Rudge Ramos JORNAL DA CIDADE
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São Bernardo do Campo 4 De 10 a 23 de Maio de 2013 4 Ano 32
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Câmara aprova reajuste de 6,77% para os servidores Pág. 2 MARISTELA CARETTA/RRJ
LAIZA LOPES/RRJ
4SOBE E DESCE
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Desnível de calçadas dificulta caminhada dos pedestres MÃES
Pág. 3
Mulheres dividem rotina profissional com maternidade Págs. 4 e 5 DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
3A PRINCESA E O SAPO Espetáculo infantil traz humor, poesia e cantigas de roda Pág. 14
V
oluntariado pode ser diferencial na hora de arrumar um emprego, além de proporcionar realização pessoal, melhorar a autoestima e gerar experiência Págs. 10 e 11
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POLÍTICA
- Rudge Ramos Jornal
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De 10 a 23 de Maio de 2013
ACESSE
DE OLHO NA CÂMARA
FERNANDA FERREIRA
q A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei nº 25/2013 do Executivo, que estabelece reajuste salarial de 6,77% para o prefeito, vice-prefeito, secretários e servidores municipais. A reposição é aplicada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), e refere-se às perdas inflacionárias do período de março de 2012 a fevereiro de 2013. O reajuste foi acordado em assembleia entre a Prefeitura e o SinServ (Sindicato dos Servidores Públicos de São Bernardo) no último dia 30. Além disso, os servidores tiveram aumento de R$ 2 no vale refeição, passando de R$ 8 para R$ 10 por dia, um acréscimo de R$ 10 no auxílio transporte, passando de R$ 78 para R$ 88, e abono de Natal de acordo com o cargo. A Casa aprovou também reposição salarial para 2014, referente aos meses de março de 2013 a fevereiro de 2014, e reajuste do salário em 0,5%.
Câmara aprova reajuste salarial de 6,77% nos salários dos servidores
TARIFA DO ÔNIBUS O vereador Julinho Fuzari (PPS), da oposição, solicitou requerimento de transparência com relação à “alta tarifa” dos ônibus de São Bernardo. Segundo Pery Cartola (PPS), também da oposição, “é a maior tarifa do estado de São Paulo, e está longe de ser o melhor serviço prestado”. O valor da passagem dos ônibus da linha municipal é de R$ 3,30. Alguns vereadores tenta-
Rudge Ramos Online
CIDADE Mercadão do Rudge realiza cursos em parceria com o Sebrae http://migre.me/erJvf
DIVULGAÇÃO/CMSBC
TRANSPORTE Prefeitos discutem alterações nas obras do monotrilho http://migre.me/erJEr BEM ESTAR ONG de Santo André apoia mulheres que sofrem com câncer http://migre.me/erJOi DIREITOS HUMANOS Lei Maria da Penha tem mais agilidade em Santo André http://migre.me/erK1d SEGURANÇA Secretário de Segurança Urbana anuncia data final para instalação de câmeras em São Bernardo http://migre.me/erJWV REGIÃO
ram adiar a discussão em duas semanas, mas o pedido foi negado. O requerimento foi discutido, mas não entrou em votação porque ultrapassou o tempo da sessão. Segundo o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), “a discussão é em torno do serviço que a SBC Trans está apresentando, que é demora nos pontos, os ônibus cheios e a passagem cara”.
CONSELHO DIRETOR - Stanley da Silva Moraes Presidente, Nelson Custódio Fér – Vice - Presidente, Rev. Osvaldo Elias de Almeida - Secretário, Jonas Adolfo Sala, Aureo Lidio Moreira Ribeiro, Kátia de Mello Santos, Augusto Campos de Rezende, Marcos Vinicius Sptizer, Aires Ademir Leal Clavel, Oscar Francisco Alves Junior, Regina Magna Bonifácio de Araújo - Suplente, Valdecir Barreros - Suplente. REITORIA - Reitor - Marcio de Moraes, Pró-Reitora de Graduação - Vera Lúcia G. Stivaletti, Pró-Reitor de Pós-Grad. e Pesquisa - Fábio Botelho Josgrilberg
AMBULATÓRIO MÉDICO Por acordo, as lideranças dos partidos da Casa aprovaram a instalação de um ambulatório médico nas dependências do Paço Municipal de São Bernardo. A indicação de nº 2130/2013 feita pelo vice-presidente da Câmara, Fabio Lande (PSD), expõe a necessidade de um local em que haja a prestação de socorro, além de prevenir qualquer fatalidade.
DIRETORES - Sérgio Roschel (Diretor de Finanças e Controladoria), Daví Nelson Betts (Diretor de Tecnologia e Informação), Paulo Roberto Salles Garcia (Diretor de Comunicação e Marketing), Débora Castanha (Diretora do Ensino Básico), Carlos Eduardo Santi (Faculdade de Exatas e Tecnologia), Jung Mo Sung (Faculdade de Humanidades e Direito), Fulvio Cristofoli (Faculdade de Gestão e Serviços), Luiz Silvério Silva (Faculdade de Administração e Economia), Paulo Rogério Tarsitano (Faculdade de Comunicação), Rogério Gentil Bellot (Faculdade de Saúde) e Paulo Roberto Garcia (Faculdade de Teologia). COMUNICAÇÃO - Paulo Salles (Diretor).
Estrada de ferro que corta o ABC está em funcionamento há mais de 140 anos http://migre.me/erK3o
Aumento foi acordado entre a Prefeitura e o Sindicato dos Servidores
Na sessão do dia 24 de abril uma mulher passou mal em frente ao prédio da prefeitura, e Landi disse que teve que socorrê-la, pela ausência de um profissional e de um local apropriado para isso. g
JORNAL
Rudge Ramos
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ERRAMOS
Por problemas técnicos, os textos das páginas 10 e 13 da última edição saíram truncados. Confira os textos corretos em: http://migre.me/esEYT ou em www.rronline.com.br
Rua do Sacramento, 230 Ed. Delta - Sala 141 Tel.: 4366-5871 - Rudge Ramos - São Bernardo - CEP: 09640-000
RUDGE RAMOS JORNAL - PUBLICAÇÃO DO CURSO DE JORNALISMO DA FAC
DIRETOR - Paulo Rogério Tarsitano COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO - Rodolfo Carlos Martino. REDAÇÃO MULTIMÍDIA - Editor-chefe - Júlio Veríssimo (MTb 16.706); EDITORA-EXECUTIVA E EDITORA DO RRJ - Margarete Vieira (MTb16.707); EDITOR DE ARTE - José Reis Filho (MTb 12.357); Assistente de Fotografia - Maristela Caretta (MTb 64.183)
Equipe de Redação: Bianca Beltrame, Caio dos Reis, Christiane Oliveira, Deise Almeida, Érika Rios, Felipe Calbo, Fernanda Ferreira, Gabriela Brito, Maria Paula Vieira, Mariana Matos, Natália Petrosky, Nicole Ongarato, Raphael Andrade, Renato Fontes, Vitor Jaqueto, Yara Ferraz e alunos do 5º e 6º semestres de Jornalismo. Produção de Fotolito e Impressão: Diário do Grande ABC
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Rudge Ramos Jornal - 3
CIDADE
De 10 a 23 de Maio de 2013
DE OLHO NA CIDADE
Calçadas estreitas ou em desnível prejudicam a circulação de pedestres
FOTOS: MARI STELA
CARETTA/RR
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MARISTELA CARETTA
q Os pedestres que precisam andar pela calçada da rua Continental, no bairro Jardim do Mar, enfrentam dificuldades. Alguns degraus são tão altos que se transformam em armadilhas para os pedestres, impossibilitando a passagem de idosos, deficientes, pessoas com mobilidade reduzida e mães com carrinho de bebê. Na rua da Represa, no Rudge Ramos, o problema se repete. Dessa vez, o que impede a passagem dos pedestres são postes, um deles com um “latão” em sua base. A construção, preservação e manutenção do passeio público é de responsabilidade dos donos dos imóveis e deve seguir normas técnicas estabelecidas. Mas o que se vê são problemas como obstáculos, raízes de árvores, pisos com buracos, degraus. Uma calçada dentro dos padrões é aquela que permite a passagem de todos de forma segura e confortável. Para isso, existem materiais específicos que garantem regularidade e
No destaque, calçada da rua da Represa; na rua Continental degraus dificultam a passagem
segurança aos pedestres. A Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, informou, em nota, que os proprietários de imóveis estão sendo noti-
ficados caso estejam com os passeios públicos danificados. Com relação aos passeios públicos da Continental, a rua é em declive no trecho entre a avenida Senador Vergueiro e
Imóveis ociosos vão ter aumento no IPTU em SBC YAGO DELBUONI
q Imóveis subutilizados em São Bernardo terão aumento do IPTU. A medida foi divulgada pelo prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT), em abril, e começa a ser praticada este mês, com notificações aos proprietários de terrenos ociosos nos bair-
ros Centro, Anchieta e Rudge Ramos. Caso não defina uma finalidade adequada aos imóveis, os proprietários sofrerão com o aumento progressivo do imposto de cinco anos e, ao término deste prazo, terá desapropriação. O decreto prevê que os donos desses terrenos devem mostrar projeto de utilização
para a apreciação da prefeitura em no máximo um ano. o prazo de construção deve ser de dois anos após a aprovação. Nos imóveis que sofrerão aumento na tributação, o IPTU não pode exceder em 15% do valor venal, importância estimada pela prefeitura em imóveis que é base para imposição da tarifa.
avenida Kennedy, e aclive no trecho entre a avenida Kennedy, e a marginal da Via Anchieta, o que provocou vários degraus no passeio público dos imóveis.
Quanto à rua da Represa, o passeio público tem menos de um metro de largura. Então, qualquer poste de iluminação instalado inviabiliza a circulação de pedestres. As duas ruas citadas são oficiais e regulamentadas, com projetos de construção dos imóveis aprovados há muito tempo. Quando questionada sobre fiscalização e multa, a prefeitura não se manifestou. g
Por meio de estudos, a Secretaria de Planejamento Urbano constatou que na MUC (Macrozona Urbanizada Consolidada), região mais urbanizada da cidade, há 458 imóveis com metragem de no mínimo 1.000 m² que não são utilizados ou são subutilizados, com pequenas construções. O arquiteto e professor de Design de Interiores da Universidade Metodista Rogério Azevedo disse que a atitude tem como objetivo reduzir a especulação imobiliária e o déficit habitacional. Azevedo acredita que o processo de notificação, aumento
do IPTU e desapropriação farão com que o déficit habitacional se reduza pelo fato de alguns donos de imóveis já saberem como funciona o mercado imobiliário e não quererem perder dinheiro por falta de pagamento de impostos. Segundo o arquiteto, para a ação ter efeito definitivo é necessário que o poder público cumpra com a intenção em melhorar a estrutura das cidades.” E completa: “Precisa haver cooperação mútua da sociedade para que o ato não tenha prazo de validade curto”. g
4 - Rudge Ramos Jornal
Mães assumem
LAIZA LOPES
De 10 a 23 de Maio de 2013
múltiplas funções ESPECIAL
q O segundo domingo do mês de maio é o dia delas. A comemoração do Dia das Mães é tradição no Brasil desde 1932, quando foi instituído pelo governo de Getúlio Vargas. Desde então, o perfil materno passou por muitas transformações. Para a doutora em Ciências Sociais e Religião, Sandra Duarte, parte dessas mudanças estão ligadas ao acesso aos métodos contraceptivos, o que incentivou a mulher a se inserir no mercado de trabalho. “As mulheres já não estão exclusivamente no território doméstico, com dedicação apenas ao lar, ao marido e aos filhos, o que redesenha a política familiar”, afirmou Sandra. É o caso da pedagoga Juliana Lacalle, 30. Durante a semana, a jovem mãe se divide entre a profissão de professora, os cuidados com o filho e a casa. Com essa rotina, Juliana só consegue ver o filho Eros Lacalle de Oliveira, de 1 ano e 3 meses, no período da noite. “É o tempo que tenho para aproveitar com ele, e quero que seja de qualidade. Por isso, os cuidados da casa ficam em segundo plano”, contou a mãe, que deixa o filho na creche durante o dia. A maternidade não foi planejada pela professora. Mas a independência profissional facilitou na criação do filho. “Ele já quer ajudar em casa. Procuro incentivá-lo a ter autonomia.” Segundo Juliana, os lados positivos de ser mãe são refletidos até na carreira. “Hoje sou melhor como professora. Eu sabia a teoria, agora sei a prática”, falou. Já a moradora de São Bernardo, Milene Massucato, 33, deixou para trás a profissão na área de Letras há 4 anos quando teve o filho Nicolas Rabello. A vontade de acompanhar a primeira infância da criança foi o principal motivo para a decisão. “Eu não queria deixá-lo aos cuidados da escola ou de algum familiar. Aquele momento era meu”, declarou a mãe, que teve a segunda filha, Lorena, há 11 meses. Se as mães que trabalham fora enfrentam o desafio de lidar com a casa, filho, marido e carreira, as mulheres que optam pela dedicação exclusiva à família também encaram
a hora certa nunca chegava, tanto pela questão profissional, quanto pela própria convivência do casal”, contou Elaine. A moradora do bairro Nova Petrópolis, em São Bernardo, perdeu duas gestações e teve que passar por procedimento cirúrgico, antes de engravidar. Após 9 meses de repouso absoluto, Elaine concebeu Valentina, hoje com dois meses. O nome da filha, que significa força, faz jus a trajetória da mãe de primeira viagem. “Comecei a aprender que a prioridade no momento não sou eu. Minhas vontades, pelo menos nesta fase, têm ficado em segundo plano. Mesmo assim sinto-me plenamente feliz, um amor inexplicável”, disse Elaine. julgamentos. Com o término da “As pressões licença maternidade, têm a ver com o a contadora pensa em fato de, aparenadaptar a filha à nova temente, terem realidade. “Já estou uma vida muito pesquisando uma boa restrita à esfera creche e também tendoméstica, setarei conciliar o horárem emocionalrio. Nos dias em que mente dependennão tenho jornada tes dos filhos”, fixa, pretendo optar disse a socióloga pelo home office.” Sandra. A rotina das mães A decisão da contemporâneas repós-graduada flete nas formas de em psicopedago- Elaine Reis, 32, comemora o primeiro Dia das Mães com a filha Valetina educar os filhos. Hoje, gia de parar de elas contam com o trabalhar para apoio de creches e esse dedicar ao filho dividiu opiCOMECEI A APRENDER QUE A PRIORIDADE colas que são novos espaços de niões entre os familiares. “O sociabilidade para as crianças. NO MOMENTO NÃO SOU EU. MINHAS meu marido sempre me deu “Isso é fundamental para VONTADES, PELO MENOS NESTA FASE, total apoio. A família às vezes as mães, já que a educação apoia, às vezes acha que é um TÊM FICADO EM SEGUNDO PLANO.” inicial das crianças recaía desperdício eu ficar em casa”, ELAINE REIS exclusivamente sobre elas, o afirmou Milene. que reduzia significativamente O tempo dedicado ao prias chances de se dedicarem a PRIMEIRA COMEMORAÇÃO Segundo a blogueira, a mãe meiro filho inspirou na criação outros aspectos da vida, sejam Esse é o primeiro Dia das que está em dúvida entre parar do blog Diiirce, direcionado eles, o cuidado consigo mesma, para mães. Milene compartilha ou não de trabalhar para cuidar Mães de Elaine Reis, 32. A o investimento nos estudos e na as experiências da materni- dos filhos deve ter em mente o contadora está casada há 6 carreira”, falou a socióloga. g anos, mas a maternidade veio que é prioridade. dade no espaço online desde apenas este ano. “Sempre “Às vezes, a mulher abdica 2010, quando fez um texto sobre os aprendizados que da carreira, mas se sente infe- tivemos a intenção de ter filhos, mas nos nossos planos liz”, falou Milene. adquiriu com o filho. 4 LAIZA LOPES/RRJ
“
País registra 580 abrigos para crianças LARISSA PALMER q Uma pesquisa feita em 2004 pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que existem mais de 580 abrigos espalhados pelo Brasil que recolhem crianças em situação de abandono. Entre os motivos de desamparo destes menores, está à carência de recursos materiais da família, o abandono, a violência doméstica, a dependência química dos pais ou responsáveis, a vivência na rua e a orfandade. A instituição “Cantinho MeiMei”, em São Bernardo, é um destes abrigos. O local cuida atualmente de 25 crianças entre 0 e 11 anos, que são recebidas de acordo com as decisões tomadas pelo fórum da cidade. O tesoureiro da instituição, Milton Kazuo, afirma que
quando uma criança encontra-se nessas condições, o juiz tenta ao máximo deixá-la com algum familiar, quando isso não é possível, é encaminhada para os abrigos que irão ampará-las e dar a orientação necessária até que encontrem uma família. Segundo o estudo do IPEA, cerca de 86,7% das crianças abrigadas no Brasil possuem família e destas, 58,2% têm algum contato com os parentes. A relação com a família é fundamental para as crianças e adolescentes abrigados e, quando é possível, a reintegração entre ambos ocorre no menor tempo possível para que as referências e o vínculo familiar não sejam perdidos. “A gente percebe que a carência afetiva deles é muito grande. Estas crianças nor-
malmente já foram rejeitadas pela mãe e pelo pai e existem outras que já foram adotadas e retornaram, sendo rejeitadas novamente. Então temos que tomar um cuidado muito grande com os voluntários”, disse Kazuo, citando as pessoas que se prontificam a ir até o abrigo para dar atenção às crianças. “Nós não temos como dar aquele tratamento de mãe. É muito difícil suprir este tipo de coisa. O que a gente tenta fazer, toda vez que vem aqui, é dar o máximo de amor possível”, disse Kazuo. MÃE SOCIAL A ONG Aldeias Infantis SOS também realiza o trabalho de acolhimento de crianças e adolescentes. O projeto iniciado em 1949 na Áustria, atualmente está presente em 134 países
e territórios. No Brasil, são 18 programas em 12 Estados diferentes. Em São Bernardo existem três unidades, chamadas de Casas-Lar. Nestes locais moram até nove crianças e uma cuidadora residente, conhecida como mãe social. As mães sociais são profissionais responsáveis por cuidar, educar, passar valores e responsabilidades para as
q Levantar de madrugada para ver se o filho está com febre, preparar o lanche e arrumá-lo para ir à escola ou trocar a fralda do bebê, têm sido a rotina de muitos pais que assumem o papel de mães e criam os filhos sozinhos. O mecânico Marcelo Duarte Pereira, 40, perdeu a mãe quando criança e o pai teve que criá-lo. O que Duarte não esperava era que a história se repetisse com ele 20 anos depois. “Eu fui criado por meu pai e lido com um pouco de sentimento. Tento dar aos meus filhos o que não tive por parte de mãe”, disse. Divorciado, Pereira cuida dos dois filhos -Thaís Regina Gattai e Lucas Gattai, que agora estão com 12 e 18 anos. De acordo com ele, amar não é só passar a mão na cabeça. “Às vezes é preciso ser chato, dizer não, ser insistente e corrigir”, afirmou. Mesmo morando em uma casa grande com três quartos, garagem e cachorro para cuidar, as tarefas são divididas. “Aqui fazemos tudo juntos, a gente se ajuda de verdade”, declarou Thais. O pai sai cedo do trabalho para ficar mais tempo com os
filhos, e, para ele, dividir as tarefas domésticas contribui para a harmonia no lar. “O núcleo familiar é fazer tudo junto, brincar, discutir. A opinião deles é muito importante para o bom andamento da casa”, explicou. A última pesquisa sobre pais que criam filhos sozinhos realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), divulgada em 2008, apontou que a porcentagem familiar desses pais aumentou 0,6% em relação aos últimos dez anos. O número de pais solteiros chegou a 28% em pouco mais de uma década, segundo estudo sobre a desigualdade de gênero e raça divulgado IPEA. Para a psicóloga Anaíza de Barros Ferreira, as figuras materna e paterna são fundamentais para o desenvolvimento da criança. “O vínculo afetivo é muito grande. Na fase adulta, quando houver à ausência de uma das partes, a pessoa pode ter dificuldades. É raro um pai que substitui por completo o papel de mãe, mas toda regra tem a sua exceção”, disse. A psicóloga escolar e do desenvolvimento humano Edyleine Bellini Peroni Benczik afirma que o papel da figura paterna passou e está passando por mu-
crianças, participando do dia a dia dos mesmos e realizando todas as tarefas que uma mãe de “sangue” normalmente realiza. “O objetivo da mãe social é se tornar uma pessoa de referência e confiança para a criança, sem nunca ocupar o lugar da mãe biológica”, disse Carlos Alberto Silva, gerente das aldeias de São Bernardo. No acolhimento, estas instituições protegem e educam os abrigados, trabalhando suas condições psicológicas e as reintegrando na sociedade. g
6 SERVIÇO Conheça mais sobre as Aldeias Infantis em: www.aldeiasinfantis.org.br Para saber mais sobre o “Cantinho MeiMei” acesse o site: www.cantinhomeimei.com.br Endereço: Rua Osvaldo Coneglian, 1 - Jardim Icaraí Riacho Grande - São Bernardo. Tel: Fones: (11) 4354-8082
Cresce número de pais que criam os filhos sozinhos JOSÉ MAGALHÃES
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TRABALHO
De 10 a 23 de Maio de 2013
JOSÉ MAGALHÃES/RRJ
Pereira e os filhos Lucas Gattai e Thaís Gattai dividem o trabalho em casa e o lazer danças muito significativas na sociedade, dentre elas a criação dos filhos. “A presença do pai na criação é que poderá facilitar para a criança a passagem do mundo da família para o da sociedade”, afirmou. A coordenadora do Curso de Ciências Sociais da Universidade Metodista de São Paulo Luci Praun afirma que a responsabilidade educacional
ainda é da mãe. “A mãe acaba estabelecendo um vínculo mais profundo com a criança. No caso de divórcio, por exemplo, a guarda compartilhada não é algo predominante na sociedade”, falou Luci. Outro fator determinante para a criação dos filhos pelo pai é o aumento no número de casais divorciados nos últimos dez anos. Dados, divulgados
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em abril do ano passado mostram que o número quase dobrou, passando de 1,7% para 3,1%. Somente no ABC, os cartórios registraram, ao todo, 6.264 divórcios, uma média de 17 por dia, sendo que em 2010 foram registrados 4.295. Um aumento de 46% que acompanha a média nacional de 45,6%. g
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ECONOMIA
De 10 a 23 de Maio de 2013 DIVULGAÇÃO/VOLKSWAGEN
Empresas enxergam estagiários como oportunidade de inovação e produtividade no ambiente de trabalho
Estágio ajuda na inserção de estudantes no mercado JULIANA NOGERINO
JULIANA NOGERINO/RRJ
tes de nível superior no Brasil e apenas 740 mil fazem estágio, o que significa cerca de 10,9% do total. Para quem vai se submeter a algum processo seletivo, a dica da profissional de recursos humanos, Paula Renata D’Elia, é caprichar na apresentação. “A primeira impressão conta muito. O candidato deve ter boa postura e ser atencioso com a língua portuguesa”, contou.
q Frio na barriga, coração acelerado e mãos suando. São poucos os que não se lembram do primeiro dia de trabalho. Mas, começar a vida profissional cedo, durante os estudos universitários, por exemplo, pode fazer total diferença no desenvolvimento de uma carreira. É o que conta o engenheiro Fabio Damasceno, 28. Ele estagiou um ano e meio em uma multinacional de São TEMOS VAGAS Bernardo e foi efetivado. “O esEm razão da industrializatágio me proporcionou praticar ção, São Bernardo tornou-se o conhecimento uma região propíteórico ensinado cia para o início da ÚLTIMO PROGRAna faculdade e me MA DE ESTÁGIO DA carreira profissiopreparou para a nal. O estudante VOLKSWAGEN DO do 5º ano de envaga que pleiteaBRASIL TEVE MAIS DE genharia, Vinicius va”, disse. Quem deseLopes, faz estágio ja ingressar no na área técnicomundo do traba-comercial de uma lho, ainda como multinacional de MIL INSCRITOS estudante, deve São Bernardo. Lose preparar para pes diz que seu obo desafio. Segundo dados da jetivo é ser efetivado e crescer Abres (Associação Brasileira de dentro da empresa. “Procuro Estágios), temos aproximada- focar no meu trabalho e entenmente 6,7 milhões de estudan- der o que faço para entregar da
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melhor maneira possível. Na parte acadêmica, procuro dar mais atenção as matérias que hoje fazem parte da minha área de atuação”. Lopes conseguiu o estágio por meio do processo seletivo em uma empresa de recursos humanos terceirizada. Outro meio bastante comum para a contratação de estudantes é a realização de programas de estágio. No ano passado, por exemplo, a empresa Volksvagen do Brasil recebeu 28 mil inscrições para o seu programa de estágios. A relação foi de 400 candidatos
Vinicius encara 6 horas de estágio e 4 horas de estudo na Faculdade Mauá diariamente
por vaga, concorrência sete vezes maior do que a do vestibular de Engenharia Civil da USP. Segundo o gerente executivo de Educação Corporativa da Volkswagen do Brasil, Raimundo Ramos, o índice de efetivação dos estagiários participantes do programa de 2012 foi de 23%. O gerente de RH e responsável pelo programa de estágios da
Mercedes-Benz, Carlos Manai, destaca as oportunidades oferecidas para os estudantes no estágio e diz que mesmo que não sejam efetivados, após um ano ou dois de convívio corporativo, os participantes conseguem um bom posicionamento no mercado. Se para o estudante são inúmeros os benefícios da prática do estágio, para as empresas não é diferente. Manai destaca que para Mercedes-Benz é importante ter contato com os jovens que estão na universidade, se desenvolvendo e aprendendo temas atuais. “Isso nos permite uma excelente troca, pois podemos entender o universo dessa geração, quais são as novidades no mundo acadêmico e como podem ajudar e interferir no mercado de trabalho”. Manai diz ainda que o processo seletivo de estágio é um dos melhores que a empresa possui. No último ano, a empresa efetivou cerca de 15% dos estagiários. O objetivo é fazer as efetivações alcançarem o índice de 20% neste ano. O programa de estágio 2013 possui 225 vagas. A visão de Ramos não é diferente. “Os estudantes trazem ideias novas, criam e inovam. Isso oxigena nosso ambiente e é sempre muito produtivo”, explicou. Atualmente o ABC registra cerca de 18,7 mil vagas na agência de empregos online, Catho. Destas, 11,4 mil vagas são em São Bernardo. FIQUE ATENTO O estágio é o momento para o estudante aprender e se desenvolver profissionalmente, mas nem sempre isso acontece. A psicóloga Ana Lucia fala que a partir do momento que o estágio começa a prejudicar o estudante na faculdade, ele se transforma de benefício para malefício. Paula falou: “Além de não entender que o estagiário é antes de tudo um aprendiz, algumas empresas tratam o estagiário como mão de obra barata. Mandam fazer apenas o operacional e atividades que não têm nada a ver com a formação do estudante”. A solução para situação, segundo Paula, é conversar trazendo sempre uma argumentação concreta. “Trazer ideias sobre o que pode ser melhorado é uma alternativa bastante valorizada em empresas flexíveis”. g 4
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ECONOMIA
De 10 a 23 de Maio de 2013
Lei traz benefícios aos alunos universitários HEVERTON BRUNO
q A nova lei de estágio, sancionada em 2008, trouxe alguns novos benefícios para os estagiários além do seguro de vida, que já era garantido na lei anterior. . A lei federal 11.788|2008, assinada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual prefeito da cidade de São Paulo, a época Ministro da Educação, Fernando Haddad, marcou uma nova era nos contratos de estágio em todo o Brasil. A lei classifica o estágio como atividade “educativo escolar supervisionado desenvolvido no ambiente de trabalho que visa à preparação para o trabalho produtivo dos estudantes”. Para o advogado Alexandre Gomes, a lei “trouxe a regulamentação do estágio, definindo regras para sua concessão, tanto quanto a jornada, como em relação a férias, chamado legalmente de recesso, que passou a ser remunerado”. O estágio pode ser realizado por qualquer estudante matriculado em ensino superior, médio ou médio técnico e também nos dois últimos anos do ensino fundamental. Porém o estágio ainda assim não é uma relação de emprego, não sendo devidos encargos sociais,
trabalhistas ou previdências. A atividade pode ser desenvolvida em duas modalidades, o estágio obrigatório, quando consta no projeto pedagógico do curso, e sua carga horária é exigida para conclusão do mesmo e o não obrigatório, quando desenvolvido como atividade opcional do estudante, nesta modalidade é acrescido à carga horária e projeto pedagógico do curso. O estudante de publicidade e propaganda, Diego Duarte, 21, defende que a lei poderia ser mais clara. “Estagiários não podem fazer viagens, minha empresa que é alemã sempre tem workshops e conferências em outros países e não posso participar. Isso é algo que considero importante e poderia agregar ainda mais experiência profissional.” Segundo Gomes, não há nenhuma lei especifica para o assunto, mas lembra que deve ser “respeitada a legislação inerente a viagens internacionais, considerando idade do estagiário e necessidade de vistos, bem como, sugiro que haja tudo previsto em contrato de estagio, com obrigações e deveres da empresa.” Para realizar o estágio é preciso que se preencham alguns pré-requisitos. O aluno deve estar devidamente JAMILE BITTAR /RRJ
HEVERTON BRUNO/RRJ
Legislação assinada em 2008 trouxe subsidios legais para estágiarios muitos setores matriculado e com frequência regular, deve celebrar um termo de compromisso entre as três partes (estagiário, empresa e universidade). Todas as atividades exercidas devem estar compreendidas neste termo e devem respeitar a grade curricular do curso em que está matriculado, é dever da universidade fiscalizar. FISCALIZAÇÃO Segundo o especialista, “na prática, não vemos a realização de fiscalização específica
O estudante ainda relata que na empresa em que trabalha “desde o primeiro dia eles orientaram não só a mim, mas todos os estagiários e sempre estão disponíveis para responder qualquer dúvidas que tenho”. Quando Diego identificar em sua empresa o descumprimento de algumas das normas da lei deve recorrer à via judicial direta, na qual deverá ingressar com reclamação trabalhista alegando violação das leis de estágio. g
Jovens optam por trabalhar no exterior JAMILE BITTAR
Jovens procuram estágio nas agências de intercâmbio
para verificação de condições de estágios, quando muito ela é realizada quando provocada. De regra, quando há uma fiscalização, são verificadas todas as possíveis irregularidades existentes, não estando limitando às condições de estágio fornecidas pela empresa fiscalizada”, relatou Gomes. O órgão responsável pela fiscalização é o Ministério do Trabalho, por meio da Superintendência Regional do Trabalho, as antigas Delegacias Regionais do Trabalho.
q O estágio faz parte do dia a dia de muitos universitários e traz experiência na área estudada além de amadurecimento. Alguns estudantes optam por sair do país para conseguir um diferencial no futuro. A estudante de engenharia Mayara Pompeo faz estágio na Volkswagen e está morando na Alemanha há 2 meses. Lá ela trabalha com montagem de protótipos. Ela conseguiu a vaga fora do país por ter sido a 2ª melhor aluna do técnico Senai da montadora. Segundo Mayara, morar e trabalhar em outro país será de grande valor para seu currículo.
“Acho que esse estágio me dará mais oportunidades em minha vida profissional. Só de você colocar no currículo que esteve em outro país aprendendo nova língua, cultura e conhecimentos em geral é reconhecimento”, disse . Ela também conta que sua maior dificuldade é com a língua. Especialmente por não estar em um país que fale inglês. “Estou tendo dificuldades com a língua porque nem todo mundo fala inglês. Então quando não sei como falar em alemão tenho que fazer mímica por exemplo“, contou Mayara. Não importa a área, o mercado exterior já está apto a receber brasileiros, fluentes no inglês, para trabalharem
em diversas empresas. Com duração de 6 meses até 1 ano, empresas como a CI (Central de Intercâmbio) encaminham estudantes essa experiência. O estágio no exterior influencia, segundo a companhia, na vida inteira do candidato, no inglês fluente, no aprimoramento do trabalho na área desejada, e no acumulo de experiência de vida. Cerca de 25 mil estudantes saem do Brasil por ano, devido a emprego ou estágio. A procura por emprego no exterior tem crescido bastante. Isso acontece não só pelo fato de acrescentar experiência no currículo dos alunos, mas também é um modo divertido para amadurecer. g
CIDADE
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De 10 a 23 de Maio de 2013
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SACOLAS ECOLÓGICAS AINDA SÃO ALTERNATIVA
DÉBORA KOMUKAI
q Há mais de um ano começou a polêmica da distribuição de sacos plásticos em supermercados. O acordo firmado entre a APAS (Associação Paulista de Supermercados), o PROCON-SP e o Ministério Público de São Paulo obrigava os supermercados do Estado a parar de distribuir as sacolas convencionais, e a fornecer as biodegradáveis. O projeto tinha como objetivo a redução da circulação de sacolas plásticas nos principais mercados do país. No lugar dos materiais tradicionais, o consumidor deveria utilizar bolsas retornáveis ou embalagens biodegradáveis. Mas o acordo não foi adiante. Em agosto do ano passado, foi a vez de São Bernardo instituir um decreto obrigando os supermercados a fornecer o produto, mas, ao mesmo tempo, incentivar os consumidores a usar materiais retornáveis no lugar de descartáveis. Passado todo esse período, os sacos plásticos estão de volta. Após menos de um ano da queda da campanha nacional, boa parte dos consumidores passou a utilizar de novo os sacos plásticos oferecidos pelo varejo. Foi isso que a reportagem constatou ao visitar algumas lojas de consumo em São Bernardo. “A praticidade acaba fa-
Supermercados teriam que oferecer aos consumidores sacolas retornáveis no valor de
Hipermercados não são mais obrigados a distribuir caixas de papelão para seus clientes
R$ 0,59
zendo o mercado voltar e esquecer, porque ele só está preocupado em vender, e aqui só funciona se for multado e obrigado”, disse a dona de casa Antônia Aparecida Baeza, 57, que carregava uma sacola retornável e garrafas de água sem sacola, na saída de um hipermecado local. Para a enfermeira Carolina Grosz, a ausência do produto pareceu lembrar a importância do uso dele. As pessoas sentiram falta da sacola plástica no dia a dia e agora valorizam mais sua utilidade. Um dos principais atos da campanha incentivava as pessoas a trocarem as saco-
las tradicionais por bolsas reutilizáveis. Na época, de acordo com o termo assinado, os supermercados teriam que oferecer aos consumidores sacolas retornáveis no valor de R$ 0,59. Mesmo os compradores favoráveis ao fim das sacolinhas
reclamaram do preço cobrado pelas alternativas sustentáveis. Para a dona de casa Doroti Arantes, 71, moradora do Rudge Ramos, é um “absurdo” ter que comprar sacolas, pois o valor das mercadorias já é alto. Doroti carregava sacolas retornáveis e biodegradáveis – fornecidas em mercados, de acordo com ela, as embalagens distribuídas em supermercados são úteis no dia a dia, principalmente para depositar resíduos não recicláveis, como alimentos.
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S: DE BO
RA KO MUK
AI/RR
J
Muitos entrevistados relataram que a iniciativa foi feita de forma confusa. “De repente não se dá mais sacolinha. Daí depois voltou tudo de novo. Pareceu que eles não sabiam o que queriam”, diz Doroti. A idade também foi usada para justificar a defesa da volta do plástico. “Já tenho 70 anos, não consigo carregar uma caixa com a mesma facilidade que levo sacolas”, diz a comerciante Luzia Hayashi. “Antes vendíamos sacolas retornáveis e biodegradáveis, usávamos camisetas com frases a favor do meio ambiente, mas agora ninguém mais usa e discute sobre isso”, diz Alexandre Matos, supervisor de uma rede atacadista de São Bernardo. O clima confuso após a campanha é evidente. Mesmo em meio à turbulência, muitos moradores da região mostraram usar produtos sustentáveis, com ou sem lei, em pró ao meio ambiente. É o que diz a comerciante Luciana Faria. “Desde que os mercados começaram a fazer a campanha eu comecei a usar outros produtos para carregar as compras e não parei mais”, conta ela.” Eu acho que com a divulgação melhorou, mas ainda falta muito para evoluir e conscientizar a todos”, afirma. g 4
Governo planeja reduzir utilização de sacolinhas ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) e o Minisq A diminuição do con- tério do Meio Ambiente. O obsumo de sacolas plásticas por jetivo da associação e do órgão clientes de supermercados é juntar esforços para reduzir passou a ser discutida pelo Mi- o consumo de sacolas plásticas nistério do Meio Ambiente após no país em 40% até 2015. o fim do chamado TAC (Termo O documento do acordo, de Ajustamento de Conduta). disponível no site do Ministério O acordo firmado entre a Público do Rio Grande do Sul, APAS (Associação Paulista de informa que a ABRAS se comSupermercados), o Procon-SP promete a informar sobre o e o Ministério Público de São “uso consciente de sacolas” em Paulo, obrigava os supermer- cursos para operadores de caicados do Estaxa e empacotado a pararem dores e a realiENTRE OS de distribuir zar campanhas as sacolas conCONSUMIDORES publicitárias, vencionais, que por exemplo. BRASILEIROS, demoram até Já o Ministério 500 anos para do Meio Amse decompor, e biente promete fornecerem as reconhecer as biodegradáveis, iniciativas da que podem se ABRAS e dar desintegrar em apoio do ponaté 180 dias. to de vista de USAM SACOLAS O MP coninfraestrutura, PLÁSTICAS siderou, em cedendo suas RETORNÁVEIS junho do ano instalações passado, que para iniciativas a distribuição FONTE: KANTAR WORD PANEL 2010 da campanha, das novas sacomo eventos. colinhas biodeAté agora, o gradáveis que são vendidas, Grupo de Trabalho Sacolas ao contrário das convencio- Plásticas, responsável por nais, representava um custo cuidar do pacto no Ministério para os consumidores e der- do Ambiente, realizou duas rubou o acordo. Em São Ber- reuniões, neste ano, para denardo, a cobrança foi proibida bater sobre a situação atual do pela lei 6.221, em vigor desde uso de sacolas. Foi analisado agosto do ano passado (veja que 18,6% dos consumidores no quadro abaixo). brasileiros utilizam sacolas Foi firmado, em novembro, reutilizáveis, de acordo com um “Pacto Setorial” entre a pesquisa de mercado.
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CIDADE
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DEBORA KOMUKAI/RRJ
FIQUE DE OLHO! A maioria dos supermercados do Rudge Ramos distribue sacolas convencionais nas compras. É o caso das unidades do Extra, Carrefour, Dia e Bem Barato. Estabelecimento do Coop, por exemplo, oferece sacolas biodegradáveis com a frase “Use de forma consciente” (foto abaixo). A sacola convencional do Dia incentiva com “Use menos sacolas plásticas e ajuda a preservar o meio ambiente”. Todas essas unidades vendem sacolas retornáveis.
ARTHUR GANDINI
18.6%
Lucia Mazzone procura usar sacolas retornáveis, mas utiliza as convencionais no lixo de casa
SUPERMERCADOS A APAS, criadora da Campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco” pela redução do uso de sacolas, que acabou dando origem ao TAC, pronunciou-se sobre o assunto apenas por nota oficial. Segundo sua assessoria, a associação pretende chegar a um acordo “equilibrado e definitivo” entre entidades interessadas como “Ongs, governo, indústria, órgãos de defesa do consumidor e do meio ambiente” para conciliar a preservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida. Muitos consumidores, por exemplo, reclamaram da falta de sacolas plásticas para
usarem como lixo em casa na época da discussão. A dona de casa Lucia Mazzone utiliza sacolas retornáveis para fazer suas compras e diz se preocupar com o meio ambiente. Entretanto, vê o uso das sacolinhas como uma maior facilidade no cotidiano. “Se a
outra (convencional) fosse de melhor qualidade (para se decompor mais rápido), aí a gente não precisava estar comprando saco de lixo”. Lucia também afirma não ver mais campanhas de incentivo a diminuição do uso das sacolas normais depois do fim do TAC. g
6 ENTENDA LEI DE SÃO BERNARDO QUE PROÍBE COBRANÇA POR SACOLAS QUAIS SÃO OS NOSSOS DIREITOS:
O QUE A LEI DETERMINA:
4 Receber sacolas plásticas grátis ao fazer compras em supermercados, padarias, açougues e comércios do gênero;
4 Sacolas devem ser, de preferência, biodegradáveis;
4 Estabelecimentos comerciais podem incentivar consumidores a diminuírem o uso de sacolinhas através de campanhas, por exemplo;
4É proibida a distribuição de sacolas oxibiodegradáveis, pois contém material que se transforma em resíduos tóxicos na decomposição;
4 Comércio que desobedecer a lei pode levar multa de R$ 2.000 ou até perder o alvará de funcionamento.
4Caixas de papelão não servem como alternativa;
Para denunciar um supermercado ou outro estabelecimento que esteja desobedecendo a lei, é possível entrar em contato com o Procon de São Bernardo. Tel: (11) 4366.1700 Avenida Senador Vergueiro, 2434, Rudge Ramos
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Terceira idade também pratica ações sociais ALINE MARIANO
Voluntariado pesa no currículo DANIEL BOCATTO q Antes de procurarmos um emprego, nós sempre nos perguntamos o que vale a pena colocar no currículo. Aprender uma segunda língua e ter experiências em determinado trabalho são fundamentais para conseguir um bom emprego. Mas o trabalho voluntário é outro quesito que ajuda, e muito, na hora de conseguir uma ocupação. Muitas pessoas praticam o serviço, com o intuito de registrá-lo no currículo. Além de realizar uma boa ação, o voluntariado ajuda a ganhar experiência e pode ser um diferencial na hora de arrumar um emprego. A estudante de administração Bruna Ribeiro, 19, iniciou o trabalho voluntário na AIE-
SEC, uma organização sem fins lucrativos, liderada por jovens universitários. A organização é responsável por encontrar ONGs na cidade de Osasco que tenham interesse em receber jovens de outros países para trabalhar voluntariamente. Segundo ela, o trabalho voluntário pode ser algo que falta no currículo e na vida de muitas pessoas na hora de conseguir um estágio ou um emprego. Além de iniciar o trabalho como uma forma de ajudar as outras pessoas e descobrir novas fronteiras, Bruna começou a ser voluntária tendo em vista também sua carreira administrativa, uma vez que esse tipo de trabalho é uma grande experiência em sua área. “Faço o curso de admi-
nistração. Esse trabalho me ajudou a ter maior noção de como uma organização funciona, mesmo que de uma forma bem simplificada. Mas o motivo principal não foi a intenção de conseguir emprego porque perderia toda a razão de ser de fato voluntário”. Segundo uma pesquisa realizada em 2011 pelo Ibope, em parceria com a Rede Brasil Voluntário, o curso de administração é o primeiro com maior número de estudantes que praticam o trabalho voluntário, com 13%. De acordo com o empresário Sérgio Vinícius Silva, 34, dono de uma agência de comunicação, o trabalho voluntário torna-se um diferencial no currículo, uma vez que vale a pena dar uma chance para as
Empresário Sérgio Vinícius disse que prefere candidatos que tenham feito trabalho voluntário
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO É O PRIMEIRO COM MAIOR NÚMERO DE ESTUDANTES QUE PRATICAM O TRABALHO VOLUNTÁRIO, COM
13% pessoas que doam o seu tempo ajudando os outros. Sérgio destacou que tem preferência pelos candidatos que tenham realizado o trabalho voluntário e já contratou duas pessoas por terem esse diferencial. g
q Já passou o tempo em que os avós se limitavam a ficar em casa e preparar aquela comida farta. E, em busca de atividades ocupacionais, além da academia e exercícios, o voluntariado tem mostrado ser uma boa opção. A atividade é considerada pela ONU boa alternativa para o envelhecimento ativo. Além de benefícios para a mente, o serviço traz melhorias para todo o corpo, interferindo na qualidade de vida. No caso de Antônio Araújo, 79, o voluntariado não é só uma atividade esporádica, mas algo que recebe sua atenção diariamente. O aposentado realiza serviços há 30 anos, e nem pensa em parar. “Ajudar os outros é a forma que consegui para agradecer diariamente por ter uma vida boa e bem estruturada”, afirma Antônio. Hoje, ele trabalha em duas instituições: a Pomada do Vovô Pedro e a Campanha Auta de Souza. Ambas são para apoio a assistidos de centros espírita. Uma pesquisa realizada em 2008 pela cientista social Andréa Lopes aponta os benefícios que o serviço voluntário pode trazer aos idosos. De acordo com ela, o voluntariado gera interação física entre eles, e com isso, há melhora significativa da saúde mental e na qualidade de vida. Margarida Pádua, 57, é, sem dúvida, um ótimo exemplo para isso. A depiladora gasta boa parte do seu tempo trabalhando com os doutores da alegria, destinados a assistência de crianças com câncer. Ela iniciou seus serviços em 1986, e mostra que parar não está em seus planos. Ela é um exemplo de bom humor, carisma e demostra o tempo todo sua paixão pelo que faz. “Me sinto melhor toda vez que saio de lá. Com os doutores da alegria, percebo que sou capaz de proporcionar felicidade para muitas pessoas, e isso me deixa muito mais viva”. g
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Atividade contribui para autoestima BIANCA CAMATA
q O trabalho voluntário antes era visto como algo que servia apenas para ajudar os necessitados. Atualmente este conceito é aplicado de uma forma diferente. Aqueles que praticam o voluntariado procuram também alcançar a realização pessoal. De acordo com uma pesquisa feita pelo IBOPE e a Rede Brasil Voluntário em novembro de 2011, 25% da população brasileira declarou que já fez ou ainda faz trabalho voluntário. Isto representa um crescimento de sete pontos percentuais em relação a uma pesquisa realizada no mesmo período do ano de 2001. O advogado Fernando Godoi, 35, iniciou o serviço voluntário em um abrigo de animais, comandado por uma mulher juntamente com os colaboradores da entidade, no Riacho Grande em 2010. Até hoje ele não deixou esta atividade. O trabalho dos voluntários do abrigo inclui recolher e cuidar de animais abandonados, bem como ajudar na manutenção do local. O advogado começou o voluntariado quando percebeu as desigualdades e as dificuldades que a sociedade sofre, e a indiferença das pessoas em relação a isso. No entanto, o principal motivo pelo qual ele teve esta iniciativa foi por conta da realização pessoal. “A gente tem trabalho, estudo, comida e casa, e ao mesmo tempo não fazemos nada para agradecer estas conquistas. Isso me incomodava muito, e eu precisava de algo para ajudar, para me ajudar.” Para Godoi, o trabalho voluntário o ajudou a conhecer pessoas que auxiliam os necessitados apenas por prazer, sem pedir nada em troca. “É um misto de força bruta, coragem, amizade e amor ao próximo. Coisas que só vão ser despertadas em você se praticar um trabalho voluntário”.
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BIANCA CAMATA/RRJ
6 COMO SER UM VOLUNTÁRIO PARA QUEM ESTIVER INTERESSADO EM SER VOLUNTÁRIO, DIVERSOS SITES PODEM AUXILIAR A ENCONTRAR QUEM PRECISA DE AJUDA. VEJA ALGUMAS OPÇÕES.
DIVULGAÇÃO
4 BRASIL VOLUNTÁRIO WWW.BRASILVOLUNTARIO.GOV.BR 4SEJA UM VOLUNTÁRIO WWW.VOLUNTARIO.COM.BR 4 VOLUNTÁRIOS ONLINE WWW.VOLUNTARIOSONLINE.ORG.BR 4CVSP: CENTRO DE VOLUNTARIADO DE S. PAULO WWW.VOLUNTARIADO.ORG.BR
25% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA DECLAROU QUE JÁ FEZ OU AINDA FAZ TRABALHO VOLUNTÁRIO Além do serviço no abrigo, Godoi também colabora com um grupo que visita creches e promove festas para estabelecer uma relação com as crianças carentes. A analista de comunicação, Danielly Almeida, 24, já participou de uma ação da rede de hotéis Accor. Nesta iniciativa, os voluntários entregaram brinquedos para as crianças
Fernando Godoi pratica trabalhos voluntários com cães abandonados no Riacho Grande de uma creche em São Paulo. “Muitas das crianças que ajudamos não tinham atenção dos pais, portanto dava para ver nitidamente a felicidade delas por obterem isso da gente.” Danielly também contribuiu na produção de conteúdo para as mídias sociais do Instituto Ecoar Para Cidadania, um trabalho que, segundo ela, foi muito gratificante. Como a organização promovia ações para ajudar o meio ambiente, a analista de comunicação sentiu que não contribuiu apenas com a organização, mas com a população também. g
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Cartas escritas à mão se tornam relíquias nos dias de hoje
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S: PA MEL
LA C AJA
NO/
RRJ
PAMELLA CAJANO q Com a chegada da internet no Brasil, na década de 90, o hábito da escrita se reinventou. Antes, para se comunicar com parentes distantes, era preciso telefonar (para quem tinha uma linha telefônica) ou recorrer a um hábito milenar: escrever cartas. Ainda que demorasse a chegar ao destino, um pedaço de papel com palavras escritas a caneta ou a lápis era responsável por manter as pessoas informadas sobre a vida de amigos e de familiares. Também servia para fins comerciais. Mas, nos dias de hoje, se tornou raridade, já que é pouco vista circulando entre as casas. A redução do envio de cartas é atestada pelos Correios. Segundo a empresa, o volume de correspondências entre pessoas físicas diminuiu cerca de 70%. A maioria delas, atualmente, são boletos bancários, contas telefônicas e de luz, revistas e propagandas enviadas por mala direta. No entanto, o volume de correspondências empresariais e de encomendas aumentou. Isso aconteceu justamente por causa da internet, que fez crescer o comércio online, com a compra e venda de produtos por meios eletrônicos, mas quem entrega ainda é o carteiro. Segundo Adriana Manfredini, da Diretoria Regional dos Correios em São Paulo, em toda a história da empresa, a demanda de cartas comerciais sempre foi maior do que a de cartas para fins pessoais, mas ela diz ser complicado mensurar o número de correspondências pessoais que são entregues, já que hoje o sistema é todo digitalizado e não processa essa leitura. “Era mais fácil quando o trabalho era feito à mão. Os carteiros conseguiam ver quais cartas eram comerciais e quais eram de ‘pessoa física’ e, assim,
Escrever cartas à mão é a preferência da universitária Larissa Bittencourt, que não gosta de computador
tínhamos certo controle”. Ela ainda lembra que somente nos períodos de fim de ano há um aumento na demanda de cartas pessoais. “O Papai Noel é o responsável por esse aumento”. O carteiro Diogo Zanini, 39, confirma essa tendência. Do volume que ele entrega diariamente pelo centro de São Bernardo, apenas 1% são cartas direcionadas a assuntos
pessoais. “Já cheguei a sair com 200 cartas para serem entregues e apenas uma no meio delas era física”, disse Zanini, na profissão há 11 anos. MODA ANTIGA Mas há quem considere que a carta manuscrita ainda é um meio carinhoso de comunicação com as pessoas amadas. A aposentada Zenita Fernandes,
67, disse que escreve e recebe cartas dos filhos e netos. Ela escrevia mais. Inclusive cartas de amor para o marido, que já morreu. “Depois que ele se foi, já não sei mais o sabor de ler uma carta romântica”. Zenita contou que, mesmo em curtas viagens, os dois não deixavam de escrever um para o outro. Detalhe: todas as cartas do amado estão guardadas.
O hábito de escrever cartas também é visto em outras gerações. Para a universitária Larissa Bittencourt, 20, a internet não é tudo. Ela contou que adorara escrever cartinhas de amor para o namorado, Gustavo, e que a troca de correspondências entre os dois ajudou a iniciar o namoro. “Decidi não deixar morrer a forma que nos levou ao namoro, escrever à mão é como se estivéssemos frente a frente.” Larissa afirmou também que o namorado se apaixonou pelo perfume que ela colocava nas cartas, mas que no fundo ele gostava mesmo era de outra parte da correspondência. “A primeira frase que ele me disse quando nos vimos é que minha letra era linda. Será que algum computador faria isso por mim?” A universitária disse que nunca deixará de escrever cartas porque acredita que a internet distanciará cada dia mais as pessoas. Ela ainda falou que, por mais que o e-mail e as redes sociais sejam mais práticos, não substituem a emoção de receber uma correspondência, porque sente que as pessoas que escrevem para ela capricham até na letra. O Poupatempo de São Bernardo informou que tem intenção de retomar o projeto de escrita voluntária para analfabetos, uma iniciativa que disponibiliza a escrita de cartas para analfabetos. g 4
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Terceira idade aprende a navegar na internet WASHINGTON FERNANDES
q A terceira idade utiliza a internet para ter contato com parentes distantes e ter acesso a várias redes sociais. Quem aprende a mexer na internet envia e-mails e navega em sites de notícias. Por isso, já existem cursos de informática para essa faixa etária. Em São Caetano, foi criado um centro digital, que abriu vagas gratuitas do curso de informática para terceira idade neste ano. Mas interessados de outras idades também podem participar das atividades. Uma das alunas é a dona de casa Neide Baltazar, 71. Ela disse que está adorando usar a internet. Mas, antes, não era assim. Neide contou que, quando o marido era vivo, os dois discutiam porque ele queria que ela aprendesse a mexer na web. “Depois que ele morreu, doei três computadores para os meus netos e hoje estou aprendendo a usar o computador”. Mesmo assim, Neide afirmou que a internet só deve ser usada quando necessário. “Senão, a pessoa vicia demais.” Ela disse também que a internet distancia as pessoas. “Sempre alguém está trancado no quarto por conta das tarefas ou do próprio vício. A internet acabou causando uma falta de comunicação de família nos
WASHINGTON FERNANDES/RRJ
últimos anos.” Outra frequentadora do curso, Sueli Gudieres Pires, 71, também dona de casa, contou que a vontade de fazer o curso veio por influência de uma amiga. Vê a internet como um grande benefício, de comunicação rápida, mas que também requer cuidados. “As pessoas acabam entrando na vida pessoal dos outros, tendo acesso à conta bancária. Todos nós devemos ficar espertos com o uso da internet, principalmente os adolescentes, para não caírem em golpe”. PESQUISA De acordo com a pesquisa da Comscore Brasil, realizada em 2012, há 81 milhões de internautas brasileiros. Desse total, 7% têm mais de 60 anos, quase 5,7 milhões de pessoas. A psicóloga Adriana Regina Rubio, do curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo, explicou que o problema não está no uso, e sim no mau uso da internet. Segundo ela, com a tecnologia, os internautas estão deixando de desenvolver habilidades sociais. “Você deve se disciplinar para controlar suas entradas na internet, evitando que isso seja o único ponto de prazer ou fuga de situações reais”, disse Adriana, em entrevista por e-mail. Carmem Ribeiro, 72, que
Andreia Jonas é dona de casa e prefere usar o tablet porque é muito mais prático e rápido
também é aluna do centro digital, contou que acessar a internet fez com que ela deixasse outro hábito: assistir TV. “Eu conheço novas pessoas e também corto caminhos, pois não preciso ir mais ao correio, ficar
Foto impressa ainda é opção
VINICIUS FRANÇA q Manusear álbuns de fotografia quando acontece uma reunião de família acaba virando uma sessão de nostalgia. Por meio da manipulação de fotos de passeios, viagens ou de encontros familiares, pode-se relembrar fatos marcantes. Com a tecnologia atual, muitos álbuns migraram para as telas de computadores. Hoje, com o surgimento de redes sociais como o Instagram (ferramenta de compartilhamento e tratamento de fotos) e o Facebook, as fotos são produzidas por câmeras digitais, celulares
com câmeras e smartphones e imediatamente disponibilizadas na internet. Esse comportamento é mundial. Mas, embora o Brasil tenha alcançado neste ano o terceiro lugar no ranking mundial da internet e seja vice-líder em acessos em redes sociais, além de ter a quarta posição em venda de computadores pelo mundo, ainda há brasileiros que não trocaram o prazer de folhear um álbum pela prática do clique. É o caso do fotógrafo Vinicius de Campos, 24. Para ele um álbum físico é sempre mais direto ao ponto, enquanto o di-
gital tem tantas fotos que ninguém presta atenção. “Não sou contra os sites de compartilhamentos de fotos e redes sociais. Só uso profissionalmente. Para minhas fotos pessoais, não.” Campos, que mora em Santo André, disse que tudo é uma questão de gosto. “Da mesma forma que alguns não entendem o prazer de escutar um disco LP, há quem critique usar um filme fotográfico. Gosto de fotos analógicas mesmo antes de ter me tornado fotógrafo”. Gosto diferente tem Alexandra Souza, 42, formada em pedagogia. “Parei de usar fotos físicas há uns seis anos.
na fila esperando e pegar ônibus pra voltar pra casa”. Para a aposentada Margarida Maria, 68, a internet é muito benéfica. “Estou gostando muito de aprender porque é uma coisa que sempre vamos ter no futuro. Minha prima me inscreveu aqui no centro digital, mas ainda estou aprendendo e me adaptando ao computador”, contou. Já Dijamira da Silva, 65, técnica de turismo, não se arrepende de ter se matricu-
lado. “Comecei por vontade própria há dois meses e não me arrependo. É fundamental as pessoas aprenderem utilizar a internet porque é o crescimento da tecnologia”. Os interessados podem fazer sua reserva na secretaria do Centro Digital (Avenida Goiás, 950, no Bairro Santa Paula), das 8h às 18h. Os cursos são gratuitos e valem somente para quem mora em São Caetano. g
VINÍCIUS FRANÇA/RRJ
Vinicius Campos, 24, é fotógrafo e prefere utilizar álbuns impressos
Claro que guardo os álbuns de fotos em papel”. Alexandra, porém, vê o uso dessa tecnologia como uma “atividade solitária”. “Por outro lado, tenho a praticidade de poder enviar a foto que quiser
pra alguém, via e-mail por exemplo, ou criando álbum e compartilhando por Facebook”. Mas ela admite que aquelas fotos antigas que acha importantes ainda têm um gosto especial, apesar de digitalizá-las. “As originais são especiais de um jeito que não dá pra explicar direito”. Apesar disso, ela afirmou que não pretende usar câmeras com filmes para evitar problemas, “como o do dedo aparecendo nas fotos e só dando pra ver depois de reveladas e também pela praticidade das fotografias digitais”. g
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CULTURA
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6 ROTEIRO RAPHAEL ANDRADE q INFANTIL
TEATRO
FOTOS: DIVULGAÇÃO
O humorista Ary Toledo se apresenta no Teatro Paulo Machado de Carvalho com seu espetáculo “5.0”, que atualmente está em turnê pelo Brasil. Voltado ao público adulto, o show conta com piadas ácidas, inspiradas em diversos temas, focando principalmente em sátiras políticas. O show dura uma hora e meia e é dividido em quatro partes: Política, Sogra, Crianças e Raças, contando também com piadas de português. Sábado (11), às 21h. Não recomendado para menores de 12 anos. Teatro Paulo Machado de Carvalho - Alameda Conde de Porto Alegre, 840 - Santa Maria - São Caetano. Ingressos: R$ 30 + 1kg de alimento.
Branca de Neve e os Sete Anões A Companhia Grupo Bumerang apresenta o clássico infantil “Branca de Neve e os Sete Anões”, que conta a história de Branca de Neve, moça que é perseguida por sua madrasta e tem que se refugiar na floresta. Porém, a madrasta descobre o paradeiro da menina com a ajuda do espelho mágico, e começa a botar seu plano maligno em prática. A peça conta com direção de Vânia Sousa. Quinta-feira (16), às 20h. Livre. Teatro Elis Regina - Av. João Firmino, 900 - Bairro Assunção - São Bernardo. Ingressos: R$ 24 (inteira), R$ 12 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais). The Backyardigans Show Inspirado na série canadense de sucesso no mundo todo, o “The Backyardigans Show” é um espetáculo lúdico e fiel ao ambiente da série. Na peça, os Backyardigans aproveitam suas férias e decidem reviver os melhores momentos vividos na viagem. Utilizando de cenários coloridos, o show promete entreter crianças de todas as idades. Domingo (12), às 16h. Livre. Teatro Paulo Machado de Carvalho – Alameda Conde de Porto Alegre, 840 - Santa Maria – São Caetano. Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).
Algumas Histórias
Bruno Fracchia traz aos palcos a vida e obra do ator e diretor Paulo José, com as afinidades que um jovem aprendiz descobre ter com este artista. O monólogo é dirigido por Paula d’Albuquerque e a produção é inspirada no livro “Memórias Substantivas”, de Tânia Carvalho. sexta (10), às 19h e 21h. Não recomendado para menores de 6 anos. Teatro Santos Dumont -
MOSTRA Mostra Cine Sesi no Mundo: França para Todos
A Princesa e o Sapo A Iriarte Companhia Teatral apresenta uma releitura da história “A Princesa e o Sapo”, em que um príncipe é transformado em sapo por um feitiço que só pode ser quebrado com um beijo de amor. A peça conta com cantigas de roda, poesia e humor, abordando temas como inclusão social e diversidade ao longo da trama. A adaptação e direção da peça são feitas por Marcelo Monthesi e o elenco conta com a presença das atrizes Celina Melo e Lara Mangile. Sábado (11), às 16h e domingo (12), às 16h. Livre. Teatro Elis Regina - Av. João Firmino, 900, Bairro Assunção São Bernardo. Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia-entrada para estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).
Em parceria com o Serviço Audiovisual da Embaixada da França e apoio do Institut Français, a rede SESI promove pela primeira vez uma mostra cinematográfica de títulos franceses. A animação “Meu Querido Planetinha”, de Jacques-Rémy Girerd será exibida no Sesi Santo André. Quinta-feira (16), às 15h. Não recomendado para menores de 3 anos. Sesi Santo André - Praça Dr. Armando Arruda Pereira, 100 - Santa Terezinha - Santo André. Gratuito. MÚSICA Aboli Som O Aboli Som será o encerramento da Semana da Abolição. O foco do evento é valorizar a identidade étnica e sociocultural presente nos bairros que fazem divisa com São Paulo, buscando resga-
The Platters Formado em Los Angeles, o grupo romântico estadunidense The Platters se apresenta no Clube Atlético Aramaçan para um show beneficente onde toda a renda arrecadada será revertida para abrigos de idosos. A abertura do show será feita pela banda The Clevers cantando clássicos da Jovem Guarda. Segunda-feira (13), às 20h. Não recomendado para menores de 12 anos. Clube Atlético Aramaçan – rua São Pedro, 345 - Bairro Silveira - Santo André. Gratuito.
tar os valores e a diversidade do povo brasileiro, fortalecendo um ponto de encontro de nordestinos, afro descendentes, entre
outros. Domingo (19), às 15h. Livre. Bosque do Povo - Estrada das Lágrimas, 320 - São José - São Caetano. Gratuito. g
FOTOS: CAIO DOS REIS/RRJ
Metodista /São Bernardo enfrenta Unicep/São Carlos no Baetão CAIO DOS REIS
q A equipe da Metodista/ São Bernardo volta para a quadra do Baetão neste sábado, às 16h, pela terceira rodada do Super Paulistão 2013 masculino de handebol. O adversário é o time da Unicep/São Carlos, que possui uma vitória e uma derrota na competição. A equipe do ABC vem de vitória por 33 a 23 no clássico
contra o São Caetano. Agora SB, técnico da Metodista, espera manter a boa campanha no estadual. “Começamos bem com duas vitórias, mas temos que ter uma maior regularidade durante o jogo. É compreensível por ser início de temporada e estarmos colocando um modo de jogo, tanto ofensivo quanto defensivo, diferente esquema do ano passado”, disse. Destaque do último jogo ao
RAÍSSA MOKARZEL/RRJ
Tme passou por renovação para a próxima temporada
São Bernardo Vôlei confirma equipe e busca patrocínio VINÍCIUS REQUENA
q Após o final da última Superliga, o São Bernardo Vôlei ficou sem patrocinadores, e correndo risco de fechar as portas. Mesmo assim, a direção do time confirmou a manutenção das equipes masculina e feminina para a próxima temporada e está em estágio final de negociações para fechar um acordo. Para o gerente da modalidade de São Bernardo, Alexandre Stanzioni, é difícil conseguir um patrocínio. “Exige muitos detalhes, tem muitos trâmites burocráticos. Para as empresas, o esporte olímpico é pouco atrativo”, disse Stanzioni. Segundo Stanzioni, é preciso que as empresas e investidores vejam o patrocínio como um possível caminho para gerar novos negócios, e não como assistência. “Não queremos pedir ajuda. Queremos
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ESPORTES
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criar novas oportunidades de negócios para os patrocinadores. A marca de cada novo parceiro será exposta, não apenas na camisa, mas usando o time para alcançar novos consumidores”, disse. De acordo com o gerente, para o cenário mudar, muitas coisas devem ser feitas. “A mídia poderia dar uma cobertura maior, para a visibilidade do esporte ser maior. A estrutura do campeonato mudar, os clubes trabalharem melhor com patrocínio.” A equipe de São Bernardo manterá a comissão técnica e parte do elenco para a próxima temporada. “Vamos reforçar a equipe, trazer atletas para as posições que saíram e que estão carentes. Mas a situação não é das melhores. As equipes que investem muito no esporte desequilibram, pois nós não temos tanto dinheiro para pagar”, explicou o gerente. g
Time do ABC volta para a quadra do Baetão no sábado (11) com objetivo de manter a liderança
lado de Chiuffa, o goleiro Gabriel espera repetir a boa atuação. As defesas realizadas no último jogo renderam ao atleta de 19 anos o prêmio de melhor do jogo. ”Muito bom estar aqui e treinar ao lado de goleiros do nível de seleção brasileira como o Rick e Ferrugem”, contou o jogador. g
São Caetano aposta em Marcelo Veiga para apagar má impressão de 1° semestre q O São Caetano vai encerrar o primeiro semestre deste ano com um balanço negativo. Foi rebaixado no Campeonato Paulista e, em 2014, jogará na segunda divisão. De forma precoce, foi eliminado da Copa do Brasil, ao perder para o Arapongas (PR) na primeira fase da competição. Houve desentendimentos entre jogadores e torcida. Com o objetivo de recuperar, o São Caetano se movimentou e trouxe o técnico Marcelo Veiga, ex-Botafogo (SP). O comandante foi apresentado no dia 3 de maio e chega otimista para comandar o Azulão. O técnico de 48 anos é conhecido no interior paulista pela passagem de seis anos e meio no Bragantino. Em sua apresentação, Veiga falou sobre a oportunidade de trabalhar no azulão. “É um grande clube do ABC, e aqui os profissionais têm ótimas condições de trabalho”, disse Veiga. O comandante, que será o quarto técnico do Azulão na temporada, ainda disse que foi procurado no início do ano, mas preferiu cumprir contrato com o Botafogo (SP). Agora, Veiga assinou contrato de um ano com o clube e disse não temer a pressão da torcida. “A torcida tem que ser usada a nosso favor, não importa a quantidade”, disse.
Técnico Marcelo Veiga (acima) e os atletas Matheus e Paulo Henrique (ao lado) foram apresentados para o Brasileiro da série B, no dia 3 de maio
REFORÇOS O Azulão já anunciou três reforços para o Brasileiro da Série B. O primeiro foi o Cassiano (atacante, ex-Paulista), seguido por Matheus (volante, ex-Joinville) e Paulo Henrique (atacante, ex-Atlético-MG). Mas os reforços não devem
parar por aí. Segundo Veiga, a lista de pedidos é extensa. “Já mandei minha lista pro Nairo (Ferreira, presidente do São Caetano) e espero contar com eles o mais rápido possível”. O técnico ainda citou o nome do goleiro Rafael, atualmente no Botafogo. “Eu levei o Rafael para o Bragantino e gostei dele lá. No fim do ano a chance dele ir pro Botafogo (SP), onde ele fez um grande campeonato, gostaria de contar com ele”, disse Veiga. (C.R) g
16 - Rudge Ramos Jornal
De 10 a 23 de Maio de 2013