Desnivel5

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Informativo da União Paulista de Espeleologia http://www.upecave.com.br

Ano 3 - Número 5 Janeiro/Julho de 2006

São Mateus Mapas da Bodoquena Lição e Quebra-Corpo Trilhas no PETAR Recuperação de Cordas


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Índice

Comissão Editorial Ricardo Martinelli; Gabriela Slavec; Renata Shimura; Leandro Valentim; Eduardo Portella; Paulo Jolkesky

Diagramação Ricardo Martinelli

2 Editorial 7 Recuperação de Cordas 10 Mapeamento de Trilhas 13 Mapas da Bodoquena

Revisão

16 Lição e Quebra-Corpo

Gabriela Slavec e Renata Shimura

18 Adventure Sports Fair

Expediente

Foto: Ricardo Peres

União Paulista de Espeleologia Endereço para correspondência: Rua Loefgreen 1291, Cj 61 - São Paulo - SP CEP: 04040-031 Desnível é uma publicação eletrônica semestral da União Paulista de Espeleologia (UPE). As opiniões expressas em artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores. As matérias não assinadas são de responsabilidade dos editores e não refletem necessariamente a opinião da UPE. Artigos publicados no Desnível podem ser reproduzidos na íntegra desde que citados fonte, autor, URL e data de consulta na web. Reproduções parciais somente com autorização prévia dos editores. O informativo em formato PDF poderá ser repassado para outras pessoas e listas de discussão. Para enviar um artigo utilize o e-mail: desnivel@upecave.com.br As datas limite são os meses de junho e novembro. O Desnível se encontra em regularidade com as leis anti-spam. Se deseja não mais recebê-lo, favor enviar e-mail para: remover@upecave.com.br

Travessia da Gruta Ouro Grosso com recuperação de cordas.

Veja Também

3 Memória Capa: Gruta Lição Número 1. Foto tirada durante a exploração, onde o rio sifona e impede a progressão da mesma.

6 Plantão Médico 19 Log de Atividades 21 Equipamentos

Autor: Paulo Jolkesky

18 EspeleoPhoto 21 Maillon Rapid 22 Foto do Semestre


Editorial

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Ser ou não ser..... Texto: Ricardo Martinelli

Contate o Autor rsmartinelli@globo.com

E

speleólogo ou turista; caverneiro ou a elaboração de um detalhado relatório, pesquisador; lazer ou trabalho. Esta já é contendo tudo o que foi colhido em campo, uma discussão antiga e que ciclicamente para que essas informações sejam utilizadas volta à tona em nossas listas de discussão e em expedições futuras. O mesmo pode-se falar nas mesas dos bares após mais uma boa da divulgação dos nossos mapas e trabalhos jornada ao subterrâneo. Na verdade todos nós realizados; de nada adianta viajar, passar 12 já fomos turistas um dia, uns mais conscientes, horas dentro de uma caverna topografando se outros nem tanFoto: Marcelo Gonçalves quando estiverto e o fato é que mos na cidade hoje nos agrupaninguém se premos em torno de ocupar com a nossas associaconfecção do ções e trabalhamapa e também mos em prol das com a divulgação cavernas, dos do mesmo atrasítios arqueológivés de informaticos, das matas e vos e revistas de tantos e existentes, que tantos ecossão poucas, mas sistemas que de grande qualiaprendemos a dade. Importanadmirar. Existe te também é aliuma linha tênue mentar as mapoentre ir para as tecas, tanto do regiões cársticas clube a que Foto: Renata e Elvira trabalhando duro dentro da Gruta Crystal somente para pertencemos passear ou “ir para trabalhar”, coloco entre aspas como das outras entidades nacionais. pois poucos, bem poucos de nós recebem Pois é meus amigos, não é nada fácil falar por alguma remuneração nesta atividade, portanto ai: “eu sou espeleólogo”. mesmo na mais técnica das expedições Em mais uma edição do Desnível, você espeleológicas, as atividades se resumem em terá o prazer de explorar juntamente com Guy um adorado passatempo, apesar de produzir- Collet e outros a Gruta São Mateus em uma mos resultados de grande qualidade e que ser- jornada incrível passada em 1974. Poderá virão de base para diversos estudos e projetos. também conferir mais um artigo sobre a faRealizar uma prospecção sistemática, zenda Caraíba e a publicação de mais dois mamapear trilhas, descobrir pórticos e entradas, pas, a gruta Quebra-corpo e a gruta Lição nº contactar pessoas, anotar referências e explo- 1, você poderá ler um relato sobre as trilhas da rar cavidades são funções importantíssimas da região norte do PETAR, obra do trabalho árduo atuação de um grupo espeleológico, tanto quan- e de cooperação entre vários grupos de to o mapeamento propriamente dito, porém espeleologia, além de mais quatro mapas da para que seja dado o devido valor é necessária Serra da Bodoquena e as tradicionais colunas de nosso informativo.

Boa Leitura!


Memória

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Caverna São Mateus - Pequeno relatório de Exploração Resumo da Expedição, em Julho de 1974, das equipes CEU e BAGRUS

Texto: Guy Cristian Collet

ABSTRACT ABSTRACT The article describes the historic exploration of Cave São Mateus at Goias State in 1974. After its survey this was the larger cave in Brazil and the text tell about all difficulties during the exploration considering the equipment available at the time. Guy Collet and Clayton Lino have participated at the researches and explorations in Sao Mateus.

O

conjunto hidrológico do Rio São Mateus foi escolhido por Collet, após minucioso estudo com demais colegas, dos mapas daquela região, há dois anos atrás. A primeira vista representava muito interesse quanto à rede formada pelo Rio Angélica e Bezerra, e por esta razão desde o ano passado a SBE está mandando equipes para explorar essa caverna. Constituído de dois carros esse grupo levou oito pessoas na Clarabóia central do Rio São Mateus, descoberta pelo CEU em 1973, dando acesso às entradas Matilde II e Matilde III. Os carros ficaram à uma distância de mais de 4 km do acampamento, o que exigiu grande trabalho para transportar nas costas todo o equipamento, visto que não existem moradores na região para uma eventual ajuda quanto ao carrega-

Fotos ilustrativas: Marcelo Gonçalves mento das mochilas. A segunda viagem terminou por volta da meia noite com um cansaço geral e um luar que dispensava qualquer tipo de iluminação para a caminhada no cerrado. Às 8:00 horas da segunda-feira todos já prepararam seus equipamentos fazendo uma melhoria no acampamento. Às 12:00 horas houve a divisão do grupo em duas equipes: Equipe A, composta por Clayton, Collet, Pena e Roseli; fizeram a exploração na parte baixa do Rio em direção à resurgência; partiram do ponto deixado no ano anterior, topografando o rio até sua saída ao ar livre, bem como as redes superiores que apareciam. Esta exploração durou aproximadamente “52” horas. A Equipe B era formada por Eliana, Martim, Claude Vidal e Christophe. Esta fez pesquisas científicas na parte montante do rio São Mateus, coletas biológicas,

medidas físicas e amostras geológicas. A duração foi estimada em 12 horas. A equipe A, após descer 70 metros de desmoronamentos e salões em fortes declives, aproximou-se de águas tranquilas, ouvindose o ronco produzido pela saída do sifão, alimentado pelo rio de cima a uns 50 metros de onde estávamos. O esforço físico da descida com mochilas pesadas aqueceu nosso corpo e sentimos o impacto térmico da entrada nas águas do rio até a cintura. Iniciamos a descida quando toda a equipe estava reagrupada; durante uma hora andamos pelo caminho já percorrido no ano anterior até chegarmos na última visada do levantamento topográfico de 1973. Reiniciamos os trabalhos sendo encarregados desse serviço o Clayton e o Pena; Collet e Roseli estiveram na exploração e fotografia, procurando os caminhos possíveis,


Memória

4 bem como ilustrando com slides os acontecimentos notáveis. Escolhemos uma praia estreita e bem concrecionada para estabelecer o campo de base, onde teríamos que voltar para nos alimentar e descansar antes de prosseguir. Dividimos nossas atividades em espaços de aproximadamente 4 horas. Após 12 horas deveríamos dormir (foram cinco horas em média os períodos de trabalho entre os intervalos de descanso). Alimentávamos de “concreto”, uma mistura composta de leite em pó, farinha láctea e aveia pré-cozida; usávamos esperiteira a álcool, que proporcionava um aquecimento razoável; seu peso e volume eram pequenos, o que facilitava o transporte, menos de 60 cm3 aqueciam 1,5 litros de água quase a ferver, o que era suficiente para recuperarmos as energias após um duro dia de trabalho na água fria; ai então nos preparamos para dormir confortavelmente sobre bons “travesseiros de calcita”. Pendurávamos nossas roupas lavadas em um varal caprichado, enquanto ficávamos com bermudas e

“pull-overs” secos e limpos. Após as refeições nos deitávamos na areia; quem levou sliping se fechava dentro do mesmo; o Collet utilizou um plástico revestido de alumínio vindo dos Estados Unidos da América que pesava 300 gramas; ele evitava a perda de calorias, refletindo o calor irradiado

pelo corpo humano. É sensacional; não tem volume nem peso apreciável, é impermeável ao gotejamento que vem do teto concrecionado. O único defeito apontado foi uma certa condensação interna devida ao grande teor de umidade local (96%). O ruído constan-

te forte da corredeira do riopróximo, ajuda a mergulharmos num sono reparador. Apenas cinco horas depois o Collet como sempre levantou-se antes de todos e acordou o resto da equipe. Devemos reconhecer que a perspectiva de entrarmos novamente nas águas frias do rio não incentivava em nada a saída do pessoal de debaixo dos cobertores quentes. A comida quente e o resto da refeição já estavam prontas quando o pessoal terminou de se levantar. Os macacões são vestidos ainda úmidos e os sapatos são amarrados; as mochilas fechadas, tudo pronto para mais um período de 15 horas de exploração e topografia. São numerosos os desmoronamentos, porém todos com uma solução para transpô-los. Passamos por diversos locais estreitos, onde o rio aumentava a profundidade, obrigando o uso de flutuadores e algumas acrobacias para que não fôssemos le vados pela correnteza. Porém tudo sem muito perigo. Passamos com satisfação por um chuveiro magnificamente ornamentado por travertinos ver-


Memória

5 melhos, onde a água estava na temperatura de 24,7ºC. A dificuldade estava no fato de sairmos deste lugar tão agradável, para mergulharmos nas águas frias e profundas que se seguiam; a topografia num estreito desses é penosa, preferindo-se às vezes os desabamentos e escaladas à essa natação, onde temos que cuidar de

antes e de um capricho extraordinário da natureza. Lá dever-se-ia passar vários dias, com bons aparelhos fotográficos, tripés, flashs potentes para ilustrar convenientemente essa exploração. Um detalhe interessante foi que após minutos de permanência e devido ao alto teor de

nossas mochilas, da luz, das anotações e ainda do equilíbrio para não sermos levados pelas águas. Os salões superiores laterais eram os mais belos para fotografar. A temperatura aumentava sensivelmente com a altitude e chegou a incomodar na parte mais alta onde o ar parecia palpável de tão quente e imóvel. As concreções eram indescritíveis de beleza, delicadeza e cores; a cada passo era uma coisa diferente, nunca vista

umidade formou-se uma espessa neblina como um tipo de serração que impediu que continuássemos com as fotografias e fomos obrigados a tirá-las logo que chegamos. Esse vapor se desprendeu de nossa roupa molhada e quente e ficou ao nosso redor sem se dissipar, nos envolvendo em nuvens. Grandes travertinos eram vistos à esquerda e paramos para explorá-los. Tudo era recoberto de argila, tendo em cada passo, o

perigo de caírmos a progressão num desabamento próximo tornou-se pesadelo. Essa terra deveria provavelmente ter chegado de mais alto, com as infiltrações de águas superficiais carregando esse material com as grandes chuvas que poucas vezes por ano caem na região. O desnível do rio é constante e uniforme, não tendo cacheiras, como em outras grutas da região ( Angélica, Bezerra, São Vicente, São Bernardo); tampouco tem curso calmo e silencioso. Ele sempre corre em declive semeado de pedras arredondadas médias (seixos rolados), provocando corredeiras barulhentas que são fáceis de atravessar nesta época do ano. Aproximadamente a cada 4 horas parávamos para descansar. Passamos por diversos contatos de uma rocha folheada não calcárea, dificilmente erodida pela água, que formava placas com às vezes vários metros quadrados de poucos centímetros de espessura; desabamentos perigosos, extremamente instáveis por não serem concrecionados nem soldados entre si. Cada passo deveria ser calculado para que não fosse deslocada


Memória

6 alguma placa, que uma vez movimentada poderia deslizar uma superior, fazendo deslizar uma terceira e quarta e logo movimentaria meia tonelada de pedra. Durante 52 horas permanecemos na gruta, nessa primeira etapa da programação. Entramos na segunda-feira ao meio-dia e saímos na quarta feira depois das das 12 horas. O resultado da topografia foi de mais de 3 mil metros de caminhamento; foram tiradas fotos coloridas e anotações físicas. Todos ficaram admirados com o bom humor e a resitência física da Roseli que seguiu o ritmo do restante da equipe até o final. Já nesta altura sabíamos dos salões superiores ainda a topografar e estávamos convencidos de que o recorde brasileiro seria ultrapassado, passando à frente da gruta Angélica, nossa vizinha que outro grupo estava completando, porém com poucas chances de topografarem como fizemos. Quando paramos, o rio prosseguia tranquilo como nos dias anteriores, deixando claro que até o desabamento final da ressurgência iria se deixar percorrer sem dificuldades maiores. A vitória era nossa, os pés doloridos, as canelas raspadas pelas lâminas de rochas imersas, os ombros machucados pelas mochilas, porém com nossos corações alegres. Seriam mais 8 horas de luta para voltarmos à luz do dia, andando contra a correnteza e o cansaço sempre crescente. Lá fora

encontramos o conforto do colchão pneumático, da roupa seca, da barraca limpa, da comida quente já reparada e do calor do sol. Todos falavam ao mesmo tempo, cada um querendo saber o que havia se

passado com o outro, o que viram, o que acharam. Enfim, descanso geral. Veio a noite com o frio e um luar inesquecível. Silêncio. Milhares de grilos cantavam nos sertões de Goiás.

Plantão Médico “Antibióticos” Por Ricardo Martinelli rsmartinelli@globo.com

Terminando o ciclo de medicamentos básicos, vamos falar nesta edição sobre Antibióticos. É fato que devemos evitar ao máximo o uso deste tipo de droga, seu uso indiscriminado vem ano após ano tornando os indivíduos resistentes às drogas que encontramos hoje no mercado e isso se deve principalmente a sua má utilização e a automedicação. Um antibiótico é toda a substância que interfere com a capacidade das bactérias de funcionarem normalmente (lembrem-se as bactérias são organismos vivos). Pode inibir o seu crescimento (antibiótico bacteriostático) ou matá-las (antibiótico bactericida). Os antibióticos são usados para tratar infecções bacterianas, que variam desde doenças quase mortais, como a meningite, a problemas comuns como o acne e a amigdalite. Os antibióticos não servem para curar doenças causadas por vírus, tais como constipações ou gripe. Dito isso é importante que tenhamos pelo menos dois tipos de antibióticos em nosso kit de primeiros socorros, um do grupo das “Penicilinas” e outro do grupo dos “Macrolídeos”. A penicilina é o antibacteriano mais antigo que existe, foi sintetizada por Alexandre Fleming em 1928, a partir dela é extraida uma série de drogas que podem ser “Naturais” ou “Sintéticas”. No grupo das naturais podemos citar a Penicilina Benzatina, a tão famosa “Benzetacil”, e no grupo das sintéticas a Amoxacilina.

Dentre as duas, a Amoxacilina é mais prática e fácil de adiministrar (via oral) e pode ser utilizada em casos de otite, sinusite, faringite, infecção urinária, infecções respiratórias, febre tifóide, infecções de origem dentária entre outros. Um correto diagnóstico também é imprescindível, uma vez identificada a patologia presente fica mais fácil adotar a postura adequada. As penicilinas têm uma desvantagem quanto a indivíduos hipersensíveis, em outras palavras, “os alérgicos”. É de suma importância que cada grupo mantenha uma ficha atualizada sobre a saúde de cada integrante, onde estes pormenores sejam relatados, no momento de uma urgência, ter essa informação faz a diferença. Para estas pessoas precisamos dispor em nosso kit também uma droga do grupo dos Macrolídios, sendo um dos mais conhecidos a Eritromicina. Sua utilização também é feita em casos de infecções das vias aéreas superiores, amidaglites, cortes profundos onde a ferida está extremamente suja e a remoção do indivíduo vai demorar mais de 24 horas. É importante também termos em mente certos eventos, mais graves como queimaduras de primeiro e segundo graus e fraturas expostas, nestes casos é importante que seja administrado antibiótico preventivo, principalmente se a remoção for muito demorada . Para saber mais:

http://www.antibioticos.com.pt http://br.geocities.com/cyjr2000/ atbhome.htm


Técnica

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Travessia de abismos com recuperação de cordas Contate o Autor: eduportella@ajato.com.br

Autor: Eduardo Portella

Introdução

ABSTRACT Exploring abysses is an activity of great physical effort for the cavers due to ascension movements and heavy weight of equipments required. This article describes a special technique learned during one workshop at the Spanish Federation of Speleology that uses a method of taking off the ropes after descending the abyss. This method is quicker and less arduous. The text shows also the importance of having a good specific training and it can be used only in caves where you can make the complete crossing in the cave.

A

atividade espeleológica em grutas verticais exige esforço, preparo físico, experiência e grande conhecimento técnico dos exploradores. Dependendo da gruta a ser trabalhada, quilos e mais quilos de corda, mosquetões, spits, chapeletas e fitas são necessários para um trâmite seguro, sem incidentes ou acidentes. No ano de 2004, dois espeleólogos Brasileiros (Eduardo Portella - UPE & Ricardo Peres - Task), estiveram na Espanha em um intercâmbio promovido pela

SBE e FEE (Federação Espanhola de Espeleologia), onde foram abordados temas relativos a resgate em cavernas; neste mesmo curso nossos colegas receberam treinamento sobre travessia de abismos com recuperação de cordas. Este tipo de técnica somente deve ser utilizada em cavernas onde é possível ser realizada sua travessia completa, e também é necessário que todo o trajeto seja conhecido, tendo as ancoragens sido feitas previamente, desta maneira a quantidade de equipamento a

Foto 1: Participantes da primeira travessia de abismos com recuperação de cordas no Brasil


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Técnica ser usado diminui muito, facilitando a incursão. Vale salientar que a equipe necessita saber exatamente o que vai fazer dentro da caverna, quais são os lances, conhecer as passagens e possuir técnica específica para realizar as ancoragens, uma vez recuperada a corda do primeiro lance, o único caminho a seguir é para baixo!

Breve Histórico Um dos pioneiros na transposição de abismos no Brasil foi o espeleólogo francês Michel Lê Bret que na década de 70, a frente do CAP (Clube Alpino Paulista) percorreu o trajeto de 192 m da Ouro Grosso com escadas de metal. As escadas compostas por cabos de aço e ligas de alumínio foram muito utilizadas na época, tanto por Michel, quanto por Collet e Martin em suas incursões ao Vale do Ribeira. Nos anos 80, os brasileiros adotaram a utilização do método “DED” como padrão, esta maneira de transpor abismos foi inventada pelo espeleólogo francês Meozzi. Nesta técnica de progressão em cordas, os exploradores instalam ancoragens em todos os abismos mas depois são obrigados a retornar para retirálas. Por bandas tupiniquins, apesar de ter existido grande evolução de equipamentos, em cavernas que não estejam preparadas ou ainda que possuam somente uma via de entrada e saída, o método “DED” é a técnica mais utilizada e recomendada, apesar de existirem diferenças quanto ao tipo de ancoragem.

Foto 2: Ancoragem fixa utilizando o material “Long Life” da PETZL.

Foto 3: A travessia total da Gruta Ouro Grosso agora pode ser feita somente com duas de 50 metros.

Implementação Este ano (2006) o coordenador do Departamento de Técnicas Verticais da SBE, Ricardo

Peres (SBE – 1439) após ter realizado trabalho árduo de preparação dos abismos da Ouro Grosso, convidou a UPE para a realização da primeira


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Técnica travessia de abismos com recuperação de cordas do Brasil. A preparação necessitou de 3 expedições que totalizaram 40 horas de trabalho pela equipe da TASK (Ricardo Peres, Thiago e Rodrigão). Foram colocados em todos os abismos um sistema de ancoragem próprio, composto de dois pontos de fixação em inox (Foto: 2 - foi utilizado o Long Life da Petzl por ser um equipamento não desmontável), e uma argola também em inox, desta maneira a corda pode ser recuperada por baixo, proporcionando uma travessia com um mínimo de equipamentos. Isto para a espeleologia representa uma grande revolução em termos de segurança e conforto.

Com o novo método não é mais necessário carregar montanha acima metros de escadas, cordas, fitas e materiais duros como chapas conectores e parafusos. Para fazer a travessia é necessário somente 2 cordas de 50 metros, dois mosquetões e o domínio da técnica. Um grupo de 3 pessoas pode descer as galerias superiores em cerca de 2 horas. Dia 3 de junho deste ano(sábado) foi oficialmente inaugurada a travessia da gruta Ouro Grosso (entrada do caixão – 3º. Garrafão) com o método de recuperação de cordas (pela primeira vez no Brasil), onde 6 pessoas representando a TASK, SBE e UPE fizeram a travessia toda em 6 horas (Foto 1: Ricardo Peres, Eduardo Portella,

Marcelo Gonçalves, Thiago, Rodrigão e Samuel). A técnica é simples onde a ponta de uma corda passa pela argola de inox e depois é feito um nó 8 ou 9 (foto 2) em sua extremidade e colocado um mosquetão. Esse mosquetão é fechado formando uma alça em volta da argola e coloca-se também nele a extremidade da outra corda que vai servir para fazer a recuperação. Salientamos que este artigo possui caráter meramente informativo e portanto não provém conhecimento suficiente para a prática desta modalidade. Os interessados devem procurar clubes e associações para obter treinamento sobre o uso seguro desta técnica.

Foto 4: Recuperando a corda após a transposição de um dos lances da Ouro Grosso


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Exploração

Mapeamento de trilhas no PETAR Contate o Autor: rsm@fotoabout.com

Texto: Ricardo Martinelli

ABSTRACT Keep walking around an area with potential new caves is one of the most exiting activities in Speleology. The new technologies allow us to save tracks from the whole route being able to study the region and new possibilities to get to a specific point of interest. This article shows how these technologies work and how they can help different speleological groups to work together and to avoid conflicted areas.

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a recente história de nossa espeleologia, não são poucos os casos onde foram realizadas expedições a lugares quase inabitados, dentro da mata atlântica, no meio do cerrado ou da caatinga. Estas incursões, que na segunda metade do século passado deram início a espeleologia moderna no Brasil, pouco podiam acrescentar em termos de informação de acesso às cavidades que encontravam. Podemos contar hoje somente com relatórios e mapas de superfície onde eram calculadas as coordenadas e em alguns casos era tracejada uma linha onde se supunha passar a trilha percorrida. Estes relatórios, que por vezes são extremamente detalhados e contêm informações valiosíssimas, são em muitos casos a única forma de reencontrar cavernas que hoje estão perdidas. Este era o único recurso disponível, sendo que a tecnologia caminhava a passos de tartaruga e não se imaginava que determinada

área ficasse tanto tempo sem despertar a curiosidade dos novos exploradores. Logicamente naquele tempo, não passava nem de longe pela cabeça de nossos pioneiros a possibilidade de poder se guiar dentro da mata por um “aparelhinho” que se comunicaria com satélites, mostrando a sua posição (quase) exata, e ainda por cima armazenar toda aquela informação que poderia ser tratada, anexada a outros trechos, geo-referenciada e ainda plotada em um mapa. Mais ainda, você seria chamado de louco de dissesse que o tal “aparelhinho” poderia guiá-lo na próxima investida ao local, melhorando a segurança e evitando sobreposição de trabalhos entre grupos, algo como nossos comentários atuais: “alguém tem que inventar algum aparelho onde com um simples apertar de botão, um scanner já mapeia a caverna toda, e ainda por cima em 3D”. Provavelmente este dia irá chegar! Hoje o GPS (Global Positioning System) faz parte do nosso dia a dia e é impensado ir a campo sem uma destas maravilhas na mão. O chamado “Track Log” é ferramenta de grande utilidade, com ele podemos mapear não só a trilha, mas também as estradas e bifurcações para se aproximar do local pretendido, minimizando o tempo despendido para chegarmos até a boca da gruta. Os “Track´s”, assim chamados na intimidade, podem ser trocados entre grupos, sistematizando a exploração de determinada

região e ainda por cima enviados pela Internet com extrema facilidade, pois produzem arquivos muito pequenos. Um programa (freeware) chamado Trackmaker, que já esta em sua versão 13.0 facilita as coisas, nele podemos chegar da caverna e “despejar” toda a informação obtida e juntá-la a outros trechos percorridos em meses anteriores, podemos ainda trabalhar com mapas e imagens de satélite, tudo para incrementar os relatórios atuais e facilitar o entendimento de determinada região. Atualmente as novas tecnologias caminham para que estas informações possam ser processadas por diferentes softwares de georeferenciamento. Um exemplo fácil de ser conferido por qualquer pessoa conectada à Internet é o software (também freeware) Google Earth, se você possui a última versão de ambos os programas (Google e Trackmaker), poderá exportar sua trilha diretamente


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Exploração 1 para uma imagem de satélite do local onde você esteve a horas atrás, uma verdadeira maravilha dos novos tempos. Infelizmente o Google Earth ainda não disponibiliza imagens com alta definição, porém é mais uma ferramenta que nos ajuda a dar grande

Areado e córrego da Cabana, e por espeleólogos do antigo Grupo CAMIN (Centro de Amigos da Natureza) de São José dos Campos, na Região de Buenos e Riberãozinho. Era a década de 70, a existência de moradores, a vegetação semi destruída e a manutenção de trilhas de locomoção no

Imagem 1: Ferramentas como o Google Earth facilitam a visualização de regiões exploradas.

valor aos dados colhidos em campo.

PETAR

É

sabido que uma das regiões mais inacessíveis do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira é a que compreende o antigo bairro do Areado Grande e suas adjacências, como Bulhas, Córrego da Cabana, Buenos e Lagoa Vermelha, sem contar a antiga estrada do Areado. As primeiras investidas ao local foram protagonizadas por integrantes do CAP (Clube Alpino Paulista) no bairro do

Areado e em Buenos facilitava muito a descoberta de novas grutas, e não foram poucas: Areado I, II e III; Cabana; Baixão; Buenos I e II; Riberãozinho I, II e III; e muitas outras. Infelizmente, pela falta de tecnologias disponíveis na época, cavernas não tão conhecidas como as citadas acima, estão perdidas no interior da mata densa que cobre hoje o local, levando a uma verdadeira “cruzada” na tentativa de re-descobrir estas cavidades. Desde 1994 a UPE vem atuando na região do Areado Grande e da Cabana.

Durante estes trabalhos e também com a colaboração do Grupo EGRIC de Rio Claro mapeou mais de 20km de trilhas, que hoje nos ajudam a entender melhor o local e a realizar a plotagem dos Track Logs em mapas de superfície, o que auxilia ainda mais nossa visualização, ajudando na localização das cavernas. Para se ter uma idéia, inicialmente demorávamos cerca de 8 horas até a boca da Gruta Cabana, hoje com a ajuda do GPS e de moradores da região como o Sr. Gastão, reduzimos este tempo para 2,5 horas. A inauguração de uma nova “casa” de controle e pesquisa, no chamado Núcleo Bulha D´Água, próximo a Buenos e no limite entre o PETAR e o Parque Intervales, estimulou os grupos GPME e Bambuí a retomarem a exploração do Sistema Buenos e Riberãozinho além de outras descobertas, e com isso acabaram também mapeando vários km de trilhas. Recentemente, em uma de suas incursões na tentativa de re-encontrar uma antiga gruta explorada pelo CAP, integrantes destes grupos chegaram a poucos metros de uma trilha aberta e mapeada pela UPE durante uma das expedições ao complexo do areado, porém não houve a interligação.

União das trilhas

A

o final do mês de maio, uma equipe mista com integrantes da UPE e do GPME interligou todos os Track´s produzidos pelos grupos, totalizando mais de 34km de trilhas. A importância deste


Exploração

12 4 trabalho é incalculável, estas informações, ao contrário do passado, poderão ser transmitidas e aperfeiçoadas por gerações, auxiliando em muito os cadastros nacionais existentes. Podemos dizer que

hoje é muito mais fácil colocar uma mochila nas costas e se aventurar pela região norte do PETAR. Importante também é a troca constante de informações entre os grupos, fato este que demonstra o grau

de amadurecimento de nossos espeleólogos, sempre muito preocupados com a ética, deixando o “ego” de lado e trabalhando em conjunto para o avanço do conhecimento em nosso País.

Imagem 2: O estágio atual de mapeamento das trilhas nos possibilita saber onde cada grupo atua, sem que as áreas sejam sobrepostas, e isso só é possível com a constante troca de informações.


Expedições

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Mapas da Bodoquena Contate os Autores: upe@upecave.com.br/ heros@uems.br

Autores: UPE/GESB

ABSTRACT The present article aims to publish the maps produced during expeditions to the karstical regions on Mato Grosso do Sul. These maps will serve as subsidy to the handling plan to be elaborated for the Serra da Bodoquena National Park.

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os últimos dois anos, a Serra da Bodoquena vem sendo alvo de grandes explorações espeleológicas. O GESB, Grupo Espeleológico Serra da Bodoquena é quem coor-dena os trabalhos, mas grande parte dos grupos ativos hoje no Brasil já participaram de expedições por lá, tais como:só UPE, EGRIC, Trupe-Vertical, Gesmar,

Gescamp e mais recentemente o GPME. Como já foi divulgado aqui no Desnível em edições anteriores, todo este esforço tem um objetivo: ajudar o Ibama/CECAV a elaborar o plano de manejo do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, além é claro de fazer o que todo grupo de espeleo gosta: “mapear caverna”.


Expedições

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O que você poderá conferir aqui é uma parte dos mapas produzidos durante as incursões de 2005, mostrando o compromisso na finalização de todo o processo de elaboração dos mapas, que agora passarão a constituir documentos de subsídio ao Ibama. Em breve teremos mais mapas sendo divulgados por outros grupos participantes, pois em 2006 outras investidas foram feitas.... é só aguardar.


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Expedições


Mapeamento

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Lição nº 1 & Abismo quebra corpo Mais duas grutas são topografadas na Fazenda Caraíba Autor: Leandro Valentim

ABSTRACT Two more caves have their maps concluded at the Caraíba Farm. The Cave Lição nº 1 and the Quebra-Corpo Abyss are both small cavities, however with certain peculiarities. Now the efforts are intense at the Crystal Cave, that already has 1600 meters of survey

C

omplementando à matéria do Desnível Volume 1 - Número 3 – Janeiro/Junho de 2005, estamos publicando nesta edição os mapas do Abismo Quebra Corpo e da Gruta Lição Nº 1. Dentro da Fazenda Caraíba, o referido abismo é a cavidade mais “perigosa”, pois tratase de uma pequena fenda com grande quantidade de blocos soltos e abatidos que ao se transitar na cavidade sempre ocorrem pequenos desmoronamentos. A progressão em toda sua extenção é vertical, apertada e complicada, sendo que todo o tempo estamos entalando e descendo, raspando de todos os lados do corpo na rocha. A topografia foi bem técnica e planejada, pois o abismo não proporciona espaço e posições razoáveis para a leitura dos instrumentos, para se ter uma idéia da dificuldade, a gruta possui 73 metros de desenvolvimento linear e foram necessárias duas saídas para copletarmos seu mapeamento num total de 14 horas de trabalho. Suas feições são acanhadas, existindo em uma de suas vertentes um estreito corredor de calcita, muito bonito, que leva a um pequeno desnível, necessitando do auxilio de corda. Neste ponto acreditava-se em outra entrada que elevaria a progressão desta fenda, porém fora constatado que tratava-se apenas de um pequeno salão sem saídas. Seguindo por outro lado, chega-se a uma passagem bem apertada onde escorre um volume razoável de água pelas pedras, porém somente alguns metros adiante a galeria termina em seixos onde a água é absorvida.

Contate o Autor: lvalentim@craft.com.br

A Gruta Lição nº 1 é outra pequena cavidade pertencente a mesma linha de drenagem da Crystal. Possui grande quantidade de sedimentos em seu interior, que é praticamente todo alagado. Em seu final existe um pequeno sifão que foi forçado, porém sem sucesso (foto de capa). Apesar de seus 71 metros de projeção horizontal, possui algumas formações interessantes como travertinos, cortinas, etc... Com mais estes dois mapas publicados, os trabalhos na Fazenda Caraíba estão chegando na reta final, muito provavelmente com mais algumas saídas terminaremos a Crystal, que se transformou na principal caverna da região, graças a descoberta da galeria do rio que já ultrapassa os 1600 metros de desenvolvimento linear. Foto: Ricardo Martinelli

Foto 1: Galerias apertadas e com risco de desmoronamento no Abismo Quebra Corpo


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Mapeamento


Institucional

18 Adventure Sports Fair Pela primeira vez um grupo de espeleologia participa da “Adventure Sports Fair”, maior feira de esportes de Aventura da América Latina. A UPE dividiu um grande espaço cedido pela organização da feira com integrantes de outras modalidades de esportes, tais como balonismo e montanhismo. O objetivo principal do grupo foi o de divulgar a prática da espeleologia como atividade técnica e científica, na tentativa de informar o público leigo da necessidade de preservação e conservação de nossas cavernas. Durante os 5 dias, foram feitos diversos contatos que já estão rendendo frutos para o clube. Nosso estande agradou tanto o público em geral como também a organização da feira, que confirmou a disponibilização do espaço para 2007.

ESPELEOPHOTO Prismas Por Paulo Jolkesky jolk@uol.com.br

Ao olhar, sempre transformamos o que vemos pelo prisma de nossas interpretações e experiências. Posso citar uma frase de Picasso que ilustra bem o que quero dizer: “Se apenas houvesse uma única verdade, seria impossível pintar várias telas sobre o mesmo tema” . É assim também com a fotografia; tal ou tal assunto nos chama a atenção e é compreendido de forma diferente em situações diferentes, conforme o que percebemos e vivenciamos, ou de acordo com o que queremos mostrar. Uma mesma cena, em uma caverna, pode evidenciar aspectos geológicos ou cenográficos, pode mostrar o perigo do lugar, a solidão e isolamento ou a segurança da equipe e a aventura que é estar ali. Normalmente uma foto de registro científico não é tão dramática quando a de um documentário de exploração e nem tão bela quando outra que teve toda a atenção voltada para a composição artística de formas e cores. Tudo depende da luz, do ângulo, da lente, mas principalmente da percepção e personalidade do fotógrafo, seu ponto de vista e seus argumentos. É essa essência que diferencia o trabalho dos vários fotógrafos, aqui colocados como intérpretes. É essa percepção, aliada ao conhecimento técnico sobre a luz e equipamentos que diferencia um fotógrafo de “um cara com uma câmera”. Ao se fotografar cavernas é muito fácil definir quais partes da imagem aparecerão escuras e que tipo de luz será registrada nas demais, se a luz quente da carbureteira, os fachos direcionados de uma lanterna ou a luz fria de flashes ou de clarabóias. O enquadramento da cena, mais de perto, mais de longe, evidenciando a dificuldade do espeleólogo ou colocando o homem como escala ou mera figura na paisagem; com diferentes combinações de fontes de luz, pode gerar imagens completamente diferentes no mesmo lugar. Podem-se criar imagens em que mal se percebe o tipo de rocha, mas que pode ser uma ótima foto de ação esportiva ou com um belo grafismo composto com diferentes tons de luz e sombras. Apenas mudando a iluminação, o foco e o “zoom”, a mesma foto pode mostrar a beleza do ambiente ou aspectos científicos. Com todas as técnicas, tralhas e truques, o que vai mesmo determinar a foto, além da experiência do fotógrafo, é o prisma pelo qual enxerga o mundo, as sensações que tem ao estar ali, suas emoções e sua sensibilidade. Bons “clicks”, e boa sorte. Paulo Jolkesky


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Log de atividades

Log de Atividades

Tudo o que a UPE fez ou participou no primeiro semestre de 2006 Coordenação: Elvira Branco (queenofcaves@gmail.com)

DATA: 14 e 15 Janeiro Cidade: Iporanga - SP PETAR – Núcleo Santana Caverna Morro Preto Participantes: André Pantalião, Ariane Welzel, Danilo Allegrini, Fabio Geribello (Coringa), Flavia Roberta Jardim, Francisco Gabas (Wilber), Gabriela Slavec, Heros Lobo, Jacques Lepine, Josef Poker, Renata Shimura, Ricardo Terzian (Jerry), Ronald Welzel (Ronny), Rosa Maria de Oliveira e Silmara Zago. Atividades: Workshop de topografia. DATA: 20 e 21 Janeiro Cidade: Iporanga - SP Fazenda Caraíba – Caverna Crystal e Gruta Quebra Corpo Participantes: Elvira Branco, Fabio Geribello (Coringa), Gabriela Slavec, Leandro Valentim (Periquito), Marcelo Gonçalves (Lagosta), Renata Shimura, Ricardo Martinelli e Ronald Welzel (Ronny). Atividades: Fim da topografia do Abismo Quebra Corpo e continuação e exploração da Gruta Crystal DATA: 28 e 29 Janeiro Cidade: Eldorado Paulista - SP PEJ – Núcleo Caverna do Diabo: EPELEO e PROCAD Participantes: Da UPE - Fabio Geribello (Coringa), Gabriela Slavec, Gisele Catarino e Silmara Zago. Presença de outros grupos: GESMAR, AMAMEL, ECA, EGMS, EGRIC, GESB, GESCAMP, GESEL, SBE e Trupe Vertical. Atividades: Realização do Epeleo e reunião do PROCAD. DATA: 18 e 19 Fevereiro Cidade: Iporanga - SP Fazenda Caraíba – Caverna Crystal e Missão nº 1 (Lição). Participantes: Elvira Branco, Fabio Geribello (Coringa), Gabriela Slavec, Marcelo Gonçalves (Lagosta), Paulo Jolkesky e Renata Shimura. Atividades: Continuação da topografia da Crystal e finalização da topografia da Missão.

DATA: 25 a 28 Fevereiro – Carnaval Cidade: Iporanga - SP PETAR – Núcleo Santana e Ouro Grosso GPME: Alexandre Moura Fahl, Carlos Henrique Grohmann Carvalho (Guâno), Ericson Cernawsky Igual, Gelson Cernawsky Igual, Gilson Tinen, Gustavo Mauricio Zulzke Chames, Juliana Ayumi Shinozuka, Karen Perez Ramos, Raquel Cristina Dias Ferreira, Sérgio Komuro e Toni Ricardo Cavalheiro UPE: Renata Shimura. Participação: Arianne Dias Gama, Caroline Dias Gama, Franciele Maria Castelani, Liliane Nishizaka, Luciano Iuri Pereira e Luan Dias Gama Atividades: Visita as seguintes cavernas: Gruta Crystal, Caverna Santana (Salão Ester, Salão das Flores, Salão dos Discos, Salão São Jorge), Caverna Ouro Grosso, Caverna Alambari de Baixo e Cachoeira do Viradouro em Itaóca. DATA: 08 e 09 Março Cidade: Iporanga - SP PETAR – Abismo Gurutuva Participantes: UPE - Eduardo Portella, Ricardo Martinelli, Leandro Valentim (Periquito) e Marcelo Gonçalves (Lagosta). Trupe Vertical: José Rubens, Léo Giunco e Rogério Magalhães. Atividades: Exploração e inicio da topografia. DATA: 11 e 12 Março Cidade: Iporanga - SP Fazenda Caraíba – Caverna Crystal Participantes: UPE - Elvira Branco, Francisco Gabas (Wilber), Marcelo Gonçalves (Lagosta), Mauro Zackiewicks, Renata Shimura e Silmara Zago. EGRIC: Fábio e Luis Fernando. SBE: Linda El Dash Atividades: Continuação da topografia.

DATA: 28/Abril à 01/Maio Cidade: Apiaí - SP PETAR – Núcleo Caboclos Região Areado – Caverna Areado III Integrantes: Eduardo Portella, Leandro Valentim (Periquito), Mauro Zackiewicks, Ricardo Martinelli e Ronald Welzel (Ronny). Atividades: Continuação da topografia. DATA: 03/Junho Cidade: Iporanga - SP PETAR – Gruta das Areias de Cima. Participantes: GPME: Dennys Corbo, Maria Cristina Albuquerque e Toni Ricardo Cavalheiro. UPE: Renata Shimura Atividades: Exploração e sinalização de percurso. DATA: 03/Junho Cidade: Iporanga - SP PETAR – Caverna Ouro Grosso Participantes: UPE - Eduardo Portella e Marcelo Gonçalves (Lagosta). Atividade: Travessia com recuperação de corda. DATA: 04 de Junho Cidade: Apiaí – SP Intervales e PETAR – Núcleo Caboclos Região Bulha D’Água e Areado. Participantes: UPE - Eduardo Portella e Marcelo Gonçalves (Lagosta) GPME: Dennys Corbo Atividade: Prospecção para definir a trilha desde a região de Bulha até o Areado. DATA: 24 e 25 Junho Cidade: Iporanga - SP Fazenda Caraíba – Caverna Crystal Participantes: Eduardo Portella, Elvira Branco, Igor, Marcelo Gonçalves (Lagosta) e Renata Shimura. Atividades: Continuação da topografia.


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Maillon Rapid Notícias curtas sobre a UPE e a espeleologia nacional

UPE na Mídia Dois sites publicam entrevistas com sócios da UPE. Gabriela Slavec para o 360 Graus e Ricardo Martinelli para o Medicina da Aventura. Acesse em: http://360graus.terra.com.br/caving/ default.asp?did=18001&action=entrevista http://www.medicinadaaventura.com/espeleo.htm UPE organiza Reunião da REDE A UPE organizou a primeira reunião presencial de 2006 da Redespeleo Brasil. O local foi a bela chácara da família Terzian, cedida por nosso sócio Ricardo Terzian e localizada às margens da rodovia Regis Bittencurt. O local facilitou a chegada do pessoal do Geep- Açungui e também serviu de alojamento para o pessoal de outros estados, fazendo com que a integração de todos fosse total. Diversos foram os assuntos tratados e o sábado foi de intenso trabalho e discussões. Durante a noite todos se “esbaldaram” no bar “O Garimpo” e dançaram ao som do mais puro “Rock and Roll”. Foi muito bom rever os amigos e colocar a conversa em dia, até a próxima. UPE lança BLOG A UPE, no intuito de facilitar ainda mais a comunicação entre seus sócios e interagir com a cominidade de uma maneira geral, lançou no mês de março seu Blog, lá você vai encontrar relatos, comentários, fotos entre outras atualidades que envolvem o grupo e as cavernas. Acesse peleo endereço: http://blog.upecave.com.br Novo Livro da REDESPELEO No último dia 29 de junho, a Redespeleo Brasil lançou mais um número de sua série técnica. O tema é Biologia, sendo que as autoras são Eleonora Trajano e Maria Eliana Bichuette. Este e outros livros da série podem ser encomendados no site da entidade: www.redespeleo.org Livro GEEP Açungui O grupo de espeleologia GEEP Açungui, do Paraná lançou livro comemorativo de seus 20 anos de fundação: “Conhecendo Cavernas - Região metropolitana de Curitiba”. Agradecemos o envio de um exemplar a biblioteca da UPE. Para aquisição, entrar em contato pelo mail: acungui@brturbo.com.br

EQUIPAMENTOS Calça para caminhada em trilhas e caverna. Como escolher? Por Eduardo Portella eduportella@ajato.com.br

A escolha de uma calça para a caminhada em trilhas e cavernas deve levar em conta um material, resistente, leve e que não absorva muita água. O moletom é uma péssima escolha. O jeans é resistente mas quando molhado é muito pesado e demora muito para secar. O ideal são os tecidos inteligentes, que deixam o corpo respirar e não absorvem umidade. Dê preferência ao macacão que protege melhor e pode ser utilizado com a parte de cima amarrada na cintura em caso de calor ou fechados até o pescoço em locais frios. Não devemos esquecer de utilizar um maiô no lugar de roupas íntimas, pois o algodão absorve muita água e pode causar assaduras na virilha (neste caso use hipoglos). Também podemos usar calções de lycra mas o ideal é usar uma calça de tecido inteligente (segunda pele), que deixa a pele respirar, não absorve água e protege contra o frio (quando a calça está molhada as partes que se encostam à perna são geladas) e contra pancadas (faz o tecido da calça deslizar sobre o tecido da “segunda pele” poupando a pele de absorver o atrito). Usando o mesmo principio, devemos escolher uma camiseta também de tecido inteligente (se a pessoa for friorenta utiliza aquelas camisas de surfista). Em locais muito frios (normalmente em presença de água) o ideal é usar uma roupa de neoprene sobre a pele (se for ficar muito tempo parado é aconselhado uma de pernas e mangas longas) e cuidado com roupas muito apertadas para não assar (leve na mochila e coloque logo antes de entrar na água). Não esqueça de vestir a calça ou o macacão por cima para protegem o neoprene. Dicas de como proteger a mão em caminhadas Muitas pessoas acham que é desnecessário ou mesmo que “não se acostumam” com a luva. O ideal é ter uma luva de couro com todos os dedos fechados para andar no mato (evitando se machucar com espinhos ou insetos ao se apoiar em troncos, paredes ou no chão) e outra com o dedão e o indicador (ou então todos os dedos) abertos na ponta para facilitar o manuseio de equipamentos e cordas (dê preferência às luvas utilizadas em barcos à vela onde o material é resistente à abrasão das cordas e ao contato com a água).


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Foto do Semestre

Flor de Calcita na Gruta Crystal

Foto : Gabriela Slavec Dados TĂŠcnicos: velocidade 1/32s; abertura F 4.9; ISO 50; flash; dist focal 6 mm; MĂĄquina - Nikon Coolpix L1


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