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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo 1º de dezembro de 2016
ANO 36 - Nº 1060 Claudia Leone/RRJ
» GASTRONOMIA Lucas Belido/RRJ
Culinária árabe ganha destaque e adaptação brasileira na região Págs. 8 e 9
Apesar da sinalização, motoristas cometem irregularidades na rua da Represa. Pág. 3
» BATUQUE Divulgação/Fernando Eduardo
Lucas Laranjeira/RRJ
» AOS LEITORES O Rudge Ramos Jornal entra em período de férias. Voltamos em fevereiro de 2017
» PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
Dezembro tem festival de Hip Hop, MPB e Rap no Sesc de Santo André Pág. 11
Luiz Ferrarezi faz balanço da gestão Pág. 22 Pág.
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POLÍTICA
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
1 º de dezembro de 2016
Presidente da Câmara de São Bernardo diz que fará oposição responsável
as disputas políticas, essas foram as maiores dificuldades. A maior dificuldade foi os colegas entenderem que a mesa, a presidência, responde para a Casa e para os 28 vereadores.”
PENDÊNCIAS
Para Ferrarezi, Judiciário tem limitado as ações do Legislativo Municipal Érika Motoda/RRJ
Lucas Laranjeira Victor Godoi
O PRESIDENTE da Câmara Municipal de São Bernardo, José Luiz Ferrarezi (PT), 52, disse que relizará uma oposição responsável durante seu próximo mandato como vereador (20172020) em relação a Orlando Morando (PSDB), prefeito eleito que assumirá a administração municipal nos próximos quatro anos. O parlamentar petista foi reeleito com 3.016 votos. Já sobre a posição do partido, Ferrarezi disse que essa questão ainda não foi debatida e que sua decisão é pessoal. O PT, partido de Ferrarezi, atualmente tem oito vereadores na Câmara e compõe a maioria de apoio ao atual prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT). Mas na próxima legislatura a bancada petista sofrerá um enxugamento, pois terá cinco, e não mais oito vereadores. Já o PSDB dobrou o número de cadeiras e terá sete representantes, além dos partidos que apoiaram Morando durante a campanha eleitoral. Segundo Ferrarezi, a gestão é avaliada como ótimo e bom por 56% dos munícipes. Mas esses números não refletiram o resultado nas urnas. Na avaliação do petista, a população não avaliou a gestão de Marinho, e sim o partido que, para ele, foi “satanizado”. O presidente ainda fa-
Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE editorial@metodista.br Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos São Bernardo - CEP: 09640-000
Produzido pelos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo
“Tem questões que envolvem o Judiciário. Ele nesse país ainda trata as Câmaras Municipais de uma forma que tem colocado uma corda no pescoço do Legislativo Municipal como prestação de contas e tribunal de contas. Daqui um dia não vai ter ninguém querendo ser presidente porque o Judiciário tem determinado tudo que tem que ser feito. O Legislativo tem perdido muito a autonomia. A próxima mesa vai ter que mudar essa relação com o Judiciário.”
ELEIÇÕES
lou sobre a relação com o Judiciário. De acordo ele, o poder tem “colocado uma corda no pescoço das câmaras municipais”, impondo número de funcionários, de que forma podem contratá-los e pedindo informações sobre compras no último dia do prazo, o que, segundo Ferrarezi, trava o processo. Ferrarezi também falou das dificuldades durante sua gestão como presidente e fez um balanço de seu mandato. Leia a seguir os principais trechos da entrevista dada ao Rudge Ramos Jornal:
MANDATO “Nós diminuímos gastos de combustível, colocamos regras de utilização dos car-
ros pelos vereadores, diminuímos o gasto de papel. Conseguimos uma economia de R$ 1,5 milhão por ano. Mas de qualquer forma foram dois anos extremamente difíceis. Tivemos que convocar secretários, coisa que só tinha acontecido uma vez só há 20 anos. Também uma CPI em andamento, coisa que, se teve, não me lembro.”
LEGADO “Creio que estão entendendo que os vereadores são essa classe política que mais sofre, porque o vereador é o primeiro político próximo da população. Meu maior legado está sendo fazer os vereadores entenderem que eles têm que se valorizarem.
Vereador foi reeleito com 3.016 votos, mas afirma que o PT foi “satanizado” durante o processo eleitoral
Eles têm que dar a sua cota, cortar na própria carne, mas também dialogar melhor com a população.”
DIFICULDADES “A maior dificuldade é o vereador tratar as coisas como individual. Porque toda vez que a gente leva a política macro e coletiva ele traz para o seu eu. Se ele não tem um benefício, não avança no debate. Eu creio que lidar com diferenças de vereadores, dos egos individuais, as vontades pessoais,
DIRETOR - Nicanor Lopes COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Julio Verissimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA - Maristela Caretta (MTb 64.183)
EQUIPE DE REDAÇÃO - Alexandre Leoratti, Amanda Leonelli, Claudia Leone, Erika Daykem, Érika Motoda, Gabriel Mendes, João Souza, Laís Pagoto, Lucas Laranjeira, Nathalia Nascimento, Paula Gomes, Raquel Gamba, Thais Souza, Victor Godoi, Victoria Roman e alunos do 5º semestre de Jornalismo. TIRAGEM: 10 mil exemplares - Produção de Fotolito e Impressão: Gráfica Mar-Mar
“O PT em São Bernardo não foi poupado do que aconteceu no Brasil todo. Temos uma bancada de cinco, mas independentemente do número, é uma bancada de oposição. Como ainda vai ser esse comportamento, o PT municipal ainda não fez nenhum encontro para uma avaliação e propor novos rumos. Mas de antemão eu já digo, eu não sou vereador de oposição desenfreada, eu creio que serei uma oposição responsável, do diálogo.”
PRÓXIMO PRESIDENTE “Buscar uma relação direta com o Judiciário, porque, senão, fica muito preso como fiquei, em questões burocráticas e isso afeta diretamente a ação política da casa. Tem que buscar agentes políticos que possam ajudar, deputados, prefeito eleito. É fundamental que todos entrem nessa discussão do Judiciário com a casa porque não dá para essa casa ficar refém como fiquei.”
DIRETOR DE FINANÇAS E CONTROLADORIA - Ricardo Rocha Faria DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, MARKETING E SUPRIMENTOS - Ronilson Carassini CONSELHO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO - Paulo Borges Campos Jr. (presidente); Aires Ademir Leal Clavel (vice-presidente); Esther Lopes (secretária); Rev. Afranio Gonçalves Castro; Augusto Campos de Rezende; Jonas Adolfo Sala; Rev. Marcos Gomes Tôrres; Oscar Francisco Alves Jr.; Valdecir Barreros; Renato Wanderley de Souza Lima (suplente). DIRETOR GERAL - Robson Ramos de Aguiar VICE-DIRETOR GERAL - Gustavo Jacques Dias Alvim
REITOR: Fábio Botelho Josgrilberg (interino), Coordenadora de Graduação e Extensão - Vera Lucia Gouvea Stivaletti, Coordenador de Pós-Graduação e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg DIRETORES - Rogério Gentil Bellot (Escola de Ciências Médicas e da Saúde), Nicanor Lopes (Escola de Comunicação, Educação e Humanidades), Carlos Eduardo Santi (Escola de Engenharias, Tecnologia e Informação), Fulvio Cristofoli (Escola de Gestão e Direito) e Paulo Roberto Garcia (Escola de Teologia).
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
CIDADE
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DE OLHO NA CIDADE
Motoristas transitam pela contramão no Rudge Ramos Moradores da rua da Represa enfrentam riscos diários de acidentes no local Claudia Leone/RRJ
Claudia Leone
MESMO com placas e sinalização em dia, os moradores e pedestres que frequentam a rua da Represa, no bairro Rudge Ramos, continuam correndo riscos. O principal problema que os munícipes enfrentam é que, apesar de ser mão única, os motoristas transitam diariamente na contramão, ignorando a sinalização. A rua funciona como uma ligação para os motoristas que estão na rodovia Anchieta e desejam ter acesso à avenida Dr. Rudge Ramos. No caso, os motoristas que mais cometem as infrações vêm no sentido da avenida e sobem a rua que dá acesso à rodovia. “Depois que a prefeitura mudou os acesso à Anchie-
Além do desrespeito frequente às sinalizações, munícipes também reclamam das calçadas estreitas na rua
ta, a frequência dessas infrações ficou bem maior. Eu acredito que, por conta disso, o acesso pela contramão acaba ficando mais fácil”, contou a moradora Sonia Castro, 33.
Além de ter atenção redobrada na hora de atravessar, de acordo com a administradora Juliana Carnevali, 25, que mora no local, outro problema é que a rua é muito estreita. Algumas
calçadas estão quebradas e os postes diminuem ainda mais o espaço, o que acaba obrigando os pedestres a andarem pela rua. “Para nós é muito perigoso, porque o movimento de carros
é intenso, e as calçadas, por serem estreitas, nos obrigam a caminhar pela rua. Não temos muita alternativa.” De acordo com a tabela de infrações e penalidades do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), esse tipo de infração é classificado pelo código 573-80, que inclui enquadramento no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e é considerado como gravíssimo. O condutor que transitar pela contramão em via com sinalização de sentido único pode levar até sete pontos na carteira. O valor da multa é de R$ 191,54. A Secretaria de Transportes e Vias Públicas de São Bernardo informou em nota que houve um aumento de infrações em relação ao ano anterior. Entre janeiro e outubro de 2015, foram registradas cerca de 48 infrações, diferente do mesmo período de registro deste ano, quando já chegou a 96. A pasta informou, ainda, que a fiscalização na região é feita de forma periódica e que o morador que presenciar uma infração e desejar realizar uma denúncia deve falar com o departamento responsável ligando para o número 0800 770 1988. Arquivo/AGICOM
Alunos da Metodista fazem desfile de moda no Golden Square Shopping Nathalia Nascimento
QUEM GOSTA de desfiles de moda tem uma boa opção de programação neste fim de semana. É que vai acontecer o Metô Fashion no Golden Square Shopping, nos dias 3 e 4 de dezembro, a partir das 14h. O evento é promovido pela Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista. Mas quem põe a mão na massa são os alunos do curso de Publicidade e Propaganda. O evento serve como aprendizado daquilo que eles irão encontrar no mercado de trabalho. O Metô Fashion terá, além dos estandes das agências criadas por alunos, desfile de 18 marcas de vestuário e acessórios. O objetivo do evento é o aprendizado dos alunos do curso e a promoção de pequenas marcas.
O coordenador de Publicidade e Propaganda e Comunicação Mercadológica da Metodista, Fernando Almeida, 61, disse que o Metô Fashion é parte de um dos projetos desenvolvidos pelos alunos. “É uma possibilidade de conviver com clientes e com a organização de um evento”, contou. Um dos participantes é o estudante de PP Carlos Henrique Moura de Deus, 20. A agência criada por seu grupo é a Expresso. Ele contou que organizar o evento é uma experiência que permite viver a realidade da profissão. “É onde o mercado vai conseguir ver o seu trabalho e se ele é bom. É um grande portifólio.” Já a estudante Mayara de Oliveira Rodrigues, 20, da Agência Grimm, afirmou que a maior dificuldade é organizar entre o grupo a questão financeira da agência. “A gente passa a ter a noção de como é realizar um
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evento desse porte, que não é pequeno e nem fechado apenas na universidade. Nós temos a oportunidade de conversar com fornecedores e colocar a mão na massa mesmo”, explicou Mayara. A entrada para o evento é gratuita. Os desfiles acontecem das 16h30 às 20h30. Quem passar por lá pode fazer doações de brinquedos, roupas em bom estado ou um quilo de alimento não perecível para o projeto Loja Vazia, que acontece também no Golden Square Shopping. Cosmétika Dentro do espaço o visitante poderá ainda conferir
No ano passado o evento trouxe para o palco diversas marcas; em 2016 serão 18 participantes
a Cosmétika, evento dos alunos do 6º semestre de Comunicação Mercadológica. A exposição ocorre desde 2005 e prevê entender o segmentos de produtos cosméticos. Cada grupo de estudantes, chamados de agência, escolhe uma marca ou empresa para desenvolver uma campanha de seis meses. No espaço, também haverá o Projeto Container, desenvolvido pelos alunos de Design de Interiores. A
ideia é criar locais sustentáveis e acessíveis buscando as tendências atuais e de vanguarda com o tema “escritório”. Os estandes das feiras Metô Fashion, Cosmétika e Mostra de Design farão ações promocionais e sortearão brindes para os participantes. Serviço
Metô Fashion e Cosmétika Data: 3 e 4 de dezembro Horário: Evento, das 14h às 22h e desfiles, das 16h às 20h30. Local: Piso G-4 do Golden Square Shopping (Av. Kennedy, 700 - Jardim do Mar, São Bernardo do Campo - SP) Horários dos desfiles e mais informações: posftp.metodista.br/eventos/ Entrada: Gratuita.
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CIDADE
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Amanda Leonelli Florindo Alexandre Leoratti
BIBLIOTECA é lugar de leitura, ou, deveria ser. Entretanto, das sete em funcionamento de São Bernardo, todas estão sem assinatura de jornais. Algumas estão recebendo somente o jornal Diário do Grande ABC, que é enviado pela empresa por cortesia. É o caso das bibliotecas Guimarães Rosa, no bairro Assunção; Machado de Assis, no Riacho Grande, e Malba Tahan, no Rudge Ramos. Já as bibliotecas Érico Veríssimo, na Paulicéia, e Manuel Bandeira, no Baeta Neves, estão sem jornais disponíveis aos usuários. Isso porque as assinaturas não foram renovadas entre os meses de julho e agosto de 2016, segundo apuração da reportagem durante os meses de outubro e novembro deste ano. A reportagem constatou que foi avisado no início do ano, pela prefeitura, que a parte do orçamento destinada às assinaturas de jornais seria cortada. Na Malba Tahan, por exemplo, parte das assinaturas das revistas como Veja, IstoÉ,
RUDGE RAMOS Jornal da Cidade Amanda Leonelli Florindo/RRJ
Bibliotecas de São Bernardo estão sem jornais Na Malba Tahan, no Rudge, também houve corte de algumas revistas Época, Exame e Globo Rural foi cortada. Atualmente, a prefeitura assina algumas revistas, por exemplo, a Super Interessante, Construir Mais por Menos, Decorar Mais por Menos, Viva Saúde e Corpo a Corpo. Antes dos cortes nas assinaturas, ainda segundo apuração, a movimentação em bibliotecas como a Malba Tahan era, aproximadamente, 50% maior se comparada à atual movimentação no local. A biblioteca recebia dois exemplares dos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e do Diário do Grande ABC, agora recebido somente por cortesia. Esses dois jornais, que são enviados por cortesia, são deixados em frente das bibliotecas antes de elas abrirem, por volta das 6h. Entretanto, funcionários afirmam que um exemplar é furtado quase que diariamente e que a biblioteca fica apenas com um caderno disponível. A reportagem apurou que a procura de usuários para leitura dos jornais é maior aos sábados. Isso porque muitos aposentados vão pela manhã até as
Movimento de munícipes em bibliotecas de São Bernardo diminui com o corte na distribuição de jornais e revistas
bibliotecas, mas, quando não encontram, devido à falta de exemplares, acabam indo embora. Em alguns dias, antes de as bibliotecas abrirem, já há frequentadores esperando para ler o jornal. O administrador de empresa Geraldo Gomes Branquinho, 65, frequenta a biblioteca Malba Tahan há quatro anos. Ele costumava ler diariamente a Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Atualmente, sente falta do conteúdo para leitura.” Não sou só eu que sinto falta. O local se esvaziou, não tem mais ninguém aqui”, disse. Geraldo também frequentava a biblioteca para ler revistas semanais e quinzenais, como Veja e Exame. Revistas, como Época, IstoÉ, tinham todas aqui, mas agora cortaram”, afirmou Geraldo, acrescentando que nunca chegou a realizar reclamações para a prefeitura. A biblioteca Malba Tahan possui uma caixa para que usuários escrevam suas sugestões e reclamações. Segundo funcionários, alguns frequentadores da biblioteca já reclamaram sobre a falta de jornais e revistas. Um usuário da biblioteca Malba Tahan, que pediu para não ser identificado, costuma ler o jornal rapidamente para permitir que outras também possam ler o exemplar disponível. “Já me deram o telefone para reclamar com a prefeitura, mas achei que seria perda de tempo”, disse o frequentador que costumava ler a revista Globo Rural, Folha e Estadão. Outro lado Questionada sobre o corte de assinaturas dos jornais e revistas, a prefeitura não respondeu ao e-mail enviado no dia 8/11 e à ligação sobre o assunto até o fechamento desta reportagem. A Redação voltou a ligar para a prefeitura no dia 17/11 e foi informada que a Secretaria da Cultura é a responsável pelo envio da resposta, mas ainda não havia dado retorno à demanda, sem previsões para responder sobre o assunto.
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ECONOMIA
Jessica Alves
RENDA EXTRA, flexibilidade de tempo e oportunidade de criar seu próprio negócio são alguns dos atrativos do ramo de venda direta, que cresce cada vez mais no país. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), no Brasil aproximadamente 4,5 milhões de pessoas trabalham como revendedores. O setor de Venda Direta chegou a registrar no ano passado R$ 19,5 bilhões em volume de negócios. Só o setor de cosméticos e higiene pessoal é responsável por 84,1% desse valor. Ana Carolina Duarte, 32 e Maria Jacilene da Silva, 45, fazem parte desse volume de negócio. Há três anos, as duas cunhadas têm uma loja de cosméticos de pronta entrega na casa de Ana, no Rudge Ramos. As duas trabalham com produtos de linha da Natura, Avon e Jequiti, além dos produtos importados, e é a única fonte de renda. Ana e Maria contam que a escolha do negócio foi difícil. No início, eram em quatro sócios. Cada uma surgiu com uma ideia. Mas
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Venda direta é opção de trabalho na crise Revendedores encontram prazer em atividade que auxilia na renda mensal Jessica Alves/RRJ
a loja de cosméticos venceu por ser uma opção que não tinha muitos concorrentes no Rudge Ramos. “Sou
esteticista e gosto muito de trabalhar com os cosméticos. É um hobbie. Hoje, me sinto realizada”, disse Ana.
Para Maria, a ideia de abrir o negócio veio em um momento propício. Após trabalhar muitos anos em RH, foi despedida e, por conta da idade e do antigo salário em carteira, teve dificuldade de arrumar outro emprego. Abriu a loja com as irmãs e a cunhada. De início, o capital foi de pouco mais de R$ 15 mil. “Procurei, procurei e todo lugar que ia ninguém contratava, então pensei de onde se só tira dinheiro e não coloca, acaba. Então vou abrir alguma coisa que me garanta algum lucro.” Renda extra E não é só por amor e por falta de opção que se entra nesse mundo dos trabalhadores autônomos. Maria de Fatima, 61, é auxiliar em uma escola. Durante seu horário de almoço, vai a lojas e comércios da av. Dr Rudge Ramos para oferecer produtos no catálogo, para garantir uma renda extra. “Vendo Avon há 25 anos, e por um certo tempo, quando estive desempregada, o dinheiro que ganhava com os produtos me ajudava com algumas despesas da casa”, disse Maria de Fatima, que hoje, por conta do trabalho, vende para uma terceira pessoa. Mas também já foi autônoma. E mesmo que cosméticos sejam algo que remetam
Venda por catálogo cresce cada vez mais e atinge diversas empresas de segmentos que vão de produtos de beleza, vestuário até casa, mesa e banho
às mulheres, há também homens no ramo. Antonio Arturo, 67, sempre gostou muito de se comunicar com as pessoas e de cosméticos. Até incentivava a mulher a se cuidar. Começou a trabalhar com a Natura em 1994, quando teve que sair do seu trabalho. “Comecei como um bico, porque eu queria montar meu próprio escritório de contabilidade. Mas, quando vi, já tinha virado uma profissão”, conta o revendedor que entrou na área pela flexibilidade de tempo. Hoje, Arturo não vende tão bem quanto antes, pois teve que diminuir o ritmo em razão de sua mãe estar doente. Porém, ainda tem clientes antigos, que viraram até amigos. Sendo revendedor autônomo, o trabalhador pode definir horário e local de trabalho. Dar dedicação integral se estiver desempregado e até recrutar revendedores, subindo na hierarquia de vendas. Foi o que aconteceu com a ex-bancária Neia Garzaro. Ela começou como consultora de produtos e hoje é diretora independente de vendas Mary Kay. Neia disse que estava cansada do mundo corporativo. Em 2013, decidiu largar o mercado financeiro. Após viajar aos EUA, se interessou pelo plano de formação de carreira da empresa e ficou fascinada com a chance de criar a própria equipe. Hoje, Neia coordena uma equipe de 54 revendedoras e é remunerada pela própria empresa. “As vendas são atraentes. Você chega a ganhar até 40% de lucro”, disse a diretora, que chegou a esse cargo em dezembro de 2015.
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Jaqueline Sobreira
A CRISE econômica tem feito o consumidor deixar gastos desnecessários fora do orçamento. Mesmo assim, há possibilidades para continuar comprando. A alternativa que a estudante de biologia Marcela Beatriz Esteves, 20, encontrou para continuar cuidando da aparência foi por meio de sites que oferecem descontos. “Fiquei com medo do resultado na primeira compra, mas me surpreendi”, disse Marcela, que fez depilação a laser, procedimento que chega a custar até R$ 3.000. Mas, pelo site, obteve um desconto de quase 93%, saindo por R$ 100. A professora de matemática Alexandra França, 45, também aderiu a sites para buscar serviços de restaurantes e até mesmo de estética. Entre os serviços comprados, o preferido da professora foi um restaurante da rua das Figueiras, em Santo André. Segundo Alexandra, o atendimento não foi diferente por se tratar de uma compra promocional. Sites Tanto a estudante quanto a professora recorreram a sites especializados, como Groupon, Peixe Urbano e Aproveita ABC. Essas empresas virtuais
Sites disponibilizam descontos Jaqueline Sobreira /RRJ
Consumidor tem a opção de adquirir serviços online utilizando cartões de débito, crédito e boleto bancário
disponibilizam uma série de opções nos mais variados setores. É só procurar. Foi o que aconteceu com a vendedora Larissa Nascimento, 24. Ela comprou almoço em um rodízio de pizza pelo Groupon. O problema, porém, foi que ela disse não ter sido bem atendida pelos funcionários do rodízio. “Depois de ter um péssimo atendimento, só voltaria a usar o site para comprar viagens, que custam até 83% menos.” Por falar em viagem,
uma estadia em um Resort no interior de São Paulo, fora da promoção, entre os meses de maio e junho, com duas noites, sai por volta de R$ 2.000. Pela plataforma, o mesmo serviço sai em torno de R$199. As empresas virtuais também podem dar visibilidade para comerciantes. Essa foi a tática da esteticista do Studio PW, Ana Pantaleão, que ofereceu a técnica de micro pigmentação de sobrancelhas com um preço mais baixo por seis meses. Mas faz
Academias inovam para atrair alunos João Marcos
EM MEIO ao cenário da crise econômica atual, o mercado fitness do Grande ABC tem apostado na inovação de equipamentos, novas modalidades e planos mais acessíveis que caibam melhor no bolso dos alunos. Academias e até estúdios de pilates estão implantando essas estratégias para tentar driblar a crise. No Bairro Jardim, em Santo André, a academia Crossfit 198, que funciona há pouco mais de um ano, além da musculação, traz novidades como aulas de luta e o próprio crossfit. O educador físico Teco Martins, 39, conta que foram criados locais para cada modalidade de treino. Segundo ele, foi criado
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um andar para o crossfit, que é um programa que visa melhorar o condicionamento físico de forma geral. Para conseguir isso, usa-se materiais de levantamento de peso olímpico, material de ginástica olímpica, remo ergométrico, uma bicicleta ergométrica própria para crossfit, caixa e corda. “São materiais fora dos tradicionais de uma academia”, disse Martins. De acordo com ele, o custo para montar a academia de crossfit foi de R$ 500 mil. Em uma academia top de linha, se gasta pelo menos R$ 3 milhões. Além do crossfit, a academia abriga um pavimento com artes marciais, como jiu-jitsu, judô, luta olímpica, muay thay, boxe e yoga. Martins disse também que os planos variam muito
um alerta: “Lucro? De jeito nenhum. Ao disponibilizar serviço nesses sites, praticamente abre mão disso para atrair novos clientes”. A cabeleireira Rose Almeida fez seu “anúncio promocional” em três sites diferentes. O objetivo nunca foi lucrar. “Sempre quis atrair e fidelizar mais clientes. Essa é a possibilidade de mostrar o meu serviço cada vez mais.” Clientes O Peixe Urbano chega a ter, em média, 30 miJoão Marcos /RRJ
Crossfit é uma modalidade que exige bom condicionamento físico
em relação à modalidade e custo-benefício. “Temos planos mensais de R$ 320, em que o aluno pode usar apenas os equipamentos de ginástica, até os semestrais, que são 15 parcelas de R$ 115, em que é incluso tudo, academia, crossfit e aulas de artes marciais.” Nesse mesmo bairro, há o estúdio de pilates Postura e Movimento, onde a proprietária e fisioterapeuta
Eveline Alcântara, 33, buscou trazer inovações de fora do país. Desde o ano passado ela disse que pesquisa na internet novos aparelhos para seu estúdio. Foi então que trouxe o free form, que é um equipamento que vem da Austrália. “Não gosto de ficar na mesmice”, disse ela, para justificar fugir dos modelos tradicionais. A modalidade permite
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lhões de acessos por mês. Segundo o co-fundador Alex Tabor, uma das estratégias da empresa foi criar ofertas locais para o consumidor, o que representou um aumento de 156% em 2015 em relação ao ano anterior. “Dentro dessa categoria, o serviço de gastronomia foi o que mais cresceu, somando um aumento de 218%”. A empresa americana Groupon, com sede no Brasil, afirma que, caso o consumidor tenha problemas com a compra, deverá informar o site, que reembolsará o cliente e entrará em contato com o estabelecimento ou serviço. Mas há quem não confie mais. A estudante de design de interiores Dâmares Niehues prefere promoções internas de lugares que já frequenta. “Pelo menos conheço o serviço. Nesses sites você nunca sabe a qualidade”, disse Dâmares que, na primeira compra, teve suas unhas machucadas pela manicure, que não se resposabilizou pelo dano. Uma das dicas para não ter problemas ao comprar pela internet, é pesquisar antes o local, comentários em redes sociais e sites com avaliação do serviço. que você faça os mesmos movimentos do pilates, além de girar para todos os lados. “Ele trabalha a parte cardiovascular e aeróbica, diferente de aparelhos de academia”, conta a fisioterapeuta, que disse também que é possível até emagrecer usando o free form. Crise Eveline conta que a crise econômica não afetou seu negócio. “O movimento não diminuiu. Os alunos continuaram vindo. Precisei até ampliar o estúdio para três salas”, disse ela, que também espera novos alunos ainda para este semestre. O estúdio foi aberto em 2010 e tinha 15 alunos em média. Porém ano passado, ao trazer o free form para a academia, esse número aumentou para 150. No Brasil, adquirir esse aparelho não é barato. “Cada equipamento custa US$ 400 (cerca de R$ 1,6 mil). Investi cerca de R$ 70 mil a R$ 80 mil em tudo”, ressaltou Eveline.
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COMPORTAMENTO
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Lucas Belido/RRJ
Luciana Gameiro
OFERECER o melhor da culinária típica com receitas tradicionais e se adaptando para o gosto brasileiro é o desafio dos restaurantes árabes na região. Os pratos dessa culinária se popularizaram com receitas que já se incorporaram no paladar brasileiro: kibe, esfihas, a coalhada seca, o homus e muitos outros. As receitas chegaram com a primeira onda de imigrantes árabes que deixaram Líbano e Síria no final do século 19, se instalando principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Embora essa popularização tenha dependido principalmente dos fast foods, os restaurantes tradicionais ainda têm seu espaço. No ABC, seis restaurantes são bem avaliados em guias gastronômicos e conservam um público fiel. Seu diferencial é a oferta de pratos mais elaborados, como os charutinhos de folha de uva ou de repolho, o kibe cru, a kafta e os doces delicados que usam frutas secas e castanhas. Em São Bernardo, o Empório Árabe funciona como restaurante e também vende produtos típicos dessa culinária desde 2010. A proprietária Samara Pechliye Wahdan, 27, filha de mãe libanesa e pai turco, já trabalhava na área, fornecendo salgados congelados a redes de supermercados. Para se destacar na região, ela aposta no cardápio que mistura receitas tradicionais com inovações. “O meu restaurante é uma culinária internacional, então é diferenciado pois tem muita gente que gosta e outras que não conhecem, e a maioria que não conhecia e entrou para provar acabou gostando. O meu grande diferencial são os produtos veganos que nós inventamos, por exemplo os kibes e doces.” Samara ainda criou o “PF árabe”, prato feito combinando de tudo um pouco: arroz com lentilha, tabule (salada com alface, salsinha, tomate, cebola e trigo), kafta de carne ou de frango ou falafel, um bolinho vegano de fava com legumes, e uma opção entre as pastas típicas como o homus, feito de grão de bico, a coalhada seca ou o babaganush, um patê de berinjela com alho. Sobre os clientes, Samara destaca que “são
Pratos clássicos da cultura árabe apelam para os temperos tradicionais, mas realizam adaptações em receitas para agradar o paladar brasileiro
Restaurantes árabes têm espaço na região Clientes procuram qualidade e receitas populares trazidas por imigrantes Arquivo Pessoal/ Empório Árabe
mais brasileiros e nipônicos, já que o árabe cozinha esses mesmos pratos em casa, por isso não são o nosso público”. As famílias são o principal público desses restaurantes, como destaca o proprietário da Esfiharia Jardim, em Santo André, Fábio Vieira. “É uma culi-
nária que já se faz presente há muitos anos no dia a dia dos brasileiro.” Na Esfiharia Jardim, os almoços durante a semana são no sistema self service, “mas o almoço de sábado, que é a la carte e as noites de sexta-feira a domingo são mais concorridos”, conta Vieira.
No restaurante em Santo André o cardápio ficou por conta do chef Kamal Jamea. Natural da Síria, ele conta que entre os pratos mais pedidos estão a entrada que é servida com homus, babaganush, mohamara (pasta de pimentão vermelho), coalhada seca e kibe cru, com acompanha-
“PF árabe“ é opção de almoço com combinações que agradam consumidores
mento do pão da casa ou pão sírio torrado, além das esfihas e kibes. “O lanche de frango com especiarias árabes e hortelã (chish taouk) é muito elogiado.” Jamea explica o que pode ser um dos motivos pela popularidade dessa cozinha. “A culinária árabe é por si só muito saudável. O kibe cru preparado com trigo, carne moída e temperos é indicado para quem busca fonte de proteína”. “Já a coalhada, além de nutritiva, possui como maior benefício o fato de ser seis vezes mais digerível que o leite, e possui cálcio e vitamina B6”, conta o chef.
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Comida árabe pode ser realizada em casa Maik Uchôa
O FAMOSO kibe, arroz com lentilha, charuto de folha de uva e até mesmo a famosa coalhada com pão sírio, encontrados em restaurantes árabes, podem ser uma boa opção de receita para ser feita em casa. Uma das adeptas de cozinhar em casa delícias orientais é Neusa Falema, 69, de São Bernardo. Brasileira, ela aprendeu a cozinhar com ajuda de seus pais, de origem polonesa. Mas isso não a impediu de ter a paixão pela cozinha árabe. O segredo culinário de Neusa é o uso de temperos e ingredientes que só são encontrados em alguns restaurantes árabes, ou até mesmo em setores específicos dentro dos supermercados da região. Neusa costuma comprá-los no Mercado Municipal do Rudge. Ela garante que os alimentos, quando produzidos em casa, com a fa-
COMPORTAMENTO
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mília reunida para provar, não é só mais saboroso para o paladar, mas também para o bolso. Segundo a aposentada, a divulgação a ajudou a gostar da comida árabe, mesmo que o preço seja um pouco caro. Quando ela vai ao restaurante típico, costuma comer arroz com lentilha e coalhada com pão sírio, que em média custa quase R$ 150. “Para fazer esses pratos em casa, acho que gastaria no total uns R$ 50.” Com a tendência de que as pessoas cozinhem cada vez mais, os restaurantes árabes têm oferecido alguns ingredientes e temperos que são autênticos da gastronomia, difícil de serem encontrados em supermercados comuns da região. O tarrine é um exemplo. A pasta de gergelim que é consumida acompanhada de pão sírio chega a custar entre R$ 18 e R$ 20 por 250g. Os temperos também não ficam de fora, como a
Maik Uchôa/RRJ
No restaurante do Abdulmacih, especiarias e temperos são os produtos mais procurados pelos clientes
pimenta síria. Em média, custa R$ 10. Sem contar as matérias primas. Uma delas é a folha de uva usada para fazer o charuto recheado. Custo: a partir de R$ 15.
Um dos fornecedores desses ingredientes no ABC é o restaurante Maktub, em São Bernardo, há quatro meses em atividade. O chefe de cozinha é Tiago Abdulmacih, 35. Segundo o chefe, os ingredientes são mais para cativar a clientela. Pasta de tarrine, folha de uva e pimenta síria são os
SANDUÍCHE de hambúrguer com carne de cordeiro, “Tawouk”, um sanduiche a base de frango que fica cerca de 72 horas em especiarias árabes e depois é frito na brasa e a famosa Esfiha de salmão com cream cheese. Essas são especialidades árabes, mas com jeitinho brasileiro, que restaurantes típicos da região adotaram para atrair clientes. Essa pode ser a explicação para a ascensão da comida árabe, que disputa espaço com as culinárias japonesa, a tradicional italiana e a francesa no ABC. A região é muito conhecida por acolher muitos imigrantes árabes, e junto da sua cultura e religião, estão as receitas e o ótimo dom na cozinha. Localizado no centro de Santo André, na avenida Figueiras, está a Esfiharia Chami, onde atende há 12 anos. Quem está à frente
do restaurante é Mariam Abdul Chami, filha de imigrante árabe, que assumiu o negócio do pai. Trabalhando de terça-feira a domingo, as esfihas diferenciadas e novos quitutes com um toque do oriente médio, saem a todo vapor do forno do Chami. Sempre preocupada em inovar e agradar o paladar do cliente brasileiro, Mariam conta que fez uma fusão de dois países e nos apresenta a famosa Esfiha de Salmão com Cream Cheese. Atualmente carro feche do restaurante, Mariam conta, “a ideia surgiu quando eu estava conversando com a minha mãe, nós gostamos muito de criar. E essa mistura deu muito certo, fica maravilhoso”. A esfiha é apenas uma das dezenas de criações de Mariam. Ela e sua mãe Cristina têm o costume de sempre se reunir para cozinhar e criar novos pratos. Sanduíche A reportagem, por meio
itens mais procurados para serem levados para casa. Na mercearia Empório Ribeiro, que fica no Mercado Municipal do Rudge, antes era apenas vendido produtos para comida brasileira. Mas com os pedidos dos ingredientes árabes aumentando, o dono Jair Ribeiro, 51, procurou investir. “Eu tenho que repor toda semana os ingredientes como zaatar e pimenta síria, e não era meu forte vender isso mas tenho público que agregam minha atividade”. Lucas Belido/RRJ
Receitas se adaptam ao paladar brasileiro Lucas Belido
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Mariam oferece recheios diferentes para a receita tradicional de esfiha, como salmão com cream cheese
do Facebook, encontrou outro restaurante árabe que abrasileirou seu cardápio. É o Arabian Barbecue Sanduicheria e Hamburgueria, com um conceito completamente novo, a mistura de Brasil com Oriente Médio tem agradado muitos clientes. O restaurante surgiu da ideia do Ibrahim Arabi, brasileiro com descendên-
cia árabe, que após diversas viagens ao seu país de origem, resolveu trazer para o Brasil alguns pratos que já são conhecidos por lá e dar um toque brasileiro. O conceito do restaurante é bem moderno, além dos pratos tradicionais árabes, o restaurante conta com opções bem brasileiras como pudim de leite con-
densado e outras delicias da culinária nacional. A assessora do restaurante Janaína Putarov conta que “o restaurante possui uma equipe que faz pesquisas de mercado frequentemente, visita restaurantes e faz experimentos internos, para garantir sempre a qualidade e originalidade do restaurante”.
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RUDGE RAMOS Jornal da Cidade
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PROGRAMAÇÃO DO FESTIVAL
CULTURA
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17/12 - SÁBADO
18/12 - DOMINGO
Black Alien Digable Planets (EUA) Hurtmold & Paulo Santos Espião & Sala 70 Laylah
Criolo Digable Planets (EUA) Metá Metá Tássia Reis Jamés Ventura
Beats no Sampler: Pitzan Microfone: Caio (Elo da Corrente)
Beats no Sampler: Tiago Frugoli (Ukiyo Beat Tapes) Microfone: Pathy Dejesus
s ingressos começam a ser vendidos pelo site do Sesc SP no dia 6, a partir das 20h, e em toda a rede Sesc no dia 7, a partir das 17h30. Nos dois dias de festival, a programação começa às 17h e se encerra às 23h Classificação: 16 anos
Preço:
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Inteira – R$30 Meia – R$ 15 Comerciário – R$9
Criolo, Digable Planets e Metá Metá são atrações em festival no Sesc Santo André Festival Batuque chega à sétima edição em dezembro enaltecendo a blackmusic Gabriel Mendes
O FESTIVAL Batuque, voltado para a música negra, chega a sétima edição e traz artistas de rap, hip hop e MPB para o Sesc Santo André, nos dias 17 e 18 de dezembro. As vendas online para o festival começam no dia 6 de dezembro. A atração principal desta edição será o DigablePlanets, trio de hip hop/ rap formado em 1992 no Brooklyn, Nova York, e que
mesmo com dois álbuns de estúdio, marcou a cena do hip hip dos anos 90. O festival surgiu oficialmente em 2010 com a proposta de levar artistas da blackmusic ao ABC. Música Brasileira Do cenário nacional, o festival recebe apresentações como a do rapper Criolo e do trio paulistano de jazz/MPB Metá Metá, formado pelos músicos Kiko Dinucci, Thiago França e Juçara Marçal que apre-
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sentam seu último disco “MM3”, lançado este ano. “Metá Metá” em yoruba (idioma africano) quer dizer “três ao mesmo tempo”. Segundo a vocalista da banda, Juçara Marçal, a música negra é imensa e inclui vários gêneros e tipos de linguagens e o Festival Batuque cumpre bem o papel de mostrar esse grande universo. Além do Metá Metá, todos os membros da banda têm projetos paralelos de grande influência no novo cenário musical brasileiro como a banda Passo Torto, que conta com a participação do músico Rômulo
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averá um serviço de van gratuito para fazer o translado entre a Estação da CPTM Prefeito Celso Daniel - Santo André ao Sesc, a partir das 16h. Saída: Rua Itambé (lado oeste da Estação), no recuo de embarque e desembarque. Basta apresentar o ingresso.
Divulgação/Fernando Eduardo
Terceiro trabalho do grupo possui fortes influências do norte da África
Fróes e da vocalista Ná Ozetti. Juçara comentou que trabalhar em vários projetos é o que move o trio. “A afinidade entre nós passa também por aí. O cenário atual é de busca incessante de meios de criar e continuar difundindo o trabalho, a nossa arte”, disse a cantora. A apresentação no Sesc Santo André será a segunda do grupo no estado e Juçara
comemora que seja no ABC. Segundo a vocalista, a arte é necessária para todo e qualquer desenvolvimento humano.“A vida sem arte não faz sentido. Por isso lutamos para que a arte continue a ser feita no País, da maneira mais livre e independente possível.” Desde 2002, o Sesc Santo André promove ações em torno da música negra.
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