RROnline - Edição 995

Page 1

Rudge Ramos www.rronline.com.br editorial@metodista.br

JORNAL DA CIDADE

São Bernardo do Campo 4 De 15 a 27 de Março de 2013 4 Ano 32

4 Nº 995

PAULA MAIQUEZ/RRJ

420 ANOS

Escola de Esportes da Metodista já ajudou na formação de 15 mil crianças Projeto integra trabalhos de inclusão social com atividades esportivas de handebol e basquete, além de estimular a visitação de museus e ao zoológico. Pág. 15

4 ECONOMIA Produção de doces artesanais eleva o orçamento familiar

DIVULGAÇÃO

Págs. 4 e 5

4RADICAL

4MÊS DA MULHER Banda faz show em São Bernardo no domingo (24) Pág. 14

THIAGO PASSARO/RRJ

DIVULGAÇÃO

Cidade estimula a pratica de atividades esportivas como skate, wakeboard (foto) e rapel. Págs. 10 e 11

4 ENTRE CIDADES Taxista pode negociar taxa de 30% com cliente Pág. 3


2

POLÍTICA

- Rudge Ramos Jornal

De 15 a 27 de Março de 2013

Vereadores aprovam retomada de moradias públicas em S. Bernardo

FERNANDA FERREIRA THIAGO PÁSSARO

q A Câmara de São Bernardo aprovou nesta quarta-feira (13) a lei que regulamenta os procedimentos que serão adotados pela prefeitura para a retomada das unidades habitacionais que estão sendo comercializadas de forma irregular. Parte dos beneficiários do programa está locando, vendendo ou cedendo o imóvel que é de propriedade da prefeitura. O cadastro de relação familiar realizado pela Secretaria de Habitação de São Bernardo aponta que 50 moradias, das 3.280 entregues pela Administração, desde 2009, estão irregulares. Os munícipes que forem suspeitos da fraude serão notificados e vão ter prazo para comprovar a condição legal. Os que não conseguirem comprovar deverão sair do imóvel e, caso resistam, serão desocupados pela prefeitura. Os moradores podem ainda sofrer processo criminal. Outra consequência para quem comercializar a moradia é não ser mais atendido nos programas habitacionais públicos, tanto municipais, estaduais, como federais. Os imóveis retomados serão devolvidos à prefeitura e destinados às famílias atendidas pelo Renda Abrigo (programa de aluguel social do município), que estão em áreas de risco ou em moradias precárias. “A gente tem que proteger essas habitações que são de interesse social, pois são construídas com o dinheiro da popu-

lação, destinadas para pessoas que realmente necessitam, e não para comércio. Senão, não teria sentido o esforço do município de tirar pessoas de área de risco para levá-los a esses imóveis.

CONSELHO DIRETOR - Stanley da Silva Moraes - Presidente, Nelson Custodio Ferr – Vice - Presidente, Osvaldo Elias de Almeida- Secretário, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Kátia Santos, Augusto Campos de Rezende, Marcos Sptizer, Ademir Aires Clavel, Paulo Roberto Lima Bruhn, Oscar Francisco Alves, Regina Magna Araujo - Suplente, Valdecir Barreros - Suplente. REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho

tação da lei, foram adicionadas duas emendas para compor o regulamento, de autoria do vereador José Cloves (PT). “Acrescentamos que, além do permissionário, a família também faz parte do apartamento”, disse o parlamentar. A segunda emenda pede ao Executivo que seja divulgado à população os documentos que fazem parte da lei, como termos Esperamos que a população de permissão de uso e contraentenda que o nosso objetivo é tos. “Hoje, já é feito assim, mas a proteção das pessoas em moqueremos que faça parte da lei radias irregulares”, disse o vepara ficar mais completo possíreador Antônio Cabrera (PSB). vel”, contou Cloves. Durante o processo de voAs famílias beneficiadas pelo programa de habitação PAULA MAIQUEZ/RRJ participam de reuniões com técnicos da prefeitura, que explicam as regras de não comercialização. Além disso, os moradores assinam um Termo de Permissão de Uso das unidades antes de entrar no apartamento. “Esse projeto de lei é para dar suporte ao prefeito, porque ele inclui as secretarias responsáveis para tratar do assunto, que são as de Assistência Social, a de Serviço Urbano, a própria de Habitação e a de Segurança Urbana. Dessa forma, você cria um instrumento jurídico para você agir”, disse o líder do governo, Zé Ferreira (PT). Nenhum munícipe ou associação de moradores compareceram a Câmara para reivindicar. g

ACESSE

Rudge Ramos Online

ENTRETENIMENTO Receitas criativas ajudam a evitar desperdício de alimentos http://migre.me/dFOUJ CIDADES Santo André vai construir Estação de Tratamento de Água http://migre.me/dFOZn EDUCAÇÃO Munícipes de São Bernardo reivindicam melhorias na educação http://migre.me/dFPk5 ESPORTE Ailton Silva é o novo técnico do Azulão http://migre.me/dFPIb SAÚDE Entenda os riscos e combata o sedentarismo http://migre.me/dFPp0 COMPORTAMENTO Popularidade do tênis cai com o passar dos anos http://migre.me/dFP5n

3 NOVA CÂMARA As sessões da Câmara voltaram a ser realizadas no Paço Municipal. O documento de aprovação que autoriza as sessões no local saiu nesta terça (12), por meio da prefeitura, com base nas vistorias feitas pelo Corpo de Bombeiros no prédio. O alvará é provisório e tem duração de um ano. Confira mais informações em: http://migre.me/dFTha

Josgrilberg DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Jung Mo Sung (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luiz Silvério Silva (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia). COMUNICAÇÃO - Paulo Salles (Diretor).

JORNAL

Rudge Ramos

editorial@metodista.br

Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos - São Bernardo CEP: 09640-000

RUDGE RAMOS JORNAL - PUBLICAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA FAC

DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707);

EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); Assistente de Fotografia - Maristela Caretta (MTb 64.183). Equipe de Redação: Caio dos Reis, Christiane Oliveira, Deise Almeida, Felipe Calbo, Fernanda Ferreira, Gabriela Brito, Guilherme Monfardini, Maria Paula Vieira, Mariana Matos, Natália Petrosky, Nicole Ongarato, Raíssa Mokarzel, Raphael Andrade, Renato Fontes, Vitor Jaqueto, Yara Ferraz e alunos do 5º e 6º semestres de Jornalismo. Produção de Fotolito e Impressão:


Rudge Ramos Jornal - 3

REGIÃO

De 15 a 27 de Março de 2013

Taxa adicional cobrada por taxista pode ser negociada

DIADEMA

MAUÁ

170

FOTOS: THIAGO PÁSSARO/RRJ

DEISE ALMEIDA THIAGO PÁSSARO

q A taxa que o taxista acrescenta no valor da corrida quando leva um passageiro de uma cidade para a outra, no ABC, não é obrigatória. O valor de 30% que é cobrado na região pode ser negociado com o taxista, ou mesmo não ser cobrado. Na prática, o usuário pode “pechinchar” o valor da corrida. O presidente do Sinditaxi da região, Odemar Ferreira, explica o motivo da cobrança dessa taxa. “A tarifa que você cobra no táxi é municipal. Ela vale para você fazer o serviço dentro da cidade. A obrigação do motorista é explicar para o cliente que, se leva a outra cidade, ele vai ter que voltar vazio. Essa taxa é chamada de taxa de retorno, mas no ABC é uso e costume, não é lei.” Para o taxista de São Bernardo Valdenício Pereira, a taxa de 30% é justa, mas pode ser negociada. Isso depende do local onde o cliente pega o táxi. Alguns bairros ficam mais distantes do centro, do que do município vizinho, por exemplo. “O próprio usuário do táxi sabe que é um absurdo cobrar uma tarifa só porque vai percorrer uma distância curta. Isso varia de taxista para taxista”, afirmou. “Se você está na divisa, é diferente de você querer atravessar a cidade. Tudo isso é combinado, porque é uma tarifa que não está na lei”, finalizou. Na cidade de São Paulo, a taxa, que é de 50%, é prevista por lei, e deve ser cobrada mesmo que a distância entre um município e outro seja pequena. Além dessa diferença, os usuários de táxis das cidades do ABC encontram uma tarifa menor do que a cobrada nos veículos na capital. Na região, todas as cidades possuem a mesma tarifa. A bandeirada (valor que o taxista cobra quan-

TAXISTAS EM NÚMEROS

133

24 PONTOS DE TÁXI

19 PONTOS DE TÁXI

SÃO BERNARDO

SÃO CAETANO

68 PONTOS DE TÁXI

34 PONTOS DE TÁXI

358

312

Fonte: Prefeituras de cada cidade

Alzemiro Morgado acredita que trabalhar de forma independente, sem estar ligado a uma cooperativa, é mais vantajoso para o taxista a cidade conta com uma planilha que calcula os gastos e uma média de corridas. A partir disso, o preço é reajustado. do chega ao local de embarque do passageiro) é de R$ 4. A bandeira 1, que vai das 6h às 18h, fica em R$ 2,25 por quilômetro rodado. Já na bandeira 2, das 18h às 6h, o valor é de R$ 2,75 a cada quilômetro. Na cidade de São Paulo, desde janeiro de 2011, a tarifa é mais alta do que no ABC. Na capital, a bandeirada é de R$ 4,10, e as bandeiras 1 e 2 nos valores de R$ 2,50 e R$ 3,25, respectivamente. Os horários das bandeiras também são diferentes, já que no município o

horário da bandeira 1 é das 6h às 20h, de segunda a sábado. No domingo é cobrado o preço da bandeira 2 o dia todo. REAJUSTE DA TARIFA Segundo o presidente do sindicato, a região e a capital têm diferentes formas de reajuste da tarifa do táxi. “No ABC, por exemplo, nos últimos dois, três anos, o reajuste da tarifa sempre tem seguido a inflação”, explicou Pereira. Já no caso de São Paulo, de acordo com o presidente,

COOPERADO X PARTICULAR Os taxistas podem trabalhar independentemente ou por meio de uma cooperativa. Pereira presta serviços para a ABC Rádio Táxi e acredita que faz mais corridas do que um profissional autônomo. “O táxi particular pode ficar parado no ponto entre uma hora e uma hora e meia. Como eu dependo da chamada, a cada 30, 20 ou até 15 minutos eu saio. O cooperado leva mais cliente, por causa da central, principalmente”, declarou.

O taxista explicou que paga, mensalmente, cerca de R$ 900 à cooperativa, devido ao rateio de gastos, mas que o valor das corridas ficam todas para ele. Além do benefício de fazer mais corridas por conta da central, Pereira acredita que fazer parte de uma cooperativa é melhor para o profissional. “O taxista cooperado tem vantagem pelo plano de saúde. Eu, por exemplo, tenho 63 anos. Eu não encontro um plano por menos de R$ 1.000. Na cooperativa, eu pago R$ 525 e minha mulher ainda é dependente. A grande vantagem está nos benefícios”. Alzemiro Morgado atua há 43 anos como taxista. O profissional já prefere trabalhar de forma independente. “Eu não gosto de ficar esquentando a cabeça de ficar ouvindo rádio. Se eu tenho que ir no banco, por exemplo, eu vou. Eu não tenho mais idade para ter complicação. Nem a maquinha de cobrar eu não quero”. g


4 - Rudge Ramos Jornal

De 15 a 27 de Março de 2013

REGIÃO CÁSSIA ARBULU/RRJ

HOUVE UM AUMENTO DE

487% NA QUEBRA DE CONTRATO POR ATRASO DE ENTREGA DE IMÓVEL EM DOIS ANOS E

5.100 QUEIXAS FORAM REGISTRADAS NO PROCON CONTRA CONSTRUTORAS EM 2012 Aquecimento imobiliário pode ser notado na região com a construção de novos empreendimentos

Sonho da casa própria pode VIRAR DRAMA

CHRISTIANE OLIVEIRA

q Comprar um imóvel na planta exige cuidado e atenção para evitar que o sonho da casa própria se transforme em pesadelo. No último levantamento do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) houve um aumento de 35,4% nas reclamações dos novos empreendimentos nos últimos dois anos. Dentre as 5.100 queixas, 125 referiam-se a rescisão de contrato por atraso na entrega de imóvel e 1.811, por não cumprimento das cláusulas do contrato. De acordo com dados da Tapai Advogados Associados, escritório especializado em lidar com problemas de atraso de obras, houve um aumento de 487% em quebras de contrato por atraso na entrega de imóvel em dois anos. Segundo Marcelo Tapai, 43, atualmente o escritório move 1.100 ações contra construtoras. “De dois anos para cá as pessoas têm desistido mais do

imóvel, basicamente por conta de atrasos.” A administradora, Lirica Paula Vieira, 25, comprou um imóvel na planta em Santo André, em 2011. No contrato, a entrega do apartamento estava marcada para outubro do ano passado. Já se passaram quatro meses de atraso e Lirica e o noivo tiveram que adiar um dos momentos mais importantes da vida deles: o casamento. “A nossa intenção era ter casado no final do ano passado, mas como a gente começou a ver que as obras estavam atrasadas, a gente decidiu esperar a entrega”, comentou. Por conta disso, Lirica também deixou para pensar na mobília agora, quando as obras estão quase terminadas. “Eu deixei de comprar tudo porque eu não tinha onde guardar, na

casa dos meus pais não tem possibilidade alguma.” Lirica não tentou nenhum acordo com a construtora e nem pretende entrar na Justiça, mas afirmou que não confia mais nesse tipo de negócio. “É muito difícil comprar um imóvel na planta, porque você não sabe o que você está comprando.” Outro caso de atraso na entrega é o da manicure Thaísa Prado, 42. Ela esperou um ano para receber o imóvel que comprou em Santo André. “Tivemos que ficar mais um ano pagando aluguel. E não tínhamos a certeza de quando poderíamos nos mudar. Cada hora eles falavam uma data”, disse Thaísa. “E, ainda por cima, só depois de oito meses é que a construtora começou a pagar a multa”, relatou a manicure. “O que as construtoras

apostam muito é que poucas pessoas vão buscar os seus direitos”, afirmou Tapai. De acordo com ele, de 100% das pessoas prejudicadas, de 3% a 4% vão buscar algum tipo de indenização. “Os outros 96% acabam deixando para lá. As pessoas ainda têm medo de procurar o Judiciário porque acham que vão lidar com grandes grupos, e a briga vai ser desigual.” Segundo Tapai, os principais argumentos das construtoras para justificar os atrasos são a falta de mão de obra e de matéria prima. Para Milton Bigucci, presidente da ACIGABC (Associação de Construtoras, Imobiliárias e Administradoras) e diretor regional do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais

e Comerciais de São Paulo), a situação da mão de obra já está resolvida. “No ano passado a situação era pior”, disse Bigucci ao comentar a escassez de trabalhadores em razão do aquecimento do setor da construção civil. Ele também atribui esse atraso pela falta preparação das empreendedoras. “As construtoras tiveram dificuldade lá atrás realmente, mas era porque o mercado não estava apto ainda para enfrentar todo esse volume de vendas.” Bigucci acredita que, daqui para a frente, esses atrasos tendem a diminuir. “Eu não tenho dúvidas disso. O mercado está muito mais estável hoje”, completou. Para tentar diminuir o problema, o Procon criou uma cartilha que esclarece as principais dúvidas dos compradores durante todo o processo, desde o início até o fim da aquisição do imóvel. “O objetivo é dar todo o suporte ao comprador, assim diminuímos os problemas com as reclamações”, afirmou Renata Reis, especialista em defesa do consumidor do Procon SP. g 4


De 15 a 27 de Março de 2013

Setor moveleiro tem queda de 30% no ABC ARTHUR MORENO

q No ano de 2012, o setor imobiliário no ABC cresceu cerca de 29%, segundo dados da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC). Mas a indústria moveleira tem ido à contramão desses dados. De acordo com o presidente do SIMABC (Sindicato das Indústrias Moveleiras do ABC), Hermes Soncini, houve uma queda de 30% nos números de vendas em geral. “Nossa característica é de móveis personalizados. Portanto, nossos consumidores são das classes C e B, segmento que mais está sentindo as dificuldades econômicas”, disse Soncini.

Para o presidente ainda existem formas de recuperação, uma vez que o ano de 2011 foi bom e os estoques das lojas estão cheios. “O boom ainda não nos atingiu de forma consistente, porque as empresas ainda têm algumas unidades guardadas”, falou Soncini. Dentre os móveis personalizados, aqueles que são feitos sob medida, o setor de cozinha teve melhor rendimento do que os móveis feitos para sala de estar e de jantar. De acordo com dados IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), a produção moveleira para este cômodo totaliza 40% da produção nas fábricas, contra 28% das salas de jantar e estar. Os lojistas da rua Jurubatu-

Designer dá dicas para mobiliar apartamento de baixa metragem CÁSSIA ARBULU

q A procura por apartamentos com metragens menores aumentou nos últimos anos. Segundo uma pesquisa do Secovi-SP (Sindicato de Habitação) referente ao ano de 2012, o segmento de dois dormitórios destacou-se com 13.371 unidades vendidas durante o ano passado, correspondendo a 49,6% do total de apartamentos comercializados. No ABC a situação não foi diferente. Segundo a última pesquisa da ACIGABC (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), no mesmo período, os apartamentos mais vendidos foram os de dois dormitórios, que representam 57% das vendas e possuem uma metragem que varia entre 43m² e 68m². Os apartamentos com metragem baixa ganharam espaço no setor imobiliário que vinha apostando mais na vida fami-

liar e nos imóveis maiores. Um lugar mais prático e com um custo menor foi o que chamou a atenção do propagandista Rafael Maskovik, 27, que comprou um apartamento de 65m², em São Bernardo. Agora, ele vem enfrentando um problema para mobiliar o apartamento. “Os dormitórios são muito pequenos, só cabe uma cama e o armário, não sei como aproveitar melhor o espaço”, afirmou Maskovic. Para casos como esse há especialistas que podem ajudar a compor um imóvel, mesmo pequeno, tornando-o aconchegante e sem mexer muito no bolso. O design de interiores, que inclusive já tem curso em nível superior, é esse profissional. Daniella Couto é designer de interiores e acredita que o principal problema para mobiliar é o padrão de móveis grandes existente na sociedade, que não acompanhou o formato dos

Rudge Ramos Jornal - 5

REGIÃO

CÁSSIA ARBULU/RRJ

Dos móveis planejados, os projetos de cozinhas foram destaque nas vendas ba, principal centro moveleiro do ABC, também estão receosos com a queda nas vendas. “O ano de 2011 foi muito bom. Já 2012 sentimos uma queda de, aproximadamente, 3% nas vendas”, falou Regina

Zanon, gestora de vendas. Segundo o Instituto de Estudos e Marketing Industrial, a produção moveleira da Grande São Paulo cresceu, aproximadamente, 6% no período de 4 anos.

O ABC é o quarto maior polo moveleiro do país, com produção de 28, 7 bilhões de peças, ficando atrás de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, pelo interior de São Paulo e por Arapongas, no Paraná. g DIVULGAÇÃO

Imóveis de 43m² a 68m² são os mais vendidos da região

ambientes atuais. “Esse padrão se enquadraria até os anos 90 quando as pessoas moravam em casas e os apartamentos eram maiores, mas hoje é diferente, as peças têm que ser multifuncionais, por exemplo, uma cama tem que ser cama,

baú e gaveteiro”, afirmou Daniella. Muitas vezes esse tipo de móvel não é encontrado nas lojas e a designer aconselha que os clientes procurem um marceneiro, para que possam fazer móveis especializados

e de acordo com as medidas exigidas pelo comprador, sem sair muito de seus orçamentos. Daniella afirma que a primeira coisa que tem que se pensar é que a função não é das peças, a função é do espaço, as pessoas têm que ter um lugar para sentar, um lugar para comer, não precisa ser um sofá, ou uma mesa, esses objetos podem ser substituídos por outros semelhantes. A designer ressalta que o cliente tem que ver o que ele realmente precisa, e dá dicas para ampliar o espaço e deixa-lo mais aconchegante. “Cores claras, espelho, objetos transparentes, vidros e boa iluminação são essenciais para uma maior sensação de amplitude.” g


6 - Rudge Ramos Jornal ADRIANO PANISSO RENATA AMBRÓSIO

q O Dia Internacional da Mulher é comemorado em 8 de março. Mais do que uma data comemorativa, é o momento em que especialistas se dedicam a estudar o espaço que as mulheres ocupam na sociedade. Segundo estudiosos, há um aumento no número de mulheres em áreas antes ocupadas tradicionalmente por homens. Desde a produção das indústrias, empresas de transporte e até mesmo na construção civil. MULHER NO VOLANTE Delzeni Ebert, 38, é um exemplo dessa conquista. Casada e com três filhos, há quatro anos dirige uma empilhadeira na Mercedes Benz do Brasil no Bairro Paulicéia. “Eu comecei na Mercedes na área de caminhões, como terceirizada. Resolvi fazer o curso de logística do Senai e o preparatório de empilhadeira aqui. Depois consegui a vaga”, disse. A atração que Delzeni sente por trabalhar com veículos já tem mais de 15 anos. “Meu marido comprou uma van e gostei muito de dirigir. Só que o transporte de passageiros não era legalizado e eu não queria ficar na ilegalidade. Falei que tentaria entrar em uma empresa de ônibus. Meu marido deu risada, mas fui para ver se me davam uma oportunidade. Fiz um teste e passei. Trabalhei sete anos nessa empresa”, contou. As escolhas de trabalho feitas por Delzeni já foram questionadas por muitos. Seu marido chegou a perguntar algumas vezes se ela só gostava de ‘serviço de homem’.“A mulher quando quer alguma coisa tem que decidir e não ficar esperando alguém dar o aval.” Já no trabalho, as dúvidas eram em relação à sua capacidade. “Quando eu trabalhava na empresa de ônibus os passageiros sempre perguntavam se eu era a motorista mesmo. Depois eles acostumavam e até preferiam porque falavam que a mulher é mais cuidadosa”, relembrou. Para Ana Nice Martins de Carvalho, coordenadora da Comissão de Mulheres Metalúrgicas do ABC, é esse cuidado que tem feito empresas não só contratarem mais mulheres, como também dar cargos com mais responsabilidades. “A mulher é mais atenciosa. É bem cuidadosa, tem mais zelo.

MÊS DA MULHER

De 15 a 27 de Março de 2013

Mulheres conquistam espaço em áreas antes masculinas DIVULGAÇÃO

Delzeni Ebert, 38, há quatro anos trabalha como empilhadora na Mercedes Benz do Brasil

ADRIANO PANISSO/RRJ FOTO: ADRIANO PANISSO/RRJ

Ana Nice acredita que o preconceito dentro da indústria diminuiu

Isso a capacita para exercer atividades que requer mais atenção”, falou. Segundo dados do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 2012 o número de mulheres na indústria nacional correspondia a 31,1%. Já no ABC o número caiu para

22,7%. “Um dos fatores que influenciou esse número é a automação na área produtiva, já que antes o trabalho era muito pesado”. Outro fator apontado por Ana é “uma maior cobrança dos movi-

mentos sociais da mulher e do movimento sindical, pela busca da mulher na base trabalhista”. Ainda segundo a coordenadora, a maior dificuldade das mulheres que trabalham em

empregos que necessitam de mais esforço físico é o acumulo de tarefas. “A mulher entrou no mercado de trabalho, mas não se libertou das outras demandas que tem. Além das tarefas domésticas, do cuidado com a família, ela tem que fazer cursos de capacitação”, explicou. Delzeni concorda. “O trabalho influencia porque é cansativo, mas a família tem que ajudar, tem que ser tudo dividido.” Em seguida, dá a receita. “Em casa a gente divide tudo. Eu criei três filhos, mas sempre trabalhei”, concluiu. PELAS RUAS DO ABC Francisca Ferreira, 54, é mais uma que ganha a vida em um emprego em que pouco se vê mulheres. Chiquinha, como é chamada por seus clientes e companheiros de profissão, conseguiu o emprego por influência de seu marido, que na época era taxista. Em 21 anos de experiência na profissão, os maiores contratempos foram o “trânsito e o calor”. Ela conta que o preconceito existe na profissão, mas não se assusta. “Não abaixo a cabeça por ser mulher, sigo em frente”, disse. Em mais de duas décadas trabalhando pelas ruas do ABC, ela se recorda apenas de alguns casos de preconceito que viveu. Em um deles, o cliente ameaçou sair do carro quando viu que a motorista era uma mulher. “Quase bati o carro de tão nervosa que fiquei”, relembrou. Apesar do preconceito, a taxista disse ter uma relação de respeito com seus colegas de profissão. Francisca acredita que “não tem mais mulheres na área por se tratar de uma profissão perigosa, traiçoeira”. Na ABC Rádio Táxi, cooperativa em que trabalha atualmente, existem apenas duas mulheres entre 300 profissionais. A taxista disse que teve sorte por nunca ter sido assaltada, apesar de contar que seus colegas já passaram por isso no ponto onde trabalha. Ela afirma ainda que já viu “muitos acidentes, bate boca no trânsito e assaltos”. Para Chiquinha, no entanto, o trabalho não é ruim. “O que mais gosto na minha profissão é a liberdade que eu tenho pra trabalhar. Vou para todos os lugares com pessoas diferentes”. 4


MÊS DA MULHER

De 15 a 27 de Março de 2013

Rudge Ramos Jornal - 7

FOTOS: ADRIANO PANISSO/RRJ

São Bernardo tem agenda especial A Prefeitura de São Bernardo do Campo preparou uma programação especial voltada para as mulheres. Uma série de campanhas e exposições têm como objetivo aproximar da população questões como saúde da mulher e o papel da mulher na sociedade. Sabendo da importância dessa conscientização, algumas das campanhas iniciadas no mês de março serão prolongadas durante o ano. Confira a programação: 4 SAÚDE DA MULHER: CICLO DE PALESTRAS PARA CAPACITAÇÃO DE MULTIPLICADORES DA COMUNIDADE Profissionais do Hospital Municipal Universitário darão orientações sobre a prevenção do câncer de mama e do câncer de colo uterino, além da importância do pré-natal e do aleitamento materno. Data: 26 de março, 2, 9, 16 e 23 de abril Horário: 19h30 Local: Auditório do Hospital Municipal Universitário Av. Bispo César Dacorso Filho, 161 - Rudge Ramos Mais informações pelo telefone 4126-4316.

MÃO NA MASSA Daniela da Silva Pacheco, 28, também está seguindo os passos do marido e se matriculou no curso de capacitação para construção civil oferecido pela Emep (Escola Madre Celina Polci), em São Bernardo. A estudante descobriu o curso pelo jornal da cidade e decidiu se informar. Com três filhos e um emprego como operadora de call center, Daniela não tinha perspectiva de ascender na vida profissional. “Como eu não tive oportunidade de estudar antes, também não tenho como bancar uma faculdade agora”, explicou. A estudante contou que ainda não sofreu nenhum tipo de preconceito desde que começou a estudar, mas que se irrita com o excesso de preocupação dos outros. “Para quem fala que eu não vou aguentar o peso, eu respondo que já tive três partos naturais”, disse. Daniela ainda contou que vê um futuro na profissão, e que a oportunidade para as mulheres existe sim. “Às vezes a oportunidade aparece, mas deixamos passar com medo de nos arriscar. É claro que o nosso corpo é diferente dos homens, mas a necessidade e a vontade nos ajudam”, falou. Segundo Cristina Lopes, diretora da Emep, o mercado está aberto para as alunas que querem se formar no curso.

Francisca, 54, é taxista há 20 anos e não perde uma corrida mesmo em áreas perigosas

Daniela, 28, pretende trabalhar em uma construtora

“Algumas sofrem com a timidez, mas as que procuram emprego conseguem”, disse. Ainda de acordo com Cristina, as mulheres possuem algumas vantagens em relação aos homens na procura por trabalho. “Algumas construtoras já me contaram que preferem contratar mulheres, pois se preocupam em deixar o ambiente limpo, e às vezes nem precisam das faxineiras”. Sobre a questão do pre-

conceito, a diretora deixa claro que “a sociedade ainda é machista, mas as mulheres que estão no mercado têm um relacionamento respeitoso com os outros funcionários”. Cristina disse ainda que nem sempre o público feminino perde vaga por discriminação. “Algumas construtoras precisam se adequar para contratar funcionárias porque não possuem vestiários nem banheiros”, explicou. g

4 EXPOSIÇÃO: ‘UM OLHAR SOBRE SÃO BERNARDO’ A mostra retrata a história da cidade, desde a década de 1920 até os dias atuais. Além de 11 quadros de autoria de Lúcia Cristovão Melges, ex-professora da EEPSG Maria Iracema Munhoz, no Centro, a exposição possui fotografias e textos com mais informações históricas sobre os retratos. Data: De 06/03 a 27/04 Horário: De segunda a sexta das 8h às 18h e sábado das 8h às 17h. Local: Câmara de Cultura Antonino Assumpção. Rua Marechal Deodoro, 1325, Centro. Tel.: 4125-0054. 4 EXPOSIÇÃO: “O OLHAR FEMININO NA ARTE BRASILEIRA” A exposição contará com um recorte do Olhar Feminino dentro do conjunto de obras pertencentes ao acervo da Pinacoteca de São Bernardo do Campo. Serão expostas obras de artistas como Regina Silveira, Maria Bonomi, Carla Beltrão, Maria dos Anjos, Nanete e Odilla Mestriner. Data: 23/03 a 13/07 Endereços e horários de visitação: Pinacoteca de São Bernardo do Campo - Rua Kara, 105 - Jardim do Mar De terça a sábado, das 9h às 17h (quintas até 20h30). Câmara de Cultura Antonino Assumpção - Rua Marechal Deodoro, 1325 - Centro De segunda a sexta, das 9h às 19h e sábado das 9h às 14h. Teatro Lauro Gomes - Rua Helena Jacquey, 171 - Rudge Ramos De quarta a domingo, das 9h às 17h. Teatro Elis Regina - Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção De quarta a domingo, das 9h às 17h. 4 LITERATURA: LANÇAMENTO DO LIVRO “A IMAGEM DA MULHER NA MÍDIA” Debate com a presença da autora Rachel Moreno Data: 19/03 Horário : 18h30 Local: Centro de Referência do Idoso – CRI Av. Redenção, 271 – Jardim do Mar 4 MÚSICA: TOCA VIOLA - MÚSICA TOCADA POR MULHERES Leyde e Laura, e Raízes do Sertão. Data: 24/03 Horário: 17h Local: Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena - Av. Caminho do Mar, 2980, Rudge Ramos. Tel.: 4368-1246. 4 MÚSICA: SHOWS EM HOMENAGEM A MULHER Atrações: “Negative Control”, “Érika Martins”, e “A Banda mais Bonita da Cidade” Data: 24/03 Horário: 15h Local: Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena - Av. Caminho do Mar, 2980, Rudge Ramos. Tel.: 4368-1246.


ECONOMIA

8 - Rudge Ramos Jornal

Doce Artesanal ajuda no orçamento familiar BÁRBARA FERRAREZE

q Quem mora no bairro Assunção já deve ter experimentado os doces que Maraisa Queiroga, 28, faz. Ela e seu marido, Jonas Sousa de Queiroga, 32, pais de três filhos pequenos, encontraram na venda de doces uma forma de reforçar o orçamento familiar. Jonas é representante de vendas de uma empresa e, nas horas vagas, vendedor de doces artesanais. Maraisa sempre gostou de cozinhar e preparar doces para os filhos, e foi no simples brigadeiro, beijinho e na tradicional maçã do amor que conquistou cerca de 300 clientes fixos. Tudo começou a pouco mais de um ano, quando sobraram algumas trufas que Maraisa e sua irmã tinham preparado. Jonas topou sair e vendê-las na rua. Deu certo: ele voltou para casa com a cesta vazia. O casal faz parte do que se conhece como economia informal. Que são trabalhadores que, sem registro em carteira, realizam os mais diversos tipos de atividade, como forma de sobrevivência. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2011 o número de pessoas com mão de obra informal somava 44,2 milhões representando 22% do total da população brasileira. Como é o caso de Jonas, que sai às ruas do Assunção pelo menos três vezes por semana para distribuir os doces nos comércios da região. Os doces são no formato “sobremesa”. Em média, custam R$ 2,50 cada. Ele explicou que o melhor horário para entregá-los

é à tarde, pois as pessoas querem uma sobremesa. O casal também vende os doces na feira da Prestes Maia e da Vila Euclides. O lucro de cada unidade

é de 30% e no mês em que mais precisavam do retorno e também mais investiram, conseguiram arrecadar R$ 3.000. “Qualquer um pode encontrar as receitas de nossos doces

De 15 a 27 de Março de 2013

na internet. O sucesso das vendas é causado pelas mãos de Deus, esse é o segredo dos nossos doces”, disse Maraisa. Eles já pensaram em ampliar o negócio, mas como 90% de seus clientes são da região comercial, sai mais em conta a produção caseira. Segundo o casal, as pessoas se sentem mais seguras quando consomem um doce caseiro, BÁRBARA FERRAREZE/RRJ por não conter conservantes e outros produtos que podem fazer mal à saúde. Mas Jonas e Maraisa também têm concorrência. A dona de casa Ceonê do Rocio Queiros, 59, que também mora no Assunção, já soma 10 anos de experiência no ramo dos bolos artesanais, mas também comercializa salgados. Ela chegou a abrir uma loja, em 2008, mas os gastos acabaram sendo maiores do que os lucros, e a loja não deu certo. Ceonê conta que fazer os doces em casa tem certo conforto, mas que um local profissionalizado seria o ideal. “Certa vez minha filha deixou o cabo da vassoura cair em cima do bolo que já estava pronto”. A filha de Ceonê, Mariana, 27, ajuda a mãe tanto na produção como na venda das guloseimas. Aceitam todo tipo de encomenda. “Houve uma vez em que a mulher perguntou se eu fazia bolo do Urso Pooh. Mariana me ajudou a encontrar a foto do urso e, juntas, resolvemos o problema”. A dona de casa fez cursos para confeitar seus bolos e doces, entre eles o de panificação. Queiroga deixou o recado para quem estiver passando por problemas financeiros ou queira reforçar o orçamento, como o casal Jonas e Maraisa, que adoçam a vida dos moradores do Assunção. Na cozinha de casa, o “As pessoas pensam que o procasal Jonas e Maraisa duto é industrializado, quando prepara os brigadeiros que sabem que é caseiro, se sentem vende no bairro mais seguras para consumir, é Assunção e feiras uma aposta que dá certo”. g 4


Rudge Ramos Jornal - 9

ECONOMIA

De 15 a 27 de Março de 2013 ANA PAULA TREVISAN/RRJ

Loja-escola forma confeiteiros ANA CAROLINA RIBEIRO

Amanda, 17, ajuda na renda familiar ao preparar cupcake

Estudante vai para a cozinha fazer doces nas horas vagas ANA PAULA TREVISAN

q Em 2012, quando cursava o último ano do ensino médio, fazer um cupcake em casa para presentear uma amiga foi o pontapé inicial para Amanda Monteiro Fernandes, 17, começar o pequeno negócio de vender doces para os colegas de classe, no Assunção. Agora, é universitária. Mas o hábito de vender doces aos colegas da turma continua. E ajuda na renda. Segundo ela, os R$ 300,00 que fatura por mês ajudam nas despesas da casa e até para custear a vaidade feminina. Já possui alguns clientes fixos. E sempre aparecem novos indicados por quem já experimentou seus doces. Aliás, foi a venda de doces que a fez decidir pelo curso de administração na FEI, justamente para aprender como ampliar seu próprio negócio. Para ela o apoio dos amigos e dos pais foi muito importante para decidir a carreira que iria seguir. ”Ainda sonho em um dia conseguir abrir uma lojinha de fabrica”, disse Amanda, em entrevista por e-mail.

Enquanto Amanda segue a área administrativa, Paula Fernanda Reyes Moreto, 20, teve preferência em fazer um curso de gastronomia em que se formou em 2011, para se especializar na culinária. Ela conta que começou a gostar dessa área quando era criança e fazia doces com a mãe. Além disso, participou de cursos rápidos, de um dia de duração, em confeitaria. Hoje em dia, ela trabalha como ajudante de padaria em uma butique gourmet na Vila Nova Conceição, em São Paulo. Ela comenta que é um trabalho muito puxado “Trabalho aos fins de semana e feriado. Pode não parecer, mas é uma atividade que demanda grande esforço físico”, que também deu entrevista à reportagem por e-mail. Apesar disso, ela continua fazendo o que gosta e quanto à criação dos doces ela diz que a inspiração dos seus doces vem da união da criatividade e do conhecimento, ou às vezes vêm umas “ideias malucas” que podem ficar maravilhosas, ou não. g

q Quem come um doce artesanal pode ser fisgado pelo sabor. Mas o formato também conta. Existem cursos de curta duração para quem decidir ingressar no ramo gastronômico. Nas aulas, aprende-se a diversificar a produção de bolos, chocolates e doces, criando um diferencial nos produtos. A Chocolândia, que fica em Santo André, é uma espécie de loja-escola. Especializada em doces, oferece cursos gratuitos e pagos para iniciantes, profissionais de confeitaria e demais interessados. Um dos professores da loja é Cláudio Mechetto, 46, que é técnico em confeitaria. Há mais de 15 anos trabalha com decoração de quitutes. Ele ensina técnicas para fazer um bolo, mas com personagens em terceira dimensão. Os doces ganham formatos de figuras em alto relevo. Segundo Mechetto, a maioria das pessoas começa por hobby, mas visualizam uma boa oportunidade de negócio. “As donas de casa começam com a intenção de complementar o orçamento familiar, mas se tornam as provedoras da residência”, disse o professor de culinária. Aproximadamente 50 alunos compareceram ao curso de 3 horas de duração.

FOTOS: ANA CAROLINA RIBEIRO/RRJ

Cerca de 50 pessoas participaram do curso no horário da manhã

Trabalho informal é uma característica dos brasileiros com

60

anos ou mais e na população jovem entre 16 e 24 anos FONTE: SITE VALOR ECONÔMICO, 28/11/12

É o caso da confeiteira Maria Aparecida Risoto, 42. Ela trabalha há aproximadamente 20 anos com doces

artesanais, participou do curso e afirmou que a atividade a ajudou a curar uma forte depressão. Outra aluna, Maria Inês Zanetti, 58, estava em seu primeiro dia de aula, mas há dois anos produz bolos, chocolates e ovos de Páscoa para complemento de renda. “Meu marido colabora com a produção das guloseimas”, disse Inês. Mas o curso não é um clube da luluzinha. Homens também são bem-vindos. Carlos da Silva, 46, trabalha há três anos como confeiteiro em sua própria casa, com ajuda da mulher, e descobriu nesta ocupação uma boa possibilidade de renda. SERVIÇO TEL: (11) 4427-9311. g

Cláudio Mechetto ensina novas artimanhas na confeitaria de bolos e doces


10 - Rudge Ramos Jornal

LAZER

São Bernardo oferece alternativas para a prática de ESPORTES RADICAIS PAMELA PASSARELLA

q Quando se fala na prática de esportes radicais em São Bernardo, o destaque fica para a maior pista de skate da América Latina, o Parque Cidade- Escola da Juventude Cittá Di Marostica, localizado no centro da cidade. O parque também é conhecido por ser o terceiro maior complexo de esportes radicais do mundo, com 21 mil metros quadrados, abrigando áreas para diferentes atividades, como patins, rapel e tirolesa. Além disso, o município oferece alternativas para práticas radicais com weakboard, rapel e trilhas. O wakeboard, esporte aquático no qual o esportista usa uma prancha e é puxado por um barco, pode ser realizado no Estância Alto da Serra, pelo 2D Cable Park. Qualquer pessoa que saiba nadar está apta a praticar o esporte. O criador do sistema que opera na 2D, André Figueiredo, conta que uma das principais dificuldades dos iniciantes é a ansiedade para fazer manobras. No parque, são oferecidas aulas para quem quer aprender o esporte. “É tudo na prática. Você faz, cai na água e aprende nas tentativas e erros”, disse Figueiredo. A região do Alto da Serra possui trechos da Mata Atlântica, rios e cachoeiras de acesso restrito ao público, porém a Kamelosserrano, por meio de parceria com o Corpo de Bombeiros e autorização da Prefeitura, organiza grupos para realizar trilhas e técnicas verticais nessas áreas. O presidente da associação, Saulo Pinheiro, explica que esses esportes são acessíveis para a maioria das pessoas acima de 12 anos, já o rapel nas cachoeiras só pode ser realizado por maiores de 15 anos e as técnicas verticais só quem teve treinamento prévio.

“Enquanto o rapel é apenas a ato de descer, as técnicas verticais são o desenvolvimento de subida, descida e movimentação em desníveis verticais. Por ser uma prática mais complexa, o ideal é ser realizada por pessoas que consigam controlar um pouco a adrenalina e estejam acostumadas a altura, características que só são adquiridas com treinamento”, falou Pinheiro. O agente de esportes e integrante da Kamelosserrano, Ciro de Almeida, conta que todos os guias da associação são salva-vidas. “Por já termos habilidade em esportes radicais, não sentimos mais adrenalina ao praticar. Agora, a minha maior empolgação é curtir a adrenalina nos olhos das pessoas e ajudá-las a controlar”, disse. A Kamelosserrano também é responsável pelo circuito de arvorismo e tirolesa do parque Cidade das Crianças. A atração é um dos meios que a associação utiliza para treinar os interessados em técnicas verticais. Os complementos para o treinamento são realizados na parede de escalada do parque Cittá Di Marostica, nas árvores de eucalipto da Rodovia Anchieta e atividades em piscinas. Almeida diz que as principais atrações do Alto da Serra são o Rio do Ouro, a Cachoeira das Garças e o Rio das Pedras. “A região é muito vasta, mas nós conhecemos tudo na palma da mão, conseguimos fazer 22 trilhas diferentes para chegar a um rio, o caminho só depende da disposição do grupo”. Para o presidente da associação, é gratificante poder proporcionar diferentes situações às pessoas. “É muito bom ver a superação de limites e também poder levá-las

De 15 a 27 de Março de 2013 FOTOS: DIVULGAÇÃO

[as pessoas] a lugares lindos, que, sem o nosso trabalho, elas nunca iriam. Depois de realizar as atividades, nunca ninguém reclamou, as pessoas saem maravilhadas”. O estudante, Vitor Rodrigues, reside em São Bernardo e pratica frequentemente trilha e rapel com a Kamelosserrano. “A comodidade é um dos fatores que mais facilitam. Poder praticar rapel à 20 minutos de casa, economiza gasolina e possibilita aproveitar mais o dias”. g

Cidade oferece rapel na Cachoeira das Garças e Wakeboard no Estância Alto da Serra

4


De 15 a 27 de Março de 2013

Fazer exercícios físicos beneficia a sua saúde NINA FINCO

q A prática de exercícios físicos é fundamental para a manutenção da saúde. Além de ajudar a manter o peso em dia, as atividades podem auxiliar a regular o funcionamento do coração, da respiração e até mesmo da autoestima. Os esportes radicais não ficam de fora dessa categoria de benefícios, porém, segundo o médico ortopedista do esporte Sérgio Mainine, da clinica COE (Clínica de Ortopedia Especializada), é preciso tomar cuidado, pois os riscos são grandes. “Não que eles façam mal à saúde, mas o risco de acidentes [em esportes radicais] é maior”, disse Mainine. Ele afirma que, ao apostar em esportes como trilha, técnicas verticais, skate, entre outras práticas mais extremas, a pessoa está mais propícia a sofrer lesões ligamenta-

res, desenvolver fraturas e até mesmo correr riscos fatais. O operador de telemarketing, morador de São Bernardo e skatista há 15 anos, Eduardo Alvez Belzunces, 33, é um exemplo dos perigos dos esportes radicais. Há seis anos, o atleta rompeu o ligamento do joelho esquerdo ao tentar realizar uma manobra e, há um ano, ele ultraesticou a musculatura do mesmo joelho. Essas duas lesões poderiam causar sérios problemas na vida de Belzunces, não apenas para a continuidade das práticas, mas também para a sua própria locomoção. Com medo de que isso pudesse acontecer, o skatista recorreu ao médico. Na primeira, ele fez três meses de fisioterapia por conta, pois demorou muito para conseguir fazer uma ressonância pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Da última vez, ele foi ao médico,

Rudge Ramos Jornal - 11

LAZER NINA FINCO/RRJ

Diego Dantas, 19, realiza manobras arriscadas de BMX

é importante visitar um médico especialista que possa orientar a um melhor condicionamento. O objetivo da medicina esportiva é também a prevenção”, falou.

que receitou a prática de musculação, além de caminhadas, que Belzunces já fazia. “Aprendi a tomar cuidado ao andar de skate, alongar e aquecer mais. Por ser um esporte radical, o skate não avisa a hora em que você vai se machucar. É de DIVULGAÇÃO

repente, você tem que saber o seu limite”, disse. Segundo Mainine, o ideal é consultar um médico antes mesmo de começar a praticar. “Cada esporte terá um fator de preocupação da segurança dentro do tipo de prática. Mas

Atenção aos equipamentos de segurança é fundamental

LUI SPOLADOR

Cuidado e atenção com os equipamentos são determinantes para o sucesso da atividade

ADRENALINA Ao se propor a descer uma pedra 60 metros pendurado por uma corda, ou ser puxado por uma lancha a 32km/hora, um novato nos esportes radicais expõe-se a um alto nível de estresse, produzindo, em consequência, a adrenalina – hormônio liberado para aguçar os sentidos e ajudar a se defender do nervosismo. Tal liberação hormonal pode aumentar a pressão e a sudorese, podendo causar até mesmo taquicardia. Porém, no caso do praticante de longa data, o esportista torna-se imune ao estresse. “Por ele fazer o esporte com mais naturalidade, sem ter a alta demanda de adrenalina, ele aprende a controlar melhor o estresse e pode trazer isso para outras áreas da sua vida”, explicou o especilista. g

q Para praticar esportes radicais não é necessário ter apenas boa vontade e tempo livre. Uma série de equipamentos de segurança é necessária para que a diversão seja garantida sem situações inesperadas. As práticas consideradas mais comuns, como o skate ou a bicicleta, têm como principais acessórios contra acidentes luvas, cotoveleira e joelheira. Enquanto a trilha e as técnicas verticais utilizam outros tipos de material, tais como mosquetão (espécie de fecho) e cadeirinha. Já no wakeboard, o colete salva-vidas é indispensável. Em todas as modalidades o capacete é peça fundamental. O fisioterapeuta e skatista Felipe Reatho Marçon explica que o esportista precisa ser bem orientado para não se machucar, mesmo utilizando os equipamentos. “O capacete é o principal. Deve ser próprio para cada esporte e ter certificado de segurança. No caso do skate,

deve ser usado até para uma simples volta com os amigos na rua. Pois os acidentes acontecem geralmente por tombos simples e inesperados, podendo gerar até uma lesão cerebral”, contou. g

6 SERVIÇO KAMELOSSERRANO: Tel. (11) 2758 5283 Trilha - R$30 - Rapel - R$ 60 Trilha + Rapel - R$ 90 E-mail: kamelosserrano@ig.com.br 2D CABLE PARK ESTÂNCIA: Estrada Névio Carlone, 3 - Riacho Grande - São Bernardo Tel. (11) 4101-5000 R$ 50/hora wakeboard R$ 25/ três idas e voltas - knewboard PARQUE CIDADE-ESCOLA DA JUVENTUDE CITTÀ DI MAROSTICA: Av. Armando Ítalo Setti, 65 - Centro - São Bernardo Tel. (11) 4121 2622 Cidade das Crianças rua Tasman, 301 Preço Único R$ 35


12 - Rudge Ramos Jornal

COMPORTAMENTO

De 15 a 27 de Março de 2013 FOTOS: CAIO KIRDEIKA/RRJ

Tuning é um estilo de vida CAIO KIRDEIKA

q O Corsa ano 97 de Cleiton Oliveira é diferente. Com um preço de mercado em torno de R$ 11 mil, para o líder de carregamento de Logística, seu carro, porém, não tem preço. Cleiton chega a tratar o veículo como “um filho”. O carro de Cleiton faz parte da família dos tunados, que são veículos modificados. A expressão deriva do inglês “tuning”, usada para identificar carros personalizados pelos proprietários.

É uma prática que tem como objetivo dar maior exclusividade e personalidade ao veículo, tornando-se um modelo único e diferenciado daqueles de produção em série. Mas é preciso seguir as leis de trânsito (leia texto na página seguinte). As customizações se referem à estética, à beleza, à potência e ao desempenho. As peças que podem ser modificadas pelo tuning envolvem a maioria da estrutura dos carros, como suspensão, pneus, carroceria, motor, interior,

áudio, escapamento, iluminação, e vidros. As modificações são caras e muitas vezes chegam a ultrapassar o valor do carro original. Mas os proprietários não se importam com isso. O que vale para eles é o valor sentimental. Segundo Bruno Costa, 26, funcionário da oficina Rebaixart’s, em Santo André, “a lataria é a peça mais cara de se modificar, só que o mais difícil é agradar o cliente”. Muitos pedidos são extravagantes, de acordo com Costa. Os clientes pedem pinturas e

No detalhe, Cleiton Oliveira na frente de seu Corsa; O carro (ao alto) tem os faróis alterados; ele ainda tem planos para mudar, o interior e o exterior do veículo

modificações de forma exclusiva. “Tivemos clientes que pediram para tirar todos os assentos e cobrir com caixas de som. Até um que cobriu o carro com folha de papelão”. O tuning virou um estilo

de vida. Porém já viu dias melhores. Hoje em dia faz quem realmente gosta e está disposto a pagar o triplo do valor do carro. O auge de procura foi na época de lançamento do filme “Velozes e Furiosos”, em 2001. Com a queda do tuning, surgiu uma nova moda de modificação, o “Dub”. É um estilo de personalizar carros com rodas grandes, suspensões a ar, interior e som. Como não envolve mudar a cor do carro, não há necessidade de mudar a documentação. Mas é menos acessível, um jogo de rodas dub pode chegar a R$ 120 mil. g 4


Rudge Ramos Jornal - 13

COMPORTAMENTO

De 15 a 27 de Março de 2013

Envelopamento é a mudança mais pedida nas oficinas ANDRÉ DUARTE CAIO KIRDEIKA

q O envelopamento é uma forma de decorar e customizar um carro. Foi na América do Norte que esse novo visual se firmou. Os veículos envelopados são caracterizados pela cor preta com acabamento fosco. Aplica-se uma espécie de película na lataria. De acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), mudar completamente a cor predominante do carro implica ter que mudar a documentação do veículo. Já alterar apenas o teto ou aplicar faixas ao capô, por exemplo, não acarreta necessidade de novo documento. Um carro que já é originalmente preto, por exemplo, não precisará ter alteração se for envelopado com o preto fosco.

O mesmo vale para todas as outras cores. Se o tom predominante continuar sendo o original, o documento pode permanecer o mesmo. É possível envelopar carros de qualquer marca e tamanho. A média de custo para fazer envelopamento é de R$ 1.000 a R$ 3.000, caso seja um automóvel popular. Há também o envelopamento de moto. É mais barato que o de carro, pois não se pode cobrir toda a moto e, com isso, não altera a documentação. O preço para envelopar uma moto varia de R$ 250 a R$ 300. Segundo Willian Bovi, 34, da Rebaixart’s, apesar de seguir no mercado, caiu o número de interessados no envelopamento. Os produtos usados são, na maioria, importados dos EUA e China, com mais opções de cores do que os nacionais. g

Restrições sobre modificações q Qualquer mudança que um motorista queira fazer no seu veículo deverá, obrigatoriamente, respeitar as normas do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Segundo Cleiton Penna, 42, advogado especialista em direito penal e no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), algumas reformas no tuning são feitas apenas com autorização do Contran e Detran. É proibido mexer na suspensão se isso alterar a regulagem da altura de um carro além de um limite. O Contran permite o rebaixamento, porém o aval vem do Inmetro, que irá avaliar se a altura é permitida. Rebaixamento, que seria a retirada da suspensão e do amortecedor, só pode ser feito até certa altura, especificada por lei, o chamado grau zero, segundo Penna. De acordo com o advogado, se o rebaixamento ultrapassar esse marco, o veículo pode ser apreendido. “E essa modificação só pode ser com autorização no Detran”, disse Penna. As limitações também en-

CAIO KIRDEIKA/RRJ

Willian Bovi, dono da oficina Rebaixart’s, envelopando uma motocicleta ANDRÉ DUARTE/RRJ

volvem os pneus. Carros modelos hatch, por exemplo, saem de fábrica com aro 13 ou 14, no máximo. Se o proprietário quiser trocar, não poderá passar de 15. Mudanças que envolvam mexer no combustível são proibidas também. “Caso esses veículos mo-

dificados com esses materiais sejam pegos em blitz ou denúncia, são apreendidos e o condutor tem a habilitação suspensa”, afirmou o advogado. Outro item que pode dar dor de cabeça são as películas de proteção, mais conhecidas como Insulfilm. No vidro frontal

é permitido o uso de transmissão luminosa de 75%, na área lateral do motorista e carona o limite é também de 75% e na parte lateral que compreende o banco traseiro do veículo o uso pode ser de 28%. Para o advogado, se um motorista desobedecer essa regra,

Rebaixamento é um dos principais motivos de multas, além das rodas fora do limite permitido

poderá ser multado e ganhar cinco pontos na carteira. Foi o que aconteceu com o encarregado de logística Frederico de Paula, 36. Ele contou que seu carro tinha várias modificações, como rodas aro 20, mesmo não sendo permitido pela legislação, nitro, rebaixamento indevido e um som de altíssima potência, capaz de ativar alarmes dos carros estacionados. O nitro, por estragar peças do veículo e por gerar gasto excessivo com manutenção, foi retirado do veículo. Mas o principal problema com o carro foi uma multa pelo rebaixamento, “Fui parado em uma blitz. Disse que não sabia que rebaixamento era proibido. Fui multado, ganhei sete pontos na carteira, além do trabalho de recuperar o carro”, falou de Paula. Apesar de ter ganhado os pontos, ter gasto R$ 1.800 para colocar o carro no nível correto, recuperar a documentação apreendida e rebaixar novamente, Frederico não se arrepende do transtorno ocorrido pela penalização. (AD) g


14 - Rudge Ramos Jornal

CULTURA

De 15 a 27 de Março de 2013

6 ROTEIRO q TEATRO FOTOS: DIVULGAÇÃO

“A Banda Mais Bonita da Cidade” se apresenta em São Bernardo GABRIELA BRITO

Vidas Secas O espetáculo trata sobre a vida de uma família nordestina que tenta escapar da seca que os obrigou a fugir de sua terra natal. Baseado na obra de Graciliano Ramos de mesmo nome, a peça é encenada pela companhia teatral Brittos Produções e é dirigida por Nando Britto. Quinta-feira (28), às 10h e 20h. Não recomendado para menores de 12 anos. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

Putz Grill com Oscar Filho Humorista do programa CQC se apresenta no Teatro Paulo Machado de Carvalho com o show solo de stand-up “Putz Grill”. O espetáculo, que já foi visto por mais de meio milhão de pessoas, aborda temas cotidianos. Sábado (23), às 21h. Não recomendado para menores de 14 anos. Teatro Paulo Machado de Carvalho – Alameda Conde de Porto Alegre, 840. Santa Maria – São Caetano. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais). Cinderela O grupo Bumerang se apresenta no Teatro Lauro Gomes com a peça infantil Cinderela. A adaptação de Eny Oliveira do clássico infantil mostra a menina Cinderela que, com ajuda da fada madrinha, vai ao baile no castelo e conhece o príncipe, que se apaixona por ela. À meia noite, Cinderela foge, o que faz o príncipe percorrer o reino inteiro em busca de seu amor. Quinta-feira (28), às 20h. Livre. Teatro Lauro Gomes – rua Helena Jacquey, 171 – Rudge Ramos – São Bernardo. Ingressos: R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

q “A Banda Mais Bonita da Cidade” faz show no Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena em São Bernardo, domingo (24). A apresentação faz parte de uma homenagem do local ao Mês da Mulher. Liderada pela vocalista Uyara Torrenti a banda surgiu a partir do interesse em cantar composições do dramaturgo curitibano Felipe Leprevost compositor de músicas como “Solitária” e “Se eu corro”. Após algumas apresentações, o guitarrista Rodrigo Lemos, o tecladista Vinícius Nisi, o baixista Diego Plaça e o baterista Luis Bourscheidt se uniram a cantora. “Gostamos de coisas bem diferentes e nos deixamos inspirar, basicamente, pelas composições que são trazidas para os ensaios”, explicou o guitarrista Rodrigo Lemos. Para o segundo álbum, que deve ser lançado no segundo semestre, o rock setentista de brasileiros como Rita Lee e Os Mutantes, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa serviu como inspiração. A banda ficou conhecida após a divulgação na internet do vídeo da música “Oração”. Nele, a banda e amigos cantam a música em uma filmaRapunzel O clássico infantil dos Irmãos Grimm é apresentado pela companhia teatral Iriarte, no Teatro Elis Regina. A trama conta a história de Rapunzel, uma jovem que é trancafiada no alto de uma torra por uma bruxa e a única maneira de alcançar o quarto em que a menina está presa, é subir a torre pelos cabelos dela. Um diferencial da peça é o fato dos atores alternarem nas interpretações das personagens. Sábado (16), às 16h. Domingo (17), às 19h. Não recomendado para menores de 3 anos. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais)

Uyara é uma das vozes femininas no Mês da Mulher gem sequencial, sem cortes. Até hoje já são mais de 11,5 milhões de visualizações. “Após o vídeo, a banda passou a ser, de fato, uma banda. Montamos uma estrutura básica de equipe técnica, produção e fomos para guerra”, contou Lemos. Os jovens são de Curitiba e desde 2009 lutam independentemente para conseguir um espaço na música brasileira. Entre as dificuldades que encontram está a dependência em relação aos donos de bares onde tocam, produtores de shows, meios de comunicação e até mesmo ao ECAD (Escritório Central de Arrecadação e

Distribuição). Em São Bernardo, eles apresentarão novas músicas, além de sucessos. A banda de hardcore “Negative Control” e a cantora Érika Martins irão abrir o show. SERVIÇO: Show “A Banda Mais Bonita da Cidade” Parque Municipal Engenheiro Salvador Arena Av. Caminho do Mar, 2980 – Rudge Ramos – São Bernardo Dia: 24 (domingo), a partir das 15h Entrada: Gratuita. g

João e Maria O espetáculo gira em torno de João e Maria que, depois de terem sido abandonados pelos pais, precisam fugir de uma bruxa que quer transformá-los em biscoitos. A peça tem no elenco Débora Constantin, Cássia Andrade, Lucas Filipi e Nando Britto, que também dirige a produção. Quinta-feira (28), às 14h30. Não recomendado para menores de 3 anos. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais). SHOWS Urbanus Circus Band O grupo circense paulista Circo Marambio apresenta o novo show que tem a presença de vários personagens do cotidiano de São Paulo como moradores de rua, ciclistas,

executivos, entre outros. Acrobacias, malabarismo e equilibrismo são apenas uma parte do que poderá ser vista na apresentação. Sábado (23), às 16h e 19h. Livre. Teatro Elis Regina – Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção – São Bernardo. Grátis. g


Rudge Ramos Jornal - 15

ESPORTES

De 15 a 27 de Março de 2013

PAULA MAIQUEZ/RRJ

FELIPE CALBO RAÍSSA MOKARZEL

q O Programa Social Escola de Esportes da Universidade Metodista completa 20 anos. O projeto integra trabalhos de inclusão social com atividades esportivas de handebol e basquete, com objetivo de formar cidadãos e descobrir talentos. A escola já auxiliou na formação de cerca de 15 mil crianças. Entre as atividades de formação cidadã está o ensino de noções de higiene, além de passeios em museus e zoológicos, por exemplo. O criador do programa e gerente de esportes da Metodista, Alberto Rigolo, afirma que “o projeto tem dois objetivos fundamentais: o primeiro e mais importante é ocupar o tempo ocioso das crianças ensinando noções básicas de cidadania e saúde. O segundo é a descoberta de talentos para os esportes praticados”. Atualmente, há 16 unidades do programa em funcionamento, sendo 14 em São Bernardo, uma no Jabaquara, em São Paulo, e outra em Diadema. A idade das crianças que participam varia entre 9 e 15 anos. No início do programa, em 1993, eram 60 crianças. Atualmente, são atendidos, em média, 800 alunos por ano. Em 2001, no auge do projeto, cerca de 1.500 jovens foram atendidos. “Nessa época nós tínhamos a Petrobrás como parceira. A quantidade de alunos atendidos depende do apoio que nós temos, pois dar aulas para 300 alunos gera um custo, e para mil, outro”, falou Rigolo. O criador do programa afirma que: “a maior prioridade é a qualidade do ensino, e não no número de pessoas atendidas”. Para a realização das aulas, a Metodista disponibiliza técnicos de handebol e basquete, e mão de obra especializada, enquanto a Prefeitura de São Bernardo libera locais para a prática esportiva. A empresa Besni fornece apoio por meio da Lei de Incentivo Fiscal, colocada em vigor para estimular empresas a patrocinar e fazer doações para projetos esportivos.

HANDEBOL

Programa de Esportes da Metodista completa

NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS AO LONGO DOS ANOS

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

20 anos

OUTROS ESPORTES O handebol feminino e masculino é a modalidade que deu início ao programa. Em 2009, surgiu também o basquete masculino. “A prefeitura

60 80 80 160 400 800 1000 1100 1500 1200 1200 850 650 987 1046 1106 912 906 800 800

alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos alunos

Fonte: Coordenação de Esportes da Universidade Metodista

LOCAIS DE TREINAMENTO ALVES DIAS – Centro de Convivência - Av. Oswaldo Fregonezzi, 101 - Alves Dias – SBC - Fone: 4109-7469 AMAS – Associação Metodista de Assistência Social - R. Oásis, 275 – Jd Oriental/Jabaquara – São Paulo - Fone: 5011-9347 AREIÃO - Estrada Pedra Branca, 754 – B. Montanhão – SBC – Fone: 4339-9207 BAETÃO – Centro Recreativo Esportivo Humberto de Alencar Castelo Branco - Av. Armando Ítalo Setti, s/nº - Baeta Neves – SBC – Fone: 4332-9816 FERRAZÓPOLIS – Centro de Convivência Mariana Benvinda da Silva - R. Aureliano de Souza, 06 – Bairro Ferrazópolis – SBC – Fone: 4127-0771 JERUSALÉM – Centro Esportivo Municipal - Rua Lazara de Oliveira Leite, 200 – SBC – Fone: 4355-9700 METODISTA – Universidade Metodista de São Paulo - R. do Sacramento, 230 – Rudge Ramos – SBC - Fone: 4366-5539 PAULICÉIA – Centro Recreativo Esportivo e Cultural - Rua Francisco Alves, 469 – SBC - Fone: 4178-9455 RIACHO GRANDE – Ginásio Poliesportivo João Soares “Brasa” do Riacho Grande R. Marcilio Conrado, 500 Riacho Grande – SBC – Fone: 4397-5009 TERRA NOVA -Rua Pastor Tito Rodrigues Linhares, 03 Terra Nova – SBC – Fone: 4396-4270

PROJETO REVELOU MAIS DE

16

ATLETAS PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL sempre pede que a gente apoie outros esportes, só que existe uma dificuldade muito grande de ensinar vários esportes com qualidade”. O projeto revelou mais de 16 atletas para a seleção brasileira de handebol. Uma delas é a armadora Thamiris

Duarte, que atua pela equipe da Metodista/São Bernardo. A atleta iniciou sua trajetória na modalidade aos 6 anos, na Escola de Esportes. “O projeto me deu educação para respeitar o próximo, entender as diferenças, conviver com o sim e com o não e saber ganhar e perder”, disse. A jogadora passou pela Escola de Esportes, pela categoria de base até chegar à equipe principal. “Quando a gente era da base, jogávamos de igual para igual com pessoas da periferia, que muitas vezes não tinham nem tênis. Não havia preconceito, e os próprios professores mostravam que não tinha diferença alguma.” A Escola de Esportes ganhou o “Prêmio Top Social da ADVB” (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil) em 2000. g


16

- Rudge Ramos Jornal

De 15 a 27 de Marรงo de 2013


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.