Universidade Metodista de São Paulo • Ano 9 • número 103 • Dezembro de 2012
MATERNIDADE
“Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra” (Gênesis 1:28), disse Deus, abençoando o homem e a mulher que acabara de criar. A maternidade, assim, é não apenas uma ordem divina, mas uma benção. Mas como vem sendo encarada neste terceiro milênio? Nesta edição do Espaço Cidadania, investigamos como a maternidade está intrinsecamente relacionada à escolaridade, com a formação atuando como aspecto que auxilia em um melhor planejamento familiar e a falta de estudo atuando em sentido contrário, possibilitando mães extremamente jovens e com uma maior quantidade de filhos. Este problema foi discutido com a assistente social, advogada, terapeuta familiar e professora de Direito Mônica Siqueira, que orientou a produção de um trabalho sobre o tema. Também ouvimos a pastora Metodista, filósofa e doutora em Ciências da Religião Suely Xavier dos Santos, que abordou a relação entre a maternidade e a religião. Outro fator importantíssimo também foi levantado em uma das matérias a seguir: a adoção. Ouvimos uma psicóloga e uma mãe adotiva para entender melhor todo o processo de adoção e a importância de que esta atitude seja extremamente bem planejada, para que renda bons frutos tanto para os pais, quanto para os filhos. Por último, mostramos como a maternidade se tornou um desafio para as mulheres que, nas últimas décadas, passaram a conciliar o trabalho doméstico, a vida profissional e a criação dos filhos. Para seguir corretamente a ordem divina, é preciso planejamento, esclarecimento e compromisso. Somente assim ela será, como Ele quis, também uma benção. Boa leitura! Prof. Dr. Marcio de Moraes Reitor
A maternidade no Brasil No país, quanto maior a escolaridade, menor a quantidade de filhos arquivo redacao multimidia
EDITORIAL
Planejamento e cuidados como exames pré-natais são fundamentais para a maternidade Giovanna Verrone
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cada minuto nascem cerca de cinco bebês no Brasil, somando mais de 200 mil nascimentos por mês. Destes partos, 28,3% são de mulheres entre 20 e 24 anos, seguidos de 25,2% de mulheres que se tornam mães entre 25 e 29 anos. O censo revelou também que 0,8% das grávidas têm entre 10 a 14 anos. “A mulher para ser mãe tem que estar preparada tanto fisicamente como psicologicamente. Uma adolescente está passando por um período considerado crítico, uma transição entre a infância e a idade adulta”, comenta Mirian Ângulo, psicóloga clínica e professora da Universidade Metodista de São Paulo. Neste cenário, o Ministério da Saúde recomenda que, durante a gravidez, a mãe realize pelo menos seis consultas pré-natais, evitando imprevistos como um diagnóstico tardio de Síndrome de Down no bebê, diabetes
gestacional ou algum outro problema que afete tanto a gestante quanto o feto. A pesquisa do Ministério da Saúde, de 2009, faz uma comparação com o ano 2000 e aponta que nestes nove anos houve um aumento de 43,7% para 54,5% do número de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas pré-natais. A importância do pré-natal está relacionada com quantidade de óbitos de recém-nascidos. No Brasil, 9,5% dos bebês não conseguem completar um ano de vida, sendo o Nordeste a região com maior número de incidência: 24,9% dos nascidos não sobrevivem. “A perda de um bebê, recém-nascido ou não pode causar uma dificuldade de enfrentar uma nova gravidez e muitas vezes da mãe se culpar pela morte da criança”, conta Angélica Capelari, psicóloga e professora da Metodista. Segundo o senso de 2009, a escolaridade está relacionada com a pre-
ferência pelo tipo de parto: 70% das mulheres com mais de 12 anos de estudo realizaram cesarianas, enquanto 90% das mães sem escolaridade nenhuma preferiram parto normal. “Uma mulher estudada sabe que o parto normal é mais doloroso que a cesariana, mas, do ponto de vista psicológico, em ambos os casos o bebê a e mãe sofrem, ou seja, o nascimento é uma situação limite tanto para o bebê como para mãe”, afirma Miriam. Não é apenas na escolha do parto que a escolaridade faz diferença. Mulheres com até sete anos de estudo tinham em média 3,19 filhos, enquanto para as com oito anos ou mais a média era de 1,68. O nível de instrução, além de influenciar na quantidade de filhos, influencia também na faixa etária das mães, sendo a média de 27,8 anos para as com mais estudo e 25,2 para as com menos de sete anos.
Suely Xavier dos Santos, pastora Metodista, filósofa e doutora em Ciências da Religião comenta sobre a relação maternidade-religião O que a igreja fala sobre a maternidade? A igreja é a favor da vida, e vida digna para todas as pessoas. A maternidade é um instrumento para que haja a continuação desta vida. Não deve ser uma imposição, mas um ato consciente, afinal uma criança muda completamente a vida de qualquer pessoa. Caso não haja uma estrutura mínima, não estou falando de aspectos materiais, mas psicológica, quem sofrerá será a criança. Muitas mulheres engravidam e perdem os filhos de forma natural. Qual mensagem a igreja passa para as pessoas que passam por isso? Perder um filho depois de todo um processo de descoberta da gravidez, de alegria e muitos planos não é uma coisa fácil de lidar, especialmente quando se está no final da gravidez e isso ocorre. Porém, é preciso entender que na vida todas as pessoas estão sujeitas às suas vicissitudes, e que não é porque pertence a uma religião que a pessoa fica protegida de passar por determinadas situações. O diferencial é a fonte de força para esta pessoa: sua fé em Deus. O papel da igreja e sua mensagem devem ser de conforto e solidariedade. Quando passar os processos apontados pela psicologia, a igreja deve estar presente, a fim de ajudar esta pessoa a se recompor. Qual a relação entre maternidade e religião? Maternidade é um tema complexo. Quando envolve religião o tema fica ainda mais complexo. Mas vale pontuar que há uma transformação muito brusca, em todos os sentidos, na vida da mulher com a maternidade. Penso que a igreja/religião pode ser um suporte para estas transformações tão rápidas na vida da mulher, que muitas vezes se sente desamparada e só, com uma criança para cuidar. E falo não somente daquelas que não tem uma estrutura familiar, mas das que tem também. A religião pode ajudar neste processo de amadurecimento da mulher quando se torna mãe. Pode ajudar quando esta mulher necessita de cuidados especiais, sejam eles quais forem. O papel da religião é estar lá. Pode não ser acionada, mas deve estar presente.
Adaptação é um tempo c Crianças mais velhas devem ter sua história respeitada ao entra
Gustavo Carneiro
Boa parte das pessoas que tem vontade de adotar uma criança costuma pensar apenas em salvar a vida de alguém que foi abandonado pelos pais biológicos, eximindo-se das dores e complicações de um parto ou do trabalho que exige um bebê pequeno. O que muita gente não pensa é que adotar exige mais responsabilidade do que dar a vida a uma criança. O processo de adoção envolve uma longa e rigorosa bateria de testes para que a Vara de Infância possa avaliar, por meio dos assistentes sociais, se os interessados têm condições de adotar. Estes trâmites podem levar de seis meses até cinco anos entre o período de habilitação e o de concretização, que é o mais demorado, porque os perfis das crianças precisam ser coerentes com aquele desejado pela família adotiva. Além da burocracia, outro problema que os pais enfrentam é a adaptação. Muitos acreditam que, por terem escolhido o perfil da criança, ela será exatamente como sonharam, mas não é simples assim. Segundo a psicóloga Kelly Cristina Brandão da
Silva, da Universidade Metodista de São Paulo, há menos entraves com bebês. “Uma criança mais velha conheceu sua família de origem ou já esteve em outro lar antes da adoção. Muitas vezes os pais adotivos, sem dizer explicitamente, não permitem que essa criança fale sobre seu passado. Como se fosse possível ‘zerar’ a história e começá-la a partir da nova família”, disse. Para Kelly, esse "nãodito" pode trazer inúmeras dificuldades de inserção dessas crianças, seja na família ou na escola. “Os bebês adotivos podem sentir esses efeitos do "não-dito" quando os pais decidem que não vão contar sobre a adoção”, completou a psicóloga. Ao contrário de alguns pais que ignoram o passado dos filhos, a enfermeira Rejane Célia dos Santos, de São Paulo, mãe de quatros crianças, adotou Augusto com 10 anos e sempre levou sua história em consideração. Augusto e seus três irmãos biológicos, todos mais novos, foram adotados por uma família dos Estados Unidos, mas o menino não se adaptou à vida no exterior e voltou ao Brasil. “Nós éramos voluntários da Fundação Comunidade da Graça e
nos pediram que ficássemos com o Augusto por três dias, para ver como ele se comportava longe dos irmãos. Inicialmente, não tínhamos a intenção de adotá-lo, mas depois nos apegamos, surgiu um amor muito forte. Hoje ele é tão meu filho quanto os outros”, falou Rejane. A psicóloga Kelly Cristina explica que muitos pais não sabem como agir com os filhos adotivos devido aos costumes diferentes. “Há dificuldades para lidar com o passado da criança, sua vida em orfanatos ou em outras famílias adotivas. É preciso enfrentar diferenças na criação, os conflitos sociais e até raciais. Mas isso é apenas uma fase de um processo muito gratificante para quem deseja ampliar a família”. Rejane concorda. “Uma das coisas mais importantes para este relacionamento florescer é observar”, afirma. Para ela, é preciso preservar a criança e respeitar sua história, suas origens, hábitos e valores ao entrar para a nova família. “É preciso ser sincero. Nós dissemos para nosso filho que não tínhamos planejado adotá-lo, mas Deus o trouxe para as nossas vidas e agora ela é nosso”, completa. Arquivo Pessoal
FÉ E CIDADANIA
Augusto à frente de sua família, que o adotou aos 10 anos de idade
rucial na adoção
ENTREVISTA
Gravidez na adolescência
rem para uma nova família
AMPLIANDO
O
Arquivo Pessoal
0,8% das grávidas no Brasil estão entre 10 e 14 anos
CONHECIMENTO
Livros Maternidade e o encontro com a própria sombra Laura Gutman, Editora Best Seller, 322 páginas
A psicoterapeuta Laura Gutman, especializada no tratamento de casais e crianças pequenas, convida as mães a um momento de reflexão sobre a responsabilidade de criar um bebê. A obra é um manual que busca realizar uma análise da mente feminina e dos impactos que os filhos têm sobre ela, além de reformular muitos dos preconceitos sociais sobre a maternidade. Maternidade Tardia - Mulheres profissionais em busca da realizaçao plena Sylvia Hewlett, Editora Novo Século, 288 páginas
Neste livro, Sylvia Hewlett aborda um dos maiores desafios da mulher moderna - conciliar a carreira e o cuidado com os filhos. Quanto mais bem-sucedida profissionalmente é a mulher, mais dificuldades ela encontra para encontrar um parceiro ou ter um bebê. Mas, apesar das dificuldades, a maioria anseia por um filho e está preparada para conseguir realizar esse sonho, algumas vezes gastando generosas quantias de dinheiro, tempo e energia. Este livro combina relatos da vida de mulheres que revelam as angústias que envolvem a jornada de trabalho, a tradicional divisão de tarefas domésticas e uma indústria da fertilidade, que embala mulheres numa falsa segurança de que poderão ficar grávidas mesmo na meia-idade. ONG AMGI - Apoio a Mulheres numa Gravidez Indesejada www.amgi.org.br O objetivo desta ONG sediada em Niterói (RJ) é oferecer apoio médico, psicológico e espiritual a mulheres que passam por uma situação de gravidez inesperada. A organização oferece suporte com testes de gravidez, encaminhamento para pré-natal e cursos artesanais para as futuras mães. Filme O Que Esperar Quando Você Está Esperando Direção: Kirk Jones. Trailer: http://bit.ly/UwdP7h Com um elenco formado por nomes como Cameron Diaz, Jennifer Lopez e Rodrigo Santoro, essa comédia mostra diferentes histórias de mulheres que serão mães e de que maneira isso afeta suas vidas. Há um casal que não consegue engravidar, decide adotar uma criança, mas o pai não sabe se está preparado para assumir essa tarefa. Outra mulher que, depois de anos de tentativas, finalmente fica grávida, mas tem uma gestação conturbada, bem diferente daquela que sonhou. Dois colegas de trabalho que têm um romance que acaba que em gravidez, e uma moça que, embora surpreendida com a gravidez inesperada, entra em crise quando perde o bebê.
G IOVANNA VERRONE
Brasil, 2012. Embora o mundo esteja rodeado de tecnologia e informação, a gravidez precoce acontece com frequência. Mônica Siqueira, assistente social, advogada, terapeuta familiar e professora de direito da Universidade de Taubaté orientou a produção de um trabalho sobre gravidez na adolescência e compartilhou conosco a experiência. No Brasil, existe um trabalho de conscientização contra gravidez na adolescência. Mesmo assim, os casos são inúmeros. Por que? Hoje a família mudou suas configurações. A maior parte delas são monoparentais (chefiadas por um dos cônjuges), reconstituídas (quando formadas pelo casal e os filhos do relacionamento anterior de um ou de ambos os cônjuges), casais homoafetivos, ou ainda famílias onde a terceira geração (avós) reside junto com os filhos e netos e mantém financeiramente a família com a renda da aposentadoria. Neste contexto observa-se ainda que os filhos têm ficado mais tempo no seio familiar, ou seja, com a gravidez na adolescência não saem de casa para formar sua família. A condição financeira e a baixa escolaridade são um dos fatores que contribuem para a permanência deste adolescente na casa dos pais. Outro fator que contribui para a gravidez na adolescência é a dificuldade dos pais em colocar limites nos filhos e a falta de diálogo sobre a questão da sexualidade. Assim, podemos dizer que, apesar da informação, o adolescente ainda apresenta um pensamento mágico em relação a gravidez, falta comunicação entre pais e filhos e um diálogo com menos tabu sobre a sexualidade. Pelo estudo, qual a diferença entre a gravidez de uma mulher adulta e a gravidez na adolescência? Uma diferença básica é que a mulher
adulta já se encontra com seu corpo formado, constituído, pronto para uma gravidez. A adolescente, como o nome já diz, está em formação e desenvolvimento, seu corpo também está neste processo. Engravidar na adolescência pode trazer riscos à saúde, tanto para a adolescente quanto ao bebê. O que uma gravidez precoce pode causar na vida de uma mulher? A gravidez precoce pode trazer complicações no parto e dobra o risco de anemia. A adolescente é mais suscetível a cesariana, a possíveis infecções e à depressão pós-parto. Já para o bebê, aumenta a possibilidade de ele vir ao mundo prematuro ou malnutrido. Qual a importância de ONGS para as mães adolescentes? Para se realizar ações junto às mães adolescentes é preciso que as ONGs façam parceria com o poder público. Não é possível enfrentar esta questão com ações isoladas. Muitas destas ONGs ainda desenvolvem seus projetos de forma assistencialista, ou seja, com um dever moral em ajudar estas adolescentes. O foco de alguns destes projetos é somente manter esta situação. É preciso que as ONGs trabalhem em rede, em parceria com o poder público. As ONGs são fundamentais para as mães adolescentes, pois muitas delas (as sérias e comprometidas) são criativas e, com pouco recurso financeiro, desenvolvem projetos fundamentais para enfrentar esta questão, articulam-se não só com o poder público e a família, mas também com a comunidade ao seu entorno. São experiências positivas que devem ser disseminadas e utilizadas para sensibilizar e, acima de tudo, provocar a respon-sabilidade do poder público em se articular com estas ONG’s. O que essa experiência trouxe para a aluna que escreveu o trabalho? Descobrir exatamente o que você propôs na primeira pergunta. A informação existe, mas ela não basta. O que é preciso é a educação, a parceria entre o poder público, a família e a sociedade civil para que as famílias consigam resgatar o seu papel junto aos adolescentes. Para tanto é fundamental que o estado assuma sua responsabilidade em oferecer suporte a estas famílias.
Mudança de planos: ser mãe Ser mãe pode ser uma das coisas mais belas da vida de uma mulher e é o sonho de milhões de garotas e senhoras de todo o mundo, mas assim como tudo na vida, nada vem de graça. Existe uma série de responsabilidades e dificuldades que podem fazer uma mulher pensar duas vezes antes de entrar na jornada maternal. Má qualidade no sistema de saúde brasileiro, gravidez precoce, problemas de saúde, gastos muito altos (tanto para o período de gravidez, quanto com a própria criança) são apenas alguns de muitos problemas que uma mulher tem que enfrentar para ser mãe. Estudos apontam que as chances de uma mulher jovem engravidar naturalmente, sem nenhum problema de fertilidade com ela e com o parceiro e praticando sexo no período fértil, é de apenas 25% a cada mês, ou seja, três em cada quatro mulheres que tentam engravidar, não conseguem. Mesmo com esses números, nascem cerca de 8.200 crianças por dia no Brasil, segundo o IBGE. São mais de 300 bebês por hora e cerca de cinco por minuto que vem ao mundo aos cuidados de suas mães, que têm que conciliar as responsabilidades já existentes, como profissionais e sociais, com a responsabilidade de ter que cuidar de uma nova vida. “Ser mãe com certeza mudou a minha vida completamente! Do lado pessoal, simplesmente fui obrigada a amadurecer da noite pro dia, ou seja, tive que começar a enxergar a vida de um lado novo, tendo que, a cada dia, fazer novas descobertas”, acredita Anne Gabrielle de Pauili, que teve seu filho com vinte anos e ainda estava estudando. “Tenho comigo que meu filho precisava de mim pra tudo, aí entra o medo da vida profissional, porque não havia terminado minha faculdade, mas, graças a Deus, tenho a ajuda dos meus pais e continuo os meus estudos. Perderei parte da infância do meu filho lutando para poder ter o que dar para ele, afinal, terei que me esforçar muito mais pra me sobressair perante aqueles profissionais que não têm essa responsabilidade”, completa Anne. Muitas garotas, até mais novas que Anne de Pauili, acabam tendo uma gravidez não planejada e preci-
Arquivo Pessoal
Conseguir conciliar todas as responsabilidades é o maior desafio das mulheres da atualidade
Anne Gabrielle de Pauili, que teve seu filho aos 20 anos, enquanto ainda estava estudando
sam alterar todos os seus planos de vida, tanto profissionais, quanto familiares para cuidar da criança. De acordo com estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), uma em cada quatro garotas com menos de 20 anos já é mãe no hemisfério sul do continente. Conciliar os estudos e a maternidade é uma tarefa difícil para as mães mais novas, mas as mães mais velhas também não têm vida fácil quando se trata de respon-sabilidade, porque muitas mulheres precisam conciliar a maternidade com o trabalho e as tarefas domésticas. As complicações começam logo na gravidez. Na Constituição de 1988, dentre os direitos trabalhistas, seria garantido a licença-maternidade de quatro meses. Em 2008, a Lei Fe-
deral 11.770 ampliou a licença-maternidade por mais 60 dias, totalizando seis meses, ou 180 dias. Mas em muitos casos, dependendo da profissão, as mães sofrem pressão de chefes e colegas por ficarem fora do trabalho por tanto tempo, alegando que alguém pode tomar o seu lugar e aproveitar uma oportunidade que aparece. Mesmo com a pressão, muitas mulheres deixam o trabalho em segundo plano para seguir o sonho de ser mãe. “Acho que todas as mães que trabalham sofrem com essa responsabilidade. A consciência pesa quando você não está presente na hora da primeira palavra do filho, do primeiro gracejo, dos primeiros passinhos, o primeiro gol, o primeiro machucado, e quando você se dá conta o seu filho
já está com dez anos, entrando na adolescência”, comentou Luci Laranjeira, que concilia o trabalho e a criação de dois filhos. Para isso, ela teve que fazer um acordo com a empresa onde trabalha. “Eu trabalho cinco horas no escritório, que é o horário que meus filhos estão na escola e quatro horas em home office (trabalho em casa)” completa Luci. Neste caso, ela teve a sorte e competência de ter conseguido fazer esse acordo e poder ver o crescimento e o desenvolvimento dos seus filhos. Mas, ao contrário dela, milhares de mulheres acabam tendo que escolher entre trabalhar, mas perder a infância do filho ou ficar em casa cuidando do filho e estar presente nesta fase da vida dele, mas sem contribuir com as despesas de casa.
Espaço Cidadania é uma publicação mensal do Instituto Metodista de Ensino Superior. Tiragem: 3.000 exemplares
Roberto Salles Garcia, Dagmar Silva Pinto de Castro, Paulo Bessa da Silva, Nicanor Lopes, Léia de Souza. Redação:
Conselho Diretor: Stanley da Silva Moraes (presidente), Nelson Custódio Fér (vice-presidente), Osvaldo Elias de Almeida
Giovanna Verrone e Gustavo Carneiro (alunos da Faculdade de Comunicação). Edição: Alexandra Martin (MTb 26.264)
(secretário). Vogais: Paulo Roberto Lima Bruhn, Augusto Campos de Rezende, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Kátia
e Israel Bumajny (MTb 60.545)
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