Informativo da União Paulista de Espeleologia www.upecave.com.br
Ano Ano 44 -- Número Número 78 Julho/Dezembro Julho/Dezembro de de 2007 2007
A estrada é o Diabo Mambaí Tutorial 1: Survex Workshop de Fotografia
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Indice
Desnível 7
Comissão Editorial Ricardo Martinelli; Gabriela Slavec; Renata Shimura; Eduardo Portella & Paulo Jolkesky
Diagramação Ricardo Martinelli
Revisão Gabriela Slavec
Expediente
2 Editorial 6 1º Expedição Mambaí 17 Tutoriais 24 Workshop de Fotografia Foto: Fernando Bruno (no automático)
União Paulista de Espeleologia Endereço para correspondência: Rua Loefgreen 1291, Cj 61 - São Paulo - SP CEP: 04040-031 Desnível é uma publicação eletrônica semestral da União Paulista de Espeleologia (UPE). As opiniões expressas em artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores. As matérias não assinadas são de responsabilidade dos editores e não refletem necessariamente a opinião da UPE. Artigos publicados no Desnível podem ser reproduzidos na íntegra desde que citados fonte, autor, URL e data de consulta na web. Reproduções parciais somente com autorização prévia dos editores. O informativo em formato PDF poderá ser repassado para outras pessoas e listas de discussão. Para enviar um artigo utilize o e-mail: desnivel@upecave.com.br As datas limite são os meses de junho e novembro. O Desnível se encontra em regularidade com as leis anti-spam. Se deseja não mais recebê-lo, favor enviar e-mail para: remover@upecave.com.br
No “buteco” após um árduo dia de mapeamento dentro da tarimba.
Veja Também
3 Memória 5 Plantão Médico 26 Lojinha da UPE
Capa: Clarabóia na Gruna da Tarimba
26 EspeleoPhoto 27 Espeleolog
Autor: Ricardo Martinelli
28 Maillon Rapid 29 Foto do Semestre
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Editorial
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Uma espécie em extinção Texto: Ricardo Martinelli
Neste editorial gostaria de tocar em um assunto que acredito ser de grande importância para todos os grupos e entidades ligadas a espeleologia; os “carregadores de piano” estão acabando! Esta expressão, tão falada, designa aqueles que colocam a mão na massa e fazer tudo acontecer, aqueles que chamam a responsabilidade e acima de tudo tem amor pelas instituições que estão a frente. Impressões a parte, observo um certo temor e/ou desconfiança nos novatos, pouca gente quer se responsabilizar por quelr coisa que seja, muito menos algo que não lhe traga dinheiro. Sabemos que leva tempo para estas pessoas aparecerem, para se ssumir cargos de decisão são necessárias pessoas maduras e bem resolvidas tanto profissonalmente quanto emocionalmente e que possuam grande experiência e vivência. Tempos atraz éra fácil ver a “gana” de certas pessoas por participar e dar sua contribuição, hoje é necessário implorar por ajuda nas funções mais simples, será que esta é mais uma espécie em extinção? Mais um imformativo eletrônico chega a sua mão, são 30 páginas da mais pura espeleologia, em tempos de interdição de cavernas pelo MP, é bom ler artigos que mostram o quanto trabalhamos para o conhe-
Contate o Autor rsmartinelli@globo.com
cimento do subterrâneo brasileiro e dar a contra-partida para a sociedade com nosso mapas e explorações, gerando conhecimento. Na sessão memória o leitor poderá ver como hoje é fácil nossa vida. Em 1973 a estrada que leva a Caverna do Diabo encontravase em petição de miséria e os autores revelam uma verdadeira epopéia para chegar até lá. No artigo principal a expedição 2007 para Mambaí em conjunto com o GREGO, belas imagens, dois mapas e muita vontade para retornar em 2008 e continuar a explorar esta bela região de nosso país. Como de costume, a UPE continua a contribuir para a difusão do conhecimento e lança nesta edição uma série de artigos sobre tratamento de dados e digitalização de mapas topográficos de cavernas, nesta edição você terá a “alfabertização” em survex e assim iniciará seu aprendizado.
Boa Leitura!
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Memória
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Rumo a Caverna, a estrada é o Diabo!! Texto extraído do jornal “O Estado de São Paulo” de 23 de Setembro de 1973. Colaborou para a matéria Salvatore ABSTRACT ABSTRACT
Cinco quilômetros antes da Caverna do Diabo, acabaram-se as esperanças dos motoristas que decidiram visitá-la naquele domingo - 26 de agosto - e que haviam enfrentado corajosamente 55 quilômetros de terra e barro, a partir de Jacupiranga, no quilômetro 217 da maltratada BR116. Dezenas de carros, tiveram que
improvisar ai um “pátio de estacionamento” e, dali em diante, centenas de turistas, inclusive crianças, mais pareciam retirantes na tentativa de chegar à famosa caverna percorrendo a pé a distância que faltava. Uma hora e meia andando e escorregando na lama, segundo as famílias que tentaram. Mas nem todos puderam conhecer a caverna. Muitos desistiram, como um casal de certa idade, coberto de barro da cabeça aos pés. Sob a chuva fina, decidimos tentar vencer de carro os últimos cinco quilômetros, mas logo nos primeiros oitocentos metros encontramos um “Dodge” atolado e tivemos que reuar para lhe dar passa-
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Memória
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gem. Á frente os pedestres nos informaram, havia mais três ou quatro automóveis presos na lama. Estávamos a ponto de desistir quando um motorista - que havia subido de manhã, com pouca chuva - nos garantiu que a façanha não era impossível. Havia apenas dois trechos realemnte difíceis: um aclive longo adiante com pouco barro mas liso como sabão e por fim uma curva ascendente, esta já a pouco mais de um quilômetro do nosso objetivo. Achamos que era melhor andar um quilômetro do que cinco e, depois de nos certificarmos de que os carros atolados não estavam obstruindo a estrada, avançamos com cuidado, porque era granda o número de pedestres. Na quinta tentativa conseguimos, a custo, vencer o tracho, após derrapar perigosamente rente a uma barroca que inclusive tomava parte da estrada e depois de, em nova derrapagem, nos aproximar ameaçadoramente do barranco. Percorremos o tracho como de estivéssemos participando de um
“rallye” - e não como se fôssemos pacatos turistas - porque se a rotação do motor caísse, certamente teríamos feito companhia aos atolados. Por fim chegamos ao segundo trecho realemnte difícil, este, praticamente intransponível. Pouco antes dele, estavam alinhados os heróis que haviam chegado até lá; sete ou oito automóveis e um ônibus que havia subido de manhã. Nova leva de turistas molhados, enlameados e desacorçoados iam e vinham pelo barro e todos eles emitiam mais ou menos a mesma opinião: a caverna é maravilhosa, mas a estrada é péssima. Como chovia e não havíamos ainda nos enlameado, reslvemos destemidamente enfrentar de automóvel o segundo trecho. Na quarta tentativa preferimos aderir ao barro e auxiliar o automóvel, porque faltavam apenas alguns metros de ladeira a vencer. Pedras e galhos sob rodas, muitos empurrões e, esgotados os recursos do motorista nessas ocasiões, voltamos ao ponto inicial - nossa “rampa de lançamento” - e tentamos mais quatro vezes, cada vez com mais destemor apesar do precipício, e por fim nos con-
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Memória
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formamos. Um Dodge vermelho que havia nos seguido, também desistiu. Uma hora e meia depois, com a chuva diminuída, multiplicaram-se as tentativas dos que não queriam arriscar-se a levar um tombo na lama e a tomar chuva. Nós passamos em terceiro lugar, em apenas quatro tentativas, e ficamos muito satisfeitos com nossa “classificação”. Pena que ao pé da caverna, no pátio de estacionamento asfaltadoque ficava próximo ao heliporto, não havia ninguém com uma bandeira quadriculada nas mãos, a assinalar o nosso feito digno das mais duras provas automobilísticas. De volta, concordamos: a caverna é linda; a estrada é o diabo.
Plantão Médico “Cäimbras - Como evitar” Responsável: Ricardo Martinelli rsmartinelli@globo.com
A câimbra é uma contração súbita, de curta duração e, geralmente, dolorosa de um músculo ou de um grupo muscular. As câimbras são comuns nos indivíduos saudáveis, especialmente após um exercício extenuante. Alguns apresentam câimbras nas pernas durante o sono. As câimbras podem ser causadas por uma circulação inadequada aos músculos como, por exemplo, após uma refeição, o sangue flui principalmente para o trato gastrointestinal e não para os músculos. Comumente, as câimbras são inofensivas e não exigem tratamento. Normalmente, elas podem ser previnidas evitando- se a realização de exercícios após uma refeição e realizando alongamento antes do exercício e antes de dormir.As causas da cãimbra ainda são motivos de discussão. Mas alguns fatores são importantes e devem ser observados para evitar que elas apareçam: Contração excessiva e/ou repetitiva: as cãimbras normalmente acontecem quando você está se exercitando por tempo prolongado. Primeiro seus músculos fadigam e durante um movimento que exige alongamento de algumas fibras musculares o músculo responde com a contração involuntária (cãimbra) Deficiências nutricionais e/ou desidratação: é a falta ou excesso de potássio, de sódio, cálcio, magnésio e fósforo. Pouca flexibilidade muscular: panturrilhas encurtadas podem resultar em contrações menos eficientes durante o esforço, aumentando a chance de fadiga muscular e consequentemente a cãimbra.
Causas biomecânicas: excessiva pronação do pé, diferença no comprimento dos membros inferiores, limitação de movimento na articulação do tornozelo ou joelho podem aumentar a sobrecarga da panturrilha, aumentando o risco de cãimbra. Restrição de fluxo sanguíneo: quando um músculo não recebe fluxo sanguíneo suficiente (obstrução de veias/artérias) tem mais chance de ter cãimbra. Outras doenças: se os episódios de cãimbra começam a se repetir constantemente (condições crônicas) isso pode ser sinal de doenças vasculares ou neurológicas e portanto deve ser investigada. Precauções 1. Procure hidratar-se adequadamente, antes, durante e após a jornada; 2. Trabalhe dentro dos seus limites, sem exagerar, se necessário descanse; 3. Se a atividade se estender por horas, como é de costume na espeleologia, hidrate-se com bebidas (tipo isotônicos); 4. Em atividades de longa duração (mais de12 horas) a hidratação se torna crítica, ingira líquidos sistemáticamente mesmo sem sentir sede; 5. Nunca pegue trilha ou entre em uma caverna em jejum e alimente-se depois; 6. Alongue-se antes e após a jornada. Isso organiza as fibras musculares e reduz o ácido lático do organismo - fatores que detonam as fisgadas.
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Expedições
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1º Expedição Mambaí Texto & Fotos: Ricardo Martinelli
ABSTRACT
Contate os Autores: queenofcaves@gmail.com marcelo.brasil@navicon.org renata@shimura.eng.br
cavernas, além da necessidade de complementar o mapeamento da “Gruna da Tarimba”, uma das maiores cavernas do Brasil. Logicamente aceitamos, principalmente por se tratar de convite de um grupo sério e que possui conver-
te da capital do país, Brasília, o município integra esta região com outros dezenove municípios, limitando-se à leste com a Bahia, à sudoeste com Damianópolis, à oeste com Buritinópolis e noroeste com Posse, (Figura 1). É relevante destacarmos que
O início
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m maio de 2007 ain da não havíamos de finido o local da expedição de meio de ano da UPE. Tradicionalmente , todos os anos é realizada uma semana de trabalhos de mapeamento e exploração espeleológica em locais fora do estado de São Paulo. Estavam em pauta locais como São Desidério, Serra do Ramalho, São Francisco, Bodoquena, São Domingos entre outros. Felizmente o imponderável aconteceu, recebemos e-mail de um espeleólogo integrante do GREGO (Grupo Espeleológico Goiano), convidando a todos para a uma expedição conjunta e assim retomar as explorações na região, muito propícia a descoberta de novas e grandes
Fotos 1: Cânion do Rio Vermelho, grande parte do município éta protegido por APA que foi constituída para proteger suas nascentes
gência de objetivos com a UPE, visando uma parceria ética e de longo prazo, tendo como prioridade a elaboração de trabalhos de qualidade.
A Região Mambaí localiza-se no Nordeste Goiano, distando aproximadamente 509 km de Goiânia, e 301 km a nordes-
o Nordeste Goiano reúne 14 dos 30 municípios goianos com maior cobertura vegetal, contando com 74% de área coberta por Cerrado, embora seja apontado como uma das regiões mais pobres do Estado de Goiás.
Aspectos Históricos O povoamento de Mambaí iniciou-se na segunda metade do século
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Foto: Elvira Maria
Figura 1
XIX, nas margens do córrego Riachão, por imigrantes vindos do vizinho Estado da Bahia, com o objetivo de extrair a borracha da mangabeira, abundante na região. Os primeiros habitantes foram: Eduardo Moreira dos Santos, Gustavo Olímpio, Ioiô Mendes, Joaquim Maroto, que além da extração da borracha, no período inicial, dedicaram-se
à formação de lavouras e pastagens.
Clima Segundo um Plano de Gestão Ambiental, elaborado pela empresa Rio Corrente S/ A (2005) o clima da região onde Mambaí está localizada caracteriza-se pela existência
de um período de deficiência hídrica de 5 meses (de maio a setembro) e um período de excedente hídrico também de 5 meses (de novembro a março). Dados das três estações pluviométricas localizadas na região mostram que a soma da precipitação no período de outubro a março (acima de
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100mm) representa 89,2% em três grupos geológicos, a evolução em três grandes do total anual, sendo que o saber: megaciclos sedimentares mês de dezembro se transgressivos. A formação individualiza com uma Grupo Bambuí: apresenta Lagoa do Jacaré é precipitação mensal superior um arranjo estratigráfico que predominante na área da a 200mm. pode ser reconhecido APA NRV, sendo parte do O clima é classificado regionalmente ao longo de segundo megaciclo como Tropical semi-úmido, toda a borda oeste do Cráton (argilocarbonatado) e condicionado pela do São Francisco. Nesta caracteriza-se por ser existência de um composta por siltitos ambiente climático e margas onde são marcado por grande intercaladas lentes e insolação quase o ou camadas de ano todo, com calcários pretos temperatura média fétidos, ricos em anual de 21ºC e matéria orgânica, precipitação com a presença variando de 1250 a freqüente de níveis 1750 mm anuais. oolíticos e psolíticos. Do ponto de Localmente vista espeleológico, observa-se nesta este quadro unidade a presença climático aliado a de pequenas lentes morfologia das de dolomitos cavernas, na sua estromatolíticos maioria possuindo rosados; g a l e r i a s meândricas Grupo Areado quilométricas, nos (Eocretáceo): é mostra a constituído pelas inviabilidade de formações Abaeté, g r a n d e s Quiricó e Três expedições nos Barras. A Formação períodos de chuva, Abaeté foi visto que as depositada por i n u n d a ç õ e s Fotos 2: Um dos muitos cânios que caracterizam sistemas de leques subterrâneas são a acidentada topografia da região. aluviais (na porção freqüentes e sul da Sub-Bacia extremamente rápidas. região a coluna estratigráfica Abaeté) e por sistemas de Foto: Renata Shimura
Foto: Elvira Maria
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Geologia Dados do documento Hidrogeologia do Estado de Goiás, elaborado no ano de 2005 pela SGM-GO, nos informam que a geologia do município Mambaí e dos municípios que compõe a APA NRV, pode ser dividida
deste é composta, da base para o topo, pelas formações: Jequitaí, Sete Lagoas, Serra de Santa Helena, Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade e Três Marias. Esta sucessão sedimentar foi depositada sobre uma plataforma estável epicontinental, sendo possível estabelecer uma
rios entrelaçados (nas demais áreas da bacia), compondo um conjunto de conglomerados matriz ou clastosuportados, além de arenitos. A Formação Quiricó registra uma sedimentação lacustre, localmente caracterizada por lagos estratificados (na porção sul da Bacia Abaeté), com
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arenitos, siltitos, folhelhos e calcários subordinados. A Formação Três Barras representa depósitos de ambientes fluviais, fluviodeltáicos e eólicos, dominados por arenitos amarelos e rosados heterogêneos. Estes sedimentos ocorrem de forma descontínua ao longo do sopé da Serra Geral de Goiás em paleodepressões. Grupo Urucuia (Neocretáceo): é dividido
Figura 2
nas formações Posse e Serra das Araras. Esta unidade é amplamente dominada por arenitos de origem eólica, além de arenitos, conglomerados e pelitos fluviais. Não há registros fósseis associados ao Grupo Urucuia, e seu posicionamento cronoestratigráfico foi baseado na interdigitação deste conjunto com as rochas piroclásticas e epiclásticas do Grupo Mata da Corda, as quais foram datadas por
métodos radiogênicos em 60 Ma.
Definindo Objetivos Após entendimentos iniciais, decidiu-se que o objetivo principal da expedição seria retomar o mapeamento da “Gruna da Tarimba”, principal caverna da região atualmente com 7300 metros de projeção horizontal, ocupando o 17º lugar na listagem das maiores cavernas do Brasil. Arquivos foram trocados e todos os pontos com problemas foram expostos pelo Emílio, integrante do GREGO. Um ponto nos preocupava, uma gigantesca poligonal com mais de 1000 metros de extenção, capaz de deslocar todo o eixo da caverna e que apresentava erros. As poligonais são importantes pois revelam a precisão das visadas feitas durante todo o mapeamento, por este motivo é de suma importância que se trabalhe com programas que possibilitem este tipo de análise, portanto, a grosso modo, se existia um erro elevado nesta grande poligonal, as visadas fora deste trecho também poderiam estar comprometidas. Fizemos algumas tentativas de trabalhar com a base de dados existente sem chegarmos a um resultado satisfatório, o mapeamento havia
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cessado a vários anos e ficaria sem embasamento a tentativa de recuperar parte do trabalho, decidimos em comum acordo com o GREGO retopografar a Gruna da Tarimba por inteiro.
Tarimba As grutas na região de Mambaí possuem uma característica marcante em sua morfologia, longos condutos meãndricos. A galeria pricipal da Tarimba por exêmplo possui vários quilômetros de extenção, e em muitos locais as paredes mal chegam a 1 metro de largura (Fotos 3 e 4), em contrapartida a altura de tais condutos é impressionante, atingindo vários metros. Justamente ai esta o “filé mignon” da caverna, divérsos condutos foram descobertos desta maneira e muitos pontos necessitam de ordenada e minuciosa exploração. Duas equipes trabalharam em conjunto durante 5 dias dentro da caverna, os esforços se concentraram na retopografia do grande loop que ao final somou 179 visadas e 1084 metros de linha de trena, sendo que as duas equipes trabalharam em sua execussão, mostrando total coerência no que diz respeito a metodologia empregada, chegando ao final detro do padrão esperado, BCRA 5. No total foram topografados 3313 metros de galerias,
cerca da metade do que já havia sido mapeado anteriormente. O longo eixo da caverna semrpre foi a nossa prioridade, a idéia éra tentar se apreximar ao máximo da porção “sul “ da caverna, com o intuito de fixar bases ao longo do conduto onde pudessemos em expedições posteriores ligar as galerias superiores já conhecidas e as que ainda estão para serem descobertas, isso foi feito, porém, pelas dimenções da caverna, restou ainda um bom pedaço da galeria do rio para que este trabalho fosse concluído.
Estimativas Durante os 5 dias em que os trabalhos se desenrrolaram, tivémos que “fechar os olhos” para a quantidade infidável de galerias não exploradas e locais com potencial altíssimo para novas descobertas. A Gruna da Tarimba, atualmente com seus mais de 7.000 metros de desenvolvimento tem totais condições de ultrapassar os 10.000 e quem sabe até mais, tudo depende de um trabalho sistemático e duradouro de exploração e mapeamento que pode durar vários anos. Algumas cavernas periféricas também tem Continua na página 12
Fotos 3 e 4: O conduto principal da Gruna da Tarimba possui em quase sua totalidade uma morfologia meândrica, em muitos pontos é necessário ficar de lado para prosseguir sua exploração, por outro lado sua altura em muitos pontos pode ultrapassar os 30 metros, nestes locais se escondem salões de grande dimenção ainda por serem descobertos.
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Detalhamento anterior
Justificativas No momento que se inicia um remapeamento de uma grande caverna sempre é necessário uma boa justificativa. No caso da Tarimba, de comum acordo com o GREGO que foi o autor da primeira topografia, pela quantidade de novas galerias descoberta, pelos erros na linha de trena
original explicitados pelo grupo, pela impossibilidade de amarração de novos trechos por falta de bases fixas evidentes, pela falta de detalhamento de algumas galerias e finalmente pela grande importância da caverna , decidiu-se desta maneira.
Detalhamento atual
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possibilidade de se anexarem à Tarimba, o que tornaria o sistema ainda maior.
Escorpiões e Cia A Gruna da Tarimba impressiona também pela quantidade incrível de aranhas, escorpiões, insetos entre outros. Um dos pontos retopografados durante esta expedição foi o temido “conduto dos Escorpiões”, uma galeria com uns 500 metros de extenção onde os tais aracnídeos podem ser avistados com grande freqüência. As dificuldades aumentavam nos momentos em que existia a necessidade de rastejamento e leitura dos instrumentos. esta galeria situa-se relativamente próxima a entrada uma das entradas da caverna em uma porção superior, estima-se que exista uma grande proximidade com a superfície pois a temperatura é sensivelmente mais alta, talvez por isso a preferência dos “bixinhos”. Fora os escorpiões, e não é uma exclusividade da tarimba, a presença de Loxosceles (aranha marrom) é grande, foram avistadas
aquelas já conhecidas pelo GREGO, totalizamos 9 cavidades cadastradas, sendo que 2 delas foram topografadas totalmente. Interessante citar que a procura por novas cavernas acabou unindo a espeleologia ao “aquaride”, isso porque os rios da r e g i ã o , principalmente o Rio Vermelho, formam cânions magestosos e que dificultam em muito a progressão em suas margens, a Fotos 5 e 6: solução encontrada A fauna prefoi o uso de bóias e sente tanto deste modo as na Tarimba cavernas foram como em sendo exploradas. outras caFora dos cânios, vernas da nas imediações da região é incrível, meret a r i m b a , cendo maior destacamos a atenção de descoberta da nosso bióloGruta das Dores, gos. com estimativa de desenvolvimento próximo a 1000 metros e com presença de peixes. Entre as cavidades cadastradas e mapeadas, temos a “Gruta trabalhos e teses. do Rio Ventura II” (Mapa 1), uma bela caverna Novas cavernas “incrustada” em um paredão do rio de mesmo nome. Seu Mambaí é daqueles acesso oferece grande lugares onde não é desafio pois é necessário necessário muito esforço transpor o cânion para se encontrar novas perpendicularmente, cavernas. Pelos objetivos descendo uma enorme inicias da expedição, foram “pirambeira” em meio a reservados somente 2 dias arbustos típicos de nosso de prospecção durante os cerrado, cheios de espinhos, trabalhos, neste período, as pedras soltas também entre novas descobertas e em todas as cavernas visitadas e em uma delas pudemos até presenciar um “duelo” que muito biólogo gostaria de ver. Acreditamos que em especial a Gruna da Tarimba deva ser observada com maior atenção pela comunidade científica pois pode ser berço de grandes
Foto: Fernando Bruno
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GREGO GRUPO ESPELEOLÓGICO GOIANO
Denominação: Gruta Rio Ventura I Sinomínia: Gruta Senhor dos Anéis SBE - GO 666
/ Codex - GO ?
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Mambaí - GO Escala original: 1:500 Litologia: Carbonatos do Grupo Bambuí Localização: Canion do Rio Ventura / Fazenda Jambeiro APA - Nascentes do Rio Vermelho UTM 23L E 372413,641 N 8400281,017 Longitude: W 46º11'0320" Latitude: S 14º28'0310" Datum: SAD 69 Altitude: 656 metros (snm) Topografia Grau 5C - BCRA 26/07/2007 PH: 155m DL: 284m Desnível total: 9,5 m
Fechamento por escorrimento em calcita
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C
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Extensão Norte-Sul: 53 m Extensão Leste-Oeste: 100 m
B’ B
Legenda Areia Bloco Desnível Entrada Estalactite Estalagmite
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Coluna Escorrimento
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Vegetação Bases Topográficas
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Fotos 7,8 e 9: Na esquerda acima, podemos ver o imponente pórtico da Gruta do Rio Ventura II “cravado” em uma das paredes do cânion do rio de mesmo nome. A foto da direita mostra o trabalho de topografia e abaixo o grande salão interno, ornamentado e de considerável volume. Pela grande quantidade de cerâmica encontrada a posição privilegiada e o grande conforto a que proporciona, acredita-se que esta caverna possua um alto potencial para achados paleontológicos.
oferecem grande perigo e uma corda de apoio é muito bem vinda. Uma vez no rio, falta agora ascender até o meio do paredão oposto
onde esta a caverna, no caminho outra cavidade, de menor porte é cadastrada, a “Gruta do Rio Ventura I”. A topografia foi feita de
maneira criteriosa, como pode-se notar na posição das bases topográficas, fechando várias poligonais afim de representar fielmente suas dimensões. Biológicamente a caverna também impressiona, foram observados grande quantidade de aracnídeos e insetos, inclusive fomos comtemplados com um fato raro, duas Loxosceles (aranha marrom) travando uma “agressiva” briga, uma bela cena da natureza em seu estado mais bruto. No cânion do rio vermelho fomos cadastrar e mapear outra caverna já conhecida pelo GREGO, a Gruta Jaú (Mapa 2), que recebe este nome pois quando da sua primeira exploração fora avistado bem em sua entrada um grande exêmplar deste peixe. A caverna encontra-se as margens do rio e o acesso é bem mais tranquilo, necessitando apenas transpor uma ingreme ravina seca e de imensas pedras, todas com as pontas lascadas, ficamos imaginando o perigo que seria descer ali no período de chuvas, sob a tensão de ser pego por uma tromba d´água. A caverna a princípio não empolgou muito e a impressão foi que um braço do rio teria de alguma forma desviado no paredão, formando a cavidade, desta forma, após uma breve exploração em uma parte seca, rapidamente seu mapa foi feito, achando se tratar de uma pequena
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Expedições cavidade, porém, uma segunda equipe que estava descendo de bóia o cânion parou na mesma caverna e como seu intuito éra explorar, tiveram maior sucesso, encontrando um novo conduto com desenvolvimento surpreendente que deverá ser mapeado na próxima expedição. Um mapa preliminar foi feito e pode ser visto na página seguinte.
Fotos 10: Poço azul, uma amostra das belezas naturais de Mambaí
Fotos 11: O belo pórtico da Gruta Jaú, um momento mágico!
Fotos 12: A interessante Gruta do Funil, que será mapeada na próxima expedição. O Rio Ventura despenca em uma grande cachoeira que “volta” e forma uma caverna.
Belezas Naturais Quem visita Mambaí não fica maravilhado apenas com suas cavernas, a região é rica em fauna e flora típicas do cerrado brasileiro, histórias de sucuris são o assunto preferido nos muitos vilarejos espalhados pelo município que abriga um povo acolhedor e hospitaleiro. A contemplação à natureza é o ponto forte da região, cachoeiras de água límpida que variam entre tons azul a verde, cânios gigantescos onde é possível a prática de uma tiroleza incrível e também veredas úncas, daquelas que Guimarães Rosa tão bem descreve em sua famosa obra. O turismo em Mambaí esta em seus primórdios, mas tem tudo para se tornar um grande polo de ecoturismo do Brasil, vocação para isso existe, só falta ser descoberto!
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GREGO GRUPO ESPELEOLÓGICO GOIANO
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Denominação: Gruta Jaú SBE - GO 666
/ Codex - GO ?
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Mambaí - GO
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Escala original: 1:500 Litologia: Carbonatos do Grupo Bambuí Localização: Canion do Rio Vermelho / Assentamento Funil APA - Nascentes do Rio Vermelho UTM 23L E 373591,655 N 8398323,255 Longitude: W 46º10'2270" Latitude: S 14º29'0540" Datum: SAD 69 Altitude: 620 metros (snm)
Nm
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Topografia Grau 3C - BCRA 26/07/2007 PH: 157m DL: 138m Desnível total: 4 m
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18º 46´
Extensão Norte-Sul: 89 m Extensão Leste-Oeste: 86 m
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Legenda Areia Bloco Desnível
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Entrada Estalactite Estalagmite
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2008 A organização para a próxima expedição estão a todo vapor, muitas são as pendências e cavernas a serem mapeadas; continuar o conduto encontrado na Jaú, mapear a Gruta das dores II com mais de 1000 metros, explorar novos cânios e cavidades e principalmente continuar o remapeamento da Gruna da Tarimba, pois este continua sendo nosso principal objetivo na região. Os interessados em participar devem entrar em contato pelo mail : upecave@upecave.com.br
Referências 1. Santos, A. C. ; Leite, L. S. & Lima, P. K. E. Diagnóstico do município de Foto 13: Extração ilegal de carvão.O Nordeste Mambaí-GO e Goiano é um dos últimos redutos de cerrado mapeamento da APA intocado do Brasil, uma região que deveria ser preservada a qualquer custo, mas infelizmente das Nascentes do Rio não é isso que observamos, a extração de mata Vermelho para nativa para produção vem se ascentuanto e não planejamento do se sabe até quando irá resistir . turismo sustentável. Trabalho de conclusão de curso Goiânia nov 2006.
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TUTORIAIS Tudo o que voce queria saber sobre digitalização e que ninguém teve paciência de te explicar.
Texto e Print´s: Ricardo Martinelli
A UPE, sempre preocupada com a difusão do conhecimento, e por ter como pricincípio a democratização da informação, mais uma vez inova e lança uma série de TUTORIAIS que vai ajudar os espeleólogos a entrar para a éra digital da topografia em cavernas, melhorando seus critérios de precisão e otimizando seu trabalho. O objetivo é fazer com que mais pessoas possam ajudar neste processo que na maioria das vezes é mais demorado do que o próprio levantamento de campo. Para tanto, decidimos trabalhar basicamente com dois softwears, um para geração da linha de trena, análise de erros e organização dos dados, que é o
Contate o autor
rsmartinelli@globo.com Survex, e outro para representação gráfica e artística da caverna, que é o Corew Draw. Apesar de existirem divérsos programas para este fim, até mais avançados como o One-Station ou o Auto-Cad, seria impossível e muito confuso tentarmos explicar cada um deles, e também são estes os softwears em que a UPE mais se identifica, seja pela facilidade de trabalho e entendimento de ferramentas, seja pela confiança das análises de poligonais e organização.
Tutorial 1: Alfabetização em Survex Tópico 1
Primeiramente baixe da internet o Survex, que é o programa escolhido para este tutorial. Entre em www.survex.com e depois em “Dowloads”. O Survex é um programa gratuito (Freeware).
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Escritório
Desnível 7
Tópico 2
Escolha a melhor opção para seu computador, na maioria da vezes é usado o win32, porém também é aconselhavel baixar a documentação que é onde existem explicações sobre o funcionamento do programa. Depois de finalizado o Download, proceda a instalação normalmente, voce não deve ter problemas quanto a isso, para trabalhar com dados de cavernas no computador é necessário um bom conhecimento geral sobre informática e isso não vamos explicar aqui. Tópico 3
Organize-se, para trabalhar com cavernas é necessário ter organização. Compre pastas onde você possa guardar fisicamente seus croquis e tudo o que é gerado em termos de dados de determinada caverna, as pastas sanfonadas são ótimas para este fim. No PC, abra o Windows Explorer e no tronco “C” abra uma pasta com o nome “Topografias” e depois coloque o nome das cavernas que esta trabalhando, se precisar coloque também a região, como ao lado.
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Desnível 7
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Tópico 4
O Survex é um programa que trabalha via “DOS”, mas não se preocupe, apenas alguns comandos terão que ser feitos por lá. Toda a linha de trena é “lida” a partir de um arquivo texto, e para simplificar utilizamos um “Bloco de notas”. Neste momento é de suma importância que tudo seja anotado, equipe, local, caverna, topógrafos, data, trecho da caverna, etc.... é importante também abrir um arquivo para cada trecho topografado. Exêmplo: Dia 20/01/2007 foi feita uma topografia na Gruta Farto tendo como Croquista o Ricardo. Neste caso salvo em um arquivo este trecho com o nome de 1r. Se outra equipe voltar lá depois de 2 meses e realizar outro trecho, salvo em outro arquivo, com o cabeçalho pertinente e com outro nome. Se fosse o Ricardo novamente seria a 2r. Repare acima que o Survex trabalha com alguns “sinais”, a saber: 1- ; (ponto e vírgula) - bloqueia a leitura do programa, portanto utilize quando quer escrever o cabeçalho e qualquer outra informação ou observação.
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Desnível 7
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2- * (asterísco) é utilizado quando queremos das um “comando” ao programa como *beguin e * end para iniciar e terminar a topo, ou * include BCRA5 ou BCRA3 para incluir os parâmetros BCRA a sua topografia. 3- . (ponto) preste bem atenção, o Survex não lê , (vírgula), portanto nas medidas sempre utilize . (ponto). 4- O “Tab” deve ser utilizado para colocar os dados da topo no bloco de totas nesta ordem: De Para Distância Azimute Inclinação (isto não precisa estar escrito na topo, como mostra no tópico 4)
Tópico 5
Depois de ter digitado tudo corretamente, revise seus dados, muitos erros podem ocorrer neste processo, feito isso, selecione “salvar como”, digite o nome do arquivo e coloque a terminação “.svx” (no nosso caso é 1r.svx). Cuidado agora, selecione no campo “salvar como tipo” “todos os arquivos”. Deve aparecer um arquivo assim:
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Desnível 7
Escritório
Tópico 6
Se você colocou o comando *include bcra5 em sua topo, antes de “rodar” o arquivo no Survex, você deve copiar o arquivo deste parâmetro na parta do programa. O caminho é: C > Arquivos de Programas > Survex - Já copie os dois arquivos, tanto o BCRA 3 quanto o BCRA5, isso vai facilitar posteriromente as análises de erro.
Tópico 7
“Klicando” com o botão direito do seu “mouse” em cima do arquivo já salvo abrirá uma janela e dentre as opções terá “Process”, isso irá “rodar” o programa com base nos dados que você colocou dentro do bloco de notas.
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Desnível 7
Escritório
Tópico 8
Se tudo ocorreu como o esperado, três arquivos foram criados, a saber:
Tópico 9
“Output log” - contém os dados básicos da topo como: Desenvolvimento linear, Desenvolvimento horizontal, Total de bases e visadas, Desnível, etc...
Tópico 10
“Survex Loop Closure Errors” - neste arquivo termos como analizar a precisão de fechamento das poligonais feitas durante a topografia, é com base neste arquivo que definimos se uma topografia é BCRA 3 ou BCRA 5. Os parâmetros que você deverá seguir serão explicados em outro tutorial, aguarde!
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Desnível 7
Escritório
Tópico 11
“Survex Processed Data” - é onde vamos visualizar a linha de trena em três dimenções, aqui podemos girar a topografia e compara-la ao desenho feito na caverna, se você tem o ótimo costume de desenhar o “croqui” em escala ele deve estar bem parecido com o que esta aparecendo na sua tela. A coloração ajuda a perceber regiões mais ou menos profundas da caverna e a barra esquerda facilita a procura por bases específicas. Se preferir também é possível colocar a topo em perfil, observando assim a ditribuição das visadas deste ponto de vista.
Chegamos ao final deste primeiro tutorial sobre tratamento de dados e digitalização, ainda não sabemos quantos serão necessários para que seja possível explicar todo o processo, as ferramentas disponíveis no programa, fixação de coordenadas, definição de bocas, análizes de erros e como são os “tramites” entre o survex e o Corew Draw, isso porque tudo será explicado de forma minuciosa para que estes tutoriais possam ser utilizados por qualquer interessado, contribuindo com o desenvolvimento da espeleologia brasileira. No próximo número do Desnível veremos como é possível unir trechos de topografias de uma mesma caverna, calcular declinação magnética e aplica-la nas topos, definir bocas e bases fixas, incluir cooredenadas e também como diferenciar em um mesmo arquivo trechos de topografia externa. Até lá!
Fim de Ano
Desnível 7
Workshop de Fotografia
Foto: Renata Shimura
O ano de 2007 foi realmente especial, muitas realizações institucionais e cavernas topografadas, para encerra-lo com chave de ouro a diretoria resolveu inovar e marcar a confraternização de final de ano no PETAR, com um grande churrasco e um Workshop de Fotografia em cavernas. No sábado pela manhã o grupo se dirigiu ao núcleo Santana, alvo de nossos “click’s”. Após contemplarem a bela vegetação do local, todos os participantes se reuniram no pórtico da Gruta Morro Preto, palco ideal para uma breve explicação. A Gruta Morro Preto não foi escolhida eleatoriamente, sua entrada possui rara beleza e grande imponência, podemos trabalhar com zona afótica, e mixta, luz natural e artificial, com possibilidade de vários tipos de simulação fotográfica. A documentação fotográfica faz parte da espeleologia técnica, saber documentar corretamente condutos, salões, pórticos e espeleotemas é de grande importância para o conhecimento do subterrâneo Brasileiro. Podemos citar a evolução atual dos cadastros que tendem a abrir espaço para a colocação de imagens de entradas de caverna, minimizando os problemas de duplo cadastramento, a ducumentação também se torna útil na complementação de mapas topográficos, ilustrando pontos de grande importância. Técnica e arte se confundem, permitindo ao praticante criar e soltar sua imaginação dentro da grande “câmara escura” que são as cavernas. Quando o final de tarde chegou fomos a cachoeira do couto para um revigorante banho e depois o churrasco começou, tivemos projeções de vídeos , fotos feitas no workshop, muita carne e cerveja pra variar um pouco!
Foto: Renata Shimura
Atividade e churrasco marcaram a confraternização de final de ano da UPE
Foto: Renata Shimura
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Que venha 2008!!
Atividades realizadas na confraternização de final de ano da UPE contribuíram para agregar conhecimento aos novos espeleofotógrafos.
Foto: Renata Shimura
Foto: Renata Shimura
Foto: Paulo Jolkesky
Foto: Ricardo Martinelli
Foto: Ricardo Martinelli
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Fim de Ano
Imagens feitas durante o Workshop de fotografia
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Macacões de Espeleo da UPE
Lojinha da UPE
ESPELEOPHOTO Profundidade de Campo Responsável: Paulo Jolkesky jolk@uol.com.br
Testado e aprovado nas piores condições possíveis
Mas não é indiferente escolher qualquer uma destas combinações. Por um lado, é preciso escolher cuidadosamente o tempo de exposição, de forma a “congelar” o movimento daquilo que se está a fotografar ou, pelo contrário, deixar que esse movimento se veja na fotografia. Por outro, a abertura que se escolher determina a profundidade de campo, a distância à frente e atrás do plano de focagem em que os objectos ficam razoavelmente focados. A profundidade de campo é inversamente proporcional em relação à abertura. Quanto maior for a abertura, menor será a profundidade de campo e vice-versa. Muitos fotógrafos amadores deixam-se confundir porque uma “abertura maior” significa ter um número de abertura menor. Por exemplo, com uma abertura de 1.4 a profundidade de campo é muito menor do que aquela que se obtém com uma abertura de 11.
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A escolha da profundidade é uma das opções mais importantes quando se define a abertura e o tempo durante o qual que se expõe um fotograma. Por exemplo, quando se fotografa uma pessoa podemos querer isolá-la do fundo, usando a menor profundidade de campo possível. Pelo contrário, ao fotografar uma paisagem grandiosa podemos querer que tudo o que vemos fique focado, desde os objectos mais próximos até ao infinito, para o que devemos usar a maior profundidade de campo possível. Mas atenção, porque quanto menor for a abertura, mais tempo se terá que expor a película e maior será o risco de tremer a fotografia. Para que isso não aconteça, podemos usar um bom tripé ou seguir a regra simples segundo a qual é possível obter fotografias nítidas segurando a máquina com as mãos desde que se use um tempo de exposição igual ou inferior ao inverso da distância focal da objectiva (em milímetros). Assim, poderemos segurar à mão tranquilamente uma máquina com uma objectiva de 50mm desde que o tempo de exposição seja no máximo de 1/50 de segundo ou, usando o ponto da escala mais próximo, 1/60.
Fonte: Texto e fotografias © 1997-2001 Rui Grilo www.ruigrilo.net ou www.ruigrilo.net/fotografia
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EspeleoLog
Desnível 7
Log de Atividades
Tudo o que a UPE fez ou participou no segundo semestre de 2007 Coordenação: Renata Shimura (renata.shimura@gmail.com)
Data: 09 a 23 de Julho. Local: V Expedição Tocantins da SBE. Municípios: Cidades Dianópolis, Almas e Aurora do Tocantins - TO. Participante: Elvira Branco. Atividade: Prospecção e topografia.
Data: 04 de Agosto. Local: Gruta Crystal - Fazenda Caraíba. Município: Iporanga - SP. Participantes: Bruno Pastorello, Elvira Branco, Marcelo Gonçalves (Lagosta) e Renata Shimura. Atividade: Continuação da topografia do final da linha do rio e de algumas partes superiores.
Data: 21 a 29 de Julho. Local: Expedição Mambaí. Município: Mambaí - GO. Participantes: Mauro Zackiewicz, Michel Frate e Ricardo Martinelli, Fernando Bruno (ECA), Emílio Calvo e demais integrantes do GREGO. Atividade: Prospecção e topografia.
Data: 15 de dezembro. Local: Caverna Morro Preto, PETAR - Núcleo Santana. Município: Iporanga - SP. Participantes da UPE: Bruno Pastorello, Claudia Caiado, Elvira Branco, Fabio Geribello (Coringa), Francisco Gabas (Wilber), Gabriela Slavec, Mauro Zackiewicz, Michel Frate, Paulo Jolkesky, Renata Shimura, Ricardo Martinelli e Ricardo Terzian (Jerry). Convidados: Cristina Juliani, Emerson Pedro (BEC), Fernanda Botaro, Joana Cofré Quero, Luiz Felipe Belussi, Monica Lais, Rosilene Welter, Thomas Schwarzbach ********** Faltam os nomes *********** Amigo1 Michel Amigo2 Michel Amigo3 Michel Atividade: Workshop Fotografia da UPE.
Data: 29 e 30 setembro Local: Abismo do Gurutuva Município: Iporanga - SP. Participantes: Bruno Pastorello, Eduardo Portella, Marcelo Gonçalves (Lagosta), Mauro Zackiewicz, Michel Frate, Renata Shimura, Ricardo Araujo (Caramujo) e Ricardo Martinelli. Atividade: Continuação da topografia.
Data: 26 a 28 de Julho. Local: Carste 2007 - II Encontro Brasileiro de Estudos do Carste. Instituto de Geociências da USP. Município: São Paulo - SP. Participante: Renata Shimura.
Data: 15 a 21 de novembro. Local: PROCAD Município: Eldorado Paulista - SP. Participante: Elvira Branco. Atividade: Prospecção e topografia na região do Rolado.
Data: 26 de dez a 05 de jan. Expedição Serra do Calcário do GPME Município: Central - BA. Participante: Claudia Caiado Atividade: Prospecção e topografia.
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Maillon Rapid
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Notícias curtas sobre a UPE e a espeleologia nacional Espeleologia em horário nobre
UPE tem novo local de reunião
A nova novela da 20hs da Rede Globo trará um personágem espeleólogo. A protagonista será Mariana Ximenes e fará simulações de “estudos” em cavernas. Não se sabe onde serão as locações, porém a produção da emissora entrou em contato com divérsas entidades espeleológicas afim de dar maior veracidade à novela.
Já a algum tempo a UPE tem se reunido no Instituto de Engenharia de São Paulo na Vila Mariana, utilizando algumas mesas no “Bar” que vivia vazio e funcionou como um local calmo para nossos encontros mensais. Uma possibilidade surgiu com um convênio entre a UPE e a ANABE (Associação Nacional de Arquitetura Bio-ecológica) para a utilização de uma casa que ficava dentro do próprio IE, e após sua reforma já foi realizada a primeira reunião no local que dispõe de sala de reuniões, uma copa e um sala para palestras, que comporta cerca de 30 pessoas, além de estacionamento. Com esta nova realidade já podemos marcar cursos e palestras, aumentando o interesse por nossas reuniões presenciais. Agora é com você, apareça e faça parte da UPE!
Adeus a Pedro Comério É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Pedro Comério (SBE 0033) no dia 11/02/2008, aos 88 anos de idade. Pedro , funcionário aposentado do Instituto Geológico de São Paulo, iniciou sus atividades espeleológicas ainda na década de 50, tendo participação decisiva na implantação do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e no desenvolvimento da espeleologia nacional. Na década de 50, Juntamente com espeleólogos europeus como Michel Le Bret, Peter Slavec, Pierre Martin, Guy Collet e brasileiros como José Epitácio Guimarães, Luis Carlos de Alcântara Marinho, Salvator Licco Haim, Geraldo Bergamo Filho, além de outros, Pedro Comério contribuiu para a espeleologia brasileira alcançar um alto nível técnico.
Aprovada a lei que cria o Mosaico do Jacupiranga A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aprova em 20/12, a lei que altera a área do Parque Estadual de Jacupiranga e cria Mosaico de Unidades de Conservação, assegurando água de boa qualidade às comunidades tradicionais que ali habitam. Considerado o maior parque do Estado de São Paulo, criado em 1969, o Parque Estadual de Jacupiranga, que tinha extensão de 140.000 ha, passa a ter a área total de 154.872,17 ha, e fica subdividido em três parques estaduais: o Parque Estadual Caverna do Diabo, com 40.219,66 ha, nos municípios de Eldorado, Iporanga, Barra do Turvo e Cajati; o Parque Estadual do Rio Turvo, com 73.893,87 ha, nos municípios de Barra do Turvo, Cajati e Jacupiranga; e o Parque Estadual do Lagamar de Cananéia, com 40.758,64 ha, nos municípios de Cananéia e Jacupiranga.
Reuniões na última quinta feira de cada mês. Local: Instituto de Engenharia Av. Dante Pazzanese 120 Vila Mariana Horário: 20hs
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Foto do Semestre
Desnível 7
Gruta Jaú Mambaí - GO
Foto : Ricardo Martinelli Dados Técnicos: velocidade 1/40s; abertura F 4.5; ISO 200; distância focal 34 mm; Máquina - Nikon D70