Rudge Ramos Jornal - Edição 1.084

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo ANO 39 - Nº 1084

29 de Novembro de 2019

Bianca Soletti/RRJ

TRABALHO TEMPORÁRIO Com a proximidade do Natal, expectativa é de contratações no comércio. No ABC, alta prevista é de 7% em relação a 2018. Pág. 2

» SAÚDE

JOVENS TAMBÉM TÊM DOENÇAS CARDÍACAS Pág. 5

» ESPORTES

Bruno Zanchetta/RRJ

Campeonato Dom Jaime de Futsal amador, criado em 2014, reúne atualmente cerca de 200 atletas em 16 equipes de S.Bernardo. Pág. 8

» COMPORTAMENTO

Jessica Borges/RRJ

60% do peso total do corpo de um adulto é composto de água. Reportagem traz mitos e verdades sobre o consumo diário. Pág. 4


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ECONOMIA

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade

29 de Novembro de 2019

Comércio prevê alta de vagas temporárias neste fim do ano No ABC, aumento nas contratações deve ser de 7% em relação a 2018 Bianca Soletti/RRJ

Bianca Soletti

COM A CHEGADA do fim do ano, a expectativa é de que o movimento nas lojas e estabelecimentos aumente. A alta no comércio tem início em outubro, com o Dia das Crianças, seguido da Black Friday, em novembro, e do Natal em dezembro,. Essa época exige que lojas de diferentes departamentos contratem funcionários temporários para suprir a alta demanda. A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) estima que sejam criadas neste final de ano mais de 570 mil vagas. São Paulo é o estado com maior geração de empregos temporários, com cerca de 366 mil vagas. No ABC, o aumento deverá ser de 7% em relação ao mesmo período no ano passado. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que a projeção de vagas temporárias para o Natal de 2019 terá o maior índice desde 2013. O número é 4% maior do que o registrado em 2018 e deve movimentar R$ 35,9 bilhões. Os setores mais propensos a contratar são vestuário, eletrônicos, restaurantes e cosméticos, cerca de 40 mil vagas a mais quando comparado com 2018. A coordenadora de Pesquisas e Tecnologia do Departamento Intersindi-

Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000 

Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo

Gerente de loja do Rudge diz que a movimentação de fim de ano requer contratações extras

DIRETOR - Carlos Eduardo Santi COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Eduardo Grossi EDITORA-EXECUTIVA - Eloiza Oliveira (MTb 32.144) EDITORA DO RRJ - Camila Escudero (MTb 39.564) EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357) ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183) EQUIPE DE REDAÇÃO - Amanda Caires Ferreira, Andressa Schmidt, Beatriz Lopes dos Santos, Beatriz Siqueira, Caroline Ripane Assis, Giovane Roberto Rodrigues, Giovanna Vidoto, Giulia Marini, Gustavo Brito de Jesus, Letícia Rodrigues, Luiza Carvalho Lemos Branco, Matheus Gomes Dias, Miguel Cyrino Rocha, Pedro La Ferreira, Sophia Gonçalves Villanueva, Vinicius de Oliveira dos Santos, e alunos do curso de Jornalismo.

CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO Valdecir Barreros (presidente), Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente). Conselheiros titulares: Almir de Oliveira Júnior, Andrea Rodrigues da Motta Sampaio, Cassiano Kuchenbecker Rosing, Marcos Gomes Tôrres, Oscar Francisco Alves Jr., Recildo Narcizo de Oliveira, Renato Wanderley de Souza Lima. Suplentes: Eva Regina Pereira Ramão e Roberto Nogueira Gurgel. Esther Lopes (secretária) e bispa Marisa de Freitas Ferreira (assistente do Conselho Geral das Instituições Metodistas de Educação). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar DIRETOR DE FINANÇAS, CONTROLADORIA E GESTÃO DE PESSOAS - Ricardo Rocha Faria DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E

cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Patrícia Pelatieri, explica que o aumento de vagas não significa que a população tenha recuperado a esperança na economia. “Esse pequeno aumento de compras previsto, de 4% em relação ao ano anterior, está muito relacionado à liberação da poupança do trabalhador. A decisão de cortar custos ao longo do ano com a expectativa de fazer gastos necessários no final tem mais a ver com isso do que propriamente o aumento significativo da confiança”. Por outro lado, as vagas temporárias são oportunidades para quem quer se reinserir no mercado de trabalho. “Nesse contexto, elas representam mais uma oportunidade de gerar renda para quem está desempregado e uma pequena possibilidade de se recolocar em uma vaga permanente”, diz Patrícia. A gerente da loja Tacha, localizada no Rudge, Sônia Santos, conta que nessa época do ano o trabalho aumenta. “Normalmente, é um período um pouco mais movimentado que os demais. Nós entramos mais cedo, saímos mais tarde, e temos o horário de almoço reduzido. E sempre haverá necessidade de vendedores extra”. Para outras pessoas, esses empregos servem como ajuda financeira e primeiro contato com o mercado de trabalho. A estudante Maria Clara Pedroso, de São Bernardo, teve seu primeiro emprego em uma vaga temporária. “Foi bom porque eu ganhei dinheiro em um momento que não estaria fazendo nada. Para alguém que precise pagar contas é bom, mas também é incerto. Não é uma coisa que eu queira fazer de novo, ano que vem pretendo começar a trabalhar e espero que seja de carteira assinada”. 

MARKETING - Ronilson Carassini DIRETOR NACIONAL DE ENSINO SUPERIOR - Fabio Botelho Josgrilberg DIRETORA NACIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA - Débora Castanha GERENTE JURÍDICO - Rubens Gonçalves de Barros REITOR: Paulo Borges Campos Jr.; Coordenadora de Graduação e Extensão: Alessandra Maria Sabatine Zambone; Coordenadora de Pós-Graduação e Pesquisa: Adriana Barroso Azevedo; Coordenador de EAD: Marcio Oliverio. DIRETORES - Nilton Zanco (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Kleber Nogueira Carrilho (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).


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ECONOMIA

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Leonardo Cunha/RRJ

Cresce número de aposentados que voltam a trabalhar no ABC 80% das pessoas que se aposentam seguem trabalhando para ajudar no orçamento familiar Leonardo Cunha

O NÚMERO de aposentados que permanecem ou voltaram ao mercado de trabalho para complementar a renda gerada pelo benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aumentou neste ano. Aproximadamente 80% daqueles que se aposentaram na região seguem trabalhando, o que significa oito em cada dez pessoas. Há um ano, eram 60% do total. A estimativa é da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Grande ABC. Segundo dados da Fundação Seade, existem 332,5 mil pessoas acima de 60 anos na região. O volume de aposentados que continua trabalhando representa 85,2% do total de idosos. Em 2016, eram 87 mil pessoas, ou seja, 30%. Dados de julho do INSS mostram que há 354,5 mil apo-

sentados nas sete cidades. Desse montante, 283,6 mil seguem na ativa. O rendimento médio da aposentadoria dessas pessoas é de R$ 1.937, pouco menos que dois salários mínimos. A economista Janaina Oliveira diz que são vários os motivos que levam uma pessoa a seguir na ativa, no mercado de trabalho, mesmo depois da aposentadoria. “Com o desemprego na faixa de 12%, o aposentado precisa ajudar a complementar a renda familiar. Esse fator é o principal motivo para o idoso voltar ao ofício, seja com uma atividade formal ou por conta própria”. Janaina também afirma que a dificuldade do jovem em entrar no mercado de trabalho sem possuir nenhuma experiência contribui indiretamente para que os mais velhos permaneçam entre os economicamente ativos. Ainda de acordo com

a economista, há casos de aposentados que seguem trabalhando por satisfação pessoal. “Eles querem sentir-se ativos e úteis”. Esse é o caso do vendedor ambulante José Vieira (73). Aposentado há 13 anos, o idoso segue na ativa, no bairro do Rudge, para ter uma renda extra e usa o trabalho como uma forma de terapia. “O trabalho para mim é uma higiene mental, ocupo minha cabeça, converso com as pessoas, dou conselhos, evangelizo e vendo minhas mercadorias”. Já a ex-professora Tania Maria (63) é cadeirante e continua trabalhando, agora como doceira, fazendo doces, bolos e chocolates para garantir uma renda extra. O dinheiro é usado para pagar o aluguel de sua casa, insumos dos aparelhos de locomoção, fraldas, exames e transporte para os médicos. “Se a aposentadoria suprisse os gastos

para minha saúde e transporte eu não trabalharia mais”, afirma, revelando que recebe um salário mínimo por mês do INSS. Benefícios A economista Janaina Oliveira explica ainda sobre os benefícios de se ter pessoas mais velhas no mercado de trabalho. “A experiência e o comprometimento das pessoas mais velhas são fundamentais. Isso porque elas já enfrentaram crises econômicas históricas, mudanças de planos econômicos, congelamento de bens e altíssimas taxas de inflação”. A economista também ressalta uma nova tendência na área de comércio e serviços que começa a empregar a terceira idade para atendimento ao público, áreas em que a paciência e a cordialidade são essenciais no perfil do trabalhador.

A secretária Vilma da Silva (59) é aposentada desde 2016 e continua na ativa, trabalhando como assistente administrativa, principalmente para ajudar a filha. “Minha filha cursa a faculdade de Odontologia e ajudo a pagar os materiais, que são muito caros. Também contribuo para a educação dos meus três netos de 15, 14 e oito anos”. Ela, que preferiu não revelar o valor da aposentadoria, afirma que se tivesse uma renda maior não continuaria trabalhando. Janaina fala também sobre a parcela de culpa que o INSS tem nesse processo. “A renda da aposentadoria não é suficiente para suprir o mínimo para o aposentado”. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 65% dos beneficiários do INSS recebem um salário mínimo. 


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COMPORTAMENTO

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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Fotos: Jessica Borges/RRJ

MITO > Água misturada a cafeína desidrata. > Água gelada queima calorias e emagrece. > Água gelada é mais eficiente para matar a sede

VERDADE Jessica Borges

A ORGANIZAÇÃO Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de oito copos de 200 ml de água por dia, o que corresponde a dois litros. A água reflete 60% do peso total do corpo de um adulto e quase 80% do de uma criança. Tanta importância no organismo gera dúvidas. Quem nunca ouviu que não podemos beber água diretamente da torneira? Que água emagrece, mas água com gás engorda? O clínico-geral Leandro Schetino desmistifica alguns mitos relacionado ao consumo da água. De acordo com ele, é falsa a ideia de que beber dois litros de água por dia é o ideal. “Essa quantidade é muito relativa, depende do estilo de vida da pessoa. Se ela não tem muita exposição ao sol e leva uma vida cotidiana normal, dois litros é o recomendado porque não tem um gasto energético calórico excessivo. Para uma pessoa que pratica exercício físico, por exemplo, esse número aumenta para três litros, dependendo do gasto energético”, explica. E o “poder milagroso” da água leva as pessoas a acreditarem que pode até evitar uma parada cardíaca. Schetino desmente tal afirmação. “Não, necessariamente, pois a parada cardíaca tem diversas outras causas. Estar hidratado não vai evitar a parada, depende se a pessoa tem uma vida saudável”. Maus hábitos devem ser evitados, tais como beber água direto da torneira. O médico reforça essa ideia. “A água que sai da torneira não tem o mesmo tratamento de uma água filtrada, logo não se é recomendado ingerir essa água”. Ainda de acordo com profissional, alguns alertas no corpo podem corresponder a falta de água, como por exemplo a urina escura, o que pode causar pedras nos rins. Schetino confirma que a urina mais clara é bom sinal para a saúde. “Quanto mais claro a urina, sinal de melhor hidratação. O paciente que está com a urina concentrada (ou escura) está desidratado”. O aposentado Romildo Vicente (75), de Santo André, relata como foi ter sofrido de cálculo renal. “A dor da pedra no rim é horrível, dá uma sensação de nervoso. Quando tive atacava muito o sistema ner-

60% do peso total do corpo de um adulto e quase 80% do de uma criança é de água

Mitos sobre o consumo da

ÁGUA

> Quanto mais transparente a urina significa que a pessoa está melhor hidratada > Água engarrafada tem prazo de validade > Não se deve beber água diretamente da torneira, sem filtro. voso e, depois, descobri que era por culpa da pedra. Eu tive pedra no rim por não beber muita água”. Na época, o médico recomendou a Vicente que começasse a tomar mais água e se cuidar melhor. A nutricionista Daniele Cano, de Diadema, conta sobre os benefícios da água no corpo. “A água atua na hidratação de cabelos e pele, além de regular a temperatura corporal. Ela também combate acne, melhora a circulação sanguínea e previne o aparecimento de pedras nos rins. Um desejo de muitos seria que a água ajudasse a emagrecer mas, como nem tudo são flores, a nutricionista desmente. “Líquidos termogênicos ajudam a acelerar o metabolismo, mas não atuam na queima de calorias”. E água com gás, pode engordar? A profissional nega. “A água gaseificada pode causar inchaço e saciedade”. 

CURIOSIDADES > Segundo estudos, 70% da superfície da terra é composta de água, porém, 97,5% desse total condiz a água salgada dos oceanos, contendo muitos sais minerais e sódio, sendo impróprio para consumo. Apenas 2,5% corresponde a água doce, refere-se a rios e lagos. > No caso do Brasil, há certo privilégio, pois o país é o que que possui a maior disponibilidade de água potável, com cerca de 11% do total. > Ao longo do dia perdemos cerca de 1,5 a 2 litros de líquido por meio da urina, transpiração e até mesmo pelas lágrimas. > Existe mais água na atmosfera do que em todos os rios do mundo juntos. > Dia 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU).


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Letícia Gonçalves

ENGANA-SE quem pensa que arritmia cardíaca, hipertensão e outras doenças cardiovasculares atingem só pessoas idosas. Elas estão se tornando cada vez mais frequentes na vida dos jovens. Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, em 2015, ocorreu um aumento de 13% no número de infarto entre jovens de até 30 anos. Além disso, a Organizaçã o Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados de 2016, mostrando que cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças cardiovasculares. A cardiologista Vanessa Guimarães, especializada em cardiologia pediátrica no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, desmente o mito de que jovem não sofre problemas cardíacos. “A saúde do coração não está ligada à idade”. Segundo a especialista, o erro está em não tornar o cardiologista um médico de rotina. “São poucos os jovens que fazem uma avaliação cardiológica, sendo que a prevenção deve ser feita desde os sete anos de idade, para evitar possíveis doenças”, explica. A estudante de cinema e audiovisual Ana Caroli-

SAÚDE

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PROBLEMAS Cardíacos aumentam entre os

JOVENS

Dados do Ministério da Saúde apontam alta de 13% no número de infartos de jovens até 30 anos na Neri (18), moradora de Santo André, agradece ter feito uma consulta de rotina, que a levou a descobrir que havia algo errado com seu coração, que estava batendo de um jeito estranho. Na época, a jovem realizou um eletrocardiograma e logo em seguida foi diretamente encaminhada à UTI, com uma arritmia forte. “Eu me lembro que meu peito pulava”. Depois de alguns procedimentos, Ana teve alta e desde então segue uma vida mais controlada, como evitar alguns

tipos de exercícios físicos. Já no caso da estudante de administração Luana Bello Ferraz (19), de São Bernardo, foi somente depois de cinco longos anos que ela teve seu diagnóstico. Nesse período, ela sofria com algumas crises. “Desde os nove anos, eu não conseguia respirar e isso durava de um a três minutos. Durante esse tempo, eu ficava branca, com a boca roxa e sentia mal estar”. A estudante conta que depois de a frequência das crises ter diminuído, ela

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Letícia Gonçalves/RRJ

acabou sendo internada às pressas e teve seu diagnóstico de síndrome de Wolf-Parlinson-White. Segundo a cardiologista, essa é uma doença congênita que altera a frequência dos batimentos cardíacos, acelerando o coração. Após um cateterismo de urgência, visando cauterizar as veias no coração, Luana afirma que as crises cederam. Para ela, esse momento foi crucial para entender a gravidade do problema. Na opinião da médica Vanessa Guimarães, os maus hábitos alimentares dos jovens podem aumentar a chance de desenvolver problemas cardíacos. “Estamos acostumados com lanches industrializados, comida prática que gera uma facilidade no ganho de peso. Isso contribui para o aumento da pressão sanguínea e a possibilidade do aparecimento das doenças cardiovasculares”. O morador de São Bernardo Bruno Rodrigues da Silva (26) é o exemplo desse quadro: ele teve um infarto aos 18 anos. Seu diagnóstico veio graças a um cateterismo de emergência. “ Eu deveria ter me alimentado melhor, deixei de comer fast food. Levo uma vida normal, só evito algumas coisas que podem acarretar

um novo quadro cardíaco, como o consumo excessivo de gordura saturada”. CONSUMO EXCESSIVO A cardiologista Fabia Guidoti, especialista na saúde dos jovens, garante que existem dois tipos de fatores que podem aumentar a incidência de problemas cardíacos em pessoas de 20 a 40 anos. “Um deles é o estilo de vida, com hábitos como tabagismo e consumo excessivo de gordura e álcool. O outro reúne fatores causados por algumas doenças reumatológicas (um conjunto de doenças que acometem o sistema locomotor, ou seja ossos e articulações), síndrome de imuno depressão (afeta o sistema imunológico, causados por sucessivas infecções) e doenças autoimunes (que o corpo ataca o próprio corpo), como lúpus, esclerose múltipla e diabetes tipo um”. De acordo com a médica, o pilar de tratamento deve se embasar em programas que incentivam a prática de atividade física, combate ao tabagismo, além do rastreio precoce em pacientes jovens com altos riscos cardiovasculares. “Tudo isso acaba sendo fundamental para a diminuição do número de doenças relacionadas ao coração”, explica. 


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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade


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CULTURA

29 de novembro de 2019

Leitores buscam espaço online para falar sobre

Foto: Andressa Schmidt/RRJ

LITERATURA

Ações de influenciadores podem despertar interesse pela leitura

Andressa Schmidt

QUEM nunca ouviu falar sobre os influenciadores digitais? Pessoas que têm canais no Youtube, Instagram e outras redes sociais para falar sobre beleza, moda ou entretenimento, por exemplo. A novidade é que agora eles usam a internet para falar de literatura, numa renovação da profissão de críticos literário. O nicho, apesar de ainda pouco conhecido pelo público geral, começou a despertar interesse entre os leitores do mundo real. Bookstagrammers e booktubers, como são conhecidos, começaram a se expressar pela internet. Uma delas é a fotógrafa Caroline Regina Gamba, de São Bernardo, que criou neste ano uma conta no Instagram especifica para falar de literatura. “A maioria das pessoas que eu conheço não costuma ler. Então, não tinha com quem conversar sobre livros. Eu tenho uma grande paixão por livros. É um assunto que me interes-

sa muito e eu sempre quis ter um espaço para poder falar sobre eles”. Já a escritora Heloísa Galindo Garbino, de Mauá, também usa o Instagram para falar sobre suas leituras e conta o porquê optou por esta plataforma. “Eu vi que eram poucas palavras por causa do limite de caracteres e, com isso, eu não precisaria fazer uma coisa tão detalhada. Foi uma oportunidade de poder falar o que eu penso e de conseguir me expressar”.

Nem sempre o Instagram é a única plataforma escolhida para falar de literatura. A jornalista Bárbara Luíza Krauss, de Santo André, preferiu criar um canal no Youtube. “No canal, eu sempre tive retorno e diálogo vindo do público. E, em vídeo, eu me conecto muito mais com as pessoas”. A professora de Língua Portuguesa Ivana Colognesi Sanchez, de São Caetano, explica o porquê esses influenciadores podem ajudar na valorização

Acima, Caroline Gamba criou uma conta no Instagram específica para compartilhar sobre as leituras que faz no dia a dia. Abaixo, Bárbara Krauss escolheu a plaforma do Youtube para falar sobre literatura

dos livros, principalmente entre os adolescentes. “A literatura, depois das mídias sociais, ficou em segundo plano. Então, quanto mais pessoas conscientes puderem instigar a leitura, melhor”. Ela ainda dá o seguinte recado: “A leitura deve ser um vício”. Essas pessoas, ao compartilharem as opiniões daquilo que costumam ler, consequentemente, ajudam também as editoras na venda de exemplares. A jornalista Carla Sacrato, que trabalha como coordenadora editorial na ‘Faro Editorial’, explica que esses influenciadores são grandes parceiros na divulgação e no sucesso de uma obra. “Com essas pessoas, e toda a divulgação, conseguimos alcançar mais pessoas do que só com os veículos tradicionais”. Ela ainda fala que há o lado negativo, pois nunca vai ter um livro que vai agradar a todos os leitores. “Mas o que importa sempre é que mais

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gente leia e que o acesso aos livros seja democrático”. Tanto Bárbara e Caroline confirmam que há parcerias para manutenção das páginas nas redes sociais, mas garantem que é só na circulação da informação, ou seja, não interferem nas críticas ou na produção do conteúdo. “Nunca aconteceu ainda de eu receber dinheiro para falar de um livro. Mas se eu odiasse o livro, devolveria o dinheiro e não publicaria nada”, disse Caroline. Já Bárbara conta que suas parcerias não envolvem pagamento. “Mostro o livro como uma propaganda e deixo claro que foi o autor ou editora que me enviou, mas não me obrigo a ler e resenhar de fato. A não ser que o assunto me interesse”. O escritor Gustavo Rosseb do Nascimento Nogueira conta que manda seus trabalhos para bookstagrammers e booktubers e acredita que consegue mais visibilidade. “Sempre dou muito valor a eles, porque isso é necessário para melhorar a divulgação. Eu mesmo já comprei muitos livros por ter visto resenhas de alguém que eu acompanho”. Ele ainda complementa: “Hoje, com a internet, as pessoas acabam buscando seus próprios formadores de opinião”. Além disso, segundo Rosseb, há a questão da personalização. “Você pode ir atrás daquela pessoa que você se identifica”. Ele ainda diz que só é possível conhecer um crítico tradicional pela maneira como ele escreve, mas com os influenciadores o público tem oportunidade de conversar e ser mais próximo deles. 

SAIBA MAIS Além do Instagram e Youtube, ainda existem redes sociais próprias para os leitores, como o Skoob e o Goodreads. Em ambas, o usuário pode contabilizar quantos livros leu e quer ler, bem como montar uma meta anual de leituras. O Goodreads é fundado pela Amazon e está disponível só em língua inglesa. Já o Skoob é brasileiro e seu nome deriva da palavra “books”, que significa “livros” em inglês.


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ESPORTES

Bruno Zanchetta

UM PROJETO de um garoto, de 17 anos na época, tinha o objetivo de reunir amigos da Avenida Dom Jaime de Barros Câmara, no Jardim Planalto, em São Bernardo, para disputar um campeonato de futsal entre os condomínios. Da amizade entre os amigos nasceu, em 2014, o Campeonato Dom Jaime de Futsal, que hoje conta com a participação de 16 equipes, totalizando cerca de 200 atletas, numa grande festa da modalidade amadora. O garoto em questão é Lucas Jacobi, que atualmente divide seu tempo entre a organização do campeonato e os estudos no curso universitário de Engenharia Mecânica. Jacobi lembra que a ideia surgiu na escola, durante o ensino médio, quando ele e os amigos organizaram um interclasse de futsal. “Fazer formulário de inscrição e ver as pessoas se animando me despertou o interesse em querer mais. Por que não expandir? Foi aí que eu comecei a analisar a possibilidade de levar a competição para a minha avenida”, contou. Buscar apoio, inclusive da prefeitura, foi uma das primeiras medidas. “Em 2017, com a entrada de novos vereadores tivemos mais apoio ao projeto. Eles ajudaram com um novo espaço, que foi a quadra da Fundação Criança, fornece-

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FUTSAL

RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Fotos: Bruno Zanchetta/RRJ

Acima, o jogo entre Dover Planalted e Irmandade FC. Abaixo, a torcida da equipe do Dover de La Castella

amador vira campeonato oficial Partidas do Dom Jaime, de São Bernardo, começaram em quadras de rua e hoje reúnem mais de 200 atletas

GRUPOS

ram medalhas e troféus, bolas e coletes, equipamentos que foram de suma importância para o nosso crescimento”, disse Jacobi. Hoje os jogos são realizados no ginásio Atillio Pessotti, no bairro Alves Dias. Uma ação importante para o sucesso do evento foi investir nas redes sociais. Lucas Jacobi começou a tirar fotos das partidas, dos jogadores e postar no Instagram. “Sempre mantive a mídia de todos os times e jogadores muito movimentadas. Essa moral que eu sempre dei os faziam acreditar na competição, cada edição eu melhorei algo, desde a exposição nas redes sociais até os vídeos dos jogos”. Com o crescimento e boa visualização do campeonato, a competição chegou a ter a final de 2016 no principal ginásio poliesportivo da cidade, o Adib Moises Dib. Além disso, os árbitros que apitam as partidas são das ligas de futsal do grande ABC. A expectativa de Jacobi é não parar de crescer. “O campeonato não é para mim, é para quem participa, para quem investe seu tempo e seus sonhos conosco. Antes, não tínhamos nem uma quadra que era totalmente coberta, hoje estamos num ginásio”. O estudante universitário Guilherme Iori (19) participa da competição há dois anos e afirma que o nível técnico das equipes é bom. “Eu gosto do campeonato, o preço das inscrições é justo, a organização é boa, além dos níveis dos times que é muito bom, assim, os jogos ficam difíceis”. Iori atua pelo Dover Planalted, junto com outros 12 atletas. Kiron de Castro (19), também estudante universitário, conta que quis voltar a jogar com os amigos da escola, por isso escolheu esse campeonato. “Entrei com foco no título, mas o principal sempre foi voltar a jogar com os amigos que sempre me ensinaram tanto sobre futsal, evoluir a cada partida é o que me motiva todo domingo”. Ele entrou na competição em 2018, esse ano, está jogando pelo 46 Futsal com outros dez amigos. 

GRUPO A

GRUPO B

GRUPO C

GRUPO D

4 Dos Casa Futsal

4 Guerreiros JT FS

4 Poseidon Futsal

4 MDV Futsal

4 46 Futsal

4 Dover Planalted FS

4 Futsal PDC

4 Assunção Futsal

4 13 de Maio Futsal

4 Irmandade FC

4 Trankeiras FS

4 Dover de la castella

4 Fúria Jovem FC

4 Estaca Zero RR Futsal

4 Blumenal EC

4 Galáticos FC


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ESPORTES

29 de novembro de 2019

São Caetano x Santo André: Rivalidade, história e fase atual Azulão é superior em números no histórico dos confrontos contra o Ramalhão Fotos: Divulgação

Lorenzo Almeida

DESDE 1993, Santo André e São Caetano duelam para ver quem detém a hegemonia do futebol da região e, recentemente, ocorreu a maior vitória na história desse clássico. No dia 2 de outubro, os dois times se enfrentaram em uma partida válida pela Copa Paulista, em que o resultado terminou em 4 a 0 para os donos da casa. Com isso, foi consolidada a maior vitória da história deste confronto, antes feita também pelo São Caetano, em 2007, pelo placar de 3 a 0, em jogo válido pela série A1 do Campeonato Paulista. O meio campista Karl Della Vedova (26), titular do São Caetano na goleada de 4 a 0, falou como é a sensação de ter feito parte da história desse clássico. “Sem dúvidas, foi a melhor possível, a gente não esperava ganhar de um placar elástico desse jeito até porque o Santo André tem uma equipe qualificada também, mas a gente estava num dia feliz e as coisas aconteceram”. Já o meio campista do Santo André, Wesley Pereira (21), disse que o resultado abalou a equipe. “Foi um dia bem triste pois sabíamos que a gente tinha potencial para ir além, porém saímos de cabeça erguida e felizes pelo trabalho, que foi bem desenvolvido. Não temos mais calendário para o fim do ano, a expectativa agora é saber qual será nosso futuro”. O primeiro confronto entre os rivais foi em fevereiro de 1993, no estádio Anacleto Campanella (São Caetano), válido pela série A1 do Campeonato Paulista. Na ocasião, o Santo André venceu os mandantes por 3 a 1 e saiu na frente nessa disputa de quem é o melhor do ABC. Até o momento, o histórico desse confronto é bem equilibrado, mas o Azulão leva vantagem, com 13 vitórias. Porém, o Ramalhão não está muito atrás, obtendo ao longo desses anos 10 vitórias

Segundo gol do São Caetano na vitória de 2 x 1 sobre o Santo André, dia 16 de outubro

Disputa de bola na partida em que o Santo André venceu por 1 x 0 o São Caetano, dia 25 de agosto

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no clássico. Além dos triunfos de cada equipe, 13 partidas também terminaram empatadas, com um total de 36 jogos. O técnico do São Caetano Marcelo Vilar (58), que está há 20 jogos no comando da equipe, falou da tradição envolvendo esses confrontos com o grande rival do ABC, em específico o da goleada de 4x0. “Realmente a tradição é importante nesses momentos porque o futebol vive de realidade, historicamente é um jogo diferente, muito difícil e truncado e que raramente acontece um placar tão elástico, felizmente dessa vez aconteceu. O grupo fez por onde merecer em uma partida em que o time soube jogar e conter o ímpeto e as oportunidades do time do Santo André, convertendo nossas chances em gol”. O técnico José Carlos Palhavam (55) disse que o clássico marcou o final da temporada para o Santo André, mas que sai de cabeça erguida. “Apesar da derrota para nosso rival, desenvolvemos um bom trabalho no início, jogando de igual para igual contra elencos mais experientes e equipes de mais estrutura”. José Carlos afirma ainda que a equipe entrou nesse campeonato com atletas formados na categoria de base, com a maioria dos jogadores do sub-23 e apenas 3 ou 4 jogadores com idade acima de 26 anos. “No resultado final, conseguimos ficar entre os oito melhores colocados no campeonato, mas estou orgulhoso de nossa equipe”. Histórico Além de serem tradicionais no ABC, Santo André e São Caetano já atingiram um prestígio nacional e até internacional. O Ramalhão chegou ao auge de sua história quando foi campeão da Copa do Brasil, em 2004, diante do Flamengo, em pleno Maracanã, além de ter sido vice-campeão paulista em 2010 contra o Santos. Em 2020, a equipe disputará o Paulistão, série A-1. Já o São Caetano sagrou-se campeão paulista de 2004, além de ter conseguido três vices-campeonatos em competições importantes: duas vezes no Campeonato Brasileiro (2000 e 2001) e uma vez na Copa Libertadores da América (2002), na qual mesmo perdendo para o time paraguaio Olímpia, ficou marcado como o melhor momento da trajetória deste clube. 


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