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Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE
São Bernardo do Campo 4 De 9 a 22 de agosto de 2013 4 Ano 334 Nº 1.003
Dia dos Pais deve movimentar R$ 58 milhões no comércio Pesquisa de Intenção de Compras, do Observatório Econômico, mostra roupas e calçados como os produtos preferidos. Pág. 3
BIANCA BELTRAME/RRJ
4BIKE ANJO
Voluntários orientam como andar de bicicleta na cidade Pág. 10 HECTOR SUZUKI//RRJ
DIVULGAÇÃO
4TATUAGEM
Pais e filhos tornam a ida ao estúdio um programa em família Págs. 6 e 7
4ECONOMIA
4MÚSICA
Açougues diversificam produtos e ampliam clientela
Zeca Baleiro faz show retrospectivo da carreira no Cenforpe
Págs. 4 e 5
Págs. 12
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POLÍTICA
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DE OLHO NA CÂMARA
Prefeito veta projeto de placas religiosas em S. Bernardo q A volta do recesso na Câmara de São Bernardo foi marcada por veto do prefeito Luiz Marinho (PT) ao projeto do vereador Rafael Demarchi (PSD), que propunha a instalação de placas pelas principais vias da cidade com os dizeres “São Bernardo é do Senhor Jesus”. O prefeito justificou a recusa pelo fato da proposta ser inconstitucional (o Legislativo somente
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pode criar projetos que não gerem custos) e pelo Estado ser laico, ou seja, não tem religião. Segundo o presidente da Casa Tião Mateus (PT), antes de cancelar a propositura, Marinho se reuniu com lideranças cristãs (católicos e evangélicos) e vereadores para explicar os motivos do veto. Para o parlamentar Oswaldo Camargo (PPS) da oposição
FERNANDA FERREIRA/ RRJ
, o Executivo deixou os vereadores de saia justa. “O Rafael foi uma peça pisada pelo prefeito”, disse Camargo. Rafael Demarchi, que está em seu primeiro mandato e é o vereador mais jovem da Casa, disse que a intenção era homenagear Jesus como pessoa e como religião. Ele não concordou com as justificativas do Marinho, mas afirmou que iria acatar a
decisão do prefeito. “Se o Estado é laico, nós temos que tirar o ‘Deus seja louvado’ da nota do Real e os gastos sairiam da iniciativa privada. A prefeitura só iria ceder o local”, falou. Segundo o vereador, 90% da população de São Bernardo se diz cristã. A sessão também contou com congratulações, homenagens e alterações de artigos. g
Demarchi afirmou que vai acatar decisão do prefeito Luiz Marinho sobre projeto
DE OLHO NA CIDADE
Bairro Jardim do Mar sofre com a falta de segurança
MARISTELA CARETTA
q Os alunos da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e moradores da região reclamam da falta de segurança. Localizada no bairro Jardim do Mar, as ruas do entorno vêm sendo alvo de delitos, como roubo à mão armada, invasão de casas, furto de veículos, estepes e rádios. Segundo Caio Cesar Couto, 22, aluno da Faculdade de Direito, e coordenador de Relações Institucionais do Centro Acadêmico XX de Agosto, existe um abaixo assinado realizado pelo Centro Acadêmico em 2008, que mostra que desde esse período os delitos passaram a ser mais frequentes próximo à faculdade. “De qualquer forma, iniciei o curso em 2010 e desde então são muito comuns casos deste tipo no bairro”. Couto afirma que os problemas não têm diminuido. “Nós,
do Centro Acadêmico, estamos nos mobilizando para alertar sobre a situação, já que é de interesse da população do Jardim do Mar e principalmente da comunidade acadêmica que circula todos os dias por estas ruas. Cabe salientar que a faculdade aditou o contrato com a empresa de segurança patrimonial, bem como instalou luzes e guaritas no entorno do campi, isso resultou em um aumento da mensalidade e não reduziu os crimes praticados.” Para a Polícia Militar, a aplicação da sistemática de Policiamento Inteligente colaborou para a redução dos indicadores
CONSELHO DIRETOR - Stanley da Silva Moraes - Presidente, Nelson Custódio Fér – Vice - Presidente, Rev. Osvaldo Elias de Almeida - Secretário, Jonas Adolfo Sala, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Kátia de Mello Santos, Augusto Campos de Rezende, Marcos Vinicius Sptizer, Aires Ademir Leal Clavel, Oscar Francisco Alves Junior, Regina Magna Bonifácio de Araújo - Suplente, Valdecir Barreros - Suplente. REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg
MARISTELA CARETTA/RRJ
de roubo e furto na região, em especial nas ruas Java, Jônio, Tasman e Aral. As principais incidências noturnas somadas à intensificação do policiamento neste horário fizeram com que, quando comparados aos meses de março e abril, os índices de furto de veículos diminuíssem 50%. Segundo dados da PM, o emprego de policiamento inteligente, nos meses de maio, junho e julho, deteve em flagrante 42 infratores, 5 foragidos foram cap-
DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Jung Mo Sung (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luiz Silvério Silva (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia). COMUNICAÇÃO - Paulo Salles (Diretor).
Rua Java é um dos locais inseguros mapeado pela Polícia Militar turados e 66 veículos roubados ou furtados localizados. Os dados do Infocrim (Informações Criminais da Secretaria de Segurança Pública) são referentes, principalmente, às ruas Banda, Tasman, Espérico, Kara, Java, Sargaços e Jônio, onde, nos últimos três meses, houve acréscimo no registro de ocorrências criminais, em particular no furto de veículos, se comparado ao mesmo período do ano passado. O planejamento e a execução das atividades de polícia ostensiva e manutenção da ordem pública no local estão em andamento. Para o coronel da PM comandante Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli, embora os resultados sejam bons,
JORNAL
Rudge Ramos
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Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 Rudge Ramos - São Bernardo CEP: 09640-000
RUDGE RAMOS JORNAL - PUBLICAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA FAC
DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); Assistente de Fotografia - Maristela Caretta (MTb 64.183)
ainda não são satisfatórios. Sempre buscamos o aperfeiçoamento do planejamento e da execução das atividades para obter melhores resultados. A PM ressalta que no entorno da faculdade há poucos estacionamentos e os que existem acabam não comportando o número de veículos, associado ao fato que praticam preços inviáveis. Os alunos tiveram conhecimento do edital expedido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município, que lista diversos itens a serem obedecidos pelo vencedor da licitação para o serviço. Na região existe apenas um estacionamento para dar conta de todos os veículos, que, segundo Mansour, tem diversas irregularidades. FACULDADE Quando questionada sobre a segurança na região da faculdade, a assessoria de imprensa da instituição respondeu, em nota, que o diretor da Faculdade de Direito, Marcelo José Ladeira Mauad, não iria se manifestar sobre o assunto por se tratar de uma ocorrência que cabe à segurança do município. g Equipe de Redação: Amanda Souza, Bianca Beltrame, Caio dos Reis, Deise Almeida, Érika Rios, Felipe Calbo, Fernanda Ferreira, Gabriela Brito, Helder Sturari, Italo Campos, Maria Paula Vieira, Marina Cid, Natália Petrosky, Nicole Ongaratto, Raphael Andrade, Renato Fontes, Vinícius Requena, Vitor Jaqueto, Yago Delbuoni e alunos do 5º e 6º semestres de Jornalismo. Produção de Fotolito e Impressão: Diário do Grande ABC
Presente para o Dia dos Pais deve ter valor médio de R$ 145 DEISE ALMEIDA
preferidos por 46,9% dos consumidores para a compra dos presentes. De acordo com a expectativa da Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers), as vendas nos estabelecimentos devem crescer até 7% por conta do Dia dos Pais,
comparando com o mesmo período de 2012. “O principal motivo pela escolha de shoppings é o conforto e a diversidade de produtos que esses locais oferecem, possibilitando a comparação de preços e marcas por exemplo. Além disso, em um mesmo lugar o
q O Dia dos Pais, que é comemorado no próximo domingo (11), deve ter movimentação econômica semelhante a de 2012. É o que apontam os dados da PIC (Pesquisa de Intenção de Compras), realizada pelo Observatório Econômico da Faculdade de Administração da Universidade Metodista de São Paulo. Neste ano, o comércio do ABC deve arrecadar cerca de R$ 58 milhões. O valor é R$ 3 milhões superior ao de 2012. Porém, no mesmo período a inflação foi superior a 6%, o que iguala os valores. Ainda segundo os dados, o gasto programado é de R$ 145,40 para cada presente. O valor representa uma diminuição de 5% se comparado com 2012. De acordo com o economista Sandro Maskio, coordenador da pesquisa, a expectativa econômica era maior, apesar do Dia dos Pais ser considerada apenas a quinta data no nível de importância para o comércio (fica atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Namorados). “O ABC ganhou novos shoppings nos últimos meses e expandiu os que já existiam. Além disso, os centros comerciais das cidades são bem desenvolvidos. A expectativa era que se vendesse mais, por ser uma data comercial”, afirmou Maskio. Os tipos de presentes preferidos para os pais são vestuários e calçados (47%), além de perfume e cosméticos (16,3%). Dentre os principais fatores que influenciam na escolha do presente estão a qualidade, o preço e desejo do presenteado. “Além disso, os itens que aparecem em primeiro lugar oferecem grande variedade, o que facilita para agradar a Roupas e calçados são os itens vários perfis de pais”, disse preferidos por 47% dos consumidoo economista. res para homenagear os pais
SHOPPINGS EM ALTA Segundo dados da PIC, os shoppings são os locais
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ECONOMIA
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consumidor tem lazer aliado a compra”, contou Maskio. Segundo o coordenador da pesquisa, um ponto que chama a atenção nos dados coletados é que a internet já aparece em quarto lugar na preferência do consumidor. Neste ano, 7,9% dos consuFOTOS: MARISTELA CARETTA/RRJ midores vão preferir esse meio para comprar o presente dos pais. “Antes, apenas as famílias com renda entre 10 e 15 salários mínimos utilizavam a internet para compra. Hoje, esse público já se estende para famílias com renda de 3 a 5 salários mínimos”, comentou. É o caso de Bruna Satie. A bancária comprou um tablet para os filhos presentearem o marido em um site de compra coletiva há um mês. “Foi uma questão de organização. Quando vi a promoção no site e o prazo de entrega estava dentro da data não tive dúvidas para adquirir o produto”, afirmou. “Eu sinto confiança e gosto de comprar pela internet. Traz o conforto que nenhum outro ponto comercial me proporciona”, acrescentou Bruna. g
ACESSE
Rudge Ramos Online
q MARIA DA PENHA Lei completa sete anos na luta contra violência doméstica http://migre.me/fHbKg
CONSCIENTIZAÇÃO Semana da Pessoa com Deficiência é comemorada pela primeira vez em São Caetano http://migre.me/fHbNN
ESPORTE São Bernardo Vôlei vence o Taubaté na estreia do Campeonato Paulista http://migre.me/fHbOT
EDUCAÇÃO Idiomas agem como catalisadores culturais e ensino é mais complexo do que parece http://migre.me/fHbQL
FUTEBOL Água Santa manda partidas da Segunda Divisão do Campeonato Paulista para o Baetão http://migre.me/fHbT0
AFRIKA BAMBAATAA Ícone dos anos 80 discute temas como manipulação da mídia e cultura negra http://migre.me/fHc1O
SAÚDE Treinamento sem excessos evita lesões para quem está começando a correr http://migre.me/fHcao
ECONOMINA Preço do metro quadrado no ABC aumenta mais que o dobro da inflação http://migre.me/fHccO g
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ECONOMIA
FOTOS: HECTOR SUZUKI/RRJ
Açougues viram minimercados MARIANA CRUZ q Os tempos modernos chegaram, e alguns estabelecimentos comerciais tiveram que se adaptar às novas exigências dos clientes para continuarem funcionando e não perderem espaço. O sebo, por exemplo, adota como diferencial o preço. Um livro que pode ser encontrado nas grandes redes, lá é vendido pela metade do preço. Um caso de comércio que investiu no oferecimento de outros produtos é o açougue. A casa de carnes antes se limitava a vender somente isso, mas de uns tempos para cá muitos têm se transformado praticamente em mini mercados, tudo para atender as necessidades dos clientes. O gerente de um açougue localizado no bairro do Rudge Ramos, Jorge Neri Oliveira, 39, afirma que a concorrência com os super mercados também os motivou a ampliar a oferta, ele
afirma que “os vende também ENTRE 2003 E 2005 NO clientes vão pebebidas, doces, dindo, os nosfaz serviços como PAÍS HAVIAM sos clientes são tirar cópias, encaos mesmos do dernação e no esmercado”. Além tabelecimento há disso, os produaté catálogos de tos ajudam no cosméticos. O que MIL LOCADORAS. orçamento final começou como JÁ EM 2012 ESSE do estabeleciuma brincadeira, NÚMERO CAIU PARA mento. agora ajuda no A facilidade orçamento e de de crédito e de acordo com ele é ter um compuum bom negócio. MIL tador em casa, O proprietário também fizepretende ainda ram com que as lan houses oferecer serviços de personalisentissem essa necessidade zação de canecas e camisetas. de ampliar a gama de serviços Ele diz que “precisa diversificar, oferecidos. Hoje em dia esse os computadores não estão rentipo de negócio diminuiu muito dendo tanto como antes”. e as que ainda estão abertas Outros estabelecimentos a precisam sobreviver. sofrerem essa mudança são as Oferecer produtos bem di- locadoras de vídeo. Muitas no versificados foi a saída que o bairro não conseguiram mandono de uma lan house no Rud- ter-se funcionando. E no país ge Ramos encontrou. Reinaldo inteiro não foi muito diferente, Cesar Neto, 38, além dos servi- de acordo com a UBV (União ços básicos de uma lan house, Brasileira de Vídeo), entre 2003
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e 2005 no país haviam 14 mil locadoras. Já em 2012 esse número caiu para quatro mil. Os próprios funcionários da lan house afirmam que antes no bairro era muito fácil encontrar uma vídeo locadora. Mas agora há praticamente uma só. E isso foi confirmado por nossa reportagem, que
Na foto ao alto, um açougue do Rudge que também comercializa artigos de mercearia; mas que continua fazendo ofertas na venda de carne tentou visitar alguns estabelecimentos, mas a maioria havia fechado. g
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ECONOMIA
Clientes preferem comércios locais pela proximidade
FOTOS: HECTOR SUZUKI/RRJ
tem maior proximidade com o cliente, além do bom atendimento, não tem muita roq Mesmo com a modernitatividade de funcionário, por dade e facilidade no dia a dia consequência o cliente volta. alguns comércios de bairro ainComércios como loja de CD, da atraem clientes por oferecer locadora e sebo estão cada vez algum tipo de diferencial, seja mais escassas no atendimento, e menos propreço ou em procuradas e não dutos variados. “Prefiro comprar por existir ouComo o açouaqui pela garantia tro tipo de cogue que ficava da carne ser fresmércio e sim nas ruas e foi imquinha e pelo bom pela tecnologia plantado dentro atendimento” e facilidade de do supermercabaixar ou asdo por exemplo, Aparecida Santos, consumidora sistir on-line ainda sim, alguns filmes, músiclientes preferem cas e livros. ir até o local que Para Rafael Gosó venda aquele tipo de promes, 21, ir até a duto, mesmo na maioria das locadora é um pravezes o açougue de rua sendo zer pois gosta de mais caro. ler os títulos dos Segundo a Aparecida Sanfilmes com calma e tos, 55, “prefiro comprar aqui escolher o que vai pela garantia da carne ser assistir, já que atifresquinha e pelo bom atendividades que realizo mento, mesmo o preço sendo no dia a dia exigem mais salgado”. quase o período inO público tem idades vateiro em frente ao riadas e não tem um perfil computador, prefiespecífico, desde crianças que ro ver o filme alugado na TV frequentam a pedido de seus do que baixar ou ver on-line” pais até clientes que vão lá há afirma o estudante. g mais de 15 anos. O açougue MARIA EDUARDA COELHO
Na foto acima clientes apreciam os cortes de carne oferecidos pelo açougue que também virou mercearia; ao lado, o gerente Jorge Neri Oliveira afirma que o diferencial está no atendimento e na proximidade com o cliente, de quem muitas vezes ele até já sabe a preferência na hora da compra e vem regularmente ao local
“Locadoras morreram”, afirma proprietário HECTOR SUZUKI
Rogério David Luiz, dono de videolocadora que teve que diversificar os produtos oferecidos em sua loja
q CD’s, jogos, brinquedos, computadores, DVD’s. Estes são apenas alguns exemplos de produtos pirateados disponíveis no mercado. Esse comércio de produtos falsificados causou um prejuízo de US$ 200 bilhões no mundo. No Brasil, a economia teve um retrocesso de aproximadamente R$ 7,2 bilhões. Rogério David Luiz é dono da locadora Vídeo e Foto Matriz, que funciona em São Bernardo há 30 anos, e conta que já perdeu vários clientes por conta da pirataria. “Já perdi muito. Nós temos 30 anos de existência e começamos a trabalhar também com fotografia para dar uma equilibrada.” Filmes, músicas e até livros fazem parte do que é comer-
cializado. A indústria cinematográfica brasileira (proprietários de cinema, distribuidores, produtores e varejistas) calcula uma perda de R$ 4 bilhões, o que equivale a 35 campeonatos brasileiros. Já as editoras de livros registraram o prejuízo de R$ 1 bilhão. Na opinião de David Luiz, o ramo das locadoras já acabou, e quem sobrevive somente dele é por insistência. “Até grandes produtoras já deixaram de existir. É bem mais fácil para o consumidor ir até a esquina e comprar no camelô do que vir até a locadora.” A saída, segundo ele, foi diversificar. “Quem tinha que viver somente da locadora morreu, e os que porventura não morreram se viram obrigados a apelar para outras coisas. Mui-
tos viraram pequenos bazares ou livrarias porque sabiam que a locadora não ia mais dar certo.” Com a internet, e sua gigantesca quantidade de informações, dados e arquivos, as grandes indústrias do entretenimento já se sentem ameaçadas. Foram criadas leis como a S.O.P.A. (Stop Online Piracy Act), a fim de preservar os direitos autorais e os lucros das distribuidoras, mas não foram bem sucedidas. David Luiz acredita que já é tarde para mudar este cenário e as campanhas contra a pirataria foram muito tímidas, o que acabou virando um costume da população. “Hoje não tem mais jeito. O momento de se fazer alguma coisa era na época em que a pirataria começou a surgir”, disse Luiz. As campanhas foram muito tímidas e não se criou uma concepção de que a pessoa está fazendo uma coisa errada e isso já virou um costume”, afirmou o proprietário. g
COMPORTAMENTO
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Quarentões aderem a tatuagem MÔNICA MILIATTI/RRJ
Para Hélcio e Milena Gomes, frequentar o estúdio de tatuagem é um programa para ser feito entre pai e filha JULIANA MARTINELLI
q Um desafio. Foi assim que Hélcio Gomes, 52, fez sua primeira tatuagem. Nessa altura, a filha e a mulher já faziam parte do clube dos tatuados. Mas o quarentão era resistente à ideia de marcar o seu corpo. Foi necessário um empurrãozinho da filha para que ele aceitasse eternizar um desenho. “A Milena começou a brincar comigo dizendo que eu não tinha coragem de fazer. Que ela tinha se tatuado aos 13 anos e eu com mais de 40
e nada.” O empurrãozinho deu certo e foi retribuído com uma homenagem. “Escolhi o nome dela para fazer minha primeira tatuagem. Já que foi por causa das provocações que eu tomei coragem, o primeiro desenho devia ser algo muito importante para mim”, contou. O que era antes uma marca de jovens rebeldes hoje faz parte do cotidiano dos mais velhos, e até de quem chegou à terceira idade. Atualmente, acompanhar os filhos e netos nos estúdios já não é mais a principal motivação para esse
público. Agora chegou a vez deles de enfrentar as agulhas, pincéis e esterilizadores para expressar seus desejos. O tatuador Ronaldo Garcia, do estúdio W Tattoo, no Rudge Ramos, conta que a procura das tatuagens por esse tipo de público vem crescendo nos últimos anos. O tatuador não sabe ao certo quantas pessoas com mais de 40 frequentam o seu estúdio, mas Garcia afirma que, a maioria desse público é formada por mulheres. As tatuagens preferidas são as de homenagens e as religiosas. E aqui, a idade não é problema. “Já tive uma cliente com mais de 80 anos. Tinha mais ou menos seis tatuagens só com o nome dos filhos e dos netos. Todas elas no braço”, falou. FRASES. DESENHOS Em locais expostos ou não. Vale tudo para esse público que é responsável financeiramente por si próprio e que não deve explicações para a família ou para os amigos. “Muita gente mais nova tem mais medo de tatuar por causa do preconceito do que as pessoas mais velhas”, disse o tatuador. O consultor de vendas Hélcio Gomes é uma das pessoas que venceram a barreira do
Jovens se arrependem dos desenhos escolhidos FLÁVIA RAKOZA q A professora de dança do ventre Daniele Freitas, 30, tem seis tatuagens pelo corpo. Mas ela se arrepende somente da última. “A fonte da letra que eu escolhi para tatuar não combinou, e o resultado não ficou como queria”, disse Daniele ao se referir a uma homenagem que fez a Jesus no antebraço direito. A solução que Daniele escolheu para consertar a tatuagem que deu errado foi fazer uma tribal com uma flor, formando o bracelete por cima. “Mas nunca fica um acabamento 100%, a pele fica estranha onde o desenho foi feito.”
De fato, uma tatuagem feita no corpo e que, depois, não agrade, pode ficar como uma marca indesejável. Quem se arrepende de um desenho, como é o caso de Daniele, às vezes tenta cobri-las com outro. Mas cobrir a tatuagem indesejada muitas vezes não é uma alternativa para quem já passou por essa situação. É o caso da estudante de Farmácia Izadora Paladine, 20, que não tem intenção de cobrir a tatuagem que fez quando tinha 15 anos. “Fiz a tatuagem muito nova, e por isso me arrependi. Foi no impulso”, disse a estudante. Quatro estrelas no tornozelo esquerdo sempre serão uma
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preconceito para aceitar o desafio da filha. Seis anos e duas tatuagens depois, Hélcio tem uma opinião diferente sobre essa arte. “Eu tinha preconceito com tatuagens quando era mais novo. Acreditava que era uma atitude de pessoas marginalizadas. Hoje não. Acredito que a tatuagem é uma estética. Faz parte de um visual”, contou. Para ele, suas tatuagens, o nome da filha em um braço e um tribal em outro, são praticamente um acessório que ajudam a compor sua personalidade. “A tatuagem substituiu todos os adereços que eu usava: brincos, colares, anéis. Hoje eu não uso mais nada.” As tatuagens de Hélcio ainda apresentam um diferencial: todas elas foram desenhadas pela sua filha, Milena. Segundo o consultor, todas as etapas da tatuagem, desde a realização do desenho, a conversa com o tatuador e a sessão são realizadas em conjunto com a jovem. E os planos de levar a tatuagem como uma atividade de pai e filha ainda continuam. Os dois sonham em fazer uma tatuagem juntos, algo que represente a relação que construíram. E claro, o desenho será feito por ela. “Queremos fazer uma tatuagem que
FLÁVIA RAKOZA/RRJ
Daniele tem seis tatuagens, se arrependeu do tipo de letra usada em uma delas; cobrindo com uma flor tribal lembrança de um desenho sem importância para ela. “Se eu tivesse feito algo com um significado importante para mim, eu não acho que iria enjoar dela.” Ter relação com algum momento da vida, com um fato
marcante ou com algo que você gostaria muito de ter na pele é motivo para sempre tatuar desenhos diferentes na pele. Símbolos de banda, capas de CDs, e até nome de ex-namorado foram as escolhas
identifique nossa relação. Uma coisa que vai nos ligar mais ainda. A relação de pai e filha.” A tatuagem também aproximou outra mãe e filho. É o caso da costureira Beni Macena, 50, que se tatuou pela primeira vez aos 18 anos. Uma rosa na perna direita foi o desenho escolhido quando ela ainda era uma adolescente. A tatuagem, no entanto, representava mais do que um simples desenho. “Eu era uma jovem rebelde, e fiz a tatuagem, exatamente para condizer com meu estilo de vida”, afirmou. Apesar do espírito jovem, como ela mesma gosta de afirmar, Beni demorou mais de 27 anos para marcar o seu corpo pela segunda vez. O motivo? O filho, menor de idade. “Eu estava esperando ele completar 18 anos para fazer as próximas. Não queria motivá-lo a fazer algo assim, tão permanente, antes da maioridade.” Assim que o filho, Vitor, completou a maioridade, os dois seguiram para o estúdio. Beni escolheu uma flor de cerejeira, e o filho, tatuou seu nome no braço. E ainda vem mais por aí. “Depois dessa tatuagem, penso em fazer pelo menos mais duas. É uma espécie de vício.” g de Michele Kvarforth 28, que não trabalha. Michele tem 16 tatuagens pelo corpo. Mas se arrepende de quase todas. “Se eu pudesse me zeraria em relação às tatuagens”, disse. Michele exibe desenhos nas pernas, nos pulsos, na nuca, no pescoço, no braço, no peito, no cóccix e em cima do ilíaco. São, na maioria, imagens de bandas de heavy metal, como “Slipknot” e “Korn”. Ela afirmou que, quando tiver oportunidade, irá cobri-las, pois foram feitas com decisões momentâneas e que não representam mais seu gosto musical. Mas uma coisa que Michele, Daniele e Izadora têm em comum é querer continuar tatuando o corpo, e fazer dele uma obra de arte única. “A tatuagem é uma forma de expressar seus sentimentos, seus gostos e suas crenças em seu próprio corpo”, completou Michele. g
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COMPORTAMENTO
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‘Tattoo’ nas costas é fruto de promessa FOTOS: ARQUIVO PESSOAL/RRJ
MÔNICA MILIATTI
q Tudo começou em 2008. A relações públicas Nubia Sampaio, 48, teve que passar por uma cirurgia no útero quando tinha 43 anos. Seu marido, o contador Marcio Sampaio, 58, resolveu então fazer uma promessa: iria tatuar o nome da mulher nas costas, caso tudo desse certo. A tatuagem foi feita nas costas logo após a recuperação, ainda em 2008. Sampaio, que até então não gostava da ideia de pintar o corpo, fez um esforço pela mulher. “Nunca tive interesse por tatuagem. Era uma coisa que eu não queria fazer, mas acabei fazendo pela Nubia”. O contador disse que se considera uma pessoa religiosa. Mas, segundo ele, acima da crença, a tatuagem foi uma escolha muito mais íntima e pessoal, livre de qualquer ideologia. Para Nubia, que já tinha vontade de fazer uma tatuagem, a homenagem do marido foi emocionante. “Foi muito significante para
Marcio Sampaio (esq.) tatuou o nome da mulher nas costas; no destaque tattoo no pé de Nubia
mim. Além da dor de fazer uma tatuagem, teve o enorme sacrifício dele realizar uma coisa
que nunca faria”, contou. EM FAMÍLIA
A ideia do marido contami-
nou Nubia. A relações públicas tatuou no pé uma borboleta com as iniciais de Sampaio
e da filha. E pensa em fazer outras nos próximos anos. Já Sampaio passou a gostar da ideia de fazer tatuagens e pensa em marcar o corpo com mais símbolos especiais para ele. “Estou planejando fazer uma tatuagem com o nome dos meus filhos, Silvia, Alexandre e Priscilla.” Ambos contaram que não sentiram nenhum tipo de preconceito em relação às tatuagens, até pelo contrário. “As pessoas até gostam, acham minha tatuagem bonita, delicada”, declarou Nubia. Ambos concordaram que realizar uma tatuagem é uma decisão que precisa ser muito bem pensada. g
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SAÚDE
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Hipertensão
JESSICA BONFIM/RRJ
Doença atinge todas as idades JESSICA BONFIM
q A hipertensão arterial, mais conhecida como pressão alta, é uma doença perigosa que pode causar sérios danos à saúde de seus portadores. Pode acontecer em qualquer pessoa: homens ou mulheres, jovens ou idosos. “Todos estão sob risco. Especialmente as pessoas negras que têm maior probabilidade de ter a doença”, disse o clínico geral, Robson Paulino, médico do Sistema Único de Saúde. De modo geral, quem tem pressão alta não sente nada de especial. Por isso é chamada de “assassina silenciosa”. É importante lembrar que os sintomas atribuídos à pressão alta são: dor de cabeça, dor no peito, fraqueza, tonturas, entre outros, que representam sinal de alerta, mas na maioria das vezes, não são
causados por ela. De acordo com o clínico geral, “a única maneira de saber se a pressão está alta é medindo-a”. Segundo ele, é recomendado “que a pressão seja medida pelo menos uma vez ao ano, para conseguir estabelecer um diagnóstico precoce”. Além disso, o especialista explica que a doença aparece prioritariamente depois dos 40 anos de idade e que alguns tipos de hipertensão são típicos em gestantes. “Em alguns casos, o paciente, por não sentir nenhum sintoma ou sinal, abandona o tratamento, não segue as normas indicadas. Quem tem o problema precisa tomar remédio todos os dias até o fim da vida”, disse. Esse é o caso do hipertenso Francisco Gilberto Pereira, 49. Ele abandonou o tratamento há seis anos e, ao retornar ao
Para saber mais notícias de
SÃO BERNARDO E REGIÃO
médico, a doença já estava em alto nível. Segundo ele, a principal dificuldade do dia a dia é o medo. “Medo de passar mal no trabalho e desmaiar”, afirmou. “Tomo um comprimido de manhã e outro à noite, de 12 em 12 horas”, completou. Para considerar que uma pessoa é hipertensa é estabelecido um diagnóstico de pressão alta. Quando a média de várias medidas da pressão arterial for igual ou maior que 14 por 9. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os valores admitidos são: 12 por 8 em que a pressão arterial é considerada ótima, 13 por 8, sendo considerada limítrofe, e valores superiores a 14 por 9 já são considerados hipertensão. De acordo com Paulino, nos casos de hipertensão leve, 14,5/9, mudanças no estilo de vida podem contornar o
problema. “Emagrecer, não abusar do álcool e do sal de cozinha, fazer exercícios, evitar situações estressantes e não fumar são dicas importantes para quem precisa controlar a pressão”, afirmou. GENÉTICA Pessoas com antecedentes familiares de hipertensão têm maior probabilidade de ter a doença. Esse é o caso do hipertenso Antônio Marcos Pereira da Silva, 40. Ele descobriu o problema neste ano. “Minha família é hipertensa, minha mãe morreu de derrame, meu pai tem pressão alta e minha irmã também teve derrame”, afirmou. A pressão alta é perigosa, considerada também como o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares – infarto, derrame cerebral, insufici-
ência cardíaca e paralisação dos rins. “O tratamento é feito com mudanças de estilo de vida decorrente dos hábitos alimentares e administração de remédios. A medicação diminui o estreitamento dos vasos e baixa a pressão. A mudança de estilo de vida ajuda a evitar a doença e também a tratá-la”, afirmou o clínico geral. INVERNO Nas baixas temperaturas os vasos ficam mais contraídos e a pressão tende a subir. O especialista aponta que isso ocorre porque a queda da temperatura aciona uma estratégia do organismo para se proteger do frio. Essa tendência leva a elevação da pressão arterial, assim como a pressão cai quando os vasos sanguíneos estão relaxados. n
ACESSE
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SAÚDE
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Nutricionista afirma que é necessário mudar hábitos FOTOS: GUILHERME REIS/ RRJ
Alimentação deve ser feita de maneira correta para o tratamento
afirmou Letícia. Para a copeira Rosa Gonçalves de Oliveira, que sofre de hipertensão há quatro anos, foi muito difícil se adaptar as mudanças. Além de abrir mão do sal, foi preciso ficar longe do cigarro, bebida e, o mais difícil, buscar uma vida tranqüila em meio ao estresse do dia a dia.
GUILHERME REIS
q O diagnóstico de hipertensão, provoca mudança em relação à alimentação, como por exemplo, o corte do sal. A nutricionista Letícia Braga explicou: “Alimentos como carnes gordas, frituras, bacon, queijos amarelos, produtos industrializados ricos em sódio devem ser evitados. A alimentação é baseada em carnes magras assadas, grelhadas ou cozidas, queijos brancos e alimentos ricos em potássio”. Segundo a nutricionista, o doente pode trocar o sal por temperos naturais como salsinha, cebolinha, orégano e pimenta do reino branca. “A dieta específica para determinada patologia deve sempre ser seguida respeitando suas restrições. Algumas pessoas, principalmente em datas comemorativas, acabam perdendo um pouco o controle e muitas vezes extrapolam a quantidade de alguns alimentos restritos na sua dieta”,
GUILHERME MARQUES/RRJ
Praticar atividades físicas rotineiramente contribui para a prevenção da hipertensão
Exercícios físicos previnem a doença GUILHERME MARQUES
Mas todas essas alterações, como a inserção de legumes, saladas e sucos naturais em sua dieta, trouxeram melhorias para a sua vida. Rosa afirmou ainda que: “A gente normalmente acaba indo a uma festa e sai da dieta. Como tenho esse problema de hipertensão e histórico da doença na família, procuro tomar cuidado e sempre seguir a dieta da forma correta”. Desde que foi diagnosticada com a doença, a copeira diz que toma remédios todos os dias e visita o cardiologista periodicamente. Para ela, os remédios são como se fizessem parte de sua alimentação. g
O QUE COMER .Carnes magras, assadas, grelhadas ou cozidas; .Leite/Iogurte/Coalhada desnatados, queijos brancos; .Óleos Vegetais: Soja, canola, azeite, milho, girassol; .Alimentos ricos em potássio; .Peixes gordos: sardinha, atum, cavala, salmão, arenque; .Semente de linhaça dourada; .Aipim, batata doce, inhame, pão sem sal ou integral; .Alimentos ricos em magnésio;
q Que a prática de exercícios físicos regularmente traz benefícios não só para o corpo, mas também para a mente, todo mundo já sabe. O que muitos desconhecem é que a prática de exercícios físicos também auxilia a prevenir e a controlar a hipertensão arterial. Entre a população adulta no Brasil, são mais de 30 milhões de hipertensos e, segundo um estudo realizado este ano pela Escola de Economia de Londres, o número deverá crescer 80% até 2025. Para o clínico geral Fernando Reis, a prática de exercícios físicos é essencial para ajudar os pacientes a tratar e a diminuir os sintomas da doença.
“Com a prática dos exercícios, os pacientes têm a sensação de bem-estar, que é causada devido à liberação de endorfina e a vasodilatação”. Essa prática faz com que durante o exercício o corpo produza calor, aumentando os batimentos cardíacos e posteriormente controlando a pressão do paciente. Toda vez que o hipertenso faz exercício tem a sensação de prazer e bem estar”, explicou o especialista. O administrador de empresas Marcos Silva, 36, é hipertenso e faz exercícios físicos há dois anos. “Eu procuro praticar corrida leve três vezes por semana e isso tem me ajudado muito a controlar a pressão. Eu sinto diferença nos dias que não vou à academia”, falou Silva. Para que os exercícios
O QUE EVITAR: .Carnes gordas e frituras; .Enlatados: molhos de tomate, azeitonas, picles, salsicha; .Embutidos: lingüiça, mortadela, salame, apresuntado, calabresa; .Salgados: Carne - seca, toucinho, bacon, aves/peixes defumados; .Caldo de carne, galinha, vegetais ou temperos prontos, sopas desidratadas; .Leite integral ou desnatado, iogurte integral, queijos amarelos, cremosos, nata; .Produtos industrializados contendo sódio; .Estimulantes: Café, chá preto, chá mate, guaraná natural, refrigerantes à base de cola (principalmente os dietéticos), capuccino; .Antiácidos e laxantes sem prescrição médica; .Alimentos dietéticos em excesso;
OBS: Ler sempre o rótulo dos alimentos industrializados evitando sódio e cloreto de sódio. Fonte: Nutricionista Letícia Braga
tragam benefícios à saúde do paciente, é necessário ter acompanhamento de um profissional especializado, praticar exercícios físicos de forma racional, sem que exija muito esforço do corpo, não consumir substâncias e suplementos alimentares que não sejam sob orientação médica e ter uma alimentação saudável. EXERCÍCIOS ADEQUADOS A professora de educação física Patrícia Vital, que trabalha há mais de sete anos na área, diz que é aconselhável que os hipertensos pratiquem atividades leves como natação, dança ou atividades aeróbicas de baixa intensidade, no mínimo três vezes por semana. Caso o paciente opte por praticar musculação, é indicado que use carga leve, pois caso contrário pode causar elevação acentuada da tensão arterial e distúrbios do ritmo cardíaco, causando sérios riscos à saúde. “O importante é nunca esquecer de manter uma alimentação saudável e ter sempre um acompanhamento médico, para que os exercícios tragam benefícios ao invés de prejudicar a saúde do paciente”, afirmou. Os exercícios físicos e aeróbicos não são indicados para pacientes que possuem doenças cardíacas ou renais associada a hipertensão. g
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CIDADE
De 9 a 22 de Agosto de 2013
Voluntários ensinam pessoas de todas as idades como andar de bicicleta
BIANCA BELTRAME/RRJ
BIANCA BELTRAME
q O Paço Municipal de São Bernardo recebe, desde dezembro do ano passado, o projeto Bike Anjo, que já ajudou a preparar cerca de 150 novos ciclistas. A ideia é estimular as pessoas a andarem de bicicleta. A atividade surgiu em São Paulo em 2010 e é gratuita. Atualmente o Bike Anjo é encontrado em 86 cidades espalhadas pelo Brasil e possui milhares de “anjos” cadastrados. Em São Bernardo, o EBA (Escola Bike Anjo) fica por conta dos seis voluntários que frequentam religiosamente em todos os encontros, o projeto também recebe a ajuda de outras pessoas que aparecem durante a tarde. A atividade ocorre na cidade todo primeiro domingo do mês. Segundo Lígia Torcatto Franzini, uma das responsáveis por trazer o Bike Anjo para o ABC, “o projeto começou com um grupo de amigos que queria levar os ciclistas para as ruas, para pedalar e diminuir o número de carros na cidade de São Paulo”. Lígia participava dos encontros na capital, só depois percebeu que não havia esse tipo de incentivo na região. “No ABC tinha grande carência de ciclistas, e a dificuldade em trazer as pessoas para se locomoverem de bicicleta na rua era porque muitos não sabiam andar, mas queriam aprender”, disse Lígia. Os futuros novos ciclistas não têm um perfil determindado, são homens e mulheres de todas as idades. Neusa de Aguiar Bosso, 64, mora em Penápolis no interior de São Paulo, mas passa grande parte do tempo com a filha em São Bernardo, motivo pelo qual ficou sabendo do Bike Anjo. Neusa ressalta os perigos de tentar aprender sozinha. “Em casa a gente tem medo de ficar tentando sozinha, de cair e quebrar alguma coisa. Aqui temos um pouco mais de confiança e segurança, por isso que eu vim”, contou. Flávia Maria Bosso, filha de Neusa, apoiou a ideia, princi-
palmente pela praticidade da bicicleta na vida do interior. “Onde ela mora, todo mundo anda de bicicleta. O trânsito de lá é de bicicleta, e as vezes precisa ir em algum lugar que não é perto para ir a pé, as pessoas usam a bicicleta. Mas ela não vai porque não sabe andar.” Já Pedro Henrique, 10, veio com os pais para aprender a utilizar a bicicleta. Segundo Hélio de Araújo Fonseca Júnior, ele e a esposa Bianca Olivieri, sempre tiveram medo de deixar o filho aprender sozinho e se machucar. Apesar de já andar de skate, o garoto tinha dificuldade em andar sobre as duas rodas. Fonseca afirma que não sabia o que fazer, porque o filho era o único entre os amigos que não sabia andar de bicicleta. “A gente ficava olhando e não sabia o que fazer para conseguir ensinar”. Quanto ao medo dos pais de se machucar, o próprio Pedro Henrique admite “cair faz parte”.
INCENTIVO Apesar de ter aprendido quando criança, Priscila do Prado, 29, afirma que sempre teve medo, que piorou depois de cair andando na praia aos 12 anos. Após esse episódio, ela nunca mais teve coragem de tentar. O estimulo para aprender veio dos próprios voluntários. “IÉ um incentivo para pessoas de todas as idades saber que tem alguém específico para ajudar, sem nenhum vínculo de afetividade com você. A pessoa disponibiliza o tempo dela para ensinar”, falou. Ela admite que quando viu que tinha gente com mais idade do que ela no projeto ficou motivada. “Se pessoas mais velhas conseguem, pensei vou tentar. Mas, até então eu tinha vergonha.” Durante a oficina o principal problema para quem não sabe andar de bike é manter o corpo reto, para isso Lígia Torcatto Franzini comenta que
faz as pessoas treinarem noções de equilíbrio. “Faço alguns exercícios para a pessoa sentir como é o equilíbrio em cima da bicicleta e depois é aquele esquema do pai com o filho que vai empurrando a criança na bicicleta. Não tem jeito, o voluntário tem que ficar correndo atrás da pessoa e segurar para ela não cair”. O voluntário Victor Franzini afirmou que: “Existem pessoas que já têm certa prática e só não confiança, então essas geralmente vêm uma vez só, mas não têm uma regra, depende da necessidade de cada um”. TREINAMENTO Em São Bernardo, o EBA também possui a oficina de manutenção, que ensina a fazer reparos básicos na bicicleta, e ainda uma espécie de projeto de educação para o ciclista, que passa algumas noções de como pedalar com segurança no trânsito.
Projeto em São Bernardo ajuda crianças e adultos a superar traumas e oferece oficina de reparos básicos para bicicletas
Quem quiser aprender a andar de bicicleta deve se dirigir ao Paço Municipal de São Bernardo no primeiro domingo do mês, a partir das 14h. O término depende da quantidade de pessoas que aparecem para aprender. O projeto é gratuito, e não conta com nenhum patrocínio. Para quem se interessar, não é preciso fazer inscrição, é só ir até o local e procurar um dos voluntários identificados com um colete laranja. Já aqueles que quiserem se tornar um Bike Anjo devem se cadastrar no site www.bikeanjo.com.br. g
Michael retorna ao S. Bernardo Vôlei após três anos no interior
FOTOS: GABRIELA BRITO/RRJ
Revelado nas categorias de base da equipe, Michael reestreia como titular nesta sexta (9) VINÍCIUS REQUENA
Depois de passar três anos em Araçatuba, na equipe do Vôlei Futuro, o central q
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ESPORTES
De 9 a 22 de Agosto de 2013
Michael retorna a equipe do São Bernardo Vôlei, time em que foi revelado e conquistou a Superliga 2004/05.
“Estou feliz em ter voltado, foram sete anos em São Bernardo, minha base foi aqui. O time mudou de nome, mas
Cézar Douglas passa instruções na estreia do S. Bernardo Vôlei a comissão técnica continua. Eles são praticamente minha família. E tem também o Cézar, que foi meu treinador em Araçatuba. Voltar nessas condições é muito bom para fazer um trabalho bem feito”, disse Michael. O atleta foi contratado há 7 dias, e mesmo de férias continuou a preparação para a temporada. “Fiquei malhando em Araçatuba e voltei bem. Espero poder jogar já”, falou. TEMPORADA O São Bernardo Vôlei começou bem o ano. A equipe do ABC conquistou o título dos Jogos Regionais e mira agora o título do Campeonato Paulista. O time comandado por Cézar Douglas estreou com vitória na competição, por 3 a 2, contra o Taubaté. Durante a preparação da equipe ocorreram os Jogos Regionais, competição que o treinador acreditou ser obrigação de conquistar. “A equipe precisava disso, a cidade precisava disso. Nós estamos formando o time, e tivemos ali quatro jogos para conhecer melhor os jogadores e eles nos conhecerem também”, disse Douglas.
Equipe de handebol da Metodista perde dois atletas para a Espanha CAIO DOS REIS q A equipe de handebol da Metodista/S. Bernardo negociou dois dos principais atletas após conquistar o título dos Jogos Abertos pela 17ª vez. O central Diógenes e o ponta esquerda Guilherme Valadão deixaram o time do ABC e foram jogar no handebol espanhol, nas equipes de ARS Palma del Río e Balonmano Guadalajara, respectivamente. Pouco mais de seis meses depois que Diógenes trocou o E. C. Pinheiros pela Metodista, o central acertou sua ida para o ARS del Rio, da Espanha. “A proposta apareceu por e-mail quando eu estava de férias em Minas Gerais com a minha
família”, disse. “Esse desafio de jogar em outro país vai me ajudar muito a melhorar meu desempenho, principalmente pela quantidade de bons jogos que vamos fazer no decorrer do ano”, explicou. O central de 26 anos também falou sobre o aprendizado que teve durante a passagem pela Metodista. “Tive um amadurecimento importante e aprendi a olhar o jogo de maneira mais simples e objetiva com os outros atletas, professor SB e comissão técnica”, contou. Outro jogador que deixou a equipe foi o ponta esquerda Guilherme Valadão, revelado na Escola de Esportes da Metodista. O jogador de 22 anos também trocou a equipe do
Para o restante da temporada, o treinador acredita que a equipe terá sucesso e coloca a conquista do título do Campeonato Paulista como obrigação. “Temos jogadores experientes e jovens com experiência também, pois eram titulares antes. Um complementa o outro. Essa mescla é fundamental para a temporada. Vamos desenvolver o time no Paulista e com isso fazer o melhor possível”, contou Douglas. Além da contratação de Michael, o São Bernardo também tem Felipe Grah (central), o levantador Bruno Canhoto e o oposto Leozão para a temporada. O próximo jogo é contra o São Caetano, no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo, nesta sexta-feira (9), às 19h30. g CAIO DOS REIS/RRJ
Diógenes (23) e Guilherme Valadão (8) deixaram a equipe da Metodista/ São Bernardo após a conquista dos Jogos Abertos
ABC pelo handebol espanhol. Valadão vai jogar no Balonmano Guadalajara. O gerente de esportes da Metodista Alberto Rigolo falou que a saída de Guilherme Valadão é boa para ambos. “É importante para ele desenvolver o lado de atleta e para nós também, já que o jogador foi revelado e jogou a vida toda aqui na Metodista”, explicou.
SUPER PAULISTÃO 2013 Depois de vencer o E.C. Pinheiros na volta do estadual, a Metodista retorna à quadra apenas no dia 17 para enfrentar o Fadenp/São José dos Campos. A partida será na quadra do adversário, às 16h.
A equipe da Metodista/S. Bernardo é líder da competição com 16 pontos ganhos em seis partidas disputadas. Além disso, possui o melhor ataque da competição com 204 gols marcados, 34 a mais que o E.C. Pinheiros, segundo time que mais marcou gols. g
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De 9 a 22 de Agosto de 2013
CULTURA
6 ROTEIRO FOTOS: DIVULGAÇÃO
AMANDA SOUZA
q TEATRO
Terremota Maria é uma menina corajosa e esperta que mora com o tio Bigode e o gato Platão. Sua maior diversão é analisar o mundo pela janela da sala. Depois de uma tempestade estragar uma viagem à praia, ela decide criar seu próprio país, a República Terremota, onde sempre faz sol. Livre. Domingo (18), às 12h. Sesc Santo André - rua Tamarutaca, 302 - Vila Guiomar. Ingressos: R$ 8 (inteira), R$ 4 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais) R$ 1,60 (comerciários).
q DANÇA
q CINEMA
Oficina de Dança Contemporânea Nesta oficina, serão abordados os procedimentos técnicos sobre impulso, velocidade e o espaço na criação do movimento. Ministrada por Andreia Yonashiro, a oficina possui 20 vagas. As inscrições ocorrem pelo email cultura.clac@saobernardo.sp.gov.br (título da mensagem: “Inscrição Oficina de Dança Contemporânea”. Informar: nome completo, idade, ocupação e telefone de contato. Quinta-feira (22), às 19h30. Recomendação: 14 anos. Duração: 180 minutos. Grátis. Centro Livre de Artes Cênicas - Praça São José, 240 - Baeta Neves, São Bernardo.
Itália no Cinema Em parceria com o Sesc São Caetano, uma série de exibições de filmes que tratam da cultura e história da Itália serão exibidos na cidade até a segunda-feira (26). Em destaque esta o filme “Almoço em agosto”, de Gianni Di Gregorio. O enredo trata da vida de Giovanni, homem de meia-idade que mora com a mãe viúva. As contas acumulam-se e sabendo da dificuldade financeira de Giovanni, o proprietário de seu apartamento lhe faz uma proposta. Terça-feira (20), às 20h. Recomendado para maiores de 10 anos. Gratuito. Estação Jovem - Rua Serafim Constantino, s/nº - Centro - São Caetano do Sul.
q MÚSICA
Zeca Baleiro O show de Zeca Baleiro faz uma retrospectiva de sua carreira, incluindo canções como “Salão de Beleza”, “Babylon”, “Vai De Madureira”, entre outras. Quarta-feira (21), às 21h. Livre. Ingressos: a venda pela rede Ingresso Sesc (em todas as unidades R$ 32 (inteira), R$ 16 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais) R$ 8 (comerciários). Teatro do Cenforpe - Av. Dom Jaime de Barros Câmara, 201 - Bairro Planalto – São Bernardo. Brazilian Guitar Quartet A banda com mais de 10 anos de existência já realizou em torno de 300 concertos nas Américas, Europa, Ásia e Oceania. Conhecido pela característica do violão de oito cordas, o grupo tem como repertório a música erudita. Sexta-feira (23), às 20h. Livre. Gratuito. Sesi Santo André Praça Dr. Armando Arruda Pereira, 100 - Santa Terezinha. Recital de Piano com Alvaro Siviero O pianista realiza turnê nacional com o objetivo de difundir sua obra, que passa pelo piano solo de períodos que se estendem do barroco ao contemporâneo. No repertório, obras dos compositores Bach, Chopin, Strauss, Ernesto Nazareth, Villa-Lobos e Camargo Guarnieri. Sábado (17), às 20h. Duração 90 minutos. Livre. Gratuito. Teatro Lauro Gomes - rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos – São Bernardo. g