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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo De 3 a 16 de novembro de 2016
» TRAJETOS Alexandre Leoratti/RRJ
ANO 36 - Nº 1058 Thaís Souza/RRJ
SEM SINAL Rodoviária João Setti, no centro de São Bernardo, oferece wi-fi desde 2012, mas conexão ainda é falha e dificulta acesso dos usuários. Pág. 3 Alexandre Leoratti/RRJ
Pontos de ônibus do bairro estão sem informações de itinerários das linhas Pág. 3 Karine Manchini/RRJ
» CLÁSSICOS
Encontro de carros antigos acontece aos domingos no ABC Pág. 9
» BIBLIOTECA Obras infantojuvenis estão entre as mais lidas no Rudge Pág. 4
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POLÍTICA
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
De 3 a 16 de novembro de 2016
Prefeito eleito promete duplicar número de guardas municipais Orlando Morando (PSDB) diz que vai equiparar salários da Guarda Municipal com os da Polícia Militar
Alexandre Leoratti Lucas Laranjeira
O PREFEITO eleito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), tem como uma das principais promessas de seu plano de governo duplicar o efetivo da GCM (Guarda Civil Municipal). Hoje o número é de 865 agentes. O tucano também promete equiparar o piso salarial dos integrantes da GCM, que hoje é de R$ 2.630, com o da Polícia Militar (R$ 2.929,27), segundo o último edital de concurso da PM, já incluído adicional de insalubridade, além de equipar a guarda com novas armas, equipamentos e apoio à inteligência. Morando foi eleito no último dia 30 de outubro, no segundo turno da eleição municipal, com 59,94% dos votos válidos (213.661 votos), contra Alex Manente (PPS), que obteve 40,06% dos votos (142.817 votos). São Bernardo foi uma das cidades onde houve aumento no número de votos brancos, nulos e abstenções. Esses três itens, somados, representam 255.299 votos, maior que o número de votos obtidos pelo tucano. A cidade tem mais de 611.577 eleitores de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral. Ainda sobre o plano de governo de Morando na área da segurança pública, o documento, disponível na internet (www.orlandomorando45.com.br/plano-de-governo), cita que ele pretende “Fazer São Bernardo refe-
Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000
Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo
rência de cidade inteligente em segurança pública”. Outras promessas do prefeito eleito referem-se à área da educação. Ele planeja implantar a Escola Técnica Municipal, inserir uma língua estrangeira no currículo escolar municipal, ampliar o número de creches e disponibilizar escola em tempo integral. Na área da habitação os projetos em destaque são: usucapião urbano (apropriação de terreno após cinco anos de uso, sem interrupções e oposição por parte do proprietário), concessões para fins de moradia da área pública municipal e demarcação urbanística e legitimação da posse. No setor de transporte, o prefeito eleito promete dobrar a frota de ônibus nos horários de pico, diminuir o tempo de viagem e deixar o transporte público mais confortável, por meio da instalação de wi-fi, TV e ar condicionado em toda a frota. Na saúde, Morando pretende contratar mais médicos para a rede municipal, criar o Cartão Saúde Fácil, integrando informações dos pacientes em um único local para ser acessado em qualquer UBS e a criação do Aplicativo da Saúde para poder agendar consultas pelo celular e saber o tempo de espera na rede. A Prefeitura de São Bernardo informou que há na cidade 49 unidades escolares e 1.744 médicos que atendem na rede municipal de saúde, um aumento de 48% em relação a 2008.
ALGUMAS PROMESSAS DE CAMPANHA SEGURANÇA Dobrar efetivo da GCM - Equiparar o piso salarial da GCM com o da PM Equipar GCM com novas armas, viaturas e apoio à inteligência
TRANSPORTE
EDUCAÇÃO
Dobrar frota de ônibus em horários de pico
Ampliar o número de creches
Deixar o transporte mais confortável, colocando ar-condicionado, sistema de wi-fi e TV
Disponibilizar escola em tempo integral na rede municipal
SAÚDE
Criar o Cartão Saúde Fácil Criar o Aplicativo da Saúde
VOTAÇÃO Fotos: Reprodução
SBC 2º turno
SA 2º turno
SCS 1º turno
DIADEMA 2º turno
RP 1º turno
RGS 1º turno
MAUÁ 2º turno
Eleito
Votos
Abstenção
Orlando Morando (PSDB)
59,94% 463.264
24,28% 148.513
Paulo Serra (PSDB)
78,21% 276.575
25,36% 144.474
3,90% 16.564
12,93% 54.980
Auricchio (PSDB)
34,34% 32.067
15,69% 20.149
3 , 41 % 3.696
10,37% 11.235
Lauro Michels (PV)
57,67% 113.585
23,86% 78.945
6,13% 15.452
15,70% 39.567
Kiko (PSB)
30,31% 17.703
19,02% 17.120
6,10% 4.444
13,79% 10.052
Gabriel Maranhão (PSDB)
45,47% 11.080
17,21% 6.004
6,04% 1.743
9,57% 2.764
Atila Jacomussi (PSB)
64,47% 112.788
22,23% 67.370
5,76% 13.569
20,02% 47.192
DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Julio Verissimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183)
EQUIPE DE REDAÇÃO - Alexandre Leoratti, Allaf Barros, Amanda Leonelli, Claudia Leone, Erika Daykem, Érika Motoda, Felipe Siqueira, Gabriel Mendes, João Souza, Laís Pagoto, Lucas Laranjeira, Nathalia Nascimento, Paula Gomes, Raquel Gamba, Thais Souza, Thamiris Galhardo, Victor Godoi, Victoria Roman e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar
Brancos
5,35% 24.766
Nulos
17,70% 82.020
DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO - Paulo Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim
REITOR: Fábio Botelho Josgrilberg (interino), Coordenadora de Graduação e Extensão - Vera Lucia Gouvea Stivaletti, Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg DIRETORES - Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
CIDADE
De 3 a 16 de novembro de 2016
DE OLHO NA CIDADE
Alexandre Leoratti Amanda Leonelli Florindo
APESAR de os pontos de ônibus das avenidas Dr. Rudge Ramos e Senador Vergueiro terem espaço para fixação dos itinerários, cinco deles estavam sem o cartaz dos trajetos das linhas municipais e intermunicipais. A reportagem visitou 15 pontos de parada nessas vias em outubro. Três deles são verticais, sinalizados apenas por placas afixadas na calçada. Os demais têm assentos com cobertura e espaço destinado ao itinerário. O abrigo instalado na altura do nº 1.561 da Dr. Rudge Ramos está sem bancos e sem itinerário. Logo na frente, próximo à Faculdade Anhanguera, outro ponto de ônibus estava sem a placa do percurso das linhas. A aposentada Maria Liamar Figueiredo, 66, que costuma pegar ônibus perto da faculdade, disse que antes havia placa de itinerário. “Há mais ou menos três ou quatro meses, mas mudaram o ponto de lugar e a tiraram”, afirmou. Uma das paradas mais movimentadas do Rudge, na avenida Senador Vergueiro, próximo ao nº 5.010, também está sem informações sobre o itinerário. Nessa parada, há dois abrigos, ambos com o espaço des-
Pontos de ônibus do Rudge Ramos estão sem itinerário Principal problema é pichação nos informativos; custo de troca é de R$ 570 Amanda Leonelli Florindo/RRJ
Locais têm espaço em branco, onde deveriam constar informações sobre itinerário das linhas de ônibus
tinado ao percurso, porém sem a informação. Ainda na Dr. Rudge Ramos, na altura do nº 738, outra parada está danificada. Nela, há pichações por todo o abrigo, inclusive na placa que sinaliza o espaço reservado aos cadeirantes. Mesmo os pontos que possuem itinerário estão afetados por ações do tempo, como a sujeira, que di-
ficulta enxergar os nomes e números das linhas. A avenida Caminho do Mar foi a que apresentou melhores condições dos abrigos. Todos estavam com os itinerários das linhas do transporte público. Outro lado A Prefeitura de São Bernardo informou por meio da assessoria de imprensa que
A REDE de wi-fi da Rodoviária João Setti, no centro de São Bernardo, não funciona. A reportagem tentou se conectar à internet entre os dias 24 de setembro e 21 de outubro. Mesmo em períodos sem muita movimentação no local, por volta das 14h15 até as 14h50, não foi possível obter nenhum sinal. O wi-fi permite que usuários da rede possam navegar na web por meio de sinal disponibilizado na Rodoviária pela SBCTrans, responsável pela operação de ônibus na cidade. Desde novembro de 2012, a em-
presa disponibilizou esse serviço tanto na rodoviária quanto em alguns ônibus mais novos. Mas os usuários da rodoviária reclamam do não funcionamento da conexão há muito tempo. “Precisei muito da internet na última semana. Eu não tinha crédito no celular e o ônibus que eu precisava para ir para casa já tinha parado de passar. Precisei mandar uma mensagem para a minha mãe me buscar e não tinha rede”, disse a estudante de Medicina Veterinária Letícia Almeida. Já a professora de ensino fundamental Mara Espinoza falou que não lembra quando foi a última vez
o custo da unidade da placa e informativo de itinerário é de cerca de R$ 570. Ainda de acordo com a administração, as maiores ações de vandalismo são pichações. Os equipamentos danificados são recuperados ou enviados para a reciclagem. Sobre a manutenção e implantação dos abrigos, a prefeitura informou que a empresa responsável é a Thaís Souza/RRJ
Wi-fi da rodoviária da cidade falha e não garante acesso a usuários Thaís Souza
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SBCTrans, a mesma que faz o serviço de transporte coletivo e urbano de passageiros. A implantação dessas paradas segue a orientação da ETCSBC (Empresa de Transportes Coletivos de São Bernardo do Campo). O município possui 1.157 abrigos. Sobre os atos de vandalismo nas paradas, a prefeitura respondeu que os 110 pontos de ônibus do Rudge Ramos estão dentro da programação de reparo da cidade. E afirmou também que mantém equipe de limpeza e manutenção diariamente, que segue as orientações da ETCSBC. Questionada sobre a obrigatoriedade dos itinerários, a prefeitura respondeu que “as informações de itinerários de linhas de serviço estão disponíveis pelo número gratuito 0800 770 1988 e no site da concessionária www.sbctrans.com.br, além de constar em algumas paradas. Os futuros corredores de ônibus terão painéis informativos com as respectivas linhas e horários”. Para a SBCTrans a sobrecarga é a causa de interrupção do serviço gratuito
com a empresa responsável pela manutenção, mas nunca obteve resposta.
que conseguiu conectar o aparelho. “Há uns dois anos cheguei a pensar que o meu celular não fazia a conexão. Troquei de aparelho e continua sem conectar”, contou. Na rodoviária existem dois tipos de rede: a que fica aberta e livre para quem estiver na área comum do local e outra rede que requer senha de acesso, que só pode ser utilizada por fun-
cionários da SBCTrans. Os estandes das empresas de viagem também têm as suas próprias redes com senhas. Os comerciantes que trabalham dentro da rodoviária reclamam de não terem nem acesso à rede com senha da SBCTrans nem à rede aberta. Uma das comerciantes que preferiu não se identificar disse que já reclamou várias vezes
Sobrecarga O sinal disponibilizado dentro dos ônibus também não é constante, segundo os passageiros. “Em horários de pico é praticamente impossível conectar. Mas eu não sei se é por problema no wi-fi ou se tem muita gente conectada e a rede não dá conta”, relatou o torneiro mecânico Elísio Fernandes. Segundo a SBCTrans, o wi-fi teria como objetivo atender apenas os passageiros locais da rodoviária. Porém, como a rede é aberta, há a possibilidade de qualquer dispositivo móvel que esteja nas proximidades se conectar automaticamente, causando sobrecarga, falhas e lentidão no acesso.
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CIDADE
Alexandre Leoratti Amanda Leonelli Florindo
QUEM disse que jovem não lê? A depender do ranking da Biblioteca Municipal Malba Tahan, no Rudge Ramos, os jovens leem e, de preferência, livros infantojuvenis. A pedido da reportagem, a biblioteca enviou uma lista com os 10 livros mais retirados. A biblioteca funciona desde 2000. Desse total, seis são infantojuvenis. O primeiro da lista é de um autor brasileiro que faz parte da história da literatura mundial: Jorge Amado (1912-2001). Uma de suas obras, “Capitães da Areia”, lidera o ranking com 81 empréstimos. A biblioteca tem seis exemplares impressos do autor baiano e até um DVD, para quem tem deficiência visual ou prefere ouvir a história. Já em relação aos seis livros do gênero infantojuvenil que estão no ranking geral, “Bruxa, bruxa, venha à minha festa” é o segundo colocado, com 71 empréstimos. de Arden Druce. O livro conta a história de uma garota que quer que todas as criaturas assustadoras compareçam à sua festa de aniversário. Em terceiro lugar, vem “O Grúfalo” (66), de Julia Donaldson, que fala de um ratinho que cria um monstro em sua imaginação para assustar os predadores. Depois do quarto e quinto lugares, com livros de aventura, em sexto na lista está “Querido diário otário, é melhor fingir que isto nunca aconteceu” (59). No livro, o autor, Jim Benton, fala da personagem principal, Jimmy Kelly, que consegue ler informações disciplinares de sua maior inimiga, Angelina. Em sétimo, vem “Macaco Danado” (58), também da britânica Julia Donaldson, contando as aventuras de uma borboleta e um macaquinho, que saem em busca da mamãe macaca. Completam a lista “Diário de um banana: as memórias de Greg Heffley”, de Patrick Jeffrey, contando a história de um menino que precisa se adaptar ao novo ambiente no ensino fundamental e “A velhinha que dava nome às coisas”, de Cyinthia Rylant, narrando a história de uma senhora sem amigos que começa a nomear as coisas por perto dela, os dois com 56 retiradas. Dos seis infantojuvenis
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De 3 a 16 de novembro de 2016
Livros infantojuvenis são preferência na Biblioteca do Rudge
Os clássicos brasileiros estão presentes com, pelo menos,
165 obras para empréstimo
Das 10 obras mais emprestadas na Malba Tahan, seis são desse gênero Alexandre Leoratti/RRJ
Clássicos brasileiros estão presentes em 165 obras para empréstimo; três dos 30 mais pedidos marcam a literatura nacional
OS MAIS LIDOS
4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Operação Cavalo de Tróia
Questões do Coração
Querido diário otário, é melhor fingir que isto nunca aconteceu
1º
Capitães da Areia: A história conta sobre o cotidiano de um grupo de garotos em situação de rua. As crianças procuram mostrar que a vida deles não é só assalto, mas que por trás das situações são crianças comuns.
2º
Bruxa, bruxa, venha à minha festa: O livro conta a história de uma garota que para que todas as criaturas assustadoras compareçam à sua festa de aniversário, como por exemplo duendes e fantasmas.
da lista, se destaca com maior quantidade de exemplares “Diário de um banana: as memórias de Greg Heffley’ com quatro cópias. Depois, os livros variam com dois a três exemplares cada. A reportagem constatou que a biblioteca abriga pelo menos 383 exemplares
3º O Grúfalo: O enredo é sobre um ratinho que cria um monstro em sua imaginação para assustar e se divertir com a reação dos predadores: cobra, coruja e raposa.
de literatura infantojuvenil, de diferentes autores nacionais e internacionais. Segundo informações da biblioteca, o público que busca livros infantojuvenis tem, em média, entre 10 e 22 anos. sendo o acervo composto por títulos solicitados por escolas e também
Macaco Danado
Diário de um banana : as memórias de Greg Heffley A Menina que Roubava Livros A velhinha que dava nome às coisas
de livre escolha dos usuários do espaço. Mais encontrados O usuário da biblioteca também pode encontrar, em alguns casos, mais de 25 livros do mesmo autor para empréstimo. É o caso da britânica Agatha
Christie (1890-1976), com 46 livros. O “Assassinato no Expresso do Oriente”,1974, se destaca com três volumes. A história acontece após um assassinato de um passageiro do trem expresso, na Iugoslávia, que o detetive Hercule Poirot terá que investigar. O brasileiro Marcos Rey (1925-1999) também tem grande quantidade de títulos, com 32 obras em uma seção exclusiva com seu nome. Com três exemplares, “Enigma na Televisão”, 2004, é um dos destaques do autor. O livro narra o que acontece após um beijo de novela que começa a gerar muitas mortes sem nenhuma pista do autor dos assassinatos. Outros autores que se destacam são: João Carlos Marinho (25) e que também tem seção própria; Ganymédes José (25); Álvaro Cardoso Gomes (23); Luiz Antonio Aguiar (21) e Stephen King (17). Clássicos nacionais Os clássicos brasileiros estão presentes com, pelo menos, 165 obras para empréstimo. No ranking dos 30 livros mais emprestados, três são livros que marcam a história da literatura nacional, “Capitães da Areia”, de Jorge Amado; “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos (1892-1953) e “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida (1831-1861). Os autores que mais têm livros livros são Machado de Assis (1839-1908), com 43, com destaque para “Dom Casmurro”, com 17 cópias; Malba Tahan(1895-1974), com 30; Jorge Amado (28), seguido por Érico Veríssimo (1905-1975) e Carlos Heitor Cony, ambos com 12 livros na biblioteca. Serviço
A Biblioteca Malba Tahan funciona das 9h às 18h de segunda a sexta. Aos sábados o horário de funcionamento é a partir das 8h às 13h30.
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COMPORTAMENTO
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Stephanie Koren/RRJ
CELULAR Stephanie Koren
SE VOCÊ quer garantir uma boa noite de sono, tente evitar o uso de smartphones, tablets ou computadores uma hora antes de dormir. Pelo menos é isso que aponta estudo que mostra a interferência desses aparelhos eletrônicos no sono. Uma pesquisa realizada pela Nielsen Ibope, chamada Mobile Report, de setembro de 2015, confirma essa afirmação mostrando que 48% dos brasileiros acessam o smartphone antes de dormir. Entre os adolescentes, esse hábito atinge 62%. Segundo a neurologista Andrea Bacelar, especialista em transtorno do sono há 21 anos, o celular usado na cama próximo a hora de dormir faz parte de hábitos que geram irregularidades no horário de dormir e acordar. Vícios, luminosidade excessiva, o que, como consequência, dificulta o sono, trazendo problemas não só para o sistema nervoso, mas também para o organismo. A neurologista explica que o uso do celular também dificulta o relaxamento e a promoção espontânea do
atrapalha o sono dos brasileiros
Jônatas Rodrigues Malheiro, 20, utiliza o aparelho celular uma hora e meia antes de dormir todos os dias
Especialistas explicam que mexer no celular antes de dormir prejudica a rotina de uma pessoa no dia seguinte
sono, além do estímulo dos órgãos, dos sentidos: visual, tátil e auditivo. Quem já passou por isso foi o estudante de direito Jônatas Rodrigues Malheiro de 20 anos, da faculdade Uniabc, em Santo André. Ele mora em Mauá e estuda no período da noite. Malheiro contou que uso do celular antes de dormir já o prejudicou no dia seguinte. “Chego da faculdade às 22h30. Pelo fato de ficar até meia-noite e meia mexendo no celular acabo dormindo tarde, aí demoro mais para acordar. Já cheguei a perder a hora para ir trabalhar.’’ Para a neurologista Andrea, quando já há um problema genético e fatores como ansiedade, preocupações, problemas situacio-
nais, há uma grande chance de insônia. “O hábito irregular em mexer no celular pode trazer insônia também, havendo necessidade de ajuda médica.” Foi o caso da estudante de engenharia na Faculdade Mauá Rafaela Santos,19, que mora em Diadema. Ela disse que acessa o celular uma hora e meia todos os dias antes de dormir, passando maior tempo em aplicativos como Instagram, Facebook e Snapchat. “Demoro mais para pegar no sono e também não durmo muito bem. Agora, se eu não mexo no celular e vou dormir direto, é melhor”, disse a estudante. Especialista em medicina do sono há 20 anos, Luciana Palombini explica
porque as pessoas que mexem no celular demoram mais tempo para dormir. “O aparelho tem uma luz azul. Nós temos receptores na retina que, ao receber essa luz azul, estimulam diretamente nosso relógio biológico, dando uma mensagem que não é para dormir e suprime a secreção da melatonina. Com isso o sono é prejudicado.” A médica conta que atualmente os pacientes que mais relatam problemas para dormir com o uso do celular estão na faixa etária de 16 aos 25 anos. “Principalmente adolescente, estudante que fica no celular até tarde, não consegue iniciar o sono, não consegue ter o tempo suficiente de sono, e o resultado é que no dia
seguinte não consegue estudar, fica irritado, mal humorado, é muito frequente acontecer isso.” Tratamento Os riscos que a falta de sono em longo prazo podem levar é a falta de rigor físico, envelhecimento precoce, depressão, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastrointestinais e perda crônica de memória. Para crianças e adolescentes, segundo a neurologista Andrea Barcelar, é preciso que os pais tentem criar regras, conversando com os filhos para não criar o hábito de mexer no celular antes de dormir. O uso pode interferir diretamente no humor da criança, saúde, crescimento e desenvolvimento acadêmico. Uma hora antes de dormir é preciso que o aparelho seja evitado. Diminuindo a luz estimula o cérebro e ele entende que é a hora de dormir. Em alguns casos é usado a melatonina (um hormônio natural produzido pelo cérebro durante a noite para ajudar na reorganização do sono).
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Aplicativos viram mania brasileira Yasmim Rodrigues
O QUE HÁ de comum entre um estudante de direito, uma autônoma e um empresário? Se for na tecnologia, todos os três usam o WhastApp. Esse aplicativo virou mania para eles, que passam boa parte do tempo utilizando-o para se comunicar, mas sem fazer ligações telefônicas. Esse comportamento é geral. Pelo menos é o que mostra a pesquisa realizada pela Nielsen Ibope no primeiro trimestre de 2015, apontando que seis dos vinte aplicativos mais utilizados pelos brasileiros são de redes sociais, quatro de bancos e três de e-mails. A reportagem usou a rede social para fazer uma enquete sobre o assunto. E descobriu, por meio de 40 internautas que responderam ao questionamento, que esse aplicativo é o preferido. Das pessoas que responderam, 78% assinalaram que o aplicativo para troca de mensagens é o mais utilizado, seguido do Facebook com
8% dos votos e o Snapchat aplicativo de troca de fotos e vídeos também é usado 8% dos questionados. Ainda de acordo com a enquete realizada, 26 pessoas responderam pelos smartphones e 14 pelo computador. O empresário Marco Bessa, dono de nove restaurantes na cidade de São Paulo, utiliza o WhatsApp para se comunicar com seus funcionários e gerentes. Eles são separados por grupos para receber sua demanda de serviço. “Eu também uso o WhatsApp como minha agenda de bolso, envio mensagem escrita e de áudio para mim mesmo como contato”, afirma. Segundo a pesquisa Mobile Report, da Nielsen Ibope, o número de pessoas que acessam a internet por meio do celular, no terceiro trimestre de 2015, chegou a 76,1 milhões, e 51% desses internautas são mulheres. No trabalho Além de uma ferramenta para distração, as redes sociais também se torna-
Qual aplicativo você mais usa no seu smartphone?
ACESSO a conta bancárias. Uso do GPS para chegar ao lugar certo. Utilização de e-mails, contato com parentes distantes e até jogos. Essas são algumas razões apontadas por adultos e idosos para usar a tecnologia. Uma pesquisa realizada pelo Nielsen Ibope revela que quem tem 35 anos ou mais vem aderindo ao uso de celulares para acessar a internet. O número de usuários que acessam a internet via smartphone chegou a 72,4 milhões no segundo trimestre de 2015, contabilizando um aumento de 4% em comparação ao primeiro trimestre do mesmo ano. Porém, o que mais chama atenção é que, do total de usuários, 35% são de adultos e idosos, isso no quarto trimestre de 2014. No segundo trimestre de
2015 esse índice aumentou para 38%. Para Alexandre Rodrigues, 39, que trabalha como técnico de automação o uso de aparelho mudou sua vida. Sua agenda, conta bancária, as atividades a serem realizadas no trabalho estão todas salvas no smartphone. “Eu só não utilizo o celular quando eu estou dormindo. O uso é constante. São basicamente 18 horas por dia. Não consigo desgrudar do aparelho.” Apesar do uso excessivo, Rodrigues reconhece que é preciso ter um controle, pelo menos em casa, onde vive com sua mulher, Lilian, 34, e suas duas filhas, Audrey, 18, e Agatha, 16. “Essa tecnologia acaba isolando as pessoas. Aproxima pessoas distantes, mas ao mesmo tempo distancia pessoas próximas”, disse. Em família Quando a família está
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Instragam Snapchat
8%
3%
0% Outra Banco
5%
Email WhatsApp
78%
8%
Aplicativo para táxi Games
Enquete realizada em uma rede social em abril de 2015
ram um aplicativo para o trabalho. Para a design de sobrancelhas Suellen Farias, os aplicativos têm ajudando muito para a conquista de novas clientes. “O WhatsApp é prático e econômico, dá para usar pelo wi-fi e fazer ligações ”, disse Suellen. O estudante de Direito Pedro Lucas Rodrigues Frascarolli, 21, disse que também é fã do aplicativo mais utilizado pelos brasileiros e que usa muito a função de ligação, mas o estudo e o lazer também estão envolvidos. “É um vício necessário, já que a partir dele consigo manter contato
‘Trintões’ aderem à web e a celulares Valmir Moraes
COMPORTAMENTO
com algumas pessoas e resolver problemas pessoais e acadêmicos”, afirma. Rodrigues afirmou ainda que o seu smartphone já o salvou de várias situações complicadas na faculdade. Ele tinha que fazer um trabalho, só que a biblioteca da faculdade não tinha o livro. Ele conseguiu uma versão digital e graças ao app Quickoffice fez o seu trabalho sem nenhuma dificuldade. Leitura de Notícias Em meio a tantas ligações e conversas pelos smartphones, as pessoas ainda têm um tempinho para ler notícias. Segundo Valmir Moraes/ RRJ
reunida, conta que todos tentam evitar o uso do aparelho. A interação entre a família é o principal objetivo. Mas Rodrigues assume que é uma tarefa difícil, pois como cada um possui uma rotina diferente e muito cheia. Quase não há horários livres em comum para a família de Santo André. O que lhes resta é o fim de semana que, mesmo
assim, ainda é complicado. Já para a técnica de enfermagem Eleni Rodrigues David, 47, a conectividade com as pessoas e com o mundo das informações foi o principal fator que contribuiu para aderir à tecnologia. E, usando somente para essas atividades, conta que perde mais de seis horas do seu dia com o aparelho. Questionada sobre o uso
a pesquisa da Nielsen Ibope, 34% dos usuários da internet pelo celular afirmam que abrem páginas de navegadores para verificar as notícias pelo menos três vezes ao dia. A pesquisa ainda revela que as pessoas optam por ler textos mais curtos e resumidos e em algumas ocasiões até mesmo um vídeo, em vez de lerem notícias longas. Mesmo as redes sociais sendo usadas para trabalho e entretenimento: 68% dos usuários consumem informações por compartilhamento nas redes e 30%, por aplicativos de troca de mensagem. Eleni adere as praticidades do celular, mas com medo de vício por aparelho
excessivo dos celulares por sua família, um casal de gêmeos, Matheus e Bianca, 13, e seu marido, Marco David, 48, Eleni critica a atividade constante no aparelho, principalmente por seus filhos. Ela disse que o pessoal da sua faixa etária ainda conversa pessoalmente. Já os jovens não, que preferem se falar por celular. “Isso é horrível”, disse Eleni. Em casa, a técnica em enfermagem disse que tenta restringir o uso de celulares ao máximo para seus filhos. Eles não podem utilizar o aparelho nas refeições, em momentos em que toda a família está reunida, e na hora dos estudos. Eleni disse que, como está afastada temporariamente do trabalho por questões de saúde, tem um maior controle sobre o uso do aparelho pelos filhos. E contou que pretende ensinar os filhos ao uso saudável da tecnologia.
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COMPORTAMENTO
Leonardo Alves
PROPRIETÁRIOS de carros clássicos se reunem aos domingos no parque Bosque do Povo, em São Caetano. Organizados pelo Carro Clube do Grande ABC, que comanda os eventos desde 2006, os veículos tomam conta do ambiente, misturando nacionais e até importados raros, embalados pelo som de covers de Elvis Presley, Beatles e muitos outros hits que marcaram época. Fundador do Carro Clube, Atilio Santarelli é quem organiza os encontros. Atualmente o clube possui parceria com a Secretaria de Cultura de São Caetano, que cede o espaço e garante a segurança do local. “A única exigência deles é arrecadar alimentos não perecíveis”, afirmou Santarelli. Segundo ele, por mês cerca de meia tonelada em alimentos é arrecada nos encontros. O objetivo é abastecer os estoques dos asilos e creches mantidos pela prefeitura. Além dos encontros semanais, que só não acontecem no segundo domingo de cada mês, Santarelli também ajuda a organizar o encontro anual, no parque Chico Mendes, também em São Caetano. Com 57 anos de idade, a
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Apaixonados por clássicos se reúnem no ABC
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Karine Manchini/RRJ
Além da exposição, feira também arrecada alimentos para doação
Encontros acontecem aos domingos no Bosque do Povo
“
Meu avô teve carro de corrida. Meu pai nunca correu, mas sempre foi apaixonado pelos veículos. Cresci no meio disso tudo e a paixão está no sangue.” Atilio Santarelli
Pres. Carro Clube do ABC
história do comerciante com carros é antiga. “Meu avô teve carro de corrida entre as décadas de 1930 e 1950. Já meu pai nunca correu, mas sempre foi apaixonado pelos veículos. Cresci no meio disso tudo e a paixão está no sangue”, contou Santarelli. Embora seja o organizador do evento, ele também possui seu clássico em casa. “Tenho uma Kombi 1988 original. Nunca foi pintada.
Está com a tinta da fábrica”, explicou Santarelli. “Apesar de estar meio opaca, sem brilho, não quero pintá-la para não perder a originalidade”, afirmou o comerciante. Incrível Hulk Ao lado do palco em que a banda The Mouth Bell’s recorda os clássicos do Rock’n’Roll, um pequeno Fusca verde escuro chama a atenção. As placas pretas indicam ao menos 80% de originalidade das peças, exigência do Detram para obter o cobiçado emplacamento. “Tenho ele há três anos. Apelidei de ‘o Incrível Hulk’”, afirmou Valdenor dos Santos, gerente e proprietário do Volkswagen. Com 62 anos de idade, Santos só é 10 anos mais velho que seu carro, que foi
produzido em 1964. “Trouxe ele de Curitiba para cá. E vim dirigindo até em casa, na Vila Luzita em Santo André”, recorda o proprietário. “Paguei R$ 16 mil. Não vendo por menos de 50 mil hoje em dia. Até hoje só precisei pôr gasolina. Nem óleo eu gasto com ele.” Os Volkswagens fazem parte da história do gerente. “Meu primeiro carro foi um Fusca. Na época não tinha dinheiro para pagar o financiamento, então trabalhei de taxista para conseguir pagá-lo”, explicou. De volta ao ‘Incrível Hulk’, se engana quem pensa que o gerente só deixa o carro dentro da garagem. “Eu trabalho no Aeroporto de Congonhas e toda sexta-feira vou de Fusquinha trabalhar. É minha tradição”, declarou.
O carinho pelo Fusca é tanto que Santos procura conservar até os menores detalhes do veículo. “O macaco hidráulico dele é o original de fábrica”, contou. “Até mesmo as placas de Curitiba, que foram trocadas pelas da minha cidade, eu guardo em minha casa.” Quadrados No primeiro domingo de cada mês o Bosque do Povo é invadido pelos chamados Volkswagens quadrados, que são os modelos da primeira geração do Gol, Parati e Saveiro, além de Santana, Quantum, Passat, Golf e Jetta. Marcelo Rondon mora no bairro Assunção, em São Bernardo. Em 2005, ele e mais quatro amigos decidiram fundar o Clube Somos Quadrados VW. “Nós sentíamos falta de não ter encontros na região e então resolvemos criar o clube”, explicou o engenheiro. A paixão pelos modelos começou por conta de Voyage 1995, que seu pai comprou zero quilômetro. “Esse carro está na família desde essa época. Meu amor pelos Volkswagens começou por esse carro, que preservo até hoje. Inclusive o clube começou por causa do Voyage”, afirmou Rondon. O Voyage azul-marinho já não está mais original na mecânica, tendo passado por algumas alterações ao longo dos anos. “Eu coloquei um turbo no motor. Cheguei até a correr em algumas provas com o carro, mas hoje ele está mais manso. Não corro mais com ele”, contou. Além do Voyage, Rondon também é dono de um Gol 1986. “Ele é bege polar e tem interior marrom. Sou o quarto dono dele, fui até o interior buscá-lo. Tenho toda a documentação dele, inclusive os manuais, assim como no Voyage”, disse. Fora os encontros no Bosque do Povo, Rondon ajuda na organização de viagens pelo estado de São Paulo. “Já fizemos três passeios para o interior. Fomos para Itu, Campinas e para o Hopi Hari”, afirmou. Outros encontros Os entusiastas da região também podem conferir os clássicos na exposição mensal que ocorre na Fundação Santo André, na av. Príncipe de Gales, 821. O evento acontece sempre no segundo domingo de cada mês.
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Clube do Opala junta proprietários e amantes do veículo desde 2011 Guilherme Nascimento
O OPALA Clube do ABC surgiu com o intuito de reunir os “opaleiros” e donos de outros veículos antigos Chevrolet das setes cidades como Impala, Veraneiro e Chevette . Unidos não somente pelos carros que possuem, mas também pelas histórias que estão agregadas a ele. Welington Fecchio, gerente de informática e atual presidente do clube, conta como foi a ideia de reunir pessoas com a mesma paixão automobilística. “O clube surgiu em julho de 2011, com uma ideia minha em conjunto com dois amigos, Evandro de Angelis e Ricardo Nunes. Nos reunimos em um encontro que acontecia semanalmente no poliesportivo as quartas-feiras a noite. Lá nós conseguimos lançar oficialmente o Opala Clube ABC, com três membros. Na 2ª reunião,
encontramos com alguns opaleiros que tinham a mesma ideia de montar um clube. Hoje, formamos uma diretoria composta por mais quatro pessoas. Atualmente com 350 membros, o clube une pessoas que têm lembranças e momentos da sua vida ligados ao Opala. ”Para mim, foi um carro que meu pai e tios tiveram ao longo da minha infância, e quando jovem, via nas ruas esses carros rodando e pensava, um dia comprarei um,” relatou Fecchio. Segundo o analista de sistemas Marcos Schiavette, membro do clube e dono de um Chevrolet Comodoro, todos os encontros são sempre democráticos e enfatiza que há muita camaradagem entre os associados. “Nós já chegamos a colocar no encontro do Bosque do Povo, em São Caetano, 110 carros”. Marcos conta que é possível acompanhar a evolução de carros que se
Restauração chega a custar o valor de um novo Karine Manchini
A PAIXÃO pelos clássicos é única, e pode fazer colecionadores gastarem bastante dinheiro na hora de fazer a restauração ou a manutenção. Segundo Adilson Scarciofolo Artiesi, proprietário e pintor da funilaria Auto Pintura Modelo em São Caetano, a restauração de um carro antigo pode ser demorada e sair cara. “O tempo de restauração depende do que o cliente vai fazer, mas pode levar de três meses a um ano ou até mais. Já o preço pode variar muito, se for uma restauração completa chega a custar de R$70 mil até R$100 mil”, explicou Scarciofolo. Rogério Toshio Doy tem 46 anos, mora em Suzano e é professor de dança de salão em São Bernardo. Sua paixão
veio por meio do seu pai que tinha um Opala e eles passavam um tempo juntos fazendo a manutenção no carro. Há oito anos, Toshio comprou uma Mercedes antiga por um preço acessível e ficou cinco anos com ela. Decidiu vender e como estava difícil, conseguiu fazer uma troca com um Opala 1976, seu sonho de consumo. O Opala que Toshio adquiriu já estava restaurado. O modelo que antes era um “De Luxo” original com um motor de quatro cilindros virou um com seis. Mesmo já restaurado, o veículo precisou de alguns ajustes na injeção eletrônica. Segundo ele, a manutenção de carros como Opala e Caravan não é cara, pois ainda se encontram peças com facilidade, o que não acontece com carros importados. “Modelos importados ou como o Alfa Romeu, Ca-
juntam ao grupo, que em algumas vezes, não chegam restaurados. “Às vezes, o cara chega com um carro com motor ‘fumaçando’ ou com a lataria furada, mas um mês depois, já começa a melhorar. A gente só seleciona os carros quando vão para exposições.” Segundo dados do site da General Motors, a última versão do Opala foi fabricada no Brasil em 1992, é o primeiro carro produzido pela GM em São Caetano e deixou de ser feito quando a montadora decidiu investir no Ômega, lançado em 1992. O automóvel teve 15 versões
COMPORTAMENTO Guilherme Nascimento/RRJ
desde o seu lançamento até os últimos dias de produção e atingiu a marca de quase um milhão de unidades produzidas em solo brasileiro, durante os 23 anos em que foi produzido. O contador José Roberto é membro do Opala Club do ABC desde 2009. Proprietário de um modelo diferenciado de Opala 79, considerado raridade no país por não ter tido adesão do publico durante o lançamento por conta da cor do estofado vinho, conta que teve vários modelos no decorrer da sua vida. “Meu pai sempre teve Opala. Quando
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Donos do Chevrolet se reúnem no parque Bosque do Povo, em São Caetano
fiz 18 anos, depois comprei outros e fiquei um tempo sem e aí comprei esse que tenho e reformei.” No dia 15 de maio, o grupo participou da apresentação do retorno de uma categoria da Stock Car chamada Old Stock Car, onde corriam Opalas na década de 1980. O evento aconteceu no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, e o clube teve cinco veículos na volta antes do início da corrida. “É uma sensação incrível dirigir em Interlagos, e também ter o prestígio do Clube representando os amigos opaleiros, com o Opala Clube São Paulo e Amigos do Opala de Osasco”, contou o presidente do clube. Os encontros ocorrem sempre no quarto domingo do mês no Parque Bosque do Povo em São Caetano, das 9h às 12h30. Para se associar, há informações no site http://opalaclubeabc. blogspot.com.br/. Também há informações sobre eventos na página do Facebook do clube. Arquivo Pessoal
ANTES
DEPOIS
“Bono Volks” levou mais de um ano para ser restaurado e a reforma custou quase R$ 40 mil
dilacs e Impalas antigos, pode ser muito difícil encontrar as peças necessárias e nesses casos as pessoas acabam adaptando de outros modelos.” O que muita gente não sabe é que a restauração é um processo bem diferente de uma reforma, principalmente nos custos. “Em uma restauração você deixa o carro só na lata, sem fiação, sem painel, sem nada. É mais profundo e fica em torno de R$25 mil ou R$30 mil, já na reforma você pega o carro do jeito
que está, lixa e manda pintar e sai em torno de R$5 mil”, afirmou Toshio. Marcelo Cardoso Nietto, 42, comprador e morador do bairro Jardim, ABC, em Diadema, é apaixonado pelo seu Fusca 1968 que tem o nome de Bono Volks, em homenagem ao vocalista da banda U2, da qual Marcelo é fã. Bono Volks foi adquirido em 2003, estava em bom estado, mas na época carros antigos não eram valorizados e ele foi comprado por apenas R$2,5mil.
Após 10 anos, ele foi para a restauração, pois já estava enferrujando e com a pintura fosca. Essa restauração não saiu barata. “Foram gastos R$37 mil por incrível que pareça, pois troquei todas as peças por novas”, contou Nietto. Nietto não tem intenção de vender o carro por valor nenhum. “Não vendo, não. Ele faz parte da minha família, passamos muita coisa legal juntos e até alguns apuros, o valor sentimental por ele é muito grande”, explicou o proprietário.
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Fotos: Viviane Lopes/RRJ
O palmeirense Paulo Gomes coleciona cobertor, toalha de banho, almofadas, copos e enfeites do clube. Na casa do Thiago Sarpe (à direita), tem copos, chaveiros e bonequinhos do Tricololor
Hino vira música de casamento
Fotos: Arquivo pessoal
Torcedores expressam amor pelo time de coração de diversas formas Viviane Lopes
QUANDO a enfermeira Larissa Souza, 25, entrou na igreja para casar com o gerente Edemilson Souza, 27, em novembro de 2015, a música que ecoava pelo templo era o hino do Corinthians. No convite dos noivos, uma recomendação expressa: era proibido qualquer convidado trajando verde, numa alusão ao Palmeiras, arquirrival dos corintianos. “A minha família inteira é corintiana, somos fanáticos, não tinha como ser diferente. Eu e a minha mulher brigamos por causa dos convites. Mas no fim, verde aqui não entra.” Essa é uma das formas que os torcedores usam para expressar o amor pelo clube do coração. Alguns chegam a tomar até atitudes inusitadas. Como a que aconteceu com o reparador de veículos Roberto Venâncio, 48. Ele contou que tomou um voo para o Rio de Janeiro, em 2000, para assistir ao desempenho do Timão em pleno Maracanã. “A minha
mulher e família pensaram que eu estava trabalhando. Hoje muitos não sabem que fui nesse jogo.” Venâncio ainda guarda de recordação o ingresso dessa partida. Nem um liquidificador escapou da sanha clubista. Para ir no clássico entre Palmeiras e Santos no ano de 1977, o empresário Paulo Gomes, 46, vendeu o eletrodoméstico da sua mãe e foi escondido ver o jogo. “Não pensei duas vezes. Peguei e vendi para uma vizinha. Fui cheio de orgulho comprar o ingresso. Fui com o pai do meu melhor amigo. O primeiro jogo, a gente nunca esquece.” Agora imagina você, que acabou de conseguir o seu primeiro emprego e tem um jogo do seu time numa quarta-feira à noite. Você deixaria de ir ao estádio para ficar em casa? O estudante de administração e palmeirense Leonardo Benício, 18, não. No ano passado ele quase perdeu o emprego para poder ver Palmeiras e Santos pela final da Copa do Brasil. “Deveria ter chegado em casa às 3h da manhã. Porém a festa e a alegria foram tão grandes
Fanático - Roberto Venâncio tem vários artigos do Timão, como camisas, bonés, guarda-chuva, produtos de higiene e ainda tem guardado o seu primeiro ingresso do confronto: Corinthians x São Paulo em 1977
que acabei chegando em casa só às 9h. Não fui trabalhar. Foi o dia mais feliz da minha vida”, contou. Objetos Camisas, tatuagens e objetos também são gestos de amor ao clube. Venâncio, por exemplo, só sai na rua uniformizado. Já gastou cerca de R$ 30 mil em artigos
“
O primeiro jogo, a gente nunca esquece”. Paulo Gomes
Empresário
do Timão. São produtos de higiene, toalhas, mais de 100 camisas, bonés, guarda-chuva, livros, decorações e até a cerveja tem que ser do time alvinegro. Já o estudante de engenharia Thiago Sarpe, 21, herdou do avô materno o amor pelo São Paulo. “Foi ele quem me deu minha primeira camisa.” O são-paulino tem de tudo um pouco do tricolor, como bandeiras, toalhas de banho, copos, chaveiros, bonequinhos de decoração, pôsteres, jornais, DVD de títulos, livros do goleiro Rogério Ceni, faixa de cam-
peão, cerca de 10 camisas e ingressos de jogos antigos. E quem disse que futebol é só coisa de homem? A estudante de administração Clara Paiva, 20, tem 190 camisas do Palmeiras, três tatuagens em homenagem ao clube e vários objetos do Verdão. “Eu tenho tatuado uma cruz de Savoia, um símbolo do Palestra Itália e o ano de fundação. Essa última foi feita no dia em que o meu Verdão completou 100 anos.” Além disso, ela personaliza todos seus objetos que remetem ao Palmeiras. “Meu quarto é inteiro verde e branco com adesivos, bandeira, faixas, quadros e bonequinhos. O meu carro também é decorado e o meu armário também é predominado por roupas que variam desde a década de 70 até as atuais.” Outra torcedora apaixonada é a dona de casa Sheila Silva, 22. Ela já não tem muitas coisas do Corinthians, mas guarda até hoje com carinho um blusão que ganhou da irmã aos 15 anos. A corintiana roxa, disse que quando fez 14 anos recebeu uma proposta da irmã mais velha: se ela conseguisse o dinheiro do ingresso para o jogo do Timão, a levaria. “Eu odiava a comida da escola. Então sempre levava dinheiro para o lanche. Foi aí que tive que mudar os meus hábitos e foi assim durante meses. Quando finalmente chegou o dia do jogo, descobri que a minha irmã já havia comprado o meu ingresso. Mas ela queria ver se eu seria esforçada para conseguir algo que eu queria.” Ela também contou que, apesar de ter ficado muito brava com a irmã, quando pisou no estádio e olhou para a arquibancada, o coração disparou. “Comecei a chorar por ver o meu time pela primeira vez tão de perto, foi 1 a 0 para o Palmeiras, mas a emoção foi maior que tudo.” Até pouco tempo ela ainda tinha o ingresso guardado.
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Taís Bartkevícius
SÓ A PAIXÃO pelo esporte pode explicar o fato de uma pessoa paraplégica entrar em uma loja esportiva e desembolsar R$ 1.000 por uma chuteira personalizada do craque argentino Lionel Messi. Quem conta essa história é o consultor de moda esportiva Vinícius dos Santos, 26, que trabalha em uma loja da Adidas, no Golden Shopping, em São Bernardo. De acordo com o consultor, as peças mais procuradas são aquelas ligadas a um jogador ídolo do torcedor. As chuteiras também estão ganhando destaque entre os consumidores. Atualmente, existem várias linhas diferentes e modelos personalizados que visam conforto, performance e design. As linhas do argentino Lionel Messi e a Ace, do colombiano James Rodriguéz, são as mais procuradas. “O jogador vende o produto”, comentou Santos. Santos afirmou também que a média de gasto de seus clientes com artigos esportivos é entre R$ 300 a R$ 500 reais. Do futebol internacional, as camisetas mais procuradas são da seleção alemã e do Real Madrid. Do brasileiro, a do Palmeiras. Segundo o consultor, a maior compra que ele já viu acontecer na unidade saiu por R$ 3.600. Dentre os itens, estavam um kit de camiseta, short original, meião, chuteira, caneleira, uma mini bola e até um cachecol do time, que foram presentes de aniversário de uma mãe para o filho. O consultor da Adidas ainda ressalta que um comportamento padrão dos clientes que entram na loja à procura de camisetas de times internacionais, como Real Madrid por exemplo, é comprar um look completo. Outra mãe, a advogada Magda Pereira, foi até a Centauro, também no Golden, para presentear o filho Leonardo. “Eu entrei querendo só comprar a camiseta do Corinthians. Mas quando ele entra na loja sempre quer sair com mais alguma coisa do time, nem que seja uma
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Artigos esportivos fazem sucesso entre torcedores Fotos: Taís Bartkevícius/RRJ
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Consultor esportivo Henrique de Paula afirma:
80% das camisetas compradas nas lojas são estampadas com NOME + NÚMERO do jogador de preferência do torcedor bola.” A mãe admite já ter gastado anteriormente cerca de R$ 1.200 em outra compra, quando o filho escolheu uma chuteira e uma bermuda.
Kit do time Real Madrid, com bermuda e a camiseta que é uma das mais procuradas pelos torcedores
Lojas estão apostando em diversos artigos com logo dos times para conquistar consumidores. À direita, Chuteira do Liones Messi, peça best-seller na Adidas do Golden e produto mais caro na loja
Presente De fato, comprar um artigo esportivo para presentear virou hábito. A estudante de publicidade Rafaela De Souza, 23, sempre aposta em um presente de esporte para o tio, fanático palmeirense. “Sempre acabo optando por dar algo do Palmeiras. Ele gosta de basicamente qualquer coisa que tenha o logo do time. Já dei porta-retrato, alguns copos grandes de bebida engraçados e até uma roupa para o cachorro dele.” Geralmente, quem compra nessas lojas acaba retornando, ou costuma passar para ver as novidades. Por isso as lojas se adaptaram a esse comportamento. Os vendedores se adaptaram e costumam mandar fotos e novidades pelo WhatsApp. Um serviço de sucesso oferecido em lojas de artigos de esporte é a estampagem nas peças vendidas. Ainda na Centauro, o vendedor e consultor esportivo Henrique de Paula, 25, afirma que 80% das camisetas compradas – seja presente ou não – passam por esse processo. “Geralmente a pessoa compra a camiseta, estampa o nome dela e o número do jogador preferido do time.” Nessa loja, o time com maior procura atualmente é o Barcelona. O valor médio de compra é de R$ 200,00. Dentre os times tradicionais brasileiros, as peças mais pedidas são de goleiros de três das principais equipes paulistas: Corinthians, que estava esgotada, do São Paulo, do ex-goleiro Rogério Ceni, e do Palmeiras.
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