IndústriABC

Page 1

BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Nos últimos 12 meses, encerrados em

O Índice de Confiança do Setor Industrial

setembro, a economia brasileira apresentou uma

(ICEI), após apresentar uma pequena elevação entre

retração de 4,4%, segundo o IBGE. Setorialmente

junho e setembro, voltou a se estabilizar nos últimos

tivemos uma retração de 3,2% em serviços; 5,4% na

dois meses. O que aponta para um comportamento de

indústria e recuo de 5,6% na agropecuária.

espera dos empresários do setor quanto à trajetória

A indústria de transformação retraiu 8% entre

das poliíticas econômicas.

setembro de 2015 e 2016. No terceiro trimestre deste

A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de

ano, os destaques negativos foram máquinas e

Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela

equipamentos, indústria automotiva, produtos de

Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela

metal e móveis.

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Diante do desempenho desfavorável da

(FIESP)

no

estado

paulista.

A

Universidade

indústria, o setor registrou perda de mais de 418 mil

Metodista, por meio do Observatório Econômico,

empregos formais entre outubro de 2015 e de 2016 no

desde o segundo semestre de 2015, vem realizando

Brasil. Período em que o Ministério do Trabalho e

a análise conjuntural da indústria do Grande ABC, em

Emprego (MTE) registrou a perda de mais de 1,5

parceria com a CNI e FIESP.

milhão de empregos formais.

O indicador para cada item questionado é

Na região do Grande ABC, no mesmo

formado a partir da ponderação pelas respectivas

período, a indústria de transformação perdeu 12.770

frequências relativas das respostas, que apresentam

empregos formais, segundo dados do CAGED/MTE,

escores iguais a 0, 25, 50, 75 e 100.

mantendo a trajetória de redução dos empregos, que

Ao realizarmos a análise dos resultados da

perdura praticamente 5 anos. Entre 2012 e 2015,

pesquisa, temos que considerar a seguinte regra,

segundo dados da RAIS/MTE, o setor perdeu 49.709

considerando o escore X:

empregos formais Se

a

recessão

interna

tem

afetado

negativamente o setor industrial da região, o setor

50 ≤ X < 100

- avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual

X = 50

- indiferente - estoque dentro do planejado - UCI dentro do usual

0 ≤ X < 50

- avaliação pessimista - estoque abaixo do planejado - UCI abaixo do usual

externo não tem se mostrado uma porta para o escoamento da produção do setor em alta escala. Ainda assim, o saldo de comércio exterior de bens industrializados no Grande ABC neste ano melhorou significativamente em relação aos anos anteriores. Grande importador de bens industrializados, a retração econômica na região levou a queda na demanda por importações, que se somou a variações cambiais que tonaram as importações mais caras e ao ambiente mais volátil e incerto para as operações de comércio exterior.

1


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Produção Industrial em queda no primeiro semestre Nos três primeiros trimestres deste ano o PIB

A queda na produção industrial no Brasil nos 12

industrial apresentou uma retração de 4,65%,

meses encerrados em outubro foi 8,74%. No estado

comparado a igual período do ano anterior, segundo

de São Paulo, no mesmo período, a retração foi de

o IBGE. A comparação entre o terceiro trimestre de

7,98%.

2013 e 2016 aponta uma retração do PIB industrial

A persistente redução da atividade industrial

de 12,3%. Na mesma comparação, o subsetor da

é um dos eixos da atual recessão econômica

indústria de transformação é o que apresentou uma

enfrentada pelo país. Com redução da demanda

retração mais intensa, de 20,4%. Somente nos

interna já em 2013 e 2014, a adoção de mecanismos

primeiros nove meses de 2016 a retração foi de

de ajuste recessivo da economia nos períodos

6,16%.

seguintes tem levado ao prolongamento da trajetória A produção mensal industrial corrobora a

de queda da atividade produtiva no setor.

avaliação da retração do valor da produção no setor.

PIB Industrial 1995 = 100 160 150

-12,3%

140 130 120

2016.III

2016.I

2015.III

2015.I

2014.III

2014.I

2013.III

2013.I

2012.III

2012.I

2011.III

2011.I

2010.III

2010.I

2009.III

2009.I

2008.III

2008.I

2007.III

2007.I

110

Fonte: Contas Nacionais Trimestrais /IBGE – série dessazonalizada

2


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Sondagem Industrial – Região do Grande ABC mudanças efetivas nas condições econômicas para No Grande ABC, o terceiro trimestre de 2016 apresentou

uma

trajetória

de

declínio

mais

estímulo a economia, o que de fato ainda não aconteceu.

acentuado do volume de produção, seguido de pequena atenuação no mês de outubro.

O comportamento se mostrou diferente no Brasil e no estado de São Paulo. Ao menos desde o mês de julho vem se mostrando menos pessimista

Comportamento bastante semelhante ao

quanto à evolução da produção, comparado aos

observado no entre março e julho. Essa trajetória de

meses anteriores. O que não indica uma retomada

avaliação pessimista quanto à expansão do volume

do volume de produção, pelo contrário, haja vista a

de produção no período destoa da trajetória de

trajetória de retração apontada pela Pesquisa Mensal

melhoria do índice de confiança dos gestores do

de Produção Industrial do IBGE, tanto em nível

setor industrial.

nacional como estadual.

Fato que já era esperado e que

demostra que as expectativas geradas em torno das

De forma geral, os empresários do setor

mudanças de orientação da política econômica com

industrial permanecem pessimistas com relação à

a troca da equipe de governo não se traduziram em

evolução da produção, com raros e isolados períodos

mudança no nível de atividade no setor industrial.

de exceção, destacados em azul nos gráficos abaixo.

Essas demandarão tempo, sendo necessárias

Evolução da Produção - Brasil

Índice de difusão (0 a 100)

50,8

50,8

Recuperação

70

45,8

45,8

46,6

46,6

45,5

47,2 42,4

42,2

39,7

40,9

44,6

42,0

42,7

40,3

42,7

42,7

48,2

48,2

35,5

30

40,1

38,3

42,7

45,4

Retração

50

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16 jun-16 ago-16 out-16

3


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Sazonalmente, entre o primeiro e o terceiro SÃO PAULO

trimestre o ano, o grau de utilização da capacidade

Índice de difusão (0 a 100) 80

instalada tende a se elevar em função da ampliação 50,0

sazonal da produção. No ano anterior, o grau de utilização da capacidade instalada na indústria apresentou uma trajetória de queda entre o primeiro

43,9

46,9

46,9

46,8

45,1

45,9

43,0

42,2

39,8

40,2 30,2

20

44,8

40,7

50

e o terceiro trimestre do ano, diferentemente dos anos anteriores.

set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16 jul-16 set-16

Neste

ano,

o

grau

de

utilização

da

capacidade instalada se elevou ao longo dos trimestres,

os

ciclos

sazonais.

Comparado ao terceiro trimestre de 2015, há uma

ABC Índice de difusão (0 a 100) 80

estabilidade

na

intensidade

de

utilização

da

53,4

capacidade produtiva da indústria, após uma série de anos de queda.

50

22,7 set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16 jul-16

46,1

36,6

40,2

43,5

46,4

35,5

45,1

39,3

34,2

34,3

41,4

Atualmente a indústria nacional tem operado 45,2

20

retomando

com cerca de 35% de ociosidade da capacidade produtiva, bastante superior ao terceiro trimestre de

set-16

2013, a partir de quando a indústria passou a registrar indicadores de recessão.

Utilização de Capacidade Instalada Brasil (em %) 80

75

75

75

74

70

73 67 64

66

65

60

62

55 50 jan-11

jun-11 nov-11 abr-12

set-12

fev-13

jul-13

dez-13 mai-14 out-14 mar-15 ago-15 jan-16

jun-16

4


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Diante desse quadro recessivo, a avaliação dos Nas regiões Sudeste e no estado de São Paulo, o grau de utilização da capacidade instalada se mostra próximo àquele apresentado no plano nacional,

também

com

uma

tendência

de

estabilidade na comparação com o ano anterior.

gestores industriais, quanto à evolução do número de empregados, mantém-se pessimista. Ao longo deste ano, o ajuste realizado pelo setor industrial tem levado à redução dos estoques. Ainda assim, no terceiro trimestre do ano, os

Na região do GABC, o uso da capacidade

estoques nacionais têm se mostrado acima do

instalada apresentou razoável recuperação entre o

planejado. Tanto no estado paulista quanto no

segundo e o terceiro trimestre do ano, especialmente

Grande ABC esse movimento ocorreu em outubro.

no último mês de outubro. Ainda assim, a região trabalha atualmente com 40% de ociosidade.

A ocorrência de estoques efetivos cima do planejado, mesmo com a redução dos estoques reflete a avaliação pessimista com relação à melhoria das vendas em curto prazo.

Utilização da Capacidade Instalada setembro/2016 (%)

Diante disso, a redução dos estoques não é resultado do aquecimento nas vendas, mas sim de uma reprogramação da atividade produtiva, tendo em

ABC

60

vista a retração econômica e as incertezas em relação à trajetória da atividade produtiva.

São Paulo

Sudeste

65

63

5


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Evolução dos Estoques Efetivos e sua comparação com o Planejado Brasil 55 53,0

52

51,4

51

50,6

50,1

47

51,0 50,7

50,2 50,0

51,7

49,8

49

50,0

50,0 50,0 52,1

52,0 51,4 50,8 49,8 50,3

49,7 48,7

48,248,4

48,4

50,8

50,6 49,8 49,3 50,4 49,7 49,9 48,9 48,9 48,9 47,8

47,5

46

46,6

45 dez-13

mar-14

jun-14

set-14

dez-14

mar-15

jun-15

Evolução Estoque

set-15

dez-15

mar-16

jun-16

set-16

Efetivo - Planejado

Desde o início de 2015 a Sondagem Industrial

SÃO PAULO

registra

queda

na

intenção

de

investimentos para os próximos seis meses no Brasil.

set-15

48,1 50,9 48,0

48,1

jun-16

capacidade ociosa e da incerteza com relação à trajetória da economia a médio e longo prazo. A queda na intenção de investimento

48,9

50,3

49 48,5 48,2

49,9

mar-16

48,3

48,9

49,8

dez-15

48,1

45

49,4

48,1

50,2

50,6

47,9

53,1

52,2

50

Reflexo da queda da produção, do aumento da

54,1 51,1

55

também tem sido observada junto às indústrias da região Sudeste, do estado de São Paulo e o Grande

set-16

ABC. A queda no nível de investimento é um dos principais desafios a serem superados na economia atual. Nos 12 meses encerrados no terceiro trimestre

ABC 67,2

deste ano, o volume de investimento (Formação

50,0

42,8

42,0

42,5

53,0

54,6 mar-16

jun-16

43,8

43,2

38,0

43,1 32,8

dez-15

16,5% do PIB. Na região do Grande ABC também houve

36,9 set-15

trimestre deste ano a taxa de investimento foi de

55,6

48,7

50,7

54,6

Bruta de Capital Fixo) diminui 13,5%. No terceiro

53,1

75 70 65 60 55 50 45 40 35 30

53,5

Redução

50

48

51,4

51,5

49,6

53

45,7

Elevação

54

set-16

queda na intenção de investimentos nos últimos meses. A redução no fluxo de investimentos leva ao engessamento da capacidade de produção, que tem se

mostrado

subutilizada

na

indústria,

comprometendo a capacidade de crescimento da

6


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP economia a médio e longo prazo no setor e na

político,

economia.

econômica, tem um papel chave. De forma mais

A retomada do fluxo de investimento no setor

bem

como

da

trajetória

da

política

específica, mas não desassociada, a adoção de

está intimamente ligada à retomada da atividade

políticas

industriais

que

deem

suporte

produtiva e à melhoria do horizonte de médio prazo.

desenvolvimento do setor é essencial.

ao

Neste sentido, parece que a definição do quadro

Intenção de Investimento pela Indústria 70

60

Redução

46,5

41,3

42,4

39,2

39,8

39,0

41,2 48,6

44,9

45

43,4

49,3

50

39,5

44

40,7

43,5

52,4 52,0

43,9

55 55

42,0

Elevação

65

43,7

45,5 42,6

40 35 35,3

34,4

30 dez-14

fev-15

abr-15

jun-15 Brasil

ago-15

out-15

dez-15

Sudeste

fev-16

São Paulo

32,5 abr-16

jun-16

ago-16

out-16

ABC

matérias-primas para os próximos seis meses, A melhoria das expectativas dos empresários

convergente com a melhora da confiança do

do setor para os próximos meses tem sido um dado

empresário local em relação ao ambiente econômico

positivo nos últimos meses.

e ao desempenho da empresa. Esse comportamento destoa

dos

indicadores

observados

em

nível

Tanto a nível nacional como regional, os

nacional, os quais no terceiro trimestre apresentaram

empresários têm se mostrado mais otimistas, ainda

uma redução das perspectivas de melhora de

que esta não tenha se consolidado em melhorias

demanda, mesmo com a melhora do índice de

efetivas no desempenho do setor industrial, como

confiança dos empresários.

apontado por alguns indicadores pontuados nos parágrafos anteriores.

As perspectivas com relação à evolução do número

de

empregados

mostram-se

menos

Na região do Grande ABC os gestores

pessimistas na região, que tem apresentado redução

industriais apontam uma perspectiva de aumento da

de postos de trabalho nos últimos anos. Com relação

demanda e consecutivamente de compras de

ao mercado externo, as perspectivas com relação à

7


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP melhora no nível de exportações mostram-se menos

apontaram perspectivas mais favoráveis para o setor

otimistas na região nos últimos meses, o mesmo

nos próximos meses, especialmente no que tange a

também é observado em nível nacional e estadual.

melhoria da demanda, que tem impacto imediato

Comparativamente ao primeiro semestre

sobre o nível de atividade.

deste ano, de forma geral, os gestores industriais

Região do GABC Perspectivas do Setor Industrial para os próximos 6 meses Evolução de Demanda

Positivo

Evolução do número de empregados

56 50

51,4

50

44,9

37,2

41,1

38,6

39,1

46,5 47,5 32,2

35,7

30,6

25 jan/16

mar/16

mai/16

jul/16

set/16

set/15

Evolução das compras de mátéria prima

nov/15

jan/16

63,7

60,7 54,8

53,2 56,9

45,6

46

42,3 35

34,7 40,6

42,8

jan/16

mar/16

mai/16

set/16

50

50

62

59

53,6

57

60,7 55,4

55,9 48,5

45,3

44

jul/16

Evolução da quantidade exportada 60,2

50

mar/16

Positivo

nov/15

39,2

47,2

42 44

34,5

25 set/15

39 36,2 41,1 40,6

35,6

Negativo

38,1 25,8

44

50

Negativo

53

36,4 25

27,3 set/15

25 nov/15

mai/16

jul/16

set/16

set/15

das

nov/15

jan/16

condições

mar/16

mai/16

financeiras

das

jul/16

set/16

empresas

em

setembro de 2016, observado em todos os recortes Com

relação

à

condição

financeira

das

empresas do setor, os indicadores da Sondagem Industrial

permanecem

apontando

espaciais, apresentados a seguir. Chama a atenção nesta comparação uma

condições

pequena piora na avaliação das condições de acesso

desfavoráveis segundo avaliação dos gestores do

ao crédito pontuados pelas empesas no recorte

setor, no que tange à margem de lucro, ao acesso ao

regional do Sudeste, bem como na avaliação da

crédito e à situação financeira das empresas.

margem de lucro nas empresas do Grande ABC.

Comparativamente aos resultados observados em dezembro de 2015, houve melhora na avaliação

8


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP No cenário nacional, as condições de acesso ao

a preços administrados como energia e à queda da

crédito têm sido afetadas pela contração da política

demanda que dificulta o repasse destes ao preço

monetária com redução da disponibilidade de crédito.

final do produto.

As margens de lucro têm sido exprimidas pela combinação do aumento do custo de produção ligado

Condição Financeira das Empresas - setembro 2016 Brasil

Sudeste

São Paulo

ABC

50

30

10 Margem de lucro operacional

A avaliação das condições da margem de lucro das indústrias da região do GABC, realizadas

Situação Financeira

Acesso ao crédito

industrial brasileiro e da solidificação de uma política microeconômica setorial eficaz.

pelos seus gestores no terceiro trimestre de 2016, mostrou-se menos

favorável

em

relação

aos

resultados nacional e estadual. Este se deve, em grande parte, à queda da atividade

econômica

do

setor

que

apresenta

significativa presença na dinâmica econômica do Grande ABC. Como

citado

no

Boletim

IndústriABC

anterior, as perspectivas de melhora da condição financeira das empresas estão atreladas a melhoria da atividade produtiva. Para tanto, é nítida a necessidade

de

melhora

macroeconômica,

da

construção de uma agenda progressiva para fomentar o aumento da competitividade do setor

9


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Principais problemas enfrentados pelas empresas - setembro 2016 85,0%

Demanda interna insuficiente

55,20% 36,2% 45,0%

Elevada carga tributária

49,60% 42,2% 40,0%

Falta de capital de giro

23,00% 23,7% 30,0%

Demanda externa insuficiente

8,70% 12,7% 25,0%

Taxas de juros elevadas

22,20% 27,4%

Falta ou alto custo da matéria prima

20,0% 15,10% 21,2% 15,0%

Competição com importados

12,30% 6,7%

Falta ou alto custo de trabalhador qualificado

10,0% 6,00% 6,8% 10,0%

Falta ou alto custo de energia

9,90% 15,6% 5,0%

Taxa de câmbio

14,70%

10,3% 5,0% Burocracia excessiva

6,70% 10,9%

Falta de financiamento de longo prazo

5,0%

ABC São Paulo

9,50% 10,6%

Brasil

10


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Os principais problemas apontados pelas

exportadores que começaram a ser frustradas com a

empresas da região do GABC que afetaram suas

revalorização do real ao longo deste ano. A intensa

operações no terceiro trimestre de 2016 foram a falta

flutuação da taxa de câmbio, ocorrida em um breve

de demanda interna, seguido da repetida reclamação

espaço

sobre a elevada carga tributária, da falta de capital de

empreendedores e os fazem atuar com maior

giro, que sempre se tornam mais críticos em períodos

cautela.

de

tempo

inibe

as

decisões

dos

de elevação dos custos (inflação ao produtor) e

Além da taxa de juros elevada, cuja média

retração de receita por conta da redução nas vendas.

situa-se 30,4% a.a. para pessoa jurídica segundo o

Em nível nacional e estadual, os principais

Banco Central, o custo da matéria-prima é outro

problemas apontados continuam sendo a falta de

problema apontado pelos empresários do setor. A

demanda interna e a elevada carga tributária.

inflação acumulada nos 12 meses encerrados em

A falta de demanda externa foi apontada com

outubro foi de 8,4% (IPA/FGV).

maior intensidade pelos gestores industriais do

Questões como competição com importados,

Grande ABC em setembro, comparativamente aos

disponibilidade de trabalhador qualificado, taxa de

meses anteriores e a frequência registrada em nível

câmbio e outros também são apontados como alguns

nacional e estadual.

dos gargalos presentes no setor industrial.

A rápida desvalorização do real em 2015 gerou

expectativas

junto

aos

segmentos

Indicadores de Confiança da Indústria Diferentemente dos períodos anteriores, os

As alterações mais intensas nas avaliações

gestores da região do Grande ABC apresentam um

realizadas no Grande ABC sugerem o impacto da

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)

concentração industrial na região, bem como a

maior que aquele declarado em nível estadual e

reversão das expectativas em uma região que vem

nacional.

sofrendo com a deterioração do nível de atividade

Entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, o ICEI geral apresentou significativa melhora

industrial há mais tempo que a média nacional e de forma intensa.

Grande ABC, superando a evolução do indicador

As alterações no cenário político e suas

observada também no Brasil e no estado de São

repercussões sobre as expectativas em torno política

Paulo. Os fatores que mais influenciaram essa

econômica nacional/regional são fatores que levaram

trajetória foram as melhorias na avaliação das

a melhoria do ICEI.

condições da economia e das expectativas para os próximos períodos.

11


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP Indicador de Confiança da Indústria – nov./2016 Brasil 51,7 43,8 55,8 42,4 44,5 53,1 57,2

ICEI Indicador de Condições Indicador de Expectativas Condições da Economia Condições da Empresa Expectativas da Economia Brasileira Expectativas da Empresa

Sudeste 49,2 41,8 53,0 41,0 42,1 51,1 54,1

São Paulo 51,1 44,2 54,7 44,0 44,1 53,4 55,4

GABC 53,9 42,5 59,6 46,1 40,8 59,7 60,5

positivas e a alteração das decisões efetivas na No Grande ABC também houve melhora no

economia. Embora as decisões sejam influenciadas

indicador de confiança das condições da empresa e

pelas expectativas com relação aos períodos

das expetativas sobre as mesmas, que pode ser

seguintes, há outros elementos que dão sustentação

observado também nas expectativas para os

e são fundamentais para a alteração das decisões

próximos seis meses quanto

que levam ao aumento da atividade produtiva,

à evolução da

demanda, compra de matéria-prima, entre outros.

especialmente

Entretanto, essa melhora no índice de

em

momentos

de

retração

econômica, como o que estamos vivendo.

confiança e das perspectivas para os próximos

As expectativas ainda dependem do atual

meses não se constituíram em mudanças no ritmo de

momento das reorientações promovidas pela política

atividade do setor, que continua apresentando queda

de ajuste macroeconômico do governo federal.

no volume de produção, redução de postos de trabalho, elevado nível de ociosidade, redução na intenção de investimentos, entre outros.

um

distanciamento

significativo

na

economia entre a formação das expectativas

12


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP ANEXO

Evolução nº Empregados - Brasil

Índice de difusão (0 a 100) 70

46,5

45,8

46,3

45,1

44,6

43,7

43,3

43,1

42,8

41,5

41,4

42,2

42,0

41,4

43,6

41,2

44,4

40,7

46,4

44,4

44,7

44,4

44,2

47,1

46,4

50

30 out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16 jun-16 ago-16 out-16

Evolução nº Empregados SÃO PAULO

set-15nov-15jan-16mar-16mai-16jul-16 set-16

set-15 nov-15 jan-16mar-16mai-16 jul-16 set-16

45,1

43,4

43,0

41,0

39,3

45,7 36,5

38,0 34,5

37,9

30

39,7

42,6

45,0

44,8

44,8

44,2

43,7

43,8

43,3

41,3

41,2

40,9

41,4

39,9

30

41,3

30

40,3

50

43,8 45,2 45,4 43,8

50 41,7 41,6 39,5 42,8 43,4

50 41,3 41,7 41,0 40,3

70

40,8

70

36,4

ABC

70

36,8

SUDESTE Índice de difusão (0 a 100)

set-15 nov-15 jan-16mar-16mai-16 jul-16 set-16

13


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP BRASIL Perspectivas do Setor Industrial

Evolução de Demanda

Evolução do número de empregados

60

60 55

54,9

52,9

52,3

51 50

50 45,8

45,6

jul/15

47,8

49,9 45,3

47,8 42,2

44,8

44,2 40

46,9

43,5

46,3

47,7

40

set/16

40,3

43

47,9

46

46,3

45,4

43,6

41,8 41,3 jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16 set/16

Evolução das compras de mátéria prima

Evolução da quantidade exportada

60

60

50,8

52,5

51,9 52,2

50 46,7

44

40

42,1 40,5

41,8 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16

43,4

42,8 jul/15

40,5

45,2

50

52,4

53,5

52,5

52,1

50,6

51,8

52,6

50 50,2

48,5

43,6

42,8

49,7

50,1

51,9

52,4

50,8

50,7

49,6

47,5

45,7

43,6

41,4 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16

40

jul/16

set/16

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16 set/16

Universidade Metodista de São Paulo

Coord. do Curso de Ciências Econômicas

Escola de Gestão e Direito

Ma. Silvia Cristina da Silva Okabayashi

Curso de Ciências Econômicas Observatório Econômico

Coordenador de Estudos Me. Sandro Renato Maskio

Reitor

Professor Pesquisador

Dr. Fabio Botelho Josgrilberg

Dr. Moisés Pais dos Santos

Diretor da Escola de Gestão e Direito

Estagiário

Dr. Fúlvio Cristofoli

Anderson Thiago dos Santos

14


BOLETIM

Ano II - Dezembro/2016

IndústriABC Região do Grande ABC / SP

URL:http://www.metodista.br/observatorio-economico

A serviço do desenvolvimento do Grande ABC. Patrocine esta iniciativa! E-mail: observatorio.economico@metodista.br Tel: 4366-5035

15


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.