Desnivel6

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Informativo da União Paulista de Espeleologia http://www.upecave.com.br

Ano 3 - Número 6 Agosto/Dezembro de 2006

Expedição Goiás 2006 Calor e Balanço de Fluidos Engenho do Farto Eleições na UPE


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Índice

Comissão Editorial Ricardo Martinelli; Gabriela Slavec; Renata Shimura; Leandro Valentim; Eduardo Portella; Paulo Jolkesky

Diagramação Ricardo Martinelli

Revisão Gabriela Slavec e Renata Shimura

Expediente

2 Editorial 8 Expedição Goiás 2006 19 Lojinha virtual da UPE 20 Calor e Balanço de Fluidos Foto: Ricardo Peres

União Paulista de Espeleologia Endereço para correspondência: Rua Loefgreen 1291, Cj 61 - São Paulo - SP CEP: 04040-031 Desnível é uma publicação eletrônica semestral da União Paulista de Espeleologia (UPE). As opiniões expressas em artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores. As matérias não assinadas são de responsabilidade dos editores e não refletem necessariamente a opinião da UPE. Artigos publicados no Desnível podem ser reproduzidos na íntegra desde que citados fonte, autor, URL e data de consulta na web. Reproduções parciais somente com autorização prévia dos editores. O informativo em formato PDF poderá ser repassado para outras pessoas e listas de discussão. Para enviar um artigo utilize o e-mail: desnivel@upecave.com.br As datas limite são os meses de junho e novembro. O Desnível se encontra em regularidade com as leis anti-spam. Se deseja não mais recebê-lo, favor enviar e-mail para: remover@upecave.com.br

Vista do belo carste de Monte Alegre de Goiás, afloramentos por toda parte.

Veja Também

3 Memória Capa: Amplo salão dentro da Gruta da Covanca I.

6 Plantão Médico 7 Equipamentos 18 EspeleoPhoto

Autor: Ricardo Martinelli

23 Log de Atividades 24 Maillon Rapid 25 Foto do Semestre


Editorial

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Chegou a hora.... Texto: Ricardo Martinelli

Em fevereiro teremos eleições na UPE. Acredito que este seja o momento mais propício para consolidar as bases do grupo, estimulando todos a participar deste processo. Já passamos por alguns pleitos anteriormente, porém este é o primeiro sob a vigência do nosso novo estatuto, estabelecido depois de instituir oficialmente o grupo, o que aumenta muito a responsabilidade de quem vai assumir essa próxima gestão. Após elegermos uma nova diretoria, teremos completado um árduo ciclo de reestruturação que durou cerca de sete anos. Praticamente dilacerado por problemas internos, entre 1999 e 2000 o grupo, na prática, não existia; um membro aqui, outro ali, ações isoladas, nenhuma produção realmente importante, projetos abandonados, falta de reuniões presenciais, um estatuto desatualizado, erros nos primeiros registros em cartório, etc. Neste momento, ao chegar ao fundo do poço, ou decidíamos reconstruir a UPE ou fechávamos de vez; como a vontade de trabalhar em prol de nossas cavernas foi maior, resolvemos encarar a empreitada, e aos poucos ir sanando nossos problemas. Já em 2002, começamos a colher os primeiros frutos, novos sócios entraram para a UPE e o volume de saídas a campo aumentou. Foram publicados alguns artigos no informativo da SBE, o que nos deu uma nova visibilidade no cenário nacional. O apoio da SBE foi muito importante, abrindo a possibilidade de ministrarmos cursos durante seus congressos, o que levou a UPE a ser vista como parâmetro de qualidade em levantamentos topográficos. Voltamos a ter reuniões regulares e gradativamente todos os nossos projetos foram sendo retomados. O ano de 2004 foi de intenso trabalho, optamos por re-fundar o grupo, com novo estatuto e assim conseguir os registros necessários para, enfim,

Contate o Autor rsmartinelli@fotoabout.com

nos tornarmos “pessoa jurídica”. Em meados de fevereiro de 2005, a UPE estava finalmente com sua documentação em ordem e pudemos dar entrada no cartório e na Receita Federal, estando, no dia 26 de outubro de 2005, tudo corretamente registrado. Ainda em 2004, destaco a volta de nosso informativo, veículo de suma importância para os grupos de espeleologia, pois registram e guardam toda a história e as atividades desenvolvidas. Em 2006 todo nosso planejamento foi executado dentro do previsto, e pela primeira vez um grupo de espeleologia monta um estande na Adventure Sports Fair, a maior feira de esportes de aventura da América Latina. Aconteceram muitas saídas a campo e uma confraternização de final de ano que há muito não se via; aliás, este é o maior legado que poderíamos deixar, pois hoje quem faz parte da UPE se identificou com o grupo, e podemos ver no rosto de cada um sua satisfação e seu orgulho. Nestes dois anos de diretoria eleita legitimamente, muitas foram as realizações, mas também ainda há muito por ser feito. No meu caso, apesar estar somente estes dois anos com presidente, estou à frente do grupo de uma forma “informal” outros cinco e acredito que seja a hora de acontecer uma alternância das pessoas que constiuem hoje a diretoria da UPE, encerrando assim um ciclo de muita luta e trabalho, mas inaugurando outra fase, onde sangue novo irá assumir e elevar ainda mais o nome da UPE. Nesta nova edição do Desnível, o leitor encontrará um interessantíssimo artigo sobre o calor, e como prevenir seus malefícios, e na tradicional sessão memória, um relato de Peter Slavec de 1972, sobre as primeiras explorações à Gruta Fartinho, contando sobre um dos primeiros mergulhos em caverna do Brasil. A matéria principal conta como foi a expedição de julho para Goiás, junto com a publicação dos mapas produzidos!

Boa Leitura!


Memória

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Gruta do Fartinho Relato de um dos primeiros mergulhos em caverna do Brasil. Saída a campo do CAP, em 1972.

ABSTRACT A report from Peter Slavec about the first explorations of Fartinho Cave and how was the first attempt of cave diving by the group CAP in 1972. He describes the environment and the cave in details and tells a little bit more about the speleological history in Brazil.

Era uma linda manhã ensolarada, ainda úmida do sereno noturno, pássaros cantando, borboletas pintando os contornos da mata com suas cores maravilhosas. A claridade aumentava, pois a nossa frente se abria uma grande clareira em forma de um vale com um gramado verdejante, recortado por um córrego chamado

“Fartinho”. Abrimos a cerca e passamos a caminhar em direção à casa. Cachorros nos vieram receber com seu latido que ecoava pelo vale. Paramos ainda para colher algumas limas maduras e comendo chegamos a casa do Mineiro e Dona Benedita. Tomamos um cafezinho sob olhares furtivos da criançada, nos despedimos atravessando o curral. Antes de entrar na mata, ainda lançamos olhar aos patos e marrecos que nadavam tranqüilamente junto à um tronco no rio Fartinho. A caminhada era maravilhosa pela mata do vale. A luz batia com seus raios por entre as arvores, refletindo de vez em quando seu brilho no córrego. Logo mais este sumiu à direita, e à esquerda chegamos num novo vale,

Texto e Ilustrações: Peter Slavec onde Mineiro tinha uma plantação de cana, um moinho primitivo feito com machado e facão e uma cabana com fogão e tacho grande para preparar garapa. Refrescamo-nos com caldo de cana e entramos firme na mata seguindo o vale do rio Fartinho, seco, pois o córrego penetra muito antes num sumidouro. Não demorou muito observando aquela linda paisagem, chegamos à gruta que eu e Hilda encontramos um ano atrás. À nossa frente estava o paredão de calcário cinza e tivemos que fazer um caminho íngreme e escorregadio, até descer ao fundo. Mais cinco metros de escadinha e estávamos dentro da gruta, úmida e agradavelmente fresca, se comparada


Memória

4 com o calor da mata. Mais tarde encontramos outra entrada, que foi chamada de “entrada da capela”, onde não há necessidade de corda ou escada. Fizemos uma lenta descida pela diáclase, depois pelo túnel de rocha de calcário liso e esculpido

Isaac Chvaicer fizeram aí, com seu equipamento completo de mergulho (como foi difícil carregá-lo) a primeira tentativa de mergulho em sifão da história do CAP. Era uma tentativa importante, pois deste lugar até o sumidouro do rio, há uma dis-

da numa outra oportunidade. Voltamos até a entrada da gruta, pois estava na hora de pernoitar. Fora já estava escuro e caía uma leve garoa. Esticamos redes e sacos de dormir pelo chão forrado de pedras. Mesmo

pela água. O caminho segue entre um grande e instável desmoronamento que termina num poço. Daí para frente chegamos logo na parte ativa da gruta, onde sai de um sifão o rio Fartinho. Os irmãos Breno e

tância de 1200 metros em linha reta, que representa no mínimo 2000 metros de caverna. Deu 18 metros de mergulho em horizontal, até um pequeno salão com paredes em forma de chaminé. Ficou para ser explora-

assim, tudo silenciou logo, pois o cansaço era grande. Do teto a uns 15 metros, pingava água naquele silêncio, acertando obviamente os sacos, as redes e seus proprietários noite a dentro, com aquele barulho


Memória

4 característico de goteira. Após aquela noite inesquecível, nova penetração na caverna, agora já conhecida e topografada até o sifão do rio Fartinho. Era o único local onde se podia conseguir água desde onde ficava o engenho de cana. Fizemos então aquela curva de 180 graus e começamos a descer o rio, agora andando pela água, pois a gruta simplesmente se torna um conduto com bonitas ornamentações e com rochas trabalhadas e recortadas em mil formas. Em um trecho, toda a água passa por um pequeno estreitamento, de difícil transposição, e logo após existe uma queda d´água de uns 4 metros. Consegui passar de lado e descer desescalando, mas Jon, um tanto mais encorpado graças às cervejas e conhaques, conseguiu entupir a abertura enquanto pensava em como descer. Atrás dele começou a se formar uma bela represa, o nível da água subindo rapidamente. Até perceberem a enrrascada na qual Jon havia se metido, a natureza resolveu seu problema, jogando-o com toda força para frente, fazendo-o cair por cima da cachoeira, parando por sorte num pequeno, mas profundo lago, sem maiores consequências. Continuamos tranquilos até encontrar mais um sifão, tão apertado que não dava para entrar. Sentimos que ai terminou nossa exploração.

Observações: O rio Fartinho tem sua ressurgência bem ao nível do rio Farto, imperceptível, só o notamos por coloração. Os dois rios se juntam bem na curva, a poucos metros da entrada da gruta do Farto. O percurso subterrâneo do rio fartinho é de aproximadamente 3400 metros, mas dificilmente poderá ser explorado um dia por completo. Quem for conhecer um dia a Gruta Engenho do Farto - rebatizada para Gruta Fartinho pela listagem de Krone - não pode deixar de

conhecer também a Gruta do Farto, seguindo o vale por mais 500 metros. Trata-se de uma gruta de pequena extensão, mas de um pórtico impressionante, com aproximadamente 50 metros de altura. A entrada é também ideal para treinamento de escalada em rio com correnteza. Há ainda uma linda cachoeira interna de uns 12 metros, iluminada com luz de fora. Na saída da gruta há um profundo lago, uma piscina natural muito convidativa para os dias de calor. Esta gruta se tornou naquela época, lugar ideal para cursos de espeleologia.


Plantão Médico FRATURAS: O QUE FAZER? Artigo extraído do site: http://www.labormed-sso.com.br

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cidentes cujos mecanismos envolvam impacto sobre qualquer área do corpo podem determinar a ocorrência de fraturas. E osso fraturado, como todos sabem, significa osso quebrado. O que nem sempre se sabe, entretanto, é o que fazer quando uma fratura ocorre. Por isso, resolvemos reunir neste artigo algumas orientações simples, mas que serão extremamente úteis se um dia você precisar prestar os primeiros socorros a uma pessoa vítima de fratura. TIPOS DE FRATURAS As fraturas podem ser classificadas em dois tipos principais: as fechadas e as abertas, que também podem ser chamadas de expostas. As fechadas são aquelas em que o osso fraturado permanece no interior dos tecidos onde normalmente se aloja, não havendo ferimento na pele causado pela ponta do osso quebrado. Fratura exposta, como o nome já evidencia, é aquela em que o osso perfurou os tecidos e a pele, alcançando o meio externo. Via de regra, a fratura exposta é mais grave que a fechada, uma vez que, ao atingir o exterior, o osso se contamina com as bactérias presentes na pele e no meio ambiente, podendo ocorrer posteriormente a osteomielite, infecção às vezes grave, que dificulta a consolidação da fratura. OBJETIVO: IMOBILIZAR! Fraturas podem ser facilmente identificadas, mesmo quando não há um desvio evidente do eixo do segmento fraturado, ou seja, uma angulação anormal. A dor, inchaço e a dificuldade em movimentar a região do corpo que recebeu o impacto já são motivos suficientes para se suspeitar de fratura.

Nesses casos, devemos imediatamente imobilizar o segmento fraturado com três objetivos: aliviar a dor, impedir que as pontas do osso fraturado, ao se movimentar, provoquem lesões internas nos tecidos e impedir que uma fratura fechada se torne exposta. Note bem: nosso objetivo é imobilizar, portanto não podemos tentar recolocar os segmentos do osso no lugar! Ao movimentá-los, poderemos causar as lesões que estamos tentando evitar. A imobilização será feita na posição em que os segmentos se encontrem, mesmo que desalinhados. IMPROVISANDO TALAS A técnica da imobilização provisória para leigos é bastante simples: basta lançar mão de qualquer material ou objeto limpo e suficientemente resistente que possa ser colocado envolvendo cada lado do segmento fraturado. A esses objetos chamaremos talas. Vale usar como talas o que estiver disponível no local do acidente: tábuas de madeira, papelão, revistas ou jornal dobrados, cabos de vassoura etc. Uma vez colocadas, as talas devem ser fixadas com tiras de tecido, barbante ou mesmo com os cadarços dos sapatos para evitar a movimentação da região fraturada. Não devem ser muito apertadas, para não impedir a circulação local do sangue. MAIS ALGUNS CUIDADOS Antes de colocar as talas, se possível, proteja a pele da vítima com tecido limpo que, se necessário, pode ser obtido das próprias roupas da vítima. Caso a fratura seja do tipo exposta, nunca toque no ferimento para não contaminá-lo e, antes de colocar as talas, proteja-o com um chumaço de gazes ou com um pano limpo dobrado. Finalmente,

se a fratura for no membro superior, coloque uma tipóia em torno do pescoço para apoiar o membro fraturado. Com esses cuidados, a vítima será entregue ao socorro médico em condições adequadas, evitando-se complicações, sequelas e diminuindo-se o tempo necessário para sua recuperação. Dr. José Eduardo Dias Cardoso Labormed Saúde Ocupacional


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EQUIPAMENTOS BOTAS Qual o calçado ideal para espeleologia? O mais indicado para trilhas e cavernas é a bota de cano curto ou botina, pois protege o tornozelo de ferimentos em tocos de árvores cortadas (que formam verdadeiras lanças) e quinas de rochas ou raladas, além de ajudar a não torcer o pé. Aqui muitos irão dizer que preferem tênis pois facilita a mobilidade do pé. Não discordo plenamente, pois por muito tempo também pensei da mesma maneira, mas quando comecei a fazer espeleologia percebi a facilidade de caminhar sem estar totalmente compenetrado para não sofrer nenhum acidente e sem perder tempo quando passo por dentro da água, onde não enxergamos direito aonde estamos pisando. Em alguns casos, onde existe a necessidade de uma flexão maior do tornozelo para a caminhada (normalmente em subidas), amarre apenas a parte de baixo do cadarço (como se fosse um tênis), deixando o cano aberto. A escolha da bota para esses fins começa pelo solado, que deve ser rígido (dobrando no máximo 45º para cima), a fim de formar uma plataforma que estabilize a pisada e divida as forças quando pisamos em terreno acidentado ou desestruturado (pontas ou pedras soltas), além de macio e bem forrado por dentro para amortecer o caminhar. Com isso você vai perder um pouco de sensibilidade, mas é exatamente isto que irá ajudar a evitar a dor na sola do pé. Perca tempo escolhendo a bota adequada e sempre calce os dois pés. Deixe o dedão bem longe da ponta, mesmo usando meia grossa pois em descidas ele tende a bater no bico e em alguns casos você pode até perder a unha. Preste atenção se o calçado não está forçando o pé para dentro ou para fora ou até te jogando para frente. Se tiver opção, escolha aquele que tenha uma trava para o cadarço, pois geralmente o laço se solta quando caminhamos dentro da água.

Por Eduardo Portella eduportella@ajato.com.br

Como posso proteger o pé em caminhadas? Em primeiro lugar não se esqueça de cortar as unhas um dia antes da caminhada (se cortar no dia cuidado para não cortar muito curto, pois a pele costuma soltar da unha e doer). Sempre leve um cortador de unhas para o caso de, se esquecer, ainda ter tempo de fazer antes da caminhada. Nunca use a bota em uma caminhada antes de ter utilizado por pelo menos um dia inteiro (não existe a necessidade de “amaciar” a bota), para saber em quais pontos está “pegando”. Constatado isto, utilize uma faixa larga de esparadrapo (aquele comum mesmo) para proteger o local de futuras bolhas (faça isso preventivamente, com o pé limpo e seco). Se a aventura durar mais de um dia, não remova o esparadrapo a não ser que ele comece a sair (se soltar algumas pontas as corte rente à pele, mas se soltar bastante remova com cuidado para não machucar a pele e antes de colocar o calçado novamente, limpe, seque o pé e recoloque o esparadrapo). Se formar algum machucado passe pomada hipoglós bem localizada, pois o esparadrapo não vai aderir em cima dela. Não use meias muito velhas, pois elas vão machucar o seu pé. Muitos gostam de usar meias grossas e outros, meias sociais (estas vão bem se utilizadas como segunda pele, em conjunto com outra), mas se for pisar em água o ideal é utilizar uma meia de neoprene (aquela sem borracha na sola e sem furo no calcanhar), entretanto, não se esqueça de besuntar os dedos com hipoglós, que protege da umidade que se forma dentro da meia (isso não elimina a proteção com esparadrapo e vai muito bem combinado com a meia social).


Expedições

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Expedição Goiás 2006 Exploração e mapeamento no município de Monte Alegre de Goiás Texto e Fotos: Ricardo Martinelli

ABSTRACT The annual speleological expedition of our group in 2006 was to Goiás, central region of Brazil. There were some references on caves there from 2000 and we have found and surveyed all of them and also some new ones. The result was 9 new caves registered and more than 1700 m of caves surveyed and some potential areas spotted. Also read about a funny story of a crocodile found in one of the caves.

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ocalizado ao Norte de Goiás, a cerca de 200 km da Chapada dos Veadeiros, o município de Monte Alegre de Goiás pos-

s) artzito ta (Qu da Pra Serra

Monte Alegre

Contate os Autores: rsmartinelli@globo.com

sui uma área total de 3.131,5 km² e cerca de 6.433 habitantes. Nesta área destacam-se os sedimentos carbonáticos e terrígenos do Grupo Bambuí, constituindo uma cobertura cratogênica de idade Neoproterozóica. É representado na base pela Formação Sete Lagoas, constituída por espessos pacotes de pelitos, calcários e dolomitos, contendo localmente estruturas algais estromatolíticas, sobrepostos por folhelhos e siltitos laminados da Formação Serra de Santa Helena. Este conjunto carbonático-

terrígeno é sobreposto por calcarenitos pretos e margas, ricos em matéria orgânica da Formação Lagoa do Jacaré, que constituem as partes mais elevadas das serras. Sobrepostos ao Grupo Bambuí por discordância errosiva, ocorrem os sedimentos cretácicos da Formação Urucuia. Visualmente, temos a região caracterizada por uma vegetação de cerrado belíssima, a noroeste avista-se, bem ao lado da cidade, uma imponente serra

Afloramentos em Calcário


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Expedições 1 (cotas entre 400 e 500 m snm), porém composta principalmente por quartzitos; na mesma direção e ao norte avista-se os afloramentos de calcário, que aparecem de uma maneira incrível e por toda parte. Sua principal atividade econômica é relacionada à pecuária, podendose percorrer quilômetros e mais quilômetros de fazendas e pastos. A região passou a interessar integrantes da UPE após uma rápida visita de um dia no ano 2000, quando do encerramento de uma expedição do grupo ao complexo São Vicente, em São Domingos. Na ocasião procuravam uma referência citada por um dos sócios e que veio a ser cadastrada como Gruta do Prata, a principal e mais conhecida do município, inclusive receben- Foto 1: do visitação turística e sofrendo depredações. Nesta oportunidade foi feita apenas uma rápida exploração, onde constatamos ser uma cavidade de bom potencial espeleológico, ativa e com espeleotemas importantes. Após este primeiro contato com a região, nada mais foi feito por falta de tempo e disponibilidade para viagens longas. Em 2002, o EGB Espeleo Clube de Brasília, chegou até a caverna, pois estavam explorando a região

de Nova Roma, bem próxima a Monte Alegre, e ouviram falar da tal cavidade e a cadastraram com outro nome. Novamente a caverna foi só explorada e não mapeada por falta de tempo. Duplo cadastramento Ao focar novamente seus interesses na região, foi constatado o duplo

A Expedição Inicialmete foram levantados dados relevantes sobre a região, procurando cartas e mapas que pudessem nos auxiliar na empreitada. Foram feitos contatos com a prefeitura local no intuito de conseguirmos apoio durante as explorações e para que nosso trabalho fosse facilita-

Observa-se por todo lado montanhas e mais montanhas de calcário cadastramento no CNC, mesmo porque, nós da UPE nos equivocamos ao registrar o município, colocando Campos Belos os invés de Monte Alegre de Goiás. De qualquer forma foi mantido o registro mais antigo, e atualizada sua ficha, inclusive com o nome real da caverna, que mudamos para Gruta da Covanca I, sendo sua sinonímia a Gruta do Prata.

do. Infelizmente, não conseguimos muita coisa e partimos apenas com mapas de escala 1:100.000 dos municípios em que iríamos atuar. Na prefeitura a coisa foi pior ainda, não conseguimos contato com o secretário de turismo e nem mesmo sabíamos se iríamos encontrar alguma pousada decente. Entramos em contato também com o CECAVIBAMA de Goiás e soubemos que eles estiveram na


Expedições

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Denominação: Gruta da Covanca I SBE - GO 74 / Codex - GO xxx

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Monte Alegre de Goiás - GO Escala original: 1:500 Litologia: Calcário Localização: Fazenda Covanca UTM 23L E 0304166,641 N 8526819,154 Longitude: 46 48´ 28,66” Latitude: 13 19´ 10,21” Datum: WGS 84 Altitude: 504 metros (snm) Topografia Grau 5C - BCRA - 23/07/2006 PH: 385 m (descontinuidade) DL: 467 m Desnível total: 16,89 m

Conduto Lateral

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Extensão Norte-Sul: 234 m Extensão Leste-Oeste: 94 m

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Galeria do Labirinto (não topografada)

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região e visitaram algumas cavidades: maravilha, a primeira notícia boa, as cavernas existem! Finalmente, após os ajustes finais de equipamentos e locomoção, “zarpamos” em direção a Goiás, para uma semana de pura espeleologia. Após 18 horas e 1200 quilômetros de estrada, ao final da tarde do penúltimo sábado de julho de 2006 entramos na cidade de Monte Alegre, encontramos uma pousada muito gostosa, nos alojamos e fomos até a praça tentar comer alguma coisa e tomar uma cerveja, é claro! Chegando à praça central, nos deparamos com o primeiro fato curioso, con-

seguimos acertar bem Foto 2: Pórtico da Gruta da Covanca I a data da mais tradicional festa do ano no municípo e região, a “Festa da Cachaça”. Nada mais perfeito, estávamos no paraíso! Brincadeiras a parte, curtimos um pouco a bagunça geral do evento e fomos descançar nossos corpos moídos de tanta estrada.

Covanca A Fazenda Covanca é um dos maiores e mais importantes latifúndios do município, sendo


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Foto 3: O maior salão da Gruta da Covanca II

Foto 4: Grandes salões dentro da Gruta da Covanca I

Foto 5: Salão das colunas, a Gruta da Covanca I possui belas ornamentaçõas

Expedições basicamente utilizado para criação de gado. Foi em suas terras que no ano de 2000 visitamos a Gruta da Covanca. Pelo fato de ser domingo, a prefeitura estar fechada e praticamente todo mundo que poderia nos ajudar estar de “ressaca” depois da “festa da cachaça”, resolvemos iniciar os trabalhos na referida gruta, pois já sabíamos sua localização e tínhamos suas coordenadas. Como na visita anterior, o acesso foi muito fácil, e entramos na gruta já topografando. Como eu lembrava da gruta conter certa quantidade de água, deixamos parte do equipamento de fotografia na entrada da caverna, imaginando que ninguém iria passar por ali tão cedo. A gruta possui um bonito pórtico (foto 2), salões de grande volume (foto 4) e ornamentações em grande quantidade (foto 5). O córrego da prata que atravessa a cavidade é de pequeno volume, diferentemente do que nós nos lembrávamos e não existem poços profundos, sendo seu leito argiloso e sem desníveis significativos. Mais ao fundo, um grande desabamento impede o acesso ao rio, que reaparece mais adiante. Observamos mais uma vez seu leito somente após vencer um pequeno desnível em um salão superior e voltar ao nível original da caverna. Possui algumas ramificações laterais que foram exploradas mas não topografadas por falta de


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Expedições tempo.

Resgate Parece brincadeira, mas tivemos que fazer um pequeno resgate, daqueles

perto e o trecho não oferecia perigos. Chegando ao local, comecei a ver latas e mais latas de cerveja e, de repente, vejo três garotas e dois marmanjos descalços, totalmente sem luz, as

ficávamos se éram gritos de socorro ou gente conversando, não demos muita importância e continuamos o trabalho por mais uma hora. Porém a barulheira não parava e começamos a ficar

Nível Superior 9º 37´

Denominação: Gruta da Covanca II SBE - GO 625

/ Codex - GO xxx

Nível Intermediário

Monte Alegre de Goiás - GO Escala original: 1:500 Litologia: Calcário Localização: Fazenda Covanca UTM 23L E 304271,786 N 8527741,689 Longitude: 46 48´ 24,94” Latitude: 13 18´ 40,22” Datum: WGS 84 Altitude: 503 metros (snm)

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Topografia Grau 5C - BCRA - 25/07/2006 PH: 330 m (descontinuidade) DL: 351 m Desnível total: 14,25 m

Nível Inferior

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Extensão Norte-Sul: 40,29 m Extensão Leste-Oeste: 40,36 m

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que quando você chega ao local a melhor coisa a fazer é dar um “escolacho” nas vítimas e mandar todo mundo passear. A gruta é de muito fácil acesso e bem conhecida na região, como já foi dito. No meio do mapeamento, já na região do desmoronamento começamos a ouvir um barulho bem distante que não identi-

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preocupados com os equipamentos deixados na entrada da caverna. Estava preocupado também pois havíamos encontrado uma pequena jararaca no córrego e alguém poderia ser picado pela cobra, resolvemos que um de nós iria verificar o que estava acontecendo e o restante continuaria, mesmo porque estávamos bem

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garotas estavam desesperadas e me agarraram como se eu fosse o próprio “Gianecchini”, me implorando para levá-las até a saída da caverna. Após mostrar o caminho e dar aquele “sermão” usual, percebi que um deles estava com fortes dores na perna e me disseram que havia sido picado por algo quando pisava no leito

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Expedições

13 do rio e que achavam que poderia ser uma cobra. Como eu mesmo havia visto a cobra, alertei-os para procurar ajuda médica urgentemente, e voltei ao local de topografia.

Covanca II No segundo dia de explorações um morador das imediações da Fazenda

Covanca nos mostrou outra cavidade, bem próxima à Gurua da Covanca I. Trata-se de uma caverna pequena, fóssil, porém bem complexa, possuindo três níveis que se confundem (fotos 3 e 6) e alguma ornamentação. Seu mapa foi feito em uma manhã e pode ser conferido na página 12.

Prospecção

Foto 6: A pequena Gruta da Covanca II se caracteriza por possuir três níveis distintos.

Com duas cavernas já topografadas, resolvemos então tentar conversar com os moradores locais e percorrer a estrada de terra que beira os afloramentos de calcário à procura de informações e indicações de possíveis cavernas. Da estrada, é possível se aproximar bastante dos afloramentos, mas só se tem acesso a uma das faces da montanha, sendo que a outra face é virada para a serra da Prata e fica praticamente inacessível. Paramos de fazenda em fazenda, perguntando por pessoas que teriam alguma dica, mas ninguém sabe de nada a não ser a “famosa” Gruta da Covanca. Ficamos apreensivos e um pouco desanimados com o pouco conhecimento dos moradores locais; seria medo de informar sobre possíveis cavernas? Será que realmente não existem outras cavernas nestas imensas serras de calcário? Chegando a uma das fazendas resolvemos, ante a imponência dos paredões que estávamos avistando, se embrenhar no cerrado e “bater” todo o local à procura de cavernas. Entramos em um pasto, grandes “barrigudas” surgiam na mata, um visual incrível, tão belo que nos distraiu a ponto de ficarmos no meio de uma plantação de feijão “Guandú” em florada, só que estavam cheios de vespas que logicamente nos atacaram ferozmente, ai é correria pra todo lado. Felizmente nada de grave


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Expedições simismo quanto ao potencial espeleológico da região. Mais um dia de prospecções, muito papo e praticamente nada de concreto, ao final do dia chegamos até a Fazenda São Domingos, o nome éra convidativo, conversamos com um “vaqueiro” e ele nos apontou um grande paredão e que nós poderíamos procurar por lá que acharíamos grutas enormes, que caberiam até uma “casa” dentro! Infelizmente alarme falso novamente, acabamos por cadastrar duas cavidades pequenas que não passavam de 30 metros cada uma, impressionante, passamos por tanto calcário, paredões enormes, e nenhuma cavidade com potencial. Voltamos para a cidade e neste dia

aconteceu, apenas uma 5 ou 10 picadas. Acessando o paredão, nos deparamos com um calor insuportável, sem uma brisa, quase não suávamos pela pouca umidade relativa do ar, mesmo assim fomos fazendo um pente fino em uma área considerável, apenas alguns “Mocós” nos faziam companhia, mas nada de caverna. Ao final encontramos um pequeno buraco, nem sei se é possível considerar aquilo uma caverna, mas naquela altura dos acontecimentos, o quesito CQC (Cadastramos Qualquer Coisa) estava em alta. Voltamos para a cidade sem grandes descobertas e com certo pes-

Foto 7: Gruta Santo Estevam I

União Paulista de Espeleólogos

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Denominação: Gruta Santo Estevam III SBE - GO 626 / Codex - GO xxx Monte Alegre de Goiás - GO

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S

S’

Escala original: 1:500 Litologia: Calcário Localização: Fazenda Santo Estevam UTM 23L E 0307421,710 N 8535821,741 Longitude: 46 46´ 38,38” Latitude: 13 14´ 18,05” Datum: WGS 84 Altitude: 519 metros (snm)

234º 22 20

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251º

Planta

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Topografia Grau 5C - BCRA - 24/07/2006 PH: 643 m (descontinuidade) DL: 731 m Desnível total: 2,02 m

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Extensão Norte-Sul: 287,21 m Extensão Leste-Oeste: 74,48 m

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Conduto do Jacaré

13 16

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Passagem do Queixo

267º

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Perfil em 180º Vista 090º

000º Passagem do Queixo

Estalactite

Fratura

Guano

Escorrimento

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Sedimento

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Bases Topográficas

Sm Sg

Legenda

9º 37´


Expedições

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A

9º 37´ C C’

Denominação: Gruta do Brejo SBE - GO 630 / Codex - GO xxx B’

Monte Alegre de Goiás - GO

B

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Escala original: 1:500 Litologia: Calcário

D’

Localização: Fazenda Brejo UTM 23L E 0307923,922 N 8545177,588 Longitude: 46 46´ 19,51” Latitude: 13 09´ 13,75” Datum: WGS 84 Altitude: 597 metros (snm)

E

E’

Topografia Grau 3B - BCRA - 24/07/200 6 PH: 150 m (descontinuidade) DL: 135 m Desnível total: 5 m

Cortes

Extensão Norte-Sul: 45,64 m Extensão Leste-Oeste: 73,78 m

Legenda Bases Topográficas

Estalagmite

Clarabóia

Estalactite

Desnível

Guano

Escorrimento

Pedra ou Bloco

conseguimos falar finalmente com o secretário de turismo, que nos indicou o “Rodrigo Corcoram”, dizendo que ele iria nos mostrar outras cavidades. Imediatamente o desânimo acabou e finalmente teríamos alguém que conhecia as cavernas da região. Saímos cedo e fomos em direção à Fazenda Brejo onde o Rodrigo nos mostrou uma pequena caverna, fóssil, sem ornamentações importantes, localizada em um pequeno morrote; topografamos e seguimos para outra fazenda, pois ele havia nos dito que conhecia uma grande caverna com um

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B

rio de volume considerável, e que nesta fazenda existia outra menor, porém sem água. A fazenda tem o nome de Santo Estevam, e este foi o critério para nomear as cavidades encontradas em um grande maciço que brota do chão de uma forma incrível. Passamos primeiramente por um belo “Arco” em dois níveis (foto 7) que serve de abrigo para o gado em dias de temporal, não perdemos tempo e cadastramos como Gruta Santo Estevam I. No mesmo paredão, outra pequena gruta, a Santo Estevam II (foto XX) com 110 metros de desenvolvimento

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linear, e por final, deixamos a maior, segundo nosso guia Rodrigo, nesta caverna existia muita água e o pessoal do CECAV não conseguiu chegar ao seu final.

Santo Estevam III A gruta Santo Estevam III possui um belo pórtico e os moradores locais captam água de seu córrego bem na entrada da caverna, pois o volume que adentra a cavidade é grande. Seu desnível é insignificante, chegando a incríveis 2 metros frente a uma extenção de mais de 600 metros. Podemos dizer

E

E’


Expedições

16 que esta caverna é realmente “horizontal”. Uma característica importante observada é a presença de sedimentos em todo o leito do rio, sendo que em nenhum momento encontramos rocha calcária no chão, somente nas paredes e no teto, o que nos possibilita dizer que o caste neste local é muito superficial, e pouco proprício ao desenvolvimento de grandes cavernas. Aliás, esta característica também pode ser observada na Gruta da

Covanca I e em outras visitadas durante a expedição.

Jacaré Uma expedição nunca é completa sem um fato engraçado, que marca a viagem. Este aconteceu quando finalizávamos a topografia da Gruta Santo Estevam III. O Portella esticou uma “trenada” de 30 metros por um conduto bem retilíneo, porém todo alagado (como o restante da caverna)

e de teto bem baixo, ao chegar praticamente ao final do conduto. Nós que estávamos de fora, em uma galeria maior, ouvimos um berro dizendo “jacarééé”, e a gargalhada foi geral, pois o próprio Portella já havia brincado com isso diversas vezes durante a viagem. Logicamente ninguém acreditou nele, e como não conseguíamos avistá-lo do lugar onde estávamos, esta situação perdurou por uns 10 minutos, ele falando no jacaré, e nós rindo e pedindo para ele parar de brincadeira. Bom, depois de perceber que a coisa era séria e que ele não voltava, resolvemos entrar no conduto e ver realmente o que havia acontecido, e não é que encontramos o Portella com o corpo todo fora da água em chaminé, falando que realmente havia visto um jacaré e que agora não sabia onde ele estava e por isso não queria mais entrar na água. Com nossa presença, ele acabou por se acalmar, exploramos o conduto e ele sifonava, fizemos a visada e finalizamos a topo. Pelos cálculos do Survex, ficamos a apenas 10 metros da ressurgência do córrego, por onde passamos antes de entrar na caverna, portanto demos como encerrada a “fatura”.

Resultados Foram mais de 1700 metros de topografia, 9 cavernas cadastradas e 5 topografadas, nossa impressão é de potencial “alto” para


Expedições

17 formação de cavernas de pequeno porte (entre 50 e 100 metros), “médio” para formação de cavernas de médio porte (entre 200 e 1000 metros ) e “Baixo” para formação de cavernas de grande porte (acima de 1000 metros de desenvolvimento); logicamente que isso não quer dizer que elas não existam, mesmo porque a maior serra de calcário parece intocada e de acesso bem mais complicado, e também porque os morrotes são avistados por todo lado. Outro fato importante a se colocar é que o carste, apesar de possuir grandes e belíssimos afloramentos, parece ser pouco profundo, inviabilizando a formação de

tais cavernas. Fica a satisfação de ter trabalhado em uma porção tão fascinante de nosso país, tanto do ponto de vista natural, quanto humano, fazer novos amigos e ter contribuído para conhecermos mais nossas cavernas.

dades por lá, e uma tal Gruta da Pingueira, que seria do lado oposto da serra de calcário, porém não chega carro, nem tracionado, e necessitaria de uma trilha desgastante de umas 2 horas, não fomos até lá.

Pendências 1- Foram deixadas pendências na Gruta da Covanca I, que devem totalizar mais de 150 metros de galerias laterais, todas estão com bases fixas em durepoxi; 2- Duas referências não foram checadas; uma é a fazenda do “Japonês”, que não encontramos, segundo moradores locais existem cavi-

Referências 1) Avaliação da Potencialidade Mineral de Granulados Marinhos do Litoral do Brasil. Acessado em 26/12/2006 no site: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/ start.htm?infoid=263&sid=32


ESPELEOPHOTO Modernidades

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A era digital

Por Paulo Jolkesky jolk@uol.com.br

Olá! O tempo passa e a fotografia evolui numa velocidade impressionante. Hoje em dia comprar um simples filme pode ser um desafio pela dificuldade de encontrar tal artigo, já que a linguagem digital tomou conta do mundo da imagem. Mas isso facilitou ou dificultou a vida do fotógrafo? Para muita gente facilitou demais, agora é possível fotografar e enviar as fotos por e-mail, publicar em blogs e dividir com a turma todas as aventuras do fim de semana. Mas e para os f o t ó g r a f o s profissionais e amadores sérios, que visam obter imagens de alto impacto visual e informativo além do simples registro da aventura? Para esses o mundo digital trouxe muito mais trabalho. O fotógrafo que opta pela linguagem digital, que traz fotos com características diferentes do filme principalmente se comparada com os diapositivos, ou slides, tem que ter em mente que para cada click terá um bom tempo sentado à frente do computador. O que antes era feito pelo técnico do laboratório passa a ser feito em casa. Pra início de conversa a pessoa tem que gostar de informática, tem que ter um bom computador, um monitor com boa definição e nitidez, e muito tempo livre. O filme era enviado para um laboratório que

processava a revelação, e o laboratorista ajustava cores, contrastes, exposição e brilho ao passar a imagem para o papel. Claro que ainda é possível fazer isso pagando um bom técnico em tratamento de imagens para processar os arquivos, e então gravá-los em CD’s ou DVD’s ou imprimir tudo em papel com ótima qualidade. Mas o fotógrafo que deseja ter controle total sobre sua produção, desde a captura até a impressão não tem como escapar do computador. Terá que aprender a usar um bom software de edição de imagens, aprender sobre ajuste de cor, densidade, nitidez, e pouco a pouco descobrir os segredos dessa nova linguagem fotográfica. Uma boa dica é c o n t i n u a r fotografando com equipamento digital no mesmo ritmo que fazia com os filmes, sem exagero na quantidade, pensando e criando cada foto com cuidado, para não lotar o HD do computador com mil fotos de um só fim de semana, e ficar perdido sem saber quais daquelas fotos são realmente aproveitáveis, quais deletar, e em quais investir mais tempo com o tratamento digital. Bons clicks!


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Prevenção

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CALOR E BALANÇO DE FLUIDOS Primeiro de dois artigos sobre as enfermidades relacionadas ao calor: como tratá-las e preveni-las Autor: Eduardo Portella

ABSTRACT This article explains about the fluidal balance in our body. There are some regions in Brazil where the climate is very hot and dry so people keep sweating and expelling fluids. Here you find some tips on how to proceed to avoid the loss of water in your body and how to plan the reposition of liquids during field activities.

A

espeleologia é uma atividade que exige muito do ponto de vista físico. Em países tropicais como o Brasil, convivemos, na maioria das vezes, com situações onde a perda de líquidos é extrema, elevando em muito o desgaste dos exploradores. Regiões como Bahia, Goiás, Rio Grande do Norte, Piauí, norte de Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Amazônia, merecem destaque especial neste quesito. Infelizmente, ao enfrentar situações como essa, muitas pessoas, praticantes de esportes extenuantes sofrem de enfermidades relacionadas ao calor e ao balanço corporal de fluidos. Desta maneira, a melhor forma de minimizar riscos é a prevenção, e para isso devemos ter conhecimento de certos conceitos. Balanço de Fluidos Grande parte de nosso organismo é composta por água, que se encontra em diversos fluidos corporais. Todos estes fluidos estão em balanço. A perda de fluido de qualquer fonte é refletida nos níveis de todos os outros fluidos corporais. Por exemplo, sudorese profusa vai resultar em uma diminuição do volume de sangue. Se uma vítima perde muito fluido, por qualquer meio - por hemorragia, suando, vomitando ou por diarréia - o resultado final é o mesmo: desidratação e, potencialmente, choque hipovolêmico. Se uma pessoa está perdendo fluidos, então você está com uma verdadeira emergência nas mãos. Trate a causa da perda de fluidos da melhor maneira possível e hidrate a vítima. Evacue-a o mais rápido possível. Prevenir a desidratação é muito mais fácil do que tratá-la, portanto, é importante que todos os membros de seu grupo bebam água regularmente, na quantidade adequada, para repor a perda de fluidos. O corpo absorve líquidos melhor quando bebemos pequenas quantidades e com freqüência, do que quando bebemos grandes quantidades de uma só vez. Comer enquanto bebemos também ajuda na

Contate o Autor: lvalentim@craft.com.br

absorção. Se não tivermos comida, colocar uma pitada de sal e de açúcar também ajuda. Não espere ficar com sede para beber água. Ficamos com sede quando já estamos com uma grande perda de fluidos corporais. O melhor indicador do nível de fluidos é a cor e quantidade de urina. Quanto mais urina e quanto mais clara for sua coloração, melhor. Isto indica que o corpo está com o nível de fluidos elevado. Porém, urina escura indica que o corpo está com baixa quantidade de água, e está tentando conservar o pouco que tem. Isto faz com que a urina fique mais concentrada, portanto, mais escura.

Regiões como Bahia, Goiás, norte de Minas, Rio Grande do Norte, entre outras, apresentam clima mais seco praticamente o ano todo, fazendo com que nossos exploradores necessitem de um bom planejamento de reposição de líquidos.


Prevenção

21 Recomendação de ingestão de fluidos: ESTAÇÃO DO ANO - LITROS/DIA - EXPLICAÇÃO Primavera e Outono 1,8 - 2,8 litros. Isto é o que uma pessoa, precisará, em média, para suprir suas necessidades diárias, em condições normais de temperatura. Verão e Tempo Quente 2,8 - 3,7 litros. Em tempo quente e úmido, perdemos mais fluidos através do suor, precisando fazer uma reposição. Inverno e Tempo Frio 2,8 - 3,7 litros. No inverno, perdemos água através de evaporação para o ar seco e, principalmente, através da respiração. O ar seco que entra nos pulmões é aquecido e exalado, saturado de umidade. Para todas as estações do ano, adicionar 1,8 litros em altitudes elevadas (acima de 2.400 metros). Aumente a ingestão de fluidos, pois o corpo perde mais líquido. Fluidos & Sais Um outro fator no balanço global de fluidos é a reposição de sais perdidos na transpiração. Na maioria dos casos, o sal encontrado nos alimentos é suficiente. Nos casos de desidratação severa, uma solução de ½ colher de chá de sal e ½ colher de chá de bicarbonato de sódio para 900 ml de água pode ser usada para reposição de sais. Use líquidos mornos. Pare de ministrar se a pessoa ficar nauseada ou vomitar. Continue a ministrar líquidos assim que a vítima tolerar. Termoregulação O corpo possui uma série de mecanismos para manter a temperatura interna do corpo ótima (37 ºC). Acima de 40 ºC, muitas enzimas começam a se desnaturar e as reações químicas deixam de acontecer, levando o indivíduo à morte. Abaixo de 37 ºC as reações químicas ficam mais lentas, levando a várias complicações, que também podem levar à morte. Como o Corpo Regula a Temperatura Interna • Vasodilatação - aumenta o fluxo de sangue na superfície, que aumenta a perda de calor (quando a temperatura ambiente é inferior à temperatura corporal);

• Vasoconstricção - diminui o fluxo sangüíneo periférico, diminuindo a perda de calor; • Suor - diminui a temperatura corporal através da evaporação; • Tremor - gera calor através do aumento de reações químicas requeridas em atividades musculares. Tremores visíveis podem aumentar a produção de calor superficial em até 500%. Porém, este mecanismo é limitado em apenas poucas horas por causa da diminuição de glicose nos músculos e por causa da fadiga; • Aumento/Diminuição de Atividade - irão aumentar/ diminuir a produção de calor; • Respostas Comportamentais - colocar ou tirar camadas de roupa irão resultar em termoregulação. Perda de Calor Sempre que estamos em um ambiente cuja temperatura é inferior à do nosso corpo, estamos expostos a uma Perda de Calor. Enquanto os níveis de Produção e de Retenção de Calor forem maiores do que a Perda de Calor, o organismo estará se termoregulando de forma adequada. Porém, se o frio for maior do que a Produção e Retenção de Calor juntas, estaremos suscetíveis a problemas provocados pelo frio, como a hipotermia e o congelamento. Perda de Calor (fatores negativos) • Temperatura • Corpo molhado (chuva, transpiração, água) • Vento Retenção de Calor (fatores positivos) • Forma e tamanho do corpo - a relação superfície/ volume afeta em quão rápido o corpo perde calor; • Isolamento - tipos e camadas de roupas; • Gordura Corporal - quantidade de gordura também afeta em quão rápido o corpo perde calor; • Vasoconstricção/Vasodilatação - aumenta/diminui a quantidade de sangue na superfície do corpo, aumentando/diminuindo a perda de calor. Produção de Calor (fatores positivos) • Exercícios; • Tremores;


Prevenção

22 - Retenção de Calor + Produção de Calor < Perda de Calor = Enfermidades provocadas pelo Frio; - Forma e tamanho do corpo; - Isolamento; - Gordura corporal; - Vasoconstricção/Vasodilatação X Exercícios; - Tremores, Temperatura; - Corpo molhado; - Ventos - Hipotermia; - Congelamento. Ganho de Calor

- Nível de Fluidos; - Nível de Condicionamento Físico; - Perda Passiva de Calor + Perda Ativa de Calor < Ganho de Calor = Enfermidades provocadas pelo Calor; - Forma e tamanho do corpo; - Isolamento; - Gordura corporal; - Vasoconstricção / Vasodilatação; - Calor radiante Transpiração; - Temperatura Exercícios Umidade; - Corpo molhado;

Em clima quente, Durante as expedições espeleológicas, é comum caminharmos horas e horas sob teperaturas extenuanespecialmente com tes. Em situações extremas como esta, é de grande importância a correta reposição de líquidos. umidade elevada, podemos perder uma grande quantidade de fluidos através de exercícios. Isto pode levar a uma variedade de enfermidades provocadas pelo calor, como Exaustão por Calor e Golpe de Calor. O ganho de Calor é uma combinação de alguns fatores externos. Em balanço com o Ganho de Calor estão os mecanismos do organismo de Perda de Calor (mecanismos passivos e ativos) . Quando o Ganho de Calor é maior do que a Perda de Calor, passamos a estar suscetíveis a e n f e r m i d a d e s relacionadas ao calor. Para reduzir o risco, devemos diminuir o Ganho de Calor ou aumentar a - Vento, Síncope de calor, Exaustão do calor; - Golpe de calor. Perda de Calor. Ganho de Calor (fatores negativos) • Temperatura; • Corpo molhado (chuva, transpiração, água); • Vento; • Exercícios; • Umidade. Perda Passiva de Calor (fatores positivos) • Forma e tamanho do corpo - a relação superfície / volume afeta em quão rápido o corpo perde calor; • Isolamento - tipos e camadas de roupas; • Gordura Corporal - quantidade de gordura também afeta em quão rápido o corpo perde calor; • Vasoconstricção/Vasodilatação - aumenta/diminui a quantidade de sangue na superfície do corpo, aumentando/diminuindo a perda de calor. Perda Ativa de Calor (fatores positivos) • Calor radiante do corpo; • Transpiração, que causa perda de calor por evaporação. Quantidade de suor é limitada;

Índice de Calor A temperatura ambiente não é o único fator que desempenha um papel em criar uma condição favorável para o aparecimento de enfermidades relacionadas ao calor. A umidade também é importante. Uma vez que o organismo conta com a evaporação do suor como um dos mecanismos principais de diminuição de temperatura, umidade relativa elevada reduz a habilidade do organismo de resfriar o corpo, aumentando o risco de uma enfermidade relacionada ao calor. O Índice de Calor mostra o efeito relativo da temperatura e da umidade. Não perca no próximo Desnível a segunda parte deste artigo. Trataremos mais diretamente sobre as enfermidades relacionadas ao calor, e o que fazer para tratá-las e preveni-las.


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Log de atividades

Log de Atividades

Tudo o que a UPE fez e eventos em que participou no segundo semestre de 2006 Coordenação: Elvira Branco (queenofcaves@gmail.com)

Julho

Outubro

DATA: 21 a 30 Expedição Goiás – Monte Alegre de Goiás – Gruta da Covanca I e II, Gruta Santo Estevam I, II e III. Integrantes: Ricardo Martinelli, Eduardo Portella e Luis Gustavo Atividades: Encontrar, cadastrar e topografar as cavernas da região. Horas de Trabalho: 288 horas.

DATA 11 a 15 Serra da Bodoquena: Caverna Dente de Cão Integrantes: Renata Shimura, Josef Poker e mais 20 pessoas, de vários grupos. Atividades: Topografar a Caverna Dente de Cão Horas de Trabalho: 40 horas

Agosto DATA: 24 a 27 ASF – Adventure Sports Fair – São Paulo Integrantes: Ricardo Martinelli, Fabio Geribello, Marcelo Gonçalves, Elvira Maria, Rosana Gaona, Gabriela Slavec, Renata Shimura, Leandro Valentim, Paulo Jolkesky, Ronald Welzel, Geraldo Bergamo, Márcia Scarannelo, Jacques Lepine. Atividades: Stand da UPE, com exposição de banners, vídeos, fotos e venda de camisetas e livros. Horas de Trabalho: 300 horas.

Setembro DATA: 16 e 17 PETAR – Núcleo Caboclos Integrantes: Leandro Valentim, Marcelo Gonçalves e Ricardo. Atividades: Procurar as Cavernas Farto e Fartinho. Horas de Trabalho: 39 horas

DATA 21 e 22 Abismo Gurutuva Integrantes: Ricardo Martinelli, Renata Shimura, Marcelo Gonçalves, Ricardo Araújo. Atividades: Topografar a parte seca da caverna Horas de Trabalho: 48 horas

Novembro DATA: 18 e 19 PETAR – Núcleo Caboclos Integrantes: Araújo, Harumi, Celi, Elvira Maria, Jacques, Rodrigo Ximenes, Fabio Gubel, Cirano e Ulisses. Atividades: Procurar as Cavernas Farto e Fartinho e visita à Caverna Pescaria. Horas de Trabalho: 146 horas

Data: 25 Rio Claro - UNESP Integrantes: Renata Shimura Atividades: Reunião da Redespeleo Brasil Horas de Atividades: 10 horas

Dezembro Data: 02 e 03 Fazenda Carayba – Caverna Crystal Integrantes: Elvira Maria, Marcelo Gonçalves, Leandro Valentim, Igor e Flávio. Atividades: Investigar os condutos finais da caverna e topografia do salão superior. Horas de Trabalho: 50 horas

DATA: 09 e 10 PETAR – Núcleo Caboclos Integrantes: Ricardo Martinelli, Eduardo Portella, Renata Shimura, Mauro Zackiewicz e Ricardo Araújo. Atividades: Procurar e encontrar as Cavernas Farto e Fartinho. Horas de Trabalho: 80 horas


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Maillon Rapid Notícias curtas sobre a UPE e a espeleologia nacional Coordenação: Ricardo Martinelli (rsm@fotoabout.com)

Novo récorde de profundidade em cavernas no Brasil e América Latina

UPE ministra curso de topografia durante o XVI EPELEO

O Grupo “Akakor Geographical Exploring” encontrou e mapeou um grande abismo em quartzito na Serra do Aracá, município de Barcelos, Amazônas. O mapeamento foi realizado em agosto de 2006 e atingiu incríveis 670 metros de desnível, colocando a caverna como o maior desnível da América Latina, e a mais profunda do mundo em sua litologia. O Abismo foi batizado com o nome de Guy Collet. Mais informações no informativo SBE.

O XVI EPELEO realizou-se entre os dias 17 e 19 de Fevereiro, durante o feriado de Carnaval. O evento, que este ano foi organizado pelo Grupo “Babilônicos Espeleo Clube (BEC)”, teve como palco a cidade de Apiaí, próxima ao PETAR - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira. Durante o evento a UPE ministrou o curso de Topografia em Cavernas com duração de 8 horas, contando com módulos teórico e prático. Os cursos de topografia da UPE já se tornaram referência na comunidade espeleológica, sendo requisitados por diversas associações, reforçando a grande vocação do grupo em transmitir conhecimento, contribuindo assim para formação de novos topógrafos. Para maiores informações e programação completa acesse: http://www.sbe.com.br/16epeleo.asp

Espeleo 2007 na TBV Aconteceu entre os meses de Dezembro de 2006 e Janeiro de 2007 o segundo encontro técnico da Redespeleo Brasil. O encontro contou com cerca de 50 espeleólogos vindos de diversos locais do país, que participaram das atividades programadas no evento. O encontro coincidiu com a comemoração dos 20 anos de explorações na Toca da Boa Vista e teve coordenação do Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas.

Eleições na UPE Atenção, dia 24 de fevereiro teremos eleições para o biênio 20072008 da diretoria da UPE. Sendo assim, convocamos todos os sócios com direito a voto a comparecer e cumprir com suas obrigações estatutárias. Local: Salão de Festas - casa do Coringa Dia: 24 de fevereiro de 2007 Horário: primeira chamada - 15:00 horas


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Foto do Semestre

Amblipígeo - Gruta da Covanca I Monte Alegre - GO

Foto : Ricardo Martinelli Dados Técnicos: velocidade 1/25s; abertura F 3.6; ISO 400; flash; dist focal 55 mm; Máquina - Nikon D 70


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