações do Projeto Saúde Sobre Rodas, executado pela cooperativa em empresas e espaços públicos da cidade. O nome do projeto é uma referência ao veículo - uma Kombi totalmente plotada e adaptada utilizada para transportar a equipe, os acessórios e facilitar os atendimentos. A estrutura conta com um educador físico, nutricionista e uma enfermeira. Os três oferecem atendimento gratuito e repassam dicas sobre como executar corretamente um exercício, ter uma alimentação saudável e compatível com a prática de atividade física, fazem exames de rotina e recomendam a procura de um profissional médico quando é detectada alguma alteração. “Muitas pessoas não fazem alimentação adequada, mas sabem que precisam fazer. Elas têm essa consciência, o que falta mesmo é a prática”, diz o educador físico Luciano de Oliveira. O projeto foi implantado no fim de novembro e já atendeu mais de 800 pessoas em diferentes locais da cidade. Além do Parque do Sabiá, que tem uma agenda fixa, o Kombina também é levado para eventos de empresas, especialmente durante as SIPATs (Semanas Internas de Prevenção de Acidentes no Trabalho), instituições de ensino e outras ações em que haja grande concentração de pessoas.
“Queremos que a Unimed faça parte da vida das pessoas enquanto elas estão saudáveis e não somente quando elas estão doentes.” danilo leandro
“Tem pessoa que chega e está com pressão alterada. Então, procuramos saber o que ela fez para depois orientar. Quando tem um caso de obesidade, a gente faz o cálculo e demonstra o quanto precisaria perder, o que seria o ideal.” 28
Diz a nutricionista Bruna Queiroz.
A I DEIA
O projeto nasceu a partir de uma necessidade de associar a marca não
apenas ao serviço de assistência médica suplementar, mas, principalmente, no incentivo por uma vida saudável. Coube ao Departamento de Marketing a missão de idealizar uma iniciativa que contemplasse tanto os usuários da Unimed Uberlândia como a população em geral. “Montamos o projeto e levamos para a diretoria, que o aprovou. Depois, foi comprar a Kombi, fazer as adaptações e reformas necessárias e colocar em prática”, diz o coordenador de Marketing, Danilo Leandro Rodrigues Carneiro. Hoje, as ações são executadas pelo Espaço Viver Bem.
“Queremos que a Unimed faça parte da vida das pessoas enquanto
elas estão saudáveis e não somente quando elas estão doentes”, completa Danilo. A Agência Nacional de Saúde Suplementar e outros órgãos de referência nacional e internacional apontam quatro fatores de risco que influenciam diretamente no surgimento das doenças crônicas que mais impactam a população: sedentarismo, abuso do álcool, tabagismo e alimentação não saudável. Diante desse quadro, o projeto Kombina tem contribuído com atuação na prevenção e na promoção da saúde como forma de proporcionar às pessoas bem-estar, qualidade de vida e lon-
“A iniciativa é muito válida para todos nós frequentadores do parque.”
gevidade. A industriária Cleonice Costa, que descobriu estar com pressão alta na Kombina, sentencia:
“É um projeto que não pode parar. A iniciativa é muito válida para todos nós frequentadores do parque”, conta dona Cleonice Costa.
A dona de casa Marilda Rosa Carvalho Silva, 59 anos, é outra frequentadora do Parque do Sabiá que elogia a iniciativa
da Unimed em levar para o parque o Kombina. “É um projeto muito bom, porque aqui tem muita gente que não tem como pagar por esses atendimentos. Nas UAIs está cada vez mais difícil. É uma iniciativa maravilhosa oferecida junto com os exercícios”, disse.
Kombina / ações praticadas: > levar à população acesso gratuito aos profissionais de saúde > orientar sobre alimentação saudável > pesagem, medição de estatura, cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC ) > dicas sobre exercícios físicos, riscos e benefícios > aferir pressão arterial > verificar a glicemia > disponibilizar aulas gratuitas de zumba, circuitos funcionais e outras > promover caminhadas mensais com orientação de um educador físico
O resultado é a própria SATISFAÇÃO DO PÚBLICO
atendido. 29
finanças médicas:
Gestão / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Um tempo para a gestão do consultório Médico deve ter o controle financeiro do próprio negócio para evitar erros e obter lucro com a atividade
As muitas horas de dedicação diária ao traba-
dinheiro do consultório para pagar contas pessoais sem
lho e tantas outras voltadas para aprimorar o conhe-
tomar as devidas notas e, posteriormente, repor os valo-
cimento e atualizar-se sobre novas tecnologias e ten-
res. Desta forma, fica difícil saber se o médico sustenta
dências de mercado, certamente, vão agregar valor ao
seu consultório ou o consultório é que o sustenta”, apon-
perfil de um profissional médico. Somando essa experi-
ta o neurocirurgião Dr. Francinaldo Gomes, especialista
ência à ajuda de uma secretária eficiente, a perspectiva
em investimento em ações e mercado de opções.
é de um consultório com agenda cheia e concorrida a
maior parte do ano. Mas será que isso é suficiente para
Valores para Médicos” (Editora DOC, 2012) e “Finanças
manter o negócio?
no Consultório: Como maximizar os resultados” (Editora
Autor de dois livros sobre o assunto – “Bolsa de
DOC, 2016) – o neurocirurgião diz que outro equívoco que
A falta de conhecimento de finanças e gestão faz
pode custar caro ao médico é deixar a gestão financeira
com que muitos médicos cometam erros que, na maioria
do consultório nas mãos de terceiros, tais como do con-
das vezes, não são percebidos de imediato e acabam sendo
tador, administrador ou mesmo da secretária. “Estes pro-
perpetuados até que surja algum sinal de alerta. Um dos
fissionais são importantes e necessários, mas a gestão
erros mais frequentes é misturar as contas pessoais com
financeira do consultório deve ser função do médico,
as do consultório. “É comum o médico usar dinheiro de sua
pois é ele quem deverá definir os rumos do consultório,
conta pessoal para pagar despesas do consultório e usar
a aplicação dos recursos e a estratégia de marketing”.
“É ele (médico) quem deverá definir os rumos do consultório, a aplicação dos recursos e a estratégia de marketing.”
Francinaldo Gomes cita ainda como erro acreditar que a busca por
lucro corrompe a atividade médica. “O médico costuma ser visto como sacerdote pelo governo, pelas operadoras de saúde, pelos pacientes e, algumas vezes, pelos colegas de profissão. Claro que a atividade médica tem, em si, cunho sacerdotal, mas ela não pode ser encarada apenas como sacerdócio. A preocupação com a lucratividade é importante em qualquer atividade, inclusive na atividade médica. E o lucro representa a recompensa por um trabalho bem feito; não sendo, portanto, motivo de vergonha ou mesmo de culpa.” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DR. FRANCINALDO GOMES É AUTOR DOS LIVROS “BOLSA DE VALORES PARA MÉDICOS” E “FINANÇAS NO CONSULTÓRIO: COMO MAXIMIZAR OS RESULTADOS”
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Não há uma fórmula pronta para o sucesso, mas
que atendem a esta necessidade são os CDBs (Cer-
três conceitos, na visão do especialista, são básicos para
tificados de Depósito Bancário), o Tesouro Selic e os
minimizar riscos e maximizar o retorno do consultório:
Fundos Referenciados DI. Outra dica é que 1/3 do lu-
conhecimento, planejamento e dedicação. Conhecimento
cro seja reinvestido no consultório, como melhoria da
para realizar um plano de negócios e avaliar a viabilida-
estrutura física, renovação dos equipamentos, capaci-
de do consultório antes de concretizá-lo; planejamento
tação dos funcionários, contratação de softwares de
para avaliar a eficiência da gestão financeira e precificar
gestão, ampliação do espaço físico, investimento em
corretamente os serviços prestados; e dedicação para di-
marketing. “Isto permitirá que o consultório mante-
tar os rumos do consultório e orientar os profissionais de
nha-se em linha com as necessidades dos pacientes
apoio. “O médico precisa saber que o negócio próprio
e do mercado, e acompanhe os avanços tecnológi-
é o investimento de maior risco existente no mercado.
cos e as necessidades de seu público alvo”, cita Fran-
Da mesma forma, é o investimento que pode gerar o
cinaldo.
maior retorno”, diz Francinaldo, que fugiu de casa, no interior do Pará, aos 14 anos de idade para ser médico porque o pai e os avós, com quem morava, rejeitavam a ideia.
Investimentos
Hoje, aos 43 anos, é mestre em Neurociências, com MBA
em finanças com ênfase em gestão de investimentos e
investido em produtos de renda variável que propor-
membro da Comissão de Apoio, Qualificação e Gestão
cione fonte extra de renda ao consultório. Dentre estes
Empresarial da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
investimentos, existem os fundos imobiliários, as ações,
Segundo aponta, mesmo com o consultório
franquias, participação em outros investimentos. “O con-
já montado e funcionando, é possível fazer um plano
sultório pode ter sua própria conta numa corretora de
de negócios e, conforme o resultado, corrigir as falhas
valores onde tais produtos de investimentos podem
presentes para que o consultório recupere a trajetória
ser adquiridos. Estes investimentos permitirão que o
de lucratividade, eficiência e sustentabilidade. Também
consultório tenha uma fonte extra de ganho que pode
é recomendável dar atenção especial ao planejamento
ser usada para ampliar ainda mais a estrutura do
tributário e verificar se o regime (particularmente o Lu-
consultório”.
cro Presumido e o Simples Nacional) está sendo o mais
adequado ao perfil do consultório de forma a se pagar
saber escolher qual o melhor regime tributário – os dois
apenas os tributos necessários. Por fim, o médico deve
mais usados para consultórios e clínicas são o Lucro Pre-
respeitar o período de payback do consultório (período
sumido e o Simples Nacional. Essa escolha dependerá do
em que se recupera o investimento feito) para que passe
impacto da folha de pagamento dos funcionários sobre o
a usufruir financeiramente do negócio.
faturamento do consultório. “Se o impacto da folha for
O restante do lucro do consultório deve ser
O especialista ainda reforça a necessidade de
inferior a 5,5% do faturamento, é preferível adotar o
“A preocupação com a lucratividade é importante em qualquer atividade, inclusive na atividade médica.”
Lucro Presumido. Se for superior a 6% do faturamento, é preferível adotar o Simples Nacional. E, se o impacto da folha estiver entre 5,5 e 6% do faturamento, é preferível adotar o Simples Nacional pela comodidade de se pagar DARF única mensal”, aponta. Vale lembrar que o regime tributário deve ser revisto anualmente,
Uma vez que o consultório esteja lucrando,
uma vez que o impacto da folha de pagamento dos fun-
o médico deve saber usar o lucro de forma eficiente. A
cionários pode mudar.
orientação é que 1/3 do lucro seja usado para constituir
uma reserva de emergência para situações desfavoráveis,
passará a ser incluída no Super Simples, com a alíquota
tais como quebra de equipamentos, processos judiciais,
mais baixa. No entanto, explica Francinaldo, há a exigên-
dentre outras eventualidades. Esta reserva deve ser apli-
cia de que a folha de pagamento represente, no mínimo,
cada em um produto de investimento de alta liquidez, já
28% do faturamento. Assim, deve-se analisar com cuida-
que poderá ser usada a qualquer momento. Os produtos
do se vale a pena migrar para esse regime.
A partir de janeiro de 2018, a atividade médica
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a m b i e n t e de Trabalho / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /
Saúde ocupacional é oferecida às empresas “SOU é um serviço independente e não está atrelado necessariamente à assistência médica.” REGINALDO CAIXETA É O C O O R D E N A D O R D O S E R V I Ç O S AÚ D E O C U PAC I O N A L U N I M E D ( S O U ) , E M U B E R L Â N D I A
Com quase 20 anos de atuação no mercado, o
O carro-chefe do SOU tem como foco dois pro-
Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Tra-
gramas que são essenciais num ambiente de trabalho. O
balho (SESMT) prestado pela Unimed Uberlândia é hoje
primeiro é o Programa de Prevenção de Riscos Ambien-
uma referência para empresas e profissionais médicos
tais (PPRA), previsto por Norma Regulamentadora (NR-
que apostam num ambiente de trabalho saudável e com
9) do Ministério do Trabalho. Esse programa elenca os
todas as condições necessárias a um bom atendimento.
riscos ocupacionais existentes no ambiente de trabalho
São 415 empresas atendidas, totalizando um universo
e estabelece as medidas de controle ou eliminação dos
de 17 mil trabalhadores em Uberlândia e cidades da re-
fatores que provocam esses riscos. A análise desse tra-
gião. Nesse contexto, desde o ano passado, a coopera-
balho é que dará suporte à elaboração do Programa de
tiva adotou a nova nomenclatura – Saúde Ocupacional
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
Unimed (SOU) - criada pela rede em âmbito nacional
para esse tipo de assistência.
tas médicas para o controle e monitoramento dos riscos.
Em termos de operacionalidade, o SOU cum-
“Se o PPRA constata, por exemplo, que existe ruído no
pre a mesma função do antigo SESMT. A diferença é que
ambiente (de trabalho), o médico (responsável pela
o termo Saúde Ocupacional é menos técnico e de mais
elaboração do PCMSO) vai determinar que o traba-
fácil compreensão por parte da comunidade em geral,
lhador faça uma audiometria para verificar os efeitos
além de ser comercialmente mais atrativo.
deste fator de risco na saúde do mesmo”, diz o coorde-
nador administrativo do SOU, Reginaldo Caixeta.
É um serviço independente oferecido pela
Unimed Uberlândia às empresas e que agrega um valor
Esse programa define ações de saúde e condu-
Com base nesses dois programas é que se-
financeiro à cooperativa. Até mesmo àquelas empresas
rão planejados os protocolos médicos para a realiza-
que não têm assistência médica vinculada à Unimed po-
ção das consultas ocupacionais, seja de admissão, de-
dem contratar os serviços elencados na saúde ocupa-
missão, periódicos, mudança de função ou de retorno ao
cional. E não são poucos.
trabalho, de acordo com a finalidade da empresa.
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“O SOU tem como foco dois programas que são essenciais num ambiente de trabalho.”
Prevenção O SOU ainda ministra cursos às empresas voltados para as Comissões Internas de Prevenção de Aci-
dentes (Cipas), treinamentos e palestras durante as Semanas Internas de Prevenção de Acidentes no Trabalho (Sipats). A partir do ramo de atividade da empresa e da quantidade de funcionários é que se estabelece a obrigação de se constituir uma Cipa ou ter um profissional com orientação adequada em seu quadro para garantir um bom ambiente de trabalho.
Outras funções desempenhadas na Saúde Ocupacional são as medições de agentes ambientais,
emissão de laudos de insalubridade, avaliações ergonômicas e exames complementares, que são feitos por toda a rede credenciada de laboratórios, clínicas e profissionais médicos.
Unidade ajuda médico na elaboração do PPP
A unidade de saúde ocupacional da Unimed Uberlândia tem hoje uma importante interface tanto
com o prestador de serviço quanto com o médico cooperado. Com condições mais facilitadas, o cooperado pode utilizar a assessoria da unidade para fazer os exames admissionais de sua secretária e demais funcionários. “Toda pessoa jurídica que tenha a partir de um funcionário em regime CLT, necessariamente, já tem de se preocupar em aplicar a saúde ocupacional dentro de sua empresa”, diz Reginaldo Caixeta.
O profissional médico que pretende se aposentar em condições especiais precisa, obrigatoriamente,
apresentar à Previdência o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). É esse documento que irá descrever todo o histórico laboral do médico e que será levado em consideração durante o processo de análise para a concessão do benefício. Os cooperados que trabalham ou já exerceram suas atividades dentro das dependências da Unimed já recebem o PPP pelo período em que estiveram com a unidade. Os cooperados que trabalham em consultórios próprios, clínicas e hospitais também podem dispor desse serviço, desde que apresentem à Cooperativa toda a documentação necessária para o preenchimento do PPP. “É importante que o cooperado esteja ciente de que não é possível à Unimed preencher um PPP afirmando e assinando os riscos aos quais ele esteve exposto, nos locais onde exerce sua atividade, sem que existam cópias do PPRA, do PCMSO e quaisquer outros documentos e registros ambientais previstos na legislação que possam evidenciar as condições do ambiente de trabalho e as medidas de segurança adotadas”, diz o coordenador administrativo. A entrega do PPP não garante ao profissional a contagem de tempo diferenciada para aposentadoria. Cabe à Previdência fazer a análise de acordo com a legislação. No entanto, esse perfil é um elemento indispensável na análise. Após a entrega da documentação completa, a Unimed Uberlândia consegue emitir o PPP ao cooperado em até 10 dias úteis.
O que é PPP?
Perfil Profissiográfico Previdenciário
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Qual sua finalidade? Descrever histórico laboral do médico para o processo de análise e concessão do benefício previdenciário ao médico que pretende se aposentar em condições especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sou cooperado, como posso obter o PPP? Se você trabalha ou já exerceu atividades nas dependências da Unimed, já recebe o PPP pelo período. Se trabalha em consultório próprio, clínica ou hospital, apresente ao setor de relacionamento com o cooperado a documentação para o preenchimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quanto tempo leva a emissão do PPP? 10 dias úteis a partir da entrega da documentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Onde posso solicitar o PPP? Relacionamento com o cooperado: (34) 3239-6916 ou (34) 3239-6966 ou Rua Machado de Assis, 227, Centro
SOU:
Saúde Ocupacional Unimed
Quem tem direito a contratar: Empresas em geral, prestadores de serviço e cooperados Atendimento: De segunda a sexta-feira, mediante hora marcada. Avenida João Pinheiro, 691, Centro, (34) 3239-6940 ou 3239-6941
Serviços oferecidos: - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) - PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA (PCA) - GERENCIAMENTO DE RISCO NO ÂMBITO DA CONSTRUÇÃO CIVIL (PCMAT) - LAUDOS DE INSALUBRIDADE - AVALIAÇÃO ERGONÔMICA - PALESTRAS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE SAÚDE - CURSOS DE CIPA - PALESTRAS PARA SIPATS - MEDIÇÕES DE AGENTES AMBIENTAIS, AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS - EXAMES COMPLEMENTARES OFERTADOS PELA REDE CREDENCIADA
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ans /////////////////////////////////////////////////////////////////////
Inovações facilitam operadora virar gestora de saúde LABORATÓRIO DE INOVAÇÃO NA SAÚDE SUPLEMENTAR É ESPAÇO PARA IDENTIFICAR, ANALISAR E COMPARTILHAR EXPERIÊNCIAS
A gestora de Recursos Próprios da Unimed, Kellem Ramos, destaca que a saúde hoje precisa ser avaliada como um todo.
Nos últimos dois anos, uma gama de clientes da
Unimed Uberlândia tem vivenciado um novo conceito no atendimento à saúde suplementar, em que, ao invés de o cliente ligar para o seu médico e agendar uma consulta é a operadora que tem se antecipado e procurado por ele. Outra situação inovadora é na atenção contínua. Nesse caso, o cliente se submete antes a uma equipe multidisciplinar –
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com psicólogo, enfermeira, nutricionista, assistente social –
para então o médico ter condições de definir qual a melhor
Uberlândia
A Unimed Uberlândia já tem atuado nesse sentido,
conduta a ser adotada. Em Uberlândia, essa novidade já é
ao implantar o Centro Integrado de Atenção à Saúde (CIAS),
realidade por meio do Centro Integrado de Atenção à Saúde
que faz o acompanhamento do paciente com o objetivo de
(CIAS), gerido pela Unimed local.
evitar que ele tenha algum agravo no futuro. “Hoje, a cultura
Tais mudanças de relacionamento fazem parte de
do nosso cliente ainda é a de apresentar ao médico uma
um conjunto de ações que estão alinhadas em âmbito nacio-
queixa pontual, e não para olhar a saúde como um todo.
nal com as diretrizes definidas pelo Laboratório de Inovação
E a metodologia de atenção integral é justamente ter um
na Saúde Suplementar, que é fruto de uma cooperação téc-
olhar mais amplo, avaliando todo o contexto social, psico-
nica entre a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS),
lógico e familiar que envolve o paciente”, diz a gestora de
a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Minis-
Recursos Próprios da Unimed Uberlândia, Kellem Ramos de
tério da Saúde. O Laboratório é um espaço de identificação,
Paula. Além de ser mais eficiente do ponto de vista preven-
análise e compartilhamento de experiências inovadoras, que
tivo, torna o serviço menos oneroso para o cliente e para as
visam valorizar e sistematizar práticas, instrumentos e me-
empresas e, consequentemente, para a operadora.
todologias de trabalho efetivas para o aperfeiçoamento da
gestão na área da saúde.
a Unimed tem investido na sensibilização de cooperados e
clientes com relação a esse atendimento.
Dentro desse conceito, as operadoras se tornam
Por ser uma metodologia em fase de consolidação,
gestoras de saúde ao colocar em prática orientações de pro-
fissionais do setor, elaboradas a partir de experiências exi-
de Inovação ainda não são uma obrigação perante o Minis-
tosas locais implementadas no SUS e na saúde suplementar.
tério da Saúde, mas, provavelmente, serão levadas em con-
Os laboratórios visam transformar o conhecimento tácito
sideração na hora de avaliar as notas de desempenho das
em explícito, permitindo a troca de informações por meio da
operadoras.
construção de redes de atores interessados em determinado
tema em comum. A cada ano, uma nova temática é colocada
do em prática as inovações, as operadoras ainda passam a
em discussão pelos diversos agentes da área da saúde e que
ganhar cada vez mais o reconhecimento de seus clientes. “A
servem de referência para todo o país. No último seminário
partir do momento que o cliente tem um médico de refe-
internacional promovido pela ANS, em dezembro de 2016,
rência que conhece o contexto de saúde dele, uma enfer-
por exemplo, um dos desafios colocados aos participantes
meira que realiza o contaro, que pergunta como ele está,
foi desenvolver um novo modelo organizacional de presta-
que monitora, ele começa a sentir que a Unimed realmen-
ção de serviços baseado em equipes profissionais treinadas
te está preocupada com a saúde dele”, ressalta a gestora
em atenção primária e medicina preventiva.
de Recursos Próprios.
As diretrizes estabelecidas a partir do Laboratório
Ao se transformar em gestoras de saúde, colocan-
Olhando para o futuro. Agora você pode ter acesso fácil e rápido às útlimas novidades que a nossa cooperativa tem realizado com um olhar para o nosso futuro. São conteúdos exclusivos, acesso a Revista Unimed de onde estiver, entrevistas e mais transparência com você, cooperado. Acesse agora: www.olhandoparaofuturo.com.br
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Está no ar o novo sistema de gestão.
Para manter a Unimed Uberlândia sempre à frente, implantamos um novo sistema de gestão da informação. Ele traz mais informações sobre o histórico dos clientes, mais praticidade para solicitar e executar procedimentos e facilita o acesso às suas informações de faturamento. Todas essas medidas dão mais transparência ao dia a dia de todos, além de manter a sua cooperativa moderna e atualizada.
unimeduberlandia.coop.br